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A Manipulação da imagem no fotojornalismo dos impressos diários de Teresina1
Elaine de Moura LIMA2 Mariana Guedes CONDE3
Orlando Maurício de Carvalho BERTI4 Universidade Estadual do Piauí, UESPI
RESUMO
O presente estudo tem o objetivo descrever como ocorre o processo que
compreende desde a chegada da fotografia jornalística nas redações, passando pelo
tratamento até a publicação. Pretendeu-se observar como ocorre o tratamento, se há
casos de manipulação nas imagens e as conseqüências sócias e éticas dessas práticas.
Também objetiva analisar o que os fotógrafos, tratadores, arquivistas, editores gerais
entendem e pensam sobre manipulação nas imagens fotojornalística. Como método de
análise utilizou-se a pesquisa bibliográfica, a pesquisa participante, entrevistas fechadas
e entrevistas abertas semi-estruturadas. A pesquisa finalizou-se com a decupação do
material colhido nas redações dos jornais no período da pesquisa de campo e avaliação
do mesmo de acordo com as teorias estudadas.
PALAVRAS-CHAVE: Impresso; Fotojornalismo; Manipulação
1. Introdução
Em um Estado onde a imprensa, que existe desde meados do Século XIX, ainda
busca sua consolidação como mediadora de fatos, as fotografias ganham notoriedade em
três jornais impressos diários: Diário do Povo do Piauí, Meio Norte e O Dia, todos
sediados em Teresina, com circulação em praticamente todo o Piauí.
É na conjuntura e no trabalho fotojornalístico diário desses três periódicos que
ocorreu esta pesquisa, dada a notoriedade das imagens fotojornalísticas trazidas por eles
e as possíveis conseqüências negativas ou aéticas que a manipulação destes elementos
possa trazer para a veracidade do material divulgado. 1 Trabalho apresentado no X Simpósio de Produção Cientifica e IX Seminário de Iniciação Cientifica da Universidade Estadual do Piauí- UESPI /2010. 2 Estudante de graduação do 7º período do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Estadual do Piauí, UESPI. E-mail: [email protected] 3 Estudante de graduação do 7º período do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Estadual do Piauí, UESPI. E-mail: [email protected] 4 Orientador do trabalho. Professor do curso de Comunicação Social da Universidade Estadual do Piauí, UESPI. E-mail: [email protected]
2
O presente estudo iniciou-se a partir da pesquisa bibliográfica a fim de construir
o embasamento teórico necessário para as discussões relativas ao caráter representativo
da fotografia, história da transição do equipamento analógico para o digital, principais
diferenças entre tratamento de imagens e manipulação, casos de manipulação de
imagens e suas conseqüências na imprensa brasileira e mundial em indistintas épocas.
Para a coleta dos dados referentes a esta pesquisa foram aplicados questionários
(entrevista fechada) e entrevistas semi estruturadas aos profissionais fotojornalistas e
aos demais responsáveis pelo tratamento de imagens até a veiculação, incluindo
diagramadores, a fim de conhecer a opinião destes profissionais acerca de sua própria
função aplicada às imagens fotojornalísticas e a postura editorial do jornal.
A pesquisa buscou, portanto, compreender como ocorre o processo de
manipulação da fotografia jornalística nos jornais diários impressos de Teresina e quais
as suas conseqüências.
Como método de analise utilizou a pesquisa bibliográfica, a observação
participante a fim de investigar o uso de softwares de manipulação de imagens naquelas
redações e a entrevista fechada e semi estruturada.
2. Fotojornalismo: breve histórico e conceitos
A fotografia jornalística não pode oferecer informação sem o auxílio de um texto
que oriente na construção do sentido da mensagem a ser transmitida, atuando como um
recurso capaz de comprovar o fato noticiado. O fotojornalismo consiste, portanto, no
registro de uma narrativa escrita aliada a imagens.
Jorge Pedro Souza (1998) afirma que em 1842 ocorreram as primeiras
manifestações do que viria a ser fotojornalismo, quando entusiastas da fotografia
apontaram uma câmera para um acontecimento, tendo em vista fazer chegar essa
imagem a um público, com intenção testemunhal. Os processos de reprodução
necessários ao desenvolvimento do que conhecemos hoje como fotojornalismo se
desenvolveriam a partir do final do século XIX.
A fotografia chega aos jornais em 1904 com a publicação de uma foto no diário
inglês, Daily Mirror. Antes vista como arte, ela passa a ser usada agora como fonte de
informação. Desse modo,
3
[...] a fotografia jornalística ganhou força, ultrapassando o carácter meramente ilustrativo e decorativo a que era votada. O fotojornalismo de autor tornou-se referência obrigatória. Pela primeira vez, privilegiou-se a imagem em detrimento do texto, que surgia como um complemento, por vezes reduzido a pequenas legendas. (SOUSA, 2004, p.20).
O aumento da demanda por imagens promoveu o estabelecimento da profissão
do fotógrafo de imprensa. O editor de fotografia surgiu nos anos 1930 e passou a ser o
encarregado de dar sentido às notícias, articulando adequadamente as palavras e as
imagens, através do título, da legenda e de breves textos que acompanhavam as
fotografias.
O trabalho do fotojornalista consiste em produzir, através de imagens, notícias
que sejam relevantes para a sociedade, transmitindo, da maneira mais real possível, o
que está acontecendo no mundo.
Atualmente não há fato que dispense a cobertura fotojornalística. Hoje as imagens dividem importância com os textos em revistas e jornais. Há até quem diga que imagem e texto se complementam no jornalismo: a primeira, mais emocional e sintética, atinge primeiramente e diretamente o leitor; o segundo, mais racional e analítico, leva mais tempo para ser assimilado. (ZUANETTI; REAL; MARTINS, 2002, p.18-19)
A fotografia mostra, revela e serve como um testemunho da verdade. Dessa
maneira, pode-se afirmar que imagem por si só fala, transmite sentidos e informações
adicionais em conjunto com o texto, fixando precisamente e para sempre o instante
transitório.
2.1. O Fotojornalismo no Mundo e no Brasil
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) os fotógrafos deixaram os estúdios
fotográficos e passam a se inserir nos campos de batalhas. Nasce uma nova profissão: a
do foto-repórter, responsável pelo registro e mediação dos fatos que ocorriam na guerra
e que, posteriormente, seriam levados até a audiência.
Em meados da década de cinquenta do século XIX, a fotografia já havia beneficiado dos avanços técnicos, químicos e ópticos que lhe permitiram abandonar os estúdios e avançar para a documentação imagética do mundo com o "realismo" que a pintura não conseguia. A foto beneficiava também das noções de "prova", "testemunho" e
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"verdade", que à época lhe estavam profundamente associadas e que a credibilizavam como ‘espelho do real’. (SOUZA 1998, p.10)
O nascimento do Fotojornalismo Moderno ocorreu na Alemanha após a Primeira
Guerra Mundial, entre os anos 1920 e 1930 e proporcionou a industrialização massiva
da máquina de fotografar e o aparecimento de diversas revistas ilustradas. Isso teria
levado ao aperfeiçoamento das técnicas e ao surgimento de novas máquinas. Pela
primeira vez o valor noticioso e a carga informacional da fotografia se sobrepuseram à
nitidez e a reprodutibilidade.
Hoje as imagens dividem importância com os textos em revistas e jornais. Há até quem diga que imagem e texto se complementam no jornalismo: a primeira, mais emocional e sintética, atinge primeiramente e diretamente o leitor; o segundo, mais racional e analítico, leva mais tempo para ser assimilado. (ZUANETTI; REAL; MARTINS, 2002, p.18-19)
Após os anos 1990, a atividade passa a ser pautada na produção rotineira e
imediata dos assuntos. A internet possibilita uma nova linguagem na transmissão
digital em tempo real das fotografias noticiosas, aumentando a pressão sobre os
fotojornalistas e impondo um ritmo frenético nas rotinas profissionais.
Na imprensa brasileira, os fotógrafos surgiram em meados da década de 1920,
de acordo com Lima (1989, p. 26), “através dos contínuos ou amigos dos donos de
jornais”, sendo que os amigos dos donos tinham “maior tempo livre” e “uma câmera na
mão”. No entanto, somente na década de 1940, tempos de guerra, a atividade passou a
ser reconhecida.
Semelhante ao que acontecia no mundo, as primeiras imagens publicadas na
mídia impressa brasileira também tinham a guerra – do Paraguai (1864-70) e de
Canudos (1896-97) – como principal tema. A guerra do Paraguai foi o primeiro conflito
armado captado por fotógrafos nacionais, entre eles Luiz Terragno e Frederico Trebi.
No Brasil, assim como no mundo, com as revistas ilustradas alemãs, as revistas
foram pioneiras no uso da fotografia. Em 1900 é criada a Revista da Semana, primeiro
periódico ilustrado com fotografias. Posteriormente, surgiram revistas como Kosmos,
Fon-Fon!, Ilustração Brasileira, Careta, Paratodos.
Em revistas como “O Cruzeiro”, fundada em 1928, a fotografia passa a ser
valorizada como uma comprovação da realidade brasileira. A população que antes só
ouvia o Brasil através do rádio passa a ver e acreditar no Brasil através de imagens.
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O jornal carioca “A Última Hora”, de 1951, é considerado o pioneiro na
utilização do fotojornalismo. Ele promoveu uma revolução no jornalismo impresso
brasileiro pois as fotografias deixaram de ser utilizadas para ilustrar uma história e
passaram a transformar as imagens produzidas pela câmera no próprio fio condutor da
narrativa.
A fotografia para o jornal, no entanto, passou por momentos conturbados ao
longo do processo de implantação no Brasil. Dificuldades técnicas de impressão e os
anos difíceis da ditadura militar e com a censura política.
Com o passar do tempo a fotografia adquiriu importância e passou a ser utilizada
como complemento da informação, revolucionando a imprensa e tornando os meios
impressos mais atrativos para o leitor, desempenhando até hoje um importante papel no
processo de conscientização e informação da sociedade brasileira.
2.2. Fotojornalismo no Piauí
As informações sobre a história do jornalismo no Piauí são bastante escassas. De
acordo com Filho (1997), o primeiro jornal do Estado foi “O Piauiense”, expedido
precisamente a 15 de agosto de 1832. Esta data é considerada a data de surgimento da
imprensa piauiense. Seguiram-se a ele “O Telégrafo”, de 1839 e o “O Espetro”, de
1849.
No inicio do século XX o Piauí possuía cerca de dez órgãos de imprensa, a
grande maioria na capital. Do final do século XIX ao inicio do XX “mais de cem jornais
circulavam” (MAGALHÃES, 1999, p. 76), a maior parte com curtíssima duração.
Em 1909 surge a revista literária “Alvorada”, com xilogravuras de Baurélio
Mangabeira. Até esse período nenhum jornal piauiense publicava ilustrações, pois as
técnicas de impressão eram muito rudimentares e os equipamentos bastante caros. O
primeiro a trazer uma ilustração foi “O Artista”, que em 1902 publicou uma xilogravura
retratando a ressurreição de Jesus Cristo, feita por Benedito Saraiva da Cunha.
De acordo com pesquisas feitas no Arquivo Público do Piauí, um dos primeiros
jornais de que se tem notícia da publicação de uma fotografia é o jornal “O Dia”, criado
em 1923. No entanto, outros jornais teresinenses já tinham publicado fotografias:
A primeira fotografia publicada no Piauí foi o clichê de Gregório Thaumaturgo de Azevedo, impresso no Jornal O Cri-cri em 30 de
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outubro de 1883. A segunda fotografia apareceu após cinco anos, em 28 de dezembro de 1888, uma foto de Simplício Coelho de Rezende. (LEITE In SANTANA, 2003, p.63)
Na capa da edição de 16 de março de 1952 do jornal “O Dia” foi publicada a
foto do político Eugênio Barros, então governador do Maranhão. O jornal era semanal e
antes da publicação dessa foto constatava-se a presença ínfima de gravuras de
propaganda. Nota-se que nesse período a maioria das fotos era oriunda de agências de
notícias internacionais, e que era dado destaque a militares norte-americanos e
principalmente políticos.
A utilização da fotografia colorida nos jornais brasileiros aconteceu somente na
década de 1980, exclusivamente nas páginas nobres e edições especiais, pois
precisavam ser impressas em gráficas especializadas. No Piauí, elas só passaram a ser
veiculadas diariamente na imprensa mais de uma década depois e mantiveram durante
muito tempo o caráter de ilustração de capa ou de editorias especiais.
A primeira fotografia colorida registrada e publicada em um jornal piauiense foi
feita pelo fotojornalista e primeiro editor de fotografia do Jornal da Manhã, Paulo
Gutemberg. A foto em cores foi veiculada na capa do diário em 12 de outubro de 1988.
Os equipamentos eram comprados fora do Piauí, pois não havia empresas
especializadas na venda de máquinas analógicas. No final do século XX tem-se a
chegada da fotografia digital aos meios de comunicação. Essa nova tecnologia foi
desenvolvida na década de 1960, período da Guerra Fria e acompanhou o
desenvolvimento dos primeiros computadores e softwares.
No entanto, somente a partir dos anos 1990 a fotografia digital chega ao grande
público. No início os equipamentos eram muitos caros e os jornais teresinenses não
Figura 1. Eugênio Barros, governador do Maranhão. Primeira foto publicada na capa do jornal O Dia, na edição de 16 de maço de 1952. Fonte: Arquivo Público do Piauí.
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possuíam recursos para adquiri-los. De acordo com Wagner Santos, “as câmeras digitais
usadas pelos fotojornalistas eram câmeras pequenas, amadoras e portáteis; as
profissionais eram um absurdo de caras.”
Com a fotografia digital e o advento da internet, o fotojornalismo ganhou um novo
impulso. No Piauí não foi diferente: os veículos se aperfeiçoaram e o uso da fotografia
no jornal impresso também.
3. Jornais impressos piauienses: um breve histórico
3.1. Jornal O Dia
Na década de 1950, Teresina possuía 90.723 mil habitantes, destes apenas 295
eram portadores de curso superior, dentre eles 12 mulheres. A cidade ainda era
provinciana; a energia elétrica havia chegado há pouco tempo, não havia indústrias e
quase todos os produtos eram importados.
O jornal O Dia surgiu nessa época, no primeiro dia de fevereiro de 1951 sob o
comando de Raimundo Leão Monteiro. O Dia ainda não chegava a outras cidades do
Piauí; não havia estradas e nem meios de transporte e de comunicação que facilitasse o
acesso ao interior. O periódico circulava as quintas-feiras e aos domingos e tratava
essencialmente de fatos políticos.
O empreendimento - que levava o mesmo nome de um pasquim outrora pertencente ao jornalista Abdias Neves - ganhou o gosto popular, já que embora a política fosse o assunto dominante - sempre havia um espaço para uma crítica social ou mesmo para a divulgação
Figura 2. Primeira fotografia colorida publicada na imprensa piauiense, registrada em 12 de outubro de 1988, no Jornal da Manhã. A foto está devidamente
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do aniversário de alguém, principalmente se esse alguém pertencesse à família de Bugyja Brito, que contava com a confiança total de Leão. (Jornal O Dia, 1° de fevereiro de 2009. Caderno Especial. Número 15.757, pag.06)
Na década de 1960 o jornal passa por crises financeiras e é vendido para o então
governador do Estado, Chagas Rodrigues, e em 1962 o jornal passa a ser publicado três
vezes por semana, propagando as idéias do Partido Trabalhista Brasileiro- PTB.
Em 19 de agosto de 1963, O Dia muda a linha editorial e passa ser comandado
pelo jornal Folha da Manhã pertencente a José Paulino de Miranda Filho. No final de
1963, o empresário Octavio Miranda compra o jornal e o faz circular diariamente a
partir do dia primeiro de fevereiro de 1964.
O jornal O Dia, sob a orientação do coronel Otávio Miranda, foi o primeiro
jornal a fazer uso do offset. Com a instalação das modernas prensas offset, a
diagramação do jornal melhorou, proporcionando uma impressão mais moderna e
inovadora. As novas técnicas de artes gráficas permitiram a confecção de uma nova
diagramação com novos cadernos e colunas especiais.
Em 1983 o jornal O Dia se torna um dos primeiro jornais do Brasil a ter uma
redação informatizada. A impressão em cores ocorre em 1994; a internet chega à
redação em 1996.
Em 5 de novembro de 2004, o jornal O Dia investe na modernização do parque
gráfico e lança um novo projeto gráfico. E no dia 30 de abril de 2009 o jornal passa por
outra transformação na sua diagramação, e ganha layout mais arrojado e inovador, com
a utilização de muita fotografia e imagem para competir como avanço da internet.
3.2. Jornal Diário do Povo do Piauí
O Jornal Diário do Povo do Piauí foi criado no dia 27 de setembro de 1987 por
um grupo de empresários locais – Airton Fernandes, Lucas Costa e Dedé Mousinho –
para apoiar o segundo governo de Alberto Silva. O jornal vivia em crise com
equipamentos obsoletos e dificuldades financeiras. No ano seguinte foi comprado pelo
empresário Rufino Damásio, ganhou uma nova cara e adotou uma nova linha.
Ele [o Jornal Diário do Povo] passa por múltiplos valores que compõem o quadro da democracia que se quer vivenciar. Do econômico ao social, político e cultural que forçosamente informam o aperfeiçoamento das instituições. (Jornal Diário do Povo do Piauí, 27 de setembro de 1987. Número 01. 1° Caderno, pag. 02)
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Sob a administração de Eulálio Damásio, O Diário do Povo do Piauí reforçou a
equipe de profissionais, passou a contar com investimentos para melhorar a produção e
aumentar a sua circulação e um novo prédio foi construído numa área de um quarteirão
para abrigar a sua sede, na Av. Centenário, em Teresina, Piauí.
O jornal surgiu numa época em que o Brasil começava a se democratizar depois
de anos de ditadura militar. A nova Constituição Brasileira (Constituição Federal de
1988) sepultava a antiga Carta imposta pelos militares em 1969. Mesmo assim na
imprensa brasileira e piauiense ainda existia resquícios desses anos duros.
Em 1997, a presidência do Diário do Povo passou a ser exercida pelo advogado e
empresário Danilo Damásio. O jornal é publicado diariamente desde seu começo. Ele
possui cerca de vinte páginas distribuídas em quatro cadernos.
3.3. Jornal Meio Norte
Em 1993 o empresário maranhense Paulo Guimarães comprou o Jornal O Estado
do jornalista Helder Feitosa e o rebatizou de Jornal Meio Norte, o qual teve a sua
primeira edição publicada no dia 1º de janeiro de 1995.
O jornal foi criado com o objetivo de dar mais força ao Sistema Meio Norte de
Comunicação que já possuía redes de televisão e rádio na época, com sede na cidade de
Timon, no Maranhão. A coluna “Comentários”, de Pedro Alcântara, trazia um texto
sobre nascimento do novo jornal:
Teresina, o Piauí e o Brasil como um todo ganha hoje um novo jornal. Nasce o Meio Norte; que como próprio nome diz é um matutino do antigo nordeste meridional, abrangendo os Estados do Piauí e Maranhão. Acoplado ao Sistema Meio Norte de Comunicação, o jornal Meio norte terá uma linha independente e, sobretudo, voltada para os mais relevantes interesses dos Estados do Piauí e do Maranhão. (Pedro Alcântara, Jornal Meio Norte, 01 de janeiro de 1995. Número ZERO, pag.04)
Posteriormente, a sede do grupo de comunicação de Paulo Guimarães foi
transferida para Teresina. Hoje o jornal é o carro-chefe do maior conglomerado de
comunicação do Piauí, que possui ainda revista e portal na internet.
O jornal Meio Norte renovou o seu projeto gráfico em 2003, inovando com
muitas cores e novo design. Ele foi o primeiro jornal piauiense a circular às segundas-
feiras e também o primeiro a adotar cores na sua impressão.
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4. Manipulação da imagem fotojornalística
A manipulação fotográfica pode ocorrer de três formas durante o processo
fotográfico: antes, (no caso de uma fotografia encenada; durante, na escolha de um
enquadramento, de determinados insumos e equipamentos acessórios etc.; e depois do
registro da imagem, no caso, as inúmeras formas de manipulações digitais, que
modificam elementos da fotografia original.
A pré-manipulação encontra-se presente em toda e qualquer forma de alteração
da imagem capturada antes do disparo do equipamento fotográfico. Ela pode ser feita
pelo fotografo que constrói a cena pedindo que os personagens simulem uma situação,
por exemplo.
Durante o registro da imagem, o fotógrafo monta a imagem com a escolha de
uma objetiva, de um ângulo, do filme, da luz, com o ajuste do obturador ou do
diafragma, entre outros. No entanto, esse olhar do fotógrafo é algo subjetivo e inerente a
sua profissão e há quem considere que este tipo de manipulação não é maléfica e
independe da má fé do profissional.
No entanto, há na História exemplos de que os insumos usados no momento da
captura podem sim distorcer a realidade.
O fato é que a manipulação começa muito antes do processamento (da imagem). A ideologia do fotógrafo transparece na seleção do assunto e passa pela escolha de lentes, abertura, enquadramento e exposição. O fotógrafo do jornal de oposição pode optar por fotografar o comício de perto, com uma grande angular de 20 mm, e fazer a praça parecer vazia; o fotógrafo do jornal da situação pode usar uma telefoto de 300 mm e, pela escolha do ângulo, comprimir a perspectiva para cercar o candidato de um mar de cabeças humanas. (COLUCCI In ZELANTE, 2004)
Antigamente a manipulação fotográfica ocorria no momento da revelação. Os
processos de modificações se davam ainda no negativo a ser revelado. Esses
procedimentos até então, eram apenas laboratoriais, já que o uso de imagens
digitalizadas na imprensa começaria a se difundir apenas na década de 1980.
O armazenamento de fotografias no computador possibilitou a manipulação da
fotografia já pronta com auxílio dos programas de edição de imagem, tornando-se
possível então adulterar facilmente a realidade registrada por ela. No presente trabalho
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será abordado em mais profundidade esse tipo de manipulação, pois ele será utilizado na
análise dos dados coletados.
Com fotografia digital as imagens deixaram de ser capturadas através de
processos químicos e passaram a ser registradas por meio digital. A imagem pôde ser
transferida e armazenada na memória do computador e apresentada no monitor, ou
ainda ser armazenada em mídias digitais para posterior edição e impressão.
[...] uma imagem digital pode ser totalmente sintetizada por computador, ser resultante da digitalização de outra imagem, ver a sua perspectiva alterada através das mudanças da zona de sombras, ser pintada electronicamente ou ser até sujeita a uma mistura de todos esses processos, possuindo, ainda assim, coerência interna. (SOUZA, 2002, pag. 147)
Com o avanço da fotografia digital e o declínio da fotografia analógica, muitas
mudanças ocorreram tanto nos equipamentos como nas redações jornalísticas que
tiveram que se informatizar e se adaptar a novos tipos de aparatos tecnológicos. Além
disso, os profissionais de fotojornalismo tiveram que buscar uma melhor qualificação,
para manusear os novos equipamentos. Ocorreu também o surgimento de novas funções
para fotógrafos, repórteres e os diagramadores como o surgimento das editorias de
fotografia e de arte gráfica.
A fotografia digital trouxe consigo, o surgimento dos softwares de editoração e
edição de imagens, scanners (digitalizadores) e câmeras digitais mais aperfeiçoadas,
que facilitaram o tratamento e/ou manipulação das imagens fotográficas. Tais técnicas
que proporcionam uma alteração na imagem fotográfica vêm sendo bastante usadas
pelos meios impressos, pois são recursos facilitadores no trabalho de tratamento das
imagens e de impressão dos jornais. No entanto, elas podem falsear a verdade.
O retoque, a alteração, a supressão e a inclusão de elementos nas imagens fotojornalísticas foram procedimentos relativamente comuns ao longo da história. Novo é o facto de a manipulação digital de fotografias ser fácil e de difícil ou virtualmente impossível detecção por um observador que não tenha visto o acontecimento fotograficamente representado ou que não tenha sido advertido da manipulação imagística. Por outro lado, embora a fotografia seja sempre uma forma de manipulação visual da realidade - recordemos a focagem ou o controle da profundidade de campo, da velocidade e da exposição-, não é menos verdade que as tecnologias digitais exponenciaram esse fenómeno, pois transformam as imagens em impulsos electrónicos processáveis em computador. (SOUZA, 2002, pag. 147)
12
Mesmo com todas as vantagens e facilidades da fotografia digital, ela tem sido
alvo de muitas discussões no meio acadêmico e profissional do Jornalismo
principalmente por haver a possibilidade de modificação do conteúdo e interpretação da
fotografia através da manipulação da imagem.
A revolução digital possibilitou e facilitou o trabalho, mas trouxe uma série de questões deontológicas que envolve o tratamento e a manipulação fotográfica. Além disso, essas possibilidades de se e alterar a realidade já registrada põe em xeque credibilidade da fotografia e a sua capacidade de referenciar a realidade, evidenciando, igualmente, que as novas tecnologias vão provavelmente destruir de uma vez por todas a crença de que uma imagem fotográfica é um reflexo natural da realidade. As "culpas" recaem sobre a fotografia digital. (SOUZA, 1998, pag. 212).
É preciso diferenciar tratamento fotográfico de manipulação. O primeiro
consiste em modificar determinados pontos na imagem sem alterar seu conteúdo. A
manipulação fotográfica, pelo contrário, deturpa informações contidas na imagem
original. Jorge Pedro Sousa (1998) afirma que para se manipular digitalmente uma
fotografia é necessário passar por uma infinidade de procedimentos para que a alteração
seja feita e produza uma nova realidade virtual.
Sempre sob a justificativa de que uma boa foto vende, as revistas, os jornais, os
sites, modificam as características originais da imagem, na intenção de melhorar a sua
qualidade visual, muitas vezes chocando através de imagens sensacionalistas. Contudo,
cabe aos profissionais da imprensa trabalhar com responsabilidade, utilizando esses
meios digitais a serviço da informação e não em vista do lucro financeiro.
5. Análise da observação de campo
Os três jornais impressos teresinenses foram observados por um período de
quatro meses (janeiro, fevereiro, março e abril).
O jornal Diário do Povo do Piauí segue uma linha mais tradicional, as fotos
recebem poucos tratamentos, apenas o suficiente para que se permita obter uma boa
impressão. A diagramação do jornal segue sempre a mesma estrutura, não sendo
permitidas inovações nas colocações das fotos, como montagens e paths.
Observou-se que o tratamento de imagens consiste em ajustar o tamanho e as
cores à diagramação e impressão (as fotos em RGB (red, green, blue) são alteradas para
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CMYK (C - ciano, M - magenta, Y- yellow, K- black), clarear as fotos e posteriormente
alterar a cor. Nas fotografias coloridas, as principais mudanças observadas são:
mudanças de saturação, brilho, contraste, retirada de pontos vermelhos para uma melhor
impressão. É utilizado o programa Photoshop CS5.
Observou-se o redimensionamento de imagens alteradas muitas vezes
horizontalmente ou verticalmente para encaixe na diagramação do jornal, o que pode ser
considerado alteração das imagens, caracterizando manipulação fotográfica.
O Jornal Meio Norte recebe da Agência Estado fotos de artistas e celebridades
que serão publicadas no caderno Notícias da TV. Observou-se que essas fotos são
manipuladas de acordo com as necessidades do jornal. Os tratadores alteram cor,
modificam cenas, retiram pessoas, fazem pafh5, mediante a autorização ou não do
editor. Algumas fotos são enviadas da agência com o path pronto.
As fotos das colunas sociais são as mais manipuladas, com a retirada de pessoas
que não fazem parte da informação, os que eles chamam de retirar “papagaio de pirata”.
Os tratadores por vezes colocam pé, sapatos, braços, retiram suor, abrem os olhos,
clareiam os dentes, modificam o tom da pele. São alterações constantemente feitas nas 5 Técnica que consiste em recortar a imagem selecionada e tirar o fundo.
Figura 3 Exemplo de tratamento fotográfico. Os pontos vermelhos foram substituídos por pontos amarelos para melhor impressão. Foto: Francisco Gilásio.
Figura 4.Exemplo de montagem. A primeira foto, composta pelas outras três foi publicada no Jornal Meio Norte.
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imagens originais. As fotos também são ajustadas de acordo com a resolução adequada
à impressão e à diagramação.
Os tratamentos mais comuns nas fotografias coloridas são: mudança da cor,
brilho, alterações de contraste, cortes horizontais e verticais, redimensionamento,
equilíbrio dos níveis de cores, alterações no foco, retirada de imperfeições. Photoshop
CS5 e Corel Draw são os programas utilizados pelos tratadores.
Observamos que, ao contrário dos outros jornais, os tratadores não transformam
as fotografias para preto e branco. As fotos que devem ser impressas em preto e branco
ficam em RGB (cor), pois este modo de cor é reconhecido pela impressora como preto e
branco. Além disso, a impressora reconhece quais páginas deverão se impressas em
preto e branco.
Assim como nos outros jornais, os tratadores de imagem do Jornal O Dia
trabalham em função da impressora. Tirar os tons pretos é fundamental para evitar que a
foto saia 100% escura, diminuindo o desperdício de tinta. A impressora não trabalha
com imagem em RGB, todas são transformadas para CMYK, pois a impressora só
reconhece os quatro canais de cores CMYK.
Observamos que as fotos coloridas recebem um tratamento mais detalhado, pois
vão para capa ou para a contracapa do jornal. Os tratamentos mais comuns são: clarear
pontos mais escuros, balancear as cores, alterar brilho e contraste, cortes horizontais e
verticais, redimensionamento de fotos, “limpar” e pele e abrir os olhos etc. O jornal
Figura 5. Exemplo de tratamento e manipulação fotográficos. Observa-se a retirada da logomarca na blusa, mudança nos tons das cores, no brilho e no contraste. Jornal Meio Norte. Foto: Hélvio
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utiliza muitos paths principalmente nos cadernos de cultura, na capa e nas colunas
sociais.
No exemplo abaixo podemos observar que a retirada do cenário, no caso um
campo de futebol, altera o sentido da imagem se associada com o título da matéria.
“Que venha Portugal!” sugere uma provocação por parte do jogador.
Percebemos que no jornal O Dia a manipulação de fotos é feita com freqüência,
como por exemplo, muitas montagens de cenas ou retirada de pessoas de fotos das
colunas sociais.
Já as fotografias em preto e branco recebem pouco tratamento, apenas são
transformadas em tons de cinzas e não recebem muitas modificações: a foto é clareada e
os tons de cinzas são evidenciados.
Pode-se constar que os três diários impressos alteram e modificam as fotografias
jornalísticas, sejam aquelas produzidas pelos fotógrafos das empresas, ou aquelas
enviadas por agências de notícias ou copiadas da internet.
Figura 6. Exemplo de path. O fundo foi retirado e somente a imagem do jogador foi publicada na capa do Caderno. Jornal O Dia. Foto: Foto Arena
Figura 7. Exemplo de manipulação. A foto foi reequadradada para adaptar à diagramação do jornal. Foto: Assis Fontenele.
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Tratadores - quantos afirmam terem feito manipulação fotográfica e consideram este procedimento ético.
0%
67%
33%Diário do PovoMeio NorteO Dia
6. Análise dos questionários
Os questionários aplicados aos editores chefes, que desempenham a função de
coordenar todas as etapas de produção do jornal e a escolha das fotografias de capa,
demonstraram que dos três, um assume que faz manipulação fotográfica – o Jornal Meio
Norte.
O editor chefe do Meio Norte, Arimatéa Carvalho, afirma que a empresa permite
que seus profissionais manipulem fotografias. Quando questionado: A empresa
permite seus profissionais manipular fotografias (alterar o sentido das imagens e o
contexto das cenas)? responde: “sim, se essa alteração for apenas para melhorar a
compreensão da imagem, não para manipular o sentido da informação. Exemplo: retirar
uma pessoa no fundo de uma foto na coluna social. Isso não altera a informação.”
Quando questionado a respeito do que ele considera como sendo manipulação
fotográfica a resposta foi: “retirada de elementos da foto ou realce desses elementos”.
Se considerarmos manipulação fotográfica como tudo aquilo que altera a
informação da mensagem fotográfica, retirar um elemento ou uma pessoa de uma foto
pode dar outro sentido a mensagem original.
De acordo com Zózimo Tavares, editor chefe do jornal Diário do Povo do Piauí,
o jornal não permite que os tratadores alterem as imagens, e que reconhece que a
manipulação fotográfica é aquilo que pode “desvirtuar a imagem para alterar-lhe o
sentido original”.
A aplicação dos questionários aos tratadores mostrou que os procedimentos
pelos quais as imagens passam seguem quase sempre o mesmo formato, o mesmo
padrão.
Os gráficos a seguir mostram em porcentagem, a opinião de tratadores de
imagem e fotojornalistas dos três veículos analisados:
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Fotojornalistas - quantos afirmam terem feito manipulação fotográfica e consideram este procedimento ético.
14%
57%
29%
Diário do PovoMeio NorteO Dia
Vantagens
26%
21%17%
13%
23%
Rapidez no processo que vai do momento da produção até a publicação.Facilidade de modificação ou correção das imagens com programas específicos de tratamento.Praticidade, pois já se conhece o produto fotográfico antes da revelação.Agilidade no momento da revelação da foto com a utilização de impressoras e scanners digitais.Proporciona facilidade no armazenamento de uma grande quantidade de arquivos (fotos).
Os fotógrafos responderam às mesmas questões da seguinte forma:
No jornal Meio Norte – assim como no jornal O Dia – os tratadores de imagem
afirmaram que o tratamento consiste em fazer com que a imagem ganhe qualidade para
a impressão e que apesar de muitos procedimentos serem basicamente os mesmos, cada
foto recebe um tratamento diferenciado.
Para o tratador Mario Teixeira, do Jornal Meio Norte, manipulação fotográfica
diz respeito a toda modificação feita na foto original (por meio de software) e que dê
outra conotação, outro sentido que não o real. Complementa que pequenas alterações na
imagem como abrir olhos, apagar logomarcas e etc., não alteram o fato, a mensagem
que a imagem está passando, logo isto não é manipulação, pois não está alterando a
realidade do fato.
A análise dos questionários aplicados aos fotojornalistas, aos estagiários de
fotojornalismo e aos repórteres que atuam também como fotojornalistas, revelou que a
manipulação fotográfica é algo aceitável entre os profissionais.
Ela mostrou, ainda, que a maioria dos tratadores já trabalhou com fotografia
analógica para o jornal.
Quanto às vantagens e desvantagens do uso da fotografia digital os
fotojornalistas responderam:
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Através das respostas dos 22 profissionais entrevistados pode-se constatar que a
manipulação fotográfica é algo rotineiro e aceitável no meio profissional. A análise
mostrou que a maioria dos editores, tratadores, fotógrafos não entende o sentido de se
manipular digitalmente uma foto e desconhecer as conseqüências de se veicular um
informação visual fora de sua realidade.
Dos entrevistados, a grande maioria trabalha com o digital, o que comprovam a
facilidade de se manusear esses equipamentos e os programas de edição de imagens.As
vantagens de se trabalhar com fotografia digital são destacadas e uma grande parte
coloca como desvantagem a facilidade de se manipular as imagens, modificando o
sentido das mesmas.
7. Conclusões
Através da história do fotojornalismo podemos constatar que muitas mudanças
ocorreram na profissão do fotojornalista e na evolução dos equipamentos fotográficos.
Tais mudanças contribuíram para o reconhecimento da importância da fotografia como
um produto jornalístico e da relevância do fotojornalista no fazer jornalístico.
A principal transformação ocorreu no tratamento que as fotografias digitais
passaram a receber com o advento dos programas de edição de imagem, e
conseqüentemente a possibilidade manipulá-las, provocando alterações na forma de
veicular e no sentido da mensagem, alterando, ainda, o seu valor documental e de
resgate histórico. As fotografias jornalísticas enquanto registro da realidade, servem
antes de tudo como testemunho e, depois, como memória dessa mesma realidade.
A análise dos questionários respondidos mostrou que os editores chefes
desconhecem e confundem os conceitos de manipulação e tratamento fotográfico, uma
vez que permitem intervenções como alterações de cor, cortes, retiradas de pessoas e
afirmam não serem permitidas práticas de manipulação nas fotos impressas.
Desvantagens
20%
60%
20%
A facilidade de manipular os equipamentos e softwares proporciona a qualquer pessoa se tornar umfotografo profissional.A facilidade de manipular e alterar as imagens altera o conteúdo e a veracidade dos fatos, modificando osentido da mensagem.Outro
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Este tipo de conduta mostra, ainda, um desconhecimento a respeito da carga
informativa das fotografias e dos elementos que a compõem. De acordo com a revisão
bibliográfica desenvolvida durante esta pesquisa, constatou-se que a fotografia, assim
como o texto escrito, apresenta detalhes que fazem parte de um fragmento da realidade.
Partindo do pressuposto de que o fotojornalista é antes de tudo, um jornalista,
um profissional responsável pela mediação de informações, ele deve pautar sua
atividade de acordo com as normas previstas no referido código, o qual determina que é
dever do jornalista a divulgação da informação precisa e concreta.
Portanto, a manipulação e algumas formas de tratamento que coloquem em
dúvida a veracidade da informação veiculada constituem falta de ética profissional de
acordo com o código. Observou-se que a metade dos fotojornalistas entrevistados e
metade dos tratadores consideram aquelas práticas éticas, o que instiga questões acerca
da conduta dos profissionais e os possíveis prejuízos à sociedade piauiense,
especificamente.
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