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PROF. MS. SANDRA SPIENDLER RODRIGUEZ
DOENAS
OCUPACIONAIS
Manual de Doenas Ocupacionais do
Ministrio da sade
2001
Captulo 1_ O Campo da Sade
do Trabalhador
Captulo 2_ Reviso sobre o
Nexo Causal
Captulo 10_ Doenas Mentais e
do Comportamento
CAPTULO 1_ Contexto da Sade
do Trabalhador
A Sade do Trabalhador constitui uma
rea da Sade Pblica que tem como
objeto de estudo e a interveno das
relaes entre o trabalho e a sade.
ESTIMATIVAS
TRANSTORNOS MENTAIS LEVES= 30% DOS
TRABALHADORES
TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES= 5 A 10% DOS
TRABALHADORES
TRANSTORNO MAIS RECORRENTE NO
AMBIENTE DE TRABALHO ?
A INVESTIGAO DAS RELAES
SADE-TRABALHO, O
ESTABELECIMENTO DO NEXO
CAUSAL DA DOENA COM O
TRABALHO E AS AES
DECORRENTES
CAPTULO 2
1. A implementao de aes em Sade do
Trabalhador (contedo do Manual de Doenas
ocupacionais ), visa auxiliar na determinao
do Nexo Causal
2. Os trabalhadores podem adoecer ou morrer
por causas relacionadas ao trabalho, como
conseqncia da profisso que exercem ou
exerceram, ou pelas condies adversas em
que seu trabalho ou foi realizado.
3. Schilling (1984) props uma classificao das
Doenas Relacionadas ao Trabalho que
servem de parmetro neste manual e orientam
a determinao do nexo causal
CLASSIFICAO DE SCHILLING
Grupo I Grupo II Grupo III
Trabalho .. stricto sensu fator de risco,
contribui, mas
no causa
Provocador de
doena latente
ou agrava
distrbio pr-
existente
Exemplo Intoxicao por
chumbo
Doenas
Cardacas
Hiper tenso
Varizes
Bronquite, alergias e
Doenas Mentais
Em qual grupo se deseja enquadrar nexo causal?
Na Classificao Schilling II e III, esto as doenas
consideradas de etiologia mltipla, ou causadas por mltiplos
fatores de risco. Nessas doenas o trabalho poderia ser entendido
como um fator de risco, mas no necessariamente um fator
causal (Last, 1995).
Portanto, a caracterizao etiolgica ou nexo causal ser
essencialmente de natureza epidemiolgica, seja pela observao
de um excesso de freqncia em determinados grupos
ocupacionais ou profisses, seja pela ampliao quantitativa ou
qualitativa do espectro de determinantes causais, que podem ser
melhor conhecidos a partir do estudo dos ambientes e das
condies de trabalho.
Concluso: O nexo causal discutvel e, por vezes o desfecho
dessa definio est centrada no entendimento do juiz
CAPTULO 10
TRANSTORNOS MENTAIS E DO
COMPORTAMENTO
RELACIONADOS AO TRABALHO
Se, os transtornos mentais no trabalho no esto associados
a fatores isolados, mas a interelao entre sujeito-trabalho
Entre os determinantes da sade do trabalhador esto
compreendidos os condicionantes sociais, econmicos,
tecnolgicos e organizacionais responsveis pelas condies de
vida e os fatores de risco ocupacionais fsicos, qumicos,
biolgicos, mecnicos e aqueles decorrentes da organizao
laboral presentes nos processos de trabalho.
Ento, as aes de sade do trabalhador tm como foco as
mudanas nos processos de trabalho que contemplem as
relaes sade-trabalho em toda a sua complexidade, por meio
de uma atuao multiprofissional interdisciplinar e
intersetorial.
Como colocar isso em prtica? O manual indica.....
A preveno dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao
trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilncia dos agravos sade e
dos ambientes e condies de trabalho. (Utiliza conhecimentos mdico-
clnicos, epidemiolgicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia,
psicologia, entre outras disciplinas)
Valoriza a percepo dos trabalhadores sobre seu trabalho e a sade e baseia-
se nas normas tcnicas e regulamentos vigentes, envolvendo:
reconhecimento prvio das atividades e locais de trabalho onde existam
substncias qumicas, agentes fsicos e/ou biolgicos e os fatores de risco
decorrentes da organizao do trabalho potencialmente causadores de
doena;
identificao dos problemas ou danos potenciais para a sade, decorrentes
da exposio aos fatores de risco identificados;
identificao e proposio de medidas que devem ser adotadas para a
eliminao ou controle da exposio aos fatores de risco e para proteo dos
trabalhadores;
A partir da confirmao do diagnstico da doena e
do estabelecimento de sua relao com o trabalho,
os servios de sade responsveis pela ateno
sade do trabalhador devem implementar as
seguintes aes:
1. avaliao da necessidade de afastamento
(temporrio ou permanente) do trabalhador da
exposio, do setor de trabalho ou do trabalho como
um todo;
Quando j diagnosticado, o que fazer?
2. Emisso da CAT;
3. Acompanhamento da evoluo do caso, registro de
pioras e agravamento da situao clnica e sua relao
com o retorno ao trabalho;
4. Notificao do agravo ao sistema de informao de
morbidade do SUS, Delegacia Regional do Trabalho
e ao sindicato ao qual pertence o trabalhador;
5. vigilncia epidemiolgica, por meio da busca ativa de
outros casos na mesma empresa ou ambiente de trabalho
ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade na
rea geogrfica;
6. inspeo na empresa ou ambiente de trabalho de
origem do paciente ou em outras empresas do mesmo
ramo de atividade na rea geogrfica, procurando
identificar os fatores de risco para a sade e as
medidas de proteo coletiva e equipamentos de
proteo individual utilizados: se necessrio,
complementar a identificao do agente (qumico, fsico
ou biolgico), das condies de trabalho determinantes
do agravo e de outros fatores de risco que podem estar
contribuindo para a ocorrncia;
7. recomendao ao empregador sobre as medidas de
proteo e controle a serem adotadas, informandoas
aos trabalhadores.
Os transtornos mentais e do comportamento so detectadospela anlise de quatro reas que compem a Percia Psicolgica
Quem o responsvel pela Percia Psicolgica na
empresa?
LIMITAES EM ATIVIDADES DA VIDA DIRIA
Anlise das atividades como autocuidado, higiene pessoal,
comunicao, deambulao ( caminhar sem rumo,
destino), viagens, repouso e sono, atividades sexuais e
exerccio de atividades sociais e recreacionais.
O que avaliado no simplesmente o nmero de
atividades que esto restritas ou prejudicadas, mas o
conjunto de restries ou limitaes que, eventualmente,
afetam o indivduo como um todo;
EXERCCIO DE FUNES SOCIAIS:
refere-se capacidade do indivduo de interagir
apropriadamente e comunicar-se eficientemente com
outras pessoas. Inclui a capacidade de conviver com
outros, tais como membros de sua famlia, amigos,
vizinhos, atendentes e balconistas no comrcio,
zeladores de prdios, motoristas de txi ou nibus,
colegas de trabalho, supervisores ou supervisionados,
sem alteraes, agresses ou sem o isolamento do
indivduo em relao ao mundo que o cerca
CONCENTRAO, PERSISTNCIA E RITMO:
Tambm denominados capacidade de completar ou levar a
cabo tarefas. Estes indicadores ou parmetros referem-se
capacidade de manter a ateno focalizada o tempo
suficiente para permitir a realizao cabal, em tempo
adequado, de tarefas comumente encontradas no lar, na
escola, ou nos locais de trabalho. Essas capacidades ou
habilidades podem ser avaliadas por qualquer pessoa,
principalmente se for familiarizada com o desempenho
anterior, basal ou histrico do indivduo.
Eventualmente, a opinio de profissionais psiclogos ou
psiquiatras, com bases mais objetivas, poder
ajudar a avaliao;
Outros Objetivos do Captulo
1. Apresentar a classificao dos Transtornos
Mentais no trabalho
2. Compreender o conceito de cada doena
3. Sua epidemiologia (= frequencia ) + fatores
de risco a ela associada = NEXO CAUSAL
4. Compreender seu quadro clnico e realizar o
diagnstico
5. Como trat-la
6. Com preveni-la
NEXO CAUSAL: Onde est no Manual
de Doenas ocupacionais?
DEMNCIA;
DELIRIUM;
TRANSTORNO COGNITIVO LEVE;
TRANSTORNO ORGNICO DE PERSONALIDADE;
TRANSTORNO MENTAL ORGNICO OU
SINTOMTICO NO-ESPECIFICADO.
=exposio ocupacional a substncias qumicas
txicas
EPISDIOS DEPRESSIVOS, NEURASTENIA
ALCOOLISMO CRNICO
RELACIONADO AO TRABALHO
NEXO CAUSAL:
O consumo coletivo de bebidas alcolicas associado a
situaes de trabalho pode ser decorrente de prtica
defensiva (como meio de garantir incluso no grupo);
Uma freqncia maior de casos (individuais) de
alcoolismo tem sido observada em determinadas
ocupaes,especialmente aquelas que se caracterizam
por ser socialmente desprestigiadas e mesmo
determinantes de certa rejeio, como as que implicam
contato com cadveres, lixo ou dejetos em geral,
DETERIORAO OU DESCOMPENSAO NO
TRABALHO
Refere-se a falhas repetidas na adaptao a
circunstncias estressantes.
Frente a situaes ou circunstncias mais estressantes
ou de demanda mais elevada, os indivduos saem,
desaparecem ou manifestam exacerbaes dos sinais e
sintomas de seu transtorno mental ou comportamental.
Em outras palavras, descompensam e tm dificuldade de
manter as atividades da vida diria, o exerccio de
funes sociais e a capacidade de completar ou levar a
cabo tarefas. Aqui, situaes de estresse, comuns em
ambientes de trabalho, podem incluir o atendimento de
clientes, a tomada de decises, a programao de
tarefas, a interao com supervisores e colegas.
EPISDIOS DEPRESSIVOS
NEXO CAUSAL
EXPOSIO OCUPACIONAL A SUBSTNCIAS
QUMICAS
FATORES RELACIONADOS A ORGANIZAO DO
TRABALHO ( FRUSTRAES, DECEPES)
apreenso e sacrifcio de ces; atividades em que a
tenso constante e elevada, como nas situaes de
trabalho perigoso (transportes
coletivos,estabelecimentos bancrios, construo civil),
de grande densidade de atividade mental (reparties
pblicas, estabelecimentos bancrios e comerciais), de
trabalho montono, que gera tdio, trabalhos em que a
pessoa trabalha em isolamento do convvio humano
(vigias); situaes de trabalho que envolvem
afastamento prolongado do lar (viagens freqentes,
plataformas martimas, zonas de minerao).
ESTADO DE ESTRESSE PS-
TRAUMTICO
Nexo Causal
Trabalhos perigosos que envolvem
responsabilidade com vidas humanas, com
risco de grandes acidentes, como o trabalho
nos sistemas de transporte ferrovirio,
metrovirio e areo, o trabalho dos bombeiros,
etc. mais comum em adultos e
jovens, mas pode surgir em qualquer idade
devido natureza das situaes
desencadeadoras.
NEURASTENIA (Inclui Sndrome de
Fadiga)
Nexo Causal
1. Ritmos de trabalho acelerados, sem pausas ou com
pausas sem as devidas condies para repousar e
relaxar; jornadas de trabalho prolongadas (excesso de
horas extras, tempo de transporte de casa para o
trabalho e do trabalho para casa muito longo, dupla
jornada de trabalho para complementar a renda familiar)
e jornada de trabalho em turnos alternados.
A fadiga patolgica parece ser decorrente da interao
de diversos desses fatores entre si, ao longo de meses
ou anos.
2. Exposio a substncias qumicas
OUTROS TRANSTORNOS
NEURTICOS ESPECIFICADOS
(Inclui Neurose Profissional)
Nexo Causal
problemas relacionados ao emprego e ao
desemprego (Z56.-);
mudana de emprego (Z56.1);
ameaa de perda de emprego (Z56.2);
ritmo de trabalho penoso (Z56.3);
m adaptao ao trabalho (condies difceis de
trabalho) (Z56.5);
outras dificuldades fsicas e mentais relacionadas ao
trabalho (Z56.6).
TRANSTORNO DO CICLO VIGLIA-SONO
DEVIDO A FATORES NO-ORGNICOS
Nexo Causal
M adaptao organizao do horrio
de trabalho (trabalho em turnos ou trabalho noturno)
(Z56.6);
Circunstncia relativa s condies de trabalho;
horrios irregulares (Y96).
SENSAO DE ESTAR ACABADO
(SNDROME DE BURN-OUT OU SNDROME DO
ESGOTAMENTO PROFISSIONAL)
Nexo Causal
Afeta principalmente profissionais da rea de
servios ou cuidadores, quando em contato direto
com os usurios, como os trabalhadores da
educao, da sade, policiais, assistentes sociais,
agentes penitencirios, professores.
1.Ritmo de trabalho penoso (Z56.3);
2. Outras dificuldades fsicas e mentais relacionadas
ao trabalho (Z56.6): papel conflitante, perda de
controle ou autonomia e ausncia de suporte social.
Transtornos Mentais e do Comportamento
Relacionados aos Trabalho
10.3.1 DEMNCIA EM OUTRAS DOENAS
ESPECFICAS CLASSIFICADAS EM OUTROS LOCAIS
CID-10 F02.
Qual a classificao de Shilling?
10.3.2 DELIRIUM, NO-SOBREPOSTO
DEMNCIA, COMO DESCRITA CID-10 F05.0
10.3.3 TRANSTORNO COGNITIVO LEVE CID-10
F06.7
10.3.4 TRANSTORNO ORGNICO DE
PERSONALIDADE CID-10 F07.0
10.3.5 TRANSTORNO MENTAL ORGNICO OU
SINTOMTICO NO-ESPECIFICADO CID-10 F09
10.3.6 ALCOOLISMO CRNICO RELACIONADO AO
TRABALHO CID-10 F10.2
Pertence ao Grupo I de Shilling?
10.3.7 EPISDIOS DEPRESSIVOS CID-10 F32.-
10.3.8 ESTADO DE ESTRESSE PS-TRAUMTICO
CID-10 F43.1
Pertence ao grupo I de Shilling?
10.3.9 NEURASTENIA (Inclui Sndrome de
Fadiga) CID-10 F48.0
10.3.10 OUTROS TRANSTORNOS NEURTICOS
ESPECIFICADOS (Inclui Neurose Profissional)
CID-10 F48.8
10.3.11 TRANSTORNO DO CICLO VIGLIA-SONO
DEVIDO A FATORES NO-ORGNICOS CID-10
F51.2
10.3.12 SENSAO DE ESTAR ACABADO
(SNDROME DE BURN-OUT OU SNDROME
DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL) CID-10
Z73.0
Classifique segundo Schillng as doenas abaixo