107
1 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 12º PLANO DE PASTORAL DOS ORGANISMOS NACIONAIS 1993-1994 Brasília - DF APRESENTAÇÃO O 12º Plano de Pastoral dos Organismos Nacionais da CNBB, elaborado à luz das Diretrizes Gerais da Igreja no Brasil, cobre o segundo biênio do período 1991-1994. Como o anterior, ele contempla programas de três tipos: programas globais, programas específicos das dimensões e setores da pastoral, e o programa de Coordenação Geral. Ele traz, porém, como inovações a definição de áreas de interesse comum e a explicitação de consultorias e assessorias especiais. Os programas globais, de incidência em toda a ação pastoral e assumidos por todas as dimensões e setores, são três: A Campanha da Fraternidade (preparação e acompanhamento); “Santo Domingo” (divulgação e aprofundamento da 4ª Conferência do Episcopado Latino-americano); “Presença pública da Igreja na sociedade (pesquisa e reflexão), tema emergente das Diretrizes Gerais. Os programas específicos das dimensões e setores da pastoral buscam responder, com atividades permanentes e projetos determinados, às necessidades de sustentação e avanço das respectivas áreas. O programa de Coordenação Geral define as grandes ações que garantem a articulação de todo o trabalho da Conferência. Para uma visão mais completa ele explicita, pela primeira vez, o papel de consultoria e assessorias especiais. A maior inovação na estrutura do Plano está, porém, nas áreas de interesse comum. Elas emergem fortemente seja das Diretrizes Gerais seja do Documento de Santo Domingo. São três: a Inculturação, a Formação, e a questão Urbana. Diferentemente dos Programas globais elas não se definem por uma série de projetos a serem assumidos por todos. Elas são ponto de referência constante, horizonte de posicionamento para todos os projetos e programas, tanto globais como das dimensões e setores. A par disso elas possibilitam ainda programas conjuntos, assumidos por duas ou mais dimensões. Este plano de Pastoral é fruto de amplo processo participativo que envolveu as assessorias nacionais e os sub-secretários regionais sob constante orientação e decisão da comissão Episcopal de Pastoral e Presidência da CNBB. Sua publicação é um convite a todos os agentes de pastoral para que, de maneira correspondente a seu nível de atuação, participem igualmente, ajudando os organismos nacionais a cumprirem sua missão. Brasília-DF, 24 de fevereiro de 1993. D. Antônio Celso de Queiroz Secretário Geral da CNBB Pe. Elias Della Giustina Subsecretário de Pastoral

CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

  • Upload
    ngonhu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

1

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

12º PLANO DE PASTORAL DOS ORGANISMOS NACIONAIS 1993-1994

Brasília - DF

APRESENTAÇÃO O 12º Plano de Pastoral dos Organismos Nacionais da CNBB, elaborado à luz das Diretrizes Gerais da Igreja no Brasil, cobre o segundo biênio do período 1991-1994. Como o anterior, ele contempla programas de três tipos: programas globais, programas específicos das dimensões e setores da pastoral, e o programa de Coordenação Geral. Ele traz, porém, como inovações a definição de áreas de interesse comum e a explicitação de consultorias e assessorias especiais. Os programas globais, de incidência em toda a ação pastoral e assumidos por todas as dimensões e setores, são três: A Campanha da Fraternidade (preparação e acompanhamento); “Santo Domingo” (divulgação e aprofundamento da 4ª Conferência do Episcopado Latino-americano); “Presença pública da Igreja na sociedade (pesquisa e reflexão), tema emergente das Diretrizes Gerais. Os programas específicos das dimensões e setores da pastoral buscam responder, com atividades permanentes e projetos determinados, às necessidades de sustentação e avanço das respectivas áreas. O programa de Coordenação Geral define as grandes ações que garantem a articulação de todo o trabalho da Conferência. Para uma visão mais completa ele explicita, pela primeira vez, o papel de consultoria e assessorias especiais. A maior inovação na estrutura do Plano está, porém, nas áreas de interesse comum. Elas emergem fortemente seja das Diretrizes Gerais seja do Documento de Santo Domingo. São três: a Inculturação, a Formação, e a questão Urbana. Diferentemente dos Programas globais elas não se definem por uma série de projetos a serem assumidos por todos. Elas são ponto de referência constante, horizonte de posicionamento para todos os projetos e programas, tanto globais como das dimensões e setores. A par disso elas possibilitam ainda programas conjuntos, assumidos por duas ou mais dimensões. Este plano de Pastoral é fruto de amplo processo participativo que envolveu as assessorias nacionais e os sub-secretários regionais sob constante orientação e decisão da comissão Episcopal de Pastoral e Presidência da CNBB. Sua publicação é um convite a todos os agentes de pastoral para que, de maneira correspondente a seu nível de atuação, participem igualmente, ajudando os organismos nacionais a cumprirem sua missão. Brasília-DF, 24 de fevereiro de 1993. D. Antônio Celso de Queiroz Secretário Geral da CNBB Pe. Elias Della Giustina Subsecretário de Pastoral

Page 2: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

2I. PROGRAMAS GLOBAIS (PG) 1. CAMPANHA DA FRATERNIDADE (PG-1) A Campanha da Fraternidade (CF) é um PROGRAMA CONJUNTO da ação pastoral da Igreja no Brasil. Ela exige planificação pastoral e articulação com as atividades permanentes, em todos os setores da ação pastoral. A CF favorece o desenvolvimento dos carismas eclesiais de maneira orgânica. Distribui tarefas e atribuições entre as diversas pastorais, organismos, movimentos e grupos. Envolve o maior número possível de interessados, nas etapas de reflexão, decisão, execução e avaliação. 1993: TEMA - Fraternidade e Moradia LEMA - Onde Moras? 1994: TEMA - Fraternidade e Família LEMA - A família, como vai? RESPONSÁVEL: Secretário Geral da CNBB, Secretário Executivo da CF. Cronograma de Preparação do Material da CF (Texto-base, Manual, disco e fita, cartazes em três tamanhos, CF em família, círculo bíblico, e outras produções independentes): ELABORAÇÃO: de setembro a junho IMPRESSÃO: julho a setembro DISTRIBUIÇÃO: setembro a outubro REALIZAÇÃO: período da Quaresma 2. PRESENÇA PÚBLICA DA IGREJA NA SOCIEDADE (PG-2) As Diretrizes Gerais da Ação Pastoral 91-94 já haviam manifestado a necessidade de aprofundar o tema da presença pública da Igreja na sociedade, para fazer frente aos desafios dos anos 90. Além da persistência e aumento da pobreza, com o conseqüente processo de exclusão social, assistimos ao avanço da modernidade. A sociedade se torna mais complexa (cf. Diretrizes, cap. III) com a mudança dos padrões tecnológicos, com a presença avassaladora dos Meios de Comunicação de Massa, com o pluralismo cultural, ético e religioso, com a importância da experiência subjetiva, entre outras coisas. Por outro lado, numa sociedade secularizada e pluralista, as “religiões de Igreja” entram em crise e dão lugar a uma religiosidade “difusa”. O “sagrado” readquire outras formas de “visibilidade”. Crescem os fenômenos da adesão descontínua a uma religião ou fé e, de associação de elementos religiosos de diversas procedências. Questões como essas exigem repensar em profundidade a presença pública da Igreja na sociedade. Qual é a natureza do pluralismo ético, cultural e religioso atual? Que significa ele para a presença pública da Igreja? Como deve ela ser dentro de uma sociedade complexa e pluralista? Como deve ela se posicionar de maneira evangelicamente convincente? Qual a via privilegiada de acesso à Sociedade? Quais seriam os “sujeitos” fundamentais para uma presença pública eficaz da Igreja na sociedade? Frente a essas e outras questões, nos propomos aprofundar a dimensão pública da presença da Igreja na sociedade em três direções: 1. A presença pública da Igreja num contexto de pluralismo (“mapeamento” da realidade atual enquanto plural; sua natureza; o que significa para a presença pública da Igreja; como ela deve se situar dentro dessa realidade...).

Page 3: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

32. A dimensão ética da presença pública da Igreja na sociedade (superação de uma religião e de uma ética “privatizadas”, do individualismo ético, recuperação prática da dimensão pública da fé e suas expressões numa sociedade pluralista e democrática). 3. O laicato como sujeito da presença pública da Igreja na sociedade (a partir do primado do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas e seus campos de atuação...). O aprofundamento desses pontos será implementado através de grupos de trabalho, coordenados pelo INP. 3. SANTO DOMINGO (PG-3) A Igreja na América Latina viveu intensamente a preparação e a celebração dos 500 anos de evangelização do continente. A Igreja do Brasil participou desse grande acontecimento, oferecendo sua contribuição com o subsídio «Das Diretrizes a Santo Domingo» e com a participação dos seus delegados à IV Conferência do Episcopado Latino-Americano em 12-28/10/1992. Agora, trata-se de divulgar as suas Conclusões, aprofundar a reflexão dos temas Nova Evangelização, Promoção Humana e Cultura Cristã, incentivar a publicação de subsídios e textos populares que ajudem ler e entender as Conclusões, aprofundar as Diretrizes Gerais à luz de Santo Domingo. Neste sentido a 31ª Assembléia Geral da CNBB, de 1993, terá como tema principal: «Santo Domingo, compromissos pastorais», donde surgirão sugestões e compromissos pastorais para os próximos anos. O PG se propõe, também: 1. Elaborar material preparatório para a 31ª Assembléia Geral e remeter a todos os Bispos no mês de março de 1993. 2. Incentivar a publicação de um subsídio especial sobre Santo Domingo, elaborado por um grupo de assessores da CNBB que acompanhou de perto a IV Conferência. 3. Acompanhar a implementação das resoluções da 31ª Assembléia Geral. 4. Elaborar subsídios complementares. II. ÁREAS DE INTERESSE COMUM PROJETOS CONJUNTOS (PC) No atual Plano de Pastoral diversos projetos já foram pensados por duas ou mais Dimensões e Setores. Igualmente muitos assuntos que são desafios pastorais, foram atingidos ou abordados individualmente por diversas Dimensões e Setores. Tratava-se, portanto, de juntar forças, abordá-los e tratá-los na globalidade da pastoral de conjunto. Tendo presente este princípio, as orientações das Diretrizes Gerais, os questionamentos e desafios apresentados pelas Dimensões, constatamos que as preocupações comuns podem ter um tratamento diversificado e em conjunto. Optou-se por assumir em conjunto alguns projetos que são de interesse comum ou que estão dentro das preocupações e dos desafios das 6 Dimensões ou de setores. Chamamos a este bloco, áreas de interesse comum. Elas deram origem a projetos conjuntos que foram discutidos, preparados e a serem executados em conjunto, tendo inclusive seus gastos rateados. São três as áreas dos projetos conjuntos: inculturação, formação, e pastoral urbana.

Page 4: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

4 1. INCULTURAÇÃO (PC-1) Projetos OBJETIVO Refletir sobre o processo de inculturação na ação pastoral, mobilizando seus agentes para gerar e desenvolver novos métodos e expressões que atendam às exigências e metas da evangelização inculturada à luz das Diretrizes e das Conclusões de Santo Domingo. JUSTIFICATIVA 1. O primeiro a se inculturar foi o Verbo Divino, que armou sua tenda entre nós (Jo 1,14)1. Ele acolheu e reuniu a todos “do oriente e do ocidente” (Mt 8,11)2. Ensinou e celebrou dentro do universo cultural da gente de seu tempo. 2. “A ruptura entre o Evangelho e a cultura é sem dúvida o drama da nossa poca.” (EN 20)3

3. A relação entre Evangelho e cultura é tema tanto das Diretrizes como de Santo Domingo, que explicitam a necessidade de evangelizar levando em conta as diferentes culturas. 4. A inculturação é tarefa das Igrejas particulares e “deve envolver todo o Povo de Deus” (RMi 54)4. “A Igreja, com a inculturação, torna-se um sinal mais transparente daquilo que realmente ela é”. (RMi 52)5

5. Este projeto vai envolver: - Reflexão em cada Dimensão - Partilha e debate entre assessores e as várias Dimensões - Apresentação e aprofundamento na CEP - Seminário nacional em 1994 RESPONSÁVEIS Dimensões Missionária, Bíblico-Catequética, Litúrgica e Ecumênica. PRAZO 1º semestre de 1993 - reflexão em cada dimensão Agosto de 1993 - trabalho dos assessores Setembro de 1993 - estudo da CEP 1994 - preparação próxima e realização do seminário nacional. 2. FORMAÇÃO (PC - 2) 2.1. FORMADORES E FORMADORAS (PC - 2.1) Projetos OBJETIVO Refletir com os formadores e formadoras dos presbíteros, religiosos e religiosas a visão global e integradora das dimensões pastorais da Igreja no Brasil, para, à luz das Diretrizes preparar futuros evangelizadores que atendam os apelos da realidade latino-americana. JUSTIFICATIVA

Page 5: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

51. A pedagogia do discipulado de Jesus ilumina a prática formativa integrada dos evangelizadores: chamou-os para estar com ele: “explicou-lhes tudo em particular”, o projeto do Pai e os enviou à missão (cf. Mc 3,13-14; 4,34)6. 2. Uma eficiente ação pastoral, no atual momento da vida da Igreja e da sociedade, supõe uma integração articulada de pessoas e de atividades (DG 295 e 296), tendo em vista a ação orgânica do todo. Assim, uma atividade catequética não poderá esquecer que ela deve levar a uma melhor participação litúrgica, a uma consciência missionária, a um empenho social efetivo... O mesmo se deve dizer das demais dimensões. Além disso, toda a ação pastoral, com as suas dimensões, deve ser pensada e planejada em referência a esses diferentes níveis, atingindo pessoas, comunidades e a sociedade global (DG 297). 3. Este projeto compreende passos: - reflexão com os responsáveis pelas dimensões e organismos; - elaboração do instrumento de trabalho; - comunicação do Projeto aos formadores (as); - Seminário Nacional em duas Regiões do Brasil - divulgação dos resultados do Seminário RESPONSÁVEIS Linhas: Vocações e Ministérios, Missionária, Catequética, Litúrgica e Sócio-Transformadora. PRAZO Em 1993 - Reflexão por dimensões e organismos; Comunicação e envolvimento dos destinatários (as) Em 1994 - Seminário Nacional em duas regiões: Norte-Nordeste; Centro-Oeste-Sul. 2.2. COORDENADORES DIOCESANOS DE PASTORAL (PC - 2.2) Projetos OBJETIVO Organizar cursos para Coordenadores Diocesanos de Pastoral a fim de refletirem a ação pastoral a partir da prática da Coordenação, oferecendo oportunidade de formação e capacitação em vista a uma pastoral articulada. JUSTIFICATIVAS 1. No curso de Pastoral, promovido pela SOTER, em Campinas no ano de 1990, houve muito interesse e participação de vários coordenadores diocesanos. Na avaliação final eles próprios sugeriram que houvesse cursos específicos para os coordenadores. 2. Os subsecretários regionais com os assessores da CNBB, nas reuniões de 1991, refletiram a sugestão e julgaram que se deveria levar adiante a idéia. 3. Iniciamos por uma sondagem junto aos próprios coordenadores diocesanos quanto à iniciativa, os conteúdos, os locais, as épocas etc... a reação das dioceses foi positiva. Em todo o Brasil há expectativa, aguardam ansiosamente, é uma necessidade urgente. 4. Os coordenadores de pastoral são pessoas-chaves, de confiança do Bispo, na pastoral diocesana. São eles que agilizam, organizam, coordenam e articulam a pastoral de conjunto na diocese. Diz-se que tudo cai sobre a diocese e sobre a paróquia. Lá é a base. Daí a importância de possibilitar atualização teológico pastoral e novas perspectivas para as estruturas de coordenação pastoral. 5. Em 1993 o curso terá como tema «O MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO PASTORAL» e como subtemas: o planejamento pastoral, a articulação pastoral, a espiritualidade e a

Page 6: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

6mística da Coordenação pastoral, os critérios e perspectivas para o exercício da coordenação além dos pressupostos histórico-pastorais e teológicos. Terá a duração de 6 dias, será realizado em três regiões diferentes do Brasil possibilitando 40 vagas por curso. RESPONSÁVEIS CNBB-Subsecretaria de Pastoral e assessores das Dimensões da CNBB, Subsecretários Regionais, com a colaboração do INP e da SOTER. PRAZO Em 1993: Em CURITIBA (PR), para o Sul 2, Sul 3, Sul 4, Oeste 1 e Oeste 2 - 30 de agosto a 5 de setembro de 1993 Em SÃO LUIZ (MA), para os Regionais do Norte e Nordeste - 9 a 15 de agosto de 1993 Em POUSO ALEGRE (MG), para o Sul 1, Leste 1, Leste 2, Centro Oeste - 26 a 31 de outubro de 1993 Em 1994: a ser programado 2.3. LEIGOS (PC - 3.3) (Ver o projeto nº PD - 1.28 do Setor de Leigos, à p. 57) 3. PASTORAL URBANA (PC 3) (Ver os projetos nº PD 1.31 e nº PD 2.32 do Setor Pastoral Urbana, pp. 63 e 64). III. PROGRAMAS DAS DIMENSÕES (PD) PROGRAMA 1: DIMENSÃO COMUNITÁRIA E PARTICIPATIVA (PD-1) É a dimensão que revela a natureza íntima da Igreja, na sua identidade básica. A Igreja é convocada para ser comunhão pela participação de todos e cada um dos seus membros no mistério da comunhão trinitária. Incorporados a Cristo, todos se tornam filhos de Deus, pelo Espírito Santo, e irmãos para viverem entre si uma profunda comunhão fraterna. A dimensão comunitária abrange, de um lado, a consciência da presença do Espírito vivificador, que distribui dons e carismas para o bem de todo o Corpo. Por outro, abrange também a vivência de uma crescente comunhão, pela qual, acolhendo e incentivando as diversas vocações e carismas, a Igreja se organiza em estruturas sempre mais participativas para a construção da unidade orgânica, sinal da comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si. A Igreja se caracteriza essencialmente como comunidade. Enquanto tal, ela toma consciência de si mesma, da sua natureza, do que ela é na vida íntima. Inseridas nos mais variados contextos humanos e permanecendo em comunhão entre si e especialmente com a Igreja de Roma, “as Igrejas particulares, formadas à imagem da Igreja universal”, são, por excelência, o sujeito eclesial. “Nelas e por elas existe a Igreja católica, una e única”. Por elas se manifesta o próprio desígnio de Deus. Nelas, as várias comunidades eclesiais, movimentos ou grupos apostólicos, leigos ou religiosos, se reconhecem membros vivos do Povo de Deus pelo batismo e exercem suas vocações e ministérios. A Igreja é convocada para ser comunhão pela participação de todos e cada um dos seus membros, na comunhão trinitária. Essencialmente comunidade, ela se organiza em comunidades com diversidade de vocações e ministérios. SETOR VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS

Page 7: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

7O Setor Vocações e Ministérios, abrangendo a Pastoral Vocacional, a formação inicial de Presbíteros e Diáconos permanentes e ainda os Ministérios ordenados, a saber: Diaconato, Presbiterato e Episcopado, tem ultimamente vivido momentos de máxima atenção. Primeiramente não muito distante nos encontramos da Visita Apostólica aos Seminários diocesanos do Brasil e Centros de formação presbiteral, em 1988 e, no momento, estamos acompanhando os seus desdobramentos. Mais recentemente aconteceu, em Roma, o Sínodo Universal Ordinário com o tema da “Formação Sacerdotal nas circunstâncias atuais”. Sob a orientação da PASTORES DABO VOBIS serão aprovadas as Diretrizes Gerais da a formação presbiteral no Brasil. Mais proximamente com aprovação pelo Conselho Permanente de junho/91, temos as novas “Diretrizes Gerais da ação Pastoral da Igreja no Brasil” 1991-1994. É no horizonte destes três importantes acontecimentos que o Setor Vocações e Ministérios busca fazer os seus encaminhamentos, reordenar as reflexões para os seus cursos, encontros, assembléias e demais programações. Não é necessário lembrar aqui a importância exercida na Igreja pelo ministério ordenado, especialmente o presbiteral e o episcopal, como animadores de toda a vida eclesial. Por outro lado assiste-se a uma consciência sempre maior, por parte dos leigos, no sentido de sentirem-se participantes e co-responsáveis eclesialmente, na força do sacerdócio comum em Cristo, pelo Batismo. Esta força lhes vêm, de modo especial, do Sínodo de 1987, a partir da Exortação Apostólica de João Paulo II: “Christifideles Laici - sobre a Vocação e Missão dos leigos na Igreja e no mundo”. Tudo isto vem a exigir que cada ministério, ordenado ou não, na Igreja, venha a passar por uma profunda auto e hétero-avaliação. Por outro lado as circunstâncias atuais, sejam elas sócio econômicas, políticas ou culturais, horizonte no qual a Igreja está chamada a levar a efeito a sua missão, passam por várias transformações. Diante disto é necessário rever, com realismo e coragem, a formação inicial e agora, de modo especial, a formação permanente dos ministros ordenados que são chamados a testemunhar e fazer acontecer a comunhão e a participação na Igreja. Esta tarefa busca nova compreensão para a Pastoral Vocacional, o discernimento dos vocacionados, a preparação inicial específica, tanto para presbíteros e diáconos seja nos Seminários, Institutos Filosófico-Teológicos, Escolas Diaconais e agora também para a formação permanente dos já Diáconos permanentes, Presbíteros e Bispos. Diante disso, as programações do Setor Vocações e Ministérios, deverão inspirar-se nestas orientações da Igreja Universal acima e, de modo especial, nas novas Diretrizes Gerais da CNBB, seja no seu novo Objetivo Geral, na compreensão profunda da missão de evangelizar e nas dimensões da mesma (DGs Caps I e II). Igualmente requerem acurada atenção as mudanças na sociedade que impõem sempre novos desafios à missão da Igreja (DGs cap. III). Por outro lado apareceram “novas acentuações na evangelização” (DGs cap. IV). Tudo isto, finalmente, reclama um olhar para os sujeitos da evangelização (DGs cap. V), que são chamados a fazer frente a tudo isto. E aí se impõe a formação permanente de todos os agentes de pastoral, sejam ordenados ou não. Em assim sendo, o Setor Vocações e Ministérios quer estar atento às necessidades da Igreja, preparar bem os seus ministros e servidores, em espírito de comunhão e participação. Atividades permanentes - Incentivar a compreensão da vocação cristã como dimensão de toda pastoral, a ser concretizada nos diversos serviços e ministérios.

Page 8: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

8- Aprofundar a práxis dos ministérios exercidos pelos leigos, como sujeitos do dinamismo evangelizador da Igreja e como Igreja se engajar nas transformações da sociedade. - Acompanhar os agentes vocacionais no exercício do seu ministério; garantindo a sua formação, incentivando a organização de equipes vocacionais e oferecendo subsídios para uma compreensão mais profunda da Vocação e da Pastoral Vocacional. - Integrar a Pastoral Vocacional no conjunto da Pastoral Orgânica, privilegiando as pastorais da Juventude, Catequese e Família, organismos (OSIB, CNC e CND), conferências (CRB e CNIS) e movimentos (SERRA). - Incentivar as várias formas de celebração, encontros, seminários para criar um clima vocacional. - Marcar presença nos regionais com vistas a desencadear a Pastoral Vocacional como elemento constitutivo do ser Igreja. - Propiciar iniciativas de promoção vocacional especialmente no meio urbano e entre os segmentos de “minoria”. - Promover uma Pastoral Vocacional com perspectiva universal, procurando suscitar vocações missionárias para toda a Igreja. - Manter contato com os Bispos responsáveis, os assessores e representantes de organismos ligados ao Setor Vocações e Ministérios. - Acompanhar a edição e divulgação do Boletim formativo e informativo “Convocação” da Pastoral Vocacional. - Animar as Congregações Vocacionais para que na vivência do seu carisma possam ser um serviço à Igreja do Brasil. - Coordenar os Encontros Nacionais, as reuniões do Grupo de Assessoria Vocacional e da Equipe Teológica Vocacional. - Incentivar a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações e o mês de agosto como o mês vocacional. - Oferecer condições e estímulo ao ministério episcopal, visando sua unidade, o exercício de sua missão específica e oportunizando formação permanente; - Acompanhar regularmente a Comissão Nacional do Clero (CNC), apoiando suas tarefas, encontros, cursos, reuniões, para que possa ajudar a todos os irmãos presbíteros a viverem plenamente a sua vocação, exercerem o seu ministério, em comunhão e participação com seus Bispos e com todo o Povo de Deus. - Apoiar e promover experiências de formação permanente para os presbíteros, tão necessária e insistentemente solicitada pelo Sínodo Universal de 1990 e da Pastores Dabo Vobis, dadas as sempre renovadas circunstâncias em que a Igreja é chamada à missão da evangelização; e as novas Diretrizes Gerais...278/1. - Ajudar os presbíteros a que se encontrem no horizonte das novas “Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil” (1991-1994), fazendo-as conhecidas e assim levando a uma mudança no modo de exercício do ministério; - Ajudar aos formadores de Seminários, por intermédio da OSIB, na modalidade de Cursos, Encontros, Treinamentos, Reuniões para que possam aplicar as novas orientações emanadas do Sínodo Universal de 1990 e as orientações da Pastores Dabo

Page 9: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

9Vobis de João Paulo II (1992), eventual adaptação das “Diretrizes Básicas - Formação dos Presbíteros na Igreja do Brasil” (Doc. 30 da CNBB). - Apoiar o Conselho Nacional de Leigos (CNL) no seu esforço de organização e formação, em nível regional e nacional, para que todos os cristãos, como Igreja, possam testemunhar seu batismo em meio a tantos desafios para a justiça, a fraternidade e a paz. - Acompanhar a Comissão Nacional de Diáconos (CND) apoiando a sua tarefa de animar a vocação ao ministério diaconal e garantir a formação inicial e permanente. - Colaborar com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), para que a vida consagrada assuma na Igreja a sua vocação específica, como manifestação profética e carismática do Reino. - Dar condições para a capacitação adequada dos formadores dos futuros presbíteros, apoiando Cursos em nível nacional, regional e mesmo internacional. - Implementar, juntamente com a OSIB, instrumentos de aperfeiçoamento da formação presbiteral, tais como a atualização do Catálogo dos Seminários e do Cadastro Geral de Professores dos Institutos Filosófico-Teológicos. - Informar aos Seminários e Institutos de Formação Presbiteral do Brasil sobre bibliografia atualizada, seja no campo da Filosofia e da Teologia, a fim de que os responsáveis pela formação dos novos presbíteros tenham mais condições para desempenharem sua tarefa. - Criar mecanismos de entre-ajuda e intercâmbio de professores e formadores entre os Seminários Maiores e Institutos do Brasil. - Criar oportunidade para formação mais consistente para formadores de Seminários Maiores e Casas de Formação através de um Curso mais prolongado. - Levar incentivo e apoio à formação presbiteral, inicial e permanente, por meio de visitas aos Regionais, Seminários e Institutos e, na medida do possível, participar e mesmo assessorar os seus eventos. - Ajudar a criar uma consciência sempre maior de um trabalho integrado entre Pastoral Vocacional, Formação inicial e permanente dos presbíteros e diáconos, buscando mútuo diálogo entre Organismos e Conferências, tais como: OSIB, CNC, CND, CNL, CRB e CNIS. - Manter fraterno relacionamento com o Departamento de Vocações e Ministérios (DEVIM) do CELAM, bem como com outras Conferências Episcopais, colaborando com suas solicitações, enviando material e até eventualmente participando de atividades conjuntas. - Ajudar a criar um espírito de verdadeira comunhão e participação entre todos na Igreja a fim de que as Novas Diretrizes Gerais da sua ação pastoral possam, antes de tudo, ser testemunhadas por uma nova prática eclesial. Projetos 1. PASTORAL VOCACIONAL 11º Encontro nacional de pastoral vocacional (Nº PD 1.1) OBJETIVO

Page 10: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

10Reunir os responsáveis da PV para avaliar a caminhada do biênio, aprofundar a reflexão sobre vocação e ministérios, e encaminhar os critérios de ação para um trabalho conjunto em nível nacional. JUSTIFICATIVA É a convergência de todos os trabalhos realizados em nível nacional e regional, através da formação dos agentes e das equipes vocacionais; da integração de pastorais, organismos, conferências e movimentos; bem como as diversas formas de animação vocacional. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - Grupo de Assessoria Vocacional - Equipe teológica vocacional. PRAZO: 30 de agosto a 3 de setembro de 1993 1º Seminário nacional de agentes vocacionais (Nº PD 1.2) OBJETIVO Viabilizar a formação permanente dos agentes da PV através da partilha e reflexão vocacional para um ministério mais eficaz com os vocacionados. JUSTIFICATIVA É o primeiro de uma série de seminários que serão realizados alternadamente com o Encontro nacional. É o espaço de troca de experiências e da compreensão vocacional diante dos desafios da modernidade. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - Grupo de Assessoria Vocacional. PRAZO: 1ª semana da quaresma de 1994 Reunião do grupo de assessoria vocacional (Nº PD 1.3) OBJETIVO Reunir o Grupo de Assessoria Vocacional para que encaminhe juntamente com o Setor Vocações e Ministérios, os projetos da Pastoral Vocacional sendo órgão representativo dos blocos e da Equipe Teológica Vocacional. JUSTIFICATIVA É o grupo que garante o encaminhamento das diversas atividades aprovadas no Encontro Nacional e assume o acompanhamento de todo o processo da PV no conjunto da caminhada eclesial. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - Grupo de Assessoria Vocacional. PRAZO 8 a 10 de março de 1993 4 a 6 de setembro de 1993 Março/abril de 1994 Setembro de 1994 Seminário sobre ministérios de leigos (Nº PD 1.4) OBJETIVO

Page 11: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

11Aprofundar a reflexão sobre os ministérios de leigos na Igreja abrindo novos caminhos para a prática pastoral, sendo Igreja toda ministerial. JUSTIFICATIVA É um seminário que deseja reunir os setores responsáveis pelos ministérios de leigos para uma compreensão teológica e eclesiológica, acolhendo as orientações do Sínodo sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo para uma nova prática pastoral. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - Setor Leigos - Setor Pastoral Social - Setor Liturgia. PRAZO: 1º semestre de 1994 2. SEMINÁRIOS 12º, 13º e 14º Curso para formadores de seminários maiores e institutos do Brasil (Nº PD 1.5) OBJETIVO Capacitar os formadores para que possam responder de maneira eficaz aos desafios da formação presbiteral no contexto da realidade atual sob o horizonte das Diretrizes Gerais e da exortação apostólica “Pastores Dabo Vobis”. JUSTIFICATIVA É decisão da 8ª Assembléia da OSIB a realização destes 3 cursos sobre o tema da “Questão urbana e formação presbiteral”. Os formadores sentem a necessidade de uma constante atualização, qualificação e habilitação para a tarefa tão importante da Igreja, diante do fenômeno da modernidade e, nela, a missão de preparar os novos presbíteros. RESPONSÁVEL Setor Vocações e Ministérios e OSIB-Organização dos Seminários e Institutos do Brasil PRAZO - 25 a 30 de janeiro de 1993 - 12 a 17 de julho de 1993 - fevereiro de 1994 Curso para professores e filosofia (Nº PD 1.6) OBJETIVO Proporcionar ocasião de Reflexão e formação para professores e formadores, a fim de que possam se capacitar para o ensino filosófico nos Seminários e Institutos de formação presbiteral, como período de máxima importância para os estudos teológicos. JUSTIFICATIVA No contexto da modernidade emerge com um novo vigor a reflexão filosófica e tem se tornado o período crítico do processo de formação. Em conjunto com a PUC-MG estamos oferecendo este curso de 360 horas. É necessária uma nova consciência diante dos estudos filosóficos, uma revisão dos currículos, do método e da impostação frente aos desafios que hoje se apresentam nesta área. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB - Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte-MG

Page 12: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

12 PRAZO Julho de 1993 Fevereiro de 1994 Julho de 1994 e fevereiro de 1995 2º Encontro nacional sobre o curso propedêutico (Nº PD 1.7) OBJETIVO Reunir os formadores que atuam no “período propedêutico” para troca de experiências, aprofundar a reflexão e, buscar critérios comuns. JUSTIFICATIVA É um processo que vai se tornando realidade na maioria das dioceses e congregações religiosas. A partir da Exortação Apostólica “Pastores Dabo Vobis” desencadeou-se uma pesquisa para posteriores encaminhamentos a partir da Santa Sé. É desejo da CNBB fortalecer este período da formação dos futuros presbíteros como um tempo de discernimento vocacional, de aprimoramento dos estudos até então realizados e preparar para a etapa do Seminário Maior. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB - Organização dos Seminários e Institutos do Brasil. PRAZO: 30 de outubro e 2 de novembro de 1993 9ª Assembléia geral da OSIB (Nº PD 1.8) OBJETIVO Refletir sobre a “Questão urbana e formação presbiteral”, definir as atividades e programações da OSIB para o próximo biênio e, eleger a nova diretoria. JUSTIFICATIVA A Assembléia Geral da OSIB é estatutária. Ela se faz necessária diante dos sempre renovados desafios que se impõem para a formação presbiteral. Este organismo presta um serviço relevante aos reitores, diretores, formadores e professores de Instruções de formação presbiteral, não sem ouvir, primeiramente, as urgências que se fazem sentir nas bases das instituições afiliadas. A decisão das tarefas mais urgentes são tomadas por votação. O tema da Assembléia Geral fecha o tema dos 3 cursos com temática similar e culmina com a publicação de um dos “Cadernos da OSIB” com o resultado da Assembléia Geral e dos cursos proferidos no biênio anterior. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 6 a 11 de julho de 1994 6º e 7º Encontro de bispos do setor seminários nos regionais e diretoria da OSIB (Nº PD 1.9) OBJETIVO Reunir os Bispos do Setor Seminários nos Regionais e a diretoria da OSIB para encaminhar as Diretrizes básicas da Formação Presbiteral no Brasil. JUSTIFICATIVA Na 22ª Assembléia Geral dos Bispos foram aprovadas as diretrizes básicas da formação dos presbíteros na Igreja do Brasil (Doc. 30). A partir da Diretrizes Gerais da ação

Page 13: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

13pastoral da Igreja no Brasil e da Exortação “Pastores Dabo Vobis” torna-se necessária uma atualização e aprovação das Diretrizes para a formação. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO 13 a 15 de setembro de 1993 Setembro de 1994 Reunião da OSIB ampliada (Nº PD 1.10) OBJETIVO Reunir a diretoria da OSIB e representantes dos formadores dos regionais para refletir o contexto formativo e assumir, conjuntamente, as atividades da formação dos presbíteros. JUSTIFICATIVA É necessário articular o trabalho da diretoria da OSIB com os representantes dos regionais para compreender a problemática global da formação e assumir propostas conjuntas em vista das “Diretrizes básicas da formação”. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 10 a 13 de setembro de 1993 Seminário para diretores espirituais (Nº PD 1.11) OBJETIVO Reunir os diretores espirituais das casas de formação para uma troca de experiência, um estudo da espiritualidade, encaminhando instrumentais para a direção espiritual dos formandos. JUSTIFICATIVA É uma preocupação dos formadores e dos responsáveis pela formação a dimensão espiritual dos formandos. A Exortação “Pastores Dabo Vobis” coloca como elemento fundamental da formação a direção espiritual. Com este seminário queremos criar uma oportunidade para capacitar os diretores espirituais para o seu ministério no acompanhamento espiritual dos formandos. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 19 a 24 de julho de 1993 Atualização e aprovação das diretrizes básicas para a formação (Nº PD 1.12) OBJETIVO Atualizar as “Diretrizes Básicas” a partir das Diretrizes Gerais e da Exortação “Pastores Dabo Vobis” encaminhando à CNBB para ser aprovada na Assembléia Geral. JUSTIFICATIVA Após dez anos da aprovação das “Diretrizes Básicas” pela CNBB e “ad experimentum” pela congregação torna-se necessário uma revisão, adaptação e promulgação. Será feita uma consulta aos Seminários e Bispos para a avaliação do Doc. 30 da CNBB, constituída

Page 14: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

14uma equipe de redação e uma comissão de Bispos que irão apresentar o projeto na Assembléia Geral dos Bispos em 1994. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: Atualização em 1993 e aprovação em 1994 Publicação do cadastro geral de professores de seminários e institutos filosófico-teológicos do Brasil (Nº PD 1.13) OBJETIVO Publicar o cadastro de professores dos Seminários maiores e Institutos de Filosofia e Teologia proporcionando maior intercâmbio entre os centros de formação presbiteral. JUSTIFICATIVA É crescente o número de professores de Filosofia e Teologia que demandam estudos de especialização, mestrado e doutorado, tanto no país, quanto no exterior. A publicação do Cadastro de professores, indicando os estudos realizados, as disciplinas que lecionam, os endereços atualizados, em muito contribuirá para fazer frente às necessidades dos centros menos aquinhoados. Há mais tempo se pergunta e se pede por uma nova publicação, dado que a última remonta ao ano de 1981. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 1º semestre de 1993 A situação dos vocacionados e seminaristas maiores do Brasil (Nº PD 1.14) OBJETIVO Constatar a atual situação dos Seminaristas Maiores do Brasil, confrontando com os dados anteriores, identificando as tendências e estabelecendo as urgências, a fim de ajudar na elaboração das “Diretrizes Básicas” e na formação presbiteral nos tempos atuais. JUSTIFICATIVA Há dez anos (1982) fez-se uma significativa pesquisa junto aos seminaristas maiores do Brasil. De lá para cá houve muita evolução na sociedade, quer do ponto de vista da cultura, da religião, da política, da economia, quer da sociedade em geral. Tudo isso traz profundas influências sobre os atuais candidatos ao presbiterato. Necessário se faz identificar a real situação dos seminaristas maiores para se poder fazer frente ao desafio da formação nas sempre renovadas circunstâncias. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 1993 8º Catálogo dos seminários do Brasil (Nº PD 1.15) OBJETIVO Atualizar os dados do Catálogo dos Seminários, Casas de Formação e Institutos de Formação Filosófico-Teológica do Brasil, subsidiando aqueles que se ocupam da formação presbiteral.

Page 15: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

15JUSTIFICATIVA Será a 8ª versão do “Catálogo dos Seminários do Brasil”. A publicação acontece de dois em dois anos. Esta se impõe devido à rápida alteração dos dados referentes às Instituições de formação presbiteral. Por meio deste instrumento é fácil perceber a tendência numérica dos candidatos ao presbiterato, a situação das instituições que os preparam, bem como a transitoriedade dos responsáveis pelas mesmas. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - OSIB PRAZO: 1993/1994 3. DIÁCONOS Seminário de assessores que acompanham diáconos (Nº PD 1.16) OBJETIVO Reunir os assessores que acompanham o ministério diaconal para discutir critérios comuns da formação dos diáconos e currículo das escolas diaconais. JUSTIFICATIVA É urgente a compreensão do ministério diaconal no conjunto dos ministérios ordenados, aprofundar a teologia do diaconato e propor pistas comuns a partir das orientações das “Diretrizes Gerais” e da Exortação “Pastores Dabo Vobis”. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CND - Comissão Nacional de Diáconos PRAZO: 25 a 27 de junho de 1993 1º e 2º Curso de reciclagem para diáconos (Nº PD 1.17) OBJETIVO Capacitar os diáconos, juntamente com suas esposas, para o ministério da diaconia na família, na comunidade e na sociedade. JUSTIFICATIVA Com o aumento quantitativo e qualitativo dos diáconos no Brasil é necessária a formação permanente, situando-os no conjunto do ministério ordenado e capacitando-os para o exercício eficaz da diaconia. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CND - Comissão Nacional de Diáconos. PRAZO 4 a 10 de julho de 1993 1ª semana de julho de 1994 Congresso nacional de diáconos (Nº PD 1.18) OBJETIVO Reunir os Diáconos do Brasil, juntamente com seus familiares, organizando um Congresso Nacional. JUSTIFICATIVA

Page 16: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

16É de fundamental importância reunir os diáconos em congresso para criar uma consciência eclesial e celebrar a sua caminhada como diaconia à Igreja e ao mundo. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CND-Comissão Nacional de Diáconos PRAZO: 1ª semana de fevereiro de 1994 4. PRESBÍTEROS CNC - ampliada (Nº PD 1.19) OBJETIVO Revisar os encaminhamentos do 4º ENP, preparar o 5º ENP e aprofundar Santo Domingo em vista do ministério presbiteral. JUSTIFICATIVA A CNC-AMPLIADA é composta da Comissão Nacional do Clero, os presidentes das CRPs e mais dois representantes por regional. Ela é convocada para co-responsavelmente dar os encaminhamentos aos ENPs e atender às necessidades dos presbíteros em geral. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CNC - Comissão Nacional do Clero. PRAZO: 16 a 19 de fevereiro de 1993 Ano sabático para presbíteros diocesanos (Nº PD 1.20) OBJETIVO Proporcionar a presbíteros diocesanos um tempo significativo de reflexão, oração, partilha de experiências, vida comunitária, descanso etc... que lhes dê oportunidade de poderem ressituar-se diante da vida e buscar novas motivações para a continuidade do ministério presbiteral. JUSTIFICATIVA No Brasil não se oferece, a presbíteros diocesanos, oportunidade mais prolongada de uma parada de avaliação, descanso, estudos, oração, vida comunitária. As opções são muito individualizadas. Há mais tempo existe uma solicitação de muitas partes, pedindo que a CNBB ofereça esta chance. O “ano sabático” visa um encontro consigo mesmo, com os colegas, em vida comunitária, e a busca de uma espiritualidade mais condizente com o todo da vida do presbítero. A duração é de 3 a 4 meses. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CNC - Comissão Nacional do Clero. PRAZO: 26 de abril a 23 de julho de 1993 Seminário para pregadores de retiro (Nº PD 1.21) OBJETIVO Convidar Bispos e padres que pregam retiro para o clero para avaliar a situação espiritual dos padres, para troca de experiências com uma avaliação crítico-teológica e aprofundar formas de oração, interiorização, experiência de Deus e acompanhamento personalizado. JUSTIFICATIVA

Page 17: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

17A dimensão espiritual está sendo retomada com um novo empenho eclesial. Foi feito um levantamento com os Bispos a respeito dos pregadores de retiro, a maneira como realizam os retiros nas dioceses e sugestões para melhorar esta dimensão da vida do presbítero. A partir desse levantamento foi feita uma reunião com alguns pregadores de retiro e foi sugerido um seminário para pregadores de retiro com uma presença de 25 participantes e 5 assessores. RESPONSÁVEL: Setor Vocações e Ministérios PRAZO: 2º semestre de 1993 5º ENP - Encontro nacional de presbíteros (Nº PD 1.22) OBJETIVO Reunir presbíteros representantes de todas as dioceses do Brasil para refletir sobre uma temática relacionada aos presbíteros, a fim de compreender os desafios da realidade, apontar pistas pastorais, situar o ministério do presbítero, de modo a estimular sua realização pessoal e promover instrumentos para apoiar a vida e ministérios dos presbíteros. JUSTIFICATIVA Os ENPs acontecem de dois em dois anos. Participam além da CNC, responsável pelo evento e acompanhamento direto do Setor Vocações e Ministérios da CNBB, delegados eleitos pelos respectivos presbíteros, assessores e convidados de vários organismos como OSIB, CND, CRB, CNL, e ainda os Bispos que acompanham as CRCs (Comissões Regionais do Clero). Os ENPs tem trazido muita riqueza para os presbíteros do Brasil, porque a preparação e o resultado dos ENPs ressoa, nos níveis regionais e diocesanos, em encontros subseqüentes. Constitui-se numa verdadeira oportunidade de formação permanente. RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CNC - Comissão Nacional do Clero. PRAZO: 4 a 9 de fevereiro de 1994 Cursos regionais de formação permanente (Nº PD 1.23) OBJETIVO Apoiar com assessoria e recursos econômicos, os cursos regionais de formação permanente dos presbíteros, para possibilitar uma multiplicidade de opções e uma maior participação dos presbíteros daquela área. JUSTIFICATIVA Os tempos atuais estão a exigir uma radical e profunda formação permanente dos presbíteros, que atinja o seu ser pessoal, a sua espiritualidade, o todo de sua ação pastoral, bem como os seus múltiplos relacionamentos, quer com o seu bispo diocesano, seus irmãos no presbitério, quer com os religiosos e leigos. Os 4 cursos a nível nacional cumpriram a sua missão de animar os regionais a realizarem os seus cursos. Queremos apoiar a cada ano uns 3 a 4 cursos regionais, para que a formação permanente seja concretizada em vista dos apelos das “Diretrizes Gerais” (Cap.V) e da “Pastores Dabo Vobis” (Cap.VI). RESPONSÁVEL - Setor Vocações e Ministérios - CRC - Comissão Regional do Clero PRAZO: Cada ano 3 a 4 cursos regionais

Page 18: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

18Reunião da equipe de formação permanente (Nº PD 1.24) OBJETIVO Reunir a equipe que acompanha a formação permanente dos presbíteros para avaliar o processo e planejar conjuntamente os projetos e atividades para esta dimensão. JUSTIFICATIVA É importante reunir os responsáveis, os organismos e setores que acompanham a formação permanente; tendo em vista responder aos apelos dos próprios presbíteros e das orientações da Igreja universal e local. RESPONSÁVEL: Setor Vocações e Ministérios PRAZO: 1º semestre de 1994 5. BISPOS 6º e 7º Curso de novos bispos (Nº PD 1.25) OBJETIVO Proporcionar aos novos Bispos, já no início do seu ministério, contatos com a CNBB, refletir sobre a teologia do ministério episcopal, inteirar-se do Código de Direito Canônico, a fim de assumir colegialmente a missão de pastores. JUSTIFICATIVA Os cursos de novos Bispos já se tornaram um valor adquirido no processo de formação permanente dos Bispos. É uma contribuição aos presbíteros que são nomeados Bispos, que além do ministério diário que os capacita a serem Bispos, tem a oportunidade de se encontrar com colegas que estão vivenciando a mesma experiência, e poderem assim ampliar o horizonte de compreensão do seu ministério com os vários contatos que fazem com a CNBB, sua história e sua missão serviços que oferece, contatos com a Secretaria Geral e com a assessoria e a Nunciatura, bem como a compreensão do seu ministério a partir da Eclesiologia e do Código de Direito Canônico. RESPONSÁVEL: Setor Vocações e Ministérios PRAZO 4 a 9 de março de 1993 Fevereiro/março de 1994 3º e 4º Curso de formação permanente para bispos (Nº PD 1.26) OBJETIVO Criar condições e oportunidades de reflexão, partilha, para melhor compreender a tarefa de animação da Evangelização nas Igrejas particulares. JUSTIFICATIVA É acolhida com muita alegria a proposta da “Pastores Dabo Vobis” de a formação permanente se estender também aos Bispos. Pelo fato de mudarem as circunstâncias atuais em que os Bispos exercem o seu ministério de animação, coordenação e governo da Igreja, torna-se necessário o constante “Aggiornamento”. Diante disto está se encaminhando estes cursos sob a ótica das “Diretrizes Gerais” e de “Santo Domingo”. RESPONSÁVEL: Setor Vocações e Ministérios PRAZO 14 a 18 de junho de 1993 Junho/agosto de 1994

Page 19: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

19LEIGOS O Sínodo sobre a Vocação e Missão do leigo na Igreja e no mundo - (1987) - há vinte anos do Concílio Vaticano II - não só despertou para a valorização do cristão leigo na corresponsabilidade eclesial como ajudou a aprofundar sua dimensão teológica. A exortação pós-sinodal do Papa João Paulo II, Christifideles laici, (dez.1988), consolidou os princípios fundamentais para a ação do leigo na Igreja e como Igreja no mundo. Acentua a definição positiva do cristão leigo “não só pertencem à Igreja, mas são a Igreja”, mostra as novidades pós-conciliares e a sua responsabilidade na Igreja-Missão: evangelização a serviço da pessoa e da sociedade. É que em seus serviços e funções próprias, assumindo os ministérios que lhes cabem na Igreja, os leigos são marcados pela “índole secular”, na animação da ordem temporal. Para concretizar esta missão, a “Christifideles Laici” valoriza, de modo especial, as formas associativas de leigos. No Brasil, o clima do Sínodo criou maior dinâmica dos leigos que se organizam, cada vez mais, em Conselhos diocesanos e regionais. O Conselho Nacional dos Leigos (CNL) toma novas formas, ocupa novos espaços na animação dos seus membros: das Pastorais específicas, dos Movimentos, das Comunidades Eclesiais de Base, das associações... Entre as constantes, neste período, destacam-se a necessidade de formação em todos os níveis, sede de espiritualidade/mística, desejo de engajamento no campo dos sindicatos, da política, dos movimentos populares... E, ainda, a mulher busca assumir sua missão na Igreja de maneira mais consciente e mais profunda. As novas Diretrizes da ação Pastoral da Igreja no Brasil (1991-94) salientam os cristãos leigos como sujeitos privilegiados da nova Evangelização apesar da tradição clerical da nossa Igreja. Atividades permanentes - Colaborar com os leigos no aprofundamento da compreensão da vivência de sua vocação e missão como cristãos na Igreja do Brasil. - Continuar os esforços empreendidos para que os leigos assumam seu papel na Igreja e se articulem em nível diocesano/regional e estejam presentes nas instâncias pastorais correspondentes. - Estimular o engajamento dos cristãos leigos nas várias organizações da sociedade civil, como fermento do Evangelho e corresponsabilidade pela construção de um país humano e solidário. - Oferecer condições ao Conselho Nacional dos Leigos (CNL) para melhor exercer sua missão de animação, organização e formação dos cristãos leigos, a serviço da evangelização do povo brasileiro. - Aprofundar a espiritualidade dos cristãos leigos, de modo especial na relação fé-vida, contemplação-compromisso transformador. Encontro dos bispos que acompanham os leigos nas regionais da CNBB (Nº PD 1.27) OBJETIVO Aprofundar o “status” teológico do Conselho Diocesano de Leigos na Igreja Particular e propor subsídios para as dioceses. JUSTIFICATIVA A Organização dos leigos tem sido incentivada na Igreja como instrumento de Formação dos leigos, como expressão coletiva dos cristãos leigos. Todos os últimos Documentos da Igreja mostram sua importância: Christifideles Laici, Diretrizes da Igreja no Brasil,

Page 20: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

20Documento de Santo Domingo. A Organização dos Leigos em nível nacional e regional tem, cada vez mais, exigido o nível diocesano. Por isso, nos propomos ouvir experiências de Conselhos Diocesanos já em funcionamento, aprofundá-las à luz da Eclesiologia e propor pistas/subsídios para as dioceses. RESPONSÁVEL Setor Leigos da CNBB Conselho Nacional dos leigos. PRAZO: mês de julho de 1993 Formação dos leigos (Nº PD 1.28) OBJETIVO Oferecer aos cristãos leigos da Igreja Católica no Brasil as devidas condições para se capacitar através de uma formação mais sólida para assumir de forma consciente o compromisso batismal. JUSTIFICATIVA A formação se propõe não só oferecer elementos para amadurecer a consciência eclesial mas também proporcionar condições para uma ação missionária mais conseqüente. O Santo Padre na Christifideles Laici diz: “A formação dos fiéis deverá figurar entre as prioridades da diocese e ser colocada nos programas de ação pastoral de modo que todos os esforços das comunidades (sacerdotes, clérigos e religiosos) possam convergir para este fim” (n.57). A questão da Formação dos Leigos na Igreja do Brasil tem se tornado um clamor da hierarquia e do laicato. Tem se tornado prioridade nas Diretrizes da Igreja no Brasil, no Documento de Santo Domingo, como Sujeitos privilegiados, como Protagonistas da Evangelização. SISTEMÁTICA: Em três níveis: - Um Seminário sobre conteúdo, metodologia da Formação dos Leigos, levando em consideração experiências já em curso. - Encontro de um grupo de estudos para elaborar os subsídios. - Implantação nas dioceses. RESPONSÁVEL Setor Leigos da CNBB Conselho Nacional dos leigos. PRAZO Seminário - 15 a 18 de abril de 1993 Grupo de elaboração subsídios - maio de 1993 Implantação - 2º semestre de 1993 Encontro de cristãos leigos engajados na política (Nº PD 1.29) OBJETIVO Aprofundar a participação dos cristãos leigos no compromisso político: a formação da consciência política e sua missão em cargos eletivos (Senador, Deputado, Prefeito, Vereador...). JUSTIFICATIVA A missão do cristão leigo, como Igreja, tem como característica específica a construção de um mundo conforme o Plano de Deus.

Page 21: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

21 No Brasil, são muitos os cristãos que tentam relacionar fé-política, como forma sublime de concretizar a “caridade cristã”. O ano de 1994 traz um apelo especial para a consciência dos cristãos: eleição do novo Presidente. RESPONSÁVEL Setor Leigos da CNBB CNL e IBRADES PRAZO: 1º semestre de 1994 SETOR ESTRUTURAS DE IGREJA 1. CEBs As CEBs podem ajudar, também, a descentralizar e articular melhor a ação pastoral da Igreja local. Radicadas nos ambientes simples, sejam elas fermento de vida cristã e de transformação da sociedade. Sejam instrumento de evangelização e primeiro anúncio, fonte de novos ministérios e, animadas pela caridade de Cristo, cooperem para a superação das divisões. Atividades permanentes - Manter contato com os Regionais; participar de encontros sobre temas relacionados com CEBs; assessorar encontros. - Acompanhar os Encontros Regionais sobre CEBs; acompanhar os Encontros Intereclesiais (preparação e realização). Projetos Pesquisa - Comunidades de Base: quantas, como são, onde estão? (Nº PD 1.30) OBJETIVO Sabe-se que as CEBs existem, conhece-se muito sobre as mesmas, mas não se sabe, com certeza, o que são e nem quantas são. O projeto de pesquisa tem a finalidade de preencher este vazio e estabelecer um novo patamar de conhecimento sobre o assunto. JUSTIFICATIVA Alimentar o trabalho pastoral e a reflexão sobre as CEBs com dados rigorosamente obtidos e processados através de método de pesquisa fidedignos. RESPONSÁVEL: CERIS - ISER PRAZO: 1993/1994 2. PASTORAL URBANA A complexidade e os contrastes da modernidade revelam-se, antes de tudo, no MEIO URBANO, exigindo urgente esforço para pensar e criar uma pastoral adequada ao contexto atual das cidades. Atividades permanentes - Valorização da pessoa e da experiência subjetiva e pessoal da fé. - Presença mais significativa da Igreja na Sociedade. - Vocações e Missão dos Leigos e dos Presbíteros na cidade. - Planificação pastoral para maior articulação entre as atividades pastorais.

Page 22: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

22- Trocar experiências, organizar e desenvolver uma pastoral própria de cidade, seus conflitos, sua dinâmica cultural, os valores da modernidade nela presentes, a necessidade de escutar melhor sua realidade através de seus elementos mais significativos. - Pesquisar, estudar e difundir experiências em busca de uma Pastoral Urbana; apoiar, acompanhar e difundir encontros, seminários sobre as experiências de pastoral sob o enfoque do urbano. Projetos A missão da Igreja na cidade (Nº PD 1.31) OBJETIVO Refletir sobre a missão evangelizadora da Igreja e o papel das estruturas pastorais na realidade complexa do mundo urbano de hoje, dando continuidade ao seminário de setembro de 1992 sobre “Presença e Organização da Igreja na Cidade”. Ampliar os participantes no intuito de oferecer um espaço às Igrejas particulares para um debate sobre as próprias experiências de pastoral na cidade. PARTICIPANTES Representantes das coordenações pastorais das arquidioceses em questão e de pessoas de outras Igrejas e assessores a serem convidados. RESPONSÁVEIS 1. Setor Estruturas de Igreja 2. Pastoral Urbana PRAZO/PERIODO: 14 a 16 de setembro de 1993, Belo Horizonte Pastoral urbana (Nº PD 1.32) OBJETIVO Rever a presença e organização da Igreja na cidade. JUSTIFICATIVA O processo de modernização é complexo e se manifesta mais claramente nas transformações técnicas, econômicas e políticas, trazendo uma nova visão do homem e da sociedade. A sociedade moderna difere da tradicional. A Igreja deverá rever e criar novas estruturas eclesiais, valorizar e articular as pastorais, criando mecanismos de comunhão e participação para anunciar o Evangelho na cidade. Para isso: elaborar e fornecer, aos Regionais da CNBB, subsídios para estudo e troca de experiências sobre: - Subjetividade e experiência religiosa; - Pluralismo cultural; - Pluralismo religioso; - A Igreja na cidade; paróquia x comunidades x pastorais x subjetividade x evangelização x urbano x culturas x pluralismo religioso x ética social. RESPONSÁVEL - Setor Estruturas de Igreja - Pastoral Urbana PRAZO: 1993/1994 PROGRAMA 2: DIMENSÃO MISSIONÁRIA (PD-2)

Page 23: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

23A comunhão exige a missão como seu dinamismo essencial. A Igreja, que se percebe como comunidade de fé, é impelida naturalmente a continuar a missão de Jesus que a convocou, constituiu e enviou. Ela é chamada a assumir ativamente, em todos os seus membros, a mesma missão de Cristo, proclamando o Reino de Deus e testemunhando o Evangelho em todo tempo e lugar, em todas as épocas e nações, reconhecendo a riqueza evangélica das diferentes culturas. A dimensão missionária exprime, pois, um aspecto particular da única e abrangente missão da Igreja, correspondente à primeira evangelização, para despertar a fé nos não-cristãos, integrando novos membros em sua comunhão visível. No âmbito da única missão da Igreja, a Dimensão Missionária caracteriza-se como atividade missionária específica, cuja peculiaridade deriva do fato de se orientar para não-cristãos: a missão “ad gentes”. Esta tarefa especificamente missionária, que Jesus confiou e continua a confiar à sua Igreja, não deve se tornar uma realidade diluída na missão global de todo o Povo de Deus, ficando desse modo descurada ou esquecida7. A conclamação do Objetivo Geral da Ação pastoral da Igreja no Brasil 1991-1994 para um “renovado ardor missionário” e para uma especial atenção “às diferentes culturas” reafirma a proclamação da “Chegada da HORA MISSIONÁRIA” da Igreja no Brasil feita pelos Bispos na Assembléia Geral de 19888. A Igreja no Brasil, nos últimos anos, tem manifestado seu dinamismo por um novo ardor missionário “ad gentes”, não apenas se preocupando com as situações missionárias presentes no país, mas ampliando seu horizonte missionário para “além-fronteiras”. O mundo precisa de uma nova evangelização. E não pode haver uma Nova Evangelização, sem projetar-se até o mundo não-cristão9. O renovado ardor missionário exige que a pregação do Evangelho responda aos novos anseios do povo, no contexto de uma sociedade marcada por rápidas e profundas mudanças. O renovado ardor missionário exige ainda dos evangelizadores uma nova disposição que leve a romper com as acomodações e a rotina na ação missionária. Superando a mera atitude de espera, é preciso ir, com coragem evangélica, às pessoas, grupos e ambientes onde o nome de Jesus não foi ainda proclamado ou onde sua ressonância perdeu o vigor. A Dimensão Missionária deve sempre enfrentar o constante desafio da inculturação da fé, procurando encarnar o Evangelho nas culturas dos povos. Os permanentes apelos da realidade e os convites para a missão encontram por parte do evangelizador e da comunidade eclesial uma resposta ativa e de serviço, pessoal e comunitária; uma atitude de escuta e de seguimento de Jesus anunciando e testemunhando sua ressurreição (cf. At 1,21-26)10 para construir o Reino. ATIVIDADES PERMANENTES A Dimensão Missionária para suas atividades permanentes e projetos fundamenta-se nas Diretrizes Gerais e tem presente, as “Prioridades e Compromissos” do IV Congresso Missionário Latino-Americano, COMLA IV, sob os aspectos de ANIMAÇÃO, FORMAÇÃO e ORGANIZAÇÃO. 1. Animação missionária Promover a animação missionária de todo o Povo de Deus na América Latina e de cada um de seus setores, para que se sintam cada vez mais comprometidos com a missão “ad gentes”, dentro e fora do Continente. 2. Formação missionária

Page 24: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

24Pôr decididamente em prática os processos formativos e os meios necessários, para que os jovens e adultos, que recebem o dom da vocação missionária, disponham da capacidade adequada para realizar com aptidão, criatividade e convicção apostólica. 3. Organização missionária Coordenar os recursos humanos e materiais que fortaleçam os processos de animação, formação, envio, acompanhamento e regresso dos missionários latino-americanos. - Promover a animação de todo o Povo de Deus, para que como batizado, se sinta cada vez mais comprometido com a missão dentro e fora do país. - Criar, apoiar e acompanhar os organismos de animação missionária nas Paróquias, Dioceses e Regionais. Para isto, participar de assembléias, encontros, preparar subsídios de formação missionária. - Cultivar a espiritualidade missionária que se exprime no viver em plena docilidade ao Espírito, na comunhão íntima com Cristo, no amor à Igreja e na caridade apostólica (cf. RMi 87-91)11. “Quem tem espírito missionário sente o ardor de Cristo pelas almas e ama a Igreja como Cristo a amou” (RMi 89)12. - Definir melhor o perfil do animador missionário, inserido na Pastoral Orgânica. - Promover e realizar cursos e encontros de estudo e reflexão teológico-missionária, e de formação missionária interna e além-fronteiras. - Motivar os formadores dos candidatos ao sacerdócio e vida religiosa para que desde a formação inicial a Dimensão Missionária seja parte integrante no processo formativo. - Incentivar os presbíteros, religiosos e religiosas e leigos a participarem de cursos e seminários de MISSIOLOGIA. - Levar ao reconhecimento e ao respeito do valor das diferentes culturas para que haja uma evangelização inculturada. - Revitalizar, dinamizar e acompanhar o Programa Igrejas Irmãs, como instrumento de sensibilização, solidariedade e colaboração mútua entre as Igrejas. - Incentivar os COMIREs e COMIDIs a assumirem corresponsavelmente o “Projeto Missão Além-Fronteiras” e estimular a celebração do ENVIO MISSIONÁRIO como festa e compromisso de toda a Igreja local. - Manter intercâmbio com os missionários brasileiros que atuam em outros países, acolhê-los no seu retorno ao Brasil e valorizar a sua experiência missionária de além-fronteiras para conscientização e animação missionária. - Articular e acompanhar os grupos de missionários leigos na sua organização, formação e iniciativas missionárias, para que respondam à sua vocação específica. - Apoiar o Conselho Missionário Nacional - COMINA (Organismo anexo à CNBB, na realização de seus objetivos específicos, como espaço de encontro e diálogo de todas as forças missionárias, para tornar a Igreja local, sujeito da missão). - Promover, em conjunto com o COMINA, encontros dos Organismos e Instituições Missionários. - Acompanhar e apoiar o Centro Cultural Missionário - CCM (Organismo anexo a CNBB, que se ocupa com animação e formação missionária). Desenvolve suas atividades

Page 25: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

25através dos Departamentos (CENFI, SCAI e CAEM), em especial nos cursos de formação e de inculturação dos missionários que chegam e dos que partem para além-fronteiras. - Utilizar, de forma eficaz e contínua, a serviço da missão, os diferentes meios de comunicação social. - Participar de atividades ligadas a situações missionárias específicas: índios, negros, assentamentos de trabalhadores rurais etc. - Realizar, junto com as Pontifícias Obras Missionárias, a Campanha Missionária do Mês de Outubro, como uma jornada de fé, festa de catolicidade e solidariedade em favor da missão universal da Igreja. Atender os objetivos permanentes da Campanha - compromisso de todos para com as missões, orações e sacrifícios, promoção das vocações missionárias, organização e ofertas - e aprofundar a força evangelizadora desta Campanha comum da ação pastoral. - Celebrar igualmente o “Dia Mundial das Missões” no penúltimo domingo de outubro. Este dia, “Orientado à sensibilização para o problema missionário, mas também para a coleta de fundos, constitui um momento importante na vida da Igreja, porque ensina como se deve dar o contributo: Na celebração eucarística, ou seja, como oferta a Deus, e PARA todas as missões do mundo” (RMi 81)13. PROJETOS Animação e ação missionária (Nº PD 2.1) OBJETIVO Dinamizar, criar e acompanhar os Conselhos Missionários Regionais (COMIREs) para que a Dimensão Missionária ilumine toda a pastoral das Igrejas particulares - sujeito da missão - e se “organizem como Igreja missionária”. JUSTIFICATIVA A ANIMAÇÃO missionária da Igreja no Brasil é o primeiro objetivo da Dimensão Missionária, Linha 2 da CNBB. Apoiar e acompanhar os COMIREs, promover a criação, onde ainda não existem, para que estes animem missionariamente as Igrejas particulares, formem pessoas e criem os Conselhos Missionários Diocesanos (COMIDIs) ou Equipes de Animação Missionária, (cf. Doc. 40,124). A ORGANIZAÇÃO missionária regional contribui para concretizar a comunhão e a participação; garante a presença da Dimensão Missionária nos planos pastorais e insere a animação missionária na ação pastoral, em todos os níveis. Esta prioridade, exige a FORMAÇÃO de pessoas que testemunhem a missionariedade da Igreja e planejem ações concretas para que todo o Povo de Deus tome consciência de sua vocação missionária. A comunicação, articulação, visitas e participação nos encontros, assembléias regionais, são formas e meios para atingir o objetivo do projeto. RESPONSÁVEL CNBB/L2 Nacional e Regional COMINA e POM PRAZO: 1993 e 1994 Missão além-fronteiras (Nº PD 2.2)

Page 26: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

26OBJETIVO Conclamar as Igrejas particulares para a “HORA MISSIONÁRIA”, dando da sua pobreza e assumindo corresponsavelmente o Projeto Missão Além-Fronteiras, através de projetos concretos regionais e diocesanos. JUSTIFICATIVA “Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova”... (Mc 16,15 e Mt 28,19)14 é o mandato de Jesus. “Como anunciar se ninguém foi enviado?...” (Rm 10,15)15

Anunciar o Evangelho é uma necessidade que se me impõe... “Ai de mim se não evangelizar” (1Cor 9,16)16. Cada Igreja particular é corresponsável pela Igreja inteira e por sua missão de evangelização dos povos. A missão “ad gentes” não é algo facultativo para a Igreja local, mas é parte constitutiva de sua vida e ação (cf. Igreja: Comunhão e Missão - Doc. 40, 117)17. “A maturidade de uma Igreja local é fortalecida na medida em que ela se abre a outros horizontes e contextos eclesiais, sociais e culturais, assumindo corresponsavelmente, o mandato do Senhor de evangelizar todos os povos” (Igreja: Comunhão e Missão, Doc. 40,118). “A riqueza de nossa fé nos obriga a compartilhá-la, mediante o testemunho e a proclamação, com aqueles que ainda não receberam a Boa Nova de Jesus, o Salvador do mundo” (COMLA IV). Os Bispos, como membros do colégio episcopal e como pastores das Igrejas particulares, são diretamente responsáveis pela Evangelização do mundo (cf. RMi 66)18 e, concretamente, assumindo o Projeto Missão Além-Fronteiras, regional e/ou diocesano. Os presbíteros, colaboradores do Bispo, integrem, juntamente com religiosas e leigos, estas equipes. RESPONSÁVEL CNBB/L2 - Coordenação do Projeto POM - CCM PRAZO: 1993 e 1994 V Congresso missionário Latino-americano (Nº PD 2.3) OBJETIVO Preparar e realizar o V Congresso Missionário Latino-Americano (COMLA V) envolvendo as Igrejas particulares e Forças missionárias, para que vivam esta “Hora da Graça”, reforçando NOVA caminhada missionária da Igreja do Brasil e da América Latina. JUSTIFICATIVA A finalidade dos COMLAs é a “coordenação dos esforços em nível continental, a fim de animar as Igrejas locais, na América Latina, a assumirem sua responsabilidade missionária na tarefa da evangelização dos povos”. O V Congresso Missionário Latino-Americano, assumido pela Igreja do Brasil, realizar-se-á em Belo Horizonte. A preparação e realização requer a participação corresponsável das Instituições eclesiais, Organismos e Forças missionários, envolvendo todo o Povo de Deus, para concretizar o “renovado ardor missionário” na Igreja do Brasil e América Latina.

Page 27: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

27Esta preparação, em todos os níveis, é a garantia do êxito do COMLA V, através de: - organização e formação de equipes - estudo e reflexão do Texto-Base e subsídios - realização de congressos missionários regionais e diocesanos - celebração de um Ano Missionário (Pentecostes/94 a julho/95) - seminários, encontros de estudo nos diversos setores e categorias eclesiais - empenho renovado de todos na Campanha Missionária Em nível latino-americano: - formação de equipes de reflexão e articulação - encontros dos responsáveis da Dimensão Missionária das Conferências Episcopais e Pontifícias Obras Missionárias. RESPONSÁVEL CNBB/L2 - POM - COMINA - COMIRES - COMIDIS - Arquidiocese de Belo Horizonte - CRB PRAZO Preparação: 1993 e 1994 Realização: 18 a 23 de julho de 1995 em Belo Horizonte - MG Grupos de leigos missionários (Nº PD 2.4) OBJETIVO Articular os diversos grupos de leigos missionários, apoiando-os na formação para a descoberta de sua identidade específica e o crescimento na vocação de leigo cristão-missionário. JUSTIFICATIVA: CHAMADOS E ENVIDADOS! “Ide vós também para a minha vinha” (Mt 20,4)19

A articulação de pessoas e organismos na atividade pastoral é uma exigência que se manifesta: na prática da planificação pastoral, nas instituições e organismos de reflexão e avaliação e nos encontros de comunicação e experiências. (cf. Diretrizes - Doc. 45, n. 287). Para o leigo viver sua vocação cristã e assumir sua missão, quer na Igreja, quer na sociedade, faz-se necessária uma formação integral e unitária. (cf. Diretrizes, Doc. 45, n. 259; CfL 59-60). “Todos os cristãos são chamados a viver a dimensão missionária de sua fé. Muitos desejam testemunhar a própria fé, consagrando-se, igualmente à missão dentro e fora do Brasil e constituem, assim, um desafio à criatividade e organização missionária das Igrejas” (Igreja: Comunhão e Missão, Doc. 40, n.129)20. Incentivar e apoiar a equipe de articulação, para estabelecer e agilizar a comunicação entre os grupos de Leigos missionários existentes e outros que surgirão. Propiciar a participação em cursos de formação missionária nas diversas etapas e níveis. Incentivar encontros de estudo e reflexão em conjunto com o Conselho Nacional de Leigos e Setor Leigos da L1 - CNBB para a busca de identidades. RESPONSÁVEL CNBB/L2 - COMINA POM - CNBB/L1 - Setor Leigos e CNL PRAZO: 1993 - 1994 Dimensão missionária no processo formativo (Nº PD 2.5)

Page 28: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

28 OBJETIVO Inserir a Dimensão Missionária no processo formativo inicial dos seminários e casas de formação, para preparar os futuros presbíteros, religiosas e religiosos disponíveis além fronteiras. JUSTIFICATIVA O presbítero é ordenado para “uma vastíssima e universal missão até os confins da terra e participa da mesma amplitude universal confiada aos Apóstolos por Cristo” (PO 10, cf. RMi 67)21. Os religiosos e religiosas, “graças à sua consagração religiosa, são por excelência voluntários e livres para deixar tudo e ir anunciar o Evangelho até as extremidades da terra” (EN 69, cf. Diretrizes, 283)22. “O ensino teológico não pode nem deve prescindir da missão universal da Igreja, do ecumenismo, do estudo das grandes religiões e da MISSIOLOGIA. Recomendo que, sobretudo nos seminários e casas de formação para religiosos e religiosas, se faça tal estudo” (RMi 83)23. “A formação não se restrinja às exigências da Igreja local, mas prepare os futuros presbíteros, com espírito missionário, para o serviço de outras Igrejas locais” (Formação de Presbíteros na Igreja do Brasil Doc. 30, 205). Participar nos encontros de presbíteros, religiosas e religiosos, formandos(as) e formadores(as) promovidos pelas dimensões e áreas de interesse (CRB, CNBB/L1 - Setor Ministérios, OSIB, CNC). RESPONSÁVEL CNBB/L2 CNBB/L1 - Setor Ministérios - CRB PRAZO: 1993 -1994 Programa igrejas-irmãs (Nº PD 2.6) OBJETIVO Atualizar o panorama da realidade pastoral e missionária das dioceses e prelazias, despertando a sensibilidade apostólica para os diversos apelos e urgentes necessidades, num renovado testemunho de comunhão intereclesial, na dimensão fraterna do dar e receber. JUSTIFICATIVA Conhecemos a generosidade de Jesus Cristo. Ele, embora sendo rico, tornou-se pobre por causa de todos, e com sua pobreza, enriqueceu a todos. (cf. 2Cor 8,9)24

Após 20 anos da criação e implantação do Programa Igrejas-Irmãs, é preciso atualizar o panorama da realidade sócio-político-econômica-religiosa-pastoral e missionária, para sensibilizar e suscitar novos projetos, entre Igrejas, diante dos apelos, desafios e necessidades urgentes. Testemunhar a intercomunhão eclesial e a solidariedade fraterna, através de uma distribuição eqüitativa dos agentes pastorais e recursos financeiros. Contatar entidades e organismos que dispõem de informações e dados atualizados da realidade (CERIS, CIMI, SPM, CARITAS). RESPONSÁVEL: CNBB/L2 - COMINA e COMIREs.

Page 29: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

29PRAZO: 1993 e 1994 CENTRO CULTURAL MISSIONÁRIO - CCM O CENTRO CULTURAL MISSIONÁRIO, situado em Brasília, DF, é um organismo anexo à CNBB que se ocupa especificamente da área missionária da Igreja no Brasil. O CCM é constituído pelos departamentos CAEM, SCAI e CENFI. SCAI: Serviço de Colaboração Apostólica Internacional - presta assistência jurídica aos missionários estrangeiros na obtenção de visto de entrada, prorrogação e permanência legal no Brasil, como também, orienta e presta assistência a brasileiros que saem para a missão em outros países. CENFI: Centro de Formação Intercultural - criado em 1960 em Anápolis, GO, transferido depois para Petrópolis, RJ, depois para São Paulo, SP, em seguida para o Rio de Janeiro, RJ, e finalmente, em 1979, para Brasília, DF. Realiza a importante tarefa de formação dos missionários estrangeiros através do ensino da língua portuguesa, primeira inculturação e iniciação pastoral, preparação dos brasileiros que partem para a Missão e formação permanente dos missionários. CAEM: Centro de Animação e Estudos Missionários - é o departamento do CCM que colabora na assessoria da Dimensão Missionária da CNBB, junto com as Pontifícias Obras Missionárias ajuda da publicação da revista “SIM - Serviço de Informações Missionárias”, realiza estudos na área missionária e pretende colaborar em publicações para a animação missionária. PROGRAMA 3: DIMENSÃO BÍBLICO - CATEQUÉTICA (PD-3) A Linha 3 pretende continuar a promoção do processo contínuo e sistemático da educação da fé para levar o Povo de Deus a uma constante interação entre a Palavra de Deus, as formulações da fé cristã e as situações da vida, interligando a experiência da fé com o crescimento humano da vida eclesial, nos níveis pessoal, comunitário e social. A dimensão bíblico-catequética busca animar e valorizar a Palavra de Deus e fazê-la ecoar, através de novos métodos, nas pessoas, nos grupos e nas comunidades. Assim, a Palavra de Deus fará crescer a comunidade eclesial na comunhão e participação e no compromisso com a justiça e solidariedade, a serviço da vida e da esperança. Toda esta atuação há de levar em consideração os novos desafios que a Igreja encontra: a vida urbana, a modernidade, a cultura e a inculturação da fé, a emergência dos novos sujeitos históricos, a subjetividade e a experiência própria da fé, os anseios, interrogações e buscas do homem de hoje. Para responder a estes desafios, a Linha 3 assume como prioridade para o quadriênio a inculturação da catequese, a catequese na vida urbana, privilegiando os adultos e a juventude, procurando sempre integrar-se com as outras dimensões que têm os mesmos objetivos. ATIVIDADES PERMANENTES - Continuar o processo iniciado pela Mobilização Nacional de Catequese; avaliar e acompanhar a evolução dos caminhos da catequese nas diferentes realidades. - Estimular a reflexão sobre catequese urbana, inculturação nos diversos ambientes e idades; promover intercâmbio de textos, material de apoio e experiências.

Page 30: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

30- Apoio à catequese dos surdos, divulgando notícias, sendo presença junto ao GRECATS e participando do Encontro Nacional (18 a 23 de janeiro de 1994). - Acompanhar, na medida do possível, a catequese para os agentes da Pastoral da Criança. - Estimular a formação catequética do clero e dos seminaristas. - Apoiar as Coordenações Regionais de Catequese, através de contatos pessoais, cartas, troca de experiências e material, buscando uma relação mais afetiva e não apenas funcional. - Reuniões com o GRECAT, o GERET, o GRESCAT e criação do GRECAT Nordeste. - Acompanhar e apoiar as diversas iniciativas de Pastoral Bíblica. - Participar dos projetos do DECAT-CELAM e do COINCAT. - Dinamizar a celebração do Dia do Catequista. - Colaborar com a Revista de Catequese e a Folha Catequética. - Colaborar na elaboração de subsídios da Campanha da Fraternidade. - Promover a aplicação na catequese das conclusões de Santo Domingo e refletir as implicações decorrentes da publicação do Catecismo da Igreja Católica. - Colaborar com as demais Dimensões e refletir em conjunto problemas comuns. PROJETOS Acompanhamento da pastoral bíblica (Nº PD 3.1) OBJETIVO Refletir, orientar e animar a pastoral bíblica JUSTIFICATIVA A Bíblia está ocupando cada vez mais seu verdadeiro lugar na evangelização. Torna-se presente na vida do povo e alimenta a fé da nossa gente. Por outro lado, há também problemas no uso da Bíblia, nas diversas leituras e usos do texto bíblico. A catequese se esforça por ser cada vez mais bíblica e isso requer uma formação melhor dos catequistas nesta área. Há também a preocupação de ajudar todas as pastorais a fazerem um bom uso da Bíblia. Este projeto envolve: - Participação e apoio nas atividades do SAB - Contatos com a FEBIC - Reuniões com o GERET (2 por ano) - Entrosamento com a Dimensão 5 RESPONSÁVEL: Dimensão 3 e GERET PRAZO: 1993/1994 Segundo seminário de pastoral bíblica (Nº PD 3.2) OBJETIVO

Page 31: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

31Dar continuidade à reflexão sobre os vários modos de ler a Bíblia, usados pelo Povo de Deus, nos movimentos e na pastoral bíblica. JUSTIFICATIVA Foi solicitada no primeiro seminário a continuidade da reflexão, aprofundando a questão do fundamentalismo na leitura da Palavra de Deus. Pretende-se reunir os mesmos participantes do primeiro seminário (com os quais mantemos contato periódico com intercâmbio de textos) e mais alguns convidados e especialistas no assunto. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 e GERET PRAZO: 13 a 15 de novembro de 1993 Tradução e publicação da bíblia oficial (Nº PD 3.3) OBJETIVO Elaborar e publicar a tradução oficial da Bíblia, de cunho litúrgico-catequético-pastoral, para o Episcopado brasileiro. JUSTIFICATIVA O trabalho já foi iniciado, conforme solicitação da 29ª Assembléia Geral da CNBB, e visa respeitar o princípio da unidade de tradução nas atividades pastorais e na Liturgia. Foi formada uma equipe de biblistas qualificados e o trabalho está em andamento, de acordo com a previsão inicial de 10 anos de prazo para a conclusão. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 e equipe de biblistas com consulta à Dimensão 4 PRAZO: 1993/1994 Dez anos do documento Catequese Renovada (Nº PD 3.4) OBJETIVO Apoiar nas bases, dioceses e Regionais, a comemoração do décimo aniversário do documento Catequese Renovada com enfoques da avaliação, da celebração e do compromisso. JUSTIFICATIVA Tendo a catequese do Brasil vivido nesses dez anos a inspiração do documento 26, queremos agora que as bases, principais responsáveis por todo esse trabalho, nos digam: - o que aconteceu por causa do Catequese Renovada, - o que não conseguiram pôr em prática, - o que aconteceu de novo, que não estava previsto. Dessa reflexão pode sair o que estamos chamando de 5º capítulo do Catequese Renovada, com os novos passos que a catequese se propõe a dar diante da realidade urbana, da modernidade, do pluralismo cultural e religioso, das orientações de Santo Domingo e do que mais os catequistas indicarem como necessário. Este projeto vai envolver: - Animação do Regional para que aconteçam as diversas atividades previstas (encontros, congressos, assembléias, elaboração de subsídios etc.) - Encontros regionais de presbíteros com apoio da Dimensão 3. - Escolha de delegados regionais para o VI Encontro Nacional. - Reunião com os Coordenadores Regionais em 29 de abril de 1993.

Page 32: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

32- Elaboração, divulgação e intercâmbio de subsídios. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 PRAZO: 1993 VI Encontro nacional de catequese (Nº PD 3.5) OBJETIVO Comunicar, celebrar e encaminhar as propostas trazidas pelas bases a partir do projeto 4. JUSTIFICATIVA De dois em dois anos costuma acontecer o Encontro Nacional. Desta vez, após consulta ao GRECAT e aos Coordenadores Regionais, adiamos o encontro por um ano para que as bases realizem sua avaliação e possamos recolher esse resultado. Queremos avaliar esses dez anos de Catequese Renovada, suas dificuldades, seus frutos e as novidades que os catequistas descobriram nesse período. Do que for apresentado nasce o “Quinto Capítulo”, com as novas descobertas e inquietações em relação aos conteúdos, métodos, linguagem, formação de agentes. À luz de Santo Domingo, das urgências da realidade socio-eclesial e dos desafios da sociedade urbana e moderna, os participantes refletirão e farão propostas para a caminhada da catequese no Brasil. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 e GRECAT PRAZO: 1º semestre de 1994 Leitura catequética de Santo Domingo (Nº PD 3.6) OBJETIVO: Divulgar e implementar as indicações de Santo Domingo. JUSTIFICATIVA A catequese é diretamente envolvida nas questões básicas da IV CELAM: Nova Evangelização, promoção humana e cultura cristã. Este trabalho vai nos ajudar a pensar numa catequese inculturada para a realidade urbana moderna. Este projeto envolve: - elaboração, divulgação e intercâmbio de subsídios, - estudo e reflexão nas reuniões do GRECAT, GERET e GRESCAT, - assessoria em encontros regionais e no VI Encontro Nacional, - elaboração de textos para a Folha Catequética e a Revista de Catequese, - diálogo com todas as outras dimensões. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 PRAZO: 1993/1994 Formação de catequistas, catequetas e assessores (Nº PD 3.7) OBJETIVO Incentivar a formação dos agentes qualificados capacitando os catequistas diante dos desafios da cidade e da modernidade. JUSTIFICATIVA Há um clamor muito forte nas bases solicitando assessoria na formação de catequistas e buscando assessores para temas especializados. Nota-se também um despreparo para a catequese urbana e uma decorrente rejeição à cidade e à modernidade. O pluralismo

Page 33: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

33cultural e religioso vai igualmente exigir preparação específica nas escolas e centros de formação. Este projeto envolve: - levantamento de recursos humanos, - incentivo aos centros regionais de formação e aos catequistas que tiverem possibilidade de se candidatar a cursos de aperfeiçoamento no exterior, - debates no GRESCAT e intercâmbio entre as escolas, - entrosamento com a dimensão 5, - pesquisa, assessoria e elaboração de subsídios sobre cidade e modernidade, - reflexão no GRECAT e GERET. RESPONSÁVEL: Dimensão 3 PRAZO: 1993/1994 PROGRAMA 4: DIMENSÃO LITÚRGICA (PD-4) A Liturgia é ação salvífica de Deus em Jesus Cristo, por seu Espírito Santo, como serviço em favor do seu povo para que tenha vida em plenitude (Jo 10,10)25. Expressa a Igreja como comunidade sacerdotal, organicamente estruturada, celebrando os mistérios da fé (DG 91). A Liturgia é fonte e culminância da vida e da ação da Igreja (SC 10)26, momento significativo de participação e de comunhão eclesial (DG 92). Memorial da Páscoa do Senhor, incorpora e faz crescer os batizados em Jesus Cristo (DG 91). Vivendo e celebrando a atuação do Senhor na História, a liturgia se insere no mundo pluralista da cultura, das tensões sociais, políticas e religiosas. Daí que a ação litúrgica deverá considerar a nova sensibilidade emergente que vem expressa nos anseios de valorização da pessoa humana, de participação e de compromisso transformador das estruturas sociais em favor da vida (DG 244). Por si só ela exerce função importante na ação evangelizadora da Igreja. Deverá também levar em conta os apelos de uma nova expressão celebrativa que considere o universo simbólico e a religiosidade de nosso povo, num justo e sadio processo de inculturação (DG 95; 189). O Ano Litúrgico é uma caminhada sacramental que leva os participantes a viverem o dinamismo do mistério pascal, atualizando salvificamente o passado e antecipando o futuro para toda a Igreja. Sendo a Liturgia dimensão vital e celebrativa da Igreja, ela requer ação pastoral definida e com um instrumental que lhe é próprio, animada e sustentada por profunda espiritualidade evangélica, à luz das Diretrizes e inserida na caminhada pastoral da Igreja do Brasil. ATIVIDADES PERMANENTES 1. Tradução, Elaboração e Publicações: - Liturgia das Horas Edição em quatro volumes, edição em dois volumes e edição abreviada, com texto oficial. - Lecionários: Dominical, Ferial, Santoral e para missas de circunstâncias. - Reedição e adaptação dos livros Litúrgicos (Rituais): Batismo de Crianças, Iniciação Cristã de Adultos, Unção dos Enfermos, Ordem, Matrimônio e Exéquias. - Documentário Litúrgico (Encherydion). - Criação de novos textos litúrgicos. 2. Do Canto e da Música:

Page 34: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

34- Hinário Litúrgico Nacional (4º volume). - Campanha da Fraternidade. - Música para a Liturgia das Horas. - Textos metrificados da Liturgia das Horas e dos Lecionários. 3. De Assessoria: - Regionais e Dioceses. - Campanha da Fraternidade. - Pastoral dos Santuários e Romarias. - Congressos Eucarísticos. 4. De Integração: - Com as Dimensões e Organismos da Pastoral. 5. Participar: - de Encontros setoriais, regionais e internacionais; - de Encontros de interesse da Dimensão Litúrgica; - de Encontros da Pastoral de Santuários; - de Encontros da Associação dos Professores de Liturgia. 6. Colaborar: - Com os Cursos de Liturgia; - com o Centro de Liturgia ligado à faculdade Assunção, em São Paulo; - com a Revista de Liturgia e outros; - com a realização do Curso de Formação Litúrgico-Musical; - com os liturgistas que atuam na inculturação indígena. 7. Diálogo: - Com a Sé Apostólica; - com o CELAM; - com outras Conferências Episcopais e Instituições. Equipe de reflexão teológico-litúrgica (Nº PD 4.1) OBJETIVO - Aprofundar e alimentar a ação pastoral litúrgica da linha 4. - Refletir, à luz da natureza litúrgica, os desafios que a atualidade brasileira levanta à pastoral litúrgica. JUSTIFICATIVA As grandes questões levantadas pelas Diretrizes serão integradas e assumidas pela Pastoral Litúrgica, em base a uma sólida reflexão teológico-litúrgico-pastoral. A Equipe de Reflexão teológico-litúrgica auxiliará a Linha 4 no discernimento e nas opções pastorais, para responder adequadamente aos novos desafios emergentes da caminhada eclesial inserida no mundo moderno. RESPONSÁVEL: Linha 4 PRAZO/PERIODO Em princípio, a Equipe reunir-se-á duas ou três vezes ao ano. 1ª reunião: 5 e 6 de fevereiro de 1993 2ª reunião: Seminário nacional de pastoral litúrgica (Nº PD 4.2)

Page 35: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

35 OBJETIVOS - Analisar o processo de Pastoral Litúrgica no atual momento da vida da Igreja. - Refletir, à luz da natureza da Liturgia, das Diretrizes e das Conclusões de Santo Domingo, a Pastoral Litúrgica. - Celebrar o trigésimo Aniversário da Promulgação da Constituição sobre a Sagrada Liturgia. - Dar continuidade à Animação da Vida Litúrgica no Brasil, através de um projeto de Pastoral Litúrgica alicerçado nas Diretrizes e nas Conclusões de Santo Domingo. JUSTIFICATIVA Constata-se uma nova sensibilidade litúrgica nas comunidades inseridas num sério processo de evangelização, as quais reclamam uma adequada expressão celebrativa. A falta de uma proposta clara de Pastoral Litúrgica, que promova de fato a Dimensão celebrativa, no atual momento histórico da caminhada da Igreja, deixa os agentes e as Equipes de Liturgia desprovidos de horizonte e até ineficazes em sua ação. Urge uma proposta pastoral que integre as demais dimensões da pastoral, evidenciando-se a dimensão celebrativa das mesmas. Sendo a Liturgia dimensão vital e celebrativa da Igreja, ela requer ação pastoral definida e com um instrumental que lhe é próprio, animada e sustentada por profunda espiritualidade evangélica, à luz das diretrizes e inserida na caminhada pastoral da Igreja no Brasil. RESPONSÁVEL: Linha 4, em colaboração as dimensões afins e o INP PRAZO: Local: Casa de Retiros Assunção - Brasília/DF, 8 a 11 de março de 1993. Elaboração de diretrizes para a celebração da Palavra (Nº PD 4. 3) OBJETIVO - Conhecer a situação concreta da Celebração da Palavra, na ausência do padre. - Apresentar orientações pastorais neste campo. - Fornecer subsídios adequados às comunidades. JUSTIFICATIVA 70% das comunidades eclesiais se reúnem para celebrar o memorial do Senhor, acolhendo sua Palavra e proclamando seu louvor. A celebração comunitária da Palavra tem grande aceitação nas COMUNIDADES: é um amplo espaço de atuação dos leigos e das equipes de Liturgia. É preocupante que tão grande número de Comunidades cristãs estejam privadas da Eucaristia no dia do Senhor (domingo). A maioria sente falta de orientações e subsídios adequados. As celebrações da Palavra aprofundam a vivência da fé e a consciência comunitária (DG 225). RESPONSÁVEL: Linha 4 PRAZO: 1993 Encontro com especialistas em inculturação litúrgica afro-brasileira (Nº PD 4.4) OBJETIVO Promover a inculturação da liturgia a partir dos valores da cultura afro-brasileira. JUSTIFICATIVA O processo de inserção da Igreja nas culturas e a consciência da necessidade de enfatizar a evangelização, exigem celebrações litúrgicas encarnadas e, ao mesmo tempo, que expressem significativamente as realidades da vida cotidiana das pessoas e das

Page 36: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

36comunidades cristãs. Para isso, “promova-se maior aproximação entre as celebrações litúrgicas e o universo simbólico das comunidades, através de uma legítima criatividade, adaptação e inculturação” (DG 95 e 189). “Trata-se, portanto, de colaborar a fim de que o rito romano, embora mantendo a própria identidade, possa acolher as oportunas adaptações, de modo a permitir aos fiéis daquelas comunidades cristãs em que, devido à cultura, alguns aspectos rituais não conseguem encontrar adequada expressão, sentirem-se plenamente partícipes nas celebrações litúrgicas” (João Paulo II, Alocução à Assembléia dos membros da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos: Notitiae, 294/295 [1991], nº 3)27. RESPONSÁVEL: Linha 4 Equipe Litúrgica Afro. PRAZO 23 a 25 de abril de 1993 Local: São Paulo Curso ecumênico de formação litúrgico-musical (CELMU) (Nº PD 4.5) OBJETIVO - Conseguir uma melhor integração da música na Liturgia, mediante uma preparação adequada dos seus agentes. - Promover a função ministerial do canto e da música. - Fornecer um suporte musical e litúrgico às pessoas engajadas nas ações litúrgico-musicais. JUSTIFICATIVA A falta de agentes qualificados, nesta área, levou músicos, poetas liturgistas e demais envolvidos com as preocupações litúrgico-musicais a projetarem um Curso de Formação e atualização para pessoas que já trabalham com música e liturgia nas Igrejas e necessitam de um suporte teórico-musical e litúrgico. RESPONSÁVEIS Entidades Proponentes: CNBB; Instituto Metodista de Ensino Superior; Centro de Liturgia (SP); Faculdade Federal de Música Sta. Marcelina (SP); Coordenação Executiva do Curso. PRAZO 2ª etapa: de 11 a 29 de janeiro de 1993 3ª etapa: janeiro de 1994. Seminário nacional de músicos (Nº PD 4.6) OBJETIVO - Descobrir meios que possam levar a uma música litúrgica mais em sintonia com a cultura musical das diversas regiões do Brasil. - Articular compositores e letristas da música litúrgica a partir de sua realidade. - Avaliar caminhada litúrgico-musical iluminada pela Constituição sobre a Sagrada Liturgia. JUSTIFICATIVA A renovação litúrgica tem sua principal razão de ser na comunhão e participação do Povo de Deus no mistério de salvação que se realiza na liturgia (SC 5 e 6)28. Por sua vez, a música e o canto nas celebrações litúrgicas são expressão de comunhão e da participação do Povo de Deus.

Page 37: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

37O interesse e o incentivo à pastoral do canto litúrgico tem ajudado muitas comunidades a crescer na fé e na vida cristã. Numa perspectiva evangelizadora, é importante promover a música e o canto, como serviço eminente que corresponda à índole das diferentes regiões do Brasil (cf. Puebla, 947)29. RESPONSÁVEL: Linha 4- setor de música PRAZO 1ª etapa: Encontros Inter- Regionais: Norte, em Belém, 13 a 15 de agosto de 1993 Nordeste, no Recife, 11 a 13 de junho de 1993 Centro-Sul, em São Paulo, 10 a 12 de setembro de 1993 2ª etapa: Seminário Nacional - março 1994 Encontro de bispos responsáveis por liturgia nos regionais (Nº PD 4.7) OBJETIVOS - Dinamizar a caminhada da pastoral litúrgica da Igreja no Brasil, numa perspectiva de pastoral de conjunto. - Avaliar a ação pastoral litúrgica dos regionais da CNBB. - Refletir e tomar decisões em face dos temas e situações emergentes do processo pastoral litúrgico. - Avaliar e aprofundar as adaptações dos rituais e de outros projetos da Linha 4. JUSTIFICATIVA Os Bispos são considerados como “os primeiros agentes” na promoção e animação da pastoral litúrgica da Igreja (cf. CD 15, SC 41)30. Os desafios, que emergem da realidade pastoral no Brasil, requerem reflexão e ação litúrgica planejada em todos os níveis. Estas devem ser incentivadas pelos Bispos responsáveis pela Dimensão Litúrgica nos regionais. RESPONSÁVEL: Linha 4 PRAZO 11 e 12 de março de 1993 - Brasília, DF Agosto de 1994 Equipe de arte litúrgica (Nº PD 4.8) OBJETIVO Constituir uma equipe de artistas que estude e elabore critérios artístico-litúrgicos para o espaço e os objetos das celebrações. JUSTIFICATIVA Um espaço será tanto mais adaptado à liturgia, quanto melhor responder à diversidade de situações de uma assembléia favorecendo a participação ativa de todos os seus membros. A beleza e a dignidade dos objetos, a harmonia do espaço, a clareza e expressividade dos sinais e símbolos, constituem uma primeira condição à oração, à comunhão e à participação (cf. IGMR 253). Portanto, procure-se uma verdadeira qualidade artística do espaço e dos objetos de culto, para que alimentem a fé e a piedade e correspondam ao seu verdadeiro significado e ao fim a que se destinam (IGMR 254). RESPONSÁVEL: Linha 4 PRAZO: Maio de 1993 Encontro com formadores de liturgia nos seminários e casas de formação (Nº PD 4.9)

Page 38: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

38OBJETIVO Reunir os responsáveis pela formação e vida litúrgica nos seminários e casas de formação, para troca de experiências e aprofundamento do processo formativo da Liturgia. JUSTIFICATIVA “É fundamental que os seminaristas se familiarizem com o espírito litúrgico e se preparem bem para presidir as celebrações. A vivência da liturgia acompanha todas as etapas da vida do formando” (CNBB, doc. 43, n.190). E “que os irmãos e irmãs religiosos tenham, no programa de seu processo formativo, a preocupação de transformarem a liturgia em fonte da própria espiritualidade e de se tornarem animadores da celebração litúrgica” (CNBB, doc. 43, n. 192). “Para a formação espiritual de todo e qualquer cristão, e especialmente do sacerdote, é inteiramente necessária a educação litúrgica, no pleno sentido de uma inserção vital no mistério pascal de Jesus Cristo morto e ressuscitado, presente e operante nos sacramentos da Igreja” (PDV 48)31. RESPONSÁVEL: Linha 4, Setor de Vocações e Ministérios e OSIB. PRAZO: 1994 Religiosidade popular e santuários (Nº PD 4.10) OBJETIVOS - Reunir Liturgistas, Reitores de Santuários e pastoralistas para estudar as manifestações da religiosidade popular e sua relação com a liturgia. - Aprofundar o conhecimento das manifestações e dos conteúdos da Religiosidade Popular em vista à inculturação litúrgica. JUSTIFICATIVA O povo brasileiro é profundamente religioso (cf. DG n.144 e 145). Os Santuários são lugares sagrados, nos quais o povo expressa sua religiosidade. Além de serem lugares privilegiados de evangelização, é onde os pobres têm ocasião de estabelecerem um contato mais afetivo com a Igreja. “É meta da adaptação da liturgia, num justo e sadio processo de inculturação, a introdução de novos símbolos, de novos ritos de sacramentais para diversas necessidades e circunstâncias da vida, mais compreensíveis ao povo de hoje, porque criados pela piedade popular” (DG 95 e CNBB, doc 43, n. 174). RESPONSÁVEL: Linha 4 e Equipe dos Reitores dos Santuários. PRAZO: 1994 Encontro de presidentes e de secretários das comissões de liturgia dos países de língua portuguesa (Nº PD 4.11) OBJETIVO Manter o intercâmbio de reflexão e ação pastoral litúrgica com os países de língua portuguesa. JUSTIFICATIVA Os desafios e a necessidade de intercâmbio entre os países de língua portuguesa, no campo da Liturgia, exigem um maior conhecimento mútuo, assim como a reflexão e a ação comum correspondentes. RESPONSÁVEL: Linha 4 PRAZO: 1994 PROGRAMA 5: DIMENSÃO ECUMÊNICA, DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E DIÁLOGO COM NÃO-CRENTES (PD-5)

Page 39: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

39 O diálogo, próprio da dimensão ecumênica, acabou se estendendo, nas devidas proporções e formas, às outras religiões e a quantos estão à procura da Verdade, mesmo “às apalpadelas”. 1. ORIENTAÇÕES COMUNS PARA A DIMENSÃO ECUMÊNICA, O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E O DIÁLOGO COM NÃO-CRENTES Fiel às grandes inspirações do Concílio Vaticano II, ao crescimento do ecumenismo, do diálogo Inter-religioso e do diálogo com não-crentes depois do Concílio e em resposta ao crescimento do pluralismo religioso no Brasil, a Igreja Católica propõe-se realizar o objetivo de sua ação em diálogo com os irmãos de outras Igrejas e Comunidades Eclesiais, com adeptos de outras Religiões e de concepções de vida e de mundo, fechadas ao transcendente. Entende-se por diálogo não só o colóquio, mas todo o conjunto de relacionamentos positivos e construtivos com quaisquer grupos e comunidades. Esse diálogo, em sentido amplo, visa o conhecimento e auxílio mútuos, a ação comum em prol da unidade do gênero humano, (da qual a Igreja se professa sacramento ou sinal e instrumento: LG, 1)32 e, ainda da conservação da criação inteira. Inspirados no documento do Pontifício Conselho para o diálogo Inter-Religioso “A atitude da Igreja perante os que seguem outras Religiões. Reflexões e Orientações sobre o Diálogo e Missão” (Pentecostes 1984, L' Osservatore Romano, ed. port. 12/8/84, pp.4ss), indicamos quatro formas de diálogo: - O diálogo da convivência humana: é o diálogo como espírito e atitude que devem guiar todo o comportamento - O diálogo da ação comum: é a colaboração em objetivos de caráter humanitário, social, econômico e político que se orientam para a promoção e a libertação humanas; - O diálogo de especialistas, seja para confrontar, aprofundar e enriquecer os respectivos patrimônios religiosos, seja para aplicar os recursos, aí contidos, aos problemas que se põem à humanidade no curso da História; - O diálogo de participação na própria vida, oração e ação de outra comunidade, dentro dos limites indicados pela fé e a disciplina da Igreja. Dentro da realidade do Brasil a Igreja deve estar muito atenta a realizar em comum com membros de outras Igrejas, de outras Religiões e com não-crentes todas as iniciativas que visam construir uma sociedade justa e fraterna. À luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, a Igreja deve prestar especial atenção: - À defesa da dignidade da pessoa humana, mormente dos pobres e marginalizados. - Ao “ecumenismo de base” que está acontecendo nos meios populares, como associações de bairro, grupos marginalizados e outros; bem como aos perigos de divisão nestes meios, suscitada por movimentos religiosos contemporâneos (seitas). - Aos caminhos para o diálogo com o Evangelismo em meios pobres, como sejam várias formas de Pentecostalismo, com as Religiões Negro-brasileiras, com expressões populares do Espiritismo e Sincretismo, e, ainda, com os “agentes religiosos autônomos” (curandeiros, benzedeiros...), embora nem todos esses grupos estejam abertos ao diálogo com a Igreja Católica. A fim de que a Igreja, em sua ação evangelizadora, seja realmente Igreja do diálogo, merecem especial cuidado:

Page 40: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

40 - Os cursos do ecumenismo, do diálogo inter-religioso e do diálogo com a não-crença nos seminários e outros centros de formação pastoral. - A formação de especialistas em ecumenismo e diálogo inter-religioso. - Um mínimo de estrutura para a ação nos regionais e dioceses. - Diante da crescente pluralidade cultural, da acentuação da subjetividade e do crescimento do pluralismo religioso, a Igreja deve estar aberta ao fenômeno das expressões religiosas contemporâneas e aos desafios que as mesmas colocam para a Igreja (problema das “seitas”). 2. ORIENTAÇÕES ESPECIAIS PARA A DIMENSÃO ECUMÊNICA A divisão entre os cristãos, que tem acontecido na História, e ainda acontece hoje, também no Brasil, e que faz surgir sempre novos grupos separados, “contradiz abertamente a vontade de Cristo, e se constitui em escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa do anúncio do Evangelho a toda criatura” (UR 1)33. Todos os cristãos, obedecendo à ação do Espírito Santo, são chamados a crescerem até aquela plena comunhão que o Senhor deseja para sua Igreja e lhe oferece como dom. Assim, a partir da fé comum, da incorporação em Cristo pelo Batismo validamente administrado e de outros dons que possam ter em comum, os cristãos devem crescer em comunhão, segundo os caminhos que o Espírito abre para a Igreja, colocando-se a serviço do mundo que o Senhor Jesus veio salvar. A fim de que cresçam o espírito e a ação ecumênica da Igreja, deve-se prestar especial atenção: - À presença da dimensão ecumênica em toda a ação pastoral da Igreja ou seja impregnar de espírito ecumênico toda ação da Igreja - Ao ecumenismo espiritual ou a uma espiritualidade ecumênica que consiste na conversão do coração, na abertura para o “outro” e na insistente oração pela unidade ou plena comunhão. - Ao fortalecimento dos organismos ecumênicos oficiais (CONIC e CESE) e à colaboração com outros organismos ecumênicos existentes no Brasil. - Aos acontecimentos ecumênicos significativos em nível mundial e latino-americano. - Aos itens já citados nas orientações comuns para os diversos tipos de diálogo. Finalmente se deve levar em consideração que o Judaísmo ocupa um lugar especial na própria dimensão ecumênica ou busca da unidade entre os cristãos em razão das raízes judaicas do Cristianismo: a redescoberta destas raízes é conditio sine qua non para a unidade dos cristãos, ou seja, o caminho para esta unidade passa necessariamente pelo Judaísmo. 3. ORIENTAÇÕES ESPECIAIS PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO A partir de documentos do Vaticano II, da encíclica do Papa Paulo VI “Eclesiam Suam” (06/08/91), da encíclica do Papa João Paulo II “Redemptoris Missio” (07/12/1990) e de documentos do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso (antes Secretariado para os Não-Cristãos), a Igreja Católica tem desenvolvido uma visão de fé a respeito das Religiões Não-Cristãs, que constitui a orientação fundamental para o diálogo inter-religioso. Uma síntese desta visão de fé encontramos em dois documentos deste Conselho: o já citado sobre o Diálogo e Missão (1984), e o mais recente sobre o “Diálogo

Page 41: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

41e Anúncio”. Este último documento, elaborado pelo Conselho e a Congregação para a Evangelização dos Povos, tem como subtítulo: “Reflexões e orientações sobre o Diálogo inter-religioso e o Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo” (19/5/91; cf. L' Oss. Rom.ed. port. 7/7/91, p.3-9). Citamos alguns elementos destes documentos. A Igreja abre-se ao diálogo por fidelidade ao homem, mas sobretudo por motivos de fé. Pois, sem diminuir o caráter próprio e único da missão que recebeu, a Igreja descobre o Deus Uno e Trino agindo nas outras Religiões, como instrumentos do Seu único plano de salvação. Por esta razão, o diálogo não é estranho ou paralelo à missão, e sim integrado nela. Nesta visão de fé o diálogo é diálogo de salvação. No diálogo inter-religioso, ocupa um lugar todo especial o Judaísmo, por motivos históricos: a culpa dos cristãos na história do antisemitismo; por razões de fé: a aliança de Deus com o povo judeu e as raízes judaicas do Cristianismo. Já indicamos nas orientações especiais para dimensão ecumênica que a caminhada dos cristãos para a unidade passa necessariamente pelo Judaísmo. O Islã, outra Religião abraâmica, merece um lugar especial no diálogo inter-religioso. A história do relacionamento entre Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, os atuais problemas de paz no Oriente Médio e a herança abraâmica comum sugerem, no Brasil, a busca de diálogo entre estas três Religiões (uma forma de fraternidade abraâmica). O diálogo com as Religiões Indígenas e Negro-brasileiras, por várias razões históricas e atuais, deve ocupar um lugar de destaque. As várias formas do espiritismo e as novas expressões religiosas não-cristãs (“seitas”) exigem uma atenção especial no diálogo. 4. ORIENTAÇÕES ESPECIAIS PARA O DIÁLOGO COM NÃO-CRENTES A Igreja abre-se ao diálogo com não-crentes, como foi indicado nas orientações comuns para a ação. O documento do então Secretariado para os Não-Crentes, hoje chamado Pontifício Conselho para o Diálogo com Não-Crentes, sobre a Fé e o ateísmo no Mundo (1987, edição espanhola em Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1990), oferece diretrizes para este diálogo. No entanto este diálogo, no Brasil, praticamente ainda deve começar. Entre nós a caracterização dos não-crentes apresenta uma dificuldade inicial pelo fato de não existir uma tradição de cultura atéia organizada e influente. Sem dúvida, existem no Brasil muitas pessoas que aderem a uma ou outra forma de ateísmo (ateísmo teórico e prático, agnosticismo, indiferentismo diante da questão religiosa etc.), mas é antes uma atitude de espírito do que um princípio organizativo de uma visão do mundo, ou postulado ideológico que regem as manifestações de determinadas correntes na vida cultural do país. Por outro lado, há uma rejeição quase espontânea no povo por toda declaração formal de ateísmo, o que faz com que o ateu declarado e confesso tenha dificuldade de fazer-se socialmente reconhecido e legitimado. ATIVIDADES PERMANENTES 1. Dimensão ecumênica - Atividades relacionadas com a vida e ação da Igreja Católica (atividades “ad intra”):

Page 42: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

42• apoio à formação ecumênica dos atuais e futuros ministros ordenados, de outros ministros, agentes de pastoral e leigos (com o Setor Vocações e ministérios da CNBB, com a OSIB e outros organismos relacionados com a CNBB); • apoio à formação de especialistas em ecumenismo; • contato com os Secretariados Regionais, em vista da criação de estrutura para a Dimensão Ecumênica; • contato com organismos da Igreja, em vista da Dimensão Ecumênica de suas atividades (AEC, CIMI, CPT, Centro de Defesa de Direitos Humanos, e Cáritas) e com movimentos dentro da Igreja; • estudo das possibilidades de uma Campanha da Fraternidade sobre a dimensão Ecumênica e da possibilidade da Campanha da Fraternidade em comum com as Igrejas-membros do CONIC; • maior divulgação da importância da Oração pela Unidade dos Cristãos, especialmente na semana que antecede o dia de Pentecostes; (Semana da Unidade); • participação nas atividades da Secção de Ecumenismo do CELAM; • participação em atividades do Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos; • divulgação de publicações sobre outras Igrejas Cristãs. - Atividades relacionadas com outras Igrejas e Organismos (atividades “ad extra”): • diálogo com as Igrejas da Ortodoxia; encontro dos Bispos da Presidência e CEP com autoridades das Igrejas Ortodoxas (pré-calcedonianas e as de tradição bizantina), encontro este preparado com os Bispos Católicos de ritos orientais e acompanhado pelos mesmos; • diálogo com as Igrejas Episcopal, Evangélica de Confissão Luterana, Metodista, Presbiteriana e Reformadas; • procura de diálogo com líderes de Igrejas Batistas, Pentecostais e grupos “evangelicais”; • participação em Concílios, Sínodos e Assembléias Nacionais de outras Igrejas, a título de observadores; • participação em atividades do CONIC (assembléias, comissão central, seminários); • participação em atividades da CESE (diretoria, assembléia anual, seminários e encontros); • participação em encontros de Organismos ecumênicos nacionais (atividade conjunta do CONIC e CESE); • contato com a Fraternidade ecumênica de Taizé (Alagoinhas-BA), especialmente em vista de sua experiência em encontros de caráter participativo; com o Conselho Nacional do Dia Mundial de Oração das Mulheres; • colaboração com a Sociedade Bíblica do Brasil (a publicação da Bíblia completa na linguagem de hoje); • contato com organismos ecumênicos: CEDI, CEBI, CESEP, AGEN, pastoral ecumênica do menor e outros; • contato com organizações de educação das Igrejas em vista de uma ação conjunta; • contato com OSIB e ASTE en vista de um entrosamento; • contato com organismos inter e transdenominacionais, como Visão Mundial e outros; • elaboração de notícias e informações de caráter ecumênico para os MCS; • contato com o Conselho Latino-americano de Igrejas (CLAI), com o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e com Conselhos Nacionais de Igrejas de outros países. 2. Diálogo inter-religioso - Atividades relacionadas com a vida e ação da Igreja (atividades “ad intra”): • apoio à formação dos atuais e futuros ministros ordenados, dos outros ministros, agentes de pastoral e leigos (com o Setor Vocações e Ministérios da CNBB, com a OSIB e outros organismos relacionados com a CNBB); • apoio à formação de especialistas em diálogo inter-religioso. - Atividades relacionadas com outras Religiões (atividades “ad extra”):

Page 43: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

43• apoio à Comissão Nacional de Diálogo Católico-Judaico; contato com os Conselhos de Fraternidade Cristão-Judaica e outras formas de relacionamento com a comunidade judaica; • diálogo com líderes mulçumanos; • estímulo para um diálogo entre líderes judeus, cristãos e mulçumanos; • encontros com líderes de Religiões Indígenas, (com o CIMI) e Negro-brasileiras,(com a Linha 2); • encontro com líderes de Religiões Orientais antigas e novas; • encontros com líderes espiritualistas (espiritismo). • contato com a World Conference on Religion and Peace em vista do congresso mundial. 3. Diálogo com não-crentes Em vista da situação iniciante deste diálogo em nível nacional, limitam-se as atividades neste biênio a: • contato com o Pontifício Conselho para o Diálogo com Não-Crentes e com o organismo correspondente do CELAM; • contato com o Setor da Cultura da CNBB. PROJETOS Reflexão sobre a situação da dimensão ecumênica do diálogo inter-religioso e do diálogo com não-crentes no Brasil (Nº PD 5.1) OBJETIVO Conhecer e avaliar a evolução da Dimensão Ecumênica e do diálogo inter-religioso, no contexto da pastoral, em nível nacional e regional. JUSTIFICATIVA Para acompanhar e avaliar a evolução da situação da Dimensão Ecumênica e do diálogo, em seus vários aspectos, é importante reunir anualmente os responsáveis por esta dimensão, em nível nacional e regional, com assessoria de especialistas. RESPONSÁVEL: CNBB - LINHA 5 PRAZO: 16 a 17 março de 1993; Março de 1994 Reflexão sobre o fenômeno do crescimento de movimentos religiosos independentes e sobre os desafios pastorais que o mesmo coloca (Nº PD 5.2) OBJETIVO Oferecer subsídios à Igreja Católica através de pesquisas e seminários, para que conheça com mais profundidade a extensão, as causas e o fenômeno do crescimento dos movimentos religiosos independentes, definindo a sua ação pastoral. JUSTIFICATIVA Entre as razões que justificam o projeto, podem ser citadas: - a preocupação com a transmissão integral da mensagem cristã; - a atração sobre um crescente número de católicos e de membros de outras Igrejas; - a pregação e atuação violentamente anti-católicas e alienantes de certos grupos enfraquecem a organização e a ação do povo pobre e marginalizado; - certos movimentos constituem sério perigo à saúde física e psíquica do povo, ou causam verdadeiros atentados à identidade cultural do mesmo; - as implicações políticas (nacionais e internacionais) de certos grupos; - a necessidade de uma análise da profunda crise da sociedade (brasileira e mundial), sob todos os aspectos, e seu relacionamento com o surgimento de expressões religiosas contemporâneas;

Page 44: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

44- a necessidade de uma análise séria da vida e ação da Igreja, a fim de se descobrir fatores internos à mesma, que possam favorecer o surgimento de expressões religiosas alternativas; - o fato de que o fenômeno está suscitando preocupações, estudos e reflexões em todos os níveis (Sé Apostólica de Roma, Conferências Episcopais, CELAM, CONIC, Conselho Mundial de Igrejas e Conselho Latino-Americano de Igrejas). RESPONSÁVEL CNBB - LINHA 5, em colaboração com organismos da Igreja e outras entidades. PRAZO 3º Seminário - julho de 1993 Publicação de resultados de pesquisas e de seminários até novembro de 1993 Reflexão sobre a maçonaria e atitude doutrinário-pastoral da Igreja católica (Nº PD 5.3) OBJETIVO Oferecer subsídios pastorais sobre a Maçonaria no Brasil, e das declarações da Congregação para a Doutrina da Fé. JUSTIFICATIVA O diálogo com maçons, iniciado nos anos 70, as declarações da Congregação da Doutrina da Fé e o fato de que muitos maçons são membros de Igrejas Cristãs exigem a continuação do diálogo e a reflexão pastoral da Igreja. RESPONSÁVEL: CNBB - LINHA 5 PRAZO 1º semestre de 1993 2º semestre de 1993: Encontro de especialistas e representantes da Igreja 1º e 2º semestres de 1994 Reflexão sobre as novas religiões orientais (Nº PD 5.4) OBJETIVO Conhecer melhor a difusão e a influência dos novos movimentos religiosos orientais no ambiente brasileiro. JUSTIFICATIVA - A presença japonesa e oriental em geral chegou a níveis elevados pelo número de imigrantes, iniciativas, integração. - Os adeptos dos novos movimentos religiosos está crescendo rapidamente. - Para uma pastoral adequada é urgente estudar o fenômeno de maneira mais aprofundada. RESPONSÁVEL CNBB - LINHA 5 PANIBE PRAZO 1993 - Reuniões semestrais do grupo de acompanhamento 1994 - Seminário Orientações para celebrações ecumênicas (Nº PD 5.5) OBJETIVO: Definir as orientações básicas para celebrações ecumênicas. JUSTIFICATIVA

Page 45: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

45- O Decreto sobre Ecumenismo afirma que “em reuniões ecumênicas é lícito e até desejável que os católicos se associem aos irmãos separados na oração” (U.R.8)34. - Reuniões e encontros ecumênicos são freqüentes entre os cristãos em todos os níveis. - No momento atual, sente-se a necessidade de ter orientações mais definidas para a elaboração de celebrações litúrgico-ecumênicas. RESPONSÁVEL CNBB - LINHA 5 CONIC PRAZO 1993 - Levantamento das orientações existentes 1994 - Elaboração das orientações Documentos (Nº PD 5.6) OBJETIVO Coletar os documentos e relatórios dos vários aspectos da dimensão ecumênica e do diálogo inter-religioso. JUSTIFICATIVA Para que cresça entre nós a vivência da dimensão ecumênica e das várias formas de diálogo, é necessário ter à disposição e difundir esses documentos, em português. Para isto é imprescindível a tradução e publicação de documentos da Igreja Católica; tradução e publicação de relatórios de diálogos bilaterais e multilaterais; publicação de estudos. RESPONSÁVEL: CNBB - LINHA 5; CONIC; CEDI PRAZO: 1993-1994 Seminário sobre nova evangelização, pluralismo religioso e ecumenismo (Nº PD 5.7) OBJETIVO Refletir sobre os métodos e os objetivos da Nova Evangelização diante do fenômeno do pluralismo religioso contemporâneo e suas implicações ecumênicas. JUSTIFICATIVA - Uma Nova Evangelização é o compromisso da Igreja Latino-americana num contexto de pluralidade religiosa e cultural. - A unidade cristã continua sendo condição indispensável “para que o mundo creia”. - O diálogo de salvação com todos é tarefa da Igreja e método do anúncio evangélico (Diálogo e Anúncio, 38). RESPONSÁVEL: CNBB - LINHA 5 PRAZO: julho 1994 PROGRAMA 6: DIMENSÃO SÓCIO - TRANSFORMADORA (PD-6) Embora a Igreja não seja do mundo, está presente no mundo, no meio das sociedades humanas. Por esta presença ela deve agir como fermento na massa, contribuindo para que a sociedade se organize conforme exigências e valores do Reino. Solidarizando-se com as aspirações e esperanças da humanidade é levada a colocar-se a serviço da causa e dos direitos da pessoa, especialmente dos mais pobres, denunciando as injustiças e violências e assim possa surgir uma sociedade justa e solidária. Esta Dimensão da Igreja no Brasil desenvolve-se em três área de capital importância para a presença do Evangelho na sociedade: comunicação social, educação e pastoral social. Na atuação dessa Dimensão, a comunidade cristã situa-se e age profeticamente em áreas de

Page 46: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

46fronteira do mundo das comunicações sociais, da educação e, sobretudo, no amplo espectro da realidade social do país (cf. Diretrizes da Ação Pastoral 1991/1884 - nº 101, 104). SETOR COMUNICAÇÃO SOCIAL Como forma de realizar a dimensão sócio-transformadora o Setor está inserido no Plano de Pastoral para servir a todas as dimensões da ação da Igreja, tanto no seu interior como no relacionamento com o mundo. A fim de contribuir na realização do Objetivo Geral o Setor procura desenvolver sua ação junto aos comunicadores e aos usuários para que ambos tenham consciência de sua responsabilidade frente às mensagens que emitem e que recebem. É preciso criar sempre mais consciência da importância da Comunicação para a ação evangelizadora da Igreja e o que ela significa dentro da complexidade social. Atividades permanentes: - Promoção, organização e animação das Equipes Regionais de Comunicação, a fim de sempre mais integrar e dar sentido de unidade à Pastoral da Comunicação. - Estimular e participar da vida e iniciativas das Entidades de Comunicação (UNDA/BR, UCBC, OCIC/BR etc.). - Preparar subsídios para o Dia Mundial das Comunicações, Mês Vocacional etc. - Promover e participar das reuniões anuais das Editoras Católicas, como forma de entrosamento entre si e com a CNBB. - Promover Encontros anuais com Diretores de Jornais, Revistas Católicas e produtores de meios audiovisuais. - Participar de Congressos, Seminários, Assembléias e encontros promovidos por entidades de Comunicação, quer nacionais, quer internacionais, especialmente dos promovidos pelo DECOS/CELAM. - Estimular a produção e divulgação de documentos da Igreja em linguagem popular, nas diversas publicações de Igreja. - Procurar e ocupar espaços nos Meios de Comunicação para fazer uma comunicação realmente libertadora. - Descobrir novas formas de contacto com profissionais de Comunicação que têm afinidade com a Igreja a fim de que sejam uma presença cristã nos Meios de Comunicação “neutros”. - Acompanhar a formação dos profissionais católicos e dos futuros padres. - Produzir, e colocar à disposição dos Meios de Comunicação Católicos subsídios sobre temas de atualidade. - Estimular a criação de prêmios de comunicação em níveis diocesanos e regionais. - Estudar e fazer estudar o código de ética da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (ABERT) à luz dos preceitos constitucionais a serem regulamentados. Presença junto às escolas de comunicação e instituições católicas de ensino superior (Nº PD 6.1) OBJETIVO

Page 47: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

47Suscitar reflexão sobre a identidade e a responsabilidade das Instituições Superiores de Ensino, a fim de levar os futuros profissionais a assumirem seus compromissos com a sociedade de forma responsável e assim venham a ser agentes de transformação na área de Comunicação. JUSTIFICATIVA Vem se percebendo que nas Instituições Católicas de Ensino Superior deveria haver clareza e compromisso com os grandes princípios e causas da Igreja e da Sociedade. Uma reflexão com os responsáveis pelas mesmas poderia ajudar a rever a origem, identidade e finalidade das Instituições, num momento em que a própria Igreja Universal está preocupada e buscando caminhos de maior compromisso de suas Instituições com a Sociedade. RESPONSÁVEL Setor de Comunicação juntamente com: Pastoral Universitária OSIB, ABESC e UCBC. PRAZO 2º semestre de 93, nos Regionais 1º semestre de 94, Encontro Nacional Encontro anual dos bispos e coordenadores regionais (Nº PD 6.2) OBJETIVO Oferecer oportunidade de formação aos que assumem a pastoral da Comunicação nos Regionais. Avaliar os trabalhos feitos nos Regionais ao longo do ano e elaborar, em conjunto, as principais linhas de ação, a fim de procurar uma atividade integrada que possa marcar mais profundamente a ação da Igreja no Brasil na área de Comunicação. JUSTIFICATIVA Constata-se que existem muitas atividades nos Regionais e Dioceses, mas muitas vezes são atividades estanques e isoladas, sem maiores repercussões na ação do conjunto. Esse Projeto, além de procurar formar as pessoas para a atuação na área de Comunicação, quer também criar o espírito de ação conjunta para que todas as atividades tenham maior integração e repercussão na opinião pública. Sem Equipe Regional dificilmente existirá a Diocesana com todas as suas implicações. Este Projeto é fundamental para o Setor. RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação e Assessoria de Imprensa PRAZO: 29 de junho a 2 de julho de 1993 Encontro nacional de liturgia de rádio e TV (Nº PD 6.3) OBJETIVO Continuar a reflexão sobre a Liturgia em Rádio e TV. JUSTIFICATIVA A celebração da missa na televisão e rádio é um fato constatado em muitas Igrejas Particulares. É necessário aprofundar o sentido dessa celebração, a adequação da linguagem ao meio, conseqüências pastorais e como essa celebração pode ser vivida através da recepção, via meio eletrônico. Iniciada em 1972 já aconteceram cinco encontros nacionais e latino-americanos no Brasil. São todos aspectos a serem refletidos. Percebe-se que é um fato quase inédito, esse tipo de encontro e reflexão, quer em nível de América Latina quer em nível universal, como o comprova o interesse pelas duas publicações sobre o assunto na Coleção “Estudos da CNBB”, números 33 e 48. RESPONSÁVEL Setores de Comunicação e Liturgia

Page 48: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

48SEPAC PRAZO Outubro de 1992 26 a 29 de julho de 93 Pesquisa sobre a presença das igrejas nos MCS (Nº PD 6.4) OBJETIVO Ver o que a Igreja está fazendo e como está atuando junto e através dos Meios de Comunicação, para assumir um trabalho mais profissional, sendo presença constante e eficaz. JUSTIFICATIVA Sabe-se que há muitos programas em rádios, muitas publicações regionais e locais. Mas não se sabe, exatamente o que é feito e como é feito. Este Projeto quer ser uma tentativa de perceber o que há e a partir de então elaborar outros Projetos na área de capacitação das pessoas para uma ação mais eficaz. RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação CERIS PRAZO: 1993/1994 Prêmio anual “Margarida de Prata” (Nº PD 6.5) OBJETIVO Continuar promovendo as produções cinematográficas nacionais, estimulando, assim, os cineastas para produzirem novos filmes perpassados de valores humanos, cristãos, artísticos e culturais. JUSTIFICATIVA Este prêmio vem sendo concedido pelo Setor, há 25 anos. É muito valorizado pelos cineastas, que vêem nele um reconhecimento da Igreja ao seu trabalho. É uma forma também de a Igreja entrar nesse meio da produção cinematográfica, estimulando produtores, cristãos ou não, a realizarem obras que contribuam para a cultura e memória histórica de nosso povo. Nos últimos anos muitas produções em torno da questão dos direitos humanos, terra, negro, índio, foram produzidos, alguns certamente estimulados pela ação da Igreja. RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação OCIC/BR. PRAZO Março de 1993: júri 5 de maio de 1993: entrega Reuniões da equipe de reflexão do setor (Nº PD 6.6) OBJETIVO Formar uma equipe de Assessoria na área da Comunicação que ajude a refletir sobre os Caminhos da Comunicação no país, produzindo subsídio. JUSTIFICATIVA A experiência com esta Equipe de Reflexão tem 12 anos e é um dos Projetos mais importantes do Setor. É também um importante espaço de troca de experiências por parte dos integrantes da Equipe em relação às Entidades que representam ou as áreas de Comunicação em que atuam. Dada a complexidade da área de Comunicação em relação à ideologia e tecnologia, seria impossível levar adiante algumas iniciativas sem essa Equipe. É uma experiência que já vem sendo iniciada também por outros países da América Latina e também por outros Setores da Pastoral na Igreja do Brasil.

Page 49: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

49 RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação PRAZO 29 de março de 1993 15 de junho de 1993 20 de setembro de 1993 29 de novembro de 1993 Diálogo com responsáveis maiores pelas televisões no Brasil (Nº PD 6.7) OBJETIVO Encontrar caminhos para que a TV seja uma contribuição humanizadora da sociedade brasileira. JUSTIFICATIVA Diante da inegável influência da TV na opinião pública e face à complexidade desse moderno meio de comunicação e da pouca familiaridade da Igreja nesta área, queremos iniciar busca de diálogo. Terá importância especial neste Projeto a participação da União Brasileira de Radiodifusão Católica (UNDA/BR) já que seu objetivo é atuar junto à Rádio e Televisão. RESPONSÁVEL Setor de Comunicação Presidência da CNBB: 1994/1994 UNDA/BR Vicariato da Comunicação de São Paulo PRAZO Abril de 1993 Junho de 1993 Setembro de 1993 Novembro de 1993 Curso de comunicação para bispos (Nº PD 6.8) OBJETIVO Refletir e discutir com os Senhores Bispos as conclusões de Santo Domingo. Estudar o processo da Comunicação na Igreja e da Igreja. JUSTIFICATIVA A presença da Igreja na sociedade e a própria Pastoral Urbana não podem prescindir da Comunicação. A própria Evangelização não deixa de, antes de tudo, ser um processo de Comunicação. Importa, pois, conhecer o processo da Comunicação, para torná-lo ativo na Igreja. RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação, SEPAC e UCBC. PRAZO 1993/1994 2º semestre de 1993: preparação 1º semestre de 1994: realização Encontro de bispos e congregações religiosas proprietárias de emissoras de rádio e TV (Nº PD 6.9) OBJETIVO

Page 50: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

50Unir as emissoras em vista de melhor aproveitamento de recursos de pessoas e equipamentos e formar sua identidade católica. Discutir as vantagens de maior profissionalização das emissoras. JUSTIFICATIVA Contando com a realidade do projeto IGREJA-SAT, as oportunidades de união e de aproveitamento de recursos se multiplicam, criando novas maneiras de ser emissora com característica católica. Além da união, se faz evidente a necessidade do profissionalismo, para usar os recursos disponíveis. RESPONSÁVEL: UNDA e Setor de Comunicação PRAZO: 1º a 3 de dezembro de 1993 Teologia da comunicação (Nº PD 6.10) OBJETIVO Aprofundar a fundamentação teológica da Comunicação. JUSTIFICATIVA Além da própria fundamentação teológica da Comunicação, preparar o Encontro Latino-Americano sobre Teologia da Comunicação. A realização de um Seminário preparatório, com especialistas teólogos e comunicadores, irá elaborar um texto para desencadear a reflexão teológica sobre a Comunicação em encontros posteriores, a nível nacional. RESPONSÁVEL Setor de Comunicação (Seminário) CELAM (Encontro Latino-Americano) PRAZO Agosto de 1993: Seminário preparatório 2º semestre de 1994: Encontro Latino-Americano Encontro nacional de imprensa escrita católica (Nº PD 6.11) OBJETIVO Discutir propostas concretas em vista da criação de uma “agência católica de notícias” e de uma “associação” dos jornais e revistas católicas. JUSTIFICATIVA Uma associação dos jornais e revistas católicas poderá coordenar as forças da imprensa católica do Brasil, com mais possibilidades de articulação. Será encarregada de promover os encontros anuais com temas de interesse do dia-a-dia dos jornais e revistas. Quanto à “Agência de notícias”, ela é fundamental para a imprensa católica (como o é para a imprensa em geral). RESPONSÁVEL: Setor de Comunicação e UCBC PRAZO: 12 a 14 de junho de 1993 SETOR EDUCAÇÃO A educação é um complexo processo psicossocial que envolve o ser humano em todos os seus aspectos e dimensões, visando à sua formação integral. Em nosso país, embora se reconheça a necessidade de universalizar a educação, nos defrontamos, na prática, com uma enorme segmentação dos serviços educacionais que favorecem a população de alta renda (escolas pagas e universidade pública gratuita) e

Page 51: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

51penalizam a população de baixa renda (escolarização limitada e de má qualidade, evasão e analfabetismo crescente). Além disso a família e os grandes instrumentos sociais de educação, como a “média”, a “inteligência” e a política cultural tem constituído um verdadeiro obstáculo à educação aberta aos valores transcendentes da pessoa. Diante desses desafios, a Igreja precisa refletir profundamente sobre os marcos diretivos de sua ação pastoral no mundo da educação. No contexto pluralista em que é chamada a atuar, sua primeira missão será de entrar em diálogo cultural com o mundo secularizado e insistir a partir da experiência humana comum, nos valores fundamentais, como a verdade, a justiça, o amor, que são também valores evangélicos. À luz desses valores toda ação cultural e pedagógica se orienta para a edificação do Reino, não só na escatologia, mas desde já, em nossa realidade histórica, cultural e social. Dada, porém, a presença total da Igreja no mundo da educação, nos movimentos de educação popular, escolas e universidade, é indispensável que sua ação se oriente positivamente tanto na linha da superação do privilégio da educação, lutando pela educação para todos, como na linha do desenvolvimento de um pensamento cristão, capaz de se posicionar no diálogo com a ciência, a cultura e a problemática econômica, política e social do nosso tempo. Assim as instituições educacionais católicas tornar-se-ão o seminário de cidadãos capazes de enfrentar cristamente os desafios da sociedade em que vivemos. Atividades permanentes - Trabalhar em conjunto com a AEC, ABESC, GRE-CRB, MEB, Equipes Docentes, visando um esforço articulado para a dinamização da Pastoral da Educação em todos os campos. - Incentivar a criação e assessorar as coordenações de Pastoral da Educação nos Regionais da CNBB e nas Dioceses. - Colaborar na Pastoral do leigo educador, seu comprometimento como agente da Pastoral da Educação, presença da Igreja nas instituições de ensino, sua articulação com o Conselho Nacional de Leigos. - Dar apoio às coordenações estaduais de Ensino Religioso nas Escolas; estimular as equipes de Pastoral da educação nas Paróquias e dioceses. - Acompanhar as iniciativas no campo da educação popular, especialmente formas alternativas de educação de jovens e crianças. - Promover atividades conjuntas com outros setores e dimensões da Pastoral da Igreja no Brasil, à luz da Diretrizes Gerais. - Assessorar o estudo e aplicação do documento Educação, exigências cristãs e da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. - Participar dos encontros, seminários e reuniões que interessam ao setor de educação: AEC, ABESC, MEB, GRE, DEC-CELAM. Encontro sobre pastoral da educação (Nº PD 6.12) OBJETIVO: Refletir sobre, 1. Os caminhos e novas possibilidades da Pastoral da Educação à luz das Diretrizes da Igreja no Brasil. 2. A necessidade de fomentar uma maior consciência de Igreja e de serviço à comunidade nos que participam na pastoral educativa.

Page 52: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

523. Maior unificação de critérios, princípios, conceitos e objetivos, valores e normas que orientam o desenvolvimento da pastoral educativa. 4. Provocar uma abertura para o intercâmbio, colaboração e coordenação entre as instituições de educação. JUSTIFICATIVA A Igreja orienta toda a sua ação pastoral; preocupa-se por isso com a Pastoral Educativa, mostrando a necessidade de identificar as características de uma autêntica educação católica. É urgente estimular o aparecimento de práticas educativas inovadoras, que permitam enfrentar os desafios educativos e de uma evangelização apropriadas ao nosso país. A integração das instituições educativas na pastoral de conjunto e na pastoral paroquial poderão trazer perspectivas novas à educação. RESPONSÁVEL Setor de Educação ABESC; AEC; GRE-CRB; MEB e Equipes Docentes. PRAZO: 17 a 19 de março de 1993 Seminário: educação e comunicação (Nº PD 6.13) OBJETIVO 1. Apresentar e avaliar os recursos educacionais oferecidos pela “média” à família, à escola e às comunidades em geral. 2. Refletir criticamente sobre os tipos de cultura transmitidos pela família, pela escola e pela comunicação. 3. Elaborar propostas concretas que contribuam para uma renovação educativa escolar pelo uso dos meios de comunicação. JUSTIFICATIVA A comunicação é fator fundamental na educação. Os grandes meios de comunicação apresentam recursos, fontes de conhecimento, de aprendizagem, de modelos que muito contribuem para a educação. A força deles sobre a formação dos jovens, adolescentes e crianças tem sido motivo de preocupação para a família e para os educadores. Enquanto pedagogicamente se busca a educação libertadora e personalizante, os meios de comunicação provocam a “standardização anônima”, a difusão de contra-valores e a reprodução da ideologia e estilo de vida de uma determinada classe social. Este encontro será o início do trabalho conjunto de educação, para a consecução dos objetivos da missão da Igreja: evangelizar educando e educar evangelizando, assumindo os recursos que a sociedade nos oferece. RESPONSÁVEL Setor Educação Setor Comunicação ABESC; AEC; MEB; GRE-CRB; Equipes Docentes. PRAZO: 19 a 22 de julho de 1993 Encontros do grupo de reflexão sobre educação nacional – GREN (Nº PD 6.14) OBJETIVO

Page 53: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

531. Reflexão e animação para uma presença comprometida dos educadores cristãos nos diferentes tipos, níveis e modalidades de educação que se oferece ao povo brasileiro. 2. Análise e estudo dos princípios e critérios da nova evangelização aplicados à educação e à Pastoral. 3. Buscar estratégias comuns em vista da atuação conjunta na política nacional da educação. JUSTIFICATIVA O GREN representa o esforço de um trabalho conjunto dos organismos de educação ligados à Igreja: ABESC, AEC, MEB, GRE-CRB, Equipes Docentes. Através da reflexão conjunta procurar-se-á analisar e sistematizar as experiências educacionais e pastorais a fim de orientar a educação em nosso país. RESPONSÁVEL: Setor de Educação - GREN PRAZO 15 de fevereiro de 1993 17 a 19 de agosto de 1993 Encontros do grupo de reflexão do ensino religioso escolar (Nº PD 6.15) OBJETIVO 1. Dar continuidade à reflexão sobre a caminhada do Ensino Religioso Escolar, na perspectiva da renovação da prática metodológica pastoral. 2. Incentivar o diálogo interdisciplinar em vista da articulação de conceitos das ciências para a educação religiosa no contexto da escola. 3. Reunir e divulgar publicações de livros, artigos e periódicos e audiovisuais referentes ao ensino religioso. JUSTIFICATIVA A dimensão religiosa da educação exige uma adequada atuação pedagógica. O GERET se encarregará de manter a reflexão no campo educativo, diante do pluralismo, subsidiando, quando solicitado, e assessorando coordenações e professores do ERE. RESPONSÁVEL Setor de Educação Religiosa Membros do GERET PRAZO 10 a 11 de março de 1993 4 a 5 de junho de 1993 13 a 16 de setembro de 1993 Encontros regionais dos professores de ensino religioso (Nº PD 6.16) OBJETIVO 1. Estabelecer espaço para troca de experiências entre os coordenadores e professores estaduais de Ensino Religioso, visando uma prática mais eficiente. 2. Dar continuidade ao processo de busca da identidade do Ensino Religioso na Escola. 3. Favorecer a formação dos agentes do Ensino Religioso em todos os níveis. 4. Incentivar a articulação dos professores do Ensino Religioso com a Pastoral da Educação em nível diocesano e paroquial.

Page 54: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

54 JUSTIFICATIVA O ensino religioso na escola quer proporcionar aos educadores e educandos experiências, informações e reflexões ligadas à dimensão religiosa da vida, que os ajudem a abrir-se ao sentido profundo da existência e à transcendência. Daí a necessidade da preparação de coordenadores e professores que enfrentarão os desafios culturais de classes heterogêneas e que deverão ter um desempenho em sintonia com o projeto de cidadania consciente e com o projeto de uma sociedade nova. É oportuno que os professores cristãos participem dos grupos de pastoral da educação, que as escolas católicas se abram a grupos entrosados na luta pela educação integral dos alunos. É preciso que as comunidades paroquiais se convertam em centros dinâmicos de evangelização da educação formal ou não formal, da cultura, promovendo a animação e participação das escolas católicas e da rede oficial. RESPONSÁVEL Setor de Educação Religiosa Coordenação Estadual do Ensino Religioso. PRAZO 26 a 30 de janeiro de 1993 - NE 1 15 e 16 de maio de 1993 - NE 2, 3 e 4 10 a 12 de junho de 1993 - O 2 agosto, setembro e outubro de 1993 Simpósio de ensino religioso: diálogo inter-religioso (Nº PD 6.17) OBJETIVO 1. Refletir sobre a realidade em meio à diversidade de religiões no mundo escolar. 2. Buscar pistas para orientação dos professores de Ensino Religioso diante do pluralismo existente na sociedade e na escola. JUSTIFICATIVA Há uma urgente necessidade de prestar esse serviço de orientação aos Professores de Ensino Religioso para que ganhem segurança em sua atuação junto aos alunos. Para isso o GERET pensou em um simpósio em conjunto com a dimensão ecumênica da CNBB, do qual participarão especialistas e coordenadores convidados. RESPONSÁVEL Setor de Educação Religiosa Setor Ecumenismo GERET PRAZO: 14 a 16 de setembro de 1993 10º ENER - Encontro nacional de ensino religioso (Nº PD 6.18) OBJETIVO 1. Proporcionar ocasião de encontros para troca de experiências e esclarecimentos recíprocos sobre a prática do ERE nas diversas regiões do país. 2. Orientar os coordenadores e professores do Ensino Religioso na análise religiosa e cultural do meio em que vivem os educandos. JUSTIFICATIVA Dada a importância pastoral da religiosidade popular como fato estatisticamente comprovado, característico do comportamento religioso dos educandos, é indispensável que os professores de Ensino Religioso disponham de elementos e orientações para uma

Page 55: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

55análise clara e segura do fenômeno, e se predisponham a uma prática pedagógica coerente. RESPONSÁVEL Setor de Educação Religiosa Membros do GERET Coordenadores Estaduais do Ensino Religioso. PRAZO: Agosto de 1994 MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE (MEB) OBJETIVO GERAL Cooperar na formação do homem ( adulto ou adolescentes), nas áreas em desenvolvimento do país, no sentido de levá-lo a tomar consciência de sua dignidade como criatura humana, feita à imagem de Deus e redimida por Cristo, Salvador do Mundo, e, como conseqüência, transformá-lo em agente de criação original de cultura de um povo. ESPECÍFICOS - Afirmar que todos os homens têm o mesmo valor essencial e as diversidades entre eles só são admissíveis na medida em que não se transformem na dominação de um homem sobre outro. - Afirmar que cada homem tem o dever e o direito de empenhar-se na aquisição de condições de vida que lhe permitam, cada vez mais, realizar-se dignamente. - Afirmar que o homem é por natureza um ser social e, por conseguinte, a sua promoção só pode realizar-se devidamente em atividades comunitárias que redundem na integração do indivíduo na comunidade. - Afirmar que a integração do homem na comunidade deve realizar-se através de opções conscientes e livres, cuja variedade lhe deve ser proposta sem que nenhuma lhe possa ser imposta. Atividades permanentes Na realização do trabalho com educação popular nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a entidade tem como prioridades quatro frentes de Ação: 1. Alfabetização de Jovens e Adultos. 2. Formação Política (formação para a cidadania). 3. Formação Sindical. 4. Comunicação popular. ENTIDADE Para o próximo biênio, o MEB, em sua organização institucional, continuará implantado a “Descentralização e Regionalização”; nos aspectos pedagógico e administrativo. Hoje a entidade se estrutura em 4 Regionais (AMAZONAS, CEPI, SERNALBA, MAPA), com 23 departamentos, 4 sub-departamentos e várias Frentes de Alfabetização, situadas em 8 Estados do País.

Page 56: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

56Já foi iniciado programa de autonomia financeira da entidade, com a criação da gráfica “Arte e Movimento”, que reverterá os recursos adquiridos para a manutenção do trabalho. AÇÃO O movimento de Educação de Base se caracteriza como um organismo de “assessoria” aos movimentos populares. Todas as atividades se desenvolvem na expectativa de dar autonomia aos movimentos, no plano pedagógico e econômico. Trabalhar em conjunto com as dioceses onde se situa (Plano Conjunto). Projetos O financiamento das ações da entidade, provêm de várias fontes. Grande parte corresponde às financiadoras internacionais (Misereor, Cebemo, Fastenopfer, Vastenktie, Cáritas Suíça, Cáritas Alemã). Outra, de menor proporção, cabe ao Ministério da Educação - MEC, o restante é gerado pelo próprio MEB, provenientes de várias fontes. A maioria dos projetos têm duração trienal (financiadoras internacionais) e anual, exemplo do MEC. PROJETOS CONJUNTOS Participa das atividades do setor de Educação da CNBB. Integra o GREN (Grupo de Reflexão Nacional), do Setor de Educação. Coordenará junto com outros organismos do grupo, no ano de 1993, o seminário sobre “Educação e Comunicação”. Colabora com a Pastoral da Criança em programas de Alfabetização. É membro do Fórum CONANDA, da sociedade civil, para cuidar da aplicação e respeito ao Estatuto da Criança e Adolescente. Colabora com programas de saúde popular nas dioceses das regiões Norte e Nordeste, onde estão localizados os departamentos. SETOR PASTORAL SOCIAL O objetivo e as diretrizes gerais da CNBB inspiram o programa específico de atividades do Setor Pastoral Social. Esse programa visa colaborar com todas as demais dimensões de atuação eclesial, para que estejam atentas e sensíveis à transformação social, econômica, política e cultural pela qual passa o povo brasileiro, atentas e atuantes para que essa transformação se realize com a participação solidária de todos, objetivando a libertação integral do homem e a construção de uma sociedade justa e fraterna, segundo o Espírito de Jesus. O Setor Pastoral Social procurará evitar paralelismos entre evangelização, promoção humana e ação organizadora para a transformação de estruturas. O referencial supremo no qual vai buscar essa unidade é Cristo e seu Evangelho, a cuja luz toda a análise da realidade, reflexão e ação serão efetuadas, verá também nas CEBs um exemplo dessa unidade entre fé e vida, oração e ação. Como procedimento metodológico, tratará inicialmente de obter uma compreensão adequada e crítica da realidade de modo a permitir a formação de um julgamento ético sobre a situação e a formulação de linhas de ação. O Setor Pastoral Social procurará dinamizar e ampliar suas atividades através da criação de espaços para o encontro de pessoas e instituições interessadas em participar num

Page 57: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

57processo de análise e reflexão global e continuada sobre o que se poderia chamar de “a sociedade que queremos”. Além de se tratar de algo importante para a vida da Igreja e do País, isso viria responder a uma necessidade sentida por muitos construtores da sociedade nova e pluralista. Um desafio para o qual se deve encontrar uma resposta é de como manter esse processo articulado com os movimentos populares e de como divulgar os resultados desta reflexão. Incentivará ainda a formação de pessoas que revelam dons de liderança. Busca-se uma formação mais continuada, mais exigente, tanto em colocar questões teóricas como na atuação prática. Enfim, uma formação que siga um método progressivo e grupal. O Setor Pastoral Social atua através de vários organismos que fazem parte da sua estrutura, mas que têm vida e dinamismo próprios. Maior articulação entre esses organismos é importante. O Setor Pastoral Social quer ser um espaço onde isso possa acontecer, como quer também abrir-se para articulações com outros organismos, com objetivos afins. Procurar-se-ão formas para colocar em prática esse objetivo, e isso com a criatividade e participação de todos esses organismos que já compõem o Setor Pastoral Social. Espera-se, com esse esforço, chegar a aperfeiçoar os métodos de trabalho de cada organismo, a promover ações verdadeiramente conjuntas e a elaborar um atualizado conceito de pastoral social que sirva de plataforma comum para a ação de todo o setor e da Igreja em geral. Atividades permanentes - Analisar a problemática nacional e questões sociais de atualidade e refletir, à luz da fé, sobre os resultados dessa análise. - Analisar e avaliar a pastoral da Igreja no campo social, para uma renovação dessa ação. - Estudar e divulgar o ensino social da Igreja universal e também das Igrejas particulares, principalmente da América Latina, Estados Unidos e Canadá. - Apoiar iniciativas de Pastoral Social da Igreja, em nível regional e diocesano. - Apoiar grupos e movimentos de Pastoral Social, sobretudo de caráter popular e voltados para a defesa dos interesses das classes mais necessitadas. - Apoiar sistematicamente as pastorais de setores mais marginalizados da população: camponeses, peões, bóias-frias, marítimos e pescadores, mulher marginalizada, doentes, idosos, menores abandonados, encarcerados, nômades etc… Projetos Semana social (Nº PD 6.19) OBJETIVO - Ser um grande laboratório de idéias e possibilidades de projetos capazes de enfrentar os problemas sociais, econômicos e políticos do Brasil, de construir a cidadania e de superar a exclusão social, econômica e cultural, a nível nacional e regional. - Desencadear um debate em nível nacional, envolvendo as pastorais, o clero, os religiosos, os agentes de pastoral, as comunidades, os partidos, o movimento sindical, as associações, as universidades, os centros de pesquisa, as organizações não governamentais, sobre as alternativas sociais, políticas, culturais e econômicas, capazes de apontar pistas viáveis e saídas concretas, dentro da perspectiva ética, para os problemas do país, recuperando o sentido de povo e nação.

Page 58: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

58 - Ser um instrumento efetivo no serviço da vida e da esperança. JUSTIFICATIVA Contribuir para maior presença da Igreja na sociedade, e abrir espaços de discussão e debate a nível nacional, sobre os problemas e desafios que afetam a sociedade no seu conjunto. Obs.: A Semana Social Nacional será precedida de Semanas Sociais Regionais. Estas desenvolverão, em nível regional, a temática citada para a Semana Nacional e buscarão alcançar os mesmos objetivos. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social PRAZO 2º semestre de 1993 - Semanas Sociais Regionais Junho de 1994 - Semana Social Nacional SEMINÁRIO 1: O Brasil que queremos: alternativas e protagonistas (Nº PD 6.20) OBJETIVO Realizar um Seminário Nacional sobre o tema da 2ª Semana Social Brasileira, para iniciar a discussão, avaliar o processo das Semanas Regionais, concluir e lançar oficialmente o projeto da 2ª Semana Social Brasileira. JUSTIFICATIVA O Seminário se torna indispensável no desdobramento da 2ª Semana Social, como forma de aprofundamento do tema e preparação à mesma. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social PERÍODO/PRAZO: 14 a 17 de junho de 1993 SEMINÁRIO 2: O Brasil que queremos (Nº PD 6.21) OBJETIVO Elaborar o instrumento de trabalho da 2ª Semana Social Brasileira a partir das Semanas Sociais Regionais. JUSTIFICATIVA Com esta atividade, se prepara mais proximamente a 2ª Semana Social Brasileira, reunindo os resultados das Semanas Sociais Regionais e elaborando definitivamente a temática e instrumento de trabalho da mesma. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social PRAZO/PERÍODO: 1ª quinzena de 1993 Divulgação da pastoral social no exterior (Nº PD 6.22) OBJETIVO Assessorar as entidades externas no conhecimento de critérios para subsidiar a elaboração de suas políticas de ajuda para o Brasil, na área do trabalho social. JUSTIFICATIVA Distantes da realidade brasileira e diante da problemática que esta apresenta, as entidades externas se ressentem, muitas vezes, de informações e critérios bem fundamentados para informar suas decisões quanto à aplicação dos recursos disponíveis.

Page 59: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

59 Nossa assessoria, neste sentido, tem sido freqüentemente solicitada pelas próprias entidades externas e será baseada, entre outras iniciativas, no próprio trabalho social desenvolvido pelas diversas pastorais sociais. RESPONSÁVEL Setor Pastoral Social Coordenado pelo CERIS PRAZO: 1994 Reuniões do setor pastoral social (Nº PD 6.23) OBJETIVO Aprofundar a formação, animação, articulação e comunicação interna das Pastorais e Organismos do Setor Pastoral Social. JUSTIFICATIVA As reuniões gerais são momentos indispensáveis para a formação, animação, articulação e comunicação interna das Pastorais e Organismos do Setor Pastoral Social. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social PRAZO: 1993/1994 Grupo de reflexão (Nº PD 6.24) OBJETIVO Através de reuniões e elaboração de subsídios, prestar uma assessoria permanente às Pastorais e Organismos do Setor Pastoral Social. JUSTIFICATIVA Dada a complexidade política, econômica, social e cultural de nossa realidade, e a implicação ética de nossa ação social, se justifica a assessoria de um grupo para reflexão e elaboração de subsídios específicos. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social PRAZO: 1993/1994 Dinamização e articulação das pastorais sociais nos regionais (Nº PD 6.25) OBJETIVO Dinamizar a articulação das Pastorais Sociais nos Regionais, promovendo intercâmbio de atividades e uma linha de ação comum. JUSTIFICATIVA A articulação em nível nacional funciona, porém, não corresponde à mesma articulação e dinamização em nível regional; por isto, se faz necessário um empenho maior neste sentido. RESPONSÁVEL: Setor Pastoral Social. PRAZO: 1993/1994 Seminário sobre políticas de saúde (Nº PD 6.26) OBJETIVO

Page 60: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

60Analisar as políticas de Saúde e habilitar-nos, como Pastorais Sociais, na promoção de ações que tornem a saúde um bem de todos. JUSTIFICATIVA Como Pastorais Sociais, dinamizar a implementação do SUS, das conclusões da 9ª Conferência Nacional da Saúde e a participação de agentes pastorais nos Conselhos Municipais, influenciando nas decisões que garantem acesso de todos ao bem da saúde. RESPONSÁVEL Setor Pastoral Social Coordenação: P. Saúde, P. da Criança e PMM. PRAZO: 1994 IV. PROGRAMAS DAS PASTORAIS ESPECÍFICAS (PPE) A. PASTORAIS PASTORAL DA JUVENTUDE (PPE-1) Definição e objetivos A Pastoral da Juventude é a ação organizada dos jovens que são Igreja, junto com seus Pastores e com toda a comunidade, para aprofundar a vivência de sua fé e evangelizar outros jovens. Promove seu encontro pessoal com Cristo e seu Projeto Libertador para que se transformem em homens e mulheres novos, pela vivência do Evangelho, comprometidos na Comunidade de Fé e na construção da sociedade justa e fraterna. Tendo o jovem como sujeito e como “apóstolo dos outros jovens”, a Pastoral da Juventude busca realizar no meio deles o Objetivo Geral da Ação Pastoral da Igreja no Brasil e assume suas Diretrizes. Quer ser uma pastoral inserida na realidade e que responda às aspirações e necessidades dos jovens. Por isso é, ao mesmo tempo, “diferenciada e orgânica”, articulando as diversas experiências e organizações específicas: grupos paroquiais (PJ das Comunidades), de Estudantes Secundaristas (PJE), do Meio Popular (PJMP), Rural (PJR) e Universitários (PU). Enfrenta o desafio de integrar os diversos Movimentos. Articula-se nos vários níveis com coordenações, planejamento e acompanhamento e se integra nas comunidades e com as demais pastorais na construção de uma Pastoral de Conjunto. Metodologia para uma formação integral O instrumento pedagógico principal da PJ tem sido os pequenos Grupos de Base, onde se confronta a vida com o Evangelho e se formam lideranças. O método principal é o Ver-Julgar-Agir-Rever-Celebrar, que garante a interação entre a formação teórica e a prática, a fé e a vida, o grupo e a comunidade que o envolve. A evangelização dos jovens e a formação de lideranças se dá através de um processo gradual que exige respeito a etapas: Convocação e Nucleação (anúncio a novos jovens e criação de grupos), Iniciação (formação progressiva e intensiva) e Militância (engajamento apostólico na comunidade eclesial e na sociedade). Para ser integral essa formação busca atender às dimensões pessoal, social, política-cultural, teológica-teologal e metodológica.

Page 61: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

61Urge, portanto, atenção a três aspectos principais: uma “PASTORAL EXTENSIVA” e missionária, visando o anúncio ao conjunto da juventude e seu despertar para a proposta cristã, através de encontros, atividades massivas, meios de comunicação e utilização da linguagem artística; o ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO INTENSIVO DE FORMAÇÃO INICIAL, especialmente nos grupos de base, através de assessores e coordenadores capacitados, cursos e retiros complementares, fornecimento de subsídios, etc; o ACOMPANHAMENTO AOS MILITANTES, cujo nível de consciência e engajamento e os desafios levantados à fé nos seus meios de atuação, exigem especial atenção. Prioridades Ao celebrar 10 anos de articulação nacional (1993), a Pastoral da Juventude do Brasil lançou o projeto “avaliar para avançar”, que inclui a celebração da 10ª Assembléia Nacional (julho/93) e que pretende “escutar o mundo e a Igreja para perceber os desafios que os jovens apresentam e redefinir seu projeto em vista da missão no meio deles”. Nesse período pretende-se dar atenção prioritária à: Formação: * Sistematizar a formação, com atenção às dimensões psico-afetiva e mística (exigências da modernidade), visando melhor educação da fé para a inserção social. * Acompanhar os grupos de jovens para que aconteça o processo de formação integral, ajudando no planejamento e publicando subsídios adequados. * Formar assessores religiosos e leigos para esse acompanhamento. Metodologia: * Rever a metodologia e buscar novas alternativas metodológicas, para atingir mais eficazmente as várias “juventudes” (missão). * Elaborar um projeto pastoral mais eficaz para atingir a juventude urbana. * Aprofundar a identidade, missão e metodologia específica das diversas Pastorais da Juventude de Meios Específicos. Organização: * Fortalecer as coordenações em todos os níveis, ajudando aquelas dioceses que ainda não estão articuladas, garantindo o planejamento pastoral participativo, agilizando a comunicação e buscando alternativas para a carência de recursos materiais e financeiros em todos os níveis. * Rever a estrutura organizativa da PJ em vista da eficácia de seu serviço às bases. Pastoral de Conjunto: * Promover maior inserção da PJ na Pastoral de Conjunto em todos os níveis, maior integração com as pastorais afins, especialmente Vocacional, Familiar e Catequese e maior intercâmbio com as pastorais sociais. * Estreitar o conhecimento e diálogo com os Movimentos que atuam no meio da juventude, ajudando-os a assumirem as Diretrizes Gerais da Ação Pastoral e visando uma Pastoral Orgânica e eficaz. Atividades permanentes O Setor Juventude propõe-se como atividades permanentes: - Colaborar no fortalecimento das coordenações Regionais de Jovens e comissões de assessores, realizando visitas para conhecimento da realidade e assessoria ao planejamento. - Apoiar a realização de encontros e seminários de assessores e jovens, promovidos pelos Regionais, além dos Seminários Nacionais.

Page 62: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

62 - Apoiar a opção preferencial da PJ pelos jovens empobrecidos, garantindo seu protagonismo em todos os níveis de decisão. - Colaborar na articulação das Pastorais específicas de Juventude (Rural, Estudantil, Universitária e do Meio Popular), aprofundando sua especificidade e integração na Pastoral orgânica. - Apoiar a reflexão que busca descobrir novos métodos para atingir a massa juvenil, especialmente a elaboração de um projeto eficaz para a PJ nos centros urbanos. - Ajudar na superação de tensões e conflitos entre grupos e movimentos, jovens e hierarquia, mediante o diálogo e conhecimento. - Contribuir na elaboração de um Plano Sistemático de Formação para grupos de jovens e na elaboração de subsídios para sua implementação. - Apoiar o desenvolvimento de formas de articulação e de acompanhamento dos militantes jovens que atuam nos organismos intermediários da sociedade. - Incentivar a formação de assessores em nível diocesano, regional e nacional, colaborando na realização de cursos, seminários, e outras atividades com esse objetivo. - Ajudar na elaboração dos subsídios para o Dia Nacional da Juventude, e elaboração do subsídio para grupos de jovens da CF de cada ano. - Manter e agilizar a comunicação permanente com e entre as diversas instâncias de coordenação da PJ do Brasil; - Manter relacionamento com os Setores de Juventude do Pontifício Conselho para os Leigos, do CELAM e de outras Conferências Episcopais da América Latina. - Prestar assessoria permanente à Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) e aos regionais que a solicitarem, com ajuda da Comissão Nacional de Assessores. - Apoiar o trabalho e divulgar os cursos e subsídios oferecidos pelos Centros, Institutos e Casas da Juventude. - Incentivar a criação de novos Centros e Institutos de Pastoral da Juventude, com apoio das Dioceses e Congregações Religiosas. Projetos 10ª Assembléia nacional da pastastoral da juventude (Nº PPE 1.1) Assembléia Geral ordinária, bienal, com cerca de 150 delegados dos Regionais e Pastorais Específicas de Juventude (e outros convidados), para revisão, planejamento e estudo da PJ Nacional. OBJETIVO Celebrar os dez anos de Pastoral da Juventude, organizada em nível nacional, ouvindo os jovens e a Igreja para redefinir seu Projeto em vista da missão. JUSTIFICATIVA Para garantir a organicidade da Pastoral da Juventude e o protagonismo dos jovens como sujeitos da mesma, faz-se necessário abrir espaço para um processo representativo e participativo de planejamento onde se reflita os grandes desafios lançados pela realidade à PJ do Brasil, definam-se prioridades, programem-se atividades e se revise sua

Page 63: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

63correspondência às necessidades dos Regionais. As Assembléias Nacionais têm sido espaço especial para isso. RESPONSÁVEL: Setor Juventude-CNBB com a CNPJ. PRAZO: 18 a 24 de julho de 1993 - Vitória-ES Coordenação nacional da PJ (CNPJ) (Nº PPE 1.2) OBJETIVO Avaliação e planejamento da PJ Nacional segundo as prioridades definidas em Assembléia; preparação de atividades do planejamento anual; deliberação sobre questões urgentes. JUSTIFICATIVA A Coordenação Nacional além de assegurar o protagonismo e participação dos jovens na tarefa evangelizadora, exerce papel fundamental no acompanhamento dos Regionais e no aprofundamento das questões relacionadas com a caminhada da PJ. Tem, ainda, o papel de encaminhar os documentos e decisões da Assembléia Nacional e preparar as atividades de âmbito nacional. É composta por um jovem de cada Regional e Pastoral Específica, além do Secretário e Assessor Nacional e o Bispo Responsável pelo setor. Reúne-se ordinariamente duas vezes ao ano. RESPONSÁVEL: Setor Juventude CNBB e CNPJ PRAZO Abril e novembro de 1993 Abril e novembro de 1994 Local: Brasília-DF (Chácara das Irmãs Dominicanas) Comissão nacional de assessores da PJ (CNAPJ) (Nº PPE 1.3) OBJETIVO Contribuir com o Assessor Nacional e Bispo Responsável pelo Setor, na reflexão e encaminhamento das questões urgentes da PJ Nacional, preparar subsídios e seminários nacionais para formação de assessores. JUSTIFICATIVA A CNAPJ é a equipe de reflexão e de apoio ao Assessor Nacional e Bispo Responsável pelo Setor no acompanhamento da PJ Nacional. É instância de reflexão sobre as questões complexas que surgem a partir dos desafios levantados pela caminhada da PJ, colocando à disposição do Setor, dos assessores e dos jovens, subsídios para seu encaminhamento. RESPONSÁVEL: Setor Juventude CNBB e CNAPJ PRAZO Maio e outubro de 1993 Maio e outubro de 1994 Local: Brasília-DF (Chácara das Irmãs Dominicanas) Reunião conjunta CNPJ-CNAPJ (Nº PPE 1.4) Reunião Bienal (nos anos em que não há Assembléia) das duas Comissões, com duração de 6 dias, para estudo conjunto e encaminhamento das questões da PJ Nacional. Participam 35 pessoas - Jovens da CNPJ, Assessores da CNAPJ, Secretário Executivo Nacional, Assessor Nacional e Bispo Responsável pelo Setor Juventude. OBJETIVO Estudo e revisão em conjunto e encaminhamento da programação da PJ do Brasil.

Page 64: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

64 JUSTIFICATIVA A rapidez das mudanças ocorridas no meio da juventude, os desafios pastorais que surgem e o volume de atividades encaminhadas a nível nacional, exigem um momento intermediário entre as Assembléias Nacionais bienais, para avaliação e encaminhamentos. RESPONSÁVEL: Setor Juventude e CNPJ PRAZO: Julho de 1994 - Goiânia-Go Dia nacional da juventude (Nº PPE 1.5) Definição do tema anual, lema, hino e cartaz; elaboração e publicação de 60 mil livretos para estudo preparatório do tema nos grupos e de 20 mil cartazes promocionais; celebração do DNJ, no quarto domingo de outubro, através de concentrações, caminhadas, celebrações etc, nas dioceses e paróquias. OBJETIVO Proporcionar, às coordenações e grupos da PJ, uma oportunidade especial de ação missionária em meio à massa juvenil, a partir da celebração do seu dia e do debate e manifestação pública sobre um tema que desperte o interesse da juventude. JUSTIFICATIVA O trabalho intensivo de formação nos pequenos grupos requerem a contrapartida de atividades massivas e de anúncio da proposta cristã para o conjunto da juventude. O DNJ tem sido uma experiência válida de mobilização da massa juvenil e de ação missionária para os jovens engajados nos grupos. RESPONSÁVEL Setor Juventude - CNBB, com apoio do Centro de Capacitação da Juventude. PRAZO Preparação - abril a outubro de 1993 e de 1994 Realização - quarto domingo de outubro de cada ano Fórum internacional de juventude e encontro mundial de jovens com o Papa (Nº PPE 1.6) Preparação e envio de quatro delegados brasileiros ao FÓRUM, que culmina com o encontro mundial de jovens com o Papa. Divulgação dos subsídios preparatórios e das conclusões do FÓRUM aos jovens do Brasil. OBJETIVO Expressar a comunhão da PJ do Brasil com a Igreja Universal e com o Santo Padre; trocar experiências e celebrar, com os jovens do mundo inteiro, o compromisso apostólico. JUSTIFICATIVA O intercâmbio com as diversas experiências e situações de juventudes, bem como a expressão da comunhão e solidariedade a nível de Igreja universal fazem crescer a PJ e enriquece nossa juventude. RESPONSÁVEL: Setor Juventude - CNBB / Pontifício Conselho para Leigos. PRAZO: Denver-USA, 7 a 15 de agosto de 1993 Seminários nacionais de assessores (Nº PPE 1.7)

Page 65: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

65Seminários anuais, a nível nacional, com 120 vagas, destinadas a Assessores que acompanham o processo da PJ nas dioceses, Regionais e PJ Específicas e que, com ajuda de peritos, aprofundam temas de relevância para seu ministério. OBJETIVO Formação de Assessores e reflexão de temas de interesse da PJ Nacional, para publicação. JUSTIFICATIVA A formação de assessores é necessidade urgente que o Setor Juventude busca suprir. Os Seminários Nacionais são um espaço privilegiado para formação, além de produzirem uma reflexão teórica e pistas de ação que são colocadas à disposição da PJ mediante publicação. RESPONSÁVEL: Setor Juventude CNBB e CNAPJ PRAZO Janeiro de 1993 Janeiro de 1994 Publicação de documentos da pastoral da juventude (Nº PPE 1.8) Publicação, no período, dos subsídios preparatórios e Documento de Conclusão da 10ª Assembléia Nacional da PJ; dos Encontros L.A. de Responsáveis Nacionais da PJ; “Cadernos da PJ”, com reflexões dos Seminários Nacionais e outros subsídios para estudo. OBJETIVO Oferecer, às coordenações, grupos de jovens e à Igreja, material de formação e informação sobre os temas e eventos oficiais da PJ do Brasil. JUSTIFICATIVA A carência de agentes liberados para o acompanhamento e assessoria aos grupos e coordenações e a necessidade de formação tornam mais urgente a publicação de subsídios que possam suprir essa necessidade bem como garantir uma reflexão e caminhada conjunta da PJ. RESPONSÁVEL: Setor Juventude - CNBB e Centros e Institutos de Pastoral da Juventude. PRAZO: No biênio, 1993/1994 Pastoral da juventude e realidade urbana (Nº PPE 1.9) Grupo de Estudos para encaminhar pesquisa, discussão e propostas de ação sobre o tema, fazendo a ligação da PJ com os demais setores de pastoral que estudam a questão da Pastoral Urbana. OBJETIVO Elaborar Projeto de Pastoral de Juventude para os Centros Urbanos. JUSTIFICATIVA Como toda a Igreja, a PJ tem dificuldade de evangelizar os centros urbanos. É fraca sua organização nas cidades maiores e falta uma metodologia adequada para atingir a juventude que vive nas cidades e assimila mais rapidamente o modo de vida da cultura moderna e pós-moderna. Há necessidade de um estudo específico da questão, além da participação na reflexão mais global desencadeada pelas Diretrizes Gerais. RESPONSÁVEL Setor Juventude - CNBB, com apoio dos Centros e Institutos de Pastoral da Juventude

Page 66: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

66 PRAZO: No biênio 9º Encontro Latino-americano de responsáveis nacionais de PJ (Nº PPE 1.10) Preparação do tema a partir de debate nas coordenações diocesanas para síntese nacional; envio de quatro delegados ao Encontro convocado pela seção juventude do CELAM. OBJETIVO Trocar experiências e refletir questões comuns em vista de uma ação integrada da PJ a nível latino-americano. JUSTIFICATIVA Os oito Encontros Latino-americanos já realizados criaram um projeto comum de Pastoral da Juventude e fortaleceram a articulação de uma Pastoral Orgânica no Continente, como sugeria Puebla. O Congresso Latino-americano de Jovens foi mais um marco importante nesse sentido. Há necessidade de avaliar e aprofundar essa experiência de integração. RESPONSÁVEL: Setor Juventude CNBB - Seção Juventude do CELAM PRAZO 9º ELARPJ: 27/02 a 06/03/93 - Bogotá - Colômbia 10º ELARPJ: 1994 - data e local a definir PARTICIPANTES Bispo Responsável pelo Setor Juventude; Assessor nacional da PJ; um jovem e uma jovem da Coordenação Nacional de PJ. Encontro nacional de militantes da PJ (Nº PPE 1.11) Encontro com 100 vagas abertas à participação de jovens militantes na PJ, em outros ministérios na Igreja ou no Movimento Popular a partir da consciência cristã adquirida na PJ, para troca de experiências e aprofundamento de sua identidade e prática, bem como de formas de articulação. OBJETIVO Possibilitar aos Militantes da PJ uma oportunidade de intercâmbio, reflexão e aprofundamento de sua identidade e prática cristã. JUSTIFICATIVA Os jovens militantes, especialmente aqueles que militam nos organismos de transformação da sociedade, enfrentam desafios que colocam em risco sua vivência de fé. O acompanhamento a esses militantes é uma urgência da PJ e da Igreja. O Encontro quer ser um espaço para discutir a questão a partir da experiência de vida dos próprios militantes. RESPONSÁVEL: Setor Juventude CNBB e CNAPJ PRAZO: Dezembro de 1994 PARTICIPANTES: CNAPJ e 90 militantes de todo o País. Seminário para bispos regionais da pastoral da juventude (Nº PPE 1.12) Seminário com a duração de três dias e meio, com a participação dos Bispos Responsáveis pela PJ nos Regionais, assessores e jovens das Coordenações Nacionais e Regionais, para intercâmbio, reflexão sobre o Projeto da PJ do Brasil e encaminhamentos.

Page 67: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

67 OBJETIVO Conhecer e discutir a “Proposta da PJ do Brasil” e seu encaminhamento prático, bem como o papel e contribuição do Bispo Responsável em seu Regional. JUSTIFICATIVA O Seminário, na forma e objetivos propostos, foi solicitado pelos próprios Bispos, em reunião realizada durante a 30ª AGN, por sentirem necessidade de serem ajudados em sua tarefa junto aos jovens e de contribuírem na reflexão sobre a caminhada da PJ no Brasil. RESPONSÁVEL: Setor Juventude-CNBB e CNAPJ PRAZO: 10 a 13 de novembro de 1993 Encontro de PJ do Cone Sul da A.L. (Nº PPE 1.13) Participação de até 8 jovens e assessores do Brasil como delegados em encontro de estudo e intercâmbio dos 4 países da Região do Cone Sul, promovido pela seção regional do CELAM. OBJETIVO Refletir a caminhada conjunta da PJ, reforçando a integração latino-americana e preparar o X Encontro L.A. de Responsáveis - Nacionais de PJ. JUSTIFICATIVA Os Encontros anuais e o Congresso Latino-Americano de Jovens criaram uma caminhada comum a nível de Continente. Nos países do Cone Sul a identificação é maior e precisa ser reforçada para melhor contribuir a nível continental. RESPONSÁVEL Assessor Regional da SEJ/CELAM Setor Juventude-CNBB PRAZO: 12 a 18 de setembro - Santiago do Chile SETOR PASTORAL UNIVERSITÁRIA (PPE-2) A busca de uma espiritualidade consistente para o meio universitário e a necessidade cada vez maior de uma sólida formação bíblico-teológico-litúrgica são as grandes preocupações de todos os que estão envolvidos com a questão da presença dos cristãos da universidade. Nas universidades e escolas particulares de ensino superior católicas a dimensão pastoral tem sido priorizada, sobretudo após a constituição apostólica “Ex Corde Ecclesiae” de João Paulo II. As dificuldades econômicas, que em muitos casos chegam a ameaçar a própria sobrevivência destas instituições, constituem um problema que tem repercussões imediatas sobre a pastoral chegando mesmo a comprometer a imagem destas como escolas católicas. Entretanto, há um sentimento generalizado de que a dimensão pastoral deve perpassar todas as instâncias da vida universitária e nesse sentido a preocupação é geral. Por outro lado, há uma espécie de renascimento religioso no interior das universidades. Tem características novas e, por isso mesmo, exigem novas posturas pastorais, sobretudo no que diz respeito às formas de expressão da fé, tanto na sua compreensão quanto na celebração. E, num momento de repensamento geral dos valores recebidos - à entrada na vida universitária soma-se a emergência cada vez maior de valores ligados à modernidade (e mesmo à pós-modernidade individualista) - os primeiros questionamentos dirigem-se à formação religiosa recebida. Daí ser cada vez mais

Page 68: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

68necessário insistir na formação de pessoal qualificado para o trabalho pastoral nesse meio. Assim, além de se insistir na formação a nível de estudantes, há também a preocupação com quadros competentes que possam enfrentar de forma competente e criativa essa tarefa. Nos dois últimos anos insistiu-se para que os estudantes cristãos (e profissionais ligados à área de ensino e pesquisa) voltassem ao seu meio. Hoje, já há um relativo consenso quanto a esta postura. E o desafio que se coloca no momento: é o de fazer a universidade reinserir-se na vida social. Voltada para si mesma, isolada, nela já não ressoam os grandes problemas da sociedade brasileira. As respostas a este problema devem ser buscadas levando-se em conta a especificidade e a identidade cristãs no interior dos movimentos, organizações e grupos que se dedicam a esta tarefa. Atividades permanentes A “Pastoral Universitária” propõe-se, para o biênio 1993-1994, as seguintes atividades permanentes: 1. Em nível da Pastoral Universitária de Estudantes (PU) - Acompanhar as várias experiências de Pastoral Universitária, buscando sua unidade e assegurando o crescimento na espiritualidade, na revisão de vida, na formação teológica, na dedicação pastoral. - Assessorar mais diretamente a PU de linha diocesana, em nível nacional, regional e mesmo local, dentro do princípio de subsidiariedade. - Promover a expansão da PU de linha Diocesana, em nível local e regional, sempre de acordo com as coordenações regionais. - Participar dos Encontros estaduais e regionais da PU de linha diocesana. - Colaborar na promoção de cursos de Sagrada Escritura, Eclesiologia, História da Igreja e outros campos da Teologia; seminários, retiros, encontros de espiritualidade e outros, que auxiliem os estudantes universitários da PU a superarem os desafios do ambiente universitário e do Movimento Estudantil e refazerem sempre de novo a síntese com os dados da fé. - Promover encontros entre assessores da PU, bem como o entrosamento, a troca de experiência, a capacitação, o crescimento da vocação específica dos assessores. - Realizar visitas às Igrejas locais e a seus Bispos, quando necessário, visando propiciar o diálogo, entre eles e os grupos de PU. - Realizar visitas aos Regionais da CNBB, visando realizar a “regionalização” da PU e principalmente da PU de linha diocesana, ou seja, sua organização em nível regional, com o apoio e assessoria dos Regionais da CNBB. - Trabalhar em estreito contato com a Pastoral da Juventude e com o Setor Leigos, com os quais a Pastoral Universitária possui uma ampla faixa de objetivos e interesses comuns. - Manter contato com o Departamento de Educação do CELAM, bem como com os setores correspondentes de outras Conferências Episcopais; manter contato com o Secretariado Latino-americano (SLA), Movimento Internacional de Estudantes Católicos (MIEC) e Juventude Estudantil Católica Internacional (JECI), visando uma troca de experiência com a Pastoral Universitária e seus movimentos de universitários em outros países da América Latina e propiciando um maior contato, formal ou informal, entre MIEC e PU/PU.

Page 69: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

69- Sentir e suscitar, em todos os níveis e instâncias, as preocupações e os cuidados pastorais para com a grande massa de quase um milhão e meio de universitários brasileiros, muitos dos quais não receberam ou não aceitam mais a mensagem evangélica e/ou não a praticam, e pouquíssimos vivem como cristãos ativos no ambiente universitário. 2. Em nível de Instituições de Ensino Superior Católicas (IESCs)e de outras Instituições da Pastoral da Universidade: - Manter o contato com a Associação Brasileira das Escolas Superiores Católicas (ABESC), entre outras coisas, participando em seus encontros e reuniões. - Promover a reflexão e a revisão sistemática sobre os objetivos e métodos das IESCs, sobretudo do ponto de vista pastoral; inclusive por meio de um grupo permanente misto de Bispos e Reitores das Instituições de Ensino Superior Católicas (IESCs). - Favorecer nas IESCs o aprimoramento da qualidade da pesquisa e do ensino, o desenvolvimento do estudo e da reflexão de temas interessantes para a ação pastoral da Igreja, a formação de grupos de pós-graduação “sensu stricto” e “sensu lato” em áreas julgadas importantes do ponto de vista filosófico, teológico, ético, humanístico e em geral importantes do ponto de vista pastoral. - Visitar as Paróquias Universitárias e os Departamentos de Pastoral Universitária e assemelhados das IESCs. - Promover o contato freqüente, de parte da CNBB, com problemas pastorais do mundo universitário, e, de parte da ABESC e das IESCs, com as Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil e com o Plano de Pastoral da CNBB. 3. Em nível dos “vazios pastorais” na área: - Promover a criação de grupos de professores universitários, no estilo da ação transformadora de ambiente e de revisão de vida. - Promover o desenvolvimento e/ou a instituição de grupos de profissionais e intelectuais ligados à Igreja, e em colaboração com o Setor Leigos. 4. Em nível de Pastoral da Universidade em Geral: - Trabalhar para unificar sempre mais, em nível de reflexão e de ação pastoral, todas as instituições, movimentos e experiências atuantes na área da Pastoral da Universidade, para se chegar a uma pastoral abrangente na área, na qual todos os esforços aconteçam em espírito de unidade e caridade e dentro de um Plano de Pastoral orgânico. Projetos Encontro nacional de pastoral da universidade (Nº PPE 2.1) OBJETIVO Trocar experiências e reflexões sobre a pastoral na IESCs. JUSTIFICATIVA A ABESC tem sentido, de forma crescente, a necessidade de priorizar os aspectos pastorais das IESCs, e juntamente com a CNBB, promove encontros periódicos sobre o tema. O encontro procura reunir os responsáveis pela PU, pelas paróquias universitárias e assessores de Pastoral das Universidades, para reflexão, troca de experiências e busca de um programa de ação comum para que as escolas superiores católicas possam responder aos desafios que enfrentam no cumprimento de sua missão evangelizadora.

Page 70: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

70RESPONSÁVEL: ABESC e Assessoria Nacional da PU PRAZO: 1993 VII Encontro nacional de assessores de pastoral universitária (Nº PPE 2.2) OBJETIVO: Aprofundar as linhas de ação da Pastoral JUSTIFICATIVA Encontro realizado a cada dois anos de assessores de todo o país, para a troca de experiências, reflexão e aprofundamento visando a definição de uma linha comum de assessoria centrada na comunhão eclesial, expressa no objetivo e nas Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil. RESPONSÁVEL: Assessoria Nacional da Pastoral Universitária PRAZO: Junho de 1994 II Encontro nacional de profissionais e intelectuais católicos (Nº PPE 2.3) OBJETIVO Reunir cristãos engajados no meio intelectual JUSTIFICATIVA Realizado em conjunto com o Setor Leigos, procurar ser uma resposta à necessidade de uma maior presença articulada dos cristãos nesse meio. Ao mesmo tempo, procura uni-los em âmbito regional, estadual e local, em nível de grupo de reflexão, sobre problemas da vivência da fé no meio profissional. É também uma resposta aos ex-participantes de PU formados, que encontram um organismo específico de participação na vida da Igreja. RESPONSÁVEL Setor Leigos Assessoria Nacional de Pastoral Universitária Coordenação específica PRAZO: Agosto de 1993 IV Encontro nacional de pastoral universitária (Nº PPE 2.4) OBJETIVO: Discutir a Pastoral Universitária de estudantes. JUSTIFICATIVA Encontro bienal de delegados dos grupos de Pastoral Universitária de todo o Brasil, para a formação, troca de experiências e eleições da Coordenação Nacional e Assessoria Nacional. RESPONSÁVEL: Coordenação Nacional da Pastoral Universitária (CNPU) PRAZO: Janeiro de 1993 Encontro de coordenadores estaduais de pastoral universitária e coordenação nacional da pastoral universitária (CNPU) (Nº PPE 2.5) OBJETIVO: Avaliar a ação pastoral e buscar linhas de ação comuns. JUSTIFICATIVA Os coordenadores estaduais acompanham de perto as reflexões dos vários grupos e sua articulação com as diretrizes nacionais para a PU. Esta reunião com os membros da

Page 71: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

71Coordenação Nacional da PU, um ano após o Encontro Nacional, tem como finalidade avaliar o andamento das propostas e linhas de ação definidas no Encontro Nacional RESPONSÁVEL: Coordenação Nacional da Pastoral Universitária (CNPU) PRAZO: Janeiro de 1994 Seminário sobre pastoral universitária (Nº PD 2.6) OBJETIVO Nuclear os esforços mais representativos dos vários países, trocar experiências e assim elaborar linhas comuns de atuação na Pastoral Universitária. A meta é subsidiar a elaboração de diretórios nacionais de Pastoral Universitária. JUSTIFICATIVA O temário inclui, além de troca de experiências, o estudo do Documento de Santo Domingo e o aprofundamento dos aspectos pastorais da Constituição Apostólica “Ex Corde Ecclesiae”. Estão sendo convocados os encarregados deste setor nas várias conferências episcopais, além de outros representantes. No caso do Brasil são quinze. A Pastoral Universitária coordenará o processo de escolha. RESPONSÁVEIS: Pastoral Universitária e CELAM PRAZO: 5 a 12 de setembro de 1993, Guadalajara - México PASTORAL FAMILIAR (PPE-3) Com convicção e alegria a Igreja anuncia e precisa anunciar com mais força ainda a Boa Nova da Família. Num momento histórico em que a pequena célula é vítima de forças que pretendem destruí-la ou deteriorá-la (cf. Conclusões de Santo Domingo, n.210)35 e em que se organiza a Nova Evangelização, será necessário mais do que nunca oferecer às famílias do Brasil elementos de reflexão, coragem de testemunho e empreendimentos bem pensados para reverter o atual quadro em que vivem a família e o casal. Será necessário atacar frontalmente uma cultura de morte e anunciar a vida. É na família que deve jorrar uma fonte para a vida eterna, fonte de vida, de humanidade, de santidade (cf. Mensagem final da Conferência de Santo Domingo, n.40)36. Atividades permanentes - Com os Regionais da CNBB suscitar a organização sistemática da Pastoral Familiar em nível regional, diocesano e paroquial sempre tentando entrosamento entre movimentos, serviços e institutos familiares e a Pastoral Familiar. - Especial atenção deverá ser dada às famílias das classes menos favorecidas, tema do V Encontro Nacional da Pastoral Familiar que ocorre em setembro de 1993. - Intensificar encontros e dias de estudo nos regionais da CNBB tendo em vista a preparação de todos os agentes para a Campanha da Fraternidade de 1994 em torno do binômio Família e Fraternidade. - Descobrir meios e instrumentos para a instauração da Pastoral Familiar em comunidades da periferia e comunidades eclesiais de base. - Reuniões regulares da Comissão Nacional da Pastoral Familiar. - Publicação, em 1993, de um diretório da Pastoral Familiar e subsídios e diretrizes para os cursos ou encontros de noivos.

Page 72: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

72 - Publicação de esquemas para cursos de agentes da Pastoral Familiar e de roteiros com temas sobre a família para grupos ou comunidades de casais nas paróquias e comunidades de base. - Dinamizar a Semana social da Família em nível regional e diocesano a realizar-se na semana anterior ao domingo dos pais, no mês de agosto. - Estimular a pastoral dos casos difíceis na linha do acolhimento e da atitude do Bom Pastor: uniões livres de fato, católicos unidos apenas em matrimônio civil, separados, divorciados recasados, os sem família. - A Pastoral Familiar deseja trabalhar com outras pastorais especialmente com a Pastoral da Criança e dos Leigos. - Continuar o diálogo e a reflexão com movimentos, serviços e institutos familiares, participando de seus encontros, a fim de estabelecer sempre melhor entrosamento com a Pastoral Familiar das dioceses e paróquias. - Apoiar o Instituto de Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba, sobretudo através de sua atividade de curso de formação de agentes de Pastoral Familiar à distância. - Continuar mantendo contactos dos organismos governamentais sobretudo com o Ministério do Bem-Estar Social, Ministério da Saúde e da Educação. Reunião da comissão nacional de pastoral familiar (Nº PPE 3.1) OBJETIVO Reunir periodicamente os membros da Comissão Nacional de Pastoral Familiar para: - criar subsídios à operacionalização da pastoral familiar em nível regional, diocesano e paroquial; - organizar eventos e atividades para conseguir multiplicar as experiências de pastoral familiar; - preparar diretrizes para a atuação dos agentes de pastoral familiar; - dar à pastoral familiar uma visão orgânica e de conjunto. JUSTIFICATIVA A Comissão Nacional de Pastoral Familiar vem conseguindo, através de sua atuação nos Regionais da CNBB, estruturar e dinamizar a pastoral familiar em todos os níveis da Igreja. Representa o braço executivo do Setor Familiar da CNBB, que presta apoio e oferece serviços aos regionais e dioceses. Sua missão é promover a vida familiar segundo os valores do Evangelho, animando a reflexão, organização, desenvolvimento e integração da pastoral familiar na Igreja no Brasil. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar PRAZO Abril e setembro de 1993 (em São Paulo e Salvador) Maio e novembro de 1994 (em São Paulo)

Page 73: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

73V Encontro nacional de pastoral familiar (Nº PPE 3.2) OBJETIVO - Animar os vários níveis da Igreja para o desenvolvimento e organização da pastoral familiar. - Refletir e aprofundar conteúdos e fundamentos de pastoral familiar nos meios populares. - Aprofundar a integração e animação dos agentes que trabalham no campo pastoral familiar. - Tornar a pastoral familiar sempre mais esclarecida e eficaz no âmbito da pastoral de conjunto. - Conhecer cada vez melhor a realidade da família e do casamento no Brasil, tendo em vista os desafios pastorais colocados pela Nova Evangelização. - Trocar e conhecer experiências concretas de organização e desenvolvimento da pastoral familiar. JUSTIFICATIVA É importante a busca constante de formas concretas para que a pastoral familiar seja efetivamente transformada em grande prioridade pastoral da Igreja, para tornar a família uma verdadeira comunidade eclesial. Este Encontro de agentes de pastoral familiar, a despeito das grandes dificuldades por que passa a família, serve para que não desanimem em seu trabalho, porque representam as esperanças da Igreja no processo de evangelização da cultura e de promoção humana cristã. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar Arquidiocese de Salvador PRAZO: 4, 5 e 6 de setembro de 1993 (Salvador - BA) Encontro de pastoral familiar nos regionais ou macroregiões (Nº PPE 3.3) OBJETIVO - Analisar a realidade da família, do casamento e da preparação para a vida de amor em conjunto. - Motivar uma ampla discussão sobre o papel e os valores da família no mundo contemporâneo. - Buscar soluções para uma melhor qualidade de vida da família brasileira. - Mobilizar os meios de comunicação social para uma valorização e promoção da família e da vida familiar. - Fortalecer o trabalho dos agentes de pastoral familiar nos regionais e dioceses do Brasil. JUSTIFICATIVA Durante o Ano Internacional da Família, quando também a Igreja realiza a Campanha da Fraternidade sobre a família, os regionais da CNBB estão sendo estimulados a organizarem encontros sobre o tema família mais respeitada e mesmo mais estável e duradoura, um organismo verdadeiramente sadio da sociedade. Apesar da grave crise moral que se abate, de muitos modos, sobre a família brasileira, provocando o esfacelamento familiar, os encontros, além de debater estes aspectos, procurarão mobilizar os meios de comunicação social para valorizarem a família e a vida familiar, promovê-la em seus valores, ao mesmo tempo que fortalecer o trabalho pastoral e dos agentes de pastoral. RESPONSÁVEL

Page 74: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

74Setor Família Regionais da CNBB Comissão Nacional de Pastoral Familiar PRAZO: Ao longo do ano de 1994 Semana nacional da família (Nº PPE 3.4) OBJETIVO - Unificar o tema e data da celebração da semana da família em nível nacional. - Tornar a Semana Nacional uma atividade pastoral intensa, com repercussões mais sólidas em termos catequéticos. - Estimular a vida eclesial em família. - Envolver um número crescente de famílias em celebrações domésticas. - Promover uma melhor convivência familiar e comunitária. - Valorizar a família pelo fortalecimento da fé. - Integrar os movimentos e serviços familiares num trabalho. JUSTIFICATIVA A família não só é fundamental para a sociedade, como célula básica. O é principalmente para a Igreja, para estimular uma maior vivência do amor e uma vida familiar e comunitária mais intensa. Nesse sentido, estimular a vida eclesial e a convivência comunitária em famílias constitui um dos grandes objetivos da Semana Nacional da Família, para que ela seja efetivamente a célula mais importante da Igreja. Todos os senhores Bispos e sacerdotes estão sendo estimulados a se engajarem neste projeto, considerado de vital importância para a família brasileira no momento atual. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar Regionais da CNBB Dioceses PRAZO Agosto de 1993 (segunda semana) Agosto de 1994 (segunda semana) Instituto de pastoral familiar (Nº PPE 3.5) OBJETIVO - Formar, à distância, agentes de pastoral familiar que estejam dispostos a testemunhar Jesus Cristo com ardor sempre renovado e à luz do Evangelho, para cooperar no serviço de formação, preparação, promoção e resgate da família como um dos bens mais preciosos da humanidade, e para promover a pessoa e sua participação na construção de uma sociedade mais justa e solidária. - Prestar outros serviços de orientação e apoio à pastoral familiar no Brasil. JUSTIFICATIVA

Page 75: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

75A família brasileira, assim como no resto do mundo, está em crise. Esta crise é agravada pelos problemas econômicos, sociais, políticos, culturais e religiosos que se manifestam intensamente no País; - a Igreja vem, sistematicamente, proclamando a urgente necessidade de promoção da família. Sabe e proclama que o futuro da humanidade e da própria Igreja passa pela família; - um dos problemas que aparece com freqüência, é a carência de agentes de pastoral familiar devidamente preparados; - as iniciativas de preparação de agentes de pastoral familiar representam esforços parciais e localizados, dada a escassez de recursos humanos, técnicos e materiais; - neste sentido, com o assessoramento e apoio do Setor Família e da Comissão Nacional de Pastoral Familiar foi constituído o Instituto e Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba; - os módulos dos cursos, divididos em três fases (agentes de pastoral familiar, ministros de pastoral familiar e ministros consultores de pastoral familiar) serão publicados mensalmente na Revista Família Cristã. RESPONSÁVEL Arquidiocese de Curitiba Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar PRAZO: Durante os anos de 1993 e 1994 Boletim informativo da pastoral familiar (Nº PPE 3.6) OBJETIVO - Divulgar subsídios e diretrizes para organização e desenvolvimento da pastoral familiar no Brasil. - Apoiar a implantação e desenvolvimento da pastoral familiar nos regionais da CNBB e dioceses. - Intercambiar experiências e notícias de pastoral familiar; - Contribuir para a formação e animação dos agentes de pastoral familiar. - Integrar sempre mais a pastoral familiar nas diretrizes da ação pastoral da Igreja no Brasil. - Analisar a realidade da família e do casamento. - Fortalecer a atuação da Igreja no campo da família e do casamento. - Superar obstáculos que se apresentem ao desenvolvimento e organização da pastoral familiar. JUSTIFICATIVA O Boletim Informativo da pastoral familiar vem se constituindo num excelente veículo de animação dos agentes de pastoral familiar, que assim recebem subsídios e diretrizes para sua atuação, conhecem experiências exitosas de pastoral familiar e dão vitalidade a uma linha pastoral que enfrenta muitos desafios e dificuldades. Pelo que tem apresentado, este Boletim constitui um útil e prático instrumento de comunicação, comunhão e entre-ajuda dos agentes de pastoral familiar, no âmbito da pastoral de conjunto. RESPONSÁVEL: Setor Família PRAZO 6 números anuais em 1993 (bimensal)

Page 76: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

766 números anuais em 1994 (bimensal) Encontro de lideranças de movimentos, serviços e institutos familiares (Nº PPE 3.7) OBJETIVO - Discutir e propor estratégias de integração sempre maior da ação dos movimentos, serviços e institutos familiares na pastoral orgânica da Igreja. - Discutir e propor ações concretas para uma ajuda mais eficaz às famílias cristãs, nas diferentes culturas. - Desenvolver esforços mais intensos de pastoral familiar nas camadas menos favorecidas, despertando e formando agentes nas mesmas. - Preparar uma atuação mais integrada dos movimentos, serviços e institutos familiares para a celebração do Ano Internacional da Família e da Campanha da Fraternidade em 1994. JUSTIFICATIVA A quase totalidade dos agentes de pastoral familiar fazem parte ou estão integrados aos movimentos, serviços e institutos familiares, representando assim a força da Igreja neste campo da família e do casamento cristão; a valorização e integração destas formas agregativas dos leigos é essencial para a pastoral familiar, não somente para uma ação mais solidária e responsável na missão da Igreja, como também para uma ação mais eficaz, de ajuda às famílias mais necessitadas; este encontro pretende, por isto mesmo, estimular a autenticidade eclesial dos movimentos, serviços e institutos familiares, ao mesmo tempo que destacar sua razão eclesiológica no campo da família e do casamento, especialmente tendo em vista o Ano Internacional da Família e a Campanha da Fraternidade em 1994. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar PRAZO: Outubro de 1993 (São Paulo) Reuniões de peritos em pastoral familiar para as camadas menos favorecidas (Nº PPE 3.8) OBJETIVO - Reunir peritos e agentes pastorais que trabalham com famílias de camadas sociais menos favorecidas. - Discutir linhas pastorais para uma atuação mais eficaz da Igreja junto às famílias de camadas menos favorecidas. - Discutir, propor e redigir um documento de apoio ao V Encontro Nacional de Pastoral Familiar. JUSTIFICATIVA A maioria das famílias brasileiras são pobres, enquanto a pastoral familiar, desenvolvida até o presente momento, vem atingindo de modo especial os casais e famílias de classes média e alta; - é fundamental refletir e propor linhas de pastoral familiar que se aplicam mais facilmente ao contexto social, econômico, cultural e religioso das camadas menos favorecidas; - este será o tema do V Encontro Nacional de Pastoral Familiar, a se realizar em Salvador, em setembro de 1993;

Page 77: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

77 - por isto mesmo, previamente, serão organizadas reuniões de peritos e agentes de pastoral familiar para a elaboração de um texto-base, de modo a conseguir o maior proveito possível do Encontro. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar Pastoral da Criança PRAZO: Março e maio de 1993 Desenvolvimento da pastoral familiar nos regionais e dioceses (Nº PPE 3.9) OBJETIVO - Organizar e/ou desenvolver a pastoral familiar em todos os Regionais da CNBB e Dioceses. - Promover a criação de estruturas de pastoral familiar nos Regionais da CNBB e Dioceses. - Tornar a pastoral familiar uma prioridade pastoral na Igreja no Brasil. - Preparar e celebrar intensamente o Ano Internacional da Família. - Viver o ano todo a temática proposta pela Campanha da Fraternidade sobre a família. - Implementar as diretrizes de Santo Domingo sobre a família. - Promover e apoiar a realização de cursos de pastoral familiar, formação de agentes de pastoral familiar, mobilizações em torno da família, conscientização sobre a missão da família etc. JUSTIFICATIVA Em função da Campanha da Fraternidade em 1994, também considerado o Ano Internacional da Família, tempo privilegiado para a pastoral familiar, torna-se necessário promover ações concretas nos Regionais da CNBB e nas Dioceses para dinamizar a pastoral familiar no Brasil; - no âmbito dos Regionais, das Dioceses, dos movimentos, serviços, institutos familiares, e outras formas de organização da Igreja, deverão ser propostas ações concretas que permitam à pastoral familiar ser mais eficaz, no contexto da pastoral orgânica, segundo as Diretrizes Gerais da Ação da Igreja no Brasil; - o importante é fazer renascer o respeito aos valores éticos e morais, quer na gerência da coisa pública, quer na preservação dos valores cristãos da família. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar Regionais da CNBB Dioceses Movimentos, serviços e institutos familiares PRAZO: Ao longo dos anos de 1993 e 1994 Publicações (Nº PPE 3.10) OBJETIVO - Oferecer subsídios para a atuação dos agentes de pastoral familiar. - Favorecer a reflexão teológica e pastoral no campo da família e do casamento. - Documentar a caminhada da pastoral familiar no Brasil. - Oferecer reflexões sobre a realidade das famílias brasileiras, à luz das Diretrizes Gerais da Ação da Igreja no Brasil. - Apoiar cursos de formação de agentes e encontros de pastoral familiar.

Page 78: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

78 JUSTIFICATIVA Os agentes de pastoral familiar apresentam, constantemente, solicitações no sentido de se publicar subsídios, diretrizes e elementos para sua atuação. As publicações que estão sendo oferecidas, num primeiro momento, através de editoras comerciais, tem as seguintes características: - diretório de pastoral familiar (elementos para organização e desenvolvimento da pastoral familiar nas dioceses e paróquias); - orientações para cursos de preparação para o casamento (principalmente cursos de noivos); - documentos do magistério da Igreja sobre família e casamento, com comentários; - documentos do magistério da Igreja sobre família e casamento, com comentários; - publicações de caráter popular para agentes das camadas menos favorecidas. RESPONSÁVEL Setor Família Comissão Nacional de Pastoral Familiar PRAZO: Ao longo dos anos de 1993 e 1994 PASTORAL DOS SANTUÁRIOS E ROMARIAS (PPE - 4) A peregrinação é um sinal muito ao gosto do nosso povo. Basta ver o grande número de santuários, em todo o Brasil e considerar multidões de peregrinos. O Santuário de Aparecida, em São Paulo, se destaca dentre todos. Algumas vezes, são motivos interesseiros que levam os romeiros à peregrinação, para pedir graças e pagar promessas. Freqüentam templos, santuários, túmulos, monumentos e lugares de manifestações extraordinárias do divino. Parte dos peregrinos são cristãos que não participam ativamente da vida de nossas comunidades. O Santuário é, para muitos, o único lugar onde ouvem a Palavra de Deus e recebem os sacramentos. Daí a necessidade de uma atenção especial à Pastoral dos Santuários, a fim de que sejam lugares de verdadeira evangelização e que se integram na Pastoral de Conjunto. Faz parte da natureza do homem o “ser peregrino”. O homem está sempre à procura do infinito que é Deus. Insatisfeito consigo mesmo, esmagado, muitas vezes, pela rotina do cotidiano, ele suspira por alguém que o possa libertar. Todo homem se sente como um ser a caminho. Sua vida é uma caminhada à Pátria definitiva, à Casa do Pai. O sentido cristão da palavra peregrinar ou fazer romaria é antes de tudo caminhar pela estrada, ser alguém que passa, como Cristo passou pelas estradas da Palestina. É só abrirmos a Bíblia e logo percebemos figuras de grandes peregrinos, por exemplo: Abraão, Moisés, Elias, David e entre eles, Jesus, que foi o maior. Desde o início do cristianismo, a terra do nascimento, da vida, da morte e da ressurreição de Jesus, bem como o túmulo de São Pedro, em Roma, tornaram-se lugares de peregrinação. Em 1936, a Santa Sé deu orientações pastorais para as peregrinações aos santuários, recomendando que as romarias fossem consideradas e realizadas como atos de piedade cristã, isto é, revestindo-se de um caráter verdadeiramente religioso, visando à conversão e ao aprimoramento da vida cristã. Paulo VI e João Paulo II, em várias oportunidades, mostraram o valor das peregrinações, sobretudo como ocasião de intensificação de oração, reencontro com a misericórdia divina, “um lugar privilegiado para a evangelização de nossa cultura”. A evangélica opção preferencial pelos pobres, assinalada por Puebla e assumida no Objetivo Geral da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, se torna imperiosa nos Santuários,

Page 79: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

79porque a eles acorrem pobres, marginalizados, enfermos, abandonados e aflitos, que formam a maioria da população de nosso continente. Atividades permanentes - Incentivar uma melhor preparação das romarias e a continuidade das mesmas, num esforço para que haja maior interação da fé com a História do nosso povo. - Motivar, para que a Liturgia seja sempre momento forte da vida dos Santuários, sobretudo, o anúncio da Palavra de Deus e as Celebrações dos sacramentos da Eucaristia, como centro e ápice da vida cristã - e da Reconciliação, como ocasião forte de conversão. - Apoiar o trabalho da Pastoral dos Santuários, valorizando o Conselho de Reitores de Santuários do Brasil e sua ação. - Participar nos Encontros Nacionais e do Cone Sul sobre Pastoral dos Santuários e nas reuniões do Conselho de Reitores de Santuários do Brasil (CRSB). - Incentivar os responsáveis pelos santuários para que os ajustem às orientações do novo Código de Direito Canônico. - Colaborar para que as Diretrizes Gerais dos Santuários elaboradas pelo CRSB, cheguem a todas as dioceses e sejam postas em prática. PASTORAL DOS GRUPOS ÉTNICO-CULTURAIS (PPE-5) No Brasil, não existe um só povo e uma só cultura: aqui convivem e, freqüentemente, se mesclam diversos povos e diversas culturas. Os fatores históricos e sociais que estão na origem dessas diferenças determinam diversas visões e vivências da fé. Para que a Igreja chegue a ser um povo unido e harmônico, sem, porém, destruir a legítima identidade das minorias étnicas, é preciso refletir sobre a problemática, a partir de um diálogo sincero e respeitoso entre Evangelho e cultura. De modo particular, deve-se prestar atenção aos desafios de evangelização dos afro-brasileiros, dos índios, das minorias étnicas de origem asiática presentes no país. Nos últimos tempos, verifica-se um incremento notável, qualitativo da consciência de uma identidade afro-brasileira que encontra suas principais manifestações em iniciativas não somente recreativas e folclóricas, mas, especialmente de caráter associativo no campo cultural, social e religioso. A Igreja não pode deixar de estar presente neste processo de tomada de consciência. Atividades permanentes - Refletir sobre as situações étnico-culturais do País e acompanhar os movimentos e programações, em vista de uma presença de solidariedade por parte da Igreja nas problemáticas: indígena (CIMI), afro-brasileira e de outras minorias étnicas. - Acompanhar e assessorar os missionários que atuam junto às comunidades indígenas na reflexão e aprofundamento teológico. Para isto, está sendo encaminhada a formação de uma comissão específica por teólogos e antropólogos. - Acompanhar a assessoria das comunidades e organizações indígenas através de pequenos encontros locais e regionais, por uma equipe de advogados liberados nas diversas regiões. - Desenvolver a relação de colaboração e entreajuda com as Igrejas Evangélicas e organismos indigenistas que buscam a autodeterminação dos povos indígenas. Esta

Page 80: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

80entreajuda inclui permuta de assessorias e outros serviços. Aprofundar e ampliar a colaboração e entreajuda com as Igrejas, em nível latino-americano. A IGREJA E A REALIDADE DO NEGRO BRASILEIRO (PPE 5.1) Considerando: - os 500 anos de evangelização da América Latina e tendo em vista a nova evangelização; - em continuação à Campanha da Fraternidade de 1988 sobre o tema “Negro”; - a continuação da marginalização do negro, depois de 100 anos de “Lei Aurea”; - o racismo latente: a presença do negro negada na prática; - estamos vivendo um momento de conscientização étnico-cultural, faz-se urgente para a Igreja a participação neste processo, assumindo a realidade do povo negro em sua busca da cidadania; - a questão do negro, acenada em Puebla, desencadeou um processo que ganha consciência e participação e que está a exigir maior aprofundamento na medida que a Igreja caminha para a 4ª Conferência Episcopal latino-americana (1992); - a evangélica opção-preferencial pelos pobres significa opção especial pelos negros brasileiros; - várias pastorais especiais da Igreja do Brasil atingem particularmente a população negra, como, por exemplo, pastoral das favelas, pastoral de menores abandonados, da mulher marginalizada, pastoral carcerária, movimentos populares e outros; - o Vaticano II exige maior inculturação da fé; - a realidade negro-brasileira está fazendo exigências a todas as dimensões da vida e ação da Igreja no Brasil; - presença nas dimensões: atuação crescente nas CEBs; número crescente em seminários e institutos de vida consagrada; formação dos agentes de pastoral negros para atender sua realidade específica; CIMI - CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO (PPE 5.2) OBJETIVO Na prática diária de Evangelização libertadora, assumindo os desafios do diálogo inter-religioso da atitude ecumênica, apoiar o processo de afirmação da autonomia dos povos indígenas no Brasil, como povos étnica e culturalmente diferenciados, fortalecendo suas organizações, suas articulações e suas alianças com os movimentos populares em vista da construção de um projeto político popular. Terra e subsistência - Contribuir na luta dos povos indígenas pela integridade de seus territórios, exigindo a demarcação no prazo constitucional, de acordo com os limites que cada comunidade estabelece. - Apoiar as iniciativas que levam os povos indígenas à autogestão, a partir de cada realidade: • criando oportunidades de formação de uma consciência crítica em relação às formas de ação e omissão do Estado; • promovendo discussões com os povos e organizações indígenas na busca de alternativa para as questões de subsistência, saúde e educação; • buscando formas de assessoria e apoio. Organização indígena - Intensificar o apoio e incentivo às legítimas organizações indígenas locais, por regiões e situação afins, por etnias e culturas, respeitando suas metas e prioridades.

Page 81: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

81- Contribuir para que as organizações locais e regionais firmem sua legitimidade através de sua articulação com as formas tradicionais de organização, com as comunidades e as lideranças dos diferentes povos. - Contribuir no contato e articulação das organizações indígenas com movimentos populares e sindicais em nível nacional e internacional, tendo em vista consolidar as alianças e superar as eventuais contradições existentes. - Assessorar quando solicitado e apoiar os povos indígenas e suas organizações no debate, formulação e lutas pela conquista e garantia de suas reivindicações e direitos, de modo especial no atual momento histórico, diante da política indigenista e na elaboração da legislação indigenista, em respeito à sua autonomia. - Considerar, no assessoramento e apoio às lutas dos povos e organizações indígenas, a dimensão educativa e mobilizadora. Formação dos missionários - Dar continuidade à política de formação dos missionários do CIMI com os critérios e formas hoje desenvolvidas pela Articulação Nacional de Formadores. - Consolidar a Articulação Nacional de Formadores para que ela seja uma referência junto à Diretoria, Regionais e equipes. - Garantir uma formação qualificada dos missionários, que responda às finalidades do CIMI e às demandas apresentadas pelas comunidades, lideranças e organizações indígenas, bem como pela conjuntura atual. Inculturação e diálogo inter-religiosos - Proporcionar aos missionários um instrumental para aprofundar teoricamente e pelo confronto da prática, os desafios da inculturação e do diálogo inter-religioso. - A partir do contexto histórico, cultural e conjuntural de cada povo indígena, promover uma avaliação geral da prática missionária. Esta avaliação será feita pelos missionários e solicitada às comunidades indígenas. - Estimular as comunidades indígenas a assumir suas vivências religiosas, em respeito à sua autonomia. A dimensão continental da causa indígena - Assumir plenamente a campanha “500 anos de Resistência Indígena e Popular”, promovida em todo o Continente e Caribe: • mobilizando as bases do CIMI para a participação crítica nessas atividades (materiais de divulgação, mobilizações etc.); • apoiando as iniciativas das organizações indígenas; • assumindo uma atitude profética dentro da Igreja e perante a sociedade envolvente. - Aprofundar a articulação da prática do CIMI com outras experiências afins na América Latina, fomentando e fortalecendo a troca de experiências entre entidades indigenistas e organizações indígenas (encontros, visitas etc.). - Apoiar a articulação das organizações indígenas com organizações populares e entidades de apoio da América Latina, visando a troca de experiências e o fortalecimento da solidariedade às suas lutas. B. PASTORAIS COORDENADAS PELO SETOR PASTORAL SOCIAL

Page 82: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

82COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT (PPE 6) OBJETIVO I. - Viver na solidariedade e com criatividade o serviço pastoral de nossas igrejas aos pobres da terra, para que a possuam em paz e com seus frutos. II. - Promover e valorizar o direito à plena cidadania dos socialmente excluídos e o reconhecimento do seu direito à diferença. III - Acolher o grito novo de esperança do povo e celebrar em comunidade a fé no Deus da Terra e da Vida. 1. Luta pela terra a) Animar a luta pela terra, como resistência, conquista, e permanência e colaborar numa Reforma Agrária nova, como processo de uma transformação social integral, garantindo a plena cidadania dos trabalhadores e trabalhadoras da terra. b) Valorizar, incentivar e interligar formas alternativas de organização, produção, comercialização, saúde, educação, contrapostas à lógica capitalista do lucro pelo lucro. c) Promover a solidariedade aos trabalhadores e suas famílias nos conflitos e denunciar a violência, apoiando a prevenção, autodefesa e segurança da vida. d) Promover campanhas e ações que visem o julgamento e a condenação dos responsáveis pelos crimes e pela violência no campo, acabando com a impunidade. e) Dar atenção ao meio ambiente, obra do Criador e indispensável à preservação da vida dos povos da terra, especialmente à região Amazônica, vítima de um desenvolvimento destruidor dos povos que nela habitam. 2. Luta dos trabalhadores a) Reforçar as formas próprias já existentes de organização dos trabalhadores, como sindicatos, associações, cooperativas e movimentos. b) Apoiar o movimento e a luta das mulheres trabalhadoras rurais. c) Promover o diálogo entre as várias entidades e movimentos engajados na luta pela terra. d) Apoiar e desenvolver um trabalho com assalariados rurais e trabalhadores sazonais, com vista à sobrevivência e organização que lhes é própria e aprofundar a discussão da importância da conquista da terra. 3. Formação e informação a) Continuar a formação dos trabalhadores, trabalhadoras rurais e agentes considerando as situações, as culturas e as dimensões da pessoa humana, com especial atenção à juventude rural. b) Recolher e divulgar, especialmente entre os trabalhadores e trabalhadoras, experiências alternativas de vida e resistência na luta pela terra, produção, comercialização, organização, educação, saúde e outras. c) Incentivar as diversas manifestações populares, como resgate de identidade cultural. 4. Fé e ecumenismo

Page 83: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

83 a) Aprofundar a leitura bíblica a partir da vida dos pobres da terra como fonte e motivação da caminhada. b) Valorizar a mística e a religião do povo como força de resistência e transformação profética da sociedade, apoiando as celebrações de fé próprias dos pobres da terra. c) Atuar em conjunto com as comunidades cristãs de base e as pastorais populares. d) Dinamizar a colaboração e integração entre as Igrejas para que sejam serviço aos pobres da terra, visando o crescimento e aprofundamento da fé, a partir de suas lutas. 5. Solidariedade ativa os outros povos da América Latina e Caribe a) Promover encontros e ações que incentivem a solidariedade. b) Abrir espaços em nossas assembléias, encontros e boletins para outros povos do Continente. c) Celebrar as datas marcantes da caminhada de libertação da América Latina e Caribe. Atividades permanentes - FORMAÇÃO: Curso em três etapas de três semanas (julho 93,94, e 95). Cursos de uma semana em cada uma das 5 grandes regiões e encontros para levantar alternativas de vida para os lavradores dentro das condições de cada região: floresta (Amazônica), seminário (NE), cerrado (Centro-Oeste), Mercosul. - Documentação da realidade agrária do Brasil: convênios com universidade e cientistas para aprimoração e divulgação na sociedade sobre a questão agrária e problemas dos trabalhadores. Relatório anual sobre os conflitos. Tentar mobilizar a sociedade para sua solução. Trabalho jurídico para vencer a impunidade dos assassinos de lavradores. - Assessoria a pequenos proprietários e assentamentos para encontrar modelos agrícolas e de comercialização que favoreçam sua permanência e melhoria de vida da terra, organizando-se em associações. - Assessoria metodológica aos agentes da CPT e outros que trabalham no campo, sobretudo visando um bom planejamento e avaliação contínua. - Escrever a história da CPT em cada Regional e no Secretariado Nacional, para retomar as inspirações mais profundas da pastoral, avaliar melhor o presente da CPT e ter mais influência da Igreja no futuro do campo (93 e 94). - Assessoria pastoral e ao ecumenismo: ajudar os Regionais a fazer evangelização mais profunda no campo, partindo das religiões dos lavradores e visando a inculturação. - Trabalhar a sociedade brasileira em vista de reconhecer os direitos dos lavradores, com suas diferenças culturais e sociais, mas com plena cidadania (luta por melhores leis e também por transformações na opinião pública). COMISSÃO PASTORAL OPERÁRIA - CPO OBJETIVO A Pastoral Operária, fiel à missão do Cristo trabalhador e à luta da classe trabalhadora, propõe-se servir e celebrar a vida e esperança dos trabalhadores e contribuir na construção da nova sociedade, sinal e antecipação do Reino. Atividades permanentes

Page 84: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

84 Na última Assembléia Nacional da CPO, foram definidas as prioridades nacionais e as linhas de ação: 1. Prioridades Nacionais 1.1. Grupos de Base - São o pulmão e o fundamento da PO. O grupo é um espaço privilegiado onde o trabalhador tem oportunidade e condições de aprofundar a relação entre a Fé e Vida, e ao mesmo tempo, amadurecer a consciência de classe. 1.2. Formação - É uma das formas encontradas pela CPO, para ajudar os trabalhadores a compreenderem e canalizarem a realidade onde vivem. É necessário que cada pessoa entenda que ela deve ser sujeito do processo de transformação desta sociedade. 2. Linhas de Ação 2.1. Como Igreja - Concretizar o trabalho de inserção na pastoral de conjunto, nas Igrejas locais, lembrando sempre da importância de se conhecer a complexa realidade e as transformações por que passa o mundo do trabalho. 2.2. Como Classe Trabalhadora - Ser presença significativa da Igreja junto às organizações e ao movimento dos trabalhadores, apoiando suas lutas e iniciativas. 3. São projetos permanentes da CPO, para o ano de 1993, suas reuniões da Coordenação, Conselho e Assembléia nacional. SERVIÇO PASTORAL DOS MIGRANTES - SPM OBJETIVO Evangelizar o mundo das migrações com renovado ardor missionário, testemunhando Jesus Cristo, em comunhão fraterna, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para formar o Povo de Deus, através da acolhida aos irmãos migrantes, no combate a todo tipo de migração forçada, na luta pela Reforma Agrária e Reforma Urbana; e participar da construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança, nas diferentes culturas, a caminho do Reino definitivo. Atividades permanentes - Promoção anual da “Semana do Migrante”, que se realiza em torno do “Dia do Migrante”, 25 de junho. Em sintonia com a Campanha da Fraternidade, trata-se de um tempo forte de reflexão/ação. - Junto aos temporários ou sazonais, ligação entre área de origem e área de destino: missões populares, seminários, encontros de formação, encontros de migrantes, visitas pastorais - visando um intercâmbio pastoral entre as dioceses dos dois pólos. - Junto aos migrantes latinos (hispano-americanos), formação de grupos de acolhida, serviço de documentação, atividades culturais e religiosas, luta em favor de uma Lei dos Estrangeiros mais digna - objetivando uma cidadania real e plena. - Junto aos migrantes de fronteira agrícola (RO, AC, AM, MT...), criação de cooperativas e organizações populares, encontros de migrantes, pesquisas sobre a realidade migratória, luta em favor de uma política agrícola justa, projetos alternativos de resistência. - Junto aos migrantes dos centros urbanos, formação de equipes de acolhida, contribuição para a pastoral urbana, encontros de migrantes, atividades culturais (festivais de música, de teatro), formação de lideranças.

Page 85: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

85 - Assembléia Bienal e reuniões da coordenação (a cada semestre) Projetos - Assembléia Nacional do SPM - outubro de 1993 (bienal); - Encontro Nacional de Migrantes Temporários (Sazonais - 2º semestre de 1993); - Seminário sobre Mercosul e Migrações (2º semestre de 1993); - Encontro Nacional de Migrantes Latinos (2º semestre de 1994); - Festivais de Música do Migrante: a nível regional - 1º semestre de 1994, a nível nacional - 2º semestre de 1994; - Missões Populares: janeiro e fevereiro de 1993, janeiro e fevereiro de 1994; - Fronteira Agrícola: Encontros de migrantes (1º E 2º semestre de 1993/94) Romaria da Terra (1993/1994); - Reuniões da Coordenação Nacional: uma por semestre (1993/1994). PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA - PMM OBJETIVO - Ser a expressão de Deus nesse sub-mundo da prostituição, fazendo acontecer a libertação (Diretrizes, nº 01). - Trabalhar ao lado da Mulher Marginalizada e ajudá-la a resgatar a dignidade de pessoa humana; (D. nº 169 e seguintes). - Trabalhar na prevenção da prostituição. (D. nº 239, 243,245). Atividades permanentes - Visitas, levantamento e conhecimento da realidade, reuniões e cursos; - animação, formação e articulação das coordenadoras regionais do SMM e grupos de mulheres na base, através de visitas, correspondência, relatórios e reuniões; - atuação direta junto à Entidade para promoção e libertação da Mulher Marginalizada; - organização e animação de atividades de caráter formador e libertador e de cunho promocional; - articulação do SMM com as demais Pastorais dos Marginalizados: do Menor, dos Negros, dos Migrantes, da Saúde, Carcerária, dos Deficientes, dos Sofredores de rua e outras; - comunicação com os coordenadores regionais e a base, através da revista: MULHER-LIBERTAÇÃO. Projetos - Ajudar na organização dos regionais (divisão da PMM) com assessoria de uma psicóloga social, de uma advogada e de uma visitante. (1993-94) - Organizar e realizar o encontro Nacional da Pastoral da Mulher Marginalizada, em julho de 1994 em Fortaleza/CE. - Conferência Latino-americana e Caribe sobre prostituição adulta e infantil. Realização em fevereiro de 1993, em São Paulo. PASTORAL DOS NÔMADES - PN (PPE - 11) OBJETIVOS

Page 86: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

86A Pastoral dos Nômades visa a promoção humana e cristã das pessoas e grupos que integram o povo nômade, com as seguinte características: ciganos, pessoal de circo e parques de diversões. O serviço da Pastoral dos Nômades deve ser entendido como um conjunto de atividades e estruturas voltadas para o “conseguimento” dos valores religiosos, pedagógicos, culturais e sociais dos povos nômades. Para realizar isso as pessoas comprometidas com a PN deverão se caracterizar pelo espírito de encarnação evangélica no contato direto e até o convívio com o mundo nômade, evitando-se qualquer forma de paternalismo. Atividades permanentes - Convívio com o grupo Calão e pessoal de circo. - Atividades de alfabetização com o grupo Calão. - Apoio nas Escolas de Circo (pedagógico-catequético). - Apoio às atividades sindicais dos Circenses. - Luta para conseguir espaço alternativo para idosos circenses ao invés de asilos. - Contatos com os regionais da CNBB. PASTORAL CARCERÁRIA - PC (PPE-12) OBJETIVO A Pastoral Carcerária é a mais gratuita de todas as pastorais. Ela é a imagem de Jesus que vem salvar e morrer sem nada receber. Presença da Igreja em todos os cárceres do Brasil: Penitenciárias, cadeias de Delegacias ou outros... pela humanização e pelo “AMOR”. Que a Igreja viva nos cárceres: “é pela união que os reconheceram como os meus”. Atividades permanentes - Visitas de conscientização a todas as Igrejas Regionais (quando convidados). - Visitas de Humanização e conscientização e evangelização aos presos e presídios. - Formação de uma rede de responsáveis e coordenadores, nas diversas províncias eclesiásticas, Dioceses e Estados. - Promover a nível de município, estados ou até nacional, encontros entre a Pastoral Carcerária e autoridades civis encarregadas do sistema Penitenciário. - Incentivar a formação em todas as cadeias de “Conselho de Comunidade”. - Formação de Agentes competentes de Pastoral Carcerária... - Incentivar a visita às famílias dos presos. - Implicação dos municípios na solução do problema carcerário. - Mapeamento de todo o Brasil Carcerário. - Fazer que a sociedade se implique mais na solução do problema Carcerário. Projetos MAPEAMENTO: saber o que existe ou não, conhecer as forças e as fraquezas através do mapeamento HUMANO, SOCIAL, ANTROPOLÓGICO e RELIGIOSO. Comunicar isso a todos

Page 87: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

87os Bispos para estimular os responsáveis da pastoral. Finalmente incentivar uma futura Campanha da Fraternidade. ARTICULAÇÃO: de todos os elementos de Pastoral Carcerária por Dioceses, Estabelecimentos penais, provinciais eclesiásticas, Estados. FORMAÇÃO mais agenciada e mais metódica de todos os agentes da Pastoral. ENTROSAMENTO maior com todas a Secretarias da Justiça de cada Estado. PASTORAL DA CRIANÇA - (PÇa) (PPE -13) OBJETIVO - Promover uma melhor qualidade de vida para as crianças brasileiras. - Contribuir através da saúde, nutrição e educação para a redução da mortalidade e da desnutrição de gestantes e crianças das comunidades carentes, onde atua. - Contribuir para a valorização da mulher, através da educação para a participação, reconhecendo seu papel como agente de transformação. - Contribuir para a organização e mobilização comunitária pelo respeito aos direitos sociais e políticos das crianças brasileiras. - Promover a evangelização da comunidade através do mutirão pela VIDA. - Promover a catequese das crianças desde o ventre materno até os seis anos. - Promover a solidariedade e a corresponsabilidade social. - Celebrar os Sacramentos, a Palavra de Deus e a Vida. - Participar através dos Conselhos Municipais de Saúde, de Educação, dos Direitos da Criança e do Adolescente para o controle social das políticas de saúde, educação e bem-estar das crianças em todos os níveis procurando influir através de informação e de alternativas concretas na construção de um mundo mais justo e fraterno, a serviço da vida e da esperança. Atividades permanentes - Coordenação Nacional para viabilizar a operacionalização das atividades de campo. - Assessoria aos regionais e às dioceses. - Participação em seminários e encontros. - Publicação trimestral do Informativo da Pastoral da Criança. - Elaboração, impressão e distribuição de materiais educativos e de comunicação social. - Implementação de instrumentos para o acompanhamento e avaliação das ações básicas de saúde, educação, nutrição e comunicação em nível nacional: materiais educativos, álbuns seriados, vídeos e apoio financeiro às Dioceses para os treinamentos dos Agentes de Pastoral e acompanhamento dos trabalhos nas bases. - Avaliação, através de desempenho dos trabalhos dos agentes de pastoral. Projetos 1. Comunicação e Formação de Recursos Humanos - Encontro das Coordenadoras estaduais para avaliação, planejamento e aprofundamento de áreas a serem estudadas. - Treze seminários especiais para Agentes de Pastoral: (Arce) Bispos, Padres, Religiosos e Leigos (Projeto Conjunto - Pastoral Familiar e Catequese) (de fevereiro a setembro de 1993).

Page 88: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

88- Seis encontros regionais de equipes de coordenação diocesana, para troca de experiências, aprofundamento, avaliação, reciclagem, catequese e consolidação da Pastoral da Criança nas dioceses (1994). - Seminários para treinamento e reciclagem de coordenadores diocesanos e paroquiais (1993-94). - Apoio Técnico e financeiro aos encontros diocesanos de coordenadores paroquiais - em cada diocese, para a troca de experiência, aprofundamento, avaliação, reciclagem e consolidação da Pastoral da Criança nas paróquias (1993-94). - Seminários sobre a saúde, educação essencial, nutrição e comunicação (1993-94). - Seminários sobre prevenção de AIDS e acidentes domésticos (1993-94). - Cursos de alfabetização de jovens e adultos, nas áreas onde atua a Pastoral da Criança em conjunto com o Setor Educação da Linha 6 da CNBB (1993-94). - Programa de rádio sobre a saúde preventiva, educação e temas de atualidade (1993-94), transmitido por 400 emissoras de rádio. - Oficinas para preparar comunicadores populares (1993-94). Projeto conjunto - Setor comunicação. - Semana Social (1993-94). Projeto conjunto - L6. 2. Banco de dados sobre a situação da Criança - Em fase de elaboração o banco de dados sobre a situação das crianças brasileiras, até aos 6 anos de idade, com o objetivo de fornecer subsídios aos organismos governamentais e não governamentais destinadas à formulação de políticas e alternativas de saúde, educação e bem-estar das crianças brasileiras. 3. Projetos Alternativos de Geração de Renda e de Mútuo Apoio - Incentivo na área de nutrição: hortas comunitárias, micro-cooperativas de alimentos alternativos e outros. - Na área de geração de rendas da mulher: clube de mães e outros. 4. Luta por Melhores Condições de Vida - Nos encontros nacionais, diocesanos, paroquiais e nas comunidades, estudo sobre a participação nos conselhos Municipais de Saúde, Educação, Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelares, assim como sobre a legislação vigente quanto aos temas de Saúde e Direitos Sociais. PASTORAL DA SAÚDE - (PS) (PPE-14) OBJETIVO Contribuir na promoção da saúde em todas as suas dimensões para que as pessoas possam ter na sua realidade, vida em abundância, sinal do Reino de Deus entre nós. Atividades permanentes 1. Trabalho Específico: - Fortalecer a conscientização sobre os direitos à vida e deveres de lutar por condições dignas de viver: terra, trabalho, salário justo, habitação, alimentação, lazer e transporte, educação, saneamento básico e participação no poder de decisão. - Ajudar o povo a ser agente de sua saúde (e não objeto). - Capacitar o povo para desenvolver ações básicas de saúde, formação de agentes de saúde, de pessoas indicadas pela comunidade. - Apoiar a organização do povo na reivindicação de seus direitos.

Page 89: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

89 -Articular a saúde comunitária com instituição da saúde, movimentos e organizações que promovem a vida. - Resgatar e valorizar a sabedoria popular, sua fé e religiosidade. - Centrar todo esforço na educação transformadora, a partir da Comunidade, sob o critério de três dimensões: Justiça, Solidariedade e Mística. - Preparar agentes de saúde para anunciar a Boa Nova ao homem, diante do confronto com o sofrimento, a doença e a morte. - Proporcionar assistência psico-espiritual aos enfermos internados e a domicílio. - Relacionar-se com Instituições (Ministérios, Secretarias, Hospitais, Escolas, Editoras) que exercem atividades ou tomam decisões no campo da saúde, a fim de defender a vida. 2. Encontros das Pastorais Sociais - Encontros das Pastorais Sociais por ocasião da CEP e Assembléia dos Bispos em Itaicí (SP). - Reunião da Coordenação Nacional de Pastoral da Saúde, duas vezes por ano (maio-novembro). - Permanência de atendimento, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas na Avenida Pompéia, 1214 - 05022-001 - São Paulo - SP. Fone: 011- 864-6255. - Acompanhar, na medida do possível, os trabalhos das dioceses. Projetos 1. Seminário Nacional de Saúde - Fortaleza (CE), 24 a 29 de maio de 1993. Tema: Política de Saúde e Saúde Comunitária - práticas e desafios. Promoção: CNBB e CRB Financiamento: CNBB e CRB 2. Produção de um folheto explicando o que é Pastoral da Saúde. Financiamento: Bélgica 3. Encontros regionais dos Coordenadores diocesanos de Pastoral da Saúde. Financiamento: CNBB e regionais 4. Encontro Nacional de Saúde com os Coordenadores regionais da Pastoral da Saúde. Financiamento: CNBB 5. Fórum de Bioética e Saúde Objetivo: resgatar a dignidade da pessoa humana frente aos avanços técnico-científicos que interferem na vida. Participantes: profissionais da Saúde e toda pessoa interessada.

Page 90: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

90Financiamento: CNBB; CEDAS; ICAPS PASTORAL DO MENOR - (PM) OBJETIVO Considerando o I e II Seminário Nacional da Pastoral do Menor e toda a nossa caminhada até a recente reunião dos Bispos em Santo Domingo, conscientes dos grandes passos feitos e dos que ainda temos que fazer para dar vez e voz à “emergência silenciosa” representada pela população infantil da América Latina (55%), que nos desafia não só numericamente mas sobretudo do ponto de vista humano e pastoral (Documento de Santo Domingo, 221)37, propomos os passos para o próximo biênio 93-94, dentro do objetivo de: à luz do Evangelho e da consciência crítica, estimular um processo que visa à conscientização, sensibilização e mobilização da sociedade como um todo, na busca de uma resposta global, unitária, transformadora e integrada à situação da Criança e do Adolescente. Atividades permanentes - Continuidade do trabalho de fortalecimento dos Regionais como retaguarda para as dioceses (primeiro momento). - Fortalecimento dos sub-regionais e das dioceses para melhor atendimento da realidade local (segundo momento). - Formação e capacitação de agentes para os Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e para os diversos programas de atendimento (retaguardas). Provocar a adequação da Justiça e do Ministério Público às exigências da nova Lei. - Reuniões junto à CNBB: Linha 6 - Pastorais Sociais Preparação da 2ª Semana Social Brasileira - Reuniões junto ao Fórum DCA (Nacional) - Incentivo aos Fóruns estaduais e locais. - Reuniões junto ao Pacto pela Infância e seus desdobramentos regionais e locais. - Aprofundamento da questão das políticas públicas - orçamentos - financiamento - execução e controle. - Produção de subsídios. - Combate às várias formas de violência e fortalecimento de ações na defesa de direitos. - Intercâmbio com CRB, AEC e diversas Pastorais afins. - Integração para intercâmbios internacionais e especialmente com outros países latino-americanos. Projetos 1. Reuniões ordinárias das Comissão Nacional de Articuladores 2. Assembléias/Seminários - Encontros Regionais - Fortalecimento dos Regionais 3. Estudo de propostas do marco teórico referencial - Quem somos? 4. Levantamento da realidade local: Quantos somos? Onde estamos? 5. Assembléia Nacional

Page 91: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

916. Capacitação de agentes responsáveis por pastorais e de Bispos, sobre o ECA 7. Produção de subsídios 8. Fortalecimento dos sub-regionais e dioceses 9. Capacitação das retaguardas 10. Semana Ecumênica 11. Grupo de trabalho por interesse 12. Retiros para uma maior vivência e explicitação de nossa fé C. ORGANISMOS COORDENADOS PELO SETOR PASTORAL SOCIAL IBRADES (OG - 1) O IBRADES, organismo anexo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organiza anualmente (desde 1969) vários Cursos e Seminários para formação de agentes de pastoral, lideranças cristãs, religiosas e leigas, engajadas na área social ou desejosas de dar uma dimensão social ao seu trabalho pastoral ou ao seu compromisso cristão, em todo o território Nacional. O campo específico de ação do IBRADES é na área social (sócio-econômica, sócio-política, sócio-cultural, sócio-religiosa), mediante a análise da realidade, assessorias e a formação de agentes de transformação social. A Doutrina Social da Igreja ocupa um lugar importante nos nossos Cursos, como um ponto essencial de referência tanto para a análise, quanto para a busca de modelos alternativos de sociedade que se inspirem em valores cristãos. Atividades permanentes Em 1993 e 1994, o IBRADES oferece as seguintes oportunidades para a formação de lideranças na área social: 1. Curso Longo: No primeiro semestre de 1994, o IBRADES oferecerá, no Rio, um curso de formação social de três a quatro meses de duração, para pessoas mais qualificadas que já ocupem cargos de responsabilidade nas pastorais da Igreja ou em entidades ou movimentos de inspiração cristã. 2. Cursos Breves (de três a cinco dias de duração): o IBRADES, por própria iniciativa ou a pedido de dioceses pastorais ou organismos vinculados com a CNBB, realiza anualmente, em diversas regiões do País, nove ou dez cursos. Dar-se-á preferência a cursos destinados a lideranças cristãs leigas que ocupam posições de responsabilidade, seja na pastoral da Igreja, seja nas áreas sócio-econômica, sócio-política ou sócio-cultural. 3. Cursos de média duração (de seis dias até um mês e meio de duração): em 1993, o IBRADES organizará três ou quatro destes Cursos, destinados a grupos mais homogêneos e qualificados de lideranças cristãs. Dois deles já estão definidos: a) para o Movimento dos Sem Terra (junho 1993) em colaboração com a CPT, CARITAS, ACR, PJR e outras pastorais sociais; b) para a Pastoral Operária do Estado do Rio de Janeiro (janeiro, 1993). 4. Seminários para peritos (5 ou 6 por ano): Seminários de 3 a 4 dias de duração, para estudar e debater, de um ponto de vista ético e com pessoas qualificadas, temas de atualidade na área social. Esses Seminários realizam-se geralmente no Estado do Rio e são organizados pelo Centro João XXIII que dirige e administra o IBRADES. 5. Debates e Jornadas de estudo: Realizam-se mensalmente na sede do Centro João XXIII no Rio de Janeiro, para debater geralmente durante algumas horas e, às vezes, durante todo um dia, temas de atualidade, introduzidos por um painel de dois ou três peritos no assunto.

Page 92: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

926. Publicações: além de livros e artigos divulgando os estudos e reflexões dos nossos colaboradores, o Centro João XXIII - IBRADES publica uma coleção intitulada “Seminários em Debate” - que recolhem as colocações e contribuições feitas no curso dos nossos seminários, debates e jornadas de estudo. Estudo multidisciplinar da problemática familiar (PPE 3.1; Nº OG 1.1) OBJETIVO Reunir periodicamente uma equipe de peritos em disciplinas diversas que têm relação com a família, para estudar fatos e tendências que afetam a família brasileira e deste modo fornecer subsídios à Igreja para a sua reflexão e ação pastoral na área da vida familiar. As conclusões dessas reuniões são geralmente publicadas. JUSTIFICATIVA A pastoral familiar da Igreja deve considerar não apenas as diretrizes doutrinárias, mas também os fatos e tendências que, em uma época de rápida mudança, afetam a instituição familiar brasileira, os seus valores e as suas estruturas. RESPONSÁVEL Setor Pastoral Social IBRADES PRAZO: Duas ou três reuniões anuais em 1993 e 1994 CERIS (OG -2) O CERIS - Centro de Estatística Religiosa e Investigações sociais - é organismo ligado à Pastoral Social para estudos, pesquisas e apoio a Projetos Sociais. Atividades permanentes - Assessoramento às organizações de cooperação internacional na definição de critérios básicos para a aplicação de recursos financeiros em apoio a projetos sociais no Brasil, em conformidade com as diretrizes pastorais nesse campo. - Introdução de processos de auto-avaliação permanente em experiências de atuação social em curso. - Apoio ao intercâmbio de iniciativas e experiências de trabalho social. - Estímulo e acompanhamento a projetos inovadores no campo social. - Incentivo a iniciativas locais e intercomunitárias em vista da melhoria das condições de vida da população, através do apoio financeiro e do diálogo crítico dos grupos de base. - Estímulo à auto capacitação de grupos em vista de uma maior qualidade do trabalho social que se propõem a realizar. Projetos - Coordenação de um processo de reflexão, no Setor Pastoral Social, em vista de uma contribuição nossa com Entidades de Cooperação Internacional na formulação de suas políticas de cooperação para o Brasil, na área social. Departamento de Estudos e Atuação Social, 1993-1994. - Retomada das atividades do CERIS na área da Pesquisa a serviço da reflexão e do planejamento pastoral. Montagem de uma Pesquisa inicial sobre a Realidade Urbana e a Questão da Modernidade. Departamento de Estatística e pesquisas Sociológicas, 1993-1994.

Page 93: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

93 CÁRITAS (OG - 3) A Cáritas Brasileira, em sua IX Assembléia Geral, realizada em julho de 1991, definiu para o quadriênio 1991-1995, os seguintes objetivos: 1. Realizar um Programa de formação sistemática, permanente e integral, para criar uma consciência crítica da realidade, tornando as pessoas capazes de assumir opções transformadoras, democráticas e solidárias, abertas ao avanço tecnológico, às diversas culturas e religiões, em vista do processo libertador. 2. Desenvolver um Serviço de ajuda às comunidades em situações de emergência, para animar a sua organização em vista de opções transformadoras. 3. Vivenciar uma espiritualidade libertadora, integrando fé e vida, para fundamentar o relacionamento consigo mesmo e com os outros, no amor-doação, na amizade verdadeira e na celebração dos acontecimentos libertadores na vida do povo. 4. Fortalecer a articulação com os diversos níveis de ação pastoral, com as CEBs, com as organizações comunitárias, com os segmentos sociais e movimentos populares, para promover a prática da Caridade Libertadora, a comunhão e a participação. 5. Procurar, de forma participativa e criativa, a auto-sustentação econômico-financeira para garantir a autonomia e a solidariedade na luta pela transformação social. 6. Participar do debate e da solução dos problemas da vida nacional e da Igreja para contribuir crítica e politicamente na construção de uma sociedade justa e solidária. 7. Promover a partilha para desenvolver e intensificar a solidariedade humana. Atividades permanentes A Cáritas Brasileira, através do Secretariado Nacional e dos seus Regionais, mantém, como atividades permanentes de sua atuação: - assessoria de formação e capacitação de agentes de Pastoral Social; - divulgação de calendário nacional de cursos e encontros relativos à Pastoral Social; - treinamento e atualização de assessores para a Pastoral Social; - assessoria, apoio e acompanhamento aos projetos alternativos comunitários de trabalhos que fortaleçam as organizações comunitárias; - realização de seminários sobre projetos alternativos comunitários; - assessoria permanente para o atendimento às comunidades nas situações de emergência naturais e político-sociais; - contatos e ligação com outros órgãos públicos e outras entidades afins, relacionadas com emergência; - elaboração de informes sobre situações de emergência; - preparação e distribuição de subsídios de orientações para as situações de emergência; - articulação com entidades e organismos que militam na promoção e reflexão sobre a reforma agrária, educação política de organização dos trabalhadores;

Page 94: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

94- acompanhamento e apoio aos movimentos de reivindicações, denúncia, resistência e solidariedade aos empobrecidos, oprimidos e marginalizados; - integração e articulação com os Organismos da Linha 6 - Setor Pastoral Social da CNBB, em todos os níveis; - assessoria e participação em cursos, encontros seminários e simpósios sobre a Pastoral Social; - preparação de subsídios e estudos relativos à Pastoral Social; - publicação de boletins informativos, revistas, subsídios e relatórios de atividades. Programas de ação Para executar os seus objetivos a Cáritas Brasileira desenvolve os seguintes Programas de Ação: 1. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE AGENTES Trata-se de um Programa sistemático, permanente e integral que se realiza através de seminários de atualização, cursos básicos de formação, estudos da Pastoral Social e aprofundamento da espiritualidade do agente numa linha da mística da Caridade Libertadora. 2. DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA É um serviço permanente da Cáritas que procura atuar junto às comunidades em situações de emergência, ajudando-as nas suas dificuldades e contribuindo para que possam buscar a sua reabilitação o mais cedo possível. Para isso conta com a implementação do Plano Nacional de Emergência e com a Campanha da Solidariedade. 3. APOIO AOS MOVIMENTOS POPULARES E SINDICAIS Este programa visa o fortalecimento dos diversos movimentos populares e sindicais, contando com a realização e participação de seminários, cursos e encontros e o financiamento de projetos e da luta pela reforma agrária e solo urbano. 4. DINAMIZAÇÃO DAS INICIATIVAS ALTERNATIVAS Fortalecimento das iniciativas alternativas comunitárias, tendo em vista a melhoria da vida do povo, através do financiamento de projetos, intercâmbio de experiências e a realização de seminários e encontros. 5. PROGRAMA DE APOIO AOS MENINOS E MENINAS DE RUA Diante da grave situação em que se encontram os meninos e meninas de rua do Brasil, a Cáritas realiza este programa procurando desenvolver terapia ocupacional, formação de educadores, elaboração de subsídios e luta na defesa da criança e do adolescente. COMISSÃO BRASILEIRA JUSTIÇA E PAZ - CJP/Br (OG - 4) O objetivo da CJP/Br interpretar dados e informações a respeito de problemas concretos da realidade brasileira; oferecer pistas para a solução dos mesmos e atuar concretamente neste sentido. Projetos A Ação. Desenvolve-se em duas linha principais:

Page 95: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

95 - por meio de pesquisas, seminários, encontros, publicações procura formar pessoas que possam contribuir, de imediato, na defesa de vítima de violação de direitos e, em prazo mais longo, contribuir para a renovação cristã das estruturas sociais; - por meio de campanhas procura esclarecer a opinião pública e, ao mesmo tempo, assume a defesa concreta de injustiçados, inclusive perante o Judiciário. Atividades permanentes O atendimento às vítimas da repressão policial-militar, e às suas famílias, oferecendo-lhes assistência jurídica, apoio moral e material e assistência jurídica a pessoas enquadradas na Lei de Segurança Nacional, quando solicitada. Os Refugiados Políticos provenientes do Sul do Continente mereceram particular atenção da CJP que, inclusive, contribuiu, com seus apelos, para a presença do ACNUR - Alto Comissariado para os Refugiados, da ONU, no Brasil. O Menor Abandonado é motivo de atuação concreta, principalmente das CJP/S. Paulo e CJP/Sta. Catarina. A Violência Policial é objeto de ação da CJP, destacando-se a ação que desenvolvem as CJP de São Paulo e de Recife. A Lei dos Estrangeiros foi objeto de estudos e de campanhas de esclarecimento da opinião pública, além de, hoje, constituir o objetivo de plantões, para atendimento de interessados, em várias CJPs. V. COOODERNAÇÃO GERAL (CG) 1. PROJETOS 31ª E 32ª Assembléia geral da CNBB (Nº CG 1) DESCRIÇÃO: Reuniões plenárias, grupos regionais e inter-regionais, comissões integradas especiais; reuniões por grupos de estudo. RESPONSÁVEL - Presidência - CEP - Secretariado Geral PRAZO 1993: 28 de abril a 7 de maio 1994: 20 a 29 de abril Conselho permanente (Nº CG 2) DESCRIÇÃO: Reuniões plenárias RESPONSÁVEL - Presidência - CEP - Secretariado Geral PRAZO 1993: 25 a 27 de agosto e 24 a 26 de novembro 1994: 23a 26 de agosto e 22 a 25 de novembro

Page 96: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

96Presidência e CEP (Nº CG 3) DESCRIÇÃO: Reuniões privativas dos Bispos, por dimensões de ação pastoral e sessões de estudo. RESPONSÁVEL: Secretariado Geral PRAZO 16-18/2; 30/3 a 1/4; 27/4 25 a 27/5; 22 a 24/6; 23 a 24/8 21 a 23/9; 7/10; 22 a 23/11 14 a 16/12 Comissão episcopal de doutrina (Nº CG 4) DESCRIÇÃO: Reuniões da Comissão, publicação de cadernos de orientação doutrinal, contatos com a Congregação para a Doutrina da fé, acompanhamento doutrinário à Presidência, reflexão sobre a evangelização por ocasião do 5º centenário, acompanhamento da coleção “Teologia e Libertação”. RESPONSÁVEL: CED e Assessoria Teológica PRAZO 1993: 1 a 3/4 - 27/4 - 11 a 13/8 - 10 a 12/11 1994: 23 a 25/3 - 19/4 - 10 a 12/08 - 9 a 11/11 Reunião do conselho econômico (Nº CG 5) DESCRIÇÃO: acompanhamento da administração econômica e financeira da CNBB; o Conselho Econômico reúne-se por ocasião da reunião da CEP e o Conselho Fiscal em março de cada ano. Assembléia dos organismos do povo de Deus (Nº CG 6) DESCRIÇÃO: Assembléia Nacional com representantes da CNBB, CRB, CNL, CNIS, CND, CNC. RESPONSÁVEL: Presidências dos Organismos PRAZO: 1993: 8 a 12 de outubro Presidências de grandes organismos nacionais (Nº CG 7) DESCRIÇÃO: 1. Reuniões mensais, durante a reunião mensal da Presidência e CEP, dos Presidentes dos grandes organismos nacionais do Povo de Deus. 2. Encontro anual das Presidências ou Diretorias dos grandes organismos nacionais do Povo de Deus. RESPONSÁVEIS: Presidências PRAZO - Reuniões mensais, durante a CEP - 25 a 27 de junho de 1993 - Encontro das Presidências ou Diretorias da CNBB, CRB, CNL, CNIS, CND e CNC. - Junho de 1994

Page 97: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

97Grupo de assessores - GA (Nº CG 8) DESCRIÇÃO: Reuniões mensais do Secretário Geral com os Assessores PRAZO 1993: 2 a 4/2, 26/4, 1 a 3/6, 3 a 5/8, 8 a 9/9 5 a 6/10, 3 a 4/11, 13/12 1994: 8 a 9/2, 8 a 10/3, 18/4, 7 a 9/6, 9 a 11/8, 13 a 15/9 4 a 6/10, 8 a 10/11, 12/12 Encontro de subsecretários regionais (Nº CG 9) DESCRIÇÃO: Duas vezes ao ano os Subsecretários dos 16 Regionais da CNBB se encontram com o Secretário Geral e os Assessores da CNBB. PRAZO 1993: 17 a 19 de junho; 19 a 22 de novembro 1994: 16 a 18 de junho; 18 a 21 de novembro 2. CONSULTORIA E ASSESSORIAS ESPECIAIS 2.1. CONSULTORIA (CG 10): CONSULTORIA JURÍDICO-CANÔNICA A Consultoria Jurídica é um serviço permanente, prestado à Presidência e Secretariado Geral da CNBB, mas, aberta às outras instâncias da CNBB, aos Bispos e às demais instituições eclesiais. Atualmente está dividida em consultoria jurídico-canônica e consultoria jurídico-civil, cada qual com seu responsável. Para o próximo biênio não são previstas atividades especiais, mas a continuidade do atendimento, seja a nível institucional seja a nível pessoal, com a discrição e reserva que em geral este serviço exige. A consultoria jurídico-canônica acompanhará os encontros anuais de Juízes Eclesiásticos e da Sociedade Brasileira da Canonistas, que surgiram e se firmaram com o apoio da CNBB, através da Consultoria Jurídica. Além disso, continuar-se-á a publicar, através do COMUNICADO MENSAL, informações e documentos jurídicos, de interesse para a Igreja no Brasil ou seus Pastores. 2.2. ASSESSORIA (CG 11): ASSESSORIA POLÍTICA À PRESIDÊNCIA DA CNBB “... A evangelização é a missão fundamental da Igreja e não é possível o seu cumprimento sem que se faça o esforço permanente para reconhecer a realidade e adaptar a mensagem cristã ao homem de hoje dinâmica, atraente e convincentemente” (Puebla, n. 85)38. 1. Manter contanto com o Congresso Nacional, acompanhando alguns Projetos de maior relevância para a vida nacional e em maior sintonia com a dinâmica eclesial. 2. Informar a Presidência e Conselho Episcopal de Pastoral (CEP), em suas reuniões mensais, sobre os acontecimentos significativos da realidade, o que costumamos chamar “Elementos para refletir a Conjuntura Nacional”. 3. Articular-se com os grupos que fazem trabalhos afins, para valorizá-los, somar forças e levar a eles as preocupações da Igreja. 4. Ser porta-voz das comunidades cristãs, encaminhando suas aspirações às autoridades competentes, fazendo chegar até elas, também, notícias do processo político corrente.

Page 98: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

98 5. Oferecer aos membros do Congresso, através de contatos pessoais, subsídios para temas de maior interesse e os Documentos elaborados pela Igreja. 6. Propiciar reuniões de Parlamentares e membros das entidades civis na sede da CNBB para um convívio fraterno, num clima de diálogo e corresponsabilidade diante dos desafios do país. Assessoria de imprensa A Assessoria de Imprensa é um Setor do Secretariado Geral a serviço da Presidência, da Comissão Episcopal de Pastoral, das Dimensões, dos Organismos Nacionais, dos Regionais e das Dioceses. Para isso procura acompanhar o que acontece na sociedade e na Igreja para servir os Bispos, os profissionais de Comunicação e os Assessores, produzindo fluxo de informação jornalística para os Meios de Comunicação da Igreja e da sociedade. À luz das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil, a Assessoria de Imprensa tem como objetivo agilizar e aperfeiçoar a comunicação da Igreja em dois níveis: 1. Comunicação interna da Igreja. 2. Comunicação com a sociedade. Em nível de comunicação interna, a Assessoria: - elabora o Boletim Semanal de Notícias; - mantém contato permanente com os Meios de Comunicação da Igreja enviando documentos e atendendo outras solicitações; - acompanha as publicações da CNBB (encaminha originais às Editoras, providencia os contratos de publicação, etc); - coordena o serviço de arquivo de documentação de jornais; - mantém constante comunicação com os Regionais da CNBB, enviando documentos e atendendo solicitações; - mantém um serviço de “Mala Direta”, via computador, semanal, passando para diversos destinatários as principais notícias da semana; - coordena a publicação do Boletim Internacional. Em nível de comunicação com a Sociedade: - procura manter contato freqüente com os profissionais de comunicação, quer através de contatos telefônicos quer pessoais; - envia com freqüência documentos solicitados pelos Meios de Comunicação; - promove o contato dos profissionais da comunicação com os Bispos, especialmente com a Presidência e Comissão Episcopal de Pastoral; - coordena e promove entrevistas coletivas, na sede da CNBB, durante as reuniões mensais da Presidência e CEP e outras ocasionais (lançamento da CF, divulgação de Documentos, Conselho Permanente, e outros); - prepara e coordena todo o serviço de Assessoria à Imprensa durante a Assembléia Geral dos Bispos e outros acontecimentos Nacionais (Assembléia do Povo de Deus, Encontro Nacional de Presbíteros). Tanto em nível interno como externo, há muitos e freqüentes contatos com organismos, instituições e profissionais de comunicação de âmbito internacional. Assessoria de informática FINALIDADE Assessorar tecnicamente o Secretariado-Geral da CNBB no planejamento e desenvolvimento das atividades de informática, de modo a implantar e manter os sistemas e recursos técnicos necessários e adequados ao desempenho das suas

Page 99: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

99atribuições institucionais. Particularmente, caberá à Assessoria de Informática definir o processo de informatização da CNBB especificando as tecnologias, equipamentos e programas de banco de dados e de rede de comunicação de dados para permitir o acesso às informações e documentos de interesse da Igreja no Brasil e manter a compatibilidade com a Rede Informática da Igreja na América Latina proposta pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais e pelo Conselho Episcopal Latino-americano. Atividades permanentes - Efetuar os levantamentos das necessidades de informatização dos diversos setores da CNBB. - Elaborar e manter atualizado o plano de Informatização do Secretariado-Geral da CNBB, especificando os equipamentos, o “software” básico os sistemas a serem desenvolvidos, os prazos e custos de implantação. - Estabelecer normas de procedimentos para a manutenção dos sistemas operacionais, dos sistemas aplicativos e dos equipamentos. - Elaborar e propor o plano de treinamento dos responsáveis pela operação dos sistemas, de modo a obter o maior proveito dos recursos técnicos disponíveis. - Implantar o Sistema de Tratamento de Mensagens e de Caixa Postal Eletrônica de modo a permitir a transmissão de mensagens e divulgação de documentos de interesse da Igreja e da CNBB. _____________________ Nota:1 Jo 1,14: “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade”. Nota:2 Mt 8,11: “Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nota:3 EN 20: “Poder-se-ia exprimir tudo isto dizendo: importa evangelizar, não de maneira decorativa, como que aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade e isto até às suas raízes, a civilização e as culturas do homem, no sentido pleno e amplo que estes termos têm na Constituição Gaudium et Spes, a partir sempre da pessoa e fazendo continuamente apelo para as relações das pessoas entre si e com Deus. O Evangelho, e conseqüentemente a evangelização, não se identificam por certo com a cultura, e são independentes em relação a todas as culturas. E no entanto, o reino que o Evangelho anuncia é vivido por homens profundamente ligados a uma determinada cultura, e a edificação do reino não pode deixar de servir-se de elementos da civilização e das culturas humanas. O Evangelho e a evangelização independentes em relação às culturas, não são necessariamente incompatíveis com elas, mas suscetíveis de as impregnar a todas sem se escravizar a nenhuma delas. A ruptura entre o Evangelho e a cultura é sem dúvida o drama da nossa época, como o foi também de outras épocas. Assim, importa envidar todos os esforços no sentido de uma generosa evangelização da cultura, ou mais exatamente das culturas. Estas devem ser regeneradas mediante o impacto da Boa Nova. Mas um tal encontro não virá a dar-se se a Boa Nova não for proclamada”. Nota:4 RMi 54: “A propósito disto, continuam fundamentais algumas indicações. A inculturação, em seu correto desenvolvimento, deve ser guiada por dois princípios: “a compatibilidade com o Evangelho e a comunhão com a Igreja universal”. Os bispos, defensores do “depósito da fé”, velarão pela fidelidade e, sobretudo, pelo discernimento, para o qual se requer um profundo equilíbrio: de fato, corre-se o risco de se passar, acriticamente, de um alheamento da cultura para uma supervalorização da mesma, que não deixa de ser um produto do homem e, como tal, está marcada pelo pecado. Também ela deve ser “purificada, elevada, e aperfeiçoada”. Um tal processo requer gradualidade, para que seja verdadeiramente uma expressão da experiência cristã da comunidade: “será necessária uma incubação do mistério cristão no caráter do vosso povo - dizia Paulo VI em Kampala - para que sua voz nativa, mais límpida e franca, se levante harmoniosa, no coro das vozes da Igreja universal”. Enfim, a inculturação deve envolver todo o povo de Deus e não apenas alguns peritos, dado que o povo reflete aquele sentido da fé, que nunca se deve perder de vista. Ela seja guiada e estimulada, mas nunca forçada, para não provocar reações negativas nos cristãos: deve ser uma expressão da vida comunitária, ou seja, amadurecida no seio da comunidade, e não fruto exclusivo de investigações eruditas. A salvaguarda dos valores tradicionais é efeito de uma fé madura”. Nota:5 RMi 52: “Desenvolvendo sua atividade missionária no meio dos povos, a Igreja encontra várias culturas, vendo-se envolvida no processo de inculturação. Esta constitui uma exigência que marcou todo o seu caminho histórico, mas hoje é particularmente aguda e urgente.

Page 100: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

100O processo de inserção da Igreja, nas culturas dos povos, requer, um tempo longo: é que não se trata de uma mera adaptação exterior, já que a inculturação “significa a íntima transformação dos valores culturais autênticos, pela sua integração no cristianismo e o enraizamento do cristianismo nas várias culturas”. Trata-se, pois, de um processo profundo e globalizante que integra tanto a mensagem cristã como a reflexão e a práxis da Igreja. Mas é, também um processo difícil, porque não pode comprometer de modo algum, a especificidade e a integridade da fé cristã. Pela inculturação, a Igreja encarna o Evangelho nas diversas culturas e, simultaneamente, introduz os povos, com suas culturas, na sua própria comunidade, transmitindo-lhes seus próprios valores, assumindo o que de bom nelas existe, e renovando-as a partir de dentro. Por sua vez, a Igreja, com a inculturação, torna-se um sinal mais transparente daquilo que realmente ela é, e um instrumento mais apto para a missão. Graças a esta ação das Igrejas locais, a própria Igreja universal se enriquece com novas expressões e valores nos diversos setores da vida cristã, tais como a evangelização, o culto, a Teologia, a caridade; conhece e exprime, cada vez melhor, o mistério de Cristo, e é estimulada a uma renovação contínua. Estes temas, presentes no Concílio e no Magistério sucessivo, eu os tenho afrontado, repetidamente, nas minhas visitas pastorais às jovens Igrejas. A inculturação é um caminho lento, que acompanha toda a vida missionária e que responsabiliza os vários agentes da missão ad gentes, as comunidades cristãs à medida que se vão desenvolvendo, e os Pastores que têm a responsabilidade de discernimento e de estímulo em sua realização”. Nota:6 cf. Mc 3,13-14: “Jesus subiu ao monte e chamou os que desejava escolher. E foram até ele. Então Jesus constituiu o grupo dos Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar”. Mc 4,34: “Para a multidão Jesus só falava com parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, ele explicava tudo”. Nota:7 cf. RM 33-34: “As diferenças de atividade, no âmbito da única missão da Igreja, nascem não de motivações intrínsecas à própria missão, mas das diversas circunstâncias onde ela se exerce. Olhando o mundo de hoje, do ponto de vista da evangelização, podemos distinguir três situações distintas. Antes de mais nada, temos aquela à qual se dirige a atividade missionária da Igreja: povos, grupos humanos, contextos socioculturais onde Cristo e o seu Evangelho não é conhecido, onde faltam comunidades cristãs suficientemente amadurecidas para poderem encarnar a fé no próprio ambiente e anunciá-la a outros grupos. Esta é propriamente a missão ad gentes. Aparecem, depois, as comunidades cristãs que possuem sólidas e adequadas estruturas eclesiais, são fermento de fé e de vida, irradiando o testemunho do Evangelho no seu ambiente, e sentindo o compromisso da missão universal. Nelas se desenvolve a atividade ou cuidado pastoral da Igreja. Finalmente, existe a situação intermédia, especialmente nos países de antiga tradição cristã, mas, por vezes, também nas Igrejas mais jovens, onde grupos inteiros de batizados perderam o sentido vivo da fé, não se reconhecendo já como membros da Igreja e conduzindo uma vida distante de Cristo e de seu Evangelho. Neste caso, torna-se necessária uma “nova evangelização”, ou “re-evangelização”. 34. A atividade missionária específica, ou missão ad gentes, tem como destinatários “os povos ou grupos que ainda não crêem em Cristo”, “aqueles que estão longe de Cristo”, entre os quais a Igreja “não está ainda radicada”, e cuja cultura ainda não foi influenciada pelo Evangelho. Distingue-se das outras atividades eclesiais por se dirigir a grupos e ambientes não-cristãos, caracterizados pela ausência ou insuficiência do anúncio evangélico e da presença eclesial. Vem a ser, portanto, a obra do anúncio de Cristo e de seu Evangelho, da edificação da Igreja local, da promoção dos valores do Reino. A peculiariedade da missão ad gentes deriva do fato de se orientar para os “não-cristãos”. É preciso evitar, por isso, que esta “tarefa especificamente missionária, que Jesus confiou e continua, cotidianamente, a confiar à sua Igreja”, se torne numa realidade diluída na missão global de todo o Povo de Deus, ficando, desse modo, descurada ou esquecida. De resto, os confins entre o cuidado pastoral dos fiéis, a nova evangelização e a atividade missionária específica não são facilmente identificáveis, e não se deve pensar em criar entre esses âmbitos barreiras ou compartimentos estanques. Não se pode, no entanto, perder a tensão para o anúncio e para a fundação de novas Igrejas entre povos ou grupos humanos, onde elas ainda não existem, porque esta é a tarefa primeira da Igreja, que é enviada a todos os povos, até aos confins da Terra. Sem a missão ad gentes, a própria dimensão missionária da Igreja ficaria privada de seu significado fundamental e de seu exemplo de atuação. Registre-se, também, uma real e crescente interdependência entre as diversas atividades salvíficas da Igreja: cada uma influi sobre a outra, estimula-a e a ajuda. O dinamismo missionário permite uma troca de valores entre as Igrejas, e projeta, para o mundo exterior, influência positiva, em todos os sentidos. As Igrejas de antiga tradição cristã, por exemplo, preocupadas com a dramática tarefa da nova evangelização, estão mais conscientes de que não podem ser missionárias dos não-cristãos de outros países e continentes, se não se preocuparem seriamente com os não-cristãos da própria casa: a atividade missionária ad intra é sinal de autenticidade e de estímulo para realizar a outra, ad extra, e vice-versa”. Nota:8 cf. Igreja: Comunhão e Missão, Doc 40, n.114: “114. “Finalmente chegou para a América Latina a hora de intensificar a ajuda mútua entre as Igrejas particulares e de se abrir para além de suas próprias fronteiras: 'Ad gentes'. É verdade que também nós precisamos de missionários. Porém, devemos dar de nossa pobreza”. Nota:9 Santo Domingo, n.125: “Nascida do amor salvífico do Pai, a missão do Filho com a força do Espírito Santo (cf. Lc 4,18), essência da Igreja (cf. AG 2) e objeto fundamental desta IV Conferência, é para nós nosso principal objetivo. João Paulo II, em sua encíclica missionária, levou-nos a discernir três modos de realizar essa missão: a atenção pastoral em situações de fé viva, a Nova Evangelização e a ação missionária “ad gentes” (cf. RMi 33). Renovamos este último sentido da missão, sabendo que não pode haver Nova Evangelização sem projeção para o mundo não-cristão, pois como nota o Papa: “A Nova Evangelização dos povos cristãos encontrará inspiração e apoio no compromisso pela missão universal” (RMi 2).

Page 101: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

101Podemos dizer com satisfação que o desafio da missão “ad gentes” proposto por Puebla, foi assumido a partir de nossa pobreza, compartilhando a riqueza da fé com que o Senhor nos tem abençoado. Reconhecemos, porém, que a consciência missionária “ad gentes” ainda é insuficiente ou frágil. Os Congressos Missionários Latino-americanos (COMLAS), os Congressos missionários nacionais, os grupos e movimentos missionários e a ajuda de Igrejas-irmãs têm sido um incentivo para tomar consciência desta exigência evangélica”. Nota:10 cf. At 1,21-26: “‘Há outros homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor vivia no meio de nós, desde o batismo de João até o dia em que foi levado ao céu. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para testemunhar a ressurreição.’ Então eles apresentaram dois homens: José, chamado Bársabas e apelidado o Justo, e também Matias. Em seguida fizeram esta oração: ‘Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tu escolheste para ocupar, no serviço do apostolado, o lugar que Judas abandonou para seguir o seu destino.’ Então tiraram a sorte entre os dois. E a sorte caiu em Matias, que foi juntado ao número dos onze apóstolos”. Nota:11 cf. RMi 87-91: “87. A actividade missionária exige uma espiritualidade específica, que diz respeito de modo particular, a quantos Deus chamou a serem missionários. Tal espiritualidade exprime-se, antes de mais, no viver em plena docilidade ao Espírito, e em deixar-se plasmar interiormente por Ele, para se tornar cada vez mais semelhante a Cristo. Não se pode testemunhar Cristo sem espelhar a Sua imagem, que é gravada em nós por obra e graça do Espírito. A docilidade ao Espírito permitirá acolher os dons da fortaleza e do discernimento, que são traços essenciais da espi ritualidade missionária. Paradigmático é o caso dos Apóstolos, que durante a vida pública do Mestre, apesar do seu amor por Ele e da generosidade da resposta ao Seu chamamento, se mostram incapazes de compreender as Suas palavras, e renitentes em segui-lo pelo caminho do sofrimento e da humilhação. O Espírito transformá-los-á em testemunhas corajosas de Cristo e anunciadores esclarecidos da Sua Palavra: será o Espírito que os conduzirá pelos caminhos árduos e novos da missão. Hoje a missão continua a ser difícil e complexa, como no passado, e requer igualmente a coragem e a luz do Espírito: vivemos tantas vezes o drama da primitiva comunidade cristã, que via forças descrentes e hostis ‘coligarem-se contra o Senhor e contra o seu Cristo’ (At 4, 26). Como então, hoje é necessário rezar para que Deus nos conceda o entusiasmo para proclamar o Evangelho. Temos de prescrutar os caminhos misteriosos do Espírito e, por Ele, nos deixarmos conduzir para a verdade total (cf. Jo 16, 13). 88. Nota essencial da espiritualidade missionária é a comunhão íntima com Cristo: não é possível compreender e viver a missão, senão na referência a Cristo, como Aquele que foi enviado para evangelizar. Paulo descreve assim o Seu viver: ‘tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus: Ele, que era de condição divina, não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus; mas despojou-se a Si mesmo, tomando a condição de servo, tornando-se semelhantes aos homens. Tido pelo aspecto como homem, humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até à morte de cruz’ (Fp 2, 5-8). Aqui aparece descrito o mistério da encarnação e da redenção, como despojamento total de Si mesmo que leva Cristo a viver plenamente a condição humana e a aderir até ao fim ao desígnio do Pai. Trata-se de um aniquilamento que, todavia, está permeado de amor e exprime o amor. Muitas vezes a missão percorre esta mesma estrada, com o seu ponto de chegada aos pés da Cruz. Ao missionário, pede-se que ‘renuncie a si mesmo e a tudo aquilo que antes possuía como seu, e se faça tudo para todos’: na pobreza que o torna livre para o Evangelho, no distanciar-se de pessoas e bens do seu ambiente originário para se fazer irmão daqueles a quem é enviado, levando-lhes Cristo salvador. A espiritualidade do missionário conduz a isto: ‘com os fracos, fiz-me fraco (...) Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a todo o custo. Tudo faço pelo Evangelho...’ (1Cor 9, 22-23 ). Precisamente porque ‘enviado’, o missionário experimenta a presença reconfortante de Cristo, que o acompanha em todos os momentos de sua vida: ‘não tenhas medo ( ... ) porque Eu estou contigo’ (At 18, 9-10), e espera-o no coração de cada homem. 89. A espiritualidade missionária caracteriza-se, além disso, pela caridade apostólica - a de Cristo que veio ‘para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos’ (Jo 11, 52), o Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, procura-as e oferece a sua vida por elas (cf. Jo 10). Quem tem espírito missionárío sente o ardor de Cristo pelas almas e ama a Igreja como Cristo a amou. O missionário é impelido pelo ‘zelo das almas’, que se inspira na própria caridade de Cristo, feita de atenção, ternura, compaixão, acolhimento, disponibilidade e empenhamento pelos problemas da gente. O amor de Jesus en volvia o mais fundo da pessoa: Ele, que ‘sabia o que há em cada homem’ (Jo 2, 25), amava a todos para lhes oferecer a redenção e sofria quando esta era rejeitada. O missionário é o homem da caridade: para poder anunciar a todo o irmão que Deus o ama e que ele próprio pode amar, ele terá de usar de caridade para com todos, gastando a vida ao serviço do próximo. Ele é o ‘irmão universal’, que leva consigo o espírito da Igreja, a sua abertura e amizade por todos os povos e por todos os homens, particularmente pelos mais pequenos e pobres. Como tal, supera as fronteiras e as divisões de raça, casta, ou ideologia: é sinal do amor de Deus no mundo, que é um amor, sem qualquer exclusão nem preferência. Por fim, como Cristo, o missionário deve amar a Igreja: ‘Cristo amou a Igreja e entregou-se a Si mesmo por ela’ (Ef 5, 25) . Este amor, levado até ao extremo de dar a vida, constitui um ponto de referência para ele (...) Só um amor profundo pela Igreja poderá sustentar o zelo do missionário: a sua obsessão de cada dia - a exemplo de S. Paulo - é ‘o cuidado de todas as Igrejas’ (2Cor 11,28)! Para qualquer missionário e comunidade, ‘a fidelidade a Cristo não pode ser separada da fidelidade à Sua Igreja’. 90. O chamamento à missão deriva por sua natureza da vocação à santidade. Todo o missionário só o é autenticamente, se se empenhar no caminho da santidade: ‘a santidade deve-se considerar um pressuposto fundamental e uma condição totalmente insubstituível para se realizar a missão de salvação da Igreja’. A universal vocação à santidade está estritamente ligada à universal vocação à missão: todo o fiel é chamado à santidade e à missão. Este foi o voto ardente do Concílio ao desejar, ‘com a luz de Cristo reflectida no rosto da

Page 102: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

102Igreja, iluminar todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura’. A espiritualidade missionária da Igreja é um caminho orientado para a santidade. O renovado impulso para a missão ad gentes exige missionários santos. Não basta explorar com maior perspicácia as bases teológicas e bíblicas da fé, nem renovar os métodos pastorais, nem ainda organizar e coordenar melhor as forças eclesiais: é preciso suscitar um novo ‘ardor de santidade’ entre os missionários e em toda a comunidade cristã, especialmente entre aqueles que são os colaboradores mais íntimos dos missionários. Pensemos, caros Irmãos e Irmãs, no ímpeto missionário das primitivas comunidades cristãs. Não obstante a escassez de meios de transporte e comunicação de então, o anúncio do Evangelho atingiu, em pouco tempo, os confins do mundo. E tratava-se da religião de um Homem morto na cruz, ‘escândalo para os judeus e loucura para os pagãos’ (1Cor 1, 23 ) ! Na base deste dinamismo missionário, estava a santidade dos prímeiros cristãos e das primeiras comunidades. 91. Dirijo-me aos baptizados das jovens comunidades e das jovens Igrejas. Vós sois hoje a esperança desta nossa Igreja, que tem já dois mil anos: sendo jovens na fé, deveis ser como os primeiros cristãos, irradiando entusiasmo e coragem, numa generosa dedicação a Deus e ao próximo: numa palavra, deveis seguir pelo caminho da santidade. Só assim podereis ser sinal de Deus no mundo, revivendo em vossos Países a epopeia missionária da Igreja primitiva. E sereis também fermento de espírito missionário para as Igrejas mais antigas. Por sua vez, os missionários reflictam sobre o dever da santidade, que o dom da vocação Ihes exige, renovando-se dia a dia em seu espírito, e actualizando também a sua formação doutrinal e pastoral. O missionário deve ser ‘um contemplativo na acção’. Encontra resposta aos problemas, na luz da palavra de Deus e na oração pessoal e comunitária. O contacto com os representantes das tradições espirituais não cristãs e, em particular, as da Ásia, persuadiu-me de que o fruto da missão depende em grande parte da contemplação. O missionário, se não é contemplativo, não pode anunciar Cristo de modo credível. Ele é uma testemunha da experiência de Deus e deve poder dizer como os Apóstolos: ‘O que nós contemplamos, ou seja o Verbo da vida (...) nós vos anunciamos’ (1Jo 1, 1-3). O missionário é o homem das Bem-aventuranças. Na verdade, no ‘discurso apostólico’ (cf. Mt 10), Jesus dá instruções ao Doze, antes de os enviar a evangelizar, indicando-lhes os caminhos da missão: pobreza, humildade, desejo de justiça e paz, aceitação do sofrimento e perseguição, caridade que são precisamente as Bem-aventuranças, concretizadas na vida apostólica (Mt 5, 1-12). Vivendo as Bem-aventuranças, o missionário experimenta e demonstra concretamente que o Reino de Deus já chegou, e ele já o acolheu. A característica de qualquer vida missionária autêntica é a alegria interior que vem da fé. Num mundo angustiado e oprimido por tantos problemas, que tende ao pessimismo, o proclamador da ‘Boa Nova’ deve ser um homem que encontrou, em Cristo, a verdadeira esperança”. Nota:12 RMi 89: “A espiritualidade missionária caracteriza-se, além disso, pela caridade apostólica - a de Cristo que veio ‘para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos’ (Jo 11, 52), o Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, procura-as e oferece a sua vida por elas (cf. Jo 10). Quem tem espírito missionárío sente o ardor de Cristo pelas almas e ama a Igreja como Cristo a amou. O missionário é impelido pelo ‘zelo das almas’, que se inspira na própria caridade de Cristo, feita de atenção, ternura, compaixão, acolhimento, disponibilidade e empenhamento pelos problemas da gente. O amor de Jesus en volvia o mais fundo da pessoa: Ele, que ‘sabia o que há em cada homem’ (Jo 2, 25), amava a todos para lhes oferecer a redenção e sofria quando esta era rejeitada. O missionário é o homem da caridade: para poder anunciar a todo o irmão que Deus o ama e que ele próprio pode amar, ele terá de usar de caridade para com todos, gastando a vida ao serviço do próximo. Ele é o ‘irmão universal’, que leva consigo o espírito da Igreja, a sua abertura e amizade por todos os povos e por todos os homens, particularmente pelos mais pequenos e pobres. Como tal, supera as fronteiras e as divisões de raça, casta, ou ideologia: é sinal do amor de Deus no mundo, que é um amor, sem qualquer exclusão nem preferência. Por fim, como Cristo, o missionário deve amar a Igreja: ‘Cristo amou a Igreja e entregou-se a Si mesmo por ela’ (Ef 5, 25) . Este amor, levado até ao extremo de dar a vida, constitui um ponto de referência para ele (...) Só um amor profundo pela Igreja poderá sustentar o zelo do missionário: a sua obsessão de cada dia - a exemplo de S. Paulo - é ‘o cuidado de todas as Igrejas’ (2Cor 11,28)! Para qualquer missionário e comunidade, ‘a fidelidade a Cristo não pode ser separada da fidelidade à Sua Igreja’”. Nota:13 RMi 81: “São muitas as necessidades materiais e económicas das missões: não apenas para dotar a Igreja de estruturas mínimas, tais como capelas, escolas para catequistas e seminaristas, residências, mas também para sustentar as obras de caridade, de educação e de promoção humana, campo vastíssimo de ação, especialmente nos Países pobres. A Igreja missionária dá aquilo que recebe, distribui aos pobres aquilo que os seus filhos mais dotados de bens materiais lhe põem generosamente à disposição. Neste momento, desejo agradecer a todos quantos, com sacrifício, contribuem para a obra missionária: as suas renúncias e a sua participação são indispensáveis para construir a Igreja e testemunhar a caridade. Quanto às ajudas materiais, é importante ver o espíríto com que se dá. Para isso torna-se necessário rever o próprio estilo de vida: as missões não solicitam apenas uma ajuda, mas uma partilha do anúncio e da caridade para os pobres. Tudo o que recebemos de Deus - tanto a vida como os bens materiais - não é nosso, mas foi-nos confiado em uso. Que a generosidade no dar seja sempre iluminada e inspirada pela fé! Então verdadeiramente haverá mais alegria em dar do que em receber. O Dia Mundial das Missões, orientado à sensibilização para o problema missionário, mas também para a recolha de fundos, constitui um momento importante na vida da Igreja, porque ensina como se deve dar o contributo: na celebração eucarística, ou seja, como oferta a Deus, e para todas as missões do mundo”. Nota:14 Mc 16,15: “Então Jesus disse-lhes: Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade”. Mt 28, 19: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Page 103: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

103Nota:15 Rm 10,15: “Como poderão anunciar se ninguém for enviado? Como diz a Escritura: ‘‘Como são belos os pés daqueles que anunciam boas notícias!’”. Nota:16 1Cor 9,16: “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!”. Nota:17 cf. Igreja: Comunhão e Missão, Doc. 40, n.117: “A Igreja Universal, verdadeira esposa de Cristo, Comunhão de todas as Igrejas locais que o Espírito Santo suscita, realiza-se em cada uma delas. Por isso, cada Igreja local ou particular é co-responsável pela Igreja inteira e por sua missão de evangelização dos povos. Para permanecer na comunhão eclesial e realizá-la efetivamente, a Igreja particular deve pôr em comum seus recursos espirituais e materiais, a serviço da difusão do Evangelho. Concretamente, cada diocese – e, dentro dela, cada paróquia ou comunidade, cada cristão – pelo próprio dinamismo da comunhão eclesial é chamado a participar da missão. As missões “Ad gentes” não são, portanto, algo facultativo para a Igreja local, mas fazem parte constitutiva de sua responsabilidade. As missões não são apenas tarefa de Institutos Missionários ou de Obras Pontifícias, que antes solicitam e exigem o crescimento do espírito missionário das Igrejas particulares”. Nota:18 cf. RMi 66: “Os Institutos Missionários devem empregar todos os recursos necessários, tirando proveito da sua experiência e criatividade na fidelidade ao seu carisma originário, para prepararem adequadamente os candidatos, e assegurarem o restabelecimento das energias espirituais, morais e físicas dos seus membros. Sintam-se parte viva da comunidade eclesial e trabalhem em comunhão com ela. De facto, cada Instituto nasceu para a Igreja e deve enriquecê-la com as características próprias, segundo o seu espírito particular e sua especial missão, e os próprios Bispos são os guardiões dessa fidelidade ao carisma originário. Os Institutos missionários, de uma forma geral, nasceram nas Igrejas de antiga tradição cristã, e historicamente foram instrumentos da Congregação da Propaganda Fide, em vista da difusão da fé e da fundação de novas Igrejas. Eles acolhem hoje, numa medida sempre maior, candidatos provenientes das jovens Igrejas que eles fundaram, enquanto surgem novos institutos, precisamente nos países que antes só recebiam missionários e hoje já os enviam também. É de louvar esta dupla tendência, que demonstra a validade e actualidade da vocação missionária específica destes Institutos, hoje ainda ‘absolutamente necessários’: não apenas para a actividade missionária ad gentes como é sua tradição, mas também para a animação missionária, tanto nas Igrejas de antiga tradição cristã, como nas mais jovens. A vocação especial dos missionários ad vitam, isto é, por toda a vida, mantém toda a sua validade: representa o paradigma do compromisso missionário da Igreja, que sempre tem necessidade de doacções radicais e totais, de ímpulsos novos e corajosos. Os missionários e as missionárias, que consagraram a vida toda ao testemunho de Cristo ressuscitado entre os não cristãos, não se deixem, pois, atemorizar por dúvidas, incompreensões, recusas, perseguições. Rejuvenesçam a graça do seu carisma específico, e retomem corajosamente o seu caminho, preferindo - em espírito de fé, obediência e comunhão com os Pastores - os lugares mais humildes e difíceis”. Nota:19 Mt 20,4: “E lhes disse: Vão vocês também para a minha vinha. Eu lhes pagarei o que for justo”. Nota:20 Igreja: Comunhão e Missão, Doc. 40, n.129: “Aprofunde-se a reflexão sobre “o envio missionário” de cristãos-leigos. Todos os cristãos são chamados a viver a dimensão missionária de sua fé. Muitos desejam testemunhar a própria fé, consagrando-se igualmente à Missão dentro e fora do Brasil – e constituem assim um desafio à criatividade e organização missionária das Igrejas. Importa aprofundar a reflexão missionária. Compreendê-los e apoiá-los. Elaborar com eles e com as Igrejas interessadas, projetos concretos de serviço missionário. Selecionar e formar, de maneira adequada, os eventuais candidatos à Missão. Estudar a formação de uma eventual coordenação dos Organismos Missionários leigos”. Nota:21 PO 10: “O dom espiritual que os padres recebem na ordenação não os restringe a uma missão precisa e limitada, mas os orienta para a missão da salvação em toda a sua amplidão e universalidade, até os confins da terra (At 1,8), pois, todo o ministério sacerdotal é participação da missão universal confiada por Cristo aos apóstolos, em toda a sua amplidão. O sacerdócio de Cristo, de que os padres participam, está necessariamente voltado para todos os povos de todos os tempos e não se limita de forma alguma pelos laços de sangue, de nação ou de idade, como já o prefigurava o sacerdócio de Melquisedeque. Tenham os sacerdotes no coração a preocupação com toda a Igreja, de tal forma que as dioceses com clero mais numeroso estejam prontas a ajudar as que têm menos padres, por iniciativa ou autorização da própria autoridade local, enviando sacerdotes missionários ou para exercer as funções que carecem de ministros. Revejam-se, pois, as normas de encardinação e excardinação de tal modo que, mantida esta instituição antiqüíssima e venerável, venha a corresponder melhor às exigências da atualidade. Quando houver uma razão apostólica, deve-se não apenas facilitar a redistribuição dos sacerdotes, mas criar obras pastorais adaptadas às diversas categorias de pessoas, de acordo com sua região ou nação. Com esse objetivo, podem-se organizar seminários internacionais, dioceses ou prelaturas pessoais e outras iniciativas congêneres que, preservando-se sempre o direito das autoridades locais, permitam que por seu intermédio se possam encardinar padres, para o bem de toda a Igreja. Contudo, os padres, sobretudo se sozinhos, não sejam enviados a regiões cuja língua e costumes desconhecem. Seguindo o exemplo dos discípulos de Cristo, sejam ao menos dois ou três, para que se prestem mútuo auxílio. Cuide-se particularmente de sua vida espiritual e de sua saúde, tanto corporal como mental. Na medida do possível, preparem-se locais de trabalho levando em consideração as circunstâncias pessoais de cada um. É importante que os que se dirigem a um novo país conheçam bem não só a língua, mas a índole psicológica e social do povo a que vão servir de maneira a estar em íntima comunhão com eles, a exemplo do apóstolo

Page 104: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

104Paulo, que podia dizer: Sendo livre, tornei-me escravo de todos para a todos lucrar. Fiz-me judeu com os judeus, para ganhar os judeus... (1Cor 9,19s)”. cf. RMi 67: “Colaboradores do Bispo, os presbíteros, por força do sacramento da Ordem, sáo chamados a partilhar a solicitude pela missão: ‘o dom espiritual que os presbíteros receberam na Ordenanão prepara-os, não para uma missão limitada e restrita, mas para uma vastíssima e universal missão de salvação - até aos confins da terra-, uma vez que todo o ministério sacerdotal participa da mesma amplitude universal da missão confiada aos Apóstolos por Cristo’. Por isso, a própria formação dos candidatos ao sacerdócio deve procurar dar-lhes ‘aquele espírito verdadeiramente católico que os habitue a olhar para além dos confins da própria diocese, nação ou rito, indo ao encontro das necessidades da missão universal, prontos a pregar o Evangelho por todo o lado’. Todos os sacerdotes devem ter um coração e uma mentalidade missionária, estarem abertos às necessidades da Igreja e do mundo, atentos aos mais distantes e, sobretudo, aos grupos não cristãos do próprio meio. Na oração e, em particular no sacrifício eucarístico, sintam a solicitude de toda a Igreja pela humanidade. Especialmente os sacerdotes, que se encontram em áreas de minoria cristã, devem-se sentir movidos por un singular zelo e empenho missionário: o Senhor confia-lhes não só o cuidado pastoral da comunidade cristã, mas também e sobretudo a evangelização dos seus compatriotas que não fazem parte do Seu rebanho. ‘Não deixarão de estar concretamente disponíveis ao Espírito Santo e ao Bispo, para serem enviados a pregar o Evangelho para além das fronteiras do seu país. Isto exigir-lhes-á não apenas maturidade na vocação, mas também uma capacidade, fora do comun, para se afastarem da própria pátria, etnia e família, bem como uma particular idoneidade para se inserirem, com inteligência e respeito, nas outras culturas’”. Nota:22 EN 69: “Os religiosos, por sua vez, têm na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo do seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja, sequiosa doAbsoluto de Deus e chamada à santidade. É dessa santidade que dão testemunho. Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das bem-aventuranças. Eles são, enfim, pela sua mesma vida, sinal de uma total disponibilidade para Deus, para a Igreja e para os irmãos. E em tudo isto, portanto, têm os religiosos uma importância especial no quadro de testemunho que, conforme frisamos em precedência, é primordial na evangelização. Este seu testemunho silencioso, de pobreza e de despojamento, de pureza e de transparência, de entrega para a obediência, pode tornar-se, ao mesmo tempo que uma interpelação para o mundo e para a própria Igreja, uma pregação eloqüente, capaz de tocar o coração mesmo dos não-cristãos de boa vontade, sensíveis a certos valores. Com uma tal perspectiva, fácil se torna adivinhar o papel desempenhado na evangelização pelos religiosos e pelas religiosas consagrados à oração, ao silêncio, à penitência e o sacrifício. Outros religiosos, em grande número, dedicam-se diretamente ao anúncio de Cristo. A sua ação missionária dependerá, evidentemente, da hierarquia e deve ser coordenada com a pastoral que a mesma hierarquia deseja pôr em prática. Mas, quem é que não avalia a imensa quota-parte com que eles têm contribuído e continuam a contribuir para a evangelização? Graças à sua consagração religiosa, eles são por excelência voluntários e livres para deixar tudo e ir anunciar o Evangelho até as extremidades da terra. Eles são empreendedores, e o seu apostolado é muitas vezes marcado por uma originalidade e por uma feição própria, que lhes granjeiam forçosamente admiração. Depois, eles são generosos: encontram-se com freqüência nos postos de vanguarda da missão e a arrostar com os maiores perigos para a sua saúde e para a sua própria vida. Sim, verdadeiramente a Igreja deve-lhes muito!”. cf. Diretrizes 1991-1994, n.283: “Em recente carta, o Papa João Paulo II resume a participação dos religiosos e religiosas da AL na nova Evangelização nestes termos: pôr-se a serviço do Reino, a partir de uma profunda experiência de Deus, com o espírito dos Fundadores, em estreita colaboração com os sacerdotes e os leigos, participando da evangelização da cultura e da evangelização fora das próprias fronteiras. No que se refere à evangelização, os religiosos e religiosas do Brasil, nos últimos anos, redescobrem sua dimensão eclesial, através da inserção nas Igrejas particulares, num crescente compromisso com a pastoral de conjunto”. Nota:23 RMi 83: “A formação missionária é obra da Igreja local, com a ajuda dos missionários e dos seus Institutos, bem como dos cristãos das jovens Igrejas. Este trabalho não deve ser visto como marginal, mas central na vida cristã. Mesmo para a ‘nova evangelização’ dos povos cristãos, o tema missionário pode ser de grande proveito: o testemunho dos missionários mantém efectivamente e seu fascínio sobre os que se afastaram e os descrentes, e transmite valores cristãos. As Igrejas locais, pois, insiram a animação missionária como elemento fulcral, na pastoral ordinária das dioceses e paróquias, das associações e grupos, especialmente juvenis. Para este fim serve antes de mais a informação através da imprensa missionária, e dos vários subsídios audiovisuais. O seu papel é extremamente importante, enquanto dão a conhecer a vida da Igreja, a palavra e as experiências dos missionários e das Igrejas locais, junto daqueles para quem trabalham. É necessário, pois, que nas Igrejas mais novas, que ainda não sáo capazes de possuir um serviço de imprensa e outros subsídios, a iniciativa seja assumida pelos Institutos missionários que, para tal, dedicarão o pessoal e meios necessários. Para tal formação, estão chamados os sacerdotes e seus colaboradores pastorais, os educadores e professores, os teólogos, especialmente aqueles que ensinam nos seminários e nos centros para leigos. O ensino teológico não pode nem deve prescindir da missão universal da Igreja, do ecumenismo, do estudo das grandes religiões e da missionologia. Recomendo que, sobretudo nos seminários e nas casas de formação para religiosos e religiosas, se faça tal estudo, procurando também que alguns sacerdotes, ou alunos e alunas se especializem nos diversos campos das ciências missiológicas. As actividades de formação sejam sempre orientadas para os seus fins específicos: informar e formar o Povo de Deus para a missão universal da Igreja, fazer nascer vocações ad gentes, suscitar cooperação para a evangelização. Não podemos, de facto, dar uma imagem redutora da actividade missionária, como se esta fosse principalmente auxílio aos pobres, contributo para a libertação dos oprimidos, promoção do desenvolvimento, defesa dos direitos humanos. A Igreja missionária está empenhada também nestas frentes, mas a sua tarefa primária é outra: os pobres têm fome de Deus, e não apenas de pão e de liberdade, devendo a actividade missionária testemunhar e anunciar, antes de mais, a salvação em Cristo, fundando as Igrejas locais, que serão depois instrumento de libertação integral”.

Page 105: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

105Nota:24 cf. 2Cor 8,9: “De fato, vocês conhecem a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo; ele, embora fosse rico, se tornou pobre por causa de vocês, para com a sua pobreza enriquecer a vocês”. Nota:25 Jo 10,10: “O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”. Nota:26 SC 10: “Mas a liturgia é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de que promana sua força. Os trabalhos apostólicos visam a que todos, como filhos de Deus, pela fé e pelo batismo, se reúnam para louvar a Deus na Igreja, participar do sacrifício e da ceia do Senhor. A liturgia também leva os fiéis a serem unânimes na piedade, depois de participarem dos sacramentos pascais, para que na vida conservem o que receberam na fé. A liturgia renova e aprofunda a aliança do Senhor com os homens, na eucaristia, fazendo-os arder no amor de Cristo. Dela, pois, especialmente da eucaristia, como de uma fonte, derrama-se sobre nós a graça e brota com soberana eficácia a santidade em Cristo e a glória de Deus, fim para o qual tudo tende na Igreja”. Nota:27 João Paulo II, Alocução à Assembléia dos membros da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos: Notitiae, 294/295 [1991], n.3. Nota:28 SC 5 e 6: “Deus quer que todos os homens sejam salvos e alcancem o reconhecimento da verdade (1Tm 2,4). Falou outrora aos pais, pelos profetas, de muitos modos e maneiras (Hb 1,1). Quando veio a plenitude dos tempos, enviou seu Filho, Verbo encarnado, ungido pelo Espírito Santo, para evangelizar os pobres e curar os corações feridos, como médico do corpo e da alma, mediador entre Deus e os homens. Sua humanidade, unida à pessoa do Verbo, foi o instrumento de nossa salvação. Em Cristo realizou-se nossa perfeita reconciliação e nos foi dado acesso à plenitude do culto divino. Cristo Senhor, especialmente pelo mistério pascal de sua paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão, em que morrendo destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou-nos a vida, realizou a obra da redenção dos homens e, rendendo a Deus toda glória, como foi prenunciado nas maravilhas de que foi testemunha o povo do Antigo Testamento. Do lado de Cristo, morto na cruz, brotou o admirável mistério da Igreja. 6. Como foi enviado pelo Pai, também Cristo enviou os apóstolos no Espírito Santo, para pregar o Evangelho a toda criatura, anunciando que o Filho de Deus, por sua morte e ressurreição, nos libertou do poder de satanás e da morte, fazendo-nos entrar no reino do Pai. Ao mesmo tempo que anunciavam, realizavam a obra da salvação pelo sacrifício e pelos sacramentos, através da liturgia. Pelo batismo, os homens são inseridos no mistério pascal de Cristo, participando de sua morte, de sua sepultura e de sua ressurreição, recebem o espírito de adoção, como filhos, no qual clamamos: Abba, Pai (Rm 8, 15) e se tornam os verdadeiros adoradores que o Pai procura. Todas as vezes que participamos da ceia do Senhor, anunciamos a sua morte, até que venha. No próprio dia de Pentecostes, em que a Igreja se manifestou ao mundo, os que receberam a palavra de Pedro, foram batizados e perseveravam na doutrina dos apóstolos, na partilha do pão e nas orações... louvando a Deus e sendo estimados por todo o povo (At 2,41-47). Desde então, a Igreja nunca deixou de se reunir para celebrar o mistério pascal, lendo o que dele se fala em todas as escrituras (Lc 24,27), celebrando a eucaristia, em que se representa seu triunfo e sua vitória sobre a morte, dando igualmente graças a Deus pelo dom inefável (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, para louvor de sua glória (Ef 1,12), na força do Espírito Santo”. Nota:29 cf. Puebla, 947: “Promover a música sacra, como serviço eminente que corresponde à índole de nossos povos”. Nota:30 cf. CD 15: “Ao exercerem sua função de santificar, os bispos devem se lembrar de que são homens como os outros, colocados a serviço dos seres humanos no que diz respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelo pecado. Os bispos têm a plenitude do poder de ordem. Deles dependem os padres, cooperadores da ordem episcopal e verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento. Dependem igualmente deles os diáconos, ordenados para o serviço do povo de Deus, em comunhão com o bispo e seus padres. Os bispos são portanto os principais ministros dos mistérios de Deus e de toda a vida litúrgica da Igreja, de que são responsáveis como moderadores, promotores e vigilantes. Empenhem-se portanto, sem descanso, para que os fiéis aprofundem o conhecimento do mistério pascal de Cristo e o vivam cada vez mais intensamente, na eucaristia, formando um só corpo estreitamente unido na unidade da caridade de Cristo. “Assíduos na oração e no serviço da palavra” (At 6, 4), trabalhem para que todos os que lhes são confiados, cresçam em graça e testemunhem fielmente o Senhor, na oração unânime e na recepção dos sacramentos. Apliquem-se os bispos em promover a santidade de seus clérigos, religiosos e leigos, segundo a vocação peculiar de cada um, pois devem visar, por ofício, à perfeição. Lembrem-se de que são obrigados a dar exemplo de caridade, humildade e simplicidade de vida. Santifiquem assim as Igrejas que lhes são confiadas para que tenham plena consciência de pertencer à Igreja universal de Cristo. Dêem a maior atenção possível às vocações religiosas e sacerdotais, cuidando especialmente das vocações missionárias”. SC 41: “O bispo seja tido como grande sacerdote, em seu rebanho, de que deriva e, de certa maneira, depende, a vida dos seus fiéis, em Cristo. Todos devem dar a máxima importância à vida litúrgica da diocese, em torno do bispo, nas catedrais. Estejam persuadidos de que a principal manifestação da Igreja é a participação plena e ativa de todo o povo de Deus nessas celebrações litúrgicas, especialmente na mesma eucaristia, na mesma oração e em torno do mesmo altar, sob a presidência do bispo, cercado de seu presbitério e de seus ministros”. Nota:31 PDV 48: “O ponto culminante da oração cristã é a Eucaristia, que, por sua vez, se sitúa como ‘cume e fonte’ dos Sacramentos e da Liturgia das Horas. Para a formação espiritual de todo e qualquer cristão, e especialmente do sacerdote, é inteiramente necessária a educação litúrgica, no pleno sentido de uma inserção vital no mistério pascal de Jesus Cristo morto e ressuscitado, presente e operante nos sacramentos da Igreja. A

Page 106: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

106comunhão com Deus, fulcro de toda a vida espiritual, é dom e fruto dos sacramentos; e ao mesmo tempo é tarefa e responsabilidade que os sacramentos confiam à liberdade do crente, para que viva esta mesma comunhão nas decisões, opções, atitudes e acções da sua existência quotidiana. Nesse sentido, a ‘graça’, que torna ‘nova’ a vida cristã, é a graça de Jesus Cristo morto e ressuscitado, que continua a derramar o seu Espírito Santo e a santificar nos Sacramentos; tal como a ‘nova lei’, que deve guiar e regular a existência do cristão, a graça é inscrita pelos sacramentos no ‘coração novo’. Ela é ainda lei de caridade para com Deus e os irmãos, qual resposta e prolongamento do amor de Deus pelo homem, significado e comunicado pelos sacramentos. Pode-se compreender imediatamente o valor de uma participação ‘plena, consciente e activa’, nas celebrações sacramentais, para o dom e a tarefa daquela ‘caridade pastoral’ que constitui a alma do ministério sacerdotal”. Nota:32 LG, 1: “O concílio deseja ardentemente iluminar todos os homens com a claridade de Cristo, luz dos povos, que brilha na Igreja, para que o Evangelho seja anunciado a todas as criaturas (cf. Mc 16,15). A Igreja é em Cristo como que o sacramento ou o sinal e instrumento da união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Insistindo no tema dos concílios anteriores, ela quer manifestar, tanto aos fiéis como ao universo inteiro, com redobrado vigor, sua natureza e sua missão universal. Nos dias de hoje, os homens estão profundamente ligados uns aos outros pelos laços sociais, pela interdependência técnica e pela cultura. Torna-se então mais urgente o dever que tem a Igreja de promover a unidade perfeita de todos, em Cristo”. Nota:33 UR 1: “Promover a reintegração de todos os cristãos na unidade é um dos principais objetivos do Concílio Ecumênico Vaticano II. Embora a Igreja tenha sido fundada por Cristo como única, diversas comunhões cristãs se propõem hoje como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos se dizem discípulos do Senhor, mas têm sentimentos diversos e seguem caminhos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Essas divisões, evidentemente, contrariam a vontade de Cristo, são um escândalo para o mundo e prejudicam enormemente a pregação do Evangelho a toda a criatura. Sábia e pacientemente, o Senhor dos séculos persegue os objetivos de sua graça. Ultimamente começou a provocar com maior intensidade, entre os cristãos separados, a dor espiritual pelas separações e o ardente desejo de se unirem. Um número cada vez maior de pessoas foi tocado por essa graça. Surgiu assim, entre os irmãos separados, por inspiração do Espírito Santo, um movimento em favor da restauração da unidade entre todos os cristãos. Desse movimento em prol da unidade, denominado ecumênico, participam todos os que invocam o Deus Trino, confessam que Jesus é Senhor e Salvador, não de cada um de nós em separado, mas das comunidades em que estamos reunidos, em que se ouve o Evangelho, nossa Igreja e de Deus. Embora de maneiras diversas, quase todos aspiram a uma Igreja una, visível, universal de fato, enviada a todo o mundo para que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo, para a glória de Deus. Alegrando-se com tudo isso, o concílio, depois de declarar a doutrina da Igreja, movido pelo desejo de restaurar a unidade entre todos os discípulos de Cristo, decidiu propor a todos os católicos subsídios, caminhos e maneiras de agir para que também eles, por vocação divina, possam corresponder a essa graça”. Nota:34 UR, 8: “A conversão do coração e a santidade da vida, juntamente com a oração pública pela unidade dos cristãos, devem ser consideradas a alma de todo o movimento ecumênico e podem ser denominadas ecumenismo espiritual. Os católicos costumam se unir para orar pela unidade da Igreja, repetindo a oração com que o próprio Salvador suplicou ao Pai, na véspera de sua morte: “Para que todos sejam um” (Jo 17, 21). Em determinadas circunstâncias, como por ocasião da oração “pela unidade” e nas reuniões ecumênicas, não só é lícito, como recomendável, que os católicos orem em conjunto com os irmãos separados. Tais preces são especialmente eficazes na obtenção da graça da unidade e para exprimir a verdadeira significação dos laços que ainda unem os católicos aos irmãos separados: “Onde dois ou três se reúnem em meu nome, estarei no meio deles” (Mt 18, 20). No entanto a intercomunhão (communicatio in sacris) não deve ser considerada um meio a ser empregado abusivamente para a restauração da unidade entre os cristãos. Ela decorre de dois princípios: significa a unidade da Igreja e a participação nos mesmos meios de salvação. Inexistindo a unidade, a significação da intercomunhão fica prejudicada, embora a busca comum da graça a possa, eventualmente, recomendar. Concretamente, levando-se em conta todas as circunstâncias de tempo, lugar e pessoas, a autoridade episcopal deve decidir prudencialmente, a não ser que haja uma norma contrária da conferência episcopal, dos próprios estatutos diocesanos ou da santa sé”. Nota:35 cf. Conclusões de Santo Domingo, n.210: “A Igreja anuncia com alegria e convicção a Boa-Nova sobre a família na qual se forja o futuro da humanidade e se concretiza a fronteira decisiva da Nova Evangelização. Assim o proclamamos, aqui na América Latina e no Caribe, num momento histórico em que a família é vítima de muitas forças que buscam destruí-la ou deformá-la. É certo que o lugar mais indicado para falar da família é aquele em que se trata da Igreja particular, paróquia e comunidades eclesiais, uma vez que a família é a Igreja doméstica. Porém, por causa dos tremendos problemas que hoje afetam a vida humana, incluímos este tema na parte que trata da Promoção Humana. Evidentemente reconhecemos a diversidade de famílias rurais e urbanas, cada uma dentro de seu contexto cultural; mas em todas as partes a família é fermento e sinal do amor divino e da Igreja e, portanto, deve estar aberta ao plano de Deus”. Nota:36 cf. Mensagem final da Conferência de Santo Domingo, n. 40: “De modo especial desejamos que os ensinamentos que transmitimos em nome do Senhor ressoem no interior das famílias latino-americanas e caribenhas. A elas, santuário da vida, se pede que façam germinar o Evangelho no coração de seus filhos por meio de uma adequada educação. No momento em que a cultura de morte nos ameaça, encontrarão aqui uma

Page 107: CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL · do batismo, repensar as estruturas eclesiais de participação do leigo, sua formação, sua espiritualidade, competência específicas

107“fonte que jorra para a vida eterna”. Os pais, com seu exemplo e sua palavra, são os grandes evangelizadores de sua “Igreja doméstica” e deles dependem, em boa parte, que esta Conferência de Santo Domingo produza seus frutos. Por isso, com a nossa saudação queremos expressar-lhes nossa união e apoio”. Nota:37 Documento de Santo Domingo, n.221: “A América Latina e o Caribe têm uma população infantil crescente. As crianças, adolescentes e jovens são mais da metade da população do continente (55%). Esta “emergência silenciosa” vivida pela América Latina e Caribe é desafiante não só do ponto de vista numérico, mas muito especialmente do ponto de vista humano e pastoral. Com efeito, em muitas cidades, têm aumentado os “meninos de rua” que perambulam dia e noite sem lar nem futuro. Em alguns países, têm sido vítimas de campanhas de extermínio, realizadas por organismos policiais e privados; crianças sem família, sem amor, sem acesso à educação, isto é, crianças em extrema miséria física e moral, muitas vezes conseqüência da desintegração familiar. Detecta-se, inclusive um aberrante comércio de meninos e meninas, tráfico de órgãos e até utilização de crianças em cultos satânicos. Do ponto de vista da educação da fé, percebe-se um forte descuido quanto à recepção de sacramentos e à catequese”. Nota:38 Puebla, n.85: “Desde a I Conferência Geral do Episcopado, realizada no Rio de Janeiro, em 1955, e que deu origem ao Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), e, ainda com mais vigor, depois do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellín, a Igreja tem conquistado paulatinamente a consciência cada vez mais clara e profunda de que a evangelização é sua missão fundamental e de que não é possível o seu cumprimento sem que se faça o esforço permanente para reconhecer a realidade e adaptar a mensagem cristã ao homem de hoje, dinâmica, atraente e convincentemente”.