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Descrição do método, importância, fontes de erro e procedimento.
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ESCOLA DE ENGENHARIA CIVILPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E
SANITÁRIA
Disciplina: CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Discentes: Fernanda Lisboa Martins e Ricardo Valadão de Carvalho
Título aula prática: Determinação de sólidos
Data: 16/04/2015
1 INTRODUÇÃO
Os sólidos podem afetar negativamente a qualidade da água ou do efluente de diversas formas.
A água com alta concentração de sólidos dissolvidos, geralmente, possui potabilidade inferior e
pode induzir uma reação fisiológica desfavorável no consumidor. Por essas razões, é desejável que
a água potável possua um limite de 500 mg de sólidos dissolvidos/L, segundo disposto no Standard
Methods for Examination of Water and Wastewater. Entretanto, segundo Anexo X da Portaria nº
2.914 do Ministério da Saúde que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, estabelece o valor máximo
permitido (VMP) de Sólidos Dissolvidos Totais como sendo 1000 mg/L. Águas altamente
mineralizadas também são inadequadas para diversos usos na indústria. Já as águas com alta
concentração de sólidos em suspenção podem ser esteticamente insatisfatórias para banho.
Segundo Jordão e Pessôa (2011), o teor de matéria sólida é tido como a característica mais
importante para o dimensionamento e controle de operação de sistemas de tratamento.
Padrão de qualidade é o valor limite de determinado parâmetro. “Parâmetros de qualidade são
grandezas que indicam as características da água, ou dos esgotos, ou dos corpos d’água” (JORDÃO
e PESSÔA, 2011, p.19). Assim, o parâmetro analisado neste experimento será a serie de sólidos.
Para tanto, será necessário a definição de alguns termos.
O termo “sólidos” referem-se à matéria orgânica em suspensão ou dissolvida na água ou em
águas residuais. Sólidos Totais é o termo aplicado ao material residual restante no recipiente após a
evaporação de uma amostra e subsequente secagem em forno a uma temperatura definida. Os
sólidos totais incluem os sólidos totais em suspensão, parcela do sólidos totais possíveis de serem
retidas em filtro, e sólidos totais dissolvidos, que se trata da parte que passa pelo filtro.
Sólidos Fixos é um termo aplicado à parcela residual total, em suspensão ou dissolvida, após a
secagem em um tempo específico e uma temperatura específica. O peso perdido na calcinação (600
ºC) é denominado de sólidos voláteis.
O termo sólidos sedimentáveis é aplicado ao material que sedimenta, deixa de estar em
suspensão, num certo período de tempo.
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Diante do exposto, as análises de sólidos são importantes para o controle biológico e físico dos
processos de tratamento de águas residuárias, para o atendimento dos limites de potabilidade de
água e de lançamento de efluente, garantido a manutenção do meio ambiente e dos recursos
naturais.
2 OBJETIVOS
O experimento visa a determinar a série completa de sólidos, sendo estes os totais,
dissolvidos e em suspensão, bem como os fixos e voláteis aplicado a cada um destes, presente em
água potável, superficiais e salinas, bem como em efluente domestico e industrial. Visa ainda
tornar o aluno familiarizado com os possíveis métodos de determinação de sólidos, a fim de torná-lo
apto prever a instrumentação necessária para a realização de determinada análise.
3 METODOLOGIA
Para a realização do experimento, serão adotados os métodos de B a F, segundo o Standard
Methods for Examination of Water and Wastewater (Water Environment Federation, USA), tendo
em vista que estes métodos são adequados para a determinação de sólidos em águas potáveis,
superficiais e salinas, bem como em efluente doméstico e industrial, com limite máximo de 20.000
mg/L. Para tal, foi coletada uma amostra no córrego Barro Preto, localizado no município de
Trindade – GO.
3.1 Fontes de Erros e VariabilidadeA amostragem, subamostragem e pipetagem de amostras de duas ou três fazes podem induzir
erros sérios. Estes tipos de amostras devem ser mantidas homogêneas durante a transferência. Deve-
se manter a integridade da amostra quando da realização de subamostragem. As amostras pequenas
devem ser misturadas, preferencialmente, com o auxilio de um agitador magnético. Caso a amostra
possua sólidos em suspensão, pipetar com instrumento que possua um orifício de entrada maior.
Caso parte a amostra adira ao recipiente, levar consideração o fato nos resultados de avaliação.
Algumas amostras formam crosta durante a secagem, a qual evita ou reduz a evaporação da água.
Evitar o uso de agitador magnético com amostras que contenham partículas magnéticas.
A temperatura, na qual o resíduo é seco, tem uma relação importante nos resultados. Isto ocorre
porque a perda de peso depende da temperatura e do tempo de aquecimento. Cada amostra requer
uma certa atenção na dessecação após a secagem. Evitar a abertura constante do dessecador, pois,
pode ocorrer a entrada de ar úmido.
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Resíduos secos a uma temperatura de 103 a 105 ºC podem reter não só água de cristalização,
mas também moléculas de água ocluída (prezas a minerais). A perda de CO2 resultará na conversão
de bicarbonato em carbonato. A perda de matéria orgânica através da volatilização, geralmente, será
bem pequena. Pelo fato da remoção de moléculas de água prezas a minerais ser secundaria, atingir o
peso constate pode ser um processo bem devagar.
Resíduos secos a uma temperatura de 180 ºC, com variação de 2 ºC positivos ou negativos, irá
perder quase todas as moléculas de água ocluída. Parte da porção de águas de cristalização podem
permanecer na amostra, especialmente se tiver presença de sulfatos. A matéria orgânica pode ser
perdida através da volatilização, mas não será completamente destruída. A perda de CO2 resulta da
conversão de bicarbonatos em carbonatos e os carbonatos podem ser decompostos parcialmente ,
transformando-se em óxidos e sais básicos. Alguns sais de cloreto e nitrato podem ser perdidos. Em
geral, a evaporação e a secagem de amostras de água a 180 ºC produz valores de sólidos dissolvidos
mais próximos aos obtidos através do somatório dos minerais determinados individualmente do que
os valores de sólidos dissolvidos obtidos através de secagem em temperaturas mais baixas.
Para lavar os filtros e sólidos filtrados e para limpar instrumentos laboratoriais usar água Tipo
III. Amostras especiais podem requerer águas de mais qualidade.
Os resultados para resíduos com alta concentração de óleos e graxas podem ser questionáveis
por causa da dificuldade de secagem a peso constante em tempo razoável.
Para garantir qualidade das analises, realiza-las em duplicata. Seque as amostras a peso
constante, se possível. Isto implica em múltiplos ciclos de secagem, resfriamento e pesagem para
cada determinação.
3.2 Coleta e Conservação de AmostrasPara realizar a coleta de amostras deve-se usar recipientes resistentes de vidro ou de plástico,
contanto que o material em suspensão não adira às paredes do recipiente. A análise deve ser feita o
mais rápido possível por causa da inviabilidade de preservação da amostra. Refrigerar a amostra a
uma temperatura de 4 ºC até o momento da realização da análise, a fim de minimizar a de
composição microbiológica dos sólidos. Preferencialmente, não mantenha amostras por mais de 24
horas. No caso da necessidade de manter amostras por mais de sete dias, permitir que a amostra
atinja a temperatura ambiente, antes da análise.
3.3 Métodos
3.3.1 Sólidos Totais
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O Método B (Standard Methods for Examination of Water and Wastewater) é o utilizado para
determinação de Sólidos Totais. O princípio deste método consiste na evaporação de uma mistura
homogênea e secagem, a massa constante, a uma temperatura de 103 a 105 ºC. O aumento da massa
em relação à massa do recipiente vazio corresponde ao sólido total.
As interferências que poderão ocorrer na análise são: as águas altamente mineralizadas com
uma concentração significante de cálcio, magnésio, cloretos e/ou sulfatos podem ser higroscópicas e
requerem uma secagem prolongada, dessecação apropriada e rápida pesagem. Excluir da amostra as
partículas grandes e flutuantes ou aglomerados de matérias não-homogêneos submergidos, caso seja
determinado que a inclusão destas no resultado final não seja desejada. Dissipar óleos e graxas
flutuantes com um misturados, antes da retirada da amostra para análise. Pelo fato do excesso de
resíduo poder formar crosta, limitar a uma amostra que não possui mais de 200 mg de resíduo.
Os equipamentos necessário são:
Recipiente para evaporação em porcelana, platina ou vidro borosilicato) com volume de
100 ml;
Mufla (550 ºC);
Banho-maria;
Dessecador;
Dessecante com indicador;
Estufa de até 200 ºC, com termostato;
Balança analítica (precisão de 0,1 mg);
Pipeta de orifício largo;
Provetas (50, 100, 250, 500 e 1000 mL).
O procedimento para realização da análise de Sólidos Totais inicia com a preparação do
recipiente onde será feita a evaporação amostra. Para tal, coloque o recipiente numa mufla, a uma
temperatura de 550 ºC, por 1h. Em seguida, resfrie o recipiente em dessecador e pese
imediatamente. Mantenha-o no dessecador até o uso.
Para a realização da análise, homogeneíze a amostra e pipete para o recipiente um volume que
forneça uma quantidade satisfatória de resíduo (2,5 a 200 mg de resíduo). Para coletar uma amostra
homogênea, pipete aproximadamente no centro do recipiente durante a homogeneização, mas não
no turbilhão. Evapore a amostra em banho-maria até que a secagem seja completa. Após a
evaporação, seque o resíduo remanescente, em estufa, a uma temperatura de 103 a 105 ºC, por no
mínimo 1h. Esfrie o recipiente em dessecador até temperatura ambiente e pese. Repitir a secagem,
resfriamento e dessecação até obter massa constante.
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3.3.2 Sólidos DissolvidosPara a determinação dos sólidos dissolvidos é adotado o Método C (Standard Methods for
Examination of Water and Wastewater), o qual se resume no processo de filtração da amostra,
seguido da evaporação da parcela filtrada e posterior secagem, a peso constante, a 180 ºC.
Os fatores de interferência aplicados a este método são os mesmos tidos para o método de
detecção de sólidos totais (ver item 3.3.1).
A vidraria e demais equipamentos utilizados são:
Recipiente para evaporação em porcelana, platina ou vidro borossilicato) com volume
de 100 ml;
Mufla (550 ºC);
Banho-maria;
Dessecador;
Dessecante com indicador;
Estufa de até 200 ºC, com termostato;
Balança analítica (precisão de 0,1 mg);
Pipeta de orifício largo;
Provetas (50, 100, 250, 500 e 1000 mL);
Filtros de fibra de vidro (porosidade de 1,2 µm);
Cadinho de Gooch (20 a 40 ml), com placa perfurada;
Alongas para os cadinhos;
Kitassato de 1000 ml;
Bomba de vácuo;
Para o procedimento da referida análise é necessário a preparação do recipiente utilizado na
evaporação, repetindo o processo descrito para determinação de sólidos totais. Então, fazer a
lavagem do filtro com 20 ml de água destilada permitindo o secagem total antes de adicionar outra
porção, repetir o procedimento três vezes. Em seguida, homogeneíze a amostra e pipete uma fração
desta diretamente no sistema de filtragem conectado à bomba de vácuo. Realizar a lavagem com 10
ml de água destilada, permitindo o secagem total antes de adicionar outra porção, repetir o
procedimento três vezes. Apos a filtragem à vácuo, transferir o filtrado para um recipiente, no qual
ocorrerá a evaporação em banho-maria. Após a evaporação, a amostra deve ser seca por no mínimo
1h na estufa, a uma temperatura de 180 ºC. Deixar que o recipiente esfrie em dessecador até
temperatura ambiente e pesar. Repitir a secagem, resfriamento e dessecação até obter massa
constante.
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3.3.3 Sólidos Suspensos O método D, segundo o (Standard Methods for Examination of Water and Wastewater) é
utilizado para determinar os sólidos suspensos – sólidos que são retidos em filtros de porosidade
igual a 1,2 µm. O princípio do método é que um volume adequado de amostra homogênea é filtrado
a vácuo por filtro de fibra de vidro e o material retido é seco em estufa a temperatura de 103° à 105
° C até que atinja um peso constante. O aumento do peso do filtro previamente tarado, após esse
procedimento representa os sólidos suspensos. Outra forma de determinar os sólidos suspensos é
fazendo a diferença entra os sólidos totais e os dissolvidos.
Itens que podem causar interferência na análise é a presença de partículas muito grandes na
amostra. Essas partículas podem aprisionar água durante o processo de secagem.
Os materiais utilizados são os mesmos listados para o item 3.3.1 e 3.3.2.
Procedimento:
Colocar o filtro de fibra de vidro no cadinho Gooch ou no conjunto filtrante, conectar no
Kitasato usando alonga e adaptadores, ligar o aparelho de vácuo, lavar o conjunto 3 vezes com 20
ml de água destilada deixando esgotar toda a água antes de adicionar nova porção. Calcinar o
cadinho de fibra de vidro, em mufla, por 1 h à temperatura de 550 ° C variado para + 50° ou – 50°.
Se for utilizado o conjunto filtrando, calcinar somente o filtro de fibra de vidro. Esfriar em
dessecador, pesar com precisão de 0,1 mg e deixar no dessecador até o momento de uso (a porção
da amostra deve ter volume suficiente para gerar entre 2,5 e 200 mg de resíduo suspenso.). Se a
filtragem demorar mais de 10 minutos, deve-se trocar o filtro para um de porosidade maior ou e
reduzir o volume da amostra. Deixar o vácuo ligado até remover toda a água, lavar o conjunto 3
vezes com porções de 10 ml de água destilada e deixar escorrer toda a água. Secar o conjunto em
estufa à temperatura de 103 a 105° C durante 1 hr. Repetir ciclo de secagem ou inflamabilidade,
arrefecimento, dessecação, e de pesagem, até um peso constante ou até a mudança de peso ser
menor do que 4% do anterior pesagem ou 0,5 mg, o que for menor. Guarde em dessecador até ser
necessário.
O sólido filtrável em mg/l é dado por: Sf = (A- B) *1000/ V. Sendo que A= massa do filtro
com o sólido suspenso (mg); B = massa do filtro vazio (mg) e V = volume da amostra utilizada
(ml).
3.3.4 Sólidos Fixos e Voláteis
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O princípio do método E para determinação de sólidos fixos e voláteis é que os resíduos
gerados a partir dos métodos B, C ou D, sejam aquecidos a peso constante a temperatura de 550 °
C. Os sólidos que permanecem após esse aquecimento representam os total fixo, podendo ser
suspenso ou dissolvido e o peso que foi perdido durante o aquecimento representa os sólidos
voláteis. A determinação desses sólidos é importante no controle da operação de estação de
tratamento de águas residuais, pois oferece uma estimativa da quantidade de matéria orgânica
presente na fração sólida de águas residuais, de lodos ativados e resíduos industriais. Pode haver
interferência na análise de sólidos voláteis, caso haja perda desses durante os aquecimentos nos
testes anteriores, então há métodos mais precisos como de carbono orgânico total para
determinação.
Os aparelhos utilizados são os mesmos dos métodos B, C e D.
Procedimento:
Aquecer os resíduo produzido pelo método B, C ou D (cadinho e filtros) até um peso constante
num forno de mufla à temperatura de 550 ° C por cerca de 20 min. Retirar com o auxílio de uma
pinça de Mohr e deixar esfriar em dessecador. Pesar a amostra após equilíbrio de temperatura.
O valor dos sólidos fixos totais e sólidos voláteis são dados por: Sfx = (B-C) * 1000/ V; e Svol
= ( A-B)*1000/ V,
Sendo: A= peso do resíduo + prato antes do aquecimento (mg)
B= peso do resíduo + prato após aquecimento (mg)
C= peso do prato ou filtro (mg)
V= Volume da amostra (ml)
3.3.5 Sólidos Sedimentáveis
O método F, é utilizado para determinação dos sólidos sedimentáveis para águas superficiais e
salinas, e efluentes domésticos e industriais. Utilizando Cone Imhoff determina-se o volume de
sólido que sedimenta após repouso de 1 h da amostra no cone.
Para determinação através do método volumétrico é necessária utilização apenas de um cone
Imhoff.
Procedimento:
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Colocar 1L de amostra bem homegeneizada no cone Imhoff. Aguardar por 45 minutos, agitar
suavemente a amostra perto das bordas do cone, com uma haste. Quando completar 1 hora realizar a
medição do volume que sedimentou.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10664: águas: determinação de resíduos (sólidos): método gravimétrico. Rio de Janeiro, 1989.
BRASIL. Portaria nº 2914, de de 12 de dezembro de 2011. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/anexo/anexo_prt2914_12_12_2011.pdf>. Acesso em : 15 abr. 2015.
CLESCERI, L.S.; GREENBERG, A. E.; EATON, A. D. Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. 20th ed. Washington : APHA, 1999.
JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 6. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2011. 1050 p. ISBN 978-85-7022-169-8.
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