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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
O USO DA TV MULTIMÍDIA – PENDRIVE COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA E PEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Fátima Sandra Mendes Chueh de Souza1
Juliana Telles Faria Suzuki2
RESUMO
A presença dos recursos tecnológicos como a TV Multimídia-Pendrive nas escolas da rede pública de ensino do Paraná é uma realidade. Tal ferramenta permite que o professor enriqueça sua prática docente trabalhando os conteúdos em vídeo, áudio e imagens de forma rápida e prática. No entanto observa-se um baixo uso dessa ferramenta no cotidiano escolar. Tendo como objetivo re-significar concepções e práticas dos professores pertencentes ao Colégio Estadual Rotary na cidade de Santo Antônio da Platina – PR por meio da oferta de formação continuada, bem como, suscitar debates sobre a incorporação do uso da TV Multimídia - pendrive como ferramenta metodológica e pedagógica no processo ensino – aprendizagem, desenvolveu-se este trabalho. Para isto optou-se pela pesquisa-ação, estratégia na qual o pesquisador participa como parte integrante do universo investigado. Autores como Carneiro (2002), Nóvoa (2001), dentre outros permearam as reflexões teóricas deste estudo. Como estratégia metodológica optou-se por uma levantamento inicial de dados por meio de questionário; a seguir, a realização de um grupo de estudo para formação e por fim novamente um questionário semi estruturado. Como resultado observou-se que a utilização da TV Multimídia-pendrive não acontecia em função da falta de conhecimento sobre a ferramenta, entretanto, mesmo após a formação para o uso da ferramenta e superação dessa questão apontou-se a falta de tempo como fator de impedimento na preparação de tal recurso. Com isso conclui-se que o uso da TV Multimídia-pendrive não está relacionado apenas a aprendizagem da ferramenta em si e suas possibilidades, mas está atrelada as condições de trabalho docente.
Palavras-chave. Tecnologias em Educação. TV Multimídia-pendrive. Formação de Professores.
1 Pedagoga do Colégio Estadual Rotary – EFM, de Santo Antônio da Platina - PR2 Orientadora, Profª Ms da Universidade do Norte Pioneiro – UENP,Campus de Cornélio Procópio.
2
1 INTRODUÇÃO
Com a globalização e o advento de novas tecnologias de comunicação, o
tempo histórico se acelerou e profundas transformações começaram a ser
incorporadas em todas as esferas da sociedade. O avanço tecnológico produzidos
pelo uso do computador nas empresas, indústrias, bancos, mercados, cinemas,
telecomunicações e demais áreas, interfere na forma de adquirir conhecimentos.
Assim, inserir o aprendiz frente às novas tecnologias da comunicação e informação,
bem como colocar a tecnologia em favor da educação deve ser pensada em termos
de competências curriculares.
O surgimento da tecnologia, além de provocar impacto de diferentes
naturezas em diversas áreas, provoca na educação e, sobretudo, no trabalho
docente a necessidade de romper com velhos paradigmas educacionais muitas
vezes centrados em currículos fragmentados, de memorização e transmissão de
informações. O professor enquanto mediador do processo de ensino e
aprendizagem deve ser submetido a novas formas de ensinar, agora pautada na
relação com as novas tecnologias.
Revendo o papel docente diante do processo histórico em que as mudanças
sociais aconteceram, verifica-se uma profunda transformação no seu trabalho. A
discussão geradora do conflito atual não envolve apenas o fato de utilizar ou não
tecnologia em sala de aula, mas sim o domínio técnico-pedagógico que permite ao
professor modificar e inovar os processos de ensino e aprendizagem.
Diante dessa questão, aponta-se a problemática através dos seguintes
questionamentos: como ocorre a inserção da tecnologia como ferramenta de
ensino? Por que o uso das tecnologias ainda não é uma realidade nas instituições
educacionais? Será a falta de formação adequada? Como a formação continuada
poderia contribuir para reduzir o distanciamento entre a teoria e prática voltada para
o uso das tecnologias como ferramenta metodológica na organização da sua prática
pedagógica?
Em defesa de uma formação continuada voltada para professores que atuam
e a fim de promover uma contribuição que visa reduzir o distanciamento entre a
teoria e prática quanto ao uso das tecnologias como ferramenta metodológica, tal
3
projeto teve como objetivo re-significar concepções e práticas dos professores
pertencentes ao Colégio Estadual Rotary na cidade de Santo Antônio da Platina – Pr
por meio da oferta de formação continuada, bem como, suscitar debates sobre a
incorporação do uso da TV Multimídia - pendrive como ferramenta metodológica e
pedagógica no processo ensino – aprendizagem.
Para isto optou-se pela pesquisa-ação, estratégia na qual o pesquisador
participa como parte integrante do universo investigado. Autores como Libâneo
(2007), Carneiro (2002), Nóvoa (2001) dentro outros contribuíram teoricamente para
focalizar o estudo, assim como os trabalhos realizados pela Secretaria da Educação
do Paraná. A seguir realizou-se um levantamento inicial de dados por meio de
questionário voltado para os professores de 5ª série do ensino fundamental. Com os
dados coletados realizou-se um grupo de estudo para formação e por fim novamente
um questionário semi estruturado.
Ao término pode-se verificar que o uso da TV Multimídia-pendrive será
efetivado à medida que o professor conhecer a ferramenta, saber utilizá-la,
identificar as possibilidades de trabalho. Mas também o seu uso estrá trelado às
condições de trabalho docente, que necessita de tempo para preparação de material
na TV Multimídia-pendrive.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
Um dos grandes desafios da educação nos dias atuais é proporcionar aos
alunos oportunidades de uma aprendizagem de qualidade que contemple o
desenvolvimento das habilidades e competências necessárias na sociedade em que
vivemos. Neste cenário, destaca-se a importância de se repensar o papel da
educação principalmente no que diz respeito ao uso das tecnologias.
Quando se fala na utilização das tecnologias no processo de ensino-
aprendizagem, nota-se um gradativo interesse por parte de educadores comparando
às últimas décadas. Contudo, a história dos professores com a tecnologia tem sido
uma relação de confronto. Esse fato tem dificultado o avanço das tecnologias nos
espaços educativos.
4
Libâneo (2007) afirma que conceber a escola como espaço de síntese é
acreditar nela como estrutura possibilitadora de significado mais do que como
estrutura possibilitadora de informação. Portanto a escola, bem como a universidade
deveria assumir um papel de análises críticas e produção da informação, em que o
conhecimento possibilita a atribuição de significados à informação.
A instituição educacional tem como função formar os indivíduos de maneira a
tornarem-se cada vez mais agentes sociais criativos e dinâmicos, participantes das
transformações do seu tempo. Sendo assim, é preciso compreender a tecnologia
como ferramenta que proporciona aos alunos além de outros atributos, o
desenvolvimento da criticidade, da autonomia e da cooperação.
A tecnologia educacional é uma realidade nas escolas neste início de século.
Porém, faz-se necessário criar ambientes facilitadores que incluam nova postura,
como a adoção de metodologias que permitam a participação ativa do aluno no
processo educativo.
As novas tecnologias da comunicação e informação enriquecem a prática
pedagógica, mas não falam por si sós. O professor é responsável por essa
incorporação. Para que ele possa realizar um trabalho de qualidade, será necessário
refletir acerca dos seus próprios paradigmas. A ele cabe reconsiderar o trabalho
docente, dominando as tecnologias e assumindo as decisões quanto ao processo de
ensino e aprendizagem.
Um grande número de ferramentas tecnológicas figura no cenário
educacional, cabendo ao professor avaliar o leque de opções e selecionar a
ferramenta que melhor atenda às suas necessidades educacionais.
Assim, diante da nova realidade, a educação não pode mais viver do
passado, negando a existência das tecnologias, pois formaria pessoas
desconectadas da realidade em que se inserem. Por isso nesses novos moldes é
preciso compreender uma nova dimensão dos papéis na educação, tanto do
professor quanto do aluno, enfim, do próprio projeto pedagógico.
2.2 PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO
Há necessidade de mudar as formas de ensinar, de rever o papel do
professor e do aluno, de ter nova visão de sala de aula, de se postar diante das
5
novas tecnologias e de encarar a educação e sua função social com maior
abrangência. “O papel da educação deve voltar-se à democratização do acesso ao
conhecimento, produção e interpretação das tecnologias, suas linguagens e
consequências” (SAMPAIO; LEITE, 1999, p. 15).
O professor precisa estar preparado para atuar pedagogicamente com as
novas tecnologias. Essa preparação passa pelo rompimento do velho paradigma e
pela aceitação e incorporação de um novo modelo, onde o professor não é mais o
centro da relação educativa.
Atendendo a esse paradigma educacional, as novas tecnologias são usadas
para incentivar o aluno e para mediar a elaboração dos seus trabalhos. A
aprendizagem é um processo de construção no qual o professor necessita mediar o
pensamento do aluno, favorecendo a sua aprendizagem. As tecnologias são
ferramentas que auxiliam essa mediação, ao mesmo tempo que possibilitam novas
descobertas e novas habilidades. Porém, o emprego dos meios de comunicação
como recursos pedagógicos não isentam a instituição escolar de seu papel
primordial que é ensinar. Não se busca, com a utilização dos meios de
comunicação, anular a função do professor, dos livros didáticos e da própria
instituição. As imposições do mundo atual requerem a abertura para o diálogo e à
superação dos estereótipos que ainda cerceiam essa relação.
Nesse sentido, faz-se necessário rever também os paradigmas atuais acerca
da atuação com as novas tecnologias, buscando formar um cidadão capaz de
compreender criticamente as mensagens que os meios de comunicação expõem.
A instituição escolar precisa ser um espaço aberto e conectado com o mundo.
O acesso à internet, a participação em fóruns e chats, a troca de conhecimentos, os
e-mails, o acesso a sites variados, as ferramentas interativas (orkut, messenger e
outras), a construção de trabalhos colaborativos, a visitação a sites diversos e a
navegação sem fronteiras expandem os horizontes e colocam o aluno em contato
com diferentes culturas, produzindo um enriquecimento cultural que precisa ser
aproveitado pela universidade.
O professor precisa incorporar novas atitudes docentes, assumir o ensino
como mediação; assumir a ideia de prática interdisciplinar na escola; conhecer
estratégias de ensinar a pensar e ensinar a aprender; empenhar-se em auxiliar o
aluno a buscar uma perspectiva crítica dos conteúdos; assumir a sala de aula como
um processo comunicacional; reconhecer o impacto das novas tecnologias; atender
6
à diversidade cultural e respeitar as diferenças; investir na atualização científica e
em sua formação continuada.
É certo que a era da comunicação e da informação torna mais ágeis e
acessíveis o conhecimento e a informação. Não se pode deixá-los fora da sala de
aula. Imaginar a educação hoje sem o uso das tecnologias é praticamente inviável.
Diante deste cenário não cabe mais pensarmos a figura do professor numa
perspectiva tradicionalista. O professor torna-se o profissional que vai estabelecer
uma relação pessoal com o aluno, facilitando o processo de ensino e aprendizagem
através da aprendizagem colaborativa; garantindo a inter-relação do aluno com o
sistema; fazendo a mediação pedagógica nas atividades propostas; operando a
integração dos conteúdos; articulando questões originadas em sala de aula;
contribuindo para o fluxo de informações etc. Enfim, ele é um dos principais elos que
assegura a qualidade.
O terceiro milênio se aproxima trazendo novos desafios e mudanças na
educação. Nessa transformação, o homem ao longo do tempo, modificou as formas
de produzir bem como reproduzir os meios de sua própria sobrevivência,
modificando também suas relações humanas, ocasionando alterações na maneira
de se comunicar e de se educar. Pode-se dizer que está surgindo um novo
paradigma em educação.
Uma das dificuldades é modificar o paradigma tradicional de ensinar e
aprender, pois somos frutos de um modelo de educação tradicional onde o aluno em
consequência deste modelo, tornava-se um receptor passivo. Porém, os avanços da
ciência e da tecnologia, colocam à educação à consequente mudança de
paradigma. A introdução de novas tecnologias, principalmente associadas ao uso do
computador, na educação, está provocando uma mudança de paradigma
educacional. O foco está deixando de ser o ensino e está centrado no aluno e na
aprendizagem.
Embora diversos docentes utilizem recursos tecnológicos como projetor de
multimídia, filmes e outros, a sua postura revela a concepção tradicional e os
professores continuam a ser formados em velhos modelos normativos. Uma
mudança qualitativa no processo de ensino e aprendizagem ocorre quando
buscamos fortalecer a relação teoria-prática, onde a Didática não pode ser
considerada como um receituário, dessa forma, as técnicas de ensino pode ser
transformado pelos profissionais, tendo como ponto de partida que ensinar é sempre
7
um momento de criação. É preciso redefinir, segundo Cunha (2004), o papel da
didática no campo do conhecimento e reafirmar seu papel na área da formação de
professores. Surge a necessidade de nos afastarmos da perspectiva da
racionalidade técnica, que considera o espaço da prática como aplicação de
técnicas fórmulas. Precisa-se repensar a didática e seu desenvolvimento no espaço
de formação de professores.
Por se viver num contexto de profundas transformações culturais,
epistemológicas, ideológicas, sociais e profissionais, estruturante de revoluções nos
diversos campos de conhecimento, de informação e de tecnologia, porém
responsável por educar as novas gerações, a preocupação com os processos
formais pelos quais os professores aprendem a ensinar continuam sendo relevantes.
Contudo, a atual configuração dos cursos de formação de professores deixa a
desejar por diversos motivos.
Nóvoa (2001), por exemplo, ao analisar as dificuldades de os professores
colocarem em prática as concepções e modelos inovadores, indica como razão
principal o fechamento das instituições de formação em si mesmas, seja devido a
um academicismo excessivo, seja a um empirismo tradicional. O autor assinala que,
apesar de o equilíbrio entre a inovação e a tradição constituir-se em uma tarefa
difícil, é necessário o combate à reprodução de práticas de ensino, porque,
frequentemente, esse tipo de prática não se fundamenta em um espírito crítico ou
em um esforço para mudanças.
Nos cursos de nível superior para a formação inicial de professores, a
constante compartimentalização das disciplinas tem promovido dissociação entre os
saberes específicos e de natureza pedagógica. Conforme aponta Gatti (2001),
nesses cursos de formação inicial de professores não ocorrem debates constantes
em relação ao perfil do profissional que se pretende formar, o que por sua vez
reforça a ritualização das estruturas tradicionais de formação e da organização
curricular.
As possibilidades de reverter esse quadro implicam em processos que
envolvem necessariamente os professores formadores, os alunos e as instituições
de ensino, enquanto unidades especificamente formadoras. Entretanto, a
diversidade das demandas de cada um desses segmentos tem gerado, por um lado,
grande complexidade, e, por outro, inviabilizado a consolidação de estratégias
estáveis, quanto à oferta de cursos de formação de professores.
8
Assumir a prática de ensino como espaço investigativo, é um compromisso
profissional, para a concretização de uma prática comprometida com a emancipação
do aluno como sujeito do seu próprio conhecimento, que constrói e reconstrói
saberes.
2.3 BREVE HISTÓRICO DOS PROGRAMAS RELACIONADOS À CAPACITAÇÃO
DOCENTE
As primeiras iniciativas governamentais de incentivo à introdução da
informática na educação brasileira foram tomadas por volta de 1981 através do
Projeto EDUCOM (educaçãocomunicação). Este projeto teve suas origens no “I
Seminário Nacional de Informática na Educação”, que se realizou em Brasília no
mesmo ano.
O projeto almejava à implementação de centros pilotos nos quais seriam
formados profissionais capazes de utilizar em sala de aula a nova tecnologia que
estava sendo disponibilizada.
Finalmente, em 1983, o Projeto EDUCOM foi introduzido como uma proposta
interdisciplinar, através da implementação dos centros pilotos que contavam com
infra estrutura capaz de formar profissionais qualificados a levar a tecnologia para
dentro da escola. Nesse projeto estiveram envolvidas diversas universidades,
procurando proporcionar a formação de recursos humanos e avaliar o efeito da
introdução do computador no ensino e aprendizagem dos alunos.
A partir do projeto EDUCOM, surge em 1987 o projeto FORMAR, que visa à
formação de professores para se trabalhar a informática na educação, sendo estes
responsáveis por multiplicar em sua região de origem. Dessa iniciativa surgem os
CIEDs (Centros de Informática Educacional) em 17 estados brasileiros, que tem por
objetivo a implantação de centros de informática na educação.
O Programa Nacional de Informática Educacional PRONINFE, de 1989,
visava desenvolver a informática educacional no Brasil. Esse projeto criado pelo
MEC apenas dá sequência as iniciativas anteriores.
O programa se desenvolveu através de atividades e projetos, de base sólida
e atualizada no que tange aos fundamentos pedagógicos, a fim de garantir a
unidade cientifica, política e técnica vitais para o êxito dos esforços e investimentos
9
envolvidos. Programa também pretendia, entre outras coisas, dar apoio ao
desenvolvimento e utilização da Ciência da Computação nos 1º, 2º e 3º graus, e na
educação especial; para promover a infra estrutura de apoio à criação de vários
centros espalhados por todo o país, podendo assim consolidar e integrar as
pesquisas; para produzir recursos humanos qualificados para produzir, adquirir,
adaptar e avaliar materiais de software educacional.
Finalmente, O PROINFO Programa Nacional de Informática na Educação foi
criado. Os principais objetivos do PROINFO eram financiar a entrada da tecnologia
informacional e das telecomunicações no ensino médio e fundamental das escolas
publicas, e, iniciar o processo de universalização do uso de novas tecnologias na
educação publica.
Com isso, o projeto se propunha a melhorar a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem, e, ao mesmo tempo, tornar possível a criação de uma nova
pedagogia cognitiva no ambiente escolar através da incorporação de novas
tecnologias informacionais. Tudo isso ofereceria uma educação voltada para o
desenvolvimento cientifico e tecnológico.
O Projeto PROINFO, quando foi lançado, antecipou algumas mudanças tais
como: suporte e preparação de projetos estaduais voltados para educação através
do computador; planejamento da informatização da escola; apoio aos projetos
escolares; qualificação de recursos humanos; implantação de centros de tecnologia
educacional; definição de especificações técnicas e de suporte futuro para os
projetos.
Colaborando com estas iniciativas, o estado do Paraná vem inovando com a
instalação da TV Multimídia – pendrive nas escolas da rede estadual. Nesse sentido,
destacamos a importância da formação continuada. Além disso, espera-se do
professor do século XXI que ele seja capaz de desenvolver os conteúdos não só de
forma individual, mas também coletiva e que saiba manejar os instrumentos
específicos dos novos tempos.
10
2.4 PROMOVENDO A INCLUSÃO DIGITAL
A sociedade em que vivemos exige das pessoas um contato diário com as
tecnologias, quer seja para realizar operações bancárias, lidar com cartões
magnéticos, entre outras que utilizam o computador e a internet.
A escola, que deve por princípio promover a inclusão, precisa trazer as
tecnologias para sua realidade cotidiana, facilitando a inclusão digital não apenas
dos alunos mas também dos profissionais da educação. Para que aconteça a
inclusão digital nas escolas o uso dos recursos tecnológicos precisa ser um hábito
cotidiano, uma ferramenta tão comum ao professor quanto o quadro de giz e a lousa
sempre foram.
O Governo Federal do Brasil, implementou o Programa Nacional de
Informática na Educação ( PROINFO), cujas diretrizes foram elaboradas em regime
de estreita colaboração entre o Ministério da Educação (MEC) , o Conselho Nacional
de Secretários Estaduais de Educação (CONSED) e os Governos Estaduais
representados pelas Secretarias de Educação. No Estado do Paraná a adesão
efetivou-se, no primeiro semestre de 1997, quando foram elaborados pelas escolas
públicas, com auxílio de técnicos da Secretaria de Estado e Educação do Paraná,
projetos educacionais de incorporação de comutadores nas escolas, prevendo
ajustes administrativos, melhoria nas adaptações físicas e aplicabilidades
pedagógicas destes recursos.
O Proinfo, uma formação continuada e capacitação para professores e
agentes educacionais que visa capacitá-los para o uso pedagógico das tecnologias,
bem como dos recursos educacionais multimídia e digitais, disponibilizados pela
web, SEED e pelo MEC. Na formação eles têm a oportunidade de utilizar e aprender
sobre o Sistema Operacional Linux Educacional e o pacote de aplicativos BR Office,
softwares que são utilizados tanto nos laboratórios do PROINFO quando no Paraná
Digital.
A CRTE – Coordenação Regional de Tecnologia na Educação é responsável
pela docência dos cursos. Onde o objetivo principal do curso é dar maiores
subsídios aos profissionais participantes para que utilizem os recursos, seja no
laboratório do Paraná Digital, a TV Multimídia, ou a Internet, já disponibilizados no
estabelecimento, porque todo o conteúdo trabalhado está envolvido com a prática
pedagógica, com a pratica do professor. O computador e a televisão nunca são
11
substituir o professor, mas eles podem contribuir sim e efetivamente para a prática
pedagógica.
Segue abaixo algumas das ferramentas que estão disponíveis à comunidade
escolar.
• Portal Dia a Dia Educação
• Programa Paraná Digital PRD
• Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO)
• TV Paulo Freire
• TV Multimídia-pendrive
• Pesquisa e disseminação de conteúdos
Ao utilizar as tecnologias o professor tornará sua aula mais rica e com isso o
processo de ensino e aprendizagem desde que utilizados de forma adequada, terá
um maior resultado, buscando forma contextualizada para que tenha incidência
sobre a aprendizagem dos alunos, e esses recursos ainda são desafios aos
professores.
De acordo com Nevado (2006) o papel do professor no contexto educacional
é propiciar, interceder e intermediar de tal forma o crescimento afetivo e cognitivo de
seus educandos, procurando assim explorar através de experiências em sala de
aula situações que façam o aluno e o professor a indagar, questionar, interagir,
trocar experiências e informações, debater e raciocinar sobre os conteúdos que
fazem parte do seu planejamento e do seu currículo. Portanto dessa forma o
conhecimento surge através de uma relação de interação entre o aluno e o
professor.
A integração da TV Multimídia-pendrive possibilita a acessibilidade as
ferramentas tecnológicas que são chamadas de objetos de aprendizagem
produzidos nas plataformas por inúmeras e diferentes ferramentas e mídias. A
inclusão desse recurso tecnológico presente na escola não deve e nem pode ser
vista como garantia de uma transformação e de uma aprendizagem efetiva e de
qualidade nas práticas pedagógicas desenvolvidas pelo professor, mas pode causar
profundas transformações na realidade social e educacional do educando, desde
12
que sua utilização seja de forma adequada onde propicie um conhecimento concreto
e não apenas uma transmissão.
Hoje a inclusão digital está presente nas escolas da Rede Pública de
Educação Básica no Estado do Paraná passa a se configurar em uma ação real e
concreta por meio de um acréscimo da rede de inovações tecnológicas, que se
efetiva num trabalho que segue a política educacional do Estado, e da melhoria da
qualidade de educação para todos.
Muitas ações têm sido realizadas no Estado do Paraná para a melhoria e
qualidade da escola e do ensino. Essas tecnologias, aliadas ao conhecimento e à
experiência de sua prática docente, devem assegurar aos nossos alunos uma
educação permeada pela diversificação de linguagem dinâmica e aberta as
inovações no aprendizado e articulado ao mundo contemporâneo, podendo assim o
professor levar para dentro de sua sala de aula os conteúdos pesquisados e
selecionados nos laboratórios de informática e apresentado na TV Multimídia que
serve de subsídio para a utilização desse importante suporte técnico que é a
televisão e seus recursos.
A ação docente no processo educativo pressupõe a intenção de formação
humana e profissional dos discentes. Essa nova realidade exige que os professores
se adaptem ao novo paradigma do conhecimento exigido pelas alterações no mundo
do trabalho. Todo professor deve se aprofundar das diferentes linguagens presentes
no mundo da mídia atualmente, devendo assim, além de decifrar códigos, estar
preparado para analisar e criticar os conteúdos presentes nos diversos meios de
comunicação, verificando nas mensagens midiáticas as possibilidades e
necessidades, criando novas metodologias didáticas, buscando ampliar os
horizontes cognitivos, buscando formas de explorar.
A sociedade é chamada de multicultural, sendo assim o professor necessita
diversificar materiais didáticos, e os programas de ensino presentes na escola, isso
faz com que ele possa confrontar com os inúmeros modelos de socialização em
toda sua prática educativa. Os conteúdos curriculares exigem que os professores
estejam em constante formação para que sejam capazes de compreender as
mudanças que se instalam no sistema educacional. Hoje o professor não é um mero
transmissor do conhecimento, ele deve ser o mediador, o facilitador do processo de
ensino e aprendizagem, devendo assim estar preparado para utilizar as tecnologias,
entender e organizar o trabalho de forma coletiva e integradora. As novas
13
contribuições e deveres do professor devem vir acompanhados de formação
docente e competência para lidar com os conflitos que surgem no eu dia a dia.
Estamos na era da informação, assim a educação escolar deve formar
cidadãos capazes e críticos para compreender os avanços tecnológicos da
comunicação e informação, que vem provocando mudanças significativas no mundo
do trabalho.
2.5 FORMAÇÃO CONTINUADA
A profissão docente requer atualização constante, tanto em sua disciplina
específica, quanto nas metodologias de ensino e nas novas tecnologias. Nesse
sentido, destaca-se a importância da formação continuada.
Ensinar implica em criar condições a fim de que o educando use sua
inteligência para construir estratégias que lhe permitam lidar com os desafios de sua
cultura e de sua existência. Nesse sentido, não se pode mais admitir uma educação
que se restrinja ao espaço de sala de aula. É preciso explorar as novas
possibilidades que as tecnologias proporcionam. E para isso a formação continuada
é essencial.
Paulo Freire (1999, p.64), afirma que: “a consciência do mundo e a
consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente
de sua inconclusão num permanente movimento de busca [...].
Essas palavras mostram que o ser humano não é um ser acabado, pronto,
formatado, mas sim um ser inacabado, que constantemente sofre modificações. E,
tendo em vista a multiplicidade de informações que nos cercam, seja através da
mídia televisiva, seja da mídia impressa, seja de um programa de rádio ou seja de
uma simples conversa entre vizinhos, reconhecemos que a cada momento, estamos
aprendendo, estamos nos modificando, porquanto, por mais que aprendemos, há
sempre algo mais por aprender, como seres inacabados que somos. Sendo assim, a
formação continuada é justificada, uma vez que as tecnologias da informação e
comunicação avançam para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
14
3. METODOLOGIA
Considerando o objetivo deste projeto: re-significar concepções e práticas dos
professores pertencentes ao Colégio Estadual Rotary na cidade de Santo Antônio da
Platina – PR por meio da oferta de formação continuada, bem como, construir uma
metodologia para orientar o professor na reflexão e incorporação do uso da TV
Multimídia - pendrive como ferramenta metodológica e pedagógica no processo
ensino – aprendizagem, desenvolveu-se uma estratégia metodológica em três
momentos momentos, sendo elas:
• levantamento de necessidades: neste momento será aplicado um
questionário estruturado tendo por alvo identificar como ocorre a utilização da
TV Multimídia – pendrive no processo de ensino e aprendizagem;
• intervenção na escola: será realizada a partir da metodologia proposta. Os
encaminhamentos necessários para o desenvolvimento das atividades serão
preparados nas reuniões de planejamento e na hora-atividade dos
professores;
• análise dos resultados: fechamos o projeto com uma entrevista semi
estruturada onde buscaremos analisar os resultados obtidos no projeto.
O trabalho de implementação e coleta de dados aconteceu no Colégio
Estadual Rotary – EMF no município de Santo Antônio da Platina – PR com
professores da 5ª série do Ensino Fundamental com 7 (sete) professores. Os
resultados seguem abaixo.
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os professores que participaram dessa pesquisa são respectivamente das
disciplinas de: Ciências, História, Inglês, Matemática, Arte, Geografia, e Português.
Para o levantamento das ideias e reflexões dos professores, foi aplicado um
questionário inicial para verificar a relação dos professores com as tecnologias.
Neste questionário verificou-se que todos os professores possuem
computadores em suas casas, entretanto, apenas 4 (quatro) têm acesso à Internet.
Todos mencionaram utilizar o computador na preparação de provas e exercícios.
15
Apenas (4) mencionaram o uso para pesquisas e outros 2 (dois) para atividades de
lazer. Em sua maioria, todos consideram o uso de recursos uma estratégia
importante no processo de ensino e aprendizagem, entretanto, apenas 2 (dois)
professores sentem-se preparados para trabalhar com essas ferramentas. Quanto
ao uso da TV multimídia a maioria relatou um uso esporádico, apenas 2 (dois)
professores mencionaram o uso constante.
Quanto a capacitação para o uso das tecnologias 4 (quatro) professores
assinalaram que tinham participado de formações e 3 (três) afirmaram não ter
participado. No entanto, todos demonstraram interesse em aprender a utilizar os
recursos para utilizar em suas aulas.
As respostas nos levam a analisar algumas questões. A primeira delas refere-
se à apropriação das tecnologias. Percebe-se que a cada dia as tecnologias tornam-
se presentes no cotidiano das pessoas. A segunda refere-se à dificuldade
consolidação das tecnologias no meio educacional (SUZUKI, RAMPAZZO, 2011).
Observa-se que nem todos utilizam de forma efetiva principalmente com objetivos
educacionais. Esse fato não é inédito, já foi debatido por diversos pesquisadores.
Sancho (2006) inclusive afirma que a relação das tecnologias com a escola é uma
história cheia de promessas rompidas, ou seja, de desencontros, de expectativas
não cumpridas. E isso também foi evidenciado na fala de alguns professores.
Após o levantamento inicial, realizou-se o momento de intervenção que foi
composto de encontros realizados durante as horas-atividade dos professores.
Estes encontros tiverem como suporte o Caderno Didático construído anteriormente
e através do estudo deste foram trabalhados conteúdos voltados para a discussão
das tecnologias em educação e as possibilidades de uso da TV Multimídia-pendrive.
Outro momento presente foi a instrumentalização dos professores para o uso da TV
Multimídia-pendrive, quando trabalhou-se questões voltadas para o uso da
ferramenta em si, como por exemplo: pesquisar e colher material da internet, do
portal dia-a-dia educação; fazer as conversões quando for necessário; a importância
da criação de blog pedagógico e os conteúdos que podem fazer circular entre os
alunos, levando-os a fazer pesquisas e publicá-las para seus colegas tenham
acesso; como professores podem interferirem sugerindo materiais de consulta,
avaliando, comentando e instigando-os a prosseguir.
Discutiu-se também a avaliação e os seus novos contornos, pois à medida
que o uso destas ferramentas torna-se efetivo tanto pelos professores quanto pelos
16
alunos, percebe-se uma mudança especialmente quanto aos alunos que se tornam
agentes diretos no processo da sua aprendizagem, passando a serem críticos das
informações e/ou conhecimento que estão a sua disposição.
Após o momento de formação realizou-se uma entrevista semi estruturada. A
característica desse modelo de entrevista é que, embora já existisse um tema
previamente definido, o uso da TV Multimídia-pendrive no processo de ensino e
aprendizagem, as perguntas não foram colocadas numa sequência rígida ou
fechadas, pelo contrário, as questões foram abertas e as respostas foram “fluindo” à
medida que os professores iam se sentindo à vontade.
A primeira questão discutiu-se: “como vocês passaram a considerar a
utilização da TV Multimídia-pendrive após tomarem conhecimentos de suas
possibilidades e aprenderem a trabalhar com ela?”. A maioria dos professores
respondeu que “não achavam que seria tão fácil”, e que não era um “bicho de sete
cabeças” e que os medos relacionados ao seu uso não tinham fundamento.
Este fato nos remete à discussão das representações sociais. “O que as
representações coletivas traduzem é a maneira pela qual o grupo se enxerga a si
mesmo nas relações com os objetos que o afetam (DURKHEIM, 1987, p. XXVI)”. As
representações sociais são ideias que precedem o indivíduo e que são impostas à
consciência no sentido de moldá-la.
Observamos aqui a representação do medo da ferramenta, mesmo sem
conhecê-la. A sensação de fazer algo errado e estragar tudo está muito presente.
Carneiro (2002, p. 55) diz que “os sentimentos relacionados com o computador
acontecem sob alguns aspectos principais: recusa, medo e sedução”, ou seja, ao
mesmo tempo em que se admite as possibilidades da ferramenta numa perspectiva
até de fascínio pelas vantagens, tem-se o medo por não conhecer.
Nesse sentido, observou-se de grande importância a instrumentalização para
o uso das ferramentas, pois possibilitou a desmistificação de alguns conceitos
relacionados ao uso da ferramenta.
Ainda nesta questão outro fato levantado pelos professores foi o fator tempo
para elaboração de tal material para uso com os alunos. Vários apontaram a
inviabilidade considerando que trabalham em diversos turnos e não teriam tempo
para tal preparação. Sabemos que esta realidade não se circunscreve a esta escola,
mas está posta em âmbito nacional. O Brasil vive já faz algum tempo uma situação
de desvalorização do trabalho docente. Superar isto é um grande desafio que se
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coloca, uma vez que muito se tem falado sobre a precariedade da educação. Só é
possível estimular alunos pesquisadores, se os professores forem também
pesquisadores, se também tiverem tempo para preparação de suas aulas, de
recursos tecnológicos etc.
Na segunda questão discutiu-se: “quando vocês utilizaram a TV Multimídia-
pendrive perceberam que ela contribuiu para uma aprendizagem mais significativa?
Os alunos participaram mais ativamente?” Neste momento os professores relataram
que sim, houve avanços significativos na aprendizagem dos alunos. Nas aulas em
que a ferramenta foi utilizada os alunos participaram e interferiram positivamente
num âmbito maior do que os próprios professores imaginavam. Inclusive houve
relatos de que os alunos começaram a sugerir propostas para as próximas aulas,
sugestões de sites de pesquisas dentre outros.
Por esta razão as instituições educativas devem preocupar-se em formar
pessoas capazes de lidar com o avanço tecnológico. Para isso ela precisa
possibilitar o educando a ter contato com as novas tecnologias da comunicação e
informação, conhecê-las de forma crítica e reflexiva, bem como colocar a tecnologia
em favor da educação.
CONSIDERAÇÕES
Em relação aos autores abordados como Nóvoa (2001) e outros, são
unânimes em afirmar que as dificuldades em relação aos professores é o “excessivo
academicismo”, ou seja, os encaminhamentos metodológicos com os quais estão
acostumados já apresentam uma “receita pronta”, cada disciplina fechada em si
mesma, enquanto que, a inclusão ou implementação digital oferece inúmeras
possibilidades de caminhos para o conhecimento, a palavra-chave é a
interdisciplinaridade, pois um assunto oferece alternativas para outras áreas.
Os professores participantes da pesquisa, por exemplo, disseram que
conhecem sites, e-mail, blog, MSN, mas não vislumbraram a possibilidade de se
utilizar alguma dessas ferramentas com os alunos, como por exemplo, a criação de
blogs, site e e-mail para interação com e entre os alunos; desenvolvendo trabalhos e
pesquisas.
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Em se tratando do projeto para as escolas paranaense, é importante refletir
sobre como os professores poderão colocá–lo em prática se não houver um
profissional na escola que domine as técnicas efetivamente, mas relacionada à
educação; como interagir num mesmo processo, aluno-professor-ensino-
aprendizagem.
Desta forma, não são de desprezar as afirmações colhidas sobre o
conhecimento do TV Multimídia-pendrive e outras TIC ainda que muitas vezes
contraditórias, mas de apontar o quanto esses professores sentem-se
despreparadas para lidar com a nova situação.
Considerando a hipótese levantada, a conclusão a que se pode chegar é que,
embora exista um certo grau de conhecimento, falta-lhes conhecimento prático para
trabalharem com as TIC.
Tem-se que reconhecer que, ainda há um árduo caminho a trilhar até que
uma grande parte das escolas e seus professores tenham sido contemplados pelas
novas ideias de proporcionar um ensino-aprendizagem que realmente se efetive na
prática para os alunos através da incorporação da TV Multimídia-pendrive.
REFERÊNCIAS
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