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Cuidados paliativos
Processo de Morte e Luto
Temas a Abordar:
1. Morte
1.1 Definição
1.2 Sinais e Sintomas
1.3 Atitudes do Enfermeiro
2. Luto
2.1Sinais e Sintomas da Pessoa Enlutada
2.2Intervenções de Enfermagem
1.1 Definição de morte
Embora a morte possa ser definida como uma crise e um facto normal da vida, ela é a perda mais significativa e experimentada por um indivíduo ou uma família na sociedade nos dias de hoje. Representa não só separação de uma relação importante, mas também uma inevitabilidade que todos nós enfrentamos mais cedo ou mais tarde.
Apesar de cientes da nossa mortalidade, a morte na nossa cultura, geralmente, é sentida como extemporânea e incongruente com as leis da natureza, especialmente quando provocada por uma doença ou um acidente. A morte desafia os indivíduos e as famílias a procurarem as “razões”, nos seus sistemas de convicções e estilos de vida. Por esta busca a morte implica sempre várias perdas intercalares que apenas servem para fazer lembrar ao (s) sobrevivente (s) a morte da pessoa querida.
1.2 Sinais de morte
- Ausência batimentos cardiacos
- Ausência de resposta
- Pálpebras semi-cerradas
- Pupilas dilatadas
- Olhos fixos num determinado ponto
- Ausência de pestanejo
- Maxilar inferior relaxado
- Boca ligeiramente aberta
1.3 Enfermeiro perante a morte
A melhor abordagem é o enfermeiro perguntar á família como gostaria que os cuidados pós-morte fossem realizados e se seria importante seguir alguns rituais. Os hábitos e rituais têm uma grande importância no processo de cura após a morte, e muitas vezes, são eles que moldam a resposta ao luto. O papel do enfermeiro é ajudar a família a desempenhar os ritos e ajudar no processo de aceitação.
Luto: uma resposta adaptativa à perda
Luto é o estado subjectivo de antecipar, ou sofrer, a perda de uma pessoa ou objecto com quem existia uma relação significativa. Embora se use indiscriminadamente com o termo sofrimento , o luto é o processo esperado, normal, da adaptação a uma perda. È a resposta total á separação causada pela perda que envolve dimensões tais como: psicológicas, espirituais, cognitivas, sociais e somáticas.
O que torna o luto difícil de ser ultrapassado é o seu carácter
universal e a sua expressão individual.
Depende das percepções, de cada pessoa ou família, do que se
perdeu e do que a perda significa num determinado ponto no seu
tempo.
Não só o luto se pode manifestar diferentemente, de individuo
para indivíduo, como também as expressões de luto do individuo
e da família podem mudar com o tempo.
Como a perda é uma componente do desenvolvimento humano, o
luto pode ajudar a pessoa a adaptar-se a uma perda e também a
crescer com a experiência.
Teoria de luto de Kubler-Ross
Kubler-Ross, no estudo de identificação das necessidades especificas dos doentes em fase terminal, descreveu cinco etapas sequencias de luto, desde um período inicial de choque e entorpecimento emocional á aceitação final da perda anunciada ou passada. .
Etapas da teoria de Kubler - Ross
Negação: o doente nega a doença, "amortecendo" o impacto do diagnóstico;
Etapas da teoria de Kubler - Ross
Raiva: quando não é mais possível negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento;
Etapas da teoria de Kubler - Ross
Negociação: já que a revolta não resolve o problema, tenta-se obter a cura através de promessas a Deus;
Etapas da teoria de Kubler - Ross
Depressão (interiorização): surgem lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só;
Etapas da teoria de Kubler - Ross
Aceitação: não há mais depressão ou raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranquilidade, expectativa, e a compreensão de que a vida chegou ao fim
2.1-Sinais e sintomas da pessoa enlutada
Sinais e sintomasfisiológicos:
• Alterações na frequência cardíaca
• Alterações na pressão arterial
• Distúrbios gastrointestinais
• Desconforto torácico• Falta de ar• Fraqueza• Alterações no apetite• Problemas de sono
Sinais e Sintomasemocionais:
• Melancolia• Depressão• Raiva• Abstinência social• Solidão • Apatia• Lamentação por quem ou o
que foi perdido• Culpar a si ou a outros• Dúvidas quanto á crença
2.1-Sinais e sintomas da pessoa enlutada
Sinais e SintomasComportamentais:
• Movimentos lentos• Esquecimento • Actividade sem
propósito• Choro• Suspiro• Falta de interesse• Distrai-se facilmente
das tarefas
2.1-Sinais e sintomas da pessoa enlutada
2.2-Intervenções de enfermagem a quem sofre
Compreender o processo de luto, como parte normal do acto de amar, fornece a base de avaliações, e intervenções, de enfermagem. As acções de enfermagem, em resposta a quem sofre um desgosto, exigem um misto, sensato, de atitudes: estar presente, saber escutar exprimir sentimentos honestos, e convidar o individuo em sofrimento a partilhar as suas experiencias e emoções.
Intervenções de Enfermagem
1. Estabelecer contacto e fazer avaliação:
a) Estabelecer um relacionamento, simplesmente, estar
presente;
b) Avaliar o indivíduo, na sua dor, para planeamento de
futuras intervenções adequadas.
Intervenções de Enfermagem
2. Chegar á pessoa:
a) Tomar a iniciativa, mas de modo concreto;
b) Não aceitar pessoalmente recusas, nem desistir;
c) Repetir a oferta de ajuda. De inicio, as pessoas
em sofrimento podem ser incapazes de responder
a, e apreciar, ofertas de ajuda, mas, com o tempo,
vão aproveitar.
Intervenções de Enfermagem
3. Estar presente, física e emocionalmente, para oferecer segurança e apoio:
a) Usar o contacto físico, o abraço, o toque e o segurar nas mãos,
conforme o adequado. Estas acções são importantes logo no inicio do
processo para mostrar, á pessoa sofredora, que não está só;
b) Geralmente, os apoios sociais diminuem semanas ou meses depois
da morte, quando a pessoa sofredora é forçada a retomar o seu ritmo
de vida sem o seu ente querido. Deve-se encorajar os familiares a
estarem presentes, uma vez passada toda a vivência do funeral;
Intervenções de Enfermagem
c) Encorajar a expressão normal dos sentimentos, para ajudar a
minimizar a tendência para ficar arrasado e incapaz de funcionar;
d) Encorajar outrem e encarregar-se de funções, e
responsabilidades, de rotina da pessoa que sofreu desgosto, por
exemplo fazer recados ou preparar refeições;
e) Proporcionar segurança mediante orientação em termos de
refeições, repouso e prioridades de actividades do dia ou da
semana;
Intervenções de Enfermagem
f) Ajudar os familiares a centrarem as suas atenções
num problema de cada vez;
g) Dedicar-se á resolução de problemas, para os
quais se podem encontram soluções práticas,
antes de cuidar de problemas mais complicados.
Intervenções de Enfermagem
4.Dar às pessoas, “licença” para manifestarem o seu desgosto:
a) Não terem atitudes e comportamentos, que impliquem juízos de valor;
b) Ser neutro;
c) Comunicar um apoio comiserativo através de comportamento verbal e
não verbal; por exemplo, quando os músculos faciais estremecem e
os olhos se enchem de água e a pessoa se vira para o prestador de
cuidados, incline-se, relaxe, não se afaste nem ofereça um lenço,
deixe a pessoa chorar. Mostre a empatia e aprovação pela linguagem
corporal: os seus actos vão falar mais alto do que as palavras.
5. Não deixar que as pessoas em sofrimento permaneçam isoladas:
a) Estar presente e que os outros também estejam;
b) Sugerir grupos de auto-ajuda e favorecer a ida das
pessoas até essas reuniões.
Intervenções de Enfermagem
6. Manter uma perspectiva familiar
c) Fazer lembrar que a família se alterou;
d) Ajudar a pessoa em sofrimento a fazer uma
reavaliação.
Intervenções de Enfermagem
Reflexão Crítica
O luto é uma experiência angustiante mas comum. Mais cedo ou mais tarde, a maioria de nós vai sofrer a perda de alguém próximo. No entanto, no nosso dia-a-dia falamos e pensamos muito pouco acerca da morte porque é um assunto angustiante provocando o medo de como será a nossa própria morte e a dos nossos familiares. Hoje em dia, estas perdas acontecem geralmente mais tarde na nossa vida. Talvez por isso não tenhamos a hipótese de aprender a lidar com o luto - como nos faz sentir, o que devemos fazer, o que é "normal" acontecer e de o aceitar.
VIDEO QUE RETRATA O LUTO DE MÃES PORTUGUESAS:
Trabalho elaborado por:
Vítor Matos; et al