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Os autores agradecem ao CNPq, CAPES, FINEP, SETI e Fundação Araucária pelo apoio financeiro. Estratégia de Controle para a Operação Ilhada de Sistemas de Distribuição com Geração Distribuída Marcio de Andrade Vogt Depto. de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico CELESC Distribuição S.A. Florianópolis, SC, Brasil [email protected] Ricardo Vasques de Oliveira Depto. de Engenharia Elétrica Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Pato Branco, PR, Brasil [email protected] Resumo A ocorrência de ilhamento assim como a operação ilhada autônoma de subsistemas é uma realidade cada dia mais presente nos sistemas elétricos de potência devido à inserção e a expansão da geração distribuída. Nesse contexto, este trabalho propõe uma estratégia de controle de frequência para sistemas de distribuição com geração distribuída conectada à barra da subestação, composta de um esquema de corte de cargas e uma malha de controle suplementar adicionada a um sistema de armazenamento de energia baseado em banco de baterias. Esta estratégia visa contribuir com a manutenção da frequência da rede ilhada dentro dos limites operacionais tanto na transição entre operação conectada e operação ilhada, quanto durante a operação normal e autônoma do sistema ilhado. Palavras-Chave Controle de Frequência, Geração Distribuída, Operação Ilhada, Sistemas de Distribuição. I. INTRODUÇÃO Há um crescimento expressivo da geração de energia a partir de fontes alternativas renováveis em todo o mundo. No Brasil existem atualmente (novembro de 2013) 472 pequenas usinas termelétricas (UTEs) baseadas em biomassa, 462 pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) e 103 usinas eólicas (UEs) em operação [1]. Além das unidades em operação, existem 32 PCHs, 12 pequenas UTEs baseadas em biomassa e 93 UEs em construção atualmente no país [1]. Uma parcela significativa dessas unidades de geração se enquadra no conceito de geração distribuída. A inserção e a expansão da geração distribuída pode impactar na confiabilidade, o planejamento e a operação do sistema elétrico de potência sob este novo paradigma [2]. A operação ilhada de sistemas de distribuição e subtransmissão é uma das condições operacionais passiveis de ocorrer em função da inserção de Unidades de Geração Distribuída (UGDs). O ilhamento pode ser definido como uma situação operacional na qual uma porção do sistema elétrico de potência fica eletricamente isolada do restante do sistema, e continua sendo energizada por unidades geradoras a ela conectadas. Em geral, as UGDs operam no modo PQ (valores predefinidos e constantes de potência ativa e reativa gerada) quando o sistema de distribuição está conectado ao sistema de transmissão ou subtransmissão, pois as mesmas geralmente não têm capacidade de regular a tensão e frequência em sistemas de potência com unidades de geração de grande porte [3]. Entretanto, na operação ilhada é necessário que as UGDs atuem na regulação da frequência e tensão, garantindo que a qualidade da energia fornecida fique dentro de limites aceitáveis e definidos por normas e regulamentos técnicos. O desbalanço entre carga e geração no momento de formação do sistema ilhado pode impactar de forma significativa na capacidade do sistema em manter a frequência da rede dentro de limites aceitáveis, pois a potência antes fornecida pelo sistema de transmissão ou subtransmissão passa a ser suprida apenas pelas UGDs. A baixa inércia típica dos geradores síncronos distribuídos, que resulta em baixa energia cinética armazenada no rotor do gerador, pode inviabilizar a formação do sistema ilhado devido aos possíveis desvios elevados no valor da frequência do sistema ilhado [4]. O sucesso da operação ilhada de sistemas de distribuição depende de estratégias operacionais e de controle adotadas durante a formação da ilha e durante a operação normal e autônoma do sistema ilhado. Neste contexto, este trabalho propõe o uso de um esquema de corte de cargas local associado a um sistema de armazenamento de energia a fim de garantir a manutenção da operação ilhada de um sistema de distribuição de média tensão. O corte de cargas é realizado visando minimizar o desbalanço entre carga e geração nos instantes subsequentes ao ilhamento. O banco de baterias, associado a uma malha de controle suplementar de frequência, é utilizado para auxiliar o sistema de controle de frequência da UGD a manter a frequência dentro de limites aceitáveis e minimizar as variações típicas de frequência do sistema ilhado. A avaliação e validação da estratégia de controle proposta são feitas utilizando-se um sistema de distribuição de 13,8 kV com 5 alimentadores e uma unidade termoelétrica de pequeno porte conectada diretamente à barra de média tensão da subestação. As avaliações do sistema teste com o controle proposto são feitas por meio de simulações não-lineares no

Controle de Frequência Sistema Ilhado

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Frequência, Ilhamento

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  • Os autores agradecem ao CNPq, CAPES, FINEP, SETI e Fundao Araucria pelo apoio financeiro.

    Estratgia de Controle para a Operao Ilhada de

    Sistemas de Distribuio com Gerao Distribuda

    Marcio de Andrade Vogt

    Depto. de Engenharia e Planejamento do Sistema Eltrico

    CELESC Distribuio S.A.

    Florianpolis, SC, Brasil

    [email protected]

    Ricardo Vasques de Oliveira Depto. de Engenharia Eltrica

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR)

    Pato Branco, PR, Brasil

    [email protected]

    Resumo A ocorrncia de ilhamento assim como a operao ilhada autnoma de subsistemas uma realidade cada dia mais

    presente nos sistemas eltricos de potncia devido insero e a

    expanso da gerao distribuda. Nesse contexto, este trabalho

    prope uma estratgia de controle de frequncia para sistemas

    de distribuio com gerao distribuda conectada barra da

    subestao, composta de um esquema de corte de cargas e uma

    malha de controle suplementar adicionada a um sistema de

    armazenamento de energia baseado em banco de baterias. Esta

    estratgia visa contribuir com a manuteno da frequncia da

    rede ilhada dentro dos limites operacionais tanto na transio

    entre operao conectada e operao ilhada, quanto durante a

    operao normal e autnoma do sistema ilhado.

    Palavras-Chave Controle de Frequncia, Gerao

    Distribuda, Operao Ilhada, Sistemas de Distribuio.

    I. INTRODUO

    H um crescimento expressivo da gerao de energia a partir de fontes alternativas renovveis em todo o mundo. No Brasil existem atualmente (novembro de 2013) 472 pequenas usinas termeltricas (UTEs) baseadas em biomassa, 462 pequenas centrais hidroeltricas (PCHs) e 103 usinas elicas (UEs) em operao [1]. Alm das unidades em operao, existem 32 PCHs, 12 pequenas UTEs baseadas em biomassa e 93 UEs em construo atualmente no pas [1]. Uma parcela significativa dessas unidades de gerao se enquadra no conceito de gerao distribuda.

    A insero e a expanso da gerao distribuda pode impactar na confiabilidade, o planejamento e a operao do sistema eltrico de potncia sob este novo paradigma [2]. A operao ilhada de sistemas de distribuio e subtransmisso uma das condies operacionais passiveis de ocorrer em funo da insero de Unidades de Gerao Distribuda (UGDs). O ilhamento pode ser definido como uma situao operacional na qual uma poro do sistema eltrico de potncia fica eletricamente isolada do restante do sistema, e continua sendo energizada por unidades geradoras a ela conectadas.

    Em geral, as UGDs operam no modo PQ (valores predefinidos e constantes de potncia ativa e reativa gerada)

    quando o sistema de distribuio est conectado ao sistema de transmisso ou subtransmisso, pois as mesmas geralmente no tm capacidade de regular a tenso e frequncia em sistemas de potncia com unidades de gerao de grande porte [3]. Entretanto, na operao ilhada necessrio que as UGDs atuem na regulao da frequncia e tenso, garantindo que a qualidade da energia fornecida fique dentro de limites aceitveis e definidos por normas e regulamentos tcnicos.

    O desbalano entre carga e gerao no momento de formao do sistema ilhado pode impactar de forma significativa na capacidade do sistema em manter a frequncia da rede dentro de limites aceitveis, pois a potncia antes fornecida pelo sistema de transmisso ou subtransmisso passa a ser suprida apenas pelas UGDs. A baixa inrcia tpica dos geradores sncronos distribudos, que resulta em baixa energia cintica armazenada no rotor do gerador, pode inviabilizar a formao do sistema ilhado devido aos possveis desvios elevados no valor da frequncia do sistema ilhado [4]. O sucesso da operao ilhada de sistemas de distribuio depende de estratgias operacionais e de controle adotadas durante a formao da ilha e durante a operao normal e autnoma do sistema ilhado.

    Neste contexto, este trabalho prope o uso de um esquema de corte de cargas local associado a um sistema de armazenamento de energia a fim de garantir a manuteno da operao ilhada de um sistema de distribuio de mdia tenso. O corte de cargas realizado visando minimizar o desbalano entre carga e gerao nos instantes subsequentes ao ilhamento. O banco de baterias, associado a uma malha de controle suplementar de frequncia, utilizado para auxiliar o sistema de controle de frequncia da UGD a manter a frequncia dentro de limites aceitveis e minimizar as variaes tpicas de frequncia do sistema ilhado.

    A avaliao e validao da estratgia de controle proposta so feitas utilizando-se um sistema de distribuio de 13,8 kV com 5 alimentadores e uma unidade termoeltrica de pequeno porte conectada diretamente barra de mdia tenso da subestao. As avaliaes do sistema teste com o controle proposto so feitas por meio de simulaes no-lineares no

  • domnio do tempo, envolvendo dados de carga e a topologia de um sistema de distribuio real.

    O trabalho est estruturado da seguinte forma: Na seo II apresenta-se uma discusso sobre sistemas de armazenamento de energia; A seo III apresenta alguns fundamentos sobre unidades trmicas de gerao; A seo IV apresenta as estratgias de controle propostas para a manuteno da operao ilhada; Os resultados obtidos e as concluses so apresentados nas sees V e VI, respectivamente.

    II. SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA E INRCIA VIRTUAL

    O uso de unidades de gerao baseadas em fontes energticas intermitentes, tais como energia solar e elica, tem contribudo de forma significativa para o desenvolvimento e aplicao de sistemas de armazenamento de energia (SAEs). O uso de SAEs possui aplicaes no fornecimento de servios ancilares, fornecimento de energia durante perodos de pico, black start (fonte auxiliar para partida de um sistema eltrico aps um blecaute completo), etc.. Alm disso, estes dispositivos podem reduzir ou postergar a demanda por investimentos em infraestrutura de gerao, transmisso e distribuio [5],[6].

    Em sistemas de distribuio o uso de bancos de baterias aliados a conversores estticos de potncia (conhecidas como Battery Energy Storage Systems, BESS) tem aumentado significativamente na ltima dcada [7], [8], especialmente pela reduo no custo dos conversores e baterias [9]. Os sistemas de armazenamento de energia baseados em bancos de baterias podem ser construdos utilizando diversos tipos de tecnologia de baterias, estando a escolha da opo mais apropriada atrelada a fatores como energia especfica, taxa de auto descarga, vida til, profundidade de descarga e relao custo-benefcio de cada tecnologia [10]. Dentre as vrias tecnologias de baterias disponveis, as de chumbo-cido so as mais utilizadas em sistemas de potncia, sobretudo por questes relacionadas maturidade da tecnologia e custos [11]. Entretanto, a aplicao de baterias de on de ltio vem ganhando fora principalmente devido reduo dos custos de produo deste tipo de bateria [9].

    Os custos de implantao de um sistema de armazenamento de energia esto principalmente ligados a potncia mxima (kW ou kVA), e a energia mxima a ser armazenada (kWh ou kVAh), alm de custos acessrios como os de infraestrutura de instalao e de manuteno do sistema [9]. A capacidade de armazenamento de energia de um banco de baterias definida em AH (Ampre-Hora), dada em uma condio de descarga especfica, ou seja, considerando uma corrente de descarga especfica, o banco de baterias capaz de manter o fornecimento de energia durante o tempo especificado. Frequentemente a corrente de descarga definida em uma base conhecida como C-Rate. A C-Rate uma medida da razo na qual a bateria se descarrega em relao a sua capacidade nominal. Uma C-Rate de 1C (0,5C) significa que a bateria descarregaria sua capacidade nominal em 1 hora (2 horas) [10].

    Devido reduzida inrcia, os geradores sncronos das UGDs operando em sistemas ilhados em geral requerem estratgias de controle especiais para permitir o adequado

    controle da frequncia do sistema. A injeo de potncia ativa por meio de BESS pode auxiliar no adequado controle da frequncia de sistemas ilhados com geradores de baixa inrcia [12]. Nesses casos, o BESS chamado de inrcia virtual [13] ou gerador sncrono virtual [4]. Esta analogia entre inrcia virtual pode ser compreendida analisando-se a equao de swing para uma unidade geradora sncrona, dada por d/dt=P/2H, de onde possvel perceber que uma reduo no valor do desbalano de potncia tem um efeito na mesma direo que o aumento da inrcia da mquina.Neste trabalho, considera-se uma bateria ideal, modelada por uma fonte de tenso constante com limitao na mxima potncia fornecida pelo sistema de armazenamento de energia. A limitao feita com base na potncia nominal considerando a possibilidade de uma descarga de alta corrente durante poucos segundos, similar ao que ocorre em baterias de chumbo-cido, utilizadas na partida de motores a combusto. Como a contribuio da bateria numa escala de tempo de segundos em geral a bateria no sofre descargas profundas a ponto de afetar a estratgia, considerando que a bateria esteja carregada.

    III. UGDS BASEADAS EM TURBINAS A VAPOR

    As unidades de gerao distribuda podem fazer uso de vrias tecnologias para aproveitamento da fonte energtica primria, dependendo das caractersticas geogrficas, ambientais e de mercado envolvidas. No Brasil, as unidades trmicas de gerao baseadas em biomassa e as pequenas e micro centrais hidreltricas constituem grande parte da gerao distribuda. Neste trabalho a UGD conectada ao sistema de distribuio avaliado corresponde a um gerador sncrono movido por uma turbina a vapor. Considerando-se o porte da unidade de gerao adotada (5 MVA), a turbina a vapor modelada como sendo uma turbina de nico estgio de presso, sem reaquecimento.

    As turbinas trmicas a vapor em geral possuem limitaes para operao com desvios significativos de velocidade em relao velocidade nominal. Esta limitao est ligada a fatores como a diminuio da capacidade de refrigerao e especialmente vibraes excessivas do rotor da turbina [15]. A Tabela 1, compilada a partir de dados reais obtidos em campo [15], apresenta valores limites de operao para uma turbina trmica. Como salientado em [15], a operao em frequncias diferentes da nominal tem efeito cumulativo sobre as turbinas, o que pode levar a um desgaste em longo prazo da unidade geradora.

    TABELA 1- LIMITES OPERACIONAIS DE TURBINAS TRMICAS DE PEQUENO PORTE [15].

    Frequncia a Plena Carga (Hz) Tempo mximo de operao

    fn-1% Continuamente

    fn-2% 100 minutos

    fn-3% 10 minutos

    fn-4% 1 minuto

    fn-5% 0,1 minutos

    fn-6% 1 segundo

    O gerador da UGD adotada nesse trabalho corresponde a um gerador sncrono com 2 pares de polos e representado pelo modelo de dois eixos considerando as dinmicas do perodo subtransitrio da mquina. O sistema de controle de

  • excitao utilizado no gerador um sistema do Tipo 1 do IEEE STD 421.5-1992 [16].

    IV. ESTRATGIA DE CONTROLE PROPOSTA

    A operao ilhada pode trazer um ganho de confiabilidade s redes de distribuio, com reduo dos ndices de Durao Equivalente de interrupo por unidade Consumidora (DEC) e Frequncia Equivalente de interrupo por unidade Consumidora (FEC) e benefcios financeiros tangveis para as empresas de distribuio de energia eltrica e agentes geradores. Neste trabalho prope-se uma estratgia de controle para permitir uma transio suave da operao interconectada para a operao ilhada e uma boa manuteno da frequncia durante a operao ilhada. A estratgia de controle composta por um rel local, para o corte de cargas, associado a uma malha de controle suplementar de frequncia adicionada a um sistema de armazenamento de energia que atua como uma inrcia virtual para o sistema ilhado.

    A ao do esquema de corte de cargas se inicia com a medio das potncias ativa e reativa de cada um dos alimentadores e da UGD conectada ao sistema. A partir das informaes de potncia determinam-se ciclicamente quais alimentadores devem ser desligados em caso de ilhamento do sistema de distribuio. Essa determinao baseia-se no corte de cargas que produza o menor desbalano entre a potncia gerada no instante do ilhamento e a potncia da carga. Os alimentadores so desligados apenas aps o rel de deteco de ilhamento identificar a ocorrncia do ilhamento.

    Para permitir uma melhor compreenso da estratgia proposta, considere o sistema de distribuio ilustrado na Figura 2.

    Figura 1 - Sistema de distribuio com a estratgia de controle proposta.

    O sistema em questo composto por n alimentadores conectados ao barramento da subestao por meio de religadores automticos. Nesse mesmo barramento esto conectados uma unidade de gerao distribuda e um sistema de armazenamento de baterias que atua como inrcia virtual.

    O esquema de corte de cargas e a malha suplementar de controle de frequncia do BESS so ilustrados tambm na Figura 1. As linhas pontilhadas ilustram os sinais medidos e os sinais de controle do sistema de controle proposto.

    O BESS, associado malha de controle suplementar, responsvel por fornecer uma inrcia virtual ao sistema ilhado. De acordo com o desvio de velocidade do gerador sncrono da UGD, o sistema de inrcia virtual absorve ou injeta potncia ativa no sistema de forma a mitigar as variaes de frequncia do sistema.

    A malha de controle suplementar adota um controle do tipo proporcional para gerar o sinal de controle para o BESS. Alm do esquema de corte de cargas e do sistema de inrcia virtual, o controle primrio de frequncia da UGD comutado do modo com queda de velocidade para o modo iscrono aps a deteco do ilhamento, de forma a garantir o erro nulo de frequncia em condies de regime permanente.

    V. RESULTADOS E DISCUSSES

    O esquema de corte de cargas e malha de controle suplementar de frequncia propostos foram avaliados e validados por meio de uma sequncia de testes utilizando-se um sistema de distribuio real, com tenso igual a 13,8 kV e 5 alimentadores, de uma concessionria distribuidora de energia. No estudo feito, considerou-se a hiptese de existncia de uma UGD baseada em turbina a vapor e um BESS conectados barra de 13,8 kV da subestao de distribuio. Conforme discutido anteriormente, a eficcia da estratgia de controle proposta e o comportamento da frequncia do sistema de distribuio ilhado foram avaliados por meio de simulaes no-lineares no domnio do tempo. Os modelos tpicos usados para representar o gerador sncrono, a turbina trmica, as malhas de controle e demais componentes do sistema foram brevemente descritos nas sees anteriores.

    A anlise desenvolveu-se utilizando uma curva de cargas diria real de um sistema de distribuio composto por 5 alimentadores. A potncia ativa mdia para 4 pontos de operao apresentada na Tabela 2. Os outros 20 pontos de operao esto suprimidos em funo da limitao de espao do artigo. Os testes realizados consideram a ocorrncia do ilhamento em cada um dos 24 pontos de operao descritos na curva de carga diria do sistema.

    So apresentados tambm na Tabela 2 os valores da potncia total das cargas conectadas a subestao (Ptotal), o desbalano de potncia no momento da ocorrncia do ilhamento (Pisl) e o desbalano de potncia ps-corte de cargas (PLS), isto , a diferena entre carga e gerao remanescente aps o corte de cargas.

    Considerou-se um nvel de insero de 50% da gerao distribuda, o que resultou em uma UGD de 5 MW. O BESS adotado tem potncia nominal de 200 kW e capacidade de operao em sobrecarga de 5 vezes a sua potncia nominal para perodos de tempo reduzidos [17].

    As anlises apresentadas foram agrupadas em 3 nveis de

    carga da seguinte forma: carga leve (5 MW < Pcarga < 8 MW),

    carga intermediria (8 MW < Pcarga < 10,5 MW) e carga

    pesada (Pcarga > 10,5 MW). Para cada conjunto de pontos de

  • operao foram escolhidos os casos com maior Pisl positivo, menor menor Pisl absoluto, sendo Pisl o desbalano de potncia ps-ilhamento. Cabe enfatizar que o esquema de

    corte de cargas atua apenas aps a atuao do rel de

    deteco ilhamento, ou seja, atua apenas aps a deteco do

    ilhamento. Nos estudos feitos adotou-se um tempo de

    deteco de ilhamento, 100 ms, tpico de tcnicas remotas de

    deteco de ilhamento [19].

    A Figura 2 apresenta a resposta no domnio do tempo da frequncia do sistema ilhado com e sem o BESS para carga leve, intermediria e pesada. Analisando-se as curvas da Figura 2 possvel perceber que para os casos onde apenas o esquema de corte de cargas atua, ocorrem desvios maiores de frequncia e oscilaes de frequncia menos amortecidas. O tempo para reestabelecimento da frequncia do sistema ilhado similar em ambos os casos por estar fortemente atrelado ao ganho integral da malha de controle do regulador de velocidade da UGD. A fim de facilitar a anlise dos resultados apresentados na Figura 2, as informaes de mxima sub e sobrefrequncia e o tempo no qual os mximos desvios ocorreram so apresentados na Tabela 3, onde as linhas de 1 a 3 representam carga leve, 4 a 6 carga intermediria e 7 a 9 carga pesada. Analisando os dados da Tabela 3 possvel perceber que o uso do banco de baterias possibilita uma reduo na excurso de frequncia da unidade geradora aps a ocorrncia do ilhamento.

    TABELA 2 - CARGA E DESBALANO DE POTNCIA DO SISTEMA TESTE.

    Tempo

    (h)

    Carga

    Al1

    (MW)

    Carga

    Al2 (MW)

    Carga

    Al3

    (MW)

    Carga

    Al4 (MW)

    Carga

    Al5

    (MW)

    Ptotal

    (MW)

    PIsl (MW)

    PLS (MW)

    1 0.60 0.59 1.18 1.74 1.72 5.83 3.33 0.13

    2 0.58 0.58 1.14 1.68 1.65 5.63 3.13 0.20

    3 0.61 0.57 1.11 1.67 1.63 5.59 3.09 0.21

    24 0.65 0.61 1.26 1.84 1.8 6.16 3.66 0.01

    O maior ganho em relao diminuio da excurso da frequncia na rede ilhada encontrado para as condies de carga onde o desbalano de potncia ps-corte de cargas negativo, isto , nos casos onde a carga excede a gerao. Para estes casos, foi possvel reduzir em at 0,7 Hz o desvio mximo de frequncia. Alm da reduo dos mximos desvios de frequncia, o banco de baterias possibilita uma reduo no tempo ao qual a UGD fica submetida a desvios de frequncia significativos, reduzindo possveis desgastes em funo de sub ou sobrefrequncias.

    10 15 20 25 30 3558

    58.5

    59

    59.5

    60

    60.5

    61

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    Sem BESS, 24 h

    Com BESS, 24 h

    Sem BESS, 5 h

    Com BESS, 5 h

    Sem corte de cargas esem BESS

    (a)

    10 15 20 25 30 3558

    58.5

    59

    59.5

    60

    60.5

    61

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    Sem BESS, 6 h

    Com BESS, 6 h

    Sem BESS, 11 h

    Com BESS, 11 h

    Sem corte de cargas esem BESS

    (b)

    10 15 20 25 30 3558

    58.5

    59

    59.5

    60

    60.5

    61

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    nci

    a (

    Hz)

    Sem BESS, 13 h

    Com BESS,13 h

    Sem BESS, 10 h

    Com BESS, 10 h Sem corte de cargas e sem BESS

    (c)

    Figura 2 - Frequncia do sistema ilhado com e sem o BESS: (a) carga leve, (b) carga intermediria e (c) carga pesada.

    TABELA 3 - COMPORTAMENTO DA FREQUNCIA DO SISTEMA ILHADO COM E SEM A ATUAO DO BESS.

    Frequncia

    Minma

    (Hz)

    Tempo

    para Min.

    Frequncia

    Frequncia

    Mxima (Hz)

    Frequncia

    Minma

    (Hz)

    Tempo

    para Min.

    Frequncia

    Frequncia

    Mxima

    (Hz)

    1 59.32 263 ms 60.27 59.42 110 ms 60.07 3.66 0.01

    2 59.46 195 ms 60.50 59.48 110 ms 60.32 3.09 0.21

    3 58.92 1.03 s 60.49 59.30 198 ms 60.00 4.57 -0.24

    4 59.09 270 ms 60.59 59.25 110 ms 60.09 5.82 0.02

    5 59.06 258 ms 60.8 59.20 110 ms 60.25 7.63 0.13

    6 58.85 890 ms 60.71 59.18 196 ms 60.00 6.98 -0.18

    7 59.00 202 ms 60.69 59.20 175 ms 60.07 8.23 0.00

    8 58.57 233 ms 61.00 59.14 212 ms 60.00 8.62 -0.31

    9 59.15 215 ms 61.39 59.20 109 ms 60.74 8.92 0.40

    Sem BESSP Pr-

    Corte de

    Cargas

    (MW)

    P Ps-

    Corte de

    Cargas

    (MW)

    Com BESS

    A. Tempo Mximo para a Detecto do Ilhamento

    O sistema de distribuio ilhado fica submetido a um grande desbalano de potncia nos instantes iniciais ps-ilhamento, at que seja identificada a condio de ilhamento e o esquema de corte de cargas atue. Desta forma, a o tempo de deteco do ilhamento pode afetar a estabilidade de frequncia do sistema e, por conseguinte, inviabilizar a operao ilhada do sistema. Utilizando como base o caso mais severo de desbalano de carga no sistema foram realizados testes para determinar o mximo tempo de deteco para o qual o sistema no perde a estabilidade. A Figura 3 apresenta a resposta no domnio do tempo da frequncia do sistema ilhado considerando diferentes tempos de deteco do ilhamento.

  • 10 15 20 25 30 3545

    50

    55

    60

    65

    70

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    50 ms 100 ms 105 ms150 ms

    Figura 3- Impacto do tempo de deteco de ilhamento na frequncia do sistema ilhado sem a malha de controle suplementar.

    O impacto causado pelo tempo de deteco est intimamente ligado aos ganhos atribudos aos controladores do sistema, sobretudo ao ganho do controlador integral da malha de controle de frequncia da UGD. Desta forma, para uma mesma condio de carregamento do sistema podem-se ter tempos diferentes para o qual ocorrer a instabilidade de frequncia. O ajuste dos ganhos um compromisso entre o estabelecimento de critrios de desempenho aceitveis para o sistema e a estabilidade frente a diferentes perturbaes.

    Em uma nova sequncia de testes avaliou-se o desempenho do sistema considerando a atuao da malha de controle suplementar proposta para o banco de baterias. A Figura 4 apresenta a resposta da frequncia para sistema considerando tempos de deteco de ilhamento variando de 50 ms a 500 ms.

    10 15 20 25 30 3552

    54

    56

    58

    60

    62

    64

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    100 ms150 ms

    300 ms500 ms

    Figura 4 - Impacto do tempo de deteco de ilhamento na frequncia do sistema ilhado com a malha de controle suplementar.

    A malha de controle suplementar resultou em uma melhor resposta para a frequncia do sistema (reposta mais rpida e mais amortecida), permitindo o sistema operar de forma ilhada mesmo para tempos de deteco de ilhamento acima de 150 ms.

    A fim de comparar a influncia da estratgia de controle do regulador de velocidade sobre o comportamento da frequncia, realizaram-se simulaes considerando o ponto de operao das 13 horas e um tempo de deteco de 100 ms. Os resultados so apresentados na Figura 5, onde se pode perceber que o regulador com queda de velocidade apresenta uma resposta menos oscilatria e com maior amortecimento, se comparada ao regulador iscrono sem BESS. Esta diferena pode ser creditada a reduo do ganho na malha de

    controle para o caso do regulador com queda de velocidade em virtude da forma de implementao das estratgias de controle.

    10 15 20 25 30 35 40 45 5058.5

    59

    59.5

    60

    60.5

    61

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    Regulado com queda, Sem BESSRegulado Iscrono, Com BESS Regulador Iscrono, Sem BESS

    Figura 5 - Impacto do tipo de regulador sobre a resposta do sistema.

    B. Contribuio do controle suplementar para mitigar o impacto das variaes normais de carga do sistema

    Aps a transio da operao conectada para a operao ilhada a UGD fica sujeita s variaes estocsticas tpicas das cargas do sistema de distribuio. Essas variaes de carga podem provocar mudanas no carregamento total do sistema, permitir a reconexo de um alimentador desconectado no momento da ocorrncia do ilhamento. Tanto as variaes normais de carga quanto a reconexo de alimentadores desligados podem afetar de forma significativa a frequncia do sistema.

    O impacto de variaes de carga de 0,1 e 0,15 p.u. sobre a frequncia do sistema ilhado com e sem a malha de controle suplementar de frequncia foi avaliado. A resposta da frequncia do sistema ilhado submetido s variaes de carga mencionadas apresentada na Figura 6.

    5 10 15 20 25 30 35 40 45 5058

    58.5

    59

    59.5

    60

    60.5

    Tempo (s)

    Fre

    qu

    n

    cia

    (H

    z)

    Sem BESS, PL = 0.10 p.u.

    Com BESS, PL = 0.10 p.u.

    Sem BESS, PL = 0.15 p.u.

    Com BESS, PL = 0.15 p.u.

    Figura 6 - Comportamento da frequncia frente a variaes na carga do sistema ilhado.

    Analisando as curvas apresentadas na Figura 6 possvel perceber que para o caso referente variao de carga de 0,1 p.u. se obtm uma reduo de aproximadamente 0,45 Hz no mximo desvio de frequncia. No caso da variao de 0,15 p.u. na potncia do sistema ilhado, a reduo do mximo desvio de frequncia foi igual a 1,31 Hz. Alm disso, possvel perceber a inexistncia de sobrefrequncias no caso do uso da malha suplementar de controle de frequncia.

    VI. CONCLUSES

    A presena da gerao distribuda em sistemas de distribuio, associada a estratgias operacionais e de

  • controle adequadas, pode permitir a operao ilhada desse tipo de sistema. Nesse contexto, o presente trabalho props um esquema de corte de cargas e uma malha de controle suplementar de frequncia para viabilizar a operao ilhada de sistemas de distribuio com UGD baseada em gerador sncrono acionado por turbina a vapor.

    Como esperado, os testes realizados evidenciaram que o ponto de operao do sistema de distribuio antes da ocorrncia do ilhamento pode afetar de forma significativa o estabelecimento da operao ilhada. Tanto o esquema de corte de cargas quanto a malha de controle suplementar possibilitaram a operao ilhada do sistema de distribuio para situaes operacionais onde no seria possvel manter o sistema operando de forma ilhada. Alm disto, a malha de controle suplementar associada ao BESS fez com que o sistema no perdesse a estabilidade de frequncia para ganhos elevados do regulador de velocidade da UGD. O controle proposto permitiu tambm o estabelecimento da operao ilhada do sistema de distribuio mesmo para condies de elevado tempo de deteco de ilhamento.

    O tempo de atuao da turbina da UGD tem influncia significativa sobre o comportamento da frequncia do sistema frente a grandes perturbaes, como o caso do momento do ilhamento. O fato das turbinas a vapor de pequeno porte geralmente apresentarem dinmica/resposta relativamente rpida, a contribuio da malha de controle suplementar adicionada ao BESS no to significativa como poderia ser no caso de UGDs com controle de frequncia mais lento, como o caso de unidades trmicas de maior porte ou unidades hidrulicas. Nesse contexto, a avaliao do impacto da estratgia de controle proposta sobre a frequncia de sistemas ilhados com unidades de gerao com maior constante de tempo total uma das sequncias desse trabalho.

    VII. APNDICE

    A Tabela A.1 apresenta os dados do regulador de velocidade da turbina a vapor da UGD e do BESS adotado nos estudos.

    TABELA A.1 - DADOS DO REGULADOR DE VELOCIDADE E TURBINA.

    Potncia Nominal Pnom 5 MVA

    Tenso Nominal Vnom 460 V

    Constante de Inrcia H 3 s

    Constante de tempo do vaso de presso Tch 0,5 s

    Constante de tempo do servomotor Tsm 0,005 s

    Constante de tempo do Speed Relay Tsr 0,001 s

    Estatismo Rp 0,08

    Ganho Integral (malha de controle secundria) Ki -1

    Potncia Mxima de Descarga do Banco de Baterias PmaxD,Bess 1 MVA

    Potncia Mxima de Carga do Banco de Baterias PmaxC,Bess 200 kW

    Potncia Nominal Conversor Pnom,Conv 500 kW

    Potncia Mxima do Conversor Pmax,Conv 1 MVA

    Ganho Proporcional da Malha P-F do BESS Kp,bess 10

    Dados do Regulador de Velocidade e Turbina

    Dados do BESS

    Potncia Nominal Pnom 5 MVA

    Tenso Nominal Vnom 460 V

    Constante de Inrcia H 3 s

    Constante de tempo do vaso de presso Tch 0,5 s

    Constante de tempo do servomotor Tsm 0,005 s

    Constante de tempo do Speed Relay Tsr 0,001 s

    Estatismo Rp 0,08

    Ganho Integral (malha de controle secundria) Ki -1

    Potncia Mxima de Descarga do Banco de Baterias PmaxD,Bess 1 MVA

    Potncia Mxima de Carga do Banco de Baterias PmaxC,Bess 200 kW

    Potncia Nominal Conversor Pnom,Conv 500 kW

    Potncia Mxima do Conversor Pmax,Conv 1 MVA

    Ganho Proporcional da Malha P-F do BESS Kp,bess 10

    Dados do Regulador de Velocidade e Turbina

    Dados do BESS

    VIII. REFERNCIAS

    [1] Brazilian Electricity Regulatory Agency (ANEEL) [Online]. Available: http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=15. Accessed on November 25, 2013.

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    [5] T. M. Masaud, K. Lee, and P. K. Senn, "An Overview of Energy Storage Technologies in Electric Power Systems: What is the Future?," in Proc. of North America Power Symposium, Arlington,Texas, USA, pp. 1-6, September 2010.

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    turbines-under-abnormal-frequency-conditions-in-distributed-

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    12PLT Rage [online]. Available:

    http://www.secbattery.com/pdf/brochures/12PLF&T_AGM_Batter

    y_Brochure.pdf. [18] A. Extegarai, P. Eguia, and I. Zamora, "Analysis of Remote

    Islanding Detection Methods for Distributed Resources," in Proc. of International Conference on Renewable Energies and Power Quality, Las Palmas de Gran Canaria, Spain, pp.1-6, April 2011.