Upload
internet
View
113
Download
9
Embed Size (px)
Citation preview
DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS DE ORIGEM OCUPACIONALDE ORIGEM OCUPACIONAL
ERICSON BAGATIN
Apresentação: Alessandro Vito Lido
IX CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA
UNICAMP
DOENÇAS RESPIRATÓRIASAMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
• ATS 2000 – Workshop on Lung Disease
and the Environmental *
• 15 a 20% doenças vias aéreas e intersticial
são atribuídas a exposição ocupacional
• Custo US$ 60 bilhões **
• OIT- revisão 2000
• Nexo Causal/Técnico
* Am J Respir Crit Care Med 2003;168:250-254** N Eng J Med 1995;333:1128-1134
Vias Aéreas Superiores
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
Asma Ocupacional
DPOC Ocupacional
Vias Aéreas Superiores
Rinosinusopatias
• IRRITANTES – Produtos de limpeza ácidos ou alcalinos (Cloro, Amônia e Ácidos Fortes)
Compostos orgânicos voláteis Dióxido de Enxofre, Ozônio, Fumaça • SENSIBILIZANTES – Proteínas animais e vegetais (grãos, pólens e excrementos) Anidridos ácidos
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
Vias Aéreas Superiores
Ulceração e Perfuração do Septo Nasal
• Arsênico
• Cobre
• Cromo
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
Foto 1 - ulceração Foto 2 - perfuração
Vias Aéreas Superiores
Neoplasias
• Arsênico
• Cromo
• Níquel
• Hidrocarbonetos Aromáticos
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
Vias Aéreas Inferiores
Bronquite: Dióxido de Enxofre
Ozônio
Fumos Metálicos
Bronquiolite: Óxidos de Nitrogênio
Cloro, Fluor
Dióxido de Enxofre
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
RINITE ALÉRGICA
* USA 1990 US $ 1,16 bilhão em consultas e medicações US $ 739 milhões perdas de produtividade
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAS
RINITE ALÉRGICARINITE ALÉRGICA
Asma
Polipose nasal
Sinusite Deformidadefacial
Infecções pulmonares
Problemas sociaisOtite secretora
Disfunção tubária
RINOSINUSOPATIAS
AGENTES MAIS FREQUENTES
COMPOSTOS DE : Cromo, Zinco, Níquel, Cádmio, Manganês, Flúor, Bromo, Iodo, AmôniaCimentoSílicaFumos ou Névoas de Borracha, Plásticos, Metais, Óleos, Solventes
Rev Bras OTL 2003;68:1-24
RINOSINUSOPATIAS
IRRITANTES Compostos de Amônia, Cloro Ácidos fortes (cloridríco, muriático, sulfídrico)
Soluções Alcalinas Gases: Óxidos Nitrosos, Dissulfetos, Ozônio, Fosgênio
SENSIBILIZANTES Proteínas Animais e Vegetais, Enzimas, Ácido Plicático, Anidridos Ácidos, Isocianato
Rev Bras OTL 2003;68:1-24
EMPRESA DE PRODUÇÃO HASTE PARA ÓCULOS
n = 950 TRABALHADORES 40 (4,2%) SINTOMÁTICOS
EXPOSIÇÃO - GALVANOPLASTIA CROMO, NÍQUEL, CIANETO, SOLVENTES
PRODUÇÃO DO ESTOJO COLA E RESINAS
POLIMENTO - ABRASIVOS, RESINAS
PINTURA - ISOCIANATO
RINOSINUSOPATIAS
ATIVIDADE - PRODUÇÃO DE HASTE PARA ÓCULOS
n = 950 TRABALHADORES 40 (4,2%) SINTOMÁTICOS
QUEIXA PRINCIPAL
Obstrução nasal 9/40 (22%) Rinorréia 13/40 (32%) Prurido 17/40 (42%) Espirros 10/40 (25%) Dor 10/40 (25%)
RINOSINUSOPATIAS
ATIVIDADE - PRODUÇÃO DE HASTE PARA ÓCULOS
n = 950 TRABALHADORES 40 (4,2%) SINTOMÁTICOS
CONCLUSÕES
Normais 14/40 (35%) Rinite Alérgica 8/40 (20%) Rinite Crônica 7/40 (18%) Faringite 3/40 ( 8%) Associações 2/40 ( 5%)
• Epidemiologia
• Definição
• Critérios Diagnósticos
Asma Ocupacional
Asma Ocupacional
Prevalência:• USA – 25% de todos os casos de asma• Japão – 15% dos homens asmáticos• 25% a 29% - cardagem de algodão• 3% a 30% - manipuladores de animais• 5% - expostos ao isocianato• 4% - expostos ao cedro vermelho
Epidemiologia
Asma Ocupacional
• Custo estimado de US$ 6.6 bilhões DPOC e Asma Ocupacional *
• Principal doença respiratória ocupacional **
• 5 a 10 % de casos novos em adultos **
• Mais de 250 substâncias causais **
• Consensos brasileiros II e III
Epidemiologia
* Chest 2002; 121: 264-272
** N Eng J M 2000; 342: 406-413
Asma Ocupacional
• 394 casos de asma ocupacional procedentes de 5 serviços públicos da cidade de São Paulo, 1995-2000
• Principais atividades: – serviços de limpeza – manufatura de plásticos – indústria química e farmacêutica
Epidemiologia
Mendonça, E M C et al FUNDACENTRO - SP
• Tempo de latência entre a exposição / sensibilização
• Agentes de alto peso molecular / alguns de baixo peso - IgE
• Agentes de baixo peso molecular -isocianatos, madeira, acrilatos, IgE?
Asma Ocupacional
Imunológica
Eur Respir J 2003; 21: 706-712
• Ausência de tempo de latência• Irritantes em altas concentrações – gases, vapores,
fumos, fumaças• Sintomas iniciais nas 24 horas e duração 3 meses• Distúrbio ventilatório obstrutivo• Broncoprovocação Inespecífica (+)• Excluir outras doenças respiratórias
Asma OcupacionalNão-Imunológica – “RADS”
Eur Respir J 2003; 21: 706-712
• Asma pré-existente ou concorrente exacerbada pela exposição ocupacional
Asma Ocupacional
Asma agravada pelo trabalho
Outras síndromes• Bronquite eosinofílica – tosse crônica, eosinofilia no
escarro, ausência de obstrução variável ao fluxo aéreo e broncoprovocação inespecífica (-)
• “Potroom” Asma – produção de alumínio a partir de alumina
• “Asthma-like Disorders”Eur Respir J 2003; 21: 706-712
Asma Ocupacional
HISTÓRIA
• Avaliar fatores não ocupacionais: - Infecções virais - Doença da via aérea superior - Alérgenos ambientais e domésticos - Medicações, tabagismo
• Doenças pulmonares pregressas
• Latência
DIAGNÓSTICO
Asma Ocupacional
• Espirometria pré pós Bd; seriada• Curva seriada de pico de fluxo expiratório• Broncoprovocação inespecífica• Broncoprovocação específica• Câmara de exposição• Prick-teste• Dosagem de IgE total e IgE específica
DIAGNÓSTICO
Asma Ocupacional
• Curva seriada de pico de fluxo expiratório• 3 a 4 medidas diárias• maior valor de 3 medidas consecutivas• registro 10 dias trabalhando e 10 dias • afastado da exposição• maior média diária – menor
maior média• variação 20% = Asma ocupacional
DIAGNÓSTICO
x 100
Eur Respir J 2003; 21: 706-712
RINOSINUSOPATIASASMA OCUPACIONAL
CASO ILUSTRATIVO - I
AF, 52 anos, servente de pedreiro e auxiliar de marcenaria há 32 anosQueixa – obstrução nasal, rinorréia , crises de falta de ar com sibilância, tosse com expectoração amarelaRinoscopia – mucosa palida , secreção hialinaSibilos e roncos difusosRX, CT dos seios paranasaisNasofibroscopia – hipertrofia dos cornetos superiores secreção mucopurulentaCitologia do muco nasal 22% de eosinófilosIgE total 620 UI/ml ( nl até 186 UI/ml)
ASMA OCUPACIONALCURVA SERIADA PEAK-FLOW (VARIAÇÃO DIÁRIA)
MASCULINO, 20 ANOS, EXPOSTO A POEIRA DE MOGNO (AC. PLICÁTICO) E COMPENSADO E VERNIZ POLIURETANO (MARCENARIA)
TRABALHANDO: 376 86 AFASTADO: 486 47 (p<0,005)
L/s
250
300
350
400
450
500
550
600
D
AFASTADO
D
ASMA OCUPACIONAL
CASO ILUSTRATIVO - II
DG, 48 anos, torneiro mecânico 22 anos de exposição ao óleo de corte em indústria metalúrgica
ÓLEO DE CORTE
Composição:
- Óleo vegetal
- Hidrocarbonetos
- Solvente halogenado
- Aditivos de lubricidade
- Inibidor de corrosão (ácido fosfórico)
- Conservantes
Asma Ocupacional
ASMA OCUPACIONALCURVA SERIADA PEAK-FLOW (VARIAÇÃO DIÁRIA)
TRABALHANDO: 439 50 AFASTADO: 476 39 (p<0,025)
MASCULINO, 52 ANOS, EXPOSTO A ÓLEO DE CORTE
600
S T Q D
300
400
500
DST SS
AFASTADO AFASTADO
DIAS
L/s
Asma Ocupacional
A. Diagnóstico de Asma
B. Início dos sintomas no ambiente de trabalho
C. Associação entre os sintomas de asma e o trabalho
D. Um ou mais dos seguintes critérios:1. Exposição ocupacional a agente ou processo sabidamente desencadeante de asma.
2. Significantes alterações do VEF1 ou PFE durante a jornada de trabalho
3. Broncoprovocação inespecífica relevante
4. Broncoprovocação específica (+)
5. Asma associada com irritantes (RADS)
AO = A+B+C+D2/D3/D4/D5
AO Provável = A+B+C+D1
Asma agravada no trabalho = A+C
Critérios Diagnósticos
Eur Respir J 2003; 21: 706-712
DPOC OCUPACIONAL
Histórico:
- Becklake M R. Chronic airflow limitation: its relationship to work in dusty occupations. Chest 1985; 88: 608-617.
- Becklake M R. Occupational Exposures: Evidence for a causal association with chronic obstructive pulmonary disease. Am Rev Respir Dis1989; 140: S85-S91.
DPOC OCUPACIONAL
▪ Base populacional – 4 estudos - Menor associação entre sintomas, alteração da função e declínio do VEF 1 (diluição da amostra)
▪ Grupo de trabalhadores – 10 estudos - Declínio da função pulmonar associado com a exposição
DPOC OCUPACIONAL
Becklake M R Am Rev Respir Dis 1989;140:S85-S91
Evidente associação entre a exposição ocupacional a poeiras, gases e fumos e a DPOC, em estudos:
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
Poeiras – sílica, asbesto, carvão
Indústria – borracha, plástico, têxtil, alimentos, agroindústria, tintas
Estocagem e processamento de grãos e sementes
Soldadores
Manutenção e operadores de veículos (combustão de diesel)
Forças armadas
Construção civil
D.P.O.C. OCUPACIONAL
Beckett W S N Eng J Med 2000;342:406-413Hnizdo E Am J Epidemiol 2002;156:738-746
- 1512 indivíduos, entre 18 e 73 anos
- Exposição: quartzo, fumos metálicos, processamento de alumínio, soldadores
- Exposição significativamente associada com a Asma/DPOC, ajustada para sexo, idade, tabagismo (odds ratio ajustada - 2,3 a 2,7)
- Ocupação como marcador independe para Asma/DPOC
Bakke P S Thorax 1991;46:863-870
Prevalência da Asma/DPOC na população em geral: relação com a exposição ocupacional – Bergen, Noruega.
DPOC OCUPACIONAL
- USA - Estudo de base populacional 1988-1994- n= 11447 indivíduos- Idade 30 a 65 anos- Avaliar os fatores atribuídos ao trabalho em relação ao do risco para a DPOC (VEF1/CVF < 70% VEF1 < 80%) - Odds ratio ajustada para idade, tabagismo, índice de massa corpórea, educação e condições sócio- econômicas.
Hnizdo E Am J Epidemiol 2002;156:738-746
DPOC OCUPACIONAL
Associação entre DPOC e Ocupação
– Escritórios, construção civil, forças armadas, agricultura.- Industriais: borracha, têxtil, plástico, couro, alimentos - Ocupações – carregamento, estocagem, garçonetes, operadores de veículos automotivos
A fração da DPOC atribuída a ocupação foi estimada em 19,2% e 31,1% nos fumantes
Hnizdo E Am J Epidemiol 2002;156:738-746
DPOC OCUPACIONAL
Associação entre DPOC e Ocupação
CUSTOS
- Estimar o número anual de mortes e o custo direto e indireto
- USA 1996 - Analise da Mortalidade Risco Populacional Atribuído 15% Limite inferior de idade – DPOC 35 anos – ASMA 20 anos
- CUSTOS: DPOC US$ 5 bilhões ASMA US$ 1,6 bilhões
D.P.O.C. E ASMA OCUPACIONAL
Leigh J P. Chest 2002;121:264-272
DPOC OCUPACIONAL
DPOC OCUPACIONAL
Am J Respir Crit Care Med 2003; 167:787-797
“ ATS Statement: Occupational Contribution to the Burden of Airway Disease”
- Estudos Longitudinais ▪ Mineiros do Carvão ▪ Pedreiros ▪ Cavadores de Túneis ▪ Preparo de Concreto
- Evidência Expiremental → SO2, poeira mineral, vanadium, endotoxina, cadmium
DPOC OCUPACIONAL
Am J Respir Crit Care Med 2003; 167:787-797
“ ATS Statement: Occupational Contribution to the Burden of Airway Disease”
▪ Definição Epidemiológica
- Baseada no excesso da ocorrência de DPOC entre trabalhadores expostos a agentes conhecidos
- Considerar: ▪ História Ocupacional ▪ Avaliação da Exposição ▪ Múltiplas Exposições
- Soldador há 28 anos
- Vários tipos de soldas- Tosse persistente com pouca expectoração, canseira aos grandes esforços, sem antecedentes de doenças respiratórias, não fumante.
- Rx tórax de 28/04/02 – Normal
- TCAR de 30/04/02 – Bronquiolite Respiratória
- Função Pulmonar • CVF - 92 % • DCO - 62 % • VEF1 - 57 % • VR/CPT - 48% () • VEF1/CVF - 61% • CPT - 125%
CASO 1 - GTS, 52 anos, masculino
DPOC OCUPACIONAL
AÇO CARBONO
GRAFITE
AÇO INOX
ELETRODOS
AÇO CARBONO
CarbonoSílica
Manganês Níquel (90%)Cromo (20%)
GRAFITE
Grafite
AÇO INOX
NíquelCromo
CarbonoSílica
ManganêsMolibdênio
Vanádio
www.esab.com.br
Bronquiolite respiratória
• Fumante ou exposição ocupacional / ambiental
• Nódulos centro-lobulares em vidro fosco
• Predomínio superior
DPOC OCUPACIONALTCAR
Am J Respir Crit Care Med 2003; 167:787-797
PERSPECTIVAS- Pesquisa ▪ Epidemiologia ▪ Mecanismos Biológicos ▪ Quantificação do Risco – Prevenção
- Políticas ▪ Discussões ▪ Divulgações
- Prática Clínica ▪ Reconhecer ▪ Investigar ▪ Identificar o risco ocupacional
“ ATS Statement: Occupational Contribution to the Burden of Airway Disease”
- Estimar a magnitude do problema
- Estimular o ensino na graduação e pós- graduação clínica médica, pneumologia, medicina do trabalho
- Implementar e Capacitar Centros de Referência assistência, ensino e pesquisa
- Base de dados epidemiológicos
- Inclusão do tema DPOC Ocupacional no Projeto GOLD Brasil
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS
DPOC OCUPACIONAL
OBRIGADO