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DIFERENTES NEOPLASIAS BENIGNAS ORAL EM CÃO
DIFFERENT BENIGN ORAL NEOPLASMS IN DOG
Lianna G. GOMES1; Andresa de C. MARTINI1; Camila C. MENEGASSI1; Samira L.
ABDALLA2; Ana P. B. D. MOURA3; Roberto L. de SOUZA4; Marta F. A. da SILVA5.
1 Aluna de Pós Graduação, Universidade Federal de Mato Grosso, [email protected] ² MV Hospital Veterinário Cães e Gatos 24 horas 3 Graduação em Medicina Veterinária Universidade Federal de Mato Grosso 4Professor Associado II da Universidade Federal de Mato Grosso 5Professor Associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
RESUMO
Este relato objetivou reportar um caso de diferentes neoplasias benignas oral em um
cão idoso, sem raça definida. O animal foi submetido à exérese cirúrgica das
neoformações e profilaxia odontológica. Na histologia constatou-se que todas as
proliferações celulares eram benignas; sendo que a neoformação da região rostral
do lábio inferior direito, diagnosticou-se adenoma sebáceo ductal, já para a
neoformação encontrada na região sublingual esquerda, diagnosticou-se lipoma.
Apesar da possibilidade de recorrência, o paciente até os 180 dias de pós-operatório
não apresentou recidivas.
Palavras-Chave: neoplasia, canino, odontologia veterinária
Keywords: Neoplasia, canine, veterinary dentistry
REVISÃO DE LITERATURA
A cavidade oral corresponde ao 4º local mais frequente para o aparecimento
de neoplasias; e ocupa o 6º lugar de tumores que acometem os cães (WHITE,
2003). Há uma predisposição para animais mais idosos apresentarem neoformações
orais, e na maioria dos casos, os machos são mais acometidos (GIOSO, 2003).
Os sinais clínicos descritos são halitose, perda de peso, sialorréia, disfagia e
perda de dentes (WHITE, 2003). O tratamento pode ser feito através de cirurgia,
quimioterapia, radioterapia ou combinação destes, contudo a cirurgia é a principal
conduta terapêutica adotada para as neoplasias da cavidade oral (WHITE, 2003).
Como diagnóstico definitivo o ideal é o resultado da avaliação histopatológica
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Anais do 38º CBA, 2017 - p.1474
(MARRETTA, 1998).
Dentre os tumores que acometem a cavidade oral, são descritas como as
neoplasias benignas mais frequentes o epúlide fibromatoso, o epúlide
acantomatoso, o ameloblastoma e o papiloma, contudo a literatura também cita o
adenoma, condroma, fibroma, hemangioma, histiocitoma, linfangioma, lipoma,
osteoma, melanocitoma, mioblastoma e plasmocitoma (WHITE, 2003).
Este relato objetivou descrever um caso de diferentes neoplasias benignas
oral em um cão idoso, sem raça definida.
DESCRIÇÃO DO CASO
Um cão, sem raça definida, 16 anos, 11 Kg, castrado, foi atendido no Centro
Veterinário Cães e Gatos – Osasco, São Paulo/SP, sob queixa de aumento de
volume no lábio inferior direito e sublingual esquerdo, apresentado crescimento lento
e sem dor. Na avaliação clínica não foram detectadas alterações dos parâmetros
fisiológicos, confirmando um bom estado geral do paciente; No exame odontológico
constatou-se halitose, presença de cálculo dentário grau III e retrações gengivais,
sem tratamento odontológico prévio; presença de neoformação lobulada em região
rostral do lábio inferior direito, acometendo pele séssil, enegrecida, macia, medindo
4,0 centímetros de diâmetro. E aumento de volume na região sublingual esquerda,
de consistência macia, não aderida. Optou-se então, pela exérese das
neoformações e tratamento periodontal com extração, raspagem, polimento dos
dentes e utilização diária de Defengy OC® para promoção da saúde oral.
As neoformações foram encaminhadas para exame histopatológico, sendo
diagnosticadas proliferações celulares totalmente benignas. Para a neoformação da
região rostral do lábio inferior direito, observou-se microscopicamente alterações
localizadas em derme superficial e média, bem definidas e circunscritas, formadas
por arranjos glandulares sebáceos em cachos múltiplos diferenciados, multifocais e
restritos, com inúmeros sebócitos típicos, hiperplásicos e discretas células de
reserva. Presença de escassa inflamação superficial, do tipo linfoplasmocitária,
diagnosticando-se adenoma sebáceo ductal.
Já para a neoformação sublingual observou-se presença exclusiva de células
de tecido adiposo em proliferação atípica, bem diferenciada, representada por
lipócitos grandes, de citoplasma pálido, coesos e núcleo periférico hipercromático.
Ausência de infiltrado inflamatório, tecido fibroso ou colagenoso e invasividades,
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Anais do 38º CBA, 2017 - p.1475
sendo diagnosticado lipoma.
O paciente teve acompanhamento pós-operatório de 180 dias, sem sinais de
recidivas.
DISCUSSÃO
Animais idosos são predispostos a ocorrência de neoplasias orais, malignas e
benignas (FERRO et al., 2004; GOMES et al., 2009), assim como o caso descrito,
onde foi observado diferentes tipos de neoplasias benignas oral em um cão idoso.
Descreve-se na literatura a maior ocorrência dessa patologia em cães sem
raça definida e machos (WERNER et al., 1997; FERRO et al., 2004), assim como
nas características observadas, podemos justificar este achado pela distribuição
geográfica dos animais e pela grande quantidade de animais sem raça definida
como animais de companhia no Brasil. Já a predileção por sexo para a ocorrência
de neoplasias, benignas ou malignas, podem estar relacionadas a fatores
hormonais, porém mais estudos devem ser realizados para elucidar esta maior
ocorrência em machos, assim como sugerido por Ferro et al. (2004).
Os achados clínico e histopatológicos encontrados no caso descrito,
corroboram com os estudos de Ferro et al. (2004) e Requicha et al. (2015), contudo,
vale ressaltar ainda que todo exame físico odontológico deve ser realizado
minuciosamente, sendo fundamental para o achado de massas ou formações, já que
nem sempre estas podem estar em processo avançado a ponto de estarem
evidentes.
A conduta terapêutica instituída, exérese cirúrgica, é o tratamento de eleição
para este tipo de patologia, assim como descrito por White (2003) e Trandafir e
Trandafir (2015), pois apresenta bom resultado e baixa recidiva, como acompanhado
no caso descrito, não sendo observadas alterações clínicas mesmo após 180 dias
de pós-operatório.
CONCLUSÃO
Portanto, neoplasias orais devem ser diagnosticadas e diferenciadas
histologicamente, para direcionar a melhor conduta terapêutica. A exérese cirúrgica
das neoplasias benignas orais é a medida terapêutica de eleição, sendo a mais
eficaz.
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GIOSO, M. A. Odontologia para o clínico de pequenos animais. 5. ed. São Paulo:
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GOMES, C.; OLIVEIRA, L. O.; ELIZEIRE, M. B.; OLIVEIRA, M. B.; OLIVEIRA, R.T.;
CONTESINI, E.A. Avaliação Epidemiológica De Cães Com Neoplasias Orais
Atendidos No Hospital De Clínicas Veterinárias Da Universidade Federal Do Rio
Grande Do Sul, Ciência Animal Brasileira, Goiás, v. 10, n. 3, p. 835-839, 2009.
MARRETTA, S. M. Maxillofacial surgery. The Veterinary Clinics of North America
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WHITE, R. A. S. Mast cell tumors. In: DOBSON, J. M.; LASCELLES, B. D. X.
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