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CURSO INTENSIVO SOBRE DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO ISTA | 2013 Prof. Carlos Cunha

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CURSO INTENSIVO SOBRE DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO ISTA | 2013 Prof. Carlos Cunha. INQUIETAÇÕES INICIAIS. O que é “Diálogo Inter-Religioso”?. Por que falar sobre DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO HOJE?. Quais são as implicações para a fé cristã do DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO?. - PowerPoint PPT Presentation

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CURSO INTENSIVOSOBRE

DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

ISTA | 2013

Prof. Carlos Cunha

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INQUIETAÇÕES INICIAIS

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O que é “Diálogo Inter-Religioso”?

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Por que falar sobre DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO HOJE?

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Quais são as implicações para a fé cristã do DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO?

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Quais são os limites entre o DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO e o sincretismo?

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O que o DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO propõe?

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Como, quando e onde surgiu o DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO?

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Quais são as implicações pastorais do DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO?

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

CONCEITOS E PROPOSTAS

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“dia” + “logos”“dia” expressa uma dupla ideia – alude ao

que separa e divide, mas igualmente à ultrapassagem de um limite

“logos” indica um dinamismo racional do ser humano, a capacidade humana de

pensamento e raciocínio

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Também conhecido como...

“Ecumenismo planetário” (M-D. Chenu)“Macroecumenismo” (Pedro Casaldáliga)

“Ecumenismo mais ecumênico” (R. Panikkar)

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“Conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e

comunidades de outras confissões religiosas, para um mútuo conhecimento e

um recíproco enriquecimento”

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Envolve:

1. Não é estar de acordo com o que ou quem se compreende

2. Exercício de deixar valer o outro3. Intercâmbio de dons

4. Prontidão em se deixar transformar pelo encontro

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Objetivos

“Instaura uma comunicação e um relacionamento entre fiéis de tradições

religiosas diferentes, envolvendo partilha de vida, experiência e conhecimento”

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Objetivos

“Propicia um clima de abertura, empatia, simpatia e acolhimento, removendo

preconceitos e suscitando compreensão, enriquecimento e comprometimento

mútuos e partilha da experiência religiosa”

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Diálogo inter-religioso é um lugar de tensão

“O pluralismo religioso provoca dissonâncias cognitivas, causa ‘problemas’

na medida em que desestabiliza ‘as autoevidências das ordens de sentido e de valor que orientam as ações e sustentam a

identidade”

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PONTOS DE ENCONTRO DO DIÁLOGO

1. Convicção da unidade, igualdade e da dignidade de todos e todas;

2. Inviolabilidade do indivíduo e de sua consciência;

3. O amor, a compaixão, o desprendimento e a veracidade são maiores e mais nobres do que o ódio, a inimizade, o rancor e o interesse próprio;

4. Responsabilidade para com os pobres e oprimidos;

5. Esperança do vencimento do bem.

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Vias do DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

Ética Teologia

Oração Missão

Diálogo

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ENCONTRO DAS RELIGIÕES

História, método e finalidade

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HISTÓRIA

Fenômeno relativamente novo

Não há sinais explícitos sobre a questão antes de 1925

Traços de uma sensibilidade ao pluralismo religioso desde o 3º século d.C.

Tema que faz repensar tratados teológicos (Barth, Tillich, Moltmann, Rahner, Geffré, Küng etc.)

Pauta de conferências

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HISTÓRIA

Marco referencial:PARLAMENTO MUNDIAL DAS RELIGIÕES

- Chicago (EUA), 1893- 18 dias de reunião entre várias tradições para mútuo

conhecimento e sinalização do lugar da religião no desenvolvimento humano

- Presença de mais de 4 mil pessoas- CMI, 1979, “Diretrizes para o diálogo com outras

religiões e ideologias de nosso tempo”- ICAR – declaração conciliar Nostra Aetate – divisor de

águas

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MÉTODO

- A teologia das religiões não apresenta ainda um estatuto epistemológico bem definido

- Relação entre Teologia e Ciência(s) da(s) Religião(ões)

- Diálogo “inter-religioso” ou “trans-religioso”?

- Cf. Comentário do J. Moltmann

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“O conceito do diálogo apresentou-se como apropriado para definir o encontro e a convivência de diversas comunhões religiosas na sociedade moderna... Todo teólogo cristão formado deveria poder dizer com que outra religião ele se ocupou de modo intensivo. No entanto, é preciso estar ciente de que a ciência da religião não capacita para o diálogo, porque ela apresenta as religiões de maneira cientificamente objetiva, ela própria não é religiosa e não levanta a pergunta por Deus, não capacitando, portanto, para as controvérsias na disputa das religiões. Da capacidade para o diálogo faz parte também a dignidade para o diálogo. Digno de participar do diálogo é somente quem conquistou uma posição firme na sua própria religião e vai para o diálogo com a autoconsciência correspondente. Somente a domiciliação na sua própria religião capacita para o encontro com uma outra. Quem cai no relativismo da sociedade multicultural pode até estar capacitado para o diálogo, mas não possui a dignidade para o diálogo. Os representantes das outras religiões não querem conversar com modernos relativizadores da religião, mas com cristãos, judeus, islamitas etc. convictos. O “pluralismo” como tal não é uma religião e nem se constitui numa teoria particularmente útil para o diálogo inter-religioso. Quem parte dessa divisa logo nada mais terá a dizer e ademais ninguém mais lhe dará ouvidos... O diálogo só se torna sério quando se torna necessário. Ele torna-se necessário quando surge um conflito que ameaça a vida, e cuja solução pacífica deve ser buscada conjuntamente mediante o diálogo... O diálogo deve girar em torno da pergunta pela verdade, mesmo que não seja possível chegar a um consenso em relação a ela. Pois o consenso não é o objetivo do diálogo. Se um dos parceiros for convencido pelo outro, acaba o diálogo. Quando dois dizem a mesma coisa, um deles está sobrando... O objetivo do diálogo inter-religioso não é uma religião unitária nem a metamorfose e o acolhimento das religiões na oferta pluralista de prestação de serviços de uma sociedade de consumo religioso, mas a ‘diversidade reconciliada’, a diferença suportada e produtivamente conformada”. (MOLTMANN, Jürgen. Experiências de reflexão teológica: caminhos e formas da teologia cristã. São Leopoldo: Unisinos, p.28-29).

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FINALIDADE

O Diálogo Inter-Religioso pressupõe:

1. A consciência da humildade

2. Abertura ao valor da alteridade

3. Fidelidade à própria tradição

4. Busca comum da verdade

5. Ecumene da compaixão

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSOE

FÉ CRISTÃ

Encontros e desencontros

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Diferentes posicionamentos

Eclesiocentrismo“Fora da Igreja não há salvação”

Cristocentrismo“Fora de Cristo não há salvação”

Teocentrismo“Fora de Deus não há salvação”

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Encontros e desencontros

Verdade relacional

Diversidade cultural

Dimensão fiduciária

Salvação, libertação

Realidade última

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSOE

FÉ CRISTÃ

A questão cristológica

Fonte bibliográfica:MIRANDA, Mário de França. O cristianismo em face das religiões. São Paulo:

Loyola, 1998.

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Pergunta fundamental:“Podemos manter tudo o que confessa de Jesus Cristo a fé cristã sem com isso incorrer numa atitude de superioridade e impossibilitar o diálogo inter-religioso?”

Numa sociedade pluralista nenhuma instituição religiosa consegue ter o controle social de seus símbolos – ex. pluralidade de leituras sobre Jesus Cristo.

Jesus Cristo como constitutivo e não normativo da salvação.

Como pode um evento particular, porque histórico, ter uma pretensão universal, portanto trans-histórica?

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Jesus Cristo como a “autocomunicação de Deus”. Sua pessoa faz surgir visivelmente no interior da história o ser mesmo de Deus, que é amor – existência concreta.

Separação da encarnação do mistério pascal - Jesus sem Cristo é vazio e Cristo sem Jesus é mito.

Jesus Cristo, embora seja Deus, não revela a totalidade divina, exatamente devido à sua condição humana limitada e contextualizada.

Afirmar ser Jesus Cristo a verdade última de Deus não significa que tenhamos já a compreensão e a expressão definitiva dessa mesma verdade.

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSOE

FÉ CRISTÃ

A questão soteriológica

Fonte bibliográfica:MIRANDA, Mário de França. O cristianismo em face das religiões. São Paulo:

Loyola, 1998

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Pergunta fundamental:“Como relacionar a confissão cristã da salvação única e universal de Jesus Cristo à pretensão salvífica das outras tradições religiosas sem violentar os testemunhos neotestamentários ou reduzir soteriologias milenares a meras fantasias?”

Deus mesmo constitui a salvação do ser humano.

O Concílio Vaticano II reconhece a possibilidade de salvação para aqueles que não são membros, seja da Igreja, seja do cristianismo (LG 16).

Qual é o papel das religiões no desígnio salvífico de Deus?

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O desígnio salvífico de Deus é levado adiante pela ação do mesmo Espírito Santo, universalmente ativo, que oferece a todos poderem dele participar, embora de um modo só conhecido por Deus (GS 22).

A ação do mesmo Espírito, enquanto acolhida pelo ser humano, é experimentada e expressa diversamente, conforme o contexto cultural e religioso onde acontece.

Cada religião capta apenas uma “perspectiva” da realidade, que a impede de captar outras perspectivas, de tal modo que cada salvação é verdadeira dentro de sua perspectiva sem que as outras a contradigam.

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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSOE

FÉ CRISTÃ

A questão pneumatológica

Fonte bibliográfica:MIRANDA, Mário de França. O cristianismo em face das religiões. São Paulo:

Loyola, 1998

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Pergunta fundamental:“Se a atividade básica do Espírito consiste numa mistagogia crística, como encontrá-la nas outras tradições religiosas?”

A universalidade do Espírito, como a do vento que sopra onde quer (Jo 3,8), foi recebida e cada vez mais valorizada na consciência de fé da Igreja.

Podemos reconhecer que toda oração autêntica é suscitada pelo Espírito Santo, o qual está misteriosamente presente no coração de cada ser humano.

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A importância de estar atentos aos “sinais dos tempos” para poder ouvir o que nos diz o Espírito, daí o imperativo para a Igreja de dialogar com a sociedade.

Não poderiam as experiências novas do Espírito enriquecer ainda mais a percepção de sua atuação salvífica e consequentemente a compreensão de sua Pessoa?

As religiões são grandezas porosas apontando na sua múltipla diversidade para a fonte única de toda vida que é o Espírito da Verdade.