Contexto do texto em questo: O estado morto de pecador antes de receber a Cristo:

4-7. A posio exaltada do filho de Deus... 8-9. Que um dom gratito

Texto: 8 Pois vocs so salvos pela graa, por meio da f, e isto no vem de vocs,

dom de Deus; 9 no por obras, para que ningum se glorie.

Reforma um fenmeno em toda a Histria da Igreja, e as maiores reformas sempre

centraram na doutrina que tratamos aqui.

Existe a reforma e a perverso do Corpo de Cristo, a primeira uma obra de Deus e

a segunda uma obra do Diabo e homens carnais. Uma reforma legtima sempre

deve ser vista como uma obra soberana de Deus, ao olhamos para as histrias de

pessoas que Deus usou para Por (Seu) prumo no meio de Seu povo (Amos 7.8).

Assim, ao voltarmos para as histrias de homens e mulheres usados por Deus,

vamos sempre lembrar a quem atribumos as obras do Reino.

Reforma na histria da Igreja sempre uma volta s raizes: Quando Paulo estava

escrevendo igreja em feso - e mais ainda em Glatas - ele estava os exortando a

voltar ao ensino de Jesus sobre a salvao pela graa por meio da f (Jo. 5.24; Lc.

23.43; Mc. 16.16). No fim da era da Igreja na antiguidade (4-5 sculos) Deus usou

So Agostinho para trazer a Igreja de volta doutrina da Salvao, no por obras,

mas pela graa de Deus pregada por Paulo. A na era medieval Deus usou Martinho

Lutero para trazer de volta a nfase que Agostinho havia pregado.

De todas as reformas, pode se argumentar que a de Lutero, no 16 sculo, era a de

maior impacto na histria da Igreja. especialmente importante para todo aquele

que se considera Protestante ou Evanglico.

Efsios 2.8-9 Apreciando o Evangelho da Salvao Pela Graa Por Meio da F na Histria da Igreja

Pode se dizer que Lutero era o homem do milnio (GUZIK). Ele recebeu algo de Jan

Huss, que havia recebido de Wycliffe.

O Pai de Lutero era mineiro de cobre, de famlia camponesa, que pelo trabalho duro,

conseguiram entrar na classe mdia.

Aos 18 anos Lutero foi estudar Direito, l tirou seu mestrado em Artes, em Erfurte.

Lutero viu uma Bblia pela primeira vez aos 20 anos.

Ao concluir seu mestrado aos 22 anos, Lutero perdeu um amigo numa briga. Numa

viagem ele foi cortado por uma faca que estava em seu bolso, sendo tambm

jogado de seu cavalo numa tempestade. A foi quando clamou a Santa Anna

(padroeira dos mineiros) para lhe ajudar. Por isso Lutero decidiu entrar no mosteiro.

Como ex-aluno de Direito, Lutero tinha um entendimento muito literal/clrico do

sistema medieval dos sacramentos e penitncia. Ele costumava aborrecer o seu

superior Johan Staupitz porque ele confessava uma multido de pecados minuciosos.

Lutero entendia a justia de Deus pelo conceito escolstico. A justia de Deus era

algo pelo qual Ele julga e castiga o pecador. A ouvir que Deus justo s o lembrava

de sua condenao. Cada vez que Lutero lia sobre a justia de Deus ele sentia um

medo terrvel porque sabia que ele era destitudo da justia de Deus. Segundo ele

mesmo, foi a que passou a odiar a Deus. Quando Lutero lia o evangelho, via a

justia de Deus sendo revelada, mas s entendia aquilo no sentido medieval. Lutero

seguia as prticas dos flagellants - com jejuns, oraes, leituras e aoites - tentando

ser penitente. Lutero estava totalmente entregue ao catolicismo medieval.

Efsios 2.8-9 Apreciando o Evangelho da Salvao Pela Graa Por Meio da F na Histria da Igreja

Quando Lutero foi consagrado como padre ele recitou sua primeira missa. Ficou

aterrorizado ao segurar os elementos e orar. Ele se atrapalhou e envergonhou tanto

a si mesmo, quanto o pai dele que havia vindo lhe visitar.

Lutero visitou Roma pouco depois disso, e testemunhou as peregrinaes ficando

muito decepcionado.

Depois disso Lutero veio a Witenburgo onde assumiu uma posio como professor na

universidade. L Lutero comeou a ensinar a Bblia - Salmos, Glatas, Romanos, etc.

A Bblia raramente era lida diretamente naquela poca, mas Lutero tinha um amor por

ela que era extraordinrio.

Lutero estava ensinado os Salmos em Witenburg e chegou ao captulo 31.1 Em ti,

SENHOR, me refugio; nunca permitas que eu seja humilhado; livra-me pela tua

justia. Mas como que a justia de Deus - que s me condena - pode me livrar?

Lutero ficou lendo aquilo vez aps vez, at finalmente fazer a conexo com Romanos

1.17 Porque no evangelho revelada a justia de Deus, uma justia que do princpio

ao fim pela f, como est escrito: O justo viver pela f. De repende entendeu

que a justia de Deus no N.T. descreve a justia que Ele d aos pecadores pela f.

Foi a que tudo mudou para Lutero. Agora a sua mente legal lhe ajudou a entender

que se Deus o justificou; pela justia dEle, verdadeiramente ele era justificado! Lutero

disse que sentia nascido de novo e passando por portas abertas para o cu.

No programa medieval, o indivduo era salvo por receber os sacramentos distribudos

pela Igreja.

Os catlicos tambm criam na justificao pela f, mas no sola fidie.

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O contexto de Lutero: Lutero era um monge agostiniano, e importante lembrar que

os agostinianos tambm tinham um conceito da graa de Deus. Lutero estava

estudando Direito quando teve uma experincia na qual acreditou que Deus havia

salvo a sua vida (embora naquela hora ele clamava a uma santa). Aps isso, para a

tristeza de seu pai, Lutero entrou no mosteiro para estudar. Lutero j tinha um

bacharel e mestrado em Artes Liberais - ento era muito influenciado pelo

humanismo. Depois disso ele entrou num mosteiro agostiniano observante (a ordem

mais rgida) e fez o seu doutorado em Teologia Escolstica. No primeiro ano no

mosteiro, Lutero recebeu uma cpia dos Salmos que leu e aprendeu a amar, tendo

que devolv-lo no segundo ano, passando a estudar s Teologia Escolstica, i.e; em

vez de estudar as Escrituras em si, Lutero teve que gastar todo o seu tempo

estudando o que homens haviam comentado sobre elas - usando a lgica de

Aristoteles. No mosteiro Lutero tinha os Salmos e os memorizou, a nica parte da

Bblia que ele tinha.

Naquela poca haviam 2 abordagens medievais ao confessionrio catlico romano.

Eram as abordagens medievais ao confessionrio:

Pecador tem que estar verdadeiramente contrito - triste por ter pecado contra

Deus (versus atrio - tristeza por temer castigo). Padre um rbitro que

determina se h contrio. Ou...

No d para esperar contrio do pecador comum, atrio suficiente. O que

importa ser absolvido pelo padre.

Lutero nunca sabia se estava contrito o suficiente

Efsios 2.8-9 Apreciando o Evangelho da Salvao Pela Graa Por Meio da F na Histria da Igreja

O mentor Staupitz lhe ensinou que graa no o resultado do arrependimento,

o que antecede e capacita o arrependimento (Rm. 2.4). Pecadores j so

queridos para Deus, a questo como tornar Deus querido para os pecadores.

Lutero chegou a enteder (de Agostinho) que o que separa o pecador de Deus

confiana errada. No nvel superficial podemos escolher certas coisas - com

quem casar, o que comer, que profisso, etc. Mas a nossa liberdade

condicionada pelo nosso amor prprio. No nvel mais profundo da nossa

personalidade ns confiamos nas coisas erradas (Rm. 7.24).

Lutero chegou a entender Justificao sola fidei (somente pela f). A doutrina

medieval contestava: Voc cr que existe um s Deus? Muito bem! At mesmo os

demnios crem e tremem! (Tg. 2.19). Mas para Lutero sola fidei no era

apenas um evento, mas uma postura do cristo por toda sua vida.

E a certeza da salvao? O cristo medieval acreditava numa certeza conjectural

de sua salvao: Aquele que julga estar firme, cuide-se para que no caia! (I Co.

10.12). Muitos critrios eram considerados, mas certeza nunca havia.

Para Lutero, a certeza no podia estar baseada na examinao da conscincia - o

corao enganoso (Jr. 17.9) olhando para si mesmo. Portanto, temos que

confiar na palavra da promessa de Deus.

A doutrina medieval dizia que era o amor que vivificava a f (Gal. 5.6 ...a f que

atua pelo amor), mas Lutero entendeu que era a f que vivificava o amor. Ento:

ns chamamos a ns mesmos para a vida eterna por obras de amor, ou

recebemos essa vida pela f? Lutero entendeu que a justia do filho de Deus

nunca vem do homem em si, mas sempre e somente de Deus.

Efsios 2.8-9 Apreciando o Evangelho da Salvao Pela Graa Por Meio da F na Histria da Igreja