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CONSTRUÇÃO E USO DE UMA LUNETA DE BAIXO CUSTO PARA O ENSINO DE ÓTICA E DE ASTRONOMIA Carolina Borba da Silva*, Amanda da Rocha, Andreia Antonia Manoel Godinho, Cinara Garcia Portolan, Claudia Tavares Rodrigues, Debora Regina Machado Costa, Desyree Batista Ribeiro, Fernanda Costa Charles, Gabriel Silva Ismailof, Gabrielli da Silva Pio, Huiliam Coser de Matos, Ivan Francisco Diehl, Izidro Alvares Fernandes Junior, Jaqueline Gomes Nunes, Jheini Lis Antunes Fernandes, Julian Silveira Diogo de Avila Fontoura, Leandra Borba Leal, Lucas de Oliveira Justin, Lucia Maria de Araujo Quevedo, Luisa Moraes Brum, Olga Rosa Pereira, Patrik de Souza Rocha, Renan Floriano da Silva, Renan Ricardo Ritter, Ruda de Souza Roveda, Yuri Moreira Figas, Sérgio Mittmann dos Santos** Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS Campus Porto Alegre, 90035-007, Porto Alegre, RS *[email protected], **[email protected] ÁREA TEMÁTICA Educação PALAVRAS-CHAVE Luneta; Ensino de ótica; Ensino de astronomia INTRODUÇÃO E OBJETIVOS No ensino de ciências da educação básica, as atividades experimentais constituem uma importante ferramenta para a aprendizagem [1]. Entretanto, o elevado custo de alguns experimentos impede que estas sejam desenvolvidas, principalmente na rede pública de educação, onde os recursos são mais escassos. Com a intenção de contribuir para o incremento de atividades experimentais no ensino de ótica e de astronomia, este trabalho teve como objetivos (a) construir uma luneta com materiais de baixo custo; (b) determinar o aumento da luneta; (c) verificar quais observações do céu noturno podem ser exploradas com o uso da luneta. METODOLOGIA A construção da luneta foi orientada pelas referências [2, 3], as quais assinalam o uso de materiais de baixo custo, como canos de PVC, garrafa PET, lente convergente de óculos com baixa vergência e monóculo de fotografia. Uma lista dos principais materiais utilizados é indicada na tabela 1. Os processos de construção e de ajuste da luneta consistiram principalmente de cortes, colagens e pinturas. RESULTADOS A figura 1 é uma imagem da luneta, após a conclusão da sua construção. Com as distâncias focais das lentes e a utilização da equação 1, que determina o aumento de um telescópio refrator, verificou-se que o aumento da luneta é 12,5. Apontando a luneta para o céu à noite, puderam ser observadas as crateras lunares e seu relevo, como indicava a referência [3]. Júpiter, atualmente (outubro de 2010) com uma magnitude aparente de -2,9, também foi observado. Contrastes na sua superfície, com faixas mais claras e faixas mais escuras, puderam ser notados, caracterizando o que sabemos tratar-se de tempestades ciclonais. As figuras 2 e 4 são uma representação aproximada do que foi observado. Uma comparação pode ser feita com as figuras 3 e 5, que são imagens, respectivamente, da Lua e de Júpiter, disponibilizadas pela NASA. FIGURA 1: Imagem da luneta, após a conclusão da sua construção. 5 , 12 10 4 10 5 2 1 - = - = - = - - m m f f A ocular objetiva (1) FIGURA 2: Representação aproximada da imagem observada da Lua. FIGURA 3: Imagem da Lua [4]. FIGURA 4: Representação aproximada da imagem observada de Júpiter. FIGURA 5: Imagem de Júpiter [5]. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS A construção da luneta, a determinação do seu aumento e as observações realizadas promoveram um estreitamento importante entre a abordagem teórica e o que de fato significa o uso dos conceitos de ótica e de um instrumento ótico na astronomia. Após a conclusão da luneta, constatou-se que o seu custo é baixo, possibilitando que alunos com maior motivação possam construir a sua própria. Uma exploração maior do uso da luneta está prevista para um próximo trabalho, quando pretende-se (a) verificar a qualidade de outras observações do céu noturno, como a de Vênus, por exemplo, e (b) realizar modificações na luneta, como a substituição de canos e de lentes, para a obtenção de um maior aumento e conseqüente maior resolução. REFERÊNCIAS [1] J. O. Barbosa, S. R. Paulo e C. Rinaldi, Investigação do papel da experimentação na construção de conceitos em eletricidade no ensino médio, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 16, no. 1, p. 105-122, abr.1999. [2] J. B. G. Canalle, A luneta com lente de óculos, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 11, no. 3, p. 212-220, dez.1994. [3] J. B. G. Canalle e A. C. F. Souza, Simplificando a luneta com lente de óculos, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 22, no. 1, p. 121-130, abr.2005. [4] today.slac.stanford.edu/a/2007/10-17.htm, 22.nov.2010. [5] apod.nasa.gov/apod/ap060505.html, 22.nov.2010.

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Page 1: CONSTRUÇÃO E USO DE UMA LUNETA DE BAIXO ...mittmann/luneta_mostra_ifrs_2010.pdfClaudia Tavares Rodrigues, Debora Regina Machado Costa, Desyree Batista Ribeiro, Fernanda Costa Charles,

CONSTRUÇÃO E USO DE UMA LUNETA DE BAIXO CUSTO PARA O ENSINO DE ÓTICA E DE ASTRONOMIA

Carolina Borba da Silva*, Amanda da Rocha, Andreia Antonia Manoel Godinho, Cinara Garcia Portolan, Claudia Tavares Rodrigues, Debora Regina Machado Costa, Desyree Batista Ribeiro, Fernanda Costa Charles,

Gabriel Silva Ismailof, Gabrielli da Silva Pio, Huiliam Coser de Matos, Ivan Francisco Diehl, Izidro Alvares Fernandes Junior, Jaqueline Gomes Nunes, Jheini Lis Antunes Fernandes,

Julian Silveira Diogo de Avila Fontoura, Leandra Borba Leal, Lucas de Oliveira Justin, Lucia Maria de Araujo Quevedo, Luisa Moraes Brum, Olga Rosa Pereira, Patrik de Souza Rocha, Renan Floriano da Silva, Renan Ricardo Ritter,

Ruda de Souza Roveda, Yuri Moreira Figas, Sérgio Mittmann dos Santos**

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul −−−− IFRSCampus Porto Alegre, 90035-007, Porto Alegre, RS

*[email protected], **[email protected]

ÁREA TEMÁTICA Educação

PALAVRAS-CHAVE Luneta; Ensino de ótica; Ensino de astronomia

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

No ensino de ciências da educação básica, as atividades experimentais constituem uma importante ferramenta para a aprendizagem [1]. Entretanto, o elevado custo de alguns experimentos impede que estas sejam desenvolvidas, principalmente na rede pública de educação, onde os recursos são mais escassos. Com a intenção de contribuir para o incremento de atividades experimentais no ensino de ótica e de astronomia, este trabalho teve como objetivos (a) construir uma luneta com materiais de baixo custo; (b) determinar o aumento da luneta; (c) verificar quais observações do céu noturno podem ser exploradas com o uso da luneta.

METODOLOGIA

A construção da luneta foi orientada pelas referências [2, 3], as quais assinalam o uso de materiais de baixo custo, como canos de PVC, garrafa PET, lente convergente de óculos com baixa vergência e monóculo de fotografia. Uma lista dos principais materiais utilizados é indicada na tabela 1. Os processos de construção e de ajuste da luneta consistiram principalmente de cortes, colagens e pinturas.

RESULTADOS

A figura 1 é uma imagem da luneta, após a conclusão da sua construção. Com as distâncias focais das lentes e a utilização da equação 1, que determina o aumento de um telescópio refrator, verificou-se que o aumento da luneta é 12,5. Apontando a luneta para o céu à noite, puderam ser observadas as crateras lunares e seu relevo, como indicava a referência [3]. Júpiter, atualmente (outubro de 2010) com uma magnitude aparente de −−−−2,9, também foi observado. Contrastes na sua superfície, com faixas mais claras e faixas mais escuras, puderam ser notados, caracterizando o que sabemos tratar-se de tempestades ciclonais. As figuras 2 e 4 são uma representação aproximada do que foi observado. Uma comparação pode ser feita com as figuras 3 e 5, que são imagens, respectivamente, da Lua e de Júpiter, disponibilizadas pela NASA.

FIGURA 1: Imagem da luneta, após a conclusão da sua construção.

5,12

104

1052

1

−=

−=−=−

m

m

f

fA

ocular

objetiva(1)

FIGURA 2: Representação aproximada da imagem observada da Lua.

FIGURA 3: Imagem da Lua [4].

FIGURA 4: Representação aproximada da imagem observada de Júpiter.

FIGURA 5: Imagem de Júpiter [5].

CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS A construção da luneta, a determinação do seu aumento e as observações realizadas promoveram um estreitamento importante entre a abordagem teórica e o que de fato significa o uso dos conceitos de ótica e de um instrumento ótico na astronomia. Após a conclusão da luneta, constatou-se que o seu custo é baixo, possibilitando que alunos com maior motivação possam construir a sua própria. Uma exploração maior do uso da luneta está prevista para um próximo trabalho, quando pretende-se (a) verificar a qualidade de outras observações do céu noturno, como a de Vênus, por exemplo, e (b) realizar modificações na luneta, como a substituição de canos e de lentes, para a obtenção de um maior aumento e conseqüente maior resolução.

REFERÊNCIAS

[1] J. O. Barbosa, S. R. Paulo e C. Rinaldi, Investigação do papel da experimentação na construção de conceitos em eletricidade no ensino médio, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 16, no. 1, p. 105-122, abr.1999. [2] J. B. G. Canalle, A luneta com lente de óculos, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 11, no. 3, p. 212-220, dez.1994. [3] J. B. G. Canalle e A. C. F. Souza, Simplificando a luneta com lente de óculos, Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 22, no. 1, p. 121-130, abr.2005. [4] today.slac.stanford.edu/a/2007/10-17.htm, 22.nov.2010.[5] apod.nasa.gov/apod/ap060505.html, 22.nov.2010.