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WANESSA REJANE KNOP WEIHERMANN DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA EPOXÍDICO AUTORREGENERÁVEL UTILIZANDO POLIDIMETILSILOXANO AMINO FUNCIONAL Tese apresentada ao programa de Pós- graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais. Orientador: Sérgio Henrique Pezzin Coorientador: Márcia Margarete Meier JOINVILLE 2015

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WANESSA REJANE KNOP WEIHERMANN

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA EPOXÍDICO

AUTORREGENERÁVEL UTILIZANDO

POLIDIMETILSILOXANO AMINO FUNCIONAL

Tese apresentada ao programa de Pós-

graduação em Ciência e Engenharia de

Materiais da Universidade do Estado de

Santa Catarina, como requisito parcial

para obtenção do grau de Doutor em

Ciência e Engenharia de Materiais.

Orientador: Sérgio Henrique Pezzin

Coorientador: Márcia Margarete Meier

JOINVILLE

2015

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Knop, Wanessa Rejane

K72d Desenvolvimento de um sistema epoxídico

autorregenerável utilizando/ polidimetilsiloxano

amino funcional /

Wanessa Rejane Knop . – 2015.

240 p. : il. ; 21 cm

Orientador: Sérgio Henrique Pezzin

Coorientadora: Márcia Margarete Meier

Bibliografia: p. 198- 214

Tese (doutorado) – Universidade do Estado de Santa

Catarina, Centro de Ciências Tecnológicas, Programa de

Pós- Graduação em Ciência e Engenharia de

Materiais, Joinville, 2015.

1. Microencapsulação. 2. Polidimetilsiloxano amino

funciona. 3. Epóxi. 4. Tenacidade à fratura. I. Pezzin,

Sérgio Henrique. II. Meier, Marcia Margarete. III.

Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais. IV.

Título.

CDD 620.192 – 23. ed.

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Ao meu marido Alexandre

Weihermann pelo seu incentivo

ao inciar e concluir o doutorado,

por todo seu apoio em todo esse

período e sempre estar ao meu

lado. Aos meus pais Antônio e

Wanda que sempre me

estimularam em todas as minhas

decisões e me deram todo o

suporte necessário para a

conclusão deles.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS.....

Gostaria de agradecer aos meus orientadores Sérgio

Henrique Pezzin e Márcia Margarete Meier, pelo apoio em

todo este período, a paciência e dedicação para a conclusão

desta etapa da minha vida.

Aos meus irmãos Matheus Knop e Marcelo Knop

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Engenharia de Materiais - PPGCEM - CCT - UDESC

A CAPES pela bolsa de doutorado e ao CNPQ pela

bolsa de doutorado sanduíche, que me permitiram realizar esse

estudo com maior dedicação.

Quero agradecer também aos meus colegas Jean

Hoepfner, Roger Bello, Flávia Costa, Éverton Breitenbach,

Katiusca Miranda, Carlos Opelt, Eliana Franco e Tarcísio Sene

que de alguma forma me ajudaram.

As bolsistas de iniciação científica Angelica Ceci da

Silva e Karol Tarnowski.

As secretárias do PPGCEM Maria Eugênia Jensen,

Larissa Stortz e Luiza Ramos.

Aos coordenadores do Programa de Pós-Graduação em

Ciência e Engenharia de Materiais - PPGCEM - CCT –

UDESC Luis Dalla Valentina e Julio César Giubilei Milan.

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Ao Federal Institute for Materials Research and

Testing- BAM durante o período de doutorado sanduíche em

Berlim-Alemanha.

Ao professor Pedro Dolabella Portella, Diretor do

Departamento de Engenharia de Materiais do Federal Institute

for Materials Research and Testing- BAM, pela oportunidade

de fazer o doutorado sanduíche no BAM.

Ao professor Christian Marotzke, Diretor da Divisão de

Ensaios Mecânicos de Polímeros do BAM.

Ao professor Volker Trappe, especialista em

comportamento de falhas de polímeros do BAM, por todo

apoio, paciência, ensinamentos e grande contribuição para o

meu trabalho nos ensaios de tenacidade à fratura no período de

doutorado sanduíche na Alemanha.

A secrretária Karolina Alibegovic da divisão de Ensaios

Mecânicos de Polímeros do BAM, por todo ajuda no período

do doutorado sanduíche na Alemanha.

Ao Lothar Buchta técnico do laboratório dos ensaios

mecânicos de polímeros do BAM, foi muito importante a sua

ajuda e paciência para me ensinar a realizar os ensaio de

tenacidade à fratura e por todo o apoio durante meu período no

BAM

Ao Fabian Roth responsável pela oficina do BAM.

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Aos colegas Amanda Pimentel, Diego Coradini, Laura

Maragno, André Galon, Mariane Miranda e Rômulo Schmitt

que me apoiaram e me ajudaram no meu período na Alemanha.

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RESUMO

Polímeros autorregeneráveis são projetados para reparar

de forma autônoma os danos gerados, como fissuras e

microtrincas, prolongando a vida útil e confiabilidade materiais

poliméricos. Esta pesquisa avaliou a eficiência de

autorregeneração de uma matriz epoxídica a base de éter

diglicidílico do bisfenol A (DGEBA) utilizando microcápsulas

de poli(ureia-formaldeído) (PUF) preenchidas com polidimetil-

siloxano aminado (PDMS-a) e trietilenotetramina (TETA).

Ensaios de tenacidade à fratura (KIC), utilizando corpos de

prova com geometria do tipo TDCB (Tapered Double-

Cantilever Beam), foram empregados para avaliar a eficiência

de autorregeneração desse novo sistema. Em geral, a eficiência

de autorregeneração (η) aumentou com a concentração total de

microcápsulas e, desta forma, os sistemas com 5% (m/m) de

microcápsulas apresentaram melhor η em relação aos mesmos

sistemas com 2,5% (m/m) de microcápsulas a temperatura

ambiente. Também foi observado que os sistemas com

mPDMS-a auxiliam a reduzir a rigidez da matriz epoxídica,

resultando em maiores valores de taxa de liberação de energia

(UIC). A análise fractográfica mostra o rompimento e liberação

do agente cicatrizante e a autorregeneração das trincas e a

transição entre os mecanismos atuantes na propagação da trinca

de acordo com o aumento da concentração das microcápsulas.

Como conclusão, todos os sistemas DGEBA com

microcápsulas de TETA e PDMs-a apresentaram

autorregeneração, e o melhor resultado nos demais

propriedades e parâmetros avaliados foi encontrado para o

sistema 2,5% (m/m) de mPDMS-a e mTETA autorregenerados

a 80oC.

Palavras-chave: Microencapsulação, Polidimetilsiloxano

amino funcional, Epóxi, Tenacidade à Fratura.

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ABSTRACT

Polymers with self-healing function permit to repair

cracks and microcraks autonomously, thus providing extended

life and reliability of polymeric structural elements. This study

evaluated the healing efficiency of an epoxy matrix based on

diglycidyl ether of bisphenol A based (DGEBA) using

microcapsules of poly (urea-formaldehyde) (PUF) filled with

an aminated polydimethylsiloxane (PDMS-a) and

triethylenetetramine (TETA). Fracture toughness tests (KIC)

using specimens with TDCB geometry (Tapered Double

Cantilever Beam), to assess the healing efficiency (η) were

developed. Generally, the healing efficiency (η) increased with

total concentration of microcapsules and, thus, the system with

5% (w/w) of microcapsules showed better healing efficiency in

relative the system with 2,5% (w/w) of self- healing

microcapsules in room temperature. Observed that the mPDMS

systems to help reduce the stiffness of the epoxy matrix,

resulting in greater energy release rate values (UIC). The

fractographic analysis shows the rupture and release of the

healing agent and the self-healing of cracks. The system with

2.5% (w/w) PUF microcapsules encapsulated with PDMS-a

(mPDMS-a) and TETA (mTETA) self-healed at 80oC, showed

value KIC similar to the system DGEBA, indicating that the

system with healing agents not only regenerated the cracks, but

also provided the damaged sites fracture toughness similar to

the DGEBA system

Keywords: Microencapsulation, Polydimethylsiloxane Amino

Functional, Epoxy, Fracture Toughness.

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FIGURAS

Figura 1 - Principais reações de cura da matriz epoxídica com

uma amina primária. .............................................................. 36

Figura 2 - Reação obtenção do monômero de éter diglicidílico

do bisfenol A (DGEBA). ....................................................... 37

Figura 3- Reação da abertura do anel do diciclopentadieno

utilizando o catalisador de Grubbs. ........................................ 42

Figura 4- Mecanismo de reparo utilizando microcápsulas de

DCPD e catalisador de Grubbs dispersos na matriz de epóxi: I)

início da trinca; II) Propagação da trinca e liberação do agente

cicatrizante; III) polimerização do DCPD com o catalisador e

reparação da trinca. ................................................................ 47

Figura 5: Representação da estrutura química do

polidimetilsiloxano PDMS. .................................................... 50

Figura 6 - Comparação do comprimento das ligações com

ligações siloxano e com ligações carbono (C-C) nas cadeias. 51

Figura 7- Estrutura química do polidimetilsiloxanos amino

funcionais comercialmente disponíveis: A) BELSIL®ADM

1650 e BELSIL®ADM 653. .................................................. 52

Figura 8- Reação entre o PDMS-a (ADM 1650) e a ligação C-

O do grupo epóxi presente nas resinas epoxídicas. ................ 53

Figura 9- Micela esférica onde os grupos hidrófilos são

representados pelas esferas e as cadeias hidrófobas são

representadas pelos filamentos móveis. ................................. 54

Figura 10- Formação de micela acima da concentração crítica.

................................................................................................. 55

Figura 11: Modos de abertura para possíveis trincas. ............ 63

Figura 12: Curva v-K, que representa a velocidade de

propagação da trinca, v, em função do fator de intensidade de

tensão, KI, em escala logarítmica .......................................... 64

Figura 13: Geometria do corpo de prova do tipo CT e suas

principais dimensões. ............................................................. 67

Figura 14: Geometria do espécime de TDCB com todas as

dimensões (mm) desenvolvida por Beres et al. (1997). ......... 70

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Figura 15: Principais tipos de comportamento da curva força

versus deslocamento obtida do ensaio de tenacidade a fratura

KIC. ........................................................................................ 72

Figura 16: Influência do sulco na amostra de TDCB: a) Início

da trinca antes do ensaio; b) Caminho desejado da trinca para a

amostra com sulco; c) Caminho indesejado da trinca para a

amostra sem a presença do sulco. .......................................... 74

Figura 17: Amostra com geometria TDCB: a) Amostra com

sulco de 47mm; b) Amostra com sulco reduzido para 25mm.

..................................................................................................76

Figura 18: Imagem de microscopia ótico da fenda da amostra

depois do ensaio de tenacidade à fratura e em processo de

reparação: a) Amostra com sulco com 47mm de comprimento

fraturada até o final da amostra; b) Amostra com sulco com

25mm de comprimento fraturado somente até o fim do sulco

..................................................................................................77

Figura 19: Simulação do processo de autorregeneraçao da

trinca formada no corpo de prova de geometria TDCB, após o

ensaio de tenacidade à fratura. ............................................... 81

Figura 20: Etapas de preparação de microcápsulas formadas

por polimerização em emulsão de uréia e formaldeído. ....... 91

Figura 21: Imagem do sistema utilizado na síntese das

microcápsulas ocas de PUF. .................................................. 92

Figura 22: Suporte fabricado para realizar a pré-trinca no corpo

de prova TDCB. ................................................................... 104

Figura 23: Acessórios utilizados nos testes de tenacidade à

fratura. .................................................................................. 106

Figura 24: Especificação da medida do início da trinca no

corpo de prova de geometria TDCB. ................................... 108

Figura 25: Típico resultado obtido do ensaio de tenacidade à

fratura com a representação gráfica da Compliance. .............

109

Figura 26: Representação gráfica da Compliance-crescimento

trinca, e a obtenção de dC/da. .............................................. 110

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Figura 27: Amostra de epóxi com 5% de microcápsulas de

TETA e PDMS-a no momento em que foi parado o ensaio no

final do sulco (declive). ........................................................ 112

Figura 28: Apresenta a geometria TDCB, com todas as

medidas em mm, e apresentando a função h(a) através da

relação trigonométrica. ..........................................................

113

Figura 29: Gráfico KIC versus ao crescimento da trinca

representativo do sistema DGEBA sem microcápsulas. .......

114

Figura 30: Grau de reticulação em função do tempo de reação

(2, 4, 6, 24 e 48 horas) para o sistema DGEBA-G com 46% em

massa de PDMS-a, segundo eq. 8. ........................................

119

Figura 31:Micrografias das microcápsulas ocas (MEV-FEG)

obtidas sob agitação de 500rpm. ...........................................

122

Figura 32: Distribuição de tamanhos das microcápsulas com

agitação mecânica de 500rpm para 6 réplicas. ......................

123

Figura 33: Comparativo da distribuição de tamanhos de

microcápsulas para 6 amostras com taxa de agitação de

800rpm. .................................................................................

125

Figura 34: Microcápsulas ocas dispersas em matriz epoxídica

com agitação mecânica 800rpm durante 30minutos. ............

127

Figura 35: Análise de TG do PDMS-a, das microcápsulas ocas

e preenchidas com PDMS-a. Taxa de aquecimento de 10oC/

min em N2. .............................................................................

128

Figura 36: Derivada da curva de variação da massa em função

da temperatura DTA. Taxa de aquecimento de 10oC/ min em

N2 ...........................................................................................

129

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Figura 37: Espectros na região do infravermelho de PDMS-a,

Microcápsulas PUF contendo PDMS-a e das das microcápsulas

ocas de PUF. ..........................................................................

134

Figura 38: Espectros na região do infravermelho do TETA,

Microcápsulas PUF contendo TETA e das microcápsulas ocas

de PUF. ..................................................................................

135

Figura 39: Imagem de microscópio ótico (aumento 400x) das

microcápsulas preenchidas com PDMS-a e dispersas em TETA

por meio de agitação mecânica (700rpm por 1hora). ............

137

Figura 40: Imagem de microscópio eletrônico de varredura

(MEV-FEG) das microcápsula preenchidas com PDMS-a e

dispersas em TETA por meio de agitação mecânica (700rpm

por 1hora). ..............................................................................

138

Figura 41: Imagem de microscópio ótico (aumento 100x) das

microcápsulas preenchidas com PDMS-a e dispersas em éter

etílico por meio de agitação magnética por 10 minutos. .......

139

Figura 42: Análise de microscopia ótica das microcápsulas

dispersas em TETA (400x). ...................................................

140

Figura 43: Comparação do módulo de elasticidade dos sistemas

DGEBA, DGEBA com diferentes teores de microcápsulas ocas

(DGEBA/mOCA) e DGEBA com diferentes teores de

microcápsulas preenchidas com PDMS-a (DGEBA/mPDMS-a)

curados a temperatura ambiente/2h seguido de 80oC durante 2

horas. Letras diferentes indicam diferença estatística entre os

grupos (p<0,05)......................................................................

142

Figura 44: Tensão de ruptura para os sistemas DGEBA,

DGEBA com diferentes teores de microcápsulas ocas

(DGEBA/mOCA) e DGEBA com diferentes teores de

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microcápsulas preenchidas com PDMS-a (DGEBA/mPDMS-a)

curados a temperatura ambiente/2h seguido de 80oC durante 2

horas. Letras diferentes indicam diferença estatística entre os

grupos (p<0,05)......................................................................

144

Figura 45: Compliance versus o tamanho da pré trinca para 15

amostras de matriz epoxídica.................................................

148

Figura 46: Ajuste linear na parte constante do gráfico

Compliance versus o tamanho da pré trinca e o valor de dC/da.

............................................................................................... 149

Figura 47: Tenacidade à fratura (KIC) calculada para os

sistemas: DGEBA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5% e 5,0%) autorregenerados a

temperatura ambiente e sem autorregeneração ......................

150

Figura 48: Tenacidade à fratura (KIC) calculada para os

sistemas: DGEBA e DGEBA/mTETA (2,5% e 5%)

autorregenerados a temperatura ambiente e sem

autorregeneração. ...................................................................

151

Figura 49: Curva de DSC da amostra de DGEBA com 46% em

massa de PDMS-a durante 120 minutos de reação a

temperatura ambiente. ...........................................................

159

Figura 50: Resultado de análise térmica DSC dinâmico para a

amostra de DGEBA com 46% em massa de PDMS-a durante

120 minutos de reação. ..........................................................

160

Figura 51: Curvas de TG das microcápsulas de PUF, TETA e

microcápsulas preenchidas com TETA. ................................

163

Figura 52: Curva de DSC para as microcápsulas com TETA.

............................................................................................... 164

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Figura 53: Curvas força-deslocamento representativas do

ensaio de tenacidade a fratura para o sistema DGEBA. ........

169

Figura 54: Curvas força-deslocamento representativas do

ensaio de tenacidade a fratura para o sistema DGEBA com

2,5% de microcápsulas preenchidas com TETA e PDMS-a

após a autorregeneração à 80oC por 2h. ................................

170

Figura 55: Micrografia de microscópio confocal a laser da

superfície da fratura dos sistemas DGEBA (A) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5, 80oC) (B). ......................

173

Figura 56: Micrografia de microscópio confocal a laser da

superfície da fratura dos sistemas DGEBA/mPDMS-

a/mTETA–S (2,5%) – (A) e DGEBA/mPDMS-a/mTETA-Auto

(2,5%) – (B). ..........................................................................

176

Figura 57: Micrografia de microscópio confocal a laser da

superfície da fratura dos sistemas DGEBA/mPDMS-

a/mTETA–S (5%) – (A) e DGEBA/mPDMS-a/mTETA-Auto

(5%) – (B). .............................................................................

177

Figura 58: Micrografia de microscópio confocal a laser da

superfície da fratura dos sistemas DGEBA/mTETA–S (2,5%) –

(A) e DGEBA/mTETA-Auto (2,5%) – (B). ..........................

178

Figura 59: Micrografia de microscópio confocal a laser da

superfície da fratura dos sistemas DGEBA/mTETA–S (5%) –

(A) e DGEBA/mTETA-Auto (5%) – (B). .............................

179

Figura 60: Micrografia de microscópio confocal a laser do

rompimento das microcápsulas, liberação e autorregeneração

do sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%). ..................

183

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Figura 61: Micrografia de microscópio confocal a laser do

rompimento das microcápsulas, liberação e autorregeneração

da amostra DGEBA/mPDMS-a/mTETA (5%) autorregenerada

a temperatura ambiente. .........................................................

184

Figura 62: Micrografia de microscópio confocal a laser do

rompimento das microcápsulas, liberação e autorregeneração

da amostra DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80oC). .......

185

Figura 63: Micrografia de microscópio confocal a laser do

rompimento das microcápsulas, liberação e autorregeneração

da amostra DGEBA/mTETA (2,5%) autorregenerada. ........

187

Figura 64: Micrografia de microscópio confocal a laser do

rompimento das microcápsulas e autorregeneração da amostra

DGEBA/mTETA (5%). ........................................................

188

Figura 65: Microscopia de confocal a laser do rompimento das

microcápsulas na amostra com 2,5 DGEBA/mPDMS-

a/mTETA auto (80oC). ...........................................................

190

Figura 66: Espectros na região do infravermelho da matriz

epoxídica LY, LY com 20% de ADM 653 e LY com 20% de

ADM 1650, após 4 horas de reação. ......................................

220

Figura 67: Espectros na região do infravermelho da matriz

epoxídica DGEBA-G, da resina GY com 20% de ADM 653 e

com 20% de ADM 1650, após 4 horas de reação. .................

221

Figura 68: Grau de reticulação em função do tempo de reação

para a matriz epoxídica com 20% de ADM1650 e GY com

20% em massa de ADM1650. ...............................................

222

Figura 69: Comparação do módulo de elasticidade do DGEBA

e DGEBA contendo PDMS-a em diferentes concentrações,

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curado a 80oC 2h seguido de 130oC 2h. ................................

233

Figura 70: Comparação da tensão de ruptura do DGEBA e

DGEBA contendo PDMS-a em diferentes concentrações,

curado a 80oC 2h seguido de 130oC 2h. ................................

234

Figura 71: Deformação máxima de ruptura de amostras de

GY/PDMS-a, curado a 80oC 2h seguido de 130oC 2h. .........

236

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TABELAS

Tabela 1: Revisão de trabalhos que utilizam microcápsulas de

PUF para autorregeneração da matriz. ................................... 79

Tabela 2: Propriedades da matriz epoxídica Araldite GY 251 e

do endurecedor Aradur HY 956. ............................................ 87

Tabela 3: Descrição de composições de autorregeneração do

sistema DGEBA, durante a cura por 2h à temperatura ambiente

após 2 horas a 80°C. ............................................................... 98

Tabela 4: Descrição do valor do EEW do DGEBA e os valores

de PEHA do TETA e o do PDMS-a. ................................... 101

Tabela 5: Descrição dos valores de PEHA e Phr para TETA e

PDMS-a. ............................................................................... 102

Tabela 6: Descrição das composições do sistema DGEBA,

DGEBA/mTETA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA, durante a cura

2h à temperatura ambiente após 2 horas a 80°C. ................. 102

Tabela 7: Intervalos de perda de massa e faixas de temperatura

para as análises térmicas de TG para as microcápsulas de PUF,

microcápsulas preenchidas com o PDMS-a e somente PDMS-a.

............................................................................................... 130

Tabela 8: Valores de KIC e o resultado da eficiência de

autorregeneração (η, η´) para os sistemas DGEBA,

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o), DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (2,5% e 5,0%) e DGEBA/mTETA (2,5% e 5,0%).

............................................................................................... 166

Tabela 9 : Resultado da eficiência de autorregeneração (η´´)

para os sistemas DGEBA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%,

80o), DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5% e 5,0%) e

DGEBA/mTETA (2,5% e 5,0%). ........................................ 167

Tabela 10: Apresenta os sistemas analisados por meio do FTIR.

............................................................................................... 218

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25

LISTA DE ABREVIATURAS

DCPD - Diciclopentadieno

DGEBA- Éter diglicidílico do bisfenol A

DSC- Calorimetria Exploratória Diferencial

DTA- Análise Térmica Diferencial

EMA- Etileno Anidrido Maléico

EEW-Equivalente grama

GY- Resina epoxídica Araldite®GY 251

HOPDMS- Poli(dimetilsiloxano) hidroxi funcionalizado

(HOPDMS)

KIC – Tenacidade à Fratura

LY- Resina epoxídica Araldite®LY 1316

η – Eficiência de autorregeneração

η’ - Eficiência de autorregeneração em função do DGEBA

η’’ - Eficiência de autorregeneração em função da energia

interna (U)

m – Constante para a geometria TDCB

mTETA- Microcápsulas preenchidas com TETA

mPDMS-a- Microcápsulas preenchidas com PDMS-a

PDES- Poli(dietoxi-siloxano)

PEHA- Peso equivalente em hidrogênio ativo

PUF- Poli (uréia-formaldeído)

PDMS-a- Polidimetilsiloxano Aminado

SDS- Dodecil Sulfato de Sódio

Tamb- Temperatura Ambiente

TETA- Trietilenotetramina

TG- Análise termogravimétrica

TDCB- Tapered Double-Cantilever Beam

WTDCB- Width – Tapered Double Cantilever Beam

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27

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 29

1.1 OBJETIVOS ................................................................................... 33

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................... 35

2.1 RESINAS EPOXÍDICAS ............................................................... 35

2.2 MATERIAIS AUTORREGENERATIVOS .................................. 40

2.2.1 Mecanismo de Autorregeneração ............................................ 46

2.2.2 Agentes Cicatrizantes ................................................................ 48

2.3 POLIDIMETILSILOXANOS ........................................................ 49

2.3.1 Polidimetilsiloxanos Amino Funcionais ................................... 51

2.4 MICROENCAPSULAÇÃO PARA AUTORREGENERAÇÃO ... 54

2.5 MECÂNICA DA FRATURA ........................................................ 61

2.5.1 Avaliação da Capacidade Autorregenerável das Resinas

Epoxídicas ........................................................................................... 64

2.5.2 Avaliação da Tenacidade à Fratura ......................................... 67

2.5.3 Efeito do Sulco (Groove) no Corpo de Prova com geometria

TDCB .................................................................................................. 73

2.6 APLICAÇÃO DO MÉTODO TDCB PARA ANÁLISE DA

AUTORREGENERAÇÃO DE RESINAS EPOXÍDICAS .................. 78

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................ 86

3.1 MATERIAIS .................................................................................. 86

3.2 MÉTODOS ..................................................................................... 87

3.2.1 Avaliação do Grau de Reticulação do PDMS-a na Matriz

Epoxídica por meio da Espectroscopia no Infravermelho (FTIR) ..

...............................................................................................................87

3.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) ........................ 89

3.2.3 Síntese das Microcápsulas ........................................................ 90

3.2.4 Caracterização das Microcápsulas .......................................... 94

3.2.4.1 Análise microestrutural das microcápsulas .............................. 94

3.2.4.2 Distribuição granulométrica ..................................................... 95

3.2.4.3 Termogravimetria (TG) ............................................................ 95

3.2.3.5 Espectroscopia no infravermelho (FTIR) ................................. 95

3.2.5 Dispersão das Microcápsulas na Matriz Epoxídica................ 96

3.2.6 Ensaios de Tração ...................................................................... 97

3.2.7 Ensaios de Tenacidade à Fratura ............................................. 99

3.2.7.1 Preparação dos corpos de prova para o Ensaio de Tenacidade à

Fratura ................................................................................................... 99

3.2.7.2 Avaliação da Tenacidade à Fratura ........................................ 103

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28

3.2.7.3 Acessórios de Fixação dos Corpos de Prova (Clevis) ............ 105

3.2.7.4 Calibração Experimental do Corpo de Prova com geometria

TDCB ................................................................................................. 107

3.2.7.5 Descrição do Método de Autorregeneração por meio do Ensaio

de Tenacidade à Fratura ...................................................................... 110

3.2.7.5 Análise Fractográfica .............................................................. 116

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................. 117

4.1 AVALIAÇÃO DO GRAU DE RETICULAÇÃO DO SISTEMA

DGEBA/PDMS-a ............................................................................... 117

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS ...................... 120

4.2.1 Síntese das Microcápsulas e a Distribuição Granulométrica................................................................................. 120

4.2.2 Termogravimetria das Microcápsulas ................................... 128

4.2.3 Caracterização das Microcápsulas por FTIR ....................... 132

4.3 DISPERSÃO DAS MICROCÁPSULAS PREENCHIDAS COM

PDMS-a .............................................................................................. 135

4.4 ENSAIO DE TRAÇÃO ................................................................ 141

4.5 TENACIDADE À FRATURA ..................................................... 147

4.5.1 Calibração Experimental Espécime TDCB ........................... 147

4.5.2 Ensaio de Tenacidade à Fratura ............................................ 149

4.5.2.1 Eficiências de Autorregeneração (η) ...................................... 165

4.5.3 Análise Fractográfica .............................................................. 172

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 192

6 CONCLUSÕES .............................................................................. 194

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................... 197

8 REFERÊNCIAS ............................................................................ 198

9 ANEXOS ........................................................................................ 215

ANEXO A- GEOMETRIA CORPO DE PROVA TAPERED DOUBLE

CANTILEVER BEAM (WTDCB). ................................................... 215

ANEXO B- ESTUDO PRELIMINAR................................................ 216

ANEXO C- ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA MATÉRIA

ANEXO .............................................................................................. 224

ANEXO D- ENSAIOS DE TRAÇÃO ............................................... 232

ANEXO E – PROPRIEDADES DA MATRIZ EPOXÍDICA E DO

ENDURECEDOR .............................................................................. 237 ANEXO F - Propriedades matriz epoxídica GY 251-1 ...................... 239

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29

1 INTRODUÇÃO

O uso de polímeros e compósitos está aumentando nas

aplicações com grande solicitação mecânica, como construção

de aeronaves, carros, navios, etc. Geralmente, estes materiais

são submetidos durante sua vida útil à fadiga mecânica e/ou

térmica, exposição à radiação ultravioleta, exposição à

substância química ou à combinação destes fatores podendo

assim levar a formação de microtrincas. Essas microtrincas são

de difícil visualização e reparação e podem propagar-se ao

longo do material, levando a sua falha prematura, além disso,

os métodos convencionais de reparo não se mostram eficientes

(XIAO et al., 2009a.).

Dentro deste contexto, os materiais autorregenerativos

possuem capacidade de reparar danos em menor escala sem a

necessidade de detecção ou intervenção manual, prolongando a

vida útil do polímero (YUAN, 2008; WU et al., 2008; RULE et

al., 2007; BROWN et al., 2003). O processo de obtenção de

polímeros autorregeneráveis consiste em um líquido ativo

microencapsulado, denominado agente cicatrizante, disperso na

matriz polimérica. O agente cicatrizante deve ser capaz de

reagir com a matriz baseado em uma reação química adequada

para que ocorra a polimerização na microfissura sem

intervenção manual e à temperatura ambiente. A

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30

autorregeneração de materiais epoxídicos acontece quando

ocorre o rompimento da microcápsula devido à presença

microtrincas ou microfissuras inevitavelmente geradas nos

polímeros em serviço, liberando o agente cicatrizante que, por

capilaridade, entra em contato com grupos epoxídicos da resina

e inicia um processo de polimerização que cobrirá as

microfissuras, ou seja, a polimerização é desencadeada por

contato com o agente cicatrizante (YUAN et al., 2008b;

YUAN, 2006). O mecanismo de rompimento da microcápsula

no ponto de fissura oferece controle específico de reparação

autonômica (WHITE et al., 2001). A restauração de danos

autonômica em compósitos estruturais torna-se uma opção

promissora, resultando em maior confiabilidade no material e

prolongando o tempo de vida da estrutura.

White et al. (2001) realizaram os primeiros estudos de

polímeros autorregenerativos, utilizando microcápsulas de poli

(uréia-formaldeído), preenchidas com diciclopentadieno

(DCPD) e um catalisador (catalisador de Grubbs) ambos

dispersos em uma matriz epoxídica. Esse método convencional

apresenta algumas limitações, incluindo o alto custo, a

toxicidade e a disponibilidade limitada do catalisador e do

DCPD, bem como a estreita faixa de temperatura de operação e

alta volatilidade do DCPD. Além disso, existe a

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31

incompatibilidade do catalisador com o agente cicatrizante à

base de amina que, desativam o catalisador dificultando a

cicatrização (CHO, 2006; CARUSO et al., 2009).

O sistema de autorregeneração utilizando

poli(dimetilsiloxano)s aminados (PDMS-a) como um agente

cicatrizante inovador apresenta algumas vantagens em relação

ao DCPD e o catalisador de Grubbs em função das suas

características como: alta estabilidade térmica em função de a

sua decomposição térmica ocorrer acima de 200oC), permitindo

sua aplicação como agente cicatrizante em matrizes termofixas

mantidas em temperaturas elevadas; ampla disponibilidade e

custo relativamente baixo.

A reação de autorregeneração entre os PDMS-a e a

matriz epoxídica ocorre de maneira similar à reação de

reticulação de resinas epoxídicas com agentes de cura

aminados. Desta forma, são uma alternativa aos compostos

aminados convencionais, podendo ser usados como novos

agentes cicatrizantes. O polidimetilsiloxano aminado, quando

liberado da microcápsula, é capaz de reparar possíveis

fissuras ou rachaduras à temperatura ambiente, por meio da

reação entre os grupos amina presentes no PDMS-a (agente

cicatrizante) que reagem com a ligação C-O dos grupos

epóxi da matriz epoxídica.

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32

Por se tratar de um assunto recente, no Brasil, até o

momento, há apenas um trabalho apresentado na área de

materiais poliméricos autorregeneráveis, abordando sistemas

com matriz colágena (GIL, 2013). Mesmo em nível

internacional, há poucos artigos publicados utilizando o

polidimetilsiloxano como material para promover a

autorregeneração (Cho et al., 2006; Jin et al., 2012a; Keller et

al., 2007), indicando a oportunidade científica na associação de

polímeros ou derivados de polidimetilsiloxanos em sistemas

poliméricos autorregeneráveis. Assim, este trabalho propõe

uma abordagem inovadora na elaboração de sistemas

autorregeneráveis pelo uso de um agente cicatrizante ainda não

estudado (PDMS-a) microencapsulado em (poli(uréia-

formaldeído)), PUF. Além disso, descreve-se também o

desenvolvimento de um novo método para avaliar a

autorregeneração por meio de ensaios de tenacidade à fratura

utilizando a geometria Tapered Double-Cantilever Beam

(TDCB), assim como uma proposta para o cálculo de eficiência

de autorregeneração, relacionando a tenacidade à fratura do

material autorregenerado com aquela da matriz epoxídica.

O desenvolvimento de materiais poliméricos com poder

de autorregeneração vem inaugurar uma nova etapa no

desenvolvimento de tecnologia com potencial de aplicação

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33

para inúmeras áreas de conhecimento. Este estudo fornecerá

dados teóricos e experimentais em relação ao ensaio de

tenacidade à fratura e a avaliação da autorregeneração, para

uma nova geração de materiais de engenharia, que poderá

assegurar a confiabilidade e a durabilidade, que por sua vez,

prolongará a vida desses materiais além do que era possível

anteriormente.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver uma

matriz epoxídica autorregenerável utilizando

polidimetilsiloxano amino funcional e/ou trietilenotetramina

(TETA) como o agente cicatrizante.

Dentro deste contexto os objetivos específicos estão listados a

seguir:

• Preparar microcápsulas de poli(uréia-formaldeído) – (PUF)

através da polimerização em emulsão de uréia-formaldeído

e desenvolver a melhor rota de preparação;

• Microencapsular o agente cicatrizante PDMS-a e TETA;

• Testar qual o melhor método para dispersão das

microcápsulas preenchidas na matriz epoxídica;

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34

• Avaliar o grau de reticulação do PDMS-a na matriz

epoxídica por meio de Espectroscopia no Infravermelho

(FTIR) e DSC;

• Avaliar as propriedades mecânicas de sistemas epoxídicos

contendo diferentes concentrações do agente cicatrizante

PDMS-a e TETA;

• Determinar a eficiência de autorregeneração do novo

sistema de autorregeneração;

• Avaliar a microestrutura da fratura dos corpos de prova

testados.

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35

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 RESINAS EPOXÍDICAS

As resinas epóxi são polímeros, que atualmente estão

entre os polímeros mais importantes para a produção de

compósitos (BALZARETTI, 2011). O excelente desempenho e

propriedades dos sistemas epóxi são obtidos através da

polimerização ou cura, no qual a matriz epoxídica, de baixa

massa molar, é transformada em uma rede tridimensional

rígida por meio das ligações cruzadas, caracterizando um

polímero termofixo (EBEWELE, 2000; ALMEIDA, 2005;

CARUSO et al., 2008a; BARBOSA, 2010; RANGEL, 2006).

A reação de cura pode ocorrer à temperatura ambiente

ou a altas temperaturas dependendo dos produtos iniciais

utilizados no processo, do tipo da resina, endurecedor e das

propriedades finais desejadas (BARBOSA, 2010; ALMEIDA,

2005; RANGEL, 2006). O processo de cura é iniciado após a

adição de um endurecedor, o qual frequentemente é à base de

poliaminas alifáticas ou aromáticas (SHECHTER, 1956). Este

processo ocorre através da reação dos grupos amina com os

anéis de epóxi que se apresentam tensionados causando o

rompimento da ligação covalente entre o oxigênio e os

carbonos, que acabam ligando-se covalentemente com o

nitrogênio presente no agente de cura transformando uma

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amina primária em secundária (EBEWELE, 2000;

SHECHTER, 1956). A reação desta amina secundária com

outro anel epoxídico gera então uma amina terciária, conforme

Figura 1 (EBEWELE, 2000; SHECHTER, 1956).

Figura 1 - Principais reações de cura da matriz epoxídica com uma amina

primária.

Fonte: COSTA et al.(1999).

No processo de cura de uma resina termorrígida

ocorrem dois fenômenos macroscópicos: a gelificação e a

vitrificação. A gelificação corresponde à formação de

moléculas altamente ramificadas, em que o sistema aumenta

sua viscosidade e passa de um líquido viscoso à um gel elástico

(elastomérico). A medida que a reação acontece a mobilidade

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37

do sistema fica mais restrita e o processo de cura continua

lentamente pela diminuição da mobilidade molecular devido ao

aumento da densidade de ligações cruzadas, que leva a um

acréscimo na temperatura de transição vítrea e nas

propriedades mecânicas do material, ou seja a vitrificação

(COSTA et al., 1999; NUCCI, 2005).

Entre as resinas epoxídicas disponíveis comercialmente,

cerca de 90% é preparada a partir da reação de bisfenol A (2,2

– bis (4’- hidroxifenil) propano) e epicloridrina (1-cloro-2,3-

epóxi propano), que produz a resina a base de éter diglicidílico

do bisfenol, o DGEBA (Fig. 2), que apresenta dois grupos

epóxi nas suas extremidades (BARBOSA, 2010; ALMEIDA,

2005).

Figura 2 - Reação obtenção do monômero de éter diglicidílico do bisfenol A

(DGEBA).

Fonte: AUGUSTSSON, 2004.

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38

O diglicidil éter de bisfenol A (DGEBA) apresenta

muitas propriedades atrativas como facilidade de

processamento, baixa contração durante a cura e fluidez

(SUAVE, 2008; ZACHARUK et al., 2009).

As resinas epoxídicas são amplamente utilizadas em

diversas aplicações industriais, sobretudo nos setores

eletrônico, automotivo e aeroespacial, e em artigos esportivos,

adesivos e revestimentos de proteção, devido às suas

excelentes propriedades tais como alta resistência a

compressão e a tração, resistência química, estabilidade

dimensional, baixo custo, facilidade de processamento e alta

resistência elétrica, além de poder ser curada em uma grande

faixa de temperaturas, inclusive à temperatura ambiente

(EBEWELE, 2000; AUGUSTSSON, 2004; FARO, 2012;

SUAVE, 2008; CARUSO et al., 2008a). A versatilidade das

resinas epoxídicas se deve à capacidade do grupo epóxi ser

suscetível a reagir com uma variedade de compostos químicos

com diferentes estruturas que possuam átomos de hidrogênio

ativos (ALMEIDA, 2005; NUCCI, 2005; MACIEJEWSKI et.

al, 2011). A reatividade do grupo epóxi é devida à tensão do

anel de três membros que favorece as reações de abertura de

anel (EBEWELE, 2000; HOLLEBEN et al., 1997).

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39

Por outro lado, as resinas epoxídicas são frágeis após a

cura em comparação aos polímeros termoplásticos devido à sua

estrutura com alto grau de ligações cruzadas, que absorvem

baixas quantidades de energias durante o processo de fratura,

ocasionando baixas resistências à propagação de trincas e baixa

deformação (BALZARETTI, 2011). As baixas tenacidade à

fratura, limitam suas aplicações. Esta limitação pode ser

resolvida pela redução da densidade de ligações cruzadas na

rede epóxi usando extensores de cadeia ou através da adição de

elastômeros (FARO, 2012). Na tentativa de aprimorar as

propriedades da matriz epoxídica, a modificação química tem

sido a forma mais adotada pelos pesquisadores nos últimos

anos (FARIAS, 2010). Um exemplo é a incorporação de

estruturas como polidimetilsiloxanos funcionais, sendo que

estes podem ser microencapsulados para promover a

autorregeneração do material com melhores propriedades como

flexibilidade e resistência a umidade. Microcápsulas

poliméricas de autorregeneração incorporadas em matrizes de

epóxi aumentam a resistência, prevenindo o crescimento de

microtrincas sob certas condições, como também pode fornecer

funcionalidade de autorregeneração quando o dano ou trinca

surgem (CARUSO, 2008b). Uma vez que danos irreversíveis

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40

ocorrem dentro dos compósitos, a resistência mecânica diminui

e o tempo de vida útil torna-se curto (LEE et al., 2004).

2.2 MATERIAIS AUTORREGENERATIVOS

Os materiais poliméricos de engenharia, eventualmente,

apresentam danos ou degradação em sua estrutura devido às

intempéries, impacto, carga ou fadiga, que podem resultar no

aparecimento de microfissuras. Estas podem estar em escala

milimétrica ou até mesmo nanométrica, sendo difíceis de

detectar e reparar. Isto torna os materiais poliméricos

termofixos são suscetíveis a falhas, fazendo-se necessário

realizar reparos periódicos ou até mesmo uma substituição

precoce do mesmo, o que em muitas situações é caro e oneroso

(XIAO et al., 2009a; BROWN et al., 2003; WU et al., 2008).

Uma variedade de materiais poliméricos

autorregenerativos tem sido estudado. Estes incluem matrizes

epoxídicas (XIAO et al., 2009a; BROWN et al., 2001, 2002;

WHITE et al., 2001; MCLLROY et al., 2010; CARUSO et al.,

2008), PMDS (JIN et al., 2012), vinil ester (CHO et al., 2006),

termoplásticos (JACKSON et al., 2011) (incluindo poli (metil

metacrilato) (PMMA) (CELESTINE et al., 2015), poliuretano

(HUANG et al., 2011)) e compósitos (KESSLER et al., 2003;

BOND et al., 2008).

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41

A ideia da utilização de um componente funcional

microencapsulado em uma matriz polimérica que visa restaurar

propriedades físicas, posterior a um estresse aplicado sobre o

material, tem sido investigada e tem atraído o interesse de

muitos pesquisadores e de diversos segmentos industriais,

como aeroespacial, automotivo, indústrias de tecnologia para

emprego em aparelhos celulares e de televisão entre outros

(PANG, 2005; KIRKBY, et al. 2009; TOOHEY, et al., 2007).

Esses materiais podem ser especialmente importantes no caso

de danos internos na matriz em materiais compósitos que são

de difícil detecção, ou onde é impossível realizar manutencões

corretivas “in loco” (KIRKBY et al., 2009).

White et al (2001) realizaram os primeiros estudos de

polímeros com poder de autorregeneração, tendo como agente

cicatrizante o diciclopentadieno (DCPD) em fase líquida

microencapsulado em poli(uréia-formaldeído) (UF) e o

catalisador de Grubbs (bis(triciclohexilfosfina) benzilideno

ruténio (IV) dicloreto) (catalisador de Grubbs de primeira

geração), ambos dispersos em uma matriz epoxídica. A

polimerização do agente cicatrizante (DCPD) se dá pela

abertura do anel que pode ser iniciada por complexos metálicos

como o catalisador de Grubbs (Fig.3). O mecanismo de

rompimento da microcápsula no ponto de fissura oferece

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42

controle específico de reparação autonômica (WHITE et al.,

2001).

Figura 3- Reação da abertura do anel do diciclopentadieno utilizando o

catalisador de Grubbs.

Fonte: KESSLER et al, 2002.

White e colaboradores desenvolveram um material

epoxídico estrutural com a capacidade de curar

autonomicamente e foram bem sucedidos com a recuperação

de 75% da tenacidade à fratura do material virgem, abrindo

caminho para diversos outros trabalhos, com o

aperfeiçoamento da técnica. Diversos trabalhos utilizaram o

sistema de autorregeneração DCPD e catalisador de Grubbs

como por exemplo, Blaiszik et al., 2008, estudaram a redução

do tamanho das microcápsulas de PUF preenchidas com DCPD

para a escala nano através da modificação do processo de

agitação das microcápsulas desenvolvido por WHITE (2001),

com a utilização conjunta da sonificação. Brown et al, 2002 e

DCPD Catalisador de Grubb´s Abertura do anel

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43

Brown et al., 2003 relataram o efeito do tamanho e

concentração das microcápsulas na capacidade de

autorregeneração do sistema composto por epóxi com

microcápsulas de DCPD e catalisador de Grubbs. Mauldin et

al. 2007, avaliaram a cinética de cura da reação do epóxi com o

agente cicatrizante exo-DCPD e observou que o exo-DCPD

leva a gelificação rápida, desta forma, existe tempo insuficiente

para dissolver completamente o catalisador Grubbs

incorporado, diminuindo a autorregeneração da matriz. Jones et

al., 2006, avaliaram os efeitos da morfologia das microcápsulas

e da cinética da reação do catalisador de Grubbs.

Outros trabalhos demonstram a utilização de diferentes

catalisadores como, por exemplo, o catalisador de Grubbs de

segunda geração (GUADAGNO et. al, 2011); a aplicação de

catalisadores de outros grupamentos como o trifluoreto de boro

etílico - C4H10BF3O (XIAO et al. 2009) e a utilização de

cloreto de tungstênio (VI) como um precursor para a abertura

de anel para a polimerização do diciclopentadieno

(KAMPHAUS et. al., 2008).

Também foram estudados sistemas alternativos de

autorregeneração, como a utilização da própria resina

epoxídica incorporada em microcápsulas como o agente

cicatrizante (CARUSO et al., 2008b; BLAISZIK et al., 2009;

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COSCO et al., 2006; YUAN et al., 2006), bem como a

investigação através da mistura de duas diferentes resinas epóxi

como agente cicatrizante (BLAISZIK et al., 2009).

A autorregeneracão utilizando um sistema baseado em

duas microcápsulas com diferentes materiais do núcleo

também foi explorada. Neste caso, ambos monômero e agente

cicatrizante são encapsulados, e após a propagação de trincas,

ambos são liberados levando a polimerização que leva à

autorregeneração da trinca. Esses sistemas incluem

epóxi/mercaptan utilizando epóxi e o agente cicatrizante

(tetraquis(3-mercaptopropionato) microencapsulados para

promover a autorregeneração (YUAN et. al., (2008c)) e um

sistema de autorregeneração binário consistindo de

microcápsulas contendo epóxi e agente cicatrizante derivado de

imidazolina (WANG et al., 2011). Todos os trabalhos acima

apresentaram capacidade de autorregeneração da matriz

epoxídica preenchido com o sistema de microcápsulas com

poder de autocicatrização.

Cho e colaboradores (2006) usaram uma abordagem

diferente das citadas acima, neste trabalho, ao invés de

encapsular o agente cicatrizante este foi disperso na matriz

epoxídica e o catalisador foi microencapsulado. Para este

sistema foram utilizados dois agentes cicatrizantes baseados

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em dois polidimetilsiloxanos (poli(dimetilsiloxano) hidroxi

funcionalizado (HOPDMS) e poli(dietoxi-siloxano) (PDEs))

que reagem somente na presença do catalisador dilaurato de di-

n-butil-estanho (DBTL). Quando surgem as fissuras na matriz,

o catalisador é liberado a partir das microcápsulas e

promovendo a policondensação dos agentes cicatrizantes

HOPDMS e PDEs, que ocorre rapidamente à temperatura

ambiente. Este sistema possui vantagens importantes sobre as

metodologias de autorregeneração citadas anteriormente,

incluindo a estabilidade em ambientes úmidos ou molhados, a

estabilidade a uma temperatura elevada (>100 °C), permitindo

a cura de sistemas termofixos em temperaturas mais elevadas,

a ampla disponibilidade dos componentes e baixo custo. Como

resultado, a autorregeneração por meio deste sistema foi

alcançada com sucesso.

Keller et al., (2007), desenvolveram um polímero de

matriz elastomérica de PDMS com microcápsulas preenchidas

com o monômero PDMS e um catalisador de platina (Pt) em

duas microcápsulas separadas. Ambos os tipos de

microcápsulas foram incorporados na matriz de PDMS para

produzir um material com capacidade de autorregenerar-se.

Não foi encontrado na literatura trabalhos utilizando o

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Polidimetilsiloxano aminado (PDMS-a) microencapsulado

como material de autorregeneração da matriz epoxídica.

2.2.1 Mecanismo de Autorregeneração

O conceito de reparo de uma estrutura polimérica

danificada, que é consertada por materiais nela contidos por

meio de cura das fendas na estrutura, é análogo ao processo de

cura biológico de organismos vivos. O processo tecnológico

deve agir sobre os danos e restaurar o material, desta forma,

tornaria o material mais seguro e prolongaria a vida útil do

polímero, além disso, exigiria menor incidência de manutenção

e, por consequência, reduziria os custos globais da estrutura

(PANG et al., 2009).

Várias estratégias de autorregeneração têm sido

investigadas, a abordagem mais disseminada e melhor sucedida

utiliza microcápsulas que são preenchidos com um agente

cicatrizante líquido (RULE et al., 2007). Este sistema de

autorregeneração em geral é constituído de dois componentes,

formados por uma resina e o agente cicatrizante, que, quando

em contato, polimerizam de modo a regenerar as microtrincas

existentes. A autorregeneração autonômica se baseia em um

sistema químico adequado entre o agente cicatrizante e a

matriz para que ocorra a polimerização do agente cicatrizante

no plano de fratura. Quando o material apresenta uma ruptura

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47

ou fissura, provoca o rompimento da microcápsula e desta

forma, libera o agente cicatrizante no plano de fratura (Fig. 4).

Através da ação capilar ocorre o fechamento da trinca, por

polimerização desencadeada pelo contato com o catalisador

(TIARKS et al., 2001).

Figura 4- Mecanismo de reparo utilizando microcápsulas de DCPD e

catalisador de Grubbs dispersos na matriz de epóxi: I) início da trinca; II)

Propagação da trinca e liberação do agente cicatrizante; III) polimerização

do DCPD com o catalisador e reparação da trinca.

Fonte:WHITE et al., 2001

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A aplicação de materiais poliméricos incorporados com

agentes autocicatrizantes apresentam uma nova concepção de

materiais de engenharia e propiciam polímeros mais confiáveis

para aplicações que demandam enormes capitais e carecem de

polímeros com altos níveis de eficiência, e maior tempo de

vida útil e principalmente, afinidade entre o material

hospedeiro e a matriz (TOOHEY, et al., 2007). Esses materiais

podem ser especialmente importantes no caso de danos

internos na matriz em materiais compósitos que são de difícil

detecção, ou onde é impossível realizar manutenções corretivas

“in loco” (KIRKBY et al., 2009).

2.2.2 Agentes Cicatrizantes

Os agentes cicatrizantes como, por exemplo, o

diciclopentadieno (DCPD) e o polidimetilsiloxano amino

funcional (PDMS-a) devem possuir características necessárias

para autorregeneração do material, como estabilidade,

reatividade específica, e que não interfira negativamente nas

propriedades presentes nos materiais antes ou depois da

autorregeneração. No caso do agente cicatrizante DCPD e o

catalisador de Grubbs, que é necessário para que ocorra a

autorregeneração, apresentam algumas limitações e

desvantagens como: a baixa taxa de cura, uma estreita faixa de

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temperatura de operação, volatilidade do DCPD, além do custo

elevado dos reagentes e disponibilidade limitada (CHO, 2006).

A atividade do catalisador de Grubbs de primeira geração pode

ser preservada em temperaturas até 120oC, sendo que

temperaturas superiores desativam o catalisador; além disso, o

catalisador reage com os anéis de epóxi da matriz antes de

reagir com o monômero DCPD, perdendo a capacidade de

autorregeneração (GUADAGNO, 2010 e GUADAGNO,

2011).

As características da matriz epoxídica podem ser

modificadas quimicamente para aplicações específicas.

Dependendo da estrutura química do agente cicatrizante e das

condições de cura, podem melhorar as propriedades da matriz

epoxídica incluindo excelente resistência química e ao calor,

alta resistência adesiva, baixa contração, e alta resistência ao

impacto (FARO, 2010). O sistema de autorregeneração

baseado em microcápsulas de poli (uréia-formaldeído)

preparado através da polimerização em emulsão em água

preenchido com polidimetilsiloxano aminado e fornece um

sistema de reparo que é quimicamente compatível com a matriz

epoxídica.

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50

2.3 POLIDIMETILSILOXANOS

Os polidimetilsiloxanos (PDMS) (Fig. 5) são polímeros

cuja cadeia principal é constituída de átomos de oxigênio e

silício alternados e que apresentam grupos orgânicos ligados a

cada átomo de silício. Desta forma, a cadeia principal é

composta pela parte inorgânica e os grupos ligados a cadeia

principal constituem a parte orgânica. A parte orgânica é

constituída por grupos metil e apresentam baixa força

intermolecular entre as cadeias que reflete em algumas

características como hidrofobicidade e baixa temperatura de

transição vítrea (MARK et al., 2005; SOUZA, 2012;

ACUNHA,2008).

Figura 5: Representação da estrutura química do polidimetilsiloxano

PDMS.

Fonte: WANG et al. (2000).

A presença da ligação siloxano (Si-O-Si) na cadeia

principal dos PMDS propociona propriedades interessantes

como alta resistência à oxidação térmica (devido a alta energia

de ligação, Fig. 6) e elevada flexibilidade, além disso, tem

baixo custo. (SOUZA, 2012; HOPPER, 2007). As ligações

entre silício e oxigênio (Si-O-Si) conferem uma menor rigidez

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51

à cadeia fornecendo flexibilidade ao material (Fig. 6), quando

comparada às poliolefinas, pois, as ligações entre Si-O tem

comprimento maior que as ligações entre C-C (HOPPER,

2007). A possibilidade de variação do ângulo da ligação Si–O–

Si (entre 100º e 180º) também influencia nas propriedades do

polidimetilsiloxano (SOUZA, 2012).

Figura 6 - Comparação do comprimento das ligações com ligações siloxano

e com ligações carbono (C-C) nas cadeias.

Fonte: Prórpio autor.

2.3.1 Polidimetilsiloxanos Amino Funcionais

A Fig. 7 apresenta as estruturas químicas

correspondentes às unidades de repetição do

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poli(dimetilsiloxano)s aminofuncionais, PDMS-a, conhecidos

comercialmente como BELSIL®ADM 1650 e

BELSIL®ADM 653.

Figura 7- Estrutura química do polidimetilsiloxanos amino funcionais

comercialmente disponíveis: A) BELSIL®ADM 1650 e

BELSIL®ADM 653.

Fonte: WACKER

Habitualmente, sistemas aminados são utilizados na

cura de resinas epoxídicas. A presença de um grupo funcional

amina em uma cadeia de polidimetilsiloxano funcionalizado

conduz à compatibilização e reticulação do sistema epoxídico.

(GONZALEZ et. al., 2004; WANG et al., 2000; TOOHEY et

al., 2007). Desta forma, os poli(dimetilsiloxano)s aminados

são uma alternativa aos compostos aminados convencionais e

será usado como agente cicatrizante neste trabalho.

A reticulação do sistema epoxídico com PDMS-a é

similar a reação ocorrida entre as resinas epoxídicas e

endurecedores amínicos, como o TETA. Este processo ocorre

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53

através da reação dos grupos amina presentes no PDMS-a com

os anéis de epóxi. A reação desta amina secundária com outro

anel epoxídico gera então uma amina terciária, conforme

Figura 8.

Figura 8- Reação entre o PDMS-a (ADM 1650) e a ligação C-O do grupo

epóxi presente nas resinas epoxídicas.

Fonte: Próprio autor.

Quando liberado, o PDMS-a é capaz de reparar

possíveis fissuras ou rachaduras à temperatura ambiente,

através de ligações dos grupos aminas, presentes no PDMS-

a, com a ligação C-O do grupo epóxi da resina epoxídica.

Embora o PDMS-a não seja um polímero rígido, têm

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54

propriedades úteis, especialmente de autorregeneração (CHO,

2006).

2.4 MICROENCAPSULAÇÃO PARA

AUTORREGENERAÇÃO

Microencapsulação é um processo em que pequenas

gotículas são envoltas por uma película que protege um

material reativo com função específica e de liberação no

momento correto. O mecanismo para a formação das

microcápsulas começa com a introdução de um surfactante na

água (BENITA, 2005). Os grupos polares interagem com a

água e a parte hidrofóbica interage com ar ou óleo,

minimizando assim o contato com a água, diminuindo a tensão

superficial da água pelo desarranjo da superfície (ATKINS, et.

al. 2008). Desta forma, a parte hidrofóbica do surfactante

estaria voltada para o centro formando o núcleo protegido pelas

extremidades hidrofílicas (Fig. 9) das moléculas que se

dissolve parcialmente em água, formando a interface com a

água (BENITA, 2005).

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55

Figura 9- Micela esférica onde os grupos hidrófilos são representados pelas

esferas e as cadeias hidrófobas são representadas pelos filamentos móveis.

Fonte: Produção do próprio autor, baseada no Atkins et al. (2008).

Os surfactantes em baixas concentrações apresentam-se

dispersos na solução e à medida em que a concentração

aumenta, as moléculas tendem a se agrupar (Fig. 10). O

aumento da quantidade de surfactante leva a um valor limite de

concentração mínima que determina a saturação na interface de

maneira que as moléculas de surfactante excedentes ficam em

solução formando aglomerados conhecidos como micelas

(SOUSA, 2006). As micelas se formam devido à aglomeração

das moléculas de surfactante, originadas pelas cabeças

hidrofílicas que proporcionam a película externa protetora

enquanto que as caudas hidrofóbicas se aglomeram umas às

outras (ATKINS, et. al. 2008). A concentração, a partir da qual

ocorre o processo de micelização, é chamada de concentração

micelar crítica (C.M.C.) (ATKINS, et. al. 2008).

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56

Figura 10- Formação de micela acima da concentração crítica.

Fonte: SILVA, 2008.

A CMC depende de certas características da estrutura

do surfactante (tamanho da cadeia do hidrocarboneto), força

iônica, temperatura, efeito salino (SOUSA, 2006). No entanto,

devido à concentração micelar crítica (CMC), a tensão de

superfície não diminui infinitamente, pois quando a

concentração do surfactante atinge um certo ponto, a superfície

da solução estará completamente carregada e, deste modo a

adição de surfactante não diminuirá mais a tensão superficial

da fase aquosa (LI et al., 2008). Para o Dodecil sulfato de sódio

(SDS), o valor da CMC é 2,16-2,45g/L (MUKERJEE et al.

(1971 apud DESHPANDE et al., 1999).

O conceito de microencapsulação foi aplicado com

sucesso para diversas áreas como produtos

farmacêuticos (SILVA et. al., 2003;), agrícolas (MASUDA,

2011; BOH et. al., 1999), alimentares (AZEREDO, 2008;

ABURTO, 1998), corantes (HORST et. al., 2009), etc.

Recentemente, uma nova aplicação da microencapsulação de

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agentes ativos para a autorregeneração de compósitos

poliméricos e matrizes poliméricas tem sido desenvolvida

(WHITE et al., 2001). Microcápsulas formadas por poli(uréia-

formaldeído) -(PUF) contendo diferentes agentes cicatrizantes,

tais como, aminas reativas (MCILROY et.al., 2008; JIN et. al.,

2012; YUAN, 2008b; MCILROY et.al., 2010; JIN et al., 2012),

resinas epoxídicas (YUAN et. al., 2007; LIAO et.al., 2011),

diciclopentadieno (DCPD) (BROWN et.al., 2003; BLAISZIK

et.al.,2008; WHITE et.al., 2001; RULE et.al, 2007) e solventes

reativos (BLAISZIK et.al.,2008), entre outros, têm sido

desenvolvidas e incorporadas em matrizes de epoxídicas. A

seleção apropriada de parâmetros no processo, incluindo o pH,

temperatura, tipo e concentração de surfactante e velocidade de

agitação são importantes para o controle de preparação de

microcápsulas, podendo influenciar nas suas características e

na autorregeneração da matriz de epoxídica (YUAN et al.,

2008b). Na literatura existem alguns trabalhos que apresentam

estudos das consequências das modificações nos parâmetros do

processo de síntese de microcápsulas de poli(uréia-

formaldeído) (PUF) que são apresentados a seguir.

Microcápsulas poliméricas para autorregeneração de

matrizes epoxídicas podem ser frequentemente preparadas por

meio da técnica de polimerização in situ de uréia-formaldeído

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em sistema emulsionado de monômeros dispersos, o que

possibilita uma distribuição mais homogênea (SCHAFFAZICK

et al., 2003; BOTAN et al., 2011). Além disso, promove a

facilidade de preparação de uma grande quantidade de

microcápsulas com elevados rendimentos variando de 80-90%

(CHUANJIE et. al., 2009; CHUANJIE et al., 2009). Esse

sistema promove microcápsulas com resistência adequada para

permanecer intactas durante o processamento do polímero, mas

quando o dano ocorre, estas se rompem liberando o agente

cicatrizante (BLAISZIK, et al., 2012). Os materiais de

encapsulamento geralmente devem ser recipientes de paredes

frágeis (YIN et al., 2007).

Durante o processo de polimerização, uréia e

formaldeído reagem na fase aquosa na interface das micelas,

desta forma, a polimerização ocorre na parte hidrofílica das

micelas do surfactante. Um pré-polímero de baixo peso

molecular é formado, com o aumento da massa molar do pré-

polímero este se deposita na interface da emulsão, resultando

na parede da microcápsula. (SHANSKY, 2006; MURPHY et

al., 2010; FAN, et al., 2011). Existem mecanismos de

polimerização em emulsão em que o agente cicatrizante pode

estar presente durante a polimerização para ser aprisionado na

microcápsula pela interação com a parte hidrofóbica da micela,

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59

ou pode passar por um processo modificado onde o agente

cicatrizante é infiltrado após formação da parede da

microcápsula (JIN et. al., 2012).

Yuan (2008b) pesquisou microcápsulas (PUF)

preenchidas com resinas epoxídicas sintetizadas selecionando

diferentes parâmetros de processo, incluindo o tipo de

surfactante, concentração de surfactante e taxa de

aquecimento. Os efeitos dos parâmetros de processo sobre a

dimensão e a morfologia da superfície das microcápsulas

foram investigados, além da estabilidade durante o

armazenamento, a resistência a solventes e a resistência

mecânica das microcápsulas. Como resultados, observaram

que o aumento da concentração de surfactante reduz o

tamanho das microcápsulas como também aumenta a

rugosidade da superfície. As microcápsulas preparadas usando

surfactante dodecil sulfato de sódio (SDS) apresentaram

estabilidade de armazenamento, excelente resistência a

solventes e uma resistência mecânica adequada.

A avaliação da influência da agitação mecânica no

diâmetro das microcápsulas (PUF) foi realizada por Brown et

al. (2003). Seus estudos sugerem que microcápsulas com

diâmetros pequenos (220 nm) podem ser obtidas utilizando

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técnicas de sonificação e um reagente hidrófobo (hexadecano

ou octano) para estabilizar as gotículas de DCPD.

Fan et al. (2010) investigaram os efeitos de valor

inicial de pH (2,5-3), concentração de surfactante e de material

de parede, e a taxa de agitação no processo de

microencapsulação. Verificou-se que a morfologia da

superfície das microcápsulas depende principalmente do valor

de pH final e taxa de agitação e verificou-se que a adição de

cloreto de amônio foi importante na preparação de

microcápsulas (PUF), causando uma queda substancial no

valor do pH durante a reação e aumentando a deposição de

nanopartículas de UF sobre a superfície da microcápsula.

Outro trabalho que modificou as condições de síntese

foi realizado por Ting et al. (2010), que investigou o consumo

de matérias-primas, distribuição de tamanho e morfologia da

superfície e a influência do valor de pH na produção das

microcápsulas, obtendo microcápsulas com tamanho e

conteúdo do núcleo de cerca de 60µm e 76%, respectivamente,

com agitação mecânica de 400rpm. Observaram que o

surfactante influencia na formação das microcápsulas, de

maneira que se a quantidade é muito pequena, é difícil

emulsionar a fase dispersa, levando à falha na sua formação, e

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com uma quantidade excessiva o sistema tem uma elevada

viscosidade, prejudicando a formação das microcápsulas.

A interferência do tamanho e concentração das

microcápsulas nas propriedades mecânicas como tenacidade à

fratura e a efiência de autorregeneração de matrizes epoxídicas

foi analisado nos trabalhos de Brown et al., 2004; Rule et al,

2007 e Jin et al., 2012. Nestes trabalhos foram definidas as

porcentagens de microcápsulas e tamanhos com melhor

resultado na eficiência de autorregeneração de diferentes

matrizes. Rule et al, 2007 avaliaram diferentes tamanhos de

microcápsulas variando de 63 a 386µm, e obteve melhor

resultado de propriedade mecânica utilizando 10% de

microcapsulas de DCPD com diametro de 386µm. Ja no

trabalho de Jin et al., 2012 os melhores resultados nas

propriedades mecânicas foram obtidos utilizando 17,5% de

microcápsulas preenchidas de epóxi e microcápsulas de amina

com diâmetro médio de 220µm.

2.5 MECÂNICA DA FRATURA

O comportamento de estruturas que contém trincas ou

defeitos é estudada por meio da mecânica da fratura. A

mecânica da fratura considera que todos os materiais de

engenharia apresentam defeitos ou trincas internas, sendo que

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62

solicitações mecânicas levam à coalescência, propagando as

trincas no material e levando à fratura. A falha por fratura

resulta quando a trinca se propaga e atinge um tamanho crítico

e desta forma a amostra não é mais capaz de suportar a carga

imposta e, portanto, ocorre a fratura em duas ou mais partes

(FRIEDRICH, 1989).

Adicionalmente, a mecânica da fratura permite

caracterizar experimentalmente a resistência do material ao

crescimento de trincas, isto é, a tenacidade à fratura do material

(ZHU e JOYCE, 2012). O fator de intensidade de tensão (K)

também denominado tenacidade à fratura é governado pela

configuração geométrica do corpo de prova e pelo modo de

carregamento imposto (JANSSEN, 2004; ORNAGUI, 2010). A

tenacidade à fratura crítica (KIC) representa a resistência do

material à propagação de trincas através do fator de intensidade

de tensão na ponta da trinca (PEREZ, 2004).

A mecânica da fratura pode ser dividida em Mecânica

da Fratura Linear-Elástica (MFLE) e Mecânica da Fratura

Elasto-plástica (MFEP). A MFLE prevê comportamento de

materiais frágeis, empregada em situações onde ocorre a

fratura sem ser precedida de deformação plástica extensa, ou

seja, processos inelásticos que ocorrem restritos a pequenas

regiões. A MFEP é aplicada em materiais dúcteis, onde o

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63

processo de fratura é controlado pela existência de grande zona

plástica antes da fratura. Existem três modos básicos de

deslocamento da superfície da fratura: o modo I é característico

de solicitações que provocam tração (abertura da trinca), o

modo II é relacionado ao deslizamento que ocorre no caso de

forças de cisalhamento, enquanto o modo III é de rasgamento,

para corpos sobre torção, conforme Fig. 11. Cada um desses

modos está associado ao campo de tensões na ponta da trinca,

que pode ser caracterizado em termos de intensidade de tensão

(K): KI para o modo I, KII para o modo II e KIII para o modo

III. Em materiais com fratura frágil o deslocamento da

superfície usualmente ocorre através do Modo I;

consequentemente, é direcionada maior atenção para este modo

(FRIEDRICH, 1989).

Figura 11: Modos de abertura para possíveis trincas.

Fonte: JANSSEN, 2004.

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64

Em geral, fraturas frágeis consistem de no mínimo dois

estágios: iniciação da trinca e extensão ou propagação da trinca

(FRIEDRICH, 1989). Para um material que está sob a ação de

uma carga com valor menor que a da sua fratura, trincas ou

outros defeitos podem crescer de maneira estável e lenta até

atingirem um tamanho de trinca crítico. A partir deste ponto a

trinca avança rapidamente e ocorre a fratura. A Fig.12

apresenta a curva de velocidade de propagação da trinca em

função do fator de intensidade de tensão (K), constituído por

três regiões distintas I, II, III. Existe um valor limite de fator de

intensidade de tensão KI0 abaixo do qual a trinca não avança.

Acima deste valor, a velocidade de crescimento da trinca

aumenta com o fator de intensidade de tensão (região I). Na

região II, a velocidade fica constante conforme aumenta o valor

de KI. Na região III a velocidade aumenta exponencialmente,

esta fase é associada a fratura rápida (JANSSEN, 2004;

ORNAGUI, 2010).

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65

Figura 12: Curva v-K, que representa a velocidade de propagação da trinca,

v, em função do fator de intensidade de tensão, KI, em escala logarítmica

Fonte: ORNAGUI, 2010.

2.5.1 Avaliação da Capacidade Autorregenerável das

Resinas Epoxídicas

A tenacidade à fratura pode ser utilizada como método

de ensaio para avaliar a capacidade de autorregeneração de

sistemas poliméricos (BROWN et al., 2011).. Em função de

sua importância, o item a seguir apresenta os métodos para

aplicação em sistemas de autorregeneração.

A utilização de materiais poliméricos com

propriedades de autorregeneração desenvolvida nos trabalhos

de White et al. (2001) e Brown e colaboradores (2002), exigiu

uma metodologia para quantificar a capacidade do material

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66

para se autorregenerar e recuperar suas propriedades. Além do

trabalho Nde White et al., (2001) demonstrar a implementação

da função autônoma num material, o trabalho também

introduziu a necessidade para a quantificação da eficiência de

cura (η) definida como a relação entre a tenacidade à fratura do

material autorregenerado, designado como (KIC Auto), e do

material sem autorregeneração, designado como (KICAuto) (Eq.

1). A amostra fraturada totalmente é definida como (KICS).

𝜂 =𝐾𝐼𝐶 𝐴𝑢𝑡𝑜

𝐾𝐼𝐶 𝑆 Equação 1

Para determinar a eficiência de cura deve-se

considerar as seguintes etapas: (a) realização de ensaio de

tenacidade à fratura no modo de fratura I (KIC) do material a

ser autorregenerado apresentando uma pré-trinca; (b) remoção

da amostra permitindo o realinhamento preciso das duas

metades fraturadas e deixando o tempo necessário para que

ocorra a autorregeneração; (c) recarregamento da amostra

realizando o ensaio de tenacidade à fratura no modo de fratura

I (KIC) do material após o período necessário para

autorregeneração.

A vantagem deste método de determinação de

eficiência de autorregeneração é produzir uma medida

quantitativa da eficiência (η), que está ligada à recuperação de

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67

uma propriedade do material inerente, isto é, a resistência à

fratura, permitindo também a comparação quantitativa entre

vários materiais autorregenerativos (BROWN et al., 2011).

Uma relação análoga pode ser definida para avaliar

materiais autorregenerados que apresentam comportamento

elástico não linear no resultado do ensaio de tenacidade à

fratura, para a curva carga-deslocamento. Desta forma, a

eficiência de autorregeneração η´ é avaliada como o trabalho

interno ou energia de deformação (U) para o material

autorregenerado dividido pela energia de deformação da

amostra sem autorregeneração (Eq. 2), como relatado nos

trabalhos de Rule et al. (2005) e Mauldin et al. (2007).

𝜂´ =

𝑈𝐴𝑢𝑡𝑜𝑏𝑛 (𝑊−𝑎𝑜𝐴𝑢𝑡𝑜)

𝑈𝑆𝑏𝑛 (𝑊−𝑎𝑜𝑆)

⁄=

𝐴𝐴𝑢𝑡𝑜𝑏𝑛 (𝑊−𝑎𝑜𝐴𝑢𝑡𝑜)

𝐴𝑆𝑏𝑛 (𝑊−𝑎𝑜𝑆)

⁄ Equação 2

Conforme a Eq. 2, o valor da energia de deformação

ou trabalho interno (U) é procedente da área total abaixo da

curva carga-deslocamento (A), considerando também a

espessura da trinca criada na parte onde se encontra o sulco

(bn); a distância da amostra a partir do ponto de carregamento

(W) e o comprimento da pré-trinca (ao). Esses valores são

medidos para a amostra autorregenerada (UAuto) e antes da

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68

autorregeneração (US) detalhado no item 2.6 (RULE et al.,

2005).

2.5.2 Avaliação da Tenacidade à Fratura

A tenacidade à fratura (KIC) pode ser obtida por meio

de corpos de prova com diferentes formatos. Um dos formatos

mais utilizados de corpo de prova é o Compact Tension (CT),

apresentado na Figura 13, e que tem sido amplamente utilizado

para testar a capacidade de autorregeneração de matrizes

modificadas.

Figura 13: Geometria do corpo de prova do tipo CT e suas principais

dimensões.

Fonte: ZHU E JOYCE, 2012.

No teste de Compact Tension (CT) os corpos de prova

são submetidos a uma tensão de tração para atingir o modo (I)

de abertura da fratura. A tenacidade à fratura (KIC) para CT é

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69

obtida a partir da Equação 3, onde Pc é a carga (carga máxima

devido ao comportamento frágil das amostras), B é a espessura

da amostra, W é o comprimento útil da amostra e f (a/w) é o

fator geométrico do corpo de prova do tipo CT. Este fator

geométrico é apresentado na Equação 3 em relação ao

comprimento, W, e o comprimento da trinca, a (BROWN et al.,

2011).

𝐾𝐼𝐶= (𝑃𝑐

𝐵𝑊12

) ƒ(𝑎

𝑊) Equação 3

Para avaliar o efeito de autorregeneração neste tipo de

corpo de prova é necessário realizar o ensaio de tenacidade e

em seguida permitir o realinhamento preciso das duas metades

e deixar o tempo necessário para que ocorra a autorregeneração

dependendo de cada material utilizado como agente

cicatrizante e o seu mecanismo de cura. Subsequentemente, um

novo teste de CT é realizado. Existe a dificuldade de avaliar o

comprimento da trinca após a autorregeneração neste tipo de

corpo de prova (CT). Enquanto o comprimento da trinca da

amostra virgem pode ser medido como definido na Eq. 3, uma

vez que representa um dos parâmetros de desenho, é muito

mais difícil de avaliar o tamanho desta trinca após o processo

de autorregeneração. As duas metades do espécime quebrado

podem ser completamente ou apenas parcialmente unidas e

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70

para uma extensão que pode ser maior ou menor do que o

comprimento da fenda da amostra virgem. Desta forma, o valor

de KIC do material autorregenerado baseia-se na força aplicada

na fratura (PC), tendo um fator geométrico, basicamente

dependendo da relação entre o comprimento da trinca (a) e a

dimensão (w), tal como definido na Eq. 3. Esta relação pode

conduzir a resultados muito imprecisos de tenacidade à fratura

do material autorregenerado, devido à dificuldade experimental

de determinar os valores de ‘a’ e ‘w’ (BROWN, et al., 2011).

Uma possível solução para este problema foi

apresentada no trabalho de White et al. (2001) e Brown et al.

(2002), que propuseram a utilização de suporte duplo de feixe

cônico (Tapered Double Cantilever Beam - TDCB) que devido

à sua geometria particular apresenta independência da função f

da Eq. 3. Por consequência, a avaliação da eficiência de

autorregeneração se torna muito simplificada, uma vez que não

existe a necessidade de medir o novo comprimento da trinca

(BROWN et al., 2011).

A Fig 14 apresenta a geometria com o formato TDCB

modificada por Beres et al. (1997), com todas as suas

dimensões (mm), utilizada experimentalmente nos trabalhos

Brown et al., (2011) e Rule et al., (2007).

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71

Figura 14: Geometria do espécime de TDCB com todas as dimensões (mm)

desenvolvida por Beres et al. (1997).

Fonte: BROWN et al., 2002.

A avaliação da tenacidade à fratura (KIC) para

materiais poliméricos com potencial de autorregeneração é

dada pela Eq. 4 para a geometria TDCB (BROWN et al.,

2002):

𝐾IC= 2 Pc √

𝑚

𝛽 Equação 4

Em que β=bn.b, conforme especificado na Fig. 14. O valor de

m, que é uma constante, é definido pela relação teórica (Eq. 5)

(BROWN et al., 2001)

𝑚 =3𝑎2

ℎ(𝑎)3+

1

ℎ(𝑎) Equação 5

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72

Em que a é o comprimento da trinca a partir da linha de

carregamento, e h(a) é o perfil da altura do espécime. O valor

de m pode também ser determinado experimentalmente (Eq. 6)

em que o módulo de Young é dado por E, e C é a Compliance

(BROWN et al, 2002).

𝑚 =𝐸𝑏

8

𝑑𝐶

𝑑𝑎 Equação 6

Para obter o valor de PC na Eq. 4 é necessário realizar o

ensaio de KIC, que consiste em submeter um corpo de prova

pré-trincado a um carregamento, levando à sua fratura, em que

se obtém uma curva com o monitoramento da forca-

deslocamento. A força crítica (Pc) é definida por meio da curva

obtida do ensaio de KIC de diversas maneiras, dependendo do

tipo de curva obtida do ensaio de tenacidade conforme a Fig.

15 que apresenta três curvas características no ensaio de KIC. A

mais comum é construir uma linha secante a 5%, ou seja, uma

linha a partir da origem com inclinação igual a 95% da

inclinação da região elástica e determinar o P5, como no caso

da curva tipo I, que apresenta um desvio significativo da região

elástica antes de ocorrer a fratura Pc=P5 que apresenta curvas

semelhantes para materiais com alguma plasticidade. O tipo II

é caracterizado pelo crescimento da trinca instável antes do P5,

chamado de pop-in. Nesse caso, o valor de P5 é o valor do pop-

in. A curva tipo III apresenta a amostra completamente falhada

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73

antes do desvio da linearidade, neste caso Pc=Pmáx,

comportamento típico de materiais termofixos como as resinas

epoxídicas (ASTM- E399 – 09´2).

Figura 15: Principais tipos de comportamento da curva força versus

deslocamento obtida do ensaio de tenacidade a fratura KIC.

Fonte: ASTM E399- 09´02.

A geometria TDCB foi primeiramente desenvolvida por

Mostovoy et al.(1967) que propôs contornos modificados

permitindo medir a tenacidade à fratura independente do

comprimento da trinca, pois a altura do espécime TDCB varia

com o crescimento da trinca (a), sendo h uma função de a

(h(a)) como pode ser visto na Fig. 14. (WHITE et al. 2001).

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74

Isto leva a seguinte equação 𝑑𝐶

𝑑𝑎=

8

𝐸𝑏(

3𝑎2

ℎ3

1

ℎ) ( Equação 7).

Desta forma, se a altura de cada braço do espécime tem um

perfil adequado, dC/da permanece constante (ESTEVES,

2010). Perfis válidos para uma amostra TDCB fraturada são

determinados para encontrar um perfil de altura que, quando

inserida na Eq. 4 produz um valor constante de m ao longo de

uma gama de comprimento de trinca desejado (BROWN et al,

2001). Esta geometria permite o crescimento controlado da

trinca do centro de uma amostra frágil tal como o epóxi

(WHITE et al. 2001).

Devido à sua geometria particular o espécime em

formato TDCB apresenta a independência da função f da Eq. 3

a partir da relação a/w. Por conseguinte, a avaliação da

eficiência de cura (η) na Eq. 1 é muito simplificado, uma vez

que não há necessidade de medir a novo comprimento da trinca

(BROWN, 2011). A nova relação passa a ser entre os dois

valores de forca critica PC, obtidos do ensaio de tenacidade

quando aplicado à amostra autorregenerada (Auto) e na

amostra sem autorregeneração (S) conforme equação Eq. 1

(BROWN, 2002).

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75

2.5.3 Efeito do Sulco (Groove) no Corpo de Prova com

geometria TDCB

Para assegurar que a fratura siga ao longo do corpo de

prova sem que ocorra a formação de uma deformação “braço”,

sulcos (grooves) são incorporado na geometria TDCB.

Segundo Mostovoy (1967), através da introdução do sulco não

apenas se direciona a trinca ao longo da amostra, mas a

deformação também é restrita no sentido da espessura

produzindo uma fratura plana para a trinca em execução. A

adição dos sulcos para a geometria TDCB pode ser visto na

Fig. 16, que indica dois caminhos como a amostra pode

fraturar. A Fig. 16b apresenta desejável propagação da trinca e

fratura, em que a trinca percorre ao longo do centro da amostra.

A Fig.16c apresenta a propagação indesejável da trinca e

formação de um “braço” para amostras de TDCB sem a

presença de sulco. Neste caso, a trinca não percorre o centro da

amostra ocorrendo uma deformação (JUNG, 1997).

Mostovoy, et al. (1967) verificou que ângulos maiores

que 35° do sulco impedem a formação de “braço”. Enquanto

que, para amostras com sulcos com ângulos menores de 25 e

30o, a formação de um braço do corpo de prova interrompe o

teste conforme pode ser visto na Fig.16 (c).

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Figura 16: Influência do sulco na amostra de TDCB: a) Início da trinca

antes do ensaio; b) Caminho desejado da trinca para a amostra com sulco; c)

Caminho indesejado da trinca para a amostra sem a presença do sulco.

Fonte: JUNG, 1997.

O trabalho de Rule et al. (2007) avaliou o desempenho

de autorregeneração influenciado pela quantidade de agente

cicatrizante suficiente para o volume de trinca a ser reparado.

Desta forma, foi feita a modificação da amostra TDCB

incorporando um sulco reduzido, variando de 25mm a 47mm

de comprimento (Fig. 17).

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Figura 17: Amostra com geometria TDCB: a) Amostra com sulco de 47mm;

b) Amostra com sulco reduzido para 25mm.

Fonte: RULE et al., 2007.

Quando a amostra é inicialmente fraturada, a fenda do

material virgem propaga apenas até atingir a extremidade do

sulco. A amostra é então descarregada e retirada para permitir

que ocorra a autorregeneração do material. Esta redução do

sulco diminui a separação fenda garantindo o alinhamento das

duas faces da trinca e impedindo a separação completa dos

planos de rachadura e diminui gradualmente movendo-se em

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direção à ponta da trinca. Amostras que apresentam sulco

reduzido para 25mm após o ensaio de tenacidade à fratura

revelam uma cavidade de abertura da trinca menor em

comparação aos corpos de prova com sulco maior, como 47mm

(Fig. 18) (RULE et al., 2007).

Figura 18: Imagem de microscopia ótico da fenda da amostra depois do

ensaio de tenacidade à fratura e em processo de reparação: a) Amostra com

sulco com 47mm de comprimento fraturada até o final da amostra; b)

Amostra com sulco com 25mm de comprimento fraturado somente até o

fim do sulco

Fonte: RULE et al., 2007.

Assim, volumes de trincas menores, associados às

amostras de sulco curto, devem exigir menos agente

cicatrizante para a autorregeneração. Testes de fratura foram

realizados para confirmar esta hipótese. Os resultados do teste

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de fratura mostram que amostras com sulco reduzido (25mm)

são autorregenerados com frações de microcápsulas da ordem

de 1,25 % em massa, enquanto o desempenho de amostras com

maior sulco (47mm) diminui a autorregeneração quando a

fração em massa cai abaixo de 10 %. Este resultado confirma

que os volumes de trinca menores requerem menos agente

cicatrizante para alcançar a autorregeneração (RULE et al.,

2007).

Considerando os estudos da literatura baseados no

aprimoramento e desenvolvimento de metodologia para a

realização do ensaio de tenacidade à fratura, que permite

calcular o η de sistemas poliméricos autorregenerados, como

resinas epoxídicas, conclui-se que o método TDCB é o mais

adequado.

2.6 APLICAÇÃO DO MÉTODO TDCB PARA ANÁLISE

DA AUTORREGENERAÇÃO DE RESINAS EPOXÍDICAS

Existem na literatura vários trabalhos referentes à

modificação das propriedades mecânicas das resinas epoxídicas

com a inclusão de microcápsulas de autorregeneração,

conforme apresentado na Tabela 1. A Tab.1 apresenta também

trabalhos que utilizam outros tipos de matrizes que utilizem

polidimetilsiloxano como agente cicatrizante ou como sendo a

própria matriz.

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Tabela 1: Revisão de trabalhos que utilizam microcápsulas de PUF para

autorregeneração da matriz.

Fonte: Produção do autor.

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81

WTDCB – Width – Tapered Double Cantilever Beam (Imagem da

geometria do corpo de prova disponível no Anexo A).

Para avaliar a capacidade autorregenerável do polímero,

tipicamente utiliza-se o ensaio de tenacidade à fratura como

método. A adição de microcápsulas preenchidas com o agente

cicatrizante pode aumentar a tenacidade à fratura do material

autorregenerado, pois, quando a microcápsula é rompida ocorre

a libertação do agente cicatrizante para o plano da fratura (Fig.

19) iniciando a polimerização e impedindo a propagação da

trinca (LEE et al, 2011).

A avaliação da capacidade autorregenerativa do

material por meio do teste de tenacidade à fratura utilizando a

geometria TDCB, foi introduzida experimentalmente na

literatura por White et al. (2001). Este trabalho observou uma

média de eficiência de autorregeneração (η) de 75% para uma

matriz epoxídica após a injeção manual por meio de uma

seringa com DCPD e catalisador no plano da fratura. As

superfícies fraturadas das amostras testadas foram mantidas em

contato a temperatura ambiente por tempo suficiente para haver

a autorregeneração da rachadura, sendo que, na maioria dos

ensaios, esperou-se 48h para a realização de um segundo teste.

A eficiência de cura () na autorregeneracão foi posteriormente

calculada através dos valores de tenacidade à fratura (KIC) do

material antes e depois da autorregeneração, conforme a

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Equação 1. Foram testadas outras amostras compostas por: (1)

epóxi com catalisador de Grubbs e sem microcápsulas, (2)

epóxi com microcápsulas mas sem catalisador de Grubbs, estas

amostras não apresentaram autorregeneracão. Esta geometria

tem sido investigada com sucesso para vários materiais com

capacidade de autorregeneração como pode ser visto nos

trabalhos a seguir.

Figura 19: Simulação do processo de autorregeneraçao da trinca formada no

corpo de prova de geometria TDCB, após o ensaio de tenacidade à fratura.

Fonte: Adaptado de SODANO, 2010.

Jin et al. (2012) abordaram os efeitos da tenacidade à

fratura com o sistema de autorregeneração de matriz epoxídica

usando microcápsulas preenchidas com diferentes agentes

cicatrizantes, uma parte preenchida com epóxi e outra com

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83

amina e avaliaram a melhor quantidade de cada microcápsula

(epóxi/amina) para obter a melhor eficiência de cura. A

máxima eficiência de cura obtida para estas amostras foi de

91%±21, com 7% (m/m) de microcápsulas contendo amina e

10,5% de microcápsulas preenchidas com epóxi. A

metodologia para a avaliação da eficiência de cura seguiu o

procedimento definido por White et al. (2001).

Brown et al. (2001) avaliaram diferentes amostras de

matriz epoxídica, autorregeneradas manualmente usando uma

seringa para injetar DCPD e catalisador de Grubbs no plano da

fratura, obtendo máxima eficiência de cura de 97%±15 para

concentração de 4,4:1(g:l) (catalisador:DCPD). Também foi

analisada a amostra de matriz epoxídica com catalisador sem

microcápsulas preenchidas com DCPD obtendo eficiência

máxima de autorregeneracão de 63±6%. Outra amostra

analisada apresenta a matriz epoxídica com microcápsulas

preenchidas com DCPD e catalisador dispersas na matriz,

obtendo eficiência de cura de 85%, em termos de tenacidade à

fratura, utilizando 2,5% (m/m) de catalisador de Grubbs e 5%

(m/m) microcápsulas preenchidas com DCPD. Utilizando

10%(m/m) de microcápsulas o valor de eficiência de cura

diminui para 50%. Neste trabalho também foi abordada a

quantidade de tempo necessária para que ocorra a

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autorregeneração da matriz epoxídica por testes de fratura em

intervalos de tempo que variam de 10 min a 72 h. Nenhuma

recuperação mensurável de propriedades mecânicas ocorreu até

25 min, o que corresponde ao tempo de gelificação do

poli(DCPD) à temperatura ambiente, sendo que somente 10

horas após o início da trinca que ocorreu alguma recuperação

das propriedades mecânicas. Para a maioria das experiências, o

segundo teste foi realizado depois de 48 h.

Outro trabalho que utilizou o mesmo método para

avaliar a eficiência de autorregeneração foi o trabalho de Yin et

al. (2007). Na matriz epoxídica foram incorporadas 10%(m/m)

de microcápsulas preenchidas com epóxi e 2%(m/m) do

complexo do CuBr2 e 2-metilimidazol (CuBr2(2-Melm)4)

disperso na matriz para promover a reação de autorregeneração

obtendo 68% de eficiência (η).

Cho et al. (2006) avaliaram a autorregeneraçao de uma

matriz vinil éster com dois polisiloxanos (poli(dimetilsiloxano)

hidroxi funcionalizado (HOPDMS) e poli(dietoxi-siloxano)

(PDEs)) dispersos na matriz, utilizando um dilaurato de di-n-

butil-estanho (DBTL) como catalisador microencapsulado.

Neste trabalho também foi utilizado o mesmo tipo de teste de

autorregeneracão dos trabalhos acima para quantificar a

eficiência de cura e a mesma geometria do corpo de prova

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TDCB. A eficiência máxima encontrada foi de 24% para as

amostras contendo 12% (m/m) de PDMS e 3,6% de

catalisador.

Para materiais que apresentam comportamento não

linear na curva de força-deslocamento, obtido no ensaio de

tenacidade à fratura para a amostra autorregenerada, são

avaliados usando a energia interna de deformação (U). Nestes

casos, é definido como método para avaliar a eficiência de cura

a energia interna de deformação para amostra autorregenerada

dividida pela energia interna medida para a amostra antes de

ocorrer a autorregeneração conforme a Eq. 2 (RULE et al.,

2005). O melhor resultado da eficiência de autorregeneração

(n´) foi de 93%, obtida utilizando 0,75% (m/m) de catalisador

Grubbs protegido por microesferas de cera e 10% de

microcápsulas preenchidas com DCPD dispersos em matriz de

epoxídica.

Outro trabalho que utilizou a Eq. 2 para calcular a

eficiência de autorregeneração (n`) foi Mauldin et al. (2007),

que pesquisou esterioisomeros do DCPD (exo-DCPD e endo-

DCPD) e catalisador de Grubbs em matriz epoxídica, obtendo

através da medida da energia interna n` igual a 60%.

Conforme descrito, as microcápsulas com um agente

cicatrizante podem levar à autorregeneração de materiais

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86

poliméricos, sendo a eficiência destes processos avaliada por

meio de ensaios de tenacidade á fratura. No entanto, não se

encontrou na literatura qualquer trabalho abordando a

utilização do PDMS-a como agente cicatrizante.

Com base no exposto, a proposta de um estudo

avaliando a tenacidade à fratura utilizando a geometria TDCB

e o efeito de autorregeneração de diferentes concentrações de

microcápsulas preenchidas com um agente cicatrizante ainda

não estudado (PDMS-a /TETA), deve levar a informações

importantes sobre os efeitos na eficiência de autorregeneração.

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87

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 MATERIAIS

Neste trabalho utilizaram-se dois polidimetilsiloxanos

aminados cujos nomes comerciais são BELSIL®ADM 1650 e

BELSIL®ADM 653 (Wacker, Alemanha). A Fig. 7 apresenta

as estruturas dos polidimetilsiloxanos aminados. A partir de

testes preliminares, descritos no Anexo B, o BELSIL®ADM

1650 foi escolhido para o desenvolvimento do trabalho, e na

sequência será designado de PDMS-a.

A matriz epoxídica utilizada é baseada em diglicidil éter

de bisfenol-A (DGEBA) comercialmente chamada de Araldite

GY 251 contendo teor de epóxi de 4,20-4,35 Eq/kg e seu

endurecedor HY 956 (TETA) na proporção definida pelo

fabricante, ambos fornecidos pela empresa Huntsman. A matriz

epoxídica é identificada no texto como DGEBA. A Tab. 2

apresenta as principais propriedades da matriz epoxídica

Araldite GY 251 e do endurecedor Aradur HY 956.

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88

Tabela 2: Propriedades da matriz epoxídica Araldite GY 251 e do

endurecedor Aradur HY 956.

Propriedade Araldite Aradur ADM ADM

GY 251 HY 956 1650 653

Viscosidade

a 25°C (mPa.s)

1350-1850

450

1000

75

Densidade

a 25°C (g.cm-3

)

1,13 1,02

EEW

(g.Eq-1

)

230-238

Número Amina

(mmol/)

0,6 0,1

EEW-Equivalente grama.

Para preparação das microcápsulas foram utilizados

formaldeído (37% em solução aquosa), dodecil sulfato de sódio

(SDS), cloreto de amônio, uréia, hidroxido de sódio e ácido

clorídrico ambos fornecidos pela Cinética. Resorcinol e octanol

fornecidos pela Vetec.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Avaliação do Grau de Reticulação do PDMS-a na

Matriz Epoxídica por meio da Espectroscopia no

Infravermelho (FTIR)

Para evidenciar a reticulação do PDMS-a foi avaliado o

grau de reticulação em vários tempos (0, 2, 4, 6, 24 e 48h) com

a resina DGEBA. As amostras de PDMS-a na proporção de

46% (m/m) em relação a resina DGEBA, foram misturadas

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89

manualmente durante 5 minutos. Este teor é a quantidade de

agente cicatrizante necessária para reagir com a resina

epoxídica na razão estequiométrica. Este cálculo foi realizado

com base no equivalente grama de epóxi do monômero e no

equivalente grama do hidrogênio da amina presente no agente

cicatrizante PDMS-a, conforme utilizado na formulação

estequiométrica para o sistema de epóxi DGEBA/TETA que é

definida pelo fabricante (HUNTSMANN, 2013).

As reações de cura da matriz epoxídica DGEBA em

diferentes tempos de reação utilizando o polidimetilsiloxano

aminofuncional (PDMS-a) foram estudadas por meio da

espectrometria no infravermelho (FTIR). A cura, pelas reações

entre os grupos amina presentes no PDMS-a e a ligação C-O

dos anéis epóxi da matriz DGEBA, foi acompanhada pelo

monitoramento da banda característica do anel epoxídico a 916

cm-1

, em vários tempos de reticulação. As análises por

espectroscopia no infravermelho (FTIR) foram realizadas em

um equipamento Perkin Elmer Spectrum One, no intervalo de

550 – 4000 cm-1

(modo ATR, 32 scans).

O grau de reticulação com diferentes concentrações de

PDMS-a foi determinado pela relação entre as áreas da banda

de epóxi a 916 cm-1

e a 1182 cm-1

, conforme utilizado por

RIGAIL-CEDEÑO et. al. (2005) e GONZALEZ et. al. (2004).

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90

A banda a 1182 cm-1

, atribuída ao estiramento C-H do anel

aromático de DGEBA, permanece invariável durante a reação e

pode ser usada como uma banda de referência para a análise. A

banda a 916 cm-1

refere-se ao grupo epóxi, o qual diminui

durante o processo de reticulação. A variação desta banda

permite uma análise do progresso da reação e a conversão de

epóxi é dada através da Eq.8.

𝛼 = 1 −[(𝐴916,𝑡) (𝐴1182,0)]

[(𝐴916,0) (𝐴1182,𝑡)] Equação 8

Onde A1182,0, A1182, t referem-se às áreas das bandas de

referência no tempo zero (0) e após certo tempo (t),

respectivamente. A916,0, A916, t são as áreas das bandas para a

matriz epoxídica não reticulado e a resina parcialmente

reticulada, após um certo tempo, respectivamente.

3.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

As análises de DSC foram conduzidos em um

equipamento Maia-200 F3 (NETZSCH) para avaliar a cinética

de cura das amostras da resina DGEBA misturada com 46%

em massa de PDMS-a. A amostra foi aquecida a temperatura

ambiente até 300oC com taxa de aquecimento de 10

oC.min

-1

sob atmosfera de nitrogênio. Esta mesma proporção

DGEBA/PDMS-a foi testada em condições isotérmica à 25oC

durante 120 minutos.

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91

3.2.3 Síntese das Microcápsulas

Primeiramente foram desenvolvidas microcápsulas ocas

seguindo os procedimentos descritos na literatura (BROWN et

al; 2003 e BLAISZIK et al.;2008), testando algumas

modificações dos parâmetros de síntese como tipo de

surfactante e a taxa de agitação, conforme anexo C. O

fluxograma da Figura 20 mostra o processo utilizado para a

preparação das microcápsulas.

Na temperatura ambiente (20-24oC) 200mL de água

deionizada e surfactante SDS (0,6g) foram misturados em um

becker de 500ml. O becker foi colocado em um banho de

silicone com temperatura controlada e com agitação utilizando

um agitador mecânico digital (FISA TOM modelo 713D).

Sob agitação, foram adicionados 5,00 g de uréia como

monômero, e na sequência 0,50g de cloreto de amônio (para

redução do pH pela liberação de HCl) e 0,50g resorcinol

utilizado como agentes de reticulação. Em seguida, o pH foi

ajustado para 3-3,50 adicionando-se hidróxido de sódio

(NaOH) ou ácido clorídrico (HCl).

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92

Figura 20: Etapas de preparação de microcápsulas formadas por

polimerização em emulsão de uréia e formaldeído.

Fonte: Produção do próprio autor, baseada Brown et al., 2003.

Para eliminar as bolhas de superfície devido ao

processo de agitaão foram adicionadas uma a duas gotas de

Caracterização

Reação de 4horas á 55oC

Lavar, filtrar e secar

200ml de água deionizada

Surfactante SDS

Taxa de agitação

500 e 800rpm

Ajuste de pH entre 3 e

3,5

5g de uréia

0,50 g de cloreto de

amônio

0,50g resorcinol

12,67g de formaldeído

Microcápsulas ocas PUF

Infiltração

(TETA e PDMS-a)

Purificação Microcápsulas PUF

preenchidas

(TETA/PDMS-a)

FTIR

Análise térmica

Microscopia ótica

MEV-FEG

MEV-FEG

FTIR

Distribuição

granulométrica

Análise térmica

Caracterização

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1-octanol. Depois de alguns minutos para a estabilização,

foram adicionados 12,67g de 37%(m/m) de solução aquosa

de formaldeído iniciando a policondensação. A solução foi

coberta e aquecida a uma temperatura de 55oC durante 4h

sob agitação conforme apresentado na Fig. 21.

Figura 21: Imagem do sistema utilizado na síntese das microcápsulas ocas

de PUF.

.

Fonte: Produção do próprio autor, baseada Brown et al., 2003.

A taxa de agitação também foi avaliada por influenciar

no tamanho e nas características finais do novo material, pois

não foi verificada em trabalhos anteriores a melhor alternativa

para a taxa de agitação e tamanho da microcápsula tendo em

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94

vista ser um novo material. Foram realizadas várias sínteses

seguindo o mesmo procedimento com taxas de agitação de

500rpm e 800rpm para verificar a reprodutibilidade e definir a

taxa de agitação a ser seguida para a produção da

microcápsulas (WHITE et al., 2001 e BROWN et al., 2003).

Essas taxas de agitação foram escolhidas a partir de trabalhos

discutidos na literatura. Depois de resfriada à temperatura

ambiente, a suspensão de microcápsulas foi filtrada a

vácuo. As microcápsulas foram lavadas com água

deionizada para retirar o excesso de surfactante, e em

seguida secas a temperatura ambiente por 24-48 h

(BROWN et. al 2003). As microcápsulas foram dispersas

na matriz epoxídica e avaliadas por meio do microscópio

eletrônico de varredura para verificar a resistência e

estabilidade das microcápsulas ocas de PUF.

As microcápsulas ocas de PUF foram infiltradas com

dois agentes cicatrizantes da matriz epoxídica o PMDS-a e o

próprio endurecedor da matriz epoxídica TETA, seguindo o

processo definido por JIN et. al., (2012) (Figura 8). As

microcápsulas ocas foram imersas em TETA sob vácuo por 8

horas. Após infiltração a vácuo, as microcápsulas que

flutuaram no líquido ainda estavam vazias e foram retiradas e

descartadas, enquanto que as microcápsulas que afundaram e

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95

estavam no fundo do líquido estavam preenchidas com TETA.

Estas micracápsulas foram filtradas e serão definidas na

sequência do texto como mTETA. O mesmo procedimento foi

realizado para a obtenção das microcápsulas preenchidas com

PDMS-a as quais serão definidas como mPDMS-a. As

microcápsulas preenchidas foram lavadas com acetona.

As microcápsulas ocas e preenchidas foram

caracterizadas antes de incorporá-las à matriz epoxídica

com o objetivo de avaliar a morfologia da microcápsula,

propriedades físicas e estabilidade da estrutura encapsulante

(UF), tamanho característico das microcápsulas e avaliar a

concentração dos agentes cicatrizantes na microcápsula. As

investigações propostas foram executadas seguindo os

procedimentos descritos a seguir.

3.2.4 Caracterização das Microcápsulas

3.2.4.1 Análise microestrutural das microcápsulas

A avaliação da microestrutura das microcápsulas ocas e

preenchidas obtidas foi realizada em um microscópio

eletrônico de varredura (MEV-FEG) da marca ZEISS modelo

DSM 940A. O objetivo desta análise foi avaliar a morfologia

das cápsulas, o tamanho e a formação ou não de aglomerados.

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96

3.2.4.2 Distribuição granulométrica

A determinação do tamanho das microcápsulas ocas foi

realizada por difração a laser, utilizando-se o equipamento

Cilas, modelo 1064L. As amostras foram preparadas na forma

de suspensão com 10% em massa do teor de sólidos, sendo

utilizada água como meio dispersor.

3.2.4.3 Termogravimetria (TG)

A estabilidade térmica de ambas as microcápsulas e a

percentagem em massa de cada componente nas microcápsulas

foi estimada com base na análise dos dados de TG e DTG que

representa a derivada da curva TG das microcápsulas

preenchidas com PDMS-a ou TETA, realizada em um

equipamento Netzsch modelo STA 449C-JUPTER utilizando

taxa de aquecimento de 10ºC/min em atmosfera controlada de

N2.

3.2.3.5 Espectroscopia no infravermelho (FTIR)

As análises por espectroscopia no infravermelho (FTIR)

das microcápsulas preenchidas e ocas, como também dos

agentes cicatrizantes PDMS-a e TETA, foram realizadas em

um equipamento Perkin Elmer Spectrum One, no intervalo de

550 – 4000 cm-1 (modo ATR, 32 scans). Essas análises

tiveram o intuito de verificar a incorporação do TETA e

PDMS-a nas microcápsulas.

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97

3.2.5 Dispersão das Microcápsulas na Matriz Epoxídica

As microcápsulas preenchidas com PDMS-a foram

dispersas em acetona, TETA (agente de cura da matriz

epoxídica) e éter etílico, utilizando diferentes equipamentos

(agitação magnética (IKA C-MAG HS7) ou agitação mecânica

(FISATOM modelo 713D)), que pudessem auxiliar a

desaglomerar as microcápsulas preenchidas com PDMS-a antes

da sua incorporação na matriz epoxídica.

As microcápsulas preenchidas com PDMS-a (mPDMS-

a) foram primeiramente dispersas em acetona (0,2 g de

microcápsulas para 50ml de acetona) e misturadas com

agitador mecânico com taxa de agitação de 700rpm.

Para promover a dispersão das microcápsulas em TETA

(0,2g de mPDMS-a para 5g de TETA) foi utilizado o agitador

mecânico com taxa de 700 rpm por 1h. Foi ainda testada a

dispersão destas microcápsulas (mPDMS-a) em éter etílico

(0,2g de mPDMS-a) para 50ml de éter) por meio de agitação

magnética por 10 minutos e investigadas a dispersão e a

estabilidade das microcápsulas.

Foi investigado outro método na tentativa de

aperfeiçoar a dispersão das microcápsulas preenchidas. Para

este método foi reduzido o tempo de armazenamento das

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microcápsulas preenchidas para evitar a aglomeração. Na

sequência, as microcápsulas foram dispersas em TETA por

5minutos em agitação magnética (IKA C-MAG HS7), visto

que o TETA é o agente de cura da matriz epoxídica facilitando

a preparação do corpo de prova. Em seguida as microcápsulas

dispersas em TETA (na proporção estequiométrica para reagir

com a matriz epoxídica como descrito na metodologia) foram

misturadas na matriz epoxídica com agitação mecânica (FISA

TOM modelo 713D) para homogeneização.

Todas as amostras foram analisadas por meio do

microscópio ótico da marca Olympus modelo CX31 para

verificar a dispersão das microcápsulas e como o solvente

afetaria a sua morfologia e estrutura. Posteriormente, a resina

foi polimerizada com auxílio de trietilenetetramina (TETA)

para formação da matriz epoxídica. A dispersão das

microcápsulas na matriz foi avaliada por MEV.

3.2.6 Ensaios de Tração

Os ensaios de tração foram realizados seguindo as

condições do ensaio presentes na norma ASTM D638

(American Society for Testing and Materials, 2010), utilizando

corpos de prova do tipo IV e velocidade de ensaio em 5,0

mm/min. Os ensaios foram então realizados em uma máquina

universal de ensaios mecânicos EMIC DL 10000BF utilizando

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uma célula de carga de 5,0 kN (UNIVILLE), com pelo menos

10 amostras por grupo analisado.

Foram realizados testes de tração preliminares

utilizando o PDMS-a disperso na matriz epoxídica DGEBA

sem estar microencapsulado e analisado os resultados de tensão

máxima de ruptura, módulo de elasticidade e alongamento de

ruptura conforme descrito no Anexo D. Os resultados desses

testes foram utilizados para definir as concentrações de PDMS-

a microencapsulado. Os sistemas DGEBA, DGEBA com

microcápsulas preenchidas com PDMS-a (DGEBA/mPDMS-a)

e DGEBA com microcápsulas ocas (DGEBA/mOCA) foram

preparados e curados para a avaliação das propriedades

mecânicas por meio dos ensaios de tração conforme Tab. 3.

Tabela 3: Descrição de composições de autorregeneração do sistema

DGEBA, durante a cura por 2h à temperatura ambiente após 2 horas a 80°C.

Sigla Teor de

microcápsulas

% (m/m)

DGEBA 0

DGEBA/mOCA 1,0; 2,5 e 5,0

DGEBA/mPDMS-a 1,0; 2,5 e 5,0

Na preparação do epóxi puro (DGEBA), o agente de

cura a base de poliamina (TETA), foi adicionado na proporção

5:1 a 100 g de resina epoxídica, conforme especificações do

fabricante.

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No sistema epóxi DGEBA com microcápsulas ocas

(DGEBA/mOCA), foram adicionadas (1,0; 2,5 e 5,0% em

relação à massa de epóxi) de microcápsulas ocas. Para o

sistema epóxi DGEBA com microcápsulas preenchidas com

PDMS-a (DGEBA/mPDMS-a), foram adicionadas (1,0; 2,5 e

5,0% em relação à massa de epóxi) de microcápsulas

preenchidas com PDMS-a. Após a mistura foi vazada em

moldes de silicone e curadas a 80oC por 2 horas para não

ocorrer qualquer tipo de influência no novo sistema

epóxi/microcápsula.

Os resultados foram analisados estatisticamente

utilizando o Turkey Test (p<0,05) no software Origin 8.0.

3.2.7 Ensaios de Tenacidade à Fratura

3.2.7.1 Preparação dos corpos de prova para o Ensaio de

Tenacidade à Fratura

Para avaliar a eficiência de cura através do ensaio de

tenacidade à fratura foram preparados corpos de prova com os

seguintes sistemas: Sistemas epóxi DGEBA, epóxi DGEBA

com microcápsulas preenchidas com TETA (DGEBA/mTETA)

e epóxi com microcápsulas preenchidas com TETA e PDMS-a

(DGEBA/mPDMS-a/mTETA). A matriz epoxídica é composta

de DGEBA e o seu endurecedor TETA, na proporção 5:1

(resina: endurecedor). Para o sistema DGEBA/mTETA foi

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101

adicionado 2,5 e 5% em relação à massa de epóxi de

microcápsulas preenchidas com TETA.

Os sistemas DGEBA/mPDMS-a/mTETA foram

preparados com a adição de 2,5% e 5% de microcápsulas

preenchidas com TETA e microcápsulas preenchidas com

PDMS-a em relação a massa de epóxi. A relação das

proporções de cada tipo de microcápsula (TETA/PDMS-a)

presente no sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA foi calculado

através da proporção estequiométrica do endurecedor utilizado

com a matriz epoxídica DGEBA. A relação estequiométrica

para o sistema de epóxi DGEBA/TETA é obtido usando a

denominação de partes de endurecedor (Phr), como sendo parte

em gramas de endurecedor para 100 partes de resina. O valor

de Phr é calculado baseando-se na relação equivalente grama

do DGEBA (EEW, g/eg) e o valor de PEHA que é o peso

equivalente em hidrogênio ativo (g/eq). O valor de Phr é obtido

utilizando a seguinte equação:

Phr=PEHA x 100

EEW Equação 9

O valor do EEW da matriz epoxídica é calculado por

meio da massa molar média da resina epóxi DGEBA dividida

pelo valor teórico da funcionalidade (F) igual a 2, que

representa o número de grupos epóxi por cadeia Fig. 2. Para o

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102

endurecedor da matriz, também denominada como agente

cicatrizante (TETA), o valor de PEHA e EEW do DGEBA foi

obtido do fabricante (Anexo E) conforme apresentado na Tab.

4.

Por sua vez, o valor do phr (Eq. 9) para o agente

cicatrizante PDMS-a é obtido pelo valor do PEHA do PDMS-a

e o valor de EEW do DGEBA (Tab.1). O valor de PEHA do

agente cicatrizante PDMS-a é obtido da relação da massa

molar do PDMS-a dividido pelos números de hidrogênios ativo

da amina presente na PDMS-a (que foi utilizado 2, Fig. 2),

conforme a Eq. 10 demonstrada a seguir:

𝑃𝐸𝐻𝐴 =𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑃𝐷𝑀𝑆−𝑎

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 Equação 10

O valor de PEHA que é o peso equivalente em

hidrogênio ativo (g/eq) encontrado para o PDMS-a foi de

161g/eq (Tab. 4).

Tabela 4: Descrição do valor do EEW do DGEBA e os valores de PEHA do

TETA e o do PDMS-a.

Composição Sigla g/Eq

DGEBA EEW 230

TETA PEHA 47

PDMS-a PEHA 161

Na formulação do sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA

a massa de cápsulas incorporadas na matriz considerou a

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103

proporção TETA/PDMS-a 80/20 (mol/mol), sendo que para o

cálculo do Phr (Tab.5) foram utilizados os valores ponderados

de PEHA do TETA (80%) e do PDMS-a (20%), conforme a

Eq. 9:

Para TETA 𝑃ℎ𝑟 =37,6 𝑥 100

230 = 16,35

Para PDMS-a 𝑃ℎ𝑟 =32,2 𝑥 100

230 = 14

Sendo 53,87% de TETA e 46,13% PDMS-a em relação a cada

teor de microcápsulas 2,5% e 5% Tab. 5.

Tabela 5: Descrição dos valores de PEHA e Phr para TETA e PDMS-a.

PEHA PEHA

(mol/mol)

Phr %

(m/m)

TETA 47 37,6

(80%)

16,35 53,87

PDMS-a 161 32,2

(20%)

14 46,13

A Tab. 6 apresenta a composição dos sistemas descritos

acima. Os sistemas foram desgaseificadas para remover o ar

retido, e em seguida foram misturadas as microcápsulas na

matriz epoxídica por 5 min com agitador mecânico (400rpm), e

em seguida vertida em moldes de silicone na geometria TDCB,

e curados a temperatura ambiente por 2 h, seguido por 2 horas

a 80oC.

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104

Tabela 6: Descrição das composições do sistema DGEBA,

DGEBA/mTETA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA, durante a cura 2h à

temperatura ambiente após 2 horas a 80°C.

Sigla Teor microcápsulas % (m/m)

DGEBA 0

DGEBA/mTETA 2,5;

5,0

DGEBA/mPDMS

-a/mTETA

2,5(46,13%(PDMSa)/53,87%(TETA));

5,0 (46,13%(PDMS-a)/53,87%(TETA))

3.2.7.2 Avaliação da Tenacidade à Fratura

O comportamento de propagação da trinca da amostra

de matriz epoxídica modificada com microcápsulas que

apresentam função autorregenerativa foi investigada utilizando

o corpo de prova com geometria TDCB mostrada na Fig. 14. O

ensaio de KIC consiste em submeter um corpo de prova pré-

trincado a um carregamento levando à sua fratura, com o

monitoramento da força e o deslocamento.

As amostras foram testadas no equipamento Zwick

1454 (BAM-Berlin/Alemanha) com uma célula de carga de 1,0

kN e sob controle de deslocamento a uma taxa de 5 µm/s. Foi

realizado também um acompanhamento do comprimento e da

abertura da trinca, registradas pelas imagens feitas a cada 10N

utilizando uma máquina fotográfica Nikon D70s. Antes de

cada teste, as amostras foram suportadas em uma posição

alinhada e sem pré-tensão. Gerou-se uma pré-trinca nos corpos

de prova, conforme descrito por Brown et al., 2002 e White et

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105

al., 2001, em que uma lâmina foi utilizada para iniciar um pré-

trinca na amostra. A pré-trinca é requerida para produzir um

ponto de trinca aguda para iniciar o seu crescimento (Zhu e

Joyce, 2012). A pré-trinca foi iniciada através de cortes

subsequentes feitos na raiz do entalhe utilizando um suporte

desenvolvido para a geometria TDCB com lâmina de 0,1mm

de espessura conforme Figura 22. O tamanho da pré-trinca foi

medido atendendo a norma ASTM D5045 (2007), utilizando o

seguinte requisito: 0,45≤a/W≤0,55. As medidas ´a´ e ´W´ estão

apresentadas na geometria TDCB na Fig. 14.

Figura 22: Suporte fabricado para realizar a pré-trinca no corpo de prova

TDCB.

Fonte: Produção do autor.

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106

Foi realizado um sulco na parte superficial do corpo de

prova com 25 mm de comprimento, por meio do molde, como

descrito por RULE, et al. (2007) e Coope et al. (2011). O

emprego do sulco de 25mm foi escolhido para facilitar o

caminho da fratura impedindo o rompimento da amostra fora

da área central, e, o mais importante, a terminação da trinca

controlando a sua propagação de modo que a amostra não se

rompa totalmente. Desta forma, facilita-se o contato entres as

duas faces da amostra previamente fraturada, contribuindo para

o processo de autorregeneracão em amostras já fraturadas. O

ângulo do sulco utilizado foi de 45º conforme o trabalho de

Brown et al. (2011) para garantir que a fratura percorra ao

longo da amostra.

Para o cálculo da tenacidade à fratura foram utilizadas

as equações apresentadas no trabalho de Brown et al. (2002)

para o corpo de prova do tipo TDCB. A tenacidade à fratura

(KIC) é obtida a partir da Equação 4, onde Pc é a carga de

prova (carga máxima devido ao comportamento frágil das

amostras), B é a espessura da amostra, e o m é a constante

calculada pela Eq. 6 a tenacidade e a eficiência de cura foram

calculadas a partir de no mínimo 5 amostras. Os resultados

foram analisados estatisticamente utilizando o Turkey Test

(p<0,05) no software Origin 8.0.

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107

3.2.7.3 Acessórios de Fixação dos Corpos de Prova (Clevis)

Um conjunto personalizado de acessórios foram

necessários para realizar o ensaio de tenacidade à fratura nas

amostras TDCB. A Figura 23 apresenta a amostra com os

acessórios posicionada no equipamento.

Figura 23: Acessórios utilizados nos testes de tenacidade à fratura.

Fonte: Próprio autor.

Os aparatos de fixação utilizados nesse ensaio foram

duas garras (clevis), através dos quais foi aplicado o

carregamento à amostra. As garras são constituídas de forma a

permitir a rotação da amostra durante o ensaio. Foram

adicionados nas extremidades das hastes das garras rolamentos

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108

de articulação (Pivoting bearings), inseridos nos furos onde

ocorre a fixação para realizar o ensaio, este acessório é que

permitia a livre rotação e a acomodação de qualquer

desalinhamento menor da amostra para realização dos ensaios

(isso ocorre devido às diferenças das medidas da amostra de

TDCB e a fabricação do mesmo manualmente através de

molde de silicone) e são necessários para corrigir grandes

distorções.

3.2.7.4 Calibração Experimental do Corpo de Prova com

geometria TDCB

Os corpos de prova no formato TDCB exigem a

calibração experimental (Compliance) para cada grupo

experimental, desta maneira, é possível encontrar o valor da

constante “m” (Eq. 6) para posteriormente ser determinada a

tenacidade à fratura conforme a Eq. 4. O valor de “m”

determina um perfil de altura que deve ser constante com o

crescimento da trinca, ao longo de um intervalo de

comprimentos de trinca desejado, característica específica de

corpos de prova no formato TDCB.

Para obter o valor de m (Eq. 6) é necessário obter o

valor do Compliance. O Compliance é a razão de deslocamento

com a carga suportada pelo material, para obter esse valor é

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109

necessário testar várias amostras com diferentes tamanhos de

trinca.

Para a geometria do corpo de prova TDCB, as

medidas de Compliance foram realizadas para 15 amostras de

matriz epoxídica (sem microcápsulas), com comprimentos de

trinca variando de 27 a 57 milímetros. Foi realizada a trinca e

medido o seu comprimento a partir da linha AA conforme a

Figura 24 até a trinca realizada (JUNG, 1997).

Figura 24: Especificação da medida do início da trinca no corpo de prova de

geometria TDCB.

Fonte: Próprio autor.

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110

Foram realizados ensaios de tenacidade para cada

amostra com diferente tamanho de trinca. Foi realizado um

ajuste da equação da reta nos gráficos Força(N)-

deslocamento(x) na região linear (A), da Fig. 25. O inverso da

inclinação da reta (slope) é o Compliance (C) da amostra para

um específico tamanho de trinca (BROWN et al., 2011; JUNG,

1997).

Figura 25: Típico resultado obtido do ensaio de tenacidade à fratura com a

representação gráfica da Compliance.

0 1 2 3 4

0

50

100

150

200

250

300

Fo

rca

(N

)

x(mm)

A

Fonte: Próprio autor.

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111

Os valores obtidos de Compliance foram lançados em

um novo gráfico Compliance-comprimento de trinca (C x a),

sendo obtido o valor de dC/da por meio da inclinação reta

conforme Fig. 26.

Figura 26: Representação gráfica da Compliance-crescimento trinca, e a

obtenção de dC/da.

Fonte: Próprio autor.

3.2.7.5 Descrição do Método de Autorregeneração por meio do

Ensaio de Tenacidade à Fratura

Para avaliar a autorregeneração através do ensaio de

tenacidade à fratura foram utilizadas as seguintes

determinações: fratura total ou seja sem autorregeneração e

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112

fratura até o fim do sulco (25µm) presente na amostra que

passou por reteste até à sua fratura total. Para o ensaio sem

autorregeneração a amostra de matriz epoxídica foi testada até

fraturar totalmente em duas partes. Para a amostra com fratura

até o fim do sulco foi necessário desenvolver um procedimento

e definir o fim do ensaio para que não ocorresse a fratura total.

O teste de fratura foi repetido após 48 horas em temperatura

ambiente até a fratura total nesta mesma amostra. O sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA com 2,5% de microcápsulas foi o

único sistema em que o teste de fratura foi realizado após 2

horas em temperatura de 80oC até a fratura total na mesma

amostra.

A avaliação da autorregeneração para as amostras

fraturadas somente até atingirem o final do sulco, foi realizada

da forma descrita a seguir. No ensaio de fratura total foram

obtidos o valor da força (N) e o monitoramento do crescimento

da trinca (a, mm) foram realizados por meio das fotos obtidas a

cada 10N que o teste avançou (Fig. 27).

Desta forma, é possível obter o valor de força a cada

10N e aplicar na Eq. 4 para se encontrar o valor da tenacidade à

fratura (KIC).

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113

Figura 27: Amostra de epóxi com 5% de microcápsulas de TETA e PDMS-

a no momento em que foi parado o ensaio no final do sulco (declive).

Fonte: Próprio autor.

Para calcular o valor de m foi utilizada a relação teórica

(Eq. 5) definida no trabalho de Brown et al. (2002) e para isso

foi preciso definir a função h(a). Usando as medidas do corpo

de prova de TDCB podemos fazer uma relação trigonométrica,

conforme apresentada na Fig. 27 para encontrar a função h(a),

que sofreu uma variação para h(a)=0,413a + 5,24 devido ao

corpo de prova utilizado ter medidas maiores que na Fig. 28

(CHANG-JIU LI et al., 2003).

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114

Figura 28: Apresenta a geometria TDCB, com todas as medidas em mm, e

apresentando a função h(a) através da relação trigonométrica.

Fonte: Próprio autor.

Após identificar valor de KIC (Eq. 4) para cada 10N

estes valores são relacionados com os valores de “a”

determinados pelas medidas do crescimento da trinca obtidas

das imagens feitas a cada 10N durante o ensaio de tenacidade à

fratura. No gráfico KIC versus a, é possível observar o valor

máximo da trinca que é constante para este material, antes da

trinca crescer bruscamente e ocorrer a fratura conforme Fig.

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115

29. Portanto quando este valor de força máxima foi atingido o

ensaio foi parado, evitando o rompimento total dos corpos de

prova.

Figura 29: Gráfico KIC versus ao crescimento da trinca representativo do sistema

DGEBA sem microcápsulas.

25 30 35 40 45 50 55

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

K1

C(M

Pa

m1

/2)

crescimento da trinca (mm)

Epóxi puro

Fonte: Próprio autor.

A Fig. 29 apresenta o crescimento da trinca constante

até 45mm para o valor máximo de força de 190 a 200N,

momento em que a trinca chega ao final do sulco presente na

amostra, e o ponto antes da trinca avançar bruscamente e

fraturar totalmente a amostra. Se o teste não for parado neste

ponto de força máxima, o corpo de prova rompe até o final,

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116

invalidando o objetivo deste ensaio. Para a amostra com

microcápsulas este método também foi realizado para

determinar o valor de força máxima onde o ensaio é parado

para que não ocorra o rompimento total. Também é utilizado a

imagem realizada durante os ensaios para verificar que a

amostra atingiu o fim do sulco.

A eficiência de autorregeneração foi calculada por meio

dos valores obtidos do ensaio de tenacidade à fratura utilizando

aplicados nas equações 1 e 2 gerando valores de eficiência de

autorregeneração (η) e (η´´). A eficiência de autorregeneração

do η´ foi obtida da Eq. 1, utilizando o valor de tenacidade à

fratura do material autorregenerado em relação a matriz

DGEBA, conforme a Eq. 11:

η´ =KIC AUTO

KIC DGEBA Equação 11

Em função do limitado resultado observado para o

grupo autorregenerado a 25oC, avaliou-se o efeito da

temperatura. Para isso, o sistema DGEBA/mTETA/mPDMS-a

foi aquecido por 1 hora a 80oC para verificar a eficiência de

autorregeneração após o aquecimento.

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117

3.2.7.5 Análise Fractográfica

Análise fractográfica da superfície da fratura das

amostras foi realizada por meio do microscopio confocal a

laser KEYENCE modelo VK-X100/200.

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118

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente será apresentado o estudo de

espectroscopia no infravermelho (FTIR) dos sistemas

DGEBA/PDMS-a, para avaliação de sua viabilidade como

substituto ao agente de cura convencional a base de amina

(TETA).

Em seguida, serão apresentados os estudos de avaliação

dos parâmetros de obtenção de microcápsulas como a agitação.

Na sequência, são apresentados os resultados de caracterização

das microcápsulas contendo o agente cicatrizante PDMS-a.

Posteriormente foi testado qual o melhor método para

dispersão das microcápsulas ocas e preenchidas na matriz

epoxídica.

Posterior à adição das microcápsulas na matriz de epóxi

foram realizados ensaios mecânicos para avaliar a estabilidade

mecânica da estrutura. A fim de verificar a eficiência de

autorregeneração do PDMS-a com a matriz epoxídica foram

realizadas ensaio de tenacidade à fratura. Estes resultados serão

apresentados a seguir.

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119

4.1 AVALIAÇÃO DO GRAU DE RETICULAÇÃO DO

SISTEMA DGEBA/PDMS-a

O grau de reticulação da matriz epoxídica DGEBA

utilizando o agente cicatrizante polidiemtilsiloxano aminado

(PDMS-a) como substituto para o agente de cura a base de

amina (TETA) foi avaliado por meio da espectrometria no

infravermelho (FTIR).

A Figura 30 mostra o grau de reticulação do epóxi em

função do tempo de cura do DGEBA com 46% em massa de

PDMS-a (100:46) na razão estequiométrica.

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120

Figura 30: Grau de reticulação em função do tempo de reação (2, 4, 6, 24 e

48 horas) para o sistema DGEBA-G com 46% em massa de PDMS-a,

segundo eq. 8.

2h 4h 6h 24h 48h0,50

0,55

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

Pro

gre

sso d

a r

eaçao,

Tempo cura (h)

Fonte: Próprio autor.

A reticulação do DGEBA na razão estequiométrica com

PDMS-a produz cerca de 83% de reticulação, após 48 horas de

reação a temperatura ambiente. Observou-se que após 48 horas

de reação a reticulação ainda não estabilizou, indicando a

conversão incompleta do grupo epóxi no polímero

correspondente, resultado similar foi identificado por

ALMEIDA et al., (2005).

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121

Este resultado preliminar indica a necessidade de se

utilizar um catalisador para promover melhor reticulação a

temperatura ambiente. Essa condição de cura foi selecionada

para preparar os corpos de prova para os ensaios mecânicos.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS MICROCÁPSULAS

4.2.1 Síntese das Microcápsulas e a Distribuição

Granulométrica

As seleções apropriadas de parâmetros no processo são

importantes para o controle de preparação de microcápsulas,

incluindo o pH, temperatura, tipo e concentração de surfactante

e velocidade de agitação, que podem influenciar nas suas

características e na autorregeneração da matriz de epoxídica

(YUAN et al., 2008b). Neste contexto foram desenvolvidas

microcápsulas modificando o método original de síntese de

microcápsulas como a alteração da taxa de agitação e a

utilização do surfactante etileno anidrido maléico (EMA) em

substituição ao surfactante dodecil sulfato de sódio (SDS),

sendo possível obter microcápsulas similares nos dois tipos de

surfactante, com a vantagem do SDS ser mais barato e de fácil

acesso. Além disso, a produção de microcápsulas usando SDS

apresentaram estabilidade de armazenamento, excelente

resistência a solventes e uma resistência mecânica adequada

em relação a EMA (YUAN et al., 2008b). Alguns desses

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122

resultados podem ser vistos no Anexo C, que apresenta o artigo

publicado com a avaliação de alguns parâmetros de produção

das microcápsulas.

As microcápsulas de PUF produzidas utilizando o

método modificado de Brown et al, 2003 descrito na

metodologia, foram obtidas com taxa de agitação modificada

para 500 e 800rpm e surfactante EMA substituído por SDS.

Optou-se em sintetizar as microcápsulas com o surfactante

SDS em vez do EMA, pois as microcápsulas preparadas

usando surfactante (SDS) apresentaram estabilidade de

armazenamento, excelente resistência a solventes e uma

resistência mecânica adequada. O rendimento da síntese é

maior do que usando outros surfactantes, devido ao SDS ser

estável em soluções alcalina ou neutra e soluções ácidas fracas

(YUAN et al, 2008b). O fator custo do surfactante foi fator

relevante, pois o surfactante EMA é bem mais caro em relação

ao SDS.

As microcápsulas ocas de PUF foram produzidas

inicialmente com taxa de agitação de 500rpm utilizando como

surfactante o SDS. A Fig. 31 apresenta a visão geral das

microcápsulas ocas obtidas por meio da análise de microscopia

eletrônica de varredura por emissão de campo (MEV-FEG).

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123

Figura 31:Micrografias das microcápsulas ocas (MEV-FEG) obtidas sob

agitação de 500rpm.

Fonte: produção do próprio autor.

As microcápsulas ocas de PUF sintetizadas a 500rpm

foram analisadas por meio da difração a laser para avaliar a

distribuição granulométrica da microcápsulas. Na Figura 32 é

possível observar a distribuição de tamanhos das microcápsulas

com agitação mecânica de 500rpm para 6 réplicas. Estas

apresentam uma distribuição de tamanho das partículas

bimodal, e o tamanho das microcápsulas apresenta diâmetro

mais frequente (moda) variando de 300 μm a 400μm com

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124

ampla faixa de variação de tamanhos. Desta forma, foi

realizada a síntese utilizando a agitação mecânica de 800rpm

para verificar a redução da dispersão das microcápsulas e o

tamanho.

Figura 32: Distribuição de tamanhos das microcápsulas com agitação

mecânica de 500rpm para 6 réplicas.

200 400 600 800 1000

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Volu

me (

%)

Diâmetro (m)

Fonte: Próprio autor.

A distribuição de tamanhos das microcápsulas foi

realizada com agitação mecânica a 800rpm para 6 amostras

igualmente sintetizadas. A Fig. 33 apresenta a distribuição

unimodal de tamanhos das microcápsulas, observou-se que a

gama de tamanhos encontrados são similares entre as 6

amostras e que o diâmetro mais frequente (moda) para as

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125

microcápsulas foi aproximadamente 60µm em todas as

amostras. Esta análise fornece ainda a média de distribuição de

volume que é expressa como d(0,5) que expressa o tamanho de

partícula abaixo do qual se encontra 50% da amostra

(MONTALVO, 2008). O valor de d(0,5) encontrado para a

média geral das 6 amostras analisada é 49,9μm. Desta forma,

observa-se que utilizando taxa de agitação de 800rpm são

obtidas curvas de distribuição de tamanhos que se torna estreita

e similares entres a 6 diferentes amostras de microcápsula e o

diâmetro (moda) de microcápsulas diminui em relação as

amostras sintetizadas a 500rpm. Isto se deve ao fornecimento

de energia para a emulsão obtida pela agitação mecânica, que

formam microcápsulas de tamanhos que irão depender de

algumas variáveis, incluindo a velocidade de agitação e a

concentração de surfactante. Uma emulsão fina é favorecida a

medida que aumenta a velocidade de agitação promovendo o

rompimento das microcápsulas pela agitação, resultando em

maiores rendimentos de microcápsula de menor tamanho e

distribuição de tamanhos mais estreita (YUAN, et al., 2007).

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126

Figura 33: Comparativo da distribuição de tamanhos de microcápsulas para

6 amostras com taxa de agitação de 800rpm.

50 100 150 200 250 300 350

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Vo

lum

e (

%)

Diâmetro (m)

Replicas Mediana

(μm)

Modal

(μm)

Média

(μm)

Desvio

padrão

Diâmetro

cumulativo %

D50

1 31,5 60,1 27,6 0,37 31,5

2 44,9 60,1 26,4 0,75 44,9

3 53,8 60,1 46,7 0,42 53,7

4 56,3 60,1 36,7 0,66 56,2

5 50,6 60,1 38,5 0,54 50,6

6 62,4 60,1 56,9 0,35 62,5

Média Geral 49,9 60,1 49,9

Fonte: produção do próprio autor.

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127

Resultados similares de variação de dispersão de

diâmetros das microcápsulas ocas de PUF foi obtido no

trabalho de Liao et al, (2010) com variação de 20–200 μm

utilizando a mesma taxa de agitaçao de 800rpm.

Optou-se por utilizar a taxa de agitação mecânica de

800rpm na sequência do trabalho por apresentar uma

distribuição de tamanhos similares mais homogênea, entre as 6

amostras e mais homogênea em relação à distribuição a

500rpm, assim como menor valor de diâmetro (moda) das

microcápsulas, conferindo menor influência nas propriedades

mecânicas finais da matriz epoxídica.

Na sequência foram produzidos corpos de prova com

2% de microcápsulas ocas (m/m) dispersos em matriz

epoxídica e avaliados a superfície da fratura por meio da

microscopia eletrônica de varredura por emissão de campo

(MEV-FEG), conforme Fig. 34. A Fig. 34 apresenta as

microcápsulas dispersas após a incorporação na matriz

epoxídica, observando-se que estas apresentam o diâmetro de

aproximadamente 50µm, semelhante ao diâmetro (moda)

identificado pela distribuição granulométrica. Também é

possível observar que as microcápsulas são resistentes e

permanecem intactas após a dispersão e reticulação na matriz,

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128

sendo este fato um bom indício de que as microcápsulas

possuem resistência após incorporada na matrix epoxídica.

Figura 34: Microcápsulas ocas dispersas em matriz epoxídica com agitação

mecânica 800rpm durante 30minutos.

Fonte: Próprio autor.

Após a obtenção das microcápsulas ocas e a escolha da

rota de síntese para as microcápsulas ocas, conforme discutido

acima, como a escolha de surfactante e a taxa de agitação, foi

realizado o preenchimento das microcápsulas com os agentes

cicatrizantes PDMS-a e o TETA. Estas microcápsulas

preenchidas (PMDS-a e TETA) foram caracterizadas conforme

apresentado na sequência do texto.

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129

4.2.2 Termogravimetria das Microcápsulas

A Fig. 35 apresenta curvas de TG e a Fig. 36 apresenta

a primeira derivada da curva de TG representativas das

amostras de microcápsulas de PUF, microcápsulas de PUF

preenchidas com PDMS-a e somente PDMS-a.

Figura 35: Análise de TG do PDMS-a, das microcápsulas ocas e

preenchidas com PDMS-a. Taxa de aquecimento de 10oC/ min em N2.

0 200 400 600 800 1000

0

20

40

60

80

100

Ma

ssa

, %

Temperatura oC

Microcapsule (PUF)(1)

Microcapsule (PDMS-a)(

PDMS-a

nnnnnn

nnnn

yyyyy

Temperatura, oC

Fonte: produção do próprio autor

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130

Figura 36: Derivada da curva de variação da massa em função da

temperatura DTA. Taxa de aquecimento de 10oC/ min em N2

0 200 400 600 800-1,6

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

De

riva

da

Ma

ssa

, %

Derivada T, oC

Microcápsula PUF

Microcápsula PDMS-a

PDMS-a

Fonte: produção do próprio autor

A Tabela 7 apresenta os intervalos de perda de massa

e faixas de temperatura das análises de TG apresentadas na Fig.

35 e 36.

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131

Tabela 7: Intervalos de perda de massa e faixas de temperatura para as

análises térmicas de TG para as microcápsulas de PUF, microcápsulas

preenchidas com o PDMS-a e somente PDMS-a.

Amostra 1a Etapa 2

a Etapa

T

on set

T

end

set,

Tpico

máx.

Perda

de

massa

(%)

T

on set

T

end

set

Tpico

máx.

Perda

de

massa

(%)

Micro

com

PDMS-a

210 341 255 18 390 650 550 71

Micro

PUF

45 98 54 9 185 380 260 73

PDMS-a 359 487 441 47 488 581 523 48

Amostra 3ª Etapa

Micro

com

PDMS-a

T

on set

T

end

set

Tpico

máx.

Perda

de

massa

(%)

Micro

PUF

- - - -

PDMS-a 596 630 600 13,5

A curva das microcápsulas de PUF apresenta três

intervalos de perda de massa: primeiro entre 45 a 98oC, com

pico máximo em 54oC; segundo entre 185

oC a 380

oC, com pico

máximo em 260 e terceiro entre 596oC a 636

oC, com pico

máximo em 600oC. A primeira perda de massa de 9%

observada na curva de TG está relacionada principalmente à

eliminação de água residual e formaldeído livre. A segunda

etapa de perda de 73 % de massa ocorre principalmente devido

à decomposição do polímero PUF e continua a ocorrer até

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132

636oC (13,5%), caracterizado pela terceira etapa de degradação

térmica. Resultados similares foram encontrados por LIAO et.

al. e Li et.al., 2007.

Para o PDMS-a puro observam-se duas etapas de

degradação: a primeira etapa com perda de 47% de massa

ocorre no intervalo de 359oC até 487

oC; a segunda etapa com

perda de 48% de massa ocorre no intervalo de 488 até 581

(Fig. 35). Zhang (2010), atribuíram a degradação de PDMS no

intervalo de 400-650ºC, que corrobora com os resultados

obtidos.

Para as microcápsulas preenchidas com PDMS-a

observa-se 2 etapas de decomposição térmica, a primeira etapa

ocorre entre 210 a 341oC, associada ao PUF (invólucro) com

perda de massa de 18% representando o conteúdo da

microcápsula. A segunda etapa ocorrre de 350 a 650oC, com

perda de massa de 71%, associado ao PDMS-a presente no

núcleo da microcápsula.

Ambos o PDMS-a e as microcápsulas de PUF com

incorporação de PDMS-a apresentam traços muito semelhantes

de perda de massa, indicando que a encapsulação de PDMS-a

foi bem sucedida. Esta mesma característica foi observada por

JIN et. al., 2012.

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133

A temperatura de degradação do PDMS-a

microencapsulado apresenta-se ligeiramente superior ao

PDMS-a puro. Este resultado pode ter ocorrido por dois

fenômenos distintos: 1) ocorrência de reações químicas entre a

microcápsula e o núcleo induzida termicamente durante a

decomposição; 2) retardo da difusão do PDMS-a pelos resíduos

de degradação da parede de PUF durante o processo de

degradação térmica.

Comparando as faixas de temperatura de degradação

da microcápsula oca e preenchida verifica-se deslocamento das

temperaturas e modificação do teor de resíduo presente à

600oC. Essa diferença no teor de resíduo de 11g indica que a

presença do PDMS-a interferiu na decomposição do PUF. As

temperaturas de degradação das microcápsulas não são

exatamente as mesmas que as dos componentes individuais,

sugerindo a ocorrência de uma reação entre a microcápsula e o

núcleo induzida termicamente durante a decomposição.

4.2.3 Caracterização das Microcápsulas por FTIR

A Fig. 37 apresenta os espectros de infravermelho do

PDMS-a, microcápsulas de PUF e microcápsulas PUF

contendo PDMS-a. O espectro de PDMS-a mostra as bandas de

absorção a 2960, 1260, 1090, 1021, 790 cm-1

e 699cm-1

. A

banda de absorção a 2960 cm-1

é atribuída ao estiramento C-H

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134

relativo ao hidrogênio ligado a carbono com hibridização sp3

(CH4) (SOUZA, 2012), enquanto que a banda em 1260 cm-1

representa grupos Si-CH3. As bandas de absorção a 1090 e

1021 cm-1

são atribuídas ao grupo -Si-O-Si, característicos da

estrutura do siloxano. A banda de 790 cm-1

é atribuída à

ligação Si-C. Resultados similares para as bandas

características do polidimetilsiloxano foram encontrados por

Wang, 2000 e Shon, 2007. A banda de 699 cm-1

corresponde à

deformação angular simétrica ao grupo N-H (SILVERSTEIN

et al., 2007).

No espectro de PUF (Fig. 37) é possível identificar as

bandas a 1547, 1624 e 3362 e 3453 cm-1

. As bandas de 1624 e

1547 cm-1

são atribuídas aos grupos funcionais C=O de amidas

primárias e secundárias da resina uréia-formaldeído. O espectro

de FTIR da uréia-formaldeído, é compatível com os espectros

relatados na literatura ZHAOGUO et. al (2008), ZORBA et. al

(2008), LIAO et. al. (2010), YUAN (2006). Segundo Zhaoguo

et. al (2008) a absorção de múltiplas bandas em torno de

1645cm-1

estão associados com grupos de C=O, e a absorção

do banda em 1550cm-1

é atribuído a grupos –C-N-. Estas são as

bandas características atribuídas ao PUF material do

invólucro. Outro estudo que obteve resultados similares foi de

CHUANJIEA et. al (2009), que identificou os bandas de 3300-

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135

3500 cm-1

, que representam o estiramento dos grupos –OH e –

NH da resina poli (uréia-formaldeído).

Figura 37: Espectros na região do infravermelho de PDMS-a,

Microcápsulas PUF contendo PDMS-a e das das microcápsulas ocas de

PUF.

Fonte: Prórpio autor.

Pode-se verificar que o espectro realizado para as

microcápsulas contendo PDMS-a apresenta as bandas

características da microcápsula oca de PUF como também

mostra as bandas característicos do PDMS-a puro, indicando

que o PDMS-a foi microencapsulado em PUF.

A Fig 38 apresenta a comparação entre os espectros das

microcápsulas ocas de PUF, somente do TETA e das

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136

microcápsulas preenchidas com TETA. Os espectros de FTIR

do TETA e das microcápsulas preenchidas com TETA

mostram a existência de bandas características de amina

primária que apresenta banda a 3359 cm-1

, e amina secundária

que mostram banda a 3310 cm-1

, já a banda a 2820 cm-1

é

característico do grupo C-H alifático (Fig. 43)

(SILVERSTEIN, 2007). A existência da banda característica

da amina no espectro das microcápsulas preenchidas com

TETA e das bandas das microcápsulas de PUF indicam

microencapsulamento do TETA.

Figura 38: Espectros na região do infravermelho do TETA, Microcápsulas

PUF contendo TETA e das microcápsulas ocas de PUF.

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

3323

16241547

Microcápsulas preenchida com TETA

Microcápsula oca PUF

TETA

3453

33102820

3359

3362

cm-1

Fonte: Próprio autor.

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137

4.3 DISPERSÃO DAS MICROCÁPSULAS PREENCHIDAS

COM PDMS-a

As microcápsulas de PUF preenchidas com PDMS-a

apresentam-se bastante aglomerada (devido ao método

utilizado para o preenchimento das microcápsulas e ao tempo

de armazenamento) provavelmente pela saída do PDMS-a de

dentro da microcápsula por difusão. Desta forma, existe a

necessidade de dispersá-las antes de serem adicionadas na

matriz epoxídica. Foram utilizados solventes com afinidade

com o PDMS-a como acetona, TETA e éter etílico para

verificar a dispersão e estabilidades das microcápsulas com

PDMS-a nestes solventes. A acetona e o éter foram escolhidos

por serem solventes geralmente utilizados. Já o TETA foi

escolhido por ter afinidade com o PDMS-a, pois apresenta

grupos amina ligados à cadeia principal. Foi optado por utilizar

a acetona por identificar que as microcápsulas permanecem

intactas como apresentado no trabalho de Yuan et al., 2008b.

Primeiramente foi realizada a filtração das

microcápsulas (mPDMS-A) com acetona para retirar o excesso

de PDMS-a presente da superfície das mesmas e foram

armazenadas. A dispersão em acetona não foi bem sucedida,

sendo que a maioria das microcápsulas (mPDMS-a)

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138

apresentaram-se aglomeradas após serem dispersas neste

solvente.

Para promover a dispersão em TETA as microcápsulas

(mPDMS-A) foi utilizada agitação mecânica com o intuito de

obter uma boa dispersão na matriz epoxídica sem que ocorra o

rompimento das microcápsulas (mPDMS-A). Foi observado o

rompimento das microcápsulas no método acima. A análise

através do microscópio ótico (Fig. 39) mostra algumas

aglomerações e rompimento das microcápsulas (Fig. 40).

Figura 39: Imagem de microscópio ótico (aumento 400x) das microcápsulas

preenchidas com PDMS-a e dispersas em TETA por meio de agitação

mecânica (700rpm por 1hora).

Fonte: Próprio autor.

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139

Figura 40: Imagem de microscópio eletrônico de varredura (MEV-FEG) das

microcápsula preenchidas com PDMS-a e dispersas em TETA por meio de

agitação mecânica (700rpm por 1hora).

Fonte: Próprio autor.

A Fig. 41 apresenta uma visão geral das microcápsulas

microcápsulas (mPDMS-a) dispersas em éter etílico, sendo

possível visualizar que as microcápsulas (mPDMS-a)

apresentam-se homogêneas, mas o éter provoca o rompimento

de algumas microcápsulas (mPDMS-a).

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140

Figura 41: Imagem de microscópio ótico (aumento 100x) das microcápsulas

preenchidas com PDMS-a e dispersas em éter etílico por meio de agitação

magnética por 10 minutos.

Fonte: Próprio autor.

Foi possível observar que utilizando a acetona como

agente dispersante as microcápsulas continuavam bastante

aglomeradas. Já para o éter etílico como agente dispersante as

microcápsulas apresentam boa dispersão, mas muitas se

rompem. Para que ocorra uma boa dispersão em TETA foi

necessária a utilização de agitação mecânica e devido ao

método de agitação muitas microcápsulas ainda romperam.

Desta forma, foi investigada uma nova tentativa no

processo de fabricação dos corpos de prova de matriz

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141

epoxídica com microcápsulas (mPDMS-a) reduzindo o tempo

de armazenamento das microcápsulas preenchidas antes da

dispersão em TETA com agitação mecânica. A Figura 42

apresenta uma micrografia óptica das microcápsulas (mPDMS-

a) com a redução do tempo de armazenamento para uma

semana no máximo, sendo que anteriormente (Fig. 39-41)

foram testadas as microcápsulas armazenadas por mais de um

mês. É possível visualizar a homogeneidade das microcápsulas

e evidenciando o não rompimento através da utilização da sua

dispersão em TETA e utilizando o agitador mecânico.

Figura 42: Análise de microscopia ótica das microcápsulas dispersas em

TETA (400x).

Fonte: Próprio autor.

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142

4.4 ENSAIO DE TRAÇÃO

As microcápsulas podem agir como um defeito dentro

da matriz epoxídica e interferir nas propriedades mecânicas da

matriz, em função disso realizou-se o ensaio de resistência à

tração dos seguintes grupos: sistemas DGEBA, DGEBA com

microcápsulas ocas (DGEBA/mOCA) e DGEBA com

microcápsulas preenchidas com PDMS-a (DGEBA/mPDMS-

a).

A Fig.43, apresenta os valores encontrados para o

módulo de elasticidade para o sistema DGEBA, DGEBA com

microcápsulas ocas e DGEBA com microcápsulas preenchidas

com PDMS-a incorporadas. Para o sistema DGEBA/mOCA é

possível observar que os módulos de elasticidade diminuem

conforme aumenta a concentração de microcápsulas

incorporadas, variando entre 2,01 GPa para DGEBA a 1,02

GPa para o sistema com 5% em massa de microcápsula oca.

Isto é esperado supondo-se que o módulo de elasticidade das

microcápsulas ocas é menor do que a da matriz de epóxi

(JUNG 1997), e, assim, as microcápsulas atuam como defeitos

no interior da matriz. Este comportamento já havia sido

relatado em estudos experimentais na literatura em que o

módulo de elasticidade do material aumenta com a

concentração do material de enchimento adicionado, se o

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143

módulo de elasticidade do material de enchimento é maior em

relação ao módulo da matriz. Se o módulo de elasticidade do

material de enchimento é menor que o módulo da matriz, uma

diminuição no compósito módulo de elasticidade é esperada

(JUNG, 1997).

Figura 43: Comparação do módulo de elasticidade dos sistemas DGEBA,

DGEBA com diferentes teores de microcápsulas ocas (DGEBA/mOCA) e

DGEBA com diferentes teores de microcápsulas preenchidas com PDMS-a

(DGEBA/mPDMS-a) curados a temperatura ambiente/2h seguido de 80oC

durante 2 horas. Letras diferentes indicam diferença estatística entre os

grupos (p<0,05).

0 1 1 2,5 2,5 5 50

500

1000

1500

2000b

c

bb

aa

du

lo d

e E

lasticid

ad

e (

MP

a)

Concentração das microcápsulas % (m/m)

DGEBA-G

DGEBA-G/micro oca

DGEBA-G/microPA1a

Fonte: Próprio autor.

Já para os sistemas DGEBA/mPDMS-a (Fig. 43) foi

possível verificar que existe redução significativa do módulo

somente para os sistemas contendo 5,0% em massa de

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144

microcápsulas preenchidas PDMS-a, sendo esta diminuição de

12% no módulo em relação ao módulo do DGEBA pura. Para

os sistemas DGEBA com 1,0 e 2,5% em massa de

microcápsulas preenchidas com PDMS-a não houve alterações

estatisticamente significativas em relação ao DGEBA. Em

relação ao sistema com microcápsulas ocas existe diferença

estatística entre todos os sistemas analisados com o sistema

DGEBA.

Os resultados para a tensão máxima de ruptura dos

sistemas DGEBA, DGEBA/mOCA e DGEBA/mPDMS-a são

mostrados na Fig. 44. Verifica-se que a adição de

microcápsulas ocas também proporciona uma redução gradual

significativa estatística da tensão máxima de tração em relação

ao DGEBA, indicando que as micropartículas atuam como

defeitos dentro da matriz epoxídica. Para o sistema com a

adição de microcápsulas preenchidas com PDMS-a (Fig. 44),

os valores de resistência não apresentaram variação

significativa para as amostras com 1,0 e 2,5% em massa em

comparação com o DGEBA. Houve uma redução

estatisticamente significante apenas para o sistema com 5,0%

em massa de microcápsulas de PDMS-a, para 41MPa,

reduzindo aproximadamente 12.

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145

Figura 44: Tensão de ruptura para os sistemas DGEBA, DGEBA com

diferentes teores de microcápsulas ocas (DGEBA/mOCA) e DGEBA com

diferentes teores de microcápsulas preenchidas com PDMS-a

(DGEBA/mPDMS-a) curados a temperatura ambiente/2h seguido de 80oC

durante 2 horas. Letras diferentes indicam diferença estatística entre os

grupos (p<0,05).

0 1 1 2,5 2,5 5 50

10

20

30

40

50

b

c

ab b

aa

Te

nsã

o d

e r

up

tura

(M

Pa

)

Concentração das microcápsulas % (m/m)

DGEBA-G

DGEBA-G/microoca

DGEBA-G/micro PDMS-a

a

Fonte: Produção do próprio autor.

A redução da tensão de ruptura para os sistemas com

maior concentração de microcápsulas pode ter ocorrido devido

à distribuição desigual das microcápsulas, o que levou a

concentração de tensões em algumas partes do corpo de prova

(YIN, et al., 2007).

Portanto, ambos o módulo de elasticidade e a tensão

máxima, diminuem com o aumento do teor de microcápsulas

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146

(5,0%), essa tendência dos resultados obtidos é similar aos

encontrados no trabalho de Brown et al., (2004) que estudou as

propriedades mecânicas da matriz de epoxídica DGEBA com

microcápsulas preenchidas com DCPD. A matriz epoxídica

DGEBA apresentou módulo de elasticidade de 2,01 GPa e

tensão máxima de 47MPa. Com a incorporação de 5,0% de

microcápsulas ocas, os valores de módulo e tensão máxima

reduziram 50% (1,0 GPa) e 53% (22MPa), respectivamente,

em relação a matriz DGEBA. Este comportamento é bem

similar ao encontrado para o sistema contendo 5,0% de

microcápsulas preenchidas com PDMS-a apresentando módulo

de elasticidade e tensão de 1,75GPa e 41,3MPa,

respectivamente, reduzindo tanto o módulo de elasticidade

quanto tensão em aproximadamente 12% em relação a matriz

DGEBA. Ambas as propriedades mecânicas diminuem com a

incorporação de microcápsulas preenchidas.

Outros trabalhos também evidenciaram que tanto o

módulo de elasticidade quanto a tensão máxima diminuem com

o aumento do teor de microcápsulas como no trabalho de

Rzesutko et al., 2004, que apresentou resultado de tensão

máxima para o epóxi puro (EPON 828 e endurecedor

dietilenetriamina DETA) de 38MPa, enquanto que o valor de

epóxi com microcápsulas reduziu para 12MPa quando 30% de

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147

microcápsulas preenchidas com diciclopentadieno (DCPD)

com catalisador de Grubbs foram dispersos na matriz. Este

mesmo trabalho também apresentou o mesmo comportamento

para os valores do módulo de elasticidade os quais também

reduzem conforme aumenta a concentração de microcápsulas

preenchidas.

Yuan et. al., (2008) encontrou o mesmo

comportamento de redução das propriedades mecânicas (tensão

de ruptura e módulo) estudando a matriz epoxídica com

microcápsulas preenchidas com mercaptan. Observou a

redução de aproximadamente 5,0% no módulo das amostras

com um aumento do conteúdo das microcápsulas para 10% e

aproximadamente 28% de redução na resistência à tração. Este

resultado corrobora com os resultados obtidos para o sistema

DGEBA com 5% de microcápsulas de PDMS-a com pequena

variação em relação ao DGEBA, com redução de 12% para o

módulo e para tensão de ruptura apenas 10%.

Estes resultados mostram que as microcápsulas

preenchidas com PDMS-a proporcionam um comportamento

mecânico distinto para o sistema DGEBA, quando comparado

com os sistemas com microcápsulas ocas, indicando que o

PDMS-a pode ser um agente cicatrizante eficiente para

matrizes epoxídicas. Também permite concluir que a redução

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148

das propriedades observadas para teores maiores de

microcápsulas ocorre em função do defeito que elas causam.

Todavia, a dispersão com 5% de microcápsulas preenchidas

apresenta maior alteração as propriedades mecânicas em

relação aos sistemas epoxídicos testados, representando a

concentração máxima utilizada para avaliar a autorregeneração

por meio de ensaio de tenacidade à fratura.

4.5 TENACIDADE À FRATURA

4.5.1 Calibração Experimental Espécime TDCB

O corpo de prova no formato TDCB exige a calibração

experimental, conforme visto na metodologia. A Fig.45

apresenta o gráfico do Compliance em função dos diferentes

tamanhos de trinca. A Compliance foi constante de

aproximadamente 33mm até 43mm, o comportamento não

linear como uma função do crescimento da trinca maior do que

43mm foi devido ao caráter limitado do espécime. Além disso,

para valores maiores que 43mm a proximidade da extremidade

do corpo de prova começa a influenciar o campo de tensões da

ponta da trinca influenciando no comportamento da

Compliance do corpo de prova (JUNG, 1997).

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149

Figura 45: Compliance versus o tamanho da pré trinca para 15 amostras de

matriz epoxídica.

25 30 35 40 45 50 55 60

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

0,035

0,040

Co

mp

lian

ce

C (

mm

/N)

pré-trinca, a (mm)

Fonte: Próprio autor.

A Fig. 46 apresenta a ampliação da taxa de crescimento

onde a trinca é constante. A inclinação da reta é a constante de

dC/da obtendo-se o valor de 1,89E-4

N-1

(Fig. 49). A constante

geométrica m foi medida conforme a Eq. 6 obtendo-se o valor

de 0,29 mm-1

, esse resultado é necessário para calcular a

tenacidade à fratura (Eq. 4).

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150

Figura 46: Ajuste linear na parte constante do gráfico Compliance versus o

tamanho da pré trinca e o valor de dC/da.

32 34 36 38 40 42

0,0224

0,0226

0,0228

0,0230

0,0232

0,0234

0,0236

0,0238

0,0240

0,0242 Amostras epoxi puro

dC/da=1,89E-4

Co

mp

lian

ce

C (

mm

/N)

crack lenght, a (mm)

Fonte: Próprio autor.

4.5.2 Ensaio de Tenacidade à Fratura

Primeiramente serão discutidos os dados de KIC obtidos

a partir do ensaio de tenacidade à fratura de corpos de prova

não submetidos à autorregeneração, onde os corpos de prova

foram fraturados totalmente. Os resultados obtidos para os

sistemas DGEBA e sistemas DGEBA contendo microcápsulas

preenchidas com PDMS-a e TETA são apresentados na Figura

47 e os sistemas DGEBA e sistemas DGEBA contendo

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151

microcápsulas preenchidas somente com TETA são

apresentados na Figura 48.

Figura 47: Tenacidade à fratura (KIC) calculada para os sistemas: DGEBA,

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o) e DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(2,5% e 5,0%) autorregenerados a temperatura ambiente e sem

autorregeneração

0 2,5 (80°C) 2,5 2,5 (auto) 5 5,0 (auto)0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5 Autorregenerado

Microcápsulas preenchida TETA/PDMs-a (%)

KIC

, M

Pa

1/2

sem autorregeneração

Fonte: Próprio autor.

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152

Figura 48: Tenacidade à fratura (KIC) calculada para os sistemas: DGEBA e

DGEBA/mTETA (2,5% e 5%) autorregenerados a temperatura ambiente e

sem autorregeneração.

0 2,5 2,5 (auto) 5 5 (auto)0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Autorregenerado

sem autorregeneração

Microcápsulas preenchida TETA (%)

KIC

, M

Pa

1/2

Fonte: Próprio autor.

Os sistemas que passaram pelo ensaio de tenacidade à

fratura total, conforme descrito acima, não tiveram nenhuma

autorregeneração, após manter as duas faces dos corpos de

prova em contato por 48horas. Possivelmente pela dificuldade

do contato íntimo entre as duas faces fraturadas totalmente. Em

função deste resultado, não foi possível realizar novo teste de

tenacidade à fratura na mesma amostra. Isto ocorreu no

trabalho de White et al., 2001, que testaram a capacidade

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153

regenerativa das amostras de epóxi com microcápsulas de

DCPD e catalisador e relataram a autocicatrização somente

com a aplicação manual do agente cicatrizante na superfície de

fratura das amostras.

Os dados apresentados nas Figuras 47 não apresentam

diferença estatística significativa entre os sistemas sem

autorregeneração. No entanto, observa-se uma tendência do

valor de KIC diminuir com o aumento do teor de microcápsulas,

que será explicado no item efeito da concentração das

microcápsulas. Já para a Fig. 48 observa-se diferença estatística

entre os sistemas avaliados, e esta diferença é maior conforme

aumenta a quantidade de microcápsulas.

Com o objetivo de encontrar um método que permitisse

a autorregeneração na trinca gerada nos copos de prova optou-

se em fraturá-lo somente até o final do sulco presente na

amostra, conforme descrito na metodologia. A fratura até o fim

do sulco diminui a separação da fenda e mantém parte do corpo

de prova íntegro garantindo o alinhamento das duas faces da

trinca e impedindo a separação completa das faces dos corpos

de prova. Após 48 horas de autorregeneração foi realizado

novo teste de tenacidade à fratura em temperatura ambiente até

a fratura total nesta mesma amostra, conforme descrito na

metodologia, obtendo a tenacidade do sistema autorregenerado.

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154

Dando sequência à interpretação dos resultados de KIC

dos grupos submetidos a autorregeneração, as Figuras 47 e 48

apresentam a tenacidade à fratura (KIC) de corpos de prova

autorregenerados após 48 horas a temperatura ambiente (Tamb)

e a 80oC.

Observa-se a partir da Fig. 47 que o sistema contendo

2,5% de microcápsulas (DGEBA/mPDMS-a/mTETA),

apresenta KIC do sistema autorregenerado à temperatura

ambiente é inferior ao respectivo sistema sem autorregeneração

fraturado totalmente. Entretanto, ao realizar a autorregeneração

a 80oC por 48 horas observou-se que o KIC foi superior

inclusive ao sistema sem autorregeneração fraturado

totalmente. Por sua vez, o sistema contendo 5% de

microcápsulas (DGEBA/mPDMS-a/mTETA) autorregenerado

a temperatura ambiente conseguiu reestabelecer o valor de KIC,

atingindo valor semelhante ao sistema fraturado totalmente

sem autorregeneração.

Apesar de não haver diferença estatística entre os

grupos autorregenerados e sem autorregeneração apresentados

na Fig. 47, observa-se uma tendência do sistema contendo 5%

de microcápsulas (DGEBA/mTETA) atingir valores de KIC

superiores ao respectivo grupo fraturado totalmente. O sistema

contendo 2,5% de microcápsulas (DGEBA/mTETA)

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155

autorregenerado apresentou valor de KIC muito próximo ao

respectivo sistema sem autorregeneração demonstrando

recuperação da propriedade.

De maneira geral, observa-se na Fig 47 e 48 que todas

as amostras apresentam grande intervalo de variação nos

desvios das medidas experimentais. Esta variação pode ser

justificada pela grande dificuldade de deixar a mistura

DGEBA/microcápsulas homogênea. Há ainda a possibilidade

da dificuldade de produção dos corpos de prova com medidas

idênticas, e a probabilidade de existir uma maior população de

microcápsulas similares e isto influencia no cálculo da

tenacidade.

Nos valores de KICS (sem autorregeneração) para os

sistemas contendo 2,5% e 5% de microcápsulas

(DGEBA/mPDMS-a /mTETA), existe uma tendência há uma

queda gradativa da tenacidade à fratura em relação ao sistema

DGEBA (Fig. 47). Para o sistema contendo 5% de

microcápsulas (DGEBA/mPDMS-a/mTETA) esta queda é

mais acentuada, sendo KICS igual 1,38 MPa.m1/2

em relação ao

sistema contendo 2,5% de microcápsulas (DGEBA/mPDMS-

a/mTETA) com KICS igual 1,6 MPa.m1/2

. O mesmo

comportamento é apresentado para o sistema contendo 2,5 e

5% de microcápsulas (DGEBA/mTETA) conforme Fig. 48,

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156

para 5% de microcápsulas KICS é igual 1,10 MPa.m1/2

em

relação a 2,5% de microcápsulas com KICS igual 1,37

MPa.m1/2

. Isto pode ter sido causado por alterações nos

mecanismos envolvidos na propagação de trinca, que serão

analisados posteriormente por meio da análise fractográfica.

A tenacidade final de um material depende do caminho

da fratura por todo o material. As partículas duras afetam a

força de duas maneiras: efeito de enfraquecimento devido à

concentração de tensões que causam, e efeito de reforço uma

vez que elas podem servir como barreiras para bloquear o

crescimento da trinca. Em alguns casos, o efeito de

enfraquecimento é predominante e, assim, a tenacidade

composta é menor do que a matriz; e em outros casos, o efeito

de reforço é mais significativo e, desta forma, os compostos

apresentam tenacidade mais elevada do que a matriz (FU et al.,

2008; RAMOS et al, 2014). As microcápsulas não se

comportam como partículas sólidas rígidas, e não causam o

efeito de reforço. Desta forma o efeito de enfraquecimento pela

concentração de tensão provocada pelas microcápsulas pode

explicar a tendência na redução da tenacidade à fratura para os

sistemas com microcápsulas como pode ser observado nas Fig.

47 e 48.

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157

A incorporação de microcápsulas na matriz DGEBA

afeta os valores de KIC para os sistemas estudados por meio de

três efeitos: A) efeito da concentração das microcápsulas; B)

efeito da autorregeneração e C) efeito do agente cicatrizante.

Esses efeitos serão explicados a seguir e verificados

experimentalmente.

A) Efeito concentração das microcápsulas

De maneira geral a tenacidade da matriz epoxídica

(DGEBA) decresce quando a concentração das microcápsulas

aumenta para as amostras sem autorregeneração. Esta redução

pode ser causada pela incorporação e a aglomeração de

microcápsulas que intensificam os pontos de tensão e facilitam

a propagação das trincas. Diâmetros e quantidades menores das

microcápsulas devem facilitar a dispersão, como pode ser visto

no resultado de tenacidade à fratura para os sistemas

DGEBA/mTETA (2,5%) em relação aos sistemas

DGEBA/mTETA (5%) (Fig. 48). Este comportamento também

pode ser observado, mas em menor intensidade, para os

sistemas DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5 e 5%) (Fig. 47), que

serão melhor analisados posteriormente por meio da análise das

micrografias. Estes resultados corroboram com o trabalho de

Kitey et al. (2005), que demonstraram que o fator de

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158

intensidade de tensão crítica KIC diminui com um aumento no

tamanho das partículas e frações de volume.

B) Efeito da autorregeneração

O sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (5%)

apresentaram tenacidade à fratura de K1CS de 1,38 MPa.m1/2

para os sistemas sem autorregeneração, enquanto o sistema

autorregenerado apresentou K1CAuto de 1,41 MPa.m1/2

,

indicando regeneração total, pois, a K1CAuto atingiu o valor

semelhante ao sistema sem autorregeneração. Comportamento

similar é apresentado para o sistema DGEBA/mTETA (5%),

com K1CAuto de 0,9 MPa.m1/2

em relação ao KICS igual à 1,10

MPa.m1/2

. Isso se deve a maior concentração de microcápsulas

que conduzem à quantidade maior de agente cicatrizante. Este

mesmo comportamento foi observador no trabalho de Yin et

al., 2007.

Brown et al. (2004) observou recuperação de mais de

70% da tenacidade à fratura em função da seleção de tamanho

e concentração das microcápsulas (Brown et al., 2004).

O sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o)

apresentou valor de KICAuto similar ao sistema DGEBA sem

autorregeneração (KICS). Portanto, o sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o) não só autocicatrizou

as trincas, mas também forneceu aos locais danificados

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159

tenacidade à fratura similar ao sistema DGEBA e foi o melhor

valor obtido dentre todos os sistemas analisados. Isto se deve

ao fator da temperatura ter acelerado o processo de

autocicatrização por meio do material presente nas

microcápsulas, o qual reage lentamente a temperatura

ambiente, conforme resultado observado para os sistemas

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5% e 5%, TAmb) que

apresentaram menor valor de tenacidade à fratura para o

mesmo sistema na temperatura ambiente (Fig. 47). O resultado

obtido por meio do grau de reticulação observado na Fig. 29

para o sistema DGEBA com 40% em massa de PDMS-a

(quantidade estequiométrica para reagir com a matriz

DGEBA), em diversos tempos de reação a temperatura

ambiente corrobora com os resultados obtidos para a

tenacidade à fratura a TAmb. Pois, observa-se valor máximo de

aproximadamente 83% de grau de reticulação para 48 horas de

reação a temperatura ambiente, observando que a reação não é

completa a temperatura ambiente. Temperaturas mais elevadas

contribuem de duas maneiras: acelerando a velocidade de cura

e reduzindo a viscosidade dos monômeros, facilitando o

processo de polimerização.

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160

Por sua vez, a constante de velocidade de reação

depende da temperatura de acordo com a relação de Arrhenius

(Eq. 11).

𝐾 = 𝐴𝑒(−𝐸

𝑅𝑇) Equação 12

Onde K é a constante de velocidade da reação na temperatura

T(s-1

), E é a energia de ativação (J/mol), R é a constante dos

gases, T (K) a temperatura absoluta e A o fator pré-exponencial

(s1). Portanto, a velocidade da reação aumenta

exponencialmente com o aumento da temperatura (COSTA et

al., 1999). Conforme o trabalho de Costa et al., 2003, que

avaliou a Cura do Pre-Impregnado de Carbono/Epoxi,

observou-se que em temperaturas mais elevadas resultam em

uma cinetica de cura mais rapida para este sistema.

As analises a partir de ensaios por DSC podem ser

utilizadas para estudar as reações de cura dos polímeros

termorrígidos (Almeida, 2005). A Fig. 49 apresenta o resultado

de DSC para a amostra de DGEBA com 46% em massa de

PDMS-a durante 120 minutos de reação a temperatura

ambiente.

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161

Figura 49: Curva de DSC da amostra de DGEBA com 46% em massa de

PDMS-a durante 120 minutos de reação a temperatura ambiente.

20 40 60 80 100 120

-0,02

0,00

0,02

mW

/mg

Tempo (min)

Fonte: Próprio autor.

A Fig. 50 apresenta o resultado de DSC para a amostra

de DGEBA com 46% em massa de PDMS-a aquecida a

10oC/min até 300

oC.

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162

Figura 50: Resultado de análise térmica DSC dinâmico para a amostra de

DGEBA com 46% em massa de PDMS-a durante 120 minutos de reação.

Fonte: Próprio autor.

Ao misturar DGEBA e PDMS-a a temperatura

ambiente observa-se que o tempo de cura da reação é maior do

que acompanhado experimentalmente por meio do DSC.

Portanto, não foi suficiente identificar o calor liberado e o pico

máximo. Desta forma, à temperatura ambiente não é possível

observar por análise de DSC a reticulação em um grau

significativo do PDMS-a com a matriz epoxídica até 120

minutos de reação, apesar de se observar leve aumento da

consistência da mistura neste intervalo de tempo. A Fig. 29

demonstra que após 48h aproximadamente 83% de reticulação

foi atingido à temperatura ambiente. No entanto, realizando o

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163

DSC até 300oC observa-se um pico exotérmico no intervalo de

175 a 225oC, corroborando com o melhor resultado para os

sistemas autorregenerados a temperatura de 80oC (Fig. 50). O

aumento da temperatura também proporcionar maior

mobilidade das cadeias das moléculas do PDMS-a e TETA

para reagir com a ligação C-O dos grupos epóxi, e promover a

autorregeneração (LAKSHMI et al., 2010).

C) Efeito do agente cicatrizante

Para todos os sistemas DGEBA/mTETA houve redução

dos valores de tenacidade à fratura em relação aos sistemas

DGEBA e DGEBA/mPDMS-a/mTETA. Isto ocorre devido ao

fato das microcápsulas preenchidas com o agente cicatrizante

TETA, após seu rompimento, reagirem com a resina epoxídica

tornando a interfase autorregenerada mais rígida que a matriz.

Supondo que a estrutura química do TETA tenha reduzido a

flexibilidade (devido a mairo densidade de retquando

comparada à estrutura química do PDMS-a, visto que o PDMS-

a proporciona maior flexibilidade, em função disso, o polímero

formado entre DGBA/TETA será mais rígido que aquele

formado entre DGBA/PDMS-a, tornando o primeiro mais

frágil, portanto afetando a tenacidade à fratura.

Outro fator que pode ter contribuído para a redução da

tenacidade à fratura tanto para a fratura total quanto para o

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164

autorregenerado do sistema DGEBA/mTETA em relação aos

outros sistemas analisados é a temperatura utilizada na cura dos

corpos de prova a temperatura de 80oC antes de realizar os

ensaios de tenacidade à fratura conforme foi descrito na

metodologia. Jin et al. (2012a) analisaram amostras de matriz

epoxídica Epon 828:DETA (100:12) contendo 4% em massa de

microcápsulas de amina (Epicure 3274) e 6% microcápsulas

preenchidas com epóxi (Epon 815C) pós-curado a 120oC em

vários tempos, verificando que a tenacidade à fratura diminui

ligeiramente com o aumento da temperatura de cura.. A

eficiência de autorregeneração foi reduzida de 85% para 46%

após a primeira hora e, em seguida, manteve-se relativamente

constante a 8 h. Revelando que amina vazou das microcápsulas

e se difundem para a matriz antes do ensaio de tenacidade à

fratura. Os autores observaram também o comportamento das

microcápsulas preenchidas com a amina curada a 50oC e após 6

horas a amina começa a difundir da microcápsula. A perda do

conteúdo do núcleo a partir das microcápsulas de amina levaria

agente cicatrizante insuficiente para uma reação de

autorregeneração, devido a parte do TETA ter reagido com a

ligação C-O dos grupos epóxi disponíveis e do maior número

de ligações cruzadas já estabelecidas, dificultando a reação

com as microcápsulas de TETA. (JIN et al., 2012a). Estes

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165

resultados corroboram os resultados obtidos por DSC para as

microcápsulas de PUF preenchidas com TETA que, começam

a degradar a partir de 33oC conforme Fig 51 que apresenta a

curva de DSC.

Figura 51: Curvas de TG das microcápsulas de PUF, TETA e microcápsulas

preenchidas com TETA.

Fonte: Próprio autor.

Observa-se pela curva de TG das microcápsulas de PUF

preenchida com TETA apresenta grande perda de massa em

temperatura menor que para as microcápsulas de PUF

conforme Fig.52.

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166

Figura 52: Curva de DSC para as microcápsulas com TETA.

Fonte: Próprio autor.

Por outro lado, microcápsulas de PDMS-a são

resistentes a altas temperaturas (120oC) em matrizes

epoxídicas, como foi visto no trabalho de JIN et al., 2012a. Na

Fig. 35, que apresenta a análise de TG das microcápsulas

preenchidas com PDMS-a, observa-se que o PDMS-a tem

maior resistência a degradação térmica do que as

microcápsulas de PUF.

4.5.2.1 Eficiências de Autorregeneração (η)

A eficiência de autorregeneração foi avaliada por meio

do ensaio de tenacidade à fratura dos sistemas DGEBA sem

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167

microcápsulas, sistemas contendo 2,5 e 5% de microcápsulas

(DGEBA/mPDMS-a/mTETA) e do sistema contendo 2,5 e 5%

de microcápsulas (DGEBA/mTETA). Para o cálculo foram

utilizadas três metodologias: 1) relação entre KIC do material

autorregenerado e sem autorregeneração, conforme a Eq.1

gerando o η; 2) relação entre KIC do material autorregenerado e

da matriz DGEBA, conforme a Eq.11 gerando o η´; 3) relação

entre as energias absorvidas até que ocorresse a fratura,

conforme expresso na Eq. 2 gerando o η´´.

Os resultados da tenacidade à fratura foram aplicados

na equação 1 gerando valores de eficiência de autorregeneração

(η) conforme apresentados na Tab. 8. A eficiência de

autorregeneração do η´ foi obtido da Eq. 1 em relação ao valor

de KIC da matriz DGEBA (Tab. 8). A análise das curvas de

tenacidade à fratura em termos energéticos (taxa de liberação

de energia de deformação) por meio do cálculo da área (UIC),

possibilita observar a energia gasta para a propagação da trinca.

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168

Tabela 8: Valores de KIC e o resultado da eficiência de autorregeneração (η,

η´) para os sistemas DGEBA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o),

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5% e 5,0%) e DGEBA/mTETA (2,5% e

5,0%).

N: Total de amostras; DP: Desvio Padrão

Fonte: Produção do autor.

Os resultados da média das áreas abaixo da curva

obtidas do ensaio de tenacidade à fratura (A) e o resultado da

eficiência de autorregeneração (η") utilizando a Eq. 2, para os

diferentes sistemas estudados são apresentados na Tab. 9.

Amostras KIC

MPa.m1/2

(DP)

Η η' N

DGEBA 1,720,29 6

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-2,5%, 80oC)

1,770,41 1,11 1,10 5

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(S-2,5%) 1,610,37 8

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-2,5%) 1,430,36 0,89 0,83 5

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(S-5%) 1,380,19 5

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-5%) 1,410,15 1,02 0,82 7

DGEBA/mTETA

(S-2,5%) 1,370,09 4

DGEBA/mTETA

Auto-2,5%) 1,200,11 0,88 0,70 4

DGEBA/mTETA

(S-5%) 1,100,15 3

DGEBA/mTETA

(Auto-5%) 0,90,17 0,82 0,52 3

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169

Tabela 9 : Resultado da eficiência de autorregeneração (η´´) para os

sistemas DGEBA, DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80o),

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5% e 5,0%) e DGEBA/mTETA (2,5% e

5,0%).

Fonte: Produção do autor.

Em geral, a eficiência de autorregeneração η (Tab. 8)

aumentou com a concentração total de microcápsulas,

conforme observado em outros trabalhos (JIN et al, 2012a;

BROWN et al., 2004; YIN et al., 2007). Desta forma, os

sistemas com 5,0% de microcápsulas tanto DGEBA/mPDMS-

a/mTETA como DGEBA/mTETA apresentaram melhor

Amostras Média

Área

(A)

DP UIC η"

DGEBA 542 224

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-2,5%, 80oC)

897 380 6,19 2,00

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(S-2,5%)

452 186 3,12

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-2,5%)

557 329 3,68 1,18

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(S-5%)

293 92 1,66

DGEBA/mPDMS-a/mTETA

(Auto-5%)

363 42 2,26 1,37

DGEBA/mTETA

(S-2,5%)

274 111 1,80

DGEBA/mTETA

Auto-2,5%) 279 105

1,78 0,99

DGEBA/mTETA

(S-5%)

114 54 0,78

DGEBA/mTETA

(Auto-5%)

211 90 1,00 1,28

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170

eficiência de autorregeneração conforme apresentado na Tab. 8

em relação aos mesmos sistemas com 2,5% de microcápsulas e

que foram autorregeneradas a temperatura ambiente. Este fato

está relacionado à concentração maior de microcápsulas, que,

desta forma, apresentam maior quantidade de material no

núcleo com potencial de autocicatrização que reagem com a

ligação C-O dos grupos epóxi, levando a uma maior eficiência

de autorregeneração (Tab. 8). Este resultado será avaliado nas

micrografias obtidas da superfície da fratura destas amostras.

Por outro lado, nos sistemas contendo 2,5% de microcápsulas a

quantidade de agente cicatrizante liberada para cobrir a

superfície fraturada é insuficiente restringindo o poder de

autocicatrização. Por conseguinte, algumas trincas não foram

autocicatrizadas e a resistência à fratura (KICAuto) não é tão

elevada como esperado. Aumentar o conteúdo de

microcápsulas pode aumentar a eficiência de autorregeneração,

mas foi observado pelo ensaio de tração que 5,0% causa a

redução das propriedades mecânicas, desta forma foi

adicionado no máximo esta quantidade.

Já para os resultados de eficiência de autorregeneração

em relação a matriz DGEBA (η´) ocorreu a redução da

eficiência em relação ao η e essa redução foi maior em relação

ao sistema com a incorporação de 5,0% de microcápsulas tanto

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171

para o sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA como para

DGEBA/mTETA. Isto pode ser explicado pela quantidade de

microcápsulas incorporada como foi explicado no subitem

efeito da concentração de microcápsulas.

A Fig. 53 mostra os resultados do teste de tenacidade à

fratura para os sistemas DGEBA e DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (2,5%; 5% e 2,5%, 80oC).

Figura 53: Curvas força-deslocamento representativas do ensaio de

tenacidade a fratura para o sistema DGEBA.

Fonte: Próprio autor.

Os resultados dos ensaios de tenacidade à fratura

apresentaram comportamento linear da curva força em função

da deformação na fratura total, exibindo característica de

fratura frágil (Fig. 53). Já para as amostras autorregeneradas a

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172

curva força em função da deformação apresenta uma redução

da região linear (Fig. 54), indicando absorção de energia

adicional no processo de fratura, que refletiu na maior

eficiência de autorregeneração η´´ para os sistemas

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%; 5% e 2,5%, 80oC)

conforme observado na Tab. 9.

Figura 54: Curvas força-deslocamento representativas do ensaio de

tenacidade a fratura para o sistema DGEBA com 2,5% de microcápsulas

preenchidas com TETA e PDMS-a após a autorregeneração à 80oC por 2h.

Fonte: Próprio autor.

O sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80oC),

apresentou praticamente o dobro de eficiência de

autorregeneração (η´´), avaliada em termos de taxa de liberação

de energia (UIC) em relação aos outros sistemas analisados com

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173

2,5% de microcápsulas tanto preenchidas de PDMS-a e TETA,

como somente de TETA autorregenerados a temperatura

ambiente. As amostras autorregeneradas DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (2,5 e 5,0%, Tamb), também apresentaram valores

superiores de eficiência de autorregeneração (η´´) (Tab. 9) em

relação aos sistemas DGEBA/mTETA (2,5 e 5%). Conforme

reportado para estas amostras a medida que aumenta a

proporção de microcápsulas aumentou a eficiência de

autorregeneração (η´´).

Os sistemas DGEBA/mTETA (2,5 e 5%) apresentaram

menores valores de eficiência de autorregeneração (η´´)

comparado ao sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA, visto que

as microcápsulas preenchidas com TETA promovem a maior

rigidez da estrutura polimérica, conforme foi discutido no

subitem agente cicatrizante. Enquanto que as microcápsulas

preenchidas com PDMS-a auxiliam a reduzir a rigidez da

matriz epoxídica, resultando em melhores valores de taxa de

liberação de energia (UIC) (Tab. 9). Isto ocorre devido ao

PDMS-a apresentar átomos de oxigênio e silício em sua cadeia

principal (Si-O-Si), as ligações Si-O tem comprimento maior

que as ligações C-C, conferindo maior flexibilidade para a

matriz epoxídica. Além disso, a presença de grupos amina

ligados a estrutura principal do PDMS-a aumentam a distância

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174

entre as cadeias na matriz epoxídica, diminuindo a densidade

de reticulação promovendo melhor deformação plástica

localizada, conforme citado por Jin et al., 2012a, Brown et al.,

1980, Pearson et al., 1989 e Chen et al., 1995. Desta forma, o

sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%) autorregenerado a

temperatura de 80oC apresentou o melhor resultado de

tenacidade à fratura, devido provavelmente a menor densidade

de reticulação da matriz, devido a mobilidade das cadeias que

tem uma influência significativa sobre o efeito de tenacidade à

fratura. Pois à medida que a densidade de reticulação da matriz

aumenta, a deformação plástica localizada se torna restrita (JIN

et al., 2012a).

4.5.3 Análise Fractográfica

A Fig. 55 apresenta as micrografias confocal de

varredura a laser (3D) das superfícies das amostras TDCB

fraturadas no ensaio de tenacidade à fratura para todos os

sistemas estudados.

O plano de fratura da matriz epoxídica que apresenta

marcações hackle e zona lisa é consistente com a fratura frágil

(BROWN et al., 2004; SMITH et al., 1987).

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175

Figura 55: Micrografia de microscópio confocal a laser da superfície da

fratura dos sistemas DGEBA (A) e DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5, 80oC)

(B).

Fonte: Próprio autor.

hackle

A

B

100µm

100µm

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176

Para os sistemas com microcápsulas observa-se

alterações nos mecanismos de fratura, apresentando uma

superfície rugosa indicando um comportamento mais tenaz

(Silva, 2014).

Marcações hackle também são identificadas, de forma

reduzida em relação a matriz DGEBA. O grau de rugosidade

parece ser maior após as marcações hackle. A literatura traz

resultados de matriz epoxídica contendo diferentes tipos de

inclusões como: microesferas de sílica, micropartículas de

ureia-formaldeído (PUF), etc. Sendo que as marcações hackle

foram encontradas serem restritas a uma pequena região perto

da ponta da trinca (Brown et al, 2002; Kocsis et al., 1993).

Alterações no mecanismo de fratura da matriz

epoxídica são evidentes no plano da fratura com microcápsulas

incorporadas, que reduziram a tenacidade à fratura total em

relação a matriz epoxídica. Foi observado que a adição de

microcápsulas apresentou uma tendência para a redução dos

valores obtidos de tenacidade à fratura, sendo que os valores de

tenacidade à fratura para o sistema com 2,5% de microcápsulas

preenchidas com TETA/PDMS-a, autorregenerado 80oC foram

similares em relação aos valores de tenacidade à fratura para a

matriz epoxídica (DGEBA).

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177

Outros trabalhos obtiveram valores superiores de

tenacidade à fratura para outros tipos de matrizes e agentes

cicatrizantes em relação a matriz pura, como matriz epoxídica

curado a baixa temperatura (BROWN et al., 2004), PDMS-a

em elastómeros (KELLER et al., 2007) e adesivo epóxi

(JUNG, 1995).

Dois mecanismos de tenacidade foram identificados

para microcápsulas incorporados nestes trabalhos,

nomeadamente como crack pining e deformação plástica

(BROWN et al., 2004). Caudas provenientes de microcápsulas

quebradas no plano da fratura são observadas na superfície da

fratura dos sistemas com microcápsulas indicando mecanismos

de adsorção de energia, com características típicas de crack

pining, e de fato observadas na inspeção da superfície de

fratura (Fig.56, 57, 58 e 59) (BROWN et al., 2004). No

entanto, a elevada densidade de reticulação de epóxi restringe a

deformação plática geralmente induzida pela concentração de

tensões de microcápsulas, não causando nenhum benefício em

tenacidade à fratura (Brown et al., 1980; Pearson et al., 1989;

Chen et al., 1995).

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178

Figura 56: Micrografia de microscópio confocal a laser da superfície da

fratura dos sistemas DGEBA/mPDMS-a/mTETA–S (2,5%) – (A) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA-Auto (2,5%) – (B).

Fonte: Próprio autor.

A

B

100µm

100µm

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179

Figura 57: Micrografia de microscópio confocal a laser da superfície da

fratura dos sistemas DGEBA/mPDMS-a/mTETA–S (5%) – (A) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA-Auto (5%) – (B).

Fonte: Próprio autor.

A

B

100µm

100µm

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Figura 58: Micrografia de microscópio confocal a laser da superfície da

fratura dos sistemas DGEBA/mTETA–S (2,5%) – (A) e DGEBA/mTETA-

Auto (2,5%) – (B).

Fonte: Próprio autor.

100µm

100µm

A

B

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Figura 59: Micrografia de microscópio confocal a laser da superfície da

fratura dos sistemas DGEBA/mTETA–S (5%) – (A) e DGEBA/mTETA-

Auto (5%) – (B).

Fonte: Próprio autor.

100µm

100µm

A

B

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182

Para os sistemas DGEBA/mTETA (2,5%) (Fig.58-A) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%) (Fig.56-A), observa-se

que em baixas concentrações há uma boa dispersão das

microcápsulas na matriz. A medida que aumenta a

concentração de microcápsulas ocorre o aumento da

rugosidade e aglomerados da superfície da fratura, bem como

os pontos de tensão.

Como pode ser visto na superfície da fratura dos

sistemas DGEBA/mTETA (5%) (Fig.59-A) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (5%) (Fig.57-A), pode-se

observar a redução da homogeneidade e maior interferência na

microestrutura da fratura em relação a matriz epoxídica, que

resultaram na menor tenacidade à fratura total (KICS) para estas

amostras. A consequente redução da área total de marcas

hackle pode também explicar parte da redução da tenacidade à

fratura com a inclusão de espaços vazios provocados pelo

rompimento das microcápsulas como pode ser visualizado na

Fig.55 (BROWN et al., 2004). Estes resultados corroboram

com o comportamento verificado por meio da tenacidade à

fratura.

Observa-se que às microcápsulas presentes no sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (Fig. 57-B) estão mais dispersas

na matriz em relação as microcápsulas presentes no sistema

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183

DGEBA/mTETA (Fig.59-B), isso refletiu na tenacidade à

fratura das amostras como foi visto anteriormente. A

tenacidade à fratura é maior quando a superfície de fratura está

associada a melhor dispersão das microcápsulas. Este

comportamento foi consistente com o relatado por Blaiszik et

al. (2008) e Brown et al. (2004). A redução da homogeneidade

do sistema DGEBA/mTETA, pode ser explicado pelo processo

de produção das microcápsulas. Além da homogeneização das

microcápsulas no sistema DGEBA/mTETA, existe a

possibilidade de existir uma população de microcápsulas com

tamanhos maiores, que consequentemente reduzem o efeito de

reforço quando comparado ao sistema DGEBA/mPDMS-

a/mTETA. Isto pode ser relacionado com a área superficial

total menor para uma dada quantidade de microcápsulas

incorporadas. Isto indica que a resistência aumenta com o

aumento da área de superfície das microcápsulas preenchidas

por meio de um mecanismo de transferência de estresse mais

eficiente, mas depende da quantidade e tamanho da

microcápsula (FU et al., 2008 e JIN et al., 2012a). Brown e

colaboradores (2002) sugerem que existe a competição entre

partículas de tamanhos menores, que proporcionam melhor

dispersão, e grandes partículas, que reduzem a área de

superfície para razão de volume para o material autorreparador

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184

reagir. Desta forma, microcápsulas mais dispersas e de

tamanhos similares tendem a regenerar a matriz com a mesma

proporção e intensidade, tendo uma tendência de eficiência de

autorregeneração similar, pois, apresentam a mesma

quantidade de agente cicatrizante preenchido. Para uma grande

variedade de tamanho das microcápsulas somente uma pequena

mudança na tenacidade à fratura do autorregenerado foi

medida.

Embora as microcápsulas não se comportem como

partículas sólidas rígidas, foi possível observar que para o

sistema autorregenerado (DGEBA/mPDMS-a/mTETA)

contendo 5% de microcápsulas os valores obtidos de

tenacidade à fratura (KICAuto) foram superiores ao fraturado

totalmente (KICS) para o mesmo sistema. É possível observar

maior grau de cicatrização na superfície da fratura para o

sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (5%) (Fig.57-B) e

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80oC) (Fig.55-B) que

corrobora com os resultados obtidos de KICAuto.

A Fig. 60, 61 e 62 apresentam um comparativo entre as

imagens confocal de varredura a laser (3D) em maior

ampliação da superfície da fratura dos sistemas

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5; 5% e 2,5%, 80oC)

autorregeneradas.

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Figura 60: Micrografia de microscópio confocal a laser do rompimento das

microcápsulas, liberação e autorregeneração do sistema DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (2,5%).

Fonte: Próprio autor.

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Figura 61: Micrografia de microscópio confocal a laser do rompimento das

microcápsulas, liberação e autorregeneração da amostra DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (5%) autorregenerada a temperatura ambiente.

Fonte: Próprio autor.

A

B

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Figura 62: Micrografia de microscópio confocal a laser do rompimento das

microcápsulas, liberação e autorregeneração da amostra DGEBA/mPDMS-

a/mTETA (2,5%, 80oC).

Fonte: Próprio autor.

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A Fig. 63 e 64 apresentam um comparativo entre as

imagens de microscopia confocal de varredura a laser (3D) da

superfície da fratura os sistemas DGEBA/mTETA (2,5; 5%)

autorregeneradas.

As superfícies de fratura do material autorregenerado

(Fig. 60 à 64) revelaram que a presença das microcápsulas

levou o material à fraturar de maneira frágil, na qual a trinca se

propagou através das microcápsulas ao invés da interface

microcápsula-polímero e, em vários pontos, pela matriz.

Devido a presença da microcápsula, a frente da trinca pode

atravessar a microcápsula. A fim de recuperar a energia, talvez

houvesse o aumento da tenacidade, mas a microcápsula deve

ser facilmente rompida para liberar o material autocicatrizante,

e desta forma, antes da autorregeneração, o valor da tenacidade

não aumentou. Em vez disso, as microcápsulas antes da

autorregeneração levaram a formação de vazios que diminuem

a tenacidade alterando o mecanismo de fratura, fazendo com

que pequenas regiões de clivagem como ruptura frágil, o que

corrobora com os valores reduzidos de tenacidade à fratura sem

autorregeneração para todos os sistemas analisados (Brown et

al., 2002 e 2004).

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Figura 63: Micrografia de microscópio confocal a laser do rompimento das

microcápsulas, liberação e autorregeneração da amostra DGEBA/mTETA

(2,5%) autorregenerada.

Fonte: Próprio autor.

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Figura 64: Micrografia de microscópio confocal a laser do rompimento das

microcápsulas e autorregeneração da amostra DGEBA/mTETA (5%).

Fonte: Próprio autor.

Examinando o plano da fratura das microcápsulas é

possível observar que estas não foram arrancadas das amostras

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foram apenas rompidas, também é possível observar que o

agente cicatrizante foi liberado do núcleo das microcápsulas e

que a resina reagiu com o agente cicatrizante para formar um

filme proveniente da reação do agente cicatrizante com a

matriz, mas que somente é verificado em algumas partes da

superfície conforme observado pela indicação na Fig. 61-A e

Fig 63 e 64. Isto pode ter ocorrido provavelmente por não ter

mantido tempo suficiente para que ocorresse a

autorregeneração em toda a superfície. Este resultado concorda

com os valores reduzidos de KICAuto em relação ao sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80oC) (Fig. 62). Brown et

al., 2002, observaram que tempos de autorregeneração mais

curtos reduzem o tempo necessário para a autorregeneração

ocorrer e servem para impedir a difusão e a evaporação do

DCPD a partir do plano da trinca.

A máxima eficiência de cura foi observada no sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%, 80oC). A autorregeneração

na face das trincas foi maior como pode ser visto na Fig.62,

que apresentou uma parte maior da superfície da fratura

autorreparada refletido pela presença de um filme na superfície

autorregenerada, que ocorre devido ao aquecimento aumentar o

potencial de reação do agente cicatrizante com a matriz. Este

resultado foi similar com os obtidos LEE et al., 2011, que

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conseguiu uma maior eficiência de autorregeneração,

escolhendo uma temperatura de cura apropriada, que aumentou

a eficiência do agente cicatrizante reagir com a matriz

epoxídica.

A Fig. 65 apresenta a superfície de fratura do sistema

DGEBA/mPDMS-a/mTETA auto (2,5%, 80oC).

Figura 65: Microscopia de confocal a laser do rompimento das

microcápsulas na amostra com 2,5 DGEBA/mPDMS-a/mTETA auto

(80oC).

Fonte: Próprio autor.

A Fig. 65 indica claramente microcápsulas rompidas e a

liberação do material do núcleo formando um filme ao redor

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das microcápsulas originando uma interfase constituída de um

híbrido de PDMS-a com a matriz epoxídica.

A adesão das partículas é importante para contribuir no

aumento da tenacidade à fratura de materiais com duas fases. A

transferência eficaz da tensão é o fator mais importante, pois,

partículas com pouca adesão apresentam distribuição

ineficiente de tensões na interface partícula/polímero. Assim, a

partícula não pode transportar qualquer carga e a tenacidade

composta diminui com o aumento da concentração de

partículas. Para compostos que contenham partículas bem

aderidas, a adição de partículas de um polímero irá levar a um

aumento na força especialmente para as partículas com grandes

áreas de superfície (FU et al., 2008). No entanto, para matrizes

termorrígidas como as matrizes epoxídicas o aumento da

aderência de partículas usando agentes de acoplamento não

melhora a tenacidade (SPANOUDAKIS et al., 1984;

MOLONEY et al., 1987; SAHU et al., 2004). Outro trabalho

que concluiu que os valores de intensidade de tensão (KIC) não

são fortemente dependentes da força de adesão foi de

Spanoudakis and Young (1984). Estes trabalhos evidenciam

que o crescimento de trinca é dominado por falha matriz e

fratura e que a forte adesão leva à alta tenacidade em matrizes

termoplásticas, mas, não é necessário em matrizes

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termorrígidas devido a diferentes mecanismos de falha (FU et

al., 2008).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A otimização da síntese das microcápsulas de PUF pode

diminuir a variação de tamanhos das microcápsulas

incorporadas na matriz epoxídicas e deve facilitar a dispersão

resultando em melhores resultados das propriedades

mecânicas. Mas devem ser avaliados os tamanhos utilizados,

pois, a redução pode resultar na redução da eficiência de cura

pela redução de agente cicatrizante no plano da fratura.

A autorregeneração das matrizes epoxídicas, com

microcápsulas que apresentam poder de autorregeneração, foi

possível utilizando o corpo de prova no formato TDCB que

propicia avaliar o crescimento controlado da trinca em matrizes

frágeis como epóxi. Pois, utilizando a geometria TDCB é

possível analisar a autorregeneração sem fraturar o corpo de

prova totalmente e permite avaliar a tenacidade á fratura

independente do comprimento da trinca, devido a altura do

TDCB varia com o crescimento da trinca. Desta forma, foi

possível desenvolver o método para avaliar a eficiência de

autorregeneração.

Os valores de tenacidade foram menores para as

amostras autorregeneradas a temperatura ambiente em relação

a matriz epoxídica. Em muitas aplicações, no entanto,

autorregenerar as trincas em ambientes agressivos é tão

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importante quanto a recuperação resistência à fratura completa.

Por exemplo, o agente cicatrizante PDMS tem potencial para

autorregenerar as trincas em ambientes com alta temperatura.

É possível que a adição de microcápsulas reduza a taxa

de propagação de trincas sob condições de fadiga – a trinca se

propagaria lentamente e possibilitaria a ação do conteúdo das

microcápsulas, e desta forma, seria possível observar maiores

valores de tenacidade e autorregeneração das matrizes

epoxídicas.

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197

6 CONCLUSÕES

A microencapsulação de um PDMS-a em microcápsulas

de PUF, apresentou-se como uma alternativa viável, tendo em

vista que, as microcápsulas armazenam o agente cicatrizante e

romperam-se liberando o na presença das trincas e promovendo

a autorregeneração da matriz epoxídica.

Os resultados dos ensaios de tração para os sistemas

DGEBA com 5% de microcápsulas preenchidas com PDMS-a

apresentaram redução do módulo e da tensão de ruptura de

12% em relação a matriz DGEBA. Já os sistemas com 5% de

microcápsulas ocas essa redução foi de aproximadamente 50%

tanto para o módulo como para a tensão de ruprtura.

Foi avaliada uma nova maneira de calcular a eficiência

de autorregeneração (η´) em relação a autorregeneração da

matriz DGEBA sem microcápsulas e o sistema DGEBA com

microcápsulas, refletindo em resultados para o novo material

com poder de autorregeneração. Enquanto que no cálculo de

eficiência de autorregeneração η é comparado os valores

encontrados para os sistemas com microcápsulas

autorregenerados e sem autorregeneração, mostrando-se

eficiente para verificar a autorregeneração utilizando as

microcápsulas.

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198

De forma geral, os melhores resultados de tenacidade à

fratura e eficiência de autorregeneração (η, η´ e η´´) foram

observados para o sistema DGEBA/mPDMS-a/mTETA (2,5%)

autorregenerado a temperatura de 80oC, pois, a reação da

matriz epoxídica com o PDMS-a é lenta a temperatura

ambiente, o que enfatiza a necessidade de usar catalisador ou

temperatura para o desenvolvimento de materiais com maior

poder de autorregeneração. Para os resultados para os sistemas

autorregenerados a temperatura ambiente, a proporção de 5%

de microcápsulas apresentou os melhores valores de tenacidade

à fratura e eficiência de autorregeneração em temperatura

ambiente.

Os resultados de microscopia da fratura mostraram que

ocorreu o rompimento das microcápsulas liberando o agente

cicatrizante e autorreparando as trincas geradas após o ensaio

de tenacidade à fratura. A utilização do microscópio confocal a

laser 3D mostrou-se um método eficiente para avaliar a

superfície da fratura de amostras como matrizes epoxídicas.

Mesmo os sistemas autorregenerados a temperatura

ambiente apresentaram autorregeneração, indicando que o

agente cicatrizante PDMS-a e TETA são uma alternativa para

sistemas autorregeneráveis. Além de promover a

autorregeneração o agente cicatrizante PDMS-a também

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apresenta melhores valores de eficiência de autorregeneração

η´´ representando maior absorção de energia até que ocorra a

fratura.

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7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Encapsular concentrações maiores de microcápsulas

preenchidas com PDMS-a e avaliar as propriedades

mecânicas;

Diminuir a dispersão do diâmetro das microcápsulas,

isso pode diminuir a influência das microcápsulas na

propagação da trinca e no resultado da tenacidade à

fratura;

Utilizar a autorregeneração manual para verificar se

ocorre a recuperação como foi realizado na maioria dos

trabalhos;

Utilizar diferentes temperaturas e tempos para avaliar a

autorregeneração;

Testes de envelhecimento das microcápsulas

incorporadas no corpo de prova;

Utilizar catalisador para acelerar a reação de

autorregeneração entre a matriz epoxídica e o PDMS-a;

Analisar a propagação da trinca e da autorregeneração

por meio de testes de fadiga;

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218

9 ANEXOS

ANEXO A- GEOMETRIA CORPO DE PROVA TAPERED

DOUBLE CANTILEVER BEAM (WTDCB).

Fonte: Jin et al., 2013.

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219

ANEXO B- ESTUDO PRELIMINAR

Inicialmente foi realizado um estudo preliminar de uma

nova formulação de matriz epoxídica com base na utilização de

um agente cicatrizante o poli(dimetilsiloxano) aminofuncional-

PDMS-a (ADM 653 e ADM 1650) como substituto para o

agente de reticulação a base de amina (TETA), por meio da

espectrometria no infravermelho (FTIR). Foram utilizandas as

resinas LY1316 com teor de epóxi de 5,8-6,3 Eq/kg e o seu

respectivo endurecedor HY1208 na proporção definida pelo

fabricante e a resina e a GY 251 para identificar por meio do

FTIR a melhor reticulação com os dois polidimetilsiloxanos

aminados.

As reações de cura de dois tipos de matrizes epoxídicas

(GY e LY) em diferentes composições e diferentes tempos de

reação utilizando dois tipos de polidimetilsiloxanos aminados

BELSIL®ADM 1650 e BELSIL®ADM 653 denominados com

ADM1650 e ADM653 respectivamente, foram estudados

utilizando espectrometria no infravermelho (FTIR) com o

objetivo de identificar o Polidimetilsiloxano amino funcional

com o melhor resultado de cura com determinada matriz

epoxídica que serão utilizados na sequência do trabalho. A

cura, pelas reações entre os grupos amina presentes nos

polidimetilsiloxanos aminados (ADM 1650 e ADM 653) e a

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220

ligação C-O dos grupos epóxi da matriz epoxídica DGEBA, foi

acompanhada pelo monitoramento da banda característica do

anel epóxídico a 916 cm-1

, em vários tempos de reticulação. As

análises por espectroscopia no infravermelho (FTIR) foram

realizadas em um equipamento Perkin Elmer Spectrum One, no

intervalo de 550 – 4000 cm-1

(modo ATR, 32 scans).

O grau de reticulação com diferentes concentrações de

PDMS-a foi determinada pela relação entre as áreas da banda

de epóxi a 916 cm-1

da banda a 1182 cm-1

, conforme foi

utilizado por RIGAIL-CEDEÑO et. al. (2005) e GONZALEZ

et. al. (2004). A banda a 1182 cm-1

, atribuída ao estiramento C-

H do anel aromático de DGEBA, permanece invariável durante

a reação e pode ser usada como uma banda de referência para a

análise. A banda a 916 cm-1

refere-se ao grupo epóxi, que

diminui durante o processo de reticulação. A variação desta

banda permite uma análise do progresso da reação e a

conversão de epóxi é dada através da Eq.13.

𝛼 = 1 −[(𝐴916,𝑡) (𝐴1182,0)]

[(𝐴916,0) (𝐴1182,𝑡)] Equação 13

Onde A1182,0, A1182,t referem-se às áreas das bandas de

referência no tempo zero (0) e após certo tempo (t),

respectivamente. A916,0, A916,t são as áreas das bandas para a

matriz epoxídica não reticulado e a resina parcialmente

reticulada, após um certo tempo, respectivamente.

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221

A Tabela 10 apresenta os sistemas analisador por meio

do FTIR e as concentrações de cada composição e o tempo de

reação.

Tabela 10: Apresenta os sistemas analisados por meio do FTIR.

Matriz

epoxídica

Composição PDMS-a Tempo

reação (h) ADM1650

%(m/m)

ADM653%(m/m)

LY 20 4

LY 20 4

GY 20 4

GY 20 4

LY 20 0; 2; 4; 6;

24 e 48

GY 20 0; 2; 4; 6;

24 e 48

Primeiramente as amostras foram misturadas

manualmente durante 5 minutos na proporção 20% (mm) de

ADM 1650 e ADM 653 em relação a matriz epoxídica GY e

para a resina LY, conforme Tab. 10. As medidas foram

realizadas no intervalo de 550 – 4000 cm-1

, após 4 horas de

reticulação para a resina GY em relação a LY.

Foi avaliado o grau de reticulação em vários tempos (0,

2, 4, 6, 24 e 48h) para a resina GY em relação a LY (Tab. 10).

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222

As amostras de ADM 1650 na proporção de 20% (m/m) em

relação a matriz epoxídica GY foram misturadas manualmente

durante 5 e na mesma proporção de ADM 1650 foi realizada a

mistura com a matriz epoxídica LY e analisadas por meio de

FTIR.

Seleção da Matriz epoxídica e Agente cicatrizante e

Respectivas Proporções

Foram analisadas as amostras utilizando-se o sistema

matriz epoxídica GY e LY com variações de proporções dos

polidimetilsiloxanos aminados (ADM 1650 e ADM 653) em

diferentes tempos de reações de reticulação. A Figura 66

mostra os espectros de FTIR parcial da matriz epoxídica LY

com a adição de 20% em massa de ADM 1650 e LY com a

adição de 20% em massa de ADM 653 durante reticulação à

temperatura ambiente em 4 horas, evidenciando a banda de 916

cm-1

do grupo epóxi.

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223

Figura 66: Espectros na região do infravermelho da matriz epoxídica LY,

LY com 20% de ADM 653 e LY com 20% de ADM 1650, após 4 horas de

reação.

500 1000 40004500

30

40

50

60

70

80

90

100

110

LY (20% ADM1650) 4h

LY (20% ADM653) 4h

LY

%T

cm-1

916

1182

Fonte: produção do próprio autor

A Figura 67 mostra os espectros de FTIR parcial da

matriz epoxídica GY com a adição de 20% em massa de ADM

653 e GY com a adição de 20% em massa de ADM 653

durante a reticulação, a temperatura ambiente em 4 horas,

evidenciando a banda de 916 cm-1

do grupo epóxi. A ausência

da absorção do anel epóxi (banda 916 cm-1

) na amostra curada

confirma a conversão do grupo epóxi no polímero,

possibilitando investigar a cura de resinas epoxídicas

(ALMEIDA, 2005; PIRES et al., 2005). A redução da banda

em 916 cm-1

em relação á banda a 1182cm-1

para a mistura

contendo ADM 1650 em relação ao ADM 653 durante o

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224

processo, é um indicativo de reticulação, e usou-se essa relação

para o cálculo do grau de reticulação.

Figura 67: Espectros na região do infravermelho da matriz epoxídica

DGEBA-G, da resina GY com 20% de ADM 653 e com 20% de ADM

1650, após 4 horas de reação.

500 1000 4000 4500

30

40

50

60

70

80

90

100

110

cm-1

GY (20% ADM1650) 4h

GY (20% ADM653) 4h

%T

GY 916

1182

Fonte: produção do próprio autor

Observa-se que, para o sistema com o

Polidimetilsiloxano amino funcionalADM 1650 tanto para a

matriz epoxídica GY como para o LY ocorre à redução da

intensidade da banda a 916 cm-1

(Fig. 60 e 61). Já para os

sistemas GY e LY com ADM 653 não foi possível observar a

redução da banda a 916 cm-1

(Fig. 60 e 61). Isso já era

esperado e pode ser explicado pelo número de grupos amina

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225

presentes no ADM 1650 (0,6mmol/g) em relação ao ADM 653

(0,1mmol/g). Verificou-se também que o GY apresentou uma

maior redução da intensidade da banda em 916 cm-1

mostrando

ser mais eficiente na reticulação com o ADM 1650 em relação

às outras amostras analisadas. Para evidenciar esta maior

reticulação do PDMS-a (ADM 1650) foi avaliado o grau de

reticulação para a matriz epoxídica GY em relação à LY em

vários tempos de reação (Fig. 68).

Figura 68: Grau de reticulação em função do tempo de reação para a matriz

epoxídica com 20% de ADM1650 e GY com 20% em massa de ADM1650.

0 10 20 30 40 50

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

Gra

u d

e re

ticu

laçã

o (

%)

GY/ADM1650

LY/ADM1650

Tempo de cura (h)

Fonte: produção do próprio autor.

A Fig. 68 apresenta o grau de reticulação avaliada por

meio do FTIR das reações epoxídicas do matriz epoxídica LY

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226

com 20% em massa de ADM1650 em relação a GY com 20%

em massa de ADM1650 em vários tempos de reação

determinada pelas áreas da banda de epóxi a 916 cm-1

em

referência à banda a 1182 cm-1

. A resina GY apresentou maior

grau de reticulação, aproximadamente 34%, em comparação à

resina LY, com aproximadamente 29% confirmando os

resultados obtidos acima evidenciando o comportamento mais

eficiente na reticulação da resina GY com PDMS-a.

A análise dos espectros de infravermelho permitiu

determinar que a matriz epoxídica GY 250 apresentou maior

grau de reticulação em todos os tempos de cura avaliados.

Dentre os agentes de cicatrizantes PDMS-a (ADM 1650 e 653)

o que exibiu maior reticulação foi o BELSIL®ADM 1650

(PDMS-a). Observou-se também que existe a necessidade de

aquecimento para que ocorra a reticulação total. Este resultado

preliminar indica a necessidade de utilizar um catalisador para

promover melhor reticulação a temperatura ambiente. Desta

forma, optou-se por seguir os estudos utilizando a resina GY

que será chamada no texto como DGEBA com o ADM1650

que apresentou melhor resultado com esta resina em relação ao

ADM563, e na sequência do texto o ADM1650 será chamada

de PDMS-a.

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ANEXO C- ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA

MATÉRIA ANEXO

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236

ANEXO D- ENSAIOS DE TRAÇÃO

Os sistemas DGEBA, epóxi DGEBA misturado com o

PDMS-a (DGEBA/PDMS-a) foram preparados e curados a

80oC durante 2h e seguindo 130

oC 2h para a avaliação das

propriedades mecânicas. Para o sistema epóxi DGEBA com

PDMS-a (sem a presença a cada 100g de matriz epoxídica

foram adicionados (1, 2,5, 5, 7 e 10%, m/m) de PDMS-a em

relação à de epóxi. O Processo de cura destes corpos de prova

foram diferentes em relação aos outros, estes passaram por um

processo de cura modificado de NI e ZHENG, 2006 que

utilizaram temperatura de 80oC de cura e pós cura de 160

oC

para materiais compostos por epóxi-copolissilsesquioxano.

Inicialmente os corpos de prova compostos de epóxi/PDMS-a

foram curados a temperatura de 80oC durante 2 horas e

posteriormente submetido a 130°C por mais 2 horas.

A Fig. 69 mostra o módulo de elasticidade dos sistemas

DGEBA misturado com diferentes concentrações em massa de

PDMS-A. O processo de cura destes espécimes foi adaptado de

NI e Zheng, 2006. Neste estudo, foi curado a 80 °C por 2h

seguinte 130oC por 2h.

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237

Figura 69: Comparação do módulo de elasticidade do DGEBA e DGEBA

contendo PDMS-a em diferentes concentrações, curado a 80oC 2h seguido

de 130oC 2h.

0 1% 2,5% 5% 7% 10%

0

500

1000

1500

2000bb

bbb

DGEBA

DGEBA/PDMS-a (1%)

DGEBA/PDMS-a (2,5%)

DGEBA/PDMS-a (5%)

DGEBA/PDMS-a (7%)

DGEBA/PDMS-a (10%)

Módulo

de E

lasticid

ade (

MP

a)

Concentração de microcápsulas % (m/m)

a

Fonte: Próprio autor.

Os sistemas DGEBA com a incorporação de PDMS-a

apresentam pequena variação no módulo de elasticidade para

todas as concentrações de PDMS-a analisadas. O desvio padrão

indicado pelas barras de erros indica que às variações entre os

sistemas DGEBA adicionado PDMS-a são bem similares. Ao

comparar o sistema DGEBA com os sistemas DGEBA

contendo PDMS-a observa-se uma redução de

aproximadamente 25% no módulo de elasticidade em relação

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238

ao sistema DGEBA contendo 10% em massa de PDMS-a.

Pode-se observar que o módulo de elasticidade diminui

conforme aumenta a quantidade de PDMS-a comparativamente

com o sistema DGEBA, isso já era esperado tendo em vista que

o PDMS-a proporciona a matriz maior flexibilidade devido a

sua estrutura molecular como descrito anteriormente.

A avaliação da tensão de ruptura proporciona indícios

da resistência desse novo material. A Fig. 70 mostra o

comportamento de tensão máxima para o sistema DGEBA e

DGEBA com PDMS-a em várias composições.

Figura 70: Comparação da tensão de ruptura do DGEBA e DGEBA

contendo PDMS-a em diferentes concentrações, curado a 80oC 2h seguido

de 130oC 2h.

0 1% 2,5% 5% 7% 10%0

10

20

30

40

50

DGEBA

DGEBA/PDMS-a (1%)

DGEBA/PDMS-a (2,5%)

DGEBA/PDMS-a (5%)

DGEBA/PDMS-a (7%)

DGEBA/PDMS-a (10%)

c

bc

abab

T

ensão d

e r

uptu

ra (

MP

a)

concentração de microcápsulas % (m/m)

a

bc

Fonte: Próprio autor.

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239

A Fig.70 apresenta uma tendência de redução dos

valores de tensão de ruptura entre os sistemas analisados em

relação ao sistema DGEBA, mas observa-se que esta redução é

significativa estatisticamente acima de 5% de PDMS-a que

apresenta diferença estatística entre o sistema DGEBA e

DGEBA com 1 e 2,5% de PDMS-a e que esta diferença

aumentou com 10% de PDMS-a em DGEBA. Ao comparar o

sistema DGEBA com os sistemas DGEBA contendo PDMS-a

observa-se uma redução de 24% na tensão máxima de ruptura

em relação ao sistema contendo 10% de PDMS-a. O valor

encontrado de tensão máxima para a matriz epoxídica DGEBA

condiz com o valores de 50MPa fornecido pelo fabricante.

A avaliação através de ensaios de tração em epóxi com

PDMS-a como um modificador não foi relatado na literatura. O

valor de tensão máxima para o epóxi puro GY (50,5 MPa) e os

sistemas analisados com PDMS-a foram maiores em relação

aos resultados encontrados por Zacharuk, M. et al. (2011) que

estudou a reação entre polietileno glicol e a matriz epoxídica

para conferir menor rigidez a matriz (tensão máxima 41,6 MPa,

curados a temperatura de 70oC) bem como para o sistema

DGEBA/PDMS-a (tensão máxima de 46,76 MPa), isto de deve

ao processo de cura utilizado e também a diferença na estrutura

molecular do PDMS-a e o polietileno glicol.

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240

A Fig. 71 apresenta o resultado da deformação de

ruptura do DGEBA e dos sistemas de DGEBA com PDMS-a

em várias concentrações, é possível observar que a adição do

PDMS-a apresenta uma tendência a aumentar a deformação

total no ponto de ruptura para as concentrações com 1 e 2,5%

de PDMS-a. Este comportamento se deve ao PDMS-a

aumentar a flexibilidade da matriz epoxídica como foi

discutido acima para os resultados de módulo de elasticidade.

Todos os sistemas analisados com diferentes concentrações de

PDMS-a não apresentam diferença significativa em relação ao

DGEBA. Já para os sistemas com 5, 7 e 10% existe uma

tendência de redução da deformação de ruptura em relação ao

sistema DGEBA.

Figura 71: Deformação máxima de ruptura de amostras de GY/PDMS-a,

curado a 80oC 2h seguido de 130

oC 2h.

0 1% 2,5% 5% 7% 10%0

1

2

3

aaa

aa

DGEBA

DGEBA/PDMA-a (1%)

DGEBA/Pdms-a (2,5%)

DGEBA/PDMS-a (5%)

DGEBA/PDMS-a (7%)

DGEBA/PDMS-a (10%)

Concentração de microcápsulas % (m/m)

D

efo

rmação d

e r

uptu

ra (

%)

a

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241

Fonte: Próprio autor.

ANEXO E – PROPRIEDADES DA MATRIZ EPOXÍDICA E DO

ENDURECEDOR

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243

ANEXO F - PROPRIEDADES MATRIZ EPOXÍDICA GY 251-1

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