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COLÉGIO ESTADUAL TIRADENTES ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS2010
2
APRESENTAÇÃO
O Colégio Estadual Tiradentes, localizado na Rua Chapecó 300, bairro
Borda do Campo, no município de São José dos Pinhais, atende alunos
residentes na Vila Nova, Guatupê, Rio Pequeno, Roseira, Borda do Campo,
Serra, Colônia Acioli e Mergulhão. Funciona em prédio alugado ao Estado pela
Fundação Educacional Itaquí e parte do próprio Estado. Iniciou seus trabalhos
em 1971, sendo autorizado seu funcionamento através do decreto nº 2. 314/76
e reconhecimento através da resolução 3.753/81.
Os documentos apresentados neste trabalho são frutos de discussões e
participação da comunidade escolar (gestores escolar, pedagogos,
professores, serviços gerais, auxiliares administrativo), levantando problemas,
e fazendo uma análise critica na elaboração do Projeto Político Pedagógico
que esta em construção, buscando propor um pensar e um fazer coletivo do
caminho democrático e da cidadania. Segue-se desta forma, uma apreciação
do que foi pensado e discutido.
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1. CARACTERIZAÇÃO DO COLÉGIO
INTRODUÇÃO
O Projeto Político Pedagógico procura desvelar a realidade da escola
pública, através de suas leis internas e externas e neste processo utilizando-se
o trabalho coletivo, a participação, a responsabilidade de todos com o
andamento na Escola, as dificuldades e os conflitos, construindo a base do
que se pretende melhorar.
A identidade da escola pressupõe a participação da comunidade
escolar, envolvendo os educadores, funcionários, pais, alunos e a comunidade
escolar identificando o processo de construção do Projeto Político Pedagógico
na existência da escola, desvelando o fazer pedagógico.
É visível que a escola moderna está entre patamares tradicionais
oscilando entre o poder do saber. Tendo esta realidade, permitirá aos
profissionais algumas contradições ora incertas e até mesmo conflitos
existenciais, pois frente ao cenário educacional existem algumas inovações
que não foram alcançadas.
O Projeto Político Pedagógico é uma construção coletiva, segundo
PARO “...se falarmos em Gestão Democrática na Escola parece-me já estar
necessariamente implícita a participação da população em tal processo”. (2000,
p.15)
Por fim, orienta-se pela construção e reflexão implícita no Projeto
Político Pedagógico e pela Lei de Diretrizes e Base 9394I96 que fundamenta a
legalidade do documento para dar suporte as ações e procedimentos da
escola.
A construção coletiva da proposta pedagógica, discutindo, refletindo,
atualizando o que é necessário, incorporando novas idéias ao que precisa ser
mudado, pois é através do Pedagógico-Educativo que norteará todo o trabalho
desenvolvido com os alunos e a comunidade escolar, do Colégio Estadual
Tiradentes, fazem a formação do Homem participante-atuante e cidadão.
O Projeto Político Pedagógico é à identidade da escola, norteador do
trabalho pedagógico, o alicerce, que tem por objetivo organizar, transformar, a
partir da sociedade que envolve. Ele exige reflexão, definição e uma
elaboração coletiva, ou seja, a participação de professores, funcionários, pais,
alunos, comunidade no geral.
Projeto: significa rumo, direção, caminho.
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Pedagógico: trata-se da organização dos meios (conteúdos, espaço,
tempo e procedimentos).
Político: compromisso com a formação do cidadão para um determinado
tipo de sociedade. Ele é a base da criatividade e dá subsídios para o
desenvolvimento dos trabalhos com apoio pedagógico e político para
construção do saber, ele deve ser realizado coletivamente.
A gestão participativa leva a construção de um Projeto Pedagógico em
que todos se reconhecem e com qual estejamos verdadeiramente
comprometidos. Entendemos que a Escola é um ato de construção
permanente. E o ato de mudar: o pensar, o sentir e o agir, buscando a
coerência, fazendo parte de um processo. A mudança vem de uma vivência
coletiva, de se identificar problemas, alternativas e soluções. Trata-se,
sobretudo, de pensar o próprio movimento de construção da identidade da
Escola Pública. Isto significa resgatar a Escola como espaço público, lugar de
debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. E nesse processo que é
público, o trabalho coletivo, a participação, a responsabilidade de todos com os
rumos na Escola, às dificuldades e os conflitos que marcam a convivência vão
construindo a base de uma Escola que se pretende melhor. Escola cujo seu
objetivo maior, é inspirado nos princípios de liberdade e solidariedade, é o de
proporcionar o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Para BUSSMANN, a implementação do projeto Político Pedagógico é
condição para que a identidade da Escola se afirme rumo à construção do
conhecimento e da cidadania. Para tanto a Escola deve apontar formas
democráticas de participação dos vários segmentos, para que se torne, de fato,
presente na construção do país.
Ressaltamos que o Projeto Político Pedagógico não visa apenas a
organização do trabalho pedagógico, mas a qualidade em todo o processo,
descentralizando ações em busca de sua verdadeira autonomia, que está
intimamente ligada à concepção emancipadora de educação. Essa autonomia
é relevante para a criação da identidade da escola, e envolve quatro
dimensões básicas, relacionadas e articuladas entre si: administrativa, jurídica,
financeira e pedagógica. Dimensões essas que implicam direitos e deveres e,
principalmente, alto grau de compromisso e responsabilidade de todos os
segmentos da comunidade escolar (VEIGA,1998, p.16-18).
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O Projeto Político Pedagógico desenvolve-se norteando princípios de
igualdade, liberdade, qualidade, segurança e democracia, buscando a
realização do profissional de encontro com os anseios do educando. Com a
qualidade e o sucesso da tarefa educativa que visa a ruptura entre pensar e
fazer/ teoria e prática/ ciência e cultura, para formar cidadãos capazes de
participar da vida sócio-econômica, cultural e política, subsidiado os trabalhos
com apoio pedagógico e político para construção do saber.
Tendo como pressupostos concepções de: sociedade, homem, escola e
mundo. Sendo proposto que queremos viver, em uma sociedade com direitos e
deveres de cidadania, onde expresse a formação humanística de cada
indivíduo, com qualidade, segurança, liberdade e solidariedade no meio social,
que o sujeito que se quer formar como um cidadão, tenha discernimento entre
esses direitos e deveres e que participe ativamente e com qualidade perante a
sociedade e a escola que se quer, onde prepare culturalmente, socialmente e
profissionalmente os indivíduos para uma melhor compreensão de que, se esta
inserida num mundo onde o respeito, igualdade, solidariedade, compromisso,
liberdade, sejam exercidos através da cidadania.
A partir da gestão democrática onde se abrange toda a camada popular,
quebrando os pressupostos entre o pensar e o fazer. Construindo valores
igualitários, com a participação de toda comunidade escolar. A liberdade e à
autonomia caminham juntas desde que saiba usar limites, sabendo respeitar
leis e regras.
Sendo assim BASTOS, corrobora quando diz que:
”...sob o ponto de vista estratégico, de interesses comuns, a
luta pela real democratização da educação destinada a classe
trabalhadora, a maioria da população, e preciso reconhecer
que os sujeitos envolvidos – pais, alunos e professores- são
diversos. A constituição desses atores como sujeitos coletivos,
envolve o conflito entre as partes e a diversidade de
orientações deve ser explicitada. As relações entre os
protagonistas das atividades educativas devem estar abertas
ao conflito; se o pressuposto for a harmonia e a mera adesão –
não obstante o caráter progressista das propostas-estaremos
exprimindo apenas uma modalidade de subordinação político
cultural e qualquer orientação deixara de ser inovadora,
reiterando o fracasso. O consenso não e ponto de partida para
a interação dos protagonistas, pois e apenas obscurece a
diversidade; ele deve ser buscado numa trajetória que
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comporte a discussão, o conflito; enfim, o consenso e as
decisões devem ser construídos coletivamente.” (2001, p.52)
A valorização do profissional da educação para que ele reflita e atue na
formação de cidadãos críticos e conscientes da sociedade. Define as ações
educativas dentro das características, funções, capacidades e as condições
que a envolvem. Aonde as idéias venham de encontro com os anseios da
comunidade escolar, com esforço coletivo e participativo, visando uma
sociedade mais justa e mais consciente.
Suas características de formar cidadãos para o mundo, onde ele possa
enfrentar as dificuldades e conquistar o seu espaço. O projeto precisa ser
executado para saber se o objetivo foi atingido, para isso, é necessário o
trabalho coletivo.
Este tipo de participação elimina o autoritarismo, arrogância,
individualismo e relações "clientelistas", resistência, fragmentação,
desconfiança, discriminação, exclusão, rotina. Evitando o abuso hierárquico,
possibilitando um trabalho mais corporativo, resultando em um trabalho eficaz.
A relação de trabalho deve ser baseada em solidariedade, reciprocidade,
participação e organização. Trabalhando um Currículo onde se tenha uma
interação entre sujeitos que tem o mesmo objetiva, buscando novas formas de
organização, visando reduzir o isolamento e a fragmentação entre as diferentes
disciplinas, sendo assim, deve ocorrer a interdisciplinaridade, mas também a
reciclagem educacional.
Efeitos intencionalmente pretendidos e almejados como: preparar os
indivíduos para compreensão da sociedade com finalidade política e social, a
partir dos direitos e deveres. A avaliação deve ser de acordo com a realidade
escolar, valorizando a compreensão do aluno. Deve-se partir da realidade
escolar, buscar compreender a existência de problemas para a avaliação
diagnóstica e propor alternativas, para um processo democrático de decisões,
que desvelem os processos de conflitos e contradições e que busquem as
construções de saberes.
É função dos profissionais da área da educação, colocar em prática a
legislação em vigor, possibilitando a formação humanística do aluno em
relação ao ensino e aprendizagem. Já o pessoal administrativo assegura
locação e gestão de recursos humanos.
Sendo assim, é como organizar as ações administrativas a interação
política, a aprendizagem e o currículo, buscando, investindo até conceber o
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sucesso escolar. Onde muitas vezes encontramos limites de trabalho,
incoerência, resistência, inexperiência, excesso de burocracia e dificuldade em
respeitar os tempos e espaços escolares.
BIOGRAFIA DO PATRONO
JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER-TIRADENTES
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido por Tiradentes, viveu no
século XVIII, em Minas Gerais, e acabou envolvendo-se em um movimento
conhecido como Inconfidência Mineira. Era Alferes, e possuía diversas outras
profissões secundárias, entre elas a de dentista, de onde vem seu apelido.
A Inconfidência Mineira foi um movimento que ocorreu em Minas Gerais,
no século XVIII, mais especificamente a partir de 1780. O objetivo do
movimento era tornar Minas Gerais independente de Portugal e dar exemplo
para que as demais capitanias no Brasil seguissem o exemplo. O desejo de
independência de Portugal surgiu pela exploração que essa região sofria, visto
que era grande exploradora de ouro e pela pouca atenção que recebia.
O movimento apenas ficou nas idéias, não chegou a estourar de fato,
devido ao fato de ter sido delatado nas vésperas do momento em que iria
iniciar-se, em 1789.
O papel de Tiradentes na Inconfidência Mineira foi o de ativista, ou seja,
ele não elaborou as idéias do movimento, apenas as propagava para a
população. Pelo fato de ser o propagador das idéias, no momento em que o
movimento foi delatado, Tiradentes foi o mais citado nas denúncias e
acusações constantes nos. Autos de Devassa, sendo que de todos os
envolvidos acabou recebendo a pena máxima para a colônia nessa época, o
enforcamento seguido de esquartejamento. Ao contrário do que se
convencionou afirmar, Tiradentes não assumiu a culpa desde o inicio. Negou
enquanto pode e assumiu a culpa apenas quando percebeu que sua
condenação estava certa. Os outros participantes apenas foram exilados e
alguns receberam chibatadas em praça pública.
Durante muito tempo, aproximadamente cem anos, Tiradentes e a
Inconfidência Mineira ficaram esquecidos. Mesmo com a Independência do
Brasil, em 1822, a Inconfidência não foi lembrada, pois apesar de sonhar com a
Independência, em alguns aspectos defendia a República e o país vivia uma
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Monarquia. A Inconfidência foi lembrada apenas em 1889, com a proclamação
da República, quando se procurou um herói brasileiro, no qual acabou sendo
escolhido Tiradentes, pela sua morte trágica e pela visão que passou a ser
difundida, lembrando a Inconfidência, e mais especificamente Tiradentes com
Jesus: o salvador que foi traído e acabou morrendo, quando pretendia salvar a
"humanidade". Inclusive sua imagem foi "reproduzida" apenas no final do
século XIX, e como não havia fontes históricas suficientes, foi feita uma
imagem semelhante à de Jesus Cristo, imagem, aliás, que vinha de encontro e
a favor com as idéias republicanas no Brasil, na procura de um herói
republicano, um precursor para a República no Brasil.
Sobre a vida real de Joaquim José da Silva Xavier, existem muitas
controvérsias e diversos estudos, ora mostrando suas qualidades de herói, ora
colocando Tiradentes com seus defeitos e desmerecedor do título de Herói.
Deixando essa discussão de lado, o fato é que o Brasil na época da ditadura
militar precisou instigar a imagem do herói para as pessoas, chegando a ponto
de fazer uma lei especial para Tiradentes.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi declarado Patrono da
Nação Brasileira pela lei n° 4.897, de 9 de dezembro de 1965. Esta lei, em seu
Art. 2°. Declara: "As Forças Armadas, os estabelecimentos de ensino, as
repartições públicas e de economia mista, as sociedades anônimas em que o
poder público for acionista e as empresas concessionárias de serviços públicos
homenagearão, presentes os seus servidores na sede de seus serviços a
excelsa memória desse patrono, nela inaugurando, com festividades, no
próximo 21 de abril, efeméride comemorativa de seu holocausto, a efígie do
glorioso republicano".
A partir daí, a homenagem a Tiradentes tomou-se bastante ampla.
Praças, ruas e instituições receberam a designação de Tiradentes como forma
de homenagear o Patrono Cívico da Nação Brasileira. Os livros didáticos que já
enalteciam a figura do herói, tiveram um incentivo a mais, visto a
obrigatoriedade colocada em lei. Já o decreto n° 58.168 de 11 de abril de 1966
obrigando que a reprodução da imagem de Tiradentes, seja a de barbas e
cabelos longos.
Assim, a lembrança de Tiradentes acabou sendo não apenas da pessoa
que participou do movimento conhecido como Inconfidência Mineira, que
visava à separação da capitania de Minas Gerais e que perdeu a vida na busca
desse objetivo, mas a lembrança do herói que o país fez questão de não
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apagar, como o que ocorreu infelizmente com muitos outros mártires que o
Brasil teve, muitos deles anônimos.
HISTÓRICO DO COLÉGIO
O Colégio Estadual Tiradentes – EFEM foi fundado em 1971, da união
de três escolas isoladas das comunidades rurais da região, com a
denominação de Grupo Escolar Tiradentes sob assistência dos monges
beneditinos na época.
Missa de inauguração do Colégio Tiradentes Colégio Tiradentes - 2009
Os pais dos alunos, auxiliados pelos Monges, no desejo de
proporcionarem melhores condições de estudos aos filhos, organizaram a
Fundação Educacional Itaquí. Esta fundação incluía em seus objetivos a
construção de uma Escola, a iniciação profissional aos jovens e, Educação
Moral, Religiosa e sanitária aos adultos, o qual intuito foi colocado em prática,
graças ao apoio da comunidade e doações.
O decreto nº 3591 tornou oficial a criação da Escola com a denominação
de “Casa Escolar Tiradentes“.
Nesse mesmo ano com o auxílio da 55º Inspetoria de São José dos
Pinhais foi elaborado o Planejamento de Implantação do 1° Grau, de acordo
com a Lei 5692 com a extensão do curso de 1° Grau até 8º série.
O plano de implantação de Ensino do 1º Grau da Casa Escolar Tirantes
foi aprovado pelo parecer 167/74 do grupo de Legislação de normas da SEED
em 02 de Setembro de 1.974. Pelo decreto 2314 de 28 de Setembro de 1.976,
foi reorganizada passando a denominar-se “Escola Tiradentes – Ensino de 1º
Grau”.
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No 2º semestre de 1978, sob administração de GUILHERME DE
LACERDA BRAGA, a FUNDEPAR entregou um novo prédio escolar completo.
No ano de 1983 a Escola Tiradentes–Ensino de 1º Grau, que já era
gerenciada pelo Estado passou a ser denominada “Escola Estadual
Tiradentes”.
Devido à necessidade de aprimoramento na formação dos nossos
educandos, e pelos mesmos pararem seus estudos na 8º série, após vários
esforços, no ano de 1.997 passou a funcionar no Estabelecimento o Ensino de
2º Grau de forma gradativa, com quatro turmas de 1º série com
aproximadamente 120 alunos. A partir de 1.998 a Escola Estadual Tiradentes,
passa a ser chamada Colégio Estadual Tiradentes-Ensino de 1º e 2º Grau,
regido pelo decreto 2314/76 de 30/09/76 e conforme Resolução Secretarial nº
3120/98- DOE de 11/09/98 para Colégio Estadual Tiradentes- Ensino
Fundamental e Médio.
Nossa clientela compõe-se de alunos oriundos de várias localidades:
Vila Nova, Guatupê, Roseira Colônia Acioli, Serra, Mergulhão e Borda do
Campo.
O papel funcional da Escola, é formar o aluno para a realização plena de
sua cidadania, com direitos e deveres. E enquanto instituição de ensino,
devemos oportunizar, dentro das práticas escolares e metas pedagógicas, a
formação da cidadania objetivando o crescimento do nosso educando,
observando sempre as especificidades da região atendida.
PERFIL DA COMUNIDADE
Entendemos que a discussão de uma ação pedagógica coerente com
nossa realidade depende de um diagnóstico do perfil de nossa comunidade
para que possamos acolher as diversidades, possibilitando a igualdade nos
direitos mais básicos do cidadão e reconhecendo, respeitando o outro, sendo
assim, possíveis traços metas de caminhos que elevem o Colégio Estadual
Tiradentes como ponto chave para nossa comunidade no sentido de trazer
significado às ações de nossos alunos.
Nos últimos anos houve um aumento populacional considerável e
diversificado na região. Pelo contato com os pais dos alunos percebemos que
as famílias trabalham na metrópole e os filhos ficam sozinhos durante o dia (na
11
escola e em casa). Existe a diversidade religiosa de nossos educandos
(católicos, espíritas, evangélicos, umbandistas, etc.), onde são encontrados
locais no Borda do Campo para a realização das diversas práticas religiosas.
Encontramos a mesma heterogeneidade, comprovada pela população
diversificada que compõe a região: produtores rurais (famílias tradicionais),
trabalhadores assalariados, desempregados, recém-chegados, etc. A maioria
não possui o 1º grau completo, ou são semi-alfabetizados e ou, não-
alfabetizados.
A expectativa da comunidade, em relação à escola é que seus filhos
completem as últimas séries do Ensino Fundamental e de certa forma
consigam cursar o Ensino Médio. Os alunos habitam as diferentes regiões que
abrange as várias localidades, distantes até 35 Km e para se locomoverem
muitos vêm de ônibus escolar (serviço público municipal) outros de ônibus de
“linha” (empresas particulares) e onde não existe o serviço disponível
percorrem as distâncias a pé ou de bicicleta. Essa realidade faz com que nossa
escola fique dividida entre um aspecto urbano e outro rural, portanto uma
clientela heterogênea.
Mas apesar de todas as dificuldades que acometem nossos alunos, tais
como, enormes distâncias a serem percorridas até chegarem a escola,
saneamento básico precário, defasagem na idade escolar, etc. O Colégio
Estadual Tiradentes compromete-se para com eles, e a comunidade em geral
um plano de ação de ensino e de aprendizagem, respeitando nossas limitações
e diversidades.
Realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares
dentro de uma perspectiva de acolhimento, de inserção garantir-nos um Projeto
Político Pedagógico existindo em conformidade com uma prática democrática,
postura não só administrativa, mas também pedagógica de socializar nossos
problemas e vitórias com, Direção, APMF Conselho Escolar, Docentes e a
SEED.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
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Analisar, refletir e compreender o cotidiano escolar (pais, alunos,
funcionários, professores), para a reconstrução do Projeto Político Pedagógico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Construir de forma coletiva a identidade da escola;
Analisar a prática educativa da escola;
Verificar a prática pedagógica em sala de aula, de acordo com o
que é proposto pelo Estado;
Refletir o que pensam os alunos, pais e professores, sobre a
escola;
Traçar o perfil da escola através da fala da comunidade;
Identificar as várias faces da escola;
Verificar como ocorre o envolvimento da comunidade nas ações
desenvolvidas na escola.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação no Brasil deve ser compreendida onde a escola se
identifica como instituição que privilegia a educação formal e sistematizada cujo
ponto de partida deve ser atender com qualidade as camadas populares, de
forma a efetivar transformações, no entanto de acordo com PARO, “No âmbito
da unidade escolar (...) a necessidade de a comunidade participar efetivamente da
gestão da escola de modo a que esta ganhe autonomia em relação aos interesses
dominantes representados pelo Estado”.(2000,p.40) O pensador acima, numa visão
crítica, alerta para a necessidade de reconstrução da própria escola aonde
essa, abandone a roupagem “tradicional” e busque organizar-se no tempo e no
espaço os quais já não são os mesmos de sua "sustentação”.
O ser analisado (ser pensante) vive numa “sociedade em constante
processo de aprendizado”, em que se observa a multiplicidade dos espaços
educativos, os quais juntamente com a escola, contribuem para formar o aluno.
Nesse contexto a escola tem o papel de auxiliar e minimizar o impacto
social e cultural enquanto conseqüências da sociedade do conhecimento.Na
implementação de uma educação de qualidade para todos, exige-se o
rompimento do modelo tradicional, ainda vigente, e que impregna e estaciona
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qualquer tentativa de mudança, fragmenta teoria e prática e mantém o controle
segundo os interesses de poder.
Compreender a escola nesse contexto requer de todos os envolvidos,
reflexões constantes sobre a função que a escola desempenha na sociedade,
de forma a extrapolar os limites de seus muros.
Porém, tal conscientização permanece ainda no plano teórico haja vista
que as práticas educacionais alicerçadas em padrões ideológicos dominantes
continuam presentes nos espaços escolares, seja na ingenuidade ou no
processo manipulador das massas. PARO descreve que:
“... se o compromisso é com as classes
subalternas, trata-se de cuidar para que a educação escolar
se realize, na forma e no conteúdo, de acordo com seus
interesses, o que exige a participação dos próprios usuários da
escola publica nas decisões que países tomam. Sem essa
participação, dificilmente o Estado se disporá a atender os
interesses das populações que, por sua condição econômica
encontram-se, em nossa sociedade, alijadas do poder
político.Trata-se, portanto, de viabilizar o controle democrático
do Estado, no sentido de levá-lo a atender os interesses das
camadas majoritárias da população.” (PARO, 2000, p.78)
IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Colégio Estadual TIRADENTES -ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO
Endereço: Rua Chapecó Nº 300 Telefone:33858217
Município: São José dos Pinhais - Local: Borda do Campo
Código: 2570
NRE: Área Metropolitana Sul
Código: 03
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Ato de autorização do Colégio
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Resolução nº: Decreto 2.314/76 DOE 30/09/76
Resolução nº: Resolução 3117/03 DOE 05/12/03
Ato de reconhecimento do Colégio
1º Grau:
Resolução n 3753/81 de 30/12/81 Decreto 307/80 de 09/10/1980
Deliberação 030/08
Ensino Fundamental:
Resolução nº 3117/03 DOE 05/12/03
Resolução de Reconhecimento de curso: Resolução 3117/03
DOE 05/12/03
Ensino Médio
Resolução nº 3117/03 DOE 05/12/03
Resolução de Reconhecimento de curso: Resolução 2699/03 DOE
21/11/03
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar:nº 533/01
de 18/01/01 e pela Deliberação nº 16/99 de CEE e na Resolução
nº 2122/00
Distância entre o Colégio e o NRE
Aproximadamente : 25 Km
Localização do colégio: Urbana
E-MAIL:[email protected]
ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
Atualmente o Colégio Estadual Tiradentes - Ensino Fundamental e Médio,
oferta:
Ensino Fundamental (5ª à 8ª Séries) - Manhã, Tarde e Noite (7ª E 8ª)
Ensino Médio (1ª à 3ª Séries) Manhã,Tarde e Noite
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ESTRUTURA FUNCIONAL DA ENTIDADE ESCOLAR
Quadro atual de professores
NOME FUNÇÃOAdriane Bronguel Vaz ProfessorAlessandra Wolff ProfessorAna Cristina Jacon Martins ProfessorAna Ferreira ProfessorAna Sandra Jess Ulson ProfessorAndré Felix da Silva Neto ProfessorAndréia Maria Giroletto ProfessorÂngela Maria Bottolo ProfessorÂngela Maria Prolico Szpyra ProfessorAntonio Altair Muchaki Filho ProfessorBeatriz Aparecida Nardielo ProfessorCélia Terezinha Grochov ProfessorCibele Cristina França de Andrade ProfessorClaudenice de Campos ProfessorCleusa Lopes Guimarães ProfessorCristiana Ferreira Meira Batista ProfessorCristiane de Fátima Nabosne ProfessorEdmar de Paula ProfessorEdna Aparecida de Oliveira ProfessorElisangela Aparecida Santana ProfessorElisangela Patrícia de Lima ProfessorEmerson Luiz de Souza ProfessorEva de fátima da Silva Rodrigues ProfessorEverton Luiz Valesko da Costa ProfessorFernanda Pinto Ferreira ProfessorGilmara Martins Velho ProfessorGislaine de Souza Faria ProfessorGraciela Muller ProfessorIldemar Jorge Peters ProfessorJaqueline Evelyn Persegona ProfessorJoana Helena Stabile Oliveira ProfessorJoanito Pereira de Oliveira ProfessorJoão Batista Silva ProfessorJoão Carlos Teodoro ProfessorJoão Paulo Heidgger Morescki ProfessorJosé Danilo Pires Farias ProfessorJosiani Mendes Cardoso ProfessorJuliana Lacerda Zucoloto ProfessorKaiza Thomaz da Silva ProfessorKarin Andressa Pereira ProfessorLais Bastos da Silva ProfessorLeize Regina dos Santos ProfessorLílian da Silva Rocha ProfessorLourdes Lopes da Silva ProfessorLucia dos Santos Magalhães ProfessorMarcelia Picolotto da Silva FUNÇÃOMárcia das Graças França Professor
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Marcio da Rocha Porto ProfessorMarcio Marchioro ProfessorMaria Elizabeth Volosch ProfessorMaria Helena Carneiro Braga Schmitt ProfessorMarli Soriel Batista ProfessorMirian Luciane Jacon ProfessorNeuza Duarte de Oliveira ProfessorNilton Cesar Teixeira ProfessorNorma Maria de Oliveira Carmo ProfessorOdacir Gross ProfessorOsvania Giacomini ProfessorPaulo Jorge de Souza Santos ProfessorRegina Lucia Rocha Micrute ProfessorRgina Margarida Franco Zanatta Vieira ProfessorRicardo Lopes Cassiano ProfessorRoberta Jorge da Silva Wisnievski ProfessorRosania de Fatima Martins Velho ProfessorRoseli Teresinha Locatelli Persegona ProfessorRosimeri Pinheiro ProfessorSandro Silva ProfessorSergio Antoczecen ProfessorSidnei Vaz de Souza ProfessorSilvana Maria Rosa ProfessorSimone Piekarz Bortoloto ProfessorSimone Silveira de Souza ProfessorSizenando de Jesus Kicheleski ProfessorSolange de Carvalho ProfessorStella Margarida Novaes Sa Teles de Oliveira ProfessorTatiana Dupin Saja ProfessorTatiane de Aveiro Rosa ProfessorThelma Simone Silva ProfessorValdir Duria ProfessorWylds Eduardo Araújo Biaca Professor
EQUIPE PEDAGÓGICA
Eva de Fátima da Silva Rodrigues PedagogaFabio Ricardo Vieira PedagogoFranciane Aparecida Ulson PedagogaHelena Maria Rocha Juliatto PedagogaLeila Amara França de Andrade PedagogaLucimeri Stoco Beger PedagogaRose Mari Jorge Driesel Pedagoga
DIREÇÃO
Mari Lucia Stoco Ulson DireçãoRegina Lucia Rocha Direção AuxiliarMárcia das Graças França Direção AuxiliarNilton César Teixeira Direção Auxiliar
17
FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVO
Maria Eni Ayres Bida SecretáriaAna Lucia Hammerschmidt Terres Assistente AdministrativoAndréia de Barros da Silva Assistente AdministrativoAriane Gisely dos Santos Assistente AdministrativoEvelyn Cristina Mazepa Assistente AdministrativoFlavia Maria Arriola Assistente AdministrativoMaria Icleia da Silva Alves Assistente AdministrativoNatalice Aparecida Visentin Assistente AdministrativoNeusa Chinaider Assistente AdministrativoPriscila da Silva Xavier Assistente AdministrativoRita de Cássia Bueno Silva Assistente AdministrativoSandra Regina Miquelasso de Oliveira Silva Assistente AdministrativoSileide Vicente Assistente Administrativo
FUNCIONÁRIOS SERVIÇOS GERAIS
Ângela Maria Forigo Agente de ApoioCinira Maria Gabardo Callegalim Agente de ApoioEsmeralda Dunkel Agente de ApoioFrancisca Irene Kupinski Agente de ApoioIdalene Pereira Martins Agente de ApoioIvete de Oliveira Agente de ApoioMarcia Regina Cunha de Almeida Agente de ApoioMaria Aparecida Goes Agente de ApoioMaria Icleia da Silva Alves Agente de ApoioMariza Stoco Agente de ApoioMatilde Vasselik Silva Agente de ApoioMeri Terezinha Marafigo Agente de ApoioSandra Mara Nunes da Silva Jacob Agente de ApoioShirley Terezinha Squib Agente de ApoioZilma Rodrigues de Almeida Rocha Agente de Apoio
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FUNCIONAMENTO DA ENTIDADE
ESCOLAR
TURNO HORÁRIO
ENSINO
FUNDAMENTAL
ENSINO
MÉDIO
TOTAL DE
TURMASMANHÃ 07h30 -11h55 5ª à 8ª Séries 1ª à 3ª Séries 31TARDE 13h - 17h25 5ª à 8ª Séries 1ª à 3ª Séries - 31NOITE 19h 23h00 7ª à 8ª Séries 1ª à 3ª Séries 14
19h 23h00 CELEM CELEM 01
Alunos Matriculados em 2008 e 2009
18
Ano letivo EnsinoFundamental
Ensino Médio Total
2009 2.126 799 2925
2010 1389 723 2.254
Fonte: Secretaria do Colégio Tiradentes, 2010
ATRASOS –DIURNOS Tolerância de 10 minutos, sendo essa situação considerada como
exceção; Após os 10 minutos a entrada será feita na 2ª aula;Persistindo os atrasos, os responsáveis serão comunicados para jus-tificarem a situação; Alunos atrasados em seu horário deverão vir acompanhados de
seus pais
ATRASOS –DIURNOS
Tolerância de 10 minutos, sendo essa situação considerada como
exceção;
Após os 10 minutos a entrada será feita na 2ª aula;
Persistindo os atrasos, os responsáveis serão comunicados para
justificarem a situação;
Alunos atrasados em seu horário deverão vir acompanhados de seus
pais ou amparados por justificativas dos mesmos datados e assinadas.
ATRASOS –NOTURNO
Tolerância de 10 minutos, sendo essa situação considerada como
exceção (com justificativa);
Após os 10 minutos: à entrada será feita na 2ª aula;
Após a 2ª aula, não será permitida a entrada;
Persistindo os atrasos, os responsáveis serão comunicados para
justificarem a situação;
CRITÉRIOS PARA FORMAÇÃO DE TURMAS
Ensino Fundamental:
Os critérios para formação de turmas são a relação do Sistema Escola
(SERE), e idade x serie.
19
Ensino Médio:
Os critérios para formação de turmas são a relação do Sistema Escola
(SERE), e idade x serie.
Deve-se considerar o total de turmas, organizando preferencialmente,
em números pares.
Distribuir os Blocos de disciplinas semestrais de forma alternada pelo to-
tal de turmas de todas as séries.
EQUIPE PEDAGÓGICA E TÉCNICA - ADMINISTRATIVA
EQUIPE Nº DE SERVIDORES POR TURNOMANHÃ TARDE NOITE
DIREÇÃO GERAL 01 01DIREÇÃO AUXILIAR 01 01 01
PEDAGOGOS 02 03 02DOCENTES 52 50 26
TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS 6 6 3AUXILIARES DE SERVIÇOS
GERAIS
6 6 6
ESTRUTURA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO
NÚMERO DE SALAS FUNCIONAMENTO31 Salas de aula01 Sala de almoxarifado01 Sala dos professores01 Laboratório de biologia/química/física01 Sala da direção03 Sala da equipe pedagógica01 Sala de mecanografia01 Sala de multimídia01 Sala de apoio 01 Biblioteca01 Laboratório de informática01 Secretaria01 Cozinha
20
FORMAÇÃO CONTINUADA
De acordo com a LDB, os sistemas de ensino deverão assegurar o
aperfeiçoamento continuado dos profissionais em Educação. Nesta categoria
estão, não só os professores, mas todos aqueles que apóiam o processo de
ensino e aprendizagem, como diretores, pedagogos, serviços gerais, etc.
O Nosso calendário Escolar contempla durante o ano letivo as reuniões
pedagógicas ou cursos de Capacitação promovidos pela SEED, Universidade
do Professor, CETEPAR, e a participação no Projeto Folhas entre outros
cursos ofertados.
Uso dos livros da Biblioteca do Professor, Temas Paranaenses, Cultura
Afro-descendentes e questões relacionadas ao Meio Ambiente e a Educação
Fiscal, nas reuniões pedagógicas e grupos de estudos e O.A.C. (Objeto de
Aprendizagem Colaborativa) sob orientação da equipe do CRTE/NREamsul.
O processo de Formação Continuada tem como objetivo:
Possibilitar a implementação da Proposta Pedagógica da Escola;
Desenvolver o enriquecimento curricular;
Promover a integração do colegiado;
Intercâmbio cultural;
Permitir a socialização e o compartilhamento de experiências, dificuldades e
descobertas de soluções;
Permitir a construção do conjunto de ações da equipe com consonância
com os princípios filosóficos da Escola.
ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE
A hora-atividade é de suma importância para o desenvolvimento do
trabalho pedagógico, tanto para o professor quanto para a equipe pedagógica,
visando a qualidade do processo ensino-aprendizagem. É um momento de
reflexão onde o professor tem a oportunidade de se reorganizar e planejar suas
ações tanto coletivamente como individualmente, pois, a hora atividade
concentrada dos professores de áreas afins, oportuniza trocas de
conhecimentos entre os profissionais da instituição de ensino Tiradentes.
21
Outro fator importante, é o acompanhamento de alunos com déficit de
aprendizagem, correção de avaliações e atividades, e o atendimento aos pais
e/ou responsáveis.
2. MARCO SITUACIONAL
2.1. Introdução
Neste documento apontamos três marcos fundamentais que serviram de
base para as discussões e para delinear as ações educativas da instituição,
num movimento dialético entre o instituído (leis, memórias, identidades) e o ins-
tituinte (a revisão do instituído, não no sentido de destruí-lo ou cristalizá-lo, mas
inová-lo), com a compreensão de que o tempo é algo dinâmico e não simples-
mente linear e seqüencial (VEIGA, 2000).
O Marco Situacional descreve as condições concretas de organização
em que se encontra a escola e os determinantes de seu contexto econômico,
educacional, político e cultural.
O Marco Conceitual tomou como base as referências de diferentes au-
tores com vistas a dimensionar a fundamentação teórica para dar suporte refle-
xivo às possibilidades de transformações e avanços frente as questões levanta-
das e ações propostas.
O Marco Operacional propõe ações de curto, médio e longo prazo para
sanar as dificuldades detectadas e elencadas no Marco Situacional, à luz da
fundamentação teórica apontada no Marco Conceitual. Nesse sentido, foram
consideradas as possibilidades concretas da instituição no que tange as condi-
ções financeiras, estruturais e de recursos humanos que possam suprir as
necessidades levantadas e especialmente, cumprir a função social da escola
pública.
3. MARCO SITUACIONAL
Introdução
A elaboração do Projeto Político-Pedagógico é constituída de faces (não
de fases). A primeira das três faces formais/técnicas é o Marco Situacional.
Além deste, há também o Marco Conceitual ou Referencial e o Marco Opera-
22
cional. Estas são faces porque não se trata de tarefas ou fases seqüenciais,
sucessivas e independentes. As 25 faces apresentam-se em seqüência na for-
malidade técnica do documento, porém na construção do projeto vivencia-se
um movimento entre as três faces, que embora distintas, estão efetivamente in-
terligadas e são interdependentes (ROSSA, 1999).
O Marco Situacional refere-se ao diagnóstico da realidade na qual se de-
senvolve a prática educativa e nele se julga a distância entre o real e o ideal da
prática (ROSSA, 1999; VEIGA, 1998). É o ato de desvelar ou apreender os
conflitos e contradições da prática pedagógica em seu movimento, e as rela-
ções desta com a prática social mais ampla, para além das aparências e de
maneira transparente.
O texto inicia com uma contextualização social, política e econômica da
educação pública, seguida de uma análise da situação atual do Colégio Esta-
dual do Paraná.
3.1. A educação pública no contexto das relações sociais, políticas e eco-
nômicas.
Vivemos uma era de uma crise histórica sem precedentes. Sua severida-
de pode ser medida pelo fato de que não estamos frente a uma crise cíclica do
capitalismo mais ou menos extensa, como as vividas no passado, mas a uma
crise estrutural, profunda, do próprio sistema capitalista. Como tal, esta crise
afeta – pela primeira vez em toda a sua história o conjunto da humanidade, exi-
gindo para este sobreviver, mudanças fundamentais na maneira pela qual o
metabolismo social é controlado (FERREIRA, 2008).
Neste modo de produção, o Estado possui caráter privado, ou seja, aten-
de aos interesses da burguesia industrial e política. Os exemplos que validam
esta afirmação são divulgados diariamente na mídia, notadamente neste perío-
do de crise intensa do capital (que eclodiu no segundo semestre de 2008 nos
Estados Unidos e se alastrou pelo resto do mundo): em janeiro de 2009 a mídia
divulgou que o governo brasileiro efetuou repasse de verbas para grandes em-
presas, mas que mesmo assim demitiram funcionários; governos 26 de países
desenvolvidos também têm destinado verbas volumosas para salvar bancos,
mesmo que privados.
Na crise do capital, a preocupação que impera no Estado e no Mercado
é a de alterar a forma de existência e consolidação do sistema para a continui-
dade da acumulação de capital. Já a forma que assume o trabalho subordinado
23
à relação capital-trabalho (alienado) gera uma crise de natureza e conseqüên-
cias diversas e gravíssimas.
O homem, para sobreviver, se torna um bárbaro no momento em que se
desrespeita e desrespeita o próximo, especialmente pela exacerbação do indi-
vidualismo. A apreensão adequada da contradição entre trabalho social e rela-
ções de produção no interior da “crise estrutural da forma capital”, revela que
permanece válida a tese da centralidade do trabalho (FERREIRA, 2008).
Eis que, estudos que vem sendo realizados apontam para um processo
de dualidade na nova pedagogia do capital, que tem centralidade na acumula-
ção flexível, e as mudanças ocorridas no mundo do trabalho têm objetivado no-
vas relações com a educação.
Essa dualidade dialética é chamada por Kuenzer de “exclusão includente e in-
clusão excludente” (2005, p. 8).
No processo de “exclusão includente”, que integra a reestruturação cícli-
ca do capital da qual acabamos de falar, de acordo com Kuenzer:
(...) identificam-se várias estratégias de exclusão do mercado
formal, onde o trabalhador tinha direitos assegurados e melho-
res condições de trabalho, acompanhadas de estratégias de
nclusão no mundo do trabalho através de formas precárias.
Assim é que trabalhadores são desempregados e re-emprega-
dos com salários mais baixos, mesmo que com carteira assina-
da; ou re-integrados ao mundo do trabalho através de empre-
sas terceirizadas prestando os mesmos serviços; ou prestando
serviços na informalidade, de modo que o setor reestruturado
se alimenta e mantém sua competitividade através do trabalho
precarizado. (2005, p. 92)
Demonstrativo dos Dados Estatísticos da Escola Referente a 2007
Rendimento/Movimento Escolar - Ano 2007
24
EnsinoRendimento Escolar
Movimento
EscolarTaxa / Aprovação Taxa / Reprovação Taxa/ Abandono
Fundamental 68,30% 25,70% 6,00%Médio 67,90% 23,10% 9,00%
3.2 Organização do tempo e espaço escolar
O Colégio é organizado em séries subdivididas em turmas dispostas em
salas de aula (contendo quadro de giz, cadeiras e carteiras individuais,
instalação elétrica de iluminação, tomadas, Tvs pen-drive ).
A carga horária semanal de aulas por turno (25 horas) é dividida em 5
(cinco) períodos diários de 50 (cinquenta minutos de duração cada aula, mais
um intervalo de 10 minutos para recreação).
A estrutura física da Escola é composta de:
31 salas de aula;
01 sala da direção;
01 secretaria;
03 salas para pedagogas;
01 sala dos professores;
01 quadra de piso;
banheiros;
01 sala de vídeo;
01 biblioteca.
01 laboratório de informática;
Todo este espaço físico, é utilizado da melhor forma possível em todos os
períodos.
EQUIPAMENTOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS
Quanto a Equipamentos:
2 TV’s – 20 e 21 Polegadas;
25
2 TV’s – 29 Polegadas;
31 TV's pen-drive
2 DVDs;
2 Vídeos Cassete;
1 Máquina Fotográfica Digital;
Rádio;
Computadores;
Peça de Anatomia;
Episcópio.
3.2.1 Organização do trabalho no colégio
O maior compromisso dos profissionais do Colégio Estadual Tiradentes
é com a emancipação humana, convertendo-se em formadores de homens,
garantindo a qualidade de ensino, a qualidade da educação e da formação
humana no âmbito escolar. É preciso que o profissional da educação esteja
comprometido com ações que possibilitem liberdade, participação, diálogo,
responsabilidade, critica e transformação, partindo do educador ao educando,
em constantes trocas educacionais, culturais, dialógicas, etc.
Como FREIRE salienta que:
“...enfatizar a atividade prática na realidade concreta(atividade
a que nunca falta uma dimensão técnica, por isso, intelectual,
por mais simples que seja) como geradora do saber. O ato de
estudar, de caráter e não apenas individual, se dá aí também,
independentemente de estarem seus sujeitos conscientes disto
ou não. No fundo, o ato de estudar, enquanto ato curioso do
sujeito diante do mundo, é expressão da forma de estar sendo
dos seres humanos, como seres sociais, históricos, seres
fazedores, transformadores, que não apenas sabem que
sabem.”(2008,p.60)
3.2.2 - Participação dos pais
A participação dos pais efetiva-se na representatividade dos mesmos nos
Órgãos Colegiados – APM e Conselho Escolar, estratégias da Gestão
26
Democrática da Escola Pública, defendida pela LDB – Art. 14. Além disso, os
pais têm pleno acesso a escola a fim de tomarem ciência quanto ao
desempenho escolar de seus filhos, que ocorre não apenas em momentos
criados pela escola, mas em qualquer momento que achem necessário o
acompanhamento tanto pedagógico como o educacional.
3.2.3 - Interação escola e comunidade
A interação entre equipe escolar, alunos, pais e outros agentes
educativos, possibilitam a construção de projetos que visam a melhor e mais
completa formação do aluno. A separação entre escola e comunidade fica
demarcada pelas atribuições e responsabilidade que competem a cada um.
A ampla gama de conhecimentos construídos no ambiente escolar
ganha sentido quando há interação contínua e permanente entre o saber
escolar e os demais saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o que
traz para a escola. O relacionamento contínuo e flexível com a comunidade
favorece a compreensão dos fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos
que se expressam no ambiente escolar.
O relacionamento entre escola e comunidade pode ainda ser
intensificado, quando há integração dos diversos espaços educacionais que
existem na sociedade, tendo como objetivo criar ambientes culturais
diversificados que contribuam para o conhecimento e para a aprendizagem do
convívio social.
4 - MARCO CONCEITUAL
4.1 - Filosofia e os princípios didático-pedagógicos
27
A missão da escola deve ser o de possibilitar o acesso ao ensino-
aprendizagem do educando e ao professor o papel de mediação, isto é a ação
de ensinar. Neste papel proporcionará ao discente o cenário necessário para
que ele receba, construa, amadureça e estabeleça relações como o
conhecimento, preparando-o para as relações sociais e para que perceba o
papel e a sua identidade, construindo, seus próprios valores que contemplem o
bem social. A execução desse papel de mediação pode ser ética, respeitando
os princípios da liberdade e os ideais de solidariedade ou meramente
informativa, onde o conhecimento será transmitido para que possa ser
discutido e reelaborado pelo aluno. A sociedade moderna delega cada vez
mais a escola o papel de formar o cidadão, visto que a família passa cada vez
menos tempo reunida.
Os resultados do processo-ensino aprendizagem não são imediatos
visto que, cada indivíduo possui vivências diferentes e está exposto à
pluralidade cultural. A escola não deve pregar valores utópicos para uma
sociedade idealizada, pois ao deparar-se com as situações reais acontecerá
uma inversão ou a deformação desses valores. Enquanto a sociedade tem
reconhecido sua dinamicidade e escola não deve estacionar no tempo e no
espaço pois é, a serviço da sociedade que a escola deve construir a fonte de
conteúdos promovidos para dar conta de uma realidade social moderna, e
“...portanto, de construir uma escola publica universal- igual para todos, unificada- mas
que respeite as diferenças locais regionais, enfim, a multiculturalidade...”(GADOTTI,
1995, p.55).
O aluno é um ser coletivo e, portanto já traz consigo um saber, embora,
não seja elaborado, a escola no processo ensino-aprendizagem, intermediado
pelo professor, possibilita que o mesmo consiga ampliar e organizar o saber
espontâneo do educando, de forma, a torná-lo coerente e crítico, provido de
clareza e de subsídios capazes de transformar a realidade social deste parece
ser o caminho pedagógico mais humano e democrático.
Assim a função da escola comprometida com a transformação da
sociedade não é meramente administrativa nem meramente pedagógica, mas
cada fato, e ato, devem ser vinculados à totalidade das relações sociais das
quais a escola pertence.
Portanto, toda ação educativa consciente e compromissada
politicamente deve levar à preparação do cidadão crítico, participativo com uma
visão ampla e analítica do mundo que o cerca. Levá-lo a aceitar a presença do
28
outro, reconhecendo suas idéias e respeitá-las como sua individualidade. Bem
como, ter consciência que fazemos parte de uma sociedade digna em contínua
evolução. Enfim, formamos um indivíduo sujeito da sua própria história.
Portanto, o construtor e não mero espectador do seu momento histórico.
No entanto, cabe ao docente, a tarefa de promover nas ações escolares, o
arrolamento dos conteúdos nos seus aspectos fundamentais: o pedagógico, o
psicológico e o sócio-político, preparando um indivíduo crítico e participativo da
sociedade.
Entendemos que a discussão de uma ação pedagógica coerentes, com
nossa realidade depende de um diagnóstico do perfil de nossa comunidade
para que possamos acolher as diversidades, e possibilitar a igualdade nos
direitos mais básicos do ser humano e reconhecendo, respeitando o outro,
sendo assim possível traçar metas de caminhos que elevem o Colégio
Estadual Tiradentes como ponto chave para nossa comunidade no sentido de
trazer significado às ações de nossos educandos.
4.2 - Gestão escolar democrática no processo pedagógico
A gestão escolar democrática do ensino público representa um avanço
para a democracia no País, pois traduz a participação cidadã da comunidade
nas decisões da instituição escolar. É um modelo de administração que atende
a gestão participativa na escola pública como instrumento de legitimação do
sistema escolar.
No campo educacional, a democracia deve ser o princípio norteador de
todas as ações da escola e deve se configurar como base das ações
pedagógicas - administrativas.
Nesse contexto, a sociedade atual, caracteriza por novas condutas e
determinações econômicas, tecnológicas, sociais, políticas e culturais, exige a
efetivação de um ensino de qualidade como direito fundamental de todos os
cidadões.
A escola, ao efetivar um ensino de qualidade, instrumento de
emancipação, assume a responsabilidade social de formar integralmente seus
estudantes, e o desenvolvimento de praticas pedagógicas democráticas é
parte da construção de um sistema político que respeita os direitos de
autonomia, interculturalismo, inclusão e diversidade, em processos de
29
participação e de cooperação na construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, mas de acordo com GADOTTI, podemos entender que:
“...a questão essencial da educação que e a relação entre a
educação e a sociedade não e uma relação simétrica ou
matemática: o sistema escolar não é apenas um subsistema do
sistema social. Ele é, mas não é apenas isso. Há uma luta no
interior da educação e do sistema escolar entre a necessidade
de transmissão de uma cultura existente (ciência, valores,
ideologia), que é a tarefa conservadora da educação, e a
necessidade de criação de uma nova cultura que é a tarefa
revolucionária da educação.” (1991, p.61 )
Tais conceitos, detalhados a seguir, caracterizam e revelam o
princípio da Gestão Democrática do Processo Pedagógico.
Autonomia nas unidades educacionais envolve as dimensões:
pedagógica (Projeto Político Pedagógico, planejamento, avaliação, organização
dos tempos escolares, etc.), administrativa (como, por exemplo, horário de
funcionamento da escola, divulgação de informações, etc.) e financeira como
por exemplo, divulgação de valores de verbas, pesquisa de preços, elaboração
de orçamentos, etc.), implicando em direitos, deveres, compromissos e
responsabilidades de todos os segmentos da comunidade escolar e local.
A participação efetiva da coletividade na atividade educativa
pressupõe transparência nas decisões, e a escola deve apresentar espaço
para que a diversidade e o pluralismo de idéias se manifestem, possibilitando
participação de decisões relativas à socialização do conhecimento e à
formação dos estudantes.
Portanto, se a escola tem como um de seus principais objetivos
propiciar aos educandos uma educação que conduza à cidadania deve
desenvolver relações horizontais de cooperação e solidariedade entre todos os
evolvidos no processo pedagógico.
Nesse cenário, o processo cooperativo de ensino-aprendizagem se
caracteriza como um dos aspectos essenciais para o modo de vida
democrático. A cooperação é compreendida como um dos processos que
decorre da vida em sociedade e tem características como o respeito às
diferenças, possibilitando a resolução de conflitos, o que favorece e permite a
concretização de objetivos coletivos.
30
O respeito às diferenças concretiza-se no respeito à diversidade,
característica de todas as sociedades. Educar na diversidade significa
indivíduos capazes de conviver em sociedades cada vez mais plurais,
propiciando a superação das diferentes formas de exclusão.
A inclusão de todos no ambiente escolar, independentemente de
fatores como raça, religião, classe econômica, cultural ou capacidade de
aprendizagem, é essencial para a efetivação de uma sociedade mais
democrática, responsável e solidária.
O Conselho de Escola promove essa inclusão ao propiciar a
participação e a valorização dos diferentes segmentos escolares – estudantes,
pais ou responsáveis, professores, funcionários, instituições escolares e
comunitárias. É por meio dele que se traduzem as decisões coletivas que
auxiliam e contribuem no enfrentamento de situações que interferem
pontualmente nos aspectos pedagógicos e administrativos da escola.
As ações que favorecem o diálogo de conteúdos e vivências resultam
em pratica educativa que promove e favorece a relação entre as pessoas de
culturas diferentes enquanto membros de sociedades históricas, caracterizadas
culturalmente. Isso implica em mudanças profundas na prática pedagógica, de
modo particular na escola, que deve propiciar oportunidades educativas a
todos, respeitando e integrando a diversidade de sujeitos. Para tanto, é
importante desenvolver processos educativos, metodologias e instrumentos
pedagógicos que dêem sustentação à complexidade das relações humanas
entre indivíduos e culturais diferentes.
A gestão escolar, portanto, está associada ao fortalecimento da
democratização do processo pedagógico, à participação responsável de todos
nas decisões necessárias, mediante um compromisso coletivo com resultados
educacionais cada vez mais significativos, ao propiciar meios e estratégias
para o alcance da qualidade e eqüidade do processo educativo e fundamental,
favorecer a efetivação do compromisso social da escola em prol do melhor
desempenho dos seus estudantes.
Sendo que de uma forma ou outra:
“... a gestão democrática poderá constituir um caminho real de
melhoria da qualidade de ensino se ela for concebida, em
profundidade, como mecanismo capaz de alterar práticas
pedagógicas. Não há canal institucional que venha a ser criado
no sistema público de ensino que, por si só, transforme a
31
qualidade da educação pública, se não estiver pressuposta a
possibilidade de redefinição e se não existir uma vontade
coletiva que queira transformar a existência pedagógica
concreta.” (SPOSITO, 2001, p.54)
É de extrema importância, visto que desejamos uma escola que atenda
às atuais exigências da vida social, formar oferecendo ainda a possibilidade de
apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da
inserção social.
4.3 - Gestão administrativa organizacional
O Ensino Fundamental compõe, juntamente com a Educação Infantil e o
Ensino Médio, o que a Lei Federal nº 9394, de 1996 – nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional -, nomeia como educação básica e que tem por
finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação indispensável
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e
em estudos posteriores”.
A LDB, no art. 58 determina, ainda que a educação dos alunos que
apresentam necessidades especiais deva ocorrer, preferencialmente, na rede
regular de ensino. Assim sendo, os serviços de educação especial se inserem
nos diferentes níveis de formação escolar (educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio e educação superior) e na interatividade com as
demais modalidades da educação escolar, favorecendo alunos e professores,
dentro dos princípios da escola inclusiva, entendida como, aquela que, além de
acolher todas as crianças, garante uma dinâmica curricular que contemple
mudar o caráter discriminatório do fazer pedagógico, a partir das necessidades
dos alunos.
O Colégio Estadual Tiradentes, buscando o cumprimento da Lei 9394.94
e fundamentando-se nos preceitos teóricos e filosóficos do Parecer nº. 15/98
PCN, organizou o seu Plano Curricular contextualizado e interdisciplinar para
ser implantado de forma gradativa, seriado e abrangerá o período de 3 anos.
Caminhamos nesse momento para um desafio, não só nosso como
também das pessoas envolvidas no processo ensino aprendizagem, que é o de
implantar e operacionalizar um novo conceito de Ensino Médio, vincular a ele
novas propostas pedagógicas que possibilitem ao educando a construção de
sua cidadania. Para tanto a proposta curricular prioriza a teoria e a práxis de
32
forma contextualizada, a fim de alcançar o cumprimento das novas diretrizes
para a educação referente ao Ensino Médio.
Atualmente não se pode mais conviver com a idéia de que a escola é um
espaço reservado para que os educandos adquiram o conhecimento histórico
acumulado, transmitido pelo professor de forma abstrata e diretiva. Tampouco
que as pedagogias não diretivas foram sucesso.
O que se concebe hoje e para que se tenha a oportunidade, antes
negada, de contar com subsídios de pequena, mas séria bibliografia a respeito
da história da educação brasileira, das suas tendências, concepções e
contradições. O resgate do saber que representa o patrimônio cultural da
humanidade deve sofrer uma aliança com o saber concreto, vivido pelo aluno,
e que esse saber, acumulado e construído historicamente é passível de
transformações.
A função da escola comprometida com a transformação da sociedade
não é meramente administrativa e nem pedagógica. Mas cada fato e cada ato
devem ser vinculados à totalidade das relações sociais das quais a escola é
parte, e, portanto são políticos e, devem, caminhar rumo a uma sociedade mais
democrática.
Portanto, toda ação educativa consciente e compromissada
politicamente deve levar à preparação do cidadão crítico, participativo com uma
visão ampla e analítica do mundo que o cerca. Levá-lo a aceitar a presença do
outro reconhecendo suas idéias e respeitá-las como sua individualidade. Bem
como, ter consciência que fazemos parte de uma sociedade digna em contínua
evolução. Enfim, formamos um indivíduo sujeito da sua própria história.
Como confirma PARO:
“Na medida, pois, em que, por sua própria natureza humana, o
aluno age no processo produtivo escolar, com vistas a
consecução de um fim educativo, revela-se essa sua nova
dimensão que e a de produtor ou, melhor dizendo, de co-
produtor, juntamente com as outras pessoas envolvidas
também ativamente no processo pedagógico. Ao apresentar
esta dimensão não apenas de objeto de trabalho mas também
de produtor, ou seja, de realizador de sua própria educação,
configura-se a participação do aluno na atividade educativa
não so enquanto objeto mas igualmente enquanto sujeito da
educação.” (1996, p.142)
33
Tendo o trabalho, como princípio educativo o nosso estabelecimento tem
por objetivo um ensino predominantemente histórico e renovador. Histórico no
sentido da própria função educativa, construindo conhecimentos socialmente
relevantes, proporcionando a apreensão do saber gerado nas grandes matrizes
da ciência e da história, oferecendo um aprendizado que permita a
continuidade dos estudos e o ingresso no trabalho. Renovador no sentido do
caráter didático, permitindo aos alunos a adequação do saber com sua atuação
no mercado de trabalho.
A importância de que todos as disciplinas estejam direcionadas com
uma filosofia única de trabalho, visando sempre atingir uma formação geral do
educando, portanto cabe ao educador a tarefa de promover nas ações
escolares a transmissão dos conteúdos nos seus aspectos fundamentais: o
pedagógico, o psicológico e o sócio-político, preparando um indivíduo crítico
participativo da sociedade.
A relação que até então se tinha do currículo com a realidade do nosso
aluno, passava-se pela integração entre professor e novas tendências. A partir
das Novas Diretrizes a prática pedagógica só tende a efetivar a construção
compartilhada sociedade x escola do nosso educando. Ela vem somar-se ao
nosso anseio de mudar sem que precisemos abandonar conceitos (para a
contextualização o aluno deve saber conceituar), precisamos sim trabalhá-los
de forma interdisciplinar.
Cabe ressaltar, ainda que não basta, na busca da melhoria da qualidade
de ensino, a participação isolada dos agentes educacionais. É preciso a
participação efetiva e responsável de grupos que tenham objetivos comuns,
visando a busca de uma nova organização da cultura escolar e de um trabalho
pedagógico.
A perspectiva sugerida aponta para a necessidade de uma práxis
educativa que reflita acerca de duas questões básicas: a substituição da cultura
da repetência e do insucesso pela cultura da competência e do sucesso do
educando.
O combate ao estigma, fortemente presente na escola, segundo o qual
uns pensam e outros fazem. O desafio lançado é o da construção coletiva de
um projeto político pedagógico que, apontando as fraquezas e forças da escola
de Ensino Médio, redimensione e revitalize suas práticas.
Como conceitos norteadores para os tratamentos dos conteúdos, a
interdisciplinaridade e a contextualização devem sustentar a nova proposta
34
de organização curricular. O primeiro vai muito além da supervisão e/ou
repetição de conteúdos; o segundo, parte do princípio de que todo
conhecimento envolve uma relação entre o sujeito e objeto, configurando-se
com um tipo particular de interdisciplinaridade. Essa nova lógica da
organização curricular visa superar a perspectiva enciclopédia de formação,
avançando para a construção de práticas efetivas de cidadania.
Outro aspecto importante a considerar nas novas diretrizes para o
Ensino Médio refere-se ao conceito de trabalho, que se apresenta como sendo
o contexto mais importante para situar a experiência curricular nesse nível de
ensino.
No que tange a binômia formação geral X preparação básica para o
trabalho, as novas perspectivas e o espírito da lei não promovem dissociação
entre estas dimensões do educando e assim apresentam propostas de
conciliação entre elas.
ORGANOGRAMA ESCOLAR:
I - Do Conselho Escolar
II - Da Equipe de Direção
a) Direção
b) Direção Auxiliar
III - Da Equipe Pedagógica:
a) Supervisão de Ensino e Orientação Educacional
b) Corpo Docente
c) Conselho de Classe
d) Biblioteca
IV - Da Equipe Administrativa:
a) Secretária
b) Serviços Gerais
4.4 - Inclusão educacional oportunidades para todos.
35
Inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito para a
Pessoa Portadora de Necessidades Especiais na busca de seu
desenvolvimento e exercício da cidadania. Então, é preciso preparar a escola
para incluir nela o aluno e não ao contrário.
A prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes do
convencional: aceitação das diferenças individuais, valorização de cada
pessoa, convivência dentro da diversidade humana, aprendizagem por meio da
cooperação. Além disso, a dignidade humana não permite que se faça
discriminação, ao contrário exige-se que os direitos de igualdade de
oportunidade sejam respeitados. O respeito à dignidade da qual está revestido
todo ser humano impõe-se, portanto, com base e valor fundamental de todo
estudo e ações praticas direcionada ao atendimento dos alunos que
apresentam necessidades especiais, independentes da forma que se
manifesta.
Pelo princípio da igualdade toda e qualquer pessoa é digna e
merecedora do respeito de seus semelhantes, e tem o direito a boas condições
de vida e oportunidade de realizar seus projetos.
Juntamente com o valor fundamental da dignidade, impõe-se o da
busca da identidade. Trata-se de um caminho nunca suficientemente acabado.
Todo cidadão deve, primeiro tentar encontrar uma identidade assim, é possível
que, para encontrá-la, cada cidadão familiarize-se consigo mesmo, até que,
finalmente, tenha sua identidade.
Pode-se registrar o direito à igualdade de oportunidades de acesso ao
currículo escolar. Se cada criança ou jovem brasileiro com necessidades
educacionais especiais tiver acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente
elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania,
estaremos dando um passo decisivo para a constituição de uma sociedade
mais justa e igualitária.
As contribuições para a remoção de barreiras à aprendizagem e a
participação de alunos com necessidades especiais, é necessário que sejam
ofertados incentivos para a inclusão desses educandos no contexto escolar:
Estimular o aluno a se envolver em todas as atividades cívicas, artísticas,
esportivas e sociais da escola, juntamente com os demais colegas.
A escola deve ser receptiva, respeitar a diversidade e ressaltar suas
potencialidades.
36
Estabelecer valores inclusivos, onde os rótulos pejorativos, preconceitos e
visões negativas sejam amenizados para o sucesso da inclusão de todos.
O professor precisa estabelecer com os alunos, os limites, as regras
necessárias para a convivência no coletivo.
Estabelecer, juntamente com os alunos, padrões de conduta (normas e
regras) para a vivencia coletiva.
Visando o acesso do nosso educando as dependências da escola, com
necessidades especiais, foram construídas rampas facilitando a inclusão do
educando a sua sala de aula. Existem alunos que apresentam deficiência
auditiva e que utiliza de, interprete de sinais de libras dentro da sala de aula.
4.5 - Cultura afro-brasileira e africana
Este Parecer visa a atender os propósitos expressos na Indicação CNE/CP
06/2002, bem como regulamentar a alteração trazida à Lei 9394/96 de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pela Lei 10639/2003 que estabelece
a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
na Educação Básica. Desta forma, busca cumprir o estabelecido na
Constituição Federal nos seus Art. 5º, I, Art. 210, Art. 206, I, § 1° do Art. 242,
Art. 215 e Art. 216, bem como nos Art. 26, 26 A e 79 B na Lei 9.394/96 de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que asseguram o direito à igualdade
de condições de vida e de cidadania, assim como garantem igual direito às
histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso
às diferentes fontes da cultura nacional a todos brasileiros.
O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e
pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da
identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende
necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas
favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os
alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se
valorizados e apoiados. Depende também, de maneira decisiva, da reeducação
das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos designando como
relações étnico-raciais. Depende, ainda, de trabalho conjunto, de articulação
entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos sociais,
37
visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas relações
étnico-raciais não se limitam à escola.
O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a educação das
relações étnico-raciais, se desenvolverá no cotidiano da escola, nos diferentes
níveis e modalidades de ensino, como conteúdo de disciplinas, Educação
Artística, História do Brasil, Ensino Religioso, em atividades curriculares ou
não, trabalhos em salas de aula, nos laboratórios de ciências e de informática,
biblioteca, áreas de recreação, quadra de esportes e outros ambientes
escolares.
4.6 - Avaliação
A avaliação é hoje compreendida pelos educadores como elemento
integrador, entre a aprendizagem e o ensino, que envolve múltiplos aspectos:
o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno
aprenda da melhor forma;
obtenção de informações sobre os objetivos que foram atingidos;
obtenção de informações sobre o que foi aprendido e como;
reflexão contínua para o professor sobre a sua prática educativa;
tomada de consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades.
É uma ação que ocorre durante todo o processo de ensino e
aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como
fechamento de grandes etapas de trabalho que envolve não somente o
professor, mas também alunos, pais e a comunidade escolar.
As expectativas de aprendizagem que se têm para os alunos, devem
estar claramente expressas nos objetivos e nos critérios de avaliação
propostos, assim como na definição do que será considerado como
testemunho das aprendizagens. Do contraste entre os critérios de avaliação e
os indicadores expressos na produção dos alunos, surge o juízo de valor.
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão
contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de
trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou
reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual
38
ou, de todo grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de
suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu
investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades
e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino-
aprendizagem na escola inclui, necessariamente, uma avaliação inicial, para o
planejamento do professor, e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho.
A avaliação investigativa inicial, instrumentaliza o professor para pôr em
prática de forma adequada às características de seus alunos. O professor,
informando-se o que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo, pode
estruturar seu planejamento, definir os conteúdos e nível de profundidade em
que devem ser abordados.
É importante ter claro que a avaliação inicial não implica a instauração
de um longo período de diagnóstico, que cabe por se destacar do processo de
aprendizagem que está em curso. Ela pode se realizar no interior do processo
de ensino e aprendizagem.
A avaliação inclui a observação dos avanços e da qualidade da
aprendizagem alcançada pelos alunos ao final de um período de trabalho, seja
este determinado pelo fim de um trimestre, ou de um ano, seja pelo
encerramento de um projeto ou seqüência didática.
A avaliação final é subsidiada pela avaliação contínua, pois o professor
recolhe todas as informações sobre o que o aluno aprendeu ao acompanhá-lo,
sistematicamente. Esses momentos de formalização da avaliação são
importantes por se constituírem em boas situações para que alunos e
professores formalizem o que foi ou não aprendido.
Para obter informações em relação aos processos de aprendizagem é
necessário considerar a importância de uma diversidade de instrumentos e
situações, para possibilitar, por um lado, avaliar as diferentes capacidades de
conteúdos curriculares, e observar a transferência das aprendizagens em
contextos diferentes.
É fundamental a utilização de diferentes linguagens, como a verbal, a
oral, a escrita, a gráfica, a numérica, a pictórica, de forma a se considerar as
diferentes aptidões dos alunos. Por exemplo, muitas vezes o aluno não domina
a escrita suficientemente para expor um raciocínio mais complexo sobre como
compreende um fato histórico, mas pode fazê-lo perfeitamente bem, em uma
situação de intercâmbio oral, como em diálogo, entrevistas ou debates.
39
Considerando essas preocupações, o professor do Colégio Estadual
Tiradentes realiza a avaliação por meio de:
Observação sistemática: acompanhamento do processo de
aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em
tabelas, listas de controle, diário de classe e outros;
Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de
produções realizadas pelos alunos, para que se possa ter um
quadro real das aprendizagens conquistadas. Por exemplo: se a
avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de
textos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, que
envolve desde os primeiros registros escritos, no caderno de
lição, até os registros das atividades de outras áreas e das
atividades realizadas especificamente para esse aprendizado
além do texto produzido pelo aluno para os fins específicos desta
avaliação.
Atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter
objetividade ao expor sobre um tema, ao responder um
questionamento. Para isso, é importante, em primeiro lugar,
garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem
comumente realizadas em sala de aula: em segundo lugar, deixar
claro para os alunos o que se pretende avaliar, pois
inevitavelmente, estarão mais atentos a esses aspectos.
A avaliação, apesar da responsabilidade do professor, não deve ser
considerada função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados
momentos, é uma condição didática necessária para que construam
instrumentos de auto-regulação para as diferentes aprendizagens. A auto-
avaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno desenvolve
estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos diferentes
procedimentos para se avaliar. Além do aprendizado ser, importante, porque é
central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o papel de
contribuir com a objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só
poderá ser construída com a coordenação dos diferentes pontos de vista tanto
do aluno quanto do professor.
Tão importante quanto “o que” e “como” avaliar, são as decisões
pedagógicas decorrentes dos resultados da avaliação; elas orientam a
40
reorganização da prática educativa do professor no seu dia-a-dia e ações como
o acompanhamento individualizado feito pelo professor fora da classe, a
constituição de grupos de apoio, as lições extras, dentre outras que cada
escola pode criar, incluindo a solicitação de profissionais externos à escola
para debate sobre questões emergentes ao trabalho.
Ressaltar que a não realização das aprendizagens esperadas, muitas
vezes não é problema do aluno, mas tem suas origens em problemas do
próprio sistema educacional, que precisam ser identificados e solucionados.
Na avaliação observam-se avanços e dificuldades apresentados pelos
alunos, dentro de uma perspectiva qualitativa de aprendizagem que nos
proporciona repensar sobre nossas práticas de avaliar. A função da avaliação
não recai na mera mensuração de dados comparativos, pressupõe um
processo contínuo e sistemático da construção do saber pelo aluno. Esse
estabelecimento propõe aos seus educadores planejarem suas avaliações no
sentido de diagnosticar o processo ensino-aprendizagem como um todo, pois a
avaliação não é um fim e sim o meio para podermos realizar a construção da
identidade do nosso educando sem cair em reducionismos quantitativos. Vários
são os níveis de interpretações e os profissionais devem estar atentos para
essas diversidades.
Avaliar por competências e habilidades possibilita ao aluno a construção
de conceitos e poder contextualizá-los - integração sociedade x escola, é
dentro desse princípio que se norteará toda a prática de avaliação desse
estabelecimento. Seguindo esse sistema de avaliação diagnóstica, contínua,
somatória e crescente, na qual o aluno terá capacidade de se auto-avaliar,
conscientizando-se do processo de ensino-aprendizagem.
A Avaliação, no Colégio Tiradentes, será realizada de forma trimestral,
para o Ensino Fundamental e semestral para o Ensino Médio por Blocos, sen-
do Diagnóstica e somatória.
Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis vírgu-
la zero), observando a freqüência mínima exigida por lei, assim calculada:
I. Ensino Fundamental:
MF = 1º T + 2º T + 3º T = 6,0
3
II. Ensino Médio:
41
MF = 1º S + 2º S = 6,0
2
No Ensino Médio organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais respei-
tar-se-á as normas vigentes no Sistema Estadual de Ensino, no que diz respei-
to:
a) aos resultados de Avaliação expressos ao final de cada Bloco de Disci-
plinas Semestral;
b) à apuração de assiduidade;
c) aos estudos de recuperação;
d) ao aproveitamento de estudos;
e) à atuação do Conselho de Classe;
A Matriz Curricular do Ensino Fundamental (5ª à 8ª séries), está assim
composta:
BASE NACIONAL COMUM: Áreas do Conhecimento / Disciplinas:
Ciências, Educação Artística, Educação Física, Ensino Religioso,
Geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática.
PARTE DIVERSIFICADA Áreas do Conhecimento / Disciplinas: Língua
Estrangeira Moderna – Inglês.
A Matriz Curricular do Ensino Médio por Blocos Semestrais(1ªà 3ª séries)
é estruturada da seguinte forma:
1ª SÉRIEBLOCO 1 H.A BLOCO 2 H.ABIOLOGIA 04 ARTE 04ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 06Total Semanal 25 Total Semanal 25
2ª SÉRIEBLOCO 1 H.A BLOCO 2 H.ABIOLOGIA 04 ARTE 04ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04
42
HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 06Total Semanal 25 Total Semanal 25 3ª SÉRIEBLOCO 1 H.A BLOCO 2 H.ABIOLOGIA 04 ARTE 04ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06LEM 04 SOCIOLOGIA 03LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 06Total Semanal 25 Total Semanal 25
43
5 - MARCO OPERACIONAL
5.1. Introdução
À luz dos fundamentos teóricos apresentados no Marco Conceitual, es-
tabelecemos no Marco Operacional as propostas de ação (atitudes, estraté-
gias, metas, normas) aptas a diminuir a distância entre o real e o ideal.
Por estarem alicerçadas na construção coletiva, as propostas de ação implicam
uma visão de conjunto e o compromisso coletivo, através das instâncias cole-
giadas, visando a efetivação da transformação anunciada.
5.2. Associação de pais mestres e funcionários
É pessoa jurídica de direito privado, sendo a mesma representação dos
pais, professores e funcionários do estabelecimento. Ela não tem caráter
político, religioso, radical e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os
seus dirigentes e conselheiros. À APMF compete decidir e acompanhar
juntamente com a Direção e o Conselho Escolar a aplicação de receitas, assim
como mobilizar recursos humanos, materiais e financeiros da comunidade para
atender os alunos e para melhorias e conservação do colégio.
5.3. Grêmio estudantil
O Grêmio Estudantil tem por funções congregar e representar o corpo
discente, defendendo seus interesses individuais e coletivos. A gestão
democrática introduz na escola movimentos importantes como: participação de
alunos, pais, professores e comunidade.
Para Bastos ( 2001, p. 74) o grêmio é um órgão representativo do corpo
discente de cada unidade escolar e tem por finalidade favorecer o
desenvolvimento da consciência crítica, da prática democrática da criatividade
e iniciativa.
Os alunos reconhecem como assuntos pertencentes ao grêmio: o debate,
participação nas decisões, escolha de representante, a comunicação entre os
membros da escola, trabalho coletivo, valorização da cultura e independência
do grupo.
44
5.4. Conselho escolar
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade
Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a
organização e a realização do trabalho pedagógico e administrativo da
instituição escolar em conformidade com políticas e diretrizes educacionais da
SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-
Pedagógico e o Regimento Escolar, para o cumprimento da função social e
específica da escola.
Os objetivos do Conselho são:
Realizar a gestão escolar numa perspectiva democrática;
Constituir-se em instrumento de democratização das relações no
interior da escola, ampliando a participação da comunidade escolar
nos processos do trabalho escolar;
Promover o exercício da cidadania no interior da escola;
Acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido pela
comunidade escolar;
Garantir o cumprimento da função social e da especificidade do
trabalho pedagógico da escola.
As atribuições do Conselho escolar são definidas em função das condições
reais da escola, da organização do próprio Conselho e das competências dos
profissionais em exercício na unidade escolar.
São atribuições do Conselho escolar:
Aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico da
escola;
Analisar e aprovar o plano anual da escola, com base no Projeto
Político-Pedagógico da mesma;
Criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática na
elaboração do Projeto Político-Pedagógico, bem como do Regimento
Escolar;
Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes,
prioridades e metas estabelecidas no seu Plano Anual, redirecionando
as ações quando necessário;
Definir critérios para a utilização do prédio escolar;
Analisar projetos elaborados e/ou em execução por quaisquer dos
segmentos que compõem a comunidade escolar;
45
Analisar e propor alternativas de solução á questões de natureza
pedagógica, administrativa e financeira.
Articular ações com segmentos da sociedade que possam contribuir
para a melhoria da qualidade do processo ensino- aprendizagem;
Elaborar e /ou reformular o Estatuto do Conselho escolar sempre que se
fizer necessário;
Definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante
Planos de Aplicação;
Discutir, analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alterações do
regimento escolar encaminhadas pela comunidade escolar;
Apoiar a criação e o fortalecimento de entidades representantes dos
segmentos escolares;
Promover, regularmente, círculos de estudos, objetivando a formação
continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas,
proporcionando um melhor desempenho de seu trabalho;
Aprovar e acompanhar o cumprimento do Calendário escolar observada
a legislação vigente e diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da
Educação;
Discutir e acompanhar a efetivação da proposta curricular da escola,
objetivando o aprimoramento do processo pedagógico, respeitadas as
diretrizes emanadas da Secretaria de Estado de Educação;
Estabelecer critérios para a aquisição de material escolar e/ou de outras
espécies necessárias à efetivação da proposta pedagógica da escola;
Zelar pelo cumprimento e defesa aos Direitos da Criança e do
Adolescente, com base na Lei 8069/90 – Estatuto da Criança e do
Adolescente;
Avaliar, periodicamente e sistematicamente, as informações referentes
ao uso dos recursos financeiros, os serviços prestados pela escola e
resultados pedagógicos obtidos;
Assessorar, apoiar e colaborar com a direção em matéria de sua
competência e em todas as suas atribuições.
5.5. Pré-conselhos de classe
É um espaço onde professores e coordenadores pedagógicos podem
avaliar o processo ensino-aprendizagem como um todo, onde o aluno será a
46
figura central das discussões e avaliações, estando presente por meio de seus
resultados, de seus sucessos, de seus desenvolvimentos, de suas resistências,
de seus fracassos, de suas necessidades e dificuldades, postos durante os
debates nas questões da prática de ensino e de aprendizagem:
Perfil da turma ( aprendizagem, participação, compromisso,
dificuldades, liderança, afetividade, etc);
Alunos com dificuldades de relacionamento interpessoal;
Alunos com outros problemas;
Alunos faltosos e número de faltas;
Quais foram as tentativas para a solução dos problemas evidenciados;
Auto-avaliação do professor – sucessos insucessos evidenciados no
processo pedagógico;
Sugestões do professor para resolver os problemas evidenciados nas
suas aulas no contexto escolar como um todo;
Quais foram os instrumentos utilizados para o processo de Avaliação.
Quantos instrumentos. O que os instrumentos utilizados enfatizam.
Relação dos alunos que estão com defasagem na aprendizagem;
Como está o desenvolvimento do plano de ensino;
Há ajuda das pedagogas ou direção que você julga necessário, para
o bom andamento das suas aulas?
5.6. CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe é um órgão colegiado, presente na organização da
escola, em que vários professores das diversas disciplinas, juntamente com os
coordenadores pedagógicos, reúnem-se para refletir e avaliar o desempenho
pedagógico dos alunos das diversas turmas, séries ou ciclos. Ele apresenta al-
gumas características básicas que o fazem diferente de outros órgãos colegia-
dos e que lhe dão a importância para o desenvolvimento do projeto pedagógico
da escola.
São elas:
A forma de participação direta, efetiva e entrelaçada dos profissionais que
atuam no processo pedagógico;
Sua organização interdisciplinar;
A centralidade da avaliação escolar como foco de trabalho da instância.
A participação direta dos profissionais se faz porque a constituição dos
Conselhos de Classe prevê o lugar garantido, durante a reunião, a todos pro-
47
fessores que desenvolvem o trabalho pedagógico com as turmas que estarão
em avaliação.
A possibilidade de participação dos professores promove uma rede de re-
lações entre os diversos profissionais da escola, permitindo a interação entre
os conteúdos, entre turnos e entre turmas nos ciclos ou séries.
O Conselho de Classe configura-se como um espaço interdisciplinar de
estudo e tomadas de decisões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na
escola e, nesse sentido, é um órgão deliberativo sobre:
Objetivos de ensino a serem alcançados
Uso de metodologia e estratégias de ensino
Critérios de seleção de conteúdos curriculares;
Projetos coletivos de ensino e atividades;
Formas, critérios e instrumentos de avaliação utilizados para o co-
nhecimento do aluno;
Formas de acompanhamento dos alunos em seu percurso nos ciclos;
Critérios para apreciação do desempenho dos alunos ao final dos ci-
clos;
Elaboração de fichas de registro do desempenho do aluno para o
acompanhamento no decorrer dos ciclos e para a informação aos
pais;
Formas de relacionamento com a família;
Propostas curriculares alternativas para alunos com dificuldades es-
pecíficas;
Adaptações curriculares para alunos portadores de necessidades
educativas especiais;
Propostas de organização dos estudos complementares.
5.7. Concepção de avaliação e processos de avaliação
A análise da prática pedagógica assinala sempre uma preocupação – a
AVALIAÇÃO – pois os procedimentos atuam sempre com instrumentos de
controle e de limitação das atuações no âmbito da sala de aula, impedindo que
o processo ensino-aprendizagem incorpore a riqueza e variedade de ações e
conhecimentos presentes nas atividades escolares.
48
Entendemos que é necessária a construção de um processo de avaliação
capaz de incorporar a diversidade do trabalho pedagógico, valorizando a
multiplicidade de conhecimentos e de processos de sua construção e
socialização. Esta nova concepção de avaliação deve proporcionar o seu
distanciamento dos professores de NEGAÇÃO, SELEÇÃO E EXCLUSÃO.
Nesta perspectiva, avaliar é interrogar e interrogar-se. O educador
olhando para o que fazem seus alunos, procurando compreender o que eles
podem chegar a fazer e como deve ser a sua ação docente no sentido de
favorecer esse processo. Já os alunos apropriando-se dos conhecimentos já
produzidos, articulando-os à sua observação / ação e, em conjunto com seus
companheiros, produzindo novos conhecimentos. Ressaltamos aqui a natureza
coletiva e compartilhada do conhecimento, pois em comemoração os sujeitos
revelam seus conhecimentos potenciais e desenvolvem novas potencialidades.
A avaliação como prática de interrogação se revela um instrumento
relevante – para professores que, comprometidos com uma Escola
democrática, instiga e convida seus alunos para a aventura de ir a busca do
desconhecido, construindo novos e mais sólidos conhecimentos.
O processo de avaliação escolar deve caminhar junto com o compartilhar
dos saberes e a reflexão sobre a prática docente, contemplando e provocando
a continuidade da pesquisa, da leitura e da discussão. Constituindo-se um
processo contínuo contribuirá para o exercício pleno da cidadania, tendo como
objetivos principais o acesso, a permanência e o sucesso escolar de todos os
envolvidos no sistema de ensino.
Em síntese, todos as atividades que realizamos principalmente as
pedagógicas, são avaliadas continuamente e são essenciais para a formação
humana, acontecendo de forma interpsicológica para intrapsicológica
(primeiramente aprendo com o outro, ou com o mais experiente) elaborando,
mostrando, interagindo com o saber, e estas aprendizagens são transformadas
em significativas ferramentas intelectuais, capazes de transformar realidades.
Na medida que a nossa prática está em contínuo parecer crítico das
pessoas que nos rodeiam, estamos diante de uma prática reflexiva da nossa
ação, sem melindres. Porque educar é fazer ato de sujeito, e problematizar o
mundo em que vivemos para superar contradições comprometendo-se com
esse mundo e recriá-lo constantemente. (GADOTTI,1984-90)
49
Ao considerarmos que o conhecimento é um processo de
superação contínua tanto do aluno, quanto do professor, temos
diante dessa a leitura os objetivos da avaliação;
Permitir ao aluno tomar consciência das conquistas, dificuldades e
possibilidades para, em seguida, reorganizar e investir na tarefa de
aprender;
Possibilitar ao professor refletir sobre a sua prática, isto é,
reverter, reorientar, recriar e reorganizar os instrumentos de
trabalho;
Auxiliar a Escola na aferição dos resultados da avaliação,
localizando os possíveis desvios e os limites da ação pedagógica,
bem como redefinir as prioridades.
Conforme os PCNs a avaliação possui três etapas e que devem ser
consideradas no processo:
Avaliação Investigativa – acontece no inicio do processo e permite
investigar o que o aluno já sabe, quais os conceitos que domina; esse
procedimento pode acontecer a qualquer momento, no início, no meio do ano,
no início de um novo conteúdo;
Avaliação Sistemática – deve ser organizada de acordo com os
conteúdos significativos e que leve ao conhecimento, acompanhamento o
processo, o contexto e o desenvolvimento pessoal do aluno, isto é, observação
sistemática através do registro, diário de classe, listas de observações, análise
da produção do aluno.
Avaliação do Processo – esta etapa informa que a escola cumpriu seu
objetivo que é o de ensinar e aprender bem; além disso, um meio para
desenvolver e possibilitar a avaliação do desenvolvimento das competências,
ênfase na produção, sistematização e construção de conhecimento,
oportunizando o conhecer, o fazer, o relacionar e o transformar e acompanhar
o processo ensino – aprendizagem (PCNs).
A amplitude da proposta da ação avaliativa, na educação, pressupõe um
processo de construção do conhecimento e que sustente a progressão
constante de todos. Portanto, avaliar não é um momento isolado. É um rever
seus objetivos, refazendo o processo, retomando o caminho e realizando um
novo projeto.
Conforme definição do princípio educativo da escola que é o da formação
humana integral, todas as ações didático-pedagógicas serão contempladas
50
num sistema de Áreas de conhecimentos e suas disciplinas, porque
entendemos que dessa forma o processo de avaliação é mais abrangente. A
preocupação esta em avaliar o desenvolvimento do aluno de forma global,
tendo por objetivo desenvolver e ampliar suas capacidades permitir-lhes
compreender e lidar com o mundo criticamente, competente, seguro e
autônomo.
Nesta mudança de um sistema por série para um sistema de organização
por Áreas do conhecimento e suas disciplinas percebe-se um grande avanço,
ou seja, mudando-se a centralidades, passa do simples ensinar conteúdos para
se dar ênfase à formação humana e a valorização da alta estima, cuja função é
de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica.
A nossa proposta de avaliação está vinculada ao projeto político
pedagógica, sendo coerente com as suas atividades para que possa acontecer
um trabalho de ação – reflexão – ação.
5.8. Recuperação de estudos e promoção
A RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS é um dos aspectos da aprendizagem
no seu desenvolvimento contínuo, acontecendo com todos os alunos em
diferentes momentos, objetivando do aluno constantes construções do
conhecimento e crescente aperfeiçoamento. Sendo o foco da avaliação o
processo, importância esta na atividade crítica, na capacidade de síntese e
elaboração pessoal, sobre a memorização, visando o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho. Como instrumentos e técnicas de avaliação são utilizados os
desempenhos orais e escritas tarefas específicas, pesquisa dirigida, trabalhos
em grupo e/ou individual, além de trocas de conhecimentos, habilidades,
posturas, tomadas de decisões, criatividade e assiduidade.
As atividades de acompanhamento Escolares também ocorrem no
processo e de forma contínua, garantindo as especificidades e diferenças dos
indivíduos, possibilitando a todos a construção de competências adequadas.
Este Projeto possui um eixo norteador, sempre com visão de mundo, cultura,
sociedade, escola, ensino – aprendizagem e conhecimento. Cabendo ao
professor a responsabilidade de formação de consciência de caráter e de valor,
não esquecendo as relações afetivas. O diálogo aberto possibilita apontar os
caminhos para o aprender e o ensinar, na humanidade e do próprio ser.
51
Também faz parte deste processo à observação e a análise do aluno,
aproveitando as suas experiências vividas, permitindo assim uma percepção
dinâmica da aprendizagem.
Entendemos que a efetivação de uma avaliação democrática na escola
depende, em última instância, da democratização da sociedade, de tal forma
que não se precise mais usar a escola como uma das instâncias de seleção
social. Os educadores devem se comprometer com o processo de
transformação da realidade, alimentando um projeto comum da escola e da
sociedade.
Coerentemente com a concepção de conteúdos e com objetivos
propostos, a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades
dos alunos com relação à aprendizagem não só de conceitos, mas também de
procedimentos e atitudes, objetivando uma busca constante e contínua de
abarcar a realidade.
Para tanto, é fundamental que o educador utilize técnicas e instrumentos
diversificados para poder avaliar, cujos critérios necessitam estar explícitos e
claros tanto ele como para o educando.
É importante o resgate da avaliação em sua essência constitutiva, da sua
função diagnóstica e isso dependerá de cada educador em sala de aula, para
que se torne um processo de auxilio e de cada educando no seu processo de
competência e crescimento de autonomia.
A avaliação deverá verificar a aprendizagem não a partir dos mínimos
possíveis, mas sim a partir dos mínimos necessários. Mas ninguém deverá
ficar sem as condições mínimas de competências para convivência social.
Há real necessidade de prover meios aos alunos, para que se apropriem
do conhecimento, que por algum motivo alheio ou não à vontade deles ou do
professor, não foi efetivado. Então a recuperação paralela vem de encontro a
essas necessidades para dar aos alunos uma nova oportunidade de respeitar o
conteúdo já trabalhado, oportunizando uma segunda chance de superar suas
dificuldades nos critérios estabelecidos (avaliação do trimestre).
Segundo o que consta na LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional / artigo 13, cabe ao professor estabelecer estratégias de recuperação,
para os alunos com menor rendimento. Estas devem ocorrer paralelamente às
atividades ministrada em sala, quando houver necessidade, para que ao final
do ano letivo o período não fique curto para recuperar o que não foi aprendido.
52
Também verificamos que no Regimento Escolar – artigo 91, recuperação
deve ser realizada sempre que o professor retomar, recapitular o conteúdo, de
forma planejada e com metodologia diferenciada, podendo ocorrer em qualquer
dia letivo.
Resultados das avaliações contínuas e as das avaliações de recuperação
de estudos serão aferidos trimestralmente, respeitando o caráter cumulativo
das mesmas, através da somatória de notas, com indicadores coerentes os
critérios estabelecidos para cada conteúdo. Esses resultados serão expressos
através de notas, numa escala de 0 (zero) a 10 (dez); bem como ser
registrados em documentos próprios, a fim de ser assegurada à regularidade e
a autenticidade da vida escolar do educando. Os resultados trimestrais e finais,
serão transcritos pela Secretaria do Colégio nos Documentos Escolares, Fichas
Individuais, e comunicado ao alunos e/ou responsáveis através de Boletins,
instrumento que possibilita aos alunos o acompanhamento do seu rendimento
e freqüência.
A PROMOÇÃO é o resultado da combinação dos dados obtidos no
aproveitamento escolar do aluno, aliado a apuração da assiduidade. Serão
considerados aprovados, na série os alunos que apresentarem:
Freqüência igual ou superior a 75% do total de horas letivas e médias
anual/semestral iguais ou superior a 6,0 (seis virgula zero).
Serão retidos na mesma série os alunos que apresentarem freqüência
anual inferior a 75% no global da carga independentemente do rendimento
escolar.
No Ensino Fundamental e Médio por Blocos os componentes curriculares
de Educação Física, Educação Artística e Língua Estrangeira Moderna e
qualquer outra disciplina da parte diversificada serão objetivos de reprovação,
juntamente com outras disciplinas do currículo e nunca isoladas e terão registro
de notas e freqüência na documentação escolar do aluno.
A EQUIPE PEDAGÓGICA do Estabelecimento está à disposição dos pais
e/ou responsáveis sempre que necessário. E os mesmos serão convocados
pela Direção ou Equipe Pedagógica quando houver necessidade da parceria
com a Escola, com o intuito de promover o aluno, destacando pontos positivos
e negativos os quais contribuam para o desenvolvimento pessoal do educando,
bem como para a qualidade do ensino.
Os pais serão informados através de:
53
Comunicados escritos – sobre as ocorrências disciplinares, atividades
extra classe proposta pela Escola, ou de âmbito filantrópico para melhoria do
Estabelecimento, participação efetiva na organização escolar;
Comunicados orais – e/ou informes gerais em sala de aula sobre
assuntos pertinentes ao processo escolar;
Boletim Escolar – solicitado pessoalmente pelos pais ou responsáveis
legais mediante assinatura de comprovante de comparecimento, para efetivo
acompanhamento do rendimento escolar e freqüência do aluno.
Sem dúvida, o acompanhamento dos pais é fundamental no processo de
desenvolvimento dos filhos, devendo os mesmos estar presentes e atentos no
transcorrer das suas vidas. Solicita-se dos pais e/ou responsáveis à atenção
especial a vida escolar (comparecimento quando solicitado, estar presente nas
entregas de Boletins e/ou reuniões, desde o início do ano letivo e, em todos os
momentos, não deixando tudo para o final, quando, na maioria das vezes, as
únicas soluções viáveis no momento são as de apaziguamento de ânimos).
O Colégio adota por orientação da Secretaria de Estado da Educação, o
Regimento Escolar, no qual são determinadas a legislação e as normas a
serem seguidas pela comunidade escolar. Neste Regimento, destacamos o
Regimento Interno, que um conjunto de normas estabelecidas no sentido de
facilitar o funcionamento diário, bem como estão inseridos nele os direitos e
deveres, proibições e sanções previstas à comunidade escolar.
5.9. Avaliação institucional do projeto político pedagógico
Nossa missão de educar com qualidade (missão e política) e qualidade,
exclusivamente em prol do aluno normalmente um ser humano, com desejos e
necessidades, anseios que deve ser satisfeitos através de produtos e serviços,
motivo da existência da nossa organização, enquanto instituição de ensino.
Deve ser contínua a prática da ética, a promoção da qualificação, a
educação continuada, o bem estar dos nossos colaboradores no exercício de
métodos avançados de gestão, interagindo com a comunidade em programas
sociais e de interesse comum, promover a criatividade, a pesquisa e o
desenvolvimento, reconhecendo as iniciativas, especialmente visionárias,
direcionadas à organização educacional.
54
Através das reflexões e discussões sobre o Projeto Político Pedagógico,
admitimos a ousadia em buscar protagonizar uma educação tão visionária, mas
crer no espaço público como agente primeiro de transformação, num ambiente
proporcionado do trabalho em equipe sem abdicar do talento e iniciativas
individuais, sobrepondo todas dificuldades por si só em um ambiente auto
motivador, transformador, cultural e estrutural.
Todo projeto lança desafios, os quais no momento em que
estabelecemos, não temos o alcance bem claro de suas conseqüências.
Assim, é com o Projeto Político Pedagógico . As certezas sobre a efetivação
de nossos propósitos só virão por meio de um processo de avaliação, o qual
permitirá uma melhor compreensão da realidade e, conseqüentemente
fornecerá subsídios para a tomada de decisões garantindo assim a qualidade
do ensino.
Para tanto, estamos propondo um plano que possibilite uma avaliação
mais ampla, processual, à avaliação institucional, a qual deverá envolver todo o
coletivo da escola. Entendemos avaliação institucional como um processo que
permite avaliar a instituição de forma global, isto é envolvendo as várias
dimensões que interferem na escola. Tais dimensões estão presentes nos
órgãos constituídos como APPF, Conselho de Escola, nas condições físicas,
materiais e na própria prática pedagógica.
A avaliação tem duplo objetivo, o de auto-conhecimento e o de
formulação de subsídios para tomada de decisão institucional,
com a finalidade de promover o aprimoramento da política
implementada e a concretização dos objetivos da sociedade ou
grupo social a que se destina (BELLONI,2003,p.45)
Utilizaremos para análise da prática, os diversos momentos do processo
escolar (os momentos das aulas, os momentos de planejamento pedagógico,
os conselhos de classe, os momentos de formação continuada e outros) tendo
como parâmetros para avaliação a forma como esses momentos se
concretizam e estabelecem relações por conta de sua efetivação. Enfim, a
avaliação deve ser contínua, obedecendo a uma certa periodicidade, utilizando
os resultados dos trabalhos para análise e direcionamento das ações.
55
5.10. Plano de avaliação institucional
SETORES OU ASPECTOS
A SEREM AVALIADOS
INDICADORES PARA AVALIAÇÃO PERIODICIDADE
Condições físicas e
materiais
Qualidade
Quantidade
Utilidade
Trimestralmente
Órgãos Constituídos:
APMF, Conselho Escolar e
Grêmio Estudantil
Relação com os demais envolvidos
Cumprir objetivos propostos nos
planos de ação
Trimestralmente
Professores Resultados Educacionais
Funções descritas no regimento
Formação continuada
Relação com os demais envolvidos
Trimestralmente
Funcionários Funções descritas no regimento
Relação com os demais envolvidos
Trimestralmente
Equipe Pedagógica Resultados Educacionais
Funções descritas no regimento
Relação com os demais envolvidos
Trimestralmente
6 - PROGRAMAS DESENVOLVIDOS NA ESCOLA
6.1 - PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
O programa Mais Educação (Portaria Interministerial nº 17/2007) é uma
iniciativa do governo federal que tem como prioridade contribuir para a
formação integral decrianças, adolescentes e jovens, articulando, a partir do
projeto escolar, diferentes ações, projetos e programas nos estados, Distrito
Federal e municípios. Trata-se de um programa interministerial, do qual fazem
parte os Ministérios da Educação,do Desenvolvimento Social e Combate a
Fome, Ciência e Tecnologia, Esporte, Meio Ambiente, Cultura e a Secretaria
Nacional da Juventude.
6.1.1 - A EDUCAÇÃO INTEGRAL
A educação integral constitui ação estratégica para garantir atenção e
desenvolvimento integral às crianças, aos adolescentes e jovens, sujeitos de
direitos que vivem uma contemporaneidade marcada por intensas
56
transformações e exigência crescente de acesso ao conhecimento, nas
relações sociais entre diferentes gerações e culturas, nas formas de
comunicação, na maior exposição aos efeitos das mudanças em nível local,
regional e internacional. Ela se dará por meio da ampliação de tempos,
espaços e oportunidades educativas que qualifiquem o processo educacional e
melhorem o aprendizado dos alunos. Não se trata, portanto, da criação ou
recriação da escola como instituição total, mas da implicação e da articulação
das diversas instituições sociais que já atuam na garantia de direitos de nossas
crianças e jovens na co-responsabilidade por sua formação integral.
Nossa escola iniciou no Programa Mais Educação em 2009, onde foi
feito o cadastro das atividades e preenchimento dos dados solicitados pelo
MEC. Como a instituição tem um porte grande, optou – se em atender 100
alunos nesse primeiro momento, sendo 50 alunos do turno da manhã e 50
alunos do turno da tarde. As oficinas escolhidas foram: LETRAMENTO,
CANTO/CORAL, DANÇA, CAPOEIRA, XADREZ, FANFARRA.
Não foi possível começar o Programa Mais Educação em 2009, porque
a verba só veio em dezembro, desse modo, o programa foi efetivado em 2010,
iniciando em abril.
O colégio está atendendo os 100 alunos em 04 turmas, 02 pela manhã e
02 à tarde, como demonstra o horário abaixo:
6.1.2- HORÁRIO DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
TURNO: A MANHÃ
Segunda-feira
Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
8h às 9h30min
FANFARRA DANÇA XADREZ LETRAMENTO XADREZ
9h30min às 9h45min
LANCHE
9h45min às 11h15min
LETRAMENTO CAPOEIRA CANTO/CORAL CAPOEIRA DANÇA
TURNO: B MANHÃ
Segunda- Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
57
feira
8h às 9h30min
LETRAMENTO CAPOEIRA CANTO/CORAL CAPOEIRA DANÇA
9h30min às 9h45min
LANCHE
9h45min às 11h15min FANFARRA DANÇA XADREZ LETRAMENTO XADREZ
TURNO: C TARDE
Segunda-feira
Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
13h às 14h30min
LETRAMENTO CAPOEIRA CANTO/CORAL CAPOEIRA DANÇA
14h30min às 14h45min
LANCHE
14h45min às 16h15min FANFARRA DANÇA XADREZ LETRAMENTO XADREZ
TURNO: D TARDE
Segunda-feira
Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
13h às 14h30min FANFARRA DANÇA XADREZ LETRAMENTO XADREZ
14h30min às 14h45min
LANCHE
14h45min às 16h15min
LETRAMENTO CAPOEIRA CANTO/CORAL CAPOEIRA DANÇA
Relação dos nomes dos professores/ monitores de cada oficina:
PROFESSOR/MONITOR OFICINA SITUAÇÃO
Alessandra Wolf Canto/coral Professora
Andréia Giroletto Capoeira Professora
Edgar Fanfarra Monitor
Everaldo Juliatto Xadrez Monitor
Mestre Parafuso Capoeira Monitor
Sandro Silva Xadrez Professor
58
Tatianana Dupin Saja Letramento Professora
6. 2- PROGRAMA /CELEM - ESPANHOL
6.2.1- Apresentação da Disciplina
Em meados de 1980, a redemocratização do país era o cenário propício
para que os professores, organizados em associações, liderassem um amplo
movimento pelo retorno da pluralidade de oferta de Língua Estrangeira nas
escolas públicas. Em decorrência de tais mobilizações, a Secretaria de Estado
da Educação criou, oficialmente, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas
(CELEM), em 15 de agosto de 1986, como forma de valorizar o plurilinguismo e
a diversidade étnica que marca a história paranaense. Tal oferta tem sido
preservada pela SEED há mais de vinte anos.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394
determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna
no Ensino Fundamental, a partir da quinta série, e a escolha do idioma foi
atribuída à comunidade escolar, conforme suas possibilidades de atendimento
(Art. 26, § 5.º).
Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua
Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade
escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da
instituição (Art. 36, Inciso III).
Em 1998, como desdobramento da LDB/96, o MEC publicou os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Língua
Estrangeira (PCN), pautados numa concepção de língua como prática social
fundamentada na abordagem comunicativa. No entanto, tal documento
recomendou um trabalho pedagógico com ênfase na prática de leitura em
detrimento das demais práticas – oralidade e escrita. A justificativa apresentada
foi que, no contexto brasileiro, há poucas oportunidades de uso efetivo da
oralidade pelos alunos, particularmente da Rede Pública de Ensino.
Em 1999, o MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Estrangeira para Ensino Médio, cuja ênfase está no ensino da
comunicação oral e escrita, para atender as demandas relativas à formação
pessoal, acadêmica e profissional. Esta diferença entre as concepções de
59
língua observadas nos dois níveis de ensino influência os resultados da
aprendizagem desta disciplina na Educação.
Como resultado de um processo que buscava destacar o Brasil no
Mercosul, em 5 de agosto de 2005, foi criada a lei n. 11.161, que tornou
obrigatória a oferta de Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino
Médio. Com isso, também se buscou atender a interesses político-econômicos
para melhorar as relações comerciais do Brasil com países de Língua
Espanhola.
Ao contextualizar o ensino da Língua Estrangeira, pretendeu-se
problematizar as questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos
que o tem marcado, sejam eles políticos, econômicos, sociais, culturais e
educacionais. A partir dessa análise, serão apresentados os fundamentos
teórico-metodológicos que orientarão o ensino de Língua Estrangeira na Rede
Pública Estadual.
No âmbito do processo de ensino e aprendizagem das Línguas
Estrangeiras Modernas (doravante LEM), as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica (doravante DCE) para Língua Estrangeira Moderna, afirmam
que “as propostas curriculares e os métodos são instigados a atender às
expectativas e demandas sociais e contemporâneas e a propiciar a
aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos às novas
gerações”(DCE, 2008,p.38).
Face a isto, observa-se que “na atualidade, vem ocorrendo modificações
significativas no campo da ciência, principalmente no âmbito dos estudos
lingüísticos no que diz respeito à aquisição de língua estrangeira (LE)”
(WOGINSKI, 2005,S/P).
6.2.2- Objeto de Estudo da Língua Estrangeira
Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante
transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma
visão sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica
e opaca.
Segundo Bakhtin (1988), toda enunciação envolve a presença de pelo
menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso
individual, no sentido de que todo discurso se constrói no processo de
interação e em função de outro. E é no espaço discursivo criado na relação
entre o eu e o outro que os sujeitos se constituem socialmente. É no
60
engajamento discursivo com o outro que damos forma ao que dizemos e ao
que somos. Daí a Língua Estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar
o contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos
interpretativos de construção da realidade.
Em outras palavras, a língua concebida como discurso, não como
estrutura ou código a ser decifrado, constrói significados e não apenas os
transmite. O sentido da linguagem está no contexto de interação verbal e não
no sistema linguístico. Conforme o teórico
No ensino de Língua Estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa
disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-
se fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o
ensino da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender
línguas é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de
atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso
da língua os diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau
de proficiência atingido.
Um dos objetivos da disciplina de Língua Estrangeira Moderna é que os
envolvidos no processo pedagógico façam uso da língua que estão
aprendendo em situações significativas, relevantes, isto é, que não se limitem
ao exercício de uma mera prática de formas linguísticas descontextualizadas.
Trata-se da inclusão social do aluno numa sociedade reconhecidamente
diversa e complexa através do comprometimento mútuo.
O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico-
social. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de
sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo
assim, define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna
o Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por
meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o
discurso.
O professor deve considerar a diversidade de gêneros existentes e a
especificidade do tratamento da Língua Estrangeira na prática pedagógica, a
fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino.
Os conteúdos específicos contemplam diversos gêneros discursivos, além
de elementos linguístico-discursivos, tais como: unidades linguísticas que se
configuram como as unidades de linguagem, derivadas da posição que o
locutor exerce no enunciado; temáticas que se referem ao objeto ou finalidade
61
discursiva, ou seja, ao que pode tornar-se dizível por meio de um gênero;
composicionais, compreendidas como a estrutura específica dos textos
pertencentes a um gênero (BAKHTIN, 1992).
6.2.3- ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia referente à disciplina de Língua Estrangeira Moderna, está
pautada na seguinte afirmação de que,
“... o trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados...” (DCE, 2008, p.63)
Dessa forma, os procedimentos teórico-metodológicos possibilitarão
atender as necessidades do aluno enfatizando em demasia os aspectos e as
experiências cotidianas. Portanto a principal ferramenta de ensino é justamente
a funcionalidade da língua de estudo na qual o aluno é conduzido a vivenciar
situações concretas (reais) de fala e escrita e a desempenhar funções
lingüísticas a partir do uso de textos.
A partir do Conteúdo Estruturante Discurso como prática social, serão
trabalhadas questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas,
bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de
partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto, verbal e não-
verbal, como unidade de linguagem em uso. Antunes (2007, p. 130) esclarece
que [...] o texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma
necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da
atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a
exploração das atividades discursivas.
Propõe-se que, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna, o professor
aborde os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a
função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o
grau de informação presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a
coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em si. Sendo assim, o
ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no
entanto, abandoná-la.
62
Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor
ingênuo, mas que seja crítico, reaja aos textos com os quais se depare e
entenda que por trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores
particulares e próprios da comunidade em que está inserido. Da mesma forma,
o aluno deve ser instigado a buscar respostas e soluções aos seus
questionamentos, necessidades e anseios relativos à aprendizagem.
O professor poderá trabalhar levando em conta os itens abaixo sugeridos:
a) Gênero: explorar o gênero escolhido e suas diferentes aplicabilidades.
Cada atividade da sociedade se utiliza de um determinado gênero;
b) Aspecto Cultural/Interdiscurso: influência de outras culturas percebidas
no texto, o contexto, quem escreveu, para quem, com que objetivo e quais
outras leituras poderão ser feitas a partir do texto apresentado;
c) Variedade Linguística: formal ou informal;
d) Análise Linguística: será realizada de acordo com a série. Vale
ressaltar a diferença entre o ensino de gramática e a prática da análise
linguística:Secretaria de Estado da Educação do Paraná 68 novo olhar, um
outro objeto, 2006, p. 207)
e) Atividades:
• Pesquisa: será proposta para o aluno, acerca do assunto abordado.
Lembrando, aqui, que pesquisa é entendida como uma forma de saber
mais sobre o assunto, isso significa que poderá ser realizada não só nos
livros ou na internet. Uma conversa com pessoas mais experientes, uma
entrevista, e assim por diante, também serão consideradas pesquisas.
• Discussão: conversar na sala de aula a respeito do assunto,
valorizando as pesquisas feitas pelos alunos. Aprofundar e/ou confrontar
informações. Essa atividade poderá ser feita em Língua Materna.
• Produção de texto: o aluno irá produzir um texto na Língua
Estrangeira, com a ajuda dos recursos disponíveis na sala de aula e a
orientação do professor.
Os conteúdos poderão ser retomados em todas as séries, porém em
diferentes graus de profundidade, levando em conta o conhecimento do aluno.
A bagagem de conhecimentos que o aluno trará em Língua Estrangeira
será diferenciada, pois os estabelecimentos de ensino possuem matrizes
curriculares diferentes, além disso, nem sempre o aluno terá estudado o
mesmo idioma em séries anteriores.
63
Por último, salienta-se que na aula de Língua Estrangeira Moderna o
aspecto cultural deverá caracterizar-se como prática e hábito no processo de
aquisição de uma LEM, pois segundo Giovannini (1996) citado por Woginiski
(2004), “uma língua desvinculada de sua cultura converte-se em um instrumento estéril e
carente de significados”. Portanto, ensinar os elementos lingüísticos dessa língua
favorecem além da aquisição da língua, também a aquisição do modo de viver
daqueles que a falam.
6.2.4– Conteúdos
Para o ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna, as
discussões pertinentes aos conteúdos encontram-se imbricadas em seu
conteúdo estruturante, bem como nos conteúdos básicos, propostos pelas
Diretrizes Curriculares da Educação Básica para LEM.
A disciplina de LEM concebe como conteúdo estruturante o Discurso
como prática social e ao mesmo tempo caracteriza os gêneros (textuais, do
texto, discursivos, do discurso) como conteúdos básicos abordados dentro das
práticas discursivas.
Os gêneros do discurso segundo BAKHTIN (1952, p.279), são definidos
como “tipos relativamente estáveis e heterogêneos de enunciados dentro de
esfera de utilização da língua” e ainda caracterizados por três elementos: o
conteúdo temático, o estilo e a construção composicional.
Para MARCUSCHI (2006, p.35), os gêneros textuais “são um tipo de
gramática social [grifo do autor] isto é, uma gramática da enunciação”. Sendo
assim,
“...são definidos como textos orais ou escritos materializados
em situações comunicativas recorrentes [portanto] organizam
nossa fala e escrita assim como a gramática organiza as
formas lingüísticas (MARCUSCHI, 2006, p. 35).
Não cabe mais à escola apenas ensinar o aluno a ler e escrever em e/ou
na LEM; é preciso instruí-lo a relaciona a língua às suas práticas sociais.
Reitera-se a necessidade de explorar as práticas da oralidade, leitura e
escrita a partir da seleção dos gêneros textuais. Conforme Bakhtin (1952), o
indivíduo primeiro define o seu propósito, para então decidir o gênero textual
que utilizará.
64
Com relação as práticas da oralidade, percebe-se a necessidade de
trabalhar a língua falada oportunizando o aluno a perceber sua função social na
qual o próprio aluno utilizará os diferentes gêneros de acordo com seus
próprios interesses.
O trabalho com a oralidade nas aulas de LEM, “têm como objetivo expor os
alunos a textos orais, pertecentes aos diferentes discursos(...)é aprender a expressar idéias em
Língua estrangeira mesmo que com limitações (...) também é importante que o aluno se
familiarize com os sons específicos da língua que está aprendendo” (DCE, 2008, p. 66).
No que diz respeito à prática da leitura, observa-se que o papel
primordial da utilização dos gêneros textuais na aprendizagem de LEM, torna a
aquisição do conhecimento mais significativa e mais próxima das práticas
sociais das quais o aluno interage.
No que tange as práticas da escrita, conforme nos diz Koch e Elias
(2009), a produção escrita recorre a conhecimentos armazenados na memória.
Esses conhecimentos resultam das inúmeras atividades em que o produtor se
envolveu ao longo da vida, bem como são concebidos pela ativação de
modelos cognitivos sobre as práticas interacionais, histórica e culturalmente
constituídas, portanto,
“...para a atividade de escrita, o produtor precisa ativar
“modelos” que possui sobre práticas comunicativas
configuradas em textos, levando em conta elementos que
entram em sua composição (modo de organização), além de
aspectos do conteúdo, estilo, função e suporte de veiculação”
(KOCH; ELIAS, 2009, p. 43).
ENSINO DE GRAMÁTICA PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA
Concepção de língua como sistema, estrutura inflexível e invariável.
Concepção de língua como ação interlocutiva situada, sujeita às interferências dos falantes.
Unidade privilegiada: a palavra, a frase e o período.
Unidade privilegiada: o texto.
Preferência pelos exercícios estruturais, de identificação e classificação de unidades/ funções morfossintáticas e correção.
Preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que exigem comparação e reflexão sobre adequação e efeitos de sentidos.
GÊNEROS TEXTUAIS
ESFERAS SOCIAIS DE EXEMPLOS DE
65
CIRCULAÇÃO GÊNEROS COTIDIANA Adivinhas
Álbum de Família Anedotas Bilhetes Cantigas de Roda Carta Pessoal Cartão Cartão Postal Causos Comunicado Convites Curriculum Vitae
Diário Exposição Oral Fotos Músicas Parlendas Piadas Provérbios Quadrinhas Receitas Relatos de Experiências Vividas Trava-Línguas
LITERÁRIA/ARTÍSTICA Autobiografia Biografias Contos Contos de Fadas Contos de Fadas Contemporâneos Crônicas de Ficção Escultura Fábulas Fábulas Contemporâneas Haicai Histórias em Quadrinhos Lendas Literatura de Cordel Memórias
Letras de Músicas Narrativas de Aventura Narrativas de Enigma Narrativas de Ficção Científica Narrativas de Humor Narrativas de Terror Narrativas Fantásticas Narrativas Míticas Paródias Pinturas Poemas Romances Tankas Textos Dramáticos
CIENTÍFICA Artigos Conferência Debate Palestra Pesquisas
Relato Histórico Relatório Resumo Verbetes
ESCOLAR Ata Cartazes Debate Regrado Diálogo/Discussão Argumentativa Exposição Oral Júri Simulado Mapas Palestra Pesquisas
Relato Histórico Relatório Relatos de Experiências Científicas Resenha Resumo Seminário Texto Argumentativo Texto de Opinião Verbetes de Enciclopédias
IMPRENSA Agenda Cultural Anúncio de Emprego Artigo de Opinião Caricatura Carta ao Leitor Carta do Leitor Cartum Charge Classificados
Fotos Horóscopo Infográfico Manchete Mapas Mesa Redonda Notícia Reportagens Resenha Crítica
66
Crônica Jornalística Editorial Entrevista (oral e escrita)
Sinopses de Filmes Tiras
6.2.5 Avaliação
A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está
articulada aos fundamentos teóricos explicitados nestas Diretrizes e na LDB n.
9394/96. A avaliação do rendimento escolar será ampla e continua no sentido
de revelar o aproveitamento e o grau de desenvolvimento atingido pelo aluno,
bem como, de proceder à apuração para fins de aprovação.
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o
processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do
professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em
que se encontra no percurso pedagógico.
Conforme analisa Luckesi (1995, p. 166), “A avaliação da aprendizagem
necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a
construção da aprendizagem bem-sucedida.”
A avaliação, enquanto relação dialógica, concebe o conhecimento como
apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação-
reflexão-ação, que se passa na sala de aula através da interação
professor/aluno, carregado de significados e de compreensão. Assim, tanto o
professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso desenvolvido até
então, e identificar dificuldades, planejar e propor outros encaminhamentos que
busquem superá-las.
Portanto, ao final das diversas avaliações de aprendizagem propostas
(escrita e oral), bem como das atividades avaliativas e das atividades
extraclasse de cada (trimestre/semestre), será atribuída uma média e
posteriormente uma média anual a cada aluno.
Conforme a Instrução Normativa nº 19/2008 de 31 de outubro de 2008,
“6.11- A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez
vírgula zero). (...) 6.16 – Os alunos do CELEM que
apresentarem freqüência mínima de 75% do total de horas
letivas e a média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula
67
zero) serão considerados aprovados ao final do ano
letivo”( SUED/SEED, 2008, p.5)
Salienta-se que ao estabelecer critérios para avaliação,
“...a seleção de conteúdos, os encaminhamentos
metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a
intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de
instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes
variadas oportunidades e maneiras de expressar seu
conhecimento” (DCE, 2008, p.33)
Por fim, de acordo com as DCE (2008, p.32), “os instrumentos de avaliação
devem ser pensados e definidos de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas que
oferecem para avaliar os critérios estabelecidos”.
REFERÊNCIAS
ANDREOTTI, V.; JORDÃO, C.M.; GIMENEZ, T. (org.) Perspectivas educacionais e ensino de inglês na escola pública. Pelotas: Educat, 2005.
ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988. ___________ Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer n. 04/98,de 29 de janeiro de 1998. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Relatora Conselheira: Regina Alcântara de Assis. Diário Oficial da União, Brasília, p.31, 15 abr. 1998.
BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais - ensino médio: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF,1999.
68
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70
7- PROPOSTAS CURRICULARES DAS DISCIPLINAS DE ENSINO
FUNDAMENTAL
Português
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o
tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a
nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de
afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu
riquezas novas. A este respeito a influencia do povo é decisiva.”
(Machado de Assis)
Segundo as DCEs, a disciplina de Português na LDB nº 5692/71 passou
a denominar-se, no primeiro grau, Comunicação e Expressão (nas quatro
primeiras séries) e Comunicação em Língua Portuguesa (nas quatro últimas
séries), baseando-se, principalmente, nos estudos de JAKOBSON, referentes à
teoria da comunicação, a disciplina vinha dicotomizada em Língua e Literatura
(com ênfase na Literatura Brasileira). A divisão repercutiu na organização
curricular: a separação entre gramática, estudos literários e redação. O ensino
de Língua Portuguesa fundamentava-se, então, em exercícios estruturais,
técnicas de redação e treinamento de habilidade de leitura.
A perspectiva dos estudos gramaticais na escola, até hoje se centra, em
grande parte, no entendimento na nomenclatura gramatical como eixo principal;
descrição e norma se confundem na análise da frase; essa deslocada do uso,
da função e do texto. O estudo gramatical aparece nos planos curriculares de
português, desde as séries iniciais, sem que os alunos, até as séries finais do
ensino médio, dominem a nomenclatura. A confusão entre norma e
gramaticalidade é o grande problema da gramática ensinada pela escola. O
que deveria ser um exercício para o falar/escrever/ler melhor se transforma em
uma camisa de força incompreensível.
Os estudos literários seguem o mesmo caminho. A história da literatura
costuma ser o foco da compreensão do texto; uma história que nem sempre
corresponde ao texto que lhe serve de exemplo. O conceito de texto literário é
discutível.
71
“A começar do nível mais elementar de relações com o
poder, a linguagem constitui o arame farpado mais poderoso
para bloquear o acesso ao poder” (GNERRE, 1991).
Sabendo que essa perspectiva educacional, não vem contemplando a
necessidade lingüística dos nossos alunos propomos que o processo de
ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa, no Ensino Fundamental e Médio
deve priorizar uma visão sobre o que é linguagem verbal, pois a mesma se
caracteriza como construção humana e histórica de um sistema lingüístico e
comunicativo em determinados contextos. Assim, na gênese da linguagem
verbal estão presentes os homens, seus sistemas simbólicos e comunicativos,
em um mundo sócio-cultural.
As expressões humanas incorporam todas as linguagens, mas, para
efeito didático, a linguagem verbal será o material de reflexão, já que, para o
professor de língua materna ela é prioritária como instrumento de trabalho. O
caráter sócio-interacionista da linguagem verbal aponta para uma opção
metodológica de verificação do saber lingüístico do aluno, como ponto de
partida para a decisão daquilo que será desenvolvido, tendo como referência o
valor da linguagem nas diferentes esferas sociais.
A unidade básica da linguagem verbal é o texto, compreendido como a
fala e o discurso que se produz, e a função comunicativa, o principal eixo de
sua atualização e a razão do ato lingüístico.
Sendo assim o estudo da Língua Portuguesa/Literatura precisa pautar-
se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só
a leitura e a expressão oral e escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz
da linguagem nos diferentes contextos e situações. Essas ações estão
resumidas no domínio do discurso, ou seja, o conteúdo estruturante da Língua
Portuguesa/literatura é o discurso enquanto prática social. Nesse sentido o
estudo delas terá como objetivos:
aprimorar a capacidade comunicativa do aluno, tornando-o mais participativo e
questionador, desenvolvendo e melhorando seus recursos de expressão oral e
escrita, aumentando os conhecimentos e o domínio lingüístico nas mais
variadas e diferentes situações de uso;
ampliar o domínio ativo do discurso nas diversas ações comunicativas,
de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita,
ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da
cidadania e que compreenda e que faça uso das informações contidas
72
nos textos e que possibilite reconstruir, organizar e praticar a escrita e a
oralidade na linguagem padrão;
desenvolver o domínio das atividades verbais, uma vez que é direito de
todo cidadão a educação lingüística para a dimensão da cidadania;
garantir o domínio da leitura, escrita, fala e compreensão da realidade
social;
utilizar a linguagem na escrita de produção de texto de modo a atender
as múltiplas demandas sociais.
JUSTIFICATIVA
"Se o objetivo das aulas de língua portuguesa é oportunizar o domínio
do dialeto padrão, devemos acrescentar outra questão: a dicotomia
entre ensino da língua/ensino da metalinguagem. A opção de um
ensino da língua considerando as relações humanas que ela perpassa
(concebendo a linguagem como lugar de um processo de interação), a
partir da perspectiva de que na escola se poder oportunizar o domínio
de mais de outra forma de expressão, exige que reconsideremos ‘o
que’ vamos ensinar, já que tal opção representa parte da resposta do
‘para que’ ensinamos" (GERALDI, 1997,p..45).
O ensino da língua busca uma interação, e deverá ser ensinada sem segregá-
la para que os educandos tenham oportunidade de apropriar-se dos conteúdos
e possam compreender como a língua funciona e façam uso da mesma nas
diferentes situações “poli-funcionais” ou seja, dentro das necessidades e no
meio em que se encontram no mundo contemporâneo.
CONTEÚDOS
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE
ESTRUTURANTE CONTEÚDOS BÁSICOSABORDAGEM
TEÓRICOMETODOLÓGICAAVALIAÇÃO
DISCURSO COMOPRÁTICA SOCIAL
LEITURA- Identificação do tema- Interpretação textual, observando:
- Conteúdo temático- Interlocutores
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, observando as relações dialógicas.- Consideração dos conhecimentos
Espera-se que o aluno:- Realize leitura
compreensiva do texto.- Localize
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- Fonte- Intertextualidade- Informatividade- Intencionalidade- Marcas lingüísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários- Inferências
prévios dos alunos.- Inferências de informações implícitas.- Utilização de materiais gráficos diversos (fotos, gráficos, quadrinhos...) para interpretação de textos.- Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor.- Relato de experiências significativas relacionado ao assunto do texto.- Leitura de vários textos para a observação das relações intertextuais
informações explícitas no texto
- Emita opiniões a respeito do que leu.
- Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas lingüísticas- Variedades lingüísticas- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor:- participação e cooperação
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras.- Elementos extralingüísticos:Entonação, pausas, gestos...
- Apresentação de textos produzidos pelos alunos.- Contação de histórias- Narração de fatos reais ou fictícios- Seleção de discurso de outros, como: entrevista, cenas de desenhos/programas infantojuvenis, reportagem...- Análise dos recursos próprios da oralidade.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.
Espera-se que o aluno:- Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal informal).
- Apresente clareza de idéias ao se colocar diante dos colegas.
ESCRITA- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.- elementos composicionais.- marcas lingüísticas.
- Argumentação.- Paragrafação.- Clareza de idéias.- Refacção textual.
- Discussão sobre o tema a ser produzido.- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.- Produção textual- Revisão textual- Reestrutura e reescrita textual
Espera-se que o aluno:- Expresse suas
idéias com clareza- Produza textos
atendendo as circunstâncias de produção propostas
(gênero, interlocutor, finalidade...).
ANÁLISE LINGÜÍSTICAPerpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
- Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno.
- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto.
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto.
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico. - acentuação gráfica.- Processo de formação de palavras- Gírias- Algumas figuras de pensamento(prosopopéia, ironia...)- Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal- Particularidades de grafia de algumas palavras.
- Estudo dos conhecimentos lingüísticos a partir:
- de gêneros selecionados para leitura ou audição;
- de textos produzidos pelos alunos;- das dificuldades apresentadas pela
turma.
Espera-se que o aluno:- Diferencie a
linguagem formal da informal.
- Utilize adequadamente, recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
- Amplie o léxico.
(*) Sugestões de Gêneros DISCURSIVOS PARA A 5ª SÉRIE: história em
quadrinho, piadas, adivinhas, lendas, fábulas, contos de fadas,poemas,
narrativa de enigma, narrativa de aventura, dramatização, exposição oral,
comercial para TV, causos, carta pessoal, carta de solicitação, email, receita,
convite, autobiografia, cartaz, carta do leitor, classificados, verbete, quadrinhas,
cantigas de roda, bilhetes, fotos, mapas, aviso,horóscopo, regras de jogo,
anedotas, entre outros.
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6ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOESTRUTU RANTE
CONTEÚDOS BÁSICOSABORDAGEM
TEÓRICOMETODOLÓGICAAVALIAÇÃO
DISCURSO COMOPRÁTICA SOCIAL
LEITURA- Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático- interlocutores- fonte- ideologia- papéis sociais representados- intertextualidade- intencionalidade- informatividade- marcas lingüísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.- As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e informal.- Texto verbal e não-verbal.
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, observando as relações dialógicas.- Consideração dos conhecimentos prévios dos alunos.- Leitura das informações implícitas nos textos.- Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...- Relato de experiências significativas relacionado ao assunto do texto.- Leitura de vários textos para a observação das relações intertextuais.
Espera-se que o aluno:- Identifique o tema
abordado no texto.- Realize leitura
compreensiva do texto.- Identifique
informações implícitas nos textos.
- Estabeleça relação causa / conseqüência entre partes e elementos do texto.
- Compreenda a finalidade e as intenções do texto.
- Amplie o horizonte de expectativas.
ORALIDADE- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.- elementos composicionais.- marcas lingüísticas.
- Procedimentos e marcas lingüísticas típicas da conversação (entonação, repetições, pausas...).- Variedades lingüísticas- Intencionalidade do texto- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação- Particularidades de pronúncia de algumas palavras.
- Apresentação de textos produzidos pelos alunos- Contação de histórias.- Seleção de discurso de outros, como: notícias, cenas de novelas/filmes, entrevistas, programas humorísticos...- Análise dos recursos próprios da oralidade.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.
Espera-se que o aluno:- Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal, informal).
- Apresente clareza de idéias ao se colocar diante dos colegas.
- Compreenda as intenções do discurso do outro.
ESCRITA- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.- elementos composicionais.- marcas lingüísticas.
- Linguagem formal/informal.- Argumentação.- Coerência e coesão textual.- Organização das idéias/parágrafos.- Finalidade do texto.- Refacção textual.ANÁLISE LINGUÍSTICA Perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:- Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto.- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto.- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, itálico, parênteses, hífen.- Acentuação gráfica.- Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais.- A representação do sujeito no texto(expressivo/elíptico; determinado/indeterminado; ativo/passivo).
Produção- Discussão sobre o tema a ser produzido.- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.- Proposta de produção textual.- Revisão textual.- Reestrutura e reescrita textual.
Espera-se que o aluno:- Expresse suas
idéias com clareza.- Produza textos
atendendo às circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...).
- Adeque a linguagem de acordo com o contexto exigido: formal ou informal
Espera-se que o aluno:- Diferencie a
linguagem formal da informal.
- Utilize adequadamente, recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes.
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- Neologismo.- Figuras de pensamento (hipérbole, ironia, eufemismo, antítese).- Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal.- Linguagem digital.- Semântica.- Particularidades de grafia de algumas palavras.
- Estudo dos conhecimentos lingüísticos a partir:
- de gêneros selecionados para leitura ou escuta.
- de textos produzidos pelos alunos- das dificuldades apresentadas pela
turma.
- Amplie o léxico- Compreenda a
diferença entre discurso direto e indireto.
- Perceba os efeitos de sentido causados pelas figuras de pensamentos nos textos.
(*) SUGESTOES DE GENEROS DISCURSIVOS PARA A 6ª SÉRIE: entrevista
(oral e escrita), crônica de ficção, música, notícia, estatutos, narrativa mítica,
tiras, propaganda, exposição oral, mapas, paródia, chat, provérbios, torpedos,
álbum de família, literatura de cordel, carta de reclamação, diário, carta ao
leitor, instruções de uso, cartum, história em quadrinhos, placas, pinturas,
provérbios, entre outros.
7ª SERIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOESTRUTU-RANTE
CONTEÚDOS BÁSICOSABORDAGEM
TEÓRICOMETODOLÓGICAAVALIAÇÃO
DISCURSO COMOPRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA- Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático-interlocutores- fonte- ideologia- intencionalidade- informatividade dos
argumentos secundários.- As diferentes vozes sociais representadas no texto.- Linguagem verbal, não-verbal, midiático, infográficos, etc.- Relações dialógicas entre textos -marcas lingüísticas.- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários as diferentes vozes verbais representadas no texto linguagem verbal, nao-verbal, midiatico, infograficos, etc.Relaçoes dialogicas entre textos.
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, observando as relações dialógicas.- Consideração dos conhecimentos prévios.- Inferências no texto.- Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...- Leitura de textos verbais e nãoverbais, midiáticos, iconográficos, etc..- Leitura de vários textos para a observação das relações intertextuais.
Espera-se que o aluno:- Realize leitura
compreensiva do texto.- Emita opiniões a
respeito do que leu.- Desvende, na
leitura, posicionamentos ideológicos no meio social e cultural.
- Estabeleça relações intertextuais entre os textos lidos e/ou ouvidos.
- Identifique efeitos de ironia ou humor em textos variados.
- Amplie o horizonte de expectativas.
ORALIDADE- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas lingüísticas
-Coerência global do discurso oral.- Variedades lingüísticas.- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.- turnos de fala.
- Particularidades dos textos orais- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos...- Finalidade do texto oral.
- Apresentação de textos produzidos pelos alunos.- Dramatização de textos- Apresentação de mesa redonda, júri-simulado, exposição oral...- Seleção de discurso de outros para análise, como: filme, entrevista, mesa redonda, cena de novela/programa, reportagem, debate.- Análise dos recursos próprios dos gêneros orais.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado
Espera-se que o aluno:- Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal, informal).
- Reconheça as intenções dos discursos de outros.
- Elabore argumentos. convincentes para defender suas idéias.
ESCRITA- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas lingüísticas
- Discussão sobre o tema a ser produzido.- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores.
Espera-se que o aluno:- Produza textos
atendendo às circunstâncias de
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- Argumentação- Coerência e coesão textual- Paráfrase de textos- Paragrafação- Refacção textual
- Exploração do contexto social de uso do gênero trabalhado.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado- Produção textual- Revisão textual- Reestrutura e reescrita textual
produção proposta(gênero, interlocutor,
finalidade...)- Elabore
argumentos consistentes.
- Produza textos respeitando a seqüência lógica.
- Adeque o texto ao tema proposto.
ANÁLISE LINGÜÍSTICA Perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:- Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral- Conotação e denotação- A função das conjunções na conexão de sentido do texto- Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...)- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto.- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.- Acentuação gráfica.- Figuras de linguagem.- Procedimentos de concordância verbal e nominal.- A elipse na seqüência do texto.- Estrangeirismos.- As irregularidades e regularidades da conjugação verbal.- A função do advérbio: modificador e circunstanciador.- Complementação do verbo e de outras palavras.
- Compreensão das semelhanças e diferenças, dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação, dos textos orais e escritos. - Estudo dos conhecimentos lingüísticos a partir:
- de gêneros selecionados para leitura ou escuta.
- de textos produzidos pelos alunos.- das dificuldades apresentadas pela
turma.
Espera-se que o aluno:- Utilize
adequadamente, recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
- Amplie o vocabulário.
- Identifique a concordância presente em textos longos e de estruturas complexas.
- Reconheça quando e como estabelecer complementação do verbo e de outras palavras.
- Utilize as flexões verbais para indicar diferenças de tempo e modo.
(*) SUGESTOES DE GENEROS DISCURSIVOS PARA A 7ª SÉRIE: regimento,
slogan, telejornal, telenovela, reportagem (oral e escrita), pesquisa, conto
fantástico, narrativa de terror, charge, narrativa de humor, crônica jornalística,
paródia, resumo, anúncio publicitário, sinopse de filme, poema, biografia,
narrativa de ficção científica, relato pessoal, outdoor, blog, haicai, júri simulado,
discurso de defesa e acusação, mesa redonda, dissertação escolar,
regulamentos, caricatura, escultura, entre outros.
8ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOESTRUTU-RANTE
CONTEÚDOS BÁSICOSABORDAGEM
TEÓRICOMETODOLÓGICAAVALIAÇÃO
DISCURSO COMOPRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA- Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático- interlocutores- fonte- intencionalidade- intertextualidade- ideologia
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, observando as relações dialógicas.- Consideração dos conhecimentos prévios.- Inferências sobre informações implícitas no texto.
Espera-se que o aluno:- Realize leitura
compreensiva do texto- Identifique a tese
de um texto- Identifique a
finalidade de textos de
77
- informatividade-marcas lingüísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.- Informações implícitas em textos- As vozes sociais presentes no texto- Estética do texto literário
- Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...- Relato de experiências significativas relacionadas ao assunto do texto.- Leitura de vários textos para a observação das relações intertextuais.
diferentes gêneros.- Estabeleça
relações intertextuais entre os textos.
- Desvende, na leitura, posicionamentos ideológicos no meio social e cultural.
- Identifique as informações implícitas no texto.
- Reconheça efeitos de humor provocados pela ambigüidade em textos verbais e não verbais.
- Amplie o horizonte de expectativas
ORALIDADE- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.- elementos composicionais.- marcas lingüísticas.
- Variedades lingüísticas.- Intencionalidade do texto oral.- Argumentação.- Papel do locutor e do interlocutor:- turnos de fala.- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos...
- Exposição oral de trabalhos/textos produzidos.- Dramatização de textos- Apresentação de seminários, debates, entrevistas...- Seleção de discurso de outros, como: reportagem, seminário, entrevista, reality show...- Análise dos recursos próprios da oralidade.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.
Espera-se que o aluno:- Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal, informal).
- Produza argumentos convincentes
- Reconheça as intenções no discurso do outro.
- Identifique as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto oral.
ESCRITA- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas lingüísticas
- Argumentação- Resumo de textos- Paragrafação- Paráfrase- Intertextualidade- Refacção textual
- Discussão sobre o tema a ser produzido.- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores.- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado.- Produção textual.- Revisão textual.- Reestrutura e reescrita textual.
Espera-se que o aluno:- Produza textos
atendendo as circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
- Adeque o texto ao tema e à linguagem.
- Estabeleça relações entre partes do texto, identificando repetições ou substituições.
- Estabeleça relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-la.
ANÁLISE LINGÜÍSTICA Perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:- Conotação e denotação- Coesão e coerência textual- Vícios de linguagem- Operadores argumentativos e os efeitos de sentido.- Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que diz, como: felizmente, comovedoramente...)- Semântica- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto- Recursos gráficos: aspas,
- Estudo dos conhecimentos lingüísticos a partir:
- de gêneros selecionados para leitura ou escuta.
- de textos produzidos pelos alunos.- das dificuldades apresentadas pela
turma.
Espera-se que o aluno:- Estabeleça
relações semânticas entre as partes do texto (de causa, de tempo, de comparação).
- Utilize adequadamente, recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
- Reconheça a relação lógico-discursiva estabelecida por conjunções e preposições argumentativas.
- Distingua o sentido conotativo do
78
travessão, negrito, hífen, itálico- Acentuação gráfica- Estrangeirismos, neologismos, gírias- Procedimentos de concordância verbal e nominal- Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais- A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.- Coordenação e subordinação nas orações do texto
denotativo.
(*) SUGESTOES DE GENEROS DISCURSIVOS PARA A 8ª SÉRIE: artigo de
opinião, debate, reportagem oral e escrita, manifesto, seminário,relatório
científico, resenha crítica, narrativa fantástica, romance, histórias de humor,
contos, música, charges, editorial, curriculum vitae, entrevista oral e escrita,
assembléia, agenda cultural, reality show, novela fantástica, conferência,
palestra, fotoblog, depoimento, imagens, instruções, entre outros.
ENSINO MEDIO
CONTEÚDOESTRUTU-RANTE
CONTEÚDOS BÁSICOSABORDAGEM
TEÓRICOMETODOLÓGICAAVALIAÇÃO
DISCURSO COMOPRÁTICA SOCIAL
(*)
LEITURA- Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático- interlocutores- fonte-intencionalidade- ideologia- informatividade- situacionalidade- marcas lingüísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.- Inferências- As particularidades (lexicais, sintáticas e composicionais) do texto em registro formal e informal.- As vozes sociais presentes no texto- Relações dialógicas entre textos- Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.- Estética do texto literário- Contexto de produção da obra literária- Diálogo da literatura com outras áreas
- Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros, observando as relações dialógicas.- Considerar os conhecimentos prévios dos alunos- Leitura de informações implícitas nos textos- Discussão sobre: finalidade do texto, fonte, interlocutor...- Referente à literatura, selecionar obras que contemplem os diversos movimentos literários- Leitura de vários textos para a observação das relações intertextuais.
Espera-se que o aluno:- Identifique o tema e
a finalidade do texto.- Estabeleça
relações intertextuais entre diferentes textos.
- Reconheça diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, considerando as condições de produção e recepção
- Interprete textos com o auxílio de material gráfico diverso (propaganda, gráficos, mapas, infográficos, fotos...).
- Identifique informações implícitas nos textos.
- Identifique informações em textos com alta complexidade lingüística.
ORALIDADE- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais-marcas lingüísticas
- Variedades lingüísticas- Intencionalidade do texto- Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação- turnos de fala
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras- Procedimentos e marcas lingüísticas típicas da conversação
- Apresentação de textos produzidos pelos alunos- Dramatização de textos- Narração de fatos reais ou fictícios- Seleção de discurso de outros, como: filme, entrevista, cena de novela/programa, debate, mesa redonda, reportagem.- Análise dos recursos próprios da oralidade- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero -trabalhado
Espera-se que o aluno:- Utilize seu discurso
de acordo com a situação de produção (formal, informal)
- Reconheça a intenção do discurso do outro.
- Elabore argumentos convincentes para defender suas idéias.
- Identifique as
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(entonação, repetições, pausas...)- Finalidade do texto oral- Materialidade fônica dos textos poéticos.
marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto oral.
ESCRITA- Adequação ao gênero:
- conteúdo temático- elementos composicionais- marcas lingüísticas
- Argumentação- Coesão e coerência textual- Finalidade do texto- Paragrafação- Paráfrase de textos- Resumos- Diálogos textuais- Refacção textual
- Discussão sobre o tema a ser produzido- Seleção do gênero, finalidade, interlocutores- Orientação sobre o contexto social de uso do gênero trabalhado- Produção textual- Revisão textual- Reestrutura e reescrita textual
Espera-se que o aluno:- Produza textos
atendendo as circunstâncias de produção proposta (gênero, interlocutor, finalidade...)
- Adeque a linguagem de acordo com o contexto exigido: formal ou informal.
- Elabore argumentos consistentes.
- Produza textos respeitando o tema.
- Estabeleça relaçõesentre partes dos textos, identificando repetições ou substituições.
- Estabeleça relação entre a tese e os argumentos elaborados para sustentá-la.
ANÁLISE LINGUÍSTICAPerpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:- Conotação e denotação- Figuras de pensamento e linguagem- Vícios de linguagem- Operadores argumentativos e os efeitos de sentido- Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que diz, como: felizmente, comovedoramente...)- Semântica- Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto.- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto- Progressão referencial no texto- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos do texto- Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.- Coordenação e subordinação nas orações do texto- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico- Acentuação gráfica- Gírias, neologismos, estrangeirismos- Procedimentos de concordância verbal e nominal- Particularidades de grafia de algumas palavras
- Estudo dos conhecimentoslingüísticos a partir:
- de gêneros selecionados paraleitura ou escuta- de textos produzidos pelosalunos - das dificuldades apresentadaspela turma
Espera-se que o aluno:- Distingua o sentido
metafórico do literal nos textos orais e escritos
-Utilize adequadamente, recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, do artigo, dos pronomes...
- Identifique marcas de coloquialidade em textos que usam a variação lingüística como recurso estilístico
- Estabeleça relações semânticas entre as partes do texto (de causa, de tempo, de comparação...)
- Reconheça a relação lógico-discursiva estabelecida por conjunções e preposições argumentativas.
- Amplie o horizonte de expectativas.
(*) SUGESTÕES DE GÊNEROS DISCURSIVOS PARA O ENSINO MÉDIO:
textos dramáticos, romance, novela fantástica, crônica, conto, poema, contos
de fada contemporâneo, fábulas, diários, testemunhos, biografia, debate
80
regrado, artigos de opinião, editorial, classificados, notícia,reportagem,
entrevista, anúncio, carta de leitor, carta ao leitor, carta de reclamação, tomada
de notas, resumo, resenha, relatório científico, dissertação escolar, seminário,
conferência, palestra, pesquisa e defesa de trabalho acadêmico, mesa
redonda, instruções, regras em geral, leis, estatutos, lendas, mitos, piadas,
histórias de humor, tiras, cartum, charge, caricaturas, paródia, propagandas,
placas, outdoor, chats, e-mail, folder, blogs, fotoblog, orkut, fotos, pinturas,
esculturas, debate, depoimento, folhetos, mapas, croqui, explicação,
horóscopo, provérbios, e outros...
METODOLOGIA
A metodologia para o ensino de Língua Portuguesa e Literatura deve
proporcionar situações em que os alunos possam refletir sobre a
heterogeneidade linguística, analisando suas variantes, já que o falante se
apropria da linguagem e dos conhecimentos em interações sociais. Cabendo
aos professores o papel de aprimorar as possibilidades do domínio discursivo
no âmbito da oralidade, da leitura e da escrita, proporcionando aos alunos a
oportunidade conceberem suas opiniões acerca da sociedade.
A linguagem é um instrumento indispensável para aquisição e
transmissão de conhecimento em qualquer área do saber; parte integrante da
vida dos indivíduos, pois se por um lado o domínio dela favorece o
desenvolvimento do conhecimento do mundo, por outro é condição para o
exercício da cidadania.
A leitura e a produção de textos envolvem a diversidade dos tipos e
gêneros, garantindo a coesão e a coerência, habituando-se à correção e à
refacção, após a correção. Em relação aos aspectos formais da língua
(gramática e ortografia) deve ser um elemento de apoio linguístico, e como
suporte para as demais disciplinas, priorizando a reflexão sobre a língua, para
uma melhor compreensão de suas leituras e para a elaboração de textos
claros, sem os corriqueiros problemas com a utilização da norma culta.
A literatura deve ser trabalhada e usada como elemento imprescindível
na vida escolar, potencializando uma prática diferenciada como a oralidade, a
leitura e a escrita, pois através da seleção de obras, de textos produzidos pelo
professor, para apresentar aos alunos possibilitará aprimoramento do
pensamento, trazendo prazer a o saber.
81
Para BAKTHIN (1992), o enunciado seja ele constituído de uma palavra,
uma frase, ou uma sequência de frases – é a unidade de base da língua, é o
próprio discurso, já que é no enunciado que o discurso se constrói. O discurso,
por sua vez, materializa-se em práticas discursivas no texto. Daí a necessidade
de o texto ser entendido e trabalhado e sua dimensão discursiva, como espaço
de constituição do sujeito e de relações sociais.
Em síntese, o ensino da Língua abordará a leitura, a produção de texto e
os estudos gramaticais sob uma mesma perspectiva de língua – a perspectiva
da língua como instrumento de comunicação, de ação e de interação social.
Nesse sentido, o enfoque, a metodologia e as estratégias da Língua
Portuguesa, volta-se essencialmente para um trabalho integrado de leitura,
produção de textos e reflexão sobre a língua, desenvolvido sob uma
perspectiva textual e enunciativa.
AVALIAÇÃO
A avaliação se efetivará durante todo o processo de aprendizagem
vivido pelos alunos ao longo de uma proposta de trabalho. O aluno deverá ser
avaliado de diversas maneiras -alterando-se as modalidades, os suportes, os
interlocutores - de forma a constituir um verdadeiro processo de aferição de
conhecimentos.
Na contramão das práticas tradicionais – em que se buscava encontrar
os “erros”, mas que os “acertos” dos alunos, o professor de Língua Portuguesa
deve valorizar os ganhos que os estudante obteve ao longo do seu processo
de aprendizagem:
“A avaliação tradicional não satisfeita em criar o fracasso,
empobrece as aprendizagens, e induz nos professores, didáticas
conservadoras, e, nos alunos, estratégias utilitaristas. O
professor, outrora dispensador de aulas e lições... se torna o
criador de situações de aprendizagens portadoras de sentido”.
(PERRENOUD, 1992).
A oralidade será avaliada, primeiramente, em função da adequação do
discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Em seminários,
82
debates, trocas informais de idéias, entrevistas, contações de história, as
exigências de adequação da fala são diferentes e isso deve ser considerado
numa análise da produção oral dos educandos. Mas é necessário, também,
que o aluno se posicione como avaliador de textos orais com os quais convive
(noticiários, discursos políticos, programas televisivos etc.) e de suas próprias
falas, mais ou menos formais, tendo em vista o resultado esperado.
A avaliação da leitura deve considerar as estratégias que os estudantes
empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido, o sentido
construído para o texto, sua reflexão e sua resposta ao texto. Não é demais
lembrar que essa avaliação precisa considerar as diferenças de leituras de
mundo e repertório de experiências dos alunos.
Em relação à escrita, retomamos o que já se disse: o que determina a
adequação do texto escrito são as circunstâncias da sua produção e o
resultado dessa ação. É a partir daí, que o texto escrito será avaliado nos seus
aspectos textuais e gramaticais. Tal como na oralidade, o aluno precisa,
também aqui, posicionar-se como avaliador tanto dos texto que o rodeiam
quanto de seu próprio texto.
O posicionamento do aluno como avaliador de seus textos orais e
escritos é essencial para que ele adquira autonomia. È necessário que o
professor perceba a dimensão deste posicionamento:
“Porque escrever [e falar] com clareza implica automático
compromisso com as palavras transmitidas, pois os
outros vão entendê-las. E vão reagir a elas favorável ou
desfavoravelmente. [...] Pois facilitar a leitura do outro
representa facilitar seu acesso às nossas idéias, em
última instância, a nós mesmos.” (BERNARDO, 1988, p.
20).
Como é no texto que a língua (fala/escrita) se manifesta em todos os
seus aspectos, a análise lingüística ocorrerá mediante os textos produzidos e
interpretados pelos alunos.
As questões gramaticais relevantes serão abordados durante o processo
de reestruturação e análise textual. Assim, não se descarta a gramática,
apenas ocorre que a mesma está aliada às produções textuais, não sendo
trabalhada a forma tradicional, fragmentando o conhecimento.
83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro; José Olympio,
1981.
BAKTHIN, Mikhail M. Marxismo e filosfia da linguagem – estética da criação
verbal.
CAMPEDELII, Yousseff Samira & SOUZA, Barbosa Jesus. Editora Saraiva.
DIRETRIZES CURRICULARES, 2008 – Secretaria de Estado da Educação,
Superintendência da Educação.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7ª ed. Campinas,
SP: Pontes, 2000.
MORENO, Cláudio & GUEDES, Paulo. Curso básico de redação. 2ª ed. São Paulo:
Ática, 1984.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola
pública do estado do Paraná. 3ª ed. Curitiba, 1997.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto alegre.
Artemed, 2000.
FERREIRA, Aurélio B. de H. Novo dicionário básico da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
ENSINO RELIGIOSO
1 DIMENSÃO HISTÓRICA DA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO NO
BRASIL.
A disciplina de Ensino Religioso há muito tempo participa dos currículos
escolares no Brasil e, em cada período histórico, assumiu diferentes
caracterísiticas legais e pedagógicas. Antes de iniciar as discussões teóricas a
respeito desta disciplina serão apresentadas transcrições de documentos
oficiais que explicitam a maneira como o ensino religioso era entendido e
ministrado nesses diversos momentos da história do nosso país.
Período Jesuítico (1500-1759)
Orientação Catequética e Católica:
84
“Objetivo dos estudos na Companhia. – Como um dos ministérios mais
importantes da nossa Companhia é ensinar ao próximo todas as disciplinas
convenientes ao nosso Instituto, de modo a levá-lo ao conhecimento e amor do
Criador e Redentor nosso...”
“Finalidade - O fim especial do Professor, tanto nas aulas quando se
oferecer a ocasião, com fora delas, será mover os seus ouvintes ao serviço e
ao amor de Deus e ao exercício das virtudes que lhe são agradáveis, e
alcançar que para este objetivo orientem todos os seus estudos.” (Ratio
Studiorum - Organização e Plano de Estudos da Companhia)
Período Imperial (1824-1891)
Orientação Catequética e Católica:
“Art. 5. A Religião Catholica Apostólica Romana continuará a ser a
Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto
doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma
exterior do Templo.” (Constituição Política do Império do Brasil de 25 de março
de 1824)
Período Republicano (1891-1930)
Orientação Leiga da Educação em Geral:
“Art. 72 - §3º - Todos os indivíduos e confissões religiosas podem
exercer pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e
adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum.”
“Art. 72 - §6º - Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos
públicos.” (Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 24 de
fevereiro de 1891)
Era Vargas e Rep. Nova (1930-1967)
Orientação Catequética “Multiconfessional”:
“Art 153 - O ensino religioso será de freqüência facultativa e ministrado
de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos
pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas
85
primárias, secundárias, profissionais e normais.” (Constituição da República
dos Estados Unidos do Brasil de 16 de julho de 1934)
“Art 97 – O ensino religioso (...) será ministrado sem ônus para os
poderes públicos, de acordo com a confissão religiosa do aluno...” (Lei de
Diretrizes e Bases 4024/61)
Período Militar e da Redemocratização (1967-1996/97)
Orientação Laica ou Confessional:
“Art 168 § 3º IV - o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
disciplina dos horários normais das escolas oficiais de grau primário e
médio.”(Constituição da República Federativa do Brasil de 24 de janeiro de
1967)
“Art. 210 § 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.”
(Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988)
Período da Redemocratização (1996/97)
Orientação Aconfessional:
“Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.” (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 e Lei nº 9475/97)
Orientação Atual da Disciplina de Ensino Religioso
“... O Ensino Religioso busca propiciar oportunidade de identificação, de
entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em relação às diferentes
manifestações religiosas presentes na sociedade, de modo que tenham a
amplitude da própria cultura em que se insere. Essa compreensão deve
favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e
sociais, e fomentar medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito
e discriminação ...” (Diretrizes Curriculares Estaduais – Paraná, 2006, p. 21)
86
1.1 Dimensão histórica da disciplina de ensino religioso no Paraná
Ao propor um histórico da disciplina de Ensino Religioso, estas Diretrizes
apresentam alguns momentos importantes para a constituição da proposta
curricular, a fim de que seja implementada nas escolas da Rede Pública
Estadual.
No espaço escolar, o Ensino Religioso era, tradicionalmente, o ensino da
religião Católica Apostólica Romana, religião oficial do Império, conforme
determinava a Constituição de 1824. Após a proclamação da República, o
ensino passou a ser laico, público, gratuito e obrigatório, de modo que foi
rejeitada a hegemonia católica, ou seja, a predominância dessa religião sobre
as demais.
A partir da Constituição de 1934, o Ensino Religioso passou a ser
admitido como disciplina na escola pública, porém, com matrícula facultativa.
Nas Constituições de 1937, 1946 e de 1967, o Ensino Religioso foi
mantido como matéria do currículo, de freqüência livre para o aluno, e de
caráter confessional de acordo com o credo da família.
Em meados da década de 1960, surgiram grandes debates nos quais
retomou-se a questão da liberdade religiosa devido à pressão das tradições
religiosas e da sociedade civil organizada, que partiu de diferentes
manifestações religiosas.
Nesse contexto, legalmente, o Ensino Religioso perdeu sua função
catequética, pois com a manifestação do pluralismo religioso na sociedade
brasileira, o modelo curricular centrado na doutrinação passou a ser
intensamente questionado. Na prática, porém, as aulas continuavam a ser
ministradas por professores leigos e voluntários, o que resultava um
encaminhamento pedagógico com forte influência das tradições religiosas e de
caráter proselitista, com o objetivo de converter para sua própria religião.
Nessas condições, a identidade do Ensino Religioso como disciplina
escolar foi muito fragilizada, porque não houve comprometimento maior do
Estado em adotar medidas que efetivamente promovessem sua
regulamentação. Em decorrência dessa situação, destaca-se a ausência de
cursos de licenciatura para professores de Ensino Religioso, fato que abriu
espaço para que as tradições religiosas hegemônicas se ocupassem em
preparar professores por meio de cursos e de elaboração de materiais didático-
pedagógicos, que, em sua grande maioria, continuaram atrelados aos
princípios catequéticos.
87
No item Disposições Gerais e Transitórias, constante na LDB 4024/61, o
Ensino Religioso foi citado no Art. 97 que determinava a matrícula facultativa
nesta disciplina, sem ônus para o poder público. Deveria, ainda, ser ministrada
de acordo com a confissão religiosa do aluno. Sobre o provimento dos
professores, estabeleceu a criação de um cadastro de docentes e um registro
dos profissionais que atuariam nas aulas de Ensino Religioso. Tal cadastro
deveria ser feito perante as autoridades religiosas das respectivas tradições
religiosas.
Assim, o Ensino Religioso foi mais uma vez marginalizado no contexto
escolar, porque o Estado novamente delegou a responsabilidade sobre a sua
organização às diferentes tradições religiosas, de modo que não se
identificaram avanços na sua organização.
O tratamento dado ao Ensino Religioso, durante a vigência do regime
militar, foi expresso pela Lei n. 5.692/71, no Art. 7.º como parágrafo único: “o
ensino religioso de matrícula facultativa constituirá disciplina dos horários
normais dos estabelecimentos oficiais de 1.º e 2.º graus.”
Para viabilizar a proposta de Ensino Religioso, a Associação Interconfessional
de Curitiba (Assintec), formada por um pequeno grupo de caráter ecumênico,
preocupou-se com a elaboração de material pedagógico e cursos de formação
continuada. O resultado desse trabalho foi o Programa Nacional de Tele
Educação (Prontel), elaborado em 1972, que propôs a instituição do Ensino
Religioso radiofonizado nas escolas municipais.
O Prontel aceito pela Secretaria de Educação do Estado e pela
Prefeitura Municipal de Curitiba, com parecer favorável do Conselho Estadual
de Educação.
Em março de 1973, com a criação do Centro Interconfessional de
Educação, nas dependências do Convento do Senhor Bom Jesus, em Curitiba,
aconteceram as primeiras reuniões com os educadores das escolas municipais
e estaduais. Para disseminar os programas nas escolas, foram adquiridos
setecentos aparelhos de rádio, com recursos provindos da Alemanha,
interessada no desenvolvimento do Ensino Religioso no Brasil.
O conteúdo veiculado pelo sistema radiofônico teve como foco curricular
as aulas de ensino moral-religioso nas escolas oficiais de primeiro grau.
Também em 1973, foi firmado um convênio entre a SEED e a Assintec, com a
proposta de implementar um Ensino Religioso interconfessional nas escolas
públicas de Curitiba. No mesmo ano, a SEED designou a entidade como
88
intermediária entre a Secretaria e os Núcleos Regionais de Educação, nos
quais foi instituído o Serviço de Ensino Religioso para orientar a proposta
curricular da disciplina.
Em 1976, pela Resolução n. 754/76, foram autorizados cursos de
atualização religiosa em quatorze municípios do Estado, com o apoio da
Associação das Escolas Católicas (AEC). Os objetivos desse curso eram
aprofundar e atualizar os conhecimentos de fundamentação bíblica, e oferecer
esclarecimentos sobre a pedagogia da Educação Religiosa. Os conteúdos se
pautavam na visão global do Antigo e Novo Testamento.
No mesmo ano, foi oferecido aos professores um conjunto de apostilas
intituladas Crescer em Cristo. O material apresentava uma proposta organizada
com passos metodológicos que sugeriam, como ponto de partida, a reflexão
sobre a realidade para se chegar ao confronto com a mensagem bíblica.
No ano de 1981, nasceu um novo programa de rádio denominado Diga
Sim, dirigido aos professores, como meio para ampliar as possibilidades de
uma formação continuada, bem como favorecer a preparação dos temas a
serem tratados nas aulas de Ensino Religioso. Além disso, realizou-se o
Primeiro Simpósio de Educação Religiosa, no Centro de Treinamento de
Professores do Estado do Paraná (Cetepar).
Nesse evento, levantou-se também a necessidade de contribuir com
discussões realizadas na Constituinte, de modo a garantir um novo espaço
para a Educação Religiosa na legislação brasileira. Buscou-se, assim, definir o
papel do Ensino Religioso no processo de escolarização, em consonância ao
modelo de educação que se pretendia naquele contexto.
No ano de 1987 teve início o curso de Especialização em Pedagogia
Religiosa, com carga horária de 360 h/a, numa parceria da SEED, Assintec e
PUC/PR, voltado à formação de professores interessados em ministrar aulas
de Ensino Religioso. Durante o desenvolvimento do curso, ficou evidenciada a
preocupação com a formação do professor, aberta à pluralidade religiosa,
ainda que, por conta da concepção de Ensino Religioso que vigorava à época,
dirigentes da Assintec privilegiassem atividades marcadas por celebrações e
vivências de valores.
As discussões iniciadas durante a Constituinte foram intensificadas com
a promulgação da Constituição Federal, em 1988, por meio da organização de
um movimento nacional, que buscou garantir o Ensino Religioso como
disciplina escolar. A emenda constitucional para o Ensino Religioso foi a
89
segunda maior emenda popular que deu entrada na Assembléia Constituinte, e
contou com 78 mil assinaturas. Assim, na década de 1980, no processo de
redemocratização do país, as tradições religiosas, mais uma vez, asseguraram
o direito à liberdade de culto e de expressão religiosa.
Nessa conjuntura, o Estado do Paraná elaborou o Currículo Básico para
a Escola Pública do Paraná, em 1990. Na primeira edição do documento, o
Ensino Religioso não foi apresentado, como as demais disciplinas. Dois anos
depois, foi publicado um caderno para o Ensino Religioso, conforme os moldes
do Currículo Básico. Sua elaboração, no entanto, ficou sob a responsabilidade
da Assintec, com a colaboração da SEED.
Mais uma vez, esvaziou-se o papel do Estado em relação ao Ensino
Religioso. Retomou-se, na prática, a compreensão de que a definição do
currículo da disciplina é responsabilidade das tradições religiosas e evidenciou-
se, ainda, o distanciamento do Ensino Religioso das demais disciplinas
escolares.
No âmbito legal, o Ensino Religioso ofertado na rede pública estadual
atendia às orientações da Resolução SEED n. 6856/93, que, além de reiterar o
estabelecido anteriormente entre a SEED e a Assintec, definia orientações para
oferta do Ensino Religioso nas escolas. No entanto, esse documento perdeu
validade nas gestões que se sucederam, especialmente a partir da
promulgação da nova LDBEN 9.394/96.
As discussões nacionais a respeito do Ensino Religioso não se
esvaziaram após a promulgação da nova Constituição Federal. O passo
seguinte foi elaborar uma concepção do Ensino Religioso que legitimasse a
perspectiva deste componente curricular, para superar o caráter proselitista
que marcou a disciplina historicamente, conforme ficou expresso na LDBEN
9394/96, no Artigo 33.
O texto da lei em sua redação original, contudo, não contemplou as
demandas da sociedade civil organizada, de modo que foi alterado devido a
três proposições de mudança:
na primeira proposição, solicitava-se a exclusão do texto “sem ônus
para os cofres públicos”, baseada no princípio de que o Ensino Religioso é
componente curricular da Educação Básica e de importância para a formação
do cidadão e para seu pleno desenvolvimento como pessoa. Por
conseqüência, é parte do dever constitucional do Estado em matéria educativa;
90
na segunda proposição, indicava-se que o Ensino Religioso fosse
parte integrante da formação básica do cidadão, vedava qualquer forma de
doutrinação ou proselitismo, bem como propunha o respeito à diversidade
cultural e religiosa do Brasil;
na terceira proposição, solicitava-se o caráter ecumênico para o
Ensino Religioso, com garantia de acesso a conhecimentos que promovessem
a educação do senso religioso e respeito às diferentes culturas.
Os três projetos apresentados para a mudança do artigo 33 da LDBEN 9394/96
evidenciam importantes convergências, uma vez que adotam o princípio de que
o Ensino Religioso é parte integrante essencial na formação do ser humano,
como pessoa e cidadão e é de responsabilidade do Estado a sua oferta na
educação pública. Em decorrência dessas contribuições e da pressão da
sociedade civil organizada – AEC, Assintec e Fonaper (Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso) – em torno dessa questão, foi promulgada a
lei n. 9475/97 que dá nova redação ao Art. 33 da LDBEN 9394/96, conforme o
que segue:
Art. 33 - O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§ 1° - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a
habilitação e admissão dos professores.
§ 2° - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino
religioso.
Cumpre destacar que, desde 1995, os debates instaurados pelo Fonaper,
constituído por um grupo de educadores ligados às escolas, entidades
religiosas, universidades e Secretarias de Educação, permitem rever aspectos
relativos ao Ensino Religioso, em que se destaca a diversidade cultural e
religiosa brasileira, e buscam encaminhamentos para uma nova forma
curricular desta disciplina.
Somente a partir das discussões da LDBEN 9394/96, incentivadas pela
sociedade civil organizada, o Ensino Religioso passou a ser compreendido
como disciplina escolar. Em decorrência desse processo, sua instituição nas
escolas públicas do país foi regulamentada.
91
No período entre 1995 a 2002, houve um esvaziamento do Ensino
Religioso na rede pública estadual do Paraná, acentuado a partir de 1998.
Nesse período, marcado pela otimização dos recursos para a educação, o
Ensino Religioso ainda não havia sido regulamentado pelo Conselho Estadual
de Educação, de modo que sua oferta ficou restrita às escolas onde havia
professor efetivo na disciplina.
Na reorganização das matrizes curriculares do Ensino Fundamental,
realizadas nesse período, o Ensino Religioso foi praticamente extinto, mesmo
diante da exigência legal de sua oferta pela LDBEN 9394/96.
No ano de 1996, o MEC elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), numa tentativa de organizar um currículo nacional, mas nele não incluiu
o Ensino Religioso. A seguir, o assunto tornou-se tema de discussão pelo
Fonaper (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso), entidade
representante da sociedade civil organizada. Pela primeira vez, educadores de
várias tradições religiosas conseguiram elaborar uma proposta educacional e,
finalmente, em 1997 foi publicado o PCN de Ensino Religioso. Diferentemente
das outras disciplinas, não foi elaborado pelo MEC mas passou a ser uma das
principais referências para a organização do currículo de Ensino Religioso em
todo o país.
Em 2002, o Conselho Estadual de Educação do Paraná aprovou a
Deliberação 03/02, que regulamentou o Ensino Religioso nas Escolas Públicas
do Sistema Estadual de Ensino do Paraná. Com a aprovação dessa
deliberação, a SEED elaborou a Instrução Conjunta n. 001/02 do DEF/SEED,
que estabeleceu as normas para esta disciplina na rede pública estadual. No
inicio da gestão 2003-2006, retomou-se a responsabilidade sobre a oferta e
organização curricular da disciplina no que se refere à composição do corpo
docente, metodologia, avaliação e formação continuada de professores.
Como os demais professores, aqueles que ministram aulas de Ensino
Religioso passaram a ser envolvidos num processo de formação continuada
voltado à legitimação da disciplina na rede pública estadual. Por meio de
Simpósios realizados em 2004 e 2005, da proposição de Grupos de Estudo e
do convite aos professores para participarem das discussões da elaboração
das Diretrizes Curriculares do Ensino Religioso, o debate avançou em relação
à sua oferta.
Ressalta-se que, atualmente, a Assintec é uma entidade civil, livre,
eqüitativa, democrática e aberta a todas as manifestações culturais, religiosas,
92
espirituais e místicas. Está formada por uma diretoria com membros de
diversas tradições religiosas e, também, de uma equipe pedagógica constituída
por professores. Sua finalidade é colaborar com as Secretarias Estadual e
Municipais de Educação na efetivação do Ensino Religioso Escolar, de acordo
com a legislação vigente. A diretoria da Assintec também tem as atribuições de
promover o diálogo inter-religioso e mobilizar as diversas tradições religiosas,
místicas e filosóficas por meio de informações sobre o fenômeno religioso, o
que contribui para a organização dos conteúdos da disciplina.
No final de 2005, movida pelos questionamentos oriundos desse
processo de discussão entre a SEED, os Núcleos Regionais de Ensino e os
professores, a SEED encaminhou questões ao Conselho Estadual de
Educação (CEE). Em 10 de fevereiro de 2006, o mesmo Conselho aprovou a
Deliberação n. 01/06, que instituiu novas normas para o Ensino Religioso no
Sistema Estadual de Ensino do Paraná.
Entre os notáveis avanços obtidos a partir dessa deliberação, destacam-
se:
- o repensar do objeto da disciplina;
- o compromisso com a formação docente;
- a consideração da diversidade religiosa no Estado;
- a necessidade do diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes
leituras do sagrado na sociedade;
- o ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das
diferentes manifestações religiosas.
O foco no sagrado e em diferentes manifestações possibilita a reflexão
sobre a realidade contida na pluralidade desse assunto, numa perspectiva de
compreensão sobre a própria religiosidade e a do outro, na diversidade
universal do conhecimento humano e de suas diversas formas de ver o
sagrado.
Com isso, a disciplina pretende contribuir para o reconhecimento e
respeito às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural
dos povos, e possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o
fenômeno religioso.
Não se pode negar a trajetória histórica do Ensino Religioso no Brasil,
mas, diante da sociedade atual, esta disciplina requer uma nova forma de ser
vista e compreendida no currículo escolar.
93
Tendo em vista que o conhecimento religioso constitui patrimônio da
humanidade, conforme a legislação brasileira que trata do assunto, o currículo
do Ensino Religioso pressupõe:
- colaborar com a formação da pessoa e
- promover a escolarização fundamental para que o educando se
aproprie de saberes para entender os movimentos religiosos específicos de
cada cultura.
A sociedade civil, hoje, reconhece como direito os pressupostos desse
conhecimento no espaço escolar, bem como a valorização da diversidade em
todas as suas formas, pois a sociedade brasileira é composta por grupos muito
diferentes.
Tratado nesta perspectiva, o Ensino Religioso contribuiu também para
superar a desigualdade étnico-religiosa e garantir o direito Constitucional de
liberdade de crença e expressão, conforme Art. 5º, inciso VI, da Constituição
Brasileira. Tal fato dá-se, porém, na medida em que a disciplina de Ensino
Religioso e o corpo docente também contribuam para que, no dia-a-dia da
escola, o respeito à diversidade seja construído e consolidado.
Não se pode negar que as relações de convivência entre grupos
diferentes, muitas vezes, é marcada pelo preconceito e superá-lo é um dos
grandes desafios da escola que pretende oferecer seu espaço para a
discussão do Sagrado, por meio do currículo de Ensino religioso. Para Costella
(2004, p.101), “uma das tarefas da escola é fornecer instrumentos de leitura da
realidade e criar as condições para melhorar a convivência entre as pessoas
pelo conhecimento, isto é, construir os pressupostos para o diálogo”. Neste
sentido, a disciplina de Ensino Religioso tem muito a contribuir.
Portanto, o Ensino Religioso busca propiciar oportunidade de
identificação, de entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em
relação às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de
modo que tenham a amplitude da própria cultura em que se insere. Essa
compreensão deve favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em
suas relações éticas e sociais, e fomentar medidas de repúdio a toda e
qualquer forma de preconceito e discriminação, além do reconhecimento de
que todos somos portadores de singularidade.
Para Costella, o Ensino Religioso não pode prescindir da sua vocação
de realidade institucional aberta ao universo da cultura, ao integral
acontecimento do pensamento e da ação do homem: a experiência religiosa
94
faz parte desse acontecimento, com os fatos e sinais que a expressam. O fato
religioso, como todos os fatos humanos, pertencem ao universo da cultura e,
portanto, tem uma relevância cultural, tem uma relevância em sede cognitiva
(2004, p. 104).
Assim, o Ensino Religioso permite que os educandos possam refletir e
entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se
relacionam com o Sagrado. E, ainda, possibilita compreender suas trajetórias e
manifestações no espaço escolar e estabelecer relações entre culturas,
espaços e diferenças. Ao compreender tais elementos, o educando passa
elaborar o seu saber e a entender a diversidade de nossa cultura, marcada
também pela religiosidade.
2 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
O Ensino Religioso pautou-se historicamente no ensino do catolicismo
que expressava a proximidade do Império com a Igreja Católica. Depois, com o
advento da República, a nova constituição separou o Estado da Igreja e o
ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de religião foi
mantida nos currículos escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao
Estado brasileiro.
Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil,
nas quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade
hegemonicamente cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em
conseqüência, desde a época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida
na organização do currículo de Ensino Religioso.
Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo
e às práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na
escola. Os debates em torno da sua permanência como disciplina escolar têm
sido intensos e a busca de explicações que justificam as novas configurações
da discplina não se restringem ao contexto brasileiro. Costella (2004) afirma
que três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo enfoque para o
Ensino Religioso:
- o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não-confessional,
laico e que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa;
95
- o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o
conhecimento, devido às profundas transformações ocorridas no campo da
epistemologia, da educação e da comunicação,
- o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma
profunda reviravolta nas concepções, em especial no séc. XIX, que atinge seu
ápice na célebre expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche
(1844-1900): “Deus está morto”, metáfora do autor para dizer que sociedade
não é capaz de crer numa ordenação cósmica transcendente.
Com a compreensão da diversidade cultural mundial surgiu a
necessidade de criação de novos paradigmas, pois, as sociedades não se
contentavam mais com verdades absolutas. Aquilo que outrora respondia a
todos os anseios da humanidade passou a solicitar uma revisão conceitual, na
medida em que se entendeu que os homens são criadores de cultura. “Não foi
Deus que criou o homem, e sim o homem que criou Deus” ( Feuerbach).
De acordo com Feuerbach a essência das religiões é idêntica à essência
do homem. Diferente dos animais os homens possuem consciência de si, tendo
a própria consciência como objeto. Os animais não possuem religião e
possivelmente não possuem consciência da própria finitude. A crença na
imortalidade coincide com a crença em algum tipo de Deus.
Mas o pensador para quem a religião é objecto, o que (...) [ela] não pode
ser para si mesma, descobre a essência da religião que para ela está oculta. A
nossa tarefa é justamente mostrar que a oposição do divino e do humano é
inteiramente ilusória e, por conseqüência, que também o objecto e conteúdo da
religião cristã são inteiramente humanos. (FEUERBACH, 2002. p 24).
Tal concepção provocou uma reforma na sociedade européia que vinha
sustentada em bases decadentes e ultrapassadas. A modernidade atribuía ao
homem toda a responsabilidade sobre os destinos da humanidade, pois tudo o
que foi elaborado no séc. XIX se apresentava distante de uma explicação
religiosa de mundo.
Pode-se acrescentar, ainda, que atualmente a globalização dos meios
de comunicação atinge todos os domínios da vida humana e repercute também
nas manifestações religiosas, nas crenças e na própria forma de interpretar o
sagrado.
De forma aparentemente contraditória, esse retorno à busca de
explicações no sagrado pode ser atribuído ao fim das grandes narrativas ou
dos grandes modelos de explicação. Nesse contexto, há um ressurgimento das
96
religiões, sobretudo na década de 1980.
As limitações da racionalidade moderna e do saber científico se
tornaram objeto de estudo no terreno filosófico, sobretudo a partir da obra de
Edmund Husserl (1859-1938) filósofo alemão, intitulada A crise das ciências
européias e dos escritos do filósofo austríaco Ludwig Joseph Johann
Wittgenstein (1889-1951).
Foram obras que criticaram a redutibilidade dos saberes do mundo à
linguagem científica e a sua pretensa superioridade em relação às demais
formas de conhecimento. Destaca-se ainda que as tecnologias de
comunicação, aliadas aos estudos relativos à aprendizagem, têm ampliado as
possibilidades de compreensão dos processos de apropriação de novos
saberes ao longo da vida, condição essencial para a vida em sociedade,
marcada pelas exigências do capitalismo.
Diante de uma análise breve do quadro apresentado, faz-se necessário
superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a
busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da
sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a escola e, mais
especificamente, para o Ensino Religioso.
Assim, o processo de ensino e de aprendizagem proposto nestas
Diretrizes Curriculares visa à construção e produção do conhecimento que se
caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real
ou metódica – , do confronto de idéias, de informações discordantes e, ainda,
da exposição competente de conteúdos formalizados. Opõe-se a um modelo
educacional que centra o ensino tão-somente na transmissão dos conteúdos
pelo professor, o que reduz as possibilidades de participação do aluno e não
respeita a diversidade religiosa.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso expressam a
necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de
escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que exigem a
compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito religioso
entre os países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes
comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da
unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças
culturais que marcam a humanidade.
Nesse contexto, está a escola e nela o currículo do Ensino Religioso,
historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese
97
e que permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal
cristão.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se
destacar:
- a necessária superação das tradicionais aulas de religião;
- a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações
religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, e as relações
culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas as formas
diversas de religiosidade.
Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status
de disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos
escolares, da produção de referenciais didático-pedagógicos e científicos, bem
como da formação dos professores.
No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina
escolar, ainda persistem dúvidas quanto aos conteúdos a serem tratados na
escola; portanto, vale destacar que para a sociedade as religiões são
confissões de fé e de crença.
No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de
conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo
das manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem. As
diferenças culturais são abordadas para ampliar a compreensão da diversidade
religiosa como expressão da cultura, construída historicamente e, portanto, são
marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais.
Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o
conhecimento, sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do
processo educacional. Em outras palavras, pode-se dizer que:
(...) aquilo que para as igrejas é objeto de fé, para a escola é objeto de
estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o ato subjetivo
de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da
identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu
potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na escola
pública não pode ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de
licitação para as Igrejas [ neste caso é melhor não dar nada]. A instituição
escolar deve reivindicar a título pleno a competência sobre essa matéria.
(COSTELLA, 2004 p. 105-106 ).
98
Desse modo, as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso têm
como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos conteúdos.
Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas
aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural
humano e faz parte do modelo de organização de diferentes sociedades.
Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar os alunos, por
meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das diferentes
manifestações do sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos
significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na
compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a
sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou
negação do sagrado.
Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às
suas manifestações são significativos para todos os alunos no processo de
escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das
interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.
2.1 OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO
No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina
escolar, pode-se atribuir aos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Religioso, elaborados pelo Fonaper, em 1997, ter apontado o fenômeno
religioso como objeto de estudo desta disciplina.
A definição desse objeto de estudo, entretanto, tem sido questionada
porque, ao ser entendida como uma manifestação da natureza humana, o
fenômeno religioso é restrito a determinadas tradições religiosas, o que exclui a
possibilidade de ampliar a abordagem para outras tradições e manifestações
religiosas.
Com o objetivo de ampliar a abordagem curricular no que se refere à
diversidade religiosa, estas Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso
definem como objeto de estudo o sagrado como foco do fenômeno religioso,
por contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta
concepção favorece uma abordagem ampla de conteúdos específicos da
disciplina.
Tais conteúdos privilegiam o estudo das diferentes manifestações do
sagrado e possibilitam sua análise e compreensão como o cerne da
experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes grupos
99
sociais, uma vez que é uma das formas de expressão empregadas para se
explicar fenômenos que não obedecem às leis da natureza.
Portanto, o objeto do Ensino Religioso é o estudo das diferentes
manifestações do sagrado no coletivo. Seu objetivo é analisar e compreender o
sagrado como o cerne da experiência religiosa do cotidiano que o contextualiza
no universo cultural.
Ao resgatar o sagrado, o Ensino Religioso busca explicitar a experiência
que perpassa as diferentes culturas expressas tanto nas religiões mais
sedimentadas como em outras mais recentes.
O conteúdo abordado pelo Ensino Religioso implica, também,
reocupação com processos históricos de constituição do sagrado, a fim de
explicitar caminhos percorridos até a concretização de simbologias e espaços
que se organizam em territórios sagrados, ou seja, a criação das tradições.
Por meio do entendimento do sagrado, compreende-se a construção dos
processos de explicação para os acontecimentos que não obedecem, por
exemplo, às leis da natureza, do físico e do material. Muitos dos
acontecimentos que marcam a vida em sociedade são atribuídos às
manifestações do sagrado.
Tais manifestações que intervêm no andamento natural das coisas são
aceitas na medida em que trazem explicações que superam a realidade
material ou que servem para responder a assuntos não explicados ou aceitos
com facilidade, por exemplo, a morte.
Para Otto (1992), o sagrado é uma categoria de interpretação e
avaliação a priori, e, como tal, somente pode ser aplicada ao contexto religioso.
Dessa forma, permite resguardar um atributo essencial para o fenômeno
religioso e pode constituir objeto de estudos da disciplina de Ensino Religioso.
As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura, ou seja, sua
apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As
religiões se apresentam como modalidades do sagrado que se revelam em
tramas históricas e em espaços de representação marcadas por rupturas. São
realidades estruturadas conforme uma ontologia original (GIL FILHO, 2002).
Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão
de mundo e a maneira como o homem religioso vive seu cotidiano. Assim, o
que para alguns é normal e corriqueiro, para outros é encantador, sublime,
extraordinário, repleto de importância e, portanto, merecedor de tratamento
diferenciado.
100
Desde tal perspectiva, o sagrado perpassa todo o currículo de Ensino
Religioso, de modo a permitir uma análise mais complexa de sua presença nas
diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem ser assim
estabelecidas:
paisagem religiosa: refere-se à materialidade fenomênica do sagrado,
apreendida por meio dos sentidos. Refere-se à exterioridade do sagrado e sua
concretude, ou seja, os espaços sagrados;
símbolo: é a apreensão conceitual pela razão com que se concebe o
sagrado, pelos seus predicados, e se reconhece sua lógica simbólica. É
entendido como sistema simbólico e projeção cultural;
texto sagrado: é a tradição e a natureza do sagrado como fenômeno.
Pode ser manifestado de forma material ou imaterial. É reconhecido por
meio das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.
A partir do objeto de estudo do Ensino Religioso, conforme se preconiza
nestas Diretrizes Curriculares, busca-se superar as tradicionais aulas de
religião e entender esta disciplina escolar como processo pedagógico cujo
enfoque é o entendimento cultural sobre o sagrado e a diversidade religiosa.
3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Nestas Diretrizes Curriculares, o conhecimento religioso é entendido
como um patrimônio da humanidade. Legalmente, é instituído na escola a fim
de promover uma oportunidade para que os educandos se tornem capazes de
entender os movimentos específicos das diversas culturas, e para que o
substantivo religioso represente um elemento de colaboração na constituição
do sujeito. Sob tal perspectiva, o Ensino Religioso é uma disciplina que
contribui para o desenvolvimento humano.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) valoriza o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, assim como a compreensão
do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos
valores em que se fundamenta a sociedade e do desenvolvimento da
capacidade de aprendizagem, de aquisição de conhecimentos e de
habilidades, além da formação de atitudes e valores. Não menos importante, a
LDB também valoriza o fortalecimento dos vínculos familiares, dos laços de
solidariedade e de respeito à diversidade cultural e religiosa em que se assenta
a vida social.
101
Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações
que se estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações
religiosas a serem tratadas pelo Ensino Religioso, ressalta-se a necessidade
de definir como conteúdos estruturantes desta disciplina referenciais que
incluam nos conteúdos escolares a pluralidade das tradições religiosas.
Dessa forma, os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os
conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e
organizam os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso.
Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o
sagrado, os conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são:
- a paisagem religiosa;
- o símbolo,
- o texto sagrado.
Tais conteúdos estruturantes não têm ainda tradição curricular, de modo
que estas Diretrizes extrapolam os conteúdos historicamente tratados nesta
disciplina.
Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser
entendidos isoladamente; antes, são referências que se relacionam
intensamente para a compreensão do objeto de estudo em questão e se
apresentam como orientadores para a definição dos conteúdos escolares.
A relação do sagrado com os conteúdos estruturantes pode ser
apresentada conforme o seguinte esquema:
3.1 PAISAGEM RELIGIOSA
Por paisagem religiosa define-se a combinação de elementos culturais e
naturais que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas
experiências anteriores remetem a uma gama de representações sobre a
diversidade cultural e religiosa.
Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado
se manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente
natural; sempre está carregada de um valor sagrado. A idéia da existência de
lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições conduz o homem a
suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra determinados lugares
porque necessita viver e conviver no mundo sagrado.
Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação
concreta, física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação pré
102
estabelecida entre ações e práticas. Nessa simbologia, não podem ser
ignorados o imaginário e os estereótipos de cada civilização, impregnados de
seus valores, identidade etc.
Paisagem Religiosa
Texto Sagrado Símbolo
SAGRADO
Muitas pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o
sentido de sagrado, para manifestar a sua fé. Com esse lugar definido, entre
outras atividades, organizam ritos, festas, homenagens em prol desse objeto.
Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino,
para unir-se ao sagrado, os lugares se transformam num universo
Especialmente simbólico, resultante das crenças existentes nas tradições
religiosas.
A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído
historicamente, em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a
paisagem sagrada é uma imagem socialmente construída, de maneira que é
preciso compreendê-la corretamente para entender tal aspecto do estudo do
sagrado.
Podemos entender como lugar sagrado os templos, as sinagogas, as
igrejas, as mesquitas, cemitérios, assim como a natureza de uma forma em
geral. Para as religiões indígenas e aborígines, por exemplo, os rios,
montanhas, campos etc... são extensões das divindades e por natureza
sagrados.
3.2 SÍMBOLO
A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como
chave de leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas
significações se sustentam em determinados símbolos religiosos.
Etimologicamente a palavra símbolo significa lançar a união, ou a união
dos elementos lançados. O termo (sim) vem do grego unir, e (bolo) vem de
baleó que significa lançar, lançamento. Portanto, todo símbolo une as pessoas
em torno de uma mesma ideologia ou crença, desta forma podemos afirmar
que não existe símbolo diabólico, pois o termo diabólico vem de (dia) que
103
significa separar, ou separação e (bolo) de baleó idêntico a lançamento. Neste
sentido o antônimo de simbólico é o diabólico.
Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e
exercem papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das
diferentes religiões no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como
qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser uma palavra, um som,
um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma notação matemática,
entre tantos outros.
De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são
criações humanas cuja função é comunicar idéias. Os símbolos são parte
essencial da vida humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de
inúmeras linguagens simbólicas. Ao abranger a linguagem do sagrado, os
símbolos são a base da comunicação e constituem o veículo que aproxima o
mundo vivido, cotidianamente, do mundo misterioso dos deuses, deusas,
encantados, enfim, da linhagem de seres supra-sensíveis que habitam o
território do inefável. O símbolo é um elemento importante porque está
presente em quase todas as manifestações religiosas e também no cotidiano
das pessoas.
Estamos inseridos numa realidade altamente simbólica, não só no que
diz respeito ao sagrado, mas em todo imaginário humano.
3.3 TEXTO SAGRADO
Os textos sagrados expressam idéias e são meios de dar viabilidade à
disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e
manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras. Podemos citar
como exemplo as manifestações mais antigas como as pinturas rupestres, as
tatuagens, as histórias da origem de cada povo contada pelos mais velhos, as
escritas cuneiformes, os hierógrifos egípcios, e as mais recentes como os
textos grafados dos Vedas, Velho e Novo Testamento, o Torá, o Al Corão e os
ainda existentes textos sagrados das tradições orais da cultura africana e
indígena.
Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de
nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas
buscam criar mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores,
de modo a assegurar que os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos
às novas gerações e novos adeptos. Tais ensinamentos podem ser retomados
104
em momentos coletivos e individuais para responder a impasses do cotidiano e
para orientar a conduta de seus seguidores.
Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas
oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados
registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as
orações, a doutrina, a história, que constituem sedimento no substrato social de
seus seguidores e lhes orientam as práticas. O que caracteriza um texto como
sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite uma mensagem
originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre os
adeptos e o sagrado.
A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser
modificada conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às
demandas do tempo presente. Pode, também, sofrer alterações causadas
pelas diversas interpretações secundárias, diferentes do texto original.
Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência
importante para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a
manifestação atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que
medida orientam ou estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das
religiões, nas explicações da morte e da vida.
4 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Os conteúdos específicos para a disciplina de Ensino Religioso têm
como referência os conteúdos estruturantes, já apresentados. Ao analisar os
conteúdos específicos para a 5.ª e 6.ª séries, pode-se identificar sua
proximidade e mesmo sua recorrência em outras disciplinas. Tal constatação
não deve constituir um problema; apenas explicita que na escola o
conhecimento é organizado de modo a favorecer a sua abordagem por meio de
diferentes disciplinas, conforme as prioridades de cada uma. No caso do
Ensino Religioso, o sagrado é o objeto de estudo da disciplina, portanto, o
tratamento a ser dado aos conteúdos específicos estará sempre a ele
relacionado.
Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o professor enfatizará
as implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a
sua visão do mundo, atitudes, produções escritas, posições político-ideológicas
etc.
105
A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas
menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos
educandos. Por sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da
discussão dos espaços físicos identificados como sagrados. Posteriormente, o
professor tratará de espaços sagrados pouco conhecidos entre os alunos,
como por exemplo: mesquitas, sinagogas, rios, montanhas, entre outros.
Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a
esses espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços
sagrados já conhecidos pelos alunos, que então terão mais elementos para
analisar as configurações e significados dos espaços sagrados que lhes são
familiares. Tal organização curricular se repete nos demais conteúdos,
conforme o quadro apresentado a seguir:
4.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS DE ENSINO RELIGIOSO PARA A 5.ª SÉRIE
4.1.1 O Ensino Religioso na Escola Pública
Ao iniciar o processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso, faz-
se necessário esclarecer os alunos acerca de algumas questões importantes,
quais sejam:
- as orientações legais;
- os objetivos, e as principais diferenças entre aulas de Religião e Ensino
Religioso como disciplina Escolar.
PAISAGEM RELIGIOSA
SÍMBOLO
TEXTO SAGRADO
SAGRADO
5ª Série
O Ensino Religioso na Escola
Pública
Lugares sagrados
Textos sagrados orais e
escritos
Organizações religiosas
106
6ª Série
Universo simbólico religioso
Ritos/Festas religiosas
Vida e morte
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
eESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS
4.1.2 Lugares sagrados
No processo pedagógico, professor e alunos podem caracterizar lugares
e templos sagrados, quais sejam: lugares de peregrinação, de reverência, de
culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais.
Destacam-se:
- lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras etc. e
- lugares construídos: templos, cidades sagradas etc.
4.1.3 Textos sagrados orais e escritos
São ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas
diferentes culturas religiosas, expressos na literatura oral e escrita, como em
cantos, narrativas, poemas, orações etc. Os exemplos a serem apontados
incluem: pinturas rupestres, hierógrifos Egípsios, tatuagens célticas e tribais,
vedas (hinduísmo), escrituras bahá'ís, tradições orais africanas, afro-brasileiras
e ameríndias, Al Corão (islamismo) etc.
4.1.4 Organizações religiosas
As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo
institucionalizado. Serão tratadas como conteúdos, sob a ênfase das principais
características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que
expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado.
Poderão ser destacados:
- os fundadores e/ou líderes religiosos e
- as estruturas hierárquicas.
107
Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais,
estão: o budismo (Sidarta Gautama), o cristianismo (Cristo), confucionismo
(Confúcio), o espiritismo (Allan Kardec), o taoísmo (Lao Tsé) etc.
4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS DE ENSINO RELIGIOSO PARA A 6.ª SÉRIE
4.2.1 Universo simbólico religioso
Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos
podem ser trabalhados conforme os seguintes aspectos:
- dos ritos;
- dos mitos, e
- do cotidiano.
Entre os exemplos a serem apontados, estão: a arquitetura religiosa, os
mantras, os paramentos, os objetos etc.
4.2.2 Ritos/Festas religiosas
Ritos são celebrações das tradições e manifestações religiosas,
formadas por um conjunto de rituais. Podem ser compreendidas como a
recapitulação de um acontecimento sagrado anterior; servem à memória e à
preservação da identidade de diferentes tradições e manifestações religiosas, e
podem remeter a possibilidades futuras decorrentes de transformações
contemporâneas.
Destacam-se:
- os ritos de passagem;
- os mortuários;
- os propiciatórios, entre outros.
Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o
Candomblé, o kiki (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de
colheita etc.
Festas Religiosas são os eventos organizados pelos diferentes grupos
religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos
símbolos, períodos ou datas importantes. Entre eles, destacam-se:
- peregrinações;
- festas familiares;
- festas nos templos;
- datas comemorativas.
108
Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado
(budista), Ramadã (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá
(afrobrasileira), Pessach (judaica), Natal (cristã).
4.2.3 Vida e morte
As respostas elaboradas para a vida além da morte nas diversas
tradições e manifestações religiosas e sua relação com o sagrado podem ser
trabalhadas sob as seguintes interpretações:
- o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas;
- a reencarnação/ ressurreição – ação de voltar à vida;
- apresentação da forma como cada cultura/organização religiosa encara
a questão da morte e a maneira como lidam com o culto aos mortos, finados e
dias especiais para tal relação.
5 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino
Religioso não se reduz a determinar formas, métodos, conteúdos ou materiais
a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar das
ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas pedagógicas
desenvolvidas pelo professor da disciplina poderão fomentar o respeito às
diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural
dos alunos.
Uma das formas de desvincular a disciplina de Ensino Religioso das
aulas de religião é superar práticas que tradicionalmente têm marcado o seu
currículo, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos
conteúdos selecionados, ou, ainda, em relação ao encaminhamento
metodológico adotado pelo professor.
Ao tomar-se como ponto de partida o histórico da disciplina e as novas
demandas para o Ensino Religioso, foram definidos seus fundamentos teóricos,
os quais terão sentido na medida em que, no processo pedagógico, eles sejam
incorporados pelo professor no planejamento formalizado pela escola e
também pelo efetivo trabalho com os alunos.
Assim, uma das inovações propostas por estas Diretrizes é a abordagem
dos conteúdos de Ensino Religioso, cujo objeto de estudo é o sagrado,
conceito discutido nos fundamentos teórico-metodológicos e a base a partir da
qual serão tratados todos os conteúdos de Ensino Religioso.
109
Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos da
disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais áreas do
conhecimento. Pode-se citar, por exemplo, que os espaços sagrados também
constituem conteúdos de geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído
a esses espaços pelos adeptos desta ou daquela religião serão tratados de
forma mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino Religioso, cujo foco é o
sagrado.
A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo
de formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos
estruturantes paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados, o conjunto de
conteúdos específicos a serem observados pelo professor na 5.ª e na 6.ª séries
do Ensino Fundamental.
O trabalho com os conteúdos específicos deve ser orientado a partir de
manifestações religiosas ou expressões do sagrado desconhecidas ou pouco
conhecidas dos alunos, para que depois sejam trabalhados os conteúdos
relativos a manifestações religiosas mais comuns, do universo cultural da
comunidade.
Assim, pretende-se evitar a redução dos conteúdos às manifestações
religiosas hegemônicas que, historicamente, ocupam um grande espaço nas
aulas de Ensino Religioso e pouco têm ampliado a compreensão e o
conhecimento dos alunos acerca da diversidade religiosa e dos múltiplos
significados do sagrado.
Entretanto, as tradições e manifestações religiosas mais conhecidas ou
majoritárias também serão abordadas no currículo de Ensino Religioso; serão
objeto de estudo ao final de cada conteúdo tratado, de modo que os
conhecimentos apreendidos de outras manifestações religiosas constituam
novas referências para analisar-se e aprofundar-se acerca das manifestações
já conhecidas ou praticadas pelos alunos e ou na comunidade.
Convém destacar que todo o conteúdo a ser tratado nas aulas de Ensino
Religioso contribuirá para superar o preconceito à ausência ou à presença de
qualquer crença religiosa; para questionar toda forma de proselitismo, e para
aprofundar o respeito a qualquer expressão do sagrado.
Torna-se importantíssimo destacar que os conteúdos a serem
ministrados nas aulas de Ensino Religioso não têm o compromisso de legitimar
uma manifestação do sagrado em prejuízo de outra, porque a escola não é um
espaço de doutrinação nem de evangelização, de expressão de ritos, símbolos,
110
campanhas e celebrações.
Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas
manifestações do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural,
os quais poderão ser enriquecidos pelo professor, desde que contribuam para
a construir, analisar e socializar o conhecimento religioso, para favorecer a
formação integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente.
Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas
aulas de Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a
pedagógica e não a religiosa. Ao optar por esta abordagem, o professor
estabelecerá uma relação pedagógica frente ao universo das manifestações
religiosas e do sagrado, tomando-o como construção histórico-social, como
patrimônio cultural da humanidade. Nestas Diretrizes, não constitui tarefa
proposta, então, fazer juízo desta ou daquela prática religiosa.
A considerar a diversidade de referenciais teóricos para suas aulas,
tornasse recomendável que o professor dê prioridade às produções de
pesquisadores da respectiva manifestação do sagrado para evitar fontes de
informação comprometidas com interesses de uma ou outra tradição religiosa.
Tal cuidado é importante porque, como estratégia de valorização da
própria doutrina ou como meio de atrair novos adeptos, há produções de cunho
confessional que buscam legitimar seus pressupostos, mas, muitas vezes,
também desqualificam outras manifestações.
É preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e à opção
religiosa do educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos conteúdos
valorizarão aspectos reconhecidos como pertinentes ao universo do sagrado e
da diversidade sociocultural.
Portanto, para a efetividade do processo pedagógico na disciplina de
Ensino Religioso, propõe-se que seja destacado o conhecimento das bases
teóricas que compõem o universo das diferentes culturas, nas quais se firmam
o sagrado e suas expressões coletivas.
6 AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Ensino Religioso não ocorre como na
maioria das disciplinas. O Ensino Religioso não constitui objeto de aprovação
ou reprovação nem terá registro de notas ou conceitos na documentação
escolar, por seu caráter facultativo de matrícula na disciplina.
111
Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um
elemento integrante do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso.
Cabe ao professor implementar práticas avaliativas que permitam acompanhar
o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e pela classe, cujo
parâmetro são os conteúdos tratados e os seus objetivos.
Para atender a este propósito, o professor elaborará instrumentos que o
auxiliem a registrar quanto o aluno e a turma se apropriaram ou têm se
apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa
dizer que o que se busca com o processo avaliativo é identificar em que
medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das
manifestações do sagrado pelos alunos.
De fato, a apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo
professor em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas
sugestões de observação por parte do professor:
- em que medida o aluno expressa uma relação respeitosa com os
colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua?
- o aluno aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé?
- o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de
identidade de cada grupo social?
- o aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes
manifestações do sagrado?
Diante da sistematização das informações obtidas da avaliação, o
professor terá elementos para planejar as necessárias intervenções no
processo pedagógico, para retomar as lacunas identificadas na aprendizagem
do aluno, e terá elementos para dimensionar os níveis de aprofundamento a
serem adotados em relação aos conteúdos que desenvolverá posteriormente.
Depois da avaliação, o professor de Ensino Religioso terá, também,
indicativos para a própria avaliação pedagógica ou a imediata reorganização do
que já tenha trabalhado, cuja referência são estas Diretrizes.
Por estar em processo de implementação nas escolas, a disciplina de
Ensino Religioso requer um trabalho comprometido, de modo que a avaliação
se torna um fator que pode contribuir para sua legitimação como componente
curricular.
Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem
aprovação ou reprovação do aluno, recomenda-se que o professor registre o
processo avaliativo por meio de instrumentos que permitam à escola, ao aluno,
112
aos seus pais ou responsáveis a identificação dos progressos obtidos na
disciplina.
Por meio desta prática, o aluno terá oportunidade de retomar conteúdos
e conhecimentos que o auxiliam a compreender melhor a diversidade cultural,
da qual a religiosidade é parte integrante. Finalmente, o aluno poderá articular
o Ensino Religioso aos demais componentes curriculares que abordam
aspectos relativos à cultura.
7 REFERÊNCIAS
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1997.
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GIL FILHO, S. F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas
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Curitiba, v. 3 n. 3, p. 91-120, 1999.
GIL FILHO, S. F.; GIL, A. H. C. F. Identidade religiosa e territorialidade do
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notas para uma teoria do fato religioso. In ROSENDAHL, Z. & CORREA, R. L.
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Cultural,
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elucidação fenomenológica do conhecimento. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
(Coleção Os Pensadores)
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geografia
contemporânea. Curitiba: UFPR, 2002
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114
1993.
ROHMANN, C.. O livro das idéias: pensadores, teorias e conceitos que
formam nossa visão de mundo. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
SACHS, W. Dicionário do desenvolvimento: guia para o conhecimento como
poder. Petrópolis: Vozes, 2000.
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994.
DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
As primeiras manifestações matemáticas surgiram da necessidade do
homem primitivo, de quantificar, contar e realizar trocas. De fato, ao longo do
processo de desenvolvimento histórico, esse conhecimento foi sendo
desenvolvido a partir das necessidades de sobrevivência, fazendo com que os
homens , gradativamente, elaborassem códigos de representações, sejam de
quantidades ou dos objetos por ele manipulados.
A humanidade, em seu processo de transformação, foi produzindo
conceitos, leis e aplicações que compõem a matemática como ciência
universal, um bem cultural da humanidade. Sendo organizada por meio de
signos, torna-se uma linguagem de instrumento importante para a resolução e
compreensão dos problemas e necessidades sociais dentro de cada contexto.
Esses conhecimentos são considerados como instrumento de compreensão e
intervenção para a transformação da sociedade: nas relações de trabalho, na
política, na economia, nas relações sociais e culturais.
Esta realidade, cada vez mais dinâmica e complexa, exige o
desenvolvimento da autonomia intelectual de todos os alunos. De acordo com
a DCE “aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar
X nas respostas, é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para
resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver
raciocínio lógico, a capacidade de perceber, projetar e transcender o imediatamente sensível” (
PARANÁ, 1990, p. 66).
O ensino e a aprendizagem da Matemática se evidencia por seus
aspectos: intrínsecos ( relativos á obtenção de pré – requisitos , como técnicas
e conhecimentos necessários á continuidade do estudo dentro da própria
115
Matemática) utilitários (na vida cotidiana e profissional) e formativos,
relacionados ao seu aspecto intelectual.
Dessa forma o estudo da Matemática tem como objetivo contribuir para
a formação integral do aluno, tornando-o um cidadão crítico, participativo, justo,
responsável e consciente de suas obrigações e direitos dentro da sociedade
brasileira. Buscamos proporcionar ao estudante o conhecimento matemático e
a partir dele ampliar seu conhecimento e consequentemente contribuir para o
desenvolvimento dessa sociedade.
De acordo com a DCE, o tratamento da informação é um conteúdo
estruturante para criar condições de leitura crítica dos fatos que ocorrem na
sociedade, o qual deve interpretar tabelas, gráficos, dados percentuais,
indicadores e também conhecer possibilidades de ocorrência de eventos.
Como um dos objetivos essenciais da educação é a formação do
cidadão e para não tornar esse aprendizado uma forma artificial dentro do
conteúdo de Matemática é a estatística que possibilitará a interação entre
matemática e os aspectos de realidade brasileira: meio ambiente, violência,
sexualidade, demografia, economia, saúde, consumo,diversidade racial e
social. As práticas pedagógicas relacionadas a estes temas estarão
relacionadas á realidade local, do estado e do Brasil sempre com dados reais e
atuais.
CONTEÚDOS
ENSINO FUNDAMENTAL
5 ª SÉRIE
Números e Álgebra
Números naturais
Operações ( adição, subtração multiplicação divisão, potenciação e raiz
quadrada)
Situações problemas
Números decimais
Operações ( adição, subtração multiplicação divisão, potenciação e raiz
quadrada)
Situações problemas
116
Divisibilidade, números primos e Mínimo Múltiplo Comum
Números Fracionários
Conceitos, noções e comparação
Operações
Geometrias
Figuras plana e espacial
Grandezas e Medidas
Comprimento
Massa
Capacidade
Volume
Tempo
Sistema Monetário
tratamento da Informação
Gráficos
Tabelas
Porcentagem
6ª SÉRIE
Geometrias
Formas geométricas (plana e espacial)
Perímetro, áreas e volumes
Grandezas e Medidas
Ângulos
Números e Álgebra
Conjunto dos números inteiros
Números racionais ( 6 operações)
Equações do 1º grau
Grandezas proporcionais
Razão, escala, regra de três simples.
Tratamento da Informação
Porcentagem
Juros simples
Média Aritmética, moda e mediana
Gráficos
117
Tabelas
7º SÉRIE
Números e Álgebra
Conjuntos numéricos: naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais .
Potenciação: definição, propriedades, expoentes negativo e potência de
dez.
Radiciação: raiz exata e aproximada
Cálculo algébrico: expressões algébricas, monômios e polinômios
Produtos notáveis
Fatoração
Frações algébricas ( noção)
Sistemas de equações (dois métodos)
Grandezas e Medidas
Comprimento da Circunferência
Medida de área
Medida de ângulo
Geometrias
Analítica
Plana
Espacial
Tratamento da Informação
Gráficos
Tabelas
8ª SÉRIE
Números e Álgebra
Potenciação
Radicais
Equações do 2º grau
Equações biquadradas
Equações irracionais
Teorema de Pitágoras
Grandezas e Medidas
118
Semelhança de triângulos
Teorema de Tales
Razões trigonométricas
Trigonometria no triângulo retângulo
Geometrias
Área de figuras planas
Área do círculo
Volume
Função
Noção intuitiva de função afim
Noção intuitiva de função quadrática
Tratamento da Informação
Estatística
OBSERVAÇÃO: Os temas História e Cultura Afro – brasileira, História do
Paraná, Meio Ambiente, Educação Sexual e Violência serão contemplados no
conteúdo estruturante de Tratamento da Informação em todas as séries.
ENSINO MÉDIO
1º Série
Números e Álgebra
Conjuntos (noções básicas)
Equações exponenciais e logarítmicas
Funções
Função Polinomial do 1º grau
Função polinomial do 2º grau
Função Exponencial
Função logarítmica
Progressões PA E PG
Tratamento da Informação
Gráficos
Tabelas
2º Série
119
Funções
Função Trigonométrica
Números e Álgebra
Matriz
Determinante
Sistemas lineares
Grandezas e Medidas
Trigonometria
Tratamento da Informação
Análise combinatória (Binômio de Newton)
Probabilidade
Estatística
Gráficos
Tabelas
3º Série
Geometrias
Geometria Analítica
Geometria plana e espacial
Grandezas e Medidas
Medida de área
Medida de Volume
Números e Álgebra
Números complexos
Polinômios
Tratamento da Informação
Estatística
Matemática financeira
Gráficos
Tabelas
120
OBSERVAÇÃO: Os temas História e Cultura Afro – brasileira, História do
Paraná, Meio Ambiente, Educação Sexual e Violência serão contemplados no
conteúdo estruturante de Tratamento da Informação em todas as séries.
METODOLOGIA
O aluno deve construir seu conhecimento matemático a partir da
situação problema, levando-o a pensar produtivamente e desenvolvendo o seu
raciocínio, possibilitar a ele enfrentar situações novas. Oportunizando-lhe
situações cotidianas e também científicas, para tanto se faz necessário utilizar
os seguintes recursos:
História da Matemática
Podemos abordar um conhecimento a partir dos resultados obtidos por
aqueles que o desenvolveram. É possível, por exemplo, estudar a mecânica,
parte da física, como um conjunto de equações associadas aos diversos tipos
de movimentos: A queda de uma pedra, o movimento de um automóvel em
curva, a órbita de um planeta... Mas quando estudamos a história que resultou
na construção dessas equações, estamos tratando do assunto de uma maneira
completamente diferente. Podemos saber como foi o confronto entre
pensamentos em conflito – o geocentrismo e heliocentrismo, as condições de
vida de cada época, os enganos cometidos, as disputas, as limitações que os
filósofos e cientistas estavam sujeitos, etc. A aridez das expressões numéricas
ganha vida, emergindo o significada de cada conquista.
Metaforicamente, podemos dizer que se trata de uma diferença entre o
bagaço e a laranja. Ao comunicar seus resultados, os cientistas normalmente
omitem os fatos e circunstâncias que influenciam seus trabalhos – ou porque
consideram desnecessários relatá-los, ou porque não conseguem analisar os
acontecimentos de um ponto de vista mais amplo, ou ainda, por uma questão
da própria organização da linguagem formal, uma tradição da comunicação
científica. Além disso, os cientista escrevem para seus colegas, não para
estudantes. Em nossa metáfora, os resultados são o bagaço do conhecimento,
porque constituem a estrutura, mas não guardam o gosto da criação.
121
A abordagem histórica recupera o caldo da laranja. Estudando o
processo de produção do conhecimento, mesmo de maneira incompleta,
descobrimos as motivações envolvidas na construção dos conceitos e os
esforços empreendidos para demonstrar teorias. Podemos descobrir idéias que
representam ruptura, isto é, idéias ousadas que, em determinadas épocas,
ultrapassaram as constatações experimentais já conquistadas e apontaram
para o futuro.
Podemos, também, recuperar informações sobre conceitos que
adoramos no dia-a-dia, cuja origem em geral é desconhecida; encontrar idéias
que existiram e foram superadas e hipóteses que os alunos criam, ou crenças
que adoram de seu meio cultural.
Enfim, a história permite compreender como a evolução do
conhecimento é lenta, permanente, exige esforço e conta com a contribuição
de vários povos. A verdade científica é provisória, porque é fruto de mentes
humanas que estão sujeitas ao erro e as condições de cada época. cada um
de nós pode participar dessa construção, porque idéias novas sempre podem
surgir.
Modelagem
O ponto de partida são situações da realidade. O ensino desenvolve-se
por meio de modelos matemáticos que se aplicam a essa situação . Por
exemplo, numa escola a coleta seletiva de lixo pode ser o ponto de partida .
Primeiro, reúnem-se dados sobre quantidades coletadas a cada dia da
semana. Com isso, pode-se fazer uso de tabelas para mostrar as quantidades
coletadas, de médias para calcular a quantidade média da semana e regras de
três para estimar a coleta do ano todo. Essas ferramentas matemáticas
constituem modelos da situação, permitindo fazer previsões , estimar lucros,
etc.
Abordagem Etnomatemática
Trata-se de valorizar e usar como ponto de partida os conhecimentos
sistemáticos do grupo cultural ao qual os alunos pertencem, aproveitando o
máximo possível o saber extra-escolar.
122
Projeto
Trata-se de encontrar, uma concordância da maioria dos alunos, um
objeto de estudos amplo, de estudo, um projeto de estudo ou ação, de
preferência abordado junto a outras disciplinas e dentro do qual se desenvolva
conteúdos matemáticos. No projeto podem ser inseridos processos similares
aos da modelagem. Projeto concretiza-se por meio de uma investigação
devendo o professor torna-lo adequado as necessidades curriculares.
Jogos
Os jogos constituem outro excelente recurso didáticos, pois levamos o
aluno a desenvolver um papel ativo na construção do seu conhecimento.
Envolve-se ainda a compreensão e a aceitação de regras , promovem o
desenvolvimento sócio afetivo e cognitivo, desenvolve a autonomia, o
pensamento lógico, exigem que os alunos interajam, tomem decisões e criem
novas regras. Durante um jogo os alunos estão motivados a pensar e a usar
constantemente conhecimentos prévios.
Diálogo
Essas praticas podem mostrar o significados que o conhecimento formal
vai adquirindo para os alunos. Em função da valorização do envolvimento
emocional nos processos de ensino aprendizagem.
Eixos Temáticos da Matemática
A alfabetização matemática, exigida para todo o cidadão do terceiro
milênio, não se restringem a números e cálculos. Tão importantes quanto aos
números e a geometria, que permite compreender: O espaço, sua ocupação e
medida, trabalhando com as formas espaciais ou tridimensionais. A superfícies,
suas formas, regularidades e irregularidades as linhas suas propriedades e
medidas, as relações entre todas essas formas geométricas. Atualmente, igual
importância tem a estatística que cuida da coleta e organização de dados
numéricos em tabelas para facilitar a comunicação. Da mesma forma, a
probabilidade que trata das previsões e das chances de algo ocorrer.
123
Por outro lado, medir usando adequadamente instrumentos de medida
é uma atividade diária de qualquer cidadão.
Finalmente a álgebra nos ajuda nas generalizações, nas abstrações, na
comunicação de idéias e fenômenos por meio da linguagem matemática e na
resolução de problemas onde a aritmética é insuficiente. Por exemplo, o tema
função, integrador por excelência, é um dos mais importantes da matemática,
pois por meio delas e seus gráficos podemos entender melhor vários
fenômenos das ciências naturais e fatos da atualidade.
Utilização das tecnologias da informação e da comunicação
Atualmente e consenso entre os educadores que o ensino da
matemática, assim como outras áreas do conhecimento, devem aproveitar ao
máximo os recursos tecnológicos. Uma educação tecnológica não significa
apenas uma formação voltada para o uso de recursos (computadores,
maquinas de calcular , televisão , jornais, etc... ). Nem sempre esses recursos
estão disponíveis em nossas escolas, mas especialmente uma sensibilização
para o conhecimento para os recursos da tecnologia. As experiências
escolares com o computador também tem mostrado que seu uso efetivo pode
levar ao estabelecimento uma nova relação professor – aluno, marcada por
uma maior proximidade, interação e colaboração. isso define uma nova visão
do professor, que longe de considerar-se um profissional pronto ao final de sua
formação acadêmica, tem de continuar em formação permanente ao longo de
sua vida profissional. Quanto ao uso da calculadora, constata-se que ela é um
recurso útil para a verificação de resultados, correção de erros, podendo ser
um valioso instrumento de auto avaliação. A calculadora favorece a busca e a
percepção de regularidades matemáticas e o desenvolvimento de estratégia de
resolução de situações problema, pois estimula a descoberta de estratégia e a
investigação de hipóteses, uma vez que os alunos ganham tempo na execução
dos cálculos. Assim, elas podem ser utilizadas como eficientes recursos, para
promover a aprendizagem e os processos cognitivos.
Resolução de Problemas
Um aspecto importante a considerar é de que um problema matemático
é uma situação que demanda a realização de uma sequência de ações ou
124
operações para se chegar a um resultado. Ou seja, a solução não está
disponível de início, mas é preciso construí-la. portanto, é muito importante que
se discuta com os alunos os procedimentos envolvidos na resolução de
problemas, desde a leitura e a análise cuidadosa da situação até a elaboração
de procedimentos de resolução que envolve hipóteses, simulações e tentativas.
É fundamental também que eles aprendam a comparar os resultados
com os dos colegas e a avaliar os procedimentos que utilizaram. É necessário,
portanto, desenvolver habilidades que permitem provar os resultados, testar
seus efeitos, comparar diferentes caminhos para obter a solução. nessa forma
de trabalho, importa menos a obtenção da resposta correta do que o processo
de resolução.
O fato de o aluno ser estimulado a questionar sua própria resposta, a
questionar o problema, a transformar um dado problema em uma fonte de
novos problemas, a formular problemas com base em determinadas
informações, a analisar problemas abertos – que admitem diferentes respostas
em função de certas condições – evidencia uma concepção de ensino
aprendizagem que se norteia não pela mera reprodução de conhecimentos,
mas pela via da ação refletida que constrói conhecimentos.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser coerente com o enfoque dado aos princípios
básicos da disciplina. Se encararmos a matemática sob um ponto de vista
dinâmico, que leve em conta os percalços do seu desenvolvimento, então
teremos que adotar, diante da avaliação, uma postura que considere os
caminhos percorridos pelo aluno, as suas tentativas de solucionar os
problemas que lhe são propostos e procurar ampliar a sua visão, o seu saber
sobre o conteúdo em estudo.
A avaliação deve ser parte integrante do processo ensino –
aprendizagem, em que o objetivo não é verificar (através de uma medição) a
quantidade de informações “ retidas ” pelo aluno ao longo de um determinado
período, já que não se concebe ensino como “ transmissão de conhecimento” .
Ela deve servir como instrumento diagnóstico do processo de ensino –
aprendizagem, oferecendo elementos para revisão de postura de todos os
componentes desse processo (aluno – professor – conteúdo – metodologia –
instrumentos de avaliação).
125
Dessa forma, restringir a avaliação a um conceito obtido em uma prova
não retrata com fidelidade o aproveitamento obtido.
O aluno não pode ser encarado como um receptáculo de informações.
Ele é agente de cultura, um ser ativo e criador e, por isso, capaz de superar as
convenções e promover transformações.
O conhecimento é construção humana e social e o nosso saber não é
construído de um dia para o outro, de uma situação para a outra, do não saber
ao saber tudo. Cada indivíduo trabalha e reelabora as informações recebidas,
daí a necessidade de se considerar, na avaliação, não somente o produto, mas
principalmente o processo. Só a consideração conjunta do resultado e do
processo nos permite estabelecer interpretações significativas.
Em vez de ser um instrumento de penalidade, a avaliação será , nessa
perspectiva, de grande valia para a continuidade e revisão do trabalho do
professor, indicando os pontos que não estão bem claros para os alunos, e
que, por isso deverá ser trabalhada com mais intensidade; e para o alunos será
o momento de grande significação, situando-o em relação a seus progressos.
Portanto, é necessário considerar a avaliação como um recurso a
serviço do desenvolvimento do aluno que o leve a assumir um compromisso
com a aprendizagem sendo possível ser aplicado os seguintes instrumentos de
avaliação: seminários, trabalhos em grupo / individuais, provas, atividades em
sala de aula / casa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FRANÇA, ELIZABETH. Matemática na vida e na escola. São Paulo. Editora da
Brasil, 2004.
SARQUIS, EDUARDO. Coleção Matemática com Sarquis. Minas Gerais, Formato,
2001.
SEED – PR. DCE Diretrizes Curriculares de Matemática para as séries finais do
Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Paraná, 2008.
DISCIPLINA DE HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
INTRODUÇÃO
126
A disciplina de história é uma ciência embasada no passado, e por
metodologia, cria as suas indagações por necessidades contemporâneas. Pelo
viés teórico “Culturalista” e Histórico Crítico, calcado nas idéias de Chartier,
Carlos Ginsburg, Thompson, Hobsbawn, dentre outros historiadores da
atualidade os docentes da disciplina teorizam a prática pedagógica
preocupados com a contextualização e inserção do discente com o meio e o
tempo histórico. As múltiplas temáticas; A ecologia, a africanidade, o cidadão
crítico, comunidades indígenas, enfim devem e serão contemplados no período
letivo.
Portanto, garantido por lei; tal disciplina vem promover a integração entre
sujeito e sua ação. O sujeito é livre em suas atitudes, porém, tem a
necessidade de agir em sociedade - com diferentes “outros”, e isso pode ser
aprofundado e sedimentado na compreensão do processo histórico.
O embasamento teórico unido com a prática possibilita ao educador da
disciplina articular, essa concepção Histórico-Crítica e cultural com os
conteúdos, e trabalhar na perspectiva de possibilitar que o aluno explore os
novos métodos de produção do conhecimento histórico e amplie o seu
entendimento dos recortes temporais, do conceito de documento, de sujeitos e
de suas experiências, e consiga problematizar o presente em relação ao
passado.
Outra preocupação de vanguarda é a desvinculação do processo
educacional clássico adequado após revolução industrial, tal processo
salvaguardava a divisão do conhecimento por categorias distintas, preocupado
em formar trabalhadores preparados com os saberes acadêmicos e técnicos,
valorizando as disciplinas exatas e a compreensão da língua. Não deixando de
lado as ciências exatas e por muito menos a compreensão lingüística, os dias
127
de hoje, pleno século XXI, a humanidade provida de novas tecnologias anseia
por maior vinculação regional, conhecimento das suas particularidades que a
ciência de história pode proporcionar. O cidadão apto é aquele que consegue
enxergar o conhecimento humano enquanto um todo e exerce com maestria o
cognitivo, afim de, criar o novo, utilizando a inteligência emocional e intelectual.
Para isso o educador deve e pode orientar os seus alunos de forma
interdisciplinar e estratégico para estimular a criatividade, o amplo
conhecimento geral, sem perder as especificidades que nos tornam diferentes
e capazes de mudar e acrescentar num mundo melhor e mais digno.
OBJETIVOS
Entendemos que ao adotarmos “a visão histórica-crítica” estaremos
alcançando o educando naquilo que ele nos traz enquanto sujeito da História:
suas experiências, sua história, construindo assim uma relação com o contexto
a partir da utilização do que o indivíduo sabe sobre o mundo e o conhecimento
elaborado e construído na Escola. Além disso, permite que o aluno corrobore
conceitos que o permitam pensar historicamente, superando também a idéia de
história como algo dado: como verdade absoluta.
Para tanto, três questões se fazem necessárias: introdução a um
raciocínio histórico; o conhecimento histórico como necessário à vida cotidiana
tanto individual como social; o presente como construção histórica e a
percepção de si e do outro.
A abordagem de qualquer tema curricular com o presente não deve
se passar em uma relação mecânica, estática, mais sim evidenciar o caráter
histórico do presente e recuperar experiências do passado (dentro daquilo que
elas são importantes para o presente).
Estas discussões podem permitir ao educando a consciência de si
enquanto construção histórica e a percepção do outro não apenas no passado,
mas também no seu presente dentro de questões de ordem cultural, religiosa,
nacional, racista e corporativa. As percepções destas questões influenciam
decisivamente no cotidiano individual e social do nosso educando.
128
Assim, a interdisciplinaridade e a contextualização valorizarão o
ensino renovado da História, uma História integrada em busca de sujeitos
historicamente construídos, e não observadores de algo colocado, será
explorado o seu lado questionador, buscando seu senso crítico partindo do
saber produzido até alcançar o questionamento das possibilidades dentro a
história, para que este educando seja um cidadão capaz de uma compreensão
do mundo em que vive e nele poder interferir com consciência de sua
historicidade.
CONTEÚDOS
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
Conteúdos Estruturates: Poder, Trabalho e Cultura
Conteúdos norteadores: OS JOVENS VIVEM E FAZEM A HISTÓRIA.
Conteúdos específicos:
O que é ser jovem
A construção histórica da juventude.Os jovens e a História.Direitos das crianças e dos jovens no Brasil.História dos jovens em diferentes sociedades.Os significados da juventude na sociedades contemporânea.Os significados da juventude entre povos indignas.Representação de jovens na sociedade brasileira.
Cada jovem tem sua história.
O século XX e os jovens.O jovem e seu modo de vida.Ser jovem no Brasil.Os jovens e a vida em sociedade.Os jovens e a vida fora da família.Os internatos no Brasil e no Paraná.História da vida dos jovens no passado e no presente.Diversidade da juventude no Brasil.Diversidade da juventude na sociedade contemporânea
Viver como jovem.
129
O jovem e sua vida cotidiana.História da vida cotidiano de crianças e jovens na América Latina.O cotidiano das guerras para crianças e jovens.Os jovens e as crianças da década de 1960Memórias da vida estudantil de jovens.Viver como jovens hoje.
OS JOVENS E A História DA CIDADANIA.
O que é ser cidadão.A construção da cidadania.O significado da cidadania nas sociedades antigas.A mulher e a cidadania em Grécia.Representação da cidadania nas sociedades antigas.As crianças e os jovens na cidadania em Grécia.Representação da cidadania grega no Brasil contemporâneo.O que é ser cidadão na sociedade contemporânea. Idéias sobre cidadania no Brasil.Questões da cidadania do Brasil.Questões da cidadania na situação de guerra.As crianças e a cidadania no Brasil. Questões de cidadania em diferentes países.
História dos direitos humanos e do cidadão. A construção dos direitos humanos e do cidadão. Sociedade medieval: súditos, não cidadão. A sociedade medieval e a cruzada das crianças. História dos direitos dos cidadão. Cidadãos e não cidadãos na Revolução Francesa. Súditos ou cidadãos: um debate a partir da literatura. Os jovens e a Declaração dos Direitos Humanos. O significado da Declaração dos Direitos Humanos na sociedade
contemporânea. Questões atuais sobre os Direitos Humanos. Perspectivas dos Direitos Humanos e a sociedade contemporânea. A situação dos Direitos Humanos no Brasil. A criança e os Direitos Humanos.
Historia da cidadania no Brasil. Cidadania no Brasil. Os povos indígenas e a cidadania. Os povos indígenas e a cidadania no Brasil. Os portugueses e a cidadania no Brasil no Brasil no passado. História da cidadania no Brasil no presente. História da cidadania no Brasil Colônia e Império. Movimentos pela cidadania no Brasil Colônia e Império. O cinema e os movimentos pela cidadania no Brasil. 7 de setembro de 1822. cidadania e a constituição brasileira O jovem e a cidadania no Brasil.
130
Questões sobre a cidadania no Brasil contemporâneo. A cidadania na Ditadura Militar no Brasil. Representação sobre o direito do cidadão no Brasil. Diferentes momentos das Diretas-Jà e a cidadania no Brasil. O significados das leis na construção da cidadania no Brasil. O significado da cidadania no Brasil contemporâneo.
Conteúdos Estruturates: Poder, Trabalho e Cultura
Conteúdos norteadores: Torna-se cidadão
Conteúdos específicos:
O jovem, o trabalho e a cidadania.
• História das transformações no mundo do trabalho.
• Trabalho e discriminação racial.
• Os jovens e o mercado de trabalho
• As leis que regem o trabalho.
O Jovem, a família e a cidadania
História da família e a construção da cidadania.
História e o significado da família.
A história da educação de jovens e crianças em diferentes sociedades e em
diferentes épocas.
A família e a educação da mulher.
O jovem, a educação e a cidadania.
- História da educação escolar de meninos e meninas.
- História da educação indígena no Brasil.
- A educação no Estado Novo.
2.VIVER COMO CIDADÃO.
Jovens, participação política e a cidadania.
História das formas de participação política dos jovens.
Os jovens e a repressão política no Brasil.
131
Os jovens e a participação política no Brasil.
Jovens, consumo, cotidiano e cidadania.
O desenvolvimento da sociedade de consumo.
História das transformações do cotidiano em diferentes sociedades.
A Globalização do consumo e a sua crise.
A história influência dos Estados Unidos no Brasil.
A influência da influência dos Estados Unidos no Brasil.
Os jovens, o consumo e as transformações no modo de vida.
A telivisão e o modo de vida dos jovens
A geração shopping center.
3. JOVENS, CULTURA E CIDADANIA.
Cultura e rebeldia na sociedade contemporânea.
Jovens indígenas e a cultura.
Os jovens e os movimentos da contra-cultura.
A história do Rock and roll.
História das manifestações da música jovens.
O significado da cultura jovem na sociedade contemporânea.
Manifestações da cultura jovem e a cidadania
7ª série
Conteúdos Estruturantes: Poder, Trabalho e Cultura.
Conteúdos norteadores:- A relação humanidade-natureza e o direito à
natureza preservada.
Conteúdos específicos:
História das relações da humanidade com a natureza.
O significado dos mitos e lendas
As teorias da evolução das espécies
132
Métodos para datar o passado
História das relações da humanidade com a ciência
História das formas de medir o tempo
História das formas de representar a terra
A relação do homem e a doença
A crise da ciência no século XX
A ciência e a vida cotidiana
História das doenças no Brasil
8ª série
Conteúdos Estruturates: Poder, Trabalho e Cultura
Conteúdos norteadores: Relação de dominação e resistência: Formação do
estado e das instituições sociais.
Conteúdos específicos
1, O EXPANSIONISMO E O DIREITO AO AUTODESENVOLVIMENTO DOS
POVOS.
História das formas de colonialismo.
- Expansionismo no mundo Antigo.
- Expansão ultramarina européia.
Historia dos Imperialismos.
Significados dos nacionalismos no século XIX.
Formas de imperialismos nas sociedades contemporânea.
A supremacia européia.
Historia da globalização.
Historia da Globalização.
• O processo de globalização
• O significado da globalização no Brasil.
• O significado da globalização em diferentes sociedades.
• Globalização e neoliberalismo.
133
• História da expansão espacial.
• O significado da expansão espacial.
• Guerra Fria e Guerra Espacial.
2. AS GUERRAS E O DIREITO DE PAZ.
Historia de guerras de conquistas
Guerras brasileiras.
Guerras em sociedades Antigas e medievais.
Guerras de conquista da América.
Os índios e a Conquista portuguesa.
Guerras de independência do Brasil.
A partilha da África.
O significado dos processos de descolonização.
História das Guerras Mundiais.
A Primeira Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial.
O significado das Guerras Mundiais.
O Brasil e as guerras mundiais.
O significados da guerra para os pracinhas brasileiros.
Historia de lutas revolucionárias.
Revoluções liberais.
Revoluções liberais no século XIX.
Revoltas do mundo do trabalho.
A comuna de Paris.
A Revolução Russa.
As Revoluções alemã e chinesa.
As greves operarias no Brasil no ínico do século XX.
Revoltas sociais no Brasil.
Revoluções na América Latina.
A Guerrilha no México.
Participação de jovens nos movimentos revolucionários no Brasil.
134
História das guerras contemporâneas.
Ataque terrorista 11 de setembro.
A Guerra Fria.
As Guerras do século XXI.
História do terrorismo.
A participação de jovens e crianças nas guerras contemporâneas.
• OS EXCLUÍDOS E O DIREITO À VIDA SOLIDÁRIA.
História de Formas de exclusão.
Escravidão no Brasil.
O cotidiano da escravidão no Brasil.
Escravidão indígena no Brasil.
A escravidão na sociedade contemporânea.
A África e a escravidão.
História da exclusão na sociedade contemporânea.
A exclusão em diferentes sociedades.
Os excluídos econômicos.
Migrações e exclusão na sociedade contemporânea.
Historia da exclusão da mulher.
- As mulheres e a luta pela liberdade.
- As mulheres e a conquista da cidadania.
- O papel da mulher na sociedade contemporânea.
- História da mulher no Brasil.
História dos cotidianos de exclusão.
P significado da exclusão na vida cotidiana.
Preconceito e exclusão no Brasil.
Formas de exclusão na vida cotidiana.
O cotidiano da exclusão em diferentes sociedades.
4.VIDA COTIDIANA E O DIREITO A FELICIDADE.
135
História das relações entre a humanidade e a satisfação das
necessidades.
História das relações entre humanidade e a satisfação das necessidades.
O significado da alimentação em diferentes sociedades.
As transformações tecnológicas e as necessidades humanas.
História da relação entre a vida urbana e a satisfação das necessidades.
O significado da arquitetura na sociedade contemporânea.
Transformação no modo de vida urbano.
História do direito à vida privada e à felicidade.
O corpo na História.
Transformação no padrão alimentar.
A saúde na História.
História das relações de amor e amizade.
Amor e violência em diferentes sociedades.
Formas de amar na sociedade contemporânea.
ENSINO MÉDIO
1º ANO
TRABALHO
1. Dimensão Histórica da disciplina.
2. Trabalho
* conceito
3. O mundo do trabalho em diferentes sociedades: Antiga, Média, Moderna e
Américas.
4. A construção do trabalho assalariado:
* Renascimento comercial
* Transição feudalismo – capitalismo
136
* Revolução Industrial
* Fábricas
5. Transição do trabalho escravo para o livre na América: a mão de obra no
contexto de consolidação do capitalismo na sociedade americana.
* A importância do trabalho africano no Brasil.
6. Relações de dominação e resistência no mundo do trabalho contemporâneo
(séculos XVIII e XIX)
* Revolução Francesa (ideais)
* Socialismos
* Movimento Operário
* Feminista
* Infantil (exploração)
7. Urbanização e industrialização
* Brasil
* Paraná
* regionalização: São José dos Pinhais e Curitiba.
8. O trabalho na sociedade contemporânea:
* Brasil e região: questões atuais.
* Revolução tecnológica.
2º ANO
RELAÇÕES DE PODER
1. Dimensão Histórica da disciplina.
2. O Estado nos mundos Antigo e Medieval
* Conceito de poder
* Conceito de Estado:
- Poder teocrático
- Grécia
- Roma
137
- Feudalismo
- Islâmico
3. O Estado e as relações de poder: formação dos Estados Nacionais
* Absolutismo
* Teóricos do Iluminismo
* a Formação dos Estados Nacionais Americanos.
4. Relações de poder e violência no Estado
* Revolução Francesa
* Império Napoleônico
* Primeira e Segundas Guerras: totalitarismo
* Guerra Fria
* Canudos
* Era Vargas
* Ditadura Militar
5. O Estado Imperialista e sua crise
* Imperialismo: colonização e descolonização – Ásia e África
* Imperialismo – Influência – América e Brasil
* Guerra do Paraguai
* Bipolarização
* Imperialismo atual.
6. Urbanização e industrialização no Paraná
* Guerra do Contestado
* Ciclos Econômicos – Poder/Política.
3º ANO
Cultura
A Nova Ordem Mundial
1ª Unidade: A crise do liberalismo e a polarização mundial.
As emergências dos Estados totalitários e as democracias ocidentais:
138
- A crise de 1.929, o Nazismo, o Fascismo e Estalinismo, limite das
Democracias ocidentais, a gênese do Estado Novo no Brasil.
A Segunda Guerra Mundial e a Polarização:
- A Segunda Guerra Mundial, a afirmação dos Estados Unidos e a União
Soviética a afirmação dos “blocos” ONU, OTAN, Pacto de Varsóvia, o processo
de descolonização, a Guerra Fria e as “esperas de influência”.
2ª Unidade: Recomposição e contradição do capitalismo.
Desenvolvimento e subdesenvolvimento: novas estratégias de denominação:
- A nova divisão internacional do trabalho, as intervenções militares e guerras
localizadas.
O capitalismo monopolista e a nova fase da sociedade burguesa:
- Consolidação do capitalismo monopolista, a industrialização brasileira, a
relação cidade/campo e o caso paranaense.
Desenvolvimento e autonomia:
- O populismo na América Latina, o desenvolvimento na América Latina e no
Brasil, as ditaduras militares.
3ª Unidade: A busca de outros caminhos:
Movimentos sociais no campo e nas cidades:
- Lutas sociais nos países desenvolvidos, a organização dos trabalhadores no
3º mundo.
Revoluções e resistências:
- Revoluções Chinesa, Cubana e Nicaragüense, o socialismo contemporâneo.
Os não-alinhados e os impasses do 3º Mundo:
- O movimento dos não-alinhados e a 3ª via, dívida externa e dependência, o
Brasil contemporâneo e a ordem internacional.
4ª Unidade: Cultura e tecnologia:
139
A sociedade de massas e o desenvolvimento tecnológico:
- Tecnologia e sociedade, a produção do conhecimento técnico e a reprodução
das desigualdades sociais.
Indústria cultural e contracultural:
- Comunicação de massa e indústria cultural, os movimentos de contracultura,
cultura e memória social.
População, ecologia e a ameaça nuclear:
- O crescimento populacional e recursos naturais, o homem e o mundo natural,
a ameaça nuclear e o movimento anti-armamentista.
METODOLOGIA
Definidos os pressupostos teóricos a preocupação se faz diante do
encaminhamento metodológico para que os conteúdos da disciplina História
sejam direcionados a respeitar “aprender a aprender”.
É necessário que os temas eleitos e as metodologias dêem ao
educando acesso as informações sobre o mundo e portanto que ele possa
articulá-los e organizá-los, construindo e reconstruindo seu papel como
indivíduo nas transformações do processo histórico.
Conforme orientação da proposta da SEED a seleção de temas é
também pautada em relações interdisciplinares considerando que é na
disciplina, no caso a História, que ocorre a articulação dos conceitos e
metodologias entre as diversas áreas do conhecimento. Assim, narrativas,
imagens, sons, etc. de outras disciplinas relacionadas devem ser tratadas
como documentos a ser abordados historiograficamente.
O desafio para a disciplina História é a qualidade educativa, onde o
aluno - sujeito histórico seja capaz da construção de sua identidade enquanto
cidadão, um cidadão trabalhador, que se moderniza mais e ao mesmo tempo
domina a tecnologia.
Compreendemos, assim, que a abordagem de qualquer tema
curricular com o presente deverá sempre desempenhar a sua função de
preparar o aluno para a realidade discutindo os pontos históricos, sempre
140
preservando e incluindo novos dados, para que ele formule sua nova
percepção dos seus pré-conceitos adequando à sua sociedade.
Segundo a Diretriz proposta pela SEED, é proposto como
encaminhamento metodológico que os conteúdos estruturantes da disciplina de
História sejam abordados através de temas, na compreensão de que não é
possível representar o passado em toda sua complexidade, localizando os
momentos onde ressalve os processos de sucessão e sua duração, não
deixando de identificar os diferentes ritmos de durações temporais, sempre
estabelecendo as relações em permanência e transformações no processo
histórico, resgatando os outros tempos sempre co-relacionados as informações
atuais, comparando-os, o presente em processo contínuo das evoluções do
passado, sempre identificando os movimentos de rupturas no processo
histórico.
Para tanto, o professor deve se utilizar de diferentes atividades
como: leitura, interpretação e análise de textos historiográficos, mapas e
documentos históricos; produção de narrativas históricas, pesquisas
bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de
seminários, entre outras.
AVALIAÇÃO
A preocupação maior ao se falar em educação básica é responder
uma pergunta fácil: estudar para quê? A resposta se preparar-se para a vida,
para o trabalho como cidadão ativo e participante. Como, porém, tornar a
escola mais atrativa para o aluno? É modernizando-se. Nesse sentido não
colocamos aqui a modernização de uma tecnologia de ponta, mais sim,
modernizar a prática pedagógica.
É necessária uma reforma no pensamento de como fazer a
transmissão do conhecimento e, portanto, reformular também a prática de
como avaliar o aluno dentro da discussão de competências e habilidades.
Considerando a avaliação como um processo contínuo faz-se
essencial a articulação entre as diversas disciplinas e áreas de conhecimento
com a disciplina de História, dotando o aluno de um pensar crítico e criativo,
garantindo a ele condições de reconhecer, analisar, comparar, identificar,
141
diferentes contextos e variações sócio-econômicos e poder interferir como
cidadão dentro do processo histórico.
Sendo assim, valorizando um ensino renovado da História não
teremos “espectadores”, e sim, sujeitos historicamente construídos, ou sendo
construídos, possuidores de senso crítico, um inesgotável questionamento do
saber produzido e questionamentos das possibilidades dentro da História. Um
cidadão capaz de uma compreensão do mundo em que vive e nele também,
poder interferir, tendo consciência de sua historicidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
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movimentos sociais. Rio de Janeiro: Record.
- ARIÈS, Philippe & DUBY, Georges. História da Vida Privada: Do Império
Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
- ARIÈS, Philippe & DUBY, Georges. História da Vida Privada: Da Europa
Feudal à Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
- ARIÈS, Philippe & DUBY, Georges. História da Vida Privada: Da
renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras,
2004.
- ARIÈS, Philippe & DUBY, Georges. História da Vida Privada: Da Revolução
Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
- ARIÈS, Philippe & DUBY, Georges. História da Vida Privada: da primeira
guerra aos nossos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
- BARROS, José D’Assunção. O campo da história: especialidades e
abordagens, 2ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
- BITTENCOURT, Circe (org.) O saber Histórico na sala de aula. São Paulo:
Editora Contexto, 2005.
- BURGUIÈRE, André (org.). Dicionário das Ciências Históricas. Rio de
Janeiro: Imago, 1993.
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- BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo:
UNESP, 1992.
142
- BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. São Paulo: Companhia
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- CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense, 1982.
- CHARTIER, Roger. História cultural: Entre prática e representações. Rio
de Janeiro, Vol.7, N.13, P.97-113, 1994.
- FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e ensino de história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
- HAAG, Carlos. O negócio do saber impresso. In: Nossa História, São Paulo,
ano 3, n29, mar/2006.
- HOBSBAWN, Eric. Era das Revoluções: 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra,
2006.
- HOBSBAWN, Eric. A Era do Capital: 1848-1875. São Paulo: Paz e Terra,
2005.
- HOBSBAWN, Eric. A Era dos Impérios: 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra,
2006.
- HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
- KARNAL, Leandro (org.) História na Sala de Aula: conceitos, práticas e
propostas. São Paulo: Contexto, 2005.
- MONTELLATO, CABRINI & CATELLI. HISTÓRIA TEMÁTICA – 4 VOLUMES.
São Paulo: Scipione, 2005.
- NOVAES, Adauto(org). A descoberta do homem e do mundo. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
- PETTA, Nicolina L. & OJEDA, Eduardo A. B. História: Uma abordagem
integrada. São Paulo: Editora Moderna, 2002.
- Revista NOSSA HISTÓRIA. São Paulo: Editora Vera Cruz, todas as edições.
- RIBEIRO, Luiz Carlos. Currículo Básico: História e Ideologia. História e
Cultura. ANPVH – Núcleo Regional do Paraná. 1997, V.1, P.237-252.
- SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel H. Dicionário de Conceitos Históricos.
São Paulo: Editora Contexto, 2005.
DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
143
“Agora que estamos descobrindo o sentido de nossa presença no planeta, pode-se dizer que uma história universal verdadeiramente humana está, finalmente começando. A mesma materialidade, atualmente utilizada para construir um mundo confuso e perverso, pode vir a ser uma condição da construção de um mundo mais humano” Milton Santos
A Geografia, como disciplina escolar ajuda a explicar como os homens
ocuparam superfície terrestre para produzir a sociedade que existe hoje e,
ainda, possibilita prever como essa ocupação tenderá evoluir no futuro. Vista
sob esta perspectiva, o ensino de geografia tem por finalidade munir os alunos
de conhecimentos que lhes permitam agir de modo mais lúcido, ao tratar de
questões que tem haver com a ocupação e gestão do espaço. Contribui para a
formação que participa dos movimentos promovidos pela sociedade, que
conhece seu papel no interior das várias instituições das quais participa, que
discute de forma consciente sobre os problemas e situações de vida do mundo
atual.
Para tanto, o ensino da Geografia deve subsidiar os alunos a pensarem
e agirem criticamente, buscando elementos que permitam compreender,
interpretar e desvendar o espaço geográfico no qual estão inseridos.
A Geografia é uma área de conhecimento comprometida em tornar o
mundo compreensível para os alunos, explicável e passível de transformações,
às quais são decorrentes de inter-relações sociais e naturais, pois segundo
LEFEBVRE e SANTOS, “ espaço geográfico é o espaço produzido e
apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais e
técnicos) e ações (relações sociais, culturais e econômicas) inter-
relacionados.”
Esta definição está vinculada ao pensamento de Milton Santos, um dos
grandes teóricos da Geografia Contemporânea. Para Santos:
“O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e
também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de
ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro
único no qual a história se dá. No começo era a natureza
selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo do
tempo as histórias vão sendo substituídas por objetos técnicos,
que mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a
natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina.”
(SANTOS, 1996b, p.51)
144
Assim há que se empreender um ensino capaz de fornecer aos
conhecimentos específicos da Geografia assegurando que a mesma constitui-
se como elemento fundamental na formação da observação, analise,
interpretação e criticidade do aluno, sem deixar de considerar a diversidade
das temáticas geográficas e suas diferentes formas de abordagem
contemplando a heterogeneidade, a diversidade e a complexidade do mundo
atual em que a velocidade dos deslocamentos de indivíduos, instituições,
informações e capitais estão cada vez mais globalizados.
É dentro dessa perspectiva que devemos proceder na escolha e no
tratamento dos conteúdos essenciais da disciplina, buscando estabelecer os
aspectos fundamentais para o seu ensino. Para isso, é preciso lançar mão de
uma ampla base de conhecimento que não se restringem àqueles produzidos
dentro do corpo teórico e metodológico apenas da Geografia, mas sim,
articulado com outras ciências. Como afirma a tradição Kantiana, “a Geografia
torna-se uma ciência sintética, isto é que trabalha com dados de todas as
demais ciências e também descritiva e numerando os fenômenos em comum,
objetivando uma visão conjuntural do planeta”. (MORAES, 1999, p.14).
Estudar Geografia é uma forma de compreender o mundo em que
vivemos. Por meio desse estudo, podemos entender melhor tanto o local em
que moramos, seja uma cidade ou uma área rural, quanto nosso país, assim
como os demais países da superfície terrestre. O campo de preocupações da
Geografia é o espaço da sociedade humana, onde homens e mulheres vivem
e, ao mesmo tempo produzem modificações que o (re) constroem
permanentemente. Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas,
populações: todos esses elementos, além de outros, constituem o espaço
geográfico, isto é, o meio ou a realidade material onde a humanidade vive e do
qual ela própria é parte integrante.
A partir do exposto, sobre a teoria e o ensino da Geografia, pode-se
acrescentar que a relevância dessa disciplina está no fato de que todos os
acontecimentos do mundo têm uma dimensão espacial, onde o espaço é a
materialização dos tempos da vida social. Portanto, há que se empreender um
ensino capaz de fornecer aos alunos conhecimentos específicos da Geografia,
sem deixar de considerar a diversidade das temáticas geográficas e suas
diferentes formas de abordagem.
145
Os conteúdos da disciplina, devem estar interligados a concepção de
que a existência humana está ligada ao trabalho, a natureza, a sociedade,
portanto ao espaço geográfico. Dessa forma, cabe ao professor ter uma
postura investigativa de pesquisa, recusando uma visão receptiva e reprodutiva
do mundo, valorizando o conhecimento prévio de cada educando, tendo em
vista sua função enquanto agente transformador do ensino e da escola e, em
decorrência disso, da própria sociedade.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Sendo a meta maior a interação dos homens com o meio, as atividades
devem proporcionar ao aluno condições que lhe permitam:
Diferenciar as várias representações sociais da realidade vivida;
Realizar a leitura das construções humanas como documento importante
que a sociedade em diferentes momentos imprimem sobre uma base
natural;
Compreender as transformações no conceito de região que ocorrem por
meio do espaço chamado espaço geográfico;
Assimilar a redefinição do conceito de lugar em função da ampliação da
ação humana para além da economia;
Analisar o significado de paisagem como resultado das determinações da
natureza, das relações sociais, da cultura, da economia e da política;
Conhecer o espaço geográfico, vendo neste o resultado das ações em
escala local, regional e global;
Estabelecer a relação entre natureza e sociedade, em sua conjunta ação na
elaboração do espaço geográfico;
Observar as transformações que ocorreram nas relações de trabalho em
função do uso de novas tecnologias;
Estabelecer relações entre a degradação ambiental e a falta de
conhecimento com o meio natural e seus aspectos físicos;
Interpretar as relações políticas, econômicas de trabalho e culturais entre as
sociedades:
Fazer uso da linguagem cartográfica para extrair, comunicar e analisar
informações nos diversos campos do conhecimento.
CONTEÚDOS
146
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão Econômica do espaço geográfico
Dimensão Política do espaço geográfico
Dimensão Cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão Socioambiental do espaço geográfico
A importância da geografia, espaço geográfico e meio-ambiente
Paisagem, espaço, lugar, região, território, natureza e sociedade
Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção
Orientação e localização-coordenadas geográficas e fusos horários
Cartografia-mapas, legendas, escalas e signos
Planeta Terra
Os continentes, ilhas e oceanos
Relevo e Hidrografia
Clima e Vegetação
O campo e a cidade
Atividades econômicas
Culturas afro-brasileira e indígena
6 ª série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfico
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico
Setores econômicos
A formação dos blocos econômicos regionais
Economia e desigualdade social
Dependência tecnológica
Desigualdades Norte e sul
Estado, nação e território
147
7ª série
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfico
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico
Setores econômicos
A formação dos blocos econômicos regionais
Economia e desigualdade social
Dependência tecnológica
Desigualdades Norte e sul
Estado, nação e território
Regionalização do Continente Americano
Terrorismo e narcotráfico
globalização
aquecimento global
Chuvas ácidas
Efeito estufa
Camada de ozônio
8ª série
Nesta série de acordo com as DCE, os conteúdos serão trabalhados focando a Europa, Ásia, África e Oceania.
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão Econômica do Espaço geográfico
Dimensão Cultural e Demográfica do Espaço Geográfica
Dimensão Política do Espaço geográfico
Dimensão Socioambiental do Espaço geográfico
Globalização
A bipolaridade do século XX
A nova ordem mundial do início do século XXI
Regionalização mundial ( blocos econômicos).
Conflitos mundiais
148
Órgãos internacionais
Neoliberalismo
Terrorismo
Políticas econômicas culturais e ambientais.
Novo papel das organizações políticas, internacionais e regionais.
Redefinições de fronteiras: conflitos étnicos, culturais, políticos, econômicos, de base territorial.
Circulação da poluição atmosférica
Quadro natural e problemas ambientais
Formação étnica e religiosa
Estrutura etária e etnia da população
Fatores e tipos de migração e imigração e suas influências no espaço geográfico
Localização geográfica dos países e continentes
Representações gráficas
Atividades produtivas, transformação da paisagem
Formação, localização, exploração dos recursos naturais.
1º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfico
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
As atividades agropecuárias e os sistemas agrários
Atividades industrial no mundoTipos de energia
Base epistemológica da naturezaCoordenadas geográficas
Cartografia
Movimentos da Terra
149
Fusos horários
Os fatores que influenciam no clima
Tipos de clima
Os grandes biomas terrestre
A questão da água
Destruição da natureza: atividades humanas e impactos ambientais
Erosão e poluição dos solos por agrotóxicos
Lixo urbano e impactos ambientais
Poluição do ar: inversão térmica, ilhas de calor e chuva ácida, efeito estufa, da camada de ozônio
Desenvolvimento sustentável
2º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfica
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
A formação e a expansão territorial
Caracterização do espaço
Regionalização
Estrutura fundiária e conflitos da terra
Urbanização e hierarquia urbana
Brasil: de agroexportador a país industrializado dependente
O comércio exterior brasileiro
Industrializado
Transportes
Estrutura geológica e relevo
Tipos de clima
Ecossistemas
150
Hidrografia
Recursos minerais e energéticos
Impactos ambientais em ecossistemas
População: crescimento e formação étnica Distribuição e estrutura da populaçãoMigrações
3º Ano
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfico
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Os continentes
Internacionalização do capital
Subdesenvolvimento
Países emergentes
O comércio mundial
Os blocos econômicos
Capitalismo e a construção do espaço geográfico
Socialismo
Guerra Fria
O mundo pós-guerra Fria
O mundo pós URSS
China: um país e dois sistemas
África
G7
Países ricos do sul
EUA: a potência que controla o mundo
Migrações internacionais e xenofobia
Minorias étnicas e separatismo
151
Islamismo e terrorismo
A geografia do crime
METODOLOGIA
Levando em conta os objetivos do ensino médio, cabe ao professor
aprimorar sua metodologia e essa nova regionalização do ensino da geografia
– lugar, paisagem, território, natureza e sociedade. Articular os conteúdos à
questão da realidade e a aprendizagem prévia dos alunos, evitar a
fragmentação, desenvolvendo a disciplina em todos os temas centrais.
Promover a articulação entre os assuntos abordados buscando relacionar a
realidade social com a realidade individual do aluno.
Cabe a Geografia ser a ferramenta para transmitir simultaneamente para
os alunos, as discussões que ocorrem no mundo e preparando-o para o
ingresso na universidade como também para a sociedade.
A interdisciplinaridade e a contextualização em Geografia são
constantes, como um rede de vasos comunicantes, integrando todas as esferas
do conhecimento humano e estas informações podem ser levadas aos alunos
através da cartografia como ferramenta essencial, possibilitando transitar do
espaço local para o global e vice e versa.
Faz-se necessário inter-relacionar os conteúdos estruturantes com os
conhecimentos específicos de diferentes materiais didáticos (livros, revistas,
musicas, vídeos, mapas, maquetes, fotos, filmes, etc), aulas de campo,
possibilitando a relação entre a teoria e a prática, levando em consideração
que o aluno, quando chega ao ensino médio, dentro da escola já possui o
conhecimento empírico.
A busca da realidade individual, correlacionada com a realidade mundial
deverá ser feita através da exposição de fatos, da análise em grupo, individual
e ainda através do uso de tecnologias educacionais, bem como o uso de
materiais didáticos disponíveis.
CRITÉRIOS ESPECIFICOS DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA
152
A avaliação é parte do processo ensino-aprendizagem e, por isso, deve
servir não apenas para acompanhar a aprendizagem, mas também o trabalho
pedagógico do professor. É imprescindível que a avaliação seja continua e
diagnostica, que apontam as dificuldades, priorizando a qualidade e o processo
de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo.
Não se trata, porém de excluir a avaliação formal somativa, mas
desenvolver duas formas de avaliação, o professor deve usar instrumentos de
avaliação que contemplem várias formas de expressão dos alunos.
A partir dessas considerações os critérios a serem observados na
avaliação são a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento
das relações socioespaciais.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para ensino Médio. Brasília : MEC, 1996.
MARINA, L. TÉRCIO. Geografia: Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2005.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Geografia para o Ensino Médio – Versão Preliminar, 2006.
POPKEWITZ, T.S. História do Currículo, Regulação Social e Poder. In SILVA, T.T. da O Sujeito da Educação Estudos Foucaltianos. Petrópolis: Vozes, 1994.
SANTOS, M. Por uma outra Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
__________ Técnica, Espaço, Tempo – Globalização e Meio Técnico-Científico Informacional. São Paulo: Hucitec, 1996a.
__________ A Natureza do Espaço Técnica e Tempo Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1996b.-
__________ Por Uma Geografia Nova . São Paulo: Hucitec, 1986.
DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
153
Desde a pré-história, o ser humano buscou entender os fenômenos
naturais, criou instrumentos e técnicas de observações ao longo do tempo,
intensificando a construção da ciência como um todo.
A Ciência provou que os avanços científicos determinaram o
crescimento e o desenvolvimento da humanidade em inúmeras áreas,
oferecendo meios para que houvesse melhora nas condições de vida no
planeta. Apesar dela constituir um conhecimento especializado, está presente
na vida cotidiana aproximando o que é científico do senso comum.
A disciplina de Ciências, dentro deste contexto histórico, visa propor
uma abordagem crítica e histórica dos conteúdos, onde sejam priorizados os
conhecimentos científicos, (físicos, químicos e biológicos) para o estudo dos
fenômenos naturais, assim como a articulação entre a ciência, tecnologia e
sociedade e as implicações daí recorrentes.
É uma disciplina com construção humana coletiva, do qual participam a
imaginação, a intuição e a emoção. A comunidade científica sofre a influência
do contexto social, histórico, econômico e político em que está inserida. Ela
contribui para a formação da cidadania na medida que favorece a participação
dos alunos na vida comunitária.
Deve ser levado em conta que os alunos já possuem um conhecimento
prévio e uma cultura pré – estabelecida, chamado de conhecimento cotidiano,
o qual está articulado com o conhecimento científico. Estes sofrem mudanças e
interferências mútuas, sendo indispensáveis para a vida prática e
desenvolvimento de novas idéias. Portanto, não existem neutralidade e
objetividade absoluta: fazer ciência exige escolhas e responsabilidades
humanas. As afirmações científicas são provisórias e nunca podem ser aceitas
como completas e definitivas.
O conhecimento científico resultante da investigação da natureza
representa o o objeto de estudo da disciplina. Entende-se por investigação da
natureza a compreensão dos fenômenos naturais e a relação que o homem
estabelece com o seu meio. Esta relação proporciona novas experiências,
conhecimentos e técnicas criando valores e culturas transmitidas para a
sociedade que auxiliam para novos estudos da comunidade científica.
Atualmente, a sociedade, está exigindo um questionamento maior dos
indivíduos sobre a utilização racional dos recursos da natureza e sobre os
problemas que envolvem as relações entre ciência, ser humano e ambiente,
154
visando um menor impacto das ações humanas no ambiente e qualidade geral
da vida na Terra.
A Ciência tem como finalidade a intenção de contribuir na formação de
indivíduos com visão ampla do mundo, capazes de intervir na transformação do
meio em que vivem, de forma racional criando uma consciência de
responsabilidade para que não se negue as gerações futuras o direito a própria
vida.
Deve mobilizar o aluno a aprender em situações reais, em casa, no
trabalho, na cidade no lazer, etc, preparando-o para a vida, para a coletividade,
impulsionando assim o avanço da sociedade.
OBJETIVOS GERAIS
Os Objetivos Gerais de Ciências no Ensino Fundamental são elaborados
para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o
mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando os conhecimentos de
natureza científica e tecnológica.
Desta forma, o ensino de Ciências deverá estar organizado para que o
final do Ensino Fundamental o aluno tenha desenvolvido as seguintes
capacidades:
Compreender a natureza como um todo dinâmico e ser humano, em
sociedade como agente e paciente de informações do mundo em que vive, em
relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do
ambiente;
Valorizar e preservar a natureza e os seres vivos, compreendendo a
importância dos recursos naturais e a manutenção do equilíbrio ambiental;
Compreender a tecnologia como meio, para suprir necessidades e
melhorar as condições de vida, considerando princípios éticos para avaliar as
práticas tecnológicas envolvidas em qualquer circunstância;
Questionar a política de saúde do Brasil procurando soluções para
elevar o nível de qualidade de vida principalmente no aspecto preventivo de
atendimento à população;
Oportunizar ao aluno o desenvolvimento da curiosidade do interesse da
mobilização para busca e organização de informações, ou seja, permitir que o
aluno estabeleça relações entre o mundo natural (conteúdo da Ciência) o
mundo construído pelo homem(Tecnologia) e seu cotidiano(Sociedade);
155
Identificar as relações entre o conhecimento científico e o
desenvolvimento tecnológico, considerando a preservação, as condições da
vida e as concepções de desenvolvimento sustentável;
Preparar o estudante para a cidadania no sentido holístico, aprimorando-
o como ser humano, solidário e consciente;
Conhecer e compreender as transformações e principalmente a
integração entre os Sistemas que compõem o corpo humano, suas funções de
nutrição, coordenação, relação, regulação e reprodução, bem como as
questões relacionadas à saúde e a sua manutenção, especialmente através da
preservação;
Analisar os problemas globais, levando o aluno a se posicionar de
maneira a perceber que suas atitudes estão entre as possíveis soluções, como
por exemplo, optar por não consumir um produto que agride o meio ambiente
buscando produtos alternativos.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A disciplina de Ciências, tendo como objeto de estudo os Fenômenos
Naturais: físicos, químicos e biológicos, deve ser estudada a partir de
conteúdos abordados de forma articulada, em uma perspectiva crítica e
histórica, considerando a necessidade de contextualização, evitando a
abordagem tradicional de repasse de conteúdos do livro didático.
A Ciência deve ser concebida no processo Ensino- Aprendizagem, como
uma construção humana, cujos os conhecimentos científicos são passíveis de
alterações e marcados por intensas relações de poder.
Visando a abordagem crítica e articulada, são propostos conteúdos
estruturantes, dos quais ramificam-se em conteúdos específicos a serem
trabalhados considerando a prática social do aluno.
Para evitar uma abordagem descontextualizada, fragmentada por série,
os conteúdos específicos serão trabalhados ao longo do Ensino Fundamental,
respeitando–se o nível cognitivo de cada turma, a realidade local, a diversidade
cultural e as diferentes formas de apropriação dos saberes pelos educandos.
Os encaminhamentos metodológicos, portanto, devem considerar o
dinamismo e a provisoriedade da Ciência, cujas práticas e descobertas estão
constantemente sendo substituídas por outras mais modernas. Assim, os
conteúdos específicos devem estar relacionados entre si, com os conteúdos
156
estruturantes, com outras disciplinas e com elementos científicos, tecnológicos
e sociais.
O professor deve provocar discussões, análises e reflexões,
valorizando o conhecimento empírico do aluno para chegar ao conhecimento
historicamente produzido. Para isso serão realizadas, pesquisas e trabalhos de
campo, entrevistas, problematizações, observações, visitas, projetos individuais
e em grupos, palestras, fóruns, debates, seminários, conversações, análise e
interpretação de músicas e desenhos, produção de maquetes, realização de
experimentos e relatórios, dramatizações, interpretação e produção de histórias
em quadrinhos, realização de feiras e outras ações que estejam coerentes com
a proposta pedagógica da escola e da DCE.
Para que essas ações sejam realizadas de modo efetivo, são utilizados
alguns recursos como: quadro de giz, TV multimídia, DVD e videocassete,
retroprojetor, laboratório, recursos visuais (cartazes e maquetes), episcópio,
sala de informática, livro didático e paradidático, jornais e revistas.
Salientamos, que os temas propostos devem ser flexíveis o suficiente
para abrigar a curiosidade e as dúvidas do educando, para que a compreensão
dos conceitos evidenciem a importância da montagem do método científico,
exigindo o desenvolvimento de atitudes/ procedimentos para a solução e
interpretações dos fenômenos envolvidos.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS/ ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• Astronomia
• Matéria
• Sistemas Biológicos
• Energia
• Biodiversidade
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5ª série
I – Astronomia
Universo
Sistema solar
157
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
Origem e evolução do universo; teoria heliocêntrica e geocêntrica; a formação
e constituição dos astros e movimento de translação e rotação da Terra.
II – Matéria
Constituição da matéria
A constituição e transformação da matéria; o estudo da Litosfera, Atmosfera e
Hidrosfera.
III – Sistemas Biológicos
Níveis de Organização
Características gerais dos seres vivos; teoria celular e níveis de organização
celular.
IV – Energia
Formas de energia
Conversão de energia
Transmissão de energia
O conceito de energia e sua transformação; energia térmica, luminosa,
mecânica e nuclear; processos de irradiação, convecção e condução e ciclos
da matéria na natureza.
V – Biodiversidade
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
158
O reconhecimento da diversidade de espécies; ecossistema; comunidade;
população; indivíduo e extinção das espécies.
6ª série
I – Astronomia
Astros
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
Composição físico-químico do Sol; movimento aparente do Sol e da Lua;
eclipses solar e lunar e estações do ano.
II – Matéria
Constituição da matéria
Teoria da Terra primitiva; e teorias da Origem da Vida e composição química
da célula.
III – Sistemas Biológicos
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Constituição e tipos celulares; fotossíntese; quimiosíntese e respiração celular
e mecanismos celulares.
IV – Energia
Formas de energia
Transmissão de energia
Conceito de energia luminosa e sua importância; tipos de radiações e energia
térmica.
V – Biodiversidade
159
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
Conceito de Biodiversidade e sua relação com os seres vivos; classificação,
taxonomia e filogenia dos seres vivos; interação e sucessões ecológicas e
cadeia alimentar
7ª série
I – Astronomia
Origem e evolução do Universo
Teoria da Origem do Universo; teoria do universo inflacionário e universo
cíclico
II – Matéria
Constituição da matéria
Matéria: átomo, íons, elementos químicos, substâncias, ligações químicas,
reações químicas.
III – Sistemas Biológicos
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Células e tecidos: estrutura e funcionamento
Sistemas: digestório, cardiovascular, respiratório, excretor e urinário
IV – Energia
Formas de energia
Energia química, mecânica e nuclear: fontes, modos de transmissão e
armazenamento.
160
V – Biodiversidade
Evolução dos seres vivos
Teorias Evolutivas
8ª Série
I – Astronomia
Astros
Gravitação universal
Classificação cosmológica (Galáxias, Estrelas, Planetas, Asteróides, Meteoros,
Meteoritos, entre outros). Leis de Kepler, Leis de Newton e fenômenos
terrestres relacionados à gravidade.
II – Matéria
Propriedades da Matéria
Propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade,
elasticidade, divisibilidade, indestrutibilidade, impenetrabilidade, maleabilidade,
ductibilidade, flexibilidade, permeabilidade, dureza, tenacidade, cor, brilho,
sabor, textura e odor.
III – Sistemas Biológicos
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Mecanismos de herança genética
Sistema Nervoso, Sensorial, Reprodutor e Endócrino e Herança genética
IV – Energia
Formas de energia
Conservação de energia
Relação entre sistemas conservativos, Mecânica, Eletricidade e Magnetismo.
161
V – Biodiversidade
Interações ecológicas
Ciclos biogeoquímicos
Segundo a LEI 10.639/03 – História e Cultura Afro Brasileira; LEI
13.381/01 – História do Paraná e LEI 9.795/99- Educação Ambiental estes
temas merecem uma referência, pois são atuais, polêmicos e que
proporcionam aos alunos uma compreensão do meio em que vivem, criando
atitudes críticas frente às questões sociais.
Na disciplina de Ciências, estes temas são trabalhados durante o ano letivo em
todas as séries do Ensino Fundamental como conteúdo complementar em
assuntos relacionados ao tema, buscando uma relação contextual e
interdisciplinar.
AVALIAÇÃO
A Avaliação é a reflexão transformadora em ação, pois subsidia
decisões a respeito da aprendizagem dos educandos, tendo em vista garantir a
qualidade do processo educativo. Por meio dela, os sujeitos escolares sabem
como está aprendizagem dos alunos e também podem ter indícios de como
está o ensino, para a escola refletir e melhorar a Prática Pedagógica.
A Avaliação do Processo Pedagógico é feita em uma interação diária do
professor com a classe e em procedimentos que permitam verificar a
apropriação dos conteúdos específicos trabalhados. Torna-se imprescindível,
assim, a coerência entre planejamento, metodologia utilizada e o Processo
Avaliativo, afim de que os critérios de avaliação estejam ligados aos propósitos
do Processo Pedagógico, à aquisição dos conteúdos específicos a ampliação
de seu referencial de análise crítica da realidade.
O Processo Avaliativo dar-se-à de forma sistemática e a partir de
critérios de avaliação que considerem os conhecimentos acumulados, a prática
social, relações e interações estabelecidas em seu processo cognitivo, no
cotidiano escolar e fora dele. Por meio de instrumentos avaliativos os alunos
162
poderão expressar os avanços na aprendizagem, assim como seu
desempenho e dificuldades.
Para atender ao que se propõe, são necessários meios, recursos e
instrumentos avaliativos diversificados. A coerência entre os critérios propostos
e a natureza dos instrumentos avaliativos é fundamental para propiciar uma
avaliação real do progresso cognitivo dos alunos.
Alguns critérios serão utilizados para avaliar o processo de ensino-
aprendizagem do aluno como:
Capacidade de compreensão, interpretação, síntese, análise e
conclusão dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula;
Capacidade de formular hipóteses e idéias de assuntos diversificados;
Interação com os colegas em sala de aula na elaboração de trabalhos
em equipes;
Exposição de argumentos e críticas relacionadas à temas
contemporâneos e relacionados com a disciplina frente aos colegas em
sala de aula;
Comprometimento com as tarefas e atividades solicitadas.
Para verificar se os objetivos e critérios foram atingidos serão utilizadas
diversificadas formas de avaliação como:
Prova Escrita Individual e Coletiva;
Prova Oral Individual e Coletiva;
Trabalhos de pesquisas Individual e Coletivo;
Relatórios de aulas práticas e de campo;
Seminários e Feiras;
Tarefas de Casa;
Participação em sala de aula;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERY, M. A (et al). Para compreender a ciência. São Paulo: EDUC, 1988.
APPLE, M. W. Ideologia e currículo. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ASTOLFI, J. P. A didática das ciências. Campinas/SP: Papirus, 1991.
163
BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências.
CARVALHO, A. M. P. (et al). Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez, 2001.
FEIJÓ, R. Metodologia e filosofia da ciência. São Paulo: Atlas, 2003.
LOPES, A Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999.
LOPES, A Contribuições de Gaston Bachelard ao ensino de ciências. Ensenanza de Las Ciencias, 1993, 11 (3), p. 324-330.
LOSSE, J. Introdução histórica à filosofia da ciência. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000.
NARDI, R (org). Questões atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras Editora, 2002.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental – Versão Preliminar – 2008
PRETTO, N. D. L. A ciência nos livros didáticos. Campinas: Editora Unicamp, 1985.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: Primeiras aproximações. Campinas/SP: Autores associados, 1997.
LEITE, L. S. (Coord). Tecnologia Educacional: Descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2003.
CANIVEZ, P. Educar o cidadão? Campinas: Papirus, 1991.
LUCKESI, Cipriano C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? In: Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 15ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Educação Física tem por objetivo próprio de estudo o corpo em
movimento. No entanto este corpo em movimento não é meramente a
manifestação sinestésica, mas um corpo humano em movimento (considerando
aspectos emocionais).
164
A disciplina de Educação Física é fundamental na formação do educando. No
aspecto motor, onde são trabalhadas a coordenação motora e habilidades
perceptivo-motoras. No aspecto social, são trabalhadas expressões, relações
sociais, contribuindo para a socialização do ser humano e suas relações com o
outro e o meio onde está inserido. No aspecto cognitivo, capacita o aluno para
analisar, avaliar e compreender.
Assim contribuímos para a formação completa “física e mental”,
estimulando o auto-conhecimento do corpo e seu limite e capacidade. A partir
da educação física a criança aprende a se conhecer, conhecer a natureza, os
eventos sociais, a dinâmica interna e a estrutura do seu grupo, as relações
entre as pessoas e o seu papel social.
Para alcançar tal aptidão desenvolveremos tais habilidades:
1 - Condutas motoras de base ou formas básicas de movimento
2 - Condutas neuro-motoras
3 - Esquema corporal:
postura
coordenação ampla
coordenação fina
coordenação visomotora, óculo manual
equilíbrio
respiração
descontração
lateralidade
organização e orientação espacial - organização e orientação temporal
estruturação espaço-temporal
expressão corporal, visuais e táteis
percepções
habilidades motoras
4 – Ritmo
5 - Aprendizagem objeto-motora
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
165
ENSINO FUNDAMENTAL
5º Série
ESPORTES
Esportes Coletivos/ Individuais
Histórico
Regras Básicas
Pré-desportivo
Fundamentação Básica
GINÁSTICA
Prática dos elementos básicos
Exploração de diferentes materiais
DANÇA E TEATRO
Desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas
Mímica, imitação e representação
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Jogos e brincadeiras com e sem material
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Postura
Higiene Corporal
6º Série
ESPORTES
Esportes Coletivos/Individuais
Regras Básicas
Pré-desportivos
Fundamentos
166
GINÁSTICA
Prática dos elementos básicos
Exploração de diferentes materiais
DANÇA E TEATRO
Representação de práticas cotidianas
Vivenciar diferentes rítmos
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Jogos e brincadeiras com e sem material
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Postura
Higiene Corporal
7º Série
ESPORTES
Esportes Coletivos/Individuais
Regras Oficiais
Aprimoramento de fundamentos
Sistemas de jogo e prática
Esporte e a mídia
GINÁSTICA
Diferenciação dos tipos de ginásticas:
Ginástica Geral
Ginástica rítmica desportiva
Ginástica artística
DANÇA E TEATRO
Manifestações folclóricas
167
JOGOS,BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Diferenciação:
Jogos
Brinquedos
Brincadeiras
Esporte
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Noções de nutrição
Conceituação da atividade aeróbica e anaeróbica
8º Série
ESPORTES
Esportes Coletivos/Individuais
Regras oficiais
Aprimoramento de fundamentos
Sistemas de Jogo
Jogo propriamente dito
GINÁSTICA
Diferenciação dos tipos de ginástica e vivências práticas
DANÇA E TEATRO
Diferentes tipos de danças
Produção de práticas teatrais
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Criação e aplicação de jogos, brinquedos e brincadeiras
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Importância da atividade física para a manutenção da saúde.
168
ENSINO MÉDIO
1º ANO
ESPORTE
Esporte coletivo/individual
Prática do esporte propriamente dito
Discussões acerca do esporte como fenomeno social
JOGOS
Gincanas Culturais
Jogos cooperativos
GINÁSTICA
Histórico da ginástica do Brasil e no mundo
Prática de diferentes tipos de ginástica
DANÇA
Dança enquanto manifestação cultural
LUTAS
As lutas serão trabalhadas numa perspectiva de que a luta pode ser
entendida como luta de classes , de posições sociais, interesses.
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Fonte energética durante o exercício físico
Exercício aeróbico e anaeróbico
Fisiologia respiratória
Músculo esquelético-estrutura e função
2º Ano
ESPORTE
Esporte coletivo/ individual
Prática do esporte propriamente dito
169
Esporte e sociedade
JOGOS
Criação de jogos
Jogos cooperativos
Jogos de interpretação
GINÁSTICA
Ginástica geral
DANÇA
Será trabalhada junto com ginástica.
Recriações musicais e coreográficas
Dança como movimento
LUTAS
As lutas como manifestações culturais
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Gordura corporal/ Fontes de Gordura
Medidas de avaliação da gordura corporal
Redução da gordura corporal
3º Ano
ESPORTE
Esporte coletivo/individual
Prática do esporte propriamente dito
Organização de torneios e campeonatos
JOGOS
Dinâmicas de grupo
Jogos cooperativos
170
GINÁSTICA
Ginástica de academia/ tendências
LUTAS
As lutas na sociedade
DANÇA
Dança como arte
Discussão acerca da dança (letra, rítmo, coreografia, etc.)
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE
Nutrição
Doenças degenerativas (obesidade, diabetes, hipertensão)
METODOLOGIA
Ampliação da intervenção da Ed. Física/Psicomotricidade
Conteúdo baseado no aluno
Integração no processo pedagógico
Visão crítica e social
Experiência e contato corporal (respeito/ visão do mundo)
Articular experiências de ensino
Acompanhamento diferenciado pela equipe escolar
Respeito cultural, étnico
Não há apenas uma metodologia utilizada nas aulas de Ed. Física
devido às diferentes realidades das escolas, ex.: espaço, nº de alunos,
material inadequado, turno, etc...
A metodologia é definida através da diversidade cultural e social. É
trabalhada de diversas formas “mistura”.
AVALIAÇÃO
Baseado no desenvolvimento do aluno no aspecto físico e psicológico
171
Não é medido o avaliado pela performance do aluno
Oportunizar o aluno para o despertar da prática corporal e desportiva
Avaliar conhecimento e desenvolvimento prático e teórico
Identificar dificuldades dos alunos
Processo contínuo, permanente e cumulativo
Recuperação é paralela e contínua no processo de aprendizagem,
baseado no grupo ou individualmente.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA.
CAMPOS, Wagner de; BRUM, Vilma P. da Cruz. Criança no esporte,
Curitiba. Os autores. 2004.
Coletivo de Autores, Metodologia do Ensino de Educação Física. São
Paulo. Editora Cortez, 1992.
FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo. Editora
Scipione, 1996.
CASTELLANI, Lino Filho. Educação Física no Brasil: A história que
não se conta. 2ª Edição. Campinas. Editora Papirus, 1991.
Brasil, Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
Coletivo de autores – Metodologia do Ensino de Educação Física. São
Paulo. Cortez. 1992.
DARIDO, S.C.e Rangel, I.C.A. – Educação Física na Escola:
Implicações para a pratica pedagógica .R.S. Guanabara Koogan, 2005.
LUCKESI, C.C. – Avaliação da Aprendizagem Escolar. 2ª Edição. São
Paulo. Cortez. 1995.
OLIVEIRA, Marcus Aurélio Taborda de – Existe Espaço Para o Ensino
da Educação Física na Escola Básica? Pensar a Pratica. Goiânia, 2:1 – 23.
JUN/JUL 1998.
SOARES, Carmen Lucia – Educação Física: Raízes Européias e
Brasil. 2ª Edição. Campinas. Autores Associados. 2001.
DISCIPLINA DE QUÍMICA
172
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A química está associada às necessidades básicas dos seres humanos.
Seu aprendizado é vital para entender o mundo que nos rodeia. Conhecer a
química significa
compreender as transformações do mundo físico, e assim poder julgar de
forma mais fundamentada as informações provenientes da tradição cultural, da
mídia e da escola, possibilitando ao aluno tomar suas próprias decisões,
enquanto indivíduo e cidadão.
O ensino de química deve priorizar os conteúdos essenciais, ou seja,
aqueles que possam ter significado real à vida do educando. Deve-se explorar
a vivência do aluno motivando a reflexão e adoção de uma postura necessária
para transformação da sociedade tecnológica e igualitária , buscando
assegurar a preservação do meio ambiente em todas as escalas e a formação
para a cidadania, consolidando o uso de ferramentas do conhecimento químico
no encaminhamento de soluções de problemas sociais, desenvolvendo valores
e atitudes.
OBJETIVOS GERAIS
Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação do ser humano,
individual e coletiva com o ambiente.
Descrever as transformações químicas em linguagem discursiva,
compreender os códigos e símbolos da Química atual, traduzir a linguagem
discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-versa, utilizar a
representação simbólica das transformações químicas e reconhecer suas
modificações ao longo do tempo.
CONTEÚDOS
1º ANO
Conteúdo estruturante : Matéria e sua natureza
- Introdução à Química ( passado – presente – futuro)
- A matéria e suas aplicações
- Evolução dos modelos atômicos
173
- Processos radioativos
- Organização e aplicação dos elementos químicos
- Ligação química – formação e caracterização das substâncias
2º ANO
Conteúdo estruturante: Biogeoquímica
- Reações Químicas
- Grandezas físico-químicas
- Transformações gasosas
- Soluções
- Termoquímica
- Cinética química
- Equilíbrio químico
- Eletroquímica
3º ANO
Conteúdo estruturante: Química Sintética
- Características do átomo de carbono
- Classes de compostos orgânicos e suas aplicações
- Isomeria
- Bioquímica
METODOLOGIA
Para que o estudante tenha uma boa compreensão dos conteúdos
apresentados pela disciplina, é importante partir do conhecimento prévio que o
aluno já apresenta. Através das observações espontâneas é possível
fundamentar os conteúdos da disciplina de Química, desenvolvendo assim, o
conhecimento científico.
Pesquisas em textos científicos são muito importantes como
metodologia de ensino, porém, deve-se escolher um texto apropriado para o
174
nível de conhecimento do aluno. Deve apresentar um linguagem fácil e um
conteúdo relacionado à realidade do aluno.
AVALIAÇÃO
É imprescindível a modificação da simples transmissão de conteúdos, é
necessário que haja uma transformação no modo avaliativo da disciplina de
Química.
Pretende-se que a avaliação ocorra diariamente, de modo que possibilite
analisar o desenvolvimento do aluno dentro dessa nova visão interdisciplinar,
contextualizada e crítica, pois a partir de um ensino contextualizado pretende-
se levar o aluno a perceber que não cabe a ele reproduzir o mundo, mas
transformá-lo.
O desenvolvimento de projetos pelos alunos possibilita a demonstração
do avanço intelectual dos alunos mostrando efetivamente os conhecimentos e
habilidades adquiridos dentro do processo educativo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHASSOT, A . Alfabetização científica : questões e desafios para a
educação. Ijui: Editora Unijui, 2003
HALL, N. Neoquímica. A Química moderna e suas aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2004
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio. Paraná,
SEED, julho 2006.
SANTOS, W. L.P. & SCHNETZIER. Educação em Química: compromisso
com a cidadania. Ijui. Unijui
175
DISCIPLINA DE ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A necessidade de a sociedade transformar-se traz à escola a arte e a
realidade, a vida cotidiana do educando e a escola junto ao seu profissional de
ensino que deve prepara-lo para que ele compreenda e participe atualmente.
A transformação da sociedade e do contexto social, exige-se do cidadão o
desenvolvimento da sua criatividade para suprir a falta de lazer na vida
cotidiana. O ensino das artes o fará compreender a arte por si mesmo, e
analisar, relacionar textos e interpreta-los sobre uma visão crítica.
O ponto inicial para o desenvolvimento das artes na escola é a
realização pessoal do cidadão. As artes devem proporcionar o encontro da
realidade social do educando com sua criatividade, e com interesse de buscar
uma melhora na qualidade de ensino. O educando terá uma nova visão da
construção artística do mundo que o rodeia.
As artes, nas aulas devem criar e apreciar produções artísticas que
tratem de questões ambientais, pensando em melhorar a qualidade de vida e o
futuro.
OBJETIVOS GERAIS
- Explorar todas as possibilidades de cada linguagem artística;
- Refletir sobre a importância da arte para o desenvolvimento de uma nova
sociedade, baseada numa valorização da realidade cultural local;
- Desenvolver no educando o conhecimento estético e a competência artística
para o desenvolvimento da arte;
- Resgatar o interesse pelas pesquisas e o saber sobre arte em contato com
“artistas”, obras de arte, fontes de comunicação e informações;
- Observar as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando, com
interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,
argumentando e apreciando a arte de modo sensível;
- Utilizar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos
diversos em artes (artes visuais, música, dança e teatro) de modo que utilize
nos trabalhos pessoais, identifique-os e interprete-os na apreciação e
contextualize-os culturalmente.
176
Representação e Comunicação
- Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da
arte (música, artes visuais, dança, teatro, audiovisuais).
- Apreciar produtos de arte, suas linguagens, desenvolvendo tanto a fruição
quanto a analise estética.
Investigação e Compreensão
- Analisar, refletir e compreender os diferentes processos da arte com seus
diferentes instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações
socioculturais e históricas.
- Conhecer, analisar, refletir e compreender critérios culturalmente construídos
e embasados em conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico,
sociológico, antropológico, semiótico, cientifico e tecnológico, entre outros.
Contextualização Sócio-cultural
- Analisar, refletir e preservar as diversas manifestações de arte em suas
múltiplas funções, utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos, interagindo
com o patrimônio nacional e internacional que se deve conhecer e
compreender em sua dimensão sócio-histórica.
CONTEÚDOS
PPP 2008 – ARTE (ANOTAÇÕES E ATUALIZAÇÕES)
5º SÉRIE
HISTORIA DA ARTEPRÉ-HISTORIA( Paleolitico inferior, superior, e neolítico)ARTE RUPESTRE NO BRASILARTE MESOPOTAMICA ( sumérios, assírios, babilônicos e persas)ARTE EGÍPCIA (folclore egípcio: brincadeiras, musicas...)ARTE AFROARTE GREGAARTE ROMANA
ARTES VISUAISELEMENTOS COMPONENTES DO PROCESSO VISUAL:PONTOLINHACOR-PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIATEXTURA EM GRAVURASUPERFÍCIE E VOLUME
177
MÚSICA
ALTURA, TIMBRE, INTENSIDADE, DURAÇÃO: INSTRUMENTOS MUSICAIS, SONS NATURAIS, CULTURAIS, FAMÍLIA DOS INSTRUMENTOS, VOZ, CANTO (CAPELLA/CORAL), PRODUÇÕES ARTÍSTICAS, REGISTRO GRÁFICO,
DANÇA
MOVIMENTO CORPORALTEMPOESPAÇORITMOPERCEPÇÃOEXPRESSÃO ATRAVÉS DO MOVIMENTO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
TEATRO
CRIAÇÃO DE PERSONAGEMEXPRESSÃO CORPORAL, FACIAL, ORALAÇÃO DRAMÁTICAESPAÇO CÊNICOTÉCNICAS DE TEATRO: IMPROVISAÇÃO E JOGOS CENICOS
AVALIAÇÃODIAGNÓSTICA, CONTÍNUA, SISTEMÁTICA OBSERVANDO O PROCESSO INDIVIDUAL DO ALUNO
6º SÉRIE
HISTÓRIA DA ARTE
PALEO-CRISTÃIDADE MÉDIA (bizantina, romanica e gótica)PRÉ-COLOMBIANAFOLCLORE
ARTES VISUAIS
ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO:COR: REVISÃO DE PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS; MONOCROMIA/ POLICROMIA; QUENTES E FRIASPROFUNDIDADEPROPORÇÃOLUZ E SOMBRANOÇÕES DE PERSPECTIVA
MÚSICA
ALTURA, TIMBRE, INTENSIDADE, DURAÇÃO: DENSIDADE, PULSO/TEMPO, SONS LONGOS/CURTOS , SONS FORTES/ FRACOS, GRAVES /AGUDOS, RITMO, PERCEPÇÃO TIMBRICA CANTO, APARELHO FONADOR
178
DANÇA
MOVIMENTO CORPORALTEMPOESPAÇOAGRUPAMENTODISPERSÃO E SOBREPOSIÇÃORITMO E HARMÔNIAEXPLORAÇÃO DE ESPAÇO: EM SEU PRÓPRIO EIXO, DANÇA CÊNICA
TEATRO
CRIAÇÃO DE PERSONAGEMEXPRESSÃO CORPORAL, FACIAL, ORALAÇÃO DRAMÁTICAESPAÇO CÊNICOTÉCNICAS DE TEATROGÊNEROSROTEIROS
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, CONTÍNUA, SISTEMÁTICA OBSERVANDO O PROCESSO INDIVIDUAL DO ALUNO
8ª SÉRIE
HISTÓRIA DA ARTE
RENASCIMENTOBARROCO-ROCOCÓREALISMONEO-CLASSICOROMANTISMO
VISUAIS
ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO:CORESSIMETRIA VOLUMEPROFUNDIDADEPROPORÇÃOLUZ E SOMBRAPERSPECTIVAFIGURA HUMANA CARICATURA
MÚSICA
ALTURA, TIMBRE, INTENSIDADE, DURAÇÃO: DENSIDADEESTILOS MUSICAISRITMOSDIVERSAS DURAÇÕES
179
VARIAÇOES DE VOLUME
DANÇA
MOVIMENTO CORPORALTEMPOESPAÇOAGRUPAMENTODISPERSÃO E SOBREPOSIÇÃORITMO E HARMÔNIAEXPLORAÇÃO DE ESPAÇO: LOCOMOÇÃO, PESO INTENSIDADE E FORÇA
TEATRO
CONSTRUÇÃO DE PERSONAGEM / EXPRESSÃO CORPORAL: FACIAL, ORALAÇÃO DRAMÁTICA E ESPAÇO CÊNICA / IMPROVISO/ CENÁRIO / FIGURINO
AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA, CONTÍNUA, SISTEMÁTICA OBSERVANDO O PROCESSO INDIVIDUAL DO ALUNO
8º SÉRIE
HISTÓRIA DA ARTE
IMPRESSIONISMOPÓS-IMPRESSIONISMOMOVIMENTOS ARTISTICOS DO SÉCULO XXSEMANA DA ARTE MODERNAMOVIMENTOS CONTEMPORÂNEOS
VISUAIS
EQUILIBRIO HARMONIAPERSPECTIVA(BIDIMENSIONALIDADE E TRIDIMENSIONALIDADE)GRAFITETÉCNICA DE DESENHO: ESTILIZAÇÃOPUBLICIDADE: LOGOTIPO E LOGOMARCA, CARICATURA, RAFE DE ANÚNCIOS PUBLICITARIOS, LAYOUT, ARTE FINAL, PAINEL DECORATIVO, OUTDOOR, ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS
MUSICA
ALTURA, TIMBRE, INTENSIDADE, DURAÇÃOESTILOS SONOPLASTIATRILHAS SONORASESTRUTURAÇÃO MUSICAL
180
DANÇA
MOVIMENTO CORPORALEXPRESSÃO CORPORAL
TEATRO
CONSTRUÇÃO DE PERSONAGEMEXPRESSÃO CORPORAL, FACIAL, ORALAÇÃO DRAMATICAESPAÇO CENICO: DIREÇÃO, MONTAGEM TEATRAL, ILUMINAÇÃO E CENOGRAFIA
AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA, CONTÍNUA, SISTEMÁTICA OBSERVANDO O PROCESSO INDIVIDUAL DO ALUNO
1º ANO ENSINO MEDIOCONTEÚDOS
História da Arte:
*A arte da pré-história:paleolitico, neolitico.
*A arte na Antiguidade:mesopotânea, egipicia, grega, romana.
*Arte cristã primitiva:paleocristã, triunfal.
*Arte Medieval:bizantina, românica, gótica.
*Arte Africana, Oriental.
*Renascimento:itália, alemanha, países baixos.
*Barroco
*Neoclassicismo
*Romantismo
*Impressionismo
*Arte Nouveau
*Expressionismo
*Fauvismo ou Fovismo
*Cubismo
*Abstracionismo
*Dadaísmo
*Surrealismo
*Futurismo
Linguagens:
181
VISUAIS: ponto, linha, superfície, textura, volume, luz e cor,
multimeios(cinema: argumento, roteiro, story board, planos de direçao,
animaçao, foto-novela, industria cinematografica, slide, critica, direçao).
MUSICA: altura, intensidade, timbre, duraçao (ritmo,melodia, harmonia,
gêneros e estilos, novas tendências, frequência, ressonância).
TEATRO: personagem, espressão corporal, improvisação, espaço,
gêneros, teatro pobre e do oprimido, elementos de composição.
DANÇA: movimento corporal, expressão corporal.
Avaliação: diagnótica; contínua; sistemática; observando o processo individual
do aluno.
2º ANO ENSINO MEDIO
CONTEÚDOS
História da Arte:
ARTE CONTEMPORÂNEA:
Op. Art, Pop Art, Minimalismo, arte conceitual, New Dadá, Happening,
Performance, Instalações, Hiper-Realismo (foto-realismo).
ARTE BRASILEIRA
ARTE PARANAENSE
Linguagens:
VISUAIS:
ponto, linha, superfície, textura, volume, luz e cor, multimeios(cinema:
argumento, roteiro, story board, planos de direçao, animaçao, foto-novela,
industria cinematografica, slide, critica, direçao).
MUSICA: altura, intensidade, timbre, duraçao (ritmo,melodia, harmonia,
gêneros e estilos, novas tendências, frequência, ressonância).
TEATRO: personagem, espressão corporal, improvisação, espaço,
gêneros, teatro pobre e do oprimido, elementos de composição.
DANÇA: movimento corporal, expressão corporal.
Avaliação: diagnótica; contínua; sistemática; observando o processo individual
do aluno.
182
METODOLOGIA
No decorrer do desenvolvimento dos conteúdos elaborados, o educando
deverá estar apto a analisar todas as manifestações artísticas populares em
suas diversidades históricas, culturais, compreender e produzir a arte nas suas
diversas formas: música, teatro, dança, arte audiovisual e artes visuais, o
educando deverá compreender as diferenças culturais dentro do meio sócio-
cultural e integrar com outros estudos.
A produção artística envolverá: pinturas, gravuras, fotografias,
cenários, composições, arranjos, análise estética, análise filosófica, histórica,
antropológica, trabalhar o desenvolvimento físico, psicológico, onde o
educando vai valorizar o seu próprio conhecimento como ponto de partida para
desenvolver a competência e habilidade que é necessária para o dia-a-dia,
incluindo o seu contexto social, com o apoio do educador para facilitar a alta
interdisciplinaridade.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliação artes visuais: criar formas artísticas por meio de poéticas
sociais; estabelecer relações com o trabalho da arte produzido por si, por seu
grupo e por outro sem discriminação estética, artística, étnica e de gênero;
identificar os elementos da linguagem visual e suas relações em trabalhos
artísticos e na natureza; conhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de arte
por meio das próprias emoções, reflexões e conhecimentos e reconhecer a
existência desse processo em jovens e adultos e distintas culturas.
Avaliação Música: criar e interpretar com autonomia, utilizando
diferentes meios e materiais sonoros; utilizar conhecimentos básicos da
linguagem musical, comunicando-se, expressando-se musicalmente; conhecer
e apreciar músicas de seu meio sócio cultural e do conhecimento musical
construído pela humanidade em diferentes períodos histórico e espaços
geográfico; refletir, discutir e analisar aspectos das relações sócio-culturais que
os jovens estabeleçam com a música pelos meios tecnológicos
contemporâneos , com o mercado cultural.
183
Avaliação Teatro: saber improvisar e atuar nas situações de jogo; estar
capacitado para criar cenas escritas ou encenadas, reconhecendo e
organizando os recursos para a estruturação; estar capacitado a emitir opiniões
sobre a atividade teatral, com clareza e critérios fundamentados, sem
discriminação estética, artística, étnica ou de gênero.
Avaliação Dança: saber mover-se com consciência, desenvoltura,
qualidade e clareza dentro de suas possibilidades de movimento e das
escolhas que faz; conhecer as diversas possibilidades dos processos criativos
em dança e suas interações com a sociedade; tomar decisões próprias na
organização dos processos criativos individuais e de grupo em relação a
movimentos, música, cenário e espaço cívico; conhecer as principais correntes
históricas da dança e as manifestações culturais populares e suas influencias
nos processos criativos pessoais; saber expressar com desenvoltura e clareza,
os critérios, suas idéias e juízos de valor a respeito das danças que cria e
assiste.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Ângela Cantele. Arte Linguagem Visual,
V.01 e 02. Ed. IBEP
BERTELLO, Maria Augusta. Minimanual de Pesquisa Arte, junho/2004.
WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido Uma outra História das Musicas. Ed.
Companhia das Letras.
SOARES, Carmem. Imagens da Educação no Corpo. Editora Autores
Associados, Campinas – SP, 2005.
Dança... Ensino, Sentidos e possibilidades na Escola. Editora Autores
Associados.
A Arte de Fazer Arte, V. 05, 06, 07 e 08. Editora Saraiva.
Arte – Linguagem Visual, V. 01 e 02. Editora IBEP.
Explicando a Arte . Editora Ediouro
Arte Comentada (da pré-história ao pós-moderno). Editora Ediouro
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: aplicada, 2002.
FISCHER, Ernest. A necessidade da Arte. 9ª edição. Editora Koogan. Rio de
Janeiro.
184
Arte Para Que? A Preocupação Social na Arte Brasileira (1930-1970). Studio
Nobel. 3ªEdição, 2003.
VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Psicologia da Arte. Martins Fontes, São Paulo,
2001.
DISCIPLINA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras e a estrutura do
currículo escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da
organização social, política e econômica ao longo da história. As propostas
curriculares e as metodologias de ensino são instigadas a atender às
expectativas e demandas sociais contemporâneas e a propiciar às novas
gerações a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos.
Com a globalização e a ampliação da comunicação via internet, a língua
inglesa acabou por se consolidar como uma língua franca, utilizada em todo o
mundo, tanto para relações comerciais, quanto para o lazer e o turismo
internacionais. Além disso, é a língua em que mais se publicam livros e artigos
de cunho científico. Cabe ainda lembrar que sua inserção na grade curricular
tem também vínculo com as relações de poder que perpassam a aceitação e o
uso de uma língua estrangeira, ou mais de uma, em uma determinada
comunidade.
Com a criação do Mercosul e o estreitamento das relações entre
países da América latina, um novo painel vem se apresentando nos últimos
anos, abrindo novas perspectivas para o ensino do Espanhol, o que permitirá
aos alunos terem contato com uma outra Língua estrangeira além da língua
inglesa e, por isso, com uma maior pluralidade cultural.
A língua estrangeira na sala de aula deve ser um espaço de análise
de construções discursivas portadoras de diferentes culturas e ideologias,
associadas aos seus contextos de produção e às comunidades que as
interpretam, constroem e são por elas construídas. O contato do aluno com
essa perspectiva de ensino, possibilitará que, ele ou ela perceba os diferentes
usos, convenções e valores da comunidade que usa a língua em estudo, bem
como trará subsídios para que reflita sobre as formas e o modo de ser de sua
própria língua e da língua do outro. Além de possibilitar o entendimento da
língua como um constructo humano em constante transformação, a aula de
185
Língua Estrangeira é também um espaço em que o aluno pode ampliar o seu
contato com outras formas de conhecer e interpretar diferentes construções da
realidade.
Entender a língua como um constructo humano, dinâmico e revelador
das transformações pelas quais o homem tem passado, oferece aos alunos
novas possibilidades de leitura e um maior entendimento de construções da
realidade diferentes da sua, o que, em larga escala, pode contribuir para uma
convivência mundial menos agressiva e mais harmoniosa. O professor, ao
trabalhar essa dinamicidade da língua, deve apresentar aos alunos os mais
diferentes e variados gêneros textuais, buscando sempre levantar a finalidade
do texto, para quem é dirigido e o contexto de sua produção.
Mais especificamente, o espaço da aula de Língua Estrangeira é um
momento que pode contribuir para a construção de identidades nas interações
aluno-professor e nas representações e ideologias que se revelam no
cotidiano. Daí ser de suma importância que sejam analisadas questões
pertinentes à nova ordem global como um caminho para o desenvolvimento da
consciência crítica.
A Proposta Curricular está, como as Diretrizes Curriculares,
comprometida com o resgate da função social e educacional da Língua
Estrangeira, esperando que ao término do Ensino Fundamental o aluno possa,
dentro das suas possibilidades: usar a língua em situações de comunicação
oral e escrita; vivenciar na aula de Língua Estrangeira práticas que lhe
possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;
compreender que os significados são construídos e, portanto, podem ser
transformados pela prática social; ter uma maior consciência do papel das
línguas na sociedade; reconhecer e compreender a diversidade, como também
os benefícios que ela traz.
É claro que sempre que se tenta aprender uma língua diferente da
nossa, as tentativas de aprendê-la, e apreendê-la, são, a princípio, confusas e
repletas de inadequações. Contudo, essas tentativas, muitas vezes frustradas
e incompreensíveis, fazem parte da construção do sistema lingüístico que está
sendo aprendido. Por isso, o erro na aprendizagem da Língua Estrangeira deve
ser encarado como parte do processo de construção do conhecimento. Desse
ponto de vista, faz parte das tentativas de acerto e deve ser encarado pelo
professor e pelo aluno como tal, orientando-os para as modificações que
186
devem ser feitas para que o processo de ensino-aprendizagem realmente
aconteça.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
O ensino da língua estrangeira, de acordo com as diretrizes
curriculares, será pautado no conteúdo estruturante, ou seja, no discurso como
prática social, e nas formas como se revela nas práticas de leitura, escrita e
oralidade. O discurso, nesse caso, é visto como uma prática social que envolve
falantes que têm algo a dizer para alguém, por algum motivo, em uma
determinada situação e em um contexto histórico e sócio-cultural definido.
O conteúdo estruturante deve sempre ser veiculado por um texto (oral,
visual, auditivo ou escrito), com abordagem das questões lingüísticas
(vocabulário, fonética, fonologia e regras gramaticais), sócio-pragmáticas
(ideologias, valores sociais e verbais do contexto em que se realiza o discurso),
culturais (como sente, pensa e age o grupo social em que o discurso se
materializa) e discursivas (os diferentes gêneros em que o discurso se realiza).
O texto enquanto uma unidade de significação será o ponto de partida para a
aula, buscando levar o aluno a refletir sobre um determinado problema ou uma
determinada questão que está posta no mundo, levando-se sempre em conta o
contexto de produção (quem fala o que, para quem, como, por que, onde e
quando). O professor, ao trabalhar o texto em seu contexto social de produção,
deve selecionar os itens gramaticais que revelam a construção da língua,
fazendo com que outros textos sejam produzidos a partir do que foi trabalhado.
Isso significa que o texto não deve ser usado como um pretexto para se
ensinar a gramática, com a tradicional concentração nos exercícios pautados
na estrutura lingüística, mas sim, como um meio de entender a construção de
significados e, a partir daí, possibilitar a construção de outros textos.
O professor deve, então, trabalhar com os textos buscando fazer
atividades em que se possam: comparar as unidades temáticas, lingüísticas e
composicionais de um texto com outros; interpretar a estrutura de um texto
tendo as reflexões da sala de aula como ponto de partida; ler e analisar textos
de países que falam o idioma ensinado na escola e dos aspectos que veiculam;
ter contato com textos que abordem os mesmos temas e sejam publicados
nacional e internacionalmente, analisando as abordagens de tais publicações;
comparar estruturas fonéticas, sintáticas e morfológicas da língua em estudo
187
com a língua materna. As atividades devem levar em conta o conhecimento de
mundo e as experiências do aluno. Ao professor cabe fazer com que os alunos
possam analisar os textos e o conteúdo que veiculam, explorando
pressupostos, formulando hipóteses e ajudando a construir expectativas quanto
aos sentidos possíveis, lembrando de estimular os alunos a que se posicionem
em relação ao texto.
OBJETIVOS
Dentre os objetivos do ensino de língua estrangeira destacam-se os
seguintes:
- Ensinar e aprender percepções de mundo.
- Construir sentidos reconhecendo a diversidade cultural e o processo de
construção de identidades.
- Possibilitar ao aluno a utilização da LE em situações de comunicação.
- Proporcionar a inclusão social.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
ENSINO FUNDAMENTAL
Conteúdos Específicos: Devem ser contemplados os diversos gêneros
discursivos a partir de temas geradores, como: pluralidade cultural; valorização
da identidade nacional; meio ambiente e ecologia; saúde e segurança;
trabalho, educação e tecnologias e ética e cidadania. Ressaltando coesão,
coerência e linguagem não-verbal.
5ª Série:
Apresentação – Através de um texto , o aluno terá contato com as várias
possibilidades de se cumprimentar uma ou mais pessoas em inglês e terá
também a oportunidade de conhecer outras formas e outras culturas, como a
chinesa, japonesa, francesa e outras.
Análise lingüística: uso do verbo “to be”; pronomes pessoais e possessivos,
vocabulário pertinente.
188
Procedência e nacionalidade: Com o tema gerador “ Pluralidade cultural”,
instigar o aluno a conhecer sua cultura e a de outros países. Refletir sobre suas
origens e sobre a etnia do povo brasileiro.
Análise lingüística: Verbo “to be” (formas negativa, interrogativa e afirmativa);
pronomes pessoais; Wh-questions e vocabulário.
Profissões – A partir de textos que tratem dos temas trabalho, educação e
tecnologia levar o aluno a refletir sobre as condições de trabalho em seu país e
saber como acontece em outros países, principalmente os que falam a língua
inglesa. Conhecer os nomes das profissões em inglês.
Análise lingüística: This/that; perguntas e respostas com o verbo “to be”;
vocabulário.
Família: Provocar a busca pelo conhecimento a respeito de sua história
particular. Perguntas como: quem eu sou? Quem são meus pais? Meus avós?
Enfim, a origem, a árvore genealógica de cada um. Valorização das várias
etnias e diferenças culturais e familiares.
Análise lingüística: Wh-questions, números de 0 a 100; perguntar e responder
sobre a sua família e a dos colegas e vocabulário pertinente, variedade
lingüística.
Animais: Debater questões ambientais e ecológicas do país e do mundo.
Conhecer os nomes dos animais em inglês, provocar a busca pelo nome de
instituições que preservem a flora e a fauna no Brasil e no mundo.
Análise lingüística: cores, números, perguntas e respostas com o verbo “to
like”; vocabulário.
Alimentos: Leitura de textos que tratem da boa alimentação, discussões sobre
o perigo dos fast food (comidas rápidas sem valor nutritivo).
Análise lingüística: Uso do how much; nomes de doces em inglês e
vocabulário.
Meios de transporte: Debater com este tema as questões ambientais. Quais
prejuízos para o planeta podem acarretar o uso contínuo de gases poluentes.
189
Análise lingüística: Verbo “to have”, nas formas negativa, afirmativa e
interrogativa; adjetivos e vocabulário.
6ª Série:
A busca de amigos para se corresponder: Troca de informações a respeito
do seu país e compreender as diferenças sociais e culturais de outros países.
Fornecer e obter informações. Variedade lingüística.
Análise lingüística: Revisão dos verbos “to be”, “to like”, “to have”; números,
cores, uso dos pronomes possessivos, demonstrativos; vocabulário referente a
produção de cartas, bilhetes, etc. Uso da linguagem que envolva o computador
como: msn, e-mails, chat-roons, orkut, games, etc.
Esportes: Esportes pelo mundo; quais os esportes prediletos nos vários países
de língua inglesa; quais os mais populares no Brasil.
Análise lingüística: Verbos modais; plural das palavras; vocabulário.
Atividades escolares: Através de textos que tratem da educação nas escolas
brasileiras e em outros países, levar o aluno a refletir sobre a importância do
papel das escolas.
Análise lingüística: Preposições; nome de objetos escolares, vocabulário.
Atividades de lazer e rotina: Quais as diferentes práticas de lazer entre os
jovens no Brasil e no mundo (principalmente nos países de língua inglesa);
produção de texto referente a rotina. Perguntas e respostas sobre a sua rotina
e a dos amigos.
Análise lingüística: Presente simples nas formas interrogativa, afirmativa e
negativa; vocabulário.
Tempo e clima: Através de textos que tratem da situação climática global,
desenvolver debates sobre o uso de produtos poluentes que estão causando o
aquecimento do planeta. Conhecer as principais características do tempo em
outros países e no Brasil.
190
Análise lingüística: Presente contínuo, vocabulário referente ao tempo e
produção de cartão postal.
Vestuário e mobílias: A moda como pretexto para se trabalhar vestuário.
Diferentes maneiras de vestir-se. A casa como espaço da família e dos amigos.
Textos descritivos.
Análise lingüística: There is/there are; uso do imperativo; uso do an, a, some,
any; preposições e vocabulário.
7ª Série
Localização: Turismo interno e externo. Como pedir e dar informações sobre
localização de algum estabelecimento e sobre pontos turísticos.
Leitura e discussão sobre a valorização do turismo interno.
Turismo externo: proporciona ao cidadão maior enriquecimento cultural e a
valorização e o respeito às outras culturas.
Análise lingüística: Verbo there + to be (there is/there are); preposições (near,
next to, between, behind, beside); expressões interrogativas (how many),
palavras que indiquem direção (right, left, straight ahead, parallel to,etc).
Atividades de lazer e rotina: Quais as preferências de lazer entre os jovens
brasileiros. Quais os lugares mais visitados. Perguntar e responder sobre
atividades de lazer e rotina e sobre a freqüência com que praticam
determinadas atividades. Relatar acontecimentos de rotina.
Análise lingüística: Advérbios de freqüência e locuções adverbiais;
vocabulário.
Descrição física de pessoas: Leitura e discussão de textos que tratem da
característica dos povos. Descrever fisicamente pessoas; perguntar e informar
sobre o uso de vestimentas.
Análise lingüística: Ordem dos adjetivos na construção de frases; futuro com o
presente contínuo; vocabulário.
191
Saúde: Leitura e discussão de textos que falem sobre a questão da saúde
pública.
Perguntar e informar sobre problemas de saúde.
Análise lingüística: Pronomes pessoais; passado simples com o verbo “to be”.
Viagem: Perguntar e informar sobre as condições meteorológicas e sobre
acontecimentos em tempo passado, variedade lingüística.
Análise lingüística: Expressão “What’s the weather like?”; passado simples dos
verbos regulares e irregulares; vocabulário referente a condições
meteorológicas e descrição de lugares visitados.
Datas comemorativas: Valorização dos feriados nacionais (dia da
independência; dia da proclamação da república, etc.); dias considerados
santos, etc.
Análise lingüística: Wh-questions usados no passado simples.
Planos para o futuro: Quais são os planos para o futuro? Perguntar e
responder sobre acontecimentos que ocorrerão em um futuro próximo; convidar
e responder a convites.
Análise lingüística: Futuro com be going to + infinitive; expressões adverbiais
de tempo; vocabulário referente a convite: aceitação e recusa.
8ª Série
Comidas e bebidas: Pequenos textos que tratem da solicitação ao garçom de
alguma refeição, seja ela em restaurante ou lanchonete.
Como fazer um pedido ou oferecer algo a alguém; aceitar ou recusar algo;
pedir permissão a alguém para fazer algo.
Análise lingüística: revisão do presente simples, uso dos artigos; verbos
modais; vocabulário referente a comida e bebida.
192
Diário: O hábito de muitas pessoas de registrarem o seu dia em diários. Os
vários tipos de diários. Como descrever acontecimentos no passado.
Análise lingüística: Revisão do passado simples com os verbos regulares e
irregulares; uso do who, what, how many com função de sujeito e objeto;
perguntas com o auxiliar “did”; vocabulário.
Histórias de detetive: Leitura e compreensão de pequenos contos policiais.
Análise lingüística: passado contínuo (formas afirmativa, negativa e
interrogativa); perguntas com yes/no; palavras interrogativas; vocabulário.
Comparação: Fazer comparação entre dois elementos; fazer um convite a
alguém; oferecer ajuda.
Análise lingüística: adjetivos: grau comparativo (igualdade, superioridade e
inferioridade); uso do shall, vocabulário.
Conhecimentos gerais e curiosidades: Fazer comparações entre três ou
mais elementos; concordar ou discordar das pessoas.
Análise lingüística: adjetivos: grau superlativo; vocabulário referente a geografia
e à descrição física de pessoas e objetos.
Conselhos: Leitura de pequenos romances com o intuito de: descrição
psicológica dos personagens, perguntar e responder sobre ações ocorridas no
passado sem mencionar o tempo; expressar proibição e ausência de
obrigação.
Análise lingüística: presente perfeito com: ever, never, just, already, etc.;
verbos modais: must, mustn’t, needn’t; vocabulário referente a experiências
pessoais e estado psicológico das pessoas.
Viagem: Informações sobre roteiro de viagem; expressar ações que
começaram no passado e que continuam no presente, variedade lingüística.
Análise lingüística: presente perfeito com since e for; contraste entre presente
perfeito e passado simples.
193
ENSINO MÉDIO
1º ANO
TEMA: A Influência do Inglês na Língua Portuguesa
Sub-temas: Relações de poder no uso da língua / Colonização / História
da Língua Portuguesa / Estrangeirismos / Influências de
Línguas Indígenas, Africanas e Européias / Língua e
pluralidade cultural.
Análise Lingüística: vocabulário / verbo to be e there to be / tempos
verbais utilizados nos textos (presente, presente contínuo/
passado simples e passado contínuo e outros que se
apresentarem) / marcadores de ordem dentro do texto (first,
second, third, etc.) / categorias de palavras.
TEMA: Variedades da Língua Inglesa: Old English x Modern English,
gírias e pluralidade cultural
Sub-temas: relações afetivas / relações de gênero / literatura de Língua
Inglesa (Shakespeare) / adaptações da literatura para o
cinema / a linguagem dos adolescentes / Estrutura do ensino
e relações educacionais no Brasil e nos EUA.
Análise lingüística: vocabulário / tempos verbais: presente, presente
contínuo e passado simples / wh-questions / adjetivos /
comparativos.
TEMA: Variedades da Língua Inglesa: variações lingüísticas em
canções através dos tempos.
Sub-temas: a música dos negros nos EUA e no Brasil / Diferentes
formas de pensar através da música / Música e ideologia /
utopia e realidade / história da música / música e política /
injustiça social / drogas / anos rebeldes / música eletrônica /
new wave / festas Rave / Hip Hop.
194
Análise lingüística: tempos verbais: presente, passado e presente
perfeito / Why e Because / palavras e expressões que
mostram concordância ou discordância.
2º ANO
TEMA: A Correspondência Escrita: do papiro e da pena ao computador
Sub-temas: A importância da escrita em nossas vidas / a história da
escrita / linguagem formal e informal / cartas pessoais / cartas
comerciais / escrita e a linguagem da internet / cidadania /
direitos humanos / estatuto da criança e do adolescente /
organizações não governamentais.
Análise lingüística: tempos verbais: presente, passado, presente
perfeito / palavras e expressões características de
correspondência pessoal e comercial, da propaganda, da
linguagem de legislação e da internet.
TEMA: Alimentação
Sub-temas: pluralidade cultural e hábitos alimentares / obesidade /
alimentação e saúde .
Análise lingüística: palavras transparentes / vocabulário / substantivos e
adjetivos / tempos verbais: presente, presente perfeito / caso
genitivo / comparativo / previsibilidade lingüística e adequação
em textos / estrutura lingüística de receitas.
TEMA: Sociedade e meio ambiente
Sub-temas: coesão e coerência textuais / modernização e meio
ambiente / aquecimento global / o índio e a natureza /
população indígena no Brasil / consciência ambiental e
proteção à natureza.
Análise lingüística: recursos de coerência e coesão (relatores e palavras
que indicam contraste, adição, tempo, causa e conseqüência,
exemplos, objetivos, conclusão e concordância) / tempos
195
verbais: presente, passado/ comparativo e superlativo /
verbos modais.
3º ANO
TEMA: Literatura: as fábulas e a moral da história
Sub-temas: provérbios / relações afetivas / preconceito / autenticidade /
amizade / trabalho e ócio / perseverança / desejo e posse.
Análise lingüística: vocabulário / tempos verbais: presente, passado /
verbos modais / condicionais / advérbios de freqüência /
imperativo.
TEMA: O inglês através do mundo e do tempo.
Sub-temas: Inglês americano e inglês britânico (pluralidade cultural) /
língua e relações de poder / história da língua inglesa /
influências na construção da língua inglesa / globalização e
transformações da língua / o inglês como língua internacional.
Análise lingüística: vocabulário / tempos verbais: presente e passado /
superlativo / quantificadores para contáveis e incontáveis
(How many, how much, many, much).
TEMA: Tecnologia e trabalho
Sub-temas: capitalismo / revolução industrial e revolução tecnológica /
revolução tecnológica e suas conseqüências no cotidiano /
desenvolvimento tecnológico e sociedade / tecnologia e
problemas sociais / tecnologia e profissões / capacitação e
empregabilidade / exclusão e inclusão digital / distribuição de
renda no Brasil / dificuldades para lidar com as novas
tecnologias / blogs e escrita.
Análise lingüística: vocabulário / tempos verbais: presente, passado /
how many, how much / verbos modais / superlativo.
196
METODOLOGIA
Com o propósito do ensino de Língua Estrangeira, serão utilizados
textos com temas atuais, textos informativos, músicas, textos técnicos,
propagandas, textos literários, manuais de instruções. Textos interdisciplinares,
tais como: textos que abordam conhecimento em diversas áreas: Ciências,
artes, geografia, história do Brasil e conhecimentos gerais.
A estrutura gramatical já vista nas séries anteriores será feita através de
“Feed Back”, quando for necessário, isto é, não deixando pendências e
também introduzindo novas estruturas.
As atividades serão conduzidas através de textos práticos e vídeos.
Serão utilizados também recursos como áudio e prática oral (diálogos).
Nesta proposta a interdisciplinaridade fará com que o aluno observe a
necessidade de tais conhecimentos para sua vida, utilizando o raciocínio crítico
para soluções dos problemas, além da interdisciplinaridade, a seleção de
textos deve ter como critério a valorização da cidadania e cultura brasileiras ao
invés de importar-se somente em promover valores de povos de língua
estrangeira.
AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna estará
embasada nos princípios abordados nas Diretrizes Curriculares, e discutidos no
decorrer desta proposta. Sob essa perspectiva, deve ser vista e utilizada como
um instrumento diagnóstico que proporciona subsídio à construção da
aprendizagem, orientando as intervenções pedagógicas que devem ser feitas e
proporcionando reflexões e discussões sobre as dificuldades e avanços dos
alunos, tendo como base as suas produções orais e escritas. O professor
deverá observar como os alunos participam e se engajam nas práticas
discursivas, seja pela interação verbal a partir de textos ou nas relações com
os colegas, com o material didático, com o professor e com as comparações
que estabelece entre a língua materna e a língua estrangeira.
A avaliação não deve se pautar apenas na tentativa de testar
conhecimentos lingüísticos e discursivos, mas, ir além disso, buscando verificar
197
como o aluno constrói os significados na interação com os textos e na sua
própria produção textual, além de observar como isso contribui para sua
formação. O erro deve ser encarado como parte do processo de aprendizagem,
já que é decorrente da própria prática e das tentativas de aquisição da língua
estrangeira. Professor e aluno devem acompanhar o processo, planejando
novas formas de encaminhamento e retomando aspectos que tenham ficado
pouco claros. Aprender uma Língua Estrangeira, portanto, pressupõe um
trabalho conjunto, de acompanhamento contínuo, tanto do professor quanto do
próprio aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Língua Estrangeira Moderna: Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED-PR, 2006.
Vários autores. Livro Didático Publico: Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês. Curitiba: SEED-PR, 2006.
DISCIPLINA DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O objeto de estudo da Biologia é a VIDA. A preocupação com a
descrição dos seres vivos e dos fenômenos naturais, levou o homem a
diferentes concepções de VIDA, de mundo e de seu papel enquanto parte
deste mundo. Essa preocupação humana representa a necessidade de
garantir sua sobrevivência, já registrada pelo homem desde o início da história
através das pinturas rupestres e outros registros.
Assim, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no
Ensino Médio representam os modelos teóricos elaborados pelo homem
(paradigmas teóricos), que representam o esforço para entender, explicar
utilizar e manipular os recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações para o
ensino, buscou-se na História da Ciência os contextos históricos nos quais
pressões religiosas, econômicas, políticas e sociais que impulsionaram
198
mudanças conceituais no modo como o homem passou a compreender a
natureza.
No ensino de Biologia, enfim, é essencial o desenvolvimento de posturas
e valores pertinentes às relações entre os seres humanos, entre eles e o meio,
entre o ser humano e o conhecimento, contribuindo para uma educação que
formará indivíduos sensíveis e solidários, cidadãos conscientes dos processos
e regularidades e mundo e da vida, capazes assim de realizar ações práticas,
de fazer julgamentos e de tomar decisões.
OBJETIVOS
OBJETIVOS GERAIS
• Identificar o conhecimento científico como resultado do trabalho de
gerações de homens e mulheres em busca do conhecimento para a
compreensão do mundo, valorizando-o como instrumento para o exercício
da cidadania competente;
• Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos
conhecimentos de senso comum relacionados a aspectos biológicos;
• Identificar as relações entre conhecimento científico e o desenvolvimento
tecnológico, considerando a preservação da vida, as considerações de vida
e as concepções de desenvolvimento sustentável.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Valorizar progressivamente a aplicação do vocabulário científico como
forma precisa e sintética para representar e comunicar os conhecimentos
sobre o mundo natural e tecnológico;
• Identificar os elementos do ambiente, percebendo-os como parte de
processos de relações, interações e transformações;
• Fazer com que o aluno possa identificar e perceber o funcionamento do
corpo humano e através dele possa valorizar o seu próprio corpo tendo
assim um cuidado maior para que ele permaneça saudável;
• Ter a capacidade de reconhecer o ser humano como parte do sistema
biológico, capaz de observar, compreender e tirar suas conclusões sobre a
manutenção da vida;
• Valorizar a vida de maneira plena, cuidando do seu corpo bem como da
biodiversidade que o cerca;
199
• Perceber a relação humana com o ambiente e seu comportamento como
agente transformador do meio em que se vive;
• Ver-se como responsável direto das transformações e danos que o meio
sofre e aprende com isso, refletindo sobre e agindo de forma mais
consciente e preservadora.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1º ANO
• Origem da vida
• Características dos seres vivos
• Bioquímica celular
• Citologia
• Teoria Celular
• Histologia Animal e Vegetal
2º ANO
• Taxionomia
• Classificação dos seres vivos
• Morfofisiológico animal
• Morfofisiológico vegetal
3º ANO
• Reprodução humana e desenvolvimento humano
• Embriologia
• Genética
• Evolução
• Ecologia
• O Homem e o ambiente
METODOLOGIA
Para o indivíduo se preparar para a vida social, em seu sentido mais
amplo, devemos colaborar na formação de um estudante ativo, consciente,
200
responsável pela própria prática e com ampla visão de mundo, permitindo
operar democraticamente na sociedade em que vive, ultrapassando os
obstáculos da transmissão do saber sistematizado e levá-lo a dar continuidade
ao conhecimento que já possui, aliando-o aos conteúdos da disciplina.
Devemos pensar criticamente o ensino de Biologia, nas abordagens do
processo e o vínculo pedagógico em consonância com as práticas sociais,
visando romper com o “relativismo cultural”, com as “pedagogias das
competências” e a supremacia das práticas sociais hegemônicas.
Entende-se assim, que a Biologia contribui para a formação de sujeitos
críticos, reflexivos e atuantes, por meio de conteúdos, desde que ao mesmo
proporcionem o entendimento do objeto de estudo – o fenômeno VIDA - em
toda sua complexidade de relações, ou seja, na organização dos seres vivos;
no funcionamento dos mecanismos biológicos; do estudo da biodiversidade no
âmbito dos processos biológicos de variabilidade genética, hereditariedade e
relações ecológicas; e das implicações dos avanços biológicos no fenômeno
VIDA.
Destaca-se então a utilização de kit’s, com o objetivo da aprendizagem
do método científico e a comprovação de experimentos, com rigorosidade
metódica e verdade absoluta.
O laboratório de física, química e biologia passa a ser utilizado com
maior frequência, , como ferramenta metodológica pelo professor,
caracterizando-se a observação e a comparação, associando-se ao contexto
da descoberta e do experimento.
Nestas diretrizes curriculares, a observação é considerada um
procedimento de investigação que consiste na atenção sistemática de um fato
natural, de mecanismos biológicos, de processos que ocorrem no âmbito da
biodiversidade.
No ensino, o que se tem que discutir é o papel da rigorosidade metódica
para o avanço da Ciência e as implicações deste avanço, perspectivando as
consequências para a vida humana, para a saúde do homem, para os impactos
ambientais.
No campo educacional, é importante salientar que não se recomenda a
utilização do método experimental para refazer o processo experimental em
busca de resultados perfeitos, utilizando aparatos tecnológicos sofisticados,
realizando experimentos envolvendo vivissecção de animais vivos domésticos
ou exóticos, com resultados já divulgados cientificamente, ou ainda, realizando
201
experimentos que causem danos à fauna nativa, ao ser humano e num contato
mais amplo, danos à biodiversidade, mas sim, para demonstração como
recurso de ensino.
Faz-se necessária atenção especial aos aspectos éticos da
experimentação animal e as legislações, como por exemplo , a Lei Estadual do
Paraná nº 14.037 (20/03/2003) que institui o Código Estadual de Proteção aos
Animais , a Lei de Biossegurança, Resoluções do CONAMA/MMA – Conselho
Nacional de Meio Ambiente, Política Nacional da Biodiversidade.
Considerando o ensino como instrumento de transformação dos
mecanismos de reprodução social, para melhor compreender a realidade, a
aula experimental torna-se um espaço de organização, discussão e reflexão, a
partir de modelos que reproduzem o real.
Neste espaço, por mais simples que seja a experiência, ela se torna rica
ao relevar as contradições entre o pensamento do aluno, o limite de validade
das hipóteses levantadas e o conhecimento científico.
Por exemplo, ao tratar os processos biológicos, a experimentação pode
contribuir para o estudo da biodiversidade a partir de um conceito mais amplo.
Neste caso a Biologia abarca um universo conceitual que, fundamenta-se na
concepção evolutiva, entendendo os seres vivos além do contexto da
classificação e do funcionamento de suas estruturas orgânicas. Estes
conhecimentos biológicos envolvem as relações ecológicas, as transformações
evolutivas e a variabilidade genética, e podem ser estudadas a partir de
modelos que procuram interpretar o real, nas aulas experimentais.
O pensamento evolutivo permite a compreensão do mundo mutável e
possibilita revelar uma concepção de Ciência que não pode ser considerada
verdade absoluta.
Perdendo este status, a Ciência passa a ser criticada quanto ao seu
caráter positivista e assume seu caráter humano determinado pelo tempo
histórico e a Biologia passa a Ter na prática, uma metodologia que procura
envolver o conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de
célula, de indivíduo, de organismos no meio, na relação homem X natureza e
nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais.
Neste contexto as aulas experimentais, surgem com uma crítica ao
positivismo lógico, as quais direcionaram na posição de soluções para a
construção racional do conhecimento científico em sala de aula dissociado das
implicações deste conhecimento para o homem.
202
Cabe ressaltar que a aula pensada neste contexto, deve introduzir
“momentos” de reflexão teórica com base na exposição dialogada bem como a
experimentação com uma possibilidade de superação do modelo tradicional
das aulas práticas dissociadas das teóricas. Como processo de um ensino
pensado e estruturado pelo professor, elas não estão restritas ao laboratório.
Assim , a experimentação é introduzida com a finalidade de se utilizar
um método que privilegie a construção do conhecimento, em caráter de
superação à condição de memorização direta comportamentalista e liberal,
parte-se do pressuposto que as teorias críticas assegurem a relação interativa
entre professor e aluno, em que ambos são sujeitos ativos.
Neste contexto, os conhecimentos biológicos devem ser entendidos
como produto histórico e tratados como indispensáveis à compreensão da
prática social, pois relevam a realidade concreta de forma crítica e explicitam
as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de transformação desta
realidades (LIBÂNEO, 1983)
O professor e o aluno comportam-se como sujeitos sócio-históricos,
situados numa classe social. O professor é autoridade competente para
direcionar o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à
apropriação do conhecimento, enquanto especificidade da relação pedagógica.
Quanto as teorias críticas, admite-se que o ensino é determinado pela
sociedade onde está situada a escola, mas também que as instituições sociais
apresentam uma natureza contraditória, com possibilidades de mudanças.
Associando-se à Biologia enquanto produto histórico, têm-se o
desenvolvimento da Biotecnologia e a compreensão dos conceitos científicos,
os quais geram conflitos filosóficos, científico e social, pois põe em discussão a
manipulação do material genético, alterando a concepção do fenômeno VIDA.
Os conhecimentos biológicos, de um lado, proporcionam ao aluno a
aproximação com a sua experiência concreta, mas por outro, como elemento
de análise crítica, na perspectiva de superação das concepções anteriores, de
esteriótipos e de pressões difusas da ideologia dominante. (SNYDERS,1974;
LIBÂNEO,1983).
Como proposta metodológica para o ensino de Biologia, propõem-se a
utilização do método da prática social que parte da pedagogia histórico – crítica
centrada na valorização e socialização dos conhecimentos da Biologia às
camadas populares, entendendo à apropriação crítica e histórica do
203
conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social e
atuação crítica à transformação da realidade (SAVIANI,1997; LIBÂNEO,1983).
O método da prática social decorre das relações dialéticas entre
conteúdo de ensino e concepção de mundo; entre a compreensão da realidade
e a intervenção nesta realidade . Confronta-se os saberes do aluno com o
saber elaborado , na perspectiva da apropriação da concepção de Ciência da
realidade social. Fundamenta-se no materialismo histórico com a concepção de
Ciência enquanto atividade humana e que estuda os modos de produção.
Busca-se a coerência com os fundamentos de uma pedagogia entendida como
processo através do qual o homem torna-se plenamente humano.
Esta proposta curricular para o ensino de Biologia firma-se na
construção a partir da praxis do professor. Objetiva-se, portanto , trazer os
conteúdos de volta para os currículos escolares, mas numa perspectiva
diferenciada onde se retome a história da produção do conhecimento científico
e da disciplina escolar e seus determinantes, políticos, sociais e ideológicos.
O ensino dos conteúdos específicos de Biologia a ponto para as
seguintes estratégias metodológicas de ensino: Prática social,
Problematização, Instrumentalização, Cartase e o retorno a prática social.
(GASPARIN, 2002; SAVIANI, 1997)
• PRÁTICA SOCIAL: Objetivo é perceber e denotar o senso comum a
respeito do conteúdo a ser trabalhado;
• PROBLEMATIZAÇÃO: Questões que precisam ser resolvidas no âmbito da
prática social;
• INSTRUMENTALIZAÇÃO: Apresentar os conteúdos sistematizados para
que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de construção
pessoal e profissional;
• CARTASE: Adquire o conhecimento;
• RETORNO A PRÁTICA SOCIAL: Momento histórico
As explicações para o surgimento e a diversidade da vida levam a
proposição de conhecimentos científicos os quais conviveram e convivem com
outros sistemas explicativos como, por exemplo, os teólogos, filosóficos e
artísticos.
Com a introdução de elementos da história torna-se possível
compreender que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e
os contextos social, econômico, político e cultural, verificando-se que a
formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada
204
ao momento histórico em que foram propostas e aos interesses dominantes do
período.
Recursos como a aula dialogada, a leitura, a escrita, a experimentação,
as analogias, entre tantos outros, devem ser utilizados no sentido de
possibilitarem a participação dos alunos, favorecendo a expressão de seus
pensamentos, suas percepções, significações, interpretações, uma vez que
aprender envolve a produção/criação de novos significados, tendo em vista que
esse processo acarreta o encontro e o confronto das diferentes idéias que
circulam em sala de aula.
A leitura e a escrita, práticas tão comuns e tão pouco refletidas em sala
de aula merecem atenção especial, pois são propagadoras de repetição e ou
de deslizamentos de significado dados ao conhecimento científico. Elas são
demarcadoras do papel social assumido pelo professor e pelos alunos,
devendo ser pensadas a partir do significado das mediações, das influências e
incorporações que os alunos demonstram.
O uso de diferentes imagens como vídeo, transparências, fotos e as
atividades experimentais, são recursos utilizados com freqüências nas aulas de
Biologia e requerem uma problematização em torno da questão demonstração-
interpretação. Analisar quais os objetivos, expectativas a serem atingidas, além
da concepção de ciência que se agrega a estas atividades, pode contribuir para
a compreensão do papel do aluno frente a tais atividades.
Uma aula experimental, seja ela de manipulação de material ou
demonstrativo, também representa um importante recurso de ensino. É preciso
lembrar que para estas aulas promoverem aprendizagem elas não necessitam
estar associadas a um aparato experimental sofisticado, mas sim a sua
organização, discussão e reflexão, possibilitando a interação com fenômenos
biológicos, a troca de informações entre os grupos que participam da aula e
assim promover novas interpretações.
Assim os experimentos podem ser os pontos de partida para
desenvolver a compreensão de conceitos ou a percepção de sua relação com
as idéias discutidas em aula, levando os alunos à reflexão sobre a teoria e a
prática e, ao mesmo tempo permitindo que o professor perceba as dúvidas de
seus alunos.
Devem-se considerar também as aulas demonstrativas como um
importante recurso, entretanto é preciso permitir a participação do aluno e não
apenas tê-lo como observador passivo. Algumas vezes a atividade prática
205
demonstrativa, implica na idéia da existência de verdades definidas e
formuladas em leis já comprovadas, isto é, de uma ciência de realidade
imutável.
De outro lado, a atividade prática, como resolução de problemas ou
hipóteses, pode trazer uma concepção de Ciência diferente, como
interpretação de realidade, sendo as teorias e hipóteses, consideradas
explicações provisórias. Nesse caso, estabelece-se um maior contato com o
aluno com o experimento, o que possibilita o diálogo com a atitude científica.
Outra atividade que além de integrar conhecimentos veicula uma
concepção sobre a relação homem-ambiente e possibilita novas elaborações
por meio de pesquisa, é o estudo do meio como: parques, praças, terrenos
baldios, praias, bosques, rios, zoológicos, hortas, mercados, lixões, fábricas
etc.
Também os jogos didáticos contribuem para gerar desafios. Segundo
MOURA (1994), o jogo é considerado um instrumento impregnado de
conteúdos culturais a serem veiculados na escola. Ele detém conteúdo com
finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, o que
possibilita a oportunidade de traçar planos de ações para atingir determinados
objetivos.
AVALIAÇÃO
A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas,
sejam elas profissionais, professores, médicos, músicos, dona-de-casa,
estudantes, etc.
Precisamos primeiramente nos libertar da idéia de que o senso comum é
suficiente para julgarmos um desempenho. Essa libertação permite estabelecer
parâmetros para uma avaliação mais competente, tornando possível um maior
desenvolvimento do indivíduo que estamos avaliando, neste caso o aluno.
Desse modo, a avaliação deve ser:
- Um processo contínuo e sistemático; portanto constante e planejada,
fornecendo retorno ao processo e permitindo a recuperação do
aluno;
- Funcional, porque verifica se os objetivos previstos estão sendo
atingidos;
206
- Orientadora, pois permite ao aluno conhecer erros e corrigi-los o
quanto antes;
- Integral, pois considera o aluno como um todo, não apenas os
aspectos cognitivos são analisados, mais igualmente os
comportamentais e a habilidade psicomotora.
Caberá ao professor escolher a técnica que considerar mais adequada
para avaliar seus alunos, lembrando sempre que não existe uma maneira
correta de avaliação. Para alcançar os objetivos de uma avaliação de sucesso
poderão ser usados vários métodos, sendo através de:
- Prova escrita;
- Prova oral;
- Auto-avaliação;
- Trabalho de pesquisas feita em casa;
- Trabalho integrado;
- Participação;
- Comportamento;
- Outros;
Concluindo, a avaliação do processo de aquisição e construção dos
conteúdos pode ser efetivamente realizada a se solicitar ao aluno que
interprete situações determinadas cujo entendimento demanda os conceitos
que estão sendo aprendidos, os seja, que interprete uma história, uma figura,
texto, ou trecho de texto, um problema ou um experimento. São situações que
também induzem a realizar comparações, estabelecer relações, executar
determinadas formas de registros, entre outros procedimentos que
desenvolveu no transcorrer de sua aprendizagem.
Dessa forma, tanto a evolução conceitual, quanto a aprendizagem de
procedimentos e atitudes estão sendo avaliados. O erro ou engano precisa ser
tratado não como incapacidade de aprender, mas como elemento que sinaliza
ao professor a compreensão efetiva do aluno, servindo, então, para reorientar a
prática pedagógica e fazer com que ele avance na construção mais adequada
de seu conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
207
- Biologia – Volume único – Sérgio Linhares
Fernando Gewandsznajder
- Biologia – Volume 1, 2, 3 – Wilson Roberto Paulino
- Prática de Ensino de Biologia – Myriam Krasilchik
- Diretrizes Curriculares de Biologia / SEED-Pr
DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Sociologia contribui em uma leitura de mundo, de forma mais crítica,
colaborando para que o aluno reconstruída e desnaturalize conceitos tomados
historicamente como irrefutáveis, melhorando seu senso crítico e podendo
transformar a realidade, conquistando uma participação mais ativa na
sociedade. É claro que a leitura de mundo não é exclusividade da Sociologia.
Contudo, cada disciplina e cada ciência têm a sua especificidade. E a
especificidade da Sociologia é justamente lançar uma visão crítica sobre o seu
objeto de estudo, que são as sociedades e as formas de interação que aí se
dão. Por olhar crítico da Sociologia devemos entender um esforço de
compreensão das causas e efeitos que levam a determinados estados, a
desnaturalização das relações, em suma, ver a sociedade e os fatos como
resultados de um jogo de poder, de interesses, de conflitos ou de cooperação.
A Sociologia propicia, então, uma crítica radical da sociedade. Radical
no sentido colocado por Marx: ser radical é tomar as coisas pela raiz, e não
ficar restrito à superficialidade das coisas.
Apesar de sua importância, a disciplina de Sociologia passou e
passa por grandes dificuldades em firmar-se como área do conhecimento
fundamental para a formação humana, devido a seu atrelamento a interesses e
vontades políticas. Assim, a disciplina está marcada por constantes
aparecimentos e desaparecimentos nos currículos escolares.
A primeira vez que foi adotada como disciplina nos cursos
secundários, foi em 1891, início da República no Brasil. Nesse período não
existiam cursos de formação de professores, e essa disciplina foi retirada em
1901. Seu retorno seria apenas em 1925.
208
A partir de 1930, a Sociologia sentiu-se valorizada: foram criados
cursos de Ciências Sociais, permitindo o desenvolvimento da pesquisa no
campo sociológico e de professores para o ensino secundário no país. Muitos
escritores publicaram suas pesquisas para o público.
A Sociologia teve momentos em que se transformou em disciplina
para ajudar na manutenção da ordem social, fugindo totalmente de seus reais
objetivos e em 1942, acabou novamente desaparecendo das escolas.
Apenas a partir de 1950 é que a Sociologia vai novamente ressurgir
e agora fazer parte dos cursos de graduação, não só de Ciências Sociais, mas
de outros cursos na área de Ciências Humanas. Na Ditadura Militar ela
continuou fora dos cursos secundários. Com a Lei 5692/71, algumas disciplinas
foram criadas com o objetivo de “moralizar” e “disciplinar” nosso país, entre
elas Educação Moral e Cívica, Ensino Religioso e Organização Social e Política
Brasileira. A Sociologia, por ser considerada perigosa, foi deixada de lado
neste período.
A luta para que a Sociologia voltasse aos currículos escolares
sempre ocorreu, apesar de muitas vezes não se conseguirem resultados
positivos. Apenas com a Lei 9394/96 é que a Sociologia viu amparo legal para
retornar. Apesar de promulgada, algumas interpretações foram feitas da lei e
apenas recentemente foi dado maior atenção à disciplina.
O histórico da disciplina de Sociologia no Brasil e no Ensino Médio é
marcada por avanços e recuos. As últimas conquistas dos profissionais de
Sociologia referem-se à obrigatoriedade da disciplina no Ensino Médio e à sua
inserção no concurso vestibular da Universidade Federal do Paraná, por
exemplo. Tendo como pano de fundo a obrigatoriedade da disciplina na grade
curricular do Ensino Médio, outros desdobramentos que são apontados
aparecem como avanços, como a confecção do Livro Didático Público do
Estado do Paraná, que inclui um volume da disciplina de Sociologia; a
realização de concurso para professores da disciplina e o estabelecimento de
uma grade curricular com conteúdos estruturantes para o Estado do Paraná.
A Sociologia surge como uma disciplina que procura o resgate da
cidadania que em algumas situações vem sendo deixada em segundo plano,
ou até mesmo esquecida, enfatizando um cidadão com direitos e deveres, que
consiga perceber a realidade que o cerca, bem como interferir nessa realidade,
sendo um cidadão ativo e não passivo.
209
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
- COMPREENDER as relações sociais e as diferentes formas de
agrupamentos, assim como as diversidades culturais e as relações de poder
existentes na sociedade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- LEVAR o aluno a se perceber como integrante de um coletivo, e como
membro ativo e participante do meio que o cerca.
- FUNDAMENTAR o aluno com conceitos e teorias sociológicas para que com
a ação embasada na ciência sociológica haja transformação social.
- CONHECER a situação histórica e social de seu país.
- ASSIMILAR o método científico da disciplina para promover pesquisas de
campo.
- PROPOCIONAR o aluno a exercer sua cidadania de forma autônoma e
consciente.
CONTEÚDOS
3º ANO
- INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
* O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas
* Teorias sociológicas na compreensão do presente
* A produção sociológica brasileira.
- O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
* Introdução
* Conceitos básicos para a compreensão da vida social
* Instituições sociais;
*Instituição Escolar
* Instituição Religiosa
* Instituição Familiar
210
* O que são classes sociais;
* Mobilidade das classes sociais;
* Noção de pirâmide social;
- CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL
* Introdução
* Cultura ou culturas: uma contribuição antropológica.
* Diversidade Cultural Brasileira
* Cultura: criação ou apropriação?
* Cultura e cultura de massa;
* Símbolos e valores sociais;
* Arte como resistência;
* Contracultura;
- TRABALHO, PRODUÇÃO E CLASSES SOCIAIS
* Introdução
O mundo do trabalho – a vida profissional;
Organização do trabalho na sociedade capitalista;
O sentido do trabalho humano;
Processos de produção;
Meios de produção;
* Direitos e deveres do trabalhador
* O processo de trabalho e desigualdade social
* Globalização
* Classe e estratificação
* O gênero e as desigualdades no trabalho
* Desemprego.
- PODER, POLÍTICA E IDEOLOGIA
* Introdução
* Ideologia
* Formação do Estado Moderno
* Sistemas Partidários
* Formas de governo: democracia X tirania
* Formas de governo (presidencialismo, parlamentarismo),
* Sistemas de governo (monarquia, república);
211
- DIREITO, CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
* Introdução
* Questão das Minorias: a luta por reconhecimento e respeito.
* Movimentos sociais
* Movimentos agrários no Brasil
* Movimento Estudantil
METODOLOGIA
Para uma melhor apreensão dos conceitos e teorias e a utilização destas
no meio social é necessário utilizar diversos instrumentos metodológicos tais
como:
Leitura e análise de textos clássicos e contemporâneos da área sociológica.
Discussão fundamentada em textos.
Pesquisa de campo e bibliográfica.
Atividades relacionadas com as linguagens visuais, musicais e literárias.
Uso de materiais produzidos pelos Movimentos Sociais.
AVALIAÇÃO
A avaliação acompanha as práticas de ensino e de aprendizagem da
disciplina. Dessa forma, podem ser realizadas com os alunos diferentes formas
de sistematização dos conteúdos:
* Análise de textos temáticos, audiovisuais, jornalísticos, entre outros;
* Reflexão crítica em debates que acompanham textos, músicas, filmes,
entre outros.
* Participação e desempenho nas pesquisas de campo.
* Produção de textos que demonstrem a capacidade de articulação ente
teoria e prática.
* Apresentação oral e avaliação escrita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- AZEVEDO, F. Princípios de Sociologia: pequena introdução ao estudo da
sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
212
- BOTTOMORE, T. B. Introdução à Sociologia. Rio de Janeiro, Zahar
Editores, 1967.
- CHAUÍ, M.S. O que é Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
- COMTE, A. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.
- DURKHEIM, É. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.
- DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. São Paulo: Nacional,
1974.
- FORACHI, M.M.; MARTINS, J. de S. (orgs.) Sociologia e Sociedade. Rio de
Janeiro: LTC, 2004.
- FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
- FREYRE, Gylberto. Casa-grande & Senzala: introdução à história da
sociedade patriarcal no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2001.
- GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. São Paulo: LTC, 1989.
- GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
- KUENZER, Acácia (org.) Ensino Médio: construindo uma proposta para
os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2005.
- MARX, K. e ENGELS, F. O Manifesto do partido comunista. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1998.
- MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense,
1994.
- OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo Ática,
2001.
- PEREIRA e FORACHI. Educação e sociedade. São Paulo: Nacional, 1976.
- SEED. Sociologia – Ensino Médio. Curitiba – PR: SEED, 2006.
WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret,
2005.
DISCIPLINA DE FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Diante de uma sociedade marcada pela corrupção da indústria cultural,
política e ética, resultado de uma semi-formação humana, cumpre-nos como
filósofos e educadores desta disciplina, retomar a importância do exercício da
reflexão. Como escola devemos ser ativos no desenvolvimento das
213
subjetividades, na esfera de oposição às ideologias e as alienações impostas
pela elite. Criando na escola um espaço de encontro, de diálogo, ação e
apropriação dos bens culturais, através das experiências vividas, e como
continuidade da construção do saber que se possa ultrapassar os estereótipos,
as barreiras e pressões dos enlatados ideológicos dos meios de comunicações
americanizados.
O estudo da filosofia não é linear, mas um processo incessante de busca
e adaptação, tendo em vista a preparação do homem à própria realidade num
exercício contínuo da reflexão e do pensamento crítico.
Tendo em vista que a maior parte dos homens não reflete sobre o que
lhes apresenta, mesmo instruídos não compreendem, mesmo presentes são
ausentes, vivem na aparência. A filosofia busca resgatar e trazer à consciência
para a vigília, despertando o ser humano do sono da inconsciência.
O homem se define pelo pensamento, no sentido de que só o homem é
capaz de pensar. Esse pensar deve buscar e desenvolver-se na totalidade dos
aspectos em que vivemos. A introdução à filosofia no Ensino Médio pretende
provocar o despertar da consciência, ensinar a pensar filosoficamente, isto é,
ensinar a exercer a crítica radical, levando-o a pensar o todo, pois é na
totalidade que as coisas mergulham suas raízes.
No contexto em que um animal vive, não há consciência, nem rupturas,
pois não pensa nem age politicamente. Ele é natureza, dentro da natureza,
seus movimentos são ditados por estímulos, para ele o que importa é a
sobrevivência. Já o ser humano precisa conhecer, compreender e saber sobre
o mundo que o envolve. Esse conhecimento o orienta em sua conduta social.
Assim, o ser humano é, essencialmente, um ser político, com uma busca
incessante de sua identidade, emancipação como cidadão integrante da
realidade em que se insere.
A inquietação do homem frente às perguntas, questionamentos para se
alcançar a plena liberdade perante os desafios lançados à humanidade pela
etapa da globalização, que acarreta profundas transformações, coloca para a
filosofia novamente o desafio de fundamentar, elaborar conceitos que permitam
compreender criticamente o que acontece à nossa volta e no mundo. Nossas
ações e escolhas precisam ser compreendidas como prática da cidadania. O
exercício contínuo de reflexão e auto-reflexão, e uma tomada de atitude, com
capacidade de julgamento maduro e de con-viver com o outro e com o meio.
214
A utilização da filosofia no Ensino Médio auxiliará na consolidação e no
aprofundamento dos conhecimentos adquiridos; apropriação básica para o
trabalho e a cidadania; aprimoramento da educação, incluindo a formação
ética, como autonomia intelectual do sujeito.
A filosofia parte da intenção de buscar o verdadeiro, o belo, o bom, afim
de fomentar a fertilidade em gerar novos saberes – tendo domínio dos
conhecimentos necessários ao exercício da cidadania.
Como princípio, “a filosofia deve auxiliar o aluno do Ensino Médio, a
tornar temático o que está implícito e questionar o que parece óbvio” ( PCNEM,
1999, P.93), fazendo a razão desvendar a essência que está por trás da
aparência.
A filosofia pode ser justificada por meio de critérios onde se possa
distinguir as crenças gerais de uma crença fundamentada pela razão
argumentativa, de natureza reflexiva, dando possibilidade de reconstruir
racionalmente o seu conhecimento. A capacidade de análise e de interpretação
dão ao aluno autonomia cognitiva, afetiva, social e cultural que constituem a
sociedade.
A filosofia busca desenvolver no aluno um olhar analítico, investigativo,
questionador e reflexivo que possa contribuir para uma compreensão mais
profunda da realidade – visão de conjunto (totalidade). Para torná-lo
compreensivo é preciso que se leve em considerações às dificuldades prévias
do aluno, partindo de seus conhecimentos, da capacidade e contexto social
pessoal, sócio-histórico, apropriando-se de textos e contextos mediando as
diversas interpretações para a aplicação dentro de seu próprio aspecto sócio-
histórico-cultural.
O professor deve identificar com clareza a posição da classe; lidar com a
complexidade e pluralidade de discursos; reconhecer o trabalho social como
esforço necessário para a construção de vida compartilhada; reconhecer a
injustiça e a humanidade; reconhecer e desmascarar os comportamentos
injustos e inautênticos.
Para tanto é necessário que se trabalhe com uma linha
educacional sócio-interacionista-construtivista. O homem como ser prático –
ação, o homem como ser teórico – preocupado com a busca da verdade e o
ser humano como um ser criador e transformador (PCNEM, 1999).
Os objetivos da Disciplina de Filosofia incluem:
215
Apropriar-se de conhecimentos e modos discursivos específicos da
filosofia.
Compreender as estruturas e configurações do pensamento filosófico,
de sua constituição histórica e dos sistemas de constituição.
Articular as teorias filosóficas aos problemas atuais: científicos-
tecnológicos, ético-políticos, sócio-culturais e as vivências
Criar no aluno a prática da reflexão crítica, como processo cognitivo.
Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico: apreensão
e construção de conceitos, argumentações e problematização
Desenvolver técnicas e métodos de leitura e análise de textos.
Produzir textos analíticos e reflexivos
Adquirir e reconstruir conhecimentos e conceitos.
- Por fim, a filosofia contribui para a formação de homens mais dignos,
livres, sábios, diferentes e iguais, capazes de adaptar-se, de recusar,
de engajar-se e transformar o mundo em que vive de forma justa e
fraterna.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
2º ANO
MITO E FILOSOFIA
- A palavra filosofia
- O nascimento da filosofia
- A filosofia grega
- O mito e a filosofia
- O filosofar
- Atitudes filosóficas.
TEORIA DO CONHECIMENTO:
Questão do conhecimento
Condições do conhecimento verdadeiro
Sujeito e objeto: processo do conhecimento
As possibilidades do conhecimento
A capacidade humana de conhecer
216
Ceticismo absoluto – tudo é ilusório e passageiro
Ceticismo relativo: domínio do aparente e do provável
Dogmatismo – a certeza da verdade
Os fundamentos do conhecimento:
Empirismo – valorização dos sentidos como fonte primordial
Racionalismo – confiança no real e exclusiva na razão
Realismo critico e materialismo – experiência do trabalho da razão
Ideologias e a dominação social
Alienação.
ÉTICA:
A busca do conhecimento do ser para construir aquilo que deve ser
Consciência moral e liberdade
Virtude: o uso da liberdade com responsabilidade
Os valores morais – o relativismo moral e os defensores de uma ética
objetiva
Relativismo ético – a tolerância como virtude
Ética objetiva
3º ANO
FILOSOFIA POLITICA:
Política e poder.
As formas de poder (tipologia)
O estado: a instituição e a sociedade
Origem do estado
Função do estado
Relações entre sociedade civil e o estado
Democracia – participação política da sociedade
Ditadura – concentração de poder
Filósofos que trataram da organização da sociedade – Aristóteles,
Thomas Hobbes, Rousseau, Marx...
217
FILOSOFIA DA CIÊNCIA:
A ciência e o filosofo
A transitoriedade das teorias cientificas
A filosofia da ciência – o sentido e o valor das investigações
O caminho da ciência – o reordenamento do mundo da razão cientifica
As coisas, o tempo e lugar
Classificação das ciências.
ESTÉTICA :
Estética e a filosofia da arte
O conhecimento do belo
O bem e o belo – estética na educação
A arte e o encontro com a eternidade
A arte e a sociedade
O fascínio do eterno e do universal
METODOLOGIA
A metodologia da disciplina de filosofia busca sempre, a partir do próprio
exemplo do professor regente de classe, assumir uma postura eminentemente
reflexiva e critica dos processos sociais.
Isso implica abordar de forma não-dogmática os temas tratados a partir
de problematizações, levantando questões e evitando certezas pré-
estabelecidas. O professor de filosofia não vai para a sala de aula a fim de
transmitir saberes ou simplesmente responder perguntas, mas, antes, vai
trabalhar no sentido de construir, junto com o aluno, indagações pertinentes e
dotadas de sentido sobre determinados temas importantes para a vida em
comunidade.
Na medida do possível, deve-se trabalhar a partir de dinâmicas de
sensibilização relativas ao assunto abordado, no intuito de despertar o
interesse do aluno para o tema proposto pelo docente. Isso torna as
temáticas/conteúdos mais facilmente assimiláveis pelos alunos, que deverão
pensar essas questões levantadas, por sua vez, a partir de suas próprias
experiências vividas em sala de aula e em sua vida particular.
218
A metodologia se caracterizará também pela ênfase na cobrança da
expressão escrita e oral, no sentido de instrumentalizar o aluno não só na
reflexão, mas também na capacidade facilidade de expressar suas opiniões e
argumentos de forma equilibrada e bem elaborada. Também existe uma
grande preocupação em relação à qualidade da argumentação, na capacidade
de argüição e na autonomia, por parte do aluno, de colocar e responder
questões e problemas, bem como na capacidade de raciocínio em
contextualizar tais questões a partir de situações contemporâneas vividas pelo
aluno, bem como nas expostas pela mídia em geral.
Exige-se, portanto, do docente, uma postura de não passividade, tanto
em termos de “incomodar” o aluno discutir seu papel e lugar na sociedade, sua
ação enquanto ser político responsável pela sua própria cidadania, quanto em
termos de não admitir a facilidade das respostas prontas de um saber
enciclopédico ou conteudista, muitas vezes mais fácil de ser trabalhado, mas
que não acrescenta ao educando nada mais do que informações históricas
destituídas do que se busca atingir, que é a capacidade do aluno de se colocar
como ser político, como cidadão, como construtor de um mundo melhor.
“A própria da filosofia leva consigo o seu produto e não é possível fazer
filosofia sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a filosofia não é um
sistema acabado nem o filosofar apenas uma investigação dos princípios
universais propostos pelos filósofos”.
O ensino de filosofia deve propiciar ao aluno a própria descoberta,
dando-o autonomia para sua criação. A problematização criada pelo aluno,
deve ser mediada pelo professor, não como solução, mas como meio
investigativo possibilitando-o através de sua experiência, a busca da
compreensão, imaginação e criação de conceitos sólidos e claros. O professor
deve provocar no aluno, a curiosidade, na tentativa de ampliar seu campo
cognitivo, possibilitando-o a argumentar com atitude critica, reflexiva e coerente
seu pensamento.
“ A aula de filosofia, deve estar na perspectiva de quem dialoga com a
vida, por isso, é importante que a busca da solução do problema se preocupe
também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que
remete o aluno a sua própria realidade”.
A prática de filosofia deve ser trabalhada pelo educador de forma a
intrigar os alunos, provocando-os para a dúvida, a produção de inferências e a
articulação de teoria e experiências, é um procedimento pedagógico sempre
219
necessário – tanto quanto o de gerar as condições de constituição da retórica,
do discursos necessário para falar sobre algum assunto. A crítica não se
estabelece como organização e sistematização imediata da realidade, como se
houvesse uma passagem contínua da experiência, dos fatos, acontecimentos e
idéias ao saber, apoiada em atividades de pesquisas elaboradas.
Esta posição implica a exploração do contato da filosofia com as demais
disciplinas do currículo, para entender a experiência do conhecimento, suas
articulações metodológicas e históricas.
O professor deve construir um espaço de problematização, ler, escrever
e investigar filosóficamente, criando saídas ao problema gerado. O professor
deve organizar de um modo que ele seja um mediador e não a solução. Evita-
se com isso que as aulas sejam apenas discursos vazios, mas sim, estimula no
aluno a busca da verdade, do justo, do ético, do estético, do político e da
própria ciência.
A busca pela verdade, do cognitivo, não só traz a relação entre objeto e
sujeito, mas uma visão crítica, que permite reconhecer e apreender a totalidade
do real, através de sua própria experiência.
Já diante do excesso de informações e desvalores, buscamos
fundamentar as ações humanas, enfatizando o sujeito com as normas, com as
criações de valores e a trans-valoração do outro, para com o exercício da
cidadania.
Por outro lado percebe-se que o homem não é um ser solitário, e, essa
necessidade o faz viver politicamente, busca-se então nesse período a criação
da linguagem capaz de alimentar as ações cidadãs do aluno e os direitos
humanos
Quanto a estética, percebemos que o belo é visto somente em âmbito
comercial, por isso, tomamos a frase de Marcuse “a uma esfera que preserva a
verdade dos sentidos e reconcilia, na realidade da liberdade, as faculdades
inferiores e superiores do homem, sensibilidade e intelecto, pratica e razão”
(ibdem,13)
Com o desenvolvimento das ciências a filosofia ocupa-se em investigar
cientificamente, elucidando e sistematizando conceitos. È o estudo crítico dos
princípios e dos resultados da ciência.
Nesse processo de ensino-aprendizagem, deve-se obrigatoriamente
haver uma interseção entre professor e aluno, caso contrário, comprometerá o
resultado final. Por essa razão, concordamos com Maria L. Aranha que afirma:
220
“a verdadeira educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o
educando, pois, se há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à
medida que se torna eficaz a ação do agente da educação. O bom educador é
portanto, aquele que vai morrendo durante o processo” de ensino-
aprendizagem. (Aranha, 1989,p.51)
AVALIAÇÃO
A partir dos encaminhamentos metodológicos desenvolvidos pelo
professor, a avaliação deverá ser contínua, para perceber as dificuldades dos
alunos no processo da apropriação do conhecimento, acompanhando a
realização das tarefas de seus alunos, através de relatos, pesquisas e outros.
O professor deverá estar atento ao relato dos alunos e as atividades propostas
aos mesmos, para buscar a superação das dificuldades apresentadas.
O aluno deverá saber absorver os problemas, discutir e relacioná-los
com seus conhecimentos e pesquisas, como cidadão autônomo, capaz de
intervir no mundo, na transformação crítica, reflexiva e construtiva. O aluno em
sua avaliação deverá ter a capacidade ler textos filosóficos de modo
significativo de diferentes estruturas, elaborar textos escritos, forma reflexiva,
debater e argumentar de modo significativo seu conhecimento, articular
conhecimentos filosóficos envolvendo a interdisciplinaridade, contextualizar
textos filosóficos, que envolva os aspectos pessoal-biográfico, sócio-político,
histórico-cultural da humanidade, técnico – científico - informacional,
auxiliando-o na construção da identidade como cidadão e como pessoa,
proporcionando sua autonomia e desalienação.
A avaliação portando deve estar inserida no contexto, mas de modo
diagnóstico, respeitando a construção de conceitos tendo como função
subsidiar e redirecionar o processo de ensino-aprendizagem, respeitando a
posição de cada sujeito na sua construção cognitiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria L. , Filosofando. 1989.
ARANHA,Maria L., Temas de Filosofia. Sem Data.
- CORDI – Para filosofar, SP,. Sciopione, 2000
- CHAUÍ, Marilena. Filosofia, SP, 2004
221
- CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. SP, 1995.
- SOUZA, Sonia Maria Ribeiro. Um outro olhar, SP.
- COTRIN, Gilberto. Fundamentos da filosofia, SP, 1993.
- PCNEM, 1999
- DEM, Filosofia, 07/2005
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUPERINTENDÊNCIA DA
EDUCAÇÃO – GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Filosofia para
o Ensino Médio. Fevereiro/2007.
DISCIPLINA DE FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ser humano está cercado por fenômenos naturais, sejam eles
cotidianos ou de proporções cósmicas, ele está incansavelmente buscando
respostas para explicar estes fenômenos.
Desde o surgimento do homem e consequentemente seu
desenvolvimento racional, aparecem dúvidas e questionamento sobre o que
estamos fazendo aqui? O que acontece em nosso redor? Como as coisas
funcionam? Estamos sozinhos no espaço? E para tentar responder a estas e
outras perguntas já existentes ou que possam surgir, o homem vem
desenvolvendo formas, através das ciências, de se buscar respostas para
estes fenômenos, e uma dessas ciências é a Física.
O aprendizado na Física promove a articulação de toda uma visão do
mundo, de uma compreensão dinâmica do universo, mais ampla do que
entorno material imediato, capaz, portanto de transcender nossos limites
temporais e espaciais. A física revela uma dimensão filosófica, com uma
beleza e importância que não devem ser subestimadas no processo educativo.
A Física abrange infinita relação em nossa vida, desde situações simples
como o “cair de uma maçã de uma árvore” até a complexidade das estruturas
atômicas. Querendo saber como uma lâmpada se acende, partimos para a
Física e mesmo como a luz se comporta é necessário observar e respeitar
cada lei que as governa.
222
Os alunos de Ensino Médio tem acesso a uma tecnologia totalmente
nova e que está em constante aperfeiçoamento. Os meios de comunicação já
não são mais os mesmos, há muitas novidades.
O conhecimento de Física teve um papel fundamental para esses novos
tempos, fornecendo subsídios para que pesquisadores e cientistas
encontrassem novas maneiras de dominar a energia e fazê-la servir aos
interesses do homem. Isso não é novidade na História Mundial, pois as
grandes descobertas sempre influenciaram o modo de viver e de se relacionar
dos povos e cada vez mais a informação e o conhecimento serão utilizados
como forma de dominação política e econômica.
A Física não é considerada isolada e com conteúdos estanques, mas
uma disciplina escolar um entrelaçamento com outras disciplinas, como
Química, Biologia e Matemática.
Motivar o aluno para exercitar seu pensamento não requer ao contrário
do que se poderia pensar, uma carga horária maior e um laboratório
sofisticado. O tempo necessário para trabalhar um conteúdo usando a técnica
da descoberta é o mesmo que o gasto numa aula tradicional, com vantagem na
aprendizagem e no crescimento do aluno como pessoa capaz de melhor usar
seu cérebro. Quanto ao laboratório, está demonstrado com materiais baratos e
comuns pode-se realizar boas atividades experimentais.
Sendo assim o Ensino de Física deve ser composto por uma parte
teórica e uma experimental, para que o aluno possa desenvolver suas
habilidades e realmente compreender a teoria, como pressupõe a DCE.
Apesar de todas as dificuldades, um grande esforço tem sido
desenvolvido em física, para minimizar os problemas que afetam o ensino
dessa ciência.
Portanto, o objetivo é tentar sanar tal dificuldades apresentadas acima,
com a utilização de materiais experimentais que possam contribuir para um
ensino de Física eficiente e real.
O ensino de Física terá um significado real quando a aprendizagem
partir de idéias e fenômenos que façam parte do contexto do aluno,
possibilitando analisar o senso comum e fortalecer os conceitos científicos na
sua experiência de vida, aproximando o aluno do ato de pensar, refletir,
buscando a formação de uma consciência mais crítica, tornando possível a
aproximação de outras formas de ver, conceber e interpretar problemas
comparando as diferentes soluções.
223
Utilizar e compreender tabelas, gráficos e relações matemáticas. Ser
capaz de diferenciar e traduzir as linguagens matemáticas, discursivas e
gráficas.
Ser capaz de emitir juízos de valor em relação a situações sociais que
envolvam aspectos físicos e ou tecnológicos relevantes (uso de energia,
impactos, uso de tecnologia específica, etc...).
Desenvolver a capacidade de investigação física: classificar, organizar,
sistematizar, identificar regularidades, observar, estimar ordens de grandeza,
compreender o conceito de medir, fazer hipóteses, testar...
Conhecer fontes de informações e formas de obter informações
relevantes, sabendo interpretar notícias científicas.
Reconhecer a Física enquanto construção humana, aspectos de sua
história e relações com o contexto cultural, social, político e econômico.
CONTEÚDOS
1º ANO
Movimento
Cinemática
movimento de um corpo;
trajetória de um corpo;
posição escalar (s);
deslocamento escalas;
intervalo de tempo;
velocidade escalar média;
movimento retilíneo uniforme;
aceleração média;
movimento retilíneo uniformemente variado;
Dinâmica
forças;
primeira lei de Newton ou Princípio da Inércia;
segunda lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica;
terceira lei de Newton – Ação ou Reação;
energia;
224
trabalho;
energia potencial;
energia cinética;
energia mecânica;
gravitação universal;
Hidrostática
pressão e massa
princípio de Arquimedes e conservação de energia
2º ANO
Termodinâmica
Termometria
calor e temperatura;
as escalas termométricas;
calorimetria;
calor sensível e calor latente;
trocas de calor e conservação de energia;
dilatação linear, superficial e volumétrica;
Óptica
princípios fundamentais;
reflexão da luz;
refração da luz;
a óptica da visão
3º ANO
Movimento
Ondulatória
ondas;
acústica;
225
Eletromagnetismo
Eletricidade
eletrostática
eletrodinâmica
eletromagnetismo;
Física Moderna
Observação: Pertinente ao conteúdo Eletricidade tratar as diferentes fontes de
energia elétrica: hidrelétrica, termelétrica, nuclear, eólica, solar e seu impactos
ambientais.
METODOLOGIA
Pressupõem que o aprendizado se dá pela interação professor / aluno /
conhecimentos, ao se estabelecer um diálogo entre idéias prévias dos alunos e
a visão científica atual, com a mediação do professor.
Nas experiências vividas e nos conhecimentos técnicos adquiridos de
modo natural no trabalho do dia-a-dia, acumulados de maneira gradual, sendo
transformado paulatinamente de conhecimento popular em conhecimento
sistematizado. Integrando o conhecimento científico com de outras natureza
como: didática, pedagogia, história, filosofia previsto na DCE.
Muitas atividades que estimulem o aluno a procurar respostas e a
construir explicações que extrapolem o conteúdo dos textos, visando ampliar
os seus conhecimentos e a sua capacidade de construí-los. Propiciar ao aluno
a apropriação do conhecimento físico a partir de experiências cotidianas vividas
por eles, estender a experimentação como forma de estabelecer relações entre
conceitos evitando a matematização do conteúdo e favorecendo a
conceituação.
Para o desenvolvimento desta proposta será trabalhando com aulas
expositivas, pesquisas, trabalhos individuais e em grupos, seminários, debates,
realização de experiência (quando possível).
A resolução de problemas deve ser um recurso metodológico que deve
conduzir o aluno a elaborar hipóteses, que fuja da simples substituição
numérica.
A abordagem histórica se revela útil uma vez que revela o processo
científico que foi desenvolvido até atingir o nível do conceito que atualmente se
apresenta pois a ciência é uma construção humana que tem seu significado
226
cultural ajudando o estudante a refletir sobre o passado para compreender o
presente e se prepararem para enfrentar o futuro (DCE, 2008).
As aulas de física devem se revelar ambiente de experimentação não
somente para verificação de alguma lei ou ilustração de propriedade mas com
o intuito científico de levar os alunos à observação, formulação de hipóteses,
realização de experimento com coletas de dados e a partir daí conclusões e
estabelecimento de leis e teoria científicas.
Como o objetivo da educação é a formação da cidadania, o acesso a
obras de físicos, no que se refere a História, ou ainda textos de divulgação
científica como jornais, revistas, livros, internet permitindo assim a
interdisciplinaridade e discussões críticas sobre os temas levantados.
A implantação do laboratório de informática na escola com acesso à
internet possibilita uma variação de atividades pedagógicas, tanto para
pesquisa, consulta, ou manipulação se softwares. Além da TV com porta USB
que aceita pendrive exibindo imagens, filmes, apresentações, facilitando o
processo ensino – aprendizagem de física. A calculadora é um recurso
tecnológico usado em aulas pois agiliza os cálculos focando a interpretação de
resultados.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser uma avaliação formativa, num processo
permanente e com a finalidade de desenvolver toda a potencialidade do aluno,
de reorientá-lo em algum conteúdo e de encaminhá-lo ao próximo estágio de
seu desenvolvimento, ou seja, deve apresentar novos desafios a serem
superados.
Avaliar levando em consideração a forma de como o aluno apreende,
interpreta, entende, compreende o fenômeno mostrado pela ciência Física.
Assim, a avaliação será flexível de acordo com seu momento, poderá ter
aspecto qualitativo como quantitativo sobre o que o aluno pensa, demonstra e
como lida com o que apreendeu.
Serão objetos de avaliação: provas, pesquisas de campo (podendo
contemplar ou não outras áreas do saber), coleta de dados, trabalhos escritos,
orais, apresentações e pesquisas e elaboração de materiais em laboratórios,
sendo diagnostica e cumulativa, ofertando recuperação paralela para as
227
avaliações formais, com participação efetiva nas atividades desenvolvidas em
sala de aula.
BIBLIOGRAFIA
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ALVARENGA, Beatriz & MÁXIMO, Antônio. Física. Volume completo. São
Paulo, 1997. Ed. Scipione.
BONJORNO, Regina. Física Completa. Volume único. 2 ed. São Paulo: FTD,
2001.
BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: PCN+ Ensino Médio.
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília:
MEC/SENTEC, 2002.
CHAVES, Affonso & Reichmann. Física: Mecânica. Volume 1. Rio de Janeiro,
2002.
LOPES, A. R. C. Conhecimento Escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro:
EDURG, 1999.
228
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