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Bruna Silva Fernandes da Costa
Farmacêutica Clínica pelo Instituto do Coração - HCFMUSP
Especialista em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo
Especializanda em Gestão Pública pela Universidade Aberta do SUS e
Doutoranda em Ciências Médicas pela FMUSP
Dislipidemias
Dislipidemias – Conceito
Qualquer alteração nos níveis de lipídeos circulantes em
relação a valores referenciais para uma amostra
populacional considerada;
Distúrbios do metabolismo lipídico têm forte relação com
doença vascular aterosclerótica;
O QUE É DISLIPIDEMIA (OU HIPERLIPIDEMIA)?
Dislipidemias – Aspectos Gerais
• Lipídeos:
– Ácidos graxos:
• Cadeias saturadas, mono ou poliinsaturadas;
– Triglicerídeos
• Forma de armazenamento:
– Fosfolipídios
• Constituintes estruturais de membrana:
– Colesterol
• Precursor de hormônios esteróides, ácidos biliares,
vitamina D, constituinte de membrana;
Dislipidemias – Lipoproteínas: estruturas e funções
Classes:
– Quilomícrons
• Maiores e menos densas, ricas em triglicerídeos
(TGs), de origem intestinal; São responsáveis pelo
transporte dos TGs exógenos.
– VLDL
• Densidade muito baixa, origem hepática; São
responsáveis pelo transporte dos TGs endógenos.
Classes:
– LDL
• Densidade baixa, ricas em colesterol; São
responsáveis por transportar o colesterol do fígado
para outros tecidos.
– HDL
• Densidade alta, mais pobre em colesterol; São
responsáveis pelo transporte do colesterol dos
tecidos periféricos para o fígado.
Dislipidemias – Lipoproteínas: estruturas e funções
Dislipidemias – Conceito
Colesterol Total e Frações e Valores de Referências
Lípides Ótimo Desejável Limítrofe Alto Muito Alto Baixo
C <200 200-239 ≥240
LDL-C <100 100-129 130-159 160-189 ≥190
HDL-C
≥ 40
≥ 40 >60 <40
TG <150 150-200 201-499 ≥500
Abreviações - C: colesterol; LDL-C: lipoproteína de baixa densidade; HDL-C: lipoproteína de alta densidade; TG:
triglicérides
Dislipidemias – Aterogênese
1. Depósito de LDL Colesterol no endotélio vascular + disfunção endotelial
causada por fatores de risco;
2. Expressão de moléculas de adesão e entrada de monócitos no espaço
intimal;
3. Englobamento de LDL oxidadas: formação de células espumosas;
4. Liberação de mediadores inflamatórios, com amplificação do processo;
5. Formação da placa de ateroma.
Dislipidemias - Placa de Ateroma
Acúmulo de lipídios modificados
Ativação das células endoteliais
Migração das células inflamatórias
Ativação das células inflamatórias
Recrutamento das células musculares lisas
Proliferação e síntese da matriz
Formação da capa fibrosa
Ruptura da placa
Agregação das plaquetas
Trombose
Dislipidemias - Placa de Ateroma
• Fatores que desestabilizam a placa
- Cigarro;
- Álcool;
- Radicais livres;
- Pressão arterial elevada;
Dislipidemias - Consequências da Aterosclerose
Doença Arterial Coronária (DAC)
• Angina;
• Insuficiência Cardíaca;
• Arritmias;
• Infarto agudo do miocárdio (IAM);
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Doença Vascular Periférica
Dislipidemias - Aterosclerose Principal causa de morte em todo o mundo;
Evolução lenta;
Vários fatores aceleram sua evolução - fatores de risco;
Os sintomas aparecem geralmente apenas quando ocorre
importante obstrução do vaso;
Dislipidemias - Aterosclerose
Não existe terapêutica curativa;
A abordagem consiste na identificação e correção dos
fatores de risco;
O tratamento invasivo é feito apenas quando a obstrução é
severa, pois ele não impede a progressão da doença;
A Diretriz recomenda três etapas para a estratificação do risco:
(1) a determinação da presença de doença aterosclerótica significativa ou
de seus equivalentes;
O primeiro passo na estratificação do risco é a identificação de
manifestações clínicas da doença aterosclerótica ou de seus
equivalentes, como a presença de diabetes melito tipo I ou II, de doença
renal crônica ou de aterosclerose na forma subclínica documentada por
metodologia diagnóstica, mesmo em prevenção primária
(1)a reclassificação do risco predito pela presença de fatores agravantes do
risco.
Dislipidemias – Estratificação de Riscos por Etapas
Dislipidemias – Estratificação de Riscos por Etapas
(2) a utilização dos escores de predição do risco:
O escore de risco (ER) Global deve ser utilizado na avaliação
inicial entre os indivíduos que não foram enquadrados nas
condições de alto risco apresentadas na Tabela III.
Dislipidemias – Estratificação de Riscos por Etapas
(3) fatores agravantes:
Nos indivíduos de risco intermediário devem-se utilizar os
fatores agravantes (Tabela VIII), que, quando presentes (pelo
menos um desses fatores), reclassificam o indivíduo para a
condição de alto risco.
Dislipidemias – Estratificação de Riscos por Etapas Escore de Framingham
• Mede o risco de uma pessoa apresentar angina, infarto do
miocárdio ou morrer de doença cardíaca em 10 anos;
• O risco é considerado baixo quando o escore é inferior a
10%, intermediário quando está entre 10 e 20% e alto
quando é superior a 20%.
Cálculo:
Dislipidemias – Estratificação de Riscos por Etapas Escore de Framingham
• Prevenção Primária:
– Modificação dos fatores de risco para retardar ou evitar
o aparecimento da doença aterosclerótica.
• Prevenção secundária:
– Terapêutica para reduzir os eventos e diminuir a
mortalidade em pacientes com doença aterosclerótica;
• Controle dos fatores de risco;
• Terapêutica para evitar a ruptura da placa;
Dislipidemias – Mortalidade por Doença Arterial Coronariana (DAC)
Porto Alegre Hungria ♂ 402,2 ♀ 123,8 ♂ 445,8 ♀ 131,4
Curitiba Holanda
♂ 389,3 ♀ 135,4 ♂ 266,8 ♀ 61,4
São Paulo Itália
♂ 306,2 ♀ 107,7 ♂ 139,3 ♀ 36,4
Brasil/ Europa 1984-87 faixa etária 35 a 64 anos
óbitos/100.000 habitantes
Dislipidemias – Mortalidade por Doença Arterial Coronariana (DAC)
A mortalidade na primeira metade da década de 90 foi de
30%;
O Brasil gastou em 1997 R$100.000.000,00 (0,012 do PIB)
com as internações por DAC ( SUS);
O custo destes atendimentos é 3 vezes maior que a média;
Chor D. et al. Arq Bras. Cardiol 1995; 64 15-9
Laurenti R et al Arq Bras Cardiol 2000; 74 483-87
Dislipidemias Primárias
As dislipidemias primárias ou sem causa aparente
podem ser classificadas genotipicamente ou
fenotipicamente por meio de análises bioquímicas. Na
classificação genotípica, as dislipidemias se dividem
em monogênicas, causadas por mutações em um só
gene, e poligênicas, causadas por associações de
múltiplas mutações que isoladamente não seriam de
grande repercussão.
Dislipidemias Primárias
Primárias
Várias deficiências genéticas;
Hiperquilomicronemia familiar;
Hipertrigliceridemia familiar;
Hipercolesterolemia familiar;
Dislipidemias Secundárias
Três grupos:
Dislipidemia secundária a doença;
Dislipidemia secundária a medicamentos;
Dislipidemia secundária a hábitos de vida
inadequados;
Dislipidemias Secundárias: Medicamentos que podem causar dislipidemias
Medicamentos Efeitos habituais
Diuréticos ↑ TG
↓ HDLc
Betabloqueadores ↑ TG
↓ HDLc
Estrogênios orais
↑ TG
↑ HDLc
↓ LDLc
Esteroides anabólicos ↓ HDLc
↑ CT
Corticosteróides ↑ CT
↑ TG
Ciclosporina
↑ LDLc
↑ TG
↓ HDLc
Inibidores de protease
↑ LDLc
↑ TG
↓ HDLc
Dislipidemias Secundárias: Relacionadas a Doenças e Hábitos de Vida
Predomínio
hipertrigliceridemia
Predomínio
hipercolesterolemia
Obesidade Hipotireoidismo
DM Colestase
Alcoolismo Síndrome nefrótica
Uremia Anorexia nervosa
Medicamentos Medicamentos
AIDS
Acromegalia
Dislipidemias – Classificação
Classificação
Laboratorial
Hipercolesterolemia isolada
Elevação isolada do CT,
geralmente aumento do
LDL-C
Hipertrigliceridemia isolada
Elevação isolada dos TG,
por aumento do VLDL e/ou
QM
Hiperlipidemia mista Valores aumentados de CT
e TG
HDL-C baixo c/ ou s/ aumento de LDL ou
TG
Classificação
Etiológica
Dislipidemias Primárias Causas genéticas
Dislipidemias Secundárias Apresenta causa secundária
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Perfil Lipídico
– Colesterol Total (CT)
– Triglicerídeos (TG)
– HDL-C
– LDL-C
• Lipoproteína(a) – Lp (a);
• Homocisteína (HCY);
• Proteína C reativa de alta sensibilidade
(PCR - as);
• Fibrinogênio.
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Lipoproteína(a) – Lp (a)
Associada à ocorrência de eventos
cardiovasculares;
Não há provas de que a diminuição dos níveis
diminui o risco de aterosclerose.
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Homocisteína (HCY)
Aminoácido formado do metabolismo da metionina;
Elevações associadas à disfunção endotelial, trombose
e maior gravidade de aterosclerose;
Não há evidências de que níveis elevados sejam fator
de risco isolado;
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as)
Marcador do processo inflamatório em
indivíduos sadios;
Não se aplica a fumantes, diabéticos,
portadores de osteoartrose, mulheres sob TRH,
no uso de AINES ou em infecções.
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Determinações da coleta:
– Estilo de vida habitual nas últimas três semanas;
– Jejum de 12-24hs, imprescindível para valores de TG e
HDL-C;
– Evitar exercício três horas antes da coleta;
– Durante a coleta o paciente deve estar sentado e deve-
se evitar a estase venosa;
Dislipidemias: Classificações Laboratoriais
• Determinações da coleta:
– Esperar até três semanas em caso de doenças leves,
mudanças dietéticas recentes;
– Esperar até três meses em caso de doença grave ou
procedimento cirúrgico;
– Suspender medicamentos não imprescindíveis;
– Pacientes sob tratamento não devem suspender a
medicação nem a dieta;
Dislipidemias: Complicações das Dislipidemias – Xantoma Eruptivo
Hipertrigliceridemia grave (> 2.000 mg/dL)
Terapêutica • Mudança no Estilo de Vida
• Medicamentos
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
A. Terapia Nutricional: Dieta para Hipercolesterolemia;
Dieta para Hipertrigliceridemia;
B. Exercício Físico:
C. Tabagismo:
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Colesterol Alimentar
– Influencia diretamente os níveis de colesterol;
– Encontrado apenas em alimentos de origem animal;
– Possui menor efeito sobre a colesterolemia, se
comparado à gordura saturada;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
– Para reduzir, restringir:
• Consumo de vísceras (fígado, miolos, miúdos);
• Leite integral e seus derivados;
• Biscoitos amanteigados, croissants, folhados;
• Sorvetes cremosos, embutidos, frios, pele de aves;
• Frutos do mar, gema de ovo (225mg/unidade).
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Ácidos Graxos Saturados
– Elevam a colesterolemia por reduzirem receptores celulares B-E,
inibindo a remoção do LDL-C pelo fígado;
– Permite, ainda, maior entrada de colesterol nas partículas LDL;
– Principal causa alimentar de elevação do colesterol plasmático:
– Para reduzir, restringir:
• Gordura animal (Carnes gordurosas, leites e derivados);
• Polpa de coco, óleo de dendê e coco no preparo de
alimentos;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Ácidos Graxos Insaturados
– Ômega 6, ômega-9 e ômega-3;
– Substituição dos ácidos graxos saturados por ácidos graxos
poliinsaturados reduz o CT e o LDL-C:
• Menor produção e maior remoção de LDL;
• Diminuição da proporção de colesterol no LDL-C;
– Possuem o inconveniente de baixarem o HDL-C e induzir maior
oxidação lipídica;
– Ômega-3 diminui o TG por diminuir a secreção hepática do VLDL;
– Fontes: Óleos vegetais, oliva, canola, azeitona, abacate,
castanhas, nozes, amêndoas, peixes de água fria;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Ácidos graxos trans
– Sintetizados durante a hidrogenação dos óleos vegetais na
produção das margarinas;
– Pela semelhança estrutural com ácidos saturados, provoca elevação
da colesterolemia com aumento do LDL-C e redução do HDL-C;
– Quanto mais dura a margarina, maior concentração de gordura
trans;
– Outras fontes: óleos e gorduras hidrogenadas, shortenings
(gorduras industriais presentes em sorvetes, chocolates, pães
recheados, molhos para salada, maionese, cremes para sobremesa
e óleos para fritura industrial);
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Fibras
– Carboidratos complexos, não absorvidos pelo intestino, com ação
reguladora da função gastrointestinal;
– Podem ser solúveis ou insolúveis (em água);
– As fibras solúveis reduzem o tempo de trânsito intestinal e ajudam
na remoção do colesterol, são elas: Pectina (frutas), gomas (aveia,
cevada, feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas);
– As insolúveis não atuam sobre a colesterolemia mas produzem
saciedade (trigo, grãos, hortaliças);
– Recomendação: 20 a 30 g/dia, sendo 25% (6g) de fibra solúvel;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Antioxidantes
– Flavonóides, vitaminas C e E e carotenóides;
– Recomendação: Não há evidências de que vitaminas
antioxidantes previnam manifestações clínicas da
aterosclerose, portanto essas não são recomendadas;
– Uma alimentação rica em frutas e vegetais certamente
fornecerá doses apropriadas dessas substâncias o
que contribuirá para a manutenção da saúde;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Álcool
– Não se recomenda o consumo de álcool
para prevenção da aterosclerose.
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Dieta para Hipertrigliceridemia
– Pacientes com níveis muito elevados de TG e
quilomicronemia devem reduzir a ingestão de gordura
total da dieta;
– Na Hipertrigliceridemia secundária ao diabetes ou
obesidade recomenda-se redução da ingesta calórica,
restrição de carboidratos e compensação do diabetes;
– Recomenda-se restrição total de álcool;
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Exercício Físico
– Recomendação: sessões de em média 40min de
atividade física aeróbica, 3 a 6 vezes por semana;
– Atividades de aquecimento, alongamento e
desaquecimento;
– Incluir componente que aprimore força e flexibilidade.
Dislipidemias: Tratamento – Mudanças de Estilo de Vida (MEV)
• Tabagismo
– Fator de risco independente para aterosclerose;
– Recomenda-se abordagem cognitivo-comportamental:
• Detecção de situações de risco de recaídas;
• Desenvolvimento de estratégias de enfrentamento;
– Farmacoterapia pode ser um apoio:
– Adesivos de nicotina, goma de mascar;
• Bupropriona;
• Nortriptilina;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
O objetivo do tratamento de pacientes com
dislipidemias é reduzir as concentrações
plasmáticas de lipoproteínas aterogênicas,
reduzindo a deposição lipídica na parede arterial e
consequentemente reduzir os riscos de Doença
Aterosclerótica Coronariana (DAC) e Infarto.
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico Baseado na Classificação Laboratorial
A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores de CT, LDL-C,
TG e HDL-C e compreende quatro tipos principais bem definidos:
a) hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl);
b) hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl) que
reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG, como
VLDL, IDL e quilomícrons. Como observado, a estimativa do volume das
lipoproteínas aterogênicas pelo LDL-C torna-se menos precisa à medida que
aumentam os níveis plasmáticos de lipoproteínas ricas em TG. Portanto, nestas
situações, o valor do colesterol não-HDL pode ser usado como indicador de
diagnóstico e meta terapêutica;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico Baseado na Classificação Laboratorial
c) hiperlipidemia mista: valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e
TG (≥ 150 mg/dl). Nesta situação, o colesterol não-HDL também poderá ser
usado como indicador e meta terapêutica. Nos casos em que TGs ≥ 400
mg/dl, o cálculo do LDL-C pela fórmula de Friedewald é inadequado,
devendo-se, então, considerar a hiperlipidemia mista quando CT ≥ 200
mg/dl;
d)HDL-C baixo: redução do HDL-C (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50
mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG.
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
• Estatinas;
• Fibratos;
• Resinas de Troca Iônica;
• Ezetimiba;
• Ácido nicotínico;
• Ômega-3;
• Orlistat;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Medicamentos que atuam
predominantemente na colesterolemia
• Estatinas
• Ezetimiba
• Resinas de troca
A redução do LDL-C varia muito entre as
estatinas, sendo essa diferença fundamentalmente
relacionada com a dose inicial.
A cada vez que dobramos a dose de qualquer
uma destas estatinas, a redução média adicional do
LDL-C é de 6% a 7%.
Sinvastatina Zocor®
Lovastatina Lovastatina®
Pravastatina Pravacol®
Fluvastatina Lescol®
Atorvastatina Citalor®
Rosuvastatina Crestor®
Pitavastatina Livalo®
Estatinas (inibidores da HMGCoA redutase)
Estatinas (inibidores da HMGCoA redutase)
• Reduzem mortalidade cardiovascular e incidência de IAM e
AVC;
• Administração:
– dose única diária;
– noite (atorvastatina e rosuvastatina: qualquer hora do dia);
• Principais Interações Medicamentosas:
– contra indicado com itraconazol;
– macrolídeos, fibratos, antiretrovirais, verapamil;
Estatinas: Reações Adversas (inibidores da HMGCoA redutase)
• constipação, flatulência fotossensibilidade;
• miosite, rabdomiólise;
– monitorar: CK e transaminases;
– suspensão: progressivo CK
CK >10x LSN
sintomas musculares
• hepatotoxicidade:
– icterícia, hepatomegalia, bilirrubina direta, tempo protrombina
• suspensão: dois ou mais sinais;
• suspensão não justificada: até 3x LSN transaminases em
pacientes assintomáticos;
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006
Ezetimibe: Inibidor da Absorção de Colesterol
• Ezetrol® 10 mg
• Inibe a absorção do colesterol na
borda em escova das células
intestinais;
• Associação com estatinas;
• Principais RA: cefaléia, tontura,
fadiga, artralgia;
• Administração: dose única diária;
a adição da ezetimiba tem
sido recomendada quando
a meta de LDL-C não é
atingida com o tratamento
com estatinas
(recomendação IIa,
evidência C).
Colestiramina: Resinas de Troca (sequestrantes dos ácidos biliares)
• (Questran® - envelopes 4 g);
• Complexa-se com ácidos biliares no intestino - excretado nas
fezes;
• Não absorvida;
• Principais Interações Medicamentosas: redução da absorção
de medicamentos – administrar 1 h antes ou 4 h depois da
colestiramina;
• Principais Reações Adversas: constipação, queimação
retroesternal, náusea, vômito, dor estomacal;
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006
Colestiramina: Resinas de Troca (sequestrantes dos ácidos biliares)
• Precauções: hemorragia GI (altas doses), ↓
absorção vitaminas lipossoúveis e ácido fólico;
• Administração: diluído em líquido, dose max
24g/dia* dividida em até 6 tomadas;
• Pode causar TG – evitar o uso na
hipertrigliceridemia;
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico Outros Hipolipemiantes
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006
• Fibratos:
• Ácido nicotínico:
• Ácidos graxos ômega 3:
Medicamentos que atuam
predominantemente na trigliceridemia
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Fibratos
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006
Bezafibrato Cedur® retard
Ciprofibrato Oroxadin®
Etofibrato Tricerol®
Fenofibrato Lipanon® / Lipidil®
Genfibrozila Lopid®
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Fibratos
• Redução concentrações plasmáticas de TG;
• Aumento HDLc;
• Inibe síntese hepática TG e VLDL;
• Outros efeitos:
– Redução estímulo pró inflamatório e de proteínas de fase
aguda;
– Aumento fibrinólise e redução da hiperagregabilidade
plaquetária complicações tromboembólicas da aterosclerose;
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Fibratos
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
• Principais Interações Medicamentosas:
– Estatinas: principalmente genfibrozila miopatia e
rabdomiólise;
– Varfarina, glitazonas, sulfoniluréias, metiglinidas;
• Principais Reações Adversas:
– Náusea, dispepsia, mialgia, cefaléia, diminuição da libido,
litíase biliar, transaminases
• Administração: 30 min antes das refeições ou uma
vez ao dia;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Ácido Nicotínico
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
• Indicações:
– alternativa aos fibratos e estatinas ou associados à eles no tratamento
da hipercolesterolemia, hiperTG e dislipidemia mista;
– Paciente com HDLc baixo, mesmo sem hiperTG associada;
• Administração: ao deitar, com alimento leve e não gorduroso.
• Flushing: minimizado com ácido acetil salicílico 30 min antes da dose
ácido nicotínico;
• Metri® cps liberação programada 500 mg, 750 mg, 1000 mg;
• Liberação modificada para ↓ rubor facial, prurido, hepatotoxicidade;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Ácidos Graxos (Ômega 3)
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
• Proepa® - 1g
• Proveniente de peixes;
• Reduzem síntese hepática de TG;
• Administração: 4 - 10g/dia em uma ou
duas doses.
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Ácidos Graxos (Ômega 3)
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
• Proepa® - 1g
• Proveniente de peixes;
• Reduzem síntese hepática de TG;
• Administração: 4 - 10g/dia em uma ou
duas doses.
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Orlistat
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
• Inibidor das lipases intestinais. Atua ligando-se
covalentemente aos sítios catalíticos das lipases gástrica e
pancreática.
• Diminui a absorção de triglicerídeos ingeridos em 30%;
• Dose recomendada de 360 mg/dia;
• Não se conhece definitivamente o papel do seu uso na
prevenção da aterosclerose;
Dislipidemias: Tratamento Farmacológico
Orlistat
Drug Information Handbook 2007/08; Micromedex 2006; Pharmacotherapy 2007
Farmáco
(monoterapia)
↓ LDLc
(%)
↓ TG
(%)
↑ HDLc
(%) Benefícios terapêuticos
Estatinas 15 – 55 7 – 28 2 – 10
↓ mortalidade cardiovascular,
procedimentos coronarianos,
AVC, mortalidade total
Ezetimibe 15 – 20 - 3 – 4 ????
Colestiramina 20
↓ eventos coronarianos
maiores, mortalidade
cardiovascular
Fibratos 30 – 60 7 – 11
↓ progressão lesões
coronarianas, eventos
coronarianos maiores
Ácido nicotínico 5 – 25 20 – 50 15 – 30
↓ eventos coronarianos
maiores, possível ↓
mortalidade total
Dislipidemias em Grupos Especiais
• Idosos (>70 anos)
– Atenção especial às dislipidemias secundárias;
– Estatinas mostram alta eficácia nessa faixa etária;
– Prevenção primária, dados ainda não disponíveis;
Dislipidemias em Grupos Especiais
• Mulheres pós-menopausa
– Não há indicação de TRH com objetivo de prevenir
eventos clínicos relacionados à aterosclerose;
– Em mulheres sob TRH por indicação ginecológica não
indicação cardiológica de suspensão do uso;
– As estatinas são o tratamento de escolha em mulheres
sob risco;
“O maior de todos os erros é
não fazer nada só porque se
pode fazer pouco. Faça o que
lhe for possível”
Sydney Smith
Obrigada! Contato: [email protected]