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P assados os 40 dias da Quares- ma, da Celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Se- nhor, encontramo-nos naquele perío- do de preparação para Pentecostes. Com efeito, atesta o livro dos Atos dos Apóstolos: “É a eles que se mani- festou vivo depois de sua paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus” (At 1, 3). Poderíamos dizer que à cada dia da quaresma (deserto, provações, dor, tentações, tribulações) corresponde um dia desses quarenta que Jesus apareceu aos seus discípulos, trazendo conso- lo, cura, restauração. A esses quarenta dias somam-se outros nove, em que os discípulos “internaram-se” no Cená- culo, preparando-se para Pentecostes. Após a celebração da Instituição da Eucaristia e do Mandamento Novo, o Cenáculo, “onde costumavam permane- cer” (At 1, 13), passou a ser referência para os discípulos: um lugar de oração, de escuta da Palavra, da fração do Pão Eucarístico (At 2, 42). Foi ali que rece- beram o Batismo no Espírito Santo. Viveremos esse período pascal no Cenáculo. Quando você for orar, colo- que-se nessa perspectiva. Queira subir ao “quarto de cima” (At 1,13), como fi- zeram os discípulos, para deixar-se curar, restaurar e tornar-se cheio do Espírito. Os discípulos precisavam dessa co- municação de cura. O coração deles estava ferido. Traziam ainda as marcas da negação, da traição de Judas, do afastamento na hora da dor, da morte do Senhor, da ausência física de Jesus. O “vaso” que era cada um deles pre- cisava ser restaurado para, então, ser cheio e poder transbordar. O Espírito Santo já estava agindo no Cenáculo, mesmo antes de Pentecostes, prepa- rando cada um daqueles vasos. Assim, também, com cada um de nós! Você é chamado a colocar-se dian- te do Senhor e a deixar-se tocar, para que a Unção divina renove efetivamente em sua vida aquilo pelo qual você foi consti- tuído pelo seu Batismo: um discípulo de acordo com o coração do Mestre. Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R. No Cenaculo 2018 1ª Semana - De 1º a 8 de abril ´

2018padresergio.com/site/download/no-cenaculo-2018-mobile.pdfReino de Deus” (At 1, 3). ... Traziam ainda as marcas da negação, da traição de Judas, do ... para juntos, como Igreja,

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Passados os 40 dias da Quares-ma, da Celebração da Paixão, Morte e Ressurreição do Se-

nhor, encontramo-nos naquele perío-do de preparação para Pentecostes.

Com efeito, atesta o livro dos Atos dos Apóstolos: “É a eles que se mani-festou vivo depois de sua paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus” (At 1, 3). Poderíamos dizer que à cada dia da quaresma (deserto, provações, dor, tentações, tribulações) corresponde um dia desses quarenta que Jesus apareceu aos seus discípulos, trazendo conso-lo, cura, restauração. A esses quarenta dias somam-se outros nove, em que os discípulos “internaram-se” no Cená-culo, preparando-se para Pentecostes.

Após a celebração da Instituição da Eucaristia e do Mandamento Novo, o Cenáculo, “onde costumavam permane-cer” (At 1, 13), passou a ser referência para os discípulos: um lugar de oração, de escuta da Palavra, da fração do Pão Eucarístico (At 2, 42). Foi ali que rece-

beram o Batismo no Espírito Santo.

Viveremos esse período pascal no Cenáculo. Quando você for orar, colo-que-se nessa perspectiva. Queira subir ao “quarto de cima” (At 1,13), como fi-zeram os discípulos, para deixar-se curar, restaurar e tornar-se cheio do Espírito.

Os discípulos precisavam dessa co-municação de cura. O coração deles estava ferido. Traziam ainda as marcas da negação, da traição de Judas, do afastamento na hora da dor, da morte do Senhor, da ausência física de Jesus. O “vaso” que era cada um deles pre-cisava ser restaurado para, então, ser cheio e poder transbordar. O Espírito Santo já estava agindo no Cenáculo, mesmo antes de Pentecostes, prepa-rando cada um daqueles vasos.

Assim, também, com cada um de nós! Você é chamado a colocar-se dian-te do Senhor e a deixar-se tocar, para que a Unção divina renove efetivamente em sua vida aquilo pelo qual você foi consti-tuído pelo seu Batismo: um discípulo de acordo com o coração do Mestre.

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

1ª Semana - De 1º a 8 de abril

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Procure se interiorizar. Respi-re profundamente. Silencie. Tome consciência de que você separou este tempo para estar com você mesmo e com Deus. Invoque o Espírito Santo. Medite no texto bíblico. Ore esponta-neamente. Siga seu coração e as luzes que o Espírito Santo for comunicando a você.

Serão sete semanas, perfazendo os 50 dias, que se completará no Do-mingo de Pentecostes, 20 de maio. A cada semana você terá acesso ao roteiro. Faz parte da disciplina espiri-tual deste tempo, participar da missa dominical – nossa Páscoa semanal – para juntos, como Igreja, clamarmos a vinda do Espírito Santo. Não deixe, pois, de participar da Celebração Eu-carística. Serão 8 seções com a se-guinte abordagem: purifi cação, cura, consolação, ação, santifi cação, unção, convencimento, invocação.

O roteiro também estará disponível em meu site: www.padresergio.com

Entremos no Cenáculo. Deixemo--nos tocar pelo Espírito Santo!

Oração para todos os diasPai, obrigado por me acolheres

como fi lho(a) nesta hora de graça. Jesus, antes de te entregares na

Cruz por nossa salvação, levaste teus apóstolos ao Cenáculo e, ali, comuni-caste a eles tantas promessas e dons. Tua Igreja, nascida da fonte do teu Peito Aberto na Cruz, no Cenáculo, se consolidou no dia de Pentecostes. No

Cenáculo, aprendemos a ser Igreja, segundo o teu Santíssimo Coração.

Hoje, novamente, aqui me encon-tro, aberto a todas as tuas promessas e dons. Assemelho-me aos teus discí-pulos. Sou, na verdade, mais fr aco do que eles e tão necessitado como cada um deles. Também eu preciso ser restaurado, curado e liberto por teu amor.

Ó Espírito Santo, opera nas áreas profundas de meu ser. Quero colocar a serviço da Igreja e do próximo o que tenho e o que sou e, assim, ser um ins-trumento de paz e transformação no mundo.

Amada Mãe, Maria, Nossa Se-nhora do Cenáculo, tu que foste ha-bitação plena do Espírito Santo e que consagraste toda tua vida ao Senhor, intercede por mim e por toda a Igreja neste tempo de renovação. Amém.

Roteiro de reflexãoI – O Espírito Santo purifica...

Os Sentidos do Corpo Humano são a forma concreta como nos aproxi-mamos do mundo exterior. É o nosso sistema sensorial, responsável por en-viar informações para o sistema nervo-so central que processa todas as infor-mações enviadas pelos cinco Sentidos. Eles, por sua vez, podem representar nossos Sentidos internos e se tornam metáfora do que vivemos interiormen-te. Peça ao Espírito Santo que, como

I – O Espírito Santo purifica...

fogo, purifi que seu ser. Purifi car tem o signifi cado de apurar o que há de mais precioso e de extrair o que nos distan-cia de Deus, dos outros e do melhor que há em nós mesmos.

1º Dia Domingo, 1º de abril

Abre meus olhos para que eu veja!

Refl ita: O Sentido da Visão. Na Bíblia são diversos os textos que falam da cura do cego e que remetem ao caminho que leva à fé. Peça ao Espírito Santo que toque a forma como você tem olhado para sua própria história, as pessoas com as quais você convive e o mundo que o cerca. Ver Deus em cada uma de-las e ver a presença amorosa envolven-do tudo e todos que estão por perto. Pratique: Faça sua oração hoje, ba-nhando seus olhos com água benta (de preferência) e pedindo ao Senhor que abra seus olhos.Medite: Mateus 6, 22-23.

Reze: Espírito Santo, purifi que meu olhar. Sei que o verdadeiro cego é o que

não quer ver, o que se nega a ver. E sei que não vê bem quem não tem o olhar

purifi cado pelo amor. É assim que peço tua força purifi cadora para que me

toque e limpe meu olhar de todo julga-mento, preconceito e maldade.

Purifi ca meu olhar, ó Espírito Santo. Vem, Espírito Santo. Amém.

2º Dia Segunda, 02 de abril

Renova o hálito que há em mim!

Refl ita: O Sentido do Olfato. Ao mes-mo tempo que nos abre às nuances dos tantos odores, também nos de-fende de alguns perigos, quando nos alerta diante de um cheiro que possa provir de algo ameaçador. É o Senti-do que se mistura à nossa respiração. O hálito que está em nós e que um dia devolveremos a Deus. A Bíblia traz di-versas páginas sobre perfumes, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Normalmente, eles são oferecidos em adoração – seja como óleo ou incenso – e também como consagração, como o óleo perfumado derramado na cabe-ça dos sacerdotes. Paulo diz que pre-cisamos ser o bom perfume de Cristo (2Cor 2, 14-15).Pratique: Mantenha durante todo o dia uma especial atenção à sua respira-ção. No momento da oração, procure respirar profundamente pelo menos três vezes. Seria bom que você rezas-se também com um incenso e tomasse consciência do perfume que ele exala.Medite: João 12, 1-8.Reze: Ó Espírito Santo, hálito que habi-ta em mim, odor de vida e que gera vida

em mim. Eu peço que renoves em mim o vigor do teu sopro que me anima para

além da morte, quando irei devolver este

Renova o hálito que há em mim!

Sopro Divino ao Pai. Quero, por onde passar, exalar o bom perfume de Cristo

com meu jeito de ser e de falar. Vem, Espírito Santo. Amém.

3º Dia Terça, 03 de abril

Apura meu gosto pela Palavra!

Refl ita: O Sentido do Paladar. São milhares de papilas gustativas em nos-sa língua que nos permitem sentir e distinguir os diversos sabores. Por que alguns nos dão imenso prazer? Por que outros nos causam náusea? O que, em nossa vida espiritual deveria ser apra-zível e o que deveria nos causar repug-nância? É bom, ainda, pensar que nem tudo o que nos parece doce num mo-mento nos fará realmente bem. O Es-pírito Santo não tornará todas as coisas doces em nossa vida, assim como não nos deixará consumir em algum amar-gor. E, assim na vida, como no paladar, no dizer dos chineses: “entre o doce e o salgado existem mil variações”. Que o Espírito nos ajude a aprimorar nossa sensibilidade com a Palavra.Pratique: A Palavra é para ser degus-tada. Mas, assim como não degusta bem um determinado prato aquele que come muito depressa, também não degustará a Palavra quem a lê su-perfi cialmente. Gaste tempo na leitura da Palavra.

Medite: Apocalipse 10, 8-11.Reze: Espírito Santo, que dás vida à Pa-lavra em nossos corações. Jesus disse que

virias e que nos ensinarias, recordando tudo o que Ele nos disse. Dá-me um pro-

fundo amor à Palavra. Que eu seja um homem (mulher) da Palavra. Que eu a

deguste como verdadeiro alimento que é para minha alma e para saúde de todo

meu ser. Vem, Espírito Santo. Amém.

4º Dia

Quarta, 04 de abril

Que eu toque o Verbo da Vida!

Refl ita: O Sentido do Tato. Junto com os olhos, para mim, as mãos são os ór-gãos que mais falam do que somos. As mãos interagem com a natureza pelo trabalho, abraçam, dão carinho, abençoam, levantam... As mãos ferem, derrubam, batem, destroem... As mãos sentem e se fazem sentir. O toque amo-roso pode transformar a vida de uma pessoa. O toque na Bíblia signifi ca, ainda, transmissão de poder. Jesus, em particular, ao abençoar, tocava. João, tocado pela graça do Senhor, assim se expressa: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocan-te ao Verbo da vida – porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida

eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou – o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1, 1-3). Nossas mãos também precisam ser purifi cadas pelo Espírito Santo, pelas vezes que não foram instrumento de vida, que não abençoaram, que não foram solidárias.Pratique: Procure orar consciente de suas mãos. Se tiver Óleo Bento, passe um pouco nelas e consagre-as ao Se-nhor. Procure orar hoje por alguém através de um gesto de imposição de mãos ou, mesmo, dando a mão a uma pessoa. Use suas mãos para abençoar.Medite: Marcos 8, 22-26Reze: Ó Espírito Santo, Tu és o “Dedo”

de Jesus a tocar, a transmitir poder, a abençoar. Purifi ca minhas mãos de todas

as vezes em que não foram instrumento de vida. Perdoa-me e leva-me a tornar-

-me um abençoador, como sou abençoa-do. Vem, Espírito Santo. Amém.

5º DiaQuinta, 05 de abril

Dilatem-se meus ouvidos!

Refl ita: O Sentido da Audição. A pa-lavra “obediência”, signifi ca “estar à es-cuta”. A Bíblia está repleta de citações sobre a importância de obedecer. Se você fi zer uma pesquisa, verá como

do início ao fi m do Livro Sagrado a obediência aparece como a caracterís-tica que mais agrada a Deus: “Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sa-crifi car, e o atender, do que a gordura de carneiros” (1Sm 15, 22). O verdadeiro discípulo sempre está atento à Voz do Senhor e pede: “O Senhor Deus deu--me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípu-lo...” (Is 50, 4). O Espírito Santo abre nossos ouvidos para escutar o que o Mestre nos diz e nos dá discernimen-to para distinguirmos as tantas vozes que falam em nosso interior. Que Ele purifi que seus ouvidos e cure toda surdez que desvia a Palavra de nosso coração. O apóstolo Paulo assim afi r-ma: “Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ou-virão falar, se não houver quem pregue?” (Rm 10, 14).Pratique: Ore um pouco, impondo as mãos em seus ouvidos – ou ungindo--os com Óleo Bento, se você tiver – e dizendo: Efatá! Abre meus ouvidos!Medite: Marcos 7, 31-37

Reze: Espírito Santo que sempre ouves o Pai e o Filho e ouves o clamor que ha-bita no fundo de cada um de nós. Abre

meus ouvidos para que eu ouça como

discípulo. Purifi ca-me de tantas inclina-ções que só me afastam do Senhor.

Que eu ouça a Sua voz e siga confi ante o meu caminho.

Vem, Espírito Santo. Amém.

II – O Espírito Santo cura...

Tendo pedido ao Espírito Santo que nos purifi que, roguemos a Ele que leve a cura a todas as áreas de nosso ser. Sem-pre seremos seres incompletos; sempre estaremos a caminho e só provaremos a plenitude quando estivermos em Deus, na eternidade. Enquanto este dia não chega, precisamos buscar uma integração mais profunda do nosso ser, e de forma contínua. Alguns que criti-cam esta busca por cura interior, são os mesmos que recomendam às pessoas buscarem profi ssionais que se dedicam à terapêutica da alma. É preciso fazer uma coisa sem deixar a outra. Não se trata de desenvolver uma “obsessão” por cura, mas de abrir-se ao cuidado que o Espírito Santo tem em nosso ser. Será que alguém poderia dizer: “eu não preciso de cura!”? Cada um responda, conforme percebe-se a si mesmo!...

6º Dia Sexta, 06 de abril

Minha mente de toda perturbação!

Refl ita: Não é nosso objetivo aqui es-tudar o conceito de “mente”, até porque ele adquire diversos signifi cados, de-pendendo da escola fi losófi ca ou outra abordagem que se faça. A mente está relacionada ao que é consciente e in-consciente, ao pensamento e à intuição, à imaginação e à personalidade. Tem a ver com o cérebro, mas não é apenas o cérebro. Uma comparação, que se cos-tuma usar no oriente, diz que o cérebro é a hospedaria e a mente é o hóspede que ali mora. Bem, com estas poucas palavras, espero ter lançado um pouco de luz à meditação de hoje, quando pe-dimos ao Espírito Santo que cure nossa mente das perturbações. Quantas situ-ações de vida tornam-se mais compli-cadas porque a mente não tem a sere-nidade necessária para enfrentá-las ou, simplesmente, esperar o momento cer-to para avançar. Somos complexos, mas não precisamos ser tão complicados. Por vezes, estabelecemos um “diálogo interno” onde se pensa e imagina um monte de coisas e isso é uma das fontes de perturbação na mente. É interessan-te saber que Santa Teresa D’Ávila com-para esse desgastante diálogo interno com a tramela do moinho, uma peça de

II – O Espírito Santo cura...

madeira cuja principal função era fazer um ruído constante, simplesmente para indicar que o moinho estava funcionan-do. E sugere “deixar essa louca falar”, sem interrompê-la mas sem lhe prestar atenção. Um “louco” pode morar numa casa, mas não se deve dar o comando da casa a ele. Creio que a forma como o Espírito Santo cura nossa mente é não só removendo o que nos perturba, mas nos dando sabedoria e discernimento para lidar com estas situações.Pratique: Aquiete-se. Silencie. Procure ouvir uma música instrumental suave ou algo que o acalme. Tome consciên-cia que a presença de Deus é maior que qualquer coisa que o possa perturbar.Medite: 1 Coríntios 2, 11-16

Reze: Espírito Santo, recebo tua Luz em minha mente para comunicar paz

em meus pensamentos. Nos momentos de tribulação, quando me sentir confuso

e sem saber o que fazer, peço que tua serenidade me ajude a ir além, me

conforte e me dê a sabedoria necessária para agir e seguir em fr ente. Por isso,

eu peço: cura minha mente. Vem, Espírito Santo. Amém.

7º Dia Sábado, 07 de abril

Meu coração de toda amargura!

Refl ita: Uma coisa é a gente passar por momentos difíceis, tristes, cheios de

sentimentos contraditórios, com aquela sensação como se a bílis fosse escorrer por todos os poros; outra coisa, é quan-do resíduos emocionais mal reciclados vão se acumulando no fundo do cora-ção. Você talvez já tenha amanhecido azedo e até se expressado desta forma com alguém: “Hoje eu não ‘tô’ bem. Que ninguém venha pisar no meu calo, porque vai ouvir”. Azedume na alma, mal pro-cessado, torna-se amargura e a amargu-ra envenena a pessoa por dentro e, pro-vavelmente, as pessoas que estão por perto. Uma fonte costumeira geradora de amargura é a experiência repetida de frustração. Costuma-se perceber onde estão estas amarguras naquelas horas em que se é provocado por algum fato ocorrido. Ciúmes, inveja, irritabilidade constante etc. são sinais de que ela está na alma. Preste atenção a si e, mesmo que você, de imediato, não perceba, peça ao Espírito Santo para que toque em algum núcleo de amargura que este-ja em seu interior. Pratique: Você é do tipo de pessoa que gosta das coisas bem docinhas? Mais amargo que café sem açúcar é o coração amargurado. Experimente hoje cortar o açúcar da sua alimenta-ção. Além de fazer bem para sua saúde, poderá lhe dar a consciência do que se passa na alma.Medite: Hebreus 12, 12-15

Reze: Espírito Santo, com teu poder, arranca do fundo do meu coração toda e qualquer raiz de amargura que tenha

se estabelecido ou que esteja se aprofun-dando em mim. Com tua doçura, tira o amargor que contamina meu coração e

meus relacionamentos. Se por alguma amargura presente em mim, eu magoei

alguém, eu peço perdão. Ajuda-me a ser diferente. Vem, Espírito Santo. Amém.

8º Dia Domingo, 08 de abril

Minhas memórias de toda amarração!

Refl ita: Você já pensou que todo nos-so acesso à realidade é feito pela me-mória? O presente é tão instantâneo, que logo vira memória, lembrança. Mas aquilo que dá a impressão que fi cou muito atrás e que foi esqueci-do pelo tempo, está vivo em nossa memória inconsciente. Imagine um grande armário com muitas prate-leiras e gavetas. Existem aquelas que são de mais fácil acesso e outras que só quando se sobe em uma escada ou banquinho é que se pode acessar. Al-gumas destas gavetas são muito pro-fundas e para se alcançar lá no fundo tem que abri-las bastante. Num ar-mário, é comum colocar o que mais se usa à mão. Por outro lado, algumas coisas mais importantes e valiosas são guardadas mais escondidas. Costuma até acontecer de se esquecer quase totalmente que estão lá, até que, pro-

curando uma outra coisa, descobre--se que lá está algo bom (ou ruim) que não se via há muito tempo. Com as memórias acontece a mesma coisa. Quando falo desta “amarração” refi ro--me àquilo que está no consciente ou inconsciente e que possa nos impe-dir de seguir em frente. Já ouviu falar dos acumuladores compulsivos? Não conseguem se desfazer de nada. E, aí, até lixo vai se acumulando, quando não coisas piores. Pois é, com as me-mórias também isso se dá. A pessoa fi ca presa – amarrada – a algo e não se desenvolve. Não é este o plano de Deus para sua vida! Portanto, peça ao Espírito Santo que toque você, que desamarre em seu interior tudo aqui-lo que não deixa você evoluir, seguir em frente, mais leve e mais feliz.Pratique: Dê uma olhada hoje e nos próximos dias em suas coisas. Há algo que precisa sair de lá para doação ou para outro destino (como o lixo)? É, também, uma forma de rezar e de se desamarrar.Medite: Isaías 43, 18-28

Reze: Ó Espírito Santo, ajuda-me a trazer à memória o que me dá certeza

de que sou profundamente amado pelo Pai. Se existem memórias conscientes ou inconscientes que me amarram e me im-pedem de viver o Plano maravilhoso de vida que o Pai tem para mim, desamar-ra, solta, ajuda-me a decidir viver além destas memórias, não obstante a vida,

por vezes, ter me machucado. Vem, Espírito Santo! Amém.

Oração para todos os dias

Pai, obrigado por me acolheres como � lho(a) nesta hora de gra-

ça. Jesus, antes de te entregares na

Cruz por nossa salvação, levaste teus apóstolos ao Cenáculo e, ali, comuni-caste a eles tantas promessas e dons. Tua Igreja, nascida da fonte do teu Peito Aberto na Cruz, no Cenáculo, se consolidou no dia de Pentecostes. No Cenáculo, aprendemos a ser Igreja, segundo o teu Santíssimo Coração.

Hoje, novamente, aqui me encon-tro, aberto a todas as tuas promessas e dons. Assemelho-me aos teus discípu-los. Sou, na verdade, mais � aco do que eles e tão necessitado como cada um deles. Também eu preciso ser restaura-do, curado e liberto por teu amor.

Ó Espírito Santo, opera nas áreas profundas de meu ser. Quero colocar a serviço da Igreja e do próximo o que tenho e o que sou e, assim, ser um ins-trumento de paz e transformação no mundo.

Amada Mãe, Ma-ria, Nossa Senhora do Cenáculo, tu que foste habitação ple-na do Espírito Santo e que consagraste toda tua vida ao Senhor, intercede por mim e por toda a Igreja neste tempo de renovação. Amém.

Roteiro de reflexão

9º Dia Segunda, 09 de abril

O Espírito Santo cura meu corpo de toda enfermidade Re� ita: Pode parecer estranho a al-guém pedir ao Espírito Santo que cure o corpo de “toda” enfermidade, a� -nal nosso corpo é material e propen-so, como toda matéria, ao desgaste e, consequentemente, às enfermidades. No fundo isto é uma racionalização. Quando alguém está enfermo, o que se costuma pedir a Deus? Saúde! As-

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

2ª Semana - De 9 a 15 de abril

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Segunda, 09 de abril

sim os enfermos que se aproximavam de Jesus e aqueles que levavam seus queridos para que Ele os tocasse. É cla-ro que é bem diferente esta prece con-� ante que não coloca limites ao poder de Deus, daquela que constrange Deus a fazer como se quer e que se revolta, quando a resposta não vem da forma como gostaria. Você pode e deve pedir saúde ao Senhor. O Espírito Santo é dynamis, poder. Foi pelo Espírito San-to que Jesus realizou todo o seu minis-tério, curando os enfermos, libertando os oprimidos, comunicando vida ple-na a todos que a Ele recorriam: “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Na-zaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com Ele” (At 10, 38). Ape-nas creia e espere! Deus é � el e realiza muito mais do que possamos pedir ou imaginar (Ef 3, 20). Pratique: Ao orar, imponha a mão na região que você quer que o Espíri-to Santo toque. Claro que isto não o dispensa de buscar acompanhamento médico, como nos indicam as Escritu-ras (Eclo 28, 9-12). Medite: Marcos 3, 1-10

Reze: Ó Espírito Santo, creio no teu poder. Tu que és o pleno � uir de vida que impregna todos os seres do universo. Em ti, tudo foi criado e, em plena comunhão

contigo, o Senhor Jesus a tantos curou e libertou. Eis-me aqui necessitado da

tua força para que a vida se reequilibre em mim. Eu te peço: toca cada órgão do

meu corpo, especialmente aqueles que estão mais debilitados.

Vem, Espírito Santo. Amém. III – O Espírito Santo consola...

O Espírito Santo é chamado de Consolador, termo que costumeira-mente é traduzido de Paráclito ( Jo 14, 16-31). Assim nos lembra o Ca-tecismo da Igreja Católica nº 692: “Je-sus, ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o ‘Paráclito’, que, literalmente, quer dizer: ‘Aquele que é chamado para junto’, ad vocatus (Jo 14, 16. 26; 15, 26; 16, 7). ‘Parácli-to’ traduz-se habitualmente por ‘Conso-lador’, sendo Jesus o primeiro consola-dor (1Jo 2,1> paráklêton). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo ‘o Es-pírito da verdade’ (Jo 16, 13). O Espí-rito Santo, assim, está ao nosso lado para nos confortar, acompanhar, dar força, encorajar, paci� car, curar, res-signi� car... Tudo isto é “consolar”. A consolação é, pois, uma das obras do Espírito Santo em nossa vida, testi� -cando que não estamos sozinhos em nossas lutas, di� culdades, tristezas, abatimentos, ou seja, nas experiên-cias concretas de vida pelas quais pas-samos e que, muitas vezes nos ferem. Ele é auxílio bem presente em nossa angústia (Sl 45, 1), em nossa fraque-za. Você não está sozinho em suas lu-tas e dores! Você não está sozinho em suas doloridas experiências!

III – O Espírito Santo consola...

10º Dia Terça, 10 de abril

O Espírito Santo consola em nossas tristezas

Re� ita: Existem tristezas que vêm e que logo vão, mas há aquelas que pa-recem agarrar-se à alma, que chegam e � cam ou, pelo menos, permanecem durante muito tempo. Tornam-se hós-pedes em algum quartinho escuro de nosso inconsciente, onde as cortinas continuam fechadas e a luz, quando muito, penetra por alguma fresta da janela da alma, por onde ainda entra um pouco do ar que possibilita a vida, através das boas lembranças. Mas es-tas hóspedes costumam expandir seu território e, se não se toma conta, vão invadindo áreas nobres do cotidiano. Aos poucos a casa interior vai adqui-rindo ares soturnos e o sol que brilha fora já não brilha dentro, pois um esta-do de noite foi se estabelecendo inter-namente. O problema é, exatamente, quando esta hóspede chamada tristeza torna-se moradora contínua. Ao olhar para sua casa interior, o que percebe? O Espírito Santo é invocado como “doce hóspede da alma”. Peça, pois, a Ele que, sendo chamado hóspede, pois nela habita desde nosso Batismo, venha com sua força, abrir as portas e janelas e, respeitosamente, retirar estas

“senhoras” que aí têm habitado e man-tido tudo fechado. Pode ser que algu-ma destas “inquilinas” demore a sair. Tenha paciência. Mas ela não precisa gerenciar a casa. Lembre-se do que disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria” ( Jo 16, 20).Pratique: Seria bom se você escreves-se, nem que seja em umas poucas pala-vra ou frase, quais tristezas permane-cem em você. Digo permanecem, pois podem apenas ser lembranças e não realidades presentes. Reze e entregue ao Espírito Santo.Medite: Eclesiástico 30, 22-27

Reze: Ó Espírito Santo, que habitas em mim, desde meu Batismo. Toma a direção de minha vida. Vasculha cada

cantinho de minh’alma e, se alguma tris-teza ali habita impedindo que a luz da alegria e do conforto me renovem, toca,

abre as cortinas, as janelas, as portas. Estabelece a tua luz e a esperança de que minhas lembranças difíceis não precisam

ser tristezas que me amarram. Vem, Espírito Santo. Amém.

11º Dia Quarta, 11 de abril

O Espírito Santo consola em nossos traumas

Re� ita: A psicóloga � aiana F. Bro� o diz que “um trauma psicológico se refe-re às sequelas emocionais deixadas por uma experiência que causou muita dor e so� imento. Esta experiência é tão for-te que chega a afetar o comportamento, o pensamento, os sentimentos e as emo-ções da vítima, que lutará – consciente ou inconscientemente, para não relembrar qualquer aspecto relacionado ao fato que a traumatizou. A pessoa que viveu um trauma tem grande tendência a reviver o ocorrido em pesadelos ou em pensamen-tos recorrentes durante o dia. É também um sintoma comum � car em estado agi-tado constante, se assustar exagerada-mente por motivos bobos, ter di� culdades para dormir, � car irritado facilmente, ter surtos de raiva e querer se isolar ou se afastar do convívio social. Nas formas mais sérias, o período pós-traumático pode, ainda, deixar o paciente em hiper-vigilância, que é quando ele sente como se algo estivesse sempre espreitando para atacá-lo ou para acontecer, desinteresse pelo próprio futuro, depressão, ansie-dade e di� culdade de concentração e de aprendizagem”. Também aqui, o Es-pírito Santo quer tocar e ajudar a nos

tornarmos pessoas mais integradas e felizes, vivendo a graça do presente e mais livres das amarras do passado. Ele não realiza em nosso lugar, mas conos-co. Pode ser que alguns destes traumas não sejam conscientes e, apenas, são sentidos os seus sintomas. Seja como for, peça ao Espírito Santo que toque e console.Pratique: Dedique um tempo maior hoje à sua oração. Respire. Peça ao Es-pírito Santo que o leve a estes pontos traumáticos para curar. Dependendo de como está seu interior em rela-ção a algum sentimento ou trauma, é preciso procurar um pro� ssional para ajudá-lo a processar o que se passa em você. Considere isto seriamente.Medite: Gênesis 45, 1-15

Reze: Ó Espírito Santo, paira com tua luz curadora em cada memória traumá-tica que possa haver em mim, consciente

ou inconscientemente. Derrama teu bálsamo para que eu seja curado e saiba que sou livre diante do que me aconteceu

no passado, como o patriarca José, que transformou o trauma em superação

pelo perdão. Em Jesus eu sou livre para seguir e reconstruir minha história.

Vem, Espírito Santo. Amém.

12º Dia Quinta, 12 de abril

O Espírito Santo consola em nossas perdas

Re� ita: Não adianta fugir da experi-ência do sofrimento. Se ele é evitado em um ponto do caminho, logo nos encontra numa curva seguinte da es-trada. É inerente à nossa condição e não deve ser desejado nem temido. As perdas vêm. Perde-se desde algo que se aprecia muito, o vigor do corpo, a saúde, um emprego, um projeto de vida, uma pessoa querida – não apenas quando falece, mas também quando deixa de participar de nosso cotidia-no. Quanto mais se vive, mais se ex-perimenta coisas boas e signi� cativas, todavia, igualmente mais se multipli-cam as perdas, inerentes que são ao tempo. Aliás, quanto tempo perdemos com bobagens, com coisas secundá-rias que tomam lugar de prioridades e nos roubam este presente único, ir-repetível que é o tempo. Somos ainda remetidos, creio, a uma pergunta fun-damental, da qual não devemos fugir: o que acabamos perdendo por falta de sabedoria, pelo mau uso do tempo? O Espírito Santo é a grande promessa diante da sensação de orfandade que os discípulos experimentariam, com a partida de Jesus. É a certeza de que

não � caremos nem sozinhos e, muito menos, órfãos. Clame, pois, ao Espíri-to Santo que toque você nas experiên-cias de perda que já tenha passado e o ajude a elaborá-las.Pratique: Seria útil se você tivesse um caderno de anotações, um “Diário Espiritual” e anotasse algumas perdas signi� cativas que tenha passado. En-tregue e peça ao Espírito Santo que possa tocar.Medite: João 14, 15-26

Reze: Ó Promessa entre as promessas! Ó Promessa cumprida pela Misericórdia

do Pai e do Filho. Ó companheiro cons-tante do caminho que jamais estiveste longe, mas sempre perto, sussurrando

aos ouvidos de minha alma: não estás sozinho e não és órfão. Eu te entrego,

amado Espírito Santo, todas as perdas que eu tenha passado. Que tua presença

me console profundamente. Vem, Espírito Santo. Amém.

13º Dia Sexta, 13 de abril

O Espírito Santo consola em nossas despedidas Re� ita: A re� exão de hoje é bastante próxima ao tema anterior, mas quis desdobrá-la, até para que pudéssemos continuar a rezar sobre este ponto que é fundamental em nossa vida emocio-

nal e espiritual. O contexto dos capí-tulos de 13 a 17 do Evangelho de João é de despedida. Era a última noite de Jesus com seus discípulos. Nas ho-ras conscientes de despedida, o amor como que se concentra. Você já viu o processo pelo qual o óleo essencial de � ores é produzido? Uma quantidade enorme de � ores é reunida, triturada e levada ao vapor (este é um dos méto-dos). Dali sai uma pequena quantidade de óleo, mas que traz o poder aromá-tico de milhares de � orinhas perfu-madas. Assim, se você lê com atenção tudo o que aconteceu naquelas horas derradeiras de Jesus, verá como isto se condensou num dos mais belos relatos do Evangelho. As despedidas têm este poder concentrador. Às vezes, até dá para seccionar esta palavra: concentra-dor, concentra dor. E aquelas despedi-das que são feitas sem perceber? E as que não acontecem por que se furtou a elas? E outras das quais se foge e de-pois gera um tremendo sentimento de culpa ou vazio? E ainda as que até hoje não aceitamos? Creio que as pergun-tas podem se multiplicar, quando o tema é este. Dá para perceber como é necessário levar este ponto ao Espírito Santo? Admitindo ou não, o impacto das despedidas está em nós. Portanto, exponha-as à luz suave e integradora do Espírito para que Ele possa tocar e curar.Pratique: Você tem um perfume ou colônia? Reze com ele hoje. Antes de

colocar um pouco em seu corpo, pense no processo que o trouxe a você desde o � oricultor que plantou as � ores, co-lheu, levou-as para serem processadas, en� m, até que chegasse a você. Agra-deça pelas pessoas das quais você teve de se despedir ou que se despediram de você. Se vierem algumas lágrimas, acolha-as.Medite: João 14, 27-31

Reze: Ó Espírito Santo, quero entregar todas as pessoas signi� cativas que já

passaram em minha vida e das quais me despedi. Elas deixaram saudades em

mim e eu bendigo por este sentimento, porque aviva em mim o que de bom

cada uma deixou como marca em meu interior. Mas há horas que dói,

dói muito. Recebe minhas lágrimas. Consola-me com teu amor.

Vem, Espírito Santo. Amém.

14º DiaSábado, 14 de abril

O Espírito Santo consola no abandono Re� ita: Sentir-se abandonado é di-ferente de sentir-se sozinho; é muito mais denso e solitário. Olhemos para a cruz do Senhor! A turba que gritava por perto foi, aos poucos, silenciando. Mas havia um outro silêncio – que não era de vozes ou sons diversos – quase

esmagador, tomando conta da mente e do coração do Homem Jesus. Entregue à sua dor, Ele se sentiu abandonado. “Meu Deus, meu Deus, por que me aban-donaste?” Teria tido forças para gritar ou apenas soltou palavras que foram ouvidas pelos que estavam mais próxi-mos da cruz? Seu grito (Mt 27, 46) foi mais do que o grito dos pulmões, foi o grito da alma, foi o grito dos abando-nados de todos os tempos e de todas as formas. Haverá uma resposta a estes gritos e aos silêncios de todas as épo-cas. Os olhos do corpo podem não ver, a história pode não registrar, mas a res-posta virá. Olhe para você. Talvez não tenha em sua vida uma experiência de abandono ou, pelo menos, uma his-tória com esta densidade. Entretanto, pode haver no fundo de sua alma uma sensação que sua mente lê como aban-dono. A resposta do Pai diante da dor de Jesus foi a ressurreição; a resposta de Deus para você será – na força da mesma ressurreição – superação!Pratique: Reze por todos os abando-nados por pessoas queridas, pela so-ciedade em suas diversas instâncias. Como ser solidário com alguém? Qual passo de solidariedade você pode dar para ajudar alguém? Conclua e aja.Medite: Salmo 21Reze: Espírito Santo, companheiro, pa-

ráclito – “chamado para estar ao lado” – toca toda experiência ou sensação que eu tenha de abandono em algum momento de minha vida. Que, assim, eu possa me

unir ao Senhor Jesus na cruz e tenha for-ças para ir além daquilo que me aprisio-na em minha história. Uno-me também aos que estão concretamente abandona-dos em nosso mundo, padecendo diante

da indiferença dos poderes instituídos. Quero ser solidário.

Vem, Espírito Santo. Amém.

15º dia

Domingo, 15 de abril

O Espírito Santo consola na morte Re� ita: A única certeza que temos na vida é que um dia partiremos. Nin-guém sabe o dia de amanhã e o que ele traz, mas uma coisa é certa: uma da-quelas horas do relógio marcará nossa partida. É claro que não se deve � car voltado para isso e se consumir em ansiedade, pensando em tal fato, mas esta consciência pode ajudar a pes-soa a tornar-se mais humilde, menos orgulhosa. A consolação do Espírito Santo na morte atua na vida, levando a repensar as prioridades que temos, a forma como lidamos com as pessoas, inclusive aquelas que são importantes para nós e que um dia também parti-rão, antes ou depois de nós. Não espe-re a morte chegar para então se lamen-tar ou � car se culpando. Eu diria que esta consolação na morte vem como cuidado no dia de hoje. Cultive rela-

ções amorosas, com respeito, cuidado, atenção, consideração, perdão. É como se você fosse enchendo sua ânfora do bom óleo que será derramado na hora das perdas e que amenizará a dor da morte. Há ainda um outro sentido nesta consolação... Eu dizia que uma das horas do relógio marcará nosso último suspiro. Perceba que a última palavra de Jesus na cruz não foi “Meu Deus, meu Deus por que me abandonas-te” mas “Pai, em tuas mãos Eu entrego o meu espírito”. O momento derradei-ro do Senhor foi marcado por uma profunda entrega e o próprio Espírito Santo consolou Jesus naquela hora. Da mesma forma, o Espírito Santo cer-tamente estará conosco. Ele que não nos abandona em nossas lutas diárias, muito menos se distanciará de nós no “nascer para a vida eterna”.Pratique: Faça memória dos seus queridos que já partiram. Entregue também, com serenidade e con� an-ça, o dia de sua partida. Renove sua fé n’Aquele que não abandona você em nenhuma circunstância.Medite: Sabedoria 3, 1-9Reze: Espírito Santo, meu companheiro

de todas as horas. Se reside em minhas memórias alguma marca de abandono,

peço que cures e que cortes toda conse-quência que tenha gerado em mim. Eu te entrego aquele momento derradeiro de minha morte. Que eu possa partir

em estado de graça. Quero de tal forma viver que assim eu possa morrer.

Vem, Espírito Santo. Amém.

Oração pedindo o Espírito Santo

Jesus, eu sei que te pertenço e que Tu me pertences para sempre.

Eu te dou graças por me teres infundido o Teu Espírito, através dos Sacramentos do Batismo e da Con� rmação,para que eu pudesse viver uma vida nova contigo.

Renova agora em mim o teu Espírito,faz esse Espírito transbordar em mim.

Concede-me uma nova plenitude do teu Espírito, para que eu encontre uma luz nova nas Escrituras,e apure o gosto e a perseverança na oração.

Que eu ame como Tu amas,que eu perdoe como Tu perdoas,que eu interceda como Tu intercedes,que eu testemunhe, tal como Tu testemunhaste a Verdade,que eu utilize os dons que me concedes para o bem do teu povo.Que eu goze a paz que prometeste.

Enche-me do teu Espírito, ó Senhor,porque eu quero ser transformado eacolher em mim tudo o que Tu me queres dar! Amém!

Oração para todos os dias

Ó Espírito Santo, dai-me um co-ração grande, aberto à vossa

silenciosa e forte palavra inspiradora, fechado a todas as ambições mesqui-nhas, alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da Santa Igreja!

Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao Coração do Se-nhor Jesus! Um coração grande e forte para amar todos, para servir a todos, para so� er por todos! Um coração grande e forte para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço, toda desilusão, toda ofensa! Um co-ração grande e forte, constante até o sacrifício, quando for necessário! Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir humil-de, � el e virilmente, a vontade do Pai. Amém.

Papa Paulo VI

Roteiro de reflexão

IV – A ação do Espírito Santo

Longe de querer esgotar a abor-dagem sobre a ação do Espírito San-to em todos os seus aspectos, quero apenas despertar sua atenção para a forma como Aquele, que com o Pai e o Filho é desde sempre e para sem-pre, agiu, age e agirá não só na alma do crente, mas em todo o Universo até a “consumação dos séculos” (Mt 28, 20), quando o Filho apresentar todas as coisas ao Pai: “Depois, virá o fi m, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda do-minação. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés”(1Cor 15, 24-26). Lembrando que quando se diz aqui “principado, potestade e dominação”, refere-se àqueles membros das hie-

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

3ª Semana - De 16 a 22 de abril

IV – A ação do Espírito Santo IV – A ação do Espírito Santo IV – A ação do

´

rarquias angelicais que foram infi éis, pois principados, potestade e domi-nações assistem, ainda e para sempre, diante do Trono de Deus e em favor da humanidade. Quanto mais cons-cientes e abertos à ação do Espírito Santo, mais Ele formará em nós o “homem novo” renascido em Cristo.

16º Dia Segunda, 16 de abril

A ação do Espírito Santo na Criação Refl ita: ”No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1, 1s). Todo agir de Deus é trinitário, pois Deus é Trindade Santa. Assim, o Pai que tudo criou e continua criando, o faz pelo Es-pírito Santo. Tudo foi criado pelo Pai, em seu Filho, Jesus, no poder do Es-pírito Santo. E o Catecismo da Igreja Católica sintetiza esse ensinamento da seguinte maneira: “A Palavra de Deus e o seu Sopro estão na origem do ser e da vida de toda criatura” (CIC, 703). Todo o Universo é, assim, impregnado da pre-sença divina, que tem em Deus a sua origem e terá n’Ele sua plenitude, pois, como diz o apóstolo Paulo, “... a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos fi lhos de Deus. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por

vontade daquele que a sujeitou), todavia com a esperança de ser também ela li-bertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos fi lhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e sofr e como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, geme-mos em nós mesmos, aguardando a ado-ção, a redenção do nosso corpo” (Rm 8, 19-23). Como criaturas – e fi lhos – de Deus, também não alcançamos a ple-nitude, que um dia será também nossa herança. Sendo Deus, Amor, nada que há n’Ele ou que venha d’Ele que não brote do amor, por isso, toda criação é obra do Amor de Deus, especialmente o ser humano, que foi criado à sua ima-gem e semelhança. Termino, citando um belíssimo pensamento de São Basí-lio, que é também um convite: “Quero despertar em ti uma profunda admiração pela criação, a fi m de que em todo lugar, contemplando as plantas e as fl ores, sejas tomado por uma viva lembrança do Cria-dor”, e, completo eu, glorifi ques Aquele que te criou para continuares esta obra como cocriador, transfi gurando tudo aquilo que é negação do amor.Pratique: Pare para observar. Você tem um olhar contemplativo sobre a natureza? Faça isto hoje. De preferên-cia reserve, que sejam três minutos durante o dia e três minutos durante a noite, para observar a criação e a pre-sença do Espírito Santo em tudo que existe. Agradeça.Medite: Salmo 103 (104)

Reze: “Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão poderosa. São vossas e estão

repletas da vossa presença e da vossa ternura. Louvado sejais! Filho de Deus,

Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas. Fostes formado no seio materno

de Maria, fi zestes-Vos parte desta terra, e contemplastes este mundo com olhos

humanos. Hoje estais vivo em cada criatura com a vossa glória de ressuscita-

do. Louvado sejais! Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai e acompanhais o gemido

da criação, Vós viveis também nos nossos corações a fi m de nos impelir para o

bem. Louvado sejais! Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infi nito, ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo, onde tudo nos fala de

Vós. Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão por cada ser que criastes. Dai-

-nos a graça de nos sentirmos intima-mente unidos a tudo o que existe” (Papa Francisco). Vem Espírito Santo. Amém.

17º Dia Terça, 17 de abril

A ação do Espírito Santo nos profetas Refl ita: Desde sempre, como vimos, o Espírito Santo age. Na liberdade em que Deus criou o ser humano, este pre-feriu a si mesmo, em detrimento à co-munhão com o Criador, estabelecida

pela obediência, ou seja, o ouvir conti-nuamente, atento às ordenanças do Se-nhor, que brotam do Amor e que geram vida. Mas Deus não desistiu do homem e da mulher, pois o Amor nunca desiste. Novamente ofereceu Aliança com eles, fazendo a promessa de que enviaria um Redentor (“Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te fe-rirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar” Gn 3, 15). Assim foi com Noé (Gn 6, 18; 9, 12-14), Abraão, Jacó (Israel), Davi... Os profetas foram enviados por Deus para exortar o povo a voltar seu coração ao Senhor, a converter-se de seus maus caminhos, a abandonarem os ídolos, a renovarem sua fi delidade. Mas a princi-pal missão que o Espírito Santo lhes ou-torgava era preparar a vinda do Messias (Ex 15,20; Nm 11,25-29; 1 Sm 10,6; 1Rs 18,22), fazendo-os falar em nome do verdadeiro Deus. Assim o Espírito inspirou – e por vezes constrangeu – os profetas a agir para anunciar a Palavra de Deus (Am 3,8; 7,14-17; Jr 20,7-11). O Espírito chegou a lhes revelar a glória mesma de Deus (Is 6,1-5; Ez 3,12; 8,3), para que fossem testemunhas, dando testemunho do Deus verdadeiro (Ne 9,30; ver Zc 7,12). Que bênção é saber-mos que a história humana é uma histó-ria de salvação, ainda que marcada pelo pecado e tudo o que ele gera no cora-ção do homem e na sociedade! Somos herdeiros da longa tradição do Povo de Israel e a mensagem do Espírito Santo, através dos profetas, não é algo apenas restrito ao tempo em que viveram, mas,

como Palavra inspirada de Deus, é o eco contínuo daquela voz que nos che-ga através de João Batista, o profeta do limiar da Nova e Eterna Aliança conclu-ída com a humanidade, em Jesus: “Este é Aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: ‘Voz do que clama no deserto: Pre-parai o caminho do SENHOR, endireitai as suas veredas’” (Mt 3, 3).Pratique: Comprometa-se a ler em sua Bíblia as citações que faço acima, além daquela que hoje é dada como meditação. Enquanto você medita, bendiga a Deus Espírito Santo que sempre fala ao seu Povo, à sua Igreja.Medite: Hebreus 1, 1-4

Reze: Espírito Santo, eu te bendigo por tua ação em cada época da ferida histó-

ria da humanidade. Bendigo-te por cada um dos profetas e pelo contínuo convite

que fazes a cada um, para que renove seu amor e fi delidade. Também eu sou,

por vezes, duro de coração. Também a mim custa esta abertura.

Mas quero dizer sim. Quero ouvir a Voz do Senhor e endireitar minhas veredas. Vem em meu auxílio, ó Espírito Santo.

Vem, Espírito Santo. Amém.

18º Dia Quarta, 18 de abril

A ação do Espírito Santo gerando Jesus no ventre de Maria Refl ita: Não sei se foi pela manhã, à tarde ou à noite. Penso que tenha sido pela manhã... Chegou como um raio de luz, irrompendo por alguma fres-ta na janela, mas era muito mais bri-lhante. Chegou e inundou o ambiente de claridade e paz. Ali estava a jovem Miriam – Maria – que, acostumada às visitações de Deus em sua alma, não estranhou a visita daquele Ser. Maria era amiga dos Anjos e Gabriel vem trazendo a Boa-Nova que transforma-ria toda a humanidade: - “Do teu ven-tre, Maria, virá Aquele que irá salvar a humanidade. Não tenhas medo, por agruras e desertos. Não será por inter-médio do homem que isto acontece-rá, pois será o Filho Eterno do Pai. O Espírito Santo virá sobre ti e a sombra do Altíssimo te envolverá, de forma que será gerado em teu ventre Aquele pelo qual todo o Universo foi criado. Tu és agraciada entre todas as mulhe-res da terra. Também tua prima Isabel foi visitada e aquela que era estéril dará à luz o que vai preparar o caminho de teu Filho. Junto a José, darás a Ele o nome que desde sempre o Pai pronun-ciou em Seu coração: JESUS. Pois Ele

irá salvar a humanidade inteira de seus pecados. Não te preocupes: levarei esta Boa Nova a José e prepararei seu coração para que acolha a ti e ao Filho que crescerá em teu ventre. Ele será para ti companheiro em todas as ho-ras, tendo o Pai o escolhido pelas suas virtudes.” Não houve alarido. Só houve silêncio. Creio que Maria não deve ter sentido nada de extraordinário em seu corpo naquele exato momento em que o óvulo foi fecundado. Talvez uma leve sensação de calor, como aquela que a gente costuma sentir, quando tem a alma aquecida pelo aconchego que o amor produz. Naquela hora, o Espírito Santo estava realizando o maior mila-gre que a humanidade provou ou pos-sa vir a provar: a Divina Natureza do Filho de Deus assume a Humana Na-tureza no ventre de Maria. Haverá, de fato, alguém mais bem-aventurada que a jovem Filha de Sião? Sim, o Concílio chamou Maria de Filha de Sião, apli-cando a ela o que está em Mateus 21, 5: “Dizei à fi lha de Sião: Eis que teu rei vem a ti, cheio de doçura...”. Assim, ela foi reconhecida como a fi gura do povo eleito, portadora das promessas a se-rem cumpridas na plenitude dos tem-pos (Lumen Gentium 55). Com Maria os tempos alcançam a sua plenitude! Bendito seja Deus!Pratique: Reze hoje o Santo Terço, meditando os Mistérios da Alegria. Reze, ao menos, um mistério, contem-plando o que meditamos acima.

Medite: Gálatas 4, 4-7Reze: Ó Espírito Santo, nenhuma alma

nesta terra provou tua presença de tal forma, como nossa Mãe, Maria Santís-sima. Adoramos tua santa presença no ventre de Maria, gerando nela o Autor e Consumador de nossas vidas. E, com o Arcanjo Gabriel, com Santa Isabel e toda a Igreja, saudamos Maria, a Vir-

gem Filha de Sião: Ave Maria... Vem, Espírito Santo. Amém.

19º Dia

Quinta, 19 de abril

A ação do Espírito Santo em Jesus Refl ita: O apóstolo Pedro estava em Cesareia, na casa do centurião, Cor-nélio quando disse: “Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus es-tava com ele” (At 10, 38). Jesus, gerado pelo Espírito Santo no ventre de Ma-ria, sempre foi conduzido pelo mesmo Espírito. No início de seu ministério, ao ser batizado, o Espírito Santo veio sobre Ele sob a forma de uma pomba (Lc 3, 22); cheio do Espírito Santo foi conduzido ao deserto (Lc 4, 1ss); na sinagoga, em Nazaré, Ele proclama “O Espírito do Senhor está sobre mim, por-que me ungiu...” (Lc 4, 18); no decorrer

de toda sua missão, é pelo impulso do Espírito que Ele exerce sua autoridade e poder ao pregar e curar, fazendo-o exultar, no mesmo Espírito, pela ex-pansão do Reino e sua acolhida pelos pequeninos (Lc 10, 21); Ele ainda assegura aos seus discípulos que tam-bém eles serão guiados pelo mesmo Espírito que o unge (Lc 12, 12). Já res-suscitado, segundo assinala o mesmo evangelista Lucas – o evangelista do Espírito Santo – promete que o Espí-rito viria sobre os discípulos para capa-citar-lhes no testemunho de Seu nome (At 1, 5.8). O apóstolo Paulo dirá que “ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor’, senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12, 3b). Quanto mais abertos ao Espírito Santo, mais nos aproxima-remos da Pessoa de Jesus, de sua men-sagem e de sua autoridade. Por outro lado, quanto mais nos esmerarmos no seguimento de Jesus, mais o Espírito Santo agirá em nós. Desta forma, em Jesus, faremos, pelo testemunho do Espírito Santo em nós, a experiência de fi lhos, no Filho amado do Pai.Pratique: Renove sua entrega pesso-al a Jesus no dia de hoje. Confesse-O como Senhor de sua vida. Tenha com você, no momento da oração, a Cruz e a Bíblia e comprometa-se como discí-pulo, no seu seguimento.Medite: Atos 2, 14-41Reze: Espírito Santo, fi co a te imaginar

no diálogo que estabelecias com Jesus. Será que consigo imaginar? Será que

poderia até ousar pensar que imagino? Mas sinto uma profunda comunhão

amorosa, um fl uir contínuo de comuni-cação entre Ti e o Senhor Jesus, ainda

que silenciosa em algumas horas. Dobro--me em reverência e peço: leva-me a esta intimidade. Vem, Espírito Santo. Amém.

20º Dia Sexta, 20 de abril

A ação do Espírito Santo na Igreja Refl ita: Deixo que fale São João Pau-lo II em sua belíssima Encíclica DO-MINUM ET VIVIFICANTEM sobre “O Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo”: “Consumada a obra que o Pai tinha confi ado ao Filho sobre a ter-ra (cf. Jo 17, 4), no dia do Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para santifi car continuamente a Igreja, e, assim, os que viessem a acreditar tivessem, median-te Cristo, acesso ao Pai num só Espírito (cf. Ef 2, 18). Este é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida eterna (cf. Jo 4, 14; 7, 38-39); é Aquele por meio do qual o Pai dá novamente a vida aos homens, mortos pelo pecado, até que um dia ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cf.Rm 8, 10-11) (Lu-men Gentium, 4). É deste modo que o Concílio Vaticano II fala do nascimento da Igreja no dia de Pentecostes. O tempo da Igreja teve início com a ‘vinda’, isto é,

com a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, reunidos no Cenáculo de Jeru-salém juntamente com Maria, a Mãe do Senhor. O tempo da Igreja teve início no momento em que as promessas e os anún-cios, que tão explicitamente se referiam ao Consolador, ao Espírito da verdade, começaram a verificar-se sobre os Após-tolos, com potência e com toda a evidên-cia, determinando assim o nascimento da Igreja. Disto falam em muitas passagens e amplamente os Atos dos Apóstolos, dos quais nos resulta que, segundo a consciên-cia da primitiva comunidade — da qual São Lucas refere as certezas — o Espírito Santo assumiu a orientação invisível — mas de algum modo ‘perceptível’ — da-queles que, depois da partida do Senhor Jesus, sentiam profundamente o terem fi-cado órfãos. Com a vinda do Espírito eles sentiram-se capazes de cumprir a missão que lhes fora confiada. Sentiram-se cheios de fortaleza. Foi isto precisamente que o Espírito Santo operou neles; e é isto que Ele continua a operar na Igreja, median-te os seus sucessores. Com efeito, a graça do Espírito Santo, que os Apóstolos, pela imposição das mãos, transmitiram aos seus colaboradores, continua a ser trans-mitida na Ordenação episcopal. Os Bis-pos, por sua vez, depois tornam partici-pantes desse dom espiritual os ministros sagrados, pelo sacramento da Ordem; e providenciam ainda para que, median-te o sacramento da Confirmação, sejam fortalecidos com ele todos os que tiverem renascido pela água e pelo Espírito San-to. E assim se perpetua na Igreja de cer-

to modo, a graça do Pentecostes”. Você faz parte desta Igreja. O que o Espírito Santo opera na Igreja, opera também em você, à medida que se faz dócil e que corresponde à graça que lhe foi dada no Batismo. Não é um privilégio crer e ser Católico Apostólico Roma-no?Pratique: O momento, por excelên-cia, em que celebramos nosso ser Igre-ja é a Eucaristia. Domingo chegando, participe, claro, da Santa Missa e sinta--se parte deste Corpo espiritual que o Senhor configurou.Medite: 1 Pedro 2, 1-10Reze: Ó Espírito Santo, Alma da Igreja,

graça santificadora que anima e guia, que exorta e corrige, que cura e fortalece. Oro hoje pela amada Igreja conquistada

pelo Sangue de Jesus, presente e viva em cada uma de suas milhões de comunida-des pelo mundo afora. Dá perseverança

a todos nós. Tira de nosso meio tudo que possa ser contratestemunho e que fira

a unidade querida pelo Senhor. Que as portas do inferno não prevaleçam sobre

ela e que a humanidade toda receba a salvação da qual é depositária fiel.

Vem, Espírito Santo. Amém.

21º DiaSábado, 21 de abril

A ação do Espírito Santo na alma do cristão Refl ita: Pelo Batismo, tornamo-nos “templos do Espírito Santo”, morada de Deus. Presente em nós, por Ele so-mos inspirados, guiados, exortados, mas nunca obrigados. A presença do Espírito Santo não tirou e não tira de nós nossa liberdade, inclusive, na pos-sível escolha pelo mal, pelo desvio do caminho. Isto porque o Amor nunca obriga, o Amor convida, o Amor es-pera, perdoa, acolhe. Com Deus não é diferente. Sendo o Espírito Santo Deus-Amor, habitando em nós, espera pacientemente por nossa correspon-dência. Mas, é claro, tudo tem conse-quências na vida. Se nossas escolhas nos levam para longe desta doce e terna presença, teremos de arcar com elas também. É bem esclarecedor o que o Catecismo da Igreja Católica (734-736) nos diz: “Uma vez que es-tamos mortos, ou pelo menos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do Amor é a remissão dos nossos pecados. E é a comunhão do Espírito Santo (2 Cor 13, 13) que, na Igreja, restitui aos bati-zados a semelhança divina perdida pelo pecado. Ele nos dá, então, as ‘arras’ ou as ‘primícias’ da nossa herança: a própria vida da Santíssima Trindade, que con-

siste em amar ‘como Ele nos amou’. Este amor (a caridade de que se fala em 1 Cor 13) é o princípio da vida nova em Cristo, tornada possível graças ao fato de termos ‘recebido uma força vinda do alto, a do Espírito Santo’(At 1, 8). É graças a esta força do Espírito que os fi lhos de Deus podem dar fr uto. Aquele que nos enxer-tou na verdadeira Vida far-nos-á dar ‘os fr utos do Espírito: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fi de-lidade, mansidão, autodomínio’ (Gl 5, 22-23). O Espírito é a nossa vida: quan-to mais renunciarmos a nós próprios, mais caminharemos segundo o Espírito: ‘Pela comunhão com Ele, o Espírito San-to torna-nos espirituais, recoloca-nos no paraíso, reconduz-nos ao Reino dos céus e à adoção fi lial, dá-nos a confi ança de chamar Pai a Deus e de participar na graça de Cristo, de ser chamados fi lhos da luz e de tomar parte na glória eterna’ (São Basílio Magno).” O Espírito Santo presente, pois na alma do que crê e é batizado, vem em auxílio de nossa fra-queza e ora em nós. Não é maravilhoso saber disso?Pratique: Agradeça hoje sobretudo pelo dom do seu Batismo. Converse com o Espírito Santo. Fortaleça sua in-timidade com este Divino Amigo.Medite: Romanos 8, 18-27

Reze: Doce hóspede de minha alma, Divino Amigo, Espírito Santo. Peço per-

dão por minha indiferença, diante de tua santa presença. Pelas vezes que não fui

dócil às tuas inspirações e sinais, perdão. Quero crescer nesta intimidade e ser

obediente às tuas inspirações. Querida Mãe, tu que foste plena correspondência

ao Espírito Santo, intercede por mim e ensina-me a senda da escuta atenta e

amorosa. Vem, Espírito Santo. Amém.

22º diaDomingo, 22 de abril

A ação do Espírito Santo nos Sacramentos Refl ita: A Igreja é o grande Sacramen-to – sinal – do Reino que Jesus veio anunciar e realizar. É para a Igreja que o Senhor instituiu estes sete canais de graça, prolongando, não como repeti-ção ou lembrança do passado, Sua pre-sença junto a seus discípulos. O Espí-rito Santo é Aquele que realiza em nós, hoje, esta presença do Redentor em cada um dos Sacramentos. Por isso, podemos dizer que o Sacramento do Espírito Santo não é exclusivamente a Crisma, mas é pela ação santifi cado-ra do Espírito Santo que cada um dos Sacramentos é realizado, no Corpo de Cristo, a Igreja, a começar pelo funda-mental sacramento pelo qual somos incorporados à Igreja: o Batismo. As-sim escreve São Fulgêncio (bispo de Ruspe, no século VI): “A edifi cação espiritual do corpo de Cristo realiza-se na caridade, segundo as palavras de São Pedro: Como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fi m de oferecerdes sacrifícios espiritu-

ais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2,5). Esta edifi cação espiritual atinge sua maior efi cácia no momento em que o próprio Corpo do Senhor, que é a Igreja, no sacramento do pão e do cá-lice, oferece o corpo e o sangue de Cristo: o cálice que bebemos é a comunhão com o sangue de Cristo; e o pão que partimos, é a comunhão como corpo de Cristo. Porque há um só pão, nós todos partici-pamos desse único pão (cf. 1Cor 10,16-17) ... O Espírito Santo, que é unidade do Pai e do Filho, realiza agora naque-les a quem concedeu a graça da adoção divina, transformação idêntica à que realizou naqueles que receberam o mes-mo Espírito, conforme lemos no livro dos Atos dos Apóstolos.” Diz-nos, ainda, o Catecismo da Igreja Católica (1210): “Os sacramentos da nova Lei foram ins-tituídos por Cristo e são em número de sete, a saber: o Batismo, a Confi rmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem e o Matrimônio. Os sete Sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cris-tão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida es-piritual”. No Batismo, o Espírito Santo elege e consagra; na Crisma, confi rma e forma o cristão adulto na fé; na Eu-caristia, santifi ca os dons e estreita a comunhão dos fi éis com seu Senhor; no Matrimônio, envolve do Amor di-vino o humano amor entre homem e mulher; na Ordem, confi gura a partici-

pação no ministério apostólico que o Senhor confiou como missão aos seus Apóstolos; na Penitência (ou Reconci-liação) move o pecador ao arrependi-mento, atualiza na alma o perdão dos pecados, realizado por Jesus na Cruz e conduz o penitente à conversão; na Unção dos enfermos, é remédio para o corpo e alma, reconfortando e curan-do.Pratique: A vivência de hoje é muito mais uma exortação para que você par-ticipe ativamente dos dois sacramen-tos a que costumeiramente podemos recorrer: a Eucaristia e a Reconcilia-ção. Agradeça pela graça maravilhosa do Espírito Santo que nos chega atra-vés dos Sacramentos.Medite: Mateus 28, 16-20

Reze: Espírito Santo adoro tua presen-ça e condução na vida da Igreja, em todo tempo e lugar, até a volta de Jesus, quan-do Ele tudo apresentará ao Pai. Obriga-

do por tua obra santificadora em cada Sacramento. Quero viver meu Batismo e ser conduzido por ti. Quero testemunhar

sempre o Amor com que sou continua-mente amado e, assim, contribuir para a

santificação do Corpo de Cristo. Vem, Espírito Santo. Amém.

Orações1. Alma de minha alma

(Pe. Sérgio Luiz e Silva, CSsR)

Espírito Santo, Sinto teu hálito em mim.

Sinto o pulsar de tua vitalidade im-pulsionando-me, levando-me à fren-te, por vezes até me constrangendo, levando-me a lugares a que não quero ir - resistências que habitam em mim. Sinto tua energia aquecendo meu coração, Acalmando minhas dores, Consolando-me em minhas tristezas, Fortalecendo-me em minhas fraquezas, Corrigindo-me em meus erros.

Quantas vezes fizeste-me provar as alturas da contemplação silenciosa da criação e mergulhar na força divina que penetra todos os seres. Fizeste-me ver o invisível e abriste meus ouvidos para ouvir as canções das estrelas. Des-te-me a leveza dos pássaros, deslizan-do sobre as asas do vento, provando o frescor das manhãs e a beleza dourada dos crepúsculos.

Mas me levaste também aos abismos profundos. Não me poupaste de sen-tir os ventos gélidos das cavernas da alma, nem de ouvir o murmurar dos doridos impulsos do inconsciente. Não me deixaste sozinho, mas não me livraste de sentir a dor da existência. Ensinaste-me que também no não-ser

se prova o ser e que do caos vem o exis-tir. Conduziste-me até lá para que pro-vasse a mesma força que outrora agiu no universo e que a Palavra declara: “E o Espírito de Deus pairava sobre o caos” (Gn 1,2). E em ti, tudo foi feito!

Sinto, por vezes, teu silêncio. Procuro tua voz ou, pelo menos, teu sussur-rar, mas não o encontro. Talvez sejam meus ouvidos que tenham se desacos-tumado de ouvir tua voz, devido ao pouco cultivo da escuta atenta. Talvez porque a procure de forma errada.

Este silêncio me dói. Quisera que as coisas fossem mais claras, que pudes-ses falar sim ou não, que fosse preto no branco, mas percebo que a maioria das realidades é mesclada e milhares são os tons de tua paleta, numa combinação infinita de matizes.

Às vezes, sou eu que não quero ouvir tua voz. Ela me leva a considerar o que não quero. Teimo em seguir minha vontade, pois nem sempre acredito que a vontade do Pai seja o melhor para mim. E sempre que faço isto, mais cedo ou mais tarde, descubro-me bus-cando socorro, pois acabei por quebrar a cara. E ali estás, sorrindo silenciosa-mente, como a dizer: “ Eu sabia!”...

Meu amigo, companheiro de todas as horas. Quando durmo, vigias, Quando oro, me inspiras. Quando trabalho, pelejas comigo.Quando luto, me fortaleces.

Quando choro, me consolas. Quando peco, me exortas. Quando me arrependo, me perdoas. Quando erro, me corriges. Quando acerto, me aplaudes. Quando brinco, me rejuvenesces. Quando falo, me ouves. Quando me calo, esperas. Quando tento, me incentivas. Quando não consigo, me aceitas. Quando sou tentado, me iluminas. Quando caio, me levantas. Quando poetizo, cantas. Quando envelheço, me acompanhas. Quando te desconsidero, te entristeces. E se não te amar, continuas me amando. E se, com tudo isto, ainda me fechar totalmente a ti, retiras-te, respeitosamente. Neste momento, neste exato momento, minha alma morre para sempre! Condenação!

Mas não é assim que desejo terminar minha trajetória. Quero construí-la passo a passo contigo. Quero que me acompanhes em todos os meus projetos, que me sustentes em todos os empreendimentos. Quero aprender a amar-te como por ti sou amado. Alma de minh´alma. Esperança de meu Ser. Alento em meus dias. Fonte de Vida. Deus em mim. Fonte de Vida.

2. Prece ao Espírito Santo(Santo Agostinho)

Ó Divino Amor, ó vínculo sagrado que unis o Pai e o Filho, Espírito

onipotente, fiel e consolador dos afli-tos, penetrai nos abismos profundos de meu coração e fazei aí brilhar vossa resplandecente luz.

Derramai vosso doce orvalho sobre esta terra deserta, a fim de fazer cessar sua longa aridez. Enviai os dardos ce-lestes de vosso amor até o santuário de minha alma, de modo que, nela pene-trando, acendam chamas ardentes que consumam todas as minhas fraquezas, minhas negligências e meus abatimen-tos.

Vinde, vinde Doce Consolador das almas desoladas, refúgio no perigo e protetor na aflição desamparada.

Vinde, Vós que lavais as almas de suas sordícies e que curais suas chagas.

Vinde, Força dos fracos, apoio daque-les que caem.

Vinde, Doutor dos humildes e vence-dor dos orgulhosos.

Vinde, Pai dos órfãos, esperança dos pobres, tesouro do que estão na indi-gência.

Vinde, Estrela dos navegantes, porto seguro dos náufragos.

Vide, Força dos vivos e salvação dos moribundos.

Vinde, ó Espírito Santo, e tende pieda-de de mim. Tornais minha alma sim-ples, dócil e fiel, e condescendei com minha fraqueza.

Condescendei com tanta bondade, que minha pequenez ache graça diante de vossa grandeza infinita, minha im-potência diante de vossa força, minhas ofensas diante da multidão de vossas misericórdias. Amém!

3. Vem, Espírito Santo(Marcel Thomas)

Vem, Espírito Santo, Deus criador,visita a alma de teus filhos,

enche de Graça e de glóriatodos os corações criados por ti.

Jesus diz que és consolador,dom infinito do Deus Altíssimo,água viva, fogo e caridade,para as almas doce unção.

Tu nos trazes os sete dons,ó mão do Pai todo-poderoso!Prometido ao Filho e enviado,Tu inspiras nossas vozes.

Faze tua luz brilhar em nós!Derrama o amor em todos os cora-ções!Na fraqueza de nossos corposcoloca tua força e teu vigor!

Repele para longe nosso inimigo,vem depressa dar-nos a paz!Para nos guiar vai adiante de nós,de todo mal preserva-nos!

Oração para todos os dias

Santo Espírito de Deus, vinde sobre mim, sobre minha casa e sobre to-

dos nós. Que a vossa luz divina nos ilumi-

ne, retirando de nós toda a raiva e toda a escuridão.

Vós, que sois a alma da Igreja, vin-de e renovai-a, a � m de que ela seja sempre testemunha do teu Reino de Amor.

Vossa força nos ajude nos momen-tos em que a � aqueza quiser ocupar espaço em nossas vidas.

Espírito Santo, que em Pentecostes manifestastes o poder de Deus, derra-mai sobre nós os vossos dons.

Ajudai-nos a viver a Paz do Se-nhor nos seus caminhos e permanecei conosco.

Santo Espírito Criador, criai em nós um amor grande e forte ao Pai e que nada possa apagar essa chama.

Espírito da verdade, manifestai em nós o desejo de conhecer, propagar

e viver a Palavra do Senhor. Que ela cresça em nosso coração e dê muitos � utos!

Espírito Santo, guia-nos sempre e nunca vos distancie de nós.

Amém.

Roteiro de reflexão

V – A ação do Espírito Santo

“Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, vo-lo enviarei. E, quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo. Con-vencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. Ele o convencerá a respeito da justiça, por-que Eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; Ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado” ( Jo 16, 7-11). Estes são os versículos bíblicos que nos intro-

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

4ª Semana - De 23 a 29 de abril

V – A ação do Espírito Santo V – A ação do Espírito Santo V – A ação do

´

duzem nesta seção. Talvez nos agra-dasse mais que o Espírito Santo fosse apenas o Consolador, o advogado, o companheiro, o amigo. Mas Ele tam-bém é “guia da verdade”, como nos diz São João Paulo II. Não há consolação verdadeira sem o confronto necessá-rio com a Verdade que discerne, que esclarece. E não é “minha” verdade ou “sua” verdade. De alguma forma, Jesus já precisou o sentido desta verdade, em relação à obra de convencimento do Espírito Santo. Irei, basicamente, citar a Encíclica Dominum et Vivi� -cantem que nos traz de forma bastante esclarecedora o sentido desta obra de convencimento que o Espírito Santo opera.

23º Dia Segunda, 23 de abril

O Espírito Santo convence a respeito do pecadoRe ita: Quando Jesus, durante o discurso de despedida no Cenáculo, anuncia a vin-da do Espírito Santo à custa da própria partida e promete: ‘Quando eu for, vo-lo enviarei’, precisamente nesse contexto, acrescenta: ‘E Ele, quando vier, conven-cerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo’ (Jo 16, 8). O mesmo Consolador e Espírito da verda-de — que fora prometido como Aquele que ‘ensinará’ e ‘recordará’, como Aquele

que ‘dará testemunho’ e como Aquele que ‘guiará para toda a verdade’ — é anuncia-do agora, com as palavras citadas, como Aquele que ‘convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo’. Parece ser também signi� cativo o contexto. Jesus relaciona este anúncio do Espírito Santo com as palavras que indi-cam a própria partida, mediante a Cruz, e que, mais ainda, realçam a necessidade da mesma partida: ‘É melhor para vós que Eu vá; porque, se Eu não for, o Con-solador não virá a vós’ (Jo 16, 7). Mas o que conta mais é a explicação que Jesus acrescenta a estas três palavras: pecado, justiça e juízo. Com efeito, diz assim: ‘Ele convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo. Quan-to ao pecado, porque não creem em mim; quanto à justiça, porque eu vou para o Pai e não me vereis mais; e quanto ao juízo, porque o príncipe deste mundo já está jul-gado’ (Jo 16, 8-11). No pensamento de Jesus, o pecado, a justiça e o juízo têm um sentido bem preciso, diverso daquele que alguém pretendesse, porventura, atribuir a tais palavras, independentemente da explicação de Quem fala. Esta explicação indica também como deve ser entendido aquele ‘convencer o mundo’, que é pró-prio da ação do Espírito Santo. Aqui têm importância: quer o signi� cado de cada palavra, quer o fato de Jesus as ter unido entre si na mesma � ase. ‘O pecado’, nes-ta passagem, signi� ca a incredulidade que Jesus encontrou no meio dos seus, a come-çar pelos próprios conterrâneos de Naza-

ré. Signi� ca a rejeição da sua missão, que levará os homens a condená-lo à morte. Quando fala, em seguida, da ‘justiça’, Jesus parece ter em mente aquela justiça de� nitiva, que o Pai Lhe fará, revestindo--O da glória da ressurreição e da ascensão ao céu: ‘Vou para o Pai’. No contexto do pecado e da justiça assim entendidos, ‘o juízo’ signi� ca, por sua vez, que o Espí-rito da verdade demonstrará a culpa do mundo na condenação de Jesus à morte de Cruz. No entanto, Cristo não veio ao mundo somente para o julgar e condenar: Ele veio para o salvar. O convencer quanto ao pecado e quanto à justiça tem como � -nalidade a salvação do mundo, a salvação dos homens. É esta verdade, precisamente, que parece ser acentuada pela a� rmação de que o juízo afeta somente o ‘príncipe deste mundo’, isto é, Satanás, aquele que, desde o princípio explora a obra da cria-ção contra a salvação, contra a aliança e a união do homem com Deus: ele ‘já está julgado’ desde o princípio. Se o Espírito Consolador deve convencer o mundo, exa-tamente quanto ao juízo, é para continuar nele a obra salví� ca de Cristo.”Pratique: Ao orar, peça ao Espírito Santo que lhe mostre aquelas áreas que ainda estão à sombra do pecado. Lembre-se: o Espírito Santo nunca acusa; Ele exorta para que possamos nos converter e receber ainda mais abundantemente a graça.Medite: 1João 1, 3-10

Reze: “Espírito Santo, quando Tu revelas o pecado no coração do homem,

sempre o fazes, indicando a salvação que em Jesus é abundante. Opera a vida

nova em mim. Toma-me pela mão e leva-me, pelo caminho do Calvário, à

Cruz Redentora de Jesus, onde alcanço graça e misericórdia que podem me per-

doar e regenerar. Que meus olhos n’Ele se � xem para que toda obra de acusação

do inimigo seja rechaçada. Vem, Espírito Santo. Amém.

24º Dia

Terça, 24 de abril

O Espírito Santo convence a respeito da justiçaRe ita: “Queremos agora concentrar a nossa atenção principalmente nesta mis-são do Espírito Santo, que é a de ‘con-vencer o mundo quanto ao pecado’, mas respeitando, ao mesmo tempo, o contexto geral das palavras de Jesus no Cenáculo. O Espírito Santo, que assume do Filho a obra da Redenção do mundo, assume por isso mesmo a função de o convencer quan-to ao pecado em ordem à salvação. Este convencer realiza-se em constante referên-cia à ‘justiça’, isto é, à salvação de� nitiva em Deus, à efetivação da economia que tem como centro Cristo cruci� cado e glo-ri� cado. E esta economia salví� ca de Deus subtrai, em certo sentido, o homem ao ju-ízo, isto é, à condenação, com que foi pu-nido o pecado de Satanás, príncipe deste mundo, aquele que, por causa do seu peca-do, se tornou ‘dominador deste mundo te-

nebroso’ (Ef 6, 12)”. O ser humano não poderia e nunca poderá justi� car-se a si mesmo. Assim como o amor não pode ser negociado, assim a salvação, que é o Amor de Deus nos resgatando do pe-cado, é um amor in� nitamente maior que qualquer humano amor. Por isso, a justiça de Deus é a oferta d’Ele mesmo para nos tornar justos, mediante nossa fé (nossa adesão ao Plano Salví� co que Ele tem para nós). O Espírito Santo atu-aliza em nós a justiça de Deus que foi realizada pela entrega de Jesus por nós na Cruz.Pratique: Procure viver o dia de hoje como uma grande expressão da graça. Mesmo nos pequenos – ou grandes – aborrecimentos, a� rme para você: tudo é graça! Deus me conduz! Reze hoje com a Cruz junto a você.Medite: Romanos 3, 21-31Reze: Espírito Santo, vejo a Cruz! Vejo nela Jesus! Vejo nela meu pecado e, ao mesmo tempo, o tremendo e de� nitivo Amor que o Pai tem por cada um de nós, aceitando o sacrifício de Jesus. Agradeci-do, quero viver cada momento de minha vida. Agradecido, quero suportar as con-trariedades que, por vezes, me assaltam, e ajudar o mundo a ser melhor pela tua presença em mim. Por isso peço:

Vem, Espírito Santo. Amém.

25º Dia Quarta, 25 de abril

O Espírito Santo convence a respeito do juízo Re ita: “É assim que, mediante esta referência ao juízo, se patenteiam vastos horizontes para a compreensão do pe-cado, bem como da justiça. O Espírito Santo, mostrando o pecado na economia da salvação, tendo como fundo a Cruz de Cristo, (dir-se-ia o pecado salvado), leva também a compreender como a sua mis-são é a de convencer mesmo quanto ao pecado que já foi de� nitivamente julga-do (o pecado condenado). Quando Jesus, nas vésperas da Páscoa, fala do Espírito Santo como d’Aquele que ‘convencerá o mundo quanto ao pecado’, por um lado, deve dar-se a esta sua a� rmação o alcan-ce mais vasto possível, uma vez que ela abrange todo o conjunto dos pecados na história da humanidade; mas, por outro lado, quando Jesus explica que este pe-cado consiste no fato de que ‘não creem’ n’Ele, tal alcance parece limitar-se àque-les que rejeitaram a sua missão messiâni-ca de Filho do homem, condenando-O à morte de Cruz. Entretanto, é difícil dei-xar de notar como este alcance, mais ‘re-duzido’ e circunscrito historicamente do signi� cado do pecado, se alarga até assu-mir uma amplidão universal, em virtude da universalidade da obra da Redenção

que se realizou por meio da Cruz. A re-velação do mistério da Redenção abre os caminhos para uma compreensão assim, na qual todos os pecados que se comete-ram, em qualquer lugar e em qualquer momento, se referem à Cruz de Cristo, incluindo, indiretamente, portanto, tam-bém o pecado dos que ‘não acreditaram n’Ele’, condenando o mesmo Jesus Cristo à morte de Cruz.” Perceba que o peca-do, na Cruz, foi condenado, e, ali, o pe-cador foi salvo (redimido). É o sentido que João Paulo II dá, ao falar de “pe-cado salvado” e “pecado condenado”. O juízo de Deus veio como condena-ção àquele que é o autor do pecado, o diabo; entretanto, a todo ser humano, como oferta de salvação. Alegre-se por esta maravilhosa dádiva do Pai realiza-da em Jesus. O Espírito Santo trabalha silenciosamente e de uma forma que não podemos imaginar. Apenas creia e renove sua fé neste cuidadoso agir do Espírito nas profundezas misteriosas da humanidade.Pratique: Ofereça sua oração pelos que não só não creem em Jesus, mas tornaram-se inimigos da Cruz de Cris-to por uma vida de impropérios, de violência, de profanação, de maldade e injustiça. Para estes, se não houver conversão, o juízo será severo. Que se convertam e vivam.Medite: Mateus 25, 31-46

Reze: Espírito Santo, con� rma a fé de cada um de teus � éis. Afasta de nós o

espírito do erro e da rebeldia. Guarda

nossas sendas dos desvios. Fortalece nossa mente, diante das insinuações do

maligno. Dá-nos constância, tanto na alegria, como na dor. No dia do juízo,

que chegará para cada um e para todos, que sejamos achados trajando a veste

dos eleitos, alvejada pelo Sangue do Cordeiro e mantida incólume por

uma vida de santidade. Vem, Espírito Santo. Amém.

VI – O Espírito Santo santifica...

A própria designação do Espírito Santo nos fala da sua santidade. As-sim diz o Catecismo da Igreja Católi-ca (691): “’Espírito Santo’, tal é o nome próprio d’Aquele que adoramos e glori� -camos com o Pai e o Filho. A Igreja rece-beu este nome do Senhor e professa-o no Batismo dos seus novos � lhos. O termo ‘Espírito’ traduz o termo hebraico ‘Ruah’ que, na sua primeira acepção, signi� ca sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamen-te a imagem sensível do vento para suge-rir a Nicodemos a novidade transcenden-te d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos co-muns às três Pessoas divinas. Mas, jun-tando os dois termos, a Escritura, a Li-turgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos ‘espírito’ e ‘santo’. Em última análise, só Deus santi� ca, só Ele pode tornar santo, mas, por outro lado, Jesus

VI – O Espírito Santo santifica...

também nos ensina a rezar dizendo “san-ti� cado seja vosso nome”, o que signi� ca “reconhecer como santo, tratar de manei-ra santa” (CIC, 2807). Peçamos que a obra santi� cadora do Espírito venha sobre nós e o que nos rodeia, para que sejamos “santos e irrepreensíveis diante d’Ele no amor” (Ef 1, 4).

26º Dia Quinta, 26 de abril

O Espírito Santo santi ca nossos atosRe ita: É pelos frutos que se conhe-ce a árvore, nos diz Jesus, na Palavra que hoje meditaremos. Nossos atos expressam o que temos dentro de nós, assim como o que fazemos, de forma rotineira e recorrente, tam-bém influencia nosso jeito de ser. É preciso que se peça ao Espírito San-to para integrar nosso ser. Gestos e atitudes bondosos ajudam a tornar o ambiente mais luminoso. Quando isso acontece, nos tornamos canais através dos quais o próprio Espírito Santo pode agir, santificando onde estamos.Pratique: A prática do bem, através de todos os atos vivenciados no cotidia-no, deve ser a conduta básica de cada discípulo. Hoje, faça isso de uma for-ma consciente. Queira, através de ges-tos gratuitos e amorosos, ser canal do

Espírito para as pessoas que estiverem por perto de você.Medite: 1Pedro 3, 11-18

Reze: Espírito Santo, arado que rasga a terra do meu coração; força que tira as

pedras e aduba as intenções; mão hábil que prepara e lança a semente; água

que rega e faz crescer; seiva que enche de vigor; vento novo que acaricia e espalha o perfume das � ores; luz que amadurece

os � utos e faz a semente retornar... Que eu seja no meu proceder boa árvore,

� uti� cando o melhor que eu puder, “para que todos tenham vida e vida

em abundância” (Jo 10, 10). Vem, Espírito Santo. Amém.

27º Dia Sexta, 27 de abril

O Espírito Santo santi ca nossas palavras Re ita: Se é verdade que “o mal que da tua boca sai, em teu peito cai”, é necessá-ria uma vigilância especial sobre o que sai da boca. E quando falo de “boca”, falo de “palavras”. Pense no adágio aci-ma e preste atenção ao que você fala, pois é o que está caindo em seu peito, amorizando ou ferindo. Palavras têm poder de derrubar, ferir, destruir, mas têm, também, um tremendo poder de ressigni� car a história de alguém. Pala-vra de bênção é palavra sábia e palavra sábia é fruto da ação do Espírito Santo.

Cuide do que anda saindo de sua boca, pois toda palavra volta ao seu emissor, mais cedo ou mais tarde. Já não é hora de mudar o tipo de palavra que tem saí-do de seus lábios?Pratique: Preste muita atenção hoje às palavras que saem de seus lábios. Se fa-lou algo que não devia ou da forma que devia (porque nem sempre é o conteú-do, mas o jeito de se falar), peça perdão à pessoa ofendida e também a Deus.Medite: Tiago 3

Reze: Espírito Santo, eu tenho uma boca enorme e não é para bendizer

teu Nome santo nem para anunciar as maravilhas do Reino de Deus. Falo,

muitas vezes, sem a sabedoria necessária e acabo por ferir o outro e a mim mesmo.

Quero contemplar os lábios da Mãe do Perpétuo Socorro: tão pequeninos e tão afeitos ao essencial. Que minha palavra

não acenda o fogo da maldade, mas o fogo do aconchego. Que eu seja um

homem (mulher) de palavra. Põe, pois, uma sentinela em minha boca.

Vem, Espírito Santo. Amém.

28º DiaSábado, 28 de abril

O Espírito Santo santi ca nosso cotidiano Re ita: O lugar onde fazemos a experi-ência de Deus é o cotidiano. É nele que nossa personalidade vai sendo desen-

volvida, na rotina – por vezes, desgas-tante – que dá movimento à nossa vida. Rotina vem de route, no francês, que sig-ni� ca rota, caminho trilhado. Há uma canção que diz: caminheiro, não existe caminho; passo a passo, pouco a pouco, o caminho se faz. O Espírito Santo como Mestre no Caminho ( Jesus se apresen-ta como Caminho) nos indica que é em meio aos nossos afazeres, nas relações que travamos e nos impedimentos que destravamos, o lugar de discernirmos a presença divina. Faça bem o que pre-cisa fazer, com simplicidade e amor e você estará em sintonia com a obra san-ti� cadora do Espírito Santo.Pratique: O que você irá fazer hoje? Passe mentalmente os momentos di-versos que você terá no decorrer do dia. Esteja aberto às surpresas do Es-pírito Santo também para trazer algo especial. Ele sempre traz!Medite: 1Coríntios 10, 24-33

Reze: Ao acordar, Espírito Santo, des-perta meu ser para as misericórdias do Senhor que se renovam. Ao me banhar, lava meu interior de tudo que possa me impedir de viver o amor. Ao me alimen-tar, recorda-me que “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra da boca de Deus”. Ao trabalhar, adestra minhas mãos para que eu faça da melhor forma possível o que compete a mim fazer. Ao

conviver, torna-me atencioso e delica-do em todas as minhas expressões. Ao

descansar, leva profundo repouso ao meu espírito. Ao me divertir, alegra meu

espírito com tua leveza. Ao adormecer, vela meu sono e todo meu ser. Vem, Espírito Santo. Amém.

29º diaDomingo, 29 de abril

O Espírito Santo santi ca nossa famíliaRe ita: Acho que ao falar de família, você diria: coisa melhor não há que a fa-mília da gente! E é verdade ou, pelo me-nos, deveria ser. Mas nem sempre é o que acontece no seio de muitas famílias. O jeito de se viver as relações familiares nem sempre é pautado no interesse profundo pelo outro, traduzido em ati-tudes e palavras (olhe-as aí de novo!). Há, infelizmente, muito egoísmo, orgu-lho, in� delidades, descuido, desprezo... A lista é longa. Mas há também muita generosidade, perdão, solidariedade, compreensão, aceitação, apoio, amor... A lista é maior, bem maior. O Espírito Santo quer santi� car nossa família nos moldes da família de Nazaré. O Papa Paulo VI assim escreve: “Que Nazaré nos ensine o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu caráter sagrado e inviolável, uma lição de trabalho...” E ainda o Concílio Vaticano II: “É no seio da família que os pais são para os � lhos, pela palavra e pelo exem-plo... os primeiros mestres da fé” (Lumen Gentium, 11). Que nossas famílias se-jam santi� cadas e, consequentemente,

curadas das possíveis feridas que pos-sam existir! Famílias santi� cadas tam-bém passam por tribulações, como ve-remos na Palavra de hoje.Pratique: Reze por sua família hoje de forma mais especial que você já reza. O que a mais você pode fazer? Bom seria se você rezasse com sua família.Medite: Lucas 2, 40-52

Reze: Senhor, eu te louvo pela minha família e agradeço a tua presença em

nosso lar. Ilumina-nos para que sejamos capazes de assumir nosso compromisso

de fé na Igreja e de participar da vida de nossa comunidade. Ensina-nos a viver a tua palavra e o teu mandamento de

Amor, a exemplo da FAMÍLIA DE NAZARÉ. Concede-nos a capacidade de compreendermos nossas diferenças de idade, de sexo, de caráter, para nos ajudarmos mutuamente, perdoarmos nossos erros e vivermos em harmonia.

Dá-nos, Senhor, saúde, trabalho e um lar onde possamos viver felizes. Ensina-nos a partilhar o que temos com os mais neces-sitados e empobrecidos, e dá-nos a graça de aceitar com fé e serenidade a doença e

a morte quando se aproximarem de nossa família. Ajuda-nos a respeitar e incentivar

a vocação de nossos � lhos quando quise-res chamar a teu serviço. Que em nossa

família reine a con� ança, a � delidade, o respeito mútuo, para que o amor se forti-

� que e nos una cada vez mais. Permanece em nossa família, Senhor, e abençoa nosso

lar hoje e sempre. Amém! (autor desco-nhecido, adaptado). Que nossa família seja santi� cada pela tua presença entre

nós. Vem, Espírito Santo. Amém.

Oração para todos os dias

Respirai em mim, ó Espírito Santo, para que todos os meus

pensamentos possam ser santos.Agi em mim, ó Espírito Santo, para que meu trabalho também possa ser santo.Aproximai-vos do meu coração, ó Espírito Santo, para que eu só ame o que for santo.Fortalecei-me, ó Espírito Santo, para que eu defenda tudo o que for santo.Guardai-me, pois, ó Espírito Santo, para que eu sempre possa ser santo.Amém.

Oração atribuída a Santo Agostinho de Hipona

Roteiro de reflexão

30º Dia Segunda, 30 de abril

O Espírito Santo santi� ca nossa casaRe� ita: Nossa casa é, de certo modo, prolongamento de nossa vida. Não é sem motivo que Jesus entrou em di-versas casas, com per� s diferentes de seus moradores, mas sempre levando o Dom de si mesmo, da vida abundan-te que acolhia, curava, convertia. Em quantas casas já entrei no decorrer de minha vida e ministério. Uma casa, em particular, nunca saiu de minha me-mória. Eu era estudante de teologia e, praticamente ao lado da igreja onde eu desenvolvia meu trabalho pastoral, morava uma senhora, dona Mariinha. Sempre ia lá tomar um café bem ralinho

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

5ª Semana - De 30 de abril a 6 de maio

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e doce com biscoito papa-ovo. Mas era mais do que cafezinho e biscoito, era o tremendo carinho que dali � uía. Daí, repasso muitas outras casas e a lem-brança delas me faz bem. Espero que esta pequena partilha possa fazer você rememorar as “casas” importantes nas quais você já entrou, já partilhou. Pedir a obra santi� cadora do Espírito Santo em nossa casa é abrir-se a tudo aqui-lo do qual Ele é portador: alegria, paz, perdão, cura, descanso, simplicidade, acolhida... Casas onde Jesus, verdadei-ramente, é o Senhor. Que nossas casas sejam cheias do Espírito Santo! Pelo Batismo, também nos tornamos mora-da de Deus, seus santuários: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3, 16).Pratique: Lembre de algumas casas que marcaram sua vida. Seria bom se você partilhasse com alguém. Você tem um “cantinho” de oração, um pe-queno altar, em sua casa? Reze ali e proclame Jesus como Senhor de sua casa.Medite: Lucas 19, 1-10

Reze: Espírito Santo, Tu vieste de uma forma única à Maria Santíssima e � zeste dela habitação de Deus. Em seu

ventre, geraste o autor da vida, Jesus. Renovo minha consciência de que, pelo

Batismo, também eu fui feito templo vivo de Deus, tua habitação. Vem hoje,

novamente, e enche-me de tua presença. Vem à minha casa e faz nela entrar

a salvação para que tudo o que não é

bom dela se afaste. Que em minha casa estejam os Anjos benfazejos, portadores das bênçãos divinas. Afastem-se inveja e

maldade, ganância e doenças. Sejamos compreensivos e amorosos, pacientes e

atenciosos uns com os outros. Minha casa e toda minha família são tuas.

Vem, Espírito Santo. Amém.

VII – A Unção do Espírito Santo

A palavra unção tem sua origem do latim “ungere” com o signi� cado de “untar”, passar ou cobrir de óleo. Ungir é a ação realizada no untar com algum produto oleoso (geralmente se usa azeite de oliveira) alguma parte do cor-po. Quando falamos da unção do Espí-rito Santo nos referimos ao derramar da graça, da força, da autoridade sobre alguém em vista de uma consagração ou missão. Recorramos mais uma vez ao Catecismo da Igreja Católica (CIC, 690) que nos dá um sentido muito próximo do que vamos ministrar nes-tes dias em nosso Cenáculo: “Jesus é Cristo, ‘ungido’, porque o Espírito é d’Ele a Unção; e tudo quanto acontece a partir da Encarnação, decorre desta plenitude. Finalmente, quando Cristo é glori� cado, pode, por sua vez, enviar de junto do Pai, o Espírito, aos que creem n’Ele: comuni-ca-lhes a sua glória, quer dizer, o Espírito Santo que O glori� ca. A missão conjunta desenvolver-se-á, a partir desse momento, nos � lhos adotados pelo Pai no Corpo do seu Filho: a missão do Espírito de adoção

consistirá em uni-los a Cristo e fazê-los viver n’ Ele: ‘A noção da unção sugere... que não há nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, do mes-mo modo que entre a superfície do corpo e a unção do óleo, nem a razão nem os sentidos encontram qualquer entremeio, assim é imediato o contato do Filho com o Espírito, de tal modo que aquele que vai tomar contato com o Filho pela fé, é necessário encontrar primeiro o óleo pelo contato. Com efeito, não há parte algu-ma que esteja despida do Espírito Santo. É por isso que a con� ssão do Senhorio do Filho se faz no Espírito Santo para aque-les que a recebem, pois o Espírito vem, de todos os lados, ao encontro daqueles que se aproximam pela fé’ (São Gregório de Nissa)”. Friso o que está dito no Ca-tecismo: “...de tal modo que aquele que vai tomar contato com o Filho pela fé, é necessário encontrar primeiro o óleo pelo contato”. Nossa relação com Jesus se dá sempre no Espírito Santo. Ao meditar-mos, pois, sobre a unção do Espírito Santo, é porque o Espírito, Ele mesmo, intermedeia na vida do discípulo aqui-lo que o Senhor praticou e nos enviou a fazer em Seu nome. Lembre-se: esta unção que o Espírito confere é capaci-tação. Ele capacitará mais e mais você à medida que se tornar dócil.

31º Dia Terça, 1º de maio

O Espírito Santo unge para amarRe� ita: Não é por um conjunto de normas a serem seguidas nem por ri-tos a serem praticados; não é por vestes especiais que se traje nem por um con-junto de palavras que se use; não é por doutrinas que se professe nem por ins-tituições que se formem: é pela vivência do amor que somos constituídos discí-pulos do Senhor. Amar: este é o sinal que caracteriza o seguidor de Jesus: “... dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” ( Jo 13, 34s). As normas, o trajar, as palavras, as doutrinas, as instituições, os ritos: tudo deve brotar do amor e conduzir ao amor. Nosso mundo está, de muitas formas, ferido pelo desamor. Deixe que o Espírito unja você para amenizar todo esse sofrimento.Pratique: Se você tem o óleo bento, faça o Sinal da Cruz na região do seu coração, pedindo ao Espírito que o capacite a amar e expressar amor em tudo o que você faz. Examine como isto deve ser mais concreto em sua vida.Medite: 1Coríntios 13, 1-13

Reze: Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, ama através de meu olhar, para

que eu seja compassivo diante da � aqueza de meu próximo. Fala através

das minhas palavras, para que elas sejam portadoras de bênção e edi� quem

vidas. Toca através das minhas mãos, para que eu apoie e levante aquele que

caiu. Sorri através dos meus lábios, para que eu leve alegria onde reina a tristeza.

Ama em mim, para que o amor com que sou amado seja maior que todo meu

pecado e seja este mesmo amor a transbordar em todo meu agir.

Vem, Espírito Santo. Amém.

32º Dia

Quarta, 2 de maio

O Espírito Santo unge para cuidarRe� ita: Já dizia o poeta cantor: “quan-do a gente ama, é claro que a gente cui-da”. Por isso, a meditação do dia de hoje é um desdobramento da anterior. Amar é a intenção, cuidar é a expres-são. Amar é o espírito, cuidar é a prá-tica. Amar é o sentimento, cuidar é o envolvimento. Sendo assim, de fato, cuidar é inseparável do amar. Posso di-zer que o Amor é a essência, o amar é a existência. Enquanto estivermos no Tempo será necessário amar-cuidar; quando estivermos na eternidade,

seremos parte do Amor e não haverá mais necessidade de cuidar. Todavia, enquanto não chegar este dia, será ain-da tempo de cuidar, porque quem não cuida não ama. E este cuidado se faz com todos os seres e não apenas com as pessoas que nos são, naturalmente, próximas. Aliás, até em relação àqueles que são próximos muitas vezes se diz que se ama, mas nem sempre a práti-ca é de pequenos gestos de cuidado. Deus Espírito Santo é o Amor, Deus Filho – Jesus – é o Amar (o cuidado). Pratique: Como, hoje, você pode ex-pressar cuidado? Sobretudo de uma forma que não lhe é comum. Expresse esse cuidado com alguém necessitado, com a natureza etc. Talvez com você mesmo, se for o caso.Medite: Lucas 10, 25-37

Reze: Há tantos rostos feridos, tantos corações machucados, tantas vidas

des� guradas... Há tantos indiferentes, que olham e passam à � ente. Há tantos

que querem cuidado, mas que nunca cuidam. Há tantos que só precisam de

um sorriso, de alguém que realmente se importe, ainda que não se possa

fazer muito. Mas sempre é possível ser. Todavia, somos inaptos ou lentos para entender isto. Espírito Santo, expressa

teu cuidado amoroso através de minha presença. Que eu saiba cuidar,

como quero ser cuidado. Vem, Espírito Santo. Amém.

33º Dia

Quinta, 3 de maio

O Espírito Santo unge para servirRe� ita: Porque o Mestre foi servo e não senhorio. Porque lavou os pés dos seus discípulos e não fez-se lavar os Seus. Porque doou-se sem limites em todos os momentos e de todas as for-mas. Porque não se apegou à sua pró-pria vida, mas a entregou pela huma-nidade. Porque esta foi a lição que Ele nos deixou: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos � z, assim façais também vós. Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que Aquele que o enviou. Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes” ( Jo 13, 13-17). Você já viu, em alguns lugares de serviços diversos, alguém com uma plaquinha ou camiseta onde está escrito “Em que posso ajudar?” Todo discípulo de Jesus, impulsionado pelo Espírito Santo, de-veria trazer estampado no coração esta oferta de si. Servidor foi nosso Mestre, servo sempre disposto deve ser o dis-cípulo.

Pratique: Você já serve em uma co-munidade? Você poderia dar um pou-co mais de si? Talvez seja hora de você dar este passo de serviço. Preste, ainda, atenção no seu cotidiano que peque-nos serviços você pode prestar.Medite: 1Pedro 4, 7-11Reze: Tu me conduzes ao Cenáculo, Es-

pírito Santo. E o que vejo ali? Meu Sal-vador, debruçado, despojado, aos pés dos apóstolos; aos meus pés! Não é momento

de falar; apenas es� ega suavemente as mãos nos empoeirados pés; deita-lhes

água e enxuga-os. Olha e sorri. Ninguém O auxilia nesta hora, pois os pés de cada

um devem ser lavados. Assim, os meus! Isto me fazes contemplar, doce Espírito.

E sussurras aos meus ouvidos: faze o mesmo; vês teu Mestre e Senhor? Eu

escuto e quero seguir. Eu escuto e quero servir. Eis-me aqui. Capacita-me!

Vem, Espírito Santo. Amém.

34º Dia Sexta, 4 de maio

O Espírito Santo unge para libertar Re� ita: Libertar é deixar ir livre; é pôr em liberdade, livrar, desembaraçar. Por que alguns ideologizam este verbo e o restringem a um determinado concei-to? Há aqueles que desenvolvem um conceito espiritualizante (não espiritu-al) e dizem que libertação refere-se ao

interior do homem e ao poder do ma-ligno que aprisiona; outros há que o re-duzem a um sentido sociológico (quase uma luta de classes) onde a verdadeira libertação seria romper as amarras do capitalismo (liberalismo). Por que não os dois sentidos? Não é o homem in-teiro que precisa ser libertado? O Espí-rito Santo nos capacita a um e a outro. Homens livres numa sociedade justa. Sem esta transformação pessoal, não há sociedade transformada. As tentati-vas históricas de implantar modelos de socialismo cientí� co foram frustradas, gerando regimes totalitários. Da mes-ma forma, uma sociedade mais justa e de direitos iguais não é simplesmente a soma de homens transformados. O Espírito Santo quer operar esta obra de libertação dentro de cada um e nos tor-nar agentes de libertação em nossa so-ciedade. Ele quer romper as cadeias que nos prendem em todos os sentidos. Não se desconheça, entretanto, que muitos destes cativeiros têm sua origem na-quele que aprisiona o homem: satanás. Con� ra o Catecismo da Igreja Católica em relação ao sentido de libertação, es-pecialmente os números 2850 a 2854.Pratique: Você é justo em suas rela-ções? Você tem atos e palavras que aju-dam o outro a se tornar mais livre ou o aprisiona de alguma forma? Reze por aqueles que vivem em algum tipo de cativeiro. Lembre-se: é seu dever, como cristão e cidadão, lutar por uma socie-dade mais justa.

Medite: Lucas 4, 14-22Reze: Liberta-me, Espírito Santo, e serei

livre. As cadeias que me prendem sejam quebradas. Os cativeiros que me escra-

vizam sejam rompidos. As amarras que me imobilizam sejam cortadas. Pelo teu santo poder e pelo nome santo de Jesus. Olha também por nossa nação tão ne-

cessitada de justiça, especialmente para os mais pobres. Que uma geração de

homens e mulheres transformados possa edi� car um país onde se respeitem todos os direitos e onde a vida seja produzida.

E que a Igreja, ó Espírito Santo, possa ser testemunha � rme e e� caz da Obra de

Libertação que Jesus veio operar. Vem, Espírito Santo. Amém.

35º DiaSábado, 5 de maio

O Espírito Santo unge para curarRe� ita: O Dom de Cura é um dom do Espírito Santo. Certamente este dom não substitui a ciência em suas pesqui-sas e conquistas para que o ser humano possa viver e morrer com mais qualida-de e dignidade. Todavia, a Cura Divina visa, sobretudo, glori� car a Deus, e se orienta a um bem muito maior que a presente solução de um determinado problema de saúde física ou emocio-nal. Todas as curas que Jesus operou brotaram de sua misericórdia pelos necessitados que andavam como ove-

lhas que não têm pastor e Ele delas se compadecia (Mt 9, 36), mas eram tam-bém um chamado a uma graça muito mais profunda que se obtém pela fé: a salvação, a vida plena que não pode ser alcançada neste plano. Ainda hoje, o Es-pírito Santo concede esta unção de cura para sua Igreja. O meio ordinário pelo qual o Espírito age para curar é através do Sacramento da Unção dos Enfer-mos, mas Ele também concede o dom e o ministério de cura a alguns que Ele mesmo escolhe e capacita, sempre em vista da edi� cação do Corpo de Cristo. Não coloque limites ao que o Espírito Santo pode realizar! Se você se vir em uma determinada situação que impe-le você a orar, pedindo cura, faça isso. O que não signi� ca, de forma alguma, “prometer” à pessoa que � cará boa ou coisa semelhante. Eu costumo dizer que a nós cabe pedir e a Deus atender, segundo sua Divina Vontade, que é sempre o melhor para cada um de nós.Pratique: Se alguém está enfermo, com muita humildade e profunda con-� ança, ore não só por ele, mas com ele. Imponha as mãos e não tenha medo de pedir a cura. Apenas peça. Deus sabe o melhor para cada um. Apenas queira ser um instrumento nas mãos do Se-nhor. Se você está doente, peça, tam-bém, a cura da qual o Espírito Santo é poder de restauração.Medite: 1Coríntios 10, 24-33

Reze: Ó poder do Alto, ó vigor sem limites, ó � uxo de vida ilimitada, ó Dedo

de Deus, ó Espírito Santo. Creio que estás comigo e com toda a Igreja. Como

os apóstolos oravam, dizendo: “Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças

e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa

palavra. Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo!” (At 4, 29s), também eu peço: venha a tua graça, pelo Nome Santo de Jesus,

para tocar, curar, restabelecer... (apre-sente sua intercessão). Creio e espero.

Vem, Espírito Santo. Amém.

36º diaDomingo, 6 de maio

O Espírito Santo unge para perdoarRe� ita: O Perdão é o irmão gêmeo do amor. Nossa alma está ferida pelo peca-do, ou seja, por nossa incapacidade de amar, como eu, conceituando, resumi-ria. Descuidamo-nos do amor, despre-zamos o amor, ferimos o amor, traímos o amor e, até, matamos o amor (se bem que Amor de verdade nunca pode ser morto). E só há um remédio para tra-tar desta ferida, que de outra forma não pode ser curada no coração da gente: o perdão. Este é o nome do divino un-guento que Deus preparou para nós, tendo em vista que estamos destituídos de Sua glória (Rm 3, 23), a saber, de

usufruir plenamente do seu Amor. Mas Ele destinou o perdão para que pudés-semos cicatrizar esta ferida. Gosto da música do Ivan Lins que, poeticamen-te, diz: “O amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida. Já curou desengana-dos, já fechou tanta ferida. O amor junta os pedaços, quando um coração se quebra, mesmo que seja de aço, mesmo que seja de pedra. Fica tão cicatrizado, que ninguém diz que é colado. Foi assim que fez em mim, foi assim que fez em nós esse amor iluminado”. Perdão e Espírito Santo: re-alidades inseparáveis. Por quê? Porque o Espírito Santo é Amor e se o Perdão é irmão gêmeo do Amor, então o Espíri-to Santo também é Perdão. Não foi isto que Jesus quis dizer e fazer ao enviar seu Espírito sobre os apóstolos? “Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo--lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” ( Jo 20, 22s). O Divi-no Paráclito quer ajudar você a ser per-doado e perdoador. Creia!Pratique: E aí? Há muita coisa, então, a ser perdoada em seu coração? A pe-dir perdão, a liberar perdão, a perdoar--se? Você está precisando de uma con-� ssão? Não demore mais: procure um sacerdote. Pentecostes já está chegan-do. Seria uma ótima forma de você se preparar para esta grande festa. Pense nisso.Medite: Mateus 18, 15-35

Reze: Pai Celestial, in� ama em mim e em minha família o fogo do Amor

Divino. Conduze-nos a uma união mais profunda com o Senhor através do perdão. Abre nossos olhos e dá-nos uma

nova visão. Ajuda-nos a enxergar as áre-as de nossa vida que estão em escuridão

pela falta de perdão. Senhor Jesus Cristo, ajuda-nos a sermos obedientes, a perdo-ar; ajuda-nos a amar e a perdoar como Tu amas e perdoas incondicionalmente.

Ajuda-nos a mudar a tendência do nosso coração para que as outras pessoas vejam a Tua paz reinando vitoriosamen-

te em nós, e desejem esta paz que vem apenas de Ti. Ó doce Espírito Santo,

ilumina nosso corpo, nossa mente, nosso coração e nossa alma. Não permitas que

nenhuma área do nosso ser permaneça em escuridão. Revela-nos todas as áreas

onde há falta de perdão, onde há amargura, ressentimento, ódio e raiva.

Dá-nos a força e o desejo de nos abrir ao dom e a graça do perdão, de aceitá-lo e de agir de acordo com eles. Toda glória, honra e louvor ao Senhor, Pai amoroso,

agora e por toda a eternidade. Vem, Espírito Santo. Amém.

Oração para todos os dias

Vinde ó Espírito Criador, visitai os corações dos teus seguidores,

preenchei-os com a Graça do Alto. Sois o Espírito Consolador, a Dádiva de Deus Todo Poderoso, a Fonte da Água Viva, o Fogo Divino, a Carida-de, a Unção Invisível das Almas. Vinde, então, com vossos Sete Dons Preciosos, Vós que sois o Dedo de Deus. Vós que sois o conteúdo da Promes-sa do Pai, Vós que colocais o Verbo do Pai em nossos lábios. Iluminai nosso espírito com vossa Luz, abrasai os nossos corações com vosso Amor e santi� cai, em todos os tempos, nossa � ágil carne! Bani de nós o espírito de tentação, preenchei-nos com vossa Paz infalível, sede Vós mesmo o nosso guia, de modo que possamos evitar tudo o que possa ser prejudicial à nossa Salvação. Ensinai-nos a contemplar o Pai, ensinai-nos a contemplar o Filho e a

Vós mesmo, que sois o Espírito do Pai e do Filho. Sede sempre o objeto de nossa Fé! Por isso seja a Glória, em todos os tempos, a Deus Pai, a Deus Filho, res-suscitado de entre os mortos, e a ti, Espírito Santo. Que assim seja! Amém.

Roteiro de reflexão

37º Dia Segunda, 7 de maio

O Espírito Santo unge para desligar Refl ita: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a ter-ra será também desligado no céu” (Mt 18, 18). Há tantas coisas conectadas, na verdade, amarradas, impedindo a

Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.SS.R.

No Cenaculo2018

6ª Semana - De 7 a 10 de maio

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vida de fl uir mais livre e plenifi cada. Há condutos que parecem levar alegria, re-alização, felicidade, mas que estão con-taminados e vão, aos poucos, inoculan-do o veneno que adoenta. Assim pode se dar no nosso interior e nas relações diversas de nossa humana convivência. É preciso desligar, com amor, mas com determinação também. Certas horas não conseguimos por nós próprios. Je-sus sabia disso e falou do perdão como a forma mais poderosa de desligar o que prende e ligar o que gera vida. O que você não pode por você mesmo, creia que o Espírito dá a unção necessária para você assim o fazer. Queira ser ins-trumento. Nem tudo se dá a tempo e a hora que queremos, mas confi e. Deixe que Deus faça a obra. Apenas não resis-ta. Apenas deixe-se usar.Pratique: Tenha com você uma fi ta na qual você dará alguns nós (de forma que se soltem depois). Refl ita quais são os nós que vê na sua vida ou na vida das pessoas pelas quais você está intercedendo. Vá dando alguns nós. Ore, entregando ao Espírito Santo, cada nó que está na fi ta representado e todos os demais. Depois da invocação ao Espírito Santo, sempre em oração, vá desatando cada nó. Peça a interces-são de Nossa Senhora Desatadora dos Nós.Medite: Números 23, 1 – 24, 9

Reze: Espírito Santo, sendo o elo amoroso e eterno entre o Pai e Jesus,

diante do que gera morte, vem e rompe

estas forças em nosso meio. Amado Jesus, como ordenaste, ao ressuscitar Lázaro, dizendo: “Desligai-o e deixai-o ir” (Jo

11, 44), ordenai também em nossa vida: desligai qualquer maldição que porven-

tura tenha vindo de nossos antepassados ou que se tenha ordenado sobre nós; des-

ligai ressentimentos, mágoas e ódio que prendem a alma ao passado; desligai as

enfermidades hereditárias e seu dano em minha vida e na vida dos meus; desli-

gai as armadilhas que o inimigo tenha colocado em meu caminho para que eu tropece e caia; desligai a ansiedade que

rouba a confi ança de que o amanhã é promessa; desligai todo devorador que consome aquilo que produzo com meu

trabalho; desligai o egoísmo e o orgulho que me afastam dos outros; desligai todo cativeiro, onde quer que se encontre para

que também eu possa ir, seguir, como aconteceu com Lázaro. Espírito Santo,

traz a unção para que, assim, sejam desligadas todas as realidades que me

impeçam viver a liberdade para a qual fui criado. Vem, Espírito Santo. Amém.

Nossa Senhora Desatadora dos Nós, desatai todos os nós! Amém.

38º Dia Terça, 8 de maio

O Espírito Santo unge para ligarRefl ita: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e

tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18, 18). Ligar é estabelecer conexão. Pense nos diversos empregos deste verbo. Todos eles indicam a reunião de dois pontos, através de algum meio. O dicionário fala de unir, prender, atar (algo ou al-guém) com liame, laço etc.; pôr em contato (o que está separado); reunir, juntar. Quem mais efi cazmente nos poderia ajudar a unir novamente o que havia sido quebrado no ser humano pelo pecado, que o Espírito Santo? Ele é o laço eterno de amor entre o Pai e o Filho. A unção do Espírito para ligar, é claro, nunca é para prender, mas para unir. Laços unem, nós amarram. Pelo Batismo, participamos desta autori-dade que Jesus legou à sua Igreja para ligar e desligar. Use desta autoridade para “ligar” à sua vida e à vida dos seus, toda bênção, saúde, paz, harmonia, prosperidade, concórdia, alegria etc. Mas lembre-se: não se exerce a auto-ridade do Espírito para ligar, sem se abraçar a docilidade do Espírito para estabelecer laços. Não é magia, é sin-tonia!Pratique: O que, na unção do Espí-rito, você quer declarar ligado em sua vida e na vida de alguém? O jeito de você viver estabelece laços ou nós? Reze com a fi ta que você usou ontem para a oração. Faça um laço, represen-tando todos os laços que você tem em sua vida e aqueles pontos que você está ligando hoje, em nome de Jesus e

na autoridade do Espírito Santo.Medite: Deuteronômio 28, 1-14

Reze: Pela autoridade do nome Santo de Jesus, na unção do Espírito Santo, em obediência à Divina Palavra e na sincera confi ssão de minha fr agilidade, eu invoco

o poder que foi dado à Igreja de Cristo para suplicar: liga, Espírito Santo, em minha vida, na vida de todos os meus

e na vida daqueles pelos quais estou orando, a bênção da saúde no corpo e na

alma; a bênção do perdão, que rompe as amarras da mágoa e ressentimento;

a bênção da alegria, que cura os núcleos de tristeza e depressão; a bênção da

prosperidade, que multiplica as sementes e os fr utos; a bênção da paz, que harmo-niza os corações e todos os ambientes; a

bênção para proteção, que livra de todos os perigos; a bênção da fé, que nos leva à salvação. Seja assim ligado e declarado,

pelo nome de Jesus, na comunhão do Espírito Santo. Assim, eu invoco: vem,

Espírito Santo. Amém.

VIII – Os Dons e os Frutos do Espírito Santo A fi m de nos prepararmos mais pro-ximamente para Pentecostes, nos últi-mos nove dias de nossa permanência no Cenáculo, vamos meditar e pedir os dons e os frutos do Espírito Santo. Eles são parte da presença e da he-rança que o Espírito Santo quer nos outorgar. Mas não peça estes dons e frutos somente estes dias; busque-os e abra-se a eles, pois são fundamen-

tais em nosso caminho de discipula-do, assistindo-nos nas circunstâncias diversas da vida. Intensifi que sua ora-ção nestes dias!

39º Dia

Quarta, 9 de maio

Os Dons do Espírito Santo Refl ita: Tomo para elucidar este tema, a apresentação sintética que encontrei no site www.presbiteros.org.br e que servirá de motivação para buscarmos estes dons: “Os dons do Espírito Santo são como ‘receptores’ aptos a captar os impulsos do Espírito, mediante os quais o cristão se encaminha para a perfeição em estilo novo ou com a efi cácia que o próprio Deus lhe confere. Possibilitam ao cristão ter a intuição profunda do signifi cado das verdades reveladas por Deus, assim como de cada criatura. Pro-porcionam também tomadas de atitude que nem a razão natural nem as virtudes humanas, sujeitas sempre a hesitações e falhas, conseguiriam indicar ou efetivar. Para ilustrar o que são os dons, pode-se recorrer à imagem de um barco que na-vega: se é movido a remos, avança, lenta e penosamente, com grande esforço para os remadores. Caso, porém, estes desdo-brem as velas do barco para que capte o sopro dos ventos favoráveis, os remadores descansam e o barco progride em estilo novo, seguindo velocidade ‘sobre-huma-

na’. – Ora o barco movido ao sopro do vento que bate contra as velas, é imagem do cristão impelido pelo Espírito, segun-do medidas divinas, para a meta da sua santifi cação. Os dons do Espírito Santo são sete, segundo a habitual recensão dos teólogos: sabedoria, entendimento, ciên-cia, conselho, fortaleza, piedade, temor de Deus. Para se benefi ciar da ação do Espírito Santo, o cristão deve se dispor de duas maneiras principais: a) cultivando o amor, pois é o amor que propicia afi ni-dade com Deus e, por conseguinte, torna o cristão apto a ser movido pelo Espíri-to de Deus; b) procurando jamais dizer um Não consciente e voluntário às ins-pirações do Espírito. Quem se acostuma a viver assim, cresce mais velozmente na sua estatura defi nitiva e se confi gura mais fi elmente a Cristo Jesus. É preciso, ainda, propor a distinção que a Teologia costu-ma fazer entre dons e carismas (embora a palavra charisma em grego signifi que dom). Por carismas entendem-se gra-ças especiais pelas quais o Espírito Santo torna os cristãos aptos a tarefas e funções que contribuem para o bem ou o serviço da comunidade: assim seriam o dom de profecia, o das curas, o das línguas, o da interpretação das línguas... Os carismas têm por vezes (não sempre) índole extra-ordinária, como no caso de certas curas ou da glossolalia (orar e falar em lín-guas). Por dons compreendem-se facul-dades outorgadas ao cristão para seguir mais seguramente os impulsos do Espíri-to no caminho da perfeição espiritual.”

Pratique: Seria bom que você rezasse hoje com uma vela acesa, se você ainda não tem esse hábito. Imagine que você acenda sete velas numa única chama. Serão sete chamas brotando de um único e mesmo fogo. Assim, o Espíri-to Santo que, sendo um, se comunica nestas “sete luzes” que são os dons.Medite: Isaías 11, 1-10

Reze: Espírito Santo, concedei-me o dom da sabedoria, a fi m de que cada

vez mais aprecie as coisas divinas e, abrasado pelo fogo do Vosso amor,

prefi ra com alegria as coisas do céu a tudo o que é mundano, e me una para

sempre a Cristo, sofr endo neste mundo por seu amor. Espírito Santo, concedei-

-me o dom do entendimento, para que, iluminado pela luz celeste da Vossa gra-

ça, entenda bem as sublimes verdades da salvação e da doutrina da santa religião.

Espírito Santo, concedei-me o dom do conselho, tão necessário nos melindrosos passos da vida, para que escolha sempre

aquilo que mais seja do Vosso agrado, siga em tudo a Vossa divina graça e

saiba socorrer o meu próximo com bons conselhos. Espírito Santo, concedei-me

o dom da fortaleza, para que despreze todo o respeito humano, fuja do pecado,

pratique a virtude com santo fervor e afr onte com paciência, e mesmo com ale-

gria de espírito, o desprezo, o prejuízo, as perseguições e a própria morte, antes

de renegar por palavras e obras a Cristo. Espírito Santo, concedei-me o dom da

ciência, para que conheça cada vez mais

a minha própria miséria e fr aqueza, a beleza da virtude e o valor inestimável da alma, e para que veja sempre clara-

mente as ciladas do demônio, da carne, do mundo, a fi m de as evitar. Espírito Santo, concedei-me o dom da pieda-

de, que tornará delicioso o meu trato e colóquio Convosco na oração e me fará amar a Deus com íntimo amor como a meu Pai, a Maria Santíssima e a todos os homens como meus irmãos, em Jesus

Cristo. Espírito Santo, concedei-me o dom do temor de Deus, para que eu me

lembre sempre, com suma reverência e profundo respeito, a Vossa divina presen-

ça, trema como os próprios anjos diante da Vossa divina majestade e nada receie

tanto como desagradar-Vos! Vinde, Espírito Santo, fi cai comigo

e derramai sobre mim as Vossas divinas bênçãos. Amém.

40º Dia

Quinta, 10 de maio

Os Frutos do Espírito SantoRefl ita: Doces, saborosos, nutritivos, antioxidantes, proteicos, energéticos... são algumas qualidades, podemos as-sim comparar, destes frutos que o dis-cípulo, enxertado na Árvore da Vida, pode produzir. Antes de tudo, pode-mos dizer que “O Fruto” do Espírito, por excelência, é o AMOR (Gl 5, 22).

O cristão deve se tornar: inspirado pelo Amor, guiado pelo Amor, ensina-do pelo Amor!!! A ALEGRIA é a for-ça do Amor. A PAZ é a segurança do Amor. A PACIÊNCIA é a persistência do Amor. A FIRMEZA é a conduta do Amor. A BONDADE é o caráter do Amor. A FIDELIDADE é a confiança do Amor. A MANSIDÃO é a humil-dade do Amor. O AUTODOMÍNIO é a vitória do Amor. Na verdade, para Paulo, tanto a carne - as disposições pecaminosas do coração e do espírito humano - como o estado transforma-do e purificado da alma, pela graça de Deus, são representados como árvo-res, uma produzindo bom fruto e ou-tra produzindo mau fruto; o produto de cada uma corresponde à natureza da árvore, assim como a árvore é se-gundo a natureza da semente, da qual ela brotou. A semente má produz uma árvore má, produzindo toda maneira de fruto mau; a boa semente produz uma boa árvore, produzindo frutos dos mais excelentes tipos. A árvore da carne, com todos seus frutos maus; a árvore do Espírito, com os seus frutos bons. Confira no texto bíblico propos-to. Todos nós temos estas disposições em nosso interior. Deixe, pois, que a semente que o Espírito Santo colocou em seu ser, pelo Batismo, possa crescer e produzir generosos e vitalizantes fru-tos que abençoarão você e todos aque-les ao seu redor.Pratique: Algo que deve ser fruto

em sua rotina, torne consciente no dia de hoje: como uma fruta e, sabo-reando-a, pense nos frutos que o Es-pírito Santo produzirá em sua vida, se você a Ele corresponder. Durante a Novena de Pentecostes, que se ini-cia amanhã, pediremos ao Espírito Santo que nos dê a graça de produzir seus frutos. Vide o último caderno de No Cenáculo.Medite: Gálatas 5, 13-26

Reze: “Senhor, recebemos de vossas mãos as sementes da liberdade, da

justiça, do amor e da paz. Fazei de nós semeadores da boa semente. Que o vosso

Espírito nos conduza nesta missão de semear fraternidade e promover a vida.

Livrai-nos das ervas daninhas do egoísmo, da injustiça e de todo mal.

Quando ela cresce entre nós dá frutos amargos de “fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição,

inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambi-ção, discórdias, partidos, invejas, vícios,

orgias e outras coisas semelhantes”. Livrai-nos destes frutos de morte!Que a vossa boa semente, regada

pela Água Viva do vosso Espírito, dê abundantes frutos de vida.

Dai-nos, Senhor, os doces frutos do Espí-rito Santo: “caridade, alegria, paz, paci-ência, afabilidade, bondade, fidelidade,

brandura e temperança”. Que o Dom do Amor, derramado em nossos corações,

possa frutificar cada vez mais, a fim de saciar quem tem fome e sede de justiça. Mas que nossos frutos de solidariedade

e de promoção humana possam saciar também tantos irmãos e irmãs famintos

de pão, de saúde, de emprego e de escola.Senhor, presente no supremo fr uto da Eucaristia, fazei de nós hóstias vivas

para alimentar vosso povo faminto de pão e de esperança. Enviai o vosso Espí-rito, doador de todos os dons, e dai-nos

os vossos fr utos de Amor. Amém.” (Pe. Joãozinho, scj).

Vem, Espírito Santo. Amém.

Orações1. Ao Espírito Santo

Ó Espírito Santo,Amor do Pai e do Filho!

Inspirai-me sempre aquilo que devo pensar, aquilo que devo dizer, como eu devo dizê-lo, aquilo que devo ca-lar, aquilo que devo escrever, como eu devo agir, aquilo que devo fazer, para procurar a Vossa glória, o bem das al-mas e minha própria santifi cação.Ó Jesus, toda a minha confiança está em Vós.Ó Maria, Templo do Espírito Santo, ensinai-me a ser fiel Àquele que ha-bita em meu coração. Amém!

(Cardeal Mercier)

2. Vinde, Espírito Santo

Laço divino que unis o Filho ao Pai num inefável e estreitíssimo laço

de amor! Espírito de luz e de verdade, dignai-Vos derramar toda a plenitude

de vossos dons sobre minha pobre alma, que solenemente Vos consagro para sempre, a fi m de que sejais seu preceptor, seu diretor e seu mestre. Peço-Vos humildemente fi delidade a todos os vossos desejos e inspirações, e entrega completa e amorosa à Vossa divina ação. Ó Espírito Criador! Vinde operar minha renovação pela qual ar-dentemente suspiro.Espírito de santidade, concedei à minha alma o contato de vossa pu-reza, e ficará mais branca do que a neve! Fonte sagrada de inocência, de candura e de virgindade, dai-me de beber de vossa água divina, apagai a sede de pureza que me abrasa, bati-zando-me com aquele batismo de fogo, cujo dom é a vossa divindade. Que vossa unção renove minha con-sagração como templo de toda a San-tíssima Trindade. Feri-me de amor, ó Espírito Santo, com um desses toques íntimos e substanciais, fazendo-me morrer para mim mesmo e para tudo o que não seja do teu agrado. Recebei-me, pois, tornando-me de todo e por completo entregue a Vós. Possuí-me, admiti-me nas castíssimas delícias de vossa união, e que nela eu desfaleça e expire de puro amor ao receber o vosso ósculo de paz. Assim seja. Amém!

3. Divino Espírito Santo

Apresento-me diante de Vós, Espíri-to Santo, na sala do meu coração,

onde morais, para estar convosco por alguns momentos.Obrigado, Espírito Santo, por me aco-lherdes na Vossa presença. É maravi-lhoso saber que morais em mim, que sois meu amigo, que aceitais a minha amizade, que quereis enriquecer-me com a abundância de Vossas graças.Reconheço, Espírito Santo, que Vos co-nheço ainda tão pouco! Minha amizade é tão frágil e pequena! Mas sinto um desejo tão grande de conhecer-Vos me-lhor, de cultivar uma amizade profunda Convosco, para experimentar a Vossa obra em meu coração e em minha vida.Manifestai-Vos a mim!Ajudai-me a conhecer-Vos melhor!Ensinai-me a amar-Vos sempre mais!Educai-me a perceber as Vossas manifestações em minha vida.Preciso muito de Vós, da Vossa amiza-de e das Vossas bênçãos.Obrigado, querido Amigo! Obrigado, Espírito de Amor! Amém!

(Pe. Alírio Pedrini)

Venha celebrar conosco

NoveNa de PeNtecostes11 a 19 de maio

1º dia: 11 de maio, sexta-feira, 18h152º dia: 12 de maio, sábado, 17h303º dia: 13 de maio, domingo, na Missa das 17h4º dia: 14 de maio, segunda-feira, 18h155º dia: 15 de maio, terça-feira, 18h156º dia: 16 de maio, quarta-feira, 18h157º dia: 17 de maio, quinta-feira, 18h158º dia: 18 de maio, sexta-feira, 18h159º dia: 19 de maio, sábado, 17h30

vIGÍLIa de PeNtecostes sábado, 19 de maio,

a partir das 22h, na Igreja da Glória