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1
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA ALBINA NOVAK MUGINOSKI
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2011
Campo Largo
2011
2
“De tudo só ficaram três coisas:
a certeza de que estamos sempre começando,
a certeza de que é preciso continuar,
a certeza de que seremos interrompidos
antes de terminar. Portanto, devemos:
fazer da interrupção um novo caminho,
da queda um novo passo de dança,
do medo uma escada, do sonho uma ponte,
da procura um encontro.”
Fernando Pessoa
3
1 PARECER DO CONSELHO ESCOLAR
Um momento significativo, a mais, marca a nossa Educação, em que se
parte das mudanças de políticas públicas para o fortalecimento das unidades
escolares, as quais puderam usar de autonomia para propor uma nova prática
educativa, conforme orientações recebidas. Priorizando, sempre, a educação do
aluno, na busca do que almejamos.
A participação na Construção do Projeto Político Pedagógico atingiu
quase a unanimidade dos segmentos, só não foi coletiva devido às diversas
mudanças nos profissionais da educação ocorridas ao longo deste processo de
reformulação.
Sabemos que é uma mudança que não ocorre de um momento para o
outro, que a construção será efetivada a cada dia, sofrendo as mudanças
necessárias às expectativas e perspectivas do nosso cotidiano, e como nada deve
ser pronto e acabado o compromisso em busca do aprimoramento.
O Conselho escolar tem parecer favorável a tais mudanças, pois aceita
que podemos fazer sempre mais por nossos educandos, bem como pela sociedade
a qual a escola está inserida.
Sabemos que muitas dicotomias precisam ser rompidas, mas este é um
marco importante para a transformação desse cenário que só poderá ser
transformado com objetivos traçados e trabalho em conjunto de todos os sujeitos
envolvidos na dinâmica educacional.
Conselho Escolar: Claudia Cristina dos Anjos; Dinalva de Sá Maynardes;
Rosangela Maria Seguro; Cleberson Luciano Gomes, Ana Maria Rodrigues, Marta
Ferreira Torres, Geni Bonalume, Elizangela Maria Ferreira, Elisangela Marcia
Ferreira de Souza Soares, Deibimar dos Santos; Ariete Aparecida Ricetto Machado,
Adriely Cristina Cordeiro de Almeida, Keity Pereira Joana, Adriana da Silva Ramos,
Juliane Aparecida Rodrigues Boeira, Olinda Pereira Joana, Patricia Antunes dos
Santos, Sirlei do Rocio Romero, Maria Ines Rodrigues Oliveira Boeira, Marilia
Estevan Cordeiro Almeida, Marina Muniz da Silva Sabino.
4
SUMÁRIO
1 PARECER DO CONSELHO ESCOLAR............................................................... 3
2 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 9
3 IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................ 11
4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 12
5 MARCO SITUACIONAL ..................................................................................... 13
5.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ........................................................................ 13
5.2 PERFIL DA COMUNIDADE .............................................................................. 14
5.3 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO .............. 15
5.3.1 Corpo docente ................................................................................................ 15
5.3.2 Corpo técnico administrativo .......................................................................... 20
5.3.3 Grupo de serviços gerais ................................................................................ 22
5.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO ............................................................ 23
5.5 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIAIS ................................................. 25
5.5.1 Sala de apoio .................................................................................................. 25
5.5.2 Sala de recurso ............................................................................................... 25
5.6 DADOS ESTATÍSTICOS DA ESCOLA ............................................................. 25
5.6.1 Gráficos 2009 ................................................................................................. 25
5.6.2 Gráficos 2010 ................................................................................................. 27
5.6.3 Gráfico ProvaBrasil 2009 ................................................................................ 28
5.6.4 Gráfico IDEB 2009 .......................................................................................... 28
5.6.5 Análise dos dados estatísticos da escola ....................................................... 29
5.7 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO .................................................. 30
5.8 INCLUSÃO DO PROJETO DE EDUCAÇÃO FISCAL ...................................... 31
5.9 EQUIPAMENTOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS .............................................. 31
5.10 RELAÇÕES DE TRABALHO NA ESCOLA ...................................................... 31
5.11 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS ............................................................................. 32
5.12 CAPACITAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS ..... 33
5.13 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE TURMAS ................. 34
5.14 ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE .......................................................... 34
5.15 CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE .... 35
6 MARCO CONCEITUAL ...................................................................................... 37
6.1 CONCEPÇÕES ................................................................................................ 37
6.1.1 Concepção de educação ................................................................................ 38
6.1.2 Concepção de homem.................................................................................... 39
6.1.3 Concepção de ensino – aprendizagem .......................................................... 39
5
6.1.4 Concepção de sociedade ............................................................................... 39
6.1.5 Concepção de cultura ..................................................................................... 40
6.1.6 Concepção de cidadania ................................................................................ 40
6.1.7 Concepção de infância e adolescência .......................................................... 41
6.1.8 Concepção de escola ..................................................................................... 43
6.1.9 Concepção de alfabetização e letramento ..................................................... 43
6.1.10 Concepção de conhecimento ......................................................................... 45
6.1.11 Concepção de tecnologia ............................................................................... 46
6.1.12 Concepção de avaliação ................................................................................ 46
6.1.13 Concepção de gestão democrática ................................................................ 48
6.1.14 Concepção de currículo .................................................................................. 49
6.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ....................................................................... 51
6.3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................................................................................. 51
7 MARCO OPERACIONAL ................................................................................... 54
7.1 LINHAS DE AÇÃO ............................................................................................ 54
7.2 PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS ....................................................... 55
7.2.1 Grêmio estudantil ............................................................................................ 55
7.2.2 Conselho escolar ............................................................................................ 55
7.2.3 Associação de pais, mestres e funcionários ................................................... 56
7.2.4 Conselho de classe ........................................................................................ 57
7.3 AÇÕES RELATIVAS À FORMAÇÃO CONTINUADA ....................................... 59
7.4 DIRETRIZES PARA A AVALIAÇÃO GERAL .................................................... 59
7.5 AÇÕES RELATIVAS À RECUPERAÇÃO PARALELA ..................................... 61
7.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E A PRÁTICA DOCENTE . 61
7.7 AS AÇÕES RELATIVAS À IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DE NOVE ANOS ... 63
7.8 CALENDÁRIO ESCOLAR ................................................................................ 64
7.9 MATRIZ CURRICULAR .................................................................................... 65
7.10 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR ......................................................... 69
7.11 REGIMENTO ESCOLAR .................................................................................. 69
7.12 PROJETOS INTERDISCIPLINARES ............................................................... 69
7.12.1 Projeto cultural afro-brasieiro e indígena ........................................................ 69
7.12.2 Projeto de recuperação de estudos e notas ................................................... 72
7.12.3 Projeto sobre sexualidade .............................................................................. 74
7.12.4 Projeto sobre educação ambiental ................................................................. 77
7.12.5 Projeto: sobre a violência ............................................................................... 80
7.13 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E DEPENDÊNCIA ........................................................................................................ 83
8 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ....... 86
9 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 87
10 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR ...................................................... 89
6
10.1 DISCIPLINA DE ARTE ..................................................................................... 89
10.1.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................... 89
10.1.2 Objetivos gerais .............................................................................................. 92
10.1.3 Conteúdos estruturantes ................................................................................ 92
10.1.4 Referências................................................................................................... 112
10.2 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS ............................................................................ 113
10.2.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................. 113
10.2.2 Objetivos ....................................................................................................... 114
10.2.3 Organização dos conteúdos ......................................................................... 115
10.2.4 Metodologia .................................................................................................. 120
10.2.5 Critérios de avaliação ................................................................................... 120
10.2.6 Referências................................................................................................... 121
10.3 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ............................................................ 121
10.3.1 Apresentação da disciplina ........................................................................... 121
10.3.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 123
10.3.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 123
10.3.4 Metodologia .................................................................................................. 132
10.3.5 Critérios de avaliação ................................................................................... 134
10.3.6 Referências................................................................................................... 135
10.4 DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO ......................................................... 136
10.4.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................. 136
10.4.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 138
10.4.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 139
10.4.4 Metodologia .................................................................................................. 140
10.4.5 Critérios de avaliação ................................................................................... 140
10.4.6 Referências................................................................................................... 141
10.5 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA ........................................................................ 141
10.5.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................. 141
10.5.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 144
10.5.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 145
10.5.4 Metodologia .................................................................................................. 152
10.5.5 Avaliação ...................................................................................................... 154
10.5.6 Referências................................................................................................... 155
10.6 DISCIPLINA DE HISTÓRIA ........................................................................... 156
10.6.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................. 156
10.6.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 158
10.6.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 159
10.6.4 Metodologia .................................................................................................. 162
10.6.5 Critérios de avaliação ................................................................................... 163
10.6.6 Referências................................................................................................... 164
10.7 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA...................................................... 165
10.7.1 Apresentação geral da disciplina .................................................................. 165
10.7.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 173
10.7.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 174
10.7.4 Metodologia da disciplina ............................................................................. 193
10.7.5 Critérios de avaliação ................................................................................... 199
10.7.6 Referências................................................................................................... 201
7
10.8 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA ..................................................................... 202
10.8.1 Apresentação geral da disciplina matemática .............................................. 202
10.8.2 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 204
10.8.3 Metodologia .................................................................................................. 210
10.8.4 Avaliação ...................................................................................................... 213
10.8.5 Referências................................................................................................... 215
10.9 DISCIPLINA DE INGLÊS ................................................................................ 216
10.9.1 Apresentação da disciplina ........................................................................... 216
10.9.2 Objetivos gerais ............................................................................................ 223
10.9.3 Conteúdos estruturantes .............................................................................. 226
10.9.4 Metodologia .................................................................................................. 237
10.9.5 Avaliação ...................................................................................................... 238
10.9.6 Critérios de avaliação ................................................................................... 239
10.9.7 Referências................................................................................................... 240
10.10 DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL .... 240
10.10.1 Apresentação geral da disciplina: .......................................................... 240
10.10.2 Objetivos: .............................................................................................. 241
10.10.3 Conteudos estruturantes ....................................................................... 243
10.10.4 Metodologia: .......................................................................................... 247
10.10.5 Avaliação: .............................................................................................. 249
10.10.6 Critérios de avaliação: .......................................................................... 250
10.10.7 Referências ........................................................................................... 252
10.11 DISCIPLINA DE BIOLOGIA ..................................................................... 253
10.11.1 Apresentação geral da disciplina ........................................................... 253
10.11.2 Objetivos gerais ..................................................................................... 254
10.11.3 Conteúdos estruturantes ....................................................................... 256
10.11.4 Metodologia ........................................................................................... 265
10.11.5 Critérios de avaliação ............................................................................ 266
10.11.6 Referências ........................................................................................... 267
10.12 DISCIPLINA DE FILOSOFIA .................................................................... 267
10.12.1 Apresentação geral da disciplina ........................................................... 267
10.12.2 Objetivos gerais ..................................................................................... 270
10.12.3 Conteúdos estruturantes ....................................................................... 270
10.12.4 Metodologia ........................................................................................... 272
10.12.5 Critérios de avaliação ............................................................................ 273
10.12.6 Referências ........................................................................................... 274
10.13 DISCIPLINA DE FÍSICA............................................................................ 274
10.13.1 Apresentação da disciplina: .................................................................. 274
10.13.2 Objetivos gerais da disciplina ................................................................ 277
10.13.3 Conteúdos estruturantes ....................................................................... 277
10.13.4 Metodologia ........................................................................................... 281
10.13.5 Avaliação: .............................................................................................. 281
10.13.6 Referência ............................................................................................. 282
10.14 DISCIPLINA DE QUÍMICA ........................................................................ 282
10.14.1 Apresentação geral da disciplina ........................................................... 282
10.14.2 Objetivos ............................................................................................... 290
10.14.3 Conteúdos estruturantes ...................................................................... 291
8
10.14.4 Metodologia ........................................................................................... 293
10.14.5 Avaliação ............................................................................................... 295
10.14.6 Referências ........................................................................................... 296
10.15 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA ................................................................ 297
10.15.1 Apresentação geral da disciplina sociologia .......................................... 297
10.15.2 Objetivos gerais ..................................................................................... 300
10.15.3 Conteúdos estruturantes ....................................................................... 302
10.15.4 Metodologia ........................................................................................... 305
10.15.5 Avaliação ............................................................................................... 307
10.15.6 Referências ........................................................................................... 308
10.16 SALA DE RECURSOS .............................................................................. 308
10.16.1 Referências ........................................................................................... 310
9
2 APRESENTAÇÃO
Considerando a necessidade de se buscar a cada dia uma educação com
qualidade, foi elaborado o Projeto Político Pedagógico baseado nos princípios
norteadores da LDB e DCE’s.
O Projeto Político Pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação
intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.
Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar
intimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses reais e
coletivos da população.
O presente projeto é resultado de leituras, discussões e decisões de
todos os diferentes segmentos da instituição, com o propósito de encontrar as
possibilidades de intervenção na realidade, buscando a transformação social,
econômica, política e cultural.
O projeto político pedagógico é o fruto da interação entre os objetivos e
prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão
teórica, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de
tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo
educativo: professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um
todo.
Além de informar, cumprir projetos, seguir o currículo, é importante
enfatizar o relacionamento, a afetividade que não se faz por decretos e leis, pois isto
só é possível quando se opta pela formação integral do educando.
Portanto, o Projeto Político Pedagógico está voltado para uma educação
democrática e para a construção e o exercício da cidadania. Para sua aplicação, é
necessário que haja coerência entre o que é estabelecido e a ação educativa. Para
se formar alunos, participativos, éticos, críticos, solidários, autônomos, responsáveis
e afetivos.
O Projeto Político Pedagógico está sendo construído para nortear as
ações dentro da escola num processo educativo que nunca está pronto e acabado,
10
buscando uma visão global da realidade e dos compromissos coletivos através de
toda comunidade escolar do Colégio Estadual Profª Albina Novak Muginoski –
Ensino Fundamental e Médio.
11
3 IDENTIFICAÇÃO
Colégio Estadual Profª Albina Novak Muginosk - Ensino Fundamental e Médio
Código: 01198
Endereço: Rua Alcibíades Affonso Guimarães s\nº
Bairro: Águas Claras
Município: Campo Largo.
Código: 0420.
Telefone: 3399-2965
Dependência Administrativa: Estadual - Código: 02.
NRE: Área Metropolitana Sul - Código: 03.
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação.
Ato de autorização da Escola: Resolução no276/96 de 18/01/96
Ato de reconhecimento da Escola: Resolução no 18/97 de 09/01/1197
Implantação do Ensino Médio: Resolução 87/03 de 05/02/2003
Reconhecimento do curso Resolução nº 2614/05 de 23/09/05.
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar: Nº 259 de 11/01/2001.
Distância da Escola do NRE: em torno de 45 km.
Localização: Urbana
E-mail: [email protected]
12
4 OBJETIVOS
Buscar a universalidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação,
recebendo a todos e assegurando aos alunos o desenvolvimento de suas
capacidades;
Garantir a oportunidade de acesso e permanência na escola, buscando
uma adequação pedagógica a partir da diversidade e da igualdade;
Possibilitar ao educando um ensino aprendizagem de qualidade, que
assegure o pleno exercício da cidadania;
Oportunizar a todos os segmentos da escola a discussão e vivência da
gestão democrática enquanto categoria política capaz de ressignificar a participação
e a autonomia.
13
5 MARCO SITUACIONAL
5.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Colégio Estadual Profª Albina Novak Muginoski - Ensino Fundamental e
Médio, código 0119-8, funciona nas dependências do CAIC – Emígdio Pianaro, está
localizada na Rua Alcebíades Affonso Guimarães, s/nº - Bairro Águas Claras – CEP
83.602-210, em Campo Largo, Paraná, fone/fax (041) 3399 2965, e-mail
[email protected], estando a aproximadamente 45km de distância entre a
Escola e o NRE. Atende cerca de 750 alunos, provenientes de diversas
comunidades, sendo as principais: Águas Claras, São Marcos, Francisco Gorski,
São Vicente, Jardim Tropical, Moradias Bom Jesus, Jardim Esmeralda, Vila Glória,
Campo do Meio, Jardim Meliane, Lamback, Santa Rita, São João I, São João II,
Vila Verde, Santo Antônio, Cristo Rei, Céu Azul, Jardim Itaqui e Botiatuva.
O Colégio Estadual Prof.ª Albina Novak Muginoski - Ensino Fundamental
e Médio, foi desmembrado da Escola Municipal Mauro Portugal – Ensino
Fundamental, pelo projeto de estadualização das escolas municipais que ofertavam
o ensino de 5ª a 8ª série, na data de 18/01/96, pela Resolução 276/96.
Ato de Reconhecimento do Colégio 18/97 de 09/01/1997. Ato de
Renovação do Reconhecimento do Colégio, Resolução 2029/04 de 04/06/2004.
Regimento escolar aprovado pelo Ato Administrativo nº 259 de
11/01/2001.
Resolução nº 87/03 de 05/02/2003 autorização de funcionamento do
Ensino Médio. Reconhecimento do curso Resolução nº 2614/05 DOE 23/09/05 e
Renovação de Reconhecimento do curso Resolução nº 1084/11.
Esta unidade escolar oferece o Ensino Fundamental nos períodos da
manhã, tarde e o Ensino Médio pela manhã e noite.
Tem como entidade mantenedora o Governo do Estado do Paraná e
pertence ao Núcleo Regional Metropolitano da Área Sul, situado na Avenida Iguaçu,
420 – Bairro Rebouças – Curitiba – Paraná.
14
O Colégio Estadual Prof.ª Albina Novak Muginoski - Ensino Fundamental
e Médio, recebeu essa denominação para prestar homenagem a Prof.ª Albina que
nasceu em 08 de setembro de 1922 e faleceu em 08 de setembro de 1992. No
exercício de sua profissão como educadora colaborou para o enaltecimento da
educação de Campo Largo, exercendo suas funções na Escola Estadual Macedo
Soares e Escola 1º Centenário, onde se aposentou como Diretora.
Atualmente processo educativo passa por diversas mudanças visando
garantir o ensino de qualidade. Em 2005 foi promulgada a primeira lei específica do
Ensino Fundamental de nove anos, a lei nº 11.114/05, que tornou obrigatório a
matrícula da criança aos seis anos de idade.
Durante os últimos anos o sistema educacional procurou a melhor forma
de aplicar as mudanças necessárias, assim ampliando significativamente o número
de atendimento nos estabelecimento de ensino. Como o processo nas séries iniciais
foi gradativo, somente em 2012, o colégio iniciará o atendimento com as séries
finais.
Com as mudanças ocorridas nas séries iniciais, houve há necessidade de
rever alguns conceitos, visando dar continuidade ao processo educativo.
O processo de implantação do ensino de 9 anos exigirá o envolvimento
de todos: comunidade, professores, alunos, equipe pedagógica e principalmente os
profissionais das séries iniciais. No decorrer do projeto, o tema será trabalhado de
acordo com sua especificidade.
5.2 PERFIL DA COMUNIDADE
Nas dependências do CAIC Emígdio Pianaro funcionam a Escola
Municipal Mauro Portugal, o Colégio Estadual Profª Albina Novak Muginoski e o
Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Rudolf Anton Michael Göhringer.
Os alunos deste colégio estão na faixa etária entre 10 e 21 anos e vêm
de diversas comunidades sendo as principais: Águas Claras, São Marcos,
Francisco Gorski, Três Rios, Botiatuva, São Vicente, Jardim Tropical, Moradias Bom
15
Jesus, São João I, São João II, Santa Terezinha, Santa Rita, Santo Antonio,
Lamback, Jardim Habitalar, Jardim Esmeralda, Vila Glória, Campo do Meio e Jardim
Meliane.
O rendimento mensal das famílias atendidas é em média de 01 a 02
salários mínimos. Com relação ao nível de escolarização dos pais e das mães, 57%
não completaram o Ensino Fundamental, 17% possuem o Ensino Médio completo e
apenas 2% tem nível superior. Os pais exercem profissões como: pedreiro,
carpinteiro, operador de máquinas, serviços gerais, vigia, motorista, mecânico e
policial, enquanto as mães trabalham como: donas de casa, diaristas, empregadas
domésticas e serviços gerais.
Quanto à moradia, 91% possui residência própria, sendo de alvenaria
com água encanada e esgoto.
O lazer desta comunidade restringe- se a assistir televisão e visitar
parentes, pois a grande maioria não tem condições para manter outros tipos de
diversões. Esta clientela considera nossa sociedade desigual, injusta e violenta
devido à falta de solidariedade e segurança.
Além de todos os aspectos significativos já ressaltados sobre esta
comunidade, é importante destacar as características do nosso município.
Embora os primeiros habitantes europeus ao chegarem a essa região
fossem portugueses, a formação étnica predominante foi a dos poloneses e
italianos. A forma produtiva mais utilizada desde a fundação do município foi a
agricultura, a produção de hortifrutigranjeiros e a indústria da cerâmica. Porém, a
partir de 1997 a situação econômica começou a ser substituída pela indústria
automobilística e de autopeças.
5.3 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO
5.3.1 Corpo docente
16
Composto por 38 professores abaixo relacionados:
NOME FUNÇÃO HABILITAÇÃO
Alcimari de Lourdes
Hüffner
Professora de Química para
o Ensino Médio
Licenciatura em Ciências e
Bacharelado em Química
Andre da Silva Professor de Arte para o
Ensino Fundamental
Licenciatura em Música –
em curso
Andre Santos Bortoleto Professor de Ciências para o
Ensino Fundamental
Licenciatura Plena em
Ciências Biológicas
Andrea Cristina da Silva
Santana
Professor de História para o
Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura e Bacharelado
em História e
Especialização em Gestão
Escolar, Supervisão e
Orientação Educacional
Angela Regina Missio Professor de Arte para o
Ensino Fundamental
Licenciatura em Artes
Visuais
Ariete Aparecida
Ricetto Machado
Professora de Geografia
para o Ensino Fundamental
e Médio
Licenciatura em Geografia e
Especialização em Meio
Ambiente e Ecologia
Bernadete Lenine Lavall
Professora de Educação
Física para o Ensino
Fundamental
Licenciatura em Educação
Física e Especialização em
Magistério de Educação
Básica
Bruno de Souza
Nogueira
Cesar Henrique Ferreira Professor de Filosofia para o Licenciatura em Filosofia
17
Ensino Médio
Deibimar dos Santos Professor de Historia para o
Ensino Fundamental a Médio
Licenciatura em História
Especialização em História
e Geografia do Paraná
Doraci do Rocio
Merchiori
Professora de Matemática
para o Ensino Fundamental
Licenciatura em Ciências,
Bacharelado em Química e
Especialização em
Magistério de 1º e 2º graus
Edilson Fila Portella Professor de Matemática
para o Ensino Fundamental
Licenciatura em Matemática
– em curso
Elisangela Marcia de
Souza
Professora de Ciências para
o Ensino Fundamenta e
Biologia para o Ensino Médio
Licenciatura em Ciências e
Especialização “Lato Sensu”
em Biologia: Morfofisiologia
do organismo humano e sua
integração com o meio
ambiente
Elizangela Maria Ferreira Professora de Matemática do
Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Matemática
e Especialização em
Educação Matemática
Fernanda Lorandi
Lorenzetti
Professor de História para o
Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura e Bacharelado
em História e
Especialização em História,
Região e Identidades
Fernando Luiz Scarpin Professor de Física para o
Ensino Médio
Engenharia Civil com
habilitação em Engenharia
Cartográfica
Gislaine Antonelli de
Lima Guilherme
Professora de Matemática
para o Ensino Médio Licenciatura em Matemática
18
Gislaine Rossato Barutti
Professora de Língua
Portuguesa e Língua
Estrangeira Moderna Inglês
para o Ensino Fundamental
Licenciatura em Letras
Português/Inglês e
Especialização em
Literatura Brasileira de a
construção do texto
Jairo Antonio Rodrigues Professor de Matemática
para o Ensino Médio Licenciatura em Matemática
Janaina Ferreira dos
Santos
Professora de Matemática
para o Ensino Fundamental
e Médio
Licenciatura em Matemática
e Especialização em
Professores de Matemática
Jessica Cristina Rutana
Santana
Professora de Matemática
para o Ensino Fundamental
Licenciatura em Matemática
– em curso
Levi Jose Diniz
Professor de Língua
Portuguesa para o Ensino
Médio
Licenciatura em Letra –
Português e Especialização
em Pedagogia para o
Ensino Religioso
Luciane Dorea da Silva
Professora de Arte para o
Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Educação
Artística e Especialização
em supervisão, orientação,
administração e
coordenação pedagógica
Lucimara Salete
Guerchewski
Professora de Língua
Portuguesa para o Ensino
Médio
Licenciatura em Letras -
Português, Especialização
em Linguística aplicada a
Língua Portuguesa,
Especialização em
Magistério da Educação
Básica e Mestrado em
Estudos Linguísticos
19
Lucineia Furtado da Silva
Professora de Língua
Portuguesa para o Ensino
Médio
Licenciatura em Letras –
Português e Especialização
no Ensino de Língua
Portuguesa e Literatura
Brasileira
Luiz Fernando Merchiori
Professor de Língua
Estrangeira Moderna Inglês
para o Ensino Médio
Licenciatura em Letras – em
curso
Márcia Cristina de Assis Professora de Inglês para o
Ensino Fundamental e Médio
Licenciatura em Letras
Português/ Inglês
Margareth Aparecida
Pinto
Professora de Educação
Física para o Ensino
Fundamental e Médio
Licenciatura em Educação
Física
Maria Eunice Ganzert Professora de Sala de
Recursos
Pedagogia e Especialização
em Metodologia e
fundamentos do Ensino da
Matemática
Mariana da Silva Professora de Ciências para
o Ensino Fundamental
Licenciatura em Ciências e
Especialização em Ensino e
Práticas de Ciências
Mirian Labios dos Santos Professora de Física para o
Ensino Médio
Licenciatura em Física – em
curso
Rafael José Ramos Silva Professor de Sociologia para
o Ensino Médio Licenciatura em História
Rejane Rodrigues
Professora de Geografia
para o Ensino Fundamental
e Médio
Licenciatura em Geografia
20
Roseli Maria Wiezbicki Professora de Espanhol para
o CELEM
Licenciatura em Letras
Português/ Espanhol
Rosélis Rita Dibas
Professora de Língua
Portuguesa para o Ensino
Fundamental
Licenciatura em Letras
Português/Inglês e Pós
Graduação em Magistério
da Educação Básica
Sílvia W. Burcot
Professora de História e
Ensino Religioso para o
Ensino Fundamental
Licenciatura em História e
Pós Graduação em
Tecnologias aplicadas à
Educação
Simone Teixeira Professora de Arte para o
Ensino Fundamental e Médio
Bacharelado em Artes
Visuais com ênfase em
computação
Solange Máximo de
Souza
Professora de Matemática
para o Ensino Fundamental
Licenciatura em Ciências e
Pós Graduação no Ensino
da Matemática do 1º e 2º
graus
Tania Regina Cuooss
Magalhães
5.3.2 Corpo técnico administrativo
Composto por 15 funcionários abaixo relacionados:
21
NOME CARGO/FUNÇÃO ESCOLARIDADE
Ana Maria Rodrigues Agente de Apoio – Agente
Educacional II
Curso Superior de Tecnologia
em Gestão Pública
Claudia Cristina dos
Anjos
Diretora
Licenciatura em Artes Visuais
e Especialização em arte-
educação e metodologias de
ensino
Dinalva de Sá Maynardes Pedagoga
Pedagogia e Especialização
em Educação Básica com
concentração em
Interdisciplinariedade na
escola
Ivaneris Fernanda Gorski Agente de Apoio – Agente
Educacional II Ensino Médio
Katia Marcon Agente de Apoio – Agente
Educacional II Magistério
Luciane Teresinha Kulka Agente de Apoio – Agente
Educacional II Pedagogia
Maria de Jesus Arruda da
Silva Riffert Pedagoga
Licenciatura Plena em
Pedagogia
Nilcéia Aparecida dos
Santos Maria
Agente de Apoio – Agente
Educacional II Pedagogia
Olga Machado da Luz Pedagoga Pedagogia e Especialização
em Educação Especial
Rosangela Maria Seguro
da Silva Pedagoga
Pedagogia e Especialização
em Supervisão Escolar e
Orientação Educacional
22
Silvana Batista
Prudenciano
Agente de Apoio – Agente
Educacional II Bacharelado em Direito
Simone Aparecida
Ferreira do Couto Diretora Auxiliar
Licenciatura em Matemática e
Especialização em Ensino da
Matemática
Solange Máximo de
Souza Diretora Auxiliar
Licenciatura em Ciências e
Especialização no Ensino da
Matemática do 1º e 2º graus
5.3.3 Grupo de serviços gerais
Composto por 07 funcionários abaixo relacionadas:
Nome Função Escolaridade
Lorian de Paula Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Médio
Margarete Gequelin
Graciano
Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Médio
Marilza Pereira da Silva Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Médio
Marta Ferreira Torres Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Fundamental
Noeli de Fatima Santana Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Fundamental
Rosilene de Fatima
Torres
Agente de Apoio - Agente
Educacional I Ensino Fundamental
23
Terezinha Maria Mussiol
Gequelim
Agente de Apoio - Agente
Educacional I Magistério
5.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
O Colégio Estadual Professora Albina Novak Muginoski – Ensino
Fundamental e Médio é parte integrante do CAIC Emígdio Pianaro e tem 4.715m2
de área construída.
Para 2012, o colégio deverá alterar a nomeclatura (série / ano) de acordo
com a proposta do ensino fundamental de 9 anos, inicialmente não haverá
alterações quanto ao numero de turmas.
Em 2011, o Colégio atende 12 turmas pela manhã, sendo 07 do Ensino
Fundamental e 05 do Ensino Médio, à tarde, 07 turmas do Ensino Fundamental e
no período da noite temos 04 do Ensino Médio e 02 turmas de CELEM Espanhol,
conforme quadro abaixo:
SÉRIE ALUNOS TURNOS
5ªA – Ens. Fundamental 30 Manhã
5ªB – Ens. Fundamental 33 Manhã
5ªC – Ens. Fundamental 34 Tarde
5ªD – Ens. Fundamental 30 Tarde
6ªA – Ens. Fundamental 35 Manhã
6ªB – Ens. Fundamental 36 Tarde
6ªC – Ens. Fundamental 36 Tarde
7ªA– Ens. Fundamental 33 Manhã
7ªB – Ens. Fundamental 32 Tarde
24
7ªC – Ens. Fundamental 30 Tarde
8ªA– Ens. Fundamental 28 Manhã
8ªB – Ens. Fundamental 27 Manhã
8ªC – Ens. Fundamental 30 Manhã
8ªD – Ens. Fundamental 30 Tarde
1ªA – Ensino Médio 30 Manhã
1ªB – Ensino Médio 31 Manhã
1ªC – Ensino Médio 32 Manhã
1ªD – Ensino Médio 24 Noite
1ªE - Ensino Médio 23 Noite
2ªA – Ensino Médio 40 Manhã
2ªB – Ensino Médio 26 Noite
3ªA – Ensino Médio 36 Manhã
3ªB– Ensino Médio 27 Noite
1ºA – CELEM Espanhol 30 Noite
2ºA – CELEM Espanhol 14 Noite
Além das 12 salas de aula ocupadas pelas 23 turmas, o colégio dispõe de
01 sala de professores, 01 sala para a equipe pedagógica, 01 secretaria, 01 sala de
apoio pedagógico, 01 laboratório de ciências, 01 laboratório de informática do PR
Digital, 01 laboratório do Proinfo, 01 biblioteca, 01 anfiteatro, 01 ginásio, 01 quadra
de esportes, 01 depósito, banheiros para os alunos (masculino e feminino),
banheiros para professores (masculino e feminino), 01 refeitório, 01 cozinha, 01
lavanderia.
25
5.5 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIAIS
5.5.1 Sala de apoio
O atendimento em sala de apoio à aprendizagem ocorre nos dois
turnos, possibilitando o acompanhamento de todos os alunos do sexto ano.
Em 2011 iniciamos uma sala de apoio para o 9ª ano. O atendimento
envolve as disciplinas de língua portuguesa e matemática, que são ministradas duas
vezes por semana, totalizando 4 aulas em cada disciplina. As aulas são ministradas
em horários diferentes, pois alguns alunos freqüentam apoio nas duas disciplinas.
A maior dificuldade no atendimento à sala de apoio refere–se às faltas,
em virtude da distância das residências, pois a maioria dos alunos utiliza transporte
escolar, ficando na escola os dois turnos.
5.5.2 Sala de recurso
A escola oferece atendimento em sala de recurso para alunos deste
estabelecimento de ensino e outras escolas do município. O programa enfrenta o
mesmo problema de faltas constatado na sala de apoio, mas a freqüência ainda é
melhor, pois o vínculo afetivo em sala de recurso é maior.
O espaço físico destinado a sala de apoio é pequeno, porém não
prejudica o atendimento, pois este é feito individualmente ou em pequenos grupos.
5.6 DADOS ESTATÍSTICOS DA ESCOLA
5.6.1 Gráficos 2009
26
27
5.6.2 Gráficos 2010
28
5.6.3 Gráfico ProvaBrasil 2009
5.6.4 Gráfico IDEB 2009
29
5.6.5 Análise dos dados estatísticos da escola
5.6.5.1 Desempenho interno
Analisando os dados estatísticos da escola em relação ao aprendizado do
ano de 2009, tivemos um grande número de alunos reprovados e outros que se
evadiram da escola.
Os problemas enfrentados neste ano, tais como: números elevados de
alunos fora da faixa etária e com dificuldades acentuadas, sala de aula lotada,
indisciplina, quadro de funcionários e professores incompletos ate o inicio do
primeiro trimestre e a intolerância por parte dos professores, mediante o
desinteresse dos alunos em atividades de recuperação de estudo, levaram ao
resultado acima.
Já em 2010 os números melhoraram, resultados das mudanças
efetuadas no processo de avaliação, que passou a ser acompanhado pelos
responsáveis logo após o término do trimestre, quando os alunos, que não
obtiveram a média, puderam desenvolver atividades extras, melhorando
significativamente o seu desempenho no próximo trimestre. A participação dos pais
tem sido o grande desafio, pois mesmo com o aumento da presença nas reuniões,
ainda é baixa.
Quanto à aprovação por conselho esta ocorreu em maior número em
2010, quando muitos alunos não atingiram a média exigida para aprovação, mas
demonstraram melhorias, após participação do projeto de recuperação de estudos.
5.6.5.2 Desempenho externo
O desempenho do colégio nas avaliações externas como: Saed, Prova
Brasil, Ideb, refletiram os problemas enfrentados no período da avaliação e
demonstrados nos gráficos acima.
Ao analisar individualmente cada avaliação, constatou-se que o
desempenho na Prova Brasil, foi semelhante ao de outras escolas do município, que
obtiveram notas melhores no Ideb, demonstrando que o aprendizado está
30
ocorrendo. O baixo desempenho no Ideb ocorreu em virtude da evasão e
reprovação em 2008.
O colégio já vem desenvolvendo alguns projetos para amenizar o
problema e em 2012 participará do programa PDE Escola oferecida pela SEED.
5.6.5.3 Relação da faixa etária e série
A clientela atendida pelo colégio no ensino fundamental, em sua maioria
está dentro da faixa etária esperada para a série que freqüenta. A variação média
de idade dos alunos fora da faixa etária é de um a dois anos para alunos de 6º ao 9º
ano. No ensino médio a porcentagem de alunos fora da faixa etária
aumenta,principalmente no primeiro e segundo ano do noturno, quando muitos
alunos saem para o primeiro emprego e outros retornam quando sentem na pele a
falta do estudo.
5.7 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO
A unidade escolar funciona em três turnos: manhã, tarde e noite,
oferecendo a carga horária (mínima) de 800 h/anuais, ministradas em (no mínimo)
200 dias de efetivo trabalho escolar.
A instituição educacional oferta os dois últimos níveis da educação
básica, sendo que o Ensino Fundamenta funciona pela manhã com sete turmas, à
tarde sete turmas , em regime de progressão regular por série, com duração de
quatro anos e o Ensino Médio tem quatro turmas no turno da manhã e três turmas
no turno da noite, com regime de progressão regular por série, com duração de três
anos.
Com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos em 2012, não
ocorrerá mudanças na organização do espaço e de tempo, pela limitação do
espaço, mas as turmas serão formadas de acordo com o número de sala já
existente.
31
5.8 INCLUSÃO DO PROJETO DE EDUCAÇÃO FISCAL
Para viabilizar o financiamento técnico e financeiro para criação de
ambientes educativos e revitalização de ambientes já existentes, faz-se necessário
a participação do Colégio no Projeto de Educação Fiscal de acordo com a Lei
Orçamentária Federal. No momento não desenvolvemos projetos de educação
fiscal.
5.9 EQUIPAMENTOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS
A escola dispõe de:
320 conjuntos de carteira/cadeira, 8 estantes de aço,
19 mesas para computador, 35 microcomputadores,
01 impressora jato de tinta, 02 impressoras matricial,
03 impressoras a laser, 01 aparelho fone/fax,
02 armários de aço, 11 TVs,
01 vídeo cassete, 04 aparelhos de DVD,
04 CD’s player, 01 caixa de som,
01 data show.
5.10 RELAÇÕES DE TRABALHO NA ESCOLA
(Professores, funcionários, pedagogos, alunos, diretoria, pais)
A relação de trabalho na escola fundamentasse nos princípios de uma
gestão democrática, aberta e participativa. A realização do trabalho em equipe, cada
elemento exercendo seu verdadeiro papel e buscando alcançar os objetivos
32
propostos, assim todos os envolvidos estão em constante aprendizado, sendo
sujeitos do seu próprio desenvolvimento e do bem estar da coletividade.
Dentro de um Estabelecimento de Ensino todos são educadores e
corresponsáveis pelo sucesso do projeto que norteia todo trabalho pedagógico
realizado.
Quando a gestão é democrática o compromisso e o planejamento se faz
necessário, assim os resultados melhoram, pois todos devem tem clareza dos
objetivos traçados e não medir esforços para alcançá-los. Este planejamento deve
ter quatro dimensões: a das ações concretas a realizar, a das orientações para toda
ação (políticas e estratégias), a das determinações gerais e das atividades
permanentes.
Reuniões periódicas acontecem para a elaboração deste planejamento e
a execução do mesmo ocorre no dia a dia da escola. Portanto, queremos uma
escola de qualidade que não seja excludente, que respeite as diferenças e que a
reflexão constante sobre a realidade promova o compromisso social.
Frente as dificuldades, comum ao convívio escolar, a mediação tem
ocorrido, sempre visando o bem comum. A rotatividade de professores caiu
significativamente, o que aumenta o vinculo dos professores com a comunidade
escolar.
5.11 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
Este tem sido o grande desafio, pois os pais e responsáveis, são em sua
maioria provedores da família, deixando na responsabilidade da escola as decisões
pedagógicas e administrativas.
A participação dos pais acontece através de reuniões realizadas no
decorrer do ano letivo, a fim de aproximar os pais da realidade escolar e
proporcionar a eles o conhecimento da organização pedagógica e administrativa do
Estabelecimento. As reuniões são realizadas no período da noite, facilitando para
os responsáveis que trabalham, mas mesmo assim a participação é pequena.
33
Nestes momentos os pais demonstram suas expectativas em relação à
escola e sugerem soluções para algumas dificuldades encontradas, além de
compartilharem suas experiências na educação dos seus filhos.
Atualmente o colégio atende dezesseis bairros em sua maioria com falta
de estrutura e alto índice de marginalidade. Outro fator que interfere
significativamente é a questão financeira, pois muitos pais trabalham na cidade
vizinha, deixando a responsabilidade para irmãos mais velhos, porem menores de
idade ou em projetos sociais, que por sua vez enfrentam o mesmo problema, quanto
a participação.
Além dessa participação coletiva, a escola está aberta para atender os
pais individualmente, pela direção, equipe pedagógica e professores. A agenda é
outro instrumento que visa garantir a comunicação entre pais e escola.
A busca de soluções para os problemas acontece em reuniões periódicas
com o Conselho Escolar e com a APMF, garantindo um melhor andamento do
Estabelecimento e a qualidade do ensino almejada.
Pretende-se em todos esses momentos, deixar claro que a Escola é um
espaço democrático e que somente com a participação efetiva da família
possibilitará a melhoria do processo educativo.
5.12 CAPACITAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
A capacitação de professores e funcionários vem acontecendo em forma
de reuniões, grupo de estudos debate em busca do entendimento da função da
escola, concepções de aprendizagem, homem, sociedade... Em muitos casos os
professores participam de cursos promovidos pela SEED ou instituições
educacionais, normalmente por iniciativa própria preocupados com sua formação.
A formação continuada, ocorre segundo calendário estipulado pela SEED,
o que garante a participação de todos os envolvidos no processo educativo. Com as
mudanças previstas para 2012,quando será implantado a Ensino Fundamental de
nove anos, séries finais, os estudos realizados neste período ajudarão na efetivação
34
do processo.
O fato de o prédio ser em dualidade administrativa facilitará a articulação
entre os profissionais das séries iniciais e finais.
5.13 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE TURMAS
Tendo em vista que o Colégio Professora Albina Novak Muginoski,
funciona em um prédio municipal com dualidade administrativa, precisamos adaptar
os espaços de acordo com as necessidades das duas escolas, além de respeitar o
horário do transporte escolar e adequação dos horários dos professores que
trabalham em outros Estabelecimentos de Ensino.
A organização e distribuição das turmas por período decorrem da
quantidade de salas disponíveis e do horário oferecido pelo transporte escolar que
atende os diversos bairros.
Sendo a estrutura física do CAIC compartilhada com a Escola Mauro
Portugal, muitas famílias possuem filhos nas duas escolas, o que justifica a abertura
de todas as turmas do ensino fundamental nos dois períodos.
O nosso Colégio recebe alunos transferidos de outros colégios,
municípios ou estados durante o ano letivo.
Mesmo com as mudanças ocorridas na implantação do ensino
fundamental de 9 anos e a abertura da sala de apoio do 9º ano, não haverá muitas
mudanças quanto ao número de salas, pois esse número é fixo, limitando o número
de alunos a ser atendidos.
5.14 ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE
A hora-atividade é organizada buscando atender aos objetivos da escola.
Não conseguimos deixar o horário da hora-atividade, de acordo com as sugestões
do NRE AM/SUL, pois os professores exercem suas funções em várias escolas,
35
assim tentamos adequar os horários segundo a disponibilidade dos professores e as
necessidades pedagógicas dos alunos deste Estabelecimento de Ensino.
Ainda temos dificuldades em conscientizar os professores da importância
de reflexões possibilitadas neste tempo (estudo de textos) e com alguns, da
importância da conquista dos 20% da carga horária, num espaço de tempo a ser
utilizado para organizar instrumentos mais eficazes de avaliação e estratégias
diversificadas de aplicação de conteúdos, buscando tornar o processo ensino
aprendizagem mais significativo e capaz de levar o aluno a refletir e transformar a
realidade em que vive.
O acompanhamento pedagógico ocorre normalmente neste horário,
quando o professor recebe orientações e também compartilha suas dificuldades.
Este espaço é um dos mais prejudicados no contexto escolar, pois em
função do “bom andamento da escola”, abrimos mão deste tempo, fundamental
para uma gestão escolar democrática. Em 2009 foi procurado trabalhar dentro de
proposta da SEED, utilizar este horário para dar suporte ao professor. Acreditamos
que o primeiro passo já foi dado.
Com a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, este horário
de estudo possibilitara aos professores adequar a sua prática, as mudanças
necessárias.
5.15 CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE
Na identificação deste projeto registrou-se o perfil da nossa comunidade,
pessoas de baixa renda, pouca escolaridade, porém na sua grande maioria
proprietários de sua residência e com trabalho autônomo e/ou temporário,
ocasionando muitas transferências expedidas e recebidas. Aparentemente
poderíamos desenvolver este projeto sem grandes dificuldades, mas o grande
desafio está em conscientizar os alunos e as famílias para que acreditem que o
estudo pode lhes possibilitar a transformação da própria vida e a realidade em que
estão inseridos.
36
A inversão dos valores nesta sociedade traz consequências de muitos
conflitos entre os adolescentes, que buscam levar vantagem em tudo, preocupam -
se com status, acirrando a discriminação e a desigualdade.
Há um desencontro entre o que o professor formaliza no seu
planejamento, ou diz que faz e ensina, e aquilo que de fato acontece em sala de
aula. Desejos e projetos transformam-se em discurso, mas não refletem a realidade.
A educação tem por objetivo constituir um ensino com significados,
possibilitando ao aluno se inserir na vida cidadã, mas esta ainda não é a realidade
da escola, pois nas salas de aula ainda se perpetua o ensino enciclopédico. Assim,
o ensino atual ainda não atende as diferentes formas e ritmos de aprendizagem dos
alunos, ocasionando muitos casos de evasão e repetência.
Na sociedade estamos sempre nos adaptando às mudanças, isso é ser
flexível, porém nem sempre isto é possível dentro da escola. Pois, a quebra de
paradigmas exige coragem e ousadia para o enfrentamento e a busca de soluções
para os problemas e isto buscamos efetivar no dia-a-dia da escola e no decorrer do
processo tornando o Projeto Político Pedagógico uma realidade construída e
renovada a cada momento escolar.
37
6 MARCO CONCEITUAL
Um projeto pedagógico precisa, primeiro, saber fundamentar o que entende por processo educativo e por papel da escola, frente aos direitos dos alunos e suas famílias, e da sociedade como um todo. Esta seria o que poderíamos chamar de bloco comum, no sentido de que, mesmo devendo abrir-se a forma divergentes e/ou complementares de conceituação unifica se em torno de alguns elementos conceituais, como instrumentação pública da cidadania, móvel mais decisivo das mudanças estruturais na sociedade e na economia, função moderna do manejo e produção do conhecimento, promoção de didáticas construtivas, etc. (Demo, p. 245).
6.1 CONCEPÇÕES
“A educação é um direito de todos” e a escola, por sua vez, inserida
numa sociedade que vive em constantes mudanças, configurada como instituição a
serviço de toda coletividade precisa ajustar-se a tais modificações, posicionando-se
de forma transformadora e emancipadora, criando um ambiente favorável a
construção do conhecimento, exercício da cidadania, valorizando o trabalho, a
cultura e estimulando a pesquisa.
O CEPANM (Colégio Estadual Professora Albina Novak Muginoski –
EFM) apresenta seus princípios filosóficos e educacionais fundamentados no
referencial teórico crítico, buscando assegurar a qualidade da prática educativa, nas
dimensões culturais, política e social, partindo dos princípios de igualdade,
qualidade, gestão democrática e valorização do magistério.
Segundo Gomez:
[...] de uma perspectiva, habitualmente hegemônica na analise pedagógica do ensino, geralmente se descreveu a escola e suas funções sociais, o processo de socialização das gerações jovens, como um processo de inculcação e doutrinamento ideológicos. Dentro desta interpretação idealista, a escola cumpre a função de impor a ideologia dominante na comunidade de social, mediante um processo mais ou menos aberto e explicito de transmissão de ideias e comunicação de mensagens, seleção e organização de conteúdos de aprendizagem. Dessa forma, os alunos/as assimilando os conteúdos explícitos do currículo e interiorizando as mensagens dos processos de comunicação que se ativam na aula,vão configurando um corpo de
38
ideias e representações subjetivas, conforme as exigências do status quo, a aceitação da ordem real como inevitável, natural e conveniente ( Gómez, Sacristan. 1998, p.17).
Nesse sentido, a escola precisa ter clareza sobre o papel e a realidade
em que está inserida, exercendo sua função na apropriação e transmissão do saber,
caracterizando desta forma a sua especificidade, diferente das demais instituições.
O compromisso expresso em seus objetivos só ocorrerá através do conhecimento
produzido historicamente e apropriado no contexto escolar, dentro de uma visão
dialética e problematizadora.
Para isto, é fundamental explicitar sua visão de homem, sociedade,
educação e avaliação. Que ocorre através de um ensino eficiente que só terá
resultado a partir do momento que cada integrante tenha noção da sua
responsabilidade, assumindo-a e colocando-a em prática. Para isso é fundamental
algumas concepções básicas para a formação integral do aluno.
6.1.1 Concepção de educação
A educação é um componente vivo e social que implica na transformação
da sociedade, que propõe desvendar e utilizar as próprias contradições da própria
sociedade para trabalhar criticamente sua transformação.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases, em seu artigo1º “A educação
abrange processo formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa , nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais,”
A educação é uma das formas de manifestação da prática social que atua
como coadjuvante no movimento da transformação social, atuando na tomada de
entendimento coletivo, na elaboração crítica, consciente das relações sociais em
que são levados a viver.
A educação deve buscar a formação do educando com o espírito crítico,
capaz de refletir, discernir, decidir, dentro de uma escala de valores morais e
39
sociais, que produzam equilíbrio, harmonia, segurança e fundamentem o verdadeiro
sentido da vida.
6.1.2 Concepção de homem
A visão de homem está diretamente ligada, ao tipo de homem que se
deseja formar, ou seja, um indivíduo crítico e consciente. O trabalho deve ser
realizado para que este homem desenvolva as suas potencialidades para
autorrealização e preparo para o exercício consciente da cidadania. O homem é um
ser histórico determinado pelo social, político, econômico e individual.
6.1.3 Concepção de ensino – aprendizagem
O processo ensino-aprendizagem é relacional e reflete a ação de ambos
os lados, o que busca o aprendizado, direta ou indiretamente bem como aquele que
deseja transmitir esse ensino.
Serres (1993), com muita propriedade no seu livro “Filosofia Mestiça”, nos diz que, para que haja aprendizagem, exige-se uma viagem, uma partida... O aprender é uma busca incessante da sabedoria, é a busca do “lugar mestiço”. Afirma: “nada ninho” (p. 14).
Segundo Vygotsky a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos
indivíduos envolvidos no processo, ou seja, aquele que aprende, aquele que ensino
e a relação entre essas pessoas.
6.1.4 Concepção de sociedade
Numa concepção histórica a consciência humana não é nata, ela se
constrói nas relações sociais, sendo assim a sociedade é um processo na
construção do ser humano na coletividade, que por sua vez deve buscar o
conhecimento, pois só assim encontrará respostas às suas perguntas. A obtenção
40
de respostas aos questionamentos leva o ser humano a um ciclo de novas
perguntas.
O homem é um ser social e a sociedade inteiramente humana. É,
portanto um erro esperar uma transformação da sociedade unicamente pela ação
política, sem levar em consideração a especificidade de cada indivíduo, pois ela se
constrói histórica e culturalmente pela interação concreta dos homens em relação
com os outros.
6.1.5 Concepção de cultura
“Do latim, cultura, é o conjunto de características humanas que não são
inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e
cooperação entre indivíduos em sociedade.”
No Brasil existe grande diversidade cultural, em virtude dos povos
africanos , dos índios e dos colonizadores que aqui chegaram, trazendo em sua
bagagem todo o seu patrimônio cultural, o que nos permite optar por uma conduta
cultural, seja religiosa, musical, hábitos ou costumes de um grupo.
A escola é o espaço aonde as pessoas chegam com sua cultural, trocam
suas experiências, ponderam as informações e buscam o equilíbrio necessário para
a convivência em grupo, onde todos aprendem e ao mesmo tempo ensinam.
6.1.6 Concepção de cidadania
É um conjunto de valores sociais que engloba direitos e deveres de um
indivíduo em relação a uma sociedade na qual este esteja inserido.
Dentro de uma gestão democracia, a própria definição de Direito,
pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma escola os direitos de
um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais
componentes.
41
Segundo Jorge Sampaio, in Educar para a Cidadania: "A cidadania é
responsabilidade perante nós e perante os outros, consciência de deveres e de
direitos, impulso para a solidariedade e para a participação, é sentido de
comunidade e de partilha, é insatisfação perante o que é injusto ou o que está mal,
é vontade de aperfeiçoar, de servir, é espírito de inovação, de audácia, de risco, é
pensamento que age e ação que se pensa."
6.1.7 Concepção de infância e adolescência
O estudo da psicologia tem contribuído muito com a educação e nos
permite conhecer o desenvolvimento infantil em suas diferentes áreas (sensório-
motora, sócio-afetiva, simbólica e cognitiva), possibilitando o entendimento do
processo que a criança passa na construção do seu conhecimento. São dessas
informações que derivam subsídios fundamentais à prática pedagógica, auxiliando
os professores sobre o que e como a criança aprende.
Alguns fatores são relevantes para o bom desempenho tanto do
professor como do aluno:
A criança precisa ter sua auto-estima elevada, ser respeitada na sua
personalidade para que participe de forma ativa na construção do seu
conhecimento, assim, a medida que se envolve socializa-se, interagindo com o
outro. A expressão e a comunicação infantil ocorrem através de conversas, leituras,
música e na medida em que isso se contextualiza, a criança inicia a sua
comunicação escrita.
O conhecimento do desenvolvimento infantil permite que o professor atue
em concordância com as necessidades da criança, atingindo seus objetivos e
colaborando com a formação da criança.
A criança é o principal agente construtor do seu conhecimento do mundo
e da sua própria identidade. As circunstâncias do meio em que vive, somadas às
condições do seu pensamento, em cada uma das etapas pelas quais vai passando,
fazem de cada criança um ser inteiramente original.
42
Já na adolescência são os fatores sociais (históricos e culturais) que
associados a mudanças físicas definem o posicionamento que cada jovem irá
seguir. Entender que no contexto em que o adolescente esta inserido proporcionará
o espaço necessário a formação de sua personalidade, que são as informações
recebidas que ampliará ou limitará sua formação. Quando nos referimos ao termo
informação queremos dizer, todo tipo de informação e não somente a que queremos
que eles absorvam.
Na adolescência os comportamentos individuais se manifestam: a
inquietação, diminuição da concentração, aumento da ambivalência frente aos
objetos amorosos, questionamentos referentes a hábitos e costumes e os valores
pré-estabelecidos.
O comportamento grupal é comum entre os adolescentes, ocasião na
qual buscam a aceitação do próximo, a auto-afirmação e sua identidade. Os
conflitos com os pais e outros grupos de adolescentes são características dessa
fase da vida, demonstrados principalmente através de um comportamento próprio
de linguagem, estereótipo e a defesa de idéias que priorizam o grupo em detrimento
dos familiares.
O processo de identificação do ser humano só ocorre no convívio com o
outro. Na adolescência, quando as contradições prevalecem, o indivíduo oscila ente
o desejo de se tornar adulto ou voltar à infância, quando havia menos cobrança. É
muito comum os conflitos entre pais e filhos, professores e alunos, pois criticam
crenças, valores, normas e as regras preestabelecidas são esquecidas. Entender
que isso não significa rejeição, pelo contrário, após refletir e se questionar, o
adolescente adota muitos desses valores para a sua vida. Esse tem sido o grande
desafio para pais e professores.
Na atualidade o conceito de família tem sofrido modificações em sua
base, fugindo da tradição, nem por isso o papel da família na transmissão de
valores éticos e morais diminuíram, entretanto muitos pais têm permitido aos filhos
que estes assumam responsabilidades sem estarem preparados. Diante da situação
a escola torna-se relevante no processo, passando a ser referência, pois é nesse
43
espaço que muitos valores são colocados e vivenciados e não somente os
conteúdos propostos.
O convívio escolar, dependendo da forma em que ocorra poderá ser
benéfico ou prejudicial. O que determinará isto são os objetivos estabelecidos pelos
profissionais educadores existentes no espaço educativo.
A escola deverá representar (...), um espaço democrático e emancipatório por excelência, constituindo-se, juntamente com a família em extraordinária agência da socialização do ser humano, destinado aos propósitos de formação, valorização e respeito ao semelhante. É sobre tudo na escola que a criança e o adolescente encontram condições de enriquecimento no campo das relações interpessoais. (SOTTO Maior Neto, 2004).
Reconhecer que o papel da escola mudou e que a sociedade também
mudou, facilitará o convívio entre os indivíduos, afinal, conflitos entre gerações
fazem parte do desenvolvimento humano.
6.1.8 Concepção de escola
A escola é o espaço vivo onde as relações sociais acontecem. Seu
principal papel é a socialização do saber elaborado, do saber sistematizado, da
cultura popular herança do aluno, adquirida em suas experiências no cotidiano.
É na escola que acontece a transmissão/assimilação de conhecimento,
mas não basta à presença do conhecimento, é necessário que neste espaço o
aluno possa produzir, criar e recriar novos conhecimento.
6.1.9 Concepção de alfabetização e letramento
''Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um
indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos
da aquisição de uma sociedade (Tfouni,1995,p.20).
44
Vários fatores contribuíram para que se repense a alfabetização que no
decorrer dos anos vem sofrendo mudanças, fruto de estudo e pesquisa sobre esse
processo. Essa reflexão busca responder muitas questões, tais como: quando,
como, em quais condições e qual o melhor método para ensinar a língua escrita.
A psicologia auxiliou no estudo do desenvolvimento infantil, atualmente é
possível identificar por área as etapas do crescimento, facilitando e ao mesmo
tempo subsidiando o professor no seu trabalho pedagógico.
Ao iniciar o processo de alfabetização é apresentado ao aluno a técnica
de juntar letras e quais os resultados dessa junção. Muitas vezes esse processo
parece não ter lógica para a criança, mas à medida que esse conhecimento se
estrutura, ela passa a dominar a técnica.
O aprimoramento desse conhecimento ampliará saberes essenciais pré-
requisitos para o bom desempenho escolar. Garantir o acesso a esse conhecimento
é fundamental na construção do saber.
“O domínio da linguagem tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso a informação, expressa e defende ponto de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.” (BRASIL, 1997 b, pg 21).
Atualmente foi incorporado o conceito de letramento no meio
educacional. Este conceito caracteriza o valor social do domínio da língua, pois é
por meio dela que o homem se comunica e expressa seu ponto de vista.
Enquanto os autores discutem os termos: alfabetização e letramento, a
escola procura rever sua postura frente a estes conceitos, pois queremos indivíduos
que: interprete, sistematize confronte, reivindique e que, acima de tudo use seu
conhecimento em benefício próprio e da sociedade.
Alfabetizar letrando significa descobrir a escrita, aprender a escrita, para
somente então, utilizá-la com eficácia.
45
6.1.9.1 Concepção de trabalho
"O TRABALHO enobrece o homem" (Max Weber)
Defini-se como qualquer atividade física ou intelectual, realizada por ser
humano, cujo objetivo é fazer, transformar ou obter algo.
O trabalho sempre fez parte da vida dos seres humanos. Foi através dele
que as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível atual. O trabalho
gera conhecimentos, riquezas materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento
econômico. Por isso ele é e sempre foi muito valorizado em todas as sociedades.
6.1.10 Concepção de conhecimento
Conhecimento “o ato de conhecer, realizado por meio da razão e/ou da
experiência.” Esta atividade humana busca a compreensão da realidade, das
relações entre o homem e a natureza.
O conhecimento escolar é o resultado de fatos, conceitos e
generalizações apresentadas no contexto escolar.
Conforme Freire “O conhecimento é sempre conhecimento de alguma
coisa, é sempre intencional, isto é, esta sempre dirigido para alguma coisa.”
(2003,pg.59).
Os conhecimentos trabalhados na escola deverão colaborar na formação
do homem, viabilizando o domínio do método científico, das formas de
comunicação, dos relacionamentos de maneira a utilizar estes conhecimentos para
resolver problemas da prática social e produtiva.
46
6.1.11 Concepção de tecnologia
A utilização do conhecimento técnico e científico apropriando-se de
ferramentas, métodos e estudos visando uma melhora em produtos, serviços ou
qualidade de vida.
A escola tem o papel de embasar o aluno nos conhecimentos das novas
tecnologias visando a participação do mesmo no processo de avanço social. As
novas tecnologias vêm causando grandes transformações na estrutura da
sociedade e a escola não podem ficar indiferentes a esses avanços, pois ela serve
como apoio no processo ensino-aprendizagem.
É importante salientar que na aplicação das tecnologias nem sempre os
resultados são positivos, gerando muitas vezes prejuízos sociais. Na história do
homem, por ocasião da Revolução Industrial a tecnologia acarretou a destruição
maciça do meio ambiente, deixando uma herança negativa às gerações futuras.
No panorama das aplicações das tecnologias cabe às escolas fazerem a
ponderação e análise crítica buscando sempre o avanço benéfico da aplicação da
tecnologia.
6.1.12 Concepção de avaliação
A avaliação precisa antes de tudo estar comprometida com o social,
constituindo-se como prática educativa libertadora em favor dos excluídos,
buscando garantir a educação como um bem civilizatório, como direito de cidadania,
de desenvolvimento pleno da existência humana digna.
A sociedade se constrói histórica e culturalmente pela interação concreta
dos homens em relação uns com os outros. Precisamos estar bem atentos, pois a
avaliação é entendida como um dos aspectos do ensino, pelo qual, o professor
estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com a
finalidade diagnosticar e aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem.
47
avaliação deve:
� Dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões
quanto ao aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem;
� Proporcionar dados que permitam a este Estabelecimento de Ensino
promover a reformulação de currículo com adequação dos conteúdos e métodos de
ensino, pois a avaliação que garante a participação e o diálogo crítico fundamenta a
reorientação curricular e a reconstrução de práticas pedagógicas numa perspectiva
emancipadora;
� Incidir sobre o desempenho do educando em diferentes “situações de
aprendizagem”, utilizando técnicas e instrumentos diversificados, tais como:
avaliações orais e escritas, pesquisas teóricas e de campo, produção de textos,
aulas/passeio, observação direta, relatórios, gincanas, concursos, jornal, mural e
outros;
Independente do respectivo tratamento metodológico, a avaliação deve
utilizar procedimentos que assegurem a comparação com as DCES indicadas pelos
conteúdos de ensino, evitando-se a comparação dos alunos entre si, e, preponderar
os aspectos qualitativos da aprendizagem considerados a relação e a
contextualização dos conteúdos sempre dando enfoque e relevância à atividade
crítica à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização.
A avaliação deve ser contínua, permanente e cumulativa, cumprindo sua
finalidade educativa e deve obedecer à ordenação e à seqüência do ensino e da
aprendizagem bem como à orientação do currículo, sempre considerando os
resultados obtidos durante o período letivo, num processo contínuo cujo resultado
final venha incorporá-los, expressando a totalidade do aproveitamento escolar,
tomado na sua melhor forma.
A oposição do enfoque liberal e da visão libertadora que permeiam a
avaliação, trazem em sua bagagem os seguintes contrastes: da postura
disciplinadora à postura cooperativa; da memorização à compreensão; da exigência
à responsabilidade de consciência; da ação competitiva à ação coletiva.
48
“O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a
transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação
liberadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seria mudar
algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas. Mas esse não é o
problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o
conhecimento e com a sociedade.” (Shor, IRA & FREIRE, Paulo, 1986, p. 48).
6.1.13 Concepção de gestão democrática
A Gestão Democrática perpassa pelas leis vigentes e abrange as
dimensões pedagógica, administrativa e financeira. Exige uma ruptura histórica na
prática administrativa, implica o repensar da estrutura de poder da escola tendo em
vista sua socialização propiciando a prática da participação coletiva, que atenua o
individualismo, que elimina a exploração, que supera a opressão, que anula a
dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das
quais a escola é mera executora.
Em uma Gestão Democrática é preciso entender que as leis não mudam
a realidade como um toque de mágica, devendo ser vistas mais como ponto de
partida para os sujeitos e autores da escola pensarem suas próprias condições e
transformá-las.
Também a educação deve ter um caráter democrático que considera o
aluno como cidadão, promove o desenvolvimento da democracia e da liberdade
humana, repudia qualquer tipo de discriminação, constrói sua proposta pedagógica
numa visão crítica, incorpora os avanços das ciências e das tecnologias a serviço do
homem, busca a democratização do saber e a democratização das relações,
garante uma qualidade de ensino articulando a escola como um lugar de
aprendizagem significativa na busca de formar homens livres possuidores de
direitos e cumpridores dos seus deveres, além de aptos a atuar no mundo do
trabalho.
A crescente complexidade das relações do mundo do trabalho é uma das
questões que, atualmente, mais tem ocupado e, preocupados tanto profissionais
49
que já estão inseridos no mercado, quanto àqueles que estão ás vésperas da
escolha de sua formação profissional. A necessidade de aperfeiçoamento constante
diante do avanço tecnológico é apenas um dos fatores responsáveis por essa nova
configuração; portanto cabe à escola a instrumentalização do educando para o bem
falar, escrever e interpretar, grande ciência e ao mesmo tempo grande arte
indispensável ao desempenho de papéis na sociedade e ao sucesso profissional
singular a cada área.
Diante dos cenários da sociedade atual as ações individualizadas são
improdutivas e o trabalho escolar deve ser uma ação de caráter coletivo, realizado a
partir da participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos das
instâncias colegiadas da comunidade escolar. Sendo assim o envolvimento de todos
os que fazem parte, de uma forma ou outra do processo educacional, que traçam os
planos de ações visando à melhoria do ensino, é imprescindível para que a gestão
escolar participativa se efetive.
A gestão escolar é um processo democrático onde é descentralizado o
poder do diretor e, todos, juntamente com o corpo docente, quadro administrativo,
alunos e comunidade participam na tomada de decisões dividindo dessa forma as
responsabilidades na construção de propostas para garantir o avanço da educação.
A participação da família é de grande importância, mas não podemos
esquecer que a democratização da escola consiste na realização do seu papel, que
é ensinar e não somente envolver a todos nas tomadas de decisões, mas
proporcionar um trabalho pedagógico diferenciado, que permita ao aluno expressar-
se, desenvolver-se e continuar na escola para aprender e aprender a fazer.
6.1.14 Concepção de currículo
O Currículo é um importante elemento constitutivo da organização
escolar. Implica a interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por
um referencial teórico que o sustente.
50
É uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização
dos meios para que esta construção se efetive, pois este não pode ser separado do
contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente
determinado.
A sociedade está em constantes mudanças, os conhecimentos
considerados importantes são alterados, os conceitos são ampliados e a escola que
acolhe crianças e jovens por um determinado período, para devolvê-los mais tarde a
essa dinâmica, tem que ter um currículo que acompanhe a mesma.
Portanto, nesse movimento a unidade escolar exercerá seu papel,
mostrando a importância de estar atento aos movimentos sociais e políticos para
que usem os conhecimentos adquiridos além dos muros escolares procurando
dessa forma mudar a sua realidade, da sua comunidade e demais segmentos.
Para que isso se concretize é necessário que a escola faça uma análise
do seu alunado e qual é a realidade da instituição escolar, pois sendo ela a instância
maior que faz a mediação entre o educando e os modelos sociais precisa ter clareza
do conhecimento que quer passar, para que vá adquirindo, nesse processo, a
capacidade de compreender e transformar saberes.
Para isso temos as orientações das Diretrizes Curriculares que são
parâmetros para um contexto específico, portanto é elaborada de acordo com os
componentes regionais e locais, com intencionalidade, organização específica e
gestão escolar adequado a aprendizagem do currículo para o educando daquele
contexto.
Ações como estas, voltadas para os indivíduos inseridos no contexto
escolar, com diversidade cultural é que vão alavancar o ensino.
É na escola, através do currículo, que as ideologias se concretizam com
conteúdos que fortalecem a democratização do saber e das relações. Portanto,
sendo a unidade escolar um espaço de luta, é nela que a realidade social poderá
ser mudada atendendo à diversidade cultural para que não se reproduza uma única
maneira de ser, de pensar, tido como hegemônica.
51
Até, porque o pluralismo cultural não existe somente entre as nações, ele
está no interior dela, das comunidades, dos indivíduos.
Muitas práticas excludentes e de fracasso escolar realizada na escola são
frutos do desrespeito ao multiculturalismo, uma vez que as práticas escolares
atingiram apenas parte dos alunos, proporcionando uma desigual proximidade dos
grupos diante às práticas e normas escolares.
Enfim, a questão fundamental no âmbito dos estudos sobre currículo
resume se na explicação do que deve ser ensinado e aprendido e do como deve ser
ensinado e aprendido num processo onde o ensino/aprendizagem se aproxima da
vida cotidiana dos alunos.
6.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A organização curricular do Ensino Fundamental e Médio segue a Matriz
Curricular, previamente aprovada pela SEED. Ela é dividida em duas partes, sendo
que a Base Nacional Comum representa 75% da carga horária e a Parte
Diversificada 25%.
Baseando se na Matriz Curricular, a unidade escolar deverá garantir
cinco aulas diárias, com duração de cinquenta minutos cada, totalizando 25 aulas
semanais.
6.3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
As escolas públicas não têm correspondido às características individuais
e sócio culturais diferenciadas de seu alunado, funcionando de forma seletiva e
excludente, mas se faz necessário abrir o universo de possibilidades humanas, que
se constrói no enfrentamento cotidiano dos conflitos, impasses e limitações.
Especial é a educação, que legitima esquemas, espaços e dimensões do
conhecimento e dos direitos humanos, sem a necessidade de atributos restritivos.
52
A escola inclusiva (escola que deve acomodar todas as crianças
independentemente de suas condições intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas
e outras – Salamanca- 1994), deve promover uma educação de alta qualidade a
todos os educandos, mudando atitudes discriminatórias, criando comunidades
acolhedoras e desenvolvendo uma sociedade inclusiva.
A dificuldade de aprendizagem não deve ser tomada, isolada e como
obstáculo ou impedimento que impossibilita o pleno desenvolvimento de uma
pessoa. Escola inclusiva requer novas estruturas, novos paradigmas dentro do
Projeto Político Pedagógico. A formação dos educadores deve romper com a
polaridade entre educação comum e especial, tendo como referencial a diversidade
e o aprendizado do aluno.
A integração escolar é vantajosa para todos, porque propicia a renovação
do sistema educacional, pela incorporação da diversidade das experiências
humanas e para que isso aconteça, a escola deverá propor alternativas e soluções,
instrumentalizando se de todas as formas para lidar com as diferenças e a partir
delas buscar o convívio produtivo com a diversidade. Alunos, professores, técnicos,
especialistas, pais, agentes do poder político e comunidade, todos devem assumir o
desafio da descoberta e a superação dos limites, construindo novos referenciais da
Escola Inclusiva.
A educação Inclusiva requer uma escola aberta para todos os alunos,
indo além, de uma posição política, porque resgata uma proposta de recriação da
própria vida na escola.
E é com esta visão que o Colégio abriu as portas para esta nova etapa da
Educação oferecendo atendimento individualizado e/ou pequenos grupos que estão
sendo acompanhado em Sala de Apoio e Sala de Recurso, de acordo com a
necessidade.
O trabalho está sendo ofertado em contra turno, permitindo que o mesmo
continue em sala regular.
A inclusão já é de fato nas escolas públicas e acredita se que em parceria
com a família, pode se atender a todos de acordo com a realidade de cada um.
53
Para acabar com a exclusão da contemporaneidade faz se necessário
introduzir outro padrão de sociedade, fundada na civilidade e na ética. A ideologia
da submissão precisa ser precisa ser superada e o “fantasma” do compromisso
abolido, pois pressupõe destinos previamente traçados, sem espaço para as
decisões, para a liberdade que é um dos componentes centrais da constitutividade
humana.
Para que se possa compreender uma cultura, seja a brasileira ou
qualquer outra, deve se, em primeiro lugar, percebê la como algo dinâmico e não
estático, como algo inerente à vida das pessoas, sendo a ética de grande valia para
criar uma coesão na sociedade, uma unidade na diversidade, uma compreensão do
humano dentro das distinções culturais, um melhor entendimento sobre a teia de
relações que constroem o humano.
54
7 MARCO OPERACIONAL
7.1 LINHAS DE AÇÃO
• Reorganização do trabalho pedagógico escolar,
• Perspectiva administrativa,
• Perspectiva Pedagógica,
• Perspectiva Financeira
• Político- educacional
Entre muitas inovações, as tecnologias vêm causando grandes
transformações na estrutura da sociedade, assim a escola não pode ficar indiferente
a esses avanços, pois ela serve como apoio para o processo ensino aprendizagem.
Frente a esta situação o professor se depara com um novo desafio que é
o repensar sua ação pedagógica, buscando a participação do educando num
processo de aprendizagem colaborativa e cooperativa superando o modelo
individualista e competitivo.
A informática deve ser entendida como um meio de apoio para o trabalho
pedagógico, colaborando na motivação do aluno, com objetivos bem definidos,
integrando os temas trabalhados e articulando as diversas áreas do conhecimento.
O uso dessas tecnologias, nos dias atuais, primordial para proporcionar
uma educação inovadora e crítica, buscando mais igualdade e justiça no espaço
escolar.
Com a implantação do laboratório de informática, as atividades docentes
e discentes, envolvem práticas pedagógicas voltadas às tecnologias,
proporcionando dentro do ambiente escolar uma aprendizagem mais significativa.
55
7.2 PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS
As instâncias colegiadas são instituições auxiliares para que as decisões
sejam tomadas no coletivo e, portanto a equipe pedagógica administrativa e a
estrutura social se sentem responsáveis pela instituição escolar.
Terão papel fundamental no esclarecimento aos pais, quanto à
implantação do ensino fundamental de nove anos, pois auxiliarão neste embate.
As instâncias que atuam na escola são:
7.2.1 Grêmio estudantil
O Grêmio Estudantil é o órgão máximo de representação dos estudantes
do Colégio e suas atividades reger-se-ão pelo Estatuto próprio aprovado em
Assembléia Geral. Tendo como objetivos lutar pela democracia permanente na
Escola, representando e defendendo os direitos dos alunos, incentivando a cultura
literária, artística e desportiva, promovendo a cooperação entre toda a comunidade
escolar e realizando o intercâmbio com outras instituições educacionais.
7.2.2 Conselho escolar
A importância da tarefa educativa e a complexidade do organismo escolar
na atualidade impõem à necessidade da adoção de mecanismos que assegurem os
princípios de democratização e representatividade no processo de gestão escolar.
O Conselho Escolar deverá ter como tarefa principal a definição da
proposta pedagógica da escola, orientando se para tanto pelos princípios da
democratização, gratuidade e universalidade, direcionando suas ações para a oferta
de ensino de qualidade para todos.
Para alcançar plenamente seus fins o órgão colegiado deve ser
constituído com observância do princípio da representatividade abrangendo toda
56
comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e pais) e incluindo também
representantes da sociedade civil e organizada.
Quanto à comunidade escolar deve se ressaltar a importância de que os
representantes sejam eleitos democraticamente por seus pares, preferencialmente
através de suas organizações próprias (Grêmio Estudantil, Associação de Pais,
Congregação de Professores, etc.). No que se refere à presença de segmentos da
sociedade civil organizada devem ser considerados aqueles efetivamente
comprometidos com a escola pública, os quais serão chamados a participar por
iniciativa da comunidade escolar.
O funcionamento deste órgão deve ser pautado em critérios que
assegurem a transparência de suas ações, tais como:
• Convocação e pauta antecipada para as reuniões e previsão de quorum
mínimo para a sua realização;
• Definição clara de mecanismos de substituição dos conselheiros que venham
a se afastar;
• Representação de todos os segmentos como condição para instalação e
funcionamento do conselho;
• Delimitação do período de mandato e das possibilidades de recondução dos
conselheiros;
• Mandato do conselho não coincidente com o do diretor como forma de
assegurar a continuidade do progresso da gestão da escola.
7.2.3 Associação de pais, mestres e funcionários
A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é o órgão de representação
dos pais, professores e funcionários do Estabelecimento de Ensino, não tendo
57
caráter político-partidário, religioso, social e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados os seus dirigentes e conselheiros.
Tem por objetivo geral colaborar na assistência do educando, no
aprimoramento do ensino e na integração família escola comunidade, mediante
ação integrada ao Conselho Escolar.
A APMF tem estatuto próprio, aprovado pelo N.R.E. e registrado em
Cartório.
7.2.4 Conselho de classe
O Conselho de Classe se constitui num momento coletivo, geralmente
organizado por séries / áreas do conhecimento de discussão do processo de
aprendizagem dos alunos pelos professores, direção e pedagogos. Ele é importante
na busca de alternativas para a superação de problemas pedagógicos, comunitários
e administrativos da escola.
O enfoque principal é o processo educativo e não as notas, devendo
apontar as necessidades de mudança em todos os aspectos da escola e não
apenas os relativos aos alunos.
É o momento de decisões sobre providência a serem tomadas,
registradas e avaliadas para o conselho seguinte, de modo a se fazer história e não
ser simples momento de catarse.
Os conselhos devem ser preparados com antecedência, estabelecendo
critérios para uma análise mais ponderada.
O Conselho de Classe tem como finalidades:
• Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o
trabalho do professor na direção do processo ensino-aprendizagem, proposto
pelo Plano Curricular;
58
• Acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos;
• Analisar os resultados do processo ensino-aprendizagem na relação com o
desempenho da turma com a organização dos conteúdos e o
encaminhamento metodológico;
• Adotar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros
indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação
dos alunos entre si;
• Analisar os resultados da avaliação do desempenho dos alunos portadores
de necessidades educacionais especiais, considerando o respeito às
diferenças individuais e às dificuldades de aprendizagem;
• Propor medidas que viabilizem um melhor aproveitamento escolar, tendo em
vista o respeito, à cultura do educando, integração e relacionamento com os
alunos da classe;
• Estabelecer planos viáveis de recuperação dos alunos, em consonância com
o Plano Curricular do Estabelecimento de Ensino;
• Decidir sobre a aprovação ou reprovação do aluno que após apuração dos
resultados finais não atinja o mínimo solicitado pelo Estabelecimento de
Ensino, levando-se em consideração o desenvolvimento do aluno até então.
� Aluno representante de turma
Quanto ao aluno representante de turma, a escolha de dois membros é
feita pelos colegas e com acompanhamento do professor representante daquela
turma, pautando nos princípios de assiduidade, disciplina, ética e participação em
sala de aula. O fato de sê-lo em dupla, ampara a turma para que numa eventual
falta desse membro, não se fique sem representatividade.
Compete ao representante de turma fazer a chamada diariamente
preferencialmente no momento da terceira aula, preencher o calendário com as
datas de avaliações e trabalhos deixando o em exposição na turma, encaminhar à
59
sala de orientação da Equipe Pedagógica eventuais problemas surgidos, solicitar a
ajuda das pedagogas sempre que necessário e ajudar o professor que findada a
aula muda se para outra turma, auxiliando o na mudança do material.
7.3 AÇÕES RELATIVAS À FORMAÇÃO CONTINUADA
A escola enquanto instituição social, cumpre a função, que lhe é
específica, a socialização do saber historicamente acumulado com a qualidade e
organização. Essa qualidade deve estar fundamentada com professores
capacitados, com formação especifica, mas para isso é preciso prever capacitação,
aperfeiçoamento e assistência pedagógica aos mesmos, de forma a assegurar o
retorno dos benefícios para a escola. É preciso, ainda assegurar horários para
reuniões pedagógicas e desenvolvê-las como espaço de discussão sobre temas da
educação que favoreçam a melhoria da qualidade do trabalho docente, pois ensinar
é uma tarefa complexa que requer formação sólida para que o professor consiga
definir o que ensinar como ensinar e para que ensinar.
Os professores participam de cursos, reuniões, simpósios, encontros,
grupos de estudo e seminários oferecidos pela Secretaria de Estado da Educação.
Também, uma parte da hora atividade, é dedicada a leitura e reflexão de
textos que levam o professor a uma reflexão da sua prática pedagógica e maior
aprofundamento teórico.
7.4 DIRETRIZES PARA A AVALIAÇÃO GERAL
Sabe se que a avaliação é uma ferramenta indispensável para o
planejamento, a gestão e as demais atividades que constituem o currículo da
escola, devendo basear se em uma visão crítica, porém compreensiva das partes
componentes da escola, das relações desenvolvidas, formando um todo.
Para a avaliação nos baseamos nos seguintes pontos:
60
I – Organização didático-pedagógico da escola
• Estrutura acadêmico - administrativa
• Projeto Político - pedagógico
• Atividades acadêmicas desenvolvidas
II – Corpo docente
• Formação acadêmica e profissional
• Condições de trabalho (regime de trabalho, relação docente/alunos e
turmas
• Atuação e desempenho acadêmico e profissional
III – Instalações
• Instalações gerais da escola
• Biblioteca
• Laboratórios
Baseando se nos aspectos citados acima a escola tem como objetivos
verificar o ritmo e os estilos de aprendizagem dos alunos, realimentar o processo
ensino-aprendizagem, permitindo efetuar correções, enfatizando os conteúdos e
objetivos mais importantes e oportunizar a obtenção de maior sucesso escolar, por
meio da detecção e da correção dos erros mais frequentes, aumentando a
motivação dos alunos e minimizando a evasão e a repetência escolar.
Com isso, esta instituição sempre vem buscando através de algumas
atividades perceberem suas falhas para melhorá-las. As estratégias utilizadas para
a avaliação da escola são: reuniões, questionários para os pais, alunos e
professores e caixa de sugestões.
61
7.5 AÇÕES RELATIVAS À RECUPERAÇÃO PARALELA
Considerando que as aprendizagens cognitivas exigidas pela escola
podem ocorrer com maior ou menor rapidez em função das características e
estimulação dos ambientes sociais de onde os alunos provem, a recuperação
paralela é a oportunidade que o educando tem de superar as dificuldades na
aquisição de conhecimentos e no rendimento escolar.
Portanto, toda vez que forem constatadas dificuldades, falhas na
aprendizagem, o professor fará a recuperação de estudos, no horário de aula,
procurando se adequar às dificuldades dos alunos.
A carga horária da recuperação de estudos está inserida no cômputo das
800 (oitocentas) horas anuais, atendendo a legislação vigente.
7.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E A PRÁTICA DOCENTE
A construção do Projeto Político Pedagógico do Colégio deixa claro, a
intenção de transformação numa escola democrática, com a participação de todos
em busca de uma educação mais justa e digna. Porém, é preciso superar algumas
resistências na prática pedagógica e para isso o professor deve se conscientizar de
que o presente projeto está sendo construído a partir das decisões no coletivo e que
é o documento que norteia as ações dentro da escola, inclusive a prática
pedagógica.
Baseando se nessa lógica é de suma importância à colaboração de todos
no trabalho pedagógico para que esta escola seja realmente democrática acolhendo
a todos.
Portanto, pretende se fazer alguns avanços quanto à prática avaliativa
para que ela realmente seja vista mais como um recurso para o educador ter claro o
que precisa mudar, quais conteúdos precisam ser retomados, enfim dar mais ênfase
à avaliação diagnóstica do que a classificatória.
62
Com isso a avaliação deixa de ser um instrumento nas mãos do professor
para selecionar, rotular, classificar, controlar e, consequentemente aumentar as
estatísticas de reprovações e evasões, uma vez que temos como linha de ação
diminuir o número de alunos que permanecem na mesma série por vários anos e
dos desistentes, também.
Dar se á, também, continuidade à implantação do Conselho de Classe
participativo, buscando subsídios para que essa instância seja realmente
aproveitada para reflexões sobre os problemas de ensino-aprendizagem, buscar
alternativas, deixando de ser um espaço específico de avaliação que declara se o
aluno vai ser aprovado ou reprovado.
Além das atividades que constam no currículo, a escola desenvolve
alguns projetos de trabalho em torno de uma problemática de interesse de um grupo
de alunos ou da necessidade dos professores.
Essa prática pedagógica orientada por projetos de trabalho possibilita a
abordagem dos conteúdos numa perspectiva interdisciplinar que favorece a
compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem a realidade, uma vez que
permite a articulação de contribuições de diversos campos de conhecimento.
Esse tipo de organização permite que se dê relevância às grandes
questões do cotidiano como, biodiversidade, violência, drogas, influência política e
econômica, vida saudável, pois os projetos de trabalho podem se desenvolver em
torno delas e serem direcionados para metas objetivas, com a produção de algo que
sirva como instrumento de intervenção nas situações reais.
A escola também participa de projetos oferecidos pela mantenedora
como: Semana Cultural e Esportiva, Projeto Fera Com Ciência e Jogos Colegiais
Estaduais.
63
7.7 AS AÇÕES RELATIVAS À IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DE NOVE ANOS
O Colégio Estadual Prof.ª Albina Novak Muginoski tem dualidade
administrativa com a Escola Municipal Mauro Portugal, o que possibilita aos alunos
iniciar e concluir o ensino fundamental dentro da mesma estrutura física.
A troca de informações referente ao desempenho escolar dos alunos já
acontece, porem diante das mudanças ocorridas com a implantação do ensino
fundamental de nove anos, esta troca de informações deverá ocorrer de forma
sistematizada, quando serão trabalhadas detalhadamente as possíveis mudanças
nos conteúdos adequando as necessidades dos alunos.
Inicialmente os professores irão analisar os conteúdos trabalhados nas
séries iniciais, para depois reunir-se com os professores destas séries.
64
7.8 CALENDÁRIO ESCOLAR
65
7.9 MATRIZ CURRICULAR
66
67
68
69
7.10 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR
O tempo escolar é um dos elementos constitutivos da organização do
trabalho pedagógico. O calendário ordena a ordem do tempo: determina o início e o
fim do ano, prevendo os dias letivos, as férias, os períodos escolares em que o ano
se divide os feriados cívicos e religiosos, os períodos para reuniões pedagógicas,
capacitação, etc.
O Colégio oferece os dois níveis da educação básica, o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio, Apoio Pedagógico em contra turno para as turmas
de 6ª e 9ª ano, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática com carga
horária de 20 horas semanais, oferece também uma Sala de Recursos em contra
turno.
A organização do tempo escolar neste Estabelecimento é realizada por
série, com carga horária de 800 horas aula, de acordo com a matriz curricular e o
calendário escolar aprovado pela Secretaria de Estado da Educação.
7.11 REGIMENTO ESCOLAR
A ser anexado após aprovação pela SEED.
7.12 PROJETOS INTERDISCIPLINARES
7.12.1 Projeto cultural afro-brasieiro e indígena
7.12.1.1 Introdução
Este projeto será desenvolvido em dois momentos inicialmente
trabalharemos com o tema quilombolas, dando enfoque à sua origem, histórico
brasileiro, desenvolvimento de seus grupos sociais a partir da abolição dos escravos
70
e de como vivem hoje as comunidades remanescentes, principalmente na cidade de
Campo Largo, mais precisamente no Vale da Ribeira.
Em um segundo momento, o enfoque será nos grupos indígenas,
demonstrando o percurso histórico, herança cultural e como vivem hoje as
comunidades indígenas.
A proposta do trabalho nos remete a um compromisso, que é o de não
ignorarmos os fatos, sermos sensíveis, e ao final, como educadores exercermos a
ação social, como promotores da dignidade, tendo isso como valor maior de nossas
profissões.
7.12.1.2 Justificativa
A elaboração deste projeto visa atender a necessidade da escola, frente
ao desconhecimento de sua comunidade escolar, quanto a cultura afro- brasileira,
indígena e minorias integrantes da formação da “Pátria Brasil”, uma vez que temos
próximo a nossa comunidade, grupos remanescentes de quilombolas e indígenas,
muitas vezes marginalizados pela sociedade Campo-larguense.
7.12.1.3 Objetivo geral
Objetiva-se com este estudo explanar a realidade das comunidades
quilombolas e indígenas, existentes em nosso município, permitindo ao aluno
identificar- se como brasileiro, rico em sua miscigenação, entendendo que em algum
momento a historia convencional se encontra com a sua historia de vida.
7.12.1.4 Objetivos específicos
1. Levantar a temática acerca dos Grupos Étnicos, presentes em nosso
município, utilizando como mola propulsora o histórico local.
2. Conhecer os registros históricos convencionais confrontando com
relato da comunidade.
3. Conhecer a utilidade dos artesanatos e sua importância na renda
familiar dos remanescentes étnicos estudados.
4. Pesquisar em sua genealogia, descendentes afros e/ou indígenas.
71
5. Debater o tema e coletar sugestões práticas entre professores e
alunos.
7.12.1.5 Metodologia
O projeto envolverá todos os alunos e professores, inicialmente através
de palestras, ministradas por convidados especializados nos temas, estudos de
textos bibliográficos e apresentações de vídeos. A pesquisa de campo trará
subsidio para o entendimento da realidade atual, sendo coletado em órgãos
públicos e de interesses coletivos, tais como : Prefeitura, INCRA, ONGs, etc.
Cada professor dará ênfase ao tema de acordo com a pertinência de sua
disciplina.
7.12.1.6 Recursos
Recursos áudios visuais
Data show
Vídeos
Sites de internet
Materiais impressos
Livros
Apostilas
Revistas
Folhas avulsas
Recursos humanos
Professores
Alunos
Palestrantes
72
7.12.1.7 Referências
As políticas Públicas e a desigualdade racial no Brasil – 120 anos após a abolição –
Mário Theodoro, Luciana Jaccoud, Rafael Osório, Sérgio Soares – Brasília: Ipea,
2008.
A Construção de uma Política de Promoção da Igualdade Racial: uma análise dos
últimos 20 anos, Luciana Jaccoud – Brasília: Ipea, 2009.
Cultura Afro, Acesso em 29/09/2011 http://afrobrasileira.multiply.com/journal/item/46
7.12.2 Projeto de recuperação de estudos e notas
Série: TODAS AS TURMAS
7.12.2.1 Problematização:
Como ignorar um nível de aprendizagem insatisfatória e nada fazer para
reverter essa realidade?
7.12.2.2 Justificativa:
A elaboração deste projeto visa atender a necessidade da escola.
Frente ao baixo rendimento apresentado por esta no ano de 2010,
observado no IDEB. Ao analisar os problemas enfrentados pela escola nos últimos
anos, observou-se o atendimento à 12 bairros da periferia de Campo Largo, em sua
maioria sem – infra estrutura, pobreza generalizada e alto índice de marginalidade.
Estes alunos utilizam transporte escolar, ficando impossibilitados de frequentarem
programas em contra turno, oferecidos pelo colégio, e em muitos casos prejudica
até a utilização da biblioteca.
73
O outro agravante é o perfil da comunidade, que em sua maioria
trabalham em Curitiba, deixando os filhos na responsabilidade de projetos sociais ou
de irmãos mais velhos, que por sua vez não realizam suas atividades escolares e
muito menos auxiliar seus irmãos menores.
7.12.2.3 Objetivo geral:
Atender o aluno em sua real necessidade, oportunizando
momentos de estudo direcionados em sala, complementados com trabalhos de
pesquisa, revertidos em notas que complementarão as notas trimestrais.
7.12.2.4 Objetivos específicos:
- Possibilitar ao aluno a retomada extra de conteúdos.
- Proporcionar recuperação de notas nas disciplinas abaixo da média.
- Ampliar o campo de estudo através da pesquisa.
- Envolver familiares no processo educativo.
7.12.2.5 Recursos utilizados:
Quadro-negro, TV, pendrive, livros para pesquisa, cartazes, laboratório
de informática.
7.12.2.6 Metodologia:
O Projeto será apresentado aos responsáveis pelos alunos com baixo
rendimento e com risco de reprovação, através de reunião, quando os pais tomarão
ciência dos boletins e das estratégias criadas pela escola para recuperação de
estudo e nota. Lembrando os pais que o sistema de avaliação utilizado pela escola,
já ofereceu diversas atividades avaliativas, retomadas de conteúdo e recuperação,
mas mesmo assim estes alunos não tiveram êxito, uma vez que recebemos alunos
com muita defasagem de aprendizagem.
74
Os pais deverão assinar termo de compromisso, garantindo o
acompanhamento na execução das pesquisas e trabalhos solicitados aos alunos.
Cada professor devera encaminhar as orientações quanto aos conteúdos a serem
pesquisados e apresentados aos professores.
7.12.2.7 Avaliação:
A avaliação será realizada individualmente, atendendo os critérios de
cada disciplina e embasado no Sistema de Avaliação adotado pela escola.
7.12.2.8 Considerações finais:
Para a aprendizagem não há fronteiras;todo progresso do aluno precisa
ser comparado com a situação dele mesmo em épocas anteriores. Dessa forma,
acreditando em sua própria capacidade, o aluno melhorara sua autoestima e
avançará em seus conhecimentos, alem de adquirir comprometimento e um espírito
de organização tal que o leve a não mais perder oportunidades ou deixar a desejar
com suas obrigações.
7.12.3 Projeto sobre sexualidade
TITULO: “Contrato de Prevenção”
PÚBLICO ALVO: 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.
7.12.3.1 Problematização:
Como a escola pode ser determinante no sentido de diminuir a incidência de
gestão precoce?
75
7.12.3.2 Justificativa:
Cerca de 20% das crianças que nascem a cada ano no Brasil são filhos
de adolescentes, sendo que, na maioria das vezes não se tem condições financeiras
nem emocionais para assumir esta maternidade.
Com isso, adolescentes grávidas abandonam seus estudos, interrompem
seu processo de socialização e abrem Mão de sua cidadania. Muitos são as causas
que podem ser apontadas para o problema, entre elas, a desinformação. Por isso,
sendo a escola, um espaço propicio para o autoconhecimento, a educação sexual
nas instituições escolares é fundamental para que os jovens possam falar sobre sua
sexualidade, sem preconceitos, superando os tabus.
7.12.3.3 Objetivo geral:
Trabalhar a questão do gênero e de afetividade, respeitando a
individualidade do outro e mantendo a auto-estema.
7.12.3.4 Objetivo específico:
• Orientar sobre os riscos de uma gravidez indesejável e os perigos do aborto
clandestino.
• Conhecer as doenças sexualmente transmissíveis e os métodos
contraceptivos.
• Promover o confronto de ideias e a troca de experiências dentro de vivencias
saudáveis.
• Orientar a juventude no sentido de que vivam a sexualidade a partir de
valores éticos e humanos
7.12.3.5 Operacionalização do projeto:
O inicio do trabalho seria através do levantamento das expectativas dos
adolescentes e as duvidas que permeiam essa esfera. Para isso, o grupo faria o
levantamento dos temas mais polêmicos os quais gostariam de trabalhar nos
encontros, depositando – os anonimamente numa urna,para evitar
76
constrangimentos. Algo que não deve ser esquecido é a elaboração coletiva de um
“contrato de trabalho” com normas que permitam esclarecer duvidas e ao mesmo
tempo funcionar bem.
Para responder com segurança a estas questões, o ideal seria um
agendamento prévio com ginecologista ou outro profissional da área. Cabe lembrar
que o orientador do grupo atue como um facilitador da discussão e não como um
conselheiro.
Ao termino da palestra com profissional especializado, um farto material
ilustrativo deve ser distribuído: folder sobre doenças veneras, cuidados na gravidez,
enfim matérias disponíveis na Secretaria Municipal de Saúde. Na sequencia do
projeto, outros profissionais devem ser convidados para responder à caixinha de
perguntas, vídeos sobre o tema serão trabalhados e os pais dos alunos devem ser
convidados para tomar ciência do projeto e manifestar seu apreço. Dependendo do
interesse e da aceitabilidade de todos, a escola poderá avançar nessa iniciativa,
realizando uma reunião com o corpo docente e técnico da instituição para integrá- lo
e selecionar professores que desejem participar da sequencia desse trabalho com
os alunos. A equipe selecionada devera participar de uma formação teórica,
agendar palestras e preparar dinâmicas de relacionamento para cada encontro,
onde serão atendidos semanalmente grupos de alunos conforme a faixa etária.
7.12.3.6 Metodologia:
Elaboração de contrato de trabalho, entrevista sigiloso através da urna de
perguntas, debates.
7.12.3.7 Recursos utilizados:
TV pendrive, médicos, psicólogos, terapeutas, panfletos e folders sobre
Orientação Sexual, exemplares de métodos contraceptivos, urna com perguntas.
7.12.3.8 Avaliação:
Através do conhecimento gerado e do comportamento dos adolescentes
nos grupos de amigos, do levantamento estatístico de possíveis casos de gravidez
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nessa faixa etária, de mudança de hábitos dos adolescentes no que tange a
sexualidade exposta na TV e internet.
7.12.3.9 Considerações finais:
O impacto da globalização repercutiu não apenas na economia, mas
principalmente na intimidade das pessoas; alguns valores e princípios morais
tradicionais foram extintos, sufocados pela propagação sexual barateada da mídia.
A ausência de regras e a pluralidade de escolhas inconseqüentes trouxe a pseudo
liberdade, causando desnorteio, insegurança e conflito interior em indivíduos que
cultuam o corpo e os prazeres, esquecendo que “o corpo é a morada do ser”.
Contudo, as pessoas em sua condição humana, ainda desejam amar a
ser amadas; para isso precisam ser orientadas a interagir com outros e com sua
própria existência rumo à maturidade intelectual, física e emocional.
7.12.3.10 Referências:
MUNDO JOVEM nº 290 (agosto/ 1998)
MUNDO JOVEM nº 291 (setembro/ 1998)
MUNDO JOVEM nº 313 (fevereiro/ 2001)
7.12.4 Projeto sobre educação ambiental
TITULO: “Fiscais da Natureza”
PUBLICO ALVO: Sociedade do Bairro Águas Claras
CLIENTELA ENVOLVIDA: 5ª A 8ª series do Ensino Fundamental
7.12.4.1 Problematização:
De que forma, a partir do local onde vivemos contribuir com a conservação da
biodiversidade.
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7.12.4.2 Justificativa:
A conservação da biodiversidade no planeta constitui, atualmente, um
dos assuntos mais debatidos nos encontros nacionais e internacionais sobre o meio
ambiente, daí a relevância de inserir nas instituições de educação atividades
voltadas à sensibilização com o intuito de manter o equilíbrio do sistema tão
necessário à sobrevivência da humanidade.
7.12.4.3 Objetivo geral:
Despertar o interesse da comunidade estudantil para a importância da
conservação da biodiversidade.
7.12.4.4 Objetivo especificos:
• Promover crescimento da consciência ecológica entre os jovens.
• Conhecer a legislação ambiental brasileira.
• Fiscalizar atitudes de delitos, depredação, desmatamento e caça elícita.
7.12.4.5 Operacionalização do projeto:
O primeiro passo para disseminar na clientela uma conscientização sobre
os problemas que afetam o meio ambiente e repercutem diretamente no índice de
qualidade de vida, passa pelo viés da promoção de palestras na escola com
profissionais da área, sejam eles de organizações governamentais ou não
governamentais. Como todo trabalho que visa conscientizar é lento, sem resultados
imediatos e se convive com o agravante de que o Brasil acordou tarde para essa
problemática, a questão ambiental assume um caráter de desafio, o que, de certa
forma é positivo para uma juventude tão arrojada.
Na seqüência um estudo de campo sobre as degradações que trouxeram
problemas ao bairro, como o caso recente de uma rua central do Conjunto
Habitacional que foi por mais de um mês interditada devido ao problema da erosão
79
e, através de entrevistas com moradores da região, o levantamento das medidas
tomadas pelas autoridades competentes para sanar o problema.
Há de se entender que para que a vida do planeta continue possível, é
preciso mudar a cultura do estilingue, dos galos de rinha, da farra do boi, da moto-
serra e dos esgotos a céu aberto, cuja natureza tem respondido a estas agressões
com vendavais, enchentes e terremotos. Para tanto, a próxima iniciativa é a da
formação de um comitê voluntario entre esses alunos, agora já bem motivados,
visando a criação de um “Batalhão Ambiental” para fiscalizar infrações contra a
natureza, que vão desde o simples papel de bala atirado ao chão até os crimes
ambientais inafiançáveis.
Os membros do Batalhão Ambiental, portando um crachá de
identificação, sairão às ruas distribuindo à população folders sobre Preservação
Ambiental confeccionadas em “aulas – vagas” ou como tarefa de casa,
contemplando praticas de respeito ao meio ambiente.
7.12.4.6 Metodologia:
Debates entre os alunos, vídeos sobre animais em extinção e
desequilíbrios ecológicos, palestras e pesquisas sobre o tema, entrevistas com
moradores da comunidade, registros das observações feitas.
7.12.4.7 Recursos utilizados:
Internet, TV pendrive, pranchetas para entrevistas, máquinas fotográficas,
papéis coloridos, lápis de cor, canetinhas, tesoura, cola, cartolina para confecção de
folders, jornais e revistas.
7.12.4.8 Avaliação:
A avaliação gradativa acontecerá através da mudança de atitudes, da
assumida de compromissos e da postura individual de cada aluno, que, mesmo não
vindo a se filiar a nenhuma organização em prol da natureza, venha a cumprir
dignamente seu papel de cidadão consciente.
80
7.12.4.9 Considerações finais:
Infelizmente, o modelo de crescimento econômico baseado no falso
conceito de desenvolvimento tem trazido ameaças à sobrevivência das espécies
vivas no planeta, visto que a idéia de desenvolvimento está atrelada ao uso
insustentável dos recursos biológicos. A humanidade hoje tem sede de
“conservação”, entender esta como a prática de desenvolver atividades econômicas
e sociais usufruindo recursos biológicos, porém sem comprometer sua extinção.
7.12.4.10 Referências
MUNDO JOVEM Nº 288 (JUNHO / 1998) (Um jornal de ideias)
MUNDO JOVEM Nº 331 (OUTUBRO / 2002 )
MUNDO JOVEM Nº 333 (FEVEREIRO / 2003)
7.12.5 Projeto: sobre a violência
Título: “VIDA EM ESSÊNCIA NÃO TEM VIOLÊNCIA”
Publico Alvo: TODOS OS ALUNOS
7.12.5.1 Problematização
Como melhorar as relações sociais substituindo a competição pelo
companheiro e a agressividade pela generosidade?
7.12.5.2 Justificativa:
Vive- se atualmente o limite da cordialidade numa cultura impregnada de
violência, difundida pelos meios de comunicação de massa que expressam uma
ideologia determinante sobre a sociedade brasileira. Para se chegar a um mundo
81
mais fraterno, faz- se necessário um bom relacionamento na família, na escola e na
sociedade como um todo.
7.12.5.3 Objetivo geral:
Tornar a convivência diária possível ante tantas diversidades,
disseminando valores como respeito, ética e solidariedade.
7.12.5.4 Objetivos específicos:
• Contribuir para que os Direitos Humanos não sejam violados.
• Filtrar as informações transmitidas pela mídia, de modo a resgatar na
sociedade a nação de respeito à cidadania.
• Fazer escolhas corretas.
7.12.5.5 Operacionalização do projeto:
Na semana a ser desenvolvido o projeto, os alunos assistirão a um
espetáculo com duração de 60 minutos destinados a alunos de ensino fundamental
e médio, com um humorista trazendo mensagem de prevenção e acima de tudo
conscientização. O objetivo principal do espetáculo é prevenir o jovem do assedio
das drogas e do álcool, problema que atinge milhares de pessoas em todo o
mundo,sendo a raiz principal de um cenário violento. Painéis com figuras coletadas
farão parte de uma bienal sobre o REAL e o IDEAL, envolvendo violência no
transito, violência domestica, enfim, vários enfoques sobre o mesmo tema. Em
contrapartida, figuras de um transito organizado, de uma política de boa vizinhança
e contratos de convivência farão parte do mundo a ser idealizado com a
colaboração entre todos.
Na seqüência, a escola promovera um concurso de parodias sobre o
tema em cada turma, onde o vencedor será premiado com mansão honrosa e terá
seu trabalho divulgado na reunião dos pais.
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Dinâmicas, onde se valorize as qualidades e características dos colegas,
deverão ser desenvolvidos por todos os professores nas turmas, filmes que
contemplem o tema, deverão ser selecionados e apresentados, para posteriores
debates e devera ser promovido o Dia da Família na Escola, com convites feitos
pelas turmas, cronograma de atividades e divulgação aos familiares mostrando que
se tem feito, na tentativa de resgatar a dignidade humana, tão atingida em nossa
sociedade.
7.12.5.6 Metodologia:
Conversar, debates, pesquisas, parodias.
7.12.5.7 Recursos utilizados:
Laboratório de informática, internet, TV pendrive, papel bobina, pinceis
atômicos, revistas e jornais para recorte, cola.
7.12.5.8 Avaliação:
Avaliados através do empenho nas atividades, da atenção conferida aos
palestrantes e principalmente pelas mudanças de atitude e melhoria de regras de
convívio, observadas no cotidiano escolar entre alunos e professores.
7.12.5.9 Considerações finais:
Apesar de a humanidade parecer ter se habituado a viver em guerras e
conflitos, é preciso que se reafirme que ela não é naturalmente inclinada à violência.
O coração humano foi feito para a paz e anseia a convivência harmoniosa com seus
semelhantes. Embora a guerra não seja inevitável, uma educação para a paz cujo
ponto básico é a valorização da dignidade humana precisa ser cultivada. Como ator
desse processo no palco da vida permite-se a cada um “roubar a cena” do outro e
fazer o melhor de si para a pacificação entre todos e a manutenção da qualidade de
vida em nosso meio.
83
7.12.5.10 Referências
MUNDO JOVEM nº327, junho 2002
MUNDO JOVEM nº333, fevereiro 2003
7.13 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO E
DEPENDÊNCIA
O sistema de avaliação seguido por este Estabelecimento de Ensino
consta no Regimento Escolar, aprovado pelo Ato Administrativo 259/01 de
11/01/2001, sendo assim os resultados da avaliação são expressos através de
notas numa escala de 0,0 (zero) a 10,0 (dez) e computados trimestralmente através
da somatória das avaliações mensais sendo estas desenvolvidas através de
trabalhos e avaliações escritas, não permitindo que os alunos sejam submetidos, a
uma só oportunidade nem tão pouco a um só instrumento de avaliação.
“A avaliação será continua, cumulativa e processual, realizada através de
método e instrumentos diversificados e coerentes com o projeto político pedagógico
da escola.”
O rendimento mínimo exigido por este Estabelecimento de Ensino será
nota 6,0 (seis vírgula zero) por disciplina e para se obter a média final deve ser feita
média aritmética que se baseia na seguinte fórmula:
1º Tri+ 2º Tri + 3ºTri = MF
3
Cabe ao Conselho de Classe o acompanhamento do processo de
avaliação da série devendo debater e analisar todos os dados intervenientes na
aprendizagem.
Para as avaliações que não atingiram a média 6,0 será proporcionada à
imediata recuperação de conteúdos a fim de garantir a aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pela qual os alunos com baixo rendimento escolar
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dispõem de condições que lhes possibilitem a apreensão de conteúdos básicos ao
longo da série letiva, que deve ser entendida com carga mínima anual de 800
(oitocentas) horas distribuídas por um mínimo de 200 (duzentos) dias de efetivo
trabalho escolar.
“Poderão ser aprovado por conselho os alunos que demonstrarem
apropriação dos conteúdos essenciais e que demonstrem condições de dar
continuidade de estudo nos anos seguintes.”
A recuperação dos conteúdos deve constituir um conjunto integrado ao
processo de ensino, ele, deve se adequar às dificuldades do aluno, utilizando-se de
instrumentos como exercícios, trabalhos em sala de aula e pesquisas.
Os resultados da recuperação serão incorporados ás avaliações
efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente de
aproveitamento escolar, sendo obrigatório anotar em Livro Registro de classe
Mesmo ofertando a recuperação em sala, para enfrentar problemas
relacionados ao ensino - aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática, no que
se refere aos conteúdos de leitura, escrita e cálculos foram implantadas as salas de
apoio, para 5ª Séries e Sala de Recursos para alunos de 5ª à 8ª Séries, que
funcionam em contra turno.
O trabalho desenvolvido por estes profissionais é diferenciado, buscando
metodologias que atendam as diferenças individuais dos alunos e contribuam
decisivamente para a superação das dificuldades de aprendizagem.
O Regimento Interno dá legitimidade ao processo de classificação, que
poderá ocorrer por promoção, para alunos da própria escola, por transferência
,considerando a classificação da escola de origem e independente da escolarização,
desde que se observe os critérios contidos neste documento.
O processo reclassificação poderá ocorre quando “O estabelecimento
constatar possibilidade de avanço de aprendizagem, apresentado por aluno
devidamente matriculado e com freqüência “, desde que em concordância com as
orientações NRE, quanto aos preceitos legais, éticos e das normas que o
fundamentam.
85
O estabelecimento não oferta aos seus alunos matrícula com progressão
parcial, mas recebe por transferência os alunos com dependência em até três
disciplina, mediante plano especial de estudo
Nosso desafio consiste em construir uma sociedade onde todos tenham
espaço, possam fazer-se ouvir e gozar do direito a uma educação democrática.
86
8 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O presente projeto político-pedagógico foi construído observando as
decisões que foram tomadas no coletivo e uma vez aprovadas pelo Conselho
Escolar passa a ser um instrumento de cunho social, político e pedagógico que
servirá de base para toda ação educativa, passando a ser o documento regente do
trabalho escolar.
Este projeto é flexível e será submetido à avaliação no decorrer de sua
prática observando as ações que não obtiveram sucesso, o qual sofrerá as devidas
alterações sempre que se fizer necessário, com o objetivo de estar aprimorando a
ação pedagógica e para a efetivação de relações democráticas no ambiente escolar.
87
9 REFERÊNCIAS
SOTTO Maior Neto, O. de S, Introdução: Programa de Fortalecimento das Bases de Apoio Familiares e Comunitárias nas Escolas, SEED, Paraná, 2005. DEMO, Pedro, Pesquisa e Construção do Conhecimento: Metodologia Científica no Caminho de Habermas, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1997. SERRES, Michel. Filosofia Mestiça. Rio de Janeiro: Nov, 1993 VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e linguagem. 2. ed. São Paulo, Martins Fontes, 1989. PAIXÃO, Maria de Lourdes, Educar para a Cidadania, Editora Lisboa, 2000. SILVA, Paulo Vinivius Baptista, Jandicleide Evangelista Lopes e Arianne Carvalho , Por uma escola que protege: a educação e o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, Ponta Grossa, Editora UEPG, 2008. TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 2004. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais- língua portuguesa,. Brasília (DF): MEC/SEF, 1997. GIMENO SACRISTAN, J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas. 1998. FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa,. São Paulo, Brasil: Paz e Terra, Colecção Leitura, 1997 DECLARAÇÃO de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: Corde, 1994. Áreas de Ensino do Currículo do Ensino Médio: Subsídios Iniciais para Compreensão de seus Fundamentos, agosto, 1998. As Novas Diretrizes da Educação Básica, LDB 9394/96.
88
Diretrizes Curriculares do Ensino Médio e Fundamental, SEED, 2009. Estatuto da Criança e do Adolescente, Brasil Seção I, 16 de julho de 1990. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, 1996. Material de Apoio – Oficinas de Organização, Gestão, Implementação e Uso das TIACS na escola, 2004. Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília, 1998. SILVA, Maurício da, A Violência nas Escolas, Caos na Sociedade, EVIRT, Ed. Virtual, Ed. Virtual, http:/www.evirt.com.br, acesso em 28/09/2011. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico Crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez, 1991. PARANÁ. Orientações para organização da Semana Pedagógica: agosto/2010. Curitiba: SEED, 2010. PARANÁ. Cadernos temáticos: inserção dos conteúdos de história e cultura afrobrasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED, 2005. PARANÁ. Governo do Estado do Paraná. Estatuto da Criança e do Adolescente. Curitiba, 1993. VASCONCELLOS, Celso dos Santos, Planejamento Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico, Ed. Libertad, SP, 2005. VEIGA, Ilma Pa. “Projeto Político-Pedagógico da Escola – Uma construção coletiva. Campina, Papírus, 1995. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia, Editora Alternativa, 2001. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 27. Ed, São Paulo: Saraiva, 1991.
89
10 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
A construção dos saberes escolares, acontece na relação de professores
e alunos com o conhecimento, partindo de múltiplas possibilidades de interesses,
de ênfases, de modos de transmissão, a da articulação dos conteúdos com a
prática social. Saberes expressos no currículo real da escola, construídos no
desenvolvimento da aprendizagem de um conjunto de normas, valores e práticas
que estão impregnadas na cultura da escola .
Esta proposta traz os conteúdos básicos e as estratégias que visam
nortear o trabalho do professor, garantindo a apropriação do conhecimento do
aluno.
O compromisso do professor é mediar a construção do conhecimento do
aluno com reflexão crítica, constante e transformadora.
10.1 DISCIPLINA DE ARTE
10.1.1 Apresentação geral da disciplina
O homem necessita de informações básicas para sobreviver no seu dia-
a-dia, mas para viver ele necessita da arte.
Tendo em vista que a arte existe desde que existe vida inteligente na
Terra, ela torna- se primordial a todos.
Diante disso, vejamos alguns fatos importantes que, ao longo da história,
fizeram na, desenvolver se como essência na educação.
Foi com os jesuítas, a primeira forma registrada de arte na educação,
mesmo que tenha sido em meio a tradição religiosa, através da retórica, literatura,
pintura, escultura, música e outras artes manuais.
90
Aproximadamente por 250 anos, de 1.500 a 1.759, esse trabalho jesuítico
perdurou e até os dias atuais vê se as manifestações culturais, como em
Guarapuava, Lapa e outros locais paranaenses.
Por volta do século XVIII, a influência também trazida de fora, foi
Iluminista. Há ênfase nas ciências naturais e estudos literários, além de música.
No século XIX o estudo do desenho esteve associado à matemática e à
harmonia da música.
Em 1.808 com a chegada da família real ao Brasil, veio um grupo de
artistas franceses, para acomodar até mesmo culturalmente, a família. Esse grupo
ficou conhecido como Missão Francesa ,cujo estilo era o neoclássico, fundamentado
no culto à beleza e às coisas fúteis da burguesia. Coincidindo com esse padrão
estético, está o movimento Barroco de Aleijadinho. Nesse período houve a
separação: Belas Artes e Música para a formação estética e o de Artes Manuais.
Assim foram surgindo os Colégios Públicos como o Liceu, a Escola Normal e a
Escola Profissional Feminina.
Em 1.890 surgiu a primeira reforma educacional do Brasil, onde em arte
foi valorizado o desenho geométrico, como forma de desenvolver o pensamento
científico.
Em alguns momentos a educação esteve centrada no atendimento à
produção e ao mercado de trabalho, como no governo de Getúlio Vargas com a
instituição do ensino profissionalizante nas escolas públicas.
Sem nenhuma dúvida, importante para a arte nacional, foi a Semana de
Arte Moderna de 1.922, onde os artistas ressaltaram a arte brasileira. Nesse
período, a expressão do aluno era valorizada, como também a expressividade,
espontaneidade e criatividade. Mas não enfatizava o conhecimento em arte.
Com a nomeação de Heitor Villa Lobos como Superintendente de
Educação Musical e Artística, durante o governo de Getúlio Vargas, o ensino de
música tornou-se obrigatório em todas as escolas. Permaneceu até o final dos anos
setenta, quando se resumiu à teoria musical e execução de hinos e canções cívicas.
91
No Paraná os artistas imigrantes e locais começaram a refletir sobre a
importância da arte para o desenvolvimento de uma nova sociedade. Em virtude
desse trabalho foi criada em Curitiba, a Escola de Belas Artes e Indústrias em
1.886, impulsionando também a fundação da futura Universidade Federal do Paraná
em 1.912 e da Escola de Música e Belas Artes do Paraná em 1.948.
A partir dos anos sessenta, as produções e movimentos artísticos se
intensificam: nas artes plásticas com as Bienais, na música com a bossa nova e os
festivais, no teatro com o teatro de rua e de arena, no cinema com o cinema novo
de Glauber Rocha.
Com a Lei 5692/71 que torna a disciplina obrigatória, a Educação Artística
passa a pertencer à área de Comunicação e Expressão. O ensino de artes plásticas
é direcionado para as artes manuais e a música para os hinos e festas cívicas.
Em 1.990 em Curitiba é elaborado o Currículo Básico para a Escola
Pública do Paraná no ensino de 1º e 2º Graus. Nesse currículo o ensino da Arte
retoma seu caráter artístico e estético, visando a formação do aluno pela
humanização dos sentidos, pelo saber estético e trabalho artístico. Mas o Currículo
aos poucos é abandonado e no seu lugar são introduzidos os Parâmetros
Curriculares Nacionais no período de 1.997 a 1.999. A proposta relaciona o fazer
artístico, a apreciação e os conhecimentos históricos e contextuais em Arte.
A nova LDB 9394/96 mantém a obrigatoriedade do ensino de Arte nas
escolas (educação básica). Nos cursos de graduação em Educação Artística há a
Licenciatura Plena ou uma habilitação específica: Música, Desenho Geométrico ou
Artes Plásticas.
As Diretrizes Curriculares passam a considerar a Música, as Artes
Visuais, o Teatro e a Dança, como linguagens fundamentais na arte, no Ensino
Fundamental e Médio.
Durante o período de 2.003 a 2.006 são realizadas diversas ações que
valorizam o ensino da Arte, como o estabelecimento de duas aulas semanais de
Educação Artística no ensino fundamental e de duas a quatro aulas semanais
92
distribuídas durante o ensino médio. Com a Lei Federal 10.639/03 torna-se
obrigatório o estudo da cultura afro-brasileira e africana.
A disciplina ainda exige reflexões que contemplem a arte com área de
conhecimento e não meramente como meio para o destaque de dons inatos.
10.1.2 Objetivos gerais
Analisar o espaço e organizar se nele.
Avaliar a importância da arte no decorrer da história.
Observar o mundo ao seu redor.
Ler o mundo através das diversas linguagens da arte.
Aplicar os conhecimentos de arte no seu dia-a-dia.
Apreciar, esteticamente, obras de culturas diferentes, interpretando signos.
10.1.3 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Ritmo
Melodia
Escalas: diatônica,
penta tônica
Greco-romana
Oriental
Ocidental
93
Densidade cromática
maior, menor,
Improvisação
Gêneros: erudito,
popular
Idade Média
Música Popular (folclore)
6ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Estrutura
Gêneros: folclórico,
popular, étnico
Técnicas: vocal,
instrumental, mista
Improvisação
Música popular e étnica
(ocidental e oriental)
Brasileira
Paranaense
Africana
Renascimento
Neoclássica
Caipira/Sertanejo Raiz
94
7ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a
fusão de ambos.
Técnicas: vocal,
instrumental,
eletrônica, informática
e mista
Sonoplastia
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
Sertanejo pop
Vanguardas
Clássica
8ª SÉRIE - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Estrutura
Música Engajada
Música Popular Brasileira.
Música contemporânea
Hip Hop, Rock, Punk
95
Densidade Técnicas: vocal,
instrumental, mista
Gêneros: popular,
folclórico, étnico.
Romantismo
5ª SÉRIE – ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figurativa/Abstrato
Geométrica
Técnicas: Pintura,
desenho, baixo e alto
relevo, escultura,
arquitetura...
Gêneros: paisagem,
retrato, cenas da
mitologia
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Idade Média
Arte Popular (folclore)
Arte Pré-Histórica
Renascimento
Barroco
6ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
96
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figurativa
Abstrata
Geométrica
Técnicas: Pintura,
desenho, escultura,
modelagem, gravura,
mista, pontilhismo...
Gêneros: Paisagem,
retrato, natureza
morta.
Arte indígena
Arte Popular Brasileira e
Paranaense
Abstracionismo
Expressionismo
Impressionismo
7ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Textura
Superfície
Bidimensional
Tridimensional
Figurativo
Abstrato
Indústria Cultural
Arte Digital
Vanguardas
Arte Contemporânea
97
Volume
Cor
Luz
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas: pintura,
desenho, fotografia,
audiovisual, gravura...
Gêneros: Natureza
morta, retrato,
paisagem.
Arte Cinética
Op Art
Pop Art
Classicismo
8ª SÉRIE - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Textura
Superfície
Bidimensional
Tridimensional
Figurativo
Geométrica
Figura fundo
Perspectiva
Semelhanças
Realismo
Dadaísmo
Arte Engajada
Muralismo
Pré-colombiana
Grafite (Hip Hop)
98
Volume
Cor
Luz
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnica: Pintura,
desenho,
performance...
Gêneros: Paisagem
urbana, idealizada,
cenas do cotidiano
Romantismo
5ª SÉRIE - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem: expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
indireto e direto
improvisação,
manipulação,
máscara
Gênero: Tragédia,
Comédia, enredo,
roteiro.
Espaço Cênico, circo.
Adereços
Greco-romana
Teatro Oriental
Africano
Teatro Medieval
Renascimento
Teatro Popular
99
6ª SÉRIE - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem: expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação,
Leitura dramática,
Cenografia.
Gêneros: Rua,
Comédia, arena,
Caracterização
Técnicas: jogos
dramáticos e teatrais,
Mímica,
improvisação, formas
animadas...
Comédia dell' arte
Teatro Popular
Teatro Popular Brasileiro e
Paranaense
7ª SÉRIE - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem: expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Representação no
Cinema e Mídias
(Vídeo, TV e
Indústria Cultural
Realismo
100
Ação
Espaço
Computador)
Texto dramático
Cenografia
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro, enredo
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação cênica
Expressionismo
Cinema Novo
Vanguardas
Classicismo
8ª SÉRIE - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem: expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: Monólogo,
jogos teatrais,
direção, ensaio,
Teatro Fórum, Teatro
Imagem
Representação
Roteiro, enredo
Dramaturgia
Cenografia
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Romantismo
101
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Gêneros
5ª SÉRIE - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Eixo
Deslocamento
Ponto de Apoio
Formação
Técnica:
Improvisação
Gênero: Circular
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Idade Média
Arte Popular (folclore)
6ª SÉRIE - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
102
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Gênero: Folclórica,
popular, étnica
Ponto de Apoio
Formação
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Níveis (alto, médio e
baixo)
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Renascimento
7ª SÉRIE - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Direções
Dinâmicas
Aceleração
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural, espetáculo
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
Dança Clássica
103
8ª SÉRIE - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICO PARA A SÉRIE
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Níveis (alto, médio e
baixo)
Rotação
Deslocamento
Gênero: Salão,
espetáculo, moderna
Coreografia
Arte Engajada
Vanguardas
Dança Contemporânea
Romantismo
Ensino Médio
1º ANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Ritmo
Melodia
Harmonia
Música Popular Brasileira
Paranaense
Popular
104
Intensidade
Densidade
Ensino Médio
1º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Bidimensional
Tridimensional
Figurativo
Abstrato
Técnica: Pintura,
desenho, modelagem.
Gêneros: paisagem,
natureza-morta,
designer, história em
quadrinhos...
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Brasileira
105
Cor
Luz
Ensino Médio
1º ANO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Personagem:
expressões corporais,
vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos
teatrais, teatro direto e
indireto, mímica,
ensaio, Teatro Fórum
Roteiro
Caracterização
Teatro Greco-romano
Teatro Medieval
Teatro do Oprimido
Teatro Renascentista
1º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICO PARA A SÉRIE
106
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Eixo
Dinâmica
Aceleração
Ponto de Apoio
Salto e Queda
Rotação
Pré-história
Greco-romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
2º ANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Modal, Tonal e fusão
de ambos.
Gêneros: erudito,
clássico, popular,
étnico, folclórico, Pop
Ocidental
Oriental
Africana
Latino-americano
2º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
107
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Técnica: instalação
performance,
esculturas...
Gêneros: história em
quadrinhos
Arte Africana
Arte Popular
Indústria Cultural
Arte Engajada
Arte Latino-americana
Ensino Médio
2º ANO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
108
Personagem:
expressões corporais,
vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
Encenação, leitura
dramática
Gêneros: Tragédia,
Comédia, Drama e
Épico
Dramaturgia
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro Pobre
Teatro de Vanguarda
2º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICO PARA A SÉRIE
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Níveis
Formação
Deslocamento
Improvisação
Africana
Indígena
Arte Engajada
Vanguardas
109
Ensino Médio
3º ANO - ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Técnicas: vocal,
instrumental,
eletrônica, informática
e mista
Improvisação
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Ensino Médio
3º ANO - ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
110
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Técnica: performance,
fotografia
Gêneros: designer
Arte Contemporânea
Arte Digital
Ensino Médio
3º ANO - ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
111
Personagem:
expressões corporais,
vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação nas
mídias
Cenografia,
sonoplastia, figurino,
iluminação
Direção
Produção
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
3º ANO - ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ELEMENTOS FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICO PARA A SÉRIE
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
industrial cultural,
étnica, folclórica,
circular, populares,
salão, moderna,
contemporânea...
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Hip Hop
Indústria Cultural Dança Moderna
Dança Contemporânea
112
10.1.4 Referências
AZEVEDO, F. de. A cultura brasileria. 5ª edição, revisada e ampliada. São Paulo: Melhoramentos, Editora da USP, 1971.
_________Arte no Brasil. São Paulo, Nova Cultural, 1982.
HERLING, André & YAJIMA, Eiji. Desenho: 4 volumes. São Paulo, Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas.
MATTOS, Paula Belfort A arte de educar: Cartilha de Arte e Educação. Editora Antonio Bellini, 2003
_________Os grandes artistas. São Paulo, Nova Cultural,1986.
SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História Antiga e Medieval. São Paulo, Editora Ática, 1987.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Artes do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
VASCONCELLOS, Thelma & NOGUEIRA, Leonardo. Reviver Nossa Arte. São Paulo, Editora Scipione, 1985.
VIEIRA, Ivone Luzia & DECKERS, Jan. Educação Artística. Belo Horizonte, Lê Editora, 1975.
XAVIER, Natália & AGNER, Albano. Viver com Arte: 4 volumes. São Paulo. Editora Ática, 1984.
113
10.2 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
10.2.1 Apresentação geral da disciplina
A disciplina de Ciências constitui um conjunto de conhecimentos
necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas
interferências no mundo. Por isso, estabelece relações entre os diferentes
conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos cenários estão os problemas
reais, a prática social. Pode-se dizer que esse olhar para o objeto de estudo torna-
se mais amplo e privilegia as relações e as realidades em estudo.
Entende-se que é na apropriação e discussão de conteúdos que
historicamente compõe o currículo de Ciências, articulados com a realidade, que se
possibilita aos educandos situarem-se na sociedade, compreenderem o que
ocorrem ao seu redor e assumirem uma postura crítica para intervir no seu contexto
social.
Pautado nessa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de
Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o
questionamento das certezas e incertezas, e faz superar o tratamento curricular dos
conteúdos por eles mesmos, de modo a dar prioridade à sua função social.
A disciplina de Ciências caracteriza-se pela necessidade de compreensão
do mundo natural, do mundo construído e do cotidiano construído histórica e
dialeticamente pela humanidade levando em consideração os aspectos sociais,
políticos, econômicos, culturais e éticos. Com esse conhecimento o aluno poderá
intervir na sociedade avançando a ciência e a tecnologia e, conseqüentemente,
melhorando o ambiente e a qualidade de vida.
Esta disciplina tem por objetivo promover a socialização dos
conhecimentos científicos e tecnológicos em sua historicidade, intencionalidade,
provisoriedade, aplicabilidade e nas inter-relações que se estabelecem na
sociedade.
114
10.2.2 Objetivos
Estabelecer critérios onde o ser humano é agente modificador do meio, e
que é modificado pelo mesmo meio, sofrendo os fenômenos naturais e ocorrências
astronômicas, juntamente com os progressos científicos e históricos, enfatizando
que deve sempre procurar incessantemente pelo novo, as manifestações do
universo, seus movimentos e que isso interfere na vida do planeta e dos seres vivos.
Compreender a composição do universo que é formado por matéria, sua
constituição e propriedades, tendo como elemento primordial os benefícios das
soluções de problemas do cotidiano, com abordagem cientifica e social do
conhecimento.
Instigar o uso do conhecimento sobre temas como Energia, tecnologia,
transformação e organização celular, e que os seres vivos são pontos culminantes
do desenvolvimento histórico, social e instrumento de pesquisa para que o individuo
seja provido de todas praticas cientificas e venha por meio delas suprir as
necessidades humanas, na compreensão do processo do conhecimento, o bem
comum e coletivo das descobertas cientificas, para desenvolvimento social,político e
cultural da humanidade.
Priorizar a saúde do individuo, para que o mesmo tenha discernimento de
usar o bem individual, para um bem comum, procurando conhecer o seu corpo, seja
morfologicamente ou fisiologicamente, juntando o conhecimento teórico com
desenvolvimento pratico dos conceitos básicos, sobre seu corpo e níveis de
organização dos seres vivos.
Praticar através de atividades propostas por diversas fontes didáticas,
diagnosticar problemas e propor soluções reais, através de fontes teóricas e
aplicação prática com conceitos pré- existentes.
Colocar a disposição do aluno as diversas possibilidades dentro dos
Reinos para que ele possa desenvolver conceitos de ação coletiva, para resolver
diversas problemáticas sobre os fenômenos científicos , manifestações vitais e
culturais de cada espécie, desenvolvendo habilidades e argumentos para discutir
informações coletivas, solucionando questões propostas e aguçando ainda mais o
aluno a desenvolver capacidades de questionar conceitos impostos a ele.
Compreender que ele é agente do meio e promover o desenvolvimento
115
pratico através do conhecimento teórico do aprendizado escolar.
Valorizar o trabalho coletivo com trocas de conhecimento, promovendo
então a socialização do individuo através de conhecimento cientifico e tomando este
individuo um cidadão transformador de conceito, procurando a melhoria do
ambiente em que vive, para uma sociedade participativa, critica, solidaria,
consciente, transformadora, questionadora e envolvida com suas e efeitos do
homem na natureza, onde o maior beneficiado é o próprio homem.
10.2.3 Organização dos conteúdos
O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído
historicamente por um conjunto de ciências que se somam numa mesma disciplina
escolar para compreender os fenômenos naturais nesta etapa da escolarização.
De forma geral, os fenômenos naturais são tratados na disciplina
focando:
Os conhecimentos físicos: a partir dos conhecimentos científicos em
relação aos diversos fenômenos naturais e tecnológicos, abordando conteúdos
como: movimentos, sons, luz, eletricidade, magnetismo, calor e ondas, dentre
outros.
Os conhecimentos químicos: contemplam as noções e conceitos
científicos sobre os materiais e as substâncias; sua constituição; suas
propriedades e transformações, necessárias para a compreensão dos
processos básicos da Química;
Os conhecimentos biológicos: orientam progressivamente na
interpretação e compreensão dos processos biológicos, contribuindo no
entendimento dos ambientes e da manutenção da vida.
Nesse sentido, os conteúdos estruturantes entendidos aqui como
saberes fundamentais, capazes de organizar teoricamente os campos de estudo da
disciplina, essenciais para a compreensão de seu objeto de estudo e de suas áreas
afins.
116
CORPO HUMANO E SAÚDE
Conhecer e compreender as transformações e, principalmente a
integração entre os sistemas que compõem o corpo humano, suas
funções de nutrição, coordenação, relação, regulação e reprodução, bem como
as questões relacionadas à saúde e à sua manutenção, caracterizam o
campo de estudo desse conteúdo estruturante, procurando ter como princípio a
prevenção.
AMBIENTE
O entendimento do funcionamento dos ambientes da natureza, de como
a vida se renova e se mantém perpassa pelo reconhecimento da
importância da biodiversidade e das ações humanas que interferem nela. Para
sua compreensão é importante discutir sobre os diferentes ambiente da
Terra, sua diversidade, localização, caracterização, transformações ao longo da
história e, adaptação dos seres vivos e do homem aos ambientes aquáticos,
gelados, temperados, quentes e secos, quente e úmidos, cavernas e ao ambiente
espacial.
MATÉRIA E ENERGIA
O estudo da matéria e da energia é indispensável e indissociável no
currículo de Ciências, pois, trata de conhecimentos físicos, químicos e biológicos e
possibilita a compreensão científica desses conceitos. É importante considerar as
interações, as transformações, as propriedades, as transferências, as diversas
fontes e formas, os modos como se comportam em determinadas situações, as
relações com o ambiente, assim como os problemas sociais e ambientais
relacionados não só à geração de energia, sua distribuição, consumo e desperdício,
como também à produção e ao descarte dos resíduos referentes ao seu uso.
TECNOLOGIA
117
A medida em que o homem estabelece as relações sociais, de produção
da ciências e da tecnologia, com vistas ao atendimento das suas necessidades,
passa a perceber que a ciência e a tecnologia não são neutras. A tecnologia, a
informação, a biotecnologia e a medicina, entre outros campos do saber, também
são influenciadas pelas relações de poder existentes na sociedade, pois os
cientistas, por vezes, se colocam a serviço das multinacionais, de interesses
políticos hegemônicos e/ou daqueles que detém o capital.
A partir dos conteúdos estruturantes temos os conteúdos específicos de
5ª a 8ª Séries.
5ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
ASTRONOMIA
Universo
Sistema solar
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS Níveis de organização
Celular
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
118
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOS
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
6ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
MATÉRIA Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA Formas de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
119
7ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
ASTRONOMIA Origem e evolução do Universo
MATÉRIA Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA Formas de energia
BIODIVERSIDADE Evolução dos seres vivos
8ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
ASTRONOMIA Astros
Gravitação universal
MATÉRIA Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Mecanismos de herança genética
ENERGIA Formas de energia
120
Conservação de energia
BIODIVERSIDADE Interações ecológicas
10.2.4 Metodologia
Ao considerar a concepção e os princípios da disciplina de Ciências,
julga- se necessário a implementação da pratica pedagógica da qual o aluno, seja
um sujeito ativo que colabora progressivamente na construção de seu
conhecimento.
Propõe- se que os conteúdos específicos sejam encaminhados por meio
de uma metodologia crítica e histórica, de modo a considerar a articulação entre
conhecimentos físicos, químicos e biológicos.
Com base nisso, o ensino de Ciências fará uso de aula expositiva, leitura
e interpretação de textos e imagens, debates e seminários, elaboração de pesquisas
e painéis, construção de modelos didáticos, vídeos e DVDs, aulas de campo, aulas
de laboratório, jogos de simulação, projetos individuais e em grupos, dinâmicas de
dramatização e palestras de convidados.
Para tanto, utilizam-se todos os recursos didáticos e tecnológicos
disponíveis de acordo com a realidade da escola.
10.2.5 Critérios de avaliação
A avaliação se dará ao longo do processo de ensino e aprendizagem
possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos,
contribuições importantes para verificar em que medida os alunos se apropriaram
dos conteúdos específicos tratados nesse processo.
É necessário que o processo avaliativo ocorra de forma sistemática e a
partir de critérios estabelecidos pelo professor, relativamente aos conhecimentos
121
acumulados pelos alunos e à prática social deles; ao confronto entre esses
conhecimentos e os conteúdos específicos; às relações e interações estabelecidas
em seu progresso cognitivo, no cotidiano escolar e fora dele.
Para que esta proposta de avaliação possa atender ao que se propõe,
são necessários meios, recursos e instrumentos avaliativos diversificados. A
coerência entre os critérios propostos e a natureza dos instrumentos avaliativos é
fundamental para propiciar uma avaliação real do progresso cognitivo dos alunos.
10.2.6 Referências
CRUZ, Daniel. Ciências e Educação Ambiental: O Corpo Humano. São Paulo. SP. Ed.Ática. 2005.
____________. Ciências e Educação Ambiental: Os seres Vivos. São Paulo. SP. Ed.Ática. 2005
_____________ Ciências e Educação Ambiental: O Meio Ambiente. São Paulo. SP.Ed.Ática. 2005
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Ciências do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
10.3 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
10.3.1 Apresentação da disciplina
A Educação Física deve ser entendida como Princípio de Liberdade.
Desta forma, o homem ao praticá-la deve buscar valores éticos a morais, tais como:
122
a verdade, a beleza, a eficiência da sociedade, a justiça, a paz e os direitos
humanos; o equilíbrio ecológico, a aventura, a qualidade de vida. Estes são
elementos da prática de uma forma equilibrada e se completando, levam à
conquista da liberdade e da cidadania.
A Educação Física enquanto disciplina que compõe a grade curricular dos
estabelecimentos de ensino, tem os mesmos objetivos da educação, ou seja, deve
preocupar-se com o desenvolvimento integral do ser humano, utilizando para isso,
suas atividades – meio que se concretizam pelo movimento.
Com disciplina integrante do currículo, deve estar fundamentada na
produção do conhecimento, tendo consciência de seus condicionantes histórico-
sociais e sendo um instrumento de apropriação do sabe. Deve ter como princípio, a
relação dialética de compreensão da realidade social, calcada numa concepção
histórico-crítica de educação. Que pressupõe o entendimento do aluno nas diversas
relações, respeitando seus interesses, sua maturação e as experiências anteriores
adquiridas.
As transformações que se podem fazer no conhecimento de forma
duradoura para traduzir em qualidade de vida precisam ser medidas pela educação.
A abordagem da relação entre “atividade física e qualidade de vida” deverá ir além
das próprias aulas de Educação Física, mediante informações que evidenciem a
preocupação com a promoção da saúde e que forneçam subsídios que possam
levar os alunos a se conscientizarem da importância da atividade física como uma
prática regular no seu dia-a-dia.
Nesta perspectiva, esta disciplina deverá orientar esta prática para a
percepção da atividade física e esportiva como um componente cultural responsável
pela cultura corporal e esportiva presente na sociedade atual em que o aluno está
inserido. É por meio da Educação Física que ele, agora adolescente, incorpora a
atividade física como uma prática necessária e regular, proporcionando assim uma
política de melhoria na qualidade de vida durante e após sua vida escolar.
Pensando na continuidade do que foi desenvolvido no Ensino
Fundamental, podemos constatar numa forte inclinação ao trabalho com os esportes
e, principalmente, a mesma metodologia de ensino – a execução de fundamentos,
123
seguida de vivência de situações de jogo. Contudo, é possível constatar em
algumas escolas um aprofundamento tático das modalidades, o que nos dá a
impressão de que o sentido da Educação Física passa a ser o comportamento
estratégico durante a prática desportiva.
Para a efetividade da presente proposta devemos buscar a excelência de
conhecimentos no ensino da Educação Física, dentro de uma concepção histórica-
crítica de Educação. Para tanto o resgate do compromisso social na ação
pedagógica da Educação Física no sentido da transformação de “como é”, para o
“como poderá ser”, deve ser conquistado.
10.3.2 Objetivos gerais
Fazer com que os alunos dominem os conhecimentos básicos científicos,
com relação à importância da atividade física e aos desportos, a socialização, a
consciência do respeito mútuo, a dignidade a solidariedade nas práticas da cultura
do movimento, bem como sua pluralidade.
Ter noções dos cuidados com o corpo, desenvolvendo hábitos de higiene
e alimentação, e noções de primeiros socorros no esporte. E uma vez de posse
desses conhecimentos buscarem aplicá-los no seu cotidiano, vivenciando sempre o
processo de investigação científica e tecnológica.
10.3.3 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Futebol
Handebol
124
Esporte
Voleibol
Basquetebol
Atletismo
Tênis de mesa
Futsal
Xadrez
Jogos e brincadeiras Brincadeiras de rua / populares
Brinquedos
Brincadeiras de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos de estafetas
Jogos dramáticos e de interpretação
Dança
Danças folclóricas
Atividades de expressão corporal
Cantigas de roda
Ginástica
Ginástica artística
Atividades circenses
Ginástica natural
Lutas
Judô
Karatê
Taekwondo
125
Capoeira
6ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Futebol
Handebol
Voleibol
Basquetebol
Atletismo
Tênis de mesa
Futsal
Xadrez
Jogos e Brincadeiras
Brincadeiras de rua
Jogos dramáticos e de interpretação
Jogos de raquete e peteca
Jogos cooperativos.
Jogos de estafetas
Jogos de tabuleiro
Dança Hip Hop: Break
Dança folclórica
126
Dança criativa
Ginástica
Atividades circenses
Ginástica rítmica
Ginástica artística
Ginástica natural
Lutas
Capoeira
Judô
Karatê
Taekwondo
7ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Futebol
Handebol
Voleibol
Basquetebol
Atletismo
Futsal
Xadrez
Tênis de mesa
127
Jogos e Brincadeiras
Jogos cooperativos
Jogos intelectivos
Jogos de raquete e peteca
Jogos de tabuleiro
Dança
Hip Hop
Danças folclóricas
Dança de rua
Dança de salão
Ginástica
Ginástica artistica
Ginástica rítmica
Ginástica geral
Atividades circenses
Lutas
Capoeira
Judô
Karatê
Taekwondo
8ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
128
Esporte
Coletivo
individuais
radicais
Jogos e Brincadeiras
Jogos cooperativos
jogos dramáticos
Jogos de tabuleiro
Dança
Dança de salão
Dança de rua
Dança Folclórica
Ginástica Ginástica artística
Ginástica de academia
Lutas Lutas que mantém distancia
Lutas com instrumento mediador
ENSINO MÉDIO
1ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
129
Esporte
Coletivos
Individuais
Radicais
Jogos e Brincadeiras
Jogos dramáticos
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
Dança
Danças folclóricas
Dança de rua
Dança de salão
Ginástica Ginástica artística/ olímpica
Ginástica de academia
Lutas
Lutas que mantém distancia
Lutas com instrumento mediador
2º ANO
130
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Coletivos
Individuais
Radicais
Jogos e Brincadeiras
Jogos de tabuleiro
Jogos dramáticos
Dança Dança de rua
Dança de salão
Ginástica Ginástica de academia;
Ginástica rítmica
Lutas
Lutas que mantém distancia
Lutas de aproximação
Lutas com instrumento mediador
Capoeira
3º ANO
131
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Coletivos
Individuais
Radicais
Jogos e Brincadeiras
Jogos cooperativos
Jogos de tabuleiro
Jogos cooperativos
Dança Dança criativas
Dança de salão
Ginástica Ginástica circense
Ginástica de academia;
Lutas
Lutas que mantém distancia
Lutas de aproximação
Lutas com instrumento mediador
132
10.3.4 Metodologia
Ao estudarmos o corpo humano e seus movimentos a Educação Física
objetiva atingir a consciência, domínio e a plenitude do movimento, trabalhando
através dos pressupostos existentes e nas amplas diversidades da ginástica, dança
e dos esportes.
Cabe ao educando propiciar uma consciência e domínio do seu corpo e,
a partir daí, contribuir para o desenvolvimento de suas possibilidades de
aprendizagem, deverão permitir ao aluno a exploração motora, vivenciada através
das possibilidades propostas, oportunidades que lhe dêem condições de criar novos
caminhos para a prática esportiva.
A proposta para a Educação Física aborda os conteúdos da disciplina
destacando:
• Projetos de estímulo à prática de atividade física e esportiva;
• A ampliação do campo de intervenção da Educação Física, para além das
abordagens centradas na motricidade;
• O desenvolvimento dos conteúdos destacados no currículo de maneira que
sejam relevantes e estejam de acordo com a capacidade cognitiva e sensitiva
do aluno;
• As práticas corporais tendo como princípio o desenvolvimento do sujeito;
• A superação do caráter da Educação Física como mera atividade;
• A Educação Física voltada à aptidão física e a saúde;
• A integração no processo pedagógico como elementos fundamentais para o
processo de formação humana do aluno;
• Atividades esportivas;
133
• Propiciar ao aluno uma visão crítica do mundo e da sociedade na qual está
inserido;
• A Educação Física voltada à qualidade física;
• Cultura corporal;
• A interdisciplinaridade;
• Trabalhos individuais e em grupos;
Considerando estes apontamentos, a Educação Física propiciará a
potencialização das formas de expressão do corpo. A importância seria:
� A importância do contato corporal e o necessário respeito mútuo que
este reclama;
� Do grupo, em estabelecer critérios que contemplem todos os
participantes;
� Do respeito por aqueles que de alguma forma não conseguem realizar
o que foi proposto pelo próprio grupo, devendo refletir com elementos que levem o
sujeito a questionar formas de preconceito sobre a domesticação e a violência em
relação ao corpo.
A Educação Física consiste em vários métodos de aprendizagem,
dependerá da análise do educador em escolher o qual se escolherá para que o
ensino seja rápido e consistente. Esta análise dependerá do rendimento de cada
aluno, seu grau de dificuldade e experiências vividas anteriormente. Cabe ainda,
fazer uma ressalva e verificar o desenvolvimento e o método que foram utilizados,
se estes foram eficientes, pois cada aluno tem seu ritmo.
Na modalidade de ginástica, por exemplo, serão transmitidos aos alunos
técnicas de trabalho corporal podendo ser como preparação para outras
modalidades, como relaxamento para a manutenção ou recuperação da saúde ou
ainda de forma recreativa, repetitiva e de convívio social envolvendo a utilização de
materiais ou não. O objetivo é ressaltar o “conhecimento do corpo”.
134
Os conteúdos deverão atingir as necessidades existentes nos alunos com
relação à consciência e domínio corporal, trabalhando através dos precursores do
movimento expressivo da ginástica dança e jogos. O esporte vem fortalecer também
habilidades motoras visando a compreensão do disposto, transpondo para seu
cotidiano e facilitando nas atividades escolares e sociais.
O professor não apenas terá preocupação em apresentar um melhor
rendimento, mas também observar o aluno em seu desenvolvimento nos
pressupostos do movimento humano, que são condutas motoras de base, condutas
neuromotoras, esquema corporal, ritmo e aprendizagem objeto- motor.
10.3.5 Critérios de avaliação
A proposta sugerida da Educação Física é democratizar, humanizar e
diversificar a prática pedagógica, buscando sempre ampliar as dimensões afetivas,
cognitivas e socioculturais dos alunos, procurando sempre subsidiar as discussões,
os planejamentos e as avaliações da prática de Educação Física.
Em todas as atividades propostas tem- se por objetivo o desenvolvimento
intelectual, social e moral do aluno. A avaliação, neste sentido, visa diagnosticar
como a disciplina está contribuindo para a efetiva apropriação destes saberes. A
meta do ensino de Educação Física é que o aluno possa desenvolver capacidades
físicas e intelectuais, tendo pensamento independente e criativo.
A avaliação será contínua buscando o desenvolvimento da consciência
corporal. Serão discutidos textos teóricos e analisado o desenvolvimento individual
do aluno. Sua participação e evolução bio- psico- social será valorizada. Na dança a
relação que o indivíduo faz com o ritmo do seu corpo, o envolvimento e interesse do
aluno sobre os diferentes tipos de dança será alvo de observação.
O professor irá atuar na superação de dificuldades individuais e de grupo,
enfatizando a expressão física e esportiva, contribuindo para que o aluno tenha
apropriação do conhecimento e sua atuação perante a sociedade.
Serão observados ainda, os seguintes aspectos:
135
� Conhecimento: da parte teórica e escrita, individualmente ou em
grupos. Como complemento, poderão ser verificadas as realizações da pesquisa
sugerida no decorrer dos bimestres;
� Habilidades: serão realizados testes práticos sobre os fundamentos. O
professor terá de elaborar testes sobre fundamentos, táticas e técnicas dos
esportes. Durante os testes, deverá ser observada principalmente a naturalidade,
coordenação motora, domínio corporal e do movimento, execução do movimento,
grau de dificuldade individual e outros. Cabe ao professor criar meios para que o
aluno em defasagem possa progredir e superar suas dificuldades.
� Atitude: deverá ser observado nas aulas baseando- se nos seguintes
aspectos: espírito de equipe, participação, espírito de luta, espírito de liderança
positiva, criatividade, raciocínio rápido, acato as regras, respeito mútuo, como o
professor e com os colegas, espírito esportivo, a socialização, o dinamismo, a
capacidade de síntese e compreensão e a organização em grupos.
10.3.6 Referências
BARRETO, Débora, Dança: ensino, sentidos e possibilidades na escola. Campinas: Autores Associados, 2004.
BORSARI, José Roberto. Educação Física da pré-escola à universidade. São Paulo: ed. EPU, 1980.
_______Educação Física, recreação e jogos. São Paulo: ed. Cia Brasil, 1981.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia: ed. UFG, 2003.
Regras oficiais do Atletismo. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 2005.
Regras oficiais do Handebol. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 2005.
Regras oficiais do Voleibol. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 2005.
136
Regras oficiais do Futsal. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 2005.
Regras oficiais do Basquetebol. Rio de Janeiro: ed. Sprint, 2005.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do - Estado do Paraná: Educação Física do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
TIRADO E SILVA, Augusto e Wilson da. Meu primeiro livro de xadrez. Paraná: Expoente.
VALADARE, Solange; ARAÚJO, Rogéria. Educação Física no cotidiano escolar. Ed. FAPI LTDA.
10.4 DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
10.4.1 Apresentação geral da disciplina
Ao apresentar a disciplina de Ensino Religioso é relevante percorrer a
trajetória desta disciplina no processo educacional, inicialmente como ensino da
religião Católica Apostólica Romana, religião oficial do Império, somente com a
Proclamação da República ,o ensino passa a ser laico, público, gratuito e
obrigatório, mas ainda em sua maioria com ênfase ao catolicismo. No decorrer dos
anos algumas mudanças ocorreram, em 1934 a matrícula passou a ser facultativa.
A questão educacional só em 1960, passou a ser debatida com maior
relevância quando diversos grupos religiosos reivindicavam a liberdade religiosa no
contexto escolar. Neste contexto o ensino religioso perde a sua força e por
comodismo, o próprio Estado deixa de adotar medidas que efetivem a disciplina. Em
decorrência dessa situação os cursos de formação para professores de Ensino
Religioso deixou de ser ofertado retornando as materiais didáticos pedagógico cuja
elaboração era fundamentada nas tradições religiosas.
137
Na LDB 4024/61 o Ensino Religioso foi citado no artigo 97, porém o
Estado passou toda a responsabilidade as autoridades religiosas, onde os
interessados se cadastravam para ministrar as aulas. No regime militar institui a Lei
5692/71, no artigo 7º, § único “ o Ensino Religioso de matrícula facultativa constituirá
disciplina dos horários normais dos Estabelecimentos oficiais de 1º e 2º graus”. Em
decorrência dessa lei em 1972 o estado do Paraná criou- se a associação
Interconfissional de Curitiba (Assintec), que acreditava não ser suficiente dar
alimentos à criança, mas também favorecer sua dimensão religiosa. Em 1973 a
SEED forma convênio com a Assintec e junto aos Núcleos Regionais auxilia na
elaboração das diretrizes curriculares da disciplina.
Com o início da Especialização em Pedagogia Religiosa em 1987
evidenciou- se a preocupação com a formação docente, no sentido de buscar a
pluralidade religiosa e a garantia da matéria estabelecer- se como disciplina.
Com a Implantação do Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná
em 1990, o Ensino Religioso incluso, sendo dois anos depois apresentado o
caderno para o Ensino Religioso, mas nos Parâmetros Curriculares Nacionais
novamente a disciplina foi inclusa, somente em 1997 foi publicado o PCN de Ensino
Religioso. A regulamentação ocorreu em 2002, quando foi aprovada a Deliberação
03/02, pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná.
Com a mudança do perfil dos professores que passavam por uma
formação continuada o enfoque deixou de ser catequético, assumindo a visão do
sagrado e em diferentes manifestações, o que possibilitou a reflexão sobre a
pluralidade religiosa contida na humanidade.
As religiões passaram a ser objeto de estudo, contemplando sua riqueza.
A disciplina assume o papel de subsidiar os alunos na busca deste conhecimento,
por meio de conteúdos, à compreensão, comparação e análise das diferentes
manifestações do sagrado.
O Ensino Religioso visa propiciar aos educandos condições de identificar
as diferentes manifestações, favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em
suas relações éticas e sociais diante da sociedade.
138
10.4.2 Objetivos gerais
1. Promover aos educandos a oportunidade de processo de
escolarização fundamental para se tornarem capazes de entender os movimentos
religiosos específicos de cada cultura, possuir o substrato religioso, de modo a
colaborar com a formação da pessoa.
2. Propiciar o conhecimento dos elementos básicos que compõem o
fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas no contexto do
educando.
3. Compreender os eixos organizadores do conteúdo do Ensino
Religioso.
4. Identificar as diferenças culturais.
5. Analisar e compreender o sagrado como o cerne da experiência
religiosa do cotidiano que o contextualiza no universo cultural.
6. Compreender a presença do sagrado nas diferentes manifestações
religiosas.
7. Reconhecimento de que, todos nós, somos portadores de
singularidade.
8. Identificar os textos sagrados das diferentes tradições religiosas,
entendendo que são referenciais de fé e orientação para a vida.
9. Conhecer a importância dos rituais, símbolos e espiritualidade das
diferentes religiões na vida das pessoas.
10. Conhecer as diferentes ideias do Transcendente (Deus)
construída ao longo do tempo desenvolvendo uma atitude de respeito às diferentes
concepções sobre o transcendente.
11. Reconhecer os limites étnicos propostos pelas diferentes
tradições religiosas.
12. Promover um espaço de reflexão na sala de aula sobre valores
139
humanos e leis de qualidade de vida.
10.4.3 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Paisagem
Religiosas
Universo
Simbólico
Religiosos
Organizações religiosas
Lugares Sagrados
Textos Sagrados orais ou escritos
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Paisagem
Religiosas
Universo
Simbólico
Religiosos
Textos
Temporalidade
Sagrada
Ritos
Vida e Morte
140
Sagrados
10.4.4 Metodologia
O encaminhamento deverá privilegiar as experiências religiosas que
compõem o universo cultural dos diversos grupos sociais, visando conhecer os
caminhos percorridos pela humanidade, identificar a sua simbologia e espaços que
se organiza e acima de tudo repensar as ações que até então subsidiarão o trabalho
pedagógico desta disciplina.
Os conteúdos contemplam as diversas manifestações culturais e a forma
em que vive o homem religioso no seu cotidiano.
Para tanto, propõe-se diversas atividades:
− Leitura de reflexão de textos;
− Debates;
− Produções textuais;
− Pesquisas;
− Dinâmicas.
10.4.5 Critérios de avaliação
Na disciplina de Ensino Religioso, a avaliação não possui registro de nota
ou conceito, pois não constitui objeto de reprovação, por ser de caráter facultativo,
mesmo assim a avaliação deverá fazer parte do processo educativo, podendo ser
implementada pelo professor. O nível de apropriação por parte do aluno deverá ser
acompanhado de forma contínua, interativa e participativa.
141
Outra forma de avaliar é a observação que possibilita analisar a relação
de alunos com colegas de outras culturas, aceitando as diferenças e principalmente
reconhecendo o fenômeno religioso no contexto social.
10.4.6 Referências
MARCHON, B.; Kieffer, Jean-François. As grandes religiões do mundo. São Paulo: Paulinas, 1995.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
OLENIKI, Marilac Loraine R.; Daldegan, Viviane Mayer. Encantar: uma prática pedagógica no Ensino Religioso. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
MARTELLI, Stefano. A Religião na Sociedade Pós-moderna. São Paulo: Paulinas, 1995.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Ensino Religioso do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
10.5 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
10.5.1 Apresentação geral da disciplina
Os diversos grupos sociais que compõem a sociedade, ao se
organizarem, constroem diferentes espaços que retratam os diferentes modos de
viver. A Geografia tem por tarefa primordial explicar esse espaço real para além das
aparências, para que se compreenda como ele foi construído e como se reconstrói
142
em face da ação dos homens, para que se construa um espaço melhor distribuído
socialmente, menos agressivo e mais justo.
O objeto de estudo da geografia é o espaço geográfico, que se manifesta
aparentemente através da paisagem, que é a realidade física, vista e sentida pelo
homem. A paisagem é o ponto de partida e o ponto de chegada para o
conhecimento geográfico. È o ponto de partida porque é o dado da realidade que as
pessoas percebem. È um conjunto de coisas naturais (relevo, floresta, rios, etc) e de
coisas culturais, criadas pelos homens (viadutos, prédios, etc) nas suas relações
sociais.
A paisagem está sempre em mudança, é uma espécie de marca da
história do fazer humano, do movimento da sociedade. Entretanto, torna- se
necessário ultrapassar o concreto aparente da paisagem para se chegar ao
conhecimento das relações sociais que a construíram O entendimento dessas
relações é o ponto de chegada.
O espaço geográfico é, portanto, histórico e socialmente produzido. Seu
entendimento exige a compreensão das relações que os homens estabelecem entre
si e com a natureza. Assim dois conceitos devem ser levados em consideração: o
processo de trabalho e o das relações sociais de produção.
Neste sentido, o simples repasse de fatos para os alunos memorizarem
não estará contribuindo para o desvelamento da realidade. Torna- se necessário o
levantamento de questões e a instrumentalização dos alunos, de modo a lhes
propiciar condições para compreenderem- se como sujeitos da História e agentes da
transformação social.
A geografia assim como as demais disciplinas do currículo escolar,
desenvolve no aluno a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente a realidade, para melhor compreende- la identificar as possibilidades no
sentido de superar suas contradições.
A geografia enquanto disciplina contribui para a formação do cidadão que
participa dos movimentos produzidos pela sociedade e ainda terá o papel de
proporcionar situações que permitam ao estudante pensar o tempo e o espaço de
vivência.
A compreensão desses processos e a inserção dos alunos no mundo
capitalista somente podem ocorrer se forem problematizados.
143
A disciplina de geografia pode aumentar o patamar de consciência dos
alunos mostrando como a comunicação de massa tem efeitos sobre a maneira de
ver e analisar o mundo.
O conhecimento geográfico abre ao jovem a possibilidade de pensar o
homem por inteiro em sua dimensão social e humana, assim como outras ciências
humanas ela contribui para o cidadão estudante conheça os vários instrumentos
utilizados pelos meios de comunicação para a formação de valores.
O objeto de estudo da geografia é o espaço geográfico, entendido como
o espaço produzido e apropriado pela Sociedade (LEFEBVRE,1974), composto pela
inter-relação entre sistemas e objetos naturais,culturais e técnicos, sistemas de
ações, relações sociais,culturais,políticos, econômicos(SANTOS,1996).
A Geografia no currículo escolar deve prestar-se a desenvolver no aluno
a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar criticamente a realidade
para melhor entende-la e identificar as possibilidades de transformação no sentido
de superar suas contradições.
Opta-se pelo ensino de Geografia crÍtica que desvele a realidade, que
conceba o espaço geográfico como sendo um espaço social, produzido e
reproduzido pela sociedade humana. Ela se preocupa com o desenvolvimento do
senso critico do aluno, em desenvolver-lhe a compreensão do papel histórico
daquilo que é criticado. Neste sentido não se trata apenas de repassar aos alunos
fatos para que eles memorizem, e sim levar questões e instrumente-los, de modo a
lhes propiciar as condições de se compreenderem como sujeitos da historia e
agentes da transformação social.
É dentro desta perspectiva que se deve proceder na escolha e no
tratamento dos conteúdos essências da disciplina no Ensino Médio. Deve-se
selecionar, então, os conteúdos necessários a apreensão do espaço geográfico
como uma totalidade, que envolve espaço e sociedade, homem e natureza.
Diante dos múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um
trunfo indispensável à humanidade na construção de idéias de paz, liberdade, e
justiça social. Portanto, a Geografia escolar conta com um espaço privilegiado para
trabalhar na formação intelectual e ética dos jovens, na construção de sua cidadania
e na consciência de sua dignidade humana, alem de ressaltar a importância da
144
integração entre diferentes campos do conhecimento para uma visão mais ampla e
profunda do mundo atual.
A Geografia permite aos alunos adquirir hábitos e construir valores
significativos da vida em sociedade. Na busca da vivencia do educando com os
lugares, levar a construção de compreensões novas e mais complexas a seu
respeito, visando o desenvolvimento da capacidade de refletir.
No tratamento de uma Geografia critica, propõe-se a não separação da
parte física e da humana. Visto que a humanidade transformou em ecúmeno toda a
superfície terrestre, necessitamos ter de forma bem clara a abordagem que se deve
dar acerca do “meio natural”.
10.5.2 Objetivos gerais
* Estimular nos alunos, a postura cientifica utilizando- se do estimulo à
observação da natureza/sociedade e de sua compreensão.
* Desenvolver atitudes sociais, dentre elas o espírito associativo e de
solidariedade, na busca incessante de construção e reconstrução da cidadania, da
ética, do pensamento critico, da compreensão e do respeito ao ambiente natural e
socialmente produzido.
* Assimilar as noções espaciais, aprendendo conceitos de localização,
organização, representação e compreensão da estrutura do espaço construído
dinamicamente pela natureza e pela sociedade.
* Ler e interpelar criticamente o espaço, levando em consideração o
meio em que o educando vive.
* Empregar a linguagem cartográfica, quando necessário, possibilitando
maior leque de informações e serem confrontados, dando margem a maior
compreensão dos fenômenos estudados.
* Desenvolver atitudes sociais, dentre elas o espírito associado e de
solidariedade, na busca incessante de construção e reconstrução da cidadania da
ética do pensamento critico da compreensão e compreensão e do respeito ao
ambiente natural e socialmente produzido.
* Distinguir as várias representações sociais da realidade apresentada,
por meio de analise de leituras sobre os processos formadores dessas
145
representações, criticando as falhas e destacando as contribuições.
• Conhecer o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a
compreensão, de como as paisagens, os lugares e os territórios se constroem;
• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e as suas
conseqüências em diferentes espaços e tempos, de modo que construa referenciais
que possibilitem uma participação ativa nas questões sócio-ambientais locais.
• Conhecer o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de
modo a que compreenda o papel da sociedade na construção do território, da
paisagem e do lugar;
• Compreender a especialidade e a temporalidade dos fenômenos
geográficos estudados em suas dinâmicas e interações;
• Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos
políticos,os avanços tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas
ainda não usufruídas por todos os seres humanos, e dento de suas possibilidades,
empenhar-se em democratizá-las;
• Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa para a Geografia,
para compreender a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção,
identificando suas relações, problemas e contradições.
10.5.3 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfica
Formação e transformação das paisagens naturais
e culturais;
Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego
de tecnologias de exploração e produção
A formação, localização e exploração dos recursos
146
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
naturais;
A distribuição espacial das atividades produtivas, a
transformação da paisagem, a (re)organização do
espaço geográfico;
As relações entre campo e a cidade na sociedade
capitalista;
A mobilidade populacional e as manifestações
socioespaciais da diversidade culturais;
A evolução demográfica, a distribuição espacial da
população e os indicadores estatísticos;
As diversas regionalizações do espaço geográfico;
147
6a SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfica
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
Formação território brasileira
A formação, mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração do território brasileiro.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego
de tecnologias de exploração e produção.
As diversas regionalizações do espaço brasileiro
A mobilidade populacional e as manifestação
socioespaciais da diversidade cultural
A evolução demográfica da população, sua
distribuição espacial e indicadores estatísticos
Movimentos migratórios e suas motivações
O espaço rural e a modernização da agricultura
Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a
apropriação do espaço
O formação, o crescimento das cidades, a dinâmica
dos espaços urbanos e a urbanização
A distribuição espacial das atividades produtivas, a
(re) organização do espaço geográfico
A circulação de mão- de- obra, das mercadorias e das
informações
148
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfica
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
As diversas regionalizações do espaço geográfico
A formação, mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração dos territórios do continente americano
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e
o papel do Estado
O comércio em suas implicações socioespaciais
A circulação de mão-de-obra, do capital, das
mercadorias e informações
A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)
organização do espaço geográfico
As relações entre o campo e a cidade na sociedade
capitalista
O espaço rural e a modernização da agricultura
A evolução demográfica da população, sua distribuição
espacial e os indicadores estatísticos
Os movimentos migratórios e suas motivações
A mobilidade populacional e as manifestações sócias
espaciais da diversidade cultural;
A formação, a localização, exploração dos recursos
naturais
149
8ª. SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão cultural e
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão política do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e
o papel do Estado
A revolução técnico-científico-informacional e os novos
arranjos no espaço da produção
O comércio mundial e as implicações socioespaciais.
A formação, mobilidade das fronteiras e a
reconfiguração territórios.
A evolução demográfica da população, sua
distribuição espacial e os indicadores estatísticos
A mobilidade populacional e as manifestações sócio
espaciais da diversidade culturais
Os movimentos migratórios mundiais e suas
motivações.
A distribuição das atividades produtivas, a
transformação da paisagem e a (re)organização do
espaço geográfico
A formação, localização, exploração dos recursos
naturais;
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego
de tecnologias de exploração e produção
O espaço em rede: produção, transporte e
comunicações na atual configuração territorial
150
Ensino médio
1º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfico
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
A formação e transformação das paisagens.
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e produção.
A distribuição espacial das atividades produtivas, a
transformação da paisagem, a (re)organização do
espaço geográfico
A formação, localização e exploração dos recursos
naturais.
2º ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
151
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfico
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
O espaço rural e a modernização da agricultura.
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração
dos territórios
A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos
espaços urbanos e a urbanização recente.
Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a
apropriação do espaço.
A evolução demográfica, a distribuição espacial da
população e os indicadores estatísticos.
Os movimentos migratórios e suas motivações.
A mobilidade populacional e as manifestações sócio
espaciais da diversidade cultural.
3ºANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
A revolução técnico-científica-informacional e os novos
arranjos no espaço da produção;
O espaço em rede: produção, transporte e comunicação
na atual configuração territorial.
A circulação de mão-de-obra, do capital, das
152
Dimensão econômica do
espaço geográfico
Dimensão política do espaço
geográfico
Dimensão cultural
demográfica do espaço
geográfico
Dimensão socioambiental do
espaço geográfico
mercadorias e das informações
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração
dos territórios
As relações entre o campo e a cidade na sociedade
capitalista.
O comércio e as implicações sócios espaciais.
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
As implicações sócio espaciais do processo de
mundialização.
A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o
papel do Estado.
10.5.4 Metodologia
A disciplina de geografia é norteada por um ensino critico e reflexível que
busca enfocar no individuo a relação homem e meio. Desta forma pode se fazer
com que o mesmo enriqueça seus conhecimentos com pesquisas.
A prática pedagógica a ser desenvolvida no ensino da Geografia deve
colocar os alunos em diferentes situações de vivência com os lugares, de modo que
possam construir compreensões novas e mais complexas a seu respeito.
Esse trabalho será feito de forma dinâmica e instigante, mediante
situações que problematizem os diferentes espaços geográficos materializados em
paisagens, lugares e territórios, que disparem relações entre o presente e o
passado, o específico e o geral, as noções individuais e as coletivas, e promovam o
domínio de procedimentos que permitam aos alunos "lerem" a paisagem local e
outras paisagens presentes em outros tempos e espaços.
153
Serão utilizados para esse trabalho procedimentos de problematização,
observação, registro, descrição, documentação, representação e pesquisa dos
fenômenos sociais, culturais ou naturais que compõem a paisagem e o espaço
geográfico na busca e formulação de hipóteses e explicações das relações,
permanências e transformações que se encontram em interação.
O professor deve criar e planejar situações de aprendizagem em que os
alunos possam conhecer e utilizar os procedimentos de estudos geográficos. A
observação, descrição analogia e síntese são procedimentos que serão utilizados
para que os alunos possam aprender e explicar, compreender e representar os
processos de construção dos diferentes tipos de paisagens, territórios e lugares.
As situações de aprendizagem serão planejadas considerando- se a
própria leitura da paisagem, a observação e a descrição, a explicação e a interação,
a territorialidade e a extensão, a análise, o trabalho com a pesquisa e a
representação do espaço.
As aulas de campo, é importante encaminhamento metodológico para
analisar as áreas a ser estuda, de modo que o aluno poderá diferenciar paisagem
do espaço geográfico.
Dentro das pratica pedagógica conduzir o educando para tornar um
agente participativo dentro das diferentes potencialidades, de acordo com sua
realidade. Buscar contribuir na complementação dos temas pré-dispostos do
programa anual, deixando claro que a geografia é uma da ciência ligada a vida e ao
nosso espaço de vivencia. Neste contexto, o educando participa desenvolvendo a
construção de seu conhecimento, realizando pesquisa, contextualizando a
realidade, participando de seminários.
Parceria significativa. Pratica critica, produtiva, reflexiva e transformadora.
Lembrando que o aluno é original, único dotado de inteligências múltiplas.
A interatividade entre o aluno, professor e o conhecimento é
proporcionada por meio de diversos questionamentos existentes, os quais resgatam
as experiências previas do aluno, estimulam a exposição de opiniões e participação
em grupos de debates. Esses questionamentos têm como objetivo desenvolver
atitudes de sociabilidade, convivência em grupo, respeito mutuo e tomadas de
decisões.
154
10.5.5 Avaliação
A avaliação tem por objetivo avaliar o aluno em todos os aspectos com
relevância para o cognitivo.
A avaliação em geografia deverá ser diagnóstica, somatória e contínua
levando em conta o espaço físico percorrido pelo aluno, o ambiente em que vive, as
mudanças ocorridas no universo, a preservação do meio ambiente, os fatores
econômicos e políticos, reconhecendo que a sociedade e natureza possuem leis e
princípios próprios e que o espaço geográfico é resultado da interação entre elas.
No caso da geografia, além das alternativas usuais de avaliação, como exercícios
de múltipla escolha, questões subjetivas, interpretações de textos e outros
documentos, é importante que sejam utilizadas formas de avaliação que
desenvolvam nos alunos habilidades tipicamente geográficas, como orientação,
localização, percepção, visão espacial, entre outras. O ensino de geografia poderá
ser avaliado através de: trabalhos, individuais e em grupo, testes de múltipla
escolha, pesquisas, simulações do cotidiano do aluno (diagnóstica), provas
individuais, apresentação de mapas, dados estatísticos (gráficos e tabelas),
apresentação oral e aplicação de interdisciplinaridade, formulação de conceitos.
Dentro das pratica pedagógica conduzir o educando para tornar-se um
agente participativo dentro das diferentes potencialidades, de acordo com sua
realidade. Buscar contribuir na complementação dos temas pré-disposta do
programa anual, deixando claro que a geografia é uma ciência ligada a vida e ao
nosso espaço de vivencia. Neste contexto o educando participa desenvolvendo a
construção de seu conhecimento, realizando pesquisa, contextualizando a
realidade, participando de seminários.
Parceria significativa. Pratica crítica produtiva, reflexiva e transformadora.
Lembrando que o aluno é original, único dotado de inteligências múltiplas.
A interatividade entre o aluno, professor e o conhecimento é
proporcionada por meio de diversos questionamentos existentes, os quais resgatam
as experiências previas do aluno, estimulam a exposição de opiniões e participação
em grupos de debates. Esses questionamentos têm como objetivo desenvolver
atitudes de sociabilidade, convivência em grupo, respeito mutuo e tomadas de
decisões.
155
10.5.6 Referências
ADAS, Melhen, Noções Básicas de Geografia. São Paulo. Moderna, 1998 ANTUNES, Celso. Geografia do Brasil. São Paulo. Scipione. 1996 CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos e outros. Geografia em sala de aula: práticas e reflexões 4ª ed. Porto Alegre. Editora UFRGS.2003. PROJETO ARARIBA: geografia 5ª / Organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Sônia Cunha de Souza Danelli. 2ª ed. - São Paulo. Moderna, 2007. PROJETO ARARIBA: geografia 6ª / Organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Sônia Cunha de Souza Danelli. 2ª ed. - São Paulo. Moderna, 2007. PROJETO ARARIBA: geografia 7ª / Organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Sônia Cunha de Souza Danelli. 2ª ed. - São Paulo. Moderna, 2007. PROJETO ARARIBA: geografia 8ª / Organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Sônia Cunha de Souza Danelli. 2ª ed. - São Paulo. Moderna, 2007. SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Geografia do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo, Ática, 2002. VECENTINI, J. William, VLACH, Vânia, Geografia Crítica: o espaço social e o GONÇALVES, C. W. P. Os descaminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 1999. OLIVEIRA, A.U. Para onde vai o ensino da geografia? São Paulo: Contexto, 1989. SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Educação Física do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.
VASCONCELOS, Celso dos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertard – Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1993.
156
10.6 DISCIPLINA DE HISTÓRIA
10.6.1 Apresentação geral da disciplina
A História como disciplina escolar obrigatória, passou a ser obrigatória, a
partir da criação do Colégio D. Pedro II, em 1837. No mesmo ano foi criado o
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a História como
disciplina acadêmica.
O modelo de ensino de História foi mantido no início da República (1889)
e o Colégio D. Pedro II continuava a ter o papel de referência para a organização
educacional brasileira. A partir de 1901 o corpo docente alterou o currículo do
Colégio, propondo que a História do Brasil passasse a compor a cadeira de História
Universal.
No período do Estado Novo (1937) por meio da Lei Orgânica do Ensino
Secundário de 1942, fez com que a História do Brasil retornasse ao currículo
escolar. O ensino de História foi marcado pelos debates teóricos sobre a inclusão
dos Estudos Sociais na escola desde o início dos anos 1930. As experiências norte-
americanas na organização da disciplina de Estudos Sociais passaram a fazer parte
dos debates educacionais por meio da Escola Nova. Enfim, por força da Lei nº5692
em 1971 foi implantado o ensino de Estudos Sociais no Ensino de Primeiro Grau.
A partir da Lei nº 5692/71, o Estado organizou o Primeiro Grau de oito
anos e o Segundo Grau profissionalizante, com ensino voltado a qualificar mão-de-
obra para o mercado de trabalho. O ensino de História tinha como prioridade ajustar
o aluno ao cumprimento de seus deveres patrióticos, privilegiando noções e
conceitos básicos para a adaptação à realidade, continuando ser vista de maneira
linear, cronológica e harmônica, conduzida pelos heróis em busca de um ideal de
processo de nação.
O ensino de Estudos Sociais foi contestado no início da década de 1980,
tanto pela Academia quanto pela sociedade. Queriam a volta do ensino de História.
157
No ano de 1990, o Estado do Paraná fez uma proposta de renovação do
Ensino de História que tinha como pressuposto teórico a historiografia social,
pautada no materialismo histórico dialético.
O Ministério da Educação divulgou entre os anos de 1997 e 1999 os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio, os
Parâmetros organizaram o currículo em áreas de conhecimento. Incorporado pelo
Estado do Paraná no final dos anos 1990. Com o objetivo de preparar os cidadãos
para as exigências tecnológico-científicas da sociedade contemporânea.
O ensino de História do Paraná, torna-se obrigatório com a aprovação da
Lei nº13.381/01, nos Ensinos Fundamental e Médio. Além da Lei nº10.639/03 sendo
alterada pela Lei nº9394/96 que estabelece a obrigatoriedade da História e Cultura
Afro-Brasileira.
Por meio de todas essas Leis, a Educação do Ensino de História passou
a ser ministrado de uma maneira mais abrangente e concreta dentro da realidade
social contemporânea. Formando um cidadão crítico e ativo dentro da sociedade em
que está inserido.
O mesmo nível de crítica que temos quanto ao presente, devemos tê-lo
com relação ao passado. A construção de uma relação crítica com o presente, com
a realidade do aluno, pressupõe e aponta para a necessidade de uma concepção de
história que permita o desvelamento dessa realidade e sua superação.
A contribuição mais significativa da História para o jovem é a
compreensão da sociedade contemporânea e sua inserção nela, desenvolvendo a
capacidade de apreensão do tempo em seu sentido completo das vivências
humanas. O tempo histórico compreendido nessa complexidade utiliza a História
Temática, enfocando três conteúdos estruturantes, são eles: Trabalho, Poder e
Cultura. Nessa maneira de ensinar a História, o aluno aprenderá as relações de
continuidades e descontinuidades, das permanências e das mudanças.
158
10.6.2 Objetivos gerais
- Perceber e comparar estruturas sociais
- Desenvolver a capacidade de analisar imagens
- Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em todas as suas
manifestações
- Dominar conceitos básicos
- Aprender a refletir historicamente, perceber os processos pelos quais as
sociedades evoluem, como enriquecedoras para o conhecimento
- Desenvolver senso crítico e criativo
- Notar que tudo precisa se adaptar ao seu tempo, que não se pode ser retrógrado,
nem radical, mas sim flexível e consciente das necessidades do seu tempo
- Dominar procedimentos de pesquisa escolar e de produção de texto, aprendendo a
observar e colher informações de diferentes paisagens e registros escritos e
iconográficos
- Valorizar a cultura como forma de se conhecer e entender os motivos que levam
um poço a ser e agir de uma maneira e não de outra
- Perceber os interesses político-econômicos dentro de uma sociedade
- Analisar os fatos históricos em todos os seus aspectos, seus verdadeiros motivos e
concepções envolvidas
- Perceber a influência política na vida das pessoas, ninguém pode ignorá-la,
podemos sim, usá-la para modificar estruturas vigentes
- Analisar que uma ideologia pode ser a salvação ou a derrota de uma nação,
depende da interpretação
- Perceber o valor atribuído à religião pela população de qualquer país, e sua
carência pela liderança, todos precisam de um líder senão nada de movimentos
159
- Perceber que a globalização fez o mundo ficar menor e ao mesmo tempo abriu um
abismo enorme entre as nações ricas e pobres
10.6.3 Conteúdos estruturantes
Com os conteúdos estruturantes o enfoque passa a ser a compreensão
do objeto e a organização dos campos de estudo da disciplina de História, a fim de
atender a Proposta Curricular aqui apresentada: Trabalho, Poder e Cultura.
No Trabalho, o estudo refere-se aos primeiros passos da organização dos
povos, bem como o nascer do trabalhador assalariado e sua luta pela necessidade
de leis trabalhistas. Na Idade Média, os senhores feudais fazem com que o
trabalhador ou servo seja obrigado a apenas obedecer e não questionar. O século
XX surge com muitos conflitos político, ligados também a economia mundial,
vigorando agora uma concepção de História Crítica, onde o cidadão passa a fazer
parte da História como agente transformador.
O Poder está sempre permeando as ações do homem, desde o momento
em que surgem as classes, surgem os poderosos e os explorados. O Estado surge
para gerenciar os interesses das Nações, e acaba fazendo um papel não de
gerenciador, mas de opressor e ditador de regras que interessam apenas ao Estado
e não ao cidadão. Essa necessidade de poder cada vez maior, faz com que a
humanidade fique a beira da ruína, com guerras mundiais. O ser humano passa a
agir apenas em função de conseguir poder, sem preocupar-se com os meios,
contanto que cheguem ao objetivo: Poder.
A Cultura será essencial para que o estudo dos conteúdos estruturantes
sejam bem feitos, pois ela explicará em vários lugares e em tempos diferentes, essa
necessidade do ser humano quer cada vez mais o poder. Ao se propor a cultura
como uma dimensão para o estudo da História entende-se essa dimensão em que
aquela que o indivíduo se permite conhecer os conjuntos de significados que os
homens conferiram a sua realidade para explicar o mundo.
160
HISTÓRIA ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE – OS DIFERENTES SUJEITOS SUAS CULTURAS SUAS HISTÓRIAS
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Relações de trabalho
Relações de Poder
Relações culturais
A experiencia humana no tempo.
Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo.
As culturas locais e a cultura comum.
6ª SÉRIE – A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da
Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
As relações de propriedade.
A constituição histórica do mundo do campo e do
mundo da cidade.
A relações entre campo e a cidade.
Conflitos e resistências e produção cultural
campo/cidade.
7ª SÉRIE – O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistências
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
161
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
História das relações da humanidade com o
trabalho
O trabalho e a vida em sociedade.
O trabalho e as contradições da modernidade.
Os trabalhadores e as conquistas de direito.
8ª SÉRIE – Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das
Instituições Sociais
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Relações de trabalho
Relações de poder
Relações culturais
A constituição das instituições sociais.
A formação do Estado.
Sujeitos, Guerras e revoluções.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Relações de trabalho
Relações de Poder
Relações culturais
Tema 1
Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e Trabalho
Livre.
Tema 2
Urbanização e industrialização
162
Tema 3
O Estado e as relações do poder
Tema 4
Os sujeitos, as revoltas e as guerras
Tema 5
Movimentos sociais, políticos e culturais e as
guerras e revoluções
Tema 6
Cultura e religiosidade
10.6.4 Metodologia
Tomando como premissa básica que o papel fundamental da educação
escolar é o de preparar educando para o exercício da cidadania, entendemos que a
História contribui para que o educando desenvolva visão crítica e espírito social e
politicamente participativo, capaz de avaliar a sua possibilidade de atuação no
contexto histórico em que se insere. Isso significa que o ensino de História deve
fazer com que o educando. “produza uma reflexão de natureza histórica; [...]
pratique um exercício de reflexão que o encaminhará para outras reflexões, de
natureza semelhante, em sua vida e não necessariamente só na escola; pois a
Historia produz um conhecimento que nenhuma, outra disciplina produz - e ele nos
parece fundamental para a vida do homem, individuo eminente histórico”. (CABRINI,
Conceição e outros. O ensino de História. São Paulo, Brasiliense, 1987.p.23.).
É necessário que nas escolas, os educadores em geral, assumam esse
princípio meta primordial, tendo em vista o significado e a importância de seu papel
na formação da cidadania, que deve ser entendida também como um processo de
163
participação social, política e civil, na escola, na família, no trabalho, na
comunidade.
A apropriação de conceitos e temas ocorre por intermédio de métodos
oriundos das investigações históricas, desenvolvendo capacidades de extrair
informações das diversas fontes documentais e interpretá-las, estabelecendo
relações e comparações entre problemáticas atuais e as de outros tempos e
culturas.
A História Temática contribui para que os educandos ampliem suas
fontes de pesquisa e consequentemente, abram sua compreensão para os
conteúdos estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura. Esses conteúdos farão uma
busca em vários tempos e espaços sobre cada um deles, para que o aluno aprenda
a relacionar todos eles entre si e cada um em seu determinado tempo/espaço.
O educando não aprende História apenas na escola, pois têm acesso a
inúmeras informações, imagens e explicações no convívio social e familiar, nos
festejos de caráter local, regional, nacional e mundial, no qual estão inseridos.
Percebem as transformações sociais culturais econômicas e política
envolvendo-se assim nesse processo acelerado da vida urbana e a globalização,
nesse contexto os meios de comunicação de massa a convivência de gerações
através de fontes como: televisão, videoclipes, fotos, livros, jornais, rádio,
enciclopédias, cinema, vídeos e computadores, provem essa releitura de mundo e a
formação de sua identidade cultural.
10.6.5 Critérios de avaliação
A avaliação no ensino de História, por meio de atividades específicas com
as diferentes temporalidades, pode favorecer a reavaliação dos valores do mundo
de hoje, a distinção de diferentes ritmos de transformações históricas, o
redimensionamento do presente em processos contínuos e a construção de
identidades com as gerações passadas.
164
Nesta perspectiva o ensino de História pode desempenhar um papel
importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre atuação do
indivíduo nas suas relações pessoais como grupo de convívio, suas afetividades,
sua participação no coletivo, suas atitudes e compromissos com classes, grupos
sociais, culturas, valores e gerações do passado e do futuro.
Portanto, o aluno deverá compreender e aprender as formas de produção
desse conhecimento através dos conteúdos críticos desta disciplina, tendo como
ponto de partida os acontecimentos que cercam a sua realidade.
A avaliação no ensino de História será feita de maneira a perceber o
quanto o aluno evoluiu ao longo dos bimestres, verificando se o educando
compreende os conceitos básicos da disciplina, a capacidade de elaboração textual
e oral de assunto estudado no ano.
10.6.6 Referências
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ática. 1996.
CAMPOS, Flavio de; AGUILAR, Lídia; CLARO, Regina; MIRANDA, Renan Garcia. O jogo da História. São Paulo: Moderna. 2002.
COTRIM, Gilberto. História para o Ensino Médio. São Paulo: Saraiva. 2004.
DREGUER, Ricardo; TOLEDO, Eliete. História: Cotidiano e mentalidade. São Paulo: Atual, 2000.
FERREIRA, José Roberto Martins. História. São Paulo: FTD, 1997.
MARINO, Denise Mattos; STAMPACCHIO, Léo. Link do tempo. São Paulo: Moderna. 2002.
MORAES, José Geraldo Vinci de. História Geral e do Brasil. Ensino Médio. São
165
Paulo: Atual. 2003.
ORDOÑEZ, Marlene. Caderno do futuro. São Paulo: IBEP. 2003.
PETTA, Nicolina Luíza de; OJEDA, Eduardo Aparício Baez. História: uma abordagem integrada. Ensino Médio. São Paulo: Moderna. 2003.
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História e vida. São Paulo: Ática, 2004.
RODRIGUES, Joelza Ester. História em Documento. Imagem e Texto. São Paulo: FTD. 2002.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: História do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
10.7 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
10.7.1 Apresentação geral da disciplina
A Língua Portuguesa é a língua oficial do Brasil que iniciou seu processo
de formação, na Península Ibérica, através do contato do latim com outras línguas,
no século II a.C. Depois de um longo período de mudanças correspondente a todo o
final da chamada Idade Média, é transportada para o Brasil, assim como para outros
continentes, no momento das grandes navegações do final do século XV e do
século XVI. Aqui se inicia o contato dessa língua com outras, as indígenas.
No século XVII, no Brasil, havia o uso da Língua Portuguesa, as línguas
indígenas, as línguas gerais (línguas tupi falas pela maioria da população para o
contato com os índios de diferentes tribos, entre índios e portugueses e com o
holandês). O português, como língua oficial do Estado português, era a língua
166
empregada em documentos oficiais e praticada por aqueles que estavam ligados à
administração da colônia.
Com a vinda de portugueses e africanos a população do Brasil, que era
somente de índios, passa a receber um número crescente de portugueses assim
como de africanos. Com o maior número de portugueses cresce também o número
de falantes específicos do português. E isto tem outra característica: os portugueses
que vêm para o Brasil não vêm da mesma região de Portugal. Desse modo,
passam a conviver no Brasil, num mesmo espaço e tempo, divisões do português
que, em Portugal, conviviam como dialetos de regiões diferentes.
Em 1757 foi estabelecido o Diretório dos Índios, por iniciativa do Marquês
de Pombal, que proibia o uso da língua geral na colônia. Assim, os índios não
poderiam mais usar nenhuma outra língua que não a portuguesa. Em 1827 houve
um grande número de discussões sobre o fato de que deveriam ensinar a ler e a
escrever utilizando a gramática da língua nacional. É dessa época a literatura de
José de Alencar e que foram legitimadas as gramáticas para o ensino de português
e seus dicionários. Com a vivência da Língua Portuguesa, dos portugueses, no
espaço geográfico com índios, africanos e depois, com a imigração, quando
chegaram falantes de alemão, italiano, japonês, coreano, holandês, inglês.
Foi somente em 1837, no Rio de Janeiro, que a disciplina Língua
Portuguesa passou a fazer parte dos currículos escolares com as disciplinas
Retórica, Gramática e Poética (incluindo Literatura), com exposição de uma
gramática normativa e trechos de autores consagrados para uma pequena camada
da população, filhos da burguesia.
A partir 1950, com as modificações sociais de culturais no Brasil, as
camadas populares começam a reivindicar o direito à escolarização,
democratizando- se as escolas. A partir dos anos 60 incluiu- se, nos currículos de
formação de professores, o estudo de teorias na área das ciências linguísticas
(Linguística, Sociolinguística) e mais recentemente a Linguística Aplicada, a
Psicolinguística, a Linguística Textual, a Pragmática, a Análise do Discurso.
Travaglia (2002) explica a Linguística da Enunciação, como sendo as correntes e
teorias tais como a Linguística Textual, a Teoria do Discurso, a Análise do Discurso,
a Análise da Conversação, a Semântica Argumentativa e todos os estudos de
167
alguma forma ligados à Pragmática, o que tem ajudado a direcionar o Ensino da
Língua Portuguesa.
Segundo a DCE (2006), na linguagem o homem se reconhece humano,
interage e troca experiências, compreende a realidade em que está inserido e
percebe o seu papel como participante da sociedade. Então, na disciplina de Língua
Portuguesa, no Ensino Fundamental, tem- se o objetivo de aprofundar o
conhecimento cognitivo do aluno, fazendo reflexão sobre o que já domina e estudar
a norma-padrão, tanto na comunicação oral como na escrita, na perspectiva do
aluno ter maior domínio sobre o uso da linguagem e assim exercer melhor a
cidadania. Também é necessário, no estudo da Língua, observar e conhecer a
variação linguística.
O discurso, na linguagem, é a interação entre enunciado e enunciação e
entre sujeitos (interlocutores), que através da linguagem e da influência de
conhecimentos sócio- históricos, exercem a função comunicativa.
Enunciado é o ato de enunciar, de exprimir, transmitir pensamentos,
sentimentos, conforme explica Bakhtin,
Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da
linguagem. Compreende- se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso
sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não
contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em
forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos
integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados
refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só
por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos
recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua
construção composicional (2003, p. 261).
Para a efetivação da comunicação deve ocorrer a interação, uma ação
entre o emissor e o receptor. O emissor coloca a informação em um código; o
receptor descodifica, transformando a linguagem escrita (código) em informação,
ocorrendo a enunciação “que é regulado por uma exterioridade sócio-histórica e
ideológica que determina as regularidades linguísticas e seu uso, função”
168
(TRAVAGLIA, 2002). Para o texto fazer sentido depende de toda a ação
comunicativa e do conhecimento cognitivo que o leitor já tem: os linguísticos, que
correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que
englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que
correspondem ao acervo pessoal do leitor. Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual
a compreensão do que se lê é alcançada, esses diversos tipos de conhecimento
estão em interação. Logo, percebemos que a comunicação é um processo
interativo.
Segundo Travaglia (2002), entre os três tipos de ensino (prescritivo,
descritivo e produtivo), devemos priorizar o ensino produtivo (o que objetiva ensinar
novas habilidades lingüísticas de forma mais eficiente, sem alterar padrões que o
aluno já adquiriu, mas aumentando as potencialidades de sua língua, em todas as
diversas situações em que tem necessidade), pois é a mais adequada à consecução
de ensino de língua materna, ou seja, desenvolver a competência comunicativa para
o domínio da norma culta e o da variante escrita da língua.
Na sala de aula há a necessidade da integração do conhecimento
sistêmico, com a vida social e atual. O trabalho com vários tipos de textos em
situações de interação comunicativa variada, ajuda no desenvolvimento da
competência comunicativa (capacidade de produzir e compreender textos nas mais
diversas situações comunicativas). Bakhtin (2003) coloca que todo discurso se
constrói pela relação com outros, pois surge num momento histórico e num meio
social determinados. O discurso é construído por outros discursos, sendo
heterogêneo. A Literatura, na sala de aula, vinculada à estética, faz observar e
analisar o tempo no mundo, as transformações das sociedades, os valores
empregados em cada período, o pensamento em cada geração, ajudando no
entendimento da sociedade atual. O contato com textos literários ajuda a ampliar a
visão que se tem do mundo, quem se é na sociedade, estabelece um diálogo com o
autor, interage com o texto e ainda enriquece o vocabulário e o uso de expressões,
com as quais, o aluno pode trabalhar com a sua imaginação, com o irreal, com a
fantasia, ajudando na formação de personalidade.
Em seu trabalho, Bakhtin (2003) explica que a riqueza e a diversidade
dos gêneros do discurso são infinitas, porque são inesgotáveis as possibilidades da
multiforme da atividade humana e porque cada campo dessa atividade é integral o
169
repertório de gênero do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se
desenvolve e se complexifica um determinado campo. Bakhtin (1999) também
coloca que a língua é viva, sofre mudanças e alguns gêneros textuais são
adaptados, transformados, renovados, multiplicados ou até mesmo criados a partir
da necessidade que o homem tem de se comunicar com o outro, tendo em vista que
todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem
no contexto e não em frases soltas. Segundo Widdowson (2005, p. 39), “o
comportamento linguístico normal não consiste na produção de frases isoladas, mas
no uso de frases para a criação do discurso”.
Na DCE comenta-se que o aprimoramento da competência linguística do
aluno acontecerá com maior propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de
leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. “O trânsito
pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará ao aluno uma inserção social
mais produtiva no sentido de poder formular seu próprio discurso e interferir na
sociedade em que está inserido” (BAKHTIN, 1992, p. 285). Na DCE, também há a
colocação de que o trabalho com os gêneros textuais deverá levar em conta que a
língua é instrumento de poder e que o acesso ao poder, ou sua crítica, é legítimo e é
direito para todos os cidadãos. Para que isto se concretize, o estudante precisa
conhecer e ampliar o uso dos registros socialmente valorizados da língua, como a
norma culta.
O hábito da prática da leitura deve ser um dos objetivos na escola, sendo
também através de livros de literatura infanto-juvenil. Magnani (2001) coloca a
concepção de literatura como um fenômeno social e histórico. Na sala deve procurar
sempre a diversidade (de enredos, procedimentos narrativos, gêneros, linguagens,
autores e métodos), levando o aluno a buscar os significados e, assim, ampliar seus
horizontes.
Na Reforma do Ensino, consubstanciado na Lei nº: 9394/96, já se
defendia um ensino unificado, uma educação formativa do cidadão, preocupada
com os métodos e recursos, para a formação necessária no desenvolvimento das
potencialidades do aluno. Então é na escola, pela mediação do professor, que os
estudantes aprenderão a ler, a escrever e a enxergar a sua própria realidade e a
realidade do outro. Freire (2005) faz um comentário sobre isso: “A leitura do mundo
deve sempre preceder o da palavra e a leitura desta implica na continuidade
170
daquela”, e cita também: “as palavras devem ser carregadas do sentido de sua
experiência existencial”.
O objeto de ensino da disciplina de Língua Portuguesa/Literatura é a
Língua. Buscando os conhecimentos linguísticos e discursivos relacionados às
práticas sociais de linguagem, para que o aluno desenvolva-se na prática
comunicativa, de forma coerente e satisfatório nas mais variadas situações de
comunicação.
Então, na escola, nos anos finais do Ensino Fundamental, o processo de
ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa/Literatura fundamenta-se nas práticas
da leitura, da produção de textos (orais e escritos) e da análise linguística e do
discurso.
PRÁTICA DA ORALIDADE
Marcuschi (2005, p.18) explica que a fala (enquanto manifestação da
prática oral) é adquirida naturalmente, em contextos informais do dia-a-dia e nas
relações sociais, dialógicas que se instauram desde o momento em que a mãe dá
seu primeiro sorriso ao bebê. Mais do que a decorrência de uma disposição
biogenética, o aprendizado e o uso de uma língua natural é uma forma de inserção
cultural e de socialização.
A fala, normalmente, vem acompanhada de outros recursos
comunicativos, para se atingir o efeito desejado, como o uso da prosódia, dos
gestos, dos movimentos com olhos, ocorrendo em situações formais e informais da
língua, nas manifestações discursivas entre interlocutores. A fala, quase sempre, é
redundante, não planejada, imprecisa e fragmentada, sendo também fator de
identidade social, regional, grupal.
Nas atividades em sala de aula devem ser respeitadas as variedades
linguísticas, o contexto de uso e evidenciar o emprego da norma culta em situações
reais.
PRÁTICA DA LEITURA
A DCE cita: Entende-se a leitura como um processo de produção de
sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que
acontecem entre o texto e o leitor. (2006,25)
171
A prática da leitura deve acontecer na totalidade, observando os modos
de produção e percepção, os códigos, as normas linguísticas e estéticas, os
conteúdos, as relações extra/ intra e intertextuais. É uma atividade entre leitor e
autor, pela qual se adquire, se transforma, se faz interferência com o conhecimento,
sendo um fato social, com a qual, o aluno tem a oportunidade de interagir com as
informações que estão presentes nos mais variados gêneros textuais, textos
literários e não-literários, modernos e antigos, podendo melhorar a compreensão do
mundo que o cerca nos mais variados campos do saber.
Magnani comenta:
A leitura não é um ato isolado de um indivíduo diante do escrito de outro indivíduo. Implica não só a decodificação de sinais, mas também a compreensão do signo lingüístico enquanto fenômeno social. Significa o encontro de um leitor com um escrito que foi oficializado (pela intervenção de instâncias normativas como a escola, por exemplo) como texto (e como literário) em determinada situação histórica e social. E nessa relação complexa interferem também as histórias de leitura do texto e do leitor bem como os modos de percepção aprendidos como normas, em determinada época e por determinado grupo. (2001, p. 49)
De um ponto de vista interacionista, a leitura é um processo de
construção de sentidos. Oscilando numa tensão constante entre paráfrase
(reprodução de significados) e polissemia (produção de novos significados), ela se
constitui num processo de interação homem/mundo, através de uma relação
dialógica entre leitor e texto, mediada pelas condições de emergência (produção,
edição, difusão, seleção) e utilização desses textos.
PRÁTICA DA ESCRITA
A escrita é um sistema de representação da realidade, usada em
contextos sociais da vida cotidiana, muitas vezes em conjunto com a oralidade, o
que ocorre simultaneamente, como na comunicação pela Internet, nos bate-papo.
Também no trabalho, na escola, nas atividades intelectuais, sendo a escrita
contextualizada e empregada em gêneros textuais diversos. A escrita é planejada,
precisa, condensada, cheia de intencionalidade e objetivos
172
Marcuschi (2005, p.18) coloca: A escrita (enquanto manifestação formal
do letramento), em sua faceta institucional, é adquirida em contextos formais, na
escola. Daí também seu caráter mais prestigioso como bem cultural desejável.
O texto literário apresenta características diferenciadas, os recursos
lingüísticos usados buscam a sensibilidade e a preocupação estética, de forma
diferente da maioria dos outros textos, e cabe ao leitor fazer uma nova
reinterpretação do mundo real e dos mundos imaginários.
ANÁLISE LINGÜÍSTICA E AS PRÁTICAS DISCURSIVAS
O discurso, quando produzido, manifesto linguisticamente por meio de
textos e todo discurso se relaciona com outros, fazendo a intertextualidade. Em
muitos momentos precisamos transmitir, o que foi absorvido, em outro gênero,
fazendo as adaptações, como da escrita para a oralidade, e Marcuschi coloca que
Há nestas atividades de re-textualização um aspecto geralmente ignorado
e de uma importância imensa. Pois para dizer de outro modo, em outra modalidade
ou em outro gênero o que foi dito ou escrito por alguém, deve ser compreendido o
que foi que esse alguém disse ou quis dizer. Portanto antes de qualquer atividade
de transformação textual, ocorre uma atividade cognitiva denominada compreensão.
(2005, p.47)
É importante um trabalho de conscientização linguística crítica, mas para
isso, o professor deve criar condições, para que o aluno possa desenvolver sua
capacidade de perceber a relação entre a função do elemento textual e a
intencionalidade. Reconhecendo que a linguagem tem funções diferentes
(referencial, poética, expressiva, social, interpessoal) que fornecem recursos para a
análise e compreensão, Kleiman (1995, p.100) enfoca o trabalho com a leitura nos
aspectos globais do texto por um lado, e estrutura que dá suporte à concatenação
de informações locais e, por outro, à intencionalidade, que, sendo constitutiva da
interação, desenvolve a atividade em sua característica social essencial, permitindo
ao aluno uma reflexão e análise criticas sobre o uso de sua língua materna e
Cagliari (1991, p.46) explica que, nos estudos linguísticos da Análise do Discurso,
173
entram não apenas aspectos semânticos e literários, mas tudo o que um linguista
pode utilizar em termos de som, significado e estrutura para analisar um texto.
Nas atividades de sala de aula, os alunos têm a oportunidade de
conhecer, reconhecer, refletir e empregar os aspectos discursivos da Língua,
associando língua e pensamento, com os elementos estruturais, extras verbais e
gramaticais, de forma contextualizada, conforme se analisa na DCE (2006). Então,
ao se fazer a análise lingüística, faz-se a interação entre a leitura, a escrita e a
oralidade, as três práticas relacionando-se, como é, na verdade, o uso da linguagem
no cotidiano.
10.7.2 Objetivos gerais
Seguindo a concepção de Travaglia
Discurso é visto como qualquer atividade produtora de efeitos de sentido entre interlocutores, portanto qualquer atividade comunicativa (não apenas no sentido de transmissão de informação, mas também no sentido de interação), engloba os enunciados produzidos pelos interlocutores e o processo de sua enunciação, que é regulado por uma exterioridade sócio- histórica e ideológica que determina as regularidades linguísticas e seu uso, sua função. (2002, p.68)
Então, no processo ensino-aprendizagem da disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura têm- se como objetivos levar os alunos a:
- fazer uso das linguagens em diferentes situações e contextos, de forma adequada;
- perante um texto, ter autonomia suficiente para atuar desde a decodificação da
mensagem, até o estabelecimento com o conjunto de relações estruturais,
contextuais, entre leitor/autor, entre textos e com o mundo;
- utilizar a Língua de modo variado, produzindo diferentes efeitos de sentido e
adequando o texto a diferentes situações de interlocução e de escrita;
- ampliar o seu repertório lingüístico;
- re-estruturar o seu texto ou de outros autores, de forma que aproxime ao máximo
do gênero trabalhado, no emprego dos elementos de coesão, clareza nas ideias e
outros;
174
- produzir textos (orais/escritos – verbal/não-verbal)) respeitando os elementos da
produção: o objetivo, o gênero, os interlocutores e outros;
- familiarizar-se com a gramática relacionando ao conhecimento linguístico;
- desenvolver melhor a prática da leitura e da escrita;
- ampliar o contato com textos literários e não-literários, aprimorando o
conhecimento dos gêneros discursivos, como também relacionado com o mundo
atual, desenvolvendo a visão critica e argumentativa;
- fazer reflexão crítica sobre os textos que encontra nas mídias;
- ampliar o contato com os mais variados textos;
- proporcionar situações em que o acesso à linguagem escrita se faça necessário
em diversos aspectos da prática social e de motivação individual;
- construir discurso próprio, no estilo adequado com clareza e fluência de ideias,
com argumentos consistentes;
- reconhecer as especificidades de cada discurso;
- ler com fluência, entonação, postura adequada;
- na produção oral: adequar o vocabulário aos objetivos do texto e ao interlocutor;
participar de debates, expondo suas ideias com clareza e coerência, através de
situações de usos diferentes, de forma coerente com o texto seus interlocutores;
- na produção escrita: fazer as adequações da linguagem aos interlocutores, aos
objetivos, à contextualidade e outros;
- reconhecer a importância de saber mais sobre a história e cultura indígena, e afro-
brasileira, sobre a História do Paraná e o Meio Ambiente;
- na prática da leitura: reconhecer e fazer referência ao gênero textual, ler com
fluência, entonação, ritmo, percebendo as informações implícitas e explícitas;
- na prática da análise lingüística: reconhecer as informações implícitas e as
explícitas, a idéia central, a argumentação, a finalidade, relacionando com outros
textos, se posicionando de forma reflexiva, argumentativa e crítica, observando as
intenções do autor o contexto em que aparecem e outros;
10.7.3 Conteúdos estruturantes
175
5ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Identificação do tema
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- intertextualidade
- informatividade
- intencionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários
Inferências
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
Variedades linguísticas
Intencionalidade do texto
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação
Particularidades de pronúncia de algumas palavras
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,
gestos...
ESCRITA
176
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
Argumentação
Paragrafação
Clareza de ideias
Re facção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas
de leitura, escrita e oralidade:
� Coesão e coerência do texto lido ou
produzido pelo aluno
� Expressividade dos substantivos e sua função
referencial no texto
� Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo
e de outras categorias como elementos do texto
� A pontuação e seus efeitos de sentido no
texto
� Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico,
� acentuação gráfica
� Processo de formação de palavras
� Gírias
� Algumas figuras de pensamento
(prosopopeia, ironia ...)
� Alguns procedimentos de concordância verbal
e nominal
� Particularidades de grafia de algumas
palavras
177
6ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- ideologia
- papéis sociais representados
- intertextualidade
- intencionalidade
- informatividade
- marcas linguísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos
secundários
As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto
em registro formal e informal.
Texto verbal e não-verbal
ORALIDADE
� Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
1. Procedimentos e marcas linguísticas típicas da
conversação (entonação, repetições, pausas...)
2. Variedades linguísticas
3. Intencionalidade do texto
4. Papel do locutor e do interlocutor:
178
- participação e cooperação
5. Particularidades de pronúncia de algumas palavras
ESCRITA
� Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
� Linguagem formal/informal
� Argumentação
� Coerência e coesão textual
� Organização das ideias/parágrafos
� Finalidade do texto
� Re facção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de
leitura, escrita e oralidade:
� Discurso direto, indireto e indireto livre na
manifestação das vozes que falam no texto
� Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de
outras categorias como elementos do texto
� A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
� Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
itálico, parênteses, hífen
� Acentuação gráfica
� Valor sintático e estilístico dos modos e tempos
verbais
� A representação do sujeito no texto
(expressivo/elíptico; determinado/indeterminado;
ativo/passivo)
� Neologismo
� Figuras de pensamento (hipérbole, ironia,
179
eufemismo, antítese).
� Alguns procedimentos de concordância verbal e
nominal
� Linguagem digital
� Semântica
� Particularidades de grafia de algumas palavras
7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- ideologia
- intencionalidade
- informatividade
- marcas linguísticas
− Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários
− As diferentes vozes sociais representadas no texto
− Linguagem verbal, não-verbal, midiático, infográficos,
etc.
− Relações dialógicas entre textos
ORALIDADE
180
� Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas lingüísticas
� Coerência global do discurso oral
� Variedades linguísticas
� Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação
- turnos de fala
� Particularidades dos textos orais
� Elementos extralinguísticos: entonação, pausas,
gestos...
� Finalidade do texto oral
ESCRITA
13. Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
14. Argumentação
15. Coerência e coesão textual
16. Paráfrase de textos
17. Paragrafação
18. Refracção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de
leitura, escrita e oralidade:
19. Semelhanças e diferenças entre o discurso
escrito e oral
181
20. Conotação e denotação
21. A função das conjunções na conexão de sentido
do texto
22. Progressão referencial (locuções adjetivas,
pronomes, substantivos...)
� Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e
de outras categorias como elementos do texto
� A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
� Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
� Acentuação gráfica
� Figuras de linguagem
� Procedimentos de concordância verbal e nominal
� A elipse na sequencia do texto
� Estrangeirismos
� As irregularidades e regularidades da conjugação
verbal
� A função do advérbio: modificador e
circunstanciador
� Complementação do verbo e de outras palavras
8ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
182
- intencionalidade
- intertextualidade
- ideologia
- informatividade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos
secundários.
Informações implícitas em textos
As vozes sociais presentes no texto
Estética do texto literário
ORALIDADE
� Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
� Variedades linguísticas
� Intencionalidade do texto oral
� Argumentação
� Papel do locutor e do interlocutor:
ESCRITA
� Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
1. Argumentação
2. Resumo de textos
3. Paragrafação
4. Paráfrase
5. Intertextualidade
6. Refracção textual
183
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de
leitura, escrita e oralidade:
- Conotação e denotação
- Coesão e coerência textual
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
- Expressões modalizadoras (que revelam a posição
do falante em relação ao que diz, como: felizmente,
comovedoramente...)
- Semântica
- Expressividade dos substantivos e sua função
referencial no texto
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de
outras categorias como elementos do texto
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
� Acentuação gráfica
- Estrangeirismos, neologismos, gírias
- Procedimentos de concordância verbal e nominal
- Valor sintático e estilístico dos modos e tempos
verbais
- A função das conjunções e preposições na
conexão das partes do texto
- Coordenação e subordinação nas orações do
texto
184
ENSINO MÉDIO
1º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Leitura de textos que enfoquem os temas:
− Índio
− Afrodescendente
− literatura paranaense
− meio Ambiente
Leitura dos seguintes gêneros textuais: tiras,
anúncios publicitários, cronicas, contos, poemas,
peça teatral, fábulas, imagens, quadros, cantigas,
carta pessoal, relato,campanha publicitaria, gráfico,
trechos de obras literárias, textos informativos, artigo
de opinião, texto de opinião, blog, reportagem,
notícia, etc.
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- intencionalidade
- ideologia
- informatividade
- situacionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários.
Inferências
As particularidades (lexicais, sintáticas e
185
composicionais) do texto em registro formal e
informal
As vozes sociais presentes no texto
Relações dialógicas entre textos
Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.
Estética do texto literário (classicismo, Trovadorismo,
Quinhentismo, Barroco e Arcadismo)
Contexto de produção da obra literária
Diálogo da literatura com outras áreas
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
- Variedades linguísticas
- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação
- turnos de fala
- Particularidades de pronúncia de algumas
palavras
- Procedimentos e marcas linguísticas típicas
da conversação (entonação, repetições, pausas...)
- Finalidade do texto oral
- Materialidade fônica dos textos poéticos.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Conotação e denotação
- Figuras de pensamento e linguagem
186
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
- Expressões modalizadoras
- Semântica
- Discurso direto, indireto e indireto livre na
manifestação das vozes que falam no texto
- Progressão referencial no texto
− A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
− Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
− Acentuação gráfica
− Variedades linguísticas
− Processos de formação das palavras na
construção do texto
− Recursos do gênero poético
− Textualidade, coerência, coesão, ambiguidade
− Ortografia
ESCRITA
- Produção de texto dos diferentes gêneros textuais
estudados, observando:
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais (estrutura)
- marcas linguísticas
- Argumentação
- Coesão e coerência textual
- Finalidade do texto
- Paragrafação
- Diálogos textuais
- Re-escrita, re-estruturação e refação textual
187
2º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Leitura de textos que enfoquem as temáticas:
- Índio
- Afrodescendente
- literatura paranaense
- meio Ambiente
- Leitura dos seguintes gêneros textuais: tiras,
cartuns, anúncios publicitários, conto, romances,
imagens, quadros poemas, noticia, reportagem,
gráficos, resenha critica, infográficos, etc.
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- intencionalidade
- ideologia
- informatividade
- situacionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários.
Inferências
As particularidades (lexicais, sintáticas e
composicionais) do texto em registro formal e
informal
As vozes sociais presentes no texto
Relações dialógicas entre textos
Contexto de produção da obra literária (Romantismo,
188
Realismo, Parnasianismo, Naturalismo, Simbolismo)
Diálogo da literatura com outras áreas
ORALIDADE
- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
- Variedades linguísticas
- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação
- turnos de fala
- Particularidades de pronúncia de algumas
palavras
- Procedimentos e marcas linguísticas típicas
da conversação (entonação, repetições, pausas...)
- Finalidade do texto oral
- Materialidade fônica dos textos poéticos.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Conotação e denotação
- Figuras de pensamento e linguagem
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
- Expressões modalizadoras (que revelam a
posição do falante em relação ao que diz, como:
felizmente, comovedoramente...)
- Semântica
- Discurso direto, indireto e indireto livre na
189
manifestação das vozes que falam no texto
- Expressividade dos substantivos e sua função
referencial no texto
- Progressão referencial no texto
− Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e
de outras categorias como elementos do texto
− Função das conjunções e preposições na
conexão das partes do texto
− Coordenação e subordinação nas orações do
texto
− A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
− Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
Acentuação gráfica
- Ortografia
- Verbo locução verbal
- Sujeito e predicado
- Frase, oração, período.
- Coordenação e subordinação nas orações do
texto
− Variedades Linguísticas
ESCRITA
- Produção de textos dos diferentes gêneros
textuais estudados, observando:
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
- Argumentação
- Coesão e coerência textual
- Finalidade do texto
- Paragrafação
190
- Diálogos textuais
- Rescrita, re-estruturação e re facção textual
3º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
DISCURSO COMO
PRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA
Leitura de textos que enfoquem as temáticas:
- Índio
- Afrodescendente
- literatura paranaense
- meio Ambiente
- Leitura dos seguintes gêneros textuais: tiras,
cartuns, anúncios publicitários, conto, romances,
cronicas, gráficos, artigos de opinião, resenha
,critica, poemas,carta de leitor, carta argumentativa ,
etc.
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
- fonte
- intencionalidade
- ideologia
- informatividade
- situacionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos
argumentos secundários.
Inferências
As particularidades (lexicais, sintáticas e
composicionais) do texto em registro formal e
191
informal
As vozes sociais presentes no texto
Relações dialógicas entre textos
Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.
Estética do texto literário
Contexto de produção da obra literária (Pré-
Modernismo, Modernismo – fases do modernismo,
Romance de 30, Geração de 45 e Literatura
Contemporânea..
- Dialogo da Literatura com outras áreas.
ORALIDADE
- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
- Variedades linguísticas
- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação
- turnos de fala
- Particularidades de pronúncia de algumas
palavras
- Procedimentos e marcas linguísticas típicas
da conversação (entonação, repetições, pausas...)
- Finalidade do texto oral
- Materialidade fônica dos textos poéticos.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Conotação e denotação
- Figuras de pensamento e linguagem
192
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de
sentido
- Expressões modalizadoras (que revelam a
posição do falante em relação ao que diz, como:
felizmente, comovedoramente...)
- Semântica
- Discurso direto, indireto e indireto livre na
manifestação das vozes que falam no texto
- Expressividade dos substantivos e sua função
referencial no texto
- Progressão referencial no texto
− Função das conjunções e preposições na
conexão das partes do texto
− Coordenação e subordinação nas orações do
texto
− A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
− Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,
hífen, itálico
- Acentuação gráfica
− Gírias, neologismos, estrangeirismos
− Procedimentos de concordância verbal e nominal
− Particularidades de grafia de algumas palavras
− Concordância Verbal
− Concordância nominal
− Uso da crase
− Variedades Linguísticas
− Regência Verbal
− Regência Nominal
− Colocação pronominal
ESCRITA
193
- Produção de textos dos diferentes gêneros
textuais estudados, observando:
- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático
- elementos composicionais
- marcas linguísticas
- Argumentação
- Coesão e coerência textual
- Finalidade do texto
- Paragrafação
- Diálogos textuais
- Re-escrita, re-estruturação e re facção textual
10.7.4 Metodologia da disciplina
As atividades, em sala de aula, dentro de uma prática docente
transformadora, deve ser com a língua padrão e com as variedades lingüísticas,
expondo o aluno a situações reais de uso, sendo direcionado para várias formas de
uso do idioma na sociedade, para que o aluno tenha mais autonomia na interação
social, se expressando de forma mais precisa, adequada, coerente e argumentativa.
A maioria dos alunos tem a escola como sua única unidade de formação,
tendo como objetivo, no processo ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa,
atividades com gêneros discursivos variados para aproximar mais o aluno da
relação leitor/interlocutor, intensificando as condições do aluno situar os temas, de
contextualizar, se percebendo como leitor ativo/participativo ao que é apresentado,
visando o desenvolvimento como cidadão consciente das transformações que
ocorrem no mundo, como também torna-se ativo na sociedade. Tendo o domínio da
prática da leitura, da escrita, da oralidade e das práticas discursivas, o aluno
conseguirá fazer, com mais êxito, intervenções na sociedade, exercendo o direito a
cidadania. Para tudo isso, é preciso planejar o trabalho docente, baseando-se nas
orientações dos PCNs e das DCEs.
194
O ensino dar-se-á através de diferentes níveis de atividades: lingüísticas,
epilinguísticas e metalinguísticas, com atividades que levem os alunos a operar e
refletir sobre a própria linguagem, experimentando modos de construções diferentes
à disposição do falante, concretizadas na produção e interpretação de textos, com
abordagens diversificadas variando a metodologia e, na prática docente, sempre
deixar claro a função do texto estudado.
As ações pedagógicas, no processo ensino-aprendizagem,
fundamentam-se através do uso de diferentes textos verbais e também dos textos
não-verbais para que o aluno possa interagir com diversos gêneros discursivos,
fazendo reflexão sobre o uso da língua, mas partindo do conhecimento já dominado
pelo aluno e adequando recursos variados, como aqueles apresentados pelos meio
midiáticos (televisão, rádio, jornal, panfleto...), e outras linguagens, sempre de forma
contextualizada. Também dá-se ênfase ao estudo sobre a “História e cultura afro-
brasileira e indígena”, conforme a Lei 11.645, sobre a “História do Paraná, conforme
a Lei 13.381/01 e também estudos sobre “O Meio Ambiente, seguindo a Lei
9.795/99.
As práticas da oralidade, da leitura, da escrita e da análise linguística
podem ser trabalhadas paralelas uma a outra e podem ser desenvolvidas pelos
alunos de forma individual, em dupla ou coletivamente, com recursos metodológicos
diversos (livros literários, livros didáticos, jornais, revistas, computador, lousa, giz,
pen-drive, televisão, rádio, gramática, dicionário, CD, DVD, filmadora, filmes, gibis,
desenhos animados...).
Cita- se, abaixo, seguindo as orientações da DCE, atividades para o
processo ensino-aprendizagem:
NA ORALIDADE
Dando atenção às variedades linguísticas e à busca do aprimorando do
uso da norma padrão, em várias situações reais de uso da Língua na sociedade:
- Atividades treinando a entonação, o ritmo e a fluência;
195
- Atividades com temas variados treinando o emprego de opinião e
argumentos coerentes, como em debates, histórias familiares, relatos, comentários,
diálogos, seminários, entrevistas, júris-simulados, dramatização;
- Atividades para o aluno adequar o uso da linguagem formal e informal,
como também a linguagem escrita e a falada;
- Atividades em que se treine o emprego correto da concordância
nominal, concordância verbal, regência e outros;
- Atividades para o aluno expor suas ideias com clareza, lógica,
sequencia, objetividade;
- Atividades para o aluno acompanhar atenciosamente a exposição dos
outros, de forma tolerante e respeitosa e também ir percebendo qual o momento de
se pronunciar;
- Atividades para o aluno ouvir as informações, refletir, levar hipóteses e
parafrasear;
- Atividades variadas de contação de histórias;
- Atividades em que o aluno considere os papéis de cada participante;
- Atividades variadas de recitação de poemas;
- Atividades em que envolva o uso das Mídias;
- Atividades em que o aluno reconheça a comunicação oral em conjunto
com a linguagem não-verbal (gestos, postura, movimento com os olhos...);
- Atividades em que o aluno precise planejar anteriormente, a sua fala e
apresentação (inclusive com apoio de outros materiais metodológicos);
- Atividades onde se analise o tipo de discurso, a função, o objetivo, os
interlocutores, a situação, o tempo, o gênero, e outros;
- Atividades em que o aluno possa melhorar o seu repertorio linguístico;
- Atividades em que o aluno possa exercer a leitura com as outras
práticas (prática da leitura, prática da escrita e prática da análise linguística);
- Atividades em que o aluno perceba a prática da oralidade com um meio
de inserção na sociedade:
NA LEITURA
196
Dando atenção ao discurso, à escolha do texto, ao processo de
interlocução com textos de diferentes tipologias e diferentes fontes, e à adequação
da leitura a situação real do discurso:
- Atividades de leitura de tipologia e gêneros diversos;
- Atividades de leitura para si ou para o grupo, individual ou
coletivamente;
- Atividades de leitura oral treinando a expressividade, a entonação, o
ritmo, a fluência;
- Atividades de leitura e comparação com os respectivos filmes;
- Atividades de leitura de textos ficcionais e análise confrontando com o
mundo real;
- Atividades em que o aluno identifique o processo e o contexto de
produção;
- Atividades em que o aluno possa fazer leitura contrastiva com outros
textos;
- Atividades em que o aluno identifique as ideias básicas;
- Atividades de leitura em que envolva o uso das Mídias;
- Atividades em que o aluno amplie o seu conhecimento discursivo,
semântico e gramatical pertinentes aos textos;
- Atividades em que o aluno tenha contato com textos não-verbais, em
conjunto com textos verbais ou não;
- Atividades em que o aluno reconheça as intenções do enunciador;
- Atividades em que o aluno possa escolher o texto conforme seu
interesse e necessidade;
- Atividades em que o aluno leia de forma autônoma;
- Atividades em que o aluno possa fazer, antes da leitura, inferências,
suposições, e outros;
- Atividades em que o aluno possa aumentar o seu repertório linguístico e
consultar o dicionário sempre que necessário;
- Atividades em que o aluno compreenda o texto em todas as dimensões;
- Atividades em que o aluno perceba a leitura com um meio de
informações, lazer e também forma de inserção na sociedade;
197
- Atividades em que o aluno, após ler, faça sínteses, análises reflexivas,
paráfrases e outros;
- Atividades em que o aluno possa exercer a leitura com as outras
práticas (prática oral, prática escrita e prática da análise linguística);
NA ESCRITA
Dando atenção à variedade de gêneros textuais e sua função na
sociedade:
- Atividades de produção em que o aluno produza seguindo as
características do gênero proposto, seguindo as intenções do enunciador, objetivo,
linguagem, função, interlocutores, situação e outros;
- Atividade de produção individualmente ou coletivamente, sempre
fazendo a re-escrita (individualmente ou coletivamente);
- Atividades em que o aluno possa exercer a prática da escrita com as
outras práticas (prática oral, prática da leitura e prática da análise linguística);
- Atividades em que o aluno perceba o texto escrito como um meio de
informações, lazer e também forma de inserção na sociedade:
- Atividades de produção em que o aluno não tenha fuga ao tema e ao
gênero proposto;
- Atividades em que o aluno treine e perceba a necessidade do uso de
recursos linguísticos, como os conectivos, as conjunções, as anáforas e outros;
- Atividades em que o aluno produza textos escolhendo, adequadamente,
os elementos lexicais, os sintáticos, os figurativos, ajustando às circunstâncias, à
formalidade e intenções;
- Atividades de produção escrita em que o aluno perceba a necessidade
da revisão e até mesmo, de produzir outras versões, aproximando do que foi
solicitado ou se deseja;
- Atividades em que utilize a linguagem escrita como registro documental
e histórico;
198
- Atividades de produção escrita objetivando o emprego satisfatório da
linguagem: coerência, coesão, clareza na exposição de ideias, legibilidade, margem,
título, acentuação, adequação da linguagem, ortografia, paragrafação, concordância
verbal e concordância nominal, regência, pontuação, legibilidade, uso de letra
maiúscula, minúscula entre outros;
NA ANÁLISE LINGÜÍSTICA E NAS PRÁTICAS DISCURSIVAS
Dando atenção à interlocução e aos aspectos funcionais que constroem o
sentido dos enunciados:
- Atividades em que o aluno faça os estudos individualmente ou
coletivamente
- Atividades com uso da linguagem, em situações sociais variadas de
comunicação do dia-a-dia, fazendo sentido, tendo o texto como a unidade básica de
ensino e aprendizagem , valorizando a diversidade de textos e gêneros que circulam
na sociedade e também estudar as suas especificidades lingüísticas;
- Atividades em que se estude a linguagem paralelamente na prática da
leitura, na prática da escrita e na prática da oralidade;
- Atividades em que o aluno aumente o seu conhecimento sobre o
funcionamento da linguagem e sobre o sistema linguístico da Língua Portuguesa;
- Atividades em que o aluno estabeleça relação do texto com partes do
mesmo texto, com outros e com a realidade;
- Atividades de re-estruturação observando o emprego correto linguístico;
- Atividades em que o aluno reconheça o uso da linguagem coloquial e da
linguagem formal;
- Atividades observando os recursos da língua: lexicais, fraseológicos,
gramaticais;
- Atividades com textos estudando a finalidade, a situação comunicativa,
a intenção discursiva, a forma de apresentação do texto, a localização de
informações, a interpretação de ideias implícitas e a busca das explícitas, fazendo
inferências, extrapolação, fazendo relação com outros textos e com a realidade
temática.
199
10.7.5 Critérios de avaliação
Com o desenvolvimento tecnológico, a sociedade precisa mudar sua
postura perante o conhecimento. Circulam diariamente informações de formas
diversificadas exigindo seres mais preparados para interpretar e empregar essas
múltiplas linguagens e relacioná-las. Por isso, as avaliações, em Língua Portuguesa,
são vistos como um instrumento para verificar a apropriação do conhecimento e o
desenvolvimento individual de cada aluno, conforme comenta Luckesi:
O ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um
julgamento “definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou situação, pois que não é um
ato seletivo. A avaliação se destina ao diagnóstico e, por isso mesmo, “a inclusão”;
destina-se à melhoria do ciclo da vida. Deste modo, em si, é um ato amoroso.
(2005, p.180)
Todo processo de avaliação tem como objetivo ser um recurso,
instrumento para que os professores conheçam o que os alunos já sabem, dominam
e ainda o que não conseguem realizar sozinhos sem a intervenção do professor. Por
outro lado, serve para o professor rever a sua prática docente. Sendo a avaliação
aplicada ao longo do processo ensino-aprendizagem, de forma cumulativa,
diagnóstica e processual, seguida de retomada e reavaliação prevendo a efetivação
da aprendizagem.
A avaliação terá como base os critérios propostos anteriormente nas
atividades, analisando se o aluno:
NA ORALIDADE
- Comunica-se oralmente expondo, de forma clara e coerente, suas
idéias, argumentos, críticas e outros;
- Participa das atividades propostas seguindo o papel do interlocutor, pré-
estabelecido;
200
- Expressar-se adequando a linguagem (formal/informal) ao momento;
- Comunica-se adequando o ritmo e a entonação;
- Respeita a exposição do outro e sabe qual e o momento certo de se
pronunciar;
- Estabelece relação com o que ouviu e transmitiu;
- Elabora argumentos do ponto de vista do grupo e individualmente;
- Como instrumentos avaliativos, cita-se entrevista, debate, dramatização,
contação de história, exposição de argumentos...
NA LEITURA
- Ajusta a leitura a cada situação;
- Identifica as ideias básicas, levantando as informações explicitas e as
implícitas;
- Faz deduções do texto antes da leitura propriamente dita;
- Faz levantamento de informações para a sua pesquisa;
- Lê com autonomia para si e para os outros, compreendendo o que lê;
- Apresenta fruição na leitura.
- Como instrumentos avaliativos cita-se avaliação escrita com
interpretação de textos e leitura oral.
NA ESCRITA
- Produz texto seguindo a estrutura do gênero textual estudado;
- Produz texto respeitando o emprego de linguagem formal e linguagem
informal;
- Produz texto coerentemente, sem fuga ao tema e sem perda da idéia
principal;
- Produz, de forma adequada, a intenção, a função, aos interlocutores, a
finalidade...
- Produz texto utilizando os recursos de coesão;
- Produz texto com ideias claras
201
- Produz respeitando a organização dos parágrafos, dos períodos, da
pontuação, dos sinais gráficos, emprego de letra legível e outros;
- Produz fazendo a concordância nominal, a concordância verbal, a
regência , os tempos verbais e outros;
- Produz fazendo relação lógico-temporal;
- Utiliza o dicionário e ou a gramática em caso de dúvida na escrita;
- Revisa o seu texto melhorando;
- Relaciona obra, autor, texto e mundo real e mundo imaginário.
- Como instrumentos avaliativos cita-se a produção de texto dos diversos
gêneros textuais estudados.
10.7.6 Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G. G. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel Lahud e YaraFrateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais; 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa: Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. 3 ed. São Paulo, 1991.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 46 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria & prática. 3 ed. Campinas: Pontes, 1995.
202
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 17 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Leitura, literatura e escola. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED,1990. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares Língua Portuguesa. Versão Preliminar. Julho 2006, Curtiba: SEED, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o e 2º graus. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
WIDDOWSON, H.G. O Ensino de línguas para a comunicação. 2 ed. São Paulo: Pontes, 2005.
10.8 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
10.8.1 Apresentação geral da disciplina matemática
As primeiras manifestações matemáticas surgiram da necessidade do
homem primitivo, de quantificar, contar e realizar trocas. Ao longo do processo de
desenvolvimento histórico, esse conhecimento foi sendo desenvolvido a partir das
necessidades de sobrevivência, fazendo com que os homens elaborassem códigos
de representações.
203
A capacidade de comunicação, de resolver problemas, tomar decisões,
criar, aperfeiçoar conhecimentos e valores são cada vez mais exigidas. A
matemática tem como objeto de estudo a quantidade e o espaço e é através desses
conhecimentos que o homem quantifica, geometriza, mede e organiza informações,
pois é impossível não reconhecer o valor educativo da Matemática para a resolução
e compreensão de diversas situações do cotidiano.
Aprender Matemática é interpretar, criar significados, construir seus
próprios instrumentos para resolver problemas, desenvolvendo o raciocínio lógico.
A Matemática é um dos componentes importantes na construção da
cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais de
conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se
apropriar. Ela é utilizada como base nos diversos ramos do conhecimento e na
formação do indivíduo, é aplicada aos fenômenos do mundo real. É uma ciência
viva, não apenas no cotidiano, mas também nas universidades e centros de
pesquisas, onde se verifica hoje, uma impressionante produção de novos
conhecimentos que, a par de seu valor intrínseco de natureza lógica, tem sido
instrumentos úteis na solução de problemas científicos e tecnológicos da maior
importância.
Com base nas DCE’s de matemática, observou- se o direcionamento
para o campo de investigação e de produção de conhecimento, que passa a ter
natureza científica, trazendo a melhoria na qualidade do ensino e na aprendizagem.
A construção do conhecimento matemático, através de ações reflexivas, abre
espaço tanto para a cognição do estudante, como para o educador redirecionar sua
ação docente.
A Matemática deve ter como objetivo transmitir seu patrimônio cultural
adquirido através da história às novas gerações, BICUDO (2003, p.40). É contribuir
para a integração do aluno na sociedade em que vive, proporcionando- lhe
conhecimentos básicos de teoria e prática da Matemática, atividades lúdicas e
desafiadoras estimulando a curiosidade, o interesse, o desenvolvimento do
raciocínio, o gosto pela Matemática e a criatividade do aluno, para que ele explore
novas idéias e descubra novos caminhos na aplicação dos conceitos adquiridos e
204
na resolução de problemas. Criar hábitos de investigação, proporcionando confiança
e desprendimento para analisar e enfrentar situações novas.
O conhecimento matemático, quando significativo para o aluno contribui
para o desenvolvimento do senso crítico, na medida em que proporciona as
condições necessárias para uma análise mais apurada das informações da
realidade que o cerca, na medida em que esse conhecimento se inter-relaciona com
as demais áreas do conhecimento.
Podemos dizer que ensinamos matemática devido à sua especificidade
na construção do conhecimento e na formação do indivíduo.
10.8.2 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Sistemas de Numeração;
− Números Naturais;
− Múltiplos e divisores;
− Potenciação e radiciação
− Números Fracionários;
− Números decimais.
MEDIDAS − Medidas de comprimento;
− Medidas de massa;
205
− Medidas de área;
− Medidas de volume;
− Medidas de tempo;
− Medidas de ângulos;
− Sistema Monetário.
GEOMETRIAS − Geometria Plana;
− Geometria Espacial.
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
− Dados, tabelas e gráficos;
− Porcentagem.
6ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E
ÁLGEBRA
− Números Inteiros;
− Números racionais;
− Equação e Inequação do 1º grau;
− Razão e proporção;
− Regra de três.
MEDIDAS − Medidas de temperatura;
206
− Ângulos.
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
− Pesquisa Estatística;
− Média Aritmética;
− Moda e mediana;
− Juros simples.
7ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Números Irracionais;
− Sistemas de Equações do 1º grau;
− Potências;
− Monômios e Polinômios;
− Produtos Notáveis.
MEDIDAS
− Medida de comprimento;
− Medida de área;
− Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
− Geometria Plana
− Geometria Espacial;
− Geometria Analítica;
207
− Geometrias não-Euclidiana.
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
− Gráfico e Informação;
− População e amostra.
8ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Números Reais;
− Propriedades dos radicais;
− Equação do 2º grau;
− Teorema de Pitágoras;
− Equações Irracionais;
− Equações Biquadradas;
− Regra de Três Composta.
MEDIDAS
− Relações Métricas no Triângulo
Retângulo;
− Trigonometria no Triângulo
Retângulo
FUNÇÕES
− Noção intuitiva de Função Afim .
− Noção intuitiva de Função
Quadrática.
208
GEOMETRIAS
− Geometria Plana;
− Geometria Espacial;
− Geometria Analítica;
− Geometria Não-Euclidiana.
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
− Noções de Análise Combinatória;
− Noções de Probabilidade;
− Estatística;
− Juros Composto.
ENSINO MÉDIO
1º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Números reais;
− Equações e Inequações Exponenciais, -
Logarítmicas e Modulares.
MEDIDAS
− Medidas de Grandezas Vetoriais;
− Medidas de Informática;
− Trigonometria.
FUNÇÕES − Função Afim;
− Função Quadrática;
209
− Função Exponencial;
− Função Logarítmica;
− Função Modular;
GEOMETRIAS − Geometria Analítica;
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO − Matemática Financeira.
2º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Sistemas lineares;
− Matrizes e Determinantes;
MEDIDAS − Trigonometria.
FUNÇÕES
− Função Trigonométrica;
− Progressão Aritmética;
− Progressão Geométrica.
GEOMETRIAS − Geometria de posição e métrica
− Geometrias Não- Euclidianas.
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO
− Analise Combinatória;
− Binômio de Newton;
210
− Estudo das Probabilidades;
3º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
− Números complexos;
− Polinômios;
− Equações algébricas
MEDIDAS − Medidas de área;
− Medidas de Volume;
FUNÇÕES − Função Polinomial;
GEOMETRIAS
− Geometria Plana;
− Geometria Espacial;
− Geometria Analítica;
TRATAMENTO DA
INFORMAÇÃO − Estatística;
10.8.3 Metodologia
O Ensino da Matemática deve ser dinâmico e também contribuir para
desenvolver a capacidade de resolver problemas, verificar soluções, tomar decisões
e raciocinar logicamente. É necessário que seja proporcionado em sala de aula,
211
situações significativas de aprendizagem, valorizando a criatividade e incentivando a
pesquisa.
Trabalhar os conteúdos de forma que o aluno compreenda a matemática
como um meio de resolver situações cotidianas. È importante que os alunos
participem de forma dinâmica, partindo de experiências já adquiridas e que os levem
a ampliar ou formular novos conceitos. Deve- se levar em conta, que se aprende
Matemática fazendo matemática, e que esta aprendizagem está ligada a apreensão
e atribuição de significados, devendo reconhecer e registrar questões de relevância
social que produzem conhecimento matemático (etno-matemática) sendo um
importante campo de investigação priorizando um ensino que valoriza a história do
aluno através do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais.
Para que o ensino da Matemática contribua para a formação global do
aluno, é fundamental explorar temas que de fato encontrem na Matemática uma
ferramenta indispensável para serem compreendidos. Assim, o aluno percebe a real
necessidade dessa ciência para sua vida.
É necessário que o processo de ensino aprendizagem em matemática
contribua para que o estudante tenha condições de encontrar regularidade
Matemática, generalizações e apropriação de linguagem adequada para escrever e
interpretar fenômenos ligados à Matemática e outras áreas do conhecimento.
Na organização do ensino de Matemática no ensino fundamental, de 9
anos Parecer n. 407/2011-CEE/CEB, que responde a consulta da SEED quanto à
implantação do 6° ao 9° ano e; a obrigatoriedade da oferta do 6° ano do Ensino
Fundamental em 2012, pretendem- se contemplar a necessidade de sua
adequação para o desenvolvimento e promoção de alunos, com diferentes
motivações, interesses e capacidades, criando condições para a sua inserção num
mundo em mudança e contribuindo para desenvolver as capacidades, que deles
serão exigidas em sua vida social e profissional. Assim, a partir do conhecimento
matemático, é possível o estudante criticar questões sociais, políticas, econômicas e
históricas.
212
Segundo D’Ambrósio, afirma que “reconhecer e respeitar as raízes do
indivíduo não significa ignorar e rejeitar as raízes do outro, mas num processo de
síntese reforçar suas próprias raízes”.
O ensino da matemática deve ser dinâmico e também contribuir para
desenvolver a capacidade de resolver problemas, que deve ser considerada como
um eixo organizador do ensino de matemática, pois possibilita aos alunos mobilizar
conhecimentos e gerenciar as informações que estão ao seu redor. É fundamental
compreender que os problemas não são conteúdos e sim uma forma de trabalhar os
mesmos, propondo a valorização do aluno no contexto social, procurando levantar
problemas que sugerem questionamentos sobre situações da vida (modelagem
matemática). É necessário que seja proporcionado em sala de aula a verificação de
soluções, a tomada de decisões e o raciocínio lógico, valorizando a criatividade e
incentivando a pesquisa.
Podemos destacar que ter iniciativa na busca de informações, demonstrar
responsabilidade, ter confiança em suas formas de pensar, fundamentar suas idéias
e argumentações são essenciais para que o aluno possa aprender, se comunicar,
perceber o valor da Matemática como bem cultural de leitura e interpretação da
realidade, e possa estar melhor preparado para ser inserido no mundo do
conhecimento e do trabalho.
A matemática é uma construção das relações do homem com o mundo
em que vive e de suas relações sociais. Portanto, o professor ao ensinar
matemática deve levar em conta que a escola não é um mundo isolado, mas faz
parte da sociedade. Ela utilizada como base nos diversos ramos do conhecimento e
na formação do indivíduo, é aplicada aos fenômenos do mundo real. Assim, a
disciplina de matemática desenvolverá seus conteúdos fazendo a reflexão e a
contextualização com os temas, com as relações etno raciais com a história e
cultura afros brasileira e africanas, conforme lei n.º 11645, de 10 de março de 2008,
com a História do Paraná, conforme lei 13381/01 e o Meio Ambiente, lei 9795/99
que inclui oficialmente no currículo a obrigatoriedade do ensino desta temática na
rede de ensino.
213
Pela construção histórica do conhecimento matemático identificaram- se
os conteúdos estruturantes, que dão base para todos os outros conteúdos,
viabilizando os desdobramentos possíveis dentro de cada tema (geometrias,
números e álgebra, medidas e tratamento de informações).
A abordagem dos conteúdos deve transitar por todas as tendências da
educação matemática, articulados por meio da problematização, que possibilitará a
compreensão do processo de resolução. Os recursos tecnológicos (software, TV,
calculadoras, aplicativos da internet) devem ser utilizados como meio facilitador e
incentivadores do espírito de pesquisa. As ferramentas tecnológicas são interfaces
importantes no desenvolvimento de ações em Educação Matemática. Os jogos são,
uma forma interessante de propor problemas e devem ser utilizados sempre que
possível, pois permitem que problemas sejam apresentados de forma atrativa e que
favorecem a criatividade na busca de soluções. Não esquecendo as atividades em
grupo, pois estimula a discussão, a troca de ideias, levando o aluno a respeitar o
modo de pensar dos colegas, aprendendo com eles, favorecendo as experiências
matemáticas potencializando formas de resolução de problemas. O trabalho com as
mídias tecnológicas insere diversas formas de ensinar, aprender e valorizar o
processo de produção de conhecimentos.
A História da Matemática é um elemento orientador na elaboração de
atividades, nas situações-problema, na busca de referências para compreender
melhor os conceitos matemáticos, oportunizando que o aluno conheça a história da
matemática como campo do conhecimento em construção.
10.8.4 Avaliação
A avaliação do aprendizado matemático deve ser feita a todo o momento,
à toda hora. Isto porque a construção do conhecimento é um processo maior do que
a verificação por uma única prova. A avaliação jamais deve ser um instrumento para
reprovar ou reter alunos, devendo ocorrer ao longo do processo de aprendizagem,
propiciando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e aprofundar a sua visão
do conteúdo trabalhado.
214
Considerar nos registros escritos e nas manifestações orais dos alunos
os erros de raciocínio e de cálculo são de grande importância. Os erros mostram o
raciocínio do aluno e são valiosos na hora de planejar as atividades didáticas. A
causa comum de erros na Matemática é a dificuldade de interpretação do texto. É
importante que o professor ao propor atividades, insista com os alunos para que
expliquem os processos adotados e que tenham a oportunidade de explicar
oralmente ou por escrito as suas afirmações quando se tratarem de algoritmos ou
resolução de problemas. Os erros de raciocínio e de cálculo, do ponto de vista do
processo de aprendizagem mostram o raciocínio do aluno e são valiosos na hora de
planejar as atividades.
A avaliação é muito mais do que buscar resultados, é um processo de
observação e verificação de como os alunos adquirem os conhecimentos
matemáticos e do que pensam sobre a Matemática. Os resultados da avaliação
devem nortear o trabalho do professor e do aluno na busca dos objetivos não
atingidos, por meio de intervenções, das quais se destacam a retomada de
conteúdos e mudanças de estratégia.
O objetivo da avaliação é aprimorar a qualidade dessa aprendizagem.
Ela deve ser contínua, dinâmica e com frequência, pois deve ser parte integrante do
processo ensino-aprendizagem para que, por meio de uma série de observações
através de trabalhos escritos, avaliação escrita ou oral, atividades em grupo, jogos,
participação do aluno na resolução de exercícios em sala de aula onde possa emitir
algo de valor sobre a evolução do aluno na aprendizagem da Matemática.
Os critérios de avaliação explicitam as expectativas de aprendizagem. A
avaliação deve informar sobre:
• O conhecimento e compreensão dos conceitos e procedimentos;
• A utilização dos diferentes significados dos números em contextos
sociais, matemáticos ou de outras áreas do conhecimento;
• A capacidade de resolver problemas do cotidiano;
• As habilidades de análise, generalização e raciocínio;
215
• A perseverança e o cuidado na realização de tarefas e a compreensão
nos trabalhos em grupo e participação;
A avaliação de acordo com a Educação Matemática tem papel de
mediação no processo pedagógico, aprendizagem e avaliação integram um mesmo
sistema. Para D’Ambrósio, a avaliação deve orientar o professor em sua prática
docente, não é um instrumento para reprovar ou reter alunos. “ Selecionar,
classificar, filtrar, reprovar e aprovar indivíduos não são missão de educador ”.
Uma prática educativa requer encaminhamentos metodológicos que
abram espaço à interpretação e à discussão dos conteúdos trabalhados.
É de grande valia que o professor reintegre o aluno no processo de
aprendizagem e não se limite a recuperar apenas notas ou conceitos; que abra
espaço para o aluno repensar o conteúdo para descobrir os próprios erros e
reconstruir o conhecimento.
Com estes princípios de avaliação e recuperação, muda- se o enfoque:
da nota para o aprendizado e do ensino para ensinar o aluno a aprender
desenvolvendo suas habilidades na busca do conhecimento.
10.8.5 Referências
JUNIOR, José Ruy Giovanni e CASTRUCCI, Benedicto. A conquista da Matemática. 5.ª série. São Paulo: FTD, 2009. Edição Renovada.
GUELLI, Oscar – Contando a História da Matemática. São Paulo, Ática, 1992.
DANTE, Luiz R, Didática da resolução de problemas de matemática, São Paulo: Ática, 1990.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino Fundamental – 2008.
216
REVISTA NOVA ESCOLA, A Matemática pulsa no dia – a - dia. N.º 150, p. 18 – 24. São Paulo. Março/2002.
REVISTA NOVA ESCOLA, O Aluno Errou? N.º 149, p. 40 – 41. São Paulo. Março/2004.
Revista Nova Escola, Parâmetros curriculares nacionais, São Paulo, edição especial, p. 49 – 60.
10.9 DISCIPLINA DE INGLÊS
10.9.1 Apresentação da disciplina
A forma do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a fundamentação
do currículo escolar passaram por várias transformações devido a organização
social, política e econômica ao longo da história.
O ministro Marquês de Pombal, em 1759, instituiu o sistema de ensino
régio no Brasil, por meio do qual cabia ao Estado a responsabilidade de contratar
professores não religiosos. As línguas que continuaram a integrar o currículo eram o
Grego e o Latim, línguas clássicas da literatura. Por meio dessas línguas, ensinam-
se o vernáculo, a História e a Geografia.
O marco inicial na história do ensino de línguas estrangeiras no Brasil, foi
com o Decreto de 22 de junho de 1809, assinado pelo Príncipe Regente de Portugal
D. João VI, recém chegado ao Brasil, que mandava criar uma cadeira de língua
francesa e outra de inglesa. Já a carta régia de janeiro de 1811, criava o lugar de
intérprete de línguas na Secretaria do Governo da Bahia. A partir dessa época, os
ensinos das línguas estrangeiras começaram a ser valorizadas.
A década de 1930 representou um impulso no ensino de inglês no Brasil
devido às tensões políticas no mundo que vieram a culminar na Segunda Guerra
Mundial. A difusão da língua inglesa no Brasil passou a ser vista como uma
necessidade estratégica para contrabalançar o prestígio internacional da Alemanha
que encontrava no Brasil particularmente eco devido à imigração ocorrida no século
anterior. Assim, em 1935 surgiu o primeiro acordo de cooperação entre a "Escola
217
Paulista de Letras Inglesas" e o Consulado Britânico, dando origem à "Sociedade
Brasileira de Cultura Inglesa", precursora da atual Cultura Inglesa. Em 1938 surgiu
também em São Paulo, o primeiro instituto binacional com o apoio do consulado
norte-americano: o "Instituto Universitário Brasil - Estados Unidos" que mais tarde foi
renomeado "União Cultural Brasil - Estados Unidos". Foi só a partir da década de
1960 que iniciou a proliferação dos cursos comerciais operando em redes de
franquia.
No decorrer da historia a estrutura do currículo da Língua Estrangeira
moderna passou por várias transformações. Sendo que todas essas mudanças que
ocorreram foram para açularem e atenderem as necessidades contemporâneas e a
favorecer as novas gerações.
Desde nossos primórdios colonizadores existia a preocupação com a
educação e aprendizagem de uma outra língua. A qual foi trabalhada, latim, pelos
Jesuítas. Tendo como propósito facilitar a dominação.
A ideia de expulsar os Jesuítas teve-se inicio na União Ibérica (1581-
1640), pois eles conseguiram por nos nativos a resistência. Através de Marquês de
Pombal estabeleceu o ensino régio no Brasil. No qual cabia ao estado a contratar
professores. Os idiomas que se mantiveram no currículo foram o grego e o latim.
Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil houve a valorização
da aprendizagem das línguas modernas, em 1808. Criaram- se as cadeiras de
inglês e francês com a assinatura do decreto 22 de junho, pelo príncipe regente D.
João VI, para a melhoria das atividades comerciais, com a abertura dos portos.
Fundação do Colégio Pedro II - O primeiro em nível secundário do Brasil
e referência curricular para outras instituições escolares. O currículo embasava- se
nos modelos franceses, em seu programa, constavam sete anos de francês, cinco
de inglês e três de alemão, cadeira esta criada no ano de 1840. A metodologia do
Colégio Pedro II manteve- se até 1929. Nele valorizavam- se as línguas estrangeiras
em primeiro lugar o francês, seguindo o inglês e depois o alemão.
O enfoque pedagógico tradicional de origens europeias, também
conhecidas de gramática- tradução, adotado desde a educação jesuítica com o
ensino dos idiomas clássicos – Grego e Latim –, prevaleceu no ensino das Línguas
modernas. Nessa época valorizava- se o conjunto de regras e a escrita de uma
língua. Sendo que o domínio da gramática proporcionaria uma melhoria tanto na fala
218
quanto na escrita. Essa metodologia manteve- se até o início do século XX e tinha
como objetivo permitir o acesso a textos literários e gramaticais, tradução, versão e
ditados, sendo que a avaliação preocupava- se também com o conhecimento
gramatical.
Com a publicação de Cours de linguitique de Ferdinand Saussure (1857-
1913), na Europa, em 1916, os estudos da linguagem assumiram um caráter
científico. Essa obra, que estabelece a oposição entre langue, o sistema tornou- se
um marco histórico. As análises feitas com base nos estudos de Saussure
proporcionaram elementos para a definição do objeto de estudo específico da
Linguística: a língua. Tais análises fundamentaram o estruturalismo, uma das
principais linhas da língua moderna.
No século XIX e até início do século XX o Brasil foi interesse dos
europeus, pois vários fatores contribuíram para a vinda desses estrangeiros para o
nosso país. Como o aumento populacional, a falta de emprego, os períodos de
guerras e perseguições étnicas, os mesmos começaram a ter esperanças de
melhoria de vida neste local. Sem contar que nesta época, o Brasil estava fazendo
campanhas para conseguir mão de obra, porque a escravatura tinha acabado. Apos
à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), iniciavam- se a industrialização e também a
agricultura cafeeira.
Em grande parte do território foram criadas as colônias de imigrantes. No
sul do país, particularmente no Paraná, as colônias maiores foram as de imigrantes
italianos, alemães, ucranianos, russos, poloneses e japoneses. Muitos colonos
construíram escolas para seus filhos com intenção de preservar suas culturas. O
currículo dessas escolas era centrado no ensino da língua e na cultura dos
ascendentes das crianças.
A transição histórica que vai de 1910 a 1937 tem alguns marcos
significativos para o ensino de línguas. Em 1910 implantaram o nacionalismo, tendo
uma visão não somente à escolarização, mas à solidificação dos ideais
nacionalistas nas futuras gerações. Em 1917 o governo resolveu fechar as escolas
estrangeiras e de imigrantes. Sobretudo, no sul do Brasil. E no ano 1918 criou as
escolas primárias subvencionadas com recursos federais, com a responsabilidade
dos Estados. Em São Paulo houve uma reformulação educacional (1920), a qual
preocupou com o nacionalismo, estabelecendo a oferta do ensino primário por
219
escolas particulares, mas que respeitassem as orientações de caráter nacionalista,
esta onda estendeu- se até o governo de Getúlio Vargas e intensificou com o golpe
de Estado em 1937.
Getúlio Vargas quando tomou posse , em 1930, criou o Ministério de
Educação e Saúde e as Secretarias de Educação nos Estados. Naquele contexto,
intelectuais imbuídos por um ideal de modernidade e de construção de uma
identidade nacional, iniciaram estudos com vistas à reforma do sistema de ensino.
Com a reforma Francisco Campos (1931), a escola ficava responsável
pela formação e preparação do ensino superior dos estudantes. Pois através da
educação conseguiria o desenvolvimento e atingiria a modernidade.
Com a vinda da reforma Francisco Campos surgiu uma metodologia
oficial de ensino de língua estrangeira, o método direto. Contradizendo ao
tradicional, tendo como necessidade a oralidade o que o anterior não incorporava.
Cook (2003) - indica os fatores de migração e do comercio internacional
da época, sendo os responsáveis pela mudança da personalidade dos aprendizes.
O método direto trabalha a atividade mental, comparando- se a da língua
materna, que acontece primeiramente pela fala.
No Método Direto, a língua materna perde seu papel de interceder na
aprendizagem da língua estrangeira, tendo como primordial fundamentação da
aprendizagem o constante contato com a língua em estudo. O ensino dos
significados faz por meio de figuras, gestos, fotos, simulações, no entanto, tudo que
possa facilitar a memorização e compreensão. A gramática por dedução, através de
perguntas e respostas. Devido a esse método, a preferência era por professores
natos ou fluentes da língua alvo.
A dependência econômica e cultural em relação aos Estados Unidos
emergiu durante a Segunda Guerra Mundial. O que levou a necessidade de
aprender o inglês. Na década de 1940 vieram vários intelectuais ingleses para o
Brasil juntamente trazendo sua cultura e seus costumes. O que tornou
indispensável,o domínio da língua inglesa , ganhando maior espaço no currículo.
A implantação dos ideais nacionalistas, apareceu com muita evidência na
Reforma Capanema, em 1942, ao focar ao ensino secundário um caráter patriótico
por excelência. Com esse critério, o currículo oficial tinha como objetivo juntar todos
os conteúdos ao nacionalismo. O curso secundário foi constituído em dois níveis:
220
ginasial, de quatro anos, e colegial, de três. Este era constituído em duas
modalidades: o clássico e o científico, procurados pela elite, proporcionando o
ingresso na universidade, e o técnico profissionalizante que tinha como finalidade a
formação profissionalizante dos alunos e não dava acesso ao ensino superior.
Desde a década de 1950, o ensino brasileiro teve que formar os alunos
para o mundo do trabalho. Devido a isso o ensino das humanidades foi substituído,
proporcionalmente, por um currículo cada vez mais técnico, o que fez diminuir a
carga horária das Línguas Estrangeiras.
A sistematização dos Métodos Audiovisual e Ultra-áudion, feita pelos
lingüistas estruturalistas da época, Leonardo Bloomfield (1887-1949), Charles Fries
(1854-1940) e Robert Lado (1915-1995), com base na psicologia da escola
Behaviorista de Pavlov e Skinner. Tendo como fundamentação partir da forma para
se chegar ao significado.
A partir dessa metodologia, a língua passou a ser vista como um conjunto
de hábitos a serem automatizados e não mais como um conjunto de regras a serem
memorizadas. Essa metodologia apresenta a estruturação da aprendizagem da
língua estrangeira como a junção de hábitos a serem adquiridos e não mais uma
estruturação de termologias a serem memorizadas. Segundo o método áudio- oral
qualquer pessoal e capaz de assimilar uma segunda língua, desde que haja uma
repetição constante de modelos.
Já o Método audiovisual estava além em relação ao Áudio- oral, pois não
usava sentenças soltas e sim diálogos contextualizados. Tornando o ensino da
Língua Estrangeiro mais requintado comparados aos métodos didáticos. Com a
expansão dessa técnica em 1960, torna o estudo cientifico mais forte e enfraquece
a maneira estruturalista.
Sendo assim a estrutura feita pelos linguistas estruturalistas é
questionada pelo embasamento da psicologia cognitiva
A psicologia cognitiva questiona a eficácia da teoria behaviorista, pois na
área da linguística, surgiu o modelo de descrição linguística postulada por Chomsky
a Gramática Gerativa transformacional, a qual reorganizou o aspecto da língua e
sua aquisição. Para Chomsky a língua não poderia ser reduzida a meros
enunciados para memorização e repetições de forma mecânica em qualquer
circunstância.
221
Chomsky axioma que o ser humano nasce com especificas capacidades
que serão desenvolvidas com o tempo. Para este estudioso, a língua faz parte do
sujeito, o qual nasce com um sistema linguístico retido.
O que contradiz Saussure, pois ele aponta que a língua é uma estrutura,
sistema concreto (real), e igual; é um conjunto de significados ordenados, dos quais
se podem prescindir sentidos.
Em 1970 Piaget desenvolve a abordagem cognitiva e construtiva, a qual a
língua é um os resultados de interação entre o organismo e o ambiente, em
especificações e acomodações responsáveis pelo desempenho do intelecto.
Os educadores brasileiros passaram a ter conhecimento dos estudos de
Vygotsky, no campo da aquisição da linguagem. Sendo que para ele a o
desempenho da linguagem acontece em duas situações, primeiro externo ao
indivíduo e depois interna. Aquela acontece nas trocas sociais e essa, num
processo mental, sendo que essa permuta faz um movimento de interiorização.
Com a visão tecnicista (1950) a educação sentiu- se obrigada a formar
alunos para o mundo do trabalho. E o currículo deixou de ser humanista para ser
mais técnico, o que levou a diminuir a carga horária das línguas estrangeiras.
O antropólogo Hymes preocupado com o uso da língua e não somente a
aquisição da mesma ampliou o termo competência estipulado por Chomsky, pois
para Hymes não bastava o individuo somente conhecer, mas também assimilar das
regras do discurso específico da comunidade falante da língua-alvo.
Para Savignon a aptidão de fala e aprender de pende do léxico, sintático
e até mesmo do eu de cada falante.
Já Halliday explana a teoria de funções da linguagem, sendo que a língua
e postulada como um sistema de escolhas, conforme o contexto de uso.
A diferenciação entre regras gramáticas e o uso da língua segundo
Widdowson, devem estar sempre associadas para que se desenvolva a
interpretação.
Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência
comunicativa ao incorporarem, além da competência gramatical, outras três em seu
modelo final: a competência sociolinguística, a estratégica e a discursiva. Além
disso, esses linguistas propuseram quatro habilidades respectivas: leitura, escrita,
fala e audição.
222
Com a Lei n. 5692/71 e sob a égide de um suposto nacionalismo, o
governo militar desobrigou a inclusão de línguas estrangeiras nos currículos de
primeiro e segundo graus, sob o argumento de que a escola não deveria se prestar
a ser a porta de entrada de mecanismo de impregnação de outras sociedades e do
colonialismo cultural no país.
Em 1976, o ensino de Língua Estrangeira voltou a ser valorizado, quando
a disciplina se tornou novamente obrigatório somente no segundo grau. De acordo
com o parecer n.581/76 do Conselho Federal, a Língua Estrangeira seria ensinada
por acréscimo, conforme as condições de cada estabelecimento. Isso faz muitas
escolas suprirem a Língua Estrangeira no segundo grau ou reduzirem seu ensino
para uma hora semanal, por apenas um ano, com um único idioma.
Conforme fundamentações da estrutura behaviorismo de Skinnero o
ensino de Inglês tornou- se hegemônico sob a finalidade estritamente instrumental.
Nesse sentido deixava- se de ensinar língua e civilização para ensinar apenas a
língua como recurso instrumental.
Tais questões, em 1970, no Estado do Paraná geraram movimentos de
professores descontentes coma a reforma do ensino, os quais contavam com
professores de Latim, Francês, Inglês e Espanhol. Para manter a oferta de línguas
estrangeiras nas escolas públicas após o parecer n.581/76, bem como com a
tentativa de superar a hegemonia de um único idioma ensinado nas escolas, foi
criado o Centro de Línguas Estrangeiras no Colégio do Paraná, em 1982.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) reconheceu a importância da
diversidade de idiomas e a partir de 1982, foram incluídas no vestibular as Línguas
Espanholas, Italiana e Alemã 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), nº. 9.394, estabelece a obrigatoriedade de pelo menos uma língua
estrangeira moderna para o ensino fundamental a partir da 5ª série, ficando ao
cargo da comunidade escolar optar, conforme suas possibilidades de atendimento (
Art.26,§ 5°).
Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua
Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade
escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da
instituição (art. 36, Inciso III)
223
A metodologia dessa língua aspira em desnaturalizar a problemática que
tem acompanhado essa disciplina, tais como: as questões políticas, econômicas,
sociais, culturais e educacionais
10.9.2 Objetivos gerais
O objetivo é de ter um aluno que seja capaz de interagir ativamente pelo
discurso, conseguindo comunicar- se de diferentes formas materializadas em vários
gêneros textuais. A aprendizagem desse idioma tem como objetivo o
desenvolvimento da expressão da língua como discurso, não como estrutura ou
código a ser decifrado. Tendo como sentido a língua inserida na interação verbal e
não no linguístico. Ter uma visão para o texto escrito, visual, oral e hipertexto de
forma que questione e desafie as atitudes, os valores e as crenças nele
subentendidos. Sendo que as práticas discursivas são influenciadas umas pelas
outra.
O texto e a leitura, são indissociáveis, e que um não se realiza sem o
outro. E o mesmo pode ser verbal ou não-verbal. Para Bakhtin (1992) o texto é a de
um enunciado e é entendido como unidade contextualizada da comunicação verbal.
Conforme as Diretrizes a leitura tem que estar embasada em uma leitura
crítica, a qual proporcione um confronto referente à realidade mundial. Deixa de ser
uma leitura tradicional, mas vinculada a busca de informações.
O leitor passar de um ser pacificador par um crítico, que confronta o autor
e o texto. Dessa maneira todos os envolvidos no processo pedagógico conseguem
construir um significado além dos propostos e objetivados. Em um processo que
amplia suas possibilidades de compreensão de mundo.
Para Orlandi:
[...] uma relação determinada do sujeito – afeto pela língua – com a história.É o gesto de interpretação que realiza essa relação do sujeito com a língua, com a história, com os sentidos. Esta é a marca da subjetividade e, ao mesmo tempo, o traço da relação da língua com a exterioridade: não há [...] A Língua estrangeira Moderna, assim como as demais disciplinas, deve ter como finalidade primordial no trabalho docente o pleno desenvolvimento do educando, para que seja
224
um cidadão cônscio, crítico, participativo e pró-ativo _ inserido na sociedade local e no panorama internacional.
Na seara pedagógica das Diretrizes Curriculares referentes ao Ensino
fundamental está explicito: o dever de assegurar ao aluno um embasamento
necessário para dar continuidade ao estudo da língua em séries posteriores, bem
como ampliar seus horizontes, tornando- os cidadãos mais críticos e reflexivos.
Sendo uma disciplina, atualmente, preeminente na formação do aluno,
torna- o capacitado para a habilidade comunicativa, o que proporciona ao educando
uma comparação da língua materna com a língua estrangeira estudada.
O ensino deste idioma permitirá que o educando tenha uma concepção
teórica e fundamental do que é linguagem, para a percepção de sua própria cultura
através do conhecimento da cultura de outros povos.
Os tópicos principais nesta proposta são a cidadania, a consciência
crítica de como a linguagem é usada dentro do trabalho com a leitura, produção oral
e escrita.
A aprendizagem da Língua Estrangeira no Ensino fundamental não é
meramente um conceito de formas e estruturas linguísticas em um código diferente;
sendo uma experiência de vida a qual amplia as maneiras de se atuar
discursivamente no cotidiano.
A função educacional da Língua Inglesa é importante, com a finalidade de
um desempenho integral do indivíduo, sendo que seu ensino propiciará ao aluno
essa nova experiência não só no uso de línguas estrangeiras, mas também na
compreensão de outras culturas.
Na disciplina de Língua Inglesa constatará também na sua metodologia a
importância dos temas das ralações étnico-raciais e histórias e cultura afro-brasileira
e africana em sala de aula com o objetivo de apresentar a influência dos negros na
cultura dos norte-americanos e, proporcionalmente, na formação cultural brasileira,
em conformidade com a Lei nº 10.639/2003 que prevê a abordagem deste conteúdo
no currículo escolar.
A explanação comunicativa tem orientado o trabalho em sala de aula. O
que leva a ajudar o uso da língua pelos alunos, mesmo sendo uma forma restrita, e
evidente uma alternativa utilitarista de ensino, na qual a língua surge como um
sistema para a expressão do significado, num contexto interativo.
225
Porém trata- se de uma situação que exige a busca de fundamentação
teórico-metodológicos para salientar efetivamente a aprendizagem da Língua
Estrangeira no processo educacional.
Para a fundamentação dessa teoria tem como base Meurer, o qual
destaca a urgência de desenvolver formas de instigar a prática pedagógica que
contradiz “ou quebrem o círculo do senso comum, daquilo que parece natural, não
problemático, mas que recria e reforça formas de desigualdades e discriminação”.
As práticas pedagógicas decorrem de ideias teórico-metodológicas, no
entanto não são naturais nem desligadas do contexto sócio- histórico, mas onerado
de ideologias que explicitam as relações de poder (FOUCAULT, 1996).
Gimenez (1999) afirma que a fundamentação comunicativa foi apropriada
como referencial teórico na elaboração da proposta de ensino de Língua Estrangeira
do Currículo Básico (1992). Entretanto esse documento apresente uma concepção
de Língua discursiva e sugira um trabalho com diferentes tipos de textos, a partir da
visão bakhtianiana, observa- se que a progressão de conteúdos, do ensino
fundamental está voltada para o ensino comunicativo, centrado em teorias da
linguagem do cotidiano, o que esvazia as práticas sociais mais amplas de uso da
língua.
Segundo Mascia (2003, p. 218), “uma primeira é associada ao nacional- funcional e é calcada em práticas áudio linguísticas; a segunda marcada pelos atos de fala com a incorporação de tendências sociolinguísticas e a terceira corresponde a uma vertente mais crítica, em que se pretendeu promover as interações culturais”.
A definição de cultura apresenta um plano homogêneo que a percebe
desligada da língua, muitas vezes enfocada de maneira estereotipada.
Conforme Gimenez,
[...] a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e não- nativos como comunicação intercultural mais do que comunicação na língua-alvo(2001, p.110)
Já alguns autores apresentam pontos importantes para uma releitura
crítica dos pressupostos subjacentes a essa concepção de ensino de língua , não
fora do contexto histórico.
226
Para Pennycook
[...] a expansão do inglês no mundo não é mera expansão da língua, mas também uma expansão de um conjunto de discursos que fazem circular ideias de desenvolvimento, democracia, capitalismo, neoliberalismo, modernização [...].
Percebe- se que o ensino da língua tem base em um conteúdo histórico
em que questões sobre a hegemonia de uma língua, do plurilinguismo e do
imperialismo linguístico que as permeiam não eram problematizado.
O idioma a ser ministrado na escola não é neutro, mas profundamente
marcado por questões político-econômicas e ideológicas.
Alguns dos fundamentos teórico-metodológicos que o ensino da Língua
Estrangeira Moderna referência e os princípios são:
O atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira e
a garantia da equidade no tratamento da disciplina de Língua estrangeira Moderna
em relação às demais obrigatórias do currículo;
O resgate da função social e educacional do ensino de Língua
estrangeira no currículo da educação Básica.
O respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautada no
ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural.
O objeto de ensino da disciplina de Língua Inglesa é a Língua. Buscando
dessa forma contemplar as relações com a cultura, o sujeito e a identidade e
discurso sem sujeito. (2005, p. 45)
10.9.3 Conteúdos estruturantes
5ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social Leitura
Identificação do tema, do argumento principal.
227
Interpretação observando: conteúdo
veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto.
Linguagem não verbal.
Oralidade
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto.
Exemplos de pronúncias e do uso de
vocábulos da língua estudada em diferentes
países.
Escrita
� Adequação ao gênero: elementos
composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas.
� Clareza de ideias.
Análise Linguística
6. Coesão e coerência.
7. Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, palavras interrogativas,
substantivos, preposições,verbos,
concordância verbal e nominal e outras
categorias como elementos do texto.
8. Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto.
228
9. Vocabulário.
6ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social Leitura
� Identificação do tema, do argumento
principal.
� Interpretação observando: conteúdo
veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto.
� Linguagem não verbal.
Oralidade
� Variedades linguísticas.
� Intencionalidade do texto.
� Exemplos de pronúncias e de uso de
vocábulos da língua estudada em diferentes
países.
Escrita
� Adequação ao gênero: elementos
composicionais, elementos formais e marcas
229
linguísticas.
� Clareza de ideias.
� Adequar o conhecimento adquirido à norma
padrão.
Análise Linguística
23. Coesão e coerência.
24. Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, palavras interrogativas, advérbios,
preposições, verbos, substantivos,
substantivos contáveis e incontáveis,
concordância verbal e nominal e outras
categorias como elementos do texto.
25. Vocabulário.
26. Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto.
7ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
Leitura
� Identificação do tema, do argumento
principal e dos secundários.
230
� Interpretação observando: conteúdo
veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto.
� Linguagem não- verbal.
Oralidade
� Variedades linguísticas.
� Intencionalidade do texto.
� Exemplos de pronúncias e de vocábulos
da língua estudada em diferentes países.
Escrita
7. Adequação ao gênero: elementos
composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas.
8. Clareza de ideias.
9. Adequar o conhecimento adquirido à norma
padrão.
Análise Linguística
- Coesão e coerência.
- Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, verbos, preposições, advérbios,
locuções adverbiais, palavras
interrogativas,substantivos, su-bstantivos
contáveis e incontáveis, question tags, falsos
cognatos, conjunções, e outras categorias
231
como elementos do texto.
- Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto.
- Vocabulário.
8ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
Leitura
- Identificação do tema, do argumento
principal e dos secundários.
- Interpretação observando: conteúdo
veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto.
- Linguagem não- verbal.
- Realização de leitura não linear dos
diversos textos.
Oralidade
- Variedades linguísticas.
- Intencionalidade do texto.
232
- Exemplos de pronúncias e de vocábulos
da língua estudada em países diversos.
- Finalidade do texto oral.
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos.
Escrita
− Adequação ao gênero: elementos
composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas.
− Paragrafação.
− Clareza de ideias.
− Adequar o conhecimento adquirido à norma
padrão.
Análise Linguística
− Coesão e coerência.
− Função dos pronomes, artigos, numerais,
adjetivos, preposições, advérbios, locuções
adverbiais, verbos, palavras interrogativas,
substantivos, substantivos contáveis e
incontáveis, conjunções, question tag, verbos
modais, falsos cognatos, concordância verbal
e nominal e outras categorias como elementos
do texto.
233
− Vocabulário.
− Pontuação e seus efeitos de sentido no
texto.
ENSINO MÉDIO
1ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
Leitura
Identificação do tema;
Intertextualidade;
Intencionalidade;
Vozes sociais presentes no texto;
Léxico.
Oralidade
Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos.
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos da fala;
Escrita
234
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Intencionalidade do texto;
Intertextualidade;
Condições de produção;
Informatividade( informações necessárias
para a coerência do texto);
Ensino Médio
2ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
Leitura
Coesão e coerência;
Marcadores do discurso;
Funções das classes gramaticais no texto;
Elementos semânticos;
Discurso direto e indireto;
Informatividade (informações necessárias para a
235
coerência do texto);
Oralidade
Vozes sociais presentes no texto;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas; coesão, coerência, gírias e
repetições;
Escrita
- Vozes sociais presente no texto;
− Vozes verbais;
− Discurso direto e indireto;
− Emprego do sentido denotativo e conotativo no
texto;
− léxico;
− coesão e coerência;
− Funções das classes gramaticais no texto;
236
3º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática social
Leitura
Emprego do sentido denotativo e conotativo no
texto;
- Recurso estilístico ( figura de linguagem);
- Marcas linguísticas; particulares da língua,
pontuação; recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito) ;
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
Oralidade
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral
e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia
Escrita
Elementos semânticos ;
− Recursos estilísticos ( figura de linguagem);
237
− Marcas linguísticas : particulares da língua,
pontuação ; recursos gráfico( como aspas,
travessão, negrito);
− Variedade linguística;
− Ortografia;
− Acentuação;
10.9.4 Metodologia
Partindo do pressuposto que a aprendizagem acontece nas interações
sociais, o trabalho será voltado para a participação dinâmica do aluno em atividade
diversificada que envolverão uma ou mais habilidades linguísticas (ler, falar,
ouvir,escreve)
Entende- se por “participação dinâmica do aluno” a contribuição na
construção do conhecimento, na prática da linguagem, a pesquisa voltada a outras
culturas e no posicionamento crítico.
O professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno para que este
se sinta incluindo no processo ensino-aprendizagem. Além disso, valorizando que o
educando já sabe, abre- se espaço para uma leitura de mundo mais amplo, e para
uma adequação da metodologia do professor à realidade da classe.
O processo de ensino e aprendizagem contempla atividades
diversificadas ao educando medidas pelo professor, a fim de propiciar ao aluno a
aquisição progressiva da Língua Inglesa falada e escrita, permitindo assim a
compreensão de textos e a expressão do pensamento. Pode- se trabalhar algumas
atividades como:
238
Pesquisas de palavras no dicionário (os múltiplos sentidos de uma
palavra em conforto com o apresentado no contexto).
− Filmes (ouvir e interpretar);
− Produções orais e escritas;
− Confecções de cartazes, slogans;
− Entrevistas
− Diálogos;
− Uso de tipologias textual diversificada: trava-línguas, anedotas,
provérbios, charas, rimas, palavras cruzadas, adivinhas, caça-palavras.
− Interpretação e leitura de diversos tipos de textos como histórias em
quadrinhos, anúncios, propagandas, rótulos, notícias, classificados, receitas,
poemas, bulas, instrucional, narrativo, informativo.
− Dramatização, músicas.
− Uso de revistas, livros, fitas de vídeo, CDS, DVDS.
A partir da realização das atividades propostas o professor proporcionará
a oportunidade do educando ir ao encontro de outra língua e culturas e, como
consequência adquirir consciência do lugar que ocupa no mundo, extrapolando
assim o domínio linguístico que o aluno possa vir a ter.
10.9.5 Avaliação
A avaliação da aprendizagem será um processo, que visa ajudar no
processo de ensino e de aprendizagem, o qual proporcione ao aluno a ter uma visão
do ponto em que se está no percurso pedagógico.
239
De acordo com Luckesi:
A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro
significado, assumir a função de subsidiar a construção da
aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que isso
aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso
de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o
papel de auxiliar o crescimento.
Observar a participação dos alunos e considerando que o discurso no
ambiente de ensino acontece pela interação verbal, a partir de uma variedade de
textos e os mesmos consistentes.
Verificar a construção dos significados na interação com textos e nas
produções textuais dos alunos.
Analisar as dificuldades e avanços , a partir das produções dos alunos.
Levar em consideração que o processo de aprendizagem de uma nova
língua não é um processo de simples aprender, é sim uma aquisição irreversível.
Que o erro não seja um entrave na aquisição dessa língua, mas sim como a
produção do conhecimento do ser humano. Caminhá-lo a superação e ao
enriquecimento do saber, levando a uma avaliação reflexiva.
10.9.6 Critérios de avaliação
A avaliação da aprendizagem será diagnóstica, progressiva e qualitativa
as dificuldades e avanços dos alunos superados a concepção de mero instrumento
de classificação da nota.
Os momentos avaliativos se constituem pelas diversas propostas de
trabalhos encaminhadas aos alunos através de trabalho individual ou em grupos,
atividades escritas e orais como; diálogos, leituras diversificadas, painéis, jogos,
produção textual, maquetes, teatro, pesquisas, entre outros.
O aluno é construtor do conhecimento e está envolvido no processo de
avaliação, desse modo precisa ter seu esforço reconhecido pelo retorno de suas
produções, com o fornecimento de seu desempenho e o entendimento do “erro”
como parte integrante da aprendizagem. Mediante essas constatações, o professor
240
pode planejar e propor outros encaminhamentos que visem a efetivação da
aprendizagem.
10.9.7 Referências
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna - Inglês do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2006.
ROCHA, Analuzia Machado. Take Your Time. 3ª ed. Reformulado- Ed. Moderna, 2004
10.10 DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL
10.10.1 Apresentação geral da disciplina:
O ensino de línguas estrangeiras, no Brasil, remete diretamente à criação
do sistema escolar brasileiro. A ascensão e o declínio do prestigio das línguas
estrangeiras nas escolas está relacionada as razoes sociais, econômicas e políticas.
Em 2005, como resultado de um processo que se arrastou por anos e
atendendo as interesses políticos e econômicos, foi criada a Lei 11.161,5 de agosto
de 2005, que decretou obrigatória para a escola,mas de matricula facultativa para o
aluno e os estabelecimentos de ensino têm 5 anos, a partir da data de sua
publicação, para implementá – la.
O MEC tem incentivado, desenvolvido parcerias e promovido discussões
sobre o ensino de espanhol nas escolas brasileiras, alem de distribuir material de
suporte para professores de língua espanhola.
O resgate do prestigio do ensino de língua estrangeira se dá em 1976,
quando esta passa a ser obrigatória, porém, somente no 2º grau, não perdendo o
caráter de recomendação para o 1º grau, desde que em condições favoráveis.
A Língua Estrangeira Moderna, assim como as demais disciplinas, deve
ter como finalidade primordial no trabalho docente o pleno desenvolvimento do
educando, para que seja um cidadão cônscio, critico, participativo e pró – ativo –
inserido na sociedade local e no panorama internacional.
241
Na seara pedagógica das Diretrizes Curriculares referentes ao Ensino
Fundamental está explicito: o dever de assegurar ao aluno um embasamento
necessário para dar continuidade ao estudo da língua em séries posteriores, bem
como ampliar seus horizontes, tornando – os cidadãos mais críticos e reflexivos.
Sendo uma disciplina, atualmente, preeminente na formação do aluno,
torna – o capacitado para a habilidade comunicativa, o que proporciona ao
educando uma comparação da língua materna com a língua estrangeira estudada.
O ensino deste idioma permitira que o educando tenha uma concepção
teórica e fundamental do que é linguagem, para a percepção de sua própria cultura
através do conhecimento da cultura de outros povos.
Os tópicos principais nesta proposta são: a cidadania, a consciência
critica de como a linguagem é usada na sociedade e os aspectos sócios – políticos
da aprendizagem da língua espanhola dentro do trabalho com a leitura, produção
oral e escrita.
A aprendizagem da Língua Estrangeira no Ensino Fundamental não é
meramente uma aprendizagem mecânica de um código diferente; mas essa
aprendizagem deve colaborar para ampliar os conhecimentos e a cultura do aluno, a
fim de possibilitar uma mudança na realidade em que o mesmo vive.
A função educacional da Língua Espanhola é importante, com a
finalidade de um desempenho integral do individuo, sendo que seu ensino propiciara
ao aluno uma nova experiência de vida, também contribuindo para a capacitação e
para a pratica de uma aprendizagem não só no uso de línguas estrangeiras, mas
também na compreensão de outras culturas e transformação da realidade.
10.10.2 Objetivos:
Desenvolver a abordagem sócio interacionista, onde a aquisição da
linguagem é entendida como resultado da interação entre o organismo e o
ambiente, através de assimilações e acomodações responsáveis pelo
desenvolvimento da inteligência;
Dominar por parte do falante a competência comunicativa que são os
valores sócio-culturais em que se realiza a comunicação e da adequação do
discurso aos usuários e a intenção do falante;
242
Levar em conta uma pratica social, interagindo a elaboração de muitos
materiais didáticos centrados na oralidade e organizados a partir de funções da
língua;
Voltar a competência comunicativa para o uso efetivo da língua e não
apenas para o estudo da “língua pela língua”, para a busca da interação e não
apenas da precisão, para autenticidade da língua e contextos, atendendo às
necessidades dos alunos no mundo real;
Integrar as quatro habilidades: ler, escrever, falar, compreender
auditivamente;
Produzir significados que são considerados, alem da gramática, o
contexto sociolingüístico, os papeis dos falantes na situação, os meios não
lingüísticos e paralinguísticos, assim como a tipologia textual típicas de situações de
comunicação.
Ofertar no ensino de língua enquanto discurso, entendido como pratica
social significativa – (oral e/ou escrito);
Colaborar para a elaboração da consciência da própria identidade, pois o
aluno consegue perceber-se também como um sujeito histórico e socialmente
constituído;
Contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as
convenções e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua
estrangeira, de forma critica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou
uma cultura melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres
humanos elegem para regular suas vidas e que são passiveis de mudanças ao
longo do tempo, como a língua, correspondem ao contexto histórico e social de uma
comunidade que esta em constante movimento e transformação;
Prover os alunos com os meio necessários para que não apenas
assimilem o saber como resultado,mas apreendam o processo de sua produção,
bem como as tendências de sua transformação, explicitando as relações de poder
que as determinam.
Oportunizar a participação do educando na construção de significados
ligados à situação de uso da língua.
Propiciar a construção de identidades dos alunos como cidadãos
participativos e transformadores.
243
Possibilitar aprendizagem da língua como meio de conhecer culturas
diversas, bom como as diversas maneiras de se viver a experiência humana.
Inserir a linguagem oral e escrita levando em consideração sua natureza
sócio-interacional.
Reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o
acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo.
Construir consciência linguística e consciência critica dos usos que se
fazem da língua estrangeira que esta aprendendo.
Ler e valorizar a leitura como fonte de informação e prazer utilizando-a
como meio de acesso ao mundo de trabalho e dos estudos avançados;
Valorizar o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade
brasileira e no panorama internacional.
10.10.3 Conteudos estruturantes
Conteúdos estruturantes são entendidos como saberes mais amplos da
disciplina e que podem ser desdobrados nos conteúdos que fazem parte de um
corpo estruturado de conhecimentos constituídos e acumulados historicamente.
Dessa forma, estabelecem-se como elementos indispensáveis,
integradores e que estarão presentes em qualquer situação de interação do aluno
com a língua estrangeira, seja em que pratica for: conhecimento
linguístico,discursivos, culturais e sócio – pragmáticos.
Os conhecimentos linguísticos dizem respeito ao vocabulário, à fonética e
às regras gramaticais, elementos necessários para que o aluno interaja com a
língua que se lhe apresenta.
Os discursivos, aos diferentes gêneros discursivos que constituem a
variada gama de praticas sociais que são apresentadas aos alunos.
Os culturais, a tudo aquilo que sente, acredita, pensa, diz, faz e tem uma
sociedade, ou seja, a forma como um grupo social vive e concebe a vida.
Os sócios – pragmáticos, aos valores ideológicos, sociais e verbais que
envolvem o discurso em um contexto sócio – histórico particular.
Além disso, uma abordagem do discurso em sua totalidade será realizada
e garantida através de atividades significativas em língua estrangeira nas quais as
244
praticas de leitura, escrita e oralidade, interajam entre si e constituam uma pratica
sócio – cultural.
PRIMEIRO ANO
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como prática
social
Leitura
- Identificação do tema;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas lingüísticas: particularidades da língua,
pontuação, recursos gráficos (como gráficos (como
aspas, travessão e negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade do texto;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a
coerência do texto);
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
245
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas lingüísticas: particularidades da língua,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão e
negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos,
etc...;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Pronuncia.
SEGUNDO ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Discurso como pratica
social
Leitura
- Identificação do tema;
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas lingüísticas: particularidades da língua, pontuação,
recursos gráficos (como gráficos (como aspas, travessão e
246
negrito);
- Variedade Linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
Escrita
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condição de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a
coerência do texto);
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas lingüísticas: particularidades da língua,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,
negrito);
- Variedade linguística;
- Ortografia;
- Acentuação gráfica.
Oralidade
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos,
etc;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Variações lingüísticas;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
247
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia.
10.10.4 Metodologia:
O texto enquanto unidade de linguagem em uso, ou seja, uma unidade de
comunicação verbal, que pode tanto ser escrita,oral ou visual será o ponto de
partida da aula de língua estrangeira.
O texto trará uma problematização em relação a um tema, pois a busca
de uma solução faz com que o aluno desenvolva uma prática reflexiva e critica,
ampliando seus conhecimentos lingüísticos.
É fundamental que se apresente ao aluno textos em diferentes gêneros,
mas sem categorizá-los. O objetivo será o de proporcionar ao aluno a possibilidade
de interagir com a infinita variedade discursiva presente nas diversas praticas
sociais.
Apresentar ao aluno textos pertencentes a vários gêneros: publicitários,
jornalísticos, literários, informativos, de opinião, etc..
A leitura em língua estrangeira pressupõe a familiarização do aluno com
os diferentes gêneros textuais, provenientes das varias praticas sociais de uma
determinada comunidade que utiliza a língua que se está aprendendo – literatura,
publicidade, jornalismo, mídia, etc.
O maior objetivo da leitura é trazer um conhecimento de mundo que
permita ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade.
As estratégias, especificas da oralidade, tem como objetivo expor os
alunos a textos orais, pertencentes aos diferentes discursos, procurando
compreendê–los em suas especificidades e incentivar os alunos a expressarem
suas idéias em língua estrangeira dentro de suas limitações.
Com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser vista
como uma atividade sócio–interacional.
Partindo do pressuposto que a aprendizagem acontece nas interações
sociais, o trabalho será voltado para a participação dinâmica do aluno em atividade
248
diversificada que envolverá uma ou mais habilidades lingüísticas (ler, falar, ouvir,
escrever).
Entende – se por “participação dinâmica do aluno” a contribuição na
construção do conhecimento, na pratica da linguagem, a pesquisa voltada a outras
culturas e no posicionamento crítico.
O professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno para que este
se sinta incluído no processo ensino-aprendizagem. Além disso, valorizando o que o
educando já sabe, abre-se espaço para uma leitura de mundo mais ampla, e para
uma adequação da, metodologia do professor à realidade da classe.
O processo de ensino e aprendizagem contempla atividades
diversificadas ao educando medidas pelo professor, a fim de propiciar ao aluno a
aquisição progressiva da Língua Espanhola falada e escrita, permitindo assim a
compreensão de textos e a expressão do pensamento. Pode-se trabalhar algumas
atividades como:
Pesquisas de palavras no dicionário (os múltiplos sentidos de uma
palavra em conforto com o apresentado no contexto).
• Filmes (ouvir e interpretar);
• Produções orais e escritas;
• Confecções de cartazes, slogans;
• Entrevistas;
• Diálogos;
• Uso de tipologias textuais diversificadas: trava-línguas, anedotas,
provérbios, charadas, rimas, palavras cruzadas, adivinhas, caça-palavras.
• Interpretação e leitura de diversos tipos de textos como historias em
quadrinhos, anúncios, propagandas, rótulos, noticias, classificados, receitas,
poemas, bulas, texto instrucional, narrativo, informativo.
• Dramatização músicas.
• Uso de revistas, livros, fitas de vídeo, CDs, DVDs.
A partir da realização das atividades propostas o professor proporcionara
a oportunidade do educando ir ao encontro de outra língua e culturas e, como
conseqüência adquirir consciência do lugar que ocupa no mundo, extrapolando
assim o domínio lingüístico que o aluno possa vir a ter.
249
A disciplina de Língua Espanhola abordara e dará ênfase aos aspectos
da historia e cultura afro-brasileira e indígena em sua metodologia com o objetivo de
valorizar a influencia dos negros e índios na formação cultural brasileira, em
conformidades com a Lei nº 11.645/2008, que prevê a abordagem destes conteúdos
no currículo escolar.
10.10.5 Avaliação:
A avaliação deve ser parte integrante do processo e contribuir para a
construção de saberes.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aprovada em 1996,
determina que a avaliação seja continua e cumulativa e que os aspectos qualitativos
prevaleçam sobre os quantitativos, superando a concepção de avaliação como
instrumento de classificação e atribuição de nota.
Na verificação da aprendizagem dos alunos, a avaliação servira,
principalmente, para que o professor repense a sua metodologia e planeje as suas
aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.
Os momentos avaliativos se constituem pelas diversas propostas de
trabalhos encaminhadas aos alunos através de trabalhos individuais ou em grupos,
atividades escritas e orais como: diálogos, leituras diversificadas, painéis, jogos,
produção textual, maquetes, teatro, pesquisas, entre outros.
O aluno é construtor do conhecimento e esta envolvido no processo de
avaliação, desse modo precisa ter seu esforço reconhecido pelo retorno de suas
produções e o entendimento do seu “erro” como parte integrante da aprendizagem.
Mediante essas constatações o professor pode planejar e propor outros
encaminhamentos que visem a efetivação da aprendizagem.
A avaliação em Língua Estrangeira Moderna deve ser um processo
continuo, que possa avaliar o desempenho do aluno durante todo processo visando
uma aprendizagem significativa.
É indispensável considerar que cada aluno tem seu ritmo e processo de
aprendizagem e que uma avaliação formativa e diagnostica não pode fechar os
olhos diante dessas diferenças. Dessa forma, não se pode conceber a avaliação
centrada apenas em provas, com datas pré-definidas e rituais especiais, mas numa
250
atitude que se concretiza no dia a dia por meio de praticas diversas.
Os alunos serão avaliados em cada um dos conteúdos básicos que
constituem o trabalho com a língua, a saber:
Na oralidade: a participação dos alunos nos diálogos e atividades
discutidas, a adequação de sua linguagem as diferentes esferas sociais, a clareza e
a fluência na exposição de suas ideias e na defesa de seus pontos de vista.
Na escrita: a adequação do texto ao gênero, à finalidade. Ao interlocutor,
a utilização correta de seus aspectos discursivo-textuais (paragrafação, pontuação,
unidade temática, argumentação)
Na leitura: a fluência, a compreensão do conteúdo (considerando as
estratégias utilizadas), a localização de informações explicitas e implícitas, as
inferências, a leitura de textos não verbais (gráficos, quadros, esculturas, charges,
quadradinhos.)
10.10.6 Critérios de avaliação:
A avaliação é entendida como um dos aspectos do ensino, pelo qual, o
professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e o seu próprio trabalho,
com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar a aprendizagem dos alunos, bem
como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor.
A avaliação dá condições para que seja possível ao professor tomar
decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem, proporciona
dados que permitem ao estabelecimento promover a reformulação do currículo com
adequação dos conteúdos e métodos de ensino,possibilita novas alternativas para o
planejamento do estabelecimento e di sistema de ensino como um todo.
Os critérios de avaliação são de responsabilidade do
estabelecimento,constando do Regimento Escolar, obedecendo a legislação
existente, são elaborados em consonância com a organização curricular do
estabelecimento.
A avaliação do aproveitamento escolar incide sobre o desempenho do
aluno em diferentes situações de aprendizagem, tendo seus resultados expressos
em notas de 0,0 (zero) a 10,0 (dez virgula zero), utiliza técnicas e instrumentos
diversificados, sendo que o rendimento mínimo exigido pelo colégio para o
251
aproveitamento é 6,0 (seis virgula zero) como media finais (media aritmética) por
disciplina.
É verdade a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só
oportunidade de aferição.
Os resultados das avaliações do Ensino Fundamental e do Ensino Médio
serão divulgados trimestralmente. A nota do trimestre é resultado da somática dos
valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em
varias aferições, na seqüência e ordenação de conteúdos.
Na avaliação do aproveitamento escolar, preponderam os aspectos
qualitativos da aprendizagem considerados a interdisciplinaridade e a
multidisciplinaridade dos conteúdos, dando-se relevância à atividade critica, à
capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre memorização.
Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, ela é continua,
permanente e cumulativa; obedecendo à ordenação e a seqüência do ensino e da
aprendizagem, bem como a orientação do currículo; sendo considerados os
resultados obtidos durante o ano letivo, num processo continuo cujo resultado final
venha a incorporá-los, expressando a totalidade do aproveitamento escolar,
tomando na sua melhor forma. A avaliação é registrada em documentos próprios a
fim de assegurar a regularidade e a autenticidade da vida escolar dos alunos.
Após a apuração dos re3sultados finais aproveitamento e frequência,
serão definidas as situações de aprovação ou reprovação dos alunos.
Será considerado aprovado o aluno que apresentar:
a) Frequência igual ou inferior a setenta e cinco por cento, sobre o total
da carga horária do período letivo e media anuais inferior a 6,0 (seis virgula zero).
b) Freqüência inferior a setenta e cinco por cento sobre o total da carga
horária do período letivo, com quaisquer media anuais.
O aluno que apresentar frequência igual ou superior a setenta e cinco por
cento e media inferiores a 6,0 (seis vírgula zero), ao longo da serie ou período letivo,
será submetido à analise do Conselho de Classe, que definirá pela aprovação ou
não.
Cabe ao Conselho de classe o acompanhamento do processo de
avaliação, devendo debater e analisar todos os dados intervenientes na
aprendizagem. O Conselho de Classe reunir-se-á, ordinariamente em cada
252
trimestre, em datas previstas no Calendário Escolar e, extraordinariamente, sempre
que um fato relevante assim o exigir.
10.10.7 Referências
ALMEIDA Filho, J.C.P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Ed. Pontes, 2002. BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988. BOURDIEU, P. A economia das trocas lingüísticas. São Paulo: EDUSP, 1996. P.54.
CELANI, M.A.A. As línguas estrangeiras e a ideologia subjacente à organização dos currículos da escola publica. São Paulo: Claritas, 1994 CORACI, M.J.R.F. Leitura: decodificação, processo discursivo. In CORACINI, M.J.R.F. (Org) O jogo discursivo na sala de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes. 1995. DONATO, H. Coleção Povos do Passado. S.P. Melhoramentos, 1998. JORDÃO, Clarissa Menezes. A língua estrangeira na formação do individuo. Curitiba: mimeo, 2004. LEFFA, V.J. Metodologias do ensino de línguas. In: BOHN, H.I;VANDRESEN, P. Tópicos em lingüística aplica: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 1988 p. 211-236. MEIRELES, S.M. Língua Estrangeira e Autonomia. In:Educar em revista. Curitiba: UFPR, 2002. MUSSALIM, F.;BENTES, A B. Introdução à Lingüística – domínios e fronteiras. Vol. I. II e III. São Paulo: Cortez Editora, 2004. ORLANDI, E.P. A polissemia da noção de leitura. In:discurso e leitura. São Paulo: Cortez, 1999. ROJO, R.H.R.; LOPES, L.P.M. PCNEM E PCN+ de Línguas Estrangeiras (LE) NO Ensino Médio.In: Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília, 2004. SARMENTO, S.; MULLER, V (ORGS.). O ensino do inglês como língua estrangeira:estudo e reflexões. Porto Alegre: APIRS, 2004. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ) Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Médio. Curitiba: SEED.
253
OUZA, L.M.T.M. O conflito de vozes na sala de aula. In CORACINI, M.J. (Org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995. p. 21-26. VOLPI, M.T. A formação de professores de língua estrangeira frente aos novos enfoques de sua ação docente. In LEFFA, V. O Professor de Línguas Estrangeiras. Construindo a Profissão. Pelotas: EDUCAT, 2001.
10.11 DISCIPLINA DE BIOLOGIA
10.11.1 Apresentação geral da disciplina
A disciplina de Biologia tem como objetivo de estudo o fenômeno VIDA.
Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre
este fenômeno numa tentativa de explicá-l o e ao mesmo tempo, compreendê-lo.
A preocupação com a descrição dos seres vivos e dos fenômenos
naturais levou o homem a diferentes concepções de VIDA, de mundo e de seu
papel enquanto parte desse mundo. Essa preocupação humana representa a
necessidade de garantir sua sobrevivência.
Os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no Ensino
Médio representam modelos teóricos elaborados pelo homem (paradigmas
teóricos), que representam o esforço para entender, explicar, utilizar e manipular os
recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o ensino,
buscou-se na História da Ciência os contextos históricos nos quais pressões
religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram mudanças conceituais
no modo como o homem passou a compreender a natureza.
A história da Ciência mostra que tentativas de definir VIDA têm sua
origem registrada desde a antiguidade. Partindo-se da dimensão histórica da
disciplina Biologia, foram identificados os marcos conceituais da construção do
254
pensamento biológico. A importância desta compreensão histórica e filosófica da
Ciência está em conformidade com o atual contexto sócio-econômico e político,
estabelecido a partir da compreensão da concepção de Ciência enquanto
construção humana.
10.11.2 Objetivos gerais
A Biologia é uma das ciências que contribui para a formação de sujeitos
críticos, reflexivos e atuantes, por meio de seus conteúdos, desde que
proporcionem o entendimento do seu objeto de estudo – o fenômeno VIDA – em
toda sua complexidade de relações.
Utilizar de diversos recursos, seja visual, fotográfico, textual, pratico
ambiental, tecnológicos para o conhecimento biológico teórico, auxiliando o mesmo
em temas práticos, instigando o processo critico do aluno, para que ele por ,meio do
conhecimento adquirido possa mudar o mundo a sua volta.
Diante de todas as evoluções e crescimentos acelerado de novos
horizontes científicos, a disciplina de Biologia vive em processo de atualização
continua em que todos os dias e para todos os seres vivos, a ciência vem propor
uma nova descoberta, um novo sentido aos objetivos biológicos, tecnológicos,
ambientais e sociais e que estes novos conhecimentos venham a acrescentar uma
valorização maior à vida e ao meio ambiente.
Mera expectativa de conhecer o mundo, passa pela vida em busca da
melhoria pessoal e comportamental e diante do conceito de Biologia que diz que é o
“estudo da vida e suas manifestações”, cabe a disciplina aprimorar as vantagens
aos recursos para que os seres vivos conheçam o seu corpo, o seus reinos e a sua
saúde em um ambiente qualificado.
Apresentar ao aluno os conceitos históricos de como surgiu o interesse
em conhecer mais da vida, do meio, dos seres vivos e não vivos diante dos
aspectos culturais e que envolvam os meio bióticos e abióticos existentes.
Compreender o movimento teórico com o cotidiano do aluno, aplicando
esses mesmos conhecimentos na prosperidade da humanidade em geral e que são
extremamente importante e útil à melhoria da vida e da sociedade.
255
Propor novas idéias diante dos velhos conceitos já analisados por
cientistas, pesquisadores e curiosos no que se refere a historia da Biologia.
Analisar, compreender, problematizar, diagnosticar novas ideias já
proposta e diante destas propostas verificar quais estão atuais, quais estão
obsoletas e quais ainda poderão ajudar na melhoria da vida do estudante e do
cidadão atuante.
Valorizar e aguçar através de estímulos básicos sobre biologia e o meio,
novas hipóteses, criticas, interpretações, propondo ao aluno conhecer o corpo,
cuidar da saúde dele e do planeta, contando com seu discernimento de proteger o
meio ambiente, e ainda das intempéries do meio diante dos fenômenos naturais, em
que nada ou pouco se pode fazer ou prever diante de tais acontecimentos, porem
podemos buscar novas alternativas para a melhoria do meio em que vivemos.
Proporcionar atividades diversificadas através do questionamento de
situações vivenciadas pelo mundo, investigando os níveis de dificuldades para cada
estudante sem esquecer que este mesmo exercício deve sempre estar inserido no
cotidiano do aluno, para que o mesmo usar na vida em sociedade.
Portanto, os principais objetivos são levar o aluno a:
• Compreender as diferenças de complexidade apresentada pelos
seres vivos;
• Perceber a diversidade dos seres vivos e a integração desses
seres para a manutenção do equilíbrio da natureza;
• Reconhecer e sensibilizar-se que o homem é fundamental para a
manutenção do equilíbrio ecológico, sendo que toda mudança
radical provocada por ele em prol do progresso pode determinar o
desequilíbrio da natureza, e como consequência, proporcionar
extinção de espécies;
• Compreender como o conhecimento biológico é produzido e
determinado pelas condições sociais da época;
• Acompanhar o progresso das Ciências e os avanços tecnológicos
que a cada dia oferecem novas alternativas de solução para os
256
problemas da humanidade;
• Discutir e avaliar as atividades científicas, exercitando o senso
crítico e fazendo a análise criteriosa de questões propostas no seu
dia-a-dia.
10.11.3 Conteúdos estruturantes
1º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
Seres Vivos
− Classificação dos seres
vivos: critérios taxonômicos e
filogenéticos.
− Sistemas biológicos:
anatomia, morfologia,
fisiologia.
− Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
− Teoria celular;
mecanismos celulares
biofísicos e bioquímicos.
− Teorias evolutivas.
− Transmissão das
características hereditárias.
− Dinâmica dos
ecossistemas: relações entre
− - Características dos seres
vivos
− Composição química e
organização da matéria viva
− Metabolismo, homeostase,
movimento, reação, crescimento,
reprodução, adaptação
− Níveis de organização em
biologia
−
− - Breve histórico da Biologia
− As origens da Biologia
− Biologia e as grandes
questões atuais
−
− - A investigação científica
− Método hipotético-dedutivo
em ciência, teste de hipóteses
através da experimentação
−
257
os seres vivos e a
interdependência com o
ambiente.
− Organismos
Geneticamente Modificados.
− - As principais subdivisões da
Biologia
−
− - A origem da vida
− Biogênese versus
abiogênese: os experimentos de
Redi; Pasteur e a derrubada da
abiogênese
− A origem dos primeiros seres
vivos
−
− - Citologia: a descoberta da
célula
− Histórico e os primeiros
citologistas
− Noções de microscopia:
microscópio óptico e eletrônico
− Células eucariontes e
procariontes
−
− - Química da célula
− Água: importância e
propriedades
− Sais minerais: importância,
tipos e propriedades
− Carboidratos: tipos e funções
− Lipídios: tipos e funções,
lipídios e membrana celular
− Proteínas: tipos, funções,
aminoácidos, função enzimática,
enzimas (atuação, fatores que
afetam a atividade das enzimas).
258
Proteínas simples e conjugadas
− Ácidos nucleicos: tipos de
ácidos nucleicos, DNA e RNA
− Vitaminas: importância e
fontes naturais
−
− - Envoltórios e membranas
celulares
− Glicocálix
− Parede celular
− Membrana plasmática
− Organização molecular da
membrana plasmática: O
MODELO MOSAICO-FLUIDO
− Permeabilidade da membrana
plasmática: difusão, osmose,
difusão facilitada e transporte
ativo
− Fagocitose e pinocitose
−
− - O citoplasma
− Citosol
− Retículo endoplasmático
rugoso e liso
− Aparelho de Golgi
− Lisossomos
− Peroxissomos
− Mitocôndrias
− Plastos
− Citoesqueleto
− Centríolos, cílios e flagelos
−
259
− - O núcleo
− Componentes do núcleo:
membrana nuclear, cromatina,
nucléolos;
− A estrutura do cromossomo
− Cromossomos homólogos
− Cromossomos gigantes
−
− - Divisão celular
− Mitose: ciclo, fases
− Meiose: processo geral,
primeira divisão, segunda divisão;
formação de gametas
−
− - Metabolismo energético
− Fotossíntese
− Quimiossíntese
− Fermentação;
− Respiração: aeróbica e
metabolismo anaeróbico
−
− - Diversidade celular nos
animais: histologia (estudo dos
tecidos)
− Como se formam os tecidos
− Tipos fundamentais de
tecidos: epitelial, conjuntivo,
muscular, nervoso.
−
− - Reprodução
− Sexuada e assexuada
− Fecundação
260
− Embriologia
− - Ecologia
− A dinâmica dos ecossistemas
− Populações e comunidades
− Comunidades em
desenvolvimento
− A biosfera e os biociclos
− Os seres vivos e suas
relações
− Os ciclos biogeoquímicos
2º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS
BÁSICOS
Organização dos
Seres Vivos
− Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
− Sistemas
biológicos:
anatomia,
morfologia,
fisiologia.
− Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
− Teoria celular;
− A classificação biológica
− Importância da classificação
− Categorias taxonômicas
− Nomenclatura binomial
− Os reinos dos seres vivos
− Classificação e parentesco evolutivo:
filogenia e evolução
− - Os vírus
− Características gerais
− Estrutura e diversidade
− Reprodução
− Doenças provocadas por vírus
−
− - Reino Monera
261
mecanismos
celulares biofísicos e
bioquímicos.
− Teorias
evolutivas.
− Transmissão das
características
hereditárias.
− Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos e a
interdependência
com o ambiente.
− Organismos
Geneticamente
Modificados.
− Diversidade e classificação:
arqueobatérias e eubactérias
− Estrutura celular
− Diversidade nutricional das
eubactérias: respiração e fermentação
− Reprodução
− Importância ecológica e econômica
− Doenças provocadas por bactérias
(antibióticos)
−
− - Reino Protista
− - Características gerais e
classificação
− ALGAS: características, classificação,
reprodução, importância ecológica e
econômica
− PROTOZOÁRIOS: características
gerais e diversidade
− - Classificação: principais FILOS e
suas características
− - Reprodução
− - Doenças causadas por protozoários
− - Reino Fungi
− Características gerais e diversidade
− Estrutura e organização
− Classificação: principais classes
− Reprodução: assexuada e sexuada
− Importância ecológica e econômica
− Fungos e substâncias de uso
farmacêutico
−
− - Reino Plantae
262
− Origem e evolução das plantas
− Classificação A – criptógamas, B –
fanerógamas
−
A) CRIPTÓGAMAS − - Avasculares:
− Briófitas: características gerais,
diversidade, reprodução
−
− - Vasculares
− - Pteridófilas: características
gerais, diversidade, reprodução
−
B) FANERÓGAMAS − Características gerais
− Origem e evolução, adaptações
− - Gimnospermas: características
gerais e reprodução
− - Angiospermas: características
gerais, estudo da raiz, caule, folha, flor,
fruto e semente: classificação:
monocotiledôneas e dicotiledôneas;
anatomia e fisiologia
−
− - Reino Animal
− Origem e evolução
− Características gerais
− Classificação: vertebrados brados e
invertebrados
− INVERTEBRADOS: características
gerais, anatomia e fisiologia, reprodução
de cada um dos filos
263
− Filo dos poríferos
− Filo dos cnidários
− Filo dos platelmintos
− Filo dos nematelmintos
− Filo dos moluscos
− Filo dos anelídeos
− Filo dos artrópodos
− - Classes: insetos, aracnídeos,
crustáceos, dipeópodos e quilópodos.
− Filo dos equinodermos
− - VERTEBRADOS: características
gerais, anatomia e fisiologia, reprodução
para cada uma das classes do filo dos
cordados.
− Filo dos cordados
− Classes: agnatos, condrictes,
osteíctes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos
−
3º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Organização dos
Seres Vivos
− Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
− Sistemas
biológicos: anatomia,
− Genética
− Origem da ciência genética
− Reprodução e hereditariedade
− Base celular da hereditariedade
− A primeira Lei de Mendel –
Monoibridismo
264
morfologia,
fisiologia.
− Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
− Teoria celular;
mecanismos
celulares biofísicos e
bioquímicos.
− Teorias
evolutivas.
− Transmissão das
características
hereditárias.
− Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos e a
interdependência
com o ambiente.
− Organismos
Geneticamente
Modificados.
− A expansão do Mendelismo: os
conceitos de fenótipo e genótipo
− A segunda Lei de Mendel –
Diibridismo
− Noções de probabilidade aplicada à
genética
− O retrocruzamento e os
heredogramas
− As disjunções cromossômicas e o
linkage
− Os alelos múltiplos
− Os grupos sanguíneos humanos
− Interação gênica
− Comportamentos gênicos especiais
− Vinculação ao sexo
− Determinismo do sexo
− Genética de populações
−
− - Evolução
− A origem da vida
− Teorias da evolução
− Irradiação adaptativa e convergência
− As provas da evolução
− As divisões do tempo geológico
−
−
− - Fisiologia Humana
− Sistemas: digestório, circulatório,
respiratório, excretor, endócrino, nervoso,
locomotor, sensorial e imunológico.
265
10.11.4 Metodologia
Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da VIDA e sua
complexidade de relações significa pensar em uma Ciência em transformação, cujo
caráter provisório garante a reavaliação dos seus resultados e possibilita o repensar
e a mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento
histórico, social, político, econômico e cultural.
Se por um lado os conteúdos se tornam históricos e enciclopédicos, por
outro não se abre mão do conhecimento científico que garanta o objeto de estudo
de Biologia.
A disciplina de Biologia fará uso de:
• Seleção de conteúdos significativos que possibilitem a formação
de conceitos para a compreensão do ambiente, dos seres vivos e
da interdependência existente entre eles.
• Será utilizada uma metodologia que instigue os alunos a refletirem
sobre o ambiente e os seres vivos, utilizando a análise,
interpretação, pesquisa de vários tipos de documentos.
• Utilização de várias linguagens para compreensão e construção do
conhecimento: filmes, falas, gráficos, charges, números, etc.
• Elaboração de pesquisas;
• Atividades individuais e coletivas;
• Interpretação de textos, aulas expositivas e debates;
• Aulas de campo e de laboratório.
266
10.11.5 Critérios de avaliação
É preciso compreender a avaliação como prática emancipadora. Deste
modo, a avaliação na disciplina de Biologia, passa a ser entendida como
instrumento, cuja finalidade é obter informações, necessárias sobre o
desenvolvimento da prática pedagógica para nela intervir e reformular os processos
de aprendizagem.
Pressupõe-se uma tomada de decisão, onde o aluno toma conhecimento
dos resultados de sua aprendizagem e organiza-se para as mudanças necessárias.
Enfim, a avaliação como instrumento reflexivo prevê um conjunto de
ações pedagógicas pensadas e realizadas pelo professor ao longo do ano letivo.
Professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de
superar os obstáculos.
A avaliação será feita através de:
• Produção textual a partir de atividades, práticas, vídeos e leitura d
textos de revistas;
• Pesquisas e/ou trabalhos, seguidos de palestras ou debates;
• Produção de relatórios;
• Arguição oral;
• Participação em atividades práticas e no contexto geral das aulas
(relacionamento aluno X aluno e professor X aluno);
• Interpretação de textos;
• Interpretação de situações-problema;
• Provas subjetivas, discursivas e objetivas
267
10.11.6 Referências
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da Biologia Moderna. 1ª Edição. São Paulo: Ed. Moderna, 1990.
_______. Biologia. Vols. 1,2,3 e 4. 1ª Edição. São Paulo: Ed. Moderna, 1995.
FAVARETTO , José Arnaldo; MERCADANTE, Clarinda. Biologia. Vol. Único. 1ª Edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 1994.
SOARES, José Luis. Biologia. 2º Grau. Vols. 1,2 e 3. São Paulo: Scipione, 1996.
LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. Vols. 1,2 e 3. 6ª Edição. São Paulo: Ed. Ática, 1997.
MACHADO, Sídio. Biologia: de olho no mundo do trabalho. 1ª Edição. Vol. Único. São Paulo: Scipione, 2003.
PAULINO, Roberto Wilson. Biologia. 1ª Edição. Vol. Único. São Paulo: Ática, 2003.
LAURENCE, J. Biologia: Ensino Médio. Vol. Único. 1ª Edição. São Paulo: Nova Geração, 2005.
10.12 DISCIPLINA DE FILOSOFIA
10.12.1 Apresentação geral da disciplina
Para os que pensam que a escola deve ensinar a “ler, escrever e contar”
parece que realmente Sociologia e Filosofia seriam fonte de eruditismo e
enciclopedismo inúteis. Mas o mesmo se daria com a geometria analítica, a
trigonometria, o cálculo integral; o mesmo se passaria com cálculo estequiométrico,
os principal estruturadores da tabela periódica; o mesmo com relação às bases
nitrogenadas que compõem o DNA ou as partes das flores e os ossos e órgãos do
268
corpo humano; ou os tipos de rochas e composição geomorfológica e paisagens
brasileiras; ou ainda, questões de historiografia e análise de fontes históricas; e,
para resumir, conhecimentos de literatura brasileira. Mas é do conhecimento de
todos que há níveis diversos desse “ler, escrever e contar”. Mesmo um analfabeto
lê, escreve e conta. Não fosse assim, a história da escravidão chegaria até nós
apenas pelos testemunhos dos senhores; não fosse assim, a América Pré-
Colombiana não se apresentaria a nós senão pela visão de Cortez, Caminha e
congêneres, não fosse assim e boa parte da arqueologia estaria condenada a um
mutismo: não teria o que ler, pois nem tudo foi escrito em alfabeto. Há níveis desse
ler, escrever e contar, portanto. E, num certo sentido, as disciplinas escolares já no
“ginásio”, já no “colégio” são um deslocamento daquele ler e escrever e contar
dados pela alfabetização e aritmética no “primário”. Pode-se inclusive duplicar o
sentido de contar e se encontra aí o contar histórico, a narração, contar os fatos no
tempo que, antes de tudo, é medida. Se Galileu inicia a Ciência Moderna dizendo
que Deus escreveu o universo em língua matemática que é preciso ler, sem o que
“vagamos dentro de um labirinto escuro”, não se pode ter outra compreensão do
desenvolvimento das ciências senão o de leitura constante e renovada do mundo.
Deste ponto de vista, tanto a Filosofia como a Sociologia são formas de leitura do
mundo, por isso não se pode confundir essa competência de leitura com os
resultados da leitura da Filosofia e Sociologia, pois o que é insubstituível é esse
olhar filosófico e o olhar sociológico da questão.
Tanto a Filosofia como a Sociologia não se reduzem a conteúdos, clichês,
diagnósticos já deslizando para o domínio público e declamando nas esquinas, nas
“enquetes” rápidas e rasteiras divulgadas pelos meios de comunicação de massa,
em especial, pela TV. Essa experiência é formada à medida que o aluno vão
dominando e manipulando linguagens especiais, testado e efetivando explicações,
decodificando e compreendendo a estrutura do social e dos discursos sobre o
mundo e sobre o homem. Ora, a Filosofia e a Sociologia são sabores e práticas e
envolvem tecnologias necessárias e insubstituíveis na formação, não só da
cidadania – se é que a cidadania é compreendida tão estritamente, ao que parece,
como exercício de voto-, mas do indivíduo como ser humano, o que ultrapassa
fronteiras territoriais e o imediatismo do contexto político. São duas formas de
conhecimento básicas – como processo, como produto – de uma educação
269
humanista, tão renegado pela legislação anterior (Reforma 5692/71), e que se
espera resgatada pela lei atual (Lei 9394/96).
Sabe-se bem que as ciências se transformam quando assumem uma
postura crítica em relação aos seus próprios paradigmas. Nesse momento, as
ciências não só abandonam pontos de vista e superam conhecimentos
consagrados, mas também, num certo sentido, transitam para outro campo, dessa
forma recuperam uma dimensão filosófica, condição dessa transformação. Se a
história das ciências pode ser interpretada como processo de desenvolvimento e
acúmulo de avanços de conhecimento sobre o mundo e o homem, a Filosofia
aparece como condição dessa história, isto é, da necessidade das crises, da
experiência das crises, da superação das crises, da superação das crises.
Pensando agora no conjunto das disciplinas presentes no currículo do ensino médio,
reconhece-se esse papel fundamental que a Filosofia desempenha como elemento
crítico dos pressupostos e procedimentos das ciências. É importante notas que não
se refere a uma criticidade abstrata, tão ao gosto do discurso pedagógico – “formar
o aluno crítico, etc”-, mas a uma criticidade que põe em discussão e estrutura, os
critérios, a linguagem e os compromissos que formam um ponto de vista científico.
Eliminar a Filosofia desse contexto significa apostar uma pretensa intuição natural
ao processo de conhecimento ou, o que é pior, à simulação de uma competência
filosófica espontânea.
É interessante notar que o mundo extra-escolar tento a Filosofia como a
Sociologia têm sido a preferência central dos debates em torno de problemas atuais
que interessam ou afetam a humanidade. Discussões sobre pós-modernidade ou
sobre globalização têm sido travadas de forma constante e sistemática por esses
dois campos de saber, sendo impossível discorrer sobre o caso sem citar autores ou
recorrer a conceitos cunhados que escapem a esses campos. Isto revela a
competência permanente da Filosofia e da Sociologia quer para formular as
questões que interessam, quer para apresentar as respostas pertinentes. Estão aí
também duas razões pelas quais não podem estar ausentes do ensino médio.
270
10.12.2 Objetivos gerais
• Auxiliar ao educando na passagem do senso comum ao bom
senso, vencendo obstáculos para a sua realização;
• Mostrar que as ideias do texto filosófico têm uma abordagem
diferenciada sobre o mundo, em relação às demais formas de
saber;
• Levar o educando a lançar outro olhar sobre o mundo e sobre si
mesmo;
• Por meio de interrogações conceituais e ao buscar o fundamento
do saber e do agir, fazer a crítica da cultura e se pronunciar como
discurso contra-ideológico;
• Superar o saber fragmentado e estabelecer a interdisciplinaridade;
• Educar para a inteligibilidade e para a autonomia intelectual;
• Desenvolver a atitude crítica e o pensamento crítico;
• Ampliar a visão do mundo;
• Conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de
sentido;
• Desenvolver a reflexão filosófica.
10.12.3 Conteúdos estruturantes
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
271
MITO E FILOSOFIA
Saber mítico;
Saber filosófico;
Relação Mito e Filosofia;
Atualidade do mito;
O que é filosofia?
TEORIA DO
CONHECIMENTO
Possibilidade do conhecimento;
As formas de conhecimento;
O problema da verdade;
A questão do método;
Conhecimento e lógica.
ÉTICA
Ética e moral;
Pluralidade ética;
Ética e violência;
Razão, desejo e vontade;
Liberdade, autonomia do sujeito e a necessidade
das normas.
FILOSOFIA POLÍTICA
Relações entre comunidade e poder;
Liberdade e igualdade política;
Política e ideologia;
Esfera política e privada;
Cidadania formal e/ ou participativa;
272
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Concepção de ciência;
A questão do método científico;
Contribuições e limites da ciência;
Ciência e ideologia;
Ciência e ética.
ESTÉTICA
Natureza da arte;
Filosofia e arte;
Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico,
cômico, grotesco, gosto, etc.
Estética e sociedade
10.12.4 Metodologia
Em termos práticos, a conquista da inteligibilidade pelos alunos pode
advir da proposição, pelo professor, de exercícios operatórios, nas leituras de textos.
Nas redações, nas discussões; na aquisição de uma determinada informação, na
elaboração de um conceito, é preciso levar em conta a qualidade do conteúdo e a
situação de aprendizagem. Em filosofia, os trabalhos operatórios visam ao
desenvolvimento de habilidades em construir e avaliar proposições em determinar
os princípios subjacentes a elas – o que passa pelo sentido das palavras e pela
atenção à cadeia sintática, pelo menos. O pensamento crítico não provém, portanto,
da simples discussão, ou a confrontação de posições contrárias, ou da doação de
soluções pelo professor. A crítica pode ser avaliada pela capacidade dos alunos em
formular questões e objeções de maneira organizada, estruturada (rigorosa). A
prática, sempre interessante, de integrar os alunos – provocando-os para a dúvida,
a produção de interferências e a articulação de experiências e teoria – é útil,
principalmente naquelas situações em que os alunos não têm condições de aplicar
273
imediatamente uma regra pelo exercício de uma retórica já desenvolvida. Explorar
os trabalhos operatórios talvez seja o grande caminho para o professor de Filosofia.
Ensinar Filosofia enquanto disciplina escolar implica determinar uma
ordem de conhecimento e práticas a que se poderia denominar ordem da
transmissibilidade, inscrita na própria história da Filosofia. A busca dessa ordem
dedica-se a especificar aquilo que na ação pedagógica é dimensionado como
encenável, embora tendo em vista que não se desdenhe o encenável, este
indeterminado da educação. O foco de atenção de cada disciplina, como se sabe,
diz respeito ao que pode ser ensinado e aprendido (incluindo-se aí o como sr
aprende), enquanto processos pensados institucionalmente; isto é, a determinação
do que pode e deve ser apreendido tendo-se em vista as necessidades de formação
e saber inscritos culturalmente e solicitados socialmente. Aquilo que se enuncia pela
designação aula é um espaço em que se efetivam as condições de
transmissibilidade: um trabalho que articula materiais e linguagens, conceitos e
procedimentos, explicando o que, já intrinsecamente na disciplina, é disposição para
a transmissibilidade.
10.12.5 Critérios de avaliação
A avaliação apresenta a função diagnóstica, quebrando o dogma da
verificação, entrando no campo da prática, como discussão com o outro,
propiciando e preparando a experiência do pensamento filosófico, subsidiando e
redirencionando o curso da ação no processo ensino- aprendizagem.
Os envolvidos com este processo educativo deverão respeitar as
posições do outro, pois o que estará em jogo é a capacidade de argumentar e de
identificar os limites destas posições. É primordial avaliar a capacidade
argumentativa do estudante para criar conceitos.
274
10.12.6 Referências
ARANHA, M. L. A. Temas de filosofia. 3. ed. Ver. São Paulo: Moderna, 2005.
CHAUI. M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2004.
ORIENTAÇÕES CURRICULARES. Filosofia. Paraná: Secretaria do Estado da Educação, 2006.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Filosofia do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.
10.13 DISCIPLINA DE FÍSICA
10.13.1 Apresentação da disciplina:
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua
complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo
da natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível.
As explicações a respeito do Universo mudam, em cada época, de
acordo com o que se conhece sobre ele. Aristóteles, no século IV a.C., apresentou
argumentos bastante convincentes para mostrar a forma arredondada da Terra e
desenvolveu uma Física para tentar compreender a nova visão de mundo terrestre.
Aristóteles lança o argumento dos quatro elementos que formariam o Universo:
terra, água, fogo e ar. Era observado o comportamento natural dos corpos
terrestres, em um cosmos considerado ordenado, hierárquico e imutável: os
elementos terra e água, por serem pesados, buscavam uma aproximação com o
centro do Universo; enquanto os elementos fogo e ar, leves, tentavam afastar- se
dele. Esses movimentos contribuíam para a formação de uma matéria pesada no
centro do Universo.
275
O conhecimento medieval do Universo era associado a Deus, validado
pela Igreja Católica e transformado em dogmas. O Cosmo medieval era ordenado,
hierárquico e imutável. Por isso, as coisas tendiam a permanecer em seu lugar
natural. A Terra ocupava uma posição de destaque, visto que era o lugar onde vivia
o Homem, criação divina perfeita.
A cosmologia de Ptolomeu foi aceita pela Igreja porque respeitava este
Cosmo, isto é, colocava a Terra no centro do Universo. A filosofia medieval cristã
(escolástica) submetia a fé e “as verdades científicas” ao cristianismo, valorizava as
questões espirituais e, com isso, afastava os filósofos dos estudos dos fenômenos
naturais.
As observações e cálculos do polonês Nicolau Copérnico (1473-1543),
por exemplo, insistiam em revelar que era o Sol o centro de um sistema, a qual a
Terra era apenas um planeta. A partir disso, ele propôs o novo modelo de
explicação do universo (heliocentrismo), uma ideia já defendida muito antes por
Aristarco de Samos (310-210 a.C.), para quem o Universo tinha um fogo central.
Naquele contexto histórico, Galileu Galilei (1562-1643) inaugurou a Física
que conhecemos hoje. O Universo deixaria de ser finito e o céu deixou de ser
perfeito. O espaço passou a ser mensurável, descrito em linguagem matemática.
Caruso e Araújo (1998) ressaltam outro aspecto fundamental do método
científico de Galileu: o valor epistemológico atribuído à experimentação que, ao
contrário da contemplação e da argumentação racional, seria o caminho para a
verdade.
Ao instituírem o método científico, Bacon, Galileu, Descartes e,
provavelmente, outros anônimos, retiraram das autoridades eclesiásticas o controle
sobre o conhecimento e iniciaram um novo período que chamamos de moderno, o
que possibilitou a Isaac Newton realizar a primeira grande unificação da ciência, que
elevou a Física, no século XVII, ao status de Ciência.
Enquanto Copérnico, Kepler e outros antecessores e contemporâneos,
deram grande importância à composição da matéria, essência dos corpos
identificados nas formas geométricas, Newton preocupou- se com as leis do
movimento e com a forma como se dá a interação entre os corpos, o que foi
sintetizado na Teoria da Gravitação.
276
Essa ciência moderna indicava a ideia de que o Universo se comporta
com uma regularidade mecânica5, ou seja, era uniforme, mecânico e previsível.
Além disso, essa ciência alicerçava- se em dois pilares principais:
• a Matemática como linguagem para expressar leis, ideias e elaborar
modelos para descrever os fenômenos físicos;
• a experimentação como forma de questionar a natureza, de
comprovar ou confirmar ideias e de testar novos modelos.
A síntese elaborada por Newton explicava de forma satisfatória
fenômenos celestes e terrestres, por isso seu trabalho foi considerado, pelos
filósofos europeus iluministas do século XVIII, especialmente na França, o caminho
correto para o conhecimento do Universo.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o contexto social e
econômico favorecia o avanço do conhecimento físico, pois a incorporação das
máquinas a vapor à indústria trouxe mudanças no modo de produzir bens e
contribuiu para grandes transformações sociais e tecnológicas e também para o
desenvolvimento da termodinâmica.
O calor passou a ser entendido como uma forma de energia
relacionada ao movimento, o que possibilitou o estabelecimento das leis da
termodinâmica, outra grande unificação na Física
Nesse contexto houve mais uma unificação na Física, cuja
sistematização coube ao escocês James Clerk Maxwell, por volta de 1861. Ao lado
da teoria da gravitação universal, desenvolvida por Newton, a teoria do eletro
magnetismo, sistematizada por Maxwell, completou uma visão geral de todos os
campos de força até então conhecidos, ao mesmo tempo em que lançou as bases
tanto para a produção e uso da energia elétrica quanto para as modernas
telecomunicações. (MENEZES, 2005, p. 21)
Até meados do século XIX, todos os problemas, aparentemente,
poderiam ser resolvidos pela Física Newtoniana, pelas leis da termodinâmica e
pelas equações de Maxwell. Entretanto, faltava algo, uma base experimental para
comprovar a existência do éter, meio hipotético que possuiria propriedades
especiais e supunha- se que fosse através dele que as ondas eletromagnéticas se
propagavam. Esse meio, o éter, que tinha sido considerado por René Descartes no
277
século XVII, foi retomado no século XIX, pois a intenção era manter a imagem de
um Universo mecânico criado pelo homem no século XVII.
Uma nova revolução no campo de pesquisa da Física marcou o início
do século XX. Em 1905, Einstein apresentou a teoria da relatividade especial ao
perceber que as equações de Maxwell não obedeciam às regras de mudança de
referencial da teoria newtoniana. Ao decidir pela preservação da teoria, Einstein
alterou os fundamentos da mecânica e apresentou uma nova visão do espaço e do
tempo, sem o éter.
10.13.2 Objetivos gerais da disciplina
O estudo da Física tem como objetivo fazer com que os alunos
compreendam que ela está presente em nosso dia a dia, quando andamos em um
carro (cinemática), o por que do céu ser azul (óptica), como e porque se formam
raios em uma tempestade (electromagnetismo), essa relação faz com que os alunos
se interessem em saber como esses fenômenos são explicados, e que eles não são
por acaso ou tão pouco sem explicação Física coerente.
A Física, como ciência que estuda os fenômenos que ocorrem no
universo, tem como papel primordial no momento atual em que a tecnologia
desponta, a preparação do educando para o exercício da cidadania.
Sendo assim, é importante levar em consideração as características
próprias da clientela atendida e partindo delas desenvolver um ensino que possa
corresponder com as expectativas levantadas através de um estudo qualitativo da
situação sócio- econômica da comunidade local. Devendo, portanto, oportunizar aos
alunos a possibilidade de compreender o Universo sob a perspectiva da Física; ter
condições de elaborar sínteses sob o tema trabalhado; ter motivação e interesse em
investigar os fenômenos físicos e desenvolver o raciocínio lógico; perceber as
aplicações práticas da Física no mundo.
10.13.3 Conteúdos estruturantes
278
1ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Movimento
Movimentum e inércia
Conservação de
quantidade de
movimento
(movimentum)
Variação da
quantidade de
movimento= impulso
2ª Lei de Newton
3ª Lei de Newton e
condições de
equilíbrio
Energia e o princípio
da Conservação da
energia
Gravitação
Sistema Internacional de Unidades
Conceito de movimento
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)
Movimento retilíneo uniformemente
variado (MRUV)
Equação de Torricelli
Movimento em queda livre
Leis de Newton
Massa e Peso
Estática do ponto material
Plano Inclinado, componentes do peso
de um corpo
Forças de Atrito
Movimento Circular Uniforme
Conceito sobre trabalho de uma força
Potência e Rendimento
Trabalho e energia
Energia cinética e energia potencial
Energia mecânica: Conservação da
energia mecânica de um sistema
Quantidade de movimento
Conservação da quantidade de
movimento e impulso
Gravitação – Leis de Kepler
Lei da Gravitação Universal
279
2ºANO
Conteúdo
Estruturante
Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos
Termodinâmica
Leis da
Termodinâmica:
Lei zero da
Termodinâmica;
1ª Lei da
Termodinâmica;
� 2ª Lei da
Termodinâmica;
Equilíbrio Térmico e Temperatura
Medidas de Temperatura
Dilatação Térmica
Calor
Primeira Lei da Termodinâmica
Fontes de Luz
Reflexão da luz
Espelhos (planos e esféricos)
Leis da refração
Lentes esféricas
Construção gráfica de imagens
Instrumentos ópticos
Defeitos de visão
Interferência e difração
Movimento ondulatório
Ondas mecânicas e eletromagnéticas
Formas de Propagação de uma onda
Ondas periódicas
Ondas estacionárias
Período e frequência de uma onda
Equação fundamental das ondas
Características do som
280
3ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Eletromagnetismo
Carga, corrente
elétrica, campo e
ondas
eletromagnéticas
Força
eletromagnética
Equações de
Maxwell: Lei de
Gauss para
eletrostática/ Lei de
Coulomb, Lei de
Ampère, Lei de
Gauss magnética,
Lei de Faraday
A natureza da luz e
suas propriedades
Carga Elétrica e processos de eletrização
Lei de Coulomb
Conceito de Campo elétrico
Potencial Elétrico
Corrente elétrica
Diferença de Potencial e corrente elétrica
Resistência Elétrica e lei de Ohm
Associação de resistores
Potencia Elétrica
Geradores e força eletromotriz
Equação dos geradores
Circuitos elétricos
Características dos ímãs
Magnetismo da Terra
Campo Magnético e vetor campo
magnético
Campo magnético de um fio retilíneo e
longo
Força Magnética sobre uma partícula
Força Magnética entre condutores
Indução eletromagnética
Lei de Faraday
Lei de Lenz
Transformadores
Introdução à teoria da relatividade restrita
281
10.13.4 Metodologia
Os conteúdos serão desenvolvidos ao longo do curso tomando- se como
principio metodológico a apresentação dos princípios básicos gerais e
desenvolvendo conceitos mais complexos à medida que curso avança. As
atividades incluem resolução de problemas com diferentes níveis de dificuldades e
que tratam de diversos aspectos do conteúdo em questão, os alunos serão
orientados em trabalhos individuais e em equipes buscando soluções para os
problemas apresentados. Dentre os recursos disponíveis para o desenvolvimento
das aulas destacamos o uso do quadro negro e da TV multimídia para aulas
expositivas com uma maior riqueza de ilustrações e de objetos do cotidiano do
aluno. Através de vídeos e fotos buscamos apresentar aos alunos com maior
clareza e objetividade os assuntos pertinentes. O laboratório de informática e a
biblioteca também se constituem espaços privilegiados para os estudos e pesquisa,
para o planejamento prevê a utilização desses espaços. Na utilização da biblioteca
destacamos a pesquisa bibliográfica e a consulta de fontes exclusivas, como as
grandes vantagens desse espaço, já o laboratório de informática pode ser utilizado
como fonte de pesquisa e de uso da tecnologia para a simulação e reprodução de
fenômenos físicos.
10.13.5 Avaliação:
O processo de avaliação deverá seguir a mesma linha de trabalho
desenvolvido, diagnosticando e ao mesmo tempo atuando como estratégia para a
revisão, permitindo ao aluno expressar seus conhecimentos e perceber suas
dificuldades.
A medida que os conteúdos forem desenvolvidos, o professor poderá
adaptar os procedimentos avaliativos,valorizando todas as atividades realizadas
pelos alunos, dentre elas: trabalhos individuais e em grupo, provas, pesquisas e
apresentações.
282
As avaliações realizadas em forma de instrumentos, são essenciais para
obter o controle do desempenho, indispensável à progressão do aluno,
complementando assim o ciclo avaliativo.
10.13.6 Referência
CARUSO, F.; ARAÚJO, R. M. X. de. A Física e a Geometrização do mundo: Construindo uma cosmovisão científica. Rio de Janeiro: CBPF, 1998. CARRON, Wilson. As Faces da Física: volume único, 3º ed. Moderna, São Paulo. 2006 FERRARO, Nicolau Gilberto. Física básica: volume único – 2º ed. Atual, São Paulo, 2004 GASPAR, Alberto. Física – Volume único. Ática, São Paulo. 2005 MENEZES, L. C. A matéria – Uma Aventura do Espírito: Fundamentos e Fronteiras do Conhecimento Físico. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2005.
10.14 DISCIPLINA DE QUÍMICA
10.14.1 Apresentação geral da disciplina
A química é o estudo dos materiais, suas transformações naturais ou
influenciadas pela interferência humana e deve ser demonstrada aos nossos alunos
de forma que amplie a visão sobre a origem, evolução, importância e campo atual
de estudo da mesma, com abordagem e discussão de questões fundamentais: o
grande elo entre ensino-aprendizagem.
Estudando a química, o aluno deve ter uma visão clara sobre a
importância da interdisciplinaridade, que garantirá a ele uma formação ampla do
universo que o rodeia e não somente científico.
283
Historicamente o homem desde a sua trajetória primitiva, vem
acumulando conhecimentos necessários para sua sobrevivência, o que
proporcionou a trajetória atual em que a química vai percorrendo e avançando cada
vez mais acompanhando o desenvolvimento da humanidade. Segundo Chassot
(2004, p. 119),
A busca de novos materiais para o fabrico de vestuário e para construção
de habitações se assemelha ao que faziam os alquimistas, que com a evaporação
dos líquidos ou com a re calcinação de sólidos procuravam melhorar a qualidade
das substâncias. As retortas, os cresóis, os alambiques de então estão nos
modernos laboratórios de hoje, sob a forma de sofisticada aparelhagem de vidros
especiais.
A história da química acompanha muitos fatos políticos sociais , culturais
e, principalmente as transformações ambientais decorrentes da extração e
modificação provocadas pelo próprio desenvolvimento da humanidade. O aluno
deve perceber que a maioria das descobertas até hoje, só foi possível graças os
acidentes ocasionais e não por somente uma preocupação científica. No século XV ,
a burguesia , já preocupada com a cura de doenças começava a comandar o
processo produtivo e no século XVI vemos o nascimento da Iatroquímica, uma
leitura cosmológica da ciência relacionada com a religião.
No século XVII, o mágico deu lugar ao científico com a investigação sobre
a composição da matéria. Iniciando com Lavoisier que elaborou o Tratado
Elementar da Química, com uma linguagem universal para a química estabelecendo
alguns fundamentos.
Jhon Dalton apresentou suas teorias sobre a constituição da matéria no
século XIX e Wöhlersintetizou a ureia, uma substância orgânica , a partir de um
composto inorgânico, superando a Teoria da Força vital. Os interesses da indústria
no século XIX impulsionaram novas pesquisas e descobertas sobre o conhecimento
químico e descobertas sobre eletricidade esclareceram a estrutura da matéria..
Surgem então os laboratórios de pesquisa, no século XX, a Química e
outras ciências naturais tiveram um grande desenvolvimento nos Estados Unidos e
Inglaterra. Depois da segunda guerra mundial e no final do século XX , passamos a
conviver com a crescente miniaturização dos sistemas de computação com o
284
aumento da sua eficiência e a ampliação do seu uso que vem modificando algumas
maneiras de viver.
O conhecimento químico está inserido na vida humana, interligado com
os demais campos do conhecimento daí a importância da presença da química na
escola formal e, especialmente, no ensino médio que completa a educação básica.
O objeto de estudo da disciplina de Química é a formação de conceitos
científicos. O processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos
científicos” (MALDANER, 2003, p.144) se dá a partir de uma ação pedagógica em
que a partir de conhecimentos anteriores dos alunos seja permitido aos mesmos o
entendimento e a interação com a dinâmica dos fenômenos naturais que acontecem
com os materiais e substâncias por meio de conceitos químicos.
Assim,o curso da vida moderna mantém uma relação com as recentes
conquistas da química e é impulsionada pelos interesses econômicos, sociais,
culturais e até mesmos religioso. As novas substâncias descobertas e sintetizadas
nos laboratórios permitem o surgimento de novos produtos fabricados pelas
indústrias.
Iniciamos o século XXI com a atenção voltada para as rápidas
transformações ambientais resultantes de um consumismo exagerado e da falta de
conhecimento e controle da produção de substâncias químicas, os quais, tem
gerado inúmeros problemas de ordem social e econômica.
Passamos a conviver com catástrofes na natureza e sendo desafiados
diariamente a entender todos esses fenômenos de impacto mundial.
O impacto sobre o meio ambiente é decorrente ... à ânsia consumista que
o capitalismo conseguiu disseminar na consciência da humanidade e que se
identifica na busca ... acelerada, sendo a própria razão ontológica do processo
civilizatório. (MALDANER apud BUARQUE, 1990, p. 120)
Percebemos a urgência e eminência da humanização do ensino da
química em detrimento de uma sociedade que respeite o ser humano, preserve os
recursos naturais, tão importantes para sua sobrevivência, e que aprenda a
administrá-los dentro de um desenvolvimento sustentável.
Resumindo: milhares de produtos, alimentos, componentes
eletrônicos,drogas farmacêuticas, fertilizantes, embalagens entre outros, são
resultados dos avanços dos conhecimentos químicos e devem ser trabalhados com
285
os alunos, pois aproximar o aluno e a ciência do dia-a-dia, tirando o conceito que os
alunos tem de que a química é utilizada somente no Ensino Médio, mas sim no
cotidiano, no presente e no futuro da humanidade. Segundo BERNARDELLI (2004,
p. 2)
[...]devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o ensino e
aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro momento, a vivencia dos
alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural e a mídia, buscando com isso
reconstruir os conhecimentos químicos para que o aluno possa refazer a leitura de
seu mundo.
Em relação à leitura de mundo, o aluno deverá posicionar- se
criticamente nos debates conceituais, articulando o conhecimento químico às
questões sociais, econômicas e políticas, ou seja, a construção coletiva do
conhecimento a partir do ensino, da aprendizagem. É preciso ter clareza também de
que o ensino da química como de outra ciência deve ser sob o prisma da atividade
humana, portanto sem verdades absolutas.
O entendimento das implicações sociais, ambientais, políticas e
econômicas do conhecimento químico envolve também aspectos afetivos em
relação a aprendizagem.
A consciência de que o conhecimento científico é assim dinâmico,
mutável, ajudará o educando e a professora ter uma necessária visão crítica da
ciência. O conhecimento deve ser construído pelo aluno, não somente transmitido,
pois aquilo que ele traz como experiência influencia na sua aprendizagem.
Transformar a prática de sala de aula numa prática dialógica; significa dar voz aos
alunos não apenas para que reproduzam as respostas do professor, mas para que
expressem sua própria visão de mundo. Conhecer química significa compreender as
transformações químicas que ocorrem no mundo físico e assim poder julgar mais
fundamentadamente, as transformações advindas da mídia e da escola.
No ensino da química incentivar atividades extraclasse, desenvolvimento
de projetos interdisciplinares e iniciação à pesquisa. Os conhecimentos químicos
podem ser encaminhados ao longo da história, mostrando um saber construído pelo
homem, pois a química deixará de ser um problema como as demais ciências,
solução para o sucesso construindo uma sociedade tecnológica inovadora.
286
A ciência é uma atividade profundamente humana, portanto construída e
reconstruída constantemente. Como atividade humana, sofre interações com outros
campos de atividades humanas (religiosos, psicológicos, sociológicos, econômicos e
políticos). Nessa ação coletiva, o professor deve atuar como mediador.
A escolha dos Conteúdos Estruturantes recaiu sobre esses três enfoques,
os quais como a Química se estruturou enquanto ciência e como disciplina escolar,
tendo a preocupação de articulá-los com a especificidade regional.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
É o Conteúdo Estruturante que identifica a disciplina de Química, por se
tratar da essência da matéria, é ele que abre o caminho para um melhor
entendimento dos Conteúdos Estruturantes na disciplina de Química. Para poder
evidenciar nosso estudo usaremos exemplos de Conteúdos específicos de Matéria e
sua natureza: Estrutura da matéria, Substância, Misturas, Métodos de Separação,
Fenômenos Físicos e Químicos, Estrutura Atômica, Distribuição Eletrônica, Tabela
Periódica, Ligações Químicas, Funções Químicas, Radioatividade, o que acaba
envolvendo reações de pilhas ( oxidação e redução). Em Matéria e sua Natureza
também será abordado o detalhamento da química orgânica: hidrocarbonetos e
suas funções energéticas dentro do sistema “planeta Terra”.
A abordagem da história da Química é necessária para a compreensão
de teorias e, em especial, dos modelos atômicos. A concepção de átomo é
imprescindível para que se possam entender os aspectos macroscópicos dos
materiais com que o ser humano está em contato diário e perceber o que ocorre no
interior dessas substâncias, ou seja, o comportamento microscópico.
Desde o conceito de átomo indivisível (Leucipo e Demócrito) até o
conceito atual do átomo (partícula- onda), foram desenvolvidos modelos de átomos
para explicação do comportamento da matéria. Por isso é preciso relacionar os
acontecimentos históricos para perceber que os modelos atômicos foram sendo
substituídos a partir de importantes descobertas, tais como a eletricidade e a
radiatividade.
Neste momento a abordagem de conteúdos específicos como:
distribuição eletrônica e ligações químicas, diagrama de Linnus Pauling. Porém,
287
deve ser abordado como um mecanismo para o entendimento da tabela periódica,
para que promova um aprendizado significativo, pois a utilização isolada do
diagrama permite apenas uma memorização temporária.
Ao trabalhar os conteúdos ácido- base, utiliza- se usualmente apenas a
teoria de Arrenhius, para explicitar o conceito. Existem, porém, outras duas
importantes teorias, a Brönsted - Lowry e a Lewis. A teoria de Brönsted tem uma
maior abrangência, é mais complexa do que a teoria de Arrenhius. Ao compreender
aluno terá condições suficientes de analisar algo mais simples. Isto não significa que
se deve abandonar a teoria de Arrhenius, mas ampliar as possibilidades de ensino
aprendizagem no desenvolvimento do conteúdo ácido- base.
Na maioria das vezes, as propriedades coligativas estudadas nas
soluções são deixadas de lado, no entanto são elas que dão significado ao
comportamento das moléculas nos três estados físicos da matéria e ao ponto tríplice
nos diagramas de fases. O que não se deve privilegiar, na abordagem do conteúdo
soluções, isto é, propriedades coligativas, são os problemas, baseados unicamente
na aplicação de fórmulas (que são simplesmente exercícios matemáticos). É preciso
que o trabalho pedagógico possibilite ao aluno a construção de conceitos científicos.
BIOGEOQUÍMICA
Este Conteúdo Estruturante é caracterizado pelas interações existentes
entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera e historicamente constituem- se a partir de
uma sobreposição de biologia, geologia e química.
O conteúdo Estruturante Biogeoquímica pode ser desdobrado nos
seguintes conteúdos específicos: Soluções, Termoquímica, Cinética Química,
Equilíbrio Químico, reações químicas, cálculos químicos (massa molar, volume
molar, fórmulas químicas, equivalente-grama de substâncias químicas),
estequiometria.
Ao tornar- se sedentário e dedicar- se à agricultura, o homem, descobriu,
pouco a pouco, que a terra é rica em alguns elementos químicos como enxofre,
cloro, sódio, entre outros. Descobriu também que uma plantação absorve
determinados nutrientes do solo, exaurindo- o desse elemento, podendo torná -lo
infértil. Assim, a partir da descoberta da íntima relação entre o crescimento das
288
plantas e a utilização do esterco, por exemplo, percebeu- se a importância da
reutilização do solo com uso de fertilizantes que mais tarde seriam produzidos em
laboratório.
Os estudos de maior impacto no combate às pragas por meio da
utilização de pesticidas e herbicidas levaram à descoberta do DDT, BHC,
Organoclorados e Organofosforados. O DDT descoberto em 1939 trouxe inúmeros
benefícios no controle de insetos, especificamente na agricultura e no bem estar
humano. Naquela época, o DDT era o inseticida de muita abrangência e muito
eficiente, fácil de produzir, pouco tóxico para mamíferos e de uso adequado para o
campo.
O amplo espectro de sua ação se estendia a muitos insetos que tinham
uma função importante no equilíbrio ecológico. Os insetos indesejáveis
desenvolveram mecanismos de resistência ao inseticida, fazendo com que os
agricultores pulverizassem suas plantações com quantidades excessivas,
ocasionando carreação para os rios com ajuda da água de chuva. Além disso,
estudos revelaram que o seu uso resultava na bioacumulação desse produto
químico em sistemas biológicos, afetando a vida silvestre, os peixes e as aves. O
homem, devido a sua dieta variada e sua posição na cadeia alimentar apresenta
maior probabilidade de bioacumulação.
No Brasil, a chegada dos adubos, fertilizantes, insumos agrícolas,
máquinas, resultado da política econômica do período por imposição do mercado
internacional desses produtos.
As abordagens dos ciclos globais: do carbono, enxofre, oxigênio e
nitrogênio suas interações na hidrosfera, atmosfera e litosfera são imprescindível
para a exploração de todas as funções químicas, para permitir a descaracterização
da dicotomia entre Química Orgânica e Inorgânica.
QUÍMICA SINTÉTICA
Este Conteúdo Estruturante foi consolidado a partir da apropriação da
Química na síntese de novos produtos e novos materiais e que permite o estudo
que envolve produtos farmacêuticos, as indústrias alimentícias (conservantes,
acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), fertilizantes, agrotóxicas.
289
Outros conhecimentos químicos que são utilizados no preparo de
medicamentos eficazes, como o ácido acetil salicílico (primeiro fármaco sintetizado),
os antibióticos, os anti-histamínicos, os anestésicos como compostos citados e
referendados como pertencentes à Química Orgânica.
Cabe, neste momento, lembrar que são muito utilizados atualmente, na
Medicina, medicamentos em cujas fórmulas, encontram- se metais, elementos da
Química Inorgânica. Metais como ferro, cobre, bismuto, zinco, magnésio, lítio, entre
outros, são considerados primordiais para a manutenção equilibrada das funções do
corpo humano. Entrando estudo dos elementos químicos e suas propriedades. Por
exemplo: doenças parasitárias como leishmaniose e esquistossomose, ainda tão
comuns em nosso país, podem ser tratadas com eficácia com medicamentos à base
de antimônio. Infelizmente o acesso a esses e outros medicamentos não é
alcançado por todas as classes sociais. Os conteúdos envolvendo o conceito de
ácido e base, bem como suas funções, sendo colocados de forma cotidiana.
A apresentação de conteúdos a esse respeito, nos livros didáticos
tradicionais em geral, privilegia o estudo de nomenclatura e classificação,
principalmente dos compostos pertencentes à “Química Orgânica”, não se detendo
na composição de aminoácidos, proteínas lipídios, glicídios e a sua presença em
todos os setores da vida das pessoas, e até mesmo relacionados às funções de
produtos usados no dia-a-dia como xampus e sabonetes etc.
Na mesma linha, ao se tratar dos conteúdos polímeros, pode- se abordar
as proteínas na estrutura capilar e como agem os diferentes produtos químicos
utilizados para a limpeza e alteração de textura e cor dos cabelos. Com relação ao
estudo do átomo de carbono, deve- se buscar a curiosidade do aluno para os
diferentes materiais orgânicos formados por esse elemento e a importância na vida
das pessoas.
Assim, a Química Sintética tem papel importante a cumprir, pois com a
síntese de novos materiais e o aperfeiçoamento dos que já foram sintetizados,
alarga horizontes em todas as atividades humanas. Além disso, o sucesso
econômico de um país não se restringe apenas à fabricação de produtos novos,
mas sim à capacidade de aperfeiçoar, desenvolver materiais e transformá- los.
290
10.14.2 Objetivos
A disciplina de Química tem por finalidade:
• Oportunizar ao aluno o desenvolvimento do conhecimento científico, levando-
os a apropriação dos conceitos da Química e sensibilizá- lo para um
comprometimento com a vida no planeta.
• Possibilitar o entendimento do mundo e a sua interação com ele.
• criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense mais
criticamente sobre o mundo.
• Abordar, refletir e discutir aspectos sócio- científicos, ou seja, questões
ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à
ciência e tecnologia.
• Compreender o processo histórico do desenvolvimento da química;
• Correlacionar estudos da disciplina com o avanço sócio- tecnológico do país
e do mundo;
• Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual;
• Apresentar a importância da disciplina para o futuro de nossos alunos;
• Capacitá-los a argumentação e interesse de pesquisas bibliográficas;
• Aplicar uma metodologia de ensino de química associada à reconstrução
social, econômica, política, cultural, ambiental e humanista;
• Relacionar os conteúdos químicos com base na realidade do cotidiano;
• Interpretar epistemologicamente as teorias químicas e suas relações com o
cotidiano;
• Conduzir o ensino da química a nível prático com segurança e criatividade;
• Propiciar discussões evidenciando as relações entre os conceitos químicos e
o cotidiano;
• Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros
(classificação, seriação e correspondência em Química);
• Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva
do ser humano com o ambiente;
• Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no
desenvolvimento da Química e da tecnologia.
291
10.14.3 Conteúdos estruturantes
1ª SÉRIE
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Soluções, substâncias e misturas.
Modelos atômicos
Estudos dos metais
Tabela periódica
Radioatividade
Ligações químicas
Estudos metais
Ligações intermoleculares
Funções inorgânicas
2º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
292
BIOGEOQUÍMICA
Reações químicas
Cálculos químicos
Estequiometria
Soluções
Velocidade das reações
Equilíbrio químico
Eletroquímica
Radioatividade
Gases
3ª ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
293
Química Sintética
Funções da química orgânica
Estudo do átomo de carbono
Funções da químicas, nomenclatura e
propriedades
Hidrocarbonetos
Haletos
Oxigenados
Sulfurados
nitrogenados e mistos
Isomeria (plana,geométrica e óptica).
Reconhecimento de grupos funcionais
Reações orgânicas
10.14.4 Metodologia
Utilizar maneiras diferenciadas para atrair a atenção e aguçar a
curiosidade do aluno com aulas expositivas, dialogadas, dinâmicas, discussão em
grupo, atividades laboratoriais, atividades desenvolvidas no ambiente escolar,
utilizando os recursos tecnológicos como vídeos, slides imagens da TV Multimídia,
acompanhando o desenvolvimento e a trans formação da sociedade e meio
ambiente através das informações atualizadas em notícias, reportagens, leis que
regem a humanidade.
294
Segundo CHASSOT, (1995, p. 68)
“A ciência já não é mais considerada objetiva, nem neutra, mas preparada e orientada por teorias e/ou modelos que, por serem construções humanas com propósitos explicativos e previstos, são provisórios”
Desta maneira proporcionamos um ambiente menos formal e mais
interessante. Adotamos a avaliação contínua, diagnóstica e formativa para averiguar
o acompanhamento do aluno em relação à aprendizagem. Estas avaliações são
mediadas por atividades em classe e extra- classe, aplicações de teste oral e
descritivo no decorrer do desenvolvimento do conteúdo e correção de exercícios
considerando as ligações com atividades cotidianas.
Propõe- se que os conteúdos de Química sejam tratados em dois
momentos. No primeiro momento, utilizando- se da vivência dos alunos e dos fatos
do dia-a-dia. No segundo momento, em busca de explicações para os fatos
estudados, passa- se a interpretá- los segundo as necessidades e capacidades de
entendimentos dos alunos.
É preciso romper com a transmissão de conteúdos, realizada ano após
ano com base na disposição sequencial do livro didático tradicional, e que
apresenta, entre outros aspectos, uma divisão entre Química Orgânica e Inorgânica
que afirma a fragmentação e a linearidade dos conteúdos químicos. É preciso
desvencilhar- se de conceitos imprecisos, desvinculados do seu contexto.
Os estudantes de nível médio devem ser capacitados a fazer uma leitura
crítica dos acontecimentos ligados à ciência. Combatendo- se o mito de que a
ciência é feita por gênios abnegados, que buscam os conhecimentos desligados das
preocupações materiais. É preciso saber perceber e julgar os interesses
econômicos e políticos envolvidos e o impacto da ciência na sociedade.
A teoria deve sempre combinar com a prática (laboratório).
O aluno do ensino médio deve ter e desenvolver o conhecimento,
seleção, compreensão, tradução, descrição de códigos, textos, análises, problemas,
linguagens, símbolos, variáveis, fatos, fenômenos, conceitos próprios da Química
moderna e atual, sempre com uma visão crítica e analítica dos fatos envolvidos.
295
O aluno deve resolver situações com raciocínio lógico, apropriando- se
das fórmulas matemáticas com valor significativo.
O aprender é muito mais do que o uso de métodos estabelecidos para
comprovação de ideias científicas, fazendo com que o educando leia o mundo em
que vive, com seus próprios olhos e com os olhos da ciência.
10.14.5 Avaliação
Num primeiro momento da aprendizagem de Química prevalece a
construção dos conceitos a partir dos fatos. Num segundo momento, prevalece o
conhecimento de informações ligadas à sobrevivência do ser humano. Como nesses
dois momentos visam- se uma aprendizagem ativa e significativa, as avaliações dos
temas dever ser feitas através de atividades elaboradas para provocar a
especulação, a construção e a reconstrução de ideias. Os dados serão obtidos
através de avaliações, trabalhos, participação, exercícios em classe e extra- classe,
atividades laboratoriais.
Essas habilidades no ensino da química, deverão capacitar os alunos a
tomar suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para
o desenvolvimento do aluno como pessoa humana e como cidadão.
A avaliação no Ensino de Química será de forma processual e formativa,
contínua permitindo fazer o diagnóstico do conhecimento elaborado pelo aluno.
Esse processo ocorre por meio de interações recíprocas, no dia a dia, no transcorrer
da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto sujeita as alterações no
seu desenvolvimento.
A avaliação subsidiará e redimensionará o curso da ação do professor no
processo ensino-aprendizagem, pois ela não possui uma finalidade em si mesma,
tem como objetivo garantir a qualidade do processo educacional desenvolvido no
coletivo da escola.
O professor usará instrumentos de avaliação que contemplem várias
formas de expressão dos alunos, como: trabalhos diversificados, testes, aulas
práticas de laboratório dentro das possibilidades de cada conteúdo. visita de
campo(indústrias, plantações e outras visitas correlatas), leitura e interpretação de
296
textos, produção de textos, leitura e interpretação da tabela periódica, pesquisas
bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório, apresentação de seminários, de
exercícios escritos, atividades esportivas, entre outros. Esses instrumentos devem
ser selecionados de acordo com cada conteúdo e objetivo de ensino.
Poderá também ser realizada por meio da observação do interesse e
participação nas atividades propostas.
Os valores e atitudes que devem ser promovidos no ensino da química,
não se desvinculam dos conteúdos a serem desenvolvidos, ao contrário são parte
integrante desses conteúdos é devem ser concretizados a partir dos diferentes
temas propostos para o estudo da química, em níveis de aprofundamento com
assunto tratado.
A recuperação de conteúdos e notas, será feita após as avaliações onde
os alunos não conseguiram a média bimestral.
Essas ações no ensino da química, deverão capacitar os alunos a tomar
suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para o
desenvolvimento do educando como pessoa humana e como cidadão.
10.14.6 Referências
RUSSELL, B. John. Química geral 2ª edição volume 1. Pearson Makron Books, São Paulo,1994. USBERCO & SALVADOR. Química Essencial 1ªedição. Saraiva, São Paulo, 2001. BARROS Carlos , PAULINO Wilson Roberto. Ciências, Física e Química – Química. Ática, São Paulo, 2002. SARDELLA. Química Edição reformulada. Ática, São Paulo, 2005 SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Química do Ensino Média. Curitiba: SEED, 2006.
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes dos encontros de formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba: SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.
297
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED/DEPG, 1992.
10.15 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
10.15.1 Apresentação geral da disciplina sociologia
Desde tempos antigos já havia a necessidade ou a curiosidade de
entender o homem e suas relações.
Os gregos antigos foram os primeiros a se perguntarem a respeito do que
os rodeavam e sua interação com o mundo e os demais. Foram os criadores do
pensamento “crítico filosófico”, tendo como importantes pensadores Platão e
Aristóteles, diziam eles que o “ homem é um ser social”.
Muito tempo depois,na Idade Média, com o predomínio da fé e da
religiosidade para explicar e justificar tudo o que acontecia ou como deveria se
comportar o homem, houve o extremismo por parte da Igreja Católica. Qualquer
pensar ou agir diferente das normas vigentes era considerado pecado e sujeito a
severas punições, o que impossibilitava ao homem se indagar de sua realidade e
conseqüências na sua vida.
Um pouco antes do século XV começou a surgir uma renovação cultural
chamada Renascimento. Resgatavam o pensamento”crítico filosófico” grego,
rejeitando os moldes vigentes, repudiando o radicalismo religioso, influenciando a
arte, a ciência, a literatura e a filosofia.
Um dos primeiros foi Nicolau Maquiavel, com o livro “O Príncipe”, onde
indaga sobre a capacidade de manipulação de um governante para conquistar e se
manter no poder.
Aí aparecem as ideias ou pensamentos de que o homem não só vive e
deixa viver mas que ele pode e deve participar da sociedade. Surge o
antropocentrismo, o homem passando a ser o centro dos acontecimentos, o agente
modificador da sociedade.
298
Continuando esse pensamento crítico, nos meados do século XVIII,
aparece o Iluminismo na Europa, inicialmente na França e Inglaterra.
Com o enfoque para a ciência e o racionalismo, combatiam as do
Absolutismo, onde o rei era supremo representante divino na terra. Não mais se
justificava a vida e a sociedade de outra forma que a racional.
Teve muitos expoentes, mais os principais foram: Voltaire que defendia a
razão e combatia o fanatismo religioso; Jean-Jacques Rosseau. Defensor da
democracia e estudioso das causas das desigualdades sociais; e Montesquieu, que
criticava o absolutismo e defendia a separação dos poderes.
Vale salientar que com as ideias do Iluminismo,os estudiosos começaram
a pensar no homem e suas relações, nada havia de se falar em uma ciência da
sociedade.
Dois grandes fatos históricos aconteceram conjuntamente com o
Iluminismo para alavancar o nascimento da Sociologia como ciência: a Revolução
Francesa e a Revolução Industrial. Estas revoluções marcaram a passagem da
sociedade pré-capitalista para a sociedade moderna, fatos que provocaram intensas
e profundas mudanças na ordem geral.
A sociologia surgiu para compreender esses fenômenos sociais que
alteraram definitivamente o comportamento da sociedade.
REVOLUÇÃO FRANCESA
A França Passou por um processo longo e lento que culminou na “
Tomada da Bastilha”, um dos símbolos da Revolução francesa. Em 1789, uma
revolta política pôs fim ao sistema monárquico francês, o Antigo Regime. Na última
fase do antigo regime, a autoridade máxima e o poder absoluto estavam nas mãos
do rei Luís XVI. A nobreza e o clero, consideradas classes privilegiadas, já as
massas populares e os pequenos proprietários sofriam com a miséria e a carestia;
a classe média em desenvolvimento, não aguentava os altos impostos taxados pela
monarquia.
A irresponsabilidade e total desconsideração da classe dominante pelos
menos favorecidos culminaram com o fim violento da monarquia, sob a bandeira
popular da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
299
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial conseguiu prosperar e se fortalecer devido a
vários fatores, principalmente à estabilidade política conjuntamente com a próspera
economia.
Desde as “Cruzadas”, realizadas pela Igreja Católica e da época das
grandes navegações, criou- se um importante canal de circulação de riquezas entre
o ocidente e o oriente, surgindo importantes núcleos urbanos chamados burgos.
Mais tarde vieram a ser as novas cidades.
As corporações de ofício se fortaleciam e a ideia de lucro se enraizava.
Transformadas mais tarde em manufaturas, os comerciantes viram que teriam mais
lucro se reunissem os artesãos e separassem as tarefas. Com o advento das
máquinas, surgiram as primeiras fábricas.
CRISES SOCIAIS
Se, de um lado, temos a França totalmente agitada pela revolução que
originou a primeira democracia moderna, de outro, temos a Inglaterra em acelerado
crescimento industria.
Famílias inteiras rumavam para os centros urbanos, expulsos de suas
terras, a procura de trabalho nas fábricas, uma vez que, com o surgimento das
indústrias, a profissão de artesão deixou de ser valorizada. Esses ex-artesões e
suas famílias habitavam em condições precárias nas cidades. Nas fábricas eram
sujeitos a todo tipo de exploração, sem garantia de emprego, com salários
miseráveis, onde mulheres e crianças eram submetidos a longas e desgastantes
jornadas de trabalho.
O estilo de vida das pessoas estava se transformando, levantamentos
realizados na época mostram que em centros urbanos, a delinquência, a
prostituição, a pobreza e os homicídios alcançaram números elevadíssimos.
Surgem duas classes distintas: a dos banqueiros e empresários,
chamada de classe burguesa e o proletariado, a classe assalariada.
Todo o quadro europeu passava por profundas mudanças, com a
consolidação do sistema capitalista, a valorização da ciência,a abertura de
300
mercados mundiais e pelos conflitos entre a burguesia enriquecida e os miseráveis
dos operários.
Diante de tudo isso, é que a Sociologia começa a ser pensada como
ferramenta de reflexão sobre a sociedade que surgia. Suas teorias surgem para
entender os problemas sociais e ajudar a encontrar soluções.
O objetivo geral é garantir ao aluno a percepção histórica do dualismo
tradição e modernidade e a emergência do saber sociológico como definidor dessa
oposição. O século XIX foi palco de mudanças nas políticas, ao implantar a primeira
democracia moderna e institucionalizar os direitos civis. Através da Revolução
Industrial, houve profundas modificações do modo de pensar rural centrado na
estrutura social estática e na concepção de tempo orientada pela natureza, para um
pensar moderno e racional, baseado no pensar urbano. Do parecer social, tal
complexidade de transformações promoveu a emergência do mercado de trabalho,
de novos grupos sociais referenciais, novos meios de produção e execução do
trabalho, novos valores e crenças, uma estruturação de poder completamente
diferenciada da existente, referenciando toda uma mudança no contexto social,
com novos atores e papéis sociais. É em toda essa conjuntura social que o saber
sociológico se apresenta como uma ciência capaz de analisar, identificar e
classificar as transformações acontecidas. Esse entender científico se prontifica sob
a égide da rápida expansão urbana, pela inadequação das condições de vida social
e pela perda ou alteração de muitas tradições. A sociologia aparece como ciência
comprometida para entender e explicar as transformações e as contradições da
sociedade emergente, com a mutação de valores tradicionais e a afirmação de uma
modernidade.
10.15.2 Objetivos gerais
• Estabelecer relações entre o conhecimento teórico e as práticas sociais,
servindo- se para tanto dos conhecimentos sociológicos;
• Identificar na realidade social as recentes mudanças da estrutura produtiva;
• Compreender a totalidade social como expressão simultaneidade e a
301
complexidade dos fenômenos sociais, produto de diversos condicionamentos;
• Compreender a recente restruturação produtiva;
• Exercitar e relacionar práticas sociais em diversos contextos;
• Observar nas práticas sociais o respeito e desrespeito, conhecimento dos
direitos e deveres no exercício da cidadania;
• Desenvolver o pensamento sociológico crítico – criativo;
• Perceber os direitos e respectivos deveres do cidadão como frutos de uma
construção social;
• Praticar, reivindicar, criar na vida escolar direitos/deveres referente às
relações sociais aí vivenciado;
• Construir sua identidade social (pessoal) a partir de sua integridade;
• Compreender as diferentes manifestações culturais como expressão povos,
etnias, nacionalidades, segmentos sociais diversos;
• Distinguir autoridade de autoritarismo;
• Aprender a forte tradição autoritária da sociedade brasileira decorrente do
autoritarismo, como elemento principiante dessa sociedade;
• Compreender as relações patrimonialistas e clientelistas;
• Reconhecer a sociologia dentre as demais ciências como um construtor da
história socialmente determinada;
• Identificar funções desenvolvidas pelo Estado e funções cobradas ao Estado,
analisá-las e compará-las;
• Analisar e compreender as relações sociais, políticas e econômicas, para
atuar em seu meio social;
• Compreender a crise da instituição Estado como uma das expressões da
reordenação do funcionamento das democracias ocidentais;
302
• Identificar os direitos e respectivos deveres emergentes, cuja necessidade de
institucionalização é reivindicada socialmente;
• Analisar e avaliar as consequências sociais decorrentes da modificação e re-
estruturação da sociedade;
• Caracterizar as relações sociais de produção em nível nacional e
internacional;
• Analisar e avaliar as dificuldades de redefinição e de ingresso no denominado
mercado de trabalho formal;
• Perceber criticamente o processo de mundialização da economia e de
inserção do país no mercado internacional;
• Compreender a indústria cultural em suas relações com os contextos
econômicos, político, social e cultural em que se insere;
• Lidar de maneira construtiva com as diferenças, de tal forma a atuar em
equipe, construir, realizar e avaliar projetos de qualquer natureza;
• Identificar os movimentos sindicais do país;
• Analisar fenômenos da mídia, servindo- se de conhecimentos sociológicos.
10.15.3 Conteúdos estruturantes
1º ANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
O Surgimento da
Formação e consolidação da sociedade capitalista e o
desenvolvimento do pensamento social;
� Pensamento científico e senso comum;
303
Sociologia e Teorias
Sociológicas
� Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim,
Engels e Marx, Weber.
� O desenvolvimento da sociologia no Brasil.
Processo de
Socialização e as
Instituições Sociais
Processo de Socialização;
� Grupos sociais;
� Instituições sociais: Familiares; Escolares;
Religiosas;
� Instituições de Ressocialização: prisões,
manicômios, educandários, asilos, etc;
2ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Cultura e Indústria
Cultural
Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e
sua contribuição na análise das diferentes sociedades;
Diversidade cultural;
Identidade;
Indústria cultural;
Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Indústria cultural no Brasil;
Preconceito;
304
Questões de gênero;
Cultura afro-brasileira e africana;
Cultura indígena.
Trabalho, Produção e
Classes Sociais
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes
sociedades;
Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes
sociais
Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
Globalização;
Relações de trabalho;
Neoliberalismo;
Trabalho no Brasil;
3ºANO
CONTEÚDO
ESTRUTURANTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Poder, Política e
Ideologia
Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
� Democracia, autoritarismo, totalitarismo
� Estado no Brasil;
� Conceitos de Poder;
� Conceitos de Ideologia;
� Conceitos de dominação e legitimidade;
305
� As expressões da violência nas sociedades
contemporâneas.
Direito, Cidadania e
Movimentos Sociais
- Direitos: civis, políticos e sociais;
- Direitos Humanos;
- Conceito de cidadania;
- Conceito de Movimentos Sociais;
- Movimentos Sociais urbanos e rurais;
- Movimentos Sociais no Brasil;
- Movimentos ambientalistas;
- ONG's;
10.15.4 Metodologia
Uma proposta programática deve ser entendida como um instrumento de
trabalho, um referencial teórico – metodológico para o professor, e não como um
modelo direcionador da sua ação.
Como modelo, ela mobiliza a dinâmica social e a própria produção do
conhecimento, que se constrói/reconstrói no seu interior.
Enquanto referencial teórico – metodológico, uma proposta deve
construir- se num instrumento que norteia a ação pedagógica autônoma e
consciente do professor em sala de aula, destacando- se o compromisso com a
ampliação dos exercícios da cidadania, a compreensão, por parte de alunos e
306
professores, dos condicionantes econômicos, políticos, sociais, demográficos e
culturais da realidade brasileira e a construção de referenciais críticos de análise da
sociedade contemporânea.
Uma proposta norteadora de currículo deve, metodologicamente,
considerar as diferentes matrizes de pensamento para ampliar as possibilidades de
análise, tendo em vista a complexidade, hoje dos fenômenos sociais, nenhum deles
possível de explicações apenas a partir de uma única perspectiva teórica; também
assume a ideia de movimento, porque cada momento do seu próprio “fazer- se” é
entendido como “um momento” estudo sobre um processo ativo o fazer pedagógico.
Processo que traduz uma relação precisa entre o sujeito da ação e os contextos
reais onde se inserem, constituindo os elementos de um fenômeno social – a
educação – produto de determinadas relações sociais estabelecidas num momento
histórico.
A compreensão do mundo do trabalho poderá ser constituída a partir de
uma perspectiva crítica que aborde sua organização social contemporânea, a
recente revolução na estrutura produtiva e as diferentes determinantes da sua
divisão técnica em nível internacional, observando -se, porém as especificidades
regionais e locais.
Dessa forma, é desejável os alunos desenvolvam competências crítica e
criativas para utilizá-las adequadamente em diferentes níveis de análise e avaliação
sobre as graves conseqüências sociais marcadas pela recente re-estruturação
produtiva, bem como sobre as dificuldades de redefinição e de ingresso no
denominado mercado de trabalho formal.
Faz- se necessária a compreensão do processo de globalização da
cultura e da economia, com as conseqüências advindas do rompimento de
fronteiras geográficas e da desterritorialização do conhecimento, em virtude do
avanço tecnológico. Pode- se levar o aluno a compreender a emergência dos temas
que hoje ocupam o cenário dos movimentos sociais, manifestações de ordem
étnica, religiosa, racial, sexual, ecológica, que estão exigindo uma discussão sobre o
multiculturalismo e o relativismo cultural, tendo em vista a simultaneidade e a
307
complexidade dos fenômenos sociais, históricos, culturais, econômicos,
demográficos e políticos.
10.15.5 Avaliação
“A aprendizagem entendida como construção de conhecimento pressupõem entender tanto sua dimensão como produto quanto como processo, isto é, o caminho pelo qual os alunos elaboram pessoalmente os conhecimentos. Ao aprender o que muda não é apenas a quantidade de informação que o aluno possui sobre determinado assunto, mas também a sua competência( aquilo que é capaz de fazer, de pensar, de compreender), a qualidade de conhecimento que possui e as possibilidades de continuar aprendendo. Dessa perspectiva, é óbvia a importância de ensinar o aluno a aprender a aprender e ajudá-lo a compreender que, quando aprende, não deve levar em conta apenas o conteúdo objeto de aprendizagem, mas também como organiza a atua para aprender” (Mauri, 1999, p.88)
A avaliação no ensino é considerada como um processo “formativo e
continuado, onde os objetivos da disciplina estejam afinados com os critérios de
avaliação proposto pelo professor em sala de aula” (DCE, p. 98).
As formas de avaliação proposta, tendo sempre em vista para uma
construção autônoma do saber estudantil, devem sempre estar de acordo com a
prática pedagógica atuante do professor.
Para Luckesi (2005) deve- se considerar como critérios básicos:
a) a compreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a
prática social;
b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
c) a clareza e a coerência na exposição das ideias sociológicas, no texto
oral e escrito; a mudança na forma de olhar e compreender os problemas
sociais.
308
10.15.6 Referências
ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004.
AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia geral. 11ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
CUCHE, D. A noção da cultura nas Ciências Sociais. Florianópolis: EDUSC, 1999.
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do Estado do Paraná: Sociologia do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 15ª ed. São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais. 2000.
10.16 SALA DE RECURSOS
A educação escolar tem como objetivo fundamental promover, de forma intencional, o desenvolvimento de certas capacidades e a apropriação de determinados conteúdos da cultura, necessários para que os alunos possam ser membros ativos em seu âmbito sócio-cultural de referencia. Para atingir o objetivo indicado, a escola deve conseguir o difícil equilíbrio de oferecer uma resposta educativa, proporcionando uma cultura comum a todos os alunos, que evite a discriminação e a desigualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, que respeite suas características e suas necessidades individuais.
Existem necessidades educativas comuns compartilhadas por todos os alunos, relacionadas as aprendizagens essenciais para o seu desenvolvimento pessoal e sua socialização, que se expressam no currículo escolar.
Nem todos os aluno, porem enfrentam com a mesma bagagem e da mesma forma as aprendizagens estabelecidas nele, visto que tem capacidades, interesses, ritmos, motivações e experiências diferentes que norteiam seu processo de aprendizagem.
309
Algumas necessidades individuais podem ser atendidas pelo trabalho individual do professor em sala de aula, outras requerem por em pratica uma serie de ajudas, recursos e medidas pedagógicas especiais ou de caráter extraordinária, diferentes das que requer habitualmente a maioria dos alunos. Nesse caso refiro-me aos alunos que apresentam dificuldades ou defasagens em relação ao currículo que corresponde a sua idade.para serem atendidas, essas dificuldades requerem modificações que facilitem e reforcem o progresso, destes alunos, tanto na organização e no funcionamento da escola, como nas adaptações no currículo e nos meios para ter acesso a ele.
Girox (1988) o professor precisa atuar como “intelectual transformador”, fundamentando suas atividades na perspectiva de articular e desenvolver possibilidades emancipadoras em espaços mais específicos.
Assim, o Colégio Estadual Albina Novak Muginoski Ensino Fundamental e Médio conta com a Sala de Recursos de Deficiência Intelectual, Transtorno Funcional Especifico e Transtorno Global do Desenvolvimento.
A Sala de Recursos é um espaço de investigação e compreensão dos processos cognitivos, sociais e emocionais, visando a superação das dificuldades de aprendizagem e o desenvolvimento de diferentes possibilidades dos sujeitos.
Regulada por tempos escolares a organização pedagógica da S.R. tem por função primeiramente, dissipar as dificuldades impeditivas da aprendizagem pelas quais os alunos são encaminhados, independente da natureza delas.
Em segundo plano, ela assine a função moralizante quando observa a organização que lhe e extrínseca.
É importante a troca de informações entre os professores da Sala de Recursos e os da sala regular, o que permite o apoio e intervenções na escolarização dos alunos com necessidades especiais.
Faz-se necessário aplicabilidade de atividades pedagógicas especificas, incluindo o desenvolvimento afetivo emocional.
O programa visa atender com qualidade os alunos com deficiências, transtorno globais de desenvolvimento, matriculados nas classes comuns do ensino regular. Ocorre no contra-turno, duas vezes por semana de forma individual ou em pequenos grupos pelo período que varia de uma hora e trinta minutos a duas horas.
O foco do trabalho não é clinico e sim pedagógico. O professor prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o seu aprendizado nas aulas regulares.
São realizadas atividades que envolvem a memória, atenção, concentração expressão do pensamento e raciocínio através de jogos e atividades
310
diversas como: relato de fatos ocorridos, reprodução de historias , jogos de competição, desafios matemáticos, sala de informática,textos diversos, leitura e interpretação, dinâmica (socialização) operações matemáticas em situações problemas.
Atividades “valorização do eu” e a importância do querer, desejar avançar na apropriação do conhecimento e também do respeito ao outro.
Uso de atividades em grupos para que o aluno saiba trabalhar com a ansiedade e conseqüentemente elevar sua auto-estima, e atividades para despertar a oralidade levando em consideração aspectos como: organização do pensamento, a expressão verbal, articulação correta, a interpretação de cenas, a compreensão, a transmissão da informação e a síntese dos fatos.
Estas habilidades são desenvolvidas através de jogos pedagógicos e outros recursos disponíveis, com a intenção específica de provocar uma aprendizagem significativa, estimulando a construção de um novo conhecimento e, principalmente ajudando o aluno nos fenômenos sociais e culturais.
10.16.1 Referências
TEZZARI ML – Inclusão Escolar e Rede de apoio: sala de integração e recursos como possibilidade de serv. Atend. Especializado – Santa Maria – 2006.
FERREIRA JR – A nova LDB e as necessidades educativas especiais vol 19 nº46 Campinas 1998.
GIROUX, Henry A – Os professores como intelectuais rumo a uma nova pedagogia critica de aprendizagem. Porto Alegre, Artes Medicas, 1988.