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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE FARMCIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS FARMACUTICAS
ESTUDO QUMICO E AVALIAO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE
CH-VERDE BRASILEIRO (Camellia sinensis var. assamica) Cultivar IAC-259
SAMUEL TAKASHI SAITO
Porto Alegre, 2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE FARMCIA PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIAS FARMACUTICAS
ESTUDO QUMICO E AVALIAO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE
CH-VERDE BRASILEIRO (Camellia sinensis var. assamica) Cultivar IAC-259
Dissertao apresentada por Samuel Takashi Saito
para obteno do GRAU DE MESTRE em
Cincias Farmacuticas
Orientadora: Prof. Dra. Ana Maria Bergold Co-orientadora: Prof. Dra. Grace Gosmann
Porto Alegre, 2007
Dissertao apresentada ao Curso de Ps-Graduao em Cincias
Farmacuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e aprovada em
27.04.2007, pela Comisso Examinadora constituda por:
Profa. Dra. Edna Sayuri Suyenaga
Centro Universitrio Feevale
Profa. Dra. Elfrides Eva Scherman Schapoval
Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Prof. Dr. Jos ngelo da Silveira Zuanazzi
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
S158e Saito, Samuel Takashi Estudo qumico e avaliao da atividade antioxidante de ch-verde
brasileiro (Camellia sinensis var. assamica) cultivar IAC-259/ Samuel Takashi Saito Porto Alegre : UFRGS, 2007. - xxiv, 112p.: il., tab.
Dissertao (mestrado). UFRGS. Faculdade de Farmcia. Programa
de Ps-Graduao em Cincias Farmacuticas. 1.Ch-verde brasileiro. 2. Camellia sinensis. 3. Validao: mtodos
analticos. 4. Cromatografia lquida de alta eficincia. 5. Atividade antioxidante. 6. Catequinas. 7. Cafena. 8. Theaceae. I. Bergold, Ana Maria. II. Gosmann, Grace. III. Ttulo.
CDU: 615.2.011:582.823
Bibliotecria responsvel: Margarida Maria Cordeiro Fonseca Ferreira, CRB 10/480
Os procedimentos experimentais deste trabalho foram realizados:
no LAPPS Laboratrio de Produo de Padres Secundrios, no Laboratrio
de Fitoqumica e no Laboratrio da Central Analtica do Programa de Ps-
Graduao em Cincias Farmacuticas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, assim como, no Laboratrio de Biofsica do Centro de
Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e no Laboratrio
do Centro de Pesquisas em Cincias Mdicas ULBRA, aos quais eu
expresso meus sinceros agradecimentos.
Vernica,
minha esposa e minha flor,
sempre minha companheira
para o que der e o que for.
AGRADECIMENTOS
Deus que me deu esta oportunidade e este desafio para conquistar.
s professoras Dra. Ana Maria Bergold e Dra. Grace Gosmann pela orientao,
pelo incentivo, ateno e pelo exemplo de profissionalismo.
Ao LAPPS Laboratrio de Produo de Padres Secundrios, por oferecer
toda infra-estrutura necessria para o desenvolvimento e validao deste
trabalho.
A Central Analtica-FACFAR/UFRGS pela utilizao do liofilizador.
Industria de Ch Ouro-Preto/SP pelo fornecimento das matrias-primas.
Aos professores Dr. Pedro Eduardo Frehlich, Dr. Jarbas Alves Montanha e Dr.
Jos Carlos Germani, pelo convvio e pronto auxlio quando necessrio.
Ao Programa de Ps-Graduao em Cincias Farmacuticas (PPGCF) da
UFRGS, pela oportunidade.
Aos meus pais, pelo apoio incondicional, sempre.
A minha irm Dirce pelo incentivo nos momentos difceis e tambm nos bons,
pelo abrao e pelas oraes; tambm a minha cunhada Jlia por ter vindo da
Bahia dar aquela fora minha esposa no perodo do mestrado. Com vocs
divido a alegria desta conquista.
Aos professores Dr. Marc Franois Ritcher e Dra. Jenifer Saffi do Programa de
Ps-Graduao em GT-ULBRA pela colaborao.
viii
Aos meus amigos e colegas (atuais e antigos) do LAPPS: Alexandre
Xandeco, Andra, Carolina, Eliane, Inara, Laura, Letcia, Lcia, Lus Liscano,
Marquinhos, Sirlei, Tiaguinho, Rochele e aos colegas do Laboratrio de
Fitoqumica: Juli, Simone e Ana, por tornarem o local de trabalho aprazvel.
Dinara, ao Renato e o restante do pessoal do Laboratrio de Biofsica do
Centro de Biotecnologia da UFRGS pela disponibilizao dos equipamentos
para fazer o ensaio enzimtico.
ix
SUMRIO
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................... xiii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................. xvii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................. xix
RESUMO................................................................................................................ xxiii
ABSTRACT ...........................................................................................................
xxiv
1 INTRODUO.................................................................................................... 01
2 OBJETIVOS........................................................................................................ 2.1 Objetivo geral................................................................................................... 2.2 Objetivos especficos.......................................................................................
05 07 07
3 REVISO............................................................................................................ 3.1 Descrio da planta.......................................................................................... 3.2 Constituio qumica........................................................................................ 3.3 Atividade antioxidante...................................................................................... 3.4 Atividade quimiopreventiva e antitumoral......................................................... 3.5 Atividade antidiabtica..................................................................................... 3.6 Outras atividades farmacolgicas.................................................................... 3.7 Toxicidade, efeitos adversos e superdosagem................................................ 3.8 Mtodos de extrao e de quantificao de componentes qumicos.............. 3.9 Mtodos de avaliao da atividade antioxidante in vitro..................................
08 10 10 12 13 14 15 16 16 19
4 MATERIAS E MTODOS................................................................................... 4.1 Substncias qumicas, reagentes e equipamentos.......................................... 4.2 Matria vegetal................................................................................................. 4.3 Obteno do extrato liofilizado......................................................................... 4.3.1 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 1.............................................. 4.3.2 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 2.............................................. 4.3.3 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 3.............................................. 4.4 Obteno da amostra atravs da decoco assistida...................................... 4.5 Determinao simultnea das catequinas e cafena em ch-verde brasileiro por cromatografia lquida de alta eficincia............................................................ 4.5.1 Condies do sistema................................................................................... 4.5.1.1 Condies cromatogrficas........................................................................ 4.5.1.2 Fase mvel (FM) e soluo de diluio (SD)............................................. 4.5.1.3 Decoctos de ch-verde.............................................................................. 4.6 Validao da metodologia CLAE-DAD............................................................. 4.6.1 Adequabilidade do sistema cromatogrfico.................................................. 4.6.2 Preparo das curvas-padro........................................................................... 4.6.2.1 Preparo das misturas das substncias qumicas de referncia................. 4.6.3 Preparo das amostras................................................................................... 4.6.4 Exatido........................................................................................................
22 24 25 26 26 27 28 28 29 29 29 29 29 30 30 31 31 32 32
x
4.6.4.1 Preparo das solues amostra e soluo-me das substncias qumicas de referncia.......................................................................................................... 4.6.5 Preciso........................................................................................................ 4.6.6 Especificidade............................................................................................... 4.6.7 Limite de deteco........................................................................................ 4.6.8 Limite de quantificao................................................................................. 4.6.9 Robustez....................................................................................................... 4.7 Atividade antioxidante in vitro........................................................................... 4.7.1 Mtodo fotocolorimtrico do DPPH.............................................................. 4.7.2 Mtodo enzimtico do sistema hipoxantina/xantina oxidase........................ 4.7.2.1 Preparo da soluo reagente em tampo fosfato (pH 6,5)........................ 4.7.2.2 Reao enzimtica..................................................................................... 4.7.2.3 Anlise por CLAE-DAD.............................................................................. 4.7.2.4 Apresentao dos resultados.....................................................................
32 34 34 34 34 35 35 35 39 39 40 40 40
5 RESULTADOS E DISCUSSO.......................................................................... 5.1 Rendimento dos extratos liofilizados................................................................ 5.2 Determinao simultnea das catequinas e cafena nas amostras de ch-verde, por CLAE-DAD............................................................................................ 5.2.1 Desenvolvimento do mtodo......................................................................... 5.2.2 Identificao dos compostos por CLAE-DAD................................................ 5.2.2.1 Espectros UV das substncias qumicas de referncia............................. 5.2.2.2 Anlise do tempo de reteno.................................................................... 5.2.2.3 Adio da substncia de referncia na amostra........................................ 5.2.2.4 Comparao dos espectros UV e ndice de similaridade........................... 5.3 Validao.......................................................................................................... 5.3.1 Adequabilidade do sistema cromatogrfico.................................................. 5.3.2 Linearidade.................................................................................................... 5.3.3 Preciso........................................................................................................ 5.3.4 Exatido........................................................................................................ 5.3.5 Especificidade............................................................................................... 5.3.6 Limite de deteco........................................................................................ 5.3.7 Limite de quantificao................................................................................. 5.3.8 Robustez....................................................................................................... 5.4 Teores de catequinas e cafena encontrados nos chs-verde brasileiro......... 5.5 Teores de catequinas e cafena encontrados nos extratos liofilizados............ 5.5.1 Anlise estatstica entre os sistemas............................................................ 5.6 Atividade antioxidante in vitro........................................................................... 5.6.1 Mtodo fotocolorimtrico do DPPH.............................................................. 5.6.1.1 Correlao das amostras de ch-verde brasileiro com a atividade antioxidante............................................................................................................ 5.6.2 Mtodo enzimtico do sistema xantina oxidase/hipoxantina........................
41 43 44 44 46 47 47 49 50 54 54 56 57 57 59 60 61 61 62 63 68 70 70 75 78
6 CONCLUSES................................................................................................... 86
7 REFERNCIAS................................................................................................... 90
8 ANEXOS ............................................................................................................ 98
xi
ANEXO 1: Tabelas complementares
ANEXO 2: Artigo publicado na Revista Chromatography
LISTA DE ABREVIATURAS
- seletividade
ACN acetonitrila
AcOEt acetato de etila
AG cido glico
ANOVA anlise de varincia
C catequina
CAF - cafena
CE50 concentrao efetiva para se obter 50% do mximo da atividade
estimada em 100%
CG - galato de catequina
CVB-P ch-verde brasileiro colhido na primavera
CVB-V ch-verde brasileiro colhido no vero
DAD detector de arranjo de diodos
DP desvio padro
DPR desvio padro relativo
DPPH radical 1,1-difenil-2-picrilidrazila
EC epicatequina
EACI1A Extrato liofilizado de amostra comercial importada (marca 1) e obtido
pelo sistema 1
EACI2A Extrato liofilizado de amostra comercial importada (marca 2) e obtido
pelo sistema 1
EACN1A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 1) e obtido
pelo sistema 1
EACN2A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 2) e obtido
pelo sistema 1
EACN3A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 3) e obtido
pelo sistema 1
ECVB-P1A - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 1
ECVB-P1B - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 2
ECVB-P1C - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 3
ECVB-P2A - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 1
xiv
ECVB-P2B - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 2
ECVB-P2C - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 3
ECVB-P3A - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 1
ECVB-P3B - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 2
ECVB-P3C - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 3
ECVB-V1A - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 1
ECVB-V1B - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 2
ECVB-V1C - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 3
ECVB-V2A - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 1
ECVB-V2B - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 2
ECVB-V2C - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 3
ECVB-V3A - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 1
ECVB-V3B - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-V3C - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 3;
ECG galato de epicatequina
EGC galato de galocatequina
EGCG galato de epigalocatequina
e.p.m. erro padro da mdia
ERO espcies reativas ao oxignio
EtOH etanol
GC - galocatequina
GCG galato de galocatequina
k fator de reteno
Me2CO - acetona
MeOH metanol
N eficincia da coluna (nmero de pratos terico)
NI no informado
NPK adubo composto por nitrognio:fsforo:potssio
Rs Resoluo
SD Soluo de Diluio
SIDA sndrome da imunodeficincia adquirida
SNK Student-Newman-Keuls
SQR substncia qumica de referncia
T fator de cauda
xv
TFA cido trifluoractico
TR tempo de reteno
P Polaridade do solvente
p.a. pr anlise
QEAA quantidade equivalente em cido ascrbico
VIH vrus da imunodeficincia humana
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Principais componentes presentes em Camellia sinensis............
11
Figura 2 Estrutura molecular do radical DPPH..........................................
19
Figura 3 Esquema da gerao de espcies reativas ao oxignio (ERO) no sistema hipoxantina/xantina oxidase.........................................................
20
Figura 4 Grfico representando o rendimento mdio com os respectivos e.p.m. (n=13) da extrao do ch-verde brasileiro pelos trs sistemas selecionados..................................................................................................
44
Figura 5 Cromatograma das SQR...............................................................
46
Figura 6 Espectro UV de cada pico referente ao cromatograma da Fig. 5.
48
Figura 7 Cromatograma das SQR sobreposto com ECVB-V1A.................
49
Figura 8 Cromatograma da amostra ECVB-V1A na concentrao de 2002 g/ml sobreposto com a mesma amostra com adio das SQR..........
50
Figura 9 Sobreposio dos espectros de SQR de cafena com quatro espectros da amostra de tempo de reteno prximos da cafena...............
51
Figura 10 Espectro da SQR de epigalocatequina sobreposto com espectro do pico de TR = 6,11 min da amostra.............................................
51
Figura 11 Espectro da SQR de catequina sobreposto com espectro do pico de TR = 7,80 min da amostra.................................................................
51
Figura 12 Sobreposio dos espectros de SQR de epicatequina com espectros com tempo de reteno prximos na amostra..............................
52
Figura 13 Espectro da SQR de galato de epigalocatequina sobreposto com espectro do pico de TR = 14,50 min da amostra...................................
52
Figura 14 Espectro da SQR de galato de galocatequina sobreposto com espectro do pico de TR = 21,37 min da amostra...........................................
53
Figura 15 Espectro da SQR de galato de epicatequina sobreposto com espectro do pico de TR = 32,15 min da amostra...........................................
53
Figura 16 Espectro do radical DPPH em soluo metanlica (169,9 M) com seus mximos: 1 515 nm e 2 323,5 nm............................................
70
Figura 17- Espectro do DPPH (169,9 M) reduzido por EGCG (8,32 g/ml) com seu mximo de absoro em 323 nm.........................................
71
xviii
Figura 18 Correlao entre teor de galato de epicatequina e atividade antioxidante....................................................................................................
76
Figura 19 Correlao entre teor de galato de epigalocatequina e atividade antioxidante.....................................................................................
76
Figura 20 Correlao entre teor de catequinas totais e atividade antioxidante....................................................................................................
77
Figura 21 Correlao entre teor de epigalocatequina e atividade antioxidante....................................................................................................
77
Figura 22 Correlao entre teor de epicatequina e atividade antioxidante.
78
Figura 23 Correlao entre teor de catequina e atividade antioxidante......
78
Figura 24 Cromatograma do controle positivo............................................
80
Figura 25 Cromatograma do controle positivo obtido pelo mtodo proposto por OWEN e colaboradores (2000), a 325 nm................................
80
Figura 26 Cromatograma da amostra tratada com ch-verde sobreposto com controle positivo......................................................................................
80
Figura 27 Cromatograma do branco (amostra no-tratada sem enzima), no comprimento de onda de 325 nm..............................................................
81
Figura 28 Cromatograma do controle positivo pelo mtodo isocrtico.......
81
Figura 29 Cromatograma da amostra tratada com ch-verde em 325 nm sobreposto com a mesma amostra em 280 nm.............................................
82
Figura 30 A: Sobreposio dos cromatogramas das amostras tratadas com EGCG em vrias concentraes; B: sobreposio dos cromatogramas das amostras tratadas com AG em vrias concentraes. Leitura em 325 nm.........................................................................................
82
Figura 31 Cromatograma do controle positivo sobreposto com vrios cromatogramas das amostras tratadas com extrato liofilizado de ch-verde
83
Figura 32 Mecanismo proposto por FURUKAWA e colaboradores (2003) do dano oxidativo induzido por EGCG na presena de metais de transio.
84
Figura 33 Modelo proposto por AZAM e colaboradores (2004) na formao de quinonas mediado por Cu II......................................................
85
xix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Resumo dos mtodos utilizados para a determinao simultnea de componentes do ch-verde por cromatografia lquida de alta eficincia.....
18
Tabela 2 Especificaes das substncias qumicas utilizadas......................
24
Tabela 3 Datas das colheitas do ch-verde brasileiro e seu respectivos cdigos..............................................................................................................
25
Tabela 4 Cdigo, procedncia e descrio das amostras comerciais...........
26
Tabela 5 Condies experimentais do mtodo isocrtico por CLAE.............
29
Tabela 6 Concentrao final de cada soluo, em g/ml, utilizadas para construo da curva padro com cinco pontos................................................
32
Tabela 7 Concentrao final de cada componente, em g/ml, presente nas solues A, AA1 e AA2......................................................................................
33
Tabela 8 Concentrao final de cada substncia de referncia, em g/ml, utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro......................................
36
Tabela 9 Concentrao final de cada extrato liofilizado extrado pelo sistema 1, em g/ml, utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro....
36
Tabela 10 Concentrao final de cada extrato liofilizado obtido pelo sistema 2, em g/ml, utilizados no estudo da atividade antioxidante in vitro....
37
Tabela 11 Concentrao final de cada extrato liofilizado obtido pelo sistema 3, em g/ml, utilizados no estudo da atividade antioxidante in vitro....
37
Tabela 12 Concentrao final de cada extrato liofilizado das amostras comerciais obtido pelo sistema 1, em g/ml, utilizados no estudo da atividade antioxidante in vitro............................................................................
38
Tabela 13 Absoro no UV e identidade dos picos do cromatograma da Figura 6.............................................................................................................
46
Tabela 14 ndice de similaridade de cada espectro do pico analisado da amostra frente ao respectivo espectro da substncia qumica de referncia...
54
Tabela 15 Dados obtidos (TR, rea e DPR) durante os testes para adequabilidade do sistema cromatogrfico......................................................
55
Tabela 16 Valores mdios obtidos na avaliao dos parmetros de Rs, k, a, T e N nas solues das SQR, obtidos durante a realizao dos testes para adequabilidade do sistema cromatogrfico..............................................
55
Tabela 17 Resultados obtidos no estudo da linearidade (P < 0,05) das curvas-padro...................................................................................................
56
xx
Tabela 18 Valores experimentais obtidos na determinao da repetibilida-de e da preciso intermediria do mtodo........................................................
57
Tabela 19 Valores experimentais obtidos na determinao da exatido do mtodo..............................................................................................................
58
Tabela 20 ndice de pureza do pico cromatogrfico obtido atravs da curva de pureza para cada componente....................................................................
60
Tabela 21 Limite de deteco para cada substncia de interesse................
60
Tabela 22 Limite de quantificao para cada substncia de interesse.........
61
Tabela 23 Avaliao da robustez do mtodo.................................................
65
Tabela 24 Composio (teor % DP) dos componentes majoritrios das decoces assistidas de ch-verde brasileiro..................................................
65
Tabela 25 Teores % (mg/100mg) DP (DPR) encontrados nos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 1...............................
66
Tabela 26 Teores % (mg/100mg) DP (DPR) encontrados nos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 2...............................
66
Tabela 27 Teores % (mg/100mg) DP (DPR) encontrados nos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 3...............................
67
Tabela 28 Teores % (mg/100mg) DP (DPR) encontrados nos extratos liofilizados de amostras comerciais de ch-verde obtidos pelo sistema 1........
67
Tabela 29 Anlise estatst. de eficincia entre os sistemas. ANOVA(SNK)..
68
Tabela 30 Relao dos teores de EGCG/CAF nos extratos liofilizados, por sistema de extrao..........................................................................................
69
Tabela 31 Relao dos teores de ECG/CAF nos extratos liofilizados, por sistema de extrao..........................................................................................
69
Tabela 32 Relao dos teores de (ECG +EGCG)/CAF nos extratos liofilizados, por sistema de extrao.................................................................
69
Tabela 33 Dados das curvas-padro do DPPH e das SQR..............................
71
Tabela 34 Dados das curvas-padro dos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 1.......................................................................
71
Tabela 35 Dados das curvas-padro dos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 2.......................................................................
72
xxi
Tabela 36 Dados das curvas-padro dos extratos liofilizados de ch-verde brasileiro obtidos pelo sistema 3.......................................................................
72
Tabela 37 Dados das curvas-padro dos extratos liofilizados de amostras comerciais de ch-verde obtido pelo sistema 1..............................................
72
Tabela 38 CE50 das substncias analisadas e seus respectivos va lores equivalentes a 1 g de cido ascrbico..............................................................
74
Tabela 39 Correlao CE50 (DPPH) versus teor de cada componente do ch-verde e teste de significncia (t-Student P < 0,05)....................................
75
Tabela 40 Dados relativos linearidade do mtodo para o cido glico, por CLAE-DAD em 280 nm...............................................................................
100
Tabela 41 Dados relativos linearidade do mtodo para a catequina por CLAE-DAD em 280 nm.....................................................................................
100
Tabela 42 Dados relativos linearidade do mtodo para a cafena por CLAE-DAD em 280 nm.....................................................................................
100
Tabela 43 Dados relativos linearidade do mtodo para a epicatequina por CLAE-DAD em 280 nm...............................................................................
101
Tabela 44 Dados relativos linearidade do mtodo para o galato de epicatequina por CLAE-DAD em 280 nm.........................................................
101
Tabela 45 Dados relativos linearidade do mtodo para a epigalocatequina por CLAE-DAD em 280 nm..................................................
101
Tabela 46 Dados relativos linearidade do mtodo para o galato de epigalocatequina por CLAE-DAD em 280 nm..................................................
102
Tabela 47 Dados relativos linearidade do mtodo para o galato de galocatequina por CLAE-DAD em 280 nm.......................................................
102
xxii
Tabela 48 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro do cido glico, por CLAE-DAD em 280 nm...............................
102
Tabela 49 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro da catequina, por CLAE-DAD em 280 nm..................................
102
Tabela 50 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro da cafena, por CLAE-DAD em 280 nm......................................
103
Tabela 51 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro da epicatequina, por CLAE-DAD em 280 nm.............................
103
Tabela 52 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro do galato de epicatequina, por CLAE-DAD em 280 nm.............
103
Tabela 53 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro da epigalocatequina, por CLAE-DAD em 280 nm......................
103
Tabela 54 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro do galato de epigalocatequina, por CLAE-DAD em 280 nm.......
104
Tabela 55 ANOVA das reas absolutas determinadas para a obteno da curva padro do galato de galocatequina, por CLAE-DAD em 280 nm..
104
Tabela 56 Valores experimentais obtidos na quantificao do DPPH para avaliao da atividade antioxidante, por espectrofotometria no visvel............
104
xxiii
RESUMO
Estudo qumico e avaliao da atividade antioxidante de
ch-verde brasileiro (Camellia sinensis var. assamica) Cultivar IAC-259
O ch-verde brasileiro, obtido a partir das partes areas de Camellia
sinensis var. assamica, teve sua produo recentemente implantada no Brasil
devido ao emergente consumo. As principais atividades farmacolgicas
atribudas a esta planta esto relacionadas atividade antioxidante,
quimiopreventiva e antitumoral. Neste trabalho foi desenvo lvido e validado
mtodo por cromatografia lquida de alta eficincia (CLAE) para avaliar o perfil
dos constituintes majoritrios [galato de epigalocatequina (EGCG),
epigalocatequina, cafena, galato de epicatequina (ECG) e epicatequina] do
ch-verde brasileiro coletado na primavera e vero, e utilizando diferentes
sistemas de extrao. A resposta foi linear na faixa de 37-185 g/ml para
cafena, 99-500 g/ml para EGC, 20-100 g/ml para catequina, 30-150 g/ml
para epicatequina, 150-800 g/ml para EGCG, 20-105 g/ml para galato de
galocatequina e 40-205 g/ml para ECG (r > 0,9999 para todos os compostos).
Foi, tambm, avaliada a atividade antioxidante in vitro atravs do mtodo
fotocolorimtrico do DPPH e do mtodo enzimtico da hipoxantina/xantina
oxidase. Todos os sistemas de extrao testados e seus respectivos extratos
liofilizados apresentaram rendimento superior a 30%, sendo que o melhor
sistema teve rendimento mdio de 36,29%, e se mostrando mais eficiente na
extrao de EGCG e ECG. As amostras do vero apresentaram melhor
atividade antioxidante em comparao s da primavera. Os teores dos
componentes ECG e EGCG foram os nicos que correlacionaram com a
atividade antioxidante in vitro (DPPH). A anlise estatstica no mostrou
diferena significativa ( = 0,05) nos teores de catequinas totais entre as
estaes primavera e vero.
Palavras-chave: Camellia sinensis, ch-verde brasileiro, validao, CLAE,
extrato liofilizado, atividade antioxidante, catequinas, cafena.
xxiv
ABSTRACT
Components study and antioxidant activity evaluation of
Brazilian green tea (Camellia sinensis var. assamica IAC-259 cultivar)
The Brazilian green tea, produced from Camellia sinenis var. assamica, have
been cultivated in Brazil recently because the rise at its consumption. The main
pharmacological activities attributed to this plant are related to antioxidant
activity as chemopreventive and anti-cancer agent. Herein, a new HPLC
method was developed and validated to evaluate the profile of the major
Brazilian green tea constituents [epigallocatechin gallate (EGCG),
epigallocatechin, caffeine, epicatechin gallate (ECG) and epicatechin] between
spring and summer, using different extraction systems. The response was linear
over a range of 37-185 g.mL-1 for caffeine, 99-500 g.mL-1 for
epigallocatechin, 20-100 g.mL-1 for catechin, 30-150 g.mL-1 for epicatechin,
150-800 g.mL-1 for EGCG, 20-105 g.mL-1 for gallocatechin gallate and 40-
205 g.mL-1 for ECG (r > 0.9999 for all compounds). Likewise, the in vitro
antioxidant activity was evaluated using DPPH assay and
hipoxanthine/xanthine oxidase assay. The extractors systems to produce the
freeze-drying extract had presented yield up of 30%. The best system an
average yield of 36.26% showed more efficient to extract EGCG and ECG. The
summer samples presented better antioxidant activity when compared with
spring samples. Only ECG and EGCG contents presented correlation with in
vitro antioxidant activity (DPPH assay). The statistic analysis did not show
significant difference ( = 0.05) in total catechin content between spring and
summer seasons.
KEY WORDS: Camellia sinensis, Brazilian green tea, validation, HPLC, freeze-
drying extract, antioxidant activity, catechins , caffeine.
1. INTRODUO
3
A palavra ch, que no Brasil tem conotao de bebida feita a partir de infuso ou
decoco de vegetais, tem no oriente (por exemplo: Japo) a atribuio ao nome
popular de Camellia sinensis desde tempos remotos. Este fato foi observado pela
existncia de um kanji (ideograma chins) prprio para planta. Neste trabalho, a
palavra ch ser usada de forma semelhante ao oriente, ou ser, quando
necessrio, indicado o tipo de ch (preto, verde, etc.).
O ch a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a
gua. Sendo tambm umas das maiores fontes alimentares de flavonides (RIJKEN
et al., 1996).
O ch-verde um produto obtido a partir de Camellia sinensis em que suas
folhas e brotos recebem tratamento trmico para inativao de suas enzimas (em
especial as polifenolases) aps sua colheita seguido de enrolagem (rolling) ou
fragmentao (comminution) e secagem (KIRK-OTHMER,1983; BRUNETON,
1996; SABU et al., 2002). Esta estabilizao por tratamento trmico preserva os
polifenis encontrados naturalmente na planta fresca. Muitos destes, em especial as
catequinas, tm se destacado no meio cientfico por apresentarem atividades
antioxidante, quimiopreventiva, anticarcinognica, antiinflamatria, antilipmica
(RIJKEN et al., 1996; SATO e MIYA TA, 2000; GOSSLAU e CHEN, 2004),
antidiabtica (ANDERSON e POLANSKY, 2002; SABU et al.,2002), antimicrobiana
(HAMILTON-MILLER, 1995 e 2001) e antiviral (KAWAI et al., 2003).
O cultivo da Camellia sinensis no Brasil est mais restrito ao Vale do Ribeira-SP
por possuir condies climticas mais favorveis. Suas colheitas so feitas de
agosto a maio, com apenas dois meses de interrupo que normalmente ocorre nos
meses de junho e julho, aps a sua poda, antes do inverno. O intervalo entre
colheitas de 7 a 10 dias em pleno vero (janeiro) chegando a 20 ou mais dias em
agosto (IAC-CIIAGRO, 2005). O Instituto Agronmico de Campinas (IAC)
desenvolveu dois cultivares de chs catalogados como IAC-250 e IAC-259 (1968),
sendo que este ltimo possui como caracterstica a alta produtividade (IAC, 2005).
Muitos fatores podem influenciar de forma significativa a composio do ch,
como sua variedade, estao em que foi colhido, idade da folha, clima e tcnicas de
4
cultivo (PERVA-UZUNALIC et al., 2005). Assim sendo, chs cultivados em diferentes
reas geogrficas apresentaro diferenas significativas na sua composio qumica
(FERNNDEZ et al., 2002; LIN et al.,2003), o que pode ser aplicado aos teores de
catequinas, cafena e minerais no ch-verde. Tambm, os teores de catequinas em
extratos dependem principalmente da tecnologia utilizada na extrao, mtodo de
concentrao e conservao (BONOLI et al.,2003).
Os polifenis do ch-verde e do ch-preto tm importante valor na indstria
alimentcia e tambm para uso medicinal (PAN et al., 2003), surgindo recentemente
mais e mais aplicaes para os extratos de ch. Com o aumento na demanda de
extratos de chs surge a necessidade de mtodos para controle de qualidade na
determinao de catequinas tanto em extratos como na matria-prima (WANG et al.,
2000).
Considerando-se que o consumo do ch-verde brasileiro tem aumentado em
nosso Pas, cabe destacar a importncia da anlise referente composio qumica
e sua atividade antioxidante da planta cultivada em solo nacional, tendo em vista
as diferenas edficas (tipo e composio do solo) e climticas existentes, visto que
somente h estudos sobre as atividades teraputicas e os teores de catequinas nos
chs importados.
5
2. OBJETIVOS
7
2.1 Objetivo geral
- Avaliar a composio qumica e a atividade antioxidante do ch-verde
brasileiro, produzido a partir da variedade assamica (cultivar IAC-259) cultivada no
Vale do Ribeira, SP.
2.2 Objetivos especficos:
- Propor mtodo de extrao para produo de extrato de ch-verde brasileiro
com melhor relao galato de epigalocatequina (EGCG)/cafena;
- Desenvolver mtodo analtico por CLAE e valid-lo para controle de qualidade
da decoco e extratos de ch-verde;
- Verificar a composio de extratos de ch-verde brasileiro obtidos por diversos
sistemas de extrao;
- Comparar os teores de catequinas das amostras de ch-verde brasileiro
colhidas no vero/primavera com a de alguns chs importados, atravs de CLAE;
- Testar a atividade antioxidante in vitro dos extratos desenvolvidos, assim como
de seus componentes majoritrios.
8
3. REVISO
10
3.1 Descrio da planta
A Camellia sinensis (L.) O. Kuntze uma pequena rvore, muito ramosa,
pertencente famlia Theaceae (Ternstroemiaceae) originria do oriente. Seu
habitat natural ao sul do rio Yangtze e ao leste da Provncia Zhejiang na China at
Assam-Burma ao oeste, incluindo Tailndia e Vietn. Seu tamanho pode chegar de
1-6 metros de altura quando adulta com uma cobertura de 60 cm a 4 m de dimetro
(HUANG, 1993; BOWN, 1995; BRUNETON, 1996).
As folhas so verdes, incompletas, simples, glabras ou ligeiramente pubescentes
na pgina inferior ao longo da nervura principal, normalmente coriceas,
peninrveas, elpticas ou lanceoladas e de modo geral serrilhadas nas bordas; com
filotaxia alterna e pecolo pequeno. As suas folhas mais jovens e os gomos, parte da
planta utilizada na produo de ch, so cobertos por um fino indumento branco e
sedoso que mais tarde vem a desaparecer. este indumento que origina o nome
dado ao gomo terminal: pekoe, da palavra chinesa pak-ko que significa cabelo ou
penugem (BOWN, 1995; BRUNETON, 1996; PDR, 2000; FERRARA et al., 2001).
3.2 Constituio qumica
As folhas no fermentadas contm cerca de 15-25% de protenas, 5% de
glicdeos, 30% de polifenis, 1-5% de alcalides [cafena 2,9-4,2% (Fig. 1), teofilina
0,02-0,04%, teobromina 0,15-0,2%], vitaminas: C, B1, B2 e K e minerais como flor
(130-160 mg/kg), potssio, magnsio, clcio, ferro, mangans e fsforo entre outros
(HUANG, 1993; BRUNETON, 1996; PDR, 2000; FERRARA et al., 2001).
No ch-verde as catequinas representam 90% do total dos flavonides - sendo
que 20-30% das catequinas podem estar na forma oxidada - e 10% de flavonis
(RIJKEN et al. 1996; HIGDON e FREI, 2003). As catequinas totais perfazem de 20-
30% do peso seco do ch (WANG et al., 2000); dentre estes se destacam: galato de
epigalocatequina (EGCG) de 1,2-18,8%, epigalocatequina (EGC) de 0,1-5,5%,
epicatequina (EC) de 0,19-2% e traos (
11
OH
OH
OH
CO
O
OR2
OH
OH
R1
OH
HO
O
OG
OH
OH
OH
OH
HO
cafena (CAF)galoil (G)
(-)-galato de epigalocatequina (EGCG): R1=OH, R2=G(-)-epigalocatequina (EGC): R1=OH, R2=H(-)-galato de epicatequina (ECG): R1=H, R2=G(-)-epicatequina (EC): R1=R2=H
(-)-galato de galocatequina (GCG)
O
OH
OH
OH
OH
HO
(+)-catequina (C)
N
N
NH3C
O
CH3
O CH3
N
Figura 1 Principais componentes presentes em Camellia sinensis.
A quantidade normalmente encontrada de polifenis numa infuso de ch-verde
de aproximadamente 60 mg/g de folhas de ch, variando de 9 at 117 mg/g
dependendo da procedncia deste ch (DALLUGE e NELSON, 2000).
Ainda em relao constituio qumica dos componentes do ch foram
encontrados derivados do cido cafico, como o cido clorognico, entre outros;
tambm flavonides insolveis em gua como quercetina, canferol e miricetina; e
linalol como leo voltil (PDR, 2000) e, tambm, um aminocido encontrado nesta
planta e em um tipo de cogumelo (Xerocomus badius): L-teanina (cido ?-etilamino-
L-glutmico) que constitui cerca de 1-2% do peso seco das folhas do ch (JUNEJA
et al.,1999).
12
3.3 Atividade antioxidante
A atividade antioxidante tem sido ressaltada por diversos autores como sendo
uma das principais propriedades farmacolgicas do ch-verde (RIJKEN et al., 1996).
Ratos alimentados com uma dieta rica em protena (18% de casena e 0,75% de
adenina [p/p]), suplementados com uma mistura de catequinas ou EGCG,
excretaram menor quantidade de metilguanidina na urina, que um marcador
indireto do dano renal pelo radical hidroxila (OH). Num estudo em humanos, o
consumo de um litro de ch por dia diminuiu a concentrao de dialdedo malnico e
8-hidroxideoxiguanosina urinria, aps consumir o ch por uma semana. E a
suplementao de catequinas do ch-verde reduziu significantemente a
concentrao plasmtica hidroperxido de fosfatidilcolina aps 60 minutos da
ingesto (RIJKEN et al., 1996).
TOIT e colaboradores (2001) compararam a atividade antioxidante de frutas,
vegetais e chs mensurando seu equivalente em vitamina C, atravs do mtodo
fotocolorimtrico que utiliza o radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) para
quantificar a capacidade seqestradora de radical (RSC), e observaram que a
atividade antioxidante de duas xcaras de ch-verde, na concentrao de 120-140
g/ml de catequinas, equivale capacidade antioxidante de 400 mg de vitamina C.
Em estudo realizado com 45 amostras de vrios tipos de chs (ch-preto, ch-
vermelho1 e ch-verde), comercializados na Espanha, propondo dosear os
componentes que possuem atividade antioxidante como Cr, Mn, Se, Zn e
catequinas, foi constatado que dentre os tipos de chs estudados o ch-verde o
que apresentou maiores quantidades de catequinas, especialmente galato de
epigalocatequina (EGCG) e epigalocatequina (EGC) (CABRERA et al., 2003).
Na Itlia, a atividade antioxidante relativa do ch-verde e de outros chs
disponveis no mercado foi avaliada utilizando-se um mtodo recentemente
desenvolvido (biosensor da superxido dismutase) onde se utiliza um eletrodo para
1 Ch semi -fermentado conhecido na China como ch Oolong.
13
medir a atividade do catalisador (enzima) de forma indireta, quantificando o perxido
de hidrognio formado durante a dismutao do radical superxido que foi gerado
durante a reao enzimtica da hipoxantina/xantina oxidase. Neste ensaio foi obtido,
em ordem decrescente, o seguinte resultado para atividade antioxidante: ch-verde
> ch-preto com limo > ch-preto com pssego > ch-preto com leite > ch-preto
descafeinado > ch de camomila (CAMPANELLA, BONANNI e TOMASSETTI,
2003).
3.4 Atividade quimiopreventiva e antitumoral
Quimiopreveno o uso de agentes qumicos naturais ou sintticos, incluindo
suplementos nutricionais ou suplementos base de ervas, para prevenir doenas,
em oposio ao uso de quimioterpicos onde frmacos, na maioria, sintticos, so
usados para remover ou aliviar os sintomas das doenas. O conceito de
quimiopreveno, embora usado no oriente por milhares de anos, no havia
ganhado reconhecimento cientfico no ocidente at recentemente (GOSSLAU e
CHEN, 2004).
A American Association for Cancer Research tem aceitado que a
quimiopreveno uma alternativa vivel para o controle do cncer. Sugere-se que
o mecanismo pelo qual os quimiopreventivos poderiam auxiliar no controle do cncer
esto relacionados ao controle da apoptose celular. Isto poderia ser mediado
mitocondrialmente pela ativao de fatores pr-apoptticos como procaspases,
citocromo C, Apaf-1, endonuclease-G e fator indutor de apoptose, aps injria
celular (GOSSLAU e CHEN, 2004).
EGCG e outras catequinas do ch mostraram primeiramente serem apoptticos
em clulas humanas linfides leucmicas e clulas humanas de carcinoma. A dose
de EGCG capaz de induzir a apoptose nestas clulas ficou entre 20 a 100 M, e o
tempo de curso variou de 10 a 30 h (GOSSLAU e CHEN, 2004).
O consumo dirio de ch tem mostrado efeitos preventivos em relao s
doenas crnicas causadas por fatores nutricionais e pelo cigarro. Em estudo
realizado em ratos tratados com 4-(metilnitrosamina)-1-(3-piridil)-1-butanona (NNK),
14
uma nitrosamina do cigarro, verificou-se a supresso da formao de 8-
hidroxideoxiguanosina (8-OHdG), um marcador do dano oxidativo do DNA, assim
como a inibio de desenvolvimento de cncer de pulmo em relao ao grupo
controle, quando concomitantemente foram tratados com extrato do ch
(WEISBURGER e CHUNG, 2002).
Estudos de National Institute of Environmental Health Sciences, da
Universidade de Rochester, Nova Iorque, demonstraram que o EGCG e a
epigalocatequina (EGC) presentes no ch-verde anulam a ao dos receptores aril-
hidrocarboneto. Esse receptor um fator de transcrio ligante-dependente que
pode ser ativado por numerosos compostos sintticos ou naturais de estrutura
qumica diversa, tais como hidrocarbonetos aromticos policclicos, indis e
flavonides. Tem papel essencial na ativao de genes causadores de cncer, em
ratos e tambm em clulas humanas (PALERMO et al., 2003).
3.5 Atividade antidiabtica
ANDERSON e POLANSKY (2002) verificaram em ensaio epididimal em clulas
adiposas que o ch consumido normalmente (sache de 2 g infuso em 237 mL de
gua quente por 5 min.) potencializou a atividade da insulina, sendo que a maior
atividade foi atribuda ao EGCG, seguido por ECG, taninos e teaflavinas.
As catequinas do ch tm mostrado serem capazes de inibir enzimas que
hidrolisam carboidratos, inclusive a -amilase. Uma mistura de catequinas de ch-
verde se mostrou efetiva na supresso do aumento do nvel de glicose e de insulina
plasmtica em ratos, aps ingesto de carboidratos (ANDERSON e POLANSKY,
2002).
SABU e colaboradores (2002) avaliaram a atividade antidiabtica, em ratos,
nos quais o diabetes foi induzido por aloxano, e verificaram que aps tratamento
com polifenis de ch-verde por 15 dias, estes apresentaram uma reduo de 29 e
44%, respectivamente, nos nveis de glicose srica quando tratados com 50 e 100
mg/kg de polifenis. Devido ao aloxano produzir no animal radicais livres, o que
causa a injria no pncreas, outros parmetros relacionados ao estresse oxidativo
15
foram avaliados, entre eles: os nveis de superxido dismutase (SOD), glutationa
reduzida (GSH), catalase, peroxidao lipdica (LP) e glutationa peroxidase (GSH-
Px) verificando que apenas os nveis de GSH e SOD aumentados. Consta na
literatura (SABU et al., 2002 e BABU et al., 2006) que diabticos tm seus nveis de
GSH diminudos e que o aumento dos nveis deste, com conseqente inibio da
LP, possa ser devido aos polifenis do ch-verde.
3.6 Outras atividades farmacolgicas
HAMILTON-MILLER (1995) relatou estudo feito por TODA e colaboradores.
(1989)2 em que foi verificado que o extrato de ch foi bacteriosttico ou bactericida
frente bactrias Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Salmonella
typhi, Salmonella typhimurium, Salmonella enteritidis, Shigella flexneri, Shigella
dysenteriae e Vibrio spp. Mais tarde estes mesmos pesquisadores3 verificaram que
uma concentrao idntica a encontrada na bebida (em torno de 3 mg/ml em
resduo seco) inibiu crescimento de S. aureus oxacilina resistente.
O uso de ch-verde pode ser benfico na preveno de cries (PDR, 2000). Isto
sugerido devido ao efeito bactericida sobre Streptococcus mutans e S. sobrinus,
preveno da aderncia da bactria no dente, inibio da glicosil transferase e
inibio das amilases bacterianas e humanas (HAMILTON-MILLER, 2001).
Cientistas da Universidade de Tquio, Japo, descobriram que o EGCG impede
que as protenas do VIH-1 se conectem nas molculas CD4 das clulas T-helper
que o primeiro passo da infeco pelo VIH. Isto poderia ser muito til para a
criao de novos medicamentos para o tratamento da SIDA, baseados em modelos
moleculares do EGCG (KAWAI et al., 2003; NANCE e SHEARER, 2003).
2 TODA, M.; OKUBO, S.; HYOSHI, R.; SHIMAMURA, T. The bactericidal activity of tea and coffee, Lett. Appl. Microbiol., v.8, p.123-5, 1989 apud HAMILTON-MILLER, J.M.T. Minirewiew: Antimicrobial Properties of Tea (Camellia sinensis L.). Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.39, n.11, p.2375-7, 1995. 3 TODA, M.; OKUBO, S.; HYOSHI, R.; SHIMAMURA, T. Antibacterial and bactericidal activites of tea extracts and catechins against methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Jpn. J. Bacteriol., v.46, p.839-45, 1991 apud HAMILTON-MILLER, J.M.T. Minirewiew: Antimicrobial Properties of Tea (Camellia sinensis L.). Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.39, n.11, p.2375-7, 1995.
16
3.7 Toxicidade, efeitos adversos e superdosagem
A suspenso da venda de extrato hidroalcolico de ch-verde na Frana e na
Espanha, por suspeita de hepatoxicidade do mesmo, levou pesquisadores da
Alemanha, Frana e Sua a verificarem a toxicidade do extrato de ch-verde e seus
constituintes em culturas de hepatcitos de ratos. Concluram que o mesmo possui
baixa toxicidade in vitro (SCHMIDT et al., 2005).
Efeitos indesejveis podem ocorrer em pessoas que possuem o estmago
hipersensvel principalmente devido ao cido clorognico e aos taninos.
Hiperacidose, irritao gstrica, reduo do apetite, assim como constipao ou
diarria, podem ocorrer com o intenso uso do ch. Mas estes efeitos indesejveis
podem ser geralmente evitados atravs da adio de leite ao ch (PDR, 2000).
Superdosagem, atravs da quantidade correspondente a 300 mg de cafena, ou
5 xcaras de ch, podem levar inquietao, tremor e aumento da excitabilidade
reflexa, sendo os primeiros sinais de toxicidade: vmito e espasmo abdominal;
entretanto no se consegue chegar a uma dose fatal apenas bebendo o ch (PDR,
2000).
3.8 Mtodos de extrao e de quantificao de componentes qumicos
Vrios mtodos de extrao tm sido propostos, visando a otimizar a extrao de
flavonides e cafena do ch (WANG et al., 2000; ZUO et al., 2002; PAN et al., 2003;
NISHITAMI e SAGESAKA, 2004; YAO et al., 2004; SHARMA et al., 2005; PERVA-
UZUNALIC et al., 2005; CHAN et al., 2007).
PAN e colaboradores (2003), estudando quatro sistemas de solventes e quatro
tipos de extrao, concluram que a extrao assistida por microondas, seguida por
ultra-som, foi a que extraiu maiores quantidades de polifenis e cafena. PERVA-
UZUNALIC e colaboradores (2005) obtiveram mxima eficincia de extrao em
gua quando as folhas foram extradas a 80 C por 20-30 minutos quando
comparados a outras temperaturas de extrao (60, 70, 85, 95 e 100 C) e entre
diferentes tempos de extrao (0 240 min). Tambm foi observado por estes
17
autores que entre 35 a 60 minutos a eficincia da extrao, em 80 C, caa
abruptamente.
Entre os solventes orgnicos utilizados na literatura que foram considerados
eficientes para a extrao do ch pode-se mencionar acetona, metanol, etanol e
acetonitrila usados normalmente em mistura com gua. Destes, a acetonitrila
usada apenas para solues extratoras com fins de anlise da composio da
planta, no sendo usada para produo de extratos (GOTO et al., 1996; ZUO et al.,
2002 e PAN et al., 2003). Tcnicas mais recentes como extrao assistida por ultra-
som, extrao lquida pressurizada, extrao assistida por microondas, extrao por
fludo supercrtico e extrao por gua supercrtica tem sido empregadas visando a
diminuir o tempo de extrao, bem como a quantidade de solvente empregado
(HAWTHORNE et al., 2000; PAN et al., 2003; PRES et al., 2006).
Anlises utilizando cromatografia lquida de alta eficincia (CLAE) e Eletroforese
Capilar (EC) so as tcnicas mais citadas para separao, identificao e
quantificao de catequinas, sendo a cromatografia lquida em fase reversa com
deteco UV o mtodo de escolha utilizado por vrios autores (GOTO et al., 1996;
BRONNER e BEECHER, 1998; DALLUGE e NELSON, 2000; ZUO et al., 2002;
SHARMA et al.,2005).
Os trabalhos consultados utilizam em geral CLAE com coluna C-18 em fase
reversa e deteco por UV. HOEFLER e COGGON (1976)4 descreveram pela
primeira vez o mtodo pelo qual haviam identificado cinco catequinas (C, EGC, EC,
EGCG e ECG) diretamente da infuso de ch-verde. Sua separao foi pobre em
resoluo, mas representou um significante avano em relao identificao e
doseamento das catequinas do ch-verde. Desde este experimento, at em torno de
1996, no houve muito avano no mtodo de doseamento at que GOTO e
colaboradores (1996) desenvolveram um mtodo capaz de separar oito catequinas
contidas naturalmente no ch, utilizando CLAE com coluna C-18 de fase reversa.
Este mtodo utilizou um gradiente com a fase mvel composta por gua, acetonitrila
e cido fosfrico, onde a concentrao de cada componente era modificada em
4 HOEFLER, A.C.; COGGON, P. Journal of Chromatography, v.129, p.460, 1976 apud DALLUGE, J.J.; NELSON, B.C. Determination of tea catechins. Journal of Chromatography A, v.881, p.411-24, 2000.
18
relao ao tempo total de anlise, sendo necessrio o controle da temperatura. Com
este estudo foi possvel verificar que em 85 amostras comercialmente disponveis,
as 4 catequinas de maior concentrao no ch eram EGC, EGCG, EC e ECG
(GOTO et al., 1996).
Na Tabela 1 encontra-se um resumo dos mtodos por CLAE, utilizados para
determinao simultnea de componentes, em especial as catequinas, do ch-
verde.
Tabela 1 Resumo dos mtodos utilizados para determinao simultnea de componentes do ch-
verde por cromatografia lquida de alta eficincia.
COMPOSTOS
COLUNA
FASE MVEL
DETECO
AUTOR
Ac. glico; (+)-GC;
(-)-EGC; (+)-C;
CAF; (-)-EGCG;
(-)-EC; (-)-GCG;
(-)-ECG
Kingsorb C-18
(150 x 4,6 mm, 5
m)
MeOH: H2O: c.
ortofosfrico (20:79,9:0,1
V/V)
Ultravioleta em
210 nm
Wang et al., 2000
CAF; (-)-EGCG;
(-)-EGC; (+)-C; (-)-
EC; (-)-ECG
Cosmosil 5C18-
MS (250 x 4,6
mm, 5m)
MeOH: H2O: c. frmico
(19,5: 82,5: 0,3 V/V)
Ultravioleta em
280 nm
Lin et al., 2003
(-)-EGCG; (-)-EGC;
(-)-ECG; (-)-EC; (-)-
GCG; (-)-GC; (-)-CG;
(+)-C
Wakosil-II 5C18
HG (150 x 3,0
mm, 5 m)
(A) H2O: MeOH: c.
fosfrico (85:15:0,1 V/V)
(B) H2O: MeOH: EtOAc:
ac. fosfrico (85: 15: 1: 0,1
V/V)
Ultravioleta em
280 nm
Nishitami e
Sagesaka, 2004
(+)-C; (-)-EC; (-)-
EGC; (-)-EGCG; (-)-
ECG; CAF; AG;
teobromina; teofilina
Lichrocart C-18
(250 x 4,0 mm, 5
m)
(A) ACN
(B) gua cida (c.
ortofosfrico 0,1%)
Ultravioleta em
210 nm
Sharma et al.,
2005
CAF; (-)-EGC; (+)-C;
(-)-EC; (-)-EGCG;
(-)-ECG
XTerra C-18 (100
x 3,9 mm, 3,5 m)
(A) H2O: ACN: TFA
(919:80:1 V/V)
(B) H2O:ACN:MeOH:
TFA (699:270:30:1 V/V)
Ultravioleta em
280 nm
Neilson et al., 2006
CAF; (+)-C; (-)-EC;
(-)-EGCG
Lichrosorb C-18
(150 x 4,6 mm, 5
m)
H2O: MeOH: ACN: EtOAc:
c. actico glacial
(89:6:1:3:1 V/V)
Ultravioleta em
280 nm
Saito et al., 2006
19
DALLUGE e colaboradores (1998) em estudo de reprodutibilidade das
metodologias descritas na literatura para separao das quatro principais catequinas
(EGC, EC, EGCG e ECG) verificaram que muitas no eram reprodutveis, quando
modificados alguns parmetros de coluna como as suas especificaes (tipo e
formato da slica) e o fabricante.
3.9 Mtodos de avaliao da atividade antioxidante in vitro
Muitos dos estudos de atividade antioxidante in vitro de compostos especficos
ou de extratos so conduzidos utilizando o radical estvel DPPH 2,2-difenil-1-
picril-hidrazila (Fig. 2) em soluo metanlica (BRAND-WILLIAMS et al., 1995; TOIT
et al., 2001; TREVISAN et al., 2006; CHAN, LIM e CHEW, 2007).
N
NNO2 NO2
NO2 Figura 2 - Estrutura molecular do radical DPPH (C18H12N5O6) PM 394,3
(BRAND-WILLIAMS, 1995).
Esta tcnica se baseia na quantificao do DPPH pela sua absortividade molar
entre 515-517 nm na forma de radical. Quando o DPPH reduzido, seja por um
antioxidante ou por outro radical, esta absoro se extingue sendo proporcional a
sua concentrao, conforme mostrado na equao:
DPPH + AH DPPHH + A
DPPH + R DPPHR
Esquema da reao radicalar do DPPH sendo reduzido por (AH) antioxidante ou outro radical livre
(R) (BRAND-WILLIAMS, 1995)
20
OWEN e colaboradores (1996) desenvolveram mtodo por CLAE para
quantificao da formao de radicais hidroxila pela determinao de cidos di-
idroxibenzicos, utilizando o sistema enzimtico hipoxantina/xantina oxidase. Este
sistema conhecido por produzir o on superxido e perxido de hidrognio durante
a hidroxilao da hipoxantina (Fig. 3). Quando o ferro quelado includo neste
sistema, o superxido reduz o ferro III para ferro II e o ferro II-quelado tambm reage
com o perxido de hidrognio para formar o altamente reativo radical hidroxila (OH).
Na tcnica por CLAE, se utiliza o par inico hidrxido de tetrabutilamnio como
reagente e o cido saliclico como composto aromtico apropriado para a
quantificao dos radicais hidroxilas. Neste sistema, os principais produtos
resultantes so o cido 2,5-diidroxibenzico e o cido 2,3-diidroxibenzico na
proporo de 5:1.
Outro mtodo proposto para avaliar a atividade antioxidante in vitro, se baseia na
quantificao, por CLAE, de derivados hidroxilados do cido saliclico obtidos aps o
ataque de espcies reativas de oxignio (ERO), quando adicionados na amostra os
reagentes hipoxantina/xantina oxidase e Ferro III em tampo fosfato pH = 6,5
(OWEN, 2000). OH
O2
H2O
FeIII (50:M)/EDTA (500:M)O2 O2 FeII/EDTA
H2O2 FeII/EDTA FeIII/EDTA OH OH
OH
COOH
cido saliclico (2 mM)
OH
COOH
OH2,3-DHBA
OH
HO
xantina
H2O2
O2
H2O
O2 FeIII/EDTA
FeII/EDTA
O2 FeII/EDTA
OHOHFeIII/EDTA
OH
COOH
HO2,5-DHBA
OH
HO
OH
cido rico
hipoxantina(300M)
xantina oxidase (18mU)
Figura 3 Esquema da gerao de espcies reativas ao oxignio (ERO) no sistema
hipoxantina/xantina oxidase (OWEN et al., 2000).
21
No Brasil ainda existem poucos estudos feitos com Camellia sinensis. SAKAI
(1997) pesquisou em sua tese de doutorado a influncia da adubao NPK em
culturas de ch no Vale do Ribeira, SP. Em trabalho de dissertao, o teor de flor
nos chs industrializados de Camellia sinensis no Brasil foi avaliado, verificando-se
que este se assemelhava aos da literatura, concluindo que isto poderia ter um
significado positivo na sade bucal de seus consumidores (SANTORO e
GUIMARES, 1997). SILVA (2003) avaliou em sua dissertao, a influncia da
extrao assistida por ultra-som na determinao de Al, Ca, Mg e Mn em chs: Ilex
paraguariensis, Camellia sinensis e Cymbopogan citratus. SAITO e colaboradores
(2006) desenvolveram um mtodo para quantificao de EGCG, EC, C e CAF em
chs colhidos em diversas estaes do ano (primavera, vero e outono) no Vale do
Ribeira, porm este trabalho careceu de doseamentos de outras catequinas
importantes no ch-verde como o ECG e EGC.
22
4. MATERIAIS E MTODOS
24
4.1 Substncias qumicas, reagentes e equipamentos
As substncias de referncia para validao do mtodo analtico por CLAE, bem
como para avaliar a atividade antioxidante in vitro foram adquiridas, conforme a
Tabela 2.
Tabela 2 Especificaes das substncias qumicas utilizadas.
Substncia Pureza Procedncia Lotes
cido ascrbico p.a. 99,7% Merck 5199238
cido etilenodiaminotetractico (Titriplex) NI Merck 9748259
cido glico NI Merck K18362930
cido saliclico p.a. 99,8% Vetec 950408
cafena anidra p.a. 99,9% Nuclear 01071211
(+)-catequina 98% Sigma 072K1568
cloreto frrico p.a. 97-102% Synth 50966
2,2-difenil-1-picrilidrazila 90% Sigma 51K1419
(-)-epicatequina NI Sigma 072K2630
(-)-epigalocatequina 98% Sigma 104K0963
085K1630
fosfato de potssio dibsico p.a. 98% Vetec 047785
fosfato de potssio monobsico p.a. 99% Merck 6390744
(-)-galato de epicatequina 98% Sigma 054K1530
035K1468
(-)-galato de epigalocatequina 95% Sigma 084K1719
(+)-galato de galocatequina 98% Sigma 104K1020
035K1396
hipoxantina NI Sigma 042K0978
xantina oxidase (0,5 U/mg de protena) NI Sigma 075K0325
Os solventes para extrao foram de grau p.a., Vetec (metanol), Nuclear
(etanol, acetona), gua desmineralizada pH 5,0~6,0 e os de grau CLAE, Merck
(metanol), Vetec (acetato de etila) e gua obtida por sistema Milli-Q Plus
(Millipore).
Foi utilizado para extrao assistida por ultra-som sonicador Thornton modelo
T50. A centrifugao dos extratos foi feita em centrfuga Janetzki K23. Para
25
concentrao e extrao da parte orgnica do extrato lquido utilizou-se evaporador
rotatrio Bchi modelo R-114 com banho-maria modelo B-480. Para produo do
extrato liofilizado utilizou-se liofilizador modular Edwards modelo Modulyo 4K. Para
pesagem das substncias qumicas de referncia utilizou-se balana analtica
SARTORIUS modelo MC410S e para pesagem das amostras e reagentes, utilizou-
se balana analtica OHAUS modelo AS200. As anlises de CLAE foram realizadas
em cromatgrafo a lquido Shimadzu LC-10AD vp, detector de arranjo de diodos
(DAD) SPD-M10A vp, central de controle SCL-10A vp, desgaseificador DGU-14A. As
anlises por espectrofotometria foram realizadas em espectrofotmetro Shimadzu
UV-1602PC. Para realizao do ensaio enzimtico utilizou-se termoagitador
Eppendorf modelo termomixer 5437. A centrifugao dos micro-tubos da reao
enzimtica para avaliao da atividade antioxidante foi feita em centrfuga Eppendorf
modelo 5415.
4.2 Matria vegetal
O ch-verde brasileiro processado (estabilizado e seco) foi obtido junto aos
produtores do Vale do Ribeira-SP que cultivam a Camellia sinensis var. assamica
(cultivar IAC-259) e foi coletado nas estaes de primavera e vero entre 2005 e
2006.
Tabela 3 Datas das colheitas do ch-verde brasileiro e seu respectivo cdigo.
Safra Data da Colheita Cdigo
Primavera
05/10/2005 CVB-P1
17/10/2005 CVB-P2
05/11/2005 CVB-P3
Vero
01/02/2005 CVB-V1
16/01/2006 CVB-V2
01/03/2006 CVB-V3
Tambm foram ensaiadas duas amostras comerciais de ch-verde importadas,
procedentes do Japo e 3 amostras comerciais nacionais. Todas obtidas no
mercado local.
26
Tabela 4 Cdigo, procedncia e descrio das amostras comerciais.
Cdigo Procedncia Descrio
ACN1 So Miguel Arcanjo,SP Ch-verde nacional tipo banch torrado
ACN2 Taquara, RS Ch-verde nacional sem especificao
ACN3 Nova Santa Rita, RS Ch-verde nacional sem especificao
ACI1 Shizuoka, Japo Ch-verde importado tipo sench5
ACI2 Kioto, Japo Ch-verde importado tipo banch6 (com mais talos e galhos)
4.3 Obteno do extrato liofilizado
4.3.1 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 1
Para obteno do extrato liofilizado pelo sistema 1, pesaram-se 2,5 g de ch-
verde, previamente modo em moinho-de-facas, em erlenmeyer e adicionaram-se
100 ml de gua aquecida a 80 oC e manteve-se sob agitao mecnica por 20
minutos em chapa de aquecimento, com variao de temperatura de 2 oC.
Em seguida, a soluo foi centrifugada em 3500 rpm (2000 g) por 5 min; o
sobrenadante foi filtrado a vcuo por papel filtro, em kitasato e funil de bchner. O
resduo foi lavado trs vezes com 5 ml de gua. O filtrado foi armazenado em
recipiente de vidro e congelado 20 oC para liofilizao.
Aps serem liofilizados, os extratos foram pesados e armazenados em
dessecador, protegido da luz, at serem analisados por CLAE.
Codificaram-se os extratos da seguinte forma:
ECVB-V1A - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 1;
ECVB-V2A - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 1;
ECVB-V3A - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 1;
ECVB-P1A - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 1;
5 Ch mais popular do Japo. Feito dos brotos e das folhas mais tenras a cada rebento. 6 Ch feito da segunda colheita aps terem sido colhidas as brotaes para fazer o sench.
27
ECVB-P2A - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 1;
ECVB-P3A - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 1;
EACN1A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 1) e
obtido pelo sistema 1;
EACN2A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 2) e
obtido pelo sistema 1;
EACN3A Extrato liofilizado de amostra comercial nacional (marca 3) e
obtido pelo sistema 1;
EACI1A Extrato liofilizado de amostra comercial importada (marca 1) e
obtido pelo sistema 1;
EACI2A Extrato liofilizado de amostra comercial importada (marca 2) e
obtido pelo sistema 1.
4.3.2 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 2
Para obteno do extrato liofilizado pelo sistema 2, pesaram-se 5 g de ch-
verde brasileiro em erlenmeyer e adicionaram-se 100 ml gua-acetona (1:1, V/V) e
submeteu-se a banho de ultra-som por 30 minutos.
Em seguida, procedeu-se do mesmo modo que para o sistema 1.
Aps serem liofilizados, os extratos foram pesados e armazenados em
dessecador, protegido da luz, at serem analisados por CLAE.
Codificaram-se os extratos da seguinte forma:
ECVB-V1B - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-V2B - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-V3B - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-P1B - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-P2B - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 2;
ECVB-P3B - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 2;
28
4.3.3 Obteno do extrato liofilizado pelo sistema 3
Para obteno do extrato liofilizado pelo sistema 3, pesaram-se 5 g de ch-
verde brasileiro em erlenmeyer e adicionaram-se 100 ml gua-etanol (75:25 V/V) e
colocou-se em banho de ultra-som por 30 minutos.
Em seguida, procedeu-se do mesmo modo que para o sistema 1.
Aps serem liofilizados, os extratos foram pesados e armazenados em
dessecador, protegido da luz, at serem analisados por CLAE.
Codificaram-se os extratos da seguinte forma:
ECVB-V1C - Extrato liofilizado de CVB-V1 e obtido pelo sistema 3;
ECVB-V2C - Extrato liofilizado de CVB-V2 e obtido pelo sistema 3;
ECVB-V3C - Extrato liofilizado de CVB-V3 e obtido pelo sistema 3;
ECVB-P1C - Extrato liofilizado de CVB-P1 e obtido pelo sistema 3;
ECVB-P2C - Extrato liofilizado de CVB-P2 e obtido pelo sistema 3;
ECVB-P3C - Extrato liofilizado de CVB-P3 e obtido pelo sistema 3;
4.4 Obteno da amostra atravs da decoco assistida
Para o preparo da amostra atravs de decoco assistida, pesaram-se 2,5 g
de ch-verde, previamente modo em moinho-de-facas, em erlenmeyer e
adicionaram-se 100 ml de gua Milli-Q aquecida a 80 oC e manteve-se sob
agitao mecnica por 20 minutos em chapa de aquecimento com variao de
temperatura de 2 oC.
Em seguida, a soluo foi centrifugada em 3500 rpm (2000 g) por 5 min; o
sobrenadante foi filtrado a vcuo por papel filtro, em kitasato e funil de bchner. O
resduo foi lavado trs vezes com 5 ml de gua Milli-Q. Adicionaram-se 200 l de
cido actico glacial para estabilizar as catequinas e completou-se o volume at 100
ml com gua Milli-Q. Diluiu-se a amostra na proporo de 1:1 do decocto com
gua Milli-Q.
29
4.5 Determinao simultnea das catequinas e cafena em ch-verde brasileiro
por cromatografia lquida de alta eficincia (CLAE).
4.5.1 Condies do sistema
4.5.1.1 Condies cromatogrficas
Cada soluo foi filtrada por membrana hidroflica 0,22 m e injetada em triplicata
no cromatgrafo seguindo as condies cromatogrficas descritas na Tabela 5.
Tabela 5. Condies experimentais do mtodo isocrtico por CLAE.
Caracterstica Descrio
Fase Mvel H2O pH 2,25 0,03: MeOH: AcOEt (850:130:22,5 V/V)
Coluna fase reversa C-18 Gemini Phenomenex (150 x 4,6 mm DI, partcula esfrica de 5 m, poro 110 ? )
Fluxo da fase mvel 1,7 ml/min.
Comprimento de onda 280 nm
Volume de injeo 20 l
Temperatura de anlise 25 3 C
4.5.1.2 Fase mvel (FM) e soluo de diluio (SD)
A fase mvel foi preparada acidificando a gua ultrapura (Milli-Q) com cido
fosfrico at pH 2,25 0,03; sendo que 850 ml desta soluo aquosa foram
misturados com 130 ml de metanol e 22,5 ml de acetato de etila, constituindo, assim
a fase mvel. Utilizou-se a fase mvel como diluente (SD) para as substncias
qumicas de referncia (SQR) e os extratos.
4.5.1.3 Decoctos de ch-verde
Para anlise dos decoctos de ch-verde, utilizou-se as mesmas condies
cromatogrficas descritas para os extratos secos, item 4.5.1.1. Filtrou-se a amostra
em membrana 0,22 m antes de ser injetada no cromatgrafo.
30
4.6 Validao da metodologia CLAE-DAD
Para a validao da metodologia desenvolvida por CLAE-DAD foram avaliados
os parmetros de linearidade, preciso, exatido, especificidade (pureza do pico),
robustez, limite de deteco e de quantificao. A preciso e a exatido do mtodo
foram avaliadas utilizando solues diludas de extratos de ch-verde, enquanto que
a linearidade, o limite de deteco e o limite de quantificao foram determinados
utilizando soluo da mistura das SQR.
A especificidade foi avaliada atravs da anlise de pureza de cada pico da
amostra utilizando detector de arranjo de diodos (DAD) e confirmando atravs dos
tempos de reteno de cada SQR.
Foram tambm avaliados os parmetros para adequabilidade do sistema
cromatogrfico.
4.6.1 Adequabilidade do sistema cromatogrfico
Foram avaliados os parmetros de repetibilidade das injees, eficincia da
coluna (N), resoluo (Rs), fator de reteno (k) e fator de cauda (T).
A repetibilidade das injees foi verificada nas solues contendo a mistura
das SQR utilizada para preciso intra-dia, preparadas conforme descrito no item
4.6.2.1. Foram calculados os desvios padro relativos (DPR) dos tempos de
reteno e das reas absolutas dos cromatogramas para cada analito. Foram
tambm avaliados, nessas solues, os parmetros de N, Rs, k e T.
Os testes de adequabilidade do sistema cromatogrfico foram efetuados com
trs replicatas de injees, tanto para soluo de referncia como para a soluo
amostra.
Os critrios para aceitao dos resultados obtidos nos ensaios para
adequabilidade do sistema cromatogrfico, foram os preconizados (BRASIL, 2003;
31
USP 29; ICH Q2(R1), 2005) e os mesmos foram avaliados durante todo o
desenvolvimento deste trabalho.
4.6.2 Preparo das curvas-padro
Para cada substncia de interesse, construiu-se uma curva-padro com cinco
diferentes concentraes. Cada ponto da curva foi injetado em triplicata ou at
obteno de um desvio padro relativo aceitvel, conforme as condies descritas
no item 4.5.1.
A curva padro de cada substncia qumica de referncia (SQR) foi realizada
em trs dias diferentes, e com as reas mdias dos cromatogramas obtidas nos
diferentes dias, um grfico foi construdo para cada substncia, plotando-se os
resultados de rea versus concentrao (g/ml). Foram calculados, para cada SQR,
o coeficiente de correlao e a equao da reta da curva padro. Esta, para cada
substncia, foi determinada atravs do estudo de regresso linear, pelo mtodo dos
mnimos quadrados, e validada pela anlise de varincia (ANOVA).
4.6.2.1 Preparo da mistura das substncias qumicas de referncia
Para a obteno de cada soluo-me, foram pesados, separadamente, em
balana analtica exatamente as seguintes quantidades das substncias qumicas de
referncia (SQR) 1,10 mg de cido glico (AG), 1,09 mg de catequina (C), 1,98 mg
de cafena (CAF), 1,65 mg de epicatequina (EC), 2,18 mg de galato de epicatequina
(ECG), 5,28 mg de epigalocatequina (EGC), 8,31 mg de galato de epigalocatequina
(EGCG) e 1,11 mg de galato de galocatequina (GCG). Diluram-se, separadamente,
as SQR pesadas em balo volumtrico de 10 ml, com a soluo de diluio (SD).
Cada soluo-me foi diluda em cinco diferentes concentraes que foram
utilizadas na obteno da respectiva curva-padro, com o auxlio de micropipeta. A
diluio e a concentrao final de cada SQR esto apresentadas na Tabela 6.
32
Tabela 6 Concentrao final de cada soluo, em g/ml, utilizadas para construo da curva padro com 5 pontos.
Pontos 1 2 3 4 5
Volume da soluo-me das SQR (l) 300 700 900 1100 1500
Volume de diluente (SD) (l) 1300 900 700 500 100
Con
cent
ra
o fin
al (
g/m
l)
cido glico (AG) 20,6 48,1 61,9 75,6 103,1
catequina (C) 20,4 47,7 61,3 74,9 102,2
cafena (CAF) 37,1 86,6 111,4 136,1 185,6
epicatequina (EC) 30,9 72,2 92,8 113,4 154,7
galato de epicatequina (ECG) 40,9 95,4 122,6 149,9 204,4
epigalocatequina (EGC) 99,0 231,0 297,0 363,0 495,0
galato de epigalocatequina (EGCG) 155,8 363,6 467,4 571,3 779,1
galato de galocatequina (GCG) 20,8 48,6 62,4 76,3 104,1
4.6.3 Preparo das amostras
As solues-amostra foram preparadas pesando exatamente cerca de 50,0
mg dos extratos liofilizados e dissolvendo-os em balo volumtrico de 20 ml com
soluo de diluio (SD). Os bales foram submetidos a banho com ultra-som por 5
minutos e aps as solues foram filtradas em membrana de 0,45 m antes de
serem injetadas no CLAE.
4.6.4 Exatido
A exatido do mtodo foi verificada pela adio de quantidades conhecidas
das SQR na amostra ECVB-V1A, de forma a obter a amostra acrescida de menor
concentrao e a amostra acrescida de maior concentrao.
O ensaio para cada amostra acrescida (AA) foi realizado em dois dias
diferentes, sendo cada uma analisada em triplicata, conforme condies descritas no
item 4.5.1.
4.6.4.1 Preparo das solues amostra e soluo-me das substncias qumicas de
referncia.
Diluram-se as substncias qumicas de referncia em soluo diluente (SD)
de mesma composio da fase mvel, de forma a obter soluo contendo
33
exatamente 110 g/ml de cido glico, 109 g/ml de catequina, 198 g/ml de
cafena, 165 g/ml de epicatequina, 218 g/ml de galato de epicatequina, 528 g/ml
de epigalocatequina, 831 g/ml de galato de epigalocatequina e 111 g/ml de galato
de galocatequina.
Para o preparo da soluo de ECVB-V1A, foram pesados exatamente 100,1
mg do extrato em balo volumtrico de 20 ml e diludos com soluo de diluio
para se obter a concentrao de 5005 g/ml.
Transferiram-se alquotas de 1000 l da soluo de ECVB-V1A para seis
tubos de ensaio de 5 ml. Separaram-se 2 tubos para amostra (A), dois tubos para
amostra acrescida de menor concentrao (AA1) e dois tubos para amostra
acrescida de maior concentrao (AA2). Nos tubos denominados A adicionaram-se
1,5 ml de SD com o auxlio de uma micropipeta. Nos tubos denominados AA1 foram
adicionados 1 ml de SD e 500 l de soluo-me de SQRs. Nos tubos denominados
AA2 foram adicionados 500 l de SD e 1 ml de soluo-me de SQR. Conforme
Tabela 7.
Tabela 7 Concentrao final de cada componente, em g/ml, presente nas solues A, AA1 e AA2. Amostra (A) AA1 AA2
Volume da soluo de ECVB-V1A adicionado (l) 1000 1000 1000
Volume de soluo-me de SQR (l) 0 500 1000
Volume de SD (l) 1500 1000 500
Concentrao final do extrato (g/ml) 2002 2002 2002
Con
cent
ra
o fin
al
adic
iona
do (
g/m
l)
cido glico (AG) 22 44
catequina (C) 21,8 43,6
cafena (CAF) 39,6 79,2
epicatequina (EC) 33 66
galato de epicatequina (ECG) 43,6 87,2
epigalocatequina (EGC) 105,6 211,2
galato de epigalocatequina (EGCG) 166,2 831
galato de galocatequina (GCG) 22,2 44,4
34
4.6.5 Preciso
A preciso do mtodo foi verificada na amostra ECVB-V1A atravs de nove
ensaios completos, sendo realizados trs ensaios por dia e analisados em triplicata.
Da amostra ECVB-V1A, trs alquotas foram retiradas, contendo exatamente cerca
de 40 mg e solubilizadas com a soluo de diluio em bales volumtricos de 10,
15 e 20 ml, respectivamente. As solues foram filtradas em membrana de 0,45 m
antes de serem analisadas por CLAE. Este procedimento foi realizado em trs
diferentes dias e os resultados foram expressos em desvio padro relativo (DPR).
4.6.6 Especificidade
A especificidade foi determinada em todas as amostras analisadas,
preparadas conforme item 4.6.3, atravs da determinao da pureza dos picos
cromatogrficos, com a utilizao do equipamento descrito no item 4.1.
4.6.7 Limite de deteco (LD)
O limite de deteco, para cada substncia de interesse foi estimado
calculando-se a partir dos dados obtidos da equao da reta da curva padro, pela
equao:
bDP
LD]3,3.[
=
Onde:
DP = desvio padro do intercepto
b = inclinao da reta
4.6.8 Limite de quantificao (LQ)
O limite de quantificao, para cada substncia de interesse foi estimado
calculando-se a partir dos dados obtidos da equao da reta da curva padro, pela
equao:
35
bDP
LQ]10.[
=
Onde:
DP = desvio padro do intercepto
b = inclinao da reta
4.6.9 Robustez
A robustez do mtodo foi avaliada atravs das seguintes alteraes:
Variao do pH da fase mvel (pH 2,25 ? 2,30);
Comprimento de onda de leitura (280 ? 275 nm).
4.7 Atividade antioxidante in vitro
4.7.1 Mtodo fotocolorimtrico do DPPH
Todo o procedimento foi baseado nas tcnicas descritas por BRAND-
WILLIAMS e colaboradores (1995), TREVISAN e colaboradores (2006) e CHAN e
colaboradores (2007) com pequenas modificaes. A atividade antioxidante dos
extratos de ch-verde foi determinada atravs do mtodo de doseamento
fotocolorimtrico do radical 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH). Como substncia
antioxidante de referncia, foi utilizado o cido ascrbico. Todas as substncias
qumicas de referncia utilizadas nos doseamentos das amostras tambm foram
testadas por este mtodo.
Os extratos utilizados foram os descritos nos itens 4.3.1, 4.3.2 e 4.3.3.
Para construo da curva-padro do DPPH, utilizaram-se solues nas
seguintes concentraes: 84,96; 127,44; 169,9 e 254,88 M de 2,2-difenil-1-
picrilidrazila.
36
Preparou-se cada soluo amostra a partir dos diferentes extratos liofilizados
de ch-verde, das amostras comerciais e das substncias qumicas de referncia e
em seguida, diluiu-se em metanol conforme as concentraes descritas nas Tabelas
8 a 12.
Tabela 8 Concentraes finais (g/ml) utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro, de cada substncia de referncia .
c
ido
asc
rbic
o
cid
o g
lico
cate
quin
a
epic
ateq
uina
epig
aloc
ateq
uina
gala
to d
e ep
icat
equi
na
gala
to d
e ep
igal
ocat
equi
na
gala
to d
e ga
loca
tequ
ina
Soluo-me
(g/ml) 34,67 32,32 31,2 32,96 31,4 32,2 31,2 32,4
DPPH (250 M) 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l
Volume final 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l
Con
cent
ra
o
final
(g
/ml)
Ponto 1 2,31 1,08 2,08 1,10 2,09 2,15 1,04 2,16
Ponto 2 4,62 1,62 4,16 3,30 4,19 4,29 2,08 4,32
Ponto 3 6,93 2,15 6,24 4,39 6,28 6,44 4,16 6,48
Ponto 4 9,24 3,23 8,32 7,69 8,37 8,59 6,24 8,64
Ponto 5 11,55 4,31 10,4 9,89 10,47 10,73 * *
* ponto no avaliado
Tabela 9 Concentraes finais (g/ml) utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro, de
cada extrato liofilizado extrado pelo sistema 1. .
EC
VB
-V1A
EC
VB
-V2A
EC
VB
-V3A
EC
VB
-P1A
EC
VB
-P2A
EC
VB
-P3A
Soluo-me (g/ml) 99,20 96,64 101,76 32,96 31,4 97,28
DPPH (250 M) 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l
Volume final 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l
Con
cent
ra
o
final
(g
/ml)
Ponto 1 6,61 6,44 6,78 6,19 5,03 6,49
Ponto 2 9,92 9,66 10,18 12,37 7,55 9,73
Ponto 3 13,23 16,11 13,57 15,47 10,07 12,97
Ponto 4 16,53 19,33 16,96 18,56 12,59 16,21
Ponto 5 19,84 * 20,35 * 15,10 19,46
* ponto no avaliado
37
Tabela 10 Concentraes finais (g/ml) utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro, de
cada extrato liofilizado extrado pelo sistema 2.
EC
VB
-V1B
EC
VB
-V2B
EC
VB
-V3B
EC
VB
-P1B
EC
VB
-P2B
EC
VB
-P3B
Soluo-me (g/ml) 64,00 64,96 64,32 64,32 69,44 71,36
DPPH (250 M) 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l
Volume final 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l
Con
cent
ra
o
final
(g
/ml)
Ponto 1 2,13 4,33 2,14 4,29 4,63 4,76
Ponto 2 6,40 6,50 6,43 6,43 6,94 7,14
Ponto 3 8,53 8,66 8,56 8,58 9,26 9,51
Ponto 4 14,93 10,83 14,98 10,72 11,57 11,89
Ponto 5 * 12,86 * 12,86 13,89 14,27
* ponto no avaliado
Tabela 11 Concentraes finais (g/ml) utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro, de cada extrato liofilizado extrado pelo sistema 3.
EC
VB
-V1C
EC
VB
-V2C
EC
VB
-V3C
EC
VB
-P1C
EC
VB
-P2C
EC
VB
-P3C
Soluo-me (g/ml) 80,64 80,00 81,28 83,84 81,28 78,08
DPPH (250 M) 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l 1000l
Volume final 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l 1500l
Con
cent
ra
o
final
(g
/ml)
Ponto 1 8,06 5,33 8,13 8,38 8,13 5,21
Ponto 2 10,75 8,00 10,84 11,18 10,84 7,81
Ponto 3 13,44 10,67 13,55 13,97 13,55 10,41
Ponto 4 16,13 13,33 16,26 16,77 16,26 13,01
Ponto 5 * 16,00 * * * 15,62
* ponto no avaliado
38
Tabela 12 Concentraes finais (g/ml) utilizadas no estudo da atividade antioxidante in vitro, de cada extrato liofilizado das amostras comerci