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Ed 45 Mar/Abr 2015

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Diretoria

Presidente:Domingos MartinsVice-presidente:Claudio de Oliveira Secretário: Olavio Lepper Tesoureiro:João Roberto Welter Suplentes:Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,Vallter Pitol e Roberto KaeferConselheiros fiscais Efetivos:Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,Dilvo Grolli e Edno GuimarãesSuplentes:Rogerio Wagner Martini Gonçalves, Celio Batista Martins Filho e Marcos Aparecido BatistaDelegados representantes efetivos:Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile BenicioSuplentes:Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro

Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná

Av. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304 Curitiba/PR - CEP: 80.530-901Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br [email protected]

Ed. nº 45 - Mar/Abr 2015

As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.

Litros de leite foram para o ralo e frangos morreram por falta de ração. Num mundo em que milhares de pessoas ainda lutam para sobre-viverem à fome, as imagens que vimos durante os protestos dos cami-nhoneiros são intoleráveis. Assim como os prejuízos são incalculáveis.

Apesardeaindanãohaverumlevantamentooficial,estimamosque os danos para a avicultura possam ultrapassar a cifra de R$ 700 milhões, dado divulgado preliminarmente pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Isso porque a greve irá gerar um “efeito dominó”, com consequências em todas as etapas da cadeia produtiva, afetandodaproduçãoàexportação.Equefiqueclaro:agreveé,sim,um direito do trabalhador. Parar toda a economia de um País, não.

Mas nem tudo são más notícias. Nesta edição da revista Avicultura do Paraná, você vai acompanhar, a partir da página 24, que a força femi-nina está em ascensão na indústria avícola do estado, chegando a ocu-par quase metade dos cargos. No caso da Copacol, em 1980, apenas 20 mulheres trabalhavam na cooperativa, hoje são 3.876. Uma ótima notícia para juntos comemorarmos o mês das mulhe-res. Que as oportunidades continuem a aparecer para todos, vencendo as barrei-ras da discriminação.

Uma ótima leitura e um forte abraço.

Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida ou deseja anunciar na revista Avicultura do Paraná, escreva para nós:[email protected].

Intolerável

Fale conosco

Domingos MartinsPresidente do Sindiavipar

Editorial

Expediente

Produção:

Centro de Comunicação

centrodecomunicacao.com.br

Jornalista responsável:

Guilherme Vieira (MTB-PR: 1794)

Colaboração:

Allan Oliveira, Bruna Robassa,

Gabriela Titon, Giórgia Gschwendtner

e Lucas da Silva

Design e diagramação:

Cleber Brito

Comunicação e Marketing:

Mônica Fukuoka

Impressão:

MaxiGráfica

selo SFC

Foto

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nd

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par

Page 5: Ed 45 Mar/Abr 2015

Agenda..................................................06

Observatório........................................07

Sindiavipar..........................................08

Radar...................................................10

Ciência................................................... 11

Entrevista............................12

Fiep......................................................14

Eventos.................................................16

Sustentabilidade................................18

Insumos.................................................20

Mercado.............................................22

Capa.....................................24

Ciência e tecnologia............32

Bem-estar............................34

Artigo técnico......................................36

Mito ou verdade..................................38

Inovação.........................................40

Associados............................................42

ABPA.......................................................44

Gastronomia........................................46

Notas e registros..................................48

Estatísticas...........................................50

34

CIDA BORGHETTICida Borghetti comenta sobre sua trajetória política enquanto mulher e, agora eleita vice-gover-nadora do Paraná, fala sobre os planos do estado para o setor rural paranaense.

12 Entrevista

32 Ciência e tecnologia

Seções

Bem-estar

O CAMPO É DELASO fato do Ministério da Agricultura estar sob o comando feminino é um mero detalhe. A quantidade de mulheres na indústria avícola do Paraná tem crescido e já representa quase metade da força de trabalho do setor.

24 Capa

VANGUARDAO Brasil não criou suas próprias regulamentações, deixando também de ser proativo em um tema em que teria condições de liderar as discus-sões. Essa foi uma das conclusões do estudo realizado sobre BEA pela Universidade Federal do Paraná.

INOVAÇÃOPara ampliar a capacidade de gera-ção de informações para a agricul-tura regional e atender com refe-rência demandas de todo o Brasil, a Copacol inaugurou o Centro de Pesquisa Agrícola.

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Page 6: Ed 45 Mar/Abr 2015

6 | sindiavipar.com.br

Quer divulgar seu evento aqui? Entre em contato conosco pelo e-mail

[email protected] ou ligue (41) 3224-8737.

Agenda

São Paulo recebe entre os dias 28 e 30 de julho, o

Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura – SIAVS

2015. O evento contará com programação técnica cien-

tíficaepolitico-conjuntural,alémdemaisde10milm²

de área de exposição.

O evento, organizado pela Associação Brasileira

de Proteína Animal (ABPA) busca reunir todos os elos da

cadeia produtiva, passando pelo fornecedor de insumos e

equipamentos – além de compradores, políticos, técnicos,

pesquisadores, consultores, estudantes das áreas de me-

dicina veterinária, zootécnica e agronomia, economistas

e líderes de organizações importantes e outras entidades

ligadas ao agronegócio. Acesse: siavs.org.br

O maior da avicultura brasileira

De acordo com pesquisa realizada pela

consultoria Datamétrica, de Pernambuco, a par-

ticipação da região nordeste no mercado aví-

cola brasileiro tende a crescer de maneira mais

acentuada que as demais regiões. O maior des-

taque é para os estados de Pernambuco, Ceará

e Bahia.

A projeção, realizada pela consultoria

com base em dados do IBGE, é de que a produ-

ção nordestina, estimada para 2015 é de 540,3

mil toneladas de carne de frango, pode chegar a

1,7 milhão de toneladas em 2025. Hoje a região

responde por 8% do mercado nacional e possui

30% da população brasileira. Segundo o estudo,

a produção deveria triplicar para atender à de-

manda local. Um dosmaiores desafios para os

produtores da região é diminuir os custos de pro-

dução, principalmente o transporte de insumos.

Nordeste em alta

Data: 28 a 30 de julho de 2015Local: Anhembi Parque/São Paulo (SP)Realização: ABPA E-mail: [email protected] Informações: (11) 3031-4115Site: abpa.com.br/siavs

Data: 28 a 30 de abril de 2015 Local: Expotrade – Curitiba/Pinhais (PR)Realização: Gessulli Agribusiness e G5 PromotradeE-mail: [email protected]ções: (11) 2118-3133Site:fipppa.com

Data: 07 a 09 de abril de 2015 Local: Centro de Eventos / Chapecó (SC)Realização: NucleovetE-mail: [email protected]ções: (49) 3329-1640Site: nucleovet.com.br

XVI Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA)

Salão Internacional da Aviculturae Suinocultura - Siavs

Feira Internacional de Produção e Proces-samento de Proteína Animal (FIPPPA)

Data: 14 a 16 de abril de 2015Local: Expotrade – Curitiba/Pinhais (PR)Realização: APRASE-mail: [email protected]ções: (41) 3263-7000Site: apras.org.br

Mercosuper

Page 7: Ed 45 Mar/Abr 2015

7sindiavipar.com.br |

Observatório

O Ministério das Relações Exteriores di-

vulgou em fevereiro que o Paquistão abriu o

mercado para importação de carne avícola bra-

sileira. Em nota, o Itamaraty destacou os esfor-

ços conjuntos com o Ministério da Agricultura e

Abastecimento para viabilizar esse novo canal

de negócios.

O país possui 182 milhões de habitantes e

representa um mercado estratégico para a pro-

dução do Brasil. Por se tratar de um país islâmico

existe grande demanda principalmente por fran-

go com abate Halal, variedade em que o Paraná é

líder em produção. O novo mercado representa

mais uma oportunidade na Ásia, continente que

tem atraído investimentos brasileiros no setor.

Paquistão abre mercado para frango brasileiro

Com o intuito de atender a uma antiga reivindicação dos produtores da região, o Sindicato Ru-

ral de Cascavel, a Sociedade Rural do Oeste do Paraná e os núcleos de criadores da região se uniram

para promover e criar o Show Pecuário 2015. O evento será realizado nos dias 14, 15 e 16 de julho,

no Parque de Exposições Celso Garcia Cid, em Cascavel, e tem como principal objetivo alavancar e

profissionalizaraindamaisapecuária,sejadecorte,criaçãoouleite,noParaná.

O Show Pecuário nasceu com o objetivo de ser um evento técnico e direcionado ao segmento

da pecuária, onde serão apresentadas novas tecnologias, genética, equipamentos e novidades do

setor.“Tambémtemosoobjetivodelevarinformaçõesaoprodutor,comespaçosparaprofissionais

e pesquisadores proferirem palestras sobre os temas mais atuais e relevantes”, explica Paulo Vallini,

diretor-secretário do Sindicato Rural de Cascavel.

Show Pecuário 2015fomentará a indústria de carnes

Page 8: Ed 45 Mar/Abr 2015

8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br

Faça parte do Sindicato que está sempre pensando em você.Mais informações: sindiavipar.com.br

Associe-se! Porque junto somos mais fortes!

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9sindiavipar.com.br | 9sindiavipar.com.br | 9sindiavipar.com.br |

A mobilização realizada pelo Sindiavipar foi fundamental para evitar prejuízos ainda maiores para a

indústria avícola paranaense. Uma das ações foi a forte exposição de mídia do sindicato, que promoveu uma

verdadeira operação emergencial para pautar o assunto nos principais noticiários do país. O resultado fez

com que o tema repercutisse em veículos como Bom dia Brasil, Jornal Nacional, Jornal da Record, Folha de São

Paulo, Valor Econômico, Gazeta do Povo, entre outros.

Os bloqueios nas estradas não apenas geraram inúmeros problemas para a

economia brasileira, como deverão criar um “efeito dominó”. No caso da avicultura

paranaense, milhares de pintainhos foram descartados por não

haverraçãoparaalimentá-los.Issosignificaqueagreveafetou

a produção avícola, assim como a comercialização de alimen-

tos, as exportações de commodities e, consequentemente, a

balança comercial do Brasil.

O Sindiavipar ressalta que não foi contrário ao mo-

vimento. Greve é um direito do trabalhador que deve ser

respeitado. Mas o sindicato não concorda que a reivindica-

ção de melhores condições de trabalho seja realizada de

forma que prejudique toda a economia de um país.

Sindiavipar mobilizou esforços em busca de resolução para a greve dos caminhoneiros

O projeto que restringia a instalação de exaustores em aviários do Paraná foi retirado de pauta. O pró-

prio autor da lei, o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), requisitou a exclusão do projeto após reuniões com

representantes do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).

A lei n° 2/2014 proibia a instalação de exaustores a uma distância inferior a cem metros de rodovias e

estradasruraiselocaisdeaglomeraçõescomoescolas,igrejasetc.Ajustificativaseriamospotenciaisefeitos

prejudiciais à saúde dos gases oriundos da matéria orgânica gerada pelas aves. O Sindiavipar e outras entidades

do setor realizaram diversas reuniões com o poder legislativo para buscar uma solução para o impasse; caso

aprovado, o projeto acarretaria em altos custos para os produtores, podendo levar muitos a decretar falência.

O setor de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi procurado para que

realizasse uma avaliação sobre os efeitos da amônia na área externa dos aviários. Os resultados foram con-

clusivos e demonstraram que a apenas 5 metros dos exaustores não havia mais o gás e que a presença dos

equipamentos não representava riscos à saúde.

Após o resultado do laudo, o deputado estadual Rasca Rodrigues, que propôs a lei, optou por pedir a

exclusãodapauta,favorecendo,mediantetodasascomprovaçõescientíficasapresentadaspeloSindiavipar,

o setor avícola do Paraná.

Ação do Sindiavipar retira projeto de pauta

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Radar

Fotos: César Machado

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O leitor Kenio de Gouvêa Cabral entrou em contato com a reda-

ção de Avicultura do Paraná para avisar de um erro que passou em nossa

última edição. Na matéria “Os mercados do futuro”, na página 18, o texto

diz que “as previsões do crescimento da população vão de encontro ao

aumento da demanda pela carne de frango”.

O correto seria dizer que as previsões vão ao encontro do aumen-

to pela demanda da carne de frango. Neste caso, essa simples alteração

muda o sentido da frase: de algo que está contra um objetivo para algo

que está a favor ou em conjunto a um objetivo.

Encontrou algum erro ou tem sugestões de pautas e notícias? En-

tre em contato com a redação da revista Avicultura do Paraná pelo e-mail

[email protected]

E não deixe de conferir o nosso banco de dados com todas as edi-

ções publicadas até hoje. Basta acessar sindiavipar.com.br/revistas

Carta do leitor

Page 11: Ed 45 Mar/Abr 2015

11sindiavipar.com.br |

A bronquite infecciosa (BI)

das galinhas é uma doença viral

aguda e altamente contagiosa, de

distribuição universal sendo mais

frequente em regiões com maior

concentração de galinhas. No

Brasil a doença está amplamente

distribuída em todas as regiões

acometendo tanto aves jovens

quanto adultas.

Ela é causada por um Coro-

navirus da família Coronaviridae.

Devido às frequentes mutações

deste vírus, existe um grande po-

tencial para o surgimento de cepas

variantes ou de novos sorotipos.

O vírus da BI multiplica-se princi-

palmente nas células epiteliais do

trato respiratório, intestino, rins e

oviduto. A disseminação do vírus

entre aves do mesmo lote é bas-

tante rápida.

Apesar de o vírus ser re-

lativamente sensível ao meio

ambiente e aos desinfetantes,

ele pode sobreviver até quatro

semanas no ambiente quando as

condições forem favoráveis. Os

sinais clínicos se manifestam dois

ou três dias após a infecção. Aves

jovens demonstram prostração,

redução no consumo de alimen-

tos, espirros e ronqueira. A mor-

bidade geralmente é elevada e

pode chegar a 100% do lote. A

mortalidade pode chegar a 20%

geralmente quando associada a

uma infecção secundária

Poedeiras que sofrem in-

fecção antes de duas semanas de

vida, podem tornar-se improduti-

vas. Frangos de corte infectados

podem desenvolver aerossaculi-

te devido à infecção secundária,

apresentar sintomas respiratórios

e condenações no abatedouro.

Frangos vacinados com vírus vivo

para BI podem apresentar o mes-

mo quadro, porém mais brando.

A infecção em aves de pos-

tura causa queda na produção de

ovos e pode não induzir sinais res-

piratórios. Muitos ovos apresentam

cascafina,enrugadosemalforma-

dos. O efeito na queda de produção

pode durar mais de um mês.

Controle e prevençãoO isolamento das granjas e

as práticas conhecidas de biosse-

gurançanãotêmsidosuficientes

paraconterodesafiopelovírusBI

em regiões de alta densidade po-

pulacional de galinhas. Por esta

razão a melhor forma de prevenir

a ocorrência das perdas causadas

pela BI é associar os cuidados da

biossegurança com a utilização

da vacina.

No Brasil, estão dispo-

níveis as vacinas liofilizadas do

sorotipo Massachussetts (Mass)

amostras H120, H90, H52 e tam-

bém a amostra Ma5 que é um clo-

ne do sorotipo e induz uma prote-

ção mais duradoura.

Não há tratamento efetivo

para BI. Em frangos de corte, pode

ser usado antibiótico de largo es-

pectro para combater contaminan-

tes secundários, principalmente o

E. coli. É recomendado proporcio-

nar bom ambiente e bom manejo

para diminuir os efeitos de compli-

cações secundárias.

A bronquite infecciosaQuando associada a infecções secundárias, a doença causa grande impacto na produção

Ciência

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Fotos: César Machado

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Fonte: Manual de Doenças de Aves,

Alberto Back

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12 | sindiavipar.com.br

Entrevista

“Teremos queatravessar essa tempestade”Vice-governadora do Paraná prevê ano difícil pela frente

Cida Borghetti é a segunda

mulher a assumir o cargo de vice-

-governadora do Paraná – foi prece-

dida por Emília Belinati durante as

gestões de Jaime Lerner. Para este

ano, Cida prevê que será um perío-

do tempestuoso devido à perda de

confiançadaclassepolíticabrasilei-

ra, além de medidas do governo fe-

deral que, segundo ela, têm afetado

negativamente o estado. Já sobre

a inserção feminina no mercado de

trabalho e nas administrações públi-

cas, a vice-governadora acredita que

a participação das mulheres tem

aumentado e que “na verdade, essa

questão de gênero foi superada”.

Revista Avicultura do Paraná: O Estado do Paraná nunca ele-geu uma governadora. Acre-dita que esse momento pode chegar em breve?

Cida Borghetti: As mulheres

vêm aumentando a participação na

política, assim como em todas as

áreas, e se o Paraná vier a ser gover-

nado por uma mulher, será uma con-

sequência direta desse processo.

Hoje, na verdade, essa questão de

gênero foi superada e o que quali-

fica tanto homens comomulheres

para governar é a experiência, o tra-

balho, a competência comprovada.

Com base em sua experiência, acredita que a mulher tem con-quistado espaço na política?

A classe política brasileira

passa por um período turbulento,

com falta de credibilidade e de con-

fiança.Issoéumfato.E,diantedos

escândalos de corrupção que esta-

mos assistindo, há que se reconhe-

cer que o eleitor tem razão.

Penso que essa situação

afasta tanto homens como mulheres

de bem da atividade política, e aca-

ba gerando um círculo vicioso, em

que os bons não participam porque

temem a comparação com os maus

políticos e os maus ocupam os espa-

ços deixados em aberto.

Meu papel como vice-gover-

nadora é, também, o de dar o exem-

plo para que outras paranaenses

tragam para a política a dedicação,

a competência e a capacidade de

trabalho que demonstram em suas

áreas de ação. O Paraná tem muito a

ganhar com isso.

A escritora Clarice Lispector

diz que “Pensar é um ato. Sentir é

um fato” e eu acho que a contribui-

ção das mulheres, não apenas na po-

lítica, mas em geral, é que nós pen-

samos e sentimos e isso nos dá uma

dimensão completa da realidade, do

nosso dia a dia, que levamos para os

grandes projetos, e por que não di-

zer, também para os nossos sonhos.

Quais as expectativas para o agronegócio paranaense neste ano?

Este ano está destinado a

incertezas tanto na área política

comoeconômica.Especificamente

no agronegócio, a desvalorização

do real frente ao dólar deverá com-

pensar eventuais quedas das co-

tações das commodities no mer-

cado internacional. Como vem

ocorrendo na história recente,

o agronegócio continuará a ser

neste ano um dos poucos seto-

res da economia com resultados

extremamente positivos, não só

Este ano está destinado

a incertezas

Page 13: Ed 45 Mar/Abr 2015

13sindiavipar.com.br |

Entrevista

no Paraná, como em outros Estados

com vocação agrícola.

Sendo a avicultura do Paraná a maior produtora e exportado-ra do país, o governo elabora medidas específicas para esse setor?

Diante da participação extra-

ordinária do setor avícola na econo-

mia estadual, o governo Beto Richa

tem mantido entendimentos com a

Federação da Agricultura do Para-

ná (Faep), que vem trabalhando há

tempos no levantamento dos custos

de produção. O objetivo é acomodar

os interesses tanto dos avicultores

como da indústria integradora. E é a

partir daí que a nossa Secretaria de

Agricultura estabelecerá medidas

específicasparaosetor.

Crises como a greve dos caminhoneiros podem ser evitadas pelo governo esta-dual?

O movimento dos caminho-

neiros foi nacional e o Paraná foi

inserido no contexto da paralisação

como os demais Estados. Somos

uma república federativa e, his-

toricamente, nosso Estado

tem um retorno muito

aquém do que con-

tribui para a riqueza

nacional. Mas sofre

as consequências

das crises, tanto

de uma greve de

caminhoneiros,

como do aumen-

to dos preços

dos combustí-

veis e da ener-

gia. A receita

para que o Pa-

raná não fique

tão vulnerável

aos acontecimentos

de Brasília é a participação em bloco

de nossa bancada federal. Fui repre-

sentante do Paraná na Capital Fede-

ral e depois deputada Federal e sei

que uma bancada unida, coesa, sem

grandes interferências partidárias,

faz a diferença.

O alto custo da energia elé-trica é um problema antigo para os industriais do estado. Com o novo reaumento, que impactos pode haver sobre a produção paranaense?

Tanto a população como os

empresários estão assustados com

os reajustes das tarifas do setor elé-

trico. Os problemas nasceram com a

Medida Provisória n° 579, em setem-

bro de 2012, e a intenção de reduzir

o preço da energia, em média, em

20% a partir de 2013.

O endividamento das gera-

doras e transmissoras de energia,

o esvaziamento dos reservatórios

das hidrelétricas e o uso intensi-

vo das usinas térmicas resultou na

transferência das dívidas aos con-

sumidores, em dose cavalar ao uso

industrial. O impacto é grande nos

custoseéinflacionário.Oproble-

ma é que a política energética é do

governofederal,masosEstadosfi-

cam com ônus do desemprego, da

redução do crescimento, e, por con-

sequência, tem menos arrecadação

e menor capacidade de investi-

mentos. Teremos que atravessar

essa tempestade.

13sindiavipar.com.br |

Page 14: Ed 45 Mar/Abr 2015

14 | sindiavipar.com.br

Fiep

O balanço dos últimos três

anos de serviços prestados pelo

Sesi no Paraná para as indústrias do

segmento de abate e frigoríficos de-

monstra o envolvimento nas ques-

tões relacionadas à qualidade de vida

do trabalhador. Entre 2012 e 2014,

67 indústrias fecharam cerca de 580

contratos de trabalho com o Sesi que

envolveram a realização de diagnósti-

cos em saúde e segurança no trabalho

e consultoria e assessoria em diversas

atividades como audiometria e ergo-

nomia, por exemplo.

Esta crescente procura por

serviços que direcionem o trabalha-

dor no uso mais adequado de ferra-

mentas que proporcionem uma me-

lhor qualidade de vida também foi

impulsionada pela atualização da

legislação relacionada à segurança

e saúde do trabalhado, principal-

mente com a publicação do NR36,

que propõe melhorias nas condi-

ções de trabalho.

Diante desse cenário, o Sesi

criou o Programa de Gerenciamen-

to da NR36, que foi construído em

conjunto com representantes da in-

dústria, sindicatos e associações re-

presentativas do setor. Lançado em

2013, o programa atua com base em

duas estratégias. A primeira tem a fi-

nalidade de assessorar as empresas

para a construção de um ambiente

de trabalho seguro, a partir do cum-

primento dos requisitos da NR36. A

segunda busca a construção de um

ambiente de trabalho saudável, ten-

do a saúde do trabalhador como foco.

Nas assessorias e consultorias

prestadas, o Sesi leva às empresas

tecnologias sociais tais como: lista de

verificação e aderência à NR36; AET

– Análise Ergonômica do Trabalho;

formação de comitê gestor multidis-

ciplinar dentro da empresa; indicado-

res de segurança e saúde do trabalho;

DSEV – Diagnóstico de Saúde e Estilo

de Vida; atendimento relacionados à

saúde ocupacional, entre outros.

A Frangos Pioneiro é um

exemplo de empresa que utilizou as

tecnologias do Programa de Geren-

ciamento da NR36, já promoveu a

adequação do ambiente produtivo e

está atuando na melhoria dos indica-

dores de saúde e estilo de vida do tra-

balhador. Para este ano, o Sesi preten-

de continuar a execução do Programa

da NR36, com ênfase na redução do

absenteísmo e presenteísmo do tra-

balhador na indústria.

Indústrias buscammelhorias para o trabalhador

Page 15: Ed 45 Mar/Abr 2015
Page 16: Ed 45 Mar/Abr 2015

16 | sindiavipar.com.br

O Show Rural 2015 pro-

vou que o agronegócio continu-

ará sendo um pilar de sustenta-

ção para a economia brasileira.

Mesmo em meio a um cenário de

estagnação econômica, o even-

to apresentou crescimento de

20%, atingindo R$ 2 bilhões em

volumes de negócios. Conside-

rada pela crítica a maior feira do

agronegócio da América Latina,

esta foi a 27ª edição do evento

realizado pela Coopavel.

Instalado em uma área

com 72 hectares, o Show Rural

foi o grande palco para apre-

sentação dos atores principais

do cenário mundial: a tecnolo-

gia e a inovação. Em todos os

seguimentos demonstrações de

novidades foram apresentadas.

Nos cinco dias em que abriu as

portas para o público, o evento

contou com 230.904 mil visitan-

tes, que puderam conhecer os

produtos apresentados por 480

expositores.

Além da grande movi-

mentação de utilitários, automó-

veis e camionetas, as empresas

de sementes, nutrição de plantas

e solos, fertilizantes, insumos e

outros equipamentos, que mos-

traram suas novidades na maior

vitrine do agronegócio da Amé-

rica Latina, vão fazer seus negó-

R$ 2 bilhões de negóciosShow Rural 2015 bate recordes mesmo com período turbulento da economia brasileira

Eventos

Page 17: Ed 45 Mar/Abr 2015

Eventos

cios durante todo o ano, o que

significa que o valor bilionário

deve continuar aumentando ao

longo de 2015.

Evolução O diretor presidente da

Coopavel, Dilvo Grolli, relembra

que em 1989, no primeiro Show

Rural Coopavel, a produtividade

de soja era entre 1,6 mil a 1,8 mil

quilos por hectare. Hoje, as la-

vouras do Paraná estão entre 3,6

mil a 4,2 mil quilos. O que repre-

senta um crescimento de mais de

100% em produtividade.

Dentro do Show Rural Co-

opavel, os resultados das áreas

de experimentos de produtivi-

dade apresentados pelos expo-

sitores eleva esse número para

próximo de 5 mil quilos por hec-

tares. E é essa diferença maior

que vai para o campo a curto

prazo. Já no milho os resultados

eram de 3 mil quilos por hecta-

res, naquele ano, e hoje a média

da produtividade é de 9 mil qui-

los por hectares.

“Os registros históricos

dos últimos 25 anos no Brasil

apontam um crescimento de mais

de 250% de produção e 50% em

espaço territorial. Quando divi-

dimos o que a produção nacional

cresceu pelo aumento de área te-

mos entre 4 e 5% de crescimen-

to ao ano em produção. Por isso,

eventos como o Show Rural Coo-

pavel, têm um papel fundamental

nisso. Aqui, as melhores empresas

de insumos do mundo estão à dis-

posição do produtor para posicio-

ná-lo nesses níveis de produtivi-

dade”, explica Dilvo.

O Show Rural 2015 contou com

480 expositores

230.904 mil visitantes

Page 18: Ed 45 Mar/Abr 2015

A recente e crescente es-

cassez de água seja para abaste-

cer a população ou para produzir

energia e alimentos tem sido pauta

constante do noticiário brasileiro.

Além disso, em comum à popula-

ridade do assunto, praticamente

todas as análises e especulações

sobre esse fenômeno colocam o

agronegócio como um dos grandes

responsáveis, já que é apontado

como voraz consumidor de água da

sociedade.

Esse argumento é contes-

tado no estudo “Aquonegócio”,

produzido por Eduardo Pires Cas-

tanho, pesquisador do Instituto de

Economia Agrícola (IEA/Apta) da

Secretaria de Agricultura e Abas-

tecimento do Estado de São Paulo.

O debate técnico proposto pela

instituição procura demonstrar

que o agronegócio não só não é o

responsável pela atual crise, como

também apresenta possibilidades

para que se reverta o atual cenário.

“A água que cai com as

chuvas,aquecorre,aqueinfiltrae

penetra no solo, a que as plantas e

o solo evaporam após utilizá-las,

e aquela que mantém as reservas

subterrâneas. Esse processo é total-

menteinfluenciadopelaenergiado

sol e pela gravidade, além dos gran-

des movimentos climáticos regidos

pelos oceanos. Quando há uma in-

terferência humana nesse delica-

do equilíbrio, várias modificações

acontecem”, explica Castanho.

Segundo o pesquisador, a

perda hídrica já existe no Nordeste,

no Sudeste e no Sul do Brasil, espe-

Veredicto favorávelEm meio à crise hídrica, estudo do Instituto de Economia Agrícola “absolve” a agropecuária de ser uma grande consumidora de água

Sustentabilidade

ESTUDOS Debate técnico procura desmistificar senso comum em relação ao agronegócio

Page 19: Ed 45 Mar/Abr 2015

19sindiavipar.com.br |

O agronegócio nãoé o responsável pela atual

crise, como também apresenta possibilidades

para que se reverta o atual cenário

cialmente em sua faixa litorânea,

há 500 anos. O que acontece, de

acordo com Castanho, é que há um

consumo maior do que a quanti-

dade disponibilizada pelas chuvas

nas bacias que fornecem água para

as regiões, além de não se conse-

guir o aproveitamento da água que

éevapotranspiradaeinfiltrada.

O diferencial, de acordo com

o pesquisador, é que a agropecuária

é sustentável do ponto de vista hí-

drico, sendo uma grande produtora

de água para outros usos sociais.

“Peguemos o exemplo da pecuária

bovina. Ouve-se muito que para se

produzir carne bovina gasta-se mui-

ta água. É verdade. Para produzir

um quilograma de carne, são consu-

midos cerca de 8 mil litros de água,

que, entretanto, é continuamente

reciclada. Não fosse assim, o boi

teria no abate cerca de 2 mil tonela-

das!”, aponta Castanho.

Ao propor uma discussão

técnica sobre a utilização da água

na produção de alimentos, descre-

vendo o processo através do qual a

água é retirada da natureza, utiliza-

da e devolvida ao meio ambiente,

o quanto o desmatamento e a po-

luição prejudicam esse ciclo, Casta-

nho absolve o setor de ser o grande

responsável pelos problemas que a

região sudeste apresenta. Segun-

do ele, tudo que é irrigado tem um

consumo de água muito grande.

O que não é irrigado possui

um consumo relativamente baixo

de água. Isso, entretanto, não quer

dizerqueessaágua“fique”nopro-

duto. “Toda planta precisa de água,

como os humanos, porém, essa

água é utilizada e volta para o ci-

clo, sendo continuamente recicla-

daparaomeioambiente”,afirmao

pesquisador.

Para reforçar a tese, Casta-

nho relembra que a agropecuária

representa no Brasil de 8% a 10%

do Produto Interno Bruto (PIB), que

com o multiplicador do agronegó-

cio, por muitos anos continuamen-

te igual a três, leva a produção se-

torial a representar de 25% a 30%

da produção de riqueza nacional.

No comércio exterior, as cadeias

produtivas brasileiras ligadas ao

agronegócio exportaram em 2013

perto de US$ 100 bilhões e impor-

taram US$ 17 bilhões, gerando um

saldo positivo de US$ 83 bilhões,

números representativos da im-

portância de se pensar com caute-

la os impactos da crise hídrica para

a indústria.

19sindiavipar.com.br |

Page 20: Ed 45 Mar/Abr 2015

20 | sindiavipar.com.br

Após percorrer as regiões

brasileiras que concentram maior

parte da produção de soja no País, a

Expedição Safra 2014/15 apontou

redução de pelo menos 3% do po-

tencial produtivo máximo da safra

da oleaginosa para esta temporada,

reduzindo a previsão inicial de 96,1

para 93,34 milhões de toneladas. A

redução se deu principalmente por

conta dos problemas climáticos que

dificultaramoplantioeodesenvol-

vimento das lavouras, especialmen-

te nos estados de Goiás, Mato Gros-

so do Sul, Mato Grosso e parte do

Paraná. O ataque de diversas pragas

em algumas regiões também foram

alguns dos agravantes do cenário

de redução da colheita.

Apesar das questões cli-

máticas, os estados do Paraná e do

Mato Grosso, responsáveis por 47%

da produção da oleaginosa no país,

devem sustentar a safra de soja pre-

vista para a temporada. As lavouras

paranaenses devem render 16,94

milhões de toneladas e as mato-

grossenses, 27,28 milhões de to-

neladas. Juntos os estados devem

colher 2,9 milhões de toneladas de

soja a mais do que em 2013/14.

Considerando todo o país, são 6,23

milhões de toneladas extras.

O Indicador Brasil, lançado

pelo projeto em dezembro de 2014,

estimava que a produção nacional

de grãos atingisse a marca de 202

milhões de toneladas. “Após per-

correr diversas regiões produtivas,

inicialmente constatamos uma per-

da de 2,8 milhões de toneladas em

cima do potencial. O cenário final

Clima desafia safra de sojaExpedição Safra 2014/15 aponta redução de pelo menos 3% do potencial produtivo da oleaginosa para a temporada

Page 21: Ed 45 Mar/Abr 2015

Insumos

ainda está atrelado ao clima e a pro-

dutividade de áreas a serem colhi-

das em regiões como o Rio Grande

do Sul, que deve ter melhores resul-

tados”, relata o coordenador da Ex-

pedição Safra, Giovani Ferreira.

RoteirosNo roteiro pelos estados do

Paraná e São Paulo, que foram os

primeiros trechos a serem percorri-

dos pela Expedição em meados de

janeiro, técnicos do projeto consta-

ram que na região dos Campos Ge-

rais, a situação das lavouras estava

boa e os produtores esperavam

produtividade acima da média es-

tadual, enquanto em São Paulo a si-

tuação estava complicada por conta

da seca.

Já no Norte do Paraná havia

problema semelhante à de algumas

lavouras paulistas. Na região Oeste

do estado, a colheita estava bastan-

te avançada, acima de 60%, e exis-

tiam apenas algumas perdas pontu-

ais por conta da seca.

Em passagem pelos estados

de Mato Grosso, Rondônia e Mato

Grosso do Sul, em fevereiro, técni-

cos também constataram risco de

queda na produtividade ocasionada

pela falta de chuva e pela existência

de pragas como a mosca branca nas

lavouras de Mato Grosso.

Entre os meses de setembro

a maio, a Expedição Safra percorre

16 estados brasileiros, mais as re-

giões produtoras dos Estados Uni-

dos, Paraguai, Argentina e Uruguai.

93,34

47%

milhões de toneladas de soja devem ser colhidas nesta safra

da oleaginosa estão concentrados nos estados do

Paraná e Mato Grosso

Page 22: Ed 45 Mar/Abr 2015

22 | sindiavipar.com.br

Mercado

Com a habilitação de mais

oito frigoríficos para exportar

carne de frango à Rússia, o

Paraná confirma sua vocação

para a produção avícola e para

atender às demandas maiores

desse mercado. Recentemente,

Ad’oro, Avebom, Cocari, Ave -

norte,FrigoríficoAvícolaVotu-

poranga, Coopavel, Gran jeiro

Alimentos e União Aví -

cola Agroindustrial fo ram

autorizados a comercializar

com o país. O que significa que

mais da metade dessas novas

habilitações são de indústrias

instaladas no Paraná. Além do

segmento de carne de frango, os

russos também autorizaram as

exportações de três laticínios

brasileiros, sendo duas

unidades do Tirolez e uma da

Polenghi.

De acordo com o vice-

presidente da Associação

Bra sileira de Proteína Ani -

mal (ABPA), Ricardo Santin,

a habilitação des ses fri-

goríficossóocorreuagora

porque, em agosto de 2014, ainda

não constavam na lista do serviço

sanitário russo (Rosselkhoznadzor),

o que acarretou na necessidade de

que passassem por um processo

burocrático de troca de documentos.

No ano passado, o volume de frango

exportado à Rússia pelo Brasil

aumentou em cerca de 160%. E

desse resultado, mais de 35% foram

comercializados pela avicultura

paranaense.

Segundo o presidente

do Sindicato das Indústrias de

Produtos Avícolas do Estado do

Paraná (Sindiavipar), Domingos

Frango à RussaRússiahabilitanovosfrigoríficosbrasileirosparaacomercializaçãode carne de frango; maioria é paranaense

Page 23: Ed 45 Mar/Abr 2015

Mercado

Martins, a liderança do Paraná

nas comercializações de carne

de frango com a Rússia são

mais uma amostra do potencial

do estado, o maior produtor e

exportador avícola do Brasil. “A

qualidade da carne de frango

produzida no Paraná resulta

da atenção que dedicamos à

sanidade, às normas de abate

humanitário e, principalmente,

ao sabor de nosso produto. Tudo

isso faz com que consigamos

atender aos mercados mais

exigentes”, analisa.

O fim do embargo? Ao mesmo tempo em que

o aumento das exportações para

o mercado russo anima o setor,

também oferece motivos para

cautela, uma vez que, por tratar-

se de processo resultante de um

embargo político, pode se tornar

algo que seja encerrado a médio

ou até mesmo a curto prazo,

ainda que improvável. “Sabemos

que, em um momento ou outro,

esse embargo será findado.

Cientes disso, nós da ABPA

temos trabalhado fortemente

para buscar consolidar a posição

dos exportadores de carne de

frango e suínos no mercado

russo”, ressalta Santin. De

acordo com o vice-presidente,

a associação tem mantido

contato constante com as

importadoras e autoridades da

Rússia objetivando demonstrar

a qualidade dos produtos

nacionais. “O fato de estarmos

alinhados com os russos, por

meio da cúpula dos BRICS,

nos favorece nesse contexto”,

assegura o dirigente.

Entenda a crisePor quase durante todo o

século XX, a Ucrânia fez parte da

União Soviética, até a declaração

de sua independência. Isso fez

com que houvesse duas forças

opostas dentro do mesmo

território: a população mais velha,

que simpatiza com a vizinha

Rússia, e as gerações mais novas,

simpatizantes da União Europeia

(UE). Em 2013, a decisão do então

presidente Viktor Yanukovych

de assinar um acordo com o

país russo em detrimento de

um acordo comercial com a EU

deflagrou um intenso conflito

na Ucrânia, com derramamento

de sangue e acarretando em

sanções comerciais impostas

pelos Estados Unidos e UE.

Page 24: Ed 45 Mar/Abr 2015

24 | sindiavipar.com.br

Mulheres de atitude Protagonistas de histórias inspiradoras, profissionais conquistam cargos de liderança na avicultura paranaense

24 | sindiavipar.com.br

Foto

: Co

pag

ril

Page 25: Ed 45 Mar/Abr 2015

25sindiavipar.com.br |

MERCADO EXTERNOPollyana Thibes, gerente de exportações da Mana Foods e sócia da Kavod Export,

é responsável pelo mercado asiático

Capa

Para as mulheres continuarem

conquistando esse mercado, é preciso

determinação, atualização constante

e muita atitude

Célia Regina Hoffman, gerente financeira da Copacol

Mulheres de atitude Quando Célia Regina

Hoffmann começou a traba-

lhar na Copacol, em 1980, a

empresa contava com apenas

20 funcionárias do sexo femi-

nino. Trinta e cinco anos de-

pois, a atual gerente financei-

ra da cooperativa tem ao seu

lado 3.875 mulheres, núme-

ro 193 vezes maior. Evolução

que também é compartilhada

por todo o Paraná, onde elas

representam quase metade

da mão de obra da indústria

avícola, ocupando, inclusive,

posições de liderança sequer

imaginadas décadas atrás.

Quem faz essa análise

é o presidente do Sindicato

das Indústrias de Produtos

Avícolas do Estado do Paraná

(Sindiavipar), Domingos Mar-

tins. “Assim como em outras

esferas econômicas, as mu-

lheres também têm conquis-

tado espaços importantes na

agropecuária, tomando deci-

sões fundamentais para o su-

cesso dos negócios. Em 2015,

segundo levantamento que fi-

zemos, elas são cerca de 46%

dos funcionários das indús-

trias avícolas paranaenses”.

Célia, que ingressou

na Copacol como auxiliar de

crédito rural, acompanhou de

perto essa mudança. “É uma

questão cultural os homens

ocuparem os cargos de des-

taque. Por isso, é um desafio

para as mulheres chegarem

ao topo, mas esse paradigma

está se quebrando, aos pou-

cos”. Para enfrentar a compe-

titividade dentro de grandes

corporações é necessário “se

revestir mais forte”, como

observa a gerente. “A mulher

precisa se preparar mais que o

homem para atingir seus obje-

tivos, além de ter atitude para

conversar de igual para igual

com eles, no mesmo tom”.

Inspiradas em mulheres

como Célia, que começou a

trilhar seu caminho quando

os obstáculos eram mais im-

ponentes, as novas gerações

também estão batalhando

para chegar aonde querem.

Um exemplo é a médica ve-

terinária Pollyana Thibes, ge-

rente do departamento de

exportações da Mana Foods

(marca do Grupo Pioneiro no

mercado externo) e sócia da

Kavod Export, que presta su-

porte para empresas avícolas

Page 26: Ed 45 Mar/Abr 2015

26 | sindiavipar.com.br

na área de exportação.

“Hoje, o que mais me

interessa são novos projetos.

Amo o que é novo e tornar

aquilo real nas indústrias”,

conta Pollyana com entusias-

mo. Na Kavod, ela é respon-

sável pelo mercado asiático,

enquanto a sócia Ilonka Eij-

sink responde pelo Oriente

Médio e pela África. Em sua

opinião, o espaço alcançado

no setor avícola é resultado

de muita luta. “E não lutamos

apenas por melhores posi-

ções, mas para sermos aceitas

como profissionais capazes

de administrar uma indústria

e mostrar que nossa capacida-

de vai além de um passeio no

shopping”.

Outra história vitorio-

sa é protagonizada por Ivna

Nalério dos Reis, que desde

2012 é chefe da garantia da

qualidade da Unidade Indus-

trial de Aves da Copagril. “Em

2001, comecei a estagiar em

um abatedouro de aves. Foi o

primeiro contato empolgante

com a avicultura. Para assumir

o atual cargo foi um longo ca-

minho, de 11 anos. Mas, desde

o início, sabia o que queria.

Com isso, aproveitei todas as

oportunidades para o meu de-

senvolvimento”, relembra.

Essa também foi a ati-

tude seguida por Adriana

Aparecida Bussanello, que

trabalhava em um escritório

de contabilidade realizan-

do assessoria para a Pluma

Agroavícola e, em 2005, foi

convidada a assumir o cargo

de supervisora de recursos

humanos da empresa. “Ado-

ro trabalhar diretamente com

pessoas. Além de outras ques-

tões, a independência finan-

ceira significa autoestima e

realização. O reconhecimento

é lento, mas com o tempo as

conquistas são constantes”.

Para quem conhece a

realidade das principais in-

dústrias avícolas do Paraná, a

evolução também é perceptí-

vel, como afirma a gerente de

comunicação e marketing do

Sindiavipar, Mônica Fukuoka.

"Estou em contato com as

empresas frequentemente e

percebo que as mudanças têm

sido bastante positivas. Mas é

necessário continuarmos se-

guindo em frente", analisa.

Desafios e vitóriasApesar dos avanços, a

ascensão das mulheres den-

tro das instituições ainda está

CRESCIMENTO Em 1980, Célia

Regina Hoffmann entrou na Copacol

como auxiliar de crédito rural. Hoje, é

gerente financeiraFoto

: Co

pac

ol

Page 27: Ed 45 Mar/Abr 2015
Page 28: Ed 45 Mar/Abr 2015

28 | sindiavipar.com.br

longe de ser fácil . Segundo o

estudo “Perfil Social , Racial

e de Gênero das 500 Maio-

res Empresas do Brasil e Suas

Ações Afirmativas”, publi-

cado em 2010 pelo Instituto

Ethos, apenas 13,7% dos car-

gos executivos são ocupados

por mulheres nas maiores

empresas do país. Na gerên-

cia, o índice é de 22,1%; e na

supervisão, 26,8%. Ou seja:

quanto maior é o nível hierár-

quico, menor é a participação

feminina. No caso das mulhe-

res negras, a disparidade é

ainda mais gritante: elas de-

têm somente 0,5% dos car-

gos de alto escalão.

Na agropecuária, a par-

ticipação feminina também

é reduzida. De acordo com a

Pesquisa Comportamental e

Hábitos de Mídia do Produ-

tor Rural Brasileiro, realizada

pela Associação Brasileira de

Marketing Rural e Agronegó-

cio (ABMR&A), o percentual

de mulheres que coordena-

vam suas propriedades em

2013/2014 era de 10%. Em

1991/1992, esse número era

de apenas 1% - crescimento

evidente, mas a passos vaga-

rosos.

Além dos obstáculos en-

frentados no mercado de tra-

balho, espera-se que elas con-

ciliem os papéis de mãe, dona

de casa e estudante, como

citado pelas entrevistadas.

Mulheres nas indústrias avícolas do ParanáEmpresa Total de funcionários Mulheres Percentual

GTFoods 7.486 3.837 51,25%

Frango Granjeiro 1.551 788 50,05%

Averama 1.031 511 49,56%

Copagril 2.808 1.324 47,15%

Copacol 8.400 3.876 46,14%

Pioneiro 2.105 955 45,36%

Coopavel 4.965 2.187 44,04%

Pluma Agroavícola 1.381 563 40,76%

C. Vale 6.488 2.598 40,04%

Apesar dos avanços, nasmaiores empresas do país, as

mulheres ocupam apenas:

13,7%

26,8%

dos cargos executivos

dos cargos de supervisão

22,1%dos cargos de gerência

Page 29: Ed 45 Mar/Abr 2015

Imagem: Julio Bittencourt/Valor/Folhapress

Page 30: Ed 45 Mar/Abr 2015

30 | sindiavipar.com.br

Aliás, considerando essa úl-

tima função, Célia, Pollyana,

Ivna e Adriana têm em co-

mum uma característica mar-

cante: a busca contínua pela

atualização profissional. Para

comandar setores importan-

tes de grandes empreendi-

mentos, é preciso estar em

constante aprendizado, assim

como milhões de brasileiras,

que estão cada vez mais pre-

sentes no ensino superior.

É o que mostra o estudo

“Estatísticas de Gênero – uma

análise dos resultados do Cen-

so Demográfico 2010”, publi-

cado pelo Instituto Brasilei-

ro de Geografia e Estatística

(IBGE). Naquele ano, o índice

de mulheres que haviam con-

cluído a graduação era 25%

superior ao dos homens. Entre

pessoas ocupadas com 25 anos

ou mais, 19,2% da população

feminina possuía esse nível

educacional, contra 11,5% da

população masculina.

Para Célia, que partici-

pa de importantes decisões

tomadas pela Copacol, ver os

resultados obtidos por ela e

pela empresa é como acom-

panhar o crescimento de um

filho. Com uma rica experiên-

cia no setor avícola paranaen-

se, ela não hesita ao afirmar:

“Para as mulheres continua-

rem conquistando esse merca-

do e chegando cada vez mais

longe em cargos de liderança,

é preciso determinação, atua-

lização constante e muita ati-

tude. Só assim conseguiremos

ocupar mais nosso espaço”.

A bordo de um Scania

440, Rose Martins transporta

cargas do Grupo GTFoods para

quatro principais destinos:

Rio de Janeiro, São Paulo, Rio

Grande do Sul e Santa Catari-

na. Há um ano na empresa e

12naprofissão,éaúnicamo-

torista mulher da companhia.

Bem humorada, Rose conta

que gostava de caminhão des-

de criança e aprendeu a dirigir

sozinha.

“Na época em que co-

mecei a fazer viagens longas,

sumi no mundo. Adoro o que

faço, amo de paixão”, diz a mo-

torista, orgulhosa. “Encontro

muitasprofissionaisnaagroin-

dústria, até para ter a própria

independência. É interessan-

teverasmulheresnachefia”,

afirma. Quando questionada

sobre o que mais gosta no tra-

balho, ela responde: “Ser livre,

né? Cada hora estou em um lu-

gar, conheço o país inteiro”.

Em outro segmento da

linha pesada de veículos, o de

máquinas agrícolas, também

encontramos representantes

mulheres. Esse é o caso de

Rosinda Maria Stremlow, res-

ponsável pela concessão da

John Deere na empresa Hori-

zon, fundada em 1997. "É pre-

ciso identificar e desenvolver

as habilidades necessárias

tanto para os homens quanto

para as mulheres".

Movidas pela liberdade e pelo empreendedorismo

NA ESTRADA Rose Martins, a única motorista mulher do Grupo GTFoods, afirma que ama “de paixão” seu trabalho

NA ESTRADA Rose Martins, a única motorista mulher do Grupo GTFoods, afirma que ama “de paixão” seu trabalho

Page 31: Ed 45 Mar/Abr 2015
Page 32: Ed 45 Mar/Abr 2015

32 | sindiavipar.com.br

Afimdeampliaracapaci-

dade de geração de informações

para a agricultura regional e aten-

der com referência demandas de

todo o Brasil, a Copacol inaugu-

rou no mês de janeiro o Centro

de Pesquisa Agrícola (CPA), du-

rante a cerimônia solene do 24º

Dia de Campo, em Cafelândia

(PR), no Oeste paranaense.

Formado por uma área de

35 alqueires, o espaço será utili-

zado para a realização de expe-

rimentos nas diversas áreas da

agricultura como, por exemplo,

proteção de plantas, solos, se-

mentes, culturas e a validação

das tecnologias disponíveis no

mercado. As pesquisas ficarão

sob a responsabilidade de uma

equipe formada por dez pesso-

as, que vão conduzir os expe-

rimentos de campo dentro dos

padrões estatísticos, manuse-

ando o laboratório com fungos,

pragas e sementes.

“As informações geradas

serão difundidas pela equipe

agronômica da Copacol para os

cooperados, buscando melhorar

as práticas agrícolas, reduzindo

custos e aumentando a produti-

vidade dos associados”, explica o

assessor técnico da cooperativa,

Fernando Fávero.

O cooperado de Formosa

Copacolinaugura CPAA cooperativa também elegeuo seu novo conselho administrativopara a gestão 2015/18

Ciência e Tecnologia

As informaçõesgeradas serão

difundidas pela equipe agronômica da Copacol

para os cooperados, buscando melhorar as

práticas agrícolasFernando Fávero, assessor

técnico da Copacol

32 | sindiavipar.com.br

Page 33: Ed 45 Mar/Abr 2015

33sindiavipar.com.br |

do Oeste, Natal Marques Mendon-

ça, que participou da inauguração

do CPA, defende a evolução da

Copacol. “Mais uma vez a coope-

rativa sai na frente e realiza um

ótimo investimento, que com cer-

teza ajudará o associado, já que

terá cada vez mais informações

para escolha dos melhores culti-

vos e das melhores ações a serem

tomadas”,afirmaMendonça.

Até o momento, os inves-

timentos foram destinados para

a melhoria do acesso à área, fe-

chamento de cerca na área to-

tal, construção do auditório para

atender os eventos técnicos,

abrigo para máquinas e equipa-

mentos, banheiros e depósito de

defensivos. Ainda em 2015 serão

construídos três laboratórios de

sementes, proteção de plantas e

pesagem, salas de pesquisa, au-

ditório para treinamentos, além

de estufa para pesquisa.

Ciência e Tecnologia

Maior movimentação das avesMelhor absorção dos alimentosSistema totalmente automáácoAlta eficiência, baixo consumo de gás

Page 34: Ed 45 Mar/Abr 2015

34 | sindiavipar.com.br

Por ser o maior exportador

de carne de frango, o Brasil tornou-

-seeficienteemadaptar-seàsexi-

gências internacionais de diversos

destinos. Apesar dos benefícios,

um dos agravantes desse cenário

foi a adoção de regras impostas

por outros países, que foram cria-

das para atender as especificida-

des dessas regiões.

Com isso, o Brasil deixou

de criar suas próprias regulamen-

tações, deixando também de ser

proativo em um tema em que te-

ria condições de liderar as discus-

sões. Essa foi uma das conclusões

do estudo realizado pelas médicas

veterinárias Ana Paula de Oliveira

Souza e Carla Forte Maiolino Mo-

lento do Laboratório de Bem-estar

Animal da Universidade Federal do

Paraná (UFPR). (Leia o estudo com-

pleto nas páginas seguintes).

O estudo concluiu que o

grau de BEA nas granjas conven-

cionais brasileiras e paranaenses

parece ser superior ao de outros

países por diversos motivos. Se-

gundo Ana Paula, a presença cons-

tante do integrado na propriedade

é um dos diferencias. “No Paraná,

por exemplo, 89,5% dos produto-

res residem no local da criação dos

frangos, o que permite um maior

cuidado das aves. Isso já é um dife-

rencial positivo para o BEA, desde

que haja treinamento adequado

do integrado em relação ao mane-

jo e bem-estar”, destaca.

Além disso, a formação de

recursos humanos com conheci-

mento em bem-estar de frangos

de corte tem sido um processo

cada vez mais comum nas empre-

sas. “A partir disso, uma estraté-

gia interessante é que as empre-

sas tenham comitês internos ou

grupos de estudo de BEA para

monitorar e discutir tendências

mundiais”, sugere.

Apesar disso, de acordo

com a pesquisadora da UFPR, a avi-

cultura de corte, no geral, tem al-

guns pontos críticos ao BEA, como

pododermatites, claudicação, es-

tresse por calor, qualidade do ar,

densidade de alojamento. Ações

das empresas nesses pontos serão

benéficasparamelhorarograude

bem-estar. “É fato que cada em-

Cuidados alémda certificaçãoPesquisa mostra que Brasil e Paraná poderiam se tornar referências embem-estar animal na avicultura

Bem-estar

Cada empresa tem sua particularidade,

o primeiro passo para melhorar o BEA é um diagnóstico da

organizaçãoAna Paula de Oliveira

Souza, pesquisadora UFPR

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35sindiavipar.com.br |

presa tem sua particularidade, por-

tanto o primeiro passo para quem

quer melhorar o grau de BEA é ter

um diagnóstico da situação na pró-

pria organização. A partir de uma

avaliação, é possível ter um pla-

nejamento estratégico para solu-

cionar ou minimizar os problemas

identificados”,esclarece.

dos produtores residem no localda criação dos frangos no Paraná

89,5%

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36 | sindiavipar.com.br

Figura 1. Granjas de frango de corte avaliadas pelo protocolo Welfare Quality® no Rio Grande do Sul (A), Paraná (B)e Bélgica (C). Fontes: Federici e Souza.

O Brasil tem se destacado

na produção e comércio

internacional de frangos de corte.

Por ser o maior exportador mundial

de carne de frango, é natural que

alguns mercados externos queiram

conhecer quais as condições de

criação no país. A falta de legislação

de bem-estar de frangos de corte

no âmbito das granjas, somada à

escassez de publicações do Brasil

sobre o tema, pode dificultar o

acesso à informação acerca de

tais condições. Desta forma, a

interpretação internacional sobre

o Bem-Estar Animal (BEA) no

Brasil permanece excessivamente

vulnerável à influência do peso

econômico da questão. O resultado

disso pode ser prejudicial para

o país, que acaba tendo o BEA

deduzido a partir do número de

publicações e normatizações.

Como exemplo, observa-se esta

citação de Van Horne & Bondt

(2013): “No Brasil não há muita

informação disponível sobre bem-

estar animal uma vez que este

assunto não recebe muita atenção

no país”.

O Laboratório de Bem-

estar Animal da Universidade

Federal do Paraná (UFPR) tem

realizado pesquisas que começam

a esclarecer o grau de bem-estar

de frangos de corte no Brasil.

Nossos trabalhos compararam o

bem-estar de frangos em sistema

industrial, sendo uma comparação

entre granjas do Rio Grande do

Sul e da Bélgica (Federici, 2012)

e outra entre granjas do Paraná

certificadasGLOBALG.A.P.®enão

certificadas (Souza et al., 2015).

Nos dois trabalhos, a avaliação

do BEA foi realizada por meio

do protocolo Welfare Quality®

e contempla medidas dentro de

quatro princípios fundamentais:

boa alimentação, bom alojamento,

boa saúde e comportamento

apropriado. A figura 1 ilustra os

tipos de granjas avaliadas nos dois

estudos.

Na comparação entre

gran jas do Rio Grande do Sul e

da Bélgica, as granjas do Brasil

apresentaram maiores escores

em três dos quatro princípios: boa

alimentação, bom alojamento e

boa saúde. Para exemplificar as

diferenças encontradas entre os

dois sistemas avaliados, vejamos

Atualidades e perspectivas em bem-estar animal

Artigo técnico

CBA

Page 37: Ed 45 Mar/Abr 2015

37sindiavipar.com.br |

uma das medidas do princípio de

boa alimentação, que é a avaliação

da proporção número de aves por

bico de bebedouro. Na figura 2

é possível observar variação de

escore de sede entre as granjas da

Bélgica e homogeneidade entre

as granjas do Brasil. Na compara -

ção entre granjas certificadas

GLOBALG.A.P.®enãocertificadas

no Paraná, observamos que a

certificação promoveu melhorias

no acesso à água, qualidade de

cama e estado emocional positivo

das aves. Com relação aos outros

pontos críticos de bem-estar

na avicultura de corte, como

claudicação, dermatites de contato

e densidade de alojamento, não

houve diferença. Tais resultados

sugerem que as granjas já

apresentavam um padrão de bem-

estar próximo àquele objetivado

pelacertificação,equeaadoçãode

normas baseadas exclusivamente

em padrões estrangeiros pode ter

limitações na melhoria do grau de

BEA no Brasil.

Os dados favoráveis

ao Brasil nesses dois estudos

parecem ser reflexo do sistema

de produção em granjas con-

vencionais, caracterizadas pelo

uso da iluminação natural e

por uma menor densidade de

alojamento em comparação com

granjas tipo galpão escuro. O

país está em um momento de

alteração dos galpões, migrando

do sistema convencional para

aquele com baixa intensidade de

iluminação. No entanto, os países

que lideram a normatização de

assuntos relacionados ao BEA

mostram uma tendência de se

mover no sentido contrário ao

Brasil em relação ao uso de luz

natural. Assim, pode haver a perda

de uma vantagem competitiva

em termos de comércio exterior

caso a iluminação natural seja

futuramente um requisito obri-

gatório de BEA.

Nossos estudos de mons-

tram que o bem-estar de frangos

de corte em galpões convencionais

do Brasil, ainda que passível de

melhorias, não parece inferior

ao de outros países com galpões

totalmente fechados. É necessário

que as empresas conheçam o grau

de bem-estar de frangos de corte

nos diferentes tipos de galpões

para ser possível a avaliação

dos impactos de cada galpão

nos animais e um planejamento

estratégico para o futuro.

Ana Paula de Oliveira Souza1*, Carla Forte Maiolino Molento2*

* Laboratório de Bem-estar Animal,

Universidade Federal do Paraná; 1 Médica Veterinária, Esp., MSc,

[email protected]; 2 Médica

Veterinária, Msc, PhD, Professora

de Comportamento e Bem-estar

Animal, [email protected]

Artigo técnico

Figura 2. Escores de avaliação da proporção de número de aves por bico de bebedouro no Brasil (A) e na Bélgica (B), 100 é a melhor condição de BEA.

Assim, pode haver a perda de uma vantagem competitiva em

termos de comércio exterior caso a

iluminação natural seja futuramente um requisito obrigatório

de BEA

Page 38: Ed 45 Mar/Abr 2015

38 | sindiavipar.com.br

SUBPRODUTOS Salsichas estão entre os produtos

gerados a partir do aproveitamento de diversas partes do frango

Mito ou verdade

Basta caminharmos pelos

corredores do supermercado para

nos depararmos com as várias op-

ções de cortes de carne de frango.

Coxa,sobrecoxa,peito,filésassami,

asinha, coração, meio da asa e por aí

vai. Com um peso médio de mais de

dois quilos, o frango oferece diver-

sas opções de aproveitamento da

carne para a indústria avícola e para

a alimentação humana.

Embora a variedade seja

grande, nem tudo está na gôndola.

Na indústria, o processo não en-

cerra comafinalizaçãodos cortes

tradicionais. O descarte das par-

tes que não atendem ao gosto do

consumidor não é uma prática

comum. “Conseguimos extrair da

ave diversos subprodutos e isso

permite chegarmos próximos aos

100% de aproveitamento da car-

caça”, explica o gerente nacional

de Vendas do Grupo GTFoods,

Merlin Machado.

Esse elevado rendimen-

to é oportunizado em função

das técnicas de produção desen-

volvidas que permitiram o

aproveitamento de

subprodutos para

geração de ma-

térias-primas para

outros produtos. Entre

os recursos estão as

desossadoras mecâni-

cas, que a partir de partes

como pescoços, espinhaço

e carcaças, geram uma nova

massa cárnea popularmente

conhecida como Carne Meca-

nicamente Separada (CMS).

A CMS é o produto obtido

pela remoção dos resíduos de carne

de ossos provenientes da desossa

100% aproveitado?Carne de frango oferece diversas opções para comercialização após o processo produtivo

Page 39: Ed 45 Mar/Abr 2015

39sindiavipar.com.br |

Mito ou verdade

dos para realizar extração: por meio

de alta ou baixa pressão. No primei-

ro caso, a matéria-prima resulta em

uma massa comumente utilizada

na produção de embutidos como

salsichas, mortadela e, em menor

escala, para elaboração de linguiças

e hambúrguer. Já o processamento

à baixa pressão fornecesse uma

massa com uma textura mais gros-

sa, que é apropriada para produtos

como, por exem-

plo, empanado.

Exportação Outro

ponto que favo-

rece a indústria

na dinâmica de

produção e aprovei-

tamento é a exporta-

ção. O paladar exótico,

principalmente dos países

asiáticos, permite a ampliação do

portifólio de produtos comercializa-

dos que não representam uma opor-

tunidade para o mercado interno.

Mensalmente o GTFoods

exporta 20 mil toneladas de car-

tilagem de peito e joelho para a

Argentina e o Japão, respectiva-

mente.Aiguariaéusadaparafins

homeopáticos pelos argentinos e

os japoneses utilizam na culinária

para elaboração de aperitivos e es-

petinhos. A empresa comercializa

ainda aproximadamente 600 mil

toneladas/mês de pés para Hong

Kong e Vietnã, que saboreiam o

produto em diversos pratos.

“Conseguimos diversificar

o uso da matéria-prima no mer-

cado internacional em razão do

paladar diferenciado de alguns

destinos para os quais estamos

habilitados. Embora algumas par-

tes do frango, como os pés, tam-

bém sejam utilizados no merca-

do interno, o abastecimento não

representa nem 1% da produção

do grupo”, aponta o gerente de

exportações do GTFoods, Edemir

Trevizoli Junior.

Consumo animalMesmo as opções de apro-

veitamento sendo tão amplas na

alimentação humana, restam al-

gumas partes que não são desti-

nadas para esse fim. As vísceras,

o sangue e as penas passam por

outro processo de transformação

que originam em farinha de vísce-

ra, farinha de pena e óleo. A princi-

pal aplicação desses subprodutos

é na produção de ração animal.

Conseguimos extrair da ave diversos

subprodutos e isso permite chegarmos próximos aos 100%

de aproveitamento da carcaça

Merlin Machado, gerente nacional de vendas do Grupo GTFoods

de carcaças de frango, utilizando-se

meios mecânicos e resultando na

perdaoumodificaçãodaestrutura

fibrosadomúsculo.Sãodoisméto-

Page 40: Ed 45 Mar/Abr 2015

40 | sindiavipar.com.br

Todos sempre sonham em ter

uma ideia original, um produto úni-

co, algo que traga reconhecimento,

fama, distinção e os lucros com ela.

Mas poucos sabem que isto é bem

mais simples quando falamos de

música,pinturas,históriasdeficção,

filmes, literatura, arquitetura, onde

osprofissionaisenvolvidosnascem

com um certo dom para a criação de

uma conteúdo novo, diferente do

habitual, nunca antes vistos.

A diferença entre esses artis-

tas e os alimentos e, principalmente,

a carne, é que esses artistas traba-

lham com um uma matéria prima ili-

mitada do ponto de vista de acordes,

de formas, de cores, de jogos de pa-

lavras, de intrigas minuciosamente

criadas para desertar emoções. Ago-

ra, como fazer isso usando sempre o

mesmo elemento que todos têm?

Digo isso pois o mesmo

frango que criamos aqui tem as

mesmas partes e mesma consti-

tuição que os frangos dos Estados

Unidos da América, da Tailândia, do

Japão.Ograndedesafioestáaí:nos-

sos engenheiros de alimentos, vete-

rinários, técnicos agrícolas, nossos

gerentes comerciais, e muitas vezes

os nossos empresários, entre outros

profissionais da cadeia produtiva,

na grande maioria das vezes não

nasceram com o dom da criação,

nasceram com o dom da crítica, da

análise e da execução, fazem muito

bem o seu trabalho criativo dentro

da sua área, mas não estão prepara-

dos para serem criativos nos produ-

tos que comercializam.

Então não podemos ser cria-

tivos sem ter o dom? Bem, isso eu

não concordo. Quando temos que

ser criativos e não temos o dom, te-

mos que aprender a desenvolver

esse dom. E como fazemos isso?

Bem, aí o caminho é um pouco lon-

go e sinuoso, mas nada impossível.

Como tudo que fazemos na vida; a

vontade é um dos grandes motiva-

dores para atingir os objetivos. Para

ser criativo e inovador alguns passos

são importantes.

1. Ter a inovação como missão Em uma empresa, ter isso

como um dos pilares da sua existên-

cia e forma de fazer as coisas, sejam

elas processos ou produtos, é de

suma importância. Não se pode fazer

algo que não se tem o dom de fazer

se você não praticar todos os dias, to-

das as horas e, por que não, todos os

minutos do dia. Os chefes, gerentes

e o próprio empresário ou presiden-

te devem estimular essa prática en-

treoscolaboradores.Afinaldecon-

tas, só se chega a lugares diferentes

se tomarmos caminhos diferentes.

Sam Walton, fundador do Walmart,

em seu livro Made in America, cita

um dos sucessos da empresa que

é estimular os seus colaboradores

com a seguinte frase “swim against

the tide” ou, na tradução livre para o

português, seria nadar contra a maré.

Não é fácil mas você chegará onde

os outros que procuram o caminho

fácil para as soluções não chegarão.

Recrute pessoas com o perfil que

acreditam que impossível pode ser

tornar realidade

2. Pense grande, comece pequeno

Inovar exige sempre um nível

de questionamento se o que estamos

criando é bom e funciona, portanto

temos que testar, e podemos fazer

isso em pequena escala. Um lote pi-

loto de um novo produto, pode ser

lançado em um mercado menor que

você pode controlar as variáveis, se

tudo der errado o investimento foi

pequeno, se der certo, podemos ex-

pandir lentamente o sucesso até que

todos acreditem ser mesmo bom, é o

processo da autoafirmação.

Inovação no agronegócioO CEO da Unifrango, Hudson Silveira, mostra a importânciada inovação no setor rural

Inovação

Page 41: Ed 45 Mar/Abr 2015

41sindiavipar.com.br |

3. Inovação contínua ao invés de perfeição instantânea

Inovar requer refinamento

sempre, todas as grandes ideias dos

produtos sempre são aperfeiçoadas

antes do lançamento e depois de lan-

çado os produtos. Pesquisas e ouvir o

consumidor sempre ajudam nas cor-

reções de rumo para satisfazer cada

vez mais os seus consumidores e au-

mentar o ciclo de vida dos produtos.

4. Olhe por ideias emtoda parte

Inovação exige conheci-

mento, e esse conhecimento vem de

observação de mercado, do compor-

tamento dos consumidores, dos con-

correntes,enfimdetodoouniverso

que o cerca, não deixe passar nada

despercebido. A sua ideia para um

novo produto pode estar ao seu lado

ou bem próximo a você se for atento.

5. Compartilhe Tudo Compartilhar ideias inova-

doras possa ser algo muito conta-

giante, peça ajuda, compartilhe com

seus colegas, com a empresa inteira,

você vai se surpreender com a ve-

locidade do aprendizado que vai

deixar você mais capaz e seguro

para ir adiante à inovação.

6. Comece com a imaginação e alimente com dados

Inovações têm o seu espaço

no mercado, verifique em que nível

suas ideias de inovação estão quanto

às tendências de mercado, à tecno-

logia de produção e o entendimento

da inovação pelos clientes. Busque

estatísticas, estudos de mercado, ten-

dências e comportamento de consu-

mo projetado para os próximos anos,

quais os volumes de produtos que

poderão ser consumidos com essa

tendência. Tudo tem o seu tempo

para acontecer, inovações muito arro-

jadas podem não ser bem entendidas

pelo mercado ou os consumidores e

você pode se frustrar com os resulta-

dos. Inovar com objetivos comerciais

devem estar um pouco à frente dos

outros concorrentes ou tendências

no tempo, mas não anos-luz.

Muitas pesquisas antes,

base concreta de dados; aqui não

vale abstração, aqui é concreto sóli-

doeumajudaooutronaafirmação

da inovação.

Um grande exemplo que acho

fantástico para ilustrar isso é o porquê

hoje se vende muito carro de luxo na

cor branca, quando isso era reservado

aos taxis em várias cidades ou os car-

ros básicos das empresas. Muitas pes-

quisas foram feitas no meio dos anos

2000, em que as tendências para os

clientes de alta renda eram: consciên-

cia com o ecologicamente correto, a

preocupação com a poluição, conser-

vação de energia, limpeza.

A melhor cor que representa

isso é o branco, e dessa forma um vei-

culo branco foi vendido, uma cor que

transmite isso limpeza, conservação

de energia (um veículo branco, quan-

do comparado com um preto do mes-

momodelodeixadoaosol,ficacom

temperatura interna em média de

10ºC abaixo do modelo na cor preta,

isso economiza combustível para re-

frigerar o seu interior, além de outros

benefícios), o branco usa pigmento

menos agressivo ao ambiente que

outras cores, além de ser mais bara-

to que as cores metálicas ou peroli-

zadas, e assim vai. Quem imaginava

comprar uma Mercedes Benz na cor

branca no início dos anos 2000?

(A segunda parte deste artigo

será publicada na próxima edição da

revista Avicultura do Paraná).

Hudson Silveira,CEO da Unifrango

Inovação

Page 42: Ed 45 Mar/Abr 2015

42 | sindiavipar.com.br

Mesmo diante das dificul-

dades econômicas mundiais e ape-

sar da desvalorização dos grãos na

comparação com 2013, a C.Vale

- Cooperativa Agroindustrial con-

seguiu no ano passado elevar em

11,2% seu faturamento. Com isso,

a cooperativa registrou R$ 4,64

bilhões em 2014. O valor, dividi-

do entre os mais de 15 mil asso-

ciados, subiu 13,52%, alcançando

R$ 36 milhões entre sobras, juros,

devolução e restituição de capital

social.

Para o presidente da C.Vale,

Alfredo Lang, o crescimento é re-

flexo de uma administração que

se preocupa em planejar antes de

investir e não deixar de pensar no

futuro. “Nossos investimentos são

feitos somente após estudos de

viabilidade, depois que conhece-

mos o mercado e as novas tecno-

logias para um segmento. Somos

cautelosos ao privilegiarmos o

estudo detalhado do mercado.

Também procuramos por tecnolo-

gias que nos assegurem vantagens

competitivas”, explica.

Em 2014, o desempenho

C.Vale cresce 11,2% em 2014Faturamento foi de R$ 4,64 bilhões e abatedouro de aves está entre as meta de investimento para este ano

Page 43: Ed 45 Mar/Abr 2015

43sindiavipar.com.br |

da cooperativa fez com muitas

conquistas fossem alcançadas

como a consolidação da incorpora-

ção da Cooperativa Mista do Brasil

(Coopermibra), com sede em Cam-

po Mourão. O processo caminha-

va desde 2009, quando a C.Vale

arrendou as 19 unidades da Coo-

permibra distribuídas nas regiões

Centro-Oeste, Norte, Centro-Sul e

Noroeste paranaense. Com a incor-

poração a C.Vale amplia a produ-

ção de grãos e a venda de insumos.

Além do investimento

prático em campo, a cooperativa

investiu no último ano na moder-

nização e inovação para os próxi-

mos anos. Foi implantado em toda

empresa o sistema de gestão ERP

SAP, que vem contribuir no suporte

tecnológico e de gestão. A inten-

ção é que a ferramenta contribua

para crescimento sustentável da

cooperativa, segundo expectati-

vas do presidente. A implementa-

ção do SAP, como é conhecido no

mercado, atenderá a totalidade da

cadeia de processos administra-

tivos, financeiros, industriais ede

distribuição da C.Vale.

No balanço do ano, cabe

mencionar ainda as obras de me-

lhoria das estruturas para o recebi-

mentoebeneficiamentodegrãos,

que colaboraram para os resulta-

dos alcançados.

Associados

Neste momento, a prio-

ridade imediata da C. Vale é o

investimento no segmento pei-

xes, que deve começar a sair do

papel ainda esse ano. Em 2015

também será retomado o foco na

agroindustrialização. “Daremos

início a uma nova etapa de diver-

sificaçãodeatividadescomcinco

projetos de investimentos. Va-

mos desenvolver projetos para

industrialização de peixes, soja e

milho, e para aumento do abate

de frangos. Também vamos am-

pliar o sistema de integração de

suínos, com a construção de um

frigoríficopelaFrimesa,daqual

somos sócios”, projeta Lang.

Metas

13,52% é o aumento no valor

repassado aos mais de 15 mil associados

11% foi o crescimento da cooperativa em 2014

Page 44: Ed 45 Mar/Abr 2015

44 | sindiavipar.com.br

ABPA

O mercado consumidor

internacional é uma arena na

qual o setor avícola brasilei-

ro tem orgulho de ostentar

a faixa de “campeão”. Líder

mundial nas exportações, o

setor embarcou, só no último

ano, mais de 4 milhões de to-

neladas de carne de frango.

Mais de US$ 8 bilhões foram

gerados com as vendas, para

mais de 150 países.

Engana-se, no entan-

to, quem vê nisto um cená-

rio confortável para o Bra-

sil . Competimos diretamente

com nações reconhecidamen-

te inovadoras, como é o caso

dos Estados Unidos. A bata-

lha pelo primeiro lugar é um

duelo diário que disputamos

em um negócio no qual o pre-

ço não é mais o grande dife-

rencial competitivo, distinto

do mercados de commodities.

Não, caro leitor, a carne

de frango não é commodity.

Diferente de algumas inter-

pretações equivocadas, é um

produto cuja qualidade, sa-

nidade e origem é valor per-

cebido pelo consumidor – do

Brasil e de outros países. É

um produto com valor agre-

gado, com marca reconhecida

e de percepção diferenciada,

especialmente em mercados

como o Oriente Médio e o Ja-

pão.

E qual o valor disto?

Vamos explicar a partir dos

insumos do frango: o milho

e a soja. Para ser produzido,

cada kg de frango precisa de

1,133 kg de milho e 0,567 kg

de soja. Se embarcássemos

para o exterior todo o milho

e a soja usada na produção do

frango que exportamos em

2014, teríamos um saldo de

US$ 1,9 bilhão – ou US$ 6,1

bilhões a menos que o saldo

dos embarques de carne de

frango no mesmo ano.

Há, ainda, um gran-

de horizonte para se explo-

rar. Apenas 11% de nossas

exportações é de produtos

industrializados, cujo preço

médio das exportações, de

quase US$ 3 mil dólares, re-

presenta uma agregação de

valor próxima de 80%. De

outro lado, 89% das expor-

tações são cortes e frango

inteiro, cujo valor agregado

é inferior a 70%. Imagine os

efeitos econômicos e sociais

se a parcela de participação

O valor que gera renda

Page 45: Ed 45 Mar/Abr 2015

Há, ainda, um grande horizonte para se

explorar. Apenas 11% de nossas exportações

é de produtos industrializados,

cujo preço médio das exportações, de quase

US$ 3 mil dólares

ABPA

Ao longo dos últimos 35 anos, a Quimtia trabalha para desenvolver e aperfeiçoar soluções

nutricionais para todas as espécies de animais. Com presença global e sedes no Brasil, Peru, Colômbia

e Argentina, garante credibilidade por meio de uma atuação séria e focada em oferecer resultados

que superam expectativas.

Soluções superiorestambém se constroem com confiança.Investimos em tecnologia e segurança para que você possa confiar em nossa qualidade.

de industrializados e a de

cortes e inteiros fossem in-

vertidas!

Dentre os efeitos di-

retos, podemos destacar a

expansão dos postos de tra-

balho, aquisição de maquiná-

rios, fortes investimentos em

pesquisa e tecnologia, entre

outros. Quanto mais proces-

sos empregados, maior a pre-

sença destes fatores.

Produto com valor

agregado gera emprego e

renda. No caso da avicultu-

ra, são 3,5 milhões de empre-

gos diretos e indiretos. Este

deve ser um objetivo da ini-

ciativa privada, mas também

do poder público, como uma

política de estado. Fren-

te aos desafios econômicos

que enfrentará nos próximos

anos, o país tem duas esco-

lhas: ou promove a agregação

de valor em nosso território,

ou exporta oportunidades e

empregos.

Francisco TurraEx-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

Page 46: Ed 45 Mar/Abr 2015

46 | sindiavipar.com.br46 | sindiavipar.com.br

Frango à espanhola

• 1 frango cortado em pedaços

• 3 cebolas em rodelas

• 4 tomates picados

• 1 folha de louro

• 2 Pimentões

• 1 colher de sopa de orégano

• 1 xícara de chá de vinho tinto seco

• 3 colheres de sopa de azeite

• 2 dentes de alho espremidos

• Azeitonas sem caroços

INGREDIENTES

ReceitaReceita

Tempere o frango com alho, sal, limão e pimenta numa forma refratária com tampa. Coloque os pedaços de frango, as rodelas de cebola, tomate, pimentão, louro, orégano e azeitona.

Regue com vinho e azeitonaTampe a forma e leve ao forno por

aproximadamente 1 horaSirva com arroz branco.

MODO DE FAZER

46 | sindiavipar.com.br

Tempo de preparo: 45min

Rendimento: 8 porções

Fonte: Izael Vieira Cunha

Gastronomia

Page 47: Ed 45 Mar/Abr 2015

EaDCA

PA

CIT

ÃO

Page 48: Ed 45 Mar/Abr 2015

48 | sindiavipar.com.br

Notas e registros

Há mais de duas dé-

cadas atuando em sistemas

de aquecimento, secagem

e geração de calor, a Ecogás

adquiriu know-how que a

permite desenvolver solu-

ções para os mais variados

processos, estando presente

em diversos setores da nossa

economia, tais como: indús-

trias alimentícias; indústrias

químico-farmacêuticas, papel

e celulose, metal-mecânica,

agroindústria (cereais, criado-

res de aves, plantas), plásticos

e derivados, hospitalar, hote-

laria, construção civil, siste-

mas para secadores, fornos,

estufas, incineradores. Somos

especializados em produzir

calor através de GLP e Gás

Natural para processos indus-

triais e agroindustriais. Aces-

se: ecogas.com.br.

A Vetanco do Brasil,

juntamente com a equipe

de avicultura da Globoaves,

unidade de Itirapina (SP), re-

alizou no último dia 20 de fe-

vereiro, um ciclo de palestras

para sua equipe técnica, mé-

dicos veterinários, supervi-

sores e gerentes de granjas.

As palestras foram ministra-

das pelo gerente técnico da

Vetanco do Brasil, M.V. Mar-

celo Dalmagro, com o tema:

“Avanços no Controle das

Micotoxinas” e também pelo

assistente técnico/comercial

M.V. Felipe Chiarelli, com o

tema: “Panorama atual da

presença das micotoxinas, re-

giões NE, SE, CO”.

Prestigiando o even-

to estiveram presentes tam-

bém o assistente técnico/

comercial da Vetanco Mar-

celo Casarin e o gerente

comercial aves – norte, Tia-

go Urbano. A Vetanco agra-

dece a oportunidade de se

fazer presente neste tipo

de evento, pois acredita ser

uma ótima oportunidade

de apresentar ao mercado,

todos os benefícios e dife-

renciais dos produtos inova-

dores da Vetanco, frutos de

um intenso trabalho do P&D

da Vetanco juntamente com

desenvolvedores reconhe-

cidos internacionalmente.

Acesse: vetanco.com.br

Ecogás: soluções há mais de duas décadas

A equipe Alcantara Blends

investe em conhecimento dos in-

gredientes puros e na perfeição de

suas misturas, pois só se atinge a

excelência quando se aprofunda na

produçãocientífica,eesseéonosso

forte. A legislação brasileira permite

uma gama enorme de ingredien-

tes funcionais a serem aplicados na

indústria de alimentos, porém a ex-

celência em suas aplicações ainda

são motivos de estudos, pesquisa e

desenvolvimentos específicos para

cada caso. Essa é nossa meta, nos

aperfeiçoarmos cada vez mais em

soluções técnicas para poder servir

mais e melhor o mercado Brasileiro

e Internacional, sempre acreditando

em um ambiente de sustentabili-

dade e respeito ao meio ambiente.

Acesse: alcantarablends.com.br

Tecnologia e inovação com a Alcantara Blends

Vetanco e Globoaves realizam palestras para equipe técnica

Page 49: Ed 45 Mar/Abr 2015

49sindiavipar.com.br |

Notas e registros

O ano de 2014 foi bastante

positivo para a avicultura brasileira

e podemos considerá-lo como um

período de readequação de todo o

mercado. Sem dúvidas, os últimos

quatro anos foram de aprendiza-

do para toda a indústria avícola

nacional e lançarão as bases para

estimular o progresso para a avicul-

tura nos próximos períodos. E para

contextualizar o cenário de hoje,

devemos analisar a partir do topo

toda a pirâmide que alimenta a ca-

deia avícola.

Nos últimos sete anos, vi-

vemos uma estagnação nos alo-

jamentos de material genético no

mercado brasileiro. Porém, também

vivenciamos o catastrófico aloja-

mento de matrizes acima da capa-

cidade de absorção do mercado,

em 2011, o que originou uma das

maiores crises na história da avicul-

tura nacional, em 2012, com sobra

de produto. O ano seguinte, 2013,

foi de ajustes na tentativa de reduzir

os prejuízos de toda a cadeia.

Finalmente, 2014 teve um

primeiro semestre focado em recu-

peração, seguido por um segundo

semestre bastante positivo, com

equilíbrio entre demanda e pro-

dução e remuneração da cadeia. A

safra recorde de grãos nos Estados

Unidos e no Brasil também teve

influência positiva, sustentando a

plataforma de custos da indústria e

garantindo melhor margem opera-

cional. O volume de matrizes aloja-

do voltou a se recuperar em 2014,

mas ainda ficando abaixo do volu-

me de 2011.

A grande diferença desta

vez está na disponibilidade de carne

no mercado interno, uma vez que as

exportações de carne de frango de-

vem registrar um volume superior

ao observado naquele ano, assim

como o volume exportado de ovos

férteis em 2014, que deverá crescer

25% em relação a 2012.

Fechamos 2014 próximo

dos 43,5 Kg de consumo per capita

de frango e acreditamos que este

consumo deve chegar a 45 kg per

capta em 2015, fator que poderá

ser influenciado pelo cenário das

outras proteínas. No caso da carne

bovina, o preço está em alta e a dis-

ponibilidade interna deve continuar

ajustada pelos próximos dois ou três

anos. Já com relação à carne suína,

o mercado internacional continua

favorável, o que leva os produtores

a priorizarem as exportações.

Outro fato que passará a

ter cada vez mais impacto, é que o

Brasil finalmente tornou-se uma

plataforma definitiva de exporta-

ção de matrizes para vários merca-

dos, como América Latina, Europa e

Ásia. As excelentes condições sani-

tárias e de biosseguridade do Bra-

sil e a desvalorização cambial que

deve manter-se estável em 2015

são fatores fundamentais para im-

pulsionar nossas exportações. Para

se ter uma ideia, as exportações

de matrizes do Brasil aumentaram

121% nos últimos quatro anos.

E para favorecer este ce-

nário, que se apresenta como al-

ternativa de escoamento à produ-

ção brasileira, as casas genéticas

trabalham cada vez mais focadas

para ampliar fortemente sua atu-

ação no mercado internacional,

com material genético de altíssima

qualidade,produzido aqui no Brasil.

Assim, acreditamos que o frango

será um produto cada vez mais pre-

sente na mesa do consumidor.

Jairo Arenazio é diretor-geral da Cobb-Vantress para a América do Sul.

Após um ano de recuperação, o queesperar para a avicultura em 2015?

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info

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ões,

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.br

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.com

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Estatísticas

Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg

Fevereiro35,89%

Paraná 106.457.248

Brasil 296.626.112

Acumulado36,19%

Paraná 205.481.065

Brasil 567.802.746PAR

AN

ÁPA

RA

FRA

NG

O

kg US$Jan 1.170.850 1.282.602Fev 758.185 1.259.550

Acumulado 1.929.035 2.542.152

EXPO

RTA

ÇÃ

OEX

PORT

ÃO

kg US$Jan 99.023.817 165.566.572Fev 106.457.248 172.293.292

Acumulado 205.481.065 337.859.864

Jan 132.438.907 129.710.339Fev 126.088.474 117.911.518Mar 123.765.546Abr 126.303.668Mai 129.795.915Jun 118.694.702Jul 139.284.261

Ago 129.571.893Set 133.117.061Out 142.888.941Nov 132.352.167Dez 135.517.214

Acumulado 1.569.818.749 247.621.857

Jan 677.443 580.598Fev 616.075 462.212Mar 603.691Abr 599.829Mai 663.850Jun 787.689Jul 1.026.914

Ago 963.308Set 1.031.075Out 1.126.924Nov 957.530Dez 436.397

Acumulado 9.490.725 1.042.810

Fo

nte

: S

ind

iav

ipa

r/S

ece

Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg

Fevereiro14,77%

Paraná 758.185

Brasil 5.129.824

Acumulado17,39%

Paraná 1.929.035

Brasil 11.089.909

Fo

nte

:Sin

dia

vip

ar/

Se

cex 

AB

ATE

(cab

eças

)A

BAT

E (c

abeç

as)

2014

2014

2015

2015

PER

U

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Frango Sabor Caipira

SIP 0003-A | SISBIIvaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br

PARANÁReferência em produção, exportação e sanidade avícola

Abatedouro CoroavesMaringá - coroaves.com.brSIF 2137

Avenorte Avícola Cianorte

SIF 4232Cianorte - guibon.com.br

Avebom

SIF 2677Jaguapitã - avebom.com.br

Agroindustrial Parati

SIF 2010Umuarama - agroparati.com.br

Agroindustrial ParatiRondon - agroparati.com.brSIF 3925

Frango DM

SIF 270Arapongas - frangoagosto.com.br

Frangos Pioneiro

SIF 1372Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br

Jaguafrangos

SIF 2913Jaguapitã - jaguafrangos.com.br

Granjeiro Alimentos

SIF 4087Rolândia - frangogranjeiro.com.br

Coopavel Coop. Agroind.

SIF 3887Cascavel - coopavel.com.br

BRF

SIF 716Toledo - brf-br.com

SIF 603

Unitá - Cooperativa CentralUbiratã - unitacentral.com.br

SIF 1876

Agroindustrial São JoséSanta Fé

JBS Foods

SIF 2227Jacarezinho - jbs.com.br

Kaefer Agroindustrial (Globoaves)

SIF 1672Cascavel - globoaves.com.br

Agrícola JandelleRolândia - bigfrango.com.brSIF 1215

BRF

SIF 424Carambeí - brf-br.com

Noroeste Paranaense Centro Ocidental Paranaense

Centro Oriental Paranaense

Sudoeste Paranaense

Norte Central Paranaense

Norte Pioneiro Paranaense

Oeste Paranaense

exportaçãogeral

exportaçãopara UE

Fábricade ração

Abatedouros Incubatóriosexportação para ChinaAbate Halal

sindiavipar.com.br

SIF 7777Santo Inácio – jbs.com.brJBS Foods

C. Vale Coop. Agroindustrial

SIF 3300Palotina - cvale.com.br

SIF 664

Cocari Coop. AgroindustrialMandaguari - cocari.com.br

Coop. Agroindustrial Lar

SIF 4444Medianeira - lar.ind.br

Copacol Coop. Agroind. Consolata

SIF 516Cafelândia - copacol.com.br

Coop. Agroindustrial Copagril

SIF 797Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br

GTFoods

SIF 1860Paraíso do Norte - gtfoods.com.br

GTFoods

SIF 1880Paranavaí - gtfoods.com.br

GTFoods

SIF 4166Maringá - gtfoods.com.br

Marco AviculturaTamarana

Unifrango

SIF 88Maringá - unifrango.com

Granja Econômica AvícolaCarambeí - granjaeconomica.com.br

JBS Foods

SIF 530Lapa – jbs.com.br

Metropolitana de Curitiba

Globoaves AgroavícolaCascavel - globoaves.com.br

Avícola CarminattiSanto Antônio do Sudoeste avicolacarminatti.com.br

BRF

SIF 1985Dois Vizinhos - brf-br.com

BRF

SIF 2518Francisco Beltrão - brf-br.com

Agrogen

SIF 3170Itapejara do Oeste - agrogen.com.br

Agrogen

SIF 2212Pato Branco - agrogen.com.br

Diplomata Industrial e Comercial

SIF 2539Capanema - diplomata.com

Avícola Pato Branco Pato Branco - avicolapb.com.br

Granja RealPato Branco - granjareal.com.br

Gralha Azul AvícolaFrancisco Beltrão - gaa.com.br

Pluma AgroavícolaDois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br

Tyson do Brasil

SIF 2694C. Mourão - tyson.com.br

Page 52: Ed 45 Mar/Abr 2015