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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
REDUÇÃO DE ÓLEO COMESTÍVEL COMO TEMA GERADOR NA FORMACÃO DE MULTIPLICADORES AMBIENTAIS
GIUSTINA DELLA, Margarete1
TAVARES, Bartolomeu2
RESUMO No cenário mundial, destaca-se hoje a preocupação com o meio ambiente. São conferências, palestras, medidas governamentais, não-governamentais, tudo para que a humanidade se conscientize de que é preciso fazer alguma coisa, ou as consequências, que já se fazem presentes, agravar-se-ão ainda mais. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (PARANÁ, 2008), prevê um plano de trabalho que aborde a educação ambiental (Lei 9795/99), através de um estudo problematizador onde a escola possui o dever de desenvolver práticas que instiguem os alunos à reflexão, porém mais do que isso, a escola deve promover a “ação”, ou seja, possibilitar aos alunos projetos de conscientização onde os mesmos sintam-se atores principais na construção da cidadania. O “óleo de cozinha”, comum nos lares brasileiros e que muitas vezes depois de utilizado, vai para o ralo da pia, acaba chegando ao oceano pelas redes de esgoto. Infelizmente, por falta de informação, grande parte da população ainda descarta no ralo da pia, no solo ou até mesmo no lixo comum o óleo de cozinha usado. A partir da conscientização dos alunos e da comunidade, a escola poderá se tornar ponto de coleta do óleo usado pelas famílias e estabelecimentos comerciais, instituindo a confecção de sabão artesanal, parcerias com empresas que dão correto destino ao óleo: ração animal, e até mesmo fabricação do biodiesel. Palavras-chaves: Óleo de cozinha; Educação Ambiental; Conscientização.
1 INTRODUÇÃO
A questão ambiental enfrenta grandes desafios no nosso país, como em outros
países em desenvolvimento, devido à combinação de degradação ambiental e pobreza,
1 Professora PDE, Graduada em Ciências com Habilitação em Matemática pela FACEPAL de Palmas (PR), Pós-Graduada em Ensino da Matemática pela UNICENTRO, atua na Escola Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental, Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão - PDE/2009. 2 Professor Orientador do PDE/2009, Graduado em Ciências Biológicas pela UFJF e Doutor pela UNESP/RIO CLARO.
2
agravados por outros problemas sociais. Existe um verdadeiro círculo vicioso entre a
degradação social e a ambiental.
Entender o ambiente é entender o homem como sujeito transformador e
entender que os problemas da sociedade são também problemas ambientais. Segundo
Brügger “A questão ambiental não é apenas a história da degradação da natureza, mas
também da exploração do homem (que também é natureza) pelo homem” (BRÜGGER,
1999).
Se o meio ambiente já está degradado devido aos desmatamentos, erosões,
excesso de lixo, aquecimento global, redução de água potável, aumentando de áreas
desérticas provocando desequilíbrio dos ecossistemas, permitindo a extinção da flora e
fauna.
Esses dados se tornam ainda mais alarmantes como aqueles contidos no
relatório “O Estado Real das Águas do Brasil”, lançado em Brasília pela Defensoria da
Água, Cáritas e UFRJ, a contaminação das águas no Brasil aumentou cinco vezes nos
últimos dez anos e o problema pode ser constatado em 20 mil áreas diferentes do país
(MORELLI, 2009).
O efeito estufa, fenômeno que vem sendo amplamente divulgado pela imprensa
nacional e internacional, também representa perigo, causando o derretimento de partes
das calotas polares, modificações climáticas e outras terríveis conseqüências.
É preciso que a comunidade escolar possa refletir conjuntamente sobre o
trabalho com o meio ambiente, sobre os objetivos que se pretende atingir e
principalmente sobre as formas de conseguir isso, esclarecendo o papel de cada um
nessa tarefa. O convívio escolar é decisivo na aprendizagem de valores sociais e o
ambiente escolar é o espaço de atualização mais imediato para os alunos.
O “óleo de cozinha”, comum nos lares brasileiros e que muitas vezes depois de
utilizado, vai para o ralo da pia, acaba chegando ao oceano pelas redes de esgoto. Em
contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que
resultam em emissão de metano, através de uma ação anaeróbica de bactérias.
Emitindo metano na atmosfera, agrava-se o aquecimento da terra, pois este é um dos
principais gases que causam o efeito estufa. Jogar diretamente no solo também não é
uma boa opção. "Existe uma dificuldade do óleo ser absorvido pelas plantas, animais
3
ou pelo sistema. Ele forma uma película na água e isso impede a entrada de oxigênio e
luz. Com isso, diminui a capacidade dos seres metabolizarem bem esses poluentes",
explica o engenheiro químico consultor da organização não governamental Vale Verde,
Edson Fujita.
Infelizmente, por falta de informação, grande parte da população ainda descarta
no ralo da pia, no solo ou até mesmo no lixo comum o óleo de cozinha usado. A partir
da conscientização dos alunos e da comunidade, a escola poderá se tornar ponto de
coleta do óleo usado pelas famílias e estabelecimentos comerciais, instituindo a
confecção de sabão artesanal, parcerias com empresas que dão correto destino ao
óleo: ração animal, e até mesmo fabricação do biodiesel.
A escola necessita de iniciativas para conscientização da população. Este direito
está garantido na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. O artigo 225
diz que cabe ao poder público “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
A educação sozinha não é suficiente para resolver os problemas ambientais, mas
é condição indispensável para tanto, pois é somente através de uma aprendizagem
significativa que os alunos desenvolvem sua responsabilidade social.
O presente estudo busca essa conscientização, que aliada à ação, promoverá
uma aprendizagem crítica e consciente onde os alunos não serão meros expectadores.
O objetivo será promover, mesmo que superficialmente, a Educação Ambiental,
utilizando como foco o consumo irresponsável do óleo pelo homem e as conseqüências
derivadas desse processo. Mobilizar a comunidade em favor da reciclagem do “óleo de
cozinha”, comum nos lares brasileiros e que geralmente depois de utilizado, vai para o
ralo da pia chegando ao oceano pelas redes de esgoto.
Este trabalho objetiva, portanto, através de práticas e vivências estimular os
sentidos, buscar novas formas de convívio com ao ambiente e reelaborar o pensar e
agir humano. Analisar e contribuir na melhoria da qualidade de vida dos alunos, para a
formação crítica-cidadã, de maneira que estes possam se tornar multiplicadores
ambientais, a partir dos conhecimentos obtidos.
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2 REDUÇÃO DE ÓLEO COMESTÍVEL COMO TEMA GERADOR NA FORMACÃO DE MULTIPLICADORES AMBIENTAIS
É possível identificar que na divisão internacional do trabalho os países
industrializados se beneficiaram largamente com a transformação da natureza,
desenvolvendo uma relação de exploração da mesma no seu sentido mais amplo. Já
aos países pobres, coube uma ação também exploratória, no entanto, o objetivo era
atender as necessidades desses países industrializados, com fornecimento de matéria
prima, por exemplo, associada à falta de meios para se industrializarem. Sendo a
exploração uma ação inerente ao capitalismo, essa se consolidou com a Revolução
Industrial, Brügger afirma que “se a nossa sociedade industrial e não ambiental se
caracteriza por uma desigualdade social provavelmente inédita em toda a história, uma
sociedade ambiental pode ser definida, em grande parte, pelo bem-estar da maioria da
população.” (BRÜGGER,1999, p. 62).
Frequentemente, se observam manchetes de jornais que alertam para os graves
problemas ambientais que enfrentamos. “É pior do que você imagina” (ISTO É, 2009)
ou “A vida pede Socorro” (PLANETA, 2010) são apenas alguns exemplos do que se
divulga nas principais revistas nacionais que tentam instigar a população à preocupação
com as questões ambientais.
Os problemas ambientais têm sido objeto de muitas discussões e manifestações
de vários setores sociais, especialmente a partir de 1960, quando o modelo econômico
adotado pelas sociedades modernas passou a ser questionado, embora, muito antes já
se tenha registros da preocupação com a devastação ambiental provocada pela ação
do homem rumo ao desenvolvimento.
A sociedade humana tem buscado resolver os graves problemas ambientais. O
primeiro grande esforço internacional nesse sentido foi a realização da Conferência de
Estocolmo (Suécia, 1972), reunindo representantes de 130 Nações, promovida pela
Organização das Nações Unidas (ONU). A partir daí a preocupação com o ambiente
tornou-se cada vez maior e a Educação Ambiental foi considerada como um dos
instrumentos mais importantes para promover as mudanças que se faziam necessárias.
5
Mas, apesar disso, a crise ambiental no mundo seria agravada nos anos
seguintes. Em 1992, passados vinte anos, representantes de 170 países estiveram
reunidos na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
conhecida como “Rio 92”, para discutir a crise ambiental do Planeta. Dessa importante
conferência saiu a Agenda-21, um documento internacional de compromissos
ambientais contendo recomendações para um novo modelo de desenvolvimento
(desenvolvimento sustentável) e enfatizando a importância da Educação Ambiental.
Outros encontros internacionais aconteceram, para tratar especificamente de
temas como biodiversidade, camada de ozônio, efeito estufa e alterações climáticas,
crescimento desordenado da população mundial, entre outras questões, que resultaram
em importantes acordos, tratados e convenções, muitos dos quais ainda estão sendo
negociados.
Tamaio (2002, p. 37) aponta para o fato de que a natureza é um conceito
categorizado por seres humanos, sendo fundamentalmente político e essas concepções
são variadas e estão intimamente referidas ao período histórico e à correlação de
forças políticas das classes sociais determinadas historicamente.
No entanto, é relevante considerar o próprio conceito de natureza, que no
contexto da Educação Ambiental é, via de regra, relacionado à compreensão de
ambiente como sinônimo de mundo natural. Esta é uma questão que interfere
diretamente na construção das concepções e práticas desenvolvidas e subjacentes às
atividades denominadas Educação Ambiental.
Para Brügger (1999) a educação ambiental desenvolvida atualmente, na maioria
das vezes, assemelha-se a um adestramento, ou seja, uma instrução de caráter
essencialmente técnico, fruto de uma visão de mundo cientificista e unidimensional. Há
uma ênfase na mudança de comportamento, mas não há mudança de valores e grande
parte das ações de Educação Ambiental revela, em termos de conteúdo e de forma,
uma visão essencialmente instrumental da questão ambiental e da educação.
Deste modo, é necessária uma mudança de percepção para garantir a nossa
sobrevivência e adotar soluções sustentáveis, que satisfaçam as necessidades da
sociedade sem diminuir as perspectivas das gerações futuras.
O desenvolvimento sustentável tem como objetivo atender às necessidades do
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presente sem comprometer às necessidades das gerações futuras, promovendo a
transformação e reutilização de materiais, que poderão ser consumidos sem agressão
ao meio ambiente.
Entretanto, percebe-se que o problema ambiental vem sendo tratado como causa
e não como consequência das nossas ações diárias.
Desenvolvimento sustentável, deve ser aquele que invoca uma nova ética, uma redefinição do que seja o bem-estar material e espiritual, em função da maioria da população, revertendo o presente estado de degradação da vida. Nessa nova ética, os conceitos hegemônicos de meio ambiente, ciência, tecnologia e educação (englobando todas as vias de formação do conhecimento) devem passar por uma profunda revisão epistemológica, pois se encontram, no quadro atual, inextricavelmente associados às causas dessa degradação da vida, na medida em que alicerçam, ideológica e materialmente, o sistema de produção dominante (BRÜGGER, 1999, p.76).
Segundo a UNESCO (1999), a eficácia dos programas que suscitam o interesse
pelo desenvolvimento sustentável exige um enfoque equilibrado, em que se evite insistir
na modificação dos estilos individuais de vida. Deve-se reconhecer que muitos dos
problemas mundiais, até mesmo os problemas ambientais, relacionam-se com nossa
maneira de viver e que, para solucioná-los, é necessário transformar as condições
sociais da vida humana, assim como alguns estilos de vida individuais. Isso nos chama
a prestar atenção nas estruturas econômicas e políticas que causam a pobreza e outras
formas de injustiça social e promovem práticas insustentáveis.
Como observado por Tamaio (2002, p.14)
“[...] nas duas últimas décadas houve uma institucionalização, ou seja, a Educação Ambiental saiu do estágio de um ‘conhecimento em nebulosa’, na década de 80, para um momento de ‘área de conhecimento em institucionalização’, na década de 90”.
Neste contexto, a preocupação com as questões ambientais e a busca da
validação de ações via instituição escola está evidenciada no discurso oficial. O
Ministério do Meio Ambiente institui o Pronea - Programa Nacional de Educação
Ambiental; os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, um documento elaborado
pelo MEC, no qual a temática ambiental foi inserida como conteúdo transversal em
todas as disciplinas do currículo escolar; o senado aprova a lei federal 9795/99, que
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tem como objetivo oficializar a presença da Educação Ambiental em todas as
modalidades de ensino.
A principal função do trabalho com Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir a atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos. (BRASIL, 1998, p.187)
Porém, ao mesmo tempo, que estes documentos mencionam a importância, a
transversalidade e a natureza transdisciplinar do tema, trazem também, espaço para a
necessidade de reflexão constante sobre: até que ponto os professores das diversas
disciplinas articulam os conteúdos curriculares aos conteúdos ambientais? Qual será a
preparação e quais os recursos que esses docentes dispõem para abordar esses
conteúdos?
A educação ambiental deve ser trabalhada na escola não por ser uma exigência
do Ministério da Educação, mas porque acreditamos ser uma forma de aprendermos e
ensinarmos que nós, seres humanos, não somos os únicos habitantes deste planeta,
que não temos o direito de destruí-lo e que as dificuldades sociais de nossa época são
geradas pela crise que estamos vivemos em todos os âmbitos de ação do ser humano
e em todos os lugares.
Que o elenco de problemas que se abatem sobre o homem e a natureza, está
relacionado pela forma como compreendemos o mundo, com uma percepção da
realidade que é inadequada e que não leva em conta processos ecológicos inter-
relacionados presentes nos relacionamentos entre pessoas, sociedade e natureza.
De acordo com Segura (2001, p.22):
[...] acredito que não seja obrigação somente da escola resolver problemas ambientais, e nem acredito que a questão ambiental limita-se aos “problemas”, mas considera que os educadores têm grandes responsabilidades na formação das pessoas que vão ter de lidar com a realidade permeada de situações conflitantes entre o mundo natural e a organização social e se posicionar diante delas. O papel dos educadores, é o de desenvolver o conhecimento e a capacidade de julgamento consciente dos indivíduos que partilham uma mesma realidade. Trabalho, portanto, com uma perspectiva emancipatória de educação, que não se resume ao acúmulo de informações, mas busca dar condições, por
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meio do acesso a diferentes visões de mundo, para que os educandos tenham uma formação que os capacite para uma escolha consciente (SEGURA, 2001, p.22).
Nessa direção cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais
uma função transformadora, na qual a co-responsabilidade dos indivíduos torna-se um
objeto essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento
sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária
para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não
é suficiente, o que, no dizer de Tamaio (2002, p.23), se converte em “mais uma
ferramenta da mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e
interesses de grupos sociais para a construção das transformações almejadas”. O
educador tem o papel de transmissor de conhecimentos, mediador na construção de
referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o
desenvolvimento das práticas na compreensão do meio ambiente global e local, da
interdependência dos problemas e soluções e do valor da responsabilidade de cada um
para construir uma sociedade mais igualitária e ambientalmente sustentável.
Por isso, mais que informar a respeito dos problemas ambientais cabe a escola
oferecer meios que vise à formação de valores ambientais no educando, revisando
conceitos que fundamentem suas atitudes e comportamentos pedagógicos.
Nesse sentido,
“são implicações que a questão ambiental traz para a escola: revisão de valores, de atitudes e da concepção de conhecimento e educação, considerando a complexidade, o respeito à diversidade e a igualdade como marcas de uma nova relação que busca corroborar o sentido de reciprocidade” (SEGURA, 2001, p.23).
Desse modo, a Educação Ambiental pode ser chamada de Socioambiental e
aqui, chamamos de Educação em Valores Ambientais, de acordo com Barra (2000). Um
projeto de Educação em Valores Ambientais emerge como processo educativo
fundamental no desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos, propiciar
responsabilidade que vai além das atividades programadas como início, meio e fim num
determinado espaço de tempo. Tampouco, deve ser encarada como mais uma
disciplina que enfoque os problemas ambientais, mesmo trabalhando de forma
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interdisciplinar. Ela deve ser compreendida como um programa de desenvolvimento
humano necessário à busca da qualidade de vida e soluções que preservem o meio
ambiente e a nossa própria vida. Só assim conseguiremos harmonizar nossa relação
com o planeta e não comprometer sua capacidade de atender as necessidades das
futuras gerações.
Ao analisar, discutirmos qualquer tema relacionado à questão ambiental,
devemos pensar no problema em questão, a fim de conhecer, identificar a raiz do
problema.
O desafio da complexidade para a educação ambiental parece ser o de tornar
visível as mútuas relações entre os fatores ecológicos, sociais, culturais, econômicos,
políticos, afinal, não estamos acostumados a ver as coisas assim conectadas, ao
contrário, como o paradigma cartesiano, fragmentamos, dividimos, e parece natural ver
as coisas separadas, sem conexão. E assim vemos os problemas ambientais
separados dos problemas sociais, a questão ambiental separada da questão social.
Reconhecemos então, que a educação ambiental com responsabilidade social
acontece, quando é desenvolvida uma consciência ecológica no educando, quando o
planejamento político pedagógico contextualiza a questão cultural, social, política e
econômica do educando, e é claro, a degradação do ambiente. A educação ambiental
deve enfrentar o desafio da complexidade, porque os problemas ambientais acontecem
como decorrência de práticas sociais, e como tal, expõem grupos sociais em situação
de conflitos socioambiental.
A Educação Ambiental não pode se resumir às críticas sobre o processo de ocupação “degradante” que o homem promove na natureza, mas deve analisá-lo dentro de uma teia de relações sociais em que a prática pedagógica desenvolvida na escola é parte integrante de uma sociedade multifacetada por interesses ideológicos e culturais. (TAMAIO, 2002, p. 37).
A reflexão em torno da Educação Ambiental, não pode ficar restrita a discussão
sobre procedimentos e atitudes a serem desenvolvidas no campo educativo. As
discussões em torno da Educação Ambiental ganharam espaço envolvendo tanto
questões das concepções de natureza e meio ambiente atuais, bem como os sentidos
da crise ambiental e sua relação com os paradigmas do conhecimento.
10
Para Medeiros; Bellini (2001), mencionar uma proposta de educação ambiental
como educação para a ciência ou educação cientifica, significa dizer, que discutimos
diferentes conhecimentos, entre eles o biológico, ecológico, cultural e social, embora
sob a forma de recortes, mostrando um pouco da vida das plantas, dos animais e dos
seres humanos que vivem na terra, bem como das suas relações de dependência. A
educação ambiental deve ser o espaço que se permita pensar e repensar as múltiplas
relações entre o ser humano e conhecimento, ser humano e natureza, tomados na
plenitude de suas complexidades.
Em virtude de riscos que podem ser produzidos, em função de negligências
ambientais, considera-se importante estabelecer um novo laço entre a humanidade e a
natureza, que não seja sinônimo de autodestruição, mas que ambicione o envolvimento
da comunidade, quanto cidadãos nas sentenciações sobre a discussão ambiental
(REIGOTA, 1998).
O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental que seja crítica,
que tenha como principal objetivo à transformação social. É preciso uma perspectiva
holística, que relacione o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que o
principal responsável pela degradação do meio ambiente é o ser humano.
Devemos, portanto, questionar como é a vida e a partir da questão ambiental
fazer reflexões sobre como deve ser o futuro, discutir a cidadania o comportamento com
relação à natureza. Propiciar a educação ambiental que busca a valorização de um
novo estilo de vida, sem consumismo excessivo, sem desperdício de recursos e sem
degradação ambiental.
A essência do consumo sustentável é instigar as pessoas a uma consciência
ecologicamente seletiva, desenvolvendo, dentro do cotidiano, novos hábitos de
consumo mais responsáveis com menor volume de desperdício. Devemos passar a
observar nossas necessidades “reais” e as “criadas” pela mídia. Posteriormente, deve-
se educar para a reutilização, uma vez que muito dos produtos que consumimos podem
servir para novos usos. O consumo sustentável deve estar associado também à
reciclagem dos resíduos gerados, ou seja, introduzindo-os novamente ao sistema
produtivo de forma que se transformem em novos produtos. É necessário mobilizar a
comunidade para sua participação efetiva e ativa na implantação da coleta seletiva de
11
resíduos, separando os materiais recicláveis e/ou reutilizáveis diretamente na fonte de
geração e descartando-os seletivamente.
3 METODOLOGIA
Inicialmente o estudo foi marcado pelo levantamento de informações e formação
do banco de dados em processo de formação e análise. As pesquisas foram realizadas
por meio de levantamentos em fontes bibliográficas, bancos de dados digitais, fontes de
dados disponíveis na Internet.
Após a realização de um estudo bibliográfico sobre a metodologia, foi realizada a
revisão dos possíveis instrumentos existentes para a escolha dos métodos que
atenderam aos objetivos deste estudo. Assim, o presente estudo/projeto teve como
princípio metodológico a abordagem quanti-qualitativa, buscando nas diferentes
metodologias contribuições diversas a oferecer.
Para delineamento desta pesquisa foi utilizada a pesquisa-ação, pois é uma
pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, na qual os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).
A palavra-chave na pesquisa-ação é INTERVENÇÃO/AÇÃO, ou seja, envolve a ação dos pesquisadores e dos grupos interessados, o que ocorre nos mais diversos momentos da pesquisa. Apresenta um potencial transformador bastante grande, pois planejada e praticada, a investigação-ação, como concepção de investigação, pode auxiliar os seres humanos a interpretar a realidade a partir de suas próprias práticas, concepções e valores (THIOLLENT, 1986, p.14).
Parto da convicção de que as mudanças necessárias devem passar pela
sensibilização do indivíduo com consequente mudança de comportamento, para que,
então, provoque a alteração no coletivo, ou seja, do particular para o global, é que se
elaborou a proposta de intervenção pedagógica.
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O desenvolvimento do trabalho ocorreu nas dependências da Escola Estadual
Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental, na cidade de Realeza, no decorrer do ano
de 2010. Participaram do projeto/estudo, alunos de 8ª série, escolhidos aleatoriamente,
que foram envolvidos nas atividades, com autorização prévia dos pais ou responsáveis.
O projeto, teve início em 2010, com a proposta de uma abordagem científica do
fazer educação ambiental, a partir do diagnóstico das pré-concepções de meio
ambiente versus pós-consumo do óleo comestível, identificando as principais práticas
adotadas no domicílio e na comunidade, bem como, os problemas ambientais e as
atitudes adotadas frente à situação, sendo as práticas partilhadas e refletidas de forma
sistemática no processo de construção do conhecimento.
Para verificar as pré-concepções iniciais dos alunos, quanto ao tema abordado,
foi elaborado um questionário pré-codificado com perguntas abertas e fechadas junto
aos alunos visando investigar a temática ambiental, os impactos que os óleos incidem
sobre a vida das pessoas e o meio no qual estas se inserem.
Dando continuidade, os alunos participaram de oficinas pedagógicas, abordando
as vantagens econômicas e ambientais da reutilização do óleo comestível. Construindo
através das reflexões, vivências, sistematizações de práticas, síntese do processo
elaborado e também necessidades e possibilidades percebidas, o trabalho apresentado
de forma que contemple a multiplicidade da temática Educação Ambiental.
Como instrumentos da prática pedagógica, foram utilizadas ainda: aulas
expositivas dialogadas problematizadoras, com auxílio de material audiovisual –
multimídia, para abordar o conteúdo teórico, e os alunos foram sendo investigados
sobre seus conhecimentos, durante as aulas.
Ao final das atividades, foi aplicado aos alunos questionário na modalidade de
pós-teste (ver Apêndices), com objetivo de avaliar e observar o conhecimento adquirido
por eles, e conjuntamente avaliar a eficiência de metodologias práticas de oficinas na
melhoria da compreensão dos conteúdos abordados.
Nesta expectativa, as oficinas surgem como um projeto-piloto. Durante o
processo à iniciação científica do aluno, trabalhos coletivos foram realizados, tendo
como subsídios estudos científicos sobre a importância do reaproveitamento do óleo.
Examinando o processo que o resíduo perfaz (geração ao destino final), vemos como
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objeto relevante ao trabalho educativo à promoção da Educação Ambiental, já que inclui
um processo importante que desenvolve novos valores culturais e éticos, integra
conhecimentos e participação social, objetivando a mobilização da comunidade para
mudança de hábitos e comportamentos. Reorientar para a valorização da vida,
formação de novos estilos de vida, sem consumismo excessivo, sem desperdício de
recurso e sem degradação ambiental.
Para as aulas de oficinas, os conteúdos foram divididos conforme esquematizado
no Quadro 1.
Quadro 1: Esquematização das atividades desenvolvidas
Módulos
Conteúdos abordados
Finalidade da aula
Dinâmica da aula
Módulo I
Vigilância ambiental
Despertar a consciência frente a problemática ambiental, de modo participativo; realizar um levantamento sobre as pré-concepções dos alunos em relação ao meio ambiente e as atitudes adotadas no domicílio/comunidade; transmitir os conteúdos teóricos sobre educação ambiental e instigá-los a refletir sobre as atitudes/mudanças que devem ser adotadas; formar multiplicadores ambientais.
Convidar precursores do município para conversar com os alunos sobre a transformação da paisagem local, bem como análise de imagens que sucedeu no passado remoto comparando com imagens atuais, criar vídeos com o auxílio do Windows Movie
Maker usando estas imagens.
Módulo II
Saúde / Meio ambiente
Apresentar os prejuízos e a utilização do óleo à vida dos seres vivos.
Palestra com nutricionista discutindo questões diversas sobre o impacto da gordura na alimentação. Demonstração dos aspectos visuais das amostras de óleo antes e depois do processo de fritura. Percepção do comportamento do óleo quando despejado em água ou no solo,
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percebendo o impacto que o descarte indevido do óleo tem sobre o meio ambiente.
Módulo II
Coleta Seletiva do Lixo
Reconhecer a importância de realizar a separação do lixo, sensibilizando-os para essa prática no ambiente escolar e familiar.
Visita a APARA, unidade de recolhimento de lixo reciclável.
Módulo II
Saneamento
Formar cidadãos com consciência ambiental, levando-os a evitar o descarte do óleo na rede de esgoto. Esse resíduo, além de causar graves problemas ambientais, também é o responsável por gerar prejuízos às residências (já que é o grande responsável pelo entupimento de encanamentos), além de provocar graves problemas de higiene e mau cheiro.
Visita á usina de tratamento do esgoto.
Módulo III
Reciclagem e poluição
Minimizar o impacto do descarte de óleo comestível usado no meio ambiente e na saúde humana. Além de oportunizar hábitos para contribuir para a sustentabilidade do planeta, gerando o mínimo de lixo possível e reaproveitando ao máximo os produtos antes de descartá-lo.
Visita ao aterro sanitário, investigar o destino do lixo produzido no município. Jogos do meio ambiente.
Módulo III
Sustentabilidade
Apresentar alternativas para a reciclagem do óleo de cozinha usado como uma alternativa economicamente e ambientalmente viável ao descarte convencional de tal resíduo.
Elaborar cartilha: reciclando óleo de cozinha usado.
Fonte: Dados da Pesquisa 4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados que serão apresentados a seguir referem-se aos dados obtidos na
pesquisa realizada com os alunos da 8ª Série “D” do Ensino Fundamental da Escola
Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental, na cidade de Realeza (PR), e a
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respeito da coleta seletiva, saneamento, reciclagem, saneamento e sustentabilidade,
contemplados na primeira e segunda fase do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola3, respectivamente. Participam das pesquisas 20 alunos, sendo 08 meninos e 12
meninas, do turno vespertino do estabelecimento em estudo. As informações obtidas
através do questionário estimularam a tentativa de desenvolver uma política de
gerenciamento do óleo comestível e uma política de educação científica na escola.
Além dos trabalhos desenvolvidos nos módulos citados anteriormente (ver
Quadro 1), foram aplicados questionários (ver Anexos) nas oficinas realizadas, ao todo
foram contemplados 06 (seis) oficinas, dentre elas:
• Oficina 1: Vigilância Ambiental
• Oficina 2: Saúde/Meio Ambiente
• Oficina 3: Coleta Seletiva do Lixo
• Oficina 4: Saneamento
• Oficina 5: Reciclagem e Poluição
• Oficina 6: Sustentabilidade
As informações apresentadas a seguir, foram coletadas em cada uma das
oficinas, delimitando as perguntas mais relevantes em cada um deles para discussão.
Primeiramente, far-se-á um perfil da turma: são 20 alunos, 12 meninas e 08
meninos, com faixa etária dos 13 aos 17 anos, oriundos da zona urbana (14) e da zona
rural (06). Destes, apenas um aluno vive com pais adotivos e dois alunos com os avós.
Na sequência, serão analisados os principais dados coletados em cada uma das
oficinas realizadas:
3.1 OFICINA 1: VIGILÂNCIA AMBIENTAL
Com a aplicação do módulo I, tendo a temática da vigilância ambiental, procurou-
se despertar a consciência do educando frente à problemática ambiental, de modo
3 Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, elaborado no PDE/2009.
16
participativo, pois, o crescimento urbano desordenado favorece o aparecimento de
problemas ambientais globais. A alta produção de lixo, a disposição inadequada de
produtos tóxicos à saúde humana e ao meio ambiente agrava a preocupação com a
escassez de água potável em todo o planeta.
A questão do lixo está se tornando um dos problemas mais graves da atualidade.
A reciclagem é uma forma importante de gerenciamento de resíduos, pois transforma o
lixo em insumos, com diversas vantagens ambientais. Dentre elas a economia dos
recursos naturais e o bem estar da comunidade.
Nesta perspectiva, realizou-se um levantamento sobre as pré-concepções dos
alunos em relação ao meio ambiente e as atitudes adotadas no domicílio/comunidade,
onde foi possível transmitir os conteúdos teóricos sobre educação ambiental e instigá-
los a refletir sobre as atitudes/mudanças que devem ser adotadas, procurando formar
multiplicadores ambientais.
A seguir, expõem-se algumas das imagens da construção do município de
Realeza (PR) nos anos de 1960 e que foram analisadas pelos educandos, fazendo
comparações com a atualidade.
Figura 1 – Derrubada da mata no centro da cidade de Realeza.
Fonte: Arquivo Municipal, 2010.
17
Figura 2 – Construção da primeira casa na área da CAZACA. Fonte: Arquivo Municipal, 2010.
Figura 3 – Realeza em 1960. Fonte: Arquivo Municipal, 2010.
18
Figura 4 – Pioneiros desbravando a mata em 1960.
Fonte: Arquivo Municipal, 2010.
A partir das imagens (Figuras 1-4) os alunos analisaram o início do povoamento
do município e as modificações que foram inseridas no município ao longo dos anos.
Em grupos, optou-se pela elaboração de um mural onde foram expostas as
fotos/imagens comparativas entre o município em seu surgimento (em meados de 1960
a 1964) e em seu processo de expansão (entre os anos de 2008 a 2010).
Com a aplicação do questionário foi possível verificar a realidade e o
conhecimento do educando frente ao meio ambiente de Realeza.
Na questão 8 (Gráfico 1), do referido questionário, abordaram-se os problemas
ambientais presentes no município.
19
Gráfico 1: Problemas ambientais no município de Realeza.
Questão 8: Problemas ambientais no município de Realeza.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3
Descaso com os animais DesmatamentoFalta de oxigênio Falta de cuidado com o lixoPobreza Poluição do arQueimadas Rios poluídosRuas sem pavimentação
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Foram pontuados os quesitos desmatamentos com 45% das respostas, descaso
com os animais (20%), falta de oxigênio (10%), falta de cuidado com o lixo (15%),
pobreza (10%), poluição do ar (8%), queimadas (12%), rios poluídos (3%) e ruas sem
pavimentação (2%). Dentre estes, a questão dos desmatamentos, a falta de cuidado
com o lixo, a poluição do ar, os rios poluídos e as ruas sem pavimentação foram as
mais assinaladas na pesquisa.
Na questão de número 9 (Gráfico 2), foi indagada ao educando, quais as atitudes
que o mesmo toma frente a existência dos problemas ambientais. A alternativa
referente a não tomar nenhuma atitude foi a mais assinalada (92%), conforme pode ser
verificado no gráfico abaixo.
20
Gráfico 2: Atitudes frente aos problemas ambientais no município de Realeza.
Questão 9: Atitude diante dos problemas ambientais.
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3 4 5
Não tomo atitude nenhuma
Sinto raiva e fico preocupado
Discuto o problema com outras pessoas
Procuro comunicar o fato a algum órgão competente
Tento resolver
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Concluindo a análise deste questionário, a questão 10 (Gráfico 3), também
demonstra ser relevante para a aprendizagem ambiental do educando.
Gráfico 3: Possíveis soluções para os problemas ambientais no município de Realeza.
Questão 10: Solução para os problemas ambientais.
02468
1012
1 2 3 4
Coleta seletiva Reciclagem
Tratamento de esgoto Combate a fome
Saúde e educação para a população Respeitar os direitos humanos
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Ao analisar o gráfico 3, podemos constatar que o educado está consciente dos
problemas e das possíveis soluções para a degradação do meio ambiente. A coleta
seletiva foi a mais pontuada entre as respostas, seguida pela reciclagem e o tratamento
de esgoto. Vale lembrar que o tratamento de esgoto é algo que ainda funciona
21
parcialmente no município, ou seja, 70% encontram-se instalado e funcionamento e os
outros 30% em fase de instalação da tubulação.
Neste sentido, a Educação Ambiental é uma práxis educativa e social que tem
por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que
possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação lúcida e responsável de
atores sociais individuais e coletivos no ambiente.
A Educação Ambiental estimula o exercício pleno e consciente da cidadania
(deveres e direitos) e fomenta o resgate e o surgimento de novos valores que tornem a
sociedade mais justa e sustentável. As relações sociais que são estabelecidas na
escola, na família, no trabalho ou na comunidade possibilitam que o individuo tenha
uma percepção crítica de si e da sociedade, podendo, desta maneira, entender sua
posição e inserção social e construir a base de respeitabilidade para com o próximo.
3.2 OFICINA 2: SAÚDE/MEIO AMBIENTE
Nesta oficina, refere-se à Saúde e o Meio Ambiente, e teve como objetivo
apresentar aos educandos os prejuízos e a utilização do óleo comestível à vida dos
seres vivos. Para isso, realizou-se uma palestra com uma nutricionista do município,
que discutiu questões diversas sobre o impacto da gordura na alimentação. A palestra
foi concorrida entre os alunos.
Na sequência das atividades, foi demonstrado aos alunos o aspecto visual das
amostras de óleo comestível antes e depois do processo de fritura. Essa atividade
realizou-se no Laboratório de Ciências do referido estabelecimento escolar. Também, foi
demonstrado o comportamento do óleo comestível quando despejado em água ou no
solo, percebendo o impacto que o descarte indevido deste óleo tem sobre o meio
ambiente.
Procurou-se ressaltar também, que dentre muitos produtos de difícil degradação
no meio ambiente, estão as gorduras. Tais como azeite, óleo, banha, e outros, não se
dissolvem e nem se misturam à água, formando uma camada densa na superfície que
impede as trocas gasosas e a oxigenação, se tornando um problema para rios, lagos e
22
aquíferos.
As gorduras também interferem de maneira negativa no tratamento de esgotos,
sendo comum a obstrução de tubulações. O entupimento da rede força os esgotos a
infiltrarem no solo, contaminando o lençol freático ou atingindo a superfície. Para retirar
o óleo e desentupir as tubulações, são empregados produtos químicos altamente
tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa. Além de causar danos irreparáveis
ao meio ambiente, constitui uma prática ilegal punível por lei.
Observa-se que 65% dos entrevistados destacam que o óleo de soja é o único
utilizado em seus lares para a preparação dos alimentos, seguido do óleo de milho
(15%), do óleo de girassol (5%), óleo de oliva (5%) e 10% utilizam a banha como outro
tipo de gordura para preparação e fritura dos alimentos.
Após esse trabalho, foi aplicado um questionário contendo dez perguntas, das
quais analisar-se-ão três como fonte demonstrativa de resultados.
A questão de número 4 (Gráfico 4) é uma em destaque, pois nela se pesquisa
qual o tipo de óleo comestível utilizado pela família.
Gráfico 4: Tipo de óleo comestível é utilizado pelo educando em sua casa para preparação dos alimentos.
Questão 4: Tipo de óleo utilizado em casa.
02468
101214
1 2
Óleo de girrasol Óleo de soja Óleo de oliva (azeite)
Óleo de milho Outro tipo
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Conforme Reis et al (2007), os óleos vegetais são larga e universalmente
consumidos para a preparação de alimentos nos domicílios, estabelecimentos
industriais e comerciais de produção de alimentos.
23
A questão 6 (Gráfico 5), refere-se ao conhecimento que o educando possui a
respeito das alterações sofridas pelo óleo comestível em sua reutilização. Os dados
coletados demonstram que apesar de ser saber dos riscos a saúde, muitos reutilizam o
óleo de cozinha muitas vezes.
Gráfico 5: Conhecimento dos riscos a saúde da reutilização do óleo de cozinha.
Questão 6: Riscos da reutilização do óleo de cozinha.
0
5
10
15
20
1
Sim Não
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Nota-se no gráfico apresentado, que 85% dos entrevistados afirmam conhecer
todos os riscos da reutilização do óleo de cozinha ao organismo humano, mesmo
assim, foram unânimes em responder que a reutilização é feita várias vezes, até que o
óleo tenha mudado de cor ou esteja exalando odor.
Conforme Reis et al (2007),
[...] o óleo utilizado repetidamente em frituras por imersão sofre degradação, acelerada pela alta temperatura do processo, tendo como resultado a modificação de suas características físicas e químicas. O óleo se torna escuro, viscoso, tem sua acidez aumentada e desenvolve odor desagradável, comumente chamado de ranço, passando à condição de exaurido, quando, então, não mais se presta para novas frituras, em função de conferir sabor e odor desagradáveis aos alimentos, bem como adquirir características químicas comprovadamente nocivas à saúde. Não havendo utilização prática para os residuais domésticos e comerciais, em geral são lançados na rede de esgotos.
24
Na questão 9 (Gráfico 6), questionou-se sobre o conhecimento do educando
sobre a destinação do óleo comestível que escoa pelo ralo da pia ou que é depositado
no lixo e no solo.
Gráfico 6: Conhecimento dos danos causados ao meio ambiente frente ao descarte do óleo de cozinha.
Questão 9: Conhecimentos dos danos causados ao meio ambiente frente ao descarte do óleo de
cozinha no ralo, no solo ou no lixo.
0
5
10
15
20
1
Sim Não
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
É alarmante observar que 90% dos entrevistados são sabedores dos prejuízos
causados na natureza pelo mau descarte do óleo comestível e verificar que não estão
preocupados em dar uma outra destinação a este material.
Segundo Pitta Junior et al (2009, p. 05), o despejo de óleo de fritura provoca
impactos ambientais significativos, como os indicados a seguir:
a) Nos esgotos pluviais e sanitários, o óleo mistura-se com a matéria
orgânica, ocasionando entupimentos em caixas de gordura e tubulações;
lançado diretamente em bocas-de-lobo, o óleo provoca obstruções,
inclusive retendo resíduos sólidos. Em alguns casos a desobstrução de
tubulações necessita do uso de produtos químicos tóxicos.
b) Na rede de esgotos, os entupimentos podem ocasionar pressões que
conduzem à infiltração do esgoto no solo, poluindo o lençol freático ou
ocasionando refluxo à superfície; em grande parte dos municípios
brasileiros há ligação da rede de esgotos cloacais à rede pluvial e a
arroios (rios, lagos, córregos). Nesses corpos hídricos, em função de
25
imiscibilidade do óleo com a água e sua inferior densidade, há tendência à
formação de películas oleosas na superfície, o que dificulta a troca de
gases da água com a atmosfera, ocasionando diminuição gradual das
concentrações de oxigênio, resultando em morte de peixes e outras
criaturas dependentes de tal elemento.
c) Nos rios, lagos e mares, o óleo deprecia a qualidade das águas e sua
temperatura sob o sol pode chegar a 60ºC, matando animais e vegetais
microscópicos; Quando ingresso aos sistemas municipais de tratamento
de esgotos, o óleo dificulta e encarece o tratamento.
d) No ambiente, em condições de baixa concentração de oxigênio, pode
haver metanização (transformação em gás metano) dos óleos,
contribuindo para o aquecimento global.
3.3 OFICINA 3: COLETA SELETIVA DO LIXO
A aplicação desta oficina procurou reconhecer a importância de realizar a
separação do lixo, sensibilizando-os para essa prática no ambiente escolar e familiar.
Para dinamizar este objetivo, foi realizada uma visita a APARA4 (Figura 5), unidade de
recolhimento de lixo reciclável.
4 Associação de Apoio aos Agentes Ambientais de Realeza (PR).
26
Figura 5: APARA do município de Realeza (PR).
Fonte: Imagem da autora, 2010.
No local (Figura 5) os alunos observaram como é realizada a separação do lixo e
ainda, como são acondicionados para o transporte até as unidades recebedoras deste
material.
A coleta seletiva vem sendo considerada uma solução no problema do Lixo, pois
através da Coleta Seletiva podemos separar os materiais recicláveis dos não
recicláveis. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode ser reaproveitada, deixando de
se tornar uma fonte de degradação para o meio ambiente e tornando-se uma solução
econômica e social, passando a gerar empregos e lucro.
Novamente uma questionário contendo 05 perguntas foi aplicado na turma, as
questões foram referentes a coleta do lixo na sala de aula e no ambiente familiar
(Gráfico 7).
27
Gráfico 7: Destino do lixo na sala de aula.
Questão 1: Destino do lixo na sala de aula.
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3
Cesto de coleta seletiva Cesto comum Chão
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Ao serem questionados sobre o destino do lixo em sala de aula, 55%
assinalaram que usam o cesto comum, 30% separam seu lixo no cesto de coleta
seletiva e os outros 15% jogam no chão o lixo produzido.
Tabela 1: Solução que contribuiriam para evitar os problemas com o lixo no ambiente.
Atitude/Ações Sim Não
Reduzir o consumo excessivo de embalagens descartáveis. 90% 10% Reaproveitar ao máximo os materiais antes de jogá-los no lixo. 80% 20% Eliminar os lixões dispondo os resíduos corretamente. 85% 15% Conscientizar a sociedade sobre a necessidade de participação de todos nesse processo.
85% 15%
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Outra questão relevante, refere-se às soluções que contribuiriam para evitar os
problemas com o lixo no ambiente (Tabela 1).
A consequência da disposição inadequada do lixo no meio ambiente são a
proliferação de vetores de doenças (como ratos, baratas e micróbios), a contaminação
de lençóis subterrâneos e do solo pelo chorume5 e a poluição do ar, causada pela
fumaça proveniente da queima espontânea do lixo exposto.
A coleta seletiva não só contribui para a redução da poluição causada pelo lixo,
como também proporciona economia de recursos naturais – matérias-primas, água e 5 Líquido escuro, altamente tóxico, formado na decomposição dos resíduos orgânicos do lixo.
28
energia – e, em alguns casos, pode representar a obtenção de recursos, advindos da
comercialização do material.
3.4 OFICINA 4: SANEAMENTO
Nesta oficina, procurou-se formar cidadãos com consciência ambiental, levando-
os a evitar o descarte do óleo comestível na rede de esgoto. Esse resíduo, além de
causar graves problemas ambientais, também é o responsável por gerar prejuízos às
residências (já que é o grande responsável pelo entupimento de encanamentos), além
de provocar graves problemas de higiene e mau cheiro.
Para compreender melhor o processo de entupimento dos canos e como
funciona o processo de tratamento de esgoto foi realizada uma visita á usina de
tratamento de esgoto instalada recentemente no município e administrada pela
empresa SANEPAR6.
Nesta visita os alunos puderam aprender que:
a) Saneamento básico é um conjunto de procedimentos adotados numa
determinada região que visa proporcionar uma situação higiênica
saudável para os habitantes.
b) Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar:
tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública
de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em
aterros sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem).
c) Com estas medidas de saneamento básico, é possível garantir melhores
condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e
proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do
meio ambiente.
6 Companhia Paranaense de Saneamento.
29
Tabela 2: Conhecimento que os alunos têm sobre as conseqüências do óleo de cozinha no ambiente
Questionados sobre: Sim Não
Conhecimento que o óleo de cozinha contamina os rios/riachos e prejudica a fauna e flora.
90% 10%
Conhecimento que o óleo usado encarece o tratamento das águas. 90% 10% Conhecimento que o óleo usado entope as tubulações da residência causando danos e problemas futuros a mesma.
90% 10%
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
O questionário aplicado durante a pesquisa, que envolveu alunos e professores
da escola, indagava a população sobre a quantidade de óleo jogada mensalmente pela
família e o que as pessoas fazem com o óleo: se jogam no meio ambiente, reciclam ou
reutilizam. Lição esta aprendida conforme demonstrado na tabela 2, pelos estudantes
da escola em estudo, sendo constatado pelas considerações de uma aula que
participou ativamente da pesquisa. “Não sabia que óleo de cozinha podia ser reciclado.
Aprendi não só fazer sabão, mas as consequências para o meio ambiente e o homem”,
ressaltou.
Outro estudante, afirmou que mudou o modo de agir dentro de casa. “Reduzimos
a quantidade de frituras e não jogamos o óleo no ralo da pia. Colocamos em garrafas
plásticas e levamos para a escola para transformá-lo em sabão”, disse.
3.5 OFICINA 5: RECICLAGEM E POLUIÇÃO
O objetivo desta oficina foi demonstrar quais atitudes e ações práticas que
podem ser utilizadas para minimizar o impacto do descarte de óleo comestível usado no
meio ambiente e na saúde humana. Além de oportunizar hábitos para contribuir para a
sustentabilidade do planeta, gerando o mínimo de lixo possível e reaproveitado ao
máximo os produtos antes de descartá-lo. Para este fim, realizou-se uma visita ao
aterro controlado (Figura 6), com o intuito de investigar o destino do lixo produzido no
município.
30
Figura 6: Visita ao aterro controlado no município de Realeza (PR).
Fonte: Imagem da autora, 2010.
Quando questionados sobre o processo de reciclagem e poluição, os alunos
souberam que são conhecedores deste trabalho e da sua importância para o meio
ambiente. Ao se fazer exercícios sobre os tipos de materiais que podem ou não ser
reciclados todos foram unânimes na separação adequada. Na sondagem feita pelo
questionário, a pergunta que mais chama atenção refere-se à questão 6, 7 e 8. A
questão 6, indaga sobre a quantia de óleo comestível a família consome por mês.
Gráfico 8: Quantidade de óleo comestível é consumido no mês pela família do aluno.
Questão 6: Quantidade de óleo comestível a famíla consome no mês.
0
2
4
6
8
1 2
Menos que um litro 1 litro 2 litros mais de dois litros
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
31
O percentual é relativamente grande para o consumo de dois litros e mais de
dois litros ao mês, juntos comportam 65%, demonstrando que o descarte também será
grande, além dos prejuízos causados a saúde do educando e de sua família.
Gráfico 9: Local do descarte do óleo de cozinha.
Questão 7: Local de descarte do óleo comestível.
0
2
4
6
8
10
12
1 2 3 4
Pia No lixo É armazenado para alguma finalidade
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Percebe-se que a pia é o local mais utilizado para o descarte do óleo de cozinha
(50% dos alunos pesquisados), ocasionando problemas na rede de esgotos e
consequentemente, na rede pluvial. Lembrando que quando descartado na pia, além de
entupir o ralo, ele desce pela rede de esgotos e alcança rios ou o mar. Cada litro
derramado na pia, além de danificar a instalação hidráulica, é suficiente para poluir até
um milhão de litros de água..
Vale lembrar que no município de Realeza (PR) não há posto de coleta de óleo
comestível. Apenas 07 famílias aproveitam o óleo para a fabricação caseira de sabão.
Esse é um item que precisa ser trabalho em sala de aula, para que os alunos repassem
a importância da reutilização do óleo na fabricação de sabão em vez de contaminar a
rede de esgotos ao lançá-lo na pia.
Vale lembrar, ainda que um importante benefício gerado pela reciclagem é a
quantidade de novos empregos que ela tem gerado nos centros urbanos. Muitas
pessoas sem emprego formal (com carteira registrada) estão buscando trabalho neste
ramo e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de
papel e alumínio, por exemplo, já são comuns nas cidades do Brasil.
32
Gráfico 10: A família conhece alguma forma de aproveitar/reciclar o óleo de cozinha.
Questão 8: Conhece alguma forma de aproveitar/reciclar o óleo de cozinha.
0
5
10
15
20
1
Sim Não
Fonte: Questionários aplicados aos alunos, 2010.
Essa questão demonstra a disparidade das respostas, 75% das famílias
conhecem alguma receita fácil para aproveitar o óleo de cozinha, no entanto, não a
praticam preferindo descartam na pia seus resíduos. Novamente, deve-se trabalhar o
fator aluno-família como um agente transformador do ambiente, repassando conceitos e
importância desta prática de aproveitamento para a saúde e ao meio ambiente. A
conscientização ambiental é de fundamental importância e precisa começar desde a
infância. A escola exerce um papel vital neste processo, incutindo nas crianças e
adolescentes a consciência de que é preciso preservar o ambiente em que vivemos.
3.6 OFICINA 6: SUSTENTABILIDADE
A última oficina trabalhada, consta a Sustentabilidade como temática principal, e
procurou apresentar alternativas para a reciclagem do óleo de cozinha usado como
uma alternativa economicamente e ambientalmente viável ao descarte convencional de
33
tal resíduo.
Quando questionados sobre o consumo sustentável, produtos ecologicamente
corretos, sobre o biodisel a partir do óleo de fritura usado e sobre a educação
ambiental, todos demonstram ser conhecedores da sua função e importância para a
sociedade. No entanto, a teoria está bem acondicionada no educando o que está
faltando é a prática diária. Utilizar a teoria aprendida com a prática na família. Repassar
o aprendido para melhorar a saúde e as condições do meio ambiente. Práticas
pequenas e que fazem muita diferença para o ambiente.
A unanimidade dos alunos, afirmam que o local mais adequado para se ensinar a
Educação Ambiental é na escola. É o lugar onde se transmite o conhecimento e
possibilita a formação de multiplicadores ambientais. Pequenas práticas visando um
bem comum.
5 CONCLUSÃO
Neste artigo, abordaram-se diversas questões relacionadas ao meio ambiente,
tais como: vigilância ambiental, saúde e meio ambiente, coleta seletiva de lixo,
saneamento, reciclagem e poluição, e, sustentabilidade. No entanto, especificamente
tratou-se a questão da reciclagem do óleo de cozinha, onde se demonstrou a
importância do aproveitamento deste material em benefício a saúde humana e ao meio
ambiente. Enfatizou-se também, como é feita esta reciclagem e no que se pode
transformar o óleo que já foi utilizado, além de apresentar aos educandos como ele é
prejudicial ao meio ambiente quando descartado inapropriadamente.
O óleo de cozinha é altamente prejudicial ao meio ambiente e quando jogado na
pia (rede de esgoto) causa entupimentos, havendo a necessidade do uso de produtos
químicos tóxicos para a solução do problema. Muitos bares, restaurantes, hotéis e
residências ainda têm jogado o óleo utilizado na cozinha na rede de esgoto,
desconhecendo os prejuízos que isso causa.
Neste estudo, optou-se por se trabalhar em oficinas de aprendizagem, cada
oficina realizou práticas fundamentais para a aquisição do conhecimento por parte do
34
educando. A prática investigativa através da entrevista resultou em informações
importantes sobre algumas ações e atitudes vivenciadas pelo educando e sua família.
A escola ainda é o local onde se buscam conhecimentos e o professor é a ponte
deste saber.
Espera-se que ocorra a médio e longo prazo, a sensibilização das crianças e dos
adolescentes, quanto à preservação ambiental, em escalas globais e locais,
principalmente quanto ao meio em vivem. Espera-se, também, que as atividades
realizadas neste projeto influenciem na postura de todos os envolvidos, ao nível de sala
de aula, de suas residências e comunidades as quais pertençam.
Os resultados das ações foram medidos através da pesquisa de dados sobre os
problemas diagnosticados, contribuindo para difusão e consolidação da importância da
adoção de cuidados especiais que visem preservar ao máximo o meio ambiente.
As atividades citadas não apenas vão favorecer as aptidões dos alunos, mas
também são veículos através dos quais desenvolvem seu quadro cognitivo e sua
relação sócio-afetiva.
Hoje é cada vez mais necessário preparar o educando para que ele construa o
conhecimento e que seu uso no cotidiano seja visível, tornando-o um cidadão crítico,
democrático e participativo.
As entrevistas revelaram, em suma, que campanhas de reciclagem de lixo e
agora do óleo de cozinha, existem na escola e, inclusive, a mesma envolve toda
comunidade escolar e vai além dos muros da escola, pois os alunos saem do espaço
escolar e, organizados (quanto a calendário e procedimentos) em busca de limpar ruas,
rios, praças, entre outros.
Enfim, a implantação de forma definitiva dessa estrutura (como nova cultura)
somente é possível diante da educação direcionada e com campanhas permanentes de
reciclagem. Eis o desafio: sensibilizar os educandos sobre essa nova cultura, que se
baseia numa nova forma de agir no cotidiano com o meio ambiente. Esse é, na
verdade, mais que um desafio, é a nossa missão como educadores.
35
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ANEXOS:
QUESTIONÁRIO – OFICINA : VIGILÂNCIA AMBIENTAL Questionário a ser entregue e respondido pelos alunos participantes nas oficinas (vigilância ambiental, saúde / meio ambiente, coleta seletiva do lixo, saneamento, reciclagem e poluição, sustentabilidade) desenvolvidas na implementação do projeto; com perguntas relacionadas a situações do nosso cotidiano, para verificar as pré-concepções e as pós-concepções dos mesmos. As informações obtidas por meio deste, serão utilizadas no desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental, pela professora PDE 2009, Margarete Della Giustina. 1)Nome: ___________________________________________________________________ 2)Série: ____________ Turma: ___________ 3)Idade: ______________ 4)Sexo: F ( ) M ( ) 5)Perfil sócio-econômico: a. Quem são os encarregados (responsáveis) pela sua educação: ( ) pai biológico ( ) mãe biológica ( ) pai adotivo ( ) mãe adotiva ( ) avô ( ) avó ( ) tio ( ) tia ( ) Outros. Qual?............................................ b. Quem são as pessoas que moram com você? ( ) pai biológico ( ) mãe biológica ( ) pai adotivo ( ) mãe adotivo ( ) avô ( ) avó ( ) irmãos (nº)......... ( ) Outros. (nº)....... c. Qual é a renda mensal salarial da sua família: ( ) Um salário ( ) Dois salários ( ) Três salários ( ) Maior que três salários. d. Qual é o nível de escolaridade de seus pais: ( ) Analfabeto ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo e.Você realiza algum trabalho informal para auxiliar na renda familiar: ( ) Sim ( ) Não f. Sua família recebe algum tipo de benefício do governo como o vale gás e ou / bolsa-família? ( ) Sim ( ) Não 6)Você conhece a história da urbanização e a intensificação das atividades humanas de nosso município? ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo responda a questão nº 7:
7) houve modificações causadas pelo homem? a) na mata. ( ) sim ( ) não b) nos rios. ( ) sim ( ) não c) na fauna. ( ) sim ( ) não d) na qualidade da água. ( ) sim ( ) não e) na temperatura ambiental. ( ) sim ( ) não 8) E hoje, como você vê as condições do meio ambiente. Existem problemas ambientais no município de Realeza?
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( ) não existem ( ) não sei ( ) sim, existem. Quais? ( ) assoreamento dos rios ( ) descaso com os animais ( ) desmatamentos ( ) erosão do solo ( ) falta de água ( ) falta de planejamento urbano ( ) falta de cuidado com o lixo ( ) falta de saneamento básico ( ) pobreza ( ) poluição do ar ( ) queimadas ( ) rios poluídos ( ) ruas sem pavimentação 9) Qual é a sua atitude diante dos problemas ambientais: ( ) Não tomo atitude nenhuma. ( ) Sinto raiva e fico preocupado. ( ) Discuto o problema com outras pessoas. ( ) Procuro comunicar o fato a algum órgão competente. ( ) Tento resolver. 10) Em sua opinião, quais os itens abaixo que estão relacionados com a solução para nos problemas ambientais: ( ) Coleta seletiva ( ) Reciclagem ( ) Tratamento do esgoto ( ) Combate à fome ( ) Saúde e educação para a população ( ) Respeitar os direitos humanos ( ) Apagar a luz ao sair da sala ( ) Distribuição de renda mais justa ( ) consumir menos 11) Através da exploração e apropriação do ambiente indevidamente pelo ser humano, dentro de algum tempo teremos: ( ) um ambiente totalmente equilibrado ecologicamente, próprio para a habitação de qualquer tipo de vida. ( ) um ambiente devastado e degradado, que não proporcionará qualidade de vida a nenhum tipo de se vivo, nem mesmo ao ser humano que acredita ser tão evoluído. 12) Você concorda com a seguinte citação: “Uma das principais causa da degradação ambiental tem sido identificada no fato de vivermos sob a égide de uma ética antropocêntrica*. NO sistema de valores formado em consonância com essa ética, o homem é o centro de todas as coisas. Tudo o mais no mundo existe unicamente em função dele.” *antropocentrismo: visão de que o homem é o centro do universo. ( ) sim ( ) não 13) Pense em sua própria casa, rua e bairro. Após o que você aprendeu, quais as ações e estratégias seriam necessárias para melhorar o nosso meio ambiente? 14) Qual a mensagem que deixaria para as gerações futuras?
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QUESTIONÁRIO – OFICINA: SAÚDE / MEIO AMBIENTE 1) Quantas vezes por semana você come um destes alimentos: batata frita, pastel, coxinha? ( ) nenhuma ( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) Quatro ou mais 2) Você gosta mais dos alimentos preparados: ( ) cozidos ( ) assados ( ) fritos ( ) grelhados 3) Você ou alguém da sua família tem alguma preocupação ou controle em relação à quantidade de fritura que consomem no dia-a-dia? ( ) sim ( ) não 4) Qual o tipo de óleo que em sua casa é utilizado, qual é o mais consumido? ( ) óleo de girassol ( ) óleo de soja ( ) óleo de oliva (azeite) ( ) óleo de milho ( ) outro tipo de óleo Qual .................................................................................... 5) Estudos indicam que as frituras satisfazem o paladar, mas também engorda, maltrata seu coração e aumenta o risco de câncer? Você tem conhecimento dessas informações? ( ) sim ( ) não 6) Você tem conhecimento que com o aumento da temperatura e do tempo da fritura ocorrerá o aparecimento de substâncias prejudiciais a saúde humana? ( ) sim ( ) não 7) Em sua casa e feito a reutilização da gordura de uma fritura para fazer novamente outra fritura? ( ) sim ( ) não 8) Quando você ou alguém da sua família vai comprar algum alimento, vocês têm a preocupação em saber de onde vem e como foi produzido o alimento de consumo? ( ) sim ( ) não 9) Você tem o conhecimento que o óleo de cozinha usado quando descartado no ralo da pia, no solo ou no lixo comum causa danos ambientais? ( ) sim ( ) não 10) Para conservar uma cidade limpa e asseada, várias tarefas devem ser realizadas. Algumas são de responsabilidade da prefeitura local, outras são da sua responsabilidade. As tarefas abaixo são de sua responsabilidade? a) jogar papéis e outros objetos na lixeira. ( ) sim ( ) não b) embalar corretamente o saco de lixo. ( ) sim ( ) não c) realizar a separação do lixo. ( ) sim ( ) não d)dar um destino final para o lixo. ( ) sim ( ) não e)gerar o mínimo de lixo possível, reaproveitando ao máximo os produtos antes de descartá-los. ( ) sim ( ) não
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QUESTIONÁRIO – OFICINA: COLETA SELETIVA DO LIXO
1) Qual é o destino do lixo na sala de aula? ( ) cesto de coleta seletiva ( ) cesto comum ( ) chão 2) Você tem conhecimento dos problemas que o lixo pode causar ao meio ambiente? ( ) sim ( ) não Quais? (cite 2).................................................................... 3) Quais seriam as soluções que contribuiriam para evitar os problemas com o lixo no ambiente? a)Reduzir o consumo excessivo de embalagens descartáveis. ( ) sim ( )não b) Reaproveitar ao máximo os materiais antes de jogá-los no lixo. ( )sim ( )não c) Eliminar os lixões dispor os resíduos corretamente. ( )sim ( ) não d) Conscientizar a sociedade sobre a necessidade de participação de todos nesse processo. ( )sim ( )não 4) Você sabe o que é lixo reciclável? ( ) sim ( ) não 5) Se sim, em sua casa é costume separá-lo para a coleta seletiva? ( ) sim ( ) não Por quê ? ....................................................................................................................................... .............................................................................................................................................
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QUESTIONÁRIO – OFICINA: SANEAMENTO
1) Você tem conhecimento que o óleo usado contamina os rios/riachos se despejado nos mesmos e prejudica a flora e a fauna? ( )sim ( )não 2) Você tem conhecimento que o óleo usado encarece o tratamento das águas: ( ) sim ( )não 3) Você tem o conhecimento que o óleo usado entope as tubulações de sua residência causando danos e problemas futuros à mesma? ( )sim ( )não
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QUESTIONÁRIO – OFICINA: RECICLAGEM E POLUIÇÃO
1) RECICLAGEM é o retorno ao sistema de produção de materiais usados ou que sobraram nos processos produtivos e de consumo, para destiná-lo á fabricação de novos bens, com o objetivo de economizar recursos e energia. Você concorda que a reciclagem é importante para a manutenção da qualidade de vida no planeta? ( ) sim ( ) não
2) Dos materiais relacionados abaixo, assinale aqueles que podem ser reciclados: ( ) Jornais e revistas ( ) Caixas de papelão ( ) Espelhos ( ) Garrafas de bebidas ( ) Papel higiênico ( ) Pote de maionese ( ) Papel carbono ( ) Embalagem de agrotóxico ( ) Óleo de cozinha usado 3)Qual é o tipo de veículo coletor dos resíduos sólidos domiciliares e públicos existentes em sua cidade: ( ) caminhão compactador ( ) carrinho de mão ( ) caminhão de carroceria ( ) por tração animal ( ) caminhão basculante ( ) outro. Especifique 4) coletores dos resíduos sólidos fazem uso dos equipamentos de proteção (individuais e coletivos)? ( ) sim ( ) não 5) Qual é o tipo de unidade de disposição final dos resíduos sólidos urbanos de nossa cidade?
Aterro Sanitário – Disposição dos resíduos no solo, mediante confinamento em camadas cobertas com material inerte, segundo normas operacionais específicas. Permite um confinamento seguro em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde pública. Dispõe de impermeabilização de base e sistemas de coleta e tratamento do lixiviado e do biogás gerado.
Aterro Controlado – Disposição dos resíduos no solo, minimizando danos ou riscos à saúde pública e à sua segurança, reduzindo os impactos ambientais. Geralmente não dispõe de impermeabilização de base e sistemas de coleta e tratamento do lixiviado e do biogás gerado.
Lixão – Simples descarga dos resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.
Assinale com um X o tipo de instalação de disposição final: ( ) aterro sanitário ( ) aterro controlado ( ) lixão ( ) outros. Especifique ................................................................ 6) Qual é a quantidade de óleo que sua família consome por mês: ( ) menos que um litro ( ) 1 litro ( ) 2 litros ( ) mais de 2 litros.
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*Quantidade se pessoas que habitam na residência.................. 7) Onde o óleo que sobra em sua casa é descartado: ( ) pia ( ) no lixo ( ) é armazenado para alguma finalidade. Qual........................................... ( ) é coletado ( ) outros. Qual...................................... 8) Você ou alguém da sua família conhece alguma forma de aproveitar / reciclar o óleo usado produzido em sua casa? ( ) sim ( ) não
9) Em caso afirmativo aproveita para que finalidade? ( ) fabricação de sabão ( ) ração animal ( ) outros................
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QUESTIONÁRIO – OFICINA: SUSTENTABILIDADE
1) Consumo sustentável é a forma de consumo que visa satisfazer as necessidades e aspirações da geração atual sem prejuízo para as gerações futuras. *Você acredita que temos de mudar o nosso comportamento atual, instigar as pessoas à uma consciência ecologicamente seletiva, desenvolvendo, dentro do cotidiano, novos hábitos de consumo mais responsáveis com menor volume de desperdício. ( ) sim ( ) não 2) Você já ouviu falar em produtos ecologicamente corretos? ( ) sim ( ) não 3) Você tem conhecimento que se pode obter combustível de alta qualidade (biodisel) com o óleo de fritura usado? ( )sim ( )não 4) Participaria de uma coleta permanente, semelhante à coleta de lixo, de óleo usado gerado pela sua residência a ser transformado em sabão, biodisel, de forma a gerar lucros ao município e colaborar com a redução de impactos ambientais? ( )sim ( )não 5) Doaria esse óleo gratuitamente: ( )sim ( )não 6) Participaria desta coleta mediante algum tipo de incentivo (financeiro ou fiscal): ( )sim ( )não 7) Se nos basearmos nos problemas ambientais locais, através de uma reflexão crítica, conseguiremos melhorar a nossa qualidade de vida: ( ) sim ( )não 8) O biodisel é um biocombustível 100% renovável e alternativo ao diesel derivado do petróleo. Pode ser obtido através do óleo de cozinha usado é uma fonte de energia limpa e econômica. Reduz as emissões de dióxido de carbono, gás responsável pelo efeito estufa e não emite dióxido de enxofre, um dos gases causadores da chamada chuva ácida. Você acha importante substituir o diesel derivado do petróleo pelo biodisel? ( ) sim ( ) não 9) Você possui algum conhecimento sobre Educação ambiental? ( ) sim ( ) não Em caso afirmativo, onde obteve esse conhecimento? ( ) na escola ( ) em casa ( ) na comunidade ( ) pela televisão/rádio ( ) outro(s). Qual.................................................................. 10) Em sua opinião a Educação Ambiental relaciona-se com: ( ) preservação ambiental ( ) trilhas ecológicas ( ) poluição ( ) desemprego ( ) lixo
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( ) escola ( ) reciclagem ( ) esgoto ( ) desenvolvimento ( ) água ( ) política ( ) animais ( ) saúde ( ) sustentabilidade ( ) outro(s). Qual......................................................... 11) Onde você acha que é o local (is) mais adequado(s) para se ensinar sobre Educação ambiental? ( ) em casa ( ) na escola ( ) na igreja ( ) na comunidade ( ) outro(s). Qual.................................................... 12) Você se considera um multiplicador ambiental? ( ) sim ( ) não Que faz para tal? ...............................................................
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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO –––– SEED SEED SEED SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO –––– SUED SUED SUED SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROPROPROPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL GRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL GRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL GRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL –––– PDE PDE PDE PDE
Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais
Pelo presente instrumento particular, de um lado MARGARETE DELLA GIUSTINA, brasileira, solteira, professora, CPF nº 00555144992, Cédula de Identidade RG nº 56049878, residente e domiciliado à Rua Flor Da Serra, na cidade de Realeza, Estado Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação, brasileiro, portador do CPF nº….........................., ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra: Artigo - REDUÇÃO DE ÓLEO COMESTÍVEL COMO TEMA GERADOR NA FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES AMBIENTAIS, cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA. Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.
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Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições. Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias. Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web. Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual. Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento. Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988. Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR. Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.
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Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida, anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor. Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada. Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.
E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.
Curitiba, de de
______________________________________ CEDENTE
______________________________________ CESSIONÁRIA
______________________________________ TESTEMUNHA 1
______________________________________ TESTEMUNHA 2