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CURSO DE PLANTAS MEDICINAIS: FITOTERPICOS,
FITOCOSMTICOS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS
Prof. Luiz Henrique Silva www.portalsaudeeducacao.rg3.net
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As informaes contidas nesta apostila possuem propsitos
educativos e no tm a inteno de substituir cuidados mdicos
e teraputicos apropriados, diagnstico ou prescrio. Ignorar
tais cuidados pode causar danos sua sade.
PLANTAS MEDICINAIS: FITOTERPICOS, FITOCOSMTICOS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS
O USO DE PLANTAS MEDICINAIS
O Conhecimento histrico do uso de plantas medicinais se d ao longo da Histria da
Humanidade que pela prpria necessidade humana, as plantas foram os primeiros recursos
teraputicos utilizados.
Estudos arqueolgicos tm mostrado atravs da anlise de plens e outros materiais, que os
homens das cavernas j utilizavam plantas medicinais. As primeiras testemunhas do uso das
plantas na medicina, foram os papiros egpcios, os escritos chineses nas folhas de bambu e as
taboas de argila dos Sumrios. No Papiro de Ebers, de 1550 a. C. descoberto em meados de
sculo passado em Luxor, no Egito, foram mencionadas cerca de 700 drogas diferentes,
incluindo extratos de plantas, metais (chumbo e cobre) e veneno de animais (Almeida, 1993 in
Carneiro, S. M. de B, 1997).
Entre as mais antigas civilizaes, a medicina, atravs das plantas medicinais, j era praticada
e transmitida desde os tempos mais remotos: na antiguidade egpcia, grega e romana, quando
acumularam-se conhecimentos empricos e foram transmitidos posteriormente, atravs dos
rabes seus descendentes europeus (Alzugary e Alzugary, 1983 in Silva, dina B., 1997).
A arte de embalsamar cadveres foi desenvolvida pelos antigos egpcios, evitando que estes
entrassem em estado de putrefao. Foram necessrios vrios experimentos com muitas
plantas para dar conhecimento ao mundo e deixar tal arte como herana (Alzugary e Alzugary,
1983 in Silva, . B.,1997).
No ano 3.000 a.C, os pases orientais praticavam o cultivo de plantas medicinais tendo como
iniciante SHE UING (Alzugary e Alzugary op. cit.in Silva, . B.,1997).
Assrios e Hebreus tambm se dedicaram ao cultivo de vrias plantas consideradas teis
(Balbach, op. cit.in Silva, . B.,1997).
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A ndia foi considerada por alguns autores como o Eldorado dos Medicamentos Ativos, pela
riqueza de sua flora medicinal (Delaveau, in Silva, . B., 1997). O primeiro Tratado de Medicina
s aparece mil anos antes de Jesus Cristo no vale do Tigre e Eufrates (atual Ir e Iraque).
Posteriormente vieram os estudos de Hipcrates (460-377 AC), Dioscorides (100 DC) e Galeno
(130-200 DC). Hipcrates, considerado "o pai da medicina", com a publicao da "Corpus
Hippocraticum", consagrando a existncia da terapia com os vegetais. Sucedeu-o Dioscpride
qu^ com seu famoso trabalho "De Matria Mdica", constitui para o aumento do arsenal
fitoterpico. Mais tarde, j nos anos 160 e 180 D. C, surge o mdico grego Galeno, que inicia a
"Farmcia Galnica" utilizando somente os vegetais. A medicina deixa o esoterismo e a
imprevisibilidade dos caprichos divinos e avana cientificamente no terreno da teraputica,
classificao das doenas, posologia e diagnstico. Durante mil anos, porm, fez-se trevas na
Europa, e s em 1220 nasce a primeira Grande Escola de Medicina da Idade Mdia, em
Salerno, perto de Roma, fundada por Carlos Magno. Os estudos de Farmcia avanaram
celeremente neste perodo. Extratos alcolicos, como o vinho ou os destilados como a vodka e o
gim, j eram bem conhecidos na Europa para extrair o "esprito das plantas".
A partir do incio da sintetizao de substncias de estrutura qumica definida e de ao
farmacolgica iniciou a Fitoterapia um ciclo declinante, com a diminuio da prescrio mdica
de produtos vegetais. As plantas medicinais foram praticamente esquecidas, cedendo lugar s
sintticas. Tal fase percorre o incio da dcada de 50 at o final dos anos 70. Os grandes
centros de pesquisas em todo mundo direcionaram, com o vivo entusiasmo, vultosos recursos,
tanto governamentais como de iniciativa privada, para a pesquisa de propriedades curativas
das plantas medicinais. Multiplicaram-se na imprensa informaes sobre as vantagens da
farmacobotnica. Tal movimento naturalmente acompanhado pelo surgimento de um nmero
expressivo de estabelecimentos comerciais especializados em ervas.
Quando o Brasil foi descoberto, a Fitoterapia reinava praticamente sozinha, no havia vacinas
nem os medicamentos sintticos, que s aparecem no final do sculo XIX com a aspirina.
essencial no esquecer que o grande mestre de Piso, foi o ndio brasileiro, e ele honestamente
em mais de uma passagem reconheceu a superioridade da teraputica indgena sobre a
europeia. Note-se o testemunho de Piso em Pernambuco:
Os ndios precedem de laboratrios, ademais, sempre tem mo sucos
verdes e frescos de ervas. Enjeitam os remdios compostos de vrios
ingredientes, preferem os mais simples, em qualquer caso de cura, visto
que por estes medicamentos os corpos no ficam to irritados. (Pereira,
op. cit in Silva, dinaB., 1997).
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Estima-se que somente de 1% a 3% das espcies vegetais conhecidas foram estudadas. Com a
reduo progressiva de grande parte desta biodiversidade, ocorrer
tambm uma enorme perda cientfica e econmica, principalmente para os pases menos
desenvolvidos. No comrcio de plantas medicinais e produtos fitoterpicos encontra-se em
expanso em todo o mundo em razo de diversos fatores, como o alto custo dos medicamentos
industrializados ou o prprio modismo alm da constatao dos efeitos medicamentosos
produzidos com o seu uso. A m qualidade destes produtos no Brasil, no entanto, um fato
conhecido e que colabora para que grande parte dos mdicos deixem de prescrever e at
colocam em dvida a ao dos fitoterpicos (Stelfelld, 1955; Farias et ai., 1985), razo pela qual
constantemente a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA tem elaborado legislaes
para a produo destes medicamentos. E apesar do crescimento de programa de
farmacovigilncia, a atividade de farmacovigilncia para estes produtos ainda pequena no
Brasil.
O MERCADO DAS PLANTAS MEDICINAIS
O Brasil um dos 14 pases com grande biodiversidade contendo mais de 10% de todos os
organismos descritos na Terra. Das plantas florferas conhecidas, aproximadamente 55.000
espcies, cerca de 22% destas ocorrem no Brasil, principalmente nas regies da floresta
amaznica, mata atlntica e cerrado. Estima-se que aproximadamente 1,25% da pesquisa
cientfica no pas se destina a plantas medicinais. Dos medicamentos atualmente
produzidos, cerca de 25% tm componentes qumicos de plantas. Nossa flora tem cerca de 120
mil espcies vegetais, de aplicaes teraputicas. O alto custo dos medicamentos fabricados
pela indstria farmacutica, .dentre outros motivos, tm aumentado o interesse das pessoas
nesse tipo de terapia. A OMS estima que mais de 3 bilhes de pessoas em todo o mundo
confiam nas "medicinas tradicionais", onde as plantas tm grande emprego. Entre as plantas
silvestres e algumas poucas cultivadas, os ndios brasileiros, alm de as usarem para a
construo de suas casas, na confeco de ferramentas e utenslios delas obtiveram fibras,
gomas, colas, combustveis, pigmentos, tinturas, sabes, borracha, bebidas, alimentos, veneno
de flechas para a guerra e caa e pesca e tambm produziam substncias estimulantes,
alucingenas medicamentosas. Dados da Organizao Mundial da Sade (OMS) mostram que
cerca de 80% da populao mundial faz uso de algum tipo de erva para tratar doenas ou aliviar
sintomas. "O Brasil apresenta uma grande diversidade de plantas medicinais em seus biomas.
Entretanto, com o extrativismo descontrolado e com a excessiva fragmentao dos
ecossistemas, em virtude da ampliao das reas agrcolas, tem ocorrido acelerao na
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extino das espcies", alerta. O mercado mundial de medicamentos fitoterpicos cresce desde
a dcada de 80, movimentando algo em torno de US$ 20 bilhes ao ano. Em 1996, na Europa,
as vendas foram estimadas em US$ 7 bilhes, e nos Estados Unidos o valor situava-se entre
US$ 2 3,4 bilhes. No Brasil em 1998, o mercado de medicamentos fitoterpicos foi estimado
em US$ 566 milhes. Considerando o mercado informal nos pases em desenvolvimento e do
"terceiro mundo" esta cifra deva ter alcanado centenas de bilhes de dlares por ano.
Estimativas no oficiais relatam que o mercado global de bioprodutos na faixa de US$ 500
bilhes/ano. Segundo informaes da Bioamaznia (2001), o setor de frmacos apontou uma
receita de US$ 300 bilhes neste mercado, vale lembrar que 40 % dos medicamentos em uso
teve origem direta ou indiretamente, em produtos naturais e estes representam 17% deste
mercado.
CONCEITOS IMPORTANTES
A RESOLUO-RDC N 48, DE 16 DE MARO DE 2004, que dispe sobre os medicamentos
fitoterpicos traz importantes conceitos que precisamos saber antes de prosseguir:
Adjuvante - substncia de origem natural ou sinttica adicionada ao
medicamento com a finalidade de prevenir alteraes, corrigir e/ou
melhorar as caractersticas organolpticas,
biofarmacotcnicas e tecnolgicas do medicamento.
Droga vegetal - planta medicinal ou suas partes, aps processos de
coleta, estabilizao e secagem, podendo ser ntegra, rasurada, triturada
ou pulverizada.
Derivado d^ Hrngffl y^flptal - produtos de extrao da matria prima
vegetal: extrato, tintura, leo, cera, exsudato, suco, e outros.
Fitoterpico - medicamento obtido empregando-se exclusivamente
matrias-primas ativas vegetais. caracterizado pelo conhecimento da
eficcia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e
constncia de sua qualidade. Sua eficcia e segurana validada atravs
de levantamentos etnofarmacolgicos de utilizao, documentaes
tecnocientficas em publicaes ou ensaios clnicos fase 3. No se
considera medicamento fitoterpico aquele que, na sua composio,
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inclua substncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as
associaes destas com extratos vegetais.
Frmula Fitoterpica - Relao quantitativa de todos os componentes de
um medicamento fitoterpico.
Formula Mestra ou Frmula Padro - documento ou grupo de documentos
que especificam as matrias-primas e os materiais de embalagem com as
suas quantidades, juntamente com a descrio dos procedimentos e
precaues necessrias para a produo de determinada quantidade de
produto terminado. Alm disso, fornece instrues sobre o
processamento, inclusive sobre os controles em processo.
Marcador - componente ou classe de compostos qumicos (ex: alcalides,
flavonoides, cidos graxos, etc.) presente na matria-prima vegetal,
idealmente o prprio princpio ativo, e preferencialmente que tenha
correlao com o efeito teraputico, que utilizado como referncia no
controle de qualidade da matria-prima vegetal e dos medicamentos
fitoterpicos.
Matria prima vegetal - planta medicinal fresca, droga vegetal ou
derivados de droga vegetal.
Medicamento - produto farmacutico, tecnicamente obtido ou elaborado,
com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou para fins de diagnsticos.
Nomenclatura botnica oficial completa - gnero, espcie, variedade,
autor do binmio, famlia.
Nomenclatura botnica oficial - gnero, espcie e autor.
Nomenclatura botnica - gnero e espcie .
Princpio ativo de medicamento fitoterpico - substncia, ou classes
qumicas (ex: alcalides, flavonoides, cidos graxos, etc), quimicamente
caracterizada, cuja ao farmacolgica conhecida e responsvel, total
ou parcialmente, pelos efeitos teraputicos do medicamento fitoterpico.
FITOCOSMTICOS
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A fitocosmetica pode ser definida como o segmento da cincia cosmetolgica que em proveito da higiene, da esttica, da correo e da manuteno de estado normal e sadio da pele. O emprego dos produtos vegetais para fins de embelezamento encontra referncias h milhares de anos.
A grande incidncia de plantas aromticas na China e ndia, levou s extraes de leos
essenciais. Tambm o Egito e, depois a Mesopotmia, se destacaram no conhecimento e
emprego destes leos e extratos vegetais em preparaes de unguentos e blsamos com
finalidade cosmticas.
Clepatra, com sua conhecida vaidade, motivou a pesquisa cosmtica e um primeiro formulrio
Cleopatre Gynoecirium Libri foi editado durante seu reinado. Neste formulrio foram descritos
cuidados higinicos e tratamentos de diversas afeces da pele, sem, no entanto, dispensar
pomadas coloridas e linimentos base de plantas e leos vegetais, com finalidade teraputica e
cosmtica.
Do Oriente, o uso de produtos naturais difundiu-se para o mundo grego. O formulrio "Os
cosmticos de Ovdio", no que so mencionadas receitas e pomadas da poca base de
vegetais, surge no ano IV.
Arnauld de Villeneuve, um alquimista e mdico catalo do sculo XIII, deixou em seus
manuscritos registros dos primeiros ensaios de destilao de vegetais.
Dessa poca, at os dias atuais, o estudo dos vegetais e a aplicao dos seus ativos, seja na
forma de extratos ou os princpios ativos isolados, vem ganhando cada vez mais espao na
indstria moderna.
MTODOS DE COLETA DE PLANTAS MEDICINAIS PARA IDENTIFICAO
Para a coleta de plantas medicinais, importante o seu estgio desenvolvimento pois, a
concentrao de princpio ativo varia conforme a poca e maturao ou crescimento da erva,
sendo o ideal:
- Folhas - no usar folhas novas ou muito velhas, sendo o ideal, as folhas adultas e
viosas e o melhor perodo antes do incio da florao at o trmino da mesma.
- Talos - colhidas da mesma forma e com os mesmos cuidados aplicados as folhas.
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- Cascas - usar as cascas de plantas adultas principalmente durante a florao da
planta tomando sempre cuidado para no retirar a casca em toda a volta do caule o que
promoveria a morte da planta. "Preserve a natureza e a vida".
- Raiz - Aps o trmino da florao.
H diferena na quantidade de princpio ativo dependendo da coleta, da poca do ano, grau de
maturao da planta, do armazenamento, etc.
importante que antes de colher uma erva, se observe alguns itens como:
a) Colher sempre plantas adultas;
b) Saber qual a parte da planta se concentra maior quantidade do princpio
ativo desejado (raiz, casca, flor, etc);
c) Escolher as que no estejam atacadas por pragas;
d) Evitar a coleta de ervas que estejam prximas a locais onde se tenha
utilizado substncias qumicas como defensivos agrcolas ou prximas a rodovias.
O horrio da colheita tambm importante:
No caso das folhas e flores: Deve ser feito pela manh, depois da evaporao do orvalho e em
dia de sol, de preferncia sem vento.
No caso das razes: Deve ser feito no finalzinho da tarde. OBS: Evitar
colheitas na chuva ou logo aps a mesma.
No caso das plantas aromticas: Devem ser colhidas no final da tarde; perodo em que h maior
concentrao de principio ativo.
Lembramos que o uso de plantas medicinais para fins de comercializao na forma de
medicamentos fitoterpicos, devem obedecer legislao especfica da rea, a ser discutida nos
mdulo seguintes. Ming (1996) informa que, para amostras de plantas medicinais devesse
coletar a parte utilizada da planta e recomenda que as plantas herbceas ou pequenos arbustos
devem ser coletados inteiros incluindo ramos, folhas, flores e partes subterrneas inteiras
(tubrculo, bulbo ou rizoma), sendo que estas devem ser retiradas com equipamentos
adequados como a p e devem estar limpas devidamente preparadas para a prensagem.
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J arbustos maiores e, rvores ou cip devem ser coletados em amostras com cerca de 30 a 40
cm, acondicionando-os ao tamanho do jornal. Esta mesma fonte recomenda que necessrio
coletar tambm nas plantas:
Diicas - as flores (masculina e feminina) em ps diferentes. Parasitas - incluir tambm o
hospedeiro.
Trepadeiras- a amostras devem conter partes especializadas como: gavinhas, unhas
espinhos, razes adesivas atentando para sua disposio e origem.
Dimorfismo foliar - folhas em ramos jovens diferentes das dos ramos adulto. Para que a
coleta atinja o seu controle de qualidade (Martins et ai.1998), indica em que fase tima
da planta deve ser colhida: casca e entrecasca na florao ; flores no incio da fenofase;
frutos e sementes quando maduro razes somente em plantas adultas ; Talos e folhas
antes do seu florescimento. De acordo com o Manual de Herbrio (1998), a coleta para
estudos fitoqumicos deve envolver vrios rgos como: folha, flor , raiz , casca e fruto.
Isto porque agentes qumicos secundrios podem variar muito dependendo das
condies, especialmente do tecido vegetativo.
O lugar onde pretendemos plantar a horta medicinal deve:
Observar as caractersticas de cada planta.
Ter gua em abundncia e disponvel,
Ter boa incidncia de sol.
Observar o espaamento entre linhas e plantas exigida por cada espcie que deseja
plantar. Sugere-se 30cm de largura por 30 cm de comprimento e 30 de profundidade.
Os canteiros devem ter 1 a 1,2 metro de largura e 0,2 de altura.
A terra das sementeiras devem ser bem fofas e as sementes devem ser cobertas com
rea bem fina e peneirada.
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O solo deve ser frtil, com terra bem fofa. Fazer uma limpeza da rea, revolvendo o solo,
retirando todas as plantas indesejveis.
Planejar a distribuio das espcies e a formao dos canteiros para evitar a
eroso.
recomendvel que se faa a anlise do solo.
ADUBAO
Uma adubao equilibrada proporcionar plantas resistentes a pragas e doenas. Recomenda-
se:
Usar 150g de fosfato por metro quadrado de canteiro
Fazer a correo bsica do solo usando 150g de cal dolomtico por m2 de canteiro.
Acrescentar 2 litros de hmus por m2 de canteiro.
Adubar as sementeiras com a mesma dosagem que os canteiros.
As plantas medicinais, em geral, apresentam muita resistncia ao ataque de pragas
num ambiente equilibrado. O uso de agrotxico desaconselhado para evitar
alteraes das propriedades das plantas.
COLETA
Pela manh, logo que secar o orvalho das plantas.
sempre melhor colher as plantas medicinais em dias amenos, sem chuva, no perodo
de estio, em horrio de sol fraco e suave. As razes podem permanecer por algum tempo
ao sol.
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As folhas, brotos e talinhos devem ser escolhidos antes das floradas at o trmino da
mesma.
Flores como camomila e rosa-branca, devem ser colhidas antes da maturao completa.
Espere que o boto se abra pela metade e ento colha.
Coletar frutos e sementes quando atingirem a maturao total.
Casca e entrecasca devem ser colhidos quando a planta estiver florida.
Raiz deve ser colhida aps a florao.
Evite a coleta de plantas com manchas, terra, poeira, rgos deformados, etc.
Nunca use gua para lavar folhas e razes que voc pretende conservar, o que
acarretar imediato incio da extrao do princpio ativo, alm do acmulo de umidade
proporcionando a instalao de fungos.
Estenda fios de nilon ou sobre estrados com tela na parte inferior mantendo assim uma
boa circulao de ar, em local livre de poeira e insetos, arejado e ao abrigo do sol.
Prenda as ervas separadas, deixando-as secar de dia, e recolhendo-as noite para
evitar o sereno.
"Lembre-se: Para fazer uso de uma planta como medicamento, ela deve ser tratada como
tal, ou seja, Mant-la sempre em lugar ao abrigo do calor, luz e umidade".
aconselhvel renovar o estoque de ano em ano.
SECAGEM
Recomenda que a secagem seja feita ao ar livre, fora da luz direta do sol ou preservar em
lcool. Macedo et ai. (1998), informa que aps a coleta a planta deve ser prensada entre folhas
de jornais, papelo e/ou alumnio enrugado, em seguida deve
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coloca-la e amarra-la em prensas (grades de madeira) com cordes incluindo a ficha de
coleta com as caractersticas do material botnico colocando-a na estufa
para desidratao.
Aps a desidratao as prensas so retiradas e o material desidratado amarrado
apenas no jornal e conduzido para descontaminao da amostra em freezer
A partir destas etapas o material enviado para herbrios para ser identificado.
Antes de fazer a secagem, observe os seguintes cuidados:
Nunca lave as plantas antes da secagem, use escovas para fazer a limpeza.
Separe as plantas de espcies diferentes.
Plantas que so colhidas inteiras devem ter suas partes colocadas para secar em
separado, e serem conservadas em recipientes separados.
Espalhe a planta ou suas partes sobre um pano ou estrado com tela na parte
inferior:
Secar o material sombra, evitando secagens ao sol e ao fogo, que
alteram a qualidade da planta;
Raizes, caules e cascas podem ser secos ao sol da manh;
As flores precisam secar sem receber luz solar direta;
Brotos, folhas e plantas inteiras so secos sombra, em lugares arejados;
Quando se tornarem quebradias, as plantas estaro prontas para uso, devendo
serem guardadas em vidros fechados, longe da luz, p umidade e possveis
ataques de pragas.
ARMAZENAMENTO
Aps a identificao, o armazenamento deve ser feito rapidamente, evitando assim a
perda dos princpios ativos das plantas, preferencialmente em ambiente arejado e seco,
sem acesso de poeira ou animais. Pequenas quantidades podem ser colocadas em potes
de vidro ou sacos (polietileno ou polipropileno). recomendvel evitar colocar
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embalagens de espcies diferentes perto uma das outras ou coloca-las diretamente
sobre o solo.
Devido ao de uma espcie sobre o desenvolvimento da outra, recomenda-se
algumas vezes o plantio de duas ou mais espcies diferentes.Exemplos de associaes
benficas:
Manjerona - Melhora o aroma das plantas
Catinga-de-mulata - seu aroma afasta insetos voadores
Funcho e Losna - No devem ser plantadas perto de nenhuma outra planta
Hortel - Pode ser plantada como bordadura
Alfavaca - No deve ser plantada perto da Arruda. Seu cheiro repele moscas e
mosquitos
Tomilho - Seu cheiro mantm afastada a borboleta-da-couve
Mil-folhas - Serve como bordadura aumentando a produo de leos essenciais
quando plantadas perto de ervas aromticas
COMBATE DE PRAGAS COM SOLUES NATURAIS
Alguns mtodos naturais, embora sem ter 100% de eficcia, tm trazido bons resultados
no combate de pragas, tais como:
TDoenas no viveiro: tintura de camomila - 50 gs de flores em 1 litro de gua fria.
Descansar 2 dias. No terceiro filtrar. Aplicar sobre mudas recm transplantadas tambm.
TFungicidas do solo - Calda bordalesa, enxofre, ch de cavalinha (200 gramas de
caules fervidos em 10 litros de gua por 20 minutos).
TFungos: 100 gramas de sulfato de cobre bem triturado num saco de fralda e ponha o
saco em 5 litros de gua. parte, misture 5 litros de gua com 100 gramas de cal virgem
(leite de cal). Junte-os para usar depois.
TFungos: 100g de sulfato de cobre, 100g de cal virgem e 10 litros de gua. Coloca-se o
sulfato de cobre, bem triturado, num saquinho de pano ralo, na superfcie de meio litro de
gua, num recipiente que no seja de ferro. Fazer pasta (leite de cal) adicionando 100 g
de cal virgem em meio I litro de gua. Coar o "leite" e coloca-lo num recipiente (nunca de
ferro). Em outro recipiente j deve constar a soluo de sulfato de cobre. Misturar as
duas solues simultaneamente, usando uma pazinha de madeira. Agora o teste de
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acidez: pegue uma faca ou canivete e sobre a lamina, bem limpa, coloque duas ou trs
gotas da calda preparada e, aps trs minutos, sacuda a lamina. Se ficarem manchas
avermelhadas nos pontos onde estavam as gotas de calda, esta ainda est cida. Quer
dizer: adicionar mais uma pouco de "leite de cal" at que fique neutra ou ligeiramente
alcalina. O ideal aplicar a calda no mesmo dia, mas se tiver que conservar a calda por 2
ou 3 dias para depois aplica-la, adicione 5 g de acar para cada 1 litro de calda
preparada.
Desinfetantes de canteiros : Folhas secas de slvia incorporadas aos canteiros.
Nematides: Plantar ps de tagetes pelos canteiros ajuda manter afastados nematides
e afdeos.
Pulges e colchonilhas: 100 gs de urtiga previamente secas por 7 dias. Colocar em 10
litros de gua macerando por 8 dias. Juntar mais 100 litros de gua aps coar.
Trips: 50 gramas de pimenta malagueta esmagada em 1 litro de gua, deixar curtir 24
horas. Aps esse perodo, mexa bem e coe. Adicione 1 col de sopa de sabo e mexa.
Pulverize sobre as plantas, repetindo a cada 5 dias at acabar.
FORMAS E UTILIZAO
Para alcanar sua ao medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se
obtenham produtos derivados com ao especfica.
Com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, pode-se preparar diversos
derivados levando-se em considerao:
modo de preparao
as propriedades fsicas
aspecto
as caractersticas organolpticas
a concentrao dos princpios ativos
as propriedades farmacolgicas
sua finalidade
As diferentes formas de apresentao dos derivados das plantas medicinais podem
classificar-se da seguinte forma:
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a) Produtos obtidos por tratamentos mecnicos
Plantas empregadas in natura
Ps vegetais
Polpas
Produtos lquidos obtidos por expresso (suco fresco de planta)
b) Produtos obtidos por ao do calor
Por destilao:
leos
essenciais -
guas
destiladas
Alcoolatos
c) Produtos obtidos utilizando a ao de um solvente:
lcool => alcoleos: - Tinturas
- Tinturas mes
- Alcoolaturas
- Suco fresco da planta
gua ^> Hidrleos: -.tisanas: - infusos e decoctos
Soluo aucarada c>- Sacarleos: - xaropes e melitos
Solventes diversos => - Vinhos
- cervejas
- vinagres
- leos
- propilenoglicol
- glicerina
d) Produtos obtidos por concentrao das solues extrativas:
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extratos fludos extratos moles extratos
secos
PS VEGETAIS
Os vegetais na forma de p possuem uma grande aplicao no arsenal teraputico,
podendo ser incorporados facilmente s formas galnicas secas como cpsulas e
comprimidos. Possuem tambm grande importncia como matria-prima para a
preparao de outras formas galnicas.
Aps a eliminao dos corpos estranhos e das partes inertes, as ervas devem ser secas
a uma temperatura de 25C a 45C.
As ervas so trituradas em moinhos de diversos modelos e peneiradas, tendo ento a
sua granulometria padronizada.
Sendo todas estas operaes realizadas de maneira correta, no havero diferenas
notveis nas diversas partes da erva, mesmo apresentando texturas diferentes.
As vantagens de utilizar os vegetais na forma de p so diversas, como: administrao
da droga relativamente segura, ajuste ou eventual concentrao do princpio ativo e
manipulao simples, possibilitando misturas.
HIDROLATOS. ALCOOLATOS E ALCOLEOS
A separao do leo essencial da gua, constitui o hidrolato, que a gua destilada
contendo cerca de 0,2 g/l de leo essencial disperso na forma ionizada, no decantvel.
Os hidrolatos possuem grande quantidade de produtos volteis como cidos, aldedos e
aminas.
So preparadas por simples destilao com vapor de gua, e plantas frescas ou secas.
As plantas rasuradas so maceradas por horas com uma quantidade relativamente
grande de gua e depois destiladas. A destilao suspensa quando se obtm uma
quantidade razovel de destilado. O excesso de essncia separado por decantao ou
filtrao.
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Para preparao do hidrolato so utilizadas de preferncia as plantas frescas. O Codex
preconiza, por exemplo, para a gua de hortel a utilizao de 1.000 g de planta fresca
ou 200 g de planta seca para obter 1000 g de hidrolato. Os hidrolatos de plantas
aromticas contm geralmente de 0,05 a 0,20 g de leo essencial por litro.
A conservao dos hidrolatos delicada, pois contaminam-se com facilidade.
Os hidrolatos so utilizados, por suas propriedades aromticas para a preparao de
xaropes; e em cosmetologia, por suas propriedades adstringentes, calmantes e
antipruriginosas, sob a forma de loes e cremes.
Os alcoolatos so preparados pela macerao com lcool das plantas frescas seguida
por uma destilao.
Atualmente a denominao alcoolato foi substituda no Codex por solues alcolicas de
essncias ou tinturas de essncias. Foram mantidos, porm, alguns nomes como o
alcoolato de Garus, base do elixir de Garus e o alcoolato de Fioravanti.
O alcoolato de mirtilo, por exemplo, preparado da seguinte forma:
- Macera-se por 24 horas 2.000 g de mirtilo fresco mais 1.000 g de
lcool a 70%.
- Destila-se e recolhe-se 1.000 g de
alcoolato.
XAROPE
a forma na qual se emprega 2/3 do peso da planta ou fruto em acar ou mel
preferencialmente. Coloca-se para ferver, no permitindo o aumento da temperatura
superior a 80C. Aps solubilizado, filtrar sobre gaze conservando em frasco mbar
(escuro). Existem xaropes especficos para pacientes diabticos.
Xarope simples Acar ..................................................... 850g
gua qsp ..................................................................... 1000 ml
Dissolva a quente em 450 ml_ de gua, o acar, filtrar e logo aps, passar pelo filtro
gua ate completar 1000 mL.
Obs: A gua pode ser substituda por ch de plantas as quais se queira usar como
xarope medicinal.
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Obs: Pode ser adicionado mel de abelha.
ELIXIRES
Elixires so lquidos hidroalcolicos, adicionados, destinados ao uso oral contendo,
geralmente glicerina, sorbitol ou xaropes simples.
ALCOLEOS
Os alcoleos so preparaes lquidas resultantes da ao dissolvente do lcool,
empregado em quantidade determinada a um ttulo definido sobre as matrias vegetais.
O ttulo do lcool utilizado estar na funo dos princpios ativos a dissolver ou de
textura do material a tratar.
TINTURAS VEGETAIS
As tinturas vegetais so preparadas temperatura ambiente pela ao do lcool sobre
uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). So
preparadas por soluo simples, macerao ou percolao.
A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de
erva seca permitem preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um lcool
a 60 G.L.
Existem algumas excees, como as tinturas de materiais resinosos como o tol, ou
drogas ricas em essncias ou resinas como o boldo, canela, eucalipto, grindlia, ou ricas
em mucilagens como casca de laranja amarga, onde o ttulo do lcool de 80 G.L..
As drogas muito ativas (hericas), como o acnito e a beladona so preparadas por
percolao com lcool 70 G.L.
As tinturas de pio e noz-vmica so preparadas por simples dissoluo do extrato
correspondente em um lcool a 70 G.L., obtendo-se um ttulo final de aproximadamente
10% de planta seca.
As tinturas-me so definidas como preparaes lquidas resultante da ao dissolvente
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de um veculo alcolico sobre drogas de origem vegetal ou animal.
As tinturas-me de drogas vegetais so obtidas pela macerao em lcool de diferentes
ttulos, da planta fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca.
Correspondem a 1/10 de seu peso em droga desidratada, com algumas excees como
a calndula e o mirtilo que correspondem a 1/20.
O ttulo alcolico das tinturas-me so geralmente de 45 +/- 5o GL como o caso da
camomila e da aveia, ou de 65 +/- 5, como o caso da calndula e da noz-vmica.
Para a preparao das tinturas-me devem ser observados alguns cuidados na hora da
colheita, levando-se em considerao a parte da planta a ser utilizada. Por exemplo, caso
das folhas, deve-se colher aps o seu desenvolvimento completo, antes da florao. As
tinturas-me so mais utilizadas como forma galnica, na homeopatia.
ALCOOLATURAS / SUCO / HIDRLEO
As alcoolaturas so obtidas pela ao do lcool sobre plantas frescas que no podem
sofrer processos de estabilizao e secagem, pois perdem a sua atividade.
Na alcoolatura, so empregadas partes iguais em peso de planta fresca e de lcool a um
ttulo elevado para evitar uma diluio elevada pela gua liberada pela planta.
O modo de preparao muito simples, basta macerar por 8 dias a droga fresca
rasurada em um recipiente fechado, com lcool fazer uma expresso e logo aps uma
filtrao.
O suco da planta fresca a suspenso da planta, com seus constituintes ativos e
inativos, em lcool a 30 G.L. . Por diversos processos modernos, so estabilizados,
inativando as enzimas e evitando uma degradao rpida dos princpios ativos.
Essa forma nova de apresentao das plantas permite a utilizao de todo o fitocomplexo
da planta fresca sem perda de nenhum princpio ativo.
Os hidrleos so derivados obtidos pela dissoluo em gua de uma substncia
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medicamentosa. Os hidrleos so obtidos por infuso, decoco ou macerao.
INFUSO
Usada para partes tenras como flores e folhas e preparada da seguinte forma: colocar
as ervas numa vasilha e jogar gua fervendo, abafar e esperar dez minutos no caso de
folhas e partes tenras e at meia hora caso seja feito o uso de razes ou cascas.
A infuso quando usada para cascas ou razes deve-se ter o cuidado de picar bem,
reduzindo as ervas em pedaos aumentando assim a superfcie de contato com a gua
e consequentemente, facilitando a extrao do princpio ativo.
DECOCCCO
Usada para partes mais duras como casca ou raiz - Colocar as ervas numa vasilha,
despejar gua fria sobre as mesmas, levar ao fogo para o cozimento, deixando ferver pr
cinco ou dez minutos e em caso de partes mais endurecidas at trinta minutos. Aps o
cozimento, retirar do fogo e abafar por mais alguns minutos.
TISANA
Ferver a gua, jogar a erva sobre a gua fervente, tampar deixando ferver pr mais
alguns minutos, coar e tomar.
MACERAO
Ao contrrio do que muita gente pensa, macerar no significa "macetar",
simplesmente colocar as ervas em contato com a gua fria, lcool, glicerina ou outro
veculo e deixar que a extrao do princpio ativo ocorra naturalmente por um tempo
determinado.
O tempo de macerao de partes tenras de dez a doze horas e das partes mais duras
de at vinte e quatro horas.
Quando o objetivo for a preparao de um ch onde se tenha partes tenras e partes
duras, pode-se proceder da seguinte maneira: Preparar separadamente e juntar os chs
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posteriormente. A maneira que recomendamos, por ser mais prtica, a colocao para
cozimento primeiro da partes mais duras (casca ou raiz) deixando ferver pr mais ou
menos dez minutos e depois adicionar as outras como folhas e flores, deixando pr
mais alguns instantes, retire do fogo abafe e seguir o procedimento normal.
EXTRATOS
EXTRATOS GLICLICOS
Os extratos gliclicos so obtidos por processo de macerao ou percolao de uma
erva em um solvente hidro-gliclico, podendo ser este o propilenoglicol ou a glicerina.
Estes extratos normalmente so utilizados nos fitocosmticos. A relao erva/solvente
varia, sendo que normalmente se utiliza a relao indicada para as tinturas vegetais.
EXTRATOS FLUIDOS
Segundo a farmacopeia brasileira, os extratos fluidos do preparaes oficinais, obtidas
de drogas vegetais manipuladas, de forma que 1.000 g de extrato contenham o
equivalente a 1.000 g de erva seca. Por no terem sofrido ao do calor, seus princpios
ativos so exatamente os mesmos encontrados nos frmacos respectivos.
Os extratos fluidos apresentam uma relao ponderal simples entre droga e extrato, o
que facilita a posologia e a prescrio.
-1 g de extrato fluido equivale a: -1 g de droga seca -
5 g de tintura ou alcoolatura -10 g de tintura-me -50
g de xarope
EXTRATOS MOLES
Os extratos moles so solues extrativas que possuem consistncia de mel, que,
quando dessecados a 105C perdem entre 15 e 20% de gua.
EXTRATOS SECOS
Os extratos secos ou pulverentos se apresentam sob a forma de p e perdem de 5 a 8%
22
de gua. Eles podem ser facilmente manipulados, apesar de muito higroscpicos.
A posologia a mesma dos extratos moles. So conservados em recipientes hermticos,
em presena de desidratantes e ao abrigo da luz.
Os extratos secos obtidos por atomizao so conhecidos tambm por nebulizantes.
O princpio da nebulizao consiste em dispersar a soluo extrativa a dessecar em
minsculas gotculas sob uma corrente de ar quente. As gotculas so secas
instantaneamente e transformadas em um p finssimo. Os fenmenos de oxidao e
desnaturao pelo calor so reduzidos ao mnimo.
Os nebulizantes se apresentam sob a forma de p tnue, aromtico e de colorao mais
clara que o extrato seco correspondente. No microscpio se apresenta como minsculos
glbulos de aspecto esponjoso e irregular. O volume especfico aparente muito
elevado.
Os nebulizantes, a grosso modo, substituem peso por peso os extratos semi-slidos. A
gua residual destes substituda por adjuvantes como aerosil, amido, celulose
modificada e outros.
Atualmente os extratos secos na forma de nebulizantes so amplamente utilizados, e
os laboratrios farmacuticos procuram desenvolver vrios tipos de extratos com os
seus princpios ativos titulados.
OS EXTRATOS NA FITOCOSMTICA
Os extratos gliclicos so indicados para aplicao em solues aquosas, gis sem
lcool, emulses gua/leo e tensoativos (sabes, banhos de espuma, xampus).
Extratos fluidos podem ser utilizados em solues alcolicas, gis com lcool e
emulses alcolicas. Os extratos moles apresentam as mesmas aplicaes do extrato
fluido, com a vantagem de possuir uma concentrao maior. Estes extratos podem ser
facilmente diludos antes do uso.
Os extratos secos podem ser usados nos produtos para banho, como sais, e em
mscaras cosmticas.
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AS MEDIDAS
Apresentamos a seguir uma relao de medidas aproximadas:
Medida Peso aproximado em gramas
Uma colherada de folhas verdes cinco gramas.
Uma colherada de folhas secas dois gramas.
Uma colher das de caf 2,5g ou 2,5 cm3
Uma colher das de ch 5g ou cinco cm3
Uma colher das de sobremesa 10gou 10 cm3
Urna colher das de sopa 15g ou 15 cm3
Uma xcara tamanho mdio 100gou 100 cm3
Um copo comum contm 200g ou 200cm3
Um prato fundo, abaixo da primeira borda 200g ou 200 cm3
COMPRESSAS / LOO / UNGUENTO / CATAPLASMA / LINIMENTOS
Compressas
So feitas com pedaos de pano limpo, algodo ou gazes embebidos em ch ou sumo
de plantas aplicadas quentes ou frias no local afetado. Uso externo.
Loo
So lquidos aquosos, solues coloidais, emulses e suspenses empregadas de
acordo com a solubilidade do frmaco destinados a aplicaes sobre a pele.
Unguento
Prepara-se com o sumo de erva ou ch mais forte misturado em leo vegetal. Aplicao
externa
Cataplasma
So formas constitudas por massa mida e mole de materiais slidos, compes-se de
p, farinha ou semente diludas em cozimento ou infuso de plantas at adquirirem
consistncia de uma pasta. A planta medicinal pode ser incorporada por triturao
pasta mole. Aplica-se quente, morna ou fria entre 2 tecidos, para reduzir a inflamao ou
exercer ao revulsiva.
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Linimentos
So preparaes lquidas contendo geralmente leos ou lcoois, que se destinam
aplicao cutnea por frico. Podem ser incorporadas plantas especficas com o
objetivo de serem friccionadas.
PRINCPIOS ATIVOS VEGETAIS
Os princpios ativos das plantas medicinais so substncias que a planta sintetiza e
armazena durante o seu crescimento. No entanto, nem todos os produtos metablicos
sintetizados possuem valor medicinal. Em todas as espcies existem ao mesmo tempo
princpios ativos e substncias inertes. Estas ltimas, determinam a eficcia da erva
medicinal acelerando ou retardando a absoro dos princpios ativos pelo organismo.
Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vrios componentes ativos, dos quais
um ou um grupo determinam a opo principal.
Quando isolado este princpio ativo, normalmente apresenta ao diferente daquela
apresentada pelo vegetal inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo.
Os princpios ativos no se distribuem de maneira uniforme no vegetal. Concentram-se
preferencialmente nas flores, folhas e razes, e, s vezes nas sementes, nos frutos e na
casca.
Outra caracterstica dos vegetais que no apresentam uma concentrao uniforme de
princpios ativos durante o seu ciclo de vida, variando com o habitat, a colheita e a
preparao.
Para uma compreenso melhor dos componentes vegetais e de sua ao,
apresentamos a seguir um breve resumo dos principais princpios ativos:
ALCALIDES
Os alcalides formam um grupo heterogneo, de substncias orgnicas, definido pela
funo amina, raramente amida, que d a seus constituintes propriedades qumicas
prprias, as quais se aliam uma toxidade elevada e, muitas vezes, uma atividade
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farmacolgica notvel.
Como exemplo de alcalides podem se citadas a atropina, a morfina, a cafena e a
quinina.
Fenilalaninas capsicina da pimenta, colquicina ou colchichina do clquico {Colchium autumnale).
Alcalides morfina, etilmorfina, codena e papaverina contidas no pio
isoquinoleicos da dormideira ou papoula-dormideira(Papa\/er somniferum).
Alcalides indlicos ergometrina, ergotamina, ergotoxina da cravagem dos cereais
Alcalides quinoleicos: caule folhoso da arruda comum {Ruta graveolens)
Alcalides piridnicos e piperidnicos
ricinina do rcino (Ricinus communis), trigonelina do feno-grego, conina (veneno violento) da cicuta (Conium maculatum)
Alcalides derivados do trqpano
escopolamina e atropina da beladona {Atropa belladonna)
Alcalides esterides raiz do veratro (Veratro viride), doce-amarga (Solanum dulcamara), aconito (Aconitum napellus - aconitina). Fonte: Adaptado de Rocha (1998)
PRINCPIOS AMARGOS
ROCHA (1998) cita que estas substncias apresentam um gosto amargo, excitam as
clulas gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreo dos sucos gstricos. A
farmacologia agrupa, sob o nome de princpios amargos, as substncias vegetais
terpenicas susceptveis de libertar azuleno, assim como glucosdeos de diversas
estruturas bioqumicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do
absinto e do cardo-santo. O segundo grupo o mais comum: rene os sucos das
gencianceas (genciana, triflio), da centurea, entre outros. Apresentando os leos
essenciais atividade antissptica.
TANINOS
Os taninos so componentes vegetais que possuem a propriedade de precipitar as
protenas da pele e das mucosas, transformando-as em substncias insolveis. Os
taninos possuem ao adstringente, anti-sptica e antidiarrica.
HETEROSDEOS
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So substncias amplamente distribudas no reino vegetal. Apresentam aes e efeitos
to diversos que difcil agrup-las sob um conceito qumico.
Todos os heterosdeos possuem em comum a caracterstica de, por hidrlise, se
desintegrarem em um acar e uma poro aglicona. A glicona que determina,
geralmente, a ao do heterosdeo.
Os primeiros heterosdeos isolados eram produtos condensados da glicose, motivo pelo
qual foram chamados de glicosdeos; termo depois generalizado para todos os
heterosdeos e hoje reservado somente para aqueles derivados da glicose,
reconheceram-se vrios compostos da natureza anloga, mas derivados de oses
designados de galactosdeos, ramnosdeos, etc.
Como por exemplo, podemos citar as substncias cardioativas da digitalis, os princpios
ativos da uva-ursi e o efeito sudorfico das flores de tlia.
FLAVONIDES
Os flavonides foram um grupo muito extenso, pelo nmero dos seus constituintes
naturais e ampla distribuio no reino vegetal. So substncias diferentes com uma
composio qumica base, que compreende fundamentalmente os derivados flavnicos
(flavos-amarelo), os derivados antocinicos (anthos-flor e kyanus-azul), as catequinas ou
catecis e outros constituintes com eles relacionados.
As propriedades fsicas e qumicas so muito variveis, no entanto, podem ser
relacionadas algumas propriedades farmacolgicas do grupo como:
Ao sobre os capilares
Ao em determinados distrbios cardacos e
circulatrios a Ao antiespasmdica
SAPONINAS
As saponinas ou saponosdeos formam um grupo particular de heterosdeos.
O seu nome provm da propriedade de formar espuma abundante, quando agitadas com
27
gua, semelhana do sabo, que emulsionam o leo na gua e que possuem um
efeito hemoltico.
As plantas que contm saponinas so utilizadas tambm por sua ao mucoltica,
diurtica e depurativa.
As saponinas favorecem a ao dos demais princpios ativos da planta e em excesso
podem ser irritantes da mucosa intestinal.
MUCILAGENS
No sentido botnico-farmacolgico entende-se por mucilagens as substncias
macromoleculares de natureza glicdica e que incham quando em contato com a gua
proporcionando um lquido viscoso.
As plantas com mucilagens esto amplamente distribudas no reino vegetal, mas
somente algumas espcies possuem aplicao teraputica como a malva e o linho.
As mucilagens agem protegendo as mucosas contra os irritantes locais, atenuando as
inflamaes.
CIDOS ORGNICOS
Diversos vegetais apresentam cidos orgnicos, que lhes conferem sabor cido e
propriedades farmacuticas caractersticas, como ao refrescante e laxativa. Dentre os
cidos presentes pode-se destacar o tartrico, mlico, ctrico e o silcico.
As plantas das famlias das borragincias, das equisetceas e das gramneas absorvem
grande quantidade de sais orgnicos do solo, principalmente o silcico, armazenando-o
nas membranas das clulas ou no seu protoplasma.
Este cido um elemento fundamental para o tecido conjuntivo, pele, cabelos e unhas.
As plantas ricas em cidos orgnicos so muito utilizadas na fitocosmtica.
LEOS ESSENCIAIS
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Os leos essenciais so compostos aromticos, geralmente volteis, retirados dos
vegetais, onde so encontrados pr - formados ou na forma combinada. So extrados
por destilao, por expresso ou por extrao por solventes.
Os medicamentos magistrais base de leos essenciais variam com as propriedades
qumicas e fsicas, em particular a solubilidade. Com um excipiente alcolico ou oleoso,
se trabalha por simples dissoluo.
Uma tcnica nova de micro-encapsulao dos leos vegetais permite a utilizao dos
leos essenciais sob a forma de p acondicionado em cpsulas. Com excipientes no
graxos pode-se utilizar externamente, na forma de gis ou emulsionados com
emulsionantes no inicos, que fornecem emulses estveis.
Os leos essenciais, nas suas diferentes apresentaes, so muito utilizados na
perfumaria e tambm na aromaterapia.
As hormonas vegetais (fito-hormonas)
Segundo ROCHA (1998), so substncias de composio qumica muito complexa,
geralmente biocatalisadores que atuam sobre o crescimento e as trocas metablicas
(biostimulantes). Existem, por exemplo, no lpulo, no anis, na salvia, na sorveira, na
alteia, na bolsa-de-pastor, na aveia e na cenoura.
Os anti-spticos vegetais
Segundo Rocha (1998), so substncias antibiticas produzidas pelos vegetais
superiores, exercendo uma ao antimicrobiana de largo espectro, na maior parte dos
casos instveis e volteis. Atuam mesmo em aerossol, por via respiratria. Existem no
alho, na cebola, na mostarda, no rbano silvestre, no sabugueiro, no zimbro, no pinheiro,
na tanchagem, entre outros. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.
Resumo dos Princpios Ativos
ALCALIDES Atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo,estimulante, anestsico, analgsicos). Alguns podem ser cancergenos e outros antitumorais. Ex.: Cafena do caf e guaran, teobromina do cacau, pilocarpina do jaborandi, etc.
MUCILAGENS Cicatrizante, antinflamatrio, laxativo, expectorante e antiespasmdico.Ex.: babosa e confrei.
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FLAVONIDES Antinflamatrio, fortalece os vasos capilares, antiesclertico, anti-dematoso, dilatador de coronrias, espasmoltico, antihepatotxico, colertico e antimicrobiano. Ex.: rutina (em arruda e favela).
TANINOS Adistringentes e antimicrobianos (antidiarrico). Precipitam protenas. Ex.: barbatimao e goiabeira.
LEOS ESSENCIAIS
Bactericida, antivirtico, cicatrizante, analgsico, relaxante, expectorante e antiespasmdico. Ex.: mentol nas hortels, timol no tomilho e alecrim pimenta, ascaridol na erva-de-santa-maria, etc.
Fonte: Adaptado de MARTINS (1995)
CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS
Desde a dcada de 30, os autores brasileiros discutem o problema da qualidade dos
fitoterpicos e plantas medicinais, relacionando, desde ento, o conjunto de fatores que
influenciam na qualidade de um produto desta natureza. Ainda hoje esta situao
persiste, pois a qualidade das drogas oferecidas no mercado ao consumidor
preocupante.
Entende-se por qualidade o conjunto de critrios que caracterizam a matria-prima para
o uso ao qual se destina. A partir do estabelecimento dos parmetros de qualidade para
a matria-prima, e considerando-se um planejamento adequado e um controle do
processo de produo do medicamento, a qualidade do produto final estar em grande
parte, assegurada. Portanto, a qualidade da matria prima vegetal a determinante
inicial da qualidade do fitoterpico.
A segurana e a eficcia dependem de diversos fatores, como a metodologia de
obteno, a formulao e a forma farmacutica, entre outros e, portanto, devem ser
definidas para cada produto, estabelecendo-se parmetros de controle de qualidade do
produto final.
Na anlise de plantas medicinais os problemas mais frequentes so as adulteraes, a
no uniformidade da composio e as contaminaes, por isso, imprescindvel que
todo material adquirido pelo laboratrio, farmcia, e outros estabelecimentos devem ser
analisados por profissionais capacitados, atestando a autenticidade e a qualidade da
matria prima.
muito importante saber que no caso de plantas medicinais muito utilizado o mito de
que produto natural no apresenta efeitos indesejveis e contra-indicaes. No entanto,
ou deveria ser do conhecimento geral que muitas plantas so potencialmente txicas,
30
inclusive algumas utilizadas na teraputica, lembre-se, que a diferena entre o
medicamento e o veneno pode estar na dosagem.
Os procedimentos descritos abaixo seguem a sequncia de controle de qualidade.
1. Dados da Amostragem
A analise da qualidade de um lote de matria prima realizada por amostragem, sendo a
tomada da amostra um fator determinante para a confiabilidade do resultado. A amostra
deve ser, por definio, representativa do todo.
Segundo a Farmacopeia Alem (Deustches,1991) para ate 3 recipientes, todas a
embalagens devem ser amostradas e, no caso de um numero superior a 3,
preconizado o emprego da formula (n+1)
2. Pesagem (deve-se pesar toda a amostra, embalar e rotular).
3. Caracterizao
Organolptica (cheiro, cor, textura...).
Macroscpica (examinar toda a amostra, separar matria orgnica
estranha e matria inorgnica, observar a presena eventual de fungos,
insetos...).
Microscpica (cortes histolgicos).
4. Pesquisa qualitativa e quantitativa de princpios ativos
Feito atravs de mtodos cromatogrficos.
5. Pesquisa de impureza
Determinao de material estranho.
Separa-se manualmente os materiais estranhos da planta inicialmente a olho nu, em
seguida com auxilio de lentes de aumento. Pesar o material separado e determinar sua
31
porcentagem com base no peso da tomada do ensaio.
Determinao de cinzas totais
A determinao de cinzas totais destina-se a estabelecer a quantidade de substncias
residual no voltil. As cinzas totais incluem as derivadas de tecido vegetal (cinzas
fisiolgicas) e de materiais estranhos, especialmente areia e terra aderente a superfcie
da droga (cinza no fisiolgica)
O mtodo utilizado : Pesar e distribuir uniformemente em cadinho, inciner-la a uma
temperatura no superior a 450C, at que todo o carvo seja eliminado.
Determinao de umidade.
A presena de quantidade excessiva de gua em drogas vegetais propicia o
desenvolvimento de microorganismos, insetos e hidrolise, e consequentemente
deteriorao de constituintes de drogas.
O limite de umidade para drogas vegetais varia de 8 a 14%.
Um dos mtodos empregados o gravimtrico.
6. Pesquisa de falsificao
Deve-se sempre fazer um parmetro comparativo com o padro da planta, isto para
verificar a autenticidade da planta.
7. Concluso
Depois de feito todos os procedimentos citados, podemos demonstrar a qualidade ou
no do produto.
RECOMENDAES GERAIS
Abaixo colocamos algumas recomendaes feita pelo Ncleo de Cincias Agrrias da
Universidade Federal de Minas Gerais a respeito do uso de plantas medicinais:
32
O uso fitoterpico de plantas medicinais na sade deve ser feito com critrios. As
plantas medicinais devem ser escolhidas em funo do conhecimento disponvel a
respeito delas. Assim, esto aptas a ser utilizadas pela populao aquelas que
tenham conhecidas sua eficincia teraputica e sua toxicologia ou segurana de
uso. Por isso, deve-se evitar o uso de plantas cujas informaes sejam
provenientes de "modas ou popularsmos"; tem-se que duvidar sempre das
plantas tidas como "milagrosas".
Toda planta que venha a ser utilizada deve ter sido identificada corretamente: Os
nomes populares variam muito de um lugar para outro. Por exemplo, a "artemsia"
conhecida em Viosa pode no corresponder quela encontrada no Nordeste
brasileiro. Assim, as plantas apresentadas numa publicao deve vir com nomes
populares seguidos do nome cientfico, sendo este ltimo importante para consulta
em outras publicaes, se possvel com fotos coloridas ou desenho que permitam
identificar melhor as espcies utilizadas na regio, para o que, os botnicos so
os profissionais mais competentes.
Jamais colete plantas medicinais em locais prximos a lavouras que possam ter
recebido defensivos agrcolas, agrotxicos ou venenos.
Aps a secagem, guardar em vidro fechado, em local escuro; coloque um rtulo
com nome da planta e a data da coleta, para evitar problemas com o uso de
plantas trocadas ou envelhecidas. As plantas guardadas por muito tempo podem
perder a ao medicinal decorrente da iluminao de seus princpios ativos.
Tenha cuidado ao comprar plantas medicinais. Verifique sua identidade e o estado
de conservao ( umidade, mofo, insetos). Somente compre plantas de
fornecedores de sua confiana, prefira lugares especializados com a presena de
um profissional capacitado.
As plantas medicinais, no so como dizem; milagrosas e como medicamentos tm
limitaes prprias, isto , no resolvem todos os problemas de sade. O uso correto
e o acompanhamento mdico muito importante para o diagnstico e a determinao
da gravidade do caso, bem como para a indicao do medicamento mais adequado.
Como todo medicamento, o uso em excesso de algumas plantas pode ocasionar
intoxicaes, portanto necessrio observar bem a dosagem, indicaes, toxicologia
e tcnicas de preparo dos fitoterpicos. Alguns destes no devem ser utilizados por
mulheres grvidas, especialmente nos trs primeiros meses de gestao, por isso
33
recomenda-se consultar sempre um mdico nestes casos. As dosagens de
fitoterpicos apresentadas nesta publicao foram compiladas da literatura
consultada, listada no final do presente trabalho, e se destinam a adultos; para
crianas, devem ser feitos ajustes de acordo com o peso.
Recomenda-se somente adquirir plantas medicinais de empresas idneas, pois so
muito comuns as falsificaes e a m qualidade dos produtos comercializados.
importante ressaltar que "o melhor remdio a preveno". Por exemplo, nada
adianta ter uma planta altamente eficiente contra verminoses quando no se utiliza de
prticas de higiene para evit-las.
Apresentaremos abaixo algumas tabelas sobre o uso de plantas medicinais
(fitoterpicos), produzidas por instituies e/ou especialistas no assunto. importante
buscarmos fontes confiveis, haja que so muitos os livros e artigos que no oferecem
informaes precisas e adequadas sobre o assunto.
TABELA I
Nome
Popular
Nome Cientfico Propriedades Teraputicas Modo de Uso
Alecrim Rosmarinus
offcinalis
Emenagogo, age contra
afeces hepticas e
biliares, depurativa,
depresso, estimulante,
estomquica, sudorfica,
vasodilatadora, gota,
reumatismo e afeces
bucais. No deve ser
ingerida em excesso.
Infuso das folhas, leo
essencial, p das folhas
(cicatrizante),
tintura, decoco, xarope,
banho, shampoos, loes
capilares, unguento (dores
reumticas).
Alfavaca Ocimum sp. Carminativas, cicatrizantes,
digestivo, estomacal,
diurticas e sudorferas.
Infuso de folhas frescas.
Alfazema Lavandula offcinalis Tnica, calmante,
antidepressiva,
antiinflamatria, cicatrizante,
desodorante, tnico capilar,
vermfugo, digestiva,
antiespasmdica.
Infuso, alcoolatura, tintura,
macerao e essncias das
folhas.
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Alho Allium sativum Contra verminose, clera,
escorbuto, afeces da pele,
afeces respiratrias,
arteriosclerose, artrite,
enxaqueca, gota, infees
bacterianas e fngicas,
antivirtica, menopausa,
nefrite, picada de insetos,
regulador de presso,
reumatismo, redutor de
colesterol e triglicrides.
Infuso de Unguentos,
cataplasmas, infuso, leo,
macerao, xaropes, e
extratos dos bulbos.
Anis Pimpinella anisum Digestiva, diurtica,
carminativa e
expectorante.0 infuso das
sementes facilita a digesto,
alivia flatulncia e clicas
intestinais, acalma excitao
Decoco de sementes.
nervosa e insnia. Age contra
a clica de recm
nascidos. As avs
recomendavam que as
lactantes tomassem em
jejum para aumentar o leite.
Arnica Arnica montana Antiinflamatria, tnica das
circulao e nervos. Uso
externo: Contuses e
hematomas.
Uso interno: Estritamente sob
orientao mdica.
Tintura de folhas.
Efeitos colaterais: Uso
interno pode aumentar
atividade cardaca e
depresso. Externamente
pode provocar vermelhido
e ardor de peles e mucosas
mais sensveis.
Arruda Ruta graveolens Emenagogo, alivia dores
intestinais e reumticas,
dores varicosas e citicas,
antiinflamatria para os
olhos (uso externo), vaso
constritor, dispostas sobre a
testa, aliviam a dor de
cabea.
Infuso de folhas, cataplasmas
e compressas.
Esta planta no deve ser
ingerida, pois altamente
txica; mulheres grvidas
tambm no devem us-la
pois, abortiva; Causa
confuso mental,
convulses e dores
violentas nos intestinos
Assa-peixe Vernonia polyanthes Expectorante e hemosttico,
tosses rebeldes, contuso,
bronquites, hemorridas e
banhos nas afeces do
tero, pontadas no peito e
costas.
Infuso de folhas
Barbatimo Stryphnodendron
barbadetiman
Adstringente,
antihemorrgico,
cicatrizante, antimictico,
hipoglicemiante e tnico
Decoco de cascas e
unguento
Bardana Articum lappa Diurtica, depurativa,
antidiabtica,
An ti rre um tico, tnico,
estimulante, diafortica,
emoliente, antiinflamatria e
analgsica.
Folhas e razes consumidas na
forma de chs ou compressas.
35
Boldo Vernonia condensata Desintoxicante do fgado,
diurtico, antidiarrico,
digestivo, estimulante do
apetite.
Infuso de folhas, suco e
macerao (abrir o apetite).
Camomila Matricaria
chamomilla
Sedativa; digestiva;
antiinflamatria; antialrgica;
antiespasmtica, analgsica e
contra clicas estoma-cais,
Infuso de flores.
intestinais e menstruais.
Canela-da-
china
Cinnamomu cssia Digestiva, analgsica,
sudorfera e diafortica
Decoco da casca
Capim -
limo
Cymbopogon citratus Digestiva, calmante,
febrfugo, contra dores
musculares e diafortico
Infuso de folhas e rizomas.
Cebola Allium cepa Vermfuga, diurtica,
expectorante, digestiva,
redutora de colesterol e anti-
sptica.
Infuso de bulbos.
Cebolinha Allium fistulosum Vermfuga, diurtica,
expectorante, digestiva,
redutora de colesterol e anti-
sptica.
Infuso de folhas e bulbos.
Celidnia Chelidonium majus Causticar calos e verrugas,
ao sedativa local (externa)
e contra problemas
hepticos (planta txica que
apenas deve ser ingerida
sob orientao mdica)
Cataplasma de folhas
Centela
Asitica
Centella asitica Somente para uso externo:
Contra celulite.
Cataplasma e unguento de
folhas.
Cineraria Senecio cineraria Descongestionante e
antiinflamatrio ocular.
Compressas de folhas e
flores.
Coentro Coriandrum sativum Digestivo, antiespasmtico,
emenagogo, febrfugo.
Txico em grande
quantidade.
Infuso de folhas e
decoco de sementes.
Cominho Cuminum cyminum Carminativo e digestivo. Decoco de sementes.
Dedaleira Digitalis purprea Tratamento de doenas
cardacas. Presente em remdios
alopticos
Embaba Cecropia glaziovix Asma, bronquite,
antiespasmtico, diurtico,
expectorante,
antiinflamatrio, o suco da
raiz cura lceras cancerosas
e gonorria, presso alta,
tnico do corao (exerce a
funo da digitalis regulando
as batidas do corao).
Infuso de folhas e razes.
Estvia Stevia rebaudiana Diurtico, antidiabtico e
auxilia no tratamento contra
o obessidade (substitui o
acar de cana)
Infuso de folhas
36
Eucalipto Eucalyptus globulus Anti-sptico, Adenites,
afeces catarrais, afeces
das vias respiratrias, anti-
Infuso e xarope de folhas
sptico, expectorante, gota,
gripes, leucorria, muco
urinrio, nevralgia,
reumatismo, rouquido,
sinusite, sudorfero, tnico
geral, sudorfero,
expectorante, febrfugo e
desinfetante (leo essencial).
Fortuna Bryophyllum
calycimum
Emoliente, contra lceras e
gastrites, cicatrizante e anti-
inflamatrio local.
Infuso, sucos (lceras e
gastrites), cataplasma de
folhas.
Gengibre Zingiber officinale Anti-sptico, estimulante do
estmago, expectorante.
Infuso de rizomas.
Guaatonga Casearia sylvestris Cicatrizante, anti-sptica,
contra aftas, sapinhos,
herpes, lceras, feridas,
eczemas e picadas de
insetos.
Infuso, cataplasmas e
tinturas de folhas.
Guaco Mikania glomerata Antiasmtico, febrfugo,
sudorfero, auxiliar nos
envenenamentos por
depressores, calmante em
geral, cicatrizante, diurtico
poderoso, expectorante,
enxaqueca, ferimentos,
flatulncias e fermentaes,
perturbaes gstricas e
intestinais como dispepsias,
picada de cobras e insetos
venenosos, pruridos e
eczemas, reumatismo,
tosses rebeldes
Infuso e xarope de folhas.
Guaran Paullinia cupana Estimulante fsico e psquico,
diurtico, antidiarrico,
aperiente, auxilia no
desempenho fsico e mental
em casos de grande carga
de trabalho, desinfetante
intestinal, dores de cabea e
musculares, enxaqueca,
hemorragias, nevralgias,
reumatismo, tnico cardaco.
Tintura, xarope de
sementes.
Guin Petiveria alliacea Antiinflamatria, analgsica
e bactericida, Afeces da
cabea, analgsico, anti-
espasmtico, artrite,
contuses, diurtico,
emenagogo, enxaqueca,
estados nervosos,
estimulante, falta de
memria, micoses, paralisia,
Infuso de folhas e razes.
Desaconselhamos o uso
interno desta planta, pois
dependendo da dosagem,
toma-se txica, abortiva,
alucingena, pode afetar as
viso levando cegueira e at
a morte.
reumatismo, sudorfico,
veneno de cobra, viroses.
Altamente txica.
37
Jaborandi Pilocarpus
microphyllus
Amenorria, artrite,
blenorragias, caspa,
antiespasmtico, edema
pulmonar, evita a queda de
cabelos, expectorante, febres,
glaucoma (pilocarpina),
reumatismo, sudorfico, tnico
capilar.
Infuso e tintura de folhas.
Jurubebeira Solanum
paniculatum
Frutos: contra problemas do
fgado, estmago e bao; folhas:
cicatrizante; razes:
tnico do sistema digestivo e
contra anemia.
Macerao de folhas, frutos e
razes.
Losna Artemsia absinthium Digestiva e vermfuga. Em
altas doses txica.
Macerao de folhas.
Louro Laurus nobilis Emenagogo, digestivo e
antiflatulento.
Infuso de folhas.
Malva Malva silvestris Diurtica, emoliente,
antiinflamatrio e
expectorante.
Infuso de folhas e flores.
Manjerico Ocimum basilicum Anti-hemorrgico (ch das
razes), anti-sptico, calmante,
digestivo, diurtico, estimula o
apetite, excitante, p, sudorfico,
tnico.
Infuso de folhas.
Manjerona Origanum majorona Digestivo, estimula o apetite e
anti-sptico, antiinflamatrio
(cataplasma), acalma as dores
reumticas, inalao com
manjerona ajuda a eliminar
muco e catarro, prevenindo a
sinusite.
Infuso de folhas.
Melissa Melissa officinalis Acidez estomacal,
antiespasmtica, calmante
da dor de cabea (origem
nervosa), calmante,
carminativa, colertica,
antiespasmtico,
anticonvulsivante, crises
nervosas, depresso,
Infuso e tinturas de folhas e
flores.
desmaios, digestiva,
diurtica, dores, enjoos,
espasmos, gases,
hipocondria, histerismo, m
circulao, melancolia,
nevralgias (faciais e
dentrias), palpitaes,
picada de insetos.
38
Mil-folhas Achillea millefolium Cicatrizante, antiinflamatrio,
depurativo, nervosismo (raiz),
tratamento de peles sensveis e
irritadas, crua, a mil-folhas
desintoxica o organismo,
depura o sangue e ativa as
funes renais
Infuso de folhas e flores.
Noz-
moscada
Myristica fragans Digestiva, aperiente, contra
anemia e diarreia crnica.
Em grandes quantidades
narctica.
Decoco de sementes.
Organo Origanum vulgare Emolientes, cicatrizante,
digestivo anti-sptico,
antiinflamatrio.
Infuso e cataplasma de
folhas.
Pata-de-vaca Bauhinia forficata Hipoglicemiante, depurativo,
diurtica e antidiarrica.
Tintura (diabetes) Infuso de
folhas.
Pfaffia Pfaffia iresinoides Tnico geral, estimula o
apetite e reduz os tremores
nas pessoas idosas.
Infuso do p das razes.
Salsa Petroselium sativum Rica em vitaminas A, B e C.
Anemia (erva riqussima em
ferro), aperiente, aplica-se
externamente em feridas
mesmo as cancerosas,,
contuses, diafortico,
digestivo, diurtico, dor
citica, estimula contraes
uterinas, febres, fortemente
hemosttca quando
triturada.
Infuso cataplasma e suco de
folhas.
Slvia Salvia officinalis Estimulante da digesto,
adstringente, antiabortiva,
antidepressiva, anti-reumtica,
as folhas frescas clareiam os
dentes e fortifica a gengivas
frouxas e inflamadas, digestivo,
emenagoga, esgotamento
fsico, febres, regula a presso
arterial, tnico.
Infuso de folhas.
Tomilho Thymus vulgaris Anti-sptico e digestivo. Infuso de folhas.
39
Zedoria Curcuma zedoria
Regulador das funes
digestivas, heptica e renal,
atua no colesterol.
Macerao e infuso de
rizomas.
Fonte: Centro de Divulgao Cientfica e Cultural - Setor de Biologia - Universidade de So Paulo
TABELA II
Nome Comum e
Nome Botnico
Propriedades Teraputicas Parte
utilizada
Forma
comum de
Uso
Posologia (dosagem:
folhas secas em 1 litro de
gua)
Alecrim
Rosmarinus
offcinalis
antiespasmdico e tnico heptico
Folhas ch 10g/l (4 x ao dia)
Alfavaca
(manjerico)
Ocimum sp.
digestivo, antipirtico e ant-
reumtico
toda planta ch, banho 15 g/l (3 x ao dia)
Arruda Ruta graveolens
vermfugo, anti-reumtico,
nevralgia e conjuntivite Doses
excessivas podem causar
intoxicaes
folhas,
flores
ch, banho 10 g/l (4 x ao dia)
Artemsia Artemsia
vulgaris
febrfico, vermfugo e
antiespasmdico
folhas,
flores
ch 10 g/l (4 x ao dia)
Blsamo Sedum
praealtum
cicatrizante combate gastrite Folhas cataplasma 2 folhas (3 x ao dia)
Babosa
Abe vera
tnico estomacal e capilar,
purgativo
Folhas ch,
compressa
1 folha (2 x ao dia)
Boldo Coleus barbatus
digestivo e estimulante Folhas ch,
macerao
10 g/l (2 x ao dia)
Boldo Baiano
Vernonia
condensata
tnico heptico, diurtico e
analgsico
Folhas ch 10-15 g/l (4 x ao dia)
Cnfora
Artemsia
camphorata
antinflamatrio Folhas cataplasma,
compressa
4 folhas (3 x ao dia)
Calndula
Calndula
offcinalis
cicatrizante (estomacal), anti-
sptico e antinflamatrio
folhas,
flores
ch
banho
10-15 g/l (4 x ao dia)
Confrei
Symphytum
offcinalis
cicatrizante, anti-reumtico e
emoliente em contuses
Folhas banho 10-15 g/l (3 x ao dia)
Carqueja Baccharis
trimera
tnico heptico, digestivo, e
diurtico
folhas,
haste
ch 10 g/l (4 x ao dia)
40
Cardo-santo
Argemone
mexicana
sudorfico e expectorante
Doses excessivas podem
causar intoxicaes
toda planta ch 10 g/l (3 x ao dia)
Catinga-de-
1 mulata
Tanacetum
vulgare
combate contuses,
vermfugo
Doses excessivas podem
causar intoxicaes
flores,
folhas
compressa,
frico
10 g/l (3 x ao dia)
Erva-de-bicho
Polygonum
aquifolium
hemorridas, sarnas, artrite e
anti-reumtico
toda planta ch, banho,
cataplasma
15 g/l (3 x ao dia)
Espinheira-santa
Maytenus
aquifolium
combate gastrite e lcera folhas ch 20 g/l (4 x ao dia)
Guaco
Mikania
glomerata
combate tosse, bronquite e anti-reumtico
folhas ch 10-15 g/l (4 x ao dia)
Guin Petivenia alliacea
antiinflamatrio bucal e
analgsico
folhas, raiz ch 10 g/l (4 x ao dia)
Lpea (falsa
melissa)
Lippia alba
digestivo, calmante e
relaxante
toda planta ch 10-15 g/l (4 x ao dia)
Losna
Artemsia
absisnthium
digestivo, aperitivo e
vermfugo
folhas ch 5 g/l (3 x ao dia)
Mil-folhas
Achilea
milefolium
estimulante, depurativo,
digestivo e emenagoga
folhas,
flores
ch 10 g/l (4 x ao dia)
Melissa verdadeira
Melissa officinalis
antiespasmodico, calmante e
digestivo
folhas,
haste
ch, banho 10-15 g/l (4 x ao dia)
Menta/hortel
Mentha crispa
digestivo, anti-sptico e
antiespasmodico
folhas,
haste
ch,banho 10-15 g/l (4 x ao dia)
Pfffia (ginseng
brasil) PIffIia
glomerada
tnico geral, combate
colesterol e diabete
tubrculos ch 10 g/l (3 x ao dia)
Poejo Mentha pulegium
broncodilatador, digestivo e
carminativo
folhas ch 5 g/l (3 x ao dia)
Quebra-pedra
Phylanthus niruri
diurtico (clculo renal) toda planta ch 10 g/l (4 x ao dia)
Sabugueiro
Sambucus
australis
diurtico, sarampo e
antipirtico
flores ch 10 g/l (3 x ao dia
Slvia Salvia officinalis
antiinflamatrio, digestivo e
carminativo
folhas ch 10 g/l (4 xao dia
41
Tanchagem
Plantago major
depurativo, cicatrizante e
antiinflamatrio
folhas ch 10-15 g/l (3 x ao dia)
Fonte: IAPAR - Instituto Agronmico do Paran.
TABELA III Plantas mais usadas como anti-helmntico*
No quadro abaixo esto relacionadas estas plantas acompanhadas de referncias taxonmicas, parte usada na
medicina popular e a indicao pela Farmacopeia Brasileira.
Nome
vulgar
Binmio Famlia Ordem Parte Usada
(Farmacopeia
Brasileira)
Parte
Usada
(Medicina
Popular)
aboboreira Cucrbita pepo
Linn.C.mxima
Duchesne
Cucurbitaceae Cucurbitales semente semente
alho Allium sativum Linn Liliaceae Liliiflorae bulbo
coentro Coriandrum sativum
Linn
Umbelliferae Umbellifloae fruto fruto
erva-de-
santa-
maria
Chenopodium
ambrosioides Linn
Chenopodiaceae Centrospermae folha parte
area
hortel Mentha spp Labiatae Tubiflorae folha e
sumidade
florida
folha
losna Artemsia absinthium
Linn
Compositae Campanulales folha e
sumidade
florida
planta toda
mamoeiro Carica papaya Linn Caricaceae Violales semente
e fruto
verde de
onde se
extrai o
ltex
pacov Renealmia exaltata
Linn
Zingiberaceae Scitamineae semente semente
poejo Mentha pulegium Linn Labiatae Tubiflorae folha e
sumidade
florida
planta
toda
romanzeira Pnica granatum Linn Punicaceae Myrtiflorae casca do
caule e da
casca do
caule, da
42
raiz raiz e do
fruto
Fonte: Tabela de artigo da pesquisadora Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo- Publicado originalmente em Cincia & Trpico 6 (1) Recife - Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.
TABELA IV
Planta Uso Tradicional
ABACATEIRO Diurtica, clculos renais, cistite, afeces hepticas.
ABUTUA Inflamaes do tero, rins e bexiga, clicas renais e uterinas.
AGAR AGAR Priso de ventre, constipao, inibidor de apetite, proteica.
AGONIADA Inflamaes do tero, ovrios e menstruaes difceis.
ALCACHOFRA Diurtica, heptica, ictercias, diminuio do colesterol.
ALCAUZ Bronquite, laringite, tosse, inflamaes do ventre e vias urinrias.
ALECRIM Tnico, afeces das vias respiratrias e banhos relaxantes.
ALFAFA Raquitismo, relaxante muscular.
ALFAVACA Digestiva, dores estomacais, gases, estafa nervosa, aftas,
bronquite, gripes fortes.
ALFAZEMA Calmante, vertigens, analgsica, asma, rinite, enxaqueca, gases
intestinais.
ALGODOEIRO Afeces dos rins, aumenta a lactao.
AMOREIRA Diurtica, repositor hormonal, eficaz nos problemas de
menopausa.
ANGLICA Clicas, gases, anemia, cardiotnica.
ANIS ESTRELADO Relaxante, insnia, gases intestinais, digestivo.
APERTA RUO Mau hlito, afeces das vias urinrias, em banhos para prolapso do
tero.
ARGILA BRANCA Gases, gastrite, m digesto, externamente para limpeza de pele e
acne.
ARGILA VERDE Externamente para limpeza de pele, acne e cataplasma.
ARNICA Traumatismos, reumatismo, artrite, artrose, dores.
AROEIRA Antidiarrica, balsmica, vias urinrias, via respiratria,
furnculos.
ARRUDA Menstruao escassa, vermfuga, calmante.
ASSA PEIXE Bronquites catarrais e asmticas, tosses rebeldes, pedra de rins.
BAN CHA Digestivo e diurtico.
BARBATIMO Fraqueza em geral, antidiarrico, anti-hemorrgico. Uso Externo:
cicatrizante, lavagem ntima.
BARDANA Desintoxicante, diminui o cido rico e colesterol, laxante.
BATATA PURGA Priso de ventre, constipao crnica.
BETULA Afeces reumticas, artrite, infeces do trato urinrio, psorase.
BOLDO DO CHILE Hepatoprotetor, diminui a ureia, cido rico e oxalato de clcio.
CACTUS Cardiotnico e diurtico.
43
CAJUEIRO Diabetes e cicatrizante.
CALNDULA Cicatrizante, regula a menstruao e sistomas dolorosos. Ext.:
feridas, queimaduras, micoses.
CALMIZZA Promove um efeito calmante suave, no causando dependncia ou
sono excessivo.
CAMOMILA Clicas, regulariza a funo digestiva, enxaqueca.
CANA DO BREJO Diurtico, depurativo, antiinflamatrio, cistite, uretrite.
|CAROBINHA Depurativa, cicatrizante de feridas, inflamaes de garganta.
|CARQUEJA Tnica, diurtico, depurativa, anemia, colesterol e diabetes.
|CSCARA SAGRADA Laxante, trata a biles e o bao.
|CASSA Diurtico, estimulante.
[CASTANHA DA NDIA M circulao, flebite, varizes e hemorridas.
|CATUABA Energtico, falta de memria, tnico geral.
|CAVALINHA Revitalizante, diurtico, cido rico, inchao.
|CENTELLA ASITICA Celulite, gordura localizada, circulatrio.
|CHAPU DE COURO Diurtico, erupes cutneas, gota, cido rico.
|CINZA VEGETAL Limpeza de pele, micoses e coceiras em geral.
|CIP CABELUDO Cistite, uretrite, diminui a eliminao da albumina.
|CIP CRAVO Estomacal, gastrite, azia, gases intestinais.
[CIP CRUZ Reumatismo, diabetes, cido rico, inchao.
|CIP PRATA Diurtico, diminui cido rico, clculos renais.
CIP SUMA Depurativo, furnculos, acne, herpes, psorase.
[CONGONHA DE BUGRE Gastrite, lcera, cicatrizante, mau hlito.
|CORDO DE FRADE Antiespasmodico, estomacal, clicas, fraqueza geral, reumatismo.
|DAMIANA Expectorante e incontinncia urinria.
DENTE DE LEO Depurativo, desintoxicante, heptico, fortificante.
DOURADINHA Diurtica, depurativa, afeces cutneas, cido rico,
cardiotnica.
|EFEDRA Asma, rinite, urticria.
|EMBABA Diabetes, bronquite, tosse, antiespasmodico, vermfugo.
[EMBURANA Fortalecedor das vias respiratrias, clicas intestinais e uterinas.
EQUINCEA Infeces virais e bacterianas, gripes, resfriados, artrite,
reumatide, ferimentos.
[ERVA BALEEIRA Antiinflamatrio, anti-reumtico.
ERVA CIDREIRA Insnia, palpitaes, gases, dores de cabea.
;ERVA DE BICHO Hemorridas, lceras, diarreias.
ERVA DE St. MARIA Vermfugo, laxativo, gases, antilcera.
ERVA DOCE Gases intestinais, clicas, expectorante.
[ESPINHEIRA SANTA Gastrite, lcera, cicatrizante.
ESTIGMA DE MILHO Diurtico, diminui cido rico, sedativo na clica renal, nefrite,
cistite.
EUCALIPTO Expectorante, sedativo da tosse, desinfetante das vias
respiratrias e balsmico.
44
GARRA DO DIABO Reumatismo sanguneo, esporo, gota, desintoxicante.
GENCIANA Anemia, tnica geral, vermfuga, fraqueza geral.
GUAATONGA Gastrite, lcera, cicatrizante, picadas de insetos, coceiras, aftas,
herpes.
GUACO Expectorante, tosse, bronquite, resfriados, inflamaes de
garganta.
HAMAMELIS Circulao deficiente, varizes e hematomas.
JABORANDI Bronquite aguda, expectorante, clicas intestinais e hepticas,
afeces reumticas.
JAMBOLAO Eficaz no tratamento do diabetes, colesterol.
JASMIM Digestivo, falta de ar, clica, relaxante, insnia.
JATOB Diarreia, clicas intestinais, afeces das vias urinrias,
prostatite, bronquite, tosse com catarro.
JURUBEBA Ictercia, hepatite, anemia, afeces de fgado e inflamao do bao.
LINHAA Laxante brando, gases intestinais.
LRIO Expectorante, bronquite, asma e dores abdominais e diarreia.
LOBLIA Expectorante, asma, tosse, bronquite e coqueluche.
LOSNA Falta de apetite, diabetes, fgado, vermfuga.
LOURO Nevralgia, clicas estomacais e menstruais.
LPULO Antilcera, calmante, insnia crnica, ansiedade, taquicardia.
MACELA Antidiarrico, fgado, pncreas, colite.
MALVA Inflamaes da pele, boca e problemas respiratrios.
MARACUJ Calmante, sedativo leve, insnia, dores de cabea, reumatismo.
MARAPUAMA Esgotamento fsico e mental.
MASTRUO Fortalecedor pulmonar, gastrite, cicatrizante.
MELISSA Sedativa, diurtica, dores de cabea.
MENTA Digestivo, espasmos, clculos biliares.
MIL FOLHAS (Aquilia) Expectorante, adstringente, tnico amargo.
MULUNGU Sedativo, insnia crnica, asma, hepatite.
NOGUEIRA Bexiga, inflamaes de tero e ovrios.
NOZ DE COLA Tnico geral, adstringente, depurativo.
PARIPAROBA Hipotensor, fgado, vescula, bao e azia.
PATA DE VACA Antidiabtica, depurativa, diurtica.
PAU D'ARCO (Ip Roxo) Arteriosclerose, fortificante do sangue, lceras.
PEDRA UME KA Antidiabteica e adstringente.
PEONIA Analgsico, antiinflamatrio e antiespasmdico.
PFAFFIA Energtico fsico e mental, ictercia.
PICO PRETO Ictercia, hepatite, boca amarga.
PITI/GUINE Antiinflamatrio, anti-reumtico, imunoestimulante.
POEJO Expectorante, gripes, resfriados, tosse crnica, asma.
QUEBRA PEDRA Afeces das vias urinarias, clculos renais, hepatite do tipo "B".
QUINA Anemia, convalescena, febres em geral, especialmente malria.
45
Uso Externo: queda de cabelo e caspa.
RAUWOLFIA Sedativa, tranquilizante, regulariza a presso arterial.
ROSA BRANCA Inflamaes uterinas, rins, laxante suave.
ROSELIS (Hibiscus) Convalescenas, diurtico suave.
RUIBARBO Laxante, adstringente, constipao simples.
SABUGUEIRO Afeces catarrais, febres, resfriados, catapora e sarampo.
SALSAPARRILHA Altamente depurativo, colesterol alto, cido rico, psorase.
SALVIA Tnico geral, digestivo, debilidade nervosa.
SENE FOLHA Laxativo forte e purgativo, regulador intestinal, obesidade.
SENE FOLCULO Laxativo suave e purgativo, regulador intestinal, obesidade.
SETE SANGRIAS Arteriosclerose, hipertenso, palpitaes do corao, insnia.
STVIA Substitui o acar, diminui o diabetes.
SUCUPIRA Tnico, lceras, dermatoses, reumatismo agudo, antidiabtico.
TAIUIA Depurativo, psorase, erisipela, acne.
TANCHAGEM Afeces das vias respiratrias, bronquite, gengivite, lceras
varicosas, inflamaes uterinas.
THUIA Expectorante, verrugas, estimulante e reumatismo.
TLIA Antidepressivo, calmante, histeria, dores gstricas.
TOMILHO Anti-sptico das vias respiratrias e intestinais, antiespasmdico,
vermfugo.
URTIGA Depurativo sanguneo, feridas e lcera.
UVA URSI Inflamaes renais crnicas, hipertrofia da prstata, incontinncia
urinria.
VALERIANA Sedativa, histeria, insnia crnica, estresse.
VELAME DO CAMPO Depurativo, reumatismo e eczema.
VERBENA Hepatoprotetor, debilidade orgnica, afeces renais.
ZEDOARIA Estimulante, gases, mau hlito, diminui colesterol.
ZIMBRO Diurtico, balsmico, estomtico.
Fonte: PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 5 ed. So Paulo: IBRASA, 1997.
LISTA DE FITOTERPICOS
O que a fitoterapia?
a utilizao de vegetais em preparaes farmacutica (extratos, pomadas, tinturas
e cpsulas) para auxlio ao tratamento de doenas, manuteno e recuperao da
sade. Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer "tratamento" (therapeia)
"vegetal" (phyton). A fitoterapia acompanha a humanidade desde os povos primitivos,
que j utilizavam plantas medicinais para curar doenas, e hoje em dia vem
ganhando cada vez mais popularidade no mundo todo.
O que so fitoterpicos?
So medicamentos feitos de partes de plantas cujos princpios ativos no foram
purificados, como chs, extratos e tinturas. Segundo a Anvisa, alguns fitoterpicos podem
auxiliar no tratamento de vrias doenas.
46
O uso de fitoterpicos remonta aos tempos ancestrais e seu uso na medicina popular
sempre foi bem difundido, porm, hoje em dia, h uma abordagem cientfica desses
medicamentos com estudos clnicos para verificar a eficcia. Muitas plantas medicinais
bastante populares no tiveram sua eficcia comprovada e podem at ser txicas.
Por isto, os medicamentos fitoterpicos devem ser preparados de forma correta e
utilizados em doses e horrios definidos. Como qualquer medicamento, as plantas
tambm podem desencadear srios efeitos colaterais.
comum a crena errnea de que os fitoterpicos, por serem provenientes de plantas,
no acarretam riscos sade. Porm, os fitoterpicos so medicamentos