Curso 100 Lições de Ocultismo Introdução

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O SEGREDO MANICO

GRANDE ORIENTE MARTINISTA DO CHILE E PARA HISPANOAMRICA

100 LIES DE OCULTISMOMARTINISMO RUSSOINTRODUO

Esta uma srie de lies sobre Ocultismo, retiradas do livro O Tarot de Mouni Sadhu, que trata do assunto com profundo conhecimento acerca do tema.

As lies aqui apresentadas tm por base as 22 lminas do tarot e seu profundo teor acerca das cincias antigas.

O presente curso se divide em 100 lies, tal como o livro do autor, as quais devero ser ministradas aos Estudantes do Martinismo Russo, linhagem de Mebes.LIO 0INTRODUO

No ocultismo tradicional do Ocidente o tar reconhecido como a pedra fundamental de todo o sistema filosfico chamado hermetismo. muito difcil descobrir sua verdadeira origem. Os mais competentes e famosos autores ocultistas como Eliphas Levi, P. Christian, Fabre dOlivet, Theophrastus Bombastus von Hohenheim (Paracelso), Oswald Wirth, Papus (Dr. Grard Encausse) e outros so da opinio de que o verdadeiro simbolismo do tar vem do Egito antigo. Eliphas Levi, esse mestre do hermetismo, nos diz isso claramente em seu livro Transcendental Magic, its doctrine and ritual (Magia Transcendental: doutrina e rituais):

Essa clavcula (que como ele chama os arcanos do tar), considerada perdida durante sculos, foi por ns recuperada e temos sido capazes de abrir os sepulcros do mundo antigo, de fazer os mortos falarem, de observar os monumentos do passado em todo o seu esplendor, de entender os enigmas de cada esfinge e de penetrar todos os santurios (...). Ora, a chave em questo era esta: um alfabeto hieroglfico e numrico, expressado por caracteres e nmeros uma srie de ideias universais e absolutas. (...)

A Ttrada simblica representada nos mistrios de Memphis e Tebas pelos quatro aspectos da esfinge homem, guia, leo, touro correspondia aos quatro elementos do mundo antigo (isto , gua, ar, fogo, terra). (...). Agora esses quatro smbolos, com todas as suas analogias, explicam o mundo nico e oculto em todos os santurios. (...). Alm do mais, a palavra sagrada no era pronunciada; era soletrada e expressa em quatro palavras, as quatro letras sagradas: Yod (), He (), Vav (), He (). (...).

O tar uma verdadeira mquina filosfica que impede a mente de vagar, embora mantenha sua iniciativa e liberdade; matemtica aplicada ao Absoluto, a aliana entre o positivo e o ideal, uma loteria de pensamentos to exatos quanto nmeros, talvez a mais simples e maior criao do gnio humano (...).

Uma pessoa aprisionada, sem qualquer outro livro alm do tar, se soubesse como us-lo, poderia em poucos anos adquirir conhecimento universal e seria capaz de falar sobre todos os assuntos com autoridade inigualvel e eloquncia inexaurvel (...).

Essa passagem bastante conhecida entre os ocultistas dignos de tal nome talvez seja uma das melhores definies que possumos acerca do valor e da grandeza do tar. O descobridor entusistico dessas chaves para a sabedoria antiga, o mago piedoso e ex sacerdote, Eliphas Levi (na vida privada abade Constant), supriu-nos com essa explicao concisa e inspirada.

Na segunda metade do sculo XIX, Eliphas Levi teve uma longa sucesso de seguidores ocultistas que aceitaram o tar como base para suas investigaes e escritos. Mas nenhum deles tinha uma verve to vigorosa nem uma convico to inflamada como a dele.

Papus, em seu The Tarot of Bohemiams (O Tar dos Bomios), livro clssico sobre o mistrio dos arcanos maiores e menores, conta-nos numa lenda que toda a sabedoria inicitica do Egito antigo foi gravada nos smbolos das cartas do tar como uma ltima tentativa de preservar essa sabedoria para as geraes futuras, pouco antes de o Egito ser invadido e destrudo pelas hordas avanadas dos persas.

Essas cartas, originalmente feitas de metal ou couro rgido, foram mais tarde usadas como jogo de azar, e isso era exatamente os que os sacerdotes egpcios queriam. Eles sabiam que o vcio humano jamais morreria. E assim suas cartas misteriosas foram usadas inconscientemente pelos brbaros como meio de transmisso, pelas eras subsequentes, dos resultados mais sagrados e ocultos atingidos pela sabedoria antiga do Egito.

Como eu j disse, muitos ocultistas eminentes escreveram sobre a filosofia e o simbolismo do tar e fizeram investigaes sobre o assunto. Muitos deles so mencionados na bibliografia deste curso (Neste Livro no original). Naturalmente a lista incompleta e h muitos outros que, em maior ou menor grau, estiveram ligados tradio hermtica do ocultismo. Mas aqui no temos nem espao nem motivos para dar qualquer outro nome. Para uma compreenso do presente curso (livro no original), essencial entender que tentei expor o tar como um instrumento de cognio til, como Eliphas Levi o descreveu, e ao mesmo tempo fornecer um manual prtico em lugar de apenas uma exposio de pontos de vista individuais do autor a respeito do hermetismo. Pois vejo o tar como a lgebra do ocultismo, que capacita ao homem que conhece seu uso a progredir independentemente por um caminho seguro traado para ns nesses antigos arcanos.

Acredito firmemente que, ao criar seu livro, um escritor deveria em primeiro lugar visar a utilidade desse trabalho. Isso significa que os leitores e estudantes deveriam ter toda a oportunidade de aplicar o conhecimento que supostamente h em tal livro. A mera expresso das opinies de um escritor sobre um assunto e a sua descrio desse assunto no so suficientes. H muitos autores, e cada um deles tem o direito de ter sua concepo particular. Em minha opinio, ao expor tal sistema de filosofia oculta, grande e profundo como o tar, o leitor deveria ser convidado (at certo ponto) a cooperar com o autor no uso prtico dos ensinamentos fornecidos no texto do livro. E foi o que tentei fazer.

Se voc ler com ateno a brilhante definio de Eliphas Levi, que se encontra no incio desta introduo, pode esperar obter algum conhecimento sobre como usar o tar. Portanto, em primeiro lugar, reuni os temas mais essenciais de cada arcano, que foram parcialmente tirados das obras clssicas mencionadas na bibliografia, mas principalmente de minha prpria experincia derivada dos anos 1926 1933, durante os quais estudei exclusivamente hermetismo.

Nessa poca, tive um grupo de alunos dedicados, que trabalharam com o Livro de Hermes (um nome frequentemente usado para a filosofia do tar) durante um longo perodo, e fizemos juntos, sistematicamente, todo o curso do primeiro ao ltimo (1 ao 22) arcano. Fazamos leituras, explicvamos e discutamos textos, e seu sentido prtico era demonstrado e usado em exerccios, tomando-se notas cuidadosas de tudo.

Como base para as exposies, usei, alm dos trabalhos de outros competentes autores, o livro nico do Prof. Gregory Ossipowitch Mebes, grande autoridade em hermetismo na Rssia anterior a 1917. No era, na verdade, exatamente um livro, mas uma srie de conferncias, duplicadas em grandes folhas de papel grosso (cerca de 31x38 cm), com todos os diagramas desenhados pela mo experiente do prprio autor.

Esse trabalho nunca foi vendido no mercado livre como livro (texto original), e somente uns poucos crculos de estudantes iniciados tiveram sorte bastante para obter uma cpia dele.

Compramos a nossa de um refugiado russo que trouxe o livro consigo em 1919, ao escapar de seu pas que acabara de cair nas mos dos comunistas.

Gradualmente, medida que nosso conhecimento crescia, ao longo de sete anos passados em estudo intensivo, comecei a escrever meu prprio trabalho, que pretendia ser uma sntese de tudo o que havamos sido capazes de aprender sobre o tar e seu uso prtico. Por uso, entendo a aplicao das ideias expressas nos arcanos maiores (dadas sob trs vus, de acordo com os trs mundos reconhecidos pelo sistema irmo do tar, a cabala) como sendo um guia para o pensamento criativo, para o desenvolvimento da capacidade de pensamento concentrado e deliberado, para a canalizao de pensamentos e sentimentos nas direes indicadas pelos arcanos e, finalmente, como uma abordagem para o mistrio fundamental da unidade tar-cabala-magia, o Esprito Imanifesto, o Ain-Soph, o Incognoscvel.

Depois que todo um considervel material fora coletado e classificado, os primeiros sete arcanos foram elaborados e escritos, por volta de 1938. Houve ento uma mudana nas condies externas, polticas, assim como pessoais. Comecei a viajar extensivamente, visitando outros continentes, incluindo um perodo na ndia e, mais tarde, uma longa permanncia na Austrlia, de maneira que no houve muito tempo disponvel para o longo trabalho necessrio para completar toda a tarefa.

Somente agora o trabalho concebido h mais de 30 anos chegou sua realizao na forma do presente livro (texto original).

At o momento no existe um trabalho em ingls, original e adequado, que trate do tar. As ltimas obras importantes em outras lnguas tm mais de 50 anos. Somente uma delas, o curso enciclopdico do Prof. G. O. Mebes, anteriormente mencionado, parece satisfazer at certo ponto o que eu chamaria de uma Exposio Prtica do assunto. De qualquer forma, tanto quanto eu saiba, esse trabalho eminente no est disponvel e dificilmente pode ser consultado. Portanto, quando terminei de escrever Occultism and Spiritual Paths (Ocultismo e Caminhos Espirituais), (sendo outros livros: In Days of Great Peace Dias de Grande Paz e Concentration Concentrao), ocorreu-me a ideia de fazer uso, agora que tenho tempo, do material coletado muitos anos atrs. Antes de comear a trabalhar com esse livro, o leitor enfaticamente aconselhado a estudar o Ocultismo e Caminhos Espirituais pelo fato de a terem sido extensivamente explanados muitos pontos introdutrios e tcnicas relacionados com o presente trabalho que, portanto, no podem ser repetidos aqui.

Da mesma forma, algumas importantes instrues quanto ao uso prtico de poderes ocultos, tais como autodefesa contra influncias hostis, foram expostos em Concentrao.