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Rua Ângelo Uglione, nº 1515 ‐ CEP: 97.010‐570 ‐ Telefone: 55 3222.3401 ‐ FAX: 55 3223.3770 educaçã[email protected]
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E D U C A Ç Ã O
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA
SECRETARIA DE MUNICÍPIO DA EDUCAÇÃO
DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO MUNICIPAL
2011
Rua Ângelo Uglione, nº 1515 ‐ CEP: 97.010‐570 ‐ Telefone: 55 3222.3401 ‐ FAX: 55 3223.3770 educaçã[email protected]
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E D U C A Ç Ã O
Ensinar inexiste sem aprender e vice‐versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres
e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao
longo dos tempos. mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar maneiras,
caminhos, métodos de ensinar.
(Paulo Freire, 1996)
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E D U C A Ç Ã O
CESAR AUGUSTO SCHIRMER
Prefeito Municipal de Santa Maria/RS
JOSÉ HAIDAR FARRET Vice Prefeito de Santa Maria/RS
JOÃO LUIZ ROTH
Secretario de Município da Educação – Santa Maria/RS
SILVANA GUERINO Secretária Adjunta de Município da Educação
GISELE BAUER MAHMUD
Superintendente de Gestão da Educação Básica
PAULO FLORES Superintendente de Gestão e Apoio
CLEONE MARIA CHARÃO MARTINS
Superintendente de Gestão de Projetos
EQUIPE SETOR PEDAGÓGICO ARLEI PERIPOLLI
CLÁUDIA BASSOALDO DAISY MARI BRAZ RAMOS
ISAMARA MORAIS MODESTO VARGAS LIRIS MARIA DA COSTA DIEFENTHALER
MARIA GORETTI ROCHA FARIAS MARIELLA FRONER MARTINS
MARIZA CARVALHO DOS SANTOS NARHYON JOSE LEMOS CORREA NELSON MIORIM DE MEDEIROS
ROSANGELA VAZ SCHULTZ SILVIA MARIA PEREIRA CAMARGO
VERA LUCIA GUEDES SIMON
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E D U C A Ç Ã O
APRESENTAÇÃO A construção das Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Santa
Maria ‐RS ‐ (RME), proposta pela Secretaria de Município da Educação ‐ (SMED), teve
início em 2005, com o processo de organização, articulação e implantação do Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos. Este processo priorizou o resgate de reflexões e
referenciais produzidos, ao longo dos anos, pelas Escolas Municipais e Secretaria de
Município da Educação, e concretiza seu lançamento em 2011.
A finalidade deste documento consiste em definir uma política de currículo
norteadora às escolas municipais de Santa Maria ‐ RS. As Diretrizes Curriculares
Municipais objetivam a articulação do processo de organização da Educação Básica, a
[re] estruturação dos projetos político‐pedagógicos das escolas, bem como a
adequação e o cumprimento da legislação atual (Resolução CNE/CEB nº 04/2010 e
Resolução CNE/CEB nº 07/2010).
Considera‐se premente uma [re] orientação curricular para as escolas
municipais, no sentido de que sejam trabalhados os componentes curriculares da
Base Nacional Comum e da Parte Diversificada (Resolução CNE/CEB nº 07/2010),
tendo como foco a observância à legislação vigente, bem como às características do
contexto do município de Santa Maria/RS.
O processo de construção das Diretrizes Curriculares buscou mobilizar
diferentes atores e cenários da conjuntura da educação municipal em debates,
seminários, contribuições de instrumentos de pesquisa, reflexões em diferentes
momentos de formação continuada, tanto no âmbito das instituições escolares como
em eventos promovidos pela SMED Santa Maria ‐ RS. O resultado, portanto, consiste
em produções oriundas dos profissionais da Rede Municipal de Ensino. Nesta
perspectiva, um grupo de sistematização organizou e construiu o presente
documento. Cabe destacar que a participação de Instituições de Ensino Superior,
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E D U C A Ç Ã O
Entidades Educacionais, entre outras Instituições parceiras, no processo de formação
continuada, foi um marco significativo que contribuiu para a ampliação e
aprofundamento das reflexões.
Este documento expressa, portanto, uma concepção de educação, de
currículo, dimensões educativas, princípios educacionais, estrutura e funcionamento
da rede ensino para o município de Santa Maria. Contudo, não objetiva cercear a
autonomia de cada escola na construção do seu currículo, mas, sobretudo, ser um
instrumento norteador ao processo de reflexão e [re] significação do papel social e
educativo da escola, em especial como espaço público de cultura viva.
A escola, inserida na rede municipal, precisa articular as dimensões
administrativas e financeiras com a dimensão pedagógica, tendo como principal
referência a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem.
A gestão do Ensino Municipal, coordenada pela Secretaria de Município da
Educação, tem como objetivo principal fazer cumprir as Diretrizes Curriculares
Municipais e a legislação vigente, orientando o fazer pedagógico das escolas,
definindo metas e estabelecendo estratégias, a fim de atingir os propósitos do Ensino
Nacional.
Nesta perspectiva, apresentam‐se as DIRETRIZES CURRICULARES PARA A
EDUCAÇÃO MUNICIPAL, como política pública de orientação para as escolas
municipais, consolidando uma educação de qualidade do 1º ao 9º anos do Ensino
Fundamental, bem como a Educação Infantil, Educação do Campo, Educação de
Jovens e Adultos, Educação Inclusiva, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar
Quilombola e Núcleo de Tecnologia Municipal.
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SIGLAS
APIs ‐ Ações Pedagógicas Integradas
CEB ‐ Câmara de Educação Básica
CME ‐ Conselho Municipal de Educação
CNE ‐ Conselho Nacional de Educação
COOPER‐ Cooperativa dos Ferroviários
DCM ‐ Diretrizes Curriculares Municipais
DCNEJA ‐ Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e
Adultos.
DOER – Diretrizes Operacionais para a Educação Rural
FICAI – Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente
EAD – Educação a Distancia
EEI – Escola de Educação Infantil
EJA ‐ Educação de Jovens e Adultos
EMAI – Escola Municipal de Aprendizado Industrial
EMAET – Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan
EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil
e‐Tec‐ Escola Técnica Aberta do Brasil
FNDE – Fundação Nacional de Desenvolvimento
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IFET ‐ Instituto Federal de Educação Tecnológica
LDB ‐ Lei de Diretrizes e Bases
MEC ‐ Ministério de Educação
NTEM – Núcleo de Tecnologia Municipal
PBA‐ Programa Brasil Alfabetizado
PCNs ‐ Parâmetros Curriculares Nacionais
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PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação
PNEA ‐ Programa Nacional de Educação Ambiental
PROEJA ‐ Programa de Profissionalização da Educação de Jovens e
Adultos
PROINFO – Programa de Informática
REMEA ‐ Rede Municipal de Educadores Ambientais
RME ‐ Rede Municipal de Ensino
RPPN ‐ Reserva Particular do Patrimônio Natural
SEESP – Secretaria de Educação Especial
SEF ‐ Secretaria de Ensino Fundamental
SMED ‐ Secretaria Municipal de Educação
TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11
1.1 IDENTIDADE INSTITUCIONAL ................................................................. 11
1.2 MISSÃO DA SMED .................................................................................. 17
1.3 VISÃO DA SMED ..................................................................................... 17
1.4 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO PÚBLICO EM SANTA MARIA .................. 17
1.5 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA
A EDUCAÇÃO MUNICIPAL ............................................................................. 22
2 REFERENCIAIS ....................................................................................... 28
2.1 REFERENCIAIS LEGAIS ............................................................................. 28
2.1.1 Gestão Escolar Democrática ............................................................ 37
2.2 REFERENCIAIS CONCEITUAIS ................................................................... 38
3 PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS ................................................................... 43
3.1 PRINCÍPIOS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................... 44
3.2 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA A AÇÃO EDUCATIVA........................ . 46
3.2.1 Desenvolvimento das Diferentes Linguagens e seus Códigos ........... 47
3.2.2 Respeito às Fases Do Desenvolvimento Humano.............................. 49
3.2.3 Construção da Autonomia .................................................................. 51
3.2.4 Respeito à Diversidade ...................................................................... 53
3.2.5 Relações Sociais, Culturais e Educação Científica ................................ 55
4 PROJETO POLÍTICO‐PEDAGÓGICO ............................................................. 57
5 O EDUCANDO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO ....................................... 60
6 O EDUCADOR DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO ....................................... 63
7 PRINCÍPIOS E FINALIDADES DO CURRÍCULO ESCOLAR .............................. 70
7.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICO‐ METODOLÓGICAS ............................................ 71
7.2 AVALIAÇÃO ................................................................................................ 82
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E D U C A Ç Ã O
7.2.1 Dimensões e Conceitos................................................................... 83
7.2.2 Instrumentos de Avaliação .............................................................. 87
7.2 3 Avaliação Institucional .................................................................... 89
7.2.4 Avaliação do Sistema Público Municipal ......................................... 90
8 ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES ............................................................. 97
9 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR ............. 103
9.1 ESPAÇOS, TEMPOS E RECURSOS DE APRENDIZAGEM ............................. 110
9.1.2 A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL ................................. 116
9.1.3 RECURSOS EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES DA REDE MUNICIPAL
DE ENSINO ..................................................................................................... 118
10 NÍVEIS .................................................................................................. 123
10.1 EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................. 123
10.2 IDENTIDADE E OBJETIVOS ...................................................................... 123
10.3 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................. . 125
10.4 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL................... .. 126
11 ENSINO FUNDAMENTAL ....................................................................... 136
11.1 IDENTIDADE E OBJETIVOS..................................................................... 136
11.2 DIMENSÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................... 136
11.3 CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................... 138
12 MODALIDADES DE ENSINO.................................................................. 148
12.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ........................................................ 148
12.1.1 Identidade e Objetivos .................................................................... 148
12.1.2 Dimensões do Ensino da EJA ........................................................... 150
12.1.3 Currículo da EJA ............................................................................... 151
12.1.4 Eixos Articuladores do Currículo: Cultura, Trabalho e Tempo ........... 154
12.2 EDUCAÇÃO DO CAMPO ........................................................................... 157
12.2.1 Identidade e Objetivos ...................................................................... 157
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12.2.2 Dimensões da Educação do Campo ................................................ 158
12.2.3 O Currículo da Educação do Campo ................................................. 159
12.3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA .......................................... 160
12.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL .............................................................................. 161
12.4.1 Dimensões e Objetivos .................................................................... 161
12.4.2 Público Alvo da Educação Especial Atendidos no ATÉ ....................... 163
12.4.3 Avaliação dos Alunos para o Acesso ao Atendimento Educacional
Especializado ............................................................................................. 164
12.4.4 Elaboração do Plano do ATÉ ............................................................ 165
12.4.5 Autorização e Funcionamento da Sala de Recursos Multifuncional
e do ATÉ .................................................................................................... 167
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 168
14 ANEXOS ................................................................................................ 178
14.1 ANEXO 1
EQUIPES PARTICIPANTES DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES
PARA A EDUCAÇÃO MUNICIPAL ..................................................................... 178
14.2 ANEXO2
ENTREVISTA FAMILIAR ‐ SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO –
OBSERVAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM ‐ MODELO DE PLANO DE ATÉ .. 185
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1 INTRODUÇÃO
1.1 IDENTIDADE INSTITUCIONAL
A Rede Municipal de Ensino constitui‐se de 80 escolas assim distribuídas:
• 01 escola de artes – EMAET;
• 01 escola de ensino profissionalizante – EMAI;
• 45 escolas de ensino fundamental na zona urbana – EMEF;
• 09 escolas de ensino fundamental do campo – EMEF;
• 19 escolas de educação infantil na zona urbana – EMEI;
• 01 escola de educação infantil do campo – EMEI;
• 04 escolas de educação infantil conveniada – EEI.
A rede municipal de Santa Maria atende aproximadamente 19.000 alunos.
Possui 1.558 professores em seu quadro de recursos humanos, cuja formação segue
parâmetros do Plano de Carreira Municipal.
A Educação Infantil, no Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria/RS,
desenvolve‐ se nas 20 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI), nas 4 Escolas
de Educação Infantil Conveniadas (EEI) e em 20 Escolas Municipais de Ensino
Fundamental (EMEF), que atendem crianças até seis anos, em turmas de maternal à
pré‐escola B.
O Ensino Fundamental está estruturado em 54 escolas de Ensino
Fundamental. organizado, conforme a legislação vigente, em anos iniciais (1º ao 5º
ano) e em anos finais (6º ao 9º anos).
A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos na rede de escolas
municipais de Santa Maria aconteceu em 2006, sempre com maior demanda nos
anos iniciais. Também cabe retratar que o município de Santa Maria está dividido em
um zoneamento com 47 escolas na zona urbana e 09 escolas na zona rural. A maior
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demanda existente é por vagas é na zona urbana, considerando que, da parcela de
alunos matriculados no ensino fundamental, apenas 9,5% dos alunos encontram se
nas escolas do campo.
A Educação de Jovens e Adultos é oferecida em 15 escolas municipais, sendo
14 localizadas na zona urbana e 01 localizada no campo.
A Educação profissional é oferecida nos níveis básico e técnico (Ensino
Fundamental, Ensino Médio e EJA) na Escola Municipal de Aprendizagem Industrial –
EMAI e Escola Técnica Aberta do Brasil – ETec Brasil.
A Escola Municipal de Aprendizagem Industrial, pertencente ao Sistema
Municipal de Ensino, possui corpo docente capacitado e qualificado para a oferta de
cursos profissionalizantes de formação inicial, respaldada por um Projeto Político‐
Pedagógico e Regimento Interno. Oferece à comunidade cursos na área de Metal‐
Mecânica. Metalurgia, Serralheria, Eletricidade e Desenho Industrial.
O Município de Santa Maria aderiu ao programa ETec em 2008, através do
Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Educação Profissional, sendo
implantada, em 2009, a ETec Brasil – Polo Santa Maria, que oferece os cursos
técnicos profissionalizantes de nível de ensino médio e pós‐médio, nas áreas de
Automação Industrial , Meio Ambiente, Biocombustível, Agroindústria e Instrutor de
Informática, em parceria com Institutos Federais de Educação Tecnológica – IFETs, na
modalidade EAD.
Escolas integrantes da Rede Municipal de Ensino:
ZONA NORTE:
EMEF Euclides da Cunha
EMEF Ten. João Pedro Menna Barreto
EMEF Pão do Pobres Santo Antonio
EMEF Nsª. Sra. do Perpétuo Socorro
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EMEF Profª. Maria de L. Bandeira Medina
EMEF Nossa Senhora da Conceição
EMEF Lidovino Fanton
EMEF São João Batista
EMEF Chácara das Flores
EMEF Castro Alves
ZONA SUL
EMEF Duque de Caxias
EMEF CAIC Luizinho De Grandi
EMEF Zenir Aita
EMEF Dom Luiz Victor Sartori
EMEF Dom Antonio Reis
EMEF Reverendo Alfredo Winderlich
EMEF Rejane Garcia Gervini
EMEF Professora Francisca Weinmann
EMEF Ione Medianeira Parcianello
EMEF São Carlos
ZONA LESTE
EMEF Lourenço Dalla Corte
EMEF Oscar Grau
EMEF Profª Hylda Vasconcellos
EMEF Aracy Barreto Sacchis
EMEF Padre Nóbrega
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ZONA OESTE
EMEF Martinho Lutero
EMEF Pinheiro Machado
EMEF Edy Maya Bertóia
EMEF Professora Altina Teixeira
EMEF Adelmo Simas Genro
EMEF Fontoura Ilha
EMEF Irmão Quintino
EMEF Erlinda Minóggio Vinadé
EMEF Leduvina da Rosa Rossi
EMEF Sergio Lopes
ZONA CAMOBI
EMEF Júlio do Canto
EMEF Renato Nocchi Zimmermann
EMEF Diácono João Luiz Pozzobon
EMEF Lívia Menna Barreto
EMEF Vicente Farencena
EMEF Antonio Gonçalves do Amaral
EMEF Santa Helena
EMEF Miguel Beltrame
EMEF Santa Cecília
EMEF Padre Gabriel Bolzan
ESCOLAS DO CAMPO
EMEF Bernardino Fernandes – Esc. Núcleo.
EMEF João da Maia Braga – Esc. Núc.
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EMEF Pedro Kunz
EMEF Major Tancredo Penna de Moraes
EMEF José Paim de Oliveira – Escola Núc.
EMEF Intendente Manoel Ribas
EMEF João Hundertmarck
EMEF Santa Flora – Esc. Núc.
EMEF Irineo Antoline
EMEIS
Ady Schneider Beck
Alfredo Tonetto
Angela Tomazetti
Aracy Trindade Caurio
Borges de Medeiros
Núcleo Infantil CAIC
Casa da Criança
Darcy Vargas
Eufrázia Pengo Lorensi
Ida Fiori Druck
João Franciscatto
Luizinho De Grandi
Montanha Russa
Nossa S. da Conceição
Sinos de Belém
Vila Jardim
Zahie Bered Farret
Zulânia de F. Salamoni
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Luiza Ungaretti
Boca do Monte
EMEIS CONVENIADAS
Escola Educação Infantil Nosso Lar (Sociedade Espírita Deus, Cristo e Caridade)
Escola Educação Infantil Santa Rita de Cássia (Mitra)
Escola Educação Infantil Ida Bertioti
Escola Educação Infantil Vila Vitória (Mitra)
OUTRAS INSTITUIÇÕES CONVENIADAS
APAE ‐ Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Maria
Escola de Ensino Fundamental Batista Paulo de Tarso
Instituto São José
ASEMA ‐ Apoio Sócio Educativo em Meio Aberto
Padre Orlando – Escola Educação Infantil Pão dos Pobres Santo Antônio
Escola de Ensino Fundamental Lar de Joaquina
Escola Antonio Francisco Lisboa
Associação de Cegos e Deficientes Visuais
ESCOLAS ESPECIALIZADAS
Escola Municipal de Aprendizagem Industrial – EMAI
Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan ‐ EMAET
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1.2 MISSÃO DA SMED
1.3 VISÃO DA SMED
Ser referência no Brasil pela qualidade dos serviços educacionais,
transparência, competência e compromisso com a gestão pública, bem como por
ações inovadoras e articuladas.
1.4 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO PÚBLICO EM SANTA MARIA
O primeiro registro de uma escola em Santa Maria ocorreu em 1838. No dia 22
de agosto do mesmo ano foi realizada a primeira aula pública.
A história do ensino público registra a primeira aula pública na zona rural do
município, que “começou a funcionar em 1877, na localidade de Tronqueiras, Distrito
de Arroio do Só, uma aula mista sob a regência do Professor Manuel Joaquim
Pinheiro” (SANTOS, 1993, p. 57).
Com o crescimento populacional outras escolas foram surgindo, entre elas
instituições que existem até hoje, como o Instituto de Educação Olavo Bilac, criado
pelo Estado em 1901, com o nome de Escola Elementar; e em 1907 foi criado o
Ginásio Ítalo‐Brasileiro (BELTRÃO 1979, p.195;447‐448).
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Em 1916 passa a funcionar a Escola 14 de Julho, patrocinada pela educadora
Margarida Lopes, que oferecia a alfabetização gratuita para adultos, considerada uma
iniciativa pioneira.
Após, é fundado o Colégio Fontoura Ilha. em 1918, o qual se constituiu em
uma das primeiras iniciativas de formação profissional, formando mão de obra para o
comércio que, nesta época, estava em grande desenvolvimento. É atualmente
integrante da rede municipal.
Numa ação inovadora no Estado do Rio Grande do Sul, a Professora Maria
Manuela Rocha oferecia cursos de alfabetização aos presidiários, dentro da
instituição prisional da cidade.
Em 1922, tem início as atividades da Escola de Artes e ofícios que, anos mais
tarde, é transformada em Ginásio Industrial Hugo Taylor, voltada para o atendimento
dos filhos dos ferroviários, sendo reconhecida como uma relevante Instituição do
ensino tecnológico do País.
No ano de 1923, é criada a escola Feminina de Artes e Ofícios Santa Terezinha.
Em 1930, foram criados os primeiros grupos escolares nas sedes distritais,
sendo que quem ministrava as aulas eram pessoas leigas, sem habilitação específica.
Em 1931, a Escola Pão dos Pobres é criada para atender meninos e meninas
em situação de vulnerabilidade social, atualmente fazendo parte da rede municipal
de ensino.
A primeira escola pública surgiu em 1938, sob a regência do professor baiano
João da Maia Braga. Situava‐se na Rua do Acampamento e se tratava de uma escola
urbana (SANTOS, 1993).
Logo a seguir. através da Cooperativa dos Ferroviários (COOPFER) são criadas
várias escolas destinadas à alfabetização de crianças, jovens e adultos, construídas na
cidade e no interior, próximas às linhas férreas que cortavam o município. Estas
escolas deram origens a algumas escolas municipais do interior.
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Em 1953, é criado o Ginásio Estadual de Santa Maria, que mais tarde receberia
o nome de Colégio Manoel Ribas, hoje destinado ao ensino médio.
Em 1960, acontece o primeiro concurso público para professores do município,
coordenado pela então Superintendente do Departamento Municipal de Ensino,
Professora Agueda Brazzale Leal, que atuou significativamente na área da educação
em Santa Maria.
Com o passar dos tempos e com a demanda alterada na zona rural do
município, surgiram as Escolas Núcleos. A nuclearização consistiu em centralizar em
uma escola rural o ensino de determinada região, com condições de atender e
receber, através de transporte escolar, alunos oriundos de outras escolas rurais
multisseriadas. O atendimento passou a ser de modo integral em dias alternados da
seguinte forma: de 1ª a 4ª séries (terças e quintas nos turnos manhã e tarde e
sábados pela Manhã); de 5ª a 8ª séries (segundas, quartas e sextas, nos turnos
manhã e tarde), possibilitando aos alunos um dia em casa para auxiliar nas lidas
campeiras. A proposta pedagógica adequada ao homem do campo, seguindo os
princípios norteadores, foi oferecida, de forma gradativa, a partir do ano de sua
implantação – 1990.
Registra‐se, também, a criação do Conselho Municipal de Educação em Santa
Maria (CMESM) pela Lei Municipal nº 3168/89. de 14 de novembro de 1989, com a
finalidade de normatizar a educação no Município e estabelecer uma política
educacional. Foi implantado como um órgão administrativamente autônomo, de
caráter consultivo, normativo, deliberativo e fiscalizador acerca dos temas que forem
de sua competência, emitindo pareceres sobre assuntos educacionais, como ativação
e desativação de escolas.
Em 1997, a Lei Municipal nº 4123, de 22 de dezembro, criou o Sistema
Municipal de Ensino de Santa Maria, composto de: Secretaria de Município da
Educação; Conselho Municipal de Educação; Escolas Municipais do Ensino
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Fundamental; Instituições de Educação Infantil mantidas pelo Poder Público
Municipal e pela iniciativa privada e Escolas de Ensino Profissionalizante da Rede
Municipal.
Em 2001, após passar por campanhas populares e governamentais, a Educação
de Jovens e Adultos passa a integrar o ensino público. Inicia o ensino noturno em sete
escolas do Município. Com o intuito de fortalecer e promover políticas de
alfabetização, em 2004 concretiza‐se a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado –
PBA, com a inserção de alfabetizadores voluntários e de alunos das mais diversas
localidades da cidade de Santa Maria.
Em 2008, com a assinatura do Decreto nº. 6571, é instituído o Atendimento
Educacional Especializado, na forma de complementação e/ou suplementação, que
representa o trabalho pedagógico necessário ao desenvolvimento de habilidades e
competências próprias nos diferentes níveis de ensino, realizado no contraturno da
escolarização do aluno. Assim, inicia‐se a implementação de salas de recursos
multifuncionais, a formação de gestores, educadores e demais profissionais sobre a
educação inclusiva e a produção e distribuição de recursos educacionais de
acessibilidade.
Em função da nova determinação legal, acontece a extinção das Classes
Especiais nas Escolas de Ensino Fundamental Duque de Caxias e Dom Antônio Reis.
Estas escolas passaram a oferecer o Atendimento Educacional Especializado – AEE,
garantindo meios para o acesso ao currículo, proporcionando a independência para a
realização das tarefas e a construção da autonomia.
Atualmente, o Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria desenvolve ações
promovendo a inclusão, buscando nas escolas uma série de condições que facilitem a
resposta da diversidade, atitudes de aceitação e valorização das diferenças. Busca‐se
desenvolver um Projeto Pedagógico que contemple a atenção à heterogeneidade,
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com currículo mais flexível, atendendo a pluralidade de necessidades, interesses e
estilos de aprendizagem dos alunos, com participação, respeito e colaboração.
A Educação Profissional no Município de Santa Maria, assim como no Estado
do Rio Grande do Sul, tem enfrentado importantes desafios que envolvem desde a
necessidade de formação de professores até a busca de experiências curriculares
inovadoras, que possibilitem a vinculação do sistema escolar com a comunidade em
geral e com as empresas do município. Desta forma, busca‐se, através de parcerias,
mudanças nas relações de gestão do processo ensino‐aprendizagem. Assim, surgiram
neste campo Escolas profissionalizantes em nível federal e particular(EMAI), que
foram encampadas pelo município.
A Escola Municipal de Aprendizagem Industrial (EMAI) surgiu de um convênio
da Prefeitura Municipal com a Rede Ferroviária Federal, cujo funcionamento foi
autorizado pela Lei Municipal nº 4063/97 e pelo Parecer 8/99 do Conselho Municipal
de Educação de Santa Maria. A Escola atende alunos a partir do 8º ano, matriculados
em escolas da Rede Municipal de Ensino, com idade mínima de 14 anos.
Sabe‐se que, além das redes federal (CEFETs e Escolas Técnicas da
Universidade Federal de Santa Maria), estadual (em nível médio, com cursos como:
Magistério, Técnico em Contabilidade, entre outros), municipal (com a Escola
Municipal de Aprendizagem Industrial – EMAI), existem outros programas das
Secretarias Estaduais e Municipais voltados para a preparação para o trabalho, assim
como vários cursos em instituições particulares, nas mais diversas áreas (Saúde,
Informática, Secretariado, entre outros). Além disso, citam‐se os Sistemas Nacionais
de Aprendizagem (SESC, SESI, SENAI, SENAC e outros) e o treinamento realizado pelas
próprias empresas a seus funcionários.
A Rede Federal de Educação de Santa Maria está estruturada em nível de
ensino médio e superior, a partir da instalação na Universidade. No Ensino Médio,
existem três instituições: Colégio Técnico Industrial, Colégio Politécnico e colégio
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Agrícola. Estes são alguns dos cursos ofertados pelas escolas técnicas, em nível de
ensino médio e pós‐médio: mecânica, eletrônica, eletromecânica, segurança do
trabalho, automação industrial, administração, geoprocessamento, informática,
agropecuária, além do PROEJA. O sistema federal ainda ampliou a sua oferta através
do EAD, com a criação do Instituto Federal Farroupilha, para atender a
profissionalização do ensino médio e pós‐médio na região.
A conjuntura do Ensino Superior em Santa Maria/RS destaca‐se pela
representatividade da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, entre outras
Instituições de Ensino Superior, que auxiliam os demais setores em projetos de
extensão e pesquisa, além de serem os principais centros formadores dos docentes
da rede municipal.
1.5 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO
MUNICIPAL
Não há receita já pronta para servir em todas as circunstâncias, mas existem ideias, experiências e inovações que podem ser utilizadas com a condição de que aprendamos a escutar e a refletir juntos. Koïchiro Matsuura, Diretor‐Geral, UNESCO
Dada a importância das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), seu caráter
de obrigatoriedade e sua consequente adaptação em nível municipal, promoveram‐
se estudos e discussões em torno do referido documento. Foram surgindo registros
evidenciando as especificidades de cada modalidade de ensino da Educação Básica.
São contribuições dos diferentes momentos e segmentos da formação continuada ao
longo do processo.
Foi uma longa caminhada que teve marcos em eventos e atividades como:
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2005
DATA EVENTO 02/04
Reunião com Diretores das Escolas Municipais Tema: Plano Municipal de Educação
30‐31/05 01‐02‐03/06
Encontros com as Equipes Diretivas por Região Temas: Plano Municipal de Educação Ensino Fundamental de 9 anos Formação de Gestores
23‐24‐25‐26‐30/08 Plenárias Regionais do Plano Municipal de Educação 22/09 Seminário Regional do Ensino Fundamental de 9 anos
Temas: Fundamentação Legal e Elaboração da Proposta 26‐27/10 I Seminário Municipal Educação e Diversidade Étnico‐Cultural 22/11
V Encontro Municipal de Educação da Administração Popular Tema: Reestruturação Curricular “Repensando o Cotidiano Escolar”
2006 06 a 20/04 Formação Continuada para Professores da Educação Infantil
Berçário e Maternal: Orientação e instrumentalização para o trabalho com crianças de zero a três anos. Psicóloga Cristiane Alsaya
23/05 Formação Continuada para Professores da Educação Infantil Pré‐Escola: Desenvolvimento da Linguagem Fonoaudióloga Giovana Romero
29/05 Desenvolvimento Emocional de Crianças de quatro a seis anos Psicóloga Dorian Mônica Arpini
21/06 a 28/06 Brincar com Intencionalidade na Educação Infantil Santa Marli
06 a 07/07 O Profissional da Educação Infantil Cleonice Tomazzeti
14/07
Reunião de Diretores das Escolas Municipais Temas: Ensino Fundamental de 9 anos Formação Continuada dos Professores Plano Municipal de Educação
24/04
Reunião com um Professor Representante de cada Escola Temas: Implementação da Lei 10.639/03 Subsidiar as escolas com materiais Formação Continuada sobre Diversidade Étnico‐Cultural Plano de Ação
25/05 Reuniões das Equipes Diretivas por Regiões 03/06
1ª Etapa do Curso de Gestores – Instituto Paulo Freire de Ensino Superior de Juiz de Fora
26/06 Reunião Grupo de Estudos da Cultura Afro‐Brasileira
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2007 17‐18‐19‐20‐21/07
Palestras sobre Desenvolvimento e Aprendizagem: Implicações no Currículo Escolar – Prof.ª Dr.ª. Elvira Lima
De 28/08/2007 a 09/07/2008
Grupo de Estudos dos Professores da Educação Infantil em parceria com a UNISINOS
05/06
Reunião com os Coordenadores Pedagógicos das Escolas Municipais
28/06
Grupo Estudos da Cultura Afro‐Brasileira Tema: Implantação da Lei 10.639/03
23‐24‐25/08
III Seminário Municipal de Educação e Diversidade Étnico‐Cultural
08/10
Reunião para Coordenadores Pedagógicos Temas: Fórum Mundial de Educação VII Encontro de Educação da Administração Popular PDE Projetos em Desenvolvimento na Escola
23/10
Reunião de Coordenadores Pedagógicos dos Anos Iniciais Educação Infantil
29‐30‐31/10 VII Encontro da Educação da Administração Popular Tema: Vivências e Práticas Pedagógicas
22/11
Plenária para a aprovação dos Parâmetros Curriculares – Diretrizes Curriculares Municipais Temas: Socializar e discutir o Documento Encaminhar as contribuições e sugestões propostas para a Educação Infantil Encaminhamento de documento final para o Conselho Municipal de Educação
2008
07‐08/08
Reunião com Equipes Diretivas da Rede Municipal de Ensino Temas: Planejamento Participativo Educação Cidadã Avaliação Dialógica Prof.º Dr. José Eustáquio Romão/Instituto Paulo Freire
10‐11/08 II Seminário Municipal Educação e Diversidade Étnico‐Cultural 03/10
Reunião com as Equipes Diretivas das Escolas Tema: Projeto Político‐Pedagógico das Escolas da Rede Municipal de Ensino
09/11
Reunião dos Coordenadores Pedagógicos das Escolas da Rede Municipal de Ensino Tema: Organização e Orientações referentes ao VI Encontro de Educação da Administração Popular
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27‐28‐29/11 VI Encontro de Educação da Administração Popular Tema: Aprendizagem
Mensal Reunião de Coordenadores Pedagógicos
10/04
Encontro de Formação Continuada com a Prof.ª Drª. Elvira de Souza Lima Tema: Fases do Desenvolvimento Humano: como se dá a aprendizagem?
Final de 2008
Encaminhamento de documento final para o Conselho Municipal de Educação
2009/2010 Reestruturação dos documentos nos diversos grupos: EJA, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Especial, Educação do Campo, conforme apontamentos do CME.
2011 Finalização do documento e atualização de acordo com as novas orientações legais do Conselho Nacional de Educação.
Deste modo, após a discussão em torno de políticas educacionais e de temas
atuais, foram sendo construídas propostas educacionais, permitindo às escolas
atenderem suas diversidades e modalidades de ensino, procurando olhar todos os
atores educacionais e suas condições pessoais, sociais e culturais.
Historicamente, foram surgindo ideias, eixos e dimensões. Pensando‐se na
organização de escolas e operacionalizações curriculares dentro das especificidades,
configura‐se, nos anos iniciais, forte trabalho pedagógico na formação humana; e,
nos anos finais, a educação para a inserção social. Assim, surgiram os documentos
para:
‐ Educação Infantil ‐ Infância cidadã: o direito à educação de 0 a 5 anos ‐ que
reflete os princípios necessários ao desenvolvimento infantil, a importância da
educação para este desenvolvimento, bem como a ação dos educadores nele
envolvidos. O trabalho resultou no entendimento do que seja Educação Infantil e seu
currículo e na definição de conteúdos, enfatizando a construção de cidadania, o
cuidar pedagógico e educar e a orientação sobre a ludicidade como princípio
educativo. Apresenta também as ordens de conhecimento e aspectos da vida cidadã.
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‐ Diretrizes Curriculares Municipais do Ensino Fundamental ‐ objetiva oferecer
orientações para a [re] estruturação do projeto político‐pedagógico das escolas, (re)
significando os componentes curriculares, temas transversais, as especificidades, as
metodologias e a avaliação, levando em consideração as características do contexto
do município, no qual, na linha do horizonte formador, está a identidade, a
autonomia, a afirmação como pessoa, a inserção na comunidade local e planetária.
‐ Diretrizes para EJA ‐ Educação de Jovens e Adultos ‐ resultante de uma
trajetória de construção coletiva que inclui, além dos envolvidos da Rede, a
contribuição da UFSM, do Instituto Paulo Freire (SP) e de representantes do MEC.
Através do exercício da gestão democrática, busca‐se a concretização da cidadania
para este segmento, propondo uma política comum de currículo que norteará as
escolas municipais que ofertam essa modalidade de ensino, objetivando a articulação
do processo de organização da Educação de Jovens e Adultos, a [re] estruturação
curricular, a formação continuada de professores, bem como a adequação e o
cumprimento à legislação.
‐ Educação Especial – respeito às diferenças‐ Trata das dimensões norteadoras
da Educação Especial e suas interfaces com a Educação Básica. A Institucionalização
do AEE orienta o atendimento do público alvo, o papel do educador especial, as
ações pedagógicas no espaço/tempo do ensino regular e da sala de recursos
multifuncional.
‐ Diretrizes para a Educação do Campo – orienta a construção de uma
proposta curricular que contemple a realidade cultural e socioambiental, valorizando
a identidade e o contexto do campo.
Enfim, pensar e propor a educação para todos constitui‐se num grande desafio
de qualidade para a rede municipal de educação, pois busca‐se uma prática
consciente e responsável, por meio do Projeto Político‐Pedagógico, currículo e
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práticas pedagógicas que contribuam para transformar o contexto educacional, a
partir das Diretrizes aqui apresentadas.
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E D U C A Ç Ã O
2 REFERENCIAIS
As Diretrizes Curriculares Municipais observam a legislação vigente e
asseguram os benefícios e o aprimoramento de ações educativas que contemplem o
processo de qualificação da educação nas escolas da Rede Municipal de Ensino de
Santa Maria/RS, dando concretude à sua visão.
Cabe retomar a definição dada pela RESOLUÇÃO CEB Nº 2, DE 7 DE ABRIL DE
1998: “Diretrizes são conjunto de definições doutrinárias sobre princípios,
fundamentos e procedimentos na Educação Básica, que orientarão as escolas na
organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas propostas
pedagógicas.”
2.1 REFERENCIAIS LEGAIS
A Educação Básica possui aspectos legais que dão cunho organizativo
institucionalizado ao sistema de ensino municipal,
A Constituição Brasileira de 1988 (Arts. 203 a 214) apresenta a Educação
como dever e direito, evidenciando em sua prática princípios de pluralidade,
liberdade, igualdade, individualização, autonomia nos processos de ensinar e
aprender, como prática educativa formal, que ocorre nos espaços escolarizados, da
Educação Infantil ao Ensino superior. Visa à formação cidadã e a inserção no mundo
do trabalho. São atos intencionais, com objetivos determinados exercidos pela
educação escolar.
Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996 – em continuidade aos princípios da
Constituição Brasileira, formaliza o sistema educacional, fundamenta e normatiza a
educação escolar. A Lei trata da Educação Básica, tendo a Educação Infantil como sua
primeira etapa. É o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos
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de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da
Lei: “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar–lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer‐lhes meios
para progredir no trabalho e nos estudos posteriores.” O destaque é feito na Seção II
do capítulo II (Da Educação Básica), reafirmando o compromisso governamental com
este segmento.
No ensino Fundamental, sustenta o caráter obrigatório e a formação básica do
cidadão e fornece a política de organização curricular com dois elementos: conteúdos
e organização. As disciplinas devem atender como representantes de base nacional e
parte diversificada (Art. 26), com alusão a áreas de conhecimento mais especificas.
Também apresenta sugestões de adequação a calendários e carga horária (Art. 24),
segundo peculiaridades regionais e avaliação. Fala de modalidades como Educação
do Campo, Educação Indígena, Educação a Distancia e Educação Especial.
No tocante a EJA, a lei (Art. 4º) propõe exames e cursos,e estabelece idade
para ingresso (DCNEJA‐ Resolução 1/2000), além de mais abertura na organização
curricular. Esta representa a formação do cidadão que não teve oportunidade de
frequentar a escola. Destaca‐se aqui o disciplinamento legal que a LDB confere à
Educação de Jovens e Adultos. Em seu Art. 37, relata que esta modalidade será
destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Fundamental e médio na idade própria. Atribui aos sistemas de ensino assegurar
gratuitamente a esses jovens e adultos oportunidades educacionais apropriadas,
considerando suas características, interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante cursos e exames, estruturados em um projeto pedagógico próprio.
Como modalidade de ensino, no Art. 5º, a Educação Especial passa a ser
ofertada preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de
necessidades especiais, atendida por educadores especiais devidamente habilitados.
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Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ‐
ratifica os dispositivos enunciados na Constituição, racionaliza procedimentos e
orienta o Conselho Escolar e órgãos do sistema educacional quanto a procedimentos
e encaminhamentos, aplicação de direitos e deveres.
Plano Nacional de Educação (MEC/SEF, 2001‐ Lei nº 10.172/2001) ‐ apresenta
as prioridades para os níveis de ensino, o magistério, financiamento e gestão em
diretrizes e metas. Apresenta, ainda, a pretensão de ampliação da etapa escolar do
Ensino Fundamental para nove anos e a universalização do atendimento. Define
expectativas de aprendizagem para todos os anos do ensino fundamental, de
maneira a assegurar a formação básica comum, reconhecendo a especificidade da
infância e da adolescência, os novos saberes e os tempos escolares. Estabelece
objetivos e metas para a educação de pessoas com necessidades educacionais
especiais.
Educação Infantil
a) Referencial Curricular Nacional (CNE/CEB nº1 de 07/04/1999) ‐ Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (Parecer CNE/CEB nº22/98, de 17/12/98).
O Referencial visa auxiliar o professor na realização do seu trabalho educativo diário
com as crianças de zero a seis anos. Aponta metas de qualidade para garantir o
desenvolvimento integral das crianças, reconhecendo seu direito à infância como
parte de seus direitos de cidadania (p. 5, vol. I).
b) Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil ‐ aprovada pela
Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE), como
Resolução CNE/CEB nº1 de 07/04/1999 (Brasil, 1999B). As diretrizes possuem o
caráter mandatório para todos os sistemas municipais e\ou estaduais de educação,
diferentemente do referencial, que se constitui apenas em um documento orientador
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do trabalho pedagógico. A resolução que instituiu estas diretrizes foi precedida por
um parecer que trata de várias questões relativas à qualidade (Parecer CNE/CEB
nº22/98, de 17/12/98). Tanto o Parecer quanto a Resolução são muito claros ao
englobar na nomenclatura Instituições de Educação Infantil creches, pré‐escolas,
classes e centros de Educação Infantil. Reforçam também a faixa etária de zero até
seis anos como um todo íntegro e delimitador das matrículas nas instituições de
Educação Infantil.
c) Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2006) ‐
contêm referências de qualidade para a Educação Infantil a serem utilizadas pelos
sistemas educacionais, creches e pré‐escolas que promovam a igualdade de
oportunidades educacionais e que levem em conta diferenças, diversidades e
desigualdades de nosso imenso território e das muitas culturas nele presentes.
d) Resolução do Conselho Municipal de Educação nº02 (30/06/1999) ‐ fixa
normas para a Educação Infantil, no Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria,
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil ‐ 2006.
Ensino Fundamental
a) Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC/SEF1997) ‐ Oriundos de estudos
entre dirigentes e professores, apresenta‐se como documento inovador que discute
conteúdos e metodologias. A educação Escolar como “prática que tem a possibilidade
de criar condições para que todos os alunos desenvolvam as suas capacidades e
aprendam os conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da
realidade” é apresentada como disciplinar em áreas de conhecimento especifico e
em temas transversais. Pretende garantir a qualidade no ensino brasileiro.
b) Diretrizes curriculares Nacionais (Resolução CNE/CEB 2/98) ‐ Parecer
CNE/CEB 04/98 ‐ apresentam princípios de natureza política e pedagógica,
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E D U C A Ç Ã O
assegurando configuração estrutural ao sistema. O paradigma curricular visa a
“articulação entre áreas de conhecimento e aspectos de vida cidadã”, em base
comum e parte diversificada. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Fundamental, a formação de professores para o ensino fundamental e a
atuação na organização pedagógica do Ensino Fundamental.
b) Lei 11.114/2005 ‐ A política do atendimento no Ensino Fundamental para
nove anos‐ a partir de maio de 2006 há o ingresso de alunos de 6 anos de idade no
sistema. Esta nova situação foi sendo construída por pareceres e resoluções:
Resolução CNE/CEB n° 2 (07 de abril de 2005) ‐ define normas nacionais para a
ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração; Parecer CNE/CEB n° 6
(08 de junho de 2005) ‐ reexamina o Parecer CNE/CEB n° 24/2004, que visa o
estabelecimento de normas para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
de duração; Parecer CNE/CEB n° 18 ,(15 de setembro de 2005) ‐ possui orientações
para matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental obrigatório,
em atendimento a Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005, que altera os Arts. 6°, 32 e
87 da Lei n° 9.394/1996; Parecer CNE/CEB n° 39 (08 de agosto de 2006) ‐ faz consulta
sobre situações relativas a matrícula de crianças de seis anos no Ensino Fundamental;
Parecer CNE/CEB n° 45 (07 de dezembro de 2006) ‐ faz consulta referente à
interpretação da Lei Federal nº 11.274, de 6/2/2006, que amplia a duração do Ensino
Fundamental para nove anos, e quanto a forma de trabalhar nas séries iniciais do
Ensino Fundamental. E, em 2006, pela Lei 11.274, foi ampliada a duração e
estabelecidos prazos para a sua implantação. Em razão disso, haverá a convivência de
dois sistemas, o de oito anos e o de nove anos. Neste momento, o Parecer CNE/CEB
n° 4, de 20 de fevereiro de 2008, faz a orientação sobre os três anos iniciais do Ensino
Fundamental de nove anos. Atualmente, a Resolução CNE/CEB Nº 07/2010 fixa as
Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental; Resolução CNE/CP nº1/2002,
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estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da
Educação Básica (MEC/SEESP, p. 291).
Educação de Jovens e Adultos ‐ EJA (Parecer CEB11/2000 e Resolução
CNE/CEB 01/2000) ‐ dispõe sobre Diretrizes Curriculares Nacionais e seus princípios
para a EJA. Assegura que compete ao Poder Público viabilizar e estimular o acesso e a
permanência desse trabalhador na escola, mediante ações integradas e
complementares entre si, articulando a essa modalidade de ensino, a educação
profissional, conforme Lei nº 11.741, de 16/7/2008.
Educação para o trânsito ‐ Lei nº 9.503/1997, alicerçada no Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), com o texto atualizado da Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997‐
art.76, definindo a educação para o trânsito como questão de cidadania.
Educação ambiental ‐ Lei nº 9795 de 27.04.99, regulamentadas pelo Decreto
no. 4.281 de 25.06.2002 ‐ implementa políticas nacionais de Educação Ambiental e
Meio Ambiente. Reafirma a Constituição Federal (Art. 225) no que se refere a
“promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente”, resgatando a educação da cidadania
responsável. Ao instituir o PNEA – Plano Nacional de Educação Ambiental, faz
referências as relações deste com a LDBEN 9394/96, uma vez que a educação
ambiental faz parte da “compreensão do ambiente natural e social”. A lei nº 9795/99
estabelece que a educação Ambiental deve estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo. Agrega‐se no processo a
legislação voltada Política Municipal de Educação Ambiental, através do Decreto
Municipal nº 150/2009, que instituiu o Programa Municipal de Formação em
Educação Ambiental.
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Decreto Federal nº 6.286/2007, que instituiu o Programa Saúde na Escola. Lei
nº 10.741/2003, que determina que sejam inseridos no currículo de todos os níveis
de ensino conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à
valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos
sobre a matéria.
Educação Especial:
a) Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica,
Resolução CNE/CEB nº. 2/2001 ‐ institui Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica e define como os alunos com necessidades educativas
especiais devem ser tratados no processo de aprendizagem.
b) Programa Educação Inclusiva – implantado em 2003 pelo Ministério da
Educação/Secretaria de Educação Especial, prevê direito à diversidade, com o
objetivo de transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos e
organizar o atendimento educacional especializado.
c) Decreto nº. 3.956/2001 ‐ em 2004, com base neste Decreto, o Ministério
Público Federal publica o documento “O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas
e Classes Comuns da Rede Regular”.
d) Decreto nº. 5.296/04 ‐ regulamenta as leis nº. 10.048/00 e nº. 10.098/00 e
estabelece condições para a implementação de uma política nacional de
acessibilidade.
e) Política Educacional na perspectiva de Educação Inclusiva ‐
MEC/SEESP/2008 e sua filosofia.
f) Decreto nº. 6571/08 ‐ é instituído o Atendimento Educacional Especializado
na forma de complementação e/ou suplementação, que representa o trabalho
pedagógico necessário ao desenvolvimento de competências e habilidades próprias
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nos diferentes níveis de ensino, realizado no contraturno da escolarização do aluno.
As metas são: implementação de salas de recursos multifuncionais; formação de
gestores, educadores e demais profissionais sobre a educação inclusiva; elaboração,
produção e distribuição de recursos educacionais de acessibilidade.
Educação Profissionalizante ‐ LDB (Lei nº 9.394/96, Cap. III, Art. 39): Define a
educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à
ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a
vida produtiva.
Resolução CNE/CEB Nº. 01 de 03 de abril de 2002 que institui as Diretrizes
Operacionais para a Educação Básica nas escolas do Campo, com base na legislação
educacional; constituem um conjunto de princípios e procedimentos que visam
adequar o projeto institucional das escolas do campo às Diretrizes Curriculares
Nacionais.
Lei Nº 9131/95, 9394/96 art. 28 ‐ determina e propõe as medidas a serem
tomadas para adequação da escola a vida do campo. Tal medida busca acabar com a
discriminação das populações rurais, bem como por fim ao êxodo rural, fazendo com
que as populações permaneçam nos seus lugares de origem.
Resolução CNE/CEB nº. 2/2008 ‐ estabelece diretrizes complementares,
normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da
Educação Básica do Campo.
Lei 10.639/2003 e Parecer CNE/CEP 03/2004 e Resolução CNE/CEP 01/2004 –
Lei 11.645/2008 ‐ Diretrizes curriculares para a Educação das relações Étnico‐Raciais
e para o ensino de história e Cultura Afro‐brasileira e Africana.
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E D U C A Ç Ã O
Leis Municipais 4122 e 4123, de 22 de dezembro de 1997 ‐ orientam as Escolas
Municipais do Sistema Municipal de Ensino para diretrizes no uso das TICs.
Resolução CME nº02, de 30/06/1999 ‐ fixa normas para Educação Infantil, no
Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria.
Decreto nº. 3.956/2001 ‐ o Ministério Público Federal publica o documento “O
Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”.
Resolução CNE/CEP nº1/2002 ‐ estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Formação de Professores da Educação Básica.
Câmara de Educação Básica Decreto nº. 5.296/04 ‐ regulamenta as leis nº.
10.048/00 e nº. 10.098/00, estabelecendo condições para a implementação de uma
política nacional de acessibilidade.
Resolução CME/ n° 20, de 10 de maio de 2006 ‐ Diretrizes Curriculares para o
Ensino Fundamental – 9 anos no Sistema Municipal de Ensino. Conselho Municipal de
Educação de Santa Maria, 2006.
Resolução 25/2008 ‐ Conselho Municipal de Educação de Santa Maria , que
dispõe sobre a ratificação das Ações Pedagógicas Integradas (APIs).
Resolução CME n° 25, de 07 de maio de 2008 ‐ Ações Pedagógicas Integradas
desenvolvidas nas Escolas Municipais como integrantes do Regimento Escolar,
Projeto Político‐Pedagógico e Planos de Estudos, 2008.
Lei 11.769/2008 ‐ altera a Lei 9394/96, tornando a música conteúdo
obrigatório.
Resolução CNE/CEB nº 5/2009 ‐ orienta quanto ao horário de atendimento
parcial ou integral e a carga horária a ser respeitada na formulação de calendário.
Parecer CNE/CEB 20/2009 ‐ revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil e Resolução CNE/CEB 05/2009.
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E D U C A Ç Ã O
Parecer CNE/CEB 13/2009 – Resolução CNE/CEB 04/2009 sobre a Educação
especial.
Decreto Executivo nº 150, de 13 de Novembro de 2009 ‐ Institui o Programa
Municipal de Formação em Educação Ambiental – PROMFEA.
Resolução 04, de 13 de julho de 2010 ‐ Define as Diretrizes Curriculares
Nacionais gerais para a Educação Básica.
Resolução CNE/CEB nº07/2010 ‐ Fixa Diretrizes Curriculares para o Ensino
Fundamental de 9 (nove) anos.
2.1.1 Gestão Escolar Democrática
A Lei Municipal nº 4740/03 instituii a Gestão Democrática nas escolas da RME,
trazendo os princípios da gestão democrática: autonomia, livre organização,
transparência de gestão, descentralização, valorização profissional e eficiência de uso
de recursos, embora sujeita a órgão superior. Fala da eleição de diretores e dos
conselhos escolares.
A autonomia da escola encontra‐se amparada na própria Constituição de 1988,
que institui a “Democracia Participativa” e cria instrumentos que possibilitam ao
povo exercer o poder “diretamente” (Art. 1º). No que se refere à educação, a
Constituição estabelece princípios básicos, como o “pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas” e a “Gestão democrática do Ensino público” (Art. 206).
Quanto à descentralização administrativa, pedagógica e financeira (Art. 15) da Lei nº.
9394/96, a comunidade escolar deve se valer dos espaços legais da autonomia
escolar na tomada de decisões da instituição. São estes os fundamentos
constitucionais da autonomia da escola.
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E D U C A Ç Ã O
A gestão democrática propõe a descentralização de decisões com a
participação, mesmo representativa, da comunidade educacional, na construção do
Projeto Político‐Pedagógico. Segundo a lei, para garantir a participação da
comunidade, há necessidade de se formar, na escola, o Conselho Escolar. Aos
Conselhos Escolares cabe aprovar as ações pedagógicas, administrativas e
financeiras. Diz Gadotti (2000): “O Conselho de Escola é um colegiado formado por
todos os segmentos da comunidade escolar: pais, alunos, professores, direção e
demais funcionários. Através dele, todas as pessoas ligadas à escola podem se fazer
representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos,
tornando esse coletivo não só um canal de participação” (citado por FERREIRA, 2009).
O conselho escolar possui função consultiva, deliberativa e fiscalizadora,
prestando contas para a comunidade escolar e para os órgãos públicos.
2.2 REFERENCIAIS CONCEITUAIS
Para melhor compreensão do documento, apresentam‐se os seguintes
conceitos:
• Currículo ‐ o conjunto de práticas que busca articular as experiências e os
saberes dos educandos com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio
cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover a
formação integral. O currículo escolar é formado com base nos Parâmetros
Curriculares Nacionais e nas Diretrizes Curriculares Nacionais. O currículo se
estabelece a partir do desenvolvimento da aprendizagem, das áreas de
conhecimento e dos temas transversais. Portanto, o currículo, como interface entre a
sociedade e a escola, é a expressão formal e material do Projeto Político‐Pedagógico,
é um campo prático, é uma fonte de pesquisa (SACRISTÁN apud SILVA, 1992).
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• Educação – processo emancipatório, cuja função social é a formação do
sujeito histórico. Processo permanente de construção humana, através de
desenvolvimento de habilidades, competências e valores.
• Educando ‐ protagonista e sujeito de produção de seu próprio conhecimento.
O educando, enquanto ser situado historicamente num grupo sociocultural, é o
sujeito cujas definições vêm evoluindo à medida que evoluem as formas de
organização social. Desenvolve‐se, portanto, nas dimensões individuais: física e
psicológica, afetiva, social, cognitiva; e na dimensão coletiva, como ser social
relacionado com o meio.
• Escola ‐ articuladora de conhecimento e vida, identidade e diversidade,
formação e humanização, cidadania e direitos, bem como construtora uma nova
organização pautada na horizontalidade das relações, possibilitando o avanço da
gestão democrática e a construção da prática educativa pelo coletivo dos
profissionais e atores envolvidos no processo.
•Escola infantil ‐ é um lugar de descobertas e de ampliação das experiências
individuais, familiares, culturais e educativas, através de sua inserção em ambientes
distintos dos da família, possibilitando a transição e a continuidade para o Ensino
Fundamental.
• Letramento ‐ é a ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e
de escrita. Estado ou condição que adquire um indivíduo ou grupo social, como
consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais.
• Alfabetização ‐ como processo de aquisição do código escrito, das
habilidades de leitura e escrita, é o conceito de um processo suficientemente
abrangente para incluir a abordagem “mecânica” do ler/escrever, o enfoque da
língua escrita como meio de expressão/compreensão, com especificidade e
autonomia em relação à língua oral.
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• Gestão Democrática ‐ ação coletiva e comunicativa, resultante de interesses
da comunidade, da solidariedade e do diálogo. Ação capaz de ampliar o nível de
consciência e participação, identificar a mudança como instrumento de humanização,
utilizando a ação‐reflexão‐ação como forma de aperfeiçoar o processo educativo
(FERREIRA,2009).
• Educação Inclusiva ‐ compreende a (re) significação das escolas em atender a
todas as crianças, sem qualquer tipo de segregação, ou seja, de exclusão. Inclusão
denota edificar escolas que acolham todos os alunos, independentemente de suas
condições pessoais, sociais ou culturais.
• Educação Especial ‐ é uma modalidade de ensino que perpassa todos os
níveis, etapas e outras modalidades. Realiza o atendimento educacional
especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e
orienta os alunos e seus professores quanto à inclusão nas turmas comuns do ensino
regular.
• Cidadania – é a ação de construir o cidadão. Este, por sua vez, é “aquele que,
por tornar‐se sujeito pleno e considerar aos outros também sujeitos plenos,
estabelece como regra de convivência social a noção e a prática fundadas em direitos
e deveres comuns.” (p. 32). Chama‐se a isso de “estado de direito”, em contraposição
a outros estados de exceção, de força, de privilégio, nos quais manda o mais forte, ou
seja, não há lei comum (DEMO,1988).
Cidadania pode ser entendida se associada a questões de cultura, a domínio e
conhecimentos, a entender os processos do mundo. É consenso mundial que a
capacidade de manejar e produzir conhecimento são as armas mais importantes da
cidadania, diz Demo (1988). A cidadania moderna é um processo de inclusão social,
pois não basta apenas saber ler, escrever e contar, porque esta é uma competência
preliminar. Ser cidadão é mais do que isso; é saber pensar, aprender a aprender,
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porque cidadão autêntico é aquele capaz de conceber e realizar um projeto moderno
e próprio de desenvolvimento, em sentido tipicamente emancipatório.
• Cultura‐ A cultura é o fazer humano, sua produção, criação e recriação,
manifestando a identidade de um povo. Segundo Paulo Freire (2007), é uma questão
de cidadania, na qual o homem pode ser dono de seu fazer ou servir a outros com a
sua cultura. A ligação da cultura com a educação é inseparável, pois forma‐se a partir
deste relacionamento a identidade individual e grupal e a mesma reflete em crenças,
valores e ideologias. Portanto, a cultura influi na identidade social dos sujeitos.
• Projeto Político‐Pedagógico ‐ Documento elaborado coletivamente, a partir
de “profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicitação do
seu papel social e a clara definição dos caminhos, formas operacionais e ações a
serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo (VEIGA,
1998).
• Educador – protagonista da ação pedagógica, gestor da ação pedagógica e
mediador entre a prática social global e saberes científicos e conhecimentos
produzidos pela escola. Como gestor, é responsável pela qualidade educacional
(SAVIANI, 1991).
• Ludicidade ‐ refere‐se a uma dimensão humana que evoca os sentimentos de
liberdade e espontaneidade de ação. É uma necessidade humana em qualquer idade
e no campo educacional não pode ser vista apenas como diversão. O
desenvolvimento do lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social
e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior
fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de
conhecimentos (SANTOS E CRUZ, 1997).
• Habilidade ‐ capacidade para realizar determinadas tarefas, desenvolvida a
partir de teoria e prática, como classificar, montar, calcular, ler, observar e
interpretar.
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• Competência ‐ mobilização do conhecimento para enfrentar determinada
situação. Capacidade de selecionar recursos adequados, integrando habilidades e
conhecimentos. Capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de
situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar‐se a eles (PERRENOUD, 2001).
• Multiculturalidade ‐ rica de matrizes históricas tradicionais, mas
constantemente reconstruídas e reintegradas pelas novas relações que vão sendo
postas pela modernização conservadora capitalista, mas que expressam o modo de
vida produzido e reproduzido por cada povo, nas suas festas, na religiosidade, nos
gestos, na arte.
• Multiletramento – reconhecimento de múltiplos letramentos, que
representam a heterogeneidade das práticas sociais de leitura, escrita e o uso da
língua/linguagem em geral, em sociedades letradas, com variado caráter
sociocultural (ROJO, 2009).
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3 PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS
Os princípios educacionais têm bases legais e filosóficas. São eles:
O grande desafio da educação consiste em contribuir para o desenvolvimento
do ser humano como pessoa e cidadão, ou seja, para a formação em todas as
dimensões, como se constitui, como aprende e se socializa.
Educação como direito
de todos - garantia de
universalização
Educação permanente
para a autonomia e
potencialidades
Educação-
direito público subjetivo
CIDADANIA
Educação planetária
Educação
Tecnológica
Educação ambiental
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E D U C A Ç Ã O
Na realidade, a cidadania é o eixo central da proposta. Em torno dela gira a
cultura da comunidade local, regional e planetária e os bens culturais, como a
educação ambiental e tecnológica. A perspectiva da construção da cidadania busca a
valorização de manifestações de diferentes grupos sociais, propiciando diferentes
formas de saber para que esta população, ultrapassando seus limites, adquira os
conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira, no âmbito nacional e
regional, participando do patrimônio científico universal da humanidade.
Nesta tarefa de instrumentalizar os jovens a participar da cultura, das relações
sociais e políticas, a escola precisa estar atenta às questões relativas à globalização,
às transformações científicas e tecnológicas e à discussão ético‐valorativa da
sociedade em relação a Educação Ambiental.
No entanto, o processo de formação de seres humanos observa tempos do
ciclo vital: tempo da infância, da adolescência, juventude, vida adulta, ou seja, passa
por temporalidades diferentes e espaços diferentes, locais e planetários, que são
contemplados em metodologias apropriadas do aprender.
3.1 PRINCÍPIOS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
A legislação vigente que define e fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Básica reforça que as escolas deverão fundamentar suas ações
pedagógicas em princípios:
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• Éticos: referem‐se ao sentido de justiça, solidariedade, liberdade e
autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a
promoção do bem de todos.
• Políticos: referem‐se ao reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania,
de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos
ambientais, da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos
bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento, para
assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes
necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
• Estéticos: referem‐se ao cultivo da sensibilidade, juntamente com o da
racionalidade; do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da
criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a
da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.
ÉTICOS
ESTÉTICOS
POLÍTICOS
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Segundo Arroyo (2005), a educação deve partir do pressuposto de que cada
pessoa, em cada tempo da vida, vai se constituindo como sujeito cognitivo, afetivo,
ético, cultural, social, corpóreo e estético. É preciso compreender melhor, em cada
tempo, a mente humana, a socialização, as aprendizagens e a construção das
identidades e, assim, reorganizar o processo pedagógico escolar, de modo que
contemple as diversidades, tempos e espaços, no intuito de proporcionar a formação
integral de todos.
Para atingir essa finalidade, é necessário conceber que ensino não consiste
somente em transmitir o saber, mas em dialogar com diferentes culturas, que
permitam a compreensão da condição humana e proporcionem qualidade de vida.
Esta reflexão implica em pensar a escola como organização aprendente, na qual os
conteúdos não têm um fim em si mesmo, mas estão relacionados ao contexto social
em que são produzidos.
Pode‐se afirmar, com exatidão, que há uma preocupação e uma necessidade
de assegurar que os conhecimentos prévios trazidos pelos educandos e suas
necessidades de aprendizagem, assim como tempos humanos, culturais, identitários,
sejam respeitados e utilizados nas práticas escolares.
Para tanto, a construção das Diretrizes Curriculares Municipais (DCM) apontam
para a reorganização da escola, ancorada numa concepção de educação que
contribui para a autoformação de pessoas, respeitando a complexidade, o tempo e as
aprendizagens de cada um e de todos.
3.2 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA A AÇÃO EDUCATIVA
As Diretrizes Curriculares Municipais para a Rede Municipal de Ensino de Santa
Maria estão pautadas em dimensões norteadoras, as quais estabelecem o
desenvolvimento da ação educativa:
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3.2.1 Desenvolvimento das Diferentes Linguagens e seus Códigos
Sendo as diferentes linguagens uma das dimensões norteadoras da proposta
curricular, entende‐se que é nas relações com outras pessoas e na interação com
outras culturas que se constitui a identidade pessoal e social.
Deste modo, a educação contribui para o educando aprender a valorizar e
vivenciar as diversas formas de manifestação cultural de um povo. A dança, o teatro,
a literatura, as artes visuais, a música, a linguagem tecnológica, a linguagem
matemática, a língua de sinais, a linguagem científica, as linguagens oral e escrita,
Respeito a diversidade
Relações culturais
e sociais e Educação cientifica
Fases do
desenvolvimento humano
Construção da autonomia
Desenvolvimento das diferentes
linguagens
CurrículoEscolar
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entre outras, são “[..] formas de expressão criadas pelo homem como possibilidades
diferenciadas de dialogar com o mundo” (BORBA, 2007, p. 47).
Falar de diferentes linguagens significa, em um primeiro momento, falar de
aspectos que traduzem as características da linguagem própria da criança:
imaginação, ludicidade, simbolismo, representação, no qual se acrescentam os
domínios de códigos escritos.
A partir desse entendimento, insere‐se a criança no panorama cultural
construído pelo homem ao longo da história. Pressupõe familiarizá‐la com os mais
variados tipos de linguagem, desde os representados pelo brinquedo até os
representados através da literatura, das histórias em quadrinhos, dos álbuns de
figurinha, da poesia, da ilustração, das artes, passando pela linguagem do teatro, do
cinema, das mídias (televisão, rádio, jornal) e das tecnologias. São desenhos, imagens
e propagandas que inserem a criança no mundo letrado e a fazem participante dele,
isto é, desenvolve a sua emancipação social pelo domínio do multiletramento.
Acredita‐se que, por meio de um currículo plural, a escola pode oportunizar o
desenvolvimento das diferentes formas de linguagens. Isto significa explorar e
promover o encontro dos sujeitos com essas formas de compreensão e expressão de
vida, na linguagem falada e escrita.
Particularmente, através do mundo tecnológico, presente através de
tecnologias de informação, pode oportunizar o conhecimento planetário e o
desenvolvimento de sua cidadania, oferecendo suporte a metodologias pedagógicas
ativas , dinâmicas e receptivas.
Considera‐se que o aprendizado se dará a partir das experiências a que criança
tiver acesso, associadas às características biopsicogenéticas. É de se esperar que
desenhos, pinturas, literatura, jogos, brinquedos, imagens, silêncio, dança, teatro,
música, prosa, poesia, mímica, mídia, e também oralidade, escrita e outros estejam
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igualmente presentes na vivência escolar, pois refletirão sobre a produção cultural da
escola.
Trata‐se, pois, de entender e de ressignificar essas linguagens para que, num
movimento ininterrupto de questionamento e de leitura critica, se possa ensinar na
escola como “ler” os diferentes “textos” latentes em cada forma de expressão.
3.2.2 Respeito às Fases Do Desenvolvimento Humano
A noção de desenvolvimento humano está relacionada com a evolução do
ciclo vital, que acontece em diversos níveis: afetivo, cognitivo, social, físico e
espiritual. Essa evolução não é determinada apenas por processos de maturação
biológica ou genética, mas, também, pelo meio, envolvendo, neste amplo contexto, a
cultura, a sociedade, as práticas e interações, as quais são fator de máxima
importância no desenvolvimento humano.
O contexto cultural influencia e potencializa transformações e evoluções em
todas as etapas do desenvolvimento humano. É através das interações sociais que
aprendemos e nos desenvolvemos, criamos novas formas de ser, pensar e agir no
mundo.
Neste sentido, não há que se deter na classificação do desenvolvimento
humano em fases estanques, mas, principalmente, considerar o tempo de cada um.
Ao pensar o processo de ensinar e de aprender dos educandos nas fases da Infância
(de zero a 12 anos), da Adolescência (dos 12 aos 23 anos) e da vida adulta (a partir
dos 24 anos), é preciso considerar as características e como são as relações
contextualizadas que esses sujeitos estabelecem com o meio social.
O desenvolvimento humano é caracterizado pelas mudanças físicas, cognitivas,
psicológicas e sociais que acontecem no decorrer da vida. Tais mudanças são
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sistemáticas e, segundo Papalia e Olds (2004, p.25) “[...] as mudanças são mais óbvias
na infância, porém, ocorrem durante toda vida.”
‐ Estágio pré‐natal: neste estágio, existe a formação das estruturas dos órgãos
corporais básicos. O crescimento físico é o mais rápido de todos os períodos.
‐ Primeira Infância (nascimento até os 3 anos): neste período, o
desenvolvimento físico, habilidades motoras, compreensão e fala desenvolvem‐se de
forma mais rápida. A capacidade de aprender e lembrar estão presentes desde as
primeiras semanas. A autoconsciência se desenvolve no segundo ano de vida. É
também neste período, mais especificamente no final do primeiro ano de vida, que a
criança se apega aos pais e que o interesse por outras crianças aumenta.
‐ Segunda Infância (3 a 6 anos): é nesta fase que a força e as habilidades
motoras simples e complexas aumentam. O egocentrismo é evidente. Brincadeiras,
criatividade e imaginação ficam mais elaboradas. A independência e o autocontrole
se desenvolvem, mas a família continua sendo primordial, mesmo com a inserção de
outras crianças em seu meio.
‐ Terceira Infância (6 a 12 anos): este período é marcado pela diminuição do
crescimento físico; porém, a força e as habilidades físicas e motoras se aperfeiçoam e
o egocentrismo diminui. As crianças, na terceira infância, começam a pensar,
utilizando a lógica e a memória e as habilidades linguísticas aumentam. A
autoimagem se desenvolve e acaba afetando diretamente a autoestima. É também
neste período que os amigos assumem importância fundamental.
No que diz respeito às fases do desenvolvimento humano, é válido ressaltar
que as características presentes em cada uma destas fases podem evoluir de maneira
diferente em cada indivíduo, uma vez que diversos aspectos a influenciam, direta e
indiretamente: o meio social, a cultura, o ambiente familiar, o ambiente escolar e
outros.
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Tanto o ambiente familiar como o escolar exercem papel fundamental quanto
ao estímulo e ao incentivo na vida do indivíduo. Sendo assim, quando características
fundamentais para o desenvolvimento de um indivíduo são estimuladas e
trabalhadas, ele se torna capaz de aprender e associar todo o conhecimento que lhe
é proposto e, consequentemente, cria suas concepções sobre mundo e sociedade,
emancipando‐se perante os mesmos.
Assim, na medida em que aluno vai se desenvolvendo, irá constituindo‐se
como ser presente na sociedade, tornando‐se capaz de perceber com maior
perspicácia, sendo capaz de refletir e analisar as situações vivenciadas, assumindo
condições de interferir e modificar os acontecimentos de seu contexto social, entre
outros aspectos. Assim, para que haja a apropriação do conhecimento, é preciso criar
estratégias que potencializem a aprendizagem do aluno, de acordo com as suas fases
de desenvolvimento.
É essencial que haja uma relação dinâmica do educando com o conteúdo a ser
aprendido, de maneira que os conhecimentos novos sejam organizados e integrados
aos saberes já consolidados.
As estratégias que favorecem a aprendizagem requerem priorizar a
observação, a pesquisa, a imitação, o desenho, a imaginação, a reflexão, o registro, o
levantamento de hipóteses; enfim, todas as situações que problematizem e auxiliem
na construção do conhecimento.
3.2.3 Construção da Autonomia
A autonomia constitui‐se em princípio orientador das práticas pedagógicas e
das construções dos projetos político‐pedagógicos. É uma capacidade a ser
desenvolvida pelos educandos, para que possam refletir, participar e assumir
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responsabilidades, valorizando as relações que educandos e educadores estabelecem
entre si e com o conhecimento que constroem.
Como princípio democrático, a autonomia está relacionada à noção de
responsabilidade pelos próprios atos.
O desenvolvimento da autonomia como princípio educativo considera a
atuação do sujeito, valoriza suas experiências prévias, buscando, fundamentalmente,
a superação de situações que o levem a dirigir seus próprios atos.
O desenvolvimento da autonomia depende de suportes materiais, intelectuais
e emocionais, sendo constituída no âmbito das relações.
Ao configurar‐se o Projeto Político‐Pedagógico da escola, é preciso considerar
a atuação dos educandos na construção de seus próprios conhecimentos, valorizando
suas experiências, seus saberes prévios, reconhecendo‐os como sujeitos cognitivos,
éticos, estéticos, sociais, políticos, culturais, de memória, com emoções e identidades
diversas, isto é, em sua totalidade humana.
Neste sentido, Freire (1996, p. 52) enfatiza a necessidade dos educadores
criarem as possibilidades para a produção ou construção do conhecimento pelos
alunos, em uma perspectiva autônoma, compreendendo que “[...] ensinar não é
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a
sua construção”.
Desta forma, a construção do currículo escolar deve considerar os fatores
sociais, culturais e a história de cada aluno, oferecendo diferentes oportunidades de
aprendizagem, respeitando as identidades e saberes dos educandos, assegurando
condições de aprendizagem da autonomia a todos.
É, portanto, necessário que as decisões assumidas pela escola auxiliem os
educandos a planejar a realização de diferentes atividades, identificar formas de
resolver problemas, formular perguntas e respostas, levantar hipóteses, resolver
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E D U C A Ç Ã O
conflitos, cuidar da própria saúde, colocar‐se no lugar do outro, considerar regras
estabelecidas no convívio coletivo, entre outros aspectos.
Tais dimensões norteadoras perpassam o currículo da Educação Básica, em
especial a Educação Infantil e o Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino e
em todas as suas modalidades.
3.2.4 Respeito à Diversidade
A diversidade envolve múltiplas formas de perceber o mundo, de conviver, de
expressar‐se e agir no mundo. Somos, ao mesmo tempo, semelhantes como seres
humanos, mas diferentes quanto à forma de constituição e contribuição das diversas
culturas ao longo da história da humanidade.
A valorização das diversidades étnicas, etárias, regionais, socioeconômicas,
culturais, psicológicas, físicas e de gênero é constituinte de uma educação voltada
para a inclusão social, o que remete a ressignificação da escola para atender a todas
as crianças, sem segregação.
Destaca‐se a observância a Lei Nacional nº 10639/2003 e a Lei nº 11645/2008,
que determinam a valorização da diversidade cultural brasileira, com especial
atenção ao trabalho e resgate da história e da cultura Afro‐Brasileira e Africana e dos
Povos Indígenas Brasileiros em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino.
O acolhimento da criança, do jovem e do adulto implica no respeito a sua
cultura, corporeidade, estética e presença no mundo. Nesta perspectiva, o cuidar e
educar tem sua dimensão ampliada e incorporada nos processos de formação dos
profissionais para os cuidados embasados em valores éticos, nos quais atitudes
racistas e preconceituosas não são admitidas.
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Trabalhar com a diversidade implica sair do foco de uma situação ideal para
uma situação real, livrando‐se dos estereótipos, desapegando‐se de concepções que
tendem a uniformizar os saberes e fazeres (ARROYO, 2007).
Essa referência pressupõe o desenvolvimento de uma postura ética de não
hierarquizar as diferenças, mas criar caminhos possíveis de ensino, a fim de que as
aprendizagens levem cada pessoa a um processo amplo de formação humana.
É importante ressaltar que o desenvolvimento envolve as dimensões física,
cognitiva, psicossocial, cultural, entre outras. Portanto, estratégias que ampliam as
atividades de aprendizagem, associadas a um contexto de formação humana, devem
propiciar a interrelação entre essas dimensões e a [re] significação e [re] construção
de saberes e fazeres.
A diversidade está correlacionada, entre outros aspectos, às capacidades
intelectuais e aos conhecimentos prévios da comunidade escolar, em especial os
conhecimentos que os alunos trazem, assim como seus interesses e motivações.
Considerando a diversidade, a escola vai adquirir valores de respeito coletivo às
diferenças sociais, culturais, intelectuais, entre outros aspectos, que não constituem
obstáculos para o cumprimento da ação educativa; porém, qualificam o processo
quando são observados, analisados e considerados nos processos de ensino e
aprendizagem.
O respeito à diversidade permite um olhar mais profundo do educador em
relação à conjuntura da escola e a cada educando em sua individualidade, em suas
potencialidades e fragilidades. Nesta perspectiva, a educação escolar, considerando a
diversidade como elemento fundamental para processo de ensino e aprendizagem,
necessita atender as singularidades, em especial os educandos, no sentido de analisar
as possibilidades de aprendizagem de cada um, estabelecer prioridades e estratégias
de ação, com vistas à qualidade dos processos educativos.
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3.2.5 Relações Sociais, Culturais e Educação Científica
As emergências do campo social, da mídia, da ênfase na cultura, trazem o
aspecto tipicamente humano para as dimensões escolares.
A educação é a forma de inserção da criança no mundo, que inicia com a
família, na qual são ensinados valores, costumes e regras. A educação tem como
princípio a transferência cultural, para que as pessoas se adaptem à sociedade e
possam desenvolver capacidades e potencialidades, como resultado da própria
evolução.
Ao assimilar várias aprendizagens, através do contato com o mundo e com os
outros, o aluno aperfeiçoa as relações sociais, aprende a viver e conviver, cresce
como indivíduo e como pessoa e pode mudar a sociedade, pois entre em contato
com novas formas de viver, de aprender, de produzir.
A escola deve estar preparada para dialogar com esta nova sociedade em que
os fatos e fenômenos estão acontecendo. Há processos de cultura diversificados, de
informação e comunicação, que devem ser levados em conta, pois cada
criança/aluno é produtor de saberes, segundo a sua origem, raça e gênero.
Há de se considerar que, nas atividades escolares, estão presentes conteúdos
científicos e socialmente relevantes, ou seja, possibilidades de domínio dos
conhecimentos exigidos pela sociedade para o futuro, considerando que tal
aprendizagem é um dos principais motores do desenvolvimento social e pessoal.
Segundo Vygostsky (1994, p. 115), “a aprendizagem não é, em si mesma,
desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança conduz
ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento e
esta ativação não poderia produzir‐se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem
é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na
criança essas características humanas não‐naturais, mas formadas historicamente”.
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É nas relações humanas que a personalidade se constrói, envolvendo a
formação de qualidades físicas, morais, intelectuais e estéticas – tendo em vista a
orientação da atividade humana na sua relação como meio social, num determinado
contexto de relações sociais. Segundo Sacristán (1998), são influências e interrelações
que convergem para a formação de traços de personalidade social de caráter,
ampliando a concepção de mundo, ideais, valores e modos de agir, que traduzem as
convicções ideológicas, morais e políticas. A aprendizagem desta visão de mundo se
manifesta na escola, através de conteúdos específicos em Estudos Sociais e Naturais,
História, Geografia e Ensino Religioso, ou em formas de participação em aspectos de
cidadania, em programas de escola de tempo integral e projetos didático/sociais
promovidos pela instituição.
Por outro lado, para o desenvolvimento pleno, a noção de ciência inserida no
mundo tecnológico se faz necessária. Uma educação científica sólida é essencial para
estudantes com qualquer tipo de experiência, talentos, interesses e habilidades.
Todas as crianças necessitam do conhecimento e das habilidades que formam o que
chamamos de "cultura científica", a habilidade de perceber sentido no mundo ao seu
redor. Ajudando as crianças a aprender, através de atos como observar, coletar
evidências e chegar a conclusões, a ciência ajuda as mesmas a aprimorar seus
pensamentos sobre as ideias e eventos encontrados na vida cotidiana,
complementando o conhecimento social e cultural.
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4 PROJETO POLÍTICO‐PEDAGÓGICO
Na construção do projeto político‐pedagógico, a autonomia constitui‐se como
o princípio orientador das práticas pedagógicas e capacidade a ser conquistada pelo
educando, através da reflexão e participação, das responsabilidades que assume,
valorizando as relações que se estabelecem e o conhecimento construído.
A Resolução CNE/CEB nº 07/2010, art. 20, parágrafo 1º, determina que “(...) o
projeto político‐pedagógico da escola traduz a proposta educativa construída pela
comunidade escolar no exercício de sua autonomia, com base nas características dos
alunos, nos profissionais e recursos disponíveis, tendo como referência as orientações
curriculares nacionais e dos respectivos sistemas de ensino”.
As propostas pedagógicas das escolas precisam considerar a atuação dos
educandos na construção de seus próprios conhecimentos, valorizando suas
experiências, seus conhecimentos prévios, reconhecendo‐os como sujeitos
cognitivos, éticos, estéticos, sociais, políticos, culturais, sensíveis e com identidades
diversas; não os vendo fragmentados, mas em sua totalidade humana. De acordo, a
Resolução CNE/CEB nº 07/2010, define “(...) no projeto político‐pedagógico do Ensino
Fundamental e no regimento escolar, o aluno, centro do planejamento curricular, será
considerado como sujeito que atribui sentidos à natureza e à sociedade nas práticas
sociais que vivencia, produzindo cultura e construindo sua identidade pessoal e social.
(...) Como sujeito de direitos, o aluno tomará parte ativa na discussão e na
implementação das normas que regem as formas de relacionamento na escola,
fornecerá indicações relevantes a respeito do que deve ser trabalhado no currículo e
será incentivado a participar das organizações estudantis (artigo 21).
Assim, a escola necessita priorizar, em suas instâncias, decisões coletivas,
estabelecer parcerias, valorizar as individualidades e as múltiplas capacidades, no
sentido de desenvolver e utilizar procedimentos adequados à formação da postura
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autônoma de cada educando, que somente será alcançada se for vivenciada no
decorrer da escolarização.
Conforme o Art. 18 da Resolução CNE/CEB nº 07/2010, o currículo do Ensino
Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a estruturação de um projeto
educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se
desenvolver das crianças e adolescentes, nos diferentes contextos sociais.
O Art. 23 da LDB incentiva a criatividade e insiste na flexibilidade da
organização da educação básica. A afirmação dessa perspectiva consta também no
Art. 19 das DCNs “(...) Ciclos, séries e outras formas de organização a que se refere à
Lei nº 9.394/96 serão compreendidos como tempos e espaços interdependentes e
articulados entre si, ao longo dos 9 (nove) anos de duração do Ensino Fundamental.”
A partir da flexibilidade, as escolas deverão formular o projeto político‐
pedagógico e elaborar o regimento escolar por meio de processos participativos
relacionados à gestão democrática, como define o Art. 20 da Resolução CNE/CEB:
‐ Será assegurada ampla participação dos profissionais da escola, da família,
dos alunos e da comunidade local na definição das orientações imprimidas aos
processos educativos e nas formas de implementá‐las, tendo como apoio um processo
contínuo de avaliação das ações, a fim de garantir a distribuição social do
conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade democrática e
igualitária.
‐ O regimento escolar deve assegurar as condições institucionais adequadas
para a execução do projeto político‐pedagógico e a oferta de uma educação inclusiva
e com qualidade social, igualmente garantida a ampla participação da comunidade
escolar na sua elaboração.
‐ O projeto político‐pedagógico e o regimento escolar, em conformidade com a
legislação e as normas vigentes, conferirão espaço e tempo para que os profissionais
da escola e, em especial, os professores, possam participar de reuniões de trabalho
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coletivo, planejar e executar as ações educativas de modo articulado, avaliar os
trabalhos dos alunos, tomar parte em ações de formação continuada e estabelecer
contatos com a comunidade.
‐ Na implementação de seu projeto político‐pedagógico, as escolas se
articularão com as instituições formadoras, com vistas a assegurar a formação
continuada de seus profissionais.
‐ O trabalho educativo no Ensino Fundamental deve empenhar‐se na promoção
de uma cultura escolar acolhedora e respeitosa, que reconheça e valorize as
experiências dos alunos, atendendo as suas diferenças e necessidades específicas, de
modo a contribuir para efetivar a inclusão escolar e o direito de todos à educação.
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5 O EDUCANDO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
Enfatiza‐se a concepção de educando como cidadão, sujeito histórico de
direitos, participante da cultura, devendo a educação contemplar o mesmo grau de
valorização e importância desde a Educação Infantil até os demais níveis da Educação
Básica.
Este entendimento autoriza a compreendê‐lo como alguém que tem uma
maneira própria de pensar, sentir, ser e relacionar‐se qualificadamente, na infância e
na juventude, diferentemente do adulto. Por isso, as características próprias do
desenvolvimento humano precisam ser conhecidas e consideradas no momento de
construção das propostas educativas.
Nesta perspectiva, partindo do pressuposto de que o educando é um sujeito
social, em que o sentir, o brincar, expressar‐se, relacionar‐se, movimentar‐se,
organizar‐se, cuidar‐se, agir e responsabilizar‐se fazem parte da sua totalidade. Ao
concluir sua escolarização fundamental, espera‐se que o educando:
• esteja apto ao exercício da cidadania;
• participe de forma autêntica dos debates e decisões que envolvem o
planejamento, a execução e a avaliação das ações educativas, assumindo a
corresponsabilidade em resultados obtidos;
• articule todas as suas habilidades e competências para, de forma
empreendedora, encontrar soluções para os desafios que se apresentam;
• desenvolva uma consciência ecológica, comprometendo‐se com o seu papel
como cidadão planetário;
• responsabilize‐se pelo cuidado e preservação da vida e do bem comum a
partir da responsabilidade socioambiental.
Retratando a realidade, particularmente o educando participante da EJA,
verifica‐se que este é caracterizado pela heterogeneidade, com jovens, adultos e
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idosos, homens e mulheres, alguns com necessidades educativas especiais,
trabalhadores empregados ou desempregados, com diferentes níveis de
escolaridade, migrantes de zona rural e urbana. Divergem em faixas etárias e são
eloquentes com suas múltiplas experiências de trabalho, de vida e de situação social,
apresentando práticas culturais e valores já constituídos. São oriundos de um
processo educacional fragmentado, marcado por frequente evasão e reprovação no
ensino fundamental regular. Vêm em busca da firmação pessoal, de certificação para
emprego ou promoção e continuidade de estudos na etapa do Ensino Médio.
Caracteriza‐se, também de forma especial, o aluno incluído. De acordo com o
Decreto nº 6.571/2008, que institui as Diretrizes Operacionais da Educação Especial
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, considera‐se
público alvo do AEE:
• alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas;
• alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem‐se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos
invasivos sem outra especificação;
• alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano,
isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e
criatividade.
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Outra clientela, que possui características peculiares, são os alunos da escola
do campo. O grupo humano é diversificado, formado por agricultores, produtores
rurais, recicladores, prestadores de serviços domésticos e do comércio. A escola do
campo tem seu projeto político‐pedagógico voltado para atender sujeitos com
aspirações muito diferentes, considerando o meio onde está inserida. Esta escola
deve formar sujeitos participantes e capazes de construir seu próprio caminho,
buscando seus direitos e lutando para serem cidadãos do campo (WIZNIEWSKY, 2010,
p. 33).
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E D U C A Ç Ã O
6 O EDUCADOR DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
O educador municipal, devidamente habilitado em sua área de atuação e
concursado, tem seu desempenho regido pelo plano de carreira, como estimulo à
progressão e melhoria profissional, através de formação continuada.
O compromisso social deste profissional estabelece papeis a serem seguidos
em seu desempenho, requerendo competências e habilidades que lhe são próprias.
Assume atribuições específicas elencadas no da lei 9394/96.
O papel do professor no desenvolvimento do currículo é fundamental, uma vez
que esse sujeito é partícipe importante na construção e implementação dos
currículos que se materializam nas escolas, em todos os espaços e tempos.
Os professores têm sua ação docente permeada pela diversidade sociocultural
da população escolar, pelas desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e
a multiplicidade de interesses e necessidades apresentadas pelos alunos. Investem
no desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas que melhor respondam
às diferenças de aprendizagem entre os estudantes e às suas demandas.
Enfatiza‐se, assim, a importância da formação inicial e continuada dos
profissionais da educação, não somente por meio de conhecimentos específicos das
disciplinas, mas, também, pela sensibilização e humanização das relações, com a
finalidade de buscar a efetivação desse currículo, visando construir possibilidades de
um mundo melhor para se viver.
Os sistemas de ensino e as escolas assegurarão adequadas condições de
trabalho aos seus profissionais e o provimento de outros insumos, de acordo com os
padrões mínimos de qualidade referidos no inciso IX do art. 4º da Lei nº 9.394/96.
Considera‐se primordial o cumprimento de normas específicas, estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educação, com vistas a criação de um ambiente propício à
aprendizagem, com base:
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I – no trabalho compartilhado e no compromisso individual e coletivo dos
professores e demais profissionais da escola com a aprendizagem dos alunos;
II – no atendimento às necessidades específicas de aprendizagem de cada um,
mediante abordagens apropriadas;
III – na utilização dos recursos disponíveis na escola e nos espaços sociais e
culturais do entorno;
IV – na contextualização dos conteúdos, assegurando que a aprendizagem seja
relevante e socialmente significativa;
V – no cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias.
Como protagonista das ações pedagógicas, caberá ao docente equilibrar a
ênfase no reconhecimento e valorização da experiência do educando e da cultura
local. Deve contribuir, com seu papel mediador, para construir identidades
afirmativas, através do acesso a instrumentos mais complexos de análise da
realidade. Deve possibilitar que o aluno desenvolva níveis universais de explicação
dos fenômenos, propiciando‐lhe os meios para transitar entre a sua e outras
realidades e culturas e participar de diferentes esferas da vida social, econômica e
política.
Assim, a organização da ação educativa pelo professor requer:
• o domínio da sua área de formação e atuação;
• a formação continuada constante e agregada à formação e atuação na rede
de escolas municipais, como pressuposto de atualização e capacitação profissional;
• o compromisso com o tempo curricular e cultura organizacional da escola,
seja ela urbana ou rural, ou mesmo em atuação nas diversas modalidades de ensino;
• a consciência e o compromisso pedagógico com a concepção de educação
expressa no projeto político‐pedagógico da escola;
• um olhar inclusivo com relação às diferenças e necessidades educacionais
especiais;
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• a compreensão dos conhecimentos prévios dos educandos, fortalecendo‐os
e aprofundando‐os, bem como relacionando‐os aos novos campos conceituais de
maneira interdisciplinar;
• a organização e implantação do currículo escolar de maneira coerente,
comprometida e competente, considerando a importância da aprendizagem
progressiva e significativa;
• a consciência da importância do planejamento, entendendo‐o como
processo individual e coletivo, o qual compõe o retrato das necessidades, dos pontos
fortes e prioridades do conhecimento, dos tempos, espaços e recursos do contexto
educacional;
• a priorização dos temas transversais na cotidianidade da escola e sociedade,
numa perspectiva sociocultural e interrelacional das áreas do conhecimento;
• a priorização de experiências didáticas inovadoras, como fonte de
transformação das práticas pedagógicas e, sobretudo, como pilares de transposição
didática com base nas necessidades dos educandos, na diversidade e pluralidade
sociocultural;
• a implementação da problematização nas práticas pedagógicas, como
procedimento potencializador da observação, reflexão, análise e posicionamento
crítico;
• a capacidade de avaliar o educando em sua individualidade e na sua
capacidade de produção, com critérios e instrumentos sólidos e competentes de
avaliação.
Desta forma, é de competência do professor:
• explorar as potencialidades de todos os alunos envolvidos no processo de
inclusão, adotando uma pedagogia dialógica, interativa e interdisciplinar;
• propor uma aprendizagem que edifique a construção do aluno, no tocante à
solução de problemas e aquisição de autonomia de pensamento;
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• priorizar o desenvolvimento das estruturas cognitivas, físicas, psíquicas e
sociais de cada aluno, para que este construa competências indispensáveis ao ser,
saber, fazer e conviver no mundo, construídas através de relações inter e
intrassubjetivas;
• valorizar os diferentes saberes trazidos pelos alunos, considerando suas
histórias de vida, suas especificidades e potencialidades, suas vivências e
experiências, saberes e valores;
• ter postura ética de não hierarquizar e valorizar as deficiências, mas criar
caminhos possíveis de ensino com pratica pedagógica dinâmica e inovadora, a fim de
que as mesmas levem cada aluno a um processo amplo de (trans) formação humana;
• utilizar recursos didático‐pedagógicos e tecnológicos variados, com o
objetivo de envolver o aluno e propor uma aprendizagem significativa;
• estabelecer articulação com os professores de educação especial, visando
uma maior aquisição de conhecimentos sobre recursos pedagógicos, de
acessibilidade, bem como de estratégias que promovem a participação dos alunos
com necessidades educacionais especiais nas atividades escolares.
Os professores de educação infantil, ensino fundamental, anos inicial e final e
outras modalidades de educação, para atender as especificidades da escola inclusiva,
no âmbito da educação especial, devem participar periodicamente de cursos de
formação continuada na área, cuja finalidade consiste em qualificar suas práticas
pedagógicas e o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais.
Os profissionais que atuam na Educação Especial, no Atendimento Educacional
Especializado possuem as seguintes atribuições:
• identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias, considerando as necessidades específicas dos alunos
público alvo da educação especial;
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• elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado,
avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade;
• organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncional e em outros espaços;
• acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e
de acessibilidade na sala de aula do ensino regular, bem como em outros ambientes
da escola;
• estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais, na elaboração de
estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
• orientar e apoiar os professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e
de acessibilidade utilizados pelo aluno;
• ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva;
• estabelecer articulação com os professores da sala de aula regular, visando a
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade, bem
como das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades
escolares;
• promover atividades e espaços de participação da família e a interface com
os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros.
Na EJA, enfatiza‐se a competência dialógica do professor, dada a característica
da clientela, assim como a competência polivalente do professor de Educação
Infantil. Segundo Sonia das Graças Oliveira Silva (2008), “o professor (dirijo‐me de
forma genérica, pensando em professor ou professora) que trabalha direto com
crianças precisa ter uma competência polivalente. Isso significa dizer que deverá
trabalhar com conteúdos de naturezas diversas, que abrangem desde cuidados
básicos essenciais até conhecimentos específicos, provenientes das diversas áreas do
conhecimento”.
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Segundo Sonia Kramer (1999), “a prática pedagógica envolve conhecimentos e
afetos; saberes e valores; cuidados e atenção; seriedade e riso”. Portanto, o
profissional da Educação infantil deve ser extremamente humano, em diálogo
constante com seus pares, com as famílias e comunidade, sempre buscando parcerias
para a efetivação de seu trabalho.
De acordo com Euclides Redin (2008), o profissional da Educação Infantil
deverá ter um preparo especial, porque para a infância se exige o melhor do que
dispomos. Até porque, na relação pedagógica, não basta estar presente para ser um
bom companheiro. O profissional de Educação Infantil deverá ter um domínio dos
conhecimentos científicos básicos, tanto quanto conhecimentos necessários para o
trabalho com a criança pequena. Inclui‐se aqui conhecimentos de saúde, higiene,
psicologia, antropologia e história, linguagem, brinquedos e as múltiplas formas de
expressão humana, de desenvolvimento físico e das questões de atendimento em
situações de necessidades especiais. Precisa, ainda, ter sob controle seu próprio
desenvolvimento, bem como estar em constante processo de construção de seus
próprios conhecimentos. Necessita ter elaborado maduramente a questão de seus
valores, cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo.
Assim como expressa Paulo Freire (2006 p. 59, 60), os professores da rede
municipal de ensino devem apreciar os saberes do educando em sua prática
educativa: “(...) o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo
ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (...) O professor
que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a
sua linguagem (...) que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente
presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentais
éticos de nossa existência”.
Em relação ao educador do campo, considerando as palavras de Paulo Freire,
as peculiaridades da cultura devem ser respeitadas na ação pedagógica, edificando,
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assim, a cultura e a história do lugar em que está inserida a escola do campo. A
escola, fundamentada em uma educação que valorize os conhecimentos e saberes da
comunidade, deve ser realmente do campo, como enfatiza Caldart (2001, p. 26):
“educação que seja no e do campo. No: o povo tem direito de ser educado no lugar
onde vive, Do: o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a
sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.”
Para o educador impõe‐se um desafio. Ilma Passos Alencastro Veiga (2008)
assim o define: “o projeto pedagógico da formação, alicerçado na concepção do
professor como agente social, deixa claro que é o exercício da profissão do magistério
que constitui, verdadeiramente, a referência central, tanto da formação inicial e
continuada como da pesquisa em educação. Por isso, não há formação e prática
pedagógica definitivas: há um processo de criação constante e infindável,
necessariamente refletido e questionado, reconfigurado.”
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7 PRINCÍPIOS E FINALIDADES DO CURRÍCULO ESCOLAR
As ideias sobre currículo perpassam por transformações sociais e pela
transição de paradigmas entre modernidade e pós‐modernidade, com abordagens e
correntes teóricas que requerem uma lógica organizacional, bem como um enfoque
ou tendência pedagógica que, de certa forma, caracteriza aquele contexto e indica
caminhos viáveis à consecução de práticas educativas.
Os currículos são operacionalizados nas escolas, conforme o Projeto Político‐
Pedagógico de cada uma.
Considera‐se o processo educacional como uma relação indissociável entre
conhecimento, linguagem e afeto, constituinte dos atos de ensinar e aprender.
Segundo os PCNs, a afirmação desta perspectiva deve conduzir à valorização do
diálogo e à adoção de metodologias diversificadas em sala de aula, que permitam a
expressão de níveis diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores
éticos, políticos e estéticos. Esta perspectiva apoia‐se na Resolução CNE/CEB nº
07/2010: “(...) Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias
que produzem orientações sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e
transformam, a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em
que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.”
Nesta perspectiva, compreende‐se que os currículos não são somente
informações a serem passadas aos educandos. São, essencialmente, construções de
conhecimentos e práticas produzidas em dinâmicas sociais, políticas, culturais, [re]
significados constantemente em cada contexto histórico. Essa referência remete a
pensar o princípio fundamental dos currículos, que é a educação de qualidade para
todos, o que implica saber compreender e trabalhar as diversidades presentes nas
escolas.
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Cabe destacar que desenvolver um currículo vai muito além do que está
proposto nos planos institucionais. Existem elementos que são claramente
percebidos, como atitudes e valores, transmitidos pelas relações entre os diversos
atores do processo educativo, que fazem parte do currículo oculto.
O currículo necessita, prioritariamente, de flexibilidade e disponibilidade para
desenvolver a percepção do professor e do educando, no sentido de trabalhar com as
fases do desenvolvimento humano e superar os preconceitos sociais e culturais. Sob
este enfoque, engloba o contexto social do aluno, na intenção de promovê‐lo na
sociedade como ser ativo, partícipe dos processos de mudança; promove a criticidade
e a autonomia, sendo desenvolvido por meio de propostas coletivas, vislumbrando a
inserção no mundo tecnológico e do conhecimento científico, constituindo condições
para que a pessoa saiba se posicionar frente aos processos e as inovações.
Nesse contexto, tanto o gestor, o docente, quanto o estudante, requerem uma
escola em que a cultura, a arte, a ciência e a tecnologia estejam presentes no
cotidiano escolar, desde o início da Educação Básica.
Enfatiza‐se, assim, a necessidade de consolidação de metodologias
diferenciadas nas escolas, com base em uma concepção de currículo que atenda as
especificidades e contribua para melhorar os índices de aproveitamento escolar.
Nesta conjuntura de prioridades, ressalta‐se a necessidade de garantir espaços
e tempos para que os profissionais da educação possam definir e planejar de maneira
coletiva as ações pedagógicas que venham a contribuir para a efetivação da
[re]organização curricular.
7.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICO‐ METODOLÓGICAS
A aprendizagem consiste num processo complexo global, individual e coletivo,
que pressupõe conhecer a realidade e intervir nela, como atitudes indissociáveis.
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Diante desse desafio, é necessário repensar os processos metodológicos
adotados nas escolas, a fim de averiguar a eficiência e eficácia na constituição da
aprendizagem, sempre em consonância com a especificidade do segmento.
Orientações didático‐metodológicas para a Educação infantil: a proposta de
trabalho educativo com a criança pequena dispensa a fragmentação de conteúdos ou
a compartimentalização de aprendizagens estabelecidas em etapas a serem vencidas
em um determinado tempo. A ideia é de uma permanente construção da ação
educativa, considerando o direito da criança à infância e à educação, estabelecendo
uma interação entre o fazer pedagógico e a reflexão constante do que é realizado
com as crianças, profissionais da Educação Infantil, famílias e comunidades.
Porém, conhecimentos, processos e habilidades associados ao
desenvolvimento intelectual, social, moral, emocional, físico, psicomotor, da
criatividade, da consciência estética e da linguagem da criança em seus primeiros
anos de vida requerem uma abordagem pedagógica específica. Essa abordagem
baseia‐se na oferta de situações desafiadoras, ativas, estimulantes e significativas,
que propiciem à criança a descoberta do mundo, do outro e de si mesma, através das
quais os conteúdos das diversas áreas sejam aprendidos, enquanto aprende,
também, valores e regras de convivência. Os novos conhecimentos podem ser
expressos através de estratégias como: perguntas interessantes e instigantes, coleta
de dados em pesquisas da realidade, realização de experiências diretas, leituras de
imagens e objetos, além de consultas em fontes tradicionais como livros, revistas e
jornais.
Orientações didático‐metodológicas para os anos iniciais: centra‐se no
caráter lúdico na construção do conhecimento, associada a metodologias adequadas,
visando assegurar a aprendizagem significativa, da leitura, escrita e letramento.
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Assim, a escola deve adotar as providências necessárias para que a
operacionalização do princípio da continuidade não seja traduzida como “promoção
automática” de alunos de um ano, série ou ciclo para o seguinte, e para que o
combate à repetência não se transforme em descompromisso com o ensino e a
aprendizagem.
A organização do trabalho pedagógico incluirá a mobilidade e a flexibilização
dos tempos e espaços escolares, a diversidade nos agrupamentos de alunos, as
diversas linguagens artísticas, a diversidade de materiais, os variados suportes
literários, as atividades que mobilizem o raciocínio, as atitudes investigativas, as
abordagens complementares e as atividades de reforço, a articulação entre a escola e
a comunidade e o acesso aos espaços de expressão cultural.
Nos anos iniciais, centra‐se o trabalho pedagógico no letramento e na
alfabetização, que requerem ser trabalhados como processos indissociáveis, por meio
de planejamento pedagógico que potencialize o desenvolvimento das diversas
linguagens e o aprendizado das áreas do conhecimento, conforme legislação nacional
e diretrizes definidas no presente documento. Segundo Soares (2003), “[...] um
indivíduo alfabetizado não é, necessariamente letrado; alfabetizado é aquele
indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado é aquele que vive em estado
de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas que usa socialmente a
leitura e a escrita, que pratica a leitura e a escrita e que responde adequadamente às
demandas sociais de leitura e escrita.”
Portanto, alfabetização e letramento diferem no contexto, pois um indivíduo
alfabetizado é aquele que sabe ou que vive na condição de ler e escrever, mas não
faz uso da leitura frequentemente; já o indivíduo letrado é aquele que pratica a
leitura e escrita periodicamente.
Para tanto, o currículo volta‐se, nessa fase, para a estruturação sólida dos
esquemas mentais responsáveis pela compreensão do mundo. Caracteriza‐se pela
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intencionalidade de atribuir significados às experiências ocorridas entre o sujeito e o
objeto cognoscível, no sentido de contribuir para os processos de alfabetização e
letramento dos educandos.
Considerando as características de desenvolvimento dos educandos, cabe ao
professor adotar formas de trabalho que proporcionem maior autonomia das
crianças nas salas de aula. Deve possibilitar que as diversas linguagens possam ser
exploradas mais intensamente, a começar pela literatura, a utilização de materiais
que ofereçam oportunidades de raciocinar, manusear e observar as suas
características e propriedades.
Nos componentes curriculares de Educação Física, Artes e Informática, os
educandos poderão ser atendidos pelo professor de referência da turma ou por
professores especializados, desde que incluídos no Projeto Político‐Pedagógico da
Escola, devendo ser assegurada a integração com os demais componentes
trabalhados pelo professor de referência da turma.
O projeto político‐pedagógico das escolas municipais deverá definir propostas
para efetivar uma concepção de letramento e alfabetização, em uma visão
interdisciplinar de educação, firmando metodologias adequadas a esse processo nos
anos iniciais.
Orientação Didático‐metodológica para os anos finais: tem a função de dar
continuidade ao processo de alfabetização e letramento, promovendo a
sistematização dos saberes que envolvem as diversas áreas do conhecimento, com a
finalidade de aplicação formal e não formal dessas áreas, de maneira crítico‐reflexiva.
Constitui, portanto, um período de aprofundamento dos conhecimentos construídos
nos anos iniciais. A Resolução CNE/CEB nº 07/2010 garante, no Art. 29, que “a
necessidade de assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens torna
imperativa a articulação de todas as etapas da educação, especialmente do Ensino
Fundamental com a Educação Infantil, dos anos iniciais e dos anos finais no interior
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do Ensino Fundamental, bem como do Ensino Fundamental com o Ensino Médio,
garantindo a qualidade da Educação Básica.”
As diferentes áreas do conhecimento necessitam enfocar os saberes cotidianos
e científicos de maneira que o educando, ao perceber a aplicação desses saberes no
cotidiano, passe a estabelecer relações entre teoria e prática.
Deve‐se considerar que o conteúdo escolar não é um ponto de chegada, mas
um ponto de partida. Cada profissional interage com o educando, no sentido de
estabelecer uma relação dialógica que, com as diferentes práticas pedagógicas, vai
potencializar o processo de ensinar e de aprender, tanto por parte do educando
quanto do professor. Desta forma, amplia‐se a capacidade de interpretar o mundo a
partir da possibilidade crescente de perceber significados, de explorar competências
e habilidades e, sobretudo, construir conhecimento.
A interdisciplinaridade deve evitar a justaposição de disciplinas e, ao mesmo
tempo, evitar a diluição das mesmas em generalidades. Todo conhecimento mantém
um diálogo com outros conhecimentos; enquanto muitas disciplinas se identificam
entre si, outras se diferenciam.
Assim, faz‐se necessário a integração dos conhecimentos escolares no
currículo, favorecendo a sua contextualização e aproximando o processo educativo
das experiências dos alunos.
Desta forma, conhecer e analisar experiências assentadas em diversas
concepções de currículo integrado e interdisciplinar oferecerá aos docentes subsídios
para desenvolver propostas pedagógicas que avancem na direção de um trabalho
colaborativo, capaz de superar a fragmentação dos componentes curriculares.
Constituem exemplos de possibilidades de integração do currículo, entre
outros:
• as propostas curriculares ordenadas em torno de grandes temas geradores;
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• projetos interdisciplinares com base em questões problematizadoras,
formuladas a partir de temas da comunidade e articuladas aos componentes
curriculares e às áreas de conhecimento;
• propostas ordenadas em rede, a partir de conceitos‐chave ou conceitos
nucleares, que permitam trabalhar as questões cognitivas e as questões culturais
numa perspectiva transversal;
• projetos de trabalho com diversas acepções.
Porém, deve‐se observar que as práticas interdisciplinares propostas pela
escola, comunidade, redes e sistemas de ensino estejam articulados ao
desenvolvimento dos componentes curriculares e às áreas de conhecimento.
Contextualizar o conteúdo a ser aprendido, significa, em primeiro lugar,
assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. É mais
eficaz o ensino que, dentre as disciplinas oferecidas, os alunos estabelecem
efetivamente relações do conteúdo vistos com o meio externo, fora do âmbito
escolar.
Ao incorporar a abordagem dos conhecimentos de forma disciplinar,
pluridisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, a educação utiliza‐se de recursos
tecnológicos de informação e comunicação, como meio de superar a distância entre
educandos que nasceram na era digital e os educadores que ainda não se
apropriaram dessa linguagem.
Tais abordagens consolidam‐se através de uma organização curricular, saberes
que contemplam eixos temáticos e redes de aprendizagem, garantindo a
contextualização do conhecimento. As redes de aprendizagem retratam um conjunto
de ações pedagógicas que objetivam a aprendizagem, considerando a
responsabilidade compartilhada de todos os envolvidos.
No intuito de atender as abordagens, os temas ou eixos temáticos integrados,
as disciplinas se constituem em formas de organização do processo pedagógico que
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estabelecem seu foco na aprendizagem significativa e no gosto de aprender por meio
de práticas e recursos diversos, consolidando as redes de aprendizagem.
A partir de uma abordagem interdisciplinar, supera‐se a fragmentação
curricular e o isolamento dos sujeitos envolvidos no processo pedagógico, evitando a
dispersão de conhecimento. A interdisciplinaridade, nesta perspectiva, possibilita ao
educando a [re]significação de seu aprendizado, no sentido em que permite a
utilização de conceitos e ideologias prévios à aprendizagem em sala de aula, unindo
seu contexto e sua realidade social. Desta maneira, o educando poderá obter
condições e embasamento suficientes para colocar em prática suas vivências, na
intenção de agir e interagir na sociedade.
Orientação Didático‐metodológica para a EJA: parte do principio de que a
aprendizagem, como atividade complexa, e a sua aquisição, dependem de um
trabalho sistemático. Assim, para adquirir o conhecimento formal, função atribuída à
escola, o ser humano precisa realizar formas de atividades específicas, próprias do
desenvolvimento cerebral e cultural. Neste sentido, segundo Marcelo García (1999),
o professor, como protagonista das ações pedagógicas, deve equilibrar a ênfase no
reconhecimento e valorização da experiência do educando e da cultura local,
desenvolvendo, assim, competências necessárias para que possa intervir de modo
consciente nas diversas esferas da vida social, econômica e política.
Na perspectiva de um currículo contextualizado da EJA, as metodologias
traduzem a interdisciplinaridade, mediante a interlocução entre os diferentes campos
do conhecimento e seus atores sociais.
De forma organizativa abrangente, os conteúdos culturais relevantes,
articulados à realidade do educando, presentes no trabalho pedagógico, por meio de
temas da experiência dos alunos, podem ser implementados através de eixos
temáticos. Metodologicamente organizados, apresentam‐se em projetos didáticos e
interdisciplinares, temas geradores, aproximando o saber historicamente acumulado
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aos saberes do mundo do trabalho e propiciando a valorização das vivências em
todos os espaços sociais: na família, na convivência humana, no mundo do trabalho,
etc. (BARBOSA, 2004).
Dada a diversidade de sujeitos da EJA, as estratégias didático‐pedagógicas
prescindem da presença humana, da interação, da troca e do diálogo, pela certeza de
que aprender exige ação coletiva entre sujeitos com saberes variados, mediados ou
não por velhas e novas linguagens tecnológicas, observando as funções reparadora,
equalizadora e qualificadora, conforme explicitadas nas diretrizes nacionais da EJA.
Deve ser uma educação que promova a relação, sem hierarquização e sem nenhum
tipo de preconceito ou discriminação, entre pessoas com diferenças de cultura, etnia,
cor, idade, gênero, orientação sexual, ascendência nacional, origem e posição social,
profissão, religião, opinião política, estado de saúde, deficiência, aparência física ou
outra diversidade. Para isso, há necessidade de organizar outros espaços e ambientes
de aprendizagens além da sala de aula, através de buscas de possíveis parcerias no
intuito de proporcionar a ampliação de oportunidades socioculturais, esportivas,
recreativas e profissionais aos educandos. Deve‐se possibilitar a utilização de
recursos tecnológicos de informação e comunicação, conforme as condições
disponíveis na escola.
Para efetivar uma metodologia de trabalho apropriada para essa modalidade
de ensino, exige‐se uma reestruturação curricular, uma reorganização dos tempos e
espaços da escola, com investimentos na formação continuada de professores. O
aprimoramento docente, tanto na dimensão profissional quanto na dimensão das
relações pessoais, requer uma coordenação pedagógica efetiva capaz de viabilizar
tais procedimentos.
Orientação Didático‐metodológica para a Educação tecnológica: o contexto
das tecnologias da informação e comunicação (TICs) na educação tem apoio no
Núcleo de Tecnologia Municipal – NTEM, que orienta e implementa a inserção das
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mesmas na prática pedagógica das escolas municipais, visando o acesso e a produção
crítica e criativa do conhecimento permeado pelas mídias. A inserção efetiva das TICs
na escola visa a melhoria na qualidade do processo ensino‐aprendizagem, a busca de
uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico e o preparo do aluno
para o exercício da cidadania.
A utilização das TICs, integrada às práticas escolares, deve estar articulada e
respaldada no projeto pedagógico da escola. A articulação pedagógica das atividades
de aprendizagem, através das TICs, considera o nível de desenvolvimento do aluno,
nos diferentes níveis e modalidades do Ensino. Possibilita a transdisciplinaridade e a
inovação nas práticas pedagógicas, quando o professor passa a ser o mediador,
estimulando e motivando seus alunos para o conhecimento e a aprendizagem
A efetiva inserção das TICs no processo pedagógico possibilita uma ação
interdisciplinar, integrando as diferentes áreas do conhecimento e possibilitando
aprendizagens significativas, através de uma nova linguagem pedagógica, facilitando
o desenvolvimento das habilidades de comunicação e de estruturas cognitivas no
aluno.
A inclusão digital de profissionais da educação é fundamental para
acompanhar o impacto das novas tecnologias na sociedade e na educação. Sua
utilização na prática pedagógica é uma das condições para o processo de inclusão
social dos alunos.
Orientação Didático‐metodológica para a Educação Especial: o Atendimento
Educacional Especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando as suas necessidades específicas.
Conforme orientações estabelecidas pela Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), em todos os níveis, etapas e
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modalidades da educação básica, a educação especial, por meio do Atendimento
Educacional Especializado, é organizada para apoiar o desenvolvimento dos alunos.
Na educação infantil, a metodologia baseia‐se na postura lúdica, no acesso às
formas diferenciadas de comunicação, na riqueza de estímulos nos aspectos físicos,
emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças,
primando pela afetividade nas relações interpessoais, pelo respeito e a valorização da
criança.
No ensino fundamental, a dimensão pessoal deverá ser valorizada, abarcando
a necessidade de acolhida democrática, pela escola, das diversidades e
peculiaridades de gênero, étnicas, etárias, regionais, socioeconômicas, culturais,
psicológicas e físicas das pessoas, ou seja, com respeito às idiossincrasias.
Na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, as
ações da educação inclusiva possibilitam a ampliação de oportunidades de
escolarização, formação para ingresso no mundo do trabalho e efetiva participação
social.
A interface da educação especial na educação indígena, do campo e
quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional
especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos, construídos com base nas
diferenças socioculturais desses grupos.
Nos casos de escolarização em classe hospitalar ou em ambiente domiciliar, o
Atendimento Educacional Especializado é ofertado aos alunos público alvo da
educação especial.
As atividades desenvolvidas no Atendimento Educacional Especializado
diferenciam‐se daquelas realizadas na sala de aula comum. Não devem representar
uma repetição dos conteúdos curriculares desenvolvidos em sala de aula, mas, sim,
caracterizarem‐se como procedimentos específicos, de acordo com a necessidade do
aluno, para a mediação do processo de aprendizagem dos mesmos. Assim sendo, na
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sala de recursos multifuncional não são trabalhados conteúdos específicos de
Matemática ou Geografia, por exemplo, mas habilidades que são necessárias para
dar suporte ao aluno para que construir conhecimentos nessas disciplinas, entre
outras. Neste sentido, esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação
dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela e, portanto,
não são substitutivas à escolarização.
As atividades do Atendimento Educacional Especializado são realizadas
mediante a atuação do professor com formação especifica com graduação em
educação especial e que o habilite para o ensino da Língua Brasileira de Sinais, da
Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do
Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da
comunicação aumentativa e alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais
superiores, das atividades de estimulação visual, dos programas de enriquecimento
curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da
utilização de recursos ópticos e não ópticos, tecnologia assistiva e outros recursos e
ajudas técnicas.
Quanto ao atendimento das necessidades específicas, relacionadas às altas
habilidades/superdotação, conforme o Decreto nº 6.571/2008, este deve ser
desenvolvido com atividades de enriquecimento curricular nas escolas de ensino
regular, em articulação com as instituições de ensino superior, profissional e
tecnológica, de pesquisa, de artes, de esportes, entre outros.
Orientação Didático‐metodológica para Educação do campo: a educação do
campo articula seus conteúdos, a abordagem de temas abrangentes e
contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem
como na esfera individual. Trabalha temas como saúde, sexualidade e gênero, vida
familiar e social, os direitos das crianças e adolescentes, preservação do meio
ambiente, educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia,
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e diversidade cultural. Tais temas transversais devem permear o desenvolvimento
dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo.
Para as Escolas do Campo, as práticas pedagógicas devem incluir atividades
que contemplem o cultivo de ervas medicinais e sua utilização; combate de pragas
nos pomares, hortas e lavouras, de forma ecologicamente correta; produção
orgânica; viveiro de mudas (hortaliças e jardinagem); artesanato ( corda, couro, vime,
pintura em tecido e crochê), agroindústrias (doces, salgados, conservas, pães,
cucas...); turismo e lazer; preservação do meio ambiente; desenvolvimento
sustentável; agricultura familiar.
A metodologia a ser adotada na RME, além de atender aos requisitos gerais
descritos, deve adequar‐se às especificidades de cada nível ou modalidade de ensino,
levando em conta as diferentes realidades, seja da Educação Infantil, Ensino
Fundamental ou EJA.
7.2 AVALIAÇÃO
A avaliação escolar na RME assume um caráter processual, participativo,
formativo, contínuo, cumulativo e diagnóstico; portanto, visa redimensionar a ação
pedagógica. Compreende a dimensão da aprendizagem, da instituição, interna e
externamente e das redes de Educação Básica, conforme a Resolução CNE/CEB nº
04/2010.
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7.2.1 Dimensões e Conceitos
Se a escola é o lugar da construção da autonomia e da cidadania, a avaliação
dos processos, sejam eles de aprendizagem, da dinâmica escolar ou da própria
instituição, não deve ficar sob a responsabilidade apenas de um ou de outro
profissional; é uma responsabilidade tanto da coletividade como de cada um, em
particular.
A avaliação é uma atividade orientada para o futuro. Avalia‐se para tentar
manter ou melhorar a atuação futura. Essa é a base da distinção entre medir e
avaliar. Medir refere‐se ao presente e ao passado e visa obter informações a respeito
do progresso efetuado pelo educando. Avaliar refere‐se à reflexão sobre as
informações obtidas com vistas a planejar o futuro. Portanto, medir não é avaliar,
ainda que o medir faça parte do processo de avaliação. Avaliar a aprendizagem do
educando não começa e muito menos termina quando atribuímos uma nota à
aprendizagem.
Conforme a Resolução CNE/CEB n° 4/2010, Seção I, Art. 47, “a avaliação da
aprendizagem baseia‐se na concepção de educação que norteia a relação professor‐
estudante‐conhecimento‐vida em movimento, devendo ser um ato reflexo de
reconstrução da prática pedagógica avaliativa (...)”
A avaliação é parte do processo pedagógico. Este processo inclui outras ações
que implicam na própria formulação dos objetivos da ação educativa, na definição de
seus conteúdos e métodos, entre outros. A avaliação, portanto, sendo parte de um
processo maior, deve ser usada tanto no sentido de um acompanhamento do
desenvolvimento do educando como no sentido de uma apreciação final sobre o que
este educando pode obter em um determinado período, sempre com vistas a
planejar ações educativas futuras.
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Neste sentido, entende‐se que a avaliação implica o coletivo da escola e
possibilita a indicação de caminhos mais adequados e satisfatórios para a ação
pedagógica. Em outras palavras, a avaliação não pode ser um mecanismo para
classificar, excluir ou promover o aluno, mas um parâmetro da ação pedagógica que
toma os erros e os acertos como elementos sinalizadores.
Segundo Hoffmann, se faz necessário enfatizar a importância da avaliação tal
como ela deve ser, um instrumento reflexivo que auxilia na mudança de postura para
alcançar um maior desenvolvimento. "... Tentamos várias vezes descobrir melhores
soluções para determinado problema e amadurecemos a partir de algumas tentativas
frustradas. Ora, se tal é o sentido da avaliação na vida, esse não é o sentido da
avaliação na escola." (HOFFMANN, 2003, p.148)
Sendo assim, é possível concebermos uma perspectiva de avaliação cuja
vivência seja marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da
autonomia, da mediação, da participação, da construção da responsabilidade com o
coletivo.
Tal perspectiva de avaliação alinha‐se com a proposta de uma escola mais
democrática, inclusiva, que considera as infindáveis possibilidades de realização de
aprendizagens por parte dos educandos. Esta concepção de avaliação parte do
princípio de que todas as pessoas são capazes de aprender e de que as ações
educativas, as estratégias de ensino, os conteúdos das disciplinas devem ser
planejados a partir dessas infinitas possibilidades de aprender dos educandos.
Os educandos aprendem de variadas formas, em diferentes tempos, a partir
de suas vivências pessoais e experiências anteriores. Entende‐se que o papel da
escola é de incluir, de promover crescimento, de desenvolver possibilidades, para
que os sujeitos realizem aprendizagens significativas, de socializar experiências, de
perpetuar e construir cultura.
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Esta perspectiva exige uma prática avaliativa cujas funções sejam bem
definidas e que não devem ser concebida como algo distinto do processo de
aprendizagem. Entender e realizar uma prática avaliativa processual é pautar o
planejamento dessa avaliação, bem como construir seus instrumentos, partindo das
interações que vão se construindo no interior da sala de aula, com os alunos e suas
possibilidades de entendimentos dos conteúdos que estão sendo trabalhados.
A avaliação da aprendizagem é processual porque envolve o
acompanhamento do educando durante todas as etapas do trabalho, com o objetivo
de nortear a relação professor, aluno e conhecimento, com vistas à reconstrução da
prática pedagógica.
Perrenoud (1999, p. 143) define a avaliação formativa como “um dos
componentes de um dispositivo de individualização dos percursos de formação e de
diferenciação das intervenções e dos enquadramentos pedagógicos”.
Outro aspecto fundamental de uma avaliação formativa diz respeito à
construção da autonomia por parte do aluno, na medida em que lhe é solicitado um
papel ativo em seu processo de aprender. Ou seja, a avaliação formativa, tendo
como foco o processo de aprendizagem, numa perspectiva de interação e de diálogo,
coloca também no aluno, e não apenas no professor, a responsabilidade por seus
avanços e suas necessidades. Para tal, é necessário que o aluno conheça os objetivos
que deverá alcançar, bem como os critérios que serão utilizados para verificar e
analisar seus avanços de aprendizagem. Nessa perspectiva, a autoavaliação torna‐se
uma ferramenta importante, capaz de propiciar maior responsabilidade aos
estudantes acerca de seu próprio processo de aprendizagem e de construção da
autonomia.
A avaliação formativa é aquela em que o professor está atento aos processos e
às aprendizagens de seus alunos. Dentro de uma lógica formativa e emancipatória, a
expressão do resultado é uma decorrência do processo e não o seu fim último. O
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professor entende que a avaliação é essencial para dar prosseguimento aos percursos
de aprendizagem. Portanto, o caráter formativo da avaliação considera o progresso
individual que retrata as qualidades necessárias para a sua formação escolar.
A avaliação, como diagnóstico, é um processo de pesquisa, de investigação, de
permanente indagação, de diagnóstico constante, que encaminha e orienta o
planejamento e a organização curricular como um todo. Permite ao
educando/educador recriar, refazer, criar, propor, envolvendo mais do que
conhecimentos, incorporando a dimensão ética e social.
O caráter participativo se dá principalmente pela responsabilidade
compartilhada de todos os envolvidos no processo e pelo desenvolvimento da
autonomia do educando.
O aspecto cumulativo diz respeito ao conjunto de conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores que, de forma articulada, projetam o desempenho na
aprendizagem.
Assim, a Avaliação na RME tem por objetivos:
a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar
problemas de ensino;
b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens, de acordo
com as necessidades dos alunos, criando condições de intervir de modo imediato e
em mais longo prazo, para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente;
c) manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;
d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de
avaliação, inclusive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos,
sempre que as reivindicações forem procedentes.
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7.2.2 Instrumentos de Avaliação
Orienta‐se a avaliação para a utilização de vários instrumentos e
procedimentos: a observação, o registro descritivo e reflexivo, os trabalhos
individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros.
O procedimento a ser adotado deve considerar a adequação à faixa etária e às
características de desenvolvimento do educando. Prevalecem os aspectos
qualitativos da aprendizagem do aluno sobre os quantitativos, bem como os
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais, tal com
determina a alínea "a", do inciso V, do art. 24, da Lei nº 9.394/96.
No processo de avaliação a escola deve:
‐ assegurar tempos e espaços diversos para que os alunos com menor
rendimento tenham condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo;
‐ prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência paralelos
ao período letivo, como determina a Lei nº 9.394/96;
‐ assegurar tempos e espaços de reposição dos conteúdos curriculares, ao
longo do ano letivo, aos alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que
possível, a retenção por faltas;
‐ possibilitar a aceleração de estudos para os alunos com defasagem idade‐
série.
Os procedimentos de avaliação, adotados pelos professores e pela escola,
serão articulados às avaliações realizadas em nível nacional e às congêneres nos
diferentes Estados e Municípios (Avaliação Externa e Avaliação Institucional). Estas
avaliações têm o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas no esforço
de melhoria da qualidade da educação e da aprendizagem dos alunos. A análise do
rendimento dos alunos, com base nos indicadores produzidos por essas avaliações,
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deve auxiliar os sistemas de ensino e a comunidade escolar a redimensionar as
práticas educativas, com vistas ao alcance de melhores resultados.
É importante ressaltar, também, que os resultados advindos da aplicação dos
instrumentos são provisórios e não definitivos. O que o aluno demonstrou não
conhecer em um momento poderá vir a conhecer em outro. A questão do tempo de
aprendizagem de cada aluno é um fator, na maioria das vezes, pouco levado em
consideração.
A simples utilização de instrumentos diferenciados de provas e testes
(memorial, portfólio, caderno de aprendizagens, etc.) já propicia uma vivência de
avaliação distinta da tradicional.
Os instrumentos que serão usados no processo de avaliação devem partir de
uma especificação muito clara do que se pretende avaliar, bem como a sua
elaboração, que deve considerar alguns aspectos importantes:
a) a linguagem a ser utilizada: clara, esclarecedora, objetiva;
b) a contextualização daquilo que se investiga: em uma pergunta sem contexto
podemos obter inúmeras respostas e, talvez, nenhuma relativa ao que, de fato,
gostaríamos de verificar;
c) o conteúdo deve ser significativo, ou seja, deve ter significado para quem
está sendo avaliado;
d) estar coerente com os propósitos do ensino;
e) explorar a capacidade de leitura e de escrita, bem como o raciocínio.
Os instrumentos devem ser utilizados ou construídos com a finalidade de
acompanhar a aprendizagem dos educandos, em vez de fazer uma medição pontual
do seu desempenho.
Sendo assim, deve‐se ter clareza de que a prática avaliativa deve ser coerente
e só pode existir a partir do registro dos processos, das descobertas, das tentativas,
dos percursos. Isso significa legitimar um saber elaborado a partir da prática.
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Sobretudo, é indispensável à elaboração de instrumentos e procedimentos,
tais como: trabalhos individuais e coletivos, portfólios, exercícios, provas,
questionários, observação, acompanhamento contínuo, registro e reflexão
permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem, dentre outros, tendo em
conta a sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do
educando.
A partir da análise do rendimento dos alunos, com base nos indicadores
produzidos pela avaliação, o professor, a comunidade escolar e o sistema de ensino
deverão redimensionar as práticas educativas, com vistas ao alcance de melhores
resultados.
7.2 3 Avaliação Institucional
Democratizar a gestão na escola possibilita o crescimento e a melhoria de toda
a escola e dos agentes nela inseridos. No entanto, ainda são muitos os desafios que
rodeiam a efetivação da gestão democrática nos espaços educacionais.
Adotando a gestão democrática, a escola define o rumo de seus
encaminhamentos, promovendo a participação de todos, preservando e construindo
sua identidade e autonomia pedagógica, administrativa e financeira.
Toda instituição de ensino necessita de estratégias que a organizem como um
espaço escolar, no que diz respeito à missão, objetivos, metas, metodologia, currículo
e avaliação. Neste aspecto, o projeto político‐pedagógico da escola torna‐se
estratégia indispensável e insubstituível para a sua gestão democrática, direcionando
os caminhos que a mesma irá trilhar.
O projeto político‐pedagógico precisa ser articulado, direcionado e executado
com responsabilidade, consciência, fundamentação, participação e preparo de todos,
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com o entendimento essencial de que esse trabalho vai muito além de um simples
documento burocrático.
A avaliação institucional é um instrumento para diagnosticar o processo de
efetivação do projeto político‐pedagógico, pois aponta para a discussão do processo
de melhoria da escola.
Reafirma‐se que a avaliação institucional é realizada nas escolas da rede
municipal, anualmente, servindo como ferramenta de gestão, no sentido de
direcionar as práticas educativas da escola, pois a tomada de decisão deve‐se apoiar
no conhecimento institucional que a avaliação proporciona.
Assim, o instrumento de avaliação institucional seguirá orientações da
mantenedora, sendo construído pela escola, em conjunto com o conselho escolar.
7.2.4 Avaliação do Sistema Público Municipal
As avaliações em larga escala, ou de sistema, possuem como objetivo subsidiar
a escola e os sistemas educativos de informações mais gerais referentes à educação.
Neste tipo de avaliação, a análise dos resultados de desempenho dos alunos é vista
em seu conjunto, permitindo a verificação, por extensão, do desempenho da escola e
dos sistemas de ensino. Esses resultados, sintetizados por meio de relatórios,
fornecem informações que permitem a adoção de programas e projetos voltados à
melhoria da qualidade educacional da instituição avaliada.
Atualmente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio
Teixeira” (INEP), que é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Educação
(MEC), possui a missão de promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema
Educacional Brasileiro, com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de
políticas públicas para a área educacional, a partir de parâmetros de qualidade e
equidade, bem como produzir informações claras e confiáveis aos gestores,
pesquisadores, educadores e público em geral.
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Para gerar seus dados e estudos educacionais, o INEP realiza levantamentos
estatísticos e avaliativos em algumas etapas da educação básica, entre elas:
• Provinha Brasil: é uma avaliação diagnóstica do nível de alfabetização das
crianças matriculadas no 2º ano de escolarização das escolas públicas brasileiras. Esta
avaliação acontece em duas etapas, uma no início e a outra ao término do ano letivo.
A Provinha Brasil tem como objetivos avaliar o nível de alfabetização dos educandos.
Assim, oferece à rede de ensino um diagnóstico da alfabetização e colabora para a
melhoria da qualidade de ensino e redução das desigualdades educacionais, em
consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas diretrizes municipais.
• Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb): é composto por duas
avaliações complementares, a Aneb e a Anresc (Prova Brasil). A avaliação
denominada Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) permite produzir
resultados médios de desempenho por amostras e promover estudos que
investiguem a equidade e a eficiência dos sistemas e redes de ensino, por meio da
aplicação de questionários.
A avaliação denominada Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC)
(Prova Brasil), realizada a cada dois anos, avalia as habilidades em Língua Portuguesa
(foco na leitura) e em Matemática (foco na resolução de problemas). É aplicada
somente a estudantes de 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano de escolas da rede pública
de ensino com mais de 20 estudantes matriculados por série alvo da avaliação. Tem
como prioridade evidenciar os resultados de cada unidade escolar, com o objetivo de
contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, para a redução de desigualdades e
democratização da gestão do ensino público. Busca, ainda, o desenvolvimento de
uma cultura avaliativa que estimule o controle social sobre os processos e resultados
do ensino.
A Prova Brasil fornece médias de desempenho para o Brasil, regiões e
unidades da Federação, para cada um dos municípios e para as escolas participantes.
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Uma avaliação de sistema, para ser efetiva, exige a construção de uma Matriz
de Referência que garanta transparência e legitimidade ao processo, informando aos
interessados o que será avaliado. Sendo assim, pode‐se afirmar que as Matrizes de
Referência descrevem o conteúdo a ser avaliado em cada área/disciplina, informando
as competências e habilidades esperadas do aluno por certo período de tempo.
A Matriz de Referência é composta por um conjunto de descritores que, como
o próprio nome diz, descrevem os desempenhos esperados em cada ano escolar.
Esses descritores são formados com base no que se pretende avaliar e, por isso,
explicitam o conteúdo e a habilidade necessária para a realização da atividade
proposta.
É importante lembrar que, para compor uma Matriz de Referência, leva‐se em
conta as habilidades fundamentais ao término de determinado ano escolar, além de
considerar os conteúdos que podem ser avaliados por meio de testes objetivos.
A Matriz de Referência é um “recorte” da Matriz Curricular. A diferença que
existe entre as duas é que a primeira serve como referência ao processo avaliativo e a
segunda é utilizada como instrumento orientador da explicitação dos conteúdos, das
orientações pedagógicas, da seleção de estratégias, etc.
O conjunto dessas avaliações identifica as maiores fragilidades no
desempenho escolar e as escolas que necessitam de maior atenção e apoio
financeiro e de gestão.
O resultado é expresso pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB). O mesmo pretende ser o termômetro da qualidade da educação do Município
de Santa Maria, combinando dois indicadores: fluxo escolar (passagem dos alunos
pelas séries sem repetir, avaliado pelo Programa Educacenso) e desempenho dos
estudantes, avaliado pela Prova Brasil.
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O IDEB é um dos eixos do PDE que permite realizar uma transparente
prestação de contas para a sociedade, de como está a educação em nossas escolas,
sendo o indicador usado para as políticas educacionais municipais.
Avaliação na Educação Infantil ‐ a avaliação do trabalho educativo na
Educação Infantil consiste em um processo contínuo, fundamentado na criança como
referência dela própria. A avaliação dispensa níveis comparativos entre as crianças e
tem como objetivo principal a orientação do profissional de Educação Infantil no
realinhamento de suas intervenções. De acordo com o art. 31 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional n.º9.394/96, a avaliação da criança na Educação Infantil
"far‐se‐á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental".
A avaliação focaliza as necessidades e experiências infantis, considerando os
diferentes momentos do desenvolvimento, bem como os aspectos referentes ao seu
universo cultural e, nesta perspectiva, é necessário ressignificar a avaliação na
Educação Infantil. Desta forma, a avaliação deve avançar de um caráter constatativo
para uma postura investigativa, na busca de entendimento do processo de
desenvolvimento infantil compreendido de forma integrada. Assim, o profissional
que atua na Educação Infantil necessita de um olhar sensível e abrangente sobre a
criança para superar concepções classificatórias, comportamentalistas e práticas
descontextualizadas, que impedem a percepção do significado da aprendizagem e do
desenvolvimento da criança como processos em permanente construção.
O desafio posto está na mediação, entendido como intervenção necessária,
que busca uma articulação significativa entre os conceitos construídos pela criança e
a realidade que a cerca. De acordo com Hoffmann (1996, p. 48), "a avaliação em
Educação Infantil precisa resgatar urgentemente o sentido essencial de
acompanhamento do desenvolvimento infantil, de reflexão permanente sobre as
crianças em seu cotidiano como elo da continuidade da ação pedagógica". É preciso
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pensar a organização de instrumentos que possibilitem acompanhar o tempo da
criança em ser e em se desenvolver na instituição, revelando a sua trajetória, as
curiosidades manifestadas, os avanços progressivamente alcançados, a sua relação
com outras crianças e adultos, o que não irá se encerrar no julgamento das ações,
mas no que se observou, analisou, refletiu e apontou sobre o caminho percorrido,
sendo este, também, ponto de reorganização da prática educativa.
Daí a necessidade do registro das ações que se evidenciam no cotidiano do
trabalho, sendo estes relatórios, fotos, gravações em áudio e vídeo, materiais
produzidos pelas crianças e diários, entre outros, alternativas atualmente utilizadas,
que subsidiam a reflexão no processo avaliativo. Entende‐se que as observações têm
caráter provisório, devido ao ritmo de desenvolvimento, às formas de pensamento,
às conquistas de aprendizagem da criança, que se dão em um processo dinâmico e
que se modificam pelas relações que se estabelecem no cotidiano.
Portanto, a avaliação é apresentada em sua dimensão formadora, que não
concebe a fragmentação do sujeito, mas atua sob o caráter gradativo do processo de
desenvolvimento da criança, das suas necessidades individuais e do grupo. Esses são
indicadores fundamentais em relação ao processo de avaliação, a serem
considerados na elaboração dos projetos pedagógicos
Avaliação na EJA ‐ pautado no princípio da educação que valoriza a
diversidade e reconhece as diferenças, o processo avaliativo, como parte integrante
da práxis pedagógica, deve estar voltado para atender às necessidades dos
educandos, considerando o seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na
formação da cidadania e na construção da autonomia. Não é um sistema
classificatório, mas sim o acompanhamento de desempenho do aluno frente às
aprendizagens. Portanto, o caráter formativo prevalece, sem desmerecer a educação
científica.
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Avaliação na Educação Especial ‐ a avaliação educacional, como um processo
dinâmico que considera tanto o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto as
possibilidades de aprendizagem futura, configura‐se em uma ação pedagógica
processual e formativa, que analisa o desempenho idiossincrático em relação ao seu
progresso individual. Prevalecem, nesta avaliação, os aspectos qualitativos que
indiquem as intervenções pedagógicas do professor.
Nesta perspectiva, enfatiza‐se que a avaliação não existe por si, mas para a
atividade a qual serve (LUCKESI, 1996) e, portanto, deve servir para auxiliar e orientar
os profissionais da educação na tomada de decisões que contribuam para o
aprimoramento de respostas adequadas às necessidades dos alunos. Deste modo, a
avaliação da aprendizagem baseia‐se na concepção de educação que norteia a
relação professor–aluno–conhecimento–vida em transformação e movimento,
devendo ser um ato reflexo da (re)construção da prática pedagógica, premissa básica
e fundamental para questionar o educar, transformando a mudança em ato, acima
de tudo, político. A validade da avaliação, na sua função diagnóstica, liga‐se à
aprendizagem, possibilitando ao aluno (re)criar, (re)fazer o que aprendeu, propor e,
neste contexto, aponta para uma avaliação global, que perpassa os aspectos
quantitativos, porque identifica o desenvolvimento da autonomia deste, que é
indissociavelmente ético, social e intelectual.
Em nível operacional, a avaliação da aprendizagem possui, como referência, o
conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, e emoções que os sujeitos
do processo educativo projetam para si, de modo integrado e articulado com aqueles
princípios definidos para a educação básica, redimensionados para cada uma de suas
etapas, bem como no projeto pedagógico da escola.
A avaliação na educação infantil, atendendo o público alvo da educação
especial, é realizada mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da
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criança, sem o objetivo de promoção, mesmo em se tratando de acesso ao ensino
fundamental.
A avaliação da aprendizagem no ensino fundamental, de caráter formativo
predominando sobre o quantitativo e classificatório, adota uma estratégia de
progresso individual e continuo, que favorece o crescimento do aluno, preservando a
qualidade necessária para sua formação escolar. Assim, a avaliação dos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
deve ser sistematizada através de parecer pedagógico. A sistematização do parecer
deverá apresentar critérios específicos e personalizados às necessidades educacionais
especiais do aluno, elaborado pelo professor da classe regular, em conjunto com o
professor de Educação Especial e equipe pedagógica.
Na elaboração do parecer, deve‐se considerar todos os aspectos do
desenvolvimento da aprendizagem desses alunos. Além do rendimento ‐ entendido
como o que o aluno aprendeu na escola ‐ considera‐se a sua evolução, as conquistas
que fez, o desenvolvimento de suas habilidades e as suas necessidades específicas,
independentemente de que as tenha logrado na escola ou fora dela.
A análise qualitativa das informações reunidas servirá como subsídio para a
tomada de decisões: para a escola, servirá na organização das ajudas de que os
alunos necessitam para progredir; para os alunos, servirá para o sucesso de sua
aprendizagem, o desenvolvimento de suas habilidades e competências. Neste
contexto, a avaliação final deve conter a indicação de permanência ou avanço na
escolaridade, estabelecendo consenso entre os professores, a equipe diretiva, a
família dos alunos envolvidos e lavrado em ata.
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8 ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES
A ação disciplinar fundamenta‐se em reflexões sobre o mundo
contemporâneo, culturas e vivências de valores morais e éticos, pois convive‐se
atualmente com a incerteza, com a insegurança do discernimento entre o certo e o
errado. Os problemas e conflitos atuais evidenciam, a cada dia, a urgência de
ressignificar a concepção de disciplina, resgatar a compreensão de seu papel
formador e utilizá‐la em toda sua potencialidade educativa.
No centro desta crise, encontram‐se duas das principais agências educativas
em nossa sociedade, a família e a escola. Como alerta Tânia Zagury (2005) “...a
questão dos limites com segurança, a formação ética (...), a não‐aceitação
firme ao desrespeito aos mais velhos e mais fracos (...) Os pais (educadores)
devem (...) reassumir o quanto antes o seu papel de formadores de cidadãos,
abandonando a postura superprotetora cega e a crença de que amar é aceitar
toda e qualquer atitude dos filhos (educandos), satisfazer todos os seus
desejos, não criticar o que deve ser criticado e nunca responsabilizá‐los por
atitudes antissociais. Enquanto é tempo...”
A família, sendo o primeiro contexto de socialização, exerce grande influência
sobre a criança e o jovem. A atitude dos pais e suas ações na criação dos filhos são
aspectos que interferem no desenvolvimento individual e, por conseguinte, têm
repercussão na personalidade. É, portanto, de suma importância que o contexto
familiar seja encarado como contexto de formação ética a ser construída. A
aproximação da escola‐família é essencial na formação da população adulta,
esclarecendo sobre os mais variados temas que contribuem no processo educacional
das crianças e jovens.
No contexto escolar e na família, a convivência com atitudes justas e
coerentes, o esclarecimento de regras e o estabelecimento de limites ajudam a
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constituir uma personalidade pautada nesses princípios. É inegável o impacto que a
educação familiar, assim como a educação escolar, tem sobre o indivíduo, do ponto
de vista cognitivo, afetivo e moral.
O poder da educação familiar sobre a formação da personalidade do indivíduo,
no entanto, não é absoluto e irrestrito, visto que existem outros espaços de interação
significativos, que também poderão influenciar neste processo. E a escola é, sem
dúvida, espaço privilegiado de interação e de formação.
Ressalta‐se a disciplina, tanto na familia, como na escola, como fundamental
na formação de pessoas de caráter sólido, responsáveis, íntegras, solidárias.
Reconhece‐se que, sem um ambiente organizado que possa contribuir para a
harmonia e o equilíbrio interno do educando, não é possível desenvolver o trabalho
educativo desejado. Um dos caminhos deste aprendizado está no conhecimento de
moral e ética, compromisso da escola.
Moral e ética não se confundem, mas se complementam. Para La Taille (2002),
a ética engloba a moral e, portanto, nenhuma educação moral que queira ser bem‐
sucedida poderá prescindir de formação ética. A moral relaciona‐se aos deveres e a
ética à busca de uma vida que “vale a pena ser vivida”. Aqui se estabelece a relação: a
ação moral do indivíduo encontra suas raízes nas opções éticas que este possui.
Neste sentido, a moral, por ser composta de regras, relaciona‐se diretamente
com a disciplina escolar, que explicita o que se deve e o que não se deve fazer.
Entretanto, as regras possuem certos limites: primeiro, não explicitam, em si, a razão
de ser, o porquê dos deveres; segundo, as regras geralmente só se aplicam a
determinado número de situações. Assim, há que se recorrer aos princípios morais
para superar esta limitação das regras. Os princípios morais serão como bússola a
orientar o lugar a que se quer chegar.
A legitimidade dos limites dá‐se em função do bem‐estar de todos e da
convivência saudável. A capacidade de compreendê‐los, incorporá‐los e respeitá‐los
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também é condição essencial para o desenvolvimento humano, especialmente na
formação da personalidade e do caráter.
Os limites a serem respeitados, nos quais se delineia o limite normativo, criado
e exigido pela sociedade, em geral, são considerados nas definições disciplinares no
âmbito da escola. Neles estão as regras sociais de convivência. São aprendidos e
adquiridos na convivência social; portanto, têm origem externa ao indivíduo.
Uma educação moral efetiva é aquela que possibilita a superação da
heteronomia – agir conforme o dever. Na conquista da autonomia, tem‐se uma
apropriação racional dos valores e das regras.
Assim, os princípios de convivência, traduzidos em normas disciplinares,
devem ser desenvolvidos a partir de estratégias organizacionais, pedagógicas e
metodológicas, adequadas aos diferentes momentos do processo de
desenvolvimento do educando e, consequentemente, aos níveis de ensino e as
etapas que os constituem, considerando:
1. o estágio inicial da evolução da criança ‐ da anomia e da ética pré‐
convencional ‐ quando ainda não compreende as regras e não considera leis ou
normas, mas unicamente o interesse e a vontade pessoais;
2. o estágio seguinte ‐ da heteronomia e da ética convencional – da prática das
regras sem necessariamente compreendê‐las, quando o educando cumpre as ordens,
faz as tarefas, respeita o horário, mas em função e a partir da referência externa do
adulto, em quem confia, a quem respeita e, geralmente, admira e ama;
3. o estágio mais evoluído ‐ da autonomia e da ética do amor universal – da
capacidade de se autogovernar pela interiorização das regras e do agir pautado na
solidariedade, do assumir as atitudes e se relacionar com as pessoas e a serviço de
todas as expressões de vida.
Pode‐se inferir, pois, que a autodisciplina, o direcionamento das energias rumo
aos projetos de vida e a metas éticas, voltadas para o bem comum, são desenvolvidos
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por meio de um processo interno que se constrói gradativamente pela experiência
vivida num ambiente disciplinado e disciplinador. A disciplina contribui para o
exercício da autodisciplina. Assim, a disciplina é condição e pilar para uma formação
integral, alicerçada em ética, respeito e responsabilidade, que expressam um caráter
sólido.
Há ainda uma terceira concepção de limite, segundo La Taille (2003), no
sentido do impor limites como proteção da intimidade e do segredo. Como o impor
limites garante a privacidade de cada um, é necessário reconhecer que a escola e
também a família são espaços de vital importância para que a criança e o jovem
aprendam a construir limites que protejam a sua intimidade. Certamente, esses
espaços – família e escola ‐ devem ser, ao mesmo tempo, espaços de respeito da
intimidade dos indivíduos.
Para uma educação ética e cidadã, a escola há de se constituir em espaço de
vivência da cidadania. Para que os alunos aprendam a respeitar os limites da
intimidade dos outros, é preciso que vivam em espaços que respeitam sua
intimidade.
A disciplina contribui, também, para a formação do educando como estudante,
desenvolvendo hábitos, atitudes e habilidades de aprendizagem e estudo. Segundo
Mello (2004, p. 150), “o papel da instituição escolar não é o de responder às
necessidades, aos motivos ou interesses que as crianças trazem para a escola. Tais
necessidades, ensinadas às crianças pela vida cotidiana, estão ligadas à sobrevivência
do indivíduo, mas, em geral, não criam nelas necessidades humanizadoras – como a
necessidade de conhecimento, a necessidade de expressão pela arte, a necessidade
da reflexão filosófica e a necessidade de um posicionamento ético – que contribuam
para que alcancem o máximo de desenvolvimento humano.” (2004 p. 150).
O papel da educação escolar consiste, então, em criar novas necessidades
humanizadoras. No que diz respeito à construção da personalidade ética, a escola
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deve ser, por excelência, espaço motivador de posturas éticas. Para tanto, define
claramente atitudes a serem valorizadas e vivenciadas por todos que fazem parte
dela, tais como a solidariedade, a cooperação, o respeito à diversidade e outros
valores que dignifiquem o ser humano.
Amparada na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Núcleo de Orientação
Disciplinar da SMED tem por objetivo dar suporte e auxiliar a escola no contato com o
aluno, a família e o Conselho Tutelar, nos casos de indisciplina e evasão escolar. Parte
dos princípios elencados no presente documento, estabelecendo ações para correção
do fluxo escolar, pois entende que a distância entre a casa do estudante e a escola é
motivador de ausências e provocador de indisciplinas e comportamentos alheios à
escola. Para isto verifica, junto às escolas, a relação de alunos com moradia distante,
entrando em contato com a família e ajustando transferências, se necessário,
dependendo de vaga.
Quanto ao controle da evasão escolar, orienta‐se que o professor encaminhe à
direção da escola o aluno com infrequência e esta busque informações junto à
família, registrando em ata o fato. Caso não seja solucionado o problema, a equipe
diretiva encaminha o registro oficial à SMED.
A SMED, através de seu Núcleo de Orientação Disciplinar, convoca a família
para uma reunião na Escola do(a) aluno(a), quando são esclarecidas as consequências
legais de uma Evasão Escolar e registra, em ata própria, as tratativas. Caso não ocorra
o comparecimento da família, encaminha‐se outra convocação para o responsável
pelo(a) aluno(a), agendando presença na SMED.
Ao persistirem as faltas do(a) aluno(a), o responsável é novamente convocado
para assinar o “Termo de Responsabilidade”. Não sendo cumprido o “Termo de
Responsabilidade”, o caso é encaminhado ao Conselho Tutelar, através da FICAI
(Ficha de Atendimento Individual).
Rua Ângelo Uglione, nº 1515 ‐ CEP: 97.010‐570 ‐ Telefone: 55 3222.3401 ‐ FAX: 55 3223.3770 educaçã[email protected]
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E D U C A Ç Ã O
Caso o Conselho Tutelar não obtenha sucesso no resgate do (a) aluno(a), a
SMED encaminha a situação à Procuradoria Especializada da Infância e da Juventude
para as devidas providências legais.
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E D U C A Ç Ã O
9 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR
A RME oferece os níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental
integrantes da Educação Básica.
Na educação Infantil, segundo a Resolução nº 02 do Conselho Municipal de
Educação, de 30/06/1999, que fixa normas para este atendimento no Sistema
Municipal de Ensino de Santa Maria, com fundamento no artigo 11, inciso III, da Lei
Federal nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, e nas Leis Municipais nº 4122, de
22/12/1997 e nº 4123, de 22/12/1997, a Educação Infantil é oferecida em:
I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de zero até três anos de
idade;
II – pré‐escolas, para crianças de quatro a seis anos.
§ 1º ‐ Para fins desta Resolução, entidades equivalentes a creches, às quais se
refere o inciso I deste artigo, são todas as responsáveis pela educação e cuidado de
crianças de zero a três anos de idade, independentemente de denominação e regime
de funcionamento.
§ 2º ‐ As instituições de Educação Infantil que mantém simultaneamente o
atendimento a crianças de zero a três anos em creches e de quatro a seis anos em
pré‐escola, constituirão Centros ou Escolas de Educação Infantil com denominação
própria.
§ 3º ‐ As crianças com necessidades especiais serão preferencialmente
atendidas na rede regular de creches e pré‐escolas, respeitado o direito de
atendimento adequado em seus diferentes aspectos.
A Educação Infantil na Rede Municipal de Ensino desenvolve‐se nas Escolas
Municipais de Educação Infantil (EMEIs), que atendem crianças a partir de seis meses,
em turmas de berçário, até seis anos, em turmas de pré‐escola. Considera‐se a
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E D U C A Ç Ã O
jornada de, no mínimo, 4 horas diárias em tempo parcial, e com duração igual ou
superior a 7 horas diárias no tempo integral.
Além das EMEIS, o atendimento pode se efetivar por meio de instituições
conveniadas e em Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) que ofereçam
turmas de Educação Infantil.
A organização das Escolas de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino
segue as orientações da Resolução nº 03\05 do CNE\CEB, que, em seu artigo 2º,
orienta para a adoção da seguinte nomenclatura, tendo como data base 31/03 do
corrente ano.
CRECHE PRÉ‐ESCOLA
DE ZERO AOS TRÊS ANOS (0 ‐3) DE QUATRO AOS SEIS ANOS (4 – 6)
Para garantir uma nomenclatura comum à organização desse nível de ensino
na Rede Municipal de Santa Maria, a Educação Infantil nas EMEIs organiza as turmas
de acordo com os Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil – v. 2
(2006) e a Resolução do Conselho Municipal de Educação nº 02, de 30\06\1999.
NÍVEL IDADE
BERÇÁRIO I DE ZERO A UM ANO (0‐ 1)
BERÇÁRIO II DE UM A DOIS ANOS (1 – 2)
MATERNAL I DE DOIS A TRÊS ANOS (2 – 3)
MATERNAL II DE TRÊS A QUATRO ANOS (3 – 4)
PRÉ‐ESCOLA A DE QUATRO A CINCO ANOS (4 – 5)
PRÉ‐ESCOLA B DE CINCO A SEIS ANOS (5 ‐ 6)
Segundo o Referencial Curricular Nacional, tão importante quanto pensar nos
agrupamentos por faixa etária é refletir sobre o número de crianças por grupos e a
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E D U C A Ç Ã O
proporção de adulto por crianças. Quanto menores as crianças, mais
desaconselhados são os grupos muito grandes, pois há uma demanda de
atendimento individualizado. Até os 12 meses, é aconselhável 8 crianças por adulto,
podendo‐se, porém, rever o número nos momentos de maior demanda.
Do primeiro ao segundo ano de vida, aproximadamente, aconselham‐se não
mais do que 8 crianças para cada adulto/professor, ainda com a ajuda de auxiliares
em determinados momentos. A partir do momento em que as crianças deixam as
fraldas até os 3 anos, pode‐se organizar grupos de 12 a 15 crianças por adulto e um
auxiliar.
Quando as crianças adquirem maior autonomia em relação aos cuidados e
interagem de forma mais independente com seus pares, entre 3 e 6 anos, é possível
pensar em grupos maiores, mas que não ultrapassem 20 crianças por professor.
Salientamos, porém que, em turmas de zonas rurais, o mínimo de crianças
para garantir a abertura de uma turma será analisado de acordo com as necessidades
da comunidade, garantindo, assim, o direito de todas as crianças frequentarem uma
Instituição de Ensino, independente da zona rural ou urbana.
A razão adulto/criança, porém, não pode ser um critério isolado. Mesmo
quando as proporções acima indicadas são respeitadas, há de se considerar que
grupos com muitas crianças dificultam um trabalho mais individualizado e criam um
ambiente inadequado. Outra questão de extrema importância a se observar é o
espaço, que deverá ser amplo, de acordo com o número de crianças e a faixa etária.
No Ensino Fundamental, com relação à nomenclatura para a organização do
Ensino Fundamental de 9 (nove) anos na Rede Municipal de Ensino, fica assim
estruturada:
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E D U C A Ç Ã O
ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS ANOS FINAIS
1º ano ao 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
Os anos iniciais, que integram cinco anos, atendem a criança a partir dos 6
anos de idade. Contam com um professor titular por turma, devidamente habilitado,
com carga horária mínima semanal de 20 horas.
Mesmo quando a escola, no uso de sua autonomia, fizer opção pelo regime
seriado, é necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como
um bloco pedagógico ou um ciclo sequencial, sendo esse período não passível de
interrupção, voltado para ampliar a todos os educandos as oportunidades de
sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o
prosseguimento dos estudos. Deve‐se assegurar a alfabetização e o letramento,
considerando a leitura e a sistematização da escrita, desde o primeiro ano do bloco
pedagógico. Assegura‐se, ainda, o desenvolvimento das diversas formas de
expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, da Literatura, da Música e
demais artes, da Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da
Ciência, da História e da Geografia.
O bloco pedagógico deve garantir a alfabetização e possibilitar a continuidade
da aprendizagem, levando em conta a complexidade do processo e os prejuízos que a
repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na
passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.
Os Anos Finais do Ensino Fundamental, compostos por quatro anos, são
estruturados em um currículo voltado para as diferentes disciplinas das áreas do
conhecimento, nos quais cada professor assume a disciplina específica de sua
formação.
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E D U C A Ç Ã O
Os professores deste segmento de Educação básica são lotados por disciplina,
segundo a sua habilitação, podendo atuar em mais de uma escola, para completar a
carga horária.
A EJA, no município de Santa Maria, é ofertada no Ensino Fundamental, de
forma presencial, no período noturno, também sendo incentivada no período diurno.
As etapas desse curso, relativas aos Anos Iniciais, somam uma carga horária mínima
de 1.400 horas e, nos Anos Finais, de 1.600 horas em cada uma das etapas. A carga
horária é distribuída em, pelo menos, 200 dias letivos e 800 horas anuais, de acordo
com a legislação vigente.
Considerando os objetivos da EJA, o educando terá a possibilidade de concluir
cada etapa em tempo inferior ao estabelecido, avançando a qualquer período do
ano, conforme seu desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem. O
avanço é amparado pelo Art. 24 da LDB, inciso V, letras b, c, referindo‐se ao
rendimento escolar do aluno, estabelecendo critérios.
A EJA é estruturada em quatro etapas assim organizadas:
• ETAPA I: Construção do código escrito;
• ETAPA II: Sistematização do código escrito e construção de conhecimentos
básicos do ensino fundamental;
• ETAPA III: Apropriação das diferentes áreas do conhecimento.
• ETAPA IV: Aprofundamento do conhecimento das diferentes áreas do saber.
As etapas I e II correspondem da alfabetização até o 5º ano do Ensino
Fundamental. As etapas III e IV correspondem aos anos finais do Ensino Fundamental.
Fica estabelecido que o número mínimo de alunos para abertura de turma na
EJA seja de 14 (Zona urbana) e 08 (zona rural), sendo o máximo de 25 para as etapas I
e II e de 30 para as etapas III e IV.
O curso presencial, na EJA, é destinado a alunos com idade mínima de 15 anos
completos, com duração total de quatro anos, divididos em etapas anuais.
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E D U C A Ç Ã O
O Poder Público deve viabilizar o acesso do jovem e do adulto, segundo a
LDBEN, Art. 37, a cursos e exames, tendo como referência a Base Nacional Comum e
a Parte Diversificada.
O tempo, na EJA, é organizado em módulos, de acordo com o Projeto Político‐
Pedagógico da Escola, desde que assegurado o cumprimento do mínimo de horas
letivas, conforme a legislação vigente. Deverão ser computados, nessa carga horária,
60min antecedentes ou subsequentes de orientações de estudos, projetos e
recuperação da aprendizagem, que constituem o módulo Semipresencial, previsto
em lei, de oferta obrigatória pela escola e presença facultativa para os alunos. As
aulas de orientação de estudos poderão ser divididas em 30min antecedentes e
30min subsequentes (totalizando os 60min) e serem aproveitadas para compensação
de ausência justificada às aulas da Base Nacional Comum.
Para o cumprimento das exigências legais e para atender a especificidade
dessa modalidade de ensino, o Calendário Escolar da EJA poderá ser diferenciado, de
acordo com a realidade da escola.
Na proposta curricular por módulos, é necessário que se equiparem os tempos
ocupados pelas Áreas do Conhecimento, permitindo, assim, a flexibilidade no
trabalho do professor, além de propiciar espaço para o desenvolvimento de ações
interdisciplinares.
A EJA funcionará em cinco (05) turnos semanais, sendo reservado um módulo
para a formação de professores e reuniões pedagógicas. Este módulo é computado
como ensino não presencial, orientado pelo professor, não acarretando prejuízo na
carga horária do educando.
O Atendimento Educacional Especializado constitui oferta obrigatória pelo
Sistema Municipal de Ensino e deve ser realizado:
• em turno inverso ao da classe comum;
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E D U C A Ç Ã O
• de acordo com os critérios pré‐estabelecidos nas Diretrizes Curriculares
Municipais;
• em horários estabelecidos pela escola ou sua mantenedora;
• prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou
em outra escola de ensino regular, podendo ser realizado também nos centros de
atendimento educacional especializado públicos e em instituições de caráter
comunitário, confessional ou filantrópico, sem fins lucrativos, conveniadas com a
Secretaria de Educação.
O número de alunos atendidos na sala de recurso multifuncional, através do
Atendimento Educacional Especializado, deve considerar os seguintes parâmetros:
• atendimento individual ou coletivo (até 05 por grupo);
• a realidade do(s) aluno(s);
• agrupamento por necessidades especiais semelhantes e mesma faixa etária;
atendimento de 50 minutos até 2 horas/dia, conforme Plano de Desenvolvimento
Individual do aluno.
Na sala de aula comum do ensino regular, poderá haver redução no número
de alunos, após análise da Secretaria Municipal de Educação, do profissional da
educação especial e da equipe gestora da escola, considerando:
• o número de alunos com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e/ou altas habilidades/superdotação incluídos na classe;
• a complexidade do diagnóstico / avaliação;
• a idade do aluno;
• as orientações da Secretaria de Município da Educação.
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E D U C A Ç Ã O
9.1 ESPAÇOS, TEMPOS E RECURSOS DE APRENDIZAGEM
A escola é um espaço e um tempo de vivências democráticas, na qual o cuidar
e o educar devem ser contemplados. À escola é atribuída a tarefa imensa de
favorecer aos estudantes a compreensão do movimento dialético que impregna as
relações entre o homem, a natureza e a cultura no continuum do tempo. Para exercer
esta tarefa, é necessário atentar para o tempo escolar e exercer uma mediação
pedagógica consciente. O tempo escolar, aqui entendido, compreende o período de
vivência pedagógica dos estudantes no ambiente escolar durante o curso básico. O
tempo escolar é o tempo pedagógico de aprendizagens significativas para toda a vida.
A proposta de reorganização do tempo e do espaço escolar insere‐se num processo
de reestruturação e de reavaliação do sistema educacional, buscando alcançar os
objetivos e as finalidades da educação. Para tanto, a construção das Diretrizes
Curriculares Municipais aponta para a reorganização da escola, ancorada numa
concepção de educação que contribui para a formação de pessoas, respeitando a
complexidade, o tempo e as aprendizagens de cada um e de todos.
Na educação Infantil, a Resolução nº 5/2009 do CNE/CEB orienta os sistemas
quanto ao horário de atendimento e a carga horária a ser respeitada:
• o funcionamento em período parcial implica o recebimento das crianças por,
no mínimo, quatro horas por dia;
• o funcionamento em período integral implica o recebimento das crianças por
até, no máximo, dez horas por dia;
• os horários de entrada e saída das crianças são flexíveis, a fim de atender às
necessidades de organização das famílias, podendo, portanto, exceder as orientações
anteriores;
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E D U C A Ç Ã O
• as instituições de Educação Infantil têm formas específicas de organização da
proposta pedagógica, do tempo, dos espaços, dos materiais, conforme o período de
atendimento.
O calendário letivo não precisa ater‐se ao da escola de Ensino Fundamental,
mas respeitar os dias de descanso semanal e os feriados nacionais, bem como
garantir o período anual de férias para crianças e funcionários.
Quanto à organização de turmas na educação infantil, consideram‐se os
seguintes parâmetros:
ETAPAS Nº DE CRIANÇAS POR PROFISSIONAL
BERÇÁRIO I (ZERO A UM ANO)
6 CRIANÇAS
BERÇÁRIO II (UM A DOIS ANOS)
6 A 8 CRIANÇAS
MATERNAL I (DOIS A TRÊS ANOS)
12 CRIANÇAS
MATERNAL II (TRÊS A QUATRO ANOS)
12 A 15 CRIANÇAS
PRÉ‐ESCOLA A (QUATRO A CINCO ANOS)
20 CRIANÇAS
PRÉ‐ ESCOLA B (CINCO A SEIS ANOS)
20 CRIANÇAS
No Ensino Fundamental, o tempo das escolas é organizado pelo calendário
escolar anual, que assegura o cumprimento da legislação vigente, sendo orientado
pela SMED, construído e discutido junto à comunidade e o Conselho Escolar e
aprovado pelo Conselho Municipal de Educação.
Os dias e horas letivos são definidos em turnos de trabalho. As escolas
determinam o turno de atendimento aos diferentes segmentos, anos iniciais e anos
finais, conforme a necessidade da comunidade, a demanda da região e os recursos
humanos disponíveis.
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E D U C A Ç Ã O
Nos anos iniciais, assegura‐se um ensino globalizado que contemple as
diferentes áreas do conhecimento e os objetivos de cada ano, conforme prevê o
Plano de Estudos.
Nos anos finais, o ensino é organizado por componentes curriculares da Base
Nacional Comum e da Parte Diversificada, com organização curricular semanal e
diária. A divisão do tempo é de atribuição da escola, conforme seu projeto político‐
pedagógico. Contudo, há de se considerar o cômputo da hora relógio para fins de
cumprimento do mínimo de horas letivas exigido por lei para conclusão de um ano,
assim como para assegurar o cumprimento mínimo de horas de regência do
professor, conforme seu regime de trabalho, de acordo com a legislação vigente.
As escolas da rede municipal definem sua matriz curricular considerando a
carga horária para cada área do conhecimento, eixo temático ou componente
curricular, conforme os seguintes parâmetros:
Ano/ Compo‐nente
Curricular
Língua Portuguesa
Língua Estrangeira
Artes EducaçãoFísica
Matemática Ciências História Geografia EnsinoReligioso
6º 3 a 4 h 2h a 3h 2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h 2 a 3h 2 a 3h 1h7º 3 a 4 h 2h a 3h 2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h 2 a 3h 2 a 3h 1h8º 3 a 4 h 2h a 3h 2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h 2 a 3h 2 a 3h 1h9º 3 a 4 h 2h a 3h 2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h 2 a 3h 2 a 3h 1h
Atendendo a Políticas Públicas que visam a ampliação da jornada de trabalho
como meio para se garantir melhor qualidade na aprendizagem, ao organizar a matriz
curricular a escola poderá ofertar componentes curriculares no contraturno. Esta
decisão deve considerar o Projeto Político‐Pedagógico, os recursos disponíveis e as
possibilidades de atendimento da escola e da SMED.
Na organização do espaço, a rede municipal de ensino atende parâmetros
legais para a distribuição de número de alunos por turma, obedecendo a proporção
de 1,20m² por aluno em cada sala. Para a organização das turmas, deve‐se levar em
conta o projeto pedagógico, as modalidades que oferta e a localização da escola.
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No ensino fundamental, recomenda‐se que o número de alunos, por turma,
observe os seguintes limites para escolas:
1° ano e 2º ano: de 20 a 25 alunos;
3° ao 5° ano: de 20 a 30 alunos;
6° ao 9° ano: de 20 a 35 alunos.
Na Educação de Jovens e Adultos, as turmas serão organizadas respeitando os
seguintes critérios:
Etapa 1 – 14 a 25 alunos;
Etapa 2 – 14 a 25 alunos;
Etapa 3 e 4 – 14 a 30 alunos.
Cabe a SMED a abertura de novas turmas, observando dados fornecidos pela
Central de Vagas, os recursos disponíveis e o número mínimo de alunos por turma,
recomendados pelo presente documento.
Na Educação do Campo, o tempo escolar prioriza a maior permanência do
aluno na escola, adequando o calendário escolar, proporcionando o aproveitamento
qualitativo deste tempo com atividades que favoreçam o desenvolvimento integral
do aluno.
A permanência do aluno na escola do campo implica na participação da
instituição em programas de material didático, merenda, transporte e acesso à
tecnologia, qualificação profissional, saúde e prevenção na escola, pensados e
direcionados para essa modalidade de ensino.
Para as escolas do campo, orienta‐se a organização de turmas, observando a
demanda da comunidade no entorno e as possibilidades de transporte escolar.
Recomenda‐se que o número de alunos, por turma, observe os seguintes
limites para escolas do campo:
1° ano e 2º ano: de 15 a 25 alunos;
3° ao 5° ano: de 15 a 30 alunos;
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6° ao 9° ano: de 15 a 35 alunos.
Considera‐se a constituição de turmas multisseriadas quando o número de
alunos não for suficiente para formação de uma turma/ano que, integradas ao
Programa Escola Ativa, possam garantir a qualidade no processo pedagógico.
A constituição de turmas multisseriadas será analisada e aprovada pela SMED.
Com relação ao Atendimento Educacional Especializado, este deve estar
inserido no contexto da escola, em espaço próprio, com recursos e materiais
adequados e específicos, de acordo com as necessidades dos alunos atendidos, ou
seja, nas salas de recurso multifuncionais.
Segundo o MEC (2006), com relação às salas de recursos multifuncionais, é
preciso considerar que estas constituem ambientes dotados de equipamentos,
mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para o atendimento do público alvo
da educação especial e contam com os seguintes materiais:
• materiais específicos de estimulação essencial;
• jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o
desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento;
• jogos pedagógicos adaptados para atender as necessidades educacionais dos
alunos;
• livros didáticos e paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille,
digitais em libras, com simbologia gráfica, etc.;
• recursos específicos, como reglete, punção, soroban, etc.;
• mobiliário adaptado;
• computador com acesso à Internet e softwares com fins pedagógicos;
• tecnologias assistivas.
Ainda, conforme a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da
educação inclusiva (2008) e as Diretrizes Operacionais para o AEE ‐ Decreto nº 6.571,
cabe à mantenedora dos Sistemas de Ensino:
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• disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia‐
intérprete, cujas atividades, para alunos surdos e cegos, seguem regulamentação
própria, devendo ser orientada sua atuação na escola pela educação especial, em
articulação com o ensino comum;
• prover os profissionais de apoio às atividades de locomoção, higiene,
alimentação, quando necessários, responsáveis por prestar auxilio individualizado aos
alunos que não realizam essas atividades com independência, levando em conta a
condição de funcionalidade e não a condição de deficiência. Este profissional não tem
atribuições pedagógicas. Para os casos de alunos com necessidades educacionais
especiais, que requerem um profissional “acompanhante”, em razão de histórico
segregado, cabe à escola favorecer o desenvolvimento dos processos pessoais e
sociais para a autonomia, avaliando, juntamente com a família, a possibilidade
gradativa de retirada deste profissional. O profissional de apoio, que pode atuar em
qualquer segmento do ensino, deve ser orientado para atuar de forma articulada
com os professores que atendem o público alvo da educação especial, da sala de aula
comum, da sala de recursos multifuncional, entre outros profissionais, no contexto da
escola.
Compete à Secretaria Municipal de Educação prestar o apoio técnico às ações
de oferta da educação especial nas escolas da rede, o que compreende:
• buscar a constituição de redes de apoio no âmbito da atuação intersetorial
(Fonoaudiologia, Neurologia, Psiquiatria, Fisioterapia, entre outros), para auxiliar no
processo de avaliação, quando necessário e para que, por meio destes serviços de
apoio externo, seja possível responder às necessidades educacionais especiais dos
alunos;
• organizar o processo de seleção de profissional que atuará como auxiliar
junto aos alunos com necessidades especiais incluídos nas escolas regulares do
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sistema municipal de ensino e que necessitem de apoio nas atividades de higiene,
alimentação, locomoção, entre outras;
• ampliar o quadro de profissionais da área da Educação Especial na Rede
Municipal de Ensino, quando necessário, no sentido de contemplar os pressupostos
da legislação vigente. Ressalta‐se que o número de profissionais deverá observar a
demanda de alunos de cada escola;
• com base em programas governamentais, entre outros, buscar a formação
continuada dos professores de educação especial para o atendimento educacional
especializado, bem como a formação aos demais profissionais da escola para a
educação inclusiva;
• promover encontros periódicos com os professores de educação especial da
Rede Municipal de Ensino, no sentido de socializar e avaliar a qualidade das ações
pedagógicas que são desenvolvidas, bem como buscar estratégias coletivas para o
enfrentamento das dificuldades que se apresentam no contexto da escola inclusiva..
9.1.2 A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
Considera‐se como de período integral a jornada escolar que se organiza em,
no mínimo, 7 (sete) horas diárias, perfazendo uma carga horária anual de, pelo
menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas. As escolas e, solidariamente, o sistema de
ensino, conjugam esforços, objetivando o progressivo aumento da carga horária
mínima diária e, consequentemente, da carga horária anual, com vistas à maior
qualificação do processo de ensino‐aprendizagem, tendo como horizonte o
atendimento escolar em período integral.
A proposta educacional da escola de tempo integral promoverá a ampliação de
tempos e espaços. Assegura oportunidades educativas, através do compartilhamento
da tarefa de educar e cuidar, entre os profissionais da escola e de outras áreas, as
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famílias e outros atores sociais. As atividades que integram a escola de tempo
integral são coordenadas pela escola e seus professores, visando alcançar a qualidade
da aprendizagem e da convivência social e diminuir as diferenças de acesso ao
conhecimento e aos bens culturais, em especial entre as populações socialmente
mais vulneráveis.
A escola de tempo integral tem seu currículo concebido como um projeto
educativo integrado. A ampliação da jornada escolar diária justifica‐se mediante o
desenvolvimento de diversas atividades, entre elas o acompanhamento pedagógico e
o aprofundamento da aprendizagem, a experimentação e a pesquisa científica, a
cultura e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a
afirmação da cultura dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e a
promoção da saúde. Todas as ações são articuladas aos componentes curriculares e
às áreas de conhecimento, à vivências e práticas socioculturais.
As atividades são desenvolvidas dentro do espaço escolar, conforme a
disponibilidade da escola, ou fora dele. Outros espaços sociais e culturais distintos da
cidade ou do território em que está situada a unidade escolar devem ser
considerados e utilizados, assim como o estabelecimento de parcerias com órgãos ou
entidades locais, sempre de acordo com o respectivo projeto político‐pedagógico da
escola.
Ao restituir a condição de ambiente de aprendizagem à comunidade e à
cidade, a escola estará contribuindo para a construção de redes sociais e de cidades
educadoras.
Os órgãos executivos e normativos da União e dos sistemas estaduais e
municipais de educação assegurarão o atendimento dos alunos na escola de tempo
integral. Tal meta requer infraestrutura adequada e pessoal qualificado, além do que
esse atendimento gradativamente terá caráter obrigatório e será passível de
avaliação em cada escola.
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E D U C A Ç Ã O
A implementação da jornada integral nas escolas municipais é uma meta
educacional e atualmente efetivada pelo Programa Federal Mais Educação.
Todo o espaço da escola é considerado ambiente de aprendizagem, sendo
organizado e equipado com essa finalidade. Entre os espaços de aprendizagem,
destacam‐se o laboratório de informática, a sala de leitura, espaço para prática
esportiva e recreação.
9.1.3 RECURSOS EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
Dentre os recursos educacionais disponíveis e complementares para o sistema
da RME estão:
a) as Ações Pedagógicas Integradas (APIs), que garantem a escola, no âmbito
legal, tempo para desenvolver atividades pedagógicas integradas, através de projetos
como Hora do Conto, Educação Ambiental, Educação para o Trânsito, Educação
Fiscal, Reforço escolar, Teatro, Música, Dança, entre outros. As APIs são previstas no
projeto político‐pedagógico da escola e desenvolvidas por professores que tem sua
carga horária prevista para esse fim.
b) CAMI/PRAEM – O Centro de Atendimento Municipal Integral faz parte da
Rede Municipal de Ensino. É coordenado pela mantenedora e conta com a parceria
de outras instituições. Desenvolve atividades de apoio, visando assegurar a
aprendizagem dos alunos e oficinas profissionalizantes para a comunidade. O
Programa de Atendimento Especializado Municipal integra profissionais
especializados que prestam atendimento aos alunos da Rede Municipal de Ensino. Os
alunos encaminhados para o PRAEM apresentam necessidade de acompanhamento
por parte de especialistas, como psicólogo, psicopedagogo e educador especial,
sendo encaminhados via SMED.
c) Integração em Programas e Projetos Educativos e complementares, como
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TJC (Trabalho Justiça e Cidadania), Justiça Restaurativa, Saúde e Prevenção na Escola,
Educação Fiscal, Educação Ambiental e Educação para o Trânsito.
d) EMAET ‐ A Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan é um projeto da
Secretaria de Município da Cultura em parceria com a Secretaria de Educação.
Oferece 400 vagas, distribuídas nos cursos de iniciação às Artes Visuais e Iniciação às
Artes Cênicas, nas categorias infantil, juvenil e adulto, História da Arte, categoria
adulto, Coral Infantil e Adulto, Iniciação Musical Instrumento Violão e, através de
oficinas, são oferecidos cursos de Flauta, Teclado, Percussão e Banda. O objetivo
consiste em contribuir para o desenvolvimento das potencialidades e habilidades
artísticas de crianças, jovens e adultos, possibilitando o conhecimento de forma
aberta e inclusiva, buscando conscientizar o indivíduo sobre seu papel fundamental
na sociedade, valorizando‐o enquanto cidadão, sujeito de sua própria cultura e
história. A EMAET destina‐se ao atendimento de alunos da Rede Municipal de Ensino,
das redes de ensino estadual e particular e comunidade em geral, com idade mínima
de 08 anos para ingressar na categoria infantil, 13 anos para ingressar na categoria
juvenil e 18 anos para ingressar na categoria adulta. Busca a alfabetização estética de
crianças, jovens e adultos, a socialização do conhecimento sobre arte e a participação
do cidadão na construção da história cultural da cidade, propondo um espaço aberto
e comprometido com a qualidade. Proporciona Projetos de extensão nas diferentes
categorias, dentro da proposta de descentralização e inclusão, sob a orientação dos
professores de cada área.
e) NTEM – O Núcleo de Tecnologia Municipal integra a Secretaria de Municipio
da Educação. Possui uma equipe interdisciplinar de Professores Multiplicadores
qualificados, que atuam na formação continuada dos professores e no
assessoramento às escolas da rede municipal no uso pedagógico das TICs, bem como
na área técnica. Sua estrutura física está composta por três laboratórios de
informática, conectados à internet (banda larga), uma sala básica e equipamentos
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como: projetor multimídia, máquina fotografica, kit rádio, DVD, TV, Lousa digital,
impressoras, etc. Os laboratórios são equipados com computadores oriundos do
PROINFO/MEC e possuem o sistema operacional LINUX EDUCACIONAL 3.0. Mantém
um módulo rural, com um servidor conectado a 05 terminais. O NTEM possui, ainda,
10 computadores, adquiridos com recursos do municipio, nos quais o sistema
operacional é Windows. Atende as 56 escolas municipais, das quais 52 possuem
laboratório PROINFO, sendo uma das funções do NTEM o assessoramento técnico e
pedagógico destas escolas. Organiza e ministra cursos, contribui para a inclusão
digital de profissionais da educação, levando‐os a refletir sobre o impacto das novas
tecnologias na sociedade e sua utilização na prática pedagógica. Propõe cursos nas
modalidades presencial, semipresencial e EAD, utilizando o ambiente E proinfo e
MOODLE. Os cursos de inclusão digital são oferecidos em 40 horas, o curso de
projetos em 60 horas, o curso de TICs em 100 horas, além de oficinas de 15 horas. Os
cursos ministrados seguem as orientações do PROINFO, assim como os
multiplicadores recebem formação do Programa para atuar na mesma linha de ação.
A realização de oficinas e cursos atende a necessidade de uma constante atualização
dos professores, pois os temas são voltados às realidades e interesses de cada um,
além de proporcionar a partilha de experiências pedagógicas, com uso das
tecnologias, que acontecem nas escolas.
f) CEASM ‐ Centro de Educação Ambiental de Santa Maria, integrante da
SMED, é um forte aliado na execução do currículo escolar, no que diz respeito aos
temas transversais. Atende a necessidade de implantar a Política de Educação
Ambiental Municipal, com o objetivo de instituir, no âmbito do município, ações que
promovam a sensibilização e a educação ambiental da população santa‐mariense.
Visa promover, articular, orientar e valorizar as ações de Educação Ambiental
desenvolvidas no município de Santa Maria. Estas ações formam uma rede de
sustentação socioambiental, a partir das discussões sobre as questões de cuidado,
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preservação e conservação do meio ambiente, bem como do resgate da cidadania,
dos valores e da autoestima, numa visão humanista, holística, democrática e
participativa. Divulga e registra boas práticas, realizando a partilha de experiências,
estimulando e contribuindo na construção e desenvolvimento de projetos ambientais
na educação formal e não formal. O CEASM dispõe de material didático de acordo
com a realidade local, facilitando a inserção da temática ambiental nas escolas.
Disponibiliza projetos como a sala verde, porque entende que meio ambiente deve
ser compreendido em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio
natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. A
estrutura física do CEASM consta de 3 salas grandes: em uma funciona o Projeto Sala
Verde do MMA; em outra, a Sala de reuniões, na qual acontecem as reuniões de
formação continuada do grupo de professores da REMEA ‐ Rede Municipal de
Educadores Ambientais; e na terceira, há uma sala equipada com televisor de 42’
para apresentação de vídeos ambientais. O pátio é arborizado (mata Nativa) e amplo,
fazendo parte de uma área que está tramitando legalmente para ser uma Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN). É local de referência para atividades de
Educação Ambiental (teatro, trilha da vida, vídeos com foco ambiental, oficinas de
reciclagem de papel, produção de xampu antipiolho, vermicompostagem,
compostagem, separação de lixo, horta comunitária agroecológica, observação da
biodiversidade local, fotografia da vida natural, laboratório para observação da
microvida (com microscópios, lupas e outros equipamentos e vidrarias), acervo de
espécimes causadores de doenças (vermes, piolhos, carrapatos, pulgas,
mosquitos,....) e de vida livre (fauna e flora do solo e da água).
g) PROGRAMA CORREÇÃO DE FLUXO: em parceria com o GEEMPA, visa
alfabetizar alunos com defasagem idade/série, contribuindo para o avanço dos
mesmos e a permanência com sucesso na escola.
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h) EMAI ‐ Escola Municipal de Aprendizagem Industrial: oferece educação
profissional no Ensino Fundamental. Cabe destacar que Santa Maria é o único
município da Brasil que mantêm esta oferta de educação profissional complementar
aos estudantes dos anos finais do ensino fundamental regular. Oferece, ainda, a
modalidade EJA, com organização curricular que contempla a educação profissional
(inicial), de forma articulada à formação básica.
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10 NÍVEIS
10.1 EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil vem ganhando novos contornos, acompanhando as
modificações nas formas de organização econômica e social decorrentes,
principalmente, dos avanços das Ciências, das Tecnologias e das articulações entre os
povos.
10.2 IDENTIDADE E OBJETIVOS
A concepção de Educação Infantil emerge naturalmente da concepção que
temos de criança e de infância. A criança é, enquanto ser, situado historicamente
num grupo sociocultural, sujeito social, cujas definições vêm evoluindo, à medida que
evoluem as formas de organização social. Desenvolve‐se, portanto, nas dimensões
individuais: física e psicológica, como um ser sensível, afetivo, social, cognitivo, e na
dimensão coletiva como ser social, relacionado com o meio.
Este entendimento autoriza a compreender a criança pequena como alguém
que tem uma maneira própria de pensar, sentir, ser e relacionar‐se, qualificadamente
diferente do adulto. Por isto, as características próprias do desenvolvimento infantil
precisam ser conhecidas e consideradas no momento de construção das propostas
educativas para as crianças de zero a cinco anos (0‐5 anos).
Cabe à Educação Infantil promover a educação integral e integrada da criança,
compreendendo‐a como um ser singular e multifacetado, complexo, interrelacionado
e inserido no contexto de suas vivências.
Partindo do pressuposto de que a criança é um sujeito social, em que sentir,
brincar, expressar‐se, relacionar‐se, movimentar‐se, organizar‐se, cuidar‐se, agir e
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responsabilizar‐se fazem parte da sua totalidade, a Educação Infantil prioriza, por
meio de suas práticas e cuidados, a integração entre os aspectos físicos, emocionais,
afetivos, cognitivos, linguísticos e sociais das crianças, estabelecendo as bases da
personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização.
Enfatiza‐se, assim, a concepção da criança como cidadã, sujeito histórico de
direitos, participante da cultura, devendo a educação contemplar o mesmo grau de
valorização e importância que é dedicada aos demais níveis da Educação Básica.
Segundo estudos da psicologia genética, em especial Piaget e Vygostky, os
primeiros anos de vida são primordiais para o desenvolvimento e aprendizagens
posteriores, sendo a Educação Infantil de grande importância para a educação
integral da pessoa.
Pensar e conceber a Educação Infantil significa compreender e estabelecer,
antes de tudo, as relações intra e interpessoais da criança com o adulto e entre
outras crianças. Esta educação, que se desenvolve em um espaço familiar,
comunitário e institucional, numa perspectiva de complementaridade (escola‐
família), ocorre em contextos sociais e culturais diferenciados e em permanente
transformação. Assim, as crianças passam a serem considerados sujeitos de direitos
(Constituição Federal, 1988) e contribuem para a própria transformação do meio,
considerando as experiências vivenciadas nos diferentes tempos e espaços
educativos, a expressão da ludicidade e dos movimentos, a linguagem em sua
pluralidade, mediatizados por um ambiente organizado nos aspectos físicos e
pedagógicos.
Este é um dos desafios importantes, enfatizados nos Referenciais Curriculares
e nas Diretrizes Nacionais que se impõem à Educação Infantil: que ela se torne um
espaço e um tempo em que as articulações políticas e sociais, lideradas pela
educação, integrem o desenvolvimento da criança e sua vida individual com os
contextos sociais e culturais que a envolvem e que, sem interrupção entre a Creche e
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E D U C A Ç Ã O
a Pré‐Escola, (do zero aos três e dos quatro aos cinco anos) assegurem uma
articulação progressiva e desafiadora para as atividades comunicativas e lúdicas no
ambiente da escola da infância. Esta escola da infância deve, entretanto, caracterizar‐
se pelo protagonismo da criança, com práticas pedagógicas diferenciadas das
desenvolvidas com as crianças maiores.
Nesta perspectiva, segundo os documentos citados, conceber a Educação
Infantil consiste, principalmente, em saber como a criança pensa, o que deseja e
necessita. É importante situar o pensamento no desenvolvimento humano próprio da
infância e propor estratégias pedagógicas a ela, independente de sua condição,
classe, etnia, gênero e nível de desenvolvimento, para que possa crescer e
desenvolver‐se integralmente como sujeito.
10.3 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Considerando a construção de uma Educação Infantil participativa, foi
realizado o processo de discussão e reflexão sobre as diretrizes curriculares na Rede
Municipal de Ensino de Santa Maria, ampliando a atuação dos profissionais da
Educação Infantil.
A legislação vigente estabelece princípios que sustentam a base da ação
educativa para a formação da identidade e da autonomia das crianças, de modo que
estas sejam instigadas a construir, gradativamente e a seu tempo, conhecimentos
que as auxiliem na compreensão de si próprias, das relações sociais e naturais, da
cultura em que vivem e dos valores necessários para a construção de uma sociedade
mais justa e democrática.
Neste sentido, a criança cidadã é ponto de partida e de chegada à elaboração
dos projetos pedagógicos das unidades que ofertam Educação Infantil.
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A organização da ação educativa implica em processo de discussão e reflexão
contínuo entre profissionais, famílias e comunidades acerca das práticas e relações
estabelecidas. Deve‐se constituir uma educação que articule e ajuste os espaços e
tempos às necessidades da criança, não mais entendida como um vir a ser, mas como
ser humano que vive todas as suas dimensões no presente, com identidade própria e
que exige ação apropriada às suas especificidades.
10.4 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
Os conhecimentos/saberes e aprendizagens são estruturados neste
documento para que sejam norteadores do fazer pedagógico. Para melhor
entendimento, estão sendo didatizados e elencados para a Creche e Pré‐Escola. No
entanto, em suas aulas, o professor deverá trabalhá‐los na perspectiva do
entrelaçamento de conhecimentos, formando redes, não perdendo de vista as
especificidades, conforme os diferentes tempos e espaços.
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Cultura
Linguagem
identidade
Sujeito social
Multile‐tramento
Diferentes Tempos e Espaços
Cultura Científica
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‐ Construção da Identidade e Autonomia Pessoal – refere‐se ao conhecimento
de si mesmo e à construção da própria identidade, em interação com o ambiente
sobre qual a criança pode intervir, mediante o conhecimento de seu próprio corpo e
da descoberta de suas possibilidades e limitações.
CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos
‐ Construir uma imagem corporal e pessoal nas interações com adultos,
crianças, natureza e cultura.
‐ Construir vínculos positivos, vivenciando situações que envolvam afeto,
atenção e limites.
‐ Explorar diferentes movimentos, estabelecendo interações com o meio e
percebendo seus limites corporais (estimulação).
‐ Manifestar progressiva independência nas situações de higiene, alimentação
e cuidados com a aparência corporal, no sentido de valorizar a saúde e o bem‐estar
individual e coletivo (Autonomia).
‐ Assumir responsabilidades, gradativamente e de acordo com suas
possibilidades, desenvolvendo confiança e autoestima positiva.
‐ Vivenciar situações envolvendo diferentes manifestações culturais;
CRIANÇAS de quatro a cinco (4 a 5 ) anos
‐ Ampliar conhecimentos sobre si e o outro, a partir de características
biológicas, psicológicas e culturais, reconhecendo‐se como único no grupo.
‐ Construir vínculos positivos, vivenciando situações que envolvam afeto,
atenção e limites.
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‐ Explorar força, velocidade, resistência e flexibilidade, em diferentes tempos e
espaços, conhecendo seus limites e potencialidades corporais.
‐ Representar o próprio corpo, estabelecendo relações espaciais por meio de
diferentes linguagens: corporal, plástica, musical e cênica, entre outras.
‐ Valorizar atitudes relacionadas à saúde e ao bem‐estar individual e coletivo,
apresentando gradativamente independência nas ações de alimentação, cuidados
com a aparência pessoal e higiene.
‐ Assumir responsabilidades, gradativamente e de acordo com suas
possibilidades, desenvolvendo confiança e autoestima positiva.
‐ Ampliar conhecimentos sobre a própria cultura e de outras, desenvolvendo
atitudes de respeito e valorização à diversidade de manifestações culturais.
‐ Descoberta dos Meios Físicos, Sociais e culturais – refere‐se ao
conhecimento de elementos, espaços, condições, diversidade de formas de explicar
cientificamente e representar o mundo social e natural. São situações e relações que
constituem o contexto da criança e incidem em seu desenvolvimento.
CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos
‐ Explorar e reconhecer em ações independentes na escolha de espaços e
brinquedos, aprendendo a brincar com adultos e crianças.
‐ Vivenciar atitudes de colaboração, solidariedade e respeito, identificando,
aos poucos, diferenças em seu grupo.
‐ Reconhecer diferentes grupos sociais (família, escola e comunidade) e
participar de suas manifestações culturais.
‐ Conhecer e aprender, gradativamente, a respeitar regras simples de
convivência em diferentes situações do cotidiano.
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‐ Identificar objetos de uso pessoal, desenvolvendo gradativamente atitudes
de organização e cuidados dos mesmos e dos ambientes, dentro e fora da instituição.
‐ Aprender sobre o mundo que a cerca, pela observação dos fenômenos
naturais, pela exploração de elementos da natureza e de outros objetos.
‐ Perceber transformações em objetos e fenômenos físicos.
CRIANÇAS de quatro a cinco ( 4 a 5) anos
‐ Ampliar possibilidades de agir com autonomia na escolha de espaços,
brinquedos e parceiros para brincar, definindo regras e recriando situações vividas.
‐ Vivenciar relações de colaboração e solidariedade, desenvolvendo, aos
poucos, tolerância e respeito pelo outro e suas diferenças.
‐ Reconhecer à existência de diferentes grupos sociais, identificando às quais
pertencem.
‐ Conhecer, construir e respeitar regras de convivência entre si e com o
diferente, utilizando gradativamente o diálogo e a negociação na resolução de
conflitos.
‐ Identificar e evitar situações de risco para si e o para o outro nos diferentes
espaços que frequenta, aprendendo a valorizar a vida.
‐ Vivenciar e valorizar atitudes de organização e preservação de objetos e
espaços de uso individual e coletivo, dentro e fora da instituição.
‐ Explorar conhecimentos de diferentes áreas (como ciências naturais e
sociais), aproximando‐se gradativamente do conhecimento científico.
‐ Perceber transformações em objetos e fenômenos físicos, como paisagens e
elementos da natureza.
‐ Vivenciar valores importantes para a vida e sobrevivência no Planeta Terra,
estimulando a preservação e conservação do mesmo.
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‐ Construir gradativamente a reflexão sobre ética, vislumbrando o crescimento
da criança em uma sociedade justa e igualitária.
‐ Linguagem, Comunicação e Representação – abrange as diferentes
linguagens que relacionam o indivíduo ao ambiente e seus códigos. Estas linguagens
são consideradas a partir da tripla função: lúdico‐criativa, comunicativa e
representativa.
CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos
‐ Desenvolver progressiva independência nos movimentos e na expressão
corporal, adquirindo gradativamente equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocidade e
flexibilidade corporal.
‐ Desenvolver gradativamente as competências da linguagem oral em
diferentes situações de interação.
‐ Inserir‐se no multiletramento, conhecendo as mais diversas formas de
expressão humana e seus registros.
‐ Apropriar‐se de materiais diversos, aprendendo a utilizá‐los como forma de
expressão.
‐ Ampliar, progressivamente, as possibilidades de comunicação e expressão de
ideias, sentimentos, desejos e necessidades, utilizando diferentes linguagens.
‐ Conhecer e respeitar as diferentes linguagens artísticas.
‐ Desenvolver, gradativamente, o interesse e o prazer pela leitura.
‐ Vivenciar situações que envolvam o código e o pensamento lógico
matemático.
‐ Construir o conhecimento do código tecnológico (é o conhecimento do uso
de telefone, do celular e do computador).
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CRIANÇAS de quatro a cinco( 4 a 5) anos
‐ Desenvolver e ampliar progressivamente equilíbrio, ritmo, resistência, força,
velocidade e flexibilidade corporal.
‐ Ampliar, aos poucos, as possibilidades de expressar‐se verbalmente em
diferentes situações de uso da linguagem oral.
‐ Reconhecer materiais diversos e procedimentos, para utilizá‐los como forma
de expressão.
‐ Comunicação e expressão de ideias, sentimentos, desejos e necessidades,
utilizando diferentes linguagens e reconhecendo sua função social.
‐ Ampliar as possibilidades de representação simbólica.
‐ Conhecer, apreciando e respeitando as diferentes linguagens artísticas,
podendo relacionar elementos de sua cultura com elementos da cultura artística
historicamente acumulada.
‐ Desenvolver, gradativamente, o interesse e o prazer pela leitura.
‐ Observar a função da escrita em diferentes contextos, avançando
gradativamente em suas hipóteses de leitura e de escrita, garantindo a questão do
letramento.
‐ Conhecer o aprendizado do código tecnológico.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode
ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, e colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento (SANTOS e
CRUZ, 1997, p. 12).
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A atividade lúdica desempenha um papel central na abordagem destes
conteúdos, sobretudo as brincadeiras sensório‐motoras e simbólicas, pois é o modo
predominante de interação e compreensão do mundo nesta fase da vida. Porém, ela
não deve ser entendida como exclusiva da etapa de Educação Infantil, já que também
podemos e devemos continuar a brincar ao longo da vida. Segundo Lima (2001, p.
11), o desenvolvimento da criança dependerá igualmente da possibilidade que ela
tenha de explorar seu ambiente, expressar suas emoções, ter contato com várias
coisas e pessoas e estabelecer relações afetivas. É na interação com pessoas e com o
meio que a criança vai construindo sua subjetividade, sua imagem corporal,
percebendo características próprias e potencialidades e desenvolvendo sua
autonomia. As relações que vivencia na interação com adultos são decisivas neste
processo de construção da identidade e desenvolvimento da autonomia.
A criança, quando encontra adultos que sabem valorizar suas iniciativas,
auxiliando‐a quando necessita e também permitindo que aja, experimente, explore,
supere limites pessoais, tem possibilidades de construir uma autoestima que a torna
fortalecida para enfrentar desafios.
Neste sentido, para Lima (2001), o desenvolvimento humano implica numa
interação de natureza biológica – aparato genético específico da espécie humana – e
cultural – experiências vividas nos diferentes contextos sociais e naturais de que
participa. As bases de aprendizagem que resultam dessa interação são matrizadas no
cérebro que, no período da Educação Infantil, apresenta plasticidade ímpar no
estabelecimento de conexões nervosas ou redes neuronais. Essas matrizes de
aprendizagem vão compondo um repertório de possibilidades cerebrais, que se
conectam e são modificadas diante das diferentes interações da criança com o meio
natural e social.
Cada criança tem uma rede neuronal própria, que resulta das conexões
oportunizadas pelas diferentes experiências culturais vividas em família e em
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sociedade e que se traduzem em tempos e ritmos diferenciados de aprendizado, em
uma maneira única de estar no mundo.
No processo em que a criança se empenha para conhecer e compreender o
meio onde vive, ela age, lança hipóteses, transforma e também se modifica em uma
influência recíproca. Passa por conflitos, quando suas ações são confrontadas com
limitações de ordem social e de maturação biológica, limitações estas que acabam
gerando motivação na elaboração de estratégias de ação no sentido de superá‐las.
Neste sentido, a aprendizagem é um processo de apropriação ativa do conteúdo das
experiências humanas, que impulsiona de forma não linear o desenvolvimento
infantil.
Para Vygotsky (1994), quando se pretende estabelecer a relação entre a
aprendizagem e o desenvolvimento das funções psicológicas, é preciso considerar
pelo menos dois níveis de desenvolvimento: o nível de desenvolvimento real, que
resulta de um processo de desenvolvimento já realizado, identificado através da
solução independente de problemas pela criança; e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob orientação de adultos
ou de crianças mais experientes. Na distância entre esses dois níveis, situa‐se a zona
de desenvolvimento proximal, que define funções psicológicas no processo de
maturação que está ocorrendo no desenvolvimento infantil. Em suas pesquisas,
Vygotsky descobriu que as crianças podem apresentar idade mental equivalente em
relação ao desenvolvimento efetivo (real), porém dinâmicas de desenvolvimento
bem diferentes quando são orientadas na resolução de problemas. Decorre destas
pesquisas que a interação com adultos e crianças mais capazes, em situações
desafiadoras, ativa, na criança, processos internos de desenvolvimento que, na
continuidade, se tornam aquisições efetivas.
Assim, o aprendizado cria a zona de desenvolvimento proximal e desperta
vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente
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quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação
com seus companheiros. Uma vez internalizados, estes processos tornam‐se parte
das aquisições do desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY, 1994).
Isto indica a importância de se estabelecer interações de qualidade entre
adultos e crianças e do planejamento de situações de aprendizagem, envolvendo as
crianças entre si, reconhecendo‐as como capazes de ensinar e aprender umas com as
outras.
As possibilidades de a criança desenvolver o pensamento, a identidade e a
noção de si própria, de como expressar emoções e relacionar‐se em grupo,
respeitando regras de convivência, dependem das oportunidades de participar de
diferentes experiências. Implicam em espaços e tempos que propiciem o movimento,
a dança, a interação com a natureza, a música, a literatura, as artes, o brincar e a
interação com outras crianças e adultos.
É importante ressaltar que, ao mesmo tempo em que a criança está em
contato com linguagens diversas, estas linguagens estão em processo de (re)
significação e constituem o próprio desenvolvimento humano. Nesta compreensão, a
criança insere‐se em múltiplos sistemas simbólicos e constitui sistemas básicos de
apoio para outras aprendizagens no processo de interação com a cultura em que
vive.
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11 ENSINO FUNDAMENTAL
11.1 IDENTIDADE E OBJETIVOS
A cidadania moderna é um processo de inclusão social, pois não basta apenas
saber ler, escrever e contar, porque esta é uma competência preliminar. Ser cidadão
é mais do que isso, é saber pensar, aprender a aprender, porque cidadão autêntico é
aquele capaz de conceber e realizar um projeto moderno e próprio de
desenvolvimento, em sentido tipicamente emancipatório (DEMO,1988).
A partir desta visão, a identidade do ensino fundamental consiste na formação
da cidadania e no desenvolvimento humano, através de capacidades e competências,
pois é o seu objetivo.
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11.2 DIMENSÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL
No art. 7º da Res. nº 07/2010 CNE/CEB, consta que “as propostas curriculares
do ensino fundamental visarão desenvolver o educando, assegurar‐lhe a formação
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer‐lhe meios para
progredir no trabalho e nos estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para
esta etapa da escolarização, a saber:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
Compreensão do ambiente natural
e social
Aquisição de conhecimentos e
habilidades
Capacidade e competência para aprender
CIDADANIA
Educação para o conhecimento
Educação para a democracia
Educação para o sentimento
Educação para a cultura
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E D U C A Ç Ã O
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes,
da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
valores, como instrumentos para uma visão crítica do mundo;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Portanto, se a prática escolar é orientada, organizada e dirigida por finalidades
e objetivos, o ato de ensinar está mergulhado em opções políticas, opções teórico‐
metodológicas que fazem da escola um local de conhecimento e formação. A escola
consolida seus objetivos através de práticas educativas no interior do sistema de
ensino, sendo uma delas o currículo escolar.
11.3 CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL
O art. 9º da LDB estabelece conteúdos curriculares mínimos para a chamada
Base Nacional Comum, destinados a legitimar a unidade e a qualidade da ação
pedagógica na diversidade nacional. Complementarmente, a Resolução nº 07/2010
do CNE/CEB determina que o currículo do Ensino Fundamental tenha uma base
nacional comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada
estabelecimento escolar por uma parte diversificada. “(...) constituem um todo
integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos. Assim, é
necessário articular a base nacional comum e a parte diversificada, possibilitando a
sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade
local, as necessidades dos alunos, as características regionais da sociedade, da
cultura e da economia e perpassa todo o currículo”.
Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo são
definidos pelo sistema de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e
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enriquecer o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimentos escolares
em face das diferentes realidades, conforme determina o artigo 11 da Resolução nº
07/2010 do CNE/CEB.
Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a parte diversificada
têm origem nas disciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo
do trabalho, na cultura e na tecnologia, na produção artística, nas atividades
desportivas e corporais e na área da saúde. Ainda incorporam saberes como os que
advêm das formas diversas de exercício da cidadania, dos movimentos sociais, da
cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e dos alunos. São constituídos
por componentes curriculares que, por sua vez, se articulam com as áreas de
conhecimento, a saber: Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza e Ciências
Humanas. As áreas de conhecimento favorecem a comunicação entre diferentes
conhecimentos sistematizados e entre estes e outros saberes, mas permitem que os
referenciais próprios de cada componente curricular sejam preservados.
Nos PCNs (1997), a utilização do termo área ocorreu em função do tratamento
disciplinar entendido como lógico e formal do ensino fundamental, que se distancia
das possibilidades de aprendizagem da maioria dos alunos. Além disso, parte‐se de
abordagens amplas em relação as mais específicas e particulares.
As áreas do conhecimento constituem importante marco estruturado de
leitura e interpretação da realidade, essencial para a garantia de possibilidades de
participação do cidadão na sociedade. As diferentes áreas e seus respectivos
conteúdos constituem uma representação ampla e plural dos campos de
conhecimento e da cultura, cuja aquisição contribui para desenvolver as capacidades
do educando.
A base nacional comum do Ensino Fundamental deve abranger,
obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da Língua
Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da
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realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a
Educação Física e o Ensino Religioso.
Assim, os componentes curriculares obrigatórios são assim organizados em
relação às áreas de conhecimento:
I – Linguagens:
a) Língua Portuguesa;
b) Língua Materna, para populações indígenas;
c) Língua Estrangeira moderna;
d) Arte; e
e) Educação Física;
II – Matemática;
III – Ciências da Natureza;
IV – Ciências Humanas:
a) História;
b) Geografia;
V – Ensino Religioso.
Em consonância com a Resolução nº 07/2010 do CNE/CEB, agregaram‐se os
estudos desenvolvidos durante as atividades de formação continuada pelos
professores da Rede Municipal de Ensino de Santa Maria‐RS sobre os parâmetros
curriculares municipais do Ensino Fundamental. Neste sentido, busca‐se elencar
conhecimentos e ações pedagógicas indispensáveis ao Ensino Fundamental, os quais
estão didatizados e elencados em cinco áreas. Assim, o professor deverá, em sua
ação educativa, desenvolver os pressupostos a seguir:
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ÁREA DAS LINGUAGENS
‐ Realizar práticas de leitura e escrita associadas à vida do educando,
adequados aos diferentes contextos e práticas sociais; vinculadas às necessidades
sociais de saber ler e escrever.
‐ Potencializar interações verbais e escritas significativas, através do contato,
do uso e da construção de diferentes gêneros textuais, com a finalidade de
comparação, observação e reflexão do que representam as unidades menores da
linguagem escrita no contexto textual.
‐ Propor atividades lúdicas vinculadas à progressão do pleno domínio da leitura
e da escrita alfabética.
‐ Proporcionar atividades envolvendo: leitura, análise e síntese; literatura:
sistematização da leitura (apropriação da linguagem literária); práticas de oralidade;
prática da escrita; análise linguística.
‐ Realizar atividades de reflexão da língua escrita a partir de contextos: busca
de compreensão do significado social da palavra, interpretação de recursos gráficos,
coesão, segmentação, coerência, concordâncias de ideias, argumentação e
criticidade.
‐ Desenvolver atividades de registro e interpretação dos códigos das diferentes
linguagens, no sentido de fornecer elementos básicos para a construção da leitura, da
escrita, da compreensão, da interpretação e o desenvolvimento da capacidade
criativa e a autoexpressão.
‐ Desenvolver práticas corporais que promovam:
* desenvolvimento de habilidades motoras;
* prazer pela prática de atividade física;
* harmonia entre a atividade intelectual e a atividade corporal;
* resgate de valores como a solidariedade, a cooperação mútua e o respeito;
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E D U C A Ç Ã O
* desenvolvimento de capacidades físicas, como condutas psicomotoras, a
coordenação motora geral, a organização e orientação espaço‐temporal;
* elementos que socializam o trabalho em grupo, a construção das regras e a
tentativa de cumpri‐las;
* vivência de erros e acertos.
‐ Contribuir para que o educando explore códigos das diferentes linguagens
artísticas, no sentido de instrumentalizar para o desenvolvimento da capacidade
criadora e de expressão, tendo por base dois eixos:
* o entendimento da arte e das formas de expressão artísticas como produção
cultural, social e histórica;
* a especificidade das linguagens artísticas.
‐ Explorar com o educando a cultura corporal, a vivência de valores e de
princípios éticos e democráticos, por meio dos conhecimentos desenvolvidos na
ginástica, na dança, no jogo e do esporte.
‐ Explorar com o educando conhecimentos integrados à educação para um
estilo de vida saudável, com o foco na qualidade de vida, no desenvolvimento de
habilidades motoras e da postura crítica diante de questões esportivas e sociais.
ÁREA DA MATEMÁTICA
‐ Realizar atividades a partir dos conhecimentos prévios dos educandos,
levando‐os a compreender conceitos de operações, números, medidas, formas e
espaço e a organização de informações, estabelecendo vínculos entre a Matemática e
o cotidiano.
‐ Explorar linguagens matemáticas (aritmética, algébrica, geométrica,
probabilística, gráfica e lógica) com o educando, que o habilitem a compreender e
resolver situações do cotidiano, utilizando‐se da capacidade de discriminação, de
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E D U C A Ç Ã O
classificação, seriação, observação, experimentação, interpretação, como
instrumentos potencializadores de análises qualitativas e/ou quantitativas.
ÁREA DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA
‐ Explorar nos processos educativos a compreensão da existência dos
diferentes elementos da natureza (água, ar, solo e seres vivos) e a relação de
interdependência existente entre eles.
‐ Contribuir para que o educando reconheça as causas e as consequências da
interferência humana no desequilíbrio ambiental.
‐ Proporcionar atividades educativas de observação e percepção dos diferentes
habitats, a valorização da diversidade de vida e o respeito às diferenças individuais
entre os seres humanos e os seres vivos.
‐ Explorar a importância de o educando adotar atitudes responsáveis em
relação às questões ambientais, bem como de identificar o ser humano como uma
das partes integrantes da natureza.
‐ Trabalhar as relações de interdependência que existem entre o ser humano,
o restante da natureza e a cultura, a partir de três eixos norteadores:
* Ecossistema: complexas relações entre os sistemas físicos, químicos,
geológicos e biológicos – entre os quais está o ser humano, como parte integrante e
agente de transformações –, considerando também os fluxos de matéria e energia e
as transformações que ocorrem no ambiente terrestre;
* Cultura e Sociedade: relações entre ciência e sociedade, nas dimensões
econômica, política e cultural.
* Natureza da Ciência e Tecnologia: elementos que permitem compreender as
dimensões do fazer científico, a sua relação com a tecnologia e o caráter não neutro
desses saberes e fazeres humanos.
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E D U C A Ç Ã O
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS
‐ Explorar com o educando as relações intrapessoais e interpessoais: cuidado
de si e do outro e o respeito à diversidade.
‐ Desenvolver conceitos a partir de eixos articuladores: cultura, identidade e
cidadania, como potencializadores da observação, da comparação e da interpretação
entre os diferentes acontecimentos históricos: histórias de vida, autoimagem,
conhecimento de si, família, interação com os outros (representações, memórias,
imagens, narrativas, valores, crenças).
‐ Desenvolver conceitos a partir de reflexões sobre cultura popular, cultura
erudita, cultura hegemônica, cultura política, cultura dos negros, indígenas,
imigrantes, minorias, indústria cultural, bem como as diversidades culturais, nos
diferentes tempos e espaços.
‐ Propiciar ao educando reconhecer conceitos sobre diferentes culturas,
atitudes de respeito e valorização à diversidade de manifestações culturais:
costumes, hábitos, comportamentos, modos de vestir, tradições, ritos e festas
populares.
‐ Criar condições para que o educando se localize e compreenda o espaço
geográfico em que vive.
‐ Explorar com o educando elementos básicos do conhecimento geográfico:
alfabetização cartográfica, localização, orientação, distribuição e representação dos
fenômenos socionaturais, paisagem, lugar, região e nação.
‐ Proporcionar atividades educativas que estejam relacionadas à compreensão
do espaço geográfico, a partir dos eixos sociedade, espaço e natureza, assim como a
representação da vida dos educandos, interrelacionando conteúdos escolares e
conhecimentos do cotidiano.
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E D U C A Ç Ã O
ENSINO RELIGIOSO
‐ Explorar, nos processos educativos, o conhecimento e a compreensão da
vivência de valores religiosos, enfatizando as diversas religiões como fator cultural e
social, bem como uma visão global de mundo e de pessoa.
‐ Trabalhar valores e o respeito às diferenças no convívio social, partindo das
experiências dos educandos, da descoberta de si mesmos como seres que participam
ou não de determinada religião ou filosofia de vida; analisar e compreender as
diferentes tradições presentes na realidade local e global.
Ressaltamos que o Ensino Fundamental será ministrado em língua portuguesa,
assegurado também às comunidades indígenas a utilização de sua língua materna e
processos próprios de aprendizagem, conforme o art. 210, § 2º, da Constituição
Federal.
Quanto ao ensino de História do Brasil, este levará em conta as contribuições
das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente
das matrizes indígena, africana e européia. A história e as culturas indígena e
afrobrasileiras, estarão presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos
no âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e
História do Brasil, assim como a História da África, e deverão assegurar o
conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação
(conforme art. 26‐A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua
inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população
escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando
os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção
de identidades mais plurais e solidárias.
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E D U C A Ç Ã O
A Música , segundo a Lei nº 11.769/2008, é parte do componente curricular,
sendo o seu conteúdo obrigatório. O ensino de Arte na escola compreende também
as artes visuais, o teatro e a dança.
A Educação Física é componente obrigatório do currículo, integrando a
proposta político‐pedagógica da escola. Será facultativa ao aluno apenas nas
circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.
O Ensino Religioso possui matrícula facultativa ao educando, é parte
integrante de sua formação e constitui componente curricular dos horários normais
das escolas, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa e vedadas
quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96.
Na parte diversificada será incluído, obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o
ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo
da comunidade escolar. Entre as línguas estrangeiras modernas, a língua espanhola
poderá ser a opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005.
Nesta perspectiva integradora, a base comum e a parte diversificada devem
articular cidadania e conhecimento nos currículos da educação fundamental. Trata‐se
de uma dupla integração, que deve movimentar‐se no interior e entre temas
adscritos à cidadania e ao conhecimento escolar.
Portanto, é fundamental compreender o currículo em suas diferentes
manifestações, entre eles o currículo oculto presente em nossas escolas e que
transmite, por meio dos conteúdos, valores ideológicos da classe dominante.
Também é importante refletir sobre um trabalho pedagógico interdisciplinar, que
contemple os temas transversais nos conteúdos desenvolvidos pelas diferentes áreas
do conhecimento.
Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular, em
seus conteúdos, a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam
a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera individual.
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E D U C A Ç Ã O
Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os
direitos das crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política
nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo,
educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural devem permear
o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada
do currículo.
Agrega‐se no processo a legislação voltada à Política Municipal de Educação
Ambiental, através do Decreto Municipal nº 150/2009, que instituiu o Programa
Municipal de Formação em Educação Ambiental; o Decreto Federal nº 6.286/2007,
que instituiu o Programa Saúde na Escola , bem como temas relativos à condição e
aos direitos dos idosos (Lei nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº
9.503/97).
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E D U C A Ç Ã O
12 MODALIDADES DE ENSINO
12.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A EJA, atendendo alunos que retornam à escola em nova oportunidade, busca
desenvolver competências e habilidades, visando o desenvolvimento formativo e a
construção de uma aprendizagem significativa, na qual o educando perceba o que faz
sentido para ele, construindo conceitos como sujeito ativo.
12.1.1 Identidade e Objetivos
A Educação de jovens e Adultos promove a inclusão social e a possibilidade de
inserção, no mercado de trabalho, de jovens, adultos e idosos que não tiveram
acesso à educação na idade própria, “baseando‐se no direito de toda pessoa ao seu
pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania e à qualificação
para o trabalho, na vivência e convivência em ambiente educativo” (Resolução nº 4,
de 13 de julho de 2010 ‐ art.1º). A EJA tem por objetivos:
• sistematizar os princípios e as diretrizes, traduzindo‐os em orientações que
contribuam para transformar a EJA em uma modalidade de ensino com a garantia de
padrão de qualidade, com pleno acesso, inclusão, permanência dos sujeitos na escola
e seu sucesso;
• prover o suporte e a atenção às diferentes necessidades dos educandos,
mediante atividades diversificadas;
• realizar, sistematicamente, a formação continuada dos docentes;
• promover o acesso e a permanência de adultos e idosos na escola, com
metodologia apropriada às idades;
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• ofertar essa modalidade de ensino em espaços de privação de liberdade,
mediante vinculação a unidades educacionais e a programas que funcionam fora dos
estabelecimentos penais;
• reconhecer e implementar, no segundo segmento da EJA, o reconhecimento
virtual como espaço de aprendizagem, por meio da EAD;
• favorecer a avaliação da aprendizagem contínua, cumulativa e
emancipatória, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados, ao longo do período, sobre os de eventuais provas finais. Assim,
devem pautar‐se pela flexibilidade, rompendo, desta forma, a simetria com o ensino
regular para crianças e adolescentes, priorizando conteúdos significativos para o
educando, valorizando, dessa forma, a realização de atividades e vivências
socializadoras, culturais, recreativas e desportivas, agregando também competências
para o trabalho;
• conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitando diferenças
de gêneros, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não‐discriminação;
• proporcionar o resgate da autoconfiança, para que a aprendizagem se
processe e assegure acesso à cultura e ao conhecimento científico, de modo a atingir
a maturidade intelectual e a independência cognitiva;
• tornar a educação mais atraente, viável, eficiente e digna, por meio de uma
ampla formação que envolva questões éticas, políticas e sociais, na qual as questões
técnicas e estruturais sejam trabalhadas, objetivando o desenvolvimento de
competências e habilidades típicas da vida em sociedade, da cidadania e da
preparação para o trabalho;
• exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a
convivência em diferentes espaços sociais.
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E D U C A Ç Ã O
12.1.2 Dimensões do Ensino da EJA
Visualiza‐se a necessidade de uma concepção de educação que contribua
efetivamente para que os educandos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu
potencial criativo. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da
educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados e, assim,
se passe a considerá‐la em toda sua plenitude.
FORMA
INCLUSÃO SOCIAL
INSERÇÃO NO MUNDO DO
TRABALHO
FORMAÇÃO HUMANA
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E D U C A Ç Ã O
A formação humana se dá em valores e princípios, cuja dimensão abarca o
mundo do trabalho e propõe a inclusão social, apesar da diversidade. A metodologia
da formação é feita com a contextualização, a visão de um homem datado e situado,
e com a interdisciplinaridade.
Desta forma, a interrelação harmoniosa das dimensões acima citadas
possibilitará, juntamente com o interesse, motivação e curiosidade do professor e do
aluno, uma possível melhoria nas relações de ensino e aprendizagem na educação.
12.1.3 Currículo da EJA
Retoma‐se aqui o entendimento de currículo oferecido pela Resolução
CNE/CEB 07/2010, que postula currículo como um conjunto de valores e práticas que
proporcionam a produção e a socialização de significados no espaço social e que
contribuem para a construção de identidades sociais e culturais dos educandos. Este
currículo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e
deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem democrática, bem como
considerar as condições de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento, a
orientação para o trabalho e a promoção de práticas educativas formais e não‐
formais.
Com base no exposto, entende‐se que o currículo escolar deverá contemplar
questões referentes:
• à autoestima dos alunos jovens, adultos e idosos, visando à construção da
confiança e aliadas também à idéia de que é preciso ouvir as opiniões dos outros e
considerá‐las, estando, desta forma, aberto ao diálogo. Daí a importância da
tematização das questões sociais, econômicas e culturais;
• ao meio ambiente, para a sensibilização e conscientização que todos somos
agentes transformadores da sociedade;
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• à saúde e à qualidade de vida, tanto no plano individual como coletivo. A
escola deve trabalhar com a capacidade de conhecer direitos e opções que possam
proporcionar melhoria na qualidade de vida.
• ao propiciar atividades em que as múltiplas formas de linguagem, como a
musical, plástica, corporal, dentre outras, possam ser construídas como meio de
produzir, expressar e comunicar suas idéias;
• ao saber utilizar recursos tecnológicos da informação e da comunicação que
são, atualmente, requisitos de inserção social para todas as pessoas e,
evidentemente, para os alunos da EJA.
Considera‐se que só se interioriza o que está sendo ensinado estando diante
de um desafio, de uma motivação ou da percepção da importância e a aplicação do
conteúdo em outras situações. Do contrário, pouco valor se dá a ele. Esta
compreensão explica, justifica e fundamenta o ensino por competências, uma
abordagem cujo objetivo é ensinar aos alunos o que eles precisam aprender para
serem cidadãos; que saibam decidir, planejar, expor suas idéias e valorizá‐las com os
outros, participando ativamente na sociedade em que vivem.
Para desenvolver habilidades e construir competências, é importante vivenciar
experiências com base em projetos, propor tarefas complexas e desafiadoras, que
estimulem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá‐
los. Isso caracteriza uma pedagogia ativa, cooperativa e aberta (PERRENOUD, 2001).
A ênfase nas competências retira o foco do trabalho pedagógico do ensino e coloca‐o
na aprendizagem, o que pressupõe ensinar com sentido concreto para a vida,
relacionando teoria e prática, uma alimentando a outra. Demonstra‐se ao educando
o que o conteúdo apresentado, discutido e estudado, tem a ver com a sua vida, por
que foi escolhido, qual sua importância e como aplicá‐lo, levando à verdadeira
aprendizagem, apropriando‐se assim de conceitos e dados, domínio de habilidades e
às capacidades adquiridas.
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Bernardo Toro(2005) apresenta um conjunto de competências indispensáveis
a qualquer cidadão para a participação produtiva no século XXI, sendo elas:
• domínio da leitura e da escrita;
• capacidade de fazer cálculos e resolver problemas;
• capacidade de compreender e atuar em seu meio social;
• capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;
• capacidade para analisar criticamente os meios de comunicação;
• capacidade para localizar, acessar e usar melhor as informações acumuladas;
• capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo (TORO, 2005).
Para tanto, a construção de competências na escola implica em recorrer a
contextos que tenham significado para o aluno, envolvendo‐o intelectual e
afetivamente.
Contextualizar o ensino significa vincular o conhecimento aos lugares onde
foram produzidos e onde são aplicados, em sua vida real. Sendo assim, o princípio da
contextualização consiste no ato de vincular o conhecimento à sua origem e à sua
aplicação.
O currículo, segundo orientação do Ministério da Educação (MEC), está
estruturado sobre os eixos da interdisciplinaridade e da contextualização. Esta
concepção vai exigir que “todo conhecimento tenha como ponto de partida as
experiências do estudante, o contexto onde está inserido e onde ele vai atuar como
trabalhador, cidadão, um agente ativo de sua comunidade” (BRASIL, 2000).
A contextualização também pode ser entendida como um tipo de
interdisciplinaridade, na medida em que aponta para o tratamento de certos
conteúdos como contexto de outros.
Para entender e explicar os fenômenos científicos e tecnológicos, é preciso
compreender o conhecimento como um todo, integrado e interrelacionado. Isso
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exige uma intercomunicação efetiva entre as disciplinas, o que define a
interdisciplinaridade, outro conceito‐chave para uma mudança de paradigma.
Segundo Fazenda (2001), a interdisciplinaridade significa tratar os conteúdos
de forma integrada com as diferentes áreas do saber, com a intenção de superar a
fragmentação do currículo.
12.1.4 Eixos Articuladores do Currículo: Cultura, Trabalho e Tempo
Os eixos cultura, trabalho e tempo foram definidos a partir da concepção de
currículo, como processo de seleção da cultura e do perfil do educando da EJA.
As relações entre cultura, conhecimento e currículo oportunizam uma
proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade
cultural daqueles que fazem parte dessa modalidade de ensino, tornando‐a mais
próxima da realidade e garantindo sua função socializadora e antropológica.
No que se refere à formação humana, a cultura é o elemento de mediação
entre o indivíduo e a sociedade e, neste sentido, apresenta duplo caráter: remete o
indivíduo à sociedade e é, também o intermediário entre a sociedade e a formação
do indivíduo (ADORNO, 1996). É a cultura do próprio sujeito que constitui na
verdade; os saberes, os valores e as opiniões que o sujeito detém e traz consigo
quando vem para escola (BACHELARD, 1996, p.18).
A cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime música ou obra
literária até as formas de destruir‐se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a
ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças e as formas de trabalhar.” (SACRISTÁN, 2001, p. 105).
Se a cultura compreende toda a produção humana, inclui também o trabalho e
todas as relações que ele perpassa. A compreensão de que o educando da EJA
relaciona‐se com o mundo do trabalho e que através deste busca melhorar a sua
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qualidade de vida, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre
a função do trabalho na vida humana. Porém, a ênfase no trabalho como princípio
educativo não deve ser reduzida à preocupação em preparar o trabalhador para
atender às demandas do mercado de trabalho nem apenas destacar as dimensões
relativas à produção e às suas transformações técnicas (ARROYO, 2001).
Neste sentido, verifica‐se que as relações entre educação, escola e trabalho
situam‐se em uma perspectiva mais ampla, pois sabe‐se que o aluno, ao retornar aos
bancos escolares, vem em busca de uma certificação, para, justamente, atender a
uma exigência do mundo do trabalho. Porém, cada indivíduo que procura a EJA
apresenta um tempo social e um tempo escolar vivido, o que implica a necessidade
de reorganização curricular, dos tempos e dos espaços escolares, que valorize os
diferentes tempos necessários à aprendizagem dessa clientela, considerando seus
saberes prévios e do mundo do trabalho.
A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico, o
tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao calendário
escolar organizado em dias letivos, horas/aula, trimestres/bi, que organizam e
controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo diz respeito ao tempo vivido pelo
professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de formação, na ação
docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos educandos nas
experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo que a organização
escolar destina para a escolarização e socialização do conhecimento. Ainda, há o
tempo que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e externos
exigidos pelo processo educativo (DC/EJA, 2005, p. 42).
Na escola, a organização dos tempos está articulada aos espaços escolares
preenchidos pelos educandos em toda a ação educativa, interferindo diretamente na
formação dos mesmos, seja para adequar ou para produzir outras práticas de
significação. Ao gerar tais práticas, “a escola deve estar atenta às dinâmicas das
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relações sociais para democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como
conduzir o educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos
construídos, tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da
capacidade de propiciar‐nos meios de orientação, de comunicação e de participação”
(ARROYO, 2001, p. 144).
Assim, entende‐se que cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas
relações sociais. Portanto, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações. De
acordo com Silva (2000a, p. 13), o currículo, tal como a cultura, é compreendido
como prática de significação e, como tal, vinculado à prática produtiva, às relações
sociais e de poder; enfim, uma prática que produz identidades sociais.
O Parecer CNE/ CEB 7 de abril de 2010, que institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para a Educação Básica, salienta, no capítulo II, Seção I, Art. 2, que
os cursos de EJA, preferencialmente, devem ter a Educação Profissional articulada
com a Educação Básica e pautar‐se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de
tempo e espaço, para que seja(m):
I – rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de
modo a permitir percursos individualizados e conteúdos significativos para jovens e
adultos;
II – providos o suporte e a atenção individuais às diferentes necessidades
individuais dos estudantes no processo de aprendizagem, mediante atividades
diversificadas;
III – valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais,
recreativas e esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos
estudantes;
IV – desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;
V – promovida a motivação e a orientação permanente dos estudantes,
visando a maior participação nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho;
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VI – realizada, sistematicamente, a formação continuada, destinada,
especificamente, aos educadores de jovens e adultos.
Nesse sentido, pensar currículo para a EJA diz respeito à ampliação da noção
para fora das práticas escolares, incorporando a ideia de que a vida cotidiana tem
seus próprios currículos, expressos nos processos sociais de aprendizagem que
permeia todo o nosso estar no mundo e que nos constitui (OLIVEIRA, 2004, p. 9).
12.2 EDUCAÇÃO DO CAMPO
12.2.1 Identidade e Objetivos
A educação no campo tem características e necessidades próprias para o aluno
em seu espaço cultural, sem abrir mão de sua pluralidade como fonte de
conhecimento em diversas áreas.
Nas Diretrizes Operacionais para a educação do campo define‐se a identidade
e as ações para concretizar esta identidade.
A identidade da Escola do Campo é definida pela sua vinculação às questões
inerentes à sua realidade. Ancora‐se na temporalidade e saberes próprios dos
estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia
disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que
associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva
no País.
O grande desafio que se apresenta, atualmente, ao meio rural de Santa Maria
consiste em vincular a educação a um projeto de desenvolvimento, incluindo a
comunidade, como sujeito da construção de novas alternativas, baseadas na justiça
social e na diminuição das desigualdades. Neste sentido, apresentamos as seguintes
Diretrizes construídas coletivamente, por gestores e professores que compõem as
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Escolas do Campo, para a construção de uma Escola que contemple a realidade do
município.
12.2.2 Dimensões da Educação do Campo
O campo não é atraso, é história vivida. A escola do campo é pensada para que
seja viva e interaja com o lugar e seus sujeitos. Para que a escola do campo seja viva,
ela deve ser construída por sua comunidade, pensada para ajudar no processo de
desenvolvimento social, para manter a cultura, a raiz e a história daquele lugar
(ARROYO, 2004).
A Escola do Campo, tanto quanto outras modalidades do Ensino Fundamental,
constitui um espaço no qual se ressignifica e se recria a cultura herdada e, diferente
de outras realidades, apresenta, também neste espaço, a oportunidade de convívio
social e de socialização. Deve‐se valorizar a cultura da zona rural, pertencente aos
distritos do Município, onde estas escolas estão inseridas, respeitando suas
multidimensionalidades e incorporando um olhar privilegiado no que diz respeito ao
currículo.
Para tanto tem‐se como princípios:
• educação para a transformação social;
• educação voltada para as várias dimensões da pessoa humana;
• valorização dos diferentes saberes nos processos educativos;
• a diversidade de espaços e tempos educativos;
• vivência de processos democráticos e participativos;
• educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável;
• educação para o trabalho e a cooperação.
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12.2.3 O Currículo da Educação do Campo
O currículo configura‐se como o conjunto de valores e práticas que
proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribui
intensamente para a construção das identidades socioculturais dos educandos. Tal
currículo precisa ir além dos tradicionais conteúdos programáticos, como forma de
contemplar a diversidade sociocultural dos alunos, ampliando o processo de inclusão;
também se constitui como forma de acompanhar o movimento contraditório que se
opera no âmbito da sociedade e do cotidiano das pessoas. Isso não significa que os
conteúdos historicamente sistematizados percam sua centralidade no processo
pedagógico, uma vez que a apreensão e o domínio da ciência é função inquestionável
da escola.
O currículo se apresenta como experiências escolares que se desdobram em
torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, articulando vivências e
saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e
constroem as identidades dos educandos. Art. 13, Parecer 04/2010).
A escola do campo deve apresentar, no currículo, elementos que contribuam
para o aprendizado e valorizem os saberes sociais do lugar em que a mesma está
inserida, conforme prevê a LDBEN. Segundo Arroyo (2004, p. 34) “(...) uma escola do
campo não precisa ser uma escola agrícola, mas será necessariamente uma escola
vinculada à cultura que se produz, através de relações sociais mediadas pelo trabalho
na terra.”
Assim sendo, na estruturação do currículo das Escolas do Campo são
contemplados conteúdos que representam os valores culturais, artísticos e
ambientais da região em que está inserida, assim como o calendário escolar que deve
ser relevante, considerando as manifestações da cultura local.
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A formação básica do cidadão deve estar relacionada com a realidade local,
com as necessidades dos alunos, com as características regionais da sociedade, da
cultura e da economia, perpassando todo o currículo. Seus conteúdos seguem a
legislação vigente, tanto na educação infantil como no Ensino Fundamental ou na
modalidade EJA.
12.3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
A Educação Profissional e Tecnológica, em termos universais e no Brasil, em
particular, reveste‐se cada vez mais de importância, como elemento estratégico para
a construção da cidadania e para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na
sociedade contemporânea, plena de grandes transformações e marcadamente
tecnológica.
De acordo com a LDBEN Nº 9.39,4 de 20 de Dezembro de 1996, titulo I, Art. 1º,
a educação abrange “os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições da sociedade civil e nas
manifestações culturais”. Salienta também, no titulo II, Art. 2º, a educação como
“dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
O compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma
educação profissionalizante voltada para as novas tecnologias, atendendo não só o
mercado de trabalho do município, como também tornando os educandos cidadãos
voltados para a realidade social, seus direitos e responsabilidades em relação à vida
pessoal e coletiva.
O momento atual nos faz refletir sobre a grande importância da Educação
Profissional para nossa comunidade, pois se sabe que a escolarização da maioria das
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pessoas ocorre apenas até o fundamental e, muitas vezes, de forma incompleta,
dificultando, assim, o ingresso ao mercado de trabalho.
Desta forma, a Educação Profissional, atualmente, constitui um caminho eficaz
na busca de melhores condições de vida, oferecendo mão de obra qualificada ao
mercado de trabalho, diminuindo os índices de desemprego, através do resgate da
cidadania para a população de nosso município.
12.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL
12.4.1 Dimensões e Objetivos
O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e
pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos
estarem/interagirem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação.
Como paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos
humanos, tem por princípios:
• conjugar igualdade e diferença como valores indissociáveis;
• valorizar a ideia de equidade formal;
• assegurar o acesso e permanência dos alunos nas escolas regulares, com
trabalhos conjugados entre professores do ensino regular e de educação especial,
que oferecerá suportes necessários para sua efetivação;
• garantir o Atendimento Educacional Especializado, com o pressuposto de
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade, que elimine
as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades
específicas.
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A Inclusão reflete a (re)significação das instituições de ensino em atender a
todos os alunos, sem qualquer tipo de segregação, ou seja, de exclusão, o que denota
edificar escolas que acolham cada um, independentemente de suas condições de
deficiência ou não.
A educação inclusiva constitui um desafio, no sentido de tornar a escola mais
dinâmica, compreensiva e acolhedora, que qualifique todos os alunos e, ao mesmo
tempo, (re)conheça as diferenças individuais, como um valor a ser levado em conta
no desenvolvimento e na materialização dos processos de ensino e aprendizagem.
Neste sentido, quando se trata de uma escola inclusiva, em observância aos
pressupostos e exigências da Educação Especial, é preciso adaptar‐se à diversidade
de características, capacidades e motivações dos alunos, a fim de responder às suas
necessidades educacionais, para que progridam no processo de desenvolvimento
com igualdade de condições. Assim, tem como objetivo principal consolidar a
construção e estruturação de um processo pedagógico, plural e igualitário, no sentido
de assegurar o direito às idiossincrasias, respeitar os projetos individuais de
existência, bem como atender e valorizar os distintos saberes e capacidades da cada
um.
A Educação Especial é organizada prevendo o ensino de alunos público alvo,
assegurando:
• o acesso, participação e aprendizagem nas classes comuns do ensino regular;
• a ampliação do atendimento educacional especializado em todas as escolas;
• a continuidade de estudos e acesso aos níveis mais elevados de ensino;
• a promoção de acessibilidade arquitetônica nas comunicações e
informações, nos mobiliários, equipamentos e nos transportes;
• a formação continuada dos professores de educação especial para o
Atendimento Educacional Especializado, entre outras possibilidades formativas;
• a formação continuada aos demais profissionais da educação;
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• a transversalidade da modalidade de Educação Especial na Educação Infantil,
Ensino Fundamental, Ensino do Campo, Educação de Jovens e Adultos e
Profissionalizante;
• a garantia de continuidade dos estudos, por meio de encaminhamentos à
modalidade de Educação de Jovens e Adultos, considerando a idade, as
características e os interesses dos alunos;
12.4.2 Público Alvo da Educação Especial Atendidos no AEE
De acordo com o Decreto nº 6.571/2008, que instituiu as Diretrizes
Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na
Educação Básica, considera‐se público‐alvo do AEE:
• alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas;
• alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem‐se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos
invasivos sem outra especificação;
• alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano,
isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e
criatividade.
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12.4.3 Avaliação dos Alunos para o Acesso ao Atendimento Educacional
Especializado1
O modelo proposto para a identificação das necessidades educacionais
especiais descentra‐se do aluno, como o único foco de análise, pois se baseia numa
concepção interativa e contextualizada de seu desenvolvimento e aprendizagem. A
avaliação estende‐se, portanto, aos diversos âmbitos e dimensões presentes no seu
processo de educação, com ênfase para a escola, examinados em suas múltiplas e
complexas (inter)relações.
Neste contexto, deve ser considerada como prioritária a avaliação educacional
ou pedagógica, realizada pelo professor de educação especial. Como avaliação
complementar, utilizam‐se os diagnósticos clínicos feitos por profissionais
habilitados, que também serão considerados como parceiros, durante todo o
processo de escolarização e do Atendimento Educacional Especializado.
Destaca‐se que os laudos/pareceres clínicos não devem ser considerados
como determinantes para o processo de desenvolvimento da aprendizagem dos
alunos na escola.
Assim sendo, a avaliação dos alunos para o acesso ao Atendimento
Educacional Especializado deve ser realizada pelo professor de educação especial, por
meio de um estudo de caso, que possibilite reconhecer as características pessoais e o
desenvolvimento do aluno, construindo diferentes estratégias pedagógicas para
sustentação da inclusão escolar.
O estudo de caso poderá se configurar por meio de:
• entrevista ‐ inúmeras são as “fontes” para as entrevistas, além da familiar,
sendo elas professores, gestores da escola, funcionários e os próprios alunos. As
entrevistas podem ser dirigidas ou não, sempre seguidas de registro; 1 Item construído a partir do subsídio “Saberes e Práticas da Inclusão: Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais (2006).
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• pareceres clínicos de outros profissionais;
• avaliação inicial do aluno: em que se considere as suas capacidades e
habilidades, bem como as necessidades específicas que justifiquem o acesso ao
Atendimento Educacional Especializado;
• observação: para a coleta de informação e de análise dos dados do contexto
educacional escolar;
• análise da produção escolar dos alunos: usando‐se como fontes seus
cadernos, folhas de exercícios, desenhos e outros trabalhos que realiza em sala de
aula, sem perder de vista a necessidade de contextualizá‐los. No caso deste
documento, o objetivo da avaliação dos alunos não visa que as informações obtidas
sirvam para classificá‐los neste ou naquele grupo, segundo as limitações que os
colocam em desvantagem. Busca‐se identificar suas necessidades educacionais
especiais, suas facilidades na aprendizagem e suas dificuldades gerais e específicas,
que se manifestam no processo educativo.
Destaca‐se que as informações colhidas ao longo do processo, sejam as
referentes às avaliações, sejam as decorrentes delas e que redirecionam as ações
pedagógicas, devem ser guardadas convenientemente, dentre outras razões, por se
constituírem em inestimável material para estudos e pesquisas acerca dos
instrumentos e procedimentos utilizados, além de permitirem acompanhar os
progressos obtidos.
12.4.4 Elaboração do Plano do AEE
O Plano de AEE visa elaborar ações que venham atender as necessidades do
aluno público alvo da educação especial, pois proporciona o acesso ao ambiente e a
conhecimentos, de forma a garantir, com autonomia, a promoção, a permanência e a
participação na escola regular.
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Para a elaboração do Plano de AEE, o educador especial deve assegurar:
• estudo de caso do aluno em evidência;
• os objetivos a serem atingidos pelo aluno;
• organização do atendimento:
1. Período de atendimento (semanal, mensal, bimestral, trimestral outros);
2. Frequência (número de vezes por semana);
3. Tempo de atendimento (em horas ou minutos);
4. Composição do atendimento: ( ) individual ( ) coletivo;
• a identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas do
aluno;
• atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aluno;
• a definição e a organização de estratégias, serviços, recursos pedagógicos e
de acessibilidade para o aluno;
• tipos de parcerias necessárias para aprimoramento do atendimento e
da produção de materiais e outras ações;
• quais profissionais da escola receberão orientação do professor de
AEE sobre serviços e recursos oferecidos para o desenvolvimento do aluno;
• avaliação da funcionalidade do plano durante sua execução;
• o registro do plano deve ser feito em ficha de acompanhamento do aluno,
ficando assegurado à família deste aluno os procedimentos adotados;
• avaliação do aluno, constando as mudanças observadas em relação ao
aprendizado no contexto escolar e entorno;
• outras ações.
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12.4.5 Autorização e Funcionamento da Sala de Recurso Multifuncional e do AEE
A autorização de funcionamento é o ato pelo qual o órgão próprio do sistema
de ensino permite o funcionamento da sala de recurso multifuncional e a oferta do
AEE, enquanto atendidas as disposições legais vigentes.
É de competência do Conselho Municipal de Educação a autorização do
funcionamento da sala de recurso multifuncional e do AEE. Deste modo, o gestor da
unidade de ensino deverá protocolar, na Secretaria de Educação, requerimento
solicitando a autorização de funcionamento.
Para autorização serão considerados os seguintes parâmetros:
• espaço físico adequado;
• instalação e uso adequado dos equipamentos e mobiliários;
• os planos de AEE;
• horários de atendimento dos alunos;
• se os recursos enviados pelo MEC/FNDE, que compõem estas salas, estão
todos neste espaço;
• inserção do AEE no Projeto Político‐Pedagógico e Regimento Escolar;
• outros.
Enfim, nesta perspectiva, todos aqueles envolvidos com a educação devem
compreender que os espaços educacionais são constituídos por diferentes alunos,
que aprendem de diferentes maneiras. Logo, se faz necessário a interrelação entre
escola regular, família e AEE, consolidando o processo de inclusão com respeito às
diferenças.
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_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Educação de Jovens e Adultos. Programa de desenvolvimento profissional continuado. Brasília, 1999. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, 2007. _____. Proposta curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5.ª a 8.ª série. v. 3. Introdução. 2002. _____. Parecer CEB n.º 11, de 10 de maio de 2000: diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos. Brasília; Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2000. _____. Ministério da educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes da educação nacional. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Sub‐Chefia para Assuntos Jurídicos, 1996. _____. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001: aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Sub‐Chefia para Assuntos Jurídicos, 2001. _____. Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005: altera os artigos 6o, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade. 2005. _____. Lei n° 11.274, de 06, de fevereiro de 2006: altera a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Brasília. Presidência da República, Casa Civil, Sub‐Chefia para Assuntos Jurídicos, 2006. _____. Parecer CNE/CEB n° 4, de 29 de janeiro de 1998: diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 1998. _____. Parecer CNE/CEB n° 6, de 08 de junho de 2005: reexame do Parecer CNE/CEB n° 24/2004, que visa o estabelecimento de normas para a ampliação do Ensino
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Fundamental para nove anos de duração. Brasília, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2005. _____. Parecer CNE/CEB n° 18, de 15 de setembro de 2005: orientações para matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental obrigatório, em atendimento à Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005, que altera os arts. 6°, 32 e 87 da Lei n° 9.394/1996. Brasília, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2005. _____. Parecer CNE/CEB n° 39, de 08 de agosto de 2006: consulta sobre situações relativas à matrícula de crianças de seis anos no Ensino Fundamental. Brasília, Câmara de Educação Básica, 2006. _____. Parecer CNE/CEB n° 45, de 07 de dezembro de 2006: consulta referente à interpretação da Lei Federal nº 11.274, de 6/2/2006, que amplia a duração do Ensino Fundamental para nove anos, e quanto à forma de trabalhar nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Brasília: Câmara de Educação Básica, 2006. _____. Parecer CNE/CEB n° 2, de 30 de janeiro de 2008: formação e atuação de docentes na organização pedagógica do Ensino Fundamental. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008. _____. Parecer CNE/CEB n° 4, de 20 de fevereiro de 2008: orientação sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008. _____. Parecer CNE/CEB n° 16, de 6 de agosto de 2008: regulamentação dos termos “efetivo trabalho escolar” e “efetivo trabalho educativo”. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008. _____. Resolução CNE/CEB n° 2, de 03 de agosto de 1998: institui as diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 1998. _____. Resolução CNE/CEB n° 2, de 07 de abril de 2005: define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2005.
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_____. Resolução CME/CEB n° 20, de 10 de maio de 2006: diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental – 9 anos no Sistema Municipal de Ensino. Brasília: Conselho Municipal de Educação de Santa Maria, 2006. _____. Resolução CME/CEB n° 25, de 07 de maio de 2008: Ações Pedagógicas Integradas desenvolvidas nas Escolas Municipais como integrantes do Regimento Escolar, Projeto Político‐Pedagógico e Planos de Estudos. Brasília, 2008. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota Técnica nº 19, Brasília: MEC/SEESP, 2010. _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº 6.571, de 17 de Setembro de 2008. CORTEZ, M. P. Economia solidária e educação de jovens e adultos. Brasília: INEP, 2005. DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo; SILVA, Alessandra da; LIMA, Cristiane Vieira de Paiva. Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007. DAVIDOV, Vasili, MARKOVA, A. El desarrollo del pensamiento en la edad escolar. In DAVIDOV, V., SHUARE, Marta (Orgs.). La psicologia evolutiva y pedagógica en la URSS: antologia. Moscou: Editorial Progreso, 1987. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir: Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez, 1998. DEMO,P. Ciência, Ideologia e Poder. São Paulo:Atlas, 1988 _____. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2000. DIÁRIO DE SANTA MARIA. Encarte Especial: 150 anos de Emancipação do Município de Santa Maria: A rede Municipal. p. 12. ELIAS, Marisa Del Cioppo: Célestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. Petrópolis: Vozes, 1997
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ESTEBAN, Maria Teresa (Org.) Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A,1999. FÁVERO, Eugênia Augusta Gonzaga; PANTOJA, Luisa de Marillac; MANTOAN, Maria Teresa Egler. Atendimento Educacional Especializado: aspectos legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC / SEESP, 2007. FAZENDA, Ivani. Conversando sobre interdisciplinaridade a distância. São Paulo, 2010. FERNANDES, Ceura. A Vida de Agueda Brazzale Leal. Santa Maria: Publicação da Lei do livro, 2011. FERNANDES, Cláudia Oliveira. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag5.pdf>. FERNANDES, Gleison. Âmbito e significado das diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio deliberadas pelo Conselho Nacional de Educação. Disponível em: <http://www.gleisinho.palestras.com.br>. Acesso em: 04.jun.2010. FREIRE, Madalena (Coord.) Observação, registro e reflexão. São Paulo: Editora Espaço Pedagógico, 1994. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação. São Paulo, Moraes, 1980. _____. Pedagogia do oprimido. 21ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. _____. Pedagogia do oprimido. São Paulo, Paz e Terra, 1996. _____. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 6.ed. São Paulo, Paz e Terra, 1999. _____. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. _____. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 2001.
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_____. Educação e mudança. 30 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. _____. A educação na cidade. Petrópolis: Editora Vozes, 1999. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001313/131359por.pdf>. Acesso em: 11.nov.2008. FURTADO, Eliane Dayse Pontes. Estudo sobre a educação para a população rural no Brasil. 2006. FERREIRA, N. S. C. Gestão educacional e organização do trabalho pedagógico. Curitiba: IESDE, 2009. GADOTTI, M. Educação de Jovens e Adultos: correntes e tendências. In: GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (Orgs.). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. 3. ed. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 2001. GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf>. HOFFMANN, J. Avaliação na pré‐escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 1996. v. 3. (Cadernos de Educação Infantil). IRELAND, T. D. et al. Os desafios da educação de jovens e adultos: vencer as barreiras da exclusão e da inclusão tutelada. In: KRUPA, S. KOLLING, Edgar Jorge (org.). Por uma educação básica no campo. Brasília: Universidade de Brasília, 1999. KRAMER, S. et al. Infância e educação infantil. Campinas, SP: Papirus, 1999. KUENER, A. Z. Educação profissional: categorias para uma nova pedagogia do trabalho. Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, maio/ago. 1999. p. 19‐29. LA TAILLE, Ives de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygostsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.
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LIMA, Elvira S. Desenvolvimento e aprendizagem na escola: aspectos culturais, neurológicos e psicológicos. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 1998. _____. A criança pequena e suas linguagens. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2000. _____. Memória e imaginação. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2004. _____. Neurociências e aprendizagens. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2004. _____. Atividades de estudo. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2006. _____. Indagações sobre currículo: currículo e desenvolvimento humano. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag1.pdf>. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 15. Ed. São Paulo: ______. O que é mesmo avaliar a aprendizagem? Pátio, Revista Proposta pedagógico‐curricular – Educação de Jovens e Adultos. Paraná, 2005. MEHEDFF, N. Debate. In: FERRETTI, C. J. et al. (Org.). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. Modalidade de Educação de Jovens e Adultos ‐ PROEJA. Documento Base, 2006. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/setec.> Acesso em 07.10.2008. MANTOAN, Maria Teresa Egler; GOMES, Adriana Limaverde; FERNANDES, Anna Costa; BATISTA,Cristina Abranches Mota; FIGUEIREDO, Rita Vieira; SALUSTIANO, Dorivaldo Alves. Deficiência mental. São Paulo: MEC / SEESP, 2007. MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>. MOREIRA, Marcos Antonio. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora UnB, 1999. OLIVEIRA, M. K. Aprendizagem e desenvolvimento: um processo sócio‐histórico. P: Scipione, 1993. Série pensamento e Ação no Magistério (21). PAPALIA E OLDS. Implicações da psicologia no contemporâneo. In: GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima; HUNING, Simone Maria (Orgs.). Porto Alegre. EDIPUCRS (2007).
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PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – Entre duas lógicas. Porto Alegre, Artmed, 1999. _____. 10 novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Ed. Arte médica, 2000. PUC‐SP/UNICID, mimeo, 2001. ______. Revista Alfabetização e Cidadania, São Paulo: RAAAB, n. 11, abr. 2001. REDIN, E. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca! Porto Alegre: Mediação, 1998. RIBEIRO, V. M. M. (Org). Educação para jovens e adultos. Ensino Fundamental: proposta curricular. 1.º Segmento. São Paulo: Ação Educativa – MEC, 2001. ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. SACRISTÁN, José Gimeno. A instituição escolar e a compreensão da realidade: o currículo integrado. In: SILVA, Luiz Heron et al. (Org.). Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. p.58‐73. SACRISTÁN, J. Gimeno e GOMEZ, A. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. SÁ, Elizabet Dias de; CAMPOS, Izilda Maria; SILVA, Myrian Beatriz Campolina, Deficiência visual. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007. SCHIRMER, Carolina R; BROWNING, Nádia; BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela. Deficiência física. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007. SHORES, Elizabeth F. [ et. al]. Manual de Portifólio: um guia passo a passo para professores. Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. SILVA, Luiz Heron et al. (Org.). Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. SILVA, Sonia Graça Oliveira. O perfil profissional do professor de educação infantil (2008)
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TORO, B. A construção do público: cidadania, democracia e participação. São Paulo: Ed. Senac, 2005. UNESCO, Brasil. Aprender a viver juntos: será que fracassamos? Brasília: UNESCO, UNESCO. V Conferência Internacional de Educação de Adultos. Declaração de Hamburgo. Hamburgo, Alemanha, jul. 1997. VENTURA, J. P. O PLANFOR e a educação de jovens e adultos: a subalternidade reiterada. Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/art_o_planfor_e_a_educacao.asp>. Acesso em: 26.ago.2008. VIEIRA PINTO, Álvaro. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1989. VEIGA, I.A.P. Escola: espaço do projeto político‐pedagógico. Campinas: Papirus, 1998 _____. Projeto político‐pedagógico: novas trilhas para a escola. In: VEIGA, I.P.A.; FONSECA, M. (Org.). Dimensões do projeto político‐pedagógico: novos desafios para a escola. Campinas: Papirus, 2001. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994. WEBER, Beatriz Teixeira; RIBEIRO José Iran. Nova história de Santa Maria. Publicação da Lei do Livro, 2010. ZABALA Antonio. Trabalhando conteúdos procedimentais na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 1998.
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14 ANEXOS
14.1 ANEXO 1
EQUIPES PARTICIPANTES DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A
EDUCAÇÃO MUNICIPAL
EQUIPE GESTORA NO PERÍODO 2006 – 2008:
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA
Antônio Valdeci Oliveira de Oliveira
SECRETARIA DE MUNICÍPIO DA EDUCAÇÃO
Leoneide Maria de Gregori
DIRETORIA DE ENSINO
Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin
EIXO DA INCLUSÃO
Marizete Almeida Müller
Valquirea Monteblanco Villagran
EIXO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Sonia Maria Gonçalves da Silva
Daisy Mari Braz Ramos
EIXO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Mariella Fröner Martins
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EIXO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ELIANE DI FRANCANI
EDINARA ALVES DE MOURA
MARIA GORETTI ROCHA FARIAS
VERA LUCIA MACHADO DA SILVA
GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008
EDUCAÇÃO INFANTIL:
Adriana Maria Falkembach Knacfuss
Adriane de Almeida Messias
Aldenise Greskouviak
Andreia Ferretti Lima
Carmem Hautrive
Claudia Madeira
Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin
Cleonice Fratton
Daisy Mari Braz Ramos
Lisiane da Cunha Rosignollo
Lizandra Silveira
Luciana Rodrigues
Luciana Cavalheiro
Mara de Oliveira
Marcia Regina Neves
Maria de Lourdes Bevilaqua
Mariuza Walchte Rosa
Marlene Luccas
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Nízia Maria Martins Sokolovicz
Silvia Bassoaldo Mór
Sonia Maria Gonçalves da Silva
Suzana Boher
Suzana Fagundes Beltrame
GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008
ENSINO FUNDAMENTAL
Adriana Andrigheto Ruviaro da Silva
Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin
Dalva Rezendes Flores Marchesan
Eliane Aparecida Galvão dos Santos
Elizabeth Dalla Lana Pinto
Eunice Pereira Azenha
Ieda Moraes Strukis
Isabel Cristina Silva de Oliveira
Izabel Cristina Uaska Heep
Leda Dias Dezorzi
Lila Maria Malcorra Araújo
Luciane Schlottfeldt
Mariella Fröner Martins
Roselaine Oliveira Dal Ponte
Silvia Batistélla Guerra
Silvia Pagel Luiz
Tânia Maria Camilotto Bortoluzzi
Vânia Teresa Meneghetti
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GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008 ‐ EJA
Allanice M. da Silva de Freitas
Ana Claudia Gonçalves Ribeiro
Ana Lúcia Lopes Corrêa
Anny Guindel Desconzi
Brígida Ferreira
Claudia Bassoaldo Ramos
Cléia Margareth Macedo da Costa Tonin
Edinara Alves de Moura
Eliane di Francani
Elizabete Maria Pippi
Elizabeth Regina Demarco
Eunice Maria Mussoi
Iara R. Pozzobon Bortoluzzi
Lucia Helena Miolo Rosa
Maira Salete Gaspartto Barin
Mara Regina P. da Luz
Marco Aurélio Lisbôa Ramos
Maria Adelaide Bitencourt
Marly Lopes Alves
Maria Helena Castro de Almeida
Maria Goretti Rocha Farias
Maria Helena A. Conte
Maria Helena B. Massoco
Maria Oliveira
Marisa dos Santos
Miria Margarete Nogueira
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Paulo Renato Alves Flores
Regina S. Martins
Régis Severo Villanova da Silva
Rubia Brum
Silvana Freitas Camargo
Vera Lúcia Machado da Silva
GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2011
EDUCAÇÃO DO CAMPO
Elizabete Sarturi Hundertmarck
Gilce Antonia Spode de Arruda
Marfisa Silveira Rossi
Genésio Pigatto Ferrari
Ivone Mortari da Silva
Ivonetti da Silva Bozza
Roberto de David Boemo
Eliane Treptow Graeff
Cátia Pascotini
Bernadete Dalla Corte
Adriana Ruviaro
Nivia Terezinha Paim Correia
Magda Nelci de Mello
Vera Jolemark
Nelci Palma Procópio
Lédia Beatriz Sanfelice
Artur Giovane Alves
Cláudia Bassoaldo
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Marilene Gabriel Dalla Corte
EQUIPE GESTORA DA SMED NO PERÍODO 2009:
PEDRO LECUEDER AGUIRRE
Secretario de Município da Educação – Santa Maria/RS
MARIA DE FÁTIMA GUERRA SANTINI
Secretária Adjunta de Município da Educação
MARILENE GABRIEL DALLA CORTE
Superintendente de Gestão da Educação Básica
FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO E ADEQUAÇÃO A NOVA LEGISLAÇÃO 2011:
EQUIPE SETOR PEDAGÓGICO DA SMED
ADRIANA MARIA FALKEMBACH KNACFUSS
ARLEI PERIPOLLI
CLÁUDIA BASSOALDO
DAISY MARI BRAZ RAMOS
GISELE BAUER MAHMUD
ISAMARA MORAIS MODESTO VARGAS
LIRIS MARIA DA COSTA DIEFENTHALER
MARIA GORETTI ROCHA FARIAS
MARIELLA FRONER MARTINS
MARIZA CARVALHO DOS SANTOS
NARHYON JOSE LEMOS CORREA
NELSON MIORIM DE MEDEIROS
ROSANGELA VAZ SCHULTZ
SILVIA MARIA PEREIRA CAMARGO
VERA LUCIA GUEDES SIMON
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PROFESSORAS QUE COLABORARAM NO ESTUDO E DISCUSSÃO DAS NOVAS
DIRETRIZES LEGAIS NACIONAIS
MIRIA MARGARETE NOGUEIRA
VERA MACHADO DA SILVA
ELIANE GALVAO
SOLAINE MASSIERER
MARA OLIVEIRA
TAÍS GUARESCHI
MARGARETH ALMEIDA
ROSANA COPETTI
DENISE MEDINA
MARIA DE FÁTIMA ROSA RODRIGUES
SANDRA SUZANA ILHA
RENATA CORCINI CARVALHO
ELIANA MENEZES DE MENEZES
MARA KIRINUS PIVETTA
VALQUÍRIA MONTEBLANCO VILAGRAN
COLABORADORES:
PROFª Me.CECÍLIA MEURER
PROFª DRª SUELI MENEZES E GRUPO DE PESQUISA GEPGE
CENTRO DE EDUCAÇÃO UFSM‐RS
PARECERISTAS LABLER/UFSM –RS:
PROFª.DRª. DÉSIRÉE MOTTA ROTH
PROFª. Me. ÂNGELA ASSIS BRASIL
PROFª ANELISE SCOTTI SCHERER
PROFª JANETE TERESINHA ARNT
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PROFª DRª GRACIELA R. HENDGES
PROFª Me. TÂNIA MOREIRA
PROFª NATHÁLIA CATTO
ACADÊMICO ELISEU ALVES DA SILVA
PROFª DRª LUCIANE TICKS
PROFª Me. CRISTINA DOS SANTOS LOVATO
PROFª Me. CARMEM DELEACIL RIBEIRO GAVIOLI
PROFª Me. ROGÉRIA LOURENÇO DOS SANTOS
14.2 ANEXO2
ENTREVISTA FAMILIAR ‐ SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO ‐ OBSERVAÇÃO
DO ESTILO DE APRENDIZAGEM ‐ MODELO DE PLANO DE AEE
MODELO DE ENTREVISTA FAMILIAR
1 ‐ DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome do aluno:
Data de Nascimento:
Escola:
Nome do pai:
Nome da mãe:
Profissão do Pai: Profissão da Mãe:
Endereço (rua/ nº/ cidade/bairro/ telefone) :
Irmãos:
Com quem reside no momento:
2 ‐ DADOS DA GRAVIDEZ DA MÃE
Idade da mãe:
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Idade do pai:
A gravidez foi planejada:
Qual a expectativa da família:
Condições físicas durante a gravidez:
Condições emocionais durante a gravidez:
Houve ameaça de aborto: Qual a causa:
Houve acompanhamento pré‐natal:
Ocorreram doenças infecciosas:
A mãe tomou medicação durante a gravidez: ( especificar)
A mãe é fumante: Alcoólatra: Toxicômana:
OBS:
3 ‐ PARTO
Normal: Cesariana:
Em tempo: Prematuro:
Quanto tempo de gestação:
Local do parto:
Alguma situação especial:
4 ‐ CONDIÇÕES DO RECÉM‐NASCIDO
Peso:
Comprimento:
Cor ao nascer: natural ( ) anoxia ( ) pálido ( )
Apresentou alguma malformação:
Qual tratamento imediato:
Qual a primeira reação da família quanto ao bebê:
5 ‐ ALIMENTAÇÃO
Quanto tempo após o parto recebeu a primeira alimentação:
Alimentação natural até quando:
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(seio) (mamadeira)
Quando parou:
Foi observada alguma dificuldade de deglutição:
Quando iniciou a alimentação sólida:
Preferência alimentar:
6 ‐ SONO
Quando bebê:
Atualmente: ( ) agitado ( ) tranquilo ( ) insônia
Quanto tempo dorme:
Dorme sozinho:
7 ‐ ROTINA DA CRIANÇA
Descreva como é seu dia desde quando acorda até quando deita:
8 ‐ DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
Engatinhou:
Idade que iniciou a caminhar:
Com auxílio ( ) Qual:
Sem auxílio ( )
Tem alguma dificuldade motora:
Controle dos esfíncteres: Diurno:
Noturno:
Como e quando foi o controle dos esfíncteres:
9 ‐ EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM
Quando iniciou o balbucio:
Quando falou as primeiras palavras:
Usa frases para se comunicar:
Troca letras: Quais:
Necessita de gestos para se comunicar:
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Cumpre ordens simples:
Sabe transmitir recados:
Repete histórias:
Canta:
10 ‐ SEXUALIDADE
Tem curiosidade sexual: Atitude tomada:
Masturba‐se: Atitude tomada:
Quem lhe orienta em casa: Desde quando:
11 ‐ RELACIONAMENTO E CARACTERÍSTICAS PESSOAIS
Faz amigos:
Relaciona‐se bem com estes:
Prefere brincar sozinho ou com companheiros:
Relaciona‐se melhor com pai ou com a mãe:
Como reage quando contrariado:
Qual a atitude dos pais diante da reação:
Como reage diante de situações novas:
O que faz nos momentos livres:
Tem outra atividade além da escola:
Lugar que dispõe para brincar:
Tem autonomia nas questões de higiene pessoal e vestuário:
12 ‐ ANTECEDENTES FISIOPATOLÓGICOS
Teve alguma doença durante a infância:
Já teve convulsão: Características e frequência:
Fez cirurgia: Quando: Tipo de Cirurgia:
Tomou anestesia:
13 ‐ ANTECEDENTES PATOLÓGICOS FAMILIARES
Outras pessoas da família apresentam:
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( ) Distúrbios da fala
( ) Epilepsia
( ) Algum tipo de deficiência: Qual?
( ) Alcoolismo
( ) Tóxico
( ) Doença mental
OUTRAS INFORMAÇÕES:
OBS:
DATA:
RESPONSÁVEL PELO PREENCHIMENTO DA ENTREVISTA:
A entrevista familiar vai subsidiar o estudo de caso e Planos de Atendimento
Educacional Especializado.
SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO DO ALUNO
O portifólio pode ser definido como uma coleção de itens que revela,
conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do crescimento e do
desenvolvimento de cada criança.
Podem conter anotações dos alunos e professores, amostra de trabalhos,
fotografias, entrevistas com os alunos e com os pais e registros de desempenho.
Por que usar Portifólio:
• para melhorar a dinâmica na sala de aula;
• para evitar os testes padronizados;
• para envolver efetivamente a família no processo de avaliação dos alunos;
• para oferecer à criança aquilo que ela realmente necessita para seu
progresso e para não utilizar a avaliação como um instrumento de classificação;
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• para ultrapassar os limites da técnica e incorporar em sua dinâmica a
dimensão ética, imersa na pedagogia da inclusão;
• para substituir o padrão de homogeneidade pelo da heterogeneidade;
• para possibilitar que o erro possa ser visto como um processo de construção
do conhecimento que dá pistas sobre o modo como cada um está organizando seu
pensamento;
• para possibilitar que todos possam aprender e ter valorizados seus
conhecimentos, no seu tempo, por seus caminhos, com seus recursos e com a ajuda
do coletivo.
Processo de montagem do Portifólio:
• definir o porquê da avaliação por Portifólio;
• coletar amostras de trabalho;
• consultar o planejamento do professor e o registro dos alunos;
• realizar entrevistas;
• realizar registros e observações de trabalhos dos alunos;
• preparar relatórios narrativos;
• utilizar em reuniões com pais e com o aluno;
• usar em situações de transição.
AMOSTRAS DE TRABALHOS
Fotografias: as fotografias são um método poderoso de preservar e de
apresentar informações sobre o que é e como as crianças estão aprendendo. Elas
mostram detalhes de cenas e eventos que muitas vezes somente a observação ou
descrição não conseguem captar.
Desenhos: desenhos, redações e atividades variadas são evidências claras do
desenvolvimento cognitivo e das habilidades criativas dos alunos. Coletar sempre as
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fontes primárias, que são os materiais que não foram revisados. A professora deve
escrever breves comentários sobre o trabalho
Ditados: os ditados são atividades importantes, porque demonstram à criança
as conexões tanto entre a experiência e a narrativa como entre a linguagem oral e
escrita.
Entrevista: as entrevistas são ocasiões em que o professor e a criança
discutem um único conteúdo em profundidade. As anotações escritas de entrevistas
possibilitam atender as necessidades individuais dos alunos.
Como realizar:
• decidir se a entrevista será com uma ou mais crianças e qual o assunto que
será abordado;
• dizer à criança sobre qual assunto conversarão. Ex.: “eu quero saber o que
você pensa sobre isto”?
• utilizar os materiais do aluno, caderno, livros, etc.
• observar o material, questionar e registrar as respostas. Ler para o aluno o
que você escreveu. Colocar a data.
• concluir a entrevista, ajudando a criança a fazer anotações no seu caderno.
RELATO NARRATIVO
Os relatos narrativos demonstram o progresso global da criança e ajudam o
professor a preparar estratégias para suprir suas necessidades.
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ANÁLISE DO PORTIFÓLIO
Com os alunos:
• capacitar as crianças a pensar sobre seu desenvolvimento como aprendizes e
a definir objetivos para si próprio é uma parte importante do portifólio;
• iniciar a análise examinando todos os registros e trabalhos que estão na
pasta. Fazer algumas perguntas:
Que tipo de trabalho temos em seu portifólio?
Quais são seus melhores trabalhos?
Qual você gostaria de ter feito de outro jeito?
• no final da reunião, ajudar a criança a escrever um resumo de seus
progressos e projetos para o futuro. Se a criança não conseguir escrever, escreva para
ela.
Com os pais:
• agendar o encontro com antecedência;
• atender individualmente;
• delimitar o tempo de cada encontro;
• informar às crianças que você mostrará o portifólio para os pais.
A reunião com os pais não tem apenas o objetivo de mostrar os trabalhos, mas
permite aos professores conhecer as ideias dos pais sobre o aprendizado de seus
filhos. Usar as reuniões também para envolvê‐los em atividades de classe e em
projetos. Mostrar aos pais as escolhas das crianças.
Com as professoras do próximo ano:
Agendar um encontro com o (a) professor (a) da série que o aluno irá
frequentar no próximo ano.
• Analisar com ele (a) toda a produção que conste no portifólio.
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• Amostras representativas de trabalho que demonstre avanços importantes
ou problemas persistentes devem ser discutidos.
• A observação sistemática do aluno leva ao aperfeiçoamento e à
experimentação dos diferentes estilos de ensino e permite aos profissionais um
maior conhecimento sobre a abordagem de uma certa criança ao aprendizado.
• Desta maneira, os professores descobrem o que motiva as crianças a
aprender, como elas aprendem e como podem ser avaliadas.
• Outra característica importante é o respeito à diversidade, que deverá se
refletir no projeto político‐pedagógico da escola e, especialmente, nas práticas
pedagógicas na sala de aula.
OBSERVAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM
1.1. Nome: ___________________________ 1.2. Ano:_______ 1.3. Turma: ____
1.4. Idade: ____anos 1.5. Data de Nascimento.: ___/___/___
1.6. Escola:___________________________________________________________
1.7. Avaliador/ Função:__________________________________________________
(Marcar o que procede)
INDICADORES ASPECTOS A CONSIDERAR X
Motivação para o trabalho escolar
Sem motivação Motivado para a maioria dos temas de estudo Motivado para alguns temas concretos Motivado para aspectos não escolares
Ritmo de trabalho
Adequado Rápido Lento Variável
Constância no esforço Sem constância Capacidade de atenção e concentração Desejo de superação
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INDICADORES ASPECTOS A CONSIDERAR X
Atitude em face de erros e/ou dificuldades
Frustração Aceitação Abandono Perseverança
Resposta às mudanças nas rotinas de trabalho
Tolerância Negação Abandono Desorientação Resposta Reflexiva Resposta não‐reflexiva
Autonomia no trabalho Pode trabalhar sozinho se conhece a tarefa Dependência Independência do adulto
Hábitos de organização do material escolar e dos deveres
Com freqüência não faz os deveres Pasta Ordem Cuidado e manutenção Esquecimentos Agenda
Trabalho em grupo
Tem iniciativa É colaborativo e participa Ajuda aos outros Não participa Tem dificuldade Isolado
Santa Maria, _____ de _____________ de 200__
Fonte: Adaptação do material de ALVAREZ, L; COMA, R. Adaptação de materiais das
EAP. In.: Sanches‐ Cano, M; Bonals, J. (orgs), 2008.
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MODELO DE PLANO DE AEE
NOME DA ESCOLA : ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO Professor do AEE: Data: 1 ‐ Identificação do (a) Aluno (a) Nome: Data de nascimento: Filiação: Telefone para contato: Diagnóstico / Hipótese Diagnóstica: Série/Ano: Professora do ensino regular: Frequentou o AEE em anos anteriores? ( ) Não ( ) Sim Onde: Tempo: 2 ‐ Objetivos do Plano de AEE
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3 ‐ Organização do AEE
• Frequência (número de vezes por semana para atendimento ao aluno): _______ • Tempo de atendimento:________ (em horas ou minutos) • Composição do atendimento: ( ) individual ( ) coletivo • Outros: ___________
4 ‐ Adequações de materiais e equipamentos
5 ‐ Tipos de parcerias necessárias para aprimoramento do atendimento
6 ‐ Resultados Esperados 7 ‐ Avaliação dos Resultados