DÍZIMOS-A farsa do dizimo cristão_2011

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1 edio 2001

Edio, capa, reviso e editorao eletrnica: Ivn Daro Toro Ra

Toro Ra, Ivn Daro DZIMOS: A farsa do Dzimo cristo

Registro dos Direitos Autorais N 205.700, livro N 356, folha N 360 Fundao Biblioteca Nacional - Ministrio da Cultura Escritrio de Direitos Autorais Rio de Janeiro

E-mail: [email protected]

Impresso no Brasil Maro de 2001

NDICE Contedo: Pgina:

INTRODUO......................................................................................05 DEMONSTRAO No. 1 SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSO BBLICA A LEI E OS PROFETAS.................................................15 1. - Da expresso A Lei e os Profetas....................................22 2. Exemplos do uso da expresso a Lei e os Profetas como sinnimo de o Antigo Testamento.................................23 3. Por que o Antigo Testamento deveria vigorar apenas at Joo Batista?......................................................26 DEMONSTRAO No. 2 NO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA GRAA.................37 1o. - O autntico cristo vive no mesmo regime gratuito dos apstolos de Cristo, e no sob o antigo regime das obras da Lei ..............................................................................................42 2o. - O autntico cristo vive em fiel obedincia instruo dada por Moiss, de seguir a Jesus e sua Graa.........................59 3o. - O autntico cristo vive em fiel obedincia instruo dada pelo Pai, de seguir a Jesus e sua Graa..............................64 DEMONSTRAO No. 3 BIBLICAMENTE, O DZIMO DA LEI E PROFETAS, CUJOS MANDAMENTOS E ORDENANAS NO FAZEM PARTE DA ALIANA DA GRAA....................................................91 1o. - O Dzimo a que se refere Malaquias da Lei e Profetas; no da Aliana da Graa.............................95 2o. - O Dzimo que Abrao deu a Melquisedeque da Lei e Profetas, ainda que no fizesse parte dos mandamentos que, 430 anos depois, Moiss recebeu de Deus...................................................................102 A)- A histria de Abrao pertence a todo o conjunto de livros sagrados denominado por Jesus a Lei e os Profetas em Lc 16: 16............102 B)- O Dzimo dado por Abrao no foi um

ato ordenado pela vontade expressa de Deus......114 C)- Ainda se Deus tivesse ordenado a Abrao pagar esse Dzimo a Melquisedeque, tal ordem no teria vigor estatutrio algum sobre os cristos, por continuar sendo parte do contedo da caduca Lei e Profetas, e no da Nova Aliana da Graa, que a que vigora hoje na vida do povo cristo........116 3o. - O que o Evangelho afirma de forma expressa em Hb 7:1-19 que o Dzimo era da Lei e Profetas; no da Aliana da Graa......................................................119 4o. - O que Jesus afirmou em Mt 23:23-24 foi que o Dzimo da Lei e Profetas, e no da Nova Aliana da Graa, que ainda no tinha sido sequer estabelecida .........................................................................123 DEMONSTRAO No. 4 SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NO VIGORA NO CORPO-IGREJA DE CRISTO, PODEMOS ADMITIR QUE SEJA O ESPRITO SANTO QUEM COBRA O DZIMO HOJE?...............................................................129 DEMONSTRAO No. 5 SE O ESPRITO SANTO NO COBRA O DZIMO HOJE, ENTO POR INSPIRAO DE QUAL ESPRITO O COBRAM ESSES SUPOSTOS MESTRES?.....................................177 DEMONSTRAO No. 6 GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS MERCENRIOS DIZIMEIROS TORCEM O SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO: DAI A CSAR O QUE DE CSAR, E A DEUS O QUE DE DEUS.................................................................................................201 EPLOGO O LIXO................................................................................................211

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INTRODUOOuvi, agora, vs, cabeas... e vs chefes: No a vs outros que pertence saber o juzo?... A vs que aborreceis o bem e amais o mal; que deles arrancais a pele, e a carne de cima dos seus ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne no meio do caldeiro? Ento chamaro ao Senhor, mas no os ouvir, antes esconder deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras. Assim diz o Senhor acerca dos profetas que fazem errar o meu povo, que clamam: Paz, quando tem o que mastigar, mas apregoam guerra santa contra aqueles que nada lhes metem na boca. Os seus cabeas do as sentenas por suborno; os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor dizendo: No est o Senhor no meio de ns? Nenhum mal nos sobrevir.Mq 3:1-11

O mundo est cheio de arrogantes que se autointitulam donos da verdade espiritual. Mas, na prtica, nem eles, nem qualquer um de ns, limitados mortais, somos tal coisa. Jesus o nico dono da verdade, porque , ele mesmo, a prpria verdade. Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida no uma mera frase de impacto sensacionalista ardilosamente preparada pelos propagandistas da Televiso para vender um produto humano qualquer. No. a palavra do Autor do mundo, autntico dono da verdade. a palavra fiel e verdadeira daquele Verbo eterno atravs de quem o Pai ordenou, e o Universo inteiro formou-se... do nada! Por isto, a palavra do nico a quem devemos crer em todo quanto diz, por cima do ensino de quem quer que seja.

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Quando ele afirmou: Quem crer em mim como diz a Escritura , e no como diziam os ensinos e interpretaes teolgicas dos lderes e mestres religiosos da sua poca, estabeleceu uma inviolvel e fundamental regra: A Sagrada Escritura no pode ser menosprezada nem relegada a um segundo plano por nenhum dos seus seguidores. Pelo contrrio, devemos segui-la fielmente no que a ele se refere, sem deturp-la para dar lugar a convenientes acomodaes doutrinrias humanas, contra as quais ele mesmo enfatiza, como para no deixar quaisquer dvidas: A ESCRITURA NO PODE SER ANULADA (Jo 10:35), desautorizando assim qualquer um que quiser se arrogar autoridade superior a ela.(Jo 7:38-39)

Esta inquebrantvel primazia da Sagrada Escritura, e do Evangelho nela contido, , para ns cristos, uma condio inegocivel que tambm os apstolos do Senhor Jesus, nas suas pregaes e escritos, fizeram questo de deixar claramente assentada, afirmando que: Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com meu Evangelho (Rm 2:16). Admira-me que estejais passando to depressa daquele que vos chamou na Graa de Cristo, para outro evangelho; o qual no outro, seno que h alguns que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo. Mas ainda que ns, ou mesmo um anjo vindo do cu vos pregue evangelho que v alm do que vos temos pregado, seja antema (que significa: maldito e expulso). Assim como j dissemos, e agora repito, se algum vos prega evangelho que v alm daquele que recebestes (isto , alm do ensino apostlico contido no Novo Testamento), seja antema (Gl 1:6-9). Acautelai-vos para no perderdes aquilo que temos realizado com esforo, mas para receberdes completo galardo. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela no permanece no tem Deus; o que permanece na doutrina (de Cristo), esse tem assim o Pai, como o Filho. Se algum vem ter convosco e no traz esta doutrina, no o recebais em casa nem lhe deis as boas vindas, porquanto aquele que lhe d boas vindas se faz cmplice das suas obras ms(2Jo 1:8-11). Entretanto, o que estamos presenciando nestes dias uma injustificvel negligncia espiritual em relao fiel observncia dessa primazia da Palavra escrita de Deus, numa atitude generalizada que

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j raia o grosseiro desprezo e aberto desrespeito voz do Pastor Supremo. Estamos vivendo um cristianismo abismalmente diferente daquele que a pregao apostlica mostra-nos na Sagrada Bblia, desprovido daquela poderosa vida manifestada pelos primitivos seguidores de Cristo. A cristandade inteira, independentemente da placa denominativa, precisa, por isso, retornar prtica do exame frequente da sua f e das prioridades da sua vida cotidiana, para verificar se so, de fato, as mesmas que Deus requer de todos ns no Livro Sagrado sob o NOVO Pacto da Graa, ou se so apenas um mero acomodo farisaico e hertico a este escandaloso materialismo atual do mundo; porque evidente que o crer em Jesus como diz a Escritura no uma simples opo que possamos jogar para o escanteio sem sofrer srias consequncias espirituais. Pelo contrrio, exigido como pauta essencial e vital a todas as igrejas crists: Os rios do Esprito Santo a que se referiu o Senhor Jesus em Jo 7:38-39 jorraro do interior de cada um apenas na mesma medida em que esta forma de crer, assim definida por Cristo, seja de fato e em verdade praticada pelos cristos em todos os momentos do seu cotidiano viver, principalmente quando esto fora das quatro paredes da igreja. Essa promessa do fluir abundante do Esprito Santo no foi feita aos que creem como diz a Tradio da Igreja Catlica, nem aos que creem como dizem os chamados padres da Igreja, nem, ainda, como dizem as Resolues e Decretos dos Conclios Ecumnicos; tampouco a expresso como diz a Escritura significou jamais como diz o pastor ou bispo ou o Papa de tal igreja, nem como diz a Cartilha Teolgica da denominao tal. No. como diz a sagrada escritura bblica, ou, caso contrrio, tudo mentira e engano. Por isto, invalidar o que diz a Bblia concedendo maior autoridade aos ensinos humanos ou angelicais de quem quer que seja, derivar sempre num cristianismo morto, no avalizado pelo abundante fluxo vivificador desse glorioso Esprito prometido pelo Senhor. Esta primazia da Sagrada Escritura dever ser muito mais vlida hoje, por ter se tornado prtica comum deixar de obedecer a Palavra divinamente inspirada, para dar mais valor a eruditos raciocnios teolgicos alheios a ela, sob a ilusria alegao de que tudo que se fala num plpito revelado pelo Esprito Santo, como se este pudesse se autocontradizer ensinando esse monto de doutrinas contrrias palavra de Jesus, quem j dantes avisara que este Consolador viria confirmar o que ele ensinou a seus discpulos, e

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no contrariar (Jo 14:26 e 15:26). Ora, o Esprito Santo Deus, e, segundo est escrito, Deus luz e nele no h treva nenhuma (1Jo 1:1-5). Evidentemente, toda contradio treva, pelo simples motivo de que um dos seus opostos ser, forosamente, mentira, e a mentira o contrrio da luz. Dois ensinos opostos jamais podero ser, simultaneamente, verdade. Como, por exemplo, quando algum nos diz que dia, e, logo depois, referindo-se mesma hora e lugar, diz que noite. Neste caso, uma das duas afirmaes falsa, e, por isso, mentirosa. Do mesmo modo aconteceria se Cristo ensinasse uma coisa e o Esprito Santo outra, oposta, sobre o mesmo assunto. Nesse caso, um dos dois estaria mentindo, o que absolutamente impossvel, por causa da natureza divina de ambos. Jesus, o Filho de Deus, Luz! O Esprito Santo, de Deus, Luz! Neles no h treva nenhuma! A treva , toda ela, mentira. E, como a Escritura nos diz, MENTIROSO E PAI DA MENTIRA O DIABO! (Jo 8:44). Do Diabo no procede a Luz; apenas escurido espiritual e morte. Sua natureza atual o engano, e por isso que ele mente, e, com ele, todos seus seguidores humanos que, atrs dos prazeres deste mundo, do domnio sobre os demais e das riquezas materiais, lhe fazem a vontade, muitas vezes disfarados de ministros evanglicos. Deus, porm, no pode mentir (Tt 1:2). Deus no homem para que minta (Nm 23:19). Muito pelo contrrio, conforme continua a dizer a Escritura, seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem (Rm 3:4). Erra, pois, quem imagina que a Suprema Verdade, Fonte nica de tudo quanto realmente tem divina raiz e permanncia eterna, possa amar, ou, sequer, admitir consigo a mentira. O conceito de um Deus que mente desvario da mente de quem assim pensa. Na verdade,

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Deus abomina os mentirosos (Pv 12:22), e adverte-lhes que seu destino final, caso no se arrependam, ser o tormento eterno (Ap 21:8). Sendo desse modo, impossvel achar alguma mentira ou contradio procedente do Esprito Santo de Deus. Consequentemente, todo ser, humano ou angelical, que ensine ou ordene aos homens coisas que Deus no mandou ensinar ou ordenar, estar seguindo os passos do pai da mentira, quem j desde o Paraso comeou a deturpar a Palavra de Deus, fazendo tropear, primeiro, a Eva (Gn 3:2-5), depois Ado... Caim... e a ns todos, se cairmos na tolice de crer seus falsos ensinos dados atravs de fingidos pregadores, conforme temia o apstolo Paulo, dizendo: receio que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astcia, assim tambm sejam corrompidas vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2Co 11:3). Foi contra todo esse tipo de engano angelical ou humano que o Supremo Mestre Jesus enfatizou: Eu sou a verdade (Jo 14:6), mostrando sua total exclusividade como fonte de tudo o que para ns verdadeiro, e, ao mesmo tempo, desfazendo aberta e taxativamente qualquer tentativa de ser qualificado como autor de enganos, mentiras, ou quaisquer outras manifestaes semelhantes, inspiradas, todas elas, pelos espritos das trevas. Tambm, quando clamou em orao ao Pai eterno, dizendo: a tua palavra a verdade (Jo 17:17), excluiu quaisquer possibilidades de haver mentiras ou contradies doutrinrias na palavra escrita de Deus, isto , na Bblia, que no pode falhar (Jo 10:35). Assim sendo, absolutamente ningum, seja do cu, seja da Terra, ou de onde quer que for, poder estar falando a verdade quando ensina ou manda qualquer coisa que contradiga a Sagrada Escritura! Ningum, jamais, recebeu de Deus autoridade para contraditar ou anular a mensagem da Bblia! O ideal seria, pois, que no houvesse todas essas deturpaes da palavra divina, que vemos hoje se espalhando impunemente pelo mundo inteiro.

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Mas esse ideal no existe. O que existe, o cumprimento da profecia do Senhor Jesus, que j naquele tempo advertia-nos: Naqueles tempos finais, aparecero muitos falsos mestres em meu nome, e muitos seguiro atrs deles. O que existe uma humanidade cada, que parece gostar de andar atrs do erro, atrs dos falsos ministros, desde que estes lhes garantam que esto salvos, mesmo sem estar. O que existe o oposto do ideal: Todos... esto debaixo de pecado; como est escrito: No h justo, nem sequer um; no h quem entenda (as coisas espirituais), no h quem busque a Deus; todos se extraviaram, uma se fizeram inteis (para tais coisas espirituais, quando Ado, pai de todos ns, caiu da vivificadora comunho com Deus), no h quem faa o bem, no h nem sequer um. A garganta deles sepulcro aberto; com a lngua urdem engano, veneno de vbora est nos seus lbios, a boca, eles a tem cheia de maldio e amargura (Rm 3:9-14). A humanidade caiu nas Trevas, toda ela, no momento em que Ado caiu, visto que dele procedemos todos. Deus, porm, jamais caiu, nem cair. Ele Luz... no trevas. E a sua palavra escrita tambm Luz... no trevas! E tendo em vista essa absoluta impossibilidade de acharmos qualquer forma de erro doutrinrio na Bblia, que passaremos a demonstrar a verdade que constitui o assunto deste livro: Que a cobrana do Dzimo em nome do Senhor Jesus , nesta era crist, uma contradio palavra divina, e, portanto, uma treva, que no procede do Esprito Santo. Provaremos aqui que cobrar o Dzimo sob a suposta guia espiritual de Deus, , neste tempo da Graa, uma farsa diablica, ou seja, uma mentira, na qual est crendo cegas a maioria dos cristos, enredados, como Eva, pelo uso deturpado da Palavra de

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Deus; quer dizer, pela ignorncia que as massas humanas tem a respeito da mensagem divina. Aos ministros sinceros do Evangelho, que apenas por erro na doutrinao recebida esto cobrando do seu rebanho o Dzimo bblico, rogamos se desarmar do preconceito que o ttulo deste trabalho produz a priori contra ns, e efetuar uma leitura completa, no Esprito do Senhor Jesus, julgando com justia a veracidade das coisas que aqui estamos afirmando. Restar, depois que tudo estiver devidamente confirmado, que tenham a coragem de enfrentar o sistema financeiro voraz que, qual traioeira teia de aranha, envolveu o cristianismo para sug-lo, apoiando sua pregao mercenria em ordenanas do Antigo Testamento que no vigoram mais para os cristos do Novo Pacto da Graa estabelecido por Deus no Seu Filho Jesus Cristo. Sabemos que poucos tero foras para enfrentar esse enorme poder econmico-religioso de algumas gigantescas igrejas evanglicas que, como a Igreja Catlica nos seus incios l pelo sculo IV, est enfrentando at as autoridades governamentais nos processos de sonegao de impostos e tributos, e vencendo-as, no para glria do nome de Jesus, mas para proteger as fortunas que amealham arrancando o dinheiro do bolso das suas ovelhas. Assim como as vitrias da Igreja Catlica contra o Imprio Romano na sua luta para tomar o poder sobre as massas no a valida como uma autntica igreja de Jesus Cristo, tampouco estas esprias vitrias de igrejas evanglicas sonegadoras de impostos e tributos as validam como genunas igrejas do Senhor Jesus. Bandidos e traficantes com muita grana tambm vencem batalhas judiciais, sem que isso signifique que Deus quem lhes d a vitria. Apenas fica mais clara a gravidade da impunidade que estamos sofrendo. A imensa maioria dos que compreenderem e aceitarem como verdadeira a mensagem deste livro capitular, acovardada, diante das primeiras acusaes desses falsos mestres. Isto no nos assombra: Sempre foi assim. Quando Jesus morreu na cruz, somente Joo e algumas mulheres permaneceram ao seu lado. Desde antes, quando fora preso, seus seguidores tinham j fugido, e o mais altaneiro deles o havia negado repetidas vezes, praguejando. Todavia, os poucos que souberem achar no Esprito Santo as foras para retomar a pregao da inteira e suficiente Graa em Cristo, mesmo se jamais tivermos oportunidade de conhec-los pessoalmente antes do esperado Arrebatamento, constituiro suficiente recompensa pelas calnias e perseguies verbais e escritas que sofreremos por causa da publicao deste livro.

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Prepare-se, pois, o leitor, de Bblia em mos, para uma polmica leitura que, com certeza, mudar muitas coisas na sua vida, desfazendo correntes e laos de ensinos mentirosos que nem imagina estarem desnorteando agora sua caminhada crist. E, na hora da dvida ao confrontar nosso ensino com a doutrina dos cobradores do Dzimo, lembre apenas do que Jesus disse: Eu sou a verdade... ningum vem ao Pai seno por mim. Venha ao Pai crendo na palavra que Ele nos enviou atravs do Seu Filho. No se deixe envolver pela baba mentirosa do Diabo, que tudo faz para nos impedir o pleno gozo espiritual e material da Graa gloriosa que, concedida em Cristo Jesus, Deus nos revela na Sagrada Escritura. Jamais d mais importncia ao que voc j acredita ser a verdade do que ao que est escrito na Bblia a respeito de Jesus. Caso o faa, voc cair no engano. A palavra que diz: antes seja todo homem mentiroso quando confrontado com a verdade de Deus, inclui voc e ns. Voc no o dono da verdade. Ns no somos os donos da verdade. Jesus o nico dono da verdade. Ele a prpria verdade. Ele que, como filho sobre a sua casa, a qual casa somos ns, superior palavra de Moiss ou de qualquer um dos outros profetas que vieram antes de Cristo, por serem, todos eles, meros servos da mesma casa de que Jesus Dono, os quais, no para si mesmos, mas para ns, ministravam estas coisas que agora nos foram anunciadas por aqueles que, pelo Esprito Santo enviado do Cu, nos pregaram o Evangelho (Hb 3:3-8; 1Pe 1:9-12). Lembre sempre que no h contradies doutrinrias na Bblia, entre os dois Testamentos (o Antigo e o Novo) que a compem: Apenas a abismal diferena entre o ministrio de Jesus para a gloriosa obra de salvao que Deus lhe encomendou com absoluta exclusividade, e o ministrio meramente anunciador de todos os demais servos de Deus que houve antes dele, e cujos escritos compem essa

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coleo de livros sagrados que denominamos Antigo Testamento. So duas mensagens com contedos diferenciados, para pocas e povos diferentes cada uma. Na dvida, entre aquela anunciadora palavra dos servos e a do Dono da Casa, que nos trouxe gratuitamente a vida eterna que ningum mais pode dar, escolha, confiante e sem medo de errar, a do divino Dono; esse mesmo Jesus, fiel Filho de Deus, que j avisou: Cu e terra passaro; a minha palavra no passar. Cu e terra passaro, e, com eles, a farsa de todos os mentirosos falsos mestres que hoje detm a verdade com a injustia, cobrando dinheiro por bnos que Jesus d de graa, ignorando que assim se pem sob a dura sentena de Rm 1:18, na qual Deus promete juzo de castigo contra eles. A mentirosa farsa deles passar, e, para onde eles iro? A mentira, afirmou Jesus, no entra no Cu. Para o Cu, ento, no iro...

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DEMONSTRAO No. 1 SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSO BBLICA A LEI E OS PROFETASO meu povo est sendo destrudo porque lhe falta o conhecimento... O povo que no tem entendimento corre para sua perdio.Os 4: 6, 14

Desde o princpio da histria conhecida, nossa cada humanidade vem errando em todas suas tentativas de encontrar um meio de se salvar da morte. Tais tentativas tm dado origem, no apenas a muito do que hoje conhecemos como Cincia, mas tambm a muitas religies. Assim como Caim, o primeiro filho de Ado, buscou se relacionar com o Pai divino do modo equivocado, a imensa maioria, atrs de solues salvadoras, erra, sem perceb-lo, ao trilhar caminhos que Deus no aprovar, porque ele no comunga com aquilo que no procede da sua vontade criadora e aperfeioadora. Evidentemente, se salvar da morte deveria significar tornar-se participante da vida eterna. Qualquer outro tipo de soluo seria mera iluso, um vo paliativo passageiro. Ora, a vida eterna uma qualidade prpria do Criador; algo exclusivo de Deus (1Tm 6:16). E ns, como fracos mortais que somos, no temos como arranc-la ou rob-la dele, nem podemos compr-la com coisas materiais e perecveis como sacrifcios pessoais, ouro, prata, ou esse dinheiro que veio se tornar a adorao do mundo, isto , das pessoas que no conhecem nem amam verdadeiramente ao Deus vivo. Caim, no seu modo equivocado de valorizar as coisas, apresentou a Deus um preo material pela reconciliao imortalizadora, imaterial; um preo finito pelas coisas infinitas. Trouxe o fruto do esforo de um corpo j hereditariamente pecaminoso e mortal, e ofereceu isso a Deus esperando, em troca (comrcio), que o Criador lhe devolvesse o privilgio de tomar do fruto da rvore da vida, perdido no Paraso por seu pai Ado, para no morrer jamais. Na sua cegueira espiritual, ele no entendia que do Senhor a terra e a sua plenitu-

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de (1Co 10:26), e que este Universo inteiro, includos ns seres humanos, foi todo criado por Ele, motivo pelo qual pertencem-lhe, por legtimo e incontestvel direito de criao, todas as coisas e seres existentes. Tudo dele! Como, pois, tomar algo da propriedade divina para depois oferec-lo a Ele, seu legtimo Dono eterno, como pagamento ou preo pela vida imortal? claro que isso foi uma tremenda tolice de Caim; porm, a triste realidade que ns, os cristos de hoje, teimando em no aprender a lio que a tola experincia dele nos transmite, estamos recaindo nesse mesmo malfadado equvoco, pretendendo tambm fazer comrcio com Deus, ao Lhe oferecermos nossas boas obras, nosso bom esforo pessoal, nossos bons pagamentos em dinheiro igreja, esperando receber, em troca (comrcio!), a vida eterna e todas aquelas demais bnos espirituais e materiais que Deus nos oferece exclusivamente de graa em Cristo Jesus (Ef 2:4-9; 1Pe 1:3-5). Ele no vende. D! Urge-nos compreender que, aos olhos do Senhor da Graa, constitui repugnante tentativa comercial o fato de lhe oferecermos, seja este mundo todo (que Ele prprio criou), ou seja nossa decada e pecaminosa vida humana, em troca das coisas eternas, desconhecendo desse modo que, desde o pecado de Ado e Eva nascemos todos dentro de um processo de morte (Rm 5:12), ou, nas palavras do prprio Senhor Jesus, nascemos mortos (Mt 8:22), e que assim como as coisas materiais no compram as espirituais, tampouco pode esta nossa natural mortalidade humana comprar a vida eterna, nem as bnos que dela provm. Como est escrito: Todos uma nos fizemos inteis na queda do nosso primeiro pai humano, Ado (Rm 3:12; 5:12). Intil algo que no serve para nada. E por causa deste estado de completa inutilidade que fracassam todas nossas tentativas humanas de achar uma soluo ao problema da morte e a todas as consequncias ruins que esta produz em nosso cotidiano viver terreno. tambm por causa dessa completa inutilidade que em quase tudo que pensamos ou fazemos terminamos transgredindo e distorcendo as verdades divinas. A limitao imposta pela nossa mortalidade impede-nos compreender a glria das coisas ETERNAS, e, julgando conforme a parcial viso que temos, terminamos concluindo errado e deturpando os conceitos que a elas se referem.

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A dura realidade para ns continua sendo que desde a queda de Ado nascemos j cada imagem e semelhana admica (Gn 5:3; 1Co 15:48); quer dizer, nascemos mortais e pecadores... amamos os prazeres da carne mais do que qualquer outra coisa; e como seres de natureza dada ao pecado que falhamos com Deus e torcemos ou deturpamos Sua palavra para satisfazer as inclinaes da nossa carne e as convices da nossa mente envolvida nas morbosas trevas de uma existncia vivida fora da comunho com Deus (Rm 3:23; Rm 7:1424). E nisto no h excees: Quem alegar que no tem nenhum pecado, faz a Deus mentiroso (1Jo 1:8,10). O apstolo Paulo, que sem dvida era melhor cristo do que ns, humildemente reconheceu em si mesmo esta natureza pecaminosa, e nos deu testemunho disso com estas palavras: Eu sei que em mim, isto , na minha carne, no habita bem nenhum, pois o querer o bem est em mim; no, porm, o efetu-lo. Porque no fao o bem que prefiro, mas o mal que no quero, esse fao. Mas, se eu fao o que no quero, j no sou eu quem o faz, mas o mal que habita em mim. Ento, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Pois no que se refere ao homem interior, tenho prazer na lei (na vontade ou querer) de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei (ou vontade, ou querer, ou fora) que, guerreando contra a lei (ou vontade, ou querer) da minha mente, me faz prisioneiro da lei (ou vontade, ou querer, ou fora) do pecado que est nos meus membros (Rm 7:18-23). Como vemos, o apstolo Paulo compreendia muito bem sua pessoal inutilidade, causada pela natureza pecaminosa que carregava em seus membros corporais. Ele, porm, diferena de Caim, depois da sua converso a Cristo no se apresentou a Deus com o mrito dos seus prprios recursos mentais, fsicos, nem com qualquer outra espcie de valores materiais; tampouco distorceu a sagrada palavra do Evangelho para acomod-la aos seus prprios interesses religiosos ou financeiros (2Co 2:17; 2Co 3:4-6; Fp 3:7-8). Ele cingiu-se verdade de Jesus, entregando-se de corpo e alma pregao da palavra vivificante que constitui o miolo da mensagem da Nova Aliana feita por Deus com base no excludente mrito do sangue de Cristo Jesus (2Co 12:15; 1Co 9:18-23; Rm 15:17-20).

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Neste mesmo discernimento de que ns somos, por natureza, apenas mortais pecadores, o apstolo compreendeu tambm que a inclinao da carne inimizade contra Deus (e, portanto, contra suas verdades), pois no est sujeita lei de Deus, nem mesmo pode estar... porque milita contra o Esprito (Rm 8:7; Gl 5:17). Eis a o motivo pelo qual ele nos escreveu sua gloriosa concluso de que se pelo Esprito (no pela letra da Lei do Antigo Testamento) mortificarmos os feitos do corpo, certamente viveremos; pois todos quantos so guiados pelo Esprito de Deus (no pela letra da Lei do Antigo Testamento) so filhos de Deus (Rm 8:13-14). Essa inimizade da carne contra Deus a faz militar ou batalhar contra o Esprito, no seu af de viver os prazeres e deleites que lhe so prprios por natureza... a natureza cada desde Ado que de forma alguma acha qualquer deleite nas coisas do esprito. Esta revelao divina nos explica bem a causa de todas essas deturpaes evanglicas que superabundam hoje. Contra os efeitos desta inimizade que est em todos ns desde a gestao, Paulo nos indica a sujeio guia do Esprito Santo, nico capaz de mortificar os feitos do nosso corpo. E Paulo praticava o que pregava: Andou submissamente guiado. Foi sob essa guia do Esprito Santo que, apesar das terrveis perseguies dos legalistas, passou sua vida inteira pregando o Evangelho da Nova Aliana da Graa, apresentando esta aos gentios como uma obra inteiramente nova e completamente diferente daquela dada no Monte Sinai, sob a qual o povo judeu deveria viver at vinda de Jesus, o Messias Nazareno que traria o estabelecimento de um outro e NOVO Pacto com Deus (Gl 3:16-19). Os pregadores de hoje, que se autodenominam apostlicos porque supostamente seguem a doutrina dos apstolos de Jesus, deveriam considerar mais seriamente a atitude e os ensinos de Paulo (como tambm os de Pedro, Joo e do autor da profunda Carta aos Hebreus) antes de carem to entusiasmadamente na atual onda legalista que est invadindo sorrateiramente nossas igrejas crists, disfarada de alimento slido para as ovelhas, como se o suficiente po da vida no fosse o prprio Cristo, segundo ele mesmo ensina em Jo 6:48-51; onda legalista disfarada de doutrina profunda, sendo que, na realidade, no passa de engano diablico com o propsito de barrar os efeitos eternos da Graa. Engano esse facilitado, quase sempre,

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pela generalizada ignorncia das multides sobre o significado de muitos termos e expresses bblicas de fundamental importncia para a compreenso, no espao e no tempo correspondentes, de toda a santa mensagem de Deus contida nas Sagradas Escrituras. Hoje, em decorrncia desse legalismo to generalizado, milhes de cristos esto sendo arrastados a procurar as bnos da vida espiritual e material atravs de merecimentos pessoais e esforos prprios, supostamente derivados do fiel cumprimento das leis do Antigo Testamento da Bblia, das quais (leis) a que mais propaganda recebe aquela do Dzimo, essa mesma que se refere aquele famoso trecho de Ml 3:8-11, qui pelo alto retorno financeiro que produz nas igrejas onde cobrada essa taxa. Como veremos, tal pregao legalista no pode proceder de Deus, porque, se procedesse, Deus estaria caindo em contradio, ao prometer em Cristo Jesus uma Graa geral e suficiente (Rm 8:32) que, na realidade, no o seria se os seguidores deste se vissem obrigados a obter bnos, paz ou justificao perante Deus mediante o fiel cumprimento de uma Lei que Ele mesmo declara cumprida e plenamente satisfeita em Cristo, mediante o sacrifcio redentor no Calvrio (Rm 7:4; Rm 8:3-4; Rm 10:4); se assim fosse, segue-se que Cristo morreu em vo, grita o apstolo Paulo em Gl 2:21. Deus no pode entrar em contradio, porque na contradio h mentira. Muito pelo contrrio, o ensino do Senhor Jesus e dos seus apstolos nos faz ver, em sadia concordncia com todo o resto da Bblia, que a paz com Deus e as bnos que precisamos na nossa vida material aqui na Terra, tem uma nica e insubstituvel fonte ou fundamento: A obra propiciatria, redentora e salvadora de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, que veio para se tornar o grandioso vencedor da Morte, com o objetivo de ser o ministro suficiente, completo e perfeito de todas essas bnos espirituais e materiais que todos precisamos; todas elas de graa, porque, na cruz, ele as pagou com sua prpria preciosa vida por toda a eternidade (Rm 8:32; Hb 5:7-9; 7:25-27; 9:11-15; 9:22-28; 10:1-20; 1Co 3:11). Qualquer tipo de pregao, pois, que apresente ao Corpo de Cristo outro preo ou fonte de tais bnos, mesmo se quem a apresentar for um anjo do Cu, mentirosa, abominvel aos olhos do Pai, e, como disse o apstolo Paulo, deveria ser anatematizada, isto , amaldioada e banida da Igreja, conforme instrui a palavra do Senhor (Gl 1:6-9; 2Jo 1:8-11), para cortar o mal pela raiz, erradicando do meio do povo falsas esperanas, cujo

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diablico fruto ser apenas a decepo, e, quase sempre, o abandono definitivo da f em Deus. Desafortunadamente, porm, pregaes apresentando outros preos e outras fontes dessas bnos espirituais e materiais invadiram os plpitos das nossas igrejas crists, oferecendo esses favores de Deus em troca de custos, pagamentos e sacrifcios diferentes dos estabelecidos pelo Pai eterno hoje, no Novo Pacto da Graa em Cristo Jesus. Usando mal as palavras da Bblia, pregadores sem capacitao espiritual divina esto disseminando suas interpretaes pessoais erradas, deturpando a sagrada palavra escrita para atender a convenincias e necessidades prprias ou institucionais, pouco lhes importando estarem assim contrariando a soberana vontade de Deus e o claro ensino do Evangelho, segundo o qual as bnos do Alto e a paz e a reconciliao nossa com o Pai eterno esto em Jesus Cristo, e no na letra ou obras da Lei do Antigo Testamento, que jamais foi dada por Deus para dar a ningum vida eterna, nem para nos outorgar as vivificadoras bnos que procedem s do ministrio do Messias; pois evidente que, se existisse nesses escritos do Antigo Testamento pelo menos uma nica instruo ou lei com capacidade para dar vida eterna, no teria sido necessria a encarnao, sofrimento e morte vicria de Jesus de Nazar, o Verbo de Deus, porque, nesse caso, a nossa obedincia a essa tal instruo ou lei seria o suficiente instrumento ou meio da nossa salvao, conforme no-lo ensina o Evangelho em Gl 3:21. Alis, qualquer objeto, pessoa ou palavra que pudesse transmitir aos seres humanos as bnos messinicas ou a vida eterna naqueles tempos do Antigo Testamento, tornaria desnecessria a vinda do Salvador prometido desde Gn 3:15, quem quer que fosse. Necessitvamos desse Salvador pelo simples motivo de que nada nem ningum podia nos arrancar das garras da Morte, para depois nos transmitir essa vida eterna ou as bnos espirituais e materiais prometidas para os tempos do ministrio do Messias como herana gratuita em textos como o de Is 52:3, que nos anuncia: Por nada fostes vendidos, sem dinheiro sereis resgatados.

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Nenhuma pessoa, ato, ritual, costume, palavra, frase, trecho ou livro do Antigo Testamento teve jamais o ministrio de dar tal vida eterna humanidade, nem de salvar esta dos seus flagelos decorrentes da morte em que caiu depois do pecado de Ado, nem de lhe transmitir essa herana das bnos que Deus prometeu somente no Messias... e a prometeu para ser grtis, diferente das promessas da Lei, que tinham todas um custo ou uma obrigao envolvida. Tal ministrio da concesso sem preos da vida eterna e daquelas bnos estava reservado por Deus apenas para seu Filho Jesus Cristo, segundo o seu beneplcito que se propusera de fazer convergir nele na dispensao da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do cu como as da terra (Ef 1:9-10). Mas aos deturpadores parece no lhes importar muito esta gloriosa realidade, e, descaradamente, impem sobre os ombros do povo cargas e condies que, cada vez mais pesadas e insuportveis, lhe impedem o pleno desfrute das genunas bnos da Graa prometidas na mensagem do Evangelho aos autnticos seguidores de Jesus. E achando que isto a verdade, as ovelhas acabaram se acostumando a viver alheadas do significado da Graa em Cristo, e por isso, por exemplo, quando adoecem correm para os hospitais a procurar a mo de homens que nada tem a ver com Deus, esquecidos da palavra de Mc 16:17-18, ou tal vez convictos de que j no vale mais para estes tempos, como temos ouvido por a, nas pregaes de pastores de carteirinha que jamais conheceram o vivo e sempre atual poder curador de Deus. Neste assustador contexto de venenosas deturpaes bblicas, introduzidas a maioria das vezes pela insacivel avareza de muitos inescrupulosos pregadores, torna-se muito mais prejudicial a ignorncia do significado verdadeiro de muitos termos e expresses usadas nos textos do Novo Testamento com o claro propsito de ressaltar o pleno e suficiente valor salvador e abenoador da Graa em contrastante comparao com todo e qualquer ministrio do Antigo Testamento. Esta ignorncia um dos fatores que convertem as pessoas em presa fcil dos falsos ministros do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, tal e como nos foi ele legado pelos seus apstolos. Este o lamentvel caso, por exemplo, da expresso A Lei e os Profetas, cuja errada compreenso pode deturpar

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completamente o contedo da mensagem de Jesus e seus apstolos em algumas passagens de fundamental valor para uma vida cotidiana de verdadeira vitria contra as foras malignas que sem cessar batalham s escondidas contra a nossa salvao. Por causa da vital importncia dessa compreenso sobre o que viver sob a Aliana da Graa, e para cumprir estrita e claramente os propsitos deste livro, passaremos a esclarecer o significado realmente bblico de tal expresso. 1o. - Da expresso A Lei e os Profetas a)- O testemunho do dicionrio bblico: O universalmente respeitado Novo Dicionrio da Bblia de J. D. Douglas, no final do literal b-1, da parte (A Lei) NO NOVO TESTAMENTO, pg. 918, reimpresso 1998 de EDIES VIDA NOVA, define que a expresso A Lei e os Profetas uma designao conveniente do Antigo Testamento em sua totalidade. b)- O testemunho das Notas da Bblia de Estudo de Genebra: Na Bblia de Estudo de Genebra da Sociedade Bblica do Brasil, cujas Notas e Comentrios de Rodap datam do sculo XVI, quer dizer, dos tempos em que a Reforma estava ainda em todo seu fulgor espiritual, essa expresso A Lei e os Profetas usada por Jesus em Lc 16:16 e Mt 22:40 explicada como sendo uma forma de Jesus referir-se a todo o Antigo Testamento. c)- O testemunho das Assembleias de Deus: Na Introduo da Bblia Explicada, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, pgina 9, ensina-se que a primeira Bblia hebraica foi a Lei- os cinco livros de Moiss, ou o Pentateuco. Mais tarde foi aumentada, e era j a Lei e os Profetas (No esquea o leitor que o aumento sobre a primeira Bblia hebraica de que aqui se fala, consistiu no conjunto de livros que, comeando com Josu, termina no Livro de Malaquias. Quer dizer que, segundo este ensino, o que os judeus chamavam a Lei e os Profetas a mesma coleo de livros que ns os cristos denominamos Antigo

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Testamento, ou seja, de Gnesis a Malaquias nas nossas atuais Bblias. No tem, pois, desculpa: Ensino, pelo menos no papel, eles tem...) Aceitando ento como correta e apropriada esta definio de fonte to idnea, aproveitamos o impacto destes trs testemunhos para dar um ressalte, lembrando que esta expresso era de uso comum e corrente entre os cidados do povo judeu nos tempos em que Jesus andou na Terra, e se referia, conforme aqui foi definido, parte das nossas Bblias que vai de Gnesis ao livro de Malaquias, at porque o nosso Novo Testamento, que exclusivamente cristo, ainda no tinha sido escrito. Assim, quando algum cidado judeu usava esta expresso, A Lei e os Profetas, aludia ao conjunto de livros que ns agora denominamos Antigo Testamento, e foi somente neste exclusivo sentido que tambm o nosso Senhor Jesus Cristo e os seus apstolos a usaram, por serem igualmente cidados judeus. Qualquer estudioso srio da Bblia sabe desta verdade elementar. S no o sabem, ou fingem no sab-lo, os enfatuados metidos a mestres que, enganados pelo mesmo esprito do erro, arrastam o povo pelo estril caminho de Caim, ensinando-o a procurar as bnos e a imortalidade atravs de meios e doutrinas legalistas, diferentes do autntico Caminho da Graa que Deus Pai estabeleceu exclusivamente atravs de Cristo Jesus (Rm 10:2-4). 2- Exemplos do uso da expresso a Lei e os Profetas como sinnimo de o Antigo Testamento: Vista deste modo, a expresso A Lei e os Profetas passa a ser entendida como um simples sinnimo do nosso ttulo Antigo Testamento, e sobre esta insuspeita concluso damos a seguir alguns exemplos, hermeneuticamente incontestveis, do seu uso no Novo Testamento com esta exclusiva significao: a)- Em Lc 16:16, Jesus de Nazar, nascido em Belm da Judia, ensinou de forma aberta e enftica que aquilo ao qual ele denominava a Lei e os Profetas durou ou vigorou at Joo (Batista). Conformando-nos s demonstraes dadas acima, a fiel realidade que aqui ele est nos dizendo que todos os livros da parte das nossas bblias que vai de Gnesis a Malaquias, deixaram de vigorar como norma bsica de vida diante de Deus, para

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dar lugar introduo de uma nova forma de relacionamento entre os homens e seu Criador. Note que essa coleo de livros justamente a que ns chamamos de Antigo Testamento. Assim sendo, no se trata aqui da caducidade apenas da Lei Cerimonial ou da Lei Moral, como alguns gostam de dividir o todo que ela , mas de tudo quanto foi vivido, instrudo e ordenado desde a primeira palavra do livro de Gnesis at ao ponto final do livro de Malaquias, para dar lugar a algo inteiramente novo: O Evangelho do Reino de Deus, atravs do qual nos tornamos FILHOS do Altssimo, coparticipantes de Sua eternidade, vivos para sempre. Esta filiao divina a mais elevada glria que o ser humano pode esperar de parte do Pai eterno, e algo que a Lei, chame-se ela Cerimonial ou Moral, jamais outorgou a ningum (Gl 3:21; Hb 7:1819), nem poder j outorgar nunca, porque, segundo a palavra incontestvel do Senhor Jesus Cristo, ela nem sequer vigora mais depois que Joo Batista exerceu seu ministrio l pelas bandas do rio Jordo. E no adianta algum querer ainda alegar que aqui Jesus no se referia ao Antigo Testamento: At o tempo em que ele fez esta tremenda afirmao, esses livros que formam o conjunto de Gnesis at Malaquias, eram as nicas escrituras sagradas que Deus tinha dado ao povo judeu, e este as denominava a Lei e os Profetas, expresso esta que, como ficou j provado, apenas um sinnimo para o que ns cristos chamamos de Antigo Testamento. No existia o Novo Testamento. , pois, torpeza maliciosa, teimosia ou ignorncia argumentar que Jesus aludia aqui a outros tipos de lei ou a outros profetas. b)- Em Mt 11:13, o prprio Jesus, judeu fiel, afirma que todos os profetas e a Lei profetizaram at Joo Batista. Aqui, alm do claro uso sinonmico com a expresso Antigo Testamento, por ser inegvel que se referia ao conjunto de livros sagrados que vai de Gnesis at Malaquias, ainda temos o notvel acrscimo da palavra todos, que, sem deixar lugar a quaisquer dvidas sobre a inexistncia de excees, inclui o livro do profeta Malaquias. Ou seja, todas as instrues e exigncias da palavra proftica escrita nesse conjunto de livros sagrados tiveram vigor somente at o tempo do ministrio de Joo Batista. Jesus, repetimos, no fez aqui nenhuma exceo, nem dividiu a Lei em cerimonial ou moral como prefeririam os espertalhes que querem forar Ml 3:10 para dentro do Evangelho cristo, escondendo dos seus ouvintes o notrio

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fato de que a Lei do Dizimo jamais fez parte dos 10 Mandamentos, que o que eles chamam de eterna Lei moral. c)- Em Mt 22:35-40, Jesus, judeu, usa de novo a expresso a Lei e os Profetas referindo-se a toda a sagrada escritura judaica. Ora, se nessa poca no existia ainda o Novo Testamento, nem os judeus tinham outras leis e profetas diferentes disso que ns hoje denominamos Antigo Testamento, obrigatrio admitirmos que aqui ele aludia a essa parte antiga das nossas bblias atuais, em virtude dos trs testemunhos lidos acima. Qualquer outra concluso seria erro ingnuo ou descarada desonestidade. d)- Em At 13:15, Lucas, autor judeu, utilizou a expresso Lei e Profetas numa clara e inegvel referncia a toda a sagrada escritura judaica do seu tempo, isto , ao Antigo Testamento. No evento ali citado, seguindo o costume judaico, no foram lidos naquela nica reunio desse Sbado todos os livros de Moiss, nem todos os Salmos, Provrbios, Eclesiastes, J, Isaas, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Malaquias, etc. Foi lido apenas um trecho de algum deles. Mesmo assim, Lucas registrou a leitura como da Lei e Profetas, provando, mais uma vez, que o uso de tal expresso era um costume geral e bem enraizado entre os judeus da sua poca, para aludir a toda a sagrada escritura deles, quer dizer, toda a coleo de livros que abrange desde Gnesis at Malaquias. e)- Em Rm 3:21, o apstolo Paulo, que tambm era judeu, usa essa mesma expresso, em inequvoca referncia ao testemunho de todos os livros desde Gnesis at Malaquias sobre aquela que, para seus sagrados escritores de ento, era ainda a futura vinda do Messias Salvador. Relembremos que o Novo Testamento ainda no existia, e que, alis, o prprio Paulo foi o autor que mais contribuiu com seus inspirados escritos para sua posterior formao. Fica, pois, mais outra vez, demonstrado o uso judaico da expresso a Lei e os Profetas para significar Antigo Testamento. No h, definitivamente, como neg-lo: A Lei e os Profetas um denominativo dado pelo povo judeu coleo de livros sagrados usados por eles, formada pela parte das nossas Bblias que compreende desde Gnesis at Malaquias.

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Por isso, dizer A Lei e os Profetas a mesma coisa que dizer o Antigo Testamento. So expresses sinnimas. Ento, ao lermos o j citado texto de Lc 16: 16 onde Jesus disse que a Lei e os Profetas vigoraram at Joo, podemos entender, sem medo de faltar com a verdade de Deus, que nosso Antigo Testamento, desde a primeira palavra de Gnesis at ao ponto final de Malaquias, durou at Joo. 3o. Por que o Antigo Testamento deveria vigorar apenas at Joo Batista? Por causa do Novo Pacto de Salvao pela Graa que o prprio soberano Deus havia prometido introduzir, desde os tempos do Antigo Testamento atravs dos seus santos profetas, tal e como ficou registrado em Jr 31:32, assim: Eis que vem dias, diz o Senhor, e firmarei Nova Aliana com a casa de Israel e com a casa de Jud (a tribo de Davi e de Jesus). No conforme a aliana que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mo para os tirar da terra do Egito, porquanto eles anularam a minha aliana, no obstante eu os haver desposado, diz o Senhor. Eis a o grande motivo: Deus tinha um Novo para introduzir, e no se introduz outro Pacto enquanto o antigo Pacto ainda vigora. Deus tinha prometido firmar esta NOVA Aliana, e sua palavra no pode falhar: Em algum momento na histria da humanidade deveria chegar o cumprimento desta fiel promessa do Senhor. E, quando quer que chegasse esse momento, haveria oposio dos que no compreenderiam a mudana a ser realizada por Deus atravs de seu Servo humano Jesus, de acordo com o que tambm profetizara Isaas desde o versculo 1 do capitulo 52 at ao versculo 8 do captulo 54 do seu livro. Segundo esta profecia, seu Servo o Messias (em grego, Cristo), seria oprimido, humilhado e sacrificado pelos detentores do poder decisrio da nao dos seus irmos judeus, os quais, no vendo nele especiais aparncia ou formosura da qual se agradassem, o desprezariam, o rejeitariam, e, no fazendo caso dele

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(do seu prprio to esperado Messias), lhe designariam a morte com os perversos. Morte essa da qual continuam participando todos quantos de uma ou outra maneira se opem plena vivncia do Pacto da Graa entre os convertidos a Cristo, por no terem visto ainda toda a majestade e esplendor da sua aparncia e formosura ESPIRITUAL. Deus tinha prometido uma NOVA Aliana, e, em algum momento da nossa histria humana deveria acontecer que, por um lado, se revoga a anterior ordenana, por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeioou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperana superior, pela qual nos chegamos a Deus. Sendo que, quando se diz Nova (Aliana), torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, est prestes a desaparecer (Hb 7:18-19 e 8:13). Esse momento da nossa histria foi marcado pela confluncia espao-temporal de duas pessoas: Joo Batista (o ltimo profeta do Antigo Testamento, encarregado de apresentar ao mundo o Messias quando chegasse o momento) e Jesus de Nazar (o Servo-Messias que implantaria, sobre o exclusivo mrito da sua prpria vida derramada na cruz como Cordeiro de Deus superior aos cordeiros usados nos sacrifcios do Antigo, este Novo Pacto da Graa em que a vida eterna nos dada gratuitamente, junto com todo o pacote de bnos materiais que fazem tambm parte dessa herana gratuita outorgada em Cristo). O prprio Senhor Jesus, ai mesmo em Lc 16:16, ensina que, passado o vigor da Lei e Profetas no tempo dessa histrica confluncia, ocorreria o estabelecimento de um novo regime de relacionamento entre Deus e os homens: O do Evangelho! Qual Evangelho? Ora, o Evangelho do Reino de Deus, que nos traria a vida eterna que a Lei no dava, e que fora anunciado desde o princpio, j desde aquele remoto tempo em que Satans tirou das mos de Ado o domnio que o Criador lhe dera sobre toda a Terra, conforme fiel registro bblico sagradamente inspirado em Gn 1:28 e 3:15. Durante o tempo descrito em todo o Antigo Testamento da Bblia, todos os servos do Altssimo Deus esperaram se alegrar com a Boa Notcia (Evangelho) da chegada do descendente da mulher que cumpriria esta promessa. De Gnesis a Malaquias, todo ser humano fiel ao

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Deus de Ado, No, Abrao, Isaque e Jac fundamentou sua fidelidade na esperana de ver cumprida essa profecia sobre a vinda do Messias. Este era o Evangelho que todos eles esperaram, e que somente o servo e profeta Joo Batista teve o privilgio de introduzir, apresentando ao povo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que batiza com o Esprito Santo (Jo 1:29-33). Quer dizer, o Evangelho de eterna Salvao espiritual, mental e fsica (material), derivada nica e exclusivamente do ministrio da Graa do nosso Senhor Jesus Cristo, o vitoriosamente ressuscitado Filho de Deus, o Messias... e jamais da Lei e Profetas! At chegada do Messias Jesus de Nazar Terra, quem reinava aqui desde a Queda de Ado era Satans, de acordo com o ensino divino em 1Jo 5:19, onde, excetuando os resgatados por Cristo, diz: O mundo inteiro jaz no Maligno. Esta foi uma realidade reconhecida pelo prprio Senhor Jesus no episdio da tentao no deserto: L, quando o Diabo lhe ofereceu todos os reinos do mundo, dizendo-lhe que toda a autoridade e glria desses reinos lhe foram entregues, e, por isso, ele podia d-las a quem ele quisesse, Jesus no lhe retrucou alegando que tal afirmao fosse mentirosa! Simplesmente se negou a ador-lo, afirmando-lhe que a adorao e o servio somente devem ser dados a Deus. No caiu, como caem hoje os ambiciosos cobradores do Dzimo, na tentao de se dedicar a acumular bens deste mundo; pelo contrrio, ensinou enfaticamente contra tal acmulo em sua gloriosa palavra de Mt 6:19-34, que esses mercenrios parecem no ter lido nunca. E foi esse o reinado que Jesus arrancou das mos de Satans quando, morrendo injustamente na cruz, voltou ressuscitado do abismo, vencedor sobre todos os poderes do Imprio das Trevas. Tendo participado da mesma fraca condio de carne e sangue que tinha a humanidade quando o Diabo a derrotou no Jardim do den fazendo cair Ado e Eva, nessa mesma carne e sangue fracos derrotou a Serpente antiga e a Morte, para livrar a todos ns, que desde aqueles nossos primeiros pais j nascamos escravizados a tal maldio (Hb 2:14-15), sem que o Pacto da Lei ou qualquer outra coisa pudesse nos libertar. por causa desta obra gloriosa, realizada somente por ele e mais ningum, que a Sagrada Palavra enftica em nos declarar que

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nica e exclusivamente atravs dele que recebemos a Graa de Deus, a Verdade e a Salvao plena, para que no nos deixemos confundir pelos que, por torpe ganncia, misturam as coisas diante do povo ingnuo, ensinando-o a depender de outros meios ou leis ou preos para receber as bnos. O que est escrito, : A Lei foi dada por intermdio de Moiss; a Graa e a Verdade vieram por meio de Jesus Cristo (Jo 1:17); Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ningum vem ao Pai seno por mim (Jo 14:6); Este Jesus a pedra viva (da Obra viva de Deus) rejeitada por vs, os construtores (os lderes religiosos), a qual se tornou pedra angular (do edifcio vivo, que a Igreja ou Corpo de Cristo). E no h salvao em nenhum outro; porque abaixo do cu no existe outro nome dado aos homens, para que alcancem a salvao (isto cai justamente sobre os que querem se salvar ou sair de situaes financeiras miserveis em nome de Moiss, ou em nome de Jeov, ou seja l no outro nome que for. Ento nenhum outro significa apenas isso: EM NENHUM OUTRO! Se no querem crer nisto, ento arranquem este trecho do Evangelho!) (At 4:11-12); Aquele que no poupou nem Seu prprio Filho, antes por todos ns o entregou (ao castigo e morte que merecamos pelos nossos pecados), porventura, no nos dar gratuitamente com ele todas as coisas? (Rm 8:32); O Amado, no qual temos a redeno, pelo seu sangue, a remisso dos pecados, segundo a riqueza da sua Graa, que Deus derramou abundantemente sobre ns em toda a sabedoria e prudncia, desvendando-nos o mistrio da Sua vontade, segundo o beneplcito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, quando chegasse a plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Cu como as da Terra (Ef 1:6-10). Chega, pois, de Caminhos de confuso ao estilo dos ilusrios merecimentos pessoais de Caim, ou de capacidades salvadoras e

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abenoadoras estranhas s que Deus estabeleceu nica e exclusivamente em Jesus! Chega de deturpaes! Chega de pregaes contrrias inteira Graa salvadora da obra j realizada pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Chega de querer anular a Graa de Deus, e ainda acusar de hereges aos que a pregamos. Chega de querer abafar o Consumado est! gritado pelo Cordeiro de Deus na cruz. Quando ele disse: A Lei e os Profetas (isto , o Antigo Testamento) vigoraram at Joo Batista (Lc 16:16), ficou inegavelmente claro que, includas as nossas naturais necessidades cotidianas, estava sendo introduzido um novo regime de relacionamento entre os homens e Deus, no qual todas as coisas que voc precisa, tanto as bnos do Cu como as da Terra, comida, vestido, casa, trabalho e sade, Deus Pai as reuniu em Cristo Jesus, para que este as d, de graa, a todos quantos, confiando nele, tornam-se fiis seguidores seus (Mt 6:31-33; Rm 8:32). O qu significa de graa? Significa: GRATUITAMENTE! No existe Graa onde existe um preo ou uma obrigao a ser cumprida para poder receber a bno! O pecador salvo de Graa e, j convertido Cristo, tambm de Graa abenoado, tanto com as bnos do Cu, como com as da Terra! De Graa... OU SEJA, SEM ESSE HERTICO CONDICIONAMENTO PRVIA OBEDINCIA DE MANDAMENTOS E ESTATUTOS DO ANTIGO TESTAMENTO, SEM TRIBUTOS, SEM TAXAS, SEM COBRANAS DE DINHEIRO, SEM DZIMOS, SEM PENITNCIAS E SEM SACRIFCIOS EM

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TROCA DA BNO A SER RECEBIDA, tal e como estava profetizado em Is 52:3 e 55:1-3, e em Jr 31:31-34. Era a este mesmo regime da Graa que Jesus se referia em Lc 16:16, quando declarou aos legalistas fariseus que, chegado o momento em que a Lei e os Profetas deixavam de vigorar, desde esse tempo vem sendo anunciado o Evangelho do Reino de Deus. Isso significa que, Antiga Aliana da Lei dada no Monte Sinai, seguia-se agora outra, nova e diferente: A DA GRAA SALVADORA E ABENOADORA EM CRISTO! E, como acontece sempre em toda mudana de uma aliana para outra que chamada de nova e diferente, a que entrava em vigor, nem era igual que caducava, nem constitua um remendo nela. Se fosse igual ou constitusse um remendo da anterior, no poderia ser chamada de nova, nem de diferente. Na sequencia histrica, o que aconteceu foi a implantao de uma nova e diferente aliana, que nada mais tinha a ver com a anterior quanto a normatizar ou regrar a forma de viver e de se relacionar o homem com Deus. Foi algo realmente novo. Realmente diferente. Algo realmente original. No Pacto da Graa em Cristo Jesus, o novo e diferente oferecido mediante a obra redentora da cruz era, essencialmente, algo que toda a Lei e Profetas (Antigo Testamento) podia apenas anunciar, mas jamais conceder: A fonte da vida eterna: O Esprito de Jesus em ns! Desde Gnesis at Malaquias, nenhum gesto humano ali registrado, nenhum servo de Deus ali mencionado, nenhuma lei ali escrita, recebeu do Altssimo e Soberano Deus o poder ou

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autoridade de nos conceder essa vida eterna que o Esprito de Jesus dentro de ns. Somente Aliana da Graa em Cristo foi dado tal glorioso poder (Jo 5:21-24). A concesso da vida eterna aos homens desfaria radicalmente os mortais efeitos da obra maligna efetuada por Satans sobre Ado e Eva, l no Jardim do den. E nos planos de Deus, isto estava reservado somente para a Aliana ou Pacto da Graa, na qual a fonte de todas as bnos espirituais e materiais Cristo! (Rm 8:32). Isto , estava reservado para outra Dispensao. Explicamos: Cada nova aliana que Deus introduziu na histria da humanidade, constituiu-se sempre numa nova e diferente dispensao, um termo bastante apropriado que alguns telogos gostam de empregar nos seus discursos. Utilizando-o ns tambm neste contexto, perguntamos: Qual o significado real desse termo dispensao? A autorizada Bblia Explicada, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus nos responde muito bem esta pergunta da seguinte maneira: ...Dispensao. Isto , os mtodos pelos quais Deus agiu para com os homens em diferentes pocas e sob diferentes circunstncias...Uma dispensao (Ef 1:10) um perodo de tempo em que o homem provado com respeito sua obedincia e alguma revelao especfica da vontade divina. Sete de tais dispensaes podem ser discernidas. A primeira foi a da Inocncia: o homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples, e advertido das consequncias da desobedincia (Deus fez prova do homem). A mulher caiu pelo orgulho; o homem, deliberadamente (1Tm 2:14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensao da Inocncia terminou com o julgamento e expulso (Gn 3:24). As outras dispensaes so: Da Conscincia (Gn 3:23); do Governo humano (Gn 8:20); da Promessa (Gn 12:1); da Lei

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; da Graa (Jo 1:17); do Reino (Ef 1:10) (Pginas 18 e 19, explicando Gnesis);(Ex 19:9)

...sobre o verdadeiro lugar do Velho Testamento: Convm agora apreciar devidamente os dois Testamentos. Precisamos estudar o Antigo para ver o que Deus fez, e o que Ele . Nessa parte das Escrituras acharemos um protesto solene contra a idolatria e uma prova de que ningum pode ser justificado pelas obras da Lei; e, alm disso, uma manifestao gradual da vontade divina e do plano da redeno. Por todas estas razes devemos estimar o Antigo Testamento, mas devemos tambm lembrar de que inspirados escritores, comparando-o com o Novo, falam dele em termos de importncia transitria. A Antiga Dispensao, parte do seu cumprimento na Nova, obscuridade, carne, letra, escurido, os rudimentos do mundo (Gl 4:3), ao passo que no Evangelho h luz, esprito, liberdade e um reino celestial (Pginas 9 e 10, na Introduo). Compreendida e aceita a excelente explicao acima dada, vemos, pois, claramente, que os contedos e condies de cada uma dessas duas dispensaes ou alianas confrontadas no desenvolvimento deste nosso trabalho (Lei e Graa), so diferentes, e, portanto, diferentes devero ser, tambm, seus efeitos: Enquanto a Antiga buscava preservar os judeus em obedincia Deus na vida terrena, que deste mundo visvel, como uma forma de mant-los preparados para a chegada do Messias, A NOVA OBJETIVA TRANSMITIR, ATRAVS DESTE MESSIAS J CHEGADO, A VIDA CELESTIAL, ISTO , ETERNA, A SEUS SEGUIDORES. preciso, ento, que haja em cada um de ns o conhecimento cabal do contedo e condies ou normas desta Dispensao ou Aliana da Graa em que nos correspondeu viver, para no deixar brecha aos falsos mestres, introdutores das confuses e enganos legalistas que hoje cerceiam a f genuna da cristandade mundial com seus ensinamentos fora do contexto do Plano de Deus para ns. Quem conhecer bem o significado realmente bblico da expresso A Lei e os Profetas (como inegvel sinnimo de Antigo Testamento) e compreender a gloriosa magnitude eternal das bnos espirituais e materiais envolvidas no autntico Evangelho

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do nosso Senhor Jesus Cristo, estar apto para ser uma pessoa verdadeiramente liberta pela verdade divina (Jo 8:32), e jamais cair ingenuamente sob a lbia voraz dos mercenrios devoradores de almas e de bolsos que, por enfermio amor ao dinheiro e ao deslumbrante poder mundano que este outorga, deturpam sem qualquer escrpulo a Palavra de Deus, apresentando-se aos ignorantes como servos ou ministros de um Esprito Santo a quem jamais ouviram, apenas para engan-los e fazer deles fonte de lucro (1Co 2:9-14; Fp 1:15-17; Tt 1:10-11; 2Pe 2:1-3). preciso saber aonde nos conduz a Graa de Deus em Cristo. E preciso , tambm, saber aonde conduzia a Lei dada por Deus no Antigo Testamento, para evitar confuses que venham escurecer e limitar o desfrute da Graa por parte do povo de Deus em Cristo. A confuso gera a morte espiritual e, s por este motivo, somos obrigados a concluir que ela vem do Diabo, e no de Deus. De Deus no procede treva ou confuso alguma. Conforme visto, Deus Luz, e enviou seu Messias na pessoa do Verbo feito carne, Jesus de Nazar, para que seu povo veja, compreenda e viva essa Luz. Somente ao Diabo interessa que o povo no compreenda o significado real dos termos e expresses com que Deus nos promete, sem preos adicionais ao sacrifcio de Cristo, todas as bnos da Aliana da Graa, tanto as espirituais, quanto as materiais. Somente ao Diabo interessa anular os efeitos salvadores, vivificantes e abenoadores dessa eterna e toda suficiente Graa, porque sabe que ela verdadeiramente salva almas, arrancando-as das suas garras, de modo definitivo, total e eterno. Aos seguidores de Jesus, interessa-nos conhecer toda a verdade sobre o ministrio dele e da sua Graa, porque ela nos libertar de toda forma de mal e misria. A Lei do Antigo Testamento, sem excetuar nenhum dos seus estatutos e ordenanas,

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seja do Dzimo ou qualquer outra, jamais libertou ningum da morte (Gl 3:21). S deu o conhecimento do pecado (Rm 3:19-20) (algo que hoje quem faz o Esprito Santo - Jo 16:7-9) S castigou. Sua sentena era: A alma que pecar, essa morrer. J Jesus veio para o contrrio: Para dar Vida. Embora ambos os ministrios, o da Lei (no Antigo Testamento) e o de Jesus (no Novo Testamento), tivessem sido ordenados e estabelecidos pelo prprio Deus, suas finalidades e vigor eram diferentes: Por um lado, essa Lei foi dada para dar ao homem conhecimento do seu pecado, a fim de que assim pudesse reconhecer seu estado de culpa e condenao (Rm 3:19-20). Por outro lado, Jesus Cristo veio para redimir o mesmo homem dessa culpa e dessa condenao, para, depois de resgatado mediante a converso, dar-lhe o Esprito Santo prometido no Antigo Testamento, para nele habitar fazendo-o assim participante da natureza divina (Gl 3:13-14; 2Pe 1:3-4). A vida eterna para qualquer membro da raa humana estava s em Jesus, por disposio do prprio Deus j manifestada assim desde o princpio em Gn 3:15 quando disse que seria o descendente da mulher (o Messias) quem desfaria a fatal obra realizada pela Serpente antiga quando induziu Ado ao pecado e, portanto, queda na morte. Isto confirmado assim pelo apstolo Paulo em Ef 1:9-10, ao afirmar que Deus j tinha o propsito de reunir todas as coisas em Cristo, tanto as do Cu (a Vida eterna) como as da terra (bnos materiais). Por isto, vindo ele Terra, o Velho Pacto se foi (aps devidamente cumprido por Jesus Rm 10:4), e o Novo chegou, plenamente suficiente para o estabelecimento do Reino eterno, constitudo pelos eternizados filhos de Deus, de acordo com o afirmado em Jo 1:12-13 e com as promessas de Fp 3:20-21; 1Jo 3:13; 1Co 15:49-57 e outras muitas passagens bblicas. Independentemente do erudito palavreado dos legalistas judaizantes dos tempos atuais, a mudana de um pacto para o outro j aconteceu, e os que vivem o Novo conhecem agora seus poderosos efeitos de transformao de vida, de vivificao atravs da real presena e habitao do Esprito de Cristo nos seu interior (Jo 7:38-39) e de concesso gratuita de toda sorte de bnos materiais.

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lastimoso saber que no ocorre assim com os que querem continuar sob o regime da lei do Antigo Testamento (Gl 5:4), algo que lamentavelmente est acontecendo com muitos que se dizem cristos, envolvidos na confusa pregao do remendo velho em pano novo contra a qual nos advertiu o prprio Messias (Mt 9:16). A Lei no derrama o Esprito de Cristo sobre ningum. Por isso, a Lei e Profetas ou Antigo Testamento, deixou de vigorar (aps satisfeita na cruz) e deu lugar a Cristo Jesus (e seu Pacto NOVO), que batiza com o Esprito, quer dizer, com o Esprito-Vida!

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DEMONSTRAO No. 2 NO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA GRAA!Nossa f evanglica est sendo hoje atacada de muitas direes diferentes. No mundo ocidental, o inimigo repudiou a violncia; ele no vem a ns com a espada e o porrete; vem agora sorrindo, trazendo presentes. Eleva os olhos para o cu e jura que cr tambm na f possuda por nossos pais; mas seu verdadeiro propsito destruir essa f, ou, pelo menos, modific-la at ao ponto de no mais conter o elemento sobrenatural que antes continha (A. W. Tozer, no seu livro Deus fala com o homem que mostra interesse - Editora Mundo Cristo - Brasil)

Desde o incio do seu ministrio, o Senhor Jesus fez questo de deixar bem sentada a realidade de que ele veio para cumprir a Lei, essa mesma que jamais qualquer outro homem cumpriu... e jamais nenhum outro poderia cumprir. Suas palavras, naquele incio ministerial, foram: No penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; no vim para revogar, vim para cumprir... porque nem um i ou um til passar da Lei at que tudo se cumpra. O cumprimento de uma tarefa, qualquer que seja, demonstra a indiscutvel superioridade daquele que a cumpre sobre ela. Assim, cumprir a Lei, significa ser superior a ela. Porquanto nenhum ser humano comum tinha sido nem ser jamais superior Lei, absolutamente ningum tinha podido nem poder cumpri-la. Pelo contrrio, incapazes de satisfaz-la, todos ramos rus das suas sentenas de morte contra o pecado, porquanto todos nascemos pecadores desde a queda no Paraso do nosso comum pai original, Ado, conforme ensinam-nos Rm 5:12; 1Jo 1:8; Rm 3:1920 e Rm 7:13-14. A vinda de Jesus de Nazar era a presena na Terra do Verbo encarnado que, segundo Jo 1:1, era Deus; isto , sua presena na Terra era a presena do superior prprio autor da Lei. Era a presena daquele que era, , e ser superior por todo o sempre a

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Moiss, atravs de cujo ministrio foi ela dada (Hb 3:1-6), superior aos anjos (Hb 1:5-6) e superior a tudo quanto foi criado (Hb 1:2-3; Cl 1:1518; Jo 1:3). O Filho Jesus Cristo superior a tudo porque o Verbo divino (Jo1:1, 14)!

O Verbo divino, por ser Deus (Jo 1:1), superior Lei e a tudo o mais que foi criado atravs dele mesmo. O Verbo era Deus, e por meio dele foram feitas todas as coisas, nos atesta Jo 1:1-3! Atravs dele foi feito Moiss, foi feita a Lei, e tudo o mais que existe neste Universo todo (Hb 1:2). E no somente foi tudo feito por ele, mas continua sendo ele mesmo quem sustenta todas as coisas existentes (Hb 1:3). Por causa dessa absoluta superioridade do Filho de Deus sobre todas as coisas, includa a Lei dada atravs de Moiss aos israelitas, foi que ele usou do privilgio exclusivo de pr seu PORM letra dos Mandamentos, quando disse: Ouvistes que foi dito aos antigos: No matars, no adulterars, no jurars falso, etc... Eu, PORM, vos digo (Mt 5:21-48). Esse PORM, posto por ele sobre a palavra da Lei, constituiu uma expressa e incontestvel demonstrao pessoal da sua superioridade sobre ela. Ningum mais poderia fazer isto, e continuar a viver eternamente, a no ser ele, o prprio autor dela. Qualquer outro que ousasse pr esse PORM Lei, estaria hoje to morto como esto Buda, Caifs, Pilatos, Herodes, Maom ou Nietzsche, por exemplo. E foi ele, o prprio divino e superior autor, quem disse: Vim cumpri-la. Por que isto? Qu necessidade havia de que O Verbo de Deus se encarnasse e

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viesse, como o homem Jesus de Nazar, para cumprir essa Lei que ele prprio tinha dado aos homens? No bastaria que os seres humanos tentssemos cumpri-la com sinceridade de corao? No ! No bastaria que os humanos tentssemos cumpri-la, por mais sinceros que fssemos, porque, conforme veremos ao longo desta leitura, o ministrio da Lei no era o de ser cumprida por estes seres mortais que somos, mas o de nos demonstrar nossa natural impossibilidade de realizar qualquer exigncia da vontade de Deus, por causa da nossa inata escravido ao pecado (At 15:10; Rm 3:19-20; Rm 7:13-14), a fim de que, assim conhecendo o abismo de nefastas trevas em que nascemos, sentssemos a real necessidade que temos de um Salvador vindo do prprio Deus, que no tivesse os impedimentos que h em todos ns, cados pecadores vindos do cado Ado, totalmente incapazes de vencer por ns mesmos a morte e a irremedivel inclinao ao mal de que fala Rm 7:21-24. E esse Salvador veio, e cumpriu risca todo o castigo que a Lei determinava sobre ns, por causa do nosso pecado (Is 53:5; Gl 3:13). Subiu cruz assumindo e carregando os pecados de todos ns, fazendo-se desse modo ele, o autor da Lei, um maldito da Lei em nosso lugar (Rm 3:21-24; Rm 8:1-4), de graa, sem nada nos cobrar, at porque nem sequer tnhamos nascido quando isso aconteceu (Ef2:1-9).

Veio, e demonstrou ser superior a tudo e a todos, at prpria morte, morrendo como o pior, sentenciado pelos mais simples e mais inominveis pecados de todos os seres humanos; no dele prprio, porque ele jamais pecou. Mostrou ser superior at Lei de Deus, cumprindo-a! Se ele no a tivesse cumprido, nem sequer seria nosso Salvador, mas apenas mais um louco fracassado que prometera algo que no podia cumprir; ademais, tampouco Deus o teria ressuscitado, visto que no cumprir a Lei representa pecar contra ela, e a inabalvel sentena do Senhor contra os que transgrediam sua Lei era: A alma que pecar, essa morrer. Assim, se falhasse na

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sua misso de cumprir a Lei, Jesus seria mais um pobre coitado, como qualquer um de ns, digno de morte. Mas graas a Deus porque ele no fracassou: Ele conseguiu chegar at cruz sem transgredi-la, quer dizer, sem culpa de pecado pessoal que o obrigasse a ficar nas garras da Morte. Da, o qu que a justia de Deus podia fazer? Ora, levant-lo da Morte! Deus o levantou, e com esta vitria se tornou nosso Salvador, porque tudo isso ele padeceu em nosso lugar, apenas para nos livrar do Imprio das Trevas e da Morte (Hb 2:14-15). A se cumpriu a profecia divina sobre a futura vitria do descendente de Gn 3:15, e se cumpriu, tambm, toda a finalidade da Lei, dando, em Cristo, todo o merecido castigo a todos os pecadores deste mundo. neste sentido que a doutrina apostlica nos ensina que o pleno cumprimento da Lei Cristo (Rm 10:4). E se ele j satisfez a Lei plenamente, o fez por ns, para que no sejamos mais exigidos ou cobrados por ela, devido a ter ele honrado com sua prpria vida todas as exigncias e cobranas dela contra ns. Como a Lei no podia morrer por ser santa e eterna, ns que precisvamos morrer em cumprimento das suas sentenas. E ns j morremos: No corpo de Cristo nos tornamos coparticipantes da sua morte, segundo a palavra de Rm 7:4 que diz: morrestes relativamente Lei por meio do corpo de Cristo, ou a de Gl 2:19, tanto faz, que tambm diz: porque eu, mediante a prpria Lei (que condenou Cristo como pecador pelos meus pecados, sem ser ele mesmo pecador) morri para a Lei . Mas o conhecimento desta real e gloriosa superioridade do ministrio de Cristo alheio a muitos que se lanam pregao sem um suficiente trato com a reveladora presena viva e vivificante do Esprito do nosso Salvador Jesus. Eles, geralmente, adquirem algumas noes meramente tericas sobre a mensagem do Evangelho, e, nessa lamentvel condio de nefitos, doutrinariamente despreparados, se dedicam ao ensino, como se mestres fossem, de uma realidade crist que jamais viram, nem ouviram, nem lhes foi posta por Deus no corao. Desta forma, abre-se nas igrejas do nosso tempo uma brecha enorme ao Pai da Mentira, o Diabo, que no desaproveitar nunca tal oportunidade de confundir a mente destes inaptos para causar, atravs dos tais, o desvio e a queda de muitos no seio do cristianismo. Nada foi nunca to eficiente arma nas mos de Satans na sua luta contra a Igreja como um pregador nefito e

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autossuficiente. At nos exrcitos do mundo, soldado sem treino no vai guerra, porque, se for, no somente morre ele, como ocasiona a morte de outros companheiros. Assim, tambm no caminho do esprito o despreparo espiritual e a ignorncia foram, desde o incio, o portal preferido da morte. Foi assim com Eva, foi assim com Caim, foi assim com Judas, e por sempre assim ser. por esse portal que o Diabo tem conseguido introduzir seus ensinos legalistas no seio de uma Igreja que, de lbios, confessa-se da Graa, mas na prtica est toda enredada em tradies e imposies advindas da Lei dada por Deus ao povo de Israel no Monte Sinai, as quais, implacavelmente cobradas dos fiis pelos judaizantes defensores do vigor atual do legalismo bblico, vem causando estragos e esfriamento cada vez mais visveis entre os cristos, porque, de acordo com Gl 3:21, nenhuma lei recebeu jamais o poder de dar a ningum vida eterna, e, devido a isto, nenhum seguidor da Lei ser jamais capaz de viver a perfeita vontade de Deus, pelo que terminar sempre apenas descobrindo sua pessoal culpa pecaminosa, e desanimando diante da impossibilidade de viver sem pecar. Os estragos e esfriamento que esto causando esses nefitos metidos a mestres, insensveis ao genuno mover do Esprito e incapazes por isso de perceber a diferena entre o que autenticamente espiritual e o que apenas mental, no so discernidos por eles. Sem tal discernimento, o Pai da Mentira faz a festa, e consegue o que quer: Uma cristandade de fachada, como os tmulos caiados aos que comparou Jesus os fariseus do seu tempo, que externamente louva ao Salvador entre as quatro paredes das igrejas, mas na vida cotidiana vive compartilhando do que satisfaz ao mundo cado: O pecado! Com o passar do tempo, e pelas brechas assim abertas atravs do ministrio desses nefitos despreparados, vem acontecendo de maneira cada vez mais generalizada a dissimulada intromisso de avarentos e megalomanacos no ministrio destas igrejas crists, os quais tem infludo para que algumas verdades fundamentais do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo sobre o que deveria ser a vida normal sob a atual Nova Aliana da Graa, fossem, na prtica, postas de lado, porque estorvam o af de lucro deles, como tambm advertia j dcadas atrs o conhecido profeta moderno A. W. Tozer: O cristianismo sem Cristo parece contraditrio, mas ele existe como um fenmeno real em nossos dias. Muito do que est sendo feito em nome de Cristo, falso em relao a Ele, sendo concebido pela carne, incorporando mtodos carnais e

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buscando fins carnais... a fim de prover uma fachada santa para as atividades carnais e enganar os ouvintes ingnuos (O homem: Habitao de Deus, Editora Mundo Cristo Brasil). Eis ai a abrumadora realidade que estamos vivendo: A carne entronizada em nossos plpitos evanglicos, disfarada de profunda e humilde espiritualidade, e desde ali pregando o que convm as suas ambies. Dessa forma, a mensagem da verdadeira Graa fica ignorada pelos membros dessas igrejas... e seu poder transformador, curador e libertador tambm! Porm, para consolo dos que tem verdadeira sede das coisas eternas, ainda estamos em tempo, enquanto o Arrebatamento no chegar, de retomar a genuna pregao da Graa nos nossos plpitos, voltando queles fundamentos doutrinrios apostlicos inspirados pelo Esprito Santo, e mostrando-os com o exemplo vivo no comportamento cotidiano onde quer que estejamos, para que as pessoas ao nosso redor possam ter outros elementos mais elevados de comparao e compreendam que sem essas estruturas doutrinrias bsicas deixadas pelos apstolos de Jesus, uma igreja ser apenas um edifcio mal construdo sobre a incerta areia movedia da vontade carnal, ou, em outras palavras, um caldo de cultivo propcio ao surgimento de novas heresias, que, cada vez melhor disfaradas de ensino divino, mataro as ovelhas, conforme o Diabo quer. Ns, movidos pelo mais urgente e transcendental propsito de ajudar a remover tudo quanto movedio neste nosso deformado cristianismo contemporneo, a fim de que a solidez da vida espiritual volte ao glorioso Corpo de Cristo do qual fazemos parte, trazemos tona, a seguir, trs dessas menosprezadas verdades FUNDAMENTAIS, que, depois de compreendidas, contribuiro mais ainda a deixar clara a total ausncia de compromisso ou obrigao de parte dos cristos com a observncia de quaisquer leis, mandamentos ou exigncias de qualquer espcie pertencentes ao texto do Antigo Testamento, visando a salvao ou a recepo das bnos prometidas por Deus ao seu povo (o cristo) hoje. Vejamos: 1. - O AUTNTICO CRISTO VIVE NO MESMO REGIME GRATUITO DOS APSTOLOS DE CRISTO, E NO SOB O ANTIGO REGIME DAS OBRAS DA LEI:

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Aproveitando a ingenuidade e angustiosa sede espiritual das multides ignorantes em relao aos verdadeiros propsitos e planos divinos para conosco, os ministros que pregam o legalismo no seio das igrejas crists esto misturando nos seus discursos a palavra da Vida trazida exclusivamente por Cristo Jesus (Jo 1:17; 5:24; 6:63; 14:23-24; At 4:11-12; 1Tm 2:5), com a palavra da condenao morte como castigo pelo pecado, dada por Deus ao povo de Israel atravs de Moiss (2Co 3:7-9; Rm 3:19-20). Ou seja, esto misturando a mensagem da justificao e vivificante salvao gratuita trazida pelo Cordeiro de Deus (Ef 2:1-9; 2Co 3:4-6; Rm 8:32), com a mensagem do Antigo Testamento, que em nenhuma das suas passagens, ordenanas ou estatutos teve jamais a incumbncia ou o poder de transmitir a vida eterna, porque conforme o ensino apostlico original - se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justia (para concesso da eternidade), na verdade, seria procedente dessa lei; mas a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento, porque at aqui no existia o Novo) encerrou tudo sob pecado, para que mediante a f em Cristo fosse concedida a promessa (da vida eterna e as bnos decorrentes) a todos os que (nele) creem (Gl 3:21-22). Se consciente ou inconscientemente s Deus sabe, esses tais mestres da pregao legalista esto ignorando o ensino apostlico de que o homem no justificado por obras da Lei, e, sim, mediante a f em Cristo Jesus (na sua obra redentora). No por obras da Lei, pois por obras da Lei ningum ser justificado" (Gl 2:16). Se de boa f ou maliciosamente, isso tambm s Deus sabe, esses modernos fariseus desconhecem que, ainda segundo os apstolos, os genunos cristos morremos relativamente Lei por meio do corpo de Cristo, para agora, libertados da Lei, servirmos a Deus em novidade de Esprito e no na caducidade da letra (isto , da Lei; no apenas da que chamam de Cerimonial, mas tambm da Moral, como prova a referncia ali, nesse trecho de Rm 7:1-7, ao NO COBIARS dos Dez Mandamentos). E, como para no deixar dvidas em relao a este vital assunto da total excluso da Lei antiga na Nova Aliana da Graa, a Sagrada Escritura, no Evangelho escrito pelos apstolos de Cristo, corta todo o vo palavrrio deles com estas insofismveis palavras: Dizei-me vs, os que quereis estar sob a Lei: acaso no ouvis a Lei? Pois est escrito que Abrao teve dois filhos, um da mulher escrava, e outro da livre. Mas o da escrava nasceu

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segundo a (vontade da) carne; o da livre, mediante a promessa (gratuita de Deus). Estas duas cousas so alegricas (figurativas): porque estas duas mulheres so (ou representam) duas alianas; uma, na verdade, se refere ao Monte Sinai (ou seja, Lei Moral ou Declogo, porquanto foi nesse monte que o Senhor o deu a Moiss em duas tbuas de pedra) que gera para escravido; esta (mulher ou aliana) Hagar (a escrava que gerou Ismael). ORA, HAGAR (EM FIGURA OU ALEGORIA) O MONTE SINAI (onde foi dada a Lei do Declogo, ou Lei Moral), e corresponde a Jerusalm (geogrfica) atual que est em escravido (em pecado, sem gozar o perdo do Cristo que rejeitaram). Mas a Jerusalm l de cima (os descendentes de Sara, a esposa legitima de Abrao, os quais pela sua genuna fidelidade a Deus na espera paciente do Messias alcanaram salvao) livre, a qual nossa me; porque est escrito: Alegra-te, estril, que no das luz, exulta e clama, tu que no ests de parto; porque so mais numerosos os filhos da abandonada, que os da que tem marido. Vs, porm, irmos, sois filhos da promessa (feita por Deus GRATUITAMENTE a Abrao, Sara e a seus descendentes - Gl 3:18) como Isaque. Como, porm, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Esprito, assim tambm agora. CONTUDO, QUE DIZ A ESCRITURA? LANA FORA A ESCRAVA (ISTO , A LEI DADA NO SINAI... O DECLOGO) E SEU FILHO (OU SEJA O POVO QUE PERSISTE NA LEI), PORQUE DE MODO ALGUM O FILHO DA ESCRAVA (O POVO QUE PERSISTE NESSA LEI DADA NO MONTE SINAI) SER HERDEIRO (DAS BNOS TANTO AS ETERNAS COMO AS TEMPORAIS EM CRISTO) COM O FILHO DA LIVRE (QUE SOMOS NS, O POVO DA GRAA, OS SEGUIDORES DE JESUS). Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e no vos submetais de novo a jugo de escravido (da Lei dada no Sinai). Eu, Paulo, vos digo que se vos deixardes circuncidar (ou impor qualquer outro ponto da Lei, seja ele qual for, porque a Lei uma unidade indivisvel, dada por Deus, e no pelos caprichos ou mesquinhas necessidades da volvel vontade humana, e quem quiser guardar um s dos seus estatutos ter de guardar todos os demais, ou cair sob a sentena escrita em

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Tg 2:10-11, que o declarar culpado, e, portanto, ru de morte) Cristo de nada vos aproveitar. De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar (ou impor qualquer outro estatuto da Lei), que est obrigado a guardar TODA a Lei. DE CRISTO VOS DESLIGASTES VS QUE PROCURAIS JUSTIFICAR-VOS NA LEI, DA GRAA DECASTES. Porque ns pelo Esprito (no pela caducidade da letra da Lei) que aguardamos a esperana da justia que provm da f. Pois em Cristo Jesus nem a circunciso (os ensinamentos da Lei), nem a incircunciso (os ensinos dos gentios; ou seja, dos no judeus que nascemos fora da Lei segundo ensina Ef 2:11-12) tem valor algum, mas a f que atua pelo amor (e no pelos mandamentos da Lei). Vs correis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer verdade (do Evangelho da Graa do nosso Senhor Jesus Cristo)? ESTA PERSUASO (INCITANDO A NO MAIS CONFIAR NA SUFICINCIA TOTAL DA GRAA QUE H EM JESUS, PARA PASSAR A CONFIAR NOS REMENDOS DA LEI) NO VEM DAQUELE QUE VOS CHAMA (ENTO, LGICO QUE VEM DO DIABO). Um pouco de fermento (ou ensino adulterado no seu mais genuno significado original) leveda toda a massa (isto , termina dando vida do cristo, assim deturpadamente ensinado, um progresso meramente artifcioso, inchado, falso, porque no veio como fruto da operativa vontade ATUAL de Deus) (Gl 4:21 - 5:9). Como vemos, o que a mensagem apostlica nos diz nestas transcendentais palavras do Evangelho, sem desmerecer o fato de que ambos pactos foram estabelecidos por Deus embora para pocas e povos diferentes, que a Aliana da Lei e a Aliana da Graa NO PODEM TER CABIDA NUM MESMO CORAO HUMANO PORQUE SO PACTOS INCONCILIVEIS DEVIDO S OPOSTAS FORMAS DE REGIMENTAR A VIDA DAQUELES QUE ESTIVESSEM SOB ELES: OS QUE ERAM DA LEI, OBEDECIAM OBRIGANDO A VONTADE DA SUA PRPRIA NATUREZA CARNAL; OS QUE SO DA GRAA, MOVIDOS PELA FORA DO AMOR RECEBIDO DO ALTO, OBEDECEM E VIVEM PELA GUIA E PODER DO ESPRITO SANTO, QUE NORTEIA SEUS CAMINHOS CONFORME OS PROPSITOS DE DEUS.

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SOB ESTA IMPORTANTE BASE QUE DEVEMOS COMPREENDER QUE ERAM PACTOS DADOS PARA TEMPOS E POVOS DIFERENTES: O PACTO DA LEI ERA PARA O POVO DE ISRAEL; E O PACTO DA GRAA ERA PARA OS CRISTOS, QUER DIZER, PARA OS SEGUIDORES DE CRISTO. O cristo uma criatura que, antes de nascer de novo, morre para a Lei mediante a prpria Lei, no corpo de Cristo, quando este foi crucificado pelos sacerdotes, legtimos ministros judeus dessa Lei daquele tempo, faz j 2.000 anos. Quem no quiser aceitar esta morte, no cristo; antes, ainda o velho homem, vivendo na carne. Ora, se o cristo morreu para a Lei, ento tem que permanecer morto para a letra dela, a fim de viver para Cristo pelo Esprito eterno que o prprio Jesus Cristo derramou nele. Voltar para a letra da Lei, ser desprezar a guia do Esprito; e, sem esta guia, nem h vida em ns, nem somos filhos de Deus, de acordo com a taxativa lio de Rm 8:9-14. A correta compreenso disto essencial para se obter o genuno conhecimento da graciosa verdade que liberta. No compreender o carter inconcilivel desses dois pactos trar sempre fatal confuso espiritual nas vidas daqueles que misturam as instrues de um com as do outro pacto, convictos de estar melhorando com remendo velho o pano novo. Se o Plano de Deus fosse conciliar esses dois pactos, o da Lei e o da Graa, a Sagrada Escritura assim o diria abertamente, sem deixar lugar a quaisquer dvidas, visto ser um assunto to importante, por ser vital. Porm, o que a Escritura diz abertamente o contrrio: Que impossvel conciliar os dois pactos; que jamais foi propsito de Deus fazer uma fuso do Pacto da Lei com o Pacto da Graa; que eles so duas alianas completamente alheias uma da outra, e que de modo nenhum a herana das bnos eternas dantes prometidas descendncia de Abrao sero concedidas aos seguidores da aliana da Lei, porque tais bnos so exclusivamente para os genunos seguidores da Aliana da Graa, a qual Deus estabeleceu somente em Jesus. POR ESTE MOTIVO QUE FOI ESCRITA ESSA DURSSIMA PALAVRA: LANA FORA A LEI (A ESCRAVA) E OS SEUS SEGUIDORES (O FILHO DA ESCRAVA).

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Lanar fora no significa puxar para dentro da Igreja! pr para fora mesmo! No h, pois, como se render aos ardilosos argumentos dos legalistas, sem cair na mentira. Afinal de contas, eles nem so to criativos assim: Seus eruditos discursos so, hoje, os mesmos de Jerusalm no passado, quando Paulo e Barnab tiveram que ir l debater contra este mesmo tipo de erro, conforme nos mostra o registro da reunio conciliar apostlica de At 15:5-11, trecho no qual, referindo-se tentativa judaizante de obrigar os cristos gentios ao cumprimento da Lei de Moiss (versculo 5), o apstolo Pedro arguiu contra essa heresia, dizendo nos versculos 10-11: Por que tentais a Deus (com a tentativa de implantar a Lei na Graa), pondo sobre a cerviz dos discpulos um jugo (o da Lei de Moiss) que nem nossos pais puderam suportar, NEM NS? Mas cremos que fomos salvos pela Graa do Senhor Jesus, como tambm aqueles o foram. Fomos salvos pela Graa uma afirmao muito significativa no contexto desse trecho. Ora, o que estava sendo ali discutido era a necessidade de os discpulos de Jesus cumprirem mandamentos e instrues da Lei para receberem as bnos espirituais e materiais por ele prometidas. Quando Pedro disse ser tentar a Deus esse af de implantar a Lei na Igreja de Cristo Jesus, porque pela Graa que devemos viver, implicitamente est afirmando que dessa Graa advm toda bno que possamos precisar, sem termos de depender de um jugo (o da Lei), que o prprio Pedro confessa no ter sido capaz de cumprir, com aquele nem nossos pais, nem ns do versculo 10. Isto tudo significa que todos os objetivos da Graa so alcanados, pelo cristo que vive em genuna comunho com o Esprito de Jesus, sem ter de efetuar esses legalistas sacrifcios materiais, financeiros, ou seja l da espcie que for, porque nesta Nova Aliana da Graa todas as bnos do Senhor advm como fruto gratuito do trabalho que o prprio Deus est efetuando na vida dos seus servos, sobre a suficiente base, fundamento ou preo da obra redentora de Cristo Jesus, j consumada desde antes que cada um de ns nascesse, conforme ensina-nos o Evangelho quando diz:

48 A FARSA DO DZIMO CRISTO

Ele vos deu (no diz vendeu) vida, estando vs (ainda) mortos nos vossos delitos e pecados... Deus, sendo rico em misericrdia, por causa do grande amor com que nos amou e estando ns (ainda) mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo - pela Graa sois salvos - e juntamente com ele (Cristo) nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos sculos vindouros a suprema riqueza da Sua Graa (no diz da Sua Lei), em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graa sois salvos, mediante a f (no mediante as obras da Lei, includa a obra de dar o Dzimo, porque, segundo Gl 3:12, a Lei no procede da f) e isto (a f) no vem de vs, dom de Deus; no de obras (como a de dar esse Dzimo), para que ningum se glorie (Ef 2:1-9). "Visto como pelo Seu divino poder (no pelo poder das nossas prprias obras, nem pelo cumprimento dos estatutos da Lei) nos tem sido doadas (no vendidas nem dadas como prmio nossa fidelidade Lei) todas as cousas que conduzem vida e piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para sua prpria glria e virtude (e no para a prtica das obras da Lei, sejam elas quais forem, includa a obra do Dzimo), pelas quais nos tem sido doadas (no diz vendidas, nem dadas em recompensa aos nossos pessoais esforos para pag-las) as Suas preciosas e mui grandes promessas (promessas que, se doadas, tem de ser gratuitas, e gratuito h de ser seu cumprimento) para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina (2Pe 1:3-4). "Aquele que no poupou a Seu prprio Filho, antes por todos ns o entregou, porventura no nos dar gratuitamente (leia bem: gratuitamente!) com ele t