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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
ÍCARO IVISSON ALVES DA SILVA
JOSÉ MATHEUS BUARQUE PINTO SANTOS
COMPARAÇÃO DO SISTEMA DE FACHADA VENTILADA E FACHADA CONVENCIONAL.
MACEIÓ-ALAGOAS 2018.2
ÍCARO IVISSON ALVES DA SILVA
JOSÉ MATHEUS BUARQUE PINTO SANTOS
COMPARAÇÃO DO SISTEMA DE FACHADA VENTILADA
E FACHADA CONVENCIONAL.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora MsC. Roseneide Honorato dos Santos.
MACEIÓ-ALAGOAS 2018.2
ÍCARO IVISSON ALVES DA SILVA
JOSÉ MATHEUS BUARQUE PINTO SANTOS
COMPARAÇÃO DO SISTEMA DE FACHADA VENTILADA
E FACHADA CONVENCIONAL.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora MsC. Roseneide Honorato dos Santos.
MACEIÓ-ALAGOAS 2018.2
AGRADECIMENTOS
Hoje a sensação de dever cumprindo transborda sobre mim, e para
vencer essa nova etapa, que não conseguiria sozinho. Quero agradecer a DEUS,
por sempre me dar forças para continuar.
Ao meu pai, Moizes Alves e minha mãe Marcia Lucia, que me ensinaram a
correr atrás dos meus sonhos e conquistá-los sempre seguindo seus exemplos. Aos
meus Irmãos Moizes Filho, Ítalo e Isaac, a minha namorada Thalia Mayara e minha
Cunhada Roberta Farias. Ao engenheiro e amigo Rodrigo Maya que me deu
inestimáveis ensinamentos e conselhos na pratica da construção civil.
A V2 construções pela oportunidade de estagiar e aprender em algumas de
suas obras a qual também me deu a grande oportunidade de conhecer e conviver
com alguns colaboradores que me deram grandes ensinamentos. A todos vocês
meus sinceros agradecimentos, a agradeço a Deus pela vida de cada um de vocês.
Ícaro Ivisson Alves da Silva
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por toda benção que ele
tem me dado para a realização do meu sonho.
Agradeço também a toda minha família pelo apoio dado nessa jornada, em
especial a minha mãe Maria Cristina, meu pai José Ronaldo e ao meu irmão José
Guilherme, por ter tido paciência e presente ao longo dessa minha caminhada e ser
meus maiores incentivadores. À minha namorada Karol Luna por estar todo tempo
ao meu lado, ajudando diretamente na conquista do meu objetivo.
Chegar nesse momento, não seria possível sem o apoio de vocês. Não foi
fácil sair de casa cedo e iniciar uma jornada em um lugar novo, longe de tudo e de
todos que eu amo. Porém tudo isso foi necessário e superado para hoje concluir o
meu maior sonho. Muito obrigado a todos.
José Matheus Buarque Pinto Santos
Agradecemos em especial a MsC. Professora Roseneide Honorato, por toda
paciência que teve em nos orientar nessa elaboração da pesquisa e por todas as
dicas essenciais para finalização. Agradecemos também a professora Anne Dayse
por suas aulas de orientação sobre as normas de elaboração da pesquisa e pelos
seus assessoramentos e a empresa Rochedo que trabalha com fachada.
RESUMO O presente trabalho explica o sistema de fachada ventilada. Tem como objetivo apresentar todo sistema, como funciona, sua aplicação, suas características e suas vantagens e desvantagens, também tem o objetivo de comparação no custo de instalação desse tipo de fachada com uma fachada de revestimento cerâmico. A pesquisa foi realizada por meio bibliográfico, porém o custo de aplicação da fachada ventilada foi realizado através da base de valores de uma empresa que trabalha com esse tipo de fachada e nos disponibilizou esse orçamento, já o custo da fachada convencional de revestimento cerâmico foi orçado de acordo com a base de dados do Orse e Sinapi. Com essa pesquisa foi possível observar que o custo da fachada ventila se saiu superior sobre a fachada convencional de revestimento cerâmico, porém apresenta uma maior facilidade com as manutenções futuras, menor causa de patologias e maior benefício ao meio ambiente. Nessa pesquisa é possível concluir que a fachada ventilada é um sistema inovador que vem ganhando espaço no mercado da construção civil no Brasil, ainda apresenta algumas dificuldades, seja ela, no custo inicial ou em mão de obra especializada, mas ficou claro que seus benefícios, tanto para aparência do empreendimento quanto para a comodidade de quem frequenta, podem ser fatores providencias na sua escolha. PALAVRAS-CHAVE: Eficiência. Eficiência Energética. Fachada Ventilada. Fachada convencional cerâmica.
ABSTRACT This work describes the ventilated facade system. The main goal of this work is to present the whole system, namely how it works, the application, the main characteristics, its advantages and disadvantages, as well as to present a comparison between the installation costs of this kind of facade and ceramic facade. This research was performed by means of bibliographic investigation, however the cost of applying the ventilated facade was performed by means of the base of values achieved from an enterprise which works with this kind of facade and which provided this budget, since the cost of conventional ceramic facade was budgeted according to the Orse and Sinapi database. By means of this research, was possible to observe that the ventilated facade cost was superior to the conventional ceramic facade, however it is easier to maintain in the future, besides reducing the occurrence of diseases and being beneficcial to the environment. In this research was possible to conclude that the ventilated facade is an innovative system which has been gaining market in construction in Brazil, despite this system still presenting some difficulties, such as the initial cost and the need for skilled labor. Despite this, it was clear the benefits of the system, either by the appearance of the enterprise or by the convenience of the regulars, which are fundamental aspects in its choice.
Keywords: Efficiency. Energy efficiency. Ventilated facade. Conventional ceramic
facade.
Lista de Figuras
Figura 1 – Construção civil........................................................................................16
Figura 2 – Fachada Frontal ......................................................................................17
Figura 3 – Fachada Lateral .......................................................................................18
Figura 4 – Oposta a fachada principal ......................................................................18
Figura 5 – Componentes da fachada ventilada ........................................................23
Figura 6 – Partes de componentes da fachada ventilada ........................................23
Figura 7 – Estrutura de fixação visível ......................................................................25
Figura 8 – Estrutura de fixação oculta ......................................................................25
Figura 9 – Tipos de isolamento ................................................................................28
Figura 10 – Ventilação na fachada ventilada nos dois climas...................................30
Figura 11– Fachada do prédio da empresa x utilizado nos orçamentos...................34
Lista de Quadros
Quadro 1 - Orçamento da fachada convencional de revestimento cerâmico ...........35
Quadro 2 - Orçamento da fachada ventilada. ...........................................................35
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 Problema ............................................................................................................ 10
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 11
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 11
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 11
1.3 Justificativa ........................................................................................................ 11
1.4 Descrição dos capítulos ................................................................................... 12
2 FACHADA VENTILADA: EFICIÊNCIA, CONCEITOS E APLICAÇÃO. ................ 14
2.1 Eficiência energética ......................................................................................... 14
2.1.1 Eficiência energética em edificações................................................................ 15
2.2 Fachada: Conceito e suas características ...................................................... 17
2.3 Fachada ventilada ............................................................................................. 20
2.3.1 Vantagens e desvantagens .............................................................................. 21
2.3.2 Características da fachada ventilada ............................................................... 22
2.3.2.1 Revestimento Externo ................................................................................... 23
2.3.2.2 Estrutura de Fixação ..................................................................................... 25
2.3.2.3 Câmara de ar ................................................................................................ 26
2.3.2.4 Isolamento Térmico ....................................................................................... 26
2.3.2.5 Base de suporte ............................................................................................ 28
2.3.2.6 Juntas ............................................................................................................ 28
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 32
3.1 Pesquisa bibliográfica ...................................................................................... 32
3.2 Busca de dados da fachada ventilada ............................................................. 33
3.3 Comparação entre fachada ventilada e fachada convencional ..................... 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34
4.1 Resultados ......................................................................................................... 34
4.2 Discussão .......................................................................................................... 36
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
9
1 INTRODUÇÃO
A construção civil vem passando por um processo de desenvolvimento
sustentável, buscando novas tecnologias para solucionar problemas que atingem o
meio ambiente e essa área é responsável por ser grandes consumidores de
recursos naturais. Atualmente a Engenharia Civil busca realizar planejamento mais
aprofundado na realização de uma obra que traga solução eficiente, moderna e
sustentável.
Segundo Drucker (2001), a eficiência consiste em realizar de maneira correta
as atividades; geralmente está ligada ao nível operacional, sendo executada em
menor tempo, matéria prima e recursos; com diminuição do orçamento. Eficácia
consiste em fazer as atividades certas, sempre relacionadas ao nível gerencial e
com o objetivo de atingir metas propostas.
Quando se fala em ser eficiente não pode confundir com ser eficaz, são
palavras interligadas mas que possuem pequenas diferenças entre elas. Eficácia
está relacionada com o cumprimento de uma meta ou objetivo que foi planejado e
eficiência é a otimização de recursos presente num determinado espaço para a
realização de uma atividade, implica dizer que é o aumento de uma produção sem
aumentar o seu custo e despesa.
Tendo o objetivo de evitar desperdício dos recursos naturais, a construção
civil vem trabalhando com o foco na eficiência energética. É uma proporção entre a
quantidade de energia utilizada em uma atividade e sua disponibilidade. Carlo
(2008) ressaltou que eficiência energética é adotada em projetos de edificações
sustentáveis a fim de racionalizar o consumo evitando desperdícios e impactos ao
meio ambiente.
A construção civil está voltada para a sustentabilidade, diretamente
relacionada com a maneira correta de se construir pensando no meio ambiente, é
uma construção que trabalha com eficiência energética. No Brasil, não existia uma
lei voltada à eficiência energética em edificações. Em 17 de outubro de 2001, foi
lançada a Lei nº 10.295, também conhecida como Lei de Eficiência Energética, que
tem como objetivo controlar o consumo máximo de equipamentos e de edificações
construídas, a qual será abordada durante a continuação da pesquisa.
A fachada principal de um prédio é o cartão do empreendimento; é a primeira
aparência e contato com aquela construção, sendo o principal elemento do
10
empreendimento. Pode ser de estilo moderno ou clássico. Construída com vidros,
madeira, cerâmica entre outros materiais. Com a inovação na construção civil de
obras sustentáveis a ideia da fachada ventilada que é nada mais, nada menos do
que a mistura de modernidade, beleza, sustentabilidade e custo, vem ganhando
mais espaço.
Segundo Mendes (2009), o sistema de fachada ventilada é uma solução que
vem tendo crescente importância na construção, sendo tanto por suas
características técnicas ou por sua imagem estética. A fachada ventilada por
caracterizar um afastamento entre parede do edifício e o revestimento, é definida
como um sistema de proteção e revestimento exterior de edifício, dessa forma cria
um movimento de ar nesse pequeno afastamento.
Segundo Campos (2011), atualmente a fachada ventilada na sua aplicação no
Brasil apresenta algumas desvantagens: não possui uma norma técnica específica
para o projeto e nem para a avaliação no desempenho técnico, além de poucas
pessoas terem a conscientização de sua importância na construção civil. Outra
desvantagem encontra-se na realização de treinamento para mão de obra
qualificada; precisa de um projeto detalhado para sua aplicação e apresenta custo
mais elevado que de uma fachada convencional.
A fachada ventilada por ser um tema novo no Brasil e não possuir normas
especificas, muitas empresas brasileiras que trabalha com esse tipo de fachada,
buscam normas em relação a revestimento para enquadrar na fachada ventilada e
executam esses serviços baseados em empresas internacionais nesse ramo, assim
obtendo um resultado mais satisfatório e que esteja mais dentro das normas que
existem em relações a revestimentos.
1.1 Problema
A eficiência energética é um assunto muito discutido atualmente no Brasil,
principalmente na área da construção civil, por ser um dos maiores consumidores de
recursos naturais e por ter grande desperdício na sua execução.
Na fachada de um prédio pode ocorrer alguns problemas, por esta diretamente
em contato com o sol e chuva e as vezes por não ser executada da forma correta.
Ao decorrer do tempo a fachada de um edifício pode mostrar patologias,
principalmente em fachada convencional, causa por exemplo infiltração de água e
11
até descolamento de peças cerâmicas. A manutenção para esse tipo de fachada
acaba tendo maior custo. Já fachada convencional por ser uma execução tradicional
tem um tempo de aplicação mais elevado e tendo uma maior dificuldade e gasto na
sua manutenção.
Como antes citado, a fachada de um prédio está em contato direto com o
ambiente externo e em locais quentes pode ocorrer incidência de luz solar ou
aquecimento no revestimento da fachada, o que ocasiona um desconforto térmico
dentro dos apartamentos e assim maior consumo de energia com utilização de ar
condicionado e ventiladores.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar o uso do sistema de fachada ventilada em Maceió, apresentar como
funciona o sistema, o processo de aplicação, os elementos que compõe a fachada,
as vantagens e desvantagens e comparação de custo entre a fachada ventilada e
fachada convencional de revestimento cerâmico.
1.2.2 Objetivos Específicos
Analisar a eficiência da fachada ventilada e seus benefícios;
Apresentar as características e funcionamento do sistema de fachada
ventilada;
Apresentar o processo de aplicação da fachada ventilada;
Exemplificar como ocorre o sistema de fachada ventilada;
Apresentar a comparação do custo entre a fachada convencional e ventilada
utilizando sistema de orçamento.
1.3 Justificativa
De forma geral a indústria da construção civil passa por um desenvolvimento
na área da pesquisa que envolve a sustentabilidade, adquirindo tecnologias
satisfatórias quando aplicadas na engenharia, trazendo resultados esperados tanto
para construção como para o meio ambiente.
12
A fachada ventilada é um exemplo de tecnologia, por ser um sistema que
surgiu a alguns anos na Europa; vem ganhando força nos dias atuais no Brasil, pois
trabalha com o aumento da eficiência energética de um prédio, dando maior conforto
térmico no ambiente, além de diminuir o consumo de energia elétrica.
Marazzi (2008), apud Campos (2011), relata que na construção tem de ser
levado tudo em conta, como a durabilidade, comportamento térmico, impacto
ambiental, disponibilidade de técnicos e de empresas em construção, e
disponibilidade de material, pois são fatores importantes e fundamentais.
Por isso, é importante mostrar a utilização do sistema da fachada ventilada e
apresentar os benefícios à sociedade e ao meio ambiente, gerados após sua
instalação.
1.4 Descrição dos capítulos
Essa pesquisa está dividida em 5 capítulos. O capítulo 1 é a parte introdutória
onde estão presentes todas as informações necessárias para entender sobre o
assunto pesquisado. Também estão presentes a problemática, os objetivos gerais e
específicos, a justificativa em pesquisar o tema e a estrutura do trabalho.
Capítulo 2 aborda o referencial teórico, explicando sobre eficiência energética,
importância e benefícios para construção civil. Estão apresentados os conceitos de
fachada predial e fachada ventilada, itens que compõem esse sistema e os
processos de aplicação desses materiais. Está sendo informado também os
benefícios que esse tipo de sistema tecnológico gera para construção civil e meio
ambiente.
O capítulo 3 mostra a metodologia para realização da pesquisa, que foi
realizada através do meio bibliográfico e de comparações de fachadas. Foi dividida
em três partes, a primeira em pesquisas bibliográficas referente a busca de
conceitos referente ao tema, a segunda parte voltada para busca de dados sobre a
fachada ventilada com empresas que trabalha no ramo e a terceira e ultima parte
sendo realizado a comparação entre a fachada ventilada e fachada convencional,
comparando seus custos.
O capítulo 4 é composto por um estudo de comparação por meios
bibliográficos entre a fachada ventilada e fachada convencional, levado em
consideração sua aplicação e suas vantagens e desvantagens. Também é possível
13
encontrar no capítulo 4 a comparação do custo de aplicação entres as duas
fachadas anteriormente citadas.
No capítulo 5 estes pesquisadores apresentam as conclusões a que
chegaram as dificuldades que tiveram na execução da elaboração da pesquisa e um
breve resumo dos tópicos importantes na execução deste trabalho.
14
2 FACHADA VENTILADA: EFICIÊNCIA, CONCEITOS E APLICAÇÃO.
2.1 Eficiência energética
A Eficiência Energética pode ser definida como um conjunto de atividades
bem organizada, que tem como objetivo principal otimizar o uso de energia e de
suas fontes, principalmente as fontes de energia não renováveis e disponíveis no
meio ambiente, com o intuito de reduzir o grande consumo dos combustíveis de
fontes não renováveis. A Eficiência Energética e o uso de energias renováveis são
considerados os pilares para a construção de uma política energética sustentável
(PEREIRA, 2009 apud MARTINS, 2016).
A Eficiência Energética também pode ser entendida como a relação entre a
energia gerada na saída e a energia disponível na entrada de um sistema ou
processo. Pode dizer que para um sistema ou processo ser eficiente, o produto final
deve estar o mais próximo possível do que foi consumido ou disponibilizado no
início, do ponto de vista energético. Em termos de conservação de energia, é correto
afirmar que um processo eficiente é aquele que reduz as perdas, otimizando o uso
da energia de entrada (MARTINS, 2016).
A eficiência energética vem sendo buscado por diversas empresas hoje em
dia, com o intuito de diminuir gastos e impacto ambiental, ser eficiente é saber
reaproveitar todos recursos disponível a seu favor, sempre buscando inovação
quando relacionando a otimizar os recursos naturais.
Brasil (2007) acrescenta que:
A preocupação mais acentuada com Eficiência Energética (EE) surgiu com os choques do petróleo de 1973-74 e 1979-81 que trouxeram a percepção de escassez deste recurso energético e forçaram a alta dos preços dos energéticos, abrindo espaço para uma série de ações voltadas à conservação e maior eficiência no uso dos seus derivados. Nesta mesma época, começou uma corrida para diversificação da matriz energética visando um maior segurança no atendimento à demanda de energia, onde é exemplo de sucesso no Brasil o Proálcool.
O programa nacional do álcool – Proálcool, foi uma iniciativa do governo no
ano de 1975 para estimular maior produção do álcool e assim substituir o mesmo
pela gasolina, devido a crise mundial do petróleo na década de 70, com isso
empresas automobilísticas passaram a fabricar novos automóveis movidos a álcool.
O Proálcool ganhou maior destaque no ano de 2003 devido a nova crise do petróleo
e intensificou ainda mais a fabricação desses tipos de automóveis.
15
Os benefícios da economia energética estão relacionados diretamente com a
maior disponibilidade de energia, pois com a economia, evita-se o desperdício e
obtêm-se mais recursos para uso em outras áreas, além de proteger o meio
ambiente. Neste o benefício mais importante que pode destacar está relacionado
com a diminuição de impactos ambientais. A preocupação humana está voltada a
redução do consumo energético e está sendo tomada atitude para que essa redução
se torne de fato uma atitude sustentável (BUSSE, 2010).
2.1.1 Eficiência energética em edificações
O crescimento da construção civil no Brasil trouxe consigo uma maior
utilização de recursos naturais o qual pode dá destaque ao consumo de energia
elétrica. Toda edificação atualmente apresenta um elevado índice de consumo de
energia. O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel, 1985),
informa que “No Brasil, o consumo de energia elétrica nas edificações residenciais e
comerciais, de serviços e públicas, é bastante significativo, correspondendo a
aproximadamente 50% do total da eletricidade consumida no país.”
No ano de 2001, O Brasil passou por uma grande crise de energia, com o
intuito de solução imediata foi lançada a Lei de Eficiência Energética (Brasil, 2001,
nº. 10.295). Já existente desde 30 de dezembro de 1985, o Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica – PROCEL que tem como objetivo promover o uso
eficiente da energia elétrica e combater o seu desperdício, passou nessa mesma
época por um progresso a combater essa crise. Com a junção da lei de eficiência e
o Procel surgiu o subprograma Procel Edifica Residencial.
“A Lei 10.295/2001, conhecida como Lei da Eficiência Energética, está
relacionada com o consumo de energia, sendo o principal marco regulatório do país”
(Minas e Energia, 2007).
A Lei 10.295/2001 introduz que o poder executivo deverá estabelece os níveis
máximo do consumo de energia, ou mínimos de eficiência energética, de maquinas
e aparelhos, além de desenvolver mecanismo que promovam a eficiência energética
em edificações. Essa Lei tem o objetivo de estimular um desenvolvimento
tecnológico, preservação ambiental e introdução de produtos que sejam mais
eficientes no mercado. É um dos principais reguladores da eficiência energética no
Brasil.
16
Segundo Queiroz (2011), a Lei de Eficiência Energética, visa à distribuição
eficiente de recursos energéticos e a preservação do meio ambiente, deixando claro
a obrigatoriedade dos fabricantes e os importadores de máquinas e aparelhos
consumidores de energia a adotar medidas para o atendimento aos níveis máximos
de consumo de energia e mínimos de eficiência energética para cada tipo de
aparelho fabricados ou comercializados no país.
O Procel Edifica resultou numa redução do consumo de energia nas
edificações, principalmente no setor residencial. Desde 2005, observa-se um
crescimento no consumo de energia elétrica em edificações maior que o
crescimento do PIB. O consumo de energia elétrica atual teve um incremento de 4%,
tendência que vem se constatando nos últimos anos. Com a implantação do Procel
Edifica, estima-se redução de consumo de aproximadamente 30%, quando se
implementa a eficiência energética nos sistemas de iluminação, ar condicionado e
intervenções arquitetônicas no que diz respeito às edificações existentes. Este
percentual se eleva para 50% em edificações novas (BRASIL, 2007).
O mercado imobiliário da construção civil estava restrito apenas em
competividade baseada em fatores econômicos e de projetos, onde buscava uma
construção rápida quando se referia em recuperação do investimento naquela obra.
Com a inclusão de sustentabilidade na sociedade, o conceito de construção não
ficou apenas restrito a esses dois fatores. As construções sustentáveis surgem para
suprir a busca no mercado por uma edificação que atenda a exigência tanto de
conforto, prazo e custo, porém um empreendimento que cause o mínimo impacto
ambiental possível (MACHADO, 2017).
Figura1: Construção civil. Fonte: O autor, 2018.
17
De acordo com a Figura 1, mostra que a construção civil atualmente abrange
não só a relação de prazo e custo, mas também a ideia de se fazer uma obra bem
executada com projetos inovadores que tragam mais conforto aos seus usuários e
seja uma obra sustentável. A construção civil então é um conjunto de fatores para
que se venha obter êxito satisfatória na sua finalização.
2.2 Fachada: Conceito e suas características
A fachada é a primeira impressão que sem tem de um edifício. Pode ser
executada de vários modelos diferentes (clássico, moderno etc.), além de ser
construída por diferentes materiais, os quais pode se destacar a cerâmica e vidro,
também podendo ser apenas pintada. Todos esses detalhes irão depender do
projeto arquitetônico daquele empreendimento. A fachada de um edifício é composta
por três faces:
Fachada frontal: Voltada para rua principal do edifício, primeira visão do
cliente.
Figura 2: Fachada Frontal. Fonte: Campos, 2011
A fachada frontal do edifício pode ser de pintura ou revestimento, no presente
trabalho será informado sobre a fachada de revestimento cerâmico e fachada
ventilada, a fachada frontal é aquela que está na frente do empreendimento, a qual a
pessoa que por ela passa tem o primeiro contato com o edifício.
Fachada lateral: é a que não é principal e fica de lado do edifício.
18
Figura 3: Fachada lateral. Fonte: Sousa, 2010
Esse tipo de depende da localização do terreno e de acordo com o manual de
cada cidade, a fachada ventilada quando aplicada na lateral e que receba incidência
solar e importante por ter um sistema que minimiza a influencia do calor dentro do
edifício.
Fachada posterior: é a oposta a fachada principal, pode dizer que é a parte de
trás do prédio.
Figura 4: Oposta a fachada principal.
Fonte: Maciel, 2013
A fachada oposta a principal, não e levando muito em conta o material usado,
pois não é à primeira vista do edifício, mas não deixar de ser importante devido a
ventilação interna e aos critérios térmicos internos.
Como elemento estético, é nela que irão se traduzir as características
arquitetônicas pensadas para a edificação. A definição dos revestimentos,
fechamentos e materiais empregados são fundamentais, porém muitas vezes são
escolhidos tendo como base apenas o sentido estético, e não no sentido funcional
da edificação. A fachada apresenta uma importância por ser um elemento que faz o
fechamento entre o espaço interno e o externo da edificação (MACHADO, 2017).
19
Lopes (2018), afirma que a parede de um edifício, deve considerar algumas
exigências funcionais que determine seu comportamento, durabilidade, segurança,
conforto, qualidade e economia, tais como:
a) Exigências de segurança:
- Segurança e estabilidade estrutural;
- Segurança contra risco de incêndios (materiais incombustíveis);
- Segurança contra intrusões;
- Capacidade de permitirem suspensão de equipamentos pesados.
A segurança é um dos fatores mais importante na construção de um prédio.
Deve ser bem dimensionado para que não venha ocorrer algum tipo de imprevisto
futuro e seguir todas normas voltada a esse tipo de serviço, atendendo as
especificações exigidas por elas.
b) Exigências de saúde e de conforto:
- Conforto hidrotérmico;
- Conforto acústico;
- Estanqueidade ao ar e à água;
- Conforto visual;
- Conforto táctil;
- Higiene.
Atualmente o edifício tem que atender todos requisitos mínimos de conforto
aos seus usuários, seja ele, conforto térmico, acústico entre outros. Para obter um
maior sucesso em suas vendas, essas exigências vêm sendo mais adotado por
empresas que trabalham no ramo da construção, para esse tipo de inovação existe
a fachada ventilada por apresentar um sistema inovado em relação a disponibilizar
maior conforto a todos que residem em edifícios que possuem esse tipo de
revestimento.
C) Exigências de economia:
- Custos iniciais;
- Custos de exploração e manutenção;
- Adaptabilidade e versatilidade;
- Durabilidade e funcionalidade.
20
A fachada ventilada apresenta um custo inicial elevado, mas é um custo que
ao decorrer do tempo não necessita de manutenção quando comparada a uma
fachada convencional, com isso apresenta um melhor resultado financeiro em
relação a custo benefício, devido sua durabilidade e fácil aplicação.
Os revestimentos de fachadas têm a finalidade de proteger as vedações e a
estrutura contra a ação de agentes agressivos, evitando a degradação precoce,
aumentando a durabilidade e reduzindo os custos de manutenção. Estes
revestimentos podem ser construídos de qualquer material durável como painéis de
aço inoxidável, alumínio, PVC, revestimentos cerâmicos, pedras naturais, vidro, etc.
(CAMPOS, 2011).
2.3 Fachada ventilada
A fachada ventilada surgiu para ser utilizada na reabilitação de edifícios que
apresentem problemas – por exemplo, de isolamento térmico e acústico, falta de
estanqueidade à água, ou de fissuração – como na construção de novos edifícios.
Esta solução contribui assim para a economia de energia e diminuição do risco de
degradação precoce dos materiais, e evita pontes térmicas e condensações,
dotando o edifício de uma maior qualidade e conforto (MATEUS, 2004)
O isolamento térmico e acústicos acontece na fachada ventilada devido o tipo
de material que é aplicado como isolante, que fica localizado entre o revestimento e
base suporte (explicado mais adiante no assunto). Com isso o prédio apresenta um
maior conforto aos seus residentes e assim um menor consumo de energia.
A estanqueidade e fissuração da fachada estão relacionados com as juntas
entre o revestimento, que será abordado mais adiante; mas a estanqueidade da
fachada ventilada pode ser evitada se for utilizado a junta fechada, pois fica
impossível a penetração da água pelo revestimento. Já a fissuração nesse tipo de
fachada não é comum de acontecer, pois a junção dos revestimentos, seja ele
aberto ou fechado dá maior flexibilidade entres as placas cerâmicas.
A fachada ventilada pode ser descrita como sendo um sistema de
revestimento e proteção da parte exterior vertical de edifícios, tendo como
característica principal o afastamento entre o suporte e o revestimento, criando
assim uma caixa-de-ar dinâmica que permite a ventilação natural e contínua da
parede do edifício pelo efeito de chaminé (RIBEIRO, 2010).
21
O sistema de fachada ventilada com revestimento cerâmico pode ser utilizado
em edifícios novos e em reformas, esse tipo de sistema tem como uma das
vantagens a durabilidade da fachada. A fachada ventilada tem reconhecimento no
mundo todo da construção, por causa dos seus benefícios e inovações tecnológicas,
além de apresentar um estilo moderno na obra (CAMPOS, 2011).
2.3.1 Vantagens e desvantagens
As fachadas ventiladas por ser um sistema construtivo eficiente e sustentável,
apresenta algumas vantagens quando comparada com a fachada convencional.
Segundo, Dutra (2010), a fachada ventilada tem como vantagem:
Diminuição do consumo energético devido à colocação do isolamento térmico
pelo exterior e consequente eliminação das pontes térmicas;
Redução da ocorrência de problemas de condensação interior e umidades;
Diminuição de oscilações térmicas o que aumenta a estabilidade dimensional
da envolvente, reduzindo a probabilidade de aparecimento de fissuras;
Melhoria do isolamento acústico devido à existência da caixa-de-ar,
nomeadamente em frequências médias/altas;
Aumento da inércia térmica interior, dado que toda a massa da envolvente
das paredes exteriores contribui para a regulação da temperatura,
conseguindo-se assim um maior conforto térmico quer nos meses de Verão
quer nos meses de Inverno;
Inexistência de condensações intersticiais;
Diminuição de problemas de infiltração de água, devido à separação existente
entre os painéis de revestimento exterior e o pano adjacente;
Aumento da área interior habitável, devido à redução da espessura da parede
de fachada;
Facilidade de manutenção e substituição, reduzindo assim os custos
inerentes;
Alta produtividade, por se tratar de um sistema de montagem industrializado.
Dutra (2010), também explica que a fachada ventilada apresenta algumas
desvantagens, as quais pode se destacar:
22
Ausência de normas, regulamentos e requisitos de desempenho que
agreguem valor comercial ao produto;
Necessidade de mão-de-obra qualificada e com experiência;
Exigência de projeto específico detalhado e que defina pormenorizadamente
o processo de montagem;
Dependência de mudanças organizacionais nos processos da gestão do
empreendimento e da produção;
Custos elevados relativamente a soluções mais tradicionais.
Apesar da fachada ventilada apresentar custos bem superiores aos sistemas
convencionais, ela continua sendo mais vantajosa, desde que dimensionada e
calculada racionalmente e não utilize metais que sofrem significativa corrosão. Já
quando se refere a redução do consumo de energia em climatização, a vantagem
desse tipo de sistema é indiscutível. Além de ter seu desempenho testado e
aprovado em rigorosos laboratórios europeus e norte-americanos (TÉCHNE, 2009).
2.3.2 Características da fachada ventilada
“A fachada ventilada pode ser definida como um sistema de proteção e
revestimento exterior de edifícios, caracterizado pelo afastamento entre a parede do
edifício e o revestimento, criando, assim, uma câmara-de-ar em movimento”
(MENDES, 2009).
A fachada ventilada é um sistema composto por vários componentes, cada
um com características importantes para que esse tipo de sistema venha obter êxito
na sua função de ser sustentável e que traga vantagens ao edifício. Campos (2011),
explica que esse sistema é um método desenvolvido para proteger os edifícios da
ação da chuva e do vento, no verão tem o objetivo de dispersar o calor, desse modo
dá maior conforto térmico ao edifício, além de proporcionar maior durabilidade a
fachada.
Os componentes do sistema de fachada ventilada, são:
1 - Revestimento descontínuo.
2 - Estrutura de fixação.
3 - Câmara de ar.
4 – Isolamento térmico.
5 - Base de suporte.
6 - Juntas
23
Figura 5 – Componentes da fachada ventilada. Fonte: Graniti Fiandre (2004).
Figura 6 – Partes de componentes da fachada ventilada. Fonte: Mendes (2009)
Com esses conjuntos de elementos é possível obter a melhoria do conforto
térmico por meio da circulação de ar, visto que a variação da densidade do ar dentro
da câmara faz com que o ar aquecido ascenda e seja substituído pelo ar mais frio.
Esse fluxo ocorre constantemente no interior da câmara de ar sendo caracterizado
pelo efeito chaminé (CAMPOS, 2011).
2.3.2.1 Revestimento Externo
Com o grande avanço da tecnologia, favoreceu muito a área da construção
civil, com isso verificou-se uma necessidade para o desenvolvimento no setor
relacionado ao revestimento cerâmico, com isso gerou novos métodos e processos.
24
Segundo a definição da NBR 13755 (1996) que fala sobre revestimento de
paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa
colante, o revestimento externo é:
Um conjunto de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura suporte, alvenarias, camadas sucessivas de argamassas e revestimento final, cuja função é proteger a edificação da ação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste mecânico oriundo da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento estético.
No sistema de fachada ventilada os revestimentos cerâmicos não diferem dos
tipos de revestimento de uma fachada convencional. A escolha do revestimento não
depende apenas do seu modelo, mais sim da sua adequação para ser aplicado na
parte exterior do edifício, como suas resistências, durabilidade e qualidade.
O revestimento externo da fachada pode variar de material, tudo vai depender
do projeto que será aplicado na construção, entres esses tipos pode destacar como
principais:
Cerâmico
Grês porcelanato
Vidro
Madeira.
Alumínio composto
Pedras Naturais
Painéis fotovoltaicos
Segundo, Mendes (2009), o produto de revestimento mais utilizado na
aplicação da fachada ventilada eram as pedras naturais (granito, mármore etc.), mas
com o avanço da tecnologia e estudos sobre desenvolvimento, as placas cerâmicas
de grandes dimensões vêm ocupando esse espaço, por apresentar vantagens em
relação a outros tipos de materiais, pode destacar:
Elevada resistência ao arrancamento dos fixadores e ao impacto;
Superfícies pouco rugosas, oferecendo menor resistência ao vento.
Leveza de todo o sistema (cerca de 30 Kgf/m²), incluindo as placas, a
estrutura auxiliar e todos os restantes acessórios, permitindo reduzir o peso
da estrutura de suporte, facilitando a sua instalação.
Mendes (2009), também relata que o grês porcelanato é um material muito
utilizado nesse tipo de fachada, por apresentar grandes dimensões e outras
vantagens como:
25
Menor absorção de água;
Menor peso;
Material mais homogéneo, ao contrário das placas pétreas que devem ser
escolhidas e separadas na jazida - Menor probabilidade no aparecimento de
manchas;
Menor controle na recepção e na escolha dos materiais para a aplicação;
Facilidade da manutenção;
Maior durabilidade.
2.3.2.2 Estrutura de Fixação
A Estrutura de fixação é ligada a base suporte, como antes falada, que é a
própria alvenaria externa do edifício. Essa estrutura de fixação permite o
afastamento entre a base suporte e o revestimento da fachada, assim deixando livre
a passagem de ar entres eles.
Segundo Siqueira (2003), a estrutura de fixação é classificada de duas maneiras:
Fixação visível: quando os clips que são utilizados para fixação do
revestimento ficam expostos (Figura 6).
Fixação Oculta: quando a fixação nas placas de revestimento não fica
exposto, são geralmente introduzidos atrás das placas (Figura 7).
Figura 7 – Estrutura de fixação visível. Figura 8 – Estrutura de fixação Oculta
Fonte: Dutra (2010). Fonte: Dutra (2010)
26
O modo como esse sistema de fixação e aplicado tanto na base como para
segurar o revestimento, vai ser mais detalhado no próximo tópico.
2.3.2.3 Câmara de ar
O afastamento entre a base de suporte e o revestimento externo dá o
surgimento do que se chama câmara de ar. É o principal motivo para que o sistema
da fachada ventilada venha ter sucesso e resultados positivos.
De acordo com o Manual técnico da Graniti Fiandre (2004),
A entrada de ar é realizada pela base da fachada e a saída do ar aquecido pela parte superior. A radiação solar incidente na fachada e o calor proveniente das áreas habitáveis de fato fazem o ar aquecido na câmara resultar em um movimento de ascensão chamado efeito chaminé. As aberturas da câmara de ar podem ser protegidas por telas para prevenir a entrada de corpos estranhos indesejáveis. A câmara de ar deve ter dimensões apropriadas para garantir a boa circulação de ar e principalmente promover o efeito chaminé. A câmara de ar geralmente apresenta espessura entre 50 e 150mm.
Segundo Campos (2011), a câmara de ar resulta numa série de benéficos e
vantagens, como:
A evaporação presente nas paredes das edificações;
Remoção do vapor de água proveniente do interior;
Calor removido pela ascensão de circulação de ar;
Redução do calor do lado exterior para o lado interior dos edifícios no verão;
Mantém a edificação “seca” e contribui para a longa preservação da camada
de isolante térmico e da alvenaria.
2.3.2.4 Isolamento Térmico
“Estes elementos têm como principal função reduzir a transferência de calor
através dos materiais sobre os quais são aplicados” (MENDES, 2009).
Uma das preocupações da construção é a proteção do ambiente e redução
do consumo de energia, aliadas ao conforto térmico. Com isso é necessário isolar a
envolventes dos edifícios, diminuindo a troca de calor com o exterior do edifício,
evitando assim o aquecimento e tendo como resultado o conforto térmico.
27
O diferencial da fachada ventilada é a eficiência enérgica e seu conforto
térmico, então o isolamento térmico permite melhorar essa vantagem antes citada,
dado maior comodidade aos residentes do edifício (DUTRA, 2010).
De acordo com Teixeira (2006) apud Dutra (2010), é possível classificar os
sistemas de isolamentos térmicos em:
Revestimentos descontínuos fixados ao suporte através de uma estrutura
intermédia ou pontual - fachadas ventiladas;
Componentes pré-fabricados constituídos por isolamento e um paramento,
fixados diretamente ao suporte.
Rebocos armados diretamente aplicados sobre isolamento térmico, os ETICS.
Dutra (2010), também ressalta os tipos de materiais que são utilizados no
isolamento, são eles:
Lã Mineral: Eficaz no isolamento térmico e também um bom isolamento
acústico, é um material muito utilizado.
Espuma de vidro: Material não combustível e estável com o tempo.
Poliuretano: Tem característica como, fácil montagem, alta resistência térmica
e facilidade de instalação.
Poliuretano Projetado: Impermeável a água, leveza e propriedades acústicas.
Poliestireno Expandido (EPS): É um dos mais utilizados, por apresentar
características como: fácil manuseio, resistente ao envelhecimento, leveza,
higiênico entre outros.
Poliestireno Extrudido (XPS): apresenta características como: excelente
desempenho térmico, durabilidade e grande resistente a passagem de vapor.
Cortiça: é um material reciclado, durabilidade prolongada e bom isolamento
térmico e acústico.
28
Figura 9 – Tipos de isolamento Fonte: < http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/>
2.3.2.5 Base de suporte
A base de suporte para a instalação da fachada ventilada é a própria estrutura
da alvenaria externa, comumente de tijolos cerâmicos. Por apresentar uma carga
semelhante à de um revestimento de fachada convencional, a fachada ventilada
pode ser tanto aplicada em edifícios novos ou em edifícios existentes. Esse detalhe
também resulta que não é preciso ter nenhum tipo de mudança no planejamento da
obra ou na estrutura do mesmo (MACHADO, 2017).
Nessa base são realizadas ancoragens dos “inserts” metálicos e
chumbadores, com o intuito de fixar os revestimentos na fachada, essa fixação pode
ser feita de maneira pontual e direta. Além dos “inserts” o revestimento também
pode ser fixado por uma subestrutura auxiliar composta por perfis verticais e
horizontais (CAMPOS, 2011).
2.3.2.6 Juntas
É o espaçamento existente entre as placas do revestimento. Na fachada
ventilada tem uma função importante para o funcionamento do sistema, permitindo a
entrada de ar para circulação de vento no espaço vazio entre a base suporte e o
revestimento.
Segundo a NBR 13755 (1996), quando realizado a execução do revestimento
29
com placas cerâmicas, deve-se manter espaçamento entre elas, assim obtendo
algumas junções, como:
Compensar a variação de bitola das placas cerâmicas, facilitando o
alinhamento;
Atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do
pano a revestir com a largura das juntas entre as placas cerâmicas;
Oferecer relativo poder de acomodação às movimentações da base e da
placa cerâmica;
Facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta;
Facilitar a troca de placas cerâmicas;
Segundo Dutra (2010), na fachada ventilada que apresenta juntas é normal a
entrada de água da chuva, se o mesmo for intenso, levando em consideração a
espessura do revestimento e a direção do vento, se estiver direcionado ao
revestimento.
Campos (2011), afirma que, as juntas na fachada ventilada podem ser de dois
tipos:
Juntas abertas: é o espaço entre as placas do revestimento, o qual permite a
circulação de ar entre as juntas e a câmara de ar, pelo chamado efeito
chaminé. Nesse tipo de junta não existe vedação, o que facilita a entrada de
água da chuva;
Juntas fechadas: Fachada com esse tipo de junta, apresenta a câmara de ar
sem ser ventilada, além de ter proteção contra a penetração da água.
O sistema da fachada ventilada depende muito do tipo de junta que irá ser
executado, então é importante ter noção desse detalhe e saber que o tipo de
junta também pode variar de acordo com a localização que será realizado a obra.
2.3.3 Funcionamento da fachada ventilada.
Todos componentes antes citados da fachada ventilada têm sua importância
em particular para a ocorrência do sistema. Seja desde a base suporte até o
revestimento externo.
30
A câmara de ar por sua vez tem uma maior importância nesse sistema.
Segundo Lopes (2018), a espessura da câmara varia entre 10 cm a 15 cm de
largura, podendo ser maior quando se precisar para alguma instalação, assim com
essa distância permite uma ventilação na fachada.
O sistema de ventilação da câmara de ar é dividido em dois tipos, ventilação
mecânica e ventilação natural, ambas com o propósito de induzir o fluxo de ar pela
câmara de ar, esses tipos de ventilação são escolhidos de acordo a dimensão e
localização, para assim obter um bom desempenho do sistema (DUTRA, 2010).
Se a fachada ventilada possuir um sistema de ventilação natural “o
aquecimento provocado pela radiação solar provoca uma variação da densidade do
ar que se situa no interior da câmara, fazendo com que este inicie um movimento de
ascensão denominado por “efeito chaminé”” (DUTRA, 2010).
O efeito chaminé é gerado pelo aquecimento que ocorre dentro da câmara de
ar, provocando a variação na densidade do ar (CAMPOS, 2011).
Segundo o Manual técnico de Marazzi (2008), apud CAMPOS (2011), o
comportamento do efeito chaminé depende de dois fatores:
O verão: A maior parte do calor radiante incidente é refletida. A quantidade de calor que não é refletida ativa o efeito chaminé para que o edifício absorva somente uma parte do calor. A especificação de cores claras nos revestimentos da fachada pode intensificar o efeito de reflexão. O inverno: No inverno a passagem de ar através do isolante térmico causa uma deficiência na eficiência enérgica, assim o efeito chaminé é menor. Na ausência de um forte calor incidente originado por meio da vedação externa, o ar ambiente externo e o ar dentro da câmara de ar apresentam aproximadamente a mesma temperatura e densidade, consequentemente o efeito chaminé é muito inferior do que na condição de verão.
Figura 10: Ventilação na fachada ventilada nos dois climas.
Fonte: Lopes, 2018
31
Como mostra a imagem na estação do verão, que é a estação mais quente do
ano, o fluxo de ar dentro da câmara de ar faz com que o vapor de calor evapore de
forma ascendente, proporcionando um maior conforto térmico dentro do edifício, por
não haver contato direto da luz sola com a alvenaria. No inverno, estação mais fria
do ano, a função da fachada ventilada é reter o calor existente dentro do edifício,
fazendo com que permaneça uma temperatura ambiente agradável.
32
3 METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido utilizando pesquisa bibliográfica em livros, artigos,
normas e manuais técnicos. Em seguida buscou-se dados com uma empresa que
trabalha no ramo de fachada ventilada, onde foi possível ter acesso a projetos e
orçamento. Nesse trabalho também teve a elaboração de um orçamento de um
prédio que utiliza fachada convencional de revestimento cerâmico através do SINAPI
e ORSE.
3.1 Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida na busca de conceitos referente à
eficiência energética em edificações, buscando informações sobre a importância da
sustentabilidade em uma edificação, as vantagens que esse tipo de edificação pode
trazer e o aumento da procura por prédios que atendem as especificações
ambientais.
Em seguida foi realizada a pesquisa sobre fachada predial, suas
características e conceitos, introduzindo a ideia que a fachada predial é a primeira
impressão que as pessoas têm com o empreendimento e o quanto pode favorecer a
venda desse investimento. Após a pesquisa sobre fachada foi iniciado a busca por
dados sobre fachada ventilada, onde foi possível obter dados sobre suas
características, vantagens e desvantagens, aplicação e como funciona todo seu
sistema.
A pesquisa teve procedimento em apresentar como ocorre o sistema de
fachada ventilada, onde foram buscadas informações bibliográficas e com empresas
que trabalham no ramo de sua aplicação, assim foi possível dar um andamento na
pesquisa e desenvolver toda explicação de como funciona esse sistema de fachada
ventilada. Foram apresentados componentes do sistema da fachada ventilada,
desde alvenaria própria do prédio até o revestimento externo, também sendo
explicado como esses componentes favorecem para que ocorra maior fluxo de ar no
espaço existente e como o sistema funciona no verão e inverno.
33
3.2 Busca de dados do custo da fachada ventilada
Para a realização da pesquisa, foi preciso buscar dados com uma empresa
que trabalha no ramo da construção civil com instalação de fachada ventilada,
empresa essa que nos disponibilizou dados referente a orçamentos, projetos e como
funciona o sistema de fachada. Com isso, foi possível obter resultados esperados
para o procedimento da pesquisa.
3.3 Comparação entre fachada ventilada e fachada convencional
Através dos dados recolhidos do orçamento da fachada ventilada, foi possível
a comparação com o orçamento de uma fachada convencional de cerâmica. Para
esse processo de comparação, foi utilizado a planta de um prédio residencial da
empresa “X”, de 11 andares, com 4 apartamentos por andar, localizado na parte
baixa da cidade de Maceió-Alagoas, que possui uma área de 5.927,09 m² de
fachada.
O orçamento da fachada ventilada foi feito através de valores passados aos
pesquisadores pela empresa que trabalha com a aplicação desse tipo de fachada.
Foi feito todas medições da fachada, utilizando o valor unitário e multiplicou-se pelo
valor total da fachada. Assim foi possível obter o valor de cada serviço na fachada
ventilada, seja na mão de obra, aplicação, fornecimento de material, porcelanato e
polimento e assim chegar no valor final total da fachada ventilada para esse
empreendimento.
O orçamento da Fachada convencional de cerâmica foi realizado pelos
pesquisadores, baseado no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (SINAPI) e no Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe –
ORSE, utilizando os valores unitários de serviços como: reboco, emboço e
revestimento cerâmico 10 x 10, multiplicando o mesmo pelo valor total do metro
quadrado da fachada e obtendo valor total do custo da fachada convencional
cerâmica.
Com os esses dados das duas fachadas, foi exposto em tabelas no Excel,
sendo mostrado de forma detalhada o custo de cada item e o total geral de ambas
as fachadas, assim foi possível fazer a comparação entre os custos de cada fachada
e concluir a pesquisa.
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Resultados
O resultado de comparação de custo entre a fachada ventilada e a fachada
convencional foram obtidos de dois modos distintos. A fachada ventilada teve o
orçamento feito através de valores de uma empresa que realiza esse tipo de serviço,
onde foi possível ter acesso aos valores de cada item na sua instalação, já a
fachada convencional de cerâmica foi orçada através do SINAPI e ORSE por estes
pesquisadores.
O projeto de fachada utilizado foi de um prédio recém construído que está
localizado na cidade de Maceió, Alagoas, onde possui 11 andares, com 4
apartamentos por andar e uma área de 5.927,09 m² de fachada.
Figura 11: Fachada do prédio da empresa “X” utilizado nos orçamentos.
Fonte: O autor, 2018.
35
Quadro 1: Orçamento da fachada convencional de revestimento cerâmico.
Fonte: O autor, 2018.
Quadro 2: Orçamento da fachada ventilada.
Fonte: O autor, 2018.
Com os valores obtidos na pesquisa e detalhado nos quadros anteriores, é
possível observar que a fachada convencional de cerâmica, possui valor mais
abaixo do que a fachada ventilada, valor esse significante na hora de fazer o
orçamento geral do empreendimento e executar o serviço. Mas levando em
consideração a relação de custo/manutenção é possível dizer que de acordo com
36
todas pesquisas realizadas sobre a fachada ventilada, ela apresenta uma maior
vantagem em relação a fachada convencional.
Essa vantagem se dar pelo fato do custo de manutenções futuras do
empreendimento, pois a fachada ventilada é um sistema fácil para realização desse
serviço, podendo ser substituído facilmente qualquer tipo de revestimento que venha
demonstrar algum problema. Além disso a fachada ventilada por estar a uma
pequena distância da alvenaria, evita que o revestimento sofra com patologias
típicas que geralmente ocorre em revestimento de cerâmica convencional. Outra
vantagem em relação a custo da fachada ventilada, é o fato da menor utilização de
energia dentro do empreendimento, consequentemente diminuindo o valor de
energia de todo prédio.
Mesmo não tendo o resultado esperado em relação ao custo das fachadas,
pois era esperado que os valores ficassem mais aproximados, a pesquisa mostrou
não só a diferença do custo de cada tipo de fachada, mais sim a importância da
engenharia de buscar por novos meios de construção, que venha beneficiar ao meio
ambiente, cliente e a empresa.
A construção civil deve pensar em longo prazo e que o gasto a mais que teve
na instalação da fachada ventilada, pode ser a economia do futuro com a
manutenção, que pode ser a maior procura do empreendimento devido ao conforto
que esse tipo de fachada pode oferecer a quem reside, então são vantagens que
pode favorecer positivamente ao empreendimento.
4.2 Discussão
A fachada ventilada é um novo método de aplicação na construção civil. No
Brasil é um método pouco conhecido e consequentemente é pouco utilizado pelas
empresas desta área. É um sistema inovador que tende a crescer em favor da
conservação do meio ambiente e do melhor conforto aos residentes dos prédios.
A fachada ventilada apresenta uma característica de funcionamento bem
inovadora e vantajosa, seu sistema de ventilação ocorre devido ao afastamento
entre o revestimento externo e a alvenaria de construção, com isso é possível que
ocorra uma maior ventilação nesse espaço, o que é chamado de câmara de ar, esse
tipo de ventilação traz um maior conforto térmico ao prédio, além de prevenir
37
maiores tipos de patologias, também é possível fazer uma manutenção mais simples
e barata do que em relação à fachada convencional.
O sistema de fachada ventilada como citado anteriormente é um sistema
inovador, formado por um conjunto de elementos que traz maior benefício ao meio
ambiente e aos residentes do prédio. É um sistema formado por base suporte,
isolamento, câmara de ar, estrutura auxiliar e revestimento. São esses conjuntos
que faz o sistema trazer esses benefícios demonstrados na pesquisa.
A aplicação da fachada ventilada é realizada por empresas especializadas na
área, é preciso mão de obra qualificada e utilização de materiais corretos. Esses
materiais são indicados pelo projeto que a empresa realiza sobre a fachada, onde
nela consta todo material que irá ser utilizado e como será a sua aplicação.
Como ocorre esse sistema de fachada ventilada? O sistema é proveniente do
espaço existente entre o revestimento e alvenaria, com isso é possível que ocorra
um fluxo de ventilação nesse espaço. Na época do verão ele trabalha na dispersão
do ar quente, ou seja, o fluxo de ar quente é elevado para parte superior da fachada
e liberado do espaço de ar, deixando assim, uma temperatura ambiente nesse
intervalo de ar e consequentemente no interior do prédio. No Inverno o sistema de
fachada ventilada trabalha da forma a evitar a perda de temperatura dentro do
ambiente, ou seja, a temperatura no interior da fachada é mantida ambiente, com
isso permite com que o ambiente interno mantenha uma temperatura ideal e
diferente da parte exterior.
Outro fator que pode influenciar no sistema da fachada são as juntas, pois
esse sistema pode apresentar dois tipos de juntas: fechadas e abertas. A diferença
entre as duas é que na junta aberta ocorre uma maior ventilação e dissipação do ar
quente e permite a infiltração de agua, na fachada com junta fechada não tem
infiltração de agua e a ventilação só ocorre do seu ponto inferior ao seu nível
superior.
Quando comparado a fachada ventilada com a fachada convencional de
cerâmica em relação ao custo é possível observar que a fachada convencional
apresenta um custo maior, principalmente na mão de obra e no fornecimento dos
inserts metálicos. Essa diferença de valor no orçamento entre as duas fachadas,
explica o motivo da fachada ventilada ainda não ser muito utilizada nos dias atuais,
principalmente por existir empresas que estão interessados apenas em fazer renda
38
com seu empreendimento e não pensam no melhor conforto aos seus residentes e
principalmente no meio ambiente.
Mesmo o custo da fachada ventilada sendo maior, é possível dizer que em
relação ao custo-benefício e as manutenções, a fachada ventilada apresenta maior
vantagem, por possuir uma aparência mais satisfatória a quem procura um
empreendimento bonito e bem-acabado. Na realização de manutenção, tem maior
facilidade para esse tipo de serviço, quando ocorre trincas ou qualquer outro tipo de
patologia e seja preciso a troca daquelas peças que apresentaram os problemas.
Nessa pesquisa foi possível apresentar o sistema da fachada ventilada, seus
benefícios e o custo inicial na sua aplicação.
39
6 CONCLUSÃO
No Brasil a construção civil vem tendo iniciativas satisfatórias em relação ao
meio ambiente, tentando mudar a concepção do ser humano de construir sem
pensar no futuro ambiental das cidades; com isso, as obras de hoje estão voltadas a
construções que desenvolvem maior economia e sustentabilidade.
A eficiência energética em edificações passou a ser uma exigência, as
construções têm por objetivo construir com um desenvolvimento tecnológico na
utilização de produtos e materiais mais eficientes no mercado e que tragam maiores
benefícios a preservação ambiental.
Anteriormente a construção civil estava voltada na ideia de construir no menor
tempo possível e com menor custo, assim tendo um retorno mais rápido do
investimento. Atualmente com a exigência de uma obra sustentável, a construção
civil passou por uma reformulação, não trabalhando apenas com a relação de
prazo/custo, mas levando em conta todo conjunto: prazo, custo, sustentabilidade,
projetos e conforto ao usuário.
A fachada de um prédio é o primeiro contato das pessoas com o
empreendimento, por isso sua estética é sempre bem elaborada e são
confeccionados projetos bastante inovadores.
Por sua vez, a fachada ventilada é um sistema que vem se destacando na
construção civil quando relacionada com sustentabilidade e conforto ao usuário.
Esse tipo de fachada apresenta um sistema formado por vários componentes, os
quais juntos dão êxito ao principal objetivo desse sistema.
É um sistema que tem como objetivo dá um fluxo de ventilação entre a base
suporte, ou seja, alvenaria do prédio e o revestimento; onde são separados pela
estrutura de fixação. Essa ventilação recebe o nome de “câmara de ar”, que é o
principal componente desse sistema. Com isso no verão o ar quente presente na
câmara de ar é dissipado desse espaço e assim permanece uma temperatura
menor, devido o fluxo de ventilação. No inverno, a câmara de ar trabalha com a ideia
de permanecer um fluxo de ar mais aquecido, para assim deixar a temperatura
ambiente mais confortável a quem reside no prédio.
A fachada ventilada pode ser aplicada em edifícios novos ou já existentes,
apresenta algumas vantagens quando comparado com uma fachada convencional
de cerâmica, dentre elas pode destacar a maior facilidade de manutenção, além de
40
diminuir problemas de patologias. Outra vantagem é a diminuição do consumo
energético do prédio pelo fato da fachada apresentar isolamento térmico e alta
produtividade em sua aplicação. Porém hoje no Brasil, as empresas que trabalham
com esse tipo de fachada também encontram desvantagens que é a falta de norma
no país para a execução desse serviço e a falta de mão de obra qualificada com isso
gerando um alto custo na aplicação.
Na presente pesquisa, a fachada ventilada quando comparado o valor da sua
aplicação com a fachada convencional de cerâmica apresentou um valor
significativamente maior, valor esse que pode influenciar na hora da escolha da
fachada de um prédio, mas por outra parte, é um valor que na vida útil do prédio
apresentará uma maior economia em relação a manutenção e a estética.
Então não se pode levar em consideração apenas o valor gasto na
instalação, mas deve ser levado em conta o quanto de vantagem a fachada
ventilada irá dispor ao empreendimento que foi instalado esse sistema, que ao
decorrer dos anos irá ter sido muito viável a sua instalação.
41
REFERÊNCIAS
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42
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