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ECONOMIZAR ÁGUA: BOM PARA SEU BOLSO · a mudança de pequenos hábitos pode representar grande economia de água, como no banho, na escovação dos dentes, ao lavar o carro, as calçadas,

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ECONOMIZAR ÁGUA: BOM PARA SEU BOLSO...

MELHOR PARA O MEIO AMBIENTE

Edilene Chaves Ribeirete Ferreira

Aécio Rodrigues de Melo

Resumo: O presente artigo tem como finalidade apresentar o relato de uma experiência de intervenção pedagógica realizada com alunos de 6º ano da Educação em Tempo Integral, no Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral, que participaram de um projeto de mesmo título que este artigo “Economizar água: bom para seu bolso... melhor para o Meio Ambiente”, projeto este que pretendeu ampliar a conscientização dos alunos para o uso racional da água, bem como sua preservação e reutilização. Uma das estratégias utilizadas para que os objetivos fossem alcançados foi a utilização do Material Didático produzido para esse fim e que procurou mostrar aos alunos envolvidos a importância de se assumir uma nova forma de pensar e agir, mudando hábitos e desenvolvendo formas responsáveis de utilizar a água.

Palavras-chaves: Água; Desperdício; Poluição; Conscientização.

1. Introdução

A água é um recurso natural muito precioso para todas as formas de vida em

nossa biosfera e tem sido alvo de muito estudo nas últimas décadas. O seu uso

racional e o combate ao desperdício são, hoje, motivos de grande preocupação

mundial. Com o agravamento da falta de água, as pessoas devem assumir uma

nova forma de pensar e agir, mudando seus hábitos e desenvolvendo formas

responsáveis de economizá-la. Pensando nisso, elaborei uma proposta de

Intervenção Pedagógica para aplicar aos alunos, pais, professores e funcionários do

Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral, com o intuito de apresentar uma visão

realista que envolve inúmeros problemas que o mundo atual vem enfrentando com

relação à escassez de água, proporcionando aos mesmos, uma grande diversidade

de experiências para ampliar a consciência sobre as questões relativas à água no

Meio Ambiente, assumindo de forma independente e autônoma, atitudes e valores

voltados à sua proteção e conservação. O objetivo principal do projeto era criar

estratégias que ampliassem a conscientização dos alunos para o uso racional e

responsável da água, bem como sua preservação e reutilização.

Para alcançar esse objetivo geral do projeto, nos propusemos ainda a outros

específicos:

Promover o reconhecimento da necessidade do uso racional da água levando

os alunos a entenderem que o equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da

preservação da água e de seus ciclos.

Desenvolver, por meio de atitudes cotidianas, medidas de valorização da

água, partindo de uma postura crítica e conscientizando que a água não deve ser

desperdiçada, nem poluída.

Sensibilizar a comunidade escolar quanto ao uso consciente da água

evidenciando que o valor monetário é menos importante que o valor do recurso

natural que a água representa.

O problema que norteou a elaboração do projeto foi de que a água está em

crescente processo de escassez, deterioração, cada vez mais cara e mais difícil sua

disponibilização para o consumo, seja nas torneiras de nossas casas, seja na

agricultura ou na indústria e será sempre insubstituível para a humanidade e o Meio

Ambiente. Diante deste quadro seria necessário encontrar alternativas de resposta

para a seguinte questão: que estratégias podem ser utilizadas para ampliar a

consciência da comunidade escolar para o uso racional e responsável da água?

Para fundamentar o trabalho utilizei estudos com leituras dos seguintes

autores: Petrella (2004), Souza (2010), Tundisi (2003), Adas (2002), Senra (2004) e

Souza (2010).

2. Desenvolvimento

2.1. Fundamentação Teórica

A vida, como nós a conhecemos, não existe sem água. A água é um recurso

natural essencial à vida. As primeiras formas de vida que se conhecem surgiram nos

oceanos há cerca de 4 milhões de anos.

Para Petrella (2004):

A água é vida. Sem água não existe vida. A Terra existe a mais de 4,5 bilhões de anos, mas por mais ou menos 800 milhões de anos, foi uma massa enorme rochosa, inerte, sem arvores e sem animais. Os primeiros sinais de vida sobre a Terra datam de 3,8 bilhões de anos atrás, quando apareceram os primeiros sinais de água. (PETRELLA, 2004, p.9)

A água tem muitos significados. Para o ambientalista, significa vida para a

flora e a fauna aquáticas. Para a religião, tem o poder de purificar a alma. Para a

maioria da população ela serve como meio de transporte, para gerar energia, para

produzir alimentos e abastecer as cidades. Nenhum outro elemento da natureza

parece ter um papel tão determinante para a existência de vida como a água. Aliás,

existem formas de vida como as bactérias e leveduras que conseguem viver na

ausência de oxigênio, mas nenhum organismo consegue viver na ausência de água.

Levando-se em conta que a água é um recurso renovável, é necessário

salientar que ela não pode ser produzida, que, tanto quanto sua disponibilidade, sua

qualidade é fundamental e esta deve ser adequada ao uso pretendido; e que mesmo

a possibilidade do reuso da água sofre restrições, não sendo possível sua utilização

em algumas atividades. Como salienta Petrella (2004) “a água deve ser tratada

como um bem comum que pertence a todos os seres humanos e a todas as

espécies vivas do Planeta”.

Sabendo que a água é um bem mundial, a sua preservação não depende

apenas de um país ou uma comunidade, mas sim de todos. A conscientização

realizada na educação sobre a importância de preservar a água deve partir da

informação sobre a quantidade disponível na Terra. Uma das questões mais

preocupantes para o mundo na atualidade é a quantidade de água disponível tanto

para a vida humana quanto para a economia. Segundo Souza (2010, p.4):

A água não é só uma substância muito abundante na Terra, mas é a substância, sem a qual os seres vivos não existiriam e cobre ¾ da Terra que a disponibiliza para o consumo animal, plantas e o próprio homem. A quantidade na Terra é mais bem representada em toneladas, uma vez que uma pequena parcela se encontra em estado gasoso, ocupando, pois, um volume muito grande em relação ao peso. 97% dela formam os mares, 2% é a água das geleiras e iceberg polares, 1% é a água disponível para o consumo da biosfera. (SOUZA, 2010, p.4)

A água é indispensável para o funcionamento metabólico de todas as formas

de vida e tem uma infinidade de usos como insumo direto ou indireto em tudo o que

a humanidade utiliza e produz. “A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada

continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é

plenamente responsável aos olhos de todos”. (Artigo 1º da Declaração Universal dos

Direitos da Água – ONU, 1992).

Segundo Tundisi (2003, p.1):

Embora dependam da água para a sobrevivência e para o desenvolvimento econômico, as sociedades humanas poluem e degradam este recurso, tanto as águas superficiais quanto as subterrâneas. A diversificação dos usos múltiplos, o despejo de resíduos líquidos e sólidos em rios, lagos e represas e a destruição das áreas alagadas e das matas galeria têm produzido contínua e sistemática deterioração e perdas extremamente elevadas em quantidade e qualidade. (TUNDISI, 2003, p.1)

Historicamente, sabemos que o homem sempre se estabeleceu em locais

próximos aos rios e mares para garantir seu sustento, por meio da agricultura. Com

a constituição dos primeiros aglomerados humanos e a construção das primeiras

cidades no mundo, às margens do Rio Nilo, no Egito, já se registrava o quanto o

homem era dependente da água.

Para os antigos egípcios, o Nilo era simplesmente “o rio”. É fácil compreender o misto de intimidade e reverência ai embutido: o rio permeava todas as atividades do dia-a-dia; permitia a glória do império e a sobrevivência do povo às suas margens. (Coleção entenda e aprenda)

Contudo, ao longo dos anos, com a evolução da humanidade e a exploração

a todo custo dos recursos naturais, a água passou a ser tratada com desrespeito. O

desperdício passou a ser uma constante em meio à sociedade.

A preocupação surgiu quando a poluição ambiental do planeta passou a

atingir altos níveis, envolvendo a qualidade da água que todos consumiam. Somente

em 1992, a Organização das Nações Unidas elaborou um documento (A Declaração

Universal dos Direitos da Água) com medidas cautelosas a favor desse recurso

natural, trazendo informações para garantir a cultura de preservação ambiental, ou

seja, a consciência ecológica em relação à água, “a gestão da água impõe um

equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem

econômica, sanitária e social”. (Artigo 9º da Declaração Universal dos Direitos da

Água – ONU, 1992).

O crescimento populacional, a urbanização, as produções agrícolas e

industriais favorecem o aumento da poluição da água, que tem sido um problema

para nossa sociedade. Parte desta poluição é visível: espumas nos rios, brilho

oleoso em superfícies de lagos, cursos de água e atulhados de lixo doméstico. Mas,

grande parte é invisível, águas afetadas por chuvas ácidas podem ser muito bonitas,

mas sem vida.

Além do desejo de lucro, ou de considerar a natureza apenas como fonte de lucro e não como fonte de vida – fato que provoca a sua destruição -, há mais um fator importante que explica por que o ser humano destrói a natureza. É o desconhecimento das pessoas em relação à natureza, tida como indestrutível, uma fonte eterna de recursos. Pensam, também, que o meio ambiente recupera-se por si só de estragos ou poluição causada por nós. Grande engano. (ADAS, 2002. p. 123).

O crescimento desordenado das cidades gera dois graves problemas:

poluição e consumo. A poluição é determinada pelo lançamento e acúmulo, nas

águas de esgotos domésticos e dejetos industriais. O alto consumo doméstico de

água acaba gerando muito esgoto, que quando não tratado, polui os rios. A água,

uma vez poluída não pode ser consumida, colocando em risco a saúde humana,

bem como as outras formas de vida. A poluição hídrica é intensificada com o

aumento da pobreza. Nas regiões pobres, situadas na periferia das cidades, os

esgotos sanitários e o lixo doméstico sem qualquer tratamento, são diretamente

lançados nas águas.

A população mundial aumentou três vezes durante o século XX. O volume de água utilizado aumentou entre 6 e 7 vezes, enquanto as reservas naturais de água não mudaram e, se depender do ciclo hidrológico, não mudarão. Consequentemente, nas regiões onde a densidade demográfica e econômica é mais intensa começaram a surgir conflitos pelo uso da água, passando a haver necessidade de ações de gestão e gerenciamento desse recurso natural.(SENRA, 2004. p. 35)

O desperdício de água acontece quase de forma despercebida, e justamente

por termos água em abundância não se percebe o risco de a desperdiçar, com tudo

a mudança de pequenos hábitos pode representar grande economia de água, como

no banho, na escovação dos dentes, ao lavar o carro, as calçadas, janelas, verificar

possíveis vazamentos etc. Embora a água chegue encanada à casa de muitas

pessoas, ainda assim vivemos sob a ameaça de em pouco tempo termos de

sobreviver sem ela. Ou o que é pior, termos de viver com uma água contaminada,

imprópria para o uso. Como ressaltam Moreira & Sene (2005), “quando os esgotos

não são coletados e tratados, muitas vezes são lançados em córregos, rios, lagos e

mares, contribuindo para a poluição das águas e provocando problemas de saúde.

Conforme Souza (2010, p.11):

Outro fator contribuinte para a poluição das águas no planeta Terra é provocado pelas minerações, indústrias, esgotos residenciais, defensivos agrícolas, adubos, lixo, etc. Esses problemas ambientais que hoje ocorrem poderiam ser evitados se o homem tivesse sido conscientizado e também ensinado como preservar a natureza ecológica. (SOUZA, 2010. p. 11)

Estimular um novo olhar para a questão da necessidade de preservação que

vai muito além de números, tabelas e tecnologias é papel da escola, pois lê-se nas

Diretrizes Curriculares Estaduais que: “a prática docente, sob os fundamentos

teórico-metodológicos (...) contribui para a formação de um aluno crítico, que atua

em seu meio natural e cultural e, portanto, é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo

transformar esse meio”.

Enfim, o acesso à água e a obrigação de conservá-la para o objetivo de

sobrevivência pertencem à humanidade coletivamente e a escola é o primeiro

espaço onde tal questão deve ser abordada. Diante disso, a conscientização dos

alunos em relação à cultura de preservação da água e sua importância para a vida

humana, através de atitudes cotidianas de valorização deste líquido precioso é

necessária. Dessa forma, contribui para a formação de cidadãos conscientes, aptos

para decidirem e atuarem diante da realidade que o mundo vem enfrentando com a

escassez da água, com atitudes e formação de valores praticados diariamente no

meio social.

O grande desafio para a preservação da água potável do mundo é a

conscientização. Ela engloba todos os setores da sociedade e é a parte mais difícil

dessa luta urgente, visto que os costumes já adquiridos por uma sociedade são os

pontos mais difíceis de serem mudados.

Impedir a poluição, o desperdício e distribuir melhor esse recurso, são os

resultados almejados de uma grande conscientização mundial, que é o maior

desafio para que a conservação da água potável do mundo, sua distribuição mais

igualitária e a preservação da vida na Terra, sejam algumas das prioridades do

homem, metas de cada indivíduo e conquistas de todos nós.

2.2. Relato da experiência – Intervenção Pedagógica

Muitas vezes, quando o professor realiza trabalhos de conscientização sobre

a educação ambiental na sala de aula, tem-se a impressão de ter alcançado seus

objetivos, porém, ao circular pelas dependências da escola, durante ou após o

intervalo do recreio, observa-se que todo o seu trabalho não foi colocado em prática.

O que se percebe é que o comportamento dos alunos não se traduz em um

comportamento de efetivo cuidado com os ambientes em que convivem. Percebe-

se: chão sujo, descargas e torneiras arrebentadas, provocando o desperdício da

água, e o que é pior, água tratada, própria para o consumo sendo desperdiçada.

Após a apresentação desta situação, deu-se início a um debate sobre

questões que podem minimizar este tipo de comportamento, questões da

importância de criar a consciência coletiva da necessidade de economizar e

preservar a água, tanto no ambiente escolar como em casa ou em qualquer outro

espaço possível. Chegou-se à conclusão de que não há como aguardar que outros

tomem providências, é necessário que cada um faça a sua parte.

No início do ano letivo de 2012, durante a Semana Pedagógica, foi

apresentada a proposta de trabalho à direção do Colégio Estadual Dr. Ubaldino do

Amaral, equipe pedagógica, professores e funcionários com o objetivo de buscar

apoio, cooperação e comprometimento com o projeto intitulado: Economizar água:

bom para seu bolso... melhor para o Meio Ambiente.

Para facilitar a apresentação e possibilitar uma melhor compreensão dos

objetivos do projeto, a exibição foi realizada através de slides em Power Point. O

mesmo material, posteriormente, foi apresentado aos alunos do 6º Ano da Educação

em Tempo Integral do Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral.

Em março de 2012, foi iniciada a implementação do projeto com a exibição do

vídeo: Carta escrita nos anos 2070. Este vídeo mostra um panorama de como será a

vida na Terra se nada for feito para preservar o Meio Ambiente. Ele nos leva a uma

reflexão sobre a maneira que viverão as futuras gerações em relação à escassez de

água. Ilustra a catástrofe mundial enfrentada pela humanidade em função da falta de

água e dos recursos não renováveis do Planeta. Apesar da narração dramática, o

vídeo apresentado foi um excelente instrumento para despertar o interesse dos

alunos para o tema e discutir valores da nossa sociedade e as perspectivas futuras.

Após a apresentação do vídeo: Carta escrita nos anos 2070, deu-se início ao

uso do material didático, elaborado especificamente para essa intervenção

pedagógica. Exigência do PDE e que foi um instrumento muito eficaz na

implementação do projeto. Os passos relatados a seguir foram etapas pré-

elaboradas que constam no referido material.

Em seguida foi realizada a exibição de gráficos sobre a distribuição da água e

da água doce no Planeta, onde os alunos tomaram conhecimento dos números

relacionados à distribuição de água no Planeta, através de: slides, mapas, cartazes

e pesquisas.

Após esta atividade, pudemos discutir algumas formas de mudar nossos

hábitos em relação ao bom uso da água, sua preservação, sua reutilização bem

como o combate ao seu desperdício. Muitos alunos opinaram e relataram algumas

situações vivenciadas e presenciadas quanto ao mau uso da água.

A partir dessa discussão foi apresentada aos alunos a música Planeta Água

(Guilherme Arantes) para motivação e futuras atividades. Por ser a água um

elemento vital para a vida de todas as espécies terrestres, manter sua

disponibilidade e, sobretudo, sua qualidade, tornou-se um dos principais temas de

estudos ambientais. A aula foi iniciada a partir de alguns questionamentos: De onde

vem a água? Como ela pode ser encontrada na natureza? Qual a sua importância?

Em quais atividades do seu cotidiano a água está presente? É possível economizá-

la? Quais as atitudes que podem ser tomadas para economizar água?

Após a reflexão desses questionamentos foram realizadas atividades de

interpretação da letra da música e a confecção de desenhos.

O próximo passo foi levar os alunos ao laboratório de informática do colégio a

fim de visitar o site da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR). A

SANEPAR criou este site pensando principalmente em auxiliar estudantes e

professores a ampliar o conhecimento sobre o saneamento e estimular à

conscientização ambiental.

Depois dessa atividade, foi agendada uma palestra com a Gestora do Meio

Ambiente da SANEPAR de Santo Antônio da Platina para os alunos que estavam

participando do projeto. A palestra, num primeiro momento, teve como tema central

a conta de água detalhada, onde os alunos, através da análise das contas de água

de suas residências, puderam observar o consumo de água no seu cotidiano

domiciliar e, num segundo momento, a técnica responsável exibiu alguns vídeos da

própria SANEPAR que mostrava o caminho que a água percorre até chegar às

torneiras de nossas casas. Após a realização da palestra os alunos realizaram

atividades relativas à conta de água. A palestrante com posse de um aparelho

medidor de água (MCP-microcomputador portátil) mostrou aos alunos o seu uso e

como é feita a medida no hidrômetro. Esta atividade despertou muito o interesse dos

alunos motivando-os a reduzirem o consumo de água nas suas residências.

Em seguida houve nova visita ao laboratório de informática, onde os alunos

realizaram pesquisas sobre o uso racional da água no site da SANEPAR para

futuras confecções de cartazes. Após as pesquisas eles puderam se descontrair

com atividades lúdicas e jogos no próprio site da SANEPAR no link Clubinho da

Água.

A próxima atividade foi a confecção de cartazes com dicas do uso racional da

água tratada. Os alunos foram organizados em equipes de até três componentes e

cada equipe responsabilizou-se por uma das dicas apresentadas no site da

SANEPAR (Sustentabilidade - Consumo responsável). Os cartazes foram,

posteriormente, exibidos na Feira Cultural do Meio Ambiente que aconteceu no dia

05/06/2013, dia do Meio Ambiente, na ocasião a escola recebeu muitas visitas

(comunidade escolar, família, alunos e professores de outras escolas). Cada equipe

apresentava a dica pesquisada para os visitantes e questionavam os mesmos

quanto a sua contribuição ao uso consciente da água.

Para o encerramento do projeto, os alunos fizeram uma apresentação de

dança com a música “Planeta Azul”, de Chitãozinho e Xororó, ensaiada com

antecedência. Foi realizada também uma visita à Estação de Tratamento da Água

em Santo Antônio da Platina com um técnico responsável que detalhou todo o

processo de tratamento da água. Os alunos ficaram admirados com todas as etapas

do tratamento da água e fizeram muitos questionamentos pertinentes a este

processo.

A escola é o espaço onde o conhecimento científico é sistematizado e

organizado para que, somado ao conhecimento que o aluno traz consigo, provoque

mudanças de comportamento, gerando o tão esperado pleno exercício da cidadania,

pelo menos em se tratando da preservação e conservação da água. Se o aluno se

conscientizar dessa necessidade e levar ao conhecimento dos familiares e vizinhos,

em pouco tempo veremos um número maior de pessoas agindo em favor do Meio

Ambiente.

3. Considerações Finais

O papel do professor frente à Educação Ambiental precisa ser o de preparar

os alunos para uma efetiva mudança de comportamento, a partir de propostas que

permitam melhores condições de vida buscando a harmonia entre sociedade e

natureza. Estamos certos de que as mudanças necessárias para que isso ocorra

não acontecerão a curto ou médio prazo. Porém, cada atividade que realizarmos

poderá representar um passo para a construção da sociedade que visualizamos

desde que o professor seja comprometido e persistente na realização de seus

objetivos.

A execução do projeto trouxe-nos muitas surpresas, embora muitas atividades

previstas não puderam se concretizar da forma como foram planejadas inicialmente,

porém os resultados obtidos foram surpreendentes a cada atividade realizada.

O objetivo principal do projeto que era criar estratégias que ampliassem a

conscientização dos alunos para o uso racional e responsável da água, bem como

sua preservação e reutilização foi atingido em quase sua totalidade, pois muitos

alunos relataram mudanças de atitudes em relação ao uso racional da água em

casa; outros mostraram-se preocupados com torneiras que ficavam abertas no

banheiro da escola ou mangueiras abertas jorrando água enquanto o pátio estava

sendo lavado e tantas outras atitudes.

Através do projeto os alunos e a comunidade escolar foram levados a

entenderem que o equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação

da água e de seus ciclos e por meio de atitudes cotidianas, medidas de valorização

da água, partindo de uma postura crítica e consciente que a água não deve ser

desperdiçada, nem poluída.

Ao compartilhar essas práticas, objetivo desse artigo, espera-se contribuir de

alguma forma com os professores de Geografia motivando-os a trabalhar questões

ambientais contextualizadas no cotidiano dos alunos estimulando-os à

conscientização do uso racional e responsável da água.

Participar do PDE foi uma oportunidade muito gratificante. Proporcionou

tempo para estudos e leituras, evidenciando o verdadeiro sentido para a formação e

capacitação do professor. Mesmo enfrentando um trabalho árduo e exaustivo,

apropriar-se de tanto conhecimento teórico contribuiu significativamente para a

prática pedagógica.

REFERÊNCIAS

ADAS, Melhem. Geografia / Ensino Fundamental. 5ª série. São Paulo: Moderna, 2002.

COMO CUIDAR DA NOSSA ÁGUA. Coleção Entenda e Aprenda. São Paulo: BEI, 2003.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia / Ensino Médio. Volume Único. São Paulo: Scipione, 2005.

ONU. Declaração Universal dos Direitos da Água. 1992. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/agua/declaracao.html. Acesso em 02/07/2012.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba: SEED, 2008.

PETRELLA, Riccardo. A água. O desafio do bem comum. In: NEUTZLING, Inácio (org). Água: Bem Público Universal. São Leopoldo: Unisinos, 2004.

SENRA, João Bosco. A paisagem da água no Brasil. In: NEUTZLING, Inácio (org). Água: Bem Público Universal. São Leopoldo: Unisinos, 2004.

SOUZA, Francisca Ataíde. Água: conscientizar e preservar. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/69767787/introducao#page=4. Acesso em: 02/07/2011.

TUNDISI, José Galizia. Água no Século XXI: Enfrentando a Escassez. São Carlos: RiMa, IIE, 2003.