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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DIRECÇÃO-GERAL DE INOVAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR ENSINO RECORRENTE DE NÍVEL SECUNDÁRIO PROGRAMA DE HISTÓRIA B 10º e 11º anos CURSO CIENTÍFICO-HUMANÍSTICO DE CIÊNCIAS SOCIOECONÓMICAS Autoras Benedicta D.Vieira Clarisse Mendes (Coordenadora) Cristina Silveira Homologação 13/12/2004

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MINISTRIO DA EDUCAO

DIRECO-GERAL DE INOVAO E DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

ENSINO RECORRENTE DE NVEL SECUNDRIO

PROGRAMA DE HISTRIA B

10 e 11 anos

CURSO CIENTFICO-HUMANSTICO DE CINCIAS SOCIOECONMICAS

Autoras

Benedicta D.Vieira

Clarisse Mendes (Coordenadora)

Cristina Silveira

Homologao

13/12/2004

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ndice

1. Introduo ........................................................................................................................ pg. 3

2. Apresentao do Programa...................................................................................................... 6 2.1. Finalidades......................................................................................................................... 6

2.2. Objectivos........................................................................................................................... 6

2.3. Competncias a desenvolver.......................................................................................... 7

2.4. Viso geral dos contedos/temas................................................................................... 9

2.5. Sugestes metodolgicas gerais........................................................................................11

2.6. Recursos............................................................................................................................14

2.7. Avaliao........................................................................................................................... 14

3. Desenvolvimento do programa...............................................................................................16 3.1. Estrutura dos mdulos.......................................................................................................16

3.2. Conceitos operatrios e conceitos metodolgicos............................................................ 18

3.3. Contedos / Conceitos / Aprendizagens especficas dos mdulos .................................. 20

10 ANO Mdulo 1...................................................................................................20

Mdulo 2...................................................................................................26

Mdulo 3...................................................................................................31

11 ANO Mdulo 4..38

Mdulo 5..44

Mdulo 6 .50

4. Bibliografia................................................................................................................................56

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1. Introduo

As exigncias de formao nas sociedades contemporneas tornaram indispensvel o lanamento

de processos conducentes melhoria das qualificaes (culturais, tcnicas, profissionais e pessoais)

dos seus membros. Neste contexto se integram as medidas respeitantes reviso dos planos

curriculares do nvel secundrio de educao, agora dotados de maior maleabilidade e de

instrumentos mais adequados ao presente.

Na reviso acima referida, o ensino recorrente de nvel secundrio, contemplado com planos de

estudo idnticos ao do restante ensino secundrio, recebe especial ateno. Assim, as mudanas

introduzidas no sistema de ensino reduzem a clivagem entre os alunos do ensino secundrio e os do

ensino recorrente de nvel secundrio, respeitando embora a especificidade de um modelo adequado

a alunos que, por razes diversas, ou no acederam na idade prpria ao ensino secundrio ou que,

tendo-o iniciado, no o completaram. Por isso, identidade entre planos de estudo corresponde

igualmente uma identidade de programas que sofrem as adaptaes necessrias satisfao das

exigncias da formao de adultos em contexto escolar, no modelo de mdulos capitalizveis.

No plano curricular aplicado ao ensino secundrio e ao ensino recorrente de nvel secundrio, a

Histria encontra-se integrada em Cursos Cientfico-Humansticos e em Cursos Tecnolgicos.

Nos Cursos Cientfico-Humansticos, prioritariamente orientados para a continuao de estudos e

em que a componente de Formao Especfica se destina a preencher a vertente cientfica no

domnio de conhecimento do respectivo curso, a disciplina apresenta um destaque diferente, de

acordo com a orientao do plano curricular a que respeita. No Curso de Cincias Sociais e

Humanas e no de Cincias Socioeconmicas, a Histria integra a componente de formao

especfica, sendo-lhe atribudo o nmero mximo de horas semanais previsto no currculo do ensino

secundrio. No entanto, enquanto que no primeiro daqueles cursos a disciplina de Histria de

frequncia obrigatria, e abrange os trs anos do ciclo de estudos, no Curso de Cincias

Socioeconmicas, a que o presente programa respeita, a disciplina optativa e bianual,

apresentando a carga horria semanal em trs unidades lectivas de 90 minutos.

s diferentes situaes enunciadas correspondem, portanto, programas distintos, respectivamente,

programas de Histria A e de Histria B. Contudo o sistema de ensino prev, ainda em obedincia

ao princpio de adequao s necessidades de formao, a possibilidade de o aluno rever o seu

percurso, sendo-lhe permitida a transio quer entre os Cursos Tecnolgicos e os Cientfico-

Humansticos quer dentro destes ltimos. Esta condio torna, obviamente, indispensvel a

existncia de linhas de articulao entre os diversos programas, as quais repousam, sobretudo, no

mesmo entendimento de dois aspectos que se encontram intimamente relacionados - o da

construo do conhecimento histrico e o das virtualidades formativas da disciplina.

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Tal como acontece em outros domnios cientficos, tambm a Histria tem vindo a mudar:

formulam-se novas hipteses, identificam-se novos objectos, diversificam-se metodologias,

estabelecem-se relaes mais amplas com outros saberes, constroem-se novas interpretaes.

Porm, este alargamento do campo historiogrfico tem vindo, simultaneamente, a evidenciar a

inevitvel revisibilidade do conhecimento ou mesmo a dificuldade em elaborar snteses de grande

dimenso, outrora julgadas possveis - aspecto que torna complexa a seleco dos domnios que

devem ser estabelecidos como objecto de estudo, no ensino secundrio.

Ora, a necessidade de interpretar as realidades sociais contemporneas e de encontrar fios de

inteligibilidade entre as grandes questes nacionais e os problemas decorrentes de uma

globalizao cada vez mais envolvente, constitui seguramente uma condicionante das escolhas a

efectuar pelos candidatos que se inscrevem no ensino recorrente de nvel secundrio em cursos de

Cincias Sociais. Nesta perspectiva, a Histria, cujo objectivo ltimo , afinal, a compreenso da vida

do homem em sociedade, configura-se como uma disciplina de eleio.

Acresce que a natureza terminal do ciclo de estudos que o ensino secundrio constitui torna

inevitvel operar uma seleco no conjunto de opes que o campo historiogrfico patenteia. O

eixo organizador da seleco encontra-se, no caso presente, na concepo de Histria que se

perfilha. Entende-se o conhecimento histrico como decorrente de uma construo rigorosa,

resultante da confrontao de hipteses com os dados obtidos na pesquisa e na crtica exaustiva de

fontes diversificadas, circunscritas num tempo e num espao identificados. Esse conhecimento

decorre, portanto, da compatibilizao de um registo descritivo com uma dimenso problematizante

e explicativa, j que , inquestionavelmente, interpretao de mudanas. Perfilha-se, assim, uma

concepo de Histria abrangente das diversas manifestaes da vida das sociedades humanas,

sensvel interaco entre o individual e o colectivo e multiplicidade de factores que, em diversos

tempos e espaos, se tornaram condicionantes daquilo que hoje somos. Considera-se, alis, que a

dificuldade na elaborao de snteses, acima referida, no pode empurrar-nos nem para uma

diluio dos objectos de estudo nem para a sua limitao ao factolgico, numa perspectiva redutora.

Importa, portanto, circunscrever reas do conhecimento historiogrfico que patenteiem aspectos

significativos da evoluo da humanidade e que integrem linhas de reflexo problematizadoras das

relaes entre o passado e o presente. Importa, alm disso, mobilizar a diversidade de campos de

observao, para tornar consciente a relatividade das escolhas efectuadas pela humanidade,

fortemente inseridas num tempo e num espao determinados.

As opes tomadas tm expresso na eleio de finalidades e de objectivos que dimensionam a

vertente formativa da disciplina e se operacionalizam num campo alargado de competncias.

Finalidades, objectivos e competncias devem ser permanentemente visados ao longo de todos os

mdulos que compem o programa e recebem a mesma formulao para os alunos do ensino

secundrio em regime diurno e para os do ensino recorrente de nvel secundrio. Na verdade, dado

que as formulaes inicialmente estabelecidas foram elaboradas numa perspectiva de formao

contnua, adequada ao perfil de jovens que, sada do ensino secundrio, se encontram j no limiar

da idade adulta, no se considera haver lugar a alteraes neste modelo de ensino integrado no

sistema de educao e formao de adultos.

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Do ponto de vista pedaggico adoptou-se no programa uma orientao construtivista, j que s o

envolvimento dos alunos em experincias de aprendizagem significativas proporcionar a

constituio de um quadro de referncias inegavelmente til, porque objecto de apropriao.

Algumas adaptaes permitiro a adequao das propostas do programa ao ensino recorrente de

nvel secundrio. Nas metodologias que se considera indispensvel promover, para uns e outros

alunos, a anlise das fontes tem um papel insubstituvel. Com efeito, ela contribuir para o

desenvolvimento de uma perspectiva crtica, e proporcionar tambm o reforo de uma dimenso

tica, j que as inferncias a efectuar repousaro em argumentos de carcter documental. Abre-se

desse modo o campo para as aquisies cientficas slidas e, simultaneamente, ao nvel do agir,

para a integrao de hbitos de ponderao de opes, promotores da interveno consciente e

democrtica na vida colectiva.

Como se exps, a elaborao dos diferentes programas de Histria dos Cursos Cientfico-

Humansticos partiu de uma mesma concepo de conhecimento histrico e do papel da disciplina

na formao do aluno. Contudo, tendo em conta que os perfis de sada dos diversos cursos

orientaro os alunos para diferentes formaes no ensino superior, foi na seleco dos contedos

que foram estabelecidas as necessrias diferenas entre os programas de Histria A e B. Reafirma-

se porm que os contedos, por si s, no permitiro o desenvolvimento das competncias

consideradas essenciais; necessitam de ser integrados num todo coerente, mobilizados atravs de

metodologias e de recursos que se adequem s competncias estabelecidas como horizonte

desejvel.

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2. Apresentao do Programa 2.1. Finalidades

- Promover o desenvolvimento de competncias que permitam a problematizao de relaes entre o passado e o pre-

sente e a interpretao crtica e fundamentada do mundo actual.

- Desenvolver a capacidade de reflexo, a sensibilidade e o juzo crtico, estimulando a produo e a fruio de bens

culturais. - Favorecer a autonomia pessoal e a clarificao de um sistema de valores, numa perspectiva humanista

- Desenvolver a conscincia da cidadania e da necessidade de interveno crtica em diversos contextos e espaos

2.2. Objectivos

- Desenvolver atitudes de curiosidade intelectual, de pesquisa e de problematizao, face ao saber adquirido e a

novas situaes.

- Desenvolver a capacidade de autocrtica, de abertura mudana, de compreenso pela pluralidade de opinies e

pela diversidade de modelos civilizacionais.

- Aprofundar a sensibilidade esttica e a dimenso tica, clarificando opes pessoais.

- Desenvolver hbitos de participao em actividades de grupo, assumindo iniciativas e estimulando a interveno de

outros.

- Desenvolver a conscincia dos problemas e valores nacionais, dos direitos e deveres democrticos e do respeito

pelas minorias.

- Interpretar o contedo de fontes, utilizando tcnicas e saberes adequados respectiva tipologia.

- Aplicar instrumentos de anlise das cincias sociais na construo do conhecimento histrico.

- Formular hipteses explicativas de factos histricos.

- Utilizar correctamente o vocabulrio especfico da disciplina.

- Desenvolver hbitos de organizao do trabalho intelectual, utilizando diversos recursos e metodologias.

- Sistematizar conhecimentos e apresent-los, utilizando diversas tcnicas.

- Identificar o conhecimento histrico como um estudo, cientificamente conduzido, do devir das sociedades no tempo

e no espao.

- Identificar os factores que condicionam a relatividade do conhecimento histrico.

- Interpretar o dilogo passado-presente como um processo indispensvel compreenso das diferentes pocas,

civilizaes e comunidades.

- Reconhecer a complementaridade das perspectivas diacrnica e sincrnica, na anlise histrica.

- Reconhecer as interaces entre os diversos campos da histria econmico, social, poltico, institucional, cultural e

de mentalidades entre os diversos nveis de integrao espacial, do local ao mundial e do central ao perifrico,

bem como entre os indivduos e os grupos.

- Compreender a dinmica histrica como um processo de continuidades, mudanas e ritmos de desenvolvimento

condicionados por uma multiplicidade de factores.

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2.3. Competncias a desenvolver As Finalidades e Objectivos enunciados constituem linhas de orientao do processo de ensino e de

aprendizagem, esperando-se que, no final do ciclo de estudos, os alunos evidenciem as seguintes

competncias:

- Pesquisar, de forma autnoma mas planificada, em meios diversificados, informao relevante para assuntos em estudo, organizando-a segundo critrios de pertinncia;

- analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informao, implcita e explcita, assim como os respectivos limites para o conhecimento do passado;

- analisar textos historiogrficos, identificando a opinio do autor e tomando-a como uma interpretao susceptvel de reviso em funo dos avanos historiogrficos;

- Situar cronolgica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram;

- identificar a multiplicidade de factores e a relevncia da aco de indivduos ou grupos, relativamente a fenmenos histricos circunscritos no tempo e no espao;

- situar e caracterizar aspectos relevantes da histria de Portugal, europeia e mundial;

- relacionar a histria de Portugal com a histria europeia e mundial, distinguindo articulaes dinmicas e analogias / especificidades, quer de natureza temtica quer de

mbito cronolgico, regional ou local;

- mobilizar conhecimentos de realidades histricas estudadas para fundamentar opinies, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporneo, e para intervir de modo responsvel no seu meio envolvente;

- Elaborar e comunicar, com correco lingustica e de forma criativa, snteses de assuntos estudados:

o estabelecendo os seus traos definidores;

o distinguindo situaes de ruptura e de continuidade;

o utilizando, de forma adequada, terminologia especfica.

- utilizar as tecnologias de informao e comunicao, manifestando sentido crtico na seleco adequada de contributos;

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- Assumir responsabilidades em actividades individuais e de grupo; - participar em dinmicas de equipa, contribuindo para o estabelecimento de relaes

harmoniosas e profcuas;

- manifestar abertura dimenso intercultural das sociedades contemporneas; - disponibilizar-se para ampliao e aprofundamento da sua formao.

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2.4. Viso geral dos contedos O Programa do Curso de Cincias Socioeconmicas, organizado numa perspectiva cronolgica,

embora no contnua, apresenta quanto aos contedos uma estrutura temtica que permite uma

quase imediata adequao ao regime modular.

A opo por esta estrutura temtica decorreu de duas ordens de razes. Por um lado, a natureza

do trabalho que se pretende realizar ao nvel do ensino secundrio anlise mais exigente de

fontes, ampliao de algumas reas de contedo consideradas fundamentais para a compreenso

do mundo actual, problematizao das relaes passado-presente ou de linhas explicativas

trabalho que no compatvel com uma grande extenso de contedos. Por outro lado, uma vez que

os alunos j tero adquirido no ensino bsico a factologia essencial, especialmente no que respeita

histria de Portugal, e uma viso genrica da evoluo das sociedades, pareceu lgico reservar para

o nvel de ensino secundrio um estudo mais aprofundado de alguns aspectos.

Mesmo no caso do ensino recorrente de nvel secundrio, quer os alunos tenham acedido atravs

de aprovao no ciclo anterior, quer de uma prova diagnstica globalizante, certamente disporo de

competncias que lhes permitam adquirir facilmente os conhecimentos mnimos indispensveis.

Alis, no sentido de promover uma articulao gradual entre a formao anterior e a que agora se

inicia, o primeiro mdulo abre com actividades propeduticas, de anlise de fontes, e prope, antes

da abordagem dos contedos especficos, uma viso genrica dos grandes quadros cronolgicos

subjacentes aos contedos do programa.

Em cada ano do ciclo de estudos estabelecem-se trs mdulos, significativos da realidade histrica

ou determinantes de mutaes, com uma durao de 9 a 12 semanas ajustada natureza dos

temas/contedos e considerando um total de 33 semanas por ano lectivo.

Por razes de pertena e de identidade cultural, deu-se relevo histria da Europa e, tendo em

conta as formaes do ensino superior a que o Curso de Cincias Socieconmicas prioritariamente

se destina, apenas se recuou ao sculo XVI. Com efeito, e embora se tenha procurado focar a

diversidade e as inter-relaes entre os diversos planos o poltico, o institucional, o econmico, o

social, o cultural e o das mentalidades privilegiou-se a histria econmica e social, parecendo

lgico, portanto, iniciar o estudo pela poca em que a reflexo sobre a temtica scio-econmica se

autonomiza.

Pela funo que o estudo da histria do sculo XX pode ter na aquisio de instrumentos que

reforcem uma cidadania interventiva, dedica-se-lhe todo o 12 ano.

Pela importncia que a memria pode assumir, na problematizao das relaes entre o que

somos e o que pretendemos construir, deu-se relevncia histria de Portugal, entendida ora na sua

singularidade ora como exemplo da evoluo mais geral, articulando-a com a histria europeia e a

mundial.

No foram individualizados contedos de histria local, mas foram apontadas articulaes

possveis, no mbito das situaes de aprendizagem sugeridas, cuja concretizao deixada ao

critrio dos professores e das escolas.

10

Ano

Mdulo

1.

ESTUDAR / APRENDER HISTRIA

DINAMISMOS ECONMICOS DA EUROPA NOS SCULOS XVI A XVIII

10

2.

DO ANTIGO REGIME AFIRMAO DO LIBERALISMO

3.

A CIVILIZAO INDUSTRIAL - ECONOMIA E SOCIEDADE; NACIONALISMOS E CHOQUES

IMPERIALISTAS

4.

CRISES, EMBATES IDEOLGICOS E MUTAES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO

SCULO XX

11

5.

PORTUGAL E O MUNDO, DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INCIO DA DCADA DE 80

OPES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL

6. ALTERAES GEOESTRATGICAS, TENSES POLTICAS E TRANSFORMAES

SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL

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2.5. Sugestes metodolgicas gerais A orientao metodolgica a respeitar na docncia do Programa deve atender a duas ordens de

razes convergentes:

- as que decorrem do facto de se estar em presena de um modelo de educao de adultos em

contexto escolar;

- as que so exigidas pela opo construtivista em que o Programa se integra.

Com efeito, no programa homologado em 2001 para o Curso de Cincias Socio-econmicas,

refere-se que os princpios afirmados na Introduo e expressos nas Finalidades e Objectivos

seleccionados para a disciplina, bem como no enunciado de Competncias, requerem a opo por

uma linha metodolgica que enfatize o desenvolvimento de aprendizagens promotoras da autonomia

pessoal e conducentes construo progressiva de um quadro de referncias orientador da

interveno crtica na vida colectiva.

Com esse processo, de reforo da auto-formao e de construo de competncias traduzveis

numa apetncia pela formao ao longo da vida, visa-se a apropriao consciente pelos alunos de

formas de pensar estruturadas e de modos de agir criativos, o que implica a concepo:

- da aula como um espao aberto s dinmicas individuais e de grupo, num equilbrio entre

iniciativas individuais e cooperao;

- do professor como um orientador atento, conciliando o cumprimento da programao com

respostas pedagogicamente adequadas s necessidades dos alunos, procedendo

diversificao de estratgias e necessria individualizao do ensino.

Para que os alunos atinjam os objectivos propostos e venham a evidenciar as competncias

consideradas desejveis, toda uma variedade de recursos e de actividades poder ser mobilizada

pelo professor, no sentido de:

- incentivar e orientar a pesquisa individual em suportes diversos, dentro e fora da sala de

aula;

- estimular a organizao e a recolha de dados recorrendo, nomeadamente, s novas

tecnologias;

- programar a realizao de tarefas que estimulem capacidades de interveno crtica e de

fruio esttica;

- proporcionar condies para a participao dos alunos em actividades que exijam tomadas

de posio de carcter tico.

Em nenhum caso, porm, as actividades de carcter mais inovador ou mais complexo podero

fazer esquecer as bases tradicionais da construo do conhecimento histrico:

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- o comentrio crtico de fontes de diferentes tipologias que propiciem uma recolha de dados

diversificada;

- a elaborao e a anlise de rigorosos quadros cronolgicos que ajudem a estruturar a

informao recolhida;

- a anlise de mapas de localizao dos fenmenos em estudo que conduzam formulao

de hipteses interpretativas sobre a afirmao e difuso dos mesmos.

Acresce que o trabalho de crtica das fontes, alm de evidenciar a forma como se constri um

conhecimento que no se esgota na aquisio de contedos, ter a vantagem suplementar de

proporcionar a transferncia de competncias para um domnio particularmente formativo, de

interveno cvica. Com efeito, numa civilizao onde os mdia so determinantes e a apresentao

de realidades virtuais j um facto, torna-se urgente a construo de slidos processos de

desmontagem da informao, a que a Histria pode dar resposta.

No caso do ensino recorrente de nvel secundrio, a valorizao da modalidade de frequncia

presencial e a definio de um modelo de avaliao contnua, realizado em contexto de turma,

conduzem a que a situao de aula ganhe um espao de afirmao. Porm, as diferenas nos

percursos pessoais dos alunos, nas motivaes que os levaram a inscrever-se no Curso, e o tempo

de que dispem para o aprofundamento da sua formao, exigem do professor grande ateno na

gesto das actividades. Quanto modalidade de frequncia no presencial, o professor dever

disponibilizar, para o Centro de Apoio, elementos para acompanhamento pedaggico e apoio escolar

autoformao dos alunos que os orientem na aquisio das competncias que o programa

estabelece. Em qualquer dos casos, o modelo de mdulos capitalizveis requer, por parte de todos

os alunos, uma planificao cuidada das actividades em que se envolvem, de modo a optimizar

valncias pessoais, canalizando-as eficazmente para as aprendizagens requeridas por cada mdulo,

e a evitar prolongar no tempo, desnecessariamente, a concluso do ciclo de estudos.

Na planificao das actividades convir que a abordagem dos contedos se inicie pelo

levantamento de problemas e que sejam promovidas condies para que os alunos conciencializem

os caminhos percorridos.

Quer no levantamento inicial de problemas, quer na elaborao de pequenas snteses conclusivas,

ser indispensvel chamar-se a ateno para o estabelecimento de relaes passado-presente,

tornando explcitas linhas de articulao entre os conhecimentos adquiridos e as vivncias dos

alunos. Alm disso, necessrio atender vertente narrativa da disciplina, conciliando-a com

abordagens de carcter mais estrutural que, inevitavelmente, tero tambm de ser proporcionadas.

Com efeito, as dificuldades que o estudo da disciplina por vezes coloca prendem-se, sobretudo, com

a compreenso de conceitos referentes a realidades hoje j inexistentes ou com a apreenso da

dimenso temporal da Histria. A procura de nexos de natureza causal, que patenteiem relaes

entre os diferentes perodos, e que evidenciem as transformaes operadas contribuir, decerto,

para a compreenso de questes mais complexas, por parte dos alunos que ingressam no ensino

recorrente, ou que, tendo abandonado o sistema de ensino em tempo, a ele regressam.

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Neste plano curricular, a institucionalizao de unidades lectivas de 90 minutos oferece a

possibilidade de desenvolvimento, na prpria sala de aula, de estratgias mais exigentes em tempo,

nomeadamente de pesquisa individual e de trabalho em equipa. Caso se verifiquem dificuldades na

realizao de trabalhos em equipa poder ser adoptada, como estratgia, a definio contratual de

trarefas individuais, com ajustamento de prazos consensualmente aceites, contribuindo para a

responsabilizao perante o colectivo e a dignificao do modelo de ensino recorrente de nvel

secundrio. Na verdade, este modelo no pode ser secundarizado e o grau de rigor cientfico e tico no pode ser diferente do que exigido no restante ensino secundrio.

Podero ainda ser agendados debates, abertos com vantagem aos alunos do regime no

presencial, em que a documentao proporcionada pelo professor e a pesquisa dos alunos

sustentaro a participao individual. Como sempre, cabe ao professor promover o interesse pela

partilha de conhecimentos e opinies e estimular a sua expresso oral, harmoniosa e profcua, em

obedincia s competncias estabelecidas no programa.

Em todos os mdulos apresentada, com carcter de sugesto, uma vasta gama de actividades,

contextualizadas em situaes de aprendizagem, ficando os professores livres, como sempre, para

optarem por outras, mais consentneas com necessidades da escola ou dos alunos. Por outro lado,

os prprios alunos, adultos com percursos diversificados, podero contribuir com as suas valncias

para a realizao de trabalhos, porventura mais exigentes em recursos. No caso do primeiro mdulo,

as actividades iniciais devero assumir um carcter propedutico, porm, em todos os mdulos, s

uma planificao cuidada das actividades pode propiciar condies para a execuo de reais

trabalhos prticos e conduzir a uma efectiva apropriao, por todos os alunos, dos contedos em

estudo. A programao dessas actividades exigir, naturalmente, a constituio de equipas de

professores da mesma escola, com o objectivo de assegurar a elaborao dos materiais que

suportem, de forma coerente e adequada, as actividades a realizar pelos alunos, situao em que

ser importante um bom funcionamento do Centro de Apoio.

No trabalho visado tambm indispensvel que o professor se preocupe com a forma como os

alunos estudam. Importar discutir formas de utilizar os manuais e processos de ampliar e

diversificar a informao neles contida. Ser tambm importante suscitar a consulta de obras

historiogrficas acessveis, sendo propiciada informao sobre a elaborao de fichas bibliogrficas

e fichas de leitura. Por outro lado, na pesquisa e organizao de informao, deve existir cuidado em

sensibilizar os alunos para o distanciamento necessrio relativamente apropriao do

conhecimento produzido por outros e, no limite, para a propriedade do trabalho intelectual.

Os registos escritos de tipo diversificado produzidos pelos alunos, bem como a apresentao oral

de actividades realizadas, devem ser, no ensino secundrio, particularmente cuidados. Caber ao

professor, na perspectiva de transversalidade da lngua portuguesa, consciencializar os alunos da

necessidade de aperfeioarem a sua produo lingustica.

14

A finalizar relembra-se que o acompanhamento individualizado dos alunos nas actividades e o

respeito pelos seus ritmos e opes de aprendizagem no pode fazer esquecer a gesto global de

cada mdulo. Para todos se encontra fixada uma orientao global, a concretizar no final do nmero

de tempos lectivos que lhes est destinado.

2.6. Recursos O cumprimento da linha metodolgica proposta exige a mobilizao da Escola, no sentido de serem facultados a alunos e professores os recursos essenciais.

Para o ensino recorrente de nvel secundrio, tal como para o restante ensino secundrio, ao

nvel das salas de aula devero ser criadas condies que permitam a utilizao do retroprojector e

do projector de diapositivos; as salas devero ainda ter expositores de parede para apresentao de

projectos em curso e de trabalhos j realizados.

Ser tambm essencial que a escola mobilize os seus recursos globais na criao ou

dinamizao de um centro de recursos de fcil acesso que integre:

- biblioteca apetrechada com as obras de consulta geral indicadas no programa atlas,

dicionrios, enciclopdias, histrias gerais e com publicaes peridicas, no mbito da

Histria e das Cincias Sociais;

- mediateca com recursos em suportes variados.

- rea/s equipada/s com meios que permitam a recolha de informao (gravadores udio e

vdeo, mquina fotogrfica), com meios informticos (PC ligados em rede, com acesso

Internet) e de apresentao pblica da informao recolhida e produzida (datashow).

Considera-se, ainda, de interesse que a escola dinamize a formao de um centro de

documentao de histria local e regional.

Para l destas condies gerais, todas as escolas, de acordo com o que se encontra

estabelecido, devero ter a funcionar, com o apoio de professores, e se possvel com actividades

orientadas para ensino distncia, um Centro de Apoio. Nele certamente encontraro apoios

individualizados os alunos que optem pela modalidade de frequncia no presencial mas, tambm,

os que optem pela modalidade de frequncia presencial.

2.5. Avaliao

Tal como para a orientao metodolgica, tambm na avaliao necessrio ponderar a

especificidade do ensino recorrente.

No caso da modalidade de frequncia presencial, trata-se de compatibilizar a avaliao contnua - em que, de acordo com a linha metodolgica seleccionada, a avaliao entendida como

elemento regulador da aprendizagem - com a avaliao sumativa, orientada para a capitalizao do

mdulo.

No que respeita avaliao contnua, a planificao das prticas de avaliao no se reveste de um

carcter autnomo; ela deve fazer parte do processo de gesto das aprendizagens, contribuindo

15

para o fornecimento de informao relevante na perspectiva do professor e na do aluno. Com efeito,

convm que o professor no encare a planificao de cada unidade de ensino numa perspectiva

formalista que atomize objectivos em torno de cada contedo e se traduza numa opo redutora,

perdendo de vista a orientao geral da aprendizagem; mas convm, igualmente, que se no centre

apenas no desenvolvimento das estratgias / actividades, j que estas so apenas um meio de

suscitar a interiorizao do conhecimento e dos modos de fazer. A avaliao , pois, indispensvel

ao professor, para a obteno de informao sobre a adequao dos actos de ensino s aquisies

desejadas. Por outro lado, importa que os alunos possam perspectivar os seus progressos,

envolvendo-se na construo progressivamente mais consciente das aprendizagens.

Releva-se, pois, o carcter formador da avaliao, em que o diagnstico tem uma funo

instrumental.

A avaliao interna deve assim garantir o acompanhamento da progresso do trabalho a realizar

em cada mdulo, revestindo formas adequadas s competncias cuja consecuo se pretende testar

e sendo sensvel aos processos e no apenas aos produtos. O que implica que, para alm de testes

escritos, sejam aplicadas listas de verificao, fichas de observao e outros instrumentos sensveis

especificidade do desempenho das tarefas, tendo-se conscincia de que, em alguns domnios, s

no mdio prazo sero evidentes os resultados.

Tal como estipula a Portaria n. 550-E/2004, de 21 de Maio, no seu art 19, os alunos inscritos

na modalidade de frequncia presencial devem ser objecto de avaliao sumativa, incidindo sobre as

aprendizagens que se encontram devidamente assinaladas no final de cada mdulo.

No que respeita aos alunos em modalidade de frequncia no presencial, dever ser proporcionado no Centro de Apoio o necessrio acompanhamento pedaggico, incluindo fichas de

auto-correco. O professor poder, alis, promover tambm o interesse destes alunos na

organizao de porteflios que os ajudem a reflectir sobre o avano das suas aprendizagens e

sustentem a discusso, com o professor, de assuntos em estudo. O referido acompanhamento

poder facilitar o sucesso nas provas de avaliao para capitalizao de mdulos, provas que, na

sua qualidade sumativa incidem, como se referiu, sobre as aprendizagens estruturantes assinaladas

no final de cada mdulo.

De modo a auxiliar o professor a estabelecer as linhas de orientao relativamente s metas da

avaliao sumativa, o Programa assinala os contedos de aprofundamento, bem como os conceitos

e as aprendizagens consideradas estruturantes. Assim, nesse enunciado que, como acima se

referiu, o Professor encontra suporte para a avaliao sumativa direccionada para a capitalizao de

cada mdulo.

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3. Desenvolvimento do programa

3.1. Estrutura dos mdulos

Cada mdulo abre com um conjunto de informaes, de natureza genrica, em que se estabelece:

- a durao do mdulo;

- a orientao geral;

- a gesto dos blocos reservados aos contedos de aprofundamento.

A orientao geral, clarifica: - o mbito cronolgico do mdulo;

- as vertentes mais significativas a explorar no tratamento dos contedos e o grau de

relevncia que lhes atribudo, estabelecendo-se, por isso, os que devem ser considerados

de aprofundamento, com a indicao do nmero de aulas que lhes deve ser reservado.

Aps a orientao geral, apresentam-se, em cada mdulo, dois quadros.

O primeiro quadro integra o enunciado global de competncias estabelecido para o programa, enunciado presente em todos os mdulos, dado que, no modelo de ensino recorrente de nvel

secundrio por mdulos capitalizveis, qualquer mdulo assume carcter terminal.

O segundo quadro contempla:

- a rubricao dos contedos, destacando os de aprofundamento; - os conceitos/noes especficos, indicados no primeiro momento em que o seu

conhecimento se torna indispensvel, assinalando-se (com asterisco) os estruturantes; - um conjunto de sugestes metodolgicas e de recursos, tendo em vista a organizao de

situaes de aprendizagem.

Quanto aos contedos, so considerados de aprofundamento: - os que se centram em aspectos definidores da temtica essencial do mdulo;

- os que se referem a especificidades do processo histrico portugus;

- os que se revestem de uma dimenso problematizadora.

Os restantes contedos respeitam:

- a enquadramentos gerais, destinados a identificarem os tempos e os espaos em que se

processam as transformaes que sero objecto de estudo;

- a articulaes com outros momentos/fases da histria europeia ou mundial;

- a reas que foram j objecto de tratamento no ensino bsico ou que fazem parte de uma cultura

geral de nvel bsico.

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Aos contedos de aprofundamento dever corresponder um maior nmero de aulas e a opo por estratgias que suscitem um maior envolvimento dos alunos. Relativamente s situaes de aprendizagem, elas apontam em duas direces:

- a indispensabilidade do recurso anlise de fontes, de quadros cronolgicos, de mapas e

elaborao orientada de glossrios;

- a possibilidade de organizao de actividades diversificadas, tendo em ateno a existncia

de aulas de 90 m.

Em todas elas, apenas se trata de sugestes; ou seja, nem se revestem de obrigatoriedade nem

se destinam realizao exaustiva. E porque ao professor compete tambm um importante papel na

construo do currculo, cada professor, nos contextos da escola, das turmas e dos alunos com

quem desenvolve o trabalho, decidir quais as estratgias e os recursos mais adequados, desde que

constituam conjuntos coerentes, organizados em actividades prticas.

A finalizar o mdulo encontra-se a listagem das aprendizagens finais estabelecidas para o mdulo, e que orientam a avaliao sumativa. Os enunciados das aprendizagens tm carcter deliberadamente amplo, em consonncia com as trs vertentes dos objectivos gerais da disciplina, e

com as competncias que se pretendem promover, assinalando-se (com duplo asterisco) aquelas

que devem ser entendidas como estruturantes.

O conjunto dos mdulos antecedido por uma listagem de conceitos operatrios e de conceitos metodolgicos de mbito geral que, em virtude da sua transversalidade, no foram inseridos nos mdulos. Obviamente, no se destinam a ser objecto de teorizao - so encarados como subjacentes ao desenvolvimento do conjunto dos contedos, razo pela qual se apresentam em

quadro global, antecedendo a apresentao dos mdulos. Na verdade, s no mdio / longo prazo, no

decurso do ciclo de estudos que o ensino secundrio constitui, se espera que a apropriao destes

conceitos se efectue. O seu enunciado apresentado, sobretudo, no sentido de constituir um

referencial permanente da aco do professor.

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3.2.Conceitos operatrios e conceitos metodolgicos Conceitos Operatrios

Temporalidade Espacialidade Nveis de anlise Campos de problematizao Mutao

Tempo curto

Tempo cclico

Longa durao

Local

Regional

Nacional

Civilizacional

Mundial

Evento

Conjuntura

Estrutura

Diacronia

Sincronia

Periodizao

Poltico

Econmico

Social

Cultural

Institucional

Mentalidades

Ruptura

Crise

Revoluo

Conceitos Metodolgicos

Fontes Operaes Mtodos

Documento

Fontes escritas

Fontes monumentais

Fontes paisagsticas e naturais

Fontes da civilizao material

Fontes orais

Dado histrico

Heurstica

Crtica externa

Crtica interna

Hiptese

Modelo

Tendncia

Sntese histrica

Cincias anexas da Histria

Mtodo indutivo

Mtodo comparativo

Mtodo quantitativo

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10 ANO

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Ensino Secundrio Recorrente - HISTRIA B Mdulo 1 ESTUDAR / APRENDER HISTRIA DINAMISMOS ECONMICOS DA EUROPA NOS SCULOS XVI A XVIII

Durao do Mdulo 12 semanas

Gesto do Mdulo: No conjunto de 36 unidades lectivas de 90 minutos, 7 destinam-se s actividades de carcter propedutico; das restantes, 12 unidades lectivas devem ser reservadas para o ponto 4. considerado de aprofundamento.

Orientao Geral O mdulo 1 desenvolve-se em dois momentos: o primeiro, de carcter propedutico; o segundo, de abordagem de contedos especficos. As actividades de carcter propedutico destinam-se a:

- conhecer a situao dos alunos, a partir de uma avaliao diagnstica, relativamente ao conhecimento histrico e s competncias especficas com ele relacionadas ;

- valorizar os saberes dos alunos, visando o desenvolvimento de atitudes favorveis aprendizagem; - sensibilizar para a importncia da anlise das fontes na construo do conhecimento histrico; - proceder recuperao orientada dos grandes quadros cronolgicos e espaciais globais proporcionados pela escolaridade bsica e introduzir o quadro

geral subjacente aos mdulos do Programa do ensino secundrio. O carcter propedutico das actividades a desenvolver exclui quaisquer teorizaes sobre metodologia da Histria e sobre o estatuto epistemolgico do conhecimento histrico. Os contedos especficos do ensino secundrio estabelecidos para o mdulo 1 proporcionam o estudo da evoluo econmica da Europa na poca moderna, devendo ser desenvolvidos de acordo com a seguinte orientao:

- perspectivar as relaes que as sucessivas reas dominantes do capitalismo mercantil estabeleceram com reas subordinadas;

- salientar, como denominador comum, a matriz mercantilista do processo e o seu significado na ecloso do capitalismo industrial e financeiro;

- realar a importncia de Portugal no sculo XVI e as polticas econmicas adoptadas ao longo dos sculos XVII e XVIII.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 1 - COMPETNCIAS

O mdulo 1, tal como os restantes que compem o ciclo de estudos, deve proporcionar o desenvolvimento das competncias que se enunciam:

- Pesquisar, de forma autnoma mas planificada, em meios diversificados, informao relevante para assuntos em estudo, organizando-a segundo critrios de pertinncia; - analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informao, implcita e explcita, assim como os respectivos limites para o conhecimento do passado; - analisar textos historiogrficos, identificando a opinio do autor e tomando-a como uma interpretao susceptvel de reviso em funo dos avanos historiogrficos; - Situar cronolgica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram; - identificar a multiplicidade de factores e a relevncia da aco de indivduos ou grupos, relativamente a fenmenos histricos circunscritos no tempo e no espao; - situar e caracterizar aspectos relevantes da histria de Portugal, europeia e mundial; - relacionar a histria de Portugal com a histria europeia e mundial, distinguindo articulaes dinmicas e analogias / especificidades, quer de natureza temtica quer de mbito cronolgico, regional ou local; - mobilizar conhecimentos de realidades histricas estudadas para fundamentar opinies, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporneo, e para intervir de modo responsvel no seu meio envolvente;

- Elaborar e comunicar, com correco lingustica e de forma criativa, snteses de assuntos estudados: o estabelecendo os seus traos definidores; o distinguindo situaes de ruptura e de continuidade; o utilizando, de forma adequada, terminologia especfica.

- utilizar as tecnologias de informao e comunicao, manifestando sentido crtico na seleco adequada de contributos;

- Assumir responsabilidades em actividades individuais e de grupo; - participar em dinmicas de equipa, contribuindo para o estabelecimento de relaes harmoniosas e profcuas; - manifestar abertura dimenso intercultural das sociedades contemporneas; - disponibilizar-se para ampliao e aprofundamento da sua formao.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 1

Contedos

Conceitos/Noes Situaes de aprendizagem - Sugestes

A Histria: tempos e espaos . Quadros espcio-temporais; perodos histricos e momentos de ruptura. . Processos evolutivos; a multiplicidade de factores . Permutas culturais e simultaneidade de culturas. . Histria nacional e histria universal interaces e especificidade do percurso portugus. O Programa do Ensino Secundrio viso espcio-temporal

xxxxxxxxxxx 1.Uma Europa a dois ritmos: predominncia rural e dinamismo dos centros urbanos; as hesitaes do crescimento.

2. A afirmao da fachada atlntica Lisboa, Sevilha e Anturpia

2.1. Fortuna e fragilidade dos Imprios Ibricos

- Precocidade de Portugal na formao de um imprio transocenico: monoplio rgio, nobreza de servio e papel fulcral dos mercadores; escassez de recursos humanos e de meios de pagamento.

Fonte histrica Tempo histrico Cronologia Periodizao Patrimnio Condicionalismo Efeito Cincias Sociais Economia pr-industrial * Crise demogrfica Casa da ndia Casa da Contratao Monoplio estatal * Feitoria Entreposto comercial Capitalismo comercial * Mercantilismo * Bolsa de valores

De acordo com a orientao estabelecida para o incio deste mdulo, o professor, como criador de currculo, dever construir caminhos adequados aos contextos e s necessidades dos alunos. Assim, os tpicos enunciados na rubrica A Histria: tempos e espaos no devem ser abordados de uma forma sequencial nem envolvem contedos especficos; devem ser encarados como direces de aprendizagem, no contexto de uma explorao integrada e organizada em funo dos eixos maiores do tempo e do espao. A abordagem noo de perodo histrico decorrer, essencialmente, da anlise de documentos - em suportes variados e devidamente didactizados que constituam exemplos marcantes de diversas pocas, cotejados com outras informaes, numa anlise cruzada que evidencie articulaes. A avaliao diagnstica dever tambm possibilitar a aferio de dificuldades lingusticas, nos domnios da oralidade e da escrita. A rubrica O Programa do Ensino Secundrio viso espcio-temporal deve ser entendida como uma viso geral dos contedos (ver pg.9), sendo objecto apenas de uma breve apresentao, articulada com a explorao acima referida.

xxxxxxxxxxx - Anlise de mapas: evoluo poltica da Europa nos sculos XVI a XVIII; evoluo das reas abrangidas pelos imprios coloniais europeus nos sculos XVI a XVIII; trficos coloniais nos sculos XVI a XVIII; dimenso demogrfica das principais cidades europeias nos sculos XVI a XVIII. - Elaborao/Anlise de tabelas cronolgicas: evoluo dos diferentes imprios coloniais; progressos cientficos e tcnicos nos sculos XVI a XVIII. - Organizao de um ficheiro de vocbulos econmicos referentes ao capitalismo comercial.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 1

Contedos

Conceitos/Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

- O acesso da Espanha prata americana; atraco dos

meios mercantis portugueses. 2.2. Condio perifrica da Pennsula e dimenso mundial das rotas transocenicas; a articulao com o Norte da Europa. 3. O controlo do comrcio mundial pelo norte da Europa

- Vigor de Amesterdo; controlo do comrcio europeu; constituio de uma rede de feitorias e de trficos ultramarinos. - Proteccionismo e reforo das economias nacionais face ao dinamismo holands.

4. A hegemonia econmica britnica 4.1. O predomnio de um Estado territorial

- Condies do sucesso ingls e vitalidade da cidade de Londres. O arranque industrial.

- Bloqueio das indstrias europeias e norte-americanas; controlo da produo e do comrcio asiticos.

4.2. Portugal no contexto da ascenso econmica da Inglaterra - Recursos e organizao das foras produtivas do Reino e do Brasil pelo Estado - da crise comercial de finais do sculo XVII s primeiras medidas do mercantilismo manufactureiro;

Companhia monopolista Proteccionismo * Balana comercial Exclusivo colonial * Comrcio triangular Trfico negreiro Bandeirante Manufactura Acto de Navegao Enclosure Banco de depsito Mobilidade social * Revoluo industrial * Mercado nacional* poca moderna

- Recolha de dados quantitativos e elaborao de grficos: evoluo demogrfica nos scs. XVI a XVIII; efectivos por sectores de actividade nos diversos pases; crises demogrficas; trficos coloniais ibricos; movimento do Banco e da Bolsa de Amesterdo; movimento do Banco de Inglaterra; volumes de transaces de companhias comerciais e da produo manufactureira; flutuaes de remessas do ouro brasileiro; balana comercial anglo-portuguesa no sculo XVIII. - Visionamento, apoiado em guio, de excertos de filmes que recriem situaes histricas relativas ao perodo cronolgico abrangido pelo mdulo, por ex., O Processo do Rei de Joo Mrio Grilo (1990); A Misso de R. Joff (1986); Palavra e Utopia de Manoel de Oliveira (2000). Debate aps visionamento. - Realizao de ficha de leitura de um dos pequenos estudos de C. Cipolla, Homens de barba rija e Os Savary e a Europa, em Trs Histrias Extravagantes, Lisboa,Celta, 1995. - Incio da elaborao de um porteflio sobre a construo da identidade europeia. Sugestes de actividades que privilegiam a elaborao de snteses e a comunicao - Trabalho escrito e exposio oral - A ndia, regio perifrica numa economia centrada na Europa, sculos XVI a XVIII. - Recolha e organizao de informao sobre a ndia no projecto portugus e sua concretizao no sculo XVI; atraco, no sculo XVII, para a nova rea de influncia inglesa. Recolha de informao historiogrfica em dicionrios de histria de Portugal e de histria universal e em obras gerais, como P. Lon (dir), Histria Econmica e Social do Mundo e F. Braudel, O Tempo do Mundo. U- Utilizao de fontes exploradas com o apoio de guies p. ex., cartas de Afonso de Albuquerque; reproduo de fontes iconogrficas na revista Ocea- nos; tabelas com a evoluo dos negcios das ndias Orientais Inglesas. Apresentao do trabalho apoiado em documentao iconogrfica e cartogr- fica projectada.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 1

Contedos

Conceitos// Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

do tratado de Methuen apropriao do ouro brasileiro pelo mercado britnico.

- A poltica econmica e social pombalina; a prosperidade comercial de finais de sculo XVIII.

- Elaborao de uma biografia - Maurcio de Nassau e o Brasil do seu Tempo. Recolha de dados sobre as origens familiares e as facetas mais relevantes da vida pblica de M. Nassau, destacando a estada no Brasil, a articulao com os Estados Gerais e com a Companhia das ndias Ocidentais holandesa. Recolha em enciclopdias, histrias gerais e nos captulos referentes ocupao do Brasil pelos Holandeses, em F. Bethencourt e K. Chaudhuri (dir.), Histria da Expanso Portuguesa 2, e em F. Mauro, Nova Histria da Expanso, vol. II. Elaborao de texto sntese contextualizando o biografado no quadro dos contedos especficos do mdulo. Discusso em turma de aspectos considerados pertinentes. - Realizao de debate - ndios e Jesutas no Brasil Recolha de informao sobre o papel dos ndios no sistema colonial portugus dos sculos XVII e XVIII - mo-de-obra e explorao territorial e econmica do Brasil; organizao do trabalho e enquadramento comunitrio; relao colono/ndio. Utilizao de fontes escritas, iconogrficas e cartogrficas, p. ex., descries de aldeamentos por jesutas e reprodues de imagens, da revista Oceanos. Explorao das fontes apoiada em guies; localizao em cartas geogrficas. - Trabalho no mbito da histria local/regional - Manufacturas- o que resta? Pesquisa de informao sobre testemunhos, na localidade ou na regio, do fomento manufactureiro desenvolvido em Portugal nos sculos XVII e XVIII. Quando possvel, visita a locais relevantes e registo fotogrfico ou videogrfico.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 1 Na sequncia da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens: - identificar o pioneirismo de Portugal na formao da economia mercantil escala mundial;

- compreender a necessidade de os Estados Ibricos obviarem sua condio perifrica, ancorando-se no centro da economia europeia;

- ** analisar as transformaes econmicas ocorridas em Portugal nos sculos XVII e XVIII e a condio de subordinao das suas reas coloniais; - **relacionar a formao de um mercado nacional e o arranque industrial ocorridos em Inglaterra com a transformao irreversvel das estruturas econmicas; - reconhecer as crises econmico-demogrficas como factor de agravamento das condies do mundo rural;

- reconhecer, na Europa moderna, a importncia da afirmao das cidades potenciadoras de dinamismos econmicos e sociais;

- ** reconhecer, nas prticas mercantilistas, modos de afirmao das economias nacionais; - relacionar os ritmos de desenvolvimento econmico dos diversos pases com factores de bloqueio ou de abertura social e poltica; -** diferenciar, no processo de mundializao da economia, reas hegemnicas e reas subordinadas.

* Conceitos / ** Aprendizagens estruturantes

So condies de sucesso na capitalizao do mdulo: - o persistente interesse do aluno em identificar e superar as suas necessidades de formao; - o permanente apoio do professor, na disponibilizao de materiais e no enquadramento metodolgico adequado;

- a observncia da linha de orientao estabelecida no mdulo.

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Ensino Secundrio Recorrente - HISTRIA B

Mdulo 2 DO ANTIGO REGIME AFIRMAO DO LIBERALISMO

Durao do Mdulo 10 semanas

Gesto do mdulo: No conjunto de 30 unidades lectivas de 90 minutos, 14 unidades lectivas devem ser reservadas para os pontos 2. e 3.2., considerados de aprofundamento.

Orientao Geral: O mdulo 2 centra-se no processo de transformao da organizao poltico-social de Antigo Regime e na afirmao do novo quadro liberal, abrangendo um perodo que se estende do sculo XVII a meados do sculo XIX, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientao: - salientar o esgotamento do modelo poltico e social de Antigo Regime face evoluo material e mental das sociedades cujo estudo se iniciou no mdulo anterior;

- analisar, como exemplo de um processo de implantao do liberalismo, o caso portugus na primeira metade do sculo XIX ;

- relevar, das revolues liberais, a aquisio de conceitos e de instrumentos definidores da vida poltica contempornea.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B

Mdulo 2 - COMPETNCIAS

O mdulo 2, tal como os restantes que compem o ciclo de estudos, deve proporcionar o desenvolvimento das competncias que se enunciam:

- Pesquisar, de forma autnoma mas planificada, em meios diversificados, informao relevante para assuntos em estudo, organizando-a segundo critrios de pertinncia; - analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informao, implcita e explcita, assim como os respectivos limites para o conhecimento do passado; - analisar textos historiogrficos, identificando a opinio do autor e tomando-a como uma interpretao susceptvel de reviso em funo dos avanos historiogrficos; - Situar cronolgica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram; - identificar a multiplicidade de factores e a relevncia da aco de indivduos ou grupos, relativamente a fenmenos histricos circunscritos no tempo e no espao; - situar e caracterizar aspectos relevantes da histria de Portugal, europeia e mundial; - relacionar a histria de Portugal com a histria europeia e mundial, distinguindo articulaes dinmicas e analogias / especificidades, quer de natureza temtica quer de mbito cronolgico, regional ou local; - mobilizar conhecimentos de realidades histricas estudadas para fundamentar opinies, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporneo, e para intervir de modo responsvel no seu meio envolvente;

- Elaborar e comunicar, com correco lingustica e de forma criativa, snteses de assuntos estudados: o estabelecendo os seus traos definidores; o distinguindo situaes de ruptura e de continuidade; o utilizando, de forma adequada, terminologia especfica.

- utilizar as tecnologias de informao e comunicao, manifestando sentido crtico na seleco adequada de contributos;

- Assumir responsabilidades em actividades individuais e de grupo; - participar em dinmicas de equipa, contribuindo para o estabelecimento de relaes harmoniosas e profcuas; - manifestar abertura dimenso intercultural das sociedades contemporneas; - disponibilizar-se para ampliao e aprofundamento da sua formao.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 2

Contedos

Conceitos /Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

1.O Antigo Regime: estratificao social e poder absoluto

- A geografia do poder nos sculos XVII e XVIII: os Estados de regime absoluto; os Estados de regime parlamentar.

- A sociedade de ordens: uma estratificao assente no privilgio e garantida pelo absolutismo rgio de direito divino.

2. A crtica da monarquia absoluta e as origens da ideologia liberal - A recusa do absolutismo e os novos princpios de

organizao social em Inglaterra: valor do indivduo, livre iniciativa, separao dos poderes, tolerncia.

- O iluminismo: a apologia da razo; o primado da cincia.

3. As revolues liberais e a ruptura com o Antigo Regime

3.1. A geografia dos movimentos revolucionrios, de finais do

Antigo Regime * Monarquia absoluta * Parlamento Ordem/estado * Sociedade de corte Iluminismo * Direito natural Contrato social Revoluo liberal *

- Anlise de mapas referentes a: regimes polticos na Europa dos sculos XVII e XVIII; geografia das revolues liberais nos sculos XVIII e primeiras dcadas do XIX. -Elaborao/anlise de tabelas cronolgicas referentes ao ciclo das revolues liberais no mundo ocidental e revoluo portuguesa. -Elaborao de um ficheiro de vocbulos referentes aos modelos polticos no perodo em estudo. -Recolha e registo de adgios populares que revelem a permanncia de valores e comportamentos caractersticos do Antigo Regime. -Visionamento, apoiado em guio, de excertos de filmes que recriem situaes histricas relacionadas com os contedos do mdulo: por ex., A Tomada de poder por Luis XIV de Rosselini (1966); A Fuga de Varennes de Ettore Scola (1982); Amistad de Spielberg (1997). - Audio de composies musicais relacionadas com os contedos do mdulo: gravaes discogrficas de obras de Domingos Bontempo, compositor que exaltou a revoluo vintista; canes revolucionrias francesas p. ex. La Carmagnole, a ira, ed. do Instituto Franco Portugus e portuguesas, p. ex. recriaes do Hino da Maria da Fonte, em O Melhor dos Melhores , Vitorino (1994) ou Quem diz que pela Rainha e O Cabral fugiu para Espanha em Fura fura, Jos Afonso (1978). - Anlise de plantas e gravuras de ncleos urbanos setecentistas para observao da ordenao social do espao citadino.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 2

Contedos

Conceitos /Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

sculo XVIII a meados do sculo XIX: precocidade

americana e francesa; vagas revolucionrias liberais e

nacionais 1820, 1830 e 1848.

3.2. A implantao do liberalismo em Portugal

- Antecedentes e conjuntura: 1807 a 1820. - A revoluo de 1820 e as resistncias ao liberalismo (1820-1834): precariedade da legislao vintista de carcter socioeconmico; desagregao do imprio colonial. Constituio de 1822 e Carta Constitucional de 1826. - O novo ordenamento poltico e socioeconmico (1834-1851): importncia da legislao de Mouzinho da Silveira e dos projectos setembrista e cabralista. 4. O legado do liberalismo poltico na primeira metade do

sculo XIX - O Estado como garante da ordem social; a secularizao

das instituies; o cidado, actor poltico.

Constituio * Soberania nacional* Sistema representativo* Monarquia constitucional* Carta constitucional Vintismo Cartismo Setembrismo Cabralismo Estado laico Sufrgio censitrio Cidado activo Cidado passivo Opinio pblica Liberalismo econmico *

- Anlise comparada dos diversos textos constitucionais que institucionalizaram direitos civis e polticos nos sculos XVII e XVIII; reflexo sobre o liberalismo e a problemtica dos direitos humanos; recurso a A. A. Ribeiro, Direitos do Homem, Lisboa, Ministrio da Educao e V. S. Marques, Direitos do Homem e Revoluo. - Elaborao, a partir da anlise da estrutura da Constituio de 1822 e da Carta Constitucional de 1826, de um quadro comparativo dos dois modelos do liberalismo poltico oitocentista portugus. - Elaborao de uma ficha de leitura de captulos das Memrias do Marqus de Fronteira, referentes aos anos de 1800-1850. Pode, p. ex., escolher-se uma sequncia que contemple aspectos da vida privada, das revolues e dos exlios oitocentistas, da conquista do poder pelos absolutistas e pelos liberais, dos partidos e da vida poltica (1 vol., I Parte, caps I e XI, II Parte, cap. III; 2 vol., II Parte, cap XV, IV Parte, caps, I e VI; 4 vol., VII Parte, cap. I). - Continuao da elaborao de porteflio sobre a construo da identidade europeia. Sugestes de actividades que privilegiam a elaborao de snteses e a comunicao Elaborao de uma biografia de um cientista que evidencie as condies e os problemas da produo cientfica no sculo XVIII, p. ex. Lavoisier. Recolha de informao e elaborao de texto sntese contextualizando o biografado no quadro dos contedos especficos do mdulo. Discusso em turma de aspectos considerados pertinentes. - Trabalho escrito e exposio oral - O barroco, esttica ao servio do poder Pesquisa, apoiada em fichas de explorao, de informao em fontes iconogrficas e textuais e em textos historiogrficos, sobre a poltica interna e externa de reforo do poder real, gizada no reinado de D. Joo V. Visita virtual ao palcio-convento de Mafra (http://www.cm-mafra.pt/).

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 2

Contedos

Conceitos /Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

- Os limites da universalidade dos direitos humanos: a

problemtica da abolio da escravatura.

poca contempornea

Organizao do material e registo escrito de concluses; apresentao turma A actividade proposta poder versar sobre O urbanismo de raiz iluminista, centrando-se, nesse caso, no reinado de D. Jos.

- Na sequncia da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens: - compreender a articulao entre o Estado absoluto e a sociedade de ordens;

- identificar o poder social da burguesia em finais do sculo XVIII como resultado dos dinamismos mercantis e da aliana com a realeza na luta pelo

fortalecimento do poder real;

- ** compreender o fenmeno revolucionrio oitocentista como afirmao da supremacia do princpio da soberania nacional sobre o da legitimidade dinstica; - integrar o processo revolucionrio portugus nas sucessivas vagas revolucionrias da primeira metade do sculo XIX;

- **analisar a interaco dos factores que convergiram no processo revolucionrio portugus; - ** reconhecer na persistncia das estruturas arcaicas da sociedade portuguesa um factor de resistncia implantao do liberalismo; - ** relacionar a desarticulao do sistema colonial luso-brasileiro e a questo financeira com a dinmica de transformao do regime; -** relacionar as doutrinas econmicas que valorizam a liberdade do mercado com a ideologia liberal; -** identificar o conceito de revoluo como momento de ruptura e de mudana irreversvel de estruturas;

- valorizar a participao cvica dos cidados como condio de afirmao da universalidade dos direitos humanos. * Conceitos/ ** Aprendizagens estruturantes

So condies de sucesso na capitalizao do mdulo: - o persistente interesse do aluno em identificar e superar as suas necessidades de formao; - o permanente apoio do professor, na disponibilizao de materiais e no enquadramento metodolgico adequado;

- a observncia da linha de orientao estabelecida no mdulo.

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Ensino Secundrio Recorrente - HISTRIA B

Mdulo 3 A CIVILIZAO INDUSTRIAL - ECONOMIA E SOCIEDADE; NACIONALISMOS E CHOQUES IMPERIALISTAS

Durao do Mdulo 11 semanas

Gesto do Mdulo: No conjunto de 33 unidades lectivas de 90 minutos, 20 unidades lectivas devem ser reservadas para os pontos 1.3., 2. e 4., considerados de aprofundamento.

Orientao Geral O mdulo 3, estende-se num horizonte temporal de meados do sculo XIX Primeira Grande Guerra, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientao: - evidenciar, no processo de expanso do capitalismo industrial, o efeito potenciador da mundializao da economia e da desigualdade de desenvolvimento entre os

pases;

- salientar as contradies da sociedade industrial e burguesa, geradoras do aparecimento e desenvolvimento das propostas socialistas;

- sensibilizar para as duas tendncias associadas ao desenvolvimento da ideia nacional: a valorizao do Estado-nao e o desenvolvimento de tendncias

imperialistas;

- evidenciar as consonncias e os desfasamentos entre a realidade portuguesa e o contexto internacional.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 3 - COMPETNCIAS

O mdulo 3, tal como os restantes que compem o ciclo de estudos, deve proporcionar o desenvolvimento das competncias que se enunciam:

- Pesquisar, de forma autnoma mas planificada, em meios diversificados, informao relevante para assuntos em estudo, organizando-a segundo critrios de pertinncia; - analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informao, implcita e explcita, assim como os respectivos limites para o conhecimento do passado; - analisar textos historiogrficos, identificando a opinio do autor e tomando-a como uma interpretao susceptvel de reviso em funo dos avanos historiogrficos; - Situar cronolgica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram; - identificar a multiplicidade de factores e a relevncia da aco de indivduos ou grupos, relativamente a fenmenos histricos circunscritos no tempo e no espao; - situar e caracterizar aspectos relevantes da histria de Portugal, europeia e mundial; - relacionar a histria de Portugal com a histria europeia e mundial, distinguindo articulaes dinmicas e analogias / especificidades, quer de natureza temtica quer de mbito cronolgico, regional ou local; - mobilizar conhecimentos de realidades histricas estudadas para fundamentar opinies, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporneo, e para intervir de modo responsvel no seu meio envolvente;

- Elaborar e comunicar, com correco lingustica e de forma criativa, snteses de assuntos estudados: o estabelecendo os seus traos definidores; o distinguindo situaes de ruptura e de continuidade; o utilizando, de forma adequada, terminologia especfica.

- utilizar as tecnologias de informao e comunicao, manifestando sentido crtico na seleco adequada de contributos;

- Assumir responsabilidades em actividades individuais e de grupo; - participar em dinmicas de equipa, contribuindo para o estabelecimento de relaes harmoniosas e profcuas; - manifestar abertura dimenso intercultural das sociedades contemporneas; - disponibilizar-se para ampliao e aprofundamento da sua formao.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 3

Contedos

Conceitos /Noes

Situaes de aprendizagem - sugestes

1. As transformaes econmicas na Europa e no Mundo

1.1. A expanso da revoluo industrial - Novos inventos e novas fontes de energia; a ligao cincia-

tcnica;. - Concentrao industrial e bancria; racionalizao do trabalho. 1.2. A geografia da industrializao - A hegemonia inglesa. A afirmao de novas potncias; a permanncia de formas de economia tradicional. 1.3. A agudizao das diferenas - A confiana nos mecanismos auto-reguladores do mercado. As crises do capitalismo. - O mercado internacional e a diviso internacional do trabalho. 2. A sociedade industrial e urbana 2.1. A exploso populacional; a expanso urbana e o novo

urbanismo; migraes internas e emigrao. 2.2. Unidade e diversidade da sociedade oitocentista - A condio burguesa: proliferao do tercirio e incremento

das classes mdias; valores e comportamentos.

Progressos cumulativos * Capitalismo industrial* Estandardizao Cartel Trust Holding Taylorismo* Livre-cambismo* Crise cclica Exploso demogrfica * Profisso liberal Conscincia de classe Sociedade de classes *

- Anlise de mapas: potncias industriais cerca de 1830 e nos incios do sculo XX; principais cidades no sculo XIX e na primeira dcada do sculo XX; fluxos migratrios; expanso dos caminhos de ferro; rede de trocas comerciais a nvel mundial; movimento das nacionalidades; Estados demoliberais e Estados autoritrios do mundo industrializado em 1914; expanso do colonialismo europeu. - Elaborao/anlise de tabelas cronolgicas: Principais inventos do sc. XIX e primeiras dcadas do sc. XX; movimento das nacionalidades; afirmao do colonialismo europeu; inovao cientfica e tcnica no sculo XIX; evoluo poltica e econmica em Portugal. - Elaborao de um ficheiro de vocbulos referentes ao capitalismo industrial e financeiro, em continuidade com o iniciado no mdulo 1. - Recolha, anlise e tratamento grfico de dados quantitativos: produo e consumo de produtos industriais, surto bancrio, volume das trocas comerciais, crescimento demogrfico, distribuio populacional por sectores de actividade, movimentos migratrios. - Anlise de legislao de carcter social e poltico publicada no perodo de vigncia da Primeira Repblica. - Anlise de cartazes e de outras formas de publicidade que permitam identificar a evoluo das tcnicas de produo e dos produtos lanados no mercado. - Anlise de caricaturas Trajectria poltica de Portugal (1875 1925) - o olhar do Z Povinho. Pesquisa em jornais e folhas satricas de representaes do Z Povinho, smbolo popular nacional, desde a sua criao, por Rafael Bordalo Pinheiro, sua recriao, no perodo em anlise, por outros autores. Identificao dos principais problemas evidenciados e das figuras polticas mais visadas. Apoio documental em J.-A. Frana

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Contedos

Conceitos /Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

- A condio operria: salrios e modos de vida. Associativismo e sindicalismo; as propostas socialistas de transformao revolucionria da sociedade.

3. Evoluo democrtica, nacionalismo e imperialismo 3.1. As transformaes polticas

- A evoluo democrtica do sistema representativo; os excludos

da democracia representativa. - As aspiraes de liberdade nos Estados autoritrios e os

movimentos de unificao nacional. 3.2. Os afrontamentos imperialistas: o domnio da Europa sobre o Mundo. 4. Portugal, uma sociedade capitalista dependente - A Regenerao entre o livre-cambismo e o proteccionismo (1850 80): o desenvolvimento de infra-estruturas; a dinamiza- o da actividade produtiva; a necessidade de capitais e os mecanismos da dependncia.

Proletariado Movimento operrio * Socialismo * Marxismo * Internacional operria Sufrgio universal Demoliberalismo * Imperialismo * Colonialismo * Nacionalismo Regenerao* Fontismo

(1976). Rafael Bordalo Pinheiro Caricatura Poltica. Lisboa: Terralivre. Recurso a publicaes do Museu Bordalo Pinheiro. - Visionamento e comentrio de filmes que recriem situaes histricas relacionadas com o perodo em estudo, p. ex: O Leopardo de L. Visconti (1963); O Homem Elefante de David Lynch (1980); Aqui dEl-Rei de Antnio Pedro de Vasconcelos (1991); A Idade da Inocncia de Scorsese (1993 ). Visionamento do filme O Vale era Verde de J. Ford (1941), seguido de debate. Apoio em guio que oriente a recolha de informao relevante sobre as transformaes da sociedade e da paisagem no advento da civilizao industrial demografia e emigrao; valores e ideologias; tcnica e trabalho. - Audio de excertos de peras de Verdi ou de Wagner, smbolos do nacionalismo, italiano e germnico; audio de Ptria, de Viana da Mota. - Elaborao de uma ficha de leitura do conto Civilizao, de Ea de Queiroz, seguida de discusso em turma sobre a atitude das personagens face sociedade industrial. - Continuao da elaborao de porteflio sobre a construo da identidade europeia. Sugestes para actividades que privilegiam a elaborao de snteses e a comunicao: - Elaborao de uma biografia que reflicta as grandes problemticas da viragem do sculo XIX e primeiras dcadas do XX, p. ex., Madame Curie. Recolha de dados sobre as vrias fases e facetas da vida de Marie Curie - a Polnia da infncia; anti-semitismo e nacionalismo; a cincia e a tcnica; o valor da educao e a afirmao da mulher; os grandes centros culturais e o novo mecenato. Consulta de biografias

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 3

Contedos

Conceitos /Noes Situaes de aprendizagem - sugestes

- Entre a depresso e a expanso (1880- 1914): a crise finan- ceira de 1880-90 e o surto industrial de final de sculo.

- As transformaes do regime poltico na viragem do sculo: os problemas da sociedade portuguesa e a contestao da monarquia; a soluo republicana e parlamentar - a Primeira Repblica.

publicadas em Portugal, pesquisa na Internet emhttp://www.aip.org/history/Curie e em enciclopdias de Histria da Cincia. Organizao dos dados e elaborao do texto sntese, contextualizanda a biografada no quadro dos contedos especficos do mdulo. Discusso em turma de aspectos relevantes. - Trabalho escrito e exposio oral A Gerao de 90 Recolha de informao, recorrendo a fontes escritas, cartogrficas e iconogrficas, orientadas por fichas de explorao, sobre a importncia da gerao de 90 no devir social portugus - a questo do regime; grandes empresas e consagrao da burguesia; visibilidade da "questo social"; o imprio africano.

http://www.aip.org/history/Curie

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 3 Na sequncia da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens: - relacionar a dinmica do crescimento industrial com o carcter cumulativo dos progressos tcnicos e a exigncia de novas formas de organizao do trabalho;

-** relacionar os desfasamentos cronolgicos da industrializao com as relaes de domnio ou de dependncia estabelecidas a nvel mundial;

-**reconhecer as caractersticas das crises do capitalismo liberal;

-** relacionar o papel da burguesia, como nova classe dirigente, com a expanso da indstria, do comrcio e da banca; -** identificar as oportunidades oferecidas pelo capitalismo oitocentista formao de uma nova classe mdia; -** reconhecer, nas formas que o movimento operrio assumiu, a resposta questo social do capitalismo industrial;

- filiar a afirmao do movimento das nacionalidades no iderio das revolues liberais;

-** relacionar as rivalidades e a partilha coloniais com a vontade de domnio poltico e com a necessidade de mercados de bens e de capitais por parte dos Estados; -** integrar o processo de industrializao portuguesa no contexto geral, identificando os factores que a limitaram; -** compreender as condies em que ocorreu o esgotamento do liberalismo monrquico e o fortalecimento do projecto republicano de transformao social e poltica;

- valorizar a afirmao dos regimes demoliberais, no obstante a permanncia de formas de discriminao no seu seio.

* Conceitos/ **Aprendizagens estruturantes

So condies de sucesso na capitalizao do mdulo:

- o persistente interesse do aluno em identificar e superar as suas necessidades de formao; - o permanente apoio do professor, na disponibilizao de materiais e no enquadramento metodolgico adequado; - a observncia da linha de orientao estabelecida no mdulo.

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11 ANO

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Ensino Secundrio Recorrente - HISTRIA B

Mdulo 4 CRISES, EMBATES IDEOLGICOS E MUTAES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SCULO XX

Durao do Mdulo 12 semanas

Gesto do Mdulo: No conjunto de 36 unidades lectivas de 90 minutos, 28 unidades lectivas devem ser reservadas para os pontos 1.1., 1.2., 1.5., 2.1., 2.2., 2.3. e 2.5. considerados de aprofundamento.

Orientao Geral O mdulo 4 abrange um perodo de intervencionismo do Estado em todos os domnios da sociedade, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientao:

- destacar a especificidade das ideologias em confronto e os processos de radicalizao que ocorreram;

- salientar as relaes entre os aspectos econmicos, polticos e ideolgicos e as transformaes socioculturais e de mentalidade que progressivamente se foram

afirmando;

- clarificar a evoluo de Portugal no perodo em anlise, destacando os condicionalismos internos e as marcas da influncia de modelos externos.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 4 - COMPETNCIAS

O mdulo 4, tal como os restantes que compem o ciclo de estudos, deve proporcionar o desenvolvimento das competncias que se enunciam:

- Pesquisar, de forma autnoma mas planificada, em meios diversificados, informao relevante para assuntos em estudo, organizando-a segundo critrios de pertinncia; - analisar fontes de natureza diversa, distinguindo informao, implcita e explcita, assim como os respectivos limites para o conhecimento do passado; - analisar textos historiogrficos, identificando a opinio do autor e tomando-a como uma interpretao susceptvel de reviso em funo dos avanos historiogrficos; - Situar cronolgica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os contextos em que ocorreram; - identificar a multiplicidade de factores e a relevncia da aco de indivduos ou grupos, relativamente a fenmenos histricos circunscritos no tempo e no espao; - situar e caracterizar aspectos relevantes da histria de Portugal, europeia e mundial; - relacionar a histria de Portugal com a histria europeia e mundial, distinguindo articulaes dinmicas e analogias / especificidades, quer de natureza temtica quer de mbito cronolgico, regional ou local; - mobilizar conhecimentos de realidades histricas estudadas para fundamentar opinies, relativas a problemas nacionais e do mundo contemporneo, e para intervir de modo responsvel no seu meio envolvente;

- Elaborar e comunicar, com correco lingustica e de forma criativa, snteses de assuntos estudados: o estabelecendo os seus traos definidores; o distinguindo situaes de ruptura e de continuidade; o utilizando, de forma adequada, terminologia especfica.

- utilizar as tecnologias de informao e comunicao, manifestando sentido crtico na seleco adequada de contributos;

- Assumir responsabilidades em actividades individuais e de grupo; - participar em dinmicas de equipa, contribuindo para o estabelecimento de relaes harmoniosas e profcuas; - manifestar abertura dimenso intercultural das sociedades contemporneas; - disponibilizar-se para ampliao e aprofundamento da sua formao.

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Ensino Secundrio Recorrente HISTRIA B Mdulo 4

Contedos

Conceitos/Noes

Situaes de aprendizagens - sugestes

1. As transformaes das primeiras dcadas do sculo XX 1.1. Um novo equilbrio global - A geografia poltica aps a Primeira Guerra Mundial. A

Sociedade das Naes. - A difcil recuperao econmica da Europa e a

dependncia em relao aos Estados Unidos. 1.2. A implantao do marxismo-leninismo na Rssia: a

construo do modelo sovitico. 1.3. A regresso do demoliberalismo - O impacto do socialismo revolucionrio; dificuldades econmicas e radicalizao dos movimentos sociais; emergncia de autoritarismos. 1.4. Mutaes nos comportamentos e na cultura - As transformaes da vida urbana e a nova sociabilidade; a

crise dos valores tradicionais; os movimentos feministas. - A descrena no pensamento positivista e as novas

concepes cientficas. - As vanguardas: rupturas com os cnones das artes e da

literatura.

Soviete Ditadura do proletariado Centralismo democrtico Comunismo Marxismo- -leninismo* Anomia social Feminismo Relativismo Psicanlise Modernismo Vanguarda cultural

- Anlise de mapas: alteraes do mapa poltico europeu na primeira metade do sculo XX; domnios coloniais europeus na primeira metade do sculo; principais focos de levantamentos revolucionrios no ps-guerra; expanso das ditaduras e dos regimes fascistas nas dcadas de 20 e 30. - Elaborao/anlise de tabelas cronolgicas situando os principais eventos e permitindo cruzar a informao referente aos diversos campos da Histria nos diferentes espaos em estudo: acontecimentos polticos; inovao cientfica; mudanas tecnolgicas; aparecimento e afirmao de correntes culturais.

- Recolha, anlise e tratamento grfico de dados quantitativos: comportamentos demogrficos; peso dos diversos sectores de actividade econmica; flutuaes econmicas das dcadas de 20 e 30 e seus efeitos sociais; evoluo do nmero de militantes e resultados eleitorais dos partidos de esquerda e de direita; recepo, difuso e generalizao de inovaes tecnolgicas. - Organizao de um ficheiro de vocbulos referentes ao capitalismo financeiro. - Anlise de excertos de documentos representativos: da nova concepo das relaes internacionais, p. ex. Catorze pontos do Presidente Wilson, Pacto da S.D.N., Tratado de Versalhes; de doutrinas polticas, p. ex., Que fazer? de Lenine; Discursos de Salazar; das rupturas culturais, p. ex., Manifesto Futurista de Marinetti, Manifesto do Surrealismo (1924) de Andr Breton, Ultimatum Futurista s Geraes Portuguesas do sculo XX de Almada Negreiros.

- Leitura crtica de notcias na imprensa comparao da informao difundida pelos jornais portugueses da poca relativamente a acontecimentos relevantes, p. ex., tomada do poder por Hitler, guerra civil de Espanha, posio portuguesa face ao desencadear da 2 guerra mundial. - Anlise comparativa de artigos da Constituio Portuguesa de 1933 (p. ex. artigo 8, Direitos e Garantias Individuais) e de excertos de discursos de Salazar que evidenciem as restries s liberdades no Estado Novo. Leitura de mensagens veiculadas por cartazes e slogans de propaganda dos regimes polticos estudados anlise dos processos utilizados para suscitar a adeso das massas.

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Contedos

Conceitos/Noes

Situaes de aprendizagens - sugestes

1.5. Portugal no primeiro ps-guerra - As dificuldades econmicas e a instabilidade poltica e

social; a falncia da 1 Repblica. - Tendncias culturais: entre o naturalismo e as

vanguardas. 2. O agudizar das tenses polticas e sociais a partir dos anos

30 2.1. A grande depresso: origens e mecanismos de

alastramento; impacto social. 2.2. As opes totalitrias - Os fascismos, teoria e prticas: uma nova ordem

nacionalista, anti-liberal e anti-socialista; elites e enquadramento das massas; o culto da fora e da violncia e a negao dos direitos humanos; a autarcia como modelo econmico.

- O estalinismo: planificao da economia, colectivizao dos campos, burocratizao do partido; represso. 2.3. A resistncia das democracias liberais O intervencionismo do Estado; a teoria econmica Keynesiana.

Craque bolsista* Deflao* Inflao* Totalitarismo Fascismo Nazismo Corporativismo Anti-semitismo Genocdio Propaganda Intervencionismo* New Deal

- Pesquisa e anlise de informao referente Exposio do Mundo Portugus na estratgia do Estado Novo - objectivos da exposio, meios proporcionados pelo governo, adeso de intelectuais e artistas, opes de organizao do espao, realizaes de cariz cultural. - Cotejo de imagens e de textos tericos que evidenciem a feio normalizadora da arquitectura e do urbanismo, p. ex., dos arquitectos da Bauhaus; Carta de Atenas; textos dos CIAM. - Visita virtual ao Centro de Arte Moderna da Fundao Gulbenkian para contacto com obras plsticas, pertencentes ao acervo do museu ou patentes em exposies temporrias. Visita virtual a museus estrangeiros com coleces de obras de arte do perodo em estudo. - Visionamento e anlise de documentrios cinematogrficos ou excertos de filmes que recriem a poca em estudo, p. ex., Reds de W. Beatty (1981); 1900 de B. Bertolucci (1976); Momentos de Glria de Hudson (1981); Os Dias da Rdio (1987) ou A Rosa Prpura do Cairo ( 1985) de Woody Allen; Sol Enganador de Nikita Mikhalkov (1994); A Lista Schindler de Spielberg (1994); A Vida Bela de Benigni (1997); Jacob, o Mentiroso de Kassovitch (1999); O Resgate do Soldado Ryan de Spielberg (1998); Afirma Pereira de R. Faenza (1997). Visionamento, ainda, de filmes que evidenciem linguagens e temas do cinema nas dcadas de 30 e 40. Sugestes de temas: Endoutrinao e propaganda - p. ex., Os Deuses do Estdio de Leni Riefenstahl (1938) ou A Revoluo Nacional de Antnio Lopes Ribeiro (1936); A stira - p. ex., Os Tempos Modernos (1936) ou O Grande Ditador (1940) de C. Chaplin. A fantasia por ex., O Feiticeiro de Oz de V. Fleming (1939). nsia de poder p. ex., O Mundo a Seus Ps de O. Welles (1940); Retratos de Portugal nos anos 40 p. ex., O Leo da Estrela de Artur Duarte (1947); Aniki-Bob (1942) de Manoel de Oliveira. - Audio de obras significativas das vanguardas musicais, p. ex. de Stravinsky, de Schonberg, de Alban Berg. Audio de composies musicais de resistentes antifascistas, p. ex. Fernando Lopes Graa.

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Contedos

Conceitos/Noes

Situaes de aprendizagens - sugestes

Os governos de Frente Popular e a mobilizao dos cidados. 2.4. A dimenso social e poltica da cultura - A cultura de massas e o desejo de evaso; os grandes

entretenimentos colectivos; os mdia, veculo de modelos socioculturais.

- As preocupaes sociais na literatura e na arte; o funcionalismo e o urbanismo.

- A cultura e o desporto ao servio dos Estados. 2.5. Portugal: o Estado Novo - O triunfo das foras conservadoras; a progressiva

adopo do modelo fascista italiano nas instituies e no imaginrio poltico.

- Uma economia submetida aos imperativos polticos: prioridade estabilidade financeira; defesa da ruralidade; obras pblicas e condicionamento industrial; a corporativizao dos sindicatos. A poltica colonial. - O projecto cultural do regime. 3. A degradao do ambiente internacional - A irradiao do fascismo no mundo. As hesitaes face Guerra Civil de Espanha; a aliana contra o imperialismo do eixo nazi-fascista; a mundializao do conflito.

Cultura de massas Estandardizao de comportamentos Mdia Funcionalismo

- Ficha de leitura de captulos de obras exemplificativas do romance de preocupao poltica e social, p. ex., Steinbeck, As Vinhas da Ira (1936), Hemingway, Por Quem os Sinos Dobram (1940), Alves Redol, Gaibus (1940). - Continuao da elaborao do porteflio sobre a construo da identidade europeia. Sugestes de actividades que privilegiam a elaborao de snteses e a comunicao. - Realizao de uma pequena biografia: de uma figura feminina representativa da luta pelos direitos das mulheres ou da assuno de uma causa poltica ao nvel mundial ou nacional - p. ex., Emmeline Pankhurst, recurso a http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/wpankhurstE.htm; Rosa