03/11/2015 Comojovemdesempregadovirou'reidofrangoassado'comemprstimodeR$1.000NotciasUOLEconomia

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Como jovem desempregado virou'rei do frango assado' comemprstimo de R$ 1.000(http://www.bbc.co.uk/portuguese)

Fernanda da EscssiaDo Rio de Janeiro para a BBC Brasil 17/10/2015 13h10

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Diego Alves/Ecom

Com ajuda da famlia, George dos Santos administra um negcio de sucesso na Mar

George dos Santos tinha quase 20 anos e nenhuma perspectiva de emprego ouestudo ao sair do quartel.

J sabia de cor as ruas de Nova Iguau, cidade da Baixada Fluminense, de tantoque as percorrera em busca de trabalho, mas, apenas com o diploma do ensinomdio, nada conseguira.

Agora a situao estava um pouco pior: pedira R$ 1.000 emprestados a um amigopara iniciar um negcio prprio, uma venda de frango assado no bairro. Teria depagar R$ 1.300 - juros de 30%- e no via o negcio prosperar.

Do mesmo amigo ouviu o conselho que mudou sua vida e, hoje, nove anos e meiodepois, faz do rapaz uma espcie de "rei do frango" no Complexo da Mar, zonanorte do Rio (http://noticias.uol.com.br/rio-de-janeiro): "Rapaz, escolheu o lugarerrado. Lugar bom de fazer negcio na favela".

Favela no Rio no faltava, e George escolheu o Complexo da Mar, ao lado daavenida Brasil, a meio caminho entre a Baixada e o centro. Andando a esmo, semconhecer ningum, puxou papo com uma moradora antiga, que deixou que eleusasse um pedacinho da casa dela para colocar a mquina de assar frango einstalasse na calada a carrocinha de entrega.

Na Vila do Joo, o negcio ganhou nome, Frango Assado da Vila, e prosperouembalado pelo aumento do emprego e da renda dos mais pobres. A quentinha

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custava R$ 5,99, incluindo o frango assado, as batatas coradas no aafro e afarofa.

"Vi que o pessoal da Mar, na volta do trabalho, queria e podia comprar umacomida de qualidade e preo razovel, que servisse para o jantar e sobrasse para aquentinha do dia seguinte", resume George, que, nove anos depois, vende cerca de1.700 frangos por semana, a R$ 12 a quentinha.

O rapaz com diploma do ensino mdio investiu a alma no negcio: trouxe a me, acamel Ana Maria dos Santos, 54, para comandar a cozinha, e a irm, Ester, queagregou ao empreendimento outro produto, os caldos, vendidos a partir de R$ 5.Quatro funcionrios ajudam a tocar o Frango Assado da Vila.

Neste ano, George investiu R$ 50 mil para comprar o ponto e reformar o lugar. Quercolocar mesinhas, de olho no que os especialistas em marketing chamam de"experincia do cliente" e "parcerias estratgicas": " para o pessoal poder sentar,ficar mais confortvel, beliscar alguma coisa aqui e tomar cervejinha do trailer dovizinho, j que a gente no trabalha com bebida".

Empreendedorismo

O sucesso de George pode ser atribudo, em parte, a dois fenmenos. Por um lado,com 136 mil habitantes distribudos em 16 comunidades (segundo o censo de2010), a Mar retrata bem a expanso do poder de compra das camadas popularesbrasileiras.

Segundo o Instituto Data Popular, que acompanha as mudanas no mercadoconsumidor na base da pirmide social, moradores de favelas brasileiras gastaro,s neste ano, US$ 19,5 bilhes. Os dados resultam de um levantamento feito emsetembro em 63 comunidades de todo o pas.

Existe um forte mercado consumidor em potencial, mas tambm um elevado graude empreendedorismo. Nmeros do Data Popular sugerem que o morador da favela mais empreendedor que o conjunto da populao brasileira. Segundo o instituto,em 2015, 42% dos moradores de favelas disseram ter vontade de ter seu prprionegcio, proporo maior que os 28% de 2013. Entre os brasileiros em geral, 31%querem ser empreendedores; em 2013, eram 23%.

O diretor do Data Popular, Renato Meirelles, diz que entre os motivos da maiorvocao empreendedora do jovem de favela esto o desencanto com a escola e anecessidade financeira, mas tambm a certeza de que ter seu prprio negcio uma maneira de se tornar protagonista da prpria vida.

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