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ALFREDO MARQUES, PRESIDENTE DA CCDRC, ENALTECE O DESEMPENHO DO TECIDO EMPRESARIAL | Págs. 4 e 5 Região Centro em busca da produtividade perdida EMPRESAS COM HISTÓRIA Licor Beirão já é bebido em praticamente todo o mundo Pág. 2 FORMAÇÃO Instituto de Emprego tem o maior orçamento de sempre Pág. 10 GUARDA Plataforma Logística “ameaçada” por concelhos vizinhos Pág. 16 Em Angola ainda está tudo por fazer, o que poderá significar novos e grandes negócios no futuro ALMEIDA HENRIQUES, PRESIDENTE DO CEC Págs. VI FIAMMA : café para 37 países Central da EDP “salva” Figueira MIL TRABALHADORES, NACIONAIS E ESTRANGEIROS, LABORAM NO COMPLEXO DE LARES | Págs. 6 EMPRESA DE AVEIRO AUMENTOU, NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS, AS EXPORTAÇÕES EM 15 POR CENTO Pág. 12 ANGOLA SUPLEMENTO & EMPRESAS 09/0100 Economia

ECONOMIA E EMPRESAS

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Número de Março do suplemento Economia e Empresas, editado pelo DIÁRIO AS BEIRAS

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Page 1: ECONOMIA E EMPRESAS

ALFREDO MARQUES, PRESIDENTE DA CCDRC, ENALTECE O DESEMPENHO DO TECIDO EMPRESARIAL | Págs. 4 e 5

Região Centro em busca da produtividade perdida

EMPRESAS COM HISTÓRIA

Licor Beirãojá é bebido em praticamentetodo o mundo

Pág. 2

FORMAÇÃO

Instituto deEmprego tem omaior orçamentode sempre

Pág. 10

GUARDA

PlataformaLogística“ameaçada” por concelhos vizinhos

Pág. 16

Em Angola ainda está tudopor fazer, o que poderásignificar novos e grandesnegócios no futuro

ALMEIDA HENRIQUES, PRESIDENTE DO CECPágs. VI

FIAMMA : café para 37 países

Central da EDP “salva” Figueira

MIL TRABALHADORES, NACIONAIS E ESTRANGEIROS,LABORAM NO COMPLEXO DE LARES | Págs. 6

EMPRESA DE AVEIRO AUMENTOU, NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS, AS EXPORTAÇÕES EM 15 POR CENTOPág. 12

ANGOLASUPLEMENTO “

&EMPRESAS

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Economia

Page 2: ECONOMIA E EMPRESAS

As instalações do Li-cor Beirão, na Lou-sã, agora com uma

nova imagem e exemplosde modernidade nos váriossectores, reflectem não sóo espírito da “terceira gera-ção”, mas, igualmente, aabertura do actual admi-nistrador às novas tendên-cias empresariais.

José Redondo confessa-se pouco dado “a grandesencenações ou a grandesescritórios”, preocupando-se mais, à semelhança dopai, Carranca Redondo, jáfalecido, com a qualidadedo licor que faz, tendo porisso o dia-a-dia inteiramen-te preenchido pela escolhadas matérias-primas e aanálise do produto final.Os filhos, Daniel e Ricar-do, têm dado, no entanto,um “novo impulso” à ges-tão, tendo em vista, desig-nadamente, “consolidar nomercado uma imagemmais consentânea com aqualidade do próprio pro-duto”.

A estratégia foi coroadade êxito: no último estu-do realizado, o Licor Bei-rão atingiu cerca de 70 porcento da quota de merca-do dos licores. “É um re-sultado extraordinário e,por isso, não fazia senti-do continuarmos a traba-lhar em instalações anti-quadas”, reconhece JoséRedondo.

Mas com regras. Emprimeiro lugar foi renova-do o sector produtivo, coma introdução de melhoriasnos alambiques e a mon-tagem, há quatro anos, deuma nova linha de engar-rafamento, tida comoexemplar a vários níveis.Seguiu-se o processo de in-ternacionalização, igual-mente bem sucedido: de-pois de ter caído no goto dealemães, belgas, suíços, in-gleses, norte-americanos ebrasileiros, entre outros, oLicor Beirão é também jáuma “saborosa” realidadeem Angola.

“Ao todo”, explica JoséRedondo, “estamos pre-sentes directamente em 40países e, se acrescentar-mos a distribuição que éfeita por outras empre-sas, aí numas oito dezenasdeles”.

“Imune à crise” – oswhiskies registaram que-bras da ordem dos 40 porcento -, este “bálsamo daalma lusa” cresceu cerca decinco por cento, em novoexemplo do “efeito tercei-ra geração”.

Longe vão realmente ostempos em que o avô Car-ranca “afinava” com as em-balagens transformadasem casas de papelão pelospequenos Daniel e Ricar-do. Duro com o filho Jo-

sé, manteve a atitude comos netos. Mas, “por estas epor outras”, a sucessão es-tá assegurada e se o maiorbalão de ar quente cruza o

céu de Angola, o museutem espaço reservado nasnovas instalações – o espó-lio está a ser reunido. Amarca do século XX – o Li-

cor Beirão – não precisa demelhor publicidade...

28 MARÇO 20092 ABERTURAEconomia&Empresas

Editorial

SOARES REBELO

Inovação contra a crise

Há quem esteja mui-to pessimista quanto àevolução da recessão eco-nómica que flagela omundo. O ex-presidenteda Autoridade da Con-corrência e Professor daUniversidade de NovaIorque, Abel Mateus, ga-rantiu, por exemplo, noseminário “A Crise Fi-nanceira Internacional –Origens e Perspectivas”,organizado, há dias, pe-la Ordem dos Advogadosem parceria com a Uni-versidade Católica, quenada de mais sério acon-teceu no mundo desde a“Grande Depressão”.Não antevê, por isso, oinício de qualquer recu-peração significativa an-tes do final de 2010.

Há quem não escon-da, em contrapartida, ooptimismo. É o caso deRam Charan, considera-do um dos consultoresmais influentes do mun-do, que afirmou temposatrás, em Lisboa, que atão ansiada retoma pode-rá começar, afinal, bemmais cedo do que se es-perava. Em declarações àImprensa, após a suaparticipação na “CEOConference”, organizadapelo Barclays e pela JasonAssociates, perspectivouque, mal as medidas to-madas pelos EstadosUnidos começarem aproduzir efeitos, uns cin-co a seis meses bastarãopara os mercados volta-rem à normalidade.

No nosso país, a leitu-ra é clara: a queda do in-vestimento e das expor-tações levou a economiaa estagnar em 2008, anoem que registou, segun-do o INE, o ritmo maisbaixo de crescimentodesde 2003. As vendas aoestrangeiro recuaram 0,5por cento, depois de umaumento de 7,5 por cen-to em 2007, e o investi-mento baixou 0,1 porcento, após uma subidade 3,2 por cento no anoanterior. Só ela poderáefectivamente garantir,em tempo de crise, a di-ferença – e, consequen-temente, os meios paraultrapassá-la.

EMPRESAS COM HISTÓRIA

O nome – Licor Beirão – terá surgido em homenagem ao II Congresso Beirão, realizado em

Castelo Branco. Porém, há pouco tempo, na sequência do processo de modernização das ins-

talações, na Lousã, foram descobertos rótulos muito mais antigos. “Estamos a tentar perce-

ber quando é que a marca Licor Beirão realmente apareceu, já que sabemos que ganhou uma

medalha, em Coimbra, em 1922”, conta o actual administrador da empresa, José Redondo.

&POR MÁRIO NICOLAU (TEXTO E FOTOS)

Beirão divinal

O Licor Beirão ésaboreado em 80

países erecentemente

entrou nos hábitosdos angolanos.

Publicidade pioneira

A paixão de um vendedor de Vinho doPorto pela filha de um farmacêutico, ainda noséculo XIX, marca o início da produção de li-cores na vila da Lousã. Vendidos durante mui-to tempo na farmácia local, “os licores e outrasbebidas” entraram, aos 12 anos, na vida de Car-ranca Redondo, que começou a trabalhar na fá-brica que os produzia.

O jovem operário abandonou a arte para in-gressar na Companhia de Papel do Prado, mas,em 1940, aos 24 anos, não fez por menos: com-prou a fábrica dos licores a Luís de Pinho etransformando-a por completo, reduzindo onúmero de produtos, de que ficou, apenas, comcinco ou seis. Mas fez mais: investiu em publi-cidade.

Na década de 40, o consumo de licor era re-sidual, pelo que Carranca Redondo tomou umadecisão inédita: pediu dinheiro emprestado pa-ra publicitar o Licor Beirão. Na época, conta o

filho José Redondo, “a publicidade fazia-sedepois do produto estar bem lançado no mer-cado”. Só que o visionário Carranca Redondosurpreendeu tudo e todos com a aposta anteci-pada na publicidade e ao criar a própria agên-cia. Dominou o mercado publicitário nas dé-cadas de 50 e 60 e foi uma referência na co-locação de cartazes e de outdoors do Norteao Sul do país.

No capítulo das vendas, que em 1940“se resumiam a umas centenas de garra-fas”, nunca mais pararam, a partir daí, deaumentar – devido, por um lado, à quali-dade do Licor Beirão e, por outro, ao inves-timento na publicidade. O “Licor de Por-tugal” conquistou o país e, neste momen-to, pode beber-se um pouco por todo omundo, na Europa, nos Estados Unidos,em África.

Page 3: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009

3INOVAÇÃO Economia&Empresas

Confidências

09/07

06

A Martifer esclareceuque apesar de estar interes-sada em investir na áreada energia eólica na Jordâ-nia ainda não tomou qual-quer decisão sobre se avan-ça ou não para a construçãode uma fábrica de torres na-quele país. “Embora a Mar-tifer considere a Jordâniaum mercado potencialmen-te interessante, o investi-mento futuro dependerá deum concurso eólico a serlançado naquele país, e

uma vez conhecidas as con-dições, a Martifer analisaráe tomará uma decisão so-bre a sua participação ounão no concurso, pelo quenão existe qualquer decisãosobre um investimento nu-ma fábrica de torres naque-le país”, esclarece ainda aempresa com sede em Oli-veira de Frades (Tondela),em comunicado enviado àComissão do Mercado deValores Mobiliários(CMVM).

APRIGIUS

Golfe no Alqueva

A empresa Aprigius, doempresário figueirenseAprígio Santos, pretendeiniciar ainda este ano asobras do Vila Lago Mon-saraz – Golf & Nautic Re-sort, cuja fase de consultapública do respectivo planode pormenor terminou on-tem, a fim das primeiras in-fra-estruturas turísticas po-derem ser inauguradas em2012. O projecto, de 170milhões de euros de inves-timento, inclui um campode golfe de 18 buracos edois hotéis, um deles com120 unidades de alojamen-

to e 240 camas turísticas eo outro com a edificação de170 unidades de alojamen-to e 380 camas turísticas. Acriação de aldeamentos tu-rísticos, com capacidadepara 1.748 camas, é outradas valências do projecto,que prevê que fiquem im-plantados nas imediaçõesdo campo de golfe, de ma-tas, zonas de olival ou nasmargens da albufeira doAlqueva, sendo que, nestaúltima localização, as uni-dades de alojamento terãodireito a ancoradouros pri-vados.

MARTIFER

Eólicas na Jordânia

PROJECTOS

O incentivo à investiga-ção nacional, através de umgalardão que distingue com20 mil euros o melhor pro-jecto na área das ciênciasbiomédicas, é o objectivodo Prémio Crioestaminal2009, numa parceria coma Associação Viver a Ciên-cia. As candidaturas, parainvestigadores que traba-lhem em Portugal, estãoabertas até 11 de Maio. Em

2008, a quarta edição re-cebeu 39 candidaturas, emdiversas áreas da biome-dicina, incluindo neuro-ciências, imunologia e can-cro, tendo sido premiadoum projecto liderado pelocientista Lino Ferreira, quevisa desenvolver novas te-rapias com células esta-minais para a regeneraçãodo músculo cardíaco pós-enfarte.

AENOR-CENTRO

À frente nas auto-estradasO consórcio liderado pe-

la Mota-Engil está em pri-meiro lugar no concurso pa-ra a concessão rodoviáriaAuto-Estradas do Centro,anunciou a construtoraOpway, que integra o agru-pamento. “O consórcio Ae-

nor – Centro encontra-seem primeiro lugar na shor-tlist (lista de finalistas), queinclui apenas mais umaproposta concorrente”, apre-sentada pelo agrupamentoliderado pela Edifer, referea Opway em comunicado.

CRIOESTAMINAL

Incentivo à investigação

❂ Com a descida do poderde compra verificada nosúltimos anos, 24 por cen-to das famílias portugue-sas colocam as bebidas al-coólicas como primeiroproduto dispensável, se-guidas das despesas emhotéis e restaurantes (19por cento) e do lazer (13por cento).

❂ Os portugueses gostamde comprar cabelo alheio,mas recusam-se a vendero seu. O negócio das ex-tensões floresce e são ca-da vez mais as cabeçascom cabelos da Índia, Bra-

sil ou países de Leste, ad-quiridas por centenas deeuros.

❂ O empresário JorgeDias, de Abrantes, quenunca usou barba em 52anos de vida, não a cortahá 18 meses, “em protes-to” contra uma dívida de2,5 milhões de euros res-peitantes a uma venda deterrenos ao Grupo Existen-ce, inicialmente destina-dos à construção do com-plexo médico-social OfeliaClube. “Estou desde 2007com as vida parada”, ga-rante.

❂ Portugal atraiu 533 es-trangeiros altamente qua-lificados de fora do espaçoeuropeu em 2008, mais dodobro do que em 2007. Es-tes imigrantes chegaramde mais de 40 países, comespecial relevo para as na-cionalidades brasileira (223vistos concedidos), chine-sa (39), indiana (34) e nor-te americana (24).

❂ A Associação Nacionalde Jovens Empresários de-cidiu levar a cabo umworkshop inédito, desig-nado “Empresas e PessoasMágicas – O Ensaio e a

Performance, a Evidênciae o Oculto na Gestão”, des-tinado a “reforçar as ca-pacidades de gestão em-presarial dos participan-tes”. A acção será esen-volvida pelo ilusionista pro-fissional, Jomaguy, nomeartístico de José ManuelGuimarães, em parceriacom a Academia das Emo-ções.

❂ A caça em Portugal va-le anualmente 340 mi-lhões de euros, uma ver-ba superior ao orçamen-to da primeira Liga de Fu-tebol.

Page 4: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 20094 ENTREVISTAEconomia&Empresas

Em busca da produtividade A

região Centro repre-senta 23% da popu-lação nacional, 25 %

do emprego, 22% das em-presas, 22% das exportaçõese 19% do PIB (dados de2006). A baixa produtivida-de do trabalho (é actual-mente inferior à média na-cional), compromete, toda-via, não só a competitivi-dade, mas igualmente o in-cremento dos rendimentosdo trabalho e o aumento dobem-estar de quem cá vive.Importa, por isso, sublinhao presidente da Comissãode Coordenação Regional,inverter a situação.

Alfredo Marques apontaigualmente, em texto publi-cado no sítio da CCDRC naInternet, para a imperiosanecessidade de impulsionaras exportações, em particu-lar as de produtos de altatecnologia, pois estas repre-sentam apenas 1,9% do to-tal.

“Para tudo isto”, argu-menta o presidente da Co-missão, “é decisiva a apos-ta na qualificação dos recur-sos humanos, domínio emque a região também se en-contra abaixo da média na-cional (quando o país noseu todo já se encontra mui-to mal colocado a nível eu-ropeu)”. Segundo AlfredoMarques, “só os esforçosconjugados nestas diversasfrentes permitirão evitarum desemprego elevado(com uma taxa actual de de-semprego – 3.º trimestre de2008 – de 5,7%, a regiãoCentro encontra-se doispontos percentuais abaixoda média nacional) e garan-tir o reforço sustentado dacoesão económica e social”.

Mas, como consegui-lo?O Programa OperacionalRegional do Centro – MaisCentro dispõe, recorda Al-fredo Marques, de uma do-tação de 1,7 mil milhões deeuros do FEDER para con-tribuir para a resolução dosproblemas da região no seutodo, e para aqueles que,particularmente, refere. “As áreas de intervenção sãoconhecidas: inovação e co-nhecimento, para promo-ver a competitividade; cida-des e sistemas urbanos, quesendo locais de concentra-ção de recursos humanos,

científicos, financeiros e deoutra índole, constituemfontes de irradiação de cres-cimento económico e luga-res de elevada qualidade devida; espaços sub-regionaisde baixa densidade ondeimporta valorizar economi-camente os recursos endó-genos e promover a integra-ção social e territorial; pro-tecção e valorização am-biental, como condições es-senciais à sustentabilidadedo crescimento económicoe ao desenvolvimento so-cial; modernização e simpli-ficação administrativa, parafacilitar a vida aos cidadãose às empresas”, sublinha Al-fredo Marques.

Para além do Mais Cen-tro, cabe também aos trêsprogramas temáticos (na-cionais) ajudar a região aenfrentar as suas dificulda-des, até porque é nestes quese concentra a maior parce-la dos Fundos Estruturaisde que Portugal beneficiano período em causa: o POPotencial Humano, o POValorização do Território eo PO Factores de Competi-tividade.

433 candidaturas já aprovadas

No primeiro ano já de-corrido desde a abertura dosprimeiros concursos, oMais Centro aprovou, no

conjunto dos seus regula-mentos, 443 candidaturas,a que corresponde ummontante total de investi-mento de 448 milhões deeuros e a que foi atribuídoum financiamento de 218milhões de euros.

Mais de 80% destasaprovações já se traduzirampor contratos assinados en-tre a gestão do programa eos promotores, o que cons-titui, segundo o presidenteda CCDRC, “um bom indi-cador da capacidade de dis-ponibilizar os recursos emcausa aos beneficiários”.

Entre os projectos jáaprovados, Alfredo Marquesdestaca a requalificação darede do 1.º ciclo do ensinobásico e da educação pré-es-colar, onde se encontram121 centros escolares apoia-dos, envolvendo 60 municí-pios e representando um in-vestimento total de 210 mi-lhões de euros; os sistemasde incentivos, em que fo-ram aprovados 273 projec-tos para pequenas e mi-cro-empresas (as empresasde média e grande dimen-são são apoiadas pelo POFactores de Competitivida-de), representando cerca de170 milhões de euros de in-vestimento; e os projectosrelativos a parcerias para aregeneração urbana, per-fazendo um investimentototal de cerca de 40 milhões

de euros.“Se acrescentarmos, por

último, às verbas já compro-metidas do Mais Centro, osfinanciamentos dos progra-mas temáticos para pro-jectos a realizar na região”,frisa o presidente da CC-DRC, “obtemos um mon-tante total de fundos estru-turais canalizados para a re-

gião Centro de mais de 950milhões de euros, represen-tando 26% do total compro-metido no QREN (não seincluindo neste valor a ver-ba relativa à contratualiza-ção com as associações demunicípios no âmbito doMais Centro)”.

Salienta, simultanea-mente, a intervenção do PO

REGIÃO CENTRO

O presidente da Comissão de Coordenação Regional do Centro não tem dúvidas: o grande desafio que actuaárea de intervenção é o aumento da produtividade do trabalho, actualmente abaixo da média nacional. Alfrenecessidade do aumento das exportações. E recorda que há 1,7 mil milhões de euros de verbas do QREN pa

Desde a abertura dos pri-meiros concursos, a 15 deNovembro de 2007, as em-presas da região Centroapresentaram 1.124 projec-tos, representando ummontante total de investi-mento de cerca três mil mi-lhões de euros. São, no en-tender do presidente da CC-DRC, Alfredo Marques,“números animadores, quemostram que o tecido em-presarial tem uma pujançaque ultrapassa aquilo que sepoderia esperar face ao pe-so relativo da região na eco-nomia nacional e àquilo queaté aqui pesou nos sistemas

de incentivos (onde nuncase atingiu tais patamares)”.

Destes totais, o MaisCentro acolheu 618 projec-tos (pequenas e micro-em-presas), representando 518milhões de euros de inves-timento. Após a análise e aselecção das candidaturas,foram aprovados, nos doisPO envolvidos (Compete eMais Centro), 510 projectos,que representam 40% do to-tal nacional e a que corres-ponde um investimentoapoiado de mais de 1.100milhões de euros, represen-tando 38% do total nacional.O montante de incentivo

atribuído ascendeu a cercade 309 milhões de euros, re-presentando o SI Inovação,77 % deste total.

A indústria é o sector cla-ramente dominante nosprojectos aprovados, pois re-presenta quase 60% deles,mais de 86% do investimen-to apoiado e mais de 83% doincentivo atribuído. “É umsinal”, conclui a Comissãode Coordenação, “claramen-te positivo, pois não obstan-te a importância dos servi-ços na economia actual (queaparecem em segundo lu-gar), estes têm uma estrutu-ra muito heterogénea e não

contribuem tanto como a in-dústria para as exportaçõese a internacionalização daeconomia”.

INCENTIVOS

Indústria domina projectos aprovados

Alfredo Marques, presidenteda CCDRC

EEXXEECCUUÇÇÕÕEESS – A suspen-são do registo na listapública de execuçõesapós a adesão a um pla-no de pagamento é umadas medidas de apoio apessoas sobreendivida-das tomadas este mêspelo Govrno. A parti deagora, é possível “sus-pender a inclusão do re-gisto do sobreendivida-do na lista pública deexecuções, quando o so-breendividado aderir aum plano de pagamen-to e enquanto o estivera cumprir. O plano depagamento será elabo-rado por uma entidadecredenciada pelo minis-tério da Justiça para oefeito.

AAVVIIAAÇÇÃÃOO – A TAP lançouuma campanha de via-gens de Lisboa para aMadeira a partir de 41euros. Ns partidas doFunchal com destino aocontinente, os voos es-tarão disponíveis a par-tir de 47 euros. Estespreços correspondem àtarifa de ida e incluemtodas as taxas. A com-pra dos bilhetes temde ser feita sete dias an-tes da data de viagem.

HHAABBIITTAAÇÇÃÃOO – O Gover-no vai gastar 120 mi-lhões de euros paraapoiar a reabilitação das10.000 casas do parquehabitacional das autar-quias até 2013. O secre-tário de Estado do Orde-namento do Territórioanunciou ainda que até2011 serão investidos 55milhões de euros na re-cuperação das casaspropriedade do Institu-to de Habitação e Rea-bilitação Urbana (IHRU).

PPUUBBLLIICCIIDDAADDEE – Quemnão quiser receber men-sagens publicitárias atra-vés do telemóvel vai po-der inscrever-se numa lis-ta que será permanente-mente actualizada pelaDirecção-Geral do Consu-midor (DGC). Segundoum decreto-lei publicadoeste mês, será proibido,a partir do dia 8 de Maio,enviar comunicações pu-blicitárias por via electró-nica, SMS ou MMS aquem constar dessas lis-tas.

BLOCO DE NOTAS

Page 5: ECONOMIA E EMPRESAS

Factores de Competitivida-de, com 32% das verbascomprometidas dirigidas àregião Centro (a qual apare-ce, com esta percentagem,como a maior beneficiáriadeste PO até aqui), ascen-dendo o peso da região ain-da a 29% das verbas com-prometidas no PO Poten-cial Humano, mas não ul-trapassando os 8% no POValorização do Território.“Verifica-se, assim”, refere,“um afluxo significativo defundos à região Centro noconjunto do QREN, mas,ao mesmo tempo, umaforte desigualdade no querespeita à distribuição re-gional das verbas do POValorização do Territórioem detrimento desta região(que é a menos beneficia-da das Regiões Convergên-cia do país neste progra-ma)”.

Forte dinamismodos agentes regionais

Alfredo Marques consi-dera que, tendo em contaos números disponíveis,“ressalta claramente queexiste um forte dinamismodos agentes da região en-

quanto promotores de in-vestimentos, destacando-seos municípios e as empre-sas, e que o QREN está adar um contributo muitopositivo para a realizaçãodestes investimentos”.

Na agenda para 2009,que será igualmente preen-chida pela intervenção doMais Centro e dos PO temá-ticos em diferentes áreas,merecem particular desta-que, adianta o presidente daCCDRC, dois aspectos des-ta intervenção: o início daexecução dos Planos Terri-toriais de Desenvolvimen-to, geridos pelas Associa-ções de Municípios, e o ac-cionamento de um disposi-tivo inovador do QREN des-tinado a racionalizar a apli-cação dos seus recursos e adar um impulso mais for-te à actividade económica:o das Estratégias de Eficiên-cia Colectiva (EEC). Trata-se, com este instrumento,de apoiar de um modo pre-ferencial conjuntos coeren-tes de iniciativas promovi-das por empresas e outrosagentes com elas relaciona-dos (em particular entida-des do sistema científico etecnológico), que visem,através da cooperação edo funcionamento em re-de, a inovação, a qualifica-ção ou a modernização deum agregado de empresase actividades, num contex-to espacial nacional, regio-nal ou local, ou ainda a ní-vel sectorial. Concretamen-te, trata-se de apoiar, comdiscriminação positiva, pó-los de competitividade etecnologia, outros clusters,programas de valorizaçãoeconómica de recursos en-dógenos (PROVERE, diri-gido especialmente às zo-nas de baixa densidade), eacções de regeneração e de-senvolvimento urbano.

“O balanço do QREN, edo Mais Centro em parti-cular, na região, dentro deum ano, será, sem dúvida,ainda mais denso e positi-vo do que neste primeiroano (1988), e incluirá, as-sim, já os primeiros resul-tados de dois dos seus dis-positivos mais inovadorese sofisticados: a contratua-lização e as EEC”, concluiAlfredo Marques.

28 MARÇO 2009

5ENTREVISTA Economia&Empresas

perdida

almente se coloca nos seis distritos da suaedo Marques aponta ainda para a imperiosara inverter a situação.

09/07

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IIBBEERRSSOOLL AAUUMMEENNTTOOUUVVEENNDDAASS NNOOSS ““CCOOUUNNTTEERRSS””

Os formatos de res-tauração da Ibersol compreços mais baixos, co-mo o Burger King e aPans & Company, re-gistaram em 2008 me-lhores resultados do queos restantes devido à cri-se. Segundo António Pin-to de Sousa, administra-dor do grupo, as vendastotais nos chamados“counters” (estabeleci-mentos de restauraçãocom preços mais baixos),aumentaram 17 por cen-to, para 104 milhões deeuros, enquanto nos res-taurantes (como a PizzaHut, Pizza Móvil e Pas-ta Caffé) a subida se fi-cou por um por cento,para 115 milhões de eu-ros.

OONNII IINNVVEESSTTEE EEMM RREEDDEESS DDEE NNOOVVAA GGEERRAAÇÇÃÃOO

A ONI vai investir es-te ano 22 milhões de eu-ros nas redes de novageração, aumentandoo investimento para 422milhões de euros, eapostar em projectos re-gionais específicos paraa instalação massificadade fibra em 300 mil ca-sas. Oito milhões de eu-ros do montante fixadoserão investidos já em2009 para alargar a co-bertura a 100 mil casase outros oito milhões deeuros em 2010 para atin-gir mais 150 mil casas.

BARRAQUEIROREFORÇOU FROTA

O grupo Barraqueiroadquiriu 11 autocarrosVolvo B12B 420 à AutoSueco, destinados a re-forçar as operações dasempresas Eva Transpor-tes e Frota Azul.

CLIX SMARTTV LANÇOU RESTART

O Clix SmarTV ofere-ce a partir de agora a to-dos os clientes dos prin-cipais canais de televi-são a possibilidade dereiniciar um programasem que o cliente te-nha necessidade de gra-var o que quer ver, refe-re um comunicado daSonaecom.

NEGÓCIOS

Page 6: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 20096 MERCADOSEconomia&Empresas

Acrise está para a ho-telaria, restauração eafins e para o merca-

do de arrendamento de ha-bitações e quartos da Fi-gueira da Foz como as bru-xas estão para os galegos.Com uma variante, porém– é que a conjuntura econó-mica negativa existe mes-mo e todos acreditam nela.Não obstante, no concelho,os seus efeitos têm sido mi-nimizados com as grandesobras públicas e privadas.

Inaugurava-se o últimotroço da A17 e a central deciclo combinado da EDPem Lares já mexia, com a

cidade a ser invadida por vá-rias centenas de trabalha-dores forasteiros, vindos devários pontos do país e domundo. Espanha lidera alegião estrangeira, com cer-ca de 35 por cento do totalda mão-de-obra.

No início desta semana,laboravam na empreitadacerca de mil trabalhadores.Metade era constituída porportugueses, 10 por centopor cidadãos de várias na-cionalidades e o resto espa-nhóis. Do outro lado dafronteira vêm, sobretudo,técnicos especializados, tra-zidos pelo empreiteiro prin-

cipal do consórcio.Amparo Martinez faz

parte do contingente do rei-no de Castela que atraves-sou a raia para trabalhar emLares. Trouxe o marido con-sigo, que trabalha para amesma empresa. De resto,muitos dos espanhóis trou-xeram a família. Alugouum T2 num condomíniofechado em Buarcos, pelo

qual paga 800 euros pormês, além de suportar asfacturas da electricidade, daágua e do gás, que rondamos 100 euros. “Sou de Gi-jon, onde vivem 200 milpessoas, e que também tempraia”, revela.

A introdução à geografiafoi só para dizer, a seguir,que naquela cidade asturia-na as rendas são “muito

Últimos dois anos têm sido particularmente generosos para muitos figueirenses. As grandesobras públicas e privadas mitigam efeitos da crise.

FIGUEIRA DA FOZ

Central da EDP está acombater sazonalidade daeconomia local

O serviço no Café Lafontaine, em Lares, continua a ser as-segurado só por Isabel Freitas, a quem entrevistámos hádois anos, pouco antes das obras da central terem arran-cado. Na altura, desabafava que se a clientela não aumen-tasse abandonava a exploração do estabelecimento.“Não posso dizer que não melhorou – caso contrário, jáme tinha ido embora – , mas não se registou uma subidaexponencial”, afirma. E aponta como prova o facto de con-tinuar sozinha. João Carronda, presidente da Junta de Vi-la Verde, dá-lhe razão. “O impacto económico na fregue-sia não é muito notório, porque não temos unidades ho-teleiras e, praticamente, só temos um restaurante que es-tá a beneficiar da obra. Ou seja, a Figueira é que tem be-neficiado com a construção da central”, explica. Em con-trapartida, a EDP está a beneficiar equipamentos sociaise vai construir um parque infantil e um pavilhão polides-portivo em Lares e outro espaço desportivo em Vila Ver-de. A empresa assumiu ainda comparticipar na constru-ção de um lar para a terceira idade em Ervidinho, além deoutras contrapartidas para a freguesia, sobretudo para La-res, o que leva alguns encarregados de educação de VilaVerde a questionarem por que motivo a escola local nãocaiu nas graças de eléctrica portuguesa.

E a freguesia a vê-los passar

Sazonalidade, qual sazo-nalidade? Recentemente,Mário Esteves, vice-presi-dente da Associação dosIndustriais de Hotelaria eRestauração do Centro,alertava que o sector temsobrevivido graças às gran-des obras que decorremno concelho. Na época bai-xa e na alta. João MarinoFerreira, director do pro-jecto da central de Laresconfirma que “a Figueiranão pode queixar-se, poistem tido muita gente defora a gastar dinheiro nacidade”. De resto, o qua-dro superior da EDP reve-la que “há dias em que alotação das unidades ho-teleiras estão esgotadas(na época baixa)”. Nãotem, pois, dúvidas que “acentral de Lares tem pres-tado um grande contribu-to à economia local”. Res-salva, no entanto, que oafluxo de forasteiros tam-

bém se deve às obras quedecorrem na Celbi e nomolhe Norte. A unidadede produção começou aser construída em Junhode 2007 e deve começar adistribuir electricidadedurante o próximo Verão.Tem capacidade para 862megawats, potência equi-valente ao consumo da Fi-gueira da Foz durante trêsanos e meio, segundo da-dos de 2006. Está orçadaem 409 milhões de euros.

O funcionamento da cen-tral vai ser assegurado porcerca de 30 trabalhadores.Mas quando a EDP con-cluir a obra, pode não sig-nificar o fim do “Eldora-do” figueirense, já que en-tretanto a espanhola Iber-drola deverá arrancarcom as obras de uma pla-taforma com característi-cas semelhantes nas ma-tas nacionais, entre aPraia da Leirosa e a Cos-ta de Lavos.

DDÉÉFFIICCEE –– O DÉFICE EXTER-NO PORTUGUÊS AUMEN-TOU EM 2008 PARA 10,6POR CENTO DA RIQUEZAGERADA INTERNAMENTE, OVALOR MAIS ELEVADO EMPELO MENOS EM 14 ANOS,SEGUNDO O INSTITUTO NA-CIONAL DE ESTATÍSTICA(INE).

FFIISSCCOO –– A OPERAÇÃORESGATE FISCAL, LEVADA ACABO PELA DIRECÇÃO-GE-RAL DOS IMPOSTOS (DGCI)ENTRE AGOSTO E DEZEM-BRO DE 2008, PERMITIURECUPERAR MAIS DE 250MILHÕES DE EUROS. CER-CA DE 21.777 EMPRESASFALTOSAS EFECTUARAMPAGAMENTOS EM IGUALPERÍODO E FORAM INSTAU-RADOS CERCA DE 4.000PROCESSOS DE INQUÉRITOCRIMINAL FISCAL, REVELOUA DGI.

MMÚÚSSIICCAA – A VENDA DE MÚ-SICA EM PORTUGAL, EMFORMATO ÁUDIO E DIGITAL,SOFREU EM 2008 UMAQUEBRA DE 11,5 POR CEN-TO (5,1 MILHÕES DE EU-ROS) COMPARANDO COMO ANO ANTERIOR, SEGUN-DO DADOS DIVULGADOSHOJE PELA ASSOCIAÇÃOFONOGRÁFICA PORTUGUE-SA (AFP).

CCIIMMPPOORR – O LUCRO DACIMPOR CAIU 27,3 PORCENTO EM 2008 FACE AOANO ANTERIOR, TOTALIZAN-DO 233,3 MILHÕES DE EU-ROS. EM COMUNICADO EN-VIADO À COMISSÃO DEMERCADO DE VALORESMOBILIÁRIOS (CMVM), A CI-MENTEIRA SUBLINHA QUEOS RESULTADOS FINANCEI-ROS NEGATIVOS DE 134 MI-LHÕES DE EUROS EM 2008FORAM “AFECTADOS PE-LO RECONHECIMENTO DEUMA PERDA DE CERCA DE77 MILHÕES DE EUROS NOVALOR DAS ACÇÕES DOBANCO COMERCIAL PORTU-GUÊS (BCP)”. RECURSOSHUMANOS

WWAAGGOONNLLIITT – A CARLSONWAGONLIT TRAVEL (CWT),EMPRESA DE GESTÃO DEVIAGENS DE NEGÓCIOS,ATINGIU UM VOLUME DENEGÓCIOS DE 44 MILHÕESDE EUROS EM PORTUGAL,NO ANO PASSADO, O QUEREPRESENTOU UMA SUBI-DA DE QUATRO POR CEN-TO FACE A 2007.

mais baixas”. Amparo Mar-tinez gasta, em média, 60euros por mês no super-mercado. Só?! “Sim, porquetrago muitas coisas de Es-panha, por causa do preço”,explica. O casal gosta, ain-da assim, da gastronomiaportuguesa.

É só fazer as contas

“De vez enquanto vamosao restaurante e ao bar, queneste caso são mais baratosque em Espanha. Gastamosuma média de 70 euros porsemana no ócio”, conta Am-paro. Os seus concidadãostambém vão, e também alu-garam apartamento, quar-to numa pensão ou numhotel, conforme o salário.

Armando Quaresma éalfacinha e colega de Ampa-ro Martinez. Teve a “sorte”de alugar um apartamentotipo T1 no Patracol, Buar-cos, por 300 euros. “Com-parativamente com os pre-ços que se praticam em Lis-boa, que custaria entre 500e 600 euros, acho que me fi-zeram um bom preço”.Com a renda incluída, oportuguês gasta uma médiade 800 euros por mês na Fi-gueira da Foz.

O antigo primeiro-mi-nistro António Guterres di-ria: “é só fazer as contas”.Nós convidamo-lo ao mes-mo exercício para ficar comuma ideia de como a centralde Lares contribuiu para aeconomia local. Mas nãoconvém esquecer as empre-sas figueirenses e do distri-to de Coimbra que traba-lham na obra: representam30 por cento do total dossubempreiteiros e prestado-res de serviços.

Época baixa em alta

A infra-estrutura, orçada em409 milhões de euros,

começará a distribuir energiano próximo Verão

RESULTADOS

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28 MARÇO 20098 MERCADOSEconomia&Empresas

IMOBILIÁRIO

Investimento caiu 46 por centoO investimento imobi-

liário em Portugal teveuma queda de 46 por cen-to em 2008, totalizando637 milhões de euros, in-dica um relatório da con-sultora imobiliária JonesLang LaSalle. De acordocom o relatório, intitula-do “O Mercado de Inves-timento em Portugal”,“o investimento imobiliá-rio no nosso país terá as-cendido a 637 milhões deeuros em 2008, numadescida de aproximada-mente 46 por cento faceao ano anterior e de 63por cento relativamente a2006”. A queda foi maisnotória no segmento doretalho, que concentrou23 por cento do volume

transaccionado em Portu-gal, “onde o investimen-to registou uma reduçãode 3,5 vezes face ao anoanterior”. Os segmentosde hotéis e escritóriosconcentraram uma quotade 30 por cento cada um,enquanto o segmento demobiliário industrial e delogística concentrou oitopor cento do investimen-to. No que respeita à ori-gem do investimento, osoperadores estrangeirosconcentraram 75 por cen-to do total do capital in-vestido em imobiliáriodurante 2008. Para o di-rector-geral da Jones LangLaSalle em Portugal, Ma-nuel Puig, o ano de 2008não deixará, portanto,

“saudades ao investidorimobiliário”. Quanto a2009, a Jones Lang La-Salle prevê que o númerode transacções em Portu-gal possa aumentar, “im-pulsionado quer pelamaior liquidez dos fun-

dos de investimento imo-biliário, em virtude dasdescidas da taxa de juro,quer pelo crescente ajus-te dos valores dos activos,que poderá ser igualmen-te um factor dinamizadordo mercado”.

CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

Índices de confiançaem baixa históricaA crise “atingiu fortemente” o sector português da construção e o índice de confiançados empresários desceu, em Fevereiro, para um mínimo histórico, revela a síntese deconjuntura da Federação da Construção.

“Todos os indicado-res económicoshabitualmente se-

guidos para acompanhar aevolução do sector da cons-trução revelam uma profun-da deterioração da activida-de”, revela o último relatórioda FEPICOP.

O sector atravessa um ci-clo recessivo há já sete anosconsecutivos, mas “a violên-cia na degradação” dos nú-meros de Janeiro e Feverei-ro de 2009 “consegue sur-preender pela negativa”,acrescenta o documento.

Em Fevereiro, os índi-ces de confiança na constru-ção e de situação financeiradas empresas atingiram mí-nimos históricos, tendo onúmero de desempregadosno sector registado tambémo valor mais elevado desdeJaneiro de 2002.

De acordo com a federa-ção, o número de desempre-gados inscritos nos centrosde emprego oriundos do sec-tor da construção “tem vin-do a aumentar significativa-mente nos últimos meses”,tendo totalizado em Janei-ro 46.952 registos, mais 43,8por cento do que no mesmomês de 2008.

Desde 2002, os dados dis-

poníveis apontam para umaredução de quase 69 mil em-pregos na construção, o querepresenta um recuo de 12,5por cento nos últimos seteanos.

Desde Outubro, registou-se ainda uma redução de 9,4pontos percentuais no índi-ce FEPICOP da produção dosector e uma quebra no con-sumo de cimento de 25 porcento em Janeiro, que seterá prolongado em Feverei-ro.

Tendo por base o inqué-rito mensal da federação, osproblemas que actualmentemais afectam as empresasdo sector da construção são

os elevados encargos finan-ceiros (reportados por 57,7por cento dos inquiridos) eos atrasos nos pagamentosdo Estado (referidos por 45,9por cento das empresas).

Segundo a FEPICOP,apesar de nos segmentos deengenharia civil e de edifí-cios não residenciais públi-cos a produção registar ain-da subidas em termos ho-mólogos, a deterioração dasituação financeira das em-presas revela que estas se en-contram “numa situaçãoparticularmente difícil” e quesão “urgentes” medidas pa-ra reduzir o impacto da cri-se financeira no sector.

Já o segmento de edifí-cios residenciais é o maisatingido pela crise, tendo re-gistado uma quebra de 17,4por cento no índice de pro-dução no trimestre termina-do em Fevereiro, face aomesmo período de 2008. “Éneste segmento que os em-presários se encontram maispessimistas”, refere a FE-PICOP.

De acordo com a federa-ção, os dados apurados emFevereiro pela ComissãoEuropeia revelam que osempresários portuguesesda construção são dos“mais pessimistas” da Zo-na Euro.

Quais os procedimentos necessários noâmbito da compra de uma casa?

Comece por elaborar uma lista das característicasque procura na sua nova casa, ordenada por priorida-des, bem como dos motivos pelos quais essas caracte-rísticas são importantes para si. Esta lista será o seu guiade pesquisa, mas lembre-se que, dependendo do queestá disposto a pagar, terá provavelmente de fazer algu-mas cedências. Além disso, fale com o seu agente imo-biliário sobre o local onde gostaria de viver. A localiza-ção é um factor muito importante em qualquer mudan-ça.

Depois de definir o que pretende, deve calcular quan-to pode pagar. Quando estiver pronto para passar à fa-se seguinte, pode obter uma pré-aprovação de créditohipotecário. Este processo pode ser realizado em me-nos de uma hora e permite-lhe alcançar dois objectivosimportantes. Em primeiro lugar, indica-lhe que tipo decasa pode pagar e qual será o valor da sua prestação men-sal. Além disso, oferece ao vendedor uma garantia deque tem capacidade para comprar a casa. Por definição,um comprador pré-aprovado possui um crédito hipote-cário aprovado, sujeito a uma avaliação do imóvel. Ocomprador pode, frequentemente, utilizar este estatu-to de pré-aprovação em seu benefício durante o proces-so de negociação.

Depois de saber onde gostaria de viver e de ter umaideia do tipo de casa que pode comprar, está na alturade começar a procurar imóveis. Iniciar esta pesquisa naInternet permite-lhe poupar tempo, uma vez que pode-rá procurar imóveis que satisfaçam os seus próprios cri-térios de pesquisa. De seguida, comece a visitar casas.Solicite ao seu agente imobiliário que marque visitasque se situem na sua área e dentro do preço pretendi-do. Quando comparar casas, examine e tenha em aten-ção todos os aspectos do imóvel. Os impostos prediaissão de valor semelhante? As casas foram ambas reno-vadas? Possuem o mesmo número de quartos e casasde banho? Ambas as casas estão situadas na mesma ruaou em ruas semelhantes? Os imóveis estão livres deónus e encargos?

Quando encontrar a casa que pretende, terá de ela-borar uma proposta para apresentar ao respectivo pro-prietário. Geralmente, esta fase é muito difícil, uma vezque ambas as partes têm objectivos totalmente diferen-tes. Na maioria dos casos, é preferível confiar a negocia-ção da proposta a uma terceira parte, tal como um agen-te imobiliário. Se tiver algum contacto pessoal com oproprietário, não revele qualquer tipo de informação so-bre a sua mudança, a sua actual situação em termos dehabitação ou a nível financeiro ou sobre o que pensa so-bre o imóvel, quer se trate de aspectos positivos ou ne-gativos. Isso poderia prejudicá-lo em negociações futu-ras. Depois de a sua proposta ter sido aceite, terá deorganizar, coordenar e analisar vários tipos de vistoriase investigações, incluindo aquelas relacionadas com pra-gas, qualidade da construção, o direito de propriedadesobre o imóvel, etc. Também terá de tratar do seguro depropriedade e das últimas fases do crédito hipotecá-rio. As suas negociações com o vendedor irão marcar adiferença entre comprar a sua casa de sonho e começartodo o processo do início. O seu agente imobiliáriopode ajudá-lo a atingir bons resultados na negociação.

Antes da data de conclusão do negócio, certifique-sede que todos os documentos foram assinados e quetodos os depósitos foram realizados correctamente. Seo crédito hipotecário, os documentos de certificação datitularidade do imóvel, o seguro de proprietário e outrosdocumentos exigidos pela legislação não estiverem for-malizados correctamente, a conclusão do negócio podenão ocorrer na data prevista. E, dependendo do que cons-ta no contrato, o comprador poderá sofrer outras con-sequências, nomeadamente sanções financeiras e mes-mo a perda do seu direito à aquisição da casa. Depoisde concluído o negócio, é oficial: a casa é sua! Porém,é conveniente tratar de alguns aspectos antes de se mu-dar, nomeadamente a instalação de um sistema de alar-me, contratos de água e luz, a limpeza, a contratação deserviços de jardinagem, etc. Também é uma boa altu-ra para realizar as remodelações necessárias.

ECONOMIA & EMPRESASCentury 21

CONSULTÓRIO

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SUPLEMENTO

ANGOLAA hora de PortugalÉ altura de Portugal conquistar, definitivamente, na ajuda à reconstru-ção nacional, um acolhimento preferencial em Angola. As parcerias comempresas portuguesas são ali, reconhecidamente, desejadas. Saiba-mos aproveitar, então, o novo “Eldorado” que lá volta a acolher-nos.

A BAÍA DE LUANDA É, HOJE, UM DOS MAIS COSMOPOLITAS LOCAIS DE ÁFRICA

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Page 10: ECONOMIA E EMPRESAS

“Tem de se

28 MARÇO 2009II SUPLEMENTO ANGOLAEconomia&Empresas

AAss lliiggaaççõõeess ccuullttuurraaiiss,, lliinngguuííssttiiccaass,,aattéé ssaanngguuíínneeaass,, sseeddiimmeennttaaddaass aaoo

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AAnnggoollaa éé uumm ddooss ppaaíísseess ccoomm mmaaiissrreeccuurrssooss nnaattuurraaiiss eemm ttooddoo oo ccoonnttiinneenn--ttee aaffrriiccaannoo.. AAlléémm ddoo ppeettrróólleeoo ee ddoo ggáássnnaattuurraall,, hháá aallii oouurroo,, ddiiaammaanntteess,, mmiinnee--rraaiiss rraarrooss,, ffoossffaattooss,, uumm ssoolloo rriiqquuííssssii--mmoo,, uumm mmaarr aabbuunnddaannttee eemm ppeeiixxee.. AAssppoossssiibbiilliiddaaddeess ddee nneeggóócciiooss ssããoo,, ppoorr--ttaannttoo,, iinnccoonnttáávveeiiss.. EE nnããoo ssóó nnaa rreeggiiããooddee LLuuaannddaa –– sseerráá bboomm nnããoo eessqquueecceerr oorreessttoo ddoo ppaaííss,, ssoobbrreettuuddoo CCaabbiinnddaa,, ooBBiiéé,, aa HHuuííllaa,, BBeenngguueellaa.. DDeeiixxaaddaass ppaa--rraa ttrrááss aass lluuttaass ffrraattrriicciiddaass,, aa ffoommee,, aaddeessttrruuiiççããoo,, aaiinnddaa aallgguummaass eexxppeerriiêênn--cciiaass iiddeeoollóóggiiccaass qquuee aaccaabbaarriiaamm ppoorr rree--vveellaarr--ssee ddoolloorroossaass ppaarraa aa ggeenneerraalliiddaa--ddee ddaa ppooppuullaaççããoo,, nnoorrmmaalliizzaaddaa aa vviiddaaqquuoottiiddiiaannaa,, éé aallttuurraa,, ccoommoo rreeccoonnhheecceeuueemm LLiissbbooaa JJoosséé EEdduuaarrddoo ddooss SSaannttooss,,ddee PPoorrttuuggaall ccoonnqquuiissttaarr,, ddeeffiinniittiivvaammeenn--ttee,, nnaa aajjuuddaa àà rreeccoonnssttrruuççããoo nnaacciioonnaall,,uumm aaccoollhhiimmeennttoo pprreeffeerreenncciiaall nnaaqquueellaappaarrttee ddoo mmuunnddoo.. AAss ppaarrcceerriiaass ccoomm eemm--pprreessaass ppoorrttuugguueessaass ssããoo aallii,, rreeccoonnhhee--cciiddaammeennttee,, ddeesseejjaaddaass.. SSaaiibbaammooss aapprroo--vveeiittaarr,, eennttããoo,, oo nnoovvoo ““EEllddoorraaddoo”” qquueelláá vvoollttaa aa aaccoollhheerr--nnooss..

O novo“Eldorado”

SOARES REBELODIRECTOR ADJUNTO

Angola é um dos países

com mais recursos na-turais em todo

o continente africano. As possibilidades

de negócios são, por-tanto, incontáveis.

OPresidente angola-no, José Eduardodos Santos, levou

este mês de Lisboa o com-promisso de expansão do in-vestimento português, ga-rantindo, em contrapartida,todo o empenho em elevara nível “estratégico” as “exce-lentes” relações bilaterais.

Fundamental para impul-sionar o investimento portu-guês em Angola, já o quartomaior parceiro comercial lu-so, será o novo banco de in-vestimento da petrolífera So-nangol e do banco públicoCaixa Geral de Depósitos,que arranca na segunda me-tade deste ano.

Trata-se, nas palavras dopresidente da Caixa, de “umbanco de fomento destina-do a apoiar o desenvolvi-mento de projectos de infra-estruturas, mas também in-dustriais e agrícolas em An-gola, assegurando a partici-pação das empresas nessesprojectos”.

Além do acordo para acriação desta instituição fi-nanceira foram assinadosacordos de crédito às expor-tações portuguesas e aindaum na área do ensino. O pri-meiro duplica para mil mi-lhões de euros a coberturade riscos de crédito à expor-tação de Portugal para An-gola, outro uma linha de cré-dito de 500 milhões de eurosno âmbito do sector do ensi-no.

A linha de crédito deapoio às exportações tinha ovalor de 100 milhões de eu-ros em 2004, passou para300 milhões de euros em2006 (por ocasião da visitaoficial de José Sócrates a An-gola) e chegou aos 500 mi-lhões de euros em Julho úl-timo, na última vez que oprimeiro-ministro portuguêsesteve em Luanda. O princi-pal objectivo da iniciativa égarantir um seguro de cré-dito para as operações demédio e longo prazo finan-ciadas pelo sistema bancárioportuguês, tendo em vistaa aquisição por importado-res angolanos de bens deequipamento e serviços deorigem portuguesa.

A linha de crédito para a

área educativa conta, por seuturno, com o aval do Esta-do angolano e destina-se a fi-nanciar projectos de investi-mento público para a cons-trução de infra-estruturasem Angola com a partici-pação de empresas portu-guesas.

No seu conjunto, estasduas linhas de crédito vãoatingir 1500 milhões de eu-ros já este ano, depois de2008 as exportações nacio-nais terem tido no merca-do angolano o seu quartomelhor cliente mundial, aseguir à Espanha, Alemanhae França.

Se estes instrumentos fi-nanceiros sustentam a ex-pansão das exportações por-tuguesas, importante quan-do alguns dos nossos prin-cipais mercados externos secontraem devido à crise in-ternacional, Angola assegu-ra investimento empresarialque lhe permite evitar a re-cessão que alguns analistasjá prevêem, devido à quebraacentuada do preço do petró-leo, base da economia ango-

lana.

BANCO ARRANCACOM 800 MILHÕES

O banco de investimentoda Sonangol e da CGD, ain-da sem nome definido, teráa presidência executiva rota-tiva, cabendo esta, no primei-ro mandato de três anos, àempresa estatal angolana ea presidência do conselho deadministração a um admi-nistrador que a CGD aindanão designou.

O presidente da Sonan-gol, Manuel Vicente, adian-tou que há “três ou quatropropostas de nome” para obanco, mas estas terão de servistas pelas autoridades an-golanas, onde o banco terásede, antes de se fazer o re-gisto da que for aprovada.

Faria de Oliveira, presi-dente da Caixa, adiantou, porseu turno, que a nova insti-tuição de crédito “será sobre-tudo um banco de fomentoque vai apoiar o desenvolvi-mento de projectos de infra-estruturas, mas também in-

ANGOLA

Os governos de Lisboa e Luanda concluíram, durante a recente visirais, com destaque para a abertura de duas linhas de crédito no vavo banco de investimentos e um memorando de cooperação no se

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er agora”

28 MARÇO 2009

IIISUPLEMENTO ANGOLA Economia&Empresas

dustriais e agrícolas em An-gola, assegurando a partici-pação das empresas nessesprojectos”.

O banco “arranca comuma dimensão considerá-vel”, destacou o presidenteda CGD, referindo-se aocapital inicial de mil milhõesde dólares (cerca de 800 mi-lhões de euros) e “não have-rá distinção entre empresaspúblicas e privadas” quequeiram participar nos pro-jectos que irá fomentar.

“CHEGOUO MOMENTO”

Para o embaixador Antó-nio Martins da Cruz, que foi

assessor diplomático de Ca-vaco Silva durante uma dé-cada em São Bento e chefeda diplomacia portuguesano Governo de Durão Bar-roso, “o Governo de José Só-crates – com duas desloca-ções a Luanda, em Maio de2006 e Julho de 2008 – estáa proceder de forma cor-recta na prioridade dada àsrelações luso-angolanas nosplanos político, económicoe da defesa”.

No entender, por outro la-do, do actual embaixador dePortugal em Luanda, Antó-nio Monteiro, Portugal e An-gola acabam de dar um “pas-so maior importância” na re-lação entre os dois países.

Classificou mesmo a par-ceria estratégica proposta porCavaco Silva como “o novoEldorado para Portugal”.

“Angola é o primeiro par-ceiro extra-comunitário donosso país, com um investi-mento de 780 milhões deeuros em 2008. Uma parce-ria estratégica é o novo oEldorado para Portugal”, afir-mou o diplomata – que foi oartífice dos Acordos de Bi-cesse (1987-91) – valorizan-do o “especial relacionamen-to luso-angolano, sem que-bras, nas últimas duas déca-das”.

Acerca do “timing”, re-matou: “Tem de ser agora,chegou o momento”.

ta do Presidente José Eduardo dos Santos, vários acordos bilate-alor global de 1500 milhões de euros, a criação conjunta de um no-ctor educativo.

CCaavvaaccoo SSiillvvaa

“Hoje Portugal e Angola têm um relacio-namento maduro, um relacionamentoadulto. Mas, esta visita é um passo damaior importância para o fortalecimentodas relações políticas, que são excelen-tes, mas também para as relações económicas, sociais eculturais”.

JJoosséé EEdduuaarrddoo ddooss SSaannttooss

“O êxito desta visita tem a ver com o re-lacionamento entre os nossos dois paí-ses – um relacionamento fundado numaamizade sólida e numa cooperação quecresce a cada dia que passa. Os acordosque acabámos de assinar vão permitir ampliar a coopera-ção bilateral e são um sinal de confiança no Governo deAngola”.

JJoosséé SSóóccrraatteess

“Sinto-me orgulhoso por chefiar um Go-verno que soube compreender o poten-cial da economia angolana e reforçar oclima de confiança existente entre aseconomias, instituições e empresas dosdois países”.

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09/07

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Page 12: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009IV SUPLEMENTO ANGOLAEconomia&Empresas

Portugal vai enviar 200professores para An-gola para promover o

ensino do português e re-forço do ensino secundário,projecto financiado em 5,4milhões de euros pelo Fun-do da Língua Portuguesa,anunciou o Ministério dosNegócios Estrangeiros.

O Projecto “Saber Mais”,que define o enquadramen-to do envio dos docentesportugueses, visa, além da“melhoria das competên-cias técnicas e da capacita-ção dos professores do en-sino secundário na utiliza-ção dos conteúdos progra-máticos vigentes”, promo-ver “a instalação de cen-tros de recursos para apoiopedagógico nas províncias-alvo, a formação de equipasde coordenação pedagógicalocal e a criação de redes de

formadores nacionais de re-ferência no ensino angola-no”.

Estão abrangidas as pro-víncias do Cuanza Sul, Ben-guela, Namibe, Moxico eCunene.

O custo total do projectoestá orçado em 10,15 mi-lhões de euros, contribuin-do o Fundo com 5,4 mi-lhões de euros.

Deste total, 1,7 milhõesserão desembolsados esteano e os restantes 3,7 mi-lhões em 2010.

O envio de professoresportugueses para Angola foianunciado em Julho do anopassado, durante uma visi-ta de trabalho a Luanda doprimeiro-ministro portu-guês, José Sócrates.

De acordo com o MNE,a coordenação e execuçãodo projecto “Saber Mais” es-

tá a cargo do Ministério daEducação de Angola e doInstituto Português deApoio ao Desenvolvimento(IPAD). Os destinatáriossão professores e candida-tos a professores do ensinosecundário angolano e a po-pulação estudantil.

Com uma dotação de 30milhões de euros, o Fundoabrange ainda o apoio aoensino da língua portugue-sa e a formação de traduto-res e intérpretes para asorganizações internacionaisque tenham o português co-mo idioma oficial de traba-lho.

Nos próximos dois anos,outros países de língua ofi-cial portuguesa deverão seralvo de medidas semelhan-tes, prevendo-se o envio deum total de 600 professores.

A segunda reunião da

Comissão Interministerialdo Fundo da Língua estáprevista para o próximomês de Abril.

PROJECTO “SABER MAIS”

Professores portuguesesreforçam ensino angolano

Belmiro de Azevedonão tem dúvidas: An-gola poderá tornar-se

relevante para o combate aodesemprego em Portugal,como destino de emigraçãoe dos produtos da exporta-ção nacional.

“Às vezes, o que é maisdifícil em Portugal é umacerta cultura, é as pessoasquererem emprego ali ao la-do. A Qimonda, por exem-plo, tem dois mil engenhei-ros e técnicos qualificados.É impossível arranjar em-pregos para todos eles (ca-so a fábrica encerre). As pes-soas vão ter de ir trabalharnoutro sítio: noutra parte dePortugal, da Europa ou domundo”, disse.

Belmiro de Azevedoapontou o exemplo concre-to de Angola, “seguramen-te um país que pode atrair

muitas pessoas. Está noprincípio do seu desenvolvi-mento e como tal dispõe demuitos empregos e não pre-cisa de trabalho muito qua-lificado”.

A opinião do empresário,

emitida no decurso de umdebate sobre o desempregono nosso país, foi corrobo-rada pelo economista DanielBessa, que classificou Ango-la como “o país do mundoque mais contribui pararesolver o problema do de-semprego em Portugal”,nomeadamente porque “asexportações continuam asubir, sendo actualmente oquarto mercado para os

produtos portugueses, àfrente do Reino Unidos, Itá-lia ou Estados Unidos”.

“Há 40 anos, os portu-gueses habituaram-se avender para Angola coisasque não prestavam e queem muitos casos nem che-gavam a entrar naquelepaís. Quem continua apensar assim que se desen-gane: hoje a situação é di-ferente”, concluiu.

EMPRESÁRIOS CONFIANTES

Angola pode resolver desempregoem Portugal

Há 40 anos, osportugueses

habituaram-sea vender paraAngola coisas

que não presta-vam. Quem con-

tinua a pensarassim que sedesengane .

O envio de pro-fessores portu-

gueses para An-gola foi anuncia-

do em Julho doano passado, du-rante uma visita

de trabalho aLuanda do pri-

meiro-ministroportuguês, José

Sócrates.

Principal mercado externoda construção civil nacional

Angola é o principal mercado externo das empresas deconstrução portuguesas, revelam as primeiras conclu-sões de um estudo elaborado pela ANEOP e pela con-

sultora Deloitte. As primeiras conclusões do estudo “OPoder da Construção em Portugal – Impactos em 2009 e2010”, que reúne a perspectiva das 50 maiores empresas

do sector, indicam que a informação recolhida até aomomento indica que a internacionalização é a maioraposta das empresas, sendo que “entre 2004 e 2007 a

vertente internacional cresceu mais de 50 por cento e va-le hoje mais de 30 por cento do volume de negócios”. No

conjunto dos mercados em que estão presentes as em-presas nacionais, Angola apresenta-se como “o princi-

pal, sendo considerado transversalmente como ummercado a manter”.

CTT interessados em correio expresso

Os CTT- Correios de Portugal querem avançar emAngola com uma empresa local de correio expresso,

tendo como parceiros a congénere local de correios e te-lecomunicações e a portuguesa Mota-Engil. “Angola é

para avançar. A primeira démarche para a constituiçãode uma empresa local já foi aprovada”, revelou o presi-

dente da empresa pública. Segundo Estanislau MataCosta, que não adiantou se o projecto avança este ano ou

no próximo, o negócio “está no bom caminho” e o im-portante é “ir sem pressa, mas com firmeza”. Diria, ain-

da, que os CTT vão “entrar em contacto com as autori-dades angolanas, de forma a podermos ter a nossa pre-

sença confirmada”, disse o presidente da empresa públi-ca, acrescentando que, além da congénere local e da Mo-

ta-Engil, “poderá haver outros parceiros locais”.

“Expansão”, referência económica

O semanário económico “Expansão”, do grupo ScoreMedia e com parceria ao Diário Económico português,

está a ser publicado em Angola desde meados de Feverei-ro, com objectivo de tornar-se “uma referência” no merca-

do angolano. O jornal tem como director Victor Fernan-des – dirigente nos últimos três anos da revista “Estraté-

gia” – e, em conjunto com uma rádio que começará aemitir “em breve”, perfaz a plataforma da vertente media

do poderoso grupo económico angolano Score Inves-tments. O semanário, cujo projecto, como explicou Victor

Fernandes, está a ser erguido através de uma parceriacom o português Diário Económico (DE), saiu para as

bancas com 48 páginas, de cor salmão, e tem como refe-rência na imprensa da especialidade, o seu parceiro DE eo inglês Financial Times. Com uma tiragem de nove milexemplares, o “Expansão”, cujo projecto global, incluindo

a revista do grupo e a rádio, está orçado em 3,6 milhõesde dólares (2,7 milhões de euros), pretende “cobrir com

rigor e imparcialidade” a realidade da economia de Ango-la, uma das mais pujantes do mundo nos últimos anos.

Sonangol admite investir no sector energético português

O presidente da Sonangol, Manuel Vicente, admitiuque a empresa poderá entrar no sector da energia em

Portugal, considerando que esse cenário faz todo o sen-tido já que a companhia estatal angolana se move nestaárea. “ A Sonangol éuma empresa de energia, estando por-tanto vocacionada para participar em empresas deste sector

em Portugal”, rferiu, no final da cerimónia em São Bento, resi-dência oficial do primeiro-ministro português, onde terminou

a visita do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, aonosso país. Questionado se as empresas a que se referia serão

a EDP ou a EDP Renováveis, Manuel Vicente escusou-se aadiantar mais. A Sonangol já é parceira da Galp Energia, umavez que é um dos principais accionistas da Amorim Energia,

por sua vez accionista da Galp.

NOTíCIAS

Page 13: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009

V SUPLEMENTO ANGOLA Economia&Empresas

ANGOLA1.246.700 Km2 de superfície

12.531.357 habitantes

5.800.000número estimado de residentes em Luanda

SASSA BENGONOVA CIDADEA NORTE DE LUANDA

NÚMEROS

41,7anos é a esperança média de vida

8médicos/100 mil habitantes

182,31mortos/mil nascimentos

14%crescimento médio anual desde 2004

1.800.000barris petróleo produzidos /dia

100.000número estimado de emigrantes

portugueses

500empresas portuguesas operam

actualmente em Angola

O Governo angolano está a projectar acriação até 2030 de uma nova cidade de-nominada Sassa Bengo, a norte de Luan-da, para absorver o excedente populacio-nal na capital do país, que se estimaconcentrar 5,8 milhões de habitantes. Anova cidade, com capacidade para alber-gar três milhões de habitantes, será edi-ficada na via entre as cidades de Luanda,Caxito e a Barra do Dande.

FUTEBOL

Benfica apoia organização da Taçadas Nações Africanas

Angola quer aproveitar acapacidade de gestão do Ben-fica e utilizá-la na construçãode estádios e organização daTaça das Nações Africanas(CAN), garantiu Tchizé dosSantos, deputada do MPLA,durante recente visita aoEstádio da Luz.

“Fiquei surpreendidacom a capacidade de gestãodesta direcção do Benfica.Como sou deputada e estouligada à comissão dos des-portos vou aproveitar para le-var essa experiência para lá”,disse, lembrando que Ango-la “está a construir estádioscom a dimensão do da Luz,que depois precisam de seroptimizados”. Na qualidadede presidente do Sport Luan-da e Benfica, Tchizé dos San-

tos garantiu que vai usar a ex-periência de gestão da actualdirecção do clube lisboeta naformação da capital angola-na.

“Vim aprender. O Benfi-ca de Luanda é um clube dedimensão mais pequena,mas que se está a estruturar”,disse Tchizé dos Santos,acrescentando: “talvez daquia uma ou duas décadas te-nhamos um clube com estadimensão”.

A filha do presidente An-gola, que recebeu do presi-dente Luís Filipe Vieira umacamisola do clube “encar-nado” com o seu nome, con-siderou mesmo que “o Ben-fica já não é um clube, é umacultura, uma grande organi-zação internacional”.

468 milhões de eurospara quatro estádiosOs quatro estádios que vão albergar oCampeonato Africano das Nações (CAN),que se realiza em Angola no mês deJaneiro de 2010, custarão ao Estado 600milhões de dólares (468 milhões deeuros).Segundo António Mangueira, directorexecutivo do Comité Organizador da CAN(COCAN), a conclusão destas novas infra--estruturas desportivas, já em fase deconstrução, está prevista para Novembroou Dezembro deste ano. A respectivamanutenção estará a cargo da empresachinesa Shangai Urban Construction Group

Corporation (SUCGC).O mais importante dos quatro estádios,o de Luanda, em construção no municí-pio do Kilamba Kiaxi, será inaugurado,ainda segundo Mangueira, a 11 de Novem-bro, data da independência de Angola,concretizada em 1975.A anteceder o arranque da 37.ª edição doCAN, o Estádio de Luanda poderá serestreado com a realização da final da Taçade Angola ou, em alternativa, com umapartida entre a selecção nacional, os“Palancas Negras”, e um adversário aindapor definir.

Page 14: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009VI Economia&Empresas SUPLEMENTO ANGOLA

DIÁRIO AS BEIRAS – An-gola é uma moda? Como ex-plicar esta atracção dos últi-mos meses?

Almeida Henriques – An-gola não é uma moda. Temde ser vista como uma opçãoestratégica para Portugal. Eisto, fundamentalmente, porduas razões. Primeiro, por-que acho que todo o merca-do de língua portuguesa de-ve ser por nós privilegiado. Edigo isto, tanto mais por-que Angola tem sido das eco-nomias que mais têm cres-cido, mesmo com o decrés-cimo do preço do petróleo ecom a crise internacional.Não admira, portanto, que osempresários portuguesesolhem para Angola comoum mercado a que se devemaproximar.

A outra razão...A segunda razão é que

Angola não deve ser só ummercado para os portugue-ses investirem. Cada vezmais deve haver interacçãoentre as duas economias, aportuguesa e a angolana. Aeconomia angolana tem li-quidez neste momento, oque não acontece com a nos-sa. Por isso, seria bom que ocrescimento viesse tambémde Angola para Portugal. Enão tenho dúvidas de que is-so poderia acontecer com atomada de posições estraté-gicas de empresários ango-lanos na nossa economia.

Mas tal, a concretizar-se, nãopoderá ser tomado comouma “invasão”, ou “vingan-ça”, dos angolanos em rela-ção a Portugal?

Não, não penso nisso.Acho que a economia é di-nâmica e nós já enterrámosos fantasmas do passado.Portugal só tem que orgu-lhar-se do percurso que temtido com os países de expres-são oficial portuguesa e achoque as coisas estão estabili-zadas. Há cerca de meio anoestive em Angola e pude ve-rificar, nos contactos institu-cionais, com empresáriosangolanos e com os dez em-presários que levei da região

Centro, o carinho que os an-golanos têm por nós.

Deveremos, portanto, inves-tir em Angola?

Sem dúvida. Mais: deve-mos criar simultaneamentecondições para que os em-presários angolanos tam-bém invistam em Portugale, aqui, a presença do bancoBIC é já um bom exemplodo que quero dizer. Sei tam-bém que há grupos angola-nos que olham para empre-sas portuguesas com mui-ta atracção.

Como decorreu a essa visi-ta de empresários da regiãoCentro a Angola?

Fui lá em Novembro pas-sado, com uma dezena deempresários beirões, queapós contactos lá realizados,com representantes dos em-presários angolanos e com oGoverno daquele país, estãojá todos a desenvolver ne-gócios com Angola.

A que níveis?Desde a exportação de

equipamentos, produtos eserviços até à criação de em-presas naquele país, vários

são os negócios que estão adecorrer neste momento.Por outro lado, também con-tactámos, no decurso da vi-sita, com empresas portu-guesas da região Centro quejá lá estão instaladas há al-gum tempo. São os casos daVisabeira, da AgroCaramu-

lo (os maiores produtores deovos em Angola), do GrupoLena, da Pecol, entre outras.

E a que conclusões chega-ram?

Desde logo, a de que seuma empresa portuguesaquiser, por exemplo, umainstalação rápida em Ango-la, poderá aproveitar as ins-talações de outra que já lá es-teja.

A pacificação de Angola foi

importante para todo este fe-nómeno económico, quasealucinante, que se vive. Osgrandes investimentos nãopoderão correr, por isso, al-guns riscos?

Angola está num proces-so de amadurecimento. Aconsolidação democrática dopaís vai-se fazendo com otempo. Ainda agora a visitado Presidente angolano aonosso país foi mais um pas-so nesse sentido. As coisasevoluíram e, actualmente,

não há dúvidas quanto à ne-cessidade da intervenção dacomunidade internacionalno processo de ajuda à cria-ção e distribuição de riquezaem Angola.

E, neste contexto, qual o pa-pel, então, dos empresáriosportugueses?

Neste domínio, acho queos empresários portuguesestêm uma grande responsa-bilidade. Em Angola aindaestá tudo por fazer. Quandochegamos a Luanda, vemos,por exemplo, o caos instala-do em termos de trânsito. To-do o reordenamento da cida-de está por fazer. Quandochegamos ao porto de Luan-da, verificamos os constran-gimentos: os barcos chegama estar seis semanas paradescarregar e os contentoresseis meses para serem desal-fandegados. Acho que há ex-celentes oportunidades aqui.A construção de um novoporto, criação de infra-estru-turas, o reordenamento dacidade, a requalificação da re-de ferroviária e rodoviária dopaís – tudo isto poderá signi-ficar novos e grandes negó-cios no futuro. E se nós nãoos aproveitarmos, outros osaproveitarão, certamente.

PERFIL EMPRESÁRIO DESDE OS 18 ANOSAdvogado, empresário e político, actualmente com 47anos, Almeida Henriques iniciou, aos 18 anos, a suavida empresarial em Viseu, onde fundou – ou ajudoua fundar – 25 empresas. Foi presidente da AssociaçãoEmpresarial da Região de Viseu durante oito anos epreside, actualmente, ao Conselho Empresarial doCentro. Como político, é presidente da AssembleiaMunicipal de Viseu e deputado pelo PSD na As-sembleia da República.

Oportunidadessão imensas:

criação de infra--estruturas, reor-denamento da ci-dade de Luanda,

requalificação darede ferroviária e

rodoviária do país.E se nós não apro-veitarmos, outros

os aproveitarão,certamente.

Várias empresasportuguesas daRegião Centro jáestão instaladas

em Angola, como aVisabeira, a

AgroCaramulo, oGrupo Lena, a

Pecol, entreoutras.

“Em Angola aindaestá tudo por fazer”

Joaquim Almeida Henriques, líder do Conselho Empresarial do Centro (CEC), que recentemente chefiou umadelegação de empresários da região numa visita de trabalho a Angola, fala ao DIÁRIO AS BEIRAS das relaçõescom aquele país africano emergente e traça os grandes objectivos que devem nortear os empresários portu-gueses. Refere ainda a reciprocidade necessária por parte da antiga colónia portuguesa, designadamente aimportância do investimento angolano em Portugal. &ÆNTREVISTA E FOTO DE JOSÉ LORENA

“É preciso entrarde forma segura”

Como entrar no mercadoangolano?

O mercado angolano émuito específico. É preci-so chegar lá de uma for-ma segura. A meu ver, de-verá contactar-se, primei-ro que tudo, com a Agên-cia Angolana de Investi-mentos. Quando lá estive-mos contactámos uma so-ciedade de advogados. Im-porta realmente tomar al-gumas precauções, desdelogo, negociar com os par-ceiros certos e não com oprimeiro que apareça.

Mas não há problemas?Eu diria que os proble-

mas tanto acontecem emAngola como noutrosmercados. Obviamenteque, falando em mercadoseuropeus e americanos, onível das estruturas é maisfácil. Mas há mercadosem que só se entra comgrandes precauções, comoacontece em Angola. Daía não ir para mercadoscom mais risco, eu achoque vai uma grande dis-tância. É sempre possívelultrapassar dificuldades.

Resumindo...Acho que Angola é um

mercado onde podemosentrar e que necessita daacção das nossas empre-sas. Por isso, acho que so-mos um parceiro naturalde Angola.

Qual a posição do Con-selho Empresarial do Cen-tro?

Olhamos para o mer-cado angolano como ummercado prioritário. Porisso, deslocámo-nos àque-le país recentemente, talcomo fizemos já ao Brasil,a Cabo Verde e à região dagrande Paris, onde estãoinstalados imensos em-presários portugueses.

E, em termos concretos,que negócios foram feitosem Luanda?

Na nossa estadia emAngola, para provar a uti-lidade do investimento na-quele país, tivemos opor-tunidade de assinar proto-colos com a Agência An-golana de Investimentos,com a Câmara de Comér-cio e Indústria de Angolae com a Câmara de Co-mércio e Indústria Luso-Angolana. Desta forma,podemos ajudar agora osnossos empresários achegar a Angola devida-mente orientados.

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28 MARÇO 2009

VII SUPLEMENTO ANGOLA Economia&Empresas

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28 MARÇO 2009VIII SUPLEMENTO ANGOLAEconomia&Empresas

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28 MARÇO 2009

9DINHEIRO Economia&Empresas

Experiência Skodana Feel Woman 2009

A Skoda foi a primeiramarca automóvel presentena Feel Woman, a feira de ex-periências de marca dirigidaao público feminino, que de-correu na Cordoaria Nacio-nal, em Lisboa, entre os pas-sados dias 20 e 22 de Março.

No espaço Skoda, o públi-co feminino teve oportunida-de de ficar a conhecer ao vi-vo o SkodaFabia Topper, umautomóvel utilitário jovem,elegante e dinâmico, e oSkodaRoomster, um mode-lo prático, espaçoso e muitoversátil.

E porque a experimenta-ção e aprendizagem são ele-mentos chave da exposição,a Skoda lançou um divertidodesafio, oferecendo 20 fins-de-semana ao volante doSkodaFabia Topper com o de-pósito de combustível cheioàs participantes que fizessemos melhores tempos na pro-va.

Os embaixadores da mar-

ca, Pedro Lima, Marta LeiteCastro, Liliana Aguiar e SaraKostov interagiram com opúblico no espaço Skoda emvários momentos do evento,transmitindo a sua experiên-cia com a marca e revelandoos inúmeros atributos dosautomóveis em exposição.

Na Feel Woman, eventode brand experience dirigidoao público feminino, partici-param 236 marcas exposito-ras, das mais diversas áreas,distribuídas num espaço de10.600 m2, port one passa-ram mais de 50 mil visitan-tes,

A Skoda é representadaem Portugal pela SIVA – So-ciedade de Importação deVeículos Automóveis, SA.Constituída em 1987, distri-bui também no mercado na-cional as marcas Volkswa-gen, Audi e Volkswagen Veí-culos Comerciais, assim co-mo as marcas de prestígioBentley e Lamborghini.

A Volkswagen VeículosComerciais apresentou naSegurex – Salão Interna-cional da Protecção e Segu-rança, que teve lugar na FIL,em Lisboa, entre 18 e 21 deMarço, um importante con-junto de novidades. Umadelas, a Volkswagen CaddyMaxi Ambulância, teve mes-mo estreia mundial e outra,a Volkswagen TransporterRoader, para transporte deviaturas, estreia nacional.

Foram apresentadas ain-da a Volkswagen Transpor-ter SchoolBus Puré, commotorização GPL, e outrasoito viaturas com soluçõesprofissionais para todas asnecessidades.

A Caddy Maxi surge pelaprimeira vez a nível mun-dial transformada em ver-são ambulância. A Trans-porter Roader é um reboquede viaturas com piso rebai-xado, que permite, na versãocom 4.575 kg de peso bruto,

o transporte de viaturas comum peso até 2.605 kg. Naversão ligeira conseguetransportar até 1.530 kg.

A Transporter SchoolBus Pure foi uma das novi-dades no stand da marca naSegurex.

Com uma motorizaçãohíbrida GPL/Gasolina de116 cv., a Transporter SchoolBust Pure mantém as carac-terísticas intrínsecas que fi-zeram da Transporter umcaso de sucesso neste seg-mento.

No stand da VolkswagenVeículos Comerciais estevetambém exposta uma am-bulância da gama Transpor-ter, de tipologia A1 (AutoMaca de Transporte).

A quem procura umaambulância com muito es-paço, a Volkswagen propõea Crafter, em tipologia A2(Transporte de doentes emcadeiras de rodas) e B (AutoMaca de Socorro).

Volkswagen apresentoucomerciais na Segurex

AUTOMÓVEIS

CONTA CORRENTE

BANCA

Lucros caíram16,5% em 2008

Olucro registado pelosbancos com activida-de em Portugal caiu

16,5 por cento em 2008, pa-ra 2,05 mil milhões de eu-ros, face a igual período doano anterior, anunciou a As-sociação Portuguesa de Ban-cos (APB).

“Os resultados líquidosespelham os indicadores derendibilidade, tendo sidofortemente penalizados pe-lo volume excepcional de do-tações para provisões e peloreconhecimento de impari-dades (perdas potenciais)nas carteiras de títulos e docrédito”, justifica a APB.

O rácio que mede a ren-tabilidade dos activos (ROA)situou–se em 0,51 por cen-to em 2008, enquanto o rá-cio que mede a rentabilida-de dos capitais próprios sefixou em 10,63 por cento noano passado, ao registaremuma queda de 17 pontos debase e de 362 pontos de ba-se, respectivamente, face aoano precedente.

A evolução dos recursosde clientes registou um cres-cimento de 11,3 por cento,para 173 mil milhões de eu-ros, para o qual “terá contri-buído uma maior procurados aforradores por produ-tos tradicionais”, salienta a

Associação.Os bancos tiveram um

desempenho positivo, no-meadamente na captação dedepósitos a prazo e de pou-pança, como consequênciada crise dos mercados de ca-pitais que afectaram o com-portamento dos produtos dedesintermediação, sobretu-do dos fundos de investi-mento, acrescenta a APB.

O volume de crédito con-cedido elevou–se a 277 milmilhões de euros em 2008,correspondendo a mais 12,4por cento comparativamen-te ao ano anterior.

Por sua vez, as responsa-bilidades representadas por

títulos ascenderam a 64 milmilhões de euros, mais 16,3por cento, reflectindo o re-curso das instituições àemissão de dívida titulada,nomeadamente através deprogramas de papel comer-cial, de EMTN (Euro Me-dium Term Notes) e de obri-gações hipotecárias.

O resultado financeiro,com uma variação positivade 8,4 por cento, apresentouuma recuperação da taxa decrescimento face a períodosanteriores, reflectindo o efei-to volume de actividade (osactivos financeiros médiosaumentaram 12,4 por cen-to) dado que a margem fi-

nanceira sofreu uma dimi-nuição de 6 pontos de base.

O indicador de relevân-cia dos custos no produtobancário, ou “cost–to–inco-me”, demonstra uma me-lhoria dos níveis de eficiên-cia ao ter ficado 3,9 pontospontos percentuais abaixodo ano anterior, com um va-lor de 50,65 por cento.

O activo líquido, que seelevou a 431 mil milhões deeuros, registou um cresci-mento de 12 por cento facea 2007.

Já a rede bancária man-teve a tendência verificadadesde 2007, tendo aumen-tado em 294 balcões.

O volume de crédito concedido elevou–se a 277 mil milhões de euros no ano passado,correspondendo a mais 12,4 por cento comparativamente a 2007. Rede tem agora mais294 balcões.

Caixa cria fundos para as empresas

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Fariade Oliveira, anunciou que o banco público vai criar dois no-vos fundos para as empresas com o objectivo de dinamizara economia portuguesa. “Nós vamos criar um fundo maisvoltado para o empreendedorismo à inovação para projectosque tenham a ver com novas iniciativas empresariais e ou-tro para empresas com alguma dimensão para crescerem ereforçarem os capitais próprios para entrarem em novos mer-cados externos”, rvelou o responsável da CGD.

Banif aumenta capital

O Banif vai fazer um aumento de capital de 150 milhõesde euros para cumprir a recomendação do Banco de Portu-gal em relação aos rácios de capital.”Vamos levar à Assem-bleia-Geral de 31 de Março a proposta de aumento de capi-tal de 350 para 500 milhões de euros”, anunciou o presiden-

te e maior accionista do grupo, Horário Roque, adiantandoque a Rentipar, accionista maioritário, “vai acompanhar namedida em que for necessário”. O objectivo é chegar aos oi-to por cento de capitais próprios de base, que no final de 2008eram de 6,84 por cento.

Santander adere às renováveis

O Banco Santander Totta aderiu ao programa de in-centivo à utilização de energias renováveis lançado pelo Go-verno, disponibilizado condições de financiamento preferen-ciais, na aquisição de painéis solares térmicos e financiamen-to da totalidade do valor pago pelo cliente. Os interessadostêm três soluções de equipamento disponíveis e beneficiamda comparticipação imediata do Estado no valor de 1.641,70euros. O banco financia a parte paga pelo cliente com umataxa de juro indexada à Euribor a 3 meses acrescida de umspread de 1,5 por cento, pelo prazo máximo de 72 meses ou84 meses no caso de habitação abastecida a gás natural.

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28 MARÇO 200910 EMPREGOEconomia&Empresas

IEFP tem maior orçamento de sempre

FORMAÇÃO

O reforço de 322 milhões de euros face ao montante inicialmente pre-visto destina-se a responder às medidas de apoio ao emprego e for-mação profissional aprovadas pelo Governo.

OOrçamento Suple-mentar aprovado noúltimo conselho de

administração do Institutoactualizou, em 38,9 por cen-to, os valores do orçamentoinicial para 2009, depois daintrodução do plano de apoiofinanceiro ao emprego e deprotecção social aos desem-pregados, apresentado peloGoverno em Dezembro pa-ra fazer face à crise (Iniciati-va Emprego 2009).

Em termos de metas, oreforço efectuado, que tota-lizou os 322 milhões euros(para 1.328,8 milhões de eu-ros), prevê abranger mais102 mil pessoas, face ao or-çamentado para este ano, pa-ra um total de 596.339 indi-víduos.

“A evolução das medidasde emprego é bastante sig-nificativa, quer em termosde metas, quer em termosde dotações inscritas, resul-tado da introdução das no-vas medidas”, sublinhou opresidente do IEFP, Francis-co Madelino, referindo tra-tar-se da maior despesa desempre do instituto.

Para Francisco Madelino,trata-se, por um lado, deuma “intervenção de fundoque tem a ver com a dimen-são estrutural e que o paísdeve continuar a fazer” e, poroutro, de uma intervençãomuito significativa para darresposta às matérias de em-prego e formação profissio-nal numa conjuntura de cri-se.

A dotação dos programasde emprego mais do que du-plicou (subiu 103 por cento)entre o orçamento inicial e oordinário para os 454,9 mi-lhões de euros.

Dentro desta rubrica, osestágios profissionais foramos que mais contribuírampara aquela evolução, aosubirem 123 por cento para174,2 milhões de euros, oque reflectiu a inclusão dosnovos estágios profissionais– alargamento do grupo etá-

rio de beneficiários até aos35 anos – que se estima vira abranger ao longo do ano12.000 jovens.

Os montantes disponí-veis para a criação de empre-sas foram por sua vez re-forçados em 45 milhões deeuros (mais 61,4 por centorelativamente ao orçamen-tado inicialmente pelo IEFP),prevendo-se com esta medi-da a criação de 1.600 novasempresas e 3.000 postos detrabalho.

Os novos apoios à contra-tação – sempre que as enti-dades optem pelo adianta-mento de 2.000 euros e doisanos de isenção da Taxa So-cial Única (TSU) na contra-tação de jovens à procura doprimeiro emprego, desem-pregados de longa duração ea adultos com mais de 55anos – são responsáveis poruma dotação de 64 milhõesde euros.

As novas medidas relati-vas à empregabilidade degrupos desfavorecidos foramainda responsáveis por umreforço de 63,8 por cento, pa-ra 76,8 milhões de euros. Aonível da formação profis-

sional, o Orçamento Suple-mentar do IEFP reflecte es-sencialmente duas altera-ções, o reforço dos cursos deeducação e formação deadultos em 5.000 pessoas e14 milhões de euros, enqua-drada nas medidas de duplacertificação.

A dotação prevista para arubrica da formação é de463,4 milhões de euros, umaverba superior em 20,6 porcento, face ao orçamento ini-cial do IEFP e a dotação afec-ta às medidas de reabilitaçãoprofissional, por sua vez, dis-pararam 79,4 por cento para115,6 milhões de euros.

A implementação e ope-racionalização da IniciativaEmprego 2009 resulta numaprevisão de crescimento glo-bal da receita do IEFP de36,3 por cento, com um ajus-tamento de 0,1 por cento va-lor inscrito em receitas pró-prias por orientação da Di-recção-Geral do Orçamento(DGO) e com o reforço de105,8 por cento (338,6 mi-lhões de euros) de verbas as-sociadas a fundos comuni-tários.

DESEMPREGO

469.299 desempregados

O número de desempre-gados inscritos nos centrosde emprego disparou 17,7por cento em Fevereiro, fa-ce ao mesmo mês de 2008,prolongando a subida ini-ciada em Outubro e mar-cando o acréscimo mais ele-vado desde Dezembro de2003.

De acordo com os dadosdivulgados pelo Instituto doEmprego e Formação Pro-fissional (IEFP), o númerode desempregados inscri-tos no final do mês passa-do totalizava os 469.299,mais 70.720 inscrições doque em Fevereiro de 2008.

Relativamente a Janeiro,o número de inscritossubiu 4,8 por cento, resul-tado de um acréscimo de21.333 desempregados.

Para o aumento do nú-mero de desempregadosinscritos nos centros de em-prego em relação a Feverei-ro de 2008 contribuíram es-sencialmente a subida dodesemprego entre os ho-mens (mais 30,7 por cento),entre jovens (mais 17,6 porcento) e adultos (17,8 porcento).

A procura de um novo

emprego (que justificou oregisto de 92,3 por centodos desempregados) au-mentou 19,8 por cento faceao mês homólogo, enquan-to a procura de primeiroemprego diminuiu no pe-ríodo considerado 2,1 porcento.

Todos os níveis de habi-litação escolar apresenta-vam mais desempregadosdo que há um ano, com osque possuíam o 2º e 3º ci-clos do ensino básico a re-gistarem os aumentos maiselevados, 25,4 por cento e24,2, respectivamente.

Os licenciados, por suavez, totalizaram os 40.915registos, mais 5,3 por cen-to do que os registados emFevereiro de 2008.

07/14

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Governo garante 40 mil estágios profissionais

ALGARVE – 40,5%LISBOA E VALE DOTEJO – 29,3%MADEIRA – 22,8%CENTRO – 18,6%ALENTEJO – 18%NORTE – 15,8%AÇORES – 15,5%

Aumentos em Fevereiro

A relevância do riscoem tempos de crise

“A falta de compreen-são acerca da importânciado empreendedor tem re-tirado capacidade concor-rencial aos países”, argu-menta João Leitão, inves-tigador no Instituto Supe-rior Técnico, em Lisboa,que, juntamente com RuiBaptista, também docen-te e investigador no IST,reuniu artigos de especia-listas europeus e ameri-canos “sobre a necessida-de de repensar as políti-cas públicas de empreen-dedorismo”.

O livro “Public Policiesfor Fostering Entrepre-neurship: A EuropeanPerspective”, da editoraSpringer, tem por base “aanálise de diversos casosde implementação de po-líticas de empreendedo-rismo e inovação, no es-paço europeu” – http:/ / w w w . s p r i n g e r .com/economics/policy/book/978-1-4419-0248-1

Um dos lançamentosestá agendado para Chi-cago, por ocasião da Aca-demy of Management,em Agosto, onde os au-tores irão apresentartambém trabalhos desua autoria, subordina-dos à temática de em-preendedorismo.

Como ponto de parti-da, ambos consideram“necessário irrigar as ins-tituições públicas com ca-pital humano jovem e in-dependente, dotado deuma orientação que con-temple, simultaneamen-te, o empreendedorismoe a inovação”.

A partir daí, “deve ha-ver um fomento da cultu-ra de risco”, com “mu-danças profundas” a ope-rar por intermédio de “po-líticas públicas que reabi-litem condutas que com-portem um risco eleva-do”.

Para Leitão e Baptistanão há outro remédiosenão “os indíviduospassarem a considerar aopção de serem empre-endedores como umaparte do probema deescolha ocupacional”, queirão, permanentementeenfrentar ao lonto do seutrajecto de desenvolvi-mento pesoal e profis-sional.

O primeiro-ministroanunciou que até ao fimdeste ano haverá um au-mento para 40 mil estágiosprofissionais destinados ajovens e que já há 21 milportugueses a trabalhar emprogramas de formação noâmbito da iniciativa “Em-prego 2009”. Segundo JoséSócrates, os dados recente-mente divulgados pelo IEFPtraduzem um aumento dodesemprego em Portugal,como em todos os países da

Europa. “Estamos a viveruma crise mundial sem pre-cedentes, mas este Governoestá a fazer tudo o que seencontra ao seu alcance, ca-nalizando o máximo de re-cursos públicos possíveis,para defender o emprego eas empresas”, declarou ochefe do Governo. José Só-crates garantiu que os 25mil estágios profissionaispara jovens existentes em2008 serão aumentados pa-ra 40 mil em 2009.

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28 MARÇO 200912 MAKETING E PUBLICIDADEEconomia&Empresas

Em 1980 um grupode empresários, ávi-dos de novas opor-

tunidades de negócio, deci-diram iniciar o fabrico demáquinas de café a partir deAveiro.

A Fiamma, marca daRST - Construtora de Máqui-nas e Acessórios, dava os pri-meiros passos inspirada nosmodelos italianos que domi-navam o mercado da impor-tação.

A experiência no sectormetalúrgico, com muitas tra-dições na região, começara,no entanto, 17 anos antes,com algo completamente di-ferente: o fabrico de carrega-dores de bateria de automó-vel, que ainda hoje são umsucesso de vendas, fornecen-do, por exemplo, a Tudor.

Pedro Serra, filho de umdos dois fundadores no acti-vo e actual presidente, Nel-son Serra, é, apesar da juven-tude dos seus 31 anos, o ad-ministrador da Fiamma,com a parte comercial à suaresponsabilidade.

“A vontade dos sócios quecriaram a empresa foi sem-pre fabricar alguma coisa”,lembra.

Os fundadores “arrisca-ram nesse caminho” depoisde terem actividades comorepresentantes comerciaisenquanto importadores demáquinas de café.

A partir de determinadaaltura, compraram apenas oscomponentes de Itália e ini-ciaram a montagem por suaconta e risco na fábrica doscarregadores de bateria.

“Para alargar a gama soli-citada pelo mercado hotelei-ro”, seguiram–se os moinhosde café, a tostadeira e “por aífora”, até, mais recentemen-te, aparecerem máquinas delavar Fiamma.

30.000 equipamentossaem da fábrica por ano.Dois a três são novos mo-delos desenvolvidos interna-mente pelo gabinete de In-vestigação & Desenvolvi-mento (I&D) ou adquiridos“chave na mão” a gabinetesexternos, envolvendo tam-bém centros de investigaçãouniversitários nacionais.

A principal concorrênciade máquinas de café paraprofissionais (hotelaria) con-tinua a vir de Itália, que temquatro dezenas de fabrican-tes. A Fiamma, líder nacio-nal destes equipamentos,vende em Portugal 45% doque fabrica, o que é absorvi-do em 90% pelos torrefacto-res (marcas de café ou distri-buidores).

O “grande esforço” é con-centrado na exportação, quechega a 37 países. Apreciado-res de café na Europa, MédioOriente, Austrália, Taiwan eMacau são servidos por má-quinas “made in Aveiro”.

“O café expresso, com to-das as sua variações, está acrescer no mundo todo, te-mos de estar atentos”, diz Pe-dro Serra, o que resulta, emgrande medida, do incre-

mento de viagens de turis-mo ou negócios.

Para corresponder às va-riações da forma como se to-ma café em cada país, exis-tem acessórios que permi-tem fazer algumas adapta-ções, por exemplo, ao tama-nho dos copos.

Nos últimos três anos aexportação cresceu semprena casa dos 15%. “Quantomais notoriedade a marcaatinge, mais o mercado aprocura. Isso entusiasma-–nos muito”, afirma o admi-nistrador.A retracção dosmercados faz–se sentir, ounão estivessem os seus clien-tes alvo também “a sofrer”.No entanto, a empresa acre-dita que pode encontrar al-guns destinos “interessan-tes”, como Angola e o Brasil,onde montou subsidiárias.

O regresso em força da“moda” das máquinas de ca-fé para uso doméstico, tipoNespresso, não assusta.

A “aposta” da Fiamma,que facturou em 2008 cercade seis milhões de euros, édesenvolver novos equipa-mentos “com mais valoracrescentado”.

Para crescer, a empresaonde trabalham 65 pessoasbeneficia do facto de se inse-rir num grupo mais alarga-do, com negócios de repre-sentação comercial em Por-tugal continental, na Madei-ra e no estrangeiro.

Nos últimos três anos, a exportação cresceu sempre na casa dos 15%. “Quanto mais notorie-dade a marca atinge, mais o mercado a procura. Isso entusiasma–nos muito”, afirma o admi-nistrador.

“MADE IN AVEIRO”

Fiamma serve café em 37 países

O marketingfinanceiro

no momentoactual

O marketing é muitas vezes confundido ou percepcio-nado pelo público em geral como sendo comunicação ousimplesmente publicidade. No entanto, a comunicaçãoé um meio ou um veículo importante, mas não deixa deser apenas uma das componentes do marketing. Marke-ting é um exercício constante de definição da estratégiaadequada que se traduz em acções concretas para que asorganizações transmitam valor aos seus Clientes (ou Pú-blicos) através de produtos ou serviços e que sejam recom-pensadas por isso mesmo.

Não poderá existir marketing eficaz se a organizaçãonão tiver como orientação central o seu “mercado alvo”,ou seja se não conhecer profundamente que necessida-des ou desejos existem e não estão ainda satisfeitos (ou to-talmente satisfeitos) e que portanto a organização pode-rá conseguir satisfazer melhor e, em última análise, exce-der as expectativas com o seu serviço.

Para superar as expectativas dos Clientes, a criativida-de é cada vez mais um elemento diferenciador, numambiente muito competitivo e com ruído permanente. Oconhecimento dos comportamentos, atitudes, desejos eobjectivos dos Clientes é fundamental. Hoje em dia assis-timos a uma capacidade muito superior de personaliza-ção, de adequação dos produtos e serviços à medida de ca-da Cliente. A banca tem acompanhado e em muitos casosliderado este incremento de capacidade. Dada a especifi-cidade de alguns produtos e serviços financeiros e em al-guns casos a complexidade das soluções apresentadas, omarketing financeiro tem que ter também em considera-ção o papel pedagógico, formativo e esclarecedor dos ban-cos ao público em geral e em particular aos seus Clientes.

A análise e monitorização dos níveis de satisfação dosClientes com o serviço bancário são fundamentais paraacrescentar valor à estratégia de marketing dos bancos.Não será demais referir a importância da fidelização dosClientes em qualquer actividade, à qual os serviços finan-ceiros não são excepção. Os Clientes são também um dosprincipais veículos de promoção das organizações. UmCliente encantado com o serviço que recebe é um apósto-lo da marca que transmite a sua experiência de forma en-tusiasmante e isso traduz-se na melhor forma de marke-ting “one-to-one”.

No Barclays mantemos a grande preocupação de co-nhecer cada Cliente e de seleccionar, do leque muito alar-gado que constitui a nossa oferta bancária, os produtos eserviços financeiros que melhor servem as necessidadesespecíficas que cada um dos nossos Clientes apresentanum dado momento. Esta é a razão de ambicionarmosservir cada Cliente com um Gestor que o conhece pessoal-mente e de apresentarmos modelos de serviço e propos-tas de valor diferenciadas que se enquadram naquiloque é efectivamente valorizado por cada Cliente. Assim,dependendo das suas necessidades e objectivos, cada Clien-te poderá ser mais ou menos acompanhado, escolher asformas através das quais quer comunicar com o banco,aceder ou não a serviços mais exclusivos, sempre numaperspectiva de valorização da relação que o Cliente temcom o Barclays.

As dificuldades financeiras e económicas que vivemosactualmente preocupam-nos a todos. Os desafios que osbancos têm neste momento são grandes. No Barclays te-mos a preocupação de procurar informar mais e melhor,proporcionar melhor serviço em condições ainda maisvantajosas, continuar a garantir sempre a transparênciada nossa actuação, mantermo-nos como uma fonte deter-minante de financiamento responsável das famílias e dasempresas e continuar próximo da comunidade, tambémcom uma presença solidária.

Acreditamos que nossa capacidade de resposta rápidae com medidas de acção eficazes ao serviço das empresase das famílias está já a contribuir para a forma comoPortugal vai ultrapassar a actual crise e se vai posicionarpara potenciar o crescimento futuro. O Barclays continuaa acreditar e a investir no mercado Português.

* Marketing Particulares Barclays

JOSÉ MENDES SILVA *

Apesar da sua juventude, nota-se que Pedro Serra,aos 31 anos, está manifestamente à vontade no lugarde administrador da Fiamma com o exigente pelourocomercial. Natural e residente em Aveiro, cresceu naempresa fundada pelo pai há três décadas. Por isso,quando acabou a licenciatura em Economia dispensouos estágios profissionais. Casado, com dois filhos, pas-sa oito a 15 dias por mês fora de Portugal a tratar de ne-gócios da empresa em vários continentes, com espe-cial relevância para as sucursais de Angola e do Brasil.Normalmente, “o tempo livre é para a família”. Outrosprazeres da vida são o cinema e confraternizar comamigos “à mesa”. Não dispensa café, dois de rajadaao começar o dia, para andar “desperto”. Claro, tiradosnas máquinas da casa.

PERFIL Pedro Serra cresceu na empresa

CRÒNICA

Page 21: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009

13INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Economia&Empresas

O eterno problema das letras

pequeninas

Com o eclodir da grave crise financeira que assola omundo, que começou nos EUA em 2007 e que alastrouao resto do mundo em 2008, deparámo-nos com umarealidade de mercado e toda uma terminologia a ele as-sociada que, para o comum dos mortais, parece saída deum qualquer guião para um filme que esperaríamos nun-ca ver realizado.

Aquilo que mais chama a atenção é o facto de quetodos os casos mais agudos de fragilidade financeira en-volvem instituições financeiras que não tinham, pela re-gulação existente antes da eclosão da crise, acesso às ope-rações de redesconto da autoridade monetária.

Esta é uma característica daquilo que é denominadopor shadow banking system, instituições não bancáriasque actuam como bancos sem serem reguladas. O siste-ma bancário recorreu às instituições do shadow bankingsystem, numa primeira fase para procurar cobertura dosseus riscos de câmbio, de juros, de preços de mercado, enuma segunda fase, mais recente, buscando formas deretirar os riscos dos seus balanços com o objectivo de ala-vancar as suas operações sem ter de reservar os coeficien-tes de capital exigidos.

O resto da história é por todos conhecida. Sem disporde reservas de capital e com activos cuja liquidez desapa-receu desde a eclosão da crise em 2007, fazendo com queo seu preço deixasse de ter cotação, as instituições finan-ceiras reguladas acabaram numa péssima situação finan-ceira e, muitas delas, à beira de insolvência.

Estamos perante a prática de um crime económico?Está o nosso quadro jurídico-normativo preparado paradar resposta a esta nova realidade? Incorre em responsa-bilidade pelos danos causados quem – o intermediáriofinanceiro -, pela sua conduta, induz em erro o cliente,nomeadamente garantindo o retorno e a ausência de ris-co na aquisição de determinado produto estruturado, pro-duto este que na esmagadora maioria das vezes está nassociedades offshore. Aquilo que era suposto ser um sim-ples depósito a prazo, muitas das vezes mais não é doque a compra de um produto de risco.

Este panorama traz-nos outra realidade: um tipo decrimes pouco usuais e que raramente chegam às bar-ras dos tribunas, os chamados crimes contra o mercado,previstos e punidos no nosso Código dos Valores Mobi-liário (CMVM), o qual tipifica, como ilícitos penais, quero abuso de informação privilegiada (Art. 378º), quer amanipulação do mercado (Art. 379º). Atentemos quantoa este último: Nos termos do Art. 379º do CMVM “quemdivulgue informações falsas, incompletas, exageradas outendenciosas, realize operações de natureza fictícia ouexecute outras práticas fraudulentas que sejam idóneaspara alterar artificialmente o regular funcionamento domercado de valores mobiliários ou de outros instrumen-tos financeiros é punido com prisão até três anos ou compena de multa”.

Poderão os clientes de bancos que sabem, agora,que não fizeram depósitos a prazo, mas que adquiriram,contra as suas expectativas, produtos de risco reaver oseu dinheiro? E poderão responsabilizar o banco pela suaconduta?

Quanto à primeira pergunta, infelizmente, a respos-ta parece-me ser negativa. Não se tratando de depósitosbancários, mas sim de aplicações financeiras de risco,não há lugar à restituição do dinheiro confiado à institui-ção (a mais das vezes esse dinheiro não entrou, sequer,no balanço do banco). Quanto à responsabilização dobanco, dos titulares dos seus órgãos de administração ouagentes, é uma questão de prova, isto é, da prova deque os contratos que assinaram garantiam o retorno dodinheiro investido e com total ausência de risco, comoqualquer depósito bancário. Ora a realidade será, estouem crer, bem diferente: os contratos assinados terão, cer-tamente, cláusulas particulares onde está previsto o ris-co do investimento e a desoneração do banco se tal suce-der. É o eterno problema das letras pequeninas ...

O incentivo à investiga-ção nacional, através deum galardão que distin-gue com 20 mil euros omelhor projecto na áreadas ciências biomédicas,é o objectivo do PrémioCrioestaminal 2009, nu-ma parceria com a Asso-ciação Viver a Ciência. Ascandidaturas, para inves-tigadores que trabalhemem Portugal, estão aber-tas até 11 de Maio. Em2008, a quarta edição re-cebeu 39 candidaturas,em diversas áreas da bio-medicina, incluindo neu-rociências, imunologia ecancro, tendo sido pre-miado um projecto lidera-

do pelo cientista Lino Fer-reira, que visa desenvol-ver novas terapias com cé-lulas estaminais para a re-generação do músculocardíaco pós-enfarte. Otrabalho do investigadordo Centro de Neurociên-cias e Biologia Celular daUniversidade de Coimbra(CNBC/UC), pós-doutora-do pelo Instituto de Tec-nologia do Massachusets(MIT), foi premiado porconstituir “um ponto departida importante para adescoberta de novas técni-cas para o tratamento depatologias do foro cardio-vascular”, refere nota daempresa.

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FILIPE OLIVEIRAadvogado

I&DCrioestaminal incentivainvestigação biomédica

Três projectos inovado-res de calçado de elevadodesempenho para consu-midores com sobrepeso,e de propriedades térmi-cas e biomecânicas foramapresentados nas III Jor-nadas “ShoeInov”, em S.João da Madeira. A divul-gação decorreu no âmbi-to do eixo Inovação, doPrograma de Acção para aFileira do Calçado “FOO-Ture”, que prevê um in-vestimento de mais de 60milhões de euros na mo-dernização tecnológicadas empresas, até 2015.De acordo com a Associa-ção Portuguesa dos Indus-triais de Calçado, Compo-

nentes, Artigos em Pelese Sucedâneos (APIC-CAPS), as jornadas foramessencialmente aproveita-das para mostrar os resul-tados dos três primeirosprojectos: o Advan-cedShoe (calçado de ele-vado desempenho), oStress-Less Shoe (calçadocom características mini-mizadoras do stress me-cânico da locação paraconsumidores com sobre-peso continuado e ocasio-nal) e o BionicPhoot (cal-çado com propriedadestérmicas e biomecânicascapazes de reduzir a hu-midade ou absorver o cho-que).

Calçado para consumidorescom peso em excesso

OPINIÃO

Page 22: ECONOMIA E EMPRESAS

Há quem sonhe comcruzeiros no Douro nos365 dias do ano, “numa viasem restrições”, entre oPorto e Barca d’Alva. Ain-da não é possível. Actual-mente, o rio só pode serpercorrido, nos 210 quiló-metros daquele trajecto,em escadaria, através decinco barragens e respecti-vas eclusas. Mas vale bema pena tomar um daquelesbarcos-hotel que, no iníciodo mês, recomeçaram anavegar e ir por ali adian-te, a admirar paisagens deimpressionante beleza. Aregião está, de resto, clas-sificada como Patrimónioda Humanidade desde2001.

Várias empresas pro-põem, para o efeito, paco-

tes turísticos, mas só trêsnavegam até Barca d’Alva.A partir daí, uma zona de“muito pé”, ficam excluí-dos todos os barcos de mé-dio porte até à barragem deSaucelhe – sem eclusa –para o resto dos 120 quiló-metros de rio internacio-nal.

Cada barco-hotel per-manece dois dias no caisde Barca d’Alva, o que agra-da aos habitantes locais, e“os ingleses”, como lheschamam, sobem duas ve-zes por semana a Figueirade Castelo Rodrigo para vi-sitar a sua Aldeia Históri-ca, o Convento de SantaMaria de Aguiar, um con-junto de painéis de azule-jos pintados à mão existen-te no edifício dos Paços do

Concelho e contactaremcom a cultura e as tradi-ções locais.

Emílio Mesquita, autar-ca de Vila Nova de Foz Côa,esse não vê cruzeiros “pa-rar” no seu concelho, ape-sar de ter um cais “estraté-gico para acostagem debarcos no Pocinho”, masque não está “de maneiranenhuma em condiçõespara projectos turísticos”.

“A ampliação e requali-ficação do cais do Pocinhoestão ainda em fase de pro-jecto, que prevê um han-gar para remo, um restau-rante, sanitários e lojas pa-ra venda de artesanato”.

Para Emílio Mesquita,“as empresas que navegamno Douro, de uma manei-ra geral, operam em circui-

to fechado”, e para “esse tu-rismo de grande escala, te-rão de ser criados pontosde atracção, actividades ealgum chamariz que as fa-çam parar”.

“Com o Museu do Côa,que poderá alterar tudo is-to, penso que os própriosoperadores vão ter interes-se em fazer ali uma para-gem, que para além do caisde acesso, cujo local está jáidentificado, terá uma es-tação na linha de comboio,que tem que ser feita”,acredita o autarca.

Por seu turno, AntónioEdmundo, presidente daautarquia de Figueira deCastelo Rodrigo, acreditaque “a linha Pocinho – Bar-ca d’Alva será uma portainevitável para Espanha(sobretudo Salamanca eZamora) e um cais de par-tida para as visitas ao Dou-ro e ao Vale do Côa”.

“Agora que se avizinhaa abertura do Museu doCôa, obra que deverá colo-car a região a funcionarcom Espanha, só o últi-mo troço ferroviário quefalta ao Douro comple-mentará os fluxos fluviais,que são já uma realidade”,preconiza.

“É um investimento ân-cora para a nossa região e,desde a primeira pedra, de-fendemos numa petiçãoque esse museu deveria teracessibilidades rodoviárias,fluviais e ferroviárias, sobpena de se tornar um ele-fante branco”, salienta.

A curto prazo deverá serinaugurado o segundo caisde acostagem de Barcad’Alva, um passeio ribei-rinho que liga o rio Douroà foz do Águeda. Segun-do a autarquia, desembar-cam anualmente no caisturístico fluvial cerca de40.000 turistas, vindos decruzeiros efectuados no

28 MARÇO 200914 SUGESTÕESEconomia&Empresas

DESTINOSTURISMO RESTAURAÇÃO

À MESA

Restaurante -Galeria AQUARIU’SAv. Cidade de Salamanca, nº2-r/c6300-538 GUARDAwww.rest-aquarius.com

Por esse rio acima

Portugueses vão fazerfériascá dentro

Cerca de 55 por cen-to dos portugueses pre-ferem o nosso país co-mo destino de férias em2009, enquanto que44,53 por cento escolhe-ram o estrangeiro, des-tacando-se Espanha,Brasil e França comopreferenciais. Segundoo estudo TTT (TourismThink Tank) “Viagensdos Portugueses em2009”, realizado pela As-sociação da Hotelaria dePortugal (AHP) em par-ceria com a MultiDados,“os portugueses vão via-jar este ano tanto oumais do que em 2008 evão manter o consumomédio ou até aumen-tá-lo, preferindo desti-nos mais próximos emPortugal”. Outra conclu-são do relatório, que an-tecipa as intenções decompra de viagens pe-los portugueses esteano, aponta Espanha co-mo destino internacio-nal preferido pelos por-tugueses para as suasviagens, com 8,56 porcento na primeira esco-lha, seguindo-se Brasile França com 7,94 porcento e 4,94 por cento,respectivamente. Outraparte do estudo abordaa opinião dos portugue-ses sobre a hotelaria na-cional, concluindo queos inquiridos defendema “boa qualidade de ser-viços e atendimento”(28,26 por cento), se-guindo-se a “simpatia”e a “amabilidade”, com12,79 por cento. O estu-do identifica ainda algu-mas razões para que acompra de férias sejafeira através das agên-cias de viagens tradicio-nais, entre as quais estáo conhecimento dequem vende, que quetransmite segurança a13,6 por cento dos in-quiridos. O objectivodeste estudo destinou-se à obtenção de indica-dores sobre a perspecti-va de viagens dos portu-gueses em 2009, tendopara isso sido inquiridas3.293 pessoas de todasas idades e de ambos ossexos.

Já se navega na totalidade do Douro nacional desde o início domês, com a reabertura das eclusas do Carrapatelo, Régua e Poci-nho, tendo-se dado assim início à época de cruzeiros e barcos-hotel, entre o Porto e Barca d’Alva.

Apesar de situado numaregião interior inserida noflanco nordeste da Serra daEstrela, o Restaurante Aqua-riu´s, dirigido por Jorge Sil-va e que nos dois últimosanos foi galardoado com oGARFO DE OURO do Diá-rio As Beiras, confeccionadiariamente peixe frescoproveniente das principaislotas portuguesas – Peni-che, Lisboa, Figueira da Foz,Nazaré. A vitrina, de resto,não engana: lá estão, entreoutras espécies de excelên-cia, acabadinhas mesmo dechagar, o cherne e o rodova-lho, o robalo e o linguado, osalmão, a dourada e o sar-go, bem como, praticamen-te, toda a gama de mariscos,

com destaque para o lava-gante e os camarões “tigre”de Moçambique.

Também não faltam, ob-viamente, as carnes, todascom denominação de ori-gem – vitela mirandesa, ca-brito beirão, enchidos tradi-cionais.

A clientela é variada,maioritariamente constituí-da, é claro, por portugueses,mas não faltam s espa-nhóis. Poderão lá encontrar-se, ao almoço ou ao jantar,lado a lado, empresários eproprietários agrícolas, ven-dedores e artistas, políticose jornalistas, operários e tu-ristas.

Jorge Silva, o proprietá-rio da unidade, insiste, aliás,

em associar a gastronomiacom a arte (escultura e pin-tura), mantendo aberta umagaleria anexa onde perma-nentemente são expostosquadros e peças de famososautores nacionais e estran-geiros. Por lá passaram tam-bém já nomes sonantes damúsica portuguesa, comoos UHF, Sérgio Godinho,Arlindo de Carvalho, QuimBarreiros, Luís Represas,Paulo Gonzo, os políticosIdália Moniz, João de DeusPinheiro, Augusto Mateus,Alberto Costa, António Jo-sé Seguro, os intelectuaisDaniel Sampaio e Adria-no Vasco Rodrigues, oatleta Francis Obikwelo,o montanhista João Gar-cia. “Saborear é tambémuma manifestação de ar-te.

Financiamentobonificadopara novosinvestimentos

As empresas do sector daRestauração e Bebidas po-derão obter financiamentobonificado, criado pelo Tu-rismo de Portugal, no âm-bito da Linha PME InvesteII, com taxa corresponden-te à Euribor a três mesesmenos 0,5%, para um pra-zo de quatro anos, que po-de ir até cinco anos, no casodas empresas qualificadascom o estatuto de PME Lí-der, tendo em vista, nomea-damente, investimentos no-vos em activos fixos corpó-reos ou incorpóreos ou au-mento de fundo de maneioassociado ao incremento daactividade da empresa.

Estas operações de crédi-to beneficiam de garantiaaté 50% do capital em dívi-da, emitida por uma Socie-dade de Garantia Mútua(SGM) com o limite e 3.750mil euros por empresa, ou4.500 mil euros no caso degrupos de empresas que te-nham contas consolidadas,totalmente bonificada. Osbancos poderão igualmen-te exigir outras garantias adi-cionais, sendo constituídasem pari passu também a fa-vor da SGM e das autorida-des de gestão do QREN pa-ra efeitos de recuperação demontantes bonificados, emcaso de caducidade da boni-ficação.

Poderão beneficiar destalinha as empresas proprie-tárias e/ou exploradoras deestabelecimentos de Restau-ração e Bebidas que com-provem possuir CertificaçãoPME on-line, atribuída atra-vés do site do IAPMEI emwww.iapmei.pt.

A excelência do peixe na... Serra da Estrela

Page 23: ECONOMIA E EMPRESAS

28 MARÇO 2009

15SUGESTÕES Economia&Empresas

Paulo Azevedo

O presidente do SonaeSGPS, Paulo Azevedo, co-meça a incutir o seu próprioestilo de gestão ao grupofundado pelo pai. A interna-cionalização será, a partir deagora, “o principal vector decrescimento futuro” do gru-po nos próximos anos, vi-sando “transformar a Sonaenuma grande empresa mul-tinacional”. O grupo procu-rará, para o efeito, “geogra-fias de crescimento e mer-cados maduros”, acrescen-tou, na apresentação dos re-sultados de 2008 do grupo,apontando como “ambição”obter, em 2012, 25 por cen-to do volume de negóciose 35 por cento dos activosinternacionalmente. A apos-ta na internacionalização se-rá, contudo, feita “com umpé no acelerador e com ou-tro pé no travão”, reconhe-ceu, de forma a, “em ne-nhum momento, se correralgum risco para a empre-sa”.

Jorge MendesCom uma carteira de jo-

gadores avaliada em 405 mi-lhões de euros, o empresárioportuguês Jorge Mendes li-dera o “ranking” mundial deagências e agentes FIFA, se-gundo o sítio na Internet Fu-tebol Finance. Cristiano Ro-naldo e Anderson (Manches-ter United), Pepe (Real Ma-drid), Simão Sabrosa (Atléti-co de Madrid) e Ricardo Qua-resma (Chelsea) são, de acor-do com a mesma fonte, oscinco jogadores mais valio-sos da Gestifute, cujo valormédio dos jogadores repre-sentados é de 5,4 milhões deeuros. Na segunda posição,o Futebol Finance coloca aStellar Football Ltd, dos em-presários David Manasseh eErtan Goksu, que defende221 jogadores, entre os quaisKolo Touré (Arsenal), AshleyCole (Chelsea), Darren Bent(Tottenham Hotspur), PeterCrouch (Liverpool) e LouisSaha (Everton), num valorglobal de 265 milhões de eu-ros e cerca de 1,2 milhões demédia.

PESSOASLIVROSTENDÊNCIAS

AMumadona HandMade Jewels, umamarca criada por 25

joalheiros de Guimarães pa-ra produzir artigos de eleva-do valor, vendeu na Feira doLuxo, em Vicenza (Itália),aquele que foi consideradoo melhor produto presen-te no certame – uma mala“de passeio” para um cão depequeno porte, feita em pe-le de piton, com incrusta-ções em ouro e diamantes.Preço: 50 mil euros.

A empresa, criada hácinco meses, já vendeu ar-tigos para o Dubai, BeverlyHills, Miami e alguns paí-ses árabes. “Já entregámosa uma condessa francesa aencomenda personalizadade duas taças em prata ma-ciça, uma para sólidos e ou-tra para líquidos, destinadasa servir a alimentação a umanimal de estimação”, reve-lou um dos representantesda Mumadona, César Fer-nandes.

Para um país árabe, an-tes do Natal, foram enviadasas bolas em prata para asdecorações natalícias. “Tu-do a preços justos mas ele-vados”, acrescentou o em-

presário, pare quem, faceà crise, dó havia duas solu-ções. “Ou ficávamos senta-dos à espera que a crise pas-sasse ou íamos à luta”, sub-linhou César Fernandes.“Optámos, obviamente, elasegunda”. A feira de Vicen-za foi o palco para a apre-sentação da colecção Mu-maPets, de acessórios paraanimais, e de lá vieram no-vas encomendas. Malas deviagem em pele, escovascom metais preciosos, co-leiras elaboradas por dese-nhadores, taças para a ali-mentação e um vasto lequede objectos, compõem a co-lecção dedicada aos animaisde companhia.

“As coleiras são as maisprocuradas, desde a maissimples, feita em pele de pi-ton e com cinco peças deprata maciça que custar cer-ca de 25 mil euros até ásque têm diamantes incrus-tados e podem chegar aos300 mil euros”, referiu.

Com o mercado alvo lo-calizado no Brasil, Rússia,Índia e Chile, os fabricantesde jóias associaram-se a em-presas privadas nos paísespara onde vão exportar.

Apostados na “moderni-dade”, os fabricantes alia-ram-se a desenhadores dejóias para conceber peçasúnicas. O interesse em as-sociar a cidade de Guima-rães, que é patrimóniomundial, à “modernidadede peças únicas e artesa-nais”, pesou na escolha donome da nova marca. ACondessa de Mumadona foiquem mandou construir oCastelo de Guimarães, o lo-cal onde terá vivido D. Afon-so Henriques, o primeirorei de Portugal e o “funda-dor” do país.

Numa feira onde o moteera o luxo, até o stand daempresa portuguesa foivendido. Uma recriação daCondessa de Mumadona,com dois sapos transforma-dos em mordomos e váriosporcos “que simbolizavamtodos os animais do mun-do”, já tem compradores.

“O mercado do luxo edos coleccionadores não es-tá em crise e a prova é que,tudo o que fazemos, vende-mos e ainda elaboradosmuitas peças por encomen-da”, conclui César Fernan-des.

Duas dezenas e meia de joalheiros de Guimarães juntaram-se pa-ra produzir peças únicas e requintadas para animais de compa-nhia – coleiras com diamantes, bolas de Natal em prata maciça,malas em pele de piton e com pedras preciosas. E compradoresnão faltam.

MUMADONA

Luxo para milionários

09/07

02

Seja maisesperto

que a crise

Luís Ferreira Lopes

Meta mãos à obra. Hámedidas que pode tomarpara defender o seu patri-mónio financeiro, organizarda melhor forma o seuorçamento familiar econseguir poupar erentabilizar o seu dinheiro.Luís Ferreira Lopes explica-lhe como. Com prefácio deMarcelo Rebelo de Sousa.

Preço Fnac: 13,50 euros

Poupe: 1,50 euros

Mala de pele de piton com diamantes para cães custa 50 mil euros

Page 24: ECONOMIA E EMPRESAS

■ José Domingos

Opresidente do Muni-cípio da Guarda,Joaquim Valente,

considera que a PlataformaLogística prevista para oconcelho “tem uma locali-zação estratégica privilegia-da e que são várias empre-sas interessadas”. Simples-mente, até agora, nenhumalá se instalou.

A PLIE, com uma áreatotal de 96 hectares, locali-za-se junto da povoação deGata, na periferia da cidade,numa zona considerada de“excelente enquadramentopaisagístico e natural”, pró-ximo da E.M. 531, que ligaa Guarda ao Sabugal. Dis-ta apenas cinco quilómetrosdo centro da Guarda, 1,5quilómetros do nó rodoviá-rio da auto-estrada A 23(Guarda Sul), três quilóme-tros do nó rodoviário das au-to-estradas A 23/A 25 emuito próxima do nó ferro-viário Beira Alta/Beira Bai-xa.

A estrutura empresarialda plataforma envolve a Câ-mara Municipal, detentorada maioria do capital, o Gru-po Luis Simões, a Joalto,Manuel Rodrigues Gouveia(MRG), a MotaEngil, o Nú-cleo Empresarial da Regiãoda Guarda (NERGA), a As-sociação Comercial daGuarda, a Ecosoros, a Ser-vo Homem, SG – Socieda-de Geral e a Gonçalves eGonçalves (GG).

O projecto prevê umaárea de localização empre-sarial, um centro de servi-ços de suporte, um espaçodedicado aos T.I.C., num“espaço privilegiado de ope-radores logísticos e de trans-porte, afirmando-se comouma plataforma aberta,com rede de armazenagem,gestão de transportes, dis-tribuição e processamento(agregação e desagregação)de cargas e terminal”.

A PLIE da Guarda é, se-gundo o projecto inicial, umespaço destinado a “forne-cer uma gama de serviçosde suporte à actividade eco-nómica: abastecimento decombustível, apoio logísti-co e institucional e, comocentro de serviços de supor-te, a manutenção e repara-ção, espaço equipado parareuniões e conferências, ho-telaria e restauração e par-que de veículos”.

TIR sem parques para estacionar

O presidente da CâmaraMunicipal da Guarda, Joa-quim Valente, afirma que “neste momento estão cria-das as condições para quese possam escriturar os ter-renos” da Plataforma.

O modelo de gestão nãofoi referido pelo autarca, so-bretudo num encontro re-cente que reuniu num jan-tar empresários de váriossectores, mas onde o autar-ca guardense foi o único

presente na iniciativa pro-movida pelo NERGA – Nú-cleo Empresarial da Regiãoda Guarda, que realizou,aliás, este encontro precisa-mente para sensibilizar osagentes económicos e au-tarcas para a importância daPLIE, considerada pelo Pre-sidente da Associação Co-mercial da Guarda, PauloManuel, como “um dos in-vestimentos estruturantespara a região, mas que tar-da em concretizar-se”.

Muitos empresários nãotêm realmente escondido oreceio de que “muitas dasoportunidades possam es-tar perdidas, dado atraso daPLIE” e ainda pelo facto deoutros concelhos estarem aprojectar a criação de áreasde localização industrial ouempresarial, como são oscasos de Trancoso, Almei-

da/Vilar Formoso e Celori-co da Beira, com instalaçãojá anunciada de empresas.

À falta de um parqueapropriado, os camiões TIRou de transportes pesadosde mercadorias internacio-nais, aparcam nas vias pú-blicas da Guarda, situaçãoque levou alguns empre-sários a sugerir, “de formarentável e necessária”, acriação de um parque naPLIE, pago e com vigilân-cia, que poderia “ser gera-dor de receitas e, por outrolado, descongestionar asruas da cidade desse tipo deveículos”.

PLIE “aindatem futuro”

O presidente do NER-GA, Pedro Tavares, conside-ra, porém que, apesar dos

atrasos, a PLIE “ainda temfuturo”.

Um dos desabafos maisfrequentemente ouvidos éque a culpa do atraso da suaconcretização “é de todos enão é de ninguém”, mas Pe-dro Tavares está ciente deque este projecto é impor-tante para a região da Guar-da por poder criar desenvol-vimento e emprego e, ain-da, “como forma de mino-rar a actual crise que as em-presas atravessam”.

Os Trabalhadores Social-Democratas (TSD) têm si-do, a par dos representan-tes de organizações sindi-cais e partidos políticos, osprincipais críticos a esseatraso.

Arménio Santos, presi-dente nacional daquela or-ganização, acusou sobretu-do a autarquia da Guarda“por ainda não ter sido ca-paz de colocar em funcio-namento a PLIE, que é con-siderada fundamental parao desenvolvimento da re-gião “.

Disse então que “há umparque industrial que erasuposto ser um factor ânco-ra para a instalação de no-vas empresas em condiçõesmais favoráveis e uma PLIEque era suposto estar a fun-cionar e que está parada,porque não há capacidadede iniciativa de quem tem aresponsabilidade de condu-zir o processo neste mo-mento, que é a autarquia lo-cal”.

28 MARÇO 200916 ÚLTIMASEconomia&Empresas

Plataforma Logísticacomprometida na GuardaA infra-estrutura é generalizadamente considerada “projecto estruturante fundamental para o concelho”, mastarda a concretizar-se, enquanto outras cidades e vilas da região anunciam já a implantação de áreas empre-sariais próprias.

OfficePAK na redefranchisingA OfficePAK, SA, empresa com 100% decapital português a operar no mercado,nacional e inernacional, de retalho de pa-pelaria, livraria, pintura, acessórios de in-formática, mobiliário de escritório e te-lecomunicações (agente nacional TMN ePT), optou pela sua expansão em franchi-sing. Segundo a empresa, actualmentecom nove unidades (Setúbal, Porto deMós, Leiria, Coimbra, Tondela, Ovar,Carvalhos, Famalicão e Paços de Ferrei-ra), “a conjuntura actual será favorávelao desenvolvimento e crescimento o sec-tor”, assistindo-se, por isso, a uma pro-cura de soluções inovadoras para seadaptarem às exigências do mercado. Oprojecto Franchising OfficePAK integraainda uma plataforma online de relacio-

namento, onde todos os profissionaisinseridos na rede poderão conhecer-se,comunicar, opinar e relatar experiências.

Centralgest com novointerface gráficoA CENTRALGEST – Produção de Softwa-re, SA, fundada em 1987 com o objecti-vo de responder às solicitações do merca-do na área das novas tecnologias de infor-mação, desenvolvendo a sua actividadeprincipal na produção de software, vai in-troduzir um novo interface gráfico, orien-tado para a parametrização, e forma a quecada utilizador, ou grupos de utilizadores,disponham de um ambiente de trabalhod acordo com as suas necessidades. Estanova plataforma introduzirá o conceito deportal do utilizador, que permitirá um pon-to de entrada na aplicação onde será apre-

sentada toda a informação considerada re-levante, com a possibilidade de acederao detalhe de uma forma rápida e intui-tiva., com destaque para o e-mail, as ta-refas a executar, os mapas mis frequentese os painéis de informação.

Galp Energia promove“carpooling”A promoção do “carpooling” para contri-buir para uma mobilidade mais susten-tável, assente na redução do tráfego au-tomóvel, do consumo de energia e dasemissões de gases é o objectivo da cam-panha publicitária recentemente apre-sentada pela Galp Energia. “Nós o quevamos criar é um site que vai permitirque as pessoas que se deslocam do pon-to A para o ponto B se conheçam e, apartir daí, tomando necessariamente as

devidas cautelas, vamos promover queas pessoas partilhem o seu veículo e des-ta forma contribuam para a redução doconsumo, das emissões e assim assegu-rar que a mobilidade seja mais susten-tável”, explicou o presidente executivoda Galp, Ferreira de Oliveira. “Nós esta-mos a promover o carpooling, ou seja,juntem-se para usar o veículo. A Galpquer contribuir para o sucesso deste con-ceito em Portugal”, referiu o presidenteda petrolífera portuguesa. Com estacampanha, a Galp pretende que os cer-ca de dois milhões de lugares vazios noscarros que todos os dias entram em Lis-boa e no Porto possam ser partilhados,contribuindo assim, se cada carro queentra nas duas principais metrópolesportuguesas passar a transportar duaspessoas, para reduções de emissões degases para a atmosfera na ordem dos 10por cento.

PANORAMA

Assembleias-geraisaté ao fim de Maio

Segundo o Código dasSociedades Comerciais, asassembleias–gerais anuaisdos accionistas de empre-sas deverão realizar–se noprazo de três meses a con-tar da data do encerramen-to do exercício, ou seja, en-tre Março e final de Maio.No caso de sociedades queapresentem contas conso-lidadas ou apliquem o mé-todo da equivalência patri-monial, poderão ter lugarno prazo de cinco meses acontar da data do encerra-mento do exercício. Estsreuniões destinam–se a de-liberar sobre o relatóriode gestão e as contas doexercício, para a apreciaçãogeral da administração efiscalização da sociedade,para proceder à destituiçãoou manifestar desconfiançaquanto a administradores,bem como realizar eleiçõesque sejam da sua compe-tência.

“Os Dias do Desenvolvimento”

O ambiente será o te-ma central da segunda edi-ção de “Os Dias do Desen-volvimento”, que irá terlugar, a 28 e 29 de Abril, noCentro de Congressos deLisboa. A escolha do tema“Por um Mundo Sustentá-vel - Desenvolvimento e Re-cursos” resultou do “cruza-mento entre o ambiente eo desenvolvimento”, numano marcante para as ques-tões ambientais, devido àrealização em Copenhagada Conferência das NaçõesUnidas sobre Mudanças Cli-máticas que aprovará o su-cedâneo do Protocolo deQuioto. Participarão nos tra-balhos duas conhecidaspersonalidades estrangei-ras - Eveline Herfkens, coor-denadora executiva daCampanha do Milénio dasNações Unidas e a políticabritânica Clare Short, quefoi responsável pela Coope-ração no executivo do tra-balhista Tony Blair.

Joaquim Valente, presidenteda Câmara da Guarda

Pedro Tavares, presidentedo NERGA

AGENDA