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davidjdawson
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June, Sunday 21
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Introduo:
Contexto:
Efsios: livro sobre a igreja, a identidade do indivduo em Cristo
Cap 1. O que Deus nos deu em Cristo: Paulo descreve as bnos espirituais que
pertencem queles que esto em Cristo e os encoraja a crescer no entendimento
dessas coisas.
Cap 2. Como Deus nos deu essas bnos em Cristo: i.c. vocs so salvos pela
graa, por meio da f.
1-3. Nosso estado antes de receber a Cristo: mortos em nossos pecados
4-7. Nossa posio exaltada por causa da vitria de Jesus sobre o pecado
8-9. O meio pelo qual recebemos tudo isso: o dom de Deus recebido pela f
10. Deus nos salvou com o propsito de realizar obras nicas atravs
das nossas vidas, que fazem parte de Seu plano.
Tema: A estria de cada filho de Deus revela a obra que Ele deseja realizar e
assim, devemos buscar discern-la.
Texto: Porque somos criao de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras, as quais Deus preparou de antemo para que ns as praticssemos.
Se Deus tem um plano para minha vida, porque ela parece to ordinria? Sabemos
que a Palavra de Deus verdadeira, ento deve haver um problema de percepo da
nossa parte. Ser que h um grande tesouro enterrado em nossas vidas e no temos
idia?
No ano passado um casal na Califrnia descobriu moedas de ouro no quintal deles
enquanto estavam adestrando o seu cachorro. As moedas estavam guardadas em 8
latas, o nmero total era de 1.427 equivalendo a 11 milhes de dlares1.
Quando coisas passam despercebidas, podem frequentemente resultar num
problema: e.x: infiltrao no teto de uma casa, um tumor, etc.
Muitas vezes, sentimos que ningum nos percebe, ningum repara nos nossos
talentos, desejos ou o valor das nossas experincias. No fundo, o motivo do que
fazemos, o desejo por ateno... queremos que algum realmente nos veja por tudo
que somos e tudo o que temos no corao.
Psiclogos dizem que muitas doenas mentais so causadas pela carncia por
ateno e aceitao, principalmente no comeo da vida2 . Com o passar do tempo a
pessoa aprende a compensar pela dor da rejeio, procurando a ateno dos outros
por meio de suas realizaes, tentando entreter/agradar a um indivduo, ou at muitas
vezes, se isolando.
Nesse contexto, nossa cultura contempornea gera extremo isolamento, alienao e
solido. Se voc no se sentir assim, considere-se abenoado. Muitas pessoas em
nossa volta passam a maior parte de seu tempo em lugares onde so annimos:
trabalho, escola, trnsito, etc. At mesmo na igreja as pessoas muitas vezes se
sentem annimas, invisveis e desapercebidas.
Quando refletimos no exemplo da vida de Jesus temos que admitir que uma cultura
de igreja impessoal, uma distoro. Jesus percebia as pessoas (conhecer pelos
1 http://mashable.com/2014/09/10/hidden-treasure-weird-places/2 Randy D. Reese;Robert Loane. Deep Mentoring: Guiding Others on Their Leadership Journey (Kindle Location 366). Kindle Edition.
sentidos, compreender3) atravs de uma abordagem ntima e particular. Isso muito
diferente da nossa maneira descarnada de nos relacionar uns com os outros - por
trs de uma tela, por trs do plpito (o pastor, professor), etc. Mesmo que Jesus
tivesse muita coisa a realizar, Ele no vivia apressado. Pelo contrrio, a vida de
Jesus era caracterizada por paz interior e compaixo queles em Sua volta, por meio
de palavras e ao. Jesus convidava as pessoas uma contemplao mais profunda
de suas vidas4.
Duas das parbolas de Jesus falam sobre o ato de perceber/notar as pessoas. Na
parbola da ovelha perdida, o pastor deixa as noventa e nove e vai procurar uma at
ach-la5. Na parbola do bom samaritano, o heri da estria aquele que percebeu
o sofrimento do outro enquanto os outros o ignoravam6. Ambas estrias descrevem
uma atitude de focar num indivduo, de dar ateno a uma pessoa.
Creio que todos ns sentimos o desejo pela ateno dos outros, queremos ser
discipulados, queremos que algum tenha a pacincia para ouvir a nossa estria,
compreend-la e nos ajudar a endend-la, ns mesmos. Se voc e eu buscarmos ter
essa atitude em relao aos outros, faremos da nossa igreja uma comunidade onde
as pessoas so verdadeiramente percebidas e valorizadas.
Mas para isso teremos que reconhecer e resistir as barreiras em nossa cultura para a
compreenso de indivduos.
3 Dicionrio Houaiss4 Ibid., 3825 Lc. 15:1-106 Lc. 10.25-37
A tendncia de no ter pacincia para prestar ateno nas pessoas7: No Amazon
voc pode comprar um livro para crianas onde os contos infantis mais famosos so
resumidos para poder ser lidos em um minuto. O objetivo desse livro economizar o
tempo dos pais na hora de por os filhos pequenos para dormir. Todo pai ou me de
filhos pequenos sabe o que querer economizar tempo, mas at que ponto? H
coisas em nossas vidas que no devem ser apressadas, e se voc tentar fazer isso, o
que sofrer ser a qualidade de tempo e a frutificao. como cozinhar feijo. H
uma grande diferena entre o feijo seco jogado diretamente na panela de presso e
aquele que foi deixado da noite pro dia de molho antes de cozinhar. Um fica meio
borrachudo com caldo escuro e outro fica molinho e com caldo claro e cremoso. Se
nos submetermos ao ritmo frentico da cultura contempornea, tambm no teremos
discernimento em relao s nossas prprias vidas. s vezes, nem sabemos mais
como diminuir a velocidade, tirar o p do acelerador. Temos que entender que no
fomos criados para frutificar no ritmo que a nossa cultura anda, ou exige. Ela iguala
atividade com significado, ou seja, quando mais ocupados estamos, mais valor ns
temos como indivduos. Nossa cultura nos encoraja a viver alm da nossa capacidade
fsica, financiera, mental e emocional.
A tendncia de querer aplicar um padro para pessoas nicas8: fcil observar a
vida de algum de fora e formar uma opinio sobre os seus dons e chamado. O fato
que Jesus sabia ouvir as pessoas, demonstrado pelo seu costume de fazer
perguntas s pessoas. Muitas vezes quando os indivduos vinham Jesus com
7 Ibid., 3898 Ibid., 420
perguntas, em vez de fazer um discurso, Jesus redirecionava a conversa para o
outro.... o que voc acha? ...o que voc faria?
A tendncia de querer usar pessoas como um meio para um fim9: Uma das
caractersticas do posmodernismo falta de confiana em instituies.
Ento onde devemos estar prestando ateno nas nossas vidas e nos outros para
discernir o tesouro que Deus depositou referente obra que Ele quer realizar? O
lugar da obra de formao de Deus na vida do indivdo a estria dele. Muitas vezes
focamos s no discernimento de dons e habilidades, o que ns entendemos como
espirituais, porque vm de Deus. Porm, as estrias dos personagens bblicos revela
um desenho divino na narrativa, trajetria, percurso, peregrinao do indivduo, que
essencial para a sua participao na Misso de Deus. nas particularidades de
vidas ordinrias que encontramos as pistas daquilo que Deus tem feito por trs das
cenas10.
Devemos nos tornar detetives da obra que Deus j fez e est fazendo na vida
daqueles que esto em nossa volta11. Esse trabalho de detetive lento e detalhista...
porque estamos lidando com a complexidade de uma pessoa. No podemos fazer
esse processo se encaixar numa agenda/planejamento nico, porque lida com
complexidades de um indivduo... como quando o eletricista trabalha com a energia
ligada, imprevisvel, perigoso e empolgante12.
9 Ibid., 467, 45110 Ibid.11 Ibid., 52112 Ibid.