196
Rua Ângelo Uglione, nº 1515 CEP: 97.010570 Telefone: 55 3222.3401 FAX: 55 3223.3770 educaçã[email protected] 1 E D U C A Ç Ã O PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA SECRETARIA DE MUNICÍPIO DA EDUCAÇÃO DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO MUNICIPAL 2011

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E D U C A Ç Ã O

  

 PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA 

SECRETARIA DE MUNICÍPIO DA EDUCAÇÃO 

 

 

 

       

DIRETRIZES CURRICULARES PARA A  EDUCAÇÃO MUNICIPAL 

              

2011  

 

 

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Ensinar inexiste sem aprender e vice‐versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres 

e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao 

longo dos tempos. mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar maneiras, 

caminhos, métodos de ensinar.   

(Paulo Freire, 1996) 

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 CESAR AUGUSTO SCHIRMER  

Prefeito Municipal de Santa Maria/RS  

JOSÉ HAIDAR FARRET Vice Prefeito de Santa Maria/RS 

 JOÃO LUIZ ROTH  

Secretario de Município da Educação – Santa Maria/RS  

SILVANA GUERINO Secretária Adjunta de Município da Educação 

 GISELE BAUER MAHMUD 

Superintendente de Gestão da Educação Básica  

PAULO FLORES Superintendente de Gestão e Apoio 

 CLEONE MARIA CHARÃO MARTINS 

Superintendente de Gestão de Projetos  

EQUIPE SETOR PEDAGÓGICO ARLEI PERIPOLLI 

CLÁUDIA BASSOALDO DAISY MARI BRAZ RAMOS 

ISAMARA MORAIS MODESTO VARGAS LIRIS MARIA DA COSTA DIEFENTHALER 

MARIA GORETTI ROCHA FARIAS MARIELLA FRONER MARTINS 

MARIZA CARVALHO DOS SANTOS NARHYON JOSE LEMOS CORREA NELSON MIORIM DE MEDEIROS 

ROSANGELA VAZ SCHULTZ SILVIA MARIA PEREIRA CAMARGO 

VERA LUCIA GUEDES SIMON  

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E D U C A Ç Ã O

 

APRESENTAÇÃO    A construção das Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Santa 

Maria ‐RS ‐ (RME), proposta pela Secretaria de Município da Educação ‐ (SMED), teve 

início em 2005, com o processo de organização, articulação e implantação do Ensino 

Fundamental  de  9  (nove)  anos.  Este  processo  priorizou  o  resgate  de  reflexões  e 

referenciais produzidos, ao  longo dos anos, pelas Escolas Municipais e Secretaria de 

Município da Educação, e concretiza seu lançamento em 2011.  

  A  finalidade  deste  documento  consiste  em  definir  uma  política  de  currículo 

norteadora  às  escolas municipais  de  Santa Maria  ‐  RS.  As  Diretrizes  Curriculares 

Municipais objetivam a articulação do processo de organização da Educação Básica, a 

[re]  estruturação  dos  projetos  político‐pedagógicos  das  escolas,  bem  como  a 

adequação e o  cumprimento da  legislação atual  (Resolução CNE/CEB nº 04/2010 e 

Resolução CNE/CEB nº 07/2010).  

  Considera‐se  premente  uma  [re]  orientação  curricular  para  as  escolas 

municipais,  no  sentido  de  que  sejam  trabalhados  os  componentes  curriculares  da 

Base  Nacional  Comum  e  da  Parte  Diversificada  (Resolução  CNE/CEB  nº  07/2010), 

tendo como foco a observância à  legislação vigente, bem como às características do 

contexto do município de Santa Maria/RS.  

  O  processo  de  construção  das  Diretrizes  Curriculares  buscou  mobilizar 

diferentes  atores  e  cenários  da  conjuntura  da  educação  municipal  em  debates, 

seminários,  contribuições  de  instrumentos  de  pesquisa,  reflexões  em  diferentes 

momentos de formação continuada, tanto no âmbito das instituições escolares como 

em eventos promovidos pela SMED Santa Maria ‐ RS. O resultado, portanto, consiste 

em  produções  oriundas  dos  profissionais  da  Rede  Municipal  de  Ensino.  Nesta 

perspectiva,  um  grupo  de  sistematização  organizou  e  construiu  o  presente 

documento.  Cabe  destacar  que  a  participação  de  Instituições  de  Ensino  Superior, 

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Entidades Educacionais, entre outras Instituições parceiras, no processo de formação 

continuada,  foi  um  marco  significativo  que  contribuiu  para  a  ampliação  e 

aprofundamento das reflexões. 

  Este  documento  expressa,  portanto,  uma  concepção  de  educação,  de 

currículo, dimensões educativas, princípios educacionais, estrutura e funcionamento 

da  rede  ensino para o município de  Santa Maria. Contudo, não objetiva  cercear  a 

autonomia de  cada escola na  construção do  seu  currículo, mas,  sobretudo,  ser um 

instrumento norteador ao processo de  reflexão e  [re] significação do papel social e 

educativo da escola, em especial como espaço público de cultura viva.  

  A  escola,  inserida  na  rede  municipal,  precisa  articular  as  dimensões 

administrativas  e  financeiras  com  a  dimensão  pedagógica,  tendo  como  principal 

referência a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem. 

  A  gestão  do  Ensino Municipal,  coordenada  pela  Secretaria  de Município  da 

Educação,  tem  como  objetivo  principal  fazer  cumprir  as  Diretrizes  Curriculares 

Municipais  e  a  legislação  vigente,  orientando  o  fazer  pedagógico  das  escolas, 

definindo metas e estabelecendo estratégias, a fim de atingir os propósitos do Ensino 

Nacional. 

  Nesta  perspectiva,  apresentam‐se  as  DIRETRIZES  CURRICULARES  PARA  A 

EDUCAÇÃO  MUNICIPAL,  como  política  pública  de  orientação  para  as  escolas 

municipais,  consolidando uma  educação de qualidade do 1º  ao 9º  anos do  Ensino 

Fundamental,  bem  como  a  Educação  Infantil,  Educação  do  Campo,  Educação  de 

Jovens  e Adultos,  Educação  Inclusiva,  Educação  Escolar  Indígena,  Educação  Escolar 

Quilombola e Núcleo de Tecnologia Municipal. 

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SIGLAS 

 

  APIs ‐ Ações Pedagógicas Integradas 

  CEB ‐ Câmara de Educação Básica 

  CME ‐ Conselho Municipal de Educação 

  CNE ‐ Conselho Nacional de Educação 

  COOPER‐ Cooperativa dos Ferroviários 

  DCM ‐ Diretrizes Curriculares Municipais 

  DCNEJA ‐ Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e  

     Adultos. 

  DOER – Diretrizes Operacionais para a Educação Rural 

  FICAI – Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente 

  EAD – Educação a Distancia 

  EEI – Escola de Educação Infantil 

  EJA ‐ Educação de Jovens e Adultos 

  EMAI – Escola Municipal de Aprendizado Industrial 

  EMAET – Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan  

  EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil 

  e‐Tec‐ Escola Técnica Aberta do Brasil 

  FNDE – Fundação Nacional de Desenvolvimento 

  IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 

  IFET ‐ Instituto Federal de Educação Tecnológica 

  LDB ‐ Lei de Diretrizes e Bases  

  MEC ‐ Ministério de Educação  

  NTEM – Núcleo de Tecnologia Municipal 

  PBA‐ Programa Brasil Alfabetizado 

  PCNs ‐ Parâmetros Curriculares Nacionais 

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  PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação 

  PNEA ‐ Programa Nacional de Educação Ambiental 

  PROEJA ‐ Programa de Profissionalização da Educação de Jovens e  

 Adultos 

  PROINFO – Programa de Informática 

  REMEA ‐ Rede Municipal de Educadores Ambientais 

  RME ‐ Rede Municipal de Ensino 

  RPPN ‐ Reserva Particular do Patrimônio Natural  

  SEESP – Secretaria de Educação Especial  

  SEF ‐ Secretaria de Ensino Fundamental 

  SMED ‐ Secretaria Municipal de Educação 

  TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação 

 

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SUMÁRIO 

 

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................    11 

1.1 IDENTIDADE INSTITUCIONAL .................................................................    11 

1.2 MISSÃO DA SMED ..................................................................................   17 

1.3 VISÃO DA SMED .....................................................................................   17 

1.4 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO PÚBLICO EM SANTA MARIA ..................   17 

1.5 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA  

A EDUCAÇÃO MUNICIPAL .............................................................................  22 

2 REFERENCIAIS .......................................................................................  28 

2.1 REFERENCIAIS LEGAIS .............................................................................   28 

2.1.1 Gestão Escolar Democrática ............................................................  37 

2.2 REFERENCIAIS CONCEITUAIS ...................................................................  38 

3 PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS ...................................................................  43 

3.1 PRINCÍPIOS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA .....................................  44 

3.2 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA A AÇÃO EDUCATIVA........................ .  46 

3.2.1 Desenvolvimento das Diferentes Linguagens e seus Códigos   ...........  47 

3.2.2 Respeito às Fases Do Desenvolvimento Humano..............................  49 

3.2.3 Construção da Autonomia ..................................................................  51 

3.2.4 Respeito à Diversidade ......................................................................  53 

3.2.5 Relações Sociais, Culturais e Educação Científica ................................  55 

4 PROJETO POLÍTICO‐PEDAGÓGICO .............................................................  57 

5 O EDUCANDO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO .......................................  60 

6 O EDUCADOR DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO .......................................  63 

7 PRINCÍPIOS E FINALIDADES DO CURRÍCULO ESCOLAR ..............................  70 

7.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICO‐ METODOLÓGICAS ............................................  71 

7.2 AVALIAÇÃO ................................................................................................  82 

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7.2.1 Dimensões e Conceitos...................................................................   83 

7.2.2 Instrumentos de Avaliação ..............................................................  87 

7.2 3 Avaliação Institucional ....................................................................  89 

7.2.4 Avaliação do Sistema Público Municipal   .........................................  90 

8 ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES   .............................................................  97 

9 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR .............  103 

9.1 ESPAÇOS, TEMPOS E RECURSOS DE APRENDIZAGEM .............................  110 

9.1.2 A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL .................................  116 

9.1.3 RECURSOS EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES DA REDE MUNICIPAL  

DE ENSINO .....................................................................................................  118 

10 NÍVEIS ..................................................................................................  123 

10.1 EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................  123 

10.2 IDENTIDADE E OBJETIVOS ......................................................................  123 

10.3 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................. .  125 

10.4 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL...................  ..  126 

11 ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................  136 

11.1 IDENTIDADE E OBJETIVOS.....................................................................   136 

11.2 DIMENSÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL ...............................................  136 

11.3 CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL ...............................................  138 

12 MODALIDADES DE ENSINO..................................................................   148 

12.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS  ........................................................  148 

12.1.1 Identidade e Objetivos ....................................................................  148 

12.1.2 Dimensões do Ensino da EJA ...........................................................  150 

12.1.3 Currículo da EJA ...............................................................................  151 

12.1.4 Eixos Articuladores do Currículo: Cultura, Trabalho e Tempo ...........  154 

12.2 EDUCAÇÃO DO CAMPO ...........................................................................  157 

12.2.1 Identidade e Objetivos ......................................................................  157 

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E D U C A Ç Ã O

12.2.2 Dimensões da Educação do Campo ................................................  158 

12.2.3 O Currículo da Educação do Campo .................................................  159 

12.3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA ..........................................  160 

12.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL ..............................................................................  161 

12.4.1 Dimensões e Objetivos ....................................................................  161 

12.4.2 Público Alvo da Educação Especial Atendidos no ATÉ .......................  163 

12.4.3 Avaliação dos Alunos para o Acesso ao Atendimento Educacional 

Especializado .............................................................................................  164 

12.4.4 Elaboração do Plano do ATÉ ............................................................  165 

12.4.5 Autorização e Funcionamento da Sala de Recursos Multifuncional  

e do ATÉ ....................................................................................................  167 

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................  168 

14 ANEXOS ................................................................................................  178 

14.1 ANEXO 1 

EQUIPES PARTICIPANTES DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES  

PARA A EDUCAÇÃO MUNICIPAL .....................................................................  178 

14.2 ANEXO2  

ENTREVISTA FAMILIAR ‐ SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO –  

OBSERVAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM ‐ MODELO DE PLANO DE ATÉ ..  185

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E D U C A Ç Ã O

1 INTRODUÇÃO 

 

1.1 IDENTIDADE INSTITUCIONAL 

 

  A Rede Municipal de Ensino constitui‐se de 80 escolas assim distribuídas: 

  • 01 escola de artes – EMAET; 

  • 01 escola de ensino profissionalizante – EMAI; 

  • 45 escolas de ensino fundamental na zona urbana – EMEF; 

  • 09 escolas de ensino fundamental do campo – EMEF; 

  • 19 escolas de educação infantil na zona urbana – EMEI; 

  • 01 escola de educação infantil do campo – EMEI; 

  • 04 escolas de educação infantil conveniada – EEI. 

  A  rede municipal  de  Santa Maria  atende  aproximadamente  19.000  alunos. 

Possui 1.558 professores em seu quadro de recursos humanos, cuja formação segue 

parâmetros do Plano de Carreira Municipal. 

  A  Educação  Infantil,  no  Sistema  Municipal  de  Ensino  de  Santa  Maria/RS, 

desenvolve‐ se nas 20 Escolas Municipais de Educação  Infantil  (EMEI), nas 4 Escolas 

de  Educação  Infantil  Conveniadas  (EEI)  e  em  20  Escolas  Municipais  de  Ensino 

Fundamental (EMEF), que atendem crianças até seis anos, em turmas de maternal à 

pré‐escola B.  

   O  Ensino  Fundamental  está  estruturado  em  54  escolas  de  Ensino 

Fundamental. organizado, conforme a  legislação vigente, em anos  iniciais  (1º ao 5º 

ano) e em anos finais (6º ao 9º anos).  

  A  ampliação  do  Ensino  Fundamental  para  nove  anos  na  rede  de  escolas 

municipais  de  Santa Maria  aconteceu  em  2006,  sempre  com maior  demanda  nos 

anos iniciais. Também cabe retratar que o município de Santa Maria está dividido em 

um zoneamento com 47 escolas na zona urbana e 09 escolas na zona rural. A maior 

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12 

E D U C A Ç Ã O

demanda existente é por vagas é na zona urbana, considerando que, da parcela de 

alunos matriculados no ensino  fundamental, apenas 9,5% dos alunos encontram se 

nas escolas do campo.  

  A Educação de Jovens e Adultos é oferecida em 15 escolas municipais, sendo 

14 localizadas na zona urbana e 01 localizada no campo. 

  A  Educação  profissional  é  oferecida  nos  níveis  básico  e  técnico  (Ensino 

Fundamental, Ensino Médio e EJA) na Escola Municipal de Aprendizagem Industrial – 

EMAI e Escola Técnica Aberta do Brasil – ETec Brasil.  

  A  Escola  Municipal  de  Aprendizagem  Industrial,  pertencente  ao  Sistema 

Municipal de Ensino, possui corpo docente capacitado e qualificado para a oferta de 

cursos  profissionalizantes  de  formação  inicial,  respaldada  por  um  Projeto  Político‐

Pedagógico e Regimento  Interno. Oferece  à  comunidade  cursos na  área de Metal‐

Mecânica. Metalurgia, Serralheria, Eletricidade e Desenho Industrial.  

  O Município  de  Santa Maria  aderiu  ao  programa  ETec  em  2008,  através  do 

Acordo  de  Cooperação  Técnica  com  a  Secretaria  de  Educação  Profissional,  sendo 

implantada,  em  2009,  a  ETec  Brasil  –  Polo  Santa  Maria,  que  oferece  os  cursos 

técnicos  profissionalizantes  de  nível  de  ensino médio  e  pós‐médio,  nas  áreas  de 

Automação Industrial , Meio Ambiente, Biocombustível, Agroindústria e Instrutor de 

Informática, em parceria com Institutos Federais de Educação Tecnológica – IFETs, na 

modalidade EAD. 

  Escolas integrantes da Rede Municipal de Ensino: 

 

  ZONA NORTE: 

  EMEF Euclides da Cunha  

  EMEF Ten. João Pedro Menna Barreto  

  EMEF Pão do Pobres Santo Antonio 

  EMEF Nsª. Sra. do Perpétuo Socorro  

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13 

E D U C A Ç Ã O

  EMEF Profª. Maria de L. Bandeira Medina  

  EMEF Nossa Senhora da Conceição 

  EMEF Lidovino Fanton  

  EMEF São João Batista 

  EMEF Chácara das Flores 

  EMEF Castro Alves 

 

  ZONA SUL 

  EMEF Duque de Caxias 

  EMEF CAIC Luizinho De Grandi 

  EMEF Zenir Aita  

  EMEF Dom Luiz Victor Sartori  

  EMEF Dom Antonio Reis 

  EMEF Reverendo Alfredo Winderlich 

  EMEF Rejane Garcia Gervini 

  EMEF Professora Francisca Weinmann  

  EMEF Ione Medianeira Parcianello 

  EMEF São Carlos 

 

  ZONA LESTE   

  EMEF Lourenço Dalla Corte 

  EMEF Oscar Grau 

  EMEF Profª Hylda Vasconcellos  

  EMEF Aracy Barreto Sacchis 

  EMEF Padre Nóbrega 

 

   

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14 

E D U C A Ç Ã O

  ZONA OESTE 

  EMEF Martinho Lutero 

  EMEF Pinheiro Machado 

  EMEF Edy Maya Bertóia  

  EMEF Professora Altina Teixeira  

  EMEF Adelmo Simas Genro 

  EMEF Fontoura Ilha 

  EMEF Irmão Quintino 

  EMEF Erlinda Minóggio Vinadé 

  EMEF Leduvina da Rosa Rossi 

  EMEF Sergio Lopes 

 

  ZONA CAMOBI 

  EMEF Júlio do Canto 

  EMEF Renato Nocchi Zimmermann 

  EMEF Diácono João Luiz Pozzobon 

  EMEF Lívia Menna Barreto 

  EMEF Vicente Farencena 

  EMEF Antonio Gonçalves do Amaral  

  EMEF Santa Helena  

  EMEF Miguel Beltrame 

  EMEF Santa Cecília  

  EMEF Padre Gabriel Bolzan 

   

  ESCOLAS DO CAMPO 

  EMEF Bernardino Fernandes – Esc. Núcleo.  

  EMEF João da Maia Braga – Esc. Núc. 

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E D U C A Ç Ã O

  EMEF Pedro Kunz 

  EMEF Major Tancredo Penna de Moraes 

  EMEF José Paim de Oliveira – Escola Núc.  

  EMEF Intendente Manoel Ribas 

  EMEF João Hundertmarck  

  EMEF Santa Flora – Esc. Núc.  

  EMEF Irineo Antoline 

 

  EMEIS 

  Ady Schneider Beck 

  Alfredo Tonetto 

  Angela Tomazetti 

  Aracy Trindade Caurio 

  Borges de Medeiros 

  Núcleo Infantil CAIC 

  Casa da Criança 

  Darcy Vargas 

  Eufrázia Pengo Lorensi 

  Ida Fiori Druck 

  João Franciscatto 

  Luizinho De Grandi 

  Montanha Russa 

  Nossa S. da Conceição 

  Sinos de Belém 

  Vila Jardim 

  Zahie Bered Farret 

  Zulânia de F. Salamoni  

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E D U C A Ç Ã O

  Luiza Ungaretti 

  Boca do Monte 

 

  EMEIS CONVENIADAS 

  Escola Educação Infantil Nosso Lar (Sociedade Espírita Deus, Cristo e Caridade)  

  Escola Educação Infantil Santa Rita de Cássia (Mitra)  

  Escola Educação Infantil Ida Bertioti 

  Escola Educação Infantil Vila Vitória (Mitra) 

 

  OUTRAS INSTITUIÇÕES CONVENIADAS 

  APAE ‐ Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Maria 

  Escola de Ensino Fundamental Batista Paulo de Tarso 

  Instituto São José  

  ASEMA ‐ Apoio Sócio Educativo em Meio Aberto  

  Padre Orlando – Escola Educação Infantil Pão dos Pobres Santo Antônio 

  Escola de Ensino Fundamental Lar de Joaquina 

  Escola Antonio Francisco Lisboa 

  Associação de Cegos e Deficientes Visuais 

 

  ESCOLAS ESPECIALIZADAS 

  Escola Municipal de Aprendizagem Industrial – EMAI 

  Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan ‐ EMAET 

 

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E D U C A Ç Ã O

1.2 MISSÃO DA SMED 

 

 

 

1.3 VISÃO DA SMED 

 

  Ser  referência  no  Brasil  pela  qualidade  dos  serviços  educacionais, 

transparência,  competência  e  compromisso  com  a  gestão  pública,  bem  como  por 

ações inovadoras e articuladas. 

 

1.4 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO PÚBLICO EM SANTA MARIA 

 

  O primeiro registro de uma escola em Santa Maria ocorreu em 1838. No dia 22 

de agosto do mesmo ano foi realizada a primeira aula pública. 

  A história do ensino público registra a primeira aula pública na zona rural do 

município, que “começou a funcionar em 1877, na localidade de Tronqueiras, Distrito 

de  Arroio  do  Só,  uma  aula  mista  sob  a  regência  do  Professor  Manuel  Joaquim 

Pinheiro” (SANTOS, 1993, p. 57). 

  Com  o  crescimento  populacional  outras  escolas  foram  surgindo,  entre  elas 

instituições que existem até hoje, como o  Instituto de Educação Olavo Bilac, criado 

pelo  Estado  em  1901,  com  o  nome  de  Escola  Elementar;  e  em  1907  foi  criado  o 

Ginásio Ítalo‐Brasileiro (BELTRÃO 1979, p.195;447‐448). 

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E D U C A Ç Ã O

   Em 1916 passa a  funcionar a Escola 14 de Julho, patrocinada pela educadora 

Margarida Lopes, que oferecia a alfabetização gratuita para adultos, considerada uma 

iniciativa pioneira.  

  Após, é  fundado o Colégio  Fontoura  Ilha. em 1918, o qual  se  constituiu em 

uma das primeiras iniciativas de formação profissional, formando mão de obra para o 

comércio  que,  nesta  época,  estava  em  grande  desenvolvimento.  É  atualmente 

integrante da rede municipal. 

  Numa  ação  inovadora  no  Estado  do  Rio Grande  do  Sul,  a  Professora Maria 

Manuela  Rocha  oferecia  cursos  de  alfabetização  aos  presidiários,  dentro  da 

instituição prisional da cidade.  

  Em 1922, tem  início as atividades da Escola de Artes e ofícios que, anos mais 

tarde, é transformada em Ginásio Industrial Hugo Taylor, voltada para o atendimento 

dos  filhos  dos  ferroviários,  sendo  reconhecida  como  uma  relevante  Instituição  do 

ensino tecnológico do País.  

  No ano de 1923, é criada a escola Feminina de Artes e Ofícios Santa Terezinha.  

  Em  1930,  foram  criados  os  primeiros  grupos  escolares  nas  sedes  distritais, 

sendo que quem ministrava as aulas eram pessoas leigas, sem habilitação específica. 

  Em 1931, a Escola Pão dos Pobres é criada para atender meninos e meninas 

em situação de vulnerabilidade social, atualmente  fazendo parte da  rede municipal 

de ensino.  

  A primeira escola pública surgiu em 1938, sob a regência do professor baiano 

João da Maia Braga. Situava‐se na Rua do Acampamento e se tratava de uma escola 

urbana (SANTOS, 1993).  

  Logo a seguir. através da Cooperativa dos Ferroviários (COOPFER) são criadas 

várias escolas destinadas à alfabetização de crianças, jovens e adultos, construídas na 

cidade  e  no  interior,  próximas  às  linhas  férreas  que  cortavam  o município.  Estas 

escolas deram origens a algumas escolas municipais do interior.  

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E D U C A Ç Ã O

  Em 1953, é criado o Ginásio Estadual de Santa Maria, que mais tarde receberia 

o nome de Colégio Manoel Ribas, hoje destinado ao ensino médio.  

  Em 1960, acontece o primeiro concurso público para professores do município, 

coordenado  pela  então  Superintendente  do  Departamento  Municipal  de  Ensino, 

Professora Agueda Brazzale Leal, que atuou significativamente na área da educação 

em Santa Maria. 

  Com  o  passar  dos  tempos  e  com  a  demanda  alterada  na  zona  rural  do 

município, surgiram as Escolas Núcleos. A nuclearização consistiu em centralizar em 

uma  escola  rural  o  ensino  de  determinada  região,  com  condições  de  atender  e 

receber,  através  de  transporte  escolar,  alunos  oriundos  de  outras  escolas  rurais 

multisseriadas. O atendimento passou a ser de modo integral em dias alternados da 

seguinte  forma:  de  1ª  a  4ª  séries  (terças  e  quintas  nos  turnos manhã  e  tarde  e 

sábados  pela Manhã);  de  5ª  a  8ª  séries  (segundas,  quartas  e  sextas,  nos  turnos 

manhã  e  tarde),  possibilitando  aos  alunos  um  dia  em  casa  para  auxiliar  nas  lidas 

campeiras.  A  proposta  pedagógica  adequada  ao  homem  do  campo,  seguindo  os 

princípios  norteadores,  foi  oferecida,  de  forma  gradativa,  a  partir  do  ano  de  sua 

implantação – 1990. 

  Registra‐se, também, a criação do Conselho Municipal de Educação em Santa 

Maria (CMESM) pela Lei Municipal nº 3168/89. de 14 de novembro de 1989, com a 

finalidade  de  normatizar  a  educação  no  Município  e  estabelecer  uma  política 

educacional.  Foi  implantado  como  um  órgão  administrativamente  autônomo,  de 

caráter consultivo, normativo, deliberativo e fiscalizador acerca dos temas que forem 

de sua competência, emitindo pareceres sobre assuntos educacionais, como ativação 

e desativação de escolas. 

  Em  1997,  a  Lei  Municipal  nº  4123,  de  22  de  dezembro,  criou  o  Sistema 

Municipal  de  Ensino  de  Santa  Maria,  composto  de:  Secretaria  de  Município  da 

Educação;  Conselho  Municipal  de  Educação;  Escolas  Municipais  do  Ensino 

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E D U C A Ç Ã O

Fundamental;  Instituições  de  Educação  Infantil  mantidas  pelo  Poder  Público 

Municipal  e  pela  iniciativa  privada  e  Escolas  de  Ensino  Profissionalizante  da  Rede 

Municipal.  

  Em 2001, após passar por campanhas populares e governamentais, a Educação 

de Jovens e Adultos passa a integrar o ensino público. Inicia o ensino noturno em sete 

escolas  do  Município.  Com  o  intuito  de  fortalecer  e  promover  políticas  de 

alfabetização,  em  2004  concretiza‐se  a  adesão  ao  Programa  Brasil  Alfabetizado  – 

PBA,  com  a  inserção  de  alfabetizadores  voluntários  e  de  alunos  das mais  diversas 

localidades da cidade de Santa Maria.  

  Em 2008, com a assinatura do Decreto nº. 6571, é  instituído o Atendimento 

Educacional Especializado, na  forma de  complementação e/ou  suplementação, que 

representa o  trabalho pedagógico necessário ao desenvolvimento de habilidades e 

competências próprias nos diferentes níveis de ensino,  realizado no contraturno da 

escolarização  do  aluno.  Assim,  inicia‐se  a  implementação  de  salas  de  recursos 

multifuncionais, a  formação de gestores, educadores e demais profissionais sobre a 

educação  inclusiva  e  a  produção  e  distribuição  de  recursos  educacionais  de 

acessibilidade. 

  Em  função  da  nova  determinação  legal,  acontece  a  extinção  das  Classes 

Especiais nas Escolas de Ensino Fundamental Duque de Caxias e Dom Antônio Reis. 

Estas escolas passaram a oferecer o Atendimento Educacional Especializado – AEE, 

garantindo meios para o acesso ao currículo, proporcionando a independência para a 

realização das tarefas e a construção da autonomia.  

  Atualmente, o Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria desenvolve ações 

promovendo a inclusão, buscando nas escolas uma série de condições que facilitem a 

resposta da diversidade, atitudes de aceitação e valorização das diferenças. Busca‐se 

desenvolver  um  Projeto  Pedagógico  que  contemple  a  atenção  à  heterogeneidade, 

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com  currículo mais  flexível,  atendendo  a pluralidade de necessidades,  interesses e 

estilos de aprendizagem dos alunos, com participação, respeito e colaboração.  

  A Educação Profissional no Município de Santa Maria, assim como no Estado 

do Rio Grande do Sul,  tem enfrentado  importantes desafios que envolvem desde a 

necessidade  de  formação  de  professores  até  a  busca  de  experiências  curriculares 

inovadoras, que possibilitem a vinculação do sistema escolar com a comunidade em 

geral e com as empresas do município. Desta forma, busca‐se, através de parcerias, 

mudanças nas relações de gestão do processo ensino‐aprendizagem. Assim, surgiram 

neste  campo  Escolas  profissionalizantes  em  nível  federal  e  particular(EMAI),  que 

foram encampadas pelo município. 

  A Escola Municipal de Aprendizagem Industrial (EMAI) surgiu de um convênio 

da  Prefeitura Municipal  com  a  Rede  Ferroviária  Federal,  cujo  funcionamento  foi 

autorizado pela Lei Municipal nº 4063/97 e pelo Parecer 8/99 do Conselho Municipal 

de Educação de Santa Maria. A Escola atende alunos a partir do 8º ano, matriculados 

em escolas da Rede Municipal de Ensino, com idade mínima de 14 anos. 

  Sabe‐se  que,  além  das  redes  federal  (CEFETs  e  Escolas  Técnicas  da 

Universidade Federal de Santa Maria), estadual  (em nível médio, com cursos como: 

Magistério,  Técnico  em  Contabilidade,  entre  outros),  municipal  (com  a  Escola 

Municipal  de  Aprendizagem  Industrial  –  EMAI),  existem  outros  programas  das 

Secretarias Estaduais e Municipais voltados para a preparação para o trabalho, assim 

como  vários  cursos  em  instituições  particulares,  nas  mais  diversas  áreas  (Saúde, 

Informática, Secretariado, entre outros). Além disso, citam‐se os Sistemas Nacionais 

de Aprendizagem (SESC, SESI, SENAI, SENAC e outros) e o treinamento realizado pelas 

próprias empresas a seus funcionários. 

  A  Rede  Federal  de  Educação  de  Santa Maria  está  estruturada  em  nível  de 

ensino médio e  superior, a partir da  instalação na Universidade. No Ensino Médio, 

existem  três  instituições:  Colégio  Técnico  Industrial,  Colégio  Politécnico  e  colégio 

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E D U C A Ç Ã O

Agrícola. Estes  são alguns dos  cursos ofertados pelas escolas  técnicas, em nível de 

ensino  médio  e  pós‐médio:  mecânica,  eletrônica,  eletromecânica,  segurança  do 

trabalho,  automação  industrial,  administração,  geoprocessamento,  informática, 

agropecuária, além do PROEJA. O sistema federal ainda ampliou a sua oferta através 

do  EAD,  com  a  criação  do  Instituto  Federal  Farroupilha,  para  atender  a 

profissionalização do ensino médio e pós‐médio na região. 

  A  conjuntura  do  Ensino  Superior  em  Santa  Maria/RS  destaca‐se  pela 

representatividade  da Universidade  Federal  de  Santa Maria  – UFSM,  entre  outras 

Instituições  de  Ensino  Superior,  que  auxiliam  os  demais  setores  em  projetos  de 

extensão e pesquisa, além de serem os principais centros  formadores dos docentes 

da rede municipal.  

 

1.5 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO 

MUNICIPAL 

 

Não há receita já pronta para servir em todas as circunstâncias, mas  existem  ideias,  experiências  e  inovações  que  podem  ser utilizadas  com  a  condição  de  que  aprendamos  a  escutar  e  a refletir juntos.   Koïchiro Matsuura, Diretor‐Geral, UNESCO 

 

  Dada a  importância das Diretrizes Curriculares Nacionais  (DCNs),  seu  caráter 

de obrigatoriedade e sua consequente adaptação em nível municipal, promoveram‐

se estudos e discussões em torno do referido documento. Foram surgindo registros 

evidenciando as especificidades de cada modalidade de ensino da Educação Básica. 

São contribuições dos diferentes momentos e segmentos da formação continuada ao 

longo do processo. 

  Foi uma longa caminhada que teve marcos em eventos e atividades como: 

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E D U C A Ç Ã O

2005 

DATA  EVENTO  02/04 

Reunião com Diretores das Escolas Municipais Tema: Plano Municipal de Educação 

 30‐31/05 01‐02‐03/06 

Encontros com as Equipes Diretivas por Região Temas: Plano Municipal de Educação  Ensino Fundamental de 9 anos  Formação de Gestores 

23‐24‐25‐26‐30/08  Plenárias Regionais do Plano Municipal de Educação 22/09  Seminário Regional do Ensino Fundamental de 9 anos 

Temas: Fundamentação Legal e Elaboração da Proposta 26‐27/10  I Seminário Municipal Educação e Diversidade Étnico‐Cultural  22/11 

V Encontro Municipal de Educação da Administração Popular Tema:  Reestruturação  Curricular  “Repensando  o  Cotidiano Escolar” 

2006 06 a 20/04  Formação Continuada para Professores da Educação Infantil 

Berçário  e Maternal:  Orientação  e  instrumentalização  para  o trabalho com crianças de zero a três anos.  Psicóloga Cristiane Alsaya 

23/05  Formação Continuada para Professores da Educação Infantil Pré‐Escola: Desenvolvimento da Linguagem Fonoaudióloga Giovana Romero 

29/05  Desenvolvimento Emocional de Crianças de quatro a seis anos Psicóloga Dorian Mônica Arpini 

21/06 a 28/06  Brincar com Intencionalidade na Educação Infantil Santa Marli 

06 a 07/07  O Profissional da Educação Infantil  Cleonice Tomazzeti 

 14/07 

Reunião de Diretores das Escolas Municipais Temas: Ensino Fundamental de 9 anos  Formação Continuada dos Professores  Plano Municipal de Educação 

24/04 

Reunião com um Professor Representante de cada Escola  Temas: Implementação da Lei 10.639/03  Subsidiar as escolas com materiais  Formação Continuada sobre Diversidade Étnico‐Cultural  Plano de Ação 

25/05  Reuniões das Equipes Diretivas por Regiões  03/06 

1ª Etapa do Curso de Gestores – Instituto Paulo Freire de Ensino Superior de Juiz de Fora 

26/06  Reunião Grupo de Estudos da Cultura Afro‐Brasileira 

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2007  17‐18‐19‐20‐21/07  

Palestras  sobre Desenvolvimento e Aprendizagem:  Implicações no Currículo Escolar – Prof.ª Dr.ª. Elvira Lima  

De  28/08/2007  a 09/07/2008 

Grupo  de  Estudos  dos  Professores  da  Educação  Infantil  em parceria com a UNISINOS 

 05/06 

Reunião  com  os  Coordenadores  Pedagógicos  das  Escolas Municipais 

 28/06 

Grupo Estudos da Cultura Afro‐Brasileira Tema: Implantação da Lei 10.639/03 

 23‐24‐25/08 

III  Seminário  Municipal  de  Educação  e  Diversidade  Étnico‐Cultural 

 08/10 

Reunião para Coordenadores Pedagógicos Temas: Fórum Mundial de Educação  VII Encontro de Educação da Administração Popular  PDE  Projetos em Desenvolvimento na Escola 

 23/10 

Reunião  de  Coordenadores  Pedagógicos  dos  Anos  Iniciais Educação Infantil 

29‐30‐31/10  VII Encontro da Educação da Administração Popular Tema: Vivências e Práticas Pedagógicas 

 22/11 

Plenária  para  a  aprovação  dos  Parâmetros  Curriculares  – Diretrizes Curriculares Municipais Temas: Socializar e discutir o Documento  Encaminhar as contribuições e sugestões propostas para   a Educação Infantil Encaminhamento  de  documento  final  para  o  Conselho Municipal de Educação 

2008 

07‐08/08 

Reunião com Equipes Diretivas da Rede Municipal de Ensino Temas: Planejamento Participativo  Educação Cidadã  Avaliação Dialógica Prof.º Dr. José Eustáquio Romão/Instituto Paulo Freire 

10‐11/08   II Seminário Municipal Educação e Diversidade Étnico‐Cultural  03/10 

Reunião com as Equipes Diretivas das Escolas Tema:  Projeto  Político‐Pedagógico  das  Escolas  da  Rede Municipal de Ensino 

09/11 

Reunião  dos  Coordenadores  Pedagógicos  das  Escolas  da  Rede Municipal de Ensino Tema: Organização e Orientações referentes ao VI Encontro de Educação da Administração Popular 

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E D U C A Ç Ã O

27‐28‐29/11 VI Encontro de Educação da Administração Popular Tema: Aprendizagem 

Mensal  Reunião de Coordenadores Pedagógicos  

10/04 

Encontro de  Formação  Continuada  com  a Prof.ª Drª.  Elvira de Souza Lima Tema:  Fases  do  Desenvolvimento  Humano:  como  se  dá  a aprendizagem? 

 Final de 2008 

Encaminhamento  de  documento  final  para  o  Conselho Municipal de Educação 

2009/2010 Reestruturação  dos  documentos  nos  diversos  grupos:  EJA, Educação  Infantil,  Ensino  Fundamental,  Educação  Especial, Educação do Campo, conforme apontamentos do CME. 

2011  Finalização do documento e atualização de acordo com as novas orientações legais do Conselho Nacional de Educação. 

 

  Deste modo, após a discussão em torno de políticas educacionais e de temas 

atuais,  foram  sendo  construídas  propostas  educacionais,  permitindo  às  escolas 

atenderem  suas diversidades e modalidades de ensino, procurando olhar  todos os 

atores educacionais e suas condições pessoais, sociais e culturais. 

  Historicamente,  foram  surgindo  ideias,  eixos  e  dimensões.  Pensando‐se  na 

organização de escolas e operacionalizações curriculares dentro das especificidades, 

configura‐se,  nos  anos  iniciais,  forte  trabalho  pedagógico  na  formação  humana;  e, 

nos anos  finais, a educação para a  inserção  social. Assim,  surgiram os documentos 

para: 

  ‐ Educação Infantil ‐ Infância cidadã: o direito à educação de 0 a 5 anos ‐ que 

reflete  os  princípios  necessários  ao  desenvolvimento  infantil,  a  importância  da 

educação  para  este  desenvolvimento,  bem  como  a  ação  dos  educadores  nele 

envolvidos. O trabalho resultou no entendimento do que seja Educação Infantil e seu 

currículo  e  na  definição  de  conteúdos,  enfatizando  a  construção  de  cidadania,  o 

cuidar  pedagógico  e  educar  e  a  orientação  sobre  a  ludicidade  como  princípio 

educativo. Apresenta também as ordens de conhecimento e aspectos da vida cidadã. 

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E D U C A Ç Ã O

  ‐ Diretrizes Curriculares Municipais do Ensino Fundamental ‐ objetiva oferecer 

orientações para a [re] estruturação do projeto político‐pedagógico das escolas, (re) 

significando os componentes curriculares,  temas  transversais, as especificidades, as 

metodologias e a avaliação,  levando em consideração as características do contexto 

do  município,  no  qual,  na  linha  do  horizonte  formador,  está  a  identidade,  a 

autonomia, a afirmação como pessoa, a inserção na comunidade local e planetária. 

  ‐  Diretrizes  para  EJA  ‐  Educação  de  Jovens  e  Adultos  ‐  resultante  de  uma 

trajetória  de  construção  coletiva  que  inclui,  além  dos  envolvidos  da  Rede,  a 

contribuição da UFSM, do  Instituto Paulo  Freire  (SP) e de  representantes do MEC. 

Através do exercício da gestão democrática, busca‐se a  concretização da  cidadania 

para  este  segmento,  propondo  uma  política  comum  de  currículo  que  norteará  as 

escolas municipais que ofertam essa modalidade de ensino, objetivando a articulação 

do  processo  de  organização  da  Educação  de  Jovens  e Adultos,  a  [re]  estruturação 

curricular,  a  formação  continuada  de  professores,  bem  como  a  adequação  e  o 

cumprimento à legislação.  

  ‐ Educação Especial – respeito às diferenças‐ Trata das dimensões norteadoras 

da Educação Especial e suas  interfaces com a Educação Básica. A  Institucionalização 

do  AEE  orienta  o  atendimento  do  público  alvo,  o  papel  do  educador  especial,  as 

ações  pedagógicas  no  espaço/tempo  do  ensino  regular  e  da  sala  de  recursos 

multifuncional. 

  ‐  Diretrizes  para  a  Educação  do  Campo  –  orienta  a  construção  de  uma 

proposta curricular que contemple a realidade cultural e socioambiental, valorizando 

a identidade e o contexto do campo.  

  Enfim, pensar e propor a educação para todos constitui‐se num grande desafio 

de  qualidade  para  a  rede  municipal  de  educação,  pois  busca‐se  uma  prática 

consciente  e  responsável,  por  meio  do  Projeto  Político‐Pedagógico,  currículo  e 

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E D U C A Ç Ã O

práticas  pedagógicas  que  contribuam  para  transformar  o  contexto  educacional,  a 

partir das Diretrizes aqui apresentadas.  

 

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E D U C A Ç Ã O

2 REFERENCIAIS 

 

  As  Diretrizes  Curriculares  Municipais  observam  a  legislação  vigente  e 

asseguram os benefícios e o aprimoramento de ações educativas que contemplem o 

processo de qualificação da educação nas escolas da Rede Municipal de Ensino de 

Santa Maria/RS, dando concretude à sua visão. 

  Cabe retomar a definição dada pela RESOLUÇÃO CEB Nº 2, DE 7 DE ABRIL DE 

1998:  “Diretrizes  são  conjunto  de  definições  doutrinárias  sobre  princípios, 

fundamentos  e  procedimentos  na  Educação  Básica,  que  orientarão  as  escolas  na 

organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de  suas propostas 

pedagógicas.” 

 

2.1 REFERENCIAIS LEGAIS 

 

  A  Educação  Básica  possui  aspectos  legais  que  dão  cunho  organizativo 

institucionalizado ao sistema de ensino municipal,  

  A  Constituição  Brasileira  de  1988  (Arts.  203  a  214)  apresenta  a  Educação 

como  dever  e  direito,  evidenciando  em  sua  prática  princípios  de  pluralidade, 

liberdade,  igualdade,  individualização,  autonomia  nos  processos  de  ensinar  e 

aprender, como prática educativa  formal, que ocorre nos espaços escolarizados, da 

Educação Infantil ao Ensino superior. Visa à formação cidadã e a inserção no mundo 

do  trabalho.  São  atos  intencionais,  com  objetivos  determinados  exercidos  pela 

educação escolar.  

  Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996 – em continuidade aos princípios da 

Constituição Brasileira,  formaliza o  sistema educacional,  fundamenta e normatiza a 

educação escolar. A Lei trata da Educação Básica, tendo a Educação Infantil como sua 

primeira etapa. É o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos 

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E D U C A Ç Ã O

de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da 

Lei: “a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar–lhe a 

formação comum  indispensável para o exercício da cidadania e  fornecer‐lhes meios 

para progredir no trabalho e nos estudos posteriores.” O destaque é feito na Seção II 

do capítulo II (Da Educação Básica), reafirmando o compromisso governamental com 

este segmento. 

  No ensino Fundamental, sustenta o caráter obrigatório e a formação básica do 

cidadão e fornece a política de organização curricular com dois elementos: conteúdos 

e organização. As disciplinas devem atender como representantes de base nacional e 

parte diversificada  (Art. 26), com alusão a áreas de conhecimento mais especificas. 

Também apresenta sugestões de adequação a calendários e carga horária  (Art. 24), 

segundo peculiaridades  regionais e avaliação.  Fala de modalidades  como Educação 

do Campo, Educação Indígena, Educação a Distancia e Educação Especial. 

  No  tocante a EJA, a  lei  (Art. 4º) propõe exames e  cursos,e estabelece  idade 

para  ingresso  (DCNEJA‐  Resolução  1/2000),  além  de mais  abertura  na  organização 

curricular.  Esta  representa  a  formação  do  cidadão  que  não  teve  oportunidade  de 

frequentar  a  escola. Destaca‐se  aqui  o  disciplinamento  legal  que  a  LDB  confere  à 

Educação  de  Jovens  e  Adultos.  Em  seu  Art.  37,  relata  que  esta modalidade  será 

destinada  àqueles  que  não  tiveram  acesso  ou  continuidade  de  estudos  no  Ensino 

Fundamental  e médio  na  idade  própria.  Atribui  aos  sistemas  de  ensino  assegurar 

gratuitamente  a  esses  jovens  e  adultos  oportunidades  educacionais  apropriadas, 

considerando  suas  características,  interesses,  condições  de  vida  e  de  trabalho, 

mediante cursos e exames, estruturados em um projeto pedagógico próprio.  

  Como  modalidade  de  ensino,  no  Art.  5º,  a  Educação  Especial  passa  a  ser 

ofertada preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de 

necessidades especiais, atendida por educadores especiais devidamente habilitados. 

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E D U C A Ç Ã O

  Lei  8.069, de  13 de  julho de  1990  (Estatuto da Criança  e do Adolescente)  ‐ 

ratifica  os  dispositivos  enunciados  na  Constituição,  racionaliza  procedimentos  e 

orienta o Conselho Escolar e órgãos do sistema educacional quanto a procedimentos 

e encaminhamentos, aplicação de direitos e deveres. 

  Plano Nacional de Educação (MEC/SEF, 2001‐ Lei nº 10.172/2001) ‐ apresenta 

as  prioridades  para  os  níveis  de  ensino,  o magistério,  financiamento  e  gestão  em 

diretrizes e metas. Apresenta, ainda, a pretensão de ampliação da etapa escolar do 

Ensino  Fundamental  para  nove  anos  e  a  universalização  do  atendimento.  Define 

expectativas  de  aprendizagem  para  todos  os  anos  do  ensino  fundamental,  de 

maneira  a  assegurar  a  formação básica  comum,  reconhecendo  a  especificidade da 

infância  e  da  adolescência,  os  novos  saberes  e  os  tempos  escolares.  Estabelece 

objetivos  e  metas  para  a  educação  de  pessoas  com  necessidades  educacionais 

especiais. 

 

Educação Infantil 

 

  a) Referencial Curricular Nacional (CNE/CEB nº1 de 07/04/1999) ‐ Referencial 

Curricular Nacional para a Educação Infantil (Parecer CNE/CEB nº22/98, de 17/12/98). 

O Referencial visa auxiliar o professor na realização do seu trabalho educativo diário 

com  as  crianças  de  zero  a  seis  anos.  Aponta metas  de  qualidade  para  garantir  o 

desenvolvimento  integral  das  crianças,  reconhecendo  seu  direito  à  infância  como 

parte de seus direitos de cidadania (p. 5, vol. I).  

  b) Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação  Infantil  ‐ aprovada pela 

Câmara de  Educação Básica  (CEB) do Conselho Nacional de  Educação  (CNE),  como 

Resolução  CNE/CEB  nº1  de  07/04/1999  (Brasil,  1999B).  As  diretrizes  possuem  o 

caráter mandatório para  todos os sistemas municipais e\ou estaduais de educação, 

diferentemente do referencial, que se constitui apenas em um documento orientador 

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do  trabalho pedagógico. A resolução que  instituiu estas diretrizes  foi precedida por 

um  parecer  que  trata  de  várias  questões  relativas  à  qualidade  (Parecer  CNE/CEB 

nº22/98,  de  17/12/98).  Tanto  o  Parecer  quanto  a  Resolução  são muito  claros  ao 

englobar  na  nomenclatura  Instituições  de  Educação  Infantil  creches,  pré‐escolas, 

classes e centros de Educação  Infantil. Reforçam  também a  faixa etária de zero até 

seis  anos  como  um  todo  íntegro  e  delimitador  das matrículas  nas  instituições  de 

Educação Infantil.  

  c)  Parâmetros  Nacionais  de  Qualidade  para  a  Educação  Infantil  (2006)  ‐ 

contêm  referências de qualidade para  a  Educação  Infantil  a  serem utilizadas pelos 

sistemas  educacionais,  creches  e  pré‐escolas  que  promovam  a  igualdade  de 

oportunidades  educacionais  e  que  levem  em  conta  diferenças,  diversidades  e 

desigualdades de nosso imenso território e das muitas culturas nele presentes.  

  d)  Resolução  do  Conselho Municipal  de  Educação  nº02  (30/06/1999)  ‐  fixa 

normas para  a  Educação  Infantil, no  Sistema Municipal de  Ensino de  Santa Maria, 

Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil ‐ 2006. 

  

Ensino Fundamental 

 

  a) Parâmetros Curriculares Nacionais  (MEC/SEF1997)  ‐ Oriundos de estudos 

entre dirigentes e professores, apresenta‐se como documento  inovador que discute 

conteúdos e metodologias. A educação Escolar como “prática que tem a possibilidade 

de  criar  condições  para  que  todos  os  alunos  desenvolvam  as  suas  capacidades  e 

aprendam os conteúdos necessários para construir  instrumentos de compreensão da 

realidade” é  apresentada  como disciplinar em  áreas de  conhecimento  especifico e 

em temas transversais. Pretende garantir a qualidade no ensino brasileiro. 

  b)  Diretrizes  curriculares  Nacionais  (Resolução  CNE/CEB  2/98)  ‐  Parecer 

CNE/CEB  04/98  ‐  apresentam  princípios  de  natureza  política  e  pedagógica, 

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assegurando  configuração  estrutural  ao  sistema.  O  paradigma  curricular  visa  a 

“articulação  entre  áreas  de  conhecimento  e  aspectos  de  vida  cidadã”,  em  base 

comum  e  parte  diversificada.  Institui  as  Diretrizes  Curriculares  Nacionais  para  o 

Ensino  Fundamental,  a  formação  de  professores  para  o  ensino  fundamental  e  a 

atuação na organização pedagógica do Ensino Fundamental.  

  b) Lei 11.114/2005 ‐ A política do atendimento no Ensino Fundamental para 

nove anos‐ a partir de maio de 2006 há o  ingresso de alunos de 6 anos de  idade no 

sistema.  Esta  nova  situação  foi  sendo  construída  por  pareceres  e  resoluções: 

Resolução  CNE/CEB  n°  2  (07  de  abril  de  2005)  ‐  define  normas  nacionais  para  a 

ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração; Parecer CNE/CEB n° 6 

(08  de  junho  de  2005)  ‐  reexamina  o  Parecer  CNE/CEB  n°  24/2004,  que  visa  o 

estabelecimento de normas para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos 

de duração; Parecer CNE/CEB n° 18  ,(15 de setembro de 2005)  ‐ possui orientações 

para matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental obrigatório, 

em atendimento a Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005, que altera os Arts. 6°, 32 e 

87 da Lei n° 9.394/1996; Parecer CNE/CEB n° 39 (08 de agosto de 2006) ‐ faz consulta 

sobre situações relativas a matrícula de crianças de seis anos no Ensino Fundamental; 

Parecer  CNE/CEB  n°  45  (07  de  dezembro  de  2006)  ‐  faz  consulta  referente  à 

interpretação da Lei Federal nº 11.274, de 6/2/2006, que amplia a duração do Ensino 

Fundamental para nove  anos, e quanto  a  forma de  trabalhar nas  séries  iniciais do 

Ensino  Fundamental.  E,  em  2006,  pela  Lei  11.274,  foi  ampliada  a  duração  e 

estabelecidos prazos para a sua implantação. Em razão disso, haverá a convivência de 

dois sistemas, o de oito anos e o de nove anos. Neste momento, o Parecer CNE/CEB 

n° 4, de 20 de fevereiro de 2008, faz a orientação sobre os três anos iniciais do Ensino 

Fundamental de nove  anos. Atualmente,  a Resolução CNE/CEB Nº  07/2010  fixa  as 

Diretrizes  Curriculares  para  o  Ensino  Fundamental;  Resolução  CNE/CP  nº1/2002, 

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E D U C A Ç Ã O

estabelece  as Diretrizes Curriculares Nacionais para  a  Formação de  Professores da 

Educação Básica (MEC/SEESP, p. 291).  

  Educação  de  Jovens  e  Adultos  ‐  EJA  (Parecer  CEB11/2000  e  Resolução 

CNE/CEB 01/2000)  ‐ dispõe sobre Diretrizes Curriculares Nacionais e seus princípios 

para a EJA. Assegura que compete ao Poder Público viabilizar e estimular o acesso e a 

permanência  desse  trabalhador  na  escola,  mediante  ações  integradas  e 

complementares  entre  si,  articulando  a  essa  modalidade  de  ensino,  a  educação 

profissional, conforme Lei nº 11.741, de 16/7/2008. 

   

  Educação para o trânsito ‐ Lei nº 9.503/1997, alicerçada no Código de Trânsito 

Brasileiro  (CTB),  com o  texto atualizado da  Lei 9.503, de 23 de  setembro de 1997‐ 

art.76, definindo a educação para o trânsito como questão de cidadania. 

 

  Educação ambiental ‐ Lei nº 9795 de 27.04.99, regulamentadas pelo Decreto 

no. 4.281 de 25.06.2002  ‐  implementa políticas nacionais de Educação Ambiental e 

Meio  Ambiente.  Reafirma  a  Constituição  Federal  (Art.  225)  no  que  se  refere  a 

“promover a educação ambiental em  todos os níveis de ensino e a  conscientização 

pública para a preservação do meio ambiente”, resgatando a educação da cidadania 

responsável.  Ao  instituir  o  PNEA  –  Plano  Nacional  de  Educação  Ambiental,  faz 

referências  as  relações  deste  com  a  LDBEN  9394/96,  uma  vez  que  a  educação 

ambiental faz parte da “compreensão do ambiente natural e social”. A lei nº 9795/99 

estabelece que a educação Ambiental deve estar presente, de forma articulada, em 

todos  os  níveis  e  modalidades  do  processo  educativo.  Agrega‐se  no  processo  a 

legislação  voltada  Política Municipal  de  Educação  Ambiental,  através  do  Decreto 

Municipal  nº  150/2009,  que  instituiu  o  Programa  Municipal  de  Formação  em 

Educação Ambiental.  

 

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E D U C A Ç Ã O

  Decreto Federal nº 6.286/2007, que instituiu o Programa Saúde na Escola. Lei 

nº 10.741/2003, que determina que sejam  inseridos no currículo de todos os níveis 

de  ensino  conteúdos  voltados  ao  processo  de  envelhecimento,  ao  respeito  e  à 

valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos 

sobre a matéria.  

 

Educação Especial:  

 

  a)  Diretrizes  Nacionais  para  a  Educação  Especial  na  Educação  Básica, 

Resolução  CNE/CEB  nº.  2/2001  ‐  institui  Diretrizes  Nacionais  para  a  Educação 

Especial na Educação Básica e define como os alunos com necessidades educativas 

especiais devem ser tratados no processo de aprendizagem. 

  b)  Programa  Educação  Inclusiva  –  implantado  em  2003  pelo Ministério  da 

Educação/Secretaria  de  Educação  Especial,  prevê  direito  à  diversidade,  com  o 

objetivo de transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos e 

organizar o atendimento educacional especializado. 

  c) Decreto nº. 3.956/2001  ‐ em 2004,  com base neste Decreto, o Ministério 

Público Federal publica o documento “O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas 

e Classes Comuns da Rede Regular”. 

  d) Decreto nº. 5.296/04 ‐ regulamenta as leis nº. 10.048/00 e nº. 10.098/00 e 

estabelece  condições  para  a  implementação  de  uma  política  nacional  de 

acessibilidade.  

  e)  Política  Educacional  na  perspectiva  de  Educação  Inclusiva  ‐

MEC/SEESP/2008 e sua filosofia.  

  f) Decreto nº. 6571/08 ‐ é instituído o Atendimento Educacional Especializado 

na  forma  de  complementação  e/ou  suplementação,  que  representa  o  trabalho 

pedagógico necessário ao desenvolvimento de competências e habilidades próprias 

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nos diferentes níveis de ensino, realizado no contraturno da escolarização do aluno. 

As metas  são:  implementação  de  salas  de  recursos multifuncionais;  formação  de 

gestores, educadores e demais profissionais sobre a educação  inclusiva; elaboração, 

produção e distribuição de recursos educacionais de acessibilidade. 

 

  Educação Profissionalizante ‐ LDB (Lei nº 9.394/96, Cap. III, Art. 39): Define a 

educação  profissional,  integrada  às  diferentes  formas  de  educação,  ao  trabalho,  à 

ciência e à  tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a 

vida produtiva. 

 

  Resolução CNE/CEB Nº. 01 de 03 de abril de 2002 que  institui as Diretrizes 

Operacionais para a Educação Básica nas escolas do Campo, com base na legislação 

educacional;  constituem  um  conjunto  de  princípios  e  procedimentos  que  visam 

adequar  o  projeto  institucional  das  escolas  do  campo  às  Diretrizes  Curriculares 

Nacionais. 

  Lei Nº 9131/95, 9394/96 art. 28  ‐ determina e propõe  as medidas  a  serem 

tomadas para adequação da escola a vida do campo. Tal medida busca acabar com a 

discriminação das populações rurais, bem como por fim ao êxodo rural, fazendo com 

que as populações permaneçam nos seus lugares de origem. 

  Resolução  CNE/CEB  nº.  2/2008  ‐  estabelece  diretrizes  complementares, 

normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da 

Educação Básica do Campo. 

  Lei 10.639/2003 e Parecer CNE/CEP 03/2004 e Resolução CNE/CEP 01/2004 –

Lei 11.645/2008 ‐ Diretrizes curriculares para a Educação das relações Étnico‐Raciais 

e para o ensino de história e Cultura Afro‐brasileira e Africana.  

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  Leis Municipais 4122 e 4123, de 22 de dezembro de 1997 ‐ orientam as Escolas 

Municipais do Sistema Municipal de Ensino para diretrizes no uso das TICs. 

  Resolução CME nº02, de 30/06/1999 ‐ fixa normas para Educação Infantil, no 

Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria. 

  Decreto nº. 3.956/2001 ‐ o Ministério Público Federal publica o documento “O 

Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”. 

  Resolução CNE/CEP nº1/2002 ‐ estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais 

para a Formação de Professores da Educação Básica. 

  Câmara de  Educação Básica Decreto nº. 5.296/04  ‐  regulamenta  as  leis nº. 

10.048/00 e nº. 10.098/00, estabelecendo condições para a  implementação de uma 

política nacional de acessibilidade. 

  Resolução CME/ n° 20, de 10 de maio de 2006 ‐ Diretrizes Curriculares para o 

Ensino Fundamental – 9 anos no Sistema Municipal de Ensino. Conselho Municipal de 

Educação de Santa Maria, 2006. 

  Resolução 25/2008  ‐ Conselho Municipal de Educação de  Santa Maria  , que 

dispõe sobre a ratificação das Ações Pedagógicas Integradas (APIs). 

  Resolução CME n° 25, de 07 de maio de 2008 ‐ Ações Pedagógicas Integradas 

desenvolvidas  nas  Escolas  Municipais  como  integrantes  do  Regimento  Escolar, 

Projeto Político‐Pedagógico e Planos de Estudos, 2008. 

  Lei  11.769/2008  ‐  altera  a  Lei  9394/96,  tornando  a  música  conteúdo 

obrigatório. 

   Resolução CNE/CEB nº 5/2009  ‐ orienta quanto ao horário de atendimento 

parcial ou  integral e a  carga horária a  ser  respeitada na  formulação de  calendário. 

  Parecer CNE/CEB 20/2009 ‐ revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para 

a Educação Infantil e Resolução CNE/CEB 05/2009. 

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  Parecer  CNE/CEB  13/2009  –  Resolução  CNE/CEB  04/2009  sobre  a  Educação 

especial. 

  Decreto Executivo nº 150, de 13 de Novembro de 2009  ‐  Institui o Programa 

Municipal de Formação em Educação Ambiental – PROMFEA. 

  Resolução  04,  de  13  de  julho  de  2010  ‐  Define  as  Diretrizes  Curriculares 

Nacionais gerais para a Educação Básica. 

  Resolução  CNE/CEB  nº07/2010  ‐  Fixa  Diretrizes  Curriculares  para  o  Ensino 

Fundamental de 9 (nove) anos. 

 

 

2.1.1 Gestão Escolar Democrática 

 

  A Lei Municipal nº 4740/03 instituii a Gestão Democrática nas escolas da RME, 

trazendo  os  princípios  da  gestão  democrática:  autonomia,  livre  organização, 

transparência de gestão, descentralização, valorização profissional e eficiência de uso 

de  recursos,  embora  sujeita  a  órgão  superior.  Fala  da  eleição  de  diretores  e  dos 

conselhos escolares. 

  A autonomia da escola encontra‐se amparada na própria Constituição de 1988, 

que  institui  a  “Democracia  Participativa”  e  cria  instrumentos  que  possibilitam  ao 

povo  exercer  o  poder  “diretamente”  (Art.  1º).  No  que  se  refere  à  educação,  a 

Constituição  estabelece  princípios  básicos,  como  o  “pluralismo  de  ideias  e  de 

concepções  pedagógicas”  e  a  “Gestão  democrática  do  Ensino  público”  (Art.  206). 

Quanto à descentralização administrativa, pedagógica e financeira (Art. 15) da Lei nº. 

9394/96,  a  comunidade  escolar  deve  se  valer  dos  espaços  legais  da  autonomia 

escolar  na  tomada  de  decisões  da  instituição.  São  estes  os  fundamentos 

constitucionais da autonomia da escola. 

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  A  gestão  democrática  propõe  a  descentralização  de  decisões  com  a 

participação, mesmo  representativa, da comunidade educacional, na construção do 

Projeto  Político‐Pedagógico.  Segundo  a  lei,  para  garantir  a  participação  da 

comunidade,  há  necessidade  de  se  formar,  na  escola,  o  Conselho  Escolar.  Aos 

Conselhos  Escolares  cabe  aprovar  as  ações  pedagógicas,  administrativas  e 

financeiras. Diz Gadotti  (2000): “O Conselho de Escola é um colegiado  formado por 

todos  os  segmentos  da  comunidade  escolar:  pais,  alunos,  professores,  direção  e 

demais funcionários. Através dele, todas as pessoas  ligadas à escola podem se fazer 

representar  e  decidir  sobre  aspectos  administrativos,  financeiros  e  pedagógicos, 

tornando esse coletivo não só um canal de participação” (citado por FERREIRA, 2009). 

  O  conselho  escolar  possui  função  consultiva,  deliberativa  e  fiscalizadora, 

prestando contas para a comunidade escolar e para os órgãos públicos.  

 

2.2 REFERENCIAIS CONCEITUAIS 

 

  Para  melhor  compreensão  do  documento,  apresentam‐se  os  seguintes 

conceitos: 

  • Currículo  ‐ o  conjunto de práticas que busca articular as experiências e os 

saberes  dos  educandos  com  os  conhecimentos  que  fazem  parte  do  patrimônio 

cultural,  artístico,  ambiental,  científico  e  tecnológico,  de  modo  a  promover  a 

formação  integral.  O  currículo  escolar  é  formado  com  base  nos  Parâmetros 

Curriculares  Nacionais  e  nas  Diretrizes  Curriculares  Nacionais.  O  currículo  se 

estabelece  a  partir  do  desenvolvimento  da  aprendizagem,  das  áreas  de 

conhecimento e dos temas transversais. Portanto, o currículo, como interface entre a 

sociedade e a escola, é a expressão formal e material do Projeto Político‐Pedagógico, 

é um campo prático, é uma fonte de pesquisa (SACRISTÁN apud SILVA, 1992). 

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  •  Educação  –  processo  emancipatório,  cuja  função  social  é  a  formação  do 

sujeito  histórico.  Processo  permanente  de  construção  humana,  através  de 

desenvolvimento de habilidades, competências e valores. 

  • Educando ‐ protagonista e sujeito de produção de seu próprio conhecimento. 

O  educando,  enquanto  ser  situado  historicamente  num  grupo  sociocultural,  é  o 

sujeito  cujas  definições  vêm  evoluindo  à  medida  que  evoluem  as  formas  de 

organização  social.  Desenvolve‐se,  portanto,  nas  dimensões  individuais:  física  e 

psicológica,  afetiva,  social,  cognitiva;  e  na  dimensão  coletiva,  como  ser  social 

relacionado com o meio. 

  •  Escola  ‐  articuladora  de  conhecimento  e  vida,  identidade  e  diversidade, 

formação  e  humanização,  cidadania  e  direitos,  bem  como  construtora  uma  nova 

organização  pautada  na  horizontalidade  das  relações,  possibilitando  o  avanço  da 

gestão  democrática  e  a  construção  da  prática  educativa  pelo  coletivo  dos 

profissionais e atores envolvidos no processo. 

  •Escola  infantil  ‐ é um  lugar de descobertas e de ampliação das experiências 

individuais, familiares, culturais e educativas, através de sua  inserção em ambientes 

distintos  dos  da  família,  possibilitando  a  transição  e  a  continuidade  para  o  Ensino 

Fundamental. 

  • Letramento ‐ é a ação de ensinar e aprender as práticas sociais de  leitura e 

de  escrita.  Estado  ou  condição  que  adquire  um  indivíduo  ou  grupo  social,  como 

consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais.  

  •  Alfabetização  ‐  como  processo  de  aquisição  do  código  escrito,  das 

habilidades  de  leitura  e  escrita,  é  o  conceito  de  um  processo  suficientemente 

abrangente  para  incluir  a  abordagem  “mecânica”  do  ler/escrever,  o  enfoque  da 

língua  escrita  como  meio  de  expressão/compreensão,  com  especificidade  e 

autonomia em relação à língua oral. 

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  • Gestão Democrática ‐ ação coletiva e comunicativa, resultante de interesses 

da  comunidade,  da  solidariedade  e  do  diálogo.  Ação  capaz  de  ampliar  o  nível  de 

consciência e participação, identificar a mudança como instrumento de humanização, 

utilizando  a  ação‐reflexão‐ação  como  forma  de  aperfeiçoar  o  processo  educativo 

(FERREIRA,2009). 

  • Educação Inclusiva ‐ compreende a (re) significação das escolas em atender a 

todas as  crianças,  sem qualquer  tipo de  segregação, ou  seja, de exclusão.  Inclusão 

denota edificar escolas que acolham  todos os alunos,  independentemente de  suas 

condições pessoais, sociais ou culturais. 

  •  Educação  Especial  ‐  é  uma modalidade  de  ensino  que  perpassa  todos  os 

níveis,  etapas  e  outras  modalidades.  Realiza  o  atendimento  educacional 

especializado,  disponibiliza  os  serviços  e  recursos  próprios  desse  atendimento  e 

orienta os alunos e seus professores quanto à inclusão nas turmas comuns do ensino 

regular.  

  • Cidadania – é a ação de construir o cidadão. Este, por sua vez, é “aquele que, 

por  tornar‐se  sujeito  pleno  e  considerar  aos  outros  também  sujeitos  plenos, 

estabelece como regra de convivência social a noção e a prática fundadas em direitos 

e deveres comuns.” (p. 32). Chama‐se a isso de “estado de direito”, em contraposição 

a outros estados de exceção, de força, de privilégio, nos quais manda o mais forte, ou 

seja, não há lei comum (DEMO,1988).  

  Cidadania pode ser entendida se associada a questões de cultura, a domínio e 

conhecimentos,  a  entender  os  processos  do  mundo.  É  consenso  mundial  que  a 

capacidade de manejar e produzir conhecimento são as armas mais  importantes da 

cidadania, diz Demo (1988). A cidadania moderna é um processo de  inclusão social, 

pois não basta apenas saber  ler, escrever e contar, porque esta é uma competência 

preliminar.  Ser  cidadão  é mais  do  que  isso;  é  saber  pensar,  aprender  a  aprender, 

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porque cidadão autêntico é aquele capaz de conceber e realizar um projeto moderno 

e próprio de desenvolvimento, em sentido tipicamente emancipatório. 

  •  Cultura‐  A  cultura  é  o  fazer  humano,  sua  produção,  criação  e  recriação, 

manifestando a identidade de um povo. Segundo Paulo Freire (2007), é uma questão 

de cidadania, na qual o homem pode ser dono de seu fazer ou servir a outros com a 

sua cultura. A ligação da cultura com a educação é inseparável, pois forma‐se a partir 

deste relacionamento a identidade individual e grupal e a mesma reflete em crenças, 

valores e ideologias. Portanto, a cultura influi na identidade social dos sujeitos.  

  • Projeto Político‐Pedagógico  ‐ Documento elaborado coletivamente, a partir 

de “profunda  reflexão sobre as  finalidades da escola, assim como a explicitação do 

seu  papel  social  e  a  clara  definição  dos  caminhos,  formas  operacionais  e  ações  a 

serem  empreendidas  por  todos  os  envolvidos  com  o  processo  educativo  (VEIGA, 

1998). 

  • Educador – protagonista da ação pedagógica, gestor da ação pedagógica e 

mediador  entre  a  prática  social  global  e  saberes  científicos  e  conhecimentos 

produzidos  pela  escola.  Como  gestor,  é  responsável  pela  qualidade  educacional 

(SAVIANI, 1991). 

  • Ludicidade ‐ refere‐se a uma dimensão humana que evoca os sentimentos de 

liberdade e espontaneidade de ação. É uma necessidade humana em qualquer idade 

e  no  campo  educacional  não  pode  ser  vista  apenas  como  diversão.  O 

desenvolvimento do lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social 

e  cultural,  colabora  para  uma  boa  saúde mental,  prepara  para  um  estado  interior 

fértil,  facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de 

conhecimentos (SANTOS E CRUZ, 1997). 

  • Habilidade  ‐ capacidade para  realizar determinadas  tarefas, desenvolvida a 

partir  de  teoria  e  prática,  como  classificar,  montar,  calcular,  ler,  observar  e 

interpretar. 

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  •  Competência  ‐ mobilização  do  conhecimento  para  enfrentar  determinada 

situação.  Capacidade  de  selecionar  recursos  adequados,  integrando  habilidades  e 

conhecimentos.  Capacidade  de  agir  eficazmente  em  um  determinado  tipo  de 

situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar‐se a eles (PERRENOUD, 2001). 

  •  Multiculturalidade  ‐  rica  de  matrizes  históricas  tradicionais,  mas 

constantemente  reconstruídas  e  reintegradas  pelas  novas  relações  que  vão  sendo 

postas pela modernização conservadora capitalista, mas que expressam o modo de 

vida produzido e  reproduzido por  cada povo, nas  suas  festas, na  religiosidade, nos 

gestos, na arte. 

  •  Multiletramento  –  reconhecimento  de  múltiplos  letramentos,  que 

representam  a  heterogeneidade  das  práticas  sociais  de  leitura,  escrita  e  o  uso  da 

língua/linguagem  em  geral,  em  sociedades  letradas,  com  variado  caráter 

sociocultural (ROJO, 2009).  

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E D U C A Ç Ã O

3 PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS 

 

  Os princípios educacionais têm bases legais e filosóficas. São eles: 

 

 

 

  

 

  

 

 

 

 

 

 

  O grande desafio da educação consiste em contribuir para o desenvolvimento 

do  ser  humano  como  pessoa  e  cidadão,  ou  seja,  para  a  formação  em  todas  as 

dimensões, como se constitui, como aprende e se socializa.  

 

Educação como direito

de todos - garantia de

universalização

Educação permanente

para a autonomia e

potencialidades

Educação-

direito público subjetivo

CIDADANIA

Educação planetária

Educação

Tecnológica

Educação ambiental

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E D U C A Ç Ã O

  Na  realidade, a cidadania é o eixo central da proposta. Em  torno dela gira a 

cultura  da  comunidade  local,  regional  e  planetária  e  os  bens  culturais,  como  a 

educação ambiental e tecnológica. A perspectiva da construção da cidadania busca a 

valorização  de manifestações  de  diferentes  grupos  sociais,  propiciando  diferentes 

formas  de  saber  para  que  esta  população,  ultrapassando  seus  limites,  adquira  os 

conhecimentos  socialmente  relevantes  da  cultura  brasileira,  no  âmbito  nacional  e 

regional, participando do patrimônio científico universal da humanidade. 

  Nesta tarefa de instrumentalizar os jovens a participar da cultura, das relações 

sociais e políticas, a escola precisa estar atenta às questões relativas à globalização, 

às  transformações  científicas  e  tecnológicas  e  à  discussão  ético‐valorativa  da 

sociedade em relação a Educação Ambiental. 

  No  entanto, o processo de  formação de  seres humanos observa  tempos do 

ciclo vital: tempo da infância, da adolescência, juventude, vida adulta, ou seja, passa 

por  temporalidades  diferentes  e  espaços  diferentes,  locais  e  planetários,  que  são 

contemplados em metodologias apropriadas do aprender. 

 

3.1 PRINCÍPIOS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA 

  

  A legislação vigente que define e fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para 

a  Educação  Básica  reforça  que  as  escolas  deverão  fundamentar  suas  ações 

pedagógicas em princípios: 

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E D U C A Ç Ã O

 

  

  •  Éticos:  referem‐se  ao  sentido  de  justiça,  solidariedade,  liberdade  e 

autonomia;  de  respeito  à  dignidade  da  pessoa  humana  e  de  compromisso  com  a 

promoção do bem de todos.  

  • Políticos: referem‐se ao reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, 

de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos 

ambientais, da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao  trabalho, aos 

bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de  tratamento, para 

assegurar  a  igualdade  de  direitos  entre  os  alunos  que  apresentam  diferentes 

necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais. 

   •  Estéticos:  referem‐se  ao  cultivo  da  sensibilidade,  juntamente  com  o  da 

racionalidade;  do  enriquecimento  das  formas  de  expressão  e  do  exercício  da 

criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a 

da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias. 

    

ÉTICOS

ESTÉTICOS

POLÍTICOS

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  Segundo Arroyo  (2005), a educação deve partir do pressuposto de que cada 

pessoa, em cada tempo da vida, vai se constituindo como sujeito cognitivo, afetivo, 

ético, cultural, social, corpóreo e estético. É preciso compreender melhor, em cada 

tempo,  a  mente  humana,  a  socialização,  as  aprendizagens  e  a  construção  das 

identidades  e,  assim,  reorganizar  o  processo  pedagógico  escolar,  de  modo  que 

contemple as diversidades, tempos e espaços, no intuito de proporcionar a formação 

integral de todos. 

  Para  atingir  essa  finalidade,  é  necessário  conceber  que  ensino  não  consiste 

somente  em  transmitir  o  saber,  mas  em  dialogar  com  diferentes  culturas,  que 

permitam a  compreensão da  condição humana e proporcionem qualidade de vida. 

Esta  reflexão  implica em pensar a escola como organização aprendente, na qual os 

conteúdos não têm um fim em si mesmo, mas estão relacionados ao contexto social 

em que são produzidos. 

  Pode‐se afirmar, com exatidão, que há uma preocupação e uma necessidade 

de  assegurar  que  os  conhecimentos  prévios  trazidos  pelos  educandos  e  suas 

necessidades de aprendizagem, assim como tempos humanos, culturais, identitários, 

sejam respeitados e utilizados nas práticas escolares. 

  Para tanto, a construção das Diretrizes Curriculares Municipais (DCM) apontam 

para  a  reorganização  da  escola,  ancorada  numa  concepção  de  educação  que 

contribui para a autoformação de pessoas, respeitando a complexidade, o tempo e as 

aprendizagens de cada um e de todos. 

 

3.2 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA A AÇÃO EDUCATIVA  

 

  As Diretrizes Curriculares Municipais para a Rede Municipal de Ensino de Santa 

Maria  estão  pautadas  em  dimensões  norteadoras,  as  quais  estabelecem  o 

desenvolvimento da ação educativa:  

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E D U C A Ç Ã O

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.2.1 Desenvolvimento das Diferentes Linguagens e seus Códigos 

 

  Sendo as diferentes  linguagens uma das dimensões norteadoras da proposta 

curricular,  entende‐se  que  é  nas  relações  com  outras  pessoas  e na  interação  com 

outras culturas que se constitui a identidade pessoal e social. 

  Deste modo,  a  educação  contribui  para  o  educando  aprender  a  valorizar  e 

vivenciar as diversas formas de manifestação cultural de um povo. A dança, o teatro, 

a  literatura,  as  artes  visuais,  a  música,  a  linguagem  tecnológica,  a  linguagem 

matemática, a  língua de  sinais, a  linguagem  científica, as  linguagens oral e escrita, 

Respeito a diversidade

Relações culturais

e sociais e Educação cientifica

Fases do

desenvolvimento humano

Construção da autonomia

Desenvolvimento das diferentes

linguagens

CurrículoEscolar

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entre outras, são “[..] formas de expressão criadas pelo homem como possibilidades 

diferenciadas de dialogar com o mundo” (BORBA, 2007, p. 47). 

  Falar  de  diferentes  linguagens  significa,  em  um  primeiro momento,  falar  de 

aspectos  que  traduzem  as  características  da  linguagem  própria  da  criança: 

imaginação,  ludicidade,  simbolismo,  representação,  no  qual  se  acrescentam  os 

domínios de códigos escritos. 

  A  partir  desse  entendimento,  insere‐se  a  criança  no  panorama  cultural 

construído pelo homem ao  longo da história. Pressupõe  familiarizá‐la  com os mais 

variados  tipos  de  linguagem,  desde  os  representados  pelo  brinquedo  até  os 

representados  através  da  literatura,  das  histórias  em  quadrinhos,  dos  álbuns  de 

figurinha, da poesia, da ilustração, das artes, passando pela linguagem do teatro, do 

cinema, das mídias (televisão, rádio, jornal) e das tecnologias. São desenhos, imagens 

e propagandas que inserem a criança no mundo letrado e a fazem participante dele, 

isto é, desenvolve a sua emancipação social pelo domínio do multiletramento. 

  Acredita‐se que, por meio de um currículo plural, a escola pode oportunizar o 

desenvolvimento  das  diferentes  formas  de  linguagens.  Isto  significa  explorar  e 

promover o encontro dos sujeitos com essas formas de compreensão e expressão de 

vida, na linguagem falada e escrita.  

  Particularmente,  através  do  mundo  tecnológico,  presente  através  de 

tecnologias  de  informação,  pode  oportunizar  o  conhecimento  planetário  e  o 

desenvolvimento de sua cidadania, oferecendo suporte a metodologias pedagógicas 

ativas , dinâmicas e receptivas.  

  Considera‐se que o aprendizado se dará a partir das experiências a que criança 

tiver  acesso,  associadas  às  características  biopsicogenéticas.  É  de  se  esperar  que 

desenhos,  pinturas,  literatura,  jogos,  brinquedos,  imagens,  silêncio,  dança,  teatro, 

música, prosa, poesia, mímica, mídia, e também oralidade, escrita e outros estejam 

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E D U C A Ç Ã O

igualmente presentes na vivência escolar, pois refletirão sobre a produção cultural da 

escola. 

  Trata‐se, pois, de entender e de ressignificar essas  linguagens para que, num 

movimento  ininterrupto de questionamento e de  leitura critica, se possa ensinar na 

escola como “ler” os diferentes “textos” latentes em cada forma de expressão. 

 

3.2.2 Respeito às Fases Do Desenvolvimento Humano  

 

  A  noção  de  desenvolvimento  humano  está  relacionada  com  a  evolução  do 

ciclo  vital,  que  acontece  em  diversos  níveis:  afetivo,  cognitivo,  social,  físico  e 

espiritual.  Essa  evolução  não  é  determinada  apenas  por  processos  de maturação 

biológica ou genética, mas, também, pelo meio, envolvendo, neste amplo contexto, a 

cultura,  a  sociedade,  as  práticas  e  interações,  as  quais  são  fator  de  máxima 

importância no desenvolvimento humano. 

  O  contexto  cultural  influencia e potencializa  transformações e evoluções em 

todas as etapas do desenvolvimento humano. É através das  interações  sociais que 

aprendemos e nos desenvolvemos,  criamos novas  formas de  ser, pensar e  agir no 

mundo. 

  Neste  sentido,  não  há  que  se  deter  na  classificação  do  desenvolvimento 

humano em fases estanques, mas, principalmente, considerar o tempo de cada um. 

Ao pensar o processo de ensinar e de aprender dos educandos nas fases da Infância 

(de zero a 12 anos), da Adolescência (dos 12 aos 23 anos) e da vida adulta (a partir 

dos  24  anos),  é  preciso  considerar  as  características  e  como  são  as  relações 

contextualizadas que esses sujeitos estabelecem com o meio social.  

  O desenvolvimento humano é caracterizado pelas mudanças físicas, cognitivas, 

psicológicas  e  sociais  que  acontecem  no  decorrer  da  vida.  Tais  mudanças  são 

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sistemáticas e, segundo Papalia e Olds (2004, p.25) “[...] as mudanças são mais óbvias 

na infância, porém, ocorrem durante toda vida.” 

  ‐ Estágio pré‐natal: neste estágio, existe a formação das estruturas dos órgãos 

corporais básicos. O crescimento físico é o mais rápido de todos os períodos. 

  ‐  Primeira  Infância  (nascimento  até  os  3  anos):  neste  período,  o 

desenvolvimento físico, habilidades motoras, compreensão e fala desenvolvem‐se de 

forma mais  rápida. A  capacidade de  aprender e  lembrar estão presentes desde  as 

primeiras  semanas.  A  autoconsciência  se  desenvolve  no  segundo  ano  de  vida.  É 

também neste período, mais especificamente no final do primeiro ano de vida, que a 

criança se apega aos pais e que o interesse por outras crianças aumenta. 

  ‐  Segunda  Infância  (3  a  6  anos):  é  nesta  fase  que  a  força  e  as  habilidades 

motoras  simples e complexas aumentam. O egocentrismo é evidente. Brincadeiras, 

criatividade e  imaginação  ficam mais elaboradas. A  independência e o autocontrole 

se desenvolvem, mas a família continua sendo primordial, mesmo com a inserção de 

outras crianças em seu meio. 

  ‐ Terceira  Infância  (6 a 12 anos): este período é marcado pela diminuição do 

crescimento físico; porém, a força e as habilidades físicas e motoras se aperfeiçoam e 

o  egocentrismo  diminui.  As  crianças,  na  terceira  infância,  começam  a  pensar, 

utilizando  a  lógica  e  a  memória  e  as  habilidades  linguísticas  aumentam.  A 

autoimagem se desenvolve e acaba afetando diretamente a autoestima. É  também 

neste período que os amigos assumem importância fundamental. 

  No que diz  respeito às  fases do desenvolvimento humano, é válido  ressaltar 

que as características presentes em cada uma destas fases podem evoluir de maneira 

diferente em cada  indivíduo, uma vez que diversos aspectos a  influenciam, direta e 

indiretamente: o meio  social,  a  cultura, o  ambiente  familiar, o  ambiente escolar  e 

outros.  

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  Tanto o ambiente familiar como o escolar exercem papel fundamental quanto 

ao estímulo e ao incentivo na vida do indivíduo. Sendo assim, quando características 

fundamentais  para  o  desenvolvimento  de  um  indivíduo  são  estimuladas  e 

trabalhadas, ele se torna capaz de aprender e associar todo o conhecimento que lhe 

é proposto e,  consequentemente,  cria  suas  concepções  sobre mundo e  sociedade, 

emancipando‐se perante os mesmos. 

  Assim,  na medida  em  que  aluno  vai  se  desenvolvendo,  irá  constituindo‐se 

como  ser  presente  na  sociedade,  tornando‐se  capaz  de  perceber  com  maior 

perspicácia,  sendo  capaz de  refletir  e  analisar  as  situações  vivenciadas,  assumindo 

condições de  interferir e modificar os acontecimentos de seu contexto social, entre 

outros aspectos. Assim, para que haja a apropriação do conhecimento, é preciso criar 

estratégias que potencializem a aprendizagem do aluno, de acordo com as suas fases 

de desenvolvimento.  

  É essencial que haja uma relação dinâmica do educando com o conteúdo a ser 

aprendido, de maneira que os conhecimentos novos sejam organizados e integrados 

aos saberes já consolidados.  

  As  estratégias  que  favorecem  a  aprendizagem  requerem  priorizar  a 

observação, a pesquisa, a imitação, o desenho, a imaginação, a reflexão, o registro, o 

levantamento de hipóteses; enfim, todas as situações que problematizem e auxiliem 

na construção do conhecimento. 

 

3.2.3 Construção da Autonomia 

 

  A autonomia constitui‐se em princípio orientador das práticas pedagógicas e 

das  construções  dos  projetos  político‐pedagógicos.  É  uma  capacidade  a  ser 

desenvolvida  pelos  educandos,  para  que  possam  refletir,  participar  e  assumir 

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responsabilidades, valorizando as relações que educandos e educadores estabelecem 

entre si e com o conhecimento que constroem.  

  Como  princípio  democrático,  a  autonomia  está  relacionada  à  noção  de 

responsabilidade pelos próprios atos. 

  O  desenvolvimento  da  autonomia  como  princípio  educativo  considera  a 

atuação do sujeito, valoriza suas experiências prévias, buscando, fundamentalmente, 

a superação de situações que o levem a dirigir seus próprios atos. 

  O desenvolvimento da autonomia depende de suportes materiais, intelectuais 

e emocionais, sendo constituída no âmbito das relações.  

  Ao configurar‐se o Projeto Político‐Pedagógico da escola, é preciso considerar 

a atuação dos educandos na construção de seus próprios conhecimentos, valorizando 

suas experiências,  seus  saberes prévios,  reconhecendo‐os como  sujeitos cognitivos, 

éticos, estéticos, sociais, políticos, culturais, de memória, com emoções e identidades 

diversas, isto é, em sua totalidade humana.  

  Neste  sentido,  Freire  (1996,  p.  52)  enfatiza  a  necessidade  dos  educadores 

criarem  as  possibilidades  para  a  produção  ou  construção  do  conhecimento  pelos 

alunos,  em  uma  perspectiva  autônoma,  compreendendo  que  “[...]  ensinar  não  é 

transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a 

sua construção”. 

  Desta  forma,  a  construção  do  currículo  escolar  deve  considerar  os  fatores 

sociais, culturais e a história de cada aluno, oferecendo diferentes oportunidades de 

aprendizagem,  respeitando  as  identidades  e  saberes  dos  educandos,  assegurando 

condições de aprendizagem da autonomia a todos.  

  É,  portanto,  necessário  que  as  decisões  assumidas  pela  escola  auxiliem  os 

educandos  a  planejar  a  realização  de  diferentes  atividades,  identificar  formas  de 

resolver  problemas,  formular  perguntas  e  respostas,  levantar  hipóteses,  resolver 

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E D U C A Ç Ã O

conflitos,  cuidar  da  própria  saúde,  colocar‐se  no  lugar  do  outro,  considerar  regras 

estabelecidas no convívio coletivo, entre outros aspectos. 

  Tais  dimensões  norteadoras  perpassam  o  currículo  da  Educação  Básica,  em 

especial a Educação  Infantil e o Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino e 

em todas as suas modalidades. 

 

3.2.4 Respeito à Diversidade 

 

  A diversidade envolve múltiplas formas de perceber o mundo, de conviver, de 

expressar‐se e agir no mundo.  Somos, ao mesmo  tempo,  semelhantes  como  seres 

humanos, mas diferentes quanto à forma de constituição e contribuição das diversas 

culturas ao longo da história da humanidade. 

  A  valorização  das  diversidades  étnicas,  etárias,  regionais,  socioeconômicas, 

culturais, psicológicas,  físicas e de  gênero é  constituinte de uma educação  voltada 

para a inclusão social, o que remete a ressignificação da escola para atender a todas 

as crianças, sem segregação. 

  Destaca‐se a observância a Lei Nacional nº 10639/2003 e a Lei nº 11645/2008, 

que  determinam  a  valorização  da  diversidade  cultural  brasileira,  com  especial 

atenção ao trabalho e resgate da história e da cultura Afro‐Brasileira e Africana e dos 

Povos Indígenas Brasileiros em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. 

  O  acolhimento  da  criança,  do  jovem  e  do  adulto  implica  no  respeito  a  sua 

cultura, corporeidade, estética e presença no mundo. Nesta perspectiva, o cuidar e 

educar  tem  sua dimensão ampliada e  incorporada nos processos de  formação dos 

profissionais  para  os  cuidados  embasados  em  valores  éticos,  nos  quais  atitudes 

racistas e preconceituosas não são admitidas. 

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E D U C A Ç Ã O

  Trabalhar com a diversidade  implica sair do  foco de uma situação  ideal para 

uma situação real, livrando‐se dos estereótipos, desapegando‐se de concepções que 

tendem a uniformizar os saberes e fazeres (ARROYO, 2007). 

  Essa  referência  pressupõe  o  desenvolvimento  de  uma  postura  ética  de  não 

hierarquizar as diferenças, mas criar caminhos possíveis de ensino, a  fim de que as 

aprendizagens levem cada pessoa a um processo amplo de formação humana.  

  É  importante  ressaltar  que  o  desenvolvimento  envolve  as  dimensões  física, 

cognitiva, psicossocial,  cultural, entre outras. Portanto, estratégias que ampliam as 

atividades de aprendizagem, associadas a um contexto de formação humana, devem 

propiciar a interrelação entre essas dimensões e a [re] significação e [re] construção 

de saberes e fazeres.  

  A  diversidade  está  correlacionada,  entre  outros  aspectos,  às  capacidades 

intelectuais  e  aos  conhecimentos  prévios  da  comunidade  escolar,  em  especial  os 

conhecimentos  que  os  alunos  trazem,  assim  como  seus  interesses  e motivações. 

Considerando  a  diversidade,  a  escola  vai  adquirir  valores  de  respeito  coletivo  às 

diferenças sociais, culturais,  intelectuais, entre outros aspectos, que não constituem 

obstáculos  para  o  cumprimento  da  ação  educativa;  porém,  qualificam  o  processo 

quando  são  observados,  analisados  e  considerados  nos  processos  de  ensino  e 

aprendizagem.  

  O  respeito  à  diversidade  permite  um  olhar mais  profundo  do  educador  em 

relação à conjuntura da escola e a cada educando em sua  individualidade, em suas 

potencialidades e fragilidades. Nesta perspectiva, a educação escolar, considerando a 

diversidade como elemento  fundamental para processo de ensino e aprendizagem, 

necessita atender as singularidades, em especial os educandos, no sentido de analisar 

as possibilidades de aprendizagem de cada um, estabelecer prioridades e estratégias 

de ação, com vistas à qualidade dos processos educativos.  

 

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3.2.5 Relações Sociais, Culturais e Educação Científica 

 

  As  emergências  do  campo  social,  da mídia,  da  ênfase  na  cultura,  trazem  o 

aspecto tipicamente humano para as dimensões escolares.  

  A  educação  é  a  forma  de  inserção  da  criança  no mundo,  que  inicia  com  a 

família,  na  qual  são  ensinados  valores,  costumes  e  regras.  A  educação  tem  como 

princípio  a  transferência  cultural,  para  que  as  pessoas  se  adaptem  à  sociedade  e 

possam  desenvolver  capacidades  e  potencialidades,  como  resultado  da  própria 

evolução. 

  Ao assimilar várias aprendizagens, através do contato com o mundo e com os 

outros,  o  aluno  aperfeiçoa  as  relações  sociais,  aprende  a  viver  e  conviver,  cresce 

como  indivíduo e  como pessoa e pode mudar  a  sociedade, pois entre em  contato 

com novas formas de viver, de aprender, de produzir. 

   A escola deve estar preparada para dialogar com esta nova sociedade em que 

os fatos e fenômenos estão acontecendo. Há processos de cultura diversificados, de 

informação  e  comunicação,  que  devem  ser  levados  em  conta,  pois  cada 

criança/aluno é produtor de saberes, segundo a sua origem, raça e gênero. 

  Há de se considerar que, nas atividades escolares, estão presentes conteúdos 

científicos  e  socialmente  relevantes,  ou  seja,  possibilidades  de  domínio  dos 

conhecimentos  exigidos  pela  sociedade  para  o  futuro,  considerando  que  tal 

aprendizagem é um dos principais motores do desenvolvimento social e pessoal. 

  Segundo  Vygostsky  (1994,  p.  115),  “a  aprendizagem  não  é,  em  si mesma, 

desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança conduz 

ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento e 

esta ativação não poderia produzir‐se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem 

é um momento  intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na 

criança essas características humanas não‐naturais, mas formadas historicamente”. 

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E D U C A Ç Ã O

   É  nas  relações  humanas  que  a  personalidade  se  constrói,  envolvendo  a 

formação de qualidades  físicas, morais,  intelectuais e estéticas –  tendo em  vista  a 

orientação da atividade humana na sua relação como meio social, num determinado 

contexto de relações sociais. Segundo Sacristán (1998), são influências e interrelações 

que  convergem  para  a  formação  de  traços  de  personalidade  social  de  caráter, 

ampliando a concepção de mundo, ideais, valores e modos de agir, que traduzem as 

convicções  ideológicas, morais e políticas. A aprendizagem desta visão de mundo se 

manifesta na escola, através de conteúdos específicos em Estudos Sociais e Naturais, 

História, Geografia e Ensino Religioso, ou em formas de participação em aspectos de 

cidadania,  em  programas  de  escola  de  tempo  integral  e  projetos  didático/sociais 

promovidos pela instituição.  

  Por outro lado, para o desenvolvimento pleno, a noção de ciência inserida no 

mundo tecnológico se faz necessária. Uma educação científica sólida é essencial para 

estudantes  com  qualquer  tipo  de  experiência,  talentos,  interesses  e  habilidades. 

Todas as crianças necessitam do conhecimento e das habilidades que formam o que 

chamamos de "cultura científica", a habilidade de perceber sentido no mundo ao seu 

redor.  Ajudando  as  crianças  a  aprender,  através  de  atos  como  observar,  coletar 

evidências  e  chegar  a  conclusões,  a  ciência  ajuda  as  mesmas  a  aprimorar  seus 

pensamentos  sobre  as  ideias  e  eventos  encontrados  na  vida  cotidiana, 

complementando o conhecimento social e cultural. 

 

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E D U C A Ç Ã O

4 PROJETO POLÍTICO‐PEDAGÓGICO 

 

  Na construção do projeto político‐pedagógico, a autonomia constitui‐se como 

o princípio orientador das práticas pedagógicas e capacidade a ser conquistada pelo 

educando,  através  da  reflexão  e  participação,  das  responsabilidades  que  assume, 

valorizando as relações que se estabelecem e o conhecimento construído.  

  A Resolução CNE/CEB nº 07/2010, art. 20, parágrafo 1º, determina que “(...) o 

projeto  político‐pedagógico  da  escola  traduz  a  proposta  educativa  construída  pela 

comunidade escolar no exercício de sua autonomia, com base nas características dos 

alunos, nos profissionais e recursos disponíveis, tendo como referência as orientações 

curriculares nacionais e dos respectivos sistemas de ensino”. 

  As  propostas  pedagógicas  das  escolas  precisam  considerar  a  atuação  dos 

educandos  na  construção  de  seus  próprios  conhecimentos,  valorizando  suas 

experiências,  seus  conhecimentos  prévios,  reconhecendo‐os  como  sujeitos 

cognitivos, éticos, estéticos, sociais, políticos, culturais, sensíveis e com  identidades 

diversas; não os vendo fragmentados, mas em sua totalidade humana. De acordo, a 

Resolução CNE/CEB nº 07/2010, define “(...) no projeto político‐pedagógico do Ensino 

Fundamental e no regimento escolar, o aluno, centro do planejamento curricular, será 

considerado como sujeito que atribui sentidos à natureza e à sociedade nas práticas 

sociais que vivencia, produzindo cultura e construindo sua identidade pessoal e social. 

(...)  Como  sujeito  de  direitos,  o  aluno  tomará  parte  ativa  na  discussão  e  na 

implementação  das  normas  que  regem  as  formas  de  relacionamento  na  escola, 

fornecerá  indicações relevantes a respeito do que deve ser trabalhado no currículo e 

será incentivado a participar das organizações estudantis (artigo 21). 

  Assim,  a  escola  necessita  priorizar,  em  suas  instâncias,  decisões  coletivas, 

estabelecer  parcerias,  valorizar  as  individualidades  e  as múltiplas  capacidades,  no 

sentido de desenvolver e utilizar procedimentos adequados à  formação da postura 

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autônoma  de  cada  educando,  que  somente  será  alcançada  se  for  vivenciada  no 

decorrer da escolarização. 

  Conforme o Art. 18 da Resolução CNE/CEB nº 07/2010, o currículo do Ensino 

Fundamental  com  9  (nove)  anos  de  duração  exige  a  estruturação  de  um  projeto 

educativo coerente, articulado e  integrado, de acordo com os modos de ser e de se 

desenvolver das crianças e adolescentes, nos diferentes contextos sociais. 

  O  Art.  23  da  LDB  incentiva  a  criatividade  e  insiste  na  flexibilidade  da 

organização da educação básica. A afirmação dessa perspectiva consta  também no 

Art. 19 das DCNs “(...) Ciclos, séries e outras formas de organização a que se refere à 

Lei  nº  9.394/96  serão  compreendidos  como  tempos  e  espaços  interdependentes  e 

articulados entre si, ao longo dos 9 (nove) anos de duração do Ensino Fundamental.” 

  A  partir  da  flexibilidade,  as  escolas  deverão  formular  o  projeto  político‐

pedagógico  e  elaborar  o  regimento  escolar  por meio  de  processos  participativos 

relacionados à gestão democrática, como define o Art. 20 da Resolução CNE/CEB: 

  ‐ Será assegurada ampla participação dos profissionais da escola, da  família, 

dos  alunos  e  da  comunidade  local  na  definição  das  orientações  imprimidas  aos 

processos educativos e nas formas de implementá‐las, tendo como apoio um processo 

contínuo  de  avaliação  das  ações,  a  fim  de  garantir  a  distribuição  social  do 

conhecimento  e  contribuir  para  a  construção  de  uma  sociedade  democrática  e 

igualitária.  

  ‐ O  regimento  escolar  deve  assegurar  as  condições  institucionais  adequadas 

para a execução do projeto político‐pedagógico e a oferta de uma educação inclusiva 

e com qualidade social,  igualmente garantida a ampla participação da comunidade 

escolar na sua elaboração. 

  ‐ O projeto político‐pedagógico e o regimento escolar, em conformidade com a 

legislação e as normas vigentes, conferirão espaço e tempo para que os profissionais 

da escola e, em especial, os professores, possam participar de  reuniões de  trabalho 

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E D U C A Ç Ã O

coletivo,  planejar  e  executar  as  ações  educativas  de  modo  articulado,  avaliar  os 

trabalhos dos alunos,  tomar parte em ações de  formação continuada e estabelecer 

contatos com a comunidade. 

  ‐  Na  implementação  de  seu  projeto  político‐pedagógico,  as  escolas  se 

articularão  com  as  instituições  formadoras,  com  vistas  a  assegurar  a  formação 

continuada de seus profissionais. 

  ‐ O trabalho educativo no Ensino Fundamental deve empenhar‐se na promoção 

de  uma  cultura  escolar  acolhedora  e  respeitosa,  que  reconheça  e  valorize  as 

experiências dos alunos, atendendo as suas diferenças e necessidades específicas, de 

modo a contribuir para efetivar a inclusão escolar e o direito de todos à educação. 

   

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5 O EDUCANDO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO 

 

  Enfatiza‐se  a  concepção  de  educando  como  cidadão,  sujeito  histórico  de 

direitos, participante da cultura, devendo a educação contemplar o mesmo grau de 

valorização e importância desde a Educação Infantil até os demais níveis da Educação 

Básica. 

  Este  entendimento  autoriza  a  compreendê‐lo  como  alguém  que  tem  uma 

maneira própria de pensar, sentir, ser e relacionar‐se qualificadamente, na infância e 

na  juventude,  diferentemente  do  adulto.  Por  isso,  as  características  próprias  do 

desenvolvimento humano precisam ser conhecidas e consideradas no momento de 

construção das propostas educativas.  

  Nesta perspectiva, partindo do pressuposto de que o educando é um sujeito 

social,  em  que  o  sentir,  o  brincar,  expressar‐se,  relacionar‐se,  movimentar‐se, 

organizar‐se,  cuidar‐se,  agir e  responsabilizar‐se  fazem parte da  sua  totalidade. Ao 

concluir sua escolarização fundamental, espera‐se que o educando: 

  • esteja apto ao exercício da cidadania; 

  •  participe  de  forma  autêntica  dos  debates  e  decisões  que  envolvem  o 

planejamento,  a  execução  e  a  avaliação  das  ações  educativas,  assumindo  a 

corresponsabilidade em resultados obtidos; 

  •  articule  todas  as  suas  habilidades  e  competências  para,  de  forma 

empreendedora, encontrar soluções para os desafios que se apresentam; 

  • desenvolva uma consciência ecológica, comprometendo‐se com o seu papel 

como cidadão planetário; 

  •  responsabilize‐se pelo  cuidado  e preservação da  vida  e do bem  comum  a 

partir da responsabilidade socioambiental.  

  Retratando  a  realidade,  particularmente  o  educando  participante  da  EJA, 

verifica‐se  que  este  é  caracterizado  pela  heterogeneidade,  com  jovens,  adultos  e 

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E D U C A Ç Ã O

idosos,  homens  e  mulheres,  alguns  com  necessidades  educativas  especiais, 

trabalhadores  empregados  ou  desempregados,  com  diferentes  níveis  de 

escolaridade, migrantes  de  zona  rural  e  urbana. Divergem  em  faixas  etárias  e  são 

eloquentes com suas múltiplas experiências de trabalho, de vida e de situação social, 

apresentando  práticas  culturais  e  valores  já  constituídos.  São  oriundos  de  um 

processo educacional fragmentado, marcado por frequente evasão e reprovação no 

ensino fundamental regular. Vêm em busca da firmação pessoal, de certificação para 

emprego ou promoção e continuidade de estudos na etapa do Ensino Médio.   

  Caracteriza‐se, também de forma especial, o aluno  incluído. De acordo com o 

Decreto nº 6.571/2008, que  institui as Diretrizes Operacionais da Educação Especial 

para  o  Atendimento  Educacional  Especializado  na  Educação  Básica,  considera‐se 

público alvo do AEE: 

  • alunos com deficiência: aqueles que  têm  impedimentos de  longo prazo de 

natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas 

barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 

de condições com as demais pessoas; 

  •  alunos  com  transtornos  globais  do  desenvolvimento:  aqueles  que 

apresentam  um  quadro  de  alterações  no  desenvolvimento  neuropsicomotor, 

comprometimento  nas  relações  sociais,  na  comunicação  ou  estereotipias motoras. 

Incluem‐se  nessa  definição  alunos  com  autismo  clássico,  síndrome  de  Asperger, 

síndrome  de  Rett,  transtorno  desintegrativo  da  infância  (psicoses)  e  transtornos 

invasivos sem outra especificação; 

  •  alunos  com  altas  habilidades/superdotação:  aqueles  que  apresentam  um 

potencial elevado e grande envolvimento  com as áreas do  conhecimento humano, 

isoladas  ou  combinadas:  intelectual,  acadêmica,  liderança,  psicomotora,  artes  e 

criatividade. 

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E D U C A Ç Ã O

  Outra clientela, que possui características peculiares, são os alunos da escola 

do  campo. O  grupo  humano  é  diversificado,  formado  por  agricultores,  produtores 

rurais, recicladores, prestadores de serviços domésticos e do comércio. A escola do 

campo  tem  seu  projeto  político‐pedagógico  voltado  para  atender  sujeitos  com 

aspirações muito  diferentes,  considerando  o meio  onde  está  inserida.  Esta  escola 

deve  formar  sujeitos  participantes  e  capazes  de  construir  seu  próprio  caminho, 

buscando seus direitos e lutando para serem cidadãos do campo (WIZNIEWSKY, 2010, 

p. 33). 

     

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E D U C A Ç Ã O

6 O EDUCADOR DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO 

 

  O  educador  municipal,  devidamente  habilitado  em  sua  área  de  atuação  e 

concursado,  tem  seu desempenho  regido pelo plano de  carreira,  como  estimulo  à 

progressão e melhoria profissional, através de formação continuada. 

  O  compromisso  social deste profissional estabelece papeis a  serem  seguidos 

em seu desempenho, requerendo competências e habilidades que  lhe são próprias. 

Assume atribuições específicas elencadas no da lei 9394/96. 

  O papel do professor no desenvolvimento do currículo é fundamental, uma vez 

que  esse  sujeito  é  partícipe  importante  na  construção  e  implementação  dos 

currículos que se materializam nas escolas, em todos os espaços e tempos.  

  Os professores têm sua ação docente permeada pela diversidade sociocultural 

da população escolar, pelas desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e 

a multiplicidade de  interesses e necessidades apresentadas pelos alunos.  Investem 

no desenvolvimento de metodologias e estratégias variadas que melhor respondam 

às diferenças de aprendizagem entre os estudantes e às suas demandas. 

  Enfatiza‐se,  assim,  a  importância  da  formação  inicial  e  continuada  dos 

profissionais da educação, não somente por meio de conhecimentos específicos das 

disciplinas, mas,  também,  pela  sensibilização  e  humanização  das  relações,  com  a 

finalidade de buscar a efetivação desse currículo, visando construir possibilidades de 

um mundo melhor para se viver.  

  Os  sistemas  de  ensino  e  as  escolas  assegurarão  adequadas  condições  de 

trabalho aos seus profissionais e o provimento de outros insumos, de acordo com os 

padrões mínimos de qualidade  referidos no  inciso  IX do art. 4º da Lei nº 9.394/96. 

Considera‐se  primordial  o  cumprimento  de  normas  específicas,  estabelecidas  pelo 

Conselho Nacional  de  Educação,  com  vistas  a  criação  de  um  ambiente  propício  à 

aprendizagem, com base: 

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E D U C A Ç Ã O

  I  –  no  trabalho  compartilhado  e  no  compromisso  individual  e  coletivo  dos 

professores e demais profissionais da escola com a aprendizagem dos alunos; 

  II – no atendimento às necessidades específicas de aprendizagem de cada um, 

mediante abordagens apropriadas; 

  III – na utilização dos  recursos disponíveis na escola e nos espaços  sociais e 

culturais do entorno; 

  IV – na contextualização dos conteúdos, assegurando que a aprendizagem seja 

relevante e socialmente significativa; 

  V – no cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias. 

  Como  protagonista  das  ações  pedagógicas,  caberá  ao  docente  equilibrar  a 

ênfase  no  reconhecimento  e  valorização da  experiência  do  educando  e da  cultura 

local.  Deve  contribuir,  com  seu  papel  mediador,  para  construir  identidades 

afirmativas,  através  do  acesso  a  instrumentos  mais  complexos  de  análise  da 

realidade. Deve possibilitar que o  aluno desenvolva níveis universais de explicação 

dos  fenômenos,  propiciando‐lhe  os  meios  para  transitar  entre  a  sua  e  outras 

realidades e  culturas e participar de diferentes esferas da vida  social, econômica e 

política. 

  Assim, a organização da ação educativa pelo professor requer: 

  • o domínio da sua área de formação e atuação; 

  • a formação continuada constante e agregada à formação e atuação na rede 

de escolas municipais, como pressuposto de atualização e capacitação profissional; 

  • o compromisso com o  tempo curricular e cultura organizacional da escola, 

seja ela urbana ou rural, ou mesmo em atuação nas diversas modalidades de ensino; 

  • a consciência e o compromisso pedagógico com a concepção de educação 

expressa no projeto político‐pedagógico da escola; 

  • um olhar  inclusivo  com  relação  às diferenças e necessidades educacionais 

especiais; 

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  • a compreensão dos conhecimentos prévios dos educandos, fortalecendo‐os 

e  aprofundando‐os,  bem  como  relacionando‐os  aos  novos  campos  conceituais  de 

maneira interdisciplinar; 

  •  a  organização  e  implantação  do  currículo  escolar  de  maneira  coerente, 

comprometida  e  competente,  considerando  a  importância  da  aprendizagem 

progressiva e significativa; 

  •  a  consciência  da  importância  do  planejamento,  entendendo‐o  como 

processo individual e coletivo, o qual compõe o retrato das necessidades, dos pontos 

fortes e prioridades do conhecimento, dos  tempos, espaços e recursos do contexto 

educacional; 

  • a priorização dos temas transversais na cotidianidade da escola e sociedade, 

numa perspectiva sociocultural e interrelacional das áreas do conhecimento; 

  •  a  priorização  de  experiências  didáticas  inovadoras,  como  fonte  de 

transformação das práticas pedagógicas e, sobretudo, como pilares de transposição 

didática  com  base  nas  necessidades  dos  educandos,  na  diversidade  e  pluralidade 

sociocultural; 

  •  a  implementação  da  problematização  nas  práticas  pedagógicas,  como 

procedimento  potencializador  da  observação,  reflexão,  análise  e  posicionamento 

crítico; 

  •  a  capacidade  de  avaliar  o  educando  em  sua  individualidade  e  na  sua 

capacidade  de  produção,  com  critérios  e  instrumentos  sólidos  e  competentes  de 

avaliação. 

  Desta forma, é de competência do professor: 

  • explorar as potencialidades de  todos os  alunos envolvidos no processo de 

inclusão, adotando uma pedagogia dialógica, interativa e interdisciplinar; 

  • propor uma aprendizagem que edifique a construção do aluno, no tocante à 

solução de problemas e aquisição de autonomia de pensamento;  

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  • priorizar  o  desenvolvimento  das  estruturas  cognitivas,  físicas,  psíquicas  e 

sociais de  cada aluno, para que este  construa  competências  indispensáveis ao  ser, 

saber,  fazer  e  conviver  no  mundo,  construídas  através  de  relações  inter  e 

intrassubjetivas; 

  • valorizar  os  diferentes  saberes  trazidos  pelos  alunos,  considerando  suas 

histórias  de  vida,  suas  especificidades  e  potencialidades,  suas  vivências  e 

experiências, saberes e valores; 

  •  ter postura  ética de não hierarquizar e  valorizar  as deficiências, mas  criar 

caminhos possíveis de ensino com pratica pedagógica dinâmica e inovadora, a fim de 

que as mesmas levem cada aluno a um processo amplo de (trans) formação humana; 

  • utilizar  recursos  didático‐pedagógicos  e  tecnológicos  variados,  com  o 

objetivo de envolver o aluno e propor uma aprendizagem significativa; 

  •  estabelecer  articulação  com  os  professores  de  educação  especial,  visando 

uma  maior  aquisição  de  conhecimentos  sobre  recursos  pedagógicos,  de 

acessibilidade, bem  como de  estratégias que promovem  a participação dos  alunos 

com necessidades educacionais especiais nas atividades escolares. 

  Os professores de educação infantil, ensino fundamental, anos inicial e final e 

outras modalidades de educação, para atender as especificidades da escola inclusiva, 

no  âmbito  da  educação  especial,  devem  participar  periodicamente  de  cursos  de 

formação  continuada  na  área,  cuja  finalidade  consiste  em  qualificar  suas  práticas 

pedagógicas e o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais. 

  Os profissionais que atuam na Educação Especial, no Atendimento Educacional 

Especializado possuem as seguintes atribuições: 

  • identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de 

acessibilidade  e  estratégias,  considerando  as  necessidades  específicas  dos  alunos 

público alvo da educação especial; 

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  •  elaborar  e  executar  plano  de  atendimento  educacional  especializado, 

avaliando  a  funcionalidade  e  a  aplicabilidade  dos  recursos  pedagógicos  e  de 

acessibilidade; 

  • organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos 

multifuncional e em outros espaços; 

  • acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e 

de acessibilidade na sala de aula do ensino regular, bem como em outros ambientes 

da escola; 

  •  estabelecer  parcerias  com  as  áreas  intersetoriais,  na  elaboração  de 

estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; 

  • orientar e apoiar os professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e 

de acessibilidade utilizados pelo aluno; 

  • ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva;  

  • estabelecer articulação com os professores da sala de aula regular, visando a 

disponibilização  dos  serviços,  dos  recursos  pedagógicos  e  de  acessibilidade,  bem 

como  das  estratégias  que  promovem  a  participação  dos  alunos  nas  atividades 

escolares; 

  • promover atividades e espaços de participação da família e a  interface com 

os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros. 

  Na EJA, enfatiza‐se a competência dialógica do professor, dada a característica 

da  clientela,  assim  como  a  competência  polivalente  do  professor  de  Educação 

Infantil.  Segundo  Sonia  das Graças Oliveira  Silva  (2008),  “o  professor  (dirijo‐me  de 

forma  genérica,  pensando  em  professor  ou  professora)  que  trabalha  direto  com 

crianças  precisa  ter  uma  competência  polivalente.  Isso  significa  dizer  que  deverá 

trabalhar  com  conteúdos  de  naturezas  diversas,  que  abrangem  desde  cuidados 

básicos essenciais até conhecimentos específicos, provenientes das diversas áreas do 

conhecimento”. 

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  Segundo Sonia Kramer (1999), “a prática pedagógica envolve conhecimentos e 

afetos;  saberes  e  valores;  cuidados  e  atenção;  seriedade  e  riso”.  Portanto,  o 

profissional  da  Educação  infantil  deve  ser  extremamente  humano,  em  diálogo 

constante com seus pares, com as famílias e comunidade, sempre buscando parcerias 

para a efetivação de seu trabalho. 

  De  acordo  com  Euclides  Redin  (2008),  o  profissional  da  Educação  Infantil 

deverá  ter um preparo  especial, porque para  a  infância  se  exige o melhor do que 

dispomos. Até porque, na relação pedagógica, não basta estar presente para ser um 

bom  companheiro. O profissional de  Educação  Infantil deverá  ter um domínio dos 

conhecimentos  científicos básicos,  tanto quanto  conhecimentos necessários para o 

trabalho  com  a  criança  pequena.  Inclui‐se  aqui  conhecimentos  de  saúde,  higiene, 

psicologia, antropologia e história,  linguagem, brinquedos e as múltiplas  formas de 

expressão  humana,  de  desenvolvimento  físico  e  das  questões  de  atendimento  em 

situações  de  necessidades  especiais.  Precisa,  ainda,  ter  sob  controle  seu  próprio 

desenvolvimento,  bem  como  estar  em  constante  processo  de  construção  de  seus 

próprios  conhecimentos. Necessita  ter elaborado maduramente  a questão de  seus 

valores, cultura, classe social, história de vida, etnia, religião e sexo. 

  Assim  como  expressa  Paulo  Freire  (2006  p.  59,  60),  os  professores  da  rede 

municipal  de  ensino  devem  apreciar  os  saberes  do  educando  em  sua  prática 

educativa: “(...) o  respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um  imperativo 

ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (...) O professor 

que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a 

sua  linguagem  (...)  que  se  furta  ao  dever  de  ensinar,  de  estar  respeitosamente 

presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentais 

éticos de nossa existência”.  

  Em relação ao educador do campo, considerando as palavras de Paulo Freire, 

as peculiaridades da cultura devem ser respeitadas na ação pedagógica, edificando, 

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assim,  a  cultura  e  a  história  do  lugar  em  que  está  inserida  a  escola  do  campo. A 

escola, fundamentada em uma educação que valorize os conhecimentos e saberes da 

comunidade,  deve  ser  realmente  do  campo,  como  enfatiza  Caldart  (2001,  p.  26): 

“educação que seja no e do campo. No: o povo tem direito de ser educado no  lugar 

onde vive, Do: o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a 

sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.” 

  Para  o  educador  impõe‐se  um  desafio.  Ilma  Passos Alencastro  Veiga  (2008) 

assim  o  define:  “o  projeto  pedagógico  da  formação,  alicerçado  na  concepção  do 

professor como agente social, deixa claro que é o exercício da profissão do magistério 

que  constitui,  verdadeiramente,  a  referência  central,  tanto  da  formação  inicial  e 

continuada  como  da  pesquisa  em  educação.  Por  isso,  não  há  formação  e  prática 

pedagógica  definitivas:  há  um  processo  de  criação  constante  e  infindável, 

necessariamente refletido e questionado, reconfigurado.” 

 

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7 PRINCÍPIOS E FINALIDADES DO CURRÍCULO ESCOLAR 

 

  As  ideias  sobre  currículo  perpassam  por  transformações  sociais  e  pela 

transição de paradigmas entre modernidade e pós‐modernidade, com abordagens e 

correntes teóricas que requerem uma  lógica organizacional, bem como um enfoque 

ou  tendência pedagógica que, de certa  forma, caracteriza aquele contexto e  indica 

caminhos viáveis à consecução de práticas educativas. 

  Os currículos são operacionalizados nas escolas, conforme o Projeto Político‐

Pedagógico de cada uma. 

  Considera‐se  o  processo  educacional  como  uma  relação  indissociável  entre 

conhecimento,  linguagem  e  afeto,  constituinte  dos  atos  de  ensinar  e  aprender. 

Segundo  os  PCNs,  a  afirmação  desta  perspectiva  deve  conduzir  à  valorização  do 

diálogo e à adoção de metodologias diversificadas em sala de aula, que permitam a 

expressão de níveis diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores 

éticos,  políticos  e  estéticos.  Esta  perspectiva  apoia‐se  na  Resolução  CNE/CEB  nº 

07/2010: “(...) Os conhecimentos escolares  são aqueles que as diferentes  instâncias 

que produzem orientações sobre o currículo, as escolas e os professores selecionam e 

transformam, a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em 

que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.” 

  Nesta  perspectiva,  compreende‐se  que  os  currículos  não  são  somente 

informações a serem passadas aos educandos. São, essencialmente, construções de 

conhecimentos e práticas produzidas em dinâmicas  sociais, políticas,  culturais,  [re] 

significados  constantemente  em  cada  contexto  histórico.  Essa  referência  remete  a 

pensar o princípio  fundamental dos currículos, que é a educação de qualidade para 

todos, o que  implica  saber  compreender e  trabalhar as diversidades presentes nas 

escolas. 

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  Cabe  destacar  que  desenvolver  um  currículo  vai  muito  além  do  que  está 

proposto  nos  planos  institucionais.  Existem  elementos  que  são  claramente 

percebidos,  como  atitudes  e  valores,  transmitidos pelas  relações  entre os diversos 

atores do processo educativo, que fazem parte do currículo oculto.  

  O currículo necessita, prioritariamente, de flexibilidade e disponibilidade para 

desenvolver a percepção do professor e do educando, no sentido de trabalhar com as 

fases do desenvolvimento humano e superar os preconceitos sociais e culturais. Sob 

este  enfoque,  engloba  o  contexto  social  do  aluno,  na  intenção  de  promovê‐lo  na 

sociedade como ser ativo, partícipe dos processos de mudança; promove a criticidade 

e a autonomia, sendo desenvolvido por meio de propostas coletivas, vislumbrando a 

inserção no mundo tecnológico e do conhecimento científico, constituindo condições 

para que a pessoa saiba se posicionar frente aos processos e as inovações.  

  Nesse contexto, tanto o gestor, o docente, quanto o estudante, requerem uma 

escola  em  que  a  cultura,  a  arte,  a  ciência  e  a  tecnologia  estejam  presentes  no 

cotidiano escolar, desde o início da Educação Básica.  

  Enfatiza‐se,  assim,  a  necessidade  de  consolidação  de  metodologias 

diferenciadas nas escolas, com base em uma concepção de currículo que atenda as 

especificidades e contribua para melhorar os índices de aproveitamento escolar. 

  Nesta conjuntura de prioridades, ressalta‐se a necessidade de garantir espaços 

e tempos para que os profissionais da educação possam definir e planejar de maneira 

coletiva  as  ações  pedagógicas  que  venham  a  contribuir  para  a  efetivação  da 

[re]organização curricular. 

 

7.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICO‐ METODOLÓGICAS 

 

  A aprendizagem consiste num processo complexo global, individual e coletivo, 

que pressupõe conhecer a realidade e intervir nela, como atitudes indissociáveis.  

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  Diante  desse  desafio,  é  necessário  repensar  os  processos  metodológicos 

adotados nas  escolas,  a  fim de  averiguar  a  eficiência  e  eficácia na  constituição da 

aprendizagem, sempre em consonância com a especificidade do segmento. 

 

  Orientações didático‐metodológicas para a Educação  infantil: a proposta de 

trabalho educativo com a criança pequena dispensa a fragmentação de conteúdos ou 

a compartimentalização de aprendizagens estabelecidas em etapas a serem vencidas 

em  um  determinado  tempo.  A  ideia  é  de  uma  permanente  construção  da  ação 

educativa, considerando o direito da criança à  infância e à educação, estabelecendo 

uma  interação entre o  fazer pedagógico e a  reflexão  constante do que é  realizado 

com as crianças, profissionais da Educação Infantil, famílias e comunidades. 

  Porém,  conhecimentos,  processos  e  habilidades  associados  ao 

desenvolvimento  intelectual,  social,  moral,  emocional,  físico,  psicomotor,  da 

criatividade,  da  consciência  estética  e  da  linguagem  da  criança  em  seus  primeiros 

anos  de  vida  requerem  uma  abordagem  pedagógica  específica.  Essa  abordagem 

baseia‐se  na  oferta  de  situações  desafiadoras,  ativas,  estimulantes  e  significativas, 

que propiciem à criança a descoberta do mundo, do outro e de si mesma, através das 

quais  os  conteúdos  das  diversas  áreas  sejam  aprendidos,  enquanto  aprende, 

também,  valores  e  regras  de  convivência.  Os  novos  conhecimentos  podem  ser 

expressos através de estratégias como: perguntas  interessantes e  instigantes, coleta 

de dados em pesquisas da  realidade,  realização de experiências diretas,  leituras de 

imagens e objetos, além de consultas em  fontes  tradicionais como  livros, revistas e 

jornais. 

 

  Orientações  didático‐metodológicas  para  os  anos  iniciais:  centra‐se  no 

caráter lúdico na construção do conhecimento, associada a metodologias adequadas, 

visando  assegurar  a  aprendizagem  significativa,  da  leitura,  escrita  e  letramento. 

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  Assim,  a  escola  deve  adotar  as  providências  necessárias  para  que  a 

operacionalização do princípio da continuidade não seja traduzida como “promoção 

automática”  de  alunos  de  um  ano,  série  ou  ciclo  para  o  seguinte,  e  para  que  o 

combate  à  repetência  não  se  transforme  em  descompromisso  com  o  ensino  e  a 

aprendizagem.  

  A organização do  trabalho pedagógico  incluirá a mobilidade e a  flexibilização 

dos  tempos  e  espaços  escolares,  a  diversidade  nos  agrupamentos  de  alunos,  as 

diversas  linguagens  artísticas,  a  diversidade  de  materiais,  os  variados  suportes 

literários,  as  atividades  que  mobilizem  o  raciocínio,  as  atitudes  investigativas,  as 

abordagens complementares e as atividades de reforço, a articulação entre a escola e 

a comunidade e o acesso aos espaços de expressão cultural.  

  Nos  anos  iniciais,  centra‐se  o  trabalho  pedagógico  no  letramento  e  na 

alfabetização, que requerem ser trabalhados como processos indissociáveis, por meio 

de  planejamento  pedagógico  que  potencialize  o  desenvolvimento  das  diversas 

linguagens e o aprendizado das áreas do conhecimento, conforme legislação nacional 

e  diretrizes  definidas  no  presente  documento.  Segundo  Soares  (2003),  “[...]  um 

indivíduo  alfabetizado  não  é,  necessariamente  letrado;  alfabetizado  é  aquele 

indivíduo que sabe ler e escrever; já o  indivíduo letrado é aquele que vive em estado 

de  letramento, é não só aquele que sabe  ler e escrever, mas que usa socialmente a 

leitura e a escrita, que pratica a leitura e a escrita e que responde adequadamente às 

demandas sociais de leitura e escrita.” 

  Portanto, alfabetização e  letramento diferem no contexto, pois um  indivíduo 

alfabetizado é aquele que sabe ou que vive na condição de  ler e escrever, mas não 

faz  uso  da  leitura  frequentemente;  já  o  indivíduo  letrado  é  aquele  que  pratica  a 

leitura e escrita periodicamente.  

  Para  tanto,  o  currículo  volta‐se,  nessa  fase,  para  a  estruturação  sólida  dos 

esquemas mentais  responsáveis  pela  compreensão  do mundo.  Caracteriza‐se  pela 

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intencionalidade de atribuir significados às experiências ocorridas entre o sujeito e o 

objeto  cognoscível,  no  sentido  de  contribuir  para  os  processos  de  alfabetização  e 

letramento dos educandos.  

  Considerando as características de desenvolvimento dos educandos, cabe ao 

professor  adotar  formas  de  trabalho  que  proporcionem  maior  autonomia  das 

crianças nas  salas de aula. Deve possibilitar que as diversas  linguagens possam  ser 

exploradas mais  intensamente,  a  começar pela  literatura,  a utilização de materiais 

que  ofereçam  oportunidades  de  raciocinar,  manusear  e  observar  as  suas 

características e propriedades. 

  Nos  componentes  curriculares  de  Educação  Física,  Artes  e  Informática,  os 

educandos  poderão  ser  atendidos  pelo  professor  de  referência  da  turma  ou  por 

professores  especializados,  desde  que  incluídos  no  Projeto  Político‐Pedagógico  da 

Escola,  devendo  ser  assegurada  a  integração  com  os  demais  componentes 

trabalhados pelo professor de referência da turma.  

  O projeto político‐pedagógico das escolas municipais deverá definir propostas 

para  efetivar  uma  concepção  de  letramento  e  alfabetização,  em  uma  visão 

interdisciplinar de educação, firmando metodologias adequadas a esse processo nos 

anos iniciais.  

  Orientação Didático‐metodológica para os anos  finais:  tem a  função de dar 

continuidade  ao  processo  de  alfabetização  e  letramento,  promovendo  a 

sistematização dos saberes que envolvem as diversas áreas do conhecimento, com a 

finalidade de aplicação formal e não formal dessas áreas, de maneira crítico‐reflexiva. 

Constitui, portanto, um período de aprofundamento dos conhecimentos construídos 

nos  anos  iniciais.  A  Resolução  CNE/CEB  nº  07/2010  garante,  no  Art.  29,  que  “a 

necessidade de assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens  torna 

imperativa a articulação de  todas as etapas da educação, especialmente do Ensino 

Fundamental com a Educação  Infantil, dos anos  iniciais e dos anos  finais no  interior 

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do  Ensino  Fundamental,  bem  como  do  Ensino  Fundamental  com  o  Ensino Médio, 

garantindo a qualidade da Educação Básica.” 

  As diferentes áreas do conhecimento necessitam enfocar os saberes cotidianos 

e científicos de maneira que o educando, ao perceber a aplicação desses saberes no 

cotidiano, passe a estabelecer relações entre teoria e prática. 

  Deve‐se considerar que o conteúdo escolar não é um ponto de chegada, mas 

um  ponto  de  partida.  Cada  profissional  interage  com  o  educando,  no  sentido  de 

estabelecer uma  relação dialógica que,  com as diferentes práticas pedagógicas, vai 

potencializar  o  processo  de  ensinar  e  de  aprender,  tanto  por  parte  do  educando 

quanto do professor. Desta forma, amplia‐se a capacidade de interpretar o mundo a 

partir da possibilidade crescente de perceber significados, de explorar competências 

e habilidades e, sobretudo, construir conhecimento.  

  A  interdisciplinaridade deve evitar a  justaposição de disciplinas e, ao mesmo 

tempo, evitar a diluição das mesmas em generalidades. Todo conhecimento mantém 

um diálogo  com outros  conhecimentos; enquanto muitas disciplinas  se  identificam 

entre si, outras se diferenciam.  

  Assim,  faz‐se  necessário  a  integração  dos  conhecimentos  escolares  no 

currículo,  favorecendo a  sua  contextualização e aproximando o processo educativo 

das experiências dos alunos. 

  Desta  forma,  conhecer  e  analisar  experiências  assentadas  em  diversas 

concepções de currículo integrado e interdisciplinar oferecerá aos docentes subsídios 

para  desenvolver  propostas  pedagógicas  que  avancem  na  direção  de  um  trabalho 

colaborativo, capaz de superar a fragmentação dos componentes curriculares.  

  Constituem  exemplos  de  possibilidades  de  integração  do  currículo,  entre 

outros: 

  • as propostas curriculares ordenadas em torno de grandes temas geradores; 

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  •  projetos  interdisciplinares  com  base  em  questões  problematizadoras, 

formuladas  a  partir  de  temas  da  comunidade  e  articuladas  aos  componentes 

curriculares e às áreas de conhecimento; 

  •  propostas  ordenadas  em  rede,  a  partir  de  conceitos‐chave  ou  conceitos 

nucleares,  que  permitam  trabalhar  as  questões  cognitivas  e  as  questões  culturais 

numa perspectiva transversal;  

  • projetos de trabalho com diversas acepções. 

  Porém,  deve‐se  observar  que  as  práticas  interdisciplinares  propostas  pela 

escola,  comunidade,  redes  e  sistemas  de  ensino  estejam  articulados  ao 

desenvolvimento dos componentes curriculares e às áreas de conhecimento.  

  Contextualizar  o  conteúdo  a  ser  aprendido,  significa,  em  primeiro  lugar, 

assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. É mais 

eficaz  o  ensino  que,  dentre  as  disciplinas  oferecidas,  os  alunos  estabelecem 

efetivamente  relações  do  conteúdo  vistos com  o  meio  externo,  fora  do  âmbito 

escolar.  

  Ao  incorporar  a  abordagem  dos  conhecimentos  de  forma  disciplinar, 

pluridisciplinar,  interdisciplinar  e  transdisciplinar,  a  educação  utiliza‐se  de  recursos 

tecnológicos de  informação e comunicação, como meio de superar a distância entre 

educandos  que  nasceram  na  era  digital  e  os  educadores  que  ainda  não  se 

apropriaram dessa linguagem. 

  Tais abordagens consolidam‐se através de uma organização curricular, saberes 

que  contemplam  eixos  temáticos  e  redes  de  aprendizagem,  garantindo  a 

contextualização do conhecimento. As redes de aprendizagem retratam um conjunto 

de  ações  pedagógicas  que  objetivam  a  aprendizagem,  considerando  a 

responsabilidade compartilhada de todos os envolvidos. 

  No intuito de atender as abordagens, os temas ou eixos temáticos integrados, 

as disciplinas se constituem em formas de organização do processo pedagógico que 

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estabelecem seu foco na aprendizagem significativa e no gosto de aprender por meio 

de práticas e recursos diversos, consolidando as redes de aprendizagem. 

  A  partir  de  uma  abordagem  interdisciplinar,  supera‐se  a  fragmentação 

curricular e o isolamento dos sujeitos envolvidos no processo pedagógico, evitando a 

dispersão de conhecimento. A  interdisciplinaridade, nesta perspectiva, possibilita ao 

educando  a  [re]significação  de  seu  aprendizado,  no  sentido  em  que  permite  a 

utilização de conceitos e  ideologias prévios à aprendizagem em sala de aula, unindo 

seu  contexto  e  sua  realidade  social.  Desta  maneira,  o  educando  poderá  obter 

condições  e  embasamento  suficientes  para  colocar  em  prática  suas  vivências,  na 

intenção de agir e interagir na sociedade. 

  Orientação Didático‐metodológica  para  a  EJA:  parte  do  principio  de  que  a 

aprendizagem,  como  atividade  complexa,  e  a  sua  aquisição,  dependem  de  um 

trabalho sistemático. Assim, para adquirir o conhecimento formal, função atribuída à 

escola, o  ser humano precisa  realizar  formas de atividades específicas, próprias do 

desenvolvimento cerebral e cultural. Neste sentido, segundo Marcelo García (1999), 

o professor, como protagonista das ações pedagógicas, deve equilibrar a ênfase no 

reconhecimento  e  valorização  da  experiência  do  educando  e  da  cultura  local, 

desenvolvendo,  assim,  competências  necessárias  para  que  possa  intervir  de modo 

consciente nas diversas esferas da vida social, econômica e política. 

  Na  perspectiva  de  um  currículo  contextualizado  da  EJA,  as  metodologias 

traduzem a interdisciplinaridade, mediante a interlocução entre os diferentes campos 

do conhecimento e seus atores sociais.  

  De  forma  organizativa  abrangente,  os  conteúdos  culturais  relevantes, 

articulados à realidade do educando, presentes no trabalho pedagógico, por meio de 

temas  da  experiência  dos  alunos,  podem  ser  implementados  através  de  eixos 

temáticos. Metodologicamente organizados, apresentam‐se em projetos didáticos e 

interdisciplinares, temas geradores, aproximando o saber historicamente acumulado 

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aos  saberes  do mundo  do  trabalho  e  propiciando  a  valorização  das  vivências  em 

todos os espaços sociais: na família, na convivência humana, no mundo do trabalho, 

etc. (BARBOSA, 2004).  

  Dada  a  diversidade  de  sujeitos  da  EJA,  as  estratégias  didático‐pedagógicas 

prescindem da presença humana, da interação, da troca e do diálogo, pela certeza de 

que aprender exige ação coletiva entre sujeitos com saberes variados, mediados ou 

não por velhas e novas  linguagens tecnológicas, observando as  funções reparadora, 

equalizadora e qualificadora,  conforme explicitadas nas diretrizes nacionais da EJA. 

Deve ser uma educação que promova a relação, sem hierarquização e sem nenhum 

tipo de preconceito ou discriminação, entre pessoas com diferenças de cultura, etnia, 

cor, idade, gênero, orientação sexual, ascendência nacional, origem e posição social, 

profissão, religião, opinião política, estado de saúde, deficiência, aparência  física ou 

outra diversidade. Para isso, há necessidade de organizar outros espaços e ambientes 

de aprendizagens além da sala de aula, através de buscas de possíveis parcerias no 

intuito  de  proporcionar  a  ampliação  de  oportunidades  socioculturais,  esportivas, 

recreativas  e  profissionais  aos  educandos.  Deve‐se  possibilitar  a  utilização  de 

recursos  tecnológicos  de  informação  e  comunicação,  conforme  as  condições 

disponíveis na escola. 

  Para efetivar uma metodologia de trabalho apropriada para essa modalidade 

de ensino, exige‐se uma reestruturação curricular, uma reorganização dos tempos e 

espaços  da  escola,  com  investimentos  na  formação  continuada  de  professores. O 

aprimoramento  docente,  tanto  na  dimensão  profissional  quanto  na  dimensão  das 

relações  pessoais,  requer  uma  coordenação  pedagógica  efetiva  capaz  de  viabilizar 

tais procedimentos. 

  Orientação Didático‐metodológica para a Educação  tecnológica: o contexto 

das  tecnologias  da  informação  e  comunicação  (TICs)  na  educação  tem  apoio  no 

Núcleo de Tecnologia Municipal – NTEM, que orienta e  implementa a  inserção das 

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mesmas na prática pedagógica das escolas municipais, visando o acesso e a produção 

crítica e criativa do conhecimento permeado pelas mídias. A inserção efetiva das TICs 

na escola visa a melhoria na qualidade do processo ensino‐aprendizagem, a busca de 

uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico e o preparo do aluno 

para o exercício da cidadania. 

  A utilização das TICs,  integrada às práticas escolares, deve estar articulada e 

respaldada no projeto pedagógico da escola. A articulação pedagógica das atividades 

de aprendizagem, através das TICs, considera o nível de desenvolvimento do aluno, 

nos diferentes níveis e modalidades do Ensino. Possibilita a transdisciplinaridade e a 

inovação  nas  práticas  pedagógicas,  quando  o  professor  passa  a  ser  o  mediador, 

estimulando e motivando seus alunos para o conhecimento e a aprendizagem 

  A  efetiva  inserção  das  TICs  no  processo  pedagógico  possibilita  uma  ação 

interdisciplinar,  integrando  as  diferentes  áreas  do  conhecimento  e  possibilitando 

aprendizagens significativas, através de uma nova  linguagem pedagógica, facilitando 

o  desenvolvimento  das  habilidades  de  comunicação  e  de  estruturas  cognitivas  no 

aluno. 

  A  inclusão  digital  de  profissionais  da  educação  é  fundamental  para 

acompanhar  o  impacto  das  novas  tecnologias  na  sociedade  e  na  educação.  Sua 

utilização na prática pedagógica é uma das  condições para o processo de  inclusão 

social dos alunos. 

  Orientação Didático‐metodológica para a Educação Especial: o Atendimento 

Educacional  Especializado  identifica,  elabora  e  organiza  recursos  pedagógicos  e  de 

acessibilidade  que  eliminem  as  barreiras  para  a  plena  participação  dos  alunos, 

considerando as suas necessidades específicas.  

  Conforme  orientações  estabelecidas  pela  Política  Nacional  de  Educação 

Especial na Perspectiva da Educação  Inclusiva  (2008), em  todos os níveis, etapas e 

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modalidades  da  educação  básica,  a  educação  especial,  por meio  do  Atendimento 

Educacional Especializado, é organizada para apoiar o desenvolvimento dos alunos.  

  Na educação infantil, a metodologia baseia‐se na postura lúdica, no acesso às 

formas diferenciadas de comunicação, na riqueza de estímulos nos aspectos  físicos, 

emocionais,  cognitivos,  psicomotores  e  sociais  e  a  convivência  com  as  diferenças, 

primando pela afetividade nas relações interpessoais, pelo respeito e a valorização da 

criança.  

  No ensino fundamental, a dimensão pessoal deverá ser valorizada, abarcando 

a  necessidade  de  acolhida  democrática,  pela  escola,  das  diversidades  e 

peculiaridades  de  gênero,  étnicas,  etárias,  regionais,  socioeconômicas,  culturais, 

psicológicas e físicas das pessoas, ou seja, com respeito às idiossincrasias. 

  Na modalidade de educação de  jovens e adultos e educação profissional, as 

ações  da  educação  inclusiva  possibilitam  a  ampliação  de  oportunidades  de 

escolarização,  formação para  ingresso no mundo do  trabalho e efetiva participação 

social.  

  A  interface  da  educação  especial  na  educação  indígena,  do  campo  e 

quilombola  deve  assegurar  que  os  recursos,  serviços  e  atendimento  educacional 

especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos, construídos com base nas 

diferenças socioculturais desses grupos. 

  Nos casos de escolarização em classe hospitalar ou em ambiente domiciliar, o 

Atendimento  Educacional  Especializado  é  ofertado  aos  alunos  público  alvo  da 

educação especial. 

  As  atividades  desenvolvidas  no  Atendimento  Educacional  Especializado 

diferenciam‐se daquelas realizadas na sala de aula comum. Não devem representar 

uma repetição dos conteúdos curriculares desenvolvidos em sala de aula, mas, sim, 

caracterizarem‐se como procedimentos específicos, de acordo com a necessidade do 

aluno, para a mediação do processo de aprendizagem dos mesmos. Assim sendo, na 

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sala  de  recursos  multifuncional  não  são  trabalhados  conteúdos  específicos  de 

Matemática ou Geografia, por  exemplo, mas habilidades que  são necessárias para 

dar  suporte  ao  aluno  para  que  construir  conhecimentos  nessas  disciplinas,  entre 

outras. Neste sentido, esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação 

dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela e, portanto, 

não são substitutivas à escolarização.  

  As  atividades  do  Atendimento  Educacional  Especializado  são  realizadas 

mediante  a  atuação  do  professor  com  formação  especifica  com  graduação  em 

educação especial e que o habilite para o ensino da  Língua Brasileira de Sinais, da 

Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do 

Soroban,  da  orientação  e  mobilidade,  das  atividades  de  vida  autônoma,  da 

comunicação aumentativa e alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais 

superiores, das atividades de estimulação visual, dos programas de enriquecimento 

curricular,  da  adequação  e  produção  de  materiais  didáticos  e  pedagógicos,  da 

utilização de recursos ópticos e não ópticos, tecnologia assistiva e outros recursos e 

ajudas técnicas.  

  Quanto  ao  atendimento  das  necessidades  específicas,  relacionadas  às  altas 

habilidades/superdotação,  conforme  o  Decreto  nº  6.571/2008,  este  deve  ser 

desenvolvido  com  atividades  de  enriquecimento  curricular  nas  escolas  de  ensino 

regular,  em  articulação  com  as  instituições  de  ensino  superior,  profissional  e 

tecnológica, de pesquisa, de artes, de esportes, entre outros. 

  Orientação Didático‐metodológica para Educação do campo: a educação do 

campo  articula  seus  conteúdos,  a  abordagem  de  temas  abrangentes  e 

contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e  local, bem 

como na esfera  individual. Trabalha  temas como saúde, sexualidade e gênero, vida 

familiar  e  social,  os  direitos  das  crianças  e  adolescentes,  preservação  do  meio 

ambiente, educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, 

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e  diversidade  cultural.  Tais  temas  transversais  devem  permear  o  desenvolvimento 

dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo.  

  Para  as  Escolas do Campo,  as práticas pedagógicas devem  incluir  atividades 

que contemplem o cultivo de ervas medicinais e sua utilização; combate de pragas 

nos  pomares,  hortas  e  lavouras,  de  forma  ecologicamente  correta;  produção 

orgânica; viveiro de mudas (hortaliças e jardinagem); artesanato ( corda, couro, vime, 

pintura  em  tecido  e  crochê),  agroindústrias  (doces,  salgados,  conservas,  pães, 

cucas...);  turismo  e  lazer;  preservação  do  meio  ambiente;  desenvolvimento 

sustentável; agricultura familiar. 

  A metodologia a  ser adotada na RME, além de atender aos  requisitos gerais 

descritos, deve adequar‐se às especificidades de cada nível ou modalidade de ensino, 

levando  em  conta  as  diferentes  realidades,  seja  da  Educação  Infantil,  Ensino 

Fundamental ou EJA. 

 

7.2 AVALIAÇÃO 

 

  A  avaliação  escolar  na  RME  assume  um  caráter  processual,  participativo, 

formativo, contínuo, cumulativo e diagnóstico; portanto, visa  redimensionar a ação 

pedagógica.  Compreende  a  dimensão  da  aprendizagem,  da  instituição,  interna  e 

externamente e das  redes de  Educação Básica,  conforme  a Resolução CNE/CEB nº 

04/2010.  

 

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7.2.1 Dimensões e Conceitos  

 

  Se a escola é o  lugar da construção da autonomia e da cidadania, a avaliação 

dos  processos,  sejam  eles  de  aprendizagem,  da  dinâmica  escolar  ou  da  própria 

instituição,  não  deve  ficar  sob  a  responsabilidade  apenas  de  um  ou  de  outro 

profissional;  é  uma  responsabilidade  tanto  da  coletividade  como  de  cada  um,  em 

particular. 

  A  avaliação  é  uma  atividade  orientada  para  o  futuro.  Avalia‐se  para  tentar 

manter  ou melhorar  a  atuação  futura.  Essa  é  a  base  da  distinção  entre medir  e 

avaliar. Medir refere‐se ao presente e ao passado e visa obter informações a respeito 

do  progresso  efetuado  pelo  educando.  Avaliar  refere‐se  à  reflexão  sobre  as 

informações obtidas  com  vistas a planejar o  futuro. Portanto, medir não é avaliar, 

ainda que o medir  faça parte do processo de avaliação. Avaliar a aprendizagem do 

educando  não  começa  e  muito  menos  termina  quando  atribuímos  uma  nota  à 

aprendizagem. 

  Conforme a Resolução CNE/CEB n° 4/2010, Seção  I, Art. 47,  “a avaliação da 

aprendizagem baseia‐se na concepção de educação que norteia a relação professor‐ 

estudante‐conhecimento‐vida  em  movimento,  devendo  ser  um  ato  reflexo  de 

reconstrução da prática pedagógica avaliativa (...)” 

  A avaliação é parte do processo pedagógico. Este processo inclui outras ações 

que implicam na própria formulação dos objetivos da ação educativa, na definição de 

seus conteúdos e métodos, entre outros. A avaliação, portanto, sendo parte de um 

processo  maior,  deve  ser  usada  tanto  no  sentido  de  um  acompanhamento  do 

desenvolvimento do educando como no sentido de uma apreciação final sobre o que 

este  educando  pode  obter  em  um  determinado  período,  sempre  com  vistas  a 

planejar ações educativas futuras.  

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  Neste  sentido,  entende‐se  que  a  avaliação  implica  o  coletivo  da  escola  e 

possibilita  a  indicação  de  caminhos  mais  adequados  e  satisfatórios  para  a  ação 

pedagógica.  Em  outras  palavras,  a  avaliação  não  pode  ser  um  mecanismo  para 

classificar, excluir ou promover o aluno, mas um parâmetro da ação pedagógica que 

toma os erros e os acertos como elementos sinalizadores. 

  Segundo Hoffmann, se faz necessário enfatizar a  importância da avaliação tal 

como ela deve ser, um instrumento reflexivo que auxilia na mudança de postura para 

alcançar um maior desenvolvimento. "...  Tentamos  várias  vezes descobrir melhores 

soluções para determinado problema e amadurecemos a partir de algumas tentativas 

frustradas. Ora,  se  tal  é  o  sentido  da  avaliação  na  vida,  esse  não  é  o  sentido  da 

avaliação na escola." (HOFFMANN, 2003, p.148) 

  Sendo  assim,  é  possível  concebermos  uma  perspectiva  de  avaliação  cuja 

vivência  seja  marcada  pela  lógica  da  inclusão,  do  diálogo,  da  construção  da 

autonomia, da mediação, da participação, da construção da responsabilidade com o 

coletivo. 

  Tal  perspectiva  de  avaliação  alinha‐se  com  a  proposta  de  uma  escola mais 

democrática,  inclusiva, que  considera as  infindáveis possibilidades de  realização de 

aprendizagens  por  parte  dos  educandos.  Esta  concepção  de  avaliação  parte  do 

princípio  de  que  todas  as  pessoas  são  capazes  de  aprender  e  de  que  as  ações 

educativas,  as  estratégias  de  ensino,  os  conteúdos  das  disciplinas  devem  ser 

planejados a partir dessas infinitas possibilidades de aprender dos educandos. 

  Os educandos aprendem de variadas  formas, em diferentes  tempos, a partir 

de  suas  vivências  pessoais  e  experiências  anteriores.  Entende‐se  que  o  papel  da 

escola  é  de  incluir,  de  promover  crescimento,  de  desenvolver  possibilidades,  para 

que os  sujeitos  realizem  aprendizagens  significativas, de  socializar  experiências, de 

perpetuar e construir cultura.  

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  Esta  perspectiva  exige  uma  prática  avaliativa  cujas  funções  sejam  bem 

definidas  e  que  não  devem  ser  concebida  como  algo  distinto  do  processo  de 

aprendizagem.  Entender  e  realizar  uma  prática  avaliativa  processual  é  pautar  o 

planejamento dessa avaliação, bem como construir seus  instrumentos, partindo das 

interações que vão se construindo no  interior da sala de aula, com os alunos e suas 

possibilidades de entendimentos dos conteúdos que estão sendo trabalhados.  

  A  avaliação  da  aprendizagem  é  processual  porque  envolve  o 

acompanhamento do educando durante todas as etapas do trabalho, com o objetivo 

de nortear a relação professor, aluno e conhecimento, com vistas à reconstrução da 

prática pedagógica. 

  Perrenoud  (1999,  p.  143)  define  a  avaliação  formativa  como  “um  dos 

componentes de um dispositivo de  individualização dos percursos de  formação e de 

diferenciação das intervenções e dos enquadramentos pedagógicos”. 

  Outro  aspecto  fundamental  de  uma  avaliação  formativa  diz  respeito  à 

construção da autonomia por parte do aluno, na medida em que lhe é solicitado um 

papel  ativo  em  seu  processo  de  aprender.  Ou  seja,  a  avaliação  formativa,  tendo 

como foco o processo de aprendizagem, numa perspectiva de interação e de diálogo, 

coloca  também no  aluno,  e não  apenas no professor,  a  responsabilidade por  seus 

avanços e suas necessidades. Para tal, é necessário que o aluno conheça os objetivos 

que  deverá  alcançar,  bem  como  os  critérios  que  serão  utilizados  para  verificar  e 

analisar seus avanços de aprendizagem. Nessa perspectiva, a autoavaliação torna‐se 

uma  ferramenta  importante,  capaz  de  propiciar  maior  responsabilidade  aos 

estudantes  acerca  de  seu  próprio  processo  de  aprendizagem  e  de  construção  da 

autonomia. 

  A avaliação formativa é aquela em que o professor está atento aos processos e 

às aprendizagens de seus alunos. Dentro de uma lógica formativa e emancipatória, a 

expressão do  resultado é uma decorrência do processo e não o  seu  fim último. O 

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professor entende que a avaliação é essencial para dar prosseguimento aos percursos 

de aprendizagem. Portanto, o caráter  formativo da avaliação considera o progresso 

individual que retrata as qualidades necessárias para a sua formação escolar. 

  A avaliação, como diagnóstico, é um processo de pesquisa, de investigação, de 

permanente  indagação,  de  diagnóstico  constante,  que  encaminha  e  orienta  o 

planejamento  e  a  organização  curricular  como  um  todo.  Permite  ao 

educando/educador  recriar,  refazer,  criar,  propor,  envolvendo  mais  do  que 

conhecimentos, incorporando a dimensão ética e social. 

  O  caráter  participativo  se  dá  principalmente  pela  responsabilidade 

compartilhada  de  todos  os  envolvidos  no  processo  e  pelo  desenvolvimento  da 

autonomia do educando. 

  O aspecto cumulativo diz respeito ao conjunto de conhecimentos, habilidades, 

atitudes  e  valores  que,  de  forma  articulada,  projetam  o  desempenho  na 

aprendizagem. 

  Assim, a Avaliação na RME tem por objetivos: 

  a)  identificar  potencialidades  e  dificuldades  de  aprendizagem  e  detectar 

problemas de ensino; 

  b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens, de acordo 

com as necessidades dos alunos, criando condições de  intervir de modo  imediato e 

em mais longo prazo, para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho docente; 

  c) manter a família informada sobre o desempenho dos alunos; 

  d)  reconhecer  o  direito  do  aluno  e  da  família  de  discutir  os  resultados  de 

avaliação,  inclusive  em  instâncias  superiores  à  escola,  revendo  procedimentos, 

sempre que as reivindicações forem procedentes. 

 

 

 

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7.2.2 Instrumentos de Avaliação 

   

  Orienta‐se  a  avaliação  para  a  utilização  de  vários  instrumentos  e 

procedimentos:  a  observação,  o  registro  descritivo  e  reflexivo,  os  trabalhos 

individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros. 

O  procedimento  a  ser  adotado  deve  considerar  a  adequação  à  faixa  etária  e  às 

características  de  desenvolvimento  do  educando.  Prevalecem  os  aspectos 

qualitativos  da  aprendizagem  do  aluno  sobre  os  quantitativos,  bem  como  os 

resultados  ao  longo  do  período  sobre  os  de  eventuais  provas  finais,  tal  com 

determina a alínea "a", do inciso V, do art. 24, da Lei nº 9.394/96. 

  No processo de avaliação a escola deve: 

  ‐  assegurar  tempos  e  espaços  diversos  para  que  os  alunos  com  menor 

rendimento tenham condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo;  

  ‐ prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação, de preferência paralelos 

ao período letivo, como determina a Lei nº 9.394/96;  

  ‐  assegurar  tempos  e  espaços  de  reposição  dos  conteúdos  curriculares,  ao 

longo do ano  letivo, aos alunos  com  frequência  insuficiente, evitando,  sempre que 

possível, a retenção por faltas;  

  ‐ possibilitar  a  aceleração de estudos para os  alunos  com defasagem  idade‐

série. 

  Os  procedimentos  de  avaliação,  adotados  pelos  professores  e  pela  escola, 

serão  articulados  às  avaliações  realizadas  em  nível  nacional  e  às  congêneres  nos 

diferentes Estados e Municípios  (Avaliação Externa e Avaliação  Institucional). Estas 

avaliações têm o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas no esforço 

de melhoria da qualidade da educação e da aprendizagem dos alunos. A análise do 

rendimento dos alunos, com base nos  indicadores produzidos por essas avaliações, 

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deve  auxiliar  os  sistemas  de  ensino  e  a  comunidade  escolar  a  redimensionar  as 

práticas educativas, com vistas ao alcance de melhores resultados.  

  É  importante ressaltar, também, que os resultados advindos da aplicação dos 

instrumentos  são  provisórios  e  não  definitivos.  O  que  o  aluno  demonstrou  não 

conhecer em um momento poderá vir a conhecer em outro. A questão do tempo de 

aprendizagem  de  cada  aluno  é  um  fator,  na maioria  das  vezes,  pouco  levado  em 

consideração. 

  A  simples  utilização  de  instrumentos  diferenciados  de  provas  e  testes 

(memorial,  portfólio,  caderno  de  aprendizagens,  etc.)  já  propicia  uma  vivência  de 

avaliação distinta da tradicional.  

  Os  instrumentos que serão usados no processo de avaliação devem partir de 

uma  especificação  muito  clara  do  que  se  pretende  avaliar,  bem  como  a  sua 

elaboração, que deve considerar alguns aspectos importantes: 

  a) a linguagem a ser utilizada: clara, esclarecedora, objetiva; 

  b) a contextualização daquilo que se investiga: em uma pergunta sem contexto 

podemos  obter  inúmeras  respostas  e,  talvez,  nenhuma  relativa  ao  que,  de  fato, 

gostaríamos de verificar; 

  c) o conteúdo deve  ser  significativo, ou  seja, deve  ter  significado para quem 

está sendo avaliado; 

  d) estar coerente com os propósitos do ensino; 

  e) explorar a capacidade de leitura e de escrita, bem como o raciocínio. 

  Os  instrumentos  devem  ser  utilizados  ou  construídos  com  a  finalidade  de 

acompanhar a aprendizagem dos educandos, em vez de fazer uma medição pontual 

do seu desempenho.  

  Sendo assim, deve‐se ter clareza de que a prática avaliativa deve ser coerente 

e só pode existir a partir do registro dos processos, das descobertas, das tentativas, 

dos percursos. Isso significa legitimar um saber elaborado a partir da prática. 

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  Sobretudo,  é  indispensável  à  elaboração  de  instrumentos  e  procedimentos, 

tais  como:  trabalhos  individuais  e  coletivos,  portfólios,  exercícios,  provas, 

questionários,  observação,  acompanhamento  contínuo,  registro  e  reflexão 

permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem, dentre outros, tendo em 

conta  a  sua  adequação  à  faixa  etária  e  às  características  de  desenvolvimento  do 

educando.  

  A  partir  da  análise  do  rendimento  dos  alunos,  com  base  nos  indicadores 

produzidos pela avaliação, o professor, a comunidade escolar e o sistema de ensino 

deverão  redimensionar  as  práticas  educativas,  com  vistas  ao  alcance  de melhores 

resultados. 

 

7.2 3 Avaliação Institucional 

 

  Democratizar a gestão na escola possibilita o crescimento e a melhoria de toda 

a escola e dos agentes nela  inseridos. No entanto, ainda são muitos os desafios que 

rodeiam a efetivação da gestão democrática nos espaços educacionais. 

  Adotando  a  gestão  democrática,  a  escola  define  o  rumo  de  seus 

encaminhamentos, promovendo a participação de todos, preservando e construindo 

sua identidade e autonomia pedagógica, administrativa e financeira. 

  Toda instituição de ensino necessita de estratégias que a organizem como um 

espaço escolar, no que diz respeito à missão, objetivos, metas, metodologia, currículo 

e  avaliação.  Neste  aspecto,  o  projeto  político‐pedagógico  da  escola  torna‐se 

estratégia indispensável e insubstituível para a sua gestão democrática, direcionando 

os caminhos que a mesma irá trilhar.  

  O projeto político‐pedagógico precisa ser articulado, direcionado e executado 

com responsabilidade, consciência, fundamentação, participação e preparo de todos, 

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com o entendimento essencial de que esse  trabalho vai muito além de um simples 

documento burocrático. 

  A  avaliação  institucional  é  um  instrumento  para  diagnosticar  o  processo  de 

efetivação do projeto político‐pedagógico, pois aponta para a discussão do processo 

de melhoria da escola.  

  Reafirma‐se  que  a  avaliação  institucional  é  realizada  nas  escolas  da  rede 

municipal,  anualmente,  servindo  como  ferramenta  de  gestão,  no  sentido  de 

direcionar as práticas educativas da escola, pois a tomada de decisão deve‐se apoiar 

no conhecimento institucional que a avaliação proporciona.  

  Assim,  o  instrumento  de  avaliação  institucional  seguirá  orientações  da 

mantenedora, sendo construído pela escola, em conjunto com o conselho escolar. 

 

7.2.4 Avaliação do Sistema Público Municipal  

  As avaliações em larga escala, ou de sistema, possuem como objetivo subsidiar 

a escola e os sistemas educativos de informações mais gerais referentes à educação. 

Neste tipo de avaliação, a análise dos resultados de desempenho dos alunos é vista 

em seu conjunto, permitindo a verificação, por extensão, do desempenho da escola e 

dos  sistemas  de  ensino.  Esses  resultados,  sintetizados  por  meio  de  relatórios, 

fornecem  informações que permitem a adoção de programas e projetos voltados à 

melhoria da qualidade educacional da instituição avaliada.  

  Atualmente, o  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio 

Teixeira”  (INEP), que é uma autarquia  federal, vinculada ao Ministério da Educação 

(MEC), possui a missão de promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema 

Educacional Brasileiro, com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de 

políticas  públicas  para  a  área  educacional,  a  partir  de  parâmetros  de  qualidade  e 

equidade,  bem  como  produzir  informações  claras  e  confiáveis  aos  gestores, 

pesquisadores, educadores e público em geral. 

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  Para gerar  seus dados e estudos educacionais, o  INEP  realiza  levantamentos 

estatísticos e avaliativos em algumas etapas da educação básica, entre elas: 

  • Provinha Brasil: é uma  avaliação diagnóstica do nível de  alfabetização das 

crianças matriculadas no 2º ano de escolarização das escolas públicas brasileiras. Esta 

avaliação acontece em duas etapas, uma no início e a outra ao término do ano letivo. 

A Provinha Brasil tem como objetivos avaliar o nível de alfabetização dos educandos. 

Assim, oferece à  rede de ensino um diagnóstico da alfabetização e colabora para a 

melhoria  da  qualidade  de  ensino  e  redução  das  desigualdades  educacionais,  em 

consonância com as metas e políticas estabelecidas pelas diretrizes municipais. 

  •  Sistema  de  Avaliação  da  Educação  Básica  (Saeb):  é  composto  por  duas 

avaliações  complementares,  a  Aneb  e  a  Anresc  (Prova  Brasil).  A  avaliação 

denominada  Avaliação  Nacional  da  Educação  Básica  (ANEB)  permite  produzir 

resultados  médios  de  desempenho  por  amostras  e  promover  estudos  que 

investiguem a equidade e a eficiência dos sistemas e  redes de ensino, por meio da 

aplicação de questionários. 

  A avaliação denominada Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC) 

(Prova Brasil), realizada a cada dois anos, avalia as habilidades em Língua Portuguesa 

(foco  na  leitura)  e  em Matemática  (foco  na  resolução  de  problemas).  É  aplicada 

somente a estudantes de 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano de escolas da rede pública 

de ensino com mais de 20 estudantes matriculados por série alvo da avaliação. Tem 

como prioridade evidenciar os resultados de cada unidade escolar, com o objetivo de 

contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, para a redução de desigualdades e 

democratização  da  gestão  do  ensino  público.  Busca,  ainda,  o  desenvolvimento  de 

uma cultura avaliativa que estimule o controle social sobre os processos e resultados 

do ensino.  

  A  Prova  Brasil  fornece  médias  de  desempenho  para  o  Brasil,  regiões  e 

unidades da Federação, para cada um dos municípios e para as escolas participantes. 

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  Uma avaliação de sistema, para ser efetiva, exige a construção de uma Matriz 

de Referência que garanta transparência e legitimidade ao processo, informando aos 

interessados o que será avaliado. Sendo assim, pode‐se afirmar que as Matrizes de 

Referência descrevem o conteúdo a ser avaliado em cada área/disciplina, informando 

as competências e habilidades esperadas do aluno por certo período de tempo. 

  A Matriz de Referência é composta por um conjunto de descritores que, como 

o  próprio  nome  diz,  descrevem  os  desempenhos  esperados  em  cada  ano  escolar. 

Esses  descritores  são  formados  com  base  no  que  se  pretende  avaliar  e,  por  isso, 

explicitam  o  conteúdo  e  a  habilidade  necessária  para  a  realização  da  atividade 

proposta.  

  É importante lembrar que, para compor uma Matriz de Referência, leva‐se em 

conta as habilidades fundamentais ao término de determinado ano escolar, além de 

considerar os conteúdos que podem ser avaliados por meio de testes objetivos. 

  A Matriz de Referência é um “recorte” da Matriz Curricular. A diferença que 

existe entre as duas é que a primeira serve como referência ao processo avaliativo e a 

segunda é utilizada como instrumento orientador da explicitação dos conteúdos, das 

orientações pedagógicas, da seleção de estratégias, etc. 

  O  conjunto  dessas  avaliações  identifica  as  maiores  fragilidades  no 

desempenho  escolar  e  as  escolas  que  necessitam  de  maior  atenção  e  apoio 

financeiro e de gestão. 

  O  resultado é expresso pelo  Índice de Desenvolvimento da  Educação Básica 

(IDEB). O mesmo pretende ser o termômetro da qualidade da educação do Município 

de  Santa Maria,  combinando dois  indicadores:  fluxo  escolar  (passagem dos  alunos 

pelas  séries  sem  repetir,  avaliado  pelo  Programa  Educacenso)  e  desempenho  dos 

estudantes, avaliado pela Prova Brasil. 

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  O  IDEB  é  um  dos  eixos  do  PDE  que  permite  realizar  uma  transparente 

prestação de contas para a sociedade, de como está a educação em nossas escolas, 

sendo o indicador usado para as políticas educacionais municipais. 

  Avaliação  na  Educação  Infantil  ‐  a  avaliação  do  trabalho  educativo  na 

Educação Infantil consiste em um processo contínuo, fundamentado na criança como 

referência dela própria. A avaliação dispensa níveis comparativos entre as crianças e 

tem  como  objetivo  principal  a  orientação  do  profissional  de  Educação  Infantil  no 

realinhamento de suas  intervenções. De acordo com o art. 31 da Lei de Diretrizes e 

Bases da Educação Nacional n.º9.394/96, a avaliação da criança na Educação Infantil 

"far‐se‐á  mediante  acompanhamento  e  registro  do  seu  desenvolvimento,  sem  o 

objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental". 

  A avaliação  focaliza as necessidades e experiências  infantis,  considerando os 

diferentes momentos do desenvolvimento, bem como os aspectos referentes ao seu 

universo  cultural  e,  nesta  perspectiva,  é  necessário  ressignificar  a  avaliação  na 

Educação Infantil. Desta forma, a avaliação deve avançar de um caráter constatativo 

para  uma  postura  investigativa,  na  busca  de  entendimento  do  processo  de 

desenvolvimento  infantil  compreendido  de  forma  integrada.  Assim,  o  profissional 

que atua na Educação  Infantil necessita de um olhar sensível e abrangente sobre a 

criança  para  superar  concepções  classificatórias,  comportamentalistas  e  práticas 

descontextualizadas, que impedem a percepção do significado da aprendizagem e do 

desenvolvimento da criança como processos em permanente construção. 

  O  desafio  posto  está  na mediação,  entendido  como  intervenção  necessária, 

que busca uma articulação significativa entre os conceitos construídos pela criança e 

a  realidade que  a  cerca. De  acordo  com Hoffmann  (1996, p.  48),  "a  avaliação  em 

Educação  Infantil  precisa  resgatar  urgentemente  o  sentido  essencial  de 

acompanhamento  do  desenvolvimento  infantil,  de  reflexão  permanente  sobre  as 

crianças em seu cotidiano como elo da continuidade da ação pedagógica". É preciso 

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pensar  a  organização  de  instrumentos  que  possibilitem  acompanhar  o  tempo  da 

criança  em  ser  e  em  se  desenvolver  na  instituição,  revelando  a  sua  trajetória,  as 

curiosidades manifestadas, os  avanços progressivamente  alcançados,  a  sua  relação 

com outras crianças e adultos, o que não  irá se encerrar no  julgamento das ações, 

mas no que  se observou, analisou,  refletiu e apontou  sobre o  caminho percorrido, 

sendo este, também, ponto de reorganização da prática educativa. 

  Daí  a necessidade do  registro das  ações que  se evidenciam no  cotidiano do 

trabalho,  sendo  estes  relatórios,  fotos,  gravações  em  áudio  e  vídeo,  materiais 

produzidos pelas crianças e diários, entre outros, alternativas atualmente utilizadas, 

que subsidiam a reflexão no processo avaliativo. Entende‐se que as observações têm 

caráter provisório, devido ao ritmo de desenvolvimento, às  formas de pensamento, 

às conquistas de aprendizagem da criança, que se dão em um processo dinâmico e 

que se modificam pelas relações que se estabelecem no cotidiano.  

  Portanto,  a  avaliação  é  apresentada  em  sua  dimensão  formadora,  que  não 

concebe a fragmentação do sujeito, mas atua sob o caráter gradativo do processo de 

desenvolvimento da criança, das suas necessidades individuais e do grupo. Esses são 

indicadores  fundamentais  em  relação  ao  processo  de  avaliação,  a  serem 

considerados na elaboração dos projetos pedagógicos 

   Avaliação  na  EJA  ‐  pautado  no  princípio  da  educação  que  valoriza  a 

diversidade e reconhece as diferenças, o processo avaliativo, como parte  integrante 

da  práxis  pedagógica,  deve  estar  voltado  para  atender  às  necessidades  dos 

educandos, considerando o seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na 

formação  da  cidadania  e  na  construção  da  autonomia.  Não  é  um  sistema 

classificatório,  mas  sim  o  acompanhamento  de  desempenho  do  aluno  frente  às 

aprendizagens. Portanto, o caráter formativo prevalece, sem desmerecer a educação 

científica. 

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  Avaliação na Educação Especial ‐ a avaliação educacional, como um processo 

dinâmico que considera tanto o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto as 

possibilidades  de  aprendizagem  futura,  configura‐se  em  uma  ação  pedagógica 

processual e formativa, que analisa o desempenho idiossincrático em relação ao seu 

progresso  individual.  Prevalecem,  nesta  avaliação,  os  aspectos  qualitativos  que 

indiquem as intervenções pedagógicas do professor.  

  Nesta perspectiva, enfatiza‐se que a avaliação não existe por  si, mas para a 

atividade a qual serve (LUCKESI, 1996) e, portanto, deve servir para auxiliar e orientar 

os  profissionais  da  educação  na  tomada  de  decisões  que  contribuam  para  o 

aprimoramento de respostas adequadas às necessidades dos alunos. Deste modo, a 

avaliação  da  aprendizagem  baseia‐se  na  concepção  de  educação  que  norteia  a 

relação  professor–aluno–conhecimento–vida  em  transformação  e  movimento, 

devendo ser um ato reflexo da (re)construção da prática pedagógica, premissa básica 

e  fundamental para questionar o educar,  transformando a mudança em ato, acima 

de  tudo,  político.  A  validade  da  avaliação,  na  sua  função  diagnóstica,  liga‐se  à 

aprendizagem, possibilitando ao aluno (re)criar, (re)fazer o que aprendeu, propor e, 

neste  contexto,  aponta  para  uma  avaliação  global,  que  perpassa  os  aspectos 

quantitativos,  porque  identifica  o  desenvolvimento  da  autonomia  deste,  que  é 

indissociavelmente ético, social e intelectual. 

  Em nível operacional, a avaliação da aprendizagem possui, como referência, o 

conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, e emoções que os sujeitos 

do processo educativo projetam para si, de modo integrado e articulado com aqueles 

princípios definidos para a educação básica, redimensionados para cada uma de suas 

etapas, bem como no projeto pedagógico da escola. 

  A  avaliação  na  educação  infantil,  atendendo  o  público  alvo  da  educação 

especial, é  realizada mediante acompanhamento e  registro do desenvolvimento da 

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criança,  sem o objetivo de promoção, mesmo em  se  tratando de acesso ao ensino 

fundamental.  

  A  avaliação  da  aprendizagem  no  ensino  fundamental,  de  caráter  formativo 

predominando  sobre  o  quantitativo  e  classificatório,  adota  uma  estratégia  de 

progresso individual e continuo, que favorece o crescimento do aluno, preservando a 

qualidade necessária para sua  formação escolar. Assim, a avaliação dos alunos com 

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação 

deve ser sistematizada através de parecer pedagógico. A sistematização do parecer 

deverá apresentar critérios específicos e personalizados às necessidades educacionais 

especiais do aluno, elaborado pelo professor da classe  regular, em conjunto com o 

professor de Educação Especial e equipe pedagógica.  

  Na  elaboração  do  parecer,  deve‐se  considerar  todos  os  aspectos  do 

desenvolvimento da aprendizagem desses alunos. Além do  rendimento  ‐ entendido 

como o que o aluno aprendeu na escola ‐ considera‐se a sua evolução, as conquistas 

que  fez, o desenvolvimento de suas habilidades e as suas necessidades específicas, 

independentemente de que as tenha logrado na escola ou fora dela. 

  A  análise qualitativa das  informações  reunidas  servirá  como  subsídio para  a 

tomada  de  decisões:  para  a  escola,  servirá  na  organização  das  ajudas  de  que  os 

alunos  necessitam  para  progredir;  para  os  alunos,  servirá  para  o  sucesso  de  sua 

aprendizagem,  o  desenvolvimento  de  suas  habilidades  e  competências.  Neste 

contexto,  a  avaliação  final  deve  conter  a  indicação  de  permanência  ou  avanço  na 

escolaridade,  estabelecendo  consenso  entre  os  professores,  a  equipe  diretiva,  a 

família dos alunos envolvidos e lavrado em ata.  

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8 ORIENTAÇÕES DISCIPLINARES 

 

  A  ação  disciplinar  fundamenta‐se  em  reflexões  sobre  o  mundo 

contemporâneo,  culturas  e  vivências  de  valores  morais  e  éticos,  pois  convive‐se 

atualmente com a  incerteza, com a  insegurança do discernimento entre o certo e o 

errado. Os problemas e conflitos atuais evidenciam, a cada dia, a urgência de 

ressignificar a concepção de disciplina,  resgatar a  compreensão de  seu papel 

formador e utilizá‐la em toda sua potencialidade educativa.  

  No  centro desta  crise, encontram‐se duas das principais agências educativas 

em nossa sociedade, a  família e a escola. Como  alerta  Tânia  Zagury  (2005)  “...a 

questão  dos  limites  com  segurança,  a  formação  ética  (...),  a  não‐aceitação 

firme ao desrespeito aos mais  velhos e mais  fracos  (...) Os pais  (educadores) 

devem  (...)  reassumir o quanto antes o seu papel de  formadores de cidadãos, 

abandonando a postura superprotetora cega e a crença de que amar é aceitar 

toda  e  qualquer  atitude  dos  filhos  (educandos),  satisfazer  todos  os  seus 

desejos,  não  criticar  o  que  deve  ser  criticado  e  nunca  responsabilizá‐los  por 

atitudes antissociais. Enquanto é tempo...”  

  A família, sendo o primeiro contexto de socialização, exerce grande influência 

sobre a criança e o  jovem. A atitude dos pais e suas ações na criação dos filhos são 

aspectos  que  interferem  no  desenvolvimento  individual  e,  por  conseguinte,  têm 

repercussão  na  personalidade.  É,  portanto,  de  suma  importância  que  o  contexto 

familiar  seja  encarado  como  contexto  de  formação  ética  a  ser  construída.  A 

aproximação  da  escola‐família  é  essencial  na  formação  da  população  adulta, 

esclarecendo sobre os mais variados temas que contribuem no processo educacional 

das crianças e jovens.  

  No  contexto  escolar  e  na  família,  a  convivência  com  atitudes  justas  e 

coerentes,  o  esclarecimento  de  regras  e  o  estabelecimento  de  limites  ajudam  a 

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E D U C A Ç Ã O

constituir uma personalidade pautada nesses princípios. É  inegável o  impacto que a 

educação familiar, assim como a educação escolar, tem sobre o  indivíduo, do ponto 

de vista cognitivo, afetivo e moral. 

  O poder da educação familiar sobre a formação da personalidade do indivíduo, 

no entanto, não é absoluto e irrestrito, visto que existem outros espaços de interação 

significativos,  que  também  poderão  influenciar  neste  processo.  E  a  escola  é,  sem 

dúvida, espaço privilegiado de interação e de formação. 

  Ressalta‐se a disciplina,  tanto na  familia, como na escola, como  fundamental 

na  formação  de  pessoas  de  caráter  sólido,  responsáveis,  íntegras,  solidárias. 

Reconhece‐se  que,  sem  um  ambiente  organizado  que  possa  contribuir  para  a 

harmonia e o equilíbrio  interno do educando, não é possível desenvolver o trabalho 

educativo desejado. Um dos caminhos deste aprendizado está no conhecimento de 

moral e ética, compromisso da escola. 

  Moral e ética não se confundem, mas se complementam. Para La Taille (2002), 

a ética engloba a moral e, portanto, nenhuma educação moral que queira ser bem‐

sucedida poderá prescindir de formação ética. A moral relaciona‐se aos deveres e a 

ética à busca de uma vida que “vale a pena ser vivida”. Aqui se estabelece a relação: a 

ação moral do indivíduo encontra suas raízes nas opções éticas que este possui. 

  Neste sentido, a moral, por ser composta de regras, relaciona‐se diretamente 

com  a  disciplina  escolar,  que  explicita  o  que  se  deve  e  o  que  não  se  deve  fazer. 

Entretanto, as regras possuem certos limites: primeiro, não explicitam, em si, a razão 

de  ser,  o  porquê  dos  deveres;  segundo,  as  regras  geralmente  só  se  aplicam  a 

determinado número de situações. Assim, há que se  recorrer aos princípios morais 

para  superar esta  limitação das  regras. Os princípios morais  serão  como bússola a 

orientar o lugar a que se quer chegar. 

  A  legitimidade  dos  limites  dá‐se  em  função  do  bem‐estar  de  todos  e  da 

convivência saudável. A capacidade de compreendê‐los,  incorporá‐los e respeitá‐los 

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também  é  condição  essencial  para  o  desenvolvimento  humano,  especialmente  na 

formação da personalidade e do caráter. 

  Os limites a serem respeitados, nos quais se delineia o limite normativo, criado 

e exigido pela sociedade, em geral, são considerados nas definições disciplinares no 

âmbito  da  escola. Neles  estão  as  regras  sociais  de  convivência.  São  aprendidos  e 

adquiridos na convivência social; portanto, têm origem externa ao indivíduo. 

  Uma  educação  moral  efetiva  é  aquela  que  possibilita  a  superação  da 

heteronomia  –  agir  conforme  o  dever.  Na  conquista  da  autonomia,  tem‐se  uma 

apropriação racional dos valores e das regras. 

  Assim,  os  princípios  de  convivência,  traduzidos  em  normas  disciplinares, 

devem  ser  desenvolvidos  a  partir  de  estratégias  organizacionais,  pedagógicas  e 

metodológicas,  adequadas  aos  diferentes  momentos  do  processo  de 

desenvolvimento  do  educando  e,  consequentemente,  aos  níveis  de  ensino  e  as 

etapas que os constituem, considerando: 

  1.  o  estágio  inicial  da  evolução  da  criança  ‐  da  anomia  e  da  ética  pré‐

convencional  ‐  quando  ainda  não  compreende  as  regras  e  não  considera  leis  ou 

normas, mas unicamente o interesse e a vontade pessoais; 

  2. o estágio seguinte ‐ da heteronomia e da ética convencional – da prática das 

regras sem necessariamente compreendê‐las, quando o educando cumpre as ordens, 

faz as tarefas, respeita o horário, mas em função e a partir da referência externa do 

adulto, em quem confia, a quem respeita e, geralmente, admira e ama; 

  3. o estágio mais evoluído  ‐ da autonomia e da ética do amor universal – da 

capacidade de  se autogovernar pela  interiorização das  regras e do agir pautado na 

solidariedade, do assumir as atitudes e se relacionar com as pessoas e a serviço de 

todas as expressões de vida. 

  Pode‐se inferir, pois, que a autodisciplina, o direcionamento das energias rumo 

aos projetos de vida e a metas éticas, voltadas para o bem comum, são desenvolvidos 

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por meio de um processo  interno que  se constrói gradativamente pela experiência 

vivida  num  ambiente  disciplinado  e  disciplinador.  A  disciplina  contribui  para  o 

exercício da autodisciplina. Assim, a disciplina é condição e pilar para uma formação 

integral, alicerçada em ética, respeito e responsabilidade, que expressam um caráter 

sólido. 

  Há  ainda  uma  terceira  concepção  de  limite,  segundo  La  Taille  (2003),  no 

sentido do  impor  limites como proteção da  intimidade e do segredo. Como o  impor 

limites  garante  a privacidade de  cada um, é necessário  reconhecer que a escola e 

também  a  família  são  espaços  de  vital  importância  para  que  a  criança  e  o  jovem 

aprendam  a  construir  limites  que  protejam  a  sua  intimidade.  Certamente,  esses 

espaços –  família e escola  ‐ devem  ser,  ao mesmo  tempo, espaços de  respeito da 

intimidade dos indivíduos. 

  Para uma educação ética e cidadã, a escola há de se constituir em espaço de 

vivência  da  cidadania.  Para  que  os  alunos  aprendam  a  respeitar  os  limites  da 

intimidade  dos  outros,  é  preciso  que  vivam  em  espaços  que  respeitam  sua 

intimidade. 

  A disciplina contribui, também, para a formação do educando como estudante, 

desenvolvendo hábitos, atitudes e habilidades de aprendizagem e estudo. Segundo 

Mello  (2004,  p.  150),  “o  papel  da  instituição  escolar  não  é  o  de  responder  às 

necessidades, aos motivos ou  interesses que as  crianças  trazem para a escola. Tais 

necessidades, ensinadas às crianças pela vida cotidiana, estão ligadas à sobrevivência 

do  indivíduo, mas, em geral, não criam nelas necessidades humanizadoras – como a 

necessidade de conhecimento, a necessidade de expressão pela arte, a necessidade 

da reflexão filosófica e a necessidade de um posicionamento ético – que contribuam 

para que alcancem o máximo de desenvolvimento humano.” (2004 p. 150).  

  O  papel  da  educação  escolar  consiste,  então,  em  criar  novas  necessidades 

humanizadoras. No que diz  respeito  à  construção da personalidade  ética,  a  escola 

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E D U C A Ç Ã O

deve  ser,  por  excelência,  espaço motivador  de  posturas  éticas.  Para  tanto,  define 

claramente  atitudes  a  serem  valorizadas  e  vivenciadas  por  todos  que  fazem  parte 

dela,  tais  como  a  solidariedade,  a  cooperação,  o  respeito  à  diversidade  e  outros 

valores que dignifiquem o ser humano. 

  Amparada na  Lei nº 8.069, de 13 de  julho de 1990, o Núcleo de Orientação 

Disciplinar da SMED tem por objetivo dar suporte e auxiliar a escola no contato com o 

aluno, a família e o Conselho Tutelar, nos casos de indisciplina e evasão escolar. Parte 

dos princípios elencados no presente documento, estabelecendo ações para correção 

do fluxo escolar, pois entende que a distância entre a casa do estudante e a escola é 

motivador de ausências e provocador de  indisciplinas e  comportamentos alheios à 

escola. Para isto verifica, junto às escolas, a relação de alunos com moradia distante, 

entrando  em  contato  com  a  família  e  ajustando  transferências,  se  necessário, 

dependendo de vaga.  

  Quanto ao controle da evasão escolar, orienta‐se que o professor encaminhe à 

direção  da  escola  o  aluno  com  infrequência  e  esta  busque  informações  junto  à 

família, registrando em ata o  fato. Caso não seja solucionado o problema, a equipe 

diretiva encaminha o registro oficial à SMED. 

  A  SMED, através de  seu Núcleo de Orientação Disciplinar,  convoca a  família 

para uma reunião na Escola do(a) aluno(a), quando são esclarecidas as consequências 

legais de uma Evasão Escolar e registra, em ata própria, as tratativas. Caso não ocorra 

o  comparecimento  da  família,  encaminha‐se  outra  convocação  para  o  responsável 

pelo(a) aluno(a), agendando presença na SMED. 

  Ao persistirem as faltas do(a) aluno(a), o responsável é novamente convocado 

para  assinar  o  “Termo  de  Responsabilidade”.  Não  sendo  cumprido  o  “Termo  de 

Responsabilidade”,  o  caso  é  encaminhado  ao  Conselho  Tutelar,  através  da  FICAI 

(Ficha de Atendimento Individual). 

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E D U C A Ç Ã O

  Caso  o  Conselho  Tutelar não  obtenha  sucesso  no  resgate do  (a)  aluno(a),  a 

SMED encaminha a situação à Procuradoria Especializada da Infância e da Juventude 

para as devidas providências legais. 

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E D U C A Ç Ã O

9 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR 

 

  A  RME  oferece  os  níveis  de  Educação  Infantil  e  Ensino  Fundamental 

integrantes da Educação Básica. 

  Na educação  Infantil, segundo a Resolução nº 02 do Conselho Municipal de 

Educação,  de  30/06/1999,  que  fixa  normas  para  este  atendimento  no  Sistema 

Municipal de Ensino de Santa Maria, com fundamento no artigo 11,  inciso  III, da Lei 

Federal  nº  9394,  de  20  de  dezembro  de  1996,  e  nas  Leis Municipais  nº  4122,  de 

22/12/1997 e nº 4123, de 22/12/1997, a Educação Infantil é oferecida em:  

  I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de zero até três anos de 

idade; 

  II – pré‐escolas, para crianças de quatro a seis anos. 

  § 1º ‐ Para fins desta Resolução, entidades equivalentes a creches, às quais se 

refere o  inciso  I deste artigo, são todas as responsáveis pela educação e cuidado de 

crianças de zero a três anos de idade, independentemente de denominação e regime 

de funcionamento.  

  §  2º  ‐ As  instituições  de  Educação  Infantil  que mantém  simultaneamente  o 

atendimento a crianças de zero a três anos em creches e de quatro a seis anos em 

pré‐escola,  constituirão Centros ou Escolas de Educação  Infantil  com denominação 

própria. 

  §  3º  ‐  As  crianças  com  necessidades  especiais  serão  preferencialmente 

atendidas  na  rede  regular  de  creches  e  pré‐escolas,  respeitado  o  direito  de 

atendimento adequado em seus diferentes aspectos. 

  A  Educação  Infantil  na  Rede Municipal  de  Ensino  desenvolve‐se  nas  Escolas 

Municipais de Educação Infantil (EMEIs), que atendem crianças a partir de seis meses, 

em  turmas  de  berçário,  até  seis  anos,  em  turmas  de  pré‐escola.  Considera‐se  a 

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E D U C A Ç Ã O

jornada de, no mínimo, 4 horas diárias em  tempo parcial, e  com duração  igual ou 

superior a 7 horas diárias no tempo integral. 

  Além  das  EMEIS,  o  atendimento  pode  se  efetivar  por meio  de  instituições 

conveniadas e em Escolas Municipais de Ensino Fundamental  (EMEF) que ofereçam 

turmas de Educação Infantil.  

  A organização das Escolas de Educação  Infantil da Rede Municipal de Ensino 

segue  as  orientações  da  Resolução  nº  03\05  do  CNE\CEB,  que,  em  seu  artigo  2º, 

orienta para a adoção da  seguinte nomenclatura,  tendo  como data base 31/03 do 

corrente ano. 

 

CRECHE  PRÉ‐ESCOLA 

DE ZERO AOS TRÊS ANOS (0 ‐3)  DE QUATRO AOS SEIS ANOS (4 – 6) 

  

  Para garantir uma nomenclatura comum à organização desse nível de ensino 

na Rede Municipal de Santa Maria, a Educação Infantil nas EMEIs organiza as turmas 

de acordo com os Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação  Infantil – v. 2 

(2006) e a Resolução do Conselho Municipal de Educação nº 02, de 30\06\1999.  

 

NÍVEL  IDADE 

BERÇÁRIO I  DE ZERO A UM ANO (0‐ 1) 

BERÇÁRIO II  DE UM A DOIS ANOS (1 – 2) 

MATERNAL I  DE DOIS A TRÊS ANOS (2 – 3) 

MATERNAL II  DE TRÊS A QUATRO ANOS (3 – 4) 

PRÉ‐ESCOLA A  DE QUATRO A CINCO ANOS (4 – 5) 

PRÉ‐ESCOLA B  DE CINCO A SEIS ANOS (5 ‐ 6) 

   

  Segundo o Referencial Curricular Nacional, tão  importante quanto pensar nos 

agrupamentos por  faixa etária é refletir sobre o número de crianças por grupos e a 

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E D U C A Ç Ã O

proporção  de  adulto  por  crianças.  Quanto  menores  as  crianças,  mais 

desaconselhados  são  os  grupos  muito  grandes,  pois  há  uma  demanda  de 

atendimento  individualizado. Até os 12 meses, é aconselhável 8 crianças por adulto, 

podendo‐se, porém, rever o número nos momentos de maior demanda. 

  Do primeiro ao  segundo ano de vida, aproximadamente, aconselham‐se não 

mais do que 8 crianças para cada adulto/professor, ainda com a ajuda de auxiliares 

em determinados momentos. A partir do momento em que  as  crianças deixam  as 

fraldas até os 3 anos, pode‐se organizar grupos de 12 a 15 crianças por adulto e um 

auxiliar.  

  Quando  as  crianças  adquirem maior  autonomia  em  relação  aos  cuidados  e 

interagem de forma mais independente com seus pares, entre 3 e 6 anos, é possível 

pensar em grupos maiores, mas que não ultrapassem 20 crianças por professor. 

  Salientamos,  porém  que,  em  turmas  de  zonas  rurais,  o mínimo  de  crianças 

para garantir a abertura de uma turma será analisado de acordo com as necessidades 

da comunidade, garantindo, assim, o direito de todas as crianças frequentarem uma 

Instituição de Ensino, independente da zona rural ou urbana. 

  A  razão  adulto/criança,  porém,  não  pode  ser  um  critério  isolado.  Mesmo 

quando  as  proporções  acima  indicadas  são  respeitadas,  há  de  se  considerar  que 

grupos com muitas crianças dificultam um trabalho mais  individualizado e criam um 

ambiente  inadequado.  Outra  questão  de  extrema  importância  a  se  observar  é  o 

espaço, que deverá ser amplo, de acordo com o número de crianças e a faixa etária. 

  No Ensino Fundamental, com  relação à nomenclatura para a organização do 

Ensino  Fundamental  de  9  (nove)  anos  na  Rede  Municipal  de  Ensino,  fica  assim 

estruturada: 

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E D U C A Ç Ã O

 

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS  ANOS FINAIS 

1º ano ao 3º ano  4º ano  5º ano 6º ano  7º ano  8º ano  9º ano 

  Os  anos  iniciais, que  integram  cinco  anos,  atendem  a  criança  a partir dos 6 

anos de idade. Contam com um professor titular por turma, devidamente habilitado, 

com carga horária mínima semanal de 20 horas. 

  Mesmo quando a escola, no uso de  sua autonomia,  fizer opção pelo  regime 

seriado, é necessário  considerar os  três anos  iniciais do Ensino Fundamental  como 

um  bloco  pedagógico  ou  um  ciclo  sequencial,  sendo  esse  período  não  passível  de 

interrupção,  voltado  para  ampliar  a  todos  os  educandos  as  oportunidades  de 

sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas,  imprescindíveis para o 

prosseguimento  dos  estudos.  Deve‐se  assegurar  a  alfabetização  e  o  letramento, 

considerando a  leitura e a sistematização da escrita, desde o primeiro ano do bloco 

pedagógico.  Assegura‐se,  ainda,  o  desenvolvimento  das  diversas  formas  de 

expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, da Literatura, da Música e 

demais  artes,  da  Educação  Física,  assim  como  o  aprendizado  da Matemática,  da 

Ciência, da História e da Geografia.  

  O bloco pedagógico deve garantir a alfabetização e possibilitar a continuidade 

da aprendizagem, levando em conta a complexidade do processo e os prejuízos que a 

repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na 

passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.  

  Os  Anos  Finais  do  Ensino  Fundamental,  compostos  por  quatro  anos,  são 

estruturados  em  um  currículo  voltado  para  as  diferentes  disciplinas  das  áreas  do 

conhecimento,  nos  quais  cada  professor  assume  a  disciplina  específica  de  sua 

formação. 

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  Os professores deste segmento de Educação básica são lotados por disciplina, 

segundo a sua habilitação, podendo atuar em mais de uma escola, para completar a 

carga horária. 

  A  EJA, no município de  Santa Maria,  é ofertada no  Ensino  Fundamental, de 

forma presencial, no período noturno, também sendo incentivada no período diurno. 

As etapas desse curso, relativas aos Anos Iniciais, somam uma carga horária mínima 

de 1.400 horas e, nos Anos Finais, de 1.600 horas em cada uma das etapas. A carga 

horária é distribuída em, pelo menos, 200 dias letivos e 800 horas anuais, de acordo 

com a legislação vigente.  

  Considerando os objetivos da EJA, o educando terá a possibilidade de concluir 

cada  etapa  em  tempo  inferior  ao  estabelecido,  avançando  a  qualquer  período  do 

ano,  conforme  seu  desenvolvimento  no  processo  de  ensino  e  aprendizagem.  O 

avanço  é  amparado  pelo  Art.  24  da  LDB,  inciso  V,  letras  b,  c,  referindo‐se  ao 

rendimento escolar do aluno, estabelecendo critérios. 

  A EJA é estruturada em quatro etapas assim organizadas: 

  • ETAPA I: Construção do código escrito; 

  • ETAPA  II: Sistematização do código escrito e construção de conhecimentos 

básicos do ensino fundamental; 

  • ETAPA III: Apropriação das diferentes áreas do conhecimento. 

  • ETAPA IV: Aprofundamento do conhecimento das diferentes áreas do saber. 

  As  etapas  I  e  II  correspondem  da  alfabetização  até  o  5º  ano  do  Ensino 

Fundamental. As etapas III e IV correspondem aos anos finais do Ensino Fundamental.  

  Fica estabelecido que o número mínimo de alunos para abertura de turma na 

EJA seja de 14 (Zona urbana) e 08 (zona rural), sendo o máximo de 25 para as etapas I 

e II e de 30 para as etapas III e IV. 

  O curso presencial, na EJA, é destinado a alunos com idade mínima de 15 anos 

completos, com duração total de quatro anos, divididos em etapas anuais.  

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  O  Poder  Público  deve  viabilizar  o  acesso  do  jovem  e  do  adulto,  segundo  a 

LDBEN, Art. 37, a cursos e exames, tendo como referência a Base Nacional Comum e 

a Parte Diversificada. 

  O tempo, na EJA, é organizado em módulos, de acordo com o Projeto Político‐

Pedagógico  da  Escola,  desde  que  assegurado  o  cumprimento  do mínimo  de  horas 

letivas, conforme a legislação vigente. Deverão ser computados, nessa carga horária, 

60min  antecedentes  ou  subsequentes  de  orientações  de  estudos,  projetos  e 

recuperação  da  aprendizagem,  que  constituem  o módulo  Semipresencial,  previsto 

em  lei, de oferta obrigatória pela  escola  e presença  facultativa para os  alunos. As 

aulas  de  orientação  de  estudos  poderão  ser  divididas  em  30min  antecedentes  e 

30min subsequentes (totalizando os 60min) e serem aproveitadas para compensação 

de ausência justificada às aulas da Base Nacional Comum. 

  Para  o  cumprimento  das  exigências  legais  e  para  atender  a  especificidade 

dessa modalidade de ensino, o Calendário Escolar da EJA poderá ser diferenciado, de 

acordo com a realidade da escola. 

  Na proposta curricular por módulos, é necessário que se equiparem os tempos 

ocupados  pelas  Áreas  do  Conhecimento,  permitindo,  assim,  a  flexibilidade  no 

trabalho do professor, além de propiciar espaço para o desenvolvimento de ações 

interdisciplinares. 

  A EJA funcionará em cinco (05) turnos semanais, sendo reservado um módulo 

para a  formação de professores e reuniões pedagógicas. Este módulo é computado 

como ensino não presencial, orientado pelo professor, não acarretando prejuízo na 

carga horária do educando. 

  O  Atendimento  Educacional  Especializado  constitui  oferta  obrigatória  pelo 

Sistema Municipal de Ensino e deve ser realizado: 

  • em turno inverso ao da classe comum; 

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  •  de  acordo  com  os  critérios  pré‐estabelecidos  nas  Diretrizes  Curriculares 

Municipais; 

  • em horários estabelecidos pela escola ou sua mantenedora; 

  • prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou 

em outra escola de ensino  regular, podendo  ser  realizado  também nos  centros de 

atendimento  educacional  especializado  públicos  e  em  instituições  de  caráter 

comunitário,  confessional  ou  filantrópico,  sem  fins  lucrativos,  conveniadas  com  a 

Secretaria de Educação. 

  O número de alunos atendidos na sala de  recurso multifuncional, através do 

Atendimento Educacional Especializado, deve considerar os seguintes parâmetros:  

  • atendimento individual ou coletivo (até 05 por grupo);  

  • a realidade do(s) aluno(s);  

  • agrupamento por necessidades especiais semelhantes e mesma faixa etária; 

atendimento  de  50 minutos  até  2  horas/dia,  conforme  Plano  de Desenvolvimento 

Individual do aluno. 

  Na sala de aula comum do ensino regular, poderá haver redução no número 

de  alunos,  após  análise  da  Secretaria Municipal  de  Educação,  do  profissional  da 

educação especial e da equipe gestora da escola, considerando:  

  •  o  número  de  alunos  com  deficiência,  transtornos  globais  de 

desenvolvimento e/ou altas habilidades/superdotação incluídos na classe;  

  • a complexidade do diagnóstico / avaliação; 

  • a idade do aluno; 

  • as orientações da Secretaria de Município da Educação. 

 

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9.1 ESPAÇOS, TEMPOS E RECURSOS DE APRENDIZAGEM 

 

  A escola é um espaço e um tempo de vivências democráticas, na qual o cuidar 

e  o  educar  devem  ser  contemplados.  À  escola  é  atribuída  a  tarefa  imensa  de 

favorecer aos estudantes a  compreensão do movimento dialético que  impregna as 

relações entre o homem, a natureza e a cultura no continuum do tempo. Para exercer 

esta  tarefa,  é  necessário  atentar  para  o  tempo  escolar  e  exercer  uma mediação 

pedagógica consciente. O tempo escolar, aqui entendido, compreende o período de 

vivência pedagógica dos estudantes no ambiente escolar durante o curso básico. O 

tempo escolar é o tempo pedagógico de aprendizagens significativas para toda a vida. 

A proposta de reorganização do tempo e do espaço escolar  insere‐se num processo 

de  reestruturação  e  de  reavaliação  do  sistema  educacional,  buscando  alcançar  os 

objetivos  e  as  finalidades  da  educação.  Para  tanto,  a  construção  das  Diretrizes 

Curriculares  Municipais  aponta  para  a  reorganização  da  escola,  ancorada  numa 

concepção  de  educação  que  contribui  para  a  formação  de  pessoas,  respeitando  a 

complexidade, o tempo e as aprendizagens de cada um e de todos. 

  Na educação  Infantil, a Resolução nº 5/2009 do CNE/CEB orienta os sistemas 

quanto ao horário de atendimento e a carga horária a ser respeitada:  

  • o funcionamento em período parcial implica o recebimento das crianças por, 

no mínimo, quatro horas por dia; 

  • o funcionamento em período integral implica o recebimento das crianças por 

até, no máximo, dez horas por dia; 

  • os horários de entrada e saída das crianças são flexíveis, a fim de atender às 

necessidades de organização das famílias, podendo, portanto, exceder as orientações 

anteriores; 

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E D U C A Ç Ã O

  • as instituições de Educação Infantil têm formas específicas de organização da 

proposta pedagógica, do tempo, dos espaços, dos materiais, conforme o período de 

atendimento. 

  O calendário  letivo não precisa ater‐se ao da escola de Ensino Fundamental, 

mas  respeitar  os  dias  de  descanso  semanal  e  os  feriados  nacionais,  bem  como 

garantir o período anual de férias para crianças e funcionários.  

  Quanto  à  organização  de  turmas  na  educação  infantil,  consideram‐se  os 

seguintes parâmetros: 

 

ETAPAS  Nº DE CRIANÇAS POR PROFISSIONAL 

BERÇÁRIO I (ZERO A UM ANO) 

6 CRIANÇAS 

BERÇÁRIO II (UM A DOIS ANOS) 

6 A 8 CRIANÇAS 

MATERNAL I (DOIS A TRÊS ANOS) 

12 CRIANÇAS 

MATERNAL II (TRÊS A QUATRO ANOS) 

12 A 15 CRIANÇAS 

PRÉ‐ESCOLA A (QUATRO A CINCO ANOS) 

20 CRIANÇAS 

PRÉ‐ ESCOLA B (CINCO A SEIS ANOS) 

20 CRIANÇAS 

 

  No  Ensino  Fundamental,  o  tempo  das  escolas  é  organizado  pelo  calendário 

escolar anual, que assegura o  cumprimento da  legislação  vigente,  sendo orientado 

pela  SMED,  construído  e  discutido  junto  à  comunidade  e  o  Conselho  Escolar  e 

aprovado pelo Conselho Municipal de Educação. 

  Os  dias  e  horas  letivos  são  definidos  em  turnos  de  trabalho.  As  escolas 

determinam o turno de atendimento aos diferentes segmentos, anos  iniciais e anos 

finais, conforme a necessidade da comunidade, a demanda da  região e os  recursos 

humanos disponíveis. 

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  Nos  anos  iniciais,  assegura‐se  um  ensino  globalizado  que  contemple  as 

diferentes  áreas  do  conhecimento  e  os  objetivos  de  cada  ano,  conforme  prevê  o 

Plano de Estudos. 

  Nos anos finais, o ensino é organizado por componentes curriculares da Base 

Nacional  Comum  e  da  Parte  Diversificada,  com  organização  curricular  semanal  e 

diária. A divisão do tempo é de atribuição da escola, conforme seu projeto político‐

pedagógico. Contudo, há de  se  considerar o  cômputo da hora  relógio para  fins de 

cumprimento do mínimo de horas  letivas exigido por  lei para conclusão de um ano, 

assim  como  para  assegurar  o  cumprimento  mínimo  de  horas  de  regência  do 

professor, conforme seu regime de trabalho, de acordo com a legislação vigente.  

  As  escolas  da  rede municipal  definem  sua matriz  curricular  considerando  a 

carga  horária  para  cada  área  do  conhecimento,  eixo  temático  ou  componente 

curricular, conforme os seguintes parâmetros: 

 

Ano/ Compo‐nente 

Curricular 

Língua Portuguesa 

Língua Estrangeira 

Artes EducaçãoFísica 

Matemática Ciências  História  Geografia EnsinoReligioso 

6º  3 a 4 h  2h a 3h  2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h  2 a 3h  2 a 3h 1h7º  3 a 4 h  2h a 3h  2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h  2 a 3h  2 a 3h 1h8º  3 a 4 h  2h a 3h  2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h  2 a 3h  2 a 3h 1h9º  3 a 4 h  2h a 3h  2h a 3h 2h a 3h 3 a 4 h 2 a 3h  2 a 3h  2 a 3h 1h

 

  Atendendo a Políticas Públicas que visam a ampliação da  jornada de trabalho 

como meio para se garantir melhor qualidade na aprendizagem, ao organizar a matriz 

curricular  a  escola  poderá  ofertar  componentes  curriculares  no  contraturno.  Esta 

decisão deve considerar o Projeto Político‐Pedagógico, os  recursos disponíveis e as 

possibilidades de atendimento da escola e da SMED. 

  Na  organização  do  espaço,  a  rede municipal  de  ensino  atende  parâmetros 

legais para a distribuição de número de alunos por turma, obedecendo a proporção 

de 1,20m² por aluno em cada sala. Para a organização das turmas, deve‐se  levar em 

conta o projeto pedagógico, as modalidades que oferta e a localização da escola. 

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  No ensino  fundamental,  recomenda‐se que o número de alunos, por  turma, 

observe os seguintes limites para escolas: 

  1° ano e 2º ano: de 20 a 25 alunos; 

  3° ao 5° ano: de 20 a 30 alunos; 

  6° ao 9° ano: de 20 a 35 alunos. 

  Na Educação de Jovens e Adultos, as turmas serão organizadas respeitando os 

seguintes critérios: 

  Etapa 1 – 14 a 25 alunos; 

  Etapa 2 – 14 a 25 alunos; 

  Etapa 3 e 4 – 14 a 30 alunos. 

  Cabe a SMED a abertura de novas turmas, observando dados fornecidos pela 

Central de Vagas, os recursos disponíveis e o número mínimo de alunos por turma, 

recomendados pelo presente documento.  

  Na  Educação  do  Campo,  o  tempo  escolar  prioriza  a maior  permanência  do 

aluno na escola, adequando o calendário escolar, proporcionando o aproveitamento 

qualitativo deste  tempo  com atividades que  favoreçam o desenvolvimento  integral 

do aluno. 

  A  permanência  do  aluno  na  escola  do  campo  implica  na  participação  da 

instituição  em  programas  de  material  didático,  merenda,  transporte  e  acesso  à 

tecnologia,  qualificação  profissional,  saúde  e  prevenção  na  escola,  pensados  e 

direcionados para essa modalidade de ensino. 

  Para as escolas do campo, orienta‐se a organização de turmas, observando a 

demanda da comunidade no entorno e as possibilidades de transporte escolar.  

  Recomenda‐se  que  o  número  de  alunos,  por  turma,  observe  os  seguintes 

limites para escolas do campo: 

  1° ano e 2º ano: de 15 a 25 alunos; 

  3° ao 5° ano: de 15 a 30 alunos; 

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  6° ao 9° ano: de 15 a 35 alunos. 

  Considera‐se  a  constituição  de  turmas multisseriadas  quando  o  número  de 

alunos  não  for  suficiente  para  formação  de  uma  turma/ano  que,  integradas  ao 

Programa Escola Ativa, possam garantir a qualidade no processo pedagógico. 

  A constituição de turmas multisseriadas será analisada e aprovada pela SMED. 

  Com  relação  ao  Atendimento  Educacional  Especializado,  este  deve  estar 

inserido  no  contexto  da  escola,  em  espaço  próprio,  com  recursos  e  materiais 

adequados e específicos, de acordo  com as necessidades dos alunos atendidos, ou 

seja, nas salas de recurso multifuncionais.  

  Segundo  o MEC  (2006),  com  relação  às  salas  de  recursos multifuncionais,  é 

preciso  considerar  que  estas  constituem  ambientes  dotados  de  equipamentos, 

mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para o atendimento do público alvo 

da educação especial e contam com os seguintes materiais: 

  • materiais específicos de estimulação essencial; 

  •  jogos  pedagógicos  que  valorizam  os  aspectos  lúdicos,  a  criatividade  e  o 

desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento; 

  • jogos pedagógicos adaptados para atender as necessidades educacionais dos 

alunos; 

  •  livros  didáticos  e  paradidáticos  impressos  em  letra  ampliada,  em  Braille, 

digitais em libras, com simbologia gráfica, etc.; 

  • recursos específicos, como reglete, punção, soroban, etc.; 

  • mobiliário adaptado; 

  • computador com acesso à Internet e softwares com fins pedagógicos; 

  • tecnologias assistivas. 

  Ainda, conforme a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da 

educação inclusiva (2008) e as Diretrizes Operacionais para o AEE ‐ Decreto nº 6.571, 

cabe à mantenedora dos Sistemas de Ensino: 

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  • disponibilizar as  funções de  instrutor,  tradutor/intérprete de Libras e guia‐

intérprete,  cujas  atividades,  para  alunos  surdos  e  cegos,  seguem  regulamentação 

própria,  devendo  ser  orientada  sua  atuação  na  escola  pela  educação  especial,  em 

articulação com o ensino comum; 

  •  prover  os  profissionais  de  apoio  às  atividades  de  locomoção,  higiene, 

alimentação, quando necessários, responsáveis por prestar auxilio individualizado aos 

alunos que não  realizam essas atividades  com  independência,  levando em  conta a 

condição de funcionalidade e não a condição de deficiência. Este profissional não tem 

atribuições  pedagógicas.  Para  os  casos  de  alunos  com  necessidades  educacionais 

especiais,  que  requerem  um  profissional  “acompanhante”,  em  razão  de  histórico 

segregado,  cabe  à  escola  favorecer  o  desenvolvimento  dos  processos  pessoais  e 

sociais  para  a  autonomia,  avaliando,  juntamente  com  a  família,  a  possibilidade 

gradativa de retirada deste profissional. O profissional de apoio, que pode atuar em 

qualquer  segmento  do  ensino,  deve  ser  orientado  para  atuar  de  forma  articulada 

com os professores que atendem o público alvo da educação especial, da sala de aula 

comum, da sala de recursos multifuncional, entre outros profissionais, no contexto da 

escola. 

  Compete à Secretaria Municipal de Educação prestar o apoio técnico às ações 

de oferta da educação especial nas escolas da rede, o que compreende: 

  • buscar a constituição de redes de apoio no âmbito da atuação  intersetorial 

(Fonoaudiologia, Neurologia, Psiquiatria, Fisioterapia, entre outros), para auxiliar no 

processo de avaliação, quando necessário e para que, por meio destes  serviços de 

apoio  externo,  seja  possível  responder  às  necessidades  educacionais  especiais  dos 

alunos; 

  •  organizar  o  processo  de  seleção  de  profissional  que  atuará  como  auxiliar 

junto  aos  alunos  com  necessidades  especiais  incluídos  nas  escolas  regulares  do 

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sistema municipal de ensino e que necessitem de apoio nas atividades de higiene, 

alimentação, locomoção, entre outras; 

  •  ampliar  o  quadro  de  profissionais  da  área  da  Educação  Especial  na  Rede 

Municipal de Ensino, quando necessário, no sentido de contemplar os pressupostos 

da  legislação vigente. Ressalta‐se que o número de profissionais deverá observar a 

demanda de alunos de cada escola; 

  • com base em programas governamentais, entre outros, buscar a  formação 

continuada dos professores de  educação  especial para o  atendimento  educacional 

especializado,  bem  como  a  formação  aos  demais  profissionais  da  escola  para  a 

educação inclusiva; 

  • promover encontros periódicos com os professores de educação especial da 

Rede Municipal de Ensino, no  sentido de  socializar e avaliar a qualidade das ações 

pedagógicas que  são desenvolvidas, bem  como buscar  estratégias  coletivas para o 

enfrentamento das dificuldades que se apresentam no contexto da escola inclusiva..  

 

9.1.2 A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL 

 

  Considera‐se como de período  integral a  jornada escolar que se organiza em, 

no mínimo,  7  (sete)  horas  diárias,  perfazendo  uma  carga  horária  anual  de,  pelo 

menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas. As escolas e, solidariamente, o sistema de 

ensino,  conjugam  esforços,  objetivando  o  progressivo  aumento  da  carga  horária 

mínima  diária  e,  consequentemente,  da  carga  horária  anual,  com  vistas  à maior 

qualificação  do  processo  de  ensino‐aprendizagem,  tendo  como  horizonte  o 

atendimento escolar em período integral. 

  A proposta educacional da escola de tempo integral promoverá a ampliação de 

tempos e espaços. Assegura oportunidades educativas, através do compartilhamento 

da  tarefa de educar e cuidar, entre os profissionais da escola e de outras áreas, as 

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famílias  e  outros  atores  sociais.  As  atividades  que  integram  a  escola  de  tempo 

integral são coordenadas pela escola e seus professores, visando alcançar a qualidade 

da  aprendizagem  e  da  convivência  social  e  diminuir  as  diferenças  de  acesso  ao 

conhecimento  e  aos  bens  culturais,  em  especial  entre  as  populações  socialmente 

mais vulneráveis. 

  A  escola  de  tempo  integral  tem  seu  currículo  concebido  como  um  projeto 

educativo  integrado. A  ampliação  da  jornada  escolar diária  justifica‐se mediante o 

desenvolvimento de diversas atividades, entre elas o acompanhamento pedagógico e 

o  aprofundamento  da  aprendizagem,  a  experimentação  e  a  pesquisa  científica,  a 

cultura e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a 

afirmação  da  cultura  dos  direitos  humanos,  a  preservação  do meio  ambiente  e  a 

promoção da saúde. Todas as ações são articuladas aos componentes curriculares e 

às áreas de conhecimento, à vivências e práticas socioculturais. 

  As  atividades  são  desenvolvidas  dentro  do  espaço  escolar,  conforme  a 

disponibilidade da escola, ou fora dele. Outros espaços sociais e culturais distintos da 

cidade  ou  do  território  em  que  está  situada  a  unidade  escolar  devem  ser 

considerados e utilizados, assim como o estabelecimento de parcerias com órgãos ou 

entidades locais, sempre de acordo com o respectivo projeto político‐pedagógico da 

escola. 

  Ao  restituir  a  condição  de  ambiente  de  aprendizagem  à  comunidade  e  à 

cidade, a escola estará contribuindo para a construção de redes sociais e de cidades 

educadoras. 

  Os  órgãos  executivos  e  normativos  da  União  e  dos  sistemas  estaduais  e 

municipais de educação assegurarão o atendimento dos alunos na escola de tempo 

integral. Tal meta requer infraestrutura adequada e pessoal qualificado, além do que 

esse  atendimento  gradativamente  terá  caráter  obrigatório  e  será  passível  de 

avaliação em cada escola. 

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  A  implementação  da  jornada  integral  nas  escolas  municipais  é  uma  meta 

educacional e atualmente efetivada pelo Programa Federal Mais Educação. 

  Todo  o  espaço  da  escola  é  considerado  ambiente  de  aprendizagem,  sendo 

organizado  e  equipado  com  essa  finalidade.  Entre  os  espaços  de  aprendizagem, 

destacam‐se  o  laboratório  de  informática,  a  sala  de  leitura,  espaço  para  prática 

esportiva e recreação.  

 

9.1.3 RECURSOS EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO 

 

  Dentre os recursos educacionais disponíveis e complementares para o sistema 

da RME estão: 

  a) as Ações Pedagógicas Integradas (APIs), que garantem a escola, no âmbito 

legal, tempo para desenvolver atividades pedagógicas integradas, através de projetos 

como  Hora  do  Conto,  Educação  Ambiental,  Educação  para  o  Trânsito,  Educação 

Fiscal, Reforço escolar, Teatro, Música, Dança, entre outros. As APIs são previstas no 

projeto político‐pedagógico da escola e desenvolvidas por professores que  tem sua 

carga horária prevista para esse fim. 

  b) CAMI/PRAEM – O Centro de Atendimento Municipal  Integral  faz parte da 

Rede Municipal de Ensino. É coordenado pela mantenedora e conta com a parceria 

de  outras  instituições.  Desenvolve  atividades  de  apoio,  visando  assegurar  a 

aprendizagem  dos  alunos  e  oficinas  profissionalizantes  para  a  comunidade.  O 

Programa  de  Atendimento  Especializado  Municipal  integra  profissionais 

especializados que prestam atendimento aos alunos da Rede Municipal de Ensino. Os 

alunos encaminhados para o PRAEM apresentam necessidade de acompanhamento 

por  parte  de  especialistas,  como  psicólogo,  psicopedagogo  e  educador  especial, 

sendo encaminhados via SMED. 

  c) Integração em Programas e Projetos Educativos e complementares, como 

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TJC (Trabalho Justiça e Cidadania), Justiça Restaurativa, Saúde e Prevenção na Escola, 

Educação Fiscal, Educação Ambiental e Educação para o Trânsito. 

  d)  EMAET  ‐ A  Escola Municipal  de Artes  Eduardo  Trevisan  é  um  projeto  da 

Secretaria  de  Município  da  Cultura  em  parceria  com  a  Secretaria  de  Educação. 

Oferece 400 vagas, distribuídas nos cursos de iniciação às Artes Visuais e Iniciação às 

Artes  Cênicas,  nas  categorias  infantil,  juvenil  e  adulto,  História  da  Arte,  categoria 

adulto,  Coral  Infantil  e  Adulto,  Iniciação Musical  Instrumento  Violão  e,  através  de 

oficinas,  são  oferecidos  cursos  de  Flauta,  Teclado,  Percussão  e  Banda. O  objetivo 

consiste  em  contribuir  para  o  desenvolvimento  das  potencialidades  e  habilidades 

artísticas  de  crianças,  jovens  e  adultos,  possibilitando  o  conhecimento  de  forma 

aberta e  inclusiva, buscando conscientizar o  indivíduo sobre seu papel  fundamental 

na  sociedade,  valorizando‐o  enquanto  cidadão,  sujeito  de  sua  própria  cultura  e 

história. A EMAET destina‐se ao atendimento de alunos da Rede Municipal de Ensino, 

das redes de ensino estadual e particular e comunidade em geral, com idade mínima 

de 08 anos para  ingressar na categoria  infantil, 13 anos para  ingressar na categoria 

juvenil e 18 anos para ingressar na categoria adulta. Busca a alfabetização estética de 

crianças, jovens e adultos, a socialização do conhecimento sobre arte e a participação 

do cidadão na construção da história cultural da cidade, propondo um espaço aberto 

e comprometido com a qualidade. Proporciona Projetos de extensão nas diferentes 

categorias, dentro da proposta de descentralização e  inclusão, sob a orientação dos 

professores de cada área. 

  e) NTEM – O Núcleo de Tecnologia Municipal integra a Secretaria de Municipio 

da  Educação.  Possui  uma  equipe  interdisciplinar  de  Professores  Multiplicadores 

qualificados,  que  atuam  na  formação  continuada  dos  professores  e  no 

assessoramento às escolas da rede municipal no uso pedagógico das TICs, bem como 

na  área  técnica.  Sua  estrutura  física  está  composta  por  três  laboratórios  de 

informática,  conectados  à  internet  (banda  larga),  uma  sala  básica  e  equipamentos 

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E D U C A Ç Ã O

como:  projetor multimídia, máquina  fotografica,  kit  rádio,  DVD,  TV,  Lousa  digital, 

impressoras,  etc.  Os  laboratórios  são  equipados  com  computadores  oriundos  do 

PROINFO/MEC e possuem o sistema operacional LINUX EDUCACIONAL 3.0. Mantém 

um módulo rural, com um servidor conectado a 05 terminais. O NTEM possui, ainda, 

10  computadores,  adquiridos  com  recursos  do  municipio,  nos  quais  o  sistema 

operacional  é Windows.  Atende  as  56  escolas municipais,  das  quais  52  possuem 

laboratório PROINFO, sendo uma das funções do NTEM o assessoramento técnico e 

pedagógico  destas  escolas.  Organiza  e  ministra  cursos,  contribui  para  a  inclusão 

digital de profissionais da educação, levando‐os a refletir sobre o impacto das novas 

tecnologias na sociedade e sua utilização na prática pedagógica. Propõe cursos nas 

modalidades  presencial,  semipresencial  e  EAD,  utilizando  o  ambiente  E  proinfo  e 

MOODLE.  Os  cursos  de  inclusão  digital  são  oferecidos  em  40  horas,  o  curso  de 

projetos em 60 horas, o curso de TICs em 100 horas, além de oficinas de 15 horas. Os 

cursos  ministrados  seguem  as  orientações  do  PROINFO,  assim  como  os 

multiplicadores recebem formação do Programa para atuar na mesma linha de ação. 

A realização de oficinas e cursos atende a necessidade de uma constante atualização 

dos professores, pois os  temas são voltados às  realidades e  interesses de cada um, 

além  de  proporcionar  a  partilha  de  experiências  pedagógicas,  com  uso  das 

tecnologias, que acontecem nas escolas.  

  f)  CEASM  ‐  Centro  de  Educação  Ambiental  de  Santa Maria,  integrante  da 

SMED, é um  forte aliado na execução do currículo escolar, no que diz  respeito aos 

temas  transversais.  Atende  a  necessidade  de  implantar  a  Política  de  Educação 

Ambiental Municipal, com o objetivo de instituir, no âmbito do município, ações que 

promovam  a  sensibilização  e  a  educação  ambiental  da  população  santa‐mariense. 

Visa  promover,  articular,  orientar  e  valorizar  as  ações  de  Educação  Ambiental 

desenvolvidas  no  município  de  Santa  Maria.  Estas  ações  formam  uma  rede  de 

sustentação  socioambiental,  a partir das discussões  sobre  as questões de  cuidado, 

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E D U C A Ç Ã O

preservação e conservação do meio ambiente, bem como do  resgate da cidadania, 

dos  valores  e  da  autoestima,  numa  visão  humanista,  holística,  democrática  e 

participativa. Divulga e  registra boas práticas,  realizando a partilha de experiências, 

estimulando e contribuindo na construção e desenvolvimento de projetos ambientais 

na educação  formal e não  formal. O CEASM dispõe de material didático de acordo 

com  a  realidade  local,  facilitando  a  inserção  da  temática  ambiental  nas  escolas. 

Disponibiliza projetos como a sala verde, porque entende que meio ambiente deve 

ser compreendido em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio 

natural,  o  socioeconômico  e  o  cultural,  sob  o  enfoque  da  sustentabilidade.  A 

estrutura física do CEASM consta de 3 salas grandes: em uma funciona o Projeto Sala 

Verde  do MMA;  em outra,  a  Sala  de  reuniões,  na  qual  acontecem  as  reuniões  de 

formação  continuada  do  grupo  de  professores  da  REMEA  ‐  Rede  Municipal  de 

Educadores Ambientais;  e  na  terceira,  há  uma  sala  equipada  com  televisor  de  42’ 

para apresentação de vídeos ambientais. O pátio é arborizado (mata Nativa) e amplo, 

fazendo parte de uma área que está  tramitando  legalmente para  ser uma Reserva 

Particular  do  Patrimônio  Natural  (RPPN).  É  local  de  referência  para  atividades  de 

Educação Ambiental  (teatro,  trilha da  vida,  vídeos  com  foco ambiental, oficinas de 

reciclagem  de  papel,  produção  de  xampu  antipiolho,  vermicompostagem, 

compostagem,  separação  de  lixo,  horta  comunitária  agroecológica,  observação  da 

biodiversidade  local,  fotografia  da  vida  natural,  laboratório  para  observação  da 

microvida  (com microscópios,  lupas  e outros  equipamentos  e  vidrarias),  acervo de 

espécimes  causadores  de  doenças  (vermes,  piolhos,  carrapatos,  pulgas, 

mosquitos,....) e de vida livre (fauna e flora do solo e da água). 

  g)  PROGRAMA  CORREÇÃO  DE  FLUXO:  em  parceria  com  o  GEEMPA,  visa 

alfabetizar  alunos  com  defasagem  idade/série,  contribuindo  para  o  avanço  dos 

mesmos e a permanência com sucesso na escola. 

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E D U C A Ç Ã O

  h)  EMAI  ‐  Escola Municipal  de  Aprendizagem  Industrial:  oferece  educação 

profissional  no  Ensino  Fundamental.  Cabe  destacar  que  Santa  Maria  é  o  único 

município da Brasil que mantêm esta oferta de educação profissional complementar 

aos  estudantes  dos  anos  finais  do  ensino  fundamental  regular.  Oferece,  ainda,  a 

modalidade EJA, com organização curricular que contempla a educação profissional 

(inicial), de forma articulada à formação básica.  

 

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10 NÍVEIS 

 

10.1 EDUCAÇÃO INFANTIL 

 

  A  Educação  Infantil  vem  ganhando  novos  contornos,  acompanhando  as 

modificações  nas  formas  de  organização  econômica  e  social  decorrentes, 

principalmente, dos avanços das Ciências, das Tecnologias e das articulações entre os 

povos. 

 

10.2 IDENTIDADE E OBJETIVOS 

 

  A  concepção  de  Educação  Infantil  emerge  naturalmente  da  concepção  que 

temos de  criança  e de  infância. A  criança  é,  enquanto  ser,  situado historicamente 

num grupo sociocultural, sujeito social, cujas definições vêm evoluindo, à medida que 

evoluem  as  formas de organização  social. Desenvolve‐se, portanto, nas dimensões 

individuais: física e psicológica, como um ser sensível, afetivo, social, cognitivo, e na 

dimensão coletiva como ser social, relacionado com o meio.  

  Este entendimento autoriza a compreender a criança pequena como alguém 

que tem uma maneira própria de pensar, sentir, ser e relacionar‐se, qualificadamente 

diferente do adulto. Por  isto, as características próprias do desenvolvimento  infantil 

precisam  ser  conhecidas e  consideradas no momento de  construção das propostas 

educativas para as crianças de zero a cinco anos (0‐5 anos). 

  Cabe à Educação Infantil promover a educação integral e integrada da criança, 

compreendendo‐a como um ser singular e multifacetado, complexo, interrelacionado 

e inserido no contexto de suas vivências. 

  Partindo do pressuposto de que a criança é um sujeito social, em que sentir, 

brincar,  expressar‐se,  relacionar‐se, movimentar‐se,  organizar‐se,  cuidar‐se,  agir  e 

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E D U C A Ç Ã O

responsabilizar‐se  fazem  parte  da  sua  totalidade,  a  Educação  Infantil  prioriza,  por 

meio de suas práticas e cuidados, a integração entre os aspectos físicos, emocionais, 

afetivos,  cognitivos,  linguísticos  e  sociais  das  crianças,  estabelecendo  as  bases  da 

personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização. 

  Enfatiza‐se, assim, a  concepção da  criança  como  cidadã,  sujeito histórico de 

direitos, participante da cultura, devendo a educação contemplar o mesmo grau de 

valorização e importância que é dedicada aos demais níveis da Educação Básica. 

  Segundo  estudos  da  psicologia  genética,  em  especial  Piaget  e  Vygostky,  os 

primeiros  anos  de  vida  são  primordiais  para  o  desenvolvimento  e  aprendizagens 

posteriores,  sendo  a  Educação  Infantil  de  grande  importância  para  a  educação 

integral da pessoa.  

  Pensar  e  conceber  a  Educação  Infantil  significa  compreender  e  estabelecer, 

antes  de  tudo,  as  relações  intra  e  interpessoais  da  criança  com  o  adulto  e  entre 

outras  crianças.  Esta  educação,  que  se  desenvolve  em  um  espaço  familiar, 

comunitário  e  institucional,  numa  perspectiva  de  complementaridade  (escola‐ 

família),  ocorre  em  contextos  sociais  e  culturais  diferenciados  e  em  permanente 

transformação. Assim, as crianças passam a serem considerados sujeitos de direitos 

(Constituição  Federal,  1988)  e  contribuem  para  a  própria  transformação  do meio, 

considerando  as  experiências  vivenciadas  nos  diferentes  tempos  e  espaços 

educativos,  a  expressão  da  ludicidade  e  dos  movimentos,  a  linguagem  em  sua 

pluralidade,  mediatizados  por  um  ambiente  organizado  nos  aspectos  físicos  e 

pedagógicos. 

  Este é um dos desafios importantes, enfatizados nos Referenciais Curriculares 

e nas Diretrizes Nacionais que se  impõem à Educação  Infantil: que ela se  torne um 

espaço  e  um  tempo  em  que  as  articulações  políticas  e  sociais,  lideradas  pela 

educação,  integrem  o  desenvolvimento  da  criança  e  sua  vida  individual  com  os 

contextos sociais e culturais que a envolvem e que, sem interrupção entre a Creche e 

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a  Pré‐Escola,  (do  zero  aos  três  e  dos  quatro  aos  cinco  anos)  assegurem  uma 

articulação progressiva e desafiadora para as atividades comunicativas e  lúdicas no 

ambiente da escola da infância. Esta escola da infância deve, entretanto, caracterizar‐

se  pelo  protagonismo  da  criança,  com  práticas  pedagógicas  diferenciadas  das 

desenvolvidas com as crianças maiores. 

  Nesta  perspectiva,  segundo  os  documentos  citados,  conceber  a  Educação 

Infantil  consiste,  principalmente,  em  saber  como  a  criança  pensa,  o  que  deseja  e 

necessita. É importante situar o pensamento no desenvolvimento humano próprio da 

infância  e  propor  estratégias  pedagógicas  a  ela,  independente  de  sua  condição, 

classe,  etnia,  gênero  e  nível  de  desenvolvimento,  para  que  possa  crescer  e 

desenvolver‐se integralmente como sujeito. 

 

10.3 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 

 

  Considerando  a  construção  de  uma  Educação  Infantil  participativa,  foi 

realizado o processo de discussão e reflexão sobre as diretrizes curriculares na Rede 

Municipal  de  Ensino  de  Santa  Maria,  ampliando  a  atuação  dos  profissionais  da 

Educação Infantil. 

  A  legislação  vigente  estabelece  princípios  que  sustentam  a  base  da  ação 

educativa para a formação da identidade e da autonomia das crianças, de modo que 

estas  sejam  instigadas  a  construir,  gradativamente  e  a  seu  tempo,  conhecimentos 

que as auxiliem na  compreensão de  si próprias, das  relações  sociais e naturais, da 

cultura em que vivem e dos valores necessários para a construção de uma sociedade 

mais justa e democrática. 

  Neste sentido, a criança cidadã é ponto de partida e de chegada à elaboração 

dos projetos pedagógicos das unidades que ofertam Educação Infantil. 

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  A organização da ação educativa  implica em processo de discussão e reflexão 

contínuo entre profissionais,  famílias e comunidades acerca das práticas e  relações 

estabelecidas. Deve‐se  constituir uma educação que articule e ajuste os espaços e 

tempos às necessidades da criança, não mais entendida como um vir a ser, mas como 

ser humano que vive todas as suas dimensões no presente, com identidade própria e 

que exige ação apropriada às suas especificidades. 

 

10.4 DIMENSÕES NORTEADORAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL  

 

  Os  conhecimentos/saberes  e  aprendizagens  são  estruturados  neste 

documento  para  que  sejam  norteadores  do  fazer  pedagógico.  Para  melhor 

entendimento, estão sendo didatizados e elencados para a Creche e Pré‐Escola. No 

entanto,  em  suas  aulas,  o  professor  deverá  trabalhá‐los  na  perspectiva  do 

entrelaçamento  de  conhecimentos,  formando  redes,  não  perdendo  de  vista  as 

especificidades, conforme os diferentes tempos e espaços.  

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Cultura

Linguagem

identidade

Sujeito social

Multile‐tramento 

Diferentes Tempos e Espaços

Cultura Científica 

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  ‐ Construção da Identidade e Autonomia Pessoal – refere‐se ao conhecimento 

de  si mesmo e  à  construção da própria  identidade, em  interação  com o  ambiente 

sobre qual a criança pode intervir, mediante o conhecimento de seu próprio corpo e 

da descoberta de suas possibilidades e limitações. 

 

CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos  

 

  ‐  Construir  uma  imagem  corporal  e  pessoal  nas  interações  com  adultos, 

crianças, natureza e cultura. 

  ‐  Construir  vínculos  positivos,  vivenciando  situações  que  envolvam  afeto, 

atenção e limites. 

  ‐  Explorar  diferentes movimentos,  estabelecendo  interações  com  o meio  e 

percebendo seus limites corporais (estimulação). 

  ‐ Manifestar progressiva independência nas situações de higiene, alimentação 

e cuidados com a aparência corporal, no sentido de valorizar a saúde e o bem‐estar 

individual e coletivo (Autonomia). 

  ‐  Assumir  responsabilidades,  gradativamente  e  de  acordo  com  suas 

possibilidades, desenvolvendo confiança e autoestima positiva. 

  ‐ Vivenciar situações envolvendo diferentes manifestações culturais; 

 

CRIANÇAS de quatro a cinco (4 a 5 ) anos 

 

  ‐  Ampliar  conhecimentos  sobre  si  e  o  outro,  a  partir  de  características 

biológicas, psicológicas e culturais, reconhecendo‐se como único no grupo. 

  ‐  Construir  vínculos  positivos,  vivenciando  situações  que  envolvam  afeto, 

atenção e limites. 

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  ‐ Explorar força, velocidade, resistência e flexibilidade, em diferentes tempos e 

espaços, conhecendo seus limites e potencialidades corporais. 

  ‐ Representar o próprio corpo, estabelecendo relações espaciais por meio de 

diferentes linguagens: corporal, plástica, musical e cênica, entre outras. 

  ‐ Valorizar atitudes relacionadas à saúde e ao bem‐estar  individual e coletivo, 

apresentando  gradativamente  independência  nas  ações  de  alimentação,  cuidados 

com a aparência pessoal e higiene. 

  ‐  Assumir  responsabilidades,  gradativamente  e  de  acordo  com  suas 

possibilidades, desenvolvendo confiança e autoestima positiva. 

  ‐ Ampliar conhecimentos sobre a própria cultura e de outras, desenvolvendo 

atitudes de respeito e valorização à diversidade de manifestações culturais. 

 

  ‐  Descoberta  dos  Meios  Físicos,  Sociais  e  culturais  –  refere‐se  ao 

conhecimento de elementos, espaços, condições, diversidade de  formas de explicar 

cientificamente e representar o mundo social e natural. São situações e relações que 

constituem o contexto da criança e incidem em seu desenvolvimento. 

 

CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos 

 

  ‐  Explorar  e  reconhecer  em  ações  independentes  na  escolha  de  espaços  e 

brinquedos, aprendendo a brincar com adultos e crianças. 

  ‐  Vivenciar  atitudes  de  colaboração,  solidariedade  e  respeito,  identificando, 

aos poucos, diferenças em seu grupo. 

  ‐  Reconhecer  diferentes  grupos  sociais  (família,  escola  e  comunidade)  e 

participar de suas manifestações culturais. 

  ‐  Conhecer  e  aprender,  gradativamente,  a  respeitar  regras  simples  de 

convivência em diferentes situações do cotidiano. 

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  ‐  Identificar objetos de uso pessoal, desenvolvendo  gradativamente atitudes 

de organização e cuidados dos mesmos e dos ambientes, dentro e fora da instituição. 

  ‐  Aprender  sobre  o  mundo  que  a  cerca,  pela  observação  dos  fenômenos 

naturais, pela exploração de elementos da natureza e de outros objetos. 

  ‐ Perceber transformações em objetos e fenômenos físicos. 

 

CRIANÇAS de quatro a cinco ( 4 a 5) anos 

 

  ‐  Ampliar  possibilidades  de  agir  com  autonomia  na  escolha  de  espaços, 

brinquedos e parceiros para brincar, definindo regras e recriando situações vividas. 

  ‐  Vivenciar  relações  de  colaboração  e  solidariedade,  desenvolvendo,  aos 

poucos, tolerância e respeito pelo outro e suas diferenças. 

  ‐ Reconhecer à existência de diferentes grupos sociais,  identificando às quais 

pertencem.  

  ‐  Conhecer,  construir  e  respeitar  regras  de  convivência  entre  si  e  com  o 

diferente,  utilizando  gradativamente  o  diálogo  e  a  negociação  na  resolução  de 

conflitos. 

  ‐ Identificar e evitar situações de risco para si e o para o outro nos diferentes 

espaços que frequenta, aprendendo a valorizar a vida. 

  ‐  Vivenciar  e  valorizar  atitudes  de  organização  e  preservação  de  objetos  e 

espaços de uso individual e coletivo, dentro e fora da instituição. 

  ‐  Explorar  conhecimentos  de  diferentes  áreas  (como  ciências  naturais  e 

sociais), aproximando‐se gradativamente do conhecimento científico. 

  ‐ Perceber transformações em objetos e fenômenos físicos, como paisagens e 

elementos da natureza. 

  ‐ Vivenciar valores  importantes para a vida e sobrevivência no Planeta Terra, 

estimulando a preservação e conservação do mesmo. 

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E D U C A Ç Ã O

  ‐ Construir gradativamente a reflexão sobre ética, vislumbrando o crescimento 

da criança em uma sociedade justa e igualitária. 

 

  ‐  Linguagem,  Comunicação  e  Representação  –  abrange  as  diferentes 

linguagens que relacionam o indivíduo ao ambiente e seus códigos. Estas linguagens 

são  consideradas  a  partir  da  tripla  função:  lúdico‐criativa,  comunicativa  e 

representativa. 

 

CRIANÇAS de zero a três (0 a 3) anos 

 

  ‐  Desenvolver  progressiva  independência  nos  movimentos  e  na  expressão 

corporal, adquirindo gradativamente equilíbrio, ritmo, resistência, força, velocidade e 

flexibilidade corporal. 

  ‐  Desenvolver  gradativamente  as  competências  da  linguagem  oral  em 

diferentes situações de interação. 

  ‐  Inserir‐se  no  multiletramento,  conhecendo  as  mais  diversas  formas  de 

expressão humana e seus registros. 

  ‐ Apropriar‐se de materiais diversos, aprendendo a utilizá‐los como  forma de 

expressão. 

  ‐ Ampliar, progressivamente, as possibilidades de comunicação e expressão de 

ideias, sentimentos, desejos e necessidades, utilizando diferentes linguagens. 

  ‐ Conhecer e respeitar as diferentes linguagens artísticas. 

  ‐ Desenvolver, gradativamente, o interesse e o prazer pela leitura. 

  ‐  Vivenciar  situações  que  envolvam  o  código  e  o  pensamento  lógico 

matemático. 

   ‐ Construir o conhecimento do código tecnológico (é o conhecimento do uso 

de telefone, do celular e do computador). 

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E D U C A Ç Ã O

 

CRIANÇAS de quatro a cinco( 4 a 5) anos 

 

  ‐ Desenvolver e ampliar progressivamente equilíbrio, ritmo, resistência, força, 

velocidade e flexibilidade corporal. 

  ‐  Ampliar,  aos  poucos,  as  possibilidades  de  expressar‐se  verbalmente  em 

diferentes situações de uso da linguagem oral. 

  ‐ Reconhecer materiais diversos e procedimentos, para utilizá‐los como forma 

de expressão. 

  ‐  Comunicação  e  expressão  de  ideias,  sentimentos,  desejos  e  necessidades, 

utilizando diferentes linguagens e reconhecendo sua função social. 

  ‐ Ampliar as possibilidades de representação simbólica. 

  ‐  Conhecer,  apreciando  e  respeitando  as  diferentes  linguagens  artísticas, 

podendo  relacionar  elementos  de  sua  cultura  com  elementos  da  cultura  artística 

historicamente acumulada. 

  ‐ Desenvolver, gradativamente, o interesse e o prazer pela leitura. 

  ‐  Observar  a  função  da  escrita  em  diferentes  contextos,  avançando 

gradativamente em suas hipóteses de  leitura e de escrita, garantindo a questão do 

letramento. 

  ‐ Conhecer o aprendizado do código tecnológico.  

 

  A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode 

ser  vista  apenas  como  diversão.  O  desenvolvimento  do  aspecto  lúdico  facilita  a 

aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, e colabora para uma boa 

saúde  mental,  prepara  para  um  estado  interior  fértil,  facilita  os  processos  de 

socialização,  comunicação,  expressão  e  construção  do  conhecimento  (SANTOS  e 

CRUZ, 1997, p. 12). 

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E D U C A Ç Ã O

  A  atividade  lúdica  desempenha  um  papel  central  na  abordagem  destes 

conteúdos, sobretudo as brincadeiras sensório‐motoras e simbólicas, pois é o modo 

predominante de interação e compreensão do mundo nesta fase da vida. Porém, ela 

não deve ser entendida como exclusiva da etapa de Educação Infantil, já que também 

podemos e devemos continuar a brincar ao  longo da vida. Segundo Lima  (2001, p. 

11), o desenvolvimento da  criança dependerá  igualmente da possibilidade que  ela 

tenha  de  explorar  seu  ambiente,  expressar  suas  emoções,  ter  contato  com  várias 

coisas e pessoas e estabelecer relações afetivas. É na interação com pessoas e com o 

meio  que  a  criança  vai  construindo  sua  subjetividade,  sua  imagem  corporal, 

percebendo  características  próprias  e  potencialidades  e  desenvolvendo  sua 

autonomia. As  relações que  vivencia na  interação  com  adultos  são decisivas neste 

processo de construção da identidade e desenvolvimento da autonomia.  

  A  criança,  quando  encontra  adultos  que  sabem  valorizar  suas  iniciativas, 

auxiliando‐a quando necessita e também permitindo que aja, experimente, explore, 

supere limites pessoais, tem possibilidades de construir uma autoestima que a torna 

fortalecida para enfrentar desafios. 

  Neste  sentido,  para  Lima  (2001),  o  desenvolvimento  humano  implica  numa 

interação de natureza biológica – aparato genético específico da espécie humana – e 

cultural  –  experiências  vividas  nos  diferentes  contextos  sociais  e  naturais  de  que 

participa. As bases de aprendizagem que resultam dessa interação são matrizadas no 

cérebro  que,  no  período  da  Educação  Infantil,  apresenta  plasticidade  ímpar  no 

estabelecimento  de  conexões  nervosas  ou  redes  neuronais.  Essas  matrizes  de 

aprendizagem  vão  compondo  um  repertório  de  possibilidades  cerebrais,  que  se 

conectam e são modificadas diante das diferentes interações da criança com o meio 

natural e social. 

  Cada  criança  tem  uma  rede  neuronal  própria,  que  resulta  das  conexões 

oportunizadas  pelas  diferentes  experiências  culturais  vividas  em  família  e  em 

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E D U C A Ç Ã O

sociedade e que se traduzem em tempos e ritmos diferenciados de aprendizado, em 

uma maneira única de estar no mundo.  

  No processo em que a  criança  se empenha para  conhecer e  compreender o 

meio onde vive, ela age, lança hipóteses, transforma e também se modifica em uma 

influência  recíproca. Passa por  conflitos, quando  suas ações  são  confrontadas  com 

limitações de ordem  social e de maturação biológica,  limitações estas que acabam 

gerando motivação na elaboração de estratégias de ação no  sentido de superá‐las. 

Neste sentido, a aprendizagem é um processo de apropriação ativa do conteúdo das 

experiências  humanas,  que  impulsiona  de  forma  não  linear  o  desenvolvimento 

infantil. 

  Para  Vygotsky  (1994),  quando  se  pretende  estabelecer  a  relação  entre  a 

aprendizagem  e  o  desenvolvimento  das  funções  psicológicas,  é  preciso  considerar 

pelo menos dois níveis de desenvolvimento: o nível de desenvolvimento  real, que 

resulta  de  um  processo  de  desenvolvimento  já  realizado,  identificado  através  da 

solução  independente  de  problemas  pela  criança;  e  o  nível  de  desenvolvimento 

potencial, determinado através da solução de problemas sob orientação de adultos 

ou de crianças mais experientes. Na distância entre esses dois níveis, situa‐se a zona 

de  desenvolvimento  proximal,  que  define  funções  psicológicas  no  processo  de 

maturação  que  está  ocorrendo  no  desenvolvimento  infantil.  Em  suas  pesquisas, 

Vygotsky descobriu que as crianças podem apresentar  idade mental equivalente em 

relação  ao  desenvolvimento  efetivo  (real),  porém  dinâmicas  de  desenvolvimento 

bem diferentes quando  são orientadas na  resolução de problemas. Decorre destas 

pesquisas  que  a  interação  com  adultos  e  crianças  mais  capazes,  em  situações 

desafiadoras,  ativa,  na  criança,  processos  internos  de  desenvolvimento  que,  na 

continuidade, se tornam aquisições efetivas. 

  Assim,  o  aprendizado  cria  a  zona  de  desenvolvimento  proximal  e  desperta 

vários processos  internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente 

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E D U C A Ç Ã O

quando a criança  interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação 

com  seus  companheiros. Uma  vez  internalizados,  estes  processos  tornam‐se  parte 

das aquisições do desenvolvimento independente da criança (VYGOTSKY, 1994). 

  Isto  indica  a  importância  de  se  estabelecer  interações  de  qualidade  entre 

adultos e crianças e do planejamento de situações de aprendizagem, envolvendo as 

crianças entre si, reconhecendo‐as como capazes de ensinar e aprender umas com as 

outras. 

  As  possibilidades  de  a  criança  desenvolver  o  pensamento,  a  identidade  e  a 

noção  de  si  própria,  de  como  expressar  emoções  e  relacionar‐se  em  grupo, 

respeitando  regras  de  convivência,  dependem  das  oportunidades  de  participar  de 

diferentes experiências. Implicam em espaços e tempos que propiciem o movimento, 

a dança, a  interação com a natureza, a música, a  literatura, as artes, o brincar e a 

interação com outras crianças e adultos.  

  É  importante  ressaltar  que,  ao  mesmo  tempo  em  que  a  criança  está  em 

contato  com  linguagens  diversas,  estas  linguagens  estão  em  processo  de  (re) 

significação e constituem o próprio desenvolvimento humano. Nesta compreensão, a 

criança  insere‐se  em múltiplos  sistemas  simbólicos  e  constitui  sistemas  básicos  de 

apoio  para  outras  aprendizagens  no  processo  de  interação  com  a  cultura  em  que 

vive. 

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E D U C A Ç Ã O

11 ENSINO FUNDAMENTAL 

 

11.1 IDENTIDADE E OBJETIVOS  

 

  A cidadania moderna é um processo de inclusão social, pois não basta apenas 

saber ler, escrever e contar, porque esta é uma competência preliminar. Ser cidadão 

é mais do que isso, é saber pensar, aprender a aprender, porque cidadão autêntico é 

aquele  capaz  de  conceber  e  realizar  um  projeto  moderno  e  próprio  de 

desenvolvimento, em sentido tipicamente emancipatório (DEMO,1988). 

  A partir desta visão, a identidade do ensino fundamental consiste na formação 

da cidadania e no desenvolvimento humano, através de capacidades e competências, 

pois é o seu objetivo.  

 

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11.2 DIMENSÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  No art. 7º da Res. nº 07/2010 CNE/CEB, consta que “as propostas curriculares 

do  ensino  fundamental  visarão  desenvolver  o  educando,  assegurar‐lhe  a  formação 

comum  indispensável  para  o  exercício  da  cidadania  e  fornecer‐lhe  meios  para 

progredir no trabalho e nos estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para 

esta etapa da escolarização, a saber: 

  I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos 

o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 

Compreensão do ambiente natural

e social

Aquisição de conhecimentos e

habilidades

Capacidade e competência para aprender

CIDADANIA

Educação para o conhecimento

Educação para a democracia

Educação para o sentimento

Educação para a cultura

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E D U C A Ç Ã O

  II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, 

da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 

  III – a aquisição de conhecimentos e habilidades e a  formação de atitudes e 

valores, como instrumentos para uma visão crítica do mundo; 

  IV  –  o  fortalecimento  dos  vínculos  de  família,  dos  laços  de  solidariedade 

humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 

  Portanto, se a prática escolar é orientada, organizada e dirigida por finalidades 

e objetivos, o ato de ensinar está mergulhado em opções políticas, opções  teórico‐

metodológicas que fazem da escola um local de conhecimento e formação. A escola 

consolida  seus  objetivos  através  de  práticas  educativas  no  interior  do  sistema  de 

ensino, sendo uma delas o currículo escolar. 

 

11.3 CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL 

 

  O art. 9º da LDB estabelece conteúdos curriculares mínimos para a chamada 

Base  Nacional  Comum,  destinados  a  legitimar  a  unidade  e  a  qualidade  da  ação 

pedagógica na diversidade nacional. Complementarmente, a Resolução nº 07/2010 

do  CNE/CEB  determina  que  o  currículo  do  Ensino  Fundamental  tenha  uma  base 

nacional  comum,  complementada  em  cada  sistema  de  ensino  e  em  cada 

estabelecimento  escolar  por  uma  parte  diversificada.  “(...)  constituem  um  todo 

integrado  e  não  podem  ser  consideradas  como  dois  blocos  distintos.  Assim,  é 

necessário articular a base nacional comum e a parte diversificada, possibilitando a 

sintonia dos  interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade 

local,  as  necessidades  dos  alunos,  as  características  regionais  da  sociedade,  da 

cultura e da economia e perpassa todo o currículo”. 

   Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo são 

definidos  pelo  sistema  de  ensino  e  pelas  escolas,  de  modo  a  complementar  e 

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E D U C A Ç Ã O

enriquecer o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimentos escolares 

em face das diferentes realidades, conforme determina o artigo 11 da Resolução nº 

07/2010 do CNE/CEB. 

  Os  conteúdos que  compõem a base nacional  comum e a parte diversificada 

têm origem nas disciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo 

do  trabalho,  na  cultura  e  na  tecnologia,  na  produção  artística,  nas  atividades 

desportivas e corporais e na área da saúde. Ainda  incorporam saberes como os que 

advêm  das  formas  diversas  de  exercício  da  cidadania,  dos movimentos  sociais,  da 

cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e dos alunos. São constituídos 

por  componentes  curriculares  que,  por  sua  vez,  se  articulam  com  as  áreas  de 

conhecimento,  a  saber:  Linguagens, Matemática  e Ciências da Natureza  e Ciências 

Humanas.  As  áreas  de  conhecimento  favorecem  a  comunicação  entre  diferentes 

conhecimentos sistematizados e entre estes e outros saberes, mas permitem que os 

referenciais próprios de cada componente curricular sejam preservados. 

  Nos PCNs (1997), a utilização do termo área ocorreu em função do tratamento 

disciplinar entendido como  lógico e formal do ensino fundamental, que se distancia 

das possibilidades de aprendizagem da maioria dos alunos. Além disso, parte‐se de 

abordagens amplas em relação as mais específicas e particulares. 

  As  áreas  do  conhecimento  constituem  importante  marco  estruturado  de 

leitura e  interpretação da  realidade, essencial para a  garantia de possibilidades de 

participação  do  cidadão  na  sociedade.  As  diferentes  áreas  e  seus  respectivos 

conteúdos  constituem  uma  representação  ampla  e  plural  dos  campos  de 

conhecimento e da cultura, cuja aquisição contribui para desenvolver as capacidades 

do educando. 

  A  base  nacional  comum  do  Ensino  Fundamental  deve  abranger, 

obrigatoriamente,  conforme  o  art.  26  da  Lei  nº  9.394/96,  o  estudo  da  Língua 

Portuguesa  e  da  Matemática,  o  conhecimento  do  mundo  físico  e  natural  e  da 

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E D U C A Ç Ã O

realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a 

Educação Física e o Ensino Religioso. 

  Assim,  os  componentes  curriculares  obrigatórios  são  assim  organizados  em 

relação às áreas de conhecimento: 

  I – Linguagens: 

  a) Língua Portuguesa; 

  b) Língua Materna, para populações indígenas; 

  c) Língua Estrangeira moderna; 

  d) Arte; e 

  e) Educação Física; 

  II – Matemática; 

  III – Ciências da Natureza; 

  IV – Ciências Humanas: 

  a) História; 

  b) Geografia; 

  V – Ensino Religioso. 

  Em  consonância  com a Resolução nº 07/2010 do CNE/CEB, agregaram‐se os 

estudos  desenvolvidos  durante  as  atividades  de  formação  continuada  pelos 

professores  da  Rede Municipal  de  Ensino  de  Santa Maria‐RS  sobre  os  parâmetros 

curriculares  municipais  do  Ensino  Fundamental.  Neste  sentido,  busca‐se  elencar 

conhecimentos e ações pedagógicas indispensáveis ao Ensino Fundamental, os quais 

estão  didatizados  e  elencados  em  cinco  áreas. Assim,  o  professor  deverá,  em  sua 

ação educativa, desenvolver os pressupostos a seguir: 

 

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ÁREA DAS LINGUAGENS 

 

  ‐  Realizar  práticas  de  leitura  e  escrita  associadas  à  vida  do  educando, 

adequados  aos  diferentes  contextos  e  práticas  sociais;  vinculadas  às  necessidades 

sociais de saber ler e escrever.  

  ‐ Potencializar  interações verbais e escritas significativas, através do contato, 

do  uso  e  da  construção  de  diferentes  gêneros  textuais,  com  a  finalidade  de 

comparação,  observação  e  reflexão  do  que  representam  as  unidades menores  da 

linguagem escrita no contexto textual.  

  ‐ Propor atividades lúdicas vinculadas à progressão do pleno domínio da leitura 

e da escrita alfabética.  

  ‐  Proporcionar  atividades  envolvendo:  leitura,  análise  e  síntese;  literatura: 

sistematização da  leitura (apropriação da  linguagem  literária); práticas de oralidade; 

prática da escrita; análise linguística. 

  ‐ Realizar atividades de reflexão da  língua escrita a partir de contextos: busca 

de compreensão do significado social da palavra,  interpretação de recursos gráficos, 

coesão,  segmentação,  coerência,  concordâncias  de  ideias,  argumentação  e 

criticidade.  

  ‐ Desenvolver atividades de registro e interpretação dos códigos das diferentes 

linguagens, no sentido de fornecer elementos básicos para a construção da leitura, da 

escrita,  da  compreensão,  da  interpretação  e  o  desenvolvimento  da  capacidade 

criativa e a autoexpressão.  

  ‐ Desenvolver práticas corporais que promovam: 

  * desenvolvimento de habilidades motoras; 

  * prazer pela prática de atividade física;  

  * harmonia entre a atividade intelectual e a atividade corporal; 

  * resgate de valores como a solidariedade, a cooperação mútua e o respeito; 

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E D U C A Ç Ã O

  *  desenvolvimento  de  capacidades  físicas,  como  condutas  psicomotoras,  a 

coordenação motora geral, a organização e orientação espaço‐temporal; 

  * elementos que socializam o trabalho em grupo, a construção das regras e a 

tentativa de cumpri‐las;  

  * vivência de erros e acertos. 

  ‐ Contribuir para que o educando explore  códigos das diferentes  linguagens 

artísticas,  no  sentido  de  instrumentalizar  para  o  desenvolvimento  da  capacidade 

criadora e de expressão, tendo por base dois eixos: 

  * o entendimento da arte e das formas de expressão artísticas como produção 

cultural, social e histórica; 

  * a especificidade das linguagens artísticas. 

  ‐  Explorar  com  o  educando  a  cultura  corporal,  a  vivência  de  valores  e  de 

princípios  éticos  e  democráticos,  por  meio  dos  conhecimentos  desenvolvidos  na 

ginástica, na dança, no jogo e do esporte.  

  ‐  Explorar  com  o  educando  conhecimentos  integrados  à  educação  para  um 

estilo  de  vida  saudável,  com  o  foco  na  qualidade  de  vida, no  desenvolvimento  de 

habilidades motoras e da postura crítica diante de questões esportivas e sociais. 

 

ÁREA DA MATEMÁTICA 

 

  ‐  Realizar  atividades  a  partir  dos  conhecimentos  prévios  dos  educandos, 

levando‐os  a  compreender  conceitos  de  operações,  números, medidas,  formas  e 

espaço e a organização de informações, estabelecendo vínculos entre a Matemática e 

o cotidiano. 

  ‐  Explorar  linguagens  matemáticas  (aritmética,  algébrica,  geométrica, 

probabilística, gráfica e  lógica)  com o educando, que o habilitem a  compreender e 

resolver  situações  do  cotidiano,  utilizando‐se  da  capacidade  de  discriminação,  de 

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E D U C A Ç Ã O

classificação,  seriação,  observação,  experimentação,  interpretação,  como 

instrumentos potencializadores de análises qualitativas e/ou quantitativas.  

 

ÁREA DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA  

 

  ‐  Explorar  nos  processos  educativos  a  compreensão  da  existência  dos 

diferentes  elementos  da  natureza  (água,  ar,  solo  e  seres  vivos)  e  a  relação  de 

interdependência existente entre eles.  

  ‐ Contribuir para que o educando reconheça as causas e as consequências da 

interferência humana no desequilíbrio ambiental. 

  ‐ Proporcionar atividades educativas de observação e percepção dos diferentes 

habitats, a valorização da diversidade de vida e o  respeito às diferenças  individuais 

entre os seres humanos e os seres vivos. 

  ‐  Explorar  a  importância  de  o  educando  adotar  atitudes  responsáveis  em 

relação às questões ambientais, bem como de  identificar o  ser humano como uma 

das partes integrantes da natureza. 

  ‐ Trabalhar as relações de interdependência que existem entre o ser humano, 

o restante da natureza e a cultura, a partir de três eixos norteadores: 

  *  Ecossistema:  complexas  relações  entre  os  sistemas  físicos,  químicos, 

geológicos e biológicos – entre os quais está o ser humano, como parte integrante e 

agente de transformações –, considerando também os fluxos de matéria e energia e 

as transformações que ocorrem no ambiente terrestre; 

  *  Cultura  e  Sociedade:  relações  entre  ciência  e  sociedade,  nas  dimensões 

econômica, política e cultural. 

  * Natureza da Ciência e Tecnologia: elementos que permitem compreender as 

dimensões do fazer científico, a sua relação com a tecnologia e o caráter não neutro 

desses saberes e fazeres humanos. 

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E D U C A Ç Ã O

 

ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS 

 

  ‐ Explorar com o educando as relações  intrapessoais e  interpessoais: cuidado 

de si e do outro e o respeito à diversidade. 

  ‐ Desenvolver conceitos a partir de eixos articuladores: cultura,  identidade e 

cidadania, como potencializadores da observação, da comparação e da interpretação 

entre  os  diferentes  acontecimentos  históricos:  histórias  de  vida,  autoimagem, 

conhecimento  de  si,  família,  interação  com  os  outros  (representações, memórias, 

imagens, narrativas, valores, crenças). 

  ‐ Desenvolver  conceitos  a  partir  de  reflexões  sobre  cultura  popular,  cultura 

erudita,  cultura  hegemônica,  cultura  política,  cultura  dos  negros,  indígenas, 

imigrantes,  minorias,  indústria  cultural,  bem  como  as  diversidades  culturais,  nos 

diferentes tempos e espaços. 

  ‐  Propiciar  ao  educando  reconhecer  conceitos  sobre  diferentes  culturas, 

atitudes  de  respeito  e  valorização  à  diversidade  de  manifestações  culturais: 

costumes,  hábitos,  comportamentos,  modos  de  vestir,  tradições,  ritos  e  festas 

populares. 

  ‐  Criar  condições  para  que  o  educando  se  localize  e  compreenda  o  espaço 

geográfico em que vive.  

  ‐  Explorar  com  o  educando  elementos  básicos do  conhecimento  geográfico: 

alfabetização  cartográfica,  localização, orientação, distribuição e  representação dos 

fenômenos socionaturais, paisagem, lugar, região e nação. 

  ‐ Proporcionar atividades educativas que estejam relacionadas à compreensão 

do espaço geográfico, a partir dos eixos sociedade, espaço e natureza, assim como a 

representação  da  vida  dos  educandos,  interrelacionando  conteúdos  escolares  e 

conhecimentos do cotidiano. 

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E D U C A Ç Ã O

ENSINO RELIGIOSO 

 

  ‐  Explorar,  nos  processos  educativos,  o  conhecimento  e  a  compreensão  da 

vivência de valores religiosos, enfatizando as diversas religiões como fator cultural e 

social, bem como uma visão global de mundo e de pessoa. 

  ‐ Trabalhar valores e o respeito às diferenças no convívio social, partindo das 

experiências dos educandos, da descoberta de si mesmos como seres que participam 

ou  não  de  determinada  religião  ou  filosofia  de  vida;  analisar  e  compreender  as 

diferentes tradições presentes na realidade local e global. 

 

  Ressaltamos que o Ensino Fundamental será ministrado em língua portuguesa, 

assegurado também às comunidades  indígenas a utilização de sua  língua materna e 

processos  próprios  de  aprendizagem,  conforme  o  art.  210,  §  2º,  da  Constituição 

Federal.  

  Quanto ao ensino de História do Brasil, este levará em conta as contribuições 

das diferentes culturas e etnias para a  formação do povo brasileiro, especialmente 

das  matrizes  indígena,  africana  e  européia.  A  história  e  as  culturas  indígena  e 

afrobrasileiras,  estarão  presentes,  obrigatoriamente,  nos  conteúdos  desenvolvidos 

no âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e 

História  do  Brasil,  assim  como  a  História  da  África,  e  deverão  assegurar  o 

conhecimento  e  o  reconhecimento  desses  povos  para  a  constituição  da  nação 

(conforme  art.  26‐A  da  Lei  nº  9.394/96,  alterado  pela  Lei  nº  11.645/2008).  Sua 

inclusão  possibilita  ampliar  o  leque  de  referências  culturais  de  toda  a  população 

escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando 

os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção 

de identidades mais plurais e solidárias.  

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E D U C A Ç Ã O

  A Música  , segundo a Lei nº 11.769/2008, é parte do componente curricular, 

sendo o seu conteúdo obrigatório. O ensino de Arte na escola compreende também 

as artes visuais, o teatro e a dança. 

  A  Educação  Física  é  componente  obrigatório  do  currículo,  integrando  a 

proposta  político‐pedagógica  da  escola.  Será  facultativa  ao  aluno  apenas  nas 

circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96. 

  O  Ensino  Religioso  possui  matrícula  facultativa  ao  educando,  é  parte 

integrante de sua formação e constitui componente curricular dos horários normais 

das  escolas,  assegurado  o  respeito  à  diversidade  cultural  e  religiosa  e  vedadas 

quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96. 

  Na parte diversificada  será  incluído, obrigatoriamente,  a partir do 6º  ano, o 

ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo 

da comunidade escolar. Entre as  línguas estrangeiras modernas, a  língua espanhola 

poderá ser a opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005. 

  Nesta perspectiva  integradora, a base  comum e a parte diversificada devem 

articular cidadania e conhecimento nos currículos da educação fundamental. Trata‐se 

de  uma  dupla  integração,  que  deve  movimentar‐se  no  interior  e  entre  temas 

adscritos à cidadania e ao conhecimento escolar.  

  Portanto,  é  fundamental  compreender  o  currículo  em  suas  diferentes 

manifestações,  entre  eles  o  currículo  oculto  presente  em  nossas  escolas  e  que 

transmite,  por  meio  dos  conteúdos,  valores  ideológicos  da  classe  dominante. 

Também  é  importante  refletir  sobre  um  trabalho  pedagógico  interdisciplinar,  que 

contemple os temas transversais nos conteúdos desenvolvidos pelas diferentes áreas 

do conhecimento. 

  Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular, em 

seus conteúdos, a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam 

a  vida  humana  em  escala  global,  regional  e  local,  bem  como  na  esfera  individual. 

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E D U C A Ç Ã O

Temas  como  saúde,  sexualidade  e  gênero,  vida  familiar  e  social,  assim  como  os 

direitos  das  crianças  e  adolescentes,  de  acordo  com  o  Estatuto  da  Criança  e  do 

Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política 

nacional  de  educação  ambiental  (Lei  nº  9.795/99),  educação  para  o  consumo, 

educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural devem permear 

o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada 

do currículo.  

  Agrega‐se no processo a  legislação voltada à Política Municipal de Educação 

Ambiental,  através  do  Decreto Municipal  nº  150/2009,  que  instituiu  o  Programa 

Municipal de Formação em Educação Ambiental; o Decreto Federal nº 6.286/2007, 

que  instituiu o Programa Saúde na Escola  , bem como temas relativos à condição e 

aos  direitos  dos  idosos  (Lei  nº  10.741/2003)  e  à  educação  para  o  trânsito  (Lei  nº 

9.503/97). 

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E D U C A Ç Ã O

12 MODALIDADES DE ENSINO  

 

12.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 

 

  A EJA, atendendo alunos que retornam à escola em nova oportunidade, busca 

desenvolver  competências e habilidades, visando o desenvolvimento  formativo e a 

construção de uma aprendizagem significativa, na qual o educando perceba o que faz 

sentido para ele, construindo conceitos como sujeito ativo. 

 

12.1.1 Identidade e Objetivos 

 

  A Educação de jovens e Adultos promove a inclusão social e a possibilidade de 

inserção,  no mercado  de  trabalho,  de  jovens,  adultos  e  idosos  que  não  tiveram 

acesso à educação na  idade própria, “baseando‐se no direito de toda pessoa ao seu 

pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania e à qualificação 

para o trabalho, na vivência e convivência em ambiente educativo” (Resolução nº 4, 

de 13 de julho de 2010 ‐ art.1º). A EJA tem por objetivos: 

  • sistematizar os princípios e as diretrizes, traduzindo‐os em orientações que 

contribuam para transformar a EJA em uma modalidade de ensino com a garantia de 

padrão de qualidade, com pleno acesso, inclusão, permanência dos sujeitos na escola 

e seu sucesso; 

  •  prover  o  suporte  e  a  atenção  às  diferentes  necessidades  dos  educandos, 

mediante atividades diversificadas; 

  • realizar, sistematicamente, a formação continuada dos docentes; 

  •  promover  o  acesso  e  a  permanência  de  adultos  e  idosos  na  escola,  com 

metodologia apropriada às idades; 

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E D U C A Ç Ã O

  •  ofertar  essa modalidade  de  ensino  em  espaços  de  privação  de  liberdade, 

mediante vinculação a unidades educacionais e a programas que funcionam fora dos 

estabelecimentos penais; 

  • reconhecer e implementar, no segundo segmento da EJA, o reconhecimento 

virtual como espaço de aprendizagem, por meio da EAD; 

  •  favorecer  a  avaliação  da  aprendizagem  contínua,  cumulativa  e 

emancipatória,  com  prevalência  dos  aspectos  qualitativos  sobre  os  quantitativos  e 

dos  resultados,  ao  longo  do  período,  sobre  os  de  eventuais  provas  finais.  Assim, 

devem pautar‐se pela flexibilidade, rompendo, desta forma, a simetria com o ensino 

regular  para  crianças  e  adolescentes,  priorizando  conteúdos  significativos  para  o 

educando,  valorizando,  dessa  forma,  a  realização  de  atividades  e  vivências 

socializadoras, culturais, recreativas e desportivas, agregando também competências 

para o trabalho; 

  • conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitando diferenças 

de gêneros, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não‐discriminação; 

  •  proporcionar  o  resgate  da  autoconfiança,  para  que  a  aprendizagem  se 

processe e assegure acesso à cultura e ao conhecimento científico, de modo a atingir 

a maturidade intelectual e a independência cognitiva;  

  • tornar a educação mais atraente, viável, eficiente e digna, por meio de uma 

ampla formação que envolva questões éticas, políticas e sociais, na qual as questões 

técnicas  e  estruturais  sejam  trabalhadas,  objetivando  o  desenvolvimento  de 

competências  e  habilidades  típicas  da  vida  em  sociedade,  da  cidadania  e  da 

preparação para o trabalho; 

  •  exercitar  sua  autonomia  pessoal  com  responsabilidade,  aperfeiçoando  a 

convivência em diferentes espaços sociais. 

 

 

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E D U C A Ç Ã O

12.1.2 Dimensões do Ensino da EJA 

 

  Visualiza‐se  a  necessidade  de  uma  concepção  de  educação  que  contribua 

efetivamente para que os educandos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu 

potencial  criativo.  Isto  supõe que  se ultrapasse a visão puramente  instrumental da 

educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados e, assim, 

se passe a considerá‐la em toda sua plenitude. 

 

FORMA  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INCLUSÃO SOCIAL

INSERÇÃO NO MUNDO DO

TRABALHO

FORMAÇÃO HUMANA

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E D U C A Ç Ã O

  A  formação  humana  se  dá  em  valores  e  princípios,  cuja  dimensão  abarca o 

mundo do trabalho e propõe a inclusão social, apesar da diversidade. A metodologia 

da formação é feita com a contextualização, a visão de um homem datado e situado, 

e com a interdisciplinaridade. 

  Desta  forma,  a  interrelação  harmoniosa  das  dimensões  acima  citadas 

possibilitará, juntamente com o interesse, motivação e curiosidade do professor e do 

aluno, uma possível melhoria nas relações de ensino e aprendizagem na educação. 

 

12.1.3 Currículo da EJA 

 

  Retoma‐se  aqui  o  entendimento  de  currículo  oferecido  pela  Resolução 

CNE/CEB 07/2010, que postula currículo como um conjunto de valores e práticas que 

proporcionam  a  produção  e  a  socialização  de  significados  no  espaço  social  e  que 

contribuem para a construção de identidades sociais e culturais dos educandos. Este 

currículo  deve  difundir  os  valores  fundamentais  do  interesse  social,  dos  direitos  e 

deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem democrática, bem como 

considerar as condições de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento, a 

orientação  para  o  trabalho  e  a  promoção  de  práticas  educativas  formais  e  não‐

formais. 

  Com base no exposto, entende‐se que o currículo escolar deverá contemplar 

questões referentes: 

  • à autoestima dos alunos  jovens, adultos e  idosos, visando à construção da 

confiança e aliadas também à  idéia de que é preciso ouvir as opiniões dos outros e 

considerá‐las,  estando,  desta  forma,  aberto  ao  diálogo.  Daí  a  importância  da 

tematização das questões sociais, econômicas e culturais; 

  • ao meio ambiente, para a sensibilização e conscientização que todos somos 

agentes transformadores da sociedade; 

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E D U C A Ç Ã O

  • à  saúde e à qualidade de vida,  tanto no plano  individual  como  coletivo. A 

escola deve trabalhar com a capacidade de conhecer direitos e opções que possam 

proporcionar melhoria na qualidade de vida. 

  • ao propiciar atividades em que as múltiplas  formas de  linguagem,  como a 

musical,  plástica,  corporal,  dentre  outras,  possam  ser  construídas  como meio  de 

produzir, expressar e comunicar suas idéias; 

  • ao saber utilizar recursos tecnológicos da informação e da comunicação que 

são,  atualmente,  requisitos  de  inserção  social  para  todas  as  pessoas  e, 

evidentemente, para os alunos da EJA.  

  Considera‐se que só se  interioriza o que está sendo ensinado estando diante 

de um desafio, de uma motivação ou da percepção da  importância e a aplicação do 

conteúdo  em  outras  situações.  Do  contrário,  pouco  valor  se  dá  a  ele.  Esta 

compreensão  explica,  justifica  e  fundamenta  o  ensino  por  competências,  uma 

abordagem  cujo  objetivo  é  ensinar  aos  alunos  o  que  eles  precisam  aprender  para 

serem cidadãos; que saibam decidir, planejar, expor suas idéias e valorizá‐las com os 

outros, participando ativamente na sociedade em que vivem. 

  Para desenvolver habilidades e construir competências, é importante vivenciar 

experiências  com base  em projetos, propor  tarefas  complexas  e desafiadoras, que 

estimulem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá‐

los. Isso caracteriza uma pedagogia ativa, cooperativa e aberta (PERRENOUD, 2001). 

A ênfase nas competências retira o foco do trabalho pedagógico do ensino e coloca‐o 

na  aprendizagem,  o  que  pressupõe  ensinar  com  sentido  concreto  para  a  vida, 

relacionando teoria e prática, uma alimentando a outra. Demonstra‐se ao educando 

o que o conteúdo apresentado, discutido e estudado, tem a ver com a sua vida, por 

que  foi  escolhido,  qual  sua  importância  e  como  aplicá‐lo,  levando  à  verdadeira 

aprendizagem, apropriando‐se assim de conceitos e dados, domínio de habilidades e 

às capacidades adquiridas. 

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  Bernardo Toro(2005) apresenta um conjunto de competências  indispensáveis 

a qualquer cidadão para a participação produtiva no século XXI, sendo elas: 

  • domínio da leitura e da escrita; 

  • capacidade de fazer cálculos e resolver problemas; 

  • capacidade de compreender e atuar em seu meio social; 

  • capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações; 

  • capacidade para analisar criticamente os meios de comunicação; 

  • capacidade para localizar, acessar e usar melhor as informações acumuladas; 

  • capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo (TORO, 2005). 

  Para  tanto,  a  construção  de  competências  na  escola  implica  em  recorrer  a 

contextos  que  tenham  significado  para  o  aluno,  envolvendo‐o  intelectual  e 

afetivamente.  

  Contextualizar  o  ensino  significa  vincular  o  conhecimento  aos  lugares  onde 

foram produzidos e onde são aplicados, em sua vida real. Sendo assim, o princípio da 

contextualização consiste no ato de vincular o conhecimento à sua origem e à sua 

aplicação.  

  O  currículo,  segundo  orientação  do  Ministério  da  Educação  (MEC),  está 

estruturado  sobre  os  eixos  da  interdisciplinaridade  e  da  contextualização.  Esta 

concepção  vai  exigir  que  “todo  conhecimento  tenha  como  ponto  de  partida  as 

experiências do estudante, o contexto onde está  inserido e onde ele vai atuar como 

trabalhador, cidadão, um agente ativo de sua comunidade” (BRASIL, 2000). 

  A  contextualização  também  pode  ser  entendida  como  um  tipo  de 

interdisciplinaridade,  na  medida  em  que  aponta  para  o  tratamento  de  certos 

conteúdos como contexto de outros.  

  Para  entender  e  explicar  os  fenômenos  científicos  e  tecnológicos,  é  preciso 

compreender  o  conhecimento  como  um  todo,  integrado  e  interrelacionado.  Isso 

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exige  uma  intercomunicação  efetiva  entre  as  disciplinas,  o  que  define  a 

interdisciplinaridade, outro conceito‐chave para uma mudança de paradigma. 

  Segundo Fazenda  (2001), a  interdisciplinaridade  significa  tratar os conteúdos 

de  forma  integrada com as diferentes áreas do saber, com a  intenção de superar a 

fragmentação do currículo.  

 

12.1.4 Eixos Articuladores do Currículo: Cultura, Trabalho e Tempo 

 

  Os eixos cultura,  trabalho e  tempo  foram definidos a partir da concepção de 

currículo, como processo de seleção da cultura e do perfil do educando da EJA. 

  As  relações  entre  cultura,  conhecimento  e  currículo  oportunizam  uma 

proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade 

cultural  daqueles  que  fazem  parte  dessa modalidade  de  ensino,  tornando‐a mais 

próxima da realidade e garantindo sua função socializadora e antropológica. 

  No que  se  refere  à  formação humana,  a  cultura é o elemento de mediação 

entre o  indivíduo e a sociedade e, neste sentido, apresenta duplo caráter: remete o 

indivíduo à sociedade e é, também o  intermediário entre a sociedade e a formação 

do  indivíduo  (ADORNO,  1996).  É  a  cultura  do  próprio  sujeito  que  constitui  na 

verdade;  os  saberes,  os  valores  e  as  opiniões  que  o  sujeito  detém  e  traz  consigo 

quando vem para escola (BACHELARD, 1996, p.18). 

  A  cultura  compreende,  portanto,  “desde  a  mais  sublime  música  ou  obra 

literária até as  formas de destruir‐se a si mesmo e as  técnicas de  tortura, a arte, a 

ciência,  a  linguagem,  os  costumes,  os  hábitos  de  vida,  os  sistemas  morais,  as 

instituições sociais, as crenças e as formas de trabalhar.” (SACRISTÁN, 2001, p. 105). 

  Se a cultura compreende toda a produção humana, inclui também o trabalho e 

todas  as  relações  que  ele  perpassa.  A  compreensão  de  que  o  educando  da  EJA 

relaciona‐se  com  o mundo  do  trabalho  e  que  através  deste  busca melhorar  a  sua 

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qualidade de vida, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre 

a  função do  trabalho na vida humana. Porém, a ênfase no  trabalho como princípio 

educativo  não  deve  ser  reduzida  à  preocupação  em  preparar  o  trabalhador  para 

atender às demandas do mercado de  trabalho nem apenas destacar as dimensões 

relativas à produção e às suas transformações técnicas (ARROYO, 2001). 

  Neste  sentido,  verifica‐se que  as  relações entre educação, escola e  trabalho 

situam‐se em uma perspectiva mais ampla, pois sabe‐se que o aluno, ao retornar aos 

bancos  escolares,  vem  em busca de uma  certificação, para,  justamente,  atender  a 

uma  exigência  do mundo  do  trabalho.  Porém,  cada  indivíduo  que  procura  a  EJA 

apresenta um tempo social e um tempo escolar vivido, o que  implica a necessidade 

de  reorganização  curricular,  dos  tempos  e  dos  espaços  escolares,  que  valorize  os 

diferentes  tempos  necessários  à  aprendizagem  dessa  clientela,  considerando  seus 

saberes prévios e do mundo do trabalho. 

  A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico, o 

tempo  vivido  e  o  tempo  pedagógico.  O  primeiro  está  relacionado  ao  calendário 

escolar  organizado  em  dias  letivos,  horas/aula,  trimestres/bi,  que  organizam  e 

controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo diz respeito ao tempo vivido pelo 

professor  nas  suas  experiências  pedagógicas,  nos  cursos  de  formação,  na  ação 

docente  propriamente  dita,  bem  como  o  tempo  vivido  pelos  educandos  nas 

experiências  sociais e escolares. O último  compreende o  tempo que a organização 

escolar  destina  para  a  escolarização  e  socialização  do  conhecimento.  Ainda,  há  o 

tempo que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e externos 

exigidos pelo processo educativo (DC/EJA, 2005, p. 42). 

  Na  escola,  a  organização  dos  tempos  está  articulada  aos  espaços  escolares 

preenchidos pelos educandos em toda a ação educativa, interferindo diretamente na 

formação  dos  mesmos,  seja  para  adequar  ou  para  produzir  outras  práticas  de 

significação.  Ao  gerar  tais  práticas,  “a  escola  deve  estar  atenta  às  dinâmicas  das 

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relações  sociais para democratizar o  saber, a cultura e o conhecimento, bem como 

conduzir  o  educando  a  aprender  o  significado  social  e  cultural  dos  símbolos 

construídos,  tais  como  as  palavras,  as  ciências,  as  artes,  os  valores,  dotados  da 

capacidade de propiciar‐nos meios de orientação, de comunicação e de participação” 

(ARROYO, 2001, p. 144). 

  Assim,  entende‐se  que  cultura  e  conhecimento  são  produzidos  nas  e  pelas 

relações sociais. Portanto, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações. De 

acordo  com  Silva  (2000a,  p.  13),  o  currículo,  tal  como  a  cultura,  é  compreendido 

como prática de significação e, como  tal, vinculado à prática produtiva, às  relações 

sociais e de poder; enfim, uma prática que produz identidades sociais. 

  O Parecer CNE/ CEB 7 de abril de 2010, que  institui as Diretrizes Curriculares 

Nacionais Gerais para a Educação Básica, salienta, no capítulo II, Seção I, Art. 2, que 

os  cursos de  EJA, preferencialmente, devem  ter  a  Educação  Profissional  articulada 

com a Educação Básica e pautar‐se pela  flexibilidade,  tanto de currículo quanto de 

tempo e espaço, para que seja(m): 

  I – rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de 

modo a permitir percursos  individualizados e conteúdos significativos para  jovens e 

adultos; 

  II  –  providos  o  suporte  e  a  atenção  individuais  às  diferentes  necessidades 

individuais  dos  estudantes  no  processo  de  aprendizagem,  mediante  atividades 

diversificadas; 

  III – valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, 

recreativas  e  esportivas,  geradoras  de  enriquecimento  do  percurso  formativo  dos 

estudantes; 

  IV – desenvolvida a agregação de competências para o trabalho; 

  V  –  promovida  a  motivação  e  a  orientação  permanente  dos  estudantes, 

visando a maior participação nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho; 

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  VI  –  realizada,  sistematicamente,  a  formação  continuada,  destinada, 

especificamente, aos educadores de jovens e adultos.  

  Nesse sentido, pensar currículo para a EJA diz respeito à ampliação da noção 

para  fora das práticas escolares,  incorporando a  ideia de que a vida  cotidiana  tem 

seus  próprios  currículos,  expressos  nos  processos  sociais  de  aprendizagem  que 

permeia todo o nosso estar no mundo e que nos constitui (OLIVEIRA, 2004, p. 9).  

 

12.2 EDUCAÇÃO DO CAMPO 

 

12.2.1 Identidade e Objetivos 

 

  A educação no campo tem características e necessidades próprias para o aluno 

em  seu  espaço  cultural,  sem  abrir  mão  de  sua  pluralidade  como  fonte  de 

conhecimento em diversas áreas. 

  Nas Diretrizes Operacionais para a educação do campo define‐se a identidade 

e as ações para concretizar esta identidade. 

  A  identidade da Escola do Campo é definida pela sua vinculação às questões 

inerentes  à  sua  realidade.  Ancora‐se  na  temporalidade  e  saberes  próprios  dos 

estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia 

disponível  na  sociedade  e  nos  movimentos  sociais  em  defesa  de  projetos  que 

associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva 

no País. 

  O grande desafio que se apresenta, atualmente, ao meio rural de Santa Maria 

consiste  em  vincular  a  educação  a  um  projeto  de  desenvolvimento,  incluindo  a 

comunidade, como sujeito da construção de novas alternativas, baseadas na  justiça 

social e na diminuição das desigualdades. Neste sentido, apresentamos as seguintes 

Diretrizes  construídas  coletivamente,  por  gestores  e  professores  que  compõem  as 

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Escolas do Campo, para a construção de uma Escola que contemple a  realidade do 

município.  

 

12.2.2 Dimensões da Educação do Campo 

 

  O campo não é atraso, é história vivida. A escola do campo é pensada para que 

seja viva e interaja com o lugar e seus sujeitos. Para que a escola do campo seja viva, 

ela deve  ser  construída por  sua  comunidade, pensada para  ajudar no processo de 

desenvolvimento  social,  para manter  a  cultura,  a  raiz  e  a  história  daquele  lugar 

(ARROYO, 2004).  

  A Escola do Campo, tanto quanto outras modalidades do Ensino Fundamental, 

constitui um espaço no qual se ressignifica e se recria a cultura herdada e, diferente 

de outras realidades, apresenta, também neste espaço, a oportunidade de convívio 

social e de  socialização. Deve‐se  valorizar a  cultura da  zona  rural, pertencente aos 

distritos  do  Município,  onde  estas  escolas  estão  inseridas,  respeitando  suas 

multidimensionalidades e incorporando um olhar privilegiado no que diz respeito ao 

currículo. 

  Para tanto tem‐se como princípios: 

  • educação para a transformação social;  

  • educação voltada para as várias dimensões da pessoa humana;  

  • valorização dos diferentes saberes nos processos educativos; 

  • a diversidade de espaços e tempos educativos; 

  • vivência de processos democráticos e participativos; 

  • educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável; 

  • educação para o trabalho e a cooperação. 

 

 

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12.2.3 O Currículo da Educação do Campo 

 

   O  currículo  configura‐se  como  o  conjunto  de  valores  e  práticas  que 

proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribui 

intensamente para  a  construção das  identidades  socioculturais dos educandos.  Tal 

currículo precisa  ir além dos  tradicionais conteúdos programáticos, como  forma de 

contemplar a diversidade sociocultural dos alunos, ampliando o processo de inclusão; 

também se constitui como forma de acompanhar o movimento contraditório que se 

opera no âmbito da sociedade e do cotidiano das pessoas.  Isso não significa que os 

conteúdos  historicamente  sistematizados  percam  sua  centralidade  no  processo 

pedagógico, uma vez que a apreensão e o domínio da ciência é função inquestionável 

da escola. 

  O currículo  se apresenta como experiências escolares que  se desdobram em 

torno  do  conhecimento,  permeadas  pelas  relações  sociais,  articulando  vivências  e 

saberes  dos  estudantes  com  os  conhecimentos  historicamente  acumulados  e 

constroem as identidades dos educandos. Art. 13, Parecer 04/2010). 

  A escola do campo deve apresentar, no currículo, elementos que contribuam 

para o aprendizado e  valorizem os  saberes  sociais do  lugar em que a mesma está 

inserida, conforme prevê a LDBEN. Segundo Arroyo (2004, p. 34) “(...) uma escola do 

campo não precisa  ser uma escola agrícola, mas  será necessariamente uma escola 

vinculada à cultura que se produz, através de relações sociais mediadas pelo trabalho 

na terra.” 

  Assim  sendo,  na  estruturação  do  currículo  das  Escolas  do  Campo  são 

contemplados  conteúdos  que  representam  os  valores  culturais,  artísticos  e 

ambientais da região em que está inserida, assim como o calendário escolar que deve 

ser relevante, considerando as manifestações da cultura local.  

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  A  formação básica do  cidadão deve estar  relacionada  com a  realidade  local, 

com as necessidades dos alunos,  com as  características  regionais da  sociedade, da 

cultura  e  da economia,  perpassando  todo  o  currículo.  Seus  conteúdos  seguem  a 

legislação  vigente,  tanto  na  educação  infantil  como  no  Ensino  Fundamental  ou  na 

modalidade EJA.  

 

12.3 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 

 

   A Educação Profissional e Tecnológica, em  termos universais e no Brasil, em 

particular, reveste‐se cada vez mais de importância, como elemento estratégico para 

a construção da cidadania e para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na 

sociedade  contemporânea,  plena  de  grandes  transformações  e  marcadamente 

tecnológica. 

  De acordo com a LDBEN Nº 9.39,4 de 20 de Dezembro de 1996, titulo I, Art. 1º, 

a educação abrange “os processos  formativos que se desenvolvem na vida  familiar, 

na  convivência  humana,  no  trabalho,  nas  instituições  da  sociedade  civil  e  nas 

manifestações  culturais”.  Salienta  também,  no  titulo  II,  Art.  2º,  a  educação  como 

“dever da  família e do Estado,  inspirada nos princípios de  liberdade e nos  ideais de 

solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, 

seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.  

  O compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma 

educação profissionalizante voltada para as novas  tecnologias, atendendo não só o 

mercado de trabalho do município, como também tornando os educandos cidadãos 

voltados para a realidade social, seus direitos e responsabilidades em relação à vida 

pessoal e coletiva.  

  O momento  atual  nos  faz  refletir  sobre  a  grande  importância  da  Educação 

Profissional para nossa comunidade, pois se sabe que a escolarização da maioria das 

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E D U C A Ç Ã O

pessoas  ocorre  apenas  até  o  fundamental  e, muitas  vezes,  de  forma  incompleta, 

dificultando, assim, o ingresso ao mercado de trabalho. 

  Desta forma, a Educação Profissional, atualmente, constitui um caminho eficaz 

na  busca  de melhores  condições  de  vida,  oferecendo mão  de  obra  qualificada  ao 

mercado de  trabalho, diminuindo os  índices de desemprego, através do  resgate da 

cidadania para a população de nosso município. 

 

12.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL 

 

12.4.1 Dimensões e Objetivos 

 

  O movimento mundial  pela  inclusão  é  uma  ação  política,  cultural,  social  e 

pedagógica,  desencadeada  em  defesa  do  direito  de  todos  os  alunos 

estarem/interagirem  juntos,  aprendendo  e  participando,  sem  nenhum  tipo  de 

discriminação.  

  Como  paradigma  educacional  fundamentado  na  concepção  de  direitos 

humanos, tem por princípios: 

  • conjugar igualdade e diferença como valores indissociáveis; 

  • valorizar a ideia de equidade formal; 

  •  assegurar  o  acesso  e  permanência  dos  alunos  nas  escolas  regulares,  com 

trabalhos  conjugados  entre  professores  do  ensino  regular  e  de  educação  especial, 

que oferecerá suportes necessários para sua efetivação;   

  •  garantir  o  Atendimento  Educacional  Especializado,  com  o  pressuposto  de 

identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade, que elimine 

as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades 

específicas. 

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E D U C A Ç Ã O

  A  Inclusão  reflete  a  (re)significação das  instituições de  ensino  em  atender  a 

todos os alunos, sem qualquer tipo de segregação, ou seja, de exclusão, o que denota 

edificar  escolas  que  acolham  cada  um,  independentemente  de  suas  condições  de 

deficiência ou não.  

  A educação  inclusiva constitui um desafio, no sentido de tornar a escola mais 

dinâmica, compreensiva e acolhedora, que qualifique  todos os alunos e, ao mesmo 

tempo, (re)conheça as diferenças  individuais, como um valor a ser  levado em conta 

no desenvolvimento e na materialização dos processos de ensino e aprendizagem.  

  Neste  sentido, quando  se  trata de uma escola  inclusiva, em observância aos 

pressupostos e exigências da Educação Especial, é preciso adaptar‐se à diversidade 

de características, capacidades e motivações dos alunos, a fim de responder às suas 

necessidades  educacionais,  para  que  progridam  no  processo  de  desenvolvimento 

com  igualdade  de  condições.  Assim,  tem  como  objetivo  principal  consolidar  a 

construção e estruturação de um processo pedagógico, plural e igualitário, no sentido 

de  assegurar  o  direito  às  idiossincrasias,  respeitar  os  projetos  individuais  de 

existência, bem como atender e valorizar os distintos saberes e capacidades da cada 

um.  

  A Educação Especial é organizada prevendo o ensino de alunos público alvo, 

assegurando:  

  • o acesso, participação e aprendizagem nas classes comuns do ensino regular; 

  • a ampliação do atendimento educacional especializado em todas as escolas;  

  • a continuidade de estudos e acesso aos níveis mais elevados de ensino;  

  •  a  promoção  de  acessibilidade  arquitetônica  nas  comunicações  e 

informações, nos mobiliários, equipamentos e nos transportes; 

  •  a  formação  continuada  dos  professores  de  educação  especial  para  o 

Atendimento Educacional Especializado, entre outras possibilidades formativas;  

  • a formação continuada aos demais profissionais da educação;  

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E D U C A Ç Ã O

  • a transversalidade da modalidade de Educação Especial na Educação Infantil, 

Ensino  Fundamental,  Ensino  do  Campo,  Educação  de  Jovens  e  Adultos  e 

Profissionalizante; 

  • a  garantia de  continuidade dos estudos, por meio de encaminhamentos à 

modalidade  de  Educação  de  Jovens  e  Adultos,  considerando  a  idade,  as 

características e os interesses dos alunos; 

 

12.4.2 Público Alvo da Educação Especial Atendidos no AEE 

 

  De  acordo  com  o  Decreto  nº  6.571/2008,  que  instituiu  as  Diretrizes 

Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na 

Educação Básica, considera‐se público‐alvo do AEE: 

  • alunos com deficiência: aqueles que têm  impedimentos de  longo prazo, de 

natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas 

barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 

de condições com as demais pessoas; 

  •  alunos  com  transtornos  globais  do  desenvolvimento:  aqueles  que 

apresentam  um  quadro  de  alterações  no  desenvolvimento  neuropsicomotor, 

comprometimento  nas  relações  sociais,  na  comunicação  ou  estereotipias motoras. 

Incluem‐se  nessa  definição  alunos  com  autismo  clássico,  síndrome  de  Asperger, 

síndrome  de  Rett,  transtorno  desintegrativo  da  infância  (psicoses)  e  transtornos 

invasivos sem outra especificação; 

  •  alunos  com  altas  habilidades/superdotação:  aqueles  que  apresentam  um 

potencial elevado e grande envolvimento  com as áreas do  conhecimento humano, 

isoladas  ou  combinadas:  intelectual,  acadêmica,  liderança,  psicomotora,  artes  e 

criatividade. 

 

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12.4.3  Avaliação  dos  Alunos  para  o  Acesso  ao  Atendimento  Educacional 

Especializado1  

 

  O  modelo  proposto  para  a  identificação  das  necessidades  educacionais 

especiais descentra‐se do aluno, como o único foco de análise, pois se baseia numa 

concepção  interativa e contextualizada de  seu desenvolvimento e aprendizagem. A 

avaliação estende‐se, portanto, aos diversos âmbitos e dimensões presentes no seu 

processo de educação,  com ênfase para a escola, examinados em  suas múltiplas e 

complexas (inter)relações. 

  Neste contexto, deve ser considerada como prioritária a avaliação educacional 

ou  pedagógica,  realizada  pelo  professor  de  educação  especial.  Como  avaliação 

complementar,  utilizam‐se  os  diagnósticos  clínicos  feitos  por  profissionais 

habilitados,  que  também  serão  considerados  como  parceiros,  durante  todo  o 

processo de escolarização e do Atendimento Educacional Especializado. 

  Destaca‐se  que  os  laudos/pareceres  clínicos  não  devem  ser  considerados 

como  determinantes  para  o  processo  de  desenvolvimento  da  aprendizagem  dos 

alunos na escola.  

  Assim  sendo,  a  avaliação  dos  alunos  para  o  acesso  ao  Atendimento 

Educacional Especializado deve ser realizada pelo professor de educação especial, por 

meio de um estudo de caso, que possibilite reconhecer as características pessoais e o 

desenvolvimento  do  aluno,  construindo  diferentes  estratégias  pedagógicas  para 

sustentação da inclusão escolar.  

  O estudo de caso poderá se configurar por meio de: 

  • entrevista  ‐  inúmeras são as “fontes” para as entrevistas, além da  familiar, 

sendo  elas  professores,  gestores  da  escola,  funcionários  e  os  próprios  alunos.  As 

entrevistas podem ser dirigidas ou não, sempre seguidas de registro;  1 Item construído a partir do subsídio “Saberes e Práticas da Inclusão: Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais (2006).

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  • pareceres clínicos de outros profissionais; 

  •  avaliação  inicial  do  aluno:  em  que  se  considere  as  suas  capacidades  e 

habilidades,  bem  como  as  necessidades  específicas  que  justifiquem  o  acesso  ao 

Atendimento Educacional Especializado; 

  • observação: para a coleta de informação e de análise dos dados do contexto 

educacional escolar; 

  •  análise  da  produção  escolar  dos  alunos:  usando‐se  como  fontes  seus 

cadernos,  folhas de exercícios, desenhos e outros  trabalhos que  realiza em  sala de 

aula,  sem  perder  de  vista  a  necessidade  de  contextualizá‐los.  No  caso  deste 

documento, o objetivo da avaliação dos alunos não visa que as  informações obtidas 

sirvam  para  classificá‐los  neste  ou  naquele  grupo,  segundo  as  limitações  que  os 

colocam  em  desvantagem.  Busca‐se  identificar  suas  necessidades  educacionais 

especiais, suas  facilidades na aprendizagem e suas dificuldades gerais e específicas, 

que se manifestam no processo educativo. 

  Destaca‐se  que  as  informações  colhidas  ao  longo  do  processo,  sejam  as 

referentes  às  avaliações,  sejam  as  decorrentes  delas  e  que  redirecionam  as  ações 

pedagógicas, devem ser guardadas convenientemente, dentre outras razões, por se 

constituírem  em  inestimável  material  para  estudos  e  pesquisas  acerca  dos 

instrumentos  e  procedimentos  utilizados,  além  de  permitirem  acompanhar  os 

progressos obtidos. 

 

12.4.4 Elaboração do Plano do AEE 

 

  O Plano de AEE visa elaborar ações que venham atender as necessidades do 

aluno público alvo da educação especial, pois proporciona o acesso ao ambiente e a 

conhecimentos, de forma a garantir, com autonomia, a promoção, a permanência e a 

participação na escola regular. 

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  Para a elaboração do Plano de AEE, o educador especial deve assegurar: 

  • estudo de caso do aluno em evidência; 

  • os objetivos a serem atingidos pelo aluno; 

  • organização do atendimento: 

  1. Período de atendimento (semanal, mensal, bimestral, trimestral outros); 

  2. Frequência (número de vezes por semana); 

  3. Tempo de atendimento (em horas ou minutos); 

  4. Composição do atendimento: ( ) individual ( ) coletivo; 

  •  a  identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas do 

aluno; 

  • atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aluno; 

  • a definição e a organização de estratégias, serviços, recursos pedagógicos e 

de acessibilidade para o aluno; 

  •  tipos  de  parcerias  necessárias  para  aprimoramento  do  atendimento  e 

da produção de materiais e outras ações; 

  •  quais  profissionais  da  escola  receberão  orientação  do  professor  de 

AEE sobre serviços e recursos oferecidos para o desenvolvimento do aluno; 

  • avaliação da funcionalidade do plano durante sua execução; 

  • o registro do plano deve ser  feito em  ficha de acompanhamento do aluno, 

ficando assegurado à família deste aluno os procedimentos adotados; 

  •  avaliação  do  aluno,  constando  as  mudanças  observadas  em  relação  ao 

aprendizado no contexto escolar e entorno; 

  • outras ações. 

 

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12.4.5 Autorização e Funcionamento da Sala de Recurso Multifuncional e do AEE 

 

  A autorização de funcionamento é o ato pelo qual o órgão próprio do sistema 

de ensino permite o funcionamento da sala de recurso multifuncional e a oferta do 

AEE, enquanto atendidas as disposições legais vigentes. 

  É  de  competência  do  Conselho  Municipal  de  Educação  a  autorização  do 

funcionamento da sala de recurso multifuncional e do AEE. Deste modo, o gestor da 

unidade  de  ensino  deverá  protocolar,  na  Secretaria  de  Educação,  requerimento 

solicitando a autorização de funcionamento. 

  Para autorização serão considerados os seguintes parâmetros: 

  • espaço físico adequado; 

  • instalação e uso adequado dos equipamentos e mobiliários; 

  • os planos de AEE; 

  • horários de atendimento dos alunos; 

  •  se os  recursos enviados pelo MEC/FNDE, que  compõem estas  salas, estão 

todos neste espaço; 

  • inserção do AEE no Projeto Político‐Pedagógico e Regimento Escolar; 

  • outros. 

  Enfim,  nesta  perspectiva,  todos  aqueles  envolvidos  com  a  educação  devem 

compreender  que  os  espaços  educacionais  são  constituídos  por  diferentes  alunos, 

que aprendem de diferentes maneiras. Logo,  se  faz necessário a  interrelação entre 

escola  regular,  família e AEE, consolidando o processo de  inclusão com  respeito às 

diferenças. 

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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

 

ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos de pós‐graduação: noções e práticas. 5. ed.São Paulo: Atlas, 2002.  ANTUNES,C. Novas maneiras de ensinar, novas maneiras de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2005.  ARROYO, Miguel Gonzáles.  Trabalho:  educação  e  teoria pedagógica.  In:  FRIGOTTO, Gaudêncio  (Org.). Educação e crise do  trabalho: perspectivas de  final de  século. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 138‐165.  _____.  Imagens  quebradas:  trajetórias  e  tempos  de  alunos  e mestres.  Petrópolis: Editora Vozes, 2004.  _____. Ofício de Mestre:  imagens e auto‐imagens. 8. ed., Petrópolis: Editora Vozes, 2005.  _____. A educação de jovens e adultos em tempos de exclusão. 2007.  _____.  Indagações  sobre  currículo:  educandos  e  educadores:  seus  direitos  e  o currículo.  Brasília:  Ministério  da  Educação,  Secretaria  de  Educação  Básica,  2007. Disponível  em:  <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag2.pdf>. Acesso em 02.out.2010.  ARROYO, Miguel: FERNANDES, Bernardo M. A educação básica e o movimento social do  campo.  Brasília, DF: Articulação Nacional  por  uma  Educação  Básica  do  Campo, 1999. v. 2  BATISTA, Maria  Cristina  Abranches; MANTOAN, Maria  Teresa  Egler.  Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Mental. Brasília. MEC, SEESP, 2005.  BEAUCHAMP,  Jeanete;  PAGEL,  Sandra  Denise;  NASCIMENTO,  Arcélia  Ribeiro  do. (Orgs.) Ensino  fundamental de nove anos: orientações para  inclusão da criança de seis anos de  idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.  BELONNI, M. L. Educação a Distância. Campinas/SP: Autores Associados, 1999.  

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E D U C A Ç Ã O

BENJAMIN,  César;  CALDART,  Roseli  Salete.  Projeto  popular  e  escolas  do  campo. Brasília: Articulação Nacional por uma educação básica no campo. 2000. Coleção por uma educação básica no campo, n. 3.  BORBA,  Ângela  Meyer;  GOULART,  Cecília.  As  diversas  expressões  e  o desenvolvimento  da  criança  na  escola.  In:  BEAUCHAMP,  Jeanete;  PAGEL,  Sandra Denise; NASCIMENTO, Arcélia Ribeiro do (Orgs.), Ensino fundamental de nove anos: orientações  para  inclusão  da  criança  de  seis  anos  de  idade. Brasília: Ministério  da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.  BRANDÃO, Zaia et alii. Evasão e repetência no Brasil: a escola em questão. 2. ed. Rio de Janeiro: Dois pontos, 1983.  BRASIL. CNE, CEB. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil: parecer nº 22\98, aprovado em 17 de dezembro de 1998.  ____. _____. Diretrizes curriculares nacionais da educação infantil: resolução nº 01, aprovada em 07\04\1999.  _____. Constituição da República Federativa do Brasil: Lei Federal de 05\10\1988. Brasília: Senado Federal,2000.  _____.  Diretrizes  curriculares  nacionais  da  educação  infantil.  Resolução  nº  05, aprovada em 17\12\2009.  _____.  MEC,  SEF,  Política  nacional  de  educação  infantil.  Brasília: MEC\SEF\DPEF\COEDI, 1994a.  _____. _____. Padrões de Infraestrutura para as instituições de educação infantil e parâmetros de qualidade para a educação infantil. Brasília: MEC\SEF.  _____. Resolução nº 03/05 do CNE/CEB.  _____. Lei Federal 8.069/1990: Estatuto da Criança e do Adolescente.   _____. Resolução nº 02/1999 do CNE/CEB.  _____.  Referencial  curricular  nacional  para  educação  infantil.  Brasília:  MEC/SEF, 1999b.  

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_____. Ministério da Educação.  Secretaria de Educação  Fundamental. Educação de Jovens  e Adultos. Programa de desenvolvimento profissional  continuado. Brasília, 1999.  _____. Ministério  da  Educação.  Secretaria  de  Educação  Básica.  Indagações  sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília, 2007.  _____. Proposta curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5.ª a 8.ª série. v. 3. Introdução. 2002.  _____. Parecer CEB n.º 11, de 10 de maio de 2000: diretrizes curriculares nacionais para  a  educação  de  jovens  e  adultos.  Brasília;  Conselho  Nacional  de  Educação. Câmara de Educação Básica, 2000.  _____. Ministério da educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n°  9.394/96,  de  20  de  dezembro  de  1996:  Estabelece  as  diretrizes  da  educação nacional.  Brasília:  Presidência  da  República,  Casa  Civil,  Sub‐Chefia  para  Assuntos Jurídicos, 1996.  _____. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001: aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Sub‐Chefia para Assuntos Jurídicos, 2001.  _____. Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005: altera os artigos 6o, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o  início do ensino fundamental aos seis anos de idade. 2005.  _____. Lei n° 11.274, de 06, de fevereiro de 2006: altera a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases  da  educação  nacional,  dispondo  sobre  a  duração  de  9  (nove)  anos  para  o ensino  fundamental,  com matrícula obrigatória a partir dos 6  (seis) anos de  idade. Brasília.  Presidência  da  República,  Casa  Civil,  Sub‐Chefia  para  Assuntos  Jurídicos, 2006.  _____.  Parecer  CNE/CEB  n°  4,  de  29  de  janeiro  de  1998:  diretrizes  curriculares nacionais  para  o  ensino  fundamental.  Brasília:  Conselho  Nacional  de  Educação. Câmara de Educação Básica, 1998.  _____. Parecer CNE/CEB n° 6, de 08 de junho de 2005: reexame do Parecer CNE/CEB n°  24/2004,  que  visa  o  estabelecimento  de  normas  para  a  ampliação  do  Ensino 

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Fundamental para nove anos de duração. Brasília, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2005.  _____.  Parecer  CNE/CEB  n°  18,  de  15  de  setembro  de  2005:  orientações  para matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental obrigatório, em atendimento à Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005, que altera os arts. 6°, 32 e 87 da Lei  n°  9.394/1996.  Brasília,  Conselho  Nacional  de  Educação.  Câmara  de  Educação Básica, 2005.  _____. Parecer CNE/CEB n° 39, de 08 de agosto de 2006: consulta  sobre  situações relativas  à  matrícula  de  crianças  de  seis  anos  no  Ensino  Fundamental.  Brasília, Câmara de Educação Básica, 2006.  _____. Parecer CNE/CEB n° 45, de 07 de dezembro de 2006:  consulta  referente  à interpretação da Lei Federal nº 11.274, de 6/2/2006, que amplia a duração do Ensino Fundamental para nove  anos, e quanto  à  forma de  trabalhar nas  séries  iniciais do Ensino Fundamental. Brasília: Câmara de Educação Básica, 2006.  _____.  Parecer  CNE/CEB  n°  2,  de  30  de  janeiro  de  2008:  formação  e  atuação  de docentes  na  organização  pedagógica  do  Ensino  Fundamental.  Brasília:  Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008.  _____. Parecer CNE/CEB n° 4, de 20 de  fevereiro de 2008: orientação sobre os três anos  iniciais  do  Ensino  Fundamental  de  nove  anos.  Brasília:  Conselho Nacional  de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008.  _____. Parecer CNE/CEB n° 16, de 6 de agosto de 2008: regulamentação dos termos “efetivo trabalho escolar” e “efetivo trabalho educativo”. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2008.  _____.  Resolução  CNE/CEB  n°  2,  de  03  de  agosto  de  1998:  institui  as  diretrizes curriculares  nacionais  para  o  Ensino  Fundamental.  Brasília:  Conselho  Nacional  de Educação. Câmara de Educação Básica, 1998.  _____. Resolução CNE/CEB n° 2, de 07 de  abril de 2005: define normas nacionais para  a  ampliação  do  Ensino  Fundamental  para  nove  anos  de  duração.  Brasília: Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica, 2005.  

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_____. Resolução CME/CEB n° 20, de 10 de maio de 2006: diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental – 9 anos no Sistema Municipal de Ensino. Brasília: Conselho Municipal de Educação de Santa Maria, 2006.  _____.  Resolução  CME/CEB  n°  25,  de  07  de  maio  de  2008:  Ações  Pedagógicas Integradas  desenvolvidas  nas  Escolas Municipais  como  integrantes  do  Regimento Escolar, Projeto Político‐Pedagógico e Planos de Estudos. Brasília, 2008.  _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.  _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota Técnica nº 19, Brasília: MEC/SEESP, 2010.  _____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº 6.571, de 17 de Setembro de 2008.  CORTEZ, M. P.  Economia  solidária  e  educação de  jovens  e  adultos. Brasília:  INEP, 2005.  DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo; SILVA, Alessandra da; LIMA, Cristiane Vieira de Paiva. Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007.  DAVIDOV, Vasili, MARKOVA, A. El desarrollo del pensamiento en  la edad escolar.  In DAVIDOV,  V.,  SHUARE, Marta  (Orgs.).  La  psicologia  evolutiva  y  pedagógica  en  la URSS: antologia. Moscou: Editorial Progreso, 1987.  DELORS,  Jacques.  Educação:  um  tesouro  a  descobrir:  Relatório  para  a UNESCO  da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez, 1998.  DEMO,P. Ciência, Ideologia e Poder. São Paulo:Atlas, 1988  _____. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2000.  DIÁRIO DE SANTA MARIA. Encarte Especial: 150 anos de Emancipação do Município de Santa Maria: A rede Municipal. p. 12.  ELIAS,  Marisa  Del  Cioppo:  Célestin  Freinet:  uma  pedagogia  de  atividade  e cooperação. Petrópolis: Vozes, 1997 

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 ESTEBAN, Maria Teresa  (Org.) Avaliação: uma prática em busca de novos  sentidos. Rio de Janeiro: DP&A,1999.  FÁVERO, Eugênia Augusta Gonzaga; PANTOJA,  Luisa de Marillac; MANTOAN, Maria Teresa Egler. Atendimento Educacional Especializado: aspectos legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC / SEESP, 2007. FAZENDA,  Ivani.  Conversando  sobre  interdisciplinaridade  a  distância.  São  Paulo, 2010.  FERNANDES, Ceura. A Vida de Agueda Brazzale Leal. Santa Maria: Publicação da Lei do livro, 2011.  FERNANDES,  Cláudia  Oliveira.  Indagações  sobre  currículo:  currículo  e  avaliação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag5.pdf>.   FERNANDES, Gleison. Âmbito e significado das diretrizes curriculares nacionais para o  ensino médio deliberadas pelo Conselho Nacional de  Educação. Disponível  em: <http://www.gleisinho.palestras.com.br>. Acesso em: 04.jun.2010.  FREIRE,  Madalena  (Coord.)  Observação,  registro  e  reflexão.  São  Paulo:  Editora Espaço Pedagógico, 1994.  FREIRE,  Paulo.  Conscientização:  teoria  e  prática  da  libertação.  São  Paulo, Moraes, 1980.  _____. Pedagogia do oprimido. 21ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.  _____. Pedagogia do oprimido. São Paulo, Paz e Terra, 1996.  _____. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 6.ed. São Paulo, Paz e Terra, 1999.  _____. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.   _____. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 2001.  

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E D U C A Ç Ã O

_____. Educação e mudança. 30 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.  _____.  A  educação  na  cidade.  Petrópolis:  Editora  Vozes,  1999.  Disponível  em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001313/131359por.pdf>.  Acesso  em: 11.nov.2008.   FURTADO, Eliane Dayse Pontes. Estudo sobre a educação para a população rural no Brasil. 2006.   FERREIRA,  N.  S.  C.  Gestão  educacional  e  organização  do  trabalho  pedagógico. Curitiba: IESDE, 2009.  GADOTTI, M. Educação de Jovens e Adultos: correntes e tendências. In: GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. (Orgs.). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. 3. ed. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 2001.  GOMES,  Nilma  Lino.  Indagações  sobre  currículo:  diversidade  e  currículo.  Brasília: Ministério  da  Educação,  Secretaria  de  Educação  Básica,  2007.  Disponível  em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf>.  HOFFMANN, J. Avaliação na pré‐escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 1996. v. 3. (Cadernos de Educação Infantil).  IRELAND,  T.  D.  et  al.  Os  desafios  da  educação  de  jovens  e  adultos:  vencer  as barreiras  da  exclusão  e  da  inclusão  tutelada.  In:  KRUPA,  S.  KOLLING,  Edgar  Jorge (org.). Por uma educação básica no campo. Brasília: Universidade de Brasília, 1999.  KRAMER, S. et al. Infância e educação infantil. Campinas, SP: Papirus, 1999.  KUENER,  A.  Z.  Educação  profissional:  categorias  para  uma  nova  pedagogia  do trabalho. Boletim Técnico do SENAC, Rio de  Janeiro, v. 25, n. 2, maio/ago. 1999. p. 19‐29.  LA TAILLE,  Ives de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygostsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.  LIBÂNEO,  José Carlos. Organização  e  gestão:  teoria  e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.  

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LIMA,  Elvira  S.  Desenvolvimento  e  aprendizagem  na  escola:  aspectos  culturais, neurológicos e psicológicos. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 1998.  _____. A  criança  pequena  e  suas  linguagens.  São  Paulo:  Editora  Sobradinho  107, 2000.   _____. Memória e imaginação. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2004.  _____. Neurociências e aprendizagens. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2004.  _____. Atividades de estudo. São Paulo: Editora Sobradinho 107, 2006.  _____.  Indagações  sobre  currículo:  currículo  e  desenvolvimento  humano.  Brasília: Ministério  da  Educação,  Secretaria  de  Educação  Básica,  2007.  Disponível  em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag1.pdf>.   LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 15. Ed. São Paulo:  ______. O que é mesmo avaliar a aprendizagem? Pátio, Revista Proposta pedagógico‐curricular – Educação de Jovens e Adultos. Paraná, 2005. MEHEDFF, N. Debate.  In: FERRETTI, C. J. et al.  (Org.). Novas tecnologias, trabalho e educação:  um  debate multidisciplinar.  Petrópolis,  RJ:  Vozes,  1994. Modalidade  de Educação  de  Jovens  e  Adultos  ‐  PROEJA.  Documento  Base,  2006.  Disponível  em <http://portal.mec.gov.br/setec.> Acesso em 07.10.2008.  MANTOAN,  Maria  Teresa  Egler;  GOMES,  Adriana  Limaverde;  FERNANDES,  Anna Costa;  BATISTA,Cristina  Abranches  Mota;  FIGUEIREDO,  Rita  Vieira;  SALUSTIANO, Dorivaldo Alves. Deficiência mental. São Paulo: MEC / SEESP, 2007.  MOREIRA,  Antônio  Flávio  Barbosa.  Indagações  sobre  currículo:  currículo, conhecimento  e  cultura.  Brasília: Ministério  da  Educação,  Secretaria  de  Educação Básica,  2007.  Disponível  em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>.  MOREIRA, Marcos Antonio. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora UnB, 1999.  OLIVEIRA, M. K. Aprendizagem e desenvolvimento: um processo  sócio‐histórico. P: Scipione, 1993. Série pensamento e Ação no Magistério (21).   PAPALIA E OLDS. Implicações da psicologia no contemporâneo. In: GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima; HUNING, Simone Maria (Orgs.). Porto Alegre. EDIPUCRS (2007). 

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 PERRENOUD,  P.  Avaliação:  da  excelência  à  regulação  das  aprendizagens  –  Entre duas lógicas. Porto Alegre, Artmed, 1999.  _____. 10 novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Ed. Arte médica, 2000. PUC‐SP/UNICID, mimeo, 2001.  ______. Revista Alfabetização e Cidadania, São Paulo: RAAAB, n. 11, abr. 2001.  REDIN, E. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca! Porto Alegre: Mediação, 1998.  RIBEIRO,  V.  M. M.  (Org).  Educação  para  jovens  e  adultos.  Ensino  Fundamental: proposta curricular. 1.º Segmento. São Paulo: Ação Educativa – MEC, 2001.  ROJO,  R.  Letramentos  múltiplos,  escola  e  inclusão  social.  São  Paulo:  Parábola Editorial, 2009.  SACRISTÁN,  José  Gimeno.  A  instituição  escolar  e  a  compreensão  da  realidade:  o currículo integrado. In: SILVA, Luiz Heron et al. (Org.). Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. p.58‐73.  SACRISTÁN,  J. Gimeno  e GOMEZ, A.  Pérez.  Compreender  e  transformar  o  ensino. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.  SÁ,  Elizabet  Dias  de;  CAMPOS,  Izilda  Maria;  SILVA,  Myrian  Beatriz  Campolina, Deficiência visual. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007.  SCHIRMER,  Carolina  R;  BROWNING,  Nádia;  BERSCH,  Rita;  MACHADO,  Rosângela. Deficiência física. São Paulo: MEC/ SEESP, 2007.  SHORES,  Elizabeth  F.  [  et.  al]. Manual  de  Portifólio:  um  guia  passo  a  passo  para professores. Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.  SILVA,  Luiz  Heron  et  al.  (Org.).  Novos  mapas  culturais,  novas  perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996.  SILVA, Sonia Graça Oliveira. O perfil profissional do professor de educação  infantil (2008)  

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TORO, B. A construção do público: cidadania, democracia e participação. São Paulo: Ed. Senac, 2005.  UNESCO, Brasil. Aprender a viver juntos: será que fracassamos? Brasília: UNESCO,  UNESCO.  V  Conferência  Internacional  de  Educação  de  Adultos.  Declaração  de Hamburgo. Hamburgo, Alemanha, jul. 1997.   VENTURA,  J.  P.  O  PLANFOR  e  a  educação  de  jovens  e  adultos:  a  subalternidade reiterada.  Disponível  em: <http://www.educacaoonline.pro.br/art_o_planfor_e_a_educacao.asp>.  Acesso  em: 26.ago.2008.  VIEIRA  PINTO,  Álvaro.  Sete  lições  sobre  educação  de  adultos.  São  Paulo:  Cortez, 1989.   VEIGA, I.A.P. Escola: espaço do projeto político‐pedagógico. Campinas: Papirus, 1998  _____.  Projeto  político‐pedagógico:  novas  trilhas  para  a  escola.  In:  VEIGA,  I.P.A.; FONSECA, M. (Org.). Dimensões do projeto político‐pedagógico: novos desafios para a escola. Campinas: Papirus, 2001.  VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.   WEBER, Beatriz Teixeira; RIBEIRO José Iran. Nova história de Santa Maria. Publicação da Lei do Livro, 2010.  ZABALA  Antonio.  Trabalhando  conteúdos  procedimentais  na  sala  de  aula.  Porto Alegre: Artmed, 1998.  

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14 ANEXOS 

 

14.1 ANEXO 1 

EQUIPES PARTICIPANTES DA CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A 

EDUCAÇÃO MUNICIPAL 

 

  EQUIPE GESTORA NO PERÍODO 2006 – 2008: 

 

  PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA 

  Antônio Valdeci Oliveira de Oliveira 

 

  SECRETARIA DE MUNICÍPIO DA EDUCAÇÃO 

  Leoneide Maria de Gregori 

 

  DIRETORIA DE ENSINO 

  Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin 

 

  EIXO DA INCLUSÃO 

  Marizete Almeida Müller 

  Valquirea Monteblanco Villagran 

 

  EIXO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 

  Sonia Maria Gonçalves da Silva 

  Daisy Mari Braz Ramos 

 

  EIXO DO ENSINO FUNDAMENTAL 

  Mariella Fröner Martins 

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  EIXO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 

  ELIANE DI FRANCANI 

  EDINARA ALVES DE MOURA 

  MARIA GORETTI ROCHA FARIAS 

  VERA LUCIA MACHADO DA SILVA 

 

  GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008  

  EDUCAÇÃO INFANTIL: 

  Adriana Maria Falkembach Knacfuss 

  Adriane de Almeida Messias 

  Aldenise Greskouviak  

  Andreia Ferretti Lima  

  Carmem Hautrive  

  Claudia Madeira  

  Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin  

  Cleonice Fratton  

  Daisy Mari Braz Ramos 

  Lisiane da Cunha Rosignollo  

  Lizandra Silveira 

  Luciana Rodrigues 

  Luciana Cavalheiro  

  Mara de Oliveira  

  Marcia Regina Neves  

  Maria de Lourdes Bevilaqua 

  Mariuza Walchte Rosa  

  Marlene Luccas  

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  Nízia Maria Martins Sokolovicz 

  Silvia Bassoaldo Mór 

  Sonia Maria Gonçalves da Silva  

  Suzana Boher  

  Suzana Fagundes Beltrame  

 

   GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008  

  ENSINO FUNDAMENTAL  

  Adriana Andrigheto Ruviaro da Silva  

  Cléia Margarete Macedo da Costa Tonin 

  Dalva Rezendes Flores Marchesan  

  Eliane Aparecida Galvão dos Santos 

  Elizabeth Dalla Lana Pinto 

  Eunice Pereira Azenha 

  Ieda Moraes Strukis 

  Isabel Cristina Silva de Oliveira 

  Izabel Cristina Uaska Heep 

  Leda Dias Dezorzi 

  Lila Maria Malcorra Araújo 

  Luciane Schlottfeldt 

  Mariella Fröner Martins 

  Roselaine Oliveira Dal Ponte 

  Silvia Batistélla Guerra 

  Silvia Pagel Luiz 

  Tânia Maria Camilotto Bortoluzzi  

  Vânia Teresa Meneghetti 

 

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E D U C A Ç Ã O

  GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2008 ‐ EJA 

  Allanice M. da Silva de Freitas 

  Ana Claudia Gonçalves Ribeiro 

  Ana Lúcia Lopes Corrêa 

  Anny Guindel Desconzi 

  Brígida Ferreira 

  Claudia Bassoaldo Ramos 

  Cléia Margareth Macedo da Costa Tonin 

  Edinara Alves de Moura 

  Eliane di Francani 

  Elizabete Maria Pippi 

  Elizabeth Regina Demarco 

  Eunice Maria Mussoi 

  Iara R. Pozzobon Bortoluzzi 

  Lucia Helena Miolo Rosa 

  Maira Salete Gaspartto Barin 

  Mara Regina P. da Luz 

  Marco Aurélio Lisbôa Ramos 

  Maria Adelaide Bitencourt 

  Marly Lopes Alves 

  Maria Helena Castro de Almeida 

  Maria Goretti Rocha Farias 

  Maria Helena A. Conte 

  Maria Helena B. Massoco 

  Maria Oliveira 

  Marisa dos Santos 

  Miria Margarete Nogueira 

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182 

E D U C A Ç Ã O

  Paulo Renato Alves Flores 

  Regina S. Martins 

  Régis Severo Villanova da Silva 

  Rubia Brum 

  Silvana Freitas Camargo 

  Vera Lúcia Machado da Silva 

 

  GRUPO DE SISTEMATIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE 2006 A 2011  

  EDUCAÇÃO DO CAMPO 

  Elizabete Sarturi Hundertmarck 

  Gilce Antonia Spode de Arruda 

  Marfisa Silveira Rossi 

  Genésio Pigatto Ferrari 

  Ivone Mortari da Silva 

  Ivonetti da Silva Bozza 

  Roberto de David Boemo 

  Eliane Treptow Graeff 

  Cátia Pascotini 

  Bernadete Dalla Corte 

  Adriana Ruviaro 

  Nivia Terezinha Paim Correia 

  Magda Nelci de Mello 

  Vera Jolemark 

  Nelci Palma Procópio 

  Lédia Beatriz Sanfelice 

  Artur Giovane Alves 

  Cláudia Bassoaldo 

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183 

E D U C A Ç Ã O

  Marilene Gabriel Dalla Corte 

   

  EQUIPE GESTORA DA SMED NO PERÍODO 2009: 

  PEDRO LECUEDER AGUIRRE 

  Secretario de Município da Educação – Santa Maria/RS 

  MARIA DE FÁTIMA GUERRA SANTINI 

  Secretária Adjunta de Município da Educação 

  MARILENE GABRIEL DALLA CORTE 

  Superintendente de Gestão da Educação Básica 

 

  FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO E ADEQUAÇÃO A NOVA LEGISLAÇÃO 2011:  

  EQUIPE SETOR PEDAGÓGICO DA SMED 

  ADRIANA MARIA FALKEMBACH KNACFUSS 

  ARLEI PERIPOLLI 

  CLÁUDIA BASSOALDO 

  DAISY MARI BRAZ RAMOS 

  GISELE BAUER MAHMUD 

  ISAMARA MORAIS MODESTO VARGAS 

  LIRIS MARIA DA COSTA DIEFENTHALER 

  MARIA GORETTI ROCHA FARIAS 

  MARIELLA FRONER MARTINS 

  MARIZA CARVALHO DOS SANTOS 

  NARHYON JOSE LEMOS CORREA 

  NELSON MIORIM DE MEDEIROS 

  ROSANGELA VAZ SCHULTZ 

  SILVIA MARIA PEREIRA CAMARGO 

  VERA LUCIA GUEDES SIMON 

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184 

E D U C A Ç Ã O

  PROFESSORAS QUE COLABORARAM NO ESTUDO E DISCUSSÃO DAS NOVAS  

  DIRETRIZES LEGAIS NACIONAIS 

  MIRIA MARGARETE NOGUEIRA 

  VERA MACHADO DA SILVA 

  ELIANE GALVAO 

  SOLAINE MASSIERER  

  MARA OLIVEIRA 

  TAÍS GUARESCHI 

  MARGARETH ALMEIDA 

  ROSANA COPETTI 

  DENISE MEDINA 

  MARIA DE FÁTIMA ROSA RODRIGUES 

  SANDRA SUZANA ILHA 

  RENATA CORCINI CARVALHO 

  ELIANA MENEZES DE MENEZES 

  MARA KIRINUS PIVETTA 

  VALQUÍRIA MONTEBLANCO VILAGRAN 

 

  COLABORADORES: 

  PROFª Me.CECÍLIA MEURER 

  PROFª DRª SUELI MENEZES E GRUPO DE PESQUISA GEPGE  

  CENTRO DE EDUCAÇÃO UFSM‐RS 

  PARECERISTAS LABLER/UFSM –RS: 

  PROFª.DRª. DÉSIRÉE MOTTA ROTH 

  PROFª. Me. ÂNGELA ASSIS BRASIL 

  PROFª ANELISE SCOTTI SCHERER 

  PROFª JANETE TERESINHA ARNT 

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185 

E D U C A Ç Ã O

  PROFª DRª GRACIELA R. HENDGES 

  PROFª Me. TÂNIA MOREIRA 

  PROFª NATHÁLIA CATTO 

  ACADÊMICO ELISEU ALVES DA SILVA 

  PROFª DRª LUCIANE TICKS 

  PROFª Me. CRISTINA DOS SANTOS LOVATO 

  PROFª Me. CARMEM DELEACIL RIBEIRO GAVIOLI 

  PROFª Me. ROGÉRIA LOURENÇO DOS SANTOS 

 

14.2 ANEXO2  

ENTREVISTA FAMILIAR ‐ SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO ‐ OBSERVAÇÃO 

DO ESTILO DE APRENDIZAGEM ‐ MODELO DE PLANO DE AEE  

 

MODELO DE ENTREVISTA FAMILIAR 

 

1 ‐ DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 

Nome do aluno: 

Data de Nascimento: 

Escola: 

Nome do pai: 

Nome da mãe: 

Profissão do Pai:  Profissão da Mãe: 

Endereço (rua/ nº/ cidade/bairro/ telefone) : 

Irmãos: 

Com quem reside no momento: 

2 ‐ DADOS DA GRAVIDEZ DA MÃE 

 Idade da mãe: 

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E D U C A Ç Ã O

 Idade do pai: 

 A gravidez foi planejada: 

 Qual a expectativa da família: 

 Condições físicas durante a gravidez: 

 Condições emocionais durante a gravidez: 

 Houve ameaça de aborto: Qual a causa: 

 Houve acompanhamento pré‐natal: 

 Ocorreram doenças infecciosas: 

 A mãe tomou medicação durante a gravidez: ( especificar) 

 A mãe é fumante: Alcoólatra: Toxicômana: 

 OBS: 

3 ‐ PARTO 

Normal: Cesariana: 

Em tempo:  Prematuro: 

Quanto tempo de gestação: 

Local do parto: 

Alguma situação especial: 

4 ‐ CONDIÇÕES DO RECÉM‐NASCIDO 

Peso: 

Comprimento: 

Cor ao nascer: natural ( ) anoxia ( ) pálido ( ) 

Apresentou alguma malformação: 

Qual tratamento imediato: 

Qual a primeira reação da família quanto ao bebê: 

5 ‐ ALIMENTAÇÃO 

Quanto tempo após o parto recebeu a primeira alimentação: 

Alimentação natural até quando: 

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E D U C A Ç Ã O

(seio)  (mamadeira) 

Quando parou: 

Foi observada alguma dificuldade de deglutição: 

Quando iniciou a alimentação sólida: 

Preferência alimentar: 

6 ‐ SONO 

Quando bebê: 

Atualmente: ( ) agitado ( ) tranquilo ( ) insônia 

Quanto tempo dorme: 

Dorme sozinho: 

7 ‐ ROTINA DA CRIANÇA 

Descreva como é seu dia desde quando acorda até quando deita: 

8 ‐ DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 

Engatinhou: 

Idade que iniciou a caminhar: 

Com auxílio ( ) Qual: 

Sem auxílio ( )  

Tem alguma dificuldade motora: 

Controle dos esfíncteres: Diurno: 

  Noturno: 

Como e quando foi o controle dos esfíncteres: 

9 ‐ EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM 

Quando iniciou o balbucio: 

Quando falou as primeiras palavras: 

Usa frases para se comunicar: 

Troca letras: Quais:  

Necessita de gestos para se comunicar: 

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E D U C A Ç Ã O

Cumpre ordens simples: 

Sabe transmitir recados: 

Repete histórias: 

Canta: 

10 ‐ SEXUALIDADE 

Tem curiosidade sexual: Atitude tomada: 

Masturba‐se:  Atitude tomada: 

Quem lhe orienta em casa: Desde quando: 

11 ‐ RELACIONAMENTO E CARACTERÍSTICAS PESSOAIS 

Faz amigos: 

Relaciona‐se bem com estes: 

Prefere brincar sozinho ou com companheiros: 

Relaciona‐se melhor com pai ou com a mãe: 

Como reage quando contrariado: 

Qual a atitude dos pais diante da reação: 

Como reage diante de situações novas: 

O que faz nos momentos livres: 

Tem outra atividade além da escola: 

Lugar que dispõe para brincar: 

Tem autonomia nas questões de higiene pessoal e vestuário: 

12 ‐ ANTECEDENTES FISIOPATOLÓGICOS 

Teve alguma doença durante a infância: 

Já teve convulsão: Características e frequência: 

 Fez cirurgia: Quando: Tipo de Cirurgia: 

Tomou anestesia: 

13 ‐ ANTECEDENTES PATOLÓGICOS FAMILIARES 

Outras pessoas da família apresentam: 

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E D U C A Ç Ã O

 ( ) Distúrbios da fala 

 ( ) Epilepsia 

 ( ) Algum tipo de deficiência: Qual? 

 ( ) Alcoolismo 

 ( ) Tóxico 

 ( ) Doença mental 

OUTRAS INFORMAÇÕES: 

OBS: 

 

DATA: 

RESPONSÁVEL PELO PREENCHIMENTO DA ENTREVISTA: 

A  entrevista  familiar  vai  subsidiar  o  estudo  de  caso  e  Planos  de  Atendimento 

Educacional Especializado. 

  

 SUGESTÃO DE CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO DO ALUNO 

 

  O  portifólio  pode  ser  definido  como  uma  coleção  de  itens  que  revela, 

conforme  o  tempo  passa,  os  diferentes  aspectos  do  crescimento  e  do 

desenvolvimento de cada criança. 

  Podem  conter  anotações  dos  alunos  e  professores,  amostra  de  trabalhos, 

fotografias, entrevistas com os alunos e com os pais e registros de desempenho. 

  Por que usar Portifólio: 

  • para melhorar a dinâmica na sala de aula; 

  • para evitar os testes padronizados; 

  • para envolver efetivamente a família no processo de avaliação dos alunos; 

  •  para  oferecer  à  criança  aquilo  que  ela  realmente  necessita  para  seu 

progresso e para não utilizar a avaliação como um instrumento de classificação; 

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E D U C A Ç Ã O

  •  para  ultrapassar  os  limites  da  técnica  e  incorporar  em  sua  dinâmica  a 

dimensão ética, imersa na pedagogia da inclusão; 

  • para substituir o padrão de homogeneidade pelo da heterogeneidade; 

  • para possibilitar que o erro possa ser visto como um processo de construção 

do conhecimento que dá pistas sobre o modo como cada um está organizando seu 

pensamento;  

  •  para  possibilitar  que  todos  possam  aprender  e  ter  valorizados  seus 

conhecimentos, no seu tempo, por seus caminhos, com seus recursos e com a ajuda 

do coletivo. 

  Processo de montagem do Portifólio: 

  • definir o porquê da avaliação por Portifólio; 

  • coletar amostras de trabalho; 

  • consultar o planejamento do professor e o registro dos alunos; 

  • realizar entrevistas; 

  • realizar registros e observações de trabalhos dos alunos; 

  • preparar relatórios narrativos; 

  • utilizar em reuniões com pais e com o aluno; 

  • usar em situações de transição.  

 

AMOSTRAS DE TRABALHOS 

   

  Fotografias:  as  fotografias  são  um  método  poderoso  de  preservar  e  de 

apresentar  informações  sobre o que  é  e  como  as  crianças  estão  aprendendo.  Elas 

mostram detalhes de  cenas e eventos que muitas  vezes  somente a observação ou 

descrição não conseguem captar.   

  Desenhos: desenhos, redações e atividades variadas são evidências claras do 

desenvolvimento cognitivo e das habilidades criativas dos alunos. Coletar sempre as 

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E D U C A Ç Ã O

fontes primárias, que são os materiais que não  foram  revisados. A professora deve 

escrever breves comentários sobre o trabalho 

  Ditados: os ditados são atividades importantes, porque demonstram à criança 

as conexões  tanto entre a experiência e a narrativa como entre a  linguagem oral e 

escrita.  

  Entrevista:  as  entrevistas  são  ocasiões  em  que  o  professor  e  a  criança 

discutem um único conteúdo em profundidade. As anotações escritas de entrevistas 

possibilitam atender as necessidades individuais dos alunos. 

  Como realizar: 

  • decidir se a entrevista será com uma ou mais crianças e qual o assunto que 

será abordado; 

  • dizer à criança sobre qual assunto conversarão. Ex.: “eu quero saber o que 

você pensa sobre isto”? 

  • utilizar os materiais do aluno, caderno, livros, etc. 

  • observar o material, questionar e registrar as respostas. Ler para o aluno o 

que você escreveu. Colocar a data. 

  • concluir a entrevista, ajudando a criança a fazer anotações no seu caderno. 

 

RELATO NARRATIVO 

 

  Os  relatos narrativos demonstram o progresso global da  criança e ajudam o 

professor a preparar estratégias para suprir suas necessidades. 

 

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E D U C A Ç Ã O

ANÁLISE DO PORTIFÓLIO 

 

  Com os alunos: 

  • capacitar as crianças a pensar sobre seu desenvolvimento como aprendizes e 

a definir objetivos para si próprio é uma parte importante do portifólio; 

  •  iniciar  a  análise  examinando  todos  os  registros  e  trabalhos  que  estão  na 

pasta. Fazer algumas perguntas: 

  Que tipo de trabalho temos em seu portifólio? 

  Quais são seus melhores trabalhos? 

  Qual você gostaria de ter feito de outro jeito? 

  •  no  final  da  reunião,  ajudar  a  criança  a  escrever  um  resumo  de  seus 

progressos e projetos para o futuro. Se a criança não conseguir escrever, escreva para 

ela.  

  Com os pais: 

  • agendar o encontro com antecedência; 

  • atender individualmente; 

  • delimitar o tempo de cada encontro; 

  • informar às crianças que você mostrará o portifólio para os pais. 

  A reunião com os pais não tem apenas o objetivo de mostrar os trabalhos, mas 

permite  aos  professores  conhecer  as  ideias  dos  pais  sobre  o  aprendizado  de  seus 

filhos.  Usar  as  reuniões  também  para  envolvê‐los  em  atividades  de  classe  e  em 

projetos. Mostrar aos pais as escolhas das crianças. 

  Com as professoras do próximo ano: 

  Agendar  um  encontro  com  o  (a)  professor  (a)  da  série  que  o  aluno  irá 

frequentar no próximo ano.  

  • Analisar com ele (a) toda a produção que conste no portifólio. 

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E D U C A Ç Ã O

  • Amostras  representativas de  trabalho que demonstre avanços  importantes 

ou problemas persistentes devem ser discutidos.  

  •  A  observação  sistemática  do  aluno  leva  ao  aperfeiçoamento  e  à 

experimentação  dos  diferentes  estilos  de  ensino  e  permite  aos  profissionais  um 

maior conhecimento sobre a abordagem de uma certa criança ao aprendizado. 

  •  Desta  maneira,  os  professores  descobrem  o  que  motiva  as  crianças  a 

aprender, como elas aprendem e como podem ser avaliadas.  

  • Outra  característica  importante  é  o  respeito  à  diversidade,  que  deverá  se 

refletir  no  projeto  político‐pedagógico  da  escola  e,  especialmente,  nas  práticas 

pedagógicas na sala de aula. 

 

OBSERVAÇÃO DO ESTILO DE APRENDIZAGEM 

 

1.1. Nome: ___________________________  1.2. Ano:_______    1.3. Turma: ____  

1.4. Idade: ____anos   1.5. Data de Nascimento.: ___/___/___ 

1.6. Escola:___________________________________________________________ 

1.7. Avaliador/ Função:__________________________________________________ 

 (Marcar o que procede) 

 

INDICADORES  ASPECTOS A CONSIDERAR  X 

Motivação  para  o  trabalho escolar 

Sem motivação   Motivado para a maioria dos temas de estudo   Motivado para alguns temas concretos   Motivado para aspectos não escolares   

Ritmo de trabalho 

Adequado   Rápido   Lento    Variável   

Constância no esforço Sem constância   Capacidade de atenção e concentração   Desejo de superação   

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194 

E D U C A Ç Ã O

INDICADORES  ASPECTOS A CONSIDERAR  X 

Atitude  em  face  de  erros e/ou dificuldades 

Frustração   Aceitação   Abandono   Perseverança   

Resposta  às  mudanças  nas rotinas de trabalho 

Tolerância   Negação   Abandono   Desorientação   Resposta Reflexiva   Resposta não‐reflexiva   

Autonomia no trabalho Pode trabalhar sozinho se conhece a tarefa   Dependência   Independência do adulto   

Hábitos  de  organização  do material  escolar  e  dos deveres 

Com freqüência não faz os deveres   Pasta   Ordem   Cuidado e manutenção   Esquecimentos   Agenda   

Trabalho em grupo 

Tem iniciativa   É colaborativo e participa   Ajuda aos outros   Não participa   Tem dificuldade   Isolado   

 

Santa Maria, _____ de _____________ de 200__ 

 

Fonte: Adaptação do material de ALVAREZ, L; COMA, R. Adaptação de materiais das 

EAP. In.: Sanches‐ Cano, M; Bonals, J. (orgs), 2008. 

 

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E D U C A Ç Ã O

MODELO DE PLANO DE AEE 

 NOME DA ESCOLA : ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 

      PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO  Professor do AEE: Data:  1 ‐ Identificação do (a) Aluno (a)  Nome: Data de nascimento: Filiação: Telefone para contato: Diagnóstico / Hipótese Diagnóstica: Série/Ano: Professora do ensino regular: Frequentou o AEE em anos anteriores?  ( ) Não ( ) Sim  Onde:  Tempo:   2 ‐ Objetivos do Plano de AEE       

Page 196: DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO  · PDF fileA construção das Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Santa Maria

Rua Ângelo Uglione, nº 1515 ‐ CEP: 97.010‐570 ‐ Telefone: 55 3222.3401 ‐ FAX: 55 3223.3770  educaçã[email protected]  

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E D U C A Ç Ã O

 

3 ‐ Organização do AEE  

 • Frequência (número de vezes por semana para atendimento ao aluno): _______ • Tempo de atendimento:________ (em horas ou minutos) • Composição do atendimento: ( ) individual ( ) coletivo • Outros: ___________  

 4 ‐ Adequações de materiais e equipamentos  

 

5 ‐ Tipos de parcerias necessárias para aprimoramento do atendimento  

   6 ‐ Resultados Esperados      7 ‐ Avaliação dos Resultados