View
242
Download
20
Embed Size (px)
Citation preview
DERMATOFITOSES
Profa. Patrícia Negreiros
Dermatofitoses
• São micoses causadas por fungos conhecidos como dermatófitos, adaptados à infecção superficial de tecidos queratinizados como unhas, pêlos e cabelos e estrato córneo da pele.
Principais Gêneros e Espécie
• Epidermophyton: Epidermophyton floccosum• Microsporum: Microsporum canis– Microsporum gypseum
• Trichophyton:– Trichophyton mentagrosphytes– Trichophyton tonsurans– Trichophyton violaceum– Trichophyton schoenleini
Transmissão
• Se dá por contato com escamas da pele ou pêlos parasitados, ou ainda areia, ou terra contendo elementos fúngicos viáveis.
• De acordo com os locais onde são encontrados, os dermatófitos podem ser classificados em:– Geofílicos: encontrados no solo. A transmissão é
via solo – ser humano;– Zoofílicos: parasitam animais. A transmissão é via
animais – ser humano – Antropofílicos: encontrados exclusivamente no ser
humano. A transmissão é inter-humana.
Manifestação Clínica
• Dermatofitose do couro cabeludo (Tinea capitis).
• São de dois tipos:– Tinha tonsurante: caracteriza-se por placas
tonsurates no couro cabeludo, podendo haver processos inflamatórios de intensidade variável. São causados principalmente pelo M. canis, T. tonsurans e T. violaceum.
– Tinha favosa: Também conhecida por favo, é causada pelo T. schoenleinii, e caracteriza-se por uma foliculite de curso crônico. Na lesão é encontrado o escútulo, que é uma crosta constituída por hifas, esporos, células e exsudato inflamatório. A perda de cabelo é permanentemente.
• Dermatofitoses da pele glabra (Tinea corporis):– As lesões se manifestam sob forma de eritema ou
manchas pápulo-escamosas, placas eritematosas, isoladas ou confluentes, descamativas, pruginosas e de curso prolongado. São causadas principalmente pelo: T. rubrum, T. mentagrophytes e E. floccosum.
• Dermatofitoses dos pés (Tinea pedis, pé-de-atleta).– É desencadeada pelo uso de calçados anti-
higiênicos, sudação, umidade, acometendo frequentadores de piscinas, soldados, estudantes e atletas. As lesões são caracterizadas pela formação de vesículas, fissuras nos espaços interdigitais, esfoliações pruginosas, edemaciadas ou dolorosas. São causadas principalmente pelo T. rubrum, T. mentagrophytes e E. floccosum.
• Dermatofitoses das unhas (Tinea unguim, onicomicose, unheiro).– Caracteriza-se por lesões destrutivas e
esfarinhadas das unhas, iniciando-se pelas bordas livres, de cor branco-amarelada. Em geral, ocorre a formação de hiperceratose do leito ungueal, porém os tecidos periungueais raramente são afetados. São causadas principalmente pelo T.rubrum, T. mentaprophytes e E. floccosum.
Diagnóstico Laboratorial
• O diagnóstico clínico das dermatofitoses, como de outras infecções fúngicas, passa por três fases distintas:– Pré-analítica (quando é feita a indicação e a colheita
do material clínico);– A analítica, (no qual e exame é propriamente
realizado no laboratório e emitido o resultado final);– Pós-analítica (quando se pode estocar o patógeno
em questão para estudos futuros).
Colheita
• Perguntar ao paciente sobre o uso de medicação antifúngica (suspender por 15 se for uso tópico e 1 mês se for droga sistêmica);
• Todos os espécimes clínicos encaminhados ao laboratório de micologia médica devem vir acompanhados de uma ficha padrão, contendo todos os dias clínicos e epidemiológicos do paciente.
• Fichas devem vir acompanhadas das seguintes informações:– Identificação;– Origem;– Residência;– Tempo de evolução da doença;– Localização;– Aspectos clínicos da lesão;– Possivelmente contato com animais;– Uso de droga antifúngica nos últimos 30 dias;– Suspeita clínica.
• Quando a colheita for feita fora do laboratório, a amostra deverá ser remetida para exame com maior brevidade possível, no máximo 2 horas depois;
• Poderá ser guardada no refrigerador áté 24horas.
Escamas de Pele
• Exame visual;• Assepsia com álcool 70%, objetivando
minimizar as contaminações secundárias e sujidades;
• Raspar vigorosamente as bordas das lesões cutâneas ativas distribuídas pelo corpo;
• Escolher sempre que possível, as lesões mais recentes.
• O material colhido é acondicionado em placa de petri (60 X 15 mm) estéreis, ou em pedaços de papéis preto (pois facilita a visualização das escamas)
• Suspeita de pitiríase versicolor (pano branco) e não for possível descamar a pele do paciente, o material deve ser coletado da seguinte forma:– Com uma lâmina de microscopia quebrada ao meio, fazendo
fricção com o bordo cortante da lãmina e, posteriormente, adere-se sobre a área escarificada um pedaço de fita adesiva transparente;
– Em seguida, a fita é removida e colada à superfície de uma lâmina de microscopia devidamente identificada, a qual deve ser acondicionada e encaminhada para processamento laboratorial (microscopia);
– O material colhido dessa forma não deve ser utilizado para cultura.
Pêlos e Cabelos
• Retirar os pêlos que apresentem maior probabilidade de estar infectados, otimizando assim o isolamento de fungos dermatófitos;
• Os pêlos mais representativos estão localizados na região de alopecia( áreas de rarefação de pêlos), que devem apresentar-se quebrados na região de emersão do folículo piloso.
• Os pêlos devem ser removidos de dentro do folículo piloso, por arrancamento, com o auxílio de uma pinça flambada.
Unhas
• Se a lesão for presente a partir do limbo da unha, provavelmente tratar-se-à de uma onicomicose do tipo dermatofítica;
• Se a lesão começar na região do leito ungueal, provavelmente a onicomicose deve ser causada por leveduras
• Para a colheita deve ter sempre em mãos: tesouras de várias dimensões, limas, alicates de unhas e diversas curetas dermatológicas;
• Deve-se procurar retirar material da região de progressão e confluência do tecido são com o tecido doente;
• Nas onicomicoses que começam na parte livre da unha, deve-se desprezar toda hiperceratose formada na parte mais distal e procurar, após a remoção do material indesejado, atingir regiões mais adentro da remoção do matriz ungueal;
• Já nas onicomicoses que são acompanhadas de paroníquia, deve ser coletada também o pus, com o auxílio de um swab ou de uma pipeta de Pasteur;
• A lâmina da unha (parte superior) também pode ser utilizada como material para pesquisa de fungos; para isso, deve-se raspar vigorosamente, com uma cureta ou com uma lima, a região de confluência do tecido doente com o tecido saudável, aprofundando o máximo possível na matriz da unha.
Microscopia
• Indica se o material examinado contém ou não estruturas fúngicas;
• Material utilizado para clarear (Hidróxido de Potássio).
Escamas de Pele
• Sobre uma lâmina de microscopia, limpa, coloca-se de 1 a 2 gotas de hidróxido de potássio e sobre estas, algumas escamas de pele;
• Cobre o material com uma lamínula e aguarda-se um intervalo de 5 a 10 minutos;
• Em seguida, observa-se o material com objetiva de 40X.
Pêlos e Cabelos
• Sobre o hidróxido de potássio, coloca-se alguns pêlos, devendo-se das preferência àqueles quebrados e/ou anormais;
• A metodologia de confecção de lâminas segue a mesma dos raspados de pele.
Unhas
• Cuidado com a espessura do fragmento a ser analisado; quanto mais fino melhor;
• O procedimento para a confecção e montagem da preparação é igual ao utilizado para as escamas de pele e para os pêlos.
Resultados
• Negativo: é expresso como: ausência de elementos fúngicos no material examinado.
• Positivo: é expresso como: presença de filamentos micelianos fúngicos ou hifas no material examinado;
• Em casos de pêlos e cabelos infectados, o resultado é expresso como: micose do tipo Ectotrix ou Endothrix.