Palavras proferidas na Visita Oficial do Governador do Distrito Rotrio 1970, Companheiro Antnio Goes Madeira, pelo Companheiro Protocolo, Afonso Pinho Ferreira

Acontece hoje a vista anual do Governador ao Rotary Clube da Povoa de Varzim. Podemos encar-la de duas formas distintas: - como uma visita que se conforma praxis habitual da vivncia de um clube rotrio; - ou como uma altura tima para refletirmos sobre os valores que norteiam o movimento rotrio e interrogarmo-nos porque somos rotrios. A minha resposta encontra eco no facto de continuar a aceitar que perteno a um movimento de homens livres e de carcter humangeno, isto , que pretende contribuir para que cada membro da sociedade viva livre e dignamente. J ouvi por diversas vezes afirmar que em Rotary se deve evitar falar de poltica com o propsito de no se antagonizarem posies. Penso, no entanto, que nada ser mais errado, j que, em princpio, cada um dos rotrios, dever assumir aquilo que , sem medo da intolerncia dos outros, condio mnima para se pertencer a este movimento. Ningum imparcial. A imparcialidade neutralidade so impossveis. Cada rotrio eve tecer juzos e no gaguejar no seu dizer. O mundo atual est a abarrotar de crises e um movimento como o Rotary Internacional deve assumir posio no sentido de preservar a dignidade humana na soluo da crise, quanto mais no seja contribuindo para a educao da sociedade. Numa revista interessante e internacional Ressurgence, um conhecido economista num artigo intitulado Money and Morality reafirma que o dinheiro foi uma inveno conveniente enquanto meio de troca e de medida da riqueza; a verdadeira riqueza a terra, as florestas, os ris, os animais e as pessoas. Assim sendo, honremos os verdadeiros criadores de riqueza: trabalhadores, arquitetos, artistas, professores, mdicos, etc. a economia fica segura nas suas mos. Respeitemos a terra generosa e a natureza selvagem, enquanto eternas fbricas de bem-estar e ento a economia tratar dela prpria. Por outro lado, Ed Mayo, autoridade na New Economics Foundation recomenda o modelo cooperativo para resolver a crise europeia, afirmando-a como sendo bom para a economia (dada a solidariedade dos conseguidos perante os no conseguidos) e para a alma. Que esta visita do Governador Goes Madeira seja profcua em reflexes que valorizem em primeiro lugar as pessoas. Obrigado.

Afonso Pinho Ferreira