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Recuperação de Pastagensno Noroeste do Paraná

Bases para Plantio Direto e IntegraçãoLavoura e Pecuária

1a versãoElir de Oliveira1

Garibaldi Batista de Medeiros2

Felipe Marun2

José Carlos de Oliveira3

José Pedro Garcia Sá1

Arnaldo Colozzi Filho5

Walter Miguel Kranz4

Nelson Fonseca da Silva Jr.6

José Jorge dos Santos Abrahão7

Valdir Luiz Guerini8

Gervázio Luiz de Martin8

Este texto resulta do projeto de "Estudos de recuperação de áreasde pastagens na Região Noroeste do Paraná," desenvolvido peloIAPAR em parceria com a Zeneca Brasil Ltda e a Fundação deApoio à pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio(Fapeagro).

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - LONDRINA-PR

1 Eng. Agr. M.Sc., pesquisadores da Área de Zootecnia. IAPAR.2 Eng. Agr. M.Sc., pesquisador da Área de Solos. IAPAR.3 Eng. Agr. M.Sc., pesquisador da Área de Propagação Vegetal. IAPAR.4 Eng. Agr. M.Sc., pesquisador da Área de Fitotecnia. IAPAR.5 Eng. Agr. Ph.D., pesquisador da Área de Solos. IAPAR.6 Eng. Agr. Ph.D., pesquisador da Área de Melhoramento Vegetal. IAPAR.7 Méd. Vet. M.Sc., pesquisador da Área de Nutrição Animal. IAPAR.8 Técnico Agrícola. IAPAR.

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ

VINCULADO A SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 - Fone: (43) 376-2000 - Fax: (43) 376-2101

Cx. Postal 481 - 86001-970 - LONDRINA-PARANÁ-BRASIL

Visite o site do IAPAR: http://www.pr.gov.br/iapar

DIRETORIA EXECUTIVA

Diretor-Presidente: Florindo Dalberto

PRODUÇÃO

Arte-final e capa: Tadeu K. SakiyamaCoordenação Gráfica: Jentaro Lauro Fukahori

Impresso na Área de Reproduções Gráficas

Tiragem: 2.000 exemplaresTodos os direitos reservados ao Instituto Agronômico do Paraná.É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização préviado IAPAR.

048r Oliveira, Elir de

Recuperação de pastagens no Noroeste do Paraná : bases para

plantio direto e integração lavoura e pecuária / Elir de Oliveira et al.

Londrina : IAPAR, 2000 .

96 p. ilust. (IAPAR. Informe da Pesquisa, 134)

1. Pastagens - Reforma. 2. Integração - Lavoura - Pecuária -

Arenito Caiuá - PR. 3. Plantio direto. I. Instituto Agronômico do

Paraná, Londrina, PR. II.Título. III. Série.

CDD 631.5CDU 631.543

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO E PROPOSTAS PARA

RECUPERAÇÃO DAS PASTAGENS DEGRADADAS 6

DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS 6

PLANTAS DANINHAS 6

PLANTAS PERENES REMANESCENTES ...... 7

PLANTAS INVASORAS ANUAIS 7

PLANTAS BIENAIS . 8

ESPÉCIES DISPERSADAS PELO VENTO 9

PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE AGROPECUÁRIA 9

SUGESTÕES DE ROTAÇÃO DE CULTURAS EM ÁREAS COM

PASTAGENS DEGRADADAS 10

CUSTO DE ABERTURA DA ÁREA 11

RESULTADOS PRELIMINARES 12

SOJA 13

MILHO .' . 29

FEIJÃO 39

SORGO .. 49

MILHETO . 57

AVEIA 65

SISTEMA DE PLANTIO DIRETO -SPD 79

FERTILIDADE DO SOLO 85

CONSIDERAÇÕES FINAIS . 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 95

AGRADECIMENTOS . . 96

INTRODUÇÃO

A região Noroeste do Paraná possui 3,2 milhões de hectares,

abrangendo 107 municípios, perfazendo 16% da área territorial do

Estado, sendo que 72% é formada por pastagens, comportando um

rebanho bovino próximo a 3,5 milhões de cabeças, o que representa

quase 40% do plantei estadual (Paraná, 1997).

Os solos dessa região, originários do Arenito Caiuá, apresentam

textura média a arenosa, com alta suscetibilidade à erosão. Os teores

de areia atingem 85% a 90% e possuem níveis críticos de fósforo,

potássio, cálcio, magnésio e, não raro, baixos níveis de matéria

orgânica, cerca de 1%, podendo, freqüentemente, ocorrer deficiência de

macro e micronutrientes nas culturas. Apesar da limitação química,

os solos do Arenito Cauiá apresentam-se predominantemente com

característica eutrófica, isto é, sem alumínio livre prejudicial ao

desenvolvimento da maioria das culturas.

Os municípios do Noroeste estão enquadrados na chamada

"Zona de Pecuária 1" (Instituto..., 1993), onde as pastagens para serem

consideradas produtivas devem suportar uma lotação mínina de 1,2

UA (Unidade Animal = 450 kg de peso vivo animal). Conforme Sá &

Caviglione (1999), 88,3% dos municípios da região apresentam lotação

abaixo de 1,5 UA/ha e 42,1% apresentam lotação abaixo de 1,2

UA/ha, o que demonstra a necessidade urgente de reverter a situação

no Noroeste.

O projeto de pesquisa "Estudos de recuperação de áreas depastagens na região Noroeste do Paraná" objetiva avaliar, validar e

difundir sistemas de produção sustentáveis nos aspectos agronômico

e econômico, utilizando rotações de culturas anuais em plantio direto,

atendendo a necessidade da integração lavoura e pecuária, onde

possam ser estabelecidos ciclos de lavouras para produção de grãos e

forragens em alternância com ciclos de pastagens semi-perenes de alta

qualidade e produtividade, em benefício da produção animal e

melhoria do uso da terra.

Esta publicação dos resultados preliminares do citado projeto,

obtidos no período de 1997/1999 visa auxiliar a assistência técnica e

produtores nas tomadas de decisões para . iniciar ou dar

prosseguimento ao processo de recuperação de áreas de pastagens

degradadas, com o emprego de rotação de culturas em sistema de

plantio direto na palha e também a integração lavoura e pecuária.

5

CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO EPROPOSTAS PARA RECUPERAÇÃO DE

PASTAGENS DEGRADADAS

DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS

Na Figura 1 constata-se que, pela média de 20 anos, adistribuição de chuvas em Umuarama e Cianorte é semelhante àquelade Palotina. Essa comparação com Palotina deve-se ao fato de seruma região tradicionalmente agrícola, onde é possível explorar atécinco culturas seqüenciais em dois anos.

Em Paranavaí ocorre menor índice pluviométrico nos meses dejulho e agosto. Entretanto, adequando-se a época de semeadura,principalmente com semeadura dos materiais de inverno (aveia,triticale e trigo) no final de março/início de abril, em solo manejadosob plantio direto com palhada, é possível a sustentabilidadeagroeconômica de sistemas de rotação de culturas anuais e integraçãolavoura e pecuária na região.

PLANTAS DANINHAS

As plantas daninhas e invasoras se instalam em uma áreaexplorada pela agropecuária desde que apoiadas por um manejo que6

as favoreçam. Na região do "Arenito Caiuá" observaram-se quatro

grupos dessas plantas. Espécies remanescentes da vegetação anterior,

introduzidas pela cultura do café e outras culturas intercalares, as

introduzidas juntamente com as sementes e mudas de forrageiras e

pelo gado, e ainda as que penetram naturalmente na região cujas

sementes são levadas pelo vento.

Plantas perenes remanescentes

No processo de desbravamento das áreas de terras da região

para a formação de lavouras e pastagens, a maioria das espécies foi

extinta. Algumas espécies que possuem órgãos subterrâneos, de

reservas nutritivas e água, e, ainda, a capacidade de emitir brotos, a

partir das raízes ou de caules subterrâneos, conseguiram sobreviver ao

fogo e aos tratos culturais. Essas espécies rebrotam rápida e

vigorosamente após as roçadas ou o arranquio. São muito

competitivas, formam grandes touceiras ou moitas e arbustos,

algumas chegam mesmo a se transformar em árvores. São difíceis de

serem erradicadas, quer pelos métodos mecânicos ou químicos.

Muitas dessas espécies são bignoniáceas, como o cipó-de-são-

joão (Pyrostegia venusta), cipó-unha-de-gato (Macfadyena unguis-catty,cipó-cambira e outros cipós de vários gêneros (Bignonia, Macfadyena,Doxantha, Arrabidaea, Adenocalymma, Mansoa). Entre as arbustivas

observaram-se: timbó ou feijão-cru (Lonchocarpus sp.), sapuva

(Machaerium stipitatum), leiteiro (Peschieria Juchsiaefolia), pata-de-vaca

(Bahuinia spp.), espinho-agulha (Dasyphyllum spinescens) além de

muitos outros.

Plantas invasoras anuais

Introduzidas na região pelas culturas do café e pelas anuais

intercalares. Normalmente são de pequeno porte e muito competitivas.

Formam um banco ativo de sementes bastante denso que irá competir

intensamente com as culturas forrageiras por ocasião da

transformação de cafezais velhos em pastagens. Muitas vezes a

infestação é tão grande que impossibilita a formação de boas

pastagens. Quando a formação ocorre normalmente cobrindo todos os

espaços elas deixam de competir. Mas, o banco de sementes continua

lá por muitos anos. Se na formação da pastagem resultar pequenas

falhas, essas plantas indesejáveis continuam renovando as suas

sementes anualmente sem serem percebidas, o que torna a ser

7

problema, por ocasião da reforma das pastagens ou no caso dapassagem para as culturas anuais.

Nesse grupo, as principais são: capim-marmelada (Brachiariaplantagmea), picão-preto (Bidens pilosa e Bidens subaltemans),amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla), serralha (Soncliusoleraceus), falsa-serralha (EmiHa sonchifolia), maria-pretinha (Solanumamericanum), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), capim-favorito(Rhynchelytrum repens), partênio [Parthenium histerophorus), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), caruru (Amaranthus spp.), capim-colchão ou capim-milhã (Digitaria spp.), buva (Conyza spp.), voadeira(Erechtites spp.) e dezenas de outras espécies.

Plantas bienais

É o grupo mais importante, constituído pelas espéciesintroduzidas na região juntamente com as sementes ou mudas deforrageiras, ou levadas internamente ou externamente pelo gado. Sãoplantas que se enquadram como bienais mas a maioria delas já podeproduzir sementes no primeiro ano. Na sua quase totalidade tem acapacidade de perenizar-se.

São plantas muito agressivas. Na primeira oportunidade emque as pastagens forem rebaixadas demasiadamente pelo pastejo,deixando parte do solo descoberto, elas se instalam. Nas condições emque permanece o hábito do pastejo muito intenso, o gado tem atendência de procurar os capins mais nutritivos. Deixa assim que asinvasoras cresçam livremente e em pouco tempo passam a dominar.Algumas das espécies são também consumidas pelo gado, mas têmcapacidade muito menor de lotação das pastagens.

As principais invasoras deste grupo são: grama-mato-grosso(Paspalum notatum), grama-seda (Cynodon dactylon), agriãozinho(Synedrellopsis grisebacchii), carrapicho-rasteiro (Acanthospermumaustrale), fedegoso (Senna obtusifolia e Senna occidentalis), mata-campo (Hyptis spp.), mata-pasto (Eupatorium spp.), guanxumas (Sidarhombifolia, Sida glaziovii, Sida cordifolia, Sida santaremnensis,Sidastrum paniculatum, Sidastrwn micranthum), malva-branca(Waltheria americana), carrapicho-de-bolinha (Triumffeta bartramia),anileiras (Indigofera anil e Indigofera truxillensis), poaia-branca(Richardia brasiliensis), cricri (Fimbristylis dichotoma), gervão (Crotonglandulosus), crotalárias (Crotalaria spp.), cambará (Lantana camara),cambará-lilás (Lantana lilacina), joás (Solanum spp.) e muitas outrasde menor importância.8

Espécies dispersadas pelo vento

Este grupo é formado quase exclusivamente por espécies

bienais e perenes. Suas sementes são transportadas pelo vento a

grandes distâncias. Embora freqüentemente controladas, anualmente

elas retornam. As plantas matrizes estão nas margens das rodovias e

áreas abandonadas ou mesmo dentro da propriedade. Somente um

bom manejo das pastagem evita a reinfestação anual.

As principais espécies observadas foram: maria-mole (Seneciobrasiliensis), assa-peixe-branco (Vernonia polyanthes), assa-peixe-roxo

(Vernonia westiniana), samambaia (Pteridium aquilinum e outras),

capim-sapé (Imperata brasiliensis), capim-amargoso (Digitariainsularis), barbasco ou branqueja (Pterocaulon spp.), mata-pasto

(Eupatorium spp.), oficial-de-sala ou falsa-erva-de-rato (Asclepiascurassavica), entre outras.

PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE AGROPECUÁRIA

No processo proposto de recuperação de áreas de pastagens

degradadas, o planejamento estratégico da propriedade deve ser

elaborado com um mínimo de seis meses de antecedência, visando

evitar atropelos e improvisos de última hora. Realizar operações

dentro do cronograma é imprescindível para o êxito do projeto. Evitar

indecisões ou decisões de última hora na fase de adequação do solo.

Também raras são as situações onde é possível realizar a semeadura

da lavoura comercial sem a prévia adequação do solo, utilizando-se

apenas o herbicida. O embaciamento, a rugosidade da área, a

presença de arbustos e trilhas do gado, mesmo sem sinais aparentes

de erosão, podem frustrar a expectativa de uma boa lavoura e colheita

sem perdas.

É recomendável que a cultura comercial (soja ou milho) seja

estabelecida em sistema de plantio direto com palha de aveia

(preferencial) ou milheto. Por várias razões, é mais seguro trabalhar

com aveia de ciclo longo semeada em abril do que trabalhar com

milheto em agosto/setembro para semear soja em novembro. De

qualquer forma é fundamental que uma dessas espécies seja utilizada

para garantir a palhada para o plantio direto da soja.

A grama estrela (Cynodon sp.) é o pasto mais fácil de ser

controlado por herbicida e também pode servir de cobertura morta

para a cultura comercial (se a topografia permitir). As braquiárias têm

9

a característica de reinfestação por ressemeadura e por meio do banco

de sementes. Nesse caso a aveia é de extrema importância no manejo

de plantas daninhas. A grama "mato-grosso", predominante na maioria

das áreas de reforma de pastagens da região, apresenta rebrota dos

rizomas ao ser removida pela grade de discos, ressurgindo com alto

vigor e agressividade. Nessa espécie, os sintomas de fitotoxicidade pelo

herbicida sistêmico, como necrose das folhas em expansão, podem ser

observados após 30-35 dias de sua aplicação. Assim, em áreas com

presença de grama "mato-grosso" a adequação da área com o emprego

de grade pesada deve ser preferencialmente precedida pela aplicação

de herbicida sistêmico quando a grama apresenta bom estado

vegetativo. O preparo mecânico da área poderá ser iniciado após 3-4

dias da aplicação do herbicida, não sendo necessário aguardar o

aparecimento dos sintomas de necrose foliar provocado pelo herbicida.

Quando a opção for pela eliminação da grama "mato-grosso"

apenas com o uso de prática mecânica, as operações devem ser

efetuadas em períodos de menor ocorrência de chuvas, com 4-5

operações de gradagens a intervalos de 2-3 semanas, de modo a

esgotar as reservas dos rizomas, não permitindo a reinfestação da área

Sugestões de rotação de culturas em áreas com pastagensdegradadas

Cada propriedade deve ter sistemas de produção mais

apropriados, que dependem do nível de especialização, se cria, recria e

engorda ou somente uma ou duas dessas fases. Também depende do

perfil do proprietário, da qualificação de sua mão-de-obra, da sua

capacidade de investimento, estrutura e experiência com agricultura.

De qualquer forma, é indispensável a participação da assistência

técnica.

As sugestões a seguir (Tabelas 1 e 2) visam contribuir nas

discussões de planejamento entre proprietário e assistência técnica.

São embasadas em resultados de pesquisas acumulados, por espécies

e em sistema de produção, sob plantio direto, considerando ainda

atividades de integração lavoura e pecuária. A divisão da propriedade

por talhões e o início de atividades por etapas é parte do planejamento

estratégico, principalmente para as propriedades com menor estrutura

de máquinas, pessoal e experiência com agricultura.

10

Custo de abertura de área

A Tabela 3 mostra os custos dos insumos, operações com

máquinas e mão-de-obra de terceiros para abertura e adequação de

um hectare, em área dominada pela grama "mato-grosso", com

presença de plantas daninhas anuais e arbustivas perenes, no-

11

município de Umuarama. Os dados não contemplam o custeio dalavoura de soja ou milho.

RESULTADOS PRELIMINARES

Os resultados a seguir não são conclusivos, sendo necessária arepetição por um período maior. A apresentação preliminar visadisponibilizar de forma mais rápida os resultados dos trabalhos dapesquisa e contribuir nas tomadas de decisões por técnicos eprodutores interessados.

12

SOJA

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJAEM REFORMA DE PASTAGENS

OBJETIVO

Através desse trabalho verificou-se a adaptação de cultivares desoja a serem utilizados como componentes de sistema de rotação deculturas e integração lavoura e pecuária, no processo de recuperaçãode pastagens degradas no Noroeste do Paraná.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram instaladas Unidades de Observação (UO) de cultivares

de soja nos municípios de Umuarama. safra 1997/98 e de Paranavaí,

safra 1998/99, e ensaio de competição de cultivares nos municípios de

Cianorte, Umuarama e Querência do Norte, na safra 1998/99. .

As UOS foram estabelecidas em faixas ou parcelas com uma

repetição, onde os rendimentos foram calculados por amostragens.

A UO de Umuarama foi composta por doze cultivares de soja,

semeadas em 03/12/97, em um solo classificado como Latossolo

Vermelho Escuro eutrófico textura arenosa. A análise química do.solo

apresentou o seguinte resultado: 2,7 mg/dm3 de P; 4,1 1 g/dm3 de C,

0,00 cmoL/dm3 de Al, 0,98 cmol(/dm3 de Ca+Mg, e 0,12 cmoL/dm3

de K; 92% de areia e 7% de argila. A adubação foi de 350 kg/ha de

00-60-30 na base e 30 kg/ha de K^O em cobertura.

A UO de Paranavaí foi composta de dez cultivares de soja,

semeada em 11/12/97, em um solo classificado como Latossolo

Vermelho escuro eutrófico textura arenosa. A análise química do solo

apresentou o seguinte resultado: 3,2 mg/dm3de P; 6,40 g/dm3 de C;

0,05 cmoLc/dm3 de Al, 1,49 cmolc/dm3 de Ca+Mg, e 0,12 cmolc/dm3

de solo de K; 90% de areia e 9% de argila. A adubação foi de 350

kg/ha de 00-60-30 na base e 30 kg/ha de K2O em cobertura.

Foram conduzidos três ensaios, em delineamento em blocos

casualizados com quatro repetições, utilizando 24 cultivares de soja

em três locais. Em Cianorte, a semeadura foi em 13/11/98, em

plantio direto sobre aveia e milheto, em área de segundo ano de soja,

usando 247 kg/ha de adubo da fórmula 2-20:18. Em Umuarama, a

semeadura foi em 29/12/98, em plantio convencional em área de

grama mato-grosso (Paspalum notatum), dessecada com sulfosate na

dosagem de 4 l/ha do produto comercial, sendo a adubação realizada

15

com 300 kg/ha de 4-30-15. Em Querência do Norte a semeadura foi

em 15/12/98, em plantio convencional em área de brizantão

(Brachiana brizantha), sendo a adubação de 190 kg/ha de 4-28-16. As

análises de solo nas áreas dos ensaios apresentaram características

físico-químicas semelhantes comparado às áreas das UOS Todas as

áreas receberam 1-1,5 t/ha de calcário.

Os trabalhos seguiram a recomendação técnica da EMBRAPA

(1997) e de Calegari et al. (1997).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das UOS são apresentados na Tabela 4. A data

de semeadura, associada ao défice hídrico ocorrido em dezembro e

janeiro, foi limitante para obtenção de rendimentos mais elevados de

alguns materiais. As cultivares EMBRAPA 48, EMBRAPA 58, CD 207,

BRS 132 apresentaram bom desempenho nas duas localidades. Em

Paranavaí, em função de abundante palhada, plantio direto e época de

semeadura mais adequada, os materiais mais exigentes atingiram

rendimentos mais elevados comparados aos rendimentos obtidos em

Umuarama.

Na Tabela 5 são apresentados os rendimentos de grãos de

ensaios de cultivares precoces, conduzidos nos municípios de

Umuarama e Cianorte. A maioria das cultivares avaliadas apresentou

níveis altos de produtividade. Em Querência do Norte o rendimento

médio das cultivares foram inferiores aos rendimentos obtidos em

Cianorte e Umuarama, possivelmente, pela menor dose de adubo

utilizada e a ocorrência de maior défice hídrico.

16

17

Grama mato-grosso após 35 dias de aplicação do herbicida sistêmico.

Rebrote de rizomas de grama mato-grosso, onde o preparo do solo não foiantecipado por uma aplicação de herbicida.

18

19

Os resultados das cultivares de ciclo intermediário sãoapresentados na Tabela 6. As diferenças entre os rendimentos forammenores, pela própria estabilidade dos materiais desse ciclo. Materialmais tardio, como a cultivar Conquista, foi bastante prejudicado porataque de percevejo, principalmente na localidade de Umuarama.

A maioria das cultivares avaliadas em diversos ambientesapresentou bom comportamento, com destaque, entre as precoces,para BRS 133, BRS 132, EMBRAPA 48, CD 203, OCEPAR 13, BR 16,CD 201 e EMBRAPA 59. Entre as cultivares de ciclos intermediáriosas diferenças entre rendimentos foram menores, com destaque paraEMBRAPA 60, BR 37, EMBRAPA 66, CD 205, BRS 134, VENCEDORA,BRS 137, CD 204 e EMBRAPA 61.

Os resultados experimentais correspondem a um ano agrícolano qual não houve défice hídrico severo, tornando-se necessário repetiro trabalho, contemplando épocas de semeadura para que se estabeleçamaior segurança e adequação nas recomendações das cultivares desoja a integrarem os sistemas de produção no Noroeste paranaense.

20

RESPOSTA AO USO DE INOCULANTE,COBALTO E MOLIBDÊNIO VIA SEMENTE

OBJETIVO

Avaliar a resposta em rendimento de grãos de soja ao uso de

inoculante, cobalto e molibdênio, comparando uma área tradicional de

exploração da cultura com outra área de primeiro ano sob pastagem.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram instaladados dois experimentos, sendo um em

Querência do Norte, em um Latossolo Vermelho Escuro eutrófico

textura arenosa, com 90% de areia e 10% de argila, com menos de 3

mg/dm3 de P e 0,10 cmolc/dm3 de K. A área era coberta por

pastagens de capim brizantão (Brachiaria brizantha), onde nunca

houve plantio de soja. Após a calagem, o solo foi preparado com grade

aradora e niveladora. A adubação de base foi de 210 kg/ha da

fórmula 4-28-12, acrescentando 60 kg/ha de K2O. Outro experimento

foi instalado na Estação Experimental do IAPAR, localizada em

Palotina, em solo classificado como Latossolo Roxo eutrófico,

apresentando as seguintes características: 7,5 e 15,34 mg/dm3 de P e

C, respectivamente; 0,00 de Al, 6,81 de Ca+Mg e 0,59 cmolc/dm3 de

K; 63% e 12% de argila e areia, respectivamente. A área vinha sendo

explorada com tremoço, milho, aveia, soja, trigo e soja, em rotação de

culturas por mais de vinte anos, em solo nunca antes adubado com

micronutrientes. A adubação de base foi com 200 kg/ha da fórmula

4-28-12.

O delineamento estatístico foi de blocos casualizados, com

cinco tratamentos e quatro repetições. A parcela era composta por

quatro linhas de cinco metros, com espaçamento de 0,45 m entre

linhas. Os tratamentos foram: T1=Testemunha, T2=somente

inoculante, T3=cobalto (Co) e molibdênio (Mo) na semente, T4=

inoculante na semente e Co+Mo pulverizados no sulco, T5=repete o T3

acrescentando aplicações foliares aos 20 dias da emergência e no pré-

florescimento, equivalente a 400 ml/ha de um produto contendo 1%

de Co e 6% de Mo por aplicação foliar. A cultivar de soja utilizada foi a

BRS 134. Em Querência do Norte a semeadura ocorreu em 21/12/98

e a colheita em 07/04/99. Em Palotina a semeadura foi em 22/ 12/98

e a colheita em 07/04/99. Avaliou-se o rendimento de grãos.21

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi observada diferença estatística na aplicação ou não de

inoculante (Tabela 7), no experimento conduzido em Palotina. Em

Querência do Norte, no entanto, houve diferença em termos

percentuais em comparação com a testemunha. Em relação ao uso de

Co + Mo via semente, houve resposta porcentual para as duas áreas.

22

Soja na Estação Experimental do IAPAR em Paranavaí-PR.

Dia de campo na Estação Experimental do IAPAR, em Paranavaí-PR.

23

FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIOE BIOMASSA MICROBIANA

OBJETIVO

Avaliar o potencial da fixação biológica de nitrogênio e a

biomassa microbiana, em solos cultivados com soja em área de

primeiro ano, tendo pastagem como cultura anterior.

MATERIAL E MÉTODOS

Avaliaram-se a altura das plantas e o provável número de

bactérias fixadoras de N e a biomassa microbiana de N no solo. As

amostras de solo foram retiradas das parcelas dos experimentos

conduzidos em Palotina e Querência do Norte, conforme material e

métodos já citados.

Determinou-se a produção pela pesagem de grãos coletados ao

final do cultivo, em lotes representativos de plantas do estande. O

número mais provável de bactérias fixadoras de nitrogênio foi avaliado

em casa de vegetação, em vasos de Leonard tendo como hospedeiro

plantas de soja da mesma cultivar utilizada no campo. E a biomassa

de nitrogênio foi determinada em amostras de solo coletadas na

rizosfera das plantas ao final do cultivo, usando o método da

fumigação-extração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A inoculação da soja com rizóbio e a aplicação de cobalto mais

molibdênio, isolados ou em conjunto, mostraram tendências de

aumento na produção de grãos (Figura 2), na população de bactérias

fixadoras de N2 no solo (Figura 3) e na biomassa microbiana de N

(Figura 4), em ambos os locais estudados. Tanto o efeito da inoculação

quanto o da inoculação associada à aplicação de cobalto mais

molibdênio foram maiores no cultivo conduzido em Querência do

Norte.

Estímulos menores de produção em função da inoculação,

observados em Palotina, podem ser devidos à presença de maior

população nativa de bactérias simbióticas fixadoras de N2, que

provavelmente tenha se estabelecido na área, devido ao cultivo de soja

e outras leguminosas há vários anos, e também devido a ocorrência de

24

condições edáficas mais favoráveis à fixação biológica de nitrogênio,

tais como maior quantidade de matéria orgânica e umidade.

Realmente, na área utilizada em Querência nunca foi cultivado soja ou

outra leguminosa, e o efeito da inoculaçao observado parece maior,

embora a produção de grãos tenha sido aparentemente menor. Os

solos da região do Arenito, contrariamente aqueles da região de

Palotina, caracterizam-se pela alta percentagem de areia e baixa

quantidade de matéria orgânica, condições menos favoráveis à

atividade microbiana e à fixação biológica de nitrogênio, e, por

conseqüência, dependentes de estratégias de manejo que priorizem a

manutenção dos resíduos orgânicos no solo, aumentando a reciclagem

de nutrientes via aumento na atividade microbiana e,

conseqüentemente, aumentando a produção.

Comparando-se a população de bactérias simbióticas fixadoras

de N2 nos solos dos dois locais de cultivo (Figura 3), observa-se

população muito maior (da ordem de 100 vezes) em Palotina. Por outro

lado, o benefício da inoculação e da inoculação associada a aplicação

de cobalto e molibdênio foi muito maior na soja cultivada em

Querência do Norte após a retirada do pasto, o que constitui em alerta

para a necessidade da inoculação quando se visa aumentar a

eficiência da fixação simbiótica de nitrogênio neste sistema. Nos solos

do Arenito, a população de bactérias simbióticas fixadoras de N2

parece ser extremamente baixa, devido ao predomínio de gramíneas

que crescem na região, o que pode justificar uma provável necessidade

mais freqüente de inoculação.

Por outro lado, embora a população de bactérias simbióticas

fixadoras de N2 seja baixa, à biomassa microbiana, medida pelo N

microbiano, foi observada como sendo alta, sendo estimulada pela

inoculação e pela adição de cobalto e molibdênio (Figura 4).

Pastagens naturais são ecossistemas estáveis, com alta

atividade microbiana devido ao grande volume de raízes e a grande

quantidade de exudados liberados como subproduto da atividade

fotossintéticas das gramíneas que crescem neste ambiente, o que

estimula uma vasta população microbiana no solo. O cultivo contínuo

ou monocultivos selecionam microrganismos e diminuem a biomassa

microbiana e sua atividade, o que pode ser observado na comparação

entre os resultados de biomassa observados nos cultivos de soja em

Palotina e Querência do Norte (Figura 4). Em Palotina, onde se pratica

o cultivo contínuo há vários anos, a biomassa microbiana é menor. É

interessante observar que em Palotina, a aplicação de cobalto e

25

molibdênio sem o inoculante, estimulou a biomassa microbiana, e esseestímulo provavelmente esteja relacionado a bactérias simbióticasnativas fixadoras de N2, responsáveis pelo aumento de produção degrãos observado (Figura 2).

Portanto, os dados obtidos até o momento indicam que ainoculação da soja com rizóbio e a aplicação de cobalto maismolibdênio, isolados ou em conjunto, podem aumentar a produção degrãos, a população de bactérias fixadoras de N2 no solo e a biomassamicrobiana nos solos da região Noroeste do Paraná.

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MILHO

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHOEM CIANORTE E UMUARAMA, SAFRA 1998/99

OBJETIVO

Avaliar o potencial de cultivares de milho mais adequadas àscondições edafoclimáticas do região do "Arenito Caiuá".

MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos ensaios de milho de ciclo normal, precoce esuperprecoce, no ano agrícola de 1998/99, nos municípios deUmuarama e Cianorte, em solos com 80%-90% de areia e 10%-18% deargila. Em Cianorte, o ensaio foi implantado sobre restos culturaisde aveia no dia 08/10/98, sendo que a emergência das plântulas ecolheita de grãos foram nos dias 14/10/98 e 03/03/99,respectivamente,. Em Umuarama, o ensaio foi implantado emsucessão à cultura de algodão, no dia 09/10/98, sendo que aemergência e a colheita foram nos dias 15/10/98 e 02/03/99,respectivamente,

O delineamento foi em blocos casualizados com três repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As Tabelas de 8 a 13, extraídas de Gerage & Shioga (1999)apresentam os rendimentos de grãos (kg/ha) obtidos. Tais resultadosindicam a viabilidade agronômica da exploração do milho na região.Durante o período experimental a distribuição de chuvas foi normal,sendo que em Cianorte o índice pluvial foi inferior ao de Umuarama.Cabe ressaltar que a semeadura foi realizada dentro do períodoindicado pelo IAPAR que, conforme Caramori et al. (1999), na regiãoIII (Noroeste do Paraná), é do dia 1o de outubro a 10 de novembro.

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FEIJÃO

RENDIMENTO DE CULTIVARES DE FEIJÃO DEOUTONO

OBJETIVO

Avaliar o comportamento de cultivares de feijão para

composição de sistemas de rotação de culturas no processo de

recuperação de áreas de pastagens degradadas na região do Arenito

Caiuá.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos nos municípios de

Cianorte e Paranavaí, onde foram avaliadas nove cultivares de feijão. O

espaçamento utilizado foi de 45 cm entre linhas e densidade de 10-12

sementes por metro. A adubação foi a mesma para as duas áreas,

sendo empregado 274 kg/ha do formulado 4-20-30 na base e 50

kg/ha de N em cobertura aos 18 dias da emergência. Em Paranavaí, a

semeadura ocorreu em 25/03/99 e a colheita em 09/07/99. Nesta

área a análise química do solo apresentou o seguinte resultado: 3,2

mg/dm3 de P; 6,40 g/dm3 de C; 0,05 cmolc/dm3 de Al, 1,49

cmolc/dm3 de Ca+Mg, e 0,12 cmolc/dm3 de solo de K; a análise física

revelou conteúdo de 90% de areia e 9% de argila. Em Cianorte, a

semeadura ocorreu em 26/03/99 e colheita em 16/07/99. O

delineamento estatístico foi em blocos casualizados com quatro

repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 14 são apresentados os rendimentos das cultivares

de feijão. O baixo rendimento médio deveu-se às condições climáticas

desfavoráveis durante todo ciclo da cultura.

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Em Paranavaí ocorreu défice hídrico após a semeadura, na fasede crescimento vegetativo e após o florescimento, conforme indicado naFigura 5. Não houve ocorrência severa de mosaico dourado nasplantas. As cultivares cujos rendimentos não são apresentadostiveram suas avaliações canceladas devido à falha no estande.

42

Em Cianorte não houve défice hídrico severo, entretanto, as

perdas foram devido à ocorrência de forte vento frio, tanto na fase de

crescimento vegetativo inicial, como na fase de florescimento,

provocando enrolamento foliar e abortamento de botões florais. A

presença de mosaico dourado foi de fraca a moderada intensidade,

apresentando sintomas mais ao final dos ciclos das plantas para os

materiais suscetíveis, sendo que aqueles pertencentes ao grupo de

tolerantes ao mosaico dourado não apresentaram sintomas.

RENDIMENTO DE CULTIVARES DE FEIJÃO EMUMUARAMA

OBJETIVO

Observar o comportamento de diferentes cultivares de feijoeiro

em semeadura de outono na região Noroeste.

MATERIAL E MÉTODOS

A unidade de observação, com uma repetição, foi instalada em

Umuarama, em um solo com a seguinte composição: 2,7 mg/dm3 de

P; 4,11 g/dm3 de C, 0,00 cmolc/dm3 de Al, 0,98 cmolc/dm3 de

Ca+Mg, e 0,12 cmolc/dm3 de K; 92% de areia e 7% de argila. A

semeadura foi realizada em 23/04/99, após a cultura da soja em

sistema de plantio convencional. A adubação de base foi 250 kg/ha de

4-24-12 e 200 kg/ha da fórmula 20-00-20 em cobertura aos 18° dia

da emergência. O tamanho da parcela foi de 3 x 8 m, sendo que cada

amostra para avaliação era retirada em 4 linhas de 3 m. Para o

controle de plantas daninhas foi utilizado em pós-emergência o

herbicida Robust. Para controle de doenças foi empregado o fungicida

Amistar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os rendimentos de grãos foram afetados por condições

climáticas desfavoráveis à cultura, sendo que as plantas ressentiram

com ventos frios e temperaturas baixas nas fases de crescimento

vegetativo e reprodutivo. Já na fase de enchimento de grãos ocorreu

défice hídrico, agravado ainda por se tratar de plantio convencional

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sem a palhada protetora do solo. Os resultados são apresentados naTabela 15.

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SORGO

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE SORGOGRANÍFERO E DE DUPLA APTIDÃO

OBJETIVO

Avaliar a produção de grãos e matéria seca de plantas dediversas cultivares de sorgo graníiero e de dupla aptidão, semeadas emsistema de "safrinha", visando a determinação de bases e componentespara sistemas de rotação de culturas no processo de recuperação depastagens degradadas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado na Fazenda Haiti, no município

de Umuarama, em sistema de plantio convencional, em área de

pastagem degradada ocupada predominantemente pela grama "mato

grosso" (Paspalum notatum), tendo sido esta eliminada através de

gradagens. A semeadura ocorreu em 10/03/99, a emergência das

plântulas em 18/03/99 e a colheita de grãos e forragens em

14/07/99. A análise do solo apresentou os seguintes resultados: 2,7

mg/dm3 de P; 4,11 g/dm3 de C, 0,00 cmolc/dm3 de Al, 0,98

cmolc/dm3 de Ca+Mg, e 0,12 cmolc/dm3 de K; 92% de areia e 7% de

argila . O solo recebeu 1 t/ha de calcário dolomítico, 60 dias antes

da semeadura, 250 kg/ha de adubo da fórmula 10-20-20 na

semeadura e 200 kg/ha da fórmula 20-00-20 em cobertura ao

vigésimo dia da emergência das plântulas.

Cada parcela era composta por duas linhas de cinco metros de

comprimento e espaçadas de 60 cm entre si. O delineamento foi em

blocos casualizados com três repetições.

Para avaliação da produção de grãos foram coletadas todas as

panículas das parcelas, sendo trilhadas e pesadas, com umidade

corrigida para 14%. Para avaliação da produção de matéria seca

foram coletadas amostras de plantas sem panículas, equivalente a

uma área de 1,2 m2 em cada parcela. A seguir, as amostras foram

pesadas para determinação da produção total de matéria verde. Para

avaliação da produção de matéria seca as amostras foram secadas em

estufas a 65°C por 72 horas.

51

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pelos resultados apresentados na Tabela 16, o sorgodemonstrou potencial tanto para produção de grãos como paraprodução de forragens. Foi observado leve ataque do fungo da"doenças açucarada" ou "ergots" (Claviceps sp.) em algumaspanículas do sorgo, sendo que a doença não evoluiu até a colheita doensaio.

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AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DA SOCA DE SORGOUTILIZADO PARA ENSILAGEM

OBJETIVO

Objetivou-se com esse trabalho registrar o rendimento de

matéria seca do rebrote dessa cultura após a mesma sofrer o primeiro

corte para produção de silagem.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na Estação Experimental do IAPAR,

em Paranavaí, onde o sorgo AG-2002 foi semeado em 17/10/98, em

espaçamento de 0,80 m entre linhas. A adubação de base foi de 250

kg/ha do formulado 4-30-10 e em cobertura o equivalente a 60 kg/ha

de nitrogênio.

Antes do primeiro corte houve excelente desenvolvimento das

plantas, favorecido pela boa distribuição de chuvas no período, sendo

que no dia 27/01/99, com as plantas apresentando grãos no estádio

farináceo, a lavoura foi colhida e ensilada. Imediatamente após o

corte do material, foi pulverizado herbicida à base de paraquat,equivalendo a dosagem de 500 g de ingrediente ativo por hectare.

Após início da rebrota do sorgo foi aplicado em cobertura 200 kg/ha

da fórmula 20-00-20. No dia 22/05/99, com as plantas no estádio de

grão farináceo, foram coletadas 5 amostras em linhas de 5 metros para

registro de altura de plantas e produção de matéria verde e seca (a

65°C por 72 horas).

RESULTADO E DISCUSSÃO

A Tabela 17 apresenta o resultado das amostragens avaliadas.

A produção de matéria seca obtida na soca do sorgo demonstra

potencial para ser explorado, sendo necessário, contudo, considerar a

adubação de produção do primeiro e segundo cortes e a reposição dos

nutrientes exportados em todo processo de ensilagem. Foi observada

a ausência de plantas daninhas na área de soca após a aplicação do

herbicida de contato. Entretanto, trabalhos de pesquisa devem ser

efetuados em diferentes populações e banco de sementes de plantas

daninhas presentes no solo.

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MILHETO

Sorgo aos 75 dias em Umuarama. Fazenda Garça Branca.

Milheto aos 75 dias em Umuarama. Fazenda Garça Branca.

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PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE GRAMÍNEASTROPICAIS EM DIFERENTES ÉPOCAS DE

SEMEADURA

OBJETIVO

Estudar o potencial de gramíneas tropicais como plantas de

cobertura e uso forrageiro em período de entressafra, após milho

"safrinha" antecedendo a cultura de soja, considerando influência do

fotoperíodo.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Estação Experimental do

IAPAR, em Palotina, no ano de 1996 e 1997, em solo classificado como

Latossolo Roxo eutrófico. Foram utilizadas oito gramíneas, onde as

cultivares de milheto BN-1, BN-2, Comum, Paraguai e Branco

Gigante, representaram a espécie Pennisetum americanum L.,

acrescido de sorgo BR 501 (Sorghum bicolor L.), teosinto (Euchlaenamexicana) e capim setária (Setaria italica). As épocas de semeadura

foram preestabelecidas e realizadas em 10/08, 20/08, 30/08, 10/09

e 20/09.

O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com

quatro repetições. Foi empregado um esquema de parcelas

subdivididas, no qual as subparcelas eram constituídas pela data de

semeadura. Cada parcela apresentava a dimensão de 10 x 2 m, sendo

as gramíneas semeadas com espaçamento de 0,30 m entre linhas, com

densidade de 40-70 sementes por metro. As observações de altura de

planta e relação folha/caule foram determinadas no 55° dia após a

emergência das plântulas. Foram coletadas amostras de material verde

sempre aos 65 dias da emergência dos materiais, sendo os mesmos

colocados em estufas a 65°C por 72 horas, para cálculo de matéria

seca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as gramíneas avaliadas apresentaram sensibilidade ao

fotoperíodo por se tratar de plantas de dias-curtos. A Tabela 18 mostra

o desempenho dos materiais estudados, podendo-se constatar que as

60

maiores produções ocorreram quando a semeadura foi realizada mais

tardiamente.

Observa-se que todas as gramíneas apresentaram rendimentode matéria seca suficiente para cobertura de solo em todas as épocasavaliadas. A maior parte dos materiais apresentou potencial comoplanta para cobertura em entressafra após milho "safrinha" estandoainda associado ao potencial para uso forrageiro.

O milheto, sendo planta de "dia curto", que sofre estímulo paraflorescimento em dias com menos de 12 horas de fotoperíodo, tambémrequer temperatura acima de 20° C para o rápido desenvolvimentovegetativo.

Pelo resultado médio de dois anos, a época de semeaduraantecipada do milheto poderá ser realizada a partir de 20 de agosto,dependendo ainda das condições de temperatura e umidade paragerminação e desenvolvimento inicial das plantas. Após a cultura deverão, em fevereiro/março, pode-se optar pela semeadura do milhetovoltada para a produção de sementes. Pará as condições do Noroestedo Paraná, no fotoperíodo estudado, deve-se optar por material de ciclolongo e produtivo, a exemplo do milheto cv. BN-2 .

61

O teosinto, pela sua favorável relação folha/colmo, demonstragrande potencial para uso forrageiro quando semeado a partir do finalde setembro, principalmente como planta forrageira exclusiva, livre deestar associado ao curto período de entressafra na rotação de culturas.

A Tabela 19 mostra altura de planta e relação folha/colmo dasgramíneas avaliadas, em diferentes épocas de semeadura. Observa-seum crescimento linear da altura de planta a partir do dia 10/08/99,estabilizando para alguns materiais a partir da semeadura do dia20/08.

Comparando os resultados das análises bromatológicas,conforme Tabela 20, observa-se no milheto teores mais favoráveis deproteína bruta e resíduo mineral.

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AVEIA

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIAFORRAGEIRA EM PARANAVAÍ

OBJETIVO

Avaliar o comportamento de genótipos de aveia preta e brancapara forragem no Noroeste do Paraná.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Estação Experimental doIAPAR, em Paranavaí, em um solo com as seguintes característicasquímicas: pH=6,4; C=l,17%; P=6,4 ppm; K=0,18, Ca=l,12, Mg=0,58 eAl= 0,0 meq/100 ml. As precipitações pluviométricas no período demaio a outubro foram, respectivamente: 85,2; 129,3; 86,3; 0,0; 0,0;0,0 mm.

O delineamento foi em blocos casualizados com 4 repetições. Asparcelas eram constituídas de 5 linhas de 4 metros, distanciadas de20 cm uma da outra e área útil formada por 3 linhas de 4 m (2,4 m2).

Foram realizados dois sistemas de corte, sendo um de cortessucessivos sempre que as plantas atingissem 35 cm de altura e outroem único corte por ocasião do florescimento médio, quando as plantasapresentavam 50% das panículas com o primeiro nó visível. Os cortessucessivos dos materiais foram realizados em 01/07, 19/07, 11/08 e09/08/99. Após cada corte, os materiais eram secados em estufas a65°C por 72 horas e pesados para avaliação do rendimento de matériaseca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme Tabela 21, as aveias apresentaram bons rendimentosmédios de matéria seca, cuja média atingiu 7 t/ha. Sabe-se que asoma de matéria seca dos corte sucessivos é menor que a produção dematéria seca em corte único no florescimento. Entretanto, deve serressaltado que, com os cortes sucessivos pretende-se optar mais porqualidade explorando melhor o potencial forrageiro da espécie para aalimentação animal.

A expressão dos rendimentos de matéria seca dos genótipos deciclos mais longos foi afetada por período de estiagem de 70 dias.

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PRODUÇÃO DE GRÃOS DE AVEIA NA REGIÃO DEUMUARAMA

OBJETIVO

Verificar o comportamento de genótipos de aveia branca para

produção de grãos, na região de Umuarama.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Fazenda Haiti, no município deUmuarama, em sucessão ã cultura de soja, em um Latossolo Vermelhoeutrófico, textura arenosa, apresentando as seguintes característicasquímicas: 4,90 mg/dm3 de fósforo, 0,13 cmolc/dm3 de potássio, 2,0cmolc/dm3 de cálcio+magnésio e 6,71 g/dm3 de matéria orgânica.

Foram avaliadas 14 diferentes cultivares de aveia atualmenterecomendadas no Brasil, além de duas linhagens, totalizando 16materiais. O plantio foi realizado em meados de maio, com aemergência ocorrendo em 17/05/99. Por ocasião do plantio foi feitauma adubação com 165 kg/ha da fórmula 4-20-20. Ao 15° dia daemergência foi aplicado adubo em cobertura equivalente a 200 kg/hada fórmula 20-00-20. Cada parcela era constituída de cinco linhas decinco metros de comprimento. A densidade de semeadura utilizada foide 300 sementes aptas por m2 e o espaçamento entre linhas de 0,20m. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com seisrepetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um período longo sem chuvas foi verificado durante odesenvolvimento da cultura, o que pode ter contribuído para a baixaincidência de doenças na aveia. Houve aparecimento da ferrugem dafolha, mas a doença não evoluiu. Na Tabela 22 podem ser observadosos rendimentos de grãos obtidos para as diferentes cultivares, bemcomo a estatura e o ciclo dos materiais observados da emergência até oflorescimento pleno.

69

Considerando que a média nacional de rendimento de grãos deaveia situa-se em torno de 1500 kg/ha, esses resultados obtidosmostram que a região de Umuarama apresenta bom potencial paraprodução de grãos, uma vez que apenas uma cultivar ficou abaixo damédia nacional, enquanto algumas outras dobraram esse valorproduzindo acima de 3000 kg/ha, com destaque para os materiais deciclo mais precoce.

Observando-se a média dos rendimentos, pode-se constatarque as cultivares UFRGS 7, IAC 7, UFRGS 19 e UFRGS 17 sedestacaram com bons rendimentos, acima de três toneladas porhectare, sendo que a linhagem UFRGS 940647-1, por sua vez, superouem podutividade todas as demais ultrapassando quatro toneladas degrãos por hectare.

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COMPORTAMENTO DE AVEIAS FORRAGEIRAS NOPROCESSO DE RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS,

ANTECIPANDO A CULTURA DA SOJA NOPRIMEIRO ANO, EM PARANAVAÍ

OBJETIVO

Monitorar e avaliar o comportamento de aveias de ciclo longono processo de recuperação de pastagens degradadas por intermédioda rotação de culturas anuais sob plantio direto.

MATERIAL E MÉTODOS

No mês de março de 1998, em área de 4,7 ha de pastagem naEstação Experimental do IAPAR, em Paranavaí, onde predominava agrama "mato grosso" (Paspalum notatum) foi aplicado em superfície 1t/ha de calcário. Após uma chuva, a área foi dessecada com 4 l/hade produto comercial a base de sulfosate. Após 30 dias foramsemeados dois genótipos de ciclo longo de aveia, sendo uma aveiapreta cv. IAPAR 61 e uma aveia branca linhagem IAPAR 96101-B. Nasemeadura da aveia foi aplicado adubo (N-P2O5 -K2O) na base,equivalendo a 40-60-100 kg/ha. A aveia foi utilizada apenas comoplanta de cobertura para formação de palhada. As amostragens foramcasualizadas em cortes de 1,08 m2 com quatro repetições. Foramrealizados três cortes seqüenciais em 29/06/98, 29/08/98 e09/10/98. As amostras foram secadas em estufas a 65°C por 72horas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aveia iniciou o processo de recuperação da área de pastagensque, pelo seu exuberante sistema radicular e palhada residual, deuproteção ao solo contra a erosão, evitou o ressurgimento de plantasdaninhas provenientes do banco de sementes, melhorou oarmazenamento de água no solo e a ciclagem de nutrientes,beneficiando ainda a semeadura direta da soja.

Na Tabela 23 é apresentada a produção de matéria seca dasaveias, cujos cortes tinham por objetivo ressaltar principalmente opotencial desses materiais como plantas forrageiras, onde são

71

associadas qualidade e quantidade da matéria seca produzidas. É

importante ressaltar que os rendimentos de forragem das aveias foram

avaliados em ano onde não ocorreu défice hídrico severo durante o

período de outono/inverno.

72

Aos 40 dias da emergência das plântulas das aveias foram

coletadas amostras das aveias para procedimento de análise

bromatológica no Laboratório de Nutrição Animal do IAPAR, em

Ibiporã, observando-se que a aveia branca IAPAR 96101-B apresentou

nível de proteína aparentemente mais elevado (Tabela 24).

Ensaio brasileiro de aveia forrageira. Paranavaí-PR, 1999.

Aveias apresentando excelentes aspectos forrageiros e de cobertura do solo.

73

No final do ciclo da soja semeada sobre as aveias, foram

retiradas novas amostras exclusivas de restos de aveia, cuja

finalidade foi estimar a quantidade de palhada residual de aveia sobre

a superfície do solo. A média de quatro amostragens casualizadas

revelou 4.325 kg/ha de palhada no local com aveia IAPAR 61 e 5.914

kg/ha na área com aveia IAPAR 96101-B.

Como planta de cobertura no período de inverno, a aveia

apresenta potencial para as condições do Arenito. Tecnologias básicas

como escolha de cultivares, correção química do solo, principalmente

nitrogênio, fósforo e potássio são fundamentais. É importante a

escolha de cultivares de ciclo longo, devendo a semeadura ser

realizada no início de abril, para melhor aproveitamento da

disponibilidade de água na fase inicial e de crescimento vegetativo da

cultura.

GANHO DE PESO DE NOVILHOS ANELORADOS EMPASTEJO EXCLUSIVO DE AVEIA, ANTECIPANDO

A CULTURA DA SOJA - 2º ANO. IAPAR,PARANAVAÍ, 1999

OBJETIVO

Avaliar resposta animal e o comportamento da aveia sob

pastejo na sucessão à cultura da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

Após a colheita da soja, pelo segundo ano, a aveia IAPAR 61 e

IAPAR 96101-B foram implantadas em sistema de plantio direto. A

semeadura dos materiais ocorreu em 17/04/99, utilizando 200 kg/ha

de adubo fórmula 20-00-20. Imediatamente antes do início do pastejo

foram coletadas amostras para cálculo de disponiblidade de matéria

seca.

No dia 10/07/99 a área, subdividida em piquetes, foi liberada

para pastejo por um plantei de 30 novilhos de diversos graus de

sangue, produtos de cruzamentos com bovinos da raça Nelore.

Imediatamente antes do pastejo os animais em jejum eram pesados

74

Após 26 dias de pastejo, no dia 06/08/99, os animais postos em jejumeram novamente pesados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início de pastejo a aveia IAPAR 61 apresentavadisponibilidade de 1.657 kg/ha de matéria seca e a aveia IAPAR96101-B 2.153 kg/ha. A Tabela 25 mostra o resultado de ganhomédio e individual de peso de dez animais escolhidos como testes.

Os ganhos de peso auferidos pelos animais em pastejopoderiam ter sido superiores, caso os animais fossem liberados parapastejo com maior antecedência. Isso ocorreria se a semeadura fosseantecipada para início de abril e o gado liberado para pastejo emestádio em que as aveias apresentassem melhor qualidadebromatológica. Dessa forma, com boas condições climáticas, a aveiaadubada pode ser pastejada já aos 30-40 dias da emergêricia dasplântulas, quando obtém-se melhor qualidade do material disponível.

75

O sistema de pastejo da aveia pode ser rotacionado oucontínuo. Em áreas maiores, visando reduzir custos com cercas emão-de-obra, o sistema de pastejo contínuo é mais adequado. Pode-secalcular a lotação por área estimando a oferta diária de forragens nabase de 6 kg de matéria seca para cada 100 kg de peso vivo animal.Isto é, por exemplo, para uma disponiblidade de 2.500 kg/ha dematéria seca de aveia poderiam haver 93 animais de 450 kg de pesovivo pastejando por um dia.

76

Aveia IAPAR 61 em pastejo:ganho médio diário de até 1.100 gramas de peso vivo.

Abundância de raízes de aveia, garantindo reciclagem de nutrientes.

SISTEMA DE PLANTIO DIRETOSPD

SUGESTÃO DE CRONOGRAMA E SISTEMASDE ROTAÇÃO DE CULTURAS VISANDO O PLANTIO

DIRETO E COBERTURA PERMANENTE DO SOLO

A adoção de sistemas de plantio direto (SPDs) é a estratégia

apropriada ao uso e manejo de solos para o Noroeste do Paraná. Com

essa estratégia é possível assegurar sustentabilidade agroeconômica e

ambiental. Sendo o SPD um sistema de rotação de culturas sob

plantio direto com palha, é assegurada a sustentabilidade

agroeconômica e ambiental às atividades agropecuárias.

No processo de recuperação de pastagens degradadas, o

planejamento estratégico deve ser feito com suficiente antecedência,

evitando atropelar o cronograma de atividades. Assim, algumas

sugestões podem ser as seguintes:

1. Estabelecer ciclos de culturas anuais sob plantio direto para

produção de grãos e forragens, em alternância a ciclos de pastagens

semi-perenes com espécies de alta qualidade e produtividade como

capim-Tanzãnia, Mombaça ou grama Tifton 85. Poderá ser

estabelecido sistemas de 2-3 anos com culturas anuais alternando

com ciclos de 3-5 anos de pastagens semi-perenes.

2. Na maioria das vezes é necessária a adequação física e química do

solo, estabelecendo as práticas conservacionistas e calagem. Apenas

nesta etapa é aceitável o preparo convencional do solo, que deve

receber uma planta de cobertura como aveia ou milheto antecedendo a

soja. O milho pode ser antecedido por aveia, nabo ou consórcio de

ambos. Sempre as culturas comerciais devem ser exploradas sob

plantio direto na palha.

3. O processo de recuperação do pasto pode ser iniciado em 20%-25%

da área por ano, dividindo a área em talhões, com as seguintes opções

de rotação de culturas, conforme Tabela 26.

81

Plantio convencional: risco de erosão.

Plantio convencional: dificuldade de emergência após chuva.

82

Cobertura morta com aveia IAPAR 61, em Paranavaí-PR.

Amostragem da quantidade de palhada disponível: até 7t/ha.

83

84

FERTILIDADE DO SOLO

MONITORAMENTO DA FERTILIDADE DO SOLO NAUNIDADE DE TESTE E VALIDAÇÃO NO IAPAR-

PARANAVAÍ, 1998/99

OBJETIVO

Monitorar o comportamento dos macronutrientes do solo,observando melhoria na fertilidade do solo e/ou possível perda deelementos por lixiviação.

MATERIAL E MÉTODOS

A área estudada refere-se a 4,7 ha situada na EstaçãoExperimental do IAPAR, em Paranavaí, com pastagem degradadapredominantemente composta por grama "mato-grosso" e braquiáriahumidícola. Após calagem, a grama foi dessecada no verão comherbicida à base de sulfosate, sendo efetuada a semeadura de aveiaIAPAR 61 e IAPAR 96101-B em abril de 1998. A adubação nasemeadura da aveia foi cerca de 200 kg/ha da fórmula 4-28-12 e 200kg/ha de 20-00-20 em cobertura aos 35 dias da emergência dasplântulas de aveia. A produção obtida de matéria seca de aveia foicerca de 8 t/ha, sendo que a palhada foi usada exclusivamente paracobertura do solo.

Em dezembro de 1999, utilizando cerca de 250 kg/ha dafórmula 0-20-20, foi semeada soja em toda área. O rendimento médiode grãos de soja alcançado foi cerca de 3.000 kg/ha.

Em 05/01/98 procedeu-se a coleta de amostra de solo naprofundidade 0-20 cm para caracterização textural e química.

Quanto à caracterização química, foram realizadas duas coletase no intervalo entre elas procedeu-se a calagem em cerca de 2 t decalcário por hectare.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira amostragem realizada em 05/01/98, na camada de0-20 cm, os teores de argila e areia atingiram 11,2% e 87%,respectivamente, caracterizando, portanto, um solo com texturaarenosa.

Os indicadores de fertilidade e respectivas datas de coletaconstam na Tabela 27. Posteriormente, fez-se uma coleta

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estratificada cujos resultados encontram-se na Tabela 28. A coletaestratificada permitirá detectar-se, com mais precisão, as alteraçõesque surgirão nos indicadores a médio e longo prazos.

Pelos resultados apresentados na Tabela 28, houve melhoria nafertilidade do solo, obviamente favorecido pelos níveis de adubaçãoquímica na aveia e soja, cabendo salientar a importância do sistema deplantio na palha para a preservação dos nutrientes das plantas,principalmente nos estratos do solo mais explorados pelas raízes. Amaioria dos elementos mostrou tendência em permanecer nos estratossuperiores do solo. Apenas o potássio apresentou tendência deacúmulo nos estratos inferiores do solo. Esse comportamento dopotássio reafirma a necessidade de rotação de culturas com plantasque apresentem sistemas radiculares profundos, permitindo aeficiência do sistema em reciclar nutrientes, evitando perdas porlixiviação.

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EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADAEM PASTAGEM NA FERTILIDADE DO SOLO

DO "ARENITO CAIUÁ"

INTRODUÇÃO

O IAPAR tem desenvolvido estudos de adubação nitrogenada

em pastagens visando implementar a produtividade animal e torná-la

competitiva em função da nova realidade econômica. Uma vez que já

estão sedimentados cientificamente as respostas a produtividade em

função das doses crescentes de nitrogênio, a preocupação tem se

concentrado na economicidade da aplicação e fonte deste insumo.

Entretanto, um fator que pouco se tem dado importância é o efeito

colateral da aplicação de altas doses e a escolha da fonte deste

fertilizante.

OBJETIVO

Estudar o efeito de fontes de nitrogênio usado em forrageiras

perenes no comportamento da fertilidade do solo do Arenito Caiuá.

MATERIAL E MÉTODOS

Em pastagens de capim colonião (Panicum maximum) e grama

coast-cross (Cynodon nlemfuensis) localizadas na Estação

Experimental do IAPAR, em Paranavaí, foram iniciados estudos do

efeito de dosagens de 0, 100, 200 e 400 kg/ha de nitrogênio e duas

fontes do nutriente (sulfato de amônio e nitrato de cálcio), que

receberam a correção com calcário e adubação com fósforo e potássio

anualmente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados parciais são apresentados nas Figuras 7 e 8, na

saturação de bases do solo, nas camadas de 0-20 cm e 20-40 cm do

solo em média para as diferentes espécies de forrageiras.

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Como se observa, a fonte que mais alterou a saturação de

bases foi o sulfato de amônio, sendo que os resultados do nitrato de

cálcio foram pouco expressivos e não significativos. O efeito do nitrato

de cálcio se deve provavelmente a fatores como a retirada de bases

para nutrição da forragem, reatividade e lixiviação de bases. Já o

efeito do sulfato se deve principalmente à transformação do amônio

em nitrato, feito pelas bactérias nitrificantes presentes, liberando

quatro íons de hidrogênio (H+) no solo, e, provavelmente, ao efeito

lixiviante do ânion sulfato.

Nas Figuras 9 e 10 e são apresentados resultados de teores de

cálcio, magnésio e de alumínio e valor de pH do solo,

respectivamente.

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Cabe salientar que as pastagens elevaram sua produçãolinearmente a medida que as doses de nitrogênio foram também seelevando. A comparação da produtividade de forragem nas diferentesfontes foram semelhantes, mas, como se pode observar pelas figuras,o nitrato de cálcio proporcionou melhores condições ao solo em relaçãoao sulfato de amônio, que tende a acidificar e degradar o solo. Destamaneira, os solos que são submetidos a altas dosagens de sulfato deamônio, terão suas pastagens degradadas primeiro, comparando compastagens de áreas que receberam nitrato de cálcio. Entretanto,considerando os aspectos agronômicos da fertilidade do solo, aeconomicidade na escolha da fonte deve ser levada em conta, ou seja,o preço do adubo a ser aplicado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto de pesquisa "Estudos de recuperação de áreas de pastagensdegradadas no Noroeste do Paraná" tem a duração de cinco anos, sendo que iniciouem 1997, com previsão de termino para o ano 2002. Nesse período de execução,vários resultados aqui contidos já foram apresentados em congressos específicosou em publicação técnico-científico do IAPAR. Para atendimento direto aosprodutores e assistência técnica foram realizadas palestras técnicas e seis "dias- de-campo" nos municípios de Umuarama, Cianorte e Paranavaí.

A edição dessa primeira versão, onde são apresentados os resultadosobtidos pela pesquisa, visa disponibilizar de forma mais ágil informações paraconsultas pelos profissionais, produtores, lideranças, agentes financiadores,autoridades do setor rural e todos aqueles que possam contribuir para odesenvolvimento da região do Arenito Caiuá.

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Capim Mombaça adubado, verde e com qualidade mesmo no mês de julho.Paranavaí-PR.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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para uma agricultura sustentável. Londrina:

EMNRAPA/IAPAR/EMATER, 1997. 38p.

CARAMORI, P. II et al. Zoneamento agroclimático da cultura domilho no Estado do Paraná. Londrina: IAPAR, 1999. 24p.

(1APAR. Informe da Pesquisa, 129).

CARAMORI, P. H. et al. Zoneamento da cultura do feijão noEstado do Paraná. Londrina : IAPAR, 1998. 65p. (IAPAR.

Circular, 99).

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GERAGE, A.C.; SHIOGA, P. S Avaliação estadual de cultivares demilho: safra 1998/99. Londrina: IAPAR, 1999. 106p. (IAPAR.

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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA.

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Departamento de Economia Rural. Composição do rebanhobovino por município: núcleos regionais, 1997. Curitiba, 1997.

SÁ, J. P. G.; CAVIGLIONE, J. H. Arenito Caiuá: capacidade de lotação

das pastagens. Londrina : IAPAR, 1999. 15p. (IAPAR. Informe da

Pesquisa, 132).

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AGRADECIMENTOS

1) Zeneca Brasil Ltda, Fapeagro, Imasa S/A, Cocamar e prefeiturasde Umuarama, Cianorte c Paraná vai;

2) Aos colaboradores que cederam áreas e deram suportes aostrabalhos de pesquisas e difusão:

• Sr. José Custódio, da Farinheira São José, Distrito de SãoLourenço, Cianorte;

• Eng° Agr° Marcos Roberto Marcon, Fazenda Haiti, Umuarama;• Sr. Horácio Pagano, Fazenda Transval, Querência do Norte;• Eng° Agr° Otávio Perin Filho, Fazenda Santa Eliza, Umuarama.• Aos técnicos agrícolas do IAPAR: Antonio Carlos Rodrigues,

Avelino Alves de Aragão e Neucir Aparecido Rodrigues.

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