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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - NPGA PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA - CPA Dificuldades Evidenciadas no Processo de Avaliação da Eficácia de Treinamento na Coelba Carlita Moraes Bastos Kleber Oliveira de Souza Maria de Fátima Prazeres dos Santos Salvador - Bahia 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - NPGA

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA - CPA

Dificuldades Evidenciadas no Processo de

Avaliação da Eficácia de Treinamento na Coelba

Carlita Moraes Bastos

Kleber Oliveira de Souza

Maria de Fátima Prazeres dos Santos

Salvador - Bahia

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - NPGA

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA - CPA

Dificuldades Evidenciadas no Processo de

Avaliação da Eficácia de Treinamento na Coelba

Carlita Moraes Bastos

Kleber Oliveira de Souza

Maria de Fátima Prazeres dos Santos

Monografia de conclusão da Pós-Graduação

em Gestão de Pessoas da Escola de

Administração da Universidade Federal da

Bahia.

Orientador: Profº Drº Robinson Tenório

Salvador - Bahia

2005

9

Agradecemos a Deus por mais esta vitória, e

por ter colocado em nosso caminho, amigos

dispostos a nos ajudar contribuindo de forma

tão dedicada neste trabalho, mesmo sem

dispor de tempo; aos nossos familiares pela

10

paciência, colaboração e compreensão nos

momentos em que não podíamos estar

presentes.

“A avaliação de treinamento tem nos

habilitado por vezes a ver onde estivemos,

11

mas raramente tem mostrado como melhor

nos guiar para onde desejamos ir.”

James Hartley

RESUMO

Este trabalho trata da verificação de quais as dificuldades que a equipe gestora da Coelba teve em avaliar a eficácia dos treinamentos, no período de 2003/2004. Partindo-se do referencial teórico de autores de Treinamento e Desenvolvimento - T&D pesquisados e baseado na norma NBR ISO 10015, foi realizado, no período de fevereiro à abril de 2005, uma pesquisa exploratória de abordagem quanti-qualitativa, tendo sido pesquisado 23 membros da equipe gestora que utilizaram o Sistema de Avaliação de Eficácia no ano de 2003. A amostra representa 54,7% da população de gestores que utilizaram o sistema no período em estudo. Dos pesquisados 91% são do sexo masculino, com faixa etária acima de 40 anos. O tempo de trabalho como gestor varia de 30% até 05 anos, 56% até 10 anos. Nossos resultados evidenciaram que os gestores consideram imprescindível ter clareza e envolvimento de todos quanto aos objetivos, ações e papéis dos envolvidos no processo de T&D (79%). Afirmam ainda que os empregados denotam sensível melhora no desempenho após o treinamento, e acreditam ser o treinamento um instrumento importante no processo de T&D. Reconhecem que precisam priorizar o processo de avaliação de eficácia, porém ao admitirem ser tarefa simples, sua realização, denotando dúvida entre a ferramenta e o processo de avaliação, implicando na necessidade de maiores esclarecimentos, quanto ao processo de treinamento e avaliação de eficácia. Evidenciam dificuldades também, quanto ao papel que precisam desempenhar junto às suas equipes. Um terço dos entrevistados acreditam ser do setor de Recursos Humanos a responsabilidade maior pelo processo de Treinamento. Estes resultados coadunam com as dificuldades evidenciadas no referencial teórico, para implantação do processo de avaliação de eficácia, e sinalizam que a Coelba está no caminho correto na busca por uma atuação competitiva e de sucesso. PALAVRAS CHAVES : Avaliação de eficácia; processo de T&D.

12

SUMMARY

This work is about the verification of which the difficulties that the team manager of Coelba had in evaluating the effectiveness of the trainings, in the period of 2003/2004. Breaking of the authors' of Training theoretical referencial and Development - researched T&D and based on the norm NBR ISO 10015, was accomplished, in the period of February to April of 2005, an exploratory quantitative and qualitative research, having been researched the team manager's 23 members that used the System of Evaluation of Effectiveness in the year of 2003. The sample represents 54,7% of the managers' population that used the system in the period in study. Of those researched 91% are of the masculine sex, with age group above 40 years. The time of work as manager varies of 30% up to 05 years, 56% up to 10 years. Our results evidenced that the managers consider indispensable to have clarity and involvement of everybody with relationship to the objectives, actions and papers of the involved in the process of T&D (79%). they Affirm although the employees denote sensitive improvement in the acting after the training, and they believe to be the training an important instrument in the process of T&D. they Recognize that they need to prioritize the process of evaluation of effectiveness, even so to the they admit to be simple task, its accomplishment, denoting doubt between the tool and the evaluation process, implying in the need of larger clarification, with relationship to the training process and evaluation of effectiveness. They also evidence difficulties, with relationship to the paper that you/they need to carry out its teams close to. A third of the interviewees believes to be of the section of human resources the larger responsibility for the process of Training. These results in agreement with the difficulties evidenced in the theoretical referencial, for implantation of the process of evaluation of effectiveness, and they signal that Coelba is in the correct road in the search for a competitive performance and of success. . KEY WORDS: Evaluation of effectiveness; process of T&D.

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08

2 REFERENCIAL TEÓRICO 13

3 METODOLOGIA 24

3.1 TIPO DE ESTUDO 24 3.2 LOCAL DA PESQUISA 24 3.3 POPULAÇÃO / AMOSTRA 25 3.4 TESTE PILOTO 25 3.5 PROCEDIMENTOS 26 3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 26

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 28

4.1 QUESTÃO DE PESQUISA A 31 4.2 QUESTÃO DE PESQUISA B 33 4.3 QUESTÃO DE PESQUISA C 35 4.4 QUESTÃO DE PESQUISA D 36 4.5 QUESTÃO DE PESQUISA E 36 4.6 QUESTÃO DE PESQUISA F 37 4.7 QUESTÃO DE PESQUISA G 38 4.8 QUESTÃO DE PESQUISA H 39

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 42

5.1 RECOMENDAÇÕES 44

REFERÊNCIAS 48

APÊNDICES 51

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA COELBA 52 APÊNDICE B - ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA COELBA 54

14

ANEXO 55

NBR ISO 10015 – Gestão da qualidade – Diretrizes para treinamento, 30 de maio de 2001 56

1 INTRODUÇÃO

No mundo competitivo atual, as pessoas que integram o quadro funcional das

empresas, seus recursos humanos, representam o ativo intangível mais importante; é o capital

intelectual. Neste contexto, é a qualidade do capital humano que determinará o sucesso de

qualquer negócio. Para tanto, as Organizações precisam investir em pessoas, para assegurar a

vantagem competitiva a longo prazo.

Uma das principais práticas para capacitar as pessoas, diz respeito ao treinamento.

Reconhecendo a importância do treinamento, a International Organization for

Standardization, organismo internacional com sede em Genebra, na Suíça, editou em 1999 a

norma ISO 10015. Esta norma foi editada no Brasil em 2001, pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas, a ABNT, e passou a ser conhecida como NBR ISO 10015: Gestão da

qualidade - Diretrizes para treinamento (ANEXO).

A norma ISO 10015 é, portanto, uma norma de Gestão da Qualidade que fornece as

Diretrizes para Treinamento em empresas que se dispõem a certificar seus processos, de

acordo com a NBR ISO 9001:2000, preferencialmente.

15

"Estas diretrizes abrangem o desenvolvimento, implementação, manutenção e melhoria das estratégias e dos métodos de treinamento que afetam a qualidade dos produtos fornecidos por uma organização."( NBR ISO 10015, 2001, p. 3)

De acordo com a norma 10015, não basta treinar, é preciso avaliar o treinamento e

provar que ele é um investimento que proporciona ótimos resultados, orientando para que o

treinamento seja eficiente e eficaz.

É interessante considerar a diferença sutil entre eficácia em treinamento (tendência

atual) e eficiência em treinamento (prática do passado), de acordo com DAVIES (1976, p.7).

A eficácia em treinamento é mais abrangente e significa fazer as coisas certas; produzir

alternativas criativas; otimizar o uso de recursos; compreender os objetivos do aprendizado; e

determinar as necessidades de treinamento, buscando satisfazer o cliente. Enquanto que, a

eficiência em treinamento, significa apenas fazer as coisas de modo certo; resolver problemas;

poupar recursos; cumprir deveres; e baixar os custos de treinamento; enfim, são os

procedimentos.

Para obter eficácia é necessário treinar com qualidade e para encontrar a qualidade é

preciso treinar continuamente. Mas, atualmente, não basta treinar; o treinamento precisa

atingir resultados; precisa, conforme a norma 10015,

“assegurar que o treinamento requerido seja orientado para satisfazer as necessidades da organização.” ."( NBR ISO 10015, 2001, p. 4)

O treinamento realizado atualmente pelas empresas bem-sucedidas é considerado o

melhor investimento, e tem como objetivo maior o desenvolvimento das competências

essenciais e se os resultados foram satisfatórios, como acentua CARVALHO (1988, p. 152):

16

“num programa de treinamento, tanto quanto numa campanha publicitária, o que importa são os resultados. Estes, no treinamento, são medidos em termos de aprendizagem do aluno e, finalmente, em termos de desempenho do empregado.” (CARVALHO, 1988, p. 152)

Nesse sentido, a Cia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), fundada em 28 de

março de 1960, com a missão de fornecer energia para a arrancada do desenvolvimento do

Estado, e privatizada no dia 31 de julho de 1997, vem, ao longo dos últimos anos,

promovendo mudanças nos seus processos, implantando novos sistemas comercial e

empresarial e introduzindo novas tecnologias de ponta. Em 2003, implantou uma sistemática

de avaliação de eficácia de treinamento que permite aos executivos, treinandos, instrutores e

analistas de treinamento, verificarem se os objetivos pedagógicos e as qualificações exigidas

foram atingidas e mantidas por longo tempo.

Observamos também se os conhecimentos e habilidades adquiridos, foram

eficazmente aplicados através das atitudes no trabalho, agregando, desta forma, valor para

melhoria do desempenho do profissional, da sua unidade de trabalho e, conseqüentemente da

empresa.

O modelo de avaliação adotado na Coelba utiliza os tradicionais níveis de

aprendizagem propostos por Donald L. Kirkpatrick apud Milioni (2004, p. 182). Este autor é

reconhecido mundialmente como autoridade nesse assunto. Suas propostas são amplamente

utilizadas em diversos ambientes organizacionais, inclusive universidades, e em diferentes

pesquisas.

No “modelo Kirkpatrick”, os níveis de aprendizagem estão divididos em quatro fases

de mensuração, a saber: Avaliação de Reação (satisfação dos participantes); Avaliação da

aprendizagem (conhecimento assimilado); Mudança de Comportamento (aplicação dos

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conhecimentos adquiridos no posto de trabalho); e Avaliação dos Resultados (impacto do

curso na empresa). Estes níveis de aprendizagem serão abordados no próximo capítulo.

CARVALHO (1988, p.153) afirma que pode-se identificar a avaliação em Recursos

Humanos (RH), como sendo qualquer tentativa no sentido de obter informações

(realimentação) sobre os efeitos de um programa de treinamento, determinando seu valor à

luz dessas informações (indicadores).

Esse conceito envolve a realização de uma pesquisa cuidadosa antes, durante e após o

treinamento. Isso porque, para se determinar à influência do processo de formação sobre o

treinando, é preciso conhecer sua situação antes de ser submetido ao treinamento

propriamente dito.

Vale ressaltar que, esta é outra contribuição do acompanhamento pós-curso: validar o

processo de identificação de necessidades, verificar se os seus resultados foram

adequadamente usados nas fases de planejamento e execução. É importante salientar que

nesse processo, os gestores são os maiores responsáveis na definição de indicadores de

desempenho e na performance dos efeitos creditáveis ao treinamento realizado.

Muitas empresas praticam a Avaliação da Eficácia dos Treinamentos por exigência

dos auditores das entidades certificadoras da Qualidade Total na Série de Normas ISO.

Geralmente, essa avaliação é realizada através do preenchimento de um formulário modelo,

no qual os gerentes ou supervisores imediatos dão parecer sobre o comportamento pós-

treinamento dos empregados.

Desde 2003, a Coelba faz uso dessa prática, que é a última fase do ciclo de

treinamento, por entender a sua importância no que tange ao retorno dos investimentos e no

aprimoramento do processo de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), independente da

certificação ISO. Na Coelba a ferramenta utilizada para essa aferição é o sistema de gestão

18

SAP/R3 que dá suporte integrado à gestão de contabilidade, gestão de reservas, recursos

humanos, inclusive treinamento, e ativos fixos.

Assim, a partir dessas reflexões, adotamos como objetivo geral de estudo, analisar o

pós-treinamento (teoria e prática), baseado na norma NBR ISO 10015 e em autores de T&D

pesquisados e, especificamente, verificar quais as dificuldades da equipe gestora da Coelba

em avaliar a eficácia dos treinamentos no período de 2003/2004, utilizando as seguintes

perguntas de pesquisa:

A - Qual o conceito que a equipe gestora da Coelba tem sobre Treinamento?

B – De que forma a equipe gestora participa do processo de treinamento, e qual a sua

atuação, desde o levantamento de necessidades até o planejamento e execução do

treinamento?

C - Qual a relação que os gestores estabelecem entre o objetivo de treinamento e o

resultado final que se deseja?

D - Qual a percepção que a equipe gestora da Coelba tem sobre Avaliação de Eficácia

de Treinamento?

E – Até que ponto os objetivos da Avaliação de Eficácia de Treinamento oferecem

clareza para a equipe gestora?

F – Como a equipe gestora percebe a sua responsabilidade na Avaliação de Eficácia de

Treinamento?

G - Qual a visão dos gestores sobre as dificuldades na Avaliação de Eficácia de

Treinamento?

H - Qual (is) a(s) sugestão(ões) de melhoria do processo de Avaliação de Eficácia de

Treinamento?

19

2

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Na contemporaneidade, o treinamento tem merecido especial atenção das empresas.

Avaliar, entretanto, tem sido objeto de muitos questionamentos e dificuldades. O público

organizacional adentra a era da qualidade total sem dar maior ênfase na qualificação, por

não termos a cultura de avaliar. Tem sido costumeiro já no processo escolar, utilizar-se de

exames ao invés da avaliação, o que promove muito mais a exclusão do que a inclusão.

Avaliar vai além do medir, mas, principalmente, negociar e envolve outras questões,

subjetivas, que agregam valores e mudam comportamentos. O como analisar os resultados

desse novo comportamento é que constitui a dificuldade.

Temos hoje um trabalho multidimensional. Então, se faz necessário junto com o

treinamento promover a seguinte reflexão: o que e como medir para a obtenção dos objetivos

empresariais propostos? Obviamente os resultados avaliados pela organização não podem

deparar-se apenas nos benefícios financeiros adquiridos com a melhoria de mão de obra.

A questão do valor humano passou por diversos enfoques no meio empresarial.

Segundo MORGAN (1996, p. 41), as organizações possuíam modelos gerenciais mecanicistas

burocratizados, nos quais, pessoas e cargos se encaixavam num planejamento rígido. Esse

enfoque mecanicista da organização tendia a limitar o desenvolvimento das capacidades

humanas.

Baethge apud REV. FAEEBA (1996.P. 79) refere-se à importância da

instrumentalização, a qualidade do fazer, buscados no conhecimento/ treinamento, como

marca definidora na diferenciação individual. Segundo ela, é determinante no caráter

formador do conteúdo do trabalho sobre o indivíduo, definindo o comportamento humano.

3

As mudanças e novos esquemas de racionalização do trabalho estão voltados à

qualificação do trabalhador, dentro de uma perspectiva educacional e cultural humanista, na

qual a exigência será por competência, nos conhecimentos sobre o produto, processo de

trabalho e suas relações, ou seja, o saber empírico proveniente da experiência direta com o

desenvolvimento tecnológico.

Com efeito, treinar deve ser um ato transformador, portanto político, que deve ser

democrático. Tanto o treinamento quanto a mensuração dos resultados, ainda trilham

caminhos antagônicos ao desenvolvimento empresarial, demandando desta forma novas

buscas e “atalhos” para atingir resultados objetivos.

Para CHIAVENATO (2002, p. 25) as organizações crescem e prosperam, quando

conseguem otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros, principalmente o

dos colaboradores. Para ele, a organização bem-sucedida é aquela na qual as pessoas são

elementos dotados do potencial inerente a gerar valor por meio da aplicação de suas

características humanas intrínsecas.

A verdade é que não é recomendável implementar nenhuma estratégia, nem promover

nenhuma mudança sem o treinamento de pessoas, pois é o que garante equipes capazes de

sustentar um crescimento ordenado e sistematizado das organizações. Por isso, MILIONI

(2004, p. 62) sintetiza:

“Treinamento é mudança de comportamento.” (MILIONI, 2004, p. 62)

ABREU (2003, p. 8) descreve detalhadamente o significado de treinamento e o seu

resultado:

“O Treinamento é a ação sistematizada de educação para a capacitação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento do indivíduo. Como tal, deve ser encarado como troca de experiências e como processo de mudança em

4

direção ao crescimento pessoal, propiciando, conseqüentemente, o desenvolvimento da organização.” (ABREU, 2003, p. 8)

Toda a abordagem descrita até aqui se fez necessária, pois permite uma reflexão e um

entendimento melhor sobre a questão da educação/treinamento, e conseqüentemente do tema

proposto, considerando que o treinamento é uma ação intencional de fornecer meios para

possibilitar a aprendizagem.

A avaliação é parte integrante do processo de aprendizagem. Diversas são as

concepções e entendimentos acerca da avaliação. Alguns autores enfatizam a dimensão da

medida, outros estão mais voltados para o aspecto de julgamento, ou juízo de valor; e há ainda

autores que permeiam as duas dimensões.

LUCKESI (2003, p. 34) diz que:

“o ato de avaliar implica em dois processos articulados e indissociáveis: diagnosticar e decidir.” (LUCKESI, 2003, p. 34)

Por que fazer avaliação? BOOG (1994, p.157) considera que a avaliação é feita

visando basicamente respostas às perguntas: Valeu a pena? Os objetivos de treinamento foram

atingidos? O processo deve continuar? Devemos fazer algumas alterações?

Para HAMBLIN (1978, p. 20), treinamento é um processo que à provoca reações à

que provocam aprendizado à que provoca mudanças de comportamento no cargo à que

provocam mudanças na organização à que provocam mudanças na consecução dos

objetivos finais. Neste processo os níveis de aprendizagem estão divididos em quatro etapas

de mensuração/avaliação: reação, aprendizagem, comportamental e de resultados.

A Avaliação de Reação é de aplicação fácil e documenta, geralmente através de

formulário próprio, o valor percebido pelo treinando logo após o término do curso. Segundo

5

CARVALHO (1988, p.154), as reações constituem o produto da experiência pessoal do aluno.

Por esse motivo, deve acontecer durante o processo de formação.

A Avaliação de Aprendizagem constitui as provas e testes, sejam escritos ou orais, os

quais têm como objetivo medir o conhecimento adquirido pelo aluno, com relação ao que lhe

foi ensinado. CARVALHO (1988, p.155), acrescenta que é no campo desta avaliação que se

fundamenta todo um mundo de aferição educacional com plena aplicação no

treinamento.Afirma, ainda, que o os objetivos da aprendizagem constituem uma combinação

das três áreas de níveis do aprendizado, a saber: conhecimentos, habilidades e atitudes.

Na Avaliação Comportamental, o nível de dificuldade é elevado, em relação às

avaliações de reação e de aprendizagem, porque a mudança de comportamento de uma pessoa

depende muito da sua maior ou menor resistência à mudança. BOOG (1994, p.160) denomina

Avaliação de Comportamento ou resultado intermediário e faz considerações importantes:

“Em primeiro lugar esta avaliação nem sempre pode ser imediata – é necessário algum tempo para que mudanças de comportamento possam ser observadas. Não é incomum encontrarmos casos de pessoas que avaliam muito positivamente o treinamento (reação) que demonstram que aprenderam (aprendizagem), mas não alteraram seu comportamento na situação de trabalho. Convém lembrar que, para haver mudança de comportamento são necessárias outras variáveis além do treinamento: o participante precisa reconhecer suas limitações e querer efetivamente mudar; precisa de apoio e orientação para a mudança; deve ter um clima permissivo que permita a experimentação de novos comportamentos. ” BOOG (1994, p.160)

A Avaliação de Resultados procura medir a redução de custos, o aumento da

produtividade e outras melhorias de desempenho. Esta avaliação é desafiante, pois é

complexo demonstrar que o treinamento foi a única causa de melhoria nos resultados.

ABREU (2003, p.52) assegura que a avaliação de resultados é ao mesmo tempo de

verificação de até que ponto os investimentos feitos estão retornando para a organização.

Além disso, admite que neste modelo de avaliação podem ser considerados os seguintes tipos

6

ou focos de interesses: alcance de objetivos, satisfação das necessidades, aplicação das novas

competências, e retorno do investimento.

Nas teorias dos autores pesquisados, existe uma concordância quanto à importância da

avaliação da eficácia de treinamentos. BOOG (1994, p.157) confirma essa importância

oferecendo cinco razões para a sua utilização: 1) provar que o treinamento não foi em vão; 2)

predizer os resultados de investimentos de treinamento; 3) aperfeiçoar o processo de

treinamento; 4) vender o treinamento ao cliente (gestores, empregados etc); e 5) provar que a

relação custo/benefício é vantajosa.

Segundo RUMMLER (1994, p. 227),

“na maior parte das organizações, o treinamento é um investimento que pode ser avaliado mais do que os gerentes seniores acreditam. Eles conhecem o orçamento do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos. Entretanto, o investimento total no treinamento, que inclui salários dos participantes, é menos visível e seria uma surpresa para muitos executivos. Mais significativo é o fato de que um número ainda menor deles conhece o retorno daquele investimento. O treinamento deve ser tratado como outros investimentos.” (RUMMLER, 1994, p. 227)

Em T&D a avaliação constitui o último passo do processo de treinamento. É o

momento em que se verifica se os objetivos finais foram atingidos, conforme afirma

CHIAVENATO (2002, p. 515),

“A etapa final do processo de treinamento é a avaliação dos resultados obtidos. O programa de treinamento deve ter uma avaliação de sua eficiência. A avaliação deve considerar dois aspectos: 1 – Verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no comportamento dos empregados; e 2 – Verificar se os resultados do treinamento apresentam relação com o alcance das metas da empresa.” (CHIAVENATO, 2002, p. 515)

Essas verificações, inicialmente, podem ser realizadas a partir de respostas às

perguntas que avaliam o aprendizado aplicado ao trabalho e os impactos: a) os participantes

aplicaram o que aprenderam no seu posto trabalho?; b) os novos comportamentos são

7

perceptíveis na sua rotina de trabalho?. Quanto ao retorno do investimento: a) esta aplicação

produziu resultados mensuráveis?; b) o valor monetário dos resultados excedeu o custo do

programa?

Milioni apud ABREU (2003, p. 32) conceitua avaliar e validar:

“Segundo Milioni (2001), avaliar significa submeter algo a um processo de análise normalmente determinado por parâmetros concretos ou referenciais, enquanto validar é reconhecer o valor esperado do objeto da análise efetuada, comparando a situação identificada após uma ação de modificação do comportamento do público-alvo, aos fatos que levaram à realização do treinamento, a que se denomina, geralmente, de carência.”(ABREU, 2003, p. 32)

BOOG (1994, P.159) relaciona validação à eficiência do treinamento (quão bem

utilizados são os recursos de treinamento) e avaliação à eficácia do treinamento (em que

medida são alcançados os objetivos finais do treinamento).

Ainda segundo MILIONI (2004, p155),

“Temos diante de nós um grande desafio, muitas vezes renovado em eventos da área de Recursos Humanos, mas que não tem sido enfrentado na proporção da sua importância, perpetuando-se a lacuna no processo de T&D: a avaliação dos resultados. O desafio está em partir do discurso para a ação objetiva, encontrando soluções práticas e integrá-las à rotina de operação dos programas de treinamento.” (MILIONI, 2004, p. 155)

Sendo assim, a prática de avaliar a eficácia dos treinamentos deve ser priorizada pelas

organizações, para que se torne uma realidade sustentável, por se tratar de um indicador

extremamente importante vinculado aos resultados produzidos, uma vez que elimina as falhas

e oferece mais em termos reais. A base da avaliação de qualquer curso é o diagnóstico das

necessidades de treinamento e os objetivos. Estes, quando bem claros e definidos, contribuem

significativamente para que o resultado do treinamento seja eficaz. Logo, gerenciar

treinamento implica em saber avaliá-lo corretamente.

8

A questão é que avaliar a eficácia dos treinamentos não é tarefa simples, nem fácil.

Nisso é interessante relevar o fato de que a avaliação de resultados foi, por muito tempo, um

pequeno detalhe esquecido no RH brasileiro. MILIONI (2004, p. 147), num breve histórico,

explica o porquê dessa omissão:

“A cultura de gestão de RH no Brasil não concedeu o devido espaço para as práticas de avaliação de resultados dos investimentos em T&D. Isso, dentre outras razões menores, porque cultura resultante da Lei 6.297 – de 15 de dezembro de 1975, revogada pelo Plano Collor em março de 1990, que incentivava investimentos em projetos de formação profissional, permitindo sua dedução em dobro no imposto de renda devido -, não enfatizava a ênfase em resultados. Projetos de execução complexa e muito dinheiro envolvido, tudo isso combinado com a falta de tempo para as fases de acompanhamento pós-treinamento, desviaram a atenção de toda uma geração de profissionais de T&D no Brasil – exatamente a que implantava a cultura de T&D no Brasil – para muitos números de execução e não para os devidos números de resultados.” (MILIONI, 2004, p. 147)

Muitas empresas, por desconhecimento e/ou por comodidade e/ou por não

distinguirem os tipos de avaliações finais (reação e eficácia) e/ou, ainda, por não serem

exigidas para a certificação ISO, utilizavam a “Avaliação de Reação” ao final do curso como

forma de avaliar a eficácia do treinamento (várias empresas ainda a utilizam). Embora seja um

indicador clássico da gestão de T&D importante no processo final, a avaliação de reação é

insuficiente para fornecer um quadro completo sobre a repercussão dos cursos no desempenho

das atividades profissionais dos treinandos, uma vez que ela apenas coleta as impressões

gerais, imediatas e superficiais sobre o treinamento (conteúdo, instrutores, método

pedagógico, instalações, coordenação de T&D etc). É a primeira medida, sob o ponto de vista

do treinando.

Por tudo isso, avaliar a eficácia dos treinamentos, atualmente, é um assunto bastante

polêmico nas empresas, por se tratar de uma grande necessidade e, ao mesmo tempo, de uma

grande dificuldade, principalmente pelos gerentes (avaliadores), por envolver o subjetivo, o

9

intangível e o abstrato. Isso é bem retratado neste novo cenário de competitividade, onde as

empresas buscam a certificação ISO 9000.

A norma ISO 10015 declara ser essencial realizar uma gestão global da competência e

avaliar a eficácia do treinamento. Isto porque:

“Para selecionar e implementar o treinamento que objetiva reduzir as lacunas entre as competências requeridas e as existentes, recomenda-se que a gerência monitore os seguintes estágios: a) definição das necessidades de treinamento; b) projeto e planejamento do treinamento; c) execução do treinamento; d) avaliação dos resultados do treinamento.” (NBR ISO 10015, 2001, p. 3).

O esquema abaixo mostra o ciclo do treinamento, de forma simplificada, confirmando

que a avaliação dos resultados de treinamento é um processo e não uma técnica isolada.

Observa-se que um erro ou um planejamento mal feito numa dessas etapas, interfere

sistematicamente nas etapas subseqüentes, porque elas interagem entre si, tendo em vista um

resultado previsível e controlável, segundo (ABREU, 2003, p. 13). Ou seja, a saída de um

estágio alimenta a entrada do estágio seguinte:

10

Figura 01 - Ciclo do Treinamento

Fonte: adaptada de ABREU (2003, p. 13)

A avaliação final do treinamento é um poderoso instrumento de aprimoramento do

processo de T&D e a mais complexa do ciclo. Por isso, deve merecer, pelos gerentes /

gestores, os mesmos cuidados que cercam a elaboração dos programas de desenvolvimento de

recursos humanos. Dessa forma, avaliar o treinamento envolve, principalmente, a verificação

se, de fato, a aprendizagem de novos conhecimentos implica em modificação comportamental

do treinando no seu posto de trabalho; e a análise desse novo comportamento adquirido pelo

treinando, observando se está alinhado com a consecução das metas da empresa.

A nitidez na definição das responsabilidades de cada parte envolvida no processo é

outro fator fundamental para o alcance da eficácia dos treinamentos, assim como, o

comprometimento de todos na construção do projeto. È recomendável que o gestor, de

qualquer área da empresa, seja também um gestor de recursos humanos, uma vez que ele é o

responsável pelo desenvolvimento da sua equipe de trabalho, e não tarefa apenas do setor de

1

Necessidades de Treinamento a serem

satisfeitas

2

Desenho do programa de Treinamento

4

Avaliação dos Resultados de Treinamento

3

Aplicação do programa de Treinamento

11

RH. Todos os facilitadores (aqueles que direta ou indiretamente são responsáveis pelo

desenvolvimento dos programas de treinamento) devem entender que qualquer curso deve,

obrigatoriamente, trazer resultados para a organização, aumentando a sua produtividade,

diminuindo custos e promovendo melhorias, de acordo com os objetivos estratégicos do

negócio e com a política de treinamento vigente. O gestor de RH deve atuar como consultor,

auxiliando e orientando os gestores da empresa durante todo o ciclo do treinamento e otimizar

os recursos disponíveis para que o curso aconteça. Os treinandos, por sua vez, podem e devem

participar do processo de desenvolvimento profissional, do início ao fim, inclusive dando e

recebendo feedback sobre os cursos que participam. Portanto, é competência de todos

(gestores, treinandos e profissionais de RH) a realização do procedimento de avaliação dos

resultados de treinamento.

Finalmente, MILIONI (2004, p. 151), de forma generalizada e pragmática, resume a

questão de avaliar os resultados dos investimentos em T&D:

“Mistifica-se demais a questão! Muitos discursos e lamentações são ouvidos, certamente como uma espécie de desculpa para “o que não fiz e nem quis tentar fazer”. Em encontros de profissionais da área, nos eventos como congressos e outros, até que cabem a discussão e as lamúrias, mas, em se tratando da realidade empresarial dos tempos atuais, a questão é uma só: avaliar os resultados dos investimentos em T&D é um imperativo ao qual ninguém pode negar o devido provimento! O que importa, realmente, é fazer o que tem de ser feito: um processo de Treinamento e Desenvolvimento bem elaborado, implementado, avaliado e validado. O resto é pura perda de tempo!” MILIONI (2004, p. 151)

Treinamento não pode mais ser visto como despesa. Treinamento é investimento, e

como tal, deve ter como objetivo um retorno previsto. Este retorno precisa ser medido e

comparado com indicadores de performance. A maior recompensa da avaliação é poder

documentar o benefício obtido pelo cliente por aquilo que investiu em treinamento.

Portanto, é por certo dizer que a Avaliação da Eficácia de Treinamento consiste no

conjunto de atividades desenvolvidas visando identificar até que ponto as necessidades de

12

treinamento foram satisfeitas, se os objetivos foram atingidos, quais os impactos nos

resultados da empresa com as mudanças e com os valores agregados à empresa e aos egressos

dos cursos.

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo

13

Este estudo desenvolveu-se através de pesquisa exploratória de abordagem quanti-

qualitativa, com a finalidade de identificar, através da aplicação de questionários e entrevistas,

quais as dificuldades da equipe gestora da Coelba em avaliar a eficácia dos treinamentos no

período de 2003/2004.

3.2 Local da Pesquisa

O local do estudo foi a Coelba - Cia de Eletricidade do Estado da Bahia sito a Avenida

Edgard Santos, 300 - Narandiba, Salvador – Bahia. Trata-se de uma empresa concessionária

de energia que está presente em todos os recantos do Estado, contribuindo para o

desenvolvimento social e econômico da Bahia.

MISSÃO

"Ser a Energia e a Luz da Bahia" (Coelba, 2003)

VISÃO

"Rentabilizar a Coelba acima da referência Aneel, no ciclo tarifário

2003/2008, e atender as expectativas da sociedade"(Coelba, 2003)

3.3 População / Amostra

14

A população desta pesquisa foi constituída por 42 membros da equipe gestora da

Coelba, que utilizaram o Sistema de Avaliação de Eficácia implantado no ano de 2003. Aqui

denominados PESQ.

Este estudo desenvolveu-se com a utilização de uma amostragem censitária da

população. Sendo que apenas 23 membros da equipe gestora que utilizaram o Sistema de

Avaliação de Eficácia no ano 2003 responderam ao questionário, perfazendo um total de

54,7% da população.

Fizemos uma amostragem piloto aplicando 7 questionários, perfazendo 16,6% da

população.

Foram realizadas também, 5 entrevistas com os pesquisados que se identificaram e se

dispuseram a submeter-se a ela, perfazendo 11,9% da população. Aqui denominados ENTR.

3.4 Teste Piloto

O teste piloto foi realizado em fevereiro/2005. Elaboramos um questionário e

distribuímos para 07 pessoas da população, a fim de analisar e validar a eficiência do mesmo.

Em função desta análise, ajustamos algumas questões para obtermos resultados que melhor

retratassem nossa pesquisa, evidenciando melhor a dificuldade dos gestores em avaliar a

eficácia dos treinamentos.

3.5 Procedimentos

15

Os procedimentos para realização da coleta de dados foram a aplicação junto a equipe

gestora da Coelba de questionário com perguntas fechadas e uma pergunta aberta. Após sua

aplicação, sentimos necessidade de complementar as respostas com entrevistas, para melhor

entender alguns resultados encontrados no questionário, e as dificuldades existentes em

realizar a avaliação de eficácia dos treinamentos.

O trabalho de coleta desenvolveu-se pelos pesquisadores no mês de fevereiro de 2005,

através de questionários enviados via correio eletrônico da empresa, com uma carta de

apresentação e aplicados aos 42 membros da equipe gestora da Coelba, cuja tabulação foi

realizada através do software Excel .

Retornamos à empresa no mês de abril para fazermos as entrevistas, as quais

ocorreram nas dependências da empresa, com 5 membros da equipe gestora que haviam se

identificado quando responderam ao questionário.

3.6 Tratamento e Análise dos Dados

Aplicamos o questionário e, de posse do resultado final, tratamos estatisticamente as

respostas fechadas e categorizamos as respostas da questão aberta, dando tratamento

qualitativo aos textos que definiriam melhor o resultado da pesquisa, analisando-os e

comentando-os. Após a análise desses dados, realizamos algumas entrevistas centradas nos

pontos que mereceram aprofundamento e/ou exploração. As respostas colhidas nas entrevistas

contribuíram qualitativamente na nossa análise, dirimindo dúvidas sobre alguns pontos, o que

enriqueceu sobremaneira nossa pesquisa.

16

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Para subsidiar a análise do resultado da pesquisa, por acreditamos numa interferência

direta ou indireta nas respostas, identificamos o perfil da população alvo através das variáveis:

17

sexo, idade e escolaridade, tempo de trabalho na empresa, tempo na função de gestor, os quais

são mostrados percentualmente nos gráficos a seguir.

Gráfico 1 - Sexo

91%

9%

Masculino

Feminino

Fonte: Pesquisa de Campo

O sexo masculino é maioria no universo pesquisado, refletindo a atividade fim da

empresa eminentemente técnica.

Gráfico 2 – Idade

4%13%

66%

17%

18 a 30 anos31 a 40 anos41 a 50 anosAcima de 50 anos

18

Fonte: Pesquisa de Campo

A faixa etária representativa é de 41 a 50 anos (66%), além de 17% estar acima de 50

anos perfazendo um total de 83% acima de 40 anos, evidenciando que se leva muito tempo

para formar um executivo, pois alia-se a parte técnica à gerencial.

Gráfico 3 - Escolaridade

Fonte: Pesquisa de Campo

O nível de escolar idade é bastante e levado, 96% tem graduação completa , a tendendo à

exigência da empresa para exercer o cargo de gestor . Dentre estes , 52% possuem pós -

graduação, que demonst ra vontade de cresc imento e desenvolv imento par t icu lar e prof i ss ional .

Gráfico 4 - Tempo de Trabalho na Empresa

17%

75%

4 %

0 %4%

Até 5 anos6 a 10 anos11 a 15 anos16 a 20 anosMais de 20 anos

44%

4%26%

13%

4%9%

Graduação completa

Graduação incompleta

Pós graduação completa

Pós graduaçãoincompletaDoutoura/mestradocompletoDoutoura/mestradoincompleto

19

Fonte: Pesquisa de Campo

Observamos que a maioria dos gestores, 75%, possui mais de 20 anos de empresa,

retratando conhecimento da estrutura organizacional e tecnológica da empresa.

Gráfico 5 - Tempo de Trabalho como Gestor

Fonte: Pesquisa de Campo

Quanto ao tempo de trabalho no cargo de gestor, observamos que 56% dos

pesquisados ocupam este cargo a menos de 10 anos, o que equilibra com os 44% restante que

têm mais de 10 anos no cargo.

As questões de pesquisa seguintes foram subdivididas, conforme relacionadas nos

quadros abaixo, com o objetivo de verificar o porquê da dificuldade dos gestores da Coelba

em aplicar a avaliação de eficácia dos treinamentos. Os resultados foram analisados em

termos percentuais, como mostraremos a seguir.

4.1 Questão de Pesquisa A - Qual o conceito que a equipe gestora da Coelba tem sobre

Treinamento?

30%

26%9%

26%

9%

Até 5 anos6 a 10 anos11 a 15 anos16 a 20 anosMais de 20 anos

20

Nesta primeira questão, solicitamos que enumerassem de 1 a 8, em ordem crescente

de importância, as definições de treinamento, onde 1 seria o mais importante, e 8 o menos

importante.

Dos 23 questionários respondidos, consideramos 20 respostas enumeradas

corretamente e obtivemos o resultado abaixo, fazendo uma média ponderada das respostas em

relação à seqüência enunciada.

Gráfico 6 - Como você define o Treinamento:

21

Fonte: Pesquisa de Campo

Esta questão trata da concepção e da importância de Treinamento para os gestores,

onde se destacaram os três primeiros itens. Segundo a entrevista realizada, a Coelba tem

focado muito no Planejamento Estratégico que direciona todas as ações, inclusive

treinamento, garantindo seu crescimento e dos seus empregados (ENTR 1). Os três itens

seguintes obtiveram percentuais muito próximos, denotando serem de grau de importância

semelhantes, e fazendo parte do conhecimento tradicional do que significa treinamento.

Quanto ao item Investimento, ainda não totalmente compreendido, conforme mencionado em

nosso referencial teórico, necessitamos buscar nas entrevistas compreender o seu

2,552,59

2,88

4,00

4,574,66

5,17

7,70

Uma ferramentaadministrativa conectadacom o planejamentoestratégico da empresa.

Essencial para odesenvolvimentoorganizacional.

Garantia de equipescapazes de sustentar umcrescimento ordenado esistematizado daempresa.Uma motivação para oempregado.

Provocador de mudançasna empresa.

Parte da educaçãocontinuada.

Um investimento

Uma estratégia de RH.

22

posicionamento junto aos demais. Segundo os entrevistados, este item é muito importante e

sua localização reflete a dificuldade real de todos em mensurar, valorar mesmo o

conhecimento, como disse um entrevistado:

“é muito difícil transformar em dinheiro, dar valor mesmo, ao conhecimento adquirido, repassado nas empresas em geral.”(ENTR 5)

4.2 Questão de Pesquisa B – De que forma a equipe gestora participa do processo de

treinamento, e qual a sua atuação desde o levantamento das necessidades até o

planejamento e execução do treinamento?

Utilizamos para esta e às próximas questões fechadas a escala abaixo, nas quais

solicitamos que os gestores indicassem o seu grau de concordância/discordância:

1 2 3 4 5 Discordo totalmente Discordo em parte Não tenho opinião Concordo em parte Concordo totalmente

Quadro 01

%

Quanto ao processo de treinamento na Coelba: 1 2 3 4 5

Conheço o processo desde o levantamento, até o planejamento e a execução

13 9 9 56 13

A Coelba possui uma política de T&D amplamente difundida e clara.

4 17 30 49 0

23

È prática consolidada de nós gestores, participar e acompanhar os processos de treinamento, junto ao RH, do começo ao fim.

13 17 0 61 9

É imprescindível que na fase de planejamento do treinamento, nós e o RH, discutamos com clareza os objetivos, as ações e os papéis de cada um dos envolvidos.

4 4 0 13 79

Todo o processo de treinamento é de responsabilidade do RH.

39 22 0 35 4

A minha participação no processo de treinamento, do início ao fim, precisa ser mais enérgica.

9 9 22 43 17

A importância da Avaliação de Eficácia de Treinamento é internalizada pela Coelba.

4 13 22 48 13

Fonte: Pesquisa de Campo

Conforme o item 4 do Quadro 01, “É imprescindível que na fase de planejamento do

treinamento, nós e o RH, discutamos com clareza os objetivos, as ações e os papéis de cada

um dos envolvidos”, concordar totalmente é uma condição sine qua non na construção de

indicadores e conseqüentemente na garantia de um treinamento eficaz.

Percebemos que os gestores concordam em parte com os demais itens e este resultado

retrata que os gestores não detêm todo o conhecimentos do processo e política de T&D na

Coelba, enfatizando a importância da sua participação e da Avaliação de Eficácia, a que, é a

fase final desse processo.

No item 5 do Quadro 01, “Todo o processo de treinamento é de responsabilidade do

RH”, 39% dos pesquisados discordam e 35% concordam. Nas entrevistas sobre este assunto,

os gestores se colocam responsáveis pelo processo, confirmando o item. Contudo,

observamos que falta clareza sobre o papel dos gestores no processo de Treinamento,

conforme citação de um dos entrevistados, a seguir.

”Ser responsável só não basta, precisa conhecer e interferir” (ENTR 4)

24

4.3 Questão de Pesquisa C - Qual a relação que os gestores estabelecem entre o objetivo

de treinamento e o resultado final que se deseja?

Quadro 02 %

10. Quanto ao resultado do processo de Treinamento na Coelba, você considera que:

1 2 3 4 5

Ao final dos treinamentos, os objetivos são sempre alcançados.

0 13 9 74 4

Após um treinamento, os empregados retornam ao posto de trabalho com expressiva melhoria no seu desempenho.

0 9 0 78 13

Os objetivos de treinamento estão sempre alinhados com o resultado que se deseja obter.

0 17 4 48 31

Antes do treinamento os empregados são esclarecidos quanto ao que se espera deles após o treinamento.

9 43 0 35 13

Fonte: Pesquisa de Campo

Verificamos que o problema que pode causar impacto no resultado do processo de

treinamento, é que os treinandos não são envolvidos adequadamente na fase inicial do projeto,

antes do curso. Isto causa falta de motivação dos participantes, gerando entraves para o

processo, segundo ABREU (2003, p. 38). Nas entrevistas, os gestores revelaram que é

importante o envolvimento, e que muitas vezes, são os próprios empregados que buscam os

treinamentos, tornando o trabalho dos gestores mais tranqüilo, pois gerenciará basicamente as

prioridades do setor.

4.4 Questão de Pesquisa D - Qual a percepção que a equipe gestora da Coelba tem sobre

Avaliação de Eficácia e Treinamento?

Quadro 03

%

11. Qual a sua percepção sobre Avaliação de Eficácia de Treinamento na Coelba? 1 2 3 4 5

É dispensável. 52 22 4 13 9

É um processo burocrático. 35 35 13 17 0

É um poderoso instrumento de aprimoramento do processo de T&D. 7 7 7 64 14

25

É uma das etapas do processo de T&D. 0 0 9 39 52

É uma exigência para certificação da norma ISO. 0 13 61 17 9

É uma realidade que precisa ser priorizada. 0 13 13 35 39

Fonte: Pesquisa de Campo

A Avaliação de Eficácia de Treinamento é considerada indispensável, um pode roso

instrumento de T&D e reconhecem que precisam priorizar este processo e, inclusive, não

consideram um processo burocrático. Com relação à certificação pela norma ISO, 61%

afirmam não terem opinião. Esse resultado é proveniente ao fato da Coelba não estar

buscando a certificação na maioria de suas áreas, refletindo assim o desconhecimento por

parte dos gestores, conforme comprovado nas entrevistas realizadas.

4.5 Questão de Pesquisa E – Até que ponto os objetivos da Avaliação de Eficácia de

Treinamento oferecem clareza para a equipe gestora?

Quadro 04

%

12. A Avaliação de Eficácia de Treinamento da Coelba permite verificar: 1 2 3 4 5

Os indicadores dos objetivos de treinamento são bem definidos. 0 22 30 26 22 O foco dos treinamentos têm impacto nos resultados da empresa. 0 4 4 61 31 Os programas de treinamento oferecem clareza quanto aos objetivos que pretendem alcançar. 0 9 17 57 17

Fonte: Pesquisa de Campo

Observamos um resultado relevante: 30% dos gestores não têm opinião sobre a

clareza na definição dos indicadores dos objetivos de treinamento. Podemos até antever, a

partir deste resultado, uma das dificuldades na Avaliação de Eficácia de Treinamento,

considerando que os objetivos são a base para qualquer planejamento e que sem este

indicador é complicado mensurar os resultados de treinamento.

Nos demais itens, nos quais os gestores concordam em parte, sobre a questão da

Avaliação de Eficácia de Treinamento permitir a verificação do impacto que os treinamentos

26

causam nos resultados da empresa e, se os programas de treinamento oferecem clareza quanto

aos objetivos que pretendem alcançar, o resultado ainda é tímido e perpassa a discussão do

parágrafo anterior no sentido de desconhecer a definição dos indicadores dos objetivos de

treinamento. Nas entrevistas, a definição de indicador de objetivo de treinamento é medir,

mensurar o que se espera deste, porém aí está a dificuldade, conforme o questionamento do

entrevistado abaixo:

“Como medir, se não sei e nunca participei da elaboração de indicadores dos objetivos de treinamento?”(ENTR 3)

4.6 Questão de Pesquisa F – Como a equipe gestora percebe a sua responsabilidade na

Avaliação de Eficácia de Treinamento?

Quadro 05

%

13. Minha participação na Avaliação de Eficácia de Treinamento da Coelba: 1 2 3 4 5

Fui orientado e preparado para a prática de avaliar a eficácia dos treinamentos. 17 48 4 31 0

Avaliar resultados de treinamento é tarefa do RH. 26 52 9 13 0 Sinto-me totalmente envolvido no processo de T&D. 4 44 17 35 0

Sinto-me responsável na Avaliação de Eficácia de Treinamento. 0 13 0 65 22

Sinto-me responsável nos resultados, negativo ou positivo, da Avaliação de Eficácia de Treinamento, sugerindo o devido tratamento.

0 9 13 65 13

Fonte: Pesquisa de Campo

Outro ponto relevante a ser considerado, no resultado do Quadro 05, e que podemos

também antever como mais uma dificuldade dos gestores da Coelba para avaliar a eficácia

dos treinamentos é que discordam em parte: 48% que foram preparados e orientados para

essa prática, 44% que se sentem totalmente envolvidos no processo de T&D e, ainda, 52%

que avaliar os resultados do treinamento é tarefa do setor de RH (novamente aqui a confusão

dos papéis e das responsabilidades). No entanto, 65% concordam em parte quanto a sua

responsabilidade na Avaliação de Eficácia de Treinamento e os seus reflexos nos resultados

da empresa, inclusive sugerindo o devido tratamento no caso de resultado negativo, o que foi

27

confirmado nas entrevistas. Porém, segundo eles, a dificuldade é trabalhar com os resultados

apresentados no processo.

4.7 Questão de Pesquisa G - Qual a visão dos gestores sobre as dificuldades na Avaliação

de Eficácia de Treinamento?

Quadro 06

%

14. Avaliar a Eficácia de Treinamento na Coelba: 1 2 3 4 5

Requer muito tempo. 17 26 22 35 0 Os instrumentos são eficientes. 4 22 17 57 0 É tarefa simples. 4 17 13 53 13 Existe apoio necessário para sua realização. 0 35 13 43 9

Fonte: Pesquisa de Campo

Os gestores concordam em parte: 35% que avaliar requer muito tempo, resultado este

já esperado, 57% que os instrumentos são eficientes e 43% que existe apoio necessário para a

sua realização. Segundo os entrevistados, eles necessitam realmente deste apoio, não só na

ferramenta (sistema, logística etc), mas, principalmente no processo.

O resultado que nos impressiona é o fato de 53% dos gestores concordarem em parte

que é tarefa simples avaliar a eficácia dos treinamentos. As referências de T&D admitem não

ser tarefa simples nem tampouco fácil, até mesmo por uma questão cultural, conforme

MILIONI (2004, p.147).

Todavia, este resultado reflete uma confusão entre a ferramenta utilizada pela Coelba

para fazer a avaliação de eficácia e o processo em si de avaliar os treinamentos, o que foi

confirmado nas entrevistas, onde declaram que, embora a ferramenta seja simples, necessitam

de mais apoio em todo o processo.

28

4.8 Questão de Pesquisa H - Qual (is) a(s) sugestão(ões) de melhoria do processo de

Avaliação de Eficácia de Treinamento?

Dos 23 questionários respondidos, 11 preencheram as questões abertas. As sugestões

estão em concordância com os resultados obtidos nas questões fechadas e muitas merecedoras

de reflexão para o aprimoramento do processo de Avaliação de Eficácia de Treinamento,

agrupadas e analisadas por tema.

Com relação ao prazo que o sistema de Avaliação de Eficácia da Coelba determina

aos gestores para a avaliação, 30 ou 60 dias a depender da área de treinamento, eles sugerem

uma maior elasticidade de acordo com a especificidade do treinamento.

“Apuração com 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses e não apenas uma vez”(PESQ 5)

“Promover reuniões conjuntas entre o avaliado, sua chefia imediata e o avaliador pelo RH, em intervalos de 30, 90 e 180 dias para consolidação do resultado de melhoria no trabalho, efetivamente realizado pelo empregado”(PESQ 6)

“É um processo importante e que deve ser realizado de acordo com os períodos adequados de avaliação e planejamento”(PESQ 13)

“Muitas vezes os cursos irão ter reflexos mais adiante. Uma avaliação logo após a realização do curso algumas vezes se torna inócua. A avaliação deveria ocorrer um ano depois do curso para alguns casos. Entendo que somente o gestor poderá definir o tempo certo para uma avaliação. Portanto, acho que o RH deveria consultar os gestores a respeito, antes de definir um prazo específico”(PESQ 17)

“O prazo da avaliação de eficácia deve ser maior para o caso de alguns tipos de treinamento . Nestes casos, ocorre do treinamento só fornecer um embasamento teórico com uma prática mínima , e poucos meses podem ser insuficientes para que o treinando demonstre os bons resultados”(PESQ 23)

Atualmente o sistema de Avaliação de Eficácia da Coelba contempla apenas os

gestores como avaliadores, observamos, entretanto, que os coordenadores são os que mais

próximos estão dos avaliados, conforme observação dos gestores.

“Envolvimento dos gestores e dos treinandos (dentro do possível) no programa do curso”(PESQ 5)

29

“Na avaliação de um colaborador procurar envolver as pessoas mais próximas possíveis do avaliado”(PESQ 6)

“Participação mais efetiva de Gestores e Coordenadores na elaboração dos cursos (antes do diagnóstico de necessidade de treinamento) ”(PESQ 19)

O retorno dos resultados das avaliações com ações de melhoria contínua do processo

de treinamento agregados a estes resultados, devem ser cada vez mais acompanhados pelos

gestores.

“Precisamos melhorar o feedback aos gestores do desempenho do empregado treinado”(PESQ 15)

“Utilizar ferramenta similar ao acompanhamento de novos empregados, pesquisando o que foi agregado resultado das tarefas após a realização do curso”(PESQ 15)

“Tornar a avaliação de eficácia menos virtual, talvez com a inserção de acompanhamento do empregado, através de profissional de RH, por um determinado período no ambiente de trabalho para avaliação da utilização da nova ferramenta”(PESQ 19)

Atualmente na Coelba, estão sendo rediscutidos os papéis do setor de RH e dos

gestores da empresa, redimensionando sua atuação, partindo do pressuposto recomendável de

que todo gestor é um gestor de pessoas, vejamos a observação de um pesquisado:

“A idéia é que o RH deve interferir mais eficazmente no que a organização espera dos seus executivos. Treinar só não basta, as expectativas devem ser no mínimo atendidas”(PESQ 8)

Divulgar novamente junto aos gestores o processo e o sistema de treinamento

existente, como forma de conscientização, mostrando a sua importância nos resultados da

empresa.

“Definição prévia dos instrumentos, da forma e conteúdo a ser avaliado”(PESQ 5)

“Priorizar os aspectos técnicos, pois atualmente apenas os aspectos comportamentais tem sido considerados de importância”(PESQ 5)

30

“Não tenho uma opinião formada a respeito do processo mas, sugerimos uma apresentação de todo o processo para os gestores e, junto à apresentação fazermos uma discussão coletiva”(PESQ 9)

“Promover divulgação ampla, geral e irrestrita sobre o processo de T&D com TODOS os empregados da Empresa”(PESQ 19)

“Criar um sistema para inclusão e consulta via intranet”(PESQ 21)

Na avaliação de eficácia dos treinamentos a importância dos indicadores de

desempenho e resultados pós treinamento são fundamentais para que resultem em valores de

investimento e de benefícios nos cursos. Os gestores devem participar da criação dos

indicadores, para que obtenhamos o êxito quanto aos resultados esperados.

O resultado colhido nos questionários e nas entrevistas nos remete a ABREU (2003, p.

51) que acredita que uma das maiores dificuldades da avaliação de eficácia é o fato de ainda

não desenvolvermos os necessários hábitos de pesquisa, de trabalhar com dados e

informações a favor dos processos organizacionais, inclusive treinamento.

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Hoje, na era da Gestão por Competência e da Gestão do Conhecimento, a chave para

manter uma empresa lucrativa ou com uma economia saudável é a produtividade da força de

trabalho aliada à capacitação e ao desenvolvimento das pessoas. Dessa forma, o treinamento é

um forte diferencial competitivo e configura-se como a sustentação das habilidades requeridas

pelo esforço de produção da empresa. Por conseguinte, para uma empresa se firmar

competitivamente no mercado globalizado, precisa treinar constantemente seus colaboradores

e abortar a teoria antiquada de que treinamento é despesa, é custo, e considerá-lo como um

investimento, como um negócio.

31

Sendo assim, como qualquer outro investimento empresarial, deve haver um retorno

dos valores investidos e conseqüentemente dos seus impactos nos resultados da empresa, isto

é, se os seus objetivos foram alcançados. No que tange a treinamento, esse retorno é realizado

através do procedimento estratégico da Avaliação da Eficácia dos Treinamentos, ou

Avaliação dos Resultados de Treinamentos. Vale ressaltar, que essa Avaliação é um

imperativo nos dias atuais, embora seja uma questão antiga, por se tratar de uma exigência da

Norma ISO 10015 para as organizações que anseiam obter a certificação ISO da Qualidade.

“Eficiência em treinamento” é um termo limitado do passado. Atualmente, a expressão

usada é “Eficácia em treinamento” que vai além da eficiência em treinamento, ou seja, é a

satisfação plena do cliente. Para tanto, é imprescindível a sinergia grupal de todos os

envolvidos no processo de T&D durante as 4 fases do ciclo de treinamento conforme ABREU

(2003, p. 13).

Avaliar a eficácia dos treinamentos não é tarefa simples, nem fácil, por ser um

problema cultural da gestão de RH. Durante muitos anos, não foi dada a devida relevância a

essa prática, assim como, na prospecção dos diversos indicadores que permeiam o processo de

treinamento do início ao fim, indicadores de carência, indicadores de resultado, dentre muitos

outros. Este fato tem gerado polêmica nas organizações, por se tratar de uma necessidade e,

ao mesmo tempo, de uma dificuldade, principalmente da parte dos superiores hierárquicos

(avaliadores) que não foram capacitados para a realização dessa atividade e nem

conscientizados quanto à importância da mesma nos resultados organizacionais, evidenciando

inclusive nos resultados de nossa pesquisa.

Apresentamos neste trabalho um estudo do pós-treinamento, dando ênfase a Avaliação

de Eficácia dos Treinamentos, por meio de pesquisas literárias de diversos autores e

consultores de T&D, correlacionando essas teorias à prática na Coelba, tendo como objetivo

32

específico verificar qual a dificuldade da sua equipe gestora em avaliar a eficácia dos

treinamentos no período de 2003/2004.

Considerando os dados resultantes da pesquisa realizada, concluímos que os gestores

da Coelba consideram a eficácia de treinamento indispensável para o desenvolvimento

empresarial, reconhecendo inclusive que precisam priorizar o processo. Verificamos,

entretanto, que carecem de maior direcionamento quanto às dificuldades encontradas sobre os

indicadores dos objetivos de treinamento. Sem estes indicadores o planejamento fica

enfraquecido, desencadeando dificuldades no decorrer do processo afetando assim os

resultados.

Nos resultados da pesquisa, ao admitirem ser tarefa simples realizar a Avaliação de

Eficácia, denotam confusão entre ferramentas, apoio e processo, percebendo carência de

maior esclarecimento quanto ao processo de treinamento e avaliação de eficácia em particular,

mesmo que, segundo eles, acompanhem todo o processo. Esta questão se reflete na afirmativa

de que precisam ser mais enérgicos na participação do processo de treinamento.

A participação dos gestores também merece atenção e investimento. Evidenciamos

estarem confusos quanto ao papel que precisam desempenhar frente ao processo de

treinamento junto às suas equipes, quando, dentre outras respostas, um terço dos entrevistados

crêem ser do setor de RH a responsabilidade pelo processo de treinamento.

5.1 Recomendações

Por tudo isso se recomenda:

33

1) Considerar que o resultado de treinamento não é só financeiro; todos os

treinamentos são passíveis de avaliação, variando apenas as estratégias usadas para avaliar. O

primeiro passo para avaliar o treinamento é ter critérios bem definidos e política de

treinamento. A facilidade na mensuração dos resultados do treinamento depende da parceria

do setor de RH com a área solicitante (gestores e treinandos) na definição dos objetivos, na

montagem do conteúdo programático, dentre outros.

2) Definição clara dos papéis e das responsabilidades de cada um dos envolvidos, por

ser um trabalho integrado e permeável, a saber:

Setor de RH à Consultor de treinamento, elaborando estratégias pragmáticas para

cada caso de treinamento. Conhecer os planos e as diretrizes do empreendimento,

planos de expansão, lançamento de novos produtos, modificações ou implantação de

sistemas e tecnologias, objetivos de cada área, programas especiais, os quais serão os

objetivos maiores nos programas de treinamento que deverão estar alinhando ao

planejamento estratégico da empresa; estimular, assessorar e orientar os gestores na

ocasião do levantamento da necessidade de treinamento e dos objetivos; criar modelo

alternativo nas diversas circunstâncias da empresa; organizar reunião geral com os

gestores e os futuros treinandos para discussão dos propósitos do programa do curso,

inclusive quanto o envolvimento de todos na mensuração fina l do projeto; preparar os

testes de investigação cognitiva e aplicá-los; elaborar a política de T&D; reunião com

os instrutores do evento para definição da metodologia e do instrumento de aferição;

diagnosticar, através de instrumentos previamente construídos, de pesquisas ou de

entrevistas, as mudanças de comportamento dos treinandos nos seus postos de

trabalho; ser modelo de gestão a fim de despertar a confiança dos clientes.

Gestores das diversas áreas à Clientes internos, são os donos do treinamento.

Diagnosticar a carência de treinamento e a conseqüência disso no resultado da sua

34

Unidade, através de Indicadores; decidir sobre os objetivos de treinamento; participar

da reunião geral com o RH e os futuros treinandos para discussão dos propósitos do

programa do curso, inclusive quanto ao envolvimento de todos na mensuração final do

projeto; convocar os colaboradores para o treinamento, negociando metas,

sensibilizando-os, envolvendo-os e assistindo-os durante todo o processo de

treinamento (pré e pós); enfim, realizar a avaliação da eficácia de treinamento.

Treinandos à Clientes internos compromissados em aplicar o conteúdo na esfera das

suas funções e cargo. Fazer a auto-avaliação pós-curso; participar da reunião geral

com os gestores e o RH para discussão dos propósitos do programa do curso, inclusive

quanto ao envolvimento de todos, na mensuração final do projeto.

3) Prospectar indicadores, por se tratar de forte ferramenta de gestão, principalmente

para a questão aqui em discussão. Assim como, instruir os gestores de como trabalhar estes

indicadores com clareza, como mensurar, conscientizando-os quanto à importância dos

mesmos no processo.

4) Política de T&D com foco no negócio da empresa.

5) Manual completo com os procedimentos detalhados, passo a passo, sobre a

atividade da Avaliação de Eficácia, assim como, prazos e responsabilidades e o tratamento a

ser dados nos casos de resultado negativo da avaliação.

6) Estratégia de “marketing”, considerando que o “marketing” envolve toda a vida de

qualquer produto, desde a sua concepção até o consumo final. Isto é, fazer um trabalho de

base com todos os colaboradores, considerando a cultura da empresa, sobre a importância da

Avaliação de Eficácia dos Treinamentos nos tempos competitivos atuais e a conscientização

do envolvimento de cada um neste processo. Vender o produto.

35

7) Utilizar produtivamente a Avaliação de Reação, ou seja, ela deve ser construída,

aplicada e analisada como fonte de subsídios importantes para o processo de avaliação de

resultados do treinamento como um todo.

8) Reunião com os egressos dos cursos, solicitando deles uma avaliação do

treinamento, seu conteúdo, material didático e, em especial, do que aprenderam e do que pode

ser aplicado na prática. Nesta oportunidade, negociar prazos, facilidades, recursos,

responsabilidades e critérios para acompanhamento da execução do plano de trabalho com

base nos novos conhecimentos assimilados, destacando sempre para o potencial de impacto

positivo nas operações daquela Unidade. É imprescindível que o colaborador saiba desse seu

compromisso pós-treinamento, antes de ir para o curso.

9) Tornar mais coeso, mais eficaz todo o apoio logístico no processo de treinamento,

no sistema, nas orientações ou no que os gestores necessitarem, a fim de facilitar a avaliação

de eficácia dos treinamentos e obter resultados satisfatórios.

Portanto, observamos que existe muita teoria sobre a questão da Avaliação de Eficácia

dos Treinamentos, mas a sua prática ainda é polêmica e complexa, carecendo da devida

prioridade e atenção, por parte dos gestores da empresa, para o aprimoramento do processo de

treinamento e desenvolvimento dos colaboradores, atingindo assim, uma competitividade

sustentável. É chegada a hora da virada: parar de reclamar e enfrentar a realidade desafiante

de demonstrar, através de indicadores e de sistemas de mensuração, que os treinamentos

impactam de maneira positiva ou negativa nos resultados da empresa.

36

REFERÊNCIAS

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Paulo: Ed. Makron Books, 1994.

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São Paulo: Ed. Atlas, 2002.

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conceitos e recriando a prática. Salvador: Ed. Malabares Comunicação e Evento, 2003.

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Humanos. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.

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Rev. FAEEBA. Salvador: nº 6, jul./dez., 1996.

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para transformas as organizações através da reengenharia. Segunda edição. São Paulo:

Ed. Makron Books, 1994.

SILVEIRA, Orlando Ferreira. Avaliando o treinamento. www.grupocvi.com.br , 11/12/2003.

39

APÊNDICES

40

APÊNDICE A

PESQUISA SOBRE AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DE TREINAMENTO COELBA

Ao responder a esta pesquisa você estará contribuindo para gerar dados que possibilitem a C OELBA analisar o processo de Avaliação de Eficácia de Treinamento existente na empresa, contribuindo para at ingir a excelência do processo de Treinamento.

Preencha o formulár io devolvendo -o à Unidade de Universidade Corporat iva GPUC / GDP até o dia 31/03/ 2 0 0 5 . Para complementar esta pesquisa faremos entrevistas , caso você concorde em ser entrevistado identif ique -s e .

Agradecemos sua co laboração ,

Gestor da Unidade de Universidade Corporativa

Março/ 2005

01. Há quanto tempo trabalha na Empresa: 03. Sexo: ( ) M ( ) F

( ) até 5 anos ( ) 6 a 10 anos 04. Idade: ............. anos

( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos 05. Órgão de Lotação: ( ) Unidade ( ) Departamento

( ) mais de 20 anos 06. Local (cidade) de Traba lho ..............................................................

02. Há quanto tempo trabalha como Gestor 07. Escolaridade: Graduação ( ) Completo ( ) Incompleto

( ) até 5 anos ( ) 6 a 10 anos Pós Graduação ( ) Completo ( ) Incompleto ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos Doutorado/Mestrado ( ) Completo ( ) Incompleto ( ) mais de 20 anos

Enumere de 1 a 8 em ordem crescente de importância, sendo 1 a mais importante.

08. Você define o Treinamento como:

Apenas uma estratégia de RH. Provocador de mudanças na empresa . Essencial para o desenvolvimento organizacional . Parte da educação cont inuada. Uma ferramenta administrat iva conectada com o planejamento estratégico da emp resa . Uma mot ivação para o empregado . Garantia de equipes capazes de sustentar um crescimento ordenado e sistematizado da empresa.

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Um inves t imento Util izar a legenda abaixo para as próximas questões:

1 2 3 4 5 Discordo totalmente Discordo em part e Não tenho opinião Concordo em parte Concordo totalmente

09. Quanto ao processo de treinamento na Coelba: 1 2 3 4 5

Conheço o processo desde o levantamento, até o planejamento e a execução A Coelba possui uma pol í t ica de T&D amplamente d i fundida e clara. È prát ica consolidada de nós gestores, part icipar e acompanhar os processos de treinamento, junto ao RH, do começo ao f im. É imprescindível que na fase de planejamento do treinamento, nós e o RH, discutamos com clareza os objetivos, a s ações e os papéis de cada um dos envolvidos.

Todo o processo de treinamento é de responsabil idade do RH. A minha part icipação no processo de treinamento, do início ao f im, precisa ser mais enérgica. A importância da Avaliação de Eficá cia de Treinamento é internalizada pela Coelba.

10. Quanto ao resultado do processo de Treinamento na Coelba: 1 2 3 4 5

Ao final dos treinamentos, os objet ivos são sempre alcançados. Após um treinamento, os empregados retornam ao posto de t r abalho com express iva melhor ia no seu desempenho. Os objet ivos de t reinamento estão sempre al inhados com o resul tado que se deseja obter . Antes do treinamento os empregados são esclarecidos quanto ao que se espera deles após o t reinamento.

11. Qual a sua percepção sobre Avaliação de Eficácia de Treinamento na Coelba? 1 2 3 4 5

É dispensável. É um processo burocrático. É um poderoso ins t rumento de apr imoramento do processo de T&D. É uma das e tapas do processo de T&D. É uma exigência para cert i f icação da norma ISO. É uma real idade que precisa ser pr ior izada.

12. A Avaliação de Eficácia de Treinamento da Coelba permite verificar: 1 2 3 4 5

Os indicadores dos objet ivos de t reinamento são bem definidos. O foco dos treinamentos têm impacto nos resultados da empresa. Os programas de t re inamento oferecem clareza quanto aos objet ivos que pretendem alcançar .

13. Minha participação na Avaliação de Eficácia de Treinamento da Coelba: 1 2 3 4 5

Fui orientado e preparado para a prática de avaliar a eficácia dos treinamentos. Avaliar resultados de treinamento é tarefa do RH. S in to-me to ta lmente envolv ido no processo de T&D. S in to-me responsáve l na Aval iação de Ef icác ia de Tr e inamen to . S in to-me responsável nos resultados, negativo ou positivo, da Avaliação de Eficácia de Treinamento, sugerindo o devido tratamento.

14. Avaliar a Eficácia de Treinamento na Coelba: 1 2 3 4 5

Requer muito tempo.

42

Os instrum entos são eficientes. É tarefa simples. Existe apoio necessário para sua realização.

15. Qual (is) a(s) sugestão (ões) de melhoria do processo de Avaliação de Eficácia de Treinamento?

APÊNDICE B

ROTEIRO DE ENTREVISTA SOBRE AVALIAÇÃ O DE EFICÁCIA DE TREINAMENTO COELBA

E n t r e v i s t a c o m p l e m e n t a r p a r a a p e s q u i s a s o b r e A v a l i a ç ã o d e E f i c á c i a d e T r e i n a m e n t o C o e l b a .

1 . O s g e s t o r e s n ã o c o n s i d e r a m o t r e i n a m e n t o c o m o i n v e s t i m e n t o . C o m o v o c ê v ê e s t a c o l o c a ç ã o ?

2 . T o d o o p r o c e s s o d e t r e i n a m e n t o é d e r e s p o n s a b i l i d a d e d o R H . C o m o s e e x p l i c a i s t o ?

3 . O q u e v o c ê a c h a s o b r e a f a l t a d e e n v o l v i m e n t o d o e m p r e g a d o d o i n í c i o a o f i n a l d o p r o c e s s o d e t r e i n a m e n t o ?

4 . V o c ê a c h a q u e a I S O 9 0 0 0 é i m p o r t a n t e p a r a m e l h o r a r a a v a l i a ç ã o d e e f i c á c i a d e t r e i n a m e n t o d a s e m p r e s as e

d a C o e l b a ?

5 . O q u e v o c ê e n t e n d e p o r i n d i c a d o r d e o b j e t i v o d e e f i c á c i a d e t r e i n a m e n t o ? V o c ê p a r t i c i p a d a e l a b o r a ç ã o

d e s s e s i n d i c a d o r e s ?

6 . V o c ê s e s e n t e r e s p o n s á v e l p e l a a v a l i a ç ã o d e e f i c á c i a ? Q u a l s u a d i f i c u l d a d e ?

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7 . O que é ta re fa s imples para você em ef i các i a de t r e inamen to , a f e r r amen ta de ava l i ação ou o p rocesso de

a v a l i a ç ã o ?

8 . V o c ê f o i o r i e n t a d o e / o u p r e p a r a d o p a r a a v a l i a r a e f i c á c i a d o s t r e i n a m e n t o s ?

ANEXO NBR ISO 10015 – Gestão da qualidade – Diretrizes para treinamento, 30 de maio de 2001.