12

Click here to load reader

Desenho de Inv

  • Upload
    ricas13

  • View
    489

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Uploaded from Google Docs

Citation preview

Page 1: Desenho de Inv

4

 

 

             

 

 

 

ESEnf´S

6ºCLE

 

 

   Diogo Silva nº 2222

 

Sandra Lopes nº 2227

 

     Sara Santos nº 2225

 

Susana Coelho nº 2291

A investigação em enfermagem, tal como em outras ciências tende a obedecer a uma metodologia, que pode ser readequada de modo a obter uma resposta ao problema em estudo. Nesta fase encontra-se o desenho de investigação, que é composto por vários elementos.

Deste modo, para alcançar o objectivo apontado, o investigador tem de recorrer ao método quantitativo, qualitativo ou ambos – triangulação. Por outro lado, de acordo com o paradigma utilizado, poderá optar-se por diferentes tipos de estudo.

 

 

 

Page 2: Desenho de Inv

             

             

 

 

 

 

 

 

             

 

 

A

investigação é, por definição, algo que se procura, é um caminhar para um melhor conhecimento e deve ser aceite como tal, com todas as hesitações, desvios e incertezas que isso implica (Quivy, 1992).

              O processo de investigação comporta três fases principais: fase conceptual, fase metodológica e a fase empírica. É na fase metodológica, que consiste em precisar como o fenómeno em estudo será integrado num plano de trabalho, que por sua vez ditará as actividades conducentes à realização da investigação (Fortin, 1999).

O desenho de investigação refere-se à estrutura geral ou plano de investigação de um estudo. (Fortin, 1999)

              O desenho de investigação determina o plano geral do investigador para a obtenção de respostas e indagações de pesquisa e para testar as hipóteses, expressa ainda as estratégias adoptadas pelo investigador para desenvolver informações precisas, objectivas e passíveis de interpretação. (Polit e Hungler, 1995).

 

 

 

 

 

Page 3: Desenho de Inv

 

 

Consideramos que o desenho de investigação pode assumir a designação de metodologia de investigação, dado que é nesta fase que se define quais os métodos a utilizar com vista a dar resposta às questões elaboradas na fase conceptual, o que por sua vez permitirá o desenvolvimento da investigação. Assim, como a metodologia, no desenho de investigação decidem-se técnicas concretas para a consecução

         dos objectos de estudo.

 

Elementos do Desenho

de Investigação

 

              De acordo com Fortin (1999), a escolha do desenho de Investigação depende do problema em causa e do estado dos conhecimentos em torno deste.

              Os principais elementos que concorrem para o estabelecimento de um desenho de investigação são: o meio onde o estudo será realizado, o tamanho da amostra, o tipo de estudos, as estratégias utilizadas para controlar as variáveis estranhas, os instrumentos de colheita de dados e o tratamento dos dados.

                 O meio é um elemento definido pelo investigador. Esta escolha deverá ser, devidamente, justificada de forma a garantir a credibilidade dos resultados. Pensamos que de facto o meio é um elemento a considerar atenciosamente visto que segundo Polit e Hungler (1995) “O ambiente exerce uma poderosa influência sobre as emoções e comportamentos das pessoas”.

A escolha da amostra tem em conta, segundo Fortin (1999), características da população que definem o grupo de sujeitos a incluir no estudo e precisam os critérios de selecção.

Neste sentido, Fortin (1999), considera como outro elemento do desenho de investigação o controlo das variáveis estranhas. Estas são consideradas todas aquelas que não estão incluídas no estudo, mas que podem exercer uma influência sobre a variação da medida das variáveis estudadas e são controladas através de diversas estratégias.

Os instrumentos de colheita de dados ou instrumentos de medida fornecem respostas às questões de investigação ou às hipóteses (Fortin, 1999).

No tratamento dos dados, o método de análise a utilizar deve ser congruente relativamente aos objectivos e ao desenho do estudo consoante este vise descrever relações, verificar relações entre variáveis ou comparar grupos.

Page 4: Desenho de Inv

 

Abordagens de Investigação: quantitativa e qualitativa

 

Q

UA

L

I

TAT

I

V

O

 

 

O

Corrente Positivista

Corrente Naturalista

Q

U

A

N

T

I

T

A

T

I

V

Page 5: Desenho de Inv

O

 

              Ao realizar a investigação em enfermagem existem essencialmente duas orientações distintas para o caminho a percorrer, que são a quantitativa e a qualitativa.

RaciocínioDedutivo

Raciocínio indutivo

Subjectividade

Objectividade

Interessa compreender a interpretação de fenómenos e o significado que as pessoas lhe atribuem

Busca as causas dos comportamentos sociais, não valorizando os sujeitos

 

 

 

Esquema 1: As abordagens da Investigação

             

A abordagem quantitativa, baseada na perspectiva teórica do positivismo, constitui um processo dedutivo pelo qual os dados numéricos fornecem conhecimentos objectivos no que concerne às variáveis em estudo. Nesta perspectiva, interessa primordialmente a explicação causal dos factos que possam ser observáveis. É valorizado o raciocínio hipotético-dedutivo, as regras lógicas e os atributos mensuráveis da experiência humana, dando ênfase à objectividade, sem interferência de juízos de valor ou outras intervenções subjectivas do investigador (Ferreira, 1996).

              A abordagem qualitativa, baseada na corrente naturalista, concentra-se em demonstrar a relação que existe entre os conceitos, as descrições, as explicações e as significações dadas pelos participantes e investigador relativamente ao fenómeno e sobre a descrição semântica, de preferência às estatísticas probabilísticas (Le Compte e Preissle citado em Fortin, 1999).

              Nesta perspectiva o objectivo do investigador recai mais nos aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência humana. A realidade social existe como um produto da mente humana, sendo a sua concepção subjectiva, emotiva e intelectual, influenciada pelas experiências da vida de cada ser humano. Os dados são colhidos no ambiente natural em que ocorrem sem uma tentativa de controlo do investigador e sem a preocupação de ser um observador neutro e independente. Em lugar de estudar vastos universos um investigador qualitativo estuda pequenas populações, tentando apreender a totalidade da realidade em estudo, no seu contexto, procurando a sua essência. Mais do que a interpretação dos fenómenos feita pelo investigador, interessa compreender o significado que as pessoas lhe atribuem. Utiliza o raciocínio indutivo como forma de análise dos dados objectivos. É uma pesquisa essencialmente descritiva, que rejeita a expressão numérica dos seus resultados.

 

Page 6: Desenho de Inv

                                         

Triangulação

 

              Diversas estratégias foram elaboradas pelos investigadores, em investigação qualitativa, a fim de aumentar a qualidade dos dados. Uma das estratégias também utilizadas para aumentar a fiabilidade dos dados é a triangulação. Polit (citado em Ferreira, 1996) definiu triangulação como o uso de múltiplos métodos ou perspectivas para a colheita e interpretação de dados sobre algum fenómeno, para que haja convergência quanto a uma representação precisa da realidade.

              Denzim (citado em Ferreira, 1996) identificou quatro tipos de triangulação:

 

Triangulação da Teoria

 

Triangulação de Método

Triangulação de Investigador

 

Triangulação de Dados

Triangulação

 

 

 

 

 

 

 

 

Esquema 2: Os tipos de triangulação

 

Triangulação de dados, em que se utilizam múltiplas fontes de dados no estudo, com vista a obter diversas perspectivas de um mesmo fenómeno com um objectivo de validação;

Page 7: Desenho de Inv

Triangulação de investigador, em que um conjunto de dados são colhidos, analisados e interpretados por vários indivíduos para assegurar assim uma melhor fidelidade dos resultados;

Triangulação da teoria, em que são utilizadas várias perspectivas para interpretar um só conjunto de dados. Permite também o exame crítico das várias concepções teóricas no que concerne à sua utilidade e à sua força;

Triangulação de método, que envolve a utilização de múltiplos métodos para resolver o problema de investigação. Poder-se-á empregá-la ao nível do desenho ou da colheita de dados.             

Tipos de estudo

 

              Em investigação importa salientar diversos tipos de estudo.

“O objectivo primeiro do estudo descritivo é pintar um quadro de uma situação mais do que estabelecer relações de causa efeito” (Helmstader citado em Velez, 1994).

Entre os tipos de estudo surgem os estudos descritivos que visam obter mais informações, quer seja sobre as características de uma população ou sob os fenómenos em que existem poucos trabalhos de investigação. A caracterização efectuada nos estudos descritivos pode sugerir eventuais relações entre as variáveis, no entanto, ao método descritivo não compete determinar essa relação (Pinto, 1990). Na maioria dos casos, o estudo descritivo satisfaz pelo menos dois princípios: a descrição de um conceito relativo a uma população (estudo descritivo simples, estudo de caso do tipo descritivo) e a descrição das características de uma população no seu conjunto (inquérito).

Este estudo, de acordo com Fortin (1999), enquadra-se quer no paradigma quantitativo, quer no qualitativo, visto que abrange amplos modos de investigar, compreendendo os que visam perceber os processos e aqueles que pretendem conhecer os resultados.             

No tipo de estudo fenomenológico, segundo Bogdan e Biklen (1994), o investigador tenta compreender o significado que os acontecimentos e interacções têm para as pessoas vulgares, em situações particulares. O foco da indagação fenomenológica surge assim, em Polit e Hungler (1995), como “aquilo que as pessoas vivenciam, relativamente a alguns fenómenos e à forma como elas interpretam essas vivências”. Verificámos portanto que este tipo de estudo tem sempre uma abordagem qualitativa, tal como considera Fortin (1999), quando refere que entre os diferentes tipos de métodos qualitativos utilizados nas várias disciplinas encontra-se o estudo fenomenológico.

Referências Bibliográficas

Bogdan, R; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora;

Carmo, H; Ferreira, M.M. (1998) Metodologia da investigação. Guia para auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade aberta;

Ferreira, J. D. Ciência, mito cientista – Atitude do investigador, in Nursing. Lisboa, Ano 10, nº 113 (Julho/Agosto 1997), p. 30-33;

Fortin, M. (1999). O processo de investigação: da concepção à realização. Loures: Lusociência; Gil, A.C. (1989). Métodos e técnicas de pesquisa social. (2ªed.). S. Paulo: Editora Atlas S.A.; Polit, Denise F.; Hungler, Bernadette P.; (1995). Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem, 3ª ed. Porto

Alegre: Artes Médicas;

Page 8: Desenho de Inv

Velez, M. (1994). A estrutura essencial da interacção aluno-doente: uma análise fenomenológica. Dissertação de mestrado não publicada. Universidade Católica Portuguesa;

 

O tipo de estudo exploratório consiste em explorar os domínios da investigação teoricamente pouco desenvolvidos. Ainda neste contexto afirma Gil (1989) que este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis tendo também como finalidades: desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vista à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Gauthier et al (1998), opinam que este é um estudo de eleição para a investigação do tipo quantitativa.

No que concerne aos estudos analíticos, estes analisam a associação do problema com as causas possíveis ou com eventuais consequências, já que, tal como Seltiz (citado por Witt, 1981) refere, estes estudos pretendem a análise e interpretação dos dados descritos. Dentro destes estudos, enquadram-se os estudos transversais. Estes são desenvolvidos quando se pretende estudar, compreender e explicar a situação actual da população e discriminar os factores determinantes associados ao fenómeno estudado. Face ao carácter destes tipos de estudo, podem ser utilizados quando se emprega metodologia qualitativa ou quantitativa (Carmo e Ferreira, 1998).

Tipos de Estudo

Fenomenológico

Analítico

Descritivo

Exploratório

Transversal

             

 

 

 

 

 

 

Esquema 3: Os tipos de estudo

 

 

Page 9: Desenho de Inv

Em suma, existem diferentes métodos de aquisição de conhecimentos, constatando-se assim o valor da metodologia. Como tal, na investigação existem vários paradigmas, entre os quais, o método de investigação quantitativa, qualitativa ou de triangulação e ainda diferentes tipos de estudos a serem utilizados.

Deste modo, é impreterível que a investigação, a teoria e a prática estejam estritamente ligadas. A teoria emana a prática, a investigação valida e retorna-a à prática, orientando-a.