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PUB SEXTA-FEIRA, 17 JUNHO 2011 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXIX, Nº 1521 (II Série) | Preço: 0,90 PUB Proletário Alentejano deve 2 milhões Deserto avança pelo Alentejo adentro Nos últimos 10 anos a área desértica du- plicou em Portugal, nomeadamente no Alentejo. Hoje é Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. pág. 7 Doentes esperam 495 dias por consultas No final de 2010, mais de 90 por cento dos utentes “muito prioritários” do Alentejo es- peravam em média mais de 495,9 dias por uma consulta de especialidade. pág. 4 Câmara de Beja continua sem pagar à PSP Joaquim Passinhas, da direção da ASP, revela que mais de metade do efetivo da PSP tem mais de 45 anos e que o material operacional está obsoleto. pág. 15 FRANCISCO SILVA CARVALHO O patrão dos patrões já foi o empregado dos empregados António Saraiva em entrevista A falta de crédito bancário e o cair de dívidas a curto prazo estão a asfixiar a Cooperativa Proletário Alentejano. João Machado, presi- dente da direção, pondera demitir- -se, mas garante que nem as oito lojas associadas, nem os 80 postos de trabalho estão em risco. pág. 5 A arte dos chocalheiros, que ainda subsiste em Alcáçovas, vai integrar a lista do património cultural imaterial da Unesco, com urgência de salvaguarda. Trata-se da mais importante relação de manifestações culturais que se podem candidatar a Património da Humanidade. Pelo que, neste momento, está a ser desenvolvido um plano integrado para salvaguardar os chocalhos e as práticas ancestrais do seu fabrico. Projeto pioneiro que vai ser apresentado ao público amanhã, sábado, na igreja de São Francisco, em Alcáçovas. págs. 2/3 Chocalhos fazem-se ouvir na Unesco Chocalhos fazem-se ouvir na Unesco JOSÉ FERROLHO págs. 12/13 Antó JOSÉ FERROLHO

Edição nº 1521

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Diário do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 17 JUNHO 2011 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXIX, Nº 1521 (II Série) | Preço: € 0,90

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Proletário Alentejano deve 2 milhões

Deserto avançapelo Alentejo adentroNos últimos 10 anos a área desértica du-plicou em Portugal, nomeadamente no Alentejo. Hoje é Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. pág. 7

Doentes esperam495 dias por consultasNo final de 2010, mais de 90 por cento dos utentes “muito prioritários” do Alentejo es-peravam em média mais de 495,9 dias por uma consulta de especialidade. pág. 4

Câmara de Bejacontinua sem pagar à PSPJoaquim Passinhas, da direção da ASP, revela que mais de metade do efetivo da PSP tem mais de 45 anos e que o material operacional está obsoleto. pág. 15

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O patrão dos patrõesjá foi o empregadodos empregadosAntónio Saraiva em entrevista

A falta de crédito bancário e o cair de dívidas a curto prazo estão a asfi xiar a Cooperativa Proletário Alentejano. João Machado, presi-dente da direção, pondera demitir--se, mas garante que nem as oito lojas associadas, nem os 80 postos de trabalho estão em risco. pág. 5

A arte dos chocalheiros, que ainda subsiste em Alcáçovas, vai integrar a lista do património cultural imaterial da Unesco, com urgência de salvaguarda. Trata-se da mais importante relação de manifestações culturais que se podem candidatar a Património da Humanidade. Pelo que, neste momento, está a ser desenvolvido um plano integrado para salvaguardar os chocalhos e as práticas ancestrais do seu fabrico. Projeto pioneiro que vai ser apresentado ao público amanhã, sábado, na igreja de São Francisco, em Alcáçovas. págs. 2/3

Chocalhosfazem-se ouvir na Unesco

Chocalhosfazem-se ouvir na Unesco

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Como um padeiro astronauta, Francisco Cardoso faz sair da forja vários chocalhos acaba-

dos de “cozer”. Liberto do fato espa-cial, vemos-lhe o rosto ensopado em suor e adivinhamos a temperatura que faz crepitar as fornadas e fun-dir o latão na chapa de ferro, por de-baixo da pasta de barro e palha que os envolve. 1200 graus, confirma José Maia, 66 anos, mestre de Francisco e do próprio filho, Guilherme Maia, ambos agora sócios na empresa Chocalhos Pardalinho, cujas no-vas instalações têm as portas aber-tas há dois meses na zona industrial de Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo. Antigos aprendizes, mestre e uma empregada apressam-se agora a fazer rolar no chão os “pãezinhos” acabados de sair. Uma operação re-petitiva, como uma dança ritual, que leva o seu tempo até que o latão der-retido se espalhe uniformemente e ganhe a forma da chapa moldada na bigorna. Segue-se depois um banho de água fria e a afinação, a poder de sábias marteladas.

Apenas uma porta separa a zona de fabrico na sala de receção, deco-rada, ao jeito de um museu, com fo-tografias em grandes dimensões das várias fases de fabrico, cuja ilumina-ção é garantida por lâmpadas reves-tidas de chocalhos, a provar a função, também decorativa, destes objetos ancestrais, que os romanos já produ-ziam. É aqui, neste edifício de linhas modernas, a sobressair dos restantes armazéns e oficinas das redondezas,

Arte dos chocalheiros mais perto de ser reconhecida pela Unesco

A chocalhar se conta a história peninsular

Chocalhos em debate, sábado em Alcáçovas

Decorre amanhã, sábado, em Alcáçovas, na igreja de S. Francisco, o colóquio “A arte dos chocalheiros – História e salvaguarda”,

que pretende ser um primeiro passo na implantação e desenvolvimento do plano de salvaguarda para o ofício, a apresentar

na ocasião pelo seu coordenador, o antropólogo Paulo Lima. A iniciativa, que arranca pelas 15 e 30 horas, é organizada pela

junta de freguesia local e Câmara Municipal de Viana do Alentejo, integrando a 14.ª Quinzena Cultural de Alcáçovas. Serão

oradores vários especialistas em património, estando prevista também uma homenagem aos mestres chocalheiros.

Cada chocalheiro que ainda resiste tem nas suas mãos, além de

uma arte e uma técnica que vêm diretamente do período romano,

também este encontro de culturas ibero-pirenaico, sendo em si

mesmo a chave que desoculta toda uma história peninsular. Paulo Lima, antropólogo. ❝

A arte dos chocalheiros, que tem o seu núcleo de resistência em Alcáçovas, Viana do

Alentejo, deverá integrar no próximo ano a lista da Unesco para o património imaterial que

requer medidas urgentes de salvaguarda. Arte e técnica que vêm diretamente do período

romano, os chocalhos, aparentemente mais um ofício tradicional em extinção, desvendam

afinal a história das trocas culturais peninsulares que se faziam nas rotas da transumância,

entre a Cantábria e os campos de Ourique. O que justifica o plano de salvaguarda que será

apresentado amanhã, sábado, na igreja de São Francisco, em Alcáçovas, pelo antropólogo

Paulo Lima, coordenador do projeto.

Texto Carla Ferreira Fotos Francisco Silva Carvalho

que repousa o futuro da arte de fa-zer chocalhos. E não é boa vontade, romantismo ou alarmismo jornalís-tico. É a realidade gritante. Se recu-armos ao século XVIII, vamos en-contrar, em Alcáçovas, referência a 14 oficiais de chocalheiro, sendo que, atualmente, se descontarmos os Pardalinho, apenas há registo de um outro no ativo, Joaquim Sim Sim, sep-tuagenário e a caminho da reforma. “Entre Portugal e Espanha, não ha-verá 20 chocalheiros e, em Portugal, se calhar daqui a cinco anos teremos apenas os chocalheiros de Alcáçovas, com os Pardalinho, que são o cami-nho para uma certa industrializa-ção da arte”, conta Paulo Lima, an-tropólogo e coordenador da equipa que, desde há cerca de um ano, vem recolhendo dados para um plano de defesa das artes chocalheira e esqui-laneira, a inscrever no próximo ano na lista da Unesco para o patrimó-nio imaterial que requer medidas

urgentes de salvaguarda. Será, de resto, a primeira manifestação em Portugal a integrar esta lista. O pro-jeto, que tem como instituição mãe a Junta de Freguesia de Alcáçovas, re-cebe o apoio financeiro da Câmara Municipal de Viana do Alentejo e está a ser trabalhado com a empresa Sistemas do Futuro, especialista em novas tecnologias ao serviço da ges-tão do património. Além de Paulo Lima, completam a equipa a historia-dora de arte Ana Pagará e o fotógrafo Augusto Brázio, todos a trabalhar pro bono, “aos fins de semana”.

A pergunta impõe-se: afinal, o que têm de especial os chocalhos? Aparte de ser um ofício tradicional, como o são também as artes do cadeireiro ou do oleiro, aparentemente nada. Mas à medida que vamos escavando na sua história, as surpresas sucedem --se. “É um mundo que se abre”, revela Paulo Lima, avançando com uma terminologia antropológica: “É o que

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Criatividade ao serviço da defesa do chocalho

Do plano de salvaguarda das artes dos chocalhei-ros e dos esquilaneiros constam vários objeti-vos ou “pontos criativos” para implementar entre

2011 e 2015, cuja missão é “chamar a atenção para uma arte em extinção”, mas sobretudo “mostrar que ela é ren-tável e que pode ser um instrumento de trabalho”, refere o antropólogo Paulo Lima. Um deles passa por reformu-lar a atual Feira do Chocalho, que se realiza em julho, fa-zendo dela um verdadeiro certame económico. Promover a experimentação do ofício pelo público em geral, através de um fórum-oficina, é também outra das ideias, assim como o cruzamento entre a metalurgia e o design, de que poderão resultar novos caminhos para as artes e artefac-tos antigos. Está também nos planos da equipa a abertura de um centro de documentação, de exposição e de experi-mentação, bem como a produção de uma carta de quali-dade do chocalho tradicional. Entretanto, o objetivo mais imediato é a inscrição da arte dos chocalheiros na lista da Unesco referente ao património cultural imaterial que re-quer medidas urgentes de salvaguarda, o que deverá acon-tecer já no próximo ano.

Carla Ferreira

Criatividade aoda defesa do c

o plano de salvaguarda dasros e dos esquilaneiros convos ou “pontos criativos” pa

2011 e 2015, cuja missão é “chamararte em extinção”, mas sobretudo “mtável e que pode ser um instrumento antropólogo Paulo Lima. Um delelar a atual Feira do Chocalho, que sezendo dela um verdadeiro certame ea experimentação do ofício pelo púbde um fórum-oficina, é também oucomo o cruzamento entre a metalurpoderão resultar novos caminhos ptos antigos. Está também nos planosde um centro de documentação, de ementação, bem como a produção dedade do chocalho tradicional. Entreimediato é a inscrição da arte dos chUnesco referente ao património cultquer medidas urgentes de salvaguardtecer já no próximo ano.

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Nem as novas tecnologias substituem

o GPS do gado

Parecendo apenas um elemento decorativo, um capricho dos donos de rebanhos e manadas, o

chocalho tem funções preciosas, que não caíram em desuso apesar dos avanços da tecnologia

também no mundo rural. Uma percentagem bastante significativa dos chocalhos vendidos destina-se

ainda à sua missão primordial: a criação de gado. É uma espécie de GPS. De noite ou ao longe, o

conhecedor deste “mapa sonoro” ficará a saber se o gado anda ou para, se bebe ou está doente.

chamamos um objeto total porque nos obriga a pensar a sociedade”.

Em primeiro lugar, sobressaem o seu caráter multidisciplinar e a sua an-tiguidade. Em cada exemplar, que car-rega uma técnica praticamente intacta desde há dois mil anos, encontram-se as artes do caldeireiro, no trabalho da chapa, do ferreiro, patente no caldea-mento (liga de metais), e do músico, porque o processo termina com a afi-nação do objeto, que não se aprende da noite para o dia. Mas talvez mais importante do que isso é a sua ligação primordial à criação de gado e, através dela, à transumância no território pe-ninsular, que determinava a desloca-ção sazonal de milhares de cabeças, entre a montanha e a planície, no in-verno, e no sentido contrário, quando chegava o tempo quente. Ou seja, entre a Cantábria e os campos de Ourique. “A transumância que, desde a época medieval, se estende por várias cana-das fundamentais, vai não só estrutu-rar algumas das povoações da época contemporânea – Entradas tem este nome porque era ali que entravam os gados que vinham da serra da Estrela – como constituir um instrumento de transmissão de cultura, através destes homens que fazem todos os anos esta circulação, de cima a baixo”, explica o antropólogo.

Neste sentido, adianta Paulo Lima, cada chocalheiro que ainda resiste

XVII, a partir de 1800 eram já “juízes” dos chocalheiros – e através dela pôde apurar que durante cerca de 400 anos não se quebrou a cadeia do ofício en-tre pais e filhos varões. A arte vai aca-bando, conclui Paulo Lima, “não por-que deixa de haver compradores, mas porque os chocalheiros vão tendo filhas”.

Gregório Sim Sim, 77 anos, con-firma o fenómeno. “Tenho uma fi-lha, não tenho continuação. Isto vai ter que fechar, quando eu não puder dar conta”, diz, sentado no seu “trono” de mestre chocalheiro, na oficina de toda a vida, onde desde há uma dé-cada apenas se “entretém” a fazer “co-leiras para uns chocalhos”. Encerrou a forja, “aborrecido” com as sucessivas obras que a lei lhe impunha por causa do ruído próprio do ofício e assim deu fim a um percurso que começou aos 12 anos, um mês depois do exame da 4.ª classe. “Entusiasmei-me logo. O meu pai trabalhava nisto, e eu come-cei logo de pequenino a bater marte-ladas nos dedos porque queria fazer chocalhos”, lembra, chamando a aten-ção para um padrão que parece irre-mediável: “Se formos analisar, todos os filhos dos operários não quiseram continuar operários. É um ofício um bocadinho pesado, violento, e as pes-soas não querem”. Sabe, no entanto, que se continuasse no ativo não lhe faltariam clientes. “Menos do que an-tigamente”, mas o suficiente para con-tinuar a viver da arte.

Foi isso que perceberam também os sócios da Chocalhos Pardalinho, que acabaram de estrear instalações de maior dimensão porque “a em-presa está a crescer e estamos a au-mentar o volume de vendas”, informa Guilherme Maia, de 37 anos, garan-tindo ter “trabalho para mais” do que os atuais quatro colaboradores, sócios incluídos, assim “haja gente a querer aprender a fazer chocalhos”.

O grosso da produção é absorvido pelo chamado “cliente profissional”, proprietário de gado bovino, ovino e equino – “para localizar o gado nas pastagens, por gosto, por tradição” – que é português, de norte a sul, mas também os há franceses e espanhóis. A nova aposta, “preparando já o fu-turo”, é no mercado decorativo, que tem alimentado as vendas da empresa ao longo da “época baixa” do chocalho tradicional, entre novembro e finais de fevereiro. Apesar de a vida não lhe correr mal, ter a arte dos chocalheiros reconhecida pela Unesco, é “uma fer-ramenta importante” que Guilherme Maia não dispensa. “Será bom para vendermos, para captarmos turismo, para que nos visitem, tanto a nós, fa-bricantes de chocalhos, como à locali-dade”, sustenta.

tem nas suas mãos, além de uma “arte e uma técnica que vêm diretamente do período romano”, também “este encontro de culturas ibero-pirenaico”, sendo em si mesmo “a chave que de-soculta toda uma história peninsular, mostrando que, afinal, estamos em contacto cultural”.

A “maldição” das filhas Ora, Alcáçovas está estrategicamente situada no final de uma das canadas peninsulares, a Soriana Ocidental, e regista a “parti-cularidade” de as marcas ou brasões dos mestres chocalheiros se encontra-rem “integradas no urbanismo”, no-meadamente nas chaminés, o que diz bastante do estatuto local deste ofício face a outras artes metalúrgicas tradi-cionais. Paulo Lima tem também em seu poder a árvore genealógica dos Sim Sim, família que se afirmou (du-plamente, a julgar pelo nome) como autoridade e referência no que ao fa-brico dos chocalhos diz respeito – vin-dos de Vila Real, nos finais do século

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Hoje

Com o objetivo de descentralizar a política local e

promover a aproximação entre a Assembleia Municipal

de Odemira e a população, a próxima sessão ordinária

deste órgão vai decorrer em Zambujeira do Mar, na

terça-feira, dia 21, a partir das 20 e 30 horas, na sede da

associação cultural, recreativa e desportiva local. Entre

outros assuntos estará em debate a “Reorganização da

rede de urgências hospitalares, no âmbito do Serviço

Nacional de Saúde – transporte pré hospitalar dos doentes

urgentes e emergentes do concelho de Odemira”.

Assembleia Municipal de

Odemira reúne-se em Zambujeira

Biblioteca de Santiago recebe manuais escola-res para serem entregues a famílias carenciadas A Biblioteca Municipal de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, associou-se ao projeto “Dar de Volta – Troca de Manuais Escolares” e, nesse sentido, está a receber os manuais escolares para serem entregues a famílias que necessitem. O objetivo é ajudar as

pessoas com mais dificuldades económicas. “Dar de Volta” é um pro-jeto intermunicipal promovido pela Associação de Municípios da Região de Setúbal, que tem como objetivo a reutilização de manuais escolares. O projeto decorre até 31 de agosto e os manuais são dispo-nibilizados ao público a partir de 1 de setembro. São aceites apenas os manuais escolares em vigor nos últimos seis anos letivos.

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No final de dezembro de 2010, mais de 90 por cento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região do Alentejo, com classificação de “muito prioritário” para aceder a uma consulta de especialidade, tinham um tempo mé-dio de espera de 495,9 dias, revelou o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), no relatório de primavera divulgado esta semana na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Texto Aníbal Fernandes

A Lei 41/2007 veio regular os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) aos cuidados de saúde, em 30

dias, para os casos considerados “muito prio-

ritários”, 60 dias, para os “prioritários” e 150 dias, para os “normais”, período em que os utentes deveriam ser atendidos pelos hospi-tais da rede do SNS, “no âmbito das solicita-ções feitas pelos médicos de Medicina Geral e Familiar”.

No relatório apresentado esta semana, a OPSS quantifica os tempos médios de espera por grau e região de quem aguardava consulta no hospital. No Alentejo para os casos “muito prioritários” contabilizavam-se 616 “pedi-dos não concluídos”, com um tempo médio de 495,9 dias de espera, o que representava 91 por cento de incumprimento da lei.

Nos casos “prioritários”, os 2570 uten-tes em espera aguardavam há 424,5 dias por uma consulta (82 por cento) e nas requisições “normais” eram 21 970 os doentes sem acesso

a um especialista (429,7 dias / 67 por cento).No hospital José Joaquim Fernandes, em

Beja, o tempo máximo de resposta para as consultas de cardiologia e psiquiatria era, respetivamente, 1143 e 211 dias, sendo este, mesmo assim, o valor mais baixo a nível na-cional. Dados que entretanto foram refutados pelo conselho de administração daquela uni-dade, em conferência de imprensa realizada na tarde de quarta-feira.

Nas cirurgias foi onde “se verificou uma maior não conformidade no cumprimento dos tempos máximos de resposta garantida”. O Alentejo não apresenta soluções para os ca-sos de cirurgia vascular. Na urologia, os caso “muito prioritários” têm de esperar, em mé-dia, 39,8 dias, mas em oftalmologia e otor-rino são quase seis meses (173 e 162).

Esperas ultrapassam os 495 dias por consulta de especialidade

Retalhos da vida dos doentesAna Sofia Varela e Baile Popular em Mértola João Pedro Pais, Ana Sofia Varela e Baile

Popular são os convidados musicais das

tradicionais festas da vila de Mértola, que

decorrem durante todo mês, mas com

as principais atividades a acontecerem

entre os dias 22 e 26. No dia 22 o castelo

de Mértola recebe os artistas locais Snake

Belt, Talego, Bacoustic e DJs Randy One,

Bastos e Erre Mira. No dia seguinte a

festa prossegue com a música de Noiserv

e a entrega do Prémio Jovem do Ano. À

noite sobe ao palco a Arquitectuna e Ana

Sofia Varela com o espetáculo “Fados de

Amor e Pecado”. No dia de S. João, 24, a

música desce ao cais do Guadiana com o

grupo Baile Popular e o conjunto Século

XXI. No dia 25, pelas 18 horas, terá lugar o

espetáculo infantil “A turma da Elsa”, no

Cineteatro Marques Duque. A noite volta

a ser de festa no cais do Guadiana com a

atuação de João Pedro Pais. O domingo é

dedicado novamente aos artistas locais e

ao convívio com a tradicional sardinhada.

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Biblioteca de Mértola regressa

ao edifício da antiga cadeia

A Biblioteca Municipal de Mértola regressa a casa no dia

24, dia do feriado municipal. Após as obras de ampliação

e remodelação, o antigo edifício da cadeia, localizado

no centro histórico da Vila Museu, volta a receber a

biblioteca, no mesmo dia em que foi inaugurada há 19

anos. A inauguração das novas instalações terá lugar pelas

18 horas. A obra de renovação da biblioteca foi financiada

pelo Feder em 451.226,62 euros, o que corresponde a 70 por

cento do investimento elegível aprovado, sendo o restante

investimento municipal, esclarece a câmara municipal.

Campanha de reciclagem de radiografias arrancou esta semana A Assistência Médica Internacional (AMI) lançou esta semana a 16.ª Campanha de Reciclagem de Radiografias, sendo possível até 5 de julho entregar em qualquer far-mácia as radiografias com mais de cinco anos ou sem valor de diagnóstico. Segundo a AMI, as radiografias serão posteriormente recolhidas e recicladas para a extração dos sais de prata que contêm. “Além de permitir encaminhar de forma racional este tipo de

material, o projeto serve os quatro pilares da AMI, já que alerta consciências e cria ri-queza para os projetos da AMI nas áreas da Assistência Médica, Ação Social e Ambiente em Portugal e no Mundo”, refere a organização. Em 15 anos, a AMI já reciclou cerca de 1200 toneladas de radiografias, que resultaram na angariação de mais de 1 milhão e 200 mil euros. A AMI diz que já recuperou mais de 12 toneladas de prata, participando assim na sustentabilidade ambiental do planeta.

Presidente da direção, João Machado, pondera demitir-se

Proletário Alentejano deve dois milhões

A falta de crédito bancário e as dívidas a curto prazo “herdadas da anterior gestão” criaram “constrangimentos financeiros” à Cooperativa Proletário Alentejano. O pre-sidente da direção garante, no entanto, que “nem as oito lojas da Coop nem os cerca de 80 postos de trabalho estão em risco”, mas não descarta a hipótese de se vir a demitir do cargo.

Texto Nélia Pedrosa

Foto José Ferrolho

As avultadas dívidas a curto prazo “her-dadas da anterior gestão”, quatro mi-lhões e meio de euros, e a dificuldade

em obter um empréstimo por parte da banca está a criar “constrangimentos financeiros” à Cooperativa Proletário Alentejana, que é pro-prietária de lojas em Beja, Alcaria da Serra, Portel, Vidigueira, Aljustrel e Vila de Frades.

Com o objetivo de “abater a dívida de qua-tro milhões e meio de euros”, a cooperativa já alienou uma herdade que detinha no concelho de Vidigueira e reduziu “os custos com pessoal em cerca de 20 por cento”, mediante “a não re-novação de cinco contratos de trabalho a termo resolutivo certo e a transferência de oito funcio-nários para uma nova empresa criada para a área da restauração e de quatro para a entidade que adquiriu a herdade”.

Em curso está também “a diminuição sig-nificativa dos custos intermédios, ou seja, com os consumos correntes, como o papel”, e a di-latação dos prazos de pagamento a fornecedo-res, “aliás uma recomendação do projeto de via-

Cercibeja promove festa para angariação de fundos A Cercibeja – Cooperativa de Educação

e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados

de Beja promove no dia 25, no recinto

da Ovibeja (entrada pelo rotunda do

pastor), o evento “80’s Colours”, que visa

recolher fundos para a construção do lar

residencial Vidas Coloridas II. O evento,

que se inicia com um jantar, pelas 20 e

30 horas, deverá conta com a presença

de Nicolau Breyner, Rita Pereira, Sara

Barradas, José Raposo, Pedro Granger,

Mafalda Bessa e Sílvia Rizzo. Após o

jantar, a animação ficará a cargo da

banda Xafarix LX e do DJ I Love 80’s.

Voluntariado Jovem para as Florestas em Castro Verde A Câmara Municipal de Castro

Verde tem abertas inscrições para o

programa Voluntariado Jovem para

as Florestas 2011, promovido pelo

Instituto Português da Juventude,

em colaboração com a Autoridade

Florestal Nacional e o Instituto de

Financiamento da Agricultura e

Pescas. A iniciativa tem como objetivos

“incentivar a participação dos jovens

no grande desafio que é a preservação

da natureza e da floresta através de

ações de prevenção e sensibilização”.

A duração prevista para este

programa é de quatro quinzenas,

entre 1 de julho a 31 de agosto, com

um horário compreendido entre as

12 e as 20 horas, durante um único

turno de 5 e 30 horas e destina-se a

jovens entre os 18 e os 30 anos que

gostem de atividades ao ar livre. As

inscrições podem ser feitas até dia 22.

Campos de férias em Alvito Ateliês de espantalhos, astronomia e tecelagem, jogos e contos tradicionais, teatro e cinema são atividades de campos de férias que vão decorrer no verão em Alvito para “transmitir” a crianças o património do Alentejo. As edições do Campo de Férias Património, promovidas pela empresa Spira, arrancam no próximo dia 26 e vão decorrer até 3 de setembro, para “transmitir”, “de forma divertida e didática”, a crianças dos seis aos 12 anos, a forma de estar e conviver, tradições, atividades económicas e o património do Alentejo. Cada campo de férias dura sete dias e recebe no máximo 40 crianças de qualquer nacionalidade, desde que falem português, inglês, francês ou espanhol, e o campo da primeira semana de julho vai ser bilingue (português e inglês) e incluir uma componente letiva de aprendizagem de inglês.

bilidade económico-financeiro elaborado para a Coop”, esclarece o presidente da direção, João Machado.

A direção continua ainda, “todos os dias, a tentar encontrar soluções, inclusivamente com as entidades financeiras parceiras da Proletário”, com vista “a conseguir um emprés-timo ou a reestruturação da própria dívida”. Mas “a não entrega das contas do exercício de 2010 da Proletário por parte da CoopLisboa – União de Cooperativas de Consumo [res-ponsável pela sua contabilidade]”, atualmente em processo de insolvência, “está a inviabili-zar o crédito”, diz o responsável, reforçando que “a falta de informação por parte da União de Cooperativas está a cortar as pernas à Proletário”. A dívida situa-se, neste momento, nos “dois milhões de euros”.

João Machado garante, no entanto, que “nem as oito lojas da Coop nem os cerca de 80 postos de trabalho estão em risco”. “A coopera-tiva não está em risco, está como qualquer em-presa que se depara com um mercado que neste momento não funciona como deveria funcio-nar e isso necessariamente acarreta muitas res-trições a nível financeiro que todos os dias esta-mos a tentar ultrapassar “, afirma o presidente, salientando “que neste momento a coopera-tiva tem cerca do dobro em património daquilo que tem em termos de dívidas e isso necessa-riamente salvaguarda não só os trabalhadores como também fornecedores”.

O responsável lembra ainda que “num mo-mento em que outras grandes cooperativas de consumo do País encerraram, a Proletário não fechou qualquer loja, abriu uma segunda em

Vila de Frades, num processo que não implicou qualquer investimento e que permitiu assegu-rar dois postos de trabalho”, e alargou o serviço loja on line a outras lojas fora de Beja. A que-bra média de vendas na Proletário “anda, atu-almente, à volta dos 13 por cento, que é a quebra média do mercado”, diz ainda João Machado, acrescentado que “as lojas mantêm o mesmo número de clientes que no início de 2008, a grande diferença está no volume de compras”.

Perante o que apelida de “abuso de con-fiança por parte da CoopLisboa”; a “falta de acesso ao crédito”; e “a situação resultante dos erros de gestão claros e evidentes cometidos na anterior gestão, nomeadamente a fusão por incorporação das cooperativas de Vidigueira e Portel, que prejudicaram a Proletário”, João Machado revela que “a demissão do cargo de presidente da direção é um cenário que está a ser devidamente ponderado”.

“É algo que obviamente só farei em última análise e não deixarei a cooperativa em mãos que não são desejáveis, não deixarei que exista um vazio de poder”, afiança o responsável que lamenta, ainda, “a inexistência de solidariedade e apoio por parte da assembleia geral, algo que é fundamental”. O presidente da direção defende assim “a necessidade da cooperativa ser vista como um todo, como uma entidade que tem 35 anos e que merece respeito, assim como quem a está a dirigir neste momento”.

A concluir, João Machado lamenta igual-mente que “a banca não veja as cooperativas de forma diferente, porque não são empresas nor-mais, digamos assim, não visam o lucro neces-sariamente”.

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Se o número de apoios expressos, neste momento, significasse alguma coisa po-der-se-ia dizer que António José Seguro seria o próximo secretário-geral do PS, tal a diferença de apoiantes, publi-camente assumidos, relativamente a Francisco Assis. É assim no Alentejo, mas é assim também noutras zonas do País. Na “contagem de espingardas” António José Seguro leva uma clara van-tagem, embora muitos “barões” e “notá-veis” do PS não se tenham ainda pronun-ciado a favor deste ou daquele candidato às eleições diretas de 22 e 23 de julho, destinadas a substituir José Sócrates na liderança socialista.

Texto Carlos Júlio com Lusa

É o caso do presidente da Câmara Municipal de Beja. Jorge Pulido Valente disse ao “Diário do Alentejo” que ainda

não decidiu quem apoiar. “Estou à espera de ou-vir as propostas dos candidatos e de ler os seus programas e só depois me vou pronunciar”, disse, acrescentando, no entanto, que António José Seguro já o contactou por telefone. “Mas ainda é cedo para tomar qualquer posição rela-tivamente a este ou àquele candidato”.

Diferente é a posição de Luís Pita Ameixa. O presidente da distrital do PS do Baixo Alentejo, e deputado reeleito, apoia António José Seguro numa ótica de “grande reorgani-zação do PS” e como forma de “construção de um novo caminho político de esperança para a esquerda democrática”, disse.

Já o presidente da distrital do PS/Évora e vice-presidente da atual direção, Capoulas Santos, considerado muito próximo de José Sócrates, apoia Francisco Assis. O também eu-rodeputado afirma-se convencido de que a es-colha do futuro líder não encerra qualquer con-fronto ideológico, mas que “Francisco Assis tem uma conceção do PS mais virada para o futuro, sem renegar o passado”, enquanto Seguro “tem uma posição de rutura mais assumida”.

Este apoio de Capoulas Santos a Francisco Assis, no entanto, não foi seguido por outras fi-guras de peso no PS eborense. Carlos Zorrinho, o “pai” do Plano Tecnológico Nacional e (ainda) secretário de Estado da Energia e da Inovação já demonstrou publicamente o seu apoio a António José Seguro. Na sua página no Facebook, Carlos Zorrinho escreveu que apoia “com determinação” António José Seguro “na perspetiva inclusiva pela qual sempre pugnei na minha vida política e partidária”. E acres-centa: “Escolher em política é um exercício

complexo. Escolher entre pessoas que admira-mos é ainda mais duro. Acredito que o novo ciclo que José Sócrates com dignidade abriu no PS deve ser substantivo e inclusivo. Por isso apoio António José Seguro porque escolher é preciso. Mas saúdo Francisco Assis, grande político e grande socialista. Seguro e Assis são parte do futuro do PS independentemente de quem ganhar agora”.

Também o bejense António Serrano, mi-nistro da Agricultura cessante, considera que António José Seguro é quem tem “melhores condições para liderar o PS dada a complexi-dade da situação do País”, salientando que se revê “na abordagem” do candidato e na sua ca-pacidade para “fazer consenso”, uma vez que essa característica vai ser, nos próximos tem-pos, muito importante na forma de atuação “dentro e fora do PS”.

Relativamente a Portalegre, também o presidente da distrital, Jorge Martins, já veio anunciar o seu apoio a António José Seguro. Público é também o voto de Ceia da Silva na candidatura de António José Seguro. Nesta “contagem de espingardas” surge em Portalegre ainda o apoio do atual governador civil, Jaime Estorninho, a Francisco Assis.

A pouco mais de um mês das eleições, há ainda muito “território para desbravar” por cada um dos candidatos. Em breve, quer António José Seguro, quer Francisco Assis, vão estar na estrada, em campanha, junto das distritais e dos núcleos locais do PS. Na altura se saberá, com mais rigor, quem apoia quem e quem terá, então, maiores possibilidades de substituir José Sócrates na liderança do par-tido e de protagonizar a oposição ao governo PSD/CDS, que deverá ser empossado já na próxima semana.

Contabilidade na sucessão de Sócrates

Alentejocom Seguro

PUB

Bispode Beja

recomenda moderação

António Vitalino Dantas, comentando o desfecho eleitoral de

5 de junho, pediu moderação ao futuro governo. E constatou

que o seu rebanho se está a virar mais para os partidos

que exercem o poder efetivo, perdendo-se no Alentejo a

“fidelidade” tradicional que o povo mantinha com o PCP.

Preço da água azeda política ouriquense Em Ourique, segundo o presidente da concelhia do PSD, a câmara acaba de aumentar o preço da água canalizada, “de má qua-lidade”, em 100 por cento. Um aumento “prepotente e injusto”. Já o PS local diz que os so-ciais-democratas demonstram “desconhecimento e ignorância” nesta matéria que, aliás, foi votada unanimemente nos diferentes órgãos autárquicos. O que se passa, diz o vereador socialista Fernando Romba, é que foi apenas introduzido no preço uma tarifa de disponibi-lidade, que antes não existia. E nada mais.

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Hoje é Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação

Área desértica duplica nos últimos 10 anos

Assinala-se hoje o Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, pro-clamado pela Organização das Nações Unidas a 17 de junho de 1994. Numa das regiões mais afetadas pela seca nos úl-timos anos, a questão da desertificação dos solos no Alentejo deve-se ao uso que se faz dos recursos, segundo o especia-lista em secas e alterações climáticas, Afonso do Ó. “O que tem sido fundamental na desertificação é a utilização do solo e da água”. Uso abusivo dos solos, produ-ções desadequadas e intensivas contri-buíram para uma desertificação das ter-ras ao longo dos anos, desde há largos anos. “Durante a ditadura, quando se fez a Campanha do Trigo, fez-se uma explora-ção intensiva do solo e água, o que levou à desertificação e degradação de grande parte dos recursos”.

Texto Marco Monteiro Cândido

Ilustração Susa Monteiro

Paralelamente à desertificação dos ter-renos, o despovoamento humano do interior, levando as pessoas para o li-

toral do País, teve influência no processo, como que equilibrando os pratos da balança. “O abandono rural que aconteceu nas últimas décadas inverteu essa situa-ção. Em termos naturais, houve uma melhoria, com a recuperação dos ecossis-temas e dos solos”. No entanto, o investiga-dor considera que, neste momento, há nova-mente uma intensificação da agricultura o que leva, mais uma vez, a “alguma de-gradação dos recursos”.

De acordo com o Índice de Aridez 2000-2010, as áreas desertificadas em Portugal Continental duplicaram na última década, passando de 32 para 60 por cento. Este fenómeno acontece com especial incidência no sul do território na-cional. Segundo Afonso do Ó, foi nesta última década que a intensifi-cação agrícola aumen-tou, com a ref lores-tação dos olivais, do regadio e das vinhas. “No Alentejo tem ha-vido uma intensifica-ção nos últimos anos e isso acaba por causar

Encontrode dadores de sangue

em Grândola

Grândola recebe amanhã, sábado, o XXVII Encontro Nacional e o XXI

Encontro Internacional de Dadores de Sangue, comemorando, deste

modo, o Dia do Dador de Sangue, que se assinalou na terça-feira. O

objetivo do evento, realizado pela primeira vez em Grândola e onde são

esperadas mais de duas mil pessoas, tem como objetivo “sensibilizar

a sociedade para a necessidade de doar sangue e para a importância

da contribuição dos doadores voluntários”. A sessão solene

comemorativa está marcada para as 11 horas no jardim 1.º de Maio

e contará com a presença, entre outros, dos presidentes do Instituto

Português do Sangue e da Federação das Associações de Sangue.

Pagamentos das câmaras Segundo dados da Direção-geral da Administração Local, referentes a dezembro de 2010, Almodôvar é o muni-cípio do Baixo Alentejo que menos tempo demora a pagar aos fornecedo-res, situando-se em 17.º lugar, com um prazo médio de pagamento de nove dias. Ourique, por sua vez, é o município do distrito que mais demora a pa-gar, ocupando o 283.º lugar, com uma média de 417 dias (em 2009 a média era de 262). Na listagem dos que demoram menos a pagar aos fornecedores

destaque ainda para Grândola (28.º, 20 dias), Alvito (29.º, 20 dias) e Serpa (30.º, 26 dias). Na tabela dos que demoram mais tempo há a destacar os mu-nicípios de Barrancos, na 271.ª posição (285 dias), Sines, em 245.º (217 dias), e Aljustrel, em 211.º (163 dias). O município de Beja situa-se na 192.ª posição, com uma média de 143 dias (em 2009 era de 98 dias). Em termos do Alentejo destaque também para o município de Portel que é o terceiro na tabela dos que demoram menos tempo, com uma média de quatro dias.

Editorialexistir.netPaulo Barriga

Ser e estar não é pro-priamente o mesmo que existir. Aliás,

nos dias que correm, ser e estar não é, de todo, o mesmo que existir. O “Diário do Alentejo” é um jornal com oito décadas de história. E no entanto não existe. O “Diário do Alentejo”, desde janeiro do presente ano, está a sofrer uma forte reforma gráfica, editorial e programática. E ainda assim não se lhe co-nhece existência. Para um jornal existir, hoje, tem que sobreviver muito para lá da mera presença física, muito para lá do papel e da tinta com que se im-prime. Quem nos tem lido – e são cada vez mais os as-sinantes, os anunciantes e os leitores em banca – sabe quem somos e onde esta-mos. Mas, mesmo assim, permanecemos estranha-mente sem existir. Porque para existir é necessá-rio estar presente, apare-cer, permanecer a cada instante. E tal, agora, ape-nas é possível lá no tal lu-gar onde o universo, a na-tureza, as sensações, a vida e até o ser e o estar se tor-nam virtuais: a Internet. Nos últimos seis meses, por questões técnicas e de rear-ranjos, o sítio eletrónico do “Diário do Alentejo” esteve em baixo. E essa foi a pre-cisa demora na nossa ine-xistência. Mas hoje, que é sexta-feira, 17 de junho, tornámos a exist ir em www.diariodoalentejo.pt. Que é o largo onde todos podemos estar com esta nossa nova ma-neira de ser.neira de ser.

um maior stress para o solo e para a água”. E fará sentido falar em desertificação? Para o investigador, sim, até porque há muitos lo-cais onde os recursos estão a ser explorados no limite. “Quando não temos praticamente solos na maior parte do Baixo Alentejo, exce-tuado os barros de Beja, Vidigueira e Alvito, e quando há intensificação o solo perde ferti-lidade e a sua capacidade de alimentar as cul-turas e os ecossistemas”.

O delegado regional de Beja da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, Miguel Cardoso, considera fundamental o bom senso nas explorações agrícolas para minimi-zar os efeitos da seca e da desertificação. “O teor de matéria orgânica no solo tem vindo a dimi-nuir, levando à diminuição da capacidade de

armazenamento de água no solo e da capaci-dade produtiva. No entanto, a sensibilização para a adoção de boas práticas agrícolas e am-bientais e a capacidade já instalada, de regadio, permite alterar completamente este cenário”. A intensidade de exploração dos solos e as práti-cas culturais utilizadas podem fazer toda a di-ferença, refere Miguel Cardoso.

Existe, em Portugal, um programa de ação nacional de combate à desertificação, no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, do Ministério de Agricultura. O que acontece, segundo Afonso do Ó, é que “o plano de ação não tem orçamento próprio, dependendo da boa vontade das pessoas, acabando por não ter, praticamente, quaisquer resultados”.

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Opinião

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A cooperativa de consumo PROLETÁRIO ALENTEJANO, que fica bem no coração da cidade e com fartura de estacionamento

por perto, está em grandes dificuldades. Vencem dívidas gigantescas a curto e os bancos não se chegam à frente. A direção pondera demitir-se. E a população deveria ponderar fazer lá o avio. PB

Os alentejanos, mais do que todos os outros portugueses, têm obrigação de defender a importância estratégica de Sines para a região e a necessidade de que o investimento na ferrovia se faça sem a mínima vacilação. Francisco Manuel sabino, “Diário de Notícias”, 14 de junho de 2011

O votode Cavaco Silva Bruno Ferreira Humorista

Muito já se disse e es-creveu sobre o resul-tado das eleições le-gislativas deste 2011. No entanto, uma dú-vida continua a ti-rar-me o sono. Em que candidato votou o Presidente Cavaco Silva?

Certamente, conclui o leitor, não terá sido em José Sócrates, líder do seu arquirrival Partido Socialista, tei-moso, arrogante para os jornalistas, portador de tiques de autoritarismo e com assaz fixação pelas grandes obras pú-blicas (recorde o leitor as suas próprias obras de engenha-ria, as tragicómicas casas cujos projetos assinou o enge-nheiro em Valhelhas, Covadoude e Rapoulas).

Com toda a certeza que, segue o raciocínio o leitor, tam-bém não terá sido em Paulo Portas, que se divertiu, durante grande parte do cavaquismo, enquanto antigo diretor do jornal “O Independente”, a lançar manchetes assassinas para o governo de Cavaco, atingindo em cheio muitos dos notáveis integrantes e apoiantes do executivo laranja.

Muito menos, com clareza se poderá concluir, Cavaco Silva terá entregado o seu voto ao seu colega de economia, e líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã. Ter-lhe-ão fi-cado atravessadas as causas fraturantes bloquistas. E não se adivinha particular apreço do Presidente por cuspido-res de fogo, malabaristas ou defensores da despenalização da canábis.

Prosseguindo na lista de possibilidades de voto de Cavaco Silva, com toda a certeza se estabelece como ga-rantido que o Presidente não terá votado em Jerónimo de Sousa. O comunista está nos antípodas do terreno pi-sado pelo social-democrata. A votar em algum Jerónimo, quando muito, Cavaco votaria em Jerónimo Stilton, o rati-nho intelectual que vê agora a sua biografia publicada em formato de caderneta de cromos com o jornal “Sol”.

Sobra, pois, resume o leitor, o candidato óbvio para Cavaco Silva. O seu colega de partido, Pedro Passos Coelho. Mas se apa-rentemente Coelho tem tudo para ser a escolha óbvia do Presidente,

há fatores que determinam precisa-mente o contrário. E não se pren-

dem apenas com o nome próprio do candidato ser o mesmo de

Santana Lopes. Na verdade

não nos pode-mos esquecer que

enquanto líder da JSD, durante os tempos das maio-rias cavaquistas, Passos se entreti-nha a desafiar o primeiro-minis-tro, sobretudo ameaçando votar contra o Orçamento de Estado se Cavaco não cedesse na questão da Prova Geral de Acesso. Mas há mais. Votando em Passos Coelho, Cavaco

abriria as portas à coligação PSD/CDS-PP, ajudando a tra-zer para o governo, e logo como figura de proa, o seu ódio de estimação, Paulo Portas.

Persiste, pois, o mistério e a razão que me tira o sono. Em quem terá votado Cavaco Silva? Com quem mais se identi-ficará? Que perfil de primeiro-ministro escolheria este po-lítico que muitos ainda recordam dos tempos de primeiro-ministro teimoso, arrogante para os jornalistas, portador de tiques de autoritarismo e com assaz fixação pelas gran-des obras públicas?

SustentabilidadeLuís Covas Lima Bancário

No rescaldo dos resultados elei-torais é tempo de preparação de um novo governo que se pretende forte, ambicioso e nada relutante. Tem de haver um rumo, sem desvios, as-sertivo nas convicções e de-cisões e, principalmente, in-tolerante com indefinições.

As linhas de orientação que nos são impostas são para cumprir e sem margem para erro. Temos de ser competentes, exigentes e rigorosos na execução.

Nas condições atuais, a sustentabilidade é um oásis anunciado, difícil de alcançar.

A Grécia é um bom exemplo do que não deveremos fa-zer. Plano de resgate, dificuldades para fazer face à dívida soberana. Cenário em default.

A maior parte das regiões refletem a imagem do País. Há a realçar a assimetria entre os grandes centros urbanos e o interior do País eternamente esquecido. Portugal tem que cumprir, não ignorando as suas regiões mais desfavo-recidas e sempre prejudicadas nas opções de investimento, com reflexos imediatos ao nível da sua competitividade. É uma luta desigual que tem de ser assumida pelos três depu-tados eleitos pelo círculo de Beja, Luís Pita Ameixa pelo PS, João Ramos pela CDU e Carlos Moedas pelo PSD.

Regressado a Beja, Carlos Moedas, colaborador do gabi-nete de estudos do PSD, fez parte da equipa que negociou o Orçamento do Estado para 2011 com o Governo do PS, foi um dos intervenientes diretos na sempre difícil negociação com a troika e está nomeado para negociar as bases progra-máticas do futuro governo de coligação.

Antes do ato eleitoral, numa entrevista a uma rádio lo-cal, referiu a economia enquanto pólo aglutinador de opor-tunidades. É efetivamente um fator decisivo para o desen-volvimento. É a mola real para a existência de mercado e dos mecanismos de oferta e procura que lhe são inerentes. Propõe ainda incentivos ao empreendedorismo e à criação de empresas. O emprego será uma consequência.

Em termos de conteúdo programático, surpreendeu, ao falar na monitorização do Estado. Insistiu ainda no Plano de Emergência Social como tábua de salvação para os mais necessitados.

Retive, particularmente, o seu compromisso com “in-vestimentos de proximidade” traduzidos em acessibilida-des e consequente progresso.

Ficou bem vincada a “ligação direta de Beja/Lisboa, atra-vés do Intercidades”, a viabilidade do aeroporto, a concreti-zação do IP8 e a dinamização do turismo, não esquecendo, iniciativas arrojadas para atraírem jovens agricultores.

As expectativas são altas, esperemos que contribua de forma decisiva para a tão desejada e ansiada sustentabili-dade deste país, não esquecendo a sua e nossa região, Beja e o Baixo Alentejo.

O ferreiroFrancisco Martins Ramos Antropólogo

O ferreiro era considerado, em todas as culturas, um ser acima do homem vul-gar: divino ou maléfico. De facto, quem manipula o fogo e sabe moldar a natu-reza bruta do metal, só com a conivência dos deuses!

Na nossa sociedade, per-dido o caráter sagrado da

profissão – que se associava à feitiçaria e ao sobrenatural – os artesãos do ferro foram, desde sempre, os grandes im-pulsionadores da mudança, quer ela se consubstanciasse no arado ou na espada.

Documentos reais atestam o interesse da extração e la-boração, uso e comércio do ferro em Aljustrel, Alandroal, Évora e Nisa. A confraria dos ferreiros surgiu no princípio do século XIII, demonstrando assim a importância do ofí-cio, orientado para a produção de artefactos utilitários: al-faias agrícolas, armas, grades, foices, portões, arcas, en-xadas e martelos. Forjado ou fundido, o ferro deu, desde sempre, ao artesão, a possibilidade de veicular dois tipos de saberes: um mágico e outro técnico. Na realidade, nas primeiras décadas deste século, ainda os ferreiros alente-janos competiam com os barbeiros na aplicação da medi-cina popular: reminiscências da função “extraordinária” da profissão.

É a metalurgia do ferro que produz os instrumentos do próprio ofício, situação única que não acontece nas outras atividades artesanais. Por outro lado, a dureza da matéria-prima não obstou à afirmação da sensibilidade artística do profissional, aliando a função utilitária com a estética, ou enfatizando, mais recentemente, apenas a vertente decora-tiva. A parafernália artística das peças feitas de ferro é múl-tipla: cataventos ilustrados com andorinhas, peixes e galos; cruzes de campanários, de sepulturas singelas, de igrejas majestosas ou de nichos das “alminhas”; gatos de chaminé ou cães de fogo; sardões e cães como batentes de portas; ou-tras figuras zoomórficas e decorações geométricas em fe-chaduras, candeeiros e adornos.

O ofício de ferreiro é dos que consubstanciam em ple-nitude as características essenciais da atividade artesanal: faz a transição entre as sociedades pré-industriais e indus-triais; o artesão é senhor do artefacto e dos instrumentos para o trabalhar e produzir; a profissão tem, geralmente, um caráter familiar, transmitindo-se de pais para filhos; a atividade serve e complementa, essencialmente, o setor primário.

Indústria rural de complemento, o artesanato do ferro representou, desde sempre, no Alentejo, um setor impor-tante na luta árdua do homem com a terra. Ainda hoje, aqui e além, algumas famílias de ferreiros ultrapassam as fron-teiras do universo local: artesãos localizados em Moura, Santiago do Cacém, Reguengos de Monsaraz e Castelo de Vide são identificados como poetas do ferro, numa dicoto-mia aparentemente contraditória, que une sensibilidade e dureza.

Este é o Momento…de se correr atrás de lugares…uma coisa eu informo o CDS Beja irá estar nos devidos lugares proporcionalmente ao nosso peso político e porque temos isso legitimado pelos votos que obtivemos… Sílvia Ramos, presidente da distrital de Beja do CDS-PP, Rádio Pax, 10 de junho de 2011

formato de caderneta de cromos com o jorSobra, pois, r

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Está certo que agora está na moda candidatar tudo o que rime (e não rime) a património cultural imaterial da Unesco.

Mas neste momento, Portugal tem apenas uma manifestação que está na lista das urgências de salvaguarda: a quase extinta arte dos CHOCALHEIROS DE ALCÁÇOVAS. PB

No Dia Mundial de COMBATE À SECA E À DESERTIFICAÇÃO, uma má notícia: as áreas desertificadas em Portugal continen-

tal duplicaram na última década, passando de 32 para 60 por cento do território. Sendo que este fenómeno ocorre com especial incidên-cia nas regiões a sul do tejo. E nem as novas culturas ajudam. PB

Antigamente!...

Artur Martins Beja

Vive-se muito do antigamente. Mas o antigamente já passou. Agora temos de encarar o presente e olhar para o futuro que não se apresenta nada risonho.

Exige-se mais de cada indivíduo. Quer-se mais com-petência e instrução. Hoje, mesmo muitos licenciados estão no desemprego ou a desempenhar funções nada compatíveis com o seu grau académico. E ter o quinto ano liceal ou equivalente tem o mesmo valor, no que concerne ao emprego, que a quarta classe do chamado ensino primário. Obtiveram-se cursos superiores, mas não houve correspondência laboral. A Economia falhou. Não há desenvolvimento. Com a falência de muitas em-presas o número de desempregados aumentou, bem como as dificuldades das famílias que não conseguem responder aos compromissos assumidos e algumas têm de recorrer a instituições de solidariedade. Para tentar obstar a estas situações existe o subsídio de desemprego, mas que não chega a todos os que dele necessitam, dado o número também crescente dos que, saídos das univer-sidades, não conseguem entrar no mundo do trabalho e, por isso, não têm direito a qualquer ajuda do Estado, desgastado por tão grande desequilíbrio social.

E ficam a viver à custa dos pais, alguns, também, já em situação de desemprego.

E o prazo do subsídio está a ser encurtado…É a crise! Não é só nossa, parece. Mas com a nossa é que

nos temos de preocupar. Dizem que já batemos no fundo.Oxalá que o embate tenha tido força suficiente para

provocar um solavanco ascendente que nos traga al-guma esperança e melhores dias para todos.

Bem o merecemos!

Água com fartura

Manuel Henrique Guerreiro Corte do Pinto

(…) Ontem fui com a minha esposa e dois cunhados al-moçar a Beja.

Depois fomos visitar o Festiva1 do Amor. Daí fomos para o Continente fazer compras. Chegamos ao Continente por volta das 16 horas e às 16 e 30 estávamos despacha-dos. No entanto, quando chegámos à porta da saída já ha-via uma bicha enorme à espera que deixasse de chover, mas cada vez era mais a chuva, até de granizo. Qual não é, po-rém, o meu espanto quando vi a água dentro de casa, e em grande quantidade o que originou que talvez uns 10 ou 12 funcionários tivessem que varrer a água com vassouras, outros com cartões, ainda alguns com máquinas aspirado-ras. Apesar dos meus 73 anos, feitos a 12 de outubro, não me lembro de ter visto coisa igual.

Posso informar que sou assinante do vosso jornal há décadas e que antes de ser assinante o lia todos os dias, na Casa do Povo, aonde eu era funcionário. Também tenho vários artigos publicados. Recordo-me de um: “Ainda há gente séria”, quando perdi em Mértola um saco com 400 euros em moedas e o mesmo me foi entregue.

Cartas ao diretor

O segredo para o sucesso? Tento ser um deles sem deixar de ser um de nós. Isso inclui ler o Alcorão ou cumprir o Ramadão. E eu faço-o… José Romão, treinador natural de Beja ao serviço de uma equipa do Kuwait, “A Bola”, 14 de junho de 2011

Nasce “O Bejense”

O aparecimento do semanário “O Bejense”, a 19 de junho de 1911, é o resultado das divisões que ocor-rem no interior do campo republicano, bem visí-

veis aquando da eleição, pelo Parlamento, de Manuel de Arriaga como Presidente da República, em 24 de agosto deste ano.

Herdeiro de um título do mesmo nome, que se publica, em Beja, de 3 de abril de 1860 a 17 de setembro de 1897, “O Bejense”, que agrupa em torno de si a elite republicana da cidade em luta declarada contra os seguidores de Afonso Costa, cujo porta voz na capital do Baixo Alentejo é o jornal “O Porvir”, surge tendo como diretor Manuel Duarte Laranja Gomes Palma, como secretário de redação Francisco Manuel Pereira Coelho e como editor José Pacheco. O jornal é proprie-dade da empresa “O Bejense”, a sede da administração fica no n.º 13 da praça da República e custa 30 réis o número.

Constituindo-se por ini-ciativa do setor mais con-servador da República emergente, “O Bejense” vai acompanhar a evolução da ala direita dos republicanos até ao 28 de maio de 1926, sendo o órgão oficial dos di-ferentes partidos que se vão formando neste campo do republicanismo. Assim, em dezembro de 1912, o jornal passa a porta-voz do Partido Unionista. Em outubro de 1920, quando em resul-tado da fusão do Partido Unionista com o Partido Evolucionista, surge o

Partido Republicano Liberal, “O Bejense” transforma-se em ór-gão oficial deste partido. Mais tarde, em fevereiro de 1923, cons-titui-se o Partido Republicano Nacionalista a partir da junção dos partidos Liberal e Reconstituinte (Partido Republicano de Reconstituição Nacional), este último formado no seguimento de uma cisão ocorrida no Partido Democrático protagonizada por Álvaro de Castro. Na senda do seu alinhamento com o re-publicanismo conservador, “O Bejense” adquire, agora, a fun-ção de porta-voz deste novo partido da direita republicana.

Com o aproximar das eleições de 8 de novembro de 1925, o Partido Nacionalista entra, no Baixo Alentejo, num pro-cesso de cisão interna. As divergências quanto aos nomes dos candidatos a apresentar pelo círculo de Beja entre a Comissão Municipal da cidade, que propõe as figuras de António Aresta Branco e Joaquim Lança, e a Comissão Distrital que não abdica do nome de Jaime António Palma Mira, conduzem à desvincu-lação do partido do Centro Republicano Nacionalista de Beja, que passa a designar-se Centro Republicano Dr. António Aresta Branco, e do semanário “O Bejense” que se constitui em porta voz deste grupo dissidente, liderado por Joaquim Lança.

PS – No número anterior do “DA”, por lapso, foi referido que Ernesto Jardim Vilhena, candidato nas eleições de 1915, em re-presentação do Partido Democrático, pelo Baixo Alentejo, per-tencia à família Vilhena de Beja. Ao contrário, Ernesto J. Vilhena é de Ferreira do Alentejo, sendo filho de Júlio de Vilhena, líder do Partido Regenerador. Ver a este propósito trabalho de Pita Ameixa sobre a Primeira República no concelho de Ferreira do Alentejo.

Constantino Piçarra

Há 50 anosDiferenças entre o Liceu e a EscolaComercial...

Alguns títulos de primeira página da edição de 17 de junho de 1961 do “Diário do Alentejo”:

– “Uma comissão de Moura solicitou ao sr. ministro da Educação Nacional a criação do curso geral do comércio na Escola Industrial e Comercial daquela vila”.

– “Comemorações do 28.º aniversário da Legião Portuguesa amanhã em Beja”.

– “Tomaram hoje posse os novos presidente e vice-presidente da União Nacional em Ourique”.

– “O abastecimento de água à Salvada e Cabeça Gorda”.

Havia mais novas do distrito nas outras edições dessa semana:

– “Iniciativas em Vidigueira e Vila Nova da Baronia a favor das vítimas de Angola”.

– “Um serão literário-musical na Escola Comercial e Industrial a favor do Expedicionário do R. I. 3”.

– “Progresso comercial de Beja: A inauguração das novas instalações da Oliva”.

– “Foi inaugurada a Casa da Lavoura de S. Teotónio”.

– “A ponte sobre o rio Guadiana em Mértola será inaugurada no próximo dia 21 pelo sr. Presidente da República”.

– “Em visita à Associação dos Bombeiros Voluntários esteve em Beja o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses”.

– “Messejana pede a ligação a Ourique – sede da sua comarca”.

– “O progresso das freguesias do concelho de Beja: Em S. Matias e Baleizão foi ontem [11] festiva-mente inaugurada a luz eléctrica”.

No “Varandim da Cidade”, espaço de opinião da habitual coluna “Beja Dia-a-Dia”, o jornalista Melo Garrido comentava:

“Terminaram ontem as aulas do Liceu, primeiro sinal do encerramento da época lectiva de 1960-61.

Os alunos – e também os pais... – esperam agora a afixação das ‘notas’, que são decisivas para a passa-gem do ano ou para a admissão a exame.

O ‘mundo escolar’ vive, nestes dias próximos, um clima de expectativa que, para muitos, é de dolorosa incerteza...

É sempre, assim, nesta época, em que se faz o jul-gamento definitivo da maior ou menor aplicação dos estudantes.

As aulas da Escola Comercial e Industrial prolon-gar-se-ão até à próxima segunda-feira, a marcar mais uma acentuada diferença de processos e de orienta-ção que existe, no nosso País, entre o Ensino Liceal e o Ensino Técnico, apesar da sua sensível paridade. Diferenças que em muitas facetas – e das mais im-portantes – não têm justificação plausível, anote-se, a simples propósito...”.

Carlos Lopes Pereira

Efeméride19 de junho de 1911

“O Bejense”, de 19 de março de 1913, já órgão do Partido Unionista, onde se relata a campanha de propaganda deste partido no Baixo Alentejo destinada à sua implantação na região.

O “Diário do Alentejo”

É o melhor Jornal do Universo

E é dedicado a esse Jornal

Que eu fiz este Verso

Como o “Diário do Alentejo”

Não há outro igual

Por esse motivo o considero

O melhor jornal de Portugal

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AVISO – DISCUSSÃO PÚBLICA

Pedro Nuno Raposo Prazeres do Carmo, Presidente da Câmara Municipal de Ourique:Torna público que, nos termos do n.º 3 e 4 do artigo 77.º do De-creto –Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei 316/2007, de 19 de Setembro rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 104/2007 de 6/11, em cumpri-mento da deliberação da Câmara Municipal de Ourique tomada em reunião ordinária de 8 de Junho de 2011, se encontra aberto o período de discussão pública da Proposta do Plano de Porme-nor da Quinta da Arrábida - Monte da Rocha, que decorre du-rante 22 dias úteis, contados a partir do 5.º dia após a presente publicação.A Proposta do Plano, o respectivo Relatório Ambiental, a Acta da Conferência de Serviços e demais Pareceres emitidos durante as fases de acompanhamento e concertação encontram-se dis-poníveis para consulta no site www.cm-ourique.pt e no Gabinete de Apoio ao Presidente, sito no Edifício dos Paços do Município, durante os dias úteis, entre as 09h00 e as 17h30.A Câmara Municipal de Ourique promoverá em data a publicitar oportunamente duas sessões públicas de esclarecimento sobre o Plano.Os interessados que queiram devem apresentar as suas recla-mações, observações, sugestões ou pedidos de esclarecimento através de requerimento escrito dirigido ao Presidente da Câ-mara Municipal de Ourique e enviado por correio registado com aviso de recepção para a Câmara Municipal de Ourique, sita na Avenida 25 de Abril, n.º 26, 7670 -250 Ourique, ou entregue pes-soalmente mediante recibo no Gabinete de Apoio ao Presidente, na mesma morada.O presente aviso e outros de igual teor, serão publicados no Di-ário da República, na comunicação social, no site www.cm-ouri-que.pt e afixados nos locais de estilo.

Ourique, 8 de Junho de 2011

O Presidente da Câmara

Pedro Nuno Raposo Prazeres do Carmo(assinatura ilegível)

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Perfil

Não está previsto o lançamento de foguetes, mas não faltará animação

cultural e desportiva na tradicional Feira Anual do Idoso que hoje

inaugura em Albernoa, Beja, e que prossegue até domingo. Um encontro

onde não faltarão caminhadas, demonstrações de comidas saudáveis,

ginástica, teatro, acordeonistas, música tradicional e bailaricos.

FeiraAnual

do Idosoem Albernoa

“Hígino da Piedade Leça Correia – Encarrega-se de todos os trabalhos

de pirotecnia, com garantia e téc-nica profissional em todo o género”. Assim se lê no velho livro de fatu-ras, amarelecido e desbotado, que re-pousa em cima da mesa da sala do ve-lho fogueteiro. Ou estanqueiro, como também é designado quem fabrica foguetes e outras peças de pirotec-nia. E se estanqueiro é isto, o termo também remete para aquele que é dono de uma tabacaria, um estanco. Hígino da Piedade não é dono de ta-bacaria, mas a mesa da sala, onde passa os serões em frente à televisão, vendo os canais que a parabólica lhe traz da América ou da Alemanha e onde as pessoas lhe acenam, falam com ele, é um campo de batalha de beatas de cigarro tombadas, de cin-zeiros cheios e atulhados de tabaco já fumado. Cigarros que nunca lhe cau-saram problemas com os foguetes. “Nunca me descuidei”, diz.

Junto a Beja, no Monte dos Beatos, vive Hígino. Em frente à casa onde reside e está o paiol, onde repou-sam, adormecidos, os foguetes, à es-pera que alguém lhes dê a fugaz vida que se esgotará no breve arder do ras-tilho, antes de caírem inertes sobre a terra dura. Numa placa, escrita à mão a tinta vermelha, a frase “Perigo de Explosão” não engana. A sinalé-tica nas paredes do paiol também não: nelas se avistam os desenhos de uma, hipotética, explosão, como que a prever um futuro que não se quer viver. Na porta, o aviso: “Artifícios Pirotécnicos – Perigo”. “Isto não pre-cisava de tanta segurança”. Hígino não compreende, não concorda com as medidas para precaver azares. “Agora com os incêndios, têm dado cabo de tudo. Isto não há perigo ne-nhum. Os foguetes não fazem mal às florestas por causa dos incêndios. A maldade vem da ruindade de quem faz esses crimes”. No entanto, exibe orgulhosamente a rede que tem no teto do paiol, por baixo das telhas, para evitar, em caso de explosão, que os foguetes se escapem: “Se rebentar, não há problema nenhum. Se hou-vesse uma explosão, as telhas caíam e a rede tapava naquela área os fogue-tes, que não passavam para cima”.

Dentro do paiol, arrumado e es-paçoso, é notório o cheiro a pólvora, a um ambiente explosivo adormecido.

A “estrondosa” história do último fogueteiro do sul do País

“Estrala” a bomba e o foguete vai no arÀs portas de Beja vive, senão o último e único, um dos últimos estanqueiros do Alentejo

e Algarve. Ou fogueteiros, como são normalmente conhecidos os homens que fabri-

cam o material pirotécnico. Em tempo de festas populares, Hígino da Piedade já não

faz a festa, nem deita os foguetes.

Texto Marco Monteiro Cândido Foto José Serrano

Com licença para armazenar 500 quilos, hoje não estão lá mais de 100, quantidade declarada e do conheci-mento da polícia, devidamente cre-denciada pela fábrica. De chapéu de aba pequena à banda, Hígino mostra-se entusiasmado enquanto fala sobre o conteúdo das caixas que tem arma-zenadas. “Isto é uma profissão linda. Ou era, porque agora está dominada por esta porcaria, o fogo que vem da China”. O fogueteiro não consegue compreender como é que se prefere comprar o material ao estrangeiro a fabricá-lo em Portugal. “Como é mais barato comprar lá fora, não se faz cá. E depois não há dinheiro para nada e o País está como está”. Apesar de tudo, “quando há serviço, é ren-tável”. “Por exemplo, os foguetes de cana vendo-os a 60 euros a dúzia. Numa festa de 1500 euros ganham--se 250”, diz.

De casaco largo, cor de vinho tinto aguado, coçado todo ele, em especial nas mangas, mesmo onde assentam os cotovelos, Hígino já leva 60 anos de fogueteiro. Natural de Beringel,

começou aos 14, mais coisa, me-nos coisa, e hoje já tem 75. “Comecei com um homem que tinha 90 anos. Quando éramos moços andávamos atrás dos foguetes a apanhar as ca-nas e davam-nos cinco tostões. Eu engracei com aquilo”. Homem de do-tes artísticos, porque os foguetes são uma arte, acrescenta logo de seguida: “Mas eu também era dourador, fa-zia restaurações a folha de ouro. Eu trabalho com os foguetes, sou fo-gueteiro, mas também sou pintor de arte”.

A casa de Hígino, a um foguete de distância do paiol, é o lugar onde passa o seu tempo, sozinho, desde que ficou viúvo, há cerca de 20 anos. Ao longe, vê-se a silhueta da cidade. O quintal tem um ar descuidado, ou pelo menos assim parece a quem vê os destroços de mil e um objetos ca-ídos pelo chão. Os gatos, os muitos gatos, correm livremente, entre os obstáculos que encontram e os pú-caros de água que estão espalhados um pouco por todo o lado. Numa pe-quena divisão, onde agora passeiam

os gatos e os pombos, repousam as es-truturas antigas de fogo preso. “Para fazer aquelas peças que ali estão, por menos de cinco mil euros não as fa-zia. E agora está tudo para aqui”. Os tempos são outros e os foguetes tam-bém. “Isto já pouco se usa. O material agora vem todo dos chineses”. O es-tanqueiro recorda sempre o tempo que passou, muito melhor do que aquele que vive agora. “Antigamente,

em cada festa, fazia 1500, 2000 eu-ros. De há 10 anos para cá isto termi-nou de uma certa maneira. Só pelo 25 de Abril ou assim. Festas da igreja, nada”. Mas para Hígino a queda do negócio não significa, apenas, a queda do negócio. É um pouco do es-pírito de comunidade que se perde: “O fogo de artifício é para juntar o pessoal, é convívio”.

Apesar de admitir a perdição em que o negócio se encontra, sempre por culpa dos chineses e dos seus fo-guetes e festivais (pequenas caixas pirotécnicas com inúmeros efeitos e cores e de fácil manuseamento), o úl-timo e único estanqueiro do Alentejo e Algarve acha que pode recuperar. E para isso também está disposto a ensinar quem quiser aprender, mas duas certezas ninguém lhas tira: “O que há são moços novos que não sa-bem fazer nada” e “segredos profis-sionais não ensino”.

De corpo cheio de mazelas, nas pernas, nos braços, e reformado por invalidez, nunca teve aciden-tes com foguetes. “Já me tiraram os-sos de todo o corpo, tenho sido ope-rado uma quantidade de vezes, mas com foguetes, nada”. Ou melhor, pe-quenos descuidos, nada de especial, nas palavras de Hígino. “Quando dava notícia, estava tudo a arder. Tive aí um azar, na casa das galinhas, em que o material aqueceu e houve uma explosão. Partiu-me os vidros das ja-nelas”. A descontração do fogueteiro a falar destas situações é tão natural como naturais podem ser os azares que acontecem com foguetes. “Até nas festas isso é normal. Um moço vai apanhar uma bomba e fica sem os dedos. Não se deve mexer. Mas se até os pirotécnicos têm azares. Eu, fe-lizmente, nunca tive ferimentos”.

E é na sala de uma casa que pa-rece abandonada, como se o tivesse sido há mais de 20 anos, que Hígino da Piedade Leça Correia passa as suas noites, noites que outrora eram de festa e onde largava foguetes. Por ora, vai fumando, escrevendo em inúmeras folhas brancas sobre “a na-tureza, a evolução dos terramotos ou explosivos”, rodeado de crucifixos de madeira, talhados a navalha, pinta-dos por si e espalhados um pouco por toda a casa. Ao mesmo tempo, num qualquer canal estrangeiro, alguém acena e Hígino fica contente por ser para ele.

“Isto é uma profissão linda.Ou era,porque agoraestá dominadapor esta porcaria, o fogo que vem da China”.

Agora com os incêndios, têm dado cabo de tudo. Isto não

há perigo nenhum. Os foguetes não fazem mal às florestas

por causa dos incêndios. A maldade vem da ruindade

de quem faz esses crimes”. Hígino da Piedade, estanqueiro ❝

Também termina este domingo a edição 2011 da Quinzena

Cultural de Alcáçovas. Um cardápio culturas que tem

mostrado naquela vila alentejana, desde o passado dia 10,

cante coral, música de raiz popular, bailes, artesanato,

exposições e tasquinhas. E pirotecnia, por certo.

XIV Quinzena

Cultural de Alcáçovas

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Entrevista

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António Saraiva, natural de Ervidel, é presidente da CIP

De líder sindical a patrão dos patrões

António Saraiva, presidente

da Confederação da Indústria

Portuguesa (CIP), subiu na vida

a pulso. Deixou cedo o Alentejo,

acompanhando os seus pais, para

trocar as voltas às dificuldades, mas

o caminho não foi fácil. Trabalhou

na Lisnave, onde garante que teve

“uma vida muito dura”, e chegou a

dirigente sindical. Fez o primeiro

contrato social do País. A sua veia

para a negociação garantiu-lhe, pos-

teriormente, um cargo de diretor

comercial na empresa Zénite. Hoje

é o proprietário desta empresa de

torneiras. Chegou à presidência da

CIP e o patrão dos patrões considera

que, perante a situação que o País

atravessa e tendo em conta a sua

experiência acumulada, Portugal

“precisa de um amplo acordo social

para o desenvolvimento”. Até por-

que, “sermos derrotistas não nos

leva a lado nenhum” e “sermos ve-

lhos é não acreditarmos no futuro”.

Entrevista de Bruna Soares

Fotos José Ferrolho

Já foi líder sindical e atualmente é líder

patronal…

Tenho esta experiência acumulada. Já fui lí-der sindical e hoje sou líder patronal. Mas tenho, sobretudo, este saber de experiência feito, com preocupações sociais muito fortes, porque as minhas origens são humildes e não as renego. Acho que o País tem uma necessi-dade enorme de um acordo, como finalmente parece que vamos ter, para um governo está-vel, mas simultaneamente um acordo social, que temos que subscrever entre governo, sin-dicatos e empresários. É preciso um amplo acordo social para o desenvolvimento. Todos temos de fazer parte da solução.

Enquanto presidente da Confederação da

Indústria Portuguesa e dono das torneiras

Zénite, qual acha que deve ser, neste mo-

mento particularmente difícil para o País, a

visão dos empresários?

Os empresários devem ter desde logo, dado que é isso que os caracteriza, uma visão oti-mista. Sermos derrotistas não nos leva a lado nenhum. Não é segredo para ninguém que o nosso país atravessa uma situação compli-cada e o grande desafio de todos nós, e par-ticularmente dos empresários, é gerarmos

condições para termos crescimento econó-mico. Temos de fazer com que isto aconteça e isso faz-se com empresas, com empreende-dorismo, com garra e com iniciativa. É claro que os empresários devem de ter a noção de que as coisas não estão fáceis. Os investimen-tos devem de ser muito cautelosos, mas têm de ser feitos. Estes investimentos, porém, de-vem ser feitos em setores de atividade que te-nham algum futuro. Sermos velhos é não acreditarmos no futuro, como alguém me disse. Temos de ter permanentemente este espírito jovem. Há setores de atividade mais promissores do que outros.

Considera, então, que é preciso que os em-

presários arrisquem?

Estamos no Alentejo e temos aqui uma in-fraestrutura aeroportuária que dá possibi-lidades para um melhor escoamento dos produtos. Temos ainda o plano de regadio e temos um valioso conjunto de jovens em-presários agrícolas. Por isso temos de acre-ditar nesta região, acreditando igualmente no País. O que eu aconselharia aos empresá-rios é que tenham uma visão moderna, que não pensem que aquilo que os seus avós e os seus pais faziam, porque saiu bem, é um

êxito assegurado. O mundo muda muito ra-pidamente e temos de sair da “caixa”. Temos de ganhar horizontes e temos de olhar mais além. É preciso que os empresários saiam das suas zonas de conforto, de tradição e que sejam ousados. É preciso que os empresários empreendam e que não desanimem. Todas as crises geram oportunidades. É certo que as coisas não estão fáceis, mas cabe-nos a nós fazer para que estejam melhores. Tenhamos mundo, porque Portugal é pequeno numa economia global.

A estratégia passa pela exportação?

Passa muito pela exportação, mas não a po-demos entender como uma moda. Hoje em dia diz-se que Portugal vai ter saída pela ex-portação dos nossos produtos, bens e ser-viços transacionáveis. Temos de saber pro-duzi-los, mas num mercado global. Hoje a concorrência é muito forte e é desigual. O nosso modelo europeu não é igual ao asiático e por isso quando se fala em exportar e inter-nacionalizar a nossa economia não se pode tratar de uma moda. Vou exportar mais, mas vou exportar o quê? Para onde? Temos de nos saber diferenciar e ter produtos que sejam di-ferentes para melhor do que os que os nossos

As empresas e os empresários não querem

subsídios. Querem é que o Estado faça aquilo

que lhe compete, que é fiscalizar e regular. ❝ é o ano em que António Saraiva aposta

para Portugal sair da recessão. O patrão

dos patrões prevê que estes dois anos sejam

difíceis para a economia.2013

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2011Mérito e capacidade

de negociação

António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), é natural de Ervidel, freguesia do concelho de Aljustrel. O em-presário nasceu nesta terra soalheira, marcada pela tradição agrícola,

em 1953. Quando tinha seis anos foi com os seus pais para Lisboa, que procuravam

na altura uma vida melhor. “Nos primeiros tempos foi muito difícil. Não é fá-cil uma criança alentejana ser inserida numa comunidade lisboeta”, conta António Saraiva ao “Diário do Alentejo”.

O homem que tem vindo a somar sucessos ao longo da vida aprendeu, con-tudo, a defender-se muito cedo. “Foi preciso afirmar-me naquela realidade e comecei por vencer as lutas dos bairros populares”, lembra. E acrescenta: “A vida era muito dura. Na verdade vivi durante cinco anos num quarto com os meus pais”.

António Saraiva sentiu a necessidade de ir trabalhar muito cedo para aju-dar a família, mas também para alargar horizontes. “Acabei a escola indus-trial e fui para a Lisnave. Iniciei outra fase dura da minha vida. Durante três anos andei a bordo e era um trabalho bastante violento. Depois, com sorte e algum espírito de iniciativa, acabei por ir para a direção comercial, para uma seção nova de planeamento de cargas, e aqui comecei uma fase diferente da minha vida”, conta.

Entrou no serviço militar em 22 de abril de 1974, três dias antes do 25 de Abril, e foi eleito delegado ao Movimento da Forças Armadas pela sua com-panhia de milicianos, garantindo: “Foi aqui que começou a minha vida associativa”.

Em finais de 1975 regressa e chega à liderança da Comissão de Trabalhadores da Lisnave. “Fui líder sindical. São estas as voltas que o mundo dá”, afirma, en-tre sorrisos, defendendo: “Fiz o primeiro contrato social do País”.

Rapidamente lhe reconhecem a sua “capacidade de negociação” e é con-vidado para diretor comercial da empresa luso-italiana, produtora das tor-neiras Zénite, onde exerceu o cargo durante vários anos. “Em 1996 o grupo anunciou que queria vender e eu na altura tive um clique e anunciei que com-prava. Passei de trabalhador por conta de outrem a patrão. Desde esta data que sou o dono das torneiras Zénite”.

Foi eleito presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos e os co-legas entenderam que deveria ser presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), cargo que ocupa atualmente.

Bruna Soares

concorrentes já hoje produzem. Temos de ter uma economia mais amiga das empresas. As empresas e os empresários não querem sub-sídios. Querem é que o Estado faça aquilo que lhe compete, que é fiscalizar e regular. Por isso, menos Estado e melhor Estado. O Estado deixando a economia de mercado e a iniciativa privada funcionar. O Estado tem de ser fiscalizador e regulador e não inter-ventor, como até agora, de alguma maneira, tem sido. Exportar é a palavra de ordem, mas temos de ter uma economia favorável, dando às empresas condições para produzirem os seus bens e serviços, pelo menos em pé de igualdade com aqueles com quem hoje com-batemos. Não é com estes critérios de termos os custos mais altos, sejam eles energéticos, da água ou das comunicações. Não é termos uma burocracia excessiva. Não é termos um Estado tutor e omnipresente.

As medidas de austeridade vão refletir-se na

economia e na própria vida das empresas…

Digamos que vamos ter dois patamares. Espero que em 2013 possamos sair desta re-cessão. Em 2011 e 2012, no programa de ajus-tamento que contratualizamos com a troika, já sabemos que a economia vai estar em re-cessão. Isto não gera crescimento económico e não gera mais emprego. No mercado in-terno temos de contar com redução do con-sumo, com retração do investimento. Aquilo que falta no programa de ajustamento que as-sinámos com a troika é, precisamente, cresci-mento económico. O programa com a troika diz-nos o que devemos fazer. Como devemos fazer cabe-nos a nós, e é aí que temos de agir. Temos de gerar, apesar dos condicionalismos impostos, formas de como vamos fazer, de como vamos aplicar o programa, sendo certo que vamos ter dois anos recessivos. Temos de aproveitar este tempo, que vai ser de ajusta-mento, de nivelamento e de clarificação de muitas práticas anómalas em que nos encon-tramos, para fazer correções e restruturações empresariais que têm de ser feitas.

Num momento de crise como este há, certa-

mente, setores que estão mais em crise do

que outros...

Os que estão mais em crise são os de mão --de-obra intensiva e com baixo valor acres-centado dos seus produtos. Diria setores tra-dicionais que têm muita mão-de-obra pouco especializada, assente em baixos salários e em produtos pouco inovadores. Estes já estão em crise e vão estar fortemente ameaçados. A construção civil, no setor habitação, está em crise profunda. Não se vão construir ca-sas novas nos próximos oito a 10 anos. Temos um excesso de oferta instalada, que vai se-guramente ser suficiente para a procura que se vai registar. É na reabilitação urbana que o setor de construção tem crescimento possível.

Há algum setor que, apesar desta conjetura,

esteja a dar sinais positivos?

O setor metalúrgico e metalomecânica, no

de rega de Alqueva e com o aeroporto de Beja. Se existir dinâmica e empreendedo-rismo temos condições para fazer melhor. O setor das frutas, dos legumes e das flores tem crescido e tem tido índices de aumento de ex-portação significativos e dignos de registo. Temos condições nesta nova e diferente agri-cultura. Começam a aparecer também ex-celentes exemplos na área turística, no setor da vinha e do azeite. Temos condições para crescer, aproveitando o know-how que ainda temos e, claro, esta terra excecional.

Saiu muito cedo desta região, nomeada-

mente de Ervidel, no concelho de Aljustrel.

Com a passar dos anos mudou muita coisa

neste seu Alentejo?

Mudou muita coisa e temos de reconhecer que mudou para melhor. Tinha seis anos quando fui para Lisboa, em 1959. O meu pai era sapateiro e a minha trabalhava no campo. Nessa altura, as oportunidades que o Alentejo dava às camadas mais desfavore-cidas eram nulas. Não havia grande futuro. Hoje o País está diferente, e independente-mente de algumas desigualdades que ainda temos, e que temos de combater, oferece ou-tras possibilidades. Quando saí do Alentejo não havia televisão. As famílias não as ti-nham e em Ervidel eventualmente existi-riam três automóveis. É certo que hoje os jo-vens, embora tenham outras oportunidades, também têm diferentes ameaças. E temos de olhar para eles, de modo a que tenham me-lhor acesso ao trabalho, aos seus projetos de vida.

Como se pode cativar os jovens para o

empreendedorismo?

Temos hoje condições, no que diz respeito a apoios. Se os jovens se candidatarem, se ti-verem espírito empreendedor, há possibili-dade de criarem as suas empresas. Há con-dições para ajudar projetos, mas também há critérios de seletividade que hoje mais do que nunca têm de ser exigentes. Se os jovens tive-rem vontade e dinâmica ainda há possibili-dades e linhas de apoio.

O acesso ao crédito, contudo, está cada vez

mais difícil...

Está cada vez mais difícil e o custo do crédito também é cada vez mais alto. Por isso não re-feri a banca tradicional para apresentarem os seus projetos. Os jovens empreendedores de-vem apresentar os seus projetos junto das so-ciedades de garantia mútua e dos chamados Business Angels, porque aqui terão condições mais vantajosas.

Manteve a ligação à sua terra?

Sim, mas quando o meu avô morreu deixei de ter uma ligação mais permanente. Venho muitas vezes a Ferreira do Alentejo, uma vez que a minha mulher é dessa terra. Mas vindo a Ferreira também acabo por ir a Ervidel, nomeadamente quando trago os meus pais, para ver amigos e familiares. Mantenho as raízes à terra que muito amo.

Não é segredo para ninguém que o nosso país atravessa uma situação complicada e o grande desafio de todos nós, e particularmente dos empresários, é gerarmos condições para termos crescimento económico.

primeiro trimestre deste ano, cresceu 150 por cento nas exportações. As máquinas e equi-pamentos industriais, os moldes e todas as empresas ligadas à indústria automóvel estão com carteiras de encomendas muito signifi-cativas. A têxtil mais tecnológica e o calçado também se têm distinguido pela positiva. No futuro, em minha opinião, tudo o que tenha a ver com o mar e com energias alternativas tem condições para crescer.

Como é que o Alentejo pode dar um contri-

buto ao País?

No nosso Alentejo temos hoje condições in-fraestruturais, nomeadamente com o plano

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Bairro São Miguel – Lote 9 – BEJA

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AZULEJOS e PAVIMENTOS de ESPANHA

O Instituto Politécnico de Beja (IPB) vai es-tudar o perfil dos turistas que vão che-gar ao Alentejo até outubro, através da

primeira operação comercial de voos charters no aeroporto da cidade, que liga semanalmente Londres e Beja.

O estudo, em parceria com a ANA – Aeroportos de Portugal, pretende “recolher in-formação” para “conhecer o perfil” dos turistas que chegam ao aeroporto de Beja através da li-gação entre Londres e Beja e sobre a “experiên-cia turística” que viveram durante a estadia no Alentejo, explica o IPB.

Segundo o Politécnico, para a reali-zação do estudo, quatro alunos do mes-trado em Desenvolvimento Comunitário e Empreendedorismo, da Escola Superior de Educação de Beja, vão realizar, aos domingos e até 16 de outubro, questionários aos passageiros

da ligação entre Londres e Beja. Os primeiros re-sultados do estudo deverão ser conhecidos em setembro, prevê o IPB.

O aeroporto de Beja, a operar desde 13 de abril, quando se realizou o voo inaugural até Cabo Verde, recebeu no dia 22 de maio o primeiro de 44 voos charters das 22 operações que o operador tu-rístico britânico Sunvil irá realizar até 16 de outu-bro entre o aeroporto de Heathrow, o principal de Londres, e o de Beja.

Cada operação realiza-se ao domingo e in-clui dois voos, um Heathrow/Beja e outro Beja/ /Heathrow, a bordo de um avião Embraer da companhia aérea British Midland International (BMI) com 49 lugares.

Os voos Londres/Beja partem às 6 horas do aeroporto de Heathrow e chegam às 8 e 55 ao de Beja e os voos de regresso Beja/Londres partem às 9 e 25 do aeroporto de Beja para chegar às 12 e

20 ao de Heathrow.Segundo a ANA, a nova ligação Londres/

Beja/Londres foi classificada pelo jornal bri-tânico “The Sunday Times” como “uma das seis mais interessantes propostas para os lon-drinos se deslocarem este ano” e revela como é “notória a atenção que o Alentejo está a susci-tar junto dos media ingleses”.

Segundo informações do operador turístico britânico Sunvil, avançadas à Lusa, a média de idade dos passageiros que já tinham reservado, até ao passado dia 20 de maio, viagens para o Alentejo através dos voos charters entre Londres e Beja, rondava os 50 anos.

Os principais destinos daqueles turistas que comparam pacotes turísticos no Alentejo, que o Sunvil está a comercializar no Reino Unido, são Évora, Troia, Vila Nova Milfontes, Estremoz, Castelo de Vide, Marvão, Beja, Portel e Alqueva.

Estudo traça perfil dos turistas que chegam de avião a Beja

Quem são e de onde vêm

A Câmara de Vidigueira abriu inscrições para a iniciativa Férias

Jovens’11, que irá decorrer entre julho e agosto, com o objetivo “de

proporcionar aos mais novos uma aprendizagem de competências

motoras, psicomotoras e sociais, através da participação em

atividades desportivas e de lazer, passeios temáticos e ateliers”. A

iniciativa destina-se a crianças e jovens com idades entre os cinco

e os 12 anos. No âmbito deste programa, foi igualmente criado o

cartão férias jovens “que permite acesso às atividades, para além da

utilização livre das piscinas municipais e dos campos de ténis”. As

inscrições podem ser feitas no Pavilhão Municipal de Desporto.

Vidigueira promove

Férias Jovens’11

Escola Bento de Jesus Caraça organiza jantar convívio A Escola Profissional Bento de Jesus Caraça de Beja, que completou no ano passado 20 anos de existência, promove amanhã, sábado, mais um jantar convívio que reunirá professo-res e alunos ligados à instituição. No decorrer do jantar, que terá

lugar numa unidade hoteleira da cidade, “serão visualizados fil-mes com fotografias dos últimos 20 anos, para que todos possam avivar a memória, recordando e partilhando emoções vividas en-quanto alunos e professores”. A organização está a cargo da turma o 3.º ano do curso Técnico de Turismo

Piscina de Moura iniciou época balnear

A Piscina Municipal de Moura já abriu ao público, “cumprindo a presente época balnear”. O equipamento funciona entre as 10 e as 20 horas, com encerramento às sextas-feiras. Inaugurada em 1976, a piscina tem vindo a registar, segundo a autarquia, um aumento do número de utilizados “de ano para ano”. Em 2009 o número de utentes situou-se nos 17.566. No ano seguinte aumentou para 26.273 pessoas. A piscina é também frequentada, gratuitamente, por crianças dos ensinos pré-escolar e básico “que ali desenvolvem várias atividades, assim como idosos do concelho para a prática da atividade física sénior, entre outros”. Do complexo faz parte uma mata, onde a câmara instalou um conjunto de equipamentos, nomeadamente um campo de voleibol, pistas de minigolfe, mesas de ténis, matraquilhos em pedra, um ringue de patinagem, mesas para jogos de xadrez e damas e uma zona para piqueniques.

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Cuidados reforçados no verão

Litoral com mais saúde

Inovação social em Castro

Música, gastronomia e turismo são apostas da XXI Pimel Música, gastro-nomia, exposições, conferências e sobretudo muita animação voltam a marcar mais uma edi-ção da Pimel – Feira do Turismo e das Atividades Económicas, que decorre em Alcácer do Sal en-tre os dias 22 e 26. Durante cinco dias, empresas e artesãos mostram a sua arte num certame onde também estarão em foco os produtos locais tradicionais, bem como novos produtos que começam, agora, a ter destaque como é o caso do vinho. No plano musical os destaques vão

para Kris Rosa e Banda Brasil (dia 22), Virgem Suta (23), bandas filarmónicas Amizade Visconde de Alcácer e Progresso Matos Galamba (24), Expensive Soul (25) e Áurea (26). Haverá ainda animação pelos Dj Rita Mendes e Fura (22), James Warren e Tcha Tcha (23), Fernando Alvim e Vacaciones Djs (24) e Demo e Project 4Mattik (25). Destaque ainda para a corrida de touros, no dia 26, que contará com as participações dos cavaleiros Luís Rouxinol, Rui Fernandes e João Telles Jr. e dos forcados amadores de Montemor e Lisboa. Os touros são da ganadaria Arriaga.

O grupo coral Ceifeiros de Cuba comemora amanhã, sábado, partir das 21 e 30 horas, no largo Visconde da Esperança (largo da Bica), em Cuba, o seu 78.º aniversário. As comemorações contarão com a atuação, para além do grupo aniversariante, dos grupos corais Os Alentejanos (Damaia), Cantares de Évora, Vindimadores da Vidigueira, do Rancho Folclórico da Cada do Povo de Veiros (Estremoz) e de marchas populares de Cuba.

Ceifeiros de Cuba

comemoram78.º aniversário

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Para mais informações consulte os Avisos de Abertura em www.proder.pt ou www.rotaguadiana.org ou através dos contactos 284 540 220 ou [email protected]

PRODER

ABORDAGEM LEADER EIXO 3 – DINAMIZAÇÃO DAS ZONAS RURAIS

Concurso nº 2/2011

3.2 - «Melhoria da Qualidade de Vida»

3.2.1 - «Conservação e Valorização do Património Rural»

3.2.2 - «Serviços Básicos para a População Rural»

CANDIDATURAS ABERTAS

De 28 de Junho a 05 de Agosto

GAL – Margem Esquerda do Guadiana

Os cuidados de saúde vão ser reforçados, entre 16 de julho e 28 de agosto, em duas zonas balneares do concelho de Odemira,

destino de milhares de turistas no verão.O reforço vai abranger as zonas balnea-

res de Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar, os locais mais procurados e de maior fixa-ção de veraneantes, adiantou à Lusa o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde Alentejo Litoral, Paulo Espiga.

No Edifício do Farol, na praia de Vila Nova de Milfontes, e na antiga extensão de saúde de Zambujeira do Mar vão estar enfermeiros para prestar cuidados de saúde dentro do seu âmbito de atuação, todos os dias, entre as 12 e as 18 ho-ras, precisou o responsável.

O reforço está previsto no Plano de Apoio às Praias do Litoral de Odemira, que visa prestar “um serviço de primeira linha” para responder a “pequenas situações de emergência”, como queimaduras solares ou picadas de peixes, em

que não é necessário as pessoas deslocarem-se a um serviço de urgência, disse.

Desta forma, explicou, as pequenas situa-ções de emergência são “facilmente” resolvi-das pelos enfermeiros no local e evita-se que as pessoas se desloquem a um serviço de urgência sem necessidade ou quando apenas necessitam de cuidados de enfermagem.

No entanto, em casos graves e “verdadei-ramente urgentes” ou para cuidados médi-cos, avisou, as pessoas terão que se deslocar às duas unidades de saúde de referência na região, ou seja, o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Odemira ou o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém.

O Plano de Apoio às Praias do Litoral de Odemira resulta de um protocolo, em vigor deste 2004, entre a Cruz Vermelha Portuguesa, que fornece o pessoal, e a Administração Regional de Saúde do Alentejo, que fornece tudo o resto.

Começou ainda novo a trabalhar como mecânico, mas o sangue falou mais alto e acabou por ingressar na PSP. Francisco Passinhas, membro da direção nacional da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, a prestar serviço em Beja, terra onde nasceu, deseja que o próximo minis-tro da tutela tenha “uma visão para o sé-culo XXI” e que esteja “familiarizado com a problemática policial”.

Texto Aníbal Fernandes

Foto José Ferrolho

O dia dos “secos e molhados” que opôs polícias a polícias no terreiro do Paço, em Lisboa, já foi há duas décadas e o

nosso entrevistado estava presente. Na altura, os agentes da PSP folgavam um dia, de 15 em 15 dias. Desde janeiro de 2010 que o Estatuto dos Profissionais da PSP esta-beleceu uma folga semanal e 36 horas de trabalho.

Todo o trabalho para além desse período vai para “um banco de horas” que tem suscitado proble-mas em alguns comandos da PSP por todo o País. Em Beja nem por isso: “O supe-rintendente Viola deu a hi-pótese dos departamentos se organizarem” e as coisas têm corrido bem, explica o sindicalista Passinhas.

Diz que é difícil ser po-lícia na terra onde nasceu e onde já o pai e avô desempenharam as mesmas funções. Será por isso que lhe custa apontar o dedo ao município local e sentir a necessidade de di-zer que no dia em que falámos – quarta-feira

– ainda não tinha sido regularizada a dívida de seis meses por trabalho gratificado pres-tado à Emparque.

“Quem trabalha deve ser remunerado”, defende como questão de princípio. “Se a câ-mara já recebeu da empresa concessionária dos estacionamentos na cidade, não há razão para não nos ter pago”, afirma.

Passinhas mostra-se preocupado com o futuro da PSP em Beja. “Neste momento so-mos cerca de 200 efetivos, mas metade está acima dos 45 anos”. O agente teme que, a mé-dio prazo, não seja possível passar o testemu-nho às gerações mais jovens.

A polícia está a ser afetada pela crise em coisas tão comezinhas com a falta de di-nheiro para comprar tinteiros para as im-pressoras ou para a manutenção do parque automóvel, que só não é pior “porque tem

havido uma boa gestão da frota por parte do co-mando e dos responsáveis pelas viaturas”.

Vejamos ao porme-nor: das seis motos uma é nova, quatro têm mais de 10 anos e uma já passa dos 20; os carros estão to-dos com uma década em cima; falta uma carrinha de transporte de pessoal – a que existe já merece reforma – e dava jeito ter uma viatura com proteção de vidros.

Quando “pedimos mais condições para os

polícias poderem desempenhar a sua missão é para podermos dar mais condições de segu-rança à população”. É por isso que não se es-quiva a referir que a crise já está a trazer pro-blemas ao exercício da atividade da PSP.

Joaquim Passinhas da ASSP alerta

Metade dos PSP tem mais

de 45 anos

A Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social de Castro Verde, Ourique e

Almodôvar (Cercicoa), realiza-se hoje, sexta- -feira, em Castro Verde, o seminário “Inovação Social e Sustentabilidade”. Segundo o presi-dente da Cercicoa, António Matias, este é o pri-

meiro de um ciclo relacionado com a sustenta-bilidade das organizações. “Com este seminário pretendemos fazer um diagnóstico da realidade social onde costumamos intervir”, esclarece. O seminário “Inovação Social e Sustentabilidade” decorrerá no cineteatro municipal, entre as 9 e as 12 e 30 horas.

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Recriações históricas, dança, pregões populares, artesãos a trabalhar

ao vivo e gastronomia vão animar o Festival do Peixe do Rio e do Pão,

que vai decorrer amanhã, sábado, nas ruas do centro histórico de

Moura. O festival, organizado pela Câmara de Moura e pela cooperativa

Comoiprel, pretende “recriar o imaginário coletivo” associado aos

rios e ribeiras do concelho, materializado na pesca e no peixe, e a

ligação com os moinhos que moem o trigo para fazer o pão. O evento

irá também envolver atores associados à restauração, “reinventando

novas gastronomias à base de peixe, que possam contribuir para a

revitalização económica e qualitativa” do setor, explica o município.

Festival do Peixe do

Rio e do Pão em Moura

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O escritor e jornalista Miguel Urbano Rodrigues acaba de publicar um novo livro, Tempo de Barbárie e

Luta, que reúne as mais recentes interven-ções do autor em congressos e encontros in-ternacionais.

Este livro de Miguel Urbano Rodrigues é um dos primeiros títulos da nova editora portuguesa Página a Página.

Em Beja, a obra é apresentada na Biblioteca Municipal José Saramago, na próxima segunda-feira, 20, às 21 e 30 ho-ras, pelo historiador Santiago Macias, com a presença e intervenção do autor e da dire-tora da biblioteca, Paula Santos.

Trata-se de uma iniciativa conjunta da Biblioteca Municipal de Beja, da editora Página a Página e da Cooperativa Cultural Alentejana.

Em Lisboa, Tempo de Barbárie e Luta é apresentado no dia 21, às 18 e 30 horas, na Casa do Alentejo, pelo jornalista Armando Pereira da Silva, seguindo-se uma interven-ção do autor.

No Porto, a sessão de lançamento rea-liza-se no dia 28, às 21 e 30 horas, no Clube Literário do Porto, com apresentação de Cristina Nogueira, professora e investi-gadora, e também com a participação de Miguel Urbano Rodrigues.

Na próxima segunda-feira, 20, em Beja

Miguel Urbano lança novo livro

Propostas até final do mês

Odemira apresenta Orçamento Participativo

A população do concelho de Odemira pode apresentar, até ao final do mês, pro-postas para o Orçamento Participativo,

processo “onde se podem propor e votar inves-timentos, projetos e ações de interesse coletivo, num montante global de 500 mil euros, que se-rão integrados no orçamento municipal do pró-ximo ano”.

Esta iniciativa da Câmara de Odemira, lan-çada pela primeira vez este ano, pretende “fomen-tar a cidadania ativa e a aproximação entre a ges-tão pública e os cidadãos, na procura de soluções para melhorar a qualidade de vida no concelho”.

A análise técnica das propostas e consequente admissão ou exclusão, de acordo com critérios de-finidos nas normas do Orçamento Participativo,

decorrerá entre julho e setembro. A votação das propostas acontecerá em outubro. A última fase será a apresentação pública dos resultados, entre novembro e dezembro, sendo que as propostas mais votadas serão incorporadas no orçamento municipal de 2012.

Biólogos de Castro Verde ensinam aves a atravessar redes A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) está a testar passagens de redes, na zona de Castro Verde, de modo a que as aves não fi-quem encurraladas nas vedações de arame, que

delimitam as propriedades. Depois de nascerem, as crias de abetarda ou de cisão encontram nas redes um obstáculo e não conseguem procurar alimento, refú-gio ou água. Os predadores, por sua vez, já se habitu-aram a procurar animais vulneráveis junto às redes. A

LPN já instalou várias passagens para as aves, de mo-delos diferentes, e está a estudar a sua eficácia. Para tal, instalou cinco câmaras fotográficas, que aju-dam a perceber se as aves estão ou não a utilizar as passagens.

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Desporto

O ciclista lituano Evaldas Siskevicius, corredor da La Pomme Marseille, ven-ceu a 29.ª edição da Volta ao Alentejo.

Texto e fotos Firmino Paixão

Nasceu em Vilnius, há 22 anos, e veio ao Alentejo conquistar os seus pri-

meiros êxitos como ciclista profis-sional. Venceu a etapa que termi-nou em Reguengos de Monsaraz e, nas restantes, sempre decidi-das ao sprinte, cortou a meta en-tre os primeiros. Vinte e nove vol-tas, outros tantos vencedores, um registo inédito. Siskevicius venceu a prova e, simultaneamente, o tro-féu Xavier Tondo, instituído para homenagear o espanhol vencedor da prova em 2005, recentemente falecido num acidente. Em tempo de contenção a Alentejana assinou o ponto no calendário nacional, com um pelotão mais modesto, com menos mediatismo, mas com

Lituano Siskevicius venceu a 29.ª Alentejana

A Volta ao Alentejo tem futuro

Palmarés

Vencedores das etapas

Mora/Campo Maior Bruno Lima (Onda/Boavista)

Vila Viçosa/Mértola Bruno Sancho (LA/Antarte)

Aljustrel/Reguengos de MonsarazEvaldas Siskevicius (La Pomme)

Montemor-o --Novo/Redondo Filipe Cardoso (Barbot/Efapel)

Geral Individual: 1.º Evaldas Siskevicius (La Pomme)2.º Filipe Cardoso (Barbot/Efapel)3.º Bruno Sancho (LA/Antarte)

Geral Equipas: 1.ª La Pomme Marseille, 2.ª Rabobank3.ª Onda Boavista

Geral Montanha 1.º César Fonte (Barbot/Efapel)

Geral Pontos 1.º Bruno Sancho (LA/Antarte)

Geral Juventude 1.º Leonel Coutinho (ASC/Vitória)

O 3.º Torneio de Futebol de 7 José Carlos Dias, iniciativa

do Clube Recreativo e Desportivo da Cabeça Gorda, está

a decorrer naquela freguesia até ao final do mês, com

a participação de 12 equipas. O evento evoca o antigo

atleta de dirigente do Ferrobico José Carlos Dias.

Realiza-se no próximo dia 25, na Arena Multiusos de Évora,

a quinta edição da Gala do Futebol Distrital de Évora,

evento em que serão distinguidos os vencedores das diversas

provas disputadas ao longo da época 2010/2011 e atribuídos

os prémios formação e prémios de reconhecimento.

Futebol de 7

em Cabeça Gorda

V Gala do Futebol

da AF Évora

Pela estrada fora Embora reduzida a quatro dias, a Alentejana tenta recuperar o fulgor de outros tempos

a mesma dignidade de sempre. E o que virá depois da meta final que, este ano, foi traçada na vila florida do Redondo? A Volta ao Alentejo terá futuro?

“Esta volta tem futuro, porque tem um passado fantástico”, res-ponde Joaquim Gomes, vencedor da edição de 1988, hoje diretor ge-ral da Lagos Sports. E acrescenta: “Gostaríamos que a evolução da prova fosse crescente, mas o fu-turo é incerto e hoje, porventura, com mais dificuldades do que no passado, fazer esta volta, que foi a possível, mas que não deixa de ser a volta de todos os alentejanos, não deixa de ser também uma vi-tória”. O diretor da prova argu-menta ainda: “Infelizmente, não foi só a Volta ao Alentejo que per-deu o fulgor de outros tempos, e que saudades que eu tenho dessas épocas, mas nos tempos que cor-rem devemos regozijar-nos por mantermos a prova na estrada”, concluiu.

Opinião idêntica tem Alfredo

Barroso, autarca do Redondo, e representante da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, parceira da Lagos Sports na organização da Alentejana. “A Volta ao Alentejo não pode aca-bar”, diz. Mas avisa: “As autarquias têm que reassumir as suas respon-sabilidades na volta e reforçar esta parceria com a Lagos Sports de modo a que a prova possa, porven-tura, já na 30.ª edição, voltar aos cinco dias e reintroduzir um chei-rinho de montanha”.

O protocolo com a Lagos Sports assegura a realização da prova 2012, mas, insiste Barroso: “É pre-ciso mobilizar mais autarquias e, sobretudo, fazer com que os au-tarcas sintam que a sua Volta ao Alentejo está viva, e os alenteja-nos mostraram bem isso com o seu apoio e entusiasmo, ao longo das estradas, nas vilas e aldeias por onde passámos. Agora é necessário que todas as autarquias entendam que é importante divulgarmos o Alentejo pela via do ciclismo”.

Esta volta tem futuro, porque tem um passado fantástico, mas o futuro é incerto...Joaquim Gomes

A Volta ao Alentejo não pode acabar. As autarquias têm que reassumir as suas responsabilidades.Alfredo Barroso

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Pela segunda vez em sete épocas de arbitragem, o almodovarense David Tomé, de 25 anos, foi eleito pelo conselho de arbitragem da AF Beja “Árbitro do Ano”.

Texto e foto Firmino Paixão

A última nomeação tinha ocor-rido na época 2007/2008 e na temporada seguinte teve uma

passagem efémera pela 3.ª categoria nacional, escalão para o qual vai de novo concorrer com o objetivo de ali se fixar. Fisioterapeuta de profissão, en-quanto árbitro foi uma das vítimas das alegadas fraudes detetadas nas avalia-ções finais da temporada.

Está feliz com esta distinção?

Estou feliz por ter chegado de novo ao primeiro lugar, como já tinha aconte-cido há dois anos. Foi um triunfo um pouco suado, porque tentaram impe-dir que eu chegasse lá. Uma vitória da justiça, da humildade e sobretudo do trabalho que desenvolvi. Agora espero ascender mais uma vez à terceira cate-goria nacional.

As polémicas em torno das classificações

finais não beliscaram o seu mérito?

Não, mas fui um dos árbitros que en-volveram no sistema, tentaram preju-dicar-me com a falsificação de docu-mentos. Daí eu acentuar que foi uma vitória da justiça e da humildade.

Como é que foi afetado?

Alguém criou uma conta de e-mail com o meu nome e forjaram pedidos de dispensa de jogos, tentando impe-dir que eu chegasse ao primeiro lugar, por não beneficiar da bonificação da assiduidade previsto no regulamento de arbitragem.

Sente-se o melhor árbitro da

temporada?

Não me sinto o melhor árbitro, sinto que fui capaz de chegar ao primeiro lugar tal como podia ter acontecido com outro co-lega meu, porque há muitos árbitros na primeira catego-ria com qualidade para che-gar lá. Tive alguma pontinha de sorte durante a época.

Como se define como juiz de futebol?

Tento cuidar bem da minha condição física, estudar as regras e atualizar --me, além de procurar acompanhar os lances tão perto quanto possível. Não digo que nunca erro, o que afirmo é que tento errar o menos possível.

O que vai mudar na

sua vida?

Nã o mud a r á na da, também não mudou na última passagem que fiz pela 3.ª catego-ria nacional. O que prometo é trabalho, aplica-ção, muito estudo e muito empenho, isso é o que pro-meto a quem con-fia em mim.

É um árbitro jovem,

também ambicioso?

Tenho a ambição legítima de qual-

quer árbitro, que é chegar o mais longe possível. Todos sonhamos chegar à 1.ª liga, não é fácil, mas tudo farei para ir progredindo na carreira.

Que motivações o trouxeram para a

arbitragem?

Fui jogador mas o jeitinho não era muito. Depois dediquei-me à arbitra-gem para continuar perto do futebol. A arbitragem é um mundo impressio-nante, é uma causa que abraço com muito gosto.

Fisioterapia e futebol comple-

mentam-se?

São coisas totalmente distintas, não é fácil ser fisioterapeuta, como

não o é ser árbitro de fu-tebol. Mas, natural-

mente, que a fisiote-rapia e o desporto se complemen-tam na recupe-ração dos fatores físicos.

Água Doce é campeão nacional Henrique Água Doce, atleta do C.C.D. Bairro da Conceição, de Beja, é o novo campeão na-cional de juvenis, na prova do Octatlo (100 e 300 mts, 110m barrei-ras, lançamentos de peso e dardo, salto em altura e comprimento e 1000 mts), realizada no Complexo Desportivo do Luso. O atleta bejense fez um registo de 5358 pontos, melhor marca nacional do

ano, a escassos 197 dos mínimos para o Campeonato do Mundo de Juvenis. Água Doce bateu o histórico recorde do também bejense Luís Barroso (ex-atleta da Zona Azul) nos 300 mts, com a marca de 36”22. Nestes campeonatos nacionais de provas combinadas par-ticipou, igualmente, o atleta juvenil da J.D.Neves, Diogo Luz, que obteve o 5.º lugar, com 5056 pontos.

A Câmara Municipal de Cuba promove a partir da próxima segunda -

-feira, dia 20, mais uma edição do Torneio de Futsal Município de Cuba

2011, aberto à participação de equipas de sete jogadores em que apenas

três podem ser federados. As inscrições têm como limite o dia de hoje

e podem ser efetuadas junto do município ou das juntas de freguesia.

Torneio de Futsal

Município de Cuba

David Tomé foi “Árbitro do Ano”

O fisioterapeuta da arbitragem bejense

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Dadorde SANGUE

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física, estudar as regras e atualizar -me, além de procurar acompanhar os lances tão perto quanto possível. Não digo que nunca erro, o que afirmo é que tento errar o menos possível.

O que vai mudar na

sua vida?

Nã o mud a r á na da, também nãomudou na última passagem que fiz pela 3.ª catego-ria nacional. Oque prometo étrabalho, aplica-ção, muito estudo e muito empenho, isso é o que pro-meto a quem con-fia em mim.

É um árbitro jovem,

também ambicioso?

Tenho a ambição legítima dequal-

Fisioterapia e futebol comple-

mentam-se?

São coisas totalmente distintas, não éfácil ser fisioterapeuta, como

não o é ser árbitro de fu-tebol. Mas, natural-

mente, que a fisiote-rapia e o desportose complemen-tam na recupe-ração dos fatoresfísicos.

Todos sonhamos chegar à 1.ª liga, não é fácil, mas tudo farei para ir progredindo na carreira.

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A grande família do futebol distrital reúne-se hoje em Beja para a tradicional Gala dos Campeões que consagra os melhores da época desportiva 2010/2011.

Texto e fotos Firmino Paixão

Todos à gala! Estes foram efetivamente os melhores. Porque marcaram mais go-

los, porque sofreram menos ou porque conquistaram mais pon-tos e, por isso, foram campeões e ganharam taças, ou simples-mente porque em jogo se reve-laram mais disciplinados. Sem fatores de subjetividade, nomea-

ções ou eleições, a A.F.Beja há 19 anos consecutivos que acentua e premeia o mérito dos seus agen-tes desportivos. E porque se con-cluiu recentemente a época des-portiva 2010/2011, esta noite será de gala, para aplaudir os melho-res da temporada.

José Luís Ramalho, presidente da Associação de Futebol de Beja, considera que “a época correu muito bem”. E sublinha: “E devo agradecer, por isso, aos atletas, aos dirigentes e aos treinadores, a to-dos os agentes desportivos envol-vidos, que não nos complicaram a vida”. O dirigente adianta ainda que “foi uma época absolutamente normal e até bastante positiva”.

Antecipamos aqui para quem, em termos individuais ou coleti-vamente, os holofotes serão di-recionados, sendo que não estão ainda apuradas as classificações nacionais da arbitragem, não permitindo que a A.F.Beja dis-tinga hoje esses juízes.

C a mpeões: 1.ª Div i são: Despertar; 2.ª Divisão: Guadiana; f utsa l : Ba ronia ; feminino: Serpa; juniores: Despertar; ju-venis: Odemirense; iniciados: Despertar; infantis: Moura; e benjamins: Des pertar.

Taças: Taça Distrito de Beja – seniores: Rosairense; futsal: N. S. Moura; e juniores: Despertar. Taça de Honra 2.ª Divisão:

Guadiana. Supertaça seniores: Rosairense. Supertaça junio-res: Despertar. Torneio Abertura Futebol Feminino: Aljustrelense. Taça Armando Nascimento (ju-venis): Despertar; Taça Melo Garrido (iniciados): Despertar; Taça Dr.Covas Lima (Operário). Taça Joaquim Branco (benja-mins): N. S. Beja.

Taças disciplina: 1.ª Divisão: A ldenovense ; 2 .ª Div isão: Santa Clara-a-Nova; futsa l: Almodovarense; futebol femi-nino: C.B.Castro Verde; juniores: Cuba; juvenis: Almodôvar; ini-ciados: Ourique; infantis: Alvito; e benjamins: Renascente.

Prémios individuais: melhor

marcador – 1.ª Divisão: Gonçalo (São Marcos); 2 .ª Div isão: Bruno Silva (Ourique); futsal: Helder Brás (Almodovarense); e futebol feminino: Ana Capeta (Aljustrelense). Guarda-redes menos batido – 3.ª Divisão: Telmo (Moura); 1.ª Divisão: Eduardo (Despertar); 2.ª Divisão: João Baiôa (Guadiana); futsal: Luís Lebre (Baronia); e futebol femi-nino: Ana Feliciano (Serpa).

Árbitros: 1.ª categoria distri-tal: David Tomé; 2.ª categoria dis-trital: Roberto Vasconcelos; 1.ª categoria distrital futsal: Daniel Galego; melhor árbitro assistente: José Lopes Silva; e melhor obser-vador: Mário Batista.

XIX Gala dos Campeões da A.F.Beja

O futebol bejense “engalanado”

Pista de karts em Cuba Na pista de karts de Vale de Aradas, empreendimento privado localizado a cerca de quatro quilómetros da vila de Cuba, decorre ao longo do dia de ama-nhã um programa de componente desportiva e lúdica, em que vão participar alguns dos pilotos do circuito nacional da moda-lidade. Trata-se de uma infraestrutura de característica “super

especial”, com a extensão de 900 metros, para competição ao par. Logo pelas 11 horas os pilotos farão uma primeira abor-dagem de adaptação e a competição que assinala a estreia da pista está marcada para as 15 horas. Às 18 e 22 horas realizam - -se concertos musicais que culminam com a inauguração ofi-cial desta primeira super especial de karts no Baixo Alentejo.

Trilhos do concelho

de Beja em BTT

O 3.º passeio BTT Trilhos do Concelho, organização da divisão de Desporto da

Câmara Municipal de Beja, realiza-se no próximo domingo, dia 19, pelas 8 horas,

com concentração no parque da cidade. O passeio terá dois percursos, na extensão

de 20 e 40 quilómetros, com graus de dificuldade diferentes. O evento integra-se no

projeto Circuito BTT e Cicloturismo 2011 desenvolvido pelo município.

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Vitória, vitória conta a tua estóriaVitória, vitória conta a tua estória

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Amanhã, sábado, a freguesia de Odivelas, em Ferreira do Alentejo,

vai receber durante todo o dia, a partir das 10 horas, uma prova do

campeonato de carrinhos de rolamentos Alcácer Gravity Race. A não

perder! A organização convida todos a levar ou construir o seu carrinho

e a participar nas corridas, ajudando a renascer a tradição dos carrinhos

de rolamentos. Para miúdos e graúdos.

Dica da semana

Com as fériasà porta, é tempo de aventuras com a família e com os amigos. Começapor arranjar umcaderno e pintas as páginas com aguadas de corporque o resultado final será muito mais apelativo.Agora junta bilhetes de espetáculos, cinema, exposições ou até um simples pau de gelado, coisas que tenhas gostado de ver e vi-ver. Cola, desenha, recorta e dá vida ao teu caderno. Quando as férias acabarem podes sempre folheá-lo e relembrar-te de grandes momentos. Agora é tempo da aventura começar.

Carrinhos de rolamentos

em Odivelas

Agora sim já só apetece

brincadeiras ao ar livre

e quem é que não gosta

de fazer bolas de sabão,

com brinquedos próprios

ou com uma simples

esferográfica?

Esta semana vamos

ensinar-te a fazer uma

serpente de bolas, com

dezenas de bolhinhas.

Vais precisar de uma

garrafa de plástico, um

pano de cozinha, um

elástico e um alguidar

com água e sabão. Cortas

o fundo da garrafa e

colocas o pano, preso com

o elástico (ver imagem).

Mergulhas o fundo da

garrafa na água e é soprar.

Ganha quem conseguir

fazer a serpente maior.

Serpente de bolhas

A páginas tantas ...

Desenho da Laura, de 6 anos, de Santiago do Cacém

Numa época em que tudo gira em torno dos computadores, da Internet, dos gadgets, falar de livros e sobre livros, e sobretudo continuar a folhear esse magnifico objeto, pode parecer estranho. De Lane Smith, É um livro traduzido já em 17 idiomas e que nos chega através da Editorial Presença, fala-nos exatamente do ser-se um livro. Uma conversa sem “scrolls, passwords ou a screen name”. Um livro divertido que te levará ao prazer da leitura em papel. Se quiseres podes ver uma pequena animação aqui (http://www.youtube.com/watch?v=x4BK_2VULCU&feature=player_embedded), ou conhecer um pouco mais sobre este autor (http://www.lanesmithbooks.com/LaneSmithBooks/Lane_Smith_Books.html)

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Fim de semana

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Festival Terras sem Sombra propõe concerto “Leste/Oeste”

Sofia Gubaidulina e Bachna igreja matriz de Grândola

Lendias d’Encantar

com duas peças em Ourique

Poesia “pintada” na Herdade do Rocim O artista plástico Norberto Nunes pro-pôs-se “pintar” poemas de Fernando Pessoa e o resultado pode ser visto na exposição “Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou!”, cuja inauguração está agendada para amanhã, sábado, na Herdade do Rocim, em Cuba, a partir das 17 e 30 horas. A cerimónia conta com a contribuição do pianista Domingos António.

A igreja matriz de Grândola é a próxima pa-ragem do Festival Terras sem Sombra, amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas.

Edifício característico da arquitetura pombalina, o templo oferece, segundo a organização, a cargo da Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, o “intimismo

adequado a um programa pouco vulgar”, que aproxima a compositora russa con-

temporânea Sofia Gubaidulina e o mestre supremo do barroco

Johann Sebastian Bach, num concerto que dá

pelo nome de “Leste/ /Oeste”. A Irene Lima, no violoncelo, e a Pedro Santos, no acordeão, membros de uma elite de in-térpretes portugue-

ses que se projetaram internacionalmente,

cabe a execução de

três momentos culminantes de “As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, obra fundamental de Gubaidulina, que revolucionou a música religiosa nos finais do século XX, e de duas suites para vio-loncelo de Bach (n.º 1 em sol maior e n.º 2 em ré menor). Em suma, um repertório que promove o encontro entre o sagrado e o profano, “unindo duas tradições musicais europeias, a oriental e a ocidental, numa continuidade espiritual soberba, que apela ao reencontro interior mais profundo”.

Recordamos que o Festival Terras sem Sombra, este ano sob a direção artística do italiano Paolo Pinamonti, arrancou em março e já percorreu várias pérolas do património religioso do Baixo Alentejo, em Santiago do Cacém, Almodôvar, Castro Verde e Vila de Frades. A edição de 2011 fe-cha a 9 de julho, na cidade de Beja, com o concerto “En plein air”, protagonizado pelo tenor Mário João Alves e pela Banda Sinfónica da GNR, dirigi-dos por Marcello Panni. Tal como o nome sugere, é um concerto ao ar livre enquadrado pela igreja da Misericórdia, na praça da República.

Os “3 Desejos” de Joana Rios em Santiago A cantora e compositora Joana Rios vai estar

hoje à noite, a partir das 21 e 30 horas, no

Auditório Municipal António Chainho, em

Santiago do Cacém, para um espetáculo de

apresentação do seu novo disco, “3 Desejos”.

Exprimindo-se em português e castelhano,

a cantora percorre “sonoridades intensas e

cinematográficas”, entre as raízes da música

popular e as suas influências de cariz erudito.

Trio Odemira comemora bodas de ouro em SinesCom um DVD comemorativo dos seus 50 anos

de carreira acabado de sair, o Trio Odemira

sobe amanhã, sábado, ao palco do Centro de

Artes de Sines, a partir das 22 horas. Uma

oportunidade para voltar a ouvir “Ana Maria”,

“Anel de Noivado” e “Tu e eu”, apenas alguns

dos mais de mil temas gravados em 92 discos

de longa duração e CD. Grupo lendário da

música popular em Portugal, o Trio Odemira

já atuou nos palcos de boa parte do mundo,

da América do Norte ao Extremo Oriente.

A companhia bejense Lendias d’Encantar visita hoje, sexta-feira, a vila de Ourique, propondo dois

espetáculos no Cineteatro Sousa Telles. A peça para a infância, “Partida, Lagarta, Fugida!”, será

apresentada em duas sessões, às 10 e 30 e às 14 e 30 horas, para as escolas do concelho. Ao serão, a

partir das 21 e 30 horas, o palco é da comédia “Grávida Abandonada Procura Namorado”, com texto

original de António Manuel Revez e interpretação de Ana Ademar e António Marques Revez.

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JazzWadada Leo Smith – “Spiritual Dimensions”

Com o dealbar do novo milénio, a carreira de Wadada Leo Smith parece ter conhecido um revigorado impulso. Basta atentar nas inúmeras formações e gravações dos últimos anos – em diferentes contextos –, desde duos com

Anthony Braxton e Jack DeJohnette até ao trabalho com a mais alargada Silver Orchestra, passando pelo Golden Quartet, recentemente alargado para quinteto (como gosta de dizer, “uma formação para a vida, independentemente do pes-soal ou da direção que tome”). Como trompetista, compositor, teórico e peda-gogo – e membro fundador da seminal AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians) – Wadada Leo Smith é figura de proa do jazz americano mais aventuroso do último meio século, nele deixando a sua marca indelével e in-suflando nas gerações mais novas a apetência pelo risco e pela liberdade musical. Poucos meses após o magnífico “America” (Tzadik), com DeJohnette como único consorte, o músico voltou a documentar neste duplo ao vivo duas das vertentes mais representativas do seu trabalho recente.

O primeiro disco apresenta o Golden Quintet num registo gravado ao vivo na edição de 2008 do Vision Festival, evento icónico da vanguarda nova- -iorquina. Da formação avulta a presença do super-lativo pianista que é Vijay Iyer – que transita do an-terior “Tabligh”, tal como o contrabaixista John Lindberg – e de dois bateristas (Don Moye, essa ou-tra lenda da AACM e do Art Ensemble of Chicago, e Pheeroan AkLaff). Wadada continua a evidenciar uma espantosa amplitude de movimentos, meta-morfoseando-se do registo mais clássico e límpido ao mais experimental e árido. Em “Al-Shadhili s Litany of the Sea: Sunrise” fica bem patente a forma notável como a secção rítmica vai burilando a base de sustentação para os voos do trompetista. Contradizendo o nome da peça, “Pacifica” começa efervescente até que, sensivelmente a meio, tudo muda, com o piano esparso e as notas bem medi-das expostas por Smith. Inexplicável é o fade out abrupto... “Umar at the Dome of the Rock, parts 1 & 2” começa com um solo de bateria, a que se junta de-pois o piano numa dança frenética, interrompida no momento em que Wadada inicia um belíssimo solo. Depois, a peça adquire progressivamente contornos de maior abstração, com John Lindberg a explorar as potencialidades do contrabaixo até ao âmago. O disco termina com “South Central L. A. Kulture” e o seu balanço funk.

No segundo disco, gravado em abril de 2009, o trompetista rodeia-se de uma formação atípica, ba-tizada Organic e de constituição mais recente: qua-tro (!) guitarras, dois baixos, violoncelo e bateria. Claramente continuador da estética desenvolvida por Miles Davis na viragem dos anos 60 para os anos 70 do século passado, o som da formação consubs-tancia-se em longas deambulações cheias de um groove elétrico alimentado pelo tricot de alta volta-gem tecido pelas guitarras, ora mais abrasivo (“South Central L. A. Kulture”, “Angela Davis”) ora mais at-mosférico e espiritual (“Joy:Spiritual Fire:Joy”). A

peça central é “Organic”, que começa maquinal e depois evolui para um funk hipnó-tico. Não será para todos os ouvidos, mas “Spiritual Dimensions” é mais uma prova cabal da relevância musical de alguém que se recusa a estagnar e que continua tão interveniente como no princípio. Não esquecer que Wadada Leo Smith é um dos no-mes de proa do cartaz do Jazz em agosto 2011, apresentando-se com os Organic no dia 7 daquele mês estival.

António Branco

Boa vida

Petiscos Pelos vilões, marchar, marchar!

Conta-se que num desses juramentos de ban-deira que havia, e há, aí pelos quartéis do país inteiro, um dia, uma mãe extasiada com o seu

garboso filho desfilando com o batalhão de instrução, dizia para o marido: “Oh! Zé, vê só o nosso Carlinhos. Que bem que ele vai. Tão bem posto, tão direito, tão composto, marchando com perfeição. E é o único que vai com o passo certo. Os outros todos vão com o passo trocado!”.

O molho de vilão, o meu molho de vilão, o molho de vilão da tradição bejense nos apertos dos calores do verão, também vai com o passo trocado. Ninguém o prepara assim, como nós fazemos. Pode-se procurar nos livros da especialidade, compêndios, livros gros-sos, fininhos, antigos, mais modernos, com e sem fo-tografias, apontamentos diversos, tanto faz, desde que não tenha origem em Beja ou nos seus arrabaldes, ninguém o faz como nós.

Comecemos então pelo princípio, como São João, a Águia de Pathmos, para quem no princípio era o verbo. Segundo o Jorge Pestana Bastos está mal tra-duzido do grego, mas isso são outras histórias. Aqui, no princípio, era a velha intenção de, durante os estios e as suas altas temperaturas, se conseguir que os ali-mentos se preservassem durante mais tempo. Neste caso com recurso ao vinagre.

É portanto uma peça de caça ou capoeira, assada ou cozida, partida em pequenos bocados, acrescen-tada com cebola e salsa ou coentros, em infusão num molho vinagrette, desculpem lá o galicismo. Um mo-lho que leva azeite, vinagre, sal e pimenta. Toma no Alto Alentejo o singular nome de São Cristóvão. E que serve para fazer 20 pratos diferentes.

O nosso molho de vilão tinha e tem uma pequena diferença. Mas nessa diferença cabia Beja inteira. O animal – supúnhamos que é uma perdiz mas pode ser uma galinha de campo ou um coelho – é bem gre-lhado, se possível no carvão, e esquartejado em pe-quenos troços. Leva o referido molho, azeite, muito e bom vinagre, sal e pimenta, cebola cortada fina e co-entros picados.

Mas além disso – e aqui é que está o segredo – a carcaça sobejante, acastanhada pelas brasas, é cozida em pouca água e uma cebola inteira, longamente, ho-ras a fio, de forma a dali resultar um caldo escuro e grosso, com intenso sabor a carne. É esse caldo que se junta ao citado molho e que o torna diferente.

Há também quem coza a peça e junte o caldo do cozido. Pessoalmente, prefiro da forma que indiquei. Come-se três dias depois. De preferência mais. Não vai ao frio, salvo duas ou três horas antes de ser con-sumido para refrescar.

Faça, é simples, é fresco. O calor está a caminho. Espere por ele à antiga: com um bom molho de vilão!

António Almodôvar

Esta doce cachorrinha de quatro meses é a última de uma

ninhada de quatro irmãs. As outras já foram adotadas

e ela espera também a sua oportunidade em breve, pois

precisa mesmo de uma família onde possa socializar

com os amigos humanos e brincar com conforto e em

segurança. Já está vacinada e desparasitada e em adulta

a associação responsabiliza-se pela sua esterilização.

Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja.

Contactos: 962432844

[email protected]

Wadada Leo Smith –

“Spiritual Dimensions”

Disco 1: Wadada Leo Smith

(trompete), Vijay Iyer (piano,

sintetizador), John Lindberg

(contrabaixo), Pheeroan AkLaff

(bateria) e Don Moye (bateria).

Disco 2: Wadada Leo Smith

(trompete), Michael Gregory

(guitarra), Brandon Ross

(guitarra), Nels Cline (guitarra),

Lamar Smith (guitarra),

Okkyung Lee (violoncelo), Skuli

Sverrisson (baixo elétrico),

John Lindberg (contrabaixo)

e Pheeroan AkLaff (bateria)

Editora: Cuneiform Records

Ano: 2009

Comer Caldeirada

de lulas

Ingredientespara 4 a 5 pessoas 2 kg de lulas2 cebolas medias4 dentes de alho1 dl de azeite1 molho de salsaq.b. de salq.b. de pimenta branca moída400g de tomate800 g de batatas100 g de pimentos verdesq.b. de água

Confeção : Arranjam-se as lulas e cortam-se às rodelas.Num tacho coloca-se azeite, alho picado, ce-bola às rodelas, sal e pimenta.Quando a cebola come-çar a alourar juntam--se as lulas e deixam-se fritar um pouco. De se-guida misturam-se os tomates cortados aos bocados sem pele e sem grainhas e um pouco de água.Quando as lulas estive-rem quase cozidas jun-tam-se as batatas corta-das às rodelas grossas e vai-se adicionando água suficiente para cozer.Quase no final retifique os temperos e junte ti-ras de pimento verde às tiras finas e polvilhe com salsa picada.Bom apetite…

António Nobre

Chefe executivo de

cozinha

– Hotéis M’AR

De AR, Évora

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Como chegar: O Parque de Natureza de Noudar fica a oito quilómetros de Barrancos, na estrada que liga a vila ao Castelo de Noudar. Uma estrada em mau estado de con-servação, apenas alcatroada num pequeno troço.

Vamos lá saindoParque de Natureza de Noudar

À esperado lince ibérico

A estrada não é convidativa, mas a pai-sagem é deslumbrante neste mês de junho de muita chuva. Com a terra

menos seca do que é habitual, o verde ainda irrompe aqui e ali. De repente uma manada de vacas atravessa o caminho, com dois va-queiros, a cavalo, um à frente outro atrás. Seguimos uma dezena de minutos em fila indiana, até que elas entram por uma porta na vedação. Estão a mudar de pastagem e são um dos elementos marcantes na atividade agropecuária da Herdade da Coitadinha, com uma área de mil hectares, adquirida em 1997 pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), com o objetivo de desenvolver nesta propriedade “um projeto de compensação pela perda de habitats a nível dos ecossistemas de mon-tado, galerias ripícolas e matagais mediter-rânicos” provocados pela construção da bar-ragem de Alqueva.

Nasceu assim o Parque da Natureza de Noudar assente nas vertentes ambien-tal, agrícola e turística. O antigo monte foi transformado em alojamento turístico e o estudo e a valorização ambiental, integrada na Rede Natura, são hoje uma realidade.

“Esta é uma paisagem muito intensa que toca quem nos visita e que os faz voltar. Temos este silêncio muito próprio que é feito de todo este barulho dos pássaros, das vacas logo de manhã, das rãs à noite, um silêncio muito povoado. Não é uma paisagem plas-tificada ou esverdeada. É o Alentejo puro e duro”, diz a diretora do Parque, Bárbara Pinto, enquanto conversamos numa das va-randas da casa principal, de onde se tem uma vista magnífica. “A primavera é a época mais bonita porque os campos fazem ta-petes enormes de cores que vão do roxo ao amarelo, ao vermelho e ao branco. Tudo isto rebenta em cor. Agora no verão temos um ambiente mais duro, também com uma be-leza muito própria, e onde assenta bem a pa-lavra resistência. É quando melhor perce-bemos o que o Alentejo é, por que é que os Alentejanos são o povo que são, uma vez que as condições ambientais e de clima são as mais difíceis, mas que cada vez são também as mais procuradas pelas pessoas, pelos tu-ristas que nos visitam, dada a sua força”.

Bárbara Pinto é bióloga e, durante a nossa conversa, repetidas vezes fala desse “tesouro ambiental” que, na sua opinião, constitui

toda esta região. E, embora saliente que cada uma das suas componentes é uma peça im-portante no todo, destaca algumas. “São mil hectares de diversidade, um autêntico hots-pot de biodiversidade. Ao todo temos, nos vários grupos biológicos, para cima de mil espécies identificadas. Em termos de f lora já identificámos aqui uma espécie nova para Portugal, que não estava identificada em mais lado nenhum do País, ligada às zonas mais húmidas, de ribeira; temos também um conjunto de 10 espécies de plantas que são muito raras em Portugal e que existem aqui no Parque”.

Para a bióloga, o objetivo deste pro-jeto é provar que é possível “compatibilizar biodiversidade com agricultura e com tu-rismo, que são áreas que andam muitas ve-zes em conflito. Mas são estes valores natu-rais, em conjunto que trazem cá as pessoas”. Mas não só: há muitas propostas de ativida-des para quem visita o Parque de Noudar (que foi buscar o nome ao castelo vizinho, que domina a paisagem, mas cujo estado de

conservação, sobretudo das muralhas, torna atualmente perigosa qualquer visita).

“Apesar de toda esta calma temos aqui muitas atividades. As pessoas podem en-contrar desde o silêncio à tranquilidade ab-soluta e ao não fazer nada, até a descoberta empenhada dos valores culturais e ambien-tais desta região. Não temos aqui as ativida-des mais tipificadas, tipo radicais. Não te-mos nada disso. Temos sim trilhos por toda a herdade que podem ser percorridos a pé, de bicicleta ou em carrinhos elétricos todo o terreno. Os trilhos podem ser acompanha-dos através de um guia digital que dá uma total autonomia às pessoas e em que está toda a informação que cada visitante vai en-contrar em cada trilho, e que vai desde o cantar das aves – e muitas vezes as próprias aves que estão no terreno reagem ao canto que ouvem do equipamento, interagindo com ele – até ao poderem reconhecer todas as plantas ali existentes”, diz Bárbara Pinto

Os oito carros elétricos, com uma auto-nomia de quatro horas, são um verdadeiro

sucesso. “Não fazem ruído, não poluem, os percursos pelos quais podem andar estão to-dos identificados e podem servir de meio de transporte para, por exemplo, os visitantes usufruírem de um outro produto que nós ofe-recemos, que é o de um piquenique no campo. Preparamos uma cesta de piquenique, com todo o equipamento necessário que vai desde a louça à manta para se deitar, o que é muito agradável” refere a diretora do Parque.

Mas não é só de dia que existe a oferta de atividades. A noite é também terreno propí-cio para “sair a descoberta”. Sobretudo a noite escura que deixa ver o céu estrelado. “A noite aqui tem muita qualidade, nas noites sem lua o céu é muito escuro e, para quem gosta de astronomia e de observar o céu, é um dos me-lhores locais para o fazer no nosso país, aliás como em toda esta região de Alqueva. Temos também várias atividades que se fazem à noite, como a observação de fauna maior, ja-valis ou veados, que se observam ao crepús-culo, caças ao tesouro noturnas, dirigidas também a adultos, que são também muito divertidas”, diz Bárbara Pinto, salientando que está neste momento em curso um projeto com vista a criar as condições para a reintro-dução do lince ibérico no parque.

“Estamos muito empenhados nisso. Temos já projetos financiados para fazer a reabilita-ção destes habitats todos, porque esta zona de Moura/Barrancos é uma zona de ocorrência histórica do lince. Ainda no ano passado tive-mos aqui a presença confirmada de um lince. Era um lince do programa espanhol da Junta da Andaluzia, que estava identificado, tinha um chip e era seguido por satélite. Por isso, era fácil saber onde é que ele estava. Os linces precisam de territórios muito grandes, que para além de abrigo e refúgio têm que ter co-mida. O lince que aqui esteve no ano passado percorria em cada migração cerca de 400 quilómetros”, refere a bióloga, dizendo que, “como 98 por cento da alimentação do lince tem na base o coelho bravo, temos que come-çar por recuperar as populações de coelho bravo, e estabelecer essa como a área priori-tária para a introdução de linces, que poderão vir dos centros de reprodução, em cativeiro, ou mesmo favorecendo populações que ainda possam existir aqui na serra Morena, no lado espanhol”.

Projetos de um projeto já “maduro” no terreno, entre a ribeira de Múrtiga e o rio Ardila (do outro lado já é Espanha), que tem visto o número de visitantes aumentar, so-bretudo nos fins de semana e férias, mas também nos períodos da passagem de ano e da Páscoa. “Nós abrimos ao público em 2006 a componente de alojamento e daí para cá, todos os anos, as nossas taxas de ocupação têm aumentado e consolidado. Passámos de um público mais generalista para grupos mais especializados, que voltam muitas ve-zes, e mesmo nestes tempos difíceis que es-tamos a atravessar não notamos ainda uma grande quebra”, salienta Bárbara Pinto.

Carlos Júlio

Onde comer: Os restaurantes mais perto situam-se em

Barrancos, mas os visitantes podem também solicitar,

por encomenda, a confeção de refeições no Parque de

Noudar. Ali existe também uma loja que vende produtos da

herdade, nomeadamente mel, chás e algum equipamento.

Alojamento: O Monte da Herdade da Coitadinha é o centro do

Parque de Natureza de Noudar. A casa principal tem seis quartos

standard, duplos, com casa de banho privativa. O antigo refeitório

dos trabalhadores foi ampliado e transformado também numa

zona de alojamento para grupos maiores, até 30 pessoas.

Atividades: Passeios a pé, de bicicleta ou de carro elétrico; visi-tas acompanhadas por especialistas; organização de piqueni-ques, caças ao tesouro, observação de fauna e flora; etc.

Mais informações em http://www.parquenoudar.com/JO

SÉ F

ERRO

LHO

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Nº 1521 (II Série) | 17 junho 2011

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo Jorge Pulido Valente | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 [email protected]ção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 [email protected] | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Carlos Lopes Pereira (CP2969), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária)Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Carlos Rico, Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, António Melão, Carlos Júlio, Marco Monteiro Cândido, João Fialho | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Luiz Beira, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Arlindo Morais, Bruno Ferreira, Carlos Félix Moedas, Cristina Taquelim, Firmino Paixão, Francisco Marques, Francisco Martins Ramos, Graça Janeiro, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Maria Graça Carvalho, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, prevê-se céu pouco nublado. A temperaturavai oscilar entre os 13 e os 29 graus centígrados. Amanhã, sábado, o sol deverá brilhar e no domingo espera-se céu limpo.

Gabriel Rui Silva revisita em livro o escritor bejense

Manuel Ribeiro, comunista e católico

Nascido em Albernoa, o ativista po-lítico, poeta e romancista Manuel Ribeiro (1878-1941), hoje pouco

mais do que um nome de largo em Beja, é re-visitado pelo investigador Gabriel Rui Silva no livro Manuel Ribeiro, o romance da fé, a apresentar amanhã, sábado, na Biblioteca Municipal de Beja, pelas 17 horas. A obra, uma versão não académica da tese de dou-toramento do autor, desvenda o percurso de um homem que sonhou com uma aliança entre católicos e comunistas e que deixou em Sarça Ardente “uma das mais belas declara-ções de amor ao Alentejo”.

Manuel Ribeiro foi o autor mais lido nos

anos 20 do século passado em Portugal.

Hoje é praticamente um desconhecido.

Porquê?

Manuel Ribeiro, hoje desconhecido, atreveu--se a pensar pela sua própria cabeça. Aderiu à causa do sindicalismo revolucionário e atin-giu a liderança. Rompeu com os anarcossindi-calistas, depois de ser um dos fundadores de “A Batalha”, e criou a Federação Maximalista Portuguesa, embrião do partido comunista português, partido cuja constituição protago-nizou. Rompeu com o partido que ajudara a fundar depois de um retiro espiritual na mais rigorosa ordem católica, a Cartuxa, aproxi-mando-se dos valores da democracia cristã e, por fim, afastou-se de uma igreja que o pre-tendeu instrumentalizar. Tudo isto sem ser apóstata e com um projeto muito preciso e seu que vinha delineando desde 1914.

Em que consistia este seu projeto, hoje im-

pensável, de aliança entre o catolicismo e o

Gabriel Rui Silva

54 anos, natural de AlmadaLicenciado em Filologia Românica, dedicou a sua tese de doutoramento em literatura portuguesa ao autor bejense Manuel Ribeiro. É atualmente membro do Centro de Estudos em Letras (CEL) da Universidade de Évora e durante anos lecionou em França, enquanto assistente de língua portuguesa, e, em Itália, na qualidade de leitor de português, nas universidades de Bolonha e de Perugia. Desenvolveu também trabalho na área da poesia experimental, organizando e participando em exposições em Portugal e no estrangeiro.

comunismo?

O que Ribeiro parece ter antevisto foi a rea-lidade que muitos anos depois se materiali-zou na Itália do pós-guerra: o compromisso histórico, a aliança entre comunistas e cató-licos. Ribeiro parece ser o grande precursor de um projeto que lhe permitiu pensar como possível a ultrapassagem do emergente po-der de Salazar a partir de 1930, ano em que publica Novos Horizontes, ensaio para uma democracia cristã; ano, aliás, em que se rea-proxima do PCP de Bento Gonçalves e di-rige “Renascença”, revista católica que está na origem da rádio com o mesmo nome. Facto é que Ribeiro se viu impossibilitado de pu-blicar o segundo volume do seu ensaio e viu frustrada uma segunda tentativa com o jor-nal “Era Nova”.

De que forma é que a região onde nasceu

e cresceu se encontra presente nos seus

escritos?

Manuel Ribeiro publicou 10 romances, en-tre eles A Planície Heroica, romance que importa ler conjuntamente com O Crime do Padre Amaro, de Eça, pois é o seu an-típoda, um romance todo ele passado no Baixo Alentejo. Por sua vez, A Batalha nas Sombras impõe a sua alta temperatura nar-rativa no espaço alentejano e, por fim, Sarça Ardente, romance póstumo, é uma das mais belas declarações de amor ao Alentejo. As pausadas mas musculadas descrições de Ribeiro, a sua propensão contemplativa, o sol, o ar e a terra que preenchem os seus ro-mances só são possíveis a quem bebeu com o leite materno a vastidão da planície.

Entrevista de Carla Ferreira

Musibéria abre portasamanhã em SerpaO Musibéria - Centro Internacional de Músicas e

Danças do Mundo Ibérico abre, amanhã, sábado,

pelas 18 horas, em Serpa. O Musibéria, projeto

da Câmara Municipal de Serpa, orçado em dois

milhões de euros e cofinanciado pelo Inalentejo e

pelo QREN, tem como objectivo principal difundir

internacionalmente, através de atividades culturais

e educacionais, a música e a dança de ascendência

Luso-Espanhola (ALE) existente em todo o mundo.

O centro irá acolher, entre outras atividades, cursos

de curta duração, simpósios e semestres académicos.

A Câmara Municipal de Serpa adianta que o centro

“pretende ser um braço especializado das entidades

universitárias que o utilizem, oferecendo formação

em música e dança de raiz ibérica a artistas, alunos,

professores e público em geral”. A cerimónia de

inauguração conta com as participações do Grupo

Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, grupo

Mosto e Duo Ibéria. Laurent Filipe, diretor-geral do

centro, também marcará presença.

Feira de S. João em ColosA vila de Colos, no concelho de Odemira, vai estar

em festa com a Feira de S. João, entre os dias 23 e 25.

A feira tradicional apresenta-se este ano renovada e

mais dinâmica. Mostra de gado, artesanato ao vivo,

produtos locais, música tradicional, mastro de S. João

e bailes são alguns dos ingredientes deste evento,

que decorrerá junto ao Campo de Futebol de Colos.

A mostra de artesanato e produtos locais poderá

ser vista entre as 10 e as 22 horas, com entradas

livres. No dia 23, quinta-feira, pelas 22 horas, haverá

a tradicional fogueira de S. João e na noite de 24

acontece um baile com a banda Karisma. No dia

25, pelas 9 horas, decorre um passeio equestre e,

pelas 16 horas, terá início um espetáculo de música

tradicional, com a actução dos grupos corais Vozes

Femininas de Amoreiras-Gare, Vozes de Casével, Os

Cardadores da Sete, Gentes do Alto Mira e Maravilhas

do Alentejo. À noite haverá baile com a artista Ana

Páscoa. A iniciativa é promovida, entre outras

entidades, pela Junta de Freguesia de Colos, que conta

com o apoio do município de Odemira e da Sociedade

Recreativa Colense.

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Page 25: Edição nº 1521

Cadernodois

Sexta-feira,17 junho 2011Nº 1521 (II Série)

Castro promove formação

em apicultura e horticultura

A Câmara de Castro Verde, em colaboração com o

Centro de Formação Profissional de Aljustrel, vai

desenvolver um conjunto de ações de formação em

áreas que permitam o desenvolvimento ou o início de

atividades produtivas, nomeadamente apicultura e

horticultura. A formação, a decorrer em horário pós-

-laboral ou aos sábados, conforme horário a estabelecer

com os interessados em número de pelo menos 10

participantes, são gratuitas e estão abertas a todos os

interessados com formação escolar superior ao 4.º ano

de escolaridade. As inscrições, abertas até ao dia 30,

podem ser efetuadas no edifício da câmara.

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A Casa Agrícola Cortez de Lobão volta a investir no con-celho de Serpa. Estão a ser plantadas 600 mil oliveiras e a construir-se um lagar. A pro-dução de azeite vai duplicar. O novo lagar terá capacidade para transformar 450 toneladas de azeitona por dia, o equiva-lente a uma produção de mais de seis mil toneladas de azeite por campanha olivícola.

A Casa Agrícola Cortez de Lobão está a plantar 600 mil oliveiras e a construir

um lagar no concelho de Serpa, num investimento de sete milhões de euros, que irá permitir duplicar a produção de azeite.

Das novas 600 mil oliveiras, 300 mil já estão plantadas na herdade Maria da Guarda e as restantes vão ser plantadas até à primavera de 2012 naquela e na herdade vizinha da Capela, disse à Lusa João Cortez de Lobão, da casa agrícola.

Após a conclusão da plantação do novo olival, que vem juntar--se às 500 mil oliveiras plantadas numa primeira fase na herdade Maria da Guarda, a casa agrícola,

no total das duas herdades, ficará com um milhão e 100 mil olivei-ras de quatro variedades e disper-sas por 1350 quilómetros de li-nhas de árvores.

O lagar, que está a ser constru-ído na herdade Maria da Guarda, deverá ficar concluído “entre o fi-nal deste ano e o primeiro trimes-tre do próximo ano” e começar a funcionar na campanha olivícola de 2012, estimou João Cortez de Lobão.

O novo lagar terá capacidade para transformar 450 toneladas de azeitona por dia, o equivalente

a uma produção de mais de seis mil toneladas de azeite por cam-panha olivícola, precisou.

Através do investimento no novo olival e no lagar, a herdade Maria da Guarda irá “duplicar” a produção de azeite, disse o res-ponsável, referindo que este ano a herdade produziu 500 toneladas de azeite e prevê produzir 700 to-neladas em 2012 e um milhão de toneladas de azeite em 2013.

Atualmente, “mais de 60 por cento” da produção de azeite da herdade, um azeite virgem ex-tra comercializado sob a marca

“Lagaretta”, é exportado para os Estados Unidos da América, Itália, Espanha e Brasil, disse.

A plantação do novo olival e a construção do lagar correspondem à segunda fase do projeto de inves-timento da Casa Agrícola Cortez de Lobão no concelho de Serpa, num total de 14 milhões de euros.

O projeto arrancou em 2006 com a primeira fase, que incluiu a conversão de uma área de 500 hectares em regadio e a plantação de 500 mil oliveiras na herdade Maria da Guarda, num investi-mento de sete milhões de euros.

Casa Agrícola Cores de Lobão investe sete milhões de euros

Mais 600 mil oliveiras e novo lagar em Serpa

JOSÉ

FER

ROLH

O

Page 26: Edição nº 1521

2 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

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consultas às quartas-feirasPelo tel. 284329134,

depois das 14.30 horas na Rua Manuel António de Brito,

nº 4 – 1º frente7800-544 Beja

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Especialista pela Ordem

dos Médicos

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do Hospital de Beja

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ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

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Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

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Oftalmologia ▼

Medicina dentária ▼

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Hospital Pulido ValenteConsultas às 5ªs feiras

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dos Capuchos, Lisboa

ConsultórioCentro Médico de BejaLargo D. Nuno Álvares

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da Sociedade Portuguesa de Terapia

Familiar e da Associação Portuguesa de Terapias

Comportamental e Cognitiva – Lisboa

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Tel. 289541802Tm. 969420725

Psicologia ▼

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Fisiatria – Dr. Carlos Machado

Psicologia Educacional – Elsa Silvestre

Psicologia Clínica – M. Carmo Gonçalves

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Incontinência Urinária– Reeducação dos Músculos

do Pavimento Pélvico– Reabilitação

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PT, CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Seguros Minis. da Justiça,

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cave esq. – 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

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do Bacalhau)

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Doenças Aparelho

Digestivo

Endoscopia Digestiva

Hepatologia (Fígado)

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Praça António Raposo

Tavares, 12 – 7800 BEJA

Tel. 284313270

Gastroenterologia ▼

Orlando Fialho

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da Sociedade Portuguesa

de Psicanálise Membro

da International Psychoanalytical

Association

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Page 27: Edição nº 1521

3 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

PSICOLOGIAANA CARACÓIS SANTOS

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– Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional;

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Praça António Raposo Tavares, n.º 12 – BEJA (Junto à Rodoviária) Tel. 284 31 32 70

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Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler

TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan

Mamografi a e Ecografi a Mamária

Ortopantomografi a

Electrocardiograma com relatório

Clínica Médico-Dentáriade S. FRANCISCO, LDA.

Gerência de Fernanda FaustinoAcordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,

Portugal Telecom e AdvancecareRua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão;

TEL. 284327260 7800-064 BEJA

AURÉLIO SILVA

UROLOGISTA

Hospital de Beja

Doenças de Rins

e Vias Urinárias

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

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pelo telef. 284328023

BEJA

Urologia ▼

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Manuel Matias – Isabel Lima – Ana Frederico

Hugo Pisco Pacheco – Miguel Oliveira e Castro

Ecografia | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital Mamografia Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

Densitometria Óssea

Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare; SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA; Humana; Mondial Assistance.

Graça Santos Janeiro: Ecografia Obstétrica

Marcações: Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339; Web: www.crb.pt

Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja

E-Mail: [email protected]

Drº Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/

Desabituação tabágica – H. Pulido Valente

Drº Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina

Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de

Lisboa

Drª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja

Drª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja

Drº Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia

Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar

e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva

(Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo

Alentejo.

Drº Rogério Guerreiro – Naturopatia

Drº Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar

Drª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial

e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/

dislexias)

Drº Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja

Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/

Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa

Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias

Urinárias – H. Beja

Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria –

Hospital de Santa Maria

Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina

Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia

digestiva.

Dra. Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia

Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar

Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de

Beja

Drª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria

de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro

Hospitalar do Baixo Alentejo

Drª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de

Beja

Drª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia

Drª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do

Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja

Drª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital

de Beja

Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do

Hospital Garcia da Orta.

Dr. José Janeiro – Medicina Geral e Familiar – Atestados:

Carta de condução; uso e porte de arma e caçador.

Drª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não

invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução

do tecido adiposo e redução da celulite

Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/

Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e

escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.

Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação

Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações

do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação;

Gerontomotricidade.

Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira

especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem

na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/

amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem

corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528

Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja

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Respiratórias

Alergias

Respiratórias

Apneia do Sono

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Sábados: 9 às 13 horas Rua de Cabo Verde, 9, r/c esq., 7800-469 BEJA

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Medicina Dentária ▼

Page 28: Edição nº 1521

4 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

institucional/diversos

Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 2ª Publicação

MINISTÉRIO DAS FINANÇASDirecção-Geral dos Impostos

Serviço de Finanças de BEJA-0248

ANÚNCIOVENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES

N.º da Venda: 0248.2011.39 - Fracção autónoma designada pelas letras “BC”, correspondente ao nono andar A, tipologia T2, com a área bruta privativa de 83,8000 m2, destinado a habitação, do prédio urbano sito Avenida Cidade de Bratislava, lote 6 em Lisboa, inscrito na matriz da freguesia de Marvila, concelho de Lisboa sob o artigo 2642.

Manuel José Borracha Pólvora, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças BEJA-0248, sito em PRACA DA RE-PUBLICA, BEJA, faz saber que irá proceder à venda por meio de propostas em carta fechada, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), do bem acima melhor identificado, penhorado ao executado infra indicado, para pagamento de divida constante em processo(s) de execução fiscal.

É fiel depositário(a) o(a) Sr(a) ANTONIO JOSE VIEIRA DE MATOS, residente em BEJA, que deverá mostrar aquele bem a qualquer potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 09:00 horas do dia 2011-06-10 e as 16:00 horas do dia 2011-07-26

O valor base da venda (250.º CPPT) é de € 71.385,00.As propostas deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças”, em www.portaldas-

financas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados” ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe do Serviço de Finanças, mencionando o número da venda no envelope e na respectiva proposta, indicando nesta ultima, nome, morada e número de identificação fiscal do proponente. O prazo para recepção de propostas termina às 16:00 horas do dia 2011-07-26 procedendo-se à sua abertura pelas 10:00 horas do dia 2011-07-27, na presença do Chefe do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT). Não serão consideradas as propostas de valor inferior ao valor base da venda (250.º/c CPPT).

Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor base para venda, for oferecido por mais de um propo-nente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT).

Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a proposta dos outros, caso contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT).

A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas na lei do processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil - CPC).

No caso do montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior,

de apenas a uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8 meses (256.º/f CPPT).A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto

Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.

Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239º/2 e 242º/1 CPPT), contados da 2.ª publicação (242º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, conta-dos da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem penhorado acima indicado (240º/CPPT).

Teor do Edital:Identificação do Executado:N.º de Processo de Execução Fiscal: 0248200901042920NIF/NIPC: 110616626Nome: ANTONIO JOSE VIEIRA DE MATOSMorada: R FERNANDO NAMORA 13 - BEJA - BEJA2011-06-07

O Chefe de Finanças:Manuel José Borracha Pólvora

O Chefe de Finanças:Manuel José Borracha Pólvora

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Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA

EDITAL

JORGE PULIDO VALENTE, PRESIDENTE DA

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA:

FAZ PÚBLICO, nos termos do artigo 77º. do Decreto-

Lei 380/99, de 22 de Setembro, na redacção conferida

pelo Decreto-Lei nº.46/2009, de 20 de Fevereiro, que

se encontra aberto por um período de 22 dias úteis, a

decorrer entre 7 de Junho e 11 de Julho de 2011, a dis-

cussão pública da alteração ao Plano de Urbanização

da Expansão Norte - Beja, cujos documentos estão

disponíveis para consulta nos seguintes locais:

• Instalações dos Serviços Técnicos da Câmara

Municipal de Beja – Praça da República, nº.41 - Beja;

• Página do Município na Internet.

As reclamações, observações ou sugestões deve-

rão ser apresentadas por escrito.

Beja, 3 de Junho de 2011

O Presidente da Câmara

Municipal de Beja

Jorge Pulido Valente

Rosa CruzLeitura mediúnica de cartas,

búzios, pêndulo e tratamentosRua de S. Pedro, nº 1

7050 Montemor-o-NovoTms. 962067692, 934964152, 912951971

Page 29: Edição nº 1521

5 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

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Ao lado das Cozinhas e Electrodomésticos MÍELE)

Artigo 1.º

(Objecto)

O presente regulamento estabelece o quadro do con-

curso para a elaboração de um logótipo da Comunidade

Intermunicipal do Baixo Alentejo, sendo esta a entidade

promotora do concurso.

Artigo 2.º

(Princípios Fundamentais)

1. O presente concurso admite a participação de

pessoas singulares ou colectivas.

2. Qualquer trabalho que não seja original será de

imediato desclassifi cado.

3. A fi guração nos suportes de qualquer marca, assi-

natura, rubrica ou qualquer elemento que à identifi cação

do concorrente será motivo de desclassifi cação.

4. Reserva-se o direito de não atribuição de qualquer

prémio caso o nível dos trabalhos não seja considerado

adequado.

5. Da decisão do júri não existirá recurso.

Artigo 3.º

(Disposições Gerais)

1. O tema do logótipo deverá refl ectir o território e o

objecto / atribuições da CIMBAL;

2. O logótipo seleccionado será utilizado nos docu-

mentos administrativos, formulários, materiais de divul-

gação, páginas web ou outros elementos identifi cativos

da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo.

Artigo 4.º

(Júri)

1. O júri de avaliação dos logótipos do concurso será

constituído pelos seguintes elementos:

a. Presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo

Alentejo, Jorge Pulido Valente;

b. Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal do

Baixo Alentejo, João Manuel Rocha da Silva;

c. Vice-Presidente da Comunidade Intermunicipal

do Baixo Alentejo, António José Messias do Rosário

Sebastião;

2. O concurso é interdito a qualquer elemento do

júri, assim como às demais pessoas envolvidas na sua

organização.

3. O anonimato dos concorrentes só será levantado

após a classifi cação fi nal.

4. Os membros do júri são obrigados ao sigilo.

5. Compete ao júri a verifi cação da conformidade das

propostas com os requisitos do concurso e a avaliação

dos trabalhos aceites.

6. o Júri reserva o direito de não atribuição do prémio,

caso a qualidade dos trabalhos não o justifi que.

Artigo 5.º

(Publicitação do Regulamento e Abertura do

Concurso)

1. A abertura do concurso será publicitada num jor-

nal regional, bem como no site do Beja Digital – www.

bejadigital.pt

2. No site será ainda disponibilizado o regulamento

do concurso.

3. A divulgação do concurso será diligenciada junto

das escolas superiores, secundárias e profi ssionais,

bem como dos 13 Municípios que fazem parte da área

geográfi ca da CIMBAL.

4. O concurso decorrerá entre os dias 17 de Junho

e 9 de Julho de 2011.

Artigo 6.º

(Apresentação dos Logótipos)

1. Os trabalhos deverão ser entregues em suporte

de papel com a respectiva impressão em formato A4.

Deverá ser apresentada:

- Uma versão a cores;

- Outra em escala de cinza.

2. O autor da proposta vencedora deverá apresen-

tar uma versão digital do logótipo em formato editável

(vectorial).

3. Os trabalhos deverão ser entregues, em envelope

A4 fechado, com a menção exterior “Concurso de Ideias

para um Logótipo da CIMBAL”. O interior deste envelope

deverá conter:

a) As várias versões do logótipo (acima referidas);

b) Uma memória descritiva e justifi cativa da escolha

feita;

c) Um envelope fechado (sigiloso), sem qualquer

identifi cação exterior, contendo no seu interior a identi-

fi cação, morada, e-mail e contacto telefónico do autor,

em letra legível, bem como fotocópia do documento

identifi cativo (BI ou Cartão do Cidadão) e do NIF e a

declaração (presente em anexo) devidamente preenchida

e assinada.

4. Os trabalhos serão entregues em mão (até às

17:00 horas, do dia 9 de Julho de 2011) ou por carta re-

gistada, com aviso de recepção, para a seguinte morada

(contando neste caso a data de expedição):

Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo

(Concurso de Ideias para um Logótipo da CIM-

BAL)

Praceta Rainha D. Leonor nº 1

Apartado 70

7800 – 953 Beja

5. Cada candidato poderá apresentar num máximo

três trabalhos a concurso, que poderão ser a nível indi-

vidual ou colectivo.

Artigo 7.º

(Avaliação das Propostas)

Os critérios de avaliação do logótipo são os se-

guintes:

• Criatividade, refl ectindo:

- Carácter dinâmico (15%)

- Inovador (20%);

• Adequação da imagem ao objecto do concurso,

permitindo:

- Legibilidade e reconhecimento fácil da CIMBAL

(25%)

- Carácter intermunicipal (20%);

• Qualidade da imagem permitindo:

- Transposição fácil para os meios electrónicos

(10%);

- Reprodução em pequenas e grandes superfícies

(10%);

Artigo 8.º

(Prémio)

O prémio é único, sendo atribuído à proposta vence-

dora o valor pecuniário de 500,00€ (quinhentos euros).

Artigo 9.º

(Divulgação)

1. O resultado do concurso considera-se ofi cialmente

divulgado após a afi xação da lista, no site do Beja Digital,

e a comunicação por escrito ao concorrente premiado.

2. O logótipo vencedor será apresentado, oportu-

namente.

Artigo 10.º

(Direitos de Propriedade)

1. O logótipo vencedor será propriedade da Comuni-

dade Intermunicipal do Baixo Alentejo.

2. Os direitos de propriedade intelectual serão detidos

pelo autor do logótipo.

3. A entidade proprietária do logótipo reserva-se o

direito de o utilizar sob a forma e para os efeitos que

lhe aprouver.

4. O júri poderá sugerir adequações ao logótipo

vencedor, de acordo com o seu autor.

5. Os restantes logótipos são propriedade exclusiva

dos seus autores.

Artigo 11.º

(Disposições Finais)

1. A resolução de casos omissos ou dúvidas caberá

aos membros do júri. Para tal, o júri deverá ser contacta-

do formalmente dentro do prazo limite de apresentação

dos logótipos.

2. A participação neste concurso implica a aceitação

deste Regulamento sem reservas.

O Presidente do Conselho Executivo

Jorge Pulido Valente

Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 1ª Publicação

Regulamento do Concurso de Ideias para a Elaboração

de um Logotipo da Comunidade Intermunicipal

do Baixo Alentejo

– CIMBAL –

Page 30: Edição nº 1521

6 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

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Diário do Alentejo nº 1521 de 17/06/2011 Única Publicação

VENDAVILA DE FRADES – VIDIGUEIRA

Insolvência de VIDIGUEIRA PEIXE

Comércio a Grosso de Peixe, Ldª

FLORENTINO MATOS LUÍS, Administrador de insolvência, com

escritório na Av. Almirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA,

nomeado nos Autos de Insolvência n° 199/10.8TBCUB, a correr termos

pelo Tribunal Judicial de Cuba, em que foi declarada insolvente a fi rma

VIDIGUEIRA PEIXE – Comércio a Grosso de Peixe, Lda, faz saber

que, de acordo com a consulta, efectuada aos credores, vai proceder

à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negocia-

ção particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta

fechada, dos seguintes bens:

Verba nº 3

Um veículo ligeiro de mercadorias, da marca MERCEDES-BENZ,

mod. 112 CDI, matrícula 30-95-QF, em razoável estado de conservação,

pelo valor base de 2500,00 €

Verba nº 4

Um veículo ligeiro de mercadorias, da marca MERCEDES-BENZ,

mod. 313 CDI, matricula 38-76-UH, em razoável estado de conservação,

pelo valor base de 3.000,00 €

Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser

vistos mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040.

REGULAMENTO:

– As propostas serão remetidas, até ao dia 27/06/2011, que inclui a

data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado,

por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador

da insolvência de VIDIGUEIRA PEIXE – Comércio a Grosso de Peixe,

Lda, Florentino Matos Luís, com escritório na Avenida Almirante Gago

Coutinho, nº 48-A, 1700-031 LISBOA.

– As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base

de licitação e conter: nome ou denominação completa da entidade pro-

ponente; morada nu sede social; número de contribuinte ou de pessoa

colectiva: representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de

telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.

– A abertura das propostas realizar-se-á no dia 30/06/2011 pelas

14H30, nas ex-instalações da ora insolvente, sitas na Rua Ramiro

Correia, 22, em Vila de Frades – Vidigueira, perante o Administrador

da Insolvência e os Senhores Credores, onde deverão comparecer

os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites.

Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos

solicitados,

– Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas

serão os mesmos convidados a licitarem entre si a compra dos bens,

cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que

se fará (no mesmo local) pelas 15H00 do referido dia 30/06/2011.

– Se os bens forem adjudicados, o promitente comprador entregará

dois cheques, um no valor da adjudicação e outro no valor do IVA,

caso este seja exigível;

– O prazo para retirar os bens é de 30 dias, caso o não seja por ra-

zões imputáveis ao(s) promitente(s) comprador(es), este(s) perderá(ão)

o valor da adjudicação

– Caberá ao Meretíssimo Juiz do processo de insolvência, a

resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam

contempladas no presente regulamento.

O Administrador da Insolvência

Florentino Matos Luís

Page 31: Edição nº 1521

7 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

necrologia

PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO

E MISSA DE 30º DIA

João da Cruz Fernando VenâncioSua esposa, fi lhas, genros, netos, irmãos e restante família, cum-prem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 26/05/2011 e na impossibilidade de o fazer individualmente vêem por este meio, agradecer reconhecidamente a todos quantos se dignaram a acompanha-lo à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.Mais expressa o seu profundo agradecimento a médicos, enfermei-ros e pessoal auxiliar do 2º piso do Hospital de Beja em especial ao Dr. Vítor Almeida pelo apoio e ajuda prestados durante a sua doença e internamento.Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 25/06/2011, sábado, às 18h30 na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Beja, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participem.

MISSA

José Miguel Caeiro Lebre

1º Ano de Eterna Saudade

Seus pais, esposa e restante família participam que será celebra-da missa pelo seu eterno descanso no dia 18/06/2011, sábado, às 18h30 na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Beja, agradecendo antecipadamente a todas as pessoas que nela participem.

Funerária

Central de Serpa, Lda.Rua Nova 31 A 7830-364 Serpa Tlm. 919983299 - 963145467

Vale de Vargo

É com enorme pesar e soli-

dários na dor da família que

participamos o falecimento do

Sr. Horácio Seita Galego de

84 anos, viúvo.

O funeral a cargo desta

Funerária realizou-se no pas-

sado dia 13 de Junho da Casa

Mortuária de Vale de Vargo

para o cemitério local.

A família na impossibilidade

de o fazer individualmente,

agradece a todas as pesso-

as que pela sua presença ou

de outra forma expressaram

o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

Tm 963044570 – Tel. 284441108Rua das Graciosas, 7

7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

Selmes

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Marciano Parreira Graça

Nasceu 23.12.1932

Faleceu 08.06.2011

Faleceu o Ex. Sr. Marciano

Parreira Graça, natural de

Vidigueira, Casado.

O funeral a cargo desta Agência

realizou-se no passado dia 09,

da casa mortuária de Selmes

para o cemitério local.

Sua esposa, cunhada, sobri-

nhos e restante família na im-

possibilidade de o fazer pes-

soalmente agradecem por este

meio a todas as pessoas que

o acompanharam à sua ultima

morada ou de outro modo ma-

nifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

Tm 963044570 – Tel. 284441108Rua das Graciosas, 7

7960-444 VILA DE FRADES/VIDIGUEIRA

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Ernesto JoséCossano Correia

Nasceu 11.03.1952

Faleceu 13.06.2011

Faleceu o Ex. Sr. Ernesto

José Cossano Correia, natu-

ral de Selmes, Divorciado.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 15, da casa mor-

tuária de Vidigueira para o

cemitério local.

Seus fi lhos e restante família

na impossibilidade de o fazer

pessoalmente agradecem por

este meio a todas as pes-

soas que o acompanharam

à sua ultima morada ou de

outro modo manifestaram o

seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

SERPENSE, LDA.Gerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A 7830-344

SERPA

Serpa

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Margarida

da Piedade Abraços

de Brito Orelhas

Marido, filhos, netos, irmãs,

sobrinhos e restante família

cumprem o doloroso dever de

participar o falecimento da sua

ente querida ocorrido no dia

09/06/2011, e na impossibilida-

de de o fazer individualmente

vêm por este meio agradecer a

todas as pessoas que a acom-

panharam à sua última morada

ou que de qualquer forma ma-

nifestaram o seu pesar.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ISAURA ROSA DA CONCEIÇÃO, de 76 anos, natural de São Nossa Senhora das Neves – Beja, casada com o Exmo. Sr. Cândido António Aurélio. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 09, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

SALVADA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA BENTES, de 88 anos, natural de Salvada – Beja, casada com o Exmo. Sr. José Mestre Graça. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 10, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. FRANCISCA MARIA, de 89 anos, natural de Alcaria Ruiva - Mértola, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 10, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA MARGARIDA CHIADO BARROCAS, de 78 anos, natural de São João Baptista - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 11, das Casas Mortuárias de Beja, para Jazigo de família no cemitério desta cidade.

SÃO MATIAS

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO SILVA RODRIGUES, de 47 anos, natural de São Matias - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, da Igreja Paroquial de São Matias, para o cemitério local.

BERINGEL

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA CUSTÓDIA, de 95 anos, natural de São Domingos – Santiago do Cacém, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 14, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL ISIDRO BRITO ALEIXO, de 73 anos, natural de Brinches - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Ermelinda da Consolação Borrego Franco Brito Aleixo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 16, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapax-julia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Espírito Santo

MISSA DO 30º DIA

Arnaldo José Filipe Batista

Nasceu a 18/12/1954

Faleceu a 21/05/2011

1º Mês de Eterna Saudade

Sua irmã e fi lhos participam que será celebrada missa

pelo seu eterno descanso, no dia 21/06/2011, terça-feira

às 18h30 na Igreja da Sé, em Beja, agradecendo anteci-

padamente a todas as pessoas que nela participem.

CAMPAS E JAZIGOSDECORAÇÃO

CONSTRUÇÃO CIVIL“DESDE 1800”

Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342

Page 32: Edição nº 1521

8 / cadernodois / Diário do Alentejo /17 de junho de 2011

Tal como oportunamente anunciámos, realizou-se em 13 de abril o primeiro voo comercial entre as cidades de Beja

e de S. Filipe (ilha do Fogo), em Cabo Verde. A pedido do núcleo de colecionismo do

Centro Cultural e Desportivo do Hospital José Joaquim Fernandes de Beja (Ncccd--HJJF) os correios portugueses emitiram um carimbo especial para assinalar filatelica-mente o acontecimento.

O acontecimento filatélico não se ficou por aqui. Com efeito, os serviços de filatelia dos CTT – Correios de Portugal, através do seu diretor dr. Raul Moreira, interessaram os colegas de Cabo Verde levando estes a emi-tirem, tam-bém, um ou-tro carimbo, para assina-lar o regresso a Portuga l deste voo pio-neiro entre as duas cidades.

A s u a ima-gem é idêntica; só que enquanto no carimbo português o avião voa para ocidente, no carimbo cabo--verdiano ele voa para oriente.

O carimbo de Cabo Verde só foi aposto na correspondência incluída na mala postal es-pecial que foi transportada no avião, pelo que todos os sobrescritos que apresentam unica-mente o carimbo português não voaram até Cabo Verde. Acrescente-se que, por haver fi-latelistas não interessados em fazer seguir no avião a sua correspondência, era possível ob-ter na estação de correio de Beja a aposição do carimbo português, desde que elas apresen-tassem um selo para a aposição do carimbo.

O Ncccd-HJJF fez circular centena e meia de sobrescritos, que podem ser dis-pensados até ao seu esgotamento, a todos os interessados.

Na oportunidade esteve patente ao pú-blico na Biblioteca Municipal de Beja uma pequena exposição filatélica e bibliográfica sobre o correio aéreo em Portugal.

Para informação do público visitante o Ncccd-HJJF editou um catálogo onde se po-dia ler um texto sobre “O transporte da men-sagem através dos tempos”.

Escreve o autor: “Desde tempos ime-moriais que o envio de uma mensagem, seja ela qual for, preocupou o Homem; pode

dizer-se que a procura da sua solução é tão antiga como o próprio Homem.

No capítulo 8, versículos 11 e 12 do Genesis lê-se que ... (Noé) ‘aguardou mais sete dias; de-pois soltou novamente a pomba que voltou para junto dele, à tarde, trazendo no bico uma folha verde de oliveira’. Estava entregue ao destinatá-rio a primeira carta de que há registo escrito”. Acredite-se ou não no texto bíblico, é ponto assente que em tempos muitíssimo recuados terá havido um dilúvio, universal ou não para o caso não interessa. O que é certo é que há na tradição oral de alguns povos, que não podem ter sido influenciados por aqueles que acredi-tam no livro sagrado, a Bíblia, relatos de di-

lúvios que, à exceção dos esco-lhidos, ani-quilaram a restante po-pulação.

Os estu-diosos que se dedicam ao estudo da tradição oral destes povos loca-lizam estes

acontecimentos milénios antes destes povos terem sofrido a influência de qualquer reli-gião praticada no mundo então conhecido.

Bem mais recentemente temos ou-tra carta que foi entregue ao destinatário e cuja entrega é celebrada quase diariamente em todo o mundo. Veja-se a prova de atle-tismo maratona. Sobre o que celebrizou esta prova presente em todas as grandes compe-tições de atletismo diz o autor do texto do catálogo referido: “Bem mais recentemente o grego Filipíades morreu por exaustão após ter corrido 42,195 quilómetros para trans-mitir aos seus irmãos gregos a vitória que ti-nham acabado de conquistar, no local cha-mado Maratona, face aos invasores persas”.Segundo reza a História, apesar do carteiro encarregado de fazer a entrega ter mor-rido de exaustão, a carta foi entregue ao destinatário.

É vulgar num qualquer filme de cow-boys, filmes que tentam retratar a coloni-zação do oeste americano, verem-se os cé-lebres sinais de fumo; fumo este que não era mais do que uma carta que a comunidade autóctone enviava a todos os seus membros, a informá-los da presença de intrusos no seu território.

F ilatelia Geada de Sousa

1.º Voo Beja/São Filipe/Beja

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Pelos tempos de Bonaparte

Outrasnovidades

L’homme Squelette, por Will Argunas e

Tony Hillerman, sob edição Casterman.

Uma interessante obra policial localizada

no ambiente tribal navajo.

Muita intriga, mesmo muita intriga, é o que encontra-mos nesta série, um tanto

política, que atravessa a época agi-tada da Europa, sobretudo da França, quando Napoleão Bonaparte já era quase imperador.

“Les Coqs”, sob edição Dargaud, com argumento de Jean Dufaux e grafismo de Martin Jamar, é o quinto volume da série “Double Masque”, que tem recebido elogiosas críticas pelo mundo francófono.

Uma obra que nos seduz ple-namente e a exigir edição em português.

Editora: Delcourt.Autores: Fred Duval, Jean-Pierre Pécau e Colin Wilson.Obra: “Qui a Tué le President?”, quinto volume da série “Jour J”.

Com este álbum, o notável desenhista neo-zelandês Colin Wilson regressa com o seu grafismo ao panorama da BD francófona.

Aparentemente, a narrativa iria in-cidir sobre o assassinato do presidente John Kennedy em Dallas... Mas, não é bem assim.

Esta bizarra e bela série, “Jour J”, pro-põe-se não mostrar como as situações aconteceram, mas como talvez pudessem ter acontecido. É com este jogo de hipóte-ses que a obra nos encanta.

E, para este tomo, o presidente assas-sinado em Dallas não é Kennedy mas sim Richard Nixon!

Editora: Lombard.Autores: Yves Sente e Grzegorz Rosinski.Obra: “La Bataille d’Asgard”, trigésimo segundo tomo da série “Thorgal”.

Neste espetacular álbum continua a saga do misterioso herói Thorgal, que, desde bebé, foi adotado e educado pelos viquingues.

Mas, para este mesmo tomo, Thorgal é mais um ator secundário que o verdadeiro herói central. Este protagonismo recai em seu filho Jolan.

Uma grande batalha vai acontecer... E o adversário é essencialmente constituído por uma horda de seres monstruosos...

Qui a Tué le President?

La Bataille d’Asgard