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COMENTÁRIO DA PROVA DE COMPREENSÃO DE TEXTOS E LÍNGUA PORTUGUESA Mais uma vez a seleção de textos compreende o segmento de divulgação científica – um de Ciências Humanas (Ciência Hoje) e outros de Ciências da Natureza (revista Galileu, além de um trecho de obra de Steven Pinker). Nota-se, porém, diferentemente de anos anteriores, um subaproveitamento de contextos jornalísticos de atualidades, exceção feita à charge de Benett para a Gazeta do Povo. Quem sabe, a segunda fase supra essa carência. A despeito da pertinência das questões de língua e da ausência de problemas ou incorreções, o que ironicamente – em comparação a outros recentes vestibulares – é digno de elogios, lamenta-se que enquanto a questão 37 se fundamente na autoridade de uma fonte consagrada e respeitada como Aurélio Buarque de Holanda, a questão 39 se valha de terminologia teórica pretensamente moderna e refratária à nomenclatura tradicional, e acabe se revelando imprecisa e confusa ao aluno. E mais, lamenta-se que a artificialidade das frases especialmente criadas para ambas as questões lembre antigas frases de lousa distantes da realidade linguística dos meios de comunicação ou da literatura. Equipe de Português Resolução: a) Incorreta. Mesmo sendo atribuída a descoberta da América a Cristovão Colombo, a atuação de Américo Vespúcio não é menosprezada, uma vez que é dele que deriva o “nome do Novo Mundo”. b) Correta. A palavra “infrutífera” parafraseia o termo “esterilizante” da linha 2 do texto. c) Incorreta. O que decorreu de um erro de cálculo foi a chegada dos europeus à América, não à Índia. d) Incorreta. Foi o genovês Colombo quem calculou mal o tamanho do grau, com base nas medidas adotadas por Abu al-Farghani. e) Incorreta. O segundo parágrafo afirma que o conhecimento científico do grego Ptolomeu teria sido mais útil. Entretanto, as datas entre parênteses de forma alguma o definem como contemporâneo de Colombo. Resposta: b 1 PORTUGUÊS PORTUGUÊS

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COMENTÁRIO DA PROVA DE COMPREENSÃO DE TEXTOS E LÍNGUA PORTUGUESA

Mais uma vez a seleção de textos compreende o segmento de divulgação científica – um de Ciências Humanas(Ciência Hoje) e outros de Ciências da Natureza (revista Galileu, além de um trecho de obra de Steven Pinker). Nota-se,porém, diferentemente de anos anteriores, um subaproveitamento de contextos jornalísticos de atualidades, exceção feita àcharge de Benett para a Gazeta do Povo. Quem sabe, a segunda fase supra essa carência.

A despeito da pertinência das questões de língua e da ausência de problemas ou incorreções, o que ironicamente –em comparação a outros recentes vestibulares – é digno de elogios, lamenta-se que enquanto a questão 37 se fundamente naautoridade de uma fonte consagrada e respeitada como Aurélio Buarque de Holanda, a questão 39 se valha de terminologiateórica pretensamente moderna e refratária à nomenclatura tradicional, e acabe se revelando imprecisa e confusa ao aluno. Emais, lamenta-se que a artificialidade das frases especialmente criadas para ambas as questões lembre antigas frases delousa distantes da realidade linguística dos meios de comunicação ou da literatura.

Equipe de Português

Resolução:

a) Incorreta. Mesmo sendo atribuída a descoberta da América a Cristovão Colombo, a atuação de Américo Vespúcio não émenosprezada, uma vez que é dele que deriva o “nome do Novo Mundo”.

b) Correta. A palavra “infrutífera” parafraseia o termo “esterilizante” da linha 2 do texto.

c) Incorreta. O que decorreu de um erro de cálculo foi a chegada dos europeus à América, não à Índia.

d) Incorreta. Foi o genovês Colombo quem calculou mal o tamanho do grau, com base nas medidas adotadas por Abu al-Farghani.

e) Incorreta. O segundo parágrafo afirma que o conhecimento científico do grego Ptolomeu teria sido mais útil. Entretanto,as datas entre parênteses de forma alguma o definem como contemporâneo de Colombo.

Resposta: b

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Resolução:

1. Correta

2. Correta

3. Incorreta. A afirmação confunde índia e América.

4. Incorreta. A declaração de Francisco Gómara também confunde América e Índia.

Resposta: a

Resolução:

Questão de coesão, trabalhando as palavras referenciais, responsáveis pela articulação entre passagens diversas do texto.“Sua sabedoria”, no texto, refere-se a “autores antigos”, e não a Colombo.

Resposta: b

Resolução:

A ideia fundamental do trecho é a de que A tradição rezava (=apontava, indicava) que encontrar monstros era fundamental,porque era presságio, um prognóstico da descoberta de riquezas.

a) Falsa: Encontrar monstros era um bom sinal, segundo a tradição. [ A norma culta pede a grafia mau agouro ]

b) Falsa: Rezar não deve ser tomado como orar, o que invalida a ideia da frase.

c) Falsa: Novamente se toma rezar como orar, o que compromete a ideia da frase. Obviamente, não se rezava para os monstros...

d) Falsa: Monstros rezando só pode ser uma brincadeira de quem elaborou a alternativa...

Resposta: e

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Resolução:

a) Verdadeira

b) Falsa. A partir de uma referência a Noam Chomsky, o autor afirma – ao final do segundo parágrafo – que “dezenas de misté-rios da mente das imagens mentais ao amor romântico, foram recentemente promovidos a problemas (embora ainda hajatambém alguns mistérios)” O uso da concessiva “embora” evidencia a prevalência dos “problemas” sobre os “mistérios”.

c) Falsa. O último período do segundo parágrafo contradiz essa afirmação. Em “nossas velhas ideias eram muito sem graçapara estar erradas”, o autor sugere que elas estivessem no conjunto dos mistérios.

d) Falsa. A formulação de hipóteses advém do fato de podermos alçar um mistério à categoria dos “problemas” (algo quepermite insights e favorece o crescimento do conhecimento) e não propriamente à complexidade do funcionamento damente, como sugere a assertiva da opção d.

e) Falsa. Não há, ao longo do texto, qualquer menção ao funcionamento do corpo humano.

Resolução:

b) Falsa. O funcionamento da mente constituir um problema é condição favorável ao estudo, a seleção de disciplinas carac-teriza o método adotado por Steven Pinker.

c) Verdadeira.

d) Falsa. Não há qualquer menção sobre cura e felicidade.

e) Falsa. Assumir o maravilhamento diante dos mistérios é algo usado na distinção entre mistérios e problemas científicos.

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a) Falsa. A distinção feita por Noam Chomsky é utilizada para justificar o “título audacioso” da obra, e não a humildade em si.

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Resolução:

1. Incorreta. Apenas na charge os ratos são metáforas dos vários corruptos que a presidente vem combatendo.

2. Correta. O segundo parágrafo do texto é justamente o extermínio dos ratos pela flauta.

3. Incorreta. A cena retrata o empenho da presidente em promover uma “faxina” contra a corrupção e sugere que este traba-lho não está sendo fácil.

4. Correta. A intertextualidade se explicita pelo título “república federativa de Hamelin” e pela fala da presidente. A palavra “princi-palmente” deixa claro que não é exclusivamente, pois as imagens dos ratos também confirmam a referência ao conto.

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Resolução:

Em (1), “reivindica” pode ser entendido como “reclamar”, “solicitar” (para si) o título de “caçador de ratos”, o que equivale a“assume”.Em (2), parte-se da ideia de que “lograr” significa “obter”, “estar na posse de”. Assim, entende-se “lograr êxito” como “alcan-çar o sucesso”, “obter o sucesso”.

Em (3), o prefixo ab- significa distanciamento, privação. O significado primeiro de abjurar é “renunciar publicamente a umareligião que se tem seguido”. Por extensão de sentido, renunciar a uma opinião, ou seja, “descumprir”.

Em (4), “opulentos” significa “ricos”.

Resposta: E

Resolução:

Esta é a questão que exigiria o repertório jornalístico de atualidades por parte dos vestibulandos. A tão comentada “faxina” queestá sendo promovida pela presidente. Até o momento, 6 ministros perderam seus cargos (5 por suspeita de corrupção).

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Resolução:

Repete-se mais uma vez, o modelo de questão embasado na leitura de dicionário dando destaque à regência verbal. Desta vezseis verbos são apresentados ao aluno e, a seguir, quatro frases especial e artificialmente criadas para a questão usam osverbos elencados anteriormente. Cabe ao aluno apontar os períodos adequados à norma estabelecida pelo dicionário.

Vamos a elas:

Em 1, tanto a regência do verbo visar, no sentido de mirar – (v.t.d.), quanto a do verbo revidar, no sentido de responder– (v.t.d.), estão inadequadas.

Em 2, a regência de precisar, na acepção de indicar com precisão – (v.t.d.) e de atender, na acepção de dar atenção a– (v.t.d.), estão adequadas.

Em 3, a regência de revidar, com o significado de responder ou replicar – (v.t.d.), é adequada. Já a regência de proceder,com o significado de executar, realizar – (v.t.i.), é inadequada. E, finalmente, a regência de desfrutar, com o significado deusufruir – (v.t.d.), é também inadequada.

Em 4, a regência de atender, significando dar atenção, ter em conta, considerar – (v.t.i.), está adequada, bem como a dedesfrutar, significando usufruir – (v.t.d.), está também adequada.

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Resolução:

1.– O travessão na linha 3 isola o comentário sobre o tempo de ação dos princípios ativos do xampu. Trata-se, ainda, deuma forma de dar ênfase a este comentário. Se houvesse parênteses, não haveria mudança de sentido no trecho, muitomenos prejuízo à forma, uma vez que os parênteses destacam uma ideia que se agrega a outra, dando-lhe ênfase.

2.– Neste caso, os parênteses apontam para uma função explicativa, esclarecedora da ideia anterior, o que justifica a corre-ção do item.

3. Falsa. Não se trata de uma síntese ou um resumo, mas de um acréscimo a partir de uma espécie de aconselhamento.

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Resolução:

Entendendo-se sentido lexical pleno como o valor denotativo – primeiro - que um verbo possa assumir, apenas o conjunto 4, adespeito da artificialidade dos enunciados, de fato apresenta os verbos naquela condição.

Ressalte-se que enquanto os pares (1) e (2) apresentam construções analíticas, como propõe o enunciado, o caso (3) foge aeste padrão, o que poderia confundir o aluno.

Em (1), “chegar” à festa é pleno; na locução “chegou a interferir”, é auxiliar.

Em (2), “querendo” em “querendo comer” é pleno, pois equivalente a “desejando”; em “querendo ficar”, entende-se que a bancaexaminadora o entendeu como auxiliar, visto que se desconsidera a possibilidade contextual de alguém que realmente desejeficar doente. Mesmo com essa lacuna na proposição, ainda assim não haveria alternativa que considerasse o par como correto,junto do caso (4), que é de evidente correção.

Em (3), não se trata da oposição entre o sentido pleno de “pegar” como “apanhar” e um verbo auxiliar, mas da transposição desentido do “pegou” em “pegou e foi batendo em todo mundo”. Aqui, trata-se de uma noção incoativa, indicadora de início deação, oralizada pelo uso específico do verbo em questão.

No caso (4), também com boa vontade em relação ao contexto da primeira frase, pode-se entender “trabalhar” como “labutar”,“exercer alguma atividade específica”.

Resposta: b

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