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1
ROBMILSON SIMES GUNDIM
DESENVOLVIMENTO E APLICAO DE METODOLOGIA PARA
AUXLIO DA ENGENHARIA EM AUTOMAO RESIDENCIAL
MAEAR
So Paulo 2007
2
ROBMILSON SIMES GUNDIM
DESENVOLVIMENTO E APLICAO DE METODOLOGIA PARA
AUXLIO DA ENGENHARIA EM AUTOMAO RESIDENCIAL
MAEAR
So Paulo 2007
3
ROBMILSON SIMES GUNDIM
DESENVOLVIMENTO E APLICAO DE METODOLOGIA PARA
AUXLIO DA ENGENHARIA EM AUTOMAO RESIDENCIAL
MAEAR
So Paulo 2007
Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia rea de Concentrao: Departamento de Engenharia de Energia e Automao Eltricas Orientador: Prof. Dr. Sergio Luiz Pereira
4
DEDICATRIA
Dedico este trabalho a meus pais; Manoel e Jlia e aos filhos; Gabriela, Igor e Gustavo. Gerao e continuidade.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Ao Prof. Dr. Sergio Luiz Pereira e a secretria do Grupo de Automao Eltrica em
Sistemas Industriais - GAESI, Sra.Luzia, pela orientao e constante estmulo
transmitido durante todo o trabalho.
Existem pessoas que so especiais, pois cruzam o nosso caminho e nos auxiliam a
orient-lo em busca de nossos objetivos, fazendo com que ns possamos nos
transformar em pessoas melhores.
A todas estas pessoas,
Muito obrigado.
6
RESUMO
Este trabalho apresenta uma reviso bibliogrfica sobre a teoria e a prtica da
Automao Residencial (AR) e tambm apresenta uma proposta de uma
metodologia para auxlio da engenharia em AR intitulada MAEAR Metodologia
para Auxlio da Engenharia em Automao Residencial. Este trabalho apresenta
tambm uma anlise entre as principais teorias de controle desenvolvidas para a
automao industrial, e a correlao das mesmas sobre sistemas de automao
predial e residencial, assim como uma comparao dos nveis de automao
industrial e residencial existentes. Os testes de validao da metodologia MAEAR
proposta tambm so apresentadas neste trabalho.
Palavras chaves: Automao Residencial (AR). Nveis de automao. MAEAR
Metodologia para Auxlio da Engenharia em Automao Residencial.
7
ABSTRACT
This work presents a bibliographical revision about the theory and the practice of
Home Automation (HA) and also presents a proposal of a methodology for aid of
engineering in HA entitled MAEAR Methodology for Aid of Engineering in Home
Automation. This work also presents an analysis between the main theories of
controls developed to industrial automation, and the correlation it with systems of
building automation and home automation, as well as a comparative of levels of
industrial automation and home automation. The tests of validation of methodology
MAEAR proposal also are presented in this work.
Keywords: Home Automation (HA). Automation level. MAEAR Methodology for
Aid of Engineering in Home Automation.
8
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1.1 - Breve Histrico da Automao Residencial............................................18
Figura 1.2 - Estimativa das Receitas Anuais do Mercado de Automao Residencial
dos EUA..................................................................................................19
Figura 1.3 - Estimativa do Crescimento do Mercado de Solues de Comunicaes e
Redes nos EUA.......................................................................................20
Figura 1.4 - Estimativa do Crescimento dos Provedores de Redes de Banda Larga
nos EUA..................................................................................................22
Figura 1.5 - Teoria do Abismo .................................................................................25
Figura 2.1 - Classificao dos Sistemas Fsicos de Automao................................28
Figura 2.2 - Sistema de controle em malha aberta....................................................30
Figura 2.3 - Sistema com controle manual.................................................................31
Figura 2.4 - Sistema com controle automtico a programa........................................31
Figura 2.5 - Sistema com controle em malha fechada...............................................32
Figura 2.6 - Abrangncia da Automao Residencial................................................35
Figura 2.7 - Pirmide da Automao Industrial..........................................................36
Figura 2.8 Nveis de automao residencial segundo a HAA Home Automation
Association............................................................................................38
Figura 2.9 - Possibilidades de cargas para sensores de presena............................42
Figura 2.10 - Sensores de presena com tecnologia por raios infravermelhos.........43
Figura 2.11 - Sensor de presena com tecnologia por raios ultra-snicos................44
Figura 2.12 - Sensor de presena com tecnologia dual.............................................45
Figura 2.13 - Sensores com fotoclula.......................................................................45
Figura 2.14 - Sensores de presena com fotoclula..................................................46
Figura 2.15 - Minuterias e dimmers...........................................................................46
Figura 2.16 - Rel Eletromagntico............................................................................47
Figura 2.17 - Projeto do 1 rel de impulso 1950 Piero Giordanino - Patenteado
pela empresa Finder.............................................................................48
Figura 2.18 - Exemplo de seqncia de rel de impulso...........................................48
Figura 2.19 - Modelos de rels de impulso................................................................49
Figura 2.20 - Mdulos de controle X10......................................................................50
9
Figura 2.21 - Rede Internet pela rede eltrica............................................................51
Figura 2.22 - Modelo de central de controle iluminao.............................................53
Figura 2.23 - Modelo de central de controle...............................................................55
Figura 2.24 - Conceito do sistema de automao centralizado IHC..........................56
Figura 2.25 - Conceito da rede de comunicao BUS instabus EIB.......................60
Figura 2.26 - Conceito da expanso da rede de comunicao BUS instabusEIB..62
Figura 2.27- Mdulos de sensores e atuadores IHouse.............................................66
Fig. 2.28 - Topologia de rede distribuda SCS...........................................................74
Fig. 2.29 - Exemplo de configurao de dispositivo SCS...........................................74
Fig. 2.30 - Princpio de comunicao entre dispositivos SCS....................................75
Figura 3.1 - Fluxograma da Metodologia para Auxlio da Engenharia em Automao
Residencial - MAEAR..............................................................................82
Figura 4.1 - Possibilidades de metodologia para a implantao de projetos
residenciais com AR..........................................................................91
Figura 4.2 - Planta Baixa para simples visualizao da Edificao 6......................101
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Classificao da automao residencial I..............................................40
Tabela 2.2 - Classificao da automao residencial II.............................................41
Tabela 2.3 - Quadro comparativo entre as tecnologias apresentadas I...................77
Tabela 2.4 - Quadro comparativo entre as tecnologias apresentadas II..................78
Tabela 3.1 - Tabela de referncia para avaliao mtrica proposta dos nveis de
automao versus sistemas de integrao........................................85
Tabela 3.2 - Tabela resumo para determinar a magnitude e o ndice de integrao
em edificaes residenciais..................................................................88
Tabela 4.1 - Tabela de relao das residncias que serviram de objeto de
estudo...................................................................................................93
Tabela 4.2 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao - MSIR Edificao 6.......................................98
Tabela 4.3 - Tabela de cargas da Edificao 6 Pavimento Trreo.......................102
Tabela 4.4 - Fatores de Demanda e Potncia da Casa Edificao 6 Pavimento
Trreo.................................................................................................103
Tabela 4.5 - Tabela de Cargas da Edificao 6 Pavimento Superior....................104
Tabela 4.6 - Fatores de Demanda e Potncia da Edificao 6 - Pavimento
Superior..............................................................................................105
Tabela 4.7 - Dimensionamento da Entrada Consumidora.......................................105
Tabela 4.8 - Fatores de Demanda e Potncia da Edificao 6 Dimensionamento
da Entrada Consumidora....................................................................106
Tabela 4.9 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 1........................................122
Tabela 4.10 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 2........................................123
Tabela 4.11 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 3........................................124
Tabela 4.12 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 4........................................125
Tabela 4.13 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 5........................................126
11
Tabela 4.14 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 7........................................128
Tabela 4.15 - Determinao do ndice para a medio da integrao dos sistemas de
servios na edificao MSIR - Edificao 8........................................130
Tabela 4.16 - Tabela integrada para comparao das edificaes residenciais
inteligentes..........................................................................................129
12
SUMRIO
1 INTRODUO..................................................................................15
1.1 HISTRICO DA AUTOMAO RESIDENCIAL..................................................16
1.2 ESTGIO ATUAL DA AUTOMAO RESIDENCIAL..........................................18
1.3 JUSTIFICATIVAS PARA A ADOO DA AUTOMAO RESIDENCIAL...........26
2 CARACTERSTICAS GERAIS DOS SISTEMAS DE AUTOMAO
RESIDENCIAL...................................................................................28
2.1 RESUMO DA TEORIA GERAL DA AUTOMAO..............................................28
2.1.1 Classificao dos sistemas de automao pela natureza das variveis
controladas....................................................................................................28
2.1.2 Classificao dos sistemas de automao pela arquitetura em malha
aberta ou malha fechada teoria de controle............................................30
2.2 DEFINIO DE AUTOMAO RESIDENCIAL...................................................32
2.3 CLASSIFICAO DOS NVEIS DAS AUTOMAES INDUSTRIAL, PREDIAL E
RESIDENCIAL...................................................................................................36
2.4 EXEMPLOS DE TECNOLOGIAS DESTINADAS A SISTEMAS DE AUTOMAO
RESIDENCIAL......................................................................................................42
2.4.1 Tecnologia de sensores de presena atuadores, dimerizadores e
interruptores minuterias...............................................................................42
2.4.2 Tecnologia para acionamento de cargas por meio de rels de impulso...47
2.4.3 Tecnologia com comunicao de dados por meio da rede eltrica I......49
2.4.3.1 Tecnologia de comunicao por meio da rede eltrica II.........................51
2.4.4 Tecnologia para automatizao de persianas, cortinas e toldos..............52
2.4.5 Tecnologia de sistemas de controle de iluminao e outros
subsistemas..............................................................................................................53
2.4.6 Tecnologia de controle central para automao residencial......................54
2.4.7 Tecnologia centralizada para sistemas de automao residencial............55
2.4.7.1 Tecnologia IHC (Intelligent Home Control)...............................................55
2.4.7.2 Tecnologia IBM Home Net Center............................................................57
2.4.8 Tecnologias Descentralizadas para Sistemas de Automao
Residencial................................................................................................................58
13
2.4.8.1 Tecnologia Instabus EIB..............................................................................58
2.4.8.2 Tecnologia Lonworks...................................................................................63
2.4.8.3 Tecnologia modularizada para automao residencial e predial............64
2.4.8.4 Tecnologia Ihouse........................................................................................65
2.5 TENDNCIAS TECNOLGICAS DE SISTEMAS DE AUTOMAO
RESIDENCIAL E PREDIAL.............................................................................67
2.5.1 Tecnologia Batibus.........................................................................................68
2.5.2 Tecnologia CEBus (Consumer Eletronics Bus)...........................................68
2.5.3 Tecnologia EHS (European Home System)..................................................69
2.5.4 Tecnologia KONNEX.......................................................................................71
2.5.5 Tecnonogia My Home.....................................................................................73
2.5.6 Quadro Comparativo entre as tecnologias apresentadas...........................75
3 FUNDAMENTAO TERICA E APRESENTAO DA
METODOLOGIA MAEAR METODOLOGIA PARA AUXLIO DA
ENGENHARIA EM AUTOMAO RESIDENCIAL........................80
3.1 INTRODUO.....................................................................................................80
3.2 FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA MAEAR.....................................................81
3.2.1 Descrio da metodologia MAEAR................................................................83
3.2.1.1 Avaliao mtrica do nvel de automao.................................................84
4 APLICAO DA METODOLOGIA MAEAR - METODOLOGIA
PARA AUXLIO DA ENGENHARIA EM AUTOMAO
RESIDENCIAL.................................................................................90
4.1 INTRODUO.....................................................................................................90
4.2 CONSIDERAES INICIAIS...............................................................................90
4.3 ESTUDOS REALIZADOS PARA VALIDAO DA MAEAR................................92
4.3.1 Consideraes iniciais ao projeto por meio da MAEAR.............................94
4.3.1.1 Incio da aplicao da metodologia MAEAR..............................................95
4.3.1.2 Introduo ao desenvolvimento do projeto baseado na metodologia
MAEAR.........................................................................................................99
4.3.1.3 Desenvolvimento do Projeto - Caractersticas gerais...........................100
4.3.1.4 Avaliao mtrica do nvel de automao/integrao proposto no
projeto........................................................................................................102
4.3.1.5 Apresentao da proposta de projeto ao usurio para avaliao........ 107
14
4.3.1.6 Implementao do projeto e consideraes............................................107
4.3.1.7 Testes e start-up assistido do projeto de estudo de caso.....................109
4.3.1.8 Entrega final do projeto de estudo de caso.............................................109
4.3.1.9 Consideraes finais da implantao do projeto de estudo de caso...110
5 CONCLUSO..............................................................................112
5.1 Anlise Global................................................................................................... 112
5.2 Sugestes para trabalhos futuros......................................................................112
Referncias Bibliogrficas.................................................................114
APNDICE A DESCRIO EXEMPLO DE UMA CASA INTELIGENTE...........119
APNDICE B TABELAS DE DADOS DOS ESTUDOS DE CASO......................122
15
1 INTRODUO
Os projetos das edificaes residenciais no Brasil at o presente momento
no so orientados, na sua maioria, para a melhoria de eficincia energtica, da
segurana, do conforto e principalmente para o pleno emprego das possibilidades
que a Automao Residencial pode proporcionar. Tal fato se deve a muitos fatores e
os principais so listados a seguir:
a) desinformao do consumidor em relao a preos, benefcios e configuraes
possveis;
b) falta de ferramentas de engenharia que auxiliem no projeto e na anlise tcnica
econmica ;
c) uma maior integrao entre as grandes empresas produtoras de tecnologia da
respectiva rea e os profissionais, e;
d) uma maior integrao entre os profissionais e consumidores envolvidos no
processo de construo de uma edificao.
medida que se pesquisam implantaes de Automao Residencial no
Brasil ou sob a denominao domtica, como tambm chamada essa rea do
conhecimento, percebe-se a dificuldade de obter informao tcnica integrada e
organizada. Nota-se que ainda hoje a AR no Brasil considerada
preponderantemente um artigo de luxo. A MAEAR pretende contribuir para o
processo de popularizao da AR.
Este trabalho tem dois objetivos:
Auxiliar na ruptura do paradigma de que automao residencial
exclusivamente artigo de luxo, contribuindo para a popularizao do conhecimento,
e;
Apresentar o desenvolvimento de uma metodologia de anlise tcnica para
servir como ferramenta de engenharia na definio e especificao de projetos de
automao residencial.
Este trabalho est organizado em cinco captulos.
O Captulo 1 composto por esta introduo e pela descrio do histrico da
Automao Residencial, o estgio atual e as previses de desenvolvimento
mercadolgico e tecnolgico. Este captulo apresenta tambm a Teoria do Abismo
16
de Geoffrey Moore (1991), assim como, os conceitos de um ndice de avaliao dos
edifcios inteligentes, criados por uma associao da Amrica do Norte, as quais
justificam em parte do por que a automao residencial ainda no ter atingido um
alto grau de popularizao. Este captulo tambm descreve as possibilidades e
justificativas tcnicas para implantao de sistemas de automao residencial e
estabelece a correlao com o atual estado da arte da rea em questo.
O Captulo 2 apresenta a teoria geral da automao. Descreve uma viso
global das caractersticas gerais dos sistemas atuais de automao residencial.
Apresenta uma matriz de sistematizao e classificao dos nveis de Automao
Residencial. Aborda tambm aspectos de arquiteturas e de caracterizao dos
sistemas, redes de comunicaes de dados e seus protocolos de comunicao.
O Captulo 3 apresenta a fundamentao terica que embasa a criao de
uma metodologia para auxiliar a implantao da automao residencial. Este
captulo apresenta tambm a metodologia de anlise tcnica, intitulada: Metodologia
para Auxlio da Engenharia em Automao Residencial MAEAR.
O Captulo 4 apresenta a aplicao da ferramenta de auxlio para o
planejamento da implantao da automao residencial denominada MAEAR e
relata o desenvolvimento de um projeto do sistema eltrico de uma residncia,
orientado pela prpria metodologia.
Este captulo apresenta tambm alguns estudos de caso e relatos de visitas
tcnicas em edificaes residenciais com diferentes nveis de automao,
proporcionando a comparao da avaliao mtrica proposta na MAEAR.
O Captulo 5 apresenta a anlise global deste trabalho de pesquisa e prope
novos desenvolvimentos nesta rea do conhecimento.
1.1 HISTRICO DA AUTOMAO RESIDENCIAL
Os primeiros produtos e sistemas de Automao Residencial remontam ao
final da dcada de 70 nos Estados Unidos. A tecnologia pioneira deste seguimento
foi o lanamento de pequenos mdulos, (denominados X10 devido ao protocolo de
comunicao utilizado na transmisso dos dados), que se interligavam pela rede
eltrica existente nas casas e podiam acionar luzes e eletrodomsticos distncia.
17
Estes produtos, de fcil instalao, podiam e podem ser adquiridos at hoje
em lojas de departamentos, em hipermercados, e atualmente tambm pela internet,
sendo que so colocados para funcionar pelo prprio usurio, sem grandes
complicaes tcnicas.
Porm, sua confiabilidade limitada pela qualidade da energia eltrica e pela
caracterstica da instalao eltrica existente. As aplicaes bsicas so isoladas,
sem nenhuma integrao entre os diversos sistemas residenciais que o mesmo est
instalado.
No final dos anos 80, os computadores pessoais passaram a ser uma
realidade e a sua crescente capacidade de processamento e de velocidade, e
tambm o seu barateamento, auxiliaram o emprego dos mesmos em aplicaes de
automao domstica.
A popularizao dos microcomputadores permitiu o desenvolvimento e o
aumento de aplicaes de softwares para acionar e monitorar equipamentos de uso
residencial.
Comearam ento a surgir as primeiras casas inteligentes que empregavam
computadores para controlar vrios sistemas.
Para citar um exemplo, a empresa americana Echelon, desenvolvedora de
tecnologia de controle em rede para automao de sistemas, mantm uma
demonstrao disponvel para livre consulta e interao em seu site:
http://demo.echelon.com/layout.htm.
Trata-se da simulao de uma sala instalada na prpria sede da empresa em
San Jos, Califrnia, com alguns dispositivos, como luminrias, persiana e ar
condicionado, podendo ser controlados e monitorados por meio da rede mundial de
computadores (Internet).
No site tambm possvel acompanhar a potncia eltrica demandada, a
potncia eltrica mxima, a potncia eltrica consumida total e a potncia eltrica
em uso.
A figura 1.1 ilustra um breve histrico do desenvolvimento cientfico
tecnolgico da Automao Residencial
18
1970
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
2000
1998
1996
Mdulos X10
1s casas
"inteligentes"
PC's e
Softw
ares
Alarm
es
Sistemas de
Segurana
Portes
Automticos
Telefonia
Celular
Internet
Tecn. da
Inform
ao
Eventos
Anos
1.2 ESTGIO ATUAL DA AUTOMAO RESIDENCIAL
Apesar dos conceitos de Automao Residencial, para muitas pessoas,
apresentarem-se como futuristas, o potencial de mercado enorme. Nos Estados
Unidos, so aproximadamente 5 milhes de residncias automatizadas. Entre 1998
e 2002, segundo dados da AURESIDE - Associao Brasileira de Automao
Residencial, as receitas anuais no mercado americano de Automao Residencial
aproximadamente dobraram, resultando num aumento de US$ 1.6 bilho de dlares.
O crescimento anual at o ano de 2002 ficou em torno de 19% ao ano. De 2002 ao
final de 2003, de acordo com pesquisas o mercado dobrou novamente, crescendo
para US$ 3.2 bilhes de dlares. E para 2008 est previsto alcanar US$ 10.5
bilhes de dlares, o que se traduzir em aumento de US$ 7.3 bilhes, num perodo
Figura 1.1 Breve histrico da automao residencial Fonte: Aureside (2003)
19
0,8 1,0 1,11,3 1,6
3,24,1
5,1
6,5
8,3
10,5
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Anos
US$ bilhes
de 5 anos, ou seja, um crescimento anual de aproximadamente 27% para o novo
perodo. Veja figura ilustrativa:
De acordo com a Parks Associates, uma das empresas lderes na rea de
pesquisa de tecnologias emergentes, a procura por solues de comunicaes e
redes vai continuar crescendo fortemente nos prximos anos, alavancando vrios
tipos de negcios na rea residencial, de pequenos escritrios e solues mveis.
Na promissora rea de solues para entretenimento, constatou-se que os
usurios esto buscando solues modernas, alm da TV e do rdio tradicional.
Msica e vdeos pela Internet esto ganhando espao.
Perguntados sobre a importncia das opes de entretenimento domstico da
lista abaixo, os chefes de famlia responderam na seguinte ordem:
1) Ouvir msica - 59%
2) Usar o PC - 53%
3) Assistir TV - 51%
4) Assistir filmes - 38%
5) Ver fotos digitais - 31%
6) Ver filmes domsticos - 16%
Figura 1.2 Estimativa das Receitas Anuais do Mercado de Automao Residencial dos EUA Fonte: Aureside (2006)
20
Com os provedores de servios despertando para o mercado domstico, o
nmero de casas conectadas partiram de 100.000 em 2002 devendo alcanar mais
de 6 milhes at o final de 2007, de acordo com o In-Stat MDR (mercado norte-
americano). A pesquisa tambm indica que a capacidade dos provedores de
oferecer mais servios aos equipamentos conectados rede e banda larga poder
multiplicar as oportunidades de negcios neste mercado.
As projees da pesquisa podem ser vistas na figura 1.3.
No mercado brasileiro infelizmente ainda no se dispe de dados confiveis.
No entanto podem-se alinhar as projees junto da construo civil,
inicialmente apenas para os imveis de alto padro, mas em seguida avanar em
nveis de automao diferentes, alcanando as demais classes sociais. Nota-se um
crescente nmero de reportagens na mdia, eventos, congressos e um aumento
significativo de empresas especializadas nessa rea do conhecimento. Atualmente
existem diversas empresas no Brasil divulgando o desenvolvimento de projetos e de
tecnologias por meio de seus sites especializados na Internet.
Nesta linha de raciocnio, espera-se que a indstria da construo civil,
principalmente por meio de incorporadores e construtores, oferea seus prximos
lanamentos imobilirios com projetos de automao incorporados, assim como
tambm os pequenos consumidores descubram e planejem suas residncias
aproveitando para analisar as possibilidades de implementar alguma das tecnologias
existentes. Como proposta, pode-se ainda aproveitar para esclarecer e estimular a
instalao de dispositivos de proteo e de segurana que atuam automaticamente
Figura 1.3 Estimativa do Crescimento dos Provedores de Redes de Banda Larga nos EUA Fonte: In-Stat/MDR (2002)
21
em possveis falhas ocorridas e que inclusive so exigidos por Normas, mas
infelizmente na maioria dos projetos em residncias populares no so instalados
por falta de informao e orientao.
Mesmo com um nmero significativo de sites e empresas especializadas em
AR surgindo a cada dia no Brasil, verifica-se ainda o paradigma de que sistemas de
Automao Residencial so, para a maioria da populao brasileira, artigos de luxo.
Analisando um pouco mais as razes das dificuldades para o pleno emprego
das possibilidades que a automao residencial pode proporcionar, constata-se,
alm dos fatores j citados, que:
as grandes companhias se especializam na manufatura dos produtos, mas sua
inrcia operacional dificulta que alguns desses produtos cheguem ao projeto
final de um pequeno consumidor de automao residencial, onde normalmente
as solues devem ser customizadas s necessidades dos usurios;
os pequenos integradores (profissionais) tm um contato mais prximo com o
usurio e so capazes de especificar as solues por eles desejadas; no
entanto, para que isso ocorra, estes profissionais necessitam conhecer em
detalhes os produtos e saibam como utilizar ao mximo suas caractersticas
originais. Normalmente, torna-se complicado efetuar adaptaes ou alterar as
propriedades de um produto fabricado em srie; e
a automao residencial, por definio ainda no um mercado de massa,
devido aos estgios de desenvolvimento do mercado de produtos de alta
tecnologia.
A seguir, apresentada a classificao dos estgios de desenvolvimento do
mercado de produtos de alta tecnologia, segundo Geoffrey Moore (1996).
Em 1991, ele popularizou uma tese, at hoje vlida, delineando os estgios de
desenvolvimento do mercado de produtos de alta tecnologia. Ao longo do tempo,
segundo ele, o mercado destes produtos se compe de consumidores com as
seguintes caractersticas, em ordem cronolgica:
1. os inovadores (entusiastas da tecnologia);
2. os pioneiros (visionrios);
3. a maioria imediata (pragmticos);
4. a maioria posterior (conservadores); e
5. os retardatrios (cticos).
22
Para cada grupo deve existir uma abordagem especifica de marketing. Os
consumidores dos grupos 1 e 2, por exemplo, esto dispostos at a servir de
cobaias para o desenvolvimento dos produtos, pois aceitam isto como o preo de
serem vanguardistas. No entanto, muitas vezes representam um grupo pequeno em
volume de demanda e no obtm dos fornecedores a ateno merecida.
J os consumidores nos grupos 3 e 4 representam o mercado de larga
escala, para os quais j no se admitem testes; os resultados devem ser os
desejados, sem falhas. nesta fase que os fornecedores conseguem maximizar o
retorno do investimento.
Esta classificao, bastante oportuna e realista, no entanto, no a mais
valiosa contribuio do estudo de Geoffrey Moore (1996). Sua principal constatao
a existncia de um abismo entre as fases 2 e 3, ou seja, uma descontinuidade
entre a introduo do produto no mercado e a sua consolidao como um produto
de larga escala.
neste abismo, diz ele, que a maioria das empresas falha por no dispor do
instrumental de marketing ou de engenharia para lidar com a situao.
A figura 1.4 ilustra os estgios de desenvolvimento do mercado de produtos
de alta tecnologia, segundo Geoffrey Moore (1996).
Figura 1.4 Teoria do Abismo Fonte: Geoffrey Moore (1996)
23
A importncia dessa discusso no caso do mercado brasileiro de automao
residencial exatamente o fato de que algumas das tecnologias podem estar
atualmente a beira do abismo, segundo dados da prpria AURESIDE. Ou seja,
existe uma necessidade de enfrentar essa transio de um mercado incipiente e
baseado apenas no pioneirismo de alguns consumidores para o mercado de larga
escala. O tamanho deste mercado e a sua taxa de crescimento sero definidos na
razo direta da competncia dos profissionais e de seu empenho ao enfrentar os
desafios.
Segundo o prprio Geoffrey Moore (1996) uma proposta vivel a do
marketing de nichos, ou seja, efetuar a transio do abismo atacando nichos
especficos, consolidando as posies nesses nichos ao mesmo tempo em que
diminuem os riscos para conquistar os nichos seguintes. Essa situao lembra a de
uma jogada de boliche, quando se precisa derrubar um pino para, a seguir, derrubar
os adjacentes. A evoluo da telefonia celular pode fornecer um exemplo ideal desta
ttica.
Esses nichos devem ser escolhidos atravs de certos critrios. Podem ser
puramente geogrficos (concentrados nas reas de maior densidade de novas
construes), de modismos (atualmente comenta-se bastante os home offices),
tecnolgicos (por meio de inovaes) ou, ainda, por meio de eventos que auxiliem a
estimular o mercado de automao residencial. Certos produtos emergentes podem
ser eleitos para concentrar as aes de mercado, como aconteceu com o
lanamento dos DVDs (com um nico produto, estimulou-se a reformular todo o
conceito dos home theaters). Tambm pode se citar como outro exemplo o acesso
ultra-rpido Internet.
No mercado de automao residencial, pode-se dizer que esses primeiros
nichos a serem conquistados dependem de um eficiente trabalho de reconhecimento
dos benefcios oferecidos. Embora os primeiros consumidores se contentem com o
status e a modernidade representados pela automao de seus lares, os
pragmticos e os conservadores s se deixaro conquistar se estiverem certos de
obter convenincia, conforto, segurana e economia em um grau elevado. E para
estes consumidores que as empresas devem realmente se voltar, pois nesta fase
que os lucros so maximizados, podendo haver uma demanda maior, uma
conseqente reduo de preos, e tambm auxiliar na popularizao da AR.
24
Para que se consiga isto, por raciocnio lgico, os consumidores de um
mesmo nicho esto em busca de uma soluo tecnolgica comum. Se produtos e
servios forem introduzidos com sucesso nesse determinado nicho, podero se
beneficiar do valioso efeito da propaganda boca-a-boca.
Mas ainda assim, segundo o presidente da AURESIDE preciso convencer
os consumidores relutantes. Alm da exposio de todos os benefcios da AR,
devem ser combatidos os trs aspectos que criam a resistncia s novidades: o
medo, a incerteza e a dvida. Cada produto ou servio apresentado deve conter
intrinsecamente as caractersticas que anulem estes efeitos negativos. E, neste
particular, uma grande vantagem oferecer produtos de alta tecnologia, desde que
adequadamente acompanhados por servios de apoio. Portanto, no basta um
produto domstico ser sofisticado, ele deve ser de fcil operao e manuteno. Por
isso, esse mercado proporciona tantas e to estimulantes alternativas de servios
compartilhados, como projeto, programao, instalao e assistncia tcnica.
O nicho escolhido deve ter potencial suficiente para atender aos objetivos dos
fabricantes e usurios, mas a estratgia de marketing deve ser adequadamente
planejada para poder se ter o domnio sobre o assunto e aproveitar deste beneficio.
Um esforo equivalente desenvolvido para auxiliar os projetos de Edifcios
Inteligentes na Amrica do Norte, pode ser comparado. Trata-se de um conscio
entre trs empresas respeitveis, so elas: Sustainable Environmental Solutions Inc.,
ECD Energy and Environment Canada e IBI Group, que desenvolveram uma
associao e a mesma uma ferramenta de identificao e comparao dos nveis de
integrao e de automao dos projetos dos edifcios inteligentes. A Associao
denominada CABA Continental Automated Building Association e o ndice de
avaliao dos edifcios denominado BIQ Building Intelligent Quotient.
Cabe salientar que a CABA no tem fins lucrativos, trata-se de uma
associao da indstria que promove e estimula o desenvolvimento de tecnologias
avanadas para a automatizao dos edifcios na Amrica do Norte. Outra
informao adicional a de que o processo de avaliao do edifcio se faz on-line
via Internet.
O ndice, denominado BIQ Building Intelligent Quotient, utiliza uma
metodologia que pode auxiliar nos projetos e implantaes dos edifcios inteligentes;
pois:
25
1. fornece uma avaliao inicial do perfil do edifcio;
2. ajuda na articulao para atingir os objetivos de edifcios com alto
desempenho operacional;
3. permite uma anlise da lacuna e das possibilidades existentes entre a
avaliao inicial do edifcio elementar e do edifcio inteligente com alta
performance; e
4. apresenta quais os passos devem ser seguidos para atingir os objetivos do
projeto escolhido.
A figura 1.5 ilustra o conceito do ndice BIQ Building Intelligent Quotient
No Brasil no se tem conhecimento de metodologia especfica para o
desenvolvimento e implantao de projetos em AR, existem em geral mtodos
empricos seguindo normalmente a seguinte ordem:
1. Coleta de informaes (levantamento de necessidades) com o usurio;
2. Apresentao de possibilidades e de equipamentos;
3. Elaborao de projeto e;
4. Programao/cronograma de implantao.
comum, segundo os integradores de sistemas de automao, se deparar
durante a implantao da AR com diversas situaes conflitantes, como por
exemplo, para citar os mais simples, no estarem previstos ao projeto eltrico as
Alto Desempenho de objetivos dos edifcios inteligentes
Avaliao inicial do perfil do edifcio
Anlise entre a lacuna existente Orientao ao projeto do edifcio inteligente
Figura 1.5 Apresentao do conceito BIQ Building Intelligent Quotient Fonte: CABA (2005)
26
caixas de passagem ou tubulaes necessrias para a instalao de seus
dispositivos.
Assim sendo, este trabalho apresenta no captulo 3 a proposta de uma
metodologia denominada MAEAR - Metodologia para Auxlio da Engenharia em
Automao Residencial.
1.3 JUSTIFICATIVAS PARA A ADOO DA AUTOMAO RESIDENCIAL
O emprego de sistemas de automao nas residncias pode tornar-se um
fator positivo para o emprego mais racional da energia eltrica.
A automao residencial tambm oferece uma gama de servios e de
integrao de sistemas, como:
udio, vdeo, som ambiente, TV por assinatura;
segurana (alarmes, monitoramento, CFTV - Circuito Fechado de TV);
controle de iluminao;
telefonia;
redes de dados e informtica;
ar condicionado e aquecimento;
persianas e cortinas automticas;
eletrodomsticos comandados distncia;
utilidades, (irrigao, bombas, aspirao central, gs, energia alternativa, etc.);
gerenciamento da energia eltrica, etc.
A automao residencial pode assumir as funes de supervisionar,
comandar, controlar e otimizar os equipamentos e sistemas da edificao, que opera
automaticamente, segundo parmetros predefinidos, pelo usurio. A operao
automtica ou semi-automtica da edificao possibilita um funcionamento confivel,
com reduo de atos falhos ou possveis esquecimentos.
Os sistemas de automao residencial tambm podem oferecer servios de
apoio aos mtodos recentes de acompanhamento energtico. A automao ser de
grande utilidade se houver um gerenciamento da energia em comunicao com as
tcnicas de monitorao utilizadas pelas concessionrias, como o Sistema Argos
exigida pela Aneel Agncia Nacional de Energia Eltrica.
27
Existem ainda os medidores capazes de controlar demanda e consumo de
energia eltrica por meio de tarifao diferenciada, que podero, reunidos estes
conceitos, exercer um papel fundamental para o aumento da eficincia energtica.
Cabe aqui mencionar um recente trabalho de mestrado efetuado no Departamento
de Engenharia de Energia e Automao Eltricas da Escola Politcnica de So
Paulo, intitulado Desenvolvimento de medidor eletrnico de energia de custo
competitivo associado a estudos sobre medies de energia eltrica (Garcia D. A.
de A. 2000).
A automao residencial, conforme afirmado anteriormente, oferece uma
grande variedade de servios, de acordo com o tipo de configurao sistmica
implementada. Entretanto, cada consumidor apresenta diferentes nveis de
necessidades.
O que se verifica, portanto, que uma das dificuldades de se implantar
sistemas de automao residencial com sucesso tcnico e comercial no est
somente no custo ou no momento correto da deciso da implantao, mas tambm
na anlise individualizada da edificao e no perfil do consumidor.
Assim, necessrio que o profissional de automao residencial disponha de
uma metodologia e de uma ferramenta de engenharia que o auxilie a especificar um
sistema de automao residencial adequado, levando em conta diversos
parmetros, inclusive o perfil do consumidor.
Neste trabalho de pesquisa so apresentados os principais fatores que
devem ser observados para o projeto e implementao de sistemas de Automao
Residencial.
28
2 CARACTERSTICAS GERAIS DOS SISTEMAS DE AUTOMAO
RESIDENCIAL
2.1 RESUMO DA TEORIA GERAL DA AUTOMAO
A engenharia da automao pode lidar com processos de diversas naturezas.
A classificao desses processos pode ser efetuada de vrias maneiras: pela
natureza das variveis controladas segundo Cassandras (1992), pela arquitetura em
malha aberta ou fechada (Teoria de Controle), pelo nvel de automao (HAA), e
outras.
2.1.1 Classificao dos sistemas de automao pela natureza das variveis
controladas
SISTEMAS
ESTTICO DINMICO
VARIVEIS NO TEMPO INVARIVEIS NO TEMPO
LINEAR NO LINEAR
ESTADO CONTNUO ESTADO DISCRETO
TIME-DRIVEN EVENT-DRIVEN
DETERMINSTICO ESTOCSTICO
DISCRETOS NO TEMPO CONTNUOS NO TEMPO
SISTEMAS DE EVENTOS DISCRETOS
Figura 2.1 Classificao dos sistemas fsicos de automao Fonte: Cassandras (1992)
29
- Sistemas estticos e dinmicos em um sistema esttico, a sada independe
dos valores anteriores das entradas. Em um sistema dinmico o contrrio, ou
seja, a sada depende dos valores anteriores das entradas, assim como tambm
dos valores atuais das variveis de entrada.
- Sistemas variveis e invariveis no tempo o comportamento de um sistema
invarivel no muda com o passar do tempo. Esta propriedade, tambm
chamada estacionria, significa que, ao se aplicar um sinal a uma entrada
especfica, o sistema sempre apresenta a mesma resposta. Assim, o sistema
varivel tem o conceito inverso. Com o passar do tempo, pode haver respostas
diferentes em funo das alteraes das caractersticas intrnsecas do sistema.
- Sistemas lineares e no lineares so sistemas cujas funes que
representam o reconhecimento entre as variveis de entrada e as variveis de
sada so lineares, ou seja, possuem as propriedades das funes lineares.
Exemplo:
x(s) = g (a1.u1 + a2.u2) = x(s) = u1.g1.(a1) + u2.g2.(a2),
onde:
x(s) o resultado da funo g, g1 e g2;
a1 e a2 so variveis de entrada; e
u1 e u2 so nmeros reais constantes.
- Sistemas de estados contnuos e discretos em um sistema contnuo, o
estado das variveis pode assumir genericamente qualquer valor real ou
complexo. No sistema estado discreto, os estados das variveis so elementos
fixos.
- Sistemas time-driven e event-driven no sistema time-driven, o estado muda
continuamente no decorrer do tempo. No event-driven, somente muda o estado
quando existir uma ocorrncia gerada de forma assncrona por meio de um
evento que force a transio do mesmo. Entre a ocorrncia e o evento, o estado
fica inalterado.
- Sistemas determinstico e estocstico um sistema torna-se estocstico
quando uma ou mais variveis de sadas variam randomicamente. Neste caso, o
estado do sistema torna-se um processo, e o estudo probabilstico se faz
necessrio para descrever o comportamento do sistema. J o sistema
determinstico, como o prprio nome diz, tem como caracterstica as variveis
predeterminadas.
30
- Sistemas discreto e contnuo no tempo um sistema contnuo no tempo
aquele cuja todas as variveis de entradas, sadas e estados so definidas
prevendo todas as possibilidades de valores. Em um sistema discreto no tempo,
uma ou mais variveis so definidas pontualmente. normalmente utilizado, por
exemplo, em processos de amostragem para o controle da qualidade.
Como mostrado na figura 2.1 para efeito de identificao de sistemas, foi
destacado o sistema de eventos discretos que desenvolve automao em funo
das possveis naturezas das variveis a serem controladas.
Percebe-se, no entanto, a complexidade envolvida e a necessidade de reunir
os conceitos sobre a automao, a fim de analisar, e em seguida planejar, avaliando
a implementao de acordo com a classificao adequada aos tipos de sistemas.
2.1.2 Classificao dos sistemas de automao pela arquitetura em malha
aberta ou malha fechada teoria de controle
- Sistemas de controle em malha aberta segundo Ogata (2003), so aqueles
em que a sada no tem nenhum efeito automtico sobre a ao de controle. O
controle em malha aberta pode ser usado, na prtica, somente se a relao entre
a entrada e a sada for conhecida e se no houver distrbios internos e externos.
A figura 2.2 ilustra um sistema em malha aberta.
- Sistemas com controle manual segundo Castrucci (2001), so aqueles que
implicam em ter um operador presente no processo criador de uma varivel
fsica. De acordo com alguma regra de seu conhecimento, ele opera um aparelho
qualquer (vlvula, alavanca, chave, elemento de controle), que, por sua vez,
ATUADOR PROCESSO MEDIDOR
Figura 2.2 Sistema de controle em malha aberta Fonte: Ogata (2003)
31
produz alteraes naquela varivel. A figura 2.3 ilustra um sistema com controle
manual.
- Sistemas de controle automtico a programa segundo Castrucci (2001), so
aqueles que envolvem a existncia de um programa de aes, que se cumpre
com base no decurso do tempo ou a partir de modificaes eventuais em
variveis externas ao sistema. No primeiro caso, tem-se um programa temporal
e, no segundo, um programa lgico. A figura 2.4 ilustra um sistema de controle
automtico a programa.
- Sistemas de controle em malha fechada tambm denominado sistemas de
controle realimentados, segundo Ogata (2003), so aqueles em que a sada tem
efeito automtico sobre a ao de controle. O sinal de erro atuante, que a
ENTRADA
ATUADOR PROCESSO MEDIDOR SADA
Figura 2.3 Sistema com controle manual Fonte: Ogata (2003)
ATUADOR PROCESSO MEDIDOR
CONTROLADOR PROGRAMA
TEMPO OU VARIVEIS EXTERNAS
Figura 2.4 Sistema com controle automtico a programa Fonte: Ogata (2003)
32
diferena entre o sinal de entrada e o sinal realimentado (que pode ser o prprio
sinal de sada e suas derivadas), introduzido no controlador, de modo a reduzir
o erro e trazer a sada do sistema a um valor desejado. A figura 2.5 representa
um sistema em malha fechada.
A explanao mostrada por meio das figuras anteriores, trazendo os
conceitos relacionados teoria de controle, tem como efeito identificar a
abrangncia dos sistemas de automao de forma genrica.
Mas tambm aqui se percebe a complexidade envolvida e a importncia de
reunir tais conceitos sobre a automao, para analisar e, em seguida, planejar,
enquadrando a implementao de acordo com a classificao adequada aos tipos
de sistemas a serem adotados em uma residncia.
apresentada, na seqncia, uma forma de sistematizar e classificar essas
informaes. Porm, existe a necessidade de definir antes o que automao
residencial.
2.2 DEFINIO DE AUTOMAO RESIDENCIAL
Existem diversas definies vigentes para automao residencial, tambm
conhecida, em ingls, como home control, intelligent home ou smart home, entre
outras. Algumas das definies aceitas so:
ATUADOR PROCESSO MEDIDOR
CONTROLADOR
VALOR DESEJADO
Figura 2.5 Sistema com controle em malha fechada Fonte: Ogata (2003)
33
conjunto de equipamentos, sistemas e subsistemas que mantm certas
habilidades de interao entre si, permitindo o estabelecimento de funes
independentes. Isto possibilita que proprietrios de residncias possam controlar
funes proporcionadas por equipamentos ou sistemas de uso individual ou
coletivo, segundo representante de fabricante de produtos para automao
residencial.
viver numa grande cidade implica trabalhar para se conseguir ter uma
residncia segura; dispor, se possvel, de entretenimento sem sair de casa; e,
conforme uma tendncia atual, provavelmente tambm nela trabalhar pelo
menos algumas horas por semana. Para tal, condminos residenciais esto
passando a incluir em seus projetos a infra-estrutura bsica para automao,
segundo a Aureside Associao Brasileira de Automao Residencial; e
processo ou sistema utilizando diversos mtodos ou equipamentos, que
provem facilidade para melhorar o estilo de vida das pessoas, fazendo os lares
mais confortveis, seguros e eficientes, segundo a Associao Americana HAA
Home Automation Association.
A Instituio Americana Intelligent Building Institution localizada em
Washington, definia na dcada de 80 o termo intelligent building, edifcio
inteligente, ou casa inteligente, como:
um edifcio inteligente aquele o qual integra vrios sistemas para efetivamente
gerenciar recursos de modo coordenado visando maximizar desempenho
tcnico, investimento e operao com custo econmico, e tambm deve ser
flexvel.
Na dcada de 90, em um Congresso Internacional em Tel Aviv, Israel, um
grupo de trabalho de pesquisa da rea em estudo, denominado CIB Working Group
W98, definiu edifcio inteligente, ou o termo em ingls intelligent building, como:
um edifcio inteligente uma arquitetura que fornece resposta de forma
dinmica a cada ocupante com produtividade, com efetivo custo e condies
ambientalmente aprovadas por uma interao contnua entre quatro elementos
bsicos: lugar (tipo da edificao, estrutura, facilidades), processos (automao,
controle, sistemas), pessoas (servios, usurios) e gerenciamento (manuteno,
desempenho), e a inter-relao entre eles.
Reunir os conceitos de tais definies e opinies profissionais na tentativa de
expressar poeticamente tecnologia torna-se difcil. Existem outras definies, mas
34
todas enfatizam a integrao dos processos, com respostas adequadas aos usurios
e aos espaos, e gerenciamento dos negcios (automao predial), e a
customizao dos ambientes (automao residencial), de forma flexvel.
Mas o que significa o termo inteligente? Uma opinio aquela em considerar
a inteligncia como algo inato, uma habilidade cognitiva implcita a todos os
processos do raciocnio convencional. J. Piaget define no como um atributo, mas
como um complexo hierrquico da habilidade de processar informaes, implcito na
adaptao e equilbrio entre o indivduo e seu ambiente.
Existem outras opinies a respeito, mas Piaget tem definido algo que pode ser
estendido para entender como pessoas trabalham ou moram em edificaes e
interagem com seus micro climas, na construo do edifcio e no ambiente externo.
Sem discutir profundamente o argumento sobre a validade da inteligncia artificial,
existe atualmente um sistema, denominado em ingls knowledge-based systems,
utilizado para realizar tarefas que requerem percia, mas no demandam
introspeco ou originalidade, prprias do ser humano.
Uma edificao inteligente demanda inteligncia aplicada sobre conceitos
como desenvolver estgios de construo e operao dos projetos sob o
acompanhamento dos prprios clientes, consultores projetistas e contratantes, com
facilidades de gerenciamento.
Um iglu (habitao esquim em forma de cpula, construda em blocos de
neve), uma edificao inteligente? Para o esquim sempre foi, pois a forma e a
estrutura moderam o impacto climtico.
O layout interno e o uso trazem vantagem com relao ao gradiente de
temperatura, mas no poderia responder bem em condies extremamente maiores
de temperaturas ou outras condies variveis. O edifcio Helicon, construdo em
Londres, tenta suprir as necessidades na utilizao de escritrios, oferecendo
respostas de conforto e controle de energia para os ocupantes e administradores do
prdio.
O trio do edifcio Kajima Corporation em Tquio, tenta fornecer um ambiente
refrescante, de tal forma que respeite a necessidade do ciclo mental do ser humano,
contribuindo para concentrao e relaxamento, a fim de se trabalhar eficazmente.
Ento uma edificao inteligente pode ser simples ou tecnologicamente
sofisticada dependendo das circunstncias.
Contudo pode-se definir que, preferencialmente uma casa inteligente seja:
35
um espao residencial ecolgico e evoludo em termos de arquitetura e
construo, acompanhado de solues integradas tecnologia da informao,
permitindo aos seus usurios segurana, conforto e economia e, ao planeta,
eficincia energtica.
A figura 2.6 organiza e ilustra as possibilidades de servios a serem
executados, definidos pela AURESIDE Associao Brasileira de Automao
Residencial.
Dentro das diversas possibilidades existentes de automatizar uma residncia,
importante que o projetista avalie as vantagens de cada sistema em funo das
necessidades do usurio. Mesmo que o proprietrio queira instalar apenas um
subsistema, como segurana, deve ser uma preocupao do projetista deixar
alguma interface pronta para provveis integraes futuras. Assim, o proprietrio do
imvel poder agregar novas tecnologias sua residncia.
Figura 2.6 Abrangncia da Automao Residencial Fonte: Aureside (2002)
36
2.3 CLASSIFICAO DOS NVEIS DAS AUTOMAES INDUSTRIAL, PREDIAL
E RESIDENCIAL
Neste item sero apresentados os macros conceitos para a classificao dos
diversos nveis que as automaes industrial, predial ou residencial podem ter.
Segundo Moraes; Castrucci (2001) a automao industrial pode ser
classificada em cinco nveis conforme mostrado na figura 2.7:
Nessa figura cada nvel est associado a uma determinada classificao de
operao de equipamentos:
nvel 1 - o nvel das mquinas, dispositivos e componentes (cho de fabrica),
onde a automao realizada pelo controlador programvel. Para exemplificar
podem-se mencionar mquinas de embalagem, linha de montagem ou
manufatura;
nvel 2 - sua caracterstica ter algum tipo de superviso associada ao
processo. o nvel onde se encontram os concentradores de informaes sobre
Figura 2.7 Pirmide da Automao Industrial Fonte: Moraes, Castrucci (2001)
nvel 1
nvel 2
nvel 4
nvel 3
Gerenciamento dos recursos da empresa, vendas, finanas, custos
Logstica
programao/planejamento e controle de suprimentos
Superviso e Interface
Homem-Mquina
Controle do processo produtivo
Controladores programveis, comandos, mquinas, motores, inversores
nvel 5
37
o nvel 1 e as Interfaces Homem-Mquina (IHM). Para exemplificar pode-se
mencionar a sala de superviso de um laminador de tiras a fio;
nvel 3 - permite o controle do processo produtivo da planta. Normalmente,
constitudo por banco de dados com informaes dos ndices da qualidade da
produo, relatrios e estatsticas de processo, ndice de produtividade,
algoritmos de otimizao da operao produtiva. Para exemplificar, podem-se
mencionar a avaliao e controle da qualidade em processo qumico ou
alimentcio;
nvel 4 - o nvel responsvel pela programao e pelo planejamento da
produo, realizando o controle e a logstica dos suprimentos. Para exemplificar,
pode-se mencionar o controle de suprimentos e estoques em funo da
sazonalidade e da distribuio geogrfica; e
nvel 5 - o responsvel pela administrao dos recursos da empresa, em que
se encontram os softwares para gesto de vendas e gesto financeira.
tambm onde se realizam a deciso e o gerenciamento de todo o sistema.
Para a automao predial, a classificao dos nveis de automao pode ser
enquadrada na pirmide da automao industrial (figura 2.7) nos casos de edifcios
inteligentes corporativos, especialmente aqueles em que o incorporador do imvel
vende servios ou os prprios espaos. Um exemplo o edifcio localizado na
avenida Naes Unidas, na cidade de So Paulo, SP, de uma grande editora
brasileira.
Alguns dados operacionais mdios do edifcio, fornecidos pela prpria editora,
so:
3800 partidas de elevadores por dia;
12000 pessoas circulam diariamente;
consumo total de energia eltrica equivalente a uma cidade com 55000
habitantes; e
sistema de controle de acesso em todas as dependncias do edifcio.
Todo sistema implementado visa auxiliar no gerenciamento, produtividade,
manuteno e segurana de modo otimizado.
Assim, devido sua complexidade e interesses comerciais envolvidos, a
classificao dos nveis de automao industrial, descritos anteriormente, tambm
podem ser aplicveis em shoppings centers, hotis, hospitais, centros comerciais,
parques temticos, e outros.
38
J para condomnios residenciais ou residncias, especificamente, os nveis
de automao industrial, normalmente no so aplicveis.
Enquanto a Automao Industrial classificada por diversos autores em cinco
nveis, conforme j apresentado, a HAA Home Automation Association classifica
automao residencial em trs nveis, como mostra a figura 2.8.
A partir da figura 2.8, possvel fazer uma breve descrio de cada nvel:
nvel 1, sistema de automao independente o nvel que se aplicam
equipamentos individuais ou subsistemas que provem funes independentes e
no se relacionam diretamente com outros equipamentos ou subsistemas. Para
exemplificar pode-se mencionar a utilizao de um sensor de presena para o
controle automtico da iluminao de um ambiente;
nvel 2, sistemas integrados - este o nvel de aplicao quando existem
mltiplos sistemas de automao integrados entre si, utilizando-se um nico
controle. Entretanto, cada sistema ou equipamento opera de acordo com sua
Figura 2.8 Nveis de automao residencial segundo a HAA Home Automation Association Fonte: Aureside (2002)
Nvel 2
Sistemas Integrados, porm cada sistema opera de acordo com sua
fabricao
Nvel 1
Sistemas de Automao
Independentes
Nvel 3
Integrao Total dos Sistemas
39
fabricao. Um exemplo a criao automtica de uma ambientao luminosa e
de uma preparao de equipamentos de udio e vdeo, (dimerizao da
iluminao, fechamento de cortinas, acionamentos de equipamentos de udio e
vdeo e outros). Ao se acionar um nico comando, de modo convencional ou a
partir de uma central por meio de controle remoto, todo o ambiente de
determinada sala automaticamente preparado para assistir a um filme; porm
os equipamentos interagem entre si, somente por meio de interfaces e
adaptaes entre os dispositivos/equipamentos;
nvel 3, sistemas totalmente integrados, casa inteligente h uma completa
interao entre todos os sistemas, com possibilidade de superviso. Para
exemplificar, pode-se mencionar uma automao residencial utilizando sistemas
abertos de comunicao entre os dispositivos e equipamentos, para o controle
de modo descentralizado, por meio de pontos, (ns) inteligentes; tambm podem
ser supervisionados todos os sistemas de automao integrados via computador
ou via controlador centralizado.
Independentemente do nvel de aplicao de cada sistema de automao
residencial, cabe salientar que os projetos devem ser customizados para atender as
necessidades especficas de cada usurio.
Preferencialmente, no momento do projeto, o arquiteto, o tcnico ou o
engenheiro, enfim, o profissional integrador de sistemas, em conjunto com o
proprietrio, descreve as funes e define as melhores aplicaes dentro das
possibilidades tcnicas e econmicas que permitam a implantao adequada ao uso
dos produtos, individualmente ou como sistema.
Outro fato importante a ressaltar: determinar a classificao dos nveis de
cada uma das diversas possibilidades mostradas na figura 2.6 (abrangncia da
automao residencial) depende da definio do sistema de automao que ser
escolhido, pois sempre existir uma vasta gama de tecnologias para cada aplicao,
que podem estar englobadas em qualquer um dos nveis mencionados
anteriormente.
Portanto, com a apresentao da teoria geral da automao, da definio de
automao residencial e das possibilidades de suas classificaes, este trabalho
prope, por meio das tabelas 2.1 e 2.2, uma forma de sistematizao tecnolgica e
conceitual de alguns dos principais produtos existentes no mercado atual, divididos
40
em grandes reas, que pode, de acordo com a necessidade, ser adaptada a
quaisquer outras tecnologias. As informaes nelas contidas so resultados de
estudos realizados na oportunidade, e podem, portanto, serem atualizadas a
qualquer momento.
Tabela 2.1 - Classificao da automao residencial I
Nas tabelas 2.1 e 2.2 verificam-se a existncia de vrias demarcaes com
relao s classificaes de um mesmo sistema. Por exemplo, quando em um
determinado tipo de sistema representado na tabela 2.1 ou na tabela 2.2 se
encontrar assinalados tanto malha aberta como malha fechada porque o sistema
permite duas possibilidades operacionais.
Aber-
to
Proprie-
trio 1 2 3Tipo
Sensores
PIR x x x
Ultras-
nicox x x
Dual x x x x x x x xFotoclula LDR x x x x x x x x
Atuadores
Conven-
cionalx x x x x x
"inteli-
gente"x x x x x x x x
Anal-gica x x x
Digital x x x x x
Automaco de
CortinasSomfy x x x x x x x x x x
Rels de
ImpulsoFinder x x x x x x x x x x
Sistemas de
Iluminao
Lutron x x x x x x x x x x
Home-
worksx x x x x x x x x
Home-
servex x x x x x x x x
Radio RA x x x x x x x x x
ComunicaoClassifi-
caoClassificao dos sistemas de automao pela natureza das variveis
Classificao dos sistemas de automao pela
arquitetura - Teoria de Controle
Malha
Fech.
Estocs-
tico
Malha
AbertaLinear
Controle
Manual
Estado
Contnuo
Estado
Discreto
Automao a
Programa
Event
Driven
Controle de
Iluminaao
Dimerizao
Interruptores
Minuteria
Tecnologias
Sensor de
Presena
Varivel no
tempo
Determi-
nstico
Tabela I - Sistematizao da automao residencial
Nveis ARProtocoloNo
Linear
Invarivel
no tempo
Est-
tico
Din-
mico
Time
Driven
41
Tabela 2.2 - Classificao da automao residencial II
As tabelas 2.1 e 2.2 apresentam as principais tecnologias disponveis e
empregadas atualmente no mercado de AR. Entretanto, vrios artigos indicam que
em um perodo de aproximadamente cinco anos diversos fabricantes de produtos e
de sistemas de AR estaro oferecendo arquiteturas sistemticas baseada em
wireless ou outras, pois se trata de uma rea de conhecimento em pleno
desenvolvimento.
A metodologia MAEAR poder tambm ser aplicada como ferramenta de
auxlio de engenharia para sistemas de AR baseada em qualquer tecnologia. Na
seqncia apresentada uma breve descrio dos princpios de funcionamento das
tecnologias citadas nas tabelas de sistematizao/classificao.
Aber-
to
Proprie-
trio 1 2 3
Equip. de
Redes Eltr.Tipo
X10 Teleco-
mandox x x x x x x x x x
X10 CFTV x x x x x x x x x
Supervisrio
Panja AMX x x x x x x x x x x
Creston x x x x x x x x x x
Controla-dores
IHC x x x x x x x x x x x x x x xHNC IBM x x x x x x x x x x
EIB x x x x x x x x x x x x x x xLonworks x x x x x x x x x x x x x x xIHC Bus x x x x x x x x x x x x x xHeading x x x x x x x x x x x x x xIhouse x x x x x x x x x x x x x x
Batibus x x x x x x x x x x x x x x x x
EHS x x x x x x x x x x x x x x x xCebus x x x x x x x x x x x x x x x xHBS x x x x x x x x x x x x x x x xKonnex x x x x x x x x x x x x x x x xMy Home x x x x x x x x x x x x x x x x
Tabela II - Sistematizao da automao residencial
Classificao dos sistemas de automao pela natureza das variveis ComunicaoClassifi-
cao
Classificao dos sistemas de automao pela
arquitetura - Teoria de controle
Nveis ARMalha
Aberta
Controle
Manual
Automao a
Program.
Malha
Fech.
Determi-
nstico
Estocs-
tico
Varivel no
tempo
ProtocoloInvarivel
no tempoLinear
No
Linear
Estado
Contnuo
Estado
Discreto
Time
Driven
Tendncias
Tecnolgicas
Tecnologia
Descentrali-
zada
Event
Driven
Est-
tico
Din-
mico
PLC - Power
Line Carrier
Tecnologias
Integrao de
Sistemas
Central de
Controle de
Automao
42
2.4 EXEMPLOS DE TECNOLOGIAS DESTINADAS A SISTEMAS DE
AUTOMAO RESIDENCIAL
Os itens a seguir apresentam a descrio de alguns sistemas e topologias dos
fabricantes de controle e automao residencial disponveis atualmente, assim como
as tendncias tecnolgicas do setor e a relao com seus respectivos nveis de
classificao segundo a HAA Home Automation Association.
2.4.1 Tecnologia de sensores de presena atuadores, dimerizadores e
interruptores minuterias
Desenvolvido atualmente por diversos fabricantes os sensores de presena
atuadores, dimerizadores e as minuterias controlam a iluminao do ambiente de
forma independente de outros sistemas de automao residencial. Os sensores de
presena atuadores foram desenvolvidos pensando na otimizao de energia e na
comodidade para o usurio. Ao detectar a presena de uma pessoa na rea
controlada, os sensores de presena atuadores comandam um circuito comutador
que por sua vez est conectado luminria. Porm, os dispositivos sensores de
presena no so necessariamente somente conectados a sistemas de iluminao.
Os mesmos podem enviar sinais de deteco em outros processos de comando,
como, sistemas de segurana, acionamento de portas, climatizao e outros.
As principais tecnologias existentes so:
- Raios infravermelhos passivos;
- Ultra-snica;
- Dual.
Sensor de Presena
Sistemas de Iluminao
Sistemas de Segurana
Acionamento de
portas
Outros sistemas
Sistemas de Climatizao
Figura 2.9 Possibilidades de cargas para sensores de presena
43
Os sensores com tecnologia por raios infravermelhos passivos (PIR), reagem
somente a determinadas fontes de energia, como o corpo humano. Eles detectam
presena atravs da diferena entre o calor emitido pelo corpo humano e o espao
ao redor.
Os sensores PIR utilizam uma lente Fresnel que distribui os raios
infravermelhos em diferentes zonas, obtendo assim uma melhor rea de cobertura a
controlar. Quando acontece uma mudana de temperatura em alguma dessas
zonas, detecta-se presena, e a carga acionada.
A fim de aumentar a confiabilidade do funcionamento, normalmente esta
tecnologia utiliza, tambm, um filtro de luz que elimina a possibilidade de falsas
deteces causadas pela luz natural (raios solares), assim como, circuitos especiais
para maior imunidade a ondas de rdio freqncia.
A tecnologia PIR permite definir com preciso a rea de cobertura desejada.
A figura 2.10 ilustra alguns modelos de sensores de presena em diferentes modos
de instalao, como teto, parede ou de embutir, respectivamente.
A tecnologia ultra-snica utiliza o princpio Doppler, ou seja, so sensores de
movimento volumtricos. Esses sensores emitem ondas de ultra-som na rea a
controlar, essas ondas rebatem nos objetos presentes, e retornam ao receptor do
sensor de presena.
O movimento de uma pessoa na rea faz com que as ondas ultra-snicas
retornem com uma freqncia diferente da recebida com objetos em repouso, o que
interpretado como deteco de presena.
Figura 2.10 Sensores de presena com tecnologia por raios infravermelhos Fonte: Catlogo Bticino (2004)
44
Os sensores ultra-snicos funcionam com um transmissor e um ou dois
receptores. Eles transmitem as ondas em alta freqncia, gerada por um oscilador
de cristal de quartzo. Esta freqncia to alta que no pode ser percebida pelos
seres humanos.
A cobertura ultra-snica no necessita viso direta da rea de cobertura,
podendo estar sensvel atravs de portas e divisrias. Contudo se faz necessrio
instal-lo em uma localizao adequada, a fim de evitar possveis deteces fora da
zona desejada.
As reas com carpetes e materiais antiacsticos absorvem a onda ultra-
snica e podem reduzir a cobertura. A eficincia do sensor tambm pode ser
alterada por fluxo excessivo de ar (provocado por ar-condicionado, ventilador,
calefao ou outros).
A tecnologia dual combina as tecnologias PIR (raios infravermelhos passivos)
e ultra-snica, proporcionando assim o controle da iluminao nas reas onde os
sensores de apenas uma tecnologia poderiam apresentar falhas na deteco.
A combinao de raios infravermelhos com ultra-snicos permite que o sensor
aproveite as melhores caractersticas de cada tecnologia, oferecendo assim uma
maior sensibilidade e adaptabilidade de funcionamento em funo do ambiente e
caractersticas de aplicao.
Esta tecnologia apresenta diferentes configuraes de operao. A
configurao padro aciona a iluminao quando as duas tecnologias detectam
presena simultaneamente, mantm acesa a luz desde que uma das tecnologias
continue detectando presena, e a apaga quando a rea desocupada. Segundo as
caractersticas da rea a ser controlada, possvel alterar essa configurao.
Um exemplo de aplicao de um sensor de presena com tecnologia dual
pode ser de uma sala de computador: o fluxo de ar (gerado pelo ar-condicionado)
Figura 2.11 Sensor de presena com tecnologia por raios ultra-snicos Fonte: Catlogo Bticino (2004)
45
poderia provocar uma falsa deteco por um sensor ultra-snico, assim como o
baixo ndice de atividade/movimento na rea (digitao) poderia provocar o
desligamento indesejado da iluminao por um sensor PIR. Este tipo de problema
pode ser resolvido com a tecnologia dual, j que, para o acendimento das luzes, na
configurao padro, necessria deteco de presena das duas tecnologias
(podendo-se entender como confirmao de presena na rea), e, para manter as
luzes acesas, necessrio que apenas uma das duas tecnologias detecte o
movimento, por menor que este seja.
Cabe citar ainda um dispositivo que se utiliza da tecnologia sensvel
variao da luz, como o (LDR) Lighting Dependent Resistor, para em conjunto com
outros componentes controlar a funo liga e desliga da iluminao de acordo com o
amanhecer e o anoitecer, comum este dispositivo tambm ser denominado
fotoclula.
A fotoclula encarregada de medir a quantidade de luz natural do ambiente
e controlar as cargas automaticamente desligando-as quando houver luz natural
suficiente e ligando-as quando for insuficiente. O sensor tambm possui uma chave
para anulao, que atua no caso da necessidade de iluminao constante.
Assim como na tecnologia dual a combinao destas tecnologias (raios
infravermelhos com ultra-snicos e fotoclulas) permite que o sensor aproveite as
caractersticas destas tecnologias. Pode oferecer uma maior sensibilidade e
flexibilidade de funcionamento. Pode-se citar como exemplo, o acionamento da
Figura 2.12 Sensor de presena com tecnologia dual Fonte: Catlogo Bticino (2004)
Figura 2.13 Sensores com fotoclula Fonte: Catlogo Bticino (2004)
46
carga (lmpadas) somente quando detectar presena e houver a falta de luz natural
no ambiente. A figura 2.14 apresenta alguns modelos de sensores de presena com
fotoclula para instalao em teto, parede, ou teto/parede, respectivamente.
Existe tambm, alm da dimerizao convencional (controlador de
intensidade luminosa por meio da eletrnica), da minuteria (mantm a carga
acionada por um tempo pr-estabelecido aps comando), a dimerizao digital
programvel ou interruptor denominado inteligente, com funes integradas, como:
- a funo com um perodo pr-ajustado; a luz diminui a intensidade gradualmente;
- a funo temporizador; aps o tempo pr-estabelecido, desliga automaticamente;
- a funo simulador de presena; mantm a lmpada ligada por um tempo,
desligada por outro, alternando-se sucessivamente nesses intervalos; e
- a funo dimerizao; que controla a intensidade luminosa com modelos tanto
para lmpadas incandescentes como para fluorescentes.
Como se pode verificar existem caractersticas diversificadas entre as
tecnologias apresentadas, ou seja, diferentes aplicaes. Contudo, como em
qualquer situao similar, deve-se verificar qual a que mais atender as
necessidades em funo das caractersticas do ambiente e das circunstncias.
Estas tecnologias de controle de iluminao podem ser consideradas nvel 1
de automao residencial, pois se aplicam em sistemas individuais ou subsistemas
Figura 2.14 Sensores de presena com fotoclula e Fonte: Catlogo A. Santos (2004)
Figura 2.15 Minuterias e dimmers Fonte: Catlogo A. Santos (2004)
47
que provem funes independentes que no se relacionam diretamente com outros
equipamentos ou subsistemas.
comum no serem previstos em projetos residenciais populares a
instalao das tecnologias citadas principalmente por falta de informao aos
usurios finais. Normalmente, criam-se alguns paradigmas como: custo, crena que
haver dificuldade na instalao/manuteno, ou at por acreditar-se em uma
dificuldade de encontrar tais dispositivos para aquisio.
Entretanto, tais tecnologias atualmente esto disponveis no mercado nos
mais diversos modelos e marcas e com instalao que exige apenas a interpretao
de instrues que acompanham os dispositivos.
2.4.2 Tecnologia para acionamento de cargas por meio de rels de impulso
Os rels so componentes eletromecnicos capazes de chavear circuitos de
potncias elevadas a partir de pequenas correntes ou tenses, tornando-se um
componente fundamental nos equipamentos eltricos.
Um rel eletromagntico se compe de um eletrom (ou bobina), uma base
montada e os contatos.
Figura 2.16 Rel Eletromagntico Fonte: Palestra Finder (2004)
48
Algumas caractersticas do rel eletromagntico:
um rel pode controlar sinais DC por meio de sinais AC ou vice-versa;
a tenso de controle da bobina menor que a dos contatos;
sinais de sada so completamente isolados e independentes dos sinais de
entrada;
pode haver o acionamento de um circuito ao mesmo tempo com um nico
sinal.
Dos rels tradicionais eletromagnticos que devem ser acionados por sinais
liga/desliga, foram desenvolvidos rels que so acionados por pulsos denominados
rels de impulso. A figura 2.17 ilustra o projeto do primeiro rel de impulso
desenvolvido.
Com a programao atravs de came, o rel pode efetuar diferentes
seqncias de acionamento compostos por at dois contatos. Portanto, podem-se
controlar diversos circuitos ao mesmo tempo utilizando um conjunto de botes
pulsadores, controlando a quantidade de pulsos. A figura 2.18 apresenta um modelo
de rel de impulso e suas possibilidades.
Figura 2.17 Projeto do 1 rel de impulso 1950 Piero Giordanino - Patenteado pela empresa Finder Fonte: Palestra Finder (2004)
Figura 2.18 Exemplo de seqncia de rel de impulso Fonte: Manual Finder (2006)
49
Alm de rels de impulso pode ser planejada a utilizao de rels
programveis, rels com a funo de minuteria, rels associados a sensores
crepusculares (fotoclulas) ou a controles de dimerizao, rels com a funo SELV
(Segurana Extra em Baixa Tenso), entre outros. A figura 2.19 mostra alguns tipos
de rels de impulso.
Assim como os sensores, e de acordo com a definio dos nveis de AR,
segundo a HAA, esta tecnologia de controle de iluminao pode ser considerada
nvel 1 de automao residencial, pois se aplicam em sistemas individuais ou
subsistemas que provem funes independentes que no se relacionam
diretamente com outros equipamentos ou subsistemas. Mas, se desenvolvido as
devidas interfaces, torna-se possvel alcanar o nvel 2 de AR.
Tambm comum no serem previstos em projetos a instalao das
tecnologias citadas por falta de informao aos usurios finais e at mesmo a uma
parte de alguns projetistas e executores, e tambm normalmente por alguns
paradigmas: como custo, crena que haver dificuldade na instalao/manuteno,
ou at por acreditar-se em uma dificuldade de encontrar tais dispositivos para
aquisio.
De fato, os rels de impulso e dispositivos correlatos no so amplamente
encontrados em quaisquer lojas de materiais eltricos. Entretanto, o principal
fabricante com representao em suas filiais, mantm e disponibiliza seus produtos
por meio de rede de distribuidores especficos. Os dispositivos so de fcil
instalao, tendo como condio ideal, o planejamento prvio da instalao.
2.4.3 Tecnologia com comunicao de dados por meio da rede eltrica I
A tecnologia X10 PLC (Power Line Carrier) existe h mais de vinte anos e foi
criada inicialmente para integrar baixo custo e controle de equipamentos.
Figura 2.19 Modelos de rels de impulso Fonte: Manual Finder (2006)
50
Originalmente unidirecional, hoje em dia possvel encontrar equipamentos
bidirecionais. Os mdulos transmissores do X10 so adaptadores que conectados
tomada de energia eltrica enviam sinais aos mdulos receptores para controlar
equipamentos simples: interruptores, controles remoto, sensores de presena, entre
outros.
A modulao utilizada por amplitude - AM (Amplitude Modulation). Para
diferenciar os sinais, a portadora utiliza a passagem por zero volt da onda senoidal
(60Hz ou 50 Hz) da linha eltrica de corrente alternada (CA), tanto no ciclo positivo
quanto no negativo.
A transmisso na passagem por zero justifica-se por ser este o instante de
menor rudo e interferncia de outros equipamentos ligados rede. O um binrio
representado por um pulso de 3 a 5V, com durao de aproximadamente 1ms, no
primeiro ponto do cruzamento pelo zero e pela ausncia desse pulso no segundo
zero.
O zero binrio um inverso: ausncia no primeiro pulso e presena no
segundo. Dessa forma, cada bit precisa de um ciclo completo de 60Hz para ser
transmitido, limitando a taxa em 60 bits por segundo.
Um comando completo do X10 consiste de dois pacotes com um intervalo de
3 ciclos entre eles, e cada pacote leva 11 ciclos para ser transmitido. No total so
necessrios 47 ciclos para se transmitir um comando, o equivalente a 0,8s. Essa
limitao de velocidade acabou restringindo a tecnologia ao controle de aplicaes
simples como iluminao e segurana.
O protocolo de comunicao X10 em si, no proprietrio, no sentido de que
qualquer fabricante pode produzir dispositivos X10 e oferec-los ao consumidor,
porm no se comunica com outro tipo de protocolo de comunicao. A figura 2.20
ilustra alguns mdulos X10: transmissor, controle remoto, acionamento de cargas e
acionamento de lmpadas tipo soquete, respectivamente.
Figura 2.20 Mdulos de controle X10 Fonte: Catlogo X10 (2006)
51
Contudo, alm dos exemplos citados at aqui existe tambm atualmente uma
vasta gama de possibilidades de dispositivos que se comunicam por meio do
protocolo X10, como por exemplo, na rea de segurana (cmeras e correlatos)
utilizando o mesmo princpio de funcionamento. Esta tecnologia pode ser
considerada nvel 1 de automao residencial ou quando o sistema permitir
superviso e programao por meio de interfaces utilizando o computador, nvel 2.
2.4.3.1 Tecnologia de comunicao por meio da rede eltrica II
A tecnologia PLC denominada (Powerline Communication) assemelha-se a
tecnologia X10, porm sob outros propsitos e abrangncias. Assim como o X10 a
topologia da rede ser a mesma utilizada para distribuio de energia eltrica,
tornando cada tomada um ponto potencial para transmisso de dados,
transformando desta maneira a rede eltrica de prdios e residncias em uma
verdadeira rede de comunicao local.
A diferena do X10 que o padro da tecnologia PLC aqui apresentada
prope utilizar a prpria rede eltrica para conectar computadores em rede, ou
dispositivos de telemetria, ou a prpria internet, e no somente dispositivos sensores
ou atuadores. A figura 2.21 ilustra a proposta da tecnologia PLC (Powerline
Communication).
Figura 2.21 Rede Internet pela rede eltrica Fonte: Vargas (2004)
52
Existem projetos utlizando a tecnologia PLC no exterior e no Brasil, entretanto
este trabalho de pesquisa no tem como foco analis-los mais detalhadamente. Um
trabalho de pesquisa, Vargas (2004) que apresenta um estudo apropriado foi
desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
denominado Comunicao de dados atravs da rede eltrica.
Conclui-se que a tecnologia PLC (Powerline Communication) ou (Power Line
Carrier) so ambas uma comunicao por rede eltrica, que tem cada qual o seu
propsito. As mesmas podem permitir aplicaes por uma simples tomada eltrica,
ou seja, transformam cabos de cobre das redes convencionais de distribuio de
energia eltrica em potencial meio de transmisso de dados, voz, e imagens.
Assim, pode-se enquadrar essa tecnologia a nvel 2 da AR, podendo alcanar
o nvel 3, pois futuramente os prprios computadores pessoais podem se tornar os
dispositivos de controle da residncia.
A diferena, comparados outras tecnologias, de que os dados e
comandos, de maneira integrada, podero utilizar da prpria rede eltrica.
2.4.4 Tecnologia para automatizao de persianas, cortinas e toldos
Existem diversos fabricantes desta tecnologia. um sistema de motorizao
de cortinas, persianas e toldos que tem como caractersticas de aplicao a
utiliza7o de pequenos motores (110/220VCA ou 24VCC). Os motores so
comandados por impulsos em controle remoto ou botes pulsadores e acionados por
rels eletromagnticos ou dispositivos eletrnicos, e podem ser interligados s
principais tecnologias de automao residencial disponveis.
As ltimas inovaes so sistemas de motorizao de cortinas utilizando
baterias, e outras com sensor solar, permitindo a instalao de modo individual
mesmo sem a prvia instalao eltrica, normalmente necessria no modo
convencional.
O nvel de automao residencial para esta tecnologia dependendo da
aplicao pode ser nvel 1, sistema independente, ou nvel 2, pois permite a
integrao de comando por meio interfaces com outros dispositivos ou sistemas de
controle.
53
2.4.5 Tecnologia de sistemas de controle de iluminao e outros subsistemas
Existem diversos fabricantes de sistemas de controle de iluminao. Incluem
itens variados desde simples controles instalados em parede que ajustam a
luminosidade em uma sala, como os dimerizadores citados anteriormente, at
sistemas mais sofisticados para o controle de toda residncia, escritrio ou grandes
instalaes.
Trata-se de sistemas de controle de iluminao com programao da
ambientao luminosa com interface amigvel. Existem por exemplo, dispositivos
que controlam a iluminao e criam uma ambientao luminosa em at oito pontos,
podendo totalizar at 48 zonas de iluminao, considerando a potncia permissvel
de cada ponto.
Os mesmos permitem incluir o controle de outros equipamentos como parte
desta ambientao, como telas de projeo e cortinas automatizadas. Comportam
ainda 16 possibilidades de ambientao em sua memria.
A figura 2.22 mostra um modelo de um sistema de controle de iluminao.
Existem tambm outros dispositivos que apesar de terem os mesmos
objetivos mencionados nos outros modelos, contam com painis de dimerizao e
atendem aplicaes de maior porte, possibilitando a integrao com sistemas de
automao predial. Estes modelos podem chegar a atender de 128 a 512 zonas de
iluminao.
Como exemplo de inovao em um evento denominado Habitar 2003
realizado em So Paulo, duas empresas em parceria programaram e
implementaram, em um modelo de casa inteligente, um sistema de controle de
iluminao por meio do comando de voz.
Figura 2.22 Modelo de central de controle iluminao Fonte: Manual Lutron (2001)
54
Existem ainda sistemas de controle de iluminao voltados especificamente
para residncias, e permitem trs possibilidades de utilizao:
- totalmente cabeado (Homeworks);
- totalmente por radiofreqncia/wireless (Homeserve); ou
- ambos conforme as necessidades da infra-estru