Ensino Arte Ciclo1

Embed Size (px)

Citation preview

O Ensino de Arte nas Sries Iniciais Ciclo I

O ensino de arte nas series iniciais Ciclo I

Governo do estado de so paulo

Governador Secretria da Educao Secretria-Adjunta Chefe de Gabinete Coordenadora de Estudos e Normas Pedaggicas

Cludio Lembo Maria Lucia Vasconcelos Carmen Annunziato Evandro Fabiani Capano Sonia Maria Silva

Fundao para o desenvolvimento da educao

Diretor Executivo Chefe de Gabinete Diretora de Projetos Especiais

Willian Sampaio de Oliveira Carlos Roberto Barretto Leila Rentroia Iannone

SumrioO Ensino de Arte nas sries iniciais do Ciclo I .................................................5 Projeto: Arte no Ciclo I ......................................................................................9 No Pas das Maravilhas ....................................................................................17 Dana ................................................................................................................57 Msica ...............................................................................................................87 Teatro ..............................................................................................................131 Artes Visuais ...................................................................................................181 Consideraes Finais ......................................................................................227

Catalogao na Fonte: Centro de Referncia em Educao Mrio Covas

S239e

So Paulo (Estado) Secretaria da Educao. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas. O ensino de arte nas sries iniciais: ciclo I / Secretaria da Educao, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas; organizao de Roseli Cassar Ventrella e Maria Alice Lima Garcia. - So Paulo : FDE, 2006. 232 p., il., fotos 1. Educaco artstica 2. Ensino de arte 3. Ensino fundamental I. Ventrella, Roseli Cassar. II. Garcia, Maria Alice Lima. III. Ttulo CDU: 371.3:7

O Ensino de Arte nas sries iniciais do Ciclo I...at parece de mentira e at parece de verdade. S verdade no mundo de quem gosta de inventar, como voc e eu. Clarice Lispector

R

econhecendo a importncia da Arte na formao e desenvolvimento das crianas e na construo de pessoas sensveis, confiantes, transformadoras, que se percebam como nicas e valorizem sua forma de ser e perceber, a Secretaria de Estado da Educao, apresenta O Ensino de Arte nas Sries Iniciais Ciclo I. O livro uma organizao do material e registros de parte do processo de formao dos profissionais de arte no projeto Ensino de arte nas sries iniciais que tem como principal foco a orientao e fundamentao de profissionais em uma proposta de educao esttica e artstica baseada em uma concepo de mundo que se desdobra e que se amplia com questes que integram arte, educao e cultura. importante ainda destacar que o trabalho aqui registrado entende arte como linguagem e conhecimento. Portanto, fazer arte , no nosso entender, uma das mais ricas formas de expresso de nossos sentimentos, idias e pensamentos. O ensino de arte deve propiciar um espao favorvel s descobertas realizadas pela criana, permitindo assimil-las, transform-las e express-las de forma natural e prazerosa. Neste contexto, uma das importantes finalidades deste trabalho levar o professor a refletir sobre um plano no qual encontre possibilidades de ensinar/aprender arte de modo significativo e competente, pois a responsabilidade primordial do professor do Ciclo I est pautada em favorecer aos alunos, alm da produo e leitura dos cdigos no verbais, o acesso ao patrimnio histrico e artstico construdo pela humanidade, sem perder de vista o cotidiano dos educandos e da comunidade escolar. Sonia Maria Silva Coordenadora da CENP

5

Vrias mos tecem idias, constroem propostas, concretizam projetos, diferentes olhares abrem portas, escancaram janelas, descortinam horizontes ...

Os autoresRoseli Cassar Ventrella Licenciada pela Faculdade Santa Marcelina, Mestre pelo Instituto de Artes da Unesp. co-autora dos livros didticos Projeto educao para o sculo XXI: link da arte, idealizadora e co-autora da coleo de livros paradidticos Arte e Contexto e Membro da Equipe Tcnica e Pedaggica da CENP, coordena o Projeto Ensino de Arte no Ciclo I. Maria Terezinha Telles Guerra, Assessora da Secretaria de Estado da Educao de So Paulo; docente na Pinacoteca do Estado; integrante da Equipe de Currculo do Cenpec, co-autora do livro: A lngua do mundo-poetizar, fruir e conhecer Arte (FTD) e de diversas outras publicaes. Lenira Peral Rengel professora, coregrafa, pesquisadora. Exerce atividade didtica nas reas da Arte e da Educao, tratando do papel fundamental do uso da movimentao do corpo no aprendizado. Doutoranda em Comunicao e Semitica pela PUC/SP. Mestre em Artes pela Unicamp. Yara Caznok, Mestre em Psicologia da Educao (PUC/SP) e Doutora em Psicologia Social (USP), concentra suas pesquisas nas reas de Educao e Percepo Musicais. Foi professora da FASM (SP), assessora da SME de So Paulo (199092), diretora da Escola Municipal de Iniciao Artstica (SP, 1993). Desde 2003 assessora da SEE de So Paulo no projeto Arte no Ciclo I. Publicou inmeros livros e artigos, e desde 1993, professora do IA da Unesp. Flvio Desgranges diretor teatral, dramaturgo e professor na rea de Teatro e Educao da graduao e da ps-graduao do Departamento de Artes Cnicas da ECA-USP. Doutor em Educao pela USP, o autor realizou, em 1999 e 2000, estgio no Centro de Sociologia do Teatro da Universidade Livre de Bruxelas. autor, entre outros, do livro A Pedagogia do Espectador, pela Editora Hucitec. Edith Derdyk, artista plstica, ilustradora e arte-educadora. autora dos seguintes livros: Formas de Pensar o Desenho e O Desenho da Figura Humana, (Editora Scipione, 1988 e 1989 respectivamente); Linha de Costura (Editora Iluminuras/1997); Linha de Horizonte - por uma potica do ato criador (Editora Escuta/2001). Atualmente tem ministrado cursos livres e de aprofundamento para professores no Instituto Tomie Ohtake. Maria Alice Lima Garcia, psicloga e integrante da equipe tcnico pedaggica da CENP Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas da SEE/SP desde 1997, co-autora do livro Memria e Brincadeiras na cidade de So Paulo nas primeiras dcadas do sculo XX.

7

PROJETO: ARTE NO CICLO IMaria Terezinha Telles Guerra Roseli Cassar VentrellaDiretoria de Ensino de So Joaquim da Barra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Sylvio Torquato Junqueira / 4 Srie Prof. Solange Maria Garbellini Diab Um bicho esquisito

Os limites de minha linguagem denotam os limites do meu mundoWittgenstein

INTRODUO Pensar um projeto de Arte na escola e, especialmente um projeto que contemple o ensinar/aprender Arte nas sries iniciais do Ensino Fundamental, requer a clareza de dois pontos fundamentais: 1. Arte rea do conhecimento humano, patrimnio histrico e cultural da humanidade; 2. Arte linguagem, portanto, um sistema simblico de representao. A escola, local privilegiado onde os saberes acumulados pelo homem e aqueles que sero produzidos coletivamente so compartilhados na busca da construo do cidado consciente, participativo, crtico, sensvel e transformador da sociedade, no se completa se no contemplar em seu currculo o ensino competente nas linguagens artsticas. O professor que leciona nas sries iniciais, tendo como foco principal o desenvolvimento das competncias da leitura e da escrita, tem o dever de possibilitar s crianas o acesso tambm leitura e produo de textos nas linguagens no verbais, matria-prima do universo da Arte. Manipular, organizar, compor, significar, decodificar, interpretar, produzir, conhecer imagens visuais, sonoras e gestuais/ corporais so requisitos indispensveis ao cidado contemporneo. A leitura de mundo, o letramento, vo alm do texto escrito... Como afirmam os Parmetros Curriculares Nacionais, a Arte um modo privilegiado de conhecimento e aproximao entre indivduos de culturas diversas; favorece o reconhecimento de semelhanas e diferenas, num plano que vai alm do discurso verbal. A ORGANIZAO DO ENSINO DE ARTE O objeto de conhecimento da Arte o prprio universo da Arte. Na escola fundamental o foco dos estudos artsticos est centrado em algumas de suas linguagens: a msica, o teatro, a dana e as artes visuais, vistas como um tipo de conhecimento que envolve tanto a experincia de apropriao de produtos artsticos quanto o desenvolvimento da competncia de configurar situaes mediante a realizao de formas artsticas. Ou seja,

Manipular, organizar, compor, significar, decodificar, interpretar, produzir, conhecer imagens visuais, sonoras e gestuais/corporais so requisitos indispensveis ao cidado contemporneo. A leitura de mundo, o letramento vo alm do texto escrito...

9

entendemos que aprender Artes envolve no apenas uma atividade de produo artstica pelos alunos, mas tambm a conquista da significao do que fazem, por meio do desenvolvimento da percepo esttica, alimentada pelo contato com o fenmeno artstico visto como objeto de cultura por meio da histria e como conjunto organizado de relaes formais. (PCN Artes) Desta forma, de acordo com as Propostas Curriculares para o Ensino da Educao Artstica SEE/CENP e os Parmetros Curriculares Nacionais -MEC, so trs os eixos articuladores do processo de ensino e aprendizagem em Arte: 1. Produo em Arte: o fazer artstico o prprio ato de criar, construir, produzir. So os momentos em que a criana desenha, pinta, esculpe, modela, recorta, cola, canta, toca um instrumento, compe, atua, dana, representa, constri personagens, simboliza... Esse processo de pensar/construir/fazer ldico e esttico inclui atos tcnicos e inventivos de transformar, de produzir formas novas a partir da matria oferecida pelo mundo da natureza e da cultura onde vive esse aluno. necessrio pesquisar, experimentar incessantemente na busca do signo que representar a sua idia. Esse fazer exclusivo de cada um, por isso mesmo cada produo artstica tem a marca nica de quem a fez, porque a maneira particular de cada ser humano exteriorizarDiretoria de Ensino de Americana / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Fabio Junqueira Franco / 4 Srie / Prof. Vera Lcia Alice no Pas das Maravilhas

sua viso de mundo, sua forma de pensar e sentir a vida. 2. Fruio: apreciao significativa da Arte e do universo a ela relacionado Arte linguagem. A apreciao esttica o prprio ato de perceber, ler, analisar, interpretar, criticar, refletir sobre um texto sonoro, pictrico, visual, corporal. Supe a decodificao dos signos das linguagens da arte, o estudo de seus elementos, sua composio, tcnica, organizao formal, qualidades, etc. uma conversa entre o apreciador e a obra, em que esto presentes tambm a intuio, a imaginao, a percepo. O professor dever proporcionar a seus alunos a leitura das mais diversas obras de Arte e produtos artsticos, de todas as pocas, povos, pases, culturas, gneros, estilos, movimentos, tcnicas, autores, artistas..., assim como as produes da prpria classe envolvida. 3. Reflexo: a Arte produto da histria e da multiplicidade das culturas humanas Alm do fazer e do apreciar arte, de fundamental importncia a contextualizao da obra de arte; todo o panorama social, poltico, histrico cultural em que foi produzida; como ela se insere no momento de sua produo e como esse momento se reflete nela. Pensar a Arte como objeto de conhecimento. a histria da produo artstica. De que outra forma

Diretoria de Ensino de Sertozinho / Arte Ciclo I EE Adelino Bazan

10

ter acesso compreenso, por exemplo, da Guernica de Picasso? Alm do conhecimento da histria das Artes: obras, autores, artistas, intrpretes, dramaturgos, coregrafos, movimentos artsticos, estilos, gneros, etc, essa reflexo sobre a Arte inclui tambm o conhecimento especfico de cada linguagem artstica: seus elementos, regras de composio, estilos, tcnicas, materiais, instrumentos... Tambm objeto de estudo a divulgao da produo artstica: museus, galerias, teatros, apresentaes musicais e coreogrficas, a mdia, jornais, revistas, emissoras de rdio, TV ... , assim como as profisses relacionadas a todo o universo da Arte. Fazendo Arte, expressamos quem somos, como nos sentimos, como pensamos; nos damos a conhecer ao outro. Conhecendo e fruindo arte, ampliamos nossa percepo de mundo, nossa relao com o outro: com uma criana, uma cultura, uma poca, enfim, a humanidade que se d a conhecer.

Diretoria de Ensino Sul 2 / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Paulo Octavio de Azevedo / 4 Srie B / Prof. Tarcsio Mirandolla Empapelado

ARTE E CRIANAToda criana, antes de entrar na escola, faz arte... Desenha, pinta, faz esculturas de areia, canta, dana, toca instrumentos (ainda que batendo tampas de panelas), cria personagens... So potencialidades plenas de expresso criativa cujas possibilidades de se manifestar geralmente no ocorrem na escola. O jogo simblico, a percepo, a ima-

Diretoria de Ensino de Birigui / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Mario Frota Escobar / 4 Srie A / Prof. Ana Valente Modelagem - Um Bicho Esquisito

11

conhea a criana... Um professor investigador, que instigue, alimente, desvele, amplie e aprofunde o repertrio artstico e esttico de suas crianas. Algum que saiba Arte e saiba SER professor de Arte, como dizia Mariazinha Fuzari. CONTEDOS Como recomendam os Parmetros Curriculares Nacionais, as aulas de Arte devem contemplar as linguagens da Dana, Teatro, Msica e Artes Visuais, dentro dos trs eixos articuladores citados anteriormente. Dessa forma, em linhas gerais, alguns contedos a serem contemplados seriam:Diretoria de Ensino de Americana Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Lus Chrisstomo de Oliveira / 4 Srie B Prof. Maria Jos da Silva Desenho do Bicho Estranho

ginao, a fantasia, a busca de um significado para o sentido da vida raramente encontram espao nas salas de aula que, infelizmente, ainda adotam como prtica a cpia, a imitao, a reproduo de modelos estereotipados, a massificao de propostas e de resultados. A mudana se faz urgente!

a. ARTES VISUAIS: 1. O fazer artstico: desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, modelagem, instalao, vdeo, fotografia, histrias em quadrinhos, produes informatizadas, etc... Apropriao desse fazer; reconhecimento e utilizao dos elementos da linguagem visual representando, expressando e comunicando por imagens; experimentao, utilizao e pesquisa de materiais e tcnicas; busca de uma forma pessoal de expresso. 2. Apreciao significativa: convivncia com produes visuais (originais e reproduzidas) e suas concepes estticas nas diferentes culturas (regional, nacional e internacional); identificao de significados expressivos; reconhecimento e experi-

O PROFESSOR DE ARTE Arte se ensina e Arte se aprende. Para tanto, o papel do professor enquanto mediador entre Arte e criana de fundamental importncia. Um professor que saiba do real significado da Arte na educao, tenha clareza de seus objetivos, que conhea Arte, que

12

mentao de leitura dos elementos bsicos da linguagem visual; identificao de algumas tcnicas e procedimentos artsticos presentes nas obras visuais... 3. Produo cultural e histrica: observao, estudo e compreenso de diferentes obras de Artes Visuais, artistas e movimentos artsticos produzidos em diversas culturas (regional, nacional e internacional) e em diferentes tempos da histria; reconhecimento da importncia das artes visuais na sociedade e na vida dos indivduos; identificao de produtores em artes visuais como agentes sociais de diferentes pocas e culturas; contato freqente, leitura e discusso de textos simples, imagens e informaes orais sobre artistas, suas biografias e suas produes; freqncia a museus, galerias, exposies, mostras, atelis, oficinas. b. MSICA 1. O fazer artstico: interpretaes, arranjos, improvisaes e composies dos prprios alunos (individual e grupal) baseados nos elementos da linguagem musical; experimentao, seleo e utilizao de instrumentos, materiais sonoros, equipamentos e tecnologias; canto, notao musical, criao de letras de canes; tradues simblicas de realidades interiores e emocionais por meio da msica... 2. Apreciao significativa: percepo e identificao dos elementos da linguagem musical; identificao de instrumentos e materiais sonoros; percepo das cone-

xes entre as notaes a linguagem musical; discusso de caractersticas expressivas e da intencionalidade de compositores e intrpretes... 3. Produo cultural e histrica: movimentos musicais e obras de diferentes pocas e culturas associados a contextos histricos, sociais, geogrficos, observados na sua diversidade; fontes de registro e preservao (partituras, discos...) msicos como agentes sociais: vidas, pocas e produes; transformaes de tcnicas, instrumentos, equipamentos, na histria da msica; a msica e sua importncia na sociedade e na vida dos indivduos; os sons ambientais, naturais e outros, de diferentes pocas e lugares e sua influncia na msica e na vida das pessoas; msicas e apresentaes musicais e artsticas das

Diretoria de Ensino de Miracatu / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Joo Adorno Vasso / 1 Srie Prof. Vilma Alves Carneiro Alice no Pas das Maravilhas

Diretoria de Ensino de So Joaquim da Barra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Sylvio Torquato Junqueira / 4 Srie Prof. Solange Maria Garbellini Diab Um Bicho Esquisito

13

municao presentes em sua localidade (livros, revistas, vdeos, filmes e outros tipos de registros em dana), assim como junto a grupos de dana, manifestaes culturais e espetculos; registros pessoais para sistematizao das experincias observadas e documentao consultada. d. TEATRO: 1. O fazer artstico: jogos de ateno, observao, improvisao, reconhecimento e utilizao dos elementos da linguagem dramtica: espao cnico, personagem e ao dramtica; experimentao e articulao entre as expresses corporal, plstica e sonora; pesquisa, elaborao e utilizao de cenrio, figurino, maquiagem, adereos, objetos de cena, iluminao e som; explorao das competncias corporais e de criao dramtica; utilizao da expresso e comunicao na criao teatral; interao ator-espectador; criao de textos e encenao com o grupo; 2. Apreciao significativa: compreenso dos significados expressivos corporais, textuais, visuais, sonoros da criao teatral; observao, apreciao e anlise das diversas manifestaes de teatro; reconhecimento e compreenso das propriedades comunicativas e expressivas das diferentes formas dramatizadas (teatro em palco e em outros espaos, circo, teatro de bonecos, manifestaes populares dramatizadas, etc.); 3. Produo cultural e histrica: identificao das manifestaes e produtores

Diretoria de Ensino de So Joaquim da Barra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Sylvio Torquato Junqueira / 4 Srie Prof. Solange Maria Garbellini Diab Um bicho esquisito

comunidades, regies e Pas consideradas na diversidade cultural; em outras pocas e na contemporaneidade. c. DANA: 1. O fazer artstico: interpretaes, arranjos, improvisaes e composies dos prprios alunos (individual e grupal) baseados nos elementos da linguagem da dana; criao de pequenas coreografias... 2. Apreciao significativa: reconhecimento de e distino das diversas modalidades de movimentos e suas combinaes como so apresentadas nos vrios estilos de dana; identificao de forma, volume,

peso, formas de locomoo, deslocamento, orientao no espao, direes, planos, velocidade, tempo, ritmo, desenho do corpo no espao... 3. Produo cultural e histrica: identificao e reconhecimento da dana e suas concepes estticas nas diversas culturas, considerando as criaes regionais, nacionais e internacionais; contextualizao da produo em dana e compreenso desta como manifestao autntica , sintetizadora e representante de determinada cultura; identificao dos produtores em dana como agentes sociais em diferentes pocas e culturas; pesquisa e freqncia s fontes de informao e co-

14

em teatro nas diferentes culturas e pocas; pesquisa e leitura de textos dramticos e de fatos da histria do teatro; freqncia junto aos grupos de teatro e s fontes de informao, documentao e comunicao presentes em sua regio; elaborao de registros pessoais para sistematizao das experincias observadas e da documentao consultada. Bibliografia: DUARTE-JNIOR, Joo Francisco. Fundamentos estticos da educao. So Paulo: Cortez, 1981. GUERRA, Maria Terezinha T.; Martins, Mrian Celeste; Picosque, Gisa. Didtica do ensino de arte: a lngua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. So Paulo: FTD, 1998. GUERRA, Maria Terezinha T. Projeto Ensinar e Aprender: Corrigindo o fluxo do Ciclo II. So Paulo: CENPEC (no publicado) MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO. Secretaria do Ensino Fundamental: Parmetros Curriculares Nacionais. SEF, 1996. SO PAULO (Estado) Secretaria da Educao. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedaggicas. Proposta Curricular para o ensino da educao artstica: 2Grau. So Paulo: SE/CENP, 1992Diretoria de Ensino de Assis / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Atlio Dextro / 4 Srie B / Prof. Maria Brgida Dana Diretoria de Ensino de So Carlos / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Joo Jorge Marmorato / Prof. Keyla Alice no Pas das Maravilhas

15

Diretoria de Ensino de So Joaquim da Barra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Sylvio Torquato Junqueira / 4 Srie Prof. Solange Maria Garbellini Diab Um Bicho Esquisito

16

No Pais das Artes Maravilhas Cenicas

Diretoria de Ensino de Americana / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Jos Domingues Rodrigues Um Bicho Esquisito

18

Breve HistricoQuando se fala em ensino de Arte nas sries iniciais, inevitvel no vir memria a experincia j ocorrida na rede pblica estadual, quase no final da dcada de 80, quando da implantao das aulas de Educao Artstica no ento chamado Ciclo Bsico. Desta forma, quando em 2002, o Prof. Dr. Gabriel Chalita, frente da Secretaria de Estado da Educao, anunciou a insero do Ensino de Arte no Ciclo I, com aulas ministradas pelo professor especialista, a partir de 2003, alm da comemorao por to boa notcia, a experincia anterior fez-se muito presente: em reunies, encontros, debates entre educadores, pedagogos, assistentes tcnico-pedaggicos, supervisores, coordenadores, oficinas pedaggicas, professores... Erros e acertos do passado foram relembrados, revistos, pensados, reatualizados... Foram realizados, ento, dois Fruns de Ensino de Arte, dos quais participaram todas as Diretorias de Ensino do Estado de So Paulo, representadas pelo ATP de Arte, um supervisor e trs professores de Arte de cada regio. Nestes dois momentos, entre outras atividades, tambm foram realizados grupos de estudos que tinham, entre outras tarefas, que pensar, discutir, refletir sobre a importncia da incluso do Ensino de Arte no Ciclo I e quais encaminhamentos viabilizar a partir da. Dessas discusses, reflexes e encaminhamentos de sugestes, certezas e dvidas se fizeram presentes; alegria pela conquista e medo do novo; a vontade de mergulhar no trabalho e tambm a insegurana de por em prtica algo ainda, por muitos, nunca experimentado: trabalhar com a criana pequena. Como diz Madalena Freire, (...) medo e coragem de ousar, medo e coragem de romper com o velho, medo e coragem de construir o novo... Em meio alegria da conquista, as perguntas, dvidas, questionamentos comearam a chegar em grande nmero: E agora? Como sero nossos novos alunos? Acho que eu no sei dar aula para criana... No aprendi isso na faculdade... O que ensinar? Como? Quais os contedos de msica? Qual msica? Qual o papel da dana nas sries iniciais? O que ensinar em Artes Visuais? Artes cnicas? Como? Como a criana aprende? As linguagens devero ser trabalhadas em conjunto? De forma interdisciplinar? Isoladamente? O que e como ensinar na primeira srie ou na quarta? Como avaliar? De que maneira minha aula far diferena na vida dessas crianas? E eu, ATP de Arte, como orientar os professores que assumiro essas aulas? E foram tantas as perguntas, e tantos os questionamentos e tanta a vontade de acertar, que as dvidas e ansiedades comearam a ser trocadas por nmeros de telefones, anotaes de endereos e uma torrente de e-mails... Finalmente, a pergunta quase coletiva: por que no pensarmos juntos um projeto? Por que no juntar foras?

Assim como na prpria histria de Lewis Carroll quando bolachas, lquidos e cogumelos aparecem com etiquetas coma-me beba-me e fazem crescer , e diminuir quem deles experimentar, este projeto tambm se ofereceu degustao de quem quis: de forma antropofgica ATPs, professores e crianas dele se serviram aumentando seu sabor, crescendo em seu significado, diminuindo suas fraquezas, transgredindo seus limites...

Maria Terezinha Telles Guerra Roseli Cassar Ventrella19

Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Teatro

20

Foras e idias foram reunidas e em janeiro de 2003, junto aos ATPs de Arte e logo em seguida estes com seus professores, e estes com seus alunos o projeto diagnstico No Pas das Maravilhas foi discutido, experimentado, alterado, reduzido, ampliado, copiado, amputado, enxertado, apropriado, modificado, ressignificado... Assim como na prpria histria de Lewis Carroll, quando bolachas, lquidos e cogumelos aparecem com etiquetas coma-me, beba-me e fazem crescer e diminuir quem deles experimentar, este projeto tambm se ofereceu degustao de quem quis: de forma antropofgica ATPs, professores e crianas dele se serviram aumentando seu sabor, crescendo em seu significado, diminuindo suas fraquezas, transgredindo seus limites... Avanaram fronteiras, transformaram idias, modificaram rumos, (trocaram o filme!) e chegaram a diferentes mundos de maravilhas...

Diretoria de Ensino de Miracatu / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Bigu / 2 Srie A / Prof. Katia

NO PAS DAS MARAVILHASGatinho Cheshire, comeou Alice, podes me dizer que caminho tomar? Isso depende de aonde queres chegar, disse o gato Lewis Carroll Alice no Pas das Maravilhas

Aonde queremos chegar?Parafraseando Lewis Carroll, se no sabemos aonde queremos ir, qualquer caminho serve... Sabemos que no qualquer caminho

Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Msica

21

Diretoria de Ensino de Birigui / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Adolfo Hecht / Prof. Lucia Janjcomo Dana: Dinmica com tiras de papel

22

que nos serve e sabemos aonde queremos chegar: construo de um conhecimento significativo em Arte.

Por onde comear?Nenhum projeto escolar comea do nada, do vazio. As crianas, de uma forma ou de outra, trazem um repertrio de idias, de noes, de hipteses, de experincias nas linguagens da arte. a partir da, da investigao do mundo real e simblico dos alunos que se comea a caminhar. O primeiro passo, ento, elaborar um diagnstico do nosso grupo, conhecer nossos alunos; esse o nosso cho!

Para uma viagem ao Pas das Maravilhas, o que se leva na bagagem?Professor, esta , provavelmente, a primeira vez que seus alunos tero aula de Arte. Converse com eles, conhea-os, apresente-se e apresente a sua rea de atuao. Pergunte-lhes se sabem o que Arte, que hipteses levantam sobre o que iro aprender nestas aulas, descubra que expectativas alimentam. Diga-lhes que nessas aulas de Arte tambm estaro aprendendo uma nova linguagem, que no a do a, b, c mas a das linhas, das cores, das formas, dos sons e silncios, dos gestos e dos movimentos e que com esses elementos (signos) tambm estaro construindo significados, assim como nas aulas de Lngua Portuguesa. Conte-lhes que aprendero a ler e a produzir textos sonoros, visuais, gestuais/corporais.Diretoria de Ensino de So Carlos / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Joo Jorge Marmorato / Prof. Keyla Teatro: Alice no Pas das Maravilhas

Pergunte-lhes se possvel ler um desenho, uma imagem... Lembre-os dos bonequinhos nos banheiros (masculino e feminino), e pea-lhes que falem de outras imagens que vem todo o dia e que trazem um significado igual para todo mundo. Faa o mesmo exerccio com cdigos gestuais (o sinal de positivo, o de adeus...) e sonoros (a sirene avisando a hora do recreio, os apitos do guarda de trnsito) Dependendo da srie em que voc estiver trabalhando, amplie e/ou aprofunde a

conversa sobre a arte ser linguagem e que suas obras so lidas de maneiras diferentes por diferentes pessoas. D exemplos, mostre imagens, coloque msicas. Conversem sobre pintura, desenho, msica, cinema, teatro, dana, escultura, histria em quadrinhos, desenho animado. Apresente-lhes reprodues de obras de arte, toque alguns CDs, verifique o que conhecem, o que lhes desperta curiosidade. Observe suas reaes, comentrios, exclamaes. Falem tambm sobre o tra-

23

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Msica

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Teatro

balho de atores, atrizes, mesmo que de novelas. Como professor investigador, converse com os alunos sobre suas prticas artsticas: algum na classe toca algum instrumento musical? Gostaria de tocar algum, qual? Na sua famlia algum toca? Gostam de cantar? Que tipo de msica? Costumam comprar CDs? Quais? Quem gosta de desenhar? Pintar? Modelar? Conhecem alguma pintura ou escultura de seu bairro ou cidade? Algum sabe danar? Que tipo de dana? Gostam de histrias em quadrinhos? Quais? E de desenho animado? Quais? O que acham que ser um artista? Quais artistas conhecem? Cantores, atrizes, bailarinas? Pintores, escultores, desenhistas? Algum j foi a um museu? Qual? O que tinha l? Quem j assistiu a algum concerto? J foram ao teatro? A alguma mostra de dana? A algum show? Galeria de arte? Exposies de pintura? Algum tem algum livro de arte em casa? Qual? Lembre-se, professor, que este batepapo bem informal, se possvel, seria bom que todos vocs se sentassem em crculo, no cho... Estimule sempre a conversa, aproveite dicas que surgirem, esteja atento, seja sensvel! Tente, professor, na medida do possvel, anotar o maior nmero de informaes sobre seus alunos, estas sero o seu ponto de partida para ampliar e aprofundar seus conhecimentos. Organize o seu portflio.

Quem Alice?Professor, o que ser colocado em prtica nesta etapa do projeto, tem funo essencialmente diagnstica. Assim sendo, voc no dever interferir nas criaes dos seus alunos. Incentive-os, anime-os, encoraje-os, oferea-lhes material e apoio, porm resista em oferecer-lhes informaes que possam alterar ou influenciar suas decises em relao ao objeto de estudo e produes individuais, grupais ou coletivas. Como diz Madalena Freire, apure seu olhar com ateno e presena, para a leitura do processo desencadeado e realize o maior nmero de registros possvel sobre como seus alunos buscam solues, resolvem as propostas, articulam os grupos, utilizam os materiais, organizam o tempo, suas dificuldades e facilidades, divergncias, concordncia, silncio, rudos, movimentos em cada uma das linguagens que permeiam o conjunto de aes que constituem essa primeira fase do projeto. Lembre-se que as questes, as problematizaes sugeridas de modo geral aqui, devem ser selecionadas por voc e adequadas, modificadas, transformadas em relao srie ou s necessidades dos alunos com os quais voc vai trabalhar. Voc o professor, s voc conhece seus alunos!

No cinema com AliceNuma conversa inicial sobre filmes a que as crianas j assistiram no cinema, vdeo ou na televiso, estabelea um di-

24

logo coletivo sem entretanto fazer com que os alunos respondam a um questionrio acerca do que voc deseja investigar. Solicite a cada um deles que diga, dentre os filmes a que j assistiu, aquele de que mais gostou. Pergunte tambm qual foi o filme de que menos gostou e por qu. Anote as respostas na lousa utilizando listas como recurso para registrar as informaes, que podero ser retomadas futuramente pelo professor polivalente. Voc poder tambm solicitar a dois ou trs alunos que o auxiliem nas anotaes, dependendo da srie em que estiver desenvolvendo o trabalho. Conversem tambm sobre as sensaes e emoes que foram vivenciadas durante a exibio desse filme: medo, alegria, tristeza, raiva, sono, surpresa, susto, compaixo... A seguir, pea a eles que procurem lembrar-se das canes (sonoridade) ou rudos (tiros, sons de animais, chuva, vento...) que acompanharam o filme e, de forma ldica, solicite que reproduzam tais rudos. Se alguns se recusarem, no os force. Pergunte ainda se existia algum tipo de dana no filme e se eles sabem que dana era essa e por que estava presente na cena naquele momento. Conversem tambm sobre os heris e os viles do filme, isto , quem era do bem e quem era do mal. Nesse momento, voc poder debater questes sobre a personagem principal da histria e sobre o tema abordado. Para finalizar pergunte se eles sabem se a histria do filme j foi contada de outras

maneiras novela, histria em quadrinhos, livro, teatro... Partindo, portanto, dos dados coletados por voc, professor, durante esse batepapo informal e lembrando que nossas crianas pertencem a um mundo contemporneo, marcado pela grande influncia do rdio e da TV, voc estar iniciando a segunda etapa deste trabalho.

Correndo atrs de um coelho branco...Freqentemente desafiadas a realizar diferentes leituras de diferentes textos que invadem o seu universo infantil, nossas crianas precisam estar preparadas para assimilar os cdigos visuais, sonoros e corArte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Apreciao do filme Alice no Pas das Maravilhas

Diretoria de Ensino de Botucatu / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Amrico Virgino dos Santos

25

porais presentes nas mltiplas formas de comunicao. Foi pensando nesse mundo contemporneo, no qual a pluralidade de signos e cdigos faz parte de um desafio cultural no qual saber ver um filme, uma propaganda, uma pea teatral, uma imagem to importante e essencial quanto ler e escrever nos modelos convencionais, que propomos, para o incio desta atividade, a apresentao do filme Alice no Pas das Maravilhas. Ao trabalharmos a relao literria/ cinema, no mbito educacional, estamos cruzando linguagens distintas, com caractersticas e estruturas prprias. Enquanto a literatura se define como um cdigo verbal, o cinema pertence ao domnio das chamadas linguagens complexas: som, imagem e texto, diz Salete T. de Almeida Silva (2000, p. 84). Desta forma, foi visando o dilogo entre as linguagens verbal e da arte que iniciamos este projeto com um filme, que uma adaptao da literatura para o cinema, direcionado ao pblico infantil e cuja histria j foi veiculada nos mais diferentes textos. Vale a pena, tambm, dependendo da turma, alertar sobre a profundidade na imagem, pois, embora a realidade do cinema seja tridimensional (possui volume), sua tela igual tela do pintor: ambas so bidimensionais, isto , s possuem altura e largura. Brincando com esses elementos da linguagem visual, voc certamente estar ampliando o repertrio dos seus alunos no que se refere leitura de imagens.

Diretoria de Ensino de Itapecerica da Serra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Bairro Nossa Senhora da Conceio / 1 Srie B Prof. Mnica Cook / Grafia de Sons

Diretoria de Ensino de Itapecerica da Serra Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Bairro Nossa Senhora da Conceio / 1 Srie B Prof. Mnica Cook Grafia de Sons

filme Alice no Pas das Maravilhas Walt Disney durao: 76 minutos, colorido e dublado. sinopse Um belssimo desenho com toda a magia e encanto de Walt Disney, baseado na imortal histria de Lewis Carroll. Alice uma garota curiosa que, ao perseguir um coelhinho branco que est sempre apressado, entra no mais divertido e confuso dos mundos: O Pas das Maravilhas. L, onde as coisas mais absurdas podem fazer sentido, Alice vive muitas surpresas e ainda enfrenta a poderosa Rainha de Copas e seu terrvel exrcito de cartas. Alice no Pas das Maravilhas uma mistura de fantasia e aventura com canes inesquecveis. Professor, importante que antes de projetar o filme para as crianas, voc o tenha visto (se possvel, vrias vezes...), com olhar atento e percepo aguda, pois ele ser o desencadeador de uma srie de aes, nas linguagens visual, cnica, coreogrfica e musical, que daro pistas para o seu diagnstico. Ainda, antes de projet-lo, atue como mediador, estabelecendo e ajudando os alunos a buscar relaes entre literatura e cinema, uma vez que o filme (vdeo) uma adaptao de um livro para a linguagem cinematogrfica. Conte para eles que, s vezes, nos decepcionamos quando lemos um livro e depois assistimos a um filme que conta a mesma histria. Isso pode acontecer quando os personagens do filme no correspondem s imagens que vimos

26

no livro ou criamos para eles, pois a forma literria diferente da forma do cinema. Favorea a ateno dos seus alunos provocando emoes, instigando a percepo, desafiando a curiosidade e a imaginao, trazendo informaes sobre Alice. Assim que estiver em andamento a projeo do filme, chame a ateno das crianas para as seguintes cenas, para que elas as olhem com ateno especial. No incio do filme, Alice est em cima de uma rvore com sua gatinha Din, cansada de estar sentada sem nada fazer. Sua irm l em voz alta um livro, enquanto Alice, desatenta, faz uma guirlanda de flores conversando com Din sobre o livro. Pea para as crianas que prestem bastante ateno fala de Alice. No decorrer da histria, Alice encontra com estranhos habitantes e dentre eles dois bonecos engraados que danam e brincam de esconder. Os dois contam uma histria para Alice sobre A foca e o carpinteiro. Solicite aos alunos que prestem bastante ateno melodia e, especialmente, aos movimentos da dana (coreografia) enquanto assistem a essa parte do filme. Continuando a histria, Alice participa de um ch muito engraado com a Lebre de Maro, o Chapeleiro Maluco e o Rato Silvestre. Aqui, a sugesto que observem as coisas estranhas e, principalmente os rudos que acontecem durante o ch. Conte para eles que nas maluquices do Pas das Maravilhas Alice perseguida pelo exrcito de cartas da Rainha de Copas e no Depoimento de Alice a Rai-

Diretoria de Ensino de Adamantina / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Pedro Leite / 4 Srie Teatro Julgamento

Diretoria de Ensino de Cafelndia / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Antonio Rubi Gimenes / 1 Srie B / Prof. Lgia Dana do Baralho

27

nha vai dar uma ordem aos seus soldados que colocar Alice em perigo. Que ordem ser essa? Para responder a todas essas questes, seus alunos certamente estaro atentos ao filme, em busca de estabelecer relaes entre aquilo que voc contou e o que desejam descobrir. O filme um grande mergulho no mundo do realismo fantstico, um convite a dar asas imaginao, sensibilidade e certeza de que, no mundo das Artes, tudo possvel! Crescer, encolher, afundar nas prprias lgrimas, passar pelo buraco de uma fechadura, encontrar bebs-ostras, saborear bolachas que dizem coma-me ... Conversar com lagartas e assombrar-se com o incrvel sorriso de um gato... Vamos l? Bom cinema!!!

1 Animismo (de anima, alma) atribuio de caractersticas (por exemplo, sentimentos como raiva e tristeza) humanas a objetos e animais.

2 Antropomorfismo atribuio de forma e movimentos humanos a animais e objetos.

No mundo de AliceE a, gostaram da Alice? Professor, converse com as crianas sobre o filme, a histria, as personagens. Instigue o dilogo, dando vez e voz a todos, para que faam seus comentrios. A seguir, ser necessrio repetir alguns trechos do filme, para que as crianas possam v-los com um outro olhar, examinando-os, estudando-os e tambm para criar condies para que possam expressar-se com motivao, fantasia e imaginao. Para tanto, aqui vo algumas idias que foram organizadas com o propsito de incentiv-las na produo de trabalhos artsticos sem, entretanto, interferir na capacidade natural que a criana possui

Diretoria de Ensino de Adamantina / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Pedro Leite / 4 Srie Teatro Julgamento

de comunicar o que pensa e sente. Ser necessrio, porm, que voc as auxilie no desenvolvimento das observaes que sero solicitadas, pois desta forma as experincias que seus alunos vivenciam em seu cotidiano estaro sendo ampliadas. Encoraje-os a observar, perceber, refletir, tirar concluses, inventar, investigar, fantasiar, relacionar e buscar solues para as situaes que sero indicadas por voc. A criana pequena tem como caracterstica do seu pensamento o animismo1 e o antropomorfismo2. Ela conversa com os objetos, brinquedos, plantas e fica tentando faz-los assumir atitudes prprias dos seres humanos, como correr ou falar e at briga com eles quando no correspondem atitude esperada. O mesmo ocorre em relao aos animais. Essas caractersticas esto presentes na animao e, por isso, ela exerce tamanho fascnio sobre as crianas. Os bichos, plantas, pedras e objetos que falam tm sentimentos e interferem na trama (A trama do olhar, p. 31). Professor, neste filme, muitas outras coisas podem ter encantado e fascinado seus alunos, pois na animao e no mundo da fantasia tudo possvel. Chame a ateno das crianas, se nenhuma delas notou, para o tempo e o espao que so transformados totalmente, no se constituindo em limites para os personagens. Estes diminuem e aumentam de tamanho, transformam seus corpos, aparecem e desaparecem. O tempo da histria tambm passa de outro jeito: os dias mudam, porm as horas, no.

28

Professor, estas so apenas sugestes. voc que conhece seus alunos, quem organiza o percurso do projeto, quem encaminha as aes, estabelece relaes entre seus objetivos e as atividades desenvolvidas, reconhece a presena e ausncia de noes e conceitos j estruturados (lembre-se, este um diagnstico!), as necessidades e interesses do grupo, prope novos desafios, muda rumos, retoma caminhos, estimula a participao das crianas, replaneja, ouve a classe, respeita a diversidade, articula o novo ao j conhecido, registra e faz registrar. V (e sente!) cada um de seus alunos isoladamente e o grupo da sala, percebe diferenas e semelhanas, rev suas aes... Observa, avalia, replaneja, reflete, recomea... No se esquea que, como professor que voc , h que ser pesquisador em tempo integral, h que buscar novas possibilidades sempre, ser investigativo, instigador, presente!

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Produo em argila Bicho esquisito

Artes Visuais:Nada seria o que , porque tudo seria o que no . E, ao contrrio, o que , no seria. E o que no seria, seria. Alice (L. Carroll)

noite na floresta e, aos poucos, os mais estranhos seres vo aparecendo. Apresente tambm aos alunos reprodues de obras de artes visuais onde aparecem figuras esquisitas, surrealistas, fantasiosas... Conte para eles que nas mais diferentes pocas artistas criaram desenhos e pinturas que, primeira vista,

No meu mundo, seria tudo diferente...

Professor, coloque novamente a parte do filme em que Alice chora, sozinha,

29

Diretoria de Ensino de Taubat Arte Ciclo I EE Prof. Lindolpho Machado / 1 Srie D / Prof. Aparecida Donizeti dos Santos

3 Estas reprodues fazem parte das pastas IEB (Inovaes no Ensino Bsico) da SEE, que as Escolas e/ou Oficinas Pedaggicas possuem.

podem causar um certo estranhamento. Oferea uma diversidade de obras que estimulem a continuidade das atividades ao mesmo tempo que abram campo para continuar o processo de imaginao provocado pelo filme, como, por exemplo, O Jardim das Delcias de Hieronymus Bosch; O Carnaval do Arlequim, de Joan Mir; Parte do Cdice Borbnico, Arte Pr-Colombiana; O Cantor de Amon Zedkhonsuaufankh toca harpa diante do deus Harmakhis, Arte do Antigo Egito; Parte do Cdice Maia, Arte Pr-Colombiana; Mulher ao Espelho, de Juan Mir3. Essas obras pretendem instigar a associao entre suas formas e os bichos esquisitos de Alice no Pas das Maravilhas,

alm de articular os pr-requisitos dos alunos s novas informaes sobre os contedos de arte com os quais pretende-se trabalhar durante todo o projeto. Inicialmente, solicite aos alunos que observem uma das obras de arte visual selecionada por voc, livres de informaes prvias que os impediro de elaborar suas prprias idias. Convide-os a falar sobre formas, cores, linhas, claro, escuro, maior, menor, longe, perto...Essas questes dizem respeito aos aspectos de composio da obra, pois tratam dos elementos expressivos da linguagem visual. Essa investigao possibilita a futura introduo de novas informaes sobre tais elementos. No se esquea, voc est elaborando um diagnstico! O prximo passo ser verificar que relaes podem ser estabelecidas entre as formas presentes na obra e os bichos esquisitos do Pas onde Alice foi parar depois que caiu no poo. Procure orientar a discusso propondo novos desafios que os levem a buscar diversas solues, de acordo com sua faixa etria, tais como: onde esses bichos vivem, que sons emitem, que nome teriam... A seguir voc oferecer algumas informaes (de acordo com a srie em que voc est trabalhando) sobre o artista que pintou o quadro e a poca em que ele viveu, o nome da obra e o material utilizado (tela, madeira, tinta a leo, aquarela, colagem...), considerando que essas informaes devero ser sucintas e, se possvel, ilustradas, pois o mundo da comunicao regido principalmente pela imagem e,

30

parafraseando Alice, que graa tem uma histria sem figuras? Diga s crianas que agora elas sero os artistas: devero inventar um animal que no existe, para fazer parte do filme da Alice ou do Jardim das Delcias, de Bosh. Distribua material: papel, giz de cera, lpis de cor, canetinhas, pincis, tinta guache, revistas, tesoura, cola e deixe-as livres para criar e utilizar o material e a tcnica (desenho, pintura, colagem) que quiserem. Incentive-as, mas, no se esquea, seu papel de observador! Pea a mesma tarefa, agora a ser realizada de forma tridimensional, com argila ou massinha de modelar. Estes trabalhos so individuais. Mos obra! Exponha todos os trabalhos e comente com os alunos a originalidade das criaes, a utilizao das cores, a inteno de cada um, a ocupao do espao, sempre tratando das questes da linguagem visual. Pergunte tambm suas dificuldades... Nas criaes tridimensionais, comente o volume, a espacialidade, verifique o uso e conhecimento das formas slidas, instigue o grupo, alterando alguma parte de um bicho (por exemplo, em algum que tenha as orelhas ostensivamente apontadas para o alto, abaixe-as) e pergunte s crianas se isto altera o significado e porque... (No se esquea de voltar forma original depois...) Voc pode pedir a algumas crianas que faam o som de seus bichos ou que

Diretoria de Ensino de Americana / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Juvelina Rodrigues / 1 Srie B / Prof. Mnica Cook Diagnstico Msica

os imitem andando. Pea-lhes tambm que dem um nome aos seus animais. Aqueles que sabem escrever podero anotar sob seus desenhos o nome de seus bichos. Pode acontecer que nos trabalhos tridimensionais a criana use a massinha ou a argila de forma plana, como se desenhasse com ela. Faa seu registro sobre esse aluno, mas estimule a criana a uma nova tentativa tridimensional. Guarde os trabalhos das crianas em portflios. Faam, juntos, um registro coletivo sobre o que aprenderam com esta atividade. Faa, voc tambm, o seu registro...

MsicaAposto que voc nunca falou com o tempo...Talvez no respondeu Alice com cuidado mas j marquei as batidas do tempo muitas vezes nas minhas aulas de msica. L. Carroll

Durante o filme, uma infinidade de sons foi produzida, esses sons fizeram parte da histria e variaram, envolvendo rudos, sons vocais, instrumentais, corporais. Retome a parte do filme em que a Lebre, o Chapeleiro e o Rato Silvestre tomam ch no jardim e pea aos alunos que escutem com muita ateno os sons que

31

Diretoria de Ensino de Lins / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Antonio Rubi Gimenes O Julgamento da Rainha

acompanham as cenas. A seguir, converse com eles sobre as passagens do filme nas quais Alice conversou com vrios personagens que diziam e faziam coisas muito curiosas, dentre elas o Ch Maluco de Desaniversrio. Pergunte para eles: por que o Chapeleiro, a Lebre e o Rato estavam sempre sentados mesa do ch? O que comemoravam? Havia msica na comemorao? Se havia, de que tipo era? O que sentiram quando a

ouviram suspense, ao, alegria, tristeza? Eram sons suaves, tranqilos, rpidos, agitados, lentos, finos (agudos), grossos (graves), longos, curtos? Os sons eram vocais (canto), instrumentais (vrios instrumentos musicais), rudos (bater, esfregar, arranhar, sacudir), naturais (pssaros, ventos, troves) ou ainda corporais (palmas, assobios, estalos de dedos)? Repita a cena no vdeo quantas vezes forem necessrias.

Pea agora que eles reproduzam o som que mais lhes chamou a ateno. A seguir, forme grupos e distribua no mnimo 5 objetos (sucata) para cada grupo. Continuando, pea que cada grupo crie sons com os objetos e cantem uma msica para comemorar um momento especial, que tambm pode ser maluco, como o desaniversrio.... Explique para eles que, alm dos objetos, podero utilizar sons corporais. Professor, se voc dispuser de gravador, registre o processo de improvisao e o produto final. Alm de gostarem de ouvir suas produes, essa gravao poder oferecer boas idias para continuidade do seu trabalho e uma melhor fruio esttica. Assim que cada grupo se apresentar, voc tambm poder, de acordo com a srie, levantar questes como: quais sons predominaram? Corporais? Instrumentais? Sons metlicos ou provenientes da madeira? Sons produzidos por sopros? Batidas (percusso)? Sons longos? Qual foi o som mais curto? Qual o mais grave? Havia mais sons fortes ou fracos? Novamente, faa com a classe um registro coletivo sobre a atividade desenvolvida, perguntando o que aprenderam com ela. Faa tambm as suas anotaes, sobre seus alunos, facilidades, dificuldades, as solues encontradas, o trabalho em grupo, o processo e o resultado do trabalho.

32

TeatroPrimeiro o veredicto, depois o julgamento!, disse a Rainha. Que absurdo, disse Alice... L. Carroll

Professor, a prxima linguagem com a qual estar trabalhando com seus alunos ser a das artes cnicas. Para desenvolver a atividade O Depoimento de Alice ser o trecho do filme a ser retomado. Assim, pea a eles que fiquem atentos a todos os detalhes o lugar ou lugares onde acontecem as cenas; quem as interpreta (personagens); vestimentas e acessrios; personagem principal (protagonista); momento mais importante; mais engraado; de suspense; de medo; de alegria; sons que acompanham as cenas (sonoplastia)... Diga s crianas que o prximo desafio que tero ser criar uma cena de um tribunal. Algum (ou uma coisa, um bicho...) estar sendo julgado! Podero inventar uma nova histria ou aproveitar a histria de Alice e salv-la da Rainha. As crianas que decidiro. Pergunte s crianas se elas sabem o que um julgamento, se j viram dessas cenas em filmes ou novelas. Conversem sobre o assunto. Diga-lhes que sempre h algum, o ru, que quem est sendo julgado. Existem o advogado e as testemunhas de defesa (que prestam depoimentos a favor do ru) e o advogado (promotor) e as testemunhas de acusao (que so contra). H tambm um grupo de pessoas que so os jurados, que ouvem os dois lados, refletem,

Diretoria de Ensino de Botucatu / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Prof. Amrico Virgino dos Santos / 1 Srie B / Prof. Mnica Cook Teatro

Diretoria de Ensino de Miracatu / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Joo Adorno Vasso / 1 Srie / Prof. Vilma Alves Carneiro Alice no Pas das Maravilhas

33

Diretoria de Ensino de Assis / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Prof. Maria Brgida Dana

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Dana

ponderam sobre a situao e elaboram um parecer culpado ou inocente que ser encaminhado ao juiz, que dar o veredicto final: liberdade, pena, priso... Aps terem revisto o trecho indicado, desenvolva com as crianas alguns exerccios de aquecimento: formas que andam, o escultor, espelho, onde estou, dentre outros que voc deve conhecer e que criam um clima favorvel realizao da atividade. Converse com os alunos sobre a histria do julgamento de Alice, pergunte-lhes quem eram os jurados, quem era o juiz, quais as testemunhas... Divida a classe em quatro ou mais grupos (respeite os grupos formados por eles possvel que meninos no queiram formar grupos com meninas e vice-versa...) e deixe-os livres para criar. Combinem um tempo para inventar a histria e distriburem os papis. Circule por entre os grupos, oferecendo ajuda, estimulando-os e incentivando-os. As crianas da primeira srie devero receber ateno especial. Diga-lhes que as cenas so curtas e interfira se houver disputa por papis. Caso algum no queira atuar, por constrangimento ou outro motivo qualquer, no insista, pois esse aluno poder participar de outras formas: na execuo dos cenrios, dos figurinos, na produo dos sons, como observador na platia. Explique que devero trabalhar em uma produo coletiva e auxilie na diviso das tarefas.

34

Coloque disposio das crianas materiais diversos tecidos, papis, papelo, cola, barbante, alguns acessrios (cintos, lenos, guarda-chuva, bijuterias, culos; chapus, coroa de cartolina, bengala... As crianas tambm podero trazer tais recursos de casa, se voc deixar a apresentao para a aula seguinte; assim elas podero (e gostam!) mergulhar mais ainda no faz-deconta, trazendo recursos cnicos insuspeitados por voc... Combine com os alunos que uma parte da sala ser o palco onde acontecer a cena e que depois que cada grupo se apresentar todos devero aplaudir! Apresentadas as peas, comentem cada uma: a construo das personagens, a utilizao do espao cnico, o uso de material de apoio, de maquiagem, cenrio, figurino, trilha sonora, iluminao... Comentem e discutam tambm o assunto, a trama apresentada. Um debate sobre as idias mostradas no palco sempre muito enriquecedor e desejvel. Faam um registro coletivo sobre a atividade, enfatizando o que aprenderam com ela. Faa voc tambm, professor, o seu registro.

DanaProfessor, converse com seus alunos sobre o papel fundamental que a msica e a dana desempenharam no desenho animado da Alice e sobre que importncia tm em nossa vida.

Conte para eles que as produes de Walt Disney estrearam essa unio msica e dana com o filme Branca de Neve e os Sete Anes, em 1938. Da para frente os desenhos transformaram-se em grandes musicais e por meio dessas duas linguagens, os personagens (seres animados) realizam verdadeiras peripcias saltam, esticam, encolhem, dobram, torcem, giram, correm, agrupam-se, distanciam-se, criam formas, seqncias e reviravoltas. Diga ainda para eles que, no filme, embora perdida nesse mundo estranho e confuso, Alice no fica sozinha. A todo momento, conhece diferentes habitantes que comunicam seus sentimentos por meio do som e do movimento. Chegamos assim ltima etapa desta fase do projeto e, desta vez voc, professor, reapresentar a parte do filme em que Alice se encontra com os gmeos Tweedledum e Tweedledee (Dum e Dee). Lembrelhes, porm, que durante o filme outras danas apareceram. Veja se se lembram: a dana das flores, a dana do ch, a dana dos sapos, das borboletas , das cartas de baralho... Solicite que prestem bastante ateno aos movimentos dos gmeos e de suas seqncias; tambm aos sons, aos espaos onde a dana acontece e nas partes do corpo que se movem. Aps terem assistido ao trecho do filme, diga s crianas que na dana, quando selecionamos alguns movimentos e, com alguma inteno os organizamos de alguma forma potica, estamos criando uma coreografia.

Diretoria de Ensino de Ourinhos / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas

O diagnstico foi feito para que voc conhea com quais cabeas e coraes estar trabalhando. Para dar mais ateno queles que dela precisam, para ampliar e aprofundar conhecimentos, para estabelecer vnculos com as crianas, para preparar o seu projeto de ensino de Arte, para repensar sua prtica, para prever e rever caminhos...35

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Desenho Bicho esquisito

Arte no Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas Msica

Assim como no teatro, antes de se trabalhar com dana fundamental que aconteam alguns exerccios de aquecimento. Esta apenas uma sugesto: em p, todos devero formar um crculo. Abram espao na sala ou trabalhem no ptio. Coloque um fundo musical e explique que um de cada vez dever dar dois passos frente e, lembrando dos movimentos da dana de Dum e Dee, criar o seu prprio movimento que imediatamente ser repetido por todos. Ao final diga que agora todos se movimentaro ocupando o espao disponvel, acompanhando a msica e repetindo os movimentos de que mais gostaram sem, entretanto, preocuparem-se com a ordem em que foram produzidos. Vamos l, entre nessa dana! Pea aos alunos que formem quatro ou mais grupos, que escolham um trecho de uma msica (leve vrios CDs ou pea que tragam de casa) e diga-lhes que tero que inventar uma dana em que o corpo (ou partes dele) ter que dobrar, pular e tremer, esticar, deslizar e girar... ou torcer, abaixar e enrolar... Circule entre os grupos, ajude-os sem interferir, lembre-se, isto um diagnstico! Assim que cada grupo se apresentar, todos devero aplaudir! Conversem sobre as coreografias apresentadas e verifiquem se a comanda foi obedecida. Discutam sobre a ocupao do espao, o uso de material de apoio, as dificuldades, a importncia (ou no) da msica... Dependendo da sua turma, perguntelhes quais articulaes do corpo foram

36

mais solicitadas, quais nveis (mdio, alto, baixo) foram mais trabalhados. Mais uma vez elaborem um registro coletivo sobre o que aprenderam e faa o seu particular, colocando o maior nmero de informaes possveis sobre seus alunos.

Cortem-lhe a cabea!No, professor, aqui nenhuma cabea ser cortada! Este diagnstico foi feito, exatamente para que voc conhea com quais cabeas e coraes estar trabalhando. Para dar mais ateno queles que dela precisam, para ampliar e aprofundar conhecimentos, para estabelecer vnculos com as crianas, para preparar o seu projeto de ensino de

Arte, para repensar sua prtica, para prever e rever caminhos. Para ter a certeza de que voc compartilhar seu tempo com dezenas de Alices sonhadoras, que esto de malas prontas para mergulhar no mundo da imaginao, do fantstico, do maravilhoso e to necessrio mundo do conhecimento artstico e esttico. Isso, bvio, se voc souber e quiser lev-las...

AVALIAO DIAGNSTICAO sorriso (ou o pulo) do gato! Professor, estas tambm so apenas algumas dicas, algumas sugestes entre as tantas outras que voc, com certeza, por

Diretoria de Ensino de Americana / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Atlio Dextro / 4 Srie B Um bicho esquisito

37

conhecer seus alunos, acrescentar e para as quais saber, sensvel que , estabelecer prioridades.

ObjetivosVerificar de forma abrangente e detalhada, durante as atividades vivenciadas pelos alunos, o repertrio artstico / esttico que possuem em cada linguagem artstica. Detectar quais as dificuldades apresentadas durante o processo e tambm o que j dominam com maior ou menor facilidade, a fim de se estabelecer um referencial de trabalho ao professor. Observar o fazer da criana, sua ao expressiva, interesse, indiferena, envolvimento...; o uso e explorao dos materiais, as preferncias estticas, as temticas presentes em suas produes, se reconhecem e/ou identificam elementos expressivos, linguagens artsticas, a interao com o grupo, a relao com o componente curricular, com voc, professor... Elaborar uma leitura e anlise apurada e cuidadosa das produes dos alunos. Articular o repertrio artstico e esttico dos aprendizes ao que se pretende trabalhar ao longo do ano.

Diretoria de Ensino de Registro / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Gov. Armando Salles de Oliveira O Jogo da Criao

Diretoria de Ensino de Sertozinho / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Adelino Bazan Modelagem

38

ele tambm um produtor de imagens visuais.

MsicaObservar: a no repetio de esteretipos; discriminao auditiva; manipulao de objetos sonoros; trabalho em grupo. O aluno (dependendo da srie) aprendeu que: a msica e os rudos so parte fundamental de um filme; o som est sempre presente em nossa vida; que pode identificar alguns parmetros do som; ele tambm um produtor sonoro.

Diretoria de Ensino de Registro / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Vereador Alay Jos Correa

Artes VisuaisObservar: a no-repetio de esteretipos ocupao do espao relao, proporo, volume uso dos materiais O aluno (dependendo da srie) aprendeu que: o desenho animado uma linguagem artstica; outros artistas, em diferentes pocas e pases, tambm produziram seres fantsticos; toda produo artstica tem um autor; noes de bi e tridimensionalidade; pode identificar alguns elementos da composio visual;

Diretoria de Ensino de Registro / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Dona Irene Machado de Lima

TeatroObservar: a no-repetio de esteretipos; a utilizao do pensamento como se; a relao palco-platia; a construo (e permanncia) da personagem; a ocupao do espao cnico; inibio, exibio, medo; o trabalho em grupo. O aluno (dependendo da srie) aprendeu que: num palco, cinema, novela, todos atuam;

Diretoria de Ensino de Sertozinho / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Adelino Bazan

39

Em todas as linguagens: Observar se a criana percebe que pode manifestar suas idias, pensamentos e sentimentos atravs das linguagens da Arte.

personagens criam vida por meio dos atores/atrizes; podem contar histrias por meio do teatro; ele tambm pode atuar.

DanaObservar: a no repetio de esteretipos; a utilizao do espao; a utilizao do corpo; a criao de movimentos; inibio, exibio, medo; o trabalho em grupo. O aluno (dependendo da srie) aprendeu que:

Diretoria de Ensino de Barretos / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Fabio Junqueira Franco / 4. srie / Prof. Luisa Amar da Silva de Pdua

no filme a que assistiu a dana est sempre presente; o movimento faz parte do ser; o movimento pode criar coreografias; todo mundo pode danar.

Diretoria de Ensino de Presidente Prudente / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Joo Sebastio Lisboa / 1 Srie / Prof. Elza Gonalves Marcelino Lopes Atividade de Dana

40

135

Por que arte na escola?34,80

(Valores em porcentagem)

30,40

30

25 20

15 10 5

8,00

7,60 4,00 3,60 3,60 3,20

2,80

2,00

0 A Arte na escola favorece a construo do cidado consciente, participativo, crtico, sensvel e transformador da sociedade A Arte na escola assegura aos educadores o acesso leitura e escrita de textos das linguagens no-verbais Desenvolve habilidades artsticas

Leva compreenso de mundo

Melhora a compreenso em todos os contedos e disciplinas

fundamental para o desenvolvimento do pensamento artstico e percepo esttica

Permite aos alunos acesso ao patrimnio cultural da humanidade

Amplia a sensibilidade, a percepo, a reflexo e a imaginao

Desenvolve a criatividade

Colabora com o crescimento, em igualdade de condies dos nveis cognitivo, afetivo e perceptivo

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

41

220 18 16

Por que a presena da arte no currculo escolar de Ciclo I?19,70

(Valores em porcentagem)

14,70

14 12 10 8 6 4 2 0

13,90

11,20 9,30 7,30 5,80 5,80 3,50

3,10

2,70 1,50 1,50

Para iniciar o processo de aquisio de conhecimento das linguagens no-verbais Para possibilitar o acesso das crianas ao conhecer, produzir e apreciar imagens visuais, sonoras e gestuais Para possibilitar a leitura dos cdigos no-verbais e o acesso ao patrimnio histrico-cultural Para iniciar a alfabetizao artstica nas quatro linguagens

Para propiciar uma alfabetizao artstica completa

Para que os educandos conheam outras formas de expresso Para desenvolver o processo de pensar, construir, fazer ldico e esttico Para formar desde as sries iniciais o cidado crtico e consciente Para despertar o potencial artstico desde as sries iniciais

Porque conhecer, produzir e apreciar textos nas diferentes linguagens requisito indispensvel ao cidado contemporneo Para oferecer possibilidade de iniciar um processo de conhecimento em arte competente

Para participar de experincias no-verbais desde as sries iniciais Para auxiliar no desenvolvimento motor, criativo e perceptivo

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

42

335 30 25

O que os alunos aprendem quando desenham, pintam, cantam, atuam, danam ?(Valores em porcentagem)32,35

21,32

20 15 10 5 014,71

8,46 6,62 5,88 4,41

3,31

2,94

Aprendem a comunicar idias, pensamentos e sentimentos por meio de linguagens no-verbais

Aprendem a ser mais criativos

Aprendem a manipular, organizar, compor, significar, decodificar, interpretar, produzir, conhecer textos noverbais Aprendem a produzir e ler textos nas linguagens noverbais

Aprendem coordenao motora, noo espacial e lateralidade

Aprendem a estabelecer um dilogo com as 4 linguagens e expressar-se por meio delas

Aprendem que Arte conhecimento e no brincadeira e lazer

Aprendem e desenvolvem atitudes e habilidades que participam da alfabetizao

Aprendem a comunicar-se por meio das linguagens artsticas

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

43

4

O que podemos considerar, ou no, contedos de arte?

(Valores em porcentagem)

So contedos6056,98

No so contedos3027,62 27,20

50

25

40

20

30

15

12,97 10,88 9,21

2013,57 8,53

10

10

7,75

6,20

54,00 1,94 1,16

3,35

2,93

2,93

2,93

0 As quatro linguagens dentro dos 3 eixos articuladores Tudo desde que com objetivos especficos da disciplina Contedo de arte e sua histria Todas as linguagens artsticas Que arte linguagem e conhecimento Podemos ensinar tudo em arte Atividades ldicas com objetivos de arte tica e cidadania

0 Esteretipos e modelos prontos Fazer por fazer Geometria e artesanato Impor trabalhos prontos Certos conceitos de beleza Desenho livre Preconceitos Foco na tcnica Crticas destrutivasFonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

44

525

O que o ensino de arte no Ciclo I pode fazer por nossos alunos?(Valores em porcentagem)23,44 21,09

20

1511,72

10

9,38 7,42 6,64

5,86

5,86 2,73

52,34 1,95 0,78 0,78

0

Propicia a preparao de um cidado pleno e transformador da sociedade Torna-os mais sensveis e capazes de comunicar-se por meio das linguagens no-verbais A iniciao artstica nas 4 linguagens

Muda o foco de interesse das linguagens da Arte

Desenvolve a criatividade e a expresso

Desenvolve o apreciar, fazer e conhecer em todas as linguagens Desenvolve habilidades artsticas desde as sries iniciais

Oferece pr-requisitos para Ciclo II Desenvolve o gosto pela Arte Mostra o verdadeiro significado da Arte D oportunidades para um trabalho com contedos e objetivos prprios Favorece o processo de simbolizao

Colabora com a informao integral do educando nos nveis cognitivo, afetivo e perceptivo

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

45

690 80 70 60

Qual a sua formao universitria?84,80

Educao artstica / plstica

Cincia

Msica 50 40 30 20 10 04,00 5,60

Artes plsticas e msica

No respondeu

3,20

2,40

6.1

Voc considera essa formao adequada para sua atuao no Ciclo I? Em caso de negativa, justifique relatando as lacunas em quais linguagens13% 3% 8% 3% 6% 18% 47%63,79

70 607%

50 4031,03

24% 46% 25%Sim Sim, porm necessrio formao continuada Sim, porm superficial5,17

No No, falta dana e msica No, as capacitaes nos preparam No, insuficiente No, falta fundamentao terica e prtica voltadas s sries iniciais nas 4 linguagens No, falta msica No, falta msica, dana e teatro No, s oferece nfase s artes plsticas

30 20 10 0 Sim No No respondeu

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

46

760 50 40

Voc sugere alguma mudana na formao universitria dos professores que pretendem atuar no Ciclo I?56,68

(Valores em porcentagem)

Sim

No 30 20 103,24 23,48 16,60

Parcialmente

No respondeu

0

Sugestes apresentadas30 25 20 15 10 5 0Incluir no currculo universitrio: como as crianas aprendem Arte nas 4 linguagens Incluir no currculo universitrio: contedos e objetivos das 4 linguagens As faculdades devem adequar-se s mudanas que ocorrem no currculo da escola pblica As capacitaes da SEE/SP devem estar em consonncia com as inovaes da SEE/SPP Incluir no currculo universitrio: metodologia para o ensino da arte na escola pblica Incluir no currculo universitrio: contedos voltados para a sala de aula7,63 7,63 7,63 6,87 26,72 24,43

(Valores em porcentagem)

5,34 3,82 3,05 2,29 1,53 1,53 1,53

As capacitaes da SEE/SP devem continuar Rever todo o currculo universitrio Incluir no currculo universitrio: no sei Incluir no currculo universitrio: Pedagogia Infantil Incluir no currculo universitrio: estgios nas sries iniciais Incluir no currculo universitrio: aprofundamento em msica Incluir no currculo universitrio: aprofundamento em msica e dana

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

47

830

Como voc avalia as sugestes de projetos oferecidos pela CENP/SEE?(Valores em porcentagem)

26,44

25

2016,86

15

14,18

107,66 7,28 4,60 4,21 3,83 2,68 2,30 2,30 2,30 1,92 1,15 0,77 0,77

5

0,38

0,38

0 timas Boas Complementam nossa formao Excelentes Oferecem respaldo e segurana para trabalhar com essa faixa etria Didtica e estratgia timas Valiosas Mudaram a minha maneira de ver a Arte Oferecem segurana para nossa atuao Completas e objetivas Contempla os contedos necessrios Atualizam nossa prtica e teoria Tive dificuldade no desenvolvimento Falta material Regulares Ainda no houve tempo para avaliar So impostos No aprofundam as linguagens

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

48

980 70 60 50

Todos os projetos desenvolvidos alcanaram o mesmo significado por parte dos alunos?(Valores em porcentagem)76,00

Sim

No 40 30 20 102,80

Ainda no foi possvel avaliar

14,00 7,20

No respondeu

0

SIM

4%

4%

NO

2,40%

36% 39% 6,80% 4,80%

17%

Sim Sim, em parte Sim, embora os projetos tenham significados diferentes para cada aluno Sim, o maior entusiasmo foi com a msica e a dana Sim, porm em algumas salas o processo foi mais lento No No, alguns precisam de adequao No, faltam os recursos necessrios para a zona rural

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

49

1060

Houve situao em que alguns dos projetos no funcionaram ou seus conceitos foram insuficientes para subsidiar sua prtica pedaggica?(Valores em porcentagem)50,75

50 Sim 4032,34

No

30 No respondeu 2012,94

No houve tempo para avaliar3,98

10

0

SIM

10%

14% 40%

Sim, as dificuldades foram de ordem estrutural Sim, no projeto de dana Sim, no projeto de msica Sim, no projeto de teatro Sim, pelo fato de no ter sala ambiente

19%

Sim, surgiram obstculos porm foram vencidos5%

12%

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

50

11 Observando a conduta dos alunos no incio e no final de 2003, voc considera que houve aquisio de conhecimentos bsicos sobre os assuntos gerais e especficos abordados no decorrer do processo?(Valores em porcentagem)

50 45 40 35 30 25 20 15

46,80

28,00

14,80 10,40

10 5 0

Sim

Grande mudana

Plena e satisfatria

Ainda no foi possvel avaliar pelo tempo que estou com eles

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

51

12 Em um trabalho de avaliao sobre sua atuao junto a crianas dessa faixa etria, voc considera que os contedos especficos de cada linguagem foram de seu total domnio?(Valores em porcentagem) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 014,00 38,80 47,20

Sim

No

No respondeu

6% 4% 7% NO NO NO NO 14%

JustifiqueSim. Os projetos proporcionam segurana Sim. As capacitaes preencheram as lacunas da formao inicial

5%

NO

No. Senti segurana em alguns momentos, porm fui orientada pela ATP No. Faltou informao inicial de dana e msica No. Faltou informao inicial de minha parte

17%

NO

No. Tive grande dificuldade em teatroSIM SIM 6% 41%

No. Tive grande dificuldade em msica No respondeu

Fonte: Roseli Ventrella, Dissertao de Mestrado: Ensino de Arte no Ciclo I Novos Caminhos, Instituto de Artes, Unesp, 2005

52

Diretoria de Ensino de Birigui / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Chrisstomo de Oliveira Prof Maria Jos da Silva Desenvolvido com crianas portadoras de necessidades especiais

Diretoria de Ensino de Regio de Ourinhos Teatro Municipal da cidade de Ourinhos Apresentao da pea No Pas das Maravilhas

53

Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas As atividades das diferentes linguagens desenvolvidas nesse projeto tiveram como objetivo o conhecimento do repertrio artstico dos alunos.

54

Diretoria de Ensino de Sertozinho / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas / EE Adelino Bazan Teatro

Diretoria de Ensino de Mogi das Cruzes / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Dr. Arlindo Aquino de Oliveira Prof Rosana Vaz

Diretoria de Ensino de Barretos / Arte Ciclo I Projeto No Pas das Maravilhas EE Fabio Junqueira Franco / Prof. Luisa Amar da Silva de Pdua e Vera Lcia Ferreira Escultura

55

Diretoria de Ensino de Barretos / Arte Ciclo I Projeto Alice no Pas das Maravilhas EE Fbio Junqueira Franco / Prof Silvana Teatro

56

Danca

Diretoria de Ensino de Ja / Arte Ciclo I Projeto Dana EE Manuel Rodrigues Ferreira / Aluna Larissa Oliveira / Profs Silvana e Bete Um Trem Feito de Gente

58

Este um texto de fundamentao, o qual contm noes que pretendem lhe dar subsdios para um entendimento do corpo e da dana de uma maneira bastante ampla. Sugiro que voc o leia e o consulte constantemente e, saiba sempre que ele no prescinde da prtica, tudo que est nele contido para ser aplicado, percebido, sentido e refletido no seu, no meu, no nosso corpo, nos corpos de seus alunos. Durante nossa capacitao vamos nos remeter a este texto, frequentemente, assim, poderemos resolver qualquer eventual dvida sobre os conceitos por ora apresentados. Seguem tambm anexos com elementos para exerccios fsicos e o projeto de atividades, propriamente dito.

IntroduoA dana no separada do corpo, ento cabe a ns, Educadores, pensar sobre como entendemos corpo. Por meio do corpo conhecemos. Qualquer operao mental que fazemos que envolva linguagem, pensamento, inferncias inconscientes, memria, conscincia visual, experincia auditiva, imaginao mental, processos emocionais requerem estruturas neuronais, as quais so partes do sistema sensrio-motor. o corpo fsico que formata o que conhecemos por

meio deste sistema perceptual e motor, que faz o contato entre neurnios (as sinapses), que nos mostra as cores e as formas, que nos faz tocar em algo para poder conhec-lo, que ensina que o fogo queima, que a tomada d choque, que nos faz conhecer o calor da mo de um amigo ou de um querido professor, que nos move na cadeira lendo um livro. Portanto, no possvel separar conceitos abstratos, idias e/ou pensamentos da experincia corporal, ela a base primeira do que podemos dizer, pensar, saber e comunicar. Historicamente o corpo (e este o corpo que dana!) sempre foi muito escondido e reprimido (como sabemos disto!). No nos deixemos mais ser contaminados por esta idia de corpo ser coisa e mente algo superior. Corpo tem vrios aspectos, mas tudo (emoo, reflexo, pensamento, percepo, etc., etc., etc.) corpo. Nos nossos melhores e piores momentos o corpo est, o corpo . Sem o corpo no conhecemos, no sentimos e no pensamos. Atualmente, idia do corpo que dana ou que vai danar no mais padronizada, isto , no existe, felizmente, uma ditadura que imponha a necessidade de corpos magros, longilneos. extremamente importante que o aluno saiba que todos os corpos danam. Coregrafos contemporneos fazem questo de ter danarinos de

Lenira Peral Rengel59

diversas nacionalidades em suas companhias, para justamente revelar e dialogar com as diversidades culturais. Se o aluno for ensinado a respeitar as diferenas existentes nos corpos, ele cuidar e aceitar o seu corpo, com a sua prpria peculiaridade e individualidade. No existe um modelo de corpo. O que existe so corpos.

A Dana no EnsinoA Educao falha com o corpo. Pelo fato de no serem suficientemente estimulados, muitos jovens, crianas e mesmo adultos, no percebem o quanto importante o movimento e a dana para o bem-estar e nem mesmo aprendem a desenvolver a apreciao esttica que existe em ambos. Apresentam falta de coordenao motora entre braos e pernas, no tm uma postura saudvel, no sabem por vezes distinguir direita e esquerda, tm falta de equilbrio, por exemplo. A concepo de dana que ns Educadores devemos ter de que ela compreende todos os tipos de movimentos fsicos, emocionais e intelectuais. Trabalhando com nossos alunos e os educando com esta dimenso maior dos componentes do movimento, poderemos lhe oferecer maior vocabulrio corporal e estimularemos sua criatividade. Assim, consequentemente, ele ter um leque maior de recursos para promover a expressividade de si mesmo e do que aprende na Escola e no seu universo cultural. Ao ficar sentada vrias horas a criana e/ou jovem ficam limitados quanto a mo-

Diretoria de Ensino de Itapecerica da Serra / Arte Ciclo I Projeto Um Trem Feito de Gente EE Hlio Luiz Dobrochinski / 1 Srie Prof Simone de Oliveira Moura

A Dana deve atuar na interface entre dana-arte e danaeducao. Por vezes dana-arte e dana-educao atuam em gradaes diferentes e outras concomitantemente.

1 Arte do Movimento, um termocriado por Rudolf Laban (logo adiante mencionado), para designar as mais variadas manifestaes do movimento: no ensino, no trabalho, no palco, na terapia, etc.

vimento e a espao. Seu intelecto, expresso e criatividade tambm sero limitados. nos momentos destinados Dana que o aluno poder ter oportunidade de manejar melhor o seu corpo, conhecendo-o, valorizando-o e confiando nele. Ao entender seu corpo como lugar de comunicao e relacionamento com o mundo, este aluno tambm perceber o corpo de seus colegas e poder, tambm, conhecer a variada e imensa gama de movimentos num momento de anlise e apreciao esttica. Se o professor/educador de Dana conduzir seus alunos para movimentos estereotipados, ele estar conduzindo seus alunos para apenas um limitado aspecto, dos inmeros, que a Arte do Movimento1

60

tem. O conhecimento de princpios gerais e bsicos da linguagem do movimento fornece um instrumental para suas aulas proporcionarem s crianas e jovens uma movimentao menos restrita e mais de acordo com a criatividade e o desenvolvimento infanto-juvenil. Como sabemos que o conhecimento passa pelo corpo, preciso sempre reforar que a Dana - seja a Dana na escola regular ou em academias - no ensino tem, entre outras funes, o papel de acabar com o distanciamento entre aprendizado intelectual e aprendizado motor. Em suma, se desenvolvemos nosso vocabulrio corporal, estaremos, recproca e simultaneamente, desenvolvendo nosso vocabulrio intelectual. A Dana deve atuar na interface entre dana-arte e dana-educao. Por vezes dana-arte e dana-educao atuam em gradaes diferentes e outras concomitantemente. Se, por exemplo, nossos alunos esto estudando mitologia grega e se mostram extremamente interessados e motivados, a ponto de comentarem conosco professores/educadores de Dana, por que no criar uma aula ou uma dana com este tema? Como seria a deusa da sorte, Fortuna, sua roupa, seu tipo de movimentao, seu caminho no espao, seu ritmo? Ou Poseidon, o deus do mar? Assim, realiza-se uma inter-relao entre Artes Visuais, Teatro, Histria, Lngua Portuguesa, Geografia, Msica... e Dana. Existem maneiras de auxiliar por meio da linguagem corporal, a alfabetizao, o

Diretoria de Ensino de Santa Brbara DOeste Arte Ciclo I / Projeto Um Trem Feito de Gente EE Coronel Lus Alves Estao Fundo do Mar

raciocnio matemtico, o desenho, as linguagens verbal e escrita e o auto-conhecimento (do corpo, de suas limitaes e capacidades). A Dana, de forma ldica atravs de proposio de temas, representao de objetos, interpretao de elementos da natureza e jogos expressivos, por exemplo, pode oferecer instrumental para uma dimenso maior do que seja o movimento e possibilitar o entendimento de outras disciplinas, no como simples dramatizao caricata, mas sim como processo criativo de conhecimento. Quando danamos, mediante um tra-

balho prtico que envolva o grupo, uma transformao ocorre, na criana e/ou jovem e/ou adulto pois promove a aceitao de si mesmo e maior receptividade nos relacionamentos com os outros, pois nos faz procurar e criar novos modos de movimento para nos relacionarmos. Deste modo a Dana na Escola atua como instrumento de efetivao social. Sabemos que a Escola s vezes o nico lugar/meio/contexto de acesso educao que pode possibilitar as mnimas condies de insero de um ser/ cidado na sociedade. O papel da Dana no o de criar dan-

61

Diretoria de Ensino de Americana Arte Ciclo I Projeto Quatro Variaes sobre um Tema EE Prof. Maura Arruda Guidolin Criaes / Msica descritiva / Chuva de Vero

arinos profissionais (porm no deixar de perceb-los), o de permitir a vivncia de possibilidades infinitas do universo do movimento, estimulando a experincia do sistema corporal em um amplo sentido: experincia, criao/produo e anlise/apreciao artstica (novamente, entendendo corporal como uma totalidade intelectual, emocional, perceptiva, fsica, etc.).

2 O presente material e proposta de Ensino da Dana baseia-se nas idias de Laban e de pensadores que atualizaram sua forma de tratamento do movimento, entre eles: Bartenieff,1980; Dell, 1970; Maria Duschenes 1970 e 1977-1999; Kestenberg 1977; Newlove, 1995; North 1973; Valerie PrestonDunlop 1963, 1980, 1998 e 2000 ; Russel 1958 e 1975 e Monica A.. Serra 1977, 1979, 1993 e 2000).

Dana EducativaDana Educativa um termo criado por Rudolf Laban2 (1879-1958), um estudioso da movimentao humana que deixou um legado precioso para a cincia do movimento. Criou um mtodo de anlise do movimento e de dana educa-

cional. Foi coregrafo e um dos fundadores da Dana Moderna. Realizou estudos sobre eficincia e cansao no trabalho. Tornou possvel a criao de uma dana pessoal e expressiva, ao mesmo tempo que valorizava o prazer das pessoas danarem em grupo. Os Temas de Movimento de Rudolf Laban so material bsico de aprendizagem e ensino para professores em todo o mundo. Seu mtodo eficaz para profissionais de diferentes reas ligadas expresso do corpo. Laban estudou e frisava enfaticamente a importncia da conscientizao das influncias recprocas e simultneas entre a ao e os processos intelectuais e emocionais. Em todos seus escritos deixou claro que quando empregava a palavra corpo ou corporal, estava querendo significar todos os aspectos do corpo. A tcnica tradicional de Ensino da Dana se ocupa do domnio dos movimentos especficos para determinados tipos de dana. Como sabido, o domnio de exerccios fsicos isolados no refora a conscincia do movimento. A Dana Educativa abrange mais que a dana no sentido restrito que esta por vezes desempenha, sendo apenas um aprendizado de passos. importante estudar e analisar um movimento em particular, conhecer e treinar diferentes modalidades, tcnicas e esportes. No entanto, a Dana Educativa nos educa, artstica e criativamente, para a compreenso, prtica e apreciao das inmeras e variadas manifestaes de movimento sejam eles gestos, posturas, passos, ou movimentos sucessivos, simul-

62

tneos, rituais, simtricos, assimtricos, entre outros tipos de movimento. A Dana Educativa trata de princpios mais gerais do movimento.

A Arte do Movimento: Dana EducativaRudolf Laban, na sua observao do movimento humano, fruto de anos de pesquisa, buscou codificar princpios gerais do movimento. O que h de comum entre um salto de um danarino, uma armada de um capoerista, um saque de um tenista, um operrio nas caladas das cidades com uma britadeira, uma criana correndo, um aluno escrevendo anotaes de aula, uma pessoa lavando roupa? Podemos analisar todos estes movimentos por meio dos elementos qualitativos que os compem. Laban classificou os elementos e/ou fatores do movimento (mais uma vez lembrando que Dana feita de movimentos) como Fluncia, Espao, Peso e Tempo. Estes fatores compem os movimentos, em maior ou menor grau de manifestao. Todos os seres humanos tm uma forma de lidar com o espao, um ritmo ao falar ou se mexer (tempo), uma intensidade ao pegar nas coisas ou nas pessoas (peso) e um jeito de expressar este espao, peso e tempo que o fator fluncia. Podemos usar palavras diferentes para expressar conceitos similares aos de Laban, por exemplo para a palavra peso, comum ouvir intensida-

de, fora, energia, tenso. Todas fazem parte de peso, no mesmo? possvel afirmar que Laban discriminou quatro palavras bastante abrangentes (Fluncia, Espao, Peso e Tempo) para falar do alfabeto do movimento. Acrescentando mais exemplos, com o intuito de mostrar a abrangncia destas quatro palavras podemos pensar que: Espao abrange: linhas, formas, volumes, reto e/ou retas, curvas, direto, sinuoso, etc.; Tempo abrange: ritmo, durao, pulsao, etc.; Fluncia abrange: expanso, projeo de sentimentos e/ou emoes, conteno, etc. Por meio do instrumental da Dana Educativa, a criana e/ou jovem descobre como seu movimento e poder desenvolver outras caractersticas. Se o movimento da pessoa mais para o leve, em termos de fator peso (ela tem esta caracterstica em seu corpo), mas poder conhecer o firme e domin-lo, para poder ser utilizado na vida (h momentos que uma pessoa suave e flexvel, precisa ser firme e direta, por exemplo). O Ensino da Dana no pode realizarse efetivamente sem esta noo de como so os movimentos que a compem. No se trata apenas de dar um giro, mas de como dar um giro. Qual tipo de uso do espao do giro? Um giro mais rpido ou lento? Um giro leve, mais ou menos leve? Este como se executa um movimento chamado de qualidade do movimen-

Arte Ciclo I Projeto Um Trem Feito de Gente EE Eurico Silva Bastos / 1 a 4 Sries Prof Maria Leandra Nepomuceno Esticar, dobrar, torcer

Arte Ciclo I Projeto Um Trem Feito de Gente

63

to, isto , ele executado como? De maneira leve ou firme ou mais ou entre leve e firme? Como o uso do Espao? Mais sinuoso ou mais direto? Conhecendo, experienciando, praticando minuciosamente todas as nuances (do mais leve ao mais firme, do rapidssimo ao lentssimo) das qualidades dos fatores de movimento possvel desenvolver o domnio para uma gama de recursos extremamente ampla do universo do movimento e por consequncia a amplitude de interesses intelectuais, emocionais e expressivos aumenta (mais uma vez afirmamos que o processo de conhecimento recproco e simultneo entre intelecto e sistema sensoriomotor). Junto esta experincia de maior dimenso da Dana, a capacidade de fruio e/ou apreciao e anlise de um trabalho

artstico, profissional ou amador, de movimento e dana tambm se realiza, j que o aluno tem mais recursos de conhecimento de uma linguagem (a do corpo). Demonstro a seguir, com o objetivo de aprofundar o conhecimento de caractersticas fundamentais do material da dana, os fatores de movimento, sua descrio, suas qualidades. Caractersticas que s sero compreendidas, mais amplamente, a partir de experimentao, experincia, e anlise. extremamente necessrio frisar que o presente texto e instrumental de ensino no prescinde da prtica. Os FATORES de MOVIMENTO e suas caractersticas:

Fator de Movimento FLUNCIAA fluncia do movimento sempre est acontecendo, mesmo que no percebamos

Arte Ciclo I Projeto Um Trem Feito de Gente

a olho nu. Imagine que o seu corao est batendo, o sangue correndo, os rgos em atividade. A fluncia ou fluxo do movimento uma ininterrupta conexo de aes que se do em tridimensionalidade: a natureza e/ou os elementos e/ou os seres emergem e afundam, alargam e se estreitam, avanam e se retraem. O fluxo no tem aspectos internos e/ou externos. O fluxo dentro e fora simultaneamente. A fluncia pode ser mais ou meno