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Ditadura militar

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Esquema/Resumo

Governo João Goulart (1961-64)- Implantou Reformas de Base- Fortalecimento dos Movimentos sociais: UNE e Ligas Camponesas- Oposição das elites conservadoras, Igreja e classe média

Golpe Militar (31/3/64)- apoio da classe média, igreja, EUA, elite: tinham medo do comunismo- assume a presidência o marechal Castelo Branco 

O Governo Militar (1964-85) – Implantação da Ditadura Militar  - uso da repressão / investigação (SNI), censura- bipartidarismo: ARENA X MDB- prisões / tortura / exílio (artistas e políticos)- oposição armada ao regime militar: guerrilha urbana e rural 

Governo Militar  - “Milagre econômico” : crescimento sem distribuição de renda e aumento da dívida externa- influência dos EUA- protestos e passeatas 

Cultura na década de 1960 - Cinema Novo: crítica a miséria do pais e a realidade do Brasil- Músicas de protesto e “alienadas”

Ditadura Militar no Brasil  Regime Militar de 1964, O golpe militar de 64, Governos Militares , Governo Castello Branco, Governo Costa e Silva, Governo da Junta Militar, Governo Médici, AI-5, Governo Geisel, Governo Figueiredo, Redemocratização, Lei da Anistia, Campanha das Diretas Já, Constituição de 1988.

Introdução Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.

O golpe militar de 1964A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O

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governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.

Os partidos de oposição, como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava.No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande comício na Central do Brasil ( Rio de Janeiro ), onde defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 ( AI-1 ). Este, cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.

GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967) Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém ao começar seu governo, assume uma posição autoritária. Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos políticos. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar.Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estavam autorizados o funcionamento de dois partidos : Movimento Democrático Brasileiro ( MDB ) e a Aliança Renovadora Nacional ( ARENA ). Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares.O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.

GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser eleito

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indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por protestos e manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país. A UNE ( União Nacional dos Estudantes ) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam fábricas em protesto ao regime militar. A guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por jovens idealistas de esquerda, assaltam bancos e seqüestram embaixadores para obterem fundos para o movimento de oposição armada.No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 ( AI-5 ). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial.

GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969)Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). 

Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN seqüestram o embaixador dos EUA Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva".No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de repressão em São Paulo.

GOVERNO MEDICI (1969-1974)Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente : o general Emílio Garrastazu Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido como " anos de chumbo ". A repressão à luta armada cresce e uma severa política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística são censuradas. Muitos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos, torturados ou exilados do país. O DOI-Codi ( Destacamento de Operações e Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna ) atua como centro de investigação e repressão do governo militar.Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente no Araguaia. A guerrilha do Araguaia é fortemente reprimida pelas forças militares.

O Milagre EconômicoNa área econômica o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a 1973 ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma base de infra-estrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi.

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Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os padrões econômicos do Brasil.

GOVERNO GEISEL (1974-1979)Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem.

Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades.Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação semelhante.Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil.

GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985) A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a acelerar o processo de redemocratização. O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura continuam com a repressão clandestina. Cartas-bomba são colocadas em órgãos da imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de Abril de 1981, uma bomba explode durante um show no centro de convenções do Rio Centro. O atentado fora provavelmente promovido por militares de linha dura, embora até hoje nada tenha sido provado.

Em 1979, o governo aprova lei que restabelece o pluripartidarismo no país. Os partidos voltam a funcionar dentro da normalidade. A ARENA muda o nome e passa a ser PDS, enquanto o MDB passa a ser PMDB. Outros partidos são criados, como : Partido dos Trabalhadores ( PT ) e o Partido Democrático Trabalhista ( PDT ).

A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas JáNos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos

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Deputados.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

MPB - Música Popular Brasileira   História da MPB, Estilos Musicais, cantores brasileiros, músicos

famosos do Brasil, grupos de rock nacional.

História da MPB - Música Popular Brasileira Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturou-se em nossa terra, as cantigas populares, os sons de origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas européias. Também contribuíram, neste caldeirão musical, os ind í genas com seus típicos cantos e sons tribais.

Nos séculos XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB : o lundu e a modinha. O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita.

Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão européia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história.

Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O

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carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que se tem notícia : Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início do século XIX.

Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores : Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de O teu cabelo não nega), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes intérpretes da música popular brasileira : Carmem Miranda, Mário Reis e Francisco Alves.

Na década de 1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o rei do Baião. Falando do cenário da seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.

Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção. Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam  principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical : Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e Caubi Peixoto.

Em fins da década de 1950, surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos.

A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa.

Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo acontece com DJavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de Minas Gerais), Belchior e Fagner ( ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho (da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.

Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new

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wave. O show Rock in Rio, do início da década de 1980, serviu para impulsionar o rock nacional.Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem sucesso Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas.

A década de 1990 também é marcada pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical : Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel.

Nesta época, no cenário rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9.O século XXI começa com o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público adolescente. São exemplos : Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22.

Censura no Período Republicano

Apesar da censura no período republicano ser associada, muitas vezes, ao período militar, não foi apenas durante o período conhecido por anos de chumbo que ela ocorre.

A Guerra de Canudos, apesar de ter sido iniciada por uma suposta conspiração monarquista, é um exemplo de perseguição político-cultural muito marcante desse período. A historiografia recente duvida se o eventual anti-republicanismo foi o único motivo do combate de tal acampamento, ou se o que ocorreu não foi também o Estado destruindo um espaço que sobrevivia de forma independente do mesmo, por medo de ser contestado e vir a ser atacado por ideologias que vinham ganhando força na Europa e sendo trazidas pelos imigrantes.

Em meio urbano, os jornais publicados por sindicatos operários também foram duramente perseguidos. Publicados sempre de forma clandestina, voluntária e em poucas mãos, as tiragens sempre eram direcionadas para alguma comunidade muito específica, geralmente para uma categoria de trabalhadores industriais, ou para um bairro. Periodicamente, agentes policiais prendiam os tip ó grafos e distribuidores, bem como destruíam todo o maquinário envolvido na produção dos jornais.

O Departamento de Ordem Pol í tica e Social (DOPS), criado em 1924, realizava diversas vigilâncias e apreensões de itens que considerava como inadequados, principalmente as propagandas de movimentos

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comunistas, socialistas, anarquistas e, em menor escala, de ítens facistas, nazistas e integralistas.

Um dos exemplos de censura mais conhecidos do período é o que ocorre com o Bar ã o de Itarar é . Em 1932, após mais de cinco anos de Apparício manter suas atividades humorísticas e satirizadoras da sociedade e política em geral, é seqüestrado e espancado por policias da marinha nunca identificados, o que não fez com que largasse em seu ofício, até mesmo ao afixar um aviso na porta de seu escritório entre sem bater.

No entanto, durante o regime iniciado em 1964, todas as formas de perseguição são intensificadas, além de outras serem elaboradas.

Após a promulgação do AI-5, todo e qualquer veículo de comunicação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados. Obviamente, muitos materiais foram censurados. As equipes envolvidas, impossibilitadas de publicar maiores esclarecimentos, tomavam medidas diversas. Algumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco. Outros, publicavam receitas culinárias estranhas, que nunca resultavam no alimento proposto por elas. Além de protestar contra a falta de liberdade de imprensa, tentava-se fazer com que a população brasileira passasse a desconfiar das torturas e mortes por motivos políticos, desconhecidas pela maioria. A violência do Estado era notada nos confrontos policiais e em conhecidos que desapareciam, mas, não era possível a muitos imaginar as proporções reais de tudo isso. Aparentemente, o silêncio imposto em relação às torturas era para que menos pessoas se revoltassem e a situação se tornasse, então, incontrolável.

Além de censurar as torturas, muitas outras coisas também não poderiam ser veiculadas. Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama exemplificador foi recebido pelo diretor da surcusal de Bras í lia do jornal O Estado de S ã o Paulo

De ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente proibida a publicação de: notícias, comentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções em quaisquer atividades públicas. Fica igualmente proibida pelo senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Campos. [1]

Dessa forma, a imagem de uma estabilidade política e de uma nação que prosperava era mantida.

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Além da resistência ora camuflada, ora explícita da imprensa, artistas vinculados à produção musical encontraram como forma de protesto e denúncia compor obras que possuíssem duplo sentido, tentando alertar aos mais atentos, e tentando despistar a atenção dos militares, que geralmente descobriam que a música se tratava de uma crítica a eles apenas após a aprovação e sucesso entre o público das mesmas. Um dos exemplos mais marcantes do jogo lingüístico e musical presentes do período é a música Cálice, composta por Chico Buarque. Além do título da composição ter som idêntico à expressão Cale-se, seus versos poderiam ser confundidos com uma divagação religiosa, tal como no trecho transcrito a seguir.

Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta

[editar] Artistas censurados durante a ditadura militar

Caetano Veloso Chico Buarque Geraldo Vandr é Gilberto Gil Elis Regina

[editar] Músicas-protesto

Alguns artistas usavam a própria música para protestar ou lutar contra a censura. Algumas destas músicas ganharam um caráter histórico dentro do movimento da MPB.

Apesar de você Pra não dizer que não falei de flores Cálice É proibido proibir A banda Como eu quero Acorda, Amor

[editar] Censura após a Redemocratização

Mesmo após os militares terem deixado o poder, ainda é possível verificar algumas formas de censura. Muitas ocorrem tendo em vista

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proteger os cidadãos de atitudes intolerantes, mas, várias outras ocorrem por motivos mais complexos, frutos da persistência do patrimonialismo na cultura brasileira.

[editar] Arquivos da ditadura militar

Ver artigo principal: Documentos da ditadura militar brasileira.

Uma forma direta e indireta de censura é a permanência da grande maioria dos arquivos referentes ao período militar estar inacessível à consulta de advogados, historiadores e da população em geral.

Apenas alguns arquivos estaduais do DOPS (tais como os de São Paulo e os do Rio de Janeiro) já se encontram disponibilizados para consultas, mas, arquivos do mesmo órgão em outros estados continuam lacrados e, em alguns, não se sabe o paradeiro deles.

Os arquivos do DOI-CODI, em todos os estados do país, são dados pelas autoridades como destruídos, o que é contestado por aqueles que possuem interesse em consultá-los. Como exemplo, citam a possibilidade dos arquivos de tal órgão terem sobrevivido por terem sido enterrados [2], e documentos de outras instâncias que tratavam da Guerrilha do Araguaia que foram publicados após parte deles ter estourado na imprensa.

Outra parte dos arquivos militares encontra-se trancada por decisão do Governo Federal. Com efeito, parte deles nunca será tornada pública, sob a justificativa de se manter a ordem nacional.

[editar] Beyond Citizen Kane

Ver artigo principal: Beyond Citizen Kane.

Em 1994, o documentário Beyond Citizen Kane tem a sua circulação proibida sob pretextos bastante controversos. Por fazer uma abordagem crítica a respeito da formação da Rede Globo, maior emissora televisiva do país e que se origina bem na época da ditadura militar, acredita-se que, se aproveitando de algum possível trecho ambíguo da legislação brasileira, os governantes tenham devolvido parte do "favor" que a emissora faz enquanto veículo de comunicação de massas.

[editar] Luís Inácio (300 Picaretas)

A música do grupo Os Paralamas do Sucesso, "Lu í s In á cio (300 Picaretas)" (batizada a partir de uma frase de Lula em que ele dizia que

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a Câmara são alguns homem honrados e uma maioria de 300 picaretas), lançada em 1995, fazia protestos sobre a política brasileira, mencionando os an õ es do or ç amento e a corrupção geral. O deputado mineiro Bonifácio Andrada se indignou, vetou a música em um show em Brasília e lançou um protesto no Congresso, querendo proibir a canção (o que a imprensa logo considerou anticonstitucional). O processo não deu em nada,apenas vetaram a exibição de "300 Picaretas" em rádios e lojas de discos.

A polêmica toda ajudou os Paralamas a voltarem para os holofotes após um período obscuro.

[editar] Liberdade de Imprensa

Em vários momentos a chamada liberdade de imprensa é questionada. Muitas reportagens recebem censura prévia por serem muito sensacionalistas e, em várias vezes, inventadas. No entanto, existem alguns casos um pouco controversos.

Em outubro de 2002 o jornal Correio Braziliense é proibido de publicar, com possibilidade de busca e apreensão de eventuais exemplares já impressos, uma matéria que divulgaria trechos de escutas telefônicas de funcionários do "alto escalão" do governo distrital de Brasília. De acordo com o jornal, tais pessoas estariam envolvidas com processos ilegais de loteamentos de territórios. Em protesto, o jornal publicou matéria alegando ter sido censurado e, no dia seguinte, seus presidentes de redação demitiram-se. [3]

[editar] Censuras por Valores

Além das censuras que causam grande controvérsia na sociedade, o Estado brasileiro proíbe que determinados materiais tenham a sua veiculação proibida de acordo com valores sociais atuais, tal como ocorrido no ano de 2005, quando um conjunto musical do Rio Grande do Sul, Bid ê ou Balde , passa a enfrentar problemas judiciais; a música do conjunto selecionada para uma coletânea da MTV possui letra que faria apologia à pedofilia.

Caetano VelosoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purifica çã o , 7 de agosto de 1942) é um dos mais populares e influentes compositores e cantores brasileiros.

Nascido na Bahia, é o quinto de sete crianças filhos de José Teles Veloso ("Seu Zezinho") e Claudionor Viana Teles Veloso ("Dona Canô"). Ele escolheu o nome para sua irmã (a sexta filha dos pais de Veloso), que recebeu o nome baseado numa canção famosa da época (18 de junho de 1946) de Nelson Gon ç alves , Maria Beth â nia . Sua irmã tornou-se uma das maiores cantoras da história da MPB. Caetano tornou-se um cantor tão famoso quanto sua irmã e também é considerado um dos maiores compositores da MPB.

Ele começou sua carreira cantando bossa nova mas logo ajudou a criar um estilo musical conhecido como MPB (música popular brasileira), deslocando o som da música Pop brasileira em direção de um ativismo político e de uma consciência social, associando-o ao movimento hippie do final dos anos 1960 e às suas músicas tropicalistas. Foi lançado no cenário nacional por sua irmã,a já famosa cantora Maria Beth â nia .

Veloso sempre demonstrou uma posição política ativa, esquerdista, ganhou a inimizade do regime militar ditatorial que predominou no Brasil até 1984; suas canções foram frequentemente censuradas neste período, e algumas até banidas. Veloso, e seu principal companheiro Gilberto Gil, passaram vários meses na prisão devido à "atividades subversivas" em 1968 e eventualmente foram exilados em Londres.

Nos anos 80, cresce a popularidade de Caetano Veloso fora do Brasil, especialmente em Israel, Portugal, Fran ç a e Á frica . Em 2004, ele foi considerado um dos mais respeitados e produtivos pop-stars latino-americanos no mundo, com mais de cinqüenta discos disponíveis, incluindo canções em trilhas sonoras de filmes como "Fale com ela", de Pedro Almod ó var , e "Frida". Em 2002 Veloso publicou um livro sobre o movimento da Tropic á lia , "Tropical Truth: A Story of Music and Revolution in Brazil" (Tropicália: uma história de música e revolução no Brasil).

Seu primeiro CD totalmente em Inglês foi "A Foreign Sound" - "Um som Estrangeiro" (2004), no qual interpretou "Come as You Are", música da banda Nirvana, bem como outras canções famosas. Cinco das seis canções de seu terceiro álbum "Caetano Veloso", realizado em 1971, também foram cantadas em inglês.

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Caetano Veloso num festival na Ú mbria (It á lia .

Caetano casou-se duas vezes, a primeira em 1969 com Andréa Gadelha, a Dedé, com quem teve seu primeiro filho, Moreno. Dedé é irmã de Sandra Gadelha, ex-mulher de Gilberto Gil. Caetano e Dedé separaram-se em 1983. Em 1986 Caetano casou-se com Paula Lavigne, com quem teve dois filhos, Zeca e Tom, e de quem separou-se em 2005. Em 2006, teve a pessima idéia de abrir a sua boca, e falou que Stairway to Heaven, música do Led Zeppelin, é cafona e sem conteúdo.

Chico BuarqueOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944) é m ú sico , cantor, compositor, teatr ó logo e escritor brasileiro. Sua principal atividade é compositor; desde muito jovem, conquistou reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos foram apresentados.

Filho de S é rgio Buarque de Hollanda e Maria Amélia. Quando criança, viveu em S ã o Paulo , estudou no Colégio Santa Cruz e morava nas proximidades do Est á dio do Pacaembu , onde virou fã do jogador Pagão, a quem homenageou na canção Futebol. Também foi interno, por cerca de seis meses, do Colégio "Cataguases", na cidade mineira de mesmo nome. É torcedor do Fluminense do Rio de Janeiro. Foi casado com a atriz Marieta Severo com quem teve três filhas: S í lvia , que é atriz; Helena (casada com o percussionista Carlinhos Brown) e Luísa.

O começo: participação nos festivais da MPB nos anos 60

No início da carreira conheceu Elis Regina, que havia ganhado o Festival de 1965 com a música "Arrastão"; mas a cantora acabou desistindo de

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gravar algumas de suas músicas devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque passou a ser conhecido pelo público brasileiro quando ganhou o "Festival da Música Popular Brasileira" em 1966, patrocinado pela TV Record, com a música "A Banda", cantada por Nara Le ã o (empatou em primeiro lugar com Disparada, de Geraldo Vandr é ). No festival do ano seguinte faria sucesso também com a música Roda Viva, interpretada pelo grupo MPB-4 - amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Voltou a vencer um Festival em 1968, com a canção Sabiá, mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a música que ficou em segundo lugar: Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.

Chico e o período da Ditadura

Ameaçado pela ditadura militar, esteve exilado na It á lia em 1969, onde chegou a fazer shows com Toquinho. Nessa época teve suas músicas "Apesar de voc ê " (alusão negativa ao presidente M é dici ) e "Cálice" proibidas pela censura. Adotou o pseud ô nimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções. Na It á lia Chico ficou amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima Minha História, versão em português (1970) da canção Gesubambino, de Lucio Dalla e Paolla Palotino.

Ao voltar ao Brasil continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre "Construção" ou a divertida "Samba do Partido Alto". Fez shows com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Beth â nia . Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil: ao saber que a filha do presidente Ernesto Geisel era sua fã, teria feito uma música, Jorge Maravilha, na qual o verso famoso dizia: "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta".

Geraldo VandréOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Geraldo Vandré, nome art í stico de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias (Jo ã o Pessoa , 12 de setembro de 1935) é um cantor e compositor brasileiro.

Em 1966, chegou à final do Festival da Record com o sucesso Disparada, interpretada por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.

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Em 1968, participou do III Festival Internacional da Can çã o com Pra não dizer que não falei de flores ou Caminhando.

A composição era um hino de resistência contra o governo militar. Seu refrão,

Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer

foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. O sucesso acabou em segundo lugar no festival, perdendo para Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim.

Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimar ã es Rosa , morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França.

Voltou ao Brasil em 1973. Até hoje, vive em S ã o Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz que só não se apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor" abafa sua obra.

Uma canção relativamente recente muito contribuiu para se difundir a idéia de loucura de Vandré. Trata-se de Fabiana, composição em homenagem à FAB, apresentada na d é cada de 90 na Biblioteca Municipal de São Paulo.

É dele a frase "A vida não se resume à festivais".

Gilberto GilOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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O cantor, compositor e ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil.

Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador, 26 de junho de 1942) é um cantor e compositor brasileiro. É o atual ministro da Cultura do Brasil.

Gil é formado em administração de empresas; seu primeiro emprego foi na Gessy Lever, em S ã o Paulo . Gil passou a ficar conhecido por suas gravações nos anos 60, marcadas pelo movimento do tropicalismo, incluindo "Roda", "Lunik 9", e "Domingo no Parque".

Carreira

Ele iniciou sua carreira como músico da bossa nova, mas logo começou a compor músicas que refletiam um novo foco de preocupação política e ativismo social, junto com seu parceiro Caetano Veloso. Foi a irmã de Caetano, a já famosa cantora Maria Beth â nia , que lançou Gilberto Gil nacionalmente como compositor nos anos 60. Nos anos 70, Gil acrescentou elementos novos, da música africana e norte-americana, ao seu já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. Jo ã o Gilberto gravou a música "Eu Vim Da Bahia", de Gil, em seu clássico LP chamado João Gilberto.

Em 1969, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo angl ó fono , foram taxados de "subversivos" e presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964. Depois de soltos, ambos mudaram-se para Londres. Gil começou a tocar com grupos como Yes, Pink Floyd e a

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Incredible String Band, e ao mesmo tempo continuava sua carreira solo. Nos anos 70, fez uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês.

Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão e uma versão em português de "No Woman, No Cry" (em português, "Não chores mais") sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, levando o reggae para o Brasil.

Continuou gravando, fazendo shows e se envolvendo em várias causas sociais, e chegou a ser eleito vereador em Salvador, sua cidade natal, no início dos anos 90. Seu álbum de 1993, Tropicália 2, com Caetano Veloso inclui o "cover" de uma música de Jimi Hendrix, "Wait Until Tomorrow," e é considerado um de seus melhores trabalhos desde o fim dos anos 60. Quando o presidente Lu í s In á cio Lula da Silva tomou posse em janeiro de 2003, escolheu Gilberto Gil para ser Ministro da Cultura do Brasil, cargo que teve severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas ao jornal Folha de S ã o Paulo .

[editar] Exílio

Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.

[editar] Biografia

Elis Regina nasceu na capital no Rio Grande do Sul, onde começou sua carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crian ç as chamado "O Clube do Guri", na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.

Em 1959 foi contratada pela Rádio Gaúcha e, no ano seguinte, viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, "Viva a Brotolândia". Lança ainda mais dois três discos, enquanto morava em Porto Alegre.

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Em 1964 parte para o eixo "Rio-SP", e, em 1965, vence o Primeiro Festival da MPB, promovido pela Excelsior, lançando-se nacionalmente. No mesmo ano, assume ao lado de Jair Rodrigues, o comando do programa O Fino da Bossa, que ficaria no ar até 1967, com grande sucesso. Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, tendo grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, quando se tornou a primeira artista a se apresentar lá duas vezes no mesmo ano.

Durante os anos 70, aprimorou constantemente sua t é cnica e domínio vocal, registrando em discos de alta qualidade t é cnica parte do melhor da sua gera çã o de músicos. Em 1976, com o espetáculo Falso Brilhante, atinge grande sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. O show foi considerado, anos depois, como o melhor da década de 70.

Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público por sua originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores e; o seu último show, Trem Azul, em 1981, escolhido como o melhor show daquele ano.

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, que perseguiu e exilou muitos músicos em sua época, seja através de declarações públicas ou pelas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, declarou que o Brasil era governado por "gorilas". Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.

Segundo a análise de alguns, era conhecida por sua primazia pela técnica e qualidade musical de seus discos, também se notabilizou por lançar boa parte dos grandes nomes da MPB, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Jo ã o Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros.

Faleceu aos 36 anos de idade em 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de coca í na e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemit é rio do Morumbi .

Considerada pela cr í tica renomada e pela classe musical brasileira, e mesmo por muitos críticos e músicos internacionais, como a maior cantora do Brasil, não só nas questões musicais que Elis se destacou. Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileiro, destacando a Marcha contra as guitarras, ainda nos anos 60, ao lado de artistas como Gilberto Gil e outros, ainda participou ativamente da campanha pela

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anistia política de exilados brasileiros. A canção de Jo ã o Bosco e Aldir Blanc na sua voz, O b ê bado e a equilibrista , é tida como o Hino da Anistia, que coroou a chegada de vários importantes nomes do Brasil, de volta do exterior, a partir de 1979. Um deles, citado na música, era o "irmão do Henfil", o Betinho, importante soci ó logo brasileiro.

Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da ASSIM, Associa çã o de Int é rpretes e de M ú sicos .

Elis é mãe de Jo ã o Marcelo B ô scoli , fruto de seu casamento com o músico Ronaldo B ô scoli , e de Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos do pianista C é sar Camargo Mariano . Os três enveredaram pelo ramo da m ú sica .