Upload
tatiane-paulino
View
66
Download
10
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Fitopatologia Aplicada
Citation preview
Universidade Federal do Esprito Santo
Departamento de Produo Vegetal
Fitopatologia Aplicada (DPV 05381)
Controle Qumico de Doenas de Plantas
Prof. Dr. Waldir Cintra de Jesus Junior Prof. Dr. Fbio Ramos Alves
Introduo
O controle qumico de doenas de plantas , em muitos casos, a nica medida eficiente e economicamente vivel
de garantir as altas produtividade e qualidade de
produo.
A explorao comercial de culturas como as de uvas finas, morango, ma, tomate e batata, por exemplo,
seria impossvel sem o emprego de fungicidas em locais ou
pocas sujeitas incidncia de doenas.
Introduo
Entretanto, o controle qumico no deve ser considerado como alternativa nica para o controle das doenas, mas sim
deve estar integrado junto a um sistema de manejo que visa a
adoo das outras prticas.
Introduo
PRINCPIOS DE WHETZEL
1- Excluso: prevenir a entrada do patgeno em rea no infestada.
2- Erradicao: eliminar o patgeno de uma rea infestada
3- Proteo: impedir o contato direto da planta com o patgeno
4- Imunizao: promover a resistncia da planta, por meios naturais ou
artificiais, em rea infestada pelo patgeno
5-Terapia: cura das infeces j estabelecidas ou recuperao da planta
doente
6- Evaso (Escape): envolve tticas de fuga dirigida contra o patgeno
ou contra o ambiente, desfavorecendo o desenvolvimento da doena
Introduo
Introduo
Introduo
Histrico do desenvolvimento dos fungicidas
1000 a.C Homero: menciona o enxofre em relao as suas propriedades no controle de doenas
Sculos XVII e XVIII
1637 Remant: cloreto de sdio no tratamento de sementes contra a crie do trigo.
1705 Homberg: recomendou o cloreto de mercrio como preservante de madeiras.
1761 Schulthess: sugeriu o uso de sulfato de cobre no tratamento de sementes de trigo contra a crie.
SCULO XIX
1807 Prevost: demonstrou a eficincia do sulfato de cobre no controle da crie do trigo.
1833 Kendrick (EUA): calda sulfoclcica no controle do mldio da videira.
1882-1887 Millardet (Frana): calda bordalesa primeiro fungicida desenvolvido pelo homem.
1888 Trillat: propriedade fungicida do formol.
Histrico do desenvolvimento dos fungicidas
SCULO XX
1913 Reihm (Alemanha): mercuriais 1934 Tisdale & Williams: ditiocarbamatos 1952 Kitleson: captam 1968 Du Pont (EUA): primeiro relato de atividade sistmica do benomil
1973 Introduo dos fungicidas triazis no mercado, sendo o triadimefon o primeiro
1981 Criao do FRAC (Comit de Ao Resistncia de Fungos a Fungicidas)
1983 Fungicidas estrobilurinas
Histrico do desenvolvimento dos fungicidas
Controle qumico de doenas de plantas
Agrotxicos
Agrotxicos
Produtos fitossanitrios: insumos para proteger a lavoura.
Os produtos e os agentes de processos fsicos, qumicos ou biolgicos,
destinados ao uso nos setores de produo, no armazenamento e
beneficiamento de produtos agrcolas, nas pastagens, na proteo de florestas,
nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e tambm de ambientes
urbanos, hdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composio da
flora ou da fauna, a fim de preserv-las da ao danosa de seres vivos
considerados nocivos.
(Lei Federal dos Agrotxicos - 7.802/89, artigo 2, inciso I).
inseticidas e acaricidas, para controlar insetos e caros vetores de
patgenos;
fungicidas, bactericidas e nematicidas, para controle dos fungos,
bactrias e nematides fitopatognicos;
Herbicidas, para controlar plantas hospedeiras alternativas de patgenos
que afetam culturas especficas.
Agrotxicos no controle de doenas
Brasil utiliza 19% dos agrotxicos produzidos no mundo; Governo registra
8 mil casos de intoxicao por agrotxicos em 2011 (ANVISA, 2012).
O pas responsvel por 1/5 do consumo mundial de agrotxicos.
Os Estados Unidos, 17%; e o restante dos pases, 64%.
Agrotxicos no controle de doenas
Princpio ativo (p.a.): composio qumica (molcula) do componente do agrotxico com atividade txica.
Tolerncia de resduo (TR): quantidade, em ppm, de resduo do produto permitida no produto vegetal comercializado.
Poder residual (PR): espao de tempo, em dias, em que os resduos do agrotxico so txicos ao patgeno.
Perodo de carncia (PC): espao de tempo, em dias, entre a ltima aplicao do agrotxico e a colheita, para que no ocorram nveis de resduos acima dos
tolerados para comercializao do produto vegetal.
DL50: quantidade de produto qumico, em mg/kg de peso vivo do animal, que causa 50% de mortalidade na populao. Quanto menor a DL50 , mais txico o
produto.
Termos usados no controle qumico
Fungicidas
Fungicidas
Fungicida tudo aquilo capaz de matar fungos.
Luz ultravioleta, temperatura, cidos, etc...
Porm o termo tem sido empregado para o uso de substncias qumicas
capazes de inibir o desenvolvimento de fungos (principalmente).
Nas Cincias Agrrias seu uso destina-se ao manejo de patgenos que
causam danos e perdas em cultivos.
Fungicidas
Os fungicidas so frequentemente uma parte vital do manejo de doenas.
Proporcionam o controle de muitas doenas de forma satisfatria,quando
as prticas culturais, muitas vezes no proporcionam um controle adequado
da doena.
Cultivares resistentes no esto disponveis ou no so aceitas no
mercado.
Determinadas culturas de alto valor tm uma tolerncia muito baixa para
os sintomas da doena.
Letalidade ao patgeno: o fungicida deve ser especfico e letal em baixas concentraes);
Inocuidade: no deve ser txico ao homem, a animais, plantas, microrganismos benficos e ao meio ambiente;
Aderncia: manter-se sobre o tecido vegetal;
Tenacidade: ser resistente s intempries;
Redistribuio: ser efetivo mesmo em regies onde ele no foi depositado;
Compatibilidade: para permitir a aplicao do fungicida com outra substncia sem acarretar em qualquer problema;
(Zambolim & Jesus Jr., 2008)
Caractersticas desejveis de um fungicida
Estabilidade: permanecer ativo por longo tempo;
Fitotoxidez: no ser txico cultura e, levar em considerao a dose recomendada;
Equipamentos: no apresentar corroso dos equipamentos utilizados para preparo e aplicao;
Microrganismos benficos: no afetar os microrganismos benficos ou antagonistas existentes no meio ambiente;
Facilidade de preparo e aplicao: sem ocorrncia de precipitao e sedimentao, nem atividade corrosiva nos equipamentos de aplicao.
Caractersticas desejveis de um fungicida
(Zambolim & Jesus Jr., 2008)
Critrio para se estabelecer o controle qumico das doenas
Valor da produo;
Custo do controle da doena;
Valor esperado das perdas;
Previso sobre a intensidade da doena;
Efeito do clima na intensidade da doena.
Como os fungicidas podem ser utilizados no controle de fitopatgenos:
Proteo da folhagem;
Tratamento de sementes;
Proteo de ferimentos;
Desinfestao do solo;
Tratamento ps-colheita;
Tratamento de madeiras;
Quimioterapia.
Os fungicidas, em muitos casos, representam a principal ferramenta complementar no manejo de doenas de plantas.
Existem produtos modernos e compatveis com os conceitos de uma agricultura sustentvel e ecologicamente correta.
Na falta de mtodos preventivos os fungicidas impedem danos expressivos nos cultivos.
Fungicidas - VANTAGENS
Patgenos que afetam subitamente uma cultura podem ser controlados com relativa eficincia em carter emergencial. Raramente, outra prtica
de manejo apresenta efeito to imediato.
Efeitos duradouro (sistmicos).
Fornecer nutrientes.
Manejo de outros organismos.
Proteo das plantas em perodos chuvosos (aplicao de sistmicos)
Fungicidas - VANTAGENS
Uso incorretos (dose, poca, local, equipamentos, horrio,
formulaes, compatibilidade, especificidade, etc...).
Problemas:
Manejo inadequado (danos e perdas)
Fitotoxidade
Resistncia (produtos no tem mais eficincia)
Intoxicaes (ser humano)
Contaminao ambiental
Morte de inimigos naturais (microorganismos antagnicos e arthrpodes)
Custo de produo
Fungicidas - DESVANTAGENS
Teste de germinao de esporos in vitro efeito na germinao dos esporos.
Seleciona-se uma faixa de concentrao de fungicida para determinar limites mximo e mnimos de toxicidade curva de resposta.
Dose efetiva (DE50) = dose efetiva para matar 50% dos esporos.
Teste feito tambm em plantas vivas casa-de-vegetao e campo.
Toxicidade de Fungicidas
Testes com animais em laboratrio - Toxicidade Aguda
DL 50= dose requerida do produto (em mg/Kg de peso vivo) para matar uma
porcentagem de 50% da populao teste.
Ratos brancos machos usados como teste padro.
Dose letal (DL50) oral e drmica
Toxicidade de Fungicidas
Toxicidade Aguda
Atravs da
Alimentao
Pelo olfato
DL 50= dose requerida do produto (em mg/Kg de peso vivo) para matar uma porcentagem de 50% da populao teste, at 14 dias aps a administrao do fungicida.
Ratos brancos machos usados como teste padro.
Dose letal (DL50) oral e drmica
AVALIAO TOXICOLGICA DOS FUNGICIDAS
Atravs da
Pele
Classificao Toxicolgica
Extremamente
txico
Altamente
txico
Medianamente
txico
Pouco
txico
I
II
III
IV
I
II
III
IV
I I
DL50 Oral
(mg/kg)
Slido
DL50 Drm.
(mg/kg)
CL50 Inal.
(mg/l)
1h Expos.
Olhos
Opacidade da Crnea
Reversvel ou no
em 7 dias. Irritao
persistente
Sem Opacidade da
Crnea. Irritao
Reversvel em 7 dias
Sem Opacidade da
Crnea. Irritao
Reversvel em
72 horas
Sem Opacidade da
Crnea. Irritao
Reversvel em
24 horas
Pele
Corrosivo < 0.2 <
5
<
20
0.2-2
2-20
>20
Irritao
Severa
Irritao
Moderada
Irritao
Leve
II II
III III
IV IV
Slido
<
10
<
40
5-
50
50-
500
>
500
20-
200
200-
2000
>
2000
10-
100
100-
1000
>
1000
40-
400
400-
4000
>
4000
Classificao Toxicolgica
Avaliao da Segurana dos Fungicidas
Segurana do meio ambiente
Destino no meio ambiente
Hidrlise
Fotlise
Degradao no solo
Degradao na gua
Mobilidade no solo
Volatilidade
Bioacumulao
Avaliao
do destino
no ambiente
Ecotoxicidade
Pssaros
Peixes
Crustceos
Algas
Plantas aquticas
Minhocas
Organismos do solo
Artrpodos benficos
Abelhas
Avaliao da ecotoxicidade
Avaliao da segurana do meio ambiente
a forma pelo qual o ingrediente ativo do fungicida apresentado sob a
forma fsica mais efetiva, em relao aplicao, ao controle de doena e
ao armazenamento
(ingrediente ativo + ingredientes inertes)
1- Granulados (GR):
Fungicida dissolvido + agente carreador(argila).
2- P seco (PS):
Partculas do ingrediente ativo + inertes (talco e bentonita).
Formulaes de fungicidas
3- P molhvel (PM):
Partculas finamente modas (< 10m) que podem permanecer em suspenso sem serem dissolvidas.
Alm do ingrediente ativo tem-se: agente molhante (inico ou no inico) + agente espessante (alginato ou carboximetil celulose) + agente hidrfilico
(argila ou bentonita) + agente de suspenso (metil celulose, acetato de
polivinil ou silicato de alumnio).
4- Suspenso concentrada (SC) ou Flowble (F):
Partculas finamente modas(10 a 15 vezes menor que PM) em suspenso.
Formulaes de fungicidas
5 - Concentrado Emulsionvel (CE) :
Princpio ativo do fungicida dissolvido em um solvente orgnico (leo)
que no se mistura em gua + Surfactante que dispersa em gua para
formar uma emulso estvel.
Surfactante =substncia capaz de reduzir a tenso superficial de
um liquido e com isso h melhor espalhamento.
Emulso= mistura de uma substancia hidrofbica em agua
auxiliada por um agente dispersante
Formulaes de fungicidas
6 - Grnulos dispersveis em gua (GRDA):
Neste tipo de formulao o ingrediente ativo slido mantido sob a forma de grnulos.
Quando adicionado gua transforma-se em uma suspenso.
Formulaes de fungicidas
-Solvente substncia que dissolve o ingrediente ativo.
-Emulsificante compatibiliza mistura de fraes e apolares.
-Molhantes permitem a umectao do produto polares em contato com a gua.
-Adesivos ou aderentes melhora a aderncia do produto superfcie tratada.
-Dispersantes impedem a aglomerao.
-Espalhantes melhora a cobertura sobre as superfcies tratadas.
-Espessantes aumentam a viscosidade.
So ingredientes inertes adicionados a uma formulao de agrotxico
visando melhorar a eficincia do ingrediente ativo
Adjuvantes de fungicidas
Ler rtulo e bula antes de recomendar
-Acidificantes substncias que abaixam o pH.
-Tamponantes pH na faixa desejada.
-Quelatizantes eliminam a reatividade das molculas e ons.
-Antioxidantes impedem a degradao por oxidao.
-Bactericidas- impedem a multiplicao de bactrias.
-Odorizantes odor agradvel/desagradvel.
Ler rtulo e bula antes de recomendar
Adjuvantes de fungicidas
Classificao cronolgica dos fungicidas
Essa classificao constitui uma tentativa de agrupar os fungicidas compatibilizando a ordem
cronolgica do seu aparecimento com o grupo a
que pertence.
Classificao cronolgica dos fungicidas
Nesse sentido, os fungicidas podem ser classificados como de:
1 Gerao
2 Gerao
3 Gerao
Classificao cronolgica dos fungicidas
1 Gerao
Constituda de fungicidas inorgnicos protetores e alguns com ao erradicante.
Quanto natureza qumica, destacam-se os fungicidas base de enxofre e cobre , amplamente utilizados na
agricultura.
Os fungicidas base de mercrio, inorgnicos ou orgnicos, utilizados em larga escala nas primeiras dcadas
do sculo XX, e hoje proibidos, fazem parte dessa gerao.
Classificao cronolgica dos fungicidas
2 Gerao
Constituda de fungicidas protetores orgnicos introduzidos no controle de doenas de plantas a partir da
dcada de 1940.
Constitui o conjunto de fungicidas atualmente mais utilizado no controle de doenas de plantas, possuindo
largo espectro de ao.
Classificao cronolgica dos fungicidas
2 Gerao
Os principais grupos de fungicidas dessa gerao so:
Ditiocarbamatos, nitrogenados heterocclicos, dinitrofenis, fenis halogenados, nitro-benzeno halogenados, compostos
diazo, nitrilas , guanidinas , orgnicos a base de enxofre,
derivados de antraquinona e acetamida.
Classificao cronolgica dos fungicidas
3 Gerao
Constituda de fungicidas sistmicos, sendo iniciada em 1964 com a publicao das propriedades sistmicas do
thiabendazole e de alguns antibiticos.
Entretanto, o grande impulso no uso de fungicidas sistmicos teve incio com a descoberta do carboxin e do
benomyl, no fim da dcada de 1960.
Classificao cronolgica dos fungicidas
3 Gerao
Os fungicidas sistmicos pertencem a uma classe de produtos diferentes dos existentes nas geraes anteriores,
pois so muito especficos no modo de ao e txicos a
baixas concentraes.
Os principais grupos de fungicidas dessa gerao so: carboxamidas, benzimidazis, dicarboximidas , inibidores da
biossntese de esteris, inibidores de oomicetos, inibidores
da biossntese de melanina, fosforados orgnicos e
antibiticos.
Rota Ambiental dos Fungicidas
Toxicocintica de fungicidas no organismo humano
Classificao dos fungicidas
Protetores
Sistmicos
Mesostmicos
Fungicidas Protetores
Fungicidas protetores
Fungicidas protetores formam uma camada na superfcie do rgo tratado,
geralmente folhas, e protegem a planta da infeco pelo patgeno.
Quando o esporo (ou qualquer outro propgulo) fngico depositado na
superfcie foliar e absorve gua para germinar, ocorre tambm a absoro do
fungicida e a germinao impedida.
Por serem inespecficos, essa classe de fungicidas no podem entrar nos tecidos
da planta, pois seriam fitotxicos.
Eficiente Baixa eficincia
Fungicidas protetores
Em geral, os protetores inibem, inespecificamente, reaes bioqumicas e afetam
um grande nmero de processos vitais.
H evidncias que atuam tanto na membrana como no protoplasto.
Vantagens: baixo custo, amplo espectro de ao e pequenas chances de induzir
resistncia em fungos.
Desvantagens: pode se citar pequeno efeito residual quando comparado com
fungicidas sistmicos, o que requer um maior nmero de aplicaes, onerando os
custos de produo, alm de requererem doses maiores de produtos.
Fungicidas protetores
Para o bom desempenho da ao protetora, quando aplicado na parte area
das plantas, o composto qumico, precisa ter uma srie de caractersticas,
alm da fungitoxicidade inerente, tais como:
Ser quimicamente reativo, mas no deve se decompor facilmente pela ao das
intempries;
Ser capaz de reagir num meio aquoso, mas sem hidrolisar sobre o hospedeiro,
nem lixiviar pelo primeiro banho de chuva;
Fungicidas protetores
Ser capaz de se espalhar por toda a superfcie a ser protegida, mas sem
formar uma camada to fina que comprometa sua eficincia.
Ser capaz de redistribuio durante as chuvas, cobrindo as reas no
cobertas pelos depsitos iniciais, mas sem escorrer excessivamente com
a gua de pulverizao.
Ser suficientemente molhvel para formar suspenso na gua de
pulverizao.
(Zambolim, 2008).
Fungicidas - Efeito epidemiolgico
Reduo de Y0:
Tratamento de sementes
Tratamento de solo
Tratamento em ps colheita
Pulverizao da parte area
elimina o inculo do solo e/ou elimina as
chances de que as sementes e/ou plntulas
sejam infectadas por patgenos
Atua reduzindo as chances de que os
rgos sejam atacados
Fungicidas protetores- Efeito epidemiolgico
Efeito epidemiolgico advindo da aplicao de fungicidas protetores pode variar
com o modo de aplicao.
O fungicida pode eliminar o inculo quando em contato direto dos propgulos com
os depsitos de fungicida na superfcie da planta, mas pode proteger os tecidos e
evitar a infeco e, consequentemente, o desenvolvimento de novas leses.
Em tratamentos de sementes, solo, frutos por exemplo, o fungicida protetor
elimina os propgulos fngicos, reduzindo assim o inculo inicial (y0).
Em pulverizaes na parte area os protetores tambm atuam na taxa de
progresso (r).
Fungicidas protetores- Efeito epidemiolgico
Figura 1. Progresso da ferrugem (Puccinia psidii Winter) em frutas de goiabeira 'Paluma' em ensaio de
campo. Setas indicam pulverizaes de Mancozeb (1600 mg L1) aos 2, 16, 30, 43 e 58 dias aps a
primeira avaliao de incidncia da doena. Aos 9, 23 e 37 dias da aps a constatao da doena foram
realizadas pulverizaes com oxicloreto de cobre. O controle foram rvores pulverizadas com gua.
(Martins et al. 2010).
Fungicidas protetores
Os fungicidas protetores devem ser aplicados preferencialmente antes do incio da epidemia para haver reduo mais eficiente da taxa de
progresso das doenas.
De acordo com Berger (1977), em alguns patossistemas os fungicidas podem ser ineficazes quando a severidade superior a 5%.
Fungicidas protetores Natureza qumica
Enxofre
Cpricos
Ditiocarbamatos
Nitrogenados heterocclicos
Hidrocarbonetos Aromticos
Fenilpirroles
Dicarboximidas
Piridinaminas
Fungicidas protetores - ENXOFRE
O enxofre elementar foi um dos primeiros fungicidas utilizados pelo homem.
As formulaes mais utilizadas so as de p molhvel, com tamanhos de partculas especficos para minimizar danos s folhas, facilitar a
dosagem e a aplicao (Azevedo, 2003).
O enxofre atua como fungicida de contato, sem stio de ao especfico (FRAC, 2010).
Impede a germinao dos esporos fngicos, e por esta razo deve ser aplicado antes do desenvolvimento da doena para obter resultados mais
eficazes.
Fungicidas protetores - ENXOFRE
Principais fungicidas
Enxofre elementar
Calda sulfoclcica
Fungicidas protetores - ENXOFRE Uma vez absorvido pelo fungo, h reduo do enxofre em sulfeto de hidrognio (H2S), que interrompe a transferncia de eltrons e txico
para a maioria das protenas celulares.
O enxofre compatvel com inmeros defensivos. Mas deve-se ter o cuidado quando misturados aos leos agrcolas, pois essas combinaes
so geralmente txicas.
recomendado intervalo de aplicao de 15 a 21 dias entre estes produtos.
Apresentam baixo custo em relao aos orgnicos sintticos.
Possuem baixa toxicidade para homens e animais domsticos e no deixam resduos txicos em partes tratadas.
Fungicidas protetores - ENXOFRE
Aplicao foliar nas culturas de abacate, abbora, abobrinha, algodo, alho, ameixa, amendoim, batata,
berinjela, caf, caju, cebola, citros, coco, couve, couve-flor,
ervilha, feijo, feijo-vagem, figo, goiaba, ma, mamo,
mamona, manga, marmelo, melancia, melo, milho,
morango, nabo, pepino, pra, pssego, pimenta, pimento,
quiabo, repolho, rosa, soja, tomate, trigo e uva.
Em todas estas culturas o enxofre aplicado principalmente para o controle de caros, odios e mldios
pulverulentos. (AGROFIT, 2010)
Fungicidas protetores - CPRICOS
Os fungicidas pertencentes ao grupo so divididos em compostos solveis de cobre e compostos fixos de cobre.
Apresentam baixa solubilidade e no penetram e no so translocados no interior da planta.
O i.a. dos fungicidas do grupo o cobre metlico que apresenta como principal mecanismo de ao a inativao de enzimas (sacarase,
catalase, arginase e -glicosidase) e protenas contendo grupos SH, amino, COOH e OH.
No caso dos compostos solveis de cobre, estes apresentam alta fitotoxicidade em rosceas frutferas, queima e desenvolvimento
retardado em cucurbitceas e pode causar queda de flores na cultura
do tomate.
Fungicidas protetores - CPRICOS
Em relao induo de resistncia de fungos, devido a terem ao multi stio os fungicidas do grupo ainda no apresentam relatos na
literatura.
A utilizao de fungicidas cpricos atualmente se restringe pulverizao, sendo muito eficiente como protetor de folhagem
(ZAMBOLIM, 2006).
Fungicidas protetores - DITIOCARBAMATOS
O grupo de ditiocarbamatos (DTC) representa uma importante classe de fungicidas amplamente utilizada na agricultura.
Os ditiocarbamatos so compostos orgnicos saturados derivados do acido ditiocarbmico e resultam da combinao de aminas com bissulfito de carbono,
em soluo alcalina.
Em sua maioria os DTC, mancozeb, tiram, manebe, ziram, e zinebe foram desenvolvidos na dcada de 1930 e 1940, e vem sendo utilizados amplamente
tanto sozinhos quanto combinados com outros fungicidas nas formulaes
(Ware, 1994).
Fungicidas protetores - DITIOCARBAMATOS
Os etilenobisditiocarbamatos e propileno bistiocarbamatos de zinco reagem com enzimas sulfidrlicas e outros componentes sulfidrlicos (-SH) envolvidos na
respirao em muitas estruturas do fungo.
Pode tambm haver inibio de grande nmero de enzimas, interferindo em muitos processos metablicos. Contudo, estes compostos interferem na
produo de energia, inibindo mltiplos stios.Tambm so potentes agentes
quelantes.
O bissulfito de tetrametiltiuram (tiram) considerado um forte agente quelante apresentando afinidade para fixar ons metlicos. Estes privam as clulas de
metais pesados que so essenciais.. (Zambolim et al. 2008).
Os ditiocarbamatos possuem baixo risco de resistncia devido multiplicidade de stios de atuao.
Fungicidas protetores NITROGENADOS HETEROCCLICOS
Compostos nitrogenados heterocclicos so compostos cclicos contendo um anel estvel, no qual possui um ou mais tomos de
carbono, e pelo menos um tomo de nitrognio em sua estrutura.
Embora alguns compostos deste grupo possuam importante funo para os seres vivos, como por exemplo o hormnio auxina, outros
exercem a funo de fungicida contra uma ampla gama de patgenos.
Fungicidas protetores NITROGENADOS HETEROCCLICOS
Os compostos deste grupo que exercem funo fungicida, promovem efeito protetor sendo utilizado extensivamente em pulverizaes
foliares, tratamento de razes e de sementes
Esses produtos atuam, principalmente, inibindo as enzimas envolvidas na germinao de esporos e, ou na penetrao, bem como na produo
de compostos contendo NH2 e grupos SH, os quais atuam como
substratos para muitas enzimas envolvidas no metabolismo dos fungos
(Haddad, 2003; Agrios, 2005).
Fungicidas protetores NITROGENADOS HETEROCCLICOS
Devido multiplicidade de stios de atuao, os fungicidas deste grupo apresentam baixo risco de resistncia.
Fungicidas protetores HIDROCARBONETOS AROMTICOS
Hidrocarbonetos aromticos so geralmente compostos caracterizados por apresentar como cadeia principal um ou vrios anis benznicos.
O mecanismo de ao proposto para este grupo de fungicidas a peroxidao de lipdios.
Estes fungicidas promovem o intumescimento de hifas e tubos germinativos, posteriormente resultando em lise, mas so ineficazes na
germinao de esporos.
Estes induzem grandes mudanas nas funes das membranas. As aberraes nas mitocndrias incluem o enlargamento da crista e a
disfuno da membrana.
Fungicidas protetores HIDROCARBONETOS AROMTICOS
O retculo endoplasmtico e o plasmalema so destrudos, acompanhados por outros efeitos, tais como vacuolizao e
engrossamento da parede celular (Hewitt, 1998).
Os dois produtos do grupo que apresentam registro de uso no Brasil, so Quitozeno e o Dicloran.
Quitozeno um fungicida de contato indicado para o tratamento de sementes e do solo, controla fungos de solo em um grande nmero de
culturas.
Dicloran apresenta ao protetora, provocando deformaes nas hifas, mas apresentando pouco efeito sobre os esporos.
Atuam reduzindo o inculo inicial e a taxa de progresso da doena.
Fungicidas protetores - FENILPIRROLES
Os fenilpirroles so fungicidas protetores usados principalmente para o tratamento de sementes e o controle de patgenos do solo.
O mecanismo bioqumico de ao na MAP/histidina protena quinase no sinal de transduo osmtico.
Os princpios ativos desse grupo so Fenpiclonil e Fludioxonil.
O manejo da resistncia requerido para esses fungicidas, pois o risco de baixo a mdio.
Fungicidas protetores - DICARBOXIMIDAS
Os fungicidas desta classe tm sido empregados desde meados dos anos 1970 principalmente no controle de Botrytis, Sclerotinia e Monilinia.
Os trs principais produtos comerciais so iprodione, vinclozolin e procimidone, que ainda so muito utilizados no Brasil.
O seu espectro de atividade inclui espcies dos seguintes gneros: Botrytis, Sclerotinia, Sclerotium, Monilia, Alternaria, Phoma,
Didymella e Rhizoctonia .
Fungicidas protetores - DICARBOXIMIDAS
Fonte: (AGROFIT, 2014)
Fungicidas protetores - DICARBOXIMIDAS
Existem vrios relatos de fungos resistentes aos fungicidas dicarboxamida, como os seguintes:
Alternaria altenata, Alternaria brassicicola, Alternaria kikuchiana,
Aspergillus nidulans,Botrytis cinerea, Botrytis squamosa, Botrytis
elliptica, Cochliobolus heterostrophus, Magnaporthe grisea, Microdochium
nivale, Monilinia fructicola, Monilinia laxa, Neurospora crassa,Penicillium
expansum, Rhizoctonia solani, Rhizopus nigricans, Scleroticia
homoeocarpa, Scleroticia minor, Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium
cepivorum, Ustilago maydis (FRAC, 2010).
A resistncia aos fungicidas tem sido atribudos para a ocorrncia de mutaes no gene quinase histidina (Yamaguchi, 2005).
Fungicidas protetores - PIRIDINAMINAS
O grupo das Piridinaminas tem como fungicida representante o Fluazinam, o qual apresenta ao protetora, com pouca atividade curativa e sistmica,
mas com um bom efeito residual e baixa propenso a ser lavado pela
chuva.
Interrupo da fosforilao oxidativa: No processo da fosforilao oxidativa, a energia gerada pela cadeia mitocondrial transportadora de
eltrons conserva-se na forma de ATP.
Este responsvel, em organismos aerbios, pela produo da maioria do ATP sintetizado.
Fungicidas protetores - PIRIDINAMINAS
Fonte: (AGROFIT, 2014)
O fluazinam apresenta baixo risco de resistncia .
Fungicidas Sistmicos
Fungicidas sistmicos
Fungicidas sistmicos so compostos qumicos que, aps serem aplicados nas razes, nas folhas e nas sementes, possuem a
capacidade de serem absorvidos e translocados na planta, erradicando
os patgenos j estabelecidos, e por fim protegendo as plantas contra
novas infeces (ZAMBOLIM, 2008).
Geralmente, a translocao desses fngicas do modo acropetal de baixo para cima ou seja, das partes inferiores para as superiores da planta, seguindo o fluxo da transpirao.
Em alguns casos, o fungicida pode se movimentar de forma basipetal, sendo translocado no floema, como o caso do fosetyl Al, fungicida
sistmico pertencente ao grupo dos etilfosfonatos.
Fungicidas sistmicos
Fungicidas sistmicos podem apresentar efeito erradicante (importante no tratamento de sementes e do solo, visando a eliminao
de patgenos especficos), protetor, curativo e imunizante (pequena
porcentagem que penetra pode translocar na seiva e apresentar
concentrao fungitxica dentro dos tecidos sadios das plantas).
Exigem menores dosagens e nmeros de pulverizaes, consequentemente apresentam menores problemas de fitotoxidez e
contaminao ambiental, causando menor desequilbrio biolgico
(KIMATI, 1995).
Fungicidas sistmicos
Algumas vantagens podem ser citadas, como:
Ao em locais inacessveis aos fungicidas protetores, Matam o patgeno no interior dos tecidos da planta, Maior efeito residual, Requer doses menores e atingem a parte area quando aplicados em sementes ou no solo.
Como desvantagens, devem ser citados grandes chances de induzir resistncia de fungos e tambm o elevado preo desses produtos.
Fungicidas sistmicos Efeito epidemiolgico
Os fungicidas sistmicos por apresentarem efeito curativo, controlam infeces iniciadas antes aplicao.
Assim como no caso dos fungicidas protetores, fungicidas sistmicos podem atuar na reduo de y0 e r.
Quando so empregados no tratamento de sementes atuam em y0 e quando aplicados para controle de doenas da parte area reduzem r .
(ZAMBOLIM et al. 2004).
Fungicidas sistmicos Efeito epidemiolgico
Figura 3. Eficcia de fungicidas das amidas do cido carboxlico (CAAs) no controle da requeima da batateira em cultivos sombreados em casa de vegetao. A e B referem-se a
curvas de progresso de doena nos ensaios conduzidos em 2005 a 2006, e 2006 a 2007,
respectivamente. IPRO = iprovalicarbe; DMM = dimetomorfe; MPD = mandipropamida; CK
= controle. Doses: 75, 150 e 300 gramas do ingrediente ativo por hectare.
(COHEN & GISIN, 2007)
Fungicidas sistmicos Natureza qumica
Fenilamidas
Inibidores de quinona externa (IQE ou QoI ou estrobilurinas)
Carboxamidas
Organofosforados
Inibidores da biossntese de ergosterol
Benzimidazois
Amidas do cido Carboxlico
Fungicidas sistmicos - FENILAMIDAS
Dentre os grupos qumicos, apenas as acilalaninas possuem princpios ativos registrados e em uso no Brasil (benalaxyl e metalaxyl-M).
Agem como inibidores da RNA polimerase I, inibindo a biossntese de RNA ribossomal e, consequentemente, a biossntese de protenas.
Os fungicidas desta classe so stio-especficos e, devido a isso e falta de manejo adequado, vrios casos de populaes de fungos resistentes
s fenilamidas tm sido relatados.
So fungicidas sistmicos com ao protetora e curativa e movem-se pelo apoplasto.
Podem ser usados no tratamento de sementes, raiz e para pulverizaes foliares (Zambolim et al. 2008).
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DE QUINONA EXTERNA (IQE OU QOI OU ESTROBILURINAS)
As estrobilurinas constituem o principal grupo de fungicidas inibidores da
ubiquinol oxidase no stio Qo (QoIs).
Os fungicidas QoIs atuam como inibidores do complexo III da cadeia
transportadora de eltrons da mitocndria pela ligao ao stio da quinona
oxidase (QoI) do citocromo b.
Atualmente, seis ingredientes ativos do grupo das estrobilurinas esto
registrados no Brasil: azoxistrobina, cresoxim-metlico, dimoxistrobina,
picoxistrobina, piraclostrobina e trifloxistrobina
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DE QUINONA EXTERNA (IQE OU QOI OU ESTROBILURINAS)
Fonte: (AGROFIT, 2012)
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DE QUINONA EXTERNA (IQE OU QOI OU ESTROBILURINAS)
Atualmente existe uma extensa lista de patgenos que apresentam resistncia
aos QoIs, como Alternaria spp., Blumeria graminis f
sp. tritici e hordei, Colletotrichum spp., Mycosphaerella spp., Plasmopara
viticola, Pyrenophora spp., Pseudoperonospora cubensis, Pyricularia
oryzae,Pythium aphanidermatum, Ramularia spp., Sphaerotheca
fuliginea, Venturia inaequalis, entre outros (FRAC, 2010).
A maioria dos isolados resistentes foi observada na Europa, Estados Unidos e
Japo. No Brasil, somente Ramularia areola em algodoeiro foi descrito como
sendo resistente a estrobilurinas at o momento.
Fungicidas sistmicos - CARBOXAMIDAS
De modo geral, as carboxamidas so produtos sistmicos que apresentam maior eficincia no controle de fungos do Filo Basidiomycota (Mathre, 1970).
Alguns produtos tm maior espectro de ao, devido a adio de outros produtos de grupos qumicos diferentes, e apresentam sucesso no controle de
diversas doenas (Bittencourt et al., 2007).
Atualmente, esto registrados no Brasil: o boscalida, carboxina (cujos produtos formulados possuem um maior espectro de ao), oxicarboxina e thifluzamida.
Esses produtos inibem a succinato-desidrogenase, enzima que participa do processo de respirao da mitocndria. O boscalida uma exceo, pois reduz
a atividade da quinina.
Fungicidas sistmicos - CARBOXAMIDAS
Fonte: (AGROFIT, 2012)
H um baixo risco de resistncia a carboxamidas em fungos do filo Basidiomycota controlados pelo fungicida. Entretanto, h um relato de
populaes de Ustilago nuda resistentes a carboxina (Newcombe & Thomas,
1991). Alguns isolados de Alternaria alternata obtidos de pistache da Califrnia
(EUA) demonstraram insensibilidade ao boscalida (Avenot & Michailides, 2007).
Fungicidas sistmicos - -ORGANOFOSFORADOS
O uso de derivados orgnicos de fsforo como fungicidas e herbicidas constituem um novo e promissor campo para sua aplicao.
Esse grupo formado apenas por steres do cido fosfrico e outros cidos base de fsforo.
Em comparao diversos outros fungicidas, este grupo apresenta uma toxicidade elevada, entretanto, degrada rapidamente e no se
acumula em tecidos gordurosos.
Muito utilizado como inseticida, representando 35,5% do mercado mundial para o controle de insetos e somente alguns possuem atividade
sistmica em plantas (Guedes et al. 2008).
Fungicidas sistmicos - -ORGANOFOSFORADOS
Entre os principais ingredientes ativos dos organofosforados, tem-se os iprobenfs e edifenfs.
Estes atuam sobre a membrana celular, alterando levemente a sua permeabilidade e podendo causar extravasamento do suco intracelular, reao
essa devido inibio da sntese dos fosfolipdios da membrana (Yoshida et al.
1990).
Existem poucos patgenos que desenvolveram resistncia aos organofosforados, principalmente a Pyricularia oryzea e Bipolaris oryzea devido
ampla utilizao deste grupo qumico para estes patgenos e tambm pela
enorme variabilidade dos patgenos foliares.
Fonte: (AGROFIT, 2012)
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DA BIOSSNTESE DE ERGOSTEROL
TRIAZIS
Os IBEs atuam principalmente nos stios da biossntese do ergosterol, que um importante constituinte da membrana de um largo espectro de
fungos, cujo precursor o lanosterol, mas no ocorre em plantas (Vyas,
1993; Raghava e Raghava, 1998).
A sntese do ergosterol uma caracterstica da maioria dos fungos superiores (Ascomycetos, Basidiomycetos e Fungos Mitospricos),
embora no seja o esterol predominante nas ferrugens e odios.
Os fungicidas triazis apresentam mdio risco de resistncia, necessitando desta forma, aes de manejo
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DA BIOSSNTESE DE ERGOSTEROL
TRIAZIS
Fonte: (AGROFIT, 2012)
Fungicidas sistmicos INIBIDORES DA BIOSSNTESE DE ERGOSTEROL
TRIAZIS
Fonte: (AGROFIT, 2012)
Fungicidas sistmicos - BENZIMIDAZIS
A ampla utilizao dos benzimidazis na agricultura deve-se a sua alta atividade sistmica contra um grande nmero espcies fngicas.
Constitui possivelmente, um dos mais importantes grupo de fungicidas sistmicos utilizados comercialmente, incluindo os fungicidas tiofanato
metlico, carbendazim e tiabendazol.
So absorvidos pelas folhas, tecidos verdes e razes com translocao acropetal.
Atuam inibindo o desenvolvimento do tubo germinativo, a formao do apressrio e crescimento micelial.
Risco de ocorrncia de resistncia. (REIS et al. 2001).
Fungicidas sistmicos - BENZIMIDAZIS
(FRAC, 2010).
Fungicidas sistmicos AMIDAS DO CIDO CARBOXLICO
O modo de ao bioqumico proposto para os fungicidas do grupo das amidas do cido carboxlico tem sido atravs da inibio da biossntese de fosfolipdeos e
sntese de parede celular, atuando diretamente na germinao de zosporos,
esporngios e o crescimento micelial (FRAC, 2010).
Como caractersticas gerais, os fungicidas deste grupo apresentam pequena translocao local e rpida translocao via apoplasto, alm de apresentarem baixa
toxidade (Rodrigues, 2006).
Ao efetiva contra oomicetos sendo recomendados para o controle da requeima do tomate e da batata (Phytophthora infestans), do mldio inferior
(Plasmopara viticola) e espcies de Peronospora.
Atuam tanto de forma protetora quanto curativa, inibindo a colonizao das clulas epidrmicas e parenquimatosas, impedindo a penetrao do fungo (AGROFIT,
2010).
Fungicidas sistmicos AMIDAS DO CIDO CARBOXLICO
Fungicidas de risco moderado a resistncia.
(FRAC, 2010).
Fungicidas Mesostmicos
Fungicidas Mesostmicos
Um fungicida que possu alta afinidade com a superfcie foliar da planta e absorvido pelas camadas de cera da planta.
redistribudo na superfcie da planta pelo movimento superficial da fase de vapor e redeposio.
Penetra no tecido da planta e tem atividade translaminar.
No se movimenta no sistema vascular.
Forma barreira qumica devido forte penetrao e aderncia nas camadas de cera de cutcula;
Possui caracterstica de um fungicida protetor, sistmico e erradicante.
Fungicidas Mesostmicos
Depsito na superfcie da folha Penetra nas camadas de cera
Pequenas quantidades penetram no tecido
Caracterstica Fungicida
Protetor Sistmico
Solubilidade Baixa Alta
Translocao No Sim
Dose recomendada Maior Menor
Intervalo de aplicao Menor Maior
Fitotoxidez Baixa Alta
Mecanismo de ao bioqumico Mltiplo Especfico
Especificidade Baixa Alta
Resistncia na populao Raramente Comumente
Ao curativa No Sim
Ao anti-esporulante No Sim
Resduo nos vegetais Menor Maior
Seletividade Baixa Alta
Espctro de ao Amplo Estreito
Adjuvante Alguns casos Raramente
Depsito externo Removido/degradado Raramente
Penetrao no vegetal No Sim (15-30 min.)
Nmero de aplicao Maior Menor
Custo Menor Maior
Persistncia no vegetal Menor Maior
Compatibilidade Geralmente Raramente
Alvos de atuao de fungicidas dentro de uma clula
(ZAMBOLIM, 2008)
Resistncia de fungicidas
Resistncia de fungicidas
Presso de seleo?
Resistncia de fungicidas
Para os fitopatologistas, o problema ocorreu pela primeira vez na dcada de 1960 aps o uso generalizado de benomyl.
A resistncia transmitida geneticamente e resulta de uma ou mais mutaes no fungo alvo.
Quando a resistncia se torna um problema prtico, as mutaes geralmente provocam uma alterao no stio alvo bioqumico, fazendo
com que a ligao do fungicida seja menos efetiva, ou at que no
ocorra.
Os efeitos sobre a germinao dos esporos so uma forma rpida de monitorar a sensibilidade do fungicida, mas podem ser equivocados
quando o fungicida no tem efeito sobre a germinao, mas atua em um
estgio posterior do desenvolvimento.
Resistncia de fungicidas - ESTRATGIAS
Qualquer agente de controle de doenas pode ficar menos efetivo ao longo do tempo devido ao desenvolvimento de resistncia.
O Comit Brasileiro de Ao a Resistncia a Fungicidas (FRAC-BR) recomenda as seguintes estratgias de manejo de resistncia visando
prolongar a vida til dos fungicidas:
Utilizar a rotao de fungicidas com mecanismos de ao distintos.
Utilizar o fungicida somente na poca, na dose e nos intervalos de aplicao recomendados no rtulo/bula.
Resistncia de fungicidas - ESTRATGIAS
Incluir outros mtodos de controle de doenas (ex. Resistncia gentica, controle cultural, biolgico, etc.) dentro do programa de
Manejo Integrado de Doenas (MID) quando disponveis e apropriados.
Sempre consultar um Engenheiro Agrnomo para orientao sobre as recomendaes locais para o manejo de resistncia.
Resistncia de fungicidas
(FRAC Brasil, 2012)
Resistncia de fungicidas
(FRAC Brasil, 2012)
Resistncia de fungicidas
(FRAC Brasil, 2012)
Antibiticos e bactericidas e sua
utilizao no controle de
fitobactrias
Antibiticos e bactericidas
Constituem um grupo de fungicidas de emprego relativamente recente no controle de doenas de plantas.
So compostos produzidos por microorganismos que inibem outros microorganismos.
Uso muito limitado.
Antibiticos e bactericidas
Aureomicina:
Produzido por espcies de Streptomyces.
Eficiente no tratamento de sementes de crucferas, tendo ao teraputica contra Xanthomonas campestris pv. Campestris, agente da
podrido negra das crucferas.
Outros bactericidas Blasticidina Cicloheximida Estreptomicina Kasugamicina
Os fungicidas mais comumente empregados, que apresentam razovel ao bactericida, so os cpricos (calda bordalesa,
sulfato de cobre, oxicloreto de cobre, hidrxido de cobre, xido
cuproso) e os carbamatos.
Relativamente aos antibiticos, atualmente existem 4 produtos comerciais registrados para uso agrcola, base de oxitetraciclina,
estreptomicina ou kasugamicina.
Controle qumico de bactrias de plantios agrcolas
Nematicidas e sua utilizao
no controle de fitonematides
Nematicidas e sua utilizao no controle de
fitonematides
Uso de nematicidas consiste em um mtodo de manejo de fitonematides bastante agressivos ao agroecossistemas.
No seletivos.
Os nematicidas podem ser sistmicos ou fumigantes (com formulaes lquidas ou slidas).
Brometo de metila, Furadan, Ralzer, Furazin, Diafuran, etc...
Mtodos e tecnologias de
aplicao para o controle de
doenas
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Varia de acordo com a finalidade do tratamento, tipo de formulao e parte da planta a ser tratada.
1-Pulverizao
2-Polvilhamento
3-Tratamento do solo
a)Aplicao no sulco de plantio
b)Fumigao
4-Tratamento de sementes
a)Via seca:
b)Via mida:
5- Pincelagem
6- Injeo
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Volume de aplicao
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Volume de aplicao
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Tamanho das gotas
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Tipos de bicos
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas Aplicao via solo
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Tratamento de sementes
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Pulverizao
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Pulverizao
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Pincelamento
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Pincelamento
Mtodos e tecnologias de aplicao para o controle de
doenas
Injeo direta na planta
Pesticidas Alternativos
Pesticidas Alternativos
Os defensivos alternativos podem ser de preparao caseira ou
adquiridos no comrcio, a partir de substncias no prejudiciais
sade humana e ao meio ambiente.
Pertencem a esse grupo as formulaes que tm como caractersticas principais:
baixa ou nenhuma toxicidade ao homem e natureza,
eficincia no combate aos artrpodes e microrganismos nocivos,
no favorecimento ocorrncia de formas de resistncia desses
fitoparasitas,
disponibilidade e custo reduzido.
Os produtos considerados como defensivos alternativos, com
maiores possibilidades de emprego em cultivos comerciais so:
calda bordalesa, calda viosa, calda sulfoclcica, p sulfoclcico, supermagro, biofertilizantes, extratos de plantas, sabo, cal virgem, cal hidratada, leos, alho, etc....
Pesticidas Alternativos
Calda bordalesa Sulfato de cobre e cal virgem. Controla doenas como a requeima, pinta preta, antracnose, mancha-olho-de-r, mancha prpura,
tombamento, mldio, septoriose, diversas manchas foliares,
etc.
Calda viosa. um fungicida muito eficiente no controle da ferrugem em caf e frutferas.
Pesticidas Alternativos
Manuseio e descarte das
embalagens
Manuseio e descarte das embalagens
Utilizar defensivos devidamente registrados no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), para uso na cultura
desejada e para a doena ou patgeno que deseja controlar.
Usar equipamento de proteo individual (EPI)
No fazer mistura em tanque, de dois fungicidas, ou de fungicida (s)com outro (s) agrotxico (s), procedimento proibido por lei (Instruo
Normativa do MAPA n 46, de julho de 2002).
Manuseio e descarte das embalagens
Evitar aplicaes em dias ou em horrios com ventos fortes, visando reduzir a deriva dos jatos, tornando mais eficiente a aplicao e reduzindo
possveis contaminaes de reas vizinhas.
Observar o perodo de carncia do produto.
Ler com ateno o rtulo e a bula do produto e seguir todas as orientaes .
Devolver as embalagens vazias (aps a trplice lavagem das embalagens de produtos lquidos), no prazo de um ano aps a compra do
produto, ao posto de recebimento indicado na nota fiscal de compra,
conforme legislao do MAPA (Lei 9.974, de 06/06/2000 e Decreto 4.074,
de 04/01/2002).
Manuseio e descarte das embalagens
Manuseio e descarte das embalagens
Manuseio e descarte das embalagens
Manuseio e descarte das embalagens
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo para a cabea A cabea deve ser protegida adequadamente por bons,
capacetes apropriados ou capuz impermevel.
recomendado devido grande possibilidade de contaminaes
por respingos ou nvoas de produtos (aplicaes ambientais) nas
regies do pescoo, face, orelhas e principalmente couro cabeludo,
que podem absorver at 100% das substncias com as quais tm
contato.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo para o tronco
Nas aplicaes de agrotxicos, para evitar o contato direto com o produto, devem sempre ser utilizados vesturios leves que protejam a maior parte possvel do corpo.
Pode ser macaco, cala e camisa de mangas compridas.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo para os membros superiores
ideal a utilizao de luvas impermeveis, de material de boa
qualidade, sem forro e suficientemente longas para alcanar as
mangas, que devem cobrir o cano das luvas.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo para os membros inferiores
As protees recomendadas, neste caso, so os calados facilmente calveis e descalveis, antiderrapantes,
impermeveis e resistentes a agentes qumicos.
Recomenda-se o uso de botinas de segurana, confeccionadas em material impermevel.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo das vias respiratrias
necessria a proteo constante das vias respiratrias devido o
risco de inalao de vapores e partculas dos produtos durante o
preparo e diluio de praguicidas, na carga e descarga de
equipamentos, na manipulao de ps secos, no transporte,
armazenamento, descarte de embalagens e, sobretudo, em
trabalhos com pulverizao em ambientes pouco ventilados.
Podem ser utilizadas as mscaras
faciais parciais, que cobrem apenas
o nariz e boca, ou as mscaras
totais, que cobrem todo o rosto,
assegurando tambm a proteo
dos olhos.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo para os olhos e face
Deve ser usada na manipulao de praguicidas com alta toxicidade, principalmente durante a abertura de recipientes e
preparo de cargas, bem como no caso de pulverizaes e
nebulizaes.
Para a proteo dos olhos, podem ser usados capacete com viseira ou culos de segurana.
Uso de Equipamentos de Proteo Individual
Proteo auditiva
O trabalhador exposto a nveis elevados de rudo, quando
executa as atividades de termonebulizao e UBV (Ultra Baixo
Volume), sofre efeitos prejudiciais.
Devem ser utilizados os protetores auriculares. Estes podem ser
abafadores tipo concha ou plugs (tampes) de insero, pr-moldados ou moldveis.
Legislao
Legislao
A Lei nmero 7.802, de 11 de julho de 1989 dispe sobre vrios assuntos relacionados aos agrotxicos - pesquisa, produo, embalagem,
transporte, armazenamento, comercializao, utilizao, entre outros.
fundamental que os profissionais ligados ao campo tenham conhecimento
do contedo dessa lei.
Na Lei dos Agrotxicos, algumas exigncias so impostas, como a obrigatoriedade do registro de produtos no MAPA e no IBAMA.
Alm disso, obrigatria a prescrio da receita agronmica para a venda de agrotxicos ao produtor/consumidor.
O descumprimento dessa lei pode acarretar multas e recluso.
Legislao
Os defensivos agrcolas so muito perigosos quando utilizados sem a devida orientao e sem receiturio prprio. Entretanto, deve-se tomar
cuidado na escolha do profissional que emitir a receita.
De forma objetiva, a Lei dispe que as responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados
sade das pessoas e ao meio ambiente ser do profissional quando
comprovada receita errada, displicente ou indevida.
Receiturio agronmico
O objetivo da Receita Agronmica a utilizao correta do agrotxico, para minimizar o risco e evitar a aplicao desnecessria.
Agricultores/usurios s podero adquirir e utilizar agrotxicos se orientados por profissional legalmente habilitado, com emisso do
respectivo receiturio agronmico.
A receita s se justifica se houver efetiva participao do profissional que a subscreve. O profissional emitente deve ser sabedor da situao
real que envolve o uso do agrotxico, diagnosticar a necessidade da
aplicao, o local e a estrutura do agricultor.
Receiturio agronmico
O receiturio agronmico envolve a escolha da variedade, o espaamento adequado, a poca de plantio, o perfil do agricultor e
as prticas corretas de nutrio, monitoramento dos agentes
patognicos e dos fatores edafoclimticos.
A escolha do produto passa por critrios que devem considerar ainda o custo/benefcio, sob o ponto de vista econmico, ecolgico
e de praticidade de uso.
Concluso
O mtodo qumico uma importante
ferramenta dentro de um programa de
Manejo Fitossanitrio de doenas de
plantas, e seu uso deve obedecer vrios
princpios.