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Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
COLÉGIO ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO
VERSÃO PRELIMINAR
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2010
COLÉGIO ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO
VERSÃO PRELIMINAR
Projeto apresentado ao Núcleo Regional da Educação – Área Metropolitana Sul, sob a orientação da Equipe de Ensino.
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – 2010
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
Sumário
1. APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................... 8
2. ORGANOGRAMA ........................................................................................................................................ 9
3. IDENTIFICAÇÃO........................................................................................................................................ 10
4. HISTÓRICO DO COLÉGIO......................................................................................................................... 17
4.1 FUNCIONAMENTO............................................................................................................................... 18
5. ATO SITUACIONAL..................................................................................................................................... 19
5.1 A SOCIEDADE E A ESCOLA...............................................................................................................19
5.2 O COLÉGIO ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI COMO PARTE INTEGRANTE DA SOCIEDADE … 19
5.3 O COLÉGIO E O SEU FAZER PEDAGÓGICO....................................................................................20
5.4 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO............................................................................................22
5.5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA...................................................................................................................... 24
5.6 PROFISSIONAIS E ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS...........................................................................26
5.7 A FORMAÇÃO INICIAL E O VÍNCULO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS.................................26
5.8 A ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL..................................................................................................27
5.9 O FUNCIONAMENTO DO CONSELHO DE ESCOLA E DA APMF.....................................................28
5.10 O GRÊMIO ESTUDANTIL................................................................................................................... 28
5.11 A ESCOLA E A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS.......................................................................................28
5.12 FUNÇÃO DO COLEGIADO …........................................................................................................... 28
5.13 GESTÃO ESCOLAR E ÓRGÃOS DE APOIO.....................................................................................29
5.14 FORMAÇÃO CONTINUADA...............................................................................................................30
5.15 LEIS E NORMAS QUE REGULAMENTAM O NOSSO COLÉGIO......................................................30
6. ATO CONCEITUAL..................................................................................................................................... 32
6.1 FILOSOFIA DA NOSSA ESCOLA.........................................................................................................32
6.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS QUE NORTEIAM NOSSO TRABALHO …............................................32
6.3 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO..........................36
6.4 O FAZER PEDAGÓGICO DA ESCOLA NUMA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO COMO
CONSTRUÇÃO E PRODUÇÃO DE SIGNIFICADO...................................................................................38
6.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO............................................................................................40
6.6 A GESTÃO ESCOLAR QUE PENSAMOS............................................................................................41
6.7 EQUIPE PEDAGÓGICA........................................................................................................................41
6.8 EQUIPE DOCENTE............................................................................................................................. 42
6.9 PESSOAL ADMINISTRATIVO..............................................................................................................42
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
6.10 FUNCIONÁRIOS DA EQUIPE AUXILIAR OPERACIONAL.................................................................42
7. ATO OPERACIONAL................................................................................................................................... 43
7.1 OBJETIVO GERAL DO ESTABELECIMENTO......................................................................................43
7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................................43
7.3 PROPOSTAS DE TRABALHO..............................................................................................................44
7.4 CRONOGRAMA E SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA FORMAÇÃO PERMANENTE....................50
7.5 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO GERAL DE DESEMPENHO DOS PROFISSIONAIS.......................51
7.6 AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR.............................................................................................51
7.7 RECUPERAÇÃO PARALELA...............................................................................................................52
7.8 PROMOÇÃO......................................................................................................................................... 53
7.9 CLASSIFICAÇÃO................................................................................................................................. 53
7.10 RECLASSIFICAÇÃO........................................................................................................................... 53
7.11 PROGRESSÃO PARCIAL …...............................................................................................................55
8. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO ........................................................................... 55
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 56
INTRODUÇÃO …..................................................................................................................................... 57
1. PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL …..................................................... 59
1.1 DISCIPLINA: ARTES............................................................................................................................ 59
1.1.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA................................................................................................59
1.1.2 OBJETIVOS GERAIS.....................................................................................................................60
1.1.3 CONTEÚDOS................................................................................................................................ 60
1.1.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA..................................................................................................64
1.1.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................... 65
1.1.6 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 67
1.2 DISCIPLINA: CIÊNCIAS....................................................................................................................... 68
1.2.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA...............................................................................................68
1.2.2 OBJETIVOS GERAIS …............................................................................................................... 70
1.2.3 CONTEÚDOS................................................................................................................................ 72
1.2.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA..................................................................................................76
1.2.5 AVALIAÇÃO ….............................................................................................................................. 77
1.2.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................. 79
1.3 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA.......................................................................................................80
1.3.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA...............................................................................................80
1.3.2 OBJETIVOS GERAIS.................................................................................................................... 82
1.3.3 CONTEÚDOS................................................................................................................................ 82
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
1.3.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA..................................................................................................91
1.3.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................... 92
1.3.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................. 98
1.4 DISCIPLINA: ENSINO RELIGIOSO......................................................................................................99
1.4.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA...............................................................................................99
1.4.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................100
1.4.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 102
1.4.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................105
1.4.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 107
1.4.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 109
1.5 DISCIPLINA: GEOGRAFIA.................................................................................................................110
1.5.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..............................................................................................110
1.5.2 OBJETIVOS GERAIS................................................................................................................... 112
1.5.3 CONTEÚDOS ............................................................................................................................. 113
1.5.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................115
1.5.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 116
1.5.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 119
1.6 DISCIPLINA: HISTÓRIA..................................................................................................................... 121
1.6.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................121
1.6.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................123
1.6.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 124
1.6.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................128
1.6.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 130
1.6.6 REFERÊNCIAS...........................................................................................................................132
1.7 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................................................133
1.7.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..............................................................................................133
1.7.2 OBJETIVOS GERAIS:..................................................................................................................134
1.7.3 CONTEÚDOS ..........................................................................................................................134
1.7.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................140
1.7.5 AVALIAÇÃO.................................................................................................................................. 147
1.7.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 154
1.8 DISCIPLINA: MATEMÁTICA...............................................................................................................155
1.8.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................155
1.8.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................156
1.8.3 CONTEÚDOS …......................................................................................................................... 157
1.8.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................160
1.8.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 163
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
1.8.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 166
1.9 DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS..........................................................167
1.9.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................167
1.9.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................168
1.9.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 169
1.9.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................175
1.9.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 175
1.9.6 REFERÊNCIAS...........................................................................................................................178
2. PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO.............................................................................179
2.1 DISCIPLINA: ARTE............................................................................................................................. 179
2.1.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..............................................................................................179
2.1.2 OBJETIVOS GERAIS................................................................................................................... 182
2.1.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 183
2.1.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA …........................................................................................... 185
2.1.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 187
2.1.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................194
2.2 DISCIPLINA: BIOLOGIA..................................................................................................................... 195
2.2.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................195
2.2.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................196
2.2.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 197
2.2.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................205
2.2.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................ 209
2.2.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 210
2.3 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA …................................................................................................. 211
2.3.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA …........................................................................................ 211
2.3.2 OBJETIVOS GERAIS …............................................................................................................. 216
2.3.3 CONTEÚDOS …........................................................................................................................ 218
2.3.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA ….......................................................................................... 225
2.3.5 AVALIAÇÃO …........................................................................................................................... 227
2.3.6 REFERÊNCIAS …...................................................................................................................... 231
2.4 DISCIPLINA: FILOSOFIA...................................................................................................................233
2.4.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................233
2.4.2 OBJETIVOS................................................................................................................................ 234
2.4.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................. 235
2.4.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA:..............................................................................................237
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
2.4.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................ 239
2.4.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 241
2.5 DISCIPLINA: FÍSICA..........................................................................................................................242
2.5.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................242
2.5.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................244
2.5.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................. 244
2.5.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................248
2.5.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 249
2.5.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 252
2.6 DISCIPLINA: GEOGRAFIA................................................................................................................253
2.6.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................253
2.6.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................254
2.6.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................. 256
2.6.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................260
2.6.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................ 262
2.6.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 263
2.7 DISCIPLINA: HISTÓRIA..................................................................................................................... 264
2.7.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................264
2.7.2 OBJETIVOS GERAIS …............................................................................................................. 266
2.7.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 266
2.7.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA................................................................................................269
2.7.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 270
2.7.6 REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 274
2.8 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................................................275
2.8.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................275
2.8.2 OBJETIVO................................................................................................................................... 276
2.8.3 CONTEÚDOS.............................................................................................................................. 276
2.8.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................279
2.8.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................. 281
2.8.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 285
2.9 DISCIPLINA: MATEMÁTICA...............................................................................................................286
2.9.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................................................286
2.9.2 OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................................288
2.9.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................. 289
2.9.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................291
2.9.5 AVALIAÇÃO................................................................................................................................ 293
2.9.6 REFERÊNCIAS........................................................................................................................... 295
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio
2.10 DISCIPLINA: QUÍMICA.....................................................................................................................296
2.10.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA...........................................................................................296
2.10.2 OBJETIVOS GERAIS: ..............................................................................................................296
2.10.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................ 297
2.10.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA..............................................................................................298
2.10.5 AVALIAÇÃO............................................................................................................................... 298
2.10.6 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................300
2.11 DISCIPLINA: SOCIOLOGIA …......................................................................................................... 301
2.11.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA …...................................................................................... 301
2.11.2 OBJETIVOS GERAIS .............................................................................................................. 307
2.11.3 CONTEÚDOS …...................................................................................................................... 308
2.11.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA...............................................................................................314
2.11.5 AVALIAÇÃO …........................................................................................................................... 315
2.11.6 REFERÊNCIAS..........................................................................................................................317
2.12 DISCIPLINA: LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS.........................................................318
2.12.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA............................................................................................318
2.12.2 OBJETIVOS GERAIS.................................................................................................................319
2.12.3 CONTEÚDOS............................................................................................................................ 320
2.12.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA..............................................................................................324
2.12.5 AVALIAÇÃO............................................................................................................................... 325
2.12.6 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................328
2.13 DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL ................................................. 329
2.13.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA …...................................................................................... 329
2.13.2 OBJETIVOS GERAIS …........................................................................................................... 331
2.13.3 CONTEÚDOS …....................................................................................................................... 331
2.13.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA …........................................................................................ 333
2.13.5 AVALIAÇÃO ….......................................................................................................................... 333
2.13.6 REFERÊNCIAS ….................................................................................................................... 336
REFERÊNCIAS ….................................................................................................................................. 329
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 8
1. APRESENTAÇÃO
O presente documento é o retrato do compromisso assumido pelo coletivo do Colégio Estadual
da Colônia Murici. Ele traz a essência do nosso pensamento, dos nossos anseios e também das nossas
dúvidas e preocupações.
O que apresentamos nesse documento é o fio condutor que nos permite questionar o caminho,
redirecionálo se preciso ou então comprovar que aquilo que estamos fazendo vem dando certo.
O ato situacional nos possibilitou olhar para quem somos e como somos, percebemos os
nossos alunos, nossa comunidade, nosso fazer pedagógico, nossas atribuições e acima de tudo como
pensamos. A partir daí pudemos estabelecer um conceito de educação que originou todas as outras
concepções, o que denominamos de marco conceitual.
O momento mais complexo foi pensarmos como colocar em prática aquilo que acreditamos: o
marco operacional. Cientes de que todas as nossas ações vêm marcadas por uma nítida intencionalidade,
carregada de propósitos, visualizar o projeto político pedagógico possibilita antecipar a sua realização e os
resultados que as nossas ações provocarão.
Esse documento serve como mola propulsora para que não caiamos no espontaneísmo,
correndo o risco de perdermos a especificidade da nossa ação educativa.
P E D A G O G O S
C O R P O D O C E N T E
B I B L I O T E C A
L A B O R A T Ó R I OQ u í m i c a , F í s i c a e B i o l o g i a
L A B O R A T Ó R I OD E I N F O R M Á T I C A
E Q U I P E P E D A G Ó G I C A
S E C R E T A R I A
M E C A N O G R A F I A
A U X I L I A R O P E R A C I O N A L
E Q U I P E A D M I N I S T R A T I V A
A P M F
G R Ê M I OE S T U D A N T I L
Ó R G Ã O S C O M P L E M E N T A R E S
D I R E Ç Ã O G E R A L
C O N S E L H O E S C O L A R
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 9
2. ORGANOGRAMA
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 10
3. IDENTIFICAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SEED – SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ
ENDEREÇO:
AVENIDA ÁGUA VERDE, N° 2.140
CEP: 80.240900
MUNICÍPIO: CURITIBA
FONE: (0XX41) 33401793
33401500
FUNDAÇÃO: 06 de janeiro de 1907 – ESCOLA PARTICULAR DA SAGRADA FAMÍLIA
DENOMINAÇÕES:
ATÉ 1956 ESCOLA ISOLADA SÃO JOSÉ E EDUCANDÁRIO SÃO JOSÉ
1.970 ESCOLA SÃO JOSÉ – ENSINO DE 1° GRAU
1.973 CASA ESCOLAR SÃO JOSÉ – ENSINO DE 1º GRAU
1.982 ESCOLA ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI – ENSINO DE 1º GRAU
2.000 COLÉGIO ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 11
NOME: Colégio Estadual da Colônia Murici. Ensino Fundamental e Médio.
ENDEREÇO: Rua João Lipinski, nº 71, CEP: 83.185970
BAIRRO: Colônia Murici
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PARANÁ
E – mail: [email protected]
FONE/FAX: (0XX41) 36351495
NÚMERO DE ALUNOS ATENDIDOS: 686
TURNO: Manhã e Tarde
APMF – CNPJ: 75.644.963/000127
NRE: CURITIBA – ÁREA METROPOLITANA SUL
DIRETORA: Ir. Inêz de Fátima Bacelar
RES.: N°235/06
ATO ADMINISTRATIVO DE APROVAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR: 224/08
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 12
RECONHECIMENTO:
ATOS
OFICIAIS
ENSINO
FUNDAMENTAL
AUTORIZAÇÃO DE
FUNCIONAMENTO
DO ESTABELECIMENTO
DECRETO Nº 3.735/82
DOE DE 25.02.1983
RECONHECIMENTO DO
ESTABELECIMENTO
RESOLUÇÃO Nº 2.607/88
DOE DE 19.08.1988
RECONHECIMENTO
DO CURSO
RESOLUÇÃO Nº
4209/07
DOE DE 08.10.2007
ATOS
OFICIAIS
ENSINO
MÉDIO
AUTORIZAÇÃO DE
FUNCIONAMENTO
DO ESTABELECIMENTO
DECRETO Nº 3.735/82
DOE DE 25.02.1983
RECONHECIMENTO DO
ESTABELECIMENTO
RESOLUÇÃO Nº 2.607/88
DOE DE 19.08.1988
RECONHECIMENTO
DO CURSO
RESOLUÇÃO Nº
2412/05
DOE DE 06/09/2005
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 13
3.1 QUADRO DOS PROFISSIONAIS E SUA FORMAÇÃO
DIREÇÃO
Ir. Inêz de Fátima Bacelar
Ensino Superior – Licenciatura em Pedagogia
PósGraduação – Especialização em Educação Infantil
Especialização em Ciências Religiosas
APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO
Salete Scarante Gaio Juliatto Secretária
Ensino Superior – Normal SuperiorElaine Cristina Suacki – Assistente Administrativo
Ensino Superior em curso – Administração (incompleto)Miriam Vargas Dombroski – Assistente Administrativo
Ensino Médio CompletoDaniela Maria Beger – Assistente Administrativo
Ensino Superior em curso – Pedagogia (incompleto)
EQUIPE PEDAGÓGICA
Angela Elisabete Ferreira Moreno
Ensino Superior – Licenciatura em Pedagogia
PósGraduação – Especialização MBA em Gestão de Pessoas
Especialização Lato Sensu em Educação Especial: DA, DF, DM, e DV
Célia Regina Sari Schulis
Ensino Superior – Licenciatura em Pedagogia
Clari Terezinha Kavilhuka
Ensino Superior – Licenciatura em Pedagogia
PósGraduação – Especialização em Gestão Escolar
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 14
EQUIPE DOCENTE
Regina Célia Zen Jachinski
Ensino Superior Licenciatura em Letras Português
PósGraduação – Especialização em Magistério de 1º e 2º GrausEliane Regina Ravaglio
Ensino Superior – Licenciatura em Música
PósGraduação – Especialização em Metodologia do Ensino da ArteLena Márcia Francheto Mickus
Ensino Superior – Licenciatura em Matemática
PósGraduação – Especialização para Professores de MatemáticaLóris Cróccoli
Ensino Superior – Licenciatura em Filosofia
PósGraduação – Especialização em PsicopedagogiaRosa Maria Pampuch Pilatto
Ensino Superior – Licenciatura em Matemática
PósGraduação – Especialização em Magistério da Educação BásicaTerezinha Sueli Beserra Pereira de Melo
Ensino Superior – Licenciatura em Letras Português/Inglês
PósGraduação – Especialização em Gestão EscolarLúcio Follador
Ensino Superior – Licenciatura em Educação Física
PósGraduação – Especialização em Fisiologia HumanaJoão Luis Pichorim
Ensino Superior – Licenciatura em Filosofia
Licenciatura em Teologia
PósGraduação – Especialização em Psicopedagogia Danieli Tomáz Milléo
Ensino Superior – Licenciatura em Ciências
PósGraduação – Especialização em Gestão e Planejamento AmbientalRoseli Teresinha Bortolan Grybosi
Ensino Superior – Licenciatura em História
PósGraduação – Especialização em Educação InfantilNeusa Zanicoski
Ensino Superior – Licenciatura em Letras e Língua Portuguesa
PósGraduação – Especialização em Comunicação Escrita e FaladaCaroline Guimarães dos Santos
Ensino Superior – Licenciatura em Matemática
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 15
Max Leopoldo Wentzel
Ensino Superior – Licenciatura em Biologia
PósGraduação – Especialização em Educação
Especialização em Zoologia MarinhaAna Maria Bonasoli Ottersbach
Ensino Superior – Licenciatura em Matemática
PósGraduação – Especialização em Metodologia do Ensino de Matemática
Luciana Rurato Fernandes
Ensino Superior – Licenciatura em Letras – Português/Inglês
Pós Graduação – Especialização em Educação Especial
Joelma Aparecida de Oliveira
Ensino Superior – Licenciatura em Letras – Português/Espanhol
Letícia Cristina Pires
Ensino Superior – Licenciatura em História
Luciane Palaro das Chagas
Ensino Superior – Licenciatura em História
Neusa Monteiro Viebrantz
Ensino Superior – Licenciatura em Letras – Português/Inglês
PósGraduação – Metodologia do Ensino de Língua Inglesa
Nilce Ferreira Charneski Bassa
Ensino Superior – Licenciatura em Letras – Português
PósGraduação – Especialização em Psicopedagogia
Nilza Machado
Ensino Superior – Licenciatura em Matemática
PósGraduação – Metodologia do Ensino de Matemática
Rosilane Pereira
Ensino Superior – Licenciatura em Letras – Português
PósGraduação – Especialização em Educação Especial: DA, DF, DM e DV
Saulo Henrique de Souza
Ensino Superior – Licenciatura em Geografia
William da Veiga
Ensino Superior – Licenciatura em Física
Cristiane Vodonis
Ensino Superior – Licenciatura em Ciências Biológicas
PósGraduação – Especialização em Gestão e Engenharia Ambiental
Especialização em Educação Especial
Tathiana Raphaela Cidral
Ensino Superior – Engenharia Química
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 16
Fernanda Mazetto BezerraEnsino Superior – Licenciatura em Educação Física
Generoso Fernando Ovidio dos SantosEnsino Superior – Licenciatura em Letras Português/Inglês
Jesuane de Lucas FreitasEnsino Superior – Licenciatura em Letras – Português/EspanholPósGraduação – Especialização na Modalidade “Formação para o Magistério Superior” em Linguística e EnsinoMestrado – Mestre em Linguística – Ramo de Linguística Geral e Portuguesa
Jandira FerreiraEnsino Superior – Licenciatura em Geografia
APOIO EM AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS
Cornélia Inêz Greboge Iachenski
Ensino MédioInês Mazza Beger
Ensino Fundamental Vera Lúcia Nogueira
Ensino Médio (incompleto)Maria Odete Alves Batista
Ensino Fundamental Sandra Maria Nogueira Grebogi
Ensino Médio (incompleto)
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 17
4. HISTÓRICO DO COLÉGIO
O Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio foi fundado pela
Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria, em 06 de janeiro de 1907, com a
finalidade de atender a comunidade no que se refere à Educação Cultural e Religiosa, sendo autorizado o
seu funcionamento em 1938. Em princípio, a Escola era particular, mas devido às condições financeiras
precárias para mantêla, optouse pelo convênio com a Secretaria de Educação e Cultura em 1956, regido
pela Lei n°4024.
Somente no ano de 1982, ficou oficialmente autorizada a funcionar de 5ª a 8ª série, com a
Resolução n° 3735 de 08/12/82, e Reconhecimento do Curso Resolução n° 2607 de 19/08/82, recebendo o
nome de Escola Estadual da Colônia Murici. O ensino de 1ª à 4ª série passou a ser da responsabilidade do
Município de São José dos Pinhais no ano de 1991, com a denominação Escola Municipal São José
Ensino de 1º Grau.
Com o crescimento e desenvolvimento da comunidade, houve a necessidade de implantar o
Ensino Médio na Colônia Murici. Em dezembro do ano de 1999, o curso foi autorizado, e então, a Escola
Municipal São José, que funcionava neste Estabelecimento de Ensino, passou a atender as séries iniciais
do Ensino Fundamental e a Educação Infantil na antiga Casa das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família,
cedendo espaço para as novas turmas do Ensino Médio. A Escola passou a denominarse Colégio Estadual
da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio, com a Resolução nº 3.060/2001 de 30/01/2002 que
reconheceu o Curso.
Atualmente, o Colégio Estadual da Colônia Murici está atendendo doze turmas do Ensino
Fundamental, seis turmas do Ensino Médio e uma turma de Apoio Pedagógico pela manhã.
O atendimento do Colégio Estadual da Colônia Murici abrange a Colônia Murici e as
localidades vizinhas: Malhada, Avencal, Gamelas, Capão Grosso, Antinha, Cupim, Rio Pequeno, Costeira,
Mergulhão, Papanduva da Serra, Catas Altas, Curralinho, Campestre, Cruz do Galo, Miringuava, Aciole, e
alguns alunos do Barro Preto, Quississana, Jardim São Francisco e São José dos Pinhais.
Os alunos, em sua maioria, são de descendência polonesa, e possuem um nível sócio
econômico médio. A escolaridade dos pais destes alunos é predominantemente o Ensino Fundamental
incompleto.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 18
4.1 FUNCIONAMENTO
O Colégio atua em dois turnos: manhã e tarde, oferecendo o Ensino Fundamental e Médio com
os respectivos horários:
MANHÃ 07:30 hrs. às 11:45 hrs.8ª séries do Ensino Fundamental, Ensino Médio e uma
turma de Apoio Pedagógico.
TARDE 13:00 hrs. às 17:10 hrs. 5ª a 7ª séries do Ensino Fundamental.
Atende atualmente 686 alunos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 19
5. ATO SITUACIONAL
5.1 A SOCIEDADE E A ESCOLA
A ideia da globalização da economia foi delineando um novo tipo de sociedade, marcada pela
competição desenfreada, pela detenção da riqueza nas mãos de uma minoria, pela violência gerada como
consequência da miséria e também pelo uso irracional do meio ambiente. Todos esses problemas
aprofundaram as desigualdades sociais, criaram uma crise moral e ética formando assim um panorama no
qual os seres humanos se debatem para compreender e sobreviver. Por outro lado, o mundo globalizado
tem nos ajudado a compreender melhor as diferenças existentes nas diferentes culturas e etnias do planeta.
Nesse contexto é que a escola assume um papel complexo, pois ao mesmo tempo em que
sofre as influências da sociedade, se torna um dos instrumentos de transformação dessa mesma
sociedade.
Ela questiona os valores existentes tanto quanto reproduz em sua prática esses mesmos
valores. Reproduz a sociedade quando traz em seu discurso uma preocupação exagerada com as
demandas materiais deixando em segundo plano os problemas da natureza humana, sua organização e
estrutura que estão todas voltadas para resultados que aumentam as desigualdades sociais, culturais e
econômicas. Seriação, reprovação, fragmentação dos conteúdos, tempo e espaço físico limitado, escola
particular versus escola pública, vestibular, etc, todas são palavras que contribuem para essa desigualdade.
Por outro lado às ideias do ensino gratuito e de qualidade, avaliação diagnóstica e progressão
continuada, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, organização diferenciada do ensino quanto ao
tempo e espaço, formação de cidadãos conscientes, inclusão, permitem que a escola assuma sua
identidade como instrumento transformador da sociedade.
5.2 O COLÉGIO ESTADUAL DA COLÔNIA MURICI COMO PARTE INTEGRANTE DA SOCIEDADE
(CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE)
O colégio como escola pública, assume o seu papel atendendo uma comunidade bastante
peculiar, localizada numa região rural, com uma cultura influenciada pelas raízes do povo polonês e pelo
sentimento religioso bastante acentuado, que se solidifica na gestão das Irmãs da Sagrada Família.
Isso se explica porque a maioria das famílias existentes é de descendência polonesa, tem
como profissão a agricultura, são em grande parte formadas no modelo tradicional: pai, mãe e filhos,
possuem pequenas propriedades. Há ainda um pequeno número (10%) que não estão dentro desses
padrões e são formadas, ora pela mãe e filhos, ora pelo pai e filhos ou avós. A escolaridade dos pais dos
alunos não ultrapassa o ensino fundamental incompleto e uma pequena parcela possui curso superior (7%).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 20
A profissão predominante é a agricultura, com renda mensal de três salários mínimos aproximadamente,
sendo que vivem do plantio de hortifrutigranjeiros. Alguns são técnicos e operários em indústrias e
pequenas empresas, uma parcela mínima tem profissões ligadas ao trabalho intelectual.
Os pais depositam na escola a confiança de que nesse espaço seus filhos receberão a
educação que necessitam (40%) e poderão ter sucesso em suas vidas (40%). Outros ainda acreditam na
escola como acesso para o trabalho (7%). A participação dos pais é boa, acolhendo as ações do colégio,
seus eventos e as necessidades da comunidade. Contribuem nos órgãos representativos como a APMF e
Conselho de Escola.
Atualmente, além de atendermos a comunidade local, famílias de outras localidades buscam
esta escola para seus filhos, na expectativa de que aqui o ambiente seja mais saudável, haja diferença na
qualidade da organização e do ensino.
Os jovens e adolescentes variam a idade de onze a dezoito anos; geralmente auxiliam os pais
na lavoura ou na manutenção das suas casas que, em grande parte, constituemse em chácaras. A rotina é
sempre muito estafante, o que acaba resultando em pouco tempo dedicado ao estudo, mesmo àqueles que
não trabalham na lavoura, possuem uma carga horária de trabalho pesada, chegando muito tarde em suas
casas e somente uma pequena parcela tem o tempo livre para estudo.
O lazer é restrito às festas promovidas pela igreja, pela escola e àqueles que acontecem nos
finais de semana na praça local. O acesso à chamada cultura erudita é muito restrito. Percebese que a
maior influência é da cultura de massa, limitada aos padrões das propagandas e à ideologia capitalista.
Resultante dessa realidade, nossos jovens e adolescentes, entram em choque com os valores
que recebem dos familiares e da escola, com aqueles valores presentes nos meios de comunicação,
acabando por reproduzir comportamentos voltados para o consumismo, para o pragmatismo da atualidade,
a competição e, principalmente carregados de uma falta de perspectiva em relação às suas próprias vidas e
a continuação dos seus estudos.
Acreditamos que se encontra aí um dos principais desafios do Colégio da Colônia Murici,
atrairmos os alunos para a construção de um conhecimento que servirá como um instrumento transformador
das suas próprias vidas e para a formação de uma sociedade mais justa. Para isso, é preciso que o aluno
encontre significado naquilo que aprende, perceba a importância do aprender, do conhecer, encontrando
sentido não apenas pelo conteúdo pedagógico que a escola passa, mas por aprendizados que não estão
escritos até o momento no currículo formal e que vêm sendo vividos pelos jovens e adolescentes.
5.3 O COLÉGIO E O SEU FAZER PEDAGÓGICO
Possuímos uma organização estabelecida em séries, a qual contempla um sistema de
avaliação baseado em notas e em tempos rígidos, como é o caso das chamadas horasaula, dos
fechamentos do trimestre, dando a ideia de terminalidade.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 21
Empreendemos todos os esforços, visando gerar oportunidades sistemáticas para que nossos
alunos sejam bem sucedidos ao final de cada ano letivo. A aprendizagem escolar, no entanto, requer
condições específicas: isto significa que todos os alunos podem aprender, mas não em condições iguais.
Analisando os dados estatísticos dos anos anteriores desta escola, constatamos que a
reprovação vem acontecendo em torno de 6% no Ensino Fundamental e mais 7% são promovidos somente
com os prérequisitos mínimos da série. Quanto ao Ensino Médio, a reprovação fica em média em torno de
5% no seu total de alunos matriculados.
Como responsáveis pela condição de aprendizagem em sala de aula, nós, os professores,
devemos estar atentos à importância da interação, assim como aos fatores que influenciam na
aprendizagem e na capacidade de render: a motivação, o significado e a vivência do que está sendo
aprendido, a promoção da autoestima do aluno e o retorno sobre o seu desempenho. Nossa perspectiva em
relação ao nosso trabalho educacional nesta Escola precisa progredir cada vez mais com situações que
problematizam o conhecimento, levando mais educandos a adquirirem o sucesso ao final de cada ano
letivo.
O atual projeto pedagógico embora almeje uma escola menos fragmentada, ainda retrata essa
organização, principalmente na divisão dos conteúdos por série, por disciplina e pela própria estrutura das
escolas públicas estaduais.
O processo de avaliação tem ocorrido ao longo do trimestre, e é expresso em notas.
Uma situação sobre a qual temos refletido e tentado organizar de várias formas é a questão da
recuperação paralela, pois sua efetivação tornase complicada devido à organização por horaaula, ao
número elevado de alunos, entre outros. Na recuperação, temos procurado proporcionar a revisão sobre os
conteúdos estudados toda vez que se perceber uma não aprendizagem.
A equipe que faz parte desta Escola tem uma preocupação em diminuir a distância que há
entre o discurso e a prática docente.
Entendemos como avanço a constatação e a conscientização da necessidade de amenizar
estes conflitos.
O importante é que todos comunguem e insistam que ensinar não é apenas transferir
conhecimento, mas que é preciso constantemente ser testemunhado, vivido, para que os alunos
compreendam que este conhecimento faz parte de sua construção de cidadania.
Um momento dedicado à avaliação é o PréConselho de Classe Participativo e o Conselho de
Classe, onde sempre nos organizamos previamente com uma ficha levantando os aspectos da
aprendizagem dos alunos, bem como o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Esta ficha
servirá como roteiro para reunião e consequente análise.
A distribuição das turmas está estabelecida da seguinte forma: o Ensino Fundamental, com três
turmas pela manhã (8ª séries) e nove turmas de quinta a sétima série funcionando à tarde; seis turmas no
turno da manhã de Ensino Médio.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 22
Quanto à horaatividade do professor, tentamos agrupála por disciplinas afins, contudo isso
ainda não foi possível, tendo em vista que a escola tem um porte pequeno e os professores acabam sendo
os mesmos no Ensino Médio e no Ensino Fundamental. O tempo ocupado nesse horário está sendo
dedicado em grande parte para a elaboração do planejamento, das correções das avaliações e pré
conselhos, pois esse trabalho é exaustivo, envolve muito tempo e vem carregado de burocracia
(preenchimento das chamadas, totalização das médias, etc.), sobrando pouco tempo destinado à formação
continuada propriamente dita, o que é nossa preocupação.
5.4 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO
Aqui a procura por vagas é muito grande, porém temos dificuldade de conseguir licença para a
construção de novas salas de aula – hoje existem dez salas, sendo uma delas o laboratório de Ciências,
Física, Química e Biologia tendo em vista que o terreno e a estrutura física pertencem à Arquidiocese de
Curitiba e atende a demanda local.
Para atender ao maior número de alunos possíveis, também de outras localidades, as salas de
aula são ocupadas por muitas carteiras.
As carteiras são utilizadas pelos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,
consideradas pelos alunos maiores como inadequadas para o seu tamanho.
Os banheiros dos alunos foram reformados, e atualmente correspondem às necessidades da
comunidade escolar.
O laboratório de Química, Física e Biologia é bem utilizado, por haver pessoal preparado para
esta função.
Com a vinda do Laboratório de Informática foi suprimida a Biblioteca, que hoje funciona em
uma sala menor, dificultando os trabalhos de pesquisa.
O Colégio é considerado de pequeno porte, com um total de 686 alunos, distribuídos em 18
turmas que compreendem o Ensino Fundamental e Médio, com aproximadamente 40 alunos em cada uma,
divididas em dois turnos: manhã e tarde, e uma turma de Apoio Pedagógico com 15 alunos, e quando esses
alunos superam as dificuldades de aprendizagem são substituídos por outros que precisam do apoio. O
espaço físico utilizado para essas aulas é da Paróquia, e está localizado ao lado da escola.
As aulas têm duração de 50 minutos, com recreio de 15 minutos. O tempo de recreio não
agrada professores e alunos, que reclamam ser muito pouco para o lanche e outras pequenas atividades
pertinentes ao momento.
Antes do início das aulas pela manhã e à tarde, quando a campainha soa pela segunda vez, os
alunos organizamse em filas, por série, na área coberta chamada pavilhão, para fazerem a oração e
ouvirem uma pequena mensagem. Em seguida, as turmas deslocamse para as salas de aula em silêncio, e
logo o professor assume a sua tarefa do dia. Passados 50 minutos, é tocada a campainha, e os professores
que não tiverem aulas geminadas mudam de turma e logo fecham a porta, para evitar que os alunos não
fiquem muito tempo dispersos. O mesmo procedimento ocorre para as aulas seguintes.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 23
Na organização do horário, procurase atender, dentro do possível, o pedido dos professores
que querem aulas geminadas. A horaatividade de cada professor é contemplada, de acordo com a
possibilidade de estar completo o horário de cada turma. Ainda precisamos reunir com mais frequência os
professores por disciplina ou área, para facilitar as reuniões pedagógicas. Elas acontecem, muitas vezes,
pelo esforço individual do professor que se encontra com seus pares nos Conselhos de Classe, ou dias
dedicados à formação continuada.
As aulas são distribuídas entre os professores, observandose as séries de atuação com mais
afinidade, domínio de conteúdo e disponibilidade de cada um.
As reuniões Pedagógicas e Conselhos de Classe são previstos em calendários, efetivandose
no decorrer do ano letivo ou sempre que necessário.
O trabalho coletivo no cotidiano da Escola é a unidade de interrelações da qual fazem parte:
direção, alunos, professores, funcionários, equipe pedagógica, administração, pais ou responsáveis.
É no diaadia do trabalho coletivo que os projetos se concretizam, transformando as relações
em ações de colaboração e companheirismo, na formação do indivíduo.
No Colégio Estadual da Colônia Murici, durante a semana pedagógica, procurase iniciar o
processo de construção da unidade escolar. O primeiro encontro reúne todos os profissionais num mesmo
horário, para que se conheçam, tomando ciência da filosofia da Escola, nas normas vigentes e do perfil do
professor e funcionamento desta Instituição de Ensino.
Na segunda etapa, professores reúnemse por área para o planejamento anual, do trimestre, e
as ações realizadas no primeiro dia de aula (acolhimento e dinâmica para os alunos). Após esta etapa, os
professores informam aos alunos os conteúdos a serem trabalhados, as formas de avaliação e os critérios
estabelecidos para o bom andamento dos trabalhos.
No decorrer do ano letivo, acontecem projetos nas diversas disciplinas, envolvendo os
componentes do Colégio, e a comunidade externa.
Num período de três dias durante o ano letivo, por fase, realizamos também a Semana
Desportiva Cultural (jogos e oficinas), com objetivo de integrar e despertar o gosto pelas atividades físicas, e
assim descobrir novos talentos dentro do esporte e nas outras áreas do conhecimento. São apresentadas
diversas modalidades esportivas, onde o aluno faz sua inscrição na qual mais gosta ou na oficina que tem
mais curiosidade. Esta é uma oportunidade que o Colégio oferece aos alunos, com a finalidade de tornálos
mais cidadãos e participativos.
A APMF e o Grêmio participam da Avaliação Institucional do Colégio e nas festividades,
coordenando ações desenvolvidas, com aprovação do Conselho Escolar, o qual vem dando apoio a todas
as necessidades da Instituição.
Os professores também podem contar com o trabalho da Biblioteca, a qual possui um bom
acervo bibliográfico e serve de apoio para as pesquisas dos alunos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 24
Durante o ano, várias atividades como: reuniões, festas, almoços, projetos, atividades culturais,
são promovidas para integrar a família junto à Escola. Os pais são constantemente consultados para opinar
e avaliar as decisões da Escola, como: uso do uniforme, passeios, formatura, aspectos positivos e negativos
do Estabelecimento. Também são convidados a participarem de palestras educativas, gincanas e feira
científica, promovidas pelo Colégio. O mesmo ocorre com professores, funcionários e alunos.
5.5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Entendemos a educação inclusiva numa instituição escolar dinâmica voltada para a prática de
cidadania que valorize e respeite as diferenças dos alunos dentro do seu processo individual de conhecer,
aprender, reconhecer e construir a sua própria cultura.
O Projeto Político Pedagógico deste Colégio está aberto à proposta da declaração Mundial em
Salamanca, 1994, sobre as necessidades educacionais especiais: acesso e qualidade para todos,
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, etc.
A educação de qualidade para todos deve levar em conta, além das diferenças individuais
sempre presentes e a atenção, a diversidade, como também a construção e ampliação de valores, atitudes,
conhecimentos, determinados métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para
atender as necessidades, conforme prevê o capítulo V da LDB.
Assim, teoricamente amparados e legalmente convidados a repensar a prática pedagógica,
teremos como eixos a ética, a justiça e os direitos humanos, como tripé que sempre sustentou o nosso
pensamento, mas nunca teve tanto peso e implicação como nos dias atuais.
Precisamos superar os males da contemporaneidade pela ultrapassagem de barreiras: físicas,
psicológicas, espaciais, temporais, culturais e acima de tudo, garantir o acesso irrestrito de “Todos”, aos
bens e às riquezas de toda sorte, entre eles o conhecimento.
Nesta caminhada educativa, nossos alunos são ensinados a respeitar as diferenças, pela
convivência entre eles, pelo exemplo dos profissionais que aqui trabalham, pelo ensino ministrado nas salas
de aula, pelo clima sócioafetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar.
Consequentemente, a escola não exclui nenhum aluno de suas classes, de seus programas, de suas aulas
e do convívio escolar mais amplo. Um aspecto importante, diz respeito à necessidade de flexibilização do
currículo e estratégias diferenciadas de atendimento ao aluno com necessidades especiais.
Na inclusão propriamente dita, entendemos também que a escola, enquanto instituição, não
pode ficar desamparada pelos órgãos constituídos socialmente para gerenciála, fazendose necessário que
os profissionais atuantes, assumam em caráter e prioridade as providências inerentes à inclusão, ou seja, a
montagem de programas onde especialistas, desde o professor, intérprete, assistentes sociais, terapeutas e
fisioterapeutas, pedagogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, pediatras e neuropediatras
sejam direcionados para a questão, visando a qualidade do atendimento e com sucesso.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 25
Como afirma o documento da SEED sobre a política de inclusão.
A garantia da escola pública para todos significa dar acesso àqueles que ela se reportam.
Apenas a matrícula não garante a permanência do aluno na escola. A cultura escolar deverá permitir aos
educandos um transcurso contínuo e progressivo no Estabelecimento de Ensino, com apresentação de
resultados positivos de aprendizagem.
As dificuldades imprimem um ritmo; mas não impedem o desenvolvimento; colocam barreiras,
mas não fecham os caminhos. Temos que ser sensíveis para incluir de forma singular cada sujeito,
promover situações de aprendizagem e estarmos capacitados para trabalhar com as diferenças, com a
diversidade em sala de aula (LDB).
A diversidade em sala de aula nos faz reportar às culturas que historicamente não têm sido
respeitadas como é o caso da cultura afrobrasileira, da cultura indígena e da cultura do campo.
O Brasil tem em sua identidade a riqueza da diversidade étnica cultural. É composta por
imigrantes, índios, afrodescendentes, sertanejos, etc. No entanto, desde sua colonização até hoje têm
existido preconceitos e exclusão social, o que deixa muitos brasileiros à margem, sem direito à vivência
plena de sua cidadania.
Por isso, constatamos a necessidade de implementação de políticas de reconhecimento e
valorização das diversas culturas que hoje permeiam a nossa sociedade. E também sob esta ótica, o nosso
Colégio proporciona o ingresso e a permanência com qualidade de todos os alunos independentes da sua
condição étnicoracial, crença ou posição política, garantindolhes uma educação que valorize, reconheça e
promova o sucesso de todos. Lutamos pela superação do racismo, especialmente dos negros, por ser a
nossa comunidade escolar formada na sua maioria por descendentes Poloneses e Italianos e discretamente
apresentam preconceitos para com os colegas afrodescendentes. Mas acreditamos que a luta pela
superação do racismo e da discriminação racial é tarefa de todo e qualquer educador, e levamos a sério
esta questão como Instituição Educativa inserida nesta comunidade. Ainda não podemos perder de vista a
valorização da cultura dos nossos próprios alunos, pois a maioria sendo filhos de agricultores, às vezes
rejeita as suas origens ou se envergonham dos seus costumes.
Diante deste contexto, garantimos atenção especial aos afrodescendentes, aos índios, e à
própria valorização da cultura do campo, dentro de toda as disciplinas, desenvolvemos trabalhos com a
valorização da identidade, cultura e história desses brasileiros.
Hoje também, temos alguns alunos que são considerados especiais. Fazemos adequação
curricular constantemente e tem dado avanços nos resultados. Fazemos referência também a vários casos
de alunos de condições limítrofes na aprendizagem, os quais são atendidos de maneira diferenciada,
através de apoio pedagógico no contraturno e acompanhamento em Clínicas especializadas. Os resultados
são satisfatórios, dentro das possibilidades de cada caso e conforme as especificidades de cada aluno.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 26
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 capítulo V, art, 58, 59 e 60, atendemos
os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, nos Ensino Fundamental e Médio.
Porém, ainda não temos nenhuma adaptação na rede física em termos de rampas, banheiros
especiais e materiais pedagógicos adequados a estes alunos.
Contudo, a nossa maior dificuldade diz respeito à necessidade de formação pedagógica
especializada para atender os alunos com necessidades especiais, pois sabemos historicamente que os
cursos de graduação não tinham na grade curricular este módulo. Outro aspecto bastante importante diz
respeito ao excessivo número de alunos por turma, o qual acaba impedindo que dispensemos um
atendimento de qualidade a esses alunos.
5.6 PROFISSIONAIS E ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS
Atualmente, contamos como órgão máximo de gestão o Conselho Escolar, o qual trabalha em
conjunto com a APMF, Associação de Pais, Mestres e Funcionários e há também constituído o Grêmio
Estudantil. A gestão da escola conta ainda como parte integrante a equipe pedagógica.
Os órgãos e segmentos representativos atuam cada um deles dentro da sua especificidade,
num processo dialético muitas vezes complexo, levandose em conta que cada um traz consigo antes de um
projeto comum, os seus projetos pessoais, o que dificulta o entrecruzamento desses mesmos projetos, mas
que por outro lado enriquece, pois gera no coletivo a necessidade da construção de um projeto comum.
A forma de gestão, normas e funções de cada um dos envolvidos estão descritas no regimento
escolar e serão explicitadas neste documento.
5.7 A FORMAÇÃO INICIAL E O VÍNCULO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS
Contamos com quarenta e um profissionais, dentre eles, trinta e dois são professores, dos
quais quatorze possuem contrato temporário pelo PSS, Programa Simplificado, e dezoito pertencem ao
quadro próprio do magistério estadual. Do quadro próprio efetivo dos funcionários, Agente Educacional II,
temos apenas um, três são do contrato temporário pelo PSS, e cinco funcionários Agente Educacional I,
sendo um do quadro efetivo e quatro do contrato temporário PSS.
A maioria dos profissionais tem permanecido em nosso Colégio em uma média de pelo menos
seis anos, o que consideramos importante para o fortalecimento do trabalho. Algum tempo atrás, havia o
problema da rotatividade, especialmente dos professores, devido às distâncias em relação ao centro da
cidade.
Quanto à formação inicial, todos os professores têm curso superior completo, e dentre estes,
vinte e um possuem cursos de pósgraduação. Na área pedagógica, duas profissionais possuem pós
graduação. Quanto à equipe de Agente Educacional II, a secretária possui curso superior e está cursando
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 27
Profuncionário, enquanto que as outras duas auxiliares ainda estão em curso. Os Agentes Educacionais I,
possuem o Ensino Fundamental completo, e alguns já concluíram o Ensino Médio.
5.8 A ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL
O Colégio Estadual da Colônia Murici compõese de três pavilhões com algumas árvores
próximas e manilhas ajardinadas com flores, o que confere uma singular beleza.
Atualmente, o Colégio conta com dez salas de aula, uma está sendo utilizada para o
laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia. Conta também com uma sala dos professores destinada
a horaatividade, equipada com livros, revistas, armários individuais, escaninhos para os livros de chamada.
Possui também mural dos aniversariantes, quadro de avisos e uma mesa utilizada para lanche dos
professores. Há seis salas pequenas que abrigam a Equipe Pedagógica, Secretaria, Direção,
Almoxarifado, Depósito da Merenda Escolar, Cozinha; quatro banheiros para uso dos alunos, sendo dois
femininos e dois masculinos, e também dois para uso dos professores.
Na cozinha, estão um freezer onde são guardados os alimentos perecíveis; um liquidificador
semiindustrial, uma batedeira industrial, um fogão industrial, uma mesa, armários e utensílios de cozinha; e
na cantina uma geladeira pequena.
Tem uma Biblioteca com mais ou menos cinco mil, oitocentos e oitenta livros e nove
enciclopédias; e no mesmo espaço físico um Laboratório de Informática que possui cinco computadores
“Paraná Digital” com 20 monitores que estão a serviço da documentação e digitação de provas para os
alunos, preparação das atividades pedagógicas dos professores e acesso aos alunos para pesquisas e
outros. Têm também dois aparelhos de televisão e nove TVspendrive, um vídeo cassete, três
retroprojetores, dois mimeógrafos a álcool (obsoleto), três aparelhos de DVDs e quatro aparelhos de som
para CDs, duas caixas acústicas, uma copiadora Risograph, e uma copiadora Laser “brother”; circuito
interno com seis câmeras e alarme; duas impressoras jato de tinta e três impressoras a laser; dez
ventiladores de parede e três de teto.
Possui uma quadra coberta de esportes para vôlei e basquete, e uma quadra de areia para
futebol.
Existe um espaço grande ao ar livre – 4.800 m2.
Destes recursos, podese dizer que ainda há falta de espaço físico disponível para o melhor
funcionamento do Colégio. Quanto aos recursos didáticos, são em bom número, com dificuldades quanto à
manutenção dos mesmos.
Salientase ainda, que muitos dos materiais são adquiridos através de promoções da APMF
deste Estabelecimento; e outros com verbas recebidas do Estado.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 28
5.9 O FUNCIONAMENTO DO CONSELHO DE ESCOLA E DA APMF
Na Escola, geralmente, esses dois órgãos funcionam em conjunto. As reuniões são feitas
trimestralmente. No início do ano, é feito o plano de ação da diretoria e um planejamento das ações que
serão realizadas durante o ano, na escola. Os pais contribuem em todas as promoções, e acompanham o
desenvolvimento das atividades por meio das reuniões. Há sempre um apoio muito grande quanto ao
direcionamento da Escola, no entanto, pouco interferem nas questões relacionadas aos aspectos
pedagógicos, talvez porque a maioria dos membros da comunidade ainda não tem incorporada essa prática
de participação.
5.10 O GRÊMIO ESTUDANTIL
O grêmio tem procurado participar mais ativamente, organizando gincanas, aulas de teatro,
auxiliando em outras atividades que a própria Escola promove. Buscam também participar dos encontros
com outros grêmios, a fim de se inteirar da atuação desses grupos.
5.11 A ESCOLA E A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
A Escola mantém um relacionamento privilegiado com a comunidade. Expõe suas ações com
transparência, seriedade, e acima de tudo, com integridade.
Em resposta, os pais, em sua maioria, participam e colaboram quando solicitados.
Procurase trazer a família para reuniões, e quando necessário, os pais são chamados
individualmente na Escola, ou são feitas visitas domiciliares.
Há uma boa sintonia em relação a atividades extraclasses, como festas, gincanas, feiras ou
outros eventos promovidos na Escola. No entanto, sentese a necessidade de continuar a conscientização
da família em relação à valorização do estudo e sua participação na vida escolar dos seus filhos.
5.12 FUNÇÃO DO COLEGIADO
Para que haja uma gestão democrática na escola é fundamental a existência de espaços
propícios para que novas relações sociais entre os diversos segmentos escolares possam acontecer. Para
Bobbio (2000), “quando se quer saber se houve um desenvolvimento da democracia num determinado país,
o certo é procurar saber se aumentou não o número dos que têm direito de participar das decisões que lhes
dizem respeito, mas os espaços nos quais podem exercer esse direito”. Assim, o Conselho Escolar constitui
um desses espaços, juntamente com o Conselho de Classe, o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais e
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 29
Mestres, entre tantos outros possíveis. Assim, a gestão deixa de ser o exercício de uma só pessoa e passa
a ser uma gestão colegiada, na qual os segmentos escolares e a comunidade local se congregam para,
juntos, construírem uma educação de qualidade e socialmente relevante.
5.13 GESTÃO ESCOLAR E ÓRGÃOS DE APOIO
A Direção é exercida por uma religiosa, por ser uma Entidade Confessional, conduzida pela
Congregação das Irmãs da Sagrada Família. São empreendidos esforços e procurase dar sempre
prioridade ao aspecto pedagógico, realizando ações para que o espaço escolar se organize de forma que as
atividades possam fluir com qualidade: acompanhamento das aulas, das reuniões, da elaboração do projeto
pedagógico, organização das entradas e saídas dos alunos, atendimento à comunidade, zelo pelos
horários, frequência dos professores e funcionários, organização da limpeza e provisão de materiais.
A equipe pedagógica é composta por duas profissionais, que atuam nos dois períodos (manhã
e tarde).
Dentre as ações mais frequentes que são realizadas, está principalmente o acompanhamento
do processo de ensino e aprendizagem, intervindo junto aos professores e alunos. Os horários destinados à
horaatividade do professor também são acompanhados, onde se costumam fazer orientações quanto ao
planejamento, atividades extras e sugestões de encaminhamento. Outra atividade da equipe pedagógica é o
atendimento direcionado aos pais ou responsáveis, e aos alunos, quando estes procuram o setor
pedagógico, ou quando são necessariamente chamados a comparecer no Estabelecimento.
A organização de reuniões, de PréConselhos, Conselhos de Classe, do cronograma de
atividades anuais e a elaboração do Projeto Pedagógico também fazem parte das ações da equipe
pedagógica.
Os professores têm a tarefa principal da docência, e consequentemente realizam tarefas como
o planejamento anual por disciplina e o planejamento trimestral, além das atividades diárias. Também são
funções da equipe docente as participações nos Conselhos de Classe, nas reuniões pedagógicas e na
construção do Projeto Político Pedagógico.
A principal tarefa dos profissionais administrativos é o serviço de organização da
documentação escolar e o auxílio nas atividades referentes às matrículas dos alunos.
Dentro deste quadro também estão as funcionárias que organizam a biblioteca e realizam o seu
atendimento.
As auxiliares operacionais são divididas em duas funções principais: a limpeza do ambiente
escolar e a merenda dos alunos, todas auxiliam na orientação e disciplina dos alunos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 30
5.14 FORMAÇÃO CONTINUADA
Em nosso Colégio, a formação continuada se efetiva no decorrer do ano letivo, nos espaços de
Reunião Pedagógica, Conselho de Classe, aos sábados quando necessário, e diariamente durante a hora
atividade, por meio de leituras de livros do acervo bibliográfico dos professores, dos textos selecionados
pela coordenação pedagógica a partir das problematizações dos professores, trocas de experiências e
vídeos. Quando há oportunidade, participam também dos Congressos e Seminários ofertados pela SEED e
empresas específicas desses eventos educacionais.
Para pensar em uma educação que promova o ser humano, é preciso pensar numa prática
pedagógica coerente com essa concepção de educação, por isso é preciso repensar a proposta
pedagógica, o aspecto da formação continuada dos profissionais que atuam na Escola, devendo ser
adequada ao momento histórico que estamos vivenciando. A competência dos profissionais da Educação é
uma das condições principais da qualidade educativa. A formação dos professores vem se constituindo uma
tarefa urgente, e não se pode pensar em adquirir uma certa formação em determinado momento, pois
percebemos que o mundo produz a cada instante uma infinidade de novas informações e desafios, que
exigem uma permanente atualização de todos os envolvidos nesse processo. Sua implementação deve
partir do pressuposto de que todo o educador precisa ser um pesquisador de sua prática pedagógica
imediata, e ir até as raízes do conhecimento, construindo uma fundamentação teórica de qualidade.
Por isso, entendemos que a formação continuada deve acontecer sempre a partir das
necessidades encontradas pelos profissionais, levantando as problematizações que suscitam reflexão, num
movimento dialético entre teoria e prática.
5.15 LEIS E NORMAS QUE REGULAMENTAM O NOSSO COLÉGIO
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96;
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio;
Diretrizes Curriculares Estaduais para o Ensino Fundamental e Médio;
Deliberação Estadual nº14/99 CEE;
Deliberação Estadual nº 16/99 CEE;
Deliberação Estadual nº 04/99 CEE;
Deliberação Estadual nº 02/96 CEE;
Deliberação Estadual nº 09/01 CEE;
Deliberação Estadual nº 12/01 CEE;
Deliberação Estadual nº 02/03 CEE;
Deliberação Estadual nº 07/99 CEE;
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Lei nº 10.050/92 – Fundo Rotativo;
Estatuto do Magistério do Paraná;
Regimento Escolar;
Regimento Interno do Colégio Estadual da Colônia Murici.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 32
6. ATO CONCEITUAL
6.1 FILOSOFIA DA NOSSA ESCOLA
Nossa filosofia consiste em promover o desenvolvimento do senso crítico, que implica o
processo de superação permanente das concepções ingênuas, superficiais e contraditórias do senso
comum. Ela busca extrair o núcleo válido, ou seja, o bom senso do senso comum, e trabalha para darlhe
expressão elaborada, com vistas à formação de uma concepção de mundo adequada aos interesses
populares. Assim, ela está fundamentada no materialismo histórico dialético.
O Colégio Estadual da Colônia Murici, dirigido pelas Irmãs Franciscanas da Sagrada Família
de Maria, fundamenta seus princípios educacionais nos valores:
• Educar para a humanização e a personalização, assumindo sua realidade, vivendo
dignamente sua identidade pessoal.
• Educar para a justiça, permitindo que em nosso Colégio se desenvolva a consciência
crítica própria da verdadeira educação, procurando resgatar permanentemente os
princípios culturais e normas de integração social que possibilitem a criação de uma nova
sociedade participativa e solidária.
• Educar para o serviço, abrindo espaços para que o educando seja sujeito do seu próprio
desenvolvimento e coloquese a serviço da comunidade exercendo a cidadania.
• Educar para a verdadeira liberdade, tendo por base os princípios da educação libertadora
que contribuem para o desenvolvimento integral do homem.
• Educar para o Ecumenismo, respeitando as mais diversas crenças religiosas.
Para que isso se concretize, nosso Colégio deve adaptarse a novas tecnologias e primar pela
eficiência do ensino científico e cultural. Pelo desenvolvimento do senso crítico, valores humanos, cívicos,
éticos, políticos, sociais e morais.
6.2 CONCEPÇÕES QUE NORTEIAM NOSSO TRABALHO
Vivemos numa sociedade que se concretiza pela mobilidade, inovações constantes, pluralismo
de valores, crenças, desigualdades e abalo das instituições tradicionais.
A desigualdade entre os homens determina, não apenas, as condições materiais da vida e de
trabalho das pessoas, mas também a diferenciação no acesso à cultura, à educação.
Se quisermos ter uma orientação e parâmetros seguros para a educação, devemos voltar
nossa atenção às nossas origens: a PESSOA HUMANA.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 33
Para superação desta realidade contraditória, precisamos pensar numa escola onde a
educação seja vista como promotora da dignidade da pessoa humana e do seu desenvolvimento integral.
Não se pode conceber o processo educacional como algo isolado da história da sociedade.
Buscamos uma sociedade fundamentada na dignidade da pessoa humana e que tem como meta a
comunhão social; tendo como caminho o processo de libertação: reconhecendo e acolhendo o fraco, o
pequeno, o excluído como sujeito do seu processo histórico, do seu próprio desenvolvimento e do
desenvolvimento social, e portanto, queremos uma sociedade economicamente justa, socialmente equitativa
e solidária, politicamente democrática, culturalmente plural e religiosamente ecumênica.
Sendo assim, a fundamentação da nossa proposta está na Pedagogia Progressista, onde a
escola é condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas contraditoriamente existe nela um
espaço que aponta a possibilidade de transformação social.
A educação possibilita a compreensão da realidade históricosocial e explicita o papel do
sujeito construtor/transformador dessa mesma realidade.
É na teoria crítica, a qual sustenta a finalidade sóciopolítica da educação, que buscamos
através da tendência HistóricoCrítica sustentar nosso trabalho.
Esta teoria tem seu marco teórico datado em 1979 aqui no Brasil, e sua prática pedagógica
apresenta uma interação entre conteúdo e realidade concreta, visando a transformação da sociedade (ação
– compreensão – ação). É dado o enfoque no conteúdo como produção históricosocial de todos os
homens, superando as visões nãocríticas e crítico reprodutivistas da educação.
A escola é vista como socializadora dos conhecimentos e saberes universais, onde a ação
educativa pressupõe uma articulação entre o ato político e o ato pedagógico, ocorrendo uma grande
interação entre professor, aluno, conhecimento e contexto históricosocial. É um lugar de conflitos e
contradições que pode ser utilizado pelas forças progressistas em prol das transformações sociais. A luta
pedagógica é um processo da luta social global. Em termos específicos, a educação escolar tem como
função a promoção da transmissãocompreensão de conteúdos extraídos do saber científico e o
desenvolvimento do senso crítico do aluno, questionando os conteúdos ideológicos.
Através de Demerval Saviani, Jamil Cury, Gaudêncio Frigotto, Luiz Carlos de Freitas, Acácia
Zenaida Kauenzer, José Carlos Libâneo, Marx, Gramsci, G. Snyders, M.Manacorda, Makarenko,
Suchodolski, Vigotski, Lúria, Leontiev, Wallon e outros representantes teóricos desta tendência, realizamos
constantes leituras e discussões para argumentar nosso trabalho.
Portanto, nossa filosofia está baseada no Materialismo HistóricoDialético, o qual tem por
princípios:
• Tudo se relaciona: a realidade é concebida como um sistema extraordinariamente
complexo e interligado, onde tudo o que existe está relacionado com o todo.
• Tudo se transforma: a realidade é concebida como um sistema aberto e dinâmico, em
permanente movimentação.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 34
• Mudanças qualitativas: as transformações podem assumir diferentes ritmos, passando por
“períodos lentos”, nos quais se sucedem pequenas alterações quantitativas e por períodos
de aceleração, que precipitam alterações qualitativas, modificações radicais.
• Luta dos contrários: o motor fundamental de todas as transformações históricas reside na
luta incessante dos elementos contrários, a qual conduz a uma superação progressiva das
contradições que obedece ao seguinte processo: tese (determinada afirmação), antítese
(negação da tese) e a síntese (choque entre a tese e a antítese).
Os valores cultivados dentro desta teoria é a visão históricosocial do mundo, a solidariedade
pelo fim da opressão social, a autonomia de consciência e o senso crítico, a liberdade historicamente
situada e a responsabilidade como compromisso social.
Os conteúdos trabalhados são os culturais universais, incorporados pela humanidade
(clássicos), permanentemente reavaliados face às realidades sociais. Os conteúdos indispensáveis à
compreensão da prática social, são aqueles que revelam a realidade concreta de forma crítica e explicitam
as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de transformação desta realidade.
Há uma relação interativa entre professor e aluno, em que ambos são sujeitos ativos. Professor
e aluno são seres concretos (sóciohistóricos), situados numa classe social que é a síntese de múltiplas
determinações.
O professor é a autoridade competente, que direciona o processo pedagógico, interfere e cria
condições necessárias à apropriação do conhecimento, enquanto especificidade da relação pedagógica.
As técnicas de ensino são realizadas através da discussão, debates, leituras, aula expositivo
dialogada, trabalhos individuais, em grupo com elaboração de sínteses e integradoras.
Para tanto, optamos por um currículo onde a educação básica fundamental e média se
constitua a partir do estudo dos fundamentos científicotecnológicos e históricosociais, tornandose uma
prática informada pela teoria, pela história da ciência e pela travessia da humanidade na luta pelo
conhecimento que nos permite usufruir os bens que conhecemos hoje.
O conhecimento, ou seja, o processo de aprendizagem, é a centralidade da organização da
escola, é o objeto de trabalho da escola.
Com relação ao espaço do currículo, temos a organização por disciplina, com ênfase no
trabalho interdisciplinar e transdisciplinar, onde o conhecimento é organizado na forma de conteúdo escolar.
A avaliação tem função diagnóstica (permanente e contínua), sendo um meio de obter
informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática e dos processos de aprendizagem. Ela
pressupõe tomada de decisão. O aluno toma conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e
organizase para as mudanças necessárias.
A avaliação da aprendizagem pelo aluno é um processo importantíssimo do ensino, uma vez
que orienta e reforça o que o aluno aprende e deve aprender.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 35
É necessário que se entenda e reforce que o objetivo da avaliação é o de verificar o que o
aluno está aprendendo, com que nível de domínio e segurança, em que nível de complexidade. A fim de
que o professor possa concluir a respeito da eficácia do seu processo de ensino, da necessidade de rever e
reorientar ou reforçar a aprendizagem em desenvolvimento.
Em consequência, a avaliação deve ser praticada continuamente, pelo professor, como um
processo, a fim de que, naturalmente, pelo feedback obtido, promova adaptações necessárias na
organização dos conteúdos e experiências vivenciadas pelos alunos nos desafios apresentados. Enfim, a
avaliação deve ser uma prática interativa de intercomunicação, entre o professor e o aluno. Para tanto, é
necessário que se leve em consideração algumas estratégias básicas:
• Reforçar positivamente a aprendizagem dos alunos;
• Considerar a tentativa e o erro do aluno como ponto de partida do processo ensino
aprendizagem;
• Adotar variadas estratégias e instrumentos de avaliação;
• Dar à avaliação contínua um tom natural, uma vez que ela é inerente ao processo ensino
aprendizagem;
• Reforçar a aplicação de processos mentais na resolução de problemas;
• Adotar processos interativos de organização de questões, a fim de estimular o pensamento
associativo e evitar a prática da fragmentação;
• Considerar a avaliação globalmente;
• Planejar como será feita a avaliação junto com o planejamento da aula;
• Incorporar imediatamente ao ensino, o feedback da avaliação;
• Contextualizar a avaliação da aprendizagem individual dos alunos, no conjunto do processo
de ensino adotado.
Queremos uma escola que forme com base no conhecimento como um todo, um cidadão
crítico, ético, moral, inserido na sociedade, com poder de decisão e transformador da realidade.
Uma escola que acolha a todos, que realize a inclusão, porém com estrutura física e
capacitação dos profissionais para trabalhar com as diversas realidades e com assessoramento constante
de outros profissionais.
O profissional precisa ser dinâmico, competente, ético, responsável, comprometido
politicamente, que realmente acredite em seus objetivos. Que seja adaptável e versátil no uso das novas
tecnologias. Que busque a educação permanente, ou seja, a formação continuada. O investimento na
qualificação docente deve garantir formação específica para a competência humana, política e técnica.
O funcionário deve ter seus direitos garantidos, que seja acessível sua entrada através de
concursos, e que sua função seja compatível com o grau de instrução. Que estes também tenham
reciclagem de conhecimento e garantia à formação continuada.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 36
Queremos formar sujeitos conscientes, reflexivos, participativos, dignos, éticos, preparados
para interagir na transformação da sociedade e comprometido com seus direitos e deveres.
Os saberes precisam ser articulados para que o próprio aluno desenvolva o seu conhecimento,
tendo o professor como facilitador, já que a escola se tornou um lugar de busca, de companheirismo, de
cultura, formadora de valores éticos.
Queremos que os saberes teóricospráticos existam onde as nações partam para as reações e
que todo conhecimento seja significativo, que tenha sentido para o indivíduo.
Uma escola bem estruturada, capaz de tornar possível os ideais de seus alunos, comunidade,
direção, professores, funcionários, em todos os sentidos: valores, cidadania, cultura e conhecimento.
Queremos o respeito pelos diferentes grupos de culturas que constituem a nossa sociedade, já
que esta é formada por diferentes etnias. O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como
parte inseparável da identidade nacional, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação. O
trabalho com a pluralidade cultural se dá a cada instante e exige que a escola alimente a “Cultura de Paz”,
baseada no respeito aos direitos humanos, princípios de dignidade e cidadania.
Desta forma, as relações de poder ocorrem dentro dos princípios da gestão democrática, onde
há o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a
relação custobenefício, a transparência, a ética do trabalho envolvendo pais, alunos, professores,
funcionários e outras pessoas da comunidade na administração escolar.
O Conselho Escolar deve estar presente como mecanismo de participação da comunidade na
Escola, com a função de orientar, opinar, decidir sobre tudo o que envolve a qualidade da Escola. Na gestão
democrática, é preciso lidar com os conflitos e opiniões diferentes, prevalecendo as informações
democratizadas, Conselho Escolar atuante, participação efetiva de alunos, família e comunidade escolar,
parcerias locais e bom relacionamento da escola com os serviços públicos.
6.3 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO
Com base nas Diretrizes Curriculares, existe a grande necessidade de garantir, no interior de
nossas escolas, o respeito para com as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas, que
permeiam toda a sociedade, a fim de garantir a igualdade de direitos e o processo da construção da
cidadania.
Para que isso ocorra, é preciso levar em conta os Princípios Étnicos da Autonomia, da
Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum. Considerar os Princípios Políticos dos
Direitos e Deveres de Cidadania, do exercício da Criticidade e do respeito à Ordem Democrática. Estar
atentos aos Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade e da Diversidade de Manifestações
Artísticas e Culturais.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 37
Estes princípios deverão ser os fundamentos das práticas pedagógicas, assegurando a Ética
da vida cidadã dos alunos.
Atualmente, o Currículo envolve o Currículo Formal, o Currículo em Ação, o Currículo Oculto (o
não dito) que tanto os alunos, quanto os professores, trazem carregado de sentidos próprios, criando as
formas de relacionamento, poder e convivência nas salas de aula.
Quanto à Base Nacional Comum: Articula os conhecimentos, envolvendo os aspectos da vida
cidadã; faz a travessia, em vista da autonomia que busca resumir, na proposta pedagógica, a integração da
Base Nacional Comum e da Parte Diversificada.
Parte Diversificada: Envolve conteúdos complementares, escolhidos nos Estabelecimentos
Escolares, integrados à Base Nacional Comum, levando em consideração as características da região e
locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
Nas Instituições de Ensino, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base
Nacional Comum, de modo a estabelecer a relação entre educação com a vida cidadã, através da
articulação entre vários dos seus aspectos, como: Saúde, Sexualidade, Vida Familiar e Social, Meio
Ambiente, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Cultura e as seguintes Áreas do Conhecimento: Língua
Portuguesa, Língua Materna, Matemática, Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira, Artes,
Educação Física, Educação Religiosa.
Assim, esta articulação permitirá aos professores e alunos o direito de terem acesso a
conteúdos mínimos de conhecimentos e valores.
Para que se construa uma nova cultura pedagógica, fazse necessário conceber o currículo
como situado num tempo e num espaço, ultrapassando a ideia de mera transmissão dos conhecimentos
organizados em disciplinas de forma linear, em série.
Por outro lado, embora se considere que deva existir superação da visão sobre o currículo
linear, sabese que ainda estamos atrelados a uma organização disciplinar, seriada e que principalmente a
nossa formação profissional está voltada para essa forma de organização.
“Acreditamos que para ultrapassar essa ideia e essa estrutura, temos que ter claro o conceito
de currículo como campo cultural, como campo de construção e produção de significação e sentido, como
matériaprima de criação, recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão.” (MOREIRA & SILVA,
p.200).
Assim sendo, esse currículo só poderá se materializar se houver um rompimento da
fragmentação das práticas escolares existentes, através de um movimento articulado de reflexão sobre
essas práticas e sobre o próprio conhecimento produzido.
Aí está o papel da escola, onde o currículo é pensado no seu significado mais amplo,
articulando todos os envolvidos: de um lado a comunidade, e do outro, está o papel dos professores, como
gestores do currículo, onde este se materializa nas diferentes especificidades, nas várias possibilidades de
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 38
intercruzamento de práticas, de conhecimentos e de sentidos. Temos, portanto, de repensar todos os
profissionais como responsáveis pela gestão da aprendizagem de conhecimentos, saberes, valores e
sentidos, da mesma forma como nas relações sociais dos nossos espaços.
Para pensarmos o currículo nessa perspectiva, estabelecemos alguns princípios norteadores
do trabalho:
1 Democratização de acesso e permanência dos alunos. Esse princípio deve ser garantido,
preservando a qualidade social no nosso ensino. Isso implica em políticas públicas e planejamento que
garantam essa qualidade. Podemos exemplificar algumas dessas ações, como a garantia de um número
adequado de alunos por turma, professores com direito à formação continuada dentro e fora da escola,
salários dignos, condições materiais adequadas para o funcionamento da escola, etc.
Quanto às ações que nos dizem respeito diretamente, podemos citar a definição clara do
Projeto Pedagógico na Escola, como também de projetos didáticos que busquem a integração das áreas do
conhecimento.
2 – Perceber a função social da escola. Significa reconhecer que fazemos parte de um contexto
social mais amplo, e que por isso, estamos sujeitos a sermos influenciados por ele, o que poderá interferir
no sucesso ou no fracasso escolar, nas nossas condições concretas de trabalho e nos sentidos e
significados que os nossos alunos constroem, dessa forma, poderemos lutar por um projeto coletivo.
3 – Efetivar o processo de formação continuada de profissionais em serviço.
4 – Articular os saberes dos professores que são construídos no seu cotidiano com os
conhecimentos específicos e pedagógicos.
5 – Construir saberes pedagógicos na perspectiva da relação teoria e prática. Portanto, levar
em consideração a realidade do aluno, sua cultura, seus interesses, os desafios sociais para constituição
dos saberes.
Sendo assim, o que propomos é a inversão da concepção linear do currículo, mantendo a
cultura como foco principal da construção do currículo, estabelecendo uma relação entre os saberes dos
alunos e saberes científicos.
6.4 O FAZER PEDAGÓGICO DA ESCOLA NUMA CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO COMO CONSTRUÇÃO
E PRODUÇÃO DE SIGNIFICADO
Como já afirmamos anteriormente, o enfoque cultural supõe uma mudança nas práticas
pedagógicas, que não nos parece fácil, pois os ritos estabelecidos no cotidiano escolar estão sedimentados.
Frequentemente, as nossas ações refletem uma prática mecanizada, com enfoque apenas científico,
reproduzindo papéis, métodos e estilos habituais que não oportunizam a açãoreflexãoação a qual produz à
ação formadora.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 39
Nossos alunos são portadores de uma cultura própria, que traduz seus interesses,
preocupações e expectativas. Para isso, precisamos entender as diferentes identidades que estão sendo
construídas nos espaços fora da escola como as praças, os sons, os centros comerciais, as imagens e
textos, a televisão e a eletrônica, a Internet e outros tantos que formam o contexto dos jovens. Entender
ainda os seus valores, como eles enxergam o negro, o índio, os pobres, os homossexuais e qual medida da
influência nesses valores pela televisão, pela imprensa, pela família, pelos amigos e pela religião.
Bem sabemos que todos esses “mundos” são geradores de conflitos no espaço escolar,
resultando em agressividade, malestar, discordâncias, ausências de sentido, porque acabam entrando em
choque com a cultura da escola.
MOTA (2003) afirma que a “cultura escolar impõe sobre os indivíduos que vivem nela, os
estudantes e os docentes, uma maneira de pensar, sentir e atuar que perdura no tempo, sem inovação e
possibilidades de critica teórica”. A vida escolar se transforma numa barreira entre a cultura docente e a
cultura juvenil.
Sendo assim, acreditamos que os conteúdos escolares devem abrir um diálogo com a
realidade da vida cotidiana dos nossos alunos e que de outro lado, é preciso que a nossa prática docente
seja analisada, levandose em conta a sua subjetividade, o seu pensar e os efeitos que têm nos
pensamentos, nos sentimentos e nas condutas dos jovens e adolescentes.
Dessa forma, as estratégias didáticas necessitam relacionar o conhecimento escolar com as
aprendizagens de fora do contexto da escola. “É a maneira correta que tem o educador de, com o educando
e não sobre ele, tentar a superação de uma maneira mais ingênua por outra mais critica de interagir o
mundo.” (FREIRE, 1999, p. 138).
Isso significa articular as várias dimensões afetivas, éticas, estéticas, políticas e pedagógicas
da educação. A nossa prática deve levar em conta também o que ocorre fora da sala de aula, pois essas
experiências vividas são expressões do pensamento dos jovens e adolescentes.
Nesse sentido, apontamos a pedagogia crítica como forma de direcionar o trabalho, pois ela
incorpora a experiência do aluno aos conteúdos escolares. Essa prática da pedagogia crítica só pode
acontecer dentro de um tempo, um espaço e de um tema. Toda a prática docente deve se iniciar pela
problematização, que busque intencionalmente influir na produção de significados, hipotetizar o
conhecimento para ser relevante aos alunos. Enfatizar o seu contexto social, como o conhecimento surgiu,
como um determinado conceito foi elaborado historicamente, qual era o pensamento dominante e como ele
foi sendo apropriado. Contudo, não basta que o aluno compreenda a produção histórica como também
participe dessa produção. Por isso, são necessários os espaços de criação, onde o aluno participe de
atividades que ele mesmo elabore (dança, teatro, jogos, apresentação de trabalhos, escrita de textos, etc),
proporcionar momentos em que eles façam perguntas, questionem o que parece natural, pois assim,
perceberão “as coisas” como realmente o são.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 40
Devemos oferecer um espaço de pesquisa, de construção e reconstrução do conhecimento
(MOREIRA, p. 1999), desta maneira, conseguiremos despertar no aluno o espírito de busca, de ter prazer
no aprender, no conhecer coisas diferentes.
As experiências de aprendizagem precisam ser prazerosas e desafiadoras, rompendo com o já
conhecido, num processo desconstrutivo (romper com a lógica linear) que emancipa, liberta e gera vida. É a
negação dialética de uma certeza estabelecida. O processo cognitivo não é apenas de natureza racional,
abstraindose da corporeidade, da emoção, das relações sociais e da inserção histórica e cultural (MOTER,
p 46, 2003). Nessa perspectiva, poderemos estabelecer um diálogo real com nossos alunos no processo de
ensino e aprendizagem.
6.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO
A primeira questão que se coloca quando pensamos “avaliação escolar” é relativa aos
princípios filosóficos que norteiam o Projeto Pedagógico, pois é a partir desses princípios que podemos
estabelecer a função da escola, os conteúdos que devemos ensinar, a metodologia adequada, o que avaliar
e como se avalia. Nesse sentido, a reflexão sobre avaliação ultrapassa os limites das relações no interior da
Instituição Escolar, para buscar seus fundamentos na análise da vida dos homens em sociedade. "Uma
criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais
velhos da comunidade", diz Teresa Rego.
Entendemos que a Escola, em todos os aspectos do seu trabalho desenvolvido, tem como
preocupação maior a compreensão e a apreensão de conceitos científicos que permitam ao aluno aprender
as relações existentes na sociedade. Sob esta forma de ver a educação escolar, para que a avaliação tenha
função relevante e significativa na aquisição de conhecimentos, é necessário entendêla como instrumento
de análise permanente de processo pedagógico que possibilita e indica ações e ajustes no
encaminhamento do trabalho, a fim de garantir o aprimoramento constante do processo ensino
aprendizagem. A LDB, em seu Art.24, Inciso V, diz “a verificação do rendimento escolar deverá obedecer
aos seguintes critérios: avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais”.
Entendemos que a função da avaliação escolar vai muito além da constatação, da mensuração
de conhecimentos estanques, da investigação sobre a memorização de conteúdos sem relevância social.
Na verdade, a avaliação deve acompanhar e orientar todo o processo pedagógico, se quisermos
efetivamente que ele sirva aos propósitos da sociedade e da escola. Para Vygotsky, a formação se dá numa
relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor ou seja, o homem modifica o ambiente e o
ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 41
teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada
experiência pessoalmente significativa. Para tanto, é necessário o estabelecimento de critérios claros
decorrentes de conteúdos significativos, que orientem o professor no acompanhamento da apropriação pelo
aluno dos conteúdos das áreas do conhecimento, para a intervenção e correção do processo, sempre que
necessário.
Assim, a partir dos conteúdos estabelecidos, e tendo como referencial as informações obtidas
sobre o grau de compreensão que o aluno possui desses conteúdos, o professor organizará o trabalho, de
forma a garantir a superação do nível de conhecimento em que o aluno se encontra, e a continuidade do
processo de aprendizagem. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita
por meio de instrumentos técnicos – como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a
natureza – e da linguagem – que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.
Diante do exposto, a avaliação nas diferentes áreas do conhecimento terá a função de obter
informações relevantes do processo pedagógico, a fim de que as ações educativas atinjam objetivos a que
se propõe.
6.6 A GESTÃO ESCOLAR QUE PENSAMOS
Entendemos a gestão escolar como um processo coletivo, não somente como o controle de
recursos, coordenação de funcionários, mas um modelo de administração totalmente integrado à esfera
pedagógica, ampliando a visão, preocupandose com os recursos, os processos, as pessoas, o currículo, a
metodologia, a disciplina, o crescimento do ser humano, tudo de maneira interligada; compreendendo ações
conjuntas e articuladas ao processo global.
Constituindose como objetivos da direção dessa escola, queremos articular e dinamizar o
processo educativo, tendo em vista uma escola que combine exigência e respeito, compromisso e
sensibilidade.
Isso implica em coordenar e garantir a viabilização do Projeto Político Pedagógico, como
também desencadear um processo de constante avaliação sobre o seu desenvolvimento, proporcionado um
espaço efetivo de crescimento humano, de diálogo, das diferenças e da flexibilidade da comunidade escolar.
Nessa perspectiva, apresentamos como princípios da gestão escolar, a autonomia
administrativa, jurídica, pedagógica e financeira, a participação de todos no projeto coletivo e a liberdade de
expressão e criação no trabalho.
6.7 EQUIPE PEDAGÓGICA
As inovações são produtos da reflexão da realidade interna da escola, referenciada a um
contexto social mais amplo. Diante disso, a Instituição define e assume uma identidade que se expressa por
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 42
meio do Projeto Pedagógico, cabendo à Equipe Pedagógica articular e dinamizar a efetivação e construção
do mesmo.
É necessário que a Equipe Pedagógica tenha sempre como direção do seu trabalho a
dimensão pedagógica, acompanhando o processo de ensino e aprendizagem, propondo ações que
garantam sua qualidade, assessorando os professores nos momentos de planejamento de ensino,
oportunizando estudos que contribuam para sua formação, mediando ações junto aos alunos, com vistas à
melhoria da qualidade de sua aprendizagem e a sua própria formação humana.
O relacionamento entre a comunidade e a escola também deverá ser objeto do trabalho da
Equipe Pedagógica, fortalecendoo por meio de atividades organizadas e planejadas.
6.8 EQUIPE DOCENTE
Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa, para que contribua
no processo educativo de maneira transformadora, promovendo um ensino de qualidade segundo a
proposta construída coletivamente.
O professor, como gestor da sala de aula, tem como direção o trabalho voltado para a
efetivação do processo de ensino e aprendizagem. Seu trabalho se inicia no momento do diagnóstico e do
planejamento propriamente dito, passando da execução ao processo avaliativo, num movimento dinâmico.
6.9 PESSOAL ADMINISTRATIVO
É parte integrante e contribuinte na organização administrativa e pedagógica da escola, para
que a documentação e demais ações burocráticas estejam formalizadas em tempo hábil.
Atender a comunidade escolar com gentileza e eficiência.
Organizar a biblioteca para facilitar e agilizar o atendimento e a pesquisa.
Incentivar os alunos a cumprirem suas obrigações como alunos e cidadãos inseridos numa
sociedade.
6.10 FUNCIONÁRIOS DA EQUIPE AUXILIAR OPERACIONAL
Fazer parte do processo educativo, desempenhando suas funções com eficiência e dedicação,
seguindo as normas de higiene, contribuindo para o ambiente escolar limpo e saudável, é uma das
principais tarefas destes profissionais.
Preparar e servir uma merenda nutritiva e saborosa.
Auxiliar no incentivo aos alunos para que cumpram suas obrigações como alunos e cidadãos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 43
7. ATO OPERACIONAL
Percebemos mudanças sociais e culturais que passam pela humanidade ao longo dos tempos.
Portanto, o saber não é pronto e acabado; ele se faz a cada momento da história, assim como o ser
humano. Desta forma, a reorganização do trabalho pedagógico escolar é necessária e deve estar voltada
sempre à formação do educando.
7.1 OBJETIVO GERAL DO ESTABELECIMENTO
Proporcionar à Comunidade Educativa condições para um eficiente ensino científico, auto
realização, crescimento pessoal e profissional, compromisso com a justiça e a transformação da sociedade,
num espírito familiar e de coresponsabilidade segundo os valores éticos.
7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Promover um trabalho interdisciplinar, em que os conteúdos respondam às exigências
de um conhecimento dinâmico e amplo, beneficiando o crescimento discente e docente;
• Garantir a permanência do aluno na escola, principalmente àqueles que apresentam
maiores dificuldades e que necessitam de mais tempo para superálas, através de programas
especiais;
• Oportunizar reflexões para o redimensionamento da prática pedagógica, que permita
ao aluno ser sujeito da sua própria aprendizagem;
• Proporcionar ambiente favorável à auto realização, desenvolvimento da consciência
crítica e justa, para que cada um se torne agente transformador da sociedade;
• Mediar o cumprimento dos deveres de todos, tendo como ponto de partida a
conscientização de que cada um conquiste seu espaço à medida que age de acordo com o bem
comum;
• Enaltecer à vivência de valores de ordem superior, como qualidades inerentes a cada
indivíduo, promovendo a cultura de paz;
• Respeitar os direitos da comunidade escolar (pais, corpo docente e discente, e
funcionários), garantindo a harmonia necessária para que se efetive o processo educativo
integralmente;
• Despertar a consciência ecológica, tendo em vista que somente através do
desenvolvimento sustentável, o equilíbrio no planeta será mantido;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 44
• Compreender a si mesmo e à natureza, como um todo dinâmico, enquanto parte
integrante do mundo em que vive, sendo agente de transformações.
7.3 PROPOSTAS DE TRABALHO
• Meta 1: Gestão Democrática.
A Gestão Democrática será uma prática cotidiana com o princípio da reflexão, da
compreensão e da transformação, revertendo relações autoritárias e verticais, em relações democráticas e
horizontais.
O exercício da Gestão Democrática se dará pela construção de um ambiente propício à
participação da coletividade, levandose em conta alguns princípios básicos.
Para que realmente se efetive a verdadeira Gestão Democrática, será importante a participação
de todos os seguimentos da comunidade escolar, bem como dos outros mecanismos de ação coletiva no
interior da Escola, como: APMF, Grêmio Estudantil, Conselho Escolar, Representante de Turmas, etc...
Estratégias de Ação:
• Garantir acesso e permanência na Escola a todos e assumir o compromisso com o
sucesso do aluno;
• Ter compromisso com o desenvolvimento nas dimensões éticas e políticas na ação
educativa;
• Promover a efetivação lícita, transparente e flexível dos procedimentos administrativo
financeiros, os quais devem ser adequados às necessidades do cumprimento da função da Escola;
• Estar atenta à necessidade de formação continuada dos profissionais da educação,
para a melhoria da ação pedagógica;
• Fazer a revisão permanente das práticas no cotidiano da Escola, de reflexão sobre elas
e de compromisso com a democracia;
• Integrar Escola e Comunidade através de reuniões, debates e participação efetiva na
vida escolar;
• Articular junto com a APMF a promoção de eventos culturais e de lazer;
• Manter os pais informados sobre o ensino ministrado e o sistema de avaliação de seus
filhos;
• Ofertar à comunidade o espaço escolar para a realização de cursos e eventos que se
fizerem necessários;
• Estabelecer um clima de parceria com a Entidade mantenedora do Colégio, sabendo
se que este vínculo é de uma importância para que a Escola progrida;
• Realizar tarefas pertinentes ao setor administrativo, respeitando os prazos e as
orientações da SEED ou dos órgãos competentes.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 45
• Meta 2: Dimensão Pedagógica.
O Colégio vai primar pela forma de trabalho, fazendo com que o conteúdo não seja “um fim em
si mesmo”, mas um meio para que aconteça a apropriação, o desenvolvimento e a superação da dificuldade
apresentada.
Buscar o conhecimento integrado pelo trabalho interdisciplinar e pela contextualização, que
seja aplicável ao cotidiano do aluno.
Primar por um currículo vivo e interdisciplinar, que proporcione a oportunidade de conhecer,
fazer, relacionar, aplicar e transformar. Fazer da sala de aula um espaço privilegiado de reflexão, de
situações de aprendizagem viva e enriquecedoras. Quanto às atividades, deverão propiciar a
problematização dos conteúdos e as metodologias utilizadas pelo professor, e na medida do possível, serão
diversificadas a fim de ocasionar o desejo de aprender por parte dos alunos, visando uma bagagem
suficiente para participar das avaliações em nível nacional e estadual, como o ENEM e outros. Nossa
clientela escolar, em anos anteriores, obtiveram êxito em suas participações, com aproveitamento de 60%
em acertos, onde foram premiados com bolsas de estudos parciais e algumas integrais nos cursos
superiores desejados.
Priorizar uma avaliação formativa e diagnóstica, que não seja classificatória e excludente. Ela
deve apontar as dificuldades e possibilitar a intervenção pedagógica. Uma avaliação contínua, com
observação das conquistas e dificuldades do aluno. Dessa forma, é possível diagnosticar problemas no
momento em que lhes ocorrem, e não apenas no final do trimestre. O foco deve ser a aprendizagem, e a
nota uma consequência. Para sua obtenção, devem ser realizadas várias medidas avaliativas, como
atividades, pesquisas, trabalhos, simpósios, apresentações, projetos. A prova, então, deixa de ser aquela
que define, soberana, o destino do aluno, para tornarse também, um instrumento de avaliação do trabalho
do professor, se os objetivos propostos forem atingidos. Devem ser enfatizados os processos de
aprendizagens e os processos que o aluno faz em relação a ele mesmo.
Uma vez detectada alguma dificuldade, fazse uso de recuperação simultânea, lembrando que
se trata de recuperação dos conteúdos, devendo portanto, serem trabalhados novamente pelos professores,
os conteúdos indispensáveis e significativos para aquela série, para não ser recuperação apenas de nota
(trabalhos acadêmicos que copiam uns dos outros ou provas com resultados ínfimos, porque não houve
aprendizado).
A avaliação, dessa forma, se torna um instrumento de análise permanente do processo
pedagógico, possibilitando e indicando ações e ajustes no encaminhamento dos trabalhos. Quando
constatado pelo Conselho de Classe Final que o aluno não tem condições de avançar para outra série, e
não atingiu os prérequisitos mínimos, cabe a repetência, para que sejam revistos os conteúdos curriculares
da série cursada.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 46
Estratégias de ação:
• Organizar e efetivar Projetos envolvendo aspectos significativos do conteúdo;
• Realizar pesquisas de campo com embasamento teórico;
• Analisar as pesquisas já existentes;
• Visitar lugares que permitam ao aluno a construção do conhecimento: indústrias,
museus, teatros, cinemas, entre outros;
• Propor aulas de laboratório: de Química, Física e Biologia;
• Viabilizar trabalhos em grupos na sala de aula, pesquisas de campo, exposição de
Vídeos e DVDs para posterior discussão;
• Implantar estágios não obrigatórios em atendimento à Lei nº 11.788/08;
• Levantar as problematizações com os alunos, identificar o seu ambiente cultural e as
suas reais necessidades de acesso ao conhecimento;
• Selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar, de forma que o aluno possa
participar do mundo social;
• Buscar a contemporaneidade, considerando a rapidez com que ocorrem as mudanças;
• Identificar, por meio de atividades, qual a influência dos aspectos de gênero, raça, cor,
idade para os nossos alunos;
• Estabelecer vínculos afetivos com os alunos, aproveitando os momentos de festa
escolar, situações não institucionais e nos próprios momentos de aula;
• Promover atividades criativas que suscitam a diversidade cultural;
• Atender e dar suporte didático à sala de apoio pedagógico no contraturno, para os
alunos de 5ª série.
• Realizar a Recuperação Paralela, com revisão de conteúdos trabalhados, resgatando
os conceitos não incorporados, por meio de novas explicações e atividades para a totalidade da
turma, trabalhos extras englobando os conteúdos não aprendidos para os alunos que apresentam
baixo rendimento (nota abaixo da média).
• Meta 3: Salas de Apoio à Aprendizagem.
A Resolução 208/2004, tendo em vista a Lei nº 9394/96 e outras Deliberações do CEE,
considera que:
• Há a necessidade de dar continuidade ao processo de democratização e universalização
do ensino, e dar garantia de acesso, permanência e sucesso na aprendizagem de todos os
alunos; É preciso criar condições para o desenvolvimento da capacidade de aprender e
dominar plenamente a leitura, a escrita e o cálculo; É necessário ainda, primar por uma
avaliação diagnóstica, contínua e cumulativa, que sinalize os avanços e as necessidades
diferenciadas de aprendizagem dos nossos alunos, com uma intervenção pedagógica que
os ajude na superação da dificuldade apresentada.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 47
Com bases legais, no corrente ano letivo, implementamos no Colégio Estadual da Colônia
Murici a sala de apoio à aprendizagem, no contraturno, direcionada aos alunos das 5ª séries com
dificuldades de aprendizagem nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Os professores que atendem estas áreas desenvolvem um trabalho com metodologias que
realmente atendam às necessidades de cada um, buscando a superação do baixo desempenho dos
mesmos.
Os encaminhamentos para estas salas de apoio à aprendizagem, bem como a sua dispensa,
acontecem da seguinte maneira: Os professores regentes de Língua Portuguesa e Matemática fazem um
parecer descritivo, individualizado de cada aluno, sobre as dificuldades de aprendizagem que eles possuem.
Em seguida, nós da Coordenação Pedagógica, apresentamos para os professores do Apoio e juntos com
estes construímos e articulamos o planejamento trimestral e o planejamento de atividades a serem
desenvolvidas por eles em sala de aula.
A avaliação acontece levandose em conta as dificuldades individuais dos alunos, e depois de
realizada a intervenção pedagógica processual, o professor do apoio fornece por escrito as informações que
possibilitam aos professores regentes a tomada de decisões quanto à permanência ou não deste(a) na sala
de apoio à aprendizagem. Este programa tem ajudado muito no processo ensino aprendizagem, e
consequentemente, o aproveitamento anual dos alunos.
• Meta 4: Ações Pedagógicas
O progresso remeteu à humanidade a uma situação dúbia. De um lado houve o avanço
tecnológico, e de outro o avanço da miserabilidade.
Vivemos um período de transição. A velocidade das informações é assombrosa, se
comparada à capacidade que temos de assimilálas. A atual realidade exige dos educadores competências
para as quais eles não foram preparados em sua formação inicial. Não se trata de mera mudança de
programas, estratégias, mas de mudança de paradigmas da educação. É essencial a vinculação da escola
com as questões sociais e com os valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e tratamento
dos conteúdos, como também da própria organização escolar.
Necessitamos urgentemente de uma sociedade verdadeiramente democrática.
Para a efetivação desses propósitos, fazse necessário transformar a escola em um espaço
privilegiado de análise, discussão e reflexão da realidade com o objetivo de buscar soluções para os
inúmeros problemas existentes neste século, o que certamente exige o comprometimento, o envolvimento e
a participação de todos.
É inegável a necessidade de alimentarmos uma educação próxima dos educandos, capaz de
aguçar a criatividade, de despertar o gênio inventivo de aperfeiçoar o temperamento e o caráter, bem como
a capacidade de resistência e adaptação dos mesmos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 48
No contexto atual, é necessário levantar possibilidades e alternativas viáveis, articulando e
colocando em ação conhecimentos, valores, democratizando o saber para construirmos a visão de mundo
que levamos alguns séculos para a sedimentar, mas que já não mais atende às exigências do mundo atual.
Estamos certos de que projetos promovem mudanças fundamentais na cultura das escolas,
pois permitem que educadores e educandos incorporem novas teorias às suas crenças e vivências,
transformam a aprendizagem em um processo flexível, potencializador das inteligências e dos valores
humanos.
Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de
aprendizagens com maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é
absoluta – sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que aprende
conhecer e as possibilidades de observação, reflexão e informação.
(PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – vol. 1, p.53).
• Meta 5: Formação Continuada.
Com relação à Formação Continuada, se dá por meio de um trabalho de reflexão crítica sobre a
prática de construção permanente, de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua. É no
cotidiano escolar que se consolida a formação. Por considerar que ninguém está definitivamente formado, a
ação é um processo que deve ser constantemente revisto.
Este Colégio é um espaço de permanente debate e reflexão. A horaatividade é destinada
também para o aprofundamento de estudos, visando a melhoria da prática pedagógica dos docentes.
Nossa preocupação não está centrada somente nos recursos materiais, mas também aborda
outras dimensões da prática pedagógica. Por isso, fazemse necessárias avaliações processuais
constantes, incluindose aí a Avaliação Institucional e a Avaliação de Desempenho dos Profissionais.
Estratégias de ação:
• Propiciar momentos para que cada professor possa refletir sobre a sua prática
pedagógica e enriquecêla com informações, estudos, debates e leituras;
• Viabilizar a participação dos Professores em Cursos, Encontros e Eventos
Educacionais, Projeto Folhas, promovidos pela SEED e Empresas Privadas;
• Viabilizar a participação no O.A.C. (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) sob
orientação da equipe do CRTE/NREamsul;
• Garantir a horaatividade como espaço de formação e aprimoramento do professor;
• Capacitar e oferecer material bibliográfico para pesquisa educacional, inclusive os
livros da biblioteca do professor;
• Propiciar maior integração entre as equipes pedagógicas dos diferentes turnos através
de encontros e reuniões periódicas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 49
• Organizar os momentos de estudos previstos em calendário;
• Promover estudos e efetivação, na prática da Proposta Curricular do Ensino
Fundamental e Médio.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 50
7.4 CRONOGRAMA E SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA FORMAÇÃO PERMANENTE
Quando?
O que será proposto?
Quem são os responsáveis?
Mensalmente
− Leitura de livros para aprofundamento,
de acordo com as necessidades
levantadas.
− Uso das novas tecnologias.
Coordenação Pedagógica
e Professores.
Anualmente
Leitura e adequação do PPP
Concepções – Textos.
Textos ligados à educação.
Direção e
Coordenação Pedagógica.
1º Trimestre
Vídeos Educativos
Textos sobre Avaliação no contexto
escolar.
PPP: Acompanhamento e avaliação da
caminhada. Troca de experiências.
Direção,
Coordenação Pedagógica
e Professores.
2º e 3º Trimestre
Textos sobre a prática pedagógica no
Paradigma Emergente.
Aprofundamento teórico sobre os temas
sociais contemporâneos.
Coordenação Pedagógica
Anualmente
Textos sobre o Perfil do Profissional da
Educação do 3º Milênio.
DVDs de acordo com o momento.
Direção e
Coordenação Pedagógica
A eficácia desses momentos propostos acontecerá a partir do compromisso de cada
profissional com o projeto coletivo, buscando suas reais necessidades a partir da sua prática pedagógica.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 51
7.5 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO GERAL DE DESEMPENHO DOS PROFISSIONAIS
Docentes – Pedagogos – Funcionários
Os formulários para avaliação de desempenho dos profissionais serão elaborados com base
nos seguintes critérios:
1) Conhecimento para o Trabalho: Tem conhecimentos técnicos e práticos em nível compatível
com os requisitos necessários ao bom desempenho das funções;
2) Pontualidade: Cumpre o horário estabelecido para o desempenho de suas atividades;
3) Iniciativa: Sugere soluções criativas em situações rotineiras e inesperadas;
4) Flexibilidade: Tem adaptabilidade por iniciativa própria, procura compreender posições e
pontos de vista diferente dos seus. Não perde a sua individualidade, e sabe como e quando ser flexível;
5) Produtividade: Realiza operações dentro do prazo e com qualidade;
6) Disciplina: Observa e procura constantemente agir de acordo com os valores e normas da
Escola;
7) Ética: Sabe de seus compromissos e demonstra discrição sobre os assuntos com os quais
trabalha. Pode se confiar em relação à seriedade com o qual desenvolve as suas atribuições;
8) Cuidados com materiais, equipamentos e ambiente: Utilizar adequadamente os materiais e
equipamentos, mantendo organizado o ambiente de trabalho;
9) Relação Interpessoal: Relacionase com a chefia, colegas e público em geral com
cordialidade, presteza e eficiência;
10) Formação continuada: Busca aperfeiçoamento profissional através de estudos, encontros,
palestras, cursos, etc.
7.6 AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
A avaliação para os alunos é trimestral, preponderando os aspectos qualitativos sobre os
quantitativos.
Os resultados dos níveis obtidos são expressos em notas de zero (0) a dez (10).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 52
No decorrer de cada trimestre, o professor utilizará vários instrumentos de avaliação, tais como:
registro diário, ficha de acompanhamento, testes e provas, trabalhos individuais e em grupo, orais e escritos,
autoavaliação. Caso não seja obtido o desempenho satisfatório a cada instrumento adequado, os
conteúdos serão retomados e avaliados novamente. Prevalece, ao final do trimestre, o melhor desempenho.
A nota final é feita através da média aritmética, obtida nos três trimestres. Assim, é aprovado o
aluno que obtém, no mínimo, a nota 6.0 (seis).
A frequência mínima exigida é de 75% sobre a carga horária prevista, estabelecida em 800
(oitocentas) horas, tanto de 5ª à 8ª séries quanto no Ensino Médio.
O prazo determinado para justificar a não realização das atividades, com vista à avaliação de
rendimento, é de 24 horas, sobre os casos que exijam providência excepcional. Para revisão de provas, o
prazo é igualmente de 24 horas, a contar da data da divulgação dos resultados.
7.7 RECUPERAÇÃO PARALELA
Os estudos de recuperação ocorrerão de forma imediata, no decorrer do processo ensino
aprendizagem, para os casos de baixo rendimento escolar, através de:
• Retomada do conteúdo anterior;
• Esclarecimento de dúvidas;
• Orientação sobre a avaliação na disciplina;
• Exercícios adicionais de compreensão e fixação;
• Atendimento individual, enquanto houver trabalhos em grupo ou realização de exercícios;
• Atividades de casa, correção e revisão em sala de aula;
• Orientações especiais sobre como estudar, feitas pelo professor ou serviços da Escola;
• Reorganização de situações de aprendizagem, proporcionando ao aluno uma nova
oportunidade de construir o seu conhecimento;
• Possibilidade de refazer os trabalhos avaliativos;
• Roteiro de estudo sob a supervisão do professor.
Ao longo dessas atividades, novas oportunidades de avaliação serão oferecidas, a fim de
verificar se os objetivos em que o aluno apresenta dificuldades foram alcançados. Os objetivos não
atingidos continuarão sendo objeto de estudos nos trimestres seguintes, não ultrapassando, todavia, o final
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 53
do 3º trimestre. (Parecer 140/97 do CEED).
É importante ressaltar também a necessidade que a Escola tem de promover uma recuperação
paralela para alguns alunos, que necessitam de um atendimento mais individualizado e um tempo de estudo
maior, porém isto não está sendo possível, pela falta de espaço físico.
Neste Colégio, a Sala de Apoio tem sido uma ótima alternativa para auxiliar os alunos que
apresentam baixo desempenho escolar.
7.8 PROMOÇÃO
Será considerado promovido o aluno que apresentar, ao término do período letivo, a frequência
igual ou superior a 75% do total da carga horária anual, e média anual igual ou superior a 6.0 (seis). Os
casos limítrofes serão analisados com cuidado e atenção especial.
Será considerado reprovado o aluno que apresentar, ao término do período letivo, a frequência
igual ou superior a 75% do total de carga horária anual, e a média anual inferior a 6.0 (seis). Neste caso, irá
para análise do Conselho de Classe. O aluno com frequência inferior a 75% do total da carga horária anual
será reprovado com qualquer média.
7.9 CLASSIFICAÇÃO
A Classificação no Ensino Fundamental e Médio, neste Colégio, é o procedimento para
posicionar o aluno na etapa de estudo compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos
por meio formal ou informal.
A Classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem.
7.10 RECLASSIFICAÇÃO
A Reclassificação é o processo pelo qual o Estabelecimento avalia o grau de experiência do
aluno matriculado, preferencialmente no início do ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a
fim de encaminhálo à etapa de estudo compatível com sua experiência e desenvolvimento,
independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.
Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 54
devidamente matriculado e com frequência na série/disciplina, dar conhecimento à Equipe Pedagógica para
que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação.
O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela Equipe Pedagógica, durante dois anos,
quanto aos seus resultados de aprendizagem.
7.11 PROGRESSÃO PARCIAL
Nosso Estabelecimento de Ensino não oferta aos alunos matrícula com Progressão Parcial. Porém,
as transferências recebidas de alunos com dependência em até três disciplinas serão aceitas e os alunos
cumprirão o seguinte plano especial de estudos:
• Registrar e estudar os conteúdos já aplicados das disciplinas em dependência;
• Realizar as provas das referidas disciplinas conforme calendário do Colégio;
• Realizar os trabalhos de pesquisas encaminhado pelos professores e entregálos na data prevista.
8. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico da Escola deve assumir um caráter dinâmico no processo
educativo. Este caráter dinâmico se dará através da avaliação permanente de sua efetivação, a fim de
superar as inadequações que venham a ocorrer.
O trabalho do Colégio estará sendo constantemente avaliado pelos Professores, Grêmio
Estudantil, Equipe Pedagógica, Equipe Administrativa, Auxiliares Operacionais e Pais, após cada ação com
vistas à realimentação do Projeto Político Pedagógico.
Os pais e a comunidade acompanharão o trabalho da Escola através de entrevistas em forma
de questionários, por meio de conversas com os professores e pedagogos devidamente registradas, acesso
às atividades realizadas pelos filhos, e solicitação ao Conselho Escolar que sejam feitas reuniões extras
quando houver necessidade.
Além das reuniões do Conselho Escolar, as próprias reuniões com os pais servirão para a
discussão e reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico, quando o corpo docente poderá perceber pontos
positivos e negativos, e a partir deles, reestruturar sua própria prática. Enfim, este projeto pretende evoluir
gradativamente, e deve ter uma prática de constante investigação, aproveitando os momentos de reuniões
Pedagógicas, PréConselhos, Conselhos de Classe, HoraAtividade e momentos informais, envolvendo todo
o corpo administrativo, docente, funcionários e alunos nestas reflexões, subsidiando assim, o
redirecionamento da prática e a realimentação do Projeto Político Pedagógico, onde e quando for
necessário.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 55
ESTE “REPENSAR” AJUDA O GRUPO COMO UM TODO, EM TODOS OS SENTIDOS,
INCLUSIVE O MODO DE PENSAR, O GERENCIAMENTO DO COLÉGIO E TUDO O QUE ESTÁ LIGADO
À INSTITUIÇÃO: RECURSOS FINANCEIROS, ESTRATÉGIAS DE TRABALHO, DEMANDANDO AÇÕES
MAIS REELABORADAS DE TODOS OS ENVOLVIDOS.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 56
REFERÊNCIAS
CORDIOLLI, Marcos. Diversidade e Pertinência na Construção Curricular. In: Primeiras Reflexões
para a Reformulação Curricular da Educação Básica no Estado do Paraná – 2004.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Parecer 04/98. Ministério da
Educação e do Desporto Conselho Nacional da Educação – Brasília, 1998.
____________. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Parecer 15/98. Ministério da
Educação e do Desporto Conselho Nacional da Educação – Brasília, 1998.
FORQUIM, Jean Claude. Escola e Cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento
escolar; tradição de Guairá Lopes Louro – Porto Alegre – Artes Médicas, 1993.
MOREIRA, Antonio Flávio & SILVA Tomaz Tadeu da. Currículo, Cultura e Sociedade. 4ª ed. São Paulo:
Vozes, 2000.
____________. Algumas Reflexões sobre a Escola e o Conhecimento Escolar. In: Primeiras Reflexões
para a Reformulação Curricular da Educação Básica no Estado do Paraná – 2004.
PARANÁ. Plano Estadual de Educação – REE. Julho, 2004.
PINTO, Álvaro Vieira. Conceito de Educação; Forma e conteúdo da educação e as concepções
ingênua e crítica da educação. In. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994.
REVISTA DE EDUCAÇÃO. Linguagem, Cultura e Gestão. Brasília, AEC, n. 129, 2003.
____________. Formação dos Profissionais da Educação – Múltiplos Olhares. Brasília, AEC, V. 29;
n.115, Abril 2000.
SEVERINO, Antonio Joaquim. O Projeto Político Pedagógico: a saída para a escola.
VEIGA, Ilma Passos. Perspectivas para a reflexão em torno do Projeto Político Pedagógico.
Escola: espaço do Projeto Político. Campinas, SP: Papirus, 1998, p. 0932.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 57
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, ampliaramse, sobre maneira, as discussões e as pesquisas sobre a ação
docente e seus desdobramentos no cumprimento do papel que a sociedade tem esperado da escola.
No Brasil, nas últimas três décadas, podem ser evidenciados três momentos políticos: a
ditadura militar, o movimento de democratização da sociedade e os movimentos de globalização da cultura
e da economia.
Em tempos de globalização da cultura e da economia, assim como do desenvolvimento
tecnológico, as informações ultrapassam os muros escolares e invadem a sala de aula, exigindo dos
educadores respostas e posicionamentos. Consequentemente, isso tem demandado novos procedimentos
de estudo e trabalho, que contemplem satisfatoriamente as novas expectativas de formação humana.
Também não se pode esquecer as questões colocadas para a instituição escolar, a partir de
seu reiterado fracasso, demonstrado pelos altos índices de repetência e evasão, que permanecem
inalterados nas últimas décadas.
Nesse contexto, o desafio da construção de uma proposta crítica de educação é colocado a
todos os educadores.
Com a clareza a respeito de seu trabalho e dos novos desafios, educadores do Colégio
Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio, vêm discutindo a necessidade de trazer para
dentro do currículo os diferentes significados sobre a prática humana, social, política e cultural, a favor da
formação de um sujeito mais completo e integral, isto é, uma formação mais pluralista do educando.
Nítido está a todos os educadores que o advento da economia globalizada e a forte influência
dos avanços dos meios de comunicação e dos recursos de informática, aliados à mudança de paradigma da
ciência, não comportam um ensino que se caracterize por um processo de educação continuada, que
deverá acompanhálo. O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo de ensinar, para optar pelos
caminhos que levem ao aprender. Tornase essencial que, professores e alunos, estejam num permanente
processo de aprender a aprender.
Esta Proposta Curricular é a síntese dos esforços, estudos e trabalhos dos profissionais que
atuam no Colégio Estadual da Colônia Murici, com o objetivo de oferecer um ensino de qualidade e
promover a cidadania a todos aqueles que estão envolvidos conosco neste processo.
Temos bem claro que a Proposta Pedagógica é uma maneira coletiva de decidir e agir diante
do momento histórico em que se encontra a educação brasileira.
O trabalho deve ser abrangente, tendo como missão: desenvolver um ser humano competente,
crítico, sensível, humanamente preparado para tomar decisões baseadas no conhecimento científico, que
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 58
seja sujeito de sua história pessoal, e que compreenda a necessidade de sua participação efetiva na
transformação de nossa sociedade, a fim de que esta se torne cada vez mais humana, justa e feliz.
Esta visão de educação encontra seu espaço na construção de uma proposta de trabalho
pedagógico, que permita visualizar as ações e intervenções a serem realizadas antecipadamente, em vista
de resultados positivos na aprendizagem para todos os alunos e comunidade, como um todo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 59
1. PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1.1 DISCIPLINA: ARTES
1.1.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Arte vem sendo produzida pelo ser humano desde que ele, pela primeira vez, realizou um
registro gráfico em sua caverna, emitiu um som ou um gesto e a ele atribuiu significado. O ser humano é um
ser simbólico e a Arte, patrimônio cultural da humanidade. Por meio da Arte, temos acesso aos sentimentos
e aos pensamentos das comunidades de qualquer época, povo, cultura ou país. Produzindo arte, nós nos
conhecemos melhor e nos damos a conhecer o outro.
“(...), a sistematização do ensino da Arte na escola desempenha um papel social, na medida
em que democratiza um conhecimento específico e interfere na formação do indivíduo enquanto fruidor de
cultura e conhecedor da construção de sua própria nação.” (BARBOSA, 2002, p.14).
A Arte deve ser entendida como conhecimento e linguagem. A Arte é e traz conhecimento,
aquele que é específico das linguagens artísticas (o estudo das cores, das formas, do ritmo, etc.) assim
como conhecimento de história, geografia, sociologia, filosofia, religião, política, psicologia, arqueologia,
enfim, tudo o que faz parte do contexto em que a obra é criada. E a construção do conhecimento em Arte se
efetiva na interrelação de saberes que se concretiza na experimentação estética por meio da percepção, da
análise, da criação/produção e da contextualização histórica, abrangendo todos os aspectos do objeto de
estudo, inclusive dentro da visão de mundo do próprio aluno.
A Arte é linguagem por tratarse de um sistema de representação que utiliza principalmente
signos nãoverbais (cor, luz, sombra, som, silêncio, etc) com os quais o artista/aluno, com alguma intenção
compõem uma obra, atribuindo significados a esses elementos. A Arte é criação e manifestação do poder
criador do homem. Criar é transformar, e nesse processo, o sujeito também se recria. No ensino da Arte
resgatase o processo de criação, permitindo que os alunos reconheçam a importância de criar. Desta
forma, a Arte, compreendida como área de conhecimento, apresenta relação com a cultura por meio das
manifestações expressas em bens materiais e imateriais. Sendo assim, a Arte e toda a produção artística e
cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e marcam a sua existência no mundo, através da
interligação dos conteúdos pessoais de cada sujeito, à produção cultural (local/regional/global).
O professor de Arte é, pois, um alfabetizador artístico/estético, o mediador entre arte e aluno.
Seu objetivo maior será tornar seus alunos leitores e produtores de textos visuais, pictóricos, escultóricos,
musicais, cênicos, gestuais, assim como conhecedores de uma parcela da produção artística realizada
desde que o ser humano habitou o planeta; procurando indicar caminhos para educar artística e
esteticamente os alunos, de forma a contemplar sempre o fazer artístico, o conhecimento histórico e a
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 60
apreciação estética. Conforme MOREIRA (2003), a escola e o professor devem pautar suas ações na
formação geral, ampla, pois é isto que pode e deve oferecer. A escola não deve, portanto, ter a expectativa
de formar cientistas ou artistas, mas contribuir com os seus saberes para que os estudantes possam ¨ler e
se expressar por meio de uma linguagem com a qual tenham maior afinidade, o que só podem fazer se
conhecerem as diferentes linguagens postas no mundo hoje¨. (MOREIRA, 2003, p.19).
O objetivo do estudo da Arte é o próprio universo da arte, e de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, são as artes visuais, o teatro, a música e a dança.
1.1.2 OBJETIVOS GERAIS
→ Ampliar o repertório cultural do aluno, a partir dos conhecimentos: estéticos (apreensão do
objeto artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos); artístico (o fazer e o processo criativo);
contextualizado (contexto históricopolítico, econômico e sociocultural dos objetos artísticos e compreensão
de seus conteúdos explícitos e implícitos, aprofundando a investigação desse objeto), aproximando o aluno
do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações;
Observar, conhecer e experimentar formas artísticas nas diferentes linguagens, bem como→
materiais, elementos expressivos, informações e princípios que regem suas combinações, historicidades e
diversidades;
→ Desenvolver e fortalecer no aluno a sua capacidade criadora, apreendendo e expandindo o
seu conhecimento artístico nas diferentes linguagens, valorizando e articulando o fazer e o conhecer com
sensibilidade, imaginação, investigação, curiosidade e reflexão;
Apreciar obras de arte, produções próprias e dos colegas, com prazer, empenho e respeito.→
Construindo uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético,
sabendo receber e elaborar críticas.
1.1.3 CONTEÚDOS
Na disciplina de Artes os conteúdos estruturantes são: elementos básicos das linguagens artísticas;
produções/manifestações artísticas e elementos contextualizadores. Preferencialmente, abordar os temas
fazendo uma corelação entre as diferentes linguagens, não havendo separação entre artes visuais, música,
dança e teatro.
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CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:→
5ª SÉRIE
Música: →
altura, duração, timbre e intensidade
ritmo
melodia
improvisação rítmica
leitura rítmica
percepção musical
Artes visuais:
ponto, linha, cor, textura, volume
bidimensional
figurativa
abstrata
simetria e assimetria
jogos e brincadeiras
reprodução e releitura de obras
folclore e arte popular
pintura, desenho, colagem,...
arte e meio ambiente: materiais recicláveis
Movimentos e períodos:
Préhistória, Egito, Grécia, Africana e Oriental
Teatro:
personagem, ação, espaço, improvisação, criação cênica, mímica, roteiro, jogos teatrais
tragédia e comédia
Dança:
movimento corporal, tempo, espaço
formação níveis, deslocamento, improvisação, coreografia
danças circulares
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6ª SÉRIE
Música:
altura, duração, timbre, intensidade
ritmo, melodia, gêneros diversos, técnicas vocal, instrumental, improvisação
Artes visuais:
ponto, linha, forma, textura, superfície, volume, cor, luz
proporção
tridimensional
figura e fundo
noções de história em quadrinhos
escultura e modelagem
gravura
desenho
pintura
mosaico
letras e números
isocromia, policromia e monocromia
Movimentos e períodos:
arte indígena, arte popular brasileira e paranaense, Idade Média, Renascimento, Barroco.
Teatro:
personagem, ação, espaço
representação
jogos teatrais
mímica
improvisação
teatro de varetas
Dança:
movimento corporal, tempo, espaço
movimentos coreográficos de oito tempos
composições coreográficas
ação corporal articulada no tempo/ritmo e espaço
danças populares paranaenses e brasileiras – capoeira, samba de roda, umbigada, congada,
brincadeiras de roda
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7ª SÉRIE
Música:
altura, duração, timbre, intensidade
ritmo
melodia
harmonia
indústria cultural, eletrônica minimalista, rop, rock, tecno
Artes visuais:
linha, forma, textura, superfície, volume, cor, luz
semelhanças
contrastes
ritmo visual
estilização
deformação
ampliação e redução de imagens
figura humana
perspectiva com um ponto de fuga
colagem
máscara e pintura corporal
Movimentos e períodos:
Indústria Cultural, Impressionismo, Expressionismo
arte do Paraná
Teatro:
personagem, ação, espaço
texto, roteiro, enredo
cenografia
sonoplastia
teatro de sombras
Dança:
movimento corporal, tempo, espaço
danças brasileiras regionais
percepção corporal
coreografia
hip hop, musicais, expressionismos, dança moderna
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 64
8ª SÉRIE
Música:
altura, duração, timbre, intensidade
ritmo, melodia, gêneros, música engajada, MPB, música contemporânea
Artes visuais:
linha, forma, textura, superfície, volume, cor, luz
bidimensional
tridimensional
figurafundo
ritmo visual
perspectiva
ilustração de texto
design e publicidade
caricatura, cartum e charge
informação visual
intervenções artísticas
fotografia, cinema, vídeo
Movimentos e períodos:
arte do século XX
arte paranaense e brasileira
Teatro:
personagem, ação, espaço
improvisação, enredo, criação e encenação
direção, cenografia, sonoplastia, figurino
mímica
teatro do oprimido, teatro pobre, teatro do absurdo, teatro engajado
Dança:
movimento corporal, tempo, espaço
improvisação, criação, desenvolvimento, coreografias
dança moderna, contemporânea, vanguardas e engajadas
1.1.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No Ensino Fundamental, o enfoque cultural baliza as discussões em Arte, pois é na associação
entre a Arte e a Cultura que podem se dar as reflexões sobre as diversidades culturais e as
produções/manifestações culturais que dela decorrem. E a aula de Arte deve ser um espaço no qual se
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 65
reflete e se discute a realidade, sendo a prática social o ponto de partida para as problematizações. Deve
propiciar aos alunos, leituras sobre os signos existentes na cultura de massa, para se discutir de que formas
a indústria cultural interfere e censura as produções/manifestações culturais com as quais os sujeitos
identificamse.
O ensino da Arte será abordado tendo como princípio a compreensão da Arte como linguagem,
como sendo o estudo da geração, da organização e da interpretação de signos verbais e não verbais, no
processo de conhecimento do mundo, na constituição dos sujeitos através das interações sociais, que se
transformam ao longo do processo histórico, transformando a própria sociedade e suas ideologias, bem
como as suas formas de comunicação e interação. Dessa forma, a apropriação dos conhecimentos se dará
a partir da realidade cultural do aluno e sua interação com as produções/manifestações artísticas
abordadas, fazendo com que ele amplie sua visão de mundo e compreenda as constituições simbólicas dele
mesmo e de outros sujeitos, pertencentes às mais diversas realidades culturais.
No encaminhamento desta disciplina, os alunos devem ter acesso às obras de música, teatro,
dança e artes visuais para que se familiarizem com as diversas formas de produção artística. Tratase de
envolver a apreciação e a apropriação dos objetos da natureza e da cultura em uma dimensão estética. A
tarefa do professor é possibilitar o acesso, mediar o sentir e perceber com o conhecimento sobre Arte,
mesmo que sua formação seja em apenas em uma das linguagens artísticas, o professor deve apresentar e
trabalhar os aspectos de todas as linguagens, fazendo uso das novas tecnologias que estão ao alcance de
todos, para que o aluno possa transcender aparências e aprender, pela Arte, aspectos da realidade humana
em sua dimensão singular e social.
Portanto, é preciso que o ensino de Arte ofereça condições para que os alunos compreendam
a Arte como área do conhecimento, como manifestação original do ser humano. Além de identificar, analisar
e conhecer materiais e recursos expressivos, os alunos representem idéias e sentimentos por intermédio
das imagens plásticas, musicais, danças e cênicas. Que o aluno compreenda as Artes realizadas por outros
povos e culturas, que realize leituras e releituras de obras nas diferentes linguagens, além de reconhecer e
utilizar regras de organização dos elementos expressivos, conhecer profissões e profissionais ligados ao
universo da arte, etc.
E deve ser contemplada a educação ambiental, segundo a lei nº 9.759 de 27/04/1999; a história
do Paraná, segundo a lei nº 6.134 de 18/12/2001 e a inserção dos conteúdos de história e cultura afro
brasileira, segundo a lei nº 10.639 de 09/01/2003.
1.1.5 AVALIAÇÃO
Partindo do princípio fundamental de que a avaliação é um processo que integra a
aprendizagem e o ensino, e que o resultado não é o único elemento a ser observado durante a avaliação, é
necessário levar em conta o processo de construção do conhecimento e, para isso, a avaliação deverá ser
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 66
diagnóstica, envolvendo o conhecimento prévio do aluno, durante a situação de aprendizagem, quando o
aluno interage com o conteúdo e analisando como ocorreu o processo de aprendizagem. A avaliação deve
comparar muito mais um aluno com ele mesmo do que um aluno com outro, de maneira a podermos
verificar com mais eficiência o quanto ele avançou, bem como os modos de aprendizagem de cada aluno,
pois sendo os alunos diferentes uns dos outros, cada qual tem uma preferência, uma forma de se expressar
(oralmente, por meio de desenhos, pinturas, dramatizações, etc.) e de realizar as atividades.
A avaliação deve permitir ao aluno posicionarse em relação aos trabalhos artísticos estudados
e produzidos, saindo do lugar comum, dos gostos pessoais, desvinculandose de uma prática pedagógica
pragmática, caracterizada pela produção de resultados, bem como de avaliações que valorizam tão
somente o resultado do espontaneísmo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 67
1.1.6 REFERÊNCIAS
BARBOSA A.M.B. (org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002.
JAPIASSU, R. Metodologia do ensino de teatro. São Paulo: Papirus, 2001.
MARQUES, I. Dançando na escola. 2ª ed. São Paulo. SP: Cortez, 2005.
MOREIRA. Antonio Flávio Barbosa. Algumas reflexões sobre a escola e o conhecimento. 2003.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Artística para o
Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2009.
RICHTER, I. M. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino das artes visuais. Campinas, SP:
Mercado das letras; 2003.
ROSSI, M.H.W. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.
SCHAFER, M. O ouvido pensante. São Paulo: UNESP, 1991.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 68
1.2 DISCIPLINA: CIÊNCIAS
1.2.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A história da Ciência foi constituída a partir da evolução do pensamento do ser humano. O
ensino e a aprendizagem propiciam uma visão dessa evolução ao apresentar seus limites e possibilidades
temporais, relacionandoas as práticas sociais, às quais estão diretamente vinculadas.
Desde antes da descoberta do fogo, o homem começou a se interessar pelos fenômenos à sua
volta e aprender com eles. Já utilizava técnicas para apanhar alimentos, caçar com instrumentos de pedras.
A descoberta do fogo foi um marco para a humanidade, que o utilizou para cozinhar os alimentos. Criou
ainda, uma forma primitiva de experiências químicas para ajudar na transformação de uma substância em
outra. Passou então, a cultivar a terra, criar animais, tornouse mais atento à natureza, estabeleceu relações
entre o movimento do céu e os ciclos vitais de animais e plantas. Essas observações possibilitaram a
aperfeiçoar técnicas, fabricar novos instrumentos, aprender a armazenar o excesso de suas produções,
desenvolver noções de cálculo para construir novos espaços e criar calendários a partir dos movimentos
celestes. O homem passou a formular teorias, crenças e valores e adotar no seu cotidiano o exercício do
pensamento racional a filosofia.
No decorrer da história, tais práticas fizeramno mudar a forma de expressar seu conhecimento
sobre o mundo e, desse modo, a ciência passou a ser determinada pela maneira como ele manifesta esse
conhecimento.
A alquimia merece destaque na história da Ciência, pois contribui com seus conhecimentos
para a transição dos conhecimentos científicos da química, o químico francês Antoine Laurent Lavoisier,
popularizou a ideia do flogisto. A partir de então, a nomenclatura química precisou ser revista. Cada
substância passou a ser cuidadosamente redefinida.
Os avanços científicos determinaram o desenvolvimento do pensamento científico e as
relações sociais. Com a Revolução Industrial no século XVIII houve a legitimação dessas relações e a
determinação de diferentes níveis de domínio do conhecimento científico. Em consequência, houve uma
busca pela energia e maior exploração do ambiente, intensificouse os desmatamentos.
No século XIX, a Ciência foi consolidada. O homem passou a entender que pode interferir na
natureza e buscar melhores condições de vida.
Houve muitos avanços na química e física: a classificação periódica foi criada por Dmitri
Mendeleiev, a eletricidade, eletrostática, magnetismo também se consolidaram. Charles Darwin mudou a
visão do homem em relação ao passado, propôs alternativas ao criacionismo. Gregor Joham Mendel,
descobriu os princípios da hereditariedade, a base da genética.
No século XX, as contribuições da Ciência para a humanidade foram incontáveis: o primeiro
voo de um avião, os avanços da química da física, da biologia, o lançamento do primeiro satélite e o
caminhar do homem na lua, foram feitos essenciais para o avanço da Ciência e do pensamento humano.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 69
A Ciência é uma construção humana, tem suas aplicações, é falível, intencional e está
diretamente relacionada ao avanço da tecnologia e das relações sociais.
Ciência é a designação usual no currículo escolar do Ensino Fundamental, da disciplina que
reúne os conhecimentos pertencentes ao domínio das Ciências Físicas e Naturais, que por sua vez,
compreendam a Física, a Química, a Biologia, as Geociências e a Astronomia. Mas a concepção de
Ciências vai bem mais além do que a simples reunião de conteúdos referentes a determinados campos do
conhecimento científico. A aparentemente simples transformação destes conhecimentos em saber escolar
implica decisões de seleção, organização e enfoque necessariamente subordinados à concepção de
Ciência, Educação e Meio Ambiente.
A meta do ensino de Ciências é salientála como um conhecimento que colabora para a
compreensão do mundo e suas transformações, reconhecendo o homem como parte do universo e como
indivíduo transformador. Assim, o trabalho a ser realizado com o ensino de Ciências deve propiciar aos
alunos condições para que dominem os conhecimentos científicos básicos, a partir dos quais poderão
entender os fenômenos naturais e reconhecer a aplicação desses conhecimentos no seu cotidiano. Devese
oportunizar a apropriação do conhecimento científico na sua totalidade, ou seja, os conteúdos
desenvolvidos devem possibilitar os descobrimentos das relações existentes como vistas à superação dos
problemas postos pela realidade contemporânea.
O ensino de Ciências está na concepção de desenvolvimento humano, apoiada na ideia de
interação do homem com seu meio físico e social, entendendose a aquisição do conhecimento como um
processo historicamente construído, tanto no plano coletivo, quanto no individual.
Dessa forma, a disciplina de Ciências não pode ser vista como uma bricolagem de aspectos
relativos ao conhecimento científico, mas sim, como uma disciplina que possibilita espaços efetivos de
discussão e reflexão a respeito de uma identidade científica, ética, cultural, enfim, uma disciplina que
instrumentalize o aluno para compreender e intervir no mundo de forma consciente.
Na atualidade, o desafio é de oportunizar a todos os alunos, por meio dos conteúdos, noções e
conceitos que propiciem uma leitura crítica de fatos e fenômenos relacionados à vida, a diversidade cultural,
social e de produção científica. Nesta perspectiva, a disciplina de Ciências favorecerá a compreensão das
interrelações e transformações manifestadas no meio (local, regional, global), bem como instigará reflexões
e a busca de soluções a respeito das tensões contemporâneas, como por exemplo, a preservação do meio
ambiente versus as necessidades oriundas da produção industrial; a ética versus a produção científica.
Em uma perspectiva de efetuar o ser humano e o seu corpo como um todo dinâmico, que
interage com o meio ambiente em seu sentido mais amplo, a área de Ciências pode contribuir para a
formação de integridade pessoal e da autoestima, da postura, de respeito ao próprio corpo e ao dos outros,
para o entendimento da saúde como um valor pessoal e social e também para a compreensão da
sexualidade humana sem preconceitos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 70
É também no estudo de Ciências Naturais que os fenômenos da natureza e as transformações
produzidas pelo homem, bem como as diferentes explicações sobre o mundo, podem ser expostas e
comparadas. Dessa forma, o aluno, que já é cidadão hoje, amplia a sua possibilidade presente de
participação social e viabiliza também a sua capacidade de plena participação social no futuro.
A necessidade de superação da visão idealizada do ambiente, como reunião de seres e
fenômenos naturais, em que a humanidade e suas realizações estão excluídas, assim como as suas
percepções fragmentárias e antropocêntricas, e da sua alienação do universo escolar, também oferece uma
inestimável contribuição para essa iniciativa de revisão. Em contraposto, passase a pensar o ambiente
como algo em permanente transformação, modelado tanto pelas forças físicas quanto pelas sociais. Por
isso, deve ficar claro que o homem, ao recriar a realidade, não deixa de ser parte no ecossistema, mas lhe
confere características especiais e adquire maior responsabilidade sobre ele.
Assim, as leituras críticas das transformações direcionadas pelo homem sobre o meio
ambiente, sobre sua vida, são condições para uma análise articulada dos conteúdos básicos,
fundamentados nos elementos essenciais do ecossistema, integrados dinamicamente. O ensino de Ciências
propicia que consideremos essa concepção, contribuindo para a reconstrução da relação homem x
natureza, homem x homem. Para tanto, fazse necessário possibilitar aos alunos uma leitura e compreensão
da totalidade, isto é, um trabalho crítico do conteúdo, que possa levantar questionamentos e discussões
sobre a prática social global, possibilitandoos a interferir em seu meio, na luta pela melhoria da qualidade
de vida.
Nessa perspectiva, há necessidade de uma proposta capaz de traduzir corretamente, no
projeto pedagógico, as preocupações e diretrizes enunciadas; uma proposta derivada de uma particular
concepção de Ciências, que preservando a especificidade dessa área de conhecimento, contribua
simultaneamente para desvelar as verdadeiras relações entre Ciências, Tecnologia, Homem, Sociedade e
Ambiente.
1.2.2 OBJETIVOS GERAIS
O objeto de estudo da disciplina, segundo as novas DCE's para 2010 é que haja a formação do
conhecimento científico do educando mediante o enriquecimento de sua cultura científica, dando
oportunidade de interligar os conceitos cotidianos com conceitos científicos.
Para esse processo ocorrer, é necessário ampliar a capacidade de compreensão, e vincular estas
às situações do cotidiano, onde o aluno posicionese em frente a fenômenos novos.
Objetivar no auxílio da problematização de situações que proporcionem ao aluno aceitar diferentes
maneiras de compreender o mundo, despertando a valorização pela conservação da vida e natureza.
De um modo geral, é importante fazer com que o aluno colabore para a promoção do bemestar
físico, social e psíquico, e do bemestar coletivo também.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 71
Para que esse processo se efetive, é necessário a associação entre Ciência e Tecnologia,
tornandose cada vez mais presente no diaadia, e modificando cada vez mais o mundo e o próprio ser
humano.
Um dos objetivos importantes e relevantes da disciplina é fazer com que o aluno valorize o
cuidado com o seu próprio corpo, como hábitos de alimentação, higiene e desenvolvimento da sexualidade.
Há necessidade em fazer a compreensão e exemplificação com as necessidades humanas,
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico, sendo estes de caráter social, prático ou
cultural.
O conjunto de objetivos para o ensino de Ciências aponta uma intenção geral: criar
oportunidades sistemáticas para que o aluno, ao final do Ensino Fundamental, tenha adquirido um conjunto
de conceitos, procedimentos e atitudes que operem como instrumentos para a interpretação do mundo
científico e tecnológico em que vivemos, capacitandoo nas escolhas que fará como indivíduo e como
cidadão. Nesse sentido, o ensino de Ciências deverá ser organizado de forma a permitir que o aluno
desenvolva as seguintes capacidades:
• Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho de gerações de
homens e mulheres em busca do conhecimento para a compreensão do mundo, valorizandoo
como instrumento para o exercício da cidadania competente;
• Valorizar progressivamente a aplicação do vocabulário científico como forma precisa e
sintética de representar e comunicar os conhecimentos sobre o mundo natural e tecnológico;
• Desenvolver hábitos de saúde e cuidado corporal, concebendo a saúde pessoal, social
e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser conservados, preservados e
potencializados;
• Identificar os elementos do ambiente, percebendoos como parte de processos de
relações, interações e transformações;
• Identificar os elementos do ambiente como recursos naturais, que têm um ritmo de
renovação, havendo, portanto, um limite de retirada;
• Perceber a profunda interdependência dos seres vivos e dos demais elementos do
ambiente;
• Relacionar a capacidade de interação com o ambiente e com a sobrevivência das
espécies;
• Relacionar as características do ambiente natural e cultural com a qualidade de vida;
• Relacionar descobertas e invenções humanas com as mudanças sociais, políticas,
ambientais e viceversa.
• Compreender a tecnologia como recurso para resolver as necessidades humanas,
diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e do ser
humano;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 72
• Formular perguntas e suposições sobre os fenômenos naturais, desenvolvendo
estratégias progressivamente mais sistemáticas de busca e tratamento das informações;
• Desenvolver flexibilidade para reconsiderar suas ideias, reconhecendo e selecionando
fatos e dados na reelaboração de seus conhecimentos;
• Desenvolver postura para a aprendizagem: curiosidade, interesse, mobilização para a
busca e organização de informações; autonomia e responsabilidade na realização de suas tarefas
como estudante;
• Desenvolver um olhar atento para a natureza e ousadia na busca de novas respostas
para desafios;
• Desenvolver a reflexão sobre as relações entre ciência, sociedade e tecnologia,
considerando as questões éticas envolvidas;
• Perceber a construção histórica do conhecimento científico;
• Utilizar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos do cotidiano;
• Coletar dados e buscar informações;
• Discernir conhecimento científico de crendices e superstições.
1.2.3 CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
• Universo/Astronomia – Matéria e Energia – Biodiversidade – Sistemas biológicos.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:→
ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA:→
• Conhecimentos biológicos: Histórico; Estrelas; Planetas e satélites; Asteroides;
Meteoritos; Cometas; Galáxias; Constelações; Sol; Efeitos da radiação do sol; Câncer de pele;
• Conhecimentos químicos: Átomos; Fotossíntese;
• Conhecimentos físicos: Gravidade; Temperatura; Telecomunicações via satélite e
internet; Movimentos de rotação e translação.
INTERRELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE:→
• Conhecimentos biológicos: seres vivos e o ambiente; Ecossistema; Habitat; Nicho
ecológico; Teias e cadeias alimentares (produtores, consumidores e decompositores); Desequilíbrio
ecológico;
• Conhecimentos químicos: Comunidade (transferência de matéria e energia);
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 73
• Conhecimentos físicos: Populações (taxas, densidade demográfica e fatores que
influenciam).
SOLO NO ECOSSISTEMA:→
• Conhecimentos biológicos: Tipos de erosão; Rotação de culturas; Desmatamento;
Doenças; Quilombo: referência de resistência à dominação e luta pela terra no Paraná;
• Conhecimentos químicos: Tipos de solo; tipos de rochas; Queimadas; Substâncias
tóxicas agrícolas; Legislação quanto ao uso de agrotóxico; Poluição do solo;
• Conhecimentos físicos: Tecnologia utilizada na preparação do solo;
• Histórico dos solos de cada região do Estado do Paraná, enfatizando a origem e clima.
ÁGUA NO ECOSSISTEMA:→
• Conhecimentos biológicos: Concentração de água no planeta; Água e os seres vivos;
Ciclo da água; Água potável; Saneamento básico; Poluição da água; Doenças transmissíveis pela
água;
• Conhecimentos químicos: Composição da água, Água como solvente universal;
Soluções e misturas;
• Conhecimentos físicos: Estados físicos da água; Mudanças de estados físicos da água;
Pressão e temperatura.
AR NO ECOSSISTEMA:→
• Conhecimentos biológicos: Existência do ar; Noções de matéria; Camadas
atmosféricas; Poluição do ar; Pressão atmosférica; Camada de ozônio; Efeito estufa; Aquecimento
global;
• Conhecimentos químicos: Elementos químicos; símbolos; Átomo e matéria; Reação
química; Combustão;
• Conhecimentos físicos: Meteorologia e previsão do tempo; Massa e peso;
Propriedades do ar; Formação dos ventos; Brisa terrestre e marítima; Tecnologia aeroespacial e
aeronáutica.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
• Universo/Astronomia – Matéria e Energia – Biodiversidade – Sistemas biológicas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 74
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:→
BIODIVERSIDADE:→
• Conhecimentos biológicos: Origem da vida; Classificação dos seres vivos; Cinco
Reinos (Animália, Protista, Monera, Fungi e Plantae);
• Vírus Características gerais; doenças transmissíveis por vírus;
• Reino Monera Características gerais das bactérias; Bactérias que causam doenças;
Imunologia: Vacinas e Soros; Análise sobre a saúde dos africanos;
• Reino protista Características gerais dos protozoários e das algas; doenças
transmitidas por protozoários;
• Reino Fungi – Características gerais; Importância econômica; Doenças geradas por
fungos;
• Reino Plantae – Criptógamas (Talófitas, Briófitas e Pteridófitas) e Fanerógamas
(Angiospermas e Gimnospermas): Aspectos gerais; Estrutura morfológica e fisiológica; Reprodução;
• Reino Animália – Invertebrados:
• Filo Porífera; Filo Cnidária; Filo Platyhelmintos (platelmintos); Filo Nematoda (nematelmintos); Filo
Annelida (anelídeos); Filo Mollusca (moluscos); Filo Echinodermata (equinodermos) e Filo
Arthropoda (artrópodes): Características gerias; Digestão; Respiração; Circulação; Excreção;
Reprodução; Influência das espécies na vida humana;
• Reino Animália – Vertebrados:
• Peixes; Anfíbios; Répteis; Aves e Mamíferos: Características gerais; Digestão; Respiração;
Circulação; Excreção e Reprodução;
• Espécies animais existentes no Estado, bem como o processo de extinção;
• Químicos: Osmose; Absorção; Fotossíntese; Respiração; Transpiração; Fermentação;
Decomposição;
• Físicos: Fototropismo; Geotropismo; Movimento e locomoção.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
• Universo/Astronomia – Matéria e Energia – Biodiversidade – Sistemas biológicos.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:→
→ CORPO HUMANO INTEGRADO:
• Conhecimentos biológicos: Organização do corpo humano – Células, Tecidos, Órgãos
e Sistemas;
• Morfologia e fisiologia dos sistemas humanos – Digestório, Respiratório, Circulatório,
Excretor, Nervoso, Endócrino, Ósseo, Muscular, Reprodutor e Imunológico;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 75
• Estrutura do esqueleto e ação dos músculos no homem – Articulações, Importância
dos exercícios físicos;
• Importância dos alimentos – Fome, Doenças – Anorexia, Bulimia, Doenças do aparelho
digestório;
• Doenças sexualmente transmissíveis – Contágio, profilaxia, implicação
biopsicossociais, idade, gravidez, má formação genética, concepção, crescimento e
desenvolvimento do ser humano, fecundação, gestação, parto, doenças, aleitamento materno,
métodos anticoncepcionais; DSTs: índice de incidência na África;
• Genética – DNA, Hereditariedade, Cromossomos, Célulastronco; estudo das
características biológicas; Doenças hereditárias comum em negros;
• Conhecimentos químicos: Composição química da célula; Composição química dos
alimentos, conservação dos alimentos, ações químicas da digestão, nutrição; Hábitos alimentares;
Ação química dos alimentos (transformação); Hemodiálise; Reações que ocorrem no sistema
nervoso e ação de substâncias químicas no organismo;
• Conhecimentos físicos: Dimensões das células; Neurotransmissores – impulso elétrico,
caloria e quilocaloria; digestão mecânica – mastigação, deglutição, movimentos peristálticos,
pressão arterial; Inspiração e Expiração; Tecnologias envolvidas na manipulação genética; Correção
de lesões ósseas e musculares.
8ª SÉRIE
→ CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
• Universo/Astronomia – Matéria e Energia – Biodiversidade – Sistemas biológicos.
→ CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
QUÍMICA:→
• História da química – Química no cotidiano;
• Matéria; Propriedades gerais da matéria; Substâncias e misturas;
• Elementos químicos, substância química; misturas homogêneas e heterogêneas;
Fracionamento;
• Átomo – História do átomo; Partículas; Elementos; Número atômico e número de
massa; Modelos Atômicos, íons;
• Tabela Periódica; Classificação dos elementos químicos; Simbologia;
• Ligações químicas; Teoria do Octeto; ligações iônicas, covalente e metálica;
• Funções químicas; Ácidos, bases, sais e óxidos;
• Reações químicas – Equações, Tipos de reações químicas, leis das reações químicas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 76
• Drogas: composição química; tipos de drogas; reações que as drogas causam no
organismo; influências das drogas na sociedade (violência).
FÍSICA:→
• História da física Grandezas e transformações;
• Cinemática movimento e queda dos corpos;
• Dinâmica forças movimentos, elementos de uma força); Princípios da dinâmica (leis
de Newton);
• Trabalho e potência trabalho, potência;
• Energia e máquinas formas de energia, máquinas;
• Energia térmica calor, temperatura, termometria, dilatação dos corpos, quantidade de
calor, propagação do calor;
• Energia sonora som;
• Energia luminosa propagação de luz, fenômenos ópticos, velocidade e cor da luz;
• Eletricidade e magnetismo fenômenos elétricos, eletrostática, magnetismo.
BIOLOGIA:→
• Poluentes na atmosfera; Inversão térmica; Resíduos fecais; Fertilizantes; Agrotóxicos;
Detergentes nãobiodegradáveis; Petróleo; Controle de emissão radiativa; Aquecimento global;
Camada de ozônio; Efeito estufa; A história do computador; Linguagem binária; Inteligência artificial;
Contribuições dos povos africanos para os avanços da ciência e tecnologia.
1.2.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A disciplina de Ciências, tendo como objeto de estudo os Fenômenos Naturais: físicos,
químicos e Biológicos, deve ser estudada a partir de conteúdos abordados de forma articulada, em uma
perspectiva crítica e histórica, considerando a necessidade de contextualização, evitando a abordagem
tradicional de repasse de conteúdos do livro didático.
A Ciência deve ser concebida no processo EnsinoAprendizagem, como uma construção
humana, cujos conhecimentos científicos são passíveis de alterações e marcados por intensas relações de
poder.
Visando a abordagem crítica e articulada, são propostos conteúdos estruturantes, dos quais
ramificamse os conteúdos específicos a serem trabalhados, considerando a prática social do aluno.
Para evitar uma abordagem descontextualizada, fragmentada por série, os conteúdos
específicos serão trabalhados ao longo do Ensino Fundamental, respeitandose o nível cognitivo de cada
turma, a realidade local, a diversidade cultural e as diferentes formas de apropriação dos saberes pelos
educandos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 77
Os encaminhamentos metodológicos, portanto, devem considerar o dinamismo e a
provisoriedade da Ciência, cujas práticas e descobertas estão constantemente sendo substituídas por
outras mais modernas. Assim, os conteúdos específicos devem estar relacionados entre si, com os
conteúdos estruturantes, com outras disciplinas e com elementos científicos, tecnológicos e sociais.
O professor deve provocar discussões, análises e reflexões, valorizando o conhecimento
empírico do aluno, para chegar ao conhecimento historicamente produzido.
O laboratório (desde que não trabalhado por si só), aulas práticas, análise de gráficos,
pesquisas e trabalhos de campo, entrevistas, problematizações, observações, visitas, projetos individuais e
em grupos, palestras, fóruns, debates, seminários, conversações, músicas, desenhos, maquetes,
experimentos, relatórios, dramatizações, histórias em quadrinhos, painéis, murais, exposições e feiras,
dentre outros, são recursos didáticos que podem ser utilizados, evitandose a forma reducionista de repasse
de livros didáticos. Comparações de acontecimentos científicos passado, presente e futuro – também
devem estar entre as formas de convite para a aprendizagem, assim como a utilização das tecnologias
encontradas na escola como a utilização do laboratório de informática, televisão, DVD, rádio, retroprojetor e
data show.
Salientamos que os temas propostos devem ser flexíveis o suficiente para abrigar a curiosidade
e as dúvidas do educando, para que a compreensão dos conceitos evidenciem a importância da montagem
do método científico, exigindo o desenvolvimento de atitudes/procedimentos para a solução e interpretações
dos fenômenos envolvidos.
1.2.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é fundamental para a construção de uma escola democrática, uma vez que ajuda a
desenvolver capacidades e habilidades de alunos, professores envolvidos no processo pedagógico, já que a
convivência no coletivo é crescimento e amadurecimento.
Os resultados das avaliações devem servir como um dos elementos norteadores do trabalho
docente, onde não só o aluno é avaliado, como também todo o processo.
A avaliação contínua pode verificar a produção constante do aluno e minimizar os traumas das
provas trimestrais. É certo que é praticamente impossível verificar se todos os objetivos foram alcançados
ao final de cada trimestre com uma simples avaliação escrita, pois eles são numerosos. Então, por que não
avaliar também os resultados em sala de aula? A avaliação constante permite identificar falhas durante o
processo e retornar determinado conteúdo, trabalhandoo de outra maneira. O desempenho do aluno deve
ampliarse de forma contínua e sistemática.
Este processo é obtido utilizando vários processos, como experimentações práticas,
apresentação de uma peça teatral, a análise de um filme, montagem de cartazes e quadros, debates,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 78
entrevistas, interpretações de textos, e resolução de problemas com base na aplicação dos conceitos, entre
outros, selecionados aqueles pertinentes aos temas de estudo.
Desta forma, o domínio e compreensão dos processos citados acima, dão respaldo para uma
avaliação de todo o trabalho pedagógico, fazendo com que o professor possa reconhecer o caminho a ser
percorrido em sua disciplina.
Ao abordar cada conteúdo específico, o professor precisa estabelecer critérios avaliativos
claros, para tanto, precisa considerar uma série de fatores, dentre os quais podese destacar: a série que
será avaliada; o nível cognitivo dos alunos; as diferentes formas de apropriação dos conteúdos específicos
por parte dos alunos; o planejamento das ações pedagógicas. Para isto, considerase como critério
avaliativo:
• O quanto o aluno compreende a necessária refação entre os conhecimentos físicos,
químicos e biológicos para a explicação dos fenômenos naturais;
• O quanto o aluno se apropriou de determinado conteúdo científico e o grau de
compreensão em relação à realidade, e fazer este ter a capacidade de construir conceitos;
• O quanto o aluno consegue relacionar aspectos sociais, étnicos, éticos, econômicos,
políticos e históricos relacionando a diversidade cultural envolvidos nos processos de determinados
conteúdos;
• Ter habilidades básicas de raciocínio que devem ser considerados do ensino
aprendizagem em relação à observação do mundo ao redor do aluno, análise de situações do diaa
dia com base nos conceitos compreendidos;
• A experimentação é o ponto de partida para compreensão de conceitos científicos
dando oportunidade para veracidade dos mesmos;
• A caracterização de transformações naturais induzidas pelas atividades humanas em
toda a biosfera;
• Reconhecer a necessidade de preservação do ambiente como um todo e também em
particular na região em que se vive.
Enfim, que eles façam articulações entre os conceitos construídos para organizálos em um
corpo de conhecimentos sistematizados.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 79
1.2.6 REFERÊNCIAS
AMARAL, I. A. do. Ensino de Ciências e os Parâmetros Curriculares Nacionais. In: Seminário Regional
sobre Parâmetros Curriculares Nacionais.São Paulo, 16 e 17 de setembro de 1996.
AMARAL, I. A. do. Currículo de Ciências: das tendências clássicas aos movimentos atuais de renovação. In:
BARRETO, E. S. DE S. (Org.). Os Currículos do Ensino Fundamental para as Escolas brasileiras.
Coleção Formação de Professores. São Paulo: autores associados, 2000.
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Editora do Brasil S/A.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Avaliação, sociedade e escola: fundamentos para a
reflexão. 2. ed. Curitiba: SEED, 1986.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do
Paraná. 3. ed. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Prefeitura Municipal de Curitiba. Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. Diretrizes
Curriculares para a educação municipal de Curitiba. Curitiba, vol. 3. 2006.
http://www.mma.gov.br/conama/ 14/11/2007 14:30.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 80
1.3 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA
1.3.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A relação entre Educação Física e educação é evidenciada ao longo da história, através da
preocupação de vários educadores e pensadores, em caráter nacional e internacional, em valorizar a
Educação Física no contexto geral de educação.
As Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica do Paraná (SEED, 2009)
comentam as várias transformações que a disciplina Educação Física absorveu em sua dimensão histórica.
A partir de 1882, a Educação Física tornouse obrigatória nos currículos escolares quando Rui
Barbosa, no seu parecer sobre o projeto Reforma do Ensino Primário e várias instituições complementares
da Instrução Pública, afirmou a importância da ginástica na formação do cidadão.
Nos séculos XVIII e XIX as aulas de Educação Física sofreram forte influência das instituições
militares e da medicina. Foram importados da Europa vários métodos de ginástica e práticas de saúde para
manter o organismo são e a eficácia da mecânica corporal. A Educação Física tinha então, a função de
formar corpos saudáveis que melhor se adaptassem aos processos de produção do trabalho.
Na década de 30 houve um incentivo às práticas esportivas com vistas a promover políticas
nacionalistas para o país. Ocorreu então a popularização do esporte com a criação de centros esportivos e
a vinda de especialistas do exterior. A Educação Física passou então a ser sinônimo de esporte.
A partir de 1964 o esporte passou a ser tratado com mais ênfase no Brasil devido a acordos feitos
entre o MEC e o Departamento de Educação Americana. Vários professores especializaramse no exterior,
especialmente em cursos na área esportiva. Foi então que o esporte consolidou sua hegemonia na
Educação Física, através do método tecnicista, centrado na competição e no desempenho.
A Educação Física continuou como disciplina obrigatória na escola com a promulgação da Lei n.
5.692/71, tendo sua legislação específica e integrada como atividade curricular obrigatória em todos os
cursos e níveis dos sistemas de ensino.
Nesse período, sob regime militar, a Educação Física estava ligada à aptidão física, sendo
importante para aumentar a capacidade produtiva da classe trabalhadora, ao desenvolvimento do desporto,
e com a intenção de tornar o país uma potência olímpica.
Procurando deixar a pedagogia tecnicista de lado e em busca de uma identidade para a Educação
Física como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano enquanto
produtor da cultura, vários educadores apontaram então novos caminhos para a disciplina.
Uma das primeiras referências a ter destaque foi a psicomotricidade, centrada na educação pelo
movimento, valorizando a formação integral do aluno.
Na década de 80, surgiram as tendências progressistas, destacandose as seguintes abordagens:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 81
• Desenvolvimentista: com a ideia de que o movimento é o principal meio e fim de Educação Física.
Constituise no ensino de habilidades motoras de acordo com uma sequência de desenvolvimento.
Sua base teórica é, essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;
• Construtivista: defende a formação integral, incluindo as dimensões afetivas e cognitivas ao
movimento humano. Esta abordagem, embora preocupada com a cultura infantil, fundamentase
também na psicologia do desenvolvimento.
Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das ciências humanas,
sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as seguintes tendências:
− Críticosuperadora – baseiase nos pressupostos da pedagogia históricocritica desenvolvida por Demerval
Saviani. Nessa proposta, o objeto da área de conhecimento da Educação Física é a Cultura Corporal,
concretizandose nos seus diferentes conteúdos, quais sejam: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a
dança. O conhecimento é sistematizado em ciclos e propõe que este seja tratado de forma histórica e
espiralada, considerando o grau de complexidade;
− Críticoemancipatória – parte de uma concepção de movimento denominada de dialógica. O movimentar
se humano é entendido como uma das formas de comunicação com o mundo, sob uma visão crítica e
independentemente do segmento social a que se pertença.
No início da década de 90, ocorreu a elaboração do Currículo Básico para o Estado do Paraná. Para
a Educação Física, o Currículo Básico fundamentavase na pedagogia históricocrítica, denominada de
Educação Física progressista, revolucionária e crítica, propondo uma prática políticopegagógica que
contribuísse para superar as diferenças sociais.
No mesmo período, foi elaborado o documento intitulado Reestruturação da Proposta Curricular do
Ensino de Segundo Grau, também para a Educação Física. Assim como antes, a proposta foi fundamentada
na proposta históricocrítica de educação para resgatar o compromisso social da ação pedagógica da
Educação Física, objetivandose uma sociedade fundamentada em valores mais igualitários.
Esta proposta representou um marco para a disciplina, destacando a importância da dimensão
social da Educação Física, possibilitando a consolidação de um novo entendimento em relação ao
movimento humano como expressão da identidade corporal, como prática social e como uma forma do
homem se relacionar com o mundo, apontando a produção histórica e cultural dos povos, relativos à
ginástica, à dança, aos desportos, aos jogos, bem como, às atividades que correspondam às características
regionais.
Com a apresentação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), na década de 90, a disciplina
da Educação Física sofreu um retrocesso nos seus avanços teóricos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
de Educação Física para o Ensino Fundamental abandonaram as perspectivas da aptidão física fundamen
tadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras questões relacionadas às dimensões cultu
rais, sociais, políticas, afetivas no tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas relativas ao
corpo e ao movimento.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 82
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Física (SEED 2009), os Parâmetros Curricu
lares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental e Médio constituíram uma proposta teórica
incoerente. As diversas concepções pedagógicas ali apresentadas valorizaram o individualismo e a adapta
ção do sujeito à sociedade, ao invés de construir e oportunizar o acesso a conhecimentos que possibilitem
aos educandos a formação crítica.
Assim visto, as Diretrizes Curriculares de Educação Física (SEED 2009) procuram questionar a
Educação Física que trata do corpo enquanto objeto de treinamento, sugerindo então uma Educação Física
voltada à reflexão sobre o fazer corporal, objetivando a formação de um sujeito que reconheça o próprio
corpo em movimento e a sua subjetividade.
1.3.2 OBJETIVOS GERAIS
Partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física deve garantir o
acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historica
mente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um
ser humano crítico e reflexivo, reconhecendose como sujeito, que é produto, mas também agente histórico,
político, social e cultural (SEED 2009).
1.3.3 CONTEÚDOS
De acordo com as Diretrizes Curriculares, os Conteúdos Estruturantes foram definidos como os co
nhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos
de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino.
Constituemse historicamente e são legitimados nas relações sociais.
Podese enriquecer os conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas, priori
zando as particularidades de cada comunidade.
A seguir, cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que contempla os
fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais,
bem como elementos da subjetividade representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência
com as diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os Conteúdos Estruturantes propostos para a
Educação Física na Educação Básica são os seguintes:
ESPORTE
Com relação ao esporte, a intenção é refletir com os alunos sobre as práticas esportivas e adaptá
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 83
las à realidade escolar. Neste sentido, o esporte pode ser desenvolvido com abordagens voltadas para o
lazer, para a melhoria ou manutenção da saúde, bem como para a integração dos indivíduos.
De acordo com as DCE para a Educação Física (SEED 2009), procurase um entendimento crítico
das manifestações esportivas, as quais devem ser tratadas de forma ampla, isto é, desde sua condição
técnica, tática, seus elementos básicos, até o sentido da competição esportiva, a expressão social e
histórica e seu significado cultural como fenômeno de massa.
Portanto, ao trabalhar com o esporte, o professor deve trazêlo para dentro da escola para ser
praticado, debatido e contextualizado criticamente, procurando sempre a possibilidade de alternativas: ao
lado das medalhas, a satisfação pessoal da prática de um esporte, ao lado do esporte trabalho, o esporte
lazer.
JOGOS E BRINCADEIRAS
Segundo as DCE para a Educação Física (SEED 2009), os jogos e as brincadeiras compõem um
conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem
a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas atividades.
Ao respeitarem combinados do jogo, os alunos aprendem a se mover entre a liberdade e os limites,
os próprios e os estabelecidos pelo grupo. Além de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para
que o professor discuta as possibilidades de flexibilização das regras e da organização coletiva.
Os jogos e as brincadeiras também oportunizam o estudo da cultura local e regional onde estes são
praticados, valorizando a manifestação corporal inerente ao local.
DANÇA
A dança caracterizase pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos, ou
improvisados. Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e
compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potencializados por ela. A dança pode existir
como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia.
Na escola, a dança pode ser vivenciada através de suas diversas formas enfatizandose a
espontaneidade e a improvisação, e servindose da técnica como referencial para a criação de coreografias
O trabalho com a dança também pode oferecer ao professor e seus alunos uma reflexão crítica
sobre seus significados, oportunizando o estudo do contexto em que ela foi criada e da possibilidade de
superação de modelos préestabelecidos. Além disso criase a possibilidade do rompimento com a técnica
dos movimentos padronizados e mecanizados, propiciando a criação de coreografias de acordo com a
possibilidade do aluno.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 84
GINÁSTICA
O conteúdo Ginástica pode oferecer ao aluno o estudo das possibilidades e limites do corpo. Com
este conteúdo, criase a possibilidade de vários questionamentos acerca de padrões estéticos e
mecanizados do movimento humano. Além do culto exacerbado ao corpo e aos exercícios físicos, é possível
também a reflexão acerca dos modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas
corporais.
Neste conteúdo estruturante, há também a possibilidade do estudo da importância da prática
habitual de exercícios físicos como fator relacionado à manutenção e/ou promoção da saúde, bem como na
redução da incidência de diversas doenças, principalmente as degenerativas, dentre as quais incluemse o
diabetes, a hipertensão e a obesidade.
LUTAS
As lutas constituem sistemas de práticas e tradições historicamente produzidas e repletas de
simbologias e tradições.
Na escola, as lutas podem ser tratadas de forma que estas possibilitem a identificação de valores
culturais conforme a época e o lugar onde as mesmas foram ou são praticadas.
As lutas devem ser abordadas de forma reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que
somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e
vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e consciente, procurando, sempre que possível,
estabelecer relações com a sociedade em que vive. A partir desse conhecimento proporcionado na escola,
o aluno pode de forma autônoma decidir pela sua prática, ou não, fora do ambiente escolar.
A seguir, os conteúdos da Educação Física que compõem o Ensino Fundamental foram divididos
em estruturantes e básicos.
5ª SÉRIE
→ ESPORTE
• Coletivos
• Individuais
→ JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos e brincadeiras populares
• Brincadeiras e cantigas de roda
• Jogos de tabuleiro
• Jogos cooperativos
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→ DANÇA
• Danças folclóricas
• Danças de rua
• Danças criativas
→ GINÁSTICA
• Ginástica rítmica
• Ginástica circense
• Ginástica geral
→ LUTAS
• Lutas de aproximação
• Capoeira
6ª SÉRIE
→ ESPORTE
• Coletivos
• Individuais
→ JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos e brincadeiras populares
• Brincadeiras e cantigas de roda
• Jogos de tabuleiro
• Jogos cooperativos
→ DANÇA
• Danças folclóricas
• Danças de rua
• Danças criativas
• Danças circulares
→ GINÁSTICA
• Ginástica rítmica
• Ginástica circense
• Ginástica geral
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→ LUTAS
• Lutas de aproximação
• Capoeira
7ª SÉRIE
→ ESPORTE
• Coletivos
• Radicais
→ JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos e brincadeiras populares
• Jogos de tabuleiro
• Jogos dramáticos
• Jogos cooperativos
→ DANÇA
• Danças criativas
• Danças circulares
→ GINÁSTICA
• Ginástica rítmica
• Ginástica circense
• Ginástica geral
→ LUTAS
• Lutas com instrumento mediador
• Capoeira
8ª SÉRIE
→ ESPORTE
• Coletivos
• Radicais
→ JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos de tabuleiro
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• Jogos dramáticos
• Jogos cooperativos
→ DANÇA
• Danças criativas
• Danças circulares
→ GINÁSTICA
• Ginástica rítmica
• Ginástica geral
→ LUTAS
• Lutas com instrumento mediador
• Capoeira
ELEMENTOS ARTICULADORES DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Procurando uma nova maneira de abordar os conteúdos relacionados à Educação Física, as
Diretrizes Curriculares de Educação Física (SEED 2009) propõem o trabalho com os Elementos
Articuladores. Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares, os Elementos Articuladores interligamse e
complementam os conteúdos estruturantes, na medida em que visam tratar as práticas corporais de forma
reflexiva e contextualizada, favorecendo a compreensão destas práticas.
a) CULTURA CORPORAL E CORPO
De acordo com SILVA, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), “o corpo é uma construção
social, uma vez que, por meio de sua individualidade e da sua experiência recebe o “modo de ser da vida”, a
natureza e o tempo da cultura.
O corpo deve ser entendido em sua totalidade; o ser humano é o seu corpo que sente, pensa e age.
Sob uma perspectiva de análise crítica, o corpo deve ser estudado através de seu referencial de beleza e
saúde, do seu uso/abuso como ferramenta produtiva e objeto de consumo, bem como da visão ao longo da
história que a humanidade criou em relação ao corpo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 88
b) CULTURA CORPORAL E LUDICIDADE
Para MARCASSA, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), o lúdico é uma manifestação
cultural inserida nas várias dimensões da vida humana. Não existe isoladamente, numa ou outra atividade,
podendo aparecer nas mais diferentes situações.
O lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui nas interações sociais,
sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice.
Ao vivenciar e refletir sobre os aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna
se capaz de estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis assumidos nas
relações em grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas particulares que os brinquedos e as brinca
deiras tomam em distintos contextos e diferentes momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos
sociais.
c) CULTURA CORPORAL, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
GUEDES e GUEDES (1993), NAHAS e CORBIN (1992b), citados por MARQUES e GAYA (1999),
sugerem que tão importante quanto envolver os educandos com atividades motoras relacionadas à saúde,
durante as aulas de Educação Física, é fazer com que os mesmos incorporem conhecimentos necessários
que os levem a uma prática motora efetiva além das aulas programadas, bem como à adoção de hábitos de
vida que proporcionem uma vida com qualidade.
Cabe também mencionar que a qualidade de vida não depende apenas do indivíduo. Há outros
fatores aqui implícitos que também atuam sobre a questão. Segundo ASSUMPÇÃO et al (2002), devese
também interpretar a saúde e a qualidade de vida levandose em questão o universo social em que os
indivíduos estão inseridos.
De acordo com ASSUMPÇÃO et al (2002), e GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), a expressão
qualidade de vida tem uma dimensão subjetiva, relacionada ao estilo de vida, e uma dimensão objetiva, esta
ligada às condições de vida. Segundo os últimos autores, temse então a decisão individual de como se
quer viver a vida, citando os hábitos e condutas pessoais, como exemplo. Do outro lado, há a questão das
condições de vida, estas podendo ser aferidas segundo indicadores qualitativos, como o de inclusão social
ou o índice de desenvolvimento humano (IDH).
Concluem ASSUMPÇÃO et al (2002) que a questão saúde, e por conseguinte, qualidade de vida,
não pode ser debatida apenas biologicamente. Há que se levar também em conta os elementos sociais,
econômicos, políticos e culturais se o objetivo é aprofundar mais a questão.
De acordo com as Diretrizes, os cuidados com a saúde não podem ser atribuídos tão somente a
uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de
práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 89
d) CULTURA CORPORAL E MUNDO DO TRABALHO
Para MASCARENHAS, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), as diversas formas de conflito
do viver em sociedade, dentre elas as formas de socialização e de construção de uma identidade, as
estratégias de dominação e sua resistência se originam no modo como os indivíduos se relacionam no e
pelo trabalho, em intercâmbio com a natureza.
Assim, o mundo do trabalho tornase elemento articulador dos Conteúdos Estruturantes da Educa
ção Física, na medida em que concentra as relações sociais de produção/assalariamento vigentes na socie
dade, em geral, e na Educação Física, em específico. O professor poderá, como exemplo, debater com
seus alunos as consequências da profissionalização e o assalariamento de diversos atletas, vinculados às
diferentes práticas corporais.
e) CULTURA CORPORAL E DESPORTIVIZAÇÃO
A desportivização deve ser analisada à luz da padronização das práticas corporais. Isso significa
que o primeiro objetivo de tornar qualquer atividade um esporte, é colocála sob normas e regras padroniza
das e subjugadas a federações e confederações, para que sua difusão seja ampla em todo o planeta, dei
xando o aspecto criativo da expressão corporal num segundo plano.
Esta visão pode ser direcionada aos conteúdos específicos, apontados dentro dos Conteúdos Estru
turantes, analisando então em que condições estes tornaramse esportes institucionalizados e quais foram
os impactos derivados desta transformação.
f) CULTURA CORPORAL – TÉCNICA E TÁTICA
Segundo FENSTERSTEIN, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), a técnica permeia a Educa
ção Física na medida em que concebe o corpo como uma máquina e na sua subordinação ao sistema es
portivo e os princípios que o determinam.
De acordo com as Diretrizes Curriculares, a técnica é fundamento central para pensar os diferentes
conteúdos da Educação Física, fruto do rigor científico e do desejo humano em criar estratégias e métodos
mais eficientes para educar e padronizar gestos das diversas práticas corporais.
Porém, se o enfoque permanecer apenas na técnica e na tática, deixando de lado os outros princí
pios do esporte, perdese a capacidade de se relacionar e refletir sobre quaisquer manifestações corporais.
As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o legado cultural das di
ferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a importância do aprendizado das diferentes téc
nicas e elementos táticos. Tratase, sim, de conceber que o conhecimento sobre estas práticas vai muito
além dos elementos técnicos e táticos. Do contrário, correse o risco de reduzir ainda mais as possibilidades
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 90
de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no desenvolvimento de ha
bilidades motoras e no treinamento físico, por meio das conhecidas progressões pedagógicas.
g) CULTURA CORPORAL E LAZER
Segundo MARCASSA e MASCARANHAS, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), são nos
momentos de lazer que os jovens criam e reforçam seus laços de identidade social, que as crianças, através
da atividade lúdica, interpretam e ressignificam o mundo que as cerca, que os adultos tecem suas relações
sociais e renovam valores e comportamentos que fundamentam os princípios éticos, estéticos e políticos
que regem a sociedade.
No trabalho pedagógico com o lazer, os alunos irão refletir e discutir as diferentes formas de lazer
em distintos grupos sociais, em suas vidas, na vida das famílias, das comunidades culturais, e a maneira
como cada um deseja e consegue ocupar seu tempo disponível.
h) CULTURA CORPORAL E DIVERSIDADE
Aqui, propõese uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação da diversidade nas
relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem revelarse excelentes oportunidades de rela
cionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização humana,
para que o outro seja considerado.
Em relação ao reconhecimento das diferenças, também é preciso valorizar as experiências corpora
is do campo e dos povos indígenas. Esses registros culturais têm riquíssimos acervos, muitas vezes esque
cidos porque predominam os modelos urbanos de educação do corpo. Assim, tornase pertinente valorizar
as práticas corporais de cada segmento social e cultural nas escolas do campo e indígenas, tanto quanto
nas escolas urbanas.
i) CULTURA CORPORAL E MÍDIA
Esse elemento articulador deve propiciar a discussão das práticas corporais transformadas em es
petáculo e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos meios de comunicação para promover e divul
gar produtos. Para uma análise crítica dessa concepção das práticas corporais, diversos veículos de comu
nicação podem servir de referência, quais sejam: programas esportivos de rádio e televisão, artigos de jor
nais, revistas, filmes, documentários, entre outros.
Nesta seção, os conteúdos os conteúdos podem ser aprofundados, considerando as questões vei
culadas pela mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão sobre:
a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde, consumo; os extremos sobre a questão salarial
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 91
dos atletas; os extremos de padrões de vida dos atletas; o preconceito e a exclusão; a ética que permeia os
esportes de alto nível, entre outros aspectos que são ditados pela mídia.
HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA E AFRICANA
Em 2003 foi lançada a lei federal nº 10.639, que modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), estabelecendo a obrigatoriedade do ensino da cultura africana e afrobrasileira nas escolas
públicas e privadas de todos os estados brasileiros.
LEI DE POLÍTICA AMBIENTAL
Em de 31 de agosto de 1981 foi lançada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Esta lei, em seu Art. 1º/ 5. CF, art. 225, diz que: "Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondose
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendêlo e preserválo para as presentes e futuras
gerações."
Os conteúdos relacionados à História e Cultura Afrobrasileira e Africana, à Lei de Política
Ambiental, e à História do Paraná (Lei Estadual nº 13.381/01) poderão ser desenvolvidos
interdisciplinarmente, como por exemplo, através de projetos, onde poderão ser abordados diversos
assuntos, dentre os quais se destacam:
• Estudo das práticas corporais da cultura negra, em diferentes momentos históricos.
• A capoeira, seus significados e sentidos no contexto históricosocial, como elemento da cultura
corporal.
• A contribuição do negro para a cultura física no Brasil.
• O racismo no futebol.
• A influência dos povos negros e indígenas nos jogos e brincadeiras populares do Brasil.
• O indivíduo e suas relações com o meio ambiente.
• Percepção ambiental.
• História dos esportes no Paraná.
• Personalidades esportivas do Paraná.
1.3.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimento, tratase de acompanhar a
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 92
experiência prática e reflexiva dos conteúdos na aplicação dentro de contextos significativos.
O professor e o aluno devem ser elementos ativos, atuando em uma relação de reciprocidade.
O primeiro deve buscar a competência técnica, através do trabalho com o conteúdo numa concepção
histórica, ao segundo deve ser permitido que reflita e reelabore o conhecimento, tornando este significativo
para sua realidade.
De acordo com as DCE (SEED 2009), ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de
Educação Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz como
referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da realidade. Esse momento
caracterizase como preparação e mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar.
Após o breve mapeamento daquilo que os alunos conhecem sobre o tema, o professor propõe um
desafio remetendoo ao cotidiano, criando um ambiente de dúvidas sobre os conhecimentos prévios. Por
exemplo, levantar a seguinte questão sobre o jogo: todo jogo é necessariamente competitivo? Será que
existe alguma maneira de jogar sem que exista um vencedor no final?
Posteriormente, o professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado, para que tenham
condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo, assim, as atividades relativas à apreensão
do conhecimento através da prática corporal. Ainda neste momento, o professor realiza as intervenções
pedagógicas necessárias, para que o jogo não se encaminhe desvinculado dos objetivos estabelecidos.
Finalizando a aula, ou um conjunto de aulas, o professor pode solicitar aos alunos que criem outras
variações de jogo, vivenciandoas. Neste momento, é possível também a efetivação de um diálogo que
permite ao aluno avaliar o processo de ensino/aprendizagem, transformandose intelectual e
qualitativamente em relação à prática realizada.
1.3.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é na verdade o caminho que permite ao aluno a aquisição do conhecimento, pois
mediante a reflexão e acompanhamento contínuo, é que o professor diagnosticará a necessidade ou não de
redimensionamento da sua prática.
Para MATTOS e NEIRA (2000), na avaliação, o professor deve atentar para o desenvolvimento do
pensamento, a aquisição e a aplicação dos conceitos adquiridos durante as aulas para a solução de
problemas apresentados pelo cotidiano, e à autonomia.
GIANNICHI, citado por RODRIGUES (2003) esclarece que, para procedermos a uma avaliação,
devemse ter claro alguns princípios: esclarecer o que será avaliado inicialmente, selecionar as técnicas ou
instrumentos de avaliação em função dos objetivos, considerar os pontos positivos e limitados das técnicas
de avaliação empregadas, levar em conta uma variedade de técnicas para assegurar uma avaliação
compreensiva, e considerar a avaliação como meio e não fim.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 93
Sendo assim, RODRIGUES (2003) comenta que a avaliação é um ato que se realiza para
verificarmos em que estágio se encontra determinada aprendizagem, não sendo um ato estratificado ou
momentâneo.
Em linhas gerais, durante o desenvolvimento dos conteúdos e nos processos avaliativos, o
professor deve perceber se o aluno é capaz de:
No Esporte
5ª SÉRIE
Esperase que o aluno conheça dos esportes:
• O surgimento de cada esporte com suas primeiras regras;
• Sua relação com jogos populares.
• Seus movimentos básicos, ou seja, seus fundamentos.
6ª SÉRIE
Esperase que o aluno possa conhecer:
• A difusão e diferença de cada esporte, relacionandoas com as mudanças do contexto histórico bra
sileiro.
• Reconhecer e se apropriar dos fundamentos básicos dos diferentes esportes.
• Conhecimento das noções básicas das regras das diferentes manifestações esportivas.
7ª SÉRIE
• Entender que as práticas esportivas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de lazer, como espor
te de rendimento ou como meio para melhorar a aptidão física e saúde.
• Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes esportes.
• Reconhecer os aspectos positivos e negativos das práticas esportivas.
8ª SÉRIE
• Apropriação acerca das regras de arbitragem, preenchimento de súmulas e confecção de diferentes
tipos de tabelas.
• Reconhecer o contexto social e econômico em que os diferentes esportes se desenvolveram.
Nos Jogos e Brincadeiras
5ª SÉRIE
• Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos, brinquedos e brincadeiras,
bem como, apropriarse efetivamente das diferentes formas de jogar;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 94
• Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da construção de brinquedos com mate
riais alternativos.
6ª SÉRIE
• Conhecer difusão dos jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto brasileiro.
• Reconhecer as diferenças e as possíveis relações existentes entre os jogos, brincadeiras e brinque
dos.
• Construir individualmente ou coletivamente diferentes jogos e brinquedos.
7ª SÉRIE
• Desenvolver atividades coletivas a partir de diferentes jogos, conhecidos, adaptados ou criados, se
jam eles cooperativos, competitivos ou de tabuleiro.
• Conhecer o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos, brincadeiras e brinquedos.
8ª SÉRIE
• Reconhecer a importância da organização coletiva na elaboração de gincanas e R.P.G.
• Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes elementos:
1. Visão do jogo;
2. Objetivo;
3. O outro;
4. Relação;
5. Resultado;
6. Consequência;
7. Motivação.
Na Dança
5ª SÉRIE
• Conhecimento sobre a origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre outros) das dife
rentes danças;
• Criação e adaptação tanto das cantigas de rodas quanto de diferentes sequencias de movimentos.
6ª SÉRIE
• Conhecer a origem e o contexto em que se desenvolveram o Break, Frevo e Maracatu;
• Criação e adaptação de coreografia rítmica e expressiva;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 95
• Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da construção de instrumentos musicais
como, por exemplo, o pandeiro e o chocalho.
7ª SÉRIE
• Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros
elementos que identificam as diferentes danças;
• Montar pequenas composições coreográficas.
8ª SÉRIE
• Reconhecer a importância das diferentes manifestações presentes nas danças e seu contexto histó
rico;
• Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros
elementos presentes no forró, vanerão e nas danças de origem africana;
• Criar e vivenciar atividades de dança, nas quais sejam apresentadas as diferentes criações coreo
gráficas realizadas pelos alunos.
Na Ginástica
5ª SÉRIE
• Conhecer os aspectos históricos da ginástica e das práticas corporais circenses;
• Aprendizado dos fundamentos básicos da ginástica:
− Saltar;
− Equilibrar;
− Rolar/Girar;
− Trepar;
− Balançar/Embalar;
− Malabares.
6ª SÉRIE
• Conhecer os aspectos históricos da ginástica rítmica (GR);
• Aprendizado dos movimentos e elementos da GR como:
Saltos;
Piruetas;
Equilíbrios.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 96
7ª SÉRIE
• Manusear os diferentes elementos da GR como:
Corda;
Fita;
Bola;
Maças;
Arco.
• Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir das atividades circenses como acroba
cias de solo e equilíbrios em grupo.
8ª SÉRIE
• Conhecer e vivenciar as técnicas das ginásticas ocidentais e orientais;
• Compreender a relação existente entre a ginástica artística e os elementos presentes no circo, as
sim como, a influência da ginástica na busca pelo corpo perfeito.
Nas Lutas
5ª SÉRIE
• Conhecer os aspectos históricos, filosóficos, as características das diferentes manifestações das lu
tas, assim como alguns de seus movimentos característicos;
• Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de materiais alternativos e
dos jogos de oposição.
6ª SÉRIE
• Apropriação dos aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes manifestações
das lutas de aproximação e da capoeira;
• Conhecer a história do judô, karatê, taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as
quedas, rolamentos e outros movimentos;
• Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização de materiais alternativos e
dos jogos de oposição.
7ª SÉRIE
• Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas de lutas;
• Aprofundar alguns elementos da capoeira procurando compreender a constituição, os ritos e os sig
nificados da roda;
• Conhecer as diferentes projeções e imobilizações das lutas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 97
8ª SÉRIE
• Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas de lutas.
Como instrumentos de verificação da aprendizagem, podese utilizar:
• Prova dissertativa Série de perguntas que exijam capacidade de estabelecer relações, resumir,
analisar e julgar. Tem como função verificar a capacidade de analisar o problema central, abstrair
fatos, formular ideias e redigilas;
• Seminários Exposição oral para o público, utilizando a fala e materiais de apoio adequados ao
assunto. Tem como função possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma
eficaz;
• Trabalho em grupo Atividades de natureza diversa (escrita, oral, gráfica, corporal, etc.) realizadas
coletivamente. Tem como função desenvolver o espírito colaborativo e a socialização;
• Debate Discussão em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de assunto polêmico.
Tem como função aprender a defender uma opinião fundamentandoa em argumentos
convincentes;
• Relatório Texto produzido pelo aluno depois de atividades práticas ou projetos temáticos. Tem
como função averiguar se o aluno adquiriu conhecimento e se conhece estruturas de texto;
• Autoavaliação Análise oral ou por escrito, em formato livre, que o aluno faz do próprio processo
de aprendizagem. Tem como função fazer o aluno adquirir capacidade de analisar suas aptidões e
atitudes, pontos fortes e fracos;
Observação Análise do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações
planejadas. Tem como função seguir o desenvolvimento do aluno e ter informações sobre as áreas
afetiva, cognitiva e psicomotora.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 98
1.3.6 REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, L. O. T.; MORAIS, P. P.; FONTOURA, H. Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida. Notas Introdutórias. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd52/saude.htm (acesso em abril 2010).
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (SEED). Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do Estado do Paraná – Educação Física. Curitiba, 2009.
GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, P. E.; Org. Dicionário crítico de educação física. Ijuí : Ed. Unijuí, 2005.
LEI DA CULTURA AFRICANA E AFROBRASILEIRA: combate A discriminação ou aumento da segregação? http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=9791 (acesso em outubro 2007)
MARQUES, A. T.; GAYA, A. Atividade física, aptidão física e educação para a saúde: estudos na área pedagógica em Portugal e no Brasil. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(1): 83102, jan./jun. 1999.
MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo : Phorte Editora, 2000.
RODRIGUES, G. M. A avaliação na educação física escolar: caminhos e contextos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, 2(2): 1121. 2003.
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1.4 DISCIPLINA: ENSINO RELIGIOSO
1.4.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
É tarefa da Escola fornecer instrumentos ao educando, favorecendolhe uma educação integral
nos seguintes aspectos: físico, mental, emocional, intuitivo, espiritual, racional e social. Segundo PCNs:
(1997, p.29):
Conhecer significa captar e expressar as dimensões da comunidade de forma cada vez mais
ampla e integral. Assim, entendendo a educação escolar como um processo de
desenvolvimento global da consciência e da comunicação entre educador e educando, à
escola compete integrar dentro de uma visão de totalidade, os vários níveis de conhecimento: o
sensorial, o intuitivo, o afetivo, o racional e o religioso. (PCNs, 1997, p.29).
A escola é o lugar que privilegia a construção do conhecimento, expandindo a criatividade,
desenvolvendo a humanização, vivenciando os valores universais, promovendo o diálogo interreligioso,
valorizando a vida e a educação para a paz. A LDB 9394/96art.33 enfatiza a importância da disciplina do
Ensino Religioso como parte integrante da formação básica do cidadão.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, artigo 33, alterado em
sua redação, Lei nº. 9475/97 estabelece que:
“Art.33 O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurando
o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.” (LDB, art.
33)
Conforme esta nova redação, o Ensino religioso inserese em um novo paradigma, em cuja lei
destacamse os seguintes enfoques:
É parte integrante da formação básica do cidadão. É um direito do aluno ter acesso ao→
conhecimento sobre o fenômeno religioso. Cabe à escola a responsabilidade de oferecer a disciplina em
horários normais;
É assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil. O Ensino Religioso deve→
ser ministrado respeitando a pluralidade religiosa presente na realidade sociocultural do aluno. A realidade
do Brasil e constituída de uma pluralidade cultural religiosa imensa. Em sua origem, o Brasil foi berço das
Tradições Indígenas. Com a colonização europeia, chegou o Cristianismo Católico, depois as Tradições
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 100
Africanas, e ao poucos com a vinda de imigrante, aqui se estabeleceram diversas Religiões, Igrejas e
Tradições Espirituais;
Não são permitidas quaisquer formas de proselitismo. Isto é não impor aos alunos práticas→
religiosas desta ou daquela igreja ou religião. A adesão a alguma crença religiosa é de responsabilidade da
família e das comunidades de fé. O Ensino Religioso é diferente da catequese, não pressupõe a adesão e
muito menos a propagação de uma opção de fé, sua ação pedagógica está centrada em dois aspectos: o
informativo, que se atém ao conhecimento sobre o fenômeno religioso e ao formativo, a abertura ao
diferente e à vivência dos valores humanos;
A Educação Religiosa nos sistemas de ensino. É trabalhada sistematicamente como área do→
conhecimento, articulado às demais áreas, no horário normal das escolas. O Ensino Religioso possui seu
próprio objeto de estudo, objetivos, metodologia, tratamento didático, avaliação e conteúdos específicos.
Tendo em vista que o conhecimento religioso inserese como patrimônio da humanidade, e em
conformidade com a legislação brasileira trata do assunto, o Ensino Religioso, em seu currículo, pressupõe
promover aos educandos a oportunidade de processo de escolarização fundamental para se tornarem
capazes de entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura, possuir o abstrato religioso, de
modo a colaborar com a formação da pessoa.
Assim, o Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir entender como os
grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o Sagrado. E, ainda, compreender
suas trajetórias, suas manifestações no espaço escolar, estabelecendo relações entre culturas, espaços e
diferenças, para que no entendimento destes elementos, o educando possa elaborar o seu saber, passando
a entender a diversidade de nossa cultura, marcada pela religiosidade.
1.4.2 OBJETIVOS GERAIS
• Analisar e compreender o sagrado como o cerne da experiência religiosa do cotidiano que o
contextualiza no universo cultural.
• Superar, pelo conhecimento, o preconceito, a ausência ou à presença de qualquer crença religiosa,
caracterizando, assim, uma forma de proselitismo, bem como da discriminação de algumas
expressões do sagrado.
• Garantir a não admissão do uso do espaço/tempo escolar para legitimar uma manifestação do
sagrado em detrimento de outra, uma vez a escola não é um espaço de doutrinação, evangelização,
de expressão de ritos, símbolos, campanhas, celebração.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 101
• Reconhecer as diversas manifestações do sagrado como sendo componentes do patrimônio cultural
e as relações que estabelecem entre si.
• Provocar no indivíduo a necessidade de construção, reflexão e socialização do conhecimento
religioso que possibilite sua base de formação integral, de respeito e de convívio com o diferente.
• Analisar e compreender o sagrado por meio da observação, reflexão, informação e construção do
conhecimento, respeitando a diversidade religiosa e suas diferentes manifestações promovendo
uma cultura de paz.
• Propiciar o conhecimento sobre o fenômeno religioso, analisando e compreendendo as diferentes
manifestações do sagrado, a partir da realidade sociocultural do educando.
• Contribuir com a construção da cidadania, promovendo o diálogo interreligioso, o respeito às
diferenças, a superação de preconceitos e o estabelecimento de relações democráticas e
humanizadoras.
• Reconhecer o outro, refletindo e vivenciando o diálogo e o respeito às diferenças religiosas.
• Reconhecer a diversidade religiosa presente na realidade próxima, construindo o seu referencial de
entendimento das diferenças.
• Identificar os símbolos religiosos, estabelecendo a relação de seus significados.
• Conhecer alguns espaços sagrados existentes na comunidade, identificando a função desses
espaços.
• Refletir sobre a alteridade e o respeito às diferenças, reconhecendo o direito à liberdade de
expressão religiosa do outro.
• Identificar as diferentes tradições religiosas, reconhecendo a importância da religião na vida das
pessoas.
• Conhecer os textos sagrados, percebendoos como referenciais de ensinamentos sobre a fé e a
prática das tradições religiosas.
• Conhecer as principais espiritualidades de algumas tradições religiosas, identificandoas como
métodos e práticas de relação com o sagrado.
• Identificar ritos e rituais, reconhecendo a importância do seu significado cultural.
• Identificar espaços sagrados, analisando a sua função.
• Conhecer aspectos de ethos de algumas religiões e filosofias de vida, reconhecendo o outro em
suas diferenças.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 102
• Identificar as diferentes tradições, analisandoas como fato social e cultural.
• Conhecer os textos sagrados, compreendendo a sua linguagem míticosimbólica.
• Identificar símbolos religiosos, ritos, rituais e espiritualidades, reconhecendo sua importância na
expressão do sagrado.
• Identificar espaços sagrados, analisando a sua função e simbologia.
• Conhecer as crenças sobre a vida alémmorte, refletindo sobre as questões fundamentais da vida.
• Refletir sobre a prática dos valores despertandoos para a arte de bem viver.
1.4.3 CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
Paisagem Religiosa – Universo Simbólico Religioso – Textos Sagrados.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: →
→ O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA:
Organizações religiosas;
Lugares sagrados;
Textos orais ou escritos;
Símbolos religiosos;
Orientações legais;
Diferenças entre aula de Religião e Ensino Religioso como disciplina escolar;
Filosofia do Colégio;
Temas da Campanha da Fraternidade.
→ RESPEITO À DIVERSIDADE RELIGIOSA:
Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira;
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Direito a professar a fé;
Direito à liberdade de reunião e associações pacíficas;
Direitos humanos e sua vinculação com o Sagrado;
Influências das celebrações Afros na cultura Brasileira e Paranaense.
→ LUGARES SAGRADOS:
Lugares na natureza;
Ética e respeito para com o nosso planeta;
Lugares e templos sagrados.
→ TEXTOS SAGRADOS ORAIS E ESCRITOS:
Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas;
O Sagrado na natureza.
→ ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS:
Sistemas religiosos de modo institucionalizado expressando as diferentes formas de
compreensão e de relação com o Sagrado;
Os fundadores e líderes religiosos;
As estruturas hierárquicas.
→ ATITUDES E VALORES:
Arte de saber conviver;
O sentido da valorização da vida;
A preservação para com o meio ambiente;
Deus se revela no amor e na justiça.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 104
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
Paisagem Religiosa – Universo Simbólico Religioso – Textos Sagrados.
→ CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
→ UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO:
Temporalidade Sagrada;
Festas religiosas;
Ritos;
Vida e Morte;
Dos gestos, sons, formas, cores e textos, ritos, mitos e cotidiano das diversas religiões;
Campanha da Fraternidade;
Religiões Africanas e suas influências em nosso contexto atual.
→ RITOS NAS CELEBRAÇÕES DAS TRADIÇÕES E MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS:
Os ritos de passagem;
Os mortuários;
Os propiciatórios (viasacra, dança, ritual fúnebre, etc).
→ FESTAS RELIGIOSAS COMO EVENTOS ORGANIZADOS PELOS DIFERENTES
GRUPOS RELIGIOSOS:
Confraternização;
Rememoração dos símbolos;
Períodos ou datas importantes das peregrinações;
Festas familiares;
Festas nos templos;
Datas comemorativas (Islâmica, Indígena, Afrobrasileira, Judaica e Cristã).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 105
→ VIDA E MORTE COMO RESPOSTAS ELABORADAS PARA A VIDA ALÉM DA MORTE:
O sentido da vida e morte nas tradições religiosas;
Comunicação com o Transcendente;
A tradição da Ressurreição, Reencarnação e Ancestrabilidade.
→ ATITUDES E VALORES:
Deus se revela no amor e na justiça;
Valores humanos e religiosidade defendendo a vida, a dignidade humana, a vida do nosso
planeta e a sua subsistência.
1.4.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O Ensino Religioso tem como objeto de estudo o Sagrado, conceito discutido nos fundamentos
teóricometodológicos a partir da qual serão tratados todos os outros conteúdos. Deve considerar sua
aproximação com as demais áreas do conhecimento (Geografia e Artes), porém o significado atribuído a
esses espaços Sagrados de cada religião específica, cujo foco é o Sagrado, serão aprofundados nas
próprias aulas de Ensino Religioso.
Visando o processo de formação dos educandos, o Ensino Religioso indica, a partir dos
conteúdos estruturantes “Paisagem Religiosa, Símbolos e Textos Sagrados”, o conjunto de conteúdos
específicos a serem observados pelo professor na 5ª e na 6ª séries do Ensino Fundamental.
O trabalho com os conteúdos específicos devem ser orientados a partir de manifestações
religiosas ou expressões do Sagrado desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos, para que depois
sejam trabalhados os conteúdos relativos a manifestações religiosas mais comuns, do universo cultural da
humanidade.
É importante que se estabeleça articulação com os demais aspectos da cidadania e com outras
áreas do conhecimento, permitindo a interação entre professor e alunos no processo ensino/aprendizagem.
Através da metodologia da observação, reflexão e informação buscase decodificar, ou seja,
descrever e interpretar os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso. Assim, o Ensino Religioso
promove a releitura do fenômeno religioso, ajudando o aluno a compreender melhor a realidade na qual vive
e situarse conscientemente nela, comprometendose com a sua transformação.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 106
“O método fenomenológico procura descrever e interpretar os fenômenos, os processos e as
coisas pelo que elas são, sem preconceitos. Mais do que um método, é uma atitude.” (GADOTTI, 2003,
p.160).
A metodologia deve ser dinâmica, que propicie o diálogo e a análise crítica; portanto, podemos
pensar em alguns passos neste sentido:
Sensibilização:→ Criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos conteúdos e ao
diálogo, possibilitando assim, a vivência da afetividade, a interação e a humanização;
Observaçãoreflexãoinformação→ : são passos que se entrelaçam, interligamse, numa
dinâmica, num movimento circular, tendo a intencionalidade de analisar,o fenômeno religioso, de forma
progressiva, ampliando a visão do aluno, desfazendo preconceitos e percebendo a diversidade religiosa e
as diferentes maneiras de busca pela transcendência. O professor entra com esclarecimentos e provoca a
partilha de experiência entre os alunos, a pesquisa, a leitura, a interpretação e produção de textos, fotos,
ilustrações, confecção de cartazes, álbuns, acesso a filmes e à Internet , entre outros;
O compromisso de vivência: → por meio de proposição de atitudes éticas a serem
experienciadas pelos alunos em seu convívio social, partindo dos temas abordados em sala de aula.
O professor precisa organizar seu material didático: aparelho de som, livros sobre religiões do
mundo, cópias de textos, filmes, papel sulfite, caneta, giz de cera, cartolinas, papel bobina, etc.
Prever antecipadamente a colaboração de cada educando na indicação e no fornecimento de
símbolos, origem histórica, livros sagrados, ritos e mitos de sua tradição religiosa, gradativamente, de
acordo com os conteúdos trabalhados.
Para que o Ensino Religioso contribua efetivamente com o processo de formação dos
educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes: paisagem religiosa, símbolos e textos
sagrados, o conjunto de conteúdos escolares a serem observados pelo professor na 5ª e na 6ª série no
Ensino Fundamental.
Tendo em vista a diversidade de conteúdos e o necessário processo de pesquisa a ser
realizado pelo professor na identificação e de referenciais teóricos que subsidiem o planejamento de suas
aulas, recomendase que a seleção priorize as produções de pesquisadores daquela manifestação do
sagrado e, se necessário consultem produções oriundas da própria manifestação que se pretende tratar.
Este ponto será muito importante, tendo em vista que as produções de cunho confessional
visam à legitimação de uma manifestação religiosa e, em muitos casos, à desqualificação de outras
manifestações utilizadas como estratégias de valorização da doutrina e de manutenção ou de atrair novos
adeptos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 107
1.4.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é parte integrante do processo ensinoaprendizagem e tem como função
diagnosticar e orientar a intervenção pedagógica. Ela permeia os objetivos e a prática didática. Não haverá
reprovação, bem como não prevê registro de notas ou conceitos na documentação escolar, por ser de
caráter facultativo a matrícula do aluno nesta disciplina.
A avaliação nesta disciplina é processual, faz parte do processo ensinoaprendizagem. A partir
desse pressuposto a avaliação é entendida como um dos aspectos do ensino, através do qual é possível
verificar e interpretar os dados da aprendizagem, bem como, acompanhar e aperfeiçoar o processo de
construção do conhecimento.
Cabe ao professor a adoção de práticas avaliativas que permitam o acompanhamento do
processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno, levando em conta os objetivos propostos e os
conteúdos trabalhados.
Para dar conta desse objetivo, o professor deve pensar e organizar instrumentos que lhe
forneça nas várias situações subsídios para o reconhecimento e a identificação, do quanto o aluno absorveu
o conhecimento proposto na disciplina de Ensino Religioso e das possíveis lacunas para a intervenção no
processo de apropriação dos conteúdos planejados. A avaliação deve possibilitar que o professor perceba
qual o grau de respeito que alunos expressam para com os colegas de sala, que tem opções religiosas
diferentes da sua. Averiguar se eles conseguem identificar e reconhecer o fenômeno religioso como parte
da cultura e da identidade de cada grupo social, e que possui conceitos adequados às diferentes
manifestações do sagrado.
Também é necessário que o professor adote formas de registros formais de avaliações para
que os alunos e os seus pais identifiquem os progressos alcançados na disciplina. E, consequentemente,
identifiquem que em cada religiosidade está presente a diversidade cultural e que possibilite ao docente a
articulação com os outros componentes curriculares.
Portanto, propõese que o aluno se autoavalie e seja avaliado para tomar consciência sobre o
que já aprendeu, ou seja, sobre os avanços atingidos na aprendizagem e saber onde deve investir mais
esforços para melhorar e superar as dificuldades.
E finalmente, a avaliação permite ao professor conhecer o progresso do aluno, revendo e re
elaborando a sua prática pedagógica.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Verificar se o estudante:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 108
• Respeita a si mesmo e ao outro nas diferenças religiosas;
• Reconhece a diversidade religiosa em situações do cotidiano, no contexto onde vive;
• Identifica os símbolos religiosos, estabelecendo seus significados a partir do contexto
sóciocultural;
• Reconhece os espaços sagrados e identifica a sua função na vida das pessoas;
• Reconhece o outro, vivenciando o respeito às diferenças religiosas no convívio social;
• Identifica a diversidade religiosa, demonstrando abertura ao diálogo com pessoas de
outras crenças religiosas;
• Reconhece os textos sagrados, percebendoos como referenciais de ensinamentos de
fé e de prática das tradições religiosas;
• Conhece as espiritualidades de algumas tradições religiosas, analisandoas como
métodos e práticas que permitem a relação com o sagrado;
• Identifica ritos e rituais de algumas tradições religiosas, reconhecendo a importância do
seu significado na vida dos adeptos;
• Identifica os espaços sagrados, reconhecendo a sua função e significado;
• Conhece aspectos do Ethos de algumas religiões e filosofias de vida, demonstrando
atitudes de respeito às diferenças;
• Identifica as diferentes tradições, analisandoas como fato ou fenômeno produzido
pelas sociedades humanas;
• Reconhece os textos sagrados de algumas tradições religiosas, compreendendo sua
linguagem míticossimbólica;
• Identifica símbolos religiosos, espiritualidades, ritos e rituais, reconhecendo a
importância destes na expressão do sagrado;
• Identifica os espaços sagrados e descreve a sua função;
• Conhece as crenças na vida além morte, segundo algumas religiões e filosofias de
vida, compreendendo a importância da busca do sentido de vida;
• Reconhece a importância dos valores humanos e éticos para o exercício da cidadania.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 109
1.4.6 REFERÊNCIAS
ASSINTEC. Sugestão de proposta pedagógica para o ensino religioso. Curitiba, 2002
BOWKER, J. Para entender as religiões. São Paulo, 1997.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394. Diário Oficial da União, de 23 de
dezembro de 1996.
DURKHEIM, Émile. As formas elementares de vida religiosa. São Paulo: ed. Paulina, 1989.
ELIADE, Mircea, O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
_______Tratado de história das religões. 2ª edição, São Paulo: Martins Fontes, 1998.
GADOTTI, M. História das idéias pedagógicas, 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.
GIL FILHO, Sylvio F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas para uma teoria do
fato religioso. Ra’ e Ga O Espaço Geográfico em Análise: Curitiba, v.3 n3, p 911230,1999.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. Curitiba:
SEED, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 110
1.5 DISCIPLINA: GEOGRAFIA
1.5.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Geografia é uma ciência que estuda a organização do espaço geográfico e suas
transformações exercidas pelo homem, em diferentes momentos históricos.
Segundo CAVALCANTI,
(...) entre o homem e o lugar existe uma dialética, um constante movimento, se o espaço
contribui para a formação do ser humano, este por sua vez, com sua intervenção, com seus
gestos, com seu trabalho, com suas atividades, transforma constantemente o espaço. Não
importa se refere a um indivíduo ou a uma sociedade ou nação. Em qualquer caso, o espaço e
as próprias percepções e concepções sobre ele são construídas na pratica social. Portanto, a
consciência do espaço, ou da geografia do mundo, deve ser construída no decurso da
formação humana, incluindo aí a formação escolar. Nesse sentido, o ensino de Geografia deve
visar ao desenvolvimento da capacidade de apreensão da realidade do ponto de vista de sua
especialidade. Isso porque se tem a convicção de que a prática da cidadania, sobretudo nessa
virada de século, requer uma consciência espacial. A finalidade de ensinar geografia para
crianças, adolescentes e jovens, deve ser justamente de os ajudar a formar raciocínios e
concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. (CAVALCANTI, 2003, p.4).
Com os avanços tecnológicos da comunicação e informação, a reorganização estrutural de
produção e de mercado, a fragmentação territorial de alguns países influenciou a natureza, as culturas e as
relações sócios espaciais. Tudo isso trouxe para o campo de estudo de Geografia as questões sócio
ambientalistas e culturais de maneira crítica.
Segundo as DCEs, as questões ambientais e culturais estiveram inseridas no temário
geográfico desde a institucionalização da Geografia, e foram abordadas várias perspectivas teóricas, das
descritivas às críticas.
Assim, o ensino da Geografia deve acompanhar os avanços atuais, propiciando ao aluno o
acompanhamento dessas mudanças, oportunizando e possibilitandoo a pensar o homem como um todo,
em sua dimensão humana e social, aberto ao imprevisto e ao novo, com força ou poder para resistir e
intervir na realidade da qual é participante. Com a mundialização do capitalismo e a difusão do
industrialismo pelos quatro cantos do planeta, as paisagens passaram a mudar rapidamente. Essa
velocidade e os impactos gerados em todos os âmbitos, praticamente impuseram uma forte mudança nos
rumos da ciência geográfica e em seu papel social, bem como em sua função acadêmica, cabendo a esta
ciência, concebida como estudo da organização do espaço geográfico pela sociedade humana, evidenciar a
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 111
sua contribuição na formação dos educandos e cidadãos mais atuantes na transformação da realidade em
que vivemos. Pois, devemos ter em mente que a dimensão geográfica, extrapola os limites da sala de aula e
encontrase presente no diaadia dos alunos. Nessa perspectiva, a análise e a compreensão do espaço
geográfico que o circunda e as transformações que se dão pela atuação social, resultam consequências das
mais variadas dimensões, em diferentes tempos.
Quando pensamos em Geografia, temos que ter em mente que seu ensino vai além das
fronteiras da sala de aula: ele está presente no diaadia dos alunos.
É necessário conhecer, analisar e compreender a realidade geográfica. Referimosnos ao
espaço geográfico, onde o homem vive em sociedade, desenvolve suas ações e delas resultam as
consequências nas mais variadas proporções e em diferentes momentos.
“Relacionar o cotidiano e lugar, é envolver as relações próximas, ordinárias singulares a
mundialidade. A vida cotidiana mais íntima, ao mesmo tempo situa seu lugar na sociedade global” (DANIANI
In CARLOS, 1999, p.164).
Para que possamos compreender o mundo que nos rodeia é necessário uma pluralidade de
abordagens da realidade. Podendo ser de caráter econômico, político, cultural e até mesmo psicológico. Se
pensarmos nas regiões do Brasil, o norte e o sul, utilizam seus recursos ambientais de maneiras diferentes,
pois os interesses e as necessidades não são as mesmas.
Quando dizemos que a sociedade organiza seus espaços segundo seus interesses e
necessidades, estamos afirmando que ela não é neutra. No caso da sociedade capitalista, seus espaços
são organizados visando lucros, atendendo aos interesses da elite – classe dominante.
A natureza também é objeto de estudo da Geografia. É fundamental concebêla como um
conjunto de elementos interdependentes: solo, fauna, flora, hidrografia, minerais... O homem modifica essa
natureza segundo suas interações e explorações. A natureza não é apenas fonte de recursos que
asseguram a sobrevivência humana, ela também tem um significado cultural.
Nessa perspectiva, é fundamental dar ênfase a questão ecológicacultural, encaminhandoa
para a dimensão em que a tolerância e solidariedade estejam cada vez mais presentes, fazendose
necessário levar o educando a conhecer os documentos elaborados por pessoas comprometidas com a
questão da sustentabilidade do planeta, onde conste o nível da destruição natural provocada pela ação
humana, e os procedimentos que documentos como a Agenda 21, o Protocolo de Kyoto e as Conferências
sobre Meio Ambiente apresentam para diminuir os impactos ambientais no planeta, sendo essas ações
embasadas pela Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação, reformulação e ampliação.
Tendo a Geografia como objeto de estudo o espaço geográfico e as transformações realizadas
pelos seres humanos, fazse necessário ser contempladas todas as formas de contribuição, tais como:
cultura, miscigenação, caminhos percorridos, interrelações espaciais, entre outros, dos homens e mulheres
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 112
que independentemente da raça, cor, credo, fizeram parte da construção da sociedade atual. Essa disciplina
propõe contemplar a contribuição dos Afrodescendentes para a construção da sociedade e espaço
mundial, embasados na Lei nº 10639/03 “História e Cultura Afrobrasileira e Africana”.
Com o aumento da população na sociedade moderna surge e intensifica várias formas de
preconceito. Um dos exemplos é a xenofobia. Mas temos outras formas de preconceito, onde deixamos
aflorar a falta de compreensão às novas identidades. É papel da escola contemporânea abordar e dar
ênfase a esses temas que circundam a nossa sociedade incluindo temas como as novas identidades no
currículo.
As sociedades modernas estão passando por um período onde afloram problemas sociais
antigos, mas que vão ficando evidente na atualidade.
Muitas vezes não queremos reconhecer esses problemas sociais, até que eles afetam a nossa
família. Problemas sociais, tais como gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, que
muitas vezes deixamos de abordar na escola, nossos educandos convivem com todos esses problemas.
Portanto, fazse necessário abordar temas como esses no currículo, pois mesmo não sendo problemas
genuínos da escola, estão presente na sociedade em que nossos educandos estão inseridos.
1.5.2 OBJETIVOS GERAIS
Promover a educação ambiental como um processo individual e coletivo de aquisição de→
conhecimentos e atitudes, que possam contribuir para a compreensão dos fenômenos ambientais;
Despertar a participação da população na melhoria da qualidade de um ambiente→
sustentável;
Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de→
elementos da Geografia, colocando em prática conceitos, expressandose verbalmente acerca dos
fenômenos geológicos;
Possibilitar o aluno ao domínio do vocabulário geográfico, utilizando diferentes linguagens,→
como a cartografia;
Capacitar o domínio de conceitos e explicações geográficas, relacionandoos com os→
conhecimentos de outras disciplinas;
Posicionar o aluno diante de situações reais, transformando o estudo da Geografia num→
exercício de cidadania;
Demonstrar atitudes adequadas em cada contexto de aprendizagem da Geografia,→
respeitando o trabalho coletivo e sua própria individualidade;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 113
Apropriarse de conhecimentos gerais da Geografia local e mundial;→
Situar o aluno diante das transformações que ocorrem em nível local e mundial –→
econômica, política, social, tecnológica e informacional.
1.5.3 CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção;
• A formação, localização e exploração dos recursos naturais;
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a (re)organização
do espaço geográfico;
• As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
DIMENSÃO CULTURAL DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A mobilidade populacional e as manifestações sócios espaciais da diversidade cultural;
• A transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• Formação e transformação das paisagens naturais e culturais.
6ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• O espaço rural e a modernização da agricultura;
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 114
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico;
• A circulação de mãodeobra, das mercadorias e das informações.
DIMENSÃO POLÍTICA DE ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro;
• As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
DIMENSÃO CULTURAL DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A mobilidade populacional e as manifestações sócios espaciais da diversidade cultural;
• A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e indicadores estatísticos;
• Movimentos migratórios e suas motivações.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.
7ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re) organização do espaço geográfico;
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• As diversas regionalizações do espaço geográfico;
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano;
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
• O comércio em suas implicações sócios espaciais.
DIMENSÃO CULTURAL DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A circulação de mãodeobra, do capital, das mercadorias e informações;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 115
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos;
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A formação, a localização, exploração dos recursos naturais.
8ª SÉRIE
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A revolução técnicocientíficoinformacional e os novos arranjos no espaço da produção;
• A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do
espaço geográfico;
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção;
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos;
• A mobilidade populacional e as manifestações sócios espaciais da diversidade cultural;
• Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• As diversas regionalizações do espaço geográfico;
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
• O comércio mundial e as implicações sócios espaciais;
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
• A formação, localização, exploração dos recursos naturais.
1.5.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Estabelecer relações entre os conteúdos e a realidade dos alunos é garantir uma educação de
qualidade. Para que os alunos observem, analisam e compreendam o espaço é preciso proporcionar
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 116
oportunidades e instrumentos que garantam a compreensão do espaço com o processo histórico desigual e
contraditório. Processo esse que se dá nas relações complexas em determinado lugar e momento.
Na Geografia procurase valorizar as atitudes e procedimentos que os alunos podem adquirir
estudando o seu cotidiano. Ao observar, descrever, problematizar, discutir, comparar, representar e
compreender o espaço geográfico, sua influência cultural, social, política e ética. São ações fundamentais
para a prática de ensino aprendizagem, para que no ato de conhecer seja pleno de significado.
Para o estudo dos diversos temas estruturantes de Geografia, serão utilizados os já conhecidos
princípios do estudo geográfico: a observação e a descrição, as interações e as explicações, a
territorialidade, a extensão e a analogia, que são importantes procedimentos de aprendizagem.
Propõese que os conteúdos específicos sejam trabalhados de forma crítica e dinâmica, de
maneira que a teoria, a prática e a realidade estejam interligadas, em coerência com os fundamentos
teóricos propostos.
Os conceitos fundamentais da Geografia serão apresentados de uma perspectiva crítica.
Todos os conteúdos serão abordados do local para o global, portanto o local referese ao
Paraná. Serão abordados a interrelações espaciais da população e suas etnias, incluindose a cultura afro
brasileira e indígena.
Somados a estes procedimentos, colocamos o uso dos recursos didáticos, tais como o trabalho
com diferentes fontes documentais, imagens, música, estudo do meio, leitura de textos mais complexos e
reflexivos, dramatizações, pesquisa à máquina fotográfica, Internet, representação cartográfica, etc, será
amplamente utilizado para o estudo da Geografia, para que sejam atingidos os objetivos de maneira mais
completa e agradável possível, destes anos de escolaridade.
Propõese utilizar como recursos didáticos e tecnológicos: textos, notícias de jornais e revistas,
textos da internet, mapas, vídeos, sites, entre outros.
1.5.5 AVALIAÇÃO
Avaliar a ação é uma atividade necessária e permanente na escola, devendo ser entendida
como parte integrante do processo de ensino aprendizagem.
Ela também é considerada como reflexão da prática pedagógica, tendo como objetivo a
transformação do conhecimento teórico em reflexivo questionador.
O processo avaliativo deverá proporcionar não somente um instrumento para perceber se
houve aprendizagem, mas terá a função de ser contínuo e diagnóstico. E, em relação à mesma, reconhecer,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 117
identificar as dificuldades do aluno e os possíveis desacertos da própria prática do docente. Detectados os
problemas novos encaminhamentos pedagógicos, terão que ser considerados. Cada instrumento de
avaliação utilizado pelo professor deverá ter clareza nos objetivos que quer atingir e o que realmente deseja
que seus alunos aprendam.
Diante disso, o processo de avaliação terá que estar articulado com os conteúdos
estruturantes, os conceitos geográficos, a relação sociedadenatureza e as relações de poder do seu meio e
do mundo.
Assim, como instrumentos de avaliação, podemos considerar: leituras, interpretações,
produção de textos geográficos, leituras de mapas, pesquisas bibliográficas, observações em campo,
construções de maquetes, entre outros.
A avaliação deve ser contínua, que priorize a qualidade e o processo de aprendizagem, ou
seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo. Deve também ser diagnóstica, formativa, somativa,
registrada de maneira criteriosa e organizada. Vários instrumentos devem ser utilizados, conforme o
conteúdo e objetivo de ensino. Portanto propõese alguns critérios para avaliar o educando:
• Compreende as características, a interdependência e a dinâmica dos elementos formadores da
paisagem nos diferentes continentes.
• Compreende que os problemas sociais, políticos, ambientais são resultados das mudanças nas
relações políticas internacionais e a atual ordem mundial.
• Utiliza, diferentes contextos, conceitos tais como: formação sócios espacial, território, região, nação,
paisagem e lugar.
• Domina a linguagem cartográfica e compreende que o mundo é construído a partir de ações
humanas e que nem sempre as decisões emergem do consenso numa sociedade.
• Faz uso adequado da noção de inclusão de espaços no processo de construção dos conceitos e
categorias do espaço geográfico, como: município, estado, região, país, continente, fronteira,
território, paisagem, lugar e região, por meio de leitura e interpretação de diferentes representações
espaciais.
• Entende os diferentes critérios de regionalização do espaço brasileiro, comparando as diferentes
representações: regiões naturais, geoeconômicas e as definidas pelo IBGE.
• Reconhece os elementos que dão identidade às paisagens urbanas e rurais, percebendo o grau de
interferência da ação antrópica no ambiente e suas consequências.
• Estabelece relações entre a circulação e comunicação dos espaços compreendendo a sua
importância da função social.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 118
• Identifica as diferentes manifestações do tempo natural na paisagem e sua importância na leitura
dos fenômenos geográficos.
• Entende que a organização do espaço resulta da interação entre as pessoas, estabelecendo
relações entre a distribuição da população e o crescimento demográfico.
• Utiliza adequadamente conceitos e categorias do espaço geográfico, tais como: território, paisagem,
lugar e região, bem como conceitua e reconhece os elementos caracterizadores das diferentes
paisagens mundiais.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 119
1.5.6 REFERÊNCIAS
BRANCO, Anselmo Lázaro; LUCCI, Elian Alabi. Geografia Homem e Espaço: a natureza, o homem e a
organização do espaço. São Paulo: Saraiva, 2002.
_______________. Geografia Homem e Espaço: a organização do espaço brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2002.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia escola e construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1999.
DANIANI, A. L. O lugar e a produção do cotidiano. In: CARLOS, A. A. (Org.). São Paulo: Contexto, 1999.
FILME – Mississipi em chamas.
FILME – Stalin.
FILME – Vidas secas.
GARCIA, Hélio Carlos. Geografia: espaço geográfico e fenômenos naturais. São Paulo: Scipione, 2002.
GIRARDI, Gisele. Novo Atlas Geográfico do Estudante. São Paulo: FTD, 2005.
MOREIRA, Igor. Geografia – Construindo o Espaço: construindo o espaço brasileiro. São Paulo: Ática,
2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para o Ensino
Fundamental. Curitiba: SEED, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 120
VESENTINI, J. William; VLACH, Vânia. Geografia Crítica: O espaço natural e a ação humana. São
Paulo: Ática, 2004.
________________. Geografia Crítica: O espaço social e o espaço brasileiro. São Paulo: Ática, 2004.
http//www.ibge.gov.Br
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 121
1.6 DISCIPLINA: HISTÓRIA
1.6.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Conforme as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, recusase, em História, uma
concepção como verdade pronta e definitiva a ser depositada nos alunos, e que produz uma verdade
histórica definitiva conforme determinada corrente de pensamento. Por isso, recusase todo dogmatismo e
ortodoxia, ou mesmas concepções generalizantes.
A História deve ser concebida como conhecimento em constante construção, sempre
possibilitando novas interpretações e significados, pois a História também tem uma história, pode ser objeto
de questionamentos, dúvidas, contestações e reconstruções. As atividades devem ser elaboradas,
permitindo ao aluno ser sujeito do processo de construção do conhecimento. Como é impossível estudar
toda a história, devese fazer alguns recortes que sempre atendem finalidades educativas e ideológicas,
mas sem perder a tentativa de visão do todo, dos relacionamentos entre os acontecimentos, suas
continuidades e rupturas compreendendo fenômenos de amplo efeito.
Entender que a História sempre legitima as ações ou instituições das relações de poder, e
possibilita a compreensão de que é um conhecimento construindo posicionamentos e visões de mundo,
ajuda a discutir com os alunos o processo de legitimação, podendo gerar discussões e mudanças.
Levar o aluno a perceber que História é fundamental e vital, e inerente a todos para se
orientarem no tempo, é relacionar também história e cotidiano, partindo de sua realidade, de modo a
possibilitar condições para que o aluno domine conceitos fundamentais para a análise da realidade social. A
História tem papel fundamental na construção de uma identidade individual e social, favorecendo o respeito
à tolerância e à diversidade cultural, para o aluno se posicionar pela liberdade e contra a opressão e
exploração, na luta pelo bemestar mútuo e pela igualdade na sociedade.
O estudo de História pode servir para facilitar a compreensão do presente através da análise
do passado, para ajudar a construir um futuro melhor. Permite analisar as tensões temporais, estudando as
causas e consequências dos fatos históricos, construindo esquemas de diferenças e semelhanças, as
mudanças e continuidade na sociedade, a complexidade dos problemas sociais.
Assim, teremos alunos como sujeitos da história, capazes de agir na sua própria realidade
social complexa e desafiadora. O ensino de História na educação básica pode se beneficiar com a
valorização e diversificação dos documentos (imagens, textos, canções, objetos arqueológicos,
monumentos, entre outros) na construção do conhecimento histórico.
Numa abordagem cultural, começando pela realidade local, possibilitam aos alunos e
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 122
professores tratarem os documentos através das problematizações mais complexas em relação à história
tradicional, o que desenvolve uma consciência histórica que leva em conta a diversidade das práticas
culturais. Deve ter espaço para aparecer outros atores sociais, não reduzindo a história apenas ao aspecto
econômico, como na expressão de Sérgio Buarque de Holanda “fazer falar a multidão de figurantes mudos”.
Que tipo de História se pretende? Na História tradicional, valorizase a política e economia
numa perspectiva linear, factual, personificada em heróis, excluindo os outros sujeitos e não
problematizando a construção do processo histórico. A História é tida como verdade a ser transmitida pelo
professor que se configura numa consciência histórica exemplar. Ao contrário, numa perspectiva de
consciência histórica crítica, permite perceber diferentes formas de explicar o seu objeto de investigação,
constituídos nas experiências dos sujeitos. Assim, abremse inúmeras possibilidades de reflexão e
superação de uma visão unilateral dos fatos históricos, tornadoos mais abrangentes e permitindo a
constituição da consciência histórica genética, ou seja, da relação passadopresentefuturo, articulando a
compreensão das permanências e das transformações dos modelos culturais, e compreensão da vida social
em sua complexidade (pensar historicamente). Assim, valorizase a diversificação de documentos como
imagens, canções, textos, objetos arqueológicos, entre outros.
Rompendo com o ensino tradicional de História, ressaltase a importância de inserir o sujeito
comum na História a partir do estudo de espaços e de relações sociais, pautadas pelas relações de poder
(dimensão política). Não reduzindo ao viés economicista, mas relacionando e articulando com a dimensão
cultural, visando dar voz aos excluídos ou “História vista de baixo”, uma vez que documentos oficiais
privilegiaram o olhar dos vencedores, ampliando as possibilidades de explicação do passado, e a
construção de novas interpretações históricas na escola (dimensão econômicosocial e cultural). valorizando
a possibilidade de luta e transformação social. Propõese uma nova forma de trabalhar a dimensão política.
A dimensão econômicosocial valoriza as fontes orais para resgatar o passado dos sujeitos
comuns para dar voz aos “povos sem história”, os iletrados, vencidos e marginais.
Com a dimensão da cultura, permitese conhecer os conjuntos de significados que o ser
humano confere a sua realidade, e contrapõe com novas leituras e interpretações do passado e valoriza
várias fontes e métodos de pesquisa, buscando construir uma consciência histórica que possibilite
compreender a realidade contemporânea e as implicações do passado em sua constituição.
O professor pode problematizar o ensino de História, refletindo a respeito do tipo de
consciência histórica que tem sido formada, a partir das diferentes concepções e práticas presentes na
escola, construindo junto aos alunos uma consciência da realidade contemporânea e as implicações do
passado em sua constituição. Por isso, a proposta de História tem como referencial básico a História do
Brasil. A partir de problemáticas levantadas pela realidade regional e nacional, e suas relações com o
contexto mundial, a proposta articula os conteúdos complementares, tendo em vista uma melhor
compreensão da história brasileira.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 123
Não esquecer a obrigatoriedade da temática história e cultura Afrobrasileira, valorizando a
riqueza de nossa diversidade étnicoracial e cultural, assumindo o compromisso de eliminar as
desigualdades raciais e afirmação dos direitos humanos básicos e fundamentais da população, bem como o
respeito à diversidade religiosa dos alunos e comunidade.
1.6.2 OBJETIVOS GERAIS
Contribuir para desenvolver a capacidade de pensar historicamente e perceber a→
historicidade de todas as coisas;
Valorização da identidade étnica e cultural do aluno;→
Construir conscientemente o conhecimento histórico, que possibilite a compreensão da→
realidade social e sua possível transformação;
Preparar os alunos para a vida adulta com plena consciência cidadã, com clareza de sua→
postura política e ideológica;
Compreender os fenômenos produzidos por sujeitos concretos coletivos e seus contextos→
históricos e agentes transformadores;
Despertar para a cultura em geral, propiciando os elementos para o pensar criticamente→
histórico, que não são naturais e definitivos, mas um agir consciente e participativo;
Buscar a produção do conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos→
sujeitos, produção que é provisória porque existem várias interpretações e explicações para um mesmo fato.
“Meu objetivo é compreender e explicar por que as coisas deram no que deram e como elas se
relacionam entre si. Tratase de comentar, ampliar (e corrigir) nossas próprias memórias.” (HOBSBAWN,
2003).
“A destruição do passado, ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência
pessoal à das gerações passadas, é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do
final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente
contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por
isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornamse mais importantes
que nunca no fim do segundo milênio.” (HOBSBAWN, 2003).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 124
Os cuidados com a história = “Fazer emergir o plural, a memória daqueles que tradicionalmente
não têm direito à história, unindo os fios do presente e do passado, num processo ativo de
desalienação. Mas também, pode inconsciente ou deliberadamente, operar o contrário, apenas
perpetuando mitos e estereótipos da memória dominante.” (FONSECA, 2003).
“Benjamin quando nos apresenta o anjo da História, diz que sua função é ‘deterse para
acordar os mortos e juntar seus fragmentos’.” (OLIVEIRA).
“Nosso papel, qualquer que seja o tipo de História que façamos, pode ser simplesmente o de
fornecer exemplos de reflexão crítica”. (ROCHE, 2002).
1.6.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:→
• RELAÇÕES DE TRABALHO, RELAÇÕES DE PODER E RELAÇÕES CULTURAIS
5ª SÉRIE
OS DIFERENTES SUJEITOS, SUAS CULTURAS E SUAS HISTÓRIAS→
A EXPERIÊNCIA HUMANA NO TEMPO→
OS SUJEITOS E SUAS RELAÇÕES COM O OUTRO TEMPO→
AS CULTURAS LOCAIS E A CULTURA COMUM→
AS DIVERSAS SOCIEDADES HUMANAS NO TEMPO: DAS ORIGENS DA HUMANIDADE→
COM AS DIFERENTES TRAJETÓRIAS E CULTURAS:
• Referência: ocupação do território nacional pelos grupos indígenas;
• Origem da vida e do ser humano;
• Povos e culturas da África e Ásia;
• Povos e culturas da América;
• Povos e culturas da Europa: o mundo grego e sua cultura; o mundo romano e o
cristianismo;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 125
• Grupos indígenas no Brasil;
• Grupos indígenas paranaense (kaingang, guarani, xetá, xokleng);
• As primeiras experiências humanas;
• O sentido da guerra para as primeiras civilizações;
• A vida cotidiana dos diferentes povos;
• As sociedades tributárias e teocráticas e a luta dos povos oprimidos (nos diferentes
impérios);
• A vida e as origens do universo;
• Diferentes medidas do tempo;
• História da sexualidade e papel das mulheres nas sociedades antigas;
• O nascimento da filosofia;
• As grandes religiões da humanidade e suas influências no mundo.
6ª SÉRIE
A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO MUNDO RURAL E URBANO. A FORMAÇÃO DA→
PROPRIEDADE EM DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS
• O Feudalismo na Europa ocidental;
• A sociedade medieval e a cristandade;
• Grandes navegações e expansão marítima e comercial;
• A conquista da América e destruição dos povos indígenas pelos europeus;
• O absolutismo e o sistema mercantil; a colonização do Brasil;
• O renascimento cultural e científico e as reformas religiosas;
• A colonização do Brasil e a exploração da África e seus povos;
• O sistema colonial e a escravidão;
• Conflitos, dominação e resistência dos povos da América. Os movimentos de
contestação colonial;
• A colonização do Paraná ;
• Movimentos de independência na América espanhola e Brasil;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 126
• Mitos e grandes navegações;
• O massacre dos povos indígenas e sua riqueza cultural;
• As guerras medievais e a inquisição;
• Construção da memória pela Igreja Católica;
• Igreja, família e sexualidade;
• Expansão e consolidação do território;
• Expansão do território paranaense;
• Consolidação dos estados nacionais europeus e reforma pombalina.
7 ª SÉRIE
→ O MUNDO DO TRABALHO E OS MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA – AS RELAÇÕES DA
HUMANIDADE COM O TRABALHO, AS LUTAS E CONQUISTAS
• Movimentos revolucionários no velho continente
• A revolução industrial
• A expansão Imperialista (o neocolonialismo do século XIX);
• O Brasil no século XIX. Terra e propriedade Religiosidade e política; Terra, política e
protesto no Brasil; a sociedade brasileira;
• Formação do Estado Nacional;
• As grandes potências no século XIX (E.U.A, Itália e Alemanha, Japão);
• Consequências da segunda Revolução Industrial e o uso das novas fontes de energia;
• Emancipação política do Paraná ;
• O processo de abolição da escravidão; trabalho livre;
• Diáspora africana ;
• O processo de independência das Américas e no Brasil;
• Revolução industrial e relações de trabalho;
• Primeira guerra mundial.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 127
8ª SÉRIE
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO E RESISTÊNCIA: A FORMAÇÃO DO ESTADO E DAS→
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
A FORMAÇÃO DO ESTADO REPUBLICANO E MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA →
• Repensando a nacionalidade Brasileira: desde a crise do capitalismo ao mundo dos
cidadãos e excluídos;
• A eclosão de movimentos sociais no período 1900 a 1920 no mundo e no Brasil; os
primeiros anos da República;
• O poder do estado e a crise mundial capitalista entre 1920 a 1945;
• A guerra fria e o mundo bipolarizado e as consequências na América e no Brasil;
• O mundo globalizado e os desafios atuais;
• Panorama pósprimeira guerra mundial: estado socialista, crise 29, regime totalitário;
• Globalização e exclusão;
• Estado e corrupção;
• Movimentos populares e cidadania;
• Movimento operário e cidadania;
• A americanização do Brasil;
• Educação, trabalho e marginalização no Brasil;
• O Brasil atual e seus desafios;
• Revoluções e conflitos no mundo atual;
• Riqueza e miséria no mundo e no Brasil;
• Vida cotidiana e cultura do consumo;
• Autoritarismo e democracia;
• O papel dos “Mass media” na sociedade atual.
• A semana de 22 e o repensar da nacionalidade;
• A “Revolução de 30” e o “período Vargas”;
• Populismo no Brasil e na América Latina;
• Construção do Paraná moderno;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 128
• O regime militar no Paraná e no Brasil;
• Movimentos de contestação no Brasil;
• O Paraná no contexto atual ;
• A redemocratização no Brasil e América Latina;
• O Brasil no contexto atual.
• A Segunda Guerra mundial;
• Independência das colônias afroasiáticas;
• Os regimes militares na América latina;
• Movimentos de contestação no mundo;
• Fim da bipolarização mundial;
• África e América Latina no contexto atual;
• Questões mundiais contemporâneas.
1.6.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A proposta das Diretrizes Curriculares (2006) tem como referencial a história do Brasil, e a
partir de problemáticas da realidade regional e nacional e suas relações com o contexto mundial, articulando
os conteúdos específicos para uma melhor compreensão da história brasileira.
O ensino de História não pode se prender a uma concepção tradicional, linear e positivista,
onde os acontecimentos são uma sucessão cronológica de fatos com memorização de nomes e datas ou
questionários. É necessário romper com uma forma de ensino em que o aluno se encontra numa posição
passiva de aprendizagem, apenas mecânica e repetitiva. Precisamos despertar novas problemáticas e
temáticas de estudo, sensibilizados por questões ligadas à história social, econômica, cultural, cotidiano e
abordagens que enfatizam a problematização do social, que desenvolvam nos estudantes domínios de
pesquisa histórica no espaço escolar e atitudes críticas de desmistificação das ideologias dominantes da
sociedade de consumo e dos meios de comunicação de massa. Que os alunos se tornem críticos em
relação aos livros didáticos com simplificação dos textos, conteúdos ideológicos, testes e exercícios sem
exigência de raciocínio. Assim, favorecer a formação do estudante como cidadão para assumir formas de
participação social, política, e ter atitudes críticas diante da realidade atual, aprendendo a discernir os limites
e as possibilidades de sua atuação, na permanência ou na transformação da realidade histórica na qual se
insere.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 129
No Ensino Fundamental, é preciso despertar nos alunos a vontade para aprender, estimulando
sua criatividade para adquirir um conhecimento histórico básico e noção de tempo histórico, bem como
dominar certos temas e conceitos.
Outro esforço importante seria tecer as articulações entre a micro e a macrohistória, para
compreensão do processo histórico do singular para o geral, recuperando os espaços privados dos conflitos
diários, e percebendo as várias mentalidades, compreendendo assim os vários parâmetros para o tempo e
os ritmos de duração desde acontecimentos breves, os de média duração que se dão as conjunturas com
tendências políticas e econômicas, que se inserem nos processos de longa duração com permanências ou
mudanças no ritmo das estruturas. Abordar conteúdos sob novos métodos de produção de conhecimento
histórico, incluindo vários recortes temporais, diferentes documentos, formas de problematização em relação
ao passado, superando a ideia de história como verdade absoluta. Justificase a importância de se tratar
processo de construção do conhecimento histórico.
A metodologia do ensino de História parte da realidade social, privilegiando a pesquisa, o
diálogo e o resgate de memórias esquecidas, silenciadas, passando de uma histórianarração, descrição
dos fatos de forma linear e harmoniosa, sem considerar as contradições, os conflitos e as descontinuidades
próprias do processo histórico, para uma históriaproblema em que os sujeitos se reconhecem como
agentes do processo histórico, percebendo relações entre acontecimentos da realidade e a História;
considerando simultaneidade, continuidades, descontinuidades, rupturas, permanências, mudanças, e
transformações, propiciando o reconhecimento da ligação indissolúvel e necessária entre o presente e o
passado no conhecimento histórico. A História deverá possibilitar ao aluno comparar o seu cotidiano com
outros cotidianos vividos em diferentes tempos e espaços, gerando a construção gradativa do conceito de
tempo e espaço.
A partir de problemáticas contemporâneas, que envolvem a constituição da cidadania, podese
selecionar conteúdos significativos que gerem posturas investigativas do professor e do aluno, utilizandose
do método da pesquisa historiográfica, reelaborada em situações de sala de aula. As explicações dos
conceitos fundamentais devem ser de maneira simples e objetiva, orientados para uma prática
interdisciplinar.
Os elementos metodológicos e pedagógicos fundamentais são os exercícios ou atividades de
pesquisa e investigação através de documentos históricos nas mais diversas formas, principalmente textos e
imagens, conciliando a história integrada com programa cronológico para evitar as fragmentações, e a
história temática, superando a visão linear e factual. Claro, sempre buscando romper com uma visão de
história essencialmente eurocêntrica e herdeira do quadripartismo histórico, que divide em quatro grandes
conjuntos o tempo histórico, muitas vezes sem significado para a história dos outros povos nãoeuropeus.
É necessário propiciar aos alunos situações de aprendizagem, através de temas significativos
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 130
determinantes na vida dos alunos e de sua comunidade, com assuntos que queiram e precisam conhecer e
construir.
A história não é o passado, mas um olhar sobre o passado, por isso, a relação passado
presente deve ser trabalhada com a ideia de simultaneidade, interagindo com métodos e conteúdos de
outras disciplinas.
Conforme muitos historiadores, “os trabalhos com documentos, sejam imagens visuais ou
textos escritos, possibilitam tratar a História como representação, e investigar diferentes fontes sobre um
tema, possibilitando “imitar” o próprio trabalho dos pesquisadores. Permite “incorporar” uma postura
investigadora no sujeito que aprende, abrindo as janelas para o mundo e soltando os pombos da
imaginação.” (conforme ANDRADE, 1995, citando o romance “O Ateneu” de Raul Pompeia).
Com os documentos, o aluno precisa fazer suas próprias análises e sínteses, sem a
influência da leitura do professor ou do historiador, servindo ao professor para descobrir os conhecimentos
prévios do aluno e sua maneira de interpretação.
Construção do conhecimento histórico, eis o desafio: Conciliando interpretação de documentos,
pesquisas através de estudos e leituras, explicações que geram sínteses, diálogo em sala de aula e
debates, vontade do professor consciente de sua responsabilidade, interesse e participação dos alunos. A
produção do conhecimento histórico e sua apropriação é processual. Por isso é necessário que seja
constantemente retomado com vários questionamentos e reflexão, problematizando também o livro didático
ou textos, para que identifiquem seus limites e possibilidades.
1.6.5 AVALIAÇÃO
A avaliação terá função diagnóstica e será feita a partir de critérios que são decorrentes da
forma pela qual o ser humano aprende a realidade e de como age sobre ela.
A avaliação deve verificar a aprendizagem a partir daquilo que é básico e fundamental. Deve
priorizar que o aluno entenda a unidade e diversidade do social nos aspectos das transformações e relações
compreendidas nas dimensões espaciais e temporais. Deve estar a serviço da aprendizagem de todos os
alunos.
Quer verificar se o aluno desenvolve suas capacidades de análise e sínteses, participação nas
discussões e atividades, compreensão e correta interpretação nos exercícios ou atividades investigativas.
Se o aluno consegue interpretar os documentos históricos de textos e imagens construindo assim sua
consciência Histórica. Se consegue produzir narrativas históricas coerentes dando conta do tema proposto,
reelaborando novas sínteses quando necessário, para “recuperar” o conteúdo. Enfim, se o aluno consegue
realizar a reelaboração de sua visão de mundo através do questionamento e domínio da realidade social.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 131
Deve estar colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos e não como coisa externa a esse
processo, recusandose as práticas que priorizam classificação e autoritarismo.
Conforme LUCKESI (2002),
“A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para
que possa avançar no seu processo de aprendizagem.” E “para que a avaliação sirva à democratização do
ensino é preciso modificar sua utilização classificatória para diagnóstica.”
“Para um verdadeiro processo de avaliação, não interessa a aprovação ou reprovação de um
educando, mas sim a sua aprendizagem, e, consequentemente, o seu crescimento; daí ela ser
diagnóstica, permitindo a tomada de decisões para a melhoria; e consequentemente, ser
inclusiva, enquanto não descarta, não exclui, mas sim convida para a melhoria. Dentro dessa
perspectiva, o que caracteriza o ato de avaliar é ele ser um ato de investigar e,
consequentemente, de intervir. Desse modo, neste contexto, o pecado da escola, ao
acompanhar a aprendizagem do educando, é examinálo em vez de avaliálo.” (LUCKESI,
2000).
A avaliação deve ser um fenômeno compartilhado, de modo contínuo, processual e
diversificado, para análise crítica das práticas que podem ser retomadas, e planejadas novas situações
diferenciadas de avaliação. Devem servir para analisar se os conceitos históricos estão sendo apropriados,
se o conceito de tempo está sendo construindo, se os alunos empregam os conceitos históricos de suas
análises em diferentes conjunturas. Devem ser planejadas diferenciadas formas de avaliação. Os critérios a
serem observados são:se os conteúdos são apropriados, se o conceito de tempo foi elaborado, se
empregam conceitos históricos para analisar as diferentes conjunturas históricas, se compreendem que o
conhecimento histórico é produzido com base na problematização das fontes, se explicitam o respeito à
diversidade étnicoracial e religioso, se o aluno consegue analisar o passado a partir de questionamentos
feitos no presente pela análise de documentos históricos.
Enfim,
“...desejase que ao final do trabalho na disciplina de história, os alunos sejam capazes de
identificar processos históricos, reconhecer criticamente as relações de poder neles existentes, bem como
que tenham recursos para intervir no meio em que vivem, de modo a se fazerem também sujeitos da própria
história.” (DIRETRIZES CURRICULARES, 2006).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 132
1.6.6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF,
1998.
___________. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para
o Ensino da História e Cultura AfroBrasileira e Africana. Brasília, 2004.
FONSECA, Selma Guimarães. Didática e prática de ensino de História. SP, Papirus, 2003.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos extremos. O breve século XX (19141991). Companhia das letras, 2003.
LLOYD, Cristopher. As Estruturas da História. SP, Zahar, 1995.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. SP, Cortez, 14ª Ed, 2002.
OLIVEIRA, Maria da Conceição Carneiro de; FERRAREZI, Carla Miucci; SANTOS, Andrea Paula dos.
História em Projetos. SP: Ática, 2006.
PARANÁ. Assembléia Legislativa do Estado do Paraná. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos.
Curitiba, 2005.
__________. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes curriculares de História para o Ensino
Fundamental. Curitiba: SEED, 2009.
__________. Currículo básico para a escola pública do Paraná. Curitiba, SEED, 1990.
PAZZINATO, Alceu. & SENISE, Maria Helena. História Moderna e Contemporânea. Editora Ática, 2002.
RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documentos – Imagem e Texto. SP, FTD, 2ª Ed.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 133
1.7 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
1.7.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil, iniciouse com a
educação jesuítica. Essa educação era instrumento fundamental na formação da elite colonial, ao mesmo
tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequisar” os indígenas.
Evidenciavase, já na constituição da escola e do ensino no Brasil, que o acesso à educação
letrada era determinante na estrutura social, fazendo com que os colégios fossem destinados aos filhos da
elite colonial; tratavase de uma educação “claramente reprodutivista”.
Quanto ao ensino de Língua Portuguesa, limitavase nessa época, às escolas de “ler e
escrever”, mantidas pelos jesuítas. Nos cursos chamados secundários, as aulas eram de gramática latina e
retórica, além do estudo de grandes autores clássicos.
“A Reforma Pombalina, em 1759, impôs a Língua Portuguesa como idiomabase do ensino,
entre outras medidas que visavam à modernização do sistema educacional... A Língua Portuguesa passa,
então, a fazer parte dos conteúdos curriculares, mesmo assim, seguindo os moldes do ensino de latim”.
(LUZFREITAS, 2004, s/p)
“Somente nas últimas décadas do século XIX a disciplina de Língua Portuguesa passou a
integrar os currículos escolares brasileiros. Até 1869, o currículo privilegiava as disciplinas clássicas,
sobretudo o latim, restando ao Português um espaço sem relevância.” (LUZFREITAS, 2004)
Ainda no final do século XIX, a escola se abria a camadas cada vez maiores da população. Em
1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português, data em que foi criado, no Brasil, por
decreto imperial, o cargo de Professor de Português. Nesse período, o Latim começou a perder prestígio
com a valorização da língua Nacional.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do século XX,
quando se iniciou, no Brasil um processo de expansão do ensino primário público, a ampliação de vagas e a
eliminação dos exames de admissão (FREDERICO e OSAKABE, 2004)
“... Com a expansão quantitativa da rede escolar, passaram a frequentar a escola em número
significativo, falantes de variedades do português muito distantes do modelo tradicionalmente cultivado pela
escola. Passou a haver um profundo choque entre modelos e valores escolares e a realidade dos falantes...”
(FARACO, 1997, p.57)
No rigor do regime militar, não se tolerava uma prática pedagógica que visasse despertar o
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 134
espírito crítico e criador dos alunos. A leitura literária era compreendida como subversiva, pois levava o
sujeito à reflexão e à compreensão de si mesmo e do mundo.
As novas concepções sobre a aquisição da Língua Materna chegaram ao Brasil no final da década
de 70 e início de 1980, quando as primeiras obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios
acadêmicos. Essas primeiras leituras contribuíram para fazer frente à pedagogia tecnicista, cedendo
espaços a novos paradigmas, envolvendo questões de uso, contextuais, valorizando o texto como unidade
fundamental de análise.
É preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma gama de textos com
diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua –
sejam de leitura, oralidade e escrita.
O letramento vai além da alfabetização: esta é uma atividade mecânica, que garante ao sujeito o
conhecimento do código linguístico (codificação e decodificação); já aquele, de acordo com Soares (1998),
referese ao indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a
leitura e a escrita, posicionase e interage com as exigências da sociedade referente às práticas de
linguagem, demarcando a sua voz no contexto social.
O domínio da linguagem escrita se dá a partir de uma perspectiva da diversidade linguística,
em particular da oposição entre a fala e a escrita. Levando em consideração a gramática da oralidade, há
que se entender as distinções fundamentais da convenção da escrita em relação à fala, a diversidade das
linguagens sociais cotidianas e os aspectos específicos que a linguagem padrão assume em sua
modalidade escrita.
A utilização da língua efetuase em forma de enunciado (...) cada esfera de utilização da língua
elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gênero
do discurso... A riqueza e a variedade do gênero de discurso são infinitas, pois a variedade
virtual da atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade elabora seus tipos
relativamente estáveis de enunciado, sendo isso que denominamos gêneros do discurso.
(BAKHTIN, 1997).
Os alunos precisam desenvolver a competência linguística para interagir na prática social, ou
seja, o domínio da oralidade, leitura e escrita, que permite ao indivíduo adquirir uma condição resultante das
mudanças nos aspectos linguísticos, cognitivo, social e político. Nessa perspectiva, os fundamentos teóricos
que alicerçam a discussão sobre o ensino da Língua e Literatura requerem novos posicionamentos em
relação às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos
professores na construção de alternativas. (DCE).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 135
Cabe ao educador: orientar o aprimoramento linguístico do aluno pelo uso da reflexão da
linguagem, fazendo com que leia, escreva e fale com eficácia, sabendo assumir a palavra, produzir textos
coerentes, adequados as diversas situações sociais e aos assuntos tratados.
As relações entre oralidade e escrita devem ser vistas como um constante dinamismo entre as
práticas sociais e produção de discursos, analisando contrastes e semelhanças entre os processos de
produção discursiva e as características da organização dos diferentes discursos orais e escritos.
Produzir linguagem significa produzir discursos pluriculturais, se valendo da existência do
plurilinguístico, isto é, a experiência linguística do aluno, se expande da linguagem usual no seu meio para
as diferentes variedades sociais, com ênfase à variedade padrão atual. A reflexão sobre variedades é
essencial para a superação do preconceito linguístico.
1.7.2 OBJETIVOS GERAIS:
→ Produzir e compreender grande número de textos, reconhecendo o discurso intencional,
analisando o conteúdo, a estrutura e o discurso. Deve ser dado ao aluno a oportunidade de “descobrir” a
expressão escrita como forma de comunicação, de interlocução;
Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequála a cada contexto→
e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano, desenvolvendo as
habilidades de expressão oral: falar e ouvir;
Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, reconhecendo o gênero e tipo de→
textos;
Valorizar a literatura popular paranaense, dando ao aluno oportunidade de conhecer o→
folclore e as tradições de seu estado; e a afrobrasileira e indígena como componentes da cultura brasileira,
conscientizandoos da herança deixada por eles, como sujeitos participantes da construção da nossa
sociedade.
1.7.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social.
5ª SÉRIE/6º ANO
GÊNEROS DISCURSIVOS: Adivinhas; bilhetes; cantigas de roda; cartão; convites; autobiografia; contos;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 136
fábulas; histórias em quadrinhos: narrativas de aventura, narrativas de terror; cartazes; anúncio; bulas;
diário; desenho animado, etc.
∗ Textos diversos que abordem a cultura Afrobrasileira e indígena;
∗ Textos e obras literárias de autores paranaenses.
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade;
• Argumentos do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Léxico;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, figuras de linguagem.
ESCRITA
• Contexto de produção;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Informatividade;
• Argumentatividade;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Divisão do texto em parágrafos;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, figuras de linguagem;
• Processo de formação de palavras;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
• Tema do texto;
• Finalidade;
• Argumentos;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 137
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
6ª SÉRIE/7º ANO
GÊNEROS DISCURSIVOS: Bulas; placas; torpedos; regras de jogo; caricatura; músicas; fotos; verbetes;
cartazes; charge; cartum; paródia; folder; slogan, outodoor, etc.
∗ Textos diversos que abordem a cultura Afrobrasileira e indígena;
∗ Textos e obras literárias de autores paranaenses.
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Argumentos do texto;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Informações explícitas e implícitas;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Repetição proposital de palavras;
• Léxico;
• Ambiguidade;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, figuras de linguagem.
ESCRITA
• Contexto de produção;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Informatividade;
• Discurso direto e indireto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 138
• Elementos composicionais do gênero;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, figuras de linguagem;
• Processo de formação de palavras;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
• Tema do texto;
• Finalidade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Semântica.
7ª SÉRIE/8º ANO
GÊNEROS DISCURSIVOS: Diário; cordel; narrativa de suspense; teatro; novela; reportagem; artigos de
opinião; notícias; crônicas; contos; poemas; receitas; letras de música; charges; tiras; propagandas;
entrevistas; anúncios/classificados; relatórios
∗ Textos diversos que abordem a cultura Afrobrasileira e indígena;
∗ Textos e obras literárias de autores paranaenses.
LEITURA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Argumentos do texto;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 139
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Semântica:
operadores argumentativos;
ambiguidade;
sentido figurado;
expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Informatividade;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Concordância verbal e nominal;
• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto;
• Semântica;
operadores argumentativos;
ambiguidade das palavras;
significado das palavras;
sentido figurado;
expressões que denotam ironia e humor no texto.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...;
• Adequação do discurso ao gênero;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 140
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Elementos semânticos;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
8ª SÉRIE/9º ANO
GÊNEROS DISCURSIVOS: Relatórios, biografia, autobiografia, crônicas, debates, carta do leitor, carta ao
leitor, poesias, paródias, resumos, textos dramáticos, artigos de opinião, depoimentos.
∗ Textos diversos que abordem a cultura Afrobrasileira, africana e indígena;
∗ Obras literárias de autores paranaenses.
LEITURA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Argumentos do texto;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Discurso ideológico presente no texto;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Partículas conectivas do texto;
• Progressão referencial no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Semântica:
operadores argumentativos;
polissemia;
expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 141
• Intencionalidade do texto;
• Informatividade;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Partículas conectivas do texto;
• Progressão referencial no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;
• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência;
• Processo de formação de palavras;
• Vícios de linguagem;
• Semântica;
operadores argumentativos;
modalizadores;
polissemia.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;
• Semântica;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 142
1.7.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A linguagem é um instrumento indispensável para a aquisição e transmissão de conhecimentos
em qualquer área do saber. A linguagem é, em última análise, parte integrante da vida dos indivíduos, pois,
se por um lado o domínio dela favorece o desenvolvimento do conhecimento do mundo, por outro é
condição para o exercício da cidadania.
A metodologia deve privilegiar a reflexão dos alunos sobre a heterogeneidade linguística,
analisando suas variantes, já que o falante se apropria da linguagem e dos conhecimentos em interações
sociais. Dessa forma, a leitura e a produção de textos envolvem a diversidade de tipos e gêneros,
garantindo a coesão e a coerência, habituandose à correção e à refacção. Em relação aos aspectos
formais de língua (gramática e ortografia), o ensino deverá instrumentalizar o aluno, fixando o que é
essencial e aproximandoo do que é mais usual, ou seja, priorizando a reflexão sobre a língua para a melhor
compreensão de suas leituras, para a elaboração de textos claros e de corretos e para expressão oral
eficiente, em detrimento da abordagem tradicional da gramática que valorizava a nomenclatura.
Além disso, o aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura dos textos que circulam
socialmente, identificando neles o não dito, o pressuposto, instrumentalizandoo para assumirse como
sujeito cuja palavra manifesta, no contexto de seu momento histórico e das interações aí realizadas,
autonomia e singularidade discursiva.
Para BAKHTIN (1992), o enunciado, seja ele constituído de uma palavra, uma frase ou uma
sequencia de frases – é a unidade de base da língua, é próprio discurso, já é em prática discursiva, como
espaço de constituição do sujeito e de relações sociais.
As outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o
vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as
formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem) percebendo seu
chão comum (são todas práticas sociais, discursivas) e sua especificidade (seu diferente
suporte tecnológico, seus diferentes modos de composição e de geração de significados).”
(FARACO, 2002).
Em síntese, o ensino da língua abordará a leitura, a produção de texto e os estudos gramaticais
sob uma mesma perspectiva de língua, como instrumento de comunicação, de ação e de interação social.
Nesse sentido, o enfoque, a metodologia e as estratégias de Língua Portuguesa, voltamse essencialmente
para um trabalho integrado de leitura, produção de textos e reflexão sobre a língua, desenvolvida sob
perspectiva textual e enunciativa.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 143
ABORDAGEM TEÓRICOMETODOLÓGICA
5ª SÉRIE/6º ANO
LEITURA→
• Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;
• Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
• Encaminhar discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;
• Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
• Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com nãoverbais, como gráficos, fotos, imagens,
mapas, e outros;
• Relacionar o tema com o contexto atual;
• Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.
ESCRITA→
• Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da
finalidade;
• Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
• Acompanhar a produção do texto;
• Encaminhar a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o
gênero (por exemplo: se for uma narrativa de aventura, observar se há o narrador, quem são os
personagens, tempo, espaço, se o texto remete a uma aventura, etc.);
• Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
• Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE→
• Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos;
• Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 144
• Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal
e informal;
• Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizandose dos recursos extralinguísticos,
como entonação, pausas, expressão facial e outros;
• Selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos,
programas infantojuvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
6ª SÉRIE/7º ANO
LEITURA→
• Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, ampliando também o léxico;
• Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;
• Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
• Encaminhar discussões sobre: tema e intenções;
• Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
• Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com nãoverbais, como gráficos, fotos, imagens,
mapas, e outros;
• Relacionar o tema com o contexto atual, com as diferentes possibilidades de sentido (ambiguidade)
e com outros textos;
• Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.
ESCRITA→
• Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema do interlocutor, do gênero, da finalidade;
• Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero propostos;
• Acompanhar a produção do texto;
• Encaminhar a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o
gênero (por exemplo: se for uma narrativa de enigma, observar se há o narrador, quem são os
personagens, tempo, espaço, se o texto remete a um mistério, etc.);
• Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 145
• Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE→
• Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos;
• Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos;
• Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
• Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal
e informal;
• Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizandose dos recursos extralinguísticos,
como entonação, pausas, expressão facial e outros.
• Selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos,
programas infantojuvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
7ª SÉRIE/8º ANO
LEITURA→
• Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
• Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;
• Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
• Encaminhar discussões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade;
• Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
• Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com nãoverbais, como gráficos, fotos, imagens,
mapas, e outros;
• Relacionar o tema com o contexto atual;
• Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;
• Instigar a identificação e reflexão dos sentidos de palavras e/ou expressões figuradas, bem como de
expressões que denotam ironia e humor;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 146
• Promover a percepção de recursos utilizados para determinar causa e consequência entre as partes
e elementos do texto.
ESCRITA→
• Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da
finalidade;
• Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero propostos;
• Acompanhar a produção do texto;
• Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
• Estimular o uso de figuras de linguagem no texto;
• Incentivar a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Proporcionar o entendimento do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,
retomadas e sequenciação do texto;
• Encaminhar a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o
gênero (por exemplo: se for uma notícia, observar se o fato relatado é relevante, se apresenta
dados coerentes, se a linguagem é própria do suporte (ex. Jornal), se traz vozes de autoridade,
etc.);
• Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE→
• Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a:
aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;
• Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a
utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
• Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal
e informal;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 147
• Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizandose dos recursos extralinguísticos,
como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros;
• Propiciar análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais,
emissoras de TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas
esferas;
• Selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos,
programas infantojuvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
8ª SÉRIE/9º ANO
LEITURA→
• Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
• Considerar os conhecimentos prévios dos alunos;
• Formular questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
• Encaminhar discussões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia;
• Proporcionar análises para estabelecer a referência textual;
• Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
• Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com nãoverbais, como gráficos, fotos, imagens,
mapas, e outros;
• Relacionar o tema com o contexto atual;
• Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;
• Instigar o entendimento/reflexão das palavras em sentido figurado;
• Estimular leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;
• Incentive a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência entre as
partes e elementos do texto;
• Conduzir leituras para a compreensão das partículas conectivas.
ESCRITA→
• Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, da finalidade, intenções,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 148
intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia;
• Proporcionar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual;
• Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
• Acompanhar a produção do texto;
• Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
• Estimular o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de
expressões que denotam ironia e humor; figuras de linguagem no texto;
• Incentivar a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Conduzir a utilização adequada das partículas conectivas;
• Proporcionar o entendimento do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,
retomadas e sequenciação do texto;
• Encaminhar a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõem o
gênero (por exemplo: se for uma crônica, verificar se a temática está relacionada ao cotidiano, se há
relações estabelecidas entre os personagens, o local, o tempo em que a história acontece, etc.);
• Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE→
• Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a:
aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;
• Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a
utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
• Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal
e informal;
• Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizandose dos recursos extralinguísticos,
como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros;
• Selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como cenas de desenhos,
programas infantojuvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 149
1.7.5 AVALIAÇÃO
Considerando as características e condições de contexto de produção, ou seja, que saibam
adequar os recursos expressivos, a variedade de línguas e o estilo às diferentes situações comunicativas,
sabendo coordenar satisfatoriamente o que se fala ou escreve.
Realizada geralmente no final de um programa ou de um determinado período de tempo, o
professor pode utilizar a observação diária e instrumentos variados como: avaliações formais, trabalhos em
grupos e individuais, produções textuais, apresentações orais, etc, selecionados de acordo com cada
conteúdo e/ou objetivo, visando a aprendizagem da forma mais adequada para o aluno. Para o professor,
sobre sua prática educativa, e um instrumento que para o aluno passa tomar consciência de seu progresso,
dificuldades e possibilidades. Não podemos apresentar aos educandos a avaliação como uma punição,
mais sim, como uma forma de demonstrar seu aprendizado.
A avaliação deverá ser norteada através de alguns critérios:
5ª SÉRIE/6º ANO
LEITURA→
Esperase que o aluno:
• Identifique o tema;
• Realize leitura compreensiva do texto;
• Localize informações explícitas no texto;
• Posicionese argumentativamente;
• Amplie seu horizonte de expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Identifique a ideia principal do texto.
ESCRITA→
Esperase que o aluno:
• Expresse as ideias com clareza;
• Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo:
às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
à continuidade temática;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 150
• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc.;
• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,
numeral, substantivo, etc.
ORALIDADE →
Esperase que o aluno:
• Utilize discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);
• Apresente suas ideias com clareza, coerência e argumentatividade;
• Compreenda argumentos no discurso do outro;
• Explane diferentes textos, utilizando adequadamente entonação, pausas, gestos, etc;
• Respeite os turnos de fala.
6ª SÉRIE/7º ANO
LEITURA→
Esperase que o aluno:
• Realize leitura compreensiva do texto;
• Localize informações explícitas e implícitas no texto;
• Posicionese argumentativamente;
• Amplie seu horizonte de expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Perceba o ambiente no qual circula o gênero;
• Identifique a ideia principal do texto;
• Analise as intenções do autor;
• Identifique o tema;
• Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto.
ESCRITA→
Esperase que o aluno:
• Expresse suas ideias com clareza;
• Elabore textos atendendo:
às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 151
à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc.;
• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,
substantivo, etc.
ORALIDADE →
Esperase que o aluno:
• Utilize discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);
• Apresente suas ideias com clareza;
• Expresse oralmente suas ideias de modo fluente e adequado ao gênero proposto;
• Compreenda os argumentos no discurso do outro;
• Exponha objetivamente seus argumentos;
• Organize a sequência de sua fala;
• Respeite os turnos de fala;
• Analise os argumentos dos colegas de classe em suas apresentações e/ou nos gêneros orais
trabalhados;
• Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões, etc.
7ª SÉRIE/8º ANO
LEITURA→
Esperase que o aluno:
• Realize leitura compreensiva do texto;
• Localize informações explícitas e implícitas no texto;
• Posicionese argumentativamente;
• Amplie seu horizonte de expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Perceba o ambiente no qual circula o gênero;
• Identifique a ideia principal do texto;
• Analise as intenções do autor;
• Identifique o tema;
• Reconheça palavras e/ou expressões que denotem ironia e humor no texto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 152
• Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido
conotativo e denotativo;
• Identifique e reflita sobre as vozes sociais presentes no texto;
• Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e
elementos do texto.
ESCRITA→
Esperase que o aluno:
• Expresse suas ideias com clareza;
• Elabore textos atendendo:
às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
• Utilize recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc.;
• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,
substantivo, adjetivo, advérbio, etc.;
• Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo;
• Entenda o papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do
texto;
• Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos, bem como
os recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto.
ORALIDADE →
Esperase que o aluno:
• Utilize discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);
• Apresente ideias com clareza;
• Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto;
• Compreenda os argumentos no discurso do outro;
• Exponha objetivamente seus argumentos;
• Organize a sequência da fala;
• Respeite os turnos de fala;
• Analise os argumentos dos colegas em suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados;
• Participe ativamente de diálogos, relatos, discussões, etc.;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 153
• Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas
exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos;
• Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infantojuvenis, entrevistas,
reportagem, entre outros.
8ª SÉRIE/9º ANO
LEITURA→
Esperase que o aluno:
• Realize leitura compreensiva do texto e das partículas conectivas;
• Localize informações explícitas e implícitas no texto;
• Posicionese argumentativamente;
• Amplie seu horizonte de expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Perceba o ambiente no qual circula o gênero;
• Identifique a ideia principal do texto;
• Analise as intenções do autor;
• Identifique o tema;
• Deduza os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto;
• Reconheça palavras e/ou expressões que denotem ironia e humor no texto;
• Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido
conotativo e denotativo;
• Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e
elementos do texto;
• Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial;
• Reconheça o estilo, próprio de diferentes gêneros.
ESCRITA→
Esperase que o aluno:
• Expresse suas ideias com clareza;
• Elabore textos atendendo:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 154
às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
à continuidade temática;
• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc.;
• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,
substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção, etc.;
• Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo;
• Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos, bem como
os recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial.
ORALIDADE →
Esperase que o aluno:
• Utilize discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);
• Apresente ideias com clareza;
• Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto;
• Compreenda os argumentos no discurso do outro;
• Exponha objetivamente argumentos;
• Organize a sequência da fala;
• Respeite os turnos de fala;
• Analise os argumentos dos colegas em suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados;
• Participe ativamente de diálogos, relatos, discussões, etc.;
• Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas
exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos;
• Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infantojuvenis, entrevistas,
reportagem, entre outros.
A avaliação pode se resumir nos seguintes fatores: trabalhos individuais, em duplas ou
equipes, testes individuais, participação nas atividades da turma, produção de textos, realizações de tarefas,
observação dos alunos no desenvolvimento do curso, e práticas orais, preparando assim, o aluno para um
futuro mercado de trabalho, onde o trabalho em equipe é a característica principal do mesmo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 155
1.7.6 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N.L. Gramática Metódica da língua Portuguesa. 38ª ed. São Paulo: Saraiva, 1992.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes: Edições (tradução feita a partir
do francês), 1997.
BEOZZO, José Oscar. Situação do Negro na Sociedade Brasileira.
Brasil Paraná – Turístico, Ecológico e Cultural – Editare.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do
Ensino Fundamental – Língua portuguesa. Brasília , MEC/SEF, 1998.
CAVALLEIRO, Eliane (org). Racismo e antiracismo na educação: repensando nossa escola. São
Paulo: Summus, 2001.
FARACO & MOURA. Língua e Literatura.
HENNIG, G. Metodologia de Ensino de ciências. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o
Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2009.
PIVOVAR, Altair. Leitura e escrita: a captura de um objeto de ensino. Curitiba, 1999.
KOCH, Ivan. Tradicionalismo e folclore na Cultura Alimentar Paranaense.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 156
1.8 DISCIPLINA: MATEMÁTICA
1.8.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Ao considerar a Matemática como uma das áreas que compõem o currículo da escola do
Ensino Fundamental constatase que ela está presente na vida das pessoas.
As primeiras manifestações matemáticas surgiram da necessidade do homem primitivo, de
quantificar, contar e realizar trocas. De fato, ao longo do processo de desenvolvimento histórico, esse
conhecimento foi sendo desenvolvido a partir das necessidades de sobrevivência, fazendo com que os
homens, gradativamente, elaborassem códigos de representações, sejam de quantidades ou dos objetos
por eles manipulados.
A humanidade, em seu processo de transformação, foi produzindo os conceitos, leis e
aplicações matemáticas que compõem a matemática como ciência universal, um bem cultural da
humanidade. Sendo organizada por meios de signos, a Matemática torna se uma linguagem e instrumento
importante para resolução e compreensão dos problemas e necessidades sociais dentro de cada contexto.
Esses conhecimentos são considerados como instrumentos de compreensão e intervenção para a
transformação da sociedade: nas relações de trabalho, na política, na economia, nas relações sociais e
culturais.
Através do conhecimento matemático, o homem quantifica, geometriza, mede e organiza
informações. Assim sendo, é impossível não reconhecer o valor educativo desta ciência como indispensável
para a resolução e compreensão de diversas situações do cotidiano, desde uma simples compra de
supermercado até o mais complexo projeto de desenvolvimento econômico.
A educação matemática entendida desse modo tem como meta a incorporação do
conhecimento matemático, objetivando que o aluno seja capaz de superar o senso comum. O acesso a
esses conhecimentos em suas respectivas séries é direito do aluno, na etapa de escolarização que se
encontra é imprescindível para sua formação. Assim a alfabetização matemática, como processo educativo,
tem como função desenvolver a consciência crítica, provocando alterações de concepções e atitudes,
permitindo a interpretação do mundo e a compreensão das relações sociais.
Há necessidade de que o professor se preocupe em discutir/trabalhar com os seus alunos o
valor científico da matemática, fazendo a relação entre a teoria (abstrata, plena de conceitos e definições) e
a prática (concreta, plena de atividades explicativas do cotidiano). Para isso cabe ao professor buscar
diferentes metodologias para embasar o seu fazer pedagógico, desenvolvendo nos seus alunos conceitos
fundamentais e conhecimentos matemáticos que lhes proporcionem uma melhor compreensão da sua
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 157
realidade e da realidade do outro. Segundo PAIS (2001):
O aluno deve ser estimulado a realizar um trabalho voltado para uma iniciação à “investigação
científica”. Assim, aprender a valorizar o raciocínio lógico e argumentativo tornase um dos
objetivos da educação matemática, ou seja, despertar no aluno o hábito de fazer uso de seu
raciocínio e cultivar o gosto pela resolução de problemas. Não se trata de problemas que
exigem o simples exercício da repetição e do automatismo. É preciso buscar problemas que
permitam mais de uma solução, que valorizem a criatividade e admitam estratégias pessoais
de pesquisa. Essa valorização do uso pedagógico do problema fundamentase no pressuposto
de que seja possível o aluno sentirse motivado pela busca do conhecimento. Seguindo essa
ideia, o trabalho com a resolução de problemas amplia os valores educativos do saber
matemático e o desenvolvimento dessa competência contribui na capacitação do aluno para
melhor enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. (PAIS, 2001).
É papel da escola sistematizar o conhecimento matemático ajudando o aluno a refletir sobre a
vida, revendo a história para compreender o presente e pensar o futuro.
1.8.2 OBJETIVOS GERAIS
Ao longo do Ensino Fundamental esperase que o aluno consiga:
Desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair e→
generalizar, bem como um pensamento reflexivo que permita a elaboração de conjecturas, a descoberta de
soluções e a capacidade de concluir;
Habituarse ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;→
Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associandoa com a→
linguagem usual;
Adquirir conhecimentos básicos, a fim de possibilitar sua integração na sociedade em que→
vive;
Desenvolver, a partir de suas experiências, um conhecimento organizado que proporcione a→
construção de seu aprendizado;
Associar a Matemática a outras áreas do conhecimento;→
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 158
Análise dos dados e gráficos de pesquisas realizadas, com relação à composição da→
população no Brasil e no Paraná;
Realização de pesquisas com os alunos, relacionadas à população negra e a relação com o→
mercado de trabalho no bairro;
Abordar questões relacionadas ao meio ambiente, às consequências do “progresso” e a→
destruição irresponsável. O manejo adequado, responsável e orientado;
Construir uma imagem da Matemática como algo agradável e prazeroso, desmistificando o→
mito da “genialidade”.
1.8.3 CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Sistema de numeração;
• Números naturais;
• Múltiplos e divisores;
• Potenciação e radiciação;
• Números fracionários;
• Números decimais.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:→
• Dados, tabelas e gráficos;
• Porcentagem.
GEOMETRIA:→
• Geometria Plana;
• Geometria Espacial.
GRANDEZAS E MEDIDAS →
• Medida de massa, capacidade, comprimento e tempo;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 159
• Medidas de área e volume;
• Medida de Ângulo;
• Sistema monetário.
6ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Números inteiros;
• Números racionais;
• Regra de três simples;
• Razão e Proporção;
• Equações e Inequações de 1º grau.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:→
• Pesquisa estatística;
• Média aritmética;
• Moda e mediana;
• Juros simples.
GEOMETRIA:→
• Geometria Plana;
• Geometria Espacial;
• Geometria NãoEuclidiana.
MEDIDAS E GRANDEZAS:→
• Medidas de ângulos;
• Medidas de temperatura.
7ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Números irracionais e racionais;
• Potências;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 160
• Monômios e polinômios;
• Produtos notáveis;
• Sistema de equações do 1º grau.
GEOMETRIA:→
• Geometria Plana;
• Geometria Espacial;
• Geometria Analítica;
• Geometria NãoEuclidiana.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:→
• Gráfico e informação;
• População e amostra.
MEDIDAS E GRANDEZAS:→
• Medida de comprimento;
• Medida de área;
• Medidas de ângulos;
• Medidas de volume.
8ª SÉRIE
→ NÚMERO E ÁLGEBRA:
• Números reais;
• Propriedades dos radicais;
• Equação do 2º grau;
• Teorema de Pitágoras;
• Equações irracionais;
• Equações biquadradas;
• Regra de três compostas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 161
GEOMETRIA:→
• Geometria Plana;
• Geometria Espacial;
• Geometria Analítica;
• Geometria NãoEuclidiana.
FUNÇÕES:→
• Noção intuitiva de função afim;
• Noção intuitiva de função quadrática.
→ MEDIDAS E GRANDEZAS:
• Relações métricas no triângulo retângulo;
• Trigonometria no triângulo retângulo.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:→
• Noções de Análise Combinatória;
• Noções de Probabilidade;
• Estatística;
• Juros Composto.
1.8.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A construção de um conceito matemático deve ser iniciada através de situações “reais” que
possibilitem ao aluno tomar consciência de que já tem algum conhecimento sobre o assunto; a partir desse
saber é que a escola promoverá a difusão do conhecimento matemático já organizado.
A educação matemática, segundo PAIS (2001):
Deve se iniciar pela vivência do aluno, mas isso não significa que ela deva ser reduzida, ao
saber cotidiano. No caso da Matemática, consiste em partir do conhecimento dos números, das
medidas e da geometria, contextualizados em situações próximas do aluno. O desafio didático
consiste em estruturar condições para que ocorra uma evolução desta situação inicial rumo aos
conceitos previstos. Uma forma de dar sentido ao plano existencial do aluno é através do
compromisso com o contexto por ele vivenciado, fazendo com que aquilo que ele estuda tenha
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 162
um significado autêntico e por isso deve estar próximo a sua realidade. O objetivo da
aprendizagem escolar não é o mesmo do saber cotidiano. O saber escolar serve, em particular,
para modificar o estatuto dos saberes que o aluno já aprendeu nas situações do mundoda
vida. (PAIS, 2001).
A definição dos conteúdos é considerada fator fundamental para o conhecimento matemático,
anteriormente fragmentado, seja agora visto em sua totalidade. Daí, a necessidade do desenvolvimento
conjunto e articulado das questões relativas aos números e a geometria, o papel que as medidas
desempenham ao permitir uma maior aproximação entre a Matemática e a realidade e com relação ao
tratamento da informação, fazer com que o aluno venha a construir procedimentos para coletar, organizar,
comunicar dados, utilizando tabelas, gráficos e representações que aparecem frequentemente em seu dia
adia. De acordo com BICUDO (2004):
(...) as grandes informações de ordem científica e tecnológica que vêm ocorrendo na sociedade
moderna, sobretudo nos sistemas de informação e comunicação, garantem ao homem um
volume incalculável de informações dos mais variados tipos, com facilidade e rapidez no
acesso a elas e, principalmente, possibilidades concretas de manipulação dessas informações.
Daí o crescente interesse pelo processo de ensino e aprendizagem da Estatística nas últimas
décadas do século passado. Esse interesse é justificável, pois através do desenvolvimento do
raciocínio estatístico temse uma maneira própria de organizar e analisar informações,
possibilitando a compreensão de sua estrutura e interpretações adequadas. (BICUDO, 2004).
É necessário ter sempre presente que embora os conteúdos estruturantes tenham as suas
especificidades, eles não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois é na interrelação entre números,
operações e álgebra, geometria, medidas e tratamento da informação que as ideias matemáticas e
vocabulário matemático ganham significado.
Números, operações e álgebra: Através de uma abordagem por meio de noções de→
classificação e seriação, que permitem ao aluno estabelecer relações entre agrupamentos, perceber a
inclusão de classes, compreender as bases de contagem, a sucessão de números, a conservação de
quantidades, onde o aluno possa registrar estes saberes por meio da linguagem matemática. A
decomposição de um número, com o arranjo aditivo e multiplicativo, a separação em ordens e classes, a
leitura e a escrita de números com o seu valor posicional associado aos recursos de memorização das
tabuadas facilitam e agilizam os processos mentais de cálculo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 163
Propõese o estudo dos números no campo da aritmética, na resolução de problemas e a
investigação de situações concretas, assim como o trabalho com as operações, ressaltando a importância
de compreender as várias ideias envolvidas numa mesma operação, as relações existentes entre as
operações (adição; subtração; multiplicação; divisão; adição e subtração; multiplicação e divisão;
multiplicação e adição; divisão e subtração...) e os conteúdos específicos (operações inversas;
proporcionalidade...).
Os conjuntos numéricos se ampliam para o pensamento algébrico, quando estimulado o
raciocínio, proporcionando estabelecer relações entre operações com números e operações lineares. Na
passagem da aritmética para a álgebra, acontece a ampliação das possibilidades de argumentar e resolver
problemas.
Medidas: Analisar historicamente a necessidade de medir e de um sistema padrão, devido→
às relações sociais e econômicas. Estender os conceitos de medir, percebendo a ligação entre número e
geometria, explorando e trabalhando situações problema no cotidiano, estendendo para situações mais
abrangentes, surgindo a necessidade e o uso de números grandes e pequenos, conduzindo ao uso de
potências e das frações (números decimais).
No trabalho com as unidades de tempo, perceber que as unidades “padrão” são de suma
importância para: ordenar fatos e acontecimentos; duração dos intervalos temporais. Da mesma forma, o
uso e a aplicação do sistema monetário e sua influência.
Geometria: Analisar situações vivenciadas pelos alunos, com objetos conhecidos (bolas,→
caixas, etc), para produzir definições (formas, semelhanças e diferenças), de modo a situar, analisar e
perceber para, então, representar, concluindo as propriedades dos objetos. Portanto, ao resolver problemas,
é necessário olhar, avaliar, interpretar, discutir, questionar e compreender limites e valores estabelecidos,
vivenciar a riqueza das experiências nos pensamentos e atitudes.
Associar as figuras planas aos sólidos que as originaram. Induzir à visão espacial dos objetos,
sem prejuízo da diferenciação entre sólido e plano, entre objeto e representação. Ao utilizar materiais
(caixas, montar e desmontar; tangran; massa de modelar) o aluno explora e reconhece o espaço e localiza
se no plano. Conceitos como a congruência e semelhança de figuras são fundamentais.
Tratamento da Informação: Coletar, organizar, interpretar e analisar dados são informações→
que estão presentes no diaadia das pessoas, uma vez que estão nos diferentes meios de comunicação e
vêm acompanhadas de listas de dados, tabelas e gráficos.
Sendo assim, é fundamental conhecer fundamentos básicos que permitam a leitura e a
interpretação de tabelas, gráficos e dados estatísticos, bem como a construção destes a partir de textos,
percebendo as regularidades e irregularidades no contexto científicosocial.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 164
Os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na
formação do pensamento humano e na produção de sua existência por meio das ideias e das tecnologias,
dando subsídios para que o aluno possa construir seus próprios instrumentos para resolver problemas,
estar preparado para receber estes problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber,
projetar e transcender o seu conhecimento. Para isso, o professor deve levar em consideração no seu plano
de trabalho as diversas tendências metodológicas, como resolução de problemas, etno matemática,
modelagem matemática, uso de mídias tecnológicas e a História da Matemática.
1.8.5 AVALIAÇÃO
Na tarefa de avaliar é preciso identificar: para que avaliar, como e o que avaliar. Assim, ela não
pode ser nem classificatória, nem punitiva, pois seu objetivo não se esgota na constatação de pontos fracos
e fortes de todo o ambiente escolar. Ensejar ações futuras, sinalizar para novas conquistas. Assim, a
avaliação existe para melhorar a cada dia a prática educacional, devendo ser coletiva e democrática, onde
todos participam direta ou indiretamente do processo educativo.
É importante que o professor insista para que os alunos explicitem os procedimentos adotados
e que expliquem de forma oral e/ou escrita as suas afirmações, na solução de situações propostas, sendo,
dessa forma, o professor um mediador no processo pedagógico, pois é com as tentativas e erros do aluno
que se constrói a aprendizagem e a avaliação.
Através da observação, intervenção, revisão, buscase os diversos métodos, inclusive por meio
de ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computadores e calculadoras.
Sendo assim, o professor deve considerar na avaliação os registros escritos e as
manifestações orais dos alunos, as diferentes formas de raciocínio e de cálculo, as ideias e os caminhos
para a resolução, devendose levar em conta: os porquês deste ou daquele caminho usado; os conceitos
aplicados; conduzir o aluno ao raciocínio com base no que os alunos relatam, aprofundar os conceitos não
apreendidos; se o processo é mecânico ou há o uso da lógica.
A avaliação existe para melhorar a cada dia a prática educacional, devendo incluir a complexa
relação do aluno com o conhecimento e o raciocínio matemático.
Ela deve servir como instrumento de diagnóstico do processo de ensinoaprendizagem,
oferecendo elementos para uma revisão de postura de todos os componentes desse processo (aluno
professorconteúdometodologiainstrumento de avaliação), privilegiando as relações entre os conteúdos:
números, operações e álgebra; medidas; geometria; tratamento da informação.
A avaliação, cujos instrumentos serão provas, trabalhos em classe e extraclasse, trabalhos em
grupo, participação ativa nas atividades propostas e, principalmente, o desenvolvimento do aluno, servirá
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 165
como um diagnóstico do processo, que irá nortear os novos rumos do trabalho e será um suporte para
verificar a necessidade de uma nova metodologia ou de um processo de recuperação, buscando as causas
do fracasso e/ou as possíveis falhas e distorções observadas ao longo do processo.
Para tanto, alguns critérios devem ser considerados pelo professor para que a avaliação ocorra
de maneira eficiente e produtiva:
• Conhecer os diferentes sistemas de numeração;
• Identificar os conjuntos numéricos, comparando e reconhecendo seus elementos;
• Realizar as operações fundamentais com números naturais, inteiros, racionais e reais;
• Expressar matematicamente, oral ou por escrito, situações problema que envolvam as operações;
• Compreender os princípios aditivo e multiplicativo como propriedade da igualdade e desigualdade;
• Compreender a razão como uma comparação entre duas grandezas numa ordem determinada e a
proporção como uma igualdade entre duas razões;
• Reconhecer sucessões de grandezas direta e inversamente proporcionais;
• Compreender o conceito de incógnita;
• Compreender o objetivo da notação científica e sua aplicação;
• Compreender, identificar e reconhecer o número como um número irracional;
• Identificar monômios e polinômios e efetua suas operações;
• Utilizar regras de Produtos Notáveis para resolver problemas que envolvam expressões algébricas;
• Operar com expoente fracionário, bem como aplicar suas propriedades;
• Extrair raiz;
• Identificar uma equação do 2º grau na forma completa e incompleta, reconhecendo seus elementos;
• Determinar as raízes de uma equação do 2º grau utilizando diferentes processos;
• Identificar e resolver equações irracionais e biquadradas;
• Utilizar a regra de três em situaçõesproblema;
• Reconhecer e compreender os diversos sistemas de medidas;
• Calcular perímetro, área e volume de figuras, usando unidades de medida padronizadas;
• Reconhecer e classificar ângulos, bem como fazer uso do transferidor e esquadros para medilos;
• Identificar ângulos formados entre retas paralelas interceptadas por transversal;
• Relacionar o sistema monetário brasileiro com os demais sistemas mundiais;
• Calcular o comprimento da circunferência e polígonos;
• Calcular área de polígonos e círculo;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 166
• Conhecer e aplicar as relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo;
• Utilizar o Teorema de Pitágoras na determinação das medidas dos lados de um triângulo retângulo;
• Reconhecer sólidos geométricos em sua forma espacial e planificada, identificando seus elementos;
• Reconhecer triângulos semelhantes, identificar e somar seus ângulos internos e dos polígonos
regulares;
• Reconhecer o sistema de coordenadas cartesianas, marcar pontos, identificar pares ordenados;
• Reconhecer semelhança entre figuras;
• Compreender e aplicar os critérios de semelhança de triângulos;
• Aplicar o Teorema de Tales em situaçõesproblema;
• Compreender noções topológicas, reconhecer fractais;
• Identificar, interpretar e construir os diferentes tipos de gráficos e compilação de dados, bem como
fazer a leitura desses recursos nas diversas formas em que se apresentam;
• Resolver problemas que envolvam porcentagem e juros;
• Calcular média aritmética e moda de dados estatísticos;
• Desenvolver o raciocínio combinatório por meio de situaçõesproblema que envolvam contagem,
aplicando o princípio multiplicativo;
• Descrever espaço amostral de um experimento aleatório;
• Calcular as chances de ocorrência de um determinado evento;
• Expressar a dependência de uma variável em relação a outra;
• Reconhecer função afim e quadrática e suas representações gráficas, bem como analisar
graficamente essas funções.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 167
1.8.6 REFERÊNCIAS
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani e outro. Educação Matemática: Pesquisa em Movimento. São Paulo:
Cortez, 2004.
__________.Pesquisa em Educação Matemática: Concepções & Perspectivas. São Paulo:
UNESP,1999.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. 14ª ed. São Paulo, 2002.
PAIS,Luiz Carlos. Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. Belo Horizonte:Autêntica,
2001. (Coleção Tendências em Educação Matemática).
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino
Fundamental. Curitiba: SEED, 2009.
___________. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG, 1990.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 168
1.9 DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
1.9.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“(...) ao aprender uma língua estrangeira (...) eu adquiro procedimentos de construção de
significados diferentes daqueles disponíveis na minha língua (e cultura) materna. (...) quantas mais línguas
eu souber, potencialmente maiores serão minhas possibilidades de construir sentidos, entender o mundo e
transformálo.” (JORDÃO, 2004, p. 164).
Ao ensinar uma Língua Estrangeira, não estamos simplesmente ensinando um código
linguístico transparente e neutro, dissociado dos processos de construção de identidades, dos contextos de
atuação de nossos alunos. Estamos sim, ensinandoos a perceber possibilidades de construção de
significados, a elaborar procedimentos interpretativos e a construir sentidos do e no mundo.
A Língua Estrangeira não é apenas uma matéria, e sim, um artefato de cultura. E é isso que
nós, educadores, devemos transmitir para nossos educandos, e essa transmissão poderá ocorrer através de
gestos, gravuras, fotos, simulação, ou seja, tudo aquilo que possa facilitar a compreensão.
A dificuldade de conscientizálos disso é uma tarefa difícil, pois já existe um conceito pré
estabelecido em relação à Língua Estrangeira, tanto pelos alunos quanto por aqueles que desenvolvem o
currículo escolar (sempre optando pelo modo gramatical).
Para que possamos fugir desse préconceito, devemos propor fazer da aula da Língua
Estrangeira um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade cultural, levandoo a
interagir com o conteúdo, fazendoo questionar sobre a importância da Língua Estrangeira, tanto para sua
comunidade, quanto para seu crescimento cultural, intelectual, profissional e pessoal.
A língua estrangeira também pode ser propiciadora da construção das identidades dos
educandos como cidadãos, ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas
línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a
comunidade local e mundial.
Embora a aprendizagem de língua estrangeira também possa servir como um meio para
progressão no trabalho e estudos posteriores, ela pode ser vista principalmente como constituidora das
identidades dos educandos como agentes críticos e transformadores, o que implica na superação da visão
da língua apenas como meio para se atingir fins comunicativos.
Devese entendêla não só como um instrumento de informação, mas sim como um transporte
para o conhecimento, não limitando os alunos a sua comunidade e sim colocálos em contato com outras
formas de ser e de conhecer, com outras representações de mundo. É importante ainda, possibilitar ao
educando um entendimento da língua estrangeira em situações diversas, fazêlo entender os significados
para um bom entendimento, isso faz com que o aluno tenha consciência do que ele está aprendendo em
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 169
sala, dando o devido valor ao seu aprendizado.
Decorre daí a importância para a formação da cidadania, sendo a cidadania constituída de
atitudes, sentimentos, e predisposições para o agir. A aprendizagem sobre a vida cidadã acontece a todo o
momento, no interior da escola e da sala de aula, através de práticas de participação, ou seja, baseada em
um ensino que não esteja centrado no professor. A aula de Língua Estrangeira pode ser um espaço para
desenvolvimento de atitudes cidadãs quando inclui tarefas que envolvam colaboração, temas do cotidiano
que requerem diferentes pontos de vista, avaliação crítica das diversas fontes de informação, participação
ativa dos alunos na interpretação de textos, e na exploração de modos alternativos de resolver problemas.
Assim, estamos possibilitando aos educandos vivenciar temas polêmicos, históricos, políticos, sociais,
fazendo com que tomem consciência da realidade em que vivem ao entrar em contato com vários discursos.
Com isso, o aluno está aprendendo não somente uma língua estrangeira, mas sim, interagindo e se
informando sobre o mundo.
Envolver o aluno na matéria é um ponto de extrema importância, pois dessa forma ele/ela estará
participando do seu próprio aprendizado, tendo responsabilidades ao envolverse com as práticas escolares,
quebrando assim o mito de que a Língua Estrangeira é uma prática inútil.
Salientase que o número de alunos em sala de aula é um fator a ser estudado, pois para um
bom desenvolvimento do trabalho, a redução desse número de alunos é um dos pontos principais.
“Todo sujeito que fala uma língua dada é qualquer momento capaz de emitir espontaneamente
ou de perceber e compreender um número infinito de frases que, na maior parte, nunca pronunciou nem
ouviu antes.” (apud, GENOUVRIER & PEITARD, 1985, p.199).
1.9.2 OBJETIVOS GERAIS
Instrumentalizar o aluno para que ele seja capaz de usar a Língua Estrangeira em situações→
de comunicação oral e escrita;
Propiciar ao educando a chance de fazer uso da língua que está aprendendo em situações→
significativas;
Proporcionar consciência sobre a Língua Estrangeira e sua possibilidade na interação→
humana;
Propiciar a compreensão e reconhecimento da diversidade cultural;→
Compreender a presença de Língua Estrangeira na sociedade brasileira e a diversidade→
linguística nacional;
Compreender textos diversos (orais e/ou escritos), apropriados para sua faixa etária;→
Reconhecer as condições de produção e interpretação de textos de diferentes gêneros;→
Produzir mini textos (orais e/ou escritos) para situações de comunicação relevantes ao seu→
contexto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 170
Engajarse em situações de comunicação que possibilitem falar sobre si mesmo e→
compreender pontos de vista de seus interlocutores;
Refletir sobre os temas do cotidiano referente aos assuntos a serem abordados (apropriados→
a cada faixa etária), com o objetivo de formar a consciência crítica e despertar a cidadania do aluno.
1.9.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:→
Discurso como prática social (por meio da leitura, da oralidade e da escrita).
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS→
Diversos gêneros discursivos, além de elementos linguísticodiscursivos.
5ª SÉRIE
→ LEITURA (READING)
• Identificação do tema, do argumento principal;
• Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e intertextualidade do texto;
• Leitura de história;
• Compreensão de texto afrobrasileiro e africano;
• Livros: didáticos e literários;
• Vocabulário;
• Contexto histórico e cultural;
• Tipologia textual.
→ ORALIDADE (SPEAKING)
• Variedades linguísticas;
• Intencionalidade do texto;
• Exemplos de pronúncias e do uso de vocábulos da língua estudada em diversos países;
• Seleção de discursos de outros como: entrevistas, descrição de pessoas, hábitos, rotinas e lugares;
• Leitura de textos sobre o meio ambiente.
→ ESCRITA (WRITING)
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas linguísticas;
• Clareza de ideias;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 171
• Produção de mini texto: narrativa, descritivo e informativo;
• Discussão sobre o tema a ser produzido: o meio ambiente;
• Histórias em quadrinhos;
• Bilhetes;
• Cartas.
→OUVIR (LISTENING)
• Musicalidade;
• Diálogos;
• Leituras de cartas.
→ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, palavras interrogativas, substantivos,
preposições, verbos, concordância verbal e nominal, e outras categorias como elementos do texto;
• Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
• Vocabulário: profissões, famílias, animais e meios de transporte;
• Uso do verbo “to be” (formas afirmativas, interrogativas e negativas);
• Presente Simples (formas afirmativas, interrogativas e negativas);
• Pronomes pessoais e possessivos;
• Pronome de tratamento;
• Numerais;
• Adjetivos;
• Cores;
• Artigos;
• Substantivos;
• Preposições;
• Presente contínuo;
• Alfabeto.
6ª SÉRIE
→LEITURA (READING)
• Identificação do tema, do argumento principal;
• Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e intertextualidade do texto;
• Linguagem nãoverbal;
• Compreensão de texto afrobrasileiro e africano;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 172
• Livros didáticos, literários, contos, crônicas, piadas e poemas;
• Tipologia textual.
→ORALIDADE (SPEAKING)
• Variedades linguísticas;
• Intencionalidade do texto: midiáticos;
• Particularidade de pronúncia da língua estudada em diferentes países;
• Finalidade de texto oral: música, provérbios;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
• Narrativas.
→ESCRITA (WRITING)
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas linguísticas;
• Paragrafação;
• Clareza de ideias;
• Interpretação de textos: narrativos, cartas;
• Tipologia textual: descritivo;
• Mudança climática;
• História do Paraná;
• Cultura afrobrasileira e africana.
→ANÁLISE LINGUÍSTICA:
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, palavras interrogativas (wh – questions),
substantivos (uncountable and countable nouns);
• Preposições;
• Comparativos;
• Verbos (Presente simples, passado simples).
7ª SÉRIE
→LEITURA (READING)
• Identificação do tema, do argumento principal do secundário;
• Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e intertextualidade do texto;
• Linguagem nãoverbal;
• Valorização e o respeito a outras culturas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 173
• Reportagem; slogan, textos midiáticos, anúncio publicitário, outdoor, blog;
• Texto publicitário, literários, narrativos, internet, etc;
• Interpretação de textos, músicas, contos, histórias diversas, dramatização.
→ORALIDADE (SPEAKING)
• Variedades linguísticas;
• Intencionalidade do texto;
• Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua estudada em diferentes países.
→ESCRITA (WRITING)
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas linguísticas;
• Clareza de ideias;
• Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão;
• Textos descritivos, literários, publicitários, informativos;
• Verbos regulares e irregulares.
→ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, substantivos contáveis e incontáveis;
• Falsos cognatos, conjunções e outras categorias como elementos do texto;
• Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
8ª SÉRIE
→LEITURA (READING)
• Identificação do tema, do argumento principal e do secundário;
• Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte;
• Intencionalidade e intertextualidade do texto;
• Linguagem nãoverbal;
• Realização de leitura não linear dos diversos textos;
• Compreensão de textos diversos;
• Músicas;
• Contexto histórico e Cultura Afrobrasileira;
• Crônicas;
• Lendas;
• Poemas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 174
• Classificados;
• Entrevistas;
• Charges;
• Tiras;
• Palestras.
→ORALIDADE (SPEAKING)
• Variedades linguísticas;
• Intencionalidade do texto;
• Particularidade de pronúncia da língua estudada em diferentes países;
• Finalidade do texto oral;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
• Prática oral do idioma;
• Diálogos;
• Músicas;
• Dramatização;
• Jogos;
• Mímicas;
• Pronúncia;
• Adivinhação;
• Análise de texto;
• Piadas;
• Folhetos
• Lendas;
• Fábulas;
• Reportagem.
→ESCRITA (WRITING)
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas linguísticas;
• Paragrafação;
• Clareza de ideias;
• Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão;
• Interpretação de texto;
• Entrevista;
• Vocabulário;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 175
• Contexto histórico e cultural;
• Compreensão de texto;
• Crônica;
• Lendas;
• Poemas;
• Debates;
• Folhetos;
• Biografia;
• Artigos de opinião.
→ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos;
• Adjetivos;
• Numerais;
• Preposições;
• Advérbios;
• Locuções Adverbiais;
• Conjunções;
• Verbos;
• Palavras interrogativas;
• Substantivos (contáveis e incontáveis);
• Falsos cognatos;
• Discurso direto e indireto;
• Voz passiva;
• Verbos modais;
• Concordância verbal e nominal;
• Orações Condicionais;
• Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
• Caso genitivo;
• Grau comparativo e superlativo;
• Sufixo e prefixo.
Os elementos acima descritos referemse ao interdiscurso e ao intradiscurso, nos quais o
sentido da enunciação se cruzam com outros dizeres que residem na memória dos sujeitos e que, portanto,
constroem sentidos. As formas linguísticas serão tratadas de modo contextualizado.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 176
1.9.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O envolvimento do aluno na matéria e a abordagem de temas do cotidiano são os fatores que
vão definir o procedimento metodológico, pois estão interligados. com isso, as práticas discursivas (leitura,
oralidade e escrita) serão baseadas nesses fatores, salientando que o aluno é parte integrante do processo
e deve ser considerado como agente ativo da aprendizagem. sendo assim, o ensino não pode ser
considerado apenas transmissão de conhecimento, e sim um acontecimento nas interações sociais. de
acordo com esta perspectiva, os alunos poderão ser envolvidos em tarefas diversificadas, que exijam
negociação de significados; onde poderá ser privilegiada uma ou mais das habilidades linguísticas (ler, falar,
ouvir, escrever). lembrando que as formas linguísticas serão tratadas de modo contextualizado. em todas as
turmas serão utilizadas as expressões escrita e oral/auditiva, sendo: leitura de textos; compreensão de
textos; produção de mini textos, diálogos; entrevistas; apresentações; músicas; poesias; debates;
argumentações; narração de fatos; anúncios e propagandas.
Durante o trabalho prático, os alunos aprenderão a analisar e se interessar pela leitura de livros
com textos simplificados (informativos, históricos, publicitários, literários, instrucionais, argumentativos,
humorísticos, correspondência informal e outros), bem como se habituar à consulta de dicionários. Assim,
durante todo o processo de ensino, a busca por abordagens metodológicas deve privilegiar e facilitar a
aprendizagem e o desenvolvimento, buscando, de forma crítica, o domínio dos conteúdos selecionados para
tal.
1.9.5 AVALIAÇÃO
“O objetivo da avaliação é intervir para melhorar.” (LUCKESI).
De forma contínua a avaliação deverá ser responsável por desenvolver no aluno uma atitude
crítica de seu aprendizado. Ela não começa e nem termina na sala de aula, é um processo diário, em que o
professor ajudao a construir seu próprio aprendizado. O aluno tem papel fundamental nisso, terá que ser
participativo, terá que ter consciência de construir sua aprendizagem, o que ainda precisa construir e o que
precisa melhorar.
A avaliação é uma ação pela qual o professor acompanha a construção do conhecimento do
aluno, sendo contínua e sistemática afim de possibilitar o direcionamento da prática de sala de aula, com
vistas à consecução dos objetivos propostos. A principal função é ser agente integradora nos processos de
ensino e aprendizagem, devendo subsidiar o professor em seu trabalho, para que ele possa estabelecer os
critérios técnicos de suas ações, não de forma aleatória, mas com uma postura que se fundamenta no
conjunto de princípios éticopolítico. A avaliação possibilita à escola a identificação de pontos críticos e a
definição de prioridades nas ações educacionais; ao aluno, uma tomada de consciência de suas conquistas,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 177
das dificuldades encontradas e de possibilidades para a reorganização de seu investimento na tarefa de
aprender. De acordo com essa concepção, dependendo de quem avalia esse processo, tem funções
diferenciadas, cabendo ao professor avaliar o currículo e a mediação, possibilitando mudanças no processo
de ensino; avaliar o aluno e a aprendizagem, permitindo o redirecionamento na forma de mediação aluno
conhecimento. E ao aluno, anteavaliar sua aprendizagem para ir melhor se situando no tempo em relação a
sua evolução, verificando seus avanços e ganhos, e percebendo suas dificuldades perdidas no processo;
tomar consciência, em termo de metacognição, desenvolvendo um trabalho de reflexão sobre seu processo
de construção do saber; realizar um trabalho de síntese do conhecimento e habilitarse ao uma cultura
escolar centrada nas avaliações escritas. É certo que é praticamente impossível verificar se todos os
objetivos foram alcançados ao final de cada bimestre com uma simples avaliação escrita, pois eles são
numerosos. Então, por que não avaliar também os resultados de cada estratégia desenvolvida em sala de
aula? A avaliação constante permite identificar falhas durante o processo e retornar determinado conteúdo,
trabalhandoo de outra maneira.
Quais os critérios de avaliação? Participação total do aluno no seu desenvolvimento escolar;
diálogos, debates, transformar e trazer o cotidiano do aluno para a sala de aula, questionandoo,
respondendoo, realização de trabalhos em grupos/equipes e individuais, participação nas atividades da
turma, interpretação de textos, produção de textos, realização de tarefas, observação dos alunos no
desenvolvimento das aulas e práticas orais.
Lembrando que o trabalho em equipe, além de ser um método de avaliação, proporciona ao
educando uma aprendizagem, onde aprende a ouvir, discutir, debater, obter uma autocrítica, a se relacionar
com o próximo, preparando assim o aluno para um futuro mercado de trabalho, onde o trabalho em equipe é
a característica principal.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios decorrem dos conteúdos, isto é, uma vez selecionados os conteúdos essenciais
que serão sistematizados cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar o
conhecimento do aluno.
Visando os seguintes critérios:
→ LEITURA (READING)
• Emite opiniões a respeito do que leu;
• Responde e comenta sobre o texto estudado;
• Identifica diferenças entre os variados gêneros textuais;
• Localiza informações explícitas no texto.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 178
→ ORALIDADE (SPEAKING)
• Estabelece diálogo coerente utilizando a pronúncia e a entonação do idioma em estudo;
• Expressa o idioma estrangeiro de forma simples;
• Utiliza a linguagem oral associada ou não à linguagem corporal, com o processo de interlocução
como objetivo de ser bem compreendido;
• Lê em voz alta utilizandose da pronúncia e entonação correta do idioma em estudo para ser
compreendido;
• Compreende o objetivo e a intencionalidade do autor no texto escrito.
→ ESCRITA (WRITING)
• Apresenta clareza de ideias;
• Adequa o conhecimento adquirido à norma padrão;
• Percebe que a pronúncia e a escrita de palavras da língua estrangeira são diferentes em relação à
língua materna;
• Escreve frases ou pequenos parágrafos relatando a respeito de seu cotidiano, ainda que baseado
em modelos, de forma que os textos apresentem coerência e sequencia lógica;
• Compreende o objetivo e a intencionalidade do autor no texto escrito;
• Escreve textos com o objetivo de ser bem compreendido no processo de interlocução.
→ OUVIR (LISTENING)
• Seleciona entrevista, cena de desenhos, recortes de filmes;
• Identifica a existência de palavras, frases e expressões provenientes de outros idiomas usados no
cotidiano;
• Compreende que o significado das palavras pode variar conforme o contexto em que são utilizados;
• Amplia o vocabulário.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 179
1.9.6 REFERÊNCIAS
GENOUVRIER, Emile & PEYTARD, Jean. Linguística e ensino do português. Coimbra, 1985.
JORDÃO, C. M. A língua estrangeira na formação do indivíduo. Curitiba, Mimeo, 2004.
LIBERATO, W. English in formation. São Paulo: FTD, 2005.
LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
MARQUES, A. New Password: Read and Learn. São Paulo: Ática, 2002.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental. Secretaria de
Estado da Educação. Superintendência de Educação\Departamento de Ensino de 1º grau. Curitiba, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 180
2. PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO
2.1 DISCIPLINA: ARTE
2.1.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino da Arte passou por várias discussões a respeito de sua dimensão histórica, desde o
período Colonial até a atualidade, passando do culto à beleza clássica, com a reprodução de cópias de
obras consagradas, ao currículo centrado nas técnicas e artes manuais; ao direcionamento centrado à
produção. Chegando ao enfoque na expressividade, espontaneidade e criatividade da Escola Nova, com a
Metodologia Triangular do fazer crítico, a apreciação e o conhecimento histórico.
Conseguindo a obrigatoriedade do Ensino da Arte nas escolas de Educação Básica, e a busca
efetiva de uma transformação neste Ensino como área de conhecimento, (não meramente como meio de
destaque de dons inatos, mas sim, a Arte como construção do conhecimento), que se efetiva na inter
relação de saberes concretizados na experiência estética, por meio da percepção, da análise e da
criação/produção e contextualização histórica.
Considerando a Arte como fruto da percepção, da necessidade de expressão e da
manifestação da capacidade criadora humana, foram produzidas novas maneiras de ver e sentir, que são
diferentes em cada momento histórico e em cada cultura.
E neste consenso, o Currículo do Ensino Médio deve ser organizado de forma com que o aluno
tenha acesso ao conhecimento sistematizado da Arte, tendo a possibilidade de fazer as relações com o
conhecimento de outras áreas, abrangendo o conhecimento em Arte produzido pela humanidade.
É importante considerar que nos conceitos sobre cultura esteja presente o fator de constante
transformação. Cada cultura possui a sua lógica. A esse respeito, SANTOS afirma que:
Cultura diz respeito à humanidade como um todo, e ao mesmo tempo a cada um dos povos,
nações, sociedades e grupos humanos. (...) Cada realidade cultural tem sua lógica interna, a
qual devemos procurar conhecer para que façam sentidas as suas práticas, costumes,
concepções e as transformações pelas quais estas passam. (...) Entendido assim, o estudo da
cultura contribui no combate a preconceitos, oferecendo uma plataforma firme para o respeito e
dignidade nas relações humanas. (SANTOS, 1987, p. 89).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 181
Nosso país é marcado por diferenças regionais, diversas formas de organização social,
econômica e cultural.
Desta forma, podese considerar que a área de Arte possui inúmeras possibilidades de
desencadear o processo de autoconhecimento, o qual pode referirse a diferentes linguagens como: a
música, a dança enquanto movimento estético, o teatro, a plástica, com condições de propiciar um elevado
nível de percepção, bem como estimular a imaginação e respeitar o potencial criativo de cada ser humano.
A Arte não é mera cópia da natureza ou dos objetos culturais. Ela expressa uma determinada
visão de pessoas e de realidade. Através dela, a pessoa exteriorizase, se conhece, dáse a conhecer,
socializase, enfim, faz a sua história.
A Arte deve ser considerada como integrada a cultura de um povo, pois retrata elementos do
meio visual e expressa sentimentos. Desta forma, a Arte não é algo isolado das atividades humanas. Ela
está presente em tudo o que faz parte de nossa vida. Tratase de uma manifestação individual de retorno ao
coletivo, porém, pretendese mencionar a Arte que capacita o homem para entender a realidade e ajudar a
transformála.
A princípio, os conteúdos selecionados pelo professor podem estar relacionados com a
realidade do aluno e com a realidade local. Nesta seleção, o professor poderá considerar os artistas, as
produções artísticas e os bens artísticos culturais da região, bem como outras produções de caráter
universal.
Naturalmente, cada pessoa possui raízes culturais ligadas à herança, à memória étnica,
constituídas por estruturas, funções e símbolos, transmitidas de geração em geração, por
longos e sutis processos de socialização. É óbvio também que cada indivíduo, antes de poder
decidir sua própria proposta de vida, se encontra imerso na imanência de sua comunidade, nas
coordenadas que configuram o pensar, o sentir e o agir legítimo em seu grupo humano. Mas
cada vez se torna mais evidente que a herança social que cada indivíduo recebe, desde seus
primeiros momentos de desenvolvimento, já não se encontra constituída primordial nem
prioritariamente por sua cultura local. Os influxos locais, ainda importantes, se encontram
substancialmente mediatizados pelos interesses, expectativas, símbolos e modelos de vida que
se transmitem através dos meios telemáticos. (GOMES, 2001, p. 13).
No processo de ensino de Arte, trabalhase, sobretudo, com as linguagens nãoverbais, ou
seja, aquelas que não são constituídas de palavras, Como linguagens não verbais temos formas, volumes,
planos, cores, luzes, gráficos, movimentos, sons, olhares, gestos, acontecimentos. Como verbais temos as
palavras, porém, ambas as linguagens caminham paralelamente.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 182
É através das linguagens verbais e não verbais que fazemos a leitura do mundo.
Considerandose que o ponto de partida para muitos exercícios, de diversas disciplinas, são atividades
ligadas à expressão plástica, cênico ou musical, podese descobrir que as atividades de Arte aguçam a
percepção, propiciando o despertar da imaginação criadora.
Um outro ponto ao qual fazse necessário ressaltar, referese à ênfase que atualmente têmse
dado às atividades interdisciplinares. Através desta, os professores das diversas disciplinas poderão utilizar
como estímulo diversas atividades de Arte e viceversa. Desta forma, o trabalho desenvolvido pelos
educadores tornase mais abrangente e produtivo, tanto nas atividades de Artes, quanto de outras
disciplinas, beneficiando o processo de sensibilização desencadeado.
No âmbito da Arte e da dimensão estética, a produção sóciocultural do gosto pode ser
trabalhada em diversos momentos, durante as aulas de Dança, Teatro, Música, Artes Visuais.
Os professores de Arte podem planejar experimentos e debates que ajudem os alunos a
posicionarse com sensibilidades de critérios éticos, diante de um conjunto de circunstâncias, por vezes
contraditórias, que existem na vida das pessoas. São situações relacionadas a: responsabilidades
referentes à conservação e à degradação de patrimônios artísticos existentes nos locais em que as pessoas
moram, trabalham, divertemse, estudam ou em outras regiões; diálogo ou autoritarismo na condução de
trabalho e comunicação em Arte; manifestação de respeito ou desrespeito sobre as produções artísticas de
diferentes grupos étnicos, religiosos, culturais.
Já o meio ambiente apresentase como fonte de conhecimento para a criação artística. Por
intermédio das imagens, formas, cores, sons e gestualidades presentes no ambiente natural e simbólico,
estabelecese uma relação “ativareceptiva” favorável à produção artística e recepção estética. O caráter
ativoreceptivo desse encontro cria um universo particular de interação entre indivíduo, natureza e cultura,
no qual podese estabelecer um diálogo estético e artístico onde as respostas também se dão por meio de
ações no ambiente e na produção artística.
As produções artísticas podem contribuir para as dimensões de compreensão que se têm da
sexualidade humana, quando documentam ações de homens e mulheres em diferentes momentos da
história e em culturas diversas. A representação da figura humana em diversos momentos históricos,
existentes nas mais variadas formas: pintura, gravuras, esculturas, canções de heróis e heroínas, cinema,
peças de teatro. Por meio da apreciação dessas obras, os alunos podem refletir e expressarse sobre
diferenças sexuais, diferenças de atitudes, valores e interrelações humanas. Ressaltase a possibilidade de
pensar criticamente sobre as imagens corporais que estão presentes na mídia (televisão, rádio, imprensa,
Internet). Desta maneira, a experiência com a Arte propicia o exercício contínuo da descoberta, aguça a
curiosidade, abrindo espaço para fluir o pensamento.
O tema da pluralidade cultural tem relevância especial no Ensino da Arte, pois permite ao aluno
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 183
lidar com as diversidades da arte na vida. Na sala de aula, interrelacionamse indivíduos de diferentes
culturas que podem ser identificados pela etnia, gênero, idade, localização geográfica, classe social,
ocupação educacional, religião.
A escola constitui um espaço privilegiado para o desenvolvimento de uma educação que
dialogue com o particular e o universal. Logo, a disciplina de Arte deve manter este diálogo, estabelecendo
relações de nossas experiências, nossa cultura e vivência com a imagem, com os sons, com os gestos, com
os movimentos, e nessa perspectiva, educar os alunos esteticamente, ensinandoos a ver, a ouvir
criticamente, a interpretar a realidade, a fim de ampliar as suas possibilidades de fruição e expressão
artística.
2.1.2 OBJETIVOS GERAIS
O Ensino da Arte no Ensino Médio deve levar o aluno à:
Compreender e utilizar a Arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca pessoal ou→
coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao
realizar e fruir produções artísticas;
Identificar, relacionar e compreender as diferentes funções da Arte, reconhecendo e→
compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das
diferentes culturas e etnias;
Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da Arte, analisando,→
refletindo e compreendendo os diferentes processos produtivos, com seus diferentes instrumentos de ordem
material e ideal, como manifestações socioculturais e históricas;
Apreciar produtos de Arte, em suas várias áreas, desenvolvendo tanto a fruição quanto a→
análise estética, conhecendo, refletindo e compreendendo critérios culturalmente construídos e embasados
em conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico, psicológico, semiótico,
científico e tecnológico, dentre outros;
Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações da Arte, em suas múltiplas→
áreas – utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos, interagindo com o patrimônio nacional e
internacional, que deve ser conhecido e compreendido em sua dimensão sóciohistórica;
A Arte, como conhecimento humano sensivelmente cognitivo, é necessária na história da
aprendizagem cultural dos jovens de nosso país, humanizandoos e ajudandoos a humanizar o mundo
contemporâneo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 184
2.1.3 CONTEÚDOS
Os conteúdos preferencialmente, devem ser trabalhados corelacionando artes visuais, música,
teatro e dança, não se detendo apenas em história da arte. Os conteúdos estruturantes são elementos
formais, composição, movimentos e períodos.
MÚSICA:→
1ª SÉRIE
• Elementos formais: altura, duração, timbre, intensidade, densidade;
• Composição: ritmo, melodia, harmonia, gêneros (erudito, popular), apreciação da música vocal,
instrumental e eletrônica, improvisação rítmica, composição rítmica e melódica;
• Movimentos e períodos: música popular brasileira, música paranaense, música oriental e africana.
2ª SÉRIE
• Elementos formais: altura, duração, timbre, intensidade e densidade;
• Composição: leitura, composição e improvisação rítmica e melódica; classificação das vozes,
classificação dos instrumentos musicais, paródia, técnica vocal, instrumental, eletrônica, informática
e mista;
• Movimentos e períodos: indústria cultural, engajada, vanguarda latinoamericano, música ocidental.
ARTES VISUAIS: →
1ª SÉRIE
• Elementos formais: ponto, linha, forma, textura, superfície, volume, cor, luz;
• Composição: bidimensional, tridimensional, figurativo, abstrato, perspectiva;
técnica: pintura, desenho, modelagem, fotografia, performance;
gêneros: paisagem, naturezamorta, história em quadrinhos;
• Movimentos e períodos: arte ocidental, arte oriental, africana, brasileira, paranaense e popular;
• Arte até o século XIX.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 185
2ª SÉRIE
• Elementos formais: ponto, linha, forma, textura, volume, cor, luz;
• Composição: semelhanças, contrastes, ritmo visual, simetria, bidimensional, figurativo e abstrato;
técnica: instalação, performance, fotografia, gravura, esculturas, desenho e pintura.
gêneros: designer, informática;
• Movimentos e períodos: arte de vanguardas, indústria cultural, arte engajada, arte contemporânea,
arte digital, arte latinoamericana;
• Arte a partir do século XX.
TEATRO:→
1ª SÉRIE
• Elementos formais: personagem, expressão corporal, vocal, gestual e facial, improvisação, ação e
espaço;
técnica: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, improvisação, roteiro;
gêneros: tragédia, comédia, drama e épico, dramaturgia, caracterização, figurino, sonoplastia;
• Movimentos e períodos: teatro grecoromano, teatro medieval, teatro renascentista, teatro brasileiro,
teatro paranaense, teatro popular, indústria cultural.
2ª SÉRIE
• Elementos formais: personagem, ação e espaço;
• Composição: roteiro, encenação, leitura dramática, criação de texto;
gêneros: representação nas mídias, caracterização, cenografia, sonoplastia, figurino, iluminação,
direção;
• Movimentos e períodos: teatro engajado, teatro do oprimido, teatro pobre, teatro de vanguarda,
teatro latinoamericano, teatro realista, teatro simbolista.
DANÇA:→
1ª SÉRIE
• Elementos formais: movimento corporal, tempo, espaço;
• Composição: eixo, dinâmica, aceleração, ponto de apoio, salto e queda, rotações, formação,
improvisação;
• Gêneros: étnicas, folclórica, circular, populares;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 186
• Movimentos e períodos: préhistória, grecoromana, medieval, renascimento, dança clássica, dança
popular brasileira, dança paranaense.
2ª SÉRIE
• Elementos formais: movimento corporal, tempo e espaço;
• Composição: improvisação, coreografia;
• Gênero: salão, moderna contemporânea;
• Movimentos e períodos: hip hop, indústria cultural, dança moderna, arte engajada, vanguarda,
dança contemporânea.
2.1.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O trabalho na sala de aula deve considerar a relação que o ser humano tem com a Arte:
produzir Arte, desenvolver um trabalho artístico, sentir e perceber as obras artísticas.
Na escola, o objeto de trabalho é o conhecimento.
o e criação. O aluno realizará trabalhos referentes ao sentir e perceber, ao conhecimento em
Arte e ao trabalho artístico.
Quanto ao trabalho com teatro, será iniciado no encaminhamento desta disciplina, os alunos
devem ter acesso às obras de Música, Teatro, Dança e Artes Visuais, para que se familiarizem com as
diversas formas de produção artística. Tratase de envolver a apreciação e apropriação dos objetos da
natureza e da cultura em uma dimensão estética.
A tarefa do professor é possibilitar o acesso, mediar o sentir e perceber com o conhecimento
sobre Arte, para que o aluno possa interpretar as obras, transcender aparências e aprender, pela Arte,
aspectos da realidade humana em sua dimensão singular e social.
O conhecimento em Arte é trabalho relativo à cognição, em que a racionalidade opera para
apreender o conhecimento historicamente produzido sobre Arte, como: os elementos formais, a
composição, os movimentos e períodos, tempo e espaço, e como eles se constituem nas Artes Visuais,
Dança, Música e Teatro.
O trabalho artístico é expressão privilegiada, é o exercício da imaginação exercícios de
relaxamento, aquecimento, personagens – expressão vocal, gestual, corporal e facial, jogos teatrais e
transposição de texto literário para texto dramático, pequenas encenações construídas pelos alunos e outros
exercícios cênicos.
O encaminhamento enfatizará o trabalho artístico; contudo, não excluindo a abordagem do
conhecimento em Arte, como, por exemplo, discutindo os conteúdos e movimentos artísticos importantes da
história do Teatro. Será solicitado ao aluno uma análise das diferentes formas de representação na televisão
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 187
e no cinema, tais como: plano de imagem, formas de expressão dos personagens, cenografia e sonoplastia.
Para que o aluno sinta e perceba serão apresentadas peças teatrais e, em seguida, serão
abordados os seguintes aspectos: descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local, atores,
período histórico da representação. Análise da estrutura e organização da peça, tipo de cenário, e
sonoplastia, expressões usadas com mais ênfase pelos personagens, análise da peça sob o ponto de vista
do aluno, com sua percepção e sensibilidade em relação à peça assistida.
Nas Artes Visuais, cada aluno poderá desenhar linhas para juntos observarem e discutirem a
expressividade, o peso, o movimento que cada uma pode ocupar nesse espaço. Em seguida, os alunos
podem desenvolver composições como trabalho artístico e criar efeitos de movimento e de organização do
espaço com as linhas.
O professor poderá mostrar obras de artistas que deram ênfase ao uso de linhas com
diferentes formas e expor as composições dos alunos para apreciação e apropriação do grupo.
Superando a fragmentação do conhecimento teremos os conhecimentos articulados tais como:
História da Arte, Semiótica e Estética.
A História da Arte é um dos campos de estudo da disciplina de História, tratada como fonte e
documento histórico para pesquisa. O professor de Arte abordará o conteúdo estruturante Movimentos e
Períodos, articulandoos com os Conhecimentos do Teatro, da Dança, da Música e das Artes Visuais.
A Semiótica estuda conceitos como signo, veículo do signo, imagem, assim como significado e
referência. Ela é importante para análise de qualquer fenômeno relacionado à transmissão e retenção de
informação na linguagem, na Arte e em todas as outras formas de expressão. Neste sentido, o professor
poderá direcionar o estudo na análise da imagem da: pintura, cinema e imagem do cotidiano como signo,
mas seus princípios também são aplicados na Dança, Música e Teatro.
A Estética é o estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade de sua conceituação, quer
quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no ser humano. Ela fará parte do cotidiano
do professor de Arte, tanto no aspecto teórico, quanto na sua prática em sala de aula.
A Arte é um processo de humanização. Como criador, o ser humano produz novas maneiras de
ver e sentir, em cada momento histórico e em cada cultura.
Ressaltará, ainda, conceitos importantes para Arte, o ser humano e a sociedade, de modo a
indicar possibilidades de estudos, de organização do currículo e da prática pedagógica do professor de Arte.
E deve ser contemplada o ensino de educação ambiental, segundo a lei nº 9.795 de
27/04/1999, a história do Paraná, segundo a lei nº 6134 de 18/12/2001 e a inserção dos conteúdos de
história e cultura afrobrasileira, segundo a lei nº 10.639 de 09/01/2003.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 188
2.1.5 AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser diagnóstica e processual.
Diagnóstica para ser a referência do professor para planejamento das aulas e da avaliação.→
Processual: é necessário utilizar vários instrumentos de avaliação, pesquisa, análise e→
percepção de obras artísticas, nas várias linguagens da Arte com seus códigos específicos do processo
produtivo.
Deve superar o papel de mero instrumento de medição, de apresentação de conteúdos, e ser
na observação e registros dos caminhos percorridos pelo aluno no seu processo de aprendizagem,
acompanhando os avanços e dificuldades.
Em Arte não cabe ao professor avaliar a expressão do aluno, mas sim como este aprende e
organiza os conteúdos em suas produções artísticas. O professor precisa considerar o histórico de cada
aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na escola, observando a qualidade dos trabalhos e
registros dos alunos.
A avaliação em Arte não pode se basear apenas no gosto pessoal do professor, mas deve
estar fundamentada em critérios definidos e claros, e os conceitos emitidos pelo professor não devem ser
meramente quantitativos.
A avaliação será contínua e diagnóstica, todas as atividades serão consideradas para a
formulação da média, ampliando saberes sobre a produção, apreciação e histórias expressas em música,
artes visuais, dança, teatro e também artes audiovisuais.
O sentido cultural de Arte vai se desvelando na medida em que os educandos do Ensino Médio
participam de processos de ensino e aprendizagem criativos, que lhes possibilitem continuar produzindo e
apreciando obras artísticas; a experimentar o domínio e a familiaridade com os códigos de expressão da
linguagem da Arte. Além disso, esse sentido cultural se revela em processos de educação escolar de Arte,
que favorece aos educandos a reflexão e a troca de ideias, de posicionamentos sobre as práticas artísticas
e a contextualização dos mesmos no mundo regional, nacional e internacional.
A avaliação em Arte vai além do papel de mero instrumento de mediação da apreensão de
conteúdos, e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o aluno. Ela visa não comparar
um aluno com o outro, mas discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria produção. É
preciso levar em conta o pensamento estético e a sistematização dos conhecimentos para a compreensão
da realidade.
O professor de Arte levará em conta as observações e o registro do processo de
aprendizagem, com avanços e dificuldades percebidos em suas criações. Avaliará os alunos que
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 189
apresentam soluções para os problemas apresentados, a maneira que eles se relacionam com os colegas
nos trabalhos em grupo e a elaboração dos registros sistematizados. Serão oportunizadas ao aluno
ocasiões para apresentar, refletir e discutir suas produções com os colegas, sem perder de vista a dimensão
sensível contida na aprendizagem dos conteúdos de Arte.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
ARTES VISUAIS
Verificar se o estudante em sua produção escrita, oral e visual:
• Percebe a função social das artes visuais;
• Relaciona a produção artística visual com o contexto social em diferentes tempos e espaços;
• Identifica a utilização da linguagem visual no cotidiano;
• Reconhece a produção visual como patrimônio cultural e sua importância na sociedade;
• Reconhece e identifica a interferência cultural nas estruturas artísticas visuais;
• Analisa a produção artística da humanidade, na busca da compreensão dos seus modos de
produção, em diferentes perspectivas culturais;
• Reconhece a importância da conservação e preservação do patrimônio cultural;
• Reconhece e analisa a variedade de significados expressivos e de valor simbólico nas formas
visuais e suas conexões temporais, geográficas e culturais;
• Percebe as concepções estéticas presentes nas diversas produções visuais (regional, nacional e
internacional);
• Percebe a si próprio como produtor, inserido em determinado tempo e espaço;
• Reconhece e analisa as concepções estéticas presentes nas diversas produções visuais (regionais,
nacionais e internacionais);
• Reconhece a si próprio como produtor, inserido em determinado tempo e espaço;
• Analisa suas produções e as dos colegas, considerando seu tempo e espaço;
• Percebe forma e conteúdo nas estruturas artísticas;
• Identifica os elementos formais da linguagem visual nas estruturas artísticas;
• Identifica diferentes técnicas e materiais nas estruturas artísticas;
• Experimenta diferentes possibilidades de uso dos elementos formais da linguagem visual;
• Representa suas ideias utilizando os elementos formais da linguagem visual;
• Identifica forma e conteúdo nas estruturas artísticas;
• Experimenta diferentes possibilidades de uso dos elementos formais da linguagem visual, na
perspectiva da função simbólica;
• Representa suas ideias atribuindo função simbólica aos elementos formais da linguagem visual,
ultrapassando o caráter da experimentação;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 190
• Identifica a função simbólica dos elementos formais da linguagem visual nas estruturas artísticas;
• Analisa a utilização da linguagem visual no cotidiano, percebendo as interrelações dos elementos
formais em diferentes modalidades (vitrines, meios televisivos, cinema, roupas e espaços);
• Percebe os elementos visuais presentes na configuração do meio ambiente construído;
• Desenvolve a percepção visual através da leitura de diferentes tipos de imagem (fotografia,
publicidade, histórias em quadrinhos, imagens midiáticas, etc.);
• Elabora crítica pessoal sobre diferentes manifestações artísticas;
• Cria formas de expressão visual utilizando os elementos próprios da linguagem;
• Reconhece e analisa os elementos visuais presentes na configuração do meio ambiente construído.
MÚSICA
Verificar se o estudante em suas produções escritas, orais e sonoras:
• Percebe a função social da música;
• Relaciona a produção musical com o contexto social, em diferentes tempos e espaços;
• Identifica a utilização da linguagem musical no cotidiano;
• Reconhece a produção musical como patrimônio cultural e sua importância na sociedade;
• Reconhece e identifica a interferência cultural na organização da obra musical, em diferentes
tempos e contextos;
• Analisa a produção musical da humanidade, na busca da compreensão dos seus modos de
produção, em diferentes perspectivas históricas e culturais;
• Reconhece a si próprio como produtor, inserido em determinado tempo e espaço;
• Analisa suas produções e as dos colegas, considerando seu tempo e espaço;
• Elabora crítica pessoal sobre os diferentes modos de produção musical, em diferentes contextos
socioculturais;
• Elabora crítica pessoal sobre aspectos estéticos das diferentes manifestações musicais;
• Compara as produções musicais da humanidade, na busca da compreensão das interpenetrações
que se dão entre elas;
• Identifica e registra graficamente os elementos do som e da música;
• Identifica diferentes técnicas e materiais nas estruturas musicais;
• Experimenta diferentes possibilidades de uso dos elementos formais da linguagem musical;
• Interpreta: canta, toca e movimentase;
• Representa ideias utilizando os elementos formais da linguagem musical;
• Percebe e identifica diferentes formas musicais;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 191
• Identifica diferentes técnicas e materiais na obra musical;
• Identifica a função simbólica dos elementos do som e da música;
• Experimenta diferentes possibilidades de uso dos elementos formais da linguagem musical, na
perspectiva da função simbólica;
• Representa suas ideias utilizando a função simbólica dos elementos da linguagem musical,
ultrapassando o caráter da experimentação;
• Registra graficamente suas ideias e representações musicais;
• Analisa a utilização dos elementos sonoros e da música, percebendo sua interrelação em
diferentes produções musicais;
• Desenvolve formas de representação pessoal com liberdade, imprimindo sua marca pessoal através
da utilização de diferentes técnicas, procedimentos e dos elementos formais da linguagem musical;
• Analisa suas produções e as dos colegas, na perspectiva dos elementos formais, técnicas e
procedimentos;
• Interpreta músicas de diferentes tempos e espaços, vocalmente ou com instrumentos,
individualmente ou em grupo;
• Cria formas de registro sonoro e de registro de suas próprias criações sonoras;
• Lê registros gráficos dos elementos sonoros e musicais das suas produções e das de outros.
TEATRO
Verificar se o estudante em suas produções escritas, orais e cênicas:
• Percebe a função social das artes cênicas;
• Relaciona a produção cênica com o contexto social, em diferentes tempos e espaços;
• Identifica a utilização da linguagem cênica nas produções teatrais, cinematográficas e em meios
televisivos;
• Reconhece e identifica a interferência cultural nas produções teatrais;
• Reconhece a produção teatral da humanidade como patrimônio cultural e sua importância na
sociedade;
• Analisa a produção artística da humanidade, na busca da compreensão dos seus modos produção,
em diferentes perspectivas culturais;
• Compreende e identifica as diferentes formas de construção das narrativas e estilos (tragédia,
comédia, drama, mitos, fábulas, entre outros);
• Reconhece a si próprio como produtor, inserido em determinado tempo e espaço;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 192
• Analisa suas produções e as dos colegas, considerando seu tempo e espaço;
• Elabora crítica pessoal sobre diferentes manifestações artísticas: aspectos estéticos e modos de
produção;
• Compara as produções do homem nas artes cênicas, na busca da compreensão das
interpenetrações que acontecem entre elas;
• Percebe forma e conteúdo nas estruturas teatrais;
• Identifica, nas estruturas teatrais, os elementos formais da linguagem cênica: texto, personagem,
caracterização, cenografia, iluminação e sonoplastia;
• Experimenta diferentes possibilidades de representação cênica a partir dos elementos formais
próprios da linguagem, através da expressão corporal, expressão vocal e jogos teatrais, com
variados estímulos;
• Representa suas ideias utilizando os elementos formais da linguagem cênica;
• Identifica forma e conteúdo nas estruturas teatrais;
• Reconhece a função simbólica dos elementos formais utilizados em produções teatrais,
cinematográficas e em meios televisivos;
• Utiliza a expressão corporal e jogos teatrais como preparação para a representação cênica;
• Representa ideias atribuindo função simbólica aos elementos formais da linguagem cênica;
• Reconhece e experimenta diferentes formas de representação cênica: sombras, formas animadas,
máscaras, etc;
• Realiza adaptações de textos literários, diferentes representações, como meios televisivos, cinema,
etc;
• Analisa a utilização das artes cênicas no cotidiano, percebendo as interrelações dos elementos
formais em diferentes modalidades (performance, meios televisivos e cinematográficos);
• Analisa a função simbólica dos elementos formais utilizados em produções teatrais,
cinematográficas e em meios televisivos;
• Utiliza diferentes formas de representação cênica: sombras, formas animadas, máscaras e outras;
• Desenvolve formas de representação pessoal, com liberdade, imprimindo sua marca pessoal
através da utilização de diferentes técnicas, procedimentos e dos elementos formais das artes
cênicas;
• Analisa suas produções e as dos colegas, na perspectiva dos elementos formais, técnicas e
procedimentos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 193
DANÇA
Verificar se o estudante, por meio da palavra, do uso do corpo e em composições de dança:
• Percebe a função social da dança;
• Relaciona a produção artística de dança com o contexto social, em diferentes tempos e espaços;
• Identifica a utilização da dança no cotidiano (festas populares, ritos e mídia);
• Reconhece e identifica a interferência cultural na dança;
• Analisa a produção artística da humanidade, na busca da compreensão dos seus modos de
produção, em diferentes perspectivas culturais;
• Percebe o papel do corpo na dança;
• Reconhece a si próprio como produtor, inserido em determinado tempo e espaço;
• Analisa suas produções e as dos colegas, considerando seu tempo e espaço;
• Elabora crítica pessoal sobre diferentes manifestações artísticas;
• Reflete sobre o papel do corpo na dança;
• Manifesta sua consciência corporal através da dança;
• Percebe forma e conteúdo em diferentes composições de dança;
• Identifica, nas estruturas artísticas, as qualidades dos elementos estruturais da dança – peso,
fluência, espaço e tempo;
• Experimenta diferentes possibilidades de movimentação do corpo;
• Experimenta as possibilidades de uso das raízes de habilidades motoras na construção do
movimento;
• Experimenta diferentes possibilidades de uso dos elementos estruturais da dança, a partir de suas
qualidades de movimento;
• Representa suas ideias utilizando as raízes de habilidades motoras e as qualidades de movimento
da dança: composição coreográfica;
• Improvisa utilizando as possibilidades de uso das raízes de habilidades motoras na construção do
movimento, com e sem estímulo;
• Improvisa utilizando diferentes possibilidades de uso dos elementos estruturais da dança, a partir de
suas qualidades de movimento, com e sem estímulo;
• Analisa a utilização da dança no cotidiano, percebendo as interrelações dos elementos formais em
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 194
diferentes modalidades (meios televisivos, na comunidade, etc);
• Representa suas ideias atribuindo função simbólica aos elementos estruturais da dança e suas
qualidades de movimento;
• Desenvolve formas de representação pessoal com liberdade, imprimindo sua marca pessoal através
da utilização de diferentes técnicas, procedimentos e dos elementos formais da linguagem dança;
• Analisa e elabora crítica de suas produções e das de outros, na perspectiva dos elementos formais,
técnicas e procedimentos.
A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos caminhos percorridos pelo
aluno em seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas
criações/produções. Devese definir critérios de avaliação e escolher procedimentos e selecionar
instrumentos, devendo considerar o desenvolvimento do pensamento estético, levando em conta a
sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 195
2.1.6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Leis, Decretos. Lei nº 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Brasília,
1996.
GOMEZ, A. I. P. A cultura escolar na sociedade neoliberal. São Paulo: Artmed; 2001.
KANDELE, I. D. Jogos Teatrais. 4ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
MARQUE, I. Dançando na Escola. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos
participantes dos encontros de formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM,
2003/2005.
___________, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e Grande Público: a distância a ser extinta. Campinas: Autores
Associados, 2003. (Coleção Polêmica do nosso tempo, 84).
SANTOS, J. L. O que é cultura. 6ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
VYGOTSKI, Lev Semenovtch. Psicologia da Arte. São Paulo: M. Fontes, 1999.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 196
2.2 DISCIPLINA: BIOLOGIA
2.2.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O objeto de estudo da Biologia é a VIDA. A preocupação com a descrição dos seres vivos e
dos fenômenos naturais levou o homem a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de seu papel
enquanto parte deste mundo. Essa preocupação humana representa a necessidade de garantir sua
sobrevivência, já registrada pelo homem desde o início da história através das pinturas rupestres e outros
registros.
Assim, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no Ensino Médio
representam os modelos teóricos elaborados pelo homem (paradigmas teóricos), que representam o esforço
para entender, explicar, utilizar e manipular os recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das diferentes concepções
sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o ensino, buscouse na história da Ciência o contexto
histórico nos quais pressões religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram mudanças
conceituais no modo como o homem passou a compreender a natureza.
A história da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA tem suas origens registradas
desde a antiguidade. Os filósofos Platão e Aristóteles deixaram contribuições relevantes quanto à
classificação dos seres vivos.
Na Idade Média, sob a influência do Cristianismo, a Igreja tornouse uma instituição poderosa,
não apenas no aspecto religioso, mas também influindo na vida social, política e econômica. Essa visão
teocêntrica repercutiu nas explicações sobre a natureza.
Ao romper com a visão teocêntrica e com a concepção filosóficoteológica medieval, os
conceitos sobre o homem passam para o primeiro plano, e a explicação para tudo o que ocorria na
natureza.
Na segunda metade do século XVIII, as mudanças no contexto filosófico trouxeram importantes
modificações na estrutura social, política e econômica. No final do século XVIII e início do século XIX, a
imutabilidade da vida é questionada com evidência de processos evolutivos dos seres vivos. E no século
XX, a geração geneticista confirmou o trabalho de Mendel realizado em 1865, provocando uma revolução
conceitual da Biologia.
Segundo KRASILCHIK (2005), educadores, cientistas vêm há muito tempo tentando explicar
como transcorrer o aprendizado das ciências, construindo diferentes teorias que, uma vez aceitas e
adotadas, podem fundamentar o trabalho do professor em sala de aula. A integração de conteúdo depende
da natureza da própria disciplina, das características dos alunos e das condições em que o processo
ensinoaprendizagem deve transcorrer. Pode referirse às relações entre os vários elementos de uma
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 197
mesma disciplina, integração, ou várias disciplinas que são apresentadas simultaneamente ou, em
sequencia, integração interdisciplinar.
Para incentivo dos alunos nas aulas de Biologia, as mesmas devem despertar e manter o
interesse do aluno, envolvêlos em investigações científicas, desenvolvimento da capacidade de resolver
problemas, compreensão de conceitos básicos e desenvolvimento de habilidades. Levando, assim, o aluno
a criticar os temas atuais da Biologia, como a clonagem, transgênicos, célulatronco e problemas
ambientais.
Visando esse interesse de despertar o olhar do aluno sob a disciplina de Biologia, os conteúdos
estruturantes vêm mostrar para o educando o relacionamento dos conhecimentos científicos já produzidos
com as possíveis mudanças de tais conceitos em decorrência de questões emergentes.
Os conteúdos estruturantes permitem conceituar VIDA em distintos momentos da história,
auxiliando o educando para as grandes temáticas da contemporaneidade. O conteúdo estruturante
“Organização dos Seres Vivos” torna possível o conhecimento estrutural dos seres vivos, relacionandoos à
existência de características comuns entre estes e sua origem. “Mecanismos Biológicos” explica como os
sistemas orgânicos dos Seres Vivos funcionam. O conhecimento sobre “Biodiversidade” torna possível a
análise e a indução para a busca de novos conhecimentos. “Implicações dos avanços biológicos no
fenômeno Vida” busca mostrar os avanços do conhecimento científico sobre as várias áreas da Genética.
Dessa maneira, será trabalhado o conteúdo de forma integrada, relacionando os conceitos das
diversas ciências de referência da Biologia.
2.2.2 OBJETIVOS GERAIS
Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo biológico.→
Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos, sendo estes micro ou→
macroscópicos.
Julgar ações de intervenção, identificando aquelas que visam a preservação e→
implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente.
Reconhecer o ser humano como agente ativo e passivo de transformações intencionais por→
ele produzidas no seu ambiente.
Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de fatos ou→
processos biológicos.
Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas apresentados, utilizando→
elementos da Biologia.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 198
Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico,→
considerando a preservação da vida, as condições de vida e as concepções de desenvolvimento
sustentável.
Relacionar fenômenos, fatos, processos e ideias em Biologia, elaborando conceitos,→
identificando regularidades e diferenças, construindo generalizações.
Apresentar de maneira organizada, o conhecimento biológico aprendido, através de textos,→
desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes, relatórios, etc.
→ Identificar os elementos do ambiente, percebendoos como parte de processos de relações,
interações e transformações.
→ Identificar a interferência de aspecto místico e culturais nos conhecimentos de senso comum
relacionados a aspecto biológico.
2.2.3 CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: →
Mecanismos Biológicos.
→ CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
→ CITOLOGIA/ OS COMPONENTES QUÍMICOS DAS CÉLULAS:
• Água e sais minerais;
• Glicídios;
• Lipídios;
• Proteínas;
• Enzimas;
• Vitaminas;
• Uma visão geral da célula;
• Descoberta da célula;
• Métodos científicos;
• Células procariontes e eucariontes;
• Membrana Plasmática;
• Estrutura da membrana;
• Transporte de substâncias pela membrana;
• Endocitose e exocitose;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 199
• Envoltórios da membrana e junções intercelulares;
• Citoplasma e suas organelas citoplasmática;
• Citosol e citoesqueleto;
• Centríolos, cílios e flagelos;
• Ribossomos;
• Retículo endoplasmático;
• Complexo de Golgi;
• Lisossomos;
• Peroxissomas;
• Vacúolos;
• Mitocôndrias e Respiração celular;
• Respiração aeróbia;
• Fermentação;
• Cloroplastos e Fotossíntese;
• Quimiossíntese;
• Núcleo;
• Cromossomos;
• Clonagem;
• Ácidos nucleicos e engenharia genética;
• Mutações;
• Projeto Genoma Humano;
• Divisão celular: mitose e meiose;
• Histologia animal/ Tecido epitelial;
• Tecido epitelial de revestimento;
• Tecido epitelial glandular;
• Tecidos conjuntivos:
Tecido conjuntivo propriamente dito;
Tecido adiposo;
Tecido cartilaginoso;
Tecido ósseo;
Tecido hematopoético;
• Sangue;
• Linfa;
• Tecido muscular;
• Tipos de tecido muscular;
• Tecido nervoso: neurônio.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 200
→ ANATOMIA E FISIOLOGIA COMPARADA DOS ANIMAIS:
→ Nutrição:
• Nutrição nos invertebrados;
• Sistema digestório humano;
• Digestão em outros invertebrados.
→ Respiração:
• Respiração dos invertebrados;
• Respiração dos vertebrados;
• Respiração humana.
→ Circulação:
• Circulação dos invertebrados;
• Circulação dos vertebrados;
• Circulação humana.
→ Excreção:
• Produtos de excreção;
• Excreção nos invertebrados;
• Excreção nos vertebrados;
• Sistema urinário humano.
→ Sistema Endócrino:
• Mecanismo de ação;
• Glândulas endócrinas humanas;
• Hormônios nos invertebrados.
→ Sistema Nervoso:
• Coordenação nervosa nos invertebrados;
• Sistema nervoso dos vertebrados.
→ Sistema Sensorial:
• Visão;
• Audição;
• Olfato e paladar;
• Tato.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 201
→ Sistema Tegumentar:
• Tegumento.
→ Sistema Muscular.
Sistema Esquelético.→
2º SÉRIE
CONTEUDO ESTRUTURANTE: →
Organização Dos Seres Vivos.
→ CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
→ CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS:
• Classificação dos Seres Vivos;
• Grupos taxonômicos;
• Os sistemas de cinco reinos;
• Mudança o sistema de classificação.
Vírus:→
• Organização do Vírus;
• Doenças causadas por Vírus.
→ Reino Monera:
• Estrutura das bactérias;
• Doenças causadas por bactérias;
• Cianobactérias;
• Arqueobactérias.
→ Reino Protista:
• Protozoários;
• Algas protistas.
→ Reino Fungi:
• Estrutura;
• Fungos mais comuns;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 202
• Importância industrial, ecológica, patogênica, etc;
• Liquens;
• Micorrizas.
→ Reino Plantae:
• Algas verdes, vermelhas e pardas e ciclos reprodutivos;
• Clorofíceas;
• Feofíceas;
• Rodofíceas;
• Briófitas e pteridófitas;
• Gimnospermas;
• Angiospermas.
→ Reino Animalia:
• Poríferos;
• Cnidários;
• Platelmintos;
• Nematódeos;
• Anelídeos;
• Artrópodes;
• Moluscos;
• Equinodermas;
• Cordados;
• Cefalocordados;
• Urocordados;
• Vertebrados.
→ MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS VEGETAIS.
→ Morfologia Vegetal:
• Tecidos vegetais;
• Raiz;
• Caule;
• Folha;
• Flor;
• Fruto.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 203
→ Fisiologia Vegetal:
• Transporte de seiva bruta;
• Transporte de seiva orgânica;
• Hormônios vegetais.
3º SÉRIE
→ CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
– Biodiversidade E Implicações Dos Avanços Biológicos No Fenômeno Vida.
→ CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
→ REPRODUÇÃO:
• Sexuada;
• Humana;
• Métodos anticoncepcionais;
• Doenças sexualmente transmissíveis.
GENÉTICA: A PRIMEIRA LEI DE MENDEL:→
• Experiência de Mendel;
• Cruzamento – teste;
• Ausência de dominância;
• Genes letais;
• Monoibridismo no ser humano;
• Resolução de problemas de monoibridismo;
• Gene e ambiente;
• Probabilidade.
SEGUNDA LEI DE MENDEL:→
• Experiência de Mendel;
• Resolução de problemas sobre diibridismo;
• Triibridismo e poliibridismo.
POLIALELIA E GRUPOS SANGUÍNEOS:→
• Alelos múltiplos em coelhos;
• Sistema ABO de grupos sanguíneos;
• Sistema RH de grupo sanguíneo;
• Resolução de problemas de polialelia.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 204
INTERAÇÃO GÊNICA:→
• Forma de crista de galinhas;
• Epistasia;
• Poligenia;
• Pleiotropia;
• Resolução de problemas de interação gênica.
LIGAÇÃO GÊNICA:→
• Identificação do linkage;
• Taxa de crossing.
SEXO E HERANÇA GENÉTICA:→
• Cromossomos sexuais;
• Herança ligada ao sexo;
• Herança quantitativa cor da pele: cultura afrobrasileira;
• Herança limitada e a influenciada pelo sexo;
• Análise de heredogramas;
• Resolução de problemas sobre sexo e herança genética.
ALTERAÇÕES CROMOSSOMIAIS:→
• Alterações numéricas e estruturais.
EVOLUÇÃO: TEORIAS EVOLUTIVAS:→
• Lamarckismo;
• Darwinismo;
• Neodarwinismo;
• Métodos de estudos.
HISTÓRIA DOS SERES VIVOS:→
• Origem da vida: primeiras teorias;
• Teoria de Oparin e Haldane;
• Outras teorias sobre a origem da vida;
• Evolução dos animais;
• Evolução as plantas;
• Evolução da espécie humana.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 205
ECOLOGIA E SEU COMPO DE ESTUDO:→
• Níveis de organização da vida;
• Habitat e nicho ecológico;
• Lei do Meio Ambiente.
CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES:→
• Fluxo de matéria e energia.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS:→
• Ciclo do carbono;
• Ciclo do oxigênio;
• Ciclo da água;
• Ciclo do nitrogênio;
• Efeito estufa;
• Aquecimento global;
• Camada de ozônio.
POPULAÇÕES:→
• Crescimento das populações;
• População humana: Brasil
Paraná
RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS:→
• Sociedade;
• Colônias;
• Mutualismo;
• Proto cooperação;
• Comensalismo;
• Canibalismo;
• Competição;
• Amensalismo;
• Predatismo;
• Parasitismo.
FATOR ABIÓTICO:→
• Luz;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 206
• Temperatura;
• Água.
SUCESSÃO ECOLÓGICA:→
• Etapas da sucessão;
• Sucessão primária e secundária;
• Propriedade da comunidade clímax.
DISTRIBUIÇÃO DOS ORGANISMOS NA BIOSFERA:→
• Talassociclo;
• Limnociclo;
• Epinociclo;
• Biomas brasileiros;
• Distribuição geográfica dos animais.
POLUIÇÃO:→
• Poluição do ar;
• Poluição da água;
• Poluição dos solos;
• Lixo;
• Poluição radiativa;
• Poluição sonora;
• Distribuição da biodiversidade.
2.2.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O processo de aprendizagem da Biologia deve ser feito baseandose no estabelecimento de
uma relação entre o aluno, professor e o conhecimento científico, fazendo com que o aluno seja capaz de
formular conceitos, articulando ideias e fazendo a compreensão das teorias científicas, relacionadas ao
tempo e espaço. Devemos pensar criticamente o ensino de Biologia, nas abordagens do processo e o
vínculo pedagógico em consonância com as práticas sociais, visando romper com o “relativismo cultural”,
com as “pedagogias das competências” e a supremacia das práticas sociais hegemônicas.
Entendese assim, que a Biologia contribui para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e
atuantes, por meio de conteúdos, desde que ao mesmo proporcione o entendimento do objeto de estudo –
fenômeno VIDA – em toda sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos seres vivos; no
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 207
funcionamento dos mecanismos biológicos; do estudo da biodiversidade no âmbito dos processos
biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e relações ecológicas; e das implicações dos avanços
biológicos no fenômeno VIDA.
É importante que os alunos se apropriem do conhecimento científico e desenvolvam uma
autonomia no pensar e agir, fazendo uma relação entre pensar e agir, envolvendo o aluno na construção de
uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de atitudes e de valores
humanos.
O conteúdo estruturante mecanismos biológicos traz consigo o estudo de mecanismos que
explicam como os seres vivos funcionam e como são os sistemas biológicos.
Este conteúdo deve abordar desde o estudo da estrutura fundamental dos seres vivos e seus
componentes celulares, até o funcionamento dos sistemas que possuem funções específicas e constituem
os mais variados grupos de seres vivos.
A prática de ensino do conteúdo estruturante sobre a organização dos seres vivos, deve
abordar a classificação dos seres vivos auxiliando o aluno a descobrir e compreender a diversidade dos
seres vivos, bem como encontrar uma forma de agrupar as espécies existentes e as já extintas.
A classificação dos seres vivos já é adotada a muito tempo, desde a Antiguidade e modificada
ao longo do tempo através de novos critérios científicos e avanços na área biológica e tecnológica.
Este conteúdo é de suma importância a partir do pensamento biológico descritivo para
conhecer, compreender e analisar toda biodiversidade existentes e as espécies já extintas, bem como a
descrição e caracterização dos fatores que limitaram a perpetuação e determinaram o aparecimento de
novas espécies, ou a extinção ao longo do tempo.
O estudo da biodiversidade tornase primordial a partir da análise e a busca de novos
conhecimentos, na tentativa da compreensão do que significa realmente o conceito de biodiversidade.
Na explicação deste conteúdo, ampliase as explicações de como os sistemas orgânicos dos
seres vivos funcionam. Para o estudo deste conteúdo devese conhecer bem os mecanismos biológicos que
formas os seres vivos, bem como a classificação e organização dos seres vivos. Devese também conhecer
o conceito da teoria sintética da evolução para a compreensão das transformações ocorridas pelos seres
vivos no decorrer do tempo; devendo abordar a biodiversidade como um sistema complexo de
conhecimentos biológicos, interagindo na integração e no processo dinâmico que envolve a variabilidade
genética, a diversidade dos seres vivos e as relações que existem entre estes seres e o ambiente onde
vivem, além dos processos evolutivos ocorridos ao longo do tempo, e as transformações sofridas.
O conteúdo estruturante manipulação genética trata das perspectivas dos avanços da biologia,
a manipulação do material genético e permite o questionamento do conceito biológico da vida como fato
natural, que independe da ação humana. Neste contexto, fazse importante o estudo da biotecnologia, dos
produtos geneticamente modificados, das mutações gênicas que geram anomalias graves e da diversidade
biológica das mais variadas espécies de seres vivos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 208
A construção do conhecimento tem como princípio básico o aprendizado através de uma
elaboração pessoal da representação do objeto de estudo. Assim, o aluno não é considerado como um ser
desprovido de conhecimentos e o professor não é o único que conhece os conteúdos. Professores e alunos
assumem papéis de agentes do processo. Destacase então, o método científico e comprovação de
experimentos. O laboratório de Física, Química e Biologia passam a ser utilizada com maior frequência,
como ferramenta metodológica pelo professor, caracterizandose a observação e a comparação,
associandose ao contexto da descoberta e do experimento.
Considerando o ensino como instrumento de transformação dos mecanismos de reprodução
social, para melhor compreender a realidade, a aula experimental tornase um espaço de organização,
discussão e reflexão, a partir de modelos que reproduzem o real. Neste espaço, por mais simples que seja o
experimento, ela tornase rica ao revelar as contradições entre o pensamento do aluno, o limite de validade
das hipóteses levantadas e o conhecimento científico.
O pensamento evolutivo permite a compreensão do mundo mutável e possibilita revelar uma
concepção de Ciência que não pode ser considerada verdade absoluta. A disciplina de Biologia assume seu
caráter humano determinado pelo tempo histórico e passa a ter na prática, uma metodologia que procura
envolver o conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de célula, de indivíduo, de
organismo no meio, na relação homem X natureza e nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais.
Neste contexto as aulas experimentais, surgem com uma crítica ao positivismo lógico, as quais
direcionam na posição de soluções para a construção racional do conhecimento científico em sala de aula
dissociado das implicações deste conhecimento para o homem. Devemos ressaltar que a aula nesse
contexto deve introduzir momentos de reflexão teórica com base na exposição dialogada.
Assim, a experimentação é introduzida com a finalidade de se utilizar um método que privilegie
a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição de memorização direta,
comportamentalista e liberal, partese do pressuposto que as teorias críticas assegurem a relação interativa
entre professor e aluno, em que ambos são sujeitos ativos.
Como proposta metodológica para o ensino de Biologia, propõese a utilização do método da
prática social que parte da pedagogia histórico – crítica centrada na valorização e socialização dos
conhecimentos da Biologia às camadas populares, entendendo a apropriação crítica e histórica do
conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social e atuação crítica para a
transformação da realidade (SAVIANI, 1997; LIBÂNEO, 1983).
O método da prática social decorre das relações dialéticas entre conteúdo de ensino e
concepção de mundo; entre a compreensão da realidade e a intervenção nesta realidade. Confrontamse os
saberes do aluno com o saber elaborado, na perspectiva da apropriação da concepção de Ciência da
realidade social.
Esta proposta curricular para o ensino de Biologia firmase na construção a partir da práxis do
professor. Objetivase, portanto, trazer os conteúdos de volta para os currículos escolares, mas numa
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 209
perspectiva diferenciada onde se retome a história da produção do conhecimento científico e da disciplina
escolar e seus determinantes políticos, sociais e ideológicos.
O ensino dos conteúdos específicos de Biologia aponta para as seguintes estratégias
metodológicas de ensino: prática social, problematização, instrumentalização, catarse e o retorno à prática
social (GASPARIN, 2001; SAVIANI, 1997).
1 PRÁTICA SOCIAL: caracterizase por ser o ponto de partida onde o objetivo é perceber e
denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão sincrética,
desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado.
2 PROBLEMATIZAÇÃO: é o momento para detectar e apontar as questões que precisam ser
resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência, estabelecer que conhecimentos são necessários
para a resolução destas questões, e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento.
3 INSTRUMENTALIZAÇÃO: consiste em apresentar os conteúdos sistematizados para que os
alunos assimilem e os transformem em instrumento de construção pessoal e profissional. Neste contexto,
que os alunos apropriemse das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de
exploração em que vivem.
4 CATARSE: é a fase de aproximação entre o que o aluno adquiriu de conhecimento e o
problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais, transformados em elementos
ativos de transformação social, e assim sendo, o aluno passa ao entendimento e elaboração de novas
estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização.
5 RETORNO À PRÁTICA SOCIAL: caracterizase pelo retorno à prática social, com o saber e
pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade
mais igualitária. A situação de compreensão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo, passa
de um estágio de menor compreensão do conhecimento científico a uma fase de maior clareza e
compreensão, explicitada numa visão sintética.
Recursos como a aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação, as analogias, entre
tantos outros, devem ser utilizados no sentido de possibilitarem a participação dos alunos, favorecendo a
expressão de seus pensamentos, suas percepções, significações, interpretações, uma vez que aprender
envolve a produção/criação de novos significados, tendo em vista que esse processo acarreta o encontro e
o confronto das diferentes ideias que circulam em sala de aula. A leitura e a escrita, práticas tão comuns e
tão pouco refletidas em sala de aula merecem atenção especial, pois são propagadoras de repetição e ou
de deslizamentos de significado dados ao conhecimento científico. Elas são demarcadoras do papel social
assumido pelo professor e pelos alunos, devendo ser pensadas a partir do significado das mediações, das
influências e incorporações que os alunos demonstram.
O uso de diferentes imagens como vídeos, transparências, fotos e as atividades experimentais,
são recursos utilizados com frequência nas aulas de Biologia e requerem uma problematização em torno da
questão demonstração – interpretação. Analisar quais objetivos, expectativas a serem atingidas, além da
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 210
concepção de ciência que se agrega a estas atividades, pode contribuir para a compreensão do papel do
aluno frente a tais atividades. As aulas experimentais seja elas de manipulação, de material ou
demonstrativa, também representa um importante recurso de ensino. É preciso lembrar que para estas
aulas promoverem aprendizagem elas não necessitam estar associada a um aparato experimental
sofisticado, mas sim a sua organização, discussão e reflexão, possibilitando a interação com fenômenos
biológicos, a troca de informações entre os grupos que participam da aula e assim promover novas
interpretações.
2.2.5 AVALIAÇÃO
Os resultados das avaliações devem servir como um dos elementos norteadores do trabalho
docente, onde não só o aluno é avaliado, como também todo o processo.
A avaliação se processa de forma diagnóstica e contínua e se esta não fornecer os resultados
esperados, cabe ao professor descobrir os fatores que geraram esta situação.
A avaliação contínua pode verificar a produção constante do aluno e minimizar os traumas das
provas bimestrais. É certo que é praticamente impossível verificar se todos os objetivos foram alcançados
ao final de cada bimestre com uma simples avaliação escrita, pois eles são numerosos. Então, por que não
avaliar também os resultados de cada estratégia desenvolvida em sala de aula? A avaliação constante
permite falhas durante o processo e retomar determinado conteúdo trabalhandoo de outra maneira. O
desempenho do aluno deve ampliarse de forma contínua e sistemática.
A avaliação deve medir o grau de compreensão do aluno em relação à realidade e faz este ter
a capacidade de construir conceitos. Este processo é obtido usando vários processos como
experimentações práticas, apresentação de uma peça teatral, a análise de um filme, montagem de cartazes
e quadros, debates, entrevistas, relatórios de aulas de campo e laboratório, entre outros, selecionando
aquelas pertinentes aos temas de estudo.
Desta forma, o domínio e compreensão dos processos citados acima, dão respaldo para uma
avaliação de todo o trabalho pedagógico, fazendo com que o professor possa reconhecer o caminho a ser
percorrido em sua disciplina.
As habilidades básicas de raciocínio que devem ser consideradas na avaliação do ensino
aprendizagem são: observação do mundo ao redor do aluno; análise de situações do diaadia com base
nos conceitos compreendidos; interpretação de textos e síntese dos conceitos fundamentais; resolução de
problemas com base na aplicação dos conceitos.
Além disso, é importante a caracterização de transformações naturais e induzidas pelas
atividades humanas em toda a biosfera, reconhecendo a necessidade de preservação do ambiente como
um todo e também em particular na região em que se vive.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 211
2.2.6 REFERÊNCIAS
APPLE, Michael. Educação e Poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
CARVALHO, Vanderley. Biologia em Foco. São Paulo: FTD, 2002.
KRASILCHIK, Myriam. Práticas de Ensino de Biologia. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo,
2005.
LIBÂNEO, J. C. Tendências pedagógicas na prática escolar. In: Revista da ANDE, nº 6, p. 1 19, 1983.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2005.
MARCZWSKI, Maurício. VÉLEZ, Eduardo. Ciências Biológicas. São Paulo: FTD,1999.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
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____________. Departamento de Ensino Médio. Reestruturação do Ensino de 2º grau. Proposta de
conteúdos do Ensino de 2º grau – Biologia. Curitiba, 1993.
SAVIANI, D. Pedagogia históricocrítica: primeiras aproximações. Campinas/SP: Autores Associados,
1997.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Libertad, 2005.
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2.3 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA
2.3.1 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Ensino Médio compõe o ciclo de aprofundamento da sistematização do conhecimento. O aluno
começa a compreender e explicar que há propriedades comuns e lida com a regularidade científica,
podendo, a partir dela, adquirir algumas condições para ser produtor de conhecimento científico, quando
submetido à atividade de pesquisa.
A legislação (Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Seção IV Art. 35) aponta como
finalidades específicas do Ensino Médio: a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
no Ensino Fundamental; o prosseguimento dos estudos; o preparo para o trabalho e a cidadania; o
desenvolvimento de habilidades como continuar a aprender, capacidade de se adaptar com flexibilidade às
novas condições de ocupação e aperfeiçoamento, o aprimoramento do aluno como ser humano, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; e a compreensão dos
fundamentos científicotecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática.
A relação entre Educação Física e educação é evidenciada ao longo da história, através da
preocupação de vários educadores e pensadores, em caráter nacional e internacional, em valorizar a
Educação Física no contexto geral de educação.
As Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica do Paraná (SEED, 2009)
comentam as várias transformações que a disciplina Educação Física absorveu em sua dimensão histórica.
A partir de 1882, a Educação Física tornouse obrigatória nos currículos escolares quando Rui
Barbosa, no seu parecer sobre o projeto Reforma do Ensino Primário e várias instituições complementares
da Instrução Pública, afirmou a importância da ginástica na formação do cidadão.
Nos séculos XVIII e XIX as aulas de Educação Física sofreram forte influência das instituições
militares e da medicina. Foram importados da Europa vários métodos de ginástica e práticas de saúde para
manter o organismo são e a eficácia da mecânica corporal. A Educação Física tinha então, a função de
formar corpos saudáveis que melhor se adaptassem aos processos de produção do trabalho.
Na década de 30 houve um incentivo às práticas esportivas com vistas a promover políticas
nacionalistas para o país. Ocorreu então a popularização do esporte com a criação de centros esportivos e
a vinda de especialistas do exterior. A Educação Física passou então a ser sinônimo de esporte.
A partir de 1964 o esporte passou a ser tratado com mais ênfase no Brasil devido a acordos feitos
entre o MEC e o Departamento de Educação Americana. Vários professores especializaramse no exterior,
especialmente em cursos na área esportiva. Foi então que o esporte consolidou sua hegemonia na
Educação Física, através do método tecnicista, centrado na competição e no desempenho.
A Educação Física continuou como disciplina obrigatória na escola com a promulgação da Lei nº
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5.692/71, tendo sua legislação específica e integrada como atividade curricular obrigatória em todos os
cursos e níveis dos sistemas de ensino.
Nesse período, sob regime militar, a Educação Física estava ligada à aptidão física, sendo
importante para aumentar a capacidade produtiva da classe trabalhadora, ao desenvolvimento do desporto,
e com a intenção de tornar o país uma potência olímpica.
Procurando deixar a pedagogia tecnicista de lado e em busca de uma identidade para a Educação
Física como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano enquanto
produtor da cultura, vários educadores apontaram então novos caminhos para a disciplina.
Uma das primeiras referências a ter destaque foi a psicomotricidade, centrada na educação pelo
movimento, valorizando a formação integral do aluno.
Na década de 80 surgiram as tendências progressistas, destacandose as seguintes abordagens:
• Desenvolvimentista: com a ideia de que o movimento é o principal meio e fim de Educação Física.
Constituise no ensino de habilidades motoras de acordo com uma sequencia de desenvolvimento. Sua
base teórica é, essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;
• Construtivista: defende a formação integral, incluindo as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento
humano. Esta abordagem, embora preocupada com a cultura infantil, fundamentase também na psicologia
do desenvolvimento.
Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das ciências humanas,
sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as seguintes tendências:
• Críticosuperadora – baseiase nos pressupostos da pedagogia históricocritica desenvolvida por Demerval
Saviani. Nessa proposta, o objeto da área de conhecimento da Educação Física é a Cultura Corporal,
concretizandose nos seus diferentes conteúdos, quais sejam: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a
dança. O conhecimento é sistematizado em ciclos e propõe que este seja tratado de forma histórica e
espiralada, considerando o grau de complexidade;
• Críticoemancipatória – parte de uma concepção de movimento denominada de dialógica. O movimentar
se humano é entendido como uma das formas de comunicação com o mundo, sob uma visão crítica e
independentemente do segmento social a que se pertença.
No início da década de 90 ocorreu a elaboração do Currículo Básico para o Estado do Paraná. Para
a Educação Física, o Currículo Básico fundamentavase na pedagogia históricocrítica, denominada de
Educação Física progressista, revolucionária e crítica, propondo uma prática políticopegagógica que
contribuísse para superar as diferenças sociais.
No mesmo período, foi elaborado o documento intitulado Reestruturação da Proposta Curricular do
Ensino de Segundo Grau, também para a Educação Física. Assim como antes, a proposta foi fundamentada
na proposta históricocrítica de educação para resgatar o compromisso social da ação pedagógica da
Educação Física, objetivandose uma sociedade fundamentada em valores mais igualitários.
Esta proposta representou um marco para a disciplina, destacando a importância da dimensão
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social da Educação Física, possibilitando a consolidação de um novo entendimento em relação ao
movimento humano como expressão da identidade corporal, como prática social e como uma forma do
homem se relacionar com o mundo, apontando a produção histórica e cultural dos povos, relativos à
ginástica, à dança, aos desportos, aos jogos, bem como, às atividades que correspondam às características
regionais.
Com a apresentação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), na década de 90, a disciplina
da Educação Física sofreu um retrocesso nos seus avanços teóricos. Nos PCN para o Ensino Médio, há a
descaracterização dos conhecimentos historicamente construídos, ao propor temas amplos que desviam a
centralidade e importância dos conhecimentos próprios de cada conteúdo de tradição da Educação Física.
Verificase, portanto, uma desvalorização da teoria, em nome de questões imediatistas e abstratas,
presentes na pedagogia das competências.
Assim visto, as Diretrizes Curriculares de Educação Física (SEED 2009) procuram questionar a
Educação Física que trata do corpo enquanto objeto de treinamento, sugerindo então uma Educação Física
voltada à reflexão sobre o fazer corporal, objetivando a formação de um sujeito que reconheça o próprio
corpo em movimento e a sua subjetividade.
O CONHECIMENTO ESPECÍFICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Para identificar a Educação Física como disciplina, é necessário primeiramente, saber qual é o seu
objeto de estudo.
Porém, na busca pela especificidade do campo de estudo da Educação Física, alguns autores,
segundo CAPARROZ (2005), acabam por retirar suas características peculiares, tornandoa tão
genericamente parecida com as demais disciplinas que perde as suas características. Portanto, nessa
tentativa de encontrar seu estatus junto às demais disciplinas, a Educação Física escolar entra pelo
caminho da negação de si própria, para a afirmação no campo das demais disciplinas.
KOLYNIAK, citado por LORENZ e TIBEAU (2003), considera o movimento humano consciente
como objeto de estudo da Educação Física: todo movimento corporal que possibilite uma representação
psíquica e uma interferência imediata ou mediata é considerado como movimento humano consciente.
De acordo com CAPARROZ (2005), a Educação Física tem a sua especificidade e importância no
componente curricular por ter como objeto o movimento humano, com os elementos da cultura corporal,
com os conhecimentos produzidos sobre as atividades físicas, sobre as diferentes práticas corporais.
Para BETTI in MARCELLINO (2003) a Educação Física escolar deve fazer uso do esporte como
uma fruição do exercício físico, quer seja na sua função de desenvolvimento pessoal, ou de melhoria e/ou
manutenção da saúde. O exercício físico deve ser utilizado como uma prática corporal que deve ser
usufruída como uma forma natural de exercício da motricidade.
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A CULTURA FÍSICA
De acordo com PEREIRA (1988) a cultura física é uma prática cultural sóciobiológica. É uma
prática social porque envolve o ser humano em relação aos demais; é biológica pela saliência do
envolvimento da individualidade corporal, ações predominantemente físicas.
A cultura física está a serviço da libertação do homem enquanto sirva de meio para o
desenvolvimento corporal consciente e manutenção da saúde, que sirva a todo povo e que seja também um
meio de conscientização popular, de politização, de participação social e desenvolvimento do espírito crítico.
Para uma cultura física de modo permanente, é imprescindível a união da teoria com a prática.
Simplesmente saber, ou seja, o conhecimento teórico dos fenômenos culturais, mas a nãoexercitação, a
nãorealização prática, apenas revela uma limitação muito próxima da alienação.
Na unicidade e interdependência dos órgãos e sistemas corporais e seu desenvolvimento natural, o
exercício, o movimento, é tão imprescindível na vida do homem como o repouso e o alimento. E somente
por meio da atividade física, do movimento que é o substrato da cultura física é que se podem desenvolver
os processos vitais, os órgãos, enfim, haver vida.
O homem consciente pode dispor dos benefícios da cultura física, em todas as etapas de sua vida,
como meio de negar o sedentarismo, de modo que em processos de exercitação tenha uma opção de
prática cultural. E essa prática cultural deve ter finalidades, tais como a felicidade e a realização humana.
A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pode a escola situarse no centro das preocupações com a educação para a saúde? Pode a aula de
Educação Física influenciar uma vida saudável? Devese orientar as aulas à esse objetivo?
MARQUES e GAYA (1999) investigaram estas questões salientando que, na perspectiva da saúde
pública, os objetivos vão além da melhoria da aptidão física. Devese fazer educação para a saúde,
promover a prática regular de atividades físicas, estilos de vida ativos.
De acordo com os autores acima, a escola é um local privilegiado para o desenvolvimento de
estratégias para a promoção da atividade física e de educação para a saúde, assumindo as aulas de
Educação Física um papel de destaque neste contexto.
Para BENTO, citado por MARQUES e GAYA (1999), ao considerar a saúde como uma categoria
pedagógica, rompe com os limites de uma interpretação exclusivamente médica e predominantemente
curativa, abrindo espaço para a abordagem do tema da saúde numa perspectiva de formação e educação.
Vários autores, como BENTO, MOTA, SOBRAL, NETO, JANUÁRIO, MATOS e GRAÇA, GUEDES
e GUEDES, FARIA JUNIOR, NAHAS e CORBIN, GAYA et alii, GAYA, e SANTOS in MARQUES e GAYA
(1999) consideram que uma das orientações da Educação Física deverá ser a educação para a saúde.
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Especialmente MATOS e GRAÇA, GAYA e GAYA et alii (MARQUES e GAYA, 1999) defendem a
promoção de hábitos de vidas saudáveis como meta de qualquer sistema educativo, e justificam o papel
privilegiado da Educação Física na realização desses objetivos. Na mesma linha, SOBRAL, também citado
por MARQUES e GAYA (1999), refere que, mais do que benefícios imediatos, a escola deve assegurar
numa estratégia de longo prazo, a aquisição de atitudes, conhecimentos e competências motoras que
garantam a autonomia e hábitos de atividade física em fases mais avançadas da vida.
Portanto, não se trata tanto do professor de Educação Física intervir sobre a saúde, mas de fazer
educação para a saúde, incutir em seus alunos a consciência e a atitude de vigilâncias necessárias quando
terminada a escolaridade, a inserção profissional, os vícios civilizacionais e a hipocinesia levarem o
indivíduo a acusar sintomas da ausência da saúde.
No entanto, há vários críticos do predomínio da promoção da saúde como objetivo da Educação
Física. Críticos estes adeptos da pedagogia crítico social (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e da pedagogia
crítico emancipatória (KUNS, 1991, 1994; FERREIRA, 1997).
Para MARQUES e GAYA (1999), estes trabalhos, em grande parte configuramse em abstrações,
em discursos comprometidos em pregação ideológica, que acabam por trazer pouca colaboração ao quadro
teórico aqui delineado.
LOVISOLO (1995) também rebate estas afirmações autodenominadas como críticas que, em seu
entender, carecem de uma análise mais profunda teoricamente e menos aguda ideologicamente. Este autor
sugere um quadro muito proveitoso sobre a abordagem da Educação Física e a promoção da saúde a partir
de uma análise histórica dos debates nesta área e apontando para estratégias que fazem deste campo de
atuação, espaço de valorização dos profissionais da Educação Física.
CAPARROZ (2005) ao analisar diversos estudos realizados sobre a Educação Física escolar na
década de 80, concluiu que seus autores acreditam que sua inclusão e seu desenvolvimento se deram de
forma linear e unilateral com base num consenso, ou seja, de acordo com suas afirmações, a Educação
Física teve que obedecer e seguir cegamente o caminho para ela traçado pela classe dominante. Desta
forma, vários autores acabam por substituir uma doutrina (de democratização das condições de saúde) do
liberalismo por outra (de resposta aos interesses da classe dominante), o que resulta na produção de um
discurso ideológico em substituição a outro.
Fica então evidente que a promoção da saúde configurase como uma intencionalidade pedagógica
claramente referenciada ao conjunto de atividades da escola e, especificamente em relação à Educação
Física, o desenvolvimento de uma cultura desportiva, bem como a adequada instrumentalização para um
estilo de vida fisicamente ativo, devem constituirse em objetivos relevantes no quadro amplo de seus
programas.
Seguindo a visão de PEREIRA (1988), ao se propor unir as dimensões da cultura física –
fisiológicas, educativoculturais, políticas e recreativas – devese visar antes de tudo que a cultura chegue
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ao povo. Sob o ponto de vista da elevação física e mental, cultural e política, aqui se destaca a cultura física,
a preocupação com o corpo, com a elevação integral do ser humano.
Ao se propor medidas para a popularização da prática de exercícios físicos através da Educação
Física escolar, fazse procurando ser coerente com a teoria e com a prática. E procurando ser coerente,
lutando tanto a nível classista como culturalmente, batalhando socialmente com os meios disponíveis, pela
democracia e pela cultura física.
2.3.2 OBJETIVOS GERAIS
Qual pode ser a contribuição da Educação Física ao aluno do Ensino Médio?
MOREIRA, citado por MATTOS e NEIRA (2000) constatou que, dentre os conteúdos desenvolvidos
no Ensino Fundamental, há uma inclinação ao prolongamento com os esportes e, principalmente a mesma
metodologia de ensino, através da execução de fundamentos seguida de vivências de situações de jogo. O
autor aponta que as aulas de Educação Física no Ensino Médio rumam em direção à especialização
esportiva.
No entanto, citando o mesmo autor, essa especialização não se mostra eficaz, pois só é possível
utilizar a tática quando se domina os fundamentos do jogo. Não é possível, por exemplo, ensinar os
sistemas táticos no voleibol se os alunos não dominaram a recepção, o levantamento e a cortada. Esse
conhecimento mais avançado perde o significado. Há então um desinteresse dos alunos pelas aulas, pois
os mesmos não atingem o desempenho motor, sendo incapazes de obter a performance desejada.
Portanto, prosseguir no Ensino Médio com os já conhecidos fundamentos do esporte e do jogo é
limitar demais o campo da Educação Física.
Após verificarem os resultados obtidos através de estudo de campo com alunos do Ensino Médio de
escolas públicas e particulares, LORENS e TIBEAU (2003) concluíram que os alunos manifestam
necessidade da presença de conteúdos conceituais nas aulas de Educação Física. Ainda, de acordo com os
mesmos autores, valorizar os conhecimentos teóricocientíficos da Educação Física pode ajudar a mudar o
conceito ainda existente de “atividade” para o real conceito de “disciplina” e área de conhecimento. Para que
a aula seja significativa, os alunos devem começar a entender o movimento humano, e não apenas
reproduzilo.
Porém, raras vezes as escolas se preocupam em desenvolver ações educativas para levar os
jovens a adquirir hábitos de vida que favoreçam a prática de exercícios físicos de forma continuada.
Atravessando um período de discussões acerca do que deve tratar o campo de conhecimento da
Educação Física no Ensino Médio, os educadores de diversas origens encontraram no trabalho com a
aptidão física e saúde uma alternativa viável e educacional para suas aulas.
BENTO (1991) aponta uma linha de pensamento que se aprofunda nesse sentido ao dizer que:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 218
“uma Educação Física atenta aos problemas do presente não poderá deixar de eleger, como
uma de suas orientações centrais, o da educação para a saúde. Se pretende prestar serviço à
educação social dos alunos, se pretende contribuir para uma vida produtiva, criativa e bem
sucedida, a Educação Física encontra, na orientação pela educação da saúde, um meio de
concretização de suas pretensões, formulações e justificativas.”
Segundo TUBINO (2003), no novo conceito de Educação Física, revisado pelo Manifesto Mundial
de Educação Física FIEP 2000 (Féderátion Internationale d´Education Physique, 2000), ela deixa a sua
delimitação para a infância e adolescência, e passa a constituirse como um processo de educação ao
longo da vida das pessoas, isto é, passa a ser uma Educação Física para crianças, adolescentes, jovens,
adultos e idosos.
Ainda para este autor, esta Educação Física com mais sentido substitui a Educação Física
passatempo ou funcionalista de outrora, pois o importante, a partir do manifesto FIEP, será o processo de
desenvolvimento de um estilo de vida, que levará as pessoas a uma qualidade de vida desejável e às
oportunidades de entretenimentos considerados saudáveis, além de propiciar seres integrais, e melhores
convivências humanas.
No documento “A Indispensabilidade da Educação Física”, divulgado pela Associação Internacional
das Escolas de Educação Física (AIESEP 1999), “...coloca a Educação Física como única disciplina, na
escola, que atua diretamente com o físico, movimento, jogos e esporte, oferecendo oportunidades às
crianças e adolescentes para desenvolverem agilidade e harmonia de movimentos, identidades, desenvolver
conhecimentos e percepções necessárias para um engajamento independente e crítico na cultura física, e
por isso deve ter o mínimo de 23 horas semanais, e as aulas devem integrar um currículo longitudinal e ser
dirigidas por professores de Educação Física, preparados para esta função”.
O Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física, reforçando a importância da
Educação Física como um processo ao longo da vida e particularmente para todas as crianças, reiterou
que uma Educação Física de qualidade (transcrito abaixo conforma o original):
• é o mais efetivo meio de promover nas crianças, seja com qualquer capacidade/incapacidade, sexo,
idade, cultura, raça, etnia, religião ou nível social, com habilidades, atitudes, valores e
conhecimentos, o entendimento para uma participação em atividades físicas e esportivas ao longo
da vida;
• auxilia as crianças a atingirem uma integração segura e adequado desenvolvimento da mente,
corpo e espírito;
• é a única disciplina escolar cujo foco principal é sobre o corpo, atividade física, desenvolvimento
físico e saúde;
• auxilia as crianças a desenvolver padrões de interesse em atividades físicas, os quais são
essenciais para o desenvolvimento desejável e constroem os fundamentos para um estilo de vida
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 219
saudável;
• auxilia as crianças a desenvolver respeito pelo seu corpo e dos outros;
• desenvolve na criança o entendimento do papel da atividade física como promotora da saúde;
• contribui para a confiança e autoestima das crianças;
• realça o desenvolvimento social, preparando as crianças para enfrentar competições, vencendo e
perdendo, cooperando e colaborando.
São objetivos gerais da Educação Física para o Ensino Médio:
A Educação Física passou a objetivar o desenvolvimento nas pessoas para um estilo de vida ativo.
Neste processo, a educação para a saúde e o lazer passa a ser prioridade. A Educação Física nesta nova
interpretação passa a ser um ensino para a criação de habilidades motoras, atitudes e conhecimentos.
(TUBINO, 2003).
Educar os seres humanos para um estilo de vida ativo, voltado para a aquisição de uma qualidade
de vida satisfatória (SILVA, 2003).
Introduzir e integrar o aluno na cultura corporal, formando o cidadão que vai produzila, reproduzila
e transformála em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida (DARIDO,
2001).
2.3.3 CONTEÚDOS
Um determinado conteúdo justificase quando contribui, enquanto parte, para a apropriação pelos
alunos, de uma totalidade de conhecimentos que lhes possibilitam a leitura crítica do mundo que os cerca.
De acordo com DARIDO (2001), para a seleção de conteúdos, devese considerar:
A especificidade da área a Educação Física tem o seu espaço de ação e sua forma peculiar de
desenvolver os seus conteúdos, portanto, devese levar em conta o espaço físico e os materiais oferecidos
pelo Estabelecimento de Ensino;
A especificidade do grupo o conteúdo deve adequarse ao aluno, não esquecendo, porém, que a
falta de interesse dos alunos por determinado assunto originase na maioria das vezes, no desconhecimento
dos mesmos;
O interesse e a aplicabilidade social o conteúdo a ser desenvolvido deve estar vinculado ao
cotidiano do aluno.
Os conteúdos a serem desenvolvidos foram agrupados nos seguintes eixos estruturantes:
ESPORTE
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Com relação ao esporte, a intenção é refletir com os alunos sobre as práticas esportivas e adaptá
las à realidade escolar. Neste sentido, o esporte pode ser desenvolvido com abordagens voltadas para o
lazer, para a melhoria ou manutenção da saúde, bem como para a integração dos indivíduos.
De acordo com as DCE para a Educação Física (SEED 2009), procurase um entendimento crítico
das manifestações esportivas, as quais devem ser tratadas de forma ampla, isto é, desde sua condição
técnica, tática, seus elementos básicos, até o sentido da competição esportiva, a expressão social e
histórica e seu significado cultural como fenômeno de massa.
Portanto, ao trabalhar com o esporte, o professor deve trazêlo para dentro da escola para ser
praticado, debatido e contextualizado criticamente, procurando sempre a possibilidade de alternativas: ao
lado das medalhas, a satisfação pessoal da prática de um esporte, ao lado do esporte trabalho, o esporte
lazer.
JOGOS E BRINCADEIRAS
Segundo as DCE para a Educação Física (SEED 2009), os jogos e as brincadeiras compõem um
conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem
a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas atividades.
Ao respeitarem combinados do jogo, os alunos aprendem a se mover entre a liberdade e os limites,
os próprios e os estabelecidos pelo grupo. Além de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para
que o professor discuta as possibilidades de flexibilização das regras e da organização coletiva.
Os jogos e as brincadeiras também oportunizam o estudo da cultura local e regional onde estes são
praticados, valorizando a manifestação corporal inerente ao local.
DANÇA
A dança caracterizase pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos, ou
improvisados. Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e
compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potencializados por ela. A dança pode existir
como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia.
Na escola, a dança pode ser vivenciada através de suas diversas formas enfatizandose a
espontaneidade e a improvisação, e servindose da técnica como referencial para a criação de coreografias
O trabalho com a dança também pode oferecer ao professor e seus alunos uma reflexão crítica
sobre seus significados, oportunizando o estudo do contexto em que ela foi criada e da possibilidade de
superação de modelos préestabelecidos. Além disso, criase a possibilidade do rompimento com a técnica
dos movimentos padronizados e mecanizados, propiciando a criação de coreografias de acordo com a
possibilidade do aluno.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 221
GINÁSTICA
O conteúdo Ginástica pode oferecer ao aluno o estudo das possibilidades e limites do corpo. Com
este conteúdo, criase a possibilidade de vários questionamentos acerca de padrões estéticos e
mecanizados do movimento humano. Além do culto exacerbado ao corpo e aos exercícios físicos, é possível
também a reflexão acerca dos modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas
corporais.
Neste conteúdo estruturante, há também a possibilidade do estudo da importância da prática
habitual de exercícios físicos como fator relacionado à manutenção e/ou promoção da saúde, bem como na
redução da incidência de diversas doenças, principalmente as degenerativas, dentre as quais incluemse o
diabetes, a hipertensão e a obesidade.
LUTAS
As lutas constituem sistemas de práticas e tradições historicamente produzidas e repletas de
simbologias e tradições.
Na escola, as lutas podem ser tratadas de forma que estas possibilitem a identificação de valores
culturais conforme a época e o lugar onde as mesmas foram ou são praticadas.
As lutas devem ser abordadas de forma reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que
somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e
vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e consciente, procurando, sempre que possível,
estabelecer relações com a sociedade em que vive. A partir desse conhecimento proporcionado na escola,
o aluno pode de forma autônoma decidir pela sua prática, ou não, fora do ambiente escolar.
A seguir, os conteúdos da Educação Física que compõem o Ensino Médio foram divididos em
estruturantes e básicos.
ESPORTE
• Coletivos
• Individuais
• Radicais
JOGOS E BRINCADEIRAS
• Jogos de tabuleiro
• Jogos dramáticos
• Jogos cooperativos
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 222
DANÇA
• Danças folclóricas
• Danças de salão
• Danças de rua
GINÁSTICA
• Ginástica artística
• Ginástica de condicionamento físico
• Ginástica geral
LUTAS
• Lutas com aproximação
• Lutas que mantêm à distância
• Lutas com instrumento mediador
• Capoeira
ELEMENTOS ARTICULADORES PARA O ENSINO MÉDIO
Procurando uma nova maneira de abordar os conteúdos relacionados à Educação Física, as
Diretrizes Curriculares de Educação Física (SEED 2009) propõem o trabalho com os Elementos
Articuladores. Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares, os Elementos Articuladores interligamse e
complementam os conteúdos estruturantes, na medida em que visam tratar as práticas corporais de forma
reflexiva e contextualizada, favorecendo a compreensão destas práticas.
a) CULTURA CORPORAL E CORPO
De acordo com SILVA, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), o corpo é uma construção
social, uma vez que, por meio de sua individualidade e da sua experiência recebe o “modo de ser da vida”,
a natureza e o tempo da cultura.
O corpo deve ser entendido em sua totalidade; o ser humano é o seu corpo que sente, pensa e age.
Sob uma perspectiva de análise crítica, o corpo deve ser estudado através de seu referencial de beleza e
saúde, do seu uso/abuso como ferramenta produtiva e objeto de consumo, bem como da visão ao longo da
história que a humanidade criou em relação ao corpo.
b) CULTURA CORPORAL E LUDICIDADE
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 223
Para MARCASSA, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), o lúdico é uma manifestação cultural
inserida nas várias dimensões da vida humana. Não existe isoladamente, numa ou outra atividade, podendo
aparecer nas mais diferentes situações.
O lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui nas interações sociais,
sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice.
Ao vivenciar e refletir sobre os aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna
se capaz de estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis assumidos nas
relações em grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas particulares que os brinquedos e as brinca
deiras tomam em distintos contextos e diferentes momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos
sociais.
c) CULTURA CORPORAL, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
GUEDES e GUEDES (1993), NAHAS e CORBIN (1992b), citados por MARQUES e GAYA (1999),
sugerem que tão importante quanto envolver os educandos com atividades motoras relacionadas à saúde,
durante as aulas de Educação Física, é fazer com que os mesmos incorporem conhecimentos necessários
que os levem a uma prática motora efetiva além das aulas programadas, bem como à adoção de hábitos de
vida que proporcionem uma vida com qualidade.
Cabe também mencionar que a qualidade de vida não depende apenas do indivíduo. Há outros
fatores aqui implícitos que também atuam sobre a questão. Segundo ASSUMPÇÃO et al (2002), devese
também interpretar a saúde e a qualidade de vida levandose em questão o universo social em que os
indivíduos estão inseridos.
De acordo com ASSUMPÇÃO et al (2002), e GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), a expressão
qualidade de vida tem uma dimensão subjetiva, relacionada ao estilo de vida, e uma dimensão objetiva, esta
ligada às condições de vida. Segundo os últimos autores, temse então a decisão individual de como se
quer viver a vida, citando os hábitos e condutas pessoais, como exemplo. Do outro lado, há a questão das
condições de vida, estas podendo ser aferidas segundo indicadores qualitativos, como o de inclusão social
ou o índice de desenvolvimento humano (IDH).
Concluem ASSUMPÇÃO et al (2002) que a questão saúde, e por conseguinte, qualidade de vida,
não pode ser debatida apenas biologicamente. Há que se levar também em conta os elementos sociais,
econômicos, políticos e culturais se o objetivo é aprofundar mais a questão.
De acordo com as Diretrizes, os cuidados com a saúde não podem ser atribuídos tão somente a
uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de
práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos.
d) CULTURA CORPORAL E MUNDO DO TRABALHO
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 224
Para MASCARENHAS, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), as diversas formas de conflito
do viver em sociedade, dentre elas as formas de socialização e de construção de uma identidade, as
estratégias de dominação e sua resistência se originam no modo como os indivíduos se relacionam no e
pelo trabalho, em intercâmbio com a natureza.
Assim, o mundo do trabalho tornase elemento articulador dos Conteúdos Estruturantes da Educa
ção Física, na medida em que concentra as relações sociais de produção/assalariamento vigentes na socie
dade, em geral, e na Educação Física, em específico. O professor poderá, como exemplo, debater com
seus alunos as consequências da profissionalização e o assalariamento de diversos atletas, vinculados às
diferentes práticas corporais.
e) CULTURA CORPORAL E DESPORTIVIZAÇÃO
A desportivização deve ser analisada à luz da padronização das práticas corporais. Isso significa
que o primeiro objetivo de tornar qualquer atividade, um esporte é colocála sob normas e regras padroniza
das e subjugadas a federações e confederações, para que sua difusão seja ampla em todo o planeta, dei
xando o aspecto criativo da expressão corporal num segundo plano.
Esta visão pode ser direcionada aos conteúdos específicos, apontados dentro dos Conteúdos Estru
turantes, analisando então em que condições estes tornaramse esportes institucionalizados e quais foram
os impactos derivados desta transformação,
f) CULTURA CORPORAL – TÉCNICA E TÁTICA
Segundo FENSTERSTEIN, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), a técnica permeia a Educa
ção Física na medida em que concebe o corpo como uma máquina e na sua subordinação ao sistema es
portivo e os princípios que o determinam.
De acordo com as Diretrizes Curriculares, a técnica é fundamento central para pensar os diferentes
conteúdos da Educação Física, fruto do rigor científico e do desejo humano em criar estratégias e métodos
mais eficientes para educar e padronizar gestos das diversas práticas corporais.
Porém, se o enfoque permanecer apenas na técnica e na tática, deixando de lado os outros princí
pios do esporte, perdese a capacidade de se relacionar e refletir sobre quaisquer manifestações corporais.
As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o legado cultural das di
ferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a importância do aprendizado das diferentes téc
nicas e elementos táticos. Tratase, sim, de conceber que o conhecimento sobre estas práticas vai muito
além dos elementos técnicos e táticos. Do contrário, correse o risco de reduzir ainda mais as possibilidades
de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em objetivos focados no desenvolvimento de ha
bilidades motoras e no treinamento físico, por meio das conhecidas progressões pedagógicas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 225
g) CULTURA CORPORAL E LAZER
Segundo MARCASSA e MASCARANHAS, in GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER (2005), são nos
momentos de lazer que os jovens criam e reforçam seus laços de identidade social, que as crianças, através
da atividade lúdica, interpretam e ressignificam o mundo que as cerca, que os adultos tecem suas relações
sociais e renovam valores e comportamentos que fundamentam os princípios éticos, estéticos e políticos
que regem a sociedade.
No trabalho pedagógico com o lazer, os alunos irão refletir e discutir as diferentes formas de lazer
em distintos grupos sociais, em suas vidas, na vida das famílias, das comunidades culturais, e a maneira
como cada um deseja e consegue ocupar seu tempo disponível.
h) CULTURA CORPORAL E DIVERSIDADE
Aqui, propõese uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação da diversidade nas
relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem revelarse excelentes oportunidades de rela
cionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de desenvolvimento de ideias e de valorização humana,
para que o outro seja considerado.
Em relação ao reconhecimento das diferenças, também é preciso valorizar as experiências corpora
is do campo e dos povos indígenas. Esses registros culturais têm riquíssimos acervos, muitas vezes esque
cidos porque predominam os modelos urbanos de educação do corpo. Assim, tornase pertinente valorizar
as práticas corporais de cada segmento social e cultural nas escolas do campo e indígenas, tanto quanto
nas escolas urbanas.
i) CULTURA CORPORAL E MÍDIA
Esse elemento articulador deve propiciar a discussão das práticas corporais transformadas em es
petáculo e, como objeto de consumo, diariamente exibido nos meios de comunicação para promover e divul
gar produtos. Para uma análise crítica dessa concepção das práticas corporais, diversos veículos de comu
nicação podem servir de referência, quais sejam: programas esportivos de rádio e televisão, artigos de jor
nais, revistas, filmes, documentários, entre outros.
Nesta seção, os conteúdos os conteúdos podem ser aprofundados, considerando as questões vei
culadas pela mídia em sua prática pedagógica, de modo a possibilitar ao aluno discussão e reflexão sobre:
a supervalorização de modismo, estética, beleza, saúde, consumo; os extremos sobre a questão salarial
dos atletas; os extremos de padrões de vida dos atletas; o preconceito e a exclusão; a ética que permeia os
esportes de alto nível, entre outros aspectos que são ditados pela mídia.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 226
HISTÓRIA E CULTURA AFROBRASILEIRA E AFRICANA
Em 2003 foi lançada a lei federal nº 10.639, que modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), estabelecendo a obrigatoriedade do ensino da cultura africana e afrobrasileira nas escolas
públicas e privadas de todos os estados brasileiros.
LEI DE POLÍTICA AMBIENTAL
Em de 31 de agosto de 1981 foi lançada a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Esta lei, em seu Art. 1º/ 5. CF, art. 225, diz que: "Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondose
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendêlo e preserválo para as presentes e futuras
gerações."
Os conteúdos relacionados à História e Cultura Afrobrasileira e Africana, à Lei de Política
Ambiental, e à História do Paraná (Lei Estadual nº 13.381/01) poderão ser desenvolvidos
interdisciplinarmente, como por exemplo, através de projetos, onde poderão ser abordados diversos
assuntos, dentre os quais se destacam:
• Estudo das práticas corporais da cultura negra, em diferentes momentos históricos.
• A capoeira, seus significados e sentidos no contexto históricosocial, como elemento da
cultura corporal.
• A contribuição do negro para a cultura física no Brasil.
• O racismo no futebol.
• A influência do meio ambiente (temperatura, umidade relativa do ar, dia, noite) sobre o
indivíduo durante a prática de exercícios físicos.
• O indivíduo e suas relações com o meio ambiente.
• Percepção ambiental.
• História dos esportes no Paraná.
• Personalidades esportivas do Paraná.
2.3.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Quanto à intervenção, tanto GUEDES e GUEDES quanto NAHAS e CORBIN, mencionados em
MARQUES e GAYA (1999) sugerem que tão importante quanto envolverem os alunos com atividades
motoras durante as aulas de Educação Física, é fazer com que os mesmos incorporem conhecimentos
necessários que os levem a uma prática motora efetiva além das aulas programadas. Para isso, de acordo
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 227
com SOBRAL, in MARQUES e GAYA (1999), a escola tem de transmitir aos jovens as competências
básicas, garantir a cada educando um repertório de atividades que lhes permitam gerir a sua aptidão física
e seu bemestar geral. Ou seja, a autonomia do indivíduo no âmbito das práticas desportivas e das
atividades físicas em geral é fundamental neste domínio.
Desta forma, as aulas serão teóricas e práticas. Pois, de acordo com MATTOS e NEIRA (2000) a
aula teórica tem como objetivo proporcionar ao aluno o conhecimento dos principais conceitos do tema que
está sendo desenvolvido e, além disso, explicar a importância da abordagem destes temas em aula. Na
aula prática, o aluno terá condições de vivenciar os temas abordados na teoria. BRITO, citado por LORENS
e TIBEAU (2003) afirma que as aulas práticas de Educação Física devem ter um embasamento teórico sem
o qual as mesmas perdem o seu significado, caracterizandose como simples atividade.
MATTOS e NEIRA (2000) acreditam que os alunos constroem significados a partir de múltiplas e
complexas interações. Nesta concepção, cada aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem, enquanto
o professor é o mediador na interação do aluno com os objetivos do conhecimento. O processo de
aprendizagem compreende também a interação dos alunos entre si, essencial à socialização. Assim sendo,
a metodologia apresentada enfoca, fundamentalmente, a interação do professor na criação de situações de
aprendizagem coerente com essa concepção.
A ênfase na autonomia condiciona a opção por uma proposta de trabalho que considere a atividade
do aluno na construção de seus próprios conhecimentos, valorize suas experiências, seus conhecimentos
prévios e a interação professoraluno, buscando essencialmente a passagem progressiva de situações
dirigidas por outrem a situações dirigidas pelo próprio aluno.
O desenvolvimento de um comportamento autônomo depende de suportes materiais, intelectuais e
emocionais. Para a conquista da autonomia é preciso considerar tanto o trabalho individual quanto o
coletivocooperativo. O individual é potencializado pelas exigências feitas aos alunos no sentido de se
responsabilizarem por suas tarefas, pela organização e pelo envolvimento com o tema de estudo. A
importância do trabalho em grupo está em valorizar a interação alunoaluno e professoraluno como fonte de
desenvolvimento social, pessoal e intelectual. Situações de grupo exigem dos alunos a consideração das
diferenças individuais, respeito a si e aos outros e trazem contribuições e cumprimento das regras
estabelecidas (MATTOS e NEIRA 2000).
De acordo com as DCE (SEED 2009), ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de
Educação Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz como
referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da realidade. Esse momento
caracterizase como preparação e mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar.
Após o breve mapeamento daquilo que os alunos conhecem sobre o tema, o professor propõe um
desafio remetendoo ao cotidiano, criando um ambiente de dúvidas sobre os conhecimentos prévios. Por
exemplo, levantar a seguinte questão sobre o jogo: todo jogo é necessariamente competitivo? Será que
existe alguma maneira de jogar sem que exista um vencedor no final?
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 228
Posteriormente, o professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado, para que tenham
condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo, assim, as atividades relativas à apreensão
do conhecimento através da prática corporal. Ainda neste momento, o professor realiza as intervenções
pedagógicas necessárias, para que o jogo não se encaminhe desvinculado dos objetivos estabelecidos.
Finalizando a aula, ou um conjunto de aulas, o professor pode solicitar aos alunos que criem outras
variações de jogo, vivenciandoas. Neste momento, é possível também a efetivação de um diálogo que
permite ao aluno avaliar o processo de ensino/aprendizagem, transformandose intelectual e
qualitativamente em relação à prática realizada.
2.3.5 AVALIAÇÃO
O processo de avaliação em Educação Física é algo complexo e fundamental para a eficiência do
ensino. O professor deve encarar os momentos avaliativos como aquisição de dados para a modificação e
melhoria do trabalho pedagógico.
Para MATTOS e NEIRA (2000), na avaliação, o professor deve atentar para o desenvolvimento do
pensamento, a aquisição e a aplicação dos conceitos adquiridos durante as aulas para a solução de
problemas apresentados pelo cotidiano, e à autonomia.
GIANNICHI, citado por RODRIGUES (2003) esclarece que, para procedermos a uma avaliação,
devemse ter claro alguns princípios: esclarecer o que será avaliado inicialmente, selecionar as técnicas ou
instrumentos de avaliação em função dos objetivos, considerar os pontos positivos e limitados das técnicas
de avaliação empregadas, levar em conta uma variedade de técnicas para assegurar uma avaliação
compreensiva, e considerar a avaliação como meio e não fim.
Sendo assim, RODRIGUES (2003) comenta que a avaliação é um ato que se realiza para
verificarmos em que estágio se encontra determinada aprendizagem, não sendo um ato estratificado ou
momentâneo.
Em linhas gerais, durante o desenvolvimento dos conteúdos e nos processos avaliativos, o
professor deve perceber se o aluno é capaz de:
No Esporte:
• Aprofundarse no conhecimento do funcionamento do organismo humano de forma a
reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizandoas como recurso para a
melhoria de suas aptidões físicas;
• Aprofundar as noções conceituais de esforço, intensidade e frequência, elevandose à
condição de planejador de suas práticas corporais;
• Reconhecer a influência da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte;
• Vivenciar algumas manifestações esportivas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 229
• Reconhecer a importância da nutrição como fator determinante da saúde, bem como
da sua importância sobre a prática do exercício;
• Compreender as questões sobre doping e recursos ergogênicos utilizados no esporte.
• Conhecer a história dos esportes do Paraná;
• Reconhecer a influência e a contribuição das práticas da cultura corporal negra no
Brasil;
• Compreender as relações do indivíduo com o meio ambiente.
Nos Jogos e Brincadeiras:
• Organizar atividades e dinâmicas de grupos que possibilitem a aproximação dos
envolvidos e considerem as suas individualidades;
• Reconhecer a apropriação dos jogos pela indústria cultural, buscando alternativas de
superação;
• Reconhecer a influência e a contribuição das práticas da cultura corporal negra no
Brasil;
• Compreender as relações do indivíduo com o meio ambiente.
Na Dança:
• Conhecer os diferentes passos, posturas, conduções e formas de deslocamento das
danças;
• Criação e apresentação de coreografias;
• Reconhecer e aprofundar as diferentes formas de ritmos e expressões culturais por
meio da dança;
• Discutir e aprofundar a forma de apropriação das danças pela indústria cultural;
• Reconhecer a influência e a contribuição das práticas da cultura corporal negra no
Brasil;
• Compreender as relações do indivíduo com o meio ambiente.
Na Ginástica:
• Identificar as fontes de energia utilizadas durante o exercício físico;
• Diferenciar exercícios aeróbicos e anaeróbicos;
• Conhecer a anatomia da coluna vertebral, conceituar as principais alterações posturais
e conhecer hábitos posturais saudáveis à coluna;
• Conhecer a origem e os diferentes tipos de ginástica;
• Aprofundarse no conhecimento do organismo humano no que diz respeito às
capacidades físicas, respostas do corpo aos estímulos e diferentes formas de
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 230
movimentação, valorizandoas como recurso para a expressão de suas aptidões
físicas;
• Aprofundarse no conhecimento do funcionamento do organismo humano de forma a
reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizandoas como recurso para a
melhoria de suas aptidões físicas;
• Executar séries de alongamentos e/ou relaxamento para diversos grupos musculares;
• Conhecer os fatores deletérios à saúde, e como intervir neste processo de forma a
evitálos;
• Reconhecer a influência e a contribuição das práticas da cultura corporal negra no
Brasil;
• Compreender as relações do indivíduo com o meio ambiente.
Nas Lutas:
• Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas
de lutas e, se possível, vivenciar algumas manifestações;
• Diferenciar lutas de artes marciais;
• Conhecer os diferentes ritmos, golpes, posturas, conduções e formas de deslocamento
das lutas;
• Reconhecer a influência e a contribuição das práticas da cultura corporal negra no
Brasil;
• Compreender as relações do indivíduo com o meio ambiente.
Como instrumentos de verificação da aprendizagem, podese utilizar de:
• Prova dissertativa Série de perguntas que exijam capacidade de estabelecer relações,
resumir, analisar e julgar. Tem como função verificar a capacidade de analisar o problema
central, abstrair fatos, formular ideias e redigilas;
• Seminários Exposição oral para o público, utilizando a fala e materiais de apoio adequados ao
assunto. Tem como função possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de
forma eficaz;
• Trabalho em grupo Atividades de natureza diversa (escrita, oral, gráfica, corporal, etc)
realizadas coletivamente. Tem como função desenvolver o espírito colaborativo e a socialização;
• Debate Discussão em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de assunto
polêmico. Tem como função aprender a defender uma opinião fundamentandoa em
argumentos convincentes;
• Relatório Texto produzido pelo aluno depois de atividades práticas ou projetos temáticos. Tem
como função averiguar se o aluno adquiriu conhecimento e se conhece estruturas de texto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 231
• Autoavaliação Análise oral ou por escrito, em formato livre, que o aluno faz do próprio
processo de aprendizagem. Tem como função fazer o aluno adquirir capacidade de analisar
suas aptidões e atitudes, pontos fortes e fracos;
Observação Análise do desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em
situações planejadas. Tem como função seguir o desenvolvimento do aluno e ter
informações sobre as áreas afetivas, cognitiva e psicomotora.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 232
2.3.6 REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, L. O. T.; MORAIS, P. P.; FONTOURA, H. Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida. Notas Introdutórias. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd52/saude.htm (acesso em abril 2010).
BENTO, J. O. As funções da educação física. IN Revista Horizonte, n 45, 1991. IN MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo : Phorte Editora, 2000.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. A lei da política nacional do meio ambiente / Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Brasília : IBAMA, 1981.
CAPARROZ, F. E. Entre a educação física na escola e a educação física da escola. 2. ed. Campinas : Autores Associados, 2005
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo : Cortez, 1992
DARIDO, S. C. (2001) Os conteúdos da educação física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em Educação Física Escolar (supl.) v. 2, n.1.
FÉDÉRATION INTERNATIONALE D´EDUCATION PHYSIQUE FIEP. Congresso mundial de educação física, desporto e recreação. Manifesto mundial da educação física FIEP 2000, Foz do Iguaçu, BR, 2000
GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, P. E.; Org. Dicionário crítico de educação física. Ijuí : Ed. Unijuí, 2005.
LEI DA CULTURA AFRICANA E AFROBRASILEIRA: combate A discriminação ou aumento da segregação? http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=9791 (27/10/2007)
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL LEI 9394/96
LORENZ, C. F.; TIBEAU, C. Educação física no ensino médio: estudo exploratório sobre os conteúdos teóricos. www.efdeportes.com (27/10/2007)
LOVISOLO, H. Educação Física: arte da mediação. Rio de Janeiro : Sprint Editora, 1995.
MARQUES, A. T.; GAYA, A. Atividade física, aptidão física e educação para a saúde: estudos na área pedagógica em Portugal e no Brasil. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(1): 83102, jan./jun. 1999.
MARCELINO, N. C. Lúdico, educação e educação física. 2. ed. Ijuí : Ed Unijuí, 2003.
MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo : Phorte Editora, 2000.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 233
PEREIRA, F. M. Dialética da cultura física. Introdução à crítica da Educação Física, do esporte e da recreação. São Paulo : Ícone Editora, 1988.
RODRIGUES, G. M. A avaliação na educação física escolar: caminhos e contextos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, 2(2): 1121. 2003.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (SEED). Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do Estado do Paraná – Educação Física. Curitiba, 2009.
SILVA, S. A. P. S. (2003) Avaliação processual em educação física. www.efdeportes.com (13/05/2003)
TUBINO, M. J. G. (2003) Por um novo conceito em educação física. www.fiepbrasil.org/index.asp (21/04/2005)
www.cev.org.br/manifesto/capitulos.html (21/04/2005)
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 234
2.4 DISCIPLINA: FILOSOFIA
2.4.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Diante de uma sociedade fadada pela corrupção da indústria cultural, política e ética, resultado
de uma semiformação humana, cumprenos como filósofos e educadores, retomar a importância do
exercício da reflexão. Como escola devemos ser ativos no desenvolvimento das subjetividades, na esfera de
oposição as ideologias e as alienações impostas pela elite. Criando na escola um espaço de encontro, de
diálogo, ação e apropriação dos bens culturais, por meio das experiências vividas, e como continuidade da
construção do saber que se possa ultrapassar os estereótipos, as barreiras e pressões dos “enlatados”
ideológicos dos meios de comunicações americanizados.
O estudo da Filosofia não é linear, mas um processo incessante de busca e adaptação, tendo
em vista a preparação do homem à própria realidade num exercício contínuo da reflexão e do pensamento
crítico.
Tendo em vista que a maior parte dos homens não reflete sobre o que lhes apresenta, mesmo
instruídos não compreendem, mesmo presentes são ausentes, vivem na aparência. A filosofia busca
resgatar e trazer à consciência para a vigília desperta do sono da inconsciência.
O homem se define pelo pensamento, no sentido de que só o homem é capaz de pensar. Esse
pensar deve buscar e desenvolverse na totalidade dos aspectos em que vivemos.
No contexto em que um animal vive, não há consciência, nem rupturas, pois não pensa nem
age politicamente. Ele é natureza. Dentro da natureza, seus movimentos são ditados por estímulos. Para
ele, o que importa é a sobrevivência. Já o ser humano precisa conhecer, compreender e saber sobre o
mundo que o envolve. Esse conhecimento o orienta em sua conduta social. Assim, o ser humano é,
essencialmente, um ser político, com uma busca incessante de sua identidade, emancipação, como cidadão
integrante da realidade em que se insere.
A inquietação do homem frente às perguntas, questionamentos para se alcançar a plena
liberdade perante os desafios lançados à humanidade pela etapa da globalização, que passa por profundas
transformações, a Filosofia novamente é desafiada a fundamentar, elaborar conceitos que permitam
compreender criticamente o que acontece à nossa volta e no mundo, afim de que nossas ações e escolhas
sejam compreendidas como prática da cidadania, de um eterno formarse, no exercício contínuo de reflexão
e autoreflexão, e uma tomada de atitude, com capacidade de julgamento maduro e de conviver com o outro
e com o meio.
A utilização da Filosofia no Ensino Médio auxiliará na consolidação e no aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos; apropriação básica para o trabalho e a cidadania; aprimoração da educação,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 235
incluindo a formação ética, como autonomia intelectual do sujeito.
A Filosofia parte da intenção de buscar o verdadeiro, o belo, o bom, afim de fomentar a
fertilidade em gerar novos saberes – tendo domínio dos conhecimentos necessários ao exercício da
cidadania.
A Filosofia pode ser justificada por meio de critérios onde se possa distinguir as crenças gerais
de uma argumentação fundamentada pela razão, de natureza reflexiva, dando possibilidade de reconstruir
racionalmente o seu conhecimento. A capacidade de análise e de interpretação dá ao aluno autonomia
cognitiva, afetiva, social e cultural que constituem a sociedade em que vive.
A Filosofia busca desenvolver no aluno um olhar analítico, investigativo, questionador e
reflexivo que possa contribuir para uma compreensão mais profunda da realidade – visão de conjunto
(totalidade). Para tornálo compreensivo, é preciso que se leve em consideração as dificuldades prévias do
aluno, partindo de seus conhecimentos, da capacidade e contexto social pessoal, sóciohistórico,
apropriandose de textos e contextos, mediando as diversas interpretações para a aplicação dentro de seu
próprio aspecto sóciohistóricocultural.
O professor deve identificar com clareza a posição da classe; lidar com a complexidade e
pluralidade de discursos; reconhecer o trabalho social como esforço necessário para a construção de vida
compartilhada; reconhecer a injustiça e a inumanidade; reconhecer e desmascarar os comportamentos
injustos e inautênticos.
Para tanto, é necessário que se trabalhe com uma linha educacional sóciointeracionista
construtivista. O homem como ser prático – ação, o homem como ser teórico – preocupado com a busca da
verdade e o homem como um ser criador, transformador e reconstrutor de seu meio.
2.4.2 OBJETIVOS
Apropriarse de conhecimentos e modos discursivos específicos da Filosofia;→
Compreender as estruturas e configurações do pensamento filosófico, de sua constituição→
histórica e dos sistemas de constituição;
Articular as teorias filosóficas aos problemas atuais: científicostecnológicos, éticopolíticos,→
sócioculturais e as vivências;
Estimular o aluno a prática da reflexão crítica, como processo cognitivo;→
Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico: apreensão e construção de→
conceitos, argumentações e problematização;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 236
Desenvolver técnicas e métodos de leitura e análise de textos;→
Produzir textos analíticos e reflexivos;→
Adquirir e reconstruir conhecimentos e conceitos.→
Por fim, a Filosofia contribui para a formação de homens mais dignos, livres, sábios, diferentes
e iguais, capazes de adaptarse, de recusar, de engajarse e transformar o mundo em que vivem de forma
justa e fraterna.
2.4.3 CONTEÚDOS
1. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
1ª SÉRIE → MITO E FILOSOFIA→TEORIA DO CONHECIMENTO
2ª SÉRIE→ ÉTICA→ FILOSOFIA POLÍTICA
3ª SÉRIE→ FILOSOFIA DA CIÊNCIA→ ESTÉTICA.
2. CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª SÉRIE:
MITO E FILOSOFIA
• Saber mítico
• Funções do mito
• Atualidade do mito
• Relação Mito e Filosofia
• O saber filosófico
• O que é filosofia
• O filosofar
• Surgimento do pensar
• Nascimento da filosofia – Sócrates / maiêutica – Platão / mito da caverna – Aristóteles / lógica
• construção do novo saber – verdade
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 237
TEORIA DO CONHECIMENTO
• O que é conhecimento
• Possibilidade do conhecimento
• As formas do conhecimento
• O problema da verdade
• A questão do método Descartes
• Filosofia grega – Mileto, Pitágoras, Heráclito e Parmênides
• Conhecimento e lógica
• Racionalismo
2ª SÉRIE:
ÉTICA
• Ética e moral
• Pluralidade ética
• Ética e violência – preconceito, racismo, estereótipos, eutanásia,....
• Aristóteles – virtude, moral
• Razão, desejo e vontade
• valores e valoração
• Sartre – Liberdade x responsabilidade
• Liberdade: autonomia do sujeito e as necessidades das normas
FILOSOFIA POLÍTICA
• O que é política
• A essência política
• O estado – instituição e sociedade
• Relações entre comunidade e poder
• Liberdade e igualdade política
• Filosofia x política
• Política e ideologia
• Democracia
• Esfera pública e privada
• Politica x violência
• desigualdade social e o individualismo
• Cidadania formal e/ou participativa
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• Agenda 21
3ª SÉRIE:
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
• Concepções de ciência
• O filósofo e a ciência
• A questão do método científico
• Transitoriedade das teorias cientificas
• Contribuições e limites da ciência
• Reordenamento do mundo da razão científica – clone, transgênicos, celula tronco....
• Tecnologia – relação homem x trabalho
• Ciência e ideologia
• Ciência e ética
ESTÉTICA
• Natureza da arte
• O que é arte
• Filosofia e arte
• As diversas formas da arte Hegel
• Categorias estéticas – feio, belo, trágico, cômico, gosto
• A arte e a interpretação do mundo
• O mercado do gosto consumismo
• Estética e sociedade.
• A estética na educação
3. ESTRATÉGIAS DE APOIO A ALUNOS COM BAIXO DESEMPENHO ESCOLAR:
• Trabalhos extras diferenciados
• Maior atenção – individualizada
• Apoio dos colegas na realização das tarefas
• Avaliações diferenciadas recuperação
2.4.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA:
A metodologia da disciplina de Filosofia busca sempre, a partir do próprio exemplo do professor
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 239
regente de classe, assumir uma postura eminentemente reflexiva e crítica dos processos sociais.
Isso implica abordar de forma nãodogmática os temas tratados a partir de problematizações,
levantando questões e evitando certezas préestabelecidas. O professor de Filosofia não vai para a sala de
aula a fim de transmitir saberes ou simplesmente responder perguntas, mas, antes, vai trabalhar no sentido
de construir, junto com o aluno, indagações pertinentes e dotadas de sentido sobre determinados temas
importantes para a vida em comunidade.
Na medida do possível, devese trabalhar a partir de dinâmicas de sensibilização relativa ao
assunto abordado, no intuito de despertar o interesse do aluno para o tema proposto pelo docente. Isso
torna as temáticas/conteúdos mais facilmente assimiláveis pelos alunos, que deverão pensar essas
questões levantadas, por sua vez, a partir de suas próprias experiências vividas em sala de aula e em sua
vida particular.
A metodologia se caracterizará também pela ênfase na cobrança da expressão escrita e oral,
no sentido de instrumentalizar o aluno não só na reflexão, mas também na capacidade e facilidade de
expressar suas opiniões e argumentos de forma equilibrada e bem elaborada. Também existe uma grande
preocupação em relação à qualidade da argumentação, na capacidade de arguição e na autonomia, por
parte do aluno, de colocar e responder questões e problemas, bem como na capacidade de raciocínio em
contextualizar tais questões a partir de situações contemporâneas vividas pelo aluno, bem como nas
expostas pela mídia em geral.
Exigese, portanto, do docente, uma postura de não passividade, tanto em termos de
“incomodar” o aluno, discutir seu papel e lugar na sociedade, sua ação enquanto ser político responsável
pela sua própria cidadania, quanto em termos de não admitir a facilidade das respostas prontas de um
saber enciclopédico ou conteudista, muitas vezes mais fácil de ser trabalhado, mas que não acrescenta ao
educando nada mais do que informações históricas destituídas do que se busca atingir, que é a capacidade
do aluno de se colocar como ser político, como cidadão, como construtor de um mundo melhor.
“A própria prática da Filosofia leva consigo o seu produto e não é possível fazer filosofia sem
filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas a
investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos. (DCE, FILOSOFIA, 2006, p. 24)
O ensino de Filosofia deve propiciar ao aluno a própria descoberta, dandoo autonomia para
sua criação. A problematização criada pelo aluno, deve ser mediada pelo professor, não como solução, mas
como meio investigativo possibilitandoo através de sua experiência, a busca da compreensão, imaginação
e criação de conceitos sólidos e claros. O professor deve provocar no aluno a curiosidade, na tentativa de
ampliar seu campo cognitivo, possibilitandoo a argumentar com atitude crítica, reflexiva e coerente com seu
pensamento.
A aula de Filosofia deve comportarse na perspectiva de diálogo com as diversas fases da vida,
preocupada em analisar, refletir, numa ótica de busca de soluções aos problemas cotidianos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 240
A prática de Filosofia deve ser trabalhada pelo educador de forma a instigar os alunos,
provocandoos para a dúvida, a produção de inferências e a articulação de teoria e experiências. É um
procedimento pedagógico sempre necessário – tanto quanto o de gerar as condições de constituição da
retórica, do discurso necessário para falar sobre algum assunto. A crítica não se estabelece como
organização e sistematização imediata da realidade, como se houvesse uma passagem contínua da
experiência, dos fatos, acontecimentos e ideias ao saber, apoiada em atividades de pesquisas elaboradas.
Esta posição implica a exploração do contato da Filosofia com as demais disciplinas do
currículo, para entender a experiência do conhecimento, suas articulações metodológicas e históricas.
O professor deve construir um espaço de problematização, ler, escrever e investigar
filosoficamente, criando saídas ao problema gerado. O professor deve organizar de um modo que ele seja
um mediador, e não a solução. Evitase, com isso, que as aulas sejam apenas discursos vazios, mas sim,
estimula no aluno a busca da verdade, do justo, do ético, do estético, do político e da própria ciência.
A busca pela verdade, do cognitivo, não só traz a relação entre objeto e sujeito, mas uma visão
crítica, que permite reconhecer e aprender a totalidade do real, através de sua própria experiência.
Já diante do excesso de informações e desvalores, buscamos fundamentar as ações humanas,
enfatizando o sujeito com as normas, com as criações de valores e a transvaloração do outro, para com o
exercício da cidadania.
Por outro lado, percebese que o homem não é um ser solitário, e essa necessidade o faz viver
politicamente. Buscase, então, nesse período, a criação da linguagem capaz de alimentar as ações cidadãs
do aluno e os direitos humanos.
Quanto à estética, percebemos que o belo é visto somente em âmbito comercial, “sendo que a
mesma deve possibilitar a apreensão da realidade pela sensibilidade, perceber que o conhecimento não é
apenas resultado da atividade intelectual, mas também da imaginação, da intuição e da fruição, que
contribuem para construir sujeitos críticos e criativos. (DCE, FILOSOFIA, 2006, p.32)
Com o desenvolvimento das ciências, a Filosofia ocupase em investigar cientificamente,
elucidando e sistematizando conceitos. É o estudo crítico dos princípios e dos resultados da ciência.
Nesse processo de ensinoaprendizagem, devese obrigatoriamente haver uma interseção
entre professor e aluno, caso contrário, comprometerá o resultado final.
2.4.5 AVALIAÇÃO
A partir dos encaminhamentos metodológicos desenvolvidos pelo professor, a avaliação deverá
ser contínua (função diagnóstica), para perceber as dificuldades dos alunos no processo da apropriação do
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 241
conhecimento, acompanhando a realização das tarefas por meio de relatos, pesquisas e outros. O professor
deverá estar atento ao relato dos alunos e as atividades propostas aos mesmos, para buscar a superação
das dificuldades apresentadas.
O aluno deverá saber absorver os problemas, discutir e relacionálos com seus conhecimentos
e pesquisas, como cidadão autônomo, capaz de intervir no mundo, na transformação crítica, reflexiva e
construtiva. O aluno, em sua avaliação, deverá ter a capacidade ler textos filosóficos de modo significativo,
de diferentes estruturas, elaborar textos escritos, forma reflexiva, debater e argumentar de modo significativo
seu conhecimento, articular conhecimentos filosóficos envolvendo a interdisciplinaridade, contextuar textos
filosóficos, que envolvam os aspectos pessoalbiográfico, sóciopolítico, históricocultural da humanidade,
técnicocientificoinformacional, auxiliandoo na construção da identidade como cidadão e como pessoa,
proporcionando sua autonomia e desalienação.
A avaliação, portando, deve estar inserida no contexto, mas de modo diagnóstico, respeitando
a construção de conceitos, tendo como função subsidiar e redirecionar o processo de ensinoaprendizagem,
respeitando a posição de cada sujeito na sua construção cognitiva.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O aluno deverá ser capaz de:
• Discutir e relacionar textos de modo significativo;
• Produzir textos analíticos e reflexivos;
• Construir e reconstruir conhecimentos e conceitos;
• Articular a diversidade do cotidiano de modo resolutivo;
• Ter um olhar clínico, crítico e reflexivo, contribuindo na formação de homens dignos, livres,
sábios, capazes de encorajarse e transformar o mundo em que vive de forma justa e fraterna.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 242
2.4.6 REFERÊNCIAS
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2004.
CORDI. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000.
COTRIN, Gilberto. Fundamentos da filosofia. São Paulo: Saraiva, 1993.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
RIBEIRO, Sonia Maria. Um outro olhar. São Paulo: FTD, 1995.
TEZES, Maria Luiza Silveira. Filosofia para jovens, iniciação à Filosofia. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 243
2.5 DISCIPLINA: FÍSICA
2.5.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua complexidade e, por isso, como
disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), “como
realidade material sensível”. Ressaltese que os conhecimentos de Física apresentados aos estudantes do
Ensino Médio não são coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no
intuito de explicar e entender essa natureza.
Desde tempos remotos, provavelmente no período paleolítico, a humanidade observa a natureza, na
tentativa de resolver problemas de ordem prática e de garantir subsistência. Porém, bem mais tarde é que
surgiram as primeiras sistematizações, com o interesse dos gregos em explicar as variações cíclicas
observadas nos céus. Esses registros deram origem à astronomia, talvez a mais antiga das ciências e, com
ela, o início do estudo dos movimentos.
Entretanto, apesar dos estudos e contribuições dos mais diversos povos, como os árabes e os
chineses, entre outros, as pesquisas sobre a História da Física demonstram que, até o período do
Renascimento, a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à Geometria Euclidiana, à Astronomia
Geocêntrica de Ptolomeu (150 d.C.) e à Física de Aristóteles (384322 a.C.).
As observações e cálculos do polonês Nicolau Copérnico (14731543), por exemplo, insistiam em
revelar que era o Sol o centro de um sistema do qual a Terra era apenas um planeta. A partir disso, ele
propôs o novo modelo de explicação do universo (heliocentrismo), uma ideia já defendida muito antes por
Aristarco de Samos (310210 a.C.), para quem o Universo tinha um fogo central.
O sistema heliocêntrico de Copérnico fundamentavase na geometria de Platão, na Filosofia de
Pitágoras e trazia um grande problema para a Física: uma inconsistência entre a Física aristotélica, utilizada
para descrever os fenômenos sublunares, e a Astronomia, usada para descrever os fenômenos celestes,
contradição que viria a ser resolvida com os estudos de Isaac Newton (16421727).
As inconsistências e insuficiências dos modelos explicativos do Universo exigiram novos estudos
que produziram novos conhecimentos físicos. Tais estudos foram estimulados pelas mudanças econômicas,
políticas e culturais iniciadas no final do século XV, com a ampliação da sociedade comercial. Esses
acontecimentos acentuaramse ao longo dos séculos seguintes, levaram ao fim a sociedade medieval e
abriram caminho para a Revolução Industrial do século XVIII.
Naquele contexto histórico, Galileu Galilei (15621643) inaugurou a Física que conhecemos hoje. De
suas observações pelo telescópio, desfez o sacrário dos lugares naturais, da dicotomia entre terra e céu,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 244
entre mundo sublunar e supralunar, e contribuiu para a afirmação do sistema copernicano. O Universo
deixaria de ser finito e o céu deixou de ser perfeito. O espaço passou a ser mensurável, descrito em
linguagem matemática.
Ao aceitar o modelo de Copérnico e propor a matematização do Universo, Galileu causou uma
revolução. É evidente que ele não fez isso sozinho, mas, ao aprofundar as ideias que evoluíam desde que o
homem se interessou pelo estudo da natureza, contribuiu para o nascimento da Ciência Moderna.
Enquanto Copérnico, Kepler e outros, antecessores e contemporâneos, deram grande importância à
composição da matéria, essência dos corpos identificada nas formas geométricas, Newton preocupouse
com as leis do movimento e com a forma como se dá a interação entre os corpos, o que foi sintetizado na
Teoria da Gravitação.
A Teoria da Gravitação deu consistência teórica aos trabalhos de Brahe e Kepler, e pode ser
considerada o início de uma nova concepção na qual o Universo passaria a ser interpretado por leis físicas,
sob equações matemáticas, e menos submetido à ação divina.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o contexto social e econômico favorecia o avanço
do conhecimento físico, pois a incorporação das máquinas a vapor à indústria trouxe mudanças no modo de
produzir bens e contribuiu para grandes transformações sociais e tecnológicas e também para o
desenvolvimento da termodinâmica.
Nesse contexto houve mais uma unificação na Física, cuja sistematização coube ao escocês James
Clerk Maxwell, por volta de 1861, previu que os campos eletromagnéticos poderiam se propagar como
ondas, o que foi logo confirmado por Heinrich Hertz. A velocidade destas ondas coincide com a da luz,
levando à formulação da teoria eletromagnética da luz, completando assim, a unificação que Faraday
iniciara. Ao lado da teoria da gravitação universal, desenvolvida por Newton, a teoria do eletromagnetismo,
sistematizada por Maxwell, completou uma visão geral de todos os campos de força até então conhecidos,
ao mesmo tempo em que lançou as bases tanto para a produção e uso da energia elétrica quanto para as
modernas telecomunicações.
Uma nova revolução no campo de pesquisa da Física marcou o início do século XX. Em 1905,
Einstein apresentou a teoria da relatividade especial ao perceber que as equações de Maxwell não
obedeciam às regras de mudança de referencial da teoria newtoniana. Ao decidir pela preservação da
teoria, Einstein alterou os fundamentos da mecânica e apresentou uma nova visão do espaço e do tempo.
No período entre guerras, os trabalhos dos diversos cientistas que fugiram dos governos autoritários
fascistas levaram muitos cientistas a se transferirem para outros países, onde tinham mais liberdade para
desenvolver suas pesquisas, especialmente os Estados Unidos, e cujos trabalhos abriram caminho para o
desenvolvimento da mecânica quântica. A interpretação probabilística da matéria e a descrição da natureza
em função de interações passaram a nortear o desenvolvimento da Física no mundo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 245
2.5.2 OBJETIVOS GERAIS
Buscar a formação integral do cidadão reflexivo, ativo e responsável, tendo em vista a
construção de um mundo melhor;
Contribuir para a integração do aluno na sociedade em que vive, proporcionandolhe
conhecimentos significativos de teoria e prática da Física, indispensáveis o exercício da cidadania;
Possibilitar ao aluno o reconhecimento das interrelações entre vários campos da Física, e desta
com outras áreas de conhecimento;
Desenvolver a compreensão dos conceitos físicos básicos;
Reconhecer a Física como construção humana, aspectos de sua história e relações com o
contexto cultural, social, político e econômico;
Estabelecer relações entre o conhecimento físico e outras formas de expressão da cultura
humana;
Ser capaz de emitir juízos de valor em relação a situações sociais que envolvam aspectos físicos
e/ou tecnológicas relevantes;
Perceber, de forma gradativa, a presença dos fenômenos físicos em seu diaadia, e como
eles interferem na sua qualidade de vida;
Possibilitar ao aluno a análise das origens da sua visão de mundo e de seu potencial
transformador na sociedade e no meio ambiente em que está inserido.
Partindose do pressuposto de que o aluno é “uma vontade servida por uma inteligência”
(RANCIERE, 2005), é interesse geral o desenvolvimento da visão política do aluno visando sua atuação na
sociedade de forma consciente e responsável.
O reconhecimento do aluno como sujeito ativo nos processos revela seu potencial
transformador da sociedade em que vive de modo que permite um melhor planejamento e avaliação das
consequências baseadas nos conhecimentos sobre fatores naturais e dos processos tecnológicos, como por
exemplo, formar a consciência responsável sobre a conservação do meio ambiente.
2.5.3 CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
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MOVIMENTO:→
No estudo dos movimentos, é indispensável trabalhar as ideias de conservação de momentum e
energia, pois elas pressupõem o estudo de simetrias e leis de conservação, em particular da Lei da
Conservação da Energia, desenvolvida nos estudos da termodinâmica, no século XIX, e considerada uma
das mais importantes leis da Física.
A conservação de momentum está enraizada na própria concepção de homogeneidade do espaço –
simetria de translação no espaço – ao menos do ponto de vista clássico. Além disso, encontra lugar no
estudo de colisões ou de eventos em que algum tipo de recuo se manifesta, como no caso de colisões entre
partículas. A conservação de momentum é também um instrumento da Física de Partículas, uma importante
área da Física Moderna, ligada à cosmologia e à teoria quântica de campos, pois as colisões são
importantes para o estudo do comportamento, constituição e interações de partículas subatômicas
(EISBERG,1979).
Os conceitos de momentum e impulso carregam as ideias fundamentais de espaço, tempo e
matéria (massa). Um sistema físico que evolui conduz aos conceitos de momentum, e impulso e é formado
por essas entidades – espaço, tempo e massa. Nesse contexto, também são fundamentais os conceitos de
referenciais da mecânica clássica e da relativística. Ainda, a concepção de matéria, tanto da mecânica
clássica como da mecânica relativística e quântica, deve ser considerada, porque a evolução do conceito de
interação depende dessa concepção.
Outro importante conceito a ser trabalhado é o de força, definido a partir da variação temporal da
quantidade de movimento, que constitui a segunda lei de Newton. A variação da quantidade de movimento
conduz à ideia de impulso, um importante conceito da teoria newtoniana. Para abordar o conceito de força,
as ideias de matéria e espaço devem estar bem fundamentadas, evitandose, assim, o risco de reduzilo à
mera discussão matemática.
Ainda no contexto do estudo do Movimento, é importante a abordagem da gravitação universal. A
Teoria da Gravitação Universal de Newton partiu das Leis de Kepler, mas ao invés de considerar as órbitas
planetárias como elípticas, assumiuas como circulares. Isso levou à elaboração da lei dos quadrados –
aceleração inversamente proporcional ao quadrado da distância. Essa lei tem validade para o cálculo e a
compreensão das órbitas de qualquer planeta.
• Tipos de movimento: sistemas de unidades de medida, volume e força das águas das Cataratas
do Iguaçu, Conceitos de movimentos (UM, MRU e MCU);
• Velocidade: cinemática vetorial, industrialização paranaense e a utilização da Física
como mecanismo de inovação, industrialização X preservação ambiental, afrodescendentes no
mercado de trabalho paranaense;
• Leis de Newton: conceito de Força e Força Resultante; Equilíbrio estático e dinâmico;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 247
• Energia e trabalho: energia cinética, mecânica e potencial (relacionar tipos de
energias que não sejam nocivos ao meio ambiente); colisões, ITAIPU e a produção de energia
elétrica, histórico do consumo médio da energia elétrica no Paraná;
• Quantidade de movimento: conservação da quantidade de movimento e simetria;
• Conceitos de pressão e pressão atmosférica: conceitos de pressão e formas de
medida;
• Teoremas de Stevin e Pascal: aplicação dos teoremas de Stevin e Pascal.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
TERMODINÂMICA:→
No campo da Termodinâmica, os estudos podem ser desdobrados a partir das Leis da
Termodinâmica, em que aparecem conceitos como temperatura, calor (entendido como energia em trânsito)
e as primeiras formulações da conservação de energia, sobretudo os trabalhos de Mayer, Helmholtz,
Maxwell e Gibbs.
A Lei Zero da Termodinâmica é um bom enfoque para o estudo das noções preliminares de calor
como energia em trânsito, equilíbrio térmico, propriedades termométricas e até uma breve discussão sobre
medidas de temperatura. O conceito de temperatura deve ser abordado como modelo baseado em
propriedades de um material, não uma mera medida do grau de agitação molecular de um sistema.
A Primeira Lei da Termodinâmica, que também porta a ideia de calor como forma de energia,
permite identificar sistemas termodinâmicos postos a realizar trabalho. Os conceitos de calor e trabalho,
hoje, são entendidos como processos de transferência/transformação de energia, ou seja, a energia está
diretamente ligada ao trabalho. Destacandose, mais uma vez, a Lei da Conservação da Energia como uma
importante lei da Física.
O estudo da Segunda Lei da Termodinâmica é importante para a compreensão das máquinas
térmicas, mas vai além, pois conduz ao conceito de entropia. Nem todos os eventos que obedecem à Lei da
Conservação da Energia podem, de fato, acontecer, o que se deve à existência de outro princípio natural –
os processos espontâneos são irreversíveis, o que colabora para que cresça a desordem do sistema,
medida pela entropia.
No trabalho pedagógico com a termodinâmica, recomendase a apresentação da teoria cinética, que
aplica as leis da mecânica newtoniana a moléculas individuais de um sistema, bem como uma abordagem
qualitativa do teorema da equipartição da energia, cujas limitações tiveram papel importante no
desenvolvimento da mecânica quântica e da mecânica estatística.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 248
Novamente, o conceito de entropia tem papel importante, pois sua interpretação estatística,
apresentada por Boltzmann, fortalece as hipóteses da terceira lei da termodinâmica. Ainda, contribui para a
elaboração de ideias dentro da termodinâmica como a da quantização da energia e a consideração de que
as moléculas dos sistemas em estudo são numerosas e os valores médios de suas propriedades podem ser
calculados, mesmo sem nenhuma informação sobre suas moléculas específicas.
• Dilatação térmica: dilatações: linear, superficial, volumétrica e anômala da água;
• Calorimetria: calores: específico, sensível e latente; temperatura global; trocas de calor,
aquecimento global, condutores e isolantes térmicos, uso de embalagens (caixas de leite) para
diminuir o uso de energia elétrica e preservar o meio ambiente, capacidade térmica;
• Estudo dos gases: estudo de um gás ideal; Equações: Clapeyron e Geral dos Gases, emissão e
meios de controle da quantidade de gases na atmosfera, chuva ácida, conscientização ambiental;
• Energia e Trabalho mecânico: conceito de trabalho mecânico e energia mecânica, trabalho e
energia mecânica de um gás, a construção das pirâmides egípcias no Continente Africano e o uso
da física;
• Leis da Termodinâmica.
Ondas: tipos, partes, período, frequência e velocidade;
Som: propriedades fisiológicas do som, eco, efeito Doppler, tipos de poluição sonora:
emissão sonora elevada prejudicial ao ouvido humano;
Óptica: princípios fundamentais, espelhos e formação de imagens, campo de visão,
lentes, Lei de SnellDescartes, velocidade da luz.
3a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
ELETROMAGNETISMO:→
Historicamente, um dos resultados mais importantes dos trabalhos de Maxwell é a apresentação da
luz como uma onda eletromagnética e o estudo das suas equações que levam às quatro leis do
Eletromagnetismo Clássico.
Estudar o Eletromagnetismo possibilita compreender carga elétrica, o que pode conduzir a um
conceito geral de carga no contexto da física de partículas, ao estudo de campo elétrico e magnético. A
variação da quantidade de carga no tempo leva à ideia de corrente elétrica e a variação da corrente no
tempo produz campo magnético, o que leva às equações de Maxwell.
O trabalho sobre o Eletromagnetismo enseja, ainda, tratar conteúdos relacionados a circuitos
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 249
elétricos e eletrônicos, responsáveis pela presença da eletricidade e dos aparelhos eletroeletrônicos no
cotidiano, com a presença da eletricidade em nossas casas. Esses temas ainda são objetos de estudo em
muitas pesquisas, sejam relativas à tecnologia incorporada aos sistemas produtivos ou aos novos materiais
e técnicas. Ao serem abordados na escola, é preciso considerar, também, seu papel nas mudanças
econômicas e sociais da sociedade contemporânea, bem como o fato de não serem acessíveis para todos.
A teoria elaborada por Maxwell deu à natureza ondulatória da luz uma sólida envergadura teórica.
Todavia, trabalhos realizados no final do século XIX e início do século XX, especialmente por Planck e
Einstein, levaram ao estabelecimento da natureza corpuscular – os quanta da luz – que revelaram a
natureza dual da luz.
Para uma abordagem em Física Moderna, é importante, também, o trabalho com o efeito fotoelétrico
e a compreensão que a descoberta dos quanta de luz deu início à mecânica quântica e à imutabilidade da
velocidade luz, como um dos princípios da relatividade.
Tais abordagens, no ensino de Física, contribuem para a compreensão dessa ciência como algo em
construção, cujo conhecimento atual é a cultura científica e tecnológica deste tempo em suas relações com
as outras produções humanas. Ao abordar o conhecimento científico em seus aspectos qualitativos e
conceituais, filosóficos e históricos, econômicos e sociais, o ensino de física contribuirá para a formação de
estudantes críticos.
• Eletricidade: carga elétrica, condutores e isolantes, força e campos elétricos, Leis de
Ohm, Geradores e Receptores, circuitos simples, cálculo de potência e energia consumida e seus
efeitos no meio ambiente;
• Eletromagnetismo: ondas, força e campo magnético, indução eletromagnética e
transformador, campo magnético, movimento harmônico das ondas marítimas: consequências das
navegações para o Continente Africano e Asiático.
2.5.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Tendo em vista os pressupostos da pedagogia históricocrítica (SAVIANI) buscase desenvolver
a visão de mundo do aluno de forma a tornálo ciente de seu papel transformador na sociedade e das
razões que expliquem o seu modo de vida com relação aos fenômenos naturais e fatores tecnológicos
como, por exemplo, os meios de comunicação.
O professor conhecendo os conteúdos da disciplina e estando convicto da importância e da
possibilidade de seu aprendizado por todos os seus alunos, problematizará conteúdos combatíveis com os
objetivos definidos partindo do conhecimento prévio do aluno e de acontecimentos locais ( notícias,
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 250
reportagens, visitas e outros) para um estudo mais amplo e complexo favorecendo o surgimento de
condições para que os alunos tornemse agentes do aprendizado e possa articular entre o concreto e o
abstrato, assim, como a teoria e a prática. A seguir, o professor pode fazer uso de uma grande variedade de
linguagens e recursos, de meios e de formas de expressão como, por exemplo, textos históricos para
abordagens, leituras complementares, aulas expositivas, experimentações, dados coletados, pesquisas,
sínteses escritas de objetos de estudos, imagens criteriosamente selecionadas, gráficos, tabelas, relatórios
individuais e em grupos, estudo de campo, laboratório de Física, laboratório de informática e projetos
interdisciplinares.
Os conteúdos estruturantes poderão, na maioria das vezes, ser trabalhados simultaneamente.
Neste sentido, é desejável destacar os fenômenos conceitualmente frente ao simples
tratamento matemático ou determinista. Para tanto o trabalho deve buscar uma gradual melhora na
elaboração de modelos e principalmente na fase do método científico da elaboração de hipóteses. É nesta
fase que o conhecimento apriorístico do aluno terá valor fundamental. É o ponto de partida seguro para a
evolução do pensamento, evitando lacunas ou saltos de etapas que na verdade se transformarão como que
minas terrestres para o futuro. Assim como a sociedade tem história o indivíduo também tem a sua e não
deve simplesmente negála, mas compreendêla para construir um futuro melhor.
Também é nesta fase das hipóteses o momento ideal para a interdisciplinaridade quando se
deve buscar o conhecimento mais amplo nas relações com as demais disciplinas. O processo é continuo e
deve estar claro que as verdades da ciência podem não serem eternas assim como certamente a verdade
individual aceita é provisória. “Não existe em ciência, verdade absoluta. Existe sim, uma verdade para um
dado momento do conhecimento.” (BEMDOV,1996)
2.5.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é contínua, diagnóstica e busca verificar o grau de apropriação dos conteúdos
pelos estudantes. É diversificada para possibilitar várias formas de verificação em momentos distintos para
que o diagnostico seja o mais próximo possível da realidade de cada estudante em suas especificidades.
Deve contemplar a compreensão dos conceitos físicos, a capacidade de análise e interpretação
de um texto, e a capacidade de elaborar um relatório de situação enfrentada, seja no diaadia ou em
atividade proposta.
Como instrumentos de avaliação são propostas provas escritas individuais, atividades
individuais, atividades em grupo, pesquisas em grupo e apresentações de relatórios ou sínteses,
seminários, debates, práticas de experimentos em laboratórios, nos quais o aluno aplique o conhecimento
obtido.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 251
Através dos instrumentos, acima citados, analisarseá a capacidade do discente em criticar,
analisar e interpretar objetos de estudo de diferentes linguagens dentro da Física, produzir textos e sínteses
analíticas e interpretativas, utilizar e compreender tabelas, gráficos e relações matemáticas gráficas para
expressão do saber físico, apresenta, de forma clara e objetiva, o conhecimento apreendido, elabora síntese
ou esquemas estruturados dos temas físicos trabalhados, compreende a física presente no mundo vivencial
e nos equipamentos e procedimentos tecnológicos, construir uma identidade pessoal e social, a partir do
reconhecimento do papel do indivíduo nos processos históricos envolvendo a física.
Quanto aos critérios de avaliação em Física, devese verificar:
• A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e aprendizagem
planejada;
• A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;
• A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;
• A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias físicas
sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da Física.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O aluno será capaz de:
• Formular uma visão geral da ciência do ponto de vista histórico e contemporâneo;
• Perceber a importância das generalizações afim de melhor compreender os diversos fenômenos
físicos;
• Entender as medidas das grandezas (velocidade, quantidade de movimento, etc.) como
dependentes do referencial e, de natureza vetorial;
• Apropriarse da noção de condições de equilíbrio estático, identificando na 1ª Lei de Newton, e as
noções de equilíbrio;
• Reconhecer e representar as forças de ação e reação nas mais diferentes situações;
• Conceber a energia como uma entidade física que pode se manifestar de diversas formas e
perceber o trabalho como uma grandeza física relaciona à transformação/ variação de energia;
• Entender o conceito de temperatura, compreender a teoria cinética dos gases como um modelo
válido para os gases ideais;
• Diferenciar calor e temperatura, e compreender as diversas escalas termométricas;
• Compreender as leis da termodinâmica e relacionálas ao desenvolvimento tecnológico;
• Conceber a luz como parte da radiação eletromagnética bem como associar fenômenos cotidianos
relacionados à luz como a formação do arcoíris, a percepção das cores, a cor do céu dentre outros;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 252
• Compreender a carga elétrica como um conceito central no eletromagnetismo, suas propriedades e
demais interações;
• Conhecer o modelo clássico de onda, seus limites e possibilidades;
• Associar os fenômenos da refração, reflexão, difração e interferência ao movimento ondulatório;
• Entender um texto (compreensão, análise, síntese, etc) seja ele literário ou científico, para uma
opinião que leve em conta o conteúdo físico;
• Elaborar um texto onde apareçam conceitos físicos a partir de um texto que não seja de divulgação
científica;
• Elaborar um relatório tendo como referência os conceitos, as leis, enfim as teorias sobre um
experimento ou qualquer outro evento que envolva a física.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 253
2.5.6 REFERÊNCIAS
BEMDOV,Yoav. Convite à Física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1996.
BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais – FÍSICA. Brasília: MEC/SENTEC, 2002.
FÍSICA 2: Física Térmica/Optica. GREF. 5ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996 (Coleção Leituras)
MENEZES, Luiz Carlos de. A matéria uma Aventura do Espírito e Fronteiras do Conhecimento Físico.
1ª ed. São Paulo: Livraria Editora da Física,2005.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Física para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
RANCIERE, Jaques. O Mestre Ignorante. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Autores Associados, 2002.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 254
2.6 DISCIPLINA: GEOGRAFIA
2.6.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Para as primeiras organizações, a natureza e o espaço geográfico, estavam relacionadas à
sobrevivência. Os conhecimentos adquiridos permitiram ao ser humano relacionarse com a natureza e
modificála de acordo com suas necessidades.
Na Antiguidade, os saberes geográficos ampliaramse. As relações sociedadenatureza,
cidades, impérios, organizações políticas e econômicas foram fundamentais para o aparecimento das
primeiras civilizações.
Durante a Idade Média, foi imposta uma visão de mundo, na qual muitos conhecimentos
geográficos foram abandonados.
Mais tarde, já no período das navegações, muitas questões, principalmente cartográficas,
voltaram a serem discutidas. Assuntos como o comércio, formas de poder, agricultura, recursos minerais,
crescimento populacional, formas de representação de territórios, tornaramse temas de indagações
científicas.
Com o imperialismo do século XIX, foram criadas sociedades geográficas que organizaram
expedições científicas há vários continentes, procurando conhecer as condições naturais e catalogar as
riquezas desses ambientes, dando origem às escolas nacionais do pensamento geográfico.
No Brasil, a Geografia consolidouse a partir da década de 30, procurandose compreender e
descrever o ambiente físico, servindo aos interesses políticos da época.
As guerras mundiais trouxeram mudanças nos aspectos políticos, econômicos, sociais e
culturais, que acabam por interferir no pensamento geográfico.
O golpe militar de 1964, no Brasil, trouxe mudanças no ensino de Geografia. A Lei 5692/71
instituiu a área de estudo denominada Estudos Sociais, que, no então 1º Grau envolvia os conteúdos de
Geografia e História.
Com o fim da Ditadura Militar no Brasil, as discussões teóricas centraramse no campo da
Geografia Crítica, dando novas interpretações aos conceitos e ao objeto de estudo, trazendo as questões
econômicas, sociais e políticas como fundamentais para a compreensão do espaço geográfico. No entanto,
essa incorporação da Geografia Crítica pela escola sofreu avanços e retrocessos em função do contexto
histórico e das condições políticas da década de 1990, quando aconteceram reformas políticas e
econômicas vinculadas ao pensamento neoliberal, que atingiram a educação. Nesse contexto, ocorreram a
aprovação da LDB 9394/96 e a construção dos PCNEM.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 255
A partir de 2003, o professor de Geografia pode reorganizar seu fazer pedagógico, as relações
entre o objeto de estudo da disciplina e os conteúdos a serem abordados. Assim, as Diretrizes Curriculares
de Geografia para a Educação Básica do Estado do Paraná se apresentam como documento norteador, sob
uma perspectiva de contribuição aos professores em sua prática pedagógica, fundamentandose nos
conteúdos estruturantes, incluindo conteúdos de Geografia do Paraná, Cultura Afrobrasileira e Africana,
Agenda 21 e Lei do Meio Ambiente.
Destacase ainda, a possibilidade de selecionar conteúdos que despertem a curiosidade e
interesse do aluno e, ao mesmo tempo, propicie um diálogo entre diferentes tempos, espaços e épocas,
reunindo elementos que o ajudem a compreender situações, contextos e problemas vivenciados nos dias
atuais no grupo em que vive e em outros.
2.6.2 OBJETIVOS GERAIS
A relevância da Geografia está no fato de que todos os acontecimentos do mundo têm uma
dimensão espacial na qual o espaço é a materialização dos tempos da vida social. Portanto, há que se
empreender um ensino capaz de fornecer aos alunos conhecimentos específicos de Geografia sem deixar
de considerar a diversidade das temáticas geográficas e suas diferentes abordagens.
Para Lana Cavalcanti (2003, p. 4):
De minha parte, tenho insistido na importância dos objetivos de ensino para a Geografia,
referidos principalmente ao caráter de espacialidade de toda prática social. Entre o homem e o
lugar existe uma dialética, um constante movimento: se o espaço contribui para a formação do
ser humano, este, por sua vez, com sua intervenção, com seus gestos, com seu trabalho, com
suas atividades, transforma constantemente o espaço. Não importa se se refere a um indivíduo
ou a uma sociedade ou nação. Em qualquer caso, o espaço e as próprias percepções e
concepções sobre ele são construídas na prática social. Portanto, a consciência do espaço, ou
a consciência da “geografia” do mundo, deve ser construída no decurso da formação humana,
incluindo aí o ponto de vista da sua espacialidade. Isso porque se tem a convicção de que a
prática da cidadania, sobretudo nessa virada do século, requer uma consciência espacial. (...)
A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a
formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço.
(CAVALCANTI, 2003, p. 04).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 256
Dessa forma, o ensino geográfico deve considerar também como importante para a formação
intelectual e social do aluno as seguintes questões:
• Reconhecer como as pessoas se apropriam dos lugares, se identificam e se integram a
eles;
• Saber discernir ações mais adequadas à conservação da natureza, desenvolvendo
atitudes de respeito à vida;
• Posicionarse diante das questões sociais, culturais e ambientais;
• Reconhecer que as ações humanas no processo de construção do espaço e as
manifestações naturais podem ser registradas e analisadas por diferentes formas de linguagem;
• Reconhecer a si mesmo e a outros como agentes de construção e transformação do
espaço em suas várias escalas (local, regional, nacional e mundial);
• Valorizar as atitudes e comportamentos que privilegiem o bem comum, dando ênfase
ao coletivo, e não ao individual;
• Assumir uma oposição a todas e quaisquer práticas sociais que valorizem preconceitos
e/ou discriminações (religiosa, étnica, ideológica, de gênero e outros);
• Posicionarse em relação à apropriação dos bens sociais, verificando como isso
interfere na cidadania;
• Compreender os fenômenos geográficos em suas diferentes escalas (local, regional,
nacional e global);
• Compreender e aplicar no cotidiano os conceitos básicos de Geografia;
• Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais,
econômicas, culturais e políticas no seu “lugarmundo”, comparando e sintetizando a densidade das
relações e transformações que tornam concreta e vivida a realidade;
• Discutir o conceito de natureza como necessário para avaliar os efeitos destruidores da
interferência humana no meio ambiente e alertar sobre os mesmos.
Assim, devese considerar que a Geografia é uma ciência social, que aborda a sociedade
objetivada no espaço; logo, a ciência Geografia deve ser concebida como o estudo da organização do
espaço geográfico pela sociedade humana, evidenciando sua contribuição na formação dos educandos e
cidadãos mais atuantes na transformação da realidade na qual estão inseridos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 257
2.6.3 CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
→ DIMENSÃO SÓCIO AMBIENTAL:
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção;
• Cartografia;
• Estrutura Geológica do Paraná e do Brasil;
• Dinâmica interna e externa do relevo do Paraná, Brasil e do Mundo;
• Atmosfera e os fenômenos meteorológicos do Paraná, do Brasil e do mundo;
• Fatores que influenciam o clima do Paraná, do Brasil e do mundo;
• Biomas do Paraná e do Brasil;
• A formação e transformação das paisagens naturais;
• Hidrografia de São José dos Pinhais, Paraná, Brasil e do mundo;
• Erosão e poluição dos solos do Paraná;
• Lixo urbano local, regional e global;
• Poluição do ar no Paraná e no Brasil;
• Desenvolvimento sustentável;
• A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
→ DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA:
• As manifestações sócio espaciais da diversidade cultural;
• População: População do Paraná e miscigenação dos povos;
• A distribuição espacial da população afrodescendente no Brasil e no Paraná;
• A contribuição do negro na construção da nação brasileira e do Paraná;
• A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da
população;
• Trabalho e renda da população afrodescendente;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 258
• A origem dos grupos étnicos que foram trazidos para o Brasil (a rota da escravidão);
• A imigração no Paraná, no Brasil e a política do embranquecimento do mundo;
• Composição da população brasileira por cor, renda e escolaridade no Paraná, Brasil e São
José dos Pinhais;
• Segregação racial;
• Os movimentos migratórios e suas motivações;
• Configuração espacial do Continente Africano;
• Teorias demográficas.
→ DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO:
• Distribuição espacial das atividades produtivas e a reorganização do espaço geográfico;;
• Tipos de energia;
• Atividade industrial no Paraná, no Brasil e no mundo;
• Atividades agropecuárias e os sistemas agrários no Paraná, no Brasil e no mundo.
→ GEOPOLÍTICA:
• O espaço rural e a modernização da agricultura;
• As implicações sócio espaciais do processo de mundialização;
• A nova ordem mundial, os territórios supra nacionais e o papel do Estado;
• Capitalismo;
• Socialismo;
• Guerra Fria.
2ª SÉRIE
→ DIMENSÃO SÓCIO AMBIENTAL:
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente;
• A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais;
• A rede urbana local, regional e mundial;
82
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 259
• Desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras e paranaenses;
• Emprego;
• Gestão urbana;
• O recurso Solo do Paraná;
• Os recursos Hídricos do Paraná;
• O uso e a conservação da diversidade biológica;
• A qualidade do ar e a proteção à atmosfera;
• Os instrumentos da gestão dos Recursos Naturais.
→ DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA:
• As manifestações sócio espaciais da diversidade cultural;
• Os movimentos migratórios e suas motivações;
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
• População: crescimento e formação étnica;
• Distribuição e estrutura da população;
• A política de imigração e a Teoria do embranquecimento no mundo.
→ A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO:
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
• As diversas regionalizações do espaço geográfico;
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização
recente;
• A formação e a expansão territorial do Paraná e do Brasil;
• Caracterização do espaço;
• Estrutura geológica e relevo, climas, biomas, hidrografia, recursos minerais, recursos
energéticos;
• Regionalização;
• Estrutura fundiária e conflitos de terra;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 260
• Urbanização e hierarquia urbana.
→ GEOPOLÍTICA:
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial;
• Brasil: do agroexportador ao país industrializado dependente;
• O comércio exterior brasileiro;
• Industrialização;
• Transportes.
3ª SÉRIE
→ DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO:
• As implicações sócios espaciais no processo de mundialização;
• Internacionalização do capital;
• Subdesenvolvimento;
• Países emergentes;
• Comércio mundial;
• Blocos econômicos;
→ GEOPOLÍTICA:
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
• Tigres asiáticos;
• China, um país e dois sistemas;
• G7/G8;
• Países ricos do sul;
• EUA: a potência que controla o mundo.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 261
→ DINÂMICA CULTURAL:
• Os movimentos migratórios e suas motivações;
• As manifestações sócios espaciais da diversidade cultural;
• Migrações internacionais e xenofobia;
• Minorias étnicas e separatismo;
• Islamismo – terrorismo.
→ DIMENSÃO SÓCIO AMBIENTAL:
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção;
• A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais;
• Desenvolvimento sustentável;
• Patrimônios culturais e ecológicos;
• Desenvolvimento ambientalista;
• Neoconservadorismo.
2.6.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Segundo Paulo Freire:
O ato de educar compreende, entre outras questões, a consciência e a sensibilidade do
educador para tornarse capaz de auxiliar a passagem de uma “curiosidade ingênua” para uma
“curiosidade epistemológica” dos educandos diante dos variados conteúdos abordados no seio
de uma determinada disciplina. Isso implica dizer que um dos desafios fundamentais da prática
educativa, pelo menos daquela preocupada com a formação dos educandos, consiste em fazê
los passar de uma percepção simplista ou simplificadora dos problemas para a sua real
consciência. Acreditamos ser essa a única forma de reverter os ensinamentos em atitudes
sociais, expressas em atos concretos de participação social e política e, portanto,
transformadores da realidade. “ Não basta simplesmente desenvolver “juízos de realidade”
(informação), mas, sobretudo, fazer com que evoluam para a formação e busca de “juízos de
valor” (criticidade, análise e reflexão).
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 262
Mediante esse contexto, para despertar o interesse do discente pelo Ensino de Geografia e
garantir uma educação de qualidade, é necessário estabelecer as relações entre os conteúdos da disciplina
e sua realidade cotidiana.
Deve ser especialmente valorizado tudo o que se apresenta de forma concreta e faz parte do
diaadia do aluno. Incluemse aí, tanto o que existe em seu lugar de moradia, a vizinhança, o bairro, a
cidade, como as informações recebidas por várias fontes. É evidente que o uso de estratégias e recursos
didáticopedagógicos são fundamentais para o Ensino de Geografia, assim como a criação de situações
problema que, aliadas ao uso de recursos didáticos variados, dinamizam, provocam e estimulam a
curiosidade dos alunos.
O estudo do espaço geográfico, pressupõe a compreensão da dinâmica da sociedade, que
nele vive e o reproduz constantemente, e da dinâmica da natureza, fonte primeira de todo o real e
permanentemente apropriada e modificada pela ação humana. É um estado integrado do natural e do
social, que não perde de vista a especificidade de cada aspecto do real. A natureza é um todo e aí os
conceitos de ecossistema e biosfera são fundamentais. Mas, como ensina o método científico, para se
chegar ao todo é necessário analisar as partes que os compõem e as suas interações. Os elementos da
natureza sempre serão estudados em sua dinâmica própria e também em sua apropriação pela sociedade
moderna.
A geografia é uma ferramenta que possibilita ao estudante uma forma crítica e dinâmica de
aprender, oferecendo subsídios ao desenvolvimento da cidadania, fazendo com que o aluno compreenda
criticamente o mundo em que vive, desde a escala local, partindo, até o global.
O papel do professor é fundamental para contextualizar os temas, oferecendo vários subsídios
ao aluno para este estabelecer as relações, ligações entre o conhecimento científico e a sua vida cotidiana.
As técnicas e as estratégias pedagógicas que servirão de apoio ou instrumentos para que a
aprendizagem realmente aconteça são: anotações das aulas expositivas no caderno, leitura do livro
didático, utilização da TV pendrive, slides, imagens, trechos de filmes, globo, mapas, fotografias, pesquisa
em sites orientados pelo professor.
Outra técnica de aula são os trabalhos ou pesquisas de campo, como estudo do meio, visitas à
fábricas, museus, etc, seu mérito é tomar conhecimento prático.
Dinâmicas de grupo e trabalhos dirigidos (questões para os alunos refletirem e chegarem a
determinadas conclusões) podem ser empregadas em praticamente todos os conteúdos favorecendo o
trabalho em equipe, a cooperação entre os alunos e também motivação para leitura de texto.
As aulas expositivas são necessárias, e ocorrerão de maneira dinâmica com um diálogo
constante c om os alunos, fazendo questões para que eles “antecipem” alguma conclusão, colocando
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 263
dúvidas para serem respondidas oralmente, perguntando sobre algo antes de explicálo, etc, e também com
o uso de mapas, globos, slides entre outros recursos.
Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos devem ser tratados a partir das
categorias de análise – relações espaçotemporais, relações sociedadenatureza e relações de poder.
Dessa abordagem, pretendese que o discente compreenda os conceitos geográficos e o objeto de estudo
da Geografia em suas amplas e complexas relações.
É importante salientar que os conteúdos estruturantes estão em permanente relação uns com
os outros e que eles nunca se separam. Os conteúdos específicos se organizam a partir de cada conteúdo
estruturante, ora enfatizase a abordagem de um deles, ora de outro.
2.6.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é um precioso meio pelo qual podese acompanhar as manifestações de
aprendizagem dos alunos, respeitandose as diferentes formas de expressão de um grupo heterogêneo.
Em Geografia, a avaliação poderá ser processual e contínua, a partir dos encaminhamentos
metodológicos, para perceber os avanços e as dificuldades dos alunos no processo de construção do
conhecimento. O erro será visto como construtivo como ponto de reflexão, para novas construções. O aluno
será parâmetro de si mesmo.
O que se espera de uma avaliação numa perspectiva transformadora é que os seus resultados
constituam parte de um diagnóstico e que, a partir dessa análise da realidade, sejam tomadas
decisões sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber a necessidade do
aluno e intervir na realidade para ajudar a superála. (VASCONCELOS, 2005, p. 89).
Respeitandose as diferenças dos alunos, apresentamse vários instrumentos de avaliação.
Entre eles, a observação e o registro da participação de cada um. A aplicação de diferentes atividades que
envolvam a expressão oral, escrita, gráfica, numérica, artística e corporal. O uso de recursos como a
música, vídeo aula, internet, pesquisa de campo, fotografias, poderão ser uma constante na avaliação de
geografia.
Enfim, a avaliação faz parte do ato educativo do processo de ensinoaprendizagem. Avaliase
para diagnosticar avanços e entraves, para intervir, agir, problematizando, interferindo e redefinindo os
rumos e os caminhos a serem percorridos. Em Geografia, os principais critérios a serem observados são a
formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das relações sócioespaciais, estabelecendo
as devidas articulações entre teoria e prática.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 264
2.6.6 REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e construção de conhecimentos. São Paulo. Papirus,
2005.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 2005.
MAGNOLI, Demétrio e ARAÚJO, Regina. Geografia Geral. São Paulo: Editora Moderna, 2004.
MENDONÇA, F. Geografia Sócioambiental. In: Revista Terra Livre, nº16, AGB Nacional, 2001.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
SANTOS, M. Por outra globalização. Rio de Janeiro, 200. A natureza do Espaço. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2006.
SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio, In: Carlos, A. F. A (org) A geografia na
sala de aula. São Paulo: contexto, 1999.
VASCONCELOS, Celso dos. Avaliação. São Paulo: Libertad, 2005.
VISENTINI, J. William. Sociedade e Espaço. São Paulo, Editora Ática, 2000.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 265
2.7 DISCIPLINA: HISTÓRIA
2.7.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O debate historiográfico tem sido intenso, com abordagens diversas sobre antigos temas e há
inclusão de novos objetos que constituem as múltiplas facetas da produção humana e que se sustentam em
uma pluralidade de fundamentos teóricos e metodológicos.
A partir da metade do século XIX houve preocupação de criar uma genealogia ou história da
nação com base numa matriz curricular eurocêntrica.
Em linhas gerais, o ensino de História ao longo da República Velha voltouse para o estudo da
História política europeia e brasileira, desconsiderando os movimentos de resistência popular.
Nas décadas de 1930 e 1940, difundiuse a tese da “democracia racial” expressa em
programas e livros didáticos de ensino de História. Esta tese defendia que na constituição sóciogenética do
povo brasileiro predominava a miscigenação e a ausência de preconceitos raciais e étnicos. Neste
momento, o ensino de História passa a ser mais valorizado por ser considerado estratégico político e
socialmente, na construção e legitimação do novo Estado brasileiro.
Paralelamente, grandes produções historiográficas sobre a formação do Brasil são lançadas
neste período, como as obras de referência de Gilberto Freire, Caio Prado Junior e Sérgio Buarque de
Holanda. Estas produções abriram possibilidade de incorporar ao ensino de História os movimentos
populares de existências coloniais e imperiais.
No pósguerra e no contexto da democratização do país (19451960), a disciplina de História
passou a ser objeto de debates quanto as suas finalidades e relevância na formação política dos alunos.
Destacase nesse período Celso Furtado que levantava a questão dos ciclos econômicos. No entanto, a
história factual, linear e política herdada do século XIX, ainda se mantinha presente nas escolas.
Com a deflagração e institucionalização da ditadura militar a partir de 1964, o ensino de
História procurava contraporse ao tradicionalismo foi contido pela ideologia militar da ordem, do civismo, e
da segurança nacional no contexto da Guerra Fria.
Na década de 1970, o ensino de História e de Geografia foi preterido em nome da
implementação da generalidade dos Estudos Sociais, bem como de uma formação profissional que acabou
causando fortes prejuízos na formação dos alunos.
A partir da década de 80, o ensino de Estudos Sociais passa a ser substituído pela instituição
da disciplina de História procurando aproximar a investigação histórica com o universo da sala de aula.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 266
Posteriormente à segunda metade da década de 1980 e anos de 1990, aumentam os debates
em torno das reformas democráticas na área educacional e propõe revisões no ensino de História, levando
à produção diferenciada de materiais didáticos, paradidáticos e novas propostas curriculares na área.
Propostas estas, embasadas na pedagogia históricocrítica dos conteúdos desenvolvidos por Demerval
Saviani entre outros, a partir da sua interpretação do materialismo histórico e dialético.
Em 1997, os PCNEM, especificamente o de História, apesar de serem impostos ao sistema
escolar nacional, por uma política educativa baseada no ideário neoliberal, incorporam na sua proposta
curricular a abordagem referente á Nova História e, especificamente a Nova História Cultural, valorizando
problemáticas referentes ao cotidiano, à memória, à cultura voltada para as práticas culturais e identidades
coletivas e individuais. Contudo, ao tentar articular elementos históricos com as competências e habilidades
entram em contradição, pois apontam para que a disciplina seja somente um instrumento de uma
interdisciplinaridade sem uma história nem referenciais teóricos definidos causando o esvaziamento de seus
conceitos e conteúdos.
Esse conjunto de fatores marcou o currículo de História na rede pública estadual até o final de
2002. Essa realidade começou a ser superada em 2003, com o processo de elaboração de Diretrizes
Curriculares para o Ensino Médio de História, que se fundamenta na História Temática, cujos conteúdos
estão articulados à fundamentação teórica e à seleção de temas.
Pautase ainda, a possibilidade de selecionar conteúdos que, além de despertar interesse e
curiosidade, proporcionem um diálogo permanente entre diferentes tempos e espaços. Esse processo
transita por diferentes épocas e espaços, e retorna ao presente, reunindo elementos que o ajudam a
compreender situações, contextos, e problemas vivenciados nos dias atuais, no grupo em que vive e por
diversos outros grupos:
Os conteúdos podem partir do cotidiano do aluno sem desconsiderar, por outro lado, o contexto
histórico mais amplo. Os conteúdos podem, ainda, ser escolhidos a partir do tempo presente
uma vez que este permite um acesso a um acervo material e mental que indica a presença de
outros tempos, outros modos de vida sobrevivente do passado, outros costumes e outras
modalidades de organização social, que permaneçam de alguma forma, presentes na vida da
sociedade contemporânea (SCENA; MORENO: RANZI, 2002, p. 21).
Nesse sentido, a História possibilita ampliar estudos sobre problemáticas contemporâneas,
situandoas nas diversas temporalidades, servindo como delineamento inicial para reflexão sobre
possibilidades de mudanças e necessidades das continuidades, incluindo no currículo oficial a temática
“História e Cultura Afrobrasileira e Africana”, conteúdos referentes a “História do Paraná” e “Meio
Ambiente”.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 267
2.7.2 OBJETIVOS GERAIS
Tomando como premissa básica o papel fundamental da educação escolar é o de preparar o
estudante para o exercício da cidadania, entendese que o estudo da História contribui para o cumprimento
dessa finalidade.
Uma das funções essenciais do estudo da História é contribuir para que o discente desenvolva
visão crítica e espírito social e politicamente participativo, capaz de avaliar a sua possibilidade de atuação
no contexto histórico em que se insere. Isso significa que o ensino de História deve fazer com que o aluno:
“(...) produza uma reflexão de natureza histórica: (...) pratique um exercício de reflexão que o
encaminhará para outras reflexões, de natureza semelhante, em sua vida e não necessariamente só na
escola.” (CABRINI, 1987, p. 23).
O ensino de História contribui para que os alunos ampliem a sua compreensão da sua
realidade e sejam capazes de estabelecer relações com outras realidades históricas e de respeitar os
valores culturais das diferentes sociedades.
Assim, o ensino de História, deve considerar também como importante para a formação
intelectual e social do aluno as seguintes questões:
A importância das relações de transformação, permanências, semelhanças e diferenças→
entre o presente, o passado e o espaço local, regional, nacional e mundial;
A construção de articulações históricas como decorrências das problemáticas selecionadas;→
O estudo de contextos específicos e de processos, sejam eles contínuos ou descontínuos;→
O aluno deve perceber o ensino de História, enquanto processo permanente de construção e
reconstrução.
O ser humano é o sujeito principal da construção da sociedade e por conseguinte, da História,
portanto, estimulase este homem a buscar ideais e objetivos definidos, e que seja um agente consciente,
crítico e transformador, que, além de direitos e deveres, possa melhorar o mundo em que vive.
2.7.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Trabalho, Poder e Cultura.
TEMAS:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 268
→ Trabalho escravo, servil, assalariado e o trabalho livre;
→ Urbanização e industrialização;
→ O Estado e as relações de poder;
→ Os sujeitos, as revoltas e as guerras;
→ Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções;
→ Cultura e religiosidade.
1ª SÉRIE
• A construção da História: fontes, tempo cronológico, calendário, periodização da história ocidental;
• As origens e o desenvolvimento inicial da humanidade: evolução humana, período Paleolítico,
Mesolítico e Neolítico;
• Das aldeias préhistóricas aos primeiros Estados: revolução agrícola, aldeias neolíticas, idade dos
metais, primeiras cidades, cidade e campo;
• A identidade do homem americano: primeiros brasileiros, préhistória americana, comunidades
primitivas brasileiras e paranaenses;
• África – berço da humanidade, grandes reinos e civilizações;
• O Estado nos mundos antigo e medieval;
• Relações de dominação e resistência nas sociedades grega e romana na Antiguidade: mulheres,
plebeus e escravos;
• Relações de dominação e resistência na sociedade medieval europeia: camponeses, artesãos,
mulheres, hereges e doentes;
• Trabalho: conceito de trabalho, o mundo do trabalho em diferentes sociedades: teocráticas, pré82
colombianas, africanas, Grécia, Roma Antiga, sociedade feudal;
• Os mitos e a arte grecoromana e a formação das grandes religiões: hinduísmo, budismo,
confucionismo, cristianismo, islamismo;
• Reforma Protestante e a Reforma Católica;
• O homem e sua relação com o meio ambiente desde a Préhistória até o surgimento dos primeiros
Estados.
2ª SÉRIE
• O Estado e as relações de poder: Formação dos Estados Nacionais;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 269
• Relações de dominação e resistência na sociedade ocidental moderna;
• América conquistada: as culturas indígenas americanas, a violência contra os indígenas;
• As revoltas indígenas, africanas na América portuguesa;
• A religião e a sociedade na América portuguesa;
• Diáspora africana, tráfico negreiro, os quilombos, os quilombolas, os africanos no Brasil desde a
escravidão até a atualidade;
• Transição do trabalho escravo para o trabalho livre: a mãodeobra no contexto de consolidação do
capitalismo nas sociedades brasileira e estadunidense;
• A importância do trabalho escravo para a formação do Brasil, fortalecimento da identidade e de
direitos dos africanos, afrodescendentes e indígenas;
• Imigrantes no Brasil, Paraná e São José dos Pinhais;
• Revolução Industrial: a construção do trabalho assalariado; artesãos independentes, tarefeiros
assalariados, sistema de fábricas, trabalho infantil e feminino;
• Iluminismo;
• Revolução Francesa;
• Relações de dominação e resistência e movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII
e XIX: o surgimento do sindicalismo;
• O movimento operário e advento do socialismo;
• Urbanização e industrialização no século XIX nas sociedades ocidentais, africanas e orientais;
• Urbanização e industrialização no Brasil no contexto do capitalismo;
• Urbanização e industrialização no Paraná e São José dos Pinhais no contexto do capitalismo;
• O Porto de Paranaguá no contexto da expansão do capitalismo;
• O Paraná no contexto da sua emancipação;
• Impactos ambientais, aquecimento global, áreas preservadas, Agenda 21.
3ª SÉRIE
• Relações de poder e violência no Estado;
• O Brasil na Primeira República;
• A Primeira Guerra Mundial;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 270
• A Revolução Russa de 1917;
• A crise de 1929 e seus reflexos na economia mundial;
• A ascensão dos regimes totalitários na Europa;
• A Segunda Guerra Mundial;
• A Guerra Fria;
• O Estado imperialista e sua crise;
• Divisão da África, panafricanismo, descolonização, África hoje;
• Governos populistas no Brasil;
• Experiências de esquerda na América Latina;
• A Ditadura Militar no Brasil;
• Os limites do socialismo real;
• Brasil: da redemocratização aos dias atuais;
• Conflitos internacionais/atuais;
• A economia do crime, o consumo de drogas, a exploração do trabalho infantil, a prostituição infanto
juvenil;
• A globalização e o futuro da economia mundial X impactos ambientais;
• Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea;
• O Trabalho na sociedade contemporânea;
• Urbanização e industrialização na sociedade contemporânea.
2.7.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A metodologia proposta está relacionada à História Temática. Os conteúdos estruturantes estão
articulados à fundamentação teórica e à seleção de temas, assim, tornase necessário que haja recortes
espaçotemporais e conceituais. Tais recortes compõem conteúdos específicos, como: conceitos,
processos, acontecimentos, entre outros, a serem estudados no Ensino Médio.
A metodologia adotada enfatiza as significações presentes nas obras de arte, na literatura, no
imenso universo da criatividade popular e erudita. A visão de mundo de uma dada sociedade, o viver,
pensar, agir, sentir de homens e mulheres que criaram e criam no seu diaadia essas práticas culturais e
seus eventos sociais assim como as interrelações entre o indivíduo e o grupo, entre o indivíduo e a
natureza, a interação cultural dos grupos diferentes, com seus valores, costumes, tradições, conflitos,
transformações e permanências, sempre respeitando a pluralidade de formas usadas no estudo do
passado.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 271
Para ZANBONI,
O mais importante é que o professor se acostume a problematizar o conteúdo, porque cria
condições para o aluno pensar sobre ele, argumentar e fundamentar suas opiniões. A
problematização sempre exige que o aluno pesquise, levante hipóteses, classifiqueas e passe
a um processo de comprovação ou rejeição com argumentos da hipótese escolhida. Ao
problematizar, o professor sempre estará criando condições para o aluno refletir, pensar sobre
um determinado tema e dessa forma contribuir para que ele fuja da memorização pura e
simples de fato. (ZANBONI, 2001, p. 6371).
O didata de História MATOZZI (2004) estabelece a metodologia para o trabalho temático, sob
três dimensões:
• Primeira: devese focalizar o acontecimento, processo ou sujeito que se quer
representar do ponto de vista historiográfico;
• Segunda: é preciso delimitar o tema histórico em referências temporais fixas e
estabelecer uma separação entre seu início e seu final; e
• Terceira: o professor e os alunos devem definir um espaço ou território de observação
do conteúdo tematizado.
As correntes historiográficas tomadas como base rompem a ideia do documento escrito como
base única confiável para o estudo do passado. O conceito de documento foi ampliado: imagens, objetos,
materiais, oralidade e os mais diversos documentos escritos são tomados como vestígios do passado, a
partir dos quais é possível produzir o conhecimento histórico.
Os conteúdos básicos do Ensino Médio deverão ser problematizados como temas históricos
por meio da contextualização espaçotemporal das ações e relações dos sujeitos a serem abordados em
sua diversidade étnica, de gênero e de gerações. É necessário considerar o contexto da história local,
regional, global e temporal.
Os conteúdos básicos deverão estar articulados aos conteúdos estruturantes.
Metodologicamente iniciase o trabalho partindo da sondagem do conhecimento do aluno, visão geral do
assunto, problematizase com a realidade atual, fazerseá discussões, debates, análises, reflexões
individuais e em grupos, orais e/ou escritas, com auxílio de documentos, imagens, filmes, textos e outros.
2.7.5 AVALIAÇÃO
Na concepção de ensino e de aprendizagem dentro da História Temática, compartilhase a
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 272
ideia de LUCKESI a respeito da avaliação, isto é:
[...] para que a avaliação sirva a democratização do ensino, é preciso modificar a sua utilização
de classificatória para diagnostica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como um
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo
em vista tomar decisões suficientes e satisfatória para que possa avançar no seu processo de
aprendizagem. (LUCKESI, 2002, p. 81)
Para a avaliação considerase ainda três aspectos importantes:
• A apropriação de conceitos históricos;
• A compreensão das dimensões e relações da vida humana (conteúdo estruturante);
• O aprendizado dos conteúdos específicos.
Mediante este contexto, verificarseá se o estudante:
Critica, analisa e interpreta fontes documentais de natureza diversa, reconhecendo o papel→
das diferentes linguagens, dos diferentes agentes sociais e dos diferentes contextos envolvidos em sua
produção;
Produz textos analíticos e interpretativos sobre os processos históricos, a partir das→
categorias e procedimentos próprios do discurso historiográfico;
Relativiza as diversas concepções de tempo e as diversas formas de periodização do tempo→
cronológico, reconhecendoas como construções culturais e históricas;
Estabelece relações entre continuidade/permanência e ruptura/transformação nos processos→
históricos;
Constrói a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a partir do reconhecimento do→
papel do indivíduo nos processos históricos simultaneamente como sujeito e como produto dos mesmos;
Atua sobre os processos de construção da memória social, partindo da crítica dos diversos→
“lugares de memória” socialmente instituídos;
Situa as diversas produções da cultura – as linguagens, as artes, a filosofia, a religião, as→
ciências, as tecnologias e outras manifestações sociais – nos contextos históricos de sua constituição e
significação;
Situa os momentos históricos nos diversos ritmos da duração e nas relações de sucesso→
e/ou de simultaneidade;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 273
Compara problemáticas atuais e de outros momentos históricos;→
Posicionase diante de fatos presentes a partir da interpretação de suas relações com o→
passado;
Compreende como se constituíam as formações sociais africanas e orientais, percebendo→
semelhanças e diferenças entre essas coletividades, em diferentes contextos históricos;
Compreende como ocorreu a constituição do mundo grecoromano, percebendo as→
mudanças, as continuidades e as rupturas decorrentes desse processo;
Compreende como ocorreu a constituição do mundo medieval, percebendo as mudanças,→
continuidades e descontinuidades nesse contexto histórico;
Reconhece as mudanças no processo da crise do feudalismo e na formação das→
monarquias centralizadas;
Expressa, em suas atividades escolares, que compreende como ocorreu a construção e→
ocupação do espaço americano e brasileiro, estabelecendo relações de anterioridade, posterioridade e
simultaneidade nesses diferentes contextos assim como relações com o espaço paranaense;
Demonstra, em suas argumentações orais e escritas, que compreende como ocorre a→
construção da identidade cultural no contexto brasileiro, estabelecendo relações com o espaço paranaense,
bem como percebendo as diversidades resultantes desse processo;
Demonstra, em suas produções orais e escritas, que reconhece como foi se constituindo o→
processo econômico no espaço brasileiro, percebendo as mudanças, permanências e simultaneidades nos
diferentes contextos históricos, bem como estabelecendo relações com a Europa, América, América
hispânica, Ásia e África, hoje e em outros tempos. Expressa, em suas produções escolares, que
compreende como foi se constituindo a organização política do Brasil, percebendo as mudanças,
continuidades e rupturas que ocorrem em diferentes momentos históricos;
Expressa, em suas atividades escolares orais e escritas, que reconhece as transformações→
tecnológicas que ocorrem na sociedade brasileira, percebendo os impactos produzidos por essas
transformações, em diferentes contextos;
Compreende como foi ocorrendo a constituição do mundo contemporâneo, percebendo as→
mudanças e rupturas em diferentes contextos, assim como percebendo relações com o Brasil;
Analisa as mudanças e rupturas que ocorrem nos aspectos econômicos, políticos, sociais e→
culturais no contexto do século XX;
Compreende as transformações mundiais que ocorrem nos aspectos políticos, econômicos,→
sociais e culturais do pósguerra da segunda metade do século XX;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 274
Reflete sobre os problemas, conflitos e dificuldades enfrentados pelas pessoas no mundo→
hoje, nas dimensões culturais, étnicas, religiosas, de gênero, bem como estabelecendo relações com o
Brasil;
Compreende a formação dos mundos do trabalho, de urbanização e industrialização, do→
Estado e suas relações de poder instituídos por um processo histórico;
Compreende as ações dos sujeitos a partir das revoltas e revoluções instituídos por um→
processo histórico;
Compreende a formação dos movimentos sociais, culturais e religiosos, guerras e→
revoluções contemporâneos instituídos por um processo histórico.
Para tanto, fazerseá necessário exercício de reflexão escritos e orais, pesquisas, debates,
seminários, leituras de jornais, revistas e outros textos complementares, levantamento de hipóteses, vídeos,
documentários, narrativas e documentos históricos, atividades para ampliar o nível crítico e capacidade de
refletir sobre si próprio e sobre sua vida.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 275
2.7.6 REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Maria Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações
étnicoraciais e para o ensino de História e cultura afrobrasileira e africana. Brasília: MEC/Secretaria
Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização
e Diversidade, 2004.
BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992.
CABRINI, Conceição e outros. O ensino de História. São Paulo: Brasiliense, 1987.
DE DECCA, Edgar. 1930 – O silêncio dos vencidos: memória, história e revelação. São Paulo:
Brasiliense.
GRAMSCI, Antônio. Concepção dialética da História. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Palas Athena, 1998.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: UNICAMP, 1992.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 276
2.8 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
2.8.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no Brasil, iniciouse com a
educação jesuítica. Essa educação era instrumento fundamental na formação da elite colonial, ao mesmo
tempo em que se propunha a “alfabetizar” e “catequizar” os indígenas.
Evidenciavase, já na constituição da escola e do ensino no Brasil, que o acesso à educação
letrada era determinante na estrutura social, fazendo com que os colégios fossem destinados aos filhos da
elite colonial; tratavase de uma educação “claramente reprodutivista”.
Quanto ao ensino de Língua Portuguesa, limitavase nessa época, às escolas de “ler e
escrever”, mantidas pelos jesuítas. Nos cursos chamados secundários, as aulas eram de gramática latina e
retórica, além do estudo de grandes autores clássicos.
“A Reforma Pombalina, em 1759, impôs a Língua Portuguesa como idiomabase do ensino,
entre outras medidas que visavam à modernização do sistema educacional... A Língua Portuguesa passa,
então, a fazer parte dos conteúdos curriculares, mesmo assim, seguindo os moldes do ensino de latim”.
(LUZFREITAS, 2004, s/p)
“Somente nas últimas décadas do século XIX a disciplina de Língua Portuguesa passou a
integrar os currículos escolares brasileiros. Até 1869, o currículo privilegiava as disciplinas clássicas,
sobretudo o latim, restando ao Português um espaço sem relevância.” (LUZFREITAS, 2004)
Ainda no final do século XIX, a escola se abria a camadas cada vez maiores da população. Em
1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português, data em que foi criado, no Brasil, por
decreto imperial, o cargo de Professor de Português. Nesse período, o Latim começou a perder prestígio
com a valorização da língua Nacional.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do século XX,
quando se iniciou, no Brasil um processo de expansão do ensino primário público, a ampliação de vagas e a
eliminação dos exames de admissão (FREDERICO e OSAKABE, 2004)
“... Com a expansão quantitativa da rede escolar, passaram a frequentar a escola em número
significativo, falantes de variedades do português muito distantes do modelo tradicionalmente cultivado pela
escola. Passou a haver um profundo choque entre modelos e valores escolares e a realidade dos falantes...”
(FARACO, 1997, p.57)
No rigor do regime militar, não se tolerava uma prática pedagógica que visasse despertar o
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 277
espírito crítico e criador dos alunos. A leitura literária era compreendida como subversiva, pois levava o
sujeito à reflexão e à compreensão de si mesmo e do mundo.
As novas concepções sobre a aquisição da Língua Materna chegaram ao Brasil no final da década
de 70 e início de 1980, quando as primeiras obras do Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios
acadêmicos. Essas primeiras leituras contribuíram para fazer frente à pedagogia tecnicista, cedendo
espaços a novos paradigmas, envolvendo questões de uso, contextuais, valorizando o texto como unidade
fundamental de análise.
É preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma gama de textos com
diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua –
sejam de leitura, oralidade e escrita.
O letramento vai além da alfabetização: esta é uma atividade mecânica, que garante ao sujeito o
conhecimento do código linguístico (codificação e decodificação); já aquele, de acordo com Soares (1998),
referese ao indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a
leitura e a escrita, posicionase e interage com as exigências da sociedade referente às práticas de
linguagem, demarcando a sua voz no contexto social.
O domínio da linguagem escrita se dá a partir de uma perspectiva da diversidade linguística,
em particular da oposição entre a fala e a escrita. Levando em consideração a gramática da oralidade, há
que se entender as distinções fundamentais da convenção da escrita em relação à fala, a diversidade das
linguagens sociais cotidianas e os aspectos específicos que a linguagem padrão assume em sua
modalidade escrita.
Segundo BAKHTIN, a língua materna, a composição e sua estrutura gramatical, não a
aprendemos nos dicionários e nas gramáticas, nós a adquirimos mediante enunciados concretos que
ouvimos e reproduzimos durante a comunicação verbal viva que se efetua com os indivíduos que nos
rodeiam. Assimilamos as formas da língua somente nas formas assumidas pelo enunciado e juntamente
com essas formas. As formas da língua e as formas típicas de enunciados, isto é, os gêneros do discurso,
introduzemse em nossa experiência e em nossa consciência conjuntamente e sem que sua estreita
correlação seja rompida. Aprender a falar é aprender a estruturar enunciados (porque falamos por
enunciados e não por orações isolados, e menos ainda, é óbvio, por palavras isoladas). Os gêneros do
discurso organizam nossa fala, da mesma maneira que a organizam as formas gramaticais (sintáticas).
A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos histórica e socialmente
situados que se constituem uns aos outros em suas relações dialógicas. Na medida em que possibilita a
interação como trabalho e produto do trabalho.
Como afirma GERALDI (1991, p. 6), “[...] a linguagem não é trabalho de um artesão, mas
trabalho social e histórico seu e de outros e é para os outros e com os outros que ela se constitui.”
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 278
Na linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a
realidade em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade. Ressaltando esse caráter
social da linguagem, Bakhtin e os teóricos do Círculo de BAKHTIN formulam os conceitos de dialogismo e
dos gêneros discursivos, cujo conhecimento e repercussão suscitaram novos caminhos para o trabalho
pedagógico com a linguagem verbal, demandando uma nova abordagem para o ensino da Língua.
A utilização da língua efetuase em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos
que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O enunciado reflete
as condições específicas e as finalidades de cada uma das esferas, não só por seu conteúdo
(temático) e por seu estilo verbal, ou seja, para seleção operada nos recursos da língua –
recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais –, mas também, e, sobretudo, por sua construção
composicional [...]. (BAKHTIN, 1997, p. 279).
Sobre o dialogismo, FARACO observa:
Para haver relações dialógicas, é preciso que qualquer material linguístico (ou de qualquer
outra materialidade semiótica) tenha entrado na esfera do discurso, tenha sido transformado
num enunciado, tenha fixado a posição de um sujeito social. Só assim é possível responder
(em sentido amplo e não apenas empírico do termo), isto é, fazer réplicas ao dito, confrontar
posições, dar acolhida fervorosa à palavra do outro, confirmála ou rejeitála, buscarlhe um
sentido profundo, ampliála [...].
O gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e é esta a perspectiva que deve
orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contato real do estudante com a multiplicidade de
textos que são produzidos e circulam socialmente. Esse contato com os gêneros, portanto, tem como ponto
de partida a experiência e não o conceito. Essa percepção é fundamental para que não caia na
normatização do gênero, e, consequentemente, se recaia (ou permaneça) no que ROJO (2004, P.35) define
como “pedagogia transmissiva das análises estruturais e gramaticais” dissociando a língua de sua realidade
social.”
2.8.2 OBJETIVOS
Ampliar o uso das linguagens verbais e nãoverbais através do contato direto com textos dos
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 279
mais variados gêneros, orais ou escritos, possibilitando as relações dos mesmos com o contexto presente.
Valorizar a literatura popular paranaense, dando ao aluno a oportunidade de conhecer o folclore e
as tradições de seu estado; e a afrobrasileira e indígena como componentes da cultura brasileira,
conscientizandoos da herança deixada por eles, como sujeitos participantes da construção da nossa
sociedade.
2.8.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social.
GÊNEROS DISCURSIVOS:
Textos dramáticos, romance, novela fantástica, crônica, conto, poema, contos de fada
contemporâneo, fábulas, diários, testemunhos, biografia, debate regrado, artigos de opinião, editoral,
classificados, notícia, reportagem, entrevista, anúncio, carta de leitor, carta ao leitor, carta de reclamação,
tomada de notas, resumo, resenha, relatório científico, dissertação escolar, seminário, conferência, palestra,
pesquisa e defesa de trabalho acadêmico, mesa redonda, instruções, regras em geral, leis, estatutos,
lendas, mitos, piadas, histórias de humor, tiras, cartum, charge, caricaturas, paródia, propagandas, placas,
outdoor, chats, email, folder, blogs, fotoblog, orkut, fotos, pinturas, esculturas, debate, depoimento, folhetos,
mapas, croqui, explicação, horóscopo, provérbios;
Textos diversos que abordem a cultura afrobrasileira e indígena;
Textos e obras literárias de autores paranaenses;
Textos sobre o meioambiente.
LEITURA:
Leitura e interpretação textual, observando:
• Conteúdo temático;
• Interlocutores;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade;
• Argumentos do texto;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Discurso ideológico presente no texto;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 280
• Elementos composicionais do gênero;
• Contexto de produção da obra literária;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Progressão referencial;
• Partículas conectivas do texto;
• Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;
• Semântica:
operadores argumentativos;
modalizadores;
figuras de linguagem.
ESCRITA:
Adequação ao gênero:
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade;
• Informatividade;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Referência textual;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Ideologia presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Progressão referencial;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Semântica:
operadores argumentativos;
modalizadores;
figuras de linguagem;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, conectores,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;
• Vícios de linguagem;
• Sintaxe de concordância;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 281
• Sintaxe de regência.
ORALIDADE:
Adequação ao gênero:
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Intencionalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais; semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Elementos semânticos;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
2.8.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A linguagem é um instrumento indispensável para a aquisição e transmissão de conhecimentos
em qualquer área do saber. A linguagem é, em última análise, parte integrante da vida dos indivíduos, pois,
se por um lado o domínio dela favorece o desenvolvimento do conhecimento do mundo, por outro é
condição para o exercício da cidadania.
A metodologia deve privilegiar situações em que os alunos possam refletir sobre a
heterogeneidade linguística, analisando suas variantes, já que o falante se apropria da linguagem e dos
conhecimentos em interações sociais. Dessa forma, a leitura e a produção de textos envolvem a diversidade
de tipos e gêneros, garantindo a coesão e a coerência, habituandose à correção e à refacção, após a
correção. Em relação aos aspectos formais da língua (gramática e ortografia), o ensino deverá
instrumentalizar o aluno, fixando o que é essencial e aproximandoo do que é mais usual, ou seja,
priorizando a reflexão sobre a língua para uma melhor compreensão de suas leituras, para a elaboração de
textos claros e corretos e para a expressão oral eficiente, em detrimento da abordagem tradicional da
gramática que valoriza a nomenclatura.
Para BAKHTIN (1992), o enunciado seja ele constituído de uma palavra, uma frase ou uma
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 282
sequência de frases é a unidade de base da língua, é o próprio discurso, já que é no enunciado que o
discurso se constrói. O discurso, por sua vez, materializase em práticas discursivas, no texto. Daí a
necessidade de o texto ser entendido e trabalhado e sua dimensão discursiva, como espaço de constituição
do sujeito e de relações sociais.
As outras linguagens (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o
vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas
infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem) percebendo seu chão comum (são
todas práticas sociais, discursivas) e sua especificidade (seu diferente suporte tecnológico, seus diferentes
modos de composição e de geração de significados).” (FARACO, 2002)
Em síntese, o ensino da língua abordará a leitura, a produção de texto e os estudos gramaticais
sob uma mesma perspectiva de língua a perspectiva da língua como instrumento de comunicação, de
ação e de interação social. Nesse sentido, o enfoque, a metodologia e as estratégias de língua portuguesa,
voltase essencialmente para um trabalho integrado de leitura, produção de textos e reflexão sobre a língua,
desenvolvido sob uma perspectiva textual e enunciativa.
LEITURA:
Propiciar práticas de leitura de textos diferentes gêneros→ ;
Considerar os conhecimentos prévios dos alunos→ ;
Formular questionamento que possibilitem inferências a partir de pistas textuais→ ;
Encaminhar discussões e reflexões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade,→
aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia;
Contextualizar a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época; referente à obra literária,→
explore os estilos do autor, da época, situe o momento de produção da obra e dialogue com o momento
atual, bem como outras áreas do conhecimento;
Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com nãoverbais, como gráficos, fotos, imagens,→
mapas e outros;
Relacionar o tema com o contexto atual;→
Oportunizar a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;→
Instigar o entendimento/reflexão das palavras em sentido figurado;→
Estimular leituras que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;→
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 283
Incentivar a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência entre as partes→
e elementos do texto;
Proporcionar análises para estabelecer a progressão referencial do texto;→
Conduzir leituras para a compreensão das partículas conectivas.→
ESCRITA:
Planejar a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções, contexto→
de produção do gênero;
Proporcionar o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual;→
Conduzir a utilização adequada dos conectivos;→
Estimular a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;→
Acompanhar a produção do texto;→
Instigar o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo;→
Estimular produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;→
Incentivar a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do→
texto;
Encaminhar a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõe o→
gênero (por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão problema, se apresenta
defesa de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há continuidade temática, etc.);
Analisar se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à→
finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;
Conduzir, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e→
normativos.
ORALIDADE:
Organizar apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a:→
aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;
Propor reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a→
utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Orientar sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;→
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 284
Preparar apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso→
formal e informal;
Estimular contação de histórias de diferentes gêneros, utilizandose dos recursos→
extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas e outros;
Selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como seminários,→
telejornais, entrevistas, reportagens, entre outros;
Propiciar análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais,
emissoras de TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas esferas.
2.8.5 AVALIAÇÃO
A avaliação se efetivará durante todo o processo de aprendizagem vivido pelos alunos ao longo
de uma proposta de trabalho. O aluno deverá ser avaliado de diversas maneiras – alterandose as
modalidades, os suportes, os interlocutores – de forma a constituir um verdadeiro processo de aferição de
conhecimentos.
Na contramão das práticas tradicionais – em que se buscava encontrar os “erros”, mais do que
os “acertos” dos alunos , o professor de língua portuguesa deve valorizar os ganhos que o estudante
obteve ao longo de seu processo de aprendizagem.
A avaliação tradicional não satisfeita em criar o fracasso, empobrece as aprendizagens e induz,
nos professores, didáticas conservadoras e, nos alunos, estratégias utilitaristas. O professor, outrora
dispensador de aulas e lições... se torna o criador de situações de aprendizagens portadoras de sentido.
(PERRENOUD, 1992).
A oralidade será avaliada, primeiramente, em função da adequação do discurso/texto aos
diferentes interlocutores e situações. Num seminário, num debate, numa troca informal de ideias, numa
entrevista, numa contação de história, as exigências de adequação da fala são diferentes e isso deve ser
considerado numa análise da produção oral dos estudantes. Mas é necessário, também, que o aluno se
posicione como avaliador de textos orais com os quais convive (noticiários, discursos políticos, programas
televisivos, etc) e de suas próprias falas, mais ou menos formais, tendo em vista o resultado esperado.
A avaliação da leitura deve considerar as estratégias que os estudantes empregaram no
decorrer da leitura, a compreensão do texto lido, o sentido construído para o texto, sua reflexão e sua
resposta ao texto. Não é demais lembrar que essa avaliação precisa considerar as diferenças de leituras de
mundo e repertório de experiências dos alunos. O professor pode propor questões abertas, discussões,
debates e outras atividades que lhe permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 285
Em relação à escrita, o que determina a adequação do texto escrito são as circunstancias da
sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos seus aspectos
textuais e gramaticais. Tal como na oralidade, o aluno precisa, também aqui, posicionarse como avaliador
tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu próprio texto.
O posicionamento do aluno como avaliador de seus textos orais e escritos é essencial para que
ele adquira autonomia. É necessário que o professor perceba a dimensão deste posicionamento:
Porque escrever [e falar] com clareza implica automático compromisso com as palavras
transmitidas, pois os outros vão entendêlas. E vão reagir a elas, favorável ou desfavoravelmente. [...] Pois
facilitar a leitura do outro representa facilitar seu acesso às nossas ideias, em última instância, a nós
mesmos. (BERNARDO, 1988, p.20).
A avaliação deverá ser norteada através dos seguintes critérios:
LEITURA:
Efetue leitura compreensiva, global, crítica e analítica de textos verbais e nãoverbais;→
Localize informações explícitas e implícitas no texto;→
Produza inferências a partir de pistas textuais;→
Posicionese argumentativamente;→
Amplie seu léxico;→
Perceba o ambiente no qual circula o gênero;→
Identifique a ideia principal do texto;→
Analise as intenções do autor;→
Identifique o tema; →
Amplie seu horizonte de expectativas, perceba os diferentes estilos e estabeleça relações entre→
obras literárias de diferentes épocas com o contexto histórico atual;
Deduza os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto;→
Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo;→
Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as partes e elementos→
do texto;
Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial;→
Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero.→
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 286
ESCRITA:
Expresse ideias com clareza;→
Elabore textos atendendo:→
às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
à continuidade temática;
Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;→
Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, intertextualidade, etc.;→
Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,→
substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção, etc.;
Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo;→
Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos;→
Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão referencial;→
Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero.→
ORALIDADE:
Utilize seu discurso de acordo com a situação de produção (formal/informal);→
Apresente ideias com clareza;→
Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto;→
Compreenda os argumentos do discurso do outro;→
Exponha objetivamente seus argumentos e defenda claramente suas ideias;→
Organize a sequência da fala de modo que as informações não se percam;→
Respeite os turnos de fala;→
Analise, contraponha, discuta os argumentos apresentados pelos colegas em suas→
apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados ;
Contraargumente ideias formuladas pelos colegas em discussões, debates, mesas redondas,→
diálogos, discussões, etc.;
Utilize de forma intencional e consciente, expressões faciais, corporais e gestuais, pausas e→
entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 287
Para tanto, fazseá necessário, exercícios de reflexão escritos e orais, pesquisas, debates,
seminários, leituras de jornais, revistas e outros textos complementares, observandose sempre a
participação, organização e o desempenho dos alunos nas atividades propostas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 288
2.8.6 REFERÊNCIAS
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7ª ed. Campinas, SP: Pontes, 2000.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola pública do estado do
Paraná. 3ª ed. Curitiba, 1997.
__________, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o
Ensino Médio. Curitiba, SEED, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 289
2.9 DISCIPLINA: MATEMÁTICA
2.9.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Ensino Médio é a etapa final da educação básica, que situa o educando como sujeito
produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho, onde criatividade, autonomia e capacidade
de solucionar problemas têm um destaque muito importante. Neste sentido, é necessário que seja enfocado
o aspecto histórico e a evolução da matemática, para que os conceitos sejam melhor compreendidos.
A álgebra elementar é e pode ser dita como o “acúmulo” dos conhecimentos dos povos, até
mesmo antes de Cristo, e que por sua vez é um dos eixos da matemática de hoje, sem fazer menção à
história da matemática com toda sua evolução e aplicação, tanto no cotidiano, quanto nas questões mais
abrangentes como: o meio ambiente e seus prejuízos causados pelo progresso irresponsável; questões
relacionadas à cultura afrobrasileira; a ocupação do Paraná; o trabalho ofertado no Paraná e no Brasil; a
discriminação com relação ao salário e as condições de trabalho.
A Matemática, como as demais disciplinas, está preocupada com a formação do cidadão crítico
e pensante, capaz de aplicar os conceitos na vida prática. Portanto, não pode ser pensada apenas na
transmissão de conhecimentos, mas como a formação do homem com caráter de intelectualidade e valor
científico, tendo, assim, possibilidade de fazer o paralelo entre a matemática pura e a matemática aplicada.
Afinal, não pode ser desprezado o fato de que a Matemática somente é desdobrada em
aritmética, geometria, álgebra e trigonometria no século XIX. Até então, a Matemática era tida para
solucionar os problemas, e as leis matemáticas não poderiam falhar, pois era vista como a ciência que daria
base de conhecimento para solucionar os problemas de ordem prática. Somente a partir de 1900 acontece a
junção das disciplinas de Aritmética, álgebra, Geometria e Trigonometria, numa única denominada
Matemática. Em 1928, tal mudança acontece no Brasil, e foi repassada a todos os estabelecimentos de
ensino. Entre 1940 e 1980, surge a valorização dos processos de aprendizagem e o envolvimento do estudo
em atividades de pesquisa, atividades lúdicas, resolução de problemas, jogos e experimentos. Com essa
concepção, começaram a ser desenvolvidos diversos materiais didáticos e a prática pedagógica está mais
voltada para o aluno, sendo o professor o orientador da aprendizagem.
Assim, na sociedade atual, a matemática é cada vez mais solicitada para descrever, modelar e
resolver problemas nas diversas áreas da atividade humana. Propõese o desenvolvimento das
capacidades de pesquisar, buscar, analisar, selecionar e apreender informações, criar e formular estratégias
de resolução para problemas, em vez de realizar exercícios e técnicas de memorização. Sobre a formação
matemática desejável, apresentamos a seguir uma citação de MIALARET:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 290
Uma formação matemática completa deve também ter em conta as possibilidades de
imaginação dos alunos e deve cultivar sistematicamente uma certa forma de intuição e uma
necessidade de criação sem as quais o dinamismo da evolução não atinge o seu ritmo ótimo.
Partir do real, da observação e da experimentação das coisas para se levantarem problemas
de Matemática, tornar a encontrar na realidade os terrenos de aplicação e assim compreender
melhor os fenômenos reais, inventar problemas nos quais a originalidade não é procurada á
custa da gravidade e da solidez racionais constituem atividades altamente educativas e
desenvolvem, no adolescente, uma confiança no estudo da Matemática inteiramente favorável
e fecunda para a sua posterior evolução. (MIALARET).
Inserir o conteúdo num contexto mais amplo provocando a curiosidade do aluno ajuda a criar a
base para um aprendizado sólido que só será alcançado através de uma real compreensão dos processos
envolvidos na construção do conhecimento.
A Matemática propicia o desenvolvimento dessas capacidades necessárias no educando, além
de desenvolver o raciocínio lógico. Por isso a inclusão dessa disciplina no currículo.
Além disso, a Matemática desempenha um papel instrumental, é uma ferramenta que serve
para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas as atividades humanas, fazendo
uma relação entre as várias atividades humanas com a Matemática, ou seja, sua aplicação direta e/ou
indireta.
Entretanto, para conseguir uma situação de equilíbrio entre as necessidades práticas e a
ultrapassagem da experiência concreta, tanto no que se refere às ferramentas conceituais quanto às
concepções, a maior e a mais difícil tarefa do professor de matemática, temos que ter uma atitude de
questionamento frente a certas concepções pedagógicas historicamente difundidas, bem como à própria
concepção que se tem do ato de conhecer. As diversidades de métodos de encaminhamentos de conteúdos
e de interação em sala de aula representam facilitadores para o convívio e para a construção de
conhecimentos a respeito de conteúdos diversos para alunos heterogêneos de diferentes bagagens
culturais.
“(...) nem sempre queremos dizer o que dizemos, nem sempre dizemos o que queremos. Da
mesma forma, nem sempre compreendemos o que os outros querem dizer e nem sempre percebemos o
que os outros dizem.” (MATOS).
Assim, é fundamental a comunicação do significado na aprendizagem.
Somente um desempenho satisfatório de tal tarefa pode situar adequadamente a Matemática
nos currículos, servindo tanto ao estabelecimento de uma continuidade entre escola e vida, quanto à
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 291
fundamentação das rupturas necessárias com o senso comum, no caminho para a construção de uma
autonomia intelectual.
2.9.2 OBJETIVOS GERAIS
Feitas as considerações sobre a importância da Matemática no Ensino Médio, deve
estabelecerse os objetivos para que o ensino dessa disciplina tenha uma aprendizagem real e significativa,
levando o aluno a:
Compreender os conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas que permitam adquirir→
uma formação científica geral e avançar em estudos posteriores;
Aplicar seus conhecimentos matemáticos nas atividades cotidianas, na atividade tecnológica→
e na interpretação da ciência;
Desenvolver a capacidade de raciocínio, de resolver problemas, de comunicação, bem como→
seu espírito crítico e sua criatividade;
Estabelecer conexões e integração entre diferentes temas matemáticos e entre esses temas→
e outras áreas do currículo;
Expressarse em linguagem oral, escrita e gráfica diante de situações matemáticas;→
Analisar os dados do IBGE sobre a composição da população brasileira por cor, renda e→
escolaridade, no país e no município;
Análise de pesquisas relacionadas ao negro e ao mercado de trabalho, no estado e no país;→
Realização de pesquisas com relação à população negra, no bairro e no município, com a→
representação gráfica dos resultados;
Abordar a questão étnica no Paraná, suas influências, através de dados e gráficos,→
realizando pesquisas e utilizando os resultados de pesquisas já realizadas;
Usar e reconhecer representações equivalentes de um conceito;→
Analisar e interpretar criticamente dados provenientes de problemas matemáticos, de outras→
áreas do conhecimento e do cotidiano;
Desenvolver atitudes positivas em relação à Matemática, como autonomia, confiança quanto→
às capacidades matemáticas, perseverança na resolução de problemas e prazer no trabalho cooperativo;
Desenvolver o gosto pela Matemática e o prazer em “fazer matemática”.→
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 292
2.9.3 CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Números Reais;
• Equações e inequações, logarítmicas e modulares.
FUNÇÕES:→
• Funções;
• Função Afim;
• Função Quadrática;
• Função Polinomial;
• Função Exponencial;
• Função logarítmica;
• Função Modular;
• Progressões:
Progressão Aritmética (PA);
Progressão Geométrica (PG).
→ GRANDEZAS E MEDIDAS:
• Medidas de Grandezas Vetoriais.
GEOMETRIA:→
• Geometria Plana;
• Geometria espacial: poliedros e relação de Euler.
→ TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
• Leitura de tabelas e gráficos;
• Construção de gráficos através de pesquisas já realizadas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 293
• Construção e a tabulação de dados através de pesquisas realizadas pelos alunos.
2ª SÉRIE
FUNÇÕES:→
• Função trigonométrica.
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Matrizes;
• Determinantes;
• Sistemas lineares.
GRANDEZAS E MEDIDAS:→
• Trigonometria;
• Medidas de Área;
• Medidas de Volume.
→ TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
• Análise combinatória;
• Binômio de Newton.
3ª SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA:→
• Números complexos;
• Polinômios.
GEOMETRIA:→
• Geometria analítica;
• Geometria espacial;
• Noções básicas de geometria nãoeuclidiana.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 294
GRANDEZAS E MEDIDAS:→
• Medidas de informática;
• Medidas de energia.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:→
• Estatística;
• Matemática Financeira;
• Probabilidade.
2.9.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Levando em conta as funções da Matemática e a presença da tecnologia, permitese afirmar
que aprender Matemática no ensino médio deve ser mais do que memorizar resultados dessa ciência, e que
a aquisição do conhecimento matemático deve estar vinculada com o domínio de um fazer Matemática e de
um saber pensar matemático, visto que os conteúdos estão interligados, não podendo ser analisados
separadamente.
Uma reflexão sobre o ensino matemático exige que se explicite as relações existentes entre o
conhecimento historicamente construído e a Matemática como saber difundido pela escola. Não se pode
perder de vista que a construção de um conceito matemático deve ser iniciada através de situações
significativas que possibilitem ao aluno “perceber” que já tem algum conhecimento sobre o assunto. Dentro
desse contexto, apresentamse os conteúdos estruturantes – estes entendidos como saberes mais amplos
da disciplina que podem ser desdobrados, mas não isolados, nos conteúdos que fazem parte de um corpo
estruturado de conhecimentos construídos e acumulados historicamente:
Números e Álgebra: Conhecer os problemas que impulsionaram a necessidade de→
ampliação dos conjuntos numéricos e dominar os conceitos básicos que surgiram a partir de sua ampliação
proporciona, ao indivíduo, uma inserção mais completa na cultura universal ao longo da História. Na
resolução de problemas exigese a manipulação de constantes e incógnitas. Neste caso, as propriedades
das operações com números reais e com os polinômios é fundamental nesta manipulação. Devese
enfatizar que a álgebra não devese reduzir apenas a memorização de fórmulas e expressões. Devese
enfatizar, o que significam estas propriedades, possibilitando o estudo das relações entre as grandezas.
Sistemas lineares e matrizes são instrumentos de linguagem matemática na modelação de situações
problemas, além de representarem técnicas de grande utilidade para outros domínios da matemática.
Funções: Funções como conteúdos estruturantes têm um papel de grande destaque na→
modelagem de problemas reais e por fornecerem formas eficientes de estudálas. O estudo de funções
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 295
permite a resolução de uma quantidade significativa de situações a partir da construção de modelos
matemáticos, estabelecendo uma correspondência entre os domínios de duas variáveis. Fenômenos
periódicos são descritos principalmente por funções trigonométricas; algumas situações que envolvem
crescimento ou decrescimento rápido podem ser representadas por funções exponenciais; que distâncias
podem ser expressas usando a representação de função modular; a função logaritmo permite simplificações
no cálculo de produtos ou no cálculo das potências dos números com muitos dígitos. A linguagem gráfica
das funções, apresentada sob várias formas, por sua comunicação direta e global, ganha cada vez mais
destaque na sociedade global. O estudo das funções ganha relevância especial não apenas pela
capacidade de leitura e interpretação de gráficos funcionais, dão significados às variações de grandezas
envolvidas, mas também pela possibilidade de análise para estimar resultados de fazer previsões. Os
gráficos são importantes instrumentos para tornar mais significativas as resoluções de equações e
inequações algébricas.
Geometria: A utilização de conhecimentos geométricos para leitura, compreensão e ação→
sobre a realidade tem longa tradição na história da humanidade. É inegável a importância de saber
caracterizar as diferentes formas geométricas e espaciais, presentes na natureza, através de seus
elementos e propriedades, bem como de poder representálas por meio de desenho geométrico. Na
resolução de diferentes situaçõesproblemas, seguramente se faz necessária uma boa capacidade de visão
geométricoespacial, o domínio das ideias de proporcionalidade e semelhança, a compreensão dos
conceitos de comprimento, área e volume, bem como saber calculálos. Devese salientar que semelhança
de triângulos permitiu o desenvolvimento da trigonometria no triângulo retângulo, criada para solucionar
problemas práticos de cálculo de distâncias inacessíveis. Por outro lado, as noções de semelhança e
congruência nos remetem também aos fundamentos da própria Geometria. Saber utilizar as coordenadas
cartesianas de pontos no espaço possibilita a descrição de objetos geométricos numa linguagem algébrica,
ampliando consideravelmente os horizontes da modelagem e da resolução de problemas geométricos, por
meio da interação entre essas duas áreas da matemática.
Tratamento da Informação: Propõese Tratamento da Informação pelas possibilidades de→
entender e participar das dinâmicas da sociedade, englobando neste contexto a estatística e a matemática
financeira. O desenvolvimento do espírito crítico, da capacidade de analisar e de tomar decisões, diante de
diversas situações da vida em sociedade, exige informação. O estudo de estatística e probabilidade estão
cada vez mais presentes nos meios de comunicações como forma de apresentação de dados. Pesquisas de
opinião, de preços, estudos sobre doenças e epidemias e outros temas de interesse social, ambiental ou
econômico estão presentes nos noticiários diariamente, permeadas de porcentagens ou indicadores, como
gráficos e tabelas, muitas vezes induz consequências prováveis e manipula opiniões nos mais diversos
assuntos. Para interpretar com autonomia e crítica devese compreender a linguagem presentes nos
gráficos e tabelas, ou seja, a linguagem pictográfica, compreender a importância da amostra para as
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 296
conclusões de uma pesquisa e ter claro que a atribuição de probabilidade é, sobretudo, uma forma de
quantificar a incerteza do resultado a ser obtido. Em diferentes campos, áreas e atividades profissionais,
são de grande utilidade as capacidades de reconhecer o caráter aleatório de fenômenos, utilizar processos
de contagem em situaçõesproblemas, calcular probabilidades, representar frequências relativas e construir
espaços amostrais. Na resolução de problemas de contagem, o importante é a habilidade de raciocínio
combinatório. É fundamental valorizar o desenvolvimento da capacidade de formular estratégias para a
organização dos dados apresentados em agrupamentos que possam ser contados corretamente, tendo em
vista que a mera aplicação de fórmulas não permite a resolução da maior parte dos problemas de
contagem. A importância da Matemática Financeira com suas aplicações práticas são importantes nas
atividades cotidianas de quem precisa lidar com dívidas ou crediários, interpretar descontos, entender
reajustes salariais, escolher aplicações financeiras, entre outras atividades de caráter financeiro.
2.9.5 AVALIAÇÃO
Na tarefa de avaliar é preciso identificar: para que avaliar, como e o que avaliar. Assim, ela não
pode ser nem classificatória, nem punitiva, pois seu objetivo não se esgota na constatação de pontos fracos
e fortes de todo o ambiente escolar. Ensejar ações futuras, sinalizar para novas conquistas. Assim, a
avaliação existe para melhorar a cada dia a prática educacional, devendo ser coletiva e democrática, onde
todos participam direta ou indiretamente do processo educativo.
É importante que o professor insista para que os alunos explicitem os procedimentos adotados
e que expliquem de forma oral e/ou escrita as suas afirmações, na solução de situações propostas, sendo,
dessa forma, o professor um mediador no processo pedagógico, pois é com as tentativas e erros do aluno
que se constrói a aprendizagem e a avaliação.
Através da observação, intervenção, revisão, buscase os diversos métodos, inclusive por meio
de ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computadores e calculadoras.
Sendo assim, o professor deve considerar na avaliação os registros escritos e as
manifestações orais dos alunos, os erros de raciocínio e de cálculo, as ideias e os caminhos para a
resolução, devendose levar em conta: os porquês deste ou daquele caminho usado; os conceitos
aplicados; conduzir o aluno ao raciocínio com base no que os alunos relatam, aprofundar os conceitos não
apreendidos; se o processo é mecânico ou há o uso da lógica.
A avaliação existe para melhorar a cada dia a prática educacional, devendo incluir a complexa
relação do aluno com o conhecimento e o raciocínio matemático.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 297
Ela deve servir como instrumento de diagnóstico do processo de ensinoaprendizagem,
oferecendo elementos para uma revisão de postura de todos os componentes desse processo (aluno
professorconteúdometodologiainstrumento de avaliação), privilegiando as relações entre os conteúdos:
números e álgebra; grandezas e medidas; funções; geometrias; tratamento da informação.
A avaliação, cujos instrumentos serão provas, trabalhos em classe e extraclasse, trabalhos em
grupo, participação ativa nas atividades propostas e, principalmente, o desenvolvimento do aluno, servirá
como um diagnóstico do processo, que irá nortear os novos rumos do trabalho e será um suporte para
verificar a necessidade de uma nova metodologia ou de um processo de recuperação, buscando as causas
do fracasso e/ou as possíveis falhas e distorções observadas ao longo do processo.
Para isso serão considerados os seguintes critérios:
• compreender os números complexos e suas operações;
• interpretar matrizes e suas operações;
• dominar o conceito e as soluções de problemas que se realizam por meio de determinante;
• identificar e realizar operações com polinômios;
• identificar e resolver equações, sistemas de equações e inequações incluindo as
exponenciais, logarítmicas e modulares;
• compreender as relações matemáticas existentes nas unidades de medida de diversas
grandezas;
• aplicar a lei de senos e a lei dos cossenos de um triângulo qualquer para determinar
elementos desconhecidos;
• identificar e analisar as diferentes funções, assim como aplicar esse conhecimento para
resolver situaçõesproblema;
• reconhecer, nas sequencias numéricas, o conceito das progressões aritméticas e
geométricas, calculando os termos da sequencia;
• realizar análise dos elementos que estruturam as geometrias;
• perceber a necessidade das geometrias nãoEuclidianas para a compreensão de conceitos
geométricos, quando analisados em planos diferentes do plano de Euclides;
• manusear dados desde sua coleta até os cálculos que permitirão tirar conclusões e a
formulação de opiniões;
• dominar os conceitos do conteúdo Binômio de Newton;
• saber tratar as informações e compreender a ideia de probabilidade.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 298
2.9.6 REFERÊNCIAS
BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas. São Paulo: Ática, 1989.
______. Matemática e realidade: análise dos pressupostos filosóficos que fundamentam o ensino da
matemática. São Paulo: Cortez, 1994.
MATOS, José Manuel; SERRAZINA, Maria de Lurdes. Didática da Matemática. Lisboa: Universidade
Aberta, 1996.
MIALARET, G. A aprendizagem da matemática. Portugal: Livraria Almedina, 1975, p.36.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino
Médio. Curitiba: SEED, 2009.
_________. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para a Escola Publica do
Estado do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG, 1990.
SAVIANI, D. Pedagogia históricocrítica: primeiras aproximações. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 299
2.10 DISCIPLINA: QUÍMICA
2.10.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Química pode ser vista como um instrumento de formação humana que amplia os horizontes
culturais e a autonomia no exercício da cidadania. O conhecimento químico deve ser um dos meio de
interpretar o mundo e intervir na realidade, devendo ser apresentado como ciência, com seus conceitos,
métodos e linguagem próprios e como construção histórica, relacionando o desenvolvimento tecnológico
aos muitos aspectos da vida em sociedade.
A abordagem histórica da Ciência e da Química como pressuposto teórico das Diretrizes
Curriculares se configura como uma exigência importante para melhor entendermos os conteúdos químicos
ensinados. Olhar para o desenvolvimento da história da ciência química permite entender que ela não se
desenvolveu pelo acúmulo de descobertas individuais de mentes brilhantes e que não aconteceram
linearmente. A ciência química é uma produção de homens que vivenciaram momentos de permanência e
de rupturas.
Uma concepção de ensino de Química que rompe com as abordagens tradicionais do objeto de
estudo da disciplina é uma abordagem de conceitos químicos na perspectiva da elaboração/reelaboração
de significados dos conceitos científicos, em duas instâncias de abordagem: contextual e conceitual.
As duas abordagens (contextual/conceitual) trabalhadas em conjunto fornecem aos alunos
instrumentos para uma leitura crítica de mundo, desenvolvem o seu conhecimento da ciência química, a sua
apropriação dos conceitos da Química e os sensibilizam para um comprometimento com a vida no planeta.
2.10.2 OBJETIVO GERAL:
Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de refletir
criticamente sobre o meio em que está inserido.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação do ser humano, individual e
coletiva com o ambiente;
• Descrever as transformações químicas em linguagem discursiva;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 300
• Compreender os códigos e símbolos da Química atual;
• Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e viceversa;
• Utilizar a representação simbólica das transformações químicas;
• Reconhecer suas modificações ao longo do tempo.
2.10.3 CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
→ MATÉRIA E SUA NATUREZA, BIOGEOQUÍMICA E QUÍMICA SINTÉTICA
• Matéria
• Solução
• Tabela Periódica
• Radioatividade
• Ligações Químicas
• Reações Químicas
2ª SÉRIE
→ MATÉRIA E SUA NATUREZA, BIOGEOQUÍMICA E QUÍMICA SINTÉTICA
• Cálculos estequiométricos
• Soluções
• Soluções;
• Termoquímica;
• Cinética
3ª SÉRIE
→ MATÉRIA E SUA NATUREZA, BIOGEOQUÍMICA E QUÍMICA SINTÉTICA
• Propriedades do carbono
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 301
• Funções Orgânicas
• Isomeria
2.10.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O conhecimento químico, assim como todos os demais saberes, não é algo pronto, acabado e
inquestionável, mas em constante transformação. Para tal, a abordagem teórico metodológica mobilizará por
meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no desenvolvimento de práticas experimentais, na
análise de situações cotidianas, e ainda na busca de relações da Química com a sociedade e a tecnologia.
Para a organização dos conteúdos curriculares propõese que o ponto de partida sejam os
conteúdos estruturantes e seus respectivos conceitos e categorias de análise. A partir dos conteúdos
estruturantes devese desenvolver com os alunos os conceitos que perpassam o fenômeno em estudo,
possibilitando o uso de representações e da linguagem química no entendimento das questões que devem
ser compreendidas na sociedade.
Para que o estudante tenha uma boa compreensão dos conteúdos apresentados pela disciplina, é
importante partir do saber prévio (senso comum ou concepção alternativa) que o aluno apresenta. No
entanto, cabe ao professor de química darlhe os fundamentos teóricos para que se aproprie dos conceitos
da Química e do conhecimento científico sobre esses assuntos para que desenvolva atitudes de
comprometimento com a vida no planeta.
2.10.5 AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob os condicionantes do
diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em interações recíprocas, no diaadia, no transcorrer
da própria aula e não apenas no modo pontual, portanto está sujeita a alterações no seu desenvolvimento.
A avaliação não tem finalidade em si, mas deve subsidiar e mesmo redirecionar o curso da
ação do professor, em busca de assegurar a qualidade do processo educacional no coletivo da escola.
Critérios de Avaliação
Em química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos. Valorizase,
assim, uma ação pedagógica que considere os conhecimentos prévios e o contexto social do aluno, para
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 302
(re)construir os conhecimentos químicos.
Devese usar vários instrumentos de avaliações, como: provas, leitura e interpretação de textos,
produção de textos, pesquisas bibliográficas, apresentações de seminários, entre outras.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 303
2.10.6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino
Médio PCNEM. Brasília: MEC/SEMTEC; 2002.
CHASSOT, A. Para que(m) é útil o Ensino. Canoas: Ed. Da Ulbra, 1995.
HALL, N. Neoquímica. A Química moderna e suas aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Química,
Curitiba: SEED, 2009.
SANTOS, W. L.P. & SCHNETZIER. Educação em Química: compromisso com a cidadania. Ijui. Unijui.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 304
2.11 DISCIPLINA: SOCIOLOGIA
2.11.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Sociologia surge, enquanto ramo do saber científico, com a função de compreender e interpretar
as transformações econômicas, sociais e políticas que se processavam na Europa a partir da desagregação
da sociedade feudal e da consolidação do capitalismo. Historicamente, o marco de surgimento da Sociologia
inserese na busca de explicações científicas para as inúmeras transformações sociais, econômicas,
políticas e culturais decorrentes da Revolução Industrial e da Revolução Francesa do século XVIII.
A profunda transformação do modo de produção e as novas ideias políticas desenvolvidas a partir
dessas revoluções produziram novas relações sociais e novos problemas para a sociedade. “Os conflitos
gerados pelo surgimento de novas classes sociais, de novas ideologias, de diferentes questionamentos,
reclamam a elaboração de respostas. A sociedade tornase um problema que precisava de explicação”
(CARVALHO, 2004, p. 199). Era necessário, portanto, que se desenvolvesse um saber científico capaz de
encontrar respostas e soluções para a crise e de compreender a problemática social que se instalava. E
assim nasce a Sociologia.
Por um lado, o saber sociológico surge enquanto um mecanismo importantíssimo para a
compreensão das transformações e, por outro, funcionava para “amenizar o espanto” do homem frente à
crise social e econômica que se instaurava. Não é à toa que o pensamento positivista que se desenvolve
nos primórdios da Sociologia visava restaurar a ordem social por meio de um processo conservador e
reformista.
Enquanto saber sistematizado, a Sociologia tem procurado compreender e conhecer as sociedades
humanas. Assim, temos que o objeto do conhecimento sociológico pode ser definido como “o conhecimento
e a explicação da sociedade pela compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem
em grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes grupos, bem como a
compreensão das consequências dessas relações para indivíduos e coletividades”. (DIRETRIZES
CURRICULARES DE SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO, p. 20).
Todavia, esse conhecimento não explica a realidade unicamente a partir de uma teoria, visto não
haver uma única forma de explicar sociologicamente a realidade. Cabe ao professor, de acordo com seus
posicionamentos políticos e com as teorias tradicionais da Sociologia, escolher aquela mais adequada para
explicar o objeto de estudo em questão.
O ensino da Sociologia deve buscar, nas diferentes tradições sociológicas, o seu devido potencial
explicativo, bem como resgatar a história da Sociologia, como forma coerente de estabelecer um processo
dialético entre a ação política e a ação educacional, visando construir um conhecimento crítico e com o rigor
científico necessário.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 305
Conforme destaca CARVALHO, a Sociologia nasce:
“como forma autoconsciente da realidade para boa parte das reflexões dos primeiros
pensadores, que hoje fazem parte dos clássicos das Ciências Sociais. Como exemplo
podemos citar SaintSimon, Tocqueville, Comte, Burk, Spencer, Feurerbach, Durkheim, Weber,
Marx e outros. Todos tratando de compreender, explicar e responder às transformações e
crises manifestas em processos sociais e estruturais, em movimentos de protesto, greve,
revolta e revolução”. (CARVALHO, 2004, p. 200).
Tomando como base as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, estabelecidas pela
SEED/PR, destacamos a seguir algumas concepções teóricas1 que fundamentam a Sociologia enquanto
disciplina acadêmica e escolar:
Concepções Sociológicas de Karl Marx:
Karl Marx (18181883) concebe a sociedade capitalista como relação de exploração, e a
educação como possibilidade de emancipar o sujeito da opressão exercida por essa relação desigual.
Marx, cuja teoria teve a finalidade de compreender a natureza da sociedade capitalista e
apontar uma direção para sua transformação, investigou os mecanismos de “enquadramento” social dos
indivíduos pela análise das forças sociais capazes de controlar a consciência humana. Ao perceber, para
além das aparências, o processo histórico que conduziu a burguesia ao patamar de classe dominante. Marx
enunciou – como lei de validade geral – que a história das sociedades é movida pela luta de entre as
classes sociais.
A concepção de sociedade marxista torna complexa e frágil a concepção de Durkheim, ao
demonstrar que a coerção da sociedade sobre os indivíduos, pelas pressões e obrigatoriedades, não é
indiscriminada, indistinta, mas que acontece de uma determinada classe social sobre outra, a qual, por sua
vez, não tem consciência real do processo de dominação do qual é objeto. Essa coerção e essa dominação
se manifestam de variadas formas.
1 O texto sobre as concepções teóricas que segue foi copiado na íntegra dos Cadernos da SEED/PR que estabelecem as diretrizes curriculares para Sociologia de 2007 (p. 20 a 24), em função de sintetizar de forma objetiva a discussão acerca da teoria e da prática educativa como resultado das discussões realizadas pelo corpo docente de Sociologia.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 306
Para Marx, a educação é importante forma de perpetuar a exploração de uma classe sobre a
outra, pois dissemina a ideologia dominante e inculca na classe dominada o modo burguês de ver o mundo.
No entanto, Marx também vê na educação a possibilidade de reverter essa situação. Conforme seu
entendimento, cabe à educação desenvolver ao trabalhador expropriado o conhecimento do conjunto, do
processo produtivo, e extinguir a divisão do trabalho em intelectual e manual e, consequentemente, a
alienação.
Marx propõe a substituição do indivíduo parcial e restrito, fragmentado socialmente, pelo
indivíduo integral, cujas ações sociais seriam desdobramentos de suas potencialidades. De acordo com
Marx, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou emancipar o
homem.
Concepções Sociológicas de Émile Durkheim: Émile Durkheim (18581917) concebe a
sociedade capitalista como vínculo moral entre os homens e a educação como forma de manutenção da
estabilidade e da ordem social.
Para Durkheim, as representações dos fatos sociais são percebidas pelas pessoas de modo
singular e coletivo ao mesmo tempo: cada ser humano é habitado por estados mentais que dizem respeito
apenas à sua pessoa quanto por estados mentais coletivos, que são crenças, valores e hábitos
compartilhados.
O sujeito faz parte da sociedade assim como parte da sociedade o compõe. Portanto, a
sociedade faz sentido somente se compreendida como um conjunto cuja existência própria,
independentemente de manifestações individuais, exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a
partir de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma, ela não “cabe” na sua totalidade, na mente
de cada indivíduo. Assim consideradas, as representações coletivas exteriores às consciências individuais
não derivam dos indivíduos tomados isoladamente, mas de sua cooperação.
Como totalidade, a sociedade precede sobre os indivíduos. Daí a necessidade da cooperação
para concretizar a organização social. Durkheim afirma que, para haver cooperação é necessário consenso,
ou seja, adesão às regras sociais de validade geral e indistinta, de modo que cabe à educação ensinar aos
indivíduos essas regras. Para Durkheim, educação é socialização, é ensinar e aprender o “lugar” de cada
um no sistema, no organismo social, sem questionar se a forma de organização social é desigual ou não.
Sob tal ponto de vista, a sociedade modela a ação individual; à educação cabe enquadrar cada indivíduo às
expectativas de classe, gênero, etnia, e moral que são esperadas dele.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 307
Concepções Sociológicas de Max Weber:
Max Weber (18641920) concebe a sociedade capitalista como vínculo de racionalização da
vida, resultado de uma grande teia de interações e relações interindividuais e pensa a educação como uma
resposta limitada e inexorável a essa racionalização.
Para Weber, a realidade social não é algo por si, independente. A realidade tem determinada
fisionomia a partir dos valores que orientam sua compreensão, os quais são compartilhados, são coletivos.
No entanto, são introjetados e apreendidos de formas diferenciadas, efeito do processo de interação social.
Ou seja, o social reside na interação entre as partes, que são muitas e se renovam a cada dia; daí a
impossibilidade de sua apreensão como totalidade.
No que tange à compreensão da realidade social, no máximo, é possível decifrar a significação
da ação social, ou seja, as condutas humanas. Para Weber, a ação social no mundo moderno exige dos
homens desempenho de tarefas, além dos valores, e não prescinde do cálculo dos custos e benefícios e da
racionalidade (finalidades). Compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela
racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam
uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras.
Weber entende que uma ordem social, para atender à finalidade do mundo moderno capitalista,
tornase cada vez mais ampla, institucionalizada, desencantada e, sobretudo, burocrática. Nesse contexto,
sob uma compreensão “desencantada”, Weber considera que resta à educação sistemática (escolar) prover
os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições –
conduta de vida e conhecimento especializado – necessárias para realizar suas funções de perito na
burocracia profissional.
Concepções Sociológicas de Antonio Gramisci:
Antonio Gramisci (18911937), pensador marxista e ativo militante comunista, volta sua reflexão
para as sociedades de capitalismo avançadas, caracterizadas por um forte mercado interno e pelo
pluralismo político. Conforme a concepção de Gramisci, o poder é diluído entre o governo e suas
instituições, qualificando por ele como o espaço da coerção; e as variadas instâncias da sociedade civil,
como as indústrias, os partidos, os sindicatos, chamadas de espaço de consenso e persuasão.
Dessa concepção de sociedade, Gramisci propõe uma ação política revolucionária articulada
organicamente na sociedade, no cotidiano das relações sociais. Além da superação da exploração de uma
classe sobre a outra e da eliminação da propriedade privada, é necessário conquistar a hegemonia política
e ideológica, lutar contra a apropriação privada e elitista do conhecimento.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 308
A escola, em seus diferentes graus, é o instrumento da formação de um novo tipo de homem,
que deve entenderse como produto de uma elaboração de vontade e pensamento coletivo, logrado
mediante o esforço individual concreto e não por processos ou determinações alheios a cada um.
Para Gramisci, as características da alternativa pedagógica que busca uma nova sociedade
são:
que a educação seja social;
que a educação seja de todos e para todos; e
que a educação seja responsável, aceita interiormente, e não imposta.
Tratase do projeto da “escola única”, na qual, desde o nível fundamental até o nível superior,
não esteja presente o abismo que separa as classes sociais na sociedade capitalista ocidental. Esse projeto
é revolucionário porque abandona a ideia do conhecimento dual, ou seja, extingue a existência de escolas
nas quais são preparados para dirigentes e escolas nas quais outros são preparados para serem dirigidos.
Concepções Sociológicas de Pierre Bourdieu:
Em sua concepção de sociedade, Bourdieu (19302002) radicaliza a precedência e o peso das
estruturas sociais sobre as ações individuais presentes no pensamento de Durkheim. Bourdieu questiona o
discurso que propaga uma escola igualitária que, supostamente, possibilitaria a concretização das
potencialidades humanas. Ao contrário, para ele, a instituição escolar dissimularia, sob a fachada da
neutralidade, as desigualdades.
As escolas, as universidades e outras instituições reproduzem as relações sociais e de poderes
dominantes pelos critérios de triagem e seleção, inclusão ou exclusão de conteúdos, métodos e,
consequentemente, de indivíduos que ocupam determinados papéis sociais.
Sob tal concepção, a possibilidade de mudança não está necessariamente na educação que
veicula o saber sistematizado. Assim, toda ação pedagógica é considerada uma violência simbólica,
arbitrária, e oculta relações de força sob imposição de valores, normas e concepções culturais revestidas de
uma suposta autoridade, originárias nos grupos e classes dominantes.
Para Bourdieu, os bens culturais aos quais o aluno têm acesso conforme sua classe social,
incrementados pelos conhecimentos escolares – seu capital cultural , determinam a sua posição na
hierarquia econômica e social.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 309
Concepções Sociológicas de Florestan Fernandes:
Para Florestan Fernandes (19201995), a sociedade é um nexo de relações causais que se
desdobram em processos e estruturas que engendram a especificidade social. Para ele, o homem se
constitui como ser social no mesmo processo por meio do qual constitui sua sociabilidade, sua forma de
organização concreta. “Existir” socialmente significa, para o sociólogo, compartilhar condições e situações,
desenvolver atividades e reações, praticar ações e relações que são interdependentes e se influenciam
reciprocamente. Tal nexo de relações configura as condições de persistência e/ou transformação da
realidade social.
Ao se voltar para conteúdos que propiciem a consciência social de classe dos trabalhadores e
sua desobjetificação, Florestan Fernandes reivindica uma escola que dê prioridade à maioria da população
marginalizada. A educação e a autoemancipação coletiva se tornam, então, codeterminantes de uma
relação recíproca mediada pela escola e inspirada no papel político da classe trabalhadora de negar a
sociedade capitalista existente.
As concepções sociológicas acima pontuadas orientam a prática pedagógica de sala de aula e
oferecem aos alunos uma reflexão crítica da realidade que o cerca. Conforme o caderno de Sociologia da
SEED/PR destaca, é “do resgate dos conteúdos críticos, da sociologia clássica e moderna que permitem
esclarecer muitas questões acerca de desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais da sociedade
brasileira”.
Esse resgate permite que se coloque em pauta, no ensino de sociologia, a teoria e a realidade
social, de forma que se discutam os principais problemas sócioeconômicos do país, reconhecendo as
classes e grupos sociais excluídos na sociedade capitalista. É necessário resgatar para o aluno as
determinações históricas que originaram os problemas sociais, bem como a necessidade de posicionarse
criticamente e politicamente frente a essa realidade, transformandoa.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 310
2.11.2 OBJETIVOS GERAIS
A Sociologia tem a difícil tarefa de fazer com que o aluno possa investigar, descrever, explicar,
compreender e decodificar os fatos relacionados à vida social. Ela deve possibilitar que o educando
compreenda o mundo a sua volta de maneira crítica e consciente. Enquanto saber crítico e humanista, deve
criar condições para que o aluno possa analisar com racionalidade e coerência teórica a problemática da
sociedade em que vive.
Conforme salienta CARVALHO (2004, p. 344), as Ciências Sociais “(...) possibilitam um
instrumental teóricoprático ao educando que lhe permite se perceber como um elemento ativo e capaz de
viabilizar, mediante o exercício pleno de sua cidadania, mudanças sociais que apontem para um modelo de
sociedade mais justo e solidário”. Portanto, temos que o objetivo central da Sociologia é, conforme pregava
Florestan Fernandes, propiciar que os jovens, ainda em sua formação secundária, possam tratar dos
problemas econômicos, políticos e sociais do país, de forma prática e científica, por meio de técnicas de
investigação social. Essa perspectiva contribui para que o educando possa não só conhecer e compreender
a sociedade, mas também interferir e alterar suas práticas sociais, de maneira a construir uma realidade
social humana, justa e cidadã.
Hoje, a sociedade está passando por uma transformação dramática, revelada pelo aumento
dos conflitos étnicos, o desvio de empregos para países com mãodeobra mais barata, a globalização
econômica e a exclusão social, consumismo, desemprego, a dificuldade de serviços de financiamento do
governo, a mudança no mercado de trabalho, o aumento da fome nas superpopulações, a quebra do
equilíbrio ecológico, a violência, a redefinição dos papéis sociais dos homens e das mulheres e muitas
outras mudanças. Entender essa problemática é tão necessário quanto foram as razões do surgimento da
Sociologia nas primeiras décadas do século XIX. Portanto:
“a Sociologia revela e constitui dimensões essenciais do mundo moderno. As expressões
sociedade civil e estado nacional, comunidade e sociedade, ordem e progresso, racional e
irracional, anomia e alienação, ideologia e utopia, revolução e contrarevolução, entre outras,
explicam e constituem muito desse mundo. Essa problemática denota o emprenho do
pensamento sociológico em compreender, interpretar, taquigrafar, ordenar, controlar, dinamizar
ou exorcizar esse mundo” (CARVALHO, 2004, p. 200).
Eis a importância desta Disciplina no currículo escolar do Ensino Médio. O campo teórico e
científico da Sociologia e as reflexões que ela propõe ao educando permitem o desenvolvimento de uma
consciência crítica da realidade e da sociedade em que está inserido. A formação humanística da Sociologia
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 311
propicia o despertar da crítica e da cidadania frente às múltiplas realidades que envolvem o cotidiano do
estudante nos dias atuais.
OBJETIVOS
→ Apropriarse de conhecimentos e conceitos da Sociologia.
Compreender o pensamento sociológico e problematizar a vida em sociedade no campo→
ético, político, cultura e econômico.
Articular as teorias sociológicas com os problemas atuais: políticos, sociais, econômicos e→
culturais.
Adquirir uma visão sociológica do mundo no sentido de contribuir para a formação da→
pessoa humana, negando o individualismo e compreendendo a sociedade na qual estamos inseridos.
Desenvolver uma reflexão crítica e analítica da sociedade globalizada.→
Estabelecer procedimentos próprios do pensamento crítico: apreensão e construção de→
conceitos, argumentações e problematização.
Promover o contanto cognitivo do aluno como pensar sociológico por meio da análise de→
textos clássicos e da pesquisa.
Desenvolver técnicas e métodos de leitura e análise de textos.→
Estimular a produção textos analíticos e reflexivos.→
Compreender a importância da responsabilidade social do indivíduo com o mundo em que→
vive.
2.11.3 CONTEÚDOS
Conforme o caderno “Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino Médio” da SEED/PR, os
conteúdos que seguem não se resumem a uma listagem de temas e conceitos encadeados de forma
engessada e rígida. São “conteúdos representativos dos grandes campos de saber, da cultura e do
conhecimento universal e devem ser compreendidos a partir da práxis pedagógica como construção
teórica”. São considerados, portanto, como um rol de conteúdos estruturantes, centrais e básicos para a
compreensão da realidade social, cuja função básica é instrumentalizar alunos e professores na seleção,
problematização e organização dos conteúdos específicos da sociedade em que o aluno está inserido.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 312
É possível trabalhar os Conteúdos Estruturantes de maneira que haja uma interrelação entre
os conceitos, as teorias e os temas. A proposta que segue, parte dos conceitos, para, num segundo
momento, fazer a leitura de alguns textos teóricos sobre o conteúdo e, por último, no desenvolvimento de
temas específicos, visando aliar as questões teóricas e conceituais com a realidade. Nesse sentido, a
tentativa é fazer com que o aluno, de posse de determinados conceitos, possa compreender a realidade
social que o cerca, contextualizála, percebendo a importância da Sociologia enquanto Ciência na sua vida.
Os conteúdos também incorporam a temática referente às Relações ÉtnicoRaciais propostas
pela Lei 10.693/03 e pela Deliberação 04/06 do Conselho Estadual de Educação no que se refere ao Ensino
de História e Cultura AfroBrasileira e Africana.
Além da temática afrobrasileira e africana, procuraremos inserir nas discussões os conteúdos
referentes à História do Paraná, conforme consta na Lei Estadual 13.381/01, principalmente no que diz
respeito à formação da sociedade paranaense, a contribuição das etnias europeias na construção do povo
do Paraná.
A questão do meio ambiente também se faz presente nos conteúdos a serem trabalhados em
Sociologia, em função da interligação entre sociedade e ambiente, principalmente no que se refere à
exploração e degradação do espaço na produção da vida material. Nesse sentido, conforme a Lei 9.795/99
que trata da Educação Ambiental, sempre que possível, os conteúdos abordarão a temática do meio
ambiente e a relação do homem com a natureza enquanto um dos polos de construção da vida social.
No que se refere à portaria 413/2002 do Programa Nacional de Educação Fiscal, o ensino de
Sociologia pode contemplar em diversos temas de estudo, a sensibilização do aluno para as questões
fiscais, a importância do tributo na construção de uma sociedade justa e melhor para todos.
Assim sendo, os conteúdos estruturantes ficaram assim divididos:
→ PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS:
a) Conceitos:
• Introdução à Sociologia (conceituação e histórico);
• Importância da Sociologia;
• Sociabilidade e socialização;
• Convívio social;
• Interação social;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 313
• Papel ou status social;
• Individualismo;
• Competição e conflito social;
• Instituições sociais (Família, Igreja, Estado, Escola...);
• Grupos sociais.
b) Teorias:
• O positivismo e a ideia de coesão e harmonia social;
• A teoria da ação social de Weber;
• Estudos antropológicos contemporâneos que tratem dos grupos sociais, da juventude,
dos conflitos étnicos e da violência;
• A abordagem de Michel Foucault sobre a Instituição Escola e a de Marx sobre a
Instituição Religiosa.
c) Temas possíveis de serem desenvolvidos:
• A influência das instituições na socialização dos indivíduos;
• A influência das mídias nos valores e no processo de socialização;
• Os conflitos étnicos e religiosos no mundo e as barreiras para a interação social e para
a tolerância (Lei 10.693/03 e pela Deliberação 04/06 do Conselho Estadual de Educação);
• A Constituição e a diversidade étnica da sociedade paranaense (Lei Estadual 13.381/01
– História do Paraná);
• A questão do afrodescendente na sociedade brasileira e o sistema de quotas (Lei
10.693/03 e pela Deliberação 04/06 do Conselho Estadual de Educação);
• A juventude e violência;
• As diferentes “tribos” urbanas (gangues, skatistas, punks).
→ CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL:
a) Conceitos:
• Cultura;
• Cultura e diversidade;
• Natureza e cultura;
• Identidade cultural;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 314
• Etnocentrismo;
• Etnia;
• Cultura erudita, popular e industria cultural;
• Globalização e cultura.
b) Teorias:
• Evolucionismo e a noção de “inferioridade cultural”;
• O Determinismo social;
• A Escola de Frankfurt e a indústria cultural;
c) Temas possíveis de serem desenvolvidos:
• A diversidade cultural no mundo;
• As diversas manifestações culturais no Brasil;
• A mídia e a indústria cultural;
• O consumismo e a degradação do meioambiente (Lei 9.795/99 Educação
Ambiental).
• As sociedades indígenas do Brasil;
• A cultura afrobrasileira e africana (Lei 10.693/03 e pela Deliberação 04/06 do Conselho
Estadual de Educação);
• A cultura do imigrante que integrou e construiu o Estado do Paraná (Lei Estadual
13.381/01 – História do Paraná);
• Cultura e contracultura;
• O processo de globalização e a idéia de “cultura universal”;
• O meio ambiente na sociedade globalizada (Lei 9.795/99 Educação Ambiental).
TRABALHO, PRODUÇÃO E CLASSES SOCIAIS:→
a) Conceitos:
• Trabalho;
• Divisão do Trabalho;
• Alienação;
• Modos de Produção;
• Classes Sociais no Capitalismo;
• Mobilidade social;
• Poder econômico.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 315
b) Teorias:
• A divisão do trabalho em Durkheim;
• Marxismo: modo de produção capitalista, estratificação social e exploração do trabalho.
c) Temas possíveis de serem desenvolvidos:
• Desigualdade social e econômica no Sistema Capitalista;
• O trabalho e a questão de gênero: o tratamento desigual no trabalho feminino;
• A exclusão social do afrodescendente e a discriminação no trabalho (Lei 10.693/03 e
pela Deliberação 04/06 do Conselho Estadual de Educação);
• A contribuição histórica do imigrante paranaense para a economia do Estado;
• A exploração do trabalho infantil;
• Globalização e exclusão social dos trabalhadores;A exploração da natureza no modo
de produção capitalista e o consumismo (Lei 9.795/99 Educação Ambiental).
• O trabalho informal como um mecanismo de sobrevivência;
• A exploração da natureza no modo de produção capitalista e o consumismo (Lei
9.795/99 Educação Ambiental).
→ PODER, POLÍTICA E IDEOLOGIA:
a) Conceitos:
• Poder;
• Política;
• Ideologia;
• Estado;
• Supranacionalidade.
b) Teorias:
• O poder e o Estado em Weber, Marx, Hobbes e Rousseau;
• A noção de ideologia desenvolvida pelo Marxismo.
c) Temas possíveis de serem desenvolvidos:
• A legitimidade do poder do Estado;
• O poder de polícia do Estado e a importância dos tributos na distribuição dos bens
sociais (Portaria 413/2002 do Programa Nacional de Educação Fiscal);
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 316
• As diferentes manifestações ideológicas na sociedade atual: história em quadrinhos, a
“superioridade estadunidense”, o Islã...
• As manifestações da ideologia por via das Mídias;
• A ideologia do branqueamento inserida na Lei 209/1921 que estabelecia cotas para o
ingresso de asiáticos e proibição da entrada de imigrantes negros no Brasil (Lei 10.693/03 e pela
Deliberação 04/06 do Conselho Estadual de Educação);
→ DIREITOS, CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS:
a) Conceitos:
• Cidadania;
• Lei e Direito;
• Justiça e injustiça;
• Desigualdade social;
• Direitos Humanos;
• ONGs;
• Movimentos Sociais.
b) Teorias:
• A desigualdade econômica em Marx;
• O surgimento dos Movimentos Sociais segundo Max Weber.
c) Temas possíveis de serem desenvolvidos:
• A conquista da Cidadania na sociedade brasileira;
• Desigualdade social na moradia, no acesso ao consumo e à Escola;
• O problema da fome no Brasil;
• A pobreza, a distribuição de renda e a exclusão social;
• A distribuição da renda através da aplicação dos tributos (portaria 413/2002 do
Programa Nacional de Educação Fiscal);
• A importância do reconhecimento dos direitos humanos;
• Os movimentos sociais urbanos e rurais: os semteto, o MST, os sindicatos de
trabalhadores, as associações de bairro, o Movimento Negro, o Movimento Feminista, os
Movimentos Ecológicos e Ambientalistas.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 317
Obs.: Pela atual Grade Curricular, a Disciplina de Sociologia é lecionada na 3ª série e possui 2
aulas semanais.
2.11.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os conteúdos estruturantes não podem ser trabalhados de maneira autônoma ou sequencial,
por vezes são articulados entre si e em outros momentos, os conteúdos podem ser trabalhados em si
mesmo sem uma articulação com os demais.
Para dar conta de trabalhar os conteúdos da Sociologia e em função da dinâmica da sociedade
e da própria ciência, o professor deve fazer uso de vários instrumentos metodológicos. Estes instrumentos
devem ser adequados aos objetivos pretendidos em cada conteúdo, bem como devem possibilitar o
desenvolvimento de um pensamento crítico e questionador.
Ressaltamos que os procedimentos metodológicos devem ser adotados de acordo com o
conteúdo estruturante ou com os conteúdos específicos que serão trabalhados, pois nem todos os
procedimentos cabem para todos os conteúdos, bem como nem todo conteúdo pode ser trabalhado com
qualquer prática metodológica. Pontuamos alguns encaminhamentos metodológicos próprios do
conhecimento sociológico que podem ser adotados:
Os conteúdos estruturantes não podem ser trabalhados de maneira autônoma ou sequencial,
por vezes são articulados entre si e em outros momentos, os conteúdos podem ser trabalhados em si
mesmo sem uma articulação com os demais.
Para dar conta de trabalhar os conteúdos da Sociologia e em função da dinâmica da sociedade
e da própria ciência, o professor deve fazer uso de vários instrumentos metodológicos. Estes instrumentos
devem ser adequados aos objetivos pretendidos em cada conteúdo, bem como devem possibilitar o
desenvolvimento de um pensamento crítico e questionador.
Ressaltamos que os procedimentos metodológicos devem ser adotados de acordo com o
conteúdo estruturante ou com os conteúdos específicos que serão trabalhados, pois nem todos os
procedimentos cabem para todos os conteúdos, bem como nem todo conteúdo pode ser trabalhado com
qualquer prática metodológica. Pontuamos alguns encaminhamentos metodológicos próprios do
conhecimento sociológico que podem ser adotados:
• Leitura e análise de textos clássicos e contemporâneos é através da leitura dos clássicos e
dos teóricos da Sociologia contemporânea, que se estabelece o caráter científico das análises
e a superação do senso comum na produção do conhecimento.
• Pesquisa de campo – definição de temas específicos, produção de préprojeto de pesquisa,
roteiro de observação e/ou entrevistas, análise e articulação com a teoria.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 318
• Aula expositiva – a prática pedagógica nas aulas de Sociologia deve partir da
problematização de questões do senso comum, de forma que haja um diálogo entre professor
e aluno, um embasamento teórico que crie condições para que os fenômenos sociais sejam
compreendidos numa perspectiva científica. Nesse sentido, a aula expositiva deve ser dinâmica
e participativa, de forma que se organizem os conteúdos de maneira reflexiva. A ideia central
neste tipo de prática é que o aluno perceba que a sociedade se organiza através das
aparências e que a análise científica possibilita o desvendamento da essência da sociedade e
dos fenômenos sociais.
• Trabalhos em grupo/e ou seminários – esta prática permite uma reflexão livre, criativa e
motivadora, de maneira que o aluno possa trocar ideias, interagir e produzir uma leitura própria
dos textos sociológicos e de outros materiais como: artigos de jornais, revistas, poesias, letras
de músicas...
• Recursos audiovisuais e de comunicação (cinema, televisão, fotografia, música) – a escolha
de um filme, de uma música ou de um programa de televisão pode ser definida a partir de um
tema ou de um recorte a ser privilegiado na discussão. Estes recursos possibilitam que se faça
uma articulação entre eles e os temas e/ou teorias que estão sendo contempladas.
2.11.5 AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem deve estar articulada com os objetivos gerais estabelecidos no
Projeto Político Pedagógico e com objetivos da própria Disciplina. A avaliação visa construir um determinado
resultado, ou seja, o processo avaliativo deve também contemplar a construção de um conhecimento crítico,
dinâmico e transformador que caminhe junto com a filosofia da escola e com os objetivos da própria ciência
sociológica.
Conforme o caderno das “Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino Médio” da
SEED/PR:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 319
“o processo de avaliação no âmbito do ensino da Sociologia, deve perpassar todas as
atividades relacionadas à disciplina, portanto necessita de um tratamento metódico e sistemático. (...) As
formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as próprias práticas de ensino e de
aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a
participação nas pesquisas de campo, seja a produção de textos que demonstrem a capacidade de
articulação entre teoria e prática (...)”. (DIRETRIZES CURRICULARES).
A finalidade da avaliação na Disciplina de Sociologia é ampliar a visão do aluno sobre a
ciência, de maneira que ele possa adquirir os conhecimentos sociológicos necessários para se posicionar
criticamente e conscientemente diante da sociedade e da complexidade dos fenômenos sociais. Nessa linha
de raciocínio, a avaliação deve ser contínua e pautada num processo de ação – reflexão – ação.
Portanto, compreendendo a avaliação do ensinoaprendizagem como o acompanhamento das
ações educativas do aluno, é importante que seja colocada a partir de três funções básicas: a) diagnóstica –
objetivando aproveitar os conhecimentos prévios dos alunos; b) formadora – acompanhar as etapas do
conhecimento e o desenvolvimento crítico e consciente do aluno a respeito dos conteúdos trabalhados; e c)
contínua – no sentido de orientar o planejamento e estabelecer metodologias e estratégias para garantir a
qualidade científica do processo de aquisição do conhecimento.
A avaliação da aprendizagem em Sociologia deve ser construída a partir da:
1. Leitura e análise de textos sociológicos.
2. Discussões, debates e reflexões acerca dos textos e da realidade na qual o aluno está
inserido.
3. Seminários, que visem desenvolver a articulação e o discurso propriamente sociológico.
4. Uso dos meios de comunicação, análise da mídia como instrumento da cultura de massa e
da formação da opinião pública, por meio de análise de propagandas, jornais, telenovelas, etc.
5. Construção de painéis criativos e comparativos de uma dada teoria ou de um determinado
tema da realidade social.
6. Análise e interpretação de diferentes textos e linguagens: charges, desenhos, músicas, obras
de arte, filmes, documentários etc.
7. Produção de textos e avaliações escritas.
Cumprindo sua função, a avaliação possibilita, desta forma, verificar se houve ou não
enriquecimento do conhecimento do aluno e de que maneira se processou a construção de seu
conhecimento, primando sempre pela preponderância dos aspectos qualitativos em detrimento dos
quantitativos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 320
2.11.6 REFERÊNCIAS
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Marins Fontes, 2003.
CARVALHO, Lejeune Mato Grosso de (org). Sociologia e ensino em debate: experiências e discussão
de sociologia no ensino médio. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.
VÁRIOS AUTORES. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino
Médio. Curitiba: SEED, 2009.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 321
2.12 DISCIPLINA: LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
2.12.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
As línguas estrangeiras assumem a condição de serem práticas, parte indissolúvel do conjunto
de conhecimentos essenciais que permitem ao estudante aproximarse de várias culturas e,
consequentemente, propiciam sua integração num mundo globalizado.
Já são antigas as discussões sobre a importância em se aprender uma ou mais línguas
estrangeiras. No Brasil, embora a legislação da primeira metade do século já indicasse o caráter prático que
deveria possuir o ensino das línguas estrangeiras vivas, nem sempre isso ocorreu. No lugar de
ensinar/capacitar o aluno a falar, ler e escrever um novo idioma, as aulas de línguas estrangeiras modernas
nas escolas de nível médio acabaram por assumir uma feição monótona e repetitiva que, muitas vezes,
chega a desmotivar professores e alunos, ao mesmo tempo em que deixa de valorizar conteúdos relevantes
à formação educacional dos educandos.
O ensino das línguas modernas começou a ser valorizado somente depois da chegada da
família real portuguesa ao Brasil, em 1808. Em 1809, com a assinatura do decreto de 22 de junho, pelo
príncipe regente D.João VI, criaramse as cadeiras de inglês e francês com o objetivo de melhorar a
instrução pública e de atender às demandas advindas da abertura dos portos ao comércio. Em 1837,
ocorreu a fundação do Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário do Brasil e referência curricular para
outras instituições escolares por quase um século. (Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação
Básica do Estado do Paraná, 2006).
Uma das contribuições para o ensino de línguas estrangeiras foi a integração das quatro
habilidades: ler, escrever, falar, compreender auditivamente nas abordagens anteriores apareciam de forma
segmentada.
De acordo com Meireles (2002), a aprendizagem na abordagem comunicativa é voltada para a
comunicação e a pragmática que privilegia o uso da língua estrangeira.
O ensino das línguas estrangeiras na escola passou a fundamentarse, quase sempre, apenas
no estudo das formas gramaticais, na memorização de regras e na prioridade da língua escrita e, em geral,
tudo isto de forma descontextualizada e desvinculada da realidade, sendo ignoradas as indicações referidas
na legislação.
A aprendizagem é de natureza social, entendida como uma maneira de estar num mundo social
com outras pessoas, em um dado contexto histórico, cultural e institucional; a nossa opção para um ensino
consequente em línguas Estrangeiras é o ensino de Língua conforme a Ciência da história. Assim, o
processo pode ser considerado uma forma de coparticipação social, ou seja, participação de alguém em
contextos de ação. Todo esse processo é realizado pela linguagem através da interação social.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 322
Podemos afirmar, assim, que a aprendizagem em sala de aula é a continuidade dos desafios
com quais defrontamos diariamente na sociedade. Salientamos, no entanto, que a interação em sala de
aula se dá em um contexto institucional, tendo como base as identidades sociais das pessoas que atuam
nesse contexto para aprender/ensinar: alunos e professores. Desta forma fica evidente que a aprendizagem
por sua natureza social está centrada na cultura e na história, bem como na instituição. (BARRETO 2000,
p.25).
A língua inglesa é instrumento de comunicação, e como tal ensino deve atender a esse
objetivo, dotando o aluno da capacidade de exploração criativa para se chegar ao significado. A língua
inglesa permeia o nosso cotidiano e faz vínculo com a língua materna e com o contexto no qual o aluno está
inserido.
O Inglês é um idioma de fundamentação importante no mundo globalizado de hoje. Cada vez
mais pessoas estudam e falam inglês.
A língua inglesa tornouse um dos principais veículos de comunicação nos meios diplomáticos,
no comércio mundial, nas competições esportivas, no turismo, nos encontros de lideres políticos mundiais,
nos congressos sobre ciência, tecnologia, arte, etc. Por isso, é de suma importância conhecer a língua
inglesa para não se sentir isolado no mundo globalizado de hoje.
No ensino médio, a língua inglesa, entre as suas funções, assume um compromisso com a
educação para o trabalho. Então não pode ser ignorado tal contexto,na medida em que,no Brasil é de
domínio público a grande importância que o inglês tem na vida profissional das pessoas.
Por essa razão, pretendese um trabalho vinculado com a língua oral com e escrita.
A compreensão da língua escrita é de primordial importância no Ensino Médio e será tanto mais
fácil de ser aprendida quando houverem sido desenvolvidos as estruturas básicas da língua através da
linguagem oral.
“Na realidade, não são as palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou
mentiras, coisas boas ou más,importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis etc. A palavra está
sempre carregada de um sentido ideológico ou vivencial.” (BAKHTIN, 1992)
O reconhecimento da importância da diversidade de idiomas também ocorreu na
Universidade Federal do Paraná(UFPR), a partir de 1982, quando foram incluídas no vestibular as línguas
espanhola, italiana e alemã. Esse fato estimulou a demanda de professores dessas línguas. (DCE2006).
2.12.2 OBJETIVOS GERAIS
→ Perceber a importância da Língua Inglesa, considerada como instrumento de comunicação
universal;
→ Colaborar na ampliação da visão de mundo do aluno, tornandoo mais crítico e reflexivo;
→ Reconhecer o sentido do que está sendo ouvido e lido;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 323
→ Priorizar a competência para a leitura e a compreensão de textos escritos, acompanhando o
aluno na construção do vocabulário e leitura;
→ Possibilitar ao aluno maior percepção de sua própria cultura, por meio do conhecimento e da
cultura de outros povos;
→ Construção do vocabulário das estruturas e estratégias de leitura, que gradualmente o
levarão a compreensão dos textos.
No ato da seleção de textos, propõese analisar os elementos linguísticodiscursivos neles
presentes, mas de forma que não sejam levados em conta apenas objetivos de natureza linguística, mas
sobretudo fins educativos, na medida que apresentem possibilidades de tratamento de assuntos polêmicos,
adequados à faixa etária e que contemplem os interesses dos alunos. É importante também que os textos
abordem os diversos gêneros discursivos e que apresentem diferentes graus de complexidade da estrutura
linguística.
2.12.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social.
1ª SÉRIE
→ ORALIDADE (SPEAKING)
• Finalidade do texto oral;
• Variedades linguísticas;
• Diálogos (cinema e teatro);
• Atos da fala (imagens, poemas e charges);
• Debates sobre o meio ambiente (lixo reciclável) e temas atuais;
• Narração de experiências pessoais;
• Argumentações com temas polêmicos;
• Músicas (pronúncia, vocabulário e análise linguística);
• Leituras de textos variados incluindo a cultura afrobrasileira e africana e história do Paraná;
• Declamação de poema.
→ LEITURA (READING)
• Identificação do tema do argumento principal e dos secundários;
• Linguagem nãoverbal;
• Interpretação de textos diversificados;
• Leitura de obras literárias com compreensão;
• Diferenciação dos textos publicitários, informativos e argumentativos;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 324
• Leitura de textos humorísticos (tiras, cartum e caricaturas).
→ ESCRITA (WRITING)
• Adequação ao gênero: elementos composicionais e elementos formais;
• Coesão e coerência;
• Produção de textos narrativo, descritivo e informativo;
• Produção de diálogos como temas atualizados.
ANÁLISE LINGUÍSTICA→
• Pronomes possessivos;
• Tempos verbais: present continuous tense;
• Verbo: to have;
• Tempos verbais: simple present/present continuous;
• Tempos verbais: simple past tense (regular verbs);
• Tempos verbais: simple past tense (irregular verbs)
• Tempos verbais: simple past tense (formas negativas e interrogativas);
• Tempos verbais: past continuous tense;
• Tempos verbais: simple future/ immediate future;
• Verbo: there will be;
• Verbos: there was/ there were.
OUVIR (LISTENING)→
• Compreensão de diálogos, entrevistas, canção, poema e diário;
• Filmes, observando as características importantes do cenário, personagem e época;
• Músicas diversificadas.
2ª SÉRIE
→ ORALIDADE (SPEAKING)
• Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua estudada em países diversos;
• Finalidade do texto oral;
• Seminários (origem da História do Paraná e Meio Ambiente);
• Atos da fala (diários, relatos de experiências cotidianas);
• Narração de fatos (depoimentos, debates e entrevistas);
• Leituras de textos dramáticos e românticos;
• Contos e fábulas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 325
• Produção e debates de textos polêmicos (aquecimento global e questão racial);
• Músicas com ritmos variados dando ênfase na cultura afrobrasileira e africana;
• Músicas com ritmos diversos, explorando a cultura americana e inglesa e sua influência no mundo.
→ LEITURA (READING)
• Resumo de textos explicativos e expositivos;
• Análise de anúncio, outdoor e email;
• Leitura e produção de textos instrucionais, carta e artigos de opinião;
• Temporalidade;
• Intertextualidade.
→ ESCRITA (WRITING)
• Paragrafação;
• Clareza de ideias
• Produção de textos instrucionais e humorísticos;
• Narração de fatos, lendas, histórias em quadrinho e piadas;
• Produção de diálogos com temas atualizados;
• Situacionalidade;
• Referência textual.
ANÁLISE LINGUÍSTICA→
• Imperative form;
• Pronomes indefinidos: lot of, much, many, little, a little, few, a few;
• Pronomes indefinidos: some, any, no;
• Indefinidos (pronomes e advérbios) compostos: something, anything, etc;
• Interrogativos (pronome/advérbios): what, where, when, etc;
• Adjetivos: comparativos de igualdade, superioridade, inferioridade e superlativo (longos e
curtos);
• Tempos verbais: past perfect tense/present perfect tense/present continuous tense;
• Vocabulário.
→ OUVIR (LISTENING)
• Músicas incorporando a fala do interprete e combinála a outras vozes, formando e criando
novas falas;
• Compreensão de folders, blogs e chats;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 326
• Músicas e filmes para que estimule a compreensão da língua na sua prática, no seu uso
coloquial
3ª SÉRIE
→ ORALIDADE (SPEAKING)
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas e gestos;
• Debates sobre cultura afrobrasileira e africana envolvendo os ritmos musicais e história do Paraná
(contistas paranaenses, poesias e literatura popular e inglesa);
• Narração de fatos, palestras, pesquisa e defesa de trabalho acadêmico;
• Argumentações e debates de artigos de opinião e editorial;
• Músicas com temas atualizados;
• Leituras de textos dramáticos, propaganda e crônica;
• Declamação e produção de poesias e contos.
→ LEITURA (READING)
• Leitura e interpretação de textos dando ênfase à cultura afrobrasileira;
• Interpretação de textos diversificados;
• Interpretação observando: conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e intertextualidade do texto.
→ ESCRITA (WRITING)
• Produção de textos dramáticos, provérbios e histórias de humor;
• Narração de fatos, propaganda, recado e adivinhas;
• Produção de diálogos, resenhas e relatórios.
ANÁLISE LINGUÍSTICA→
• Vocabulário;
• Pontuação e seus efeitos de sentidos no texto;
• Substantivos;
• Advérbios de modo, lugar, tempo, frequência;
• Pronomes reflexivos;
• Pronomes relativos;
• Question tag (verbos auxiliares, nãoauxiliares, futuro e condicional);
• Sentenças condicionais;
• Preposições;
• Conjunções;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 327
• Reported/indirected speech;
• Tempos verbais compostos;
• Plural dos substantivos;
• Tempos verbais: futuro do subjuntivo/futuro contínuo;
• Pronomes: one/ones.
OUVIR LISTENING)→
• Diálogos, conferência e palestra;
• Filmes observando a fala das personagens, imagens e cenários;
• Músicas diversificadas dando oportunidade de observar diferentes conotações de palavras.
2.12.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino escolar da Língua Inglesa deve capacitar o aluno a compreender, produzir enunciados
corretos no novo idioma e proporcionar ao aprendiz a possibilidade de atingir um nível de competência
linguística capaz de permitirlhe o acesso à informação de vários tipos, ao mesmo tempo em que contribua
para a sua formação geral enquanto cidadão.
Nessa linha de pensamento, deixa de ter sentido o ensino de línguas que objetiva o
conhecimento metalinguístico e domínio consciente de regras gramáticas que permitem, quando muito,
alcançar resultados puramente medianos em exames escritos.
Para se chegar a um trabalho com Língua Inglesa que encaminha o aluno a se comunicar de
forma adequada, serão utilizadas as seguintes estratégias de ensino:
→ Leitura individual ou em grupo;
→ Resolução de exercícios individualmente;
→ Correção de exercícios coletivamente;
→ Pesquisas em jornais, revistas e dicionários;
→ Exercícios de vocabulário e compreensão dos textos trabalhados;
→ Trabalho com canções atuais ou tradicionais, desenvolvendo a pronúncia e vocabulário;
T→ rabalhos em grupos, visando a produção parcial ou total dos textos, com auxílio de
dicionários e orientação do professor;
O→ estudo da gramática será uma estratégia para compreensão/interpretação/produção de
textos para a própria oralidade;
Formas reduzidas de palavras e frases;→
Desenvolver correlações entre os sistemas gráfico e oral;→
Ampliar gradualmente o vocabulário e as estruturas da língua por meio de textos escritos e→
variados;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 328
Prática de leitura de textos de diferentes gêneros;→
Leitura de outros textos, através da pesquisa para a observação das relações dialógicas;→
Utilização de materiais diversos (fotos, gráficos, quadrinhos...) para interpretação de textos.→
Leitura de textos diversos das últimas décadas, que abordem temas sociais e→
contemporâneos.
2.12.5 AVALIAÇÃO
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas objetivase favorecer o processo de ensino e
de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma
dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico.
Conforme analisa LUCKESI (2005, p.166), a avaliação da aprendizagem necessita, para
cumprir seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem
sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como
um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando e assuma o papel de auxiliar o
crescimento.
Para afirmar que um determinado indivíduo possua uma boa competência comunicativa na
Língua Inglesa, tornase necessário que ele possua um bom domínio de cada um dos seus componentes.
Assim, além da competência gramatical, o estudante precisa possuir um bom domínio da competência
estratégica.
Considerase que são essas as competências a serem alcançadas ao longo dos três anos de
curso, não mais poder pensar apenas no desenvolvimento da competência gramatical: tornase
imprescindível entender esse componente como um entre os vários a serem dominados pelos estudantes.
Afinal, para poder comunicarse numa língua qualquer não basta unicamente ser capaz de compreender e
de produzir enunciados gramaticalmente corretos. É preciso, também, conhecer e empregar as formas de
combinar esses enunciados num contexto específico, de maneira a que se produza a comunicação.
Caberá ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o engajamento
discursivo na sala de aula se faça pela interação verbal, a partir do texto, e de diferentes formas: entre os
alunos e o professor; entre os alunos na turma; na interação com material didático; nas conversas em língua
materna e língua estrangeira; e no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover
o desenvolvimento de ideias (VYGOTSKY, 1989).
A avaliação servirá, além de aferir a aprendizagem do aluno, para que o professor repense a
sua metodologia e planeje as suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.
Visando os seguintes critérios:
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 329
LEITURA (READING)
Realiza leitura compreensiva do texto, considerando a construção de significados possíveis e
a sua condição de produção;
Apresenta clareza nas ideias;
Estabelece diálogo coerente, utilizando a pronúncia e a entonação do idioma em estudo;
Leitura de textos diversos que permitam ampliar o domínio da língua;
Argumenta a respeito do que leu.
ORALIDADE (SPEAKING)
Diferencia a linguagem formal da informal;
Consegue se expressar oralmente no idioma estrangeiro, sobre temas que fazem parte do seu
cotidiano;
Utiliza o seu discurso de acordo com a situação de produção (formal, informal);
Desenvolve a oralidade através da sua prática;
Percebe que a pronúncia e a escrita de palavras da língua estrangeira são diferentes da
língua materna;
Responde e comenta a respeito dos textos;
Compreende que o significado das palavras pode variar conforme o contexto em que são
utilizadas;
Lê em voz alta utilizandose da pronúncia e entonação correta do idioma em estudo para ser
compreendido;
– Se expressa oralmente no idioma estrangeiro sobre temas que fazem parte do seu
cotidiano.
ESCRITA (WRITING)
Produza e demonstre na produção textual, a construção de significados;
Escreve textos com o objetivo de ser bem compreendido no processo de interlocução,
preocupandose com a legibilidade, a clareza e a coerência de suas produções escritas;
Reescreve o próprio texto, fazendo as adequações necessárias de acordo com o gênero
textual, a linguagem e o interlocutor com o auxílio do professor e colegas;
Percebe que a pronúncia e a escrita de palavras da língua estrangeira são diferentes em
relações à língua materna.
OUVIR (LISTENING)
– Identifica a ideia global e informações específicas do que ouve;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 330
Identifica a existência de palavras, frases e expressões provenientes de outros idiomas
usados no cotidiano;
Ouve e comenta a respeito dos textos trabalhados;
Usa o vocabulário e as estruturas textuais, empregandoos em outros contextos;
Análise dos recursos próprios da oralidade;
Utiliza a linguagem oral associada ou não à linguagem corporal, com o objetivo de ser bem
compreendido no processo de interlocução.
Para que o professor possa avaliar os objetivos atingidos pelos alunos, e avaliando também o
seu próprio trabalho, fará uso dos seguintes instrumentos:
→ Trabalhos individuais, em duplas ou equipes, observando o desenvolvimento da oralidade e
compreensão de cada aluno;
→ Testes individuais, em duplas e em equipes, observando o desenvolvimento e a criatividade
do aluno;
→ Produção de textos oportunizando o aluno a expor sua experiência e criatividade;
→ Realização das tarefas;
→ Observação dos alunos no desenvolvimento do curso, na oralidade, leitura e escrita;
→ Testes de vestibulares: simulados contendo questões de exames recentes de diversas
faculdades;
→ Atividades orais (leitura e apresentação de trabalhos), buscando atender às necessidades
de cada aluno.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 331
2.12.6 REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
LIBERATO, W. English in formation. São Paulo: FTD, 2005.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
MARQUES, A. New Password: Read and Learn. São Paulo: Ática, 2002.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o
Ensino Fundamental. Curitiba, 2009.
JORDÃO, C. M. A Língua Estrangeira na formação do indivíduo. Curitiba, Mimeo, 2004.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 332
2.13 DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL
2.13.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras e a estrutura do currículo escolar sofreram
constantes mudanças em decorrência da organização social, política e econômica ao longo da história. As
propostas curriculares e as metodologias de ensino são instigadas a atender às expectativas e demandas
sociais contemporâneas e a propiciar às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos
historicamente produzidos.
Com a criação do Mercosul e o estreitamento das relações entre países da América Latina,
um novo painel vem se apresentando nos últimos anos, abrindo novas perspectivas para o ensino do
Espanhol, o que permitirá aos alunos terem contato com uma outra língua estrangeira além da língua
inglesa e, por isso, com uma maior pluralidade cultural.
A língua estrangeira na sala de aula deve ser um espaço de análise de construções
discursivas portadoras de diferentes culturas e ideologias, associadas aos seus contextos de produção e às
comunidades que as interpretam, constroem e são por elas construídas. O contato do aluno com essa
perspectiva de ensino, possibilitará que, ele ou ela perceba os diferentes usos, convenções e valores da
comunidade que usa a língua em estudo, bem como trará subsídios para que reflita sobre as formas e o
modo de ser de sua própria língua e da língua do outro. Além de possibilitar o entendimento da língua como
um construto humano em constante transformação, a aula de Língua Estrangeira é também um espaço em
que o aluno pode ampliar o seu contato com outras formas de conhecer e interpretar diferentes construções
da realidade.
Entender a língua como um construto humano, dinâmico e revelador das transformações pelas
quais o homem tem passado, oferece aos alunos novas possibilidades de leitura e um maior entendimento
de construções da realidade diferentes da sua, o que, em larga escala, pode contribuir para uma
convivência mundial menos agressiva e mais harmoniosa. O professor, ao trabalhar essa dinamicidade da
língua, deve apresentar aos alunos os mais diferentes e variados gêneros textuais, buscando sempre
levantar a finalidade do texto, para quem é dirigido e o contexto de sua produção.
Mais especificamente, o espaço da aula de Língua Estrangeira é um momento que pode
contribuir para a construção de identidades nas interações alunoprofessor e nas representações e
ideologias que se revelam no cotidiano. Daí ser de suma importância, que sejam analisadas questões
pertinentes à nova ordem global como um caminho para o desenvolvimento da consciência crítica.
A Proposta Curricular está, como as Diretrizes Curriculares, comprometida com o resgate da
função social e educacional da Língua Estrangeira, esperando que ao término do Ensino, o aluno possa,
dentro das suas possibilidades: usar a língua em situações de comunicação oral e escrita; vivenciar na aula
de Língua Estrangeira práticas que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 333
compreender que os significados são construídos e, portanto, podem ser transformados pela prática social;
ter uma maior consciência do papel das línguas na sociedade; reconhecer e compreender a diversidade,
como também os benefícios que ela traz.
É claro, que sempre que se tenta aprender uma língua diferente da nossa, as tentativas de
aprendêla, e apreendêla, são, a princípio, confusas e repletas de inadequações. Contudo, essas
tentativas, muitas vezes frustradas e incompreensíveis, fazem parte da construção do sistema linguístico
que está sendo aprendido. Por isso, o erro na aprendizagem da Língua Estrangeira deve ser encarado
como parte do processo de construção do conhecimento. Desse ponto de vista, faz parte das tentativas de
acerto e deve ser encarado pelo professor e pelo aluno como tal, orientandoos para as modificações que
devem ser feitas, para que o processo de ensinoaprendizagem realmente aconteça.
O espanhol é a terceira língua mais difundida no mundo (depois do chinês e do inglês). Há
perto de trezentos milhões de pessoas que tem o espanhol como língua materna, e outros cinquenta
milhões que falam no seu dia a dia. É a língua oficial da Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guiné, Equatorial, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, e também é falada por
muitos nos Estados Unidos e Filipinas. É a língua falada por todos os nossos vizinhos latinoamericanos, o
que inclui os nossos sócios no Mercosul. Sendo o Brasil um membro importante deste mercado comum sul
americano, o conhecimento da língua espanhola é indispensável aos brasileiros da aurora do século XXI.
Além disso, é o fato mais do que reconhecido que aprender um segundo ou terceiro idioma,
amplia consideravelmente os horizontes culturais de uma pessoa e sua capacidade de processar
informações. Uma vez que o idioma espanhol é falado por uma parte tão próxima e tão importante da
humanidade, aprendêlo equivale a aprender como viver melhor num mundo onde as informações são
essenciais à própria sobrevivência de empresas e indivíduos. Mesmo que ainda possa ser considerado
caótico e embrionário em muitos aspectos, o processo de globalização do planeta em pleno curso, mostra
se cada vez mais inevitável. Neste processo, tornar claras e facilmente inteligíveis as comunicações entre
os povos e países, é muito mais do que apenas desejável e absolutamente necessário. Devese ter em
mente que o bom aprendizado de um novo idioma é bem precioso, que se adquire para toda a vida através
do qual muitas coisas boas podem ser conquistadas.
Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação
intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas”,
tendo em vista que existe, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de
usuários no mundo todo, sendo a língua usual em: livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo,
negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes,
competições internacionais, música pop e propaganda.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 334
2.13.2 OBJETIVOS GERAIS
O ensino da disciplina de língua espanhola justificase pelo fato de que a aprendizagem de
Língua Estrangeira (LEM) contribui para que o aluno:
Colabore na ampliação da visão de mundo do aluno, tornandoo mais crítico e reflexivo;
Priorize a competência para a leitura e a compreensão de textos escritos, acompanhando o
aluno na construção do vocabulário e leitura;
Possibillte ao aluno maior percepção de sua própria cultura, por meio do conhecimento e da
cultura de outros povos;
Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus benefícios
para o desenvolvimento cultural do país;
Use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto,
passíveis de transformação na prática social.
Na seleção de textos, propõese analisar os elementos linguísticodiscursivos neles
presentes, mas de forma que não sejam levados em conta apenas objetivos de natureza linguística, mas
sobretudo, fins educativos. É importante também que os textos abordem os diversos gêneros discursivos e
que apresentem diferentes graus de complexidade da estrutura da linguística.
2.13.3 CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social.
1ª SÉRIE
Oralidade (Oralidad)
• Compreensão e expressão oral sobre os textos estudados nas aulas;
• Variedades linguísticas;
• Atos da fala (imagens, poemas e charges);
• Declamação de poema;
• Narração de experiências pessoais;
• Inferência de significados das palavras a partir de um contexto (cognatos etc..);
• Argumentação com temas polêmicos;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 335
• Música (pronúncia, vocabulário e análise linguística);
• Exemplos de pronúncias e de vocabulários da língua estudada em diversos países.
Leitura (Lectura)
• Apresentação de textos de diversos gêneros discursivos: tiras, charges, música, artigos
de jornal, filmes, desenhos animados, sinopse, comentários, blog, texto de opinião, rótulos, dentre outros;
• Interpretação de tema do argumento principal e dos secundários;
• Estudo de vocabulário específico presente nos textos;
• Diferenciação dos textos publicitários, informativos e argumentativos.
Escrita (Escrita)
• Produção e reestruturação de pequenos textos, descritivos e informativos;
• Pesquisa sobre os assuntos em estudo para ampliação de vocabulário e construção
argumentativa;
• Coesão e coerência;
• Produção de diálogos com temas atualizados;
• Adequação ao gênero: elementos composicionais e elementos formais.
Análise Linguística
• El alfabeto español;
• El diccionário (Monolingue, Bilingue)
• Verbos llamarse;
• Estudiar/Estar/Ser;
• Presente del Indicativo;
• Numerales Cardinales;
• Días de la semana;
• Horas;
• Interrogativos
• Cuerpo Humano;
• Sílaba tónica;
• Utiles de la casa;
• Alimentos;
• Dónde/De Dónde/Adónde;
• Los Artículos;
• El Gerúndio;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 336
• Muy o Mucho.
Ouvir (Oír)
• Compreensão de diálogos, entrevistas, canção, poema e diário;
• Filmes, observando as características importantes do cenário, personagem e época;
• Músicas diversificadas.
2.13.4 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
As aulas de língua espanhola serão desenvolvidas a partir do estudo de texto (verbal e nãoverbal),
concebido enquanto uma unidade de sentido, conforme o encaminhamento metodológico que segue:
Leitura de textos verbais e não verbais (compreensão e interpretação, processo que não se
restringe à leitura oral em voz alta ou tradução dos textos, mas à produção de sentidos);
Análise textual (tipo de texto dentro da diversidade de gêneros);
Análise temática (tema do texto);
Análise linguística (recursos linguísticos);
Atividades para uso da língua (exercícios escritos de leitura, compreensão, interpretação
e análise linguística de textos);
Produção de textos (verbal ou nãoverbal);
Reestruturação textual (reescrita);
Exposição e troca de textos produzidos entre alunos da escola e de outras escolas.
2.13.5 AVALIAÇÃO
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetivase favorecer o processo de ensino e de
aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor, bem como, proporcionar que o aluno tenha uma
dimensão do ponto em que se encontra no recurso pedagógico.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das dificuldades dos alunos e
proporcionar ao professor subsídios para uma prática pedagógica diferenciada que vise solucionar tais
dificuldades contribuindo para a formação do aluno de maneira que este tenha através da avaliação, uma
aprendizagem continuada.
A avaliação servirá, além de aferir a aprendizagem do aluno, para que o professor repense a sua
metodologia e planeje as suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 337
Analisando os seguintes critérios:
Leitura (Lectura)
Apresentar clareza nas ideias;
Argumentar a respeito do que leu;
Estabelecer diálogos coerentes, utilizando pronúncia e a entonação do idioma em estudo;
Identificar diferentes gêneros textuais, tais como: informativos, narrações, descrições, poesias,
tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, rótulos e
embalagens e etc.;
Oralidade (Oralidad)
Identificar informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal);
Identificação da ideia principal de textos;
Responder e comentar a respeito dos textos;
Ler em voz alta, utilizando a pronúncia e entonação correta do idioma em estudo para ser
compreendida.
Escrita (Escrita)
Escrever textos com o objetivo de ser bem compreendido no processo de interlocução;
Reescrever o próprio texto, fazendo as adequações necessárias de acordo com o gênero
textual, a linguagem e o interlocutor com o auxílio do professor e colegas;
Inferir significados a partir de um contexto;
Compreender e expressar oralmente sobre os textos estudados nas aulas.
Ouvir (Oír)
• Usar o vocabulário e as estruturas textuais, empregandoos em outros contextos;
• Realizar tarefas;
• Identificar a ideia global e informações sobre o que ouve.
Os alunos deverão ser avaliados através de múltiplas atividades diferenciadas dentro e fora do
espaço da sala de aula. Atividades que não vise somente à memorização de conteúdo específico, mas
atividades que sejam reflexivas e compreensíveis, não sendo um mecanismo para classificar, excluir ou
promover o aluno, mas sim um recurso pedagógico para se repensar e planejar uma nova práxis
pedagógica tais como:
• Trabalhos em duplas e individuais;
Colégio Estadual da Colônia Murici – Ensino Fundamental e Médio 338
• Apresentações orais de trabalhos em equipe realizados em sala;
• Participação das atividades e exercícios propostos em sala;
• Atividades de interpretação de textos, individuais e em duplas;
• Produção de mini texto;
• Atividades orais (leitura e apresentação de trabalhos), buscando atender às necessidades
de cada aluno.
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