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Pensar, perguntar, planejar, buscar informação e executar é seguir o caminho natural da investigação científi ca, mas esse gesto ganha vida quando um grupo constrói, passo a passo, supera os próprios desafi os e sente orgulho do seu resultado. Esse ganha um valor singular quando acadêmicos e professores, que vivenciaram cada minuto do processo, publicam o conjunto do seu trabalho. E se torna ainda mais especial pois se trata da produção científi ca da primeira turma do curso de Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.Seguir o caminho proposto pelo Eixo de Produção do Conhecimento Científi co com as etapas curriculares da Metodologia da Pesquisa e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apenas facilita o caminho daqueles que estão passando, o mérito real é de quem que se desdobra para executar a sua própria tarefa de pesquisador. Ainda que seja por um tempo, aquela semente fi cará e a sua visão será ampliada ao ler os artigos científi cos. Aqui estão expostos temas inspiradores, inovadores e contemporâneos que seguiram um processo semelhante da construção na busca do conhecimento. Assuntos que signifi cam, especialmente, para cada autor, a partir de agora, ganham vida própria e podem tanto responder perguntas como criar outras, suscitando outros estudos científi cos. Estamos convictos que será um prazer para cada leitor conhecer os argumentos que foram tão bem desenvolvidos.
Boa leitura!
Cristiane Maria Carvalho Costa Dias (Profª Adjunta da EBMSP)
Marcus Vinícius Brito de Santana (Prof. Auxiliar da EBMSP)
Selena Márcia Dubois Mendes (Profª Assistente da EBMSP)
Docentes do Eixo de Produção do Conhecimento Científi co
EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICAPRÁTICA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO
Helio José Bastos Carneiro de CamposClarcson Plácido Conceição dos Santos
Ciro Oliveira QueirozORGANIZADORES
Helio José Bastos Carneiro de CamposFormado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), livre docente em Educação Física pela AWU/IOWA/USA, especialista em Metodologia da Pesquisa Científi ca pela UCSal, em Atletismo pela Organização do Estados Americanos (OEA), professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), membro do Núcleo Docente Estruturante da EBMSP, Pesquisador do Grupo de Pesquisa Caminho da EBMSP, membro do Instituto Geográfi co e Histórico da Bahia (IGHB) e escritor com oito livros publicados.
Clarcson Plácido Conceição dos SantosGraduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) (2001). Professor adjunto, coordenador e docente do curso de graduação em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Doutor em Medicina e Saúde Humana pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e mestre em Medicina e Saúde pela Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde e Performance Humana (GESPH/EBMSP).
Ciro Oliveira Queiroz Possui Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB - 2008), mestrado em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), doutorando em Medicina e Saúde Humana na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), membro pesquisador dos grupos de pesquisa: Grupo de Estudos em Saúde e Performance Humana (GESPH/Bahiana), Programa de Estudos em Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Curso de Vida e Envelhecimento (ISC/UFBA) e professor da EBMSP.
A ciência é entendida como uma cultura humana extremamente dinâmica e deve estar a serviço da humanidade, por esse motivo a comunicação das investigações científi cas torna-se imprescindível. Com esse olhar é que o curso de Bacharelado em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) privilegia, no seu Projeto Político Pedagógico, um núcleo que na sua essência valoriza o conhecimento do pensamento científi co até a redação fi nal de um capítulo para compor um livro, centrado em um eixo específi co de produção científi ca. Além disso, essa ideia é estimulada de forma transversal em outros componentes curriculares que não estejam presentes nesse eixo, visto que, entendemos ser a ciência a base primordial para uma boa formação profi ssional.
9 788523 218546
ISBN 978-85-232-1854-6
Educacao fisica-capa.indd 1 05/06/2019 13:43
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EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA
PRÁTICA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO
VOLUME 1
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Reitor
João Carlos Salles Pires da Silva
Vice-reitor
Paulo Cesar Miguez de Oliveira
Assessor do Reitor
Paulo Costa Lima
EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Diretora
Flávia Goulart Mota Garcia Rosa
Conselho Editorial
Alberto Brum NovaesAngelo Szaniecki Perret Serpa
Caiuby Alves da CostaCharbel Ninõ El-Hani
Cleise Furtado MendesEvelina de Carvalho Sá HoiselJosé Teixeira Cavalcante Filho
Maria do Carmo Soares de FreitasMaria Vidal de Negreiros Camargo
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Helio José Bastos Carneiro de CamposClarcson Plácido Conceição dos Santos
Ciro Oliveira QueirozOrganizadores
EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA
PRÁTICA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO
VOLUME 1
SalvadorEdufba
2019
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2019, autores.Direitos dessa edição cedidos à Edufba.
Feito o Depósito Legal
Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.
Montagem de Capa, Projeto Gráfico e EditoraçãoRodrigo Oyarzábal Schlabitz
Imagens usadas na composição de Capa
Freepik.com
Revisão
Equipe Edufba
Normalização
Sandra Batista
Sistema de Bibliotecas – UFBA
Editora afiliada à
Editora da UFBARua Barão de Jeremoabo, s/n – Campus de Ondina
40170-115 – Salvador – Bahia | Tel.: +55 71 3283-6164
www.edufba.ufba.br | [email protected]
Elaborada por Evandro Ramos dos Santos CRB-5/1205
Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública : prática de investigação científica na graduação / Helio José Bastos Carneiro de Campos, Clarcson Plácido Conceição dos Santos,
Ciro Oliveira Queiroz, organizadores. - Salvador: EDUFBA, 2019.v. 1 (105 p.)
Originalmente apresentados como Trabalhos de Conclusão de Curso de Bacharelado em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2019.ISBN: 978-85-232-1854-6
1. Educação física - Estudo e ensino. 2. Educação física - Estudo e ensino - Coletânea. 3. Educação física - Aspectos da saúde. 4. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. I. Campos, Helio José Bastos Carneiro de. II. Santos, Clarson Plácido Conceição dos. III. Queiroz, Ciro Oliveira.
CDD - 372.86
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SUMÁRIO
7 APRESENTAÇÃO
Helio José Bastos Carneiro de CamposCiro Oliveira Queiroz
9 PREFÁCIO
Maria Luisa Carvalho Soliani
13 NOTA INTRODUTÓRIA
Clarcson Plácido Conceição dos Santos
17 CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Ana Caroline de Santana ReisPaulo Rodrigo dos Santos AristidesCiro Oliveira Queiroz
31 IMPACTO DA PRÁTICA DO KARATÊ NA QUALIDADE DE VIDA: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Anderson Carlos CostaErick Anísio Neves ChavesJoão Franco Lima
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49 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A OBESIDADE SARCOPÊNICA NOS IDOSOS RESIDENTES DA COMUNIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Ingrid Tatiane Santos da SilvaIgor Conterato Gomes
65 O VALGO DINÂMICO DO JOELHO E LESÕES OSTEOMIOARTICULARES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Letícia do Nascimento CarvalhoHélio José Bastos Carneiro de CamposPaulo Rodrigo Santos Aristides
83 PROGRAMAS DE CONDICIONAMENTO FÍSICO APLICADOS AO BALLET: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Lucas Antônio Jesus de SouzaVinicius Miranda GalvãoCiro Oliveira Queiroz
95 REFLEXÕES FINAIS
99 SOBRE OS AUTORES
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APRESENTAÇÃO
O professor Clarcson Plácido Conceição dos Santos idealizou a publica-ção de um livro, estruturado em forma de coletânea, originada dos Trabalhos de Conclusão do Curso (TCC) de Bacharelado em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em 2019. A motivação reside, principal-mente, por reconhecer a relevância que têm essas pesquisas para a ciência e a sociedade brasileira.
Ressaltamos que a matriz do curso traz, em sua essência, o conhecimento do pensamento científico até a redação final de um artigo em um eixo espe-cífico de produção científica. Além disso, esse pensamento é estimulado de forma transversal, em outros componentes curriculares, mesmo que não este-jam nesse eixo, pois entendemos que a ciência é a base para uma boa formação profissional.
Do mesmo modo, entendemos ser para os formandos em momento único em suas vidas, um rito de passagem, a colação de grau em um curso de nível superior – além de enriquecer seus currículos, igualmente, a satisfação pessoal e a certeza do dever cumprido com a sociedade baiana e brasileira.
Essa ideia da coletânea inicialmente foi discutida e aprovada em reunião do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e, posteriormente, compartilhada em reunião geral de professores, assim como, conversa e reunião específica com os graduandos na qual foi explicada a proposta da coletânea a ser publicada por uma editora de reconhecimento nacional.
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Outro argumento basilar foi que os TCC apresentados para as bancas exa-minadoras, em dezembro de 2018, na sua grande maioria foi recomendado pe-los componentes da banca, para publicação, destacados pela originalidade dos temas, o zelo metodológico, esmero na investigação e nas evidências encontras em cada pesquisa.
Vale registrar que a ciência é entendida como uma cultura humana, extre-mamente dinâmica e deve estar a serviço da humanidade, por esse motivo a comunicação das investigações científicas torna-se imprescindível.
A partir dessa premissa, os professores integrantes do NDE antenados com o valor da produção científica, e atendendo as recomendações das bancas examinadoras para que os textos fossem publicados, reconhecendo ainda que existem outras justificativas importantes como: a distinção por ser a primeira turma do Curso de Bacharelado em Educação Física da EBMSP, portanto, a celebração de uma etapa de vida vencida por cada aluno. O segundo porque é fundamental que esses achados científicos sejam compartilhados com outros estudantes, acadêmicos e pesquisadores. O terceiro, por se tratar de uma con-tribuição, sem precedentes, para a sociedade e o quarto, o enriquecimento do currículo acadêmico e profissional.
Para a distribuição dos textos no livro optamos pelo critério da ordem al-fabética do primeiro nome do autor, haja vista, que todos os capítulos serem de revisão bibliográfica e de singular qualidade acadêmica.
Prof. Dr. Helio José Bastos Carneiro de CamposProf. Me. Ciro Oliveira Queiroz
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PREFÁCIO
Quando o Prof. Clarcson Plácido Conceição dos Santos, coordenador do Curso de Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), trouxe a notícia de que os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) seriam publicados em formato de livro e eu havia sido escolhida para fazer o prefácio, fiquei muito alegre.
A ideia era nova em nossa Escola e me entusiasmei na primeira hora. No entanto, não me surpreendi. O coordenador do curso, num trabalho feito a muitas mãos com docentes profundamente comprometidos com os valores institucionais, em especial com a qualidade do ensino assentada na pesquisa e inovação, já havia mostrado, em muitas frentes e por meio de inúmeras pro-postas instigantes, que nosso Bacharelado em Educação Física seria diferente de tudo que é oferecido atualmente na formação de profissionais de Educação Física.
Não podia, portanto, faltar uma nova boa ideia neste momento da con-clusão de curso da primeira turma formada pela Bahiana. E aqui temos nós, em mãos, cinco textos científicos realizados pelas acadêmicas e acadêmicos concluintes: Ana Caroline de Santana Reis, Anderson Carlos Costa, Ingrid Ta-tiane Santos da Silva, Letícia do Nascimento Carvalho e Lucas Antônio Jesus de Souza, a quem queremos parabenizar e deixar registrada nossa gratidão por nos terem ajudado a construir, tornando realidade, um projeto gestado com carinho por muitas pessoas sonhadoras e empreendedoras, numa combinação que costuma dar certo.
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Profª Roseny Santos Ferreira, Prof. Clarcson Plácido Conceição dos Santos e Profª Luciana Bilitário Macedo são exemplos vivos dessa mistura de atributos que possibilitou a criação de um curso de Educação Física do qual todos nos orgulhamos.
Certamente, assim como eu, os organizadores deste livro, Helio José Bas-tos Carneiro de Campos, Clarcson Plácido Conceição dos Santos e Ciro Olivei-ra Queiroz também estão orgulhosos de seus pupilos e felizes com o resultado dos quatro anos de dedicação e compromisso de todos os professores e profes-soras do curso.
Um dia, vi um vídeo no qual António Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Uni-versidade de Lisboa, fazia um agradecimento a pessoas que o haviam convida-do para uma palestra no Brasil. Ele dizia ter pensado no Tratado da Gratidão, de São Tomás de Aquino, no qual são descritos três níveis de gratidão. Um primeiro, mas superficial, seria o do reconhecimento do que alguém fez por nós. Um segundo, o de dar graças a quem nos ofereceu algo bom. E o terceiro nível, o mais profundo, seria quando nos sentimos vinculados a quem nos pro-porcionou algo importante. António Nóvoa, então, conta ter percebido como as palavras que expressam gratidão encontram-se em níveis diferentes, depen-dendo da língua. Em inglês e alemão estão no primeiro nível, o do reconheci-mento: thank you, dank. Em francês, espanhol, italiano, no segundo nível, o de dar graças, mercês: merci, gracias, grazie. Só em português há uma palavra que corresponde à gratidão de terceiro nível: obrigado, isto é, quando você faz algo por mim e eu sinto gratidão, eu me vinculo a você, eu me ligo a você, eu crio um compromisso.
É na afirmação deste compromisso que quero dizer a vocês que contem, para sempre, com a sua Escola, com a nossa Escola Bahiana de Medicina e Saú-de Pública, com nosso compromisso com a excelência da formação de profis-sionais de saúde que agreguem grande conhecimento científico e técnico ao cuidado humano com o outro, em especial, com os diferentes e com os que
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mais precisam. Nós também sabemos que contamos com vocês e que vocês estão prontos para cumprir com sua responsabilidade social.
Muito obrigada.
Profª. Drª. Maria Luisa Carvalho SolianiReitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
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NOTA INTRODUTÓRIA
A palavra desafio pode ser definida como “situação ou grande problema a ser vencido ou superado” e essa agradável palavra determina, em grande parte, a trajetória dessa obra. A natureza dos desafios impôs, a esse grupo de autores, a tarefa de produzir uma obra relevante, autêntica e que transmitisse informa-ções fundamentadas acerca de temas atuais.
As barreiras impostas por esse desafio durante a produção desse conheci-mento foram enormes, no entanto, a forma como todo o processo foi delinea-do e conduzido fez com que cada obstáculo fosse removido, e a ousadia para evoluir e atender as expectativas em si e no próprio trabalho em curso foram predominando e enchendo esses jovens autores de desejo e motivação.
Foram esses os sentimentos que possibilitaram a esses brilhantes discentes a capacidade de refletir e produzir sobre cada tema aqui exposto, contando com a parceria de seus respectivos orientadores, que por sua vez, iluminaram seus caminhos como grandes faróis que apontam para a direção correta do objetivo a ser alcançado.
Obviamente que todo processo de produção de conhecimento que é dia-logado e compartilhado, na sua essência, faz com que novas ideias e trajetórias sejam refletidas e nesse aspecto essa obra, em sua estrutura competente e bem alicerçada, poderá conduzir muitos profissionais de Educação Física e da área da saúde a refletir sobre a sua prática, sobretudo pela grande diversidade de conteúdos aqui apresentados.
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Portanto, esse desafio, que foi encarado e brilhantemente superado, resul-tou em uma obra que proporcionará aos seus leitores um conteúdo técnico, variado em temas, bem fundamentado e elegantemente estruturado e que tem por objetivo contribuir para progressão do conhecimento de estudantes e pro-fissionais da área de Educação Física, além de profissionais que atuam na área da saúde e que por ventura possam se beneficiar dos conteúdos tratados nesse valoroso livro.
Prof. Dr. Clarcson Plácido Conceição dos SantosCoordenador do Curso de Educação Física da Bahiana
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CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICAUMA REVISÃO DE LITERATURA
Ana Caroline de Santana Reis
Paulo Rodrigo dos Santos Aristides
Ciro Oliveira Queiroz
INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento é um fenômeno progressivo, caracterizado por diversas alterações morfofuncionais e psicossociais que comprometem a independência e qualidade de vida.1 Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, são considerados idosos pessoas com 60 anos ou mais e a partir de 65 anos em países desenvolvidos.2 Dentre as alterações, destacam-se a redução da massa magra, força e flexibilidade, quando associadas, aumentam a chance de diminuição do equilíbrio, postura e desempenho funcional, impactando na realização das atividades de vida diária do idoso. Como consequência aumenta o risco de quedas e incidência de doenças e agravos.3,4
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18 | Ana Caroline de Santana Reis • Paulo Rodrigo dos Santos Aristides • Ciro Oliveira Queiroz
Estratégias para promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação da pessoa idosa, como a prática regular de atividade física, estão sendo esti-muladas como medida para o envelhecimento saudável.5 Entre as atividades recomendadas nota-se uma busca em especial pela hidroginástica, devido ao baixo impacto articular, diminuindo assim o risco de lesões articulares, como consequência mantêm a capacidade funcional.6,7
A hidroginástica consiste em um programa de condicionamento físico em grupo, baseado na utilização das propriedades físicas da água como sobrecar-ga e o empuxo como redutor de impacto. Inclui exercícios do tipo aeróbio e exercícios para o desenvolvimento da resistência muscular localizada, força, flexibilidade e equilíbrio. Tem como consequências baixo impacto articular, condicionamento físico geral, reabilitação física e melhora do relacionamento interpessoal.6,7
Capacidade funcional pode ser definida como o potencial físico para rea-lização autônoma e independente de atividades cotidianas.3,8 Existem evidên-cias de que os programas de exercícios físicos que englobam força, flexibilidade e equilíbrio sejam apontados como responsáveis por manter a capacidade fun-cional de idosos.9 além de serem uma intervenção preventiva para redução do risco de quedas na terceira idade.10,11 Baseado nesse racional o objetivo deste estudo foi investigar na literatura os efeitos da hidroginástica sobre a capacida-de funcional em idosos.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura de ensaios clínicos. Para essa pesquisa foram utilizadas as bases de dados, MEDLINE via PubMed, SciElo, LILACS e Scopus utilizando a estratégia PICOS, além de busca manual. Os unitermos empregados para esta revisão foram: idosos, senescente; hidro-
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Capacidade funcional em idosos praticantes de hidroginástica | 19
ginástica; capacidade funcional; aptidão física; força; flexibilidade; equilíbrio, nos idiomas português e inglês. As estratégias de buscas foram acompanhadas dos operadores booleanos “OR” e “AND”, utilizando os sinônimos encontra-dos no descritores em Ciência da saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH).
Após organização das palavras-chave, configurou-se a seguinte estratégia de busca: ((elder) OR aging) AND aqua gym) OR hydrogymnastics/) AND func-tional capacity) OR physical fitness) OR force) OR equilibrium) OR mobility. Uti-lizando os filtros humans e clinical trial. Assim, foram selecionados artigos cuja variável preditora fosse a hidroginástica sobre o desfecho capacidade funcional (força, flexibilidade e equilíbrio) em populações idosas. O período da pesquisa foi entre 23 de julho de 2018 a 13 de agosto de 2018.
RESULTADOS
Foram encontrados 1665 artigos originais nas bases de dados descritas an-teriormente. Destes, 1654 foram excluídos após a leitura de título e resumo por não contemplarem a hidroginástica e a população idosa. Foram selecionados 11 artigos para a leitura na íntegra e seis foram excluídos por não abordar o objetivo da pesquisa e desenho de estudo. Após retirada de duplicatas, encon-tradas no SciElo e Lilacs. Ao final três artigos atenderam aos critérios de elegi-bilidade para serem trabalhados nesta revisão da literatura, Figura 1.
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20 | Ana Caroline de Santana Reis • Paulo Rodrigo dos Santos Aristides • Ciro Oliveira Queiroz
Figura 1 – Fluxograma dos estudos encontrados nas bases de dados, sobre capacidade funcional em idosos praticantes de hidroginástica.
Período de 23 de julho a 13 de agosto de 2018
1665 artigos encontrados nas bases de dados
PUBMED 1651
SCIELO 8 artigos
LILACS 2 artigos
MEDLINE 0 artigos
SCOPUS 0 artigos
Google acadêmico 4 artigos
11 artigos selecionados para a leitura completa
06 artigos excluídos por não contemplarem o objetivo da
pesquisa e o desenho de estudo
1654 artigos excluídos após a leitura do título e resumo
02 excluídos por duplicata
05 artigos selecionados
03 estudos incluídos
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Fonte: elaborada pelos autores.
Os dados, expressos no Quadro 1, apresentam características gerais dos estudos, entre elas, desenho de estudo, população estudada, objetivo, instru-mento de avaliação e conclusão. Os estudos tratam-se de ensaios clínicos qua-se experimentais que estudaram mulheres idosas e ambos realizaram testes de capacidade funcional, bateria de Rikli e Jones, de 1999, a partir de seis testes e o protocolo do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturida-de (GDLAM) composto por cinco testes, respectivamente.12,13 O terceiro estu-do é um ensaio clínico, com idosos de ambos os sexos, para averiguar a variável equilíbrio corporal e seu instrumento de avaliação foi o quociente de Romberg, por meio da análise do comportamento do centro de pressão (COP) utilizando uma plataforma de força (EMG System do Brasil®). A taxa de amostragem foi de 100 Hz e o tempo de aquisição de 30 segundos.14
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Capacidade funcional em idosos praticantes de hidroginástica | 21
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A análise de resultado dos estudos, estão expressos no Quadro 2. O estu-do de Alves et al.12 avaliou força do membro inferior e flexibilidade da cadeia posterior, como descrito no Quadro 2, que demonstra melhora no pós-teste do grupo hidroginástica quando comparado intragrupo e intergrupo, entretanto não foi estatisticamente significante. Avaliou também força do membro supe-rior pelo teste de flexão do antebraço, no pós-teste o grupo hidroginástica teve uma melhora de 9,4 número de repetições em 30 segundos, no domínio força P < 0,001 e o controle, apresentou redução com - 0,8 número de repetições em 30 segundos P < 0,135. No teste de levantar, caminhar 2,44m e sentar nova-mente, o grupo hidroginástica apresentou melhor resultado pós intervenção, na mobilidade, velocidade e equilíbrio, com diferença de média no pós-teste de -1,5 segundos, para realização do teste, P < 0,001.12 O estudo de Coelho e Coelho13 avaliou equilíbrio dinâmico, força de membro inferior e flexibilidade do membro superior, como descrito no Quadro 2. Avaliou também força do membro superior, equilíbrio e flexibilidade dado através do teste de levantar da posição decúbito ventral, apresentou melhora do grupo caminhada superior ao grupo hidroginástica que obteve no pré-teste 5.6±4.2 segundos e no pós 4.7±4.1 diferença de 0.9 centésimos de segundos, entretanto, no teste de levan-tar, caminhar pela casa e sentar novamente, para avaliar velocidade e equilíbrio dinâmico o grupo hidroginástica obteve melhor desempenho pós intervenção com redução de 3,6 segundos. O resultado do teste de GDLAM foi dado através de escores em segundos, classificados em fraco (+28,54), regular (28,54-25,25), bom (25,24-22,18) e muito bom (- 22,18). O grupo hidroginástica obteve au-mento de 9% da população com classificação muito bom, e aumento de 6% da população classificados como bom.13
O terceiro estudo de Souza Junior et al.14 (2017) investigou o equilíbrio corporal em idosos através do Quociente de Romberg para verificar o efeito da visão sobre o equilíbrio. O centro de pressão (COP), médio-lateral, antero-posterior e deslocamento total do COP foi avaliado no pré e pós teste, com os olhos abertos e fechados. Na amplitude anteroposterior com os olhos fecha-
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dos, pós intervenção, o grupo hidroginástica apresentou diferença significativa de 1,54±1,02 segundos. Na amplitude médio-lateral não apresentou diferença significativa, mas um melhor desempenho do grupo hidroginástica. No deslo-camento total do COP foi constatada diferença entre os momentos pré e pós--intervenção na condição olhos fechados apenas para o grupo hidroginástica. A prática da hidroginástica, utilizando exercícios com diferentes formas de deslocamentos, pode alterar positivamente os índices de equilíbrio postural.
DISCUSSÃO
O objetivo deste estudo foi investigar, na literatura, os efeitos da hidrogi-nástica sobre a capacidade funcional em idosos. Na literatura, encontra-se di-versificação nos estudos que avaliam a capacidade funcional em idosos através da intervenção hidroginástica, porém, poucos são ensaios clínicos e quando encontrados, não são estudos randomizados.
Os artigos em questão avaliaram múltiplas variáveis com exceção do estu-do de Souza Junior et al.,14 que avaliou o equilíbrio. Quando avaliada a variável força, no estudo de Coelho e Coelho,13 foi comparado o grupo de praticantes de hidroginástica com o grupo caminhada, identificou pós-intervenção, no teste de levantar da posição sentada, que o grupo hidroginástica não obteve melhora significativa, diferente do grupo caminhada que obteve melhora de 6%. Os auto-res acreditam que o resultado seja devido a maior utilização da musculatura do membro inferior durante a caminhada. No estudo de Alves et al.,12 quando reali-zado o teste de levantar e sentar da cadeira, o pós-teste do grupo hidroginástica apresentou melhora de 6,2 repetições em 30 segundos, quando comparado ao grupo controle que obteve redução na quantidade de repetições em 30 segundos.
Os resultados encontrados, na variável flexibilidade de membro superior no estudo de Coelho e Coelho,13 demonstram que três meses após a intervenção o grupo caminhada obteve redução de tempo no teste de vestir e tirar a camisa, superior ao grupo hidroginástica, no último teste, o grupo caminhada reduziu
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Capacidade funcional em idosos praticantes de hidroginástica | 25
cinco segundos em relação ao grupo hidroginástica. Os autores não justifica-ram essa diferença no tempo, entretanto, faz parte das aulas de hidroginástica exercícios específicos para o membro superior, que entre outras variáveis, tra-balham a flexibilidade. No estudo de Alves et al.12 o pós-teste de alcançar atrás das costas, apresentou resultado positivo para o grupo hidroginástica com melhora da flexibilidade em relação ao grupo controle que obteve redução. O teste alcançar atrás das costas procura avaliar a movimentação geral do ombro: adução, abdução, rotação interna e externa.12
No estudo de Coelho e Coelho13 o pós-teste de levantar da cadeira e mo-ver-se pela casa, que avalia mobilidade e equilíbrio dinâmico o grupo hidro-ginástica obteve melhora em relação ao grupo caminhada, com a redução de 3.6 segundos, enquanto o grupo da caminhada reduziu 1,6 segundos. O teste também envolve a musculatura do membro inferior e obteve resultado dife-rente do teste de levantar da posição sentada, logo, os autores atribuem essa melhora, as propriedades físicas da água, que auxilia na aquisição de equilíbrio, consequentemente melhoria na agilidade. Resultado semelhante foi encon-trado no estudo de Alves et al.12 quando realizado o teste de sair da posição sentado caminhar 2,44m e voltar a sentar, para avaliar velocidade; mobilidade e equilíbrio dinâmico o grupo hidroginástica apresentou resultados positivos no pós teste com diminuição de 1,5 segundos no tempo de execução do teste e o grupo controle 0,2. Com esse resultado nota-se um efeito positivo da in-tervenção hidroginástica para melhora da aptidão física do idoso relacionada a mobilidade e equilíbrio dinâmico que são importantes para a movimentação e realização das atividades da vida diária.
O estudo de Souza Junior et al.14 avaliou o equilíbrio corporal em ampli-tude média- lateral, anteroposterior e deslocamento do COP, com os olhos abertos e fechados. Quando a informação visual é retirada a informação pro-prioceptiva tende a não conseguir dominar o controle postural. No entanto, o estudo demonstra que, idosos submetidos as aulas de hidroginástica obtive-ram melhora no controle postural no pós-teste, com os olhos abertos e con-
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seguiram manter o equilíbrio com os olhos fechados, no deslocamento total do COP e na amplitude anteroposterior, quando avaliado intragrupo e inter-grupo. O autordefine os resultados como contribuições positivas do exercício em meio aquático para a diminuição da instabilidade postural, semelhante ao achado de Alves et al.12 e ressalta que a prática da hidroginástica, utilizando exercícios com diferentes formas de deslocamentos, pode alterar positivamen-te os índices de equilíbrio postural.14
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados encontrados demonstram que a hidroginástica contribui para melhora da capacidade funcional nos três domínios: força, flexibilidade e equilíbrio. Aponta que quando não há melhora significativa, ocorre a manu-tenção da mesma. Entretanto, de acordo com os estudos, tais informações não se sustentam, pois apresentam falhas metodológicas por não explicar detalha-damente como foram planejadas as aulas, quais foram os exercícios específicos para os domínios: força; flexibilidade e equilíbrio, a interdependência volume intensidade, a amplitude de movimento e os materiais utilizados durante a exe-cução dos exercícios. É necessária uma análise criteriosa quanto a metodologia utilizada nas aulas de hidroginástica para a população idosa, para que assim obtenha resultados fidedignos entre a modalidade e a população em questão.
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Capacidade funcional em idosos praticantes de hidroginástica | 27
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28 | Ana Caroline de Santana Reis • Paulo Rodrigo dos Santos Aristides • Ciro Oliveira Queiroz
Educação Física e Áreas Afins Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física (NEPEF); 2007 Oct 26-27; Teresina: Departamento de Educação Física/UFPI, 2007.
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IMPACTO DA PRÁTICA DO KARATÊ NA QUALIDADE DE VIDAUMA REVISÃO LITERÁRIA
Anderson Carlos Costa
Erick Anísio Neves Chaves
João Franco Lima
INTRODUÇÃO
A qualidade de vida é um termo polissêmico que cada pessoa almeja al-cançá-lo, entretanto com o crescimento da modernização, industrialização e informatização tem se observado um declínio na utilização dos esforços físi-cos. Problemas crônico degenerativos são resultados que têm sido visualiza-dos em indivíduos que não praticam exercício físico.1 A procura pela prática da arte marcial na terceira idade aumentou consideravelmente, com o intuito de propiciar autonomia, qualidade de vida e socialização.2,3 Além desse público, observa-se a inserção de faixas etárias diversificadas na prática esportiva, com o objetivo da formação do ser.4
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32 | Anderson Carlos Costa • Erick Anísio Neves Chaves • João Franco Lima
As artes marciais possuem o papel preponderante na formação do indiví-duo. Os seus praticantes apresentam mudanças significativas que favorecem o desenvolvimento integral, como: habilidades físicas e cognitivas; disciplina, socialização e uma melhor qualidade de vida. Além disso oportuniza o auto-controle mediante a situações que ocorrem na sociedade, e aprendem a traba-lhar em equipe.5 A socialização é um processo que promove o aprendizado nas maneiras de agir, pensar e sentir. A família é a principal instituição responsável por esse aprendizado.6 Os professores possuem papel preponderante como au-xiliadores nesse processo. É fundamental o ensinamento da socialização, pois são situações que serão vivenciadas e aprendidas em toda nossa vida. E a cada momento teremos que nos adaptar as características estabelecidas pela socie-dade.4 O ensinamento da arte marcial tem o papel de desenvolver o ser, em um indivíduo sociável e que tenha qualidade de vida com a sua prática.7
O karatê ou mãos vazias é uma arte milenar que tem suas origens na ilha de Okinawa, localizada no sul do Japão. Essa modalidade esportiva possui vá-rios estilos, entretanto o mais praticado mundialmente é o Shotokan, caracteri-za-se por ser um método educativo, cujo mestre Gichin Funakoshi é o patriarca dessa arte marcial.8 Ele foi o responsável por chamar essa arte de karatê-Dô, ou seja, caminho das mãos vazias. O próprio mestre considerava essa arte uma forma de aperfeiçoamento da personalidade, moralidade e espiritualidade. O karatê começa e termina com cortesia, através desta frase o mestre Funakoshi demonstra o respeito que deve ocorrer entre seus participantes. Ele nos ensi-na que os praticantes de karatê não devem ser orgulhosos, e demonstra que aprender o karatê como uma luta é um objetivo tão tolo, pois cada praticante deve buscar seu autodesenvolvimento que terá reflexos na sua vida social.7
A análise do cenário atual desta modalidade de arte marcial pode impac-tar na qualidade de vida dos seus praticantes, porém esta premissa deve ser evidenciada. Este trabalho objetiva verificar o impacto da prática do karatê na qualidade de vida de caratecas.
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Impacto da prática do karatê na qualidade de vida | 33
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura com estratégia de busca sistematizada. As bases de dados utilizadas na pesquisa foram Pubmed, Scielo, ScienceDirect, Periódico CAPES, LILACS e Busca ativa. Aplicou-se as palavras chaves “qualidade de vida”, “karatê”, “praticantes de karatê”, “artes marciais”, “quality of life”, “karate”, “karate practitioners”, “martial arts”, “calidad de vida”, “Karate”, “practicantes de Karate”, “artes marciales”, nos idiomas português, in-glês e espanhol. Foram utilizados os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), o Medical Subject Headings (MeSH) e os operadores booleanos “AND” e “OR”.
A estratégia de busca usada foi: ((impact) AND quality of life) AND karate, ((karate practitioners) AND impact) AND quality of life, ((impact) OR quality of life) AND karate practitioners, (quality of life) AND karate, ((impact) AND karate) AND quality of life, (impact) AND quality of life, ((impact) AND quality of life) AND martial arts. O período de coleta dos artigos aconteceu de janeiro a agosto de 2018.
Os artigos selecionados passaram pela verificação do tema, objetivo e re-sumo, após essa etapa procedeu-se a leitura na sua totalidade. Foram acres-centados a pesquisa artigos científicos originais nos idiomas português, inglês, espanhol que verificavam o impacto da prática do karatê na qualidade de vida ou aspectos relacionados à qualidade de vida em praticantes do karatê. Artigos que apresentavam somente o resumo não fizeram parte do presente estudo. O desfecho avaliado foi qualidade de vida.
RESULTADOS
A busca resultou em 15 resumos com restrição de linguagem em português, inglês e espanhol. Após a revisão de títulos e resumos, seguiram os critérios de elegibilidade e foram analisados na integra. Desses artigos, 13 apresentaram domínios relacionado com a qualidade de vida, e dois utilizaram questionários
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validados sobre qualidade de vida, em um deles, foi o questionário Quality of Life Childhood Epilepsy (QOLCE), o outro, o SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey), Figura 1.
Figura 1 – Fluxograma da seleção dos estudos que foram incluídos e excluídos
Títulos e resumos identificados
N = 37Scielo
5
Busca Ativa
29
Artigos completos analisados
N = 15
Pubmed
2
Excluídos N = 22 Por não apresentarem aspecto
sobre qualidade de vida em praticantes de karate
Foram inclusos no estudo todos os
artigos analisados
Science Direct
1
2 estudos com questionário
validado
13 artigos continham aspectos relacionados a
qualidade de vida
Fonte: elaborada pelos autores.
O Quadro 1 apresenta os dois artigos que contêm questionários valida-dos de qualidade de vida. O artigo 1 utilizou o questionário Quality of Life Childhood Epilepsy (QOLCE) de qualidade de vida que avalia crianças com epilepsia para verificar o impacto de um programa de karatê sobre o autoco-nhecimento e qualidade de vida. O artigo 2 utilizou o questionário Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey (SF-36) para avaliar a qualidade de vida de homens com 50 anos.
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Impacto da prática do karatê na qualidade de vida | 35
Quadro 1 – Artigos selecionados que contém questionário validado de qualidade de vida
Título Autores Objetivos Tipo de Estudo e População Resultados
A karate program self-concept and quality of life in childhood of a pilot study
Conant et al., 2007.
Avaliar o impacto de um programa de karatê sobre o autoconhecimento e qualidade de vida.
Estudo Piloto.
9 crianças e seus pais participaram do estudo.
Qualidade de vida melhorou significativamente após a intervenção do karatê.
Utilizou o questionário (QOLCE).
Effect of adapted karate training on quality of life and body balance in 50-year-old men
Chateau-Degat et al., 2010.
Identificar os efeitos de um programa de treinamento de karatê adaptado na qualidade de vida, depressão e habilidades motoras em homens de 50 anos de idade.
Estudo piloto.
22 homens saudáveis.
Indicam que o treinamento de karatê adaptado pode contribuir para retardar processo inexorável de envelhecimento. Treinamento de karatê parece melhorar dimensões psicológicas e sociais, bem como fisiológica e desempenho. Em termos de promoção da saúde pública, treinamento de karatê seria uma opção interessante para manter atividade física durante o processo de envelhecimento.
Utilizou o questionário SF-36.
Fonte: elaborado pelos autores.
Os artigos que foram selecionados no Quadro 2 apresentam treze estudos que contêm domínios da qualidade de vida. A população presente nos estudos é diversificada entre o sexo masculino e feminino, crianças, adolescentes, ido-sos e pessoas especiais.
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36 | Anderson Carlos Costa • Erick Anísio Neves Chaves • João Franco Lima
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Educacao fisica-miolo.indb 36 06/06/2019 10:17
Impacto da prática do karatê na qualidade de vida | 37
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Educacao fisica-miolo.indb 37 06/06/2019 10:17
38 | Anderson Carlos Costa • Erick Anísio Neves Chaves • João Franco Lima
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Educacao fisica-miolo.indb 38 06/06/2019 10:17
Impacto da prática do karatê na qualidade de vida | 39
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40 | Anderson Carlos Costa • Erick Anísio Neves Chaves • João Franco Lima
DISCUSSÃO
Esse estudo teve como objetivo verificar o impacto da prática do karatê na qualidade de vida de caratecas. Os artigos selecionados que não utilizaram questionário de qualidade de vida trataram de domínios relacionados a quali-dade de vida, e foram verificados por meio de equipamentos apropriados para cada domínio avaliado. Entre esses domínios estão: flexibilidade, índice de massa corporal (IMC), fortalecimento muscular, lateralidade, equilíbrio estáti-co e dinâmico, diminuição dos níveis pressóricos, socialização, comportamen-to sócio afetivo e autoestima. A população presente nos estudos é diversificada entre: o sexo masculino e feminino, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com necessidades especiais. Essa variedade na faixa etária e no gênero de-monstra a abrangência que existe em artigos que relatam os aspectos positivos na praticidade do karatê na qualidade de vida dos seus praticantes.
Um dos domínios avaliados nesses estudos foi a flexibilidade considerada como um importante componente da aptidão física e definida como o grau de amplitude do movimento de uma determinada articulação. Cada indivíduo possui um nível de flexibilidade, com a utilização do treinamento de karatê pode ocorrer o aumento dos níveis de flexibilidade. Importante a aquisição dessa aptidão física que previne lesões e menor propensão quanto à incidência de dores musculares.9
Para avaliar a flexibilidade, um dos estudos utilizou o flexiteste, constatou que o sexo feminino apresentou valores médios superiores em praticamente todas as idades analisadas, com exceção das idades de sete e 15 anos. Contudo, não foi obtida diferença significativa entre os sexos.10 Outro artigo verificou a flexibilidade utilizando o teste de sentar e levantar durante trinta segundos, com a população de idosos. Com a aplicação do karatê observou aumento dos níveis de flexibilidade nessa população que foi estudada.11
Outro domínio visto nos artigos é a melhora nos aspectos físicos em re-lação ao IMC. Em um estudo feito com faixas pretas e coloridas, verificou-se que o IMC resultou em um estado nutricional eutrófico.2 Esse mesmo domínio
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foi visto em um outro trabalho e foram observadas mudanças significativas no IMC após a intervenção com a utilização da prática do karatê em mulheres idosas. Observa-se que a diferença no IMC depende da população praticante dessa arte marcial.11
Em um estudo feito com pessoas idosas verificou-se que a prática do karatê promove a aquisição do fortalecimento muscular. Com a redução do tamanho ou do número de fibras musculares decorrente do envelhecimento propicia a fraqueza muscular, com isso o treinamento de força exercido pela prática do karatê previne a exposição de quedas, osteoporose, auxilia no tratamento da diabetes mellitus tipo II e outras doenças correlacionadas ao envelhecimento.6 Além disso, o idoso consegue ter independência quando se tem uma qualidade de vida adequada.4
A prática do karatê proporciona redução dos níveis pressóricos, como foi visto em dois artigos, ambos viram a diminuição da pressão arterial em prati-cantes do karatê.11,13,14 Outros benefícios foram vistos com a prática dessa arte marcial, como: aquisição da lateralidade, equilíbrio estático e dinâmico. Em um dos estudos, observou-se o desenvolvimento desses domínios em crianças de 7 a 11 anos.1 Esse benefício foi visto também em pessoas com mais de 40 anos, que identificou melhora no domínio psicomotor associado a prática do karatê.15 Em outro artigo foi observado o desenvolvimento do equilíbrio está-tico e dinâmico em idosos com a prática do karatê e da hidroginástica, desen-volvendo a ação de subir e descer degraus, ação que proporciona qualidade de vida e independência para este público.3
Os movimentos do kata que pertence a um dos treinamentos que ocor-rem durante a prática dessa arte promove benefícios para faixas etárias diver-sificadas. Esse estudo relata que com a prática da modalidade de kata ocorre a melhora da saúde mental, ossos e articulações, controle do peso e melhor funcionamento corporal.4 Esses benefícios são vistos em crianças, adolescen-tes, adultos e idosos, destacando os benefícios do karatê em ambos os públicos participantes.
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Os domínios relacionados a socialização, comportamento socioafetivo, autoestima e desenvolvimento de habilidades sociais contribuem para a forma-ção do aluno participante do karatê. Observaram a evolução dos participantes dessa arte nesse quesito em crianças e adolescentes,7 esses parâmetros também foram vistos em pessoas com síndrome de Down. Outro estudo aplicado em pessoas com síndrome de Down utilizou um questionário que não constatou mudanças nas relações sociais, pois a prática do karatê era realizada somente um dia na semana.16 Com população semelhante, avaliando o perfil evolutivo de indicadores (PEI), esportes e o mapa da rede social, foi evidenciado que a prática do karatê por pessoas com Síndrome de Down favorece melhores rela-cionamentos sociais e o desempenho físico.5
O artigo que utilizou o questionário Quality of Life Childhood Epilepsy (QOLCE) de qualidade de vida que avalia pessoas com epilepsia, teve o objetivo de avaliar o impacto de um programa de karatê sobre o autoconhecimento e qualidade de vida. Verificou-se que ocorreu melhora significativa nos partici-pantes e melhoria em todos os domínios avaliados após a intervenção, com a utilização do karatê como ferramenta que propicia aquisição de qualidade de vida para seus participantes. O estudo foi feito com nove crianças e seus pais.8
O estudo piloto utilizou o questionário QOLCE que avalia a qualidade de vida em pessoas com epilepsia. Nesse estudo tiveram a participação de nove crianças com epilepsia e seus pais, que participaram observando as alterações vistas em cada uma das crianças durante a intervenção. Entretanto, não ficou explícito se ocorreu adaptação da utilização do karatê, pois a população desse estudo foram crianças com necessidades especiais. Tendências positivas foram vistas em todos os domínios da qualidade de vida. Particularmente verificou mudanças relacionadas a percepção parental do impacto da ansiedade de seus filhos, comportamento, socialização, atenção e concentração.8
Os pais também perceberam uma melhora significativa nas crianças re-lacionada à função da memória. Uma pequena redução na ansiedade dos pais também foi observada. O treinamento de karatê pode ter ajudado a reduzir a
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ansiedade para essas crianças, com aquisição dos lócus internos de controle e através da aprendizagem de estratégias de enfrentamento eficazes para impre-visíveis eventos.8
No estudo que utilizou o questionário Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey (SF-36) para avaliar a qualidade de vida de ho-mens com 50 anos, com objetivo de identificar os efeitos de um programa de treinamento de karatê adaptado na qualidade de vida, depressão e habilidades motoras, observou-se melhora nas dimensões psicológicas e sociais, bem como fisiológica e desempenho. Além disso, a utilização do karatê adaptado pode contribuir para retardar o processo de envelhecimento. O estudo foi feito com 15 homens, com a duração de um ano na praticidade do karatê adaptado. Essa modalidade de karatê é indicada como uma possibilidade de promoção da saú-de pública.17
O treinamento de karatê regular e adaptado durante um período de um ano pode ter uma influência positiva em vários parâmetros da qualidade de vida e habilidades motoras que diminuem com o aumento da idade. Os efeitos benéficos da prática regular de karatê é visto no prazo de seis meses e fica níti-da a continuidade durante um ano. Cada parâmetro fisiológico medido nesse estudo apresentou melhoras nos participantes em comparação com a linha de base. Pontuações relacionadas à percepção de saúde física mudaram significa-tivamente. De fato, esse item avaliado aumentou pontualmente desde o início até a terceira avaliação. Observou melhora em todos os parâmetros que são importantes na redução de queda, notadamente oscilação postural e tempo de reação.17
Ambos os autores indicam a prática do karatê na promoção da saúde públi-ca. Mesmo a população estudada tendo sido diferenciada, observou a melhora dos participantes dos dois estudos. No estudo 1, destaca-se o desenvolvimento da socialização entre os participantes e no estudo 2 aprimorou os parâmetros fisiológicos. Evidenciando que o karatê tradicional e o karatê adaptado propi-ciam melhora significativa para ambas as populações. O tempo de prática do
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karatê é essencial para determinar aumento na aquisição da qualidade de vida para seus praticantes.8,17
Os resultados encontrados demonstram que o impacto da prática do kara-tê contribui para a aquisição dos domínios da qualidade de vida. Para que isso ocorra é necessária a prática dessa arte marcial, acima de uma vez por semana, pois observou-se que na prática abaixo de duas vezes não ocorreu mudanças significativas nos domínios da qualidade de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos que foram selecionados demonstraram que a prática do karatê é benéfica para a qualidade de vida dos seus praticantes, entretanto existem poucos estudos que utilizem questionário validado de qualidade de vida. Mais estudos devem ser estimulados para que embasem a eficácia da prática dessa arte como estratégia que promova qualidade de vida para ambas as faixas etá-rias. Esses estudos podem auxiliar na criação de estratégias para a promoção da saúde para diversos públicos, diminuindo gastos com possíveis patologias que são adquiridas pela inatividade das pessoas.
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para crianças de 07 a 11 anos. R Facider. 2016;(8)1-13.
2. Rossi L, Tirapegui J. Avaliação da dependência à prática de karatê e a sua relação com o tempo de treino = Assessment of Physical Exercise Addiction in Karate and Its Relation To Time of Engagement. Rev Bras Med do Esporte. 2015;21(1):32-5.
3. Martins RM, Dascal JB, Marques I. Equilíbrio postural em idosos praticantes de hidroginástica e karatê. Rev Bras Geriatr e Gerontol. 2013;16(1):61-9.
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4. Molari M. A contribuição dos katas do karatê na saúde e qualidade de vida de grupos populacionais The contribution of the katas of karate to health and quality of life of population groups. UNOPAR Cient Ciênc Biol Saúde. 2003-2004; 5-6(1):23-7.
5. Castro NM, Montie JM, Bartholomeu D et al. Relação entre Karatê e socialização em pessoas com síndrome de Down = Relationship between karate and socialization in people with Down syndrome Relación entre el karate y la socialización de personas con Síndrome de Down. Bol Acad Paul Psicol. 2015;35(89):441-59.
6. Souza TRF, Araújo RA. Perfil antropométrico em escolares da rede pública. Educ Fís Rev. 2011. 2011;5(1):1-8.
7. Ferreira E, Andrade A. A contribuição do karatê para o processo de socialização de alunos de 09 a 16 anos. R Multidisc Nordeste Min. 2015;1:1-17.
8. Conant KD, Morgan AK, Muzykewicz et al. A karate program for improving self-concept and quality of life in childhood epilepsy: results of a pilot study. Epilepsy Behav. 2008;12(1):61-5.
9. Souza, F, Souza, MMM, Trevisol DJ. Aptidão física relacionada à saúde de escolares brasileiros praticantes de karatê. Arq Catarin Med. 2018;47(2):87-100.
10. Rodrigues Neto, V. Os benefícios da prática do karatê na vida dos idosos. Educ Fís Ver. 2011;5(1):1-7.
11. Wilma L, Elane C, Miranda N. Benefícios da prática do caratê para pessoas idosas. Rev KAIRÓS. 2014;17(2):27-42.
12. Karatê PDE. Artigo Original Health-Related Physical Fitness in Brazilian Schoolchildren. Rev Bras Med Esporte. 47(2):87-100.
13. Lopes Filho BJP. Efeitos do treinamento de karatê-Dô na cognição de idosos: ensaio clinico randomizado e controlado. [dissertação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2015.
14. Sampaio WB, Ferreira CES, Mota MR et al. Estudo comparativo da pressão arterial pós-exercício entre o karate de contato e o karate tradicional. Rev Bras Ciênc Mov. 2013;21(4):13-20.
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16. Nascimento AC, Gomes, NM. Benefícios do karate para pessoas com síndrome de down. Anais do IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina: Universidade Estadual de Londrina; 2007.
17. Chateau-Degat M-L, Papouin G, Saint-Val P et al. Effect of adapted karate training on quality of life and body balance in 50-year-old men. Open Access J Sport Med. 2010 Aug;143-50.
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EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A OBESIDADE SARCOPÊNICA NOS IDOSOS RESIDENTES DA COMUNIDADEUMA REVISÃO DE LITERATURA
Ingrid Tatiane Santos da Silva
Igor Conterato Gomes
INTRODUÇÃO
O envelhecimento pode ser caracterizado como um fenômeno natural no qual ocorrem modificações orgânicas e funcionais progressivas, não necessa-riamente relacionadas a doenças.1 Essas alterações interferem na capacidade de adaptação ao meio ambiente, acarretam maior vulnerabilidade ao idoso, como redução da capacidade funcional que consequentemente aumenta a incidência de doenças, a dependência física, dificuldade para realizar atividades básicas da vida diária (ABVDs), além de instabilidade social, embora menor nos últimos anos, exposta pela redução ou perda do seu papel desempenhado ativamente ao longo dos anos, na sociedade.2
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A sarcopenia definida como redução da força muscular, associada à dimi-nuição da massa muscular e desempenho físico,3 é uma das características do envelhecimento, assim como a obesidade – principalmente a visceral, carac-terizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo.4 O idoso, que apresenta as duas condições clínicas, é diagnosticado com obesidade sar-copênica (OS), obtém maior viabilidade do aumento da sobrecarga corporal, estresse adicional nas articulações e músculos,5,6 além do risco aumentado de morbimortalidade, fragilidade e diminuição da sua funcionalidade, represen-tando um desafio para os profissionais de saúde, na realização de intervenções apropriadas e direcionada a essa população.7
O declínio da capacidade funcional com o processo do envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, como flexibilidade, velo-cidade de marcha, capacidade cardiorrespiratória e redução da força, que por sua vez, dificultam a realização das ABVDs e a manutenção de um estilo de vida ati-vo.8 Uma das variáveis importantes para a manutenção da capacidade funcional em idosos é a força muscular, que quando reduzida, aliada a diminuição da massa muscular, proporciona limitações, e quando associado à inatividade física esses declínios fisiológicos aumentam, ocasionando elevação da gordura subcutânea e intramuscular, que pode gerar altos índices de morbidade e mortalidade.9,10
Embora ainda não exista um consenso para diagnóstico da obesidade sar-copênica na literatura, os parâmetros utilizados para avaliar o quadro clínico são o excesso de adiposidade e a redução da força e massa muscular esqueléti-ca, associados à diminuição da funcionalidade, ambos são averiguados de for-ma isolada, de acordo com o perfil populacional, atribuindo assim diferentes pontos de corte para sua identificação.11
Diante da relevância que as implicações funcionais da OS podem provocar a saúde do idoso, são necessárias estratégias de intervenção para prevenir, contro-lar e tratar esta condição.11 Podemos abordar o exercício físico como uma técnica preventiva ou de tratamento, porém, há necessidade de se realizar pesquisas que abordem sobre os métodos de treinamento físico que sejam eficazes para a di-
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minuição da prevalência de OS em idosos.12 Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos dos diferentes métodos de treinamento físico no controle da obesidade sarcopênica em idosos residentes na comunidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de revisão de literatura com estratégia de busca sis-tematizada. As bases de dados utilizadas na pesquisa foram: PubMed, SciELO, Periódico CAPES e LILACS, aplicou-se as palavras chaves “metodologia”, “in-tervenção”, “idosos”, “obesidade”, “sarcopenia”, “atividade física” e “obesidade sarcopênica”, nos idiomas português e inglês. Foram utilizados os descritores em Ciência da Saúde (DeCs), “Aerobic Exercise”, “Isometric Exercise”, “Physical exercise”, “Physical Activity for the Elderly”, “Physical activity”, “Physical trai-ning” e “Exercise Therapy”. O Medical Subject Headings (MeSh) “procedure”, “techniques”, “physical exercise” e os operadores boleanos “ AND” e “OR”.
As estratégias de busca aplicadas seguiram o seguinte percurso: PubMed= ((((PHYSICAL EXERCISE) AND methodology) AND procedures) AND Techni-ques) AND Sarcopenic Obesity; SciELO = (tw:(SARCOPENIC OBESITY)) AND (tw:(Aerobic Exercise)) AND (tw:(Isometric Exercise)) AND (tw:(Physical exer-cise)) AND (tw:(Physical Activity for the Elderly)) AND (tw:(Physical activity)) AND (tw:(Physical training)) AND (tw:(Exercise Therapy)); Periódico CAPES = (PHYSICAL EXERCISE) AND (SARCOPENIC OBESITY); LILACS = Sarcope-nic Obesity AND Exercise Therapy Aerobic Exercise Isometric Exercise Phy-sical exercise Physical Activity for the Elderly. O período de coleta dos artigos ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2018.
Os artigos selecionados passaram pela avaliação do título, objetivo e re-sumo. Na segunda etapa, efetuou-se a leitura na sua totalidade. Foram incluí-dos na pesquisa artigos originais que verificaram métodos de intervenção em exercício físico na obesidade sarcopênica em idosos nos idiomas inglês e por-tuguês. Artigos que ofertaram apenas o resumo, que realizaram intervenção
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medicamentosa ou nutricional e estudos experimentais com animais ou idosos institucionalizados, não fizeram parte do presente estudo.
RESULTADOS
As buscas nas bases de dados eletrônicas resultaram em 165 artigos (87 Periódico CAPES, 63 PubMed, 12 LILACS e 3 SciELO), após triagem por títu-lo e resumo, 157 artigos foram excluídos pelas seguintes razões: (6) duplicados, (8) incluíam idosos institucionalizados, (20) utilizou intervenções nutricionais ou com uso de fármacos, (2) estudos realizados em animais, (10) estudos que possuíam doenças associada e (111) estudos que abordaram outro tema. Foram incluídos artigos originais com delineamento experimental, realizados em ido-sos com idade > 60 anos, residentes na comunidade, que apresentava quadro de obesidade sarcopênica sem patologia associada, nos quais foram avaliados os seguintes desfechos: composição corporal, força muscular e desempenho físico. No fim do processo de seleção, 8 artigos preencheram os critérios de inclusão e compuseram a revisão de literatura, conforme mostra o fluxograma (Figura 1).
Figura 1 – Fluxograma da busca nas bases de dados no período de agosto e setembro de 2018
Artigos identificados = 165
Nº de Artigos em texto completo avaliados para elegibilidade = 8
Artigos selecionados = 159
Estudos duplicados removidos = 06
Número final de artigos = 8
Periódico CAPES = 87
LILACS = 12PubMed = 63 SciELO = 3
Artigos
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Efeitos do exercício físico sobre a obesidade sarcopênica... | 55
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56 | Ingrid Tatiane Santos da Silva • Igor Conterato Gomes
Dentro dos estudos selecionados, dois realizaram treinamento combina-do, quatro realizaram treinamento de resistência, um realizou treinamento de circuito de alta velocidade versus treinamento de força/hipertrofia e por fim outro estudo avaliou cada modelo de treinamento, o treinamento resistido, treinamento aeróbio e treinamento concorrente sobre os efeitos da obesidade sarcopênica.
DISCUSSÃO
No presente estudo, idosos que realizaram a prática de exercício físico, apresentaram alterações sobre a obesidade sarcopênica, quando comparados a idosos que não realizaram nenhum tipo de intervenção. Independentemente do tipo de exercício, alterações ocorreram nessa população, fazendo-se neces-sário à realização de um programa estabelecido de treinamento.
Um estudo de 2016, afirma que o treino de resistência progressiva de 16 semanas, com 3 series de 8 a 12 repetições aumentando a intensidade em 80% a 85% melhorou o desempenho físico de idosos com obesidade sarcopênica, velocidade de marcha e desempenho na força de preensão manual, mas não houve alteração da massa muscular após o treinamento.13 Compactuando com este resultado, um treinamento de resistência elástica realizado 3 vezes por semana, durante 12 semanas com 3 séries de 10 repetições e intensidade mo-derada, classificação número 13 na escala de Borg, encontrou resultados se-melhantes na redução do percentual de gordura e gordura total, sem revelar aumento de massa muscular,14 destoando de outros estudo no qual apresenta-ram aumento significativo da massa muscular.15,16
O exercício de resistência pode aumentar a atividade enzimática mito-condrial e a oxidação de lipídio intramiocelular,17 além de diminuir o nível de inflamação crônica que acompanha essa condição.18 O gasto calórico provo-cado pelo exercício físico ajuda na redução ou no controle do peso corporal e na redução da gordura visceral e abdominal.18 Esse poderia ser o possível
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Efeitos do exercício físico sobre a obesidade sarcopênica... | 57
mecanismo para redução de massa gorda nessa população. O treinamento de resistência pode trazer melhorias, na densidade mineral óssea de mulheres me-nopausadas, assim como aumento da aptidão física direcionada a saúde, au-mento de força e autonomia em atividades da vida diária.19 Bom desempenho físico, especialmente boa função muscular, é importante na vida diária entre adultos mais velhos, auxilia a ter independência funcional e pode reduzir o risco de deficiência e quedas.13
O treinamento resistido é indicado para a melhora no desempenho mus-cular, e segundo o American College of Sports Medicine, promove um aumen-to significativo da força, da potência e ganhos de resistência muscular.20 Esse tipo de intervenção favorece a recuperação ou manutenção da massa magra, proporcionando ganhos de força e de capacidade funcional, contribuindo para a redução dos efeitos da sarcopenia.21,22 Relatos que não apresentaram evidên-cias do aumento da massa magra, aumentando assim a força muscular através da intervenção, pode ser atribuído ao curto período do exercício, necessitando um período mais longo – pelo menos 6 meses – de intervenção, além da neces-sidade de volumes maiores de treinamento e/ou controle da dieta.13,14,23
Um programa de exercícios de resistência progressiva com componente de alta velocidade, sobre a função física de idosas com obesidade sarcopênica, du-rante 10 semanas, realizados 2 vezes por semana, com intensidade entre 50% e 75%, não resultou diferença significativa de medidas antropométricas, não foi eficaz na melhora da função física, porém houve aumento da potência mus-cular na extensão de joelho.24 Corroborando com este resultado, um circuito de alta velocidade com duração de 15 semanas, não encontrou alterações no percentual de gordura corporal ou na massa magra após a intervenção.25 Esses achados diferem de um programa de circuito realizado 2 vezes por semana, onde houve redução da massa de gordura e aumento da massa magra corporal em idosos.26 Essas diferenças podem existir por discrepância das cargas utili-zadas durante o treinamento e sua progressão, padrões de carregamento ou devido a curta duração do estudo.25
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58 | Ingrid Tatiane Santos da Silva • Igor Conterato Gomes
O envelhecimento gera alterações no sistema nervoso, como redução de unidades motoras, perda de motoneurônios alfa e alterações nas propriedades contrateis das unidades motoras,27 atribuindo consequentemente com a queda da velocidade de condução de impulso neural, gerando uma lentificação na contração muscular, que pode levar a redução de velocidade da marcha e tem-po de reação.28 A velocidade em que a força é capaz de ser gerada é fundamental para a realização das atividades básicas de vida diária. O treinamento de po-tência evidência melhorar a ativação de unidades motoras a fim de aumentar a produção da força, e a velocidade do movimento.29 Adaptações promovidas pelo treinamento de alta velocidade sobre o sistema neuromuscular, como ati-vação de novas áreas do cérebro – manutenção da plasticidade – parece ser o motivo do aumento da potência muscular nos estudos.
Um treinamento aeróbio com duração de 8 semanas, composto por duas sessões de 60 minutos, e intensidade moderada a intensa, encontrou redução considerável na massa de gordura corporal e área de gordura visceral, além de aumento da massa muscular e do desempenho da força, porém com me-nor extensão quando relacionada ao treino de resistência.15 Em longo prazo, o exercício aeróbio de forma adequada aumenta o metabolismo de ácidos gra-xos, o número de mitocôndrias, gera uma melhor lipólise e captação de gli-cogênio muscular, regula o débito cardíaco, o volume sistólico e a fração de ejeção.30 Esse parece ser o motivo para a redução da massa de gordura corporal e aumento do desempenho físico. Em 2017, uma pesquisa com treinamento combinado – exercício de resistência + aeróbio – obteve melhora na compo-sição corporal, pressão sanguínea, função cardiovascular e variáveis de função física.31 O exercício aeróbio melhora as adaptações cardiovasculares, sem al-terar significativamente a força, o exercício resistido melhora as adaptações neuromusculares que aumentam a força sem alterar significativamente o pico de oxigênio, o treinamento combinado possui efeitos positivos referente a es-sas capacidades, resultando uma melhor função física e redução da fragilidade, evidenciando ser uma boa estratégia no controle da obesidade sarcopênica.32
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Efeitos do exercício físico sobre a obesidade sarcopênica... | 59
O ponto forte desta revisão inclui o desenho experimental randomizado e controlado, as limitações desse estudo foram intervenções realizadas por um período menor que 6 meses, tornando-se inapropriado para determinar qual exercício foi mais eficaz na melhora da função física, e divergentes avaliações da obesidade e sarcopenia nos estudos. Um consenso sobre essa condição deve ser estabelecido e a realização de pesquisas com duração de intervenção supe-rior a seis meses devem ser efetuadas para melhores resultados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre os métodos de intervenção através do exercício físico, pode-se observar que o treinamento resistido, com resistência elástica, peso do corpo ou aparelhos, o aeróbio e o combinado/concorrente, são eficazes para o tratamento e controle da obesidade sarcopênica em idosos de ambos os sexos, além de diminuir os fatores de riscos relacionados à obesidade. Em contrapartida, os mesmos resultados não foram encontrados em exercícios resistidos, realizados em alta velocidade.
Para que se avance em pesquisas relacionadas sobre o tema, é importante que se estabeleça um conceito exato sobre essa condição, uma vez que tanto a sarcopenia, como a obesidade foram identificadas de maneira diferente entre os estudos, intervenções com um período superior a 6 meses devem ser reali-zadas para melhores resultados.
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O VALGO DINÂMICO DO JOELHO E LESÕES OSTEOMIOARTICULARESUMA REVISÃO DE LITERATURA
Letícia do Nascimento Carvalho
Hélio José Bastos Carneiro de Campos
Paulo Rodrigo Santos Aristides
INTRODUÇÃO
Atualmente, há um crescente interesse em compreender como o mecanis-mo de valgo dinâmico do joelho está relacionado com diferentes tipos de lesões dos membros inferiores. O valgo dinâmico do joelho é uma disfunção biome-cânica que envolve desordem em cadeia ascendente e descendentes, visto que, a cadeia descendente abarca o complexo póstero lateral do membro inferior, caracterizado pela fraqueza dos músculos rotadores externos do quadril – glú-teo máximo, glúteo médio, piriforme, gêmeo superior, obturatório interno, gê-meo inferior e quadrado femoral –, abdutores e extensores do quadril.1
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Desse modo, alterações nesses músculos causam déficit de força para abdução e rotação externa do quadril , bem como a estabilização dinâmica do joelho que é garantida pelas musculaturas que circundam a articulação adjacente, exposto através de movimentos excessivos de adução do quadril e deslocamento medial do joelho – joelho para dentro –, causando rotação interna do fêmur e da tíbia, que direciona uma pronação excessiva da articu-lação subtalar e a hiperpronação de calcâneo, impedindo o alinhamento cor-reto dinâmico da articulação durante atividades de deslocamento, controle de força e habilidades de desaceleração, visualizada na posição do joelho no plano frontal.1
Um dos desarranjos musculoesqueleticos mas frequentes é a incidência da síndrome da dor patelo femoral, caracterizada pela dor anterior na região do joelho. Inicialmente apresenta-se lentamente e são agravadas por ativida-des que aumentam as forças de compressão da articulação patelofemoral,2 decorrente do mau posicionamento da patela.3 Desse modo, como patogênia da síndrome encontra-se déficit de força do complexo postero lateral do qua-dril, associada a alterações biomecânicas em cadeia descendentes,4,5 subjacente encontram-se desequilibrios musculares e diferenças estruturais do quadril e fêmur, tal desalinhamento do quadril , pode levar a tensões articulares, muscu-lares e ósseas que ocasiona dor.
Outra condição dolorosa, é a síndrome do trato ílio tibial descrita como uma tensão ou inflamação lateral do membro inferior, que ocorre quando o tecido conjuntivo, que se estende do osso da pélvis até a tíbia, torna-se tão rígi-do que causa atrito ou degeneração contra o fêmur, tendo como resultado um estado de dor entre o quadril e o joelho lateralmente, originados nos pontos de inserções das fibras do glúteo máximo, médio e músculo tensor da fáscia lata e se insere na face ântero-lateral proximal da tíbia.6,7
Uma das funções primarias da banda ílio tibial é a estabilização lateral do quadril e do joelho,7 o déficit dos músculos abdutores do quadril leva a um au-mento no ângulo de adução do quadril e rotação interna do joelho que poten-
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cializa a tensão na faixa ílio tibial. Essas mudanças, biomecânicas decorrentes do valgo dinâmico do joelho, causam déficit de forca para abdução e rotação externa do quadril, que resulta em desvios excessivos por conta dos desalinha-mentos dinâmicos do quadrill que intensifica o risco de lesões.8,9
O método clássico de lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) sucede por meio de um deslocamento medial do joelho com o pé fixo no solo, em que a tíbia desloca-se para frente em relação ao fêmur, visto que, o ligamento cruza diagonalmente o centro do joelho. O LCA impede a anteriorização da tíbia, que controla os movimentos do joelho para frente e para trás além de conferir estabilidade rotacional ao joelho.10
Dessa maneira, movimentos que combinem adução do quadril, e rotação interna da tibia e do femur, reconhecida pelo valgo dinâmico do joelho, junta-mente com aterrissagem, aumenta a carga articular e muscular, correlacionada com o enfraquecimento dos musculos rotadores externos, pressupõe a risco de lesão do ligamento cruzado anterior,11 como resultado do desalinhamento das
extremidades. Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo investigar a associação do mecanismo de valgo dinâmico do joelho com lesões osteomioar-ticulares.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, com a utilização de estu-dos observacionais transversais, coortes e estudo de casos. As bases de dados utilizadas na pesquisa foram MEDLINE (acessado via PubMed), Science Di-rect, Cochrane, LILACS e SciELO. Foram utilizados como estratégia de busca os descritores: Hip Injuries, Genu Valgum, Knee Injuries, lesion anterior cru-ciate ligament, femoral patellofemoral pain, lesion tibial ilio, Valgus dynamic knee e Lesion. Essas palavras-chave utilizadas são registradas na National Library of Medicine’s (MeSH) e no vocabulário estruturado e trilíngue Ciên-cias da Saúde (DeCS), acrescidos pelos operadores booleanos AND e OR, bem
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como, buscas manuais, automáticas e livres. Sem restrição quanto ao período de publicação.
Foram incluídos artigos que abordassem o valgo dinâmico do joelho como variável preditora e lesões osteomioarticulares, como desfecho, escri-tos nos idiomas inglês e português, que investigassem essa associação mera-mente em cadeia descendente, com correlação entre quadril e joelho. Foram excluídos estudos que investigaram relações ascendentes da cadeia lesional, tendo disfunções da articulação do tornozelo como fator preditor. Para a se-leção inicial dos artigos, os títulos e resumos foram lidos, e aqueles que não atendiam aos critérios propostos foram excluídos, os demais artigos foram lidos e obtidos na integra.
RESULTADOS
A princípio, a busca resultou em 123 artigos realizada nos bancos de dados MEDLINE (acessado via PubMed), Scient Direct, LILACS, SciELO e Cochrane, de junho a agosto de 2018. Após a leitura preliminar de títulos e resumos, 112 artigos foram excluídos, os quais, investigaram alterações em cadeia ascendentes como fator preditor de lesões, não se adequaram ao tema proposto e por estarem em duplicata. Procedeu-se a leitura de 11 artigos na integra (Figura 1).
Os artigos incluídos tiveram seu ano de publicação entre 2000 a 2017, rea-lizados por meio de busca livres, manuais e automáticas que versavam sobre lesões concernentes com o valgo dinâmico do joelho, em que, foram encontra-dos três tipos de lesões osteomioarticulares: ligamento cruzado anterior, sín-drome do trato ílio tibial e síndrome da dor patelo femoral. Quanto ao tipo de estudo consiste em oito transversais, um estudo de caso e duas coortes.
Os estudos transversais apresentam uma amostra predominantemente feminina, entre atletas, estudantes e com presença de dor funcional, com ida-de em torno de 18 a 45 anos, em que, como instrumento de avaliação, sete
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O valgo dinâmico do joelho e lesões osteomioarticulares | 69
utilizaram marcadores reflexivos capturado por vídeo câmera para analise biomecânica, e um aplicaram teste de compressão e apreensão, questionário e estadiômetro.
Figura 1 – Fluxograma dos estudos, de junho a agosto de 2018
Títulos nomeados nas bases de dados eletrônicas n = 123
Após a leitura de títulos e resumo, foram excluídos n=112, por não atenderem aos critérios de elegibilidade
Cochare n = 34Lilacs n = 4Pubmed n = 64
n = 40 Investigaram alterações em cadeia ascendentes como fator preditor de lesões
n = 48 Não se adeqaram ao tema proposto
Total n = 11 artigos completo pata avaliação
n = 15 por estarem em duplicata
Scient Direct n = 15Scielo n = 4Snow balling n = 2
Transversais n = 8
Coorte n = 2
Estudo de caso n = 1
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Fonte: elaborada pelos autores.
Os estudos de coorte expõem população atletas femininas com uma faixa etária de 15 a 45 anos. O dispositivo para análise concerne em marcadores re-flexivos, analisados anatomicamente por meio de vídeo e teste de salto vertical. O estudo de caso utilizou como metodologia, teste físico através de exercícios de comando verbal e teste de força para abdução do quadril. Utilizada amostra de corredores de ambos os sexos, idades de 18 a 41 anos, Quadro 1.
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Diante da investigação a respeito do valgo dinâmico do joelho foram en-contradas a associações de três lesões osteomioarticulares. Os estudos mostra-ram disfunções biomecânicas significativas como: adução do quadril e rotação do joelho, bem como, enfraquecimento dos músculos abdutores do quadril agrupados a sobrecarga articular e muscular em apoio unipodal e em movi-mentos de deslocamento descrito como valgo dinâmico do joelho, Quadro 2.
DISCUSSÃO
Essa revisão da literatura teve como objetivo investigar a associação do mecanismo do valgo dinâmico do joelho com lesões osteomioarticulares. Os resultados mostraram que o valgo dinâmico do joelho foi associado a três le-sões : ligamento cruzado anterior(LCA)12,13,14,15 e síndrome da dor patelo femo-ral (SDPF)16,17,18,19 e síndrome do trato ilio tibial (STIT).20,21,22
Na totalidade dos artigos inclusos, houve destaque do público feminino. Apesar, de haver pessoas de ambos os sexos, as mulheres apresentaram maior frequência de lesões.12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22 Um dos fatores atribuídos a incidên-cia de lesões no joelho em mulheres, refere-se ao comprometimento dos mús-culos do quadril, sendo atribuído principalmente pelo fraco desempenho do glúteo médio,23 pois desencadeia uma série de desalinhamentos posturais que determinam o colapso medial decorrente da incapacidade dessa musculatura em controlar tais movimentos para dissipação de cargas em apoio unipodal, interferido nas articulações distais do membro inferior.24
Outro fator importante, são as razões anatômicas e morfológicas do qua-dril feminino, sendo caracterizada por pelve mais larga e valgo fisiológico acentuado aumentando o ângulo Q. Esse é formado entre a reta que passa pelo centro patelar e a tuberosidade tibial, com o centro patelar e a crista ilíaca superior anterior (CISA), sendo referência em mulheres por causa das distâncias horizontal da CISA, em consequência disso, as forças resultantes que atuam nestas estruturas podem leva a desvios significativos do ângulo Q,
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O valgo dinâmico do joelho e lesões osteomioarticulares | 75
que estressam em demasia músculos e ligamentos – mediais ou laterais – e subestressam os do lado oposto,25 agrupando a excessiva sobrecarga muscu-lar, articular e óssea.24
Dessa maneira, as possíveis causas do rompimento do LCA em atletas ob-servada pelos estudos, 12,13,14,15 mostraram que na fase de desaceleração ao solo ocorre sobrecargas imposta ao joelho durante uma tarefa de aterrissagem com o valgo dinâmico do joelho, tal aterrissagem pode ser um dos fatores biomecâ-nicos que reduzem a capacidade de atenuar o impacto imposto a articulação durante a fase de desaceleração em condições individuais.4,15 No momento do jogo as alterações mais comuns foram: na movimentação apresentaram valgo vigoroso e rotação interna do joelho, em seguida no momento da aterrissagem quando ocorreu um valgo forte ou rotação externa com o joelho próximo à extensão total.12
Ao logo do tempo, 2004 até 2017, os estudos observaram que o com-prometimento do LCA, era acometido pelo colapso do joelho descrito pelo valgo dinâmico do joelho juntamente com os movimentos de rotação do joelho no momento de pouso e que quanto maior a altura do salto, maior o valgo dinamico do joelho, durante a fase de desaceleração, sendo preditora de lesão no LCA.3
Desse modo, existem algumas queixas dolorosas na região do joelho em mulheres, durante atividades de deslocamento. As alterações anatômica ex-postas pela medialização do joelho, podem ocasionar a locomoção da patela, que aumenta a pressão articular,23 relacionadas a dor localizada atrás ou ao redor da patela, caracteristico da SDPF, e que mulheres com dor crônica apre-senta maior indice de valgo dinâmico do joelho.19
Os estudos observaram que o valgo dinâmico do joelho analisado pelo agachamento unipodal levava ao quadro de dor e que alterações biomecâni-cas como: rotação femoral interna, patela lateralizada e alta, juntamente com presença de sobrepeso gera uma carga sobre a articulação do quadril e joelho,16 sendo congruente com o grau de valgo dinâmico do joelho, avaliada durante o
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76 | Letícia do Nascimento Carvalho • Hélio José Bastos Carneiro de Campos • Paulo Rodrigo Santos Aristides
agachamento unilateral (SLS) e aterrissagem do salto (SLL),em que o SLL apre-sentou maior grau de valgo do joelho em perna sintomática, bem como maior pico de rotação interna do quadril associada ao enfraquecimento da muscula-tura glútea.17,18
Dessa maneira, o incomodo na região lateral do joelho em corredoras re-presentativo da STIT, demonstraram alterações biomecânicas significativas como adução do quadril e rotação interna do joelho em que tais movimentos combinados podem aumentar a tensão da banda ílio tibial,21,22 decorrentes do enfraquecimento muscular da região póstero lateral do quadril exposto pelo déficit de força, em que apontam que a musculatura abdutora fraca compen-sava outras estruturas, como fáscia e músculos adjacentes.20 Um quadro de desestruturações articulares e musculares que impactariam na biomecânica durante condições de locomoção em fase de pouso unipodal são preditoras de lesão no LCA, bem como ocasionar um estado dolorido como a SDPF e STIT.
Dentre as limitações dos estudos analisados pudemos observar diferenças na qualidade dos métodos e instrumentos utilizados para a avaliação do val-go dinâmico do joelho, dificultando a comparação entre os resultados. Além disso, a estratificação da população por gênero – masculino e feminino – para realizar inferências sobre questões anatomofuncionais relacionadas ao valgo dinâmico do joelho não foram bem exploradas de modo que ainda permanece obscura essa questão na literatura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dado o exposto, as três lesões encontradas evidenciaram associação com o mecanismo osteocinemáticos e disfunções musculoesqueléticas característi-cas do valgo dinâmico do joelho. Nas quais, o enfraquecimento dos músculos abdutores do quadril e rotadores externos, juntamente com desarranjos bio-mecânicos entre quadril e joelho, gera tensão do trato ílio tibial simultanea-mente com a dor patelo femoral.
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O valgo dinâmico do joelho e lesões osteomioarticulares | 77
Dessa maneira, as alterações nas estruturas articulares e musculares em cadeia descendentes descrita pelo valgo dinâmico do joelho, associadas aos movimentos de deslocamentos rotacional do joelho em aterrissagem agrupado ao salto, aglutinam sobrecargas impostas sobre o complexo do membro infe-rior, que prediz o rompimento do ligamento cruzado anterior.
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PROGRAMAS DE CONDICIONAMENTO FÍSICO APLICADOS AO BALLETUMA REVISÃO DE LITERATURA
Lucas Antônio Jesus de Souza
Vinicius Miranda Galvão
Ciro Oliveira Queiroz
INTRODUÇÃO
O ballet clássico trabalha valências físicas que estão envolvidas com os mo-vimentos que as(os) participantes realizam no ato de dançar, sob a sapatilha de ponta, na meia ponta dos pés, ou com os pés totalmente no solo. A flexibilida-de, a força, a potência o equilíbrio e a agilidade são algumas dessas valências desenvolvidas no ballet clássico, que precisam ser treinadas.1,2
Historicamente os figurinos das as(os) bailarinas as(os) eram extremamen-te pesados e isso dificultava que os bailarinos dançassem, mas com a evolução da tecnologia, os mesmos sofreram evolução, tornando-se leves para que os bailarinos possam realizar e mostrar os graciosos movimentos de cabeça, bra-ços e tronco, e os delicados movimentos de pernas e pés.1,3 Foram criados mé-
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todos de ensino e as posições dos pés para que viesse a melhorar o aprendizado, aplicando-o o condicionamento físico ao ballet.
O estudo de Lobel et al.4 e Lima et al.5 sugerem que a prática do treinamen-to complementar de flexibilidade das as(os) bailarinas(os) pode ter aumentos estatisticamente significativos nos componentes moles do corpo. Entretanto ressaltam que o alongamento passivo pode ter um maior aumento na flexibili-dade comparado com o alongamento ativo.4,5
A importância deste estudo está na divulgação de informações necessárias e seguras para os profissionais envolvidos em programas de condicionamen-to físico aplicados ao ballet. A literatura, no entanto, ainda carece de estudos científicos sobre o tema abordado, sendo assim, esta revisão objetiva verificar as alterações do condicionamento físico aplicadas a essa dança.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura. As bases de dados utilizadas na pesquisa foram PubMed, SciELO, LILACS, Periódicos CAPES e busca ativa, utilizando as palavras-chave em português e inglês: “bailarinas”, “ bailarinos”, “ballet”, “condicionamento físico”, “flexibilidade”, “força”, “agilidade”, “equi-líbrio”, “potência”, “ballet“, “ballet dancer”, “dancer“, “agility”, “force”, “power”, “balance”, “flexibility”, acrescidos dos operados booleanos “AND” e “OR” nos idiomas inglês e português. Foi realizada também a busca manual pelas listas de referências dos estudos incluídos. A estratégia usada para a busca dos arti-gos foi: Search (((ballet) OU bailarino)) AND (((((agilidade) OU força) OU poder) OU equilíbrio) OU flexibilidade).
O período de coleta foi realizado de julho até agosto de 2018. Foram in-cluídos artigos científicos originais que avaliaram métodos de condicionamen-to físico aplicados às praticantes de ballet, publicados nos idiomas português e inglês. Trabalhos acadêmicos que apenas apresentaram somente resumos publicados, que não tinham o caráter de ensaio clínico (estudo de intervenção)
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Programas de condicionamento físico aplicados ao ballet | 85
e aqueles que eram programas de reabilitação não foram introduzidos na revi-são. Não houve restrição de datas.
RESULTADOS
A busca resultou em 468 artigos com restrição de linguagem (inglês, por-tuguês). Após revisão de títulos e resumos, um total de 33 artigos seguiu os critérios de elegibilidade e foram analisados na íntegra (Figura 1). Destes 33 ar-tigos, foram excluídos 28: por não mencionarem o uso de métodos para o con-dicionamento físico aplicado ao ballet, não trazerem a modalidade esportiva inserida na revisão; não terem disponível o artigo completo – apenas o resumo estava disponível. Assim, foram incluídos 5 artigos nessa revisão. Os estudos incluídos apresentaram amostras de praticantes de ballet que participaram de métodos para o condicionamento físico (Quadro 1).
Figura 1 – Fluxograma da revisão de literatura programas de condicionamento físico aplicado ao ballet, 2018
Através dos bancos de dados
n = 468
Estudos pré-selecionadosn = 121
Excluídos após leituran = 28
Excluídosn = 20
Estudos inclusos após leitura de resumo
N = 53
Estudos incluídos para leitura
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Estudos incluídos na revisão
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Fonte: elaborada pelos autores.
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86 | Lucas Antônio Jesus de Souza • Vinicius Miranda Galvão • Ciro Oliveira Queiroz
Quadro 1 – Artigos que abordaram a temática programas de condicionamento físico aplicados ao ballet, 2018
Autor (ano) País/Localidade N Método de intervenção Resultados
Santos et al., 2013 Brasil 6
Pilates. Um mês de aula, com frequência de duas vezes por semana com uma hora de duração. Os exercícios selecionados foram do Mat Pilates.
A prática do método Pilates traz benefícios e influencia positivamente a performance de bailarinas clássicas. Revelou mudanças significativas no controle postural de bailarinas clássicas
Santiago e Santos, 2015
Brasil 9
Thera-Band. O treinamento durou 12 semanas, realizada duas vezes por semana, durante 40 minutos. Os exercícios realizados com a Thera-Band envolveram todos os grandes grupos musculares em cada aula: exercícios para adutores e abdutores do quadril, quadríceps e tríceps femoral, bíceps e tríceps e gastrocnêmico.
O treinamento com Thera-Band pode ser uma ferramenta importante e eficiente para aumentar a flexibilidade corporal e a resistência dos membros superiores em bailarinas adultas.
Lobel, 2016 Towson 18
Alongamento. Uma sessão quatro vezes por semana durante 3 semanas, com duração de 8 minutos. Realizaram alongamento ativo e alongamento passivo.
O grupo de alongamento passivo teve maiores aumentos do que o grupo de alongamento ativo. Mostrando que melhora os níveis de flexibilidade do quadril e a flexão do quadril em pé.
Geirsdottir et al., 2017 Austrália 12
Treinamento Resistido. Um programa de treinamento de nove semanas que envolvia duas sessões por semana; uma duração de 45 minutos e uma duração de 60 minutos. Os exercícios realizados no programa de treinamento desenvolveriam padrões fundamentais de movimento, promover o equilíbrio muscular através das articulações e fortalecer áreas de interesse previamente mencionadas, incluindo os músculos quadríceps e isquiotibiais e os músculos profundos e superficiais conectados para as vértebras e pelve.
A incorporação de treinamento resistido pode melhorar adaptações de força e potência, e gerenciar mudanças relacionadas ao crescimento em bailarinos adolescentes.
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Autor (ano) País/Localidade N Método de intervenção Resultados
Lima et al., 2018 Califórnia 27
Alongamento. Foram três semanas, com sessões duas vezes na semana de 45 minutos cada. Todos os participantes realizaram seis exercícios de alongamento, principalmente para a perna direita, que estavam focados nos isquiotibiais e quadríceps. Os exercícios de isquiotibiais consistiam em sentar-se no toque do dedo do pé, semi-straddle e isquiotibiais deitados. Os exercícios do quadríceps consistiram em flexores do quadril, quadríceps ajoelhados e quadríceps propenso.
Após alongamento, perde-se força muscular, mas não interfere na potência. A altura do salto não foi afetada negativamente por nenhum tipo de alongamento nos dois grupos.
Fonte: elaborado pelos autores.
DISCUSSÃO
Percebe-se que as bailarinas que foram incluídas no estudo, não são profis-sionais e tem seu Índice de Massa Corporal (IMC) categorizado como normal, mesmo sendo magras, de acordo o IMC relatado nos estudos avaliados. Em parte, isso ocorre devido à exigência de um corpo leve para a prática do ballet e assim muitas bailarinas, que estão na fase iniciante e intermediária, não pra-ticam um treinamento físico para não aumentarem o peso. Dentre as buscas, as intervenções encontradas para o condicionamento físico aplicado ao ballet foi o Método Pilates, o alongamento estático, ativo e balístico, o treinamento resistido e o treinamento com thera-band.
Sendo de fundamental importância para desenvolver as habilidades des-portivas e para o ballet, a flexibilidade pode ser treinada através de métodos que podem auxiliar o desempenho, alcançando melhor resultado nos tecidos moles do corpo. O aumento da flexibilidade ativa pode se verificar, tendo como base, os níveis de flexibilidade passiva, a qual o aumento se dá por meio de exercícios, não apenas relacionados à melhora, mas também ao aumento das capacidades
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de força. Pouca flexibilidade pode atrasar e dificultar alguns processos das ha-bilidades motoras, limita o nível da capacidade de força, coordenação e veloci-dade e aumente o risco de danos ao músculo, ao tendão e ao ligamento.6
A literatura evidência que o alongamento e o treino de flexibilidade oca-sionam aumentos estatisticamente significativos sobre os ângulos de flexão no corpo da bailarina e promove melhora nos membros. Foi demonstrado que o alongamento passivo tem maior aumento do que o alongamento ativo,4 já que o indivíduo tem a capacidade e consegue atingir a mobilidade máxima numa articulação sofrendo ação de uma foça externa.6 Entretanto, o alongamento de longa duração afeta negativamente a força do quadríceps dessa população.5 A utilização de equipamentos como o thera-band em bailarinas, numa inter-venção que durou 12 semanas, realizada duas vezes por semana, durante 40 minutos e envolvendo todos os grandes grupos musculares – exercícios para adutores e abdutores do quadril, quadríceps e tríceps femoral, bíceps e tríceps e gastrocnêmico – foi demonstrado que o treinamento com Thera-Band® pode ser uma ferramenta importante e eficiente para aumentar a flexibilidade cor-poral e a resistência dos membros superiores em bailarinas adultas.7
A força, o equilíbrio, a potência e a resistência, também são valências físicas extremamente requisitadas pelo corpo da bailarina, quando a mesma está em ação de dançar. O corpo também é responsável por controlar e adquirir deter-minadas posturas para atingir um objetivo, considerando-se uma das funções do sistema de controle postural e pode ser influenciada diretamente ou in-diretamente por componentes musculoesqueléticos.8,13 Esses sistemas passam por um processo complexo que dependem da interação da visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais, das respostas neuromusculares, da foça muscular e o tempo de reação.14
Essas valências parecem ter relação quando a bailarina está dançando so-bre as sapatilhas de ponta, na meia ponta dos pés, com os pés totalmente ao solo e com alguns movimentos que elas realizam como a pirueta, o arabesque, a ponte, o grand batman, o grand jet, entre outros. Todavia, estudos demons-
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tram que a prática do Método Pilates traz benefícios e influencia positivamen-te a performance de bailarinas clássicas e revelando mudanças significativas no controle postural destas.15 Outro estudo, realizado na Austrália, demons-trou que o treinamento de resistência durante um mês e frequência semanal de duas vezes por semana com uma hora de duração, utilizando exercício do Mat Pilates, pode ter um efeito significativo do equilíbrio dinâmico, da for-ça máxima da parte inferior do corpo e potência sem afetar adversamente ou componentes estéticos do corpo.16
Nessa revisão de literatura, os estudos disponíveis sugerem que o empre-go dos métodos como exercícios e estratégias de condicionamento físico para praticantes de ballet podem ter efeitos benéficos. Porém os estudos não trazem em detalhes ou não deixam clara a caracterização sociodemográfica da amos-tra de praticantes de ballet, não possibilitando a verificação de dados como, por exemplo, se a faixa etária é condizente com a esperada. Os artigos encontrados trazem no título a indicação do tema, mas, em seu conteúdo não explanam sobre o ballet especificamente, outros tipos de dança são abordados. Logo, as evidências provenientes da literatura ocidental são limitadas e os estudos care-cem de maior rigor metodológico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura ainda é limitada quanto aos programas de condicionamento físico aplicados ao ballet. Porém, foi encontrado um considerável número de estudos, na linha do alongamento, que avaliaram a flexibilidade das bailarinas e demonstraram possíveis benefícios para a população, principalmente com o alongamento passivo. Foram encontrados também outros estudos, que avalia-ram o Método Pilates e o exercício resistido como intervenção e parece resultar em benefícios para a população. Percebe-se que a literatura científica carece de estudos que tratem de intervenção com exercícios físicos e observam outras
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valências físicas requisitadas além da flexibilidade sobre a bailarina no ato de dançar.
REFERÊNCIAS1. Caminada E. História da dança: evolução cultural. 1. ed. Rio de Janeiro: Sprint; 1999.
2. Pereira S. Ginástica rítmica desportiva : aprendendo passo a passo. 1. ed. Rio de Janeiro: Shape; 1999.
3. Barbara Raquel Agostini. Ballet clássico: preparação física, aspectos cinesiológicos, metodologia e desenvolvimento motor. 1. ed. Várzea Paulista: Fontoura; 2010.
4. Lobel EE. The Influence of Two Stretching Techniques on Standing Hip Range of Motion. J Dance Med Sci. 2016; 20(1):38-43.
5. Lima CD, Brown LE, Ruas C V, et al. Effects of Static Versus Ballistic Stretching on Hamstring:Quadriceps Strength Ratio and Jump Performance in Ballet Dancers and Resistance Trained Women. J Dance Med Sci. 2018 Sep 15;22(3)160-7.
6. V. N. Platonov. Tratado geral de treinamento desportivo. 1. ed. São Paulo: Phorte; 2008.
7. Santiago DBA, Santos DL. Efeitos do treinamento físico com o uso da Thera-band ® sobre variáveis físicas e antropométricas de bailarinas. Cinergis. [internet] 2015 [citado em set. 2015];16(2): 125-131. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/6322/4357 doi:10.17058/cinergis.v16i2.6322.
8. Enoka R. Bases neuromecânicas da cinesiologia. 2. ed. São Paulo: Manole; 2000.
9. Magill RA. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. Motriz. 2000; 6(1):35-6.
10. Shumway-Cook, Woollacott M. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 2. ed. Barueri: Manole; 2003.
11. Viel E, coordenador. A marcha humana: a corrida e o salto. São Paulo: Manole, 2001.
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12. Weerdt, W, Spaepen A. Equilíbrio. Em: Durward BR; Baer GD; Rowe PJ. Movimento funcional humano: mensuração e análise. São Paulo: Manole; 2001.
13. Durward, BR, Baer, GD, Rowe PJ. Movimento funcional humano: mensuração e análise. São Paulo: Manole; 2001.
14. Silva A, Almeida GJM, Cassilhas RC et al. Equilíbrio, coordenação e agilidade de idosos submetidos à prática de exercícios físicos resistidos. Rev Bras Med do Esporte. 2008;14(2):88-93.
15. Santos NR, Barros, CS., Araújo, LM et al. A influência do método Pilates no equilíbrio estático de uma população de bailarinas clássicas [trabalho de conclusão de curso]. Pontifica Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2013.
16. Geirsdottir OG, Arnarson A, Briem K, et al. Physical function predicts improvement in quality of life in elderly icelanders after 12 weeks of resistance exercise. J Nutr Health Aging. 2012;16(1):62-66.
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REFLEXÕES FINAIS
Consideravelmente, é no cotidiano acadêmico que converge as possibili-dades para a construção de interlocuções mais produtivas entre a prática e a base científica. Os textos aqui apresentados nos remetem a assuntos muitas vezes vividos na trajetória, não só acadêmica como também de experiencias de vida de cada discente.
É interessante ressaltar que a construção dos textos dessa obra foi pensada desde, os primeiros momentos dos discentes na sua trajetória acadêmica, com a introdução ao pensamento científico. O livro trata extraordinariamente das temáticas sobre treinamento, esporte, atividade física e saúde através de temas diversificados e relevantes para o profissional de Educação Física.
Nesse contexto, essa obra nos traz uma pluralidade de estudos que tran-sitam entre a prática do karatê e qualidade de vida, programas de treinamento físico no ballet, disfunções musculoesqueléticas características do valgo dinâ-mico de joelho, capacidade funcional de idosas praticantes de hidroginástica até as intervenções com o exercício físico sobre a obesidade sarcopência.
Esta obra é de grande valia tanto para estudantes quanto para profissio-nais de Educação Física que têm seu foco na atividade física, esporte e saúde, pois apresenta conhecimentos específicos em diversas populações e contextos, fundamentadas em evidências científicas tanto no âmbito nacional quanto in-ternacional.
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SOBRE OS AUTORES
Ana Caroline de Santana Reis
Graduada em Educação Física com licenciatura pela Faculdade União Me-tropolitana de Educação e Cultura (UNIME); graduanda do bacharelado em Educação Física na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). E-mail: [email protected]
Anderson Carlos Costa
Graduado em Educação Física. Licenciatura pela União Metropolitana de Educa-ção e Cultura (UNIME), graduando no bacharelado em Educação Física pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), presidente da Associação de Ka-ratê Okinawa e diretor técnico da Federação de Karatê Shotokan da Bahia (FKSB). E-mail: [email protected]
Ciro Oliveira Queiroz
Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Especialização em Atividade Física Adaptada e Saúde pela Universidade Gama Filho (UGF). Mestrado em Ciências pelo Programa de Pós--Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e doutorando em Medicina e Saúde Humana na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Atualmente, é membro pes-
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quisador dos grupos de pesquisa: Grupo de Estudos em Saúde e Performance Humana (GESPH/EBMSP), Programa de Estudos em Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Curso de Vida e Envelhecimento, do Instituto de Saúde Co-letiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), e faz parte da equipe do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa Brasil) na Bahia (ISC/UFBA), na qual obtém experiência com coleta e gerenciamento de dados de base popu-lacional. Atua como professor na EBMSP e também na União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME). Atua principalmente nos seguintes temas: epidemiologia da atividade física, inter-relação atividade física, aptidão física e saúde, adaptações musculares e metabólicas em resposta ao exercício físico, metodologia da pesquisa científica. Bolsista de extensão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nível B.E-mail: [email protected]
Clarcson Plácido Conceição dos Santos
Graduado em licenciatura plena em Educação Física pela Universidade Católi-ca do Salvador (UCSal). Professor adjunto, coordenador e docente do curso de graduação em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Possui título de doutorado em Medicina e Saúde Humana pela EB-MSP. Mestrado em Medicina e Saúde pela Faculdade de Medicina da Universi-dade Federal da Bahia (UFBA). Como pesquisador, dedica-se, principalmente, ao desenvolvimento de trabalhos na área de adaptações metabólicas e muscu-loesqueléticas em resposta ao exercício físico e a obesidade enquanto doença metabólica. Atualmente, tem desenvolvido linhas de investigação na área da Medicina Integrativa com foco em diferentes patologias. Atua como pesquisa-dor do Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico (Caap), no qual desenvolve ati-vidades de pesquisa relacionadas à ativação dos músculos do assoalho pélvico em mulheres que realizam treinamento de força. Atua como pesquisador co-laborador do Laboratório de Pesquisas em Desempenho Humano (LAPEDH)
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Sobre os autores | 101
da Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, e exerce a função de diretor do Centro de Pesquisas Clínica da Jovial Clínica em Salvador, na Bahia. Chefe do Laboratório de Estudos Avançados da Força (LEAF) e Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde e Performance Humana (GESPH). Tem expe-riência na área de Educação Física em Fisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: obesidade, diabetes e hipertensão.E-mail: [email protected]
Erick Anísio Neves Chaves
Mestrando em Tecnologia e Saúde na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pú-blica (EBMSP). Especialista em Educação Inclusiva pela Universidade de Ara-raquara (Uniara), extensão em Neurociência - Neurofisiologia no Transtorno do Espectro Autista (2016). Graduado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal). Atualmente, é docente no curso de Educação Física da EBMSP. Professor dos esportes adaptados karatê e natação na Clínica de Fisioterapia da EBMSP. Professor de pós-graduação em Transtorno do Es-pectro Autista (TEA). Técnico, árbitro e atleta da Federação Baiana de Karatê. E-mail: [email protected]
Helio José Bastos Carneiro de Campos
Formado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal). Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Livre docen-te em Educação Física pela American World University of Iowa (AWU/IOWA), nos Estados Unidos. Especialista em Metodologia da Pesquisa Cientifica pela UCSal, em Atletismo pela Organização do Estados Americanos (OEA) e El Centro de Capacitacion Desportiva de América (CCDA), México, e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)/Uni-versidade do Estado da Bahia (UNEB)/Universidade Aberta do Brasil (UAB).
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Docente autor/formador UNEB/UAB das disciplinas Metodologia da Pesquisa Científica e Capoeira, professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina (EB-MSP), membro do Núcleo Docente Estruturante da EBMSP, pesquisador do grupo de pesquisa Caminho, da EBMSP, membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) e escritor. E-mail: [email protected]
Igor Conterato Gomes
Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Fisioterapia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Graduado em Educação Física pela Unesp. Atualmente, é professor no curso de Educação Física da Escola Bahiana de Me-dicina e Saúde Pública (EBMSP). Membro do Grupo e Estudo e Pesquisa em Saúde e Performance Humana (GESPH); coordenador nacional dos cursos de pós-graduação em Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais pelo Institu-to Valorize. Ministra cursos e palestras para empresas e profissionais da saúde sobre os temas: métodos de treinamento, treinamento funcional, treinamento para idosos e treinamento para grupos especiais – hipertensos, obesos, diabé-ticos e gestantes. Tem experiência na área de Educação Física, atuando princi-palmente nos seguintes temas: exercício físico, epidemiologia da atividade físi-ca, saúde pública, envelhecimento, composição corporal, capacidade funcional e doenças e agravos não transmissíveis. E-mail: [email protected]
Ingrid Tatiane Santos da Silva
Graduanda em Educação Física pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pú-blica (EBMSP) de 2015 a 2019, estagiária da Academia G-FIT 2017 a 2019 e do Colégio Vitória Régia 2018 a 2019. E-mail: [email protected]
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Sobre os autores | 103
João Franco Lima
Graduado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal). Mestre em Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – área in-terdisciplinar, com concentração em: lazer, cultura e educação. Especialização em Biomecânica da Atividade Física e Saúde; Ciências do Condicionamento Físico Individualizado; Marketing Estratégico. Atuou no Serviço Social da In-dústria (Sesi), principalmente com os seguintes temas: lazer, recreação, saúde, qualidade de vida. Foi um dos responsáveis pela seleção/capacitação de moni-tores/estagiários nessa instituição. Tem interesse nos temas: lazer, saúde men-tal, inclusão, saúde e qualidade de vida, história de vida e formação e atuação profissional em saúde, educação física, esporte e lazer. Atualmente, é professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).E-mail: [email protected]
Letícia do Nascimento Carvalho
Graduada no curso de licenciatura em Educação Física pela União Metropo-litana de Educação e Cultura (UNIME); graduanda em bacharelado no curso de Educação Física na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP); monitora de Biomorfofuncional II EBMSP. E-mail: [email protected]
Paulo Rodrigo dos Santos Aristides
Mestre em Ciências da Educação pela Universidad Autonoma Del Sur. Licen-ciatura plena em Educação Física pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialização em Atividade Física, Educação e Saúde para Grupos Especiais pela Faculdade da Cidade do Salvador. Especialização em Gestão Educacio-nal Integrada pela Faculdade Afonso Claudio. Formação em instrutor de yoga pelo Instituto kaivalyadhama/YogaBahia. Formação em instrutor de Qi Gong pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa em Qi Gong e Medicina Chinesa.
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Formação completa no Método Pilates pela Clínica Bios Saúde. Atualmente, exerce as atividades de: coordenador do curso de especialização em Práticas Corporais Integrativas da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EB-MSP); professor na EBMSP (Educação Física); membro pesquisador do Grupo de Estudos em Saúde e Performance Humana (GESPH/EBMSP). Atua princi-palmente nos seguintes temas: atividade física e saúde pública, inter-relação atividade física, aptidão física, saúde e qualidade de vida, atividades de acade-mia e práticas integrativas e complementares em saúde.E-mail: [email protected]
Lucas Antônio Jesus de Souza
Bacharelando em Educação Física pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Licenciado em Educação Física pela União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME). Formado em Ballet e Jazz pela Companhia de Dança Carina Azevedo (CCA), estagiário de Natação e Hidroginástica do Cen-tro Aquático Água e Vida (Caav) e professor da Companhia de Dança Carina Azevedo (CCA). E-mail: [email protected]
Vinicius Miranda Galvão
Possui graduação em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e em Fisioterapia pela mesma universidade. Pós-graduação em lato--sensu em Musculação pela FMU e curso de formação em Treinamento de Força na Rússia. Foi diretor científico da Federação Baiana de Culturismo e Muscula-ção. Atualmente, tem interesse nos temas: treinamento de força, treinamento esportivo e reabilitação neuromusculoesquelética. Professor em instituição de ensino superior, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). E-mail: [email protected]
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Organizadores
Professores e estudantes da primeira turma do curso de bacharelado em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2019
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ColofãoFormato: 190 x 240 mm
Tipologia: Calluna | BrandingMiolo em papel alcalino 75 g/m2
Capa em Cartão Supremo 300g/m2
Impressão do miolo: EDUFBAImpressão de capa e acabamento: Gráfica Cian
Tiragem de 300 exemplares
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Pensar, perguntar, planejar, buscar informação e executar é seguir o caminho natural da investigação científi ca, mas esse gesto ganha vida quando um grupo constrói, passo a passo, supera os próprios desafi os e sente orgulho do seu resultado. Esse ganha um valor singular quando acadêmicos e professores, que vivenciaram cada minuto do processo, publicam o conjunto do seu trabalho. E se torna ainda mais especial pois se trata da produção científi ca da primeira turma do curso de Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.Seguir o caminho proposto pelo Eixo de Produção do Conhecimento Científi co com as etapas curriculares da Metodologia da Pesquisa e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apenas facilita o caminho daqueles que estão passando, o mérito real é de quem que se desdobra para executar a sua própria tarefa de pesquisador. Ainda que seja por um tempo, aquela semente fi cará e a sua visão será ampliada ao ler os artigos científi cos. Aqui estão expostos temas inspiradores, inovadores e contemporâneos que seguiram um processo semelhante da construção na busca do conhecimento. Assuntos que signifi cam, especialmente, para cada autor, a partir de agora, ganham vida própria e podem tanto responder perguntas como criar outras, suscitando outros estudos científi cos. Estamos convictos que será um prazer para cada leitor conhecer os argumentos que foram tão bem desenvolvidos.
Boa leitura!
Cristiane Maria Carvalho Costa Dias (Profª Adjunta da EBMSP)
Marcus Vinícius Brito de Santana (Prof. Auxiliar da EBMSP)
Selena Márcia Dubois Mendes (Profª Assistente da EBMSP)
Docentes do Eixo de Produção do Conhecimento Científi co
EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICAPRÁTICA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO
Helio José Bastos Carneiro de CamposClarcson Plácido Conceição dos Santos
Ciro Oliveira QueirozORGANIZADORES
Helio José Bastos Carneiro de CamposFormado em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), livre docente em Educação Física pela AWU/IOWA/USA, especialista em Metodologia da Pesquisa Científi ca pela UCSal, em Atletismo pela Organização do Estados Americanos (OEA), professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), membro do Núcleo Docente Estruturante da EBMSP, Pesquisador do Grupo de Pesquisa Caminho da EBMSP, membro do Instituto Geográfi co e Histórico da Bahia (IGHB) e escritor com oito livros publicados.
Clarcson Plácido Conceição dos SantosGraduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) (2001). Professor adjunto, coordenador e docente do curso de graduação em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Doutor em Medicina e Saúde Humana pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e mestre em Medicina e Saúde pela Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde e Performance Humana (GESPH/EBMSP).
Ciro Oliveira Queiroz Possui Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB - 2008), mestrado em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), doutorando em Medicina e Saúde Humana na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), membro pesquisador dos grupos de pesquisa: Grupo de Estudos em Saúde e Performance Humana (GESPH/Bahiana), Programa de Estudos em Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Curso de Vida e Envelhecimento (ISC/UFBA) e professor da EBMSP.
A ciência é entendida como uma cultura humana extremamente dinâmica e deve estar a serviço da humanidade, por esse motivo a comunicação das investigações científi cas torna-se imprescindível. Com esse olhar é que o curso de Bacharelado em Educação Física da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) privilegia, no seu Projeto Político Pedagógico, um núcleo que na sua essência valoriza o conhecimento do pensamento científi co até a redação fi nal de um capítulo para compor um livro, centrado em um eixo específi co de produção científi ca. Além disso, essa ideia é estimulada de forma transversal em outros componentes curriculares que não estejam presentes nesse eixo, visto que, entendemos ser a ciência a base primordial para uma boa formação profi ssional.
9 788523 218546
ISBN 978-85-232-1854-6
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