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DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL… À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA…

DA RESPONSABILIDADE I NDIVIDUAL … À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA …

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DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL…

À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA…

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a ideia de um estado – quando se diz que os pais são responsáveis pelos danos causados pelos seus filhos;

a ideia de capacidade – quando se admite que a responsabilidade é função do grau de discernimento de que pode fazer prova um indivíduo;

a ideia de obrigação – quando se diz que ser responsável é ter a ideia de responder.

O conceito de responsabilidade, segundo J. Henriot (Encyclopédie Philosophique), aborda três ideias distintas:

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o responsável ou sujeito de responsabilidade – aquele a quem se exige que se apresente como garante do seu agir, para assumir a autoria dos seus actos;

a matéria ou objecto de responsabilidade – aquilo pelo qual alguém é responsável e tem de prestar contas;

a autoridade – a instância perante a qual o sujeito deve prestar contas.

O termo ‘responsabilidade’ provém do vocábulo latino ‘respondere’ que significa “apresentar-se garante de uma promessa ou de um compromisso”. ‘Spondere’ em latim significa justamente prometer. Assim definida, a responsabilidade postula três elementos distintos mas conexos:

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Pergunta-se:

Num tempo em que se eclipsou a autoridade de Deus, num tempo de individualismo, o responsável responde perante quem?

Se não se admite autoridade, cai por terra a ideia de responsabilidade?

Não faz sentido falar de responsabilidade, de ter de responder, se não há a quem se presta contas e se se desconhece a matéria sobre que recai.

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Constituir-se como pessoa é uma tarefa

que diz respeito a cada um; que só pode ser realizada por cada um; que é da sua exclusiva responsabilidade;pela qual tem de responder perante si;por respeito a si como valor.

Porquê sou eu individualmente responsável?

Somos, com certeza, individualmente responsáveis por muitas coisas, a partir das diversas funções e lugares que ocupamos, mas somos, em primeiro, lugar responsáveis por nós mesmos. A mais importante tarefa moral, considerada do ponto de vista de cada ser humano concreto, é a sua constituição como pessoa.

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No novo humanismo consentâneo com o espírito dos nossos dias, o Homem terá de definir-se, antes de mais, pela responsabilidade que assume perante os outros e perante a história.

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

O conceito de responsabilidade, um dos conceitos maiores da ética actual, adquiriu hoje um significado e conteúdos inteiramente distintos, em consonância com a nova ética, dita justamente da responsabilidade.

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Pergunta-se:

Poderemos tranquilamente passar ao lado de tais desafios deixando a sua solução na mão dos experts da política e da economia?

Ou teremos de lutar pela reabilitação de uma razão prática responsável e solidária, capaz, portanto, de ultrapassar o casulo da nossa responsabilidade individual?

Os problemas ecológicos, bélicos e alimentares, para citar apenas três dos maiores problemas com que a humanidade hoje se confronta, são desafios à nossa capacidade de resposta moral.

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“Em todo o mundo cresce cada vez mais o sentido da autonomia e o da responsabilidade, o que, sem sombra de dúvida, é de grande importância para a maturidade moral e espiritual do género humano. Isto torna-se mais claro ainda, se tivermos presente a unificação do mundo e a missão, que nos foi imposta, de edificar um mundo melhor na verdade e na justiça. Somos, por consequência, testemunhas do nascimento dum novo humanismo, no qual o homem se define, antes de mais, pela responsabilidade que assume perante os seus irmãos e a história”.

Vaticano ll - Constituição Pastoral Sobre a Igreja, § 55

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SIM, SOU RESPONSÁVELPELO MEU IRMÃO

Caim pergunta: “Serei eu responsável pelo meu irmão?”. A resposta é: Sim! Sou responsável, com uma responsabilidade só minha, na qual ninguém pode substituir-me, pois sou eu que estou diante do outro e mais ninguém. Ninguém me pode substituir e todos somos insubstituíveis...Ser responsável é aderir a um estilo de vida que implica a passagem da indiferença ao interesse pelo outro, a passagem da recusa ao seu acolhimento. Os outros não são concorrentes de quem temos de nos defender, mas irmãos e irmãs de quem devemos ser solidários.

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É UMA FALTA DE RESPONSABILIDADE

Abel Dias - 2009

ESPERARMOS QUE ALGUÉMFAÇA AS COISAS POR NOS…