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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DOS PRODUTOS
A20, A30 E DIMISTYMULUS RICE EM COMBINAÇÃO COM O HERBICIDA
ONLY EM ARROZ IRRIGADO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Carlos Henrique Bastianello Campagnol
Santa Maria, RS, Brasil
2011
EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DOS PRODUTOS A20, A30 E DIMISTYMULUS RICE EM COMBINAÇÃO COM O HERBICIDA ONLY EM ARROZ IRRIGADO
por
Carlos Henrique Bastianello Campagnol
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Agronomia, Área de Concentração em Biologia e
Controle de Plantas Daninhas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves
Santa Maria, RS, Brasil Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais Curso de Graduação em Agronomia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso
EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DOS PRODUTOS A20, A30 E DIMISTYMULUS RICE EM COMBINAÇÃO COM O HERBICIDA ONLY EM ARROZ IRRIGADO
elaborada por Carlos Henrique Bastianello Campagnol
como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo
COMISÃO EXAMINADORA:
__________________________________ Prof. Dr. Luiz Augusto Salles das Neves
(Presidente/Orientador)
__________________________________ Prof. Dr. Sylvio Henrique Bidel Dornelles
__________________________________ Prof. Msc. Danie Martini Sanchotene
Santa Maria, 21 de maio de 2011.
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho a minha família, em especial meus pais Carlos e Vera.
Agradeço-os pela vida e por todas as oportunidades, principalmente as de estudo e
formação.
Agradeço a Deus por ter me iluminado em mais esta etapa de estudo e
trabalho que concluo.
Aos professores, mestres capazes de elevar o nome do Curso de Agronomia,
da Universidade Federal de Santa Maria aos mais elevados graus de
reconhecimento, através de sua dedicação, seus ensinamentos, orientações e
amizade. De forma especial agradeço ao meu orientador Dr. Luiz Augusto Salles
das Neves e aos Professores Dr. Sylvio Henrique Bidel Dornelles e Msc. Danie
Martini Sanchotone pela ajuda nesta importante etapa da minha formação
acadêmica.
Aos meus amigos, colegas de departamento e de graduação, pela amizade,
companheirismo e ajuda em todos os momentos.
Muito obrigado!
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Graduação em Agronomia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DOS PRODUTOS A20, A30 E DIMISTYMULUS RICE
EM COMBINAÇÃO COM O HERBICIDA ONLY EM ARROZ IRRIGADO
Autor: Carlos Henrique Bastianello Campagnol
Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves
Data: Santa Maria, 21 de maio de 2011.
Na safra 2009/2010 foi realizado um experimento no município de Santa Maria/RS, com o objetivo de avaliar a eficiência técnica e seletividade dos adjuvantes A20, A30 e Dimistymulus Rice quando combinados com o herbicida Only utilizado no controle do arroz-vermelho na cultura do arroz irrigado. Avaliou-se o controle de Oryza sp. e os componentes do rendimento da cultura: massa de mil sementes; rendimento de grãos; rendimento de engenho. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições. Foram testados os seguintes tratamentos: 1) Only na dose de 1,0 L/ha; 2) Only + Dash na dose de 1,0 + 0,2 L/ha; 3) Only + A20 + Dash na dose de 1,0 + 0,5 + 0,2 L/ha; 4) Only + A30 + Dash na dose de 1,0 + 1,0 + 0,2 L/ha; 5) Only + Dimistymulus Rice + Dash na dose de 1,0 + 3,0 + 0,2 L/ha; 6) Only + Dimistymulus Rice na dose de 1,0 + 3,0 L/ha. Para fins de comparação considerou-se que os tratamentos padrões sem adição dos adjuvantes testados corresponderiam à testemunha. Os tratamentos foram aplicados no dia 4 de janeiro de 2010, utilizando-se pulverizador costal pressurizado com CO2, quando as plantas daninhas e o arroz apresentavam um estágio médio de desenvolvimento de 2-3 folhas. A semeadura do arroz ocorreu no dia 19 de dezembro de 2009. A partir dos resultados obtidos no experimento pode-se inferir que a adição dos adjuvantes A20; A30 e Dimistymulus Rice aos tratamentos padrões não interferiram na ação do herbicida Only no controle do arroz-vermelho. Para as variáveis dos componentes do rendimento da cultura do arroz, verificou-se que quando adicionou os adjuvantes, houve incremento na massa de mil sementes, na produtividade e na qualidade de grãos. Em termos de seletividade, não foi verificado diminuição da seletividade no herbicida avaliado para a cultivar IRGA 422 CL.
Palavras-chave: controle químico, micronutrientes, mistura em tanque, plantas daninhas
ABSTRACT
Course Conclusion Work
Graduation Course of Agronomy
Federal University of Santa Maria
AGRONOMIC EFFICIENCY OF PRODUCTS A20, A30 AND DIMISTYMULUS
RICE IN COMBINATION WITH THE HERBICIDE ONLY IN IRRIGATED RICE
Author: Carlos Henrique Bastianello Campagnol
Advisor: Luiz Augusto Salles das Neves
Date: Santa Maria, May 23, 2011.
In the season 2009/2010 an experiment was conducted in Santa Maria / RS, with the aim of
evaluating the technical efficiency and selectivity of adjuvants A20, A30 and Dimistymulus
Rice when combined with herbicide Only used to control red rice in the culture of irrigated
rice. We evaluated the control of Oryza sp. and the components of crop yield, thousand seed
weight, grain yield and milling yield. The experimental design was randomized blocks with
six treatments and four replications. We tested the following treatments: 1) Only the dose of
1.0 L / ha, 2) + Dash Only at a dose of 1.0 + 0.2 L / ha, 3) + A20 + Only Dash at a dose of 1,
0 + 0.5 + 0.2 L / ha, 4) + A30 + Only Dash at a dose of 1.0 + 1.0 + 0.2 L / ha, 5) Only
Dimistymulus + Rice + Dash in a dose of , 0 + 3.0 + 0.2 L / ha; 6) Only + Dimistymulus Rice
at a dose of 1.0 + 3.0 L / ha. For comparison purposes it was considered that the standard
treatments without addition of adjuvants tested correspond to the control. The treatments were
applied on January 4, 2010, using a backpack sprayer pressurized with CO2, when the weeds
and the rice had a mean developmental stage of 2-3 leaves. The sowing of rice occurred on
December 19, 2009. From the results obtained in the experiment can be inferred that the
addition of adjuvants A20, A30 and Dimistymulus Rice to standard treatments did not affect
the action of the herbicide Only in red rice control. For variables of yield components of rice,
it was found that when added adjuvants, there was an increase in thousand seed weight, yield
and grain quality. In terms of selectivity, the decrease was not observed in herbicide
selectivity evaluated for IRGA 422 CL.
Key words: chemical control, micronutrient, mixture in the tank, weed
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Descrição dos tratamentos utilizados.................................................... 14
Tabela 2. Médias de controle de arroz-vermelho e componentes do rendimento para
a cultura do arroz irrigado .................................................................................... 16
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE 1. Dados brutos coletados durante a condução do experimento. ..... 21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 11
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 16
5 CONCLUSÕES................................................................................................. 18
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 19
7 APÊNDICE........................................................................................................ 21
1 INTRODUÇÃO
A produtividade média de arroz no Rio Grande do Sul cresceu nas últimas
décadas, atingindo médias acima de 6 t ha-1. No entanto, o fator que mais se
destaca como limitante ao aumento do potencial de rendimento é o controle
insatisfatório de plantas daninhas, especialmente do arroz-vermelho, o que ainda
causa elevada redução na produção do cereal (VILLA et al., 2006).
No Sul do Brasil, o arroz-vermelho (Oryza sativa) constitui-se na principal
planta daninha de áreas cultivadas com arroz irrigado por inundação
(AGOSTINETTO et al., 2001). Por pertencerem ao mesmo gênero, o arroz-vermelho
e o cultivado apresentam elevada similaridade morfofisiológica, o que dificulta o
controle seletivo, fazendo-se necessário utilizar métodos culturais de controle, dentre
os quais se destaca o uso de cultivares que detêm capacidade competitiva (Balbinot
Jr. et al., 2003).
Outro fator que assume grande importância na produtividade do arroz é a
nutrição. Geralmente na recomendação de adubação da cultura, consideram-se
apenas os macronutrientes e negligenciam os micronutrientes. Os micronutrientes
zinco, boro e cobre são exigidos em pequenas quantidades pelas plantas,
entretanto, a deficiência desses ou de qualquer outro micronutriente causará
reduções no desenvolvimento, no crescimento e, conseqüentemente, no rendimento
das culturas agrícolas, nas quais desempenham importantes funções (OHSE et al.,
2000).
Uma aplicação visando apenas à correção de micronutrientes seria muito
onerosa ao produtor rural, advindo daí a necessidade de conciliar a aplicação de
herbicidas com a de fertilizantes foliares, objetivando controlar as plantas invasoras
e corrigir a deficiência de micronutrientes em uma mesma aplicação. Um dos
grandes questionamentos é saber se nutrientes, em aplicação foliar, podem ser
aplicados em mistura de tanque com herbicida sem alterar o efeito do herbicida.
Objetivou-se nesse trabalho avaliar a eficiência técnica e seletividade dos
adjuvantes A20, A30 e Dimistymulus Rice quando combinados com a mistura
formulada dos herbicidas imazethapyr (75 g L-1) + imazapic (25 g L-1) (produto
comercial Only®) aplicados em pós-emergência na cultura do arroz irrigado (Oryza
sativa) visando o controle do arroz-vermelho.
11
2 REVISÃO DE LITERATURA
O arroz irrigado é uma gramínea anual, classificada no grupo das plantas C3,
adaptada ao ambiente aquático. Esta adaptação deve-se à presença de
aerênquimas no colmo e nas raízes da planta, o que possibilita a passagem de
oxigênio do ar atmosférico para a rizosfera (SOSBAI, 2007).
A cultura do arroz irrigado assume grande importância no Rio Grande do Sul
(RS), pois são cultivados aproximadamente 1,1 milhão de há, sendo o Estado
responsável por 42,33% da produção nacional. A produtividade média de grãos
obtida na última década no RS foi de 6,0 t ha1, quase o dobro da média nacional
(CONAB, 2009).
A produtividade das lavouras de arroz irrigado ainda está aquém do potencial
dos cultivares devido, principalmente, ao controle deficiente de plantas daninhas e a
adubação insuficiente. Dentre as espécies daninhas que infestam as áreas de
produção destaca-se o arroz-vermelho (Oryza sp.), em razão das dificuldades
existentes para efetuar seu controle (FONTANA et al., 2007).
O arroz-vermelho compete com o arroz cultivado especialmente por luz,
podendo também competir por água e nutrientes se estes recursos forem escassos
(AGOSTINETTO et al., 2001). Atualmente, é a planta daninha que mais causa
danos à lavoura orizícola gaúcha, por ocasionar redução da produtividade,
apresentar degrane natural, elevado grau de dormência das sementes e alto grau de
infestação das áreas cultivadas. Além disso, ela provoca elevação do custo de
produção e deprecia o valor comercial do produto final e das áreas cultivadas com
arroz. Estimativas indicam que as perdas diretas decorrentes da competição com
arroz-vermelho possam atingir 20% da produção de arroz irrigado no Rio Grande do
Sul (MARCHESAN et al., 2004).
Devido às semelhanças morfofisiológicas entre o arroz cultivado e o arroz-
vermelho, os herbicidas tradicionalmente utilizados na lavoura são ineficientes no
controle dessa planta daninha (NOLDIN et al., 1999). Nesse contexto, buscam-se
alternativas que minimizem a infestação do arroz-vermelho nas lavouras sem causar
danos ao arroz cultivado.
12
Uma dessas alternativas, o Sistema Clearfield, foi desenvolvido inicialmente na
Universidade de Louisiana (EUA) e consiste em plantas de arroz tolerantes a
herbicidas pertencentes ao grupo químico das imidazolinonas (imazethapyr,
imazapic etc.). Neste sistema é utilizado o herbicida Only®, o qual é constituído da
mistura formulada dos herbicidas imazethapyr (75 g L-1) + imazapic (25 g L-1),
aplicado em pós-emergência para controle de arroz-vermelho. O primeiro cultivar de
arroz irrigado disponibilizado comercialmente para o Sistema Clearfield no Brasil foi
o IRGA 422 CL. Este cultivar apresenta como característica principal a tolerância ao
herbicida Only e foi obtido por meio do retrocruzamento do cultivar IRGA 417,
utilizado como genitor recorrente, destaca-se pela produtividade, qualidade de grão
e boa adaptabilidade a todas as regiões orizícolas do Rio Grande do Sul (SOSBAI,
2007).
Outro fator limitante a produtividade das lavouras orizícolas decorre de uma
adubação inadequada. O uso constante de fertilizantes muito concentrados, solos
arenosos e baixos teores de matéria orgânica no solo são fatores que podem
influenciar negativamente na concentração de micronutrientes (MALAVOLTA &
KLIEMANN, 1985; PARDUCCI et al. 1989). Várias práticas usuais como a calagem e
a adubação fosfatada tendem a induzir a deficiência de zinco para as plantas. A
calagem excessiva ou mal feita e a utilização excessiva de adubos nitrogenados são
práticas que podem levar à deficiência de boro.
GUTTERRES (1986), estudando a disponibilidade de boro para as plantas em solos
derivados de arenito no RS, observou que 54% das 123 amostras analisadas foram
deficientes em boro e, 57% com teores abaixo do nível crítico (< 0,50 �g B g-1 de
solo). VOLKWEISS et al. (1983), trabalhando com 954 amostras de solos do Rio
Grande do Sul, observaram que 21% dos solos apresentam teores menores que 1,0
g g-1 de zinco. LUCHESE (1985), que utilizou 708 amostras de solo do Rio Grande
do Sul para determinar a disponibilidade de zinco e cobre para as plantas, encontrou
em mais de 50% das amostras teores de zinco variando entre 0,4 e 2,4 g g-1.
Percebe-se que a deficiência de zinco, boro e cobre já ocorre em alguns solos do
Rio Grande do Sul, o que pode se agravar com o cultivo intensivo e sem a devida
reposição, uma vez que, quando se recomenda adubação, geralmente, considera-se
apenas os macronutrientes.
13
3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido a campo, em área experimental cedida ao
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria, no município de
Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul, em lavoura de arroz irrigado. O solo foi
preparado sob o sistema para plantio convencional, onde se trabalha o solo seco,
deixando o máximo nivelado possível e realiza-se a distribuição da semente em
linha juntamente com a adubação. A quantidade de fertilizante (N-P-K) adicionada
na adubação de base foi definida através do cruzamento dos dados da análise
química do solo com as recomendações da Rede Oficial de Laboratórios de Análises
de Solos do RS (ROLAS/RS) chegando-se ao valor de 280 Kg/ha de adubo com
formulação 8 18 28 no momento da semeadura. A adubação de cobertura foi
realizada na forma de uréia (200 kg ha-1) e parcelada em 2 aplicações: a primeira
com 120 kg ha-1, logo após a aplicação do tratamento com o herbicida, no seco com
arroz no estádio de V4, início do perfilhamento e a segunda com 80 kg ha-1 na fase
de R1, na diferenciação da panícula com lâmina d’ água dentro da área.
O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com seis tratamentos e
quatro repetições. A unidade experimental foi constituída de parcelas com 3 metros
de largura e 20 de metros de comprimento (60 m2), sendo que para fins de
avaliações utilizou quatro pontos da parte central da parcela (6 m2).
A semeadura do arroz, cultivar IRGA 422 CL, foi realizada no dia 19 de
dezembro de 2009, em uma densidade de semeadura de 300 plantas / m2 (60
plantas / m linear), com registro de emergência plena em 25 de dezembro de 2009.
Os tratamentos foram aplicados no dia 4 de janeiro de 2010, utilizando-se
pulverizador costal pressurizado com CO2, munido de uma barra de 1,5 metros de
comprimento munido de 4 bicos Teejet 110.02 com espaçamento de 0,5 metros. A
taxa de aplicação foi de 200 L/ha.
No momento da pulverização a temperatura do ar era de 29,8°C, céu limpo,
velocidade do vento de 2,4 Km h-1 e umidade relativa de 62% (medidos em aparelho
portátil Kestrel 3000). Os tratamentos bem como as dosagens aplicadas estão
contidos a Tabela 1.
14
Tabela 1. Descrição dos tratamentos utilizados.
TRATAMENTOS Doses (L.ha-1) Época de aplicação
1. Only 1,0 2-3 folhas
2. Only + Dash 1,0 + 0,2 2-3 folhas
3. Only + A20 +
Dash 1,0 + 0,5 + 0,2 2-3 folhas
4. Only + A30 +
Dash 1,0 + 1,0 + 0,2 2-3 folhas
5. Only + Stimul +
Dash 1,0 + 3,0 + 0,2 2-3 folhas
6. Only + Stimul 1,0 + 3,0 2-3 folhas
O efeito dos tratamentos sobre o controle do arroz-vermelho foi determinado
pelo método qualitativo caracterizado por avaliações visuais baseado em escalas
arbitrárias estabelecidas (BURRILL et al, 1976). Para a determinação foi empregada
a escala percentual, utilizando-se como padrão a testemunha sem aplicação de
herbicidas (infestada) que correspondeu a nenhum controle (Zero %). Utilizou-se
escala visual de zero a 100% de controle. A avaliação de controle da planta invasora
foi realizada aos 20 DAA (Dias Após Aplicação). Os efeitos fitotóxicos dos
tratamentos foram avaliados aos 10 DAA e 20 DAA após a aplicação dos
tratamentos. Os dados originais foram submetidos à análise de variância.
Para avaliação dos componentes do rendimento para a cultura do arroz
irrigado, colheu-se quatro pontos aleatoriamente dentro de cada parcela, que
correspondeu as repetições do experimento. A colheita das parcelas consistiu de
forma manual em uma área de dois metros quadrados. Após a colheita os grãos
foram padronizados para umidade de 13% e logo após os dados foram
transformados para Kg/ha. A massa de mil sementes foi avaliada através da
contagem de mil sementes e após pesadas em uma balança de precisão, dados
obtidos em gramas (g). A renda no benefício e o rendimento de grãos inteiros foram
estimados a partir do beneficiamento de 4 amostras de 50 g de arroz em casca por
parcela em engenho de prova SUZUKI. A renda do beneficio foi expressa pelo
percentual total do arroz beneficiado (grãos inteiros + quebrados + quirera). Para as
15
variáveis: controle do arroz vermelho, peso de 1000 grãos e produtividade, foi
utilizado o teste de Scott Knot a 5% de erro. Para a variável rendimento de grãos
utilizou-se o teste de Duncan a 5% de erro.
16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisando a Tabela 2, verifica-se que todos os tratamentos testados foram
eficientes no controle da população de Oryza sativa quando aplicado no estágio de
2-3 folhas. Porém houve diferença estatística entre os tratamentos no controle de
arroz vermelho, resultado que pode ser explicado pela retirada do Óleo mineral Dash
nos tratamentos 1 e 6, comprometendo a eficiência do herbicida.
Tabela 2. Médias de controle de arroz-vermelho (Oryza sativa), componentes do rendimento para a cultura do arroz irrigado (Massa mil sementes; Rendimento de grãos; Porcentagem de grãos inteiros) após a aplicação dos tratamentos.
Variáveis avaliadas
TRATAMENTOS Doses
(L.ha-1) Controle
AV (%)
Massa de
1000
sementes
(g)
Rend.
Kg/ha
% de
grãos
inteiros
1. Only 1,0 78,4 b 25,35 b 6200,8 a 51 b
2. Only + Dash 1,0 + 0,2 92,78 a 26,024 a 6373,3 a 57,5 a
3. Only + A20
+ Dash 1,0 + 0,5 + 0,2 90,61 a 25,97 a 6510 a 59,0 a
4. Only + A30
+ Dash 1,0 + 1,0 + 0,2 93,88 a 26,26 a 6849,7 a 59,0 a
5. Only +
Stimul. + Dash 1,0 + 3,0 + 0,2 91,5 a 26,23 a 6970,4 a 60,0 a
6. Only +
Stimul. 1,0 + 3,0 80,5 b 25,22 b 6330,4 b 54 b
C.V 3,216 1,59 7,12 3.3 1Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade de erro.
Salienta-se que a adição dos adjuvantes A20, A30 e Dimistymulus Rice não
influenciaram no controle de arroz vermelho, resultados verificados quando
comparados com o tratamento designado padrão (Only + Dash) com a adição dos
produtos A20, A30 e Dimistymulus Rice neste tratamento. Analisando os
17
componentes do rendimento da cultura do arroz irrigado, verificou-se que a adição
dos adjuvantes A20, A30 e Dimistymulus Rice ao tratamento padrão, provocaram
um incremento na massa de mil sementes, e porcentagem de grãos inteiros. Estes
resultados no incremento da massa das sementes de arroz podem influenciar
diretamente na qualidade do grão industrial e/ou na qualidade fisiológica da semente
quando destinada a produção de semente. No momento da comercialização do
produto, grãos com maiores pesos e de mais qualidade possuem um valor agregado
superior as demais classificações, logo, estes resultados podem influenciar
diretamente o rendimento financeiro do orizícultor.
Analisando os resultados apresentados na Tabela 2, verificou-se que os
tratamentos que obtiveram maior produtividade foram Only + A20 + Dash, Only +
A30 + Dash e Only + Dimistymulus Rice + Dash, obtendo diferença estatística pelo
teste de Scott Knot à nível 5% de erro dos demais tratamentos. Esses resultados no
incremento da produtividade influenciam diretamente na rentabilidade do produtor
rural.
Todos os tratamentos avaliados foram seletivos a cultivar IRGA 422 CL, salientando
que a combinação dos adjuvantes A20 e A30 e do fertilizante foliar Dimistymulus
Rice não diminuíram a seletividade do herbicida Only avaliado sobre a cultura do
arroz irrigado.
18
5 CONCLUSÕES
A adição dos adjuvantes A20, A30 e do fertilizante foliar Dimistymulus Rice não
influenciaram no controle do arroz vermelho, resultados verificados quando
comparados com o tratamento designado padrão (Only + Dash) com a adição dos
produtos A20, A30 e Dimistymulus Rice neste tratamento.
A adição dos adjuvantes A20, A30 e do fertilizante foliar Dimistymulus Rice,
provocaram incremento na massa de sementes, rendimento de grãos e
porcentagem de grãos inteiros.
Todos os tratamentos testados foram seletivos à cultura do arroz (Oryza sativa)
cultivar IRGA 422 CL.
19
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINETTO, D. et al. Arroz-vermelho: ecofisiologia e estratégias de controle. Ci.
Rural, v. 31, n. 2, p. 341-349, 2001.
BALBINOT Jr., A. A. et al. Características de plantas de arroz e a habilidade
competitiva com plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 21, n. 2, p. 165-
174, 2003.
BURRILL, L.C.; CARDENAS, J.C.; LOCATELLI, E. Field manual for weed control
research. Corvallis: International Plant Protection Center, Oregon University, 1976.
59p.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Arroz – Brasil. Série histórica de:
área, produtividade e produção. Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. Acesso
em: 20 maio. 2010.
FONTANA, L. C. et al. Tolerância de cultivares de arroz irrigado (Oryza sativa) ao
herbicida nicosulfuron e à mistura formulada de imazethapyr + imazapic. Planta
Daninha, Viçosa-MG, v. 25, n. 4, p. 791-798, 2007.
GUTTERRES, J. F. Disponibilidade de boro para as plantas em solos do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, 1986. 68p. Dissertação (Mestrado) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 1986.
LUCHESE, E.B. Disponibilidade do cobre e zinco para as plantas nos solos do
Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1985, 106p. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1985.
MALAVOLTA, E.; KLIEMANN, H J. Desordens nutricionais no cerrado.
Piracicaba: POTAFÓS, 1985. 136p.
20
MARCHESAN, E. et al. Controle do arroz-vermelho. In: GOMES, A. S.;
MAGALHÃES JÚNIOR, A. M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília:
Embrapa Informação, 2004. p. 547-577.
NOLDIN, J. A.; CHANDLER, J. M.; MCCAULEY, G. N. Red rice (Oryza sativa)
biology. I. Characterization of red rice ecotypes. Weed Technol., v. 13, p. 12-18,
1999.
OHSE, S. et al. Germinação e vigor de sementes de arroz irrigado tratadas com
zinco, boro e cobre. Revista da FZVA, Uruguaiana-RS, v.7, n.1, p.73-79, 2000.
PARDUCCI, S. et al. Micronutrientes Biocrop. Campinas: Microquímica, 1989,
101p.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO. Arroz irrigado:
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Pelotas: SOSBAI,
2007. 159 p.
VILLA, S. C. C. et al. Arroz tolerante a imidazolinonas: controle do arroz-vermelho,
fluxo gênico e efeito residual do herbicida em culturas sucessoras não-tolerantes.
Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 24, n. 4, p. 761-768, 2006.
VOLKWEISS, S. J. et al. Levantamento dos teores de nutrientes das plantas em
solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 1983.
21
7 APÊNDICES Apêndice 1 – Dados brutos coletados durante a condução do experimento.
Tratamentos
Peso de 1000 grãos
(g) Amostras (g) 1,5 m²
Produção Kg/há
Rendimento de grãos (%)
1. Only 25.284 845.83 5638.866667 54 1. Only 25.459 913.45 6089.666667 54 1. Only 25.831 1028.39 6855.933333 52 1. Only 24.838 932.86 6219.066667 52 2. Only + Dash 25.982 913.55 6090.333333 56 2. Only + Dash 26.187 956.34 6375.6 58 2. Only + Dash 26.125 1004.82 6698.8 60 2. Only + Dash 25.803 949.27 6328.466667 56 3. Only + A20 + Dash 25.957 1028.46 6856.4 58 3. Only + A20 + Dash 26.382 1205.87 8039.133333 60 3. Only + A20 + Dash 25.386 1162.93 7752.866667 62 3. Only + A20 + Dash 26.159 976.5 6510 56 4. Only + A30 + Dash 26.731 964.85 6432.333333 60 4. Only + A30 + Dash 26.462 1021.42 6809.466667 60 4. Only + A30 + Dash 26.371 985.35 6569 56 4. Only + A30 + Dash 25.482 1138.23 7588.2 60 5. Only + Stimul. + Dash 26.402 1062.33 7082.2 62 5. Only + Stimul. + Dash 25.847 986.28 6575.2 58 5. Only + Stimul. + Dash 26.138 1186.11 7907.4 60 5. Only + Stimul. + Dash 26.543 947.55 6317 60 6. Only + Stimul. 25.302 904.5 6030 54 6. Only + Stimul. 24.734 983.45 6556.333333 56 6. Only + Stimul. 25.28 973.45 6489.666667 54 6. Only + Stimul. 25.563 936.84 6245.6 52