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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS TEXTO I Instrução: A questão 1 refere-se ao texto abaixo. 01. Desenvolveu-se nos Estados Unidos, nos meios 02. intelectuais que defendem as minorias, a idéia do 03. “politicamente correto” – ou seja, a substituição de 04. termos com conotação preconceituosa por outros 05. carregados de positividade. Assim, a própria 06. palavra “negro” não seria desejável, devendo-se 07. preferir “afro-americano”. O mesmo vale para várias 08. outras palavras, como “deficiente”, “solteirão” – em 09. suma, todo termo que possa dar a entender uma 10. falha, um defeito. E isso se acentua quando 11. comunidades fortes – como os homossexuais da 12. Califórnia – interferem em roteiros de filmes, ou 13. quando figuras históricas são condenadas mediante 14. critérios morais fora de sua época( como sucedeu 15. quando um condado da Luisiana resolveu que 16. nenhuma escola pública de sua jurisdição deveria 17. ostentar o nome de quem tivesse possuído 18. escravos – o que eliminava, por exemplo, Thomas 19. Jefferson). Tudo isso parece exagerado e, no Brasil, é 20. apresentado como ridículo. Mas há que destacar 21. que é positivo no chamado politicamente correto: 22. a idéia – óbvia para qualquer lingüista, psicólogo ou 23. psicanalista – de que a linguagem não é neutra, mas 24. expressa, produz e reproduz uma visão de mundo. 25. Se a linguagem não se limita a traduzir fatos, mas 26. tende a expressar pontos de vista, é preciso expô-los 27. e eventualmente combatê-los. Aqui está o que a 28. zombaria contra o politicamente correto dissimula: 29. ele reage contra velhas idéias conservadoras. O 30. que dizem ainda hoje nossos livros escolares, a 31. despeito de elogiáveis iniciativas (inclusive oficiais), 32. sobre o negro e o índio? Quantos preconceitos não 33. rodam por aí, moldando a mente das crianças 34. assim como moldaram as nossas? Antes de se 35. zombar dos exageros de certos movimentos norte- 36. americanos, não seria preciso romper a 37. cumplicidade que ata nossa opinião pública a quem 38. ridiculariza e humilha a mulher nos programas de 39. humor? Se alguma cultura pode dar-se ao luxo de 40. achar risível o excesso nos direitos humanos, não é 41. a nossa, certamente. (Adaptado de: RIBEIRO, RJ. A sociedade contra o social. São Paulo: Cia das Letras, 2000.) 01. Da leitura do texto, depreende-se que a) a idéia de ser “politicamente correto” é defendida por todos os intelectuais americanos. b) Revelamos nossa visão de mundo quando usamos determinadas expressões. c) a expressão “politicamente correto” é somente utilizada por movimentos sociais que defendem os direitos das minorias. d) o patrulhamento excessivo promovido pelo “politicamente correto” mais encobre do que revela preconceitos sociais. e) a doutrina norte-americano do “politicamente correto” está baseada em atitudes conservadores. www.professorandresan.com.br Língua Portuguesa 1 Interpretação de Textos

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

TEXTO I Instrução: A questão 1 refere-se ao texto abaixo. 01. Desenvolveu-se nos Estados Unidos, nos meios02. intelectuais que defendem as minorias, a idéia do03. “politicamente correto” – ou seja, a substituição de04. termos com conotação preconceituosa por outros05. carregados de positividade. Assim, a própria06. palavra “negro” não seria desejável, devendo-se07. preferir “afro-americano”. O mesmo vale para várias08. outras palavras, como “deficiente”, “solteirão” – em09. suma, todo termo que possa dar a entender uma10. falha, um defeito. E isso se acentua quando11. comunidades fortes – como os homossexuais da12. Califórnia – interferem em roteiros de filmes, ou13. quando figuras históricas são condenadas mediante14. critérios morais fora de sua época( como sucedeu15. quando um condado da Luisiana resolveu que16. nenhuma escola pública de sua jurisdição deveria17. ostentar o nome de quem tivesse possuído18. escravos – o que eliminava, por exemplo, Thomas19. Jefferson). Tudo isso parece exagerado e, no Brasil, é20. apresentado como ridículo. Mas há que destacar21. que é positivo no chamado politicamente correto:22. a idéia – óbvia para qualquer lingüista, psicólogo ou23. psicanalista – de que a linguagem não é neutra, mas24. expressa, produz e reproduz uma visão de mundo.25. Se a linguagem não se limita a traduzir fatos, mas26. tende a expressar pontos de vista, é preciso expô-los27. e eventualmente combatê-los. Aqui está o que a28. zombaria contra o politicamente correto dissimula:29. ele reage contra velhas idéias conservadoras. O30. que dizem ainda hoje nossos livros escolares, a31. despeito de elogiáveis iniciativas (inclusive oficiais),32. sobre o negro e o índio? Quantos preconceitos não33. rodam por aí, moldando a mente das crianças34. assim como moldaram as nossas? Antes de se35. zombar dos exageros de certos movimentos norte-36. americanos, não seria preciso romper a37. cumplicidade que ata nossa opinião pública a quem38. ridiculariza e humilha a mulher nos programas de39. humor? Se alguma cultura pode dar-se ao luxo de40. achar risível o excesso nos direitos humanos, não é41. a nossa, certamente.(Adaptado de: RIBEIRO, RJ. A sociedade contra o social. São Paulo: Cia das Letras, 2000.)

01. Da leitura do texto, depreende-se quea) a idéia de ser “politicamente correto” édefendida por todos os intelectuais americanos. b) Revelamos nossa visão de mundo quandousamos determinadas expressões. c) a expressão “politicamente correto” é somenteutilizada por movimentos sociais que defendem os direitos das minorias. d) o patrulhamento excessivo promovido pelo “politicamente correto” mais encobre do que revela preconceitos sociais. e) a doutrina norte-americano do “politicamentecorreto” está baseada em atitudes conservadores.

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TEXTO II Instrução: As questões de 1 a 3 referem-se ao texto abaixo. 01 No Brasil das últimas décadas, a miséria 02 teve diversas caras. Houve um tempo em que, 03 romântica, ele batia à nossa porta. Pedia-nos 04 um prato de comida. Algumas vezes, suplicava 05 por uma roupinha velha. Conhecíamos os 06 nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma 07 das mãos. Era parte da vizinhança. Ao 08 alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas 09 consciências. Dormíamos o sono dos justos. 10 A urbanização do Brasil deu à miséria certa 11 impessoalidade. Ela passou a apresentar-se 12 como um elemento da paisagem. Algo para ser 13 visto pela janelinha do carro, ora esparramada 14 sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto. 15 A modernidade trouxe novas formas de 16 contato com a riqueza. Logo a miséria estava 17 batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso 18 carro. Os semáforos ganharam uma inesperada 19 função social. Passamos a exercitar nossa 20 infinita bondade pingando esmolas em mãos 21 rotas. Continuávamos de bem com nossos 22 travesseiros. 23 Com o tempo, a miséria conquistou os 24 tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos 25 poucos, foi perdendo a docilidade. A rua 26 oferecia-nos algo além de água encanada e luz 27 elétrica. Os telejornais passaram a despejar 28 violência sobre o tapete da sala, aos pés de 29 nossos sofás. Era como se dispuséssemos de 30 um eficiente sistema de miséria encanada. Tão 31 simples quanto virar uma torneira ou acionar o 32 interruptor, bastava apertar o botão da TV. 33 Embora violenta, a miséria ainda nos 34 excluía. Vivia-se numa fase, a utopia da cesta 35 básica. Tentava-se remediar anos de omissão 36 com programas oficiais paternalistas. 37 Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela 38 Agora não pede; exige. Ela já não suplica; 39 toma. A miséria não bate mais à nossa porta; 40 invade. Não estende a mão diante do vidro do 41 carro. Arranca os relógios dos braços 42 distraídos. (Folha de São Paulo, 31/10/1994, p. 12) 1. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I - O texto descreve as transformações pelas quais passou a relação entre a população miserável e o grupo social ao qual pertence o autor, como indicam o uso constante da primeira pessoa do plural no primeiro parágrafo do texto. II - O texto sugere na linha 10 que a urbanização divide a história da miséria no Brasil em suas duas únicas etapas. Na primeira, a miséria é romântica; na segunda, violenta. III - Segundo o autor, seu grupo social manteve-se sempre mobilizado em relação à miséria, vista como um problema social e não individual.

Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas I e III 2. O contraste entre as várias caras da miséria é um elemento fundamental no texto. Assinale a alternativa em que não há contraste entre as palavras ou expressões retiradas do texto. a) parte da vizinhança (l. 7)/ impessoalidade (l. 11) b) batia à nossa porta (l. 3)/ invade (l. 40) c) romântica (l. 3) / violenta (l. 33) d) pede (l. 38) / exige (l. 38) e) calçada (l. 14) / viaduto (l. 14) 3. Um dos recursos utilizados pelo autor na construção do texto é o emprego de expressões em sentido figurado. As expressões abaixo são exemplos desse recuso, à exceção de a) de bem com nossos travesseiros (l. 21-22) b) elemento da paisagem (l. 12) c) braços distraídos (l. 41-42) d) eficiente sistema de miséria encanada (l. 30) e) despejar violência sobre o tapete da sala (l. 27-28)

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TEXTO III

Elefantes são herbívoros tranqüilos. Sem predadores naturais, só recorrem à violência quando se sentem ameaçados. Nos últimos anos, no entanto, ficaram mais agressivos e os ataques fatais a pessoas, animais e outros elefantes tornaram-se mais freqüentes. Em certas partes da Ásia e da África, eles investem contra carros, casas e, às vezes, vilas inteiras, sem ser provocados. No mês passado, um turista inglês que fazia um safári na reserva florestal do Quênia foi pisoteado até a morte por um elefante, quando saiu do carro para apreciar a natureza. Um paquiderme invadiu uma casa na ilha de Sumatra, na Indonésia, agarrou um morador com a tromba e o matou. “Tromba não é arma. Normalmente é usada apenas para segurar alimentos e galhos”, diz a psicóloga americana Isabel Bradshaw, especialista em elefantes. “O que está ocorrendo é algo totalmente fora dos padrões.”

Após estudar manadas na Ásia e na África, ela concluiu que a mudança de comportamento se deve ao colapso da estrutura familiar dos elefantes, ocasionado pela caça aos animais mais velhos e pela redução das reservas de vida selvagem nas últimas décadas. Ela afirma que a espécie sofre de um distúrbio psicológico bem conhecido entre os seres humanos, o stress pós-traumático, que deixa esses animais propensos à depressão e à agressividade excessiva.

Um estudo recente mostrou que os elefantes são capazes de reconhecer a própria imagem no espelho. A experiência coloca o paquiderme no reduzido grupo de animais com autoconsciência, que inclui o homem, o chimpanzé e o golfinho. Uma manada de elefantes é um grupo coeso, em que cada membro está estreitamente ligado aos demais. O sistema de comunicação dentro do grupo, com vibrações no solo, vocalizações e movimentos com o corpo, é um dos mais complexos já observados entre animais. O conhecimento – como encontrar água ou se comportar dentro do grupo − é transmitido entre as gerações. Os filhotes passam oito anos sob a tutela da mãe e também aprendem com tias, primas e, sobretudo, com a matriarca que lidera o grupo. Após esse período, os machos jovens se afastam para uma temporada de aventuras entre os machos adultos.

A matança indiscriminada fez a população mundial de elefantes cair. Os esforços de preservação conseguiram evitar a extinção desses mamíferos, mas não foram suficientes para impedir o desequilíbrio dos laços familiares. Não apenas caiu o número de matriarcas e de fêmeas mais velhas, como também o de machos adultos, cujo papel é manter os mais jovens na linha. Foram identificados vários grupos sem fêmeas adultas – não é surpresa que, nessas condições, os elefantes se comportem como jovens transviados. (Adaptado de Duda Teixeira. Veja, 8 de novembro

de 2006, p. 132-133)

1. O assunto do texto está corretamente sintetizado em: a) Caça a exemplares mais velhos permite que animais ainda muito jovens liderem grupos de elefantes em partes da Ásia e da África. b) Turistas desavisados põem em risco o equilíbrio psicológico de elefantes, despertando nestes ímpetos agressivos. c) Desestruturação familiar dos elefantes provoca perigosas alterações de hábitos comportamentais dos paquidermes. d) Comportamento imprevisível de manadas de elefantes comprometem atividades turísticas em regiões da Ásia e da África. e) Paquidermes, apesar de sua aparência tranqüila, são animais de ímpetos violentos, com alto risco para populações e turistas.

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INFERÊNCIA

QUESTÕES DE INFERÊNCIA Noel Rosa, não sei por que razão, evitava o ponto do samba - o Café Nice – e preferia a Lapa, onde vivia o pessoal da madrugada, bons bebedores, alguns cafetões, várias meretrizes, que se portavam com dignidade nas horas de folga, e gente solitária: ignorávamos de que vivia, e nenhuma pergunta era endereçada a ele, esse amigo de todos, Noel da Lapa.

01. Supondo que a palavra "meretrizes" seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que ele pode valer-se para tentar detectar seu significado será a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação, como "atrizes" e "cicatrizes". b) considerá-la como designação de profissionais que, nas horas de trabalho, não se portam "com dignidade". (l. 07) c) associá-la aos termos "tuberculose" (l. 12) e "doença" (l. 13), de forma a desvelar seu sentido correto, "mulheres doentes". d) observar o contexto sintático em que ela ocorre: antes de uma oração adjetiva e depois de um pronome indefinido. e) reler a primeira frase do texto para nela descobrir palavras associadas a "meretrizes", tais como "anos trinta" (l. 01), "sambistas" (l. 02) e "turfistas" (l. 03). 2. “As coisas, lá em casa, vão mal: Lucas continua bebendo muito e Jorge recomeçou a jogar. Assinale a afirmação incorreta. a) Lucas já bebia anteriormente. b) Jorge jogou em um momento passado. c) Lucas bebe atualmente. d) Lucas sempre bebeu e) Jorge joga atualmente.

3. Risco: um trabalho insalubre Vantagem: aposentadoria em 15 anos. Em uma reportagem sobre o trabalho dos mineiros, foi colocado o título acima. Embora sucinto, ele pressupõe algumas outras afirmações. Assinale a afirmação que não está pressuposta no título acima. a) É incomum a aposentadoria aos 15 anos de serviço, em nosso meio. b) A aposentadoria é uma situação que as pessoas almejam alcançar. c) A carga horária semanal de trabalho do mineiro é muito alta. d) O trabalho do mineiro pode trazer danos à saúde. e) O trabalho no mineiro pode ser encarado sob mais de um ponto de vista. 4. Assinale a interpretação sugerida pelo seguinte trecho publicitário. Considere a seguinte frase: “Ainda temos esperança de que os programas espaciais americano e russo retomem seu ritmo acelerado e outras nações entrem nessa corrida pela conquista do cosmos.” Escolha, entre as afirmações abaixo, aquela que está implícita na frase acima. a) As esperanças de uma retomada do ritmo acelerado nos programas espaciais americanos e russo constituem um fato novo. b) Os Estados Unidos e a Rússia desenvolveram seus programas espaciais com ritmos e objetivos claramente diferenciados. c) Além dos Estados Unidos e da Rússia, outras nações abandonaram anteriormente a corrida pelas conquistas espaciais. d) Na organização e implementação de seu programa espacial, Estados Unidos e Rússia têm mantido um ritmo constante. e) A entrada de outras nações, que não os Estados Unidos e a Rússia, na corrida espacial constituiria, nesse momento, um fato novo.

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Instrução: As questões de números 5 e 6 referem-se ao texto abaixo.

01. Dos anais da república: 02. – O senhor não tem medo de nada, presidente? 03. – Nada. 04. – Nem de barata? 05. Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto 06. para parecer mais humano? [...] 07. Não. Melhor ser curto e sincero. 08. – Nem de barata. (Veríssimo, L.F. Ortopterofobia. In: Comédias da Vida Pública. Porto Alegre: L&PM, 1995. P. 237)

5. Assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta do significado de dizer a verdade ou de mentir, na linha 5, considerando a totalidade do texto. a) Dizer a verdade significa reconhecer que tem medo de barata. b) Mentir significa fingir que tem medo de barata. c) Dizer a verdade significa fingir que não tem medo de barata. d) Mentir significa negar que tem medo de barata. e) Dizer a verdade significa reconhecer que não sabe se tem medo de barata.

6. Assinale a alternativa que melhor reproduz a primeira fala do diálogo. a) Alguém perguntou se o presidente não tinha medo de barata. b) Alguém perguntou se o senhor tinha medo de nada, presidente. c) Perguntaram ao presidente se o senhor não tinha medo se barata. d) Perguntaram a alguém se o senhor, presidente, não tinha medo de nada. e) Alguém perguntou ao presidente se ele não tinha medo de nada.

7. Considere as frases abaixo. I. –Nada. (l. 3) II. – Nem de barata? (l. 4) III. Pausa de segundos. (l. 5) IV. – Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? (l. 5-6) Quais delas representam ou a fala ou o pensamento do presidente?

a) Apenas I e II b) Apenas I e IV c) Apenas II e III d) Apenas I, II e IV e) Apenas I, III e IV

TIPOLOGIA TEXTUAL

EXERCÍCIOS DE TIPOLOGIA Aponte a tipologia textual predominante dos trechos abaixo (narração, descrição, dissertação) 1) Tentara dormir, mas não conseguira. A cama dava voltas. Tinha vomitado. Encontrou o uruguaio no saguão. Pediu-lhe desculpas pelo que pudesse ter feito de inconveniente. Não se lembrava de quase nada. O homem o tranqüilizou. Estava acostumado com aquilo. Afinal, era ou não era o dono de hotel há quarenta anos? Que não se preocupasse, que tomasse o seu café em paz. Compreendia, era excesso de preocupação com ‘ la muerte de nuestro Ignacio.’ _________________________________

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2) Nessa noite, no jantar, o suposto Aureliano Segundo partiu o pão com a mão direita e tomou a sopa com a esquerda. Seu irmão gêmeo. O suposto José Arcádio, partiu o pão com a mão esquerda e tomou a sopa com a direita. Era tão precisa a coordenação dos seus movimentos que não pareciam dois irmãos sentados um em frente ao outro, e sim um artifício de espelhos. O espetáculo que os gêmeos tinham concebido desde que tomaram consciência de que eram iguais foi repetido em honra do recém-chegado. _________________________________ 3) Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. ______________________________________ 4) Taninha queria ser adulta naquela hora. Queria ser alta para poder ser vista do outro lado do balcão da padaria e gritar bem alto e firme: “O senhor me roubou no troco.” Mas apenas olhou o dinheiro na sua mão e saiu revoltada da padaria. _____________________________________ 5) “Ela não era feia; amorenada, com os seus traços acanhados. o narizinho mal feito, mas galante, não muito baixa nem muito magra e a sua aparência de bondade passiva, de indolência de corpo, de ideia e de sentidos.” ________________________________ 6) Os problemas que atingem o sistema educacional não comportam soluções fáceis que possam ser vendidas como um mero produto eleitoral. Os candidatos a prefeito têm obrigação de dizer a verdade. De onde virão os recursos que assegurarão o direito constitucional de Educação para todos ? Como e em que prazo conseguirão construir todas as unidades para o atendimento da demanda ? O que pensam e como agirão no atendimento das reivindicações econômicas e sociais dos profissionais do ensino ? Se dizem a verdade, quando apontam a solução para todos os problemas, devem dizer também quem pagará a

conta? Do contrário, somente estarão contribuindo com a máxima popular de que, para os políticos, a defesa dos pobres e da educação só ocorre na época de eleição.

Com as palavras os candidatos.

__________________________________ a) “Leves, classudos, num tom esportivamente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima,” (_. 1-3) b) “ ‘Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista...’ ” (_. 5-7) c) “Mês depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista.” (_. 11-12) d) “ela me contou que um curioso cliente do pai havia pedido um modelo de óculos sem grau.” (_. 12-14) e) “É, era ele mesmo – o editor.” (_. 14) Testes de percepção de leitura. 1. Qual o próximo número da sequência 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, .... a) 20 b) 26 c) 36 d) 84 e) 200 2. Alguns meses têm 30 dias, outros 31 dias. Quantos têm 28? ................................................................................. 3. Um fazendeiro tinha 17 vacas. Todas elas exceto 9 morreram. Quantas sobreviveram? ................................................................................. 4. Quantos animais de cada tipo Moisés colocou na arca? ................................................................................. 5. A mãe de Alice tem cinco filhas: Ana, Alcione, Adriana e Aline. Qual o nome da quinta filha? ................................................................................. 6. Numa sala escura há um lampião, uma vela e um pano com álcool. Você só possui um fósforo. O que você acende primeiro? ................................................................................. 7. Qual é a metade de dez, mais dez? ................................................................................. 8. Numa corrida, o terceiro colocado, João, ultrapassa o segundo, Miguel. Que lugar fica João? .................................................................................

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TEXTO IVInstrução: As questões de 1 a 6 referem-se ao texto abaixo. 01. Assim que a seleção francesa foi desclassificada, 02. tirando da competição a supostamente invencível 03. Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora 04. possui o melhor hino nacional da Copa Mundial de 05. 2002”. E não apareceu ninguém para desmentir 06 .......... jornal inglês. 07. Para The Guardian, o nosso hino nacional é 08. “o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e 09. o mais encantador do planeta”. A despeito da 10. secular pinimba dos britânicos com os franceses, 11. não me pareceu forçada ......... restrição que fizeram 12 ........ Marselhesa e seus “belicosos apelos às 13. armas”, desfavoravelmente comparados ao estímulo 14. aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do 15. florão da América contido nos versos que Joaquim 16. Osório Duque Estrada escreveu para a música de 17. Francisco Manuel da Silva. 18. Cânticos de louvor ...... nações e seus povos, 19. os hinos pouco se diferenciam: são quase sempre 20. hipérboles patrióticas, não raro jingoístas dema- 21. siado apegadas a glórias passadas e inclinadas a 22. exortar a alma guerreira que em muitos de nós 23. dormita. Entretanto, comparado aos hinos dos 24. países que nós derrotamos nas três fases da Copa, 25. o nosso ganha fácil em beleza melódica e 26. expressividade poética. “E como se tivesse vindo 27. pronto, já composto, de uma casa de ópera”, 28. bajulou The Guardian. 29. Quase um século nos separa da concepção da 30. letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é antiga, 31. solene, inflamada, alambicada, anacrônica, como 32. todas de sua espécie. Custamos a nos acostumar 33. com ela. Suas anástrofes e seus cacófatos até hoje 34. aturdem as crianças. Passei um bom temp9 de 35. minha infância sem atinar para o sentido de alguns 36. versos e acreditando que a nossa terra era 37. “margarida”, e não “mais garrida”. Por uma 38. deformação mental qualquer — ou, quem sabe, 39. condicionado por outros hinos e por fatos de nossa 40. nada incruenta história --, vivia a cantar “paz no 41. futuro e guerra (em vez de ‘glória’) no passado”. 42. Encontrei uma versão em que tiraram do berço o 43. gigante eternamente deitado: “Erguido virilmente 44. em solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu 45. profundo”. Prefiro os versos originais. Não por 46. convicções ideológicas, mas por uma questão de 47. métrica, de eufonia — e um pouco por desconfiar 48. que sempre vivemos deitados em berço esplêndido, 49. dormindo mais do que deveríamos. Adaptado de: AUGUSTO, Sérgio. Bravo!, ano 5, n. 59, ago. 2002. 01. Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas das linhas 06, 11, 12 e 18, na ordem em que aparecem. a) o — a — à — a b) ao — à — a — à c) o — à — para a — a d) o — a — para a — à e) ao — a — à — a

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02. Assinale a única alternativa que encontra suporte no texto. a) O nosso hino se tornou o melhor da Copa Mundial de 2002 porque sofreu forte influência da música operística. b) O hino nacional, por ter linguagem erudita e sintaxe complexa, nem sempre é compreendido pela população. c) O hino brasileiro não é de fácil compreensão, uma vez que as ideias contidas nos versos são, hoje, vistas como ultrapassadas. d) O hino francês não alcançou sucesso à época de sua criação porque defendia ideias belicosas em um tempo de paz. e) Uma das características do Hino Nacional Brasileiro é ter sido composto a muitas mãos ao longo de sua história. 03. A respeito de algumas passagens do texto são feitas as seguintes afirmações. I - A expressão nossa nada incruenta história ( l.39-40 ) sugere que a história do Brasil foi marcada por poucas lutas e guerras. II - No penúltimo parágrafo, o autor faz uma crítica à escola por não ensinar o hino nacional às crianças. III- Conforme se depreende do último parágrafo, uma das razões pelas quais não deveria ser modificada a letra do hino nacional é que os versos originais parecem caracterizar o modo de ser do povo brasileiro. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Nenhuma. 04. Para evitar a repetição da expressão The Guardian (l. 03 e 07), são feitas as sugestões abaixo. I.- Substituir a primeira ocorrência (I. 03) pela expressão um famoso jornal da Inglaterra, mantendo a da linha 07. II- Manter a primeira ocorrência (l. 03) e substituir a da linha 07 pela forma ele. III- Manter a primeira ocorrência (l. 03) e substituir a da linha 07 pela expressão o jornal. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 05. Assinale a alternativa que melhor caracteriza a relação existente entre a oração tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa.(l.02-03) e a oração que a precede. a) Causa b) Comparação c) Consequência d) Concessão e) oposição 06. Considere as afirmações abaixo, quanto a opiniões do jornal inglês The Guardian I - Do uso de agora (l. 03), infere-se que nenhum outro hino nacional da Copa foi melhor do que o brasileiro. II- Do uso de o mais (l. 08), conclui-se que há no mundo alguns hinos nacionais mais alegres do que o brasileiro. III- Do uso de desfavoravelmente (l. 13), conclui-se que o hino francês foi considerado inferior ao brasileiro. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III.

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TEXTO V Atenção: As questões referem-se ao texto que segue.

No campo da ética

Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim legítimo, todos os

meios disponíveis são válidos. No campo da ética, porém, essa afirmação deixa de ser óbvia.

Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre seus membros,

baseada na confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a inveja, a adulação, a má-fé, a crueldade e o medo

deverão estar excluídos da vida moral, e as ações que se valham desses recursos, empregando-os como meios

para alcançar um fim, serão imorais.

No entanto, poderia acontecer que, para forçar alguém à lealdade, fosse preciso fazê-lo sentir medo da

punição pela deslealdade, ou fosse preciso mentir-lhe para que não perdesse a confiança em certas pessoas e

continuasse leal a elas. Nesses casos, o fim – a lealdade – não justificaria os meios – o medo e a mentira? A

resposta ética é: não. Por quê? Porque esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da pessoa moral,

que agiria por coação externa e não por reconhecimento interior e verdadeiro do fim ético.

No campo da ética, portanto, nem todos os meios são justificáveis, mas apenas aqueles que estão de

acordo com os fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos exigem meios éticos.

A relação entre meios e fins pressupõe que a pessoa moral não existe como um fato dado, como um

fenômeno da Natureza, mas é instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para os valores

morais e para as virtudes.

(Marilena Chauí, Convite à Filosofia)

1. Esse texto se desenvolve de modo a argumentar em favor da seguinte posição: a) a prática dos valores éticos é um atributo natural dos seres humanos. b))os meios só se justificam quando não são contrários aos fins de uma ação. c) a deslealdade pode ser necessária para se promover uma atitude leal. d) a educação moral torna possível justificar quaisquer meios em razão dos fins. e) a legitimidade dos fins é garantida pela eficácia de uso dos meios disponíveis. 2. A leitura do último parágrafo do texto permite deduzir, corretamente, que a) a prática moral é tanto mais fácil quanto mais alto o nível de escolaridade. b) nenhuma ação é moral quando contraria a índole natural de uma pessoa. c) os valores morais são categorias essencialmente individuais, e não coletivas. d) é necessária uma educação moral para que bem se ajustem meios e fins. e) a educação moral resulta de uma imposição interna de cada indivíduo. 3. Está correta a tradução de sentido da seguinte expressão do texto: a) todos os meios disponíveis são válidos = todos os subterfúgios são verossímeis. b) essa afirmação deixa de ser óbvia = tal conjectura já não é improcedente. c) agiria por coação externa = se renderia aos ditames da consciência. d) a relação entre meios e fins pressupõe que = a autonomia tanto dos fins quanto dos meios faz supor que. e) ações que se valham desses recursos = atos que lancem mão desses meios.

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TEXTO VI Atenção: As questões referem-se ao texto que segue.

Seria impertinente, hoje, falar-se de feminismo ou machismo entre os que trabalham no campo do Direito. Nos fóruns, homens e mulheres se misturam, num ritmo frenético, movidos pela responsabilidade de "correr atrás" da Justiça. Não há disputa de valores ou espaços, mas uma saudável cumplicidade tácita entre os dois sexos. Se a presença dos homens é ainda dominante no Poder Judiciário, a participação feminina vem aumentando progressivamente, até mesmo dentro das seccionais e subseções da OAB, a cada dia apresentando uma quantidade maior de conselheiras e diretoras. As mulheres vêm ocupando, por mérito, um crescente número de espaços importantes dentro das carreiras jurídicas, sem que essa escalada tenha sido marcada por reivindicações impositivas ou conveniências políticas. Com o passar dos anos, no silêncio da competência e com desprendimento de ambições desnecessárias, as mulheres vêm galgando posições, defendendo seus pontos de vista, criando, junto com os homens, uma prestação jurisdicional melhor e mais efetiva. A mulher contemporânea encontra no homem um parceiro, no enfrentamento dos desafios impostos por um Poder Judiciário com muitas falhas estruturais e que deve se preparar para entrar no Terceiro Milênio. O futuro exige de todos uma grande capacidade de renovação; o respeito entre homens e mulheres é essencial para que sejam vencidos, tanto no campo do trabalho jurídico como nos demais, os desafios comuns impostos pela modernidade. (Adaptado de Carmem Fontenelle, "No silêncio da competência")

1. Atualmente, as mulheres que trabalham no campo do Direito a) vêm sofrendo menos discriminação do que sofriam há poucos anos. b) travam intensa disputa com os homens, provocada por ambições desnecessárias. c) enfrentam, juntamente com os homens, os desafios do trabalho comum. d) são cúmplices dos homens, galgando posições ao defenderem o ponto de vista destes. e) ocupam majoritariamente os cargos de maior significação.

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2 Há a sugestão de que o trabalho das mulheres é feito de modo discreto e eficaz em: a) encontra no homem um parceiro. b) uma grande capacidade de renovação. c) uma prestação jurisdicional melhor e mais efetiva. d) no silêncio da competência e com desprendimento de ambições desnecessárias. e) não há disputa de valores ou espaços, mas uma saudável cumplicidade tácita. 3. Considere as seguintes afirmações: I. A atuação das mulheres advogadas reflete-se em sua cada vez mais expressiva participação no órgão da classe. II. Há muito o que se fazer para que o Poder Judiciário, no Brasil, supere as graves falhas de seu funcionamento. III. Não é pela força de pressões ou de arranjos políticos que as mulheres vêm obtendo sucesso na carreira jurídica. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em a) I, II e III. b) II e III, somente. c) II, somente. d) I e III, somente. e) I e II, somente.

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TEXTO VII Atenção: As questões de números 1 a 4 referem-se ao texto que segue

O caso Amina Lawal

A absolvição da nigeriana Amina Lawal, que havia sido condenada à morte por apedrejamento pela acusação de adultério, representa uma vitória dos direitos humanos e da comunidade internacional. Ela está longe, entretanto, de significar uma melhora da situação das mulheres no país. Na verdade, a "solução" encontrada pelos juízes da corte islâmica de apelações que reviu o caso manteve as aparências. Lawal foi absolvida devido a "erros de procedimento" nos dois julgamentos anteriores. Em nenhum momento o "crime" (sexo fora do casamento, ou "zina", na lei islâmica) ou a crueldade da pena foram postos em questão. A sentença, porém, aliviou a pressão internacional sobre o governo nigeriano.

O caso Lawal é, para os padrões democráticos ocidentais, um verdadeiro escândalo. Amina Lawal, 31, foi sentenciada em primeira instância, em março de 2002, no Estado de Katsina, no norte da Nigéria. Segundo a Anistia Internacional, a prova usada contra ela foi o fato de ter engravidado sem ser casada. Curiosamente, o homem que ela afirmava ser o pai da criança apenas negou que tivesse mantido relações sexuais com Amina e nem foi a juízo. Pelos cânones da escola Maliki de interpretação da "sharia", a lei muçulmana, que é a corrente dominante no norte da Nigéria, a gravidez é prova bastante da culpabilidade da ré. A condenação de Amina fora confirmada em segunda instância em agosto de 2002.

A absolvição representa um alívio para o governo do presidente Olusegun Obasanjo (cristão). Se o apedrejamento fosse confirmado pela corte islâmica e ascendesse a um tribunal laico, uma eventual liberação de Lawal – vista por observadores como certa – poderia desencadear uma guerra civil entre os muçulmanos do norte do país e os cristãos do sul. Se o pior desfecho foi evitado com a absolvição, a questão dos direitos humanos está longe de equacionada. No mesmo dia em que Lawal era libertada, a imprensa nigeriana noticiava a condenação ao apedrejamento de um acusado de sodomia.

(Folha de S.Paulo. Editorial. 27/09/2003) 1. Entende-se que "o caso Amina Lawal", tal como o expõe o texto, representou, a) com toda a evidência, uma flexibilização do código moral islâmico. b) ao menos provisoriamente, uma conciliação entre os princípios cristãos e os muçulmanos. c) com toda a evidência, a fixação de uma jurisprudência que passará a nortear os casos similares. d))ao que tudo indica, uma concessão do tribunal nigeriano às pressões da comunidade internacional. e) ao que tudo indica, o símbolo de uma abertura democrática do regime político da Nigéria. 2. Deve-se entender que, do modo como foi utilizada, a expressão do texto Ela está longe, no contexto do primeiro parágrafo, a) refere-se, inequivocamente, a acusação de adultério. b) refere-se, inequivocamente, a uma melhora da situação. c) permite retomar não só a expressão absolvição da nigeriana, como também uma vitória. d) está indeterminada, por não se referir a um termo antecedente explícito. e) é ambígüa, pois tanto predica acusação de adultério como melhora da situação. 3. Curiosamente, o homem que ela afirmava ser o pai da criança apenas negou que tivesse mantido relações sexuais com Amina e nem foi a juízo. Na frase acima, o sentido algo irônico de curiosamente liga-se ao fato de que a) o suposto pai da criança preferiu não admitir o adultério. b))bastou a palavra do homem para isentá-lo de julgamento. c) o pai da criança negou a evidência de sua paternidade. d) Amina sequer foi ouvida na acusação feita contra ela. e) o caso não teria ido a juízo se o homem responsabilizado não fosse culpado. 4. Considerando-se o contexto, há equivalência de sentido entre uma expressão do texto e a que se apresenta em seguida em: a) erros de procedimento = divergências quanto ao mérito. b) prova bastante da culpabilidade = indício suficiente para a presunção de inocência. c) aliviou a pressão internacional = fragilizou a resistência internacional. d) ascendesse a um tribunal laico = promovesse um julgamento informal. e) uma eventual liberação de Lawal = um possível livramento de Amina.

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GABARITO – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS TEXTO I 1) B TEXTO II 1) A 2) E 3) B TEXTO III 1) C QUESTÕES DE INFERÊNCIA 1) B 2) D 3) C 4) E 5) B 6) E 7) B EXERCÍCIOS DE TIPOLOGIA TEXTUAL 1) narração 2) descrição 3) dissertação 4) narração 5) descrição 6) dissertação TESTES DE PERCEPÇÃO DE LEITURA 1) E 2) todos 3) 9 4) nenhum 5) Alice 6) fósforo 7) 15 8) segundo TEXTO IV

1) A 2) B 3) C 4) E 5) C 6) C TEXTO V 1) B 2) D 3) E TEXTO VI 1) C 2) D 3) A TEXTO VII 1) D 2) C 3) B 4) E

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144 Curso Extensivo de Português

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