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O s três tipos de fungos mais comuns são: Microsporum canis, Tricophyton menta- grophytes e o Microsporum gypseum. A infecção pode ocorrer em qualquer idade, embora os gatos jovens sejam mais comumente afectados que os gatos mais velhos, assim como em pacientes imunodeprimidos (animais FIV e feLV positivos) ou debilitados. Sabe-se também que os gatos de pêlo comprido têm uma maior predisposição para esta doença, devido a uma maior dificuldade de remoção dos esporos do fungo durante a limpeza diária. Está também descrita uma susceptibilidade de origem genética nos gatos e nos humanos. Aspectos epidemiológicos O fungo isolado com maior frequência no gato é o Microsporum canis. Há vários organismos que podem ser isolados a partir da pele de um gato, mas o Microsporum canis não é um deles. O facto de se conseguir identificar a presença deste fungo na pele de um gato indica a presença de uma infecção activa ou de um estado de portador, em consequência da exposição a um gato infectado ou a um ambiente contaminado pela queda de pêlos contaminados (não são necessários muitos pêlos para transmitir a infecção). Tanto os gatos infectados como os portadores necessitam de cuidados veterinários, pois constituem fontes de infecção para outros animais e para o Homem. SAÚDE em gatos 58 A dermatofitose (doença infecciosa da pele mais comum no gato), mais conhecida como tinha, é uma infecção das camadas superfici- ais da pele. O organismo causal é um fungo que tem capacidade de invadir e alimentar-se de tecido queratinizado (pele, pêlos e unhas, do Homem e dos animais). Este parasita alimenta-se da queratina (proteína integrante da estrutura da pele) e não consegue viver em tecidos com uma grande inflamação. Texto: Dra. Filipa Lopes Moreira Fotos: Royal Canin Portugal

Dermatofitose Em Gatos

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descrição da doença

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  • O s trs tipos de fungos maiscomuns so: Microsporumcanis, Tricophyton menta-grophytes e o Microsporumgypseum. A infeco podeocorrer em qualquer idade,embora os gatos jovens sejam maiscomumente afectados que os gatos maisvelhos, assim como em pacientesimunodeprimidos (animais

    FIV e feLV positivos) ou debilitados. Sabe-se tambm que osgatos de plo comprido tm uma maiorpredisposio para esta doena, devido auma maior dificuldade de remoo dosesporos do fungo durante a limpeza diria.

    Est tambm descrita uma susceptibilidade de origem gentica nos gatos e nos humanos.

    Aspectos epidemiolgicosO fungo isolado com maior frequnciano gato o Microsporum canis. H vrios organismos que podem serisolados a partir da pele de um gato,mas o Microsporum canis no umdeles. O facto de se conseguir identificar a presena deste fungo napele de um gato indica a presena deuma infeco activa ou de um estado de portador, em consequncia daexposio a um gato infectado ou a um ambiente contaminado pela quedade plos contaminados (no sonecessrios muitos plos para transmitira infeco). Tanto os gatos infectadoscomo os portadores necessitam decuidados veterinrios, pois constituemfontes de infeco para outros animais e para o Homem.

    SADE

    em gatos

    58

    A dermatofitose (doena infecciosa da pele mais comum no gato),mais conhecida como tinha, uma infeco das camadas superfici-ais da pele. O organismo causal um fungo que tem capacidade deinvadir e alimentar-se de tecido queratinizado (pele, plos e unhas,do Homem e dos animais). Este parasita alimenta-se da queratina(protena integrante da estrutura da pele) e no consegue viver emtecidos com uma grande inflamao.

    Texto: Dra. Filipa Lopes MoreiraFotos: Royal Canin Portugal

  • Derm

    atof

    itose

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    A doena transmitida por contactocom indivduos infectados, pelagemde animais portadores da doena eambientes contaminados. umadoena de elevada contagiosidade.

    O fungo multiplica-se nos tecidosqueratinizados, produzindo esporosque depois so libertados para o meioambiente. Estes esporos so muitoresistentes, e vo ser fonte de contgio para outros animais e at para o Homem.A infeco depende de numerososfactores: estado de sade do animal,factores de stress, nmero de esporosdisponveis para a infeco, e possivelmente factores genticospredisponentes. Os esporos no conseguem penetrarna pele intacta, sendo necessrioalgum tipo de traumatismo (por exemplo, uma simples tosquia)para facilitar a infeco. Os banhos e limpeza excessiva dos animaispodem predisp-los infeco,removendo os seus mecanismos naturais de defesa, e aumentando a humidade da pele e da pelagem.Os animais que recuperaram de umainfeco podem ser mais susceptveis reinfeco, apesar desta ser menosgrave e de menor durao que a primeira infeco.

    fundamental no esquecerque: A dermatofitose a doena

    infecciosa mais comum nos gatos. Qualquer gato que contacte com

    material infeccioso est em risco de desenvolver a doena.

    A dermatofitose uma doena deelevada contagiosidade e pode ser

    transmitida atravs do contactodirecto e indirecto com ambientescontaminados.

    Os sinais clnicos da dermatofitoseso muito variveis, tornando estadoena uma hiptese a considerarem praticamente todos os casos de doena de pele.

    Apresentaes clnicasAs leses caractersticas desta

    doena so resultado de uma reaco inflamatria da pele ao fungo. Os dermatfitos invadem a haste do plo, destruindo-a, e alteram aqueratinizao normal. Clinicamente,estas leses resultam da queda doplo e descamao. O animal apresenta zonas circulares de alopcia(falta de plo) com um anel vermelhode inflamao, descamao, eritema(rubor), hiperpigmentao e prurido

    Apesar da maioria das infeces nos gatos saudveis terremisso espontnea, sempre aconselhvel o tratamentopois trata-se de uma doena altamente contagiosa.

    Tratamento de doen as cut neas que ocorremem simult neo: qualquer doena da pele ou infestao parasitria que ocorra em simultneo com a dermatofitosee que possa causar leso da pele, deve ser tratada antes de ser iniciado o tratamento da tinha.

    Tratamento local: essencial para prevenir a contami-nao do meio ambiente. Para que este tratamento seja

    efectivo, por vezes pode ser necessrio tosquiar o animal.So usados champs e cremes antifngicos.

    Tratamento sistmico: a medicao sistmica essen-cial no tratamento da dermatofitose. Esta medicao vaiactuar nos folculos pilosos e assim chegar ao local ondeesto concentrados os fungos, conseguindo elimin-los.

    Descontamina o do meio ambiente: deve ser feitauma limpeza cuidada e repetida dos locais de permanncia do animal. A sua cama, escovas, coleiras devem ser eliminadas.

    Tratamento

  • SADE

    (este nem sempre est presente).As leses clnicas podem ser localizadas ou multifocais, estando os esporos presentes em toda a pelagemdevido aos comportamentos de limpeza dos gatos. Nos gatos jovens, a apresentao clnica mais comum incluidescamao e a alopcia em volta dofocinho, orelhas e membros anteriores.

    DiagnsticoL mpada de Wood: uma lmpadaque emite radiao ultravioleta. usada numa diviso escura. No casode existir uma infeco, os esporos doMicrosporum canis apresentam fluorescncia, devido a um metabolitoque os fungos em crescimento segregam no plo. No entanto, estemtodo no pode ser usado como meiode diagnstico definitivo, pois podemocorrer falsos positivos. Por exemplo,as pomadas tpicas apresentam umafluorescncia verde brilhante que podeser confundida com aquela emitidapelos esporos.Observa o dos plos

    ao microsc pio: podem-seobservar ao microscpio amostras de plopara procurar evidncias deunidades de fungos associados raz capilar. Os plos a ser examinados so aqueles que apresentaram fluorescncia quan-do examinados atravs daLmpada de Wood, ou que se

    encontram em redor da zona de alopcia. Cultura de fun-gos: retirar plosda rea em torno daleso, arrancado-oscom uma pina ou escovando-os comuma escova dedentes nova, ecoloc-los numaplaca de culturapara fungos. O meiode teste para dermatfitos contmum indicador de cor que assinala o crescimento de um microrganis-mo patognicopotencial.

    A informao mdica contidaneste artigo serveapenas para umesclarecimento do

    proprietrio acercadesta patologia.Logo, se detectaralgum destessinais no seu

    animal, no hesiteem consultar

    o MdicoVeterinrio.

    necessrio ter em mente que otratamento desta doena de-morado e que no apresenta re-sultados visveis logo no primeirodia. Pode levar algumas semanasat que o proprietrio note algu-mas melhorias no seu animal.Alis, as reas de alopciapodem aumentar nos primeiros diasde tratamento.Os animais infectados em tratamento continuam potenciais fontes decontgio pelo menos durante 3 semanas aps o incio do tratamento.No final do tratamento, o animal dever estar curado. Considera-se queo animal est tratado aps obter dois a trs resultados negativos em cul-turas fngicas consecutivas, com intervalos quinzenais. Apesar do esta-do de portador existir, isto normalmente acontece porque o tratamentono foi suficientemente prolongado, ou porque existe alguma doenaimunossupressora concorrente.

    Concluso:

    Artigo gentilmente cedido porRoyal Canin (Portugal),S.A

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