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FOTOGRAFIA 1 MÓDULO I – PRINCÍPIOS E PROCESSOS. Câmara fotográfica e o princípio da câmara escura Câmara fotográfica é o aparelho que executa a exposição do material sensível à luz, a câmara funciona com base no princípio óptico da câmara escura, conhecido desde 400 AC e estudado por Alhazen, Roger Bacon, Leonardo da Vinci, Girolamo Cardano, Danielo Barbiero e Ignazio Danti. A câmara escura originalmente consistia num quarto totalmente sem luz, no qual uma das paredes tinha um orifício, através do qual se projetava na parede oposta uma imagem invertida. A primeira câmara fotográfica foi fabricada por Alphonse Giroux por encomenda de Daguerre (1839), em Paris. Consistia em duas caixas de madeira que deslizavam uma dentro da outra para focalizar; uma lente acromática, com tampa metálica capaz de funcionar como obturador; um vidro fosco para a focalização; e um suporte para as placas sensíveis. Surgiram mais tarde outros modelos, mas depois que Talbot inventou as câmaras com caixas telescópicas, não houve grandes modificações. LUZ: forma de radiação capaz de afetar nosso sentido da visão, que se transmite através de ondas e em linha reta, sendo caracterizadas por força eletromagnética. Seu espectro visível vai do vermelho ao violeta. A luz na forma como a conhecemos é uma gama de comprimentos de onda sensível ao olho humano. Trata-se de uma radiação eletromagnética pulsante ou num sentido mais geral, qualquer radiação eletromagnética que se situa entre as radiações infravermelhas e as radiações ultravioletas. As três grandezas físicas básicas da luz (e de toda a radiação eletromagnética) são: brilho (ou amplitude), cor (ou freqüência), e polarização (ou ângulo de vibração). A luz exibe simultaneamente propriedades de ondas e partículas. Um raio de luz é a representação da trajetória da luz em determinado espaço, e sua representação indica de onde a luz sai (fonte) e para onde ela se dirige. Propagando-se em meio homogêneo, a luz sempre percorre trajetórias retilíneas; somente em meios não-homogêneos é que a luz pode descrever "curva". Características da luz visível -Move-se em ondas. Em diferentes situações, a luz se comporta como partícula ou como onda. Luz é a radiação eletromagnética, de comprimento de onda compreendido entre 4.000 e 7.800 angströns, capaz de estimular o olho e produzir a sensação visual. - Propaga-se em linha reta Do ponto de vista geométrico, a luz se propaga em linha reta e se comporta como se formada por feixes luminosos transmitidos em todas as direções. Essas retas, que indicam a velocidade de propagação, denominam-se raios luminosos e são uma idealização teórica usada como modelo de estudo. - Desloca-se a uma velocidade de 300 mil km/s Durante muito tempo pensou-se que a luz propagava-se instantaneamente, até que, no século XVI, Galileu Galilei expôs sua convicção de que a velocidade de deslocamento era finita e constante. Modernamente aceita-se que essa velocidade não pode ser superada pela de nenhum outro movimento na natureza. A primeira medição da velocidade da luz foi feita por Ole Römer, em 1676, e as sucessivas e numerosas experiências realizadas desde então lhe atribuíram o valor de 299.792,5km/s no ar e no vácuo, arredondado para 300.000km/s. Em outros meios, a velocidade de propagação diminui na proporção direta do aumento de densidade da matéria que a luz atravessa, já que os corpos mais compactos dificultam a passagem dos corpúsculos e da energia luminosa. Variações Meio homogêneo: é o meio no qual todos os pontos apresentam as mesmas propriedades físicas, como a densidade, pressão e temperatura. A passagem da luz através de um meio homogêneo e transparente para outro meio homogêneo e transparente (ex: ao atravessar uma lente ou um espelho d’água) faz com que sofra variações de velocidade e direção. As teorias ópticas investigam as causas das variações sofridas pela luz devido às perturbações de seu meio físico que estão abaixo enunciadas: Reflexão e refração da luz Reflexão da luz é um dos fenômenos mais comuns envolvendo a propagação da luz. A reflexão ocorre quando a luz incide sobre a

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FOTOGRAFIA 1

MÓDULO I – PRINCÍPIOS E PROCESSOS.

Câmara fotográfica e o princípio da câmara escura

Câmara fotográfica é o aparelho que executa a exposição do material sensível à luz, a câmara funciona com base no princípio óptico da câmara escura, conhecido desde 400 AC e estudado por Alhazen, Roger Bacon, Leonardo da Vinci, Girolamo Cardano, Danielo Barbiero e Ignazio Danti. A câmara escura originalmente consistia num quarto totalmente sem luz, no qual uma das paredes tinha um orifício, através do qual se projetava na parede oposta uma imagem invertida.

A primeira câmara fotográfica foi fabricada por Alphonse Giroux por encomenda de Daguerre (1839), em Paris. Consistia em duas caixas de madeira que deslizavam uma dentro da outra para focalizar; uma lente acromática, com tampa metálica capaz de funcionar como obturador; um vidro fosco para a focalização; e um suporte para as placas sensíveis. Surgiram mais tarde outros modelos, mas depois que Talbot inventou as câmaras com caixas telescópicas, não houve grandes modificações.

LUZ: forma de radiação capaz de afetar nosso sentido da visão, que se transmite através de ondas e em linha reta, sendo caracterizadas por força eletromagnética. Seu espectro visível vai do vermelho ao violeta.

A luz na forma como a conhecemos é uma gama de comprimentos de onda sensível ao olho humano. Trata-se de uma radiação eletromagnética pulsante ou num sentido mais geral, qualquer radiação eletromagnética que se situa entre as radiações infravermelhas e as radiações ultravioletas. As três grandezas físicas básicas da luz (e de toda a radiação eletromagnética) são: brilho (ou amplitude), cor (ou freqüência), e polarização (ou ângulo de vibração).

A luz exibe simultaneamente propriedades de ondas e partículas. Um raio de luz é a representação da trajetória da luz em determinado espaço, e sua representação indica de onde a luz sai (fonte) e para onde ela se dirige. Propagando-se em meio homogêneo, a luz sempre percorre trajetórias retilíneas; somente em meios não-homogêneos é que a luz pode descrever "curva".Características da luz visível  -Move-se em ondas.

Em diferentes situações, a luz se comporta como partícula ou como onda. Luz é a radiação eletromagnética, de comprimento de onda compreendido entre 4.000 e 7.800 angströns, capaz de estimular o olho e produzir a sensação visual.

- Propaga-se em linha retaDo ponto de vista geométrico, a luz se propaga em

linha reta e se comporta como se formada por feixes luminosos transmitidos em todas as direções. Essas retas, que indicam a velocidade de propagação, denominam-se raios luminosos e são uma idealização teórica usada como modelo de estudo.

- Desloca-se a uma velocidade de 300 mil km/sDurante muito tempo pensou-se que a luz

propagava-se instantaneamente, até que, no século XVI, Galileu Galilei expôs sua convicção de que a velocidade de deslocamento era finita e constante. Modernamente aceita-se que essa velocidade não pode ser superada pela de nenhum outro movimento na natureza. A primeira medição da velocidade da luz foi feita por Ole Römer, em 1676, e as sucessivas e numerosas experiências realizadas desde então lhe atribuíram o valor de 299.792,5km/s no ar e no vácuo, arredondado para 300.000km/s. Em outros meios, a velocidade de propagação diminui na proporção direta do aumento de densidade da matéria que a luz atravessa, já que os corpos mais compactos dificultam a passagem dos corpúsculos e da energia luminosa.

Variações

Meio homogêneo: é o meio no qual todos os pontos apresentam as mesmas propriedades físicas, como a densidade, pressão e temperatura. A passagem da luz através de um meio homogêneo e transparente para outro meio homogêneo e transparente (ex: ao atravessar uma lente ou um espelho d’água) faz com que sofra variações de velocidade e direção. As teorias ópticas investigam as causas das variações sofridas pela luz devido às perturbações de seu meio físico que estão abaixo enunciadas: Reflexão e refração da luz

Reflexão da luz é um dos fenômenos mais comuns envolvendo a propagação da luz. A reflexão ocorre quando a luz incide sobre a superfície de separação entre dois meios com propriedades distintas.A reflexibilidade é a tendência dos raios de voltarem para o mesmo meio de onde vieram. Quando a luz incide sobre uma superfície separando dois meios, podem ocorrer dois fenômenos distintos: reflexão da luz e refração da luz. Parte da luz volta e se propaga no mesmo meio no qual a luz incide (a reflexão da luz). A outra parte da luz passa de um meio para o outro se propagando nesse segundo, sofrendo variações de velocidade e propagação e a esse último fenômeno (no qual a luz passa de um meio para o outro) damos o nome de refração da luz. Os dois fenômenos ocorrem concomitantemente. Pode haver predominância de um fenômeno sobre o outro. Que fenômeno predominará vai depender das condições da incidência e da natureza dos dois meios.

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Difusão da luz

Se a superfície de separação entre os dois meios for plana (por exemplo, superfície de um metal) e polida (uma superfície regular) então a um feixe incidente de raios luminosos paralelos corresponderá um feixe refletido de raios luminosos igualmente paralelos. A reflexão nesse caso será denominada de regular. Se a superfície de separação apresentar rugosidades, a reflexão será difusa. A luz será espalhada em todas as direções. Se considerarmos um feixe de raios luminosos incidentes paralelos, os raios refletidos irão tomar as mais diversas direções. A grande maioria dos objetos reflete a luz de uma maneira difusa. Isso nos permite vê-lo de qualquer posição, o que chamamos de difusão da luz.

O Espectro Eletromagnético

O que conhecemos por LUZ representa apenas uma pequena parte - menos de uma vigésima parte - do total de energia eletromagnética existente no universo e que chamamos de espectro eletromagnético. Como se sabe, o espectro eletromagnético é composto de uma grande variedade de ondas de energia que vão desde os raios gama, e raios x até ondas de rádio e TV. A parte visível do espectro eletromagnético é a que mais nos interessa na fotografia, no cinema, no vídeo. Quando falamos de luz, estaremos nos referindo ao espectro visível assim como a uma pequena faixa da luz ultravioleta e infravermelha que embora invisíveis afetam o filme e os processos fotográficos em geral.

De maneira muito elementar podemos dizer que aquilo que chamamos da teoria da luz se tange nessa pequena faixa de energia eletromagnética para a qual os nossos órgãos receptores (olhos) são sensíveis. Também é de se notar que as outras formas de energia tem a sua própria nomenclatura e não recebem mais o nome de luz. A luz visível possui diversas características pelas quais podemos descrevê-la. Entre estas qualidades as mais importantes para a nossa discussão são: comprimento de onda e freqüência, assim como a sua intensidade, e temperatura em graus kelvin.

Comprimento de Onda e Freqüência

Embora estejamos acostumados a descrever a luz como composta de raios esta é na realidade Composta de ONDAS ELETROMAGNÉTICAS que se propagam em linha reta do seu ponto de origem no espaço à incrível velocidade de 299,796 km por segundo.Fora do espaço a velocidade da luz é menor devido à resistência encontrada com meios físicos como o ar o vidro ou a água (a regra diz que a velocidade da luz diminui em proporção á densidade do meio que ela atravessa). A melhor maneira de descrever uma onda de luz é de trazermos à tona a lembrança de uma curva senoidal. Este tipo de curva deve ser mais do que conhecido por todos que já olharam na tela de um Osciloscópio. Estas ondas se comportam de uma forma análoga ou semelhante às ondas do mar. As ondas do mar como todos sabem tem altos e baixos e viajam numa determinada direção (geralmente do mar afora para a costa). O comprimento de onda da luz é a medida que separa a crista de uma onda da outra . A freqüência é determinada em termos de quantas cristas passam por

um ponto num determinado tempo. Por exemplo, se temos um poste no mar o número de ondas que batem nele durante um minuto, seria a freqüência.

No tocante à luz estas medidas são extremamente pequenas e são utilizadas medidas especiais para descrevê-las como; MICRONS (u) e MILIMICRONS (mu). Hoje, porém é muito mais comum encontrarmos o termo Nanometro (nm) que é equivalente a um milimicron (mu) ou 10-6 mm.

UM MICRON EQUIVALE A UM MILÉSIMO DE UM MILIMETRO. (u = 1/1OOOmm)

Representação de freqüência das ondas eletromagnéticas, dentro do qual se situa o espectro visível.Intensidade

Já vimos que a luz é uma forma de energia como as outras formas de radiação do espectro eletromagnético. Normalmente a luz é associada à incandescência, ou seja, por estar em intensa atividade molecular, uma fonte de luz geralmente emite calor ao mesmo tempo em que emite luz. O sol e o fogo são os melhores exemplos de fontes naturais de luz que emitem calor. Sabemos que o sol está em constante e violenta ebulição. O resultado desta ebulição emite calor e luz. Normalmente quanto maior a atividade maior é a quantia de luz emitida.

As lâmpadas elétricas recebem energia elétrica e isso faz incandescer um filamento no seu interior. Esse filamento é feito de tungstênio, um metal que queima ou incandesce dento de um vácuo, com muita estabilidade de onde vem o termo "luz de tungstênio" ou lâmpadas incandescentes.

Na fotografia, o termo intensidade diz respeito ao fluxo luminoso emitido por uma fonte que atinge uma determinada área ou que é refletido por sua superfície. Para medirmos a intensidade da luz são utilizados instrumentos de medição chamados de fotômetros.

OUTROS ASPECTOS DO COMPORTAMENTO DA LUZ

A Lei do quadrado inverso nos diz que: "a queda da luz é igual ao inverso do quadrado da distância que ela percorre". Esta lei aparentemente complicada significa simplesmente que a luz perde a sua energia com muito mais rapidez do que pensamos. Por exemplo, se temos um objeto que se encontra a um metro de distância de uma fonte de luz pensaríamos que a dois metros (o dobro da distância) ele receberia a metade da luz. A verdade, porém é que a luz seria quatro vezes menos. Isto pode ser facilmente verificado com o uso de um fotômetro.

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Queda de luz= 1d2

d = Significa a distância percorrida.i = Significa a intensidade.

A relação de contraste da luz se refere à diferença de luz existente entre as altas luzes e as sombras de uma cena. Se a diferença de iluminação entre as altas luzes e as sombras de uma cena for de um diafragma, a cena possui uma relação de contraste de 1:2 (um por dois). Ou seja, as sombras têm duas vezes menos luz que as altas luzes. Se a diferença é de um diafragma e meio a relação é de 1:3 (um por três). Ainda; se a diferença é de dois pontos de diafragma, a relação é de 1:4 (um por quatro). Normalmente filmes comerciais e cenas na maioria dos filmes são feitos com uma relação de contraste entre 1:3 e não ultrapassando 1:4.

A unidade de grandeza com que se mede a iluminação de um ambiente denomina-se lux. Equivale à iluminação de uma superfície de um metro quadrado sobre a qual incide um fluxo luminoso de um lúmen (unidade de fluxo), distribuído de maneira uniforme. O lux também se define como a iluminação de uma superfície cujos pontos se encontram à distância de um metro de uma fonte luminosa com intensidade de uma candela.

Temperatura de Cor

Em matéria de fotografia, porém a escala utilizada para descrever a cor produzida por uma determinada fonte de luz é a ESCALA KELVIN DE TEMPERATURA DE LUZ. Na escala Kelvin a luz branca fica por volta dos 5500 graus (Luz do sol ao meio dia). O conhecimento da temperatura da luz é inestimável na fotografia, pois filmes, câmaras de vídeo e fontes de luz de estúdio são calibrados em Graus Kelvin. Normalmente os filmes são balanceados para luz dia (5.500 K) ou para luz de estúdio (quartzo-halógeno) (3.200 K).

O conceito de "temperatura" da luz procede do fato que esta medida é derivada do aquecimento de um elemento hipotético de laboratório chamado corpo preto. Quando o corpo preto é aquecido a uma temperatura de 5.500 graus ele produz luz com as mesmas características da luz do dia, ou seja, aquilo que nós conhecemos por luz branca.

De forma geral pode-se afirmar que as temperaturas para cima de 5.500 K (daylight ou luz do dia) tendem para o azul e são chamadas de cores “frias” enquanto as que se encontram para baixo tendem para o vermelho e são chamadas de cores “quentes”. Ao conhecermos a temperatura de uma fonte de luz podemos determinar com bastante precisão qual será o resultado que será obtido no filme.

O instrumento utilizado para medir a temperatura de luz emitida por uma fonte é chamado de kelvinometro ou simplesmente de fotômetro de temperatura da luz.

As Cores Primárias do Espectro.

Torna-se necessário tornarmos mais clara a discussão das cores em relação à luz. Nas páginas anteriores vimos que a luz é apenas uma das formas de energia do espectro eletromagnético. Vimos também que somente a faixa entre 380 e 740 nanometros é visível ao olho humano e que a faixa determina a cor da luz. Por exemplo, podemos ver que luz por volta dos 400nm se aproxima mais do azul ou do violeta. Do outro lado está a luz que se aproxima do vermelho por estar associada ao infravermelho cuja faixa do espectro está bem próxima dos 700nm. Vimos também que não é prático descrever a cor de uma determinada fonte de luz por sua faixa no espectro embora isto seja possível. Em lugar disto o método utilizado é o sistema de temperatura da cor em Graus Kelvin. E sistema nos dá uma forma bastante precisa de se determinar a cor de uma fonte de luz.

Deve ficar claro que aquilo que chamamos de luz (melhor dizer luz branca) é na realidade uma mistura de todas as faixas do espectro de 380 a 740 nm. Este fato já foi habilmente comprovado por Newton com brilhante simplicidade ao decompor a luz branca por meio de um prisma. O mais importante de tudo isto é que ao decompor a luz tornou-se evidente que com somente três cores é possível criar ou recompor todas as outras cores. Estas três cores recebem por este motivo o nome de cores primárias. As cores primárias do espectro visível são:

Vermelho (Red) Verde (Green) Azul (Blue)

O Processo Aditivo e o Processo Subtrativo

O princípio fundamental da fotografia consiste na possibilidade de se reproduzir qualquer cor através da mistura das três cores primárias – vermelho, verde e azul. Cores complementares recebem esse nome porque são produzidas pela complementação de duas das cores primárias. Se projetarmos as três cores primárias numa tela, as cores complementares aparecerão onde duas cores primárias se sobrepõem. Onde as três cores primárias se sobrepõem, haverá luz branca. Onde duas das cores primárias se sobrepõem cria-se uma cor

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complementar. As cores complementares produzidas são o amarelo onde o vermelho e o verde coincidem, o magenta onde o azul e o vermelho se complementam, e o ciano onde o verde e o azul se complementam. Este é chamado de sistema ou processo aditivo de cores.

Na prática, porém, esse método tem se mostrado pouco adequado e não é utilizado em grande escala no sistema fotográfico de cores. A maior parte da fotografia colorida emprega o método conhecido como sistema ou processo subtrativo de cores. Ao invés de começar com três fontes de luz, o método subtrativo recorre a uma única luz branca e cria várias cores filtrando aquelas não incluídas na cor desejada. Os filtros usados por esse método têm as cores amarelo, magenta e ciano, denominadas primárias subtrativas porque cada uma delas tem a propriedade de bloquear ou subtrair da luz uma das cores primarias aditivas. O amarelo subtrai o azul, o magenta subtrai o verde e o ciano subtrai o vermelho.

RESUMO DO PROCESSO ADITIVO

Cores primárias aditivas – Vermelho, Verde e AzulCores complementares – Vermelho + Verde = Amarelo Vermelho + Azul = Magenta Verde + Azul = CianoSoma das três cores primarias aditivas = branco

RESUMO DO PROCESSO SUBTRATIVO

Cores primárias subtrativas – Ciano, Magenta e AmareloCiano bloqueia o VermelhoMagenta bloqueia o VerdeAmarelo bloqueia o AzulSoma das três cores primarias subtrativas = preto

O REGISTRO FOTOGRÁFICO

A fotografia é muitas vezes definida como a "arte de escrever com a luz". É a luz, em grande medida, que determina a qualidade da foto. O ato de fotografar consiste em efetuar uma exposição controlada da luz sobre uma superfície foto-sensível para que nela fiquem registradas as imagens que eternizarão aquele momento. Para isso se vale da câmera fotográfica e do filme, no caso da fotografia convencional. De uma forma correlata, a câmera tenta reproduzir o funcionamento do olho humano.

O FILME

Composto de material sensível à luz, o filme tem a propriedade de gravar as imagens que passam através da lente da câmara. Essas imagens ficam registradas na forma de imagem latente, ou seja, ainda não aparecem no negativo. Para isso é necessário submeter o filme a um processo químico de revelação. Existem filmes em tamanhos diferentes para diferentes câmaras. Deve-se verificar no manual de instruções da câmara o filme certo para ela e escolher o filme em função do tipo de fotografia que se deseja - cópias coloridas, slides ou cópias em preto e branco. O filme é constituído de uma

base plástica - geralmente acetato de celulose, flexível e transparente, sobre a qual é depositada a emulsão fotográfica. Esta é colocada no filme sobre uma fina camada de gelatina que contém cristais de prata, sensíveis à luz. Os cristais de prata, quimicamente chamados de haletos ou halogenetos de prata, podem ser mais ou menos sensíveis à luz. Ou seja, há um tipo de filme que exige maior quantidade de luz para gravar as imagens. Outros permitem o registro com menos luz. A essa propriedade dá-se o nome de sensibilidade.

Sensibilidade

A sensibilidade dos filmes é indicada por números do sistema ISO - International Standards Organization (antigamente ASA ou DIN). O sistema DIN (alemão) ainda é utilizado. Unidade que gradua a capacidade de um filme fotográfico de captar a luz. Trabalha numa função inversa: quanto maior o valor ISO menor será a iluminação que ele precisa. O sistema ISO de classificação da sensibilidade do filme é aritmético: por exemplo, um filme de ISO 400 é duas vezes mais "rápido" do que um de ISO 200, exigindo metade da exposição. Por outro lado, tem metade da velocidade de um filme de ISO 800, necessitando do dobro da exposição deste. No entanto, quanto maior o número ISO (maior a sensibilidade), maior é o grão, resultando numa imagem com pouca resolução. Números ISO baixos significam películas "cegas" que exigem bastante luz. Valores de ISO altos indicam filmes sensíveis, ideais para cenas mal iluminadas. A sensibilidade também afeta a nitidez. Os mais sensíveis acentuam o grão e são menos nítidos. Quanto mais baixo o valor da sensibilidade, mais fino é o grão e maior a nitidez. O valor ISO do filme vai interferir decisivamente no controle da profundidade de campo e cenas de movimento.

De ISO 25 até 64 - São filmes considerados de baixa sensibilidade e indicados para grandes ampliações.

De ISO 100 até 200 - São filmes considerados de média sensibilidade, permitindo ampliações maiores, com nitidez e definição. São indicados para uso geral.

De ISO 400 até 3200 - São filmes considerados de alta sensibilidade e são indicados para fotos em locais de pouca iluminação, sem uso de flash ou para fotos de ação, que exigem maiores velocidades do obturador.

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Grandes ampliações podem apresentar ligeira granulação.

Código DX - O código DX são barras impressas na embalagem do filme que informam qual a sensibilidade, tipo de emulsão e o número de poses. Essas informações são fundamentais para o fotômetro, determinando sua forma de operar, e também para o laboratório. A leitura do código DX é feita automaticamente através de um sensor de barras que está disponível na maioria dos modelos recentes de câmaras fotográficas, dispensando o fotógrafo da preocupação com regulagens de ISO/ASA. Nas demais, o ajuste de sensibilidade do filme terá que ser feito manualmente num anel conjugado ao controle do tempo do obturador.

Localização do código DX no filme

Magazine 135 - É atualmente o formato de filme mais usado em função da sua versatilidade e disponibilidade tanto para fotos coloridas em papel, como slides em preto e branco. Tem várias opções de sensibilidade e é a categoria de filme que mais recebe inovações tecnológicas pelos fabricantes. Permite produzir grandes ampliações.

Filme tamanho 135

Filmes em Rolos e Chapas - Mais específicos para trabalhos de estúdio com câmaras de médio e grande formato. De grande área física, produz fotografias de altíssima nitidez e extremamente precisas. Normalmente precisam de conservação especial sendo utilizados por profissionais da área técnica e publicitária e por alguns fotógrafos sociais mais sofisticados. Encontrado principalmente nos formatos 120 (rolo) e chapas desde 4" x 5" a 11" x 14".

Filme tamanho 120

Cartucho 110 / 126 - Desenvolvidos para as câmaras simples de plástico de uso amador. São fáceis de colocar, retirar e popularizaram a fotografia na década de 70 quando viveu seu grande "boom". Encontrados nos tamanhos 110 (retangular) e 126 (quadrado), os cartuchos estão hoje em extinção pela fragilidade das suas câmaras e pelos resultados óticos sofríveis que apresentam não permitindo, por exemplo, produzir grandes ampliações.

Filme tamanho 110REVELAÇÃO

Comecemos por desfazer um erro muito comum: chamar equivocadamente REVELAÇÃO ao ato de deixar um filme num laboratório e pegá-lo uma hora depois com as fotos em papel. Como se, por mágica, a foto dentro do filme passa-se para o papel.

Como se pode observar, primeiramente, trata-se de dois processos, um para obtenção de um negativo e outro para a obtenção de uma cópia em papel. E, em segundo lugar, cada um desses processos se divide em diversos outros processos, e que iremos estudar para a compreensão do fenômeno fotográfico.

Exemplo de negativo revelado

Processamento do Negativo P/B

Primeiramente, diz-se que um filme é virgem quando ainda não recebeu nenhuma luz; caso contrário, dizemos que foi exposto, isto é, recebeu exposição de luz. Exposição

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Na exposição de uma emulsão fotográfica, ocorrem alguns fenômenos de ordem atômica com os halóides de prata. A luz que incide sobre a prata numa proporção de contraste, isto é, objetos que refletem pouca luz não sendo sensibilizados e os demais sim, tende a transformar estes últimos em átomos neutros, mas que não se distinguem dos demais se vistos neste estágio, nem mesmo a nível microscópico. Nesta etapa, onde os halóides de prata ainda não são visíveis, chamamos a imagem apreendida no filme de IMAGEM LATENTE. Revelação

Para que tais átomos modificados pela ação da luz tornem-se visíveis e distintos dos demais, faz-se necessária a intervenção de um agente REVELADOR, ou seja, um composto químico capaz de traduzir esta diferença atômica em forma de enegrecimento das partículas. Em palavras simples, o que o revelador faz nada mais é que promover uma oxi-redução, oxidando a prata para que ela fique visível como prata metálica. Os principais agentes reveladores conhecidos são o Metol, a Hidroquinona e a Fenidona, e são a base para a maioria dos reveladores existentes no mercado, apesar de existirem outros agentes.

Existe um grande número de tipos de reveladores diferentes, cada um com propriedades específicas e que podem ser usados para fins diversos. Podemos classificar, primeiramente, em quatro os tipos de reveladores mais comuns:

1) Reveladores normais - Também chamados "grão fino", mantém o contraste a que o filme foi exposto e são adequados para praticamente todos os filmes P/B. Os mais comuns são o D-76 e o Dektol (Kodak), assim como o ID-11 da Ilford.

2) Reveladores rápidos - Possuem tempo de revelação reduzido, como o HC-110 da Kodak, mas podem aumentar drasticamente o contraste, se for puxada a sensibilidade do filme em até 100%, com aumento significativo do grão.

3) Reveladores de alto contraste - Não revelam tons intermediários de cinza, fazendo o negativo adquirir somente resposta ao preto e ao branco, sendo ideais para fotolitos, cópias para impressão gráfica de textos e litografia.

4) Reveladores niveladores - São reveladores que compensam erros de exposição, equilibrando os contrastes anormais da iluminação. Necessitam de condições especiais e não podem ser reutilizados.Interrupção

Sendo o revelador uma base e o fixador um ácido, surgirão manchas significativas na imagem final, por conta da incompatibilidade desses dois elementos. Por conta dessa reação é necessária uma etapa intermediária entre revelação e fixação e que neutraliza o efeito do revelador, permitindo assim o contato do filme com o fixador. Essa etapa chama-se INTERRUPÇÃO, e seu agente o INTERRUPTOR.

Além de ser importantíssimo para neutralizar o revelador, o interruptor também é eficiente por sua capacidade de interromper imediatamente a ação do revelador, já que este atua sobre os halóides sensíveis de maneira progressiva. Cada filme possui um tempo de revelação próprio decorrente de sua sensibilidade e da forma como foi exposto. Alterar este tempo equivale a modificar o contraste original e desviar-se da exposição correta, ainda que tal prática possa ser feita com intuito proposital. Assim o interruptor também ajuda a manter rígido o controle sobre o tempo de revelação ou as alterações neste tempo que o fotógrafo julgue necessárias. O interruptor pode ser simplesmente água ou ácido acético diluído.

FixaçãoEntretanto, embora o revelador transforme a

imagem latente em visível, ele o faz apenas nos halóides sensibilizados. Todos os grãos da prata que não sofreram ação da luz continuam na emulsão, e mantém suas capacidades fotossensíveis, de maneira que ainda podem se alterar se novamente expostos. De modo que faz-se necessário outro procedimento que tem duas funções básicas: retirar os grãos não atingidos pela luz e estabilizar a imagem revelada da prata metálica que formou a imagem. Este procedimento é feito pelo agente FIXADOR. O fixador reduz os grãos de prata não sensibilizados a uma suspensão invisível de átomos que é eliminada na última etapa, a LAVAGEM, feita com água. Desde sua descoberta por Herschel, o fixador mais comum tem como base o tiossulfato de sódio, apesar de existirem outras fórmulas.Lavagem

Última parte do processamento do negativo, e de importância capital para garantir a qualidade do negativo, a lavagem é responsável pela eliminação de todos os resíduos químicos ainda impregnados na base de acetato ou na gelatina da emulsão. A lavagem deve se estender por pelo menos 10 minutos em água corrente, para um resultado eficiente, sob pena de permanecerem manchas no negativo, comprometendo seriamente sua cópia.

Portanto, temos as seguintes etapas do processamento partindo da imagem latente até o negativo estável:

1) Revelação2) Interrupção3) Fixação4) Lavagem

PROCEDIMENTOS PARA PROCESSAMENTO DO FILME

A revelação de um negativo deve seguir algumas normas básicas para que os resultados sofram um mínimo de alteração. Em primeiro lugar, os reveladores necessitam de um tempo mínimo de atuação na película para promover a transformação da imagem latente. Em segundo lugar, uma temperatura específica para atuarem corretamente. Portanto, a relação tempo/temperatura é que irá reger as condições mínimas desta etapa do processamento.

Embora a temperatura da revelação colorida deva ser rigidamente controlada, há uma margem de possibilidades maiores nos filmes preto-e-branco, ainda que com limites. A temperatura ideal para a revelação do filme preto-e-branco é entre 18º e 24º centígrados. Para cada temperatura, inclusive maiores e menores que esta, existe uma tabela de compensação no tempo da revelação, que é fornecida pelo fabricante de cada filme. Assim, para a revelação correta, é fundamental consultar esta tabela de tempo/temperatura para atingir os resultados esperados.

O processamento completo do filme deve ser feito mediante algumas etapas manuais, no caso da utilização caseira. São necessários um tanque de revelação e uma espiral para enrolar o filme, que podem ser adquiridos nas casas especializadas, bem como um pequeno contingente de acessórios, como frascos para estocagem dos químicos e um tanque de água corrente para a lavagem.

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Tanque de revelação

Espiral utilizada para revelação manual

filme sendo enrolado na espiral. Não esquecer que o filme deve ser enrolado no escuro absoluto.

Deve-se retirar o filme de seu carretel original no escuro total, colocá-lo na espiral e logo em seguida no tanque. A partir de então, é possível trabalhar com a luz acesa desde que o tanque assim o permita. As etapas são as seguintes:

1) Insere-se o revelador no tanque, e, salvo recomendação explícita do fabricante, deve-se agitar o tanque nos primeiros 30 segundos continuamente, e em seguida, agitações de 5 segundos a cada 30, durante todo o tempo necessário que a tabela indicar.

2) Findo o tempo de revelação, deve-se retirar o agente revelador pela tampa apropriada (que não deixa passar luz) do tanque. Lava-se com água em agitações

enérgicas ou com 1 minuto de agitação suave no caso do uso do agente interruptor.

3) Retira-se o interruptor da mesma maneira e adiciona-se o fixador. O uso do fixador deve ser igualmente controlado de três maneiras: a) Segundo indicações do fabricante; b) Segundo teste realizado na ponta da película, que deve ser retirada antes do filme ser enrolado. Mergulha-se o pedaço do filme no fixador e se verifica o tempo necessário para que a película fique transparente. Se apresentar uma coloração magente, o tempo é insuficiente; c) Uma medida geralmente válida, 5 minutos mais 20% do tempo utilizado no revelador. Esta medida funciona melhor nos filmes Kodak Tri-X e Plus-X, devendo este tempo ser aumentado no caso de películas T-Max. Como regra geral, adota-se 10 minutos como tempo universal do fixador. Se a película apresentar tons de magenta, deve-se retomar o processo por mais algum tempo.

4) Terminada a fixação, o filme pode ser retirado do tanque e exposto à luz, pois os haletos de prata já estão estabilizados. O filme deve ser lavado, ainda dentro da espiral, num tanque que possua um sistema eficiente de circulação de água, pois caso contrário, poderá apresentar manchas decorrentes de resíduos químicos mal lavados. A lavagem deve se estender por 20 minutos.

5) É recomendável, depois da lavagem, o uso de um detergente, cuja função é eliminar bolhas de água que causam densidades desiguais e fixando-se na película, também ocasionando manchas indesejáveis. Os produtos para esse fim, chamados genericamente de Photo Flow, também podem ser encontrados nas boas casas do ramo.

6) Secagem. Coloca-se o filme numa presilha e assim o pendura, tanto numa estufa quanto num varal, e espera-se até que esteja totalmente seco. Se ele estiver ainda molhado e for enrolado, a gelatina da base poderá grudar no suporte e a imagem poderá descolar, inutilizando-a!AMPLIAÇÃO

O processo de ampliação consiste em fazer cópias positivas, ampliadas a partir de um negativo fotográfico. Essa cópia é feita através da projeção de uma imagem gravada em base transparente (o filme) num outro suporte fotossensível, normalmente o papel fotográfico. A cópia ampliada diferencia-se da cópia por contato por esta última ser feita sem o aumento da proporção do negativo original. Cópias contato são úteis para escolha da imagem mais adequada para ampliação, bem como para comparações entre diferentes exposições, mas não se prestam como resultado final em 35 mm. A ampliação é justamente uma cópia feita por projeção, em que se pode escolher diferentes tamanhos, maiores que o original.O Papel Fotográfico

Assim como o negativo, o papel fotográfico também é um filme, que possui grãos característicos, sensibilidade, contraste e latitude, da mesma forma que um negativo, só que numa base de papel. Quando projetamos a imagem negativa do filme em cima do papel, este se sensibiliza e torna a imagem positiva, já que tanto o filme processado como os papéis são negativos. Este é o mesmo processo já utilizado desde o séc. XIX por Talbot, com cópias por contato.

A sensibilidade do papel é relativamente baixa (algo em torno de ISO 10 ou menos), mas que em nada prejudica sua exposição por trabalharmos com luz controlada e a possibilidade de longo tempo de exposição na cópia. Assim, não é necessário 'fotometrar' o papel, pois a exposição é determinada por testes, e isso permite uma liberdade de criação quanto à escolha dos tons da cópia.

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A latitude do papel é sensivelmente menor que a do negativo, mas isso não chega a ser um fator limitante, uma vez que ao papel cabe a reprodução positiva do negativo, e ao negativo a seleção da latitude para maior ou menor compressão de tons de cinza. Mas em relação ao contraste, o papel pode fazer diferença, e por este motivo, existem papéis com diversos contrastes disponíveis no mercado.

Há também papéis de diferentes tipos de base e reflexão, cada um com características específicas que fazem muita diferença no resultado final. Vejamos alguns tipos de papéis:

Mas como é feita a cópia? Para ampliar um negativo, é preciso um aparelho que projete a imagem de um tamanho determinado, controlável, para que se tenha um controle sobre o tamanho da ampliação. Esse aparelho é o AMPLIADOR.

O AmpliadorO ampliador é uma máquina projetora dotada de

lâmpada, difusor e lente, preso por uma base em uma coluna ou eixo, e que desliza sobre este eixo verticalmente, para escolha do tamanho da ampliação. Quanto mais alto estiver o ampliador da base, maior será a ampliação. Se for necessário fazer ampliações ainda maiores, alguns possuem a cabeça giratória, e que permite a projeção numa parede, aumentando assim o tamanho da ampliação. É preciso também um controlador de tempo, um temporizador, para que seja regulado o tempo de exposição adequado no papel.

Existem vários tipos de ampliadores. Ampliadores para cópias coloridas possuem um jogo de filtros para balancear as cores no papel, recurso que ampliadores para preto-e-branco não dispõe.

AmpliadorRealizando uma ampliação

Para realizar uma cópia, é necessário seguir as seguintes etapas:

1) colocar o negativo na máscara adequada, do tamanho proporcional ao formato que se quer ampliar (35mm, 6x6, 6x7, etc.).

2) Colocado o negativo com cuidado na máscara, regula-se a altura da cabeça (o tamanho da ampliação) e o foco do negativo em relação a esta altura.

Atenção: se o foco for feito e depois a altura regulada, a imagem sairá de foco! O foco sempre é feito após a regulagem do tamanho!

3) É importante a utilização de um Marginador para produzir cópias de qualidade. O marginador é uma base plana que permite não apenas que a cópia saia com uma margem (importante para o manuseio do papel), como também mantêm o papel sempre plano e evita eventuais distorções causadas por abaulamentos nas bordas. Sem margem, a cópia pode apresentar marcas de sujeira e impressões digitais pelo manuseio nas bordas, o que torna todo o trabalho inútil.

Para utilizar o marginador, coloque-o sob a luz da projeção e regule as margens de acordo com o tamanho desejado da cópia. Se for menor que o corte original do papel, este deve ser cortado na proporção correta.

4) Após posicionar o marginador, verifique a projeção do negativo. Se a imagem estiver muito escura, abra o diafragma da lente até o máximo. Se ainda assim não for possível ver corretamente o foco, é porque o negativo está muito denso, superexposto. Ou, no oposto, um negativo subexposto, de pouca densidade, também dificulta a focalização, porque neste caso é preciso fechar o diafragma para não queimar o papel totalmente, e em ambos os casos (negativos super ou subexpostos), o foco deverá ser feito com um focômetro (acessório para focalização fina da projeção) ou na base empírica da tentativa e erro.

5) Se a imagem estiver bem clara, e após ter sido regulado o tamanho da ampliação e o foco (ou seja, a imagem está nítida em negativo), é hora de fazer os testes para saber o tempo de exposição adequado ao papel. Feche o diafragma da lente até um ponto intermediário (f/8 ou f/11, normalmente) e comece o teste.Processamento do Papel fotográfico

Sendo um filme, o papel fotográfico também necessita de um processamento para que a imagem latente se torne visível. Este processamento é muito semelhante ao do negativo, em se tratando de papéis fotográficos preto-e-branco. Uma vez exposto o papel, as etapas se dividem, analogamente, em:

1- Revelação2- Interrupção3- Fixação4- LavagemAs diferenças entre estas etapas no

processamento do papel fotográfico em relação ao negativo são as seguintes:

a) O papel fotográfico não é sensível a alguns comprimentos de onda de vermelho (porque o negativo já sensibilizou este espectro e traduziu-os em tonalidades de cinza), razão pela qual é possível manipular o papel com luz vermelha de segurança.

b) O papel não precisa de uma tabela de tempo e temperatura para ser revelado. Independente do tipo de papel, a determinação do tempo é dada pelo fabricante do revelador, sendo sempre a mesma para todos os papéis.

c) A fotometragem do papel é feita a partir de testes com pequenas tiras de papel, que permitem visualizar as diferenças de tons num trecho relevante de imagem.

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Ambas ampliações foram feitas a partir do mesmo original, mas a da direita recebeu menos luz, tornando-se mais clara.Lembrar que na cópia de um negativo, o papel reage da mesma forma que o filme, já que também é negativo, ou seja, quanto mais luz, mais escuro fica.

Para um bom processamento da cópia em papel, deve-se seguir as seguintes recomendações:

1) Manuseie sempre o papel com as mãos secas e limpas. Quando elas estão molhadas com água ou outra química, manchas surgirão na cópia.

2) Faça margens no papel para facilitar o manuseio, pois sem margens as bordas do papel sempre ficam com marcas de dedos, comprometendo a foto.

3) Todo o processamento deve ser feito agitando-se o papel dentro das bacias, pois quando os papéis ficam parados (principalmente no revelador), manchas aparecem estragando irremediavelmente a cópia.

4) Ao agitar o papel ou os químicos à volta dele, não passe as pinças pela parte sensível do papel (a emulsão, onde está a imagem), pois a pinça risca a emulsão.

5) Jamais misture as pinças, utilize cada uma na sua bacia. Se ocorrer de colocar uma pinça na bacia errada, lave-a antes de voltá-la ao seu lugar.

6) Evite ao máximo acender a luz do ampliador sem lente, pois a luz que vaza do ampliador pode velar ou manchar cópias de outras pessoas próximas.

7) Sempre faça um contato dos negativos e escolha qual foto irá ampliar antes de entrar no laboratório.

PROCESSAMENTO DE NEGATIVO COLORIDO

Estrutura básica de filme coloridoSe seu filme for um tipo de negativo colorido, a

química do processo seria diferente de várias maneiras:a etapa de revelação usa produtos químicos redutores e os grãos de haleto de prata expostos desenvolvem-se em prata pura.O revelador oxidante é um produto resultante e reage com químicas chamadas acopladores em cada uma das camadas de formação da imagem. Essa reação faz com que os acopladores formem uma cor, que varia dependendo se os grãos de haleto de prata estiverem espectralmente sensibilizados.

Um acoplador de formação de cores diferente é usado nas camadas sensíveis a vermelho, verde e azul. A imagem latente nas camadas diferentes forma uma pigmentação colorida diferente quando o filme é revelado: -camadas sensíveis a vermelho formam um pigmento ciano colorido; -camadas sensíveis a verde formam um pigmento magenta colorido; -camadas sensíveis a azul formam um pigmento amarelo colorido.

O processo de revelação é interrompido pela lavagem ou por um banho de descanso; os grãos do haleto não expostos são removidos usando uma solução fixadora;a prata que foi revelada na primeira etapa é removida por produtos químicos alvejantes; em seguida, a imagem negativa é lavada para remover o excesso de produtos químicos e de reação. As tiras de filme são secas.

No processo de revelação colorida, os químicos são específicos e distintos dos utilizados no processo monocromático e o controle da temperatura desempenha papel fundamental no processo. A temperatura ideal para que o filme e papel sejam processados gira em torno de 37,8 ºC. Variações de temperatura incorrerão em desvios cromáticos no resultado final ou mesmo a não revelação dos materiais fotossensíveis.

O negativo colorido final parece muito estranho. Em primeiro lugar, ao contrário do negativo preto e branco, ele não contém prata. Além de possuir cores opostas (negativas), os negativos têm uma estranha nuance amarelo-alaranjada. Eles são um negativo colorido no sentido de que quanto mais exposição de vermelho, mais pigmento ciano é formado. O ciano é uma mistura de azul e verde (ou branco menos vermelho). A nuança laranja total é o resultado de pigmentações de máscara que ajudam a corrigir as imperfeições no processo de reprodução colorida como um todo.

As camadas de imagem sensível a verde contém pigmento magenta e as camadas de imagem sensível a

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azul contêm pigmento amarelo. As cores formadas no filme negativo colorido são baseadas no sistema de formação de cor subtrativa Em uma fotografia, as cores são dispostas em camadas uma em cima da outra. Um sistema de reprodução de cores subtrativo é necessário.

AMPLIAÇÃO COLORIDA

As cópias dos negativos coloridos em geral são feitas por um grande laboratório central que lida com a impressão e processamento de muitas drogarias e supermercados. Elas também podem ser feitas em casa usando um minilaboratório. O minilaboratório pode revelar um rolo de filme por vez, enquanto as casas especializadas reúnem vários rolos e lidam com um grande volume de fotos em uma base semi-contínua.  Em qualquer dos casos, as etapas são as mesmas, conforme já discutido na geração do negativo preto e branco.

A principal diferença está no processo de impressão da foto, onde rolos longos de filmes coloridos são pré-carregados em uma impressora. O rolo de negativos é carregado e o operador de impressora trabalha com as luzes normais para visualizar com antecedência cada negativo e fazer ajustes quanto ao equilíbrio da cor. O equilíbrio da cor é ajustável ao adicionar filtros de cores subtrativas para tornar a cópia mais satisfatória, particularmente quando tiver sido exposta de forma incorreta. Há um limite de correção que pode ser feito. Não espere milagres. Uma vez que um rolo completo de papel for exposto ou um único rolo de filme for impresso (no caso de um minilaboratório), o papel será processado.

Eis as etapas seguintes à exposição do papel fotográfico: -as posições de imagem latente são reveladas e as moléculas do revelador oxidado combinam com os acopladores, formando cores para criar uma imagem de prata e uma imagem de pigmentação.-A reação é interrompida na etapa de lavagem; -a imagem de prata e qualquer haleto de prata remanescente não exposto é removida em uma solução química de alvejante mais fixador (chamada BLIX); -a revelação é então lavada com cuidado para remover qualquer resíduo de produtos químicos; -a revelação é seca. Mais uma vez, o aglutinante de gelatina cresce, possibilitando que os produtos químicos do processo atinjam os grãos de haleto de prata e permitindo que os produtos sejam enxaguados com água. A imagem colorida não deve conter resíduo de prata. Com um exemplo final de processo de impressão de cor, vamos dar uma olhada no nosso negativo que foi exposto a um objeto amarelo puro. Quando o negativo resultante é colocado na impressora e a luz branca é projetada através do negativo para o papel colorido, eis o que acontece. A exposição da luz branca é o equivalente de uma exposição de cópia colorida. Somente a luz azul consegue atravessar o negativo colorido e expor o papel colorido. O papel colorido exposto forma o pigmento amarelo na camada sensível a azul e a cor original é reproduzida.

Essa figura mostra uma seção cruzada ampliada de um negativo colorido exposto à luz branca e revelado em seguida. A luz branca passa através do filme para formar a

luz azul, que ativa a camada sensível a azul no papel de cópia colorida para criar o pigmento amarelo.

Atualmente tanto a revelação dos filmes quanto a ampliação das imagens no papel são realizadas com equipamentos automáticos, que reduzem o tempo de revelação consideravelmente. Esses equipamentos integram as duas operações e são chamadas comumente de minilabs.

MÓDULO II – EQUIPAMENTOS FOTOGRÁFICOS.

Tipos de Câmaras fotográficas

Uma câmera fotográfica precisa, a rigor, compor-se de apenas alguns componentes básicos, necessários e suficientes ao processo de fotografia. É claro que a própria evolução dos tempos, desde o invento da primeira câmera, foi introduzindo novos conceitos, sistemas e materiais, os quais acabaram por tornar-se também indispensáveis ao processo de fotografia moderno.

A concepção de qualquer câmera fotográfica é a mesma. Trata-se simplesmente de uma caixa, com material fotossensível numa face e uma abertura na

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outra. Esta abertura é construída de forma a permitir que a luz entre na caixa, atingindo o material fotossensível.

No trabalho profissional da fotografia de produtos, são utilizados todos os tipos e formatos de câmaras acompanhando as necessidades específicas de cada caso. Apesar do expresso acima, determinações de qualidade, definição e utilização final do material fotográfico, existem alguns formatos mais apropriados para a fotografia de produtos com fins publicitários. Uma câmera básica precisa compor-se de um corpo, um visor, uma objetiva (ou lente), um obturador, um diafragma, o filme e um sistema de transporte do mesmo, e um controle de foco.

As câmaras de GRANDE FORMATO são as mais utilizadas pelos estúdios categorizados, fundamentalmente porque são câmaras que permitem basculamentos e movimentos de compensação de forma e perspectiva junto a rígidos controles na profundidade de campo. Por outro lado, as câmaras de grande formato fornecem negativos e cromos de tamanhos que melhoram a qualidade da reprodução em comparação direta com as de médio e pequeno formato. As marcas mais conhecidas são SINAR, PLAUBEL, CAMBO, LINHOF, CALUMET, S&K, etc.

FORMATO MÉDIO - São as câmaras com negativos de 6x6cm, 6x7cm, 6x4,5cm e 6x9cm, etc. As marcas mais utilizadas e conhecidas são: HASSELBLAD, ROLLEYFLEX, BRONCA, MAMIYA, ETC.

FORMATO PEQUENO - São as câmaras conhecidas também pelo nome de 35mm., que utilizam filmes em rolo de 24x36mm de área, pouco utilizadas em fotos de produtos, porém, com uma enorme versatilidade e rapidez de manuseio, graças a um verdadeiro sistema de acessórios para qualquer tipo de evento.

Principais tipos de câmerasAs câmaras podem ser classificadas de acordo

com o tipo de filme que usam ou com o visor com que operam.Todas as câmaras podem ser agrupadas em não-reflex e reflex. Nas primeiras, a visão da imagem através do visor é direta e não corresponde exatamente àquela registrada no filme. Nas outras, um sistema de espelhos e prismas entre a lente e o visor permite que o fotógrafo veja exatamente a imagem que será registrada. As câmaras reflex podem ter uma lente, quando são chamadas SLR (de single-lens reflex, de lente monocular reflex), ou duas, as TLR (de twin-lens reflex, lente reflex geminada). Câmera de Visor Direto:

Esse tipo de máquina compõe-se apenas de um corpo, uma objetiva de foco fixo e um obturador, mesmo se dispusesse de apenas uma velocidade de obturador e uma abertura, ela ainda seria ideal para instantâneos desde que fosse mantida a luminosidade.

Nesses tipos de câmeras compactas, simples, pequenas, quase sempre discretas, leves e relativamente baratas, porém são suficientes para os temas que não fujam muito do convencional, como os instantâneos tirados durante as férias, por exemplo.

Então, são chamadas de câmeras de visor, aquelas máquinas em que o sistema de visor é independente do sistema de lentes componentes da objetiva. Observa-se a imagem por um ponto da câmera e fotografa-se a mesma imagem por outro ponto da câmera. Por ser independente e fixo, o sistema de visor é projetado (calibrado) para apenas um tipo de objetiva, que é aquela que vem com a câmera, o qual não poderá ser cambiado em função da necessidade de uma diferente distância focal, por exemplo.

Apesar disso, a maior desvantagem apresentada pelas câmeras de visor direto, reside no problema denominado de ERRO DE PARALAXE. O erro de Paralaxe ocorre quando há uma diferença entre o tamanho da imagem vista através do visor e o tamanho da imagem captada pelas lentes da objetiva.

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Representação de paralaxeEsse fenômeno pode resultar em acidentes

clássicos, como o corte da cabeça de uma pessoa na parte superior da fotografia, por exemplo, já que o fotógrafo vê a cena através de um ângulo diferente daquele que o filme irá registrar. Só este tipo de câmera apresenta um defeito de paralelismo, isto é, o campo de visão do fotógrafo por um ponto da câmera difere do campo de visão do outro ponto da câmera. O fotógrafo olha uma imagem e fotografa outra imagem que está em paralelo da focada.

O erro de paralaxe é um problema comum em câmeras compactas. Para evitá-lo, em algumas máquinas de visor de desenho mais complexo, isso pode ser corrigido até certo ponto, graças à uma moldura que foi incorporada ao visor, que se move ligeiramente durante o processo de focalização da imagem.

Basta utilizar as marcas de correção presentes no visor, pois para ajudar o fotógrafo, a maioria das câmeras apresenta marcas de correção no próprio visor, indicando a área da cena que ficará dentro do quadro; ou então, modificar levemente a posição da câmera na hora do enquadramento. Tal moldura resulta da existência de um telêmetro incorporado ao sistema de visor.Câmera MonoReflex, Reflex de Duas Objetivas ou Objetivas Gêmeas:

A câmera reflex de objetivas gêmeas (TLR - Twin Lens Reflex) permite trabalhar de maneira que a imagem seja projetada em uma superfície plana. São câmeras mais antigas que trabalham sempre com duas objetivas, uma em cima da outra. O fotógrafo olha a imagem refletida num espelho por uma das objetivas e a outra objetiva é que fotografa a imagem.

A objetiva situada na parte superior permite a visualização pelo fotógrafo da cena e é chamada de objetiva de visor. A objetiva situada na parte inferior é responsável pela captação da imagem e registro no filme

fotográfico, portanto é conhecida como objetiva de registro. Em virtude da objetiva de visor não interferir diretamente na qualidade da imagem final na fotografia, ela não precisa ter a mesma qualidade óptica da objetiva de registro, apesar de que as duas objetivas devem necessariamente ter distâncias focais iguais.

Tais câmeras possuem um espelho que reflete a imagem para a tela de focalização. Entretanto esse sistema é fixo, o que exige uma lente para a câmera e outra para o visor. A objetiva visor da câmera reflex de 2 objetivas envia a imagem do campo de visão (da cena) para uma tela de vidro despolido. A imagem na tela fica invertida em sentido lateral. Ambas, as objetivas, ficam muito próximas uma da outra, tornando mínimo o erro de paralaxe. Alguns modelos têm um indicador para a correção desse erro.

Algumas câmaras profissionais possuem objetivas do tipo intercambiável, mas como é preciso trocar ambas ao mesmo tempo, o equipamento acaba custando muito caro. Além disso, esse tipo de câmera utiliza um obturador concêntrico, e por esse motivo, todas as lentes situadas na parte inferior têm seu próprio obturador embutido.

O filme usado na câmera reflex de duas objetivas é o de rolo (120), do qual se obtém negativos 6X6cm.Câmera Reflex ou Mono-Objetivas

A câmera mono-reflex ou "SRL" - Single Lens Reflex, representa o projeto mais versátil e bem sucedido de todos. A melhor maneira de se ver com precisão o que está sendo focalizado pela câmera é obviamente, olhar através da própria objetiva, enquadrando o motivo com exatidão e saber exatamente qual porção está em foco. Basta apenas uma objetiva para tirar a fotografia e também fazer as vezes de visor, eliminando assim o problema de erro de paralaxe.

Além disso, como o visor mostra automaticamente a imagem da maneira exata como ela será registrada, torna-se muito fácil trocar as objetivas.

É possível adaptar as máquinas reflex monobjetivas para quase todos os tipos de trabalhos especiais pela facilidade de troca das objetivas, mesmo com a máquina carregada com filme. Seu funcionamento depende de um mecanismo complexo acarretando desvantagens óbvias, porém insignificantes.

Na maioria das reflex mono-objetivas são utilizados filmes de 35mm, mas o fotógrafo pode contar com máquinas desse tipo, em modelos de grande formato - como a Hasselblad, a Bronca e a Mamiya - que utilizam filmes em rolo de 120mm, para negativos em tamanhos 4,5X6, 6X6 e 6X7cm, sendo que estas constituem o projeto mais aperfeiçoado atualmente.

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O mecanismo reflex é dotado de um espelho reflex e um penta-prisma. Compõe-se de um espelho colocado a um ângulo de 45 graus, exatamente atrás da objetiva e trabalha com o reflexo da imagem em outros espelhos internos. Ele envia a luz para cima, sobre uma retícula de focalização, a fim de formar uma imagem sobre a retícula de focalização. Um obturador de plano focal, situado atrás do espelho, protege o filme durante o processo de focalização. Depois, na maioria dos casos, a luz passa por um prisma de cinco fases (pentaprisma) e chega aos olhos do fotógrafo, no visor de contato visual direto. O penta-prisma, colocado diretamente sobre a retícula, reflete a imagem através da ocular e a inverte, de modo que sua posição é corrigida, tanto horizontalmente (direita/esquerda) como verticalmente (para cima/ para baixo), assim aparece a imagem real, não invertida.

A fim de assegurar que a imagem formada sobre a retícula seja luminosa o suficiente para permitir não só a focalização correta como também uma visão clara, quase todas as máquinas mono-reflex são equipadas com um diafragma automático: ao invés de só fechar logo depois do anel da abertura ser girado, ele permanece completamente aberto até o momento de se bater a foto.

Quando o botão disparador é pressionado, tem início uma complicada seqüência de acontecimentos no interior da câmera. Em primeiro lugar, o diafragma fecha-se até a abertura previamente escolhida; o espelho então recua, desobstruindo o caminho para a passagem da luz, por isso escurecendo o visor durante alguns instantes; o obturador se abre e expõe o filme de acordo com a velocidade selecionada; por fim, o espelho retorna à posição original e o diafragma abre-se mais uma vez.Câmera de Studio ou 4X5:

Embora muitas vezes possuam uma quantidade assustadora de botões de controle, em especial no caso dos modelos profissionais como a Sinar, a aparência das câmeras de estúdio ainda lembra o formato básico das câmeras do tipo caixão. São câmeras grandes e pesadas que registram a imagem numa chapa e que geralmente são fixas dentro dum estúdio.

Elas são compostas por um painel dianteiro, onde se encaixa a objetiva; uma retícula de focalização, situada na parte de trás (que é substituída pelo chassi do filme no momento de fazer a exposição); e por um fole vedado à luz, espécie de sanfona preta, que é o corpo da câmera, localiza-se entre o plano do filme e o plano da objetiva e liga essas duas extremidades.

Em geral, tanto a parte da frente quanto a parte posterior da câmera são acopladas a um monotrilho. O conjunto de todos esses dispositivos montados exige um tripé ou outro tipo de apoio.

Usa-se com essas máquinas, filmes planos de formato grande, como o de 4X5 polegadas, ou até de 8X10 polegadas. Apesar da alta qualidade das emulsões fotográficas fabricadas hoje, ainda se obtém negativos com definição muito melhor com esses tipos de filme. A principal vantagem da câmera de estúdio sobre as demais reside em sua flexibilidade e no controle sobre a imagem.

A máquina de estúdio deve a sua flexibilidade ao movimento independente de seus diversos componentes, num total de 18 movimentos para se trabalhar com a imagem. Eles permitem criar mudanças na perspectiva e no foco da imagem. Em determinadas situações, é possível usá-los também para conseguir uma grande profundidade de campo.

A imagem é focada sobre um visor de vidro despolido, situado na parte de trás da câmera. Uma vez determinada a composição da foto, e efetuados todos os ajustes, substitui-se essa peça pelo chassi do filme, onde existe uma tampa corrediça vedada à luz e destinada a protegê-lo, antes e depois da exposição.

Geralmente, não se trabalha com a objetiva e sim com o fole. A lente "normal" de uma câmera 4X5 polegadas tem cerca de 150 mm de distância focal. Entretanto, a pequena profundidade de campo dessas lentes, muitas vezes pode ser corrigida pelos movimentos da câmera (báscula). Dispõe-se de uma grande variedade de lentes intercambiáveis, e cada uma é provida de seu próprio obturador central.

Nestas câmeras de estúdio a luz vinda da cena atravessa a objetiva e incide numa tela de focalização, localizada na parte de trás da câmera. A imagem vista pelo fotógrafo é uma projeção direta da objetiva, ela está invertida (direita/esquerda) e de cabeça para baixo. No visor dessa câmera, tem gravadas finas linhas, formando um quadriculado para auxiliar a composição.

ELEMENTOS DA CÂMERA

Descrição e funcionamentoA câmara fotográfica consta dos seguintes

componentes: (1) o obturador, que permite a entrada da luz na câmara por tempo determinado; (2) a lente, elemento que capta a imagem; (3) suportes para o material sensível; (4) um invólucro impermeável à luz que sustenta a lente e suportes para o material na posição correta; e (5) um visor para mostrar o objeto que se pretende fotografar. São chamados de acessórios todos os equipamentos para iluminação artificial (fotolâmpadas e flash), tripé, filtros, lentes intercambiáveis, telêmetros, fotômetros e outros.Corpo

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O Corpo da Câmera: É uma caixa que abriga as várias partes e protege o filme de toda a luz, exceto a que entra através da lente quando se tira a fotografia.Sapata do Flash: Encontra-se no extremo superior da máquina e serve como suporte para o flash ao mesmo tempo em que promove o contato que dispara o flash automaticamente. Caso o fotógrafo use um flash que não utiliza o contato de disparo, algumas máquinas dispõe de um ponto de encaixe do cabo de sincronismo.

Seletor de Asa ou Marcador de Sensibilidade do Filme: Todo filme já vem de fábrica com uma sensibilidade que é escolhida pelo fotógrafo na hora da compra. ao carregar a máquina com o filme, o fotógrafo, numa atitude que tem que se tornar mecânica, deverá colocar no anel de sensibilidade o valor correspondente com o filme comprado. Esta sensibilidade é medida por uma escala americana conhecida por ISO, ou uma outra escala alemã conhecida por DIN, que veremos mais tarde. A mais utilizada no Brasil é a escala ISO ou ASA. E a escala mais encontrada nas máquinas é: 20, 32, 64, 100, 200, 400, 800, 1.600, 3.200.Ponto Nodal: Ponto Nodal é o ponto que se tem a inversão da imagem, todas as imagens convertem para o mesmo ponto.Armador da Máquina, Avanço do Filme ou Sistema de Transporte do Filme:

Após ser feita uma foto, existe um sistema que transporta o filme a fim de que uma nova foto possa ser tirada (repetição do processo). Esse sistema pode ser manual ou automático. Em geral, trata-se de uma alavanca encontrada no lado direito e em cima da máquina. Sua função é avançar o filme de um carretel para o outro em câmeras de filme em rolo ou cartucho. Esse mecanismo consiste em armar a máquina ao mesmo tempo em que avança o filme. Em outros tipos, nas de chapas, há uma tenda onde se coloca uma chapa para cada fotografia.

Algumas máquinas possuem uma segunda alavanca logo abaixo do armador que possibilita a sobreposição de fotos. Acionada esta alavanca, ela retorna ao modo inicial no momento em que for armada novamente.Alavanca de Rebobinagem: Do lado oposto ao dispositivo de avança do filme, existe um outro que

retorna o filme para a bobina depois de ter terminado. Existe uma trava que solta o filme para que este corra livremente para a bobina sem ser danificado (rebobinamento do filme). A localização do sistema de transporte do filme varia conforme o equipamento.Contador de Exposições: tem a função de indicar a quantidade de fotos registradas. Pode ser progressivo ou regressivo quanto ao sentido. Seu mostrador pode ser analógico ou digital. Disparador e Disparador Automático: É um dispositivo que, quando pressionado, aciona o mecanismo de propulsão ou exposição da câmera fotográfica. Em algumas câmeras, esse dispositivo possui uma trava de segurança; em outras pode ainda possuir um estágio que aciona um estágio de fotometragem. A função do disparador é acionar o obturador nas máquinas mais simples.

Nas máquinas mais complexas o disparador aciona todo o mecanismo para possibilitar que a luz atinja o filme, além de acionar o obturador. Já o disparador automático auxilia o fotógrafo no caso em que haja dificuldade de acionar o disparador sem que a foto saia tremida, e também no caso em que o fotógrafo deseja ser fotografado.

Alguns modelos de máquinas possuem um dispositivo interno do disparador que possibilita a conexão de um propulsor de disparo. Propulsor para uso fotográfico. Instruções de uso:

a) Os propulsores são usados para eliminar qualquer vibração.b) Estando disponíveis em vários tamanhos 30, 50 e 75cm.c) Para utilizá-lo basta rosqueá-lo acima do botão de disparo da câmera.d) Lembramos que não são todas as câmeras que possibilitam o uso deste acessório.

Cabo propulsorPlano do Filme: É uma linha onde corre o filme.

Localiza-se atrás da câmera em paralelo com a objetiva.Anel de Controle de Foco: Este anel encontra-se, normalmente, na extremidade da objetiva e tem como função, deixar a imagem principal, a ser fotografada, nítida e sem borrões. O fotógrafo tem que ter em mente que o foco é uma medida de precisão e este é um fato do qual o fotógrafo poderá explorar para obter vantagens. Essa vantagem é o foco estimado pela distância. Para nos auxiliar no foco, algumas máquinas possuem um recurso que chamamos de telêmetro.

Ocular do Visor

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FOTOGRAFIA 15

O visor mostra a cena que será captada em geral por meio de um conjunto de lentes ou da própria objetiva da câmera. É através desse sistema que o fotógrafo visualiza e compõe a cena a ser fotografada. É também através do visor que o fotógrafo controlará o processo de focalização, entendendo-se foco como sendo o ponto em que os raios de luz, que passam através das lentes se convergem para formar uma imagem da cena. O sistema de visor pode ou não ser diretamente ligado ao sistema de lentes da objetiva. Existem vários tipos de visores. Os mais comuns são os visores diretos simples, diretos com telêmetro, reflex e LCD live-view.

O visor direto é um dispositivo de baixo custo que equipava as antigas câmaras compactas analógicas e consistia num simples orifício na parte superior esquerda da câmera onde era acoplada uma lente. Para corrigir o erro de paralaxe, marcas eram impressas sobre essa lente de forma a orientar o enquadramento, sobretudo a curta distância. O ajuste de foco era pré-determinado em diferentes distâncias, uma vez que não havia como conferir se a imagem captada pela objetiva estava focada ou não.

Esquema de câmera de visor direto simples

Marca corretora de paralaxe em câmeras de visor direto simples

O telêmetro consiste num dispositivo óptico baseado em espelhos que projeta uma segunda imagem sobre a parte central do visor. O ajuste de foco se dá quando as duas imagens coincidem perfeitamente. As câmeras de visor direto de maior custo, portanto mais sofisticadas, possuíam o sistema telemétrico para ajuste

de foco. Os visores também possuíam marcas corretoras de paralaxe impressas sua lente.

Esquema de visor telemétricoComo já foi explicado anteriormente, o sistema

reflex funciona através de um sistema de projeção da imagem captada pela objetiva até o visor por meio de um espelho e um prisma. O ajuste de foco é realizado através da percepção da nitidez da imagem. Se a imagem apresentada no visor está embaçada, significa que não está no foco. Basta ajustar o foco até que a imagem fique perfeitamente nítida.

Comparativo entre visor reflex e telemétrico

LENTES E OBJETIVASTipos de LentesLentes são elementos ópticos, feitos de vidro ou

plástico, capazes de dirigir ou desviar os raios de luz. Existem dois tipos básicos de lentes:Lentes Convergentes (positivas)

Dirigem os raios de luz para um ponto central. Quanto mais espessa e curva for a superfície de uma lente, maior será sua capacidade de desviar a luz. Isto é medido como sua distância focal - a distância do centro da lente até o ponto no qual convergem os raios paralelos nela incidentes. Quanto menor for a distância focal da lente, mais desviada será a luz.Lentes Divergentes (negativas)

Desviam os raios de luz a partir de um ponto central para um ângulo mais aberto.

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16 FOTOGRAFIA

AberraçõesUma aberração óptica refere-se a um defeito pelo qual um sistema óptico forma, do objeto, uma imagem imperfeita, ou seja, uma imagem que não é semelhante ao objeto ou, então, tem outra coloração quanto ao objeto.

O melhor modo de contornar as aberrações de uma lente – já que não é possível eliminar – é colocá-la junto com outra lente que tenha aberrações contrárias. Essa foi uma descoberta feita logo no início da fotografia, passando as lentes a serem utilizadas em conjuntos de duas ou mais, presas em um tubo metálico. É a este conjunto que se chama objetiva. Hoje em dia as objetivas são bastante perfeitas, as distorções ficando reduzidas de tal modo que não são visíveis, mas só percebidas por meio de instrumentos científicos – ou seja, são desprezíveis do ponto de vista do fotógrafo.

Mas a correção de distorções exige vidros de alta qualidade, desenhos sofisticados e construção precisa; as objetivas sem esses defeitos ainda são bastante caras e pode dizer-se que o preço é proporcional à qualidade. Não é possível fazer uma objetiva muito boa e muito barata; se o preço é menor isso significa uma certa perda de definição e aumento de distorções. O que as modernas técnicas têm permitido é baixar sensivelmente o custo mantendo a qualidade ou, o que é a mesma coisa, melhorar a qualidade sem subir muito o custo.

As aberrações, de uma maneira geral, podem ser evitadas utilizando-se diafragmas médios como  f/8, f/11, além de melhorarem a resolução de suas imagens, pois utilizam a melhor área de curvatura da lente, ajudam a eliminar grande parte das aberrações.

Classificações: as aberrrações que normalmente se distinguem são seis, das quais cinco são de caráter geométrico e, por isso, denominadas por aberrações de

figura, enquanto a sexta, que depende da natureza da luz, toma o nome de aberração cromática.

Aberração cromática

A luz que entra pelo meio óptico paralela ao eixo refrata-se em diferentes ângulos, em conformidade com os vários comprimentos de onda, projetando-se em planos diferentes e por esta ordem – azul, verde e vermelho. Esta aberração também é conhecida por axial ou longitudinal.

Solução:utilização de lentes apocromáticas .Uma lente apocromática é composta por três lentes agrupadas num elemento óptico, transmitindo três frequências de luz diferentes e unindo-as numa única frequência.

Lente apocromática

Aberração esférica

Os raios paralelos ao eixo ótico são desigualmente desviados. O centro da imagem é nítido, mas não os bordos. Corrige-se a aberração de esfericidade unindo à lente convergente outra divergente, com o mesmo defeito, mas em sentido inverso. A lente ou objetiva assim corrigida chama-se aplanética.Aberração em coma

Impede a formação de imagens nítidas produzidas por raios vindos do infinito, paralelos entre si, mas oblíquos em relação ao eixo ótico. Este defeito, devido à refração dos raios luminosos, corrige-se colocando uma lente convergente a outra, divergente.

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FOTOGRAFIA 17

Aberração por distorção

É só na parte central da objetiva que as linhas paralelas estão sendo reproduzidas como tais, ficando curvas nas extremidades. As curvas estendem-se para dentro ou para fora, conforme a posição do diafragma. Se este estiver diante da lente, a curvatura será interior, e se estiver atrás, exterior. Chamam-se retilíneas as objetivas isentas desta aberração.Aberração por astigmatismo

imagem se apresenta com grandes deficiências de nitidez. Deve-se a que os pontos do assunto situados fora do eixo ótico, dos quais partem feixes oblíquos a este, são representados por imagens não pontuais, mas formadas por um par de pequenos segmentos de reta perpendiculares um ao outro e situados a distâncias diferentes. Os defeitos do astigmatismo crescem do centro para a periferia da imagem.Aberração de curvatura de campo

O plano onde a imagem se forma, é uma superfície curva. Corrige-se esta aberração pela combinação de lentes divergentes e convergentes, que tem o mesmo defeito, mas em sentido oposto.Objetivas

A objetiva é um acessório da câmera fotográfica e um dispositivo óptico composto de um conjunto de lentes utilizado no processo de focalização ou ajuste de foco da cena a ser fotografada. Ela é responsável pela angulação do enquadramento e pela qualidade ótica da imagem. A objetiva á a interface entre a cena e o filme fotográfico e suas características implicarão diretamente na qualidade da fotografia.

Enquadramento:é a escolha dos limites que a fotografia irá abranger.Podem ser classificados como a imagem abaixo elucida:

Foco: É o ponto onde os raios de luz refletidos a partir de um objeto convergem. Quando o ponto de convergência está situado exatamente sobre um plano retilíneo, a imagem é projetada com máximo de nitidez. Conforme o plano se afasta do ponto de convergência (para frente ou para trás), mais a imagem fica embaçada (desfocada).

Distância Focal: É a distância física que existe entre o plano do filme e o ponto nodal (centro ótico da lente). Por exemplo, numa objetiva de 50mm, a distância do ponto nodal até o plano do filme é de mais ou menos 5 centímetros.

A característica que mais distingue uma objetiva de outra é a distância focal - distância existente entre o centro ótico da objetiva e o plano de foco, quando a objetiva está focada para o infinito. É comum definir-se uma objetiva por sua distância focal ou por sua distância focal relativa (normal, grande angular e teleobjetiva).

Ao se utilizar uma objetiva de grande distância focal, teremos um ângulo de visão menor e, portanto,

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maior será o tamanho relativo do objeto focalizado. Com uma objetiva de menor distância focal, teremos um maior ângulo de visão e, portanto, a fotografia abrangerá uma maior porção de cena na qual o objeto focalizado aparecerá com um tamanho relativo mais reduzido.

Para entender tal fenômeno, pode-se pensar naquilo que acontece quando fazemos um círculo utilizando nosso polegar e o dedo indicador. À medida que afastamos o círculo de nossa vista, vamos reduzindo nosso ângulo de visão, abrangendo, desta forma, uma porção de cena cada vez menor. Já, à medida que o aproximamos da vista, mais porção de cena conseguimos ver através dele, pois o ângulo de visão é maior.

Basicamente, existem três tipos de objetivas:1.Grande-angulares que, quando radicais, levam o

nome de olho-de-peixe (fish-eye);2.Normais;3.Teleobjetivas. Essas classificações são baseadas na distância

focal em relação a um valor referencial chamado Normal. A normal é dada pelo tamanho da diagonal do espaço onde a imagem é projetada e representa a distância focal onde as relações de distância não se alteram. A imagem projetada no visor não é maior nem menor que a perspectiva do olho humano. Ex: A diagonal do fotograma 24 x 36 mm (chamado de formato 35 mm) é de aproximadamente 43 mm; assim, sua objetiva normal seria uma 43 mm, mas arredonda-se para 50 mm como normal por uma questão de mercado e pela sua facilidade de construção.

Uma vez descoberta a normal, toda objetiva que tiver uma distância focal maior será uma tele e a que tiver distância focal menor será uma grande-angular. Dessa forma, em câmaras que possuem fotogramas de 24 x 36 mm, as objetivas são categorizadas da seguinte forma:

-Abaixo de 50 mm – Grande angular-Igual a 50 mm – Normal-Acima de 50 mm - Teleobjetiva

Normal ou Padrão:A objetiva normal (ou Standart) possui uma

distância focal aproximadamente igual à diagonal do filme ou negativo utilizado. Por exemplo, uma objetiva de 50 mm é normal para uma câmera de 35 mm, cuja diagonal do negativo mede cerca de 45 mm. Quando apontada para o motivo, capta raios luminosos num ângulo de aproximadamente 46° graus - o mesmo ângulo útil do olho humano - projetando-os contra o filme sob o mesmo ângulo. Isso significa que a objetiva normal reproduz a mesma perspectiva da visão humana, não aproximando ou afastando o tema a ser visualizado.

Grande-Angular:Aqui, a distância focal da objetiva é menor que a

diagonal do negativo. Isto a define como uma grande angular, pois proporciona um maior ângulo de visão ao mesmo tempo em que a imagem “se afasta” no visor.

As objetivas de grande-angular são usadas para se fotografar uma imagem com ângulo grande e na qual não se tem muito espaço físico para se trabalhar. No entanto, como exigem a utilização de lentes com maior angulo de curvatura, a imagem pode sofrer distorções acentuadas nas bordas chamadas de efeito-barril e exagero na relação de perspectiva, ou seja,objetos mais próximos parecem muito maiores que os mais distantes.Teleobjetiva:

As teleobjetivas são aquelas cuja distância focal é maior que a normal para o formato. São utilizadas para fotografar objetos distantes ou em locais inacessíveis, na medida em que “aproximam” a imagem. Possuem como efeito colateral o achatamento dos planos, fazendo com que temas a diferentes distâncias pareçam estar lado a lado. Objetivas Zoom:

São objetivas cuja distância focal varia através da utilização de sistema telescópico ou helicoidal. São extremamente versáteis, mas não possuem a mesma qualidade ótica das objetivas de valor fixo.

Diafragma e obturador

O orifício que era atravessado pela luz nas antigas câmaras tipo "caixote" foi substituído por dois componentes distintos que controlam a quantidade de luz que entra na câmara: diafragma e obturador.Exposição

Exposição é a quantidade de luz que sensibiliza o material fotossensível no ato de fotografar. Dependendo do nível de exposição, uma foto pode ser classificada como subexposta, com exposição adequada ou superexposta.

A exposição depende de quatro variáveis:-Quantidade de luz disponível;-Abertura do diafragma;-Velocidade do obturador;-Nível de sensibilidade do suporte.

Vamos estudar cada variável mais detalhadamente:

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FOTOGRAFIA 19

DiafragmaO diafragma é o dispositivo que controla a

quantidade de luz que incide sobre o filme. A função do diafragma é regular a luz que atinge o filme de maneira que o fotógrafo tenha a possibilidade de fotografar em condições de muita ou pouca luz. Basta alterar o tamanho do orifício tecnicamente conhecido como "abertura do diafragma", através do qual a luz entra na câmera fotográfica. O diafragma pode se localizar na frente, dentro ou atrás das lentes da objetiva.

O tamanho de abertura da objetiva, e estes

tamanhos são medidos de acordo com uma escala padrão chamados de números "f stop" ou "Pontos". Cada número f corresponde ao dobro da quantidade de luz correspondente ao número seguinte e a metade da correspondente ao número anterior. Assim uma abertura de f/4 admite o dobro da luz de uma abertura de f/5.6 e apenas a metade da luz de uma abertura de f/2.8.

O diafragma não altera a imagem, ele só altera a quantidade de luz. Conforme os pontos vão crescendo, menor vai sendo o tamanho da abertura da lente. Isto é, quanto maior o ponto do F, mais fechado está o diafragma e maior é a profundidade de campo. Os números "F" podem ir desde 1.2 ou 2.8 (dependendo da luminosidade da lente) até 22, ou 32, ou até 90 em algumas câmeras de estúdio.

É importante observar que o diafragma não é uma peça independente da objetiva, mas incorporado a ela. Cada objetiva possui, portanto, seu próprio diafragma. A maior abertura do diafragma de uma determinada objetiva, ou seja, o maior número f de sua escala, representa o que se chama de luminosidade dessa objetiva. Quando se diz que a luminosidade de uma objetiva é, digamos, f/1.8, está-se querendo dizer que a abertura máxima alcançada por seu diafragma é de F1.8.Profundidade de Campo:

Define-se como sendo profundidade de campo a distancia entre o ponto (nítido) mais próximo e o ponto (nítido) mais distante dentro de uma determinada cena focalizada, independentemente do ponto em que as lentes estão focadas.

Teoricamente, uma objetiva só tem foco preciso em objetos situados a certa distância da câmera (dependendo da distância focal da objetiva utilizada). Na prática, entretanto, há um intervalo aquém e além dessa

distância no qual a nitidez da imagem é aceitável. A esse intervalo, área, chamamos de Profundidade de Campo.

Quanto a objetiva está focada sobre um determinado objeto, a distância correspondente à profundidade de campo não se divide igualmente no espaço aquém ou além do objeto. Dois terços (2/3) da profundidade de campo ficam além do mesmo e o um terço (1/3) restante fica aquém do mesmo, ou seja, entre ele e a câmera.

A profundidade de campo tem relação direta com a abertura do diafragma, isto é, quanto menor a abertura do diafragma, maior é a profundidade de campo; e quanto maior a abertura do diafragma, menor será a profundidade de campo. Por exemplo, uma abertura de f/2.8 tem uma menor profundidade de campo do que uma abertura f/4.

Exemplo da relação entre abertura e profundidade de campo focal

Em algumas objetivas, a escala de profundidade de campo é impressa na objetiva. Em algumas câmeras reflex, além dessa escala, existe um botão que provoca o fechamento do diafragma até a abertura especificada, antes da foto, de forma a permitir que o fotógrafo possa saber a parte da imagem que estará em foco. Obturador

O obturador é um dispositivo que permite e controla o tempo durante o qual o filme fica exposto à luz. Quanto mais tempo o obturador permanece aberto, mais luz atinge o filme.

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20 FOTOGRAFIA

Ele se consiste de um sistema, em geral posicionado na frente do plano do filme ou entre as lentes, que se abre e fecha com o acionamento do propulsor da câmera, fazendo desta forma que a luz refletida da cena a ser fotografada atinja o filme fotográfico e nele processe as alterações químicas responsáveis pela formação da imagem.

Quando o obturador está fechado, o filme não é atingido pela luz; porém quando se aciona o propulsor, ele se abre durante um tempo que pode ser especificado pelo fotógrafo em câmeras com mais recursos (geralmente sendo uma fração de segundo), permitindo a exposição do filme à luz. A função do obturador é regular a luz que atinge o filme de maneira que o fotógrafo tenha a possibilidade de fotografar em condições de muita ou pouca luz. A velocidade do obturador controla o tempo de exposição à luz do filme fotográfico.

O controle de luz pelo obturador se faz de acordo com o tempo que este fica aberto. Através do ajuste da velocidade do obturador, ou seja, da velocidade de abertura e fechamento do mesmo, pode-se controlar o registro do movimento da cena. Ele pode "congelar" o movimento dos objetos focados, ou "borrar" a trajetória desse movimento. Em outras palavras, quando se está fotografando um objeto em movimento, a utilização de uma alta velocidade de obturador, permite que se registre uma imagem tanto quanto possível instantânea, ou "congelada", do objeto.

Caso se utilize uma baixa velocidade de obturador para se fotografar um objeto em alta velocidade, o filme registrará a imagem do mesmo em várias posições de sua trajetória, pois ele andou um certo espaço durante o tempo em que o obturador permaneceu aberto, e portanto, o filme registrará uma imagem "borrada" do objeto em questão.

Geralmente as velocidades assinaladas, na maioria das câmeras fotográficas modernas, obedecem a uma sequencia determinada que se baseia na redução da exposição pela metade em cada ponto. A velocidade é expressa através dos números:

Cada número indica uma fração de segundo, respectivamente: o número 1 trabalha com 1 segundo; o número 2 trabalha com meio (1/2) segundo; o número 4 trabalha com um quarto (1/4) de segundo;...; o número 1.000 trabalha com um milésimo (1/1000) de segundo, assim por diante. A cada ponto que subimos na escala de tempo, corresponde à metade do tempo anterior e analogamente a cada ponto que descemos, dobramos o tempo que o obturador permanecerá aberto. Existem pequenas irregularidades em virtude de arredondamento dos números por questões de conveniência; por exemplo: 1/15 ao invés de 1/16.

Frequentemente encontram-se dois sinais suplementares na escala de velocidades do obturador: T (tempo) e B (bulb). Eles permitem ao fotógrafo usar velocidades inferiores àquelas assinaladas na escala contínua. Quando o obturador é colocado em B, ele permanece aberto enquanto o seu propulsor for pressionado. O sinal T, por outro lado, indica que o obturador vai se abrir quando o propulsor for acionado pela primeira vez, permanecendo nessa posição até que o propulsor seja acionado novamente. Utilizando o obturador em T, o fotógrafo pode se afastar da câmera durante uma exposição muito demorada, por exemplo.

A Falha da Reciprocidade Este fenômeno acontece quando um filme é exposto com uma velocidade de obturador muito mais curta ou muito mais longa do que o normal. Nesta circunstância a sensibilidade do filme não é mais recíproca à velocidade do obturador resultando numa condição de subexposição.

Esta condição é chamada de Falha da reciprocidade. Para se resguardar de tal efeito é necessário consultar o guia do filme sendo utilizado ou tabelas publicadas pelo fabricante. Muitos filmes vêm acompanhados de uma bula com recomendações de exposição filtragem e revelação para tais situações. Normalmente estas bulas também possuem recomendações de exposição para compensar a falha de reciprocidade com longas ou curtíssimas exposições.Tipos de obturadores:

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FOTOGRAFIA 21

As câmeras modernas utilizam dois tipos principais de obturador, o obturador de plano focal (cortina ou palhetas) e o obturador concêntrico (central ou entre-as-lentes).Obturador Concêntrico, Compur ou Central:

O obturador concêntrico consiste em pequenas lâminas que se sobrepõem quando o disparador é acionado. Estas se abrem e fecham no tempo determinado pelo fotógrafo, portanto, têm a forma de um diafragma. Normalmente o obturador concêntrico é colocado exatamente atrás da lente, no caso de uma objetiva simples, ou no seu interior (entre as lentes) na própria objetiva, próximo ao diafragma, no caso de uma objetiva composta. O obturador concêntrico compõe-se de um jogo de lâminas de metal que são abertas e fechadas por meio de uma mola movimentada pelo mecanismo de transporte do filme, e este não possibilita grandes velocidades de obturação.

Obturador concêntrico

Obturador de Plano Focal:Diferente do obturador central, o obturador de

plano focal está localizado no corpo da máquina, logo em frente ao filme, nos dando a vantagem de olhar através da lente facilitando a focalização. Outra vantagem é a de permitir a passagem da luz através da lente de forma que ela chegue ao visor, sem que para isso o filme tenha que ser exposto. Funcionam através de um sistema de duas “cortinas” (borracha ou metal) divididas por uma abertura em forma de fenda, que formam uma fresta variável de acordo com a velocidade selecionada pelo fotógrafo. Trabalham sempre juntas, no momento em que se aperta o dispositivo para a fotografia. Existem obturadores de cortina que correm horizontal ou verticalmente na frente do plano do filme.

Obturador de plano focal com cortina de borracha e deslocamento lateral

Obturador de plano focal com palheta metálica de deslocamento vertical

Obturador Dissetor: Chamado também de "palhetinha", encontra-se em câmeras fotográficas simples.

Compensação de exposição velocidade x aberturaComo acontece no diafragma, as velocidades do

obturador são calibradas de tal modo que cada uma delas equivale - com exatidão ou com boa aproximação - à metade ou o dobro da velocidade do número imediatamente subseqüente.

Se então, após abrir um ponto no diafragma, dobrássemos também a velocidade do obturador, a exposição líquida (ou a quantidade de luz incidente no filme) permaneceria inalterada. Em outras palavras, quando abrimos o diâmetro do diafragma, estamos permitindo que uma maior quantidade de luz atinja o filme.

Se compensarmos este fato fazendo com que o obturador se abra e feche mais rapidamente, podemos fazer com que a quantidade de luz incidente no filme permaneça inalterada. Desta forma, abrir o diafragma um ponto e fechar o obturador também um ponto, faz com que a situação de luz incidente no filme não se altere.

Exemplificando: A combinação da velocidade de obturador equivalente a 1/60 segundos com abertura de diafragma F8 resulta em uma exposição idêntica àquela obtida com 1/30 segundos com abertura F11. Analogamente, a combinação F8 com 1/60 é idêntica, em termos de exposição com a F5.6 e 1/125 segundos.Desde que cada mudança no número F corresponda uma mudança inversa no número V (velocidade do obturador), pode-se assegurar que o filme receberá idêntica quantidade de luz

O que é o f stop?Na realidade, os números F de abertura de um

diafragma estão relacionados tanto com o diâmetro da abertura do mesmo como com a distância focal da objetiva, um número F é a razão entre o diâmetro da abertura e a distância focal da objetiva.

Se a distância focal de uma objetiva é, por exemplo, 100 mm e o número selecionado na escala do diafragma é F2, então o diâmetro efetivo de abertura do diafragma será de 50 mm. O número 50 significa o diâmetro útil da abertura. Já para uma objetiva de distância focal de 50 mm, o diâmetro efetivo da abertura

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do diafragma será menor, tendo o diâmetro útil da abertura de 25 mm.

f= distância focal (mm)diâmetrodaaberturadodiafragma (mm)

FotômetroO Fotômetro é um dispositivo destinado a medir a

luminosidade da cena a ser fotografada com exatidão de modo a se determinar abertura e velocidades ideais.

Os fotômetros podem ser manuais (vendidos como acessórios, independente da câmera) ou embutidos (construídos no corpo da máquina). Os profissionais preferem os manuais, sobretudo quando pretendem um controle preciso da exposição. O fotômetro manual pode ser utilizado de duas maneiras: Luz Incidente: Medindo a luz que incide sobre o tema a ser fotografado; e Luz Refletida: Medido a luz refletida pelo tema.

Atualmente todas as câmeras fotográficas possuem fotômetros embutidos. Nas câmaras mais antigas, o medidor do fotômetro encontra-se no lado direito da imagem no visor ao passo que nas câmaras mais modernas e digitais está localizado na parte inferior da imagem no visor. Ao se acionar o botão disparador até meio curso, o fotômetro medirá a luz ambiente e indicará se os ajustes de velocidade, abertura e sensibilidade naquele momento resultarão em fotos subexpostas, boas ou superexpostas. A utilização dos fotômetros embutidos nas câmaras permite somente a medição da luz refletida, estando sujeita a desvios causados por situações ardilosas de iluminação.

Fotometragem

Todo filme, quando fotografamos, admite uma quantidade de luz limitada, que é regulada pela sua sensibilidade, Iso. Se acaso, submetemos o filme a uma quantidade de luz excessiva, diremos que o resultado é uma fotografia superexposta e se apresentará com seus tons "lavados" perdendo a densidade das cores. Caso contrário, o filme receba uma quantidade insuficiente de luz, teremos uma foto sub-exposta com perda de contraste e detalhes nas áreas de pouca luz.

O obturador e o diafragma são dispositivos que devem funcionar de maneira sincronizada, a partir do acionamento do propulsor (ou disparador). O esquema de funcionamento dos dois dispositivos em sua ordem é: disparo, fechamento do diafragma, abertura do obturador, fechamento do obturador e abertura do diafragma.

A abertura do diafragma é especificada pelo fotógrafo até o grau desejado durante o processo de focalização da cena. Ao utilizarmos a relação entre obturador e diafragma, temos que utilizar o recurso do fotômetro, pois somente poderemos ter certeza que o filme estará recebendo a quantidade correta de luz se conferirmos o fotômetro. Portanto concluímos que uma fotografia estará perfeitamente exposta se usarmos simultaneamente o obturador, o diafragma e o fotômetro.

Determinar a abertura do diafragma ou o tempo de exposição de acordo com sua necessidade (fotometria por prioridade). Digamos que sua escolha tenha sido prioridade de abertura. Apontando a câmera para a cena desejada, observe o fotômetro e veja o que ele informa: a cena está correta, subi ou super exposta. Então FOTOMETRIA POR PRIORIDADE pode ser de duas formas: Prioridade de Abertura é utilizada intencionalmente pelo fotógrafo quando deseja, por exemplo, que o fundo fique ou não em foco. Deste modo a abertura do diafragma permanecerá fixa variando o tempo de exposição de maneira que a fotografia fique perfeitamente exposta.; ou Prioridade de Velocidade de Obturação, que de modo análogo ao anterior o fotógrafo usará intencionalmente a velocidade de obturação fixa, variando-se a abertura do diafragma para correta exposição.

Ficando desta forma, o fotógrafo limitado no que diz respeito à profundidade de campo. Enfim, esta situação depende exclusivamente do resultado que o fotógrafo espera ter. Caso queira como resultado uma fotografia que apresente pouca ou muita profundidade de campo, o fotógrafo definirá em primeiro lugar qual abertura do diafragma será utilizada, ficando assim sujeito ao tempo de obturação que for necessário para correta exposição. Ou caso queira uma fotografia congelando a imagem ou que nos passe uma sensação de movimento periodizará então, o tempo que o obturador permanecerá aberto, ficando sujeito ao diafragma que for conveniente, limitando assim a profundidade de campo.Fotometria Simétrica

São opções diferentes da câmera que o fotógrafo usa, e que significam a mesma coisa. Por exemplo: Se o fotógrafo usar o diafragma no ponto f/2 com uma velocidade 1/30, obterá a mesma fotografia se usar o f/2.8 com 1/15.Modos de fotometragem

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FOTOGRAFIA 23

Para minimizar essas situações ardilosas, algumas câmaras mais modernas possuem diferentes modos de medição. Os modos de medição são muito importantes para obter a exposição correta, estes fazem a medição de luz através de um fotômetro incorporado na máquina. As máquinas fotográficas reflex normalmente oferecem quatro modos de medição de luz, são eles a medição matricial, parcial, ponderada ao centro e pontual, cada um lê determinada área da cena. Matricial

Funciona através da segmentação da área da

imagem. A leitura é feita em cada segmento separadamente, e depois o padrão é comparado com uma biblioteca de situações conhecidas. Dados como ponto de foco, tamanho do sujeito, posição, distancia, nível de luz, luz frontal, luz de fundo, cores, etc. São levados em conta no ajuste da exposição. O funcionamento deste sistema pode variar de acordo com a câmera, mas todos seguem basicamente o mesmo conceito.

Quando usar: cenas padrão, com sombras extremas e áreas de forte luminosidade. Prós: conforto de quase não precisar pensar Contras: imprevisível em diversas situações práticasPonderado ao Centro

É feita uma media de toda a imagem porém é

dada ênfase à parte central (típicamente entre 60% e 75%). Tipo mais comum de padrão de medição, encontrado na grande maioria das SLR manuais, e sempre presente nas modernas SLR, analógicas ou digitais.

Quando usar: em cenas em que o sujeito cobre a maior parte da imagem, por exemplo, quando está circundado por sombras. Prós: medição fácil da maioria das cenas com compensações relativamente simples.

Contras: Risco de erro em cenas com muito céu, em caso de não compensar a leitura. Imprecisão em cenas complexas. Erro em situações de predominância de luz ou sombras.

Spot

Limita a medição à uma pequena área geralmente central ao VF. A medição spot cobre de 1% a 3,5% da área da imagem, e todo o resto é desprezado pelo fotômetro. Com o auxílio de uma tele, a medição spot fica ainda mais precisa, permitindo a leitura de áreas ainda mais detalhadas.

Quando usar: Quando existem grandes diferenças de brilho, quando necessitamos de precisão na medição. Prós: Controle preciso. Contras: Variações bruscas na leitura.Iluminação.

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O tipo de iluminação determina a forma como a foto reproduzirá o tema. A posição e a orientação da luz podem ser usadas para criar efeitos de contraste, suavização do tema ou achatamento dos planos. Quanto à natureza: Natural ou artificial

A luz natural é mais variada e diversificada do que muitas das formas de iluminação artificial. Considera-se luz artificial a luz produzida por qualquer fonte luminosa diferente da luz solar. Os tipos de luz artificiais mais comuns usados em fotografia são os produzidos pelas lâmpadas incandescentes ou pelo "flash" eletrônico.

A expressão "luz artificial disponível" utiliza-se para todas as fontes de luz artificiais que não foram criadas especificamente para fotografar ou filmar. É a luz utilizada nas ruas e lugares públicos, instalações desportivas, industriais, etc. É constituída por lâmpadas de filamento, fluorescentes, vapor de mercúrio e de sódio. Este tipo de luz não é o ideal para fotografia, pois a sua cor aparece sempre mais acentuada na emulsão fotográfica do que ao olho humano. Por exemplo, as lâmpadas de filamento emitem uma luz alaranjada, as de vapor uma luz aparentemente branca, azul ou amarelada e as fluorescentes uma luz esverdeada.No entanto, estas diferentes sensações cromáticas podem, na sua maioria ser corrigidas através do uso de filtros apropriados ou através de iluminação fotográfica adequada. Na fotografia digital a correção faz-se do uso de "menus" que emulam estes filtros.

A luz natural também tem várias cores ao longo do dia, embora nem sempre seja evidente, pois os olhos não têm grande capacidade de distinção destas alterações da luz porque se acomodam rapidamente a elas. A luz natural pode ser mais quente ou mais fria conforme a hora do dia, a posição do sol, o local onde se encontra o observador e a existência ou não de nuvens que funcionam como filtro ou refletor, misturando a luz do sol com a aparência azul do céu.

Quanto à qualidade:

Luz dura: Quando a luz procede de uma fonte de pequeno tamanho relativamente ao tamanho do objeto que fotografamos ela tende a ser dura e direcionada. Isso significa que irá produzir altos contrastes, com zonas estouradas e zonas de sombra muito profunda e, portanto, muito dramática. E também irá influir na cor, que resultará muito mais saturada e intensa até o ponto em que a própria luz será tão potente que comece a embranquecer a imagem. Para reduzir o efeito da luz dura, podemos utilizar a técnica do rebatimento ou da difusão.Luz suave ou difusa: por oposição, é aquela que temos quando o foco de luz é maior do que o elemento a fotografar ou provém de uma fonte não direcionada. É uma luz não contrastada, porquanto não origina zonas claras demais e zonas completamente escuras com

pouca gradação. A luz suave é a luz característica dos dias nublados, da luz rebatida ou difusa. O resultado é sombras menos definidas, cores primárias brilhantes, e um aspecto mais natural, menos dramático.

Quanto ao direcionamento:

Luz direta ou frontal: Quando uma cena está iluminada frontalmente, a luz vem por trás do fotógrafo, as sombras se escondem sob o assunto fotografado.Este tipo de luz reproduz a maior quantidade de detalhes, anulando a textura e achatando o volume da foto.Luz lateral: É a luz que incide lateralmente sobre o objeto ou o assunto fotografado, e se caracteriza por destacar a textura e a profundidade, ao mesmo tempo que determina uma perda de detalhes ao aumentar consideravelmente a longitude das sombras criando muitas vezes imagens confusas. Contra-luz: É a luz que vem por trás do assunto convertendo-o em silhueta, perdendo por completo a textura e praticamente todos os detalhes.

Quanto à duração

Luz contínua: Qualquer outra fonte de luz pode ser usada para iluminar uma cena a ser fotografada: o farol de um carro, um holofote, a luz das lâmpadas halógenas ou incandescentes e fluorescentes dos ambientes, a iluminação das ruas e avenidas, a luz de uma vela, etc. São as chamadas fontes de luz contínua.

Luz instantânea , ultra-rápida: São constituídas pelos flashes, que emitem luz exclusivamente no período em que a exposição é efetuada

Flash (fotografia)

Flash é um instrumento utilizado em fotografia que dispara luz em simultâneo com a abertura do obturador. Usado em situações de pouca luz ou mesmo com bastante luz, para preenchimento de sombras muito fortes evitando o contraste exagerado, o chamado "fill flash".

A duração padrão da luz emitida pelo flash é de 1/60 a 1/250 segundos e o sincronismo das câmeras realiza a abertura da janela (que possibilita a exposição do filme), o disparo do flash e o fechamento da janela, nesta seqüência. Equipamentos mais antigos sincronizam esta iluminação no tempo de 1/60 segundos, os mais novos em até 1/250s; sendo que neste último caso somente uma parte da luz eletrônica emitida é captada pelo filme e o sincronismo segue a seguinte ordem: disparo do flash, início da iluminação, abertura da janela, fechamento da janela, fim da iluminação.

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Os flashes fornecem um número-guia fixo, para os filmes ISO 100, o qual traduz de uma forma prática a potência. Quanto maior for este número, maior será a potência e maiores são as condições para fotografar assuntos mais distantes. Para saber qual a abertura de diafragma adequado para a fotografia deve-se dividir o número-guia pela distância entre o assunto e o flash.

Para quem trabalha com teleobjetivas não interessa que a luz se espalhe; o mais conveniente seria iluminar somente o campo de visão do filme, desta forma, a dispersão padrão dos flashes representa uma perda de energia, pois só uma parte da iluminação seria aproveitada para a fotografia. Existem alguns acessórios que diminuem o ângulo de abertura da luz, tornando-a mais intensa na área iluminada, com a mesma quantidade de luz; são lentes de aumento que se colocam na frente do equipamento. Desta forma, a potência do flash se mantém, mas o número-guia aumenta. De forma inversa, quem fotografa com grande angular precisa de uma luz mais distribuída e esta, na dispersão padrão, pode fazer com que as laterais do fotograma fiquem escuras; neste caso, recomenda-se a utilização de difusores de luz, que espalham mais a luz, porém com a diminuição do número-guia.

Podemos dividir os flashes em dois grandes grupos:1.embutidos à câmara2.externos

Flashes embutidos podem ser divididos em montados no corpo (built-in) ou retráteis (pop-up) e são todos direcionados com o refletor para frente, gerando luz direta.

Flashes externos podem variar na regulagem do ângulo de dispersão de luz, ângulo do posicionamento do refletor, potência fixa ou variável, velocidade de sincronismo e automatismo. Os flashes mais avançados são os chamados flashes TTL. Sua nomenclatura deriva das iniciais da frase “through the lens”, “através da lente” em português, pois utiliza a quantidade de luz que irá incidir sobre o material sensível. Um microprocessador calcula a intensidade do lampejo em função dos parâmetros medidos através da objetiva da câmera. Desse modo, o comportamento do flash tem em conta a focal da objetiva, os possíveis filtros que estejamos empregando, a sensibilidade ISO programada e até a abertura do diafragma que tenhamos selecionado.

Macrofotografia

As objetivas Macro ou Micro foram construídas para serem usadas em fotografias à extrema curta distância (macrofotografia), isto é, para distâncias muito pequenas, produzindo no filme ou no sensor uma imagem até maior que o sujeito original. Então, objetivas macro são objetivas de foco mínimo muito próximo que, sendo especialmente construídas para esse tipo de foto, garantem uma boa qualidade ótica Podemos ter normal macro, tele macro ou zoom macro. A grande-angular não é recomendada pela enorme distorção de borda dada pela distância. Mas a correção de distorções exige vidros de alta qualidade, desenhos sofisticados e construção precisa; as objetivas sem esses defeitos ainda são bastante caras e pode dizer-se que o preço é proporcional à qualidade.

Além disso, outro fator a ser considerado é o fator de ampliação das objetivas. A ampliação é uma relação numérica entre o tamanho original do assunto a ser fotografado, seja ele um inseto, um selo, uma folha etc. e o tamanho que o mesmo aparecerá no filme ou projetado sobre o sensor.

Pensando nos termos relacionados a essa ampliação, começando de uma menor para uma maior ampliação nós temos a fotografia close-up, responsável pelas ampliações entre 1:10 e 1:1. Aumentando a ampliação chegamos a verdadeira macrofotografia, que começa no life size 1:1 e vai até 10:1. Maiores ampliações, ou seja, 10:1 ou maiores já caem no ramo da microfotografia, sendo normalmente utilizado uma câmera fotográfica acoplada a um microscópio.

Para iluminação em macro, aconselha-se o uso de flash anelar (ring flash) a fim de evitar erros de paralaxe entre o flash e a objetiva. Esse tipo de flash é acoplado em torno da objetiva, iluminando, necessariamente, o tema a ser fotografado, sem desperdício de luz.

Utilizar o flash para iluminar objetos próximos pode incorrer num retorno de luz muito grande, prejudicando a visualização dos detalhes. Isso pode ser

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evitado com o uso de algum difusor de luz, como, por exemplo, um papel vegetal.

Na fotometria com objetiva do tipo macro ou lentes close-up em objetivas de distância focal fixa, não há necessidade de compensação na exposição, pois a fotometria da câmera é adequada. Porém, quando se altera a distância focal com tubos e foles de extensão, é preciso compensar a luminosidade com a abertura do diafragma de 1 a 2 pontos, dependendo do comprimento do tubo (quanto maior o tubo, maior deve ser a abertura do diafragma). A abertura ideal deve ser encontrada por meio de testes.O foco em macro: o maior problema encontrado em fotos macro é a perda da profundidade de campo, pois, estando o foco real muito próximo, os planos posteriores e anteriores ficam fora de foco rapidamente. Opções para melhorar a profundidade de campo são o maior distanciamento do assunto fotografado ou o fechamento do diafragma, lembrando, neste caso, que o diafragma completamente fechado provoca difração de luz - perda de luminosidade nas bordas da foto.

O filme em fotos macros: Pela própria natureza da foto em macro, fotografia de detalhes, de texturas mais complexas etc., o uso de filmes com baixa definição pode prejudicar o trabalho. Portanto, recomenda-se o uso de filmes de baixa sensibilidade (baixo ISO), preservando a qualidade da imagem registrada.Tubos e foles de extensão: são adaptações que alteram a distância focal das objetivas, permitindo assim um foco mínimo mais próximo. Tenha em conta, entretanto, que seu uso implica em alguma perda de luminosidade da objetiva.Razão de ampliação ou magnificação : A razão de magnificação diz respeito à proporção em que o objeto será registrado em função de seu tamanho real. Quando o objeto for reproduzido exatamente no tamanho real, sua razão de magnificação é de 1:1. Essa situação acontece quando a distância entre o objeto e a objetiva é o dobro da distância focal da objetiva. Ex: 100 mm numa objetiva de dist. Focal de 50 mm.Cálculo de correção de exposição: O problema mais sério da fotografação em macro é que exige uma compensação de exposição para a utilização de foles e tubos de extensão, caso a câmera não disponha de fotometragem “através da lente”. Para isso, podem ser utilizadas as duas fórmulas abaixo:

Fórmula 1:

Exposição real=exposição indicada×( extensão totaldistância focal )2

Ex:Adição de dois tubos de extensão de 25 mm cada à uma objetiva de 50 mm cuja exposição normal foi de ¼ s.

Exposição real= 14×( 100

50 )2

= 14×22=1

4×4=1 s

Fórmula 2:

Exposição real=Exposição indicada× (ampliação+1 )2

Ex: utilização de uma lente macro de razão de ampliação de 1: 1.1, ou seja, Ampliação de 0,9 onde o tempo de exposição normal seria de ¼ s.

Exposição real= 14× (0,9+1 )2=0,25×3,61=0,9 s

Filtro fotográfico

O filtro fotográfico é um acessório que permite manipular as cores e/ou efeitos da luz antes mesmo de se tirar a fotografia. Tem também a função de proteger as lentes. Filtros Fotográficos podem ser de vários tipos: desde polarizadores (que podem ser lineares ou circulares), degradé (tabaco e outros) ou de cor (o amarelo é especialmente utilizado em fotografia preto-e-branco). Os filtros colocam-se na objetiva. Podem ser circulares ou quadrados. Os circulares normalmente só encaixam em determinadas objetivas, enquanto que os quadrados podem ser usados em várias.

Usos de Filtros em Fotografia: Princípio básico dos filtros corretivos:

A regra geral é que todo o filtro clareia sua própria cor e escurece sua cor contrária. Se tomarmos como exemplo o filtro amarelo, este permite que chegue mais amarelo no plano do filme, clareando a sua própria cor, mas bloqueando a entrada de azul, sua cor contrária, que sendo menos sensibilizado, tende a ficar mais escuro. Na maioria das vezes, fotos de temas coloridos em P&B podem ser incrementados pelo uso de filtros. Uma boa regra a memorizar é: 1. Para clarear um tom na impressão (mais escuro no negativo), use um filtro da mesma cor do objeto fotografado. 2. Use um filtro complementar à cor do objeto para escurecer seus tons na impressão. FATOR FILTRO: Já que os filtros absorvem luz, temos que compensar na exposição o seu fator.  Dobrar a exposição é expor um ponto a mais no obturador ou diafragma. Um fator 16 significa uma correção de 16 vezes mais exposição (2-4-8-16), ou quatro pontos a mais. Alguns fatores são importantes na avaliação da correção necessárias a ser feita na exposição. Quando a máquina é monoreflex, o fotômetro lê a luz que passa pela objetiva e a corrige automaticamente.

U.V. - Ultravioleta - Os raios ultravioletas afetam sensivelmente o filme fotográfico. Dessa forma, o uso desse filtro reduz o véu atmosférico, possibilitando fotos com maior nitidez, particularmente nas regiões montanhosas e orlas marítimas. Pode também ser utilizado para proteger a objetiva contra poeira, arranhões, choques e impressões digitais, pois não exige nenhum aumento no tempo de exposição.

LIGHT YELLOW - Amarelo Claro - l/2 stop, empregado para melhorar o contraste, realça as cores claras, em especial o branco e o amarelo, permitindo registro mais natural de cenas, como o nascer e o pôr do sol, nuvens, céu, areia, folhagens, neve e madeira. Reduz o véu atmosférico mais do que o filtro UV. Recomendado também para portraits, produzindo ótimos efeitos, como destacar tons de pele e suavizar traços do rosto.

YELLOW - Amarelo - 1 stop; produz efeitos bem mais acentuados que o LIGHT YELLOW, tanto em retratos como no uso geral.

DEEP YELLOW - Amarelo Escuro - l l/2 stops: mais conhecido por filtro de CONTRASTE, produzindo um efeito bem mais forte que o Yellow e Light Yellow, eliminando véus de assuntos distantes. 

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Não é recomendado para retratos, pois acentua traços do rosto e textura de pele. É eficiente para fotografias em silhuetas, à luz natural. 

ORANGE - Laranja - 2 1/2 stops; filtro especial cujo principal efeito é o de enfatizar a cor e acentuar o contraste. Destaca texturas e assuntos fotografados contra o céu azul, e escurece a superfície da água. Elimina o aspecto natural, tornando os assuntos ligeiramente dramáticos.  Ótimo para edifícios, árvores, paisagens e pedras em geral. Deixa passar o amarelo, vermelho e verde claro, escurecendo o azul violeta. Reduz quase que totalmente o véu atmosférico, sendo o elemento ideal para zooms e teleobjetivas de 200 e 300 mm.

RED - Vermelho- 3 stops. Entre os filtros para P&B, o Red é o que oferece o efeito mais escuro e mais dramático. Escurece todas as cores ESCURAS, realçando as CLARAS (Laranja e Vermelho). Torna o céu mais escuro, quase preto, acentuando totalmente as nuvens. Com subexposição produz efeito de noite.

YELLOWISH GREEN - Amarelo-esverdeado - 1 1/2 stops, filtro de correção. Reduz o excesso de Vermelho, produzindo um resultado mais de acordo com o olho humano. Especialmente indicado para portraits, dando um efeito natural à pele e ao tom dos lábios. Recomendado para resgatar a escala tonal de cinzas, vista sob o prisma do olho humano.

FILTROS ESPECIAIS: - Para P&B e Colorido.

ND - reduz a intensidade da luz transmitida, equivalendo a uma diminuição da sensibilidade do filme. A redução é uniforme e não interfere no rendimento das cores. Recomendado como solução nos seguintes casos: a) Quando fotografamos com flash à curta distancia, (inferior a 1 metro) ou:  b) Em lugares com muita luz, ou com filmes mais sensíveis, quando necessitamos utilizar um diafragma aberto, a fim de provocar o desfocamento do fundo, ou de uma velocidade mais lenta para enfatizar movimentos (como água de rios ou cachoeiras). É especialmente recomendado para macrofotografia ou fotografia de praia.  O filtro ND é fabricado em várias densidades.

POLARIZADOR - P.L. - elimina reflexos de qualquer superfície não-metálica. Elimina o véu atmosférico ainda mais que o filtro UV, notadamente em dias nublados, sem interferir nas cores, a não ser na acentuação da riqueza destas, notadamente do azul do céu. Pode também ser utilizado em substituição ao Skylight ou ao UV. Usado com filtro azul, produz efeito de noite em fotos coloridas. Nesse caso, o céu fica escuro, com folhagens verdes e azuis também escuras. Filtro gradual, gira-se o anel e observa-se diretamente no visor seus resultados.

CROSS SCREEN - produz reflexos acentuados (efeito estrela) quando se fotografa cenas com reflexo de luz direta, sol refletido em superfícies brilhantes, contra luz, fotos noturnas.

VARIOCROSS - permite uma variação do efeito dado pelo CROSS SCREEN. Equivale, portanto, ao filtro Cross Screen, porém com possibilidade de controlar o efeito "cross star" (estrela de 4, 6 ou 8 pontas).

DIFUSOR OU SOFT - Filtro texturizado, provoca uma leve desfocalização, evitando aparecimento de detalhes. Ideal para fotografia de senhoras.

SKYLIGHT 1B - o filtro skylight 1B tem uma nova propriedade de transmissão e é ideal para fotografia colorida à luz solar. Elimina o excesso de azul causado pelos raios ultravioletas em fotografias de paisagens, além de ajudar a produzir maior definição e contraste. Os retratos feitos ao ar livre, em dias claros, com o uso desse filtro apresentarão um tom natural de pele. Filtro de densidade neutra, não exige aumento de exposição. Não confundir com skylight 1A, já em desuso.

 MULTIVISION - também chamado "Mirage Lens" (lentes-miragem). Esses filtros têm a propriedade de transformar e repetir a imagem normal em 3 ou mais, além, de permitir a escolha do tipo de distribuição das imagens (3 faces paralelas) ou em 3 ou 5 faces, formando triângulos.

CENTER SPOT - produz foco apenas no centro, ficando as demais áreas desfocadas. Não se deve usar com diafragma muito fechado, é tolerável no máximo f.5.6. Não convém usar grande angular.

Modos de Operação das Câmeras

Semi-automático: O fotógrafo seleciona a abertura ou a velocidade e a câmera faz as outras regulasses.Automático simples: A câmera assume todos os controles, inclusive do flash, se houver necessidade.Automático criativo: Dependendo da foto que será feita, o fotógrafo seleciona o modo adequado: retrato, paisagem, macro ou esporte; e a câmera seleciona automaticamente a melhor regulagem para cada situação.Modo Congelar: Quando se pretende congelar uma ação, uma velocidade rápida de disparo é fundamental.Modo Macro: Neste caso se focaliza o mais perto possível e seleciona-se uma abertura de diafragma pequena, para aumentar a profundidade de campo. O Macro é ideal para fotos de close-ups de flores e animais, e still-life de pequenos objetos. É ainda muito útil quando se quer fazer retratos de quadro cheio, que mostrem apenas uma parte do rosto da pessoa.Modo Landscape (Paisagem): Para se obter uma boa foto de arquitetura, jardins, costas litorâneas e bosques, com o máximo de nitidez dentro da cena, é necessário uma pequena abertura no diafragma justamente para produzir uma profundidade de campo extensa. Para compensar a abertura pequena, selecione uma velocidade baixa de disparo.Modo Portrait (Retrato): O ideal quando se deseja fazer bonitos retratos é produzir uma profundidade de campo limitada, para que o fundo não chegue a competir com o motivo principal. Ou ainda em outra ocasião, quando se quer isolar uma flor das demais num canteiro, por exemplo, e deixar as outras desfocadas, é uma excelente idéia para uma profundidade de campo limitada. Sempre que se quiser fazer com que um elemento na cena se destaque dos outros, criando assim um efeito tridimensional (3D), regular a maior abertura de diafragma possível, limitando com isso a profundidade de campo da cena e jogando o fundo fora de foco.

Modos automatizados:

Modo de cena Descrição Ação esperada

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Auto

A câmera entra em prontidão e fica à espera do aperto do botão de disparo para capturar uma imagem.

A câmera põe seus sensores em ação e auto-ajusta abertura, velocidade, sensibilidade, fotometria, iluminação, balanço de cores, foco e estabilização da câmera de acordo com o programa padrão definido pelo fabricante da câmera.

Esporte ou Ação

Adequa a câmera para capturar imagens em movimento relativo

Aumento da sensibilidade para usar altas velocidades de captura de objetos.

Paisagem

Condiciona a câmera a obter imagem com nitidez se estendendo do primeiro plano até o infinito.

Diminuição da velocidade para usar pequenas aberturas, que dão mais nitidez em profundidade.

RetratoDá destaque à pessoa fotografada tirando o foco do resto da cena.

Aumento da abertura para obter um fundo desfocado.

Praia ou Neve

Neutraliza a tendência da câmera de capturar imagens escurecidas em ambientes muito claros.

Aumento da abertura para obter brancos mais puros.

Paisagem Noturna

Neutraliza a tendência da câmera de capturar imagens brilhantes em ambientes muito escuros.

Menos exposição para evitar ofuscamento.

Interiores

Neutraliza a tendência da câmera de capturar imagens escurecidas em ambientes muito claros e aviva as cores.

Condicionamento do balanço de cores para luz de lâmpadas incandescentes e fluorescentes; acionamento o estabilizador de imagem.

Auto-retrato

Fotografia com câmera montada sobre tripé e com disparo automático.

Acionamento do disparador com retardo programado.

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