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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país
INAUGURAÇÃO DO TEATRO RAUL SEIXASSEXTA-FEIRA, ÀS 18h, NO SINDICATO
Edição Diária 7338 | Salvador, segunda-feira, 20.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos
CONSCIÊNCIA NEGRA
Os públicos estão no olho do furacão
Globo enche os cofres com corrupção
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Hoje, Dia da Consciência Negra, além da reflexão sobre a contribuição dos afrodescendentes na construção da sociedade, a data serve para reafirmar a luta para conter o racismo no
Vencer os obstáculos do racismo
Manoel porto
Brasil. Os negros formam a maioria da população carcerária no país, são os principais alvos de homicídio e não se veem em destaque nos meios de comunicação e nos espaços de poder. Página 2
“Herança” secular. Discriminação persiste em quase todos os espaços
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 20.11.20172 CONSCIÊNCIA NEGRA
Discriminação ainda é muito presente na sociedade brasileiraFeliPe iruAtã[email protected]
fernando frazão - agência braSil
Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933
O BANCÁRIO
novembro, mês de luta contra o racismo no país
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTE 4409 SRTE-BA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
ApESAR de o Brasil ter meta-de da população composta por negros, a desigualdade ainda é uma barreira a ser derrubada. As mulheres negras possuem os piores indicadores sociais bra-sileiros no comparativo com as brancas ou pardas. São as mais pobres, com menos oportuni-dades, ganham menos, além de enfrentarem a falta de perspec-tiva de mobilidade social.
Os números comprovam. As afrodescendentes representam 58,8% das vítimas de violência doméstica, de acordo com da-dos do Disque 180. Já a Funda-
O DIA Nacional da Consciência Negra é uma data de luta e mo-bilização do povo que sofreu e ainda sofre com o racismo e a desigualdade social no país. A celebração, em 20 de novembro, ressalta a resistência e a morte de Zumbi dos Palmares contra a escravidão no Brasil.
O Dia Nacional da Consci-ência Negra é feriado em mais de mil municípios. Entretan-to, em Salvador, a cidade mais negra fora da África, o dia é normal, mas com muitos atos, como a tradicional lavagem da estátua de Zumbi, na manhã de hoje e uma marcha à tarde,
no Campo Grande.Mesmo após a abolição da
escravidão, em 13 de maio de 1888, o negro nos dias atuais ainda luta por igualdade. Em todos os âmbitos, a população negra sofre com o preconceito e a discriminação.
Ser negro hoje no Brasil é algo extremamente complica-do. Morador da periferia, mais ainda. Assim como Zumbi, que morreu na busca por direitos, a população negra sofre com o genocídio em um país que tem a sétima maior taxa de homicí-dios de jovens de todo o mundo, segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
A cada 23 minutos, um jo-vem negro é morto. Por dia, são 66 óbitos. Por ano, o número chega a 4.290 e o racismo está presente nos homicídios, se-gundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Negros desempregados chegam a 8,3 milhõesDOS 13 milhões de desempre-gados no Brasil no primeiro tri-mestre, 8,3 milhões são pretos ou pardos, o que corresponde a 63,7% das pessoas sem empre-go. Prova de que mesmo repre-sentando 54,9% da população acima de 14 anos, a discrimina-ção racial ainda persiste no país.
O desemprego entre a popu-lação negra chega a 14,6%, en-quanto entre os brancos a taxa é de 9,9%. O índice de ocupação desta parcela da sociedade é de 52,3%, menor do que entre a po-pulação branca (56,5%).
A desigualdade fica ainda mais evidente em relação ao rendimento. O salário médio dos negros no primeiro trimes-tre deste ano foi de R$ 1.521,00. O valor equivale a 56% do salá-rio dos brancos (R$ 2.757,00).
A pesquisa do IBGE (Institu-to Brasileiro de Geografia e Es-tatística) constata ainda que os trabalhadores pretos ou pardos correspondem a 66% da força de trabalho doméstico do Brasil. A proporção de pretos e pardos com carteira assinada é inferior a dos brancos, 71,3% contra 75,3%.
Mulheres negras, maiores vítimas sociais no Brasil
ção Oswaldo Cruz aponta que 65,9% são vítimas de violência obstétrica. O Ministério da Saú-de mostra que 53,9% das mortes em decorrência do parto ocor-rem com as mulheres negras.
No ambiente de trabalho, a realidade não é menos cruel. Dados do IBGE apontam que o rendimento das afrodescen-dentes é de R$ 800,00 mensais, quase a metade do valor recebi-do pelas brancas R$ 1.599,00.
Para piorar, a Secretaria Es-pecial de Política para Mulheres, criada em 2003 durante o gover-no Lula, foi extinta por Temer.
Desemprego entre a população negra chega a 14,6%. Entre brancos, 9,9%
o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 20.11.2017 3DESMONTE
Agências fechadas e corte de vagas. essa é a realidadereDAçãO [email protected]
fotoS: joão ubaldo
Os bancos públicos sangram
Sindicato visita agências de ItaberabaO SINDICATO dos Bancários da Bahia percorre todo o Es-tado para alertar sobre os pre-juízos causados pelo desmonte dos bancos públicos, promo-vido pelo governo Temer. A intenção, como a entidade tem chamado atenção na mídia, é privatizar, medida que certa-mente acabaria com os progra-mas de inclusão social geren-ciados pelas estatais.
A população do interior já sente os reflexos da política de desmonte. Em diversas cidades, agências são fechadas e, para fa-zer alguma transação, às vezes, é preciso se deslocar quilôme-tros até cidades vizinhas.
Os bancários também rece-bem todo o apoio do Sindicato. Na sexta-feira, os trabalhado-res das agências de Itaberaba, região da Chapada Diamanti-na, receberam o presidente Au-gusto Vasconcelos e o diretor Aroldo Moreira.
A categoria foi alertada para as perdas causadas pela nova legislação trabalhista, que re-tira direitos de todos os tra-balhadores brasileiros, e a re-forma da Previdência, que compromete a aposentadoria.
O Sindicato, no entanto, não vacila e move ações judiciais, para resguardar os direitos dos trabalhadores. A sobrecarga de trabalho, outro problema fre-quente nos bancos, também foi destaque nas conversas.
SBBA debate dívida pública AS CONTAS públicas, perí-cia contábil e o atual cenário do país foram amplamente debatidos por mais de 400 estudantes e professores que participaram do12º Encontro Baiano dos Estudantes de Ci-ências Contábeis, finalizado domingo, em Itaberaba.
Dívida Pública: aspec-tos jurídicos e contábeis foi o tema da palestra ministrada pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Au-gusto Vasconcelos, na quin-ta-feira. O debate fez abor-dagem sobre a atual crise do capitalismo e os reflexos no endividamento das nações.
Destaque para o papel do sistema financeiro. Qua-se metade do orçamento da União é corroída porque o mercado ganha muito di-nheiro com a rolagem dos ju-ros da dívida pública.
As agências internacionais de classificação de risco ope-ram com chantagem sobre o governo brasileiro para que sejam aprovadas medidas que cortem investimentos sociais.
O CAOS nos bancos públicos piora a cada dia. O desmonte promovido pelo governo Temer faz as empresas sangrarem. O número de funcionários caiu, assim como o de agências, au-mentando a pressão e a sobre-carga de trabalho.
Exemplos dos transtornos vi-vidos por bancários e clientes têm de sobra. O BB da Liberda-de, que antes tinha 23 funcioná-
rios, agora conta com apenas 13. Os problemas aumentaram de-pois do fechamento das unida-des do IAPI e Barros Reis. Para piorar, a função de supervisor de atendimento foi extinta.
A Superintendência do Ban-co do Brasil prometeu realocar dois funcionários para o local. Mas é muito pouco e os bancá-rios acabam sofrendo ameaças diariamente, em decorrência do atendimento. Até no mea-do do mês, quando a agência tende a ficar tranquila, há su-perlotação.
O sufoco não se restringe ao BB. As agências da Caixa também passam por maus bo-cados. Após o fechamento da unidade de Paripe, os trans-tornos aumentaram na de Pe-riperi, da praça da Revolução. Para se ter ideia, cerca de 9 mil beneficiários do Bolsa Família migraram para a agência Peri-peri. O local é tão pequeno que os clientes têm de esperar aten-dimento na rua.
Não é só isso. O ambien-te de trabalho é insalubre e a pressão ref lete na saúde do bancário. O número de afas-tamentos cresce, consequência da sobrecarga e do ritmo de trabalho alucinante. O Sindi-cato estuda providências.
A situação caótica foi ob-servada de perto pelos direto-res do Sindicato dos Bancários da Bahia, Jussara Barbosa, Cé-lio Pereira, Álvaro Queiroz e Luis Carlos de Assis, em visita à agência, na sexta-feira.
Em Itaberaba, Sindicato alerta para desmonte dos bancos públicos
Diretores do Sindicato ouvem as demandas dos bancários. Situação é difícil
o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 20.11.20174
SAQUE
ESCÂNDALO GLOBO
A emissora criou um pacote comercial para as transmissõesROgACIAnO [email protected]
Propinas que geram lucros bilionários
ricardo Stuckert - cbf
FENÔMENO Além de deixar as elites ultraconservadoras em total desespero, a nova pesquisa Vox Populi, na qual Lula dispara na corrida presidencial, chega a 42% e vence fácil no primeiro turno, pode servir como valioso objeto de estudo para cientistas políticos, sociólogos, jornalistas, marqueteiros e professores. O ex-presidente se afirma como um fenômeno. Quanto mais apanha, mais cresce.
ABSOLUTO Lula não apenas dispara na preferência do elei-torado como também reduz consideravelmente o índice de re-jeição, hoje em 39%. Dos presidenciáveis, é o menos rejeitado, diz a Vox Populi. Os tucanos Alckmin e Dória chegam a 72%, percentual que, se mantido, os inviabiliza totalmente como candidatos. É o preço da participação do PSDB no golpe.
INDEFINIDO Diante do quadro revelado pela pesquisa Vox Populi, em que Bolsonaro cai para 16%, Marina Silva aparece com 7%, Alckmin 5% e Ciro 4%, é possível dizer que ainda não está decidido qual o candidato que vai rivalizar a disputa com Lula (42%). Hoje, o ex-presidente vence no primeiro turno.
DECADÊNCIA Embora faça o maior sucesso na mídia co-mercial, as opiniões do ex-presidente Fernando Henrique Car-doso sobre política e economia não têm o menor valor para 70% dos brasileiros. É o que revela pesquisa do Instituto Para-ná. Outro detalhe, 40% dos entrevistados ameaçam até deixar de votar em determinado candidato, se souberem que ele tem o apoio de FHC. Triste fim.
ApLIQUE É querer fazer a sociedade de idiota. A Rede Globo teve o desplante de afirmar que fez uma “ampla investigação interna” e chegou à conclusão de não ter pago propina alguma para ninguém. Quer aplicar mais uma narrativa risível à nação. Como está acostumada a fazer. Só que, no caso do escândalo da Fifa, a empresa não está lidando com as autoridades brasileiras, sempre dispostas a servi-la, mas sim com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
EVIDENTE À luz do bom senso, não há como duvidar de mutreta no fato de a Globo sempre ganhar o direito de trans-missão de quase tudo o que é competição esportiva. Jogos do Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, Sulamericana, cam-peonatos estaduais, amistosos da Seleção e até Copa do Mun-do, inclusive a da Rússia, no próximo ano. Visível a olho nu.
NO BRASIL, a Procuradoria Geral da República, a Polícia Fe-deral e o Judiciário fingem nada ver. Mas, nos Estados Unidos as investigações sobre o esquema de corrupção na Fifa seguem aceleradas e cada vez mais com-prometem a CBF e a Rede Globo.
Os lucros do maior grupo de comunicação brasileiro com a compra, por meios fraudulentos, de direitos exclusivos de trans-missões esportivas, se revelam um esquema bilionário. Com o pagamento da propina de US$ 15 milhões, divididos com ou-
tras duas redes de TV, uma me-xicana e outra australiana, em troca dos direitos da Copa do Mundo de 2026 e 2030, a Globo deve lucrar R$ 2,46 bilhões.
O Departamento de Justiça norte-americano e o FBI afir-mam já saber como funcionou o esquema. O dinheiro saiu da Teleglobo, na Holanda, foi re-metido para a T&T, do delator Alejandro Burzaco, também na Holanda, e de lá seguiu para as contas suíças do cartola Julio Grondona, que decidia sobre direitos de transmissão.
Somente em um dia de julga-mento na corte de Nova Iorque, a Rede Globo foi citada 14 vezes. O FBI também já sabe como eram pagas as propinas ao ex-presiden-te e atual presidente da CBF, res-pectivamente José Maria Marin e Marco Polo del Nero.
Teatro Raul Seixas abre as portas na sexta-feiraUM LOCAL alternativo, de ma-nifestações artísticas e de incen-tivo à cultura e à arte, o novo Teatro Raul Seixas será inau-gurado na sexta-feira, às 18h, no Sindicato dos Bancários da Bahia. A principal atração da noite é a cantora norte-ameri-cana Michaela Harrison.
Palco de grandes apresenta-ções e festivais ao longo dos 26 anos de existência, o local, hoje
transformado em teatro, rece-beu grandes eventos como a Jornada Internacional de Cine-ma da Bahia, no início da déca-da de 1990, e o Troféu Caymmi, em 1993 e 1994.
No Raul, passaram grandes nomes da música como Elisa Lu-cinda, Margareth Menezes, Ma-riene de Castro, Wilson Aragão, Luiz Caldas e Tonho Matéria.
Ao longo dos anos, acontece-
ram festivais e oficinas artísticas para os bancários e a comuni-dade. Sem contar com os even-tos. Forrós históricos, Festival de Música, concurso de poesia.
Pensando também nos asso-ciados, muitos deles artistas, o Departamento de Cultura do Sindicato elaborou o projeto Prata da Casa, que oferece, de forma gratuita, a pauta do tea-tro para apresentações.
Ex-presidente da CBF, José Maria Marin, parceiro da
globo, é acusado de
extorsão, fraude
financeira e lavagem de
dinheiro