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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Eline Márcia de Jesus Silva CONTRIBUIÇÃO A LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO ENTORNO DA COMUNIDADE SANTA ELISA, CASTANHEIRA, MATO GROSSO. Orientador Prof. Dr. Ricardo Kalikowski Weska CUIABÁ 2013

CONTRIBUIÇÃO A LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO … · ii contribuiÇÕes Às ciÊncias da terra dissertaÇÃo de mestrado n° 42 contribuiÇÃo a litogeoquÍmica das rochas do entorno

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Eline Márcia de Jesus Silva

CONTRIBUIÇÃO A LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO

ENTORNO DA COMUNIDADE SANTA ELISA, CASTANHEIRA,

MATO GROSSO.

Orientador

Prof. Dr. Ricardo Kalikowski Weska

CUIABÁ

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT

Reitora

Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder

Vice-Reitor

Prof. Dr. Francisco José Dutra Solto

Pró-Reitora de Pós-Graduação

Profª. Drª. Leny Caselli Anzai

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - ICET

Diretor

Prof. Dr. Martinho da Costa Araújo

DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS - DRM

Chefe

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geociências

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

Vice-Coordenador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan.

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CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 42

CONTRIBUIÇÃO A LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO

ENTORNO DA COMUNIDADE SANTA ELISA, CASTANHEIRA,

MATO GROSSO.

Eline Márcia de Jesus Silva

Orientador

Prof. Dr. Ricardo Kalikowski Weska

CUIABÁ

2013

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Geociências do

Instituto de Ciências Exatas e da Terra da

Universidade Federal de Mato Grosso

como requisito parcial para a obtenção do

Título de Mestre na Área de Concentração:

Geoquímica de Minerais e Rochas.

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Catalogação na fonte: Maurício S.de Oliveira CRB/1-1860.

S586c Silva, Eline Márcia de Jesus.

Contribuição Litogeoquímica das rochas do entorno da comunidade Santa Elisa,

Castanheira, Mato Grosso / Eline Márcia de Jesus Silva. – Cuiabá, 2013.

xii, f. 59 ; 30 cm. (incluem figuras e tabelas)

Orientador: Ricardo Kalikowski Weska.

Dissertação (mestrado) -- Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de

Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Recursos Minerais, Programa de Pós-

graduação em Geociências Ecologia, Cuiabá, 2013.

Bibliografia: f. 55-59

1. Litogeoquímica. 2. Granito tipo A. 3. Mesoproterozóico. I. Título.

CDU 553.521(817.2)

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CONTRIBUIÇÃO A LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO

ENTORNO DA COMUNIDADE SANTA ELISA, CASTANHEIRA,

MATO GROSSO.

Dissertação de mestrado apresentada

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Dr. Ricardo Kalikowski Weska.

Orientador (UFMT)

_______________________________________

Prof.ª Dr.ª Márcia Aparecida Sant’Ana Barros. Examinador Interno (UFMT)

_______________________________________

Prof.ª Dr.ªGislaine Amorés Batillani Examinadora Externa (UFMT)

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Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus em

primeiro lugar e aos meus pais,

Euclides e Maria Terezinha,

pelo apoio e companheirismo.

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Agradecimentos

_____________________________________________________

-Ao longo da elaboração deste trabalho são inúmeras as pessoas que tenho a agradecer, que

direta ou indiretamente, com incentivo e esperança me apoiaram na realização e desfecho

desta monografia.

-Ao orientador Profº. Ricardo Weska que com compreensão, paciência e incentivo, buscou

em mim o melhor de um profissional.

-Aos colegas pelas horas que passamos juntos compartilhando as nossas dificuldades e

alegrias, em especial aos colegas de mestrado: Maria Aparecida Domingues, Jovana Marli

Cogo, Élvio Figueiredo Santana.

-Aos colegas de trabalho.

-A empresa Vantage Mineração LTDA pelas amostras cedidas e pelo suporte no campo.

- Aos mestres que me ajudaram nesta caminhada em busca deste conhecimento, em especial

aos professores Paulo César Corrêa da Costa, João Batista de Matos, Ana Costa, Márcia

Barros, Jaime Dexheimer Leite e Amarildo Salinas Ruiz.

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SUMÁRIO

____________________________________________________

Agradecimentos.................................................................................................................. ...vi

Lista de Figuras............................................................................................................. ........vii

Lista de Tabelas..................................................................................................................... ix

Resumo.....................................................................................................................................x

Abstract...................................................................................................................................xi

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................1

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.......................................................................................1 1.2 JUSTIFICATIVAS...........................................................................................................1

1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................................2

1.4 ASPECTOS FISIOGRAFICOS.......................................................................................2

1.5 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO..........................................................................2

1.6 MATERIAIS E METODOS............................................................................................3

1.6.1 Etapa de Campo.............................................................................................................3

1.6.2 Etapa de Laboratório..................................................................................................... 4

CAPÍTULO 2 TRABALHOS ANTERIORES.................................................................. 6

CAPÍTULO 3 GEOLOGIA REGIONAL…………………………………………...........7

3.1 COMPLEXO TABAPORÃ………………………………………………………......... 7

3.2 TONALITO JAPUÍRA………………………………………………………….... ........7

3.3 GRUPO ROOSEVELT……………………………………………………………...... ..8

3.4 GRANITO ZÉ DO TORNO………………………………………………………. .......8

3.5 SUÍTE RIO DO SANGUE…………………………………………………….….. ........8

3.5.1 Granito Fontanillas………………………………………........................ .........9

3.5.2 Charnockito-Mangerito São Roque………………………………………...... ..9

3.5.3 Granito Juara………………………………………………………….…....... ..9

3.5.4 Gabro Juína…………………………………………………………….… .......9

3.6 GRANITO RIO BRANCO………………………………………………………........10

3.7 SUÍTE TATUÍ……………………………………………………………………........10

3.8 FORMAÇÃO DARDANELOS………………………………………………….........10

3.9 GRUPO PARECIS……………………………………………………………….........10

CAPITULO 4 ARTIGO SUBMETIDO.............................................................................12

CAPÍTULO 5 DADOS ADICIONAIS DA GEOLOGIA LOCAL E

GEOQUÍMICA....................................................................................................................42

5.1 Geologia Local ………………………………………………………................42

5.2 Geoquímica………………………………………………………………..........43

CAPITULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………………………………...... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... ..... 56

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Lista de Figuras

_____________________________________________________

Figura 1.1. Mapa de localização da área estudada......................................................... 3

Figura 3.1. Províncias geotectônicas e geologia regional .............................…………. 11

Figura 5.1. Afloramentos e fotomicrografias do Granito Fontanillas…........………..... 43

Figura 5.2. Afloramentos e fotomicrografias do Granito Juara....................................... 44

Figura 5.3. Afloramentos e fotomicrografias do Granito Rio Branco............................. 45

Figura 5.4. Diagramas mostrando composições de rocha total dos granitos

estudados......................................................................................................................... 50

Figura 5.5. Diagrama de Harker para variação de elementos menores.......................... 51

Figura 5.6. Litotipos em diagramas propostos por Eby (1992) para discriminar

granitos tipo A1 e tipo A2.............................................................................................. 52

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Lista de Tabelas

_____________________________________________________

Tabela. 1.1. Localização das amostras em UTM dos pontos amostrados....................... 4

Tabela 5.1. Composição química dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco, dos

elementos maiores, menores e razões.............................................................................. 25

Tabela 5.2. Composição química dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco para os

elementos terras raras e razões........................................................................................ 26

Tabela 5.3. Faixa de variação de dados HFSE, segundo Barrett & MacLean (1999),

afinidades e os resultados dos das rochas dos granitos Fontanillas, Juara e o Rio

Branco.............................................................................................................................. 53

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Resumo

_____________________________________________________

Na Província Rio Negro-Juruena , sudoeste do Crátón Amazônico, no entorno de Santa Elisa e a

nordeste de Castanheira em Mato Grosso, ocorrem três eventos magmáticos mesoproterozóicos, os

granitos Fontanillas e Juara da Suíte Rio do Sangue e parte de suíte AMCG (anortosito, mangerito,

charnockito e granito rapakivi) e o Granito Rio Branco é interpretado como uma intrusão tardia. As

características petrograficas do Granito Fontanillas, mesocrático, levaram a identificação de biotita

granodiorito a monzogranito e, nos granitos Juara e Rio Branco, leucocráticos, predominam

monzogranitos e o conjunto, por vezes, está foliado. A geoquímica de elementos maiores do

conteúdo de SIO2 evidencia composições intermediária a ácida para o Fontanillas e, ácidas para o

Juara e Rio Branco. Os granitos Fontanillas e Rio Branco são meta a peraluminosos e o Juara é

metaluminoso.No diagrama TAS o Granito Fontanillas plota em diorito, granodiorito até granito, de

baixo a alto K. O Juara, assim como o Rio Branco plotam em Granito e de médio K. Os teores de

Al2O3 e da soma de CaO + Al2O3 são altos no Granito Fontanillas, quando comparados aos granitos

Juara e Rio Branco. Os padrões de elementos terras raras mostram enriquecimento em ETRL com

relação aos ETRP e anomalia negativa de Eu nos três granitos. O diagrama de multielementos

mostra empobrecimento de Sr, P e Ti para os granitos Fontanillas e Rio Branco e Sr e Ti para o

Juara, assim como de Nb para todos. Nos diagramas FeOT/ (FeOT + MgO) versus Al2O3/

(K2O/Na2O) e FeOT / (FeOT + MgO) versus Al2O3 o Fontanillas é predominantemente cálcio-alcalino

a tipo A oxidado e os granitos Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre cálcio-alcalino e tipo

A oxidado. Os diagramas CaO/(FeOT+MgO+TiO2) versus Al2O3 e CaO/(FeOT+MgO+TiO2) versus

CaO+Al2O3 mostram que o Granito Fontanillas é principalmente de afinidade cálcio-alcalino e os

granitos Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre os campos cálcio-alcalino e alcalino tipo

A, a alcalino tipo A. As razões Zr/Y e Th/Yb dos três granitos variam de transicionais a cálcio-

alcalinos. Em contrapartida, a razão La/Yb evidencia afinidade transicional a cálcio-alcalina para o

Fontanillas e cálcio-alcalina para o Juara e Rio Branco. A razão Y/Nb maior que 1,2, assim como

granito A2 evidenciado pelo diagrama ternário Y, Nb e Ce, sugerem fusões de fontes crustais em

ambiente tectônico pós-colisional para estes granitos.

Palavras-chave: Litogeoquímica, Granito tipo A, Mesoproterozóico.

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Abstract

_____________________________________________________

In the province Rio Negro-Juruena province, south-western Amazon Craton at around Santa Elisa

and Castanheira in northeast Mato Grosso, there are three mesoproterozoic magmatic events,

Fontanillas and Juara granites of the Rio do Sangue Suite and part of the AMCG suite (anorthosite,

mangerite, charnockite and rapakivi granites) and the Rio Branco Granite interpreted as a late

intrusion. The petrographic characteristics of the Granite Fontanillas, mesocratic, led to

identification of biotite granodiorite to monzogranite, and in Juara and Rio Branco granites,

leucocratics, monzogranites predominate and sometimes all are foliated. The major element

geochemistry of the content of SiO2 shows intermediate to acidic compositions for Fontanillas and

acidic to Juara and Rio Branco. The Fontanillas and Rio Branco granites are the peraluminous and

the Juara is metaluminous. In the TAS diagram Fontanillas Granite plots in diorite, granodiorite to

granite, from low to high K. The Juara as well as the Rio Branco plots in Granite and with medium

K. The Al2O3 contents and sum of CaO + Al2O3 are high in Fontanillas Granite when compared to

Juara and Rio Branco granites. REE patterns show enrichment in LREE relative to HREE and

negative Eu anomaly in the three granites. The multi-element diagram shows Sr, P and Ti depletion

for Fontanillas and Rio Branco granites and Sr and Ti for the Juara, as well as the Nb for all. In the

FeOT/(FeOT + MgO) versus Al2O3 / (K2O/Na2O) and FeOT/(FeOT + MgO) versus the Al2O3

diagrams, the Fontanillas is predominantly calc-alkaline to oxidized A type and the Juara and Rio

Branco granites plots overlap the calc-alkaline and oxidized A type. The CaO/FeOT + MgO + TiO2)

versus Al2O3 and CaO/(FeOT + MgO + TiO2) versus CaO + Al2O3 diagrams show that Fontanillas

Granite is mainly of calc-alkaline affinity and the Juara and Rio Branco granites plots overlap the

calc-alkaline and alkaline type A fields, and A type alkaline. The Zr/Y and Th/Yb ratio of the three

granites range from transitional to calc-alkaline. In contrast, the La/Yb ratio shows transitional to

calc-alkaline affinity to Fontanillas and calc-alkaline for Juara and Rio Branco. The Y/Nb ratio

greater than 1.2, as well as A2 granite evidenced by ternary diagram Y, Nb and Ce, suggests crustal

sources melting in post-collisional tectonic setting for these granites.

Keywords: Lithogeochemistry, Atype Granite, Mesoproterozoic.

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O contexto geológico desse trabalho envolve três conjuntos de rochas do mesoproterozóico.

Destes litotipos, um é mesocrático do Granito Fontanillas e dois são de rochas leucocráticas dos

granitos Juara e Rio Branco. Estes granitos situam-se no entorno de Santa Elisa, na margem esquerda

do Rio Juruena, no município de Castanheira, onde afloram granitos com variações composicionais.

A Suíte Rio do Sangue (Leite et al. 2010) é composta do Granito Fontanillas, Anortosito

Castanheira, Charnockito-Mangerito São Roque, Granito Juara e Gabro Juína, constituem associação

tipo AMCG. Destes granitos, trabalhamos com o Fontanillas e o Juara, além do Granito Rio Branco.

Estes corpos graníticos estão englobados na Província Rio Negro-Juruena (Tassinari et al. 1996) e na

borda SW do Cráton Amazônico.

A petrografia e geoquímica destas rochas foram as ferramentas utilizadas para individualizar

estes granitos. Além disto, para comparação, usamos análises geoquímicas de rochas similares de

Souza & Abreu Filho (2007), Oliveira & Albuquerque (2007) e Leite et al. (2005a). Esta

litogeoquímica permitiu caracterizar a petrogênese destas rochas, assim como sugerir sobre a fonte

magmática.

1.2 JUSTIFICATIVAS

No Estado de Mato Grosso, ainda que o mapeamento geológico tenha avançado

consideravelmente nos últimos anos, com os trabalhos do Serviço Geológico do Brasil, porém em

várias regiões do Estado há lacunas no conhecimento sobre a geoquímica de rochas. Um dos exemplos

é Santa Elisa em Castanheira no noroeste do Estado e local deste estudo.

As informações de “detalhe” estão na escala de 1:250.000 e trabalhos distintos utilizam

nomes diferentes para corpos graníticos similares. Diante da complexidade geológica deste conjunto

rochas mesoproterozóicas, da sua ampla ocorrência em Mato Grosso (Leite et al. 2005a), assim como

associação geográfica com mineralizações auríferas e de polimetálicos (Salomão, 1984; Miranda,

1997; Leite et al. 2005a), evidencia-se a grande necessidade de avançar nos estudos litogeoquímicos

destas rochas no noroeste do Estado.

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1.3 OBJETIVOS

O objetivo geral desta dissertação é contribuir com o conhecimento litogeoquímico de rochas

mesoproterozóicas da Província Rio Negro-Juruena do sudoeste do Cráton Amazônico em Mato

Grosso. O trabalho foi precedido de uma revisão bibliográfica da geologia da região de Castanheira,

associado, em uma segunda etapa, a comparação destas informações com os dados adquiridos no

decorrer da pesquisa. Como objetivo especifico, este trabalho pretende apresentar novos dados

petrográficos e geoquímicos dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco. As comparações da

petrografia e geoquímica disponíveis, com as existentes na literatura mostram as características

particulares de cada granito estudado.

1.4 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

Santa Elisa está situada na margem esquerda do Rio Juruena. Este rio é a representação

hidrográfica mais importante do NW de Mato Grosso e principal via de acesso na região, apesar da

difícil navegabilidade nesta drenagem Cunha et al. (1980). Os afluentes mais importantes do Rio

Juruena próximos a Santa Elisa são os rios Tucanãnzinho e Vermelho, Figura 1.1.

O clima predominante na região de Santa Elisa, conforme Cunha et al. (1980), pertence ao

tipo A, correspondendo a tropical chuvoso. O tipo climático é Aw (Köppen, 1948) caracterizado por

seis meses de seca, seguidos por seis meses de chuvas. A estação seca deste tipo climático coincide

com o inverno do sul do Brasil e a temperatura média anual é de 24ºC.

Os tipos de solos que predominam na área de estudo são o podzólico vermelho-amarelo e

litólicos (Cunha et al. 1980), cobertos com vegetação de floresta Ombrófila Aberta Tropical e por

vezes, interrompida por uma porção menor de núcleos da floresta Ombrófila Densa Tropical.

1.5 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A área onde foram coletadas as amostras está situada a aproximadamente 80 km a NE de

Castanheira em Santa Elisa, na margem esquerda do Rio Juruena e na confluência deste rio com o Rio

Vermelho (Figura 1.1). As principais rodovias de acesso a Castanheira, a partir de Cuiabá são: a BR 364

até Tangará da Serra, na sequencia pela MT 170 até Juína e a seguir Castanheira pelas MT 174/420. De

Castanheira a Santa Elisa, o acesso é feito por estradas vicinais de chão batido com aproximadamente

50 km.

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Figura 1.1. Mapa de localização da área estudada de Lacerda Filho et.al. (2004).

1.6 MATERIAIS E METODOS

Para atingir os objetivos propostos deste estudo foram realizadas três etapas. A primeira etapa

compreendeu um levantamento bibliográfico das unidades litológicas pesquisadas. Na segunda etapa

foi realizada uma campanha de campo, onde foram coletadas amostras dos diferentes tipos graníticos

para a confecção das lâminas delgadas e para as análises geoquímicas das rochas. Os pontos

amostrados foram fotografados e levantados os pares de coordenadas. Na terceira etapa as amostras

foram destinadas ao laboratório para análises de elementos maiores, menores e terras raras, realizadas

pelos métodos ICP-ES (Inductively Coupled Plasma Emission Spectroscopy) e ICP-MS (Inductively

Conductively Plasma, Mass Spectrometry). Em seguida os dados foram interpretados e escrita esta

monografia. A seguir são detalhadas as etapas de campo e laboratório.

1.6.1 Etapa de Campo

Na segunda etapa foram utilizados 5 (cinco) dias de campo, neste período foram coletadas

amostras e os pontos localizados com GPS Garmin e-Trex HCx e tratados com o software Trackmker,

(Tabela. 1.1), foram plotados em base cartográfica na escala de 1:1.000.000, no mapa geológico do

texto “Geologia e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso” e de Lacerda Filho et al. (2004).

Também foram lançados em base cartográfica, escala 1: 250.000, “Folha Itapaiuna”, elaborada por

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Souza & Abreu Filho (2007) e a área de estudo está no SW desta folha. Os mapas geológicos regional

e local constituem produtos desta etapa.

Durante os trabalhos foram coletadas 22 (vinte duas) amostras, identificadas pelo prefixo

(CAS) de Castanheira. A este conjunto foram adicionadas 29 (vinte nove) amostras cedidas pela

empresa Vantage Brasil Mineração LTDA e identificadas pelo prefixo (RO). Das 51(cinquenta e uma)

amostras coletadas para a geoquímica destes granitos, foram selecionadas: 7(sete) amostras CAS; e,

10 (dez) amostras RO. Entre os parâmetros utilizados para a seleção das amostras, foram

considerados: o estado de alteração por intemperísmo ou hidrotermal; e, rochas tectonicamente

afetadas. Das 17 amostras selecionadas para a confecção de lâminas delgadas e análises de elementos

maiores, menores e terras raras, 11 (onze) são do Fontanillas, 3 ( três ) do Juara e 3 ( três ) do Rio

Branco, Tabela. 1.1.

Tabela 1.1. Localização das amostras em pares de coordenadas. Em UTM, os pares de coordenadas

dos pontos amostrados dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco.

1.6.2 Etapa de Laboratório

As amostras coletadas em campo, foram selecionadas e agrupadas em três conjuntos

litológicos distintos e selecionadas, permitiram a confecção de 17 lâminas delgadas para estudos

petrográficos, bem como uma fração destas amostras foi encaminhada para análises geoquímicas de

elementos maiores, menores e terras raras.

Coordenadas

Amostras X Y

Granito Fontanillas CAS 1 342205 881002

CAS 15 347729 888184

CAS 17 346901 8882194

CAS 18 346693 888202

CAS 20 346634 880112

RO 20 343864 879983

RO 26 349752 880216

RO 33 347947 8801724

RO 38A 342183 880963

RO 41 347453 8799334

RO 58 342548 880988

Granito Juara CAS 4 349396 8801292

RO 36 340645 8805492

RO 39 348505 8800904

Granito Rio Branco CAS 6 346006 8886262

CAS 13 348380 8803170

RO 34 346461 8807324

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As lâminas delgadas foram confeccionadas no Laboratório de Laminação do

DRM/ICET/UFMT. As descrições petrográficas foram feitas com o microscópio petrográfico

Olympus BX 41 e para a captura de fotomicrografias utilizou-se o software Infinity 1.0.

As amostras para o estudo geoquímico foram enviadas para Acme Analytical Laboratories Ltd.

a quem coube à fragmentação, moagem, peneiramento e análises das rochas. As análises das amostras

em laboratório contaram com ataque ácido e fusão alcalina para a abertura, os elementos maiores

foram analisados via ICP-ES (Inductively Coupled Plasma Emission Spectroscopy) e o resultado

expresso em percentual em peso. Os elementos menores e terras raras foram analisados via ICP-MS

(Inductively Conductively Plasma, Mass Spectrometry) e os resultados estão expressos em partes por

milhão. Os limites de detecção destes métodos são da ordem de 0,01% para óxidos; de 0,1 ppm para

elementos menores e; 0,01 para os elementos terras raras. Os diagramas foram elaborados no Igpet.

Os óxidos e os elementos, Sc e Co, foram analisados em ICP-ES, modelo (Spectro Ciros

Vision 735). As amostras peneiradas na fração 200 mesh (75µm), foram separadas em alíquotas de 0,2

g, colocadas em um cadinho de grafite e adcionados 1,5g de LiO2/Li2B4O7. O cadinho com o material é

levado a mufla e aquecido a 980ºC por 30 minutos. Após a saida da forno é realizado o processo de

resfriamento com HNO3 ácido nitrico a 5%. As amostra em solução são colocadas no espectrômeto

para as analises.

O restante dos elementos menores e terras raras foram analisados pelo ICP-MS, que segue o

mesmo procedimento laboratorial; porém, ao sair da mufla a amostra é colocada em 100 ml de solução

de ácido nitrico HNO3 a 5% e agitada por 2 horas. Em seguida, uma alíquota da solução é submetida a

teste de polipropileno. Nessa etapa os padrões de calibrações e verificações são checados. As amostras

são aspiradas em um espectrômetro de massa ICP (Perkin Elmer-Elan 6000 ou 9000) para a

determinação dos elementos. Uma segunda amostra de 0,5 g é diluida em água régia e analisadas por

ICP-MS para determinar: Au, Ag, As, Bi, Cd, Cu, Hg, Mo, Ni, Pb, Sb, Se, Tl e Zn. Os dados obtidos

são testados pelo certificado de qualidade British Columbia Certified Assayer.

A perda ao fogo é feita com 1g da amostra levada ao formo a 950ºC a 90 minutos, em seguida

medida e pesada novamente, tanto no ICP-ES, como no ICP-MS.

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CAPÍTULO 2

TRABALHOS ANTERIORES

Duas sínteses sobre a geologia e o contexto geológico regional que englobam a região de

Santa Elisa foram elaboradas. A primeira, por Silva et al. (1980), do Projeto RadamBrasil, Folha

Juruena e na escala 1: 250.000; e, a segunda, por Lacerda Filho et al. (2004) como parte do Programa

Geologia do Brasil, Integração, Atualização e Difusão de Dados da Geologia do Brasil, convênio entre

a CPRM – Serviço Geológico do Brasil e o governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria

de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia - SICME. O mapa geológico de Mato Grosso foi

publicado na escala de 1: 1.000.000 e o texto explicativo denominado como Geologia e Recursos

Minerais do Estado de Mato Grosso.

Três folhas na escala de 1: 250.000 foram produzidas como parte do Projeto Noroeste de Mato

Grosso e convênio entre a CPRM – Serviço Geológico do Brasil e o governo do Estado de Mato

Grosso, através da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia – SICME, quais

sejam: Aripuanã (SC.21-Y-A), Oliveira & Albuquerque (2007); Tapaiuna (SC.21-Y-B), Souza &

Abreu Filho (2007); e, Juina (SC.21-Y-C), Abdallah & Martins (2007).

Outros trabalhos contribuíram com a geologia da região, entre eles Leite et al. (2000, 2001,

2002 a, 2003, 2005a, 2006 e 2010), Costa et al. (2007), Batata (2007) e Batata et al. (2008). Destes

destacam-se os trabalhos de Leite et al.(2005a, 2010) que, respectivamente, focaram o Depósito

Polimetálico (Zn, Pb, Ag, Cu-Au) de Aripuanã e a Suíte Rio do Sangue. A área estudada é desprovida

de trabalhos geológicos de detalhe sobre a litogeoquímica dos granitos Fontanillas, Juara e Rio

Branco, tanto é que não foram encontradas análises geoquímicas do Granito Juara para comparação.

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CAPÍTULO 3

GEOLOGIA REGIONAL

O contexto geológico regional que envolve a localidade de Santa Elisa é composto por um

conjunto de rochas paleo a mesoproterozóico, da Província Rio Negro – Juruena, a sul da Bacia

Caiabis e no SW do Cráton Amazônico. As unidades mais antigas com idades de ~ 1,75 Ga. estão

posicionadas na porções N e NW, são compostas pelo Complexo Tabaporã, o Tonalito Japuíra, o

Grupo Roosevelt e o Granito Zé do Torno. As rochas mesoproterozóicas, de ~ 1,54 Ga., estão

englobadas na Suíte Rio do Sangue (SRS), que apresenta uma associação do tipo AMCG (Leite et al.

2010) e, do mais antigo para o mais jovem, constituída pelo Granito Fontanillas, Anortosito

Castanheira, Charnockito – Mangerito São Roque, Granito Juara, e Gabro Juína. O Anortosito

Castanheira ocorre fora dos limites do mapa da Figura 3.1 e por esta razão não é descrito. O Granito

Rio Branco e a Suíte Intrusiva Tatuí, correspondem aos eventos ígneos distintos da SRS, com idades

de ~ 1,47 Ga. (Lacerda Filho et al. 2004; Leite et al. 2010), Figura 3.1.

As diferentes associações litológicas evidenciam a diversidade desta evolução crustal entre o

Proterozóico Inferior, Médio. No norte da área estas rochas são cobertas pela Formação Dardanelos do

Grupo Caiabis e, a sul, por litotipos do Grupo Parecis. A idade da primeira cobertura é de ~ 1,36 Ga.,

dada pelas razões 204

Pb/206

Pb (Leite & Saes, 2003) e, da segunda, é de ~85 Ma. (Weska, 1996 e Gibson

et al. 1997), obtida através do método 40

Ar/39

.

3.1 COMPLEXO TABAPORÃ

O Complexo Tabaporã, de acordo com Batata (2007), engloba rochas anteriormente descritas

por Lacerda Filho et al. (2001) como Complexo Fazenda Mogno. Estas rochas ocorrem próximas a

Tabaporã, em blocos e matacões espalhados predominantemente ao longo do curso médio do Rio

Arinos e secundariamente, a oeste-sudoeste de Alta Floresta. No primeiro caso, são cobertas pelo

Grupo Parecis. Os tipos litológicos comuns nesta unidade são quartzodiorito, granodiorito e

monzogranito com raros corpos de anfibolitos. As fácies anfibolito a granulito encontram-se

metamorfizadas, caracterizadas por hornblenda, granada e hiperstênio Batata et al. (2008). Leite et al.

(2006) interpretaram idade de cristalização do Complexo Tabaporã 1,96 Ga. e, a mais jovem, em torno

de 1,77 Ga. e, é correlacionável ao episódio vulcano-plutônico Roosevelt. Em relação à área estudada

este complexo está situado a NW – NE como mostra a (Figura 3.1).

3.2 TONALITO JAPUÍRA

Leite et al. (2005) foram os primeiros a adotarem o nome de Tonalito Japuíra para englobar

rochas anteriormente descritas como Suíte Vitória (Oliveira & Albuquerque, 2005; Frasca & Borges,

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2005 e Ribeiro & Villas Boas, 2005) e com ocorrência restrita de granodiorito em afloramentos nos

rios Arinos e Juruena. Nas proximidades da confluência entre os rios Arinos e dos Peixes, o Tonalito

Japuíra é parcialmente recoberto por sedimentos mesoproterozóicos da Formação Dardanelos. Suas

rochas apresentam cores cinza escura a cinza-esbranquiçada. Esta unidade é considerada um arco

magmático continental, com idade de formação em 1,77 Ga., baseado nos dados de Pb-Pb em zircão,

Leite et al. (2006). Afloramentos desta unidade ocorrem em dois corpos situados a NE e NW da área,

Figura 3.1.

3.3 GRUPO ROOSEVELT

As rochas do Grupo Roosevelt foram pioneiramente descritas por Silva et al. (1974). Em Mato

Grosso ocorrem próximas à divisa com o Pará, desde a Serra Formosa até Aripuanã, ao longo dos rios

Teles Pires e dos Peixes, assim como em Colider, Nova Canaã do Norte, Juruena e Castanheira,

segundo Leite et al. (2005a). A maioria destas rochas é de extrusivas ácidas e raramente ocorrem sob a

forma de diques e sills. A composição é restrita a dacitos e riolitos, em lavas maciças, por vezes

porfiríticas, com rochas piroclásticas e brechas associadas, a composição dos diques e sills é basáltica,

conforme Leite et al., (2005a) e Batata (2007). A unidade descrita esta no entorno da área de estudo

como mostra a Figura 3.1.

3.4 GRANITO ZÉ DO TORNO

O Granito Zé do Torno foi denominado por (Costa 1999, Batata 2007). A granulação varia de

equigranular a porfirítica de matriz fina com cores de rosa a cinza; os minerais máficos exibem

foliação milonítica decorrente da imposição de zona de cisalhamento de direções WNW-ESE

predominantes. A textura rapakivi é abundante e os litotipos variam de sieno a monzogranito, estas

rochas ocorrem com proporções variáveis de feldspato alcalino, plagioclásio e quartzo. O máfico

principal é a biotita e a titanita é um acessório importante, são descritos também enclaves máficos

alongados de até 30 cm, ricos em biotita associada com magnetita (Paula & Paulo 2003, Batata, 2007).

As idades o granito Zé do Torno são referente à monzogranito com 1.755 ± 5 Ma obtida pelo método

U-Pb em zircão, por SHRIMP convencional e Pb-Pb por evaporação, de acordo com Néder et al.

(2000). Esta unidade está situada a NE da área estudada.

3.5 SUÍTE RIO DO SANGUE

A Suíte Rio do Sangue (SRS) é composta por quatro unidades designadas de Granito

Fontanillas, Granito Juara, Charnockito-Mangerito São Roque e Gabro Juína, Leite et al. (2005a) e de

associação do tipo AMCG (Leite et al. 2010). A SRS se estende das proximidades de Tabaporã até

Juína com zonas de cisalhamentos na direção E-W a WNW-ESSE com distribuição heterogenia,

segundo Batata (2007).

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3.5.1 Granito Fontanillas

O Granito Fontanillas foi definido primeiramente por (Gomes & Uchoa 2004). Segundo Leite et

al., (2005a), estas rochas ocorrem na forma de grandes lajedos, blocos e matacões subangulosos a

tabulares, nas proximidades de Juara e Castanheira, com zonas de cisalhamentos superimpostas nas

direções E-W a WNW-ESSE. Suas rochas são porfiríticas, com cristais equidimensionais de até 10 cm

e feldspato alcalino com textura rapakivi, com cores rosa e vermelha. A composição é de sieno a

monzogranito, conforme a classificação de Streickesen (1976). Esta unidade aflora a SW da área

pesquisada, Figura 3.1.

3.5.2 Charnockito-Mangerito São Roque

O Charnockito-Mangerito São Roque foi denominado inicialmente de Charnockito São Roque

por (Gomes & Uchôa 2004) e redefinido como Charnockito-Mangerito São Roque por Leite et al.

(2005a). Esta unidade aflora a sul-sudeste de Castanheira, ocorrem em blocos e matacões que

sustentam o relevo de morros e morrotes. O charnockito é inequigranular, fino até porfírítico, os

megafenocristais são de feldspato alcalino e a composição é de sieno a monzogranito. O mangerito é

caracterizado pela presença de hiperstênio e de feldspato alcalino, mesopertítico, que correspondem à

composição monzonítica, de acordo com Batata (2007). Esta unidade esta localizada a sul da área de

estudo como mostra a Figura 3.1.

3.5.3 Granito Juara

O Granito Juara ocorre no município honômino e nas proximidades do Rio do Sangue,

intrudindo rochas do Complexo Tabaporã e do Granito Fontanillas. Estas rochas afloram com relevo

suavemente ondulado, com blocos e matacões que variam de 3 a 100 m, também ocorrem como diques

segundo Leite et al. (2010). As cores destas rochas são rosa e cinza, com texturas equigranular fina a

porfiríticas e quando em zona de cisalhamento é porfiroclásticas, Leite et al.(2005a). Leite et al.(2006)

descreve o Granito Juara com 1.475 ± 7 Ma. Estas intrusões em relação à área de pesquisa estão

localizadas a NE e SE, Figura 3.1.

3.5.4 Gabro Juína

O Gabro Juina ocorre no município de mesmo nome e a norte de Juara e foi definido por

Lacerda Filho et al. (2004). Leite et al. (2005a) descreveu estas rochas em stocks e diques. Nos stocks

são gabros e dioritos, de cor cinza a preta e, por vezes com texturas porfirítica e porfiroclástica. Em

diques, são diabásios, de cor cinza, com textura suborfítica e constituídos de anfibólio, clinopiroxênio,

plagioclásio, epidoto, sericita, carbonato e pirita Batata (2007). O Gabro Juína está a SW da área de

estudo, Figura 3.1.

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3.6 GRANITO RIO BRANCO

Pioneiramente (Costa 1999, Gomes & Uchoa, 2004), descreveram o Granito Rio Branco a

nordeste de Castanheira e nas proximidades do Distrito de Filadélfia, sendo anteriormente chamado de

Granito Aripuanã. Ocorre em blocos e matacões arredondados, com disjunção esferoidal,

desagregados de batólitos e diques intrusivos em rochas do Grupo Roosevelt (Batata & Menezes,

2005). As cores destas rochas variam de cinza a cinza esbranquiçada e vermelha quando oxidadas. Em

afloramento são equigranulares finos a porfiríticos (Batata, 2007) e no diagrama QAP (Streickesen,

1976) são sienogranitos. Os dados geocronológicos indicam idade mínima de 1.47Ga. (Leite et al.

2003, Leite et al. 2010). Na Figura 3.1 o Granito Rio Branco esta a W e NW da área estudada.

3.7 SUÍTE TATUÍ

A Suíte Tatuí foi denominada por (Freitas & Jesus 2003), ocorre nas margens do Rio dos

Peixes e está afetada por falhamentos de direções WNW-SES. Estas rochas, de acordo com Batata

(2007), ocorrem sob a forma de blocos, matacões e grandes lajedos, que sustentam o relevo

suavemente ondulado. As cores variam de cinza a cinza esbranquiçada, são inequigranulares e

porfiríticas, com cristais de feldspato alcalino e plagioclásio, por vezes alinhados e de até 5 cm de

comprimento. Em gráfico QAP (Streickesen, 1976), estas rochas plotam nos campos de sienogranito,

monzogranito e raramente granodiorito. Em relação à área estudada (Figura 3.1) os afloramentos

ocorrem a N e NE.

3.8 FORMAÇÃO DARDANELOS

A Formação Dardanelos é uma unidade estratigráfica do Grupo Caiabi e foi descrita pela

primeira vez por Almeida & Nogueira Filho (1959). Esta formação é composta, de acordo com

Bezerra (1984), de arenitos feldspáticos a arcoseanos, conglomerado polimítico e grauvaca vulcânica.

E deposição continental a Sequencia Dardanelos, na Serra Morena é uma cobertura tabular

horizontalizada, dominantemente siliciclástica, que por discordância angular recobre a Sequencia

Vulcano-Sedimentar Roosevelt (Leal et al. 1978; Scandolara et al. 1999, Batata, 2007). A Formação

Dardanelos aflora a noroeste e nordeste desta área.

3.9 GRUPO PARECIS

O Grupo Parecis originalmente foi caracterizado com as formações Salto das Nuvens basal e

Utiariti topo por Barros et al. (1982). Weska, (2006) em uma síntese do cretáceo em Mato Grosso

redefiniu este grupo juntando pacotes cretáceos dos grupos Parecis e Bauru, respectivamente, situados

a norte e a sul da Faixa Paraguai, com as seguintes formações: Paredão Grande, Salto das Nuvens,

Cachoeira do Bom Jardim e Utiariti. O grupo é constituído por uma sequencia vulcano-clasto-química,

com diques e derrames basálticos de trend alcalino, na base e nas unidades Salto das Nuvens e

Cachoeira do Bom Jardim. O conjunto clástico é composto de conglomerados, arenitos e lamitos. Os

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sedimentos químicos predominantes são de carbonato e sílica. Este grupo engloba eventos de

posicionais cíclicos de leques aluviais e parte da evolução do Rifte Rio das Mortes no Cretáceo

Superior. Em relação à área pesquisada estas rochas estão situadas a SW, S e SE, Figura 3.1.

Figura 3.1. Províncias geotectônicas e geologia regional da área estudada, Lacerda Filho et.al (2004).

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CAPÍTULO 4

ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA GEOCIÊNCIAS, UNESP

CARACTERIZAÇÃO LITOGEOQUÍMICA DOS GRANITOS FONTANILLAS, JUARA E

RIO BRANCO, DA PROVÍNCIA RIO NEGRO JURUENA, CRÁTON AMAZÔNICO,

CASTANHEIRA, MATO GROSSO.

Eline Márcia de Jesus Silva1, Ricardo Kalikowski Weska

2

1. Programa de Pós-Graduação, Departamento de Recursos Minerais, Instituto de Ciências Exatas e da

Terra, Universidade Federal de Mato Grosso, [email protected]

2. Departamento de Recursos Minerais/ICET/UFMT, [email protected]

RESUMO

Os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco, localizados em Santa Elisa, a nordeste de

Castanheira, MT, constituem eventos magmáticos mesoproterozóicos do sudoeste do Cráton

Amazônico. Sendo o Granito Fontanillas e Juara interpretados como parte de uma suíte AMCG

(anortosito, mangerito, charnockito e granito rapakivi), denominada Suíte Intrusiva Rio do Sangue e o

Granito Rio Branco interpretada como um intrusão tardia. Estudos petrográficos permitiram

caracterizar as seguintes fáceis petrográficas no Granito Fontanillas: biotita granodiorito, granodiorito

e monzogranito foliado; monzogranito a monzogranito foliado no Juara; e, monzogranito no Rio

Branco. A litogeoquímica indica composições ácidas, de caráter subalcalino a alcalino e metaluminoso

nos três granitos, com exceção do Fontanillas que apresenta porções intermediárias e são fracamente

peraluminosos. Em diagramas de discriminação de ambiente tectônico, as rochas da SRS ocupam o

campo determinado para granitos de arco vulcânico, enquanto que o Granito Rio Branco varia de arco

vulcânico a intraplaca. Padrões de elementos terras raras mostram enriquecimento em ETRL com

relação aos ETRP e anomalia negativa de Eu nos três granitos. As anomalias negativas de Sr, P e Ti,

indicam fracionamento precoce do plagioclásio, titanita e apatita. O comportamento de Ba, Rb, Nb, Sr

e Ga sugerem granitos tipo A para as três intrusões, de ambiente anorogênico e com participação de

fontes crustais.

Palavras-chave: Litogeoquímica, Granito, Mesoproterozóico.

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ABSTRACT

The Fontanillas, Juara and White River granites, located in Santa Elisa, northeast of

Castanheira, MT, constitute mesoproterozóicos magmatic events southwestern Amazon Craton. Being

the Granite Fontanillas Juara and interpreted as part of a AMCG (anorthosite, mangerito, charnockite

and granite rapakivi) suite, called Blood River Intrusive Suite and Granite River White interpreted as a

late intrusion. Petrographic studies were used to characterize the following petrographic easy in

Granite Fontanillas: biotite granodiorite, granodiorite and foliated monzogranite; monzogranite the

foliated monzogranite in Juara, and monzogranite in the White River. The Lithogeochemistry indicates

acidic compositions, character subalcalino the alkaline and metaluminous the three granites, except

Fontanillas that displays intermediate portions and are weakly peraluminous. Diagrams discrimination

tectonic setting, the rocks of SRS determined to occupy the volcanic arc granites field, while the White

River Granite ranges from intraplate volcanic arc. Patterns of rare earth elements show enrichment in

LREE relative to HREE and negative Eu anomaly in the three granites. The negative anomalies of Sr,

P and Ti, indicating early fractionation of plagioclase, titanite and apatite. The behavior of Ba, Rb, Nb,

Sr and Ga granites suggest type A for the three intrusion of anorogenic environment and participation

of crustal sources.

Keywords: Lithogeochemistry, Granite, Mesoproterozoic.

INTRODUÇÃO

Os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco em Castanheira - MT, Constituem eventos

magmáticos mesoproterozóicos do sudeste do Cráton Amazônico, sendo o Granito Fontanillas e Juara

interpretados como parte de uma suíte AMCG (anortosito, mangerito, charnockito e granito rapakivi),

denominada Suíte Intrusiva Rio do Sangue e o Granito Rio Branco interpretado como uma intrusão

tardia.

As associações AMCG foram abundantes entre 1,8 a 1,0 Ga. Na evolução da Terra e

representam uma importante atividade magmática, anorogênica, bimodal, cuja origem tem sido

intensamente debatida, Leite et al.(2010).

Este trabalho é uma contribuição ao conhecimento da Suíte Intrusiva Rio do Sangue e do

Granito Rio Branco, apresentando dados inéditos de petrográfia e geoquímica de uma região ainda não

estudada até o momento e localizada na Amazônia como mostra a Figura 1.

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Figura 1. Mapa de localização da área estudada.

MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia de trabalho usado envolveu um mapeamento geológico, análise petrográfica e

geoquímicas.

Foram confeccionadas 17 seções delgadas, bem como cortadas em tabletes com cerca de

100g cada para análies químicas. As análises dos elementos maiores, menores e terras raras foram

realizadas pela Acme Analytical Laboratories Ltd. Após o processo padrão de abertura das amostras

com ataque e fusão alcalinas, as análises para elementos maiores foram realizadas via ICP-ES, sendo o

resultado em peso percentual. Os demais foram via ICP-MS e os resultados estão expressos em partes

por milhões. Os limites de detecção são da ordem de 0,01%, 0,1 ppm para elementos menores e; 0,01

para os elementos terras raras.

O CONTEXTO GEOLÓGICO

A área estudada está situada na porção SW do Cráton Amazônico, noroeste de Mato Grosso,

na província geocronológica Rio Negro – Juruena (Tassinari et al.1996; Tassinari & Macambira 2000)

e a sul da Bacia Caiabis, Figura 2. O trabalho pioneiro sobre a geologia desta região foi de Silva et al,.

(1980), como parte do projeto Radambrasil, Folha Juruena e na escala 1: 250.000. Uma síntese desta

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geologia foi publicada por Lacerda Filho et al. (2001 e 2004) na escala de 1:1.000.0000. As folhas

Juína, Aripuanã e Itapaiuna, na escala de 1: 250.000, foram publicadas por (Abdallah& Martins 2007;

Oliveira & Albuquerque 2007 e Souza & Abreu Filho 2007), respectivamente. A área pesquisada está

posicionada no SW da Folha Itapaiuna.

Leite et al.(2000, 2001a, 2002a, 2003, 2005a, 2006 e 2010) e Costa et al.(2007) fizeram

publicações sobre a geologia e empilhamento das rochas desta região; além disso, Batata et al. (2008)

detalharam o conjunto vulcânico do Grupo Roosevelt em Aripuanã. Neste trabalho adotamos a

estratigrafia paleo-mesoproterozóica utilizada por Leite et al.(2010).

As rochas mais antigas, com idades de ~ 1,75 Ga., posicionadas nas porções N e NW da

Figura 2 representadas pelo Complexo Tabaporã, o Tonalito Japuíra, o Grupo Roosevelt e o Granito

Zé do Torno. Rochas com idades entre 1.54 Ga e 1.47 Ga. englobadas na Suíte Rio do Sangue (SRS)

e de associação do tipo AMCG, Leite et al. (2010), predominam como substrato da área e, do mais

antigo para o mais jovem, são constituídas pelo Granito Fontanillas, Charnockito – Mangerito São

Roque, o Granito Juara e o Gabro Juína. O Granito Rio Branco e a Suíte Intrusiva Tatuí,

correspondem aos eventos ígneos distintos da SRS, sendo o primeiro de idade 1,5 Ga. (Leite et al.

2010; Lacerda Filho et al. 2004), Figura 2. As diferentes associações litológicas evidenciam a

diversidade desta evolução crustal entre o Proterozóico Inferior e o Médio. No norte da área estas

rochas são cobertas pela Formação Dardanelos do Grupo Caiabis e, a sul, por litotipos do Grupo

Parecis. A idade da primeira cobertura é de ~1,36 Ga., dada pelas razões 204

Pb/206

Pb (Leite & Saes,

2003) e; da segunda, é de ~85 Ma., obtida através do método 40

Ar/39

Ar, conforme Weska (1996) e

Gibson et al. (1997). A litogeoquímica de rochas deste estudo foi realizada em amostras dos granitos

Fontanillas, Juara e Rio Branco.

O Granito Fontanillas segundo Gomes & Uchoa (2004) aflora a SW da área, Figura 2. De

acordo com Leite et al. (2005a) este granito afloram na forma de grandes lajedos, blocos e matacões

subangulosos a tabulares, nas proximidades de Juara e Castanheira, com zonas de cisalhamento

superimpostas nas direções E-W a WNW-ESE. é composto por plagioclásio, quartzo e biotita

formando rochas porfiríticas com cristais de até 10 cm de feldspato alcalino com textura rapakivi,

Batata (2007).

Conforme Lacerda Filho et al.(2004), o Granito Juara foi desmembrado do Complexo Xingu

de Silva et al. (1980), o relevo proporcionado por estas rochas é suavemente ondulado, com blocos e

matacões que variam de 3 a 100 m e também ocorrem como diques. Este granito intrude rochas do

Complexo Tabaporã e do Granito Fontanillas Leite et al. (2005a) e as cores predominantes são rosa e

cinza, com texturas equigranular fina a porfirítica e quando em zona de cisalhamento são

porfiroclásticas, segundo Leite et al. (2005a). Composições modais de lâminas plotadas em diagrama

QAP Streickeisen (1976), variam de monzogranito a raramente granodiorito e ocorrem no SE da área,

Figura 2.

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Costa (1999) pela primeira vez descreveu o Granito Rio Branco a nordeste de Castanheira e

nas proximidades do Distrito de Filadélfia em Juína, Figura 2. Este granito ocorre em blocos e

matacões arredondados e com disjunção esferoidal. São intrusivos em rochas do Grupo Roosevelt, de

acordo com Batata & Menezes (2005a) e as cores variam de cinza a cinza esbranquiçada e vermelha

quando oxidada. Em afloramento o granito são equigranulares finas a porfiríticas Batata (2007) e

afloram a oeste da área de pesquisa, Figura 2. Em diagrama QAP composições modais destas rochas

plotam em monzogranito.

Figura 2. Província geotectônica e geologia regional da área estudada.

O CONTEXTO GEOLÓGICO LOCAL E ASPECTOS PETROGRÁFICOS.

A geologia da área estudada é aqui preliminarmente caracterizada a partir da descrição macro

e microscopicamente. Os pares de coordenadas de cada amostras na região de Santa Elisa foram

plotados em mapas geológicos elaborados por Lacerda Filho et al. (2004) e Souza & Abreu Filho

(2007). O mapa geológico da Figura 3 elaborado por Lacerda Filho et al. (2004), expõe os pontos

amostrados sobre os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco.

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Figura 3. Mapa geológico local com pontos amostrados segundo Lacerda Filho et al. (2004).

As amostras foram individualizadas macroscopicamente pelo índice de cor em três grupos.

Destes, um é de litotipos mesocráticos do Granito Fontanillas e dois são de rochas leucocráticas dos

granitos Juara e Rio Branco. Em descrições petrográficas estes grupos foram detalhados e comparados

a trabalhos petrográficos anteriores de Leite et al.(2005a, 2010), Souza & Abreu Filho (2007),

Abdallah, S. & Martins (2007), Oliveira & Albuquerque (2007) e Lacerda Filho et al. (2004), com

vistas a enquadrar estas amostras no contexto geológico local.

Granito Fontanillas

As rochas CAS 01, 15, 17, 18 e 20, RO 20, 26, 33, 38A, 41 e 58, constituem o grupo

mesocrático, afloram como matacões de até 6 m de diâmetro e lajedos, exibem arranjos texturais

maciço, foliado e, por vezes, intensamente milonitizados. São faneríticas fina a grossa e de cores cinza

clara a escura. A alteração destas rochas resulta em solos de cor marrom avermelhada. Em amostras de

mão é possível identificar o quartzo, o plagioclásio, a biotita, feldspato alcalino e o anfibólio. Estes

dois últimos ressaltam a foliação destas rochas e feldspato alcalino foi descrito com textura rapakivi no

ponto CAS 18 (Figura 3). Xenólitos máficos de 2,5 a 15 cm de tamanho foram identificados, assim

como sulfetos (pirita) disseminados na rocha, bem como venulações quartzo ± sulfetadas e de quartzo

± epidoto, com 2 a 4 cm de espessura. As venulações quartzo ± sulfetadas às vezes estão crenuladas

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como parte da evolução estrutural da área. As amostras de mão foram testadas com imã e

evidenciaram atração magnética, sugerindo a presença da magnetita.

As rochas deste granito são holocristalinas, xenomórficas e de texturas inequigranulares, por

vezes porfirítica, com destaque para as texturas grano a lepidoblástica e, secundariamente, existem as

dos tipos flaser e mirmequíticas sobre plagioclásios. Os constituintes principais identificados foram os

seguintes minerais: quartzo, plagioclásio, biotita, feldspato alcalino e anfibólio. O quartzo ocorre de 23

a 37 % nestas lâminas, são anédricos a subédricos, intersticiais, o tamanho dos cristais varia de 0,1 a 2

mm, muitas vezes fraturados e recristalizados (Figuras 4. A e B). A extinção ondulante é comum no

quartzo, formando mosaicos policristalinos, com grãos menores que 0,1 mm, contatos retos, sugerindo

recristalização estática em zonas de menor deformação (Figura 4. B). Os plagioclásios ocorrem entre

25 a 35%, os grãos são euédricos a subédricos e com textura mirmequítica evidenciada pelo quartzo

incluso no plagioclásio. O tamanho varia entre 0,3 a 2,5 mm e são comuns maclas polissintéticas e da

Lei da Albita, A partir da aplicação do método Michel Levi e através de medidas do ângulo de

extinção, estes plagioclásios sugerem ser oligoclásio. As alterações observadas nos plagioclásios

foram a saussuritização que é predominante, seguida de serecitização, e argilização, respectivamente,

marcadas pelas presenças de epidoto, zoizita, sericita e argilominerais. A biotita está presente nestas

rochas com 5 a 20%. Ocorre em palhetas intersticiais, com cristais subédricos a euédricos e o tamanho

varia entre 0,1 a 0,3 mm. Destaca-se pelo pleocroísmo marrom a castanho esverdeado e pela extinção

“olhos de pássaro”. A biotita altera para clorita por cloritização parcial ou total. O feldspato alcalino

ocorre de 2 a 12%, com cristais anédricos, o tamanho varia entre 0,5 a 1,5 mm e através da macla de

Carlsbad foi identificado como ortoclásio. O anfibólio compõe entre 5 a 10% e a partir do

pleocroísmo intenso, entre as cores verdes escura a castanha, foi identificado como hornblenda. São

euédricos a subédricos, o tamanho varia entre 0,1 a 1,5 mm, por vezes ocorrem como inclusões em

feldspatos e foram descritos núcleos de hornblenda com bordas de biotita, que sugerem tratar-se de

retrometamorfísmo. Os minerais acessórios identificados foram: o zircão, a apatita (Figuras 4. C e D),

rutilo, titanita, allanita e minerais opacos. O zircão ocorre em minerais euédricos, por vezes fraturados.

A apatita apresenta hábito acicular e na maioria das vezes esta inclusa no plagioclásio. O rutilo

destaca-se pela cor avermelhada e ocorre na forma de pequenos cristais anédricos. A titanita ocorre em

cristais euédricos, por vezes fraturados e inclusos em plagioclásio. A allanita foi identificada em grãos

fraturados e com bordas alteradas. Os minerais opacos são, provavelmente, a pirita e a magnetita como

macroscopicamente identificados e nas lâminas ocorrem em grãos euédricos a anédricos. Os minerais

de alteração reconhecidos foram o epidoto, a sagenita, a sericita, a zoizita, a clorita e argilominerais O

tamanho médio destes minerais são de 0,3 mm. O epidoto forma agregados, assim como ocorre em

grãos isolados com até 0,5 mm de diâmetro, mas são geralmente menores que 0,1 mm. São comuns na

foliação milonítica e podem formar-se a partir alteração de plagioclásios. A muscovita ocorre em

pequenas ripas nas bordas de biotita e plagioclásios como produto de alteração. A sagenita, ou seja,

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rutilo acicular foi encontrado na biotita da lâmina RO 26. Pelas características macro e microscópicas

estas rochas constituem metagranitos dos termos granodiorito, biotita granodiorito e monzogranito.

Granito Juara

O primeiro grupo de litotipos leucocráticos é formado pelas amostras CAS 04, RO 36 e 39.

Estas rochas afloram na forma de pequenos blocos e matacões e, não raras vezes, como diques

aplíticos de até 4 cm. São maciças, com textura fanerítica fina a grossa, cores rosa a cinza clara e no

relevo destacam-se em cristas de morros alinhados em decorrência de intenso cisalhamento. Xenólitos

com 10 cm de tamanho, de granitos com excesso de feldspato alcalino ocorrem no ponto da amostra

CAS 04. Os minerais que compõe estas rochas são predominantemente o feldspato alcalino, o quartzo,

a biotita, o plagioclásio e a muscovita. A biotita por vezes se expõe em foliação incipiente e a

alteração do feldspato alcalino resulta em caulim. Sulfetos existem esporadicamente nestas rochas

preenchendo fraturas.

As rochas do Granito Juara são holocristalinas, entre as texturas existem principalmente

inequigranulares e granular a granofílica; por vezes, flaser; e, no feldspato alcalino há mirmequíta e

pertíto. A paragênese mineral entre os minerais essenciais é composta de plagioclásio, quartzo,

feldspato alcalino, biotita e anfibólio. O plagioclásio representa 25 a 35% nas lâminas são subédricos a

anédricos, o tamanho de 0,2 a 0,8 cm, e a partir do ângulo de extinção é oligoclásio. Entre as

alterações observadas no oligoclásio destacam-se a saussuritização e serecitização. O quartzo ocorre

com 25 a 39 %, são anédricos, granulares, intersticiais, por vezes com extinção ondulante e o tamanho

médio dos grãos é de 1,5 mm. Os feldspatos alcalinos fora identificados como ortoclásio e microclina,

constituem 24 a 30% nestas rochas, apresentam-se com formas euédricas a subédricas, os cristais

medem entre 0,3 a 2,5 mm e com bordas corroídas. As proporções de ortoclásio e microclina, ora são

equivalentes e ora com a microclina subordinada ao ortoclásio. A macla em xadrez é característica da

microclina, enquanto a macla de geminação Carlsbad predomina no ortoclásio (Figuras 4. E e F). A

biotita compõe 5 a 10 % seus cristais são euédricos, com tamanho que varia de 0,1 a 0,5 mm e, por

vezes, com minerais opacos no entorno. O pleocroísmo da biotita é forte, que pode ir do castanho claro

ao castanho escuro e vermelho. O anfibólio foi identificado a partir de uma seção basal, e representa 3

a 5% na rochas; são minerais euédricos a subédricos, com o tamanho variando de 0,5 a 1 mm e o

pleocroismo é forte, do verde pálido ao escuro típico da hornblenda. Os minerais acessórios

constituem-se de zircão, apatita, titanita e minerais opacos, são euédricos a anédricos e às vezes

fraturados. A apatita ocorre como inclusões no feldspato alcalino e por vezes no plagioclásio. A

titanita ocorre inclusa no plagioclásio e também nas bordas da biotita. Os minerais opacos como vistos

macroscopicamente, são a magnetita e a pirita. Os minerais de alteração observados foram o epidoto,

zoizita, clorita e argilominerais, que somam 1 a 2%. A partir destas descrições petrográficas,

associadas à macroscopia, estas rochas são monzogranitos a metamonzogranitos.

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Granito Rio Branco

O segundo grupo de rochas leucocráticas é representado pelas amostras CAS 6, CAS 13 e

RO 34, que no campo ocorrem em blocos e matacões. São rochas maciças, com aplitos de 3 cm de

largura, são faneríticas média a grossa e a cor predominante é cinza clara. As texturas são equigranular

a inequigranular (porfirítica), com fenocristais feldspáticos zonados (rapakivi) de até 10 cm e que se

alteram para caulim. Macroscopicamente, além dos feldspatos, o quartzo e a biotita predominam. Em

afloramentos estas rochas estão milonitizadas e contém venulações preenchidas por quartzo e epidoto.

Os litotipos deste granito são holocristalinos, entre as texturas predomina a granoblástica,

seguida de porfirítica e, eventualmente, ocorre a poiquilítica. As rochas deste grupo são constituídas de

quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio, biotita e o anfibólio. O quartzo ocorre com 23 % a 41 %, os

cristais se mostram às vezes com extinção ondulante, são xenomórficos, fraturados, com tamanho

entre 0,5 a 1,5 mm. O feldspato alcalino predominante é a microclina, seguido de ortoclásio. O

primeiro exibe a geminação em grade da albita + periclina (Figura 4. G e H) e ambos constituem entre

23 a 31% nas lâminas. As bordas destes feldspatos estão corroídas e os cristais subédricos a anédricos

e, às vezes, intercrescidas com os demais minerais e o tamanho varia 1 a 2,5 mm. O ortoclásio não

raras vezes ocorre como porfiroclastos anédricos. Os plagioclásios compõem entre 20 a 28% foram

identificados a albita e o oligoclásio, com tamanho de 1,2 a 2.0 mm, com formas tabulares, euédricas a

subédricas, exibem geminação tipo albita, as bordas estão alteradas por sericitização e saussuritização.

A biotita compõe entre 5 a 8 % destes litotipos. Os tamanhos dos grãos são de 0,2 a 1,2 mm, são

euédricos a anédricos e parcialmente cloritizados. O anfibólio perfaz entre 4 a 10%%, o tamanho dos

cristais é de 0,8 a 1,5mm, são anédricos e pleocorosísmo varia de verde-claro a escuro, permitindo

identificar este anfibólio como hornblenda predominantemente e raras vezes actinolita como produto

de retrometamorfismo. Os acessórios presentes nestas rochas são: a apatita; o zircão; a titanita e a

pirita. A apatita ocorre em grãos anédricos ou em prismas aciculares inclusos em feldspato ou biotita.

O zircão está presente como cristais euédricos a subédricos, por vezes fraturados e geralmente no

interior de biotita. A titanita é encontrada dispersa na matriz com pleocroísmo variando de marrom-

claro a vermelho. Entre os minerais de alteração foram identificados o epidoto, a sericita, a muscovita

e a zoizita. O epidoto apresenta-se em cristais anédricos, de cor verde, em lâmina associa-se a biotita e

ao mineral opaco formando agregado máfico. A muscovita é encontrada em palhetas resultantes da

alteração da biotita e dos feldspatos. A zoizita associa-se ao processo de saussuritização dos

plagioclásios. As descrições petrográficas conduzem a caracterização de monzogranitos para estas

rochas.

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Figura 4. Fotomicrografias dos litotipos estudados. De A a D, do Granito Fontanillas, com os minerais

máficos e extinção ondulante no quartzo em B. Dos acessórios apatita e zircão em A e C. Em E e F,

pórfiro de feldspato alcalino zonado com matriz de quartzo e plagioclásio do Granito Juara. Em G e H,

biotita, feldspato alcalino e plagioclásio no Granito Rio Branco. As fotos à esquerda e a direita, com

polarizadores paralelos e cruzados, respectivamente. Hornblenda (Hb), Biotita (Bt), Plagioclásio (Pl),

ortoclásio (Or) microclina (Mc), quartzo (Qz), apatita (Ap) e zircão (Zrn).

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GEOQUÍMICA DAS ROCHAS ESTUDADAS

A geoquímica dos elementos maiores, traços e terras raras constituem importante ferramenta

para o estudo petrogenético de rocha ígnea, permitem a definição da fonte magmática, condições da

fusão, modificações posteriores do magma durante o encaixe na crosta até a cristalização. Wilson

(1989) considera que para a petrogênese de rochas, os dados litogeoquímicos devem estar associados a

um cuidadoso mapeamento do local amostrado, associados a uma petrografia compreensiva, bem

como suportados por isótopos estáveis e radiogênicos.

Dezessete amostras foram analisadas para elementos maiores, traços e terras raras, destas: 11

foram do Granito Fontanillas; 3 do Juara; e, 3 do Rio Branco. Estes dados foram comparados com

análises geoquímicas de tipos litológicos similares aos estudados por Abdallah & Martins (2007), e

Leite et al. (2005a, 2010). Os resultados das análises e razões são mostrados nas Tabelas 1a e b.

Elementos maiores.

As composições CIPW normativas de toda população de amostras estudadas encontram-se

ilustradas no diagrama QAP de Strecheisen (1976) na Figura 5. Litotipos do Granito Fontanillas

espalham pelos campos granodiorito a monzogranito. Por outro lado, os granitos Juara e Rio Branco

sobrepõem o campo de monzogranito. Os granitos Fontanillas e Juara constituem um trend de

diferenciação magmática, observado nos litotipos da Suíte Rio do Sangue Leite et al. (2010).

No diagrama AFM de Irvine & Baragar (1971), Figura 6, onde A= Na2O+K2O, F= 0,8998

Fe2O3 e M=MgO, observa-se que os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco, coincidem com o campo

cálcio-alcalino. O conteúdo de MgO dos granitos Fontanillas e Juara, da Suíte Rio do Sangue segundo

Leite et al. (2010), neste trabalho o MgO é mais enriquecidos no Fontanillas do que no Juara. Todos

estes granitos mostram enriquecimento linear em direção aos álcalis.

Figura 5. Diagrama QAP Strecheisen (1976) de composições CIPW normativas para as rochas dos

granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco deste estudo e de outros autores citados no texto.

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Os conteúdos de SiO2 nestes granitos, Tabela. 1, variam de 63,09 a 69,61% no Fontanillas,

entre 70,73 a 75,58% no Juara e no intervalo de 72,29 a 73,36% no Rio Branco, com estes percentuais

estas rochas variam de intermediárias a ácidas no Fontanillas e são predominantemente ácidas para os

granitos Juara e Rio Branco (Figura 6 B). Souza &Abreu Filho (2007) descreveram 74,69% de SiO2

em amostra do Granito Fontanillas e este percentual é > 65%. Nos trabalhos de Leite et al., (2005a) e

Oliveira & Albuquerque (2007), os conteúdos de sílica no Granito Rio Branco variam de 68,37 a

76,54%. No, diagrama da (Figura 6. B) Le Maitre, (2002), as amostras do Granito Fontanillas mostram

composições desde diorito, quartzo-diorito, granodiorito até granito em distribuição bimodal

subalcalina a alcalina. A composição do Granito Juara é tipicamente de granito, enquanto que no Rio

Branco varia de monzogranito a granito e bimodal.

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Tabela 1. Composição química em (a) dos elementos maiores em % em peso; e, em (b) elementos

menores e traços em ppm e razões Ga/Al, Zr/Y. Amostras RO (Vantage Brasil Mineração LTDA.) e

CAS deste trabalho. 1 - Souza & Abreu Filho (2007); 2-Oliveira & Albuquerque (2007) e 3 - Leite et

al. (2005). (*) - Fe2O3 = Ferro total.

O K2O contido no Granito Fontanillas situa-se entre 2,06 a 6,42% conforme Tabela 1 a, no Juara de

4,67 a 5,21% e no Rio Branco com 4,91 a 5,60%. Quando inseridos no diagrama SiO2 versus K2O de

a. Elementos Maiores em percentual em peso.

Granito Fontanillas

Amostras SiO2 TiO2 Al 2O 3 *Fe 2O 3 MnO MgO CaO Na 2O K 2O P 2O 5 LOI Total

CAS 01 64,78 0,53 15 5,74 0,14 1,87 3,99 3,72 2,73 0,13 1,1 99,16

CAS 15 63,64 0,66 15,6 6,1 0,11 1,77 4,16 3,1 3,62 0,20 0,7 98,99

CAS 17 68,80 0,49 14,8 3,82 0,09 0,82 2,64 3,82 3,92 0,14 0,4 99,26

CAS 18 68,85 0,5 14,7 3,76 0,08 0,83 2,70 3,75 3,93 0,14 0,5 99,26

CAS 20 63,91 0,7 15,9 5,72 0,11 1,66 4,48 3,31 3,13 0,19 0,6 99,00

RO 20 63,09 0,7 15,9 6,02 0,11 1,79 4,53 3,30 3,14 0,21 1,0 99,08

RO 26 69,61 0,36 14,8 2,63 0,03 0,84 1,72 2,45 6,42 0,06 1,0 99,53

RO 33 62,43 0,8 15,5 6,83 0,11 2,06 4,37 3,07 3,44 0,24 0,8 98,84

RO 38A 64,89 0,53 15,1 5,80 0,18 1,8 4,28 3,97 2,83 0,13 0,8 99,80

RO 41 68,04 0,4 15,4 4,04 0,07 0,83 2,19 3,03 4,91 0,07 0,8 99,41

RO 58 66,28 0,48 14,9 5,45 0,13 1,46 4,80 3,4 2,06 0,12 0,7 99,27

1 74,69 0,19 12,6 2,34 0,05 0,28 0,95 2,76 5,23 0,05 0,8 99,94

Granito Juara

CAS 04 75,58 0,17 12,5 1,84 0,05 0,21 1,09 2,51 5,21 0,04 0,7 99,78

RO 36 70,73 0,36 14,5 2,65 0,03 0,57 2,03 3,43 4,67 0,10 0,7 99,38

RO 39 75,58 0,18 12,4 2,32 0,04 0,24 0,94 2,83 4,81 0,04 0,6 99,76

Granito Rio Branco

CAS 06 72,99 0,19 13,8 1,87 0,05 0,25 1,25 3,00 5,60 0,03 0,8 99,69

CAS 13 72,29 0,31 13,3 2,88 0,07 0,47 1,69 2,82 4,91 0,11 1,0 99,57

RO 34 73,36 0,18 13,7 1,87 0,04 0,27 1,35 2,98 5,5 0,05 0,6 99,68

2 e 3 Mín. 68,37 0,08 12,1 1,81 0,01 0,12 0,87 2,80 4,02 0,02 0,4 -

Max. 76,54 0,58 15,08 4,6 0,10 0,82 2,27 3,90 5,36 0,22 1,2 -

b. Elementos traços em ppm e razões. Granito Fontanillas

Amostras Ba Ga Al Hf Nb Rb Sr Th V Zr Y Ni Ga/Al Zr/Y

CAS 01 584 17,1 7,9 4,3 8,8 85 266,7 9,6 73 150,7 26,0 8,5 2,2 5,8

CAS 15 1192 17,7 8,3 5,8 8,8 119 367,8 11,6 89 209,4 26,6 7,1 2,1 7,9

CAS 17 1085 17,9 7,8 5,6 9,9 99 431,4 4,9 86 222,0 38,0 1,7 2,3 5,8

CAS 18 1181 17,6 7,8 5,5 12,1 118 265 11,2 26 205,2 34,8 2,0 2,3 5,9

CAS 20 1057 18,3 8,4 4,8 10,4 120 380,3 11,1 85 185,0 29,5 6,9 2,2 6,3

RO 20 1047 17,7 8,4 5,6 10,0 108 423,0 7,0 76 185,0 29,5 6,9 2,1 9,1

RO 26 1386 13,9 7,8 7,4 10,5 185 65,0 14,2 8 256,6 25,3 1,5 1,8 10,1

RO 33 1238 17,2 8,2 5,9 10,9 121 415,5 9,4 100 248,1 26,3 8,7 2,1 9,4

RO 38A 916 16,1 8,0 5,1 9,90 84 303,5 10,5 73 184,4 25,9 7,8 2,0 7,1

RO 41 1284 16,2 8,2 6,7 12,4 147 254,9 10,2 8 271,9 26,8 3,1 2,0 10,1

RO 58 794 17,9 7,9 3,9 8,8 52 338,4 11,5 89 157,1 24,1 5,6 2,3 6,5

1 225 17,0 6,7 5,0 18,0 275 80,0 61,0 10 165,0 23,0 5,0 2,5 7,2

Granito Juara

CAS 04 395 13,8 7,3 4,2 7,8 176 92 19,8 8 111,7 19,4 1,6 1,9 5,8

RO 36 1744 16,1 7,0 5,7 9,6 142 256,1 10,3 8 208,0 21,9 3,1 2,3 9,5

RO 39 462 12,6 7,2 4,1 11,3 187 115,1 20,3 8 134,4 32,7 2,4 1,7 4,1

Granito Rio Branco

CAS 06 469 17,6 7,7 5,7 20,9 329 118,6 43,6 8 168,3 31,1 1,5 2,30 5,4

CAS 13 439 17,3 6,6 6,1 20,7 257 140,7 35,0 17 201,9 34,2 2,6 2,60 5,9

RO 34 536 17,5 6,6 5,1 20,7 330 138,2 46,8 8 177,0 33,8 0,9 2,70 5,2

2 e 3 Mín. 446 13,3 6,4 5,6 8,7 136 30,0 11,8 5 156,0 25,6 5,0 - -

Max. 1728 17,2 8,0 8,7 21,0 237 440,0 59,0 38 309,6 72,0 8,0 - -

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Le Maitre (1989), o Fontanillas varia de baixo a alto K2O, enquanto que os granitos Juara e Rio

Branco são de médio K2O, como mostra a (Figura 6 C).

Figura 6. Em (A), diagrama AFM, Irvine & Baragar (1971); (B), Total de álcalis versus sílica de

acordo com Le Maitre (2002), sendo (Ub.) ultrabásica, (B) básica, (I) intermediárias e (Àc.) ácida; (C)

SiO2 versus K2O Le Maitre (1989); (D) Al/(Na+K) versus Al/(Ca+Na+K), conforme Maniar &

Piccoli (1989).

O conteúdo de alumínio, em percentual em peso, no Granito Fontanillas varia 14,7 a 15,9; no

Juara, de 12,4 a 14,5; e, no Rio Branco situa-se entre 13,3 a 13,8 (Tabela 1). A saturação de alumínio

e álcalis demonstrada no diagrama Al(Na+K) versus Al/(Ca+Na+K) de Maniar & Piccoli (1989),

(Figura 6 D), mostra que os litotipos Fontanillas são meta a peraluminosos, enquanto que o Granito

Juara é metaluminoso. Por outro lado, o Granito Rio Branco é meta a levemente peraluminoso.

No diagrama de Harker (Figuras 7 de A a I), há correlação linear negativa no conjunto de

todos os granitos estudados para Al2O3, Na2O, MgO, TiO2, *Fe2O3, CaO e P2O5. Com exceção do

K2O que mostra correlação linear positiva. A correlação negativa sugere fracionamento precoce da

biotita, do anfibólio, da apatita e da titanita principalmente. A correlação positiva do K2O

provavelmente decorre do não fracionamento precoce de feldspatos alcalinos na evolução destes

granitos. As análises de óxidos das amostras de Souza & Abreu Filho (2007), Oliveira & Albuquerque

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(2007) e Leite et al.(2005), comparadas com as deste trabalho mostram comportamentos similares

nos granitos distintos.

Figura 7. Digrama tipo Harker para variação de óxidos usando sílica como índice de variação.

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Elementos traços

Os elementos que possuem coeficiente de partição (D) < 1 são chamados de incompatíveis

e preferencialmente concentram na fase líquida durante a fusão e cristalização do magma. Em relação

aos minerais mantélicos olivina, piroxênio, espinélio e granada, são denominados litófilos ou

litófilos de íon grande (LILE), como por exemplo: K, Rb, Sr, Ba, Zr, Th e os ETRs leves. Para

elementos com D > 1, como por exemplo, o Ni e Cr são denominados compatíveis e são retidos

normalmente na fase sólida residual durante a fusão parcial e extraídos na cristalização de sólidos

durante a cristalização fracionada. Conseqüentemente, alguns grupos de elementos podem ser

usados para identificar os minerais envolvidos nos processos de diferenciação magmática Wilson

(1989).

Os valores em ppm dos elementos traços dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco são

mostrados na Tabela 1b. Dos intervalos de valores máximos e mínimos destes elementos, o Granito

Fontanillas é mais enriquecido em Sr, V, Zr, Y e Ga; a concentração de Ba é mais elevada no

Granito Juara; e, o Granito Rio Branco é mais enriquecido em Rb, Th e Nb. Considerando que os

granitos Fontanillas e Juara, compõem um conjunto de diferenciação magmática da Suíte Rio do

Sangue, o primeiro granito apresenta maiores concentrações de Sr, V, Zr, Nb, Y e Ga; por outro lado,

o Granito Juara mostra concentrações maiores de Ba, Rb e Th, Tabela 1b.

Os comportamentos do Ba, Sr e V em relação ao SiO2 nos três granitos, de modo geral, são

negativos, com exceção do Ba no Granito Fontanillas e do V no Juara. Conforme Leite et al.(2005), o

Ba no Granito Rio Branco, pode estar relacionado ao fracionamento da biotita ao invés do feldspato

alcalino. A maior concentração de Ba está no Juara (1744 ppm) Tabela 1b e, pode decorrer da relação

positiva do aumento do feldspato alcalino observado em lâmina e também mostrado no diagrama de

Hacker SiO2 vs K2O, (Figura 7. E). O Sr mostra compatibilidade com o fracionamento do plagioclásio

à medida que há aumento da acidez destas rochas. Segundo Leite et al. (2005) nos litotipos Rio

Branco a diminuição do V está ligada ao empobrecimento de minerais máficos primários (hornblenda

e biotita). O comportamento negativo do V em relação a SiO2, assim como os altos conteúdos deste

elemento observados nas rochas intermediária a ácida do granito Fontanillas, sugere associação aos

maiores percentuais de hornblenda (5-10%) e biotita (5-20%) destas rochas. Os teores de Rb versus

SiO2 são mais baixos nos termos mais primitivos da Suíte Rio do Sangue (Fontanillas) e mais

elevados nos termos menos primitivos desta suíte (Juara), há nitidamente aumento do Rb com a

diferenciação magmática. Este elemento no Granito Rio Branco apresenta concentrações elevadas,

mas não mostra trend, com exceção de análises de outros autores em que aparentemente há um

aumento de Rb com o aumento da acidez da rocha.

Os valores da razão Ga/Al mostrados na Tabela 1b. A relação 104*Ga/Al vs Zr, Whalen et al.

(1987) é utilizada o para discriminar entre granitos I e S de A. Com exceção de uma amostra do

Granito Rio Branco, as demais plotam nos campos I e S. Para discriminar granito I de S, Chappell &

White (1974) propuseram critérios petrográficos e litogeoquímicos. Petrograficamente, nos três

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granitos há hornblenda e titanita; a biotita possui pleocroísmo castanho a verde, compatível com

biotitas magnesianas; o índice de saturação de alumínio mostra que os granitos Fontanillas e Rio

Branco são metaluminosos a peraluminosos, enquanto que o Juara é metaluminoso; as dosagens de

SiO2 de todos os granitos variam entre 62,43 a 75,58 %; os conteúdos relativos entre Sr e Rb

apresentam dosagens maiores de Sr nos granitos Fontanillas e no Juara com Rb baixo. Situação

inversa acontece no Rio Branco onde o Rb prevalece sobre o Sr. Estes critérios sugerem que todos os

granitos são do tipo I antes do que do S.

Os valores das razões Zr/Y nos granitos Fontanillas e Juara, de modo geral são

intermediários a altos, respectivamente 5,8 a 10,1 e 4,1 a 9,5, enquanto que no Granito Rio Branco os

valores são intermediários entre 5,2 a 5,9, Tabela 1b. Segundo Barrett & MacClean (1999) estas faixas

de variações de HFSE sugerem natureza predominantemente transicional a cálcio-alcalina para os

granitos Fontanillas e Juara e afinidade transicional para o Rio Branco. Os valores da razão Y/Nb

para os granitos Fontanillas são de 2,16 a 3,02; Juara 1,09 a 2,09 e para o Rio Branco é de 2,40 a 2,46,

enquanto que para trabalhos publicados do Granito Fontanillas é de 1,28 de Souza & Abreu Filho

(2007) e para o Granito Rio Branco com 1,96 a 2,49 de Oliveira & Albuquerque (2007) e Leite et

al. (2005a). Segundo Eby (1992), os granitos tipo A de ambientes anarogênicos quando de origem

mantélica apresentam valores de Y/Nb inferiores a 1,2. Quando de fontes crustais os valores desta

razão são superiores a 1,2. As concentrações de Ba, Rb, Nb, Sr e Ga nestas rochas são compatíveis a

granitos tipo A.

Terras Raras (ETR) e Multielementos

Os resultados das análises dos elementos Terras Raras (ETR) das amostras investigadas

encontram-se na Tabela 2 e foram normatizadas pelos valores propostos para condritos por Nakamura

(1977). Todos os granitos deste trabalho mostram enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP e

anomalias negativas de Eu, (Figuras 8 A, B e C).

A variação do ΣETRs no Fontanillas é de 133,74 a 196,88 ppm, no Juara 132,52 a 202,72

ppm e no Rio Branco 230,79 a 252,10 ppm. Comparando com o ΣETRs das amostras de Souza &

Abreu Filho (2007), o intervalo do Fontanillas é de 133,74 a 234,23 ppm. Nas análises do Granito Rio

Branco de Leite et al. (2005) e Oliveira & Albuquerque (2007), as variações mínimas e máximas são

distintas, entre 107,61 a 315,87 ppm. Estes valores são compatíveis com rochas meso a leucocráticas,

com baixos conteúdos de minerais máficos e de altos em fases minerais como a hornblenda comum

nestas rochas.

Barret & MacLean (1999) consideram que granitos de afinidade transicional possuem razões

(La/Yb)n com valores entre 3 a 6 e os cálcio-alcalinos > 6. Esta razão no Granito Fontanillas varia de

5,6 a 10.8, no Juara de 7.1 a 9.5 e no Rio Branco 8 a 9,5. No primeiro granito os valores desta razão

indicam afinidade transicional a cálcio-alcalina e nos dois granitos seguintes afinidade cálcio-alcalina.

As razões (La/Sm)n, e (Gd/Yb)n foram normatizados pelos valores de Nakamura (1977). No

Fontanillas as razões (La/Sm)n variam de 3,21 a 4,30, no Juara 3,28 a 4,13 e no Rio Branco com 3,81 a

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5,99 demonstrando padrões de fracionamentos com inclinação moderada dos ETRL. Os ETRP

calculados pela razão (Gd/Yb)n, são, respectivamente: 1,10 a 1,55; 1,0 a 1,95; e, 0,58 a 1,59 e

mostram padrões suavizados/horizontalizados.

Tabela 2. Terras Raras em ppm e razões (La/Yb)n, Eu/Eu*. Amostras RO (Vantage Brasil Mineração

LTDA.) e CAS deste trabalho. 1-Souza & Abreu Filho (2007); 2-Oliveira & Albuquerque (2007) e 3-

Leite et al. (2005).

O valor da razão Eu/Eu* maior que 1,0 indica anomalia positiva de Eu e quando menor que

1,0 sugere anomalia negativa Rollinson (1993). Esta razão calculada nos três litotipos estudados

(Tabela 2) mostra valores < 1, com valores baixos a moderados nas rochas mais primitivas (Granito

Fontanillas) e valores mais elevados, coincidentes com o aumento da SiO2 (granitos Juara e Rio

Branco).

Granito Fontanillas

Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Er Tm Yb Lu

(La/

Yb)n

Eu/

Eu*

CAS 1 28,6 58,1 6,61 24,3 4,46 0,98 4,13 0,69 3,86 2,46 0,39 2,54 0,4 7,5 0,69

CAS 15 36,2 86,3 8,72 31,4 5,85 1,39 4,90 0,8 4,38 2,59 0,42 2,72 0,4 8,8 0,79

CAS 17 35,9 83,1 9,31 34,8 6,87 1,56 6,10 1,05 6,03 2,59 0,62 4,27 0,66 5,6 0,73

CAS 18 38,6 75,0 9,39 34,9 6,45 1,53 5,70 0,95 5,48 3,55 0,56 3,56 0,55 7,2 0,77

CAS 20 36,1 71,0 9,45 35,9 6,55 1,72 5,70 0,87 5,0 2,99 0,46 2,94 0,44 8,1 0,86

RO 20 31,4 71,8 7,79 29,3 5,8 1,36 4,90 0,79 5,0 2,99 0,39 2,34 0,37 8,1 0,78

RO 26 41,2 87,5 9,38 35,3 5,89 1,34 4,90 0,77 4,41 2,67 0,41 2,55 0,40 10,7 0,76

RO 33 33,3 77,6 8,51 33,7 6,01 1,47 5,20 0,84 4,6 2,72 0,41 2,67 0,41 8,3 0,80

RO 38A 30,7 67,1 7,33 27,9 4,81 1,11 4,40 0,73 4,16 2,82 0,42 2,81 0,43 7,2 0,56

RO 41 35,7 79,4 8,71 32,8 5,92 1,40 5,10 0,83 4,63 2,8 0,42 2,64 0,43 9,0 0,78

RO 58 25,5 56,2 6,18 24,3 4,28 1,15 4,00 0,68 4,17 2,66 0,43 2,89 0,45 5,8 0,85

1 47,8 102,0 12,2 45,5 8,1 0,66 6,20 0,95 4,65 2,24 0,33 2,53 0,46 4,06 0,29

Granito Juara

CAS 04 28,5 89,1 7,71 28,8 5,35 0,83 4,0 0,66 3,61 1,9 0,31 2,0 0,31 9,5 0,48

RO 36 26,1 57,3 6,22 23,2 4,14 1,10 3,7 0,66 3,77 2,4 0,4 2,44 0,38 7,1 0,68

RO 39 45,6 85,2 10,6 39,0 6,80 0,91 5,6 0,95 5,35 3,3 0,52 3,32 0,51 9,1 0,43

Granito Rio Branco

CAS 06 53,9 112,6 11,9 38,8 6,68 0,77 4,9 0,79 4,71 3,0 0,53 3,79 0,64 9,4 0,41

CAS 13 48,5 104,7 11,2 38,8 6,84 0,96 5,4 0,91 5,21 3,4 0,57 4,04 0,65 8,0 0,48

RO 34 53,3 116,7 11,9 42 7,33 0,82 5,7 0,97 5,28 3,4 0,55 3,72 0,61 9,5 0,39

1 e 2

Mín. 19,20

67,30

9,37

176,4

4,78

17,52

17,6

57,10

3,10

9,50

0,17

1,82

3,33

8,89

0,81

1,87

3,61

11,67

1,9

7,9

0,31

1,28

2,00

9,74

0,31

1,50

- -

Máx. - -

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Figura 8. Diagramas de distribuição de elementos Terras Raras normalizados pelo condrito de

Nakamura (1974), dos granitos Fontanillas (A), Juara (B) e Rio Branco (C), comparados com dados de

Souza & Abreu Filho (2007) em (A) e Oliveira & Albuquerque (2007) e Leite et al. (2005), em (C).

Diagrama de Multielementos

Os diagramas de multielementos do tipo spindergrams Thompson (1982) englobam os

elementos LILE, como por exemplo, Ba, K, Rb, Sr e ETRL e os HFSE, tais como Nb, Ti, Y, Zr e Hf.

Os resultados obtidos nos três granitos deste trabalho (Figuras 9 A, B e C) mostram enriquecimento

seletivo de elementos litófilos de íons de raio grande (LILE), K, Ba, Rb e Th em relação aos de alta

carga (HFSE), Nb, Hf, Zr, Sm, Y e Yb, com padrão sub-horizontalizado neste último. Três anomalias

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negativas são evidentes para o Sr, P e Ti (Figuras 9 A, B e C), e secundariamente para o Nb. A

anomalia de Sr na Suíte Rio do Sangue é mais acentuada no Granito Fontanillas, e no Rio Branco. O

maior decaimento de P ocorre no Granito Rio Branco e na SRS, no Fontanillas. O Ti apresenta

anomalia negativa em todos os granitos, porém no Granito Rio Branco é mais acentuada como mostra

a (Figura 9 C). Os comportamentos desses elementos sugerem fracionamento do plagioclásio, titanita

e apatita.

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Figura 9. Diagrama de multielementos de Thompson (1982); (A) Granito Fontanillas, (B) Granito

Juara, (C) Granito Rio Branco e de outros autores conforme legenda na Figura 8 A.

No diagrama Rb vs Y+Nb, (Figura. 10), as rochas dos granitos Fontanillas e Juara, da Suíte

Rio do Sangue, plotam no campo dos granitos de arco vulcânico (VAG), de acordo com Pearce et al.

(1984). Por outro lado, o Granito Rio Branco espalha entre os campos VAG, WPG e syn-COLG, não

discriminando se é granito de arco magmático, intra-placa ou pós-colisional. Leite et al. (2005)

descreveram que o Granito Rio Branco mostra concentração nos limites dos campos definidos por

VAG e WPG, associaram também a concentração de Rb < 130 ppm para eliminar a possibilidade de

ambiente colisional para este granito. As concentrações de Rb < 130 ppm só foram observadas nos

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resultados do Granito Fontanillas, Tabela 1b. Por outro lado, nos granitos Juara e Rio Branco os

valores de Rb excedem.

Figura 10. Diagrama Rb vs Y+Nb, conforme Pearce et al. (1984) para a discriminação de ambiente

tectônico dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

Macro e microscopicamente os granitos Fontanillas e Juara, da Suíte Rio do Sangue, Leite et

al. (2010), são distintos do Granito Rio Branco; contudo, possuem características comuns, como por

exemplo: são rochas maciças, por vezes foliadas, intensamente milonitizadas, são rochas faneríticas e

porfiríticas. A textura rapakivítica é característica no Granito Rio Branco, secundariamente, no

Fontanillas e ausente no Granito Juara. Em lâminas petrográficas geralmente são inequigranulares,

com exceção do Granito Rio Branco que por vezes é equigranular.

Outras características macro e microscópicas particulares a cada granito são:

1. em campo, as rochas do Granito Fontanillas são predominantemente mesocráticas, cores

cinza clara a escura e, eventualmente, com xenólitos máficos. Em lâmina delgada são holocristalinas,

xenomórficas, inequigranulares com texturas grano a lepidoblásticas e, por vezes, flaser e

mirmequíticas. Os minerais presentes são o quartzo, o plagioclásio (oligoclásio), a biotita, o feldspato

alcalino (ortoclásio) e o anfibólio (hornblenda). Nestas rochas são comuns mosaicos policristalinos de

quartzo decorrentes de deformação. Os acessórios nestas rochas são zircão, apatita, rutilo, titanita,

allanita, pirita e magnetita. Os minerais de alteração reconhecidos foram o epidoto, a sagenita, a

sericita, a zoizita e argilominerais. As características petrográficas descritas são metagranitos dos

termos granodiorito, biotita granodiorito e monzogranito;

2. as rochas do Granito Juara são leucocráticas, cores rosa a cinza clara e xenólitos de

granitos alcalinos. No microscópio mostram as texturas granular a granofílica. A fase mineral principal

é composta de quartzo, plagioclásio (oligoclásio), feldspatos alcalinos (ortoclásio e microclina),

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biotita, anfibólio (hornblenda). Os acessórios são o zircão, apatita, titanita, e pirita; e, os minerais de

alteração identificados foram epidoto, zoizita, clorita e argilominerais. Esta petrografia permitiu

caracterizar termos monzogranitos a metamonzogranitos para estas rochas.

3.o Granito Rio Branco é constituído de rochas leucocráticas, a cor predominante é cinza

clara, com venulações preenchidas de quartzo e epidoto e aplitos com 3 cm de largura. Nas lâminas

mostram textura granoblástica predominante, porfirítica e, algumas vezes poiquilítica. A composição

mineralógica é de quartzo, feldspato alcalino (microclina + ortoclásio), plagioclásio (albita +

oligoclásio), biotita e o anfibólio (hornblenda). Não raras vezes o quartzo mostra extinção ondulante.

Os acessórios nestas rochas são: a apatita; o zircão; a titanita; e, a pirita. O epidoto, a sericita, a

muscovita e a zoizita, são os minerais de alteração. Estas características mineralógicas permitiram

propor termos monzograníticos para estes litotipos.

Os elementos maiores dos três granitos quando plotados no diagrama AFM coincidem com o

campo cálcio-alcalino (Figura 6 A). Os conteúdos de SiO2 apontam para rochas intermediárias a ácidas

no Fontanillas e exclusivamente ácidas para os granitos Juara e Rio Branco. No diagrama total de

álcalis vs. sílica, Le Maitre (2002), Figura 6 B, o Granito Fontanillas mostra composições desde

diorito, quartzo-diorito, granodiorito até granito, em distribuição bimodal subalcalina a alcalina. A

composição do Granito Juara é tipicamente de granito, enquanto que no Rio Branco varia de

monzogranito a granito e bimodal. No diagrama SiO2 vs. K2O de Le Maitre (1989), o Fontanillas varia

de baixo a alto K2O, enquanto que os granitos Juara e Rio Branco são de médio K2O (Figura 6 C). O

índice de saturação de alumínio e álcalis, diagrama de Maniar & Piccoli (1989), Figura 6 D, mostra

que os litotipos Fontanillas são meta a peraluminosos, enquanto que o Granito Juara é metaluminoso e

o Granito Rio Branco é meta a levemente peraluminoso. O diagrama de Harker, Figuras 7 de A a I,

evidenciou correlação linear negativa no conjunto dos três granitos para Al2O3, Na2O, MgO, TiO2,

*Fe2O3, CaO e P2O5. Com exceção do K2O que mostra correlação linear positiva. O Granito

Fontanillas é mais enriquecido em Sr, V, Zr, Y e Ga; por outro lado, o Granito Juara mostra

concentrações maiores de Ba, Rb e Th. O Granito Rio Branco quando comparado as rochas da SRS é

mais enriquecido em Rb, Th e Nb. No diagrama 104Ga/Al vs. Zr de Whalen et al. (1987) todos os

granitos são do tipo I. Os valores das razões Zr/Y, segundo Barrett & MacClean (1999), sugerem

natureza transicional a cálcio-alcalina para os granitos Fontanillas e Juara e afinidade transicional para

o Rio Branco.

As razões (La/Yb)n, Barret & MacLean (1999), permitiram definir a afinidade destes

granitos como transicional a cálcio alcalino para o Granito Fontanillas e cálcio alcalina para os

granitos Juara e Rio Branco. O enriquecimento de ETRL e o empobrecimento de ETRP, sugere

cristalização fracionada destes granitos e como parte de misturas de fontes magmáticas com a crosta

continental, como anteriormente pressuposto no Granito Rio Branco por Leite et al. (2005a). A

anomalia de Eu é mais acentuada nos granitos Juara e Fontanillas, o caracterizando o aumento da

acidez nessas rochas.

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As rochas dos granitos Fontanillas e Juara, no diagrama Y+Nb vs. Rb Pearce et al.(1984),

plotam no campo VAG e são de arco vulcânico. O Granito Rio Branco plota entre os campos VAG e

WPG, respectivamente, arco vulcânico e intra-placa, com exceção de duas amostras que adentram o

campo syn-COLG. Os valores da razão Y/Nb dos três granitos são maiores do que 1,2 o que, de

acordo com Eby (1992), são compatíveis a granitos tipo A, de ambientes anorogênicos e com a

participação de fontes crustais. Para a Suíte Rio do Sangue Leite et al.(2010) sugeriram fusão parcial

de crosta continental pré-existente, envolvendo mistura com componente mantélico subordinado, em

ambiente anidro e interveniência de uma pluma em zonas profundas. A pluma associa a participação

de magmas tipo OIB na mistura com crosta continental; contudo, basaltos de arcos de ilha também

podem constituir esta fusão e não relacionada à pluma Eby (1992).

As características geoquímicas do Granito Rio Branco indicam ambiente tectônico sin a

tardi-colisionais de arco magmático, com uma transição de ambiente pós-colisional anorogênico para

intraplaca, conforme Leite et al. (2005a).

O diagrama de multielementos mostra anomalias negativas acentuadas de Sr, P e Ti em

decorrência de fracionamento precoce do plagioclásio, titanita e apatita. O comportamento de Ba, Rb,

Nb, Sr e Ga, conforme Eby (1992) sugerem granitos tipo A para estas três intrusões e o ambiente é

anorogênico com participação de fontes crustais na fusão.

Agradecimentos

Aos professores, alunos e funcionários da UFMT, que de alguma maneira colaboraram para este

trabalho. A CAPES pela bolsa concedida e ao programa de Pós-Graduação pelo suporte financeiro

para a realização de parte das análises. A Vantage Brasil Mineração LTDA pelo suporte no campo e

doação de amostras, bem como aos revisores anônimos.

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CAPÍTULO 5

DADOS ADICIONAIS DA GEOLOGIA LOCAL E GEOQUÍMICA

Dados adicionais sobre a geologia local e a geoquímica são tratados neste capítulo. Apesar

da importância destes itens, não foi possível apresentar no artigo submetido à revista. Na geologia

local são aqui mostradas fotos dos afloramentos dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco , assim

como fotomicrografias sobre a petrografia. Em relação à geoquímica acrescentamos tabelas

reformuladas de óxidos, elementos menores e terras raras. Diagramas de óxidos foram utilizados para

classificar a afinidade geoquímica como proposto por Patiño Douce (1997) e Frost et al. (2001a).

Complementa o diagrama de Harker de elementos menores versus SiO2. Dos elementos traços e terras

raras acrescentamos algumas razões, como: Zr/Y; La/Yb; e, Th/Yb, segundo Barrett & MacLean

(1999). Para caracterizar ambiente tectônico destes granitos o diagrama Y-Nb_Ce,conforme Eby

(1992).

5.1. Geologia Local

Em campo, as rochas do Granito Fontanillas são predominantemente mesocráticas, cores

cinza clara a escura e, eventualmente, com xenólitos máficos, Figuras 5.1. A a D. Em lâmina delgada

são holocristalinas, xenomórficas, inequigranulares com texturas grano a lepidoblásticas e, por vezes,

flaser e mirmequíticas. Os minerais presentes são o quartzo, o plagioclásio (oligoclásio), a biotita, o

feldspato alcalino (ortoclásio) e o anfibólio (hornblenda), Figuras 5.1. E a H. Nestas rochas são

comuns mosaicos policristalinos de quartzo decorrentes de deformação. Os acessórios nestas rochas

são zircão, apatita, rutilo, titanita, allanita, pirita e magnetita. Os minerais de alteração reconhecidos

foram o epidoto, a sagenita, a sericita, a zoizita e argilominerais. As características petrográficas

descritas são metagranitos dos termos granodiorito, biotita granodiorito e monzogranito.

As rochas do Granito Juara são leucocráticas, cores rosa a cinza clara (Figuras 5.2. A a D) e

xenólitos de granitos alcalinos. No microscópio mostram as texturas granular a granofílica. A fase

mineral principal é composta de quartzo, plagioclásio (oligoclásio), feldspatos alcalinos (ortoclásio e

microclina), biotita (Figuras 5.2. E e F, anfibólio (hornblenda). Os acessórios são a pirita (Figuras 5.2.

C e D), zircão (Figuras 5.2. E e F), apatita, titanita (Figuras 5.2. G e H). Os minerais de alteração

identificados foram epidoto, zoizita, clorita e argilominerais. Esta petrografia permitiu caracterizar

termos monzogranitos a metamonzogranitos para estas rochas.

O Granito Rio Branco é constituído de rochas leucocráticas, a cor predominante é cinza

clara, quando alterado a cor é vermelha, com abundância de pórfiros de feldspato alcalino com textura

rapakivítica (Figuras 5.3. A a D), com venulações preenchidas de quartzo e epidoto e aplitos com 3 cm

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de largura. Nas lâminas mostram textura granoblástica predominante, porfirítica e, algumas vezes

poiquilítica. A composição mineralógica é de quartzo, feldspato alcalino (microclina + ortoclásio),

plagioclásio (albita + oligoclásio), biotita e o anfibólio (hornblenda), Figuras 5.3. E a H. Não raras

vezes o quartzo mostra extinção ondulante. Os acessórios nestas rochas são: a apatita; o zircão; a

titanita; a allanita (Figuras 5.3. E e F); e, a pirita. O epidoto, a sericita, a muscovita e a zoizita, são os

minerais de alteração. Estas características mineralógicas permitiram propor termos monzograníticos

para estes litotipos.

5.2. Geoquímicas dos granitos.

Um resumo da geoquímica dos elementos maiores dos três granitos mostra que os elementos

maiores quando plotados no diagrama AFM coincidem com o campo cálcio-alcalino, Figura 6 A do

artigo. Os conteúdos de SiO2 apontam para rochas intermediárias a ácidas no Fontanillas e

exclusivamente ácidas para os granitos Juara e Rio Branco. No diagrama total de álcalis vs. sílica, Le

Maitre (2002), no artigo Figura 6 B, o Granito Fontanillas mostra composições desde diorito, quartzo-

diorito, granodiorito até granito, em distribuição bimodal subalcalina a alcalina. A composição do

Granito Juara é tipicamente de granito, enquanto que no Rio Branco varia de monzogranito a granito e

bimodal. No diagrama SiO2 vs. K2O de Le Maitre (1989), o Fontanillas varia de baixo a alto K2O,

enquanto que os granitos Juara e Rio Branco são de médio K2O, Figura 6 C no artigo anexo. O índice

de saturação de alumínio e álcalis, diagrama de Maniar & Piccoli (1989), Figura 6 D no artigo, mostra

que os litotipos Fontanillas são meta a peraluminosos, enquanto que o Granito Juara é metaluminoso e

o Granito Rio Branco é meta a levemente peraluminoso. O diagrama de Harker, Figuras 7 de A a I no

artigo, evidenciou correlação linear negativa no conjunto dos três granitos para Al2O3, Na2O, MgO,

TiO2, *Fe2O3, CaO e P2O5. Com exceção do K2O que mostra correlação linear positiva. O Granito

Fontanillas é mais enriquecido em Sr, V, Zr, Y e Ga; por outro lado, o Granito Juara mostra

concentrações maiores de Ba, Rb e Th. O Granito Rio Branco quando comparado as rochas da SRS é

mais enriquecido em Rb, Th e Nb.

As tabelas de 5.1 e 5.2 mostram dados sobre os óxidos, elementos menores e terras raras que

proporcionaram a confecção de outros diagramas, assim como tiveram algumas razões adicionadas. As

amostras desse trabalho são CAS e RO e foram acrescentadas as análises de Souza & Abreu Filho

(2007), com uma amostra do Granito Fontanillas (MA 221A), do Granito Rio Branco as amostras

(MC186, 189 e 269 A) de Oliveira & Albuquerque (2007) e, Leite et al. (2005a) com as amostras

(TAVA 9, 25, 56 e 63), que serão tratadas no decorrer do texto.

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Figura 5.1. Litotipos e fotomicrografias do Granito Fontanillas. Em (A), afloramento do ponto CAS

15; (B), xenólito máfico e venulações preenchidas com epidoto; (C), detalhe do xenólito máfico; e, em

(D) sulfeto (pirita) disseminado. Em (E) a (H), biotita (Bt), hornblenda (Hbl) e quartzo (Qz) com

extinção ondulante; secundariamente, aparecem plagioclásio e opacos em (G). As fotos à esquerda e a

direita, com polarizadores paralelos e cruzados, respectivamente.

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Figura 5.2. Afloramentos e fotomicrografias do Granito Juara. Em (A) e (B) matacões e blocos deste

granito espalhados no ponto CAS 04; em (C) e (D) detalhe do sulfeto nas fraturas. Os minerais da fase

principal Qz +Pl+Bt, são mostrados de (E) a (H). Os minerais acessórios: zircão (Zrn) nas Figuras (E)

e (F) e a titanita (Ttn) nas Figuras (G) e (H). As fotos à esquerda e a direita, com polarizadores

paralelos e cruzados, respectivamente.

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45

Figura 5.3. Afloramentos e fotomicrografias do Granito Rio Branco. Em (A) pórfiros típicos neste

granito no ponto CAS 06; (B) detalhe dos pórfiros; (C) pórfiros grossos no ponto CAS 13; (D)

feldspato alcalino, com textura rapakivi. Em (E) e (F), biotita (Bt), allanita (Aln) em uma matriz de

quartzo (Qz). Em (G) e (H) horblenda (Hbl), biotita (Bt) e plagioclásio (Pl). As fotos à esquerda e a

direita, com polarizadores paralelos e cruzados, respectivamente.

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46

Tabela 5.1. Composição química dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco. Os elementos maiores

estão em % em peso e os elementos menores em ppm e razões no final das tabelas. Sendo (CAS e

RO), desse trabalho, (MA221A) de Souza & Abreu Filho (2007), Oliveira & Albuquerque (2007) com

as amostras (MC) e, (TAVA) de Leite et al. (2005a).

Granito Fontanillas

Amostras CAS

01

CAS

15

CAS

17

CAS

18

CAS

20

RO

20

RO

26

RO

33

RO

38A

RO

41

RO

58

MA

221A

SiO2 64,78 63,64 68,8 68,85 63,91 63,09 69,61 62,43 64,89 68,04 66,28 74,69

TiO2 0,53 0,66 0,49 0,50 0,70 0,70 0,36 0,80 0,53 0,40 0,48 0,19

Al2O3 15,01 15,61 14,81 14,72 15,92 15,87 14,75 15,52 15,11 15,44 14,94 12,63

Fe2O3 5,74 6,10 3,82 3,76 5,72 6,02 2,63 6,83 5,80 4,04 5,45 2,34

MnO 0,14 0,11 0,09 0,08 0,10 0,11 0,03 0,11 0,18 0,07 0,13 0,05

MgO 1,87 1,77 0,82 0,83 1,66 1,79 0,84 2,06 1,80 0,83 1,46 0,28

CaO 3,99 4,16 2,64 2,70 4,48 4,53 1,72 4,37 4,28 2,19 4,80 0,95

Na2O 3,72 3,10 3,82 3,75 3,31 3,30 2,45 3,07 3,97 3,03 3,40 2,76

K2O 2,73 3,62 3,92 3,93 3,13 3,14 6,42 3,44 2,83 4,91 2,06 5,23

P2O3 0,13 0,20 0,14 0,14 0,19 0,21 0,06 0,24 0,13 0,07 0,12 0,05

LOI 1,10 0,70 0,40 0,50 0,60 1,00 1,00 0,80 0,80 0,80 0,70 0,80

FeOT/

(MgO+FeOT) 0,75 0,78 0,82 0,82 0,78 0,77 0,76 0,77 0,76 0,83 0,79 0,89

K2O/Na2O 0,73 1,17 1,03 1,05 0,95 0,95 2,62 1,12 0,71 1,62 0,61 1,89

K2O+Na2O 6,45 6,72 7,74 7,68 6,44 6,44 8,87 6,51 6,8 7,94 5,46 7,99

Sc 15 17 11 11 15 17 6 17 14 10 14 6

Ba 584 1192 1161 1181 1057 1047 1386 1238 916 1284 794 225

Co 11,30 11,20 4,70 4,30 12,30 12,60 2,20 111,4 14,70 6,60 11,60 2

Cs 1,70 3,20 3,60 2,70 3,70 3,70 2,00 4,20 1,30 3,10 0,80 5,40

Ga 17,10 17,70 16,8 17,60 18,30 17,7 13,90 17,20 16,10 16,20 17,90 15

Hf 4,30 5,80 6,10 5,50 4,80 5,60 7,40 5,90 5,10 6,70 3,90 5

Nb 8,80 8,80 13,9 12,10 10,40 10 10,50 10,90 9,90 12,40 8,80 18

Rb 85,10 119,3 116,3 118 119,90 108 185 120,6 83,5 146,5 51,6 275

Sn 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1

Sr 266,7 367,8 263,6 265 380,3 423 65 415,5 303,5 254,9 338,4 256,1

Ta 0,70 0,50 1,00 0,90 0,50 0,40 0,70 0,70 0,60 0,80 0,60 1,10

Th 9,60 11,60 15,10 11,20 11,10 7,00 14,20 9,40 10,50 10,20 11,50 61

U 2,40 2,40 3,20 4,20 3,40 2,10 1,50 2,50 2,50 1,70 3,10 16

V 73 89 25 26 85 76 8 100 73 8 89 10

W 1,80 1,10 2,90 1,80 0,80 2,00 0,50 610,3 1,10 1,20 1,50 1,10

Zr 150,7 209,4 222 205,2 185 223,6 256,6 248,1 184,4 271,9 157,1 165

Y 26,00 26,60 38,00 34,80 29,50 24,50 25,30 26,30 25,90 26,80 24,10 23

Mo 0,90 0,50 1,00 0,80 0,60 0,70 0,20 0,30 0,80 0,80 0,20 17,70

Cu 6,90 24,80 7,40 8,90 23,80 19,50 20,80 20,10 13,90 54,70 135,5 3,00

Pb 21,90 7,50 10,10 13,50 8,70 6,10 4,50 4,80 81,90 4,60 11,9 16,00

Zn 100 62 53 54 61 60 8 62 149 32 53 26

Ni 8,50 7,10 1,70 2,00 6,90 7,40 1,50 8,70 7,80 3,10 5,60 5,00

As 2,90 0,90 2,10 2,50 1,10 2,10 1,70 1,70 1,30 1,40 1,00 5,00

Sb 0,20 0,10 0,20 0,10 0,10 0,10 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Ag 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Au 4,00 0,50 1,30 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 2,70

Tl 0,20 0,30 0,20 0,10 0,20 0,30 0,10 0,30 0,20 0,20 0,10 0,00

Zr/Y 5,79 7,87 5,84 5,89 6,27 9,12 10,14 9,43 7,11 10,14 6,51 7,17

Sr/Ba 0,46 0,31 0,23 0,22 0,36 0,40 0,50 0,34 0,33 0,20 0,43 1,14

Rb/Sr 0,32 0,32 0,44 0,45 0,32 0,26 2,85 0,29 0,28 0,57 0,15 1,07

Ba/Rb 6,86 9,99 9,98 10,01 8,82 9,69 7,49 10,27 10,97 8,76 15,39 0,82

Th/Y 0,37 0,44 0,40 0,32 0,38 0,29 0,56 0,36 0,41 0,38 0,48 2,65

Y/Nb 2,95 3,02 2,73 2,88 2,84 2,45 2,41 2,41 2,62 2,16 2,74 1,28

Ga/Al 2,15 2,14 2,14 2,25 2,17 2,1 1,78 2,09 2,01 1,98 2,26 2,24

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47

...continuação da Tabela 5.1.

Granito Juara Granito Rio Branco

Amostras CAS

04

RO

36

RO

39

CAS

06

CAS

13

RO

34

MC

186

MC

189

MC

269A

TAVA

9

TAVA

25

TAVA

56

TAVA

63

SiO2 75,58 70,73 75,58 72,22 72,29 73,36 68,37 74,69 76,54 69,50 72,30 72,40 74,50

TiO2 0,17 0,36 0,18 0,19 0,31 0,18 0,48 0,34 0,10 0,58 0,31 0,08 0,32

Al2O3 12,48 14,51 12,38 13,84 13,27 13,65 15,08 12,49 12,10 13,60 13,90 13,30 12,80

Fe2O3 1,84 2,65 2,32 1,87 2,88 1,87 3,54 2,30 2,05 4,60 2,61 3,30 1,81

MnO 0,05 0,03 0,04 0,05 0,07 0,04 0,10 0,03 0,01 0,08 0,04 0,06 0,02

MgO 0,21 0,57 0,24 0,25 0,47 0,27 0,76 0,32 0,12 0,82 0,49 0,50 0,20

CaO 1,09 2,03 0,94 1,25 1,69 1,35 1,99 0,84 0,15 2,27 1,94 1,62 0,87

Na2O 2,51 3,43 2,83 3,00 2,82 2,98 3,90 2,89 2,92 3,53 3,20 3,46 2,80

K2O 5,21 4,67 4,81 5,60 4,91 5,50 5,06 5,36 4,86 4,22 4,23 4,02 5,04

P2O3 0,04 0,1 0,04 0,03 0,11 0,05 0,22 0,08 0,02 0,12 0,06 0,08 0,03

LOI 0,70 0,70 0,60 0,80 1,00 0,60 0,40 0,40 1,10 0,50 0,60 0,50 1,20

FeOT/

(FeOT+MgO) 0,90 0,82 0,91 0,88 0,86 0,87 0,82 0,88 0,94 0,85 0,84 0,87 0,90

K2O/N2O 1,28 1,18 1,51 1,10 0,86 1,46 2,06 2,19 0,86 1,70 1,40 1,74 0,75

K2O+Na2O 7,72 8,1 7,64 8,6 7,73 8,48 8,96 8,25 7,78 7,75 7,43 7,48 7,84

Sc 6 7 6 5 6 4 7 5 5 11 6 8 4

Ba 395 1744 462 469 439 536 1728 845 446 949 796 907 1009

Co 1,70 4 2,10 1,80 2,70 1,70 7,00 3,00 1,00 5,90 3,30 2,6 1,60

Cs 2,10 2,60 3,90 8,80 4,40 4,30 1,60 2,3 0,50 2,20 2,40 1,1 0,70

Ga 13,80 16,10 12,60 17,60 17,30 17,50 17,00 16,00 16,00 17,20 15,60 14,9 13,30

Hf 4,20 5,70 4,10 5,70 6,10 5,10 7,00 9,00 6,00 8,70 5,60 8,2 5,80

Nb 7,80 9,60 11,30 20,90 20,70 20,70 12,00 21,00 18,00 15,50 11,90 15,5 8,70

Rb 176,3 142,2 186,5 329,2 257,2 329,7 144 237 136 144,7 182,9 147,8 186,4

Sn 1,00 2,00 1,00 2,00 3,00 1,00 1,00 3,00 2,00 2,00 - 2,00 2,00

Sr 92,00 256,1 115,1 118,6 140,7 138,2 256,1 256,1 256,1 166,5 192,7 144,6 84,40

Ta 0,50 0,60 0,80 1,80 1,90 2,30 0,80 2,00 0,00 1,00 0,90 1,10 0,60

Th 19,80 10,30 20,30 43,60 35 46,80 20,00 59,00 18,00 15,10 17,30 13,80 11,80

U 4,40 3,30 6,50 24,60 16,20 17,10 5,40 14,30 3,50 27,00 2,70 3,10 3,70

V 8,00 8,00 8,00 8,00 17,00 8,00 38,00 23,00 5,00 37,00 22,00 19,00 9,00

W 1,20 0,60 0,80 168,3 1,40 1,10 0,50 0,40 1,00 4,10 7,70 5,50 4,2

Zr 111,70 208 134,4 168,3 201,9 177 244 181 156 309,6 186,8 281 210

Y 19,40 21,90 32,70 31,10 34,20 33,8 46,00 72,00 35,00 53,50 40,30 40,60 25,60

Mo 1,10 4,50 0,90 1,20 2,10 0,40 1,80 5,00 1,10 - - - -

Cu 3,30 6,70 4,20 2,30 5,20 1,10 11,00 2,00 1,00 - - - -

Pb 11,80 10,00 7,50 18,50 13,20 13,20 14,00 13,00 3,00 - - - -

Zn 17,00 23,00 18,00 34,00 37,00 20,00 40,00 28,00 6,00 - - - -

Ni 1,60 3,10 2,40 1,50 2,60 0,90 8,00 5,00 5,00 - - - -

As 0,80 1,50 1,30 0,10 0,80 1,00 0,70 5,00 5,00 - - - -

Sb 0,10 0,30 0,10 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 - - - -

Ag 0,10 0,10 0,10 0,50 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 - - 0,10

Au 0,90 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 1,60 0,80 - - - -

Tl 0,20 0,20 0,20 0,40 0,40 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Zr/Y 5,76 9,50 4,11 5,41 5,90 5,24 5,30 2,51 4,46 5,79 8,20 4,64 6,92

Sr/Ba 0,23 0,15 0,25 0,25 0,32 0,26 0,15 0,30 0,57 0,18 0,24 0,16 0,08

Rb/Sr 1,92 0,56 1,62 2,78 1,83 2,39 0,56 0,93 0,53 0,87 0,95 1,02 2,21

Ba/Rb 2,24 12,26 2,48 1,42 1,71 1,63 12 3,57 3,28 6,56 4,35 6,14 5,41

Th/Y 1,02 0,47 0,62 1,40 1,02 1,38 0,43 0,82 0,51 0,28 0,43 0,34 0,46

Y/Nb 2,49 2,28 2,89 1,49 1,65 1,63 3,83 3,43 1,94 3,45 3,39 2,62 2,94

Ga/Al 2,08 2,09 1,92 2,4 2,46 2,42 2,12 2,42 2,49 2,38 2,38 2,11 1,96

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48

Tabela 5.2. Composição química dos granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco. Os elementos terras

raras estão em ppm e razões. Sendo (CAS e RO), desse trabalho, (MA221A) de Souza & Abreu Filho

(2007), Oliveira & Albuquerque (2007) com as amostras (MC) e, (TAVA) de Leite et al. (2005a).

Granito Fontanillas

Amostras

CAS CAS CAS CAS CAS RO RO RO RO RO RO MA

1 15 17 18 20 20 26 33 38A 41 58 221A

La 28,6 36,2 35,9 38,6 36,1 31,4 41,2 33,3 30,7 35,7 25,5 47,8

Ce 89,1 83,1 75 39,4 58,6 85,2 87,5 77,6 67,1 79,4 56,2 101,9

Pr 6,61 8,72 9,31 9,39 9,45 7,79 9,38 8,51 7,33 8,71 6,18 12,17

Nd 24,3 31,4 34,8 34,9 35,9 29,3 35,3 33,7 27,9 32,8 24,3 45,5

Sm 4,56 5,85 6,87 6,45 6,55 5,8 5,89 6,01 4,81 5,92 4,28 8,1

Eu 0,98 1,39 1,56 1,53 1,72 1,36 1,34 1,47 1,11 1,4 1,15 0,66

Gd 4,13 4,92 6,13 5,65 5,65 4,9 4,87 5,18 4,42 5,06 3,98 6,18

Tb 0,69 0,8 10,5 0,95 0,87 0,79 0,77 0,84 0,73 0,83 0,68 0,95

Dy 3,86 4,38 6,03 5,48 5 4,33 4,41 4,6 4,16 4,63 4,17 4,65

Ho 0,81 0,89 1,29 1,12 0,98 0,87 0,88 0,94 0,92 0,97 0,87 0,76

Er 2,46 2,59 3,94 3,55 2,99 2,56 2,67 2,72 2,82 2,8 2,66 2,24

Tm 0,39 0,42 0,62 0,56 0,46 0,39 0,41 0,41 0,42 0,42 0,43 0,33

Yb 2,54 2,72 4,27 3,56 2,94 2,34 2,55 2,67 2,81 2,64 2,89 2,53

Lu 0,4 0,4 0,66 0,55 0,44 0,37 0,4 0,41 0,43 0,43 0,45 0,46

Σ TER 169,43 183,78 196,88 151,69 167,65 177,4 197,57 178,36 155,66 181,71 133,74 234,23

(La/Sm)N 3,94 3,81 3,21 3,68 3,39 3,33 4,30 3,41 3,93 3,71 3,67 3,63

(Gd/Yb)N 1,30 1,44 1,14 1,28 1,55 1,67 1,53 1,55 1,25 1,54 1,10 1,95

(La/Yb)N 7,51 8,87 5,60 7,23 8,19 8,95 10,77 8,31 7,28 9,02 5,88 12,60

Eu/Eu* 0,69 0,80 0,74 0,78 0,87 0,78 0,77 0,81 0,74 0,79 0,86 0,29

Granito Juara Granito Rio Branco

Amostras

CAS RO RO CAS CAS RO MC MC MC TAVA TAVA TAVA TAVA

4 36 39 6 13 34 186 189 269A 9 25 56 63

La 28,5 26,1 45,6 53,9 48,5 53,3 67,3 82 19,2 57,1 60,7 44 40,9

Ce 78,1 57,3 79,2 104,7 104,7 116,7 137,9 176,4 42,5 9,37 104,6 85,5 76,8

Pr 7,71 6,22 10,64 11,93 11,29 11,99 15,1 17,52 4,78 12,66 11,63 9,73 7,95

Nd 28,3 23,2 39 38,8 38,8 42 56,9 57,1 17,6 50,1 42,8 39,1 28,6

Sm 5,35 4,14 6,8 6,68 6,84 7,33 8,9 9,5 3,1 8,8 6,8 7 4,2

Eu 0,83 1,1 0,91 0,77 0,96 0,82 1,82 1,52 0,17 1,47 1,2 1,01 1,07

Gd 4,02 3,65 5,55 4,92 5,38 5,68 7,97 8,89 3,33 8,47 6,72 6,2 4,48

Tb 0,66 0,66 0,95 0,79 0,91 0,97 1,37 1,87 0,81 1,32 1,02 1,14 0,72

Dy 3,61 3,77 5,34 4,71 5,21 5,28 7,64 11,67 5,67 8,16 6,07 6,91 4,23

Ho 0,69 0,8 1,08 0,96 1,12 1,12 1,48 2,3 1,22 1,61 1,13 1,34 0,87

Er 1,9 2,36 3,3 3,01 3,35 3,4 5,2 7,91 4,1 5,09 3,35 4,02 2,68

Tm 0,31 0,4 0,52 0,53 0,57 0,55 0,8 1,28 0,71 0,76 0,59 0,73 0,42

Yb 2 2,44 3,32 3,79 4,04 3,72 5,29 9,74 4,58 4,82 3,37 4,47 2,71

Lu 0,31 0,38 0,51 0,64 0,65 0,61 0,82 1,5 0,72 0,69 0,52 0,69 0,41

Σ ETR 162,29 132,52 202,72 234,83 230,79 252,10 315,87 386,40 107,61 168,19 248,41 210,10 174,55

(La/Sm)N 6,13 6,21 6,47 4,96 4,36 4,47 4,65 5,31 3,81 3,99 5,49 3,87 5,99

(Gd/Yb)N 1,59 1,21 1,34 1,03 1,07 1,22 1,20 0,73 0,58 1,40 1,59 1,11 1,32

(La/Yb)N 9,50 7,13 9,16 9,48 8,00 9,55 8,48 5,61 2,79 7,90 12,01 6,56 10,06

Eu/Eu* 0,49 0,68 0,44 0,41 0,49 0,39 0,06 0,61 1,45 0,52 0,76 0,47 0,55

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A razão FeOT/ (FeOT + MgO) foi usada por Patiño Douce (1997) e Frost et al. (2001a) para

descriminar granitos reduzidos (ilmenita) de granitos oxidados (magnetita). O primeiro com valores

acima de 0,88 e o segundo com variação entre 0,80 e 0,88, os quais tendem a aumentar nas variedades

mais ricas em sílica, refletindo o decréscimo mais acentuado de MgO do que o FeOT. A razão FeOT/

(FeOT + MgO) superior a 0,9 sugere característica de magmatismo do tipo A Frost et al. (1991). Os

valores desta razão para os granitos da Suíte Rio do Sangue vão de 0,75 a 0,83 para o Fontanillas e

entre 0,82 a 0,91 para o Juara. No Granito Rio Branco estes valores situam-se entre 0,82 a 0,88.

Quando comparados os dados do Fontanillas com a análise de Souza & Abreu Filho (2007) para esta

rocha o valor é de 0,90. Esta razão calculada em amostras de rochas equivalentes ao Granito Rio

Branco, conforme Oliveira & Albuquerque (2007) e Leite et al. (2005 a) possuem valores entre 0,82 a

0,94. Abdallah & Martins (2007), na Folha Juina, descrevem variações desta razão para o Granito

Aripuanã (equivalente do Rio Branco) entre 075 a ≥0,9, mostrando tendência transicional ou mistura

de rochas subalcalinas a alcalinas Chappell & White (1974). Estes dados são mostrados na Tabela 5.1.

Patiño Douce (1997) e Frost et al. (2001a), propuseram diagramas binários

CaO/FeOT+MgO+TiO2) vs. Al2O3 e CaO/(FeOT+MgO+TiO2) vs. CaO+Al2O3, com a finalidade de

individualizar granitos de afinidade cálcio-alcalina dos granitos alcalinos tipo A. Nesse contexto

podemos observar que as rochas do Fontanillas são predominantemente cálcio-alcalinas e os granitos

Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre os dois campos (cálcio-alcalino e alcalino tipo A), a

alcalino tipo A, Figuras 5.4. A e B. O granito Fontanillas é mais enriquecido em Al2O3 e CaO +Al2O3

que os granitos Juara e Rio Branco, Tabela 5.1 e Figuras 5.4. A e B. Comparando com as razões Zr/Y;

La/Yb; e, Th/Yb, de Barrett & MacLean (1999), Tabela 5.3. Nas razões Zr/Y e Th/Yb os três granitos

variam de transicionais a cálcio-alcalinos. A razão La/Yb mostra afinidade transicional a cálcio-

alcalina para o Fontanillas e cálcio-alcalina para o Juara e Rio Branco.

Nos diagramas FeOT/(FeOT + MgO) versus Al2O3/ (K2O/Na2O) e FeOT /(FeOT + MgO)

versus Al2O3, (Figuras 5.4. C e D), observa-se que o Fontanillas é predominantemente cálcio-alcalino

a tipo A oxidado. Os granitos Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre cálcio-alcalino e tipo A

oxidado.

A razão K2O/Na2O nos granitos estudados é: Fontanillas (0,71 a 2,62); Juara (1,18 a 1,51)

e Rio Branco (0,86 a 1,48), Tabela 5.1. Comparando esta razão na amostra MA 221A do Fontanillas

(Souza & Abreu Filho, 2007) esta razão é 1,89. A mesma razão para o Granito Rio Branco (Oliveira &

Albuquerque, 2007; Leite et al. 2005), varia entre 0,86 a 2,19, Tabela 5.1. A soma de K2O+Na2O,

Tabela 5.1, para os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco, respectivamente, correspondem a: 5,46 a

8,87; 7,64 a 8,10 e 7,73 a 8,60, estes intervalos com valores elevados, segundo Loiselle & Wones

(1979), evidenciam granito tipo A.

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50

Figura 5.4. Diagramas mostrando composições de rocha total de granitos estudados comparados aos

campos de granitos alcalinos oxidados e reduzidos anorogênicos da Província Amazônia Central

(Dall’Agnol e Oliveira, 2007). Os campos cálcio-alcalinos são de Frost et al. (2001).

Os elementos menores da Tabela 5.1 foram plotados no diagrama de Harker versus SiO2 como

índice de acidez da rocha, Figura 5.5. Os três granitos apresentam trend positivo para Rb, Th, Nb, Ta e

Y. Dos três granitos, o Fontanillas é o mais empobrecido nestes elementos e nos granitos Juara e Rio

Branco, mais ácidos, são mais enriquecidos. O trend negativo nestes granitos ocorre para o Ba, Sr, Zr,

V e Ga. O Fontanillas é mais enriquecido em Sr, V e Ga, o Juara em Ba e o Rio Branco em Zr.

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Figura 5.5. Diagrama de Harker para variação de elementos menores, usando sílica com índice de

acidez.

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Tabela 5.3. Intervalos de afinidades composicionais para as razões Zr/Y; La/Yb; e, Th/Yb (Barrett &

MacLean, 1999). No lado direito da tabela intervalos dos granitos estudados para comparação.

Segundo Eby (1992), os granitos tipo A de ambientes anarogênicos quando de origem

mantélica apresentam valores para a razão de Y/Nb inferiores a 1,2. Quando de fontes crustais os

valores desta razão são superiores a 1,2. Os valores mínimos e máximos desta razão,Tabela 5.1, para o

Fontanillas (1,28 – 3,02), Juara ( 2,28- 2,89) e Rio Branco ( 1,49 – 3,83) e pressupõem fusão de fontes

crustais.

O diagrama Y – Nb – Ce, Figura 5.6, foi proposto por Eby (1992) para discriminar o ambiente

tectônico entre os granitos tipo A1 e A2. O tipo A1 é de rifte continental, originado de pluma e em

ambiente anorogênico; e, o tipo A2, de outros ambientes tectônicos, incluindo pós-colisional e

relacionados a fusões crustais. Os valores de Y, Nb e Ce, em diagrama ternário, Figura 5.6, dos três

granitos plotam em granito tipo A2,.

Os resultados obtidos com a razão Y/Nb e no diagrama Y-Nb-Ce dos granitos Fontanillas e

Juara, divergem do anteriormente proposto por Leite et al.(2010) para a Suíte Rio do Sangue, que

consideraram originada a partir da fusão parcial de crosta continental pré-existente, com componente

mantélico subordinado, em ambiente anidro e interveniência de uma pluma em zonas profundas.

Figura 5.6. Diagrama Y – Nb – Ce para discriminar ambientes tectônicos de granitos A1 e A2, Eby

(1992). Os granitos Fontanillas, Juara e Rio Branco são tipo A2.

Razões Toleítico Transicional Cálcio-

alcalino

Granito

Fontanillas

Granito

Juara

Granito

Rio Branco

Zr/Y 2 - 4,5 4,5 - 7 >7 5,8 - 10,1 4,1 - 9,5 5,2 - 5,9

La/Yb > 3 3 - 6 >6 5,6 - 10,8 7,1 - 9,5 8 - 9,5

Th/Yb 0,1 - 0,25 0,25 - 0,65 0,65 ->2 0,3 - 0,5 0,5 - 1 1 - 1,4

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CAPITULO 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerações finais prévias estão no final do artigo no Capítulo 4. Para esta monografia

adicionamos dados de campo, bem como outras fotomicrografias destas rochas e em relação a

geoquímica novos diagramas e razões com vistas a detalhar a caracterização geoquímica dos granitos

estudados.

A razão FeOT/ (FeOT + MgO) quando com valores acima de 0.88 indicam granitos reduzidos

(ilmenita) e com valores entre 0,80 e 0,88 de granitos oxidados (magnetita). Os valores desta razão

para os granitos da Suíte Rio do Sangue vão de 0,75 a 0,83 para o Fontanillas e entre 0,82 a 0,91 para

o Juara. No Granito Rio Branco estes valores situam-se entre 0,82 a 0,88, Tabela 5.1; portanto,

coincidindo com granitos oxidados e concordando com magnetita observada nestas rochas.

Nos diagramas binários CaO/FeOT+MgO+TiO2) vs. Al2O3 e CaO/(FeOT+MgO+TiO2) vs.

CaO+Al2O3, Figuras 5.4 A e B, o Granito Fontanillas é predominantemente de afinidade cálcio-

alcalino e os granitos Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre os dois campos (cálcio-alcalino

e alcalino tipo A), a alcalino tipo A. Os maiores teores de Al2O3 e da soma de CaO +Al2O3

observados no Granito Fontanillas, do que nos granitos Juara e Rio Branco, Tabela 5.1 reforçam estas

afinidades. Quando utilizadas as razões Zr/Y; La/Yb; e, Th/Yb (Barrett & MacLean, 1999), Tabela

5.3, nas razões Zr/Y e Th/Yb os três granitos variam de transicionais a cálcio-alcalinos. A razão

La/Yb mostra afinidade transicional a cálcio-alcalina para o Fontanillas e cálcio-alcalina para o Juara e

Rio Branco.

Quando utilizamos os diagramas FeOT/(FeOT + MgO) versus Al2O3/ (K2O/Na2O) e FeOT

/(FeOT + MgO) versus Al2O3, (Figuras 5.4. C e D), o Fontanillas é predominantemente cálcio-alcalino

a tipo A oxidado e os granitos Juara e Rio Branco plotam na sobreposição entre cálcio-alcalino e tipo

A oxidado.

Os valores obtidos com a razão K2O/Na2O dos granitos estudados, combinados com a soma

de K2O+Na2O, Tabela 5.1, e os valores elevados obtidos, segundo Loiselle & Wones (1979),

evidenciam granito tipo A.

Os elementos menores destes granitos, Tabela 5.1 plotados no diagrama de Harker versus

SiO2, Figura 5.5. mostram trend positivo para Rb, Th, Nb, Ta e Y O trend negativo nestes granitos

ocorre para o Ba, Sr, Zr, V e Ga.

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Os valores mínimos e máximos obtidos na razão Y/Nb, Tabela 5.1, para o Fontanillas (1,28 –

3,02), Juara ( 2,28- 2,89) e Rio Branco ( 1,49 – 3,83) e indicam fusão de fontes crustais. De acordo

com Eby (1992), os granitos tipo A de ambientes anarogênicos de origem mantélica apresentam

valores desta < 1,2 e quando de fontes crustais os valores são > 1,2.

No diagrama ternário Y – Nb – Ce, Figura 5.6, Eby (1992), os três granitos são do tipo A2,

desta forma, estes corpos são de ambiente tectônico pós-colisional e relacionados a fusões crustais.

Distinto, portanto, do tipo A1 proposto por Leite et al.(2010) para a Suíte Rio do Sangue.

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